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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAUDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
SISTEMAS AGROSSILVOPASTORIS
VALDIVAN FERREIRA DE ALMEIDA
AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS SOBRE
Bovicola caprae (Phitherapta mallophaga, EWING, 1936) EM
CAPRINOS NATURALMENTE INFESTADOS EM CLIMA
DE SEMI-ARIDO
PATOS - PB
2005
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VALDIVAN FERREIRA DE ALMEIDA
AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS SOBRE
Bovicola caprae (Phitherapta: Mallophaga, EWING, 1936)
EM CAPRINOS NATURALMENTE INFESTADOS EM
CLIMA DE SEMI-ARIDO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Zootecnia do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina
Grande/UFCG, em cumprimento
dos requisitos necessários para
obtenção do grau de Mestre em
Zootecnia, área de concentração
Sistemas Agrossilvopastoris no
semi-árido.
Orientarora: Prof(a) Dra. Ana Célia Rodrigues
Athayde
PATOS - PB
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2005
FICHA CATALOGADA NA BIBLIOTEECA SETORIAL DO
CAMPUS DE PATOS - UFCG
A447a Almeida, Valdivan Ferreira de
2006
Ação dos fungos Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metschnicoff
1879) Sorokin ,1883, M. flavoridae Gams & Roszypal, Beauveria bassiana
(Balsamo)Vuillemin,1912, sobre Bovicola caprae (Phtiraptera:
Mallophaga, Ewing 1936) em caprinos naturalmente infestados em clima
de semi-árido. / Valdivan Ferreira de Almeida – Patos - PB: CSTR, UFCG,
2006.
50f.:
Inclui bibliografia
Orientador: Prof(a) Dra. Ana Célia Rodrigues Athayde.
Dissertação ( Pós-Graduação em Zootecnia –Sistemas Agrossilvopastoris
no Semi-Árido) – Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade
Federal de Campina Grande.
1. Veterinária, 2. Bovicola caprae, 3 Controle Biológico, 4. Fungos, 5.
Entomopatógenos, 6. Caprinos.
CDU: 576.8
v
Dedico este trabalho a meus
queridos pais, Miro e Maria
Ivan, meus irmãos e a meu
eterno amor, Dilane.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos e todas que de alguma forma contribuíram com a realização deste
trabalho e dos segundos, minutos, semanas, dias, meses e anos que passei no mestrado. Em
especial expresso a minha gratidão as seguintes pessoas:
A Deus, pela luz que a cada dia me fortalece nos momentos difíceis e alegres da jornada.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Zootecnia que contribuiu em
definitivo para meu crescimento pessoal e acadêmico. Lembrados aqui com atenção o professor
Aderbal, Lucineudo, Olaf, Moraes, Bonifácio e Onaldo. Além, da amizade dos demais
professores do campus de Patos que se tornaram verdadeiros amigos e companheiros (as) de luta.
À Ana Célia, pela orientação, compreensão, confiança e amizade durante o decorrer do
trabalho.
Aos Colegas, que no tempo e no espaço foram parte do reflexo de nossos desejos de
sermos mestres. Lembrados em diversos momentos da jornada, Silvia, Sara, Jailson, Brígida,
Socorro, Valdefran, Luciano e Wirlânea.
Aos estudantes de graduação de Medicina Veterinária e Engenharia Florestal que foram
parte da história que escrevemos neste período, principalmente nas reivindicações e defesa de um
verdadeiro projeto social e político de universidade.
A Roberto César pela colaboração incansável na execução e acompanhamento do
experimento.
A CAPES pelo auxilio financeiro durante o mestrado.
A Dilane Borinato pelo apoio irrestrito e incondicional nesta caminhada, além do
companheirismo nos grandes momentos de nossa vida.
vii
BIOGRAFIA
VALDIVAN FERREIRA DE ALMEIDA, filho de Valdimiro Ferreira de Sena e
Maria Ivan da Silva Sena, nasceu ao dia 24 de novembro de 1978 em Sousa, Paraíba.
Ingressou no curso de Técnico em Agrícola com habilitação em Agropecuária, na
Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAFS), no ano de 1996.
