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Atualmente, os conflitos bastante eminentes, de acordo com os entrevistados, são
encarados como algo natural do dia a dia na entidade, tanto que para se lidar com situações
de conflito os participantes optam pela conversa, pelo diálogo entre as partes para se
alcançar o entendimento, em casos mais graves a situação é levada para a reunião.
Contudo, segundo eles, há, também, ocasiões em que o embate prevalece e o conflito abala
as relações entre os participantes. Os relatos abaixo revelam como alguns percebem e
administram o conflito:
Antes era assim, um outro grupo que tinha, da prefeitura mesmo. Um
querendo puxar o tapete do outro, sem se olhar... “Não vou falar com
fulano”. Não tem jeito mesmo, teve uma coisa, chegou uma hora, que o
clima ficou horrível. (...) Mas este (...) dá para conversar. São poucos que
não aceitam uma conversa, eu percebo que alguns, não me aceitam como
diretora
. Entrevistado 6 (grifo nosso)
Como em qualquer empresa isso acontece muito, aqui também. Então, a
gente, em alguns momentos, tem que parar, tem que conversar. Até as
pessoas do setor de recursos humanos conversam com o educador. Sabe,
independente do serviço que se desenvolve aqui, é educador dentro da
entidade, então chamamos o educador como responsável. “- Com quem
está tendo conflito?” Então, a gente senta, conversa, chama assistente
social dentro da entidade (...)
. Entrevistado 8 (grifo nosso)
Problemas que podem ser resolvidos na hora. Tem um problema aqui... A
(...) (o entrevistado cita o nome de um funcionário) teve um probleminha
aqui que foi resolvido na hora. “-Você está com problema, você fez uma
coisa que não gostei, mas não foi por querer” (...) a gente não leva nada
para casa, roupa suja a gente lava aqui. Não adianta nada chegar amanhã
e não chegar para ela (referindo-se à mesma pessoa citada anteriormente),
e não falar “bom dia”. É raro acontecer, mas é resolvido na hora, e toda
sexta-feira nós reunimos, no setor pedagógico aqui em cima para este tipo
de coisa.
Entrevistado 4 (grifo nosso)
Com certeza, a gente procura trabalhar muito em parceria, por isto que é
assim, como a gente tem esta mística, claro, nós Irmãs, procuramos passar
isto para os educadores (...), porque se você colocar competição no meio,
sobressair individualmente. É o que a sociedade capitalista coloca, aí pra
você poder subir, alguém vai ter que descer, e a gente não quer isto aqui
dentro. Sempre que uma coisa acontece, a gente é uma equipe, aí a equipe
vai bem só se todos nós formos, tanto que nós tivemos uma dinâmica ao
fechar o primeiro semestre. Foi desenhado um corpo de uma pessoa e lido
um texto bíblico que São Paulo que diz assim: “-o pé não pode dizer para
mão: você não me pertence, por que eu não sou a mão. Daí, você que se
vire, você que é mão eu não vou fazer mais nada”. Aí começamos montar
um corpo. Comparamos este corpo com o Lar Escola (...) Então, sempre se
faz essa reflexão, é parado para refletir sobre isto, como equipe
.
Entrevistado 2 (grifo nosso)