Diplomou-se em Bacharel em Medicina Veterinária pelo Centro de Saúde e Tecnologia
Rural da Universidade Federal de Campina Grande, em dezembro de 2002. Durante o curso foi
monitor de disciplinas curriculares na UFPB e UFCG, da Clínica Médica de Ruminantes I em
2002, da Patologia Geral e Técnicas de Necropsias em 2001, da Anatomia dos Animais
Domésticos I em 2000 e da Introdução à Computação em 1999. Participação em projetos de
Extensão Rural, vinculados ao Programa de Bolsas de Extensão (PROBEX), como colaborador
extensionista no projeto Difusão e acompanhamento de tecnologias em assentamentos rurais
(INCRA) no Semi-árido Paraibano em 2005, extensionista no Núcleo Universitário de Apoio a
Reforma Agrária - NUARA-UFCG desde julho 2003 a 2005, projeto Difusão Radiofônica de
Tecnologias para o produtor rural do Semi-Árido paraibano de julho de 2002 a 2005, além de
outras propostas de extensão universitária, como o Projeto Cidadão Veterinário, Estágios de
Vivência, Viveiros Agroflorestais Comunitários e o Ciclo de Cultura, e ações comunitárias.
Participou e apresentou trabalhos em vários congressos, simpósios e encontros, nacionais e
institucionais, de extensão e pesquisa.
Participou e colaborou com o Movimento Estudantil em Centro Acadêmico e Diretório
Central dos Estudantes entre os anos de 1999 a 2002, além de núcleos de debates e ação
comunitária na universidade (Grupo Fauna e Flora, ABU, Ciclo de Cultura, NUARA).
Em 2003 iniciou o curso de Pós Graduação em Zootecnia, em Sistemas Agrossilvipastoris
no Semi-árido, em nível de Mestrado, no Programa de Pós Graduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Durante o ano de 2004 foi bolsista
CAPES/CNPq no mestrado.
Trabalhou através de convenio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) no serviço de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES), durante
novembro de 2004 a dezembro de 2005 em assentamentos rurais na região do Médio Sertão
organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
RESUMO xiii
ABSTRACT xiv
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO DE LITERATURA 2
2.1 Pediculose em pequenos ruminantes 3
2.2 Controle de Artrópodes de Interesse em Produção Animal 6
2.2.1 Controle Clássico da Pediculose 6
2.2.2 Alternativas de controle da pediculose 8
2.2.2.1 Fitoterapia 9
2.2.2.2 Fungos entomopatogênicos 10
2.2.2.3 Outros agentes biológicos 16
3 METODOLOGIA 17
3.1 Local de realização dos experimentos 17
3.2 Espécies Fúngicas 17
3.3 Produção de conídios 18
3.4 Quantificação do inoculo 18
3.5 Ensaio Piloto 19
3.5.1 Obtenção e manutenção de caprinos naturalmente infestados com B. caprae 19
3.5.2 Ensaio e infecção experimental 19
3.5.3 Parâmetros avaliados após a infecção experimental 21
ix
3.5.4 Isolamento dos fungos de B. caprae 21
3.6 Ensaios a Campo 21
3.6.1 Obtenção e manutenção de caprinos naturalmente infestados com B. caprae 21
3.6.2 Intervalos de Infestação 22
3.6.3 Tratamento Fúngico 23
3.6.4 Parâmetros avaliados após tratamento 23
3.6.4.1 Freqüência e percentual de animais infestados 23
3.7. Análise dos dados 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 23
4.1 Ensaio Piloto 23
4.2 Ensaios a campo 26
4.2.1 Metarhizium anisopliae var. anisopliae 26
4.2.2 Beauveria bassiana 29
5 CONCLUSÃO 34
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
x
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Estimativa de infestação de Bovicola caprae considerando intervalos
de infestação de piolhos e a respectiva marcação a campo, em caprinos
naturalmente infestados.
22
TABELA 2. Infestação por Bovicola caprae no dia hum e dez dias após o
tratamento com Metharizium anisopliae, por animal e região de
infestação.
24
TABELA 3. Infestação por Bovicola caprae no dia zero e dez dias após o
tratamento com Beauveria bassiana, por animal e região de infestação.
25
TABELA 4. Infestação por Bovicola caprae no dia zero e dez dias após o
tratamento com Metharizium flavoviridae, por animal e região de
infestação.
26
TABELA 5. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
no dia zero e trinta dias após pulverização na região do pescoço com
Metharizium anisopliae var. anisopliae em caprinos naturalmente
infestados por Bovicola caprae.
27
TABELA 6. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
no dia zero e trinta dias após pulverização na região do dorso com
Metharizium anisopliae var. anisopliae em caprinos naturalmente
infestados por Bovicola caprae.
28
TABELA 7. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
no dia zero e trinta dias após pulverização na região da garupa com
Metharizium anisopliae var. anisopliae em caprinos naturalmente
infestados por Bovicola caprae.
28
xi
TABELA 8. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
dia zero e trinta dias após pulverização na região do pescoço com
Beauveria bassiana em caprinos naturalmente infestados por Bovicola
caprae.
30
TABELA 9. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
dia zero e trinta dias após pulverização na região do dorso com
Beauveria bassiana em caprinos naturalmente infestados por Bovicola
caprae.
31
TABELA 10. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação,
dia zero e trinta dias após pulverização na região da garupa com
Beauveria bassiana em caprinos naturalmente infestados por Bovicola
caprae.
32
xii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Metarhizium anisopliae var. anisopliae, em meio batata-dextrose-
ágar, após 10 dias de crescimento. (ATHAYDE, 2002).
17
FIGURA 2. Metarhizium anisopliae, após 15 dias de crescimento em meio arroz.
(ATHAYDE, 2002).
18
FIGURA 3. Caprino naturalmente infestado por Bovicola caprae. (ARAÚJO
LIMA, 2004).
19
FIGURA 4. Delimitação das áreas de infestação por Bovicola caprae.
(ARAÚJO LIMA, 2004).
20
FIGURA 5. Inoculação experimental de Metarhizium anisopliae var. anisopliae.
(ARAÚJO LIMA, 2004).
20
FIGURA 6. Rebanho de caprinos da Fazenda NUPEÁRIDO-CSTR/UFCG
utilizado nos ensaios a campo (ARAÚJO LIMA, 2004).
22
xiii
AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS SOBRE Bovicola caprae (Phitherapta:
Mallophaga, EWING, 1936) EM CAPRINOS NATURALMENTE INFESTADOS EM
CLIMA DE SEMI-ARIDO
RESUMO
A pediculose caprina é uma constante ameaça a produção de caprinos criados extensivamente no
Semi-árido pois, apresenta altas infestações o ano todo, interferindo economicamente no sistema
produtivo. Os fungos entomopatogênicos como a Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e
M. flavoviridae vem demonstrando ser uma alternativa no controle de insetos-praga, a qual tem
reflexo na eficácia, no custo, na segurança do homem e de outros organismos, na redução de
resíduos químicos nos alimentos e meio ambiente, na preservação dos inimigos naturais e no
aumento da biodiversidade nos ecossistemas. O objetivo deste estudo foi de avaliar, sob
condições controladas e a campo, a ação de fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana,
Metarhizium anisopliae var. anisopliae e Metarhizium flavoviridae sobre Bovicola caprae em
caprinos naturalmente infestados em clima semi-árido e a viabilidade do fungo pós-infecção. A
infestação pós-tratamento foi potencialmente reduzida no ensaio controlado, com destaque para a
B. bassiana. A conidiogênese do fungo a partir do piolho infectado foi observada após 12 horas
da inoculação. Sob condições a campo, o grupo tratado com o fungo B. bassiana concentrou o
maior número de caprinos com nível de infestação zero de piolhos após o tratamento com
bioinseticida. O grupo tratado com o M. anisopliae var. anisopliae, também, apresentou
resultados promissores nas regiões do pescoço, dorso e garupa. Estes resultados apontam novas
alternativas para o controle da pediculose nos sistemas produtivos da caprinovinocultura, no
entanto se faz necessário estudo a cerca da fisiologia do fungo após passagem em piolhos sob
condições de semi-árido e sua permanência no ecossistema.
Palavras-chave: Pediculose, Metarhizium anisopliae var. anisopliae, Beauveria bassiana,
Metarhizium flavoviridae, caprinos.
xiv
Fungi action entomology about Bovicola caprae (Phtiraptera: Mallophaga, Ewing 1936) in
naturally infested goats in semi-arid climate
ABSTRACT
The lice illness goats is a constant production threatens of Semi-arid extensively created goats
because, it presents high infestations whole year, interfering economically in productive system.
The entomopathogenic fungi as the Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae and M.
flavoviridae come demonstrating to be an alternative in the insect-plague control, which has
reflex in the effectiveness, in the cost, in the man's safety and of another organisms, in the
reduction of chemical residues in the victuals and environment, in the natural enemies
preservation and in the increase of the biodiversidade in the ecosystems. The objective of this
study was of evaluating, under controlled and field conditions, the entomopathogenic fungi
Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae var. anisopliae and Metarhizium flavoviridae on
Bovicola caprae in semi-arid paraibano naturally infested goats and the viability of this fungi
pos-treatment. The pos-treatment infestation was potentially reduced in controlled rehearsal, with
prominence for B. bassiana. It was observed that after 12 hours of inoculation conidiogenese
fungi starting from infected louse. Under field conditions, B. bassiana treaty group concentrated
the largest number of goats with zero level of lice infestation after bioinseticide treatment. M.
anisopliae var. anisopliae treaty group, also, presented promising results in neck, back and croup
areas. These results point new alternatives for lice illness control in small ruminants productive
systems, however it is made necessary fungi physiology study about its lice infection under semi-
arid conditions and its permanence in ecosystems.
Keyword: Lice illness, Metarhizium anisopliae var. anisopliae, Beauveria bassiana,
Metarhizium flavoviridae, goats.
1
1 INTRODUÇÃO
A caprinocultura no Nordeste brasileiro assume um papel relevante na economia do país
por apresentar o maior rebanho e pelo aproveitamento dos seus produtos e subprodutos na
produção familiar, despertando desta forma, grande interesse na política econômica do país. No
entanto, poucos são os trabalhos desenvolvidos na área, principalmente, no que diz respeito às
doenças parasitárias de caprinos, devido talvez ser o caprino, ainda, considerado um animal de
grande rusticidade que sobrevive em áreas secas e desprovidas de agricultura estável (CASTRO,
1984).
Dentre as doenças que afetam os caprinos podem-se destacar as ectoparasitoses,
principalmente a causada pelo Bovicola caprae. Esse parasito caracteriza-se por ser um piolho
mastigador, alimentando-se de células de descamação do epitélio da pele do hospedeiro,
causando irritação e prurido, levando a uma perda de peso e conseqüente queda na produção
(FILGUEIRA et al., 2001).
O uso de ectoparasiticidas químicos de interesse veterinário é uma prática usual e
constante entre os criadores, principalmente aqueles menos esclarecidos dos prejuízos em termos
de custo de produção e influencias prejudiciais ao meio ambiente e ao desenvolvimento da
resistência. Portanto, a utilização desses produtos é cada vez menos viável em termo práticos e
econômicos, tornando necessária à adição de métodos alternativos a serem empregados em
sistemas integrados de controle (BARROS & EVANS, 1989).
Os fungos entomopatogênicos como a Beauveria bassiana (Bals.) Vuillemin, e
Metarhizium anisopliae (Metsc.) Sorokin, 1883, e Metarhizium flavoviridae Gams & Roszypal,
são as espécies mais conhecidas para o controle de pragas, pois possui uma ampla distribuição
geográfica, variedade de hospedeiros e ocorrência em condições naturais enzooticamente ou
provocando epizootia em algumas espécies de insetos pragas (ALVES, 1998). Portanto, já está
comprovada a importância da preservação dos microrganismos entomopatogênicos nos estudos
básicos e aplicados de controle biológico, na realização de estudos comparativos ou como fontes
de genes de transformação, transcendendo dessa maneira para áreas além da agrícola, como a
farmacológica, a nutricional, e de interesse médico-veterinário (SOSA-GÓMEZ & SILVA,
2002).
2
O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a ação dos fungos M. anisopliae var.
anisopliae, Beauveria bassiana e M. flavoviridae sobre Bovicola caprae, em infestação natural de
caprinos no Semi-árido Paraibano.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os países considerados maiores criadores de caprinos são Índia, China e Paquistão, que
detém, respectivamente, 20%, 15% e 6,5% do rebanho mundial. No entanto, a introdução dos
caprinos e ovinos no Brasil data de 1535, pelos colonizadores portugueses que aportaram no
Nordeste (MAIA et al., 1997), talvez em função disso, o Nordeste em 1999, concentrava 93% do
rebanho caprino nacional e 51% do rebanho ovino (IBGE, 1999).
O Nordeste compõe uma das cinco regiões fisiográficas do Brasil, situado entre as
latitudes 1
o
a 18
o
30’S e longitude 34
o
30’ e 48
o
20’W, representando aproximadamente 18,2% da
superfície do Brasil, com uma área territorial de 1.561.177,8 km
2
, sendo formado pelos estados
da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do
Norte, além do arquipélago de Fernando de Noronha anexado ao estado de Pernambuco. Nesta
região, encontra-se o semi-árido brasileiro, abrangendo 75% do Nordeste (1.170.000 km
2
) e 13%
do Brasil (IBGE, 1996).
No Nordeste brasileiro a necessidade de incorporação das terras marginais ao processo
produtivo, tem indicado a caprinocultura como uma de suas melhores alternativas econômicas,
por ser fonte de produção de proteína de alto valor biológico através da carne e do leite, além de
possibilitar o aproveitamento de seus subprodutos, em especial a pele (CAVALCANTI &
SILVA, 1988).
Diferente do que ocorre em outras regiões do Brasil, os sistemas de exploração caprina no
Nordeste brasileiro, seguindo as definições clássicas, é basicamente extensivo, seguido pelo
semi-intensivo (PIMENTA FILHO & SIMPLÍCIO, 1994), com enorme variação entre as
diversas regiões do ecossistema semi-árido.
Um aspecto geral que tipifica os sistemas de exploração caprina no Nordeste é a utilização
da caatinga nativa como suporte forrageiro, que no Estado de Pernambuco representava na
década de 80, 64% da área total, onde juntamente com a Paraíba, 18% e 13% das propriedades
dedicavam-se apenas a caprinocultura (PIMENTA FILHO & SIMPLÍCIO, 1994).
3
O Semi-árido nordestino tem sido assumido, durante séculos, a área de vocação pecuária,
especialmente, para a exploração de ruminantes domésticos. No entanto, ressaltem-se os caprinos
e ovinos em face da característica de adaptação a ecossistemas adversos, fortemente
influenciados pelos seus hábitos alimentares (SIMPLÍCIO, 2002).
A pele de caprinos e ovinos, dependendo do peso do animal e da flutuação do mercado,
pode representar até 25% do valor do animal. Para a região Nordeste que detém em torno de 93%
do rebanho caprino e 51% do rebanho ovino nacional, isso representa uma grande fonte
econômica, sobretudo para o sertão onde se concentra a maior parte dos rebanhos (COELHO et
al., 2004).
2.1 Pediculose em pequenos ruminantes
Os piolhos de mamíferos, conhecidos como mastigadores, pertencem às subordens
Mallophaga, os quais são menores do que os da subordem Anoplura, possuem a cabeça grande,
da largura do corpo, sendo arredondada anteriormente, possuindo peças bucais ventrais. O gênero
Bovicola possui garras pequenas, sendo uma em cada pata e se apresentam de coloração
castanho-avermelhada. Durante um mês a fêmea põe 200 a 300 ovos operculados, estádio este
conhecido como lêndeas. Os ovos são geralmente esbranquiçados, ficam aderidos ao pêlo, onde
podem ser vistos a olho nu. Após a eclosão surge uma ninfa, semelhante ao adulto; que após três
mudas converte-se em adulto totalmente desenvolvido. O ciclo completo, desde ovo até a forma
adulta desenvolve-se em duas a três semanas (URQUHART et al., 1998).
O piolho mastigador, Damalinia, por ter o hábito de percorrer o corpo do animal provoca
mordeduras na pele prejudicando sobremaneira a alimentação do animal, provocando uma queda
da condição corporal dos ovinos, com aparecimento às vezes de anemia em altas infestações que
predispõe a problemas respiratórios (CAMPBELL, 1996).
Em ovelhas infestadas artificialmente com piolho, de Damalinia ovis, houve redução da lã
em 0,3-0,8kg por ovelha, mas não afetou o peso do animal, o que representou uma perda de renda
para o criador, de U$$ 0,72 a 1,92 para cada ovelha infestada (WILKINSON et al., 1982).
James et al. (1998) descreveram padrões cíclicos de infestação por Bovicola ovis e
variações entre ovinos das Columbia e Polypays. As ovelhas Columbia estavam mais pesadas no
início e no fim do estudo comparado com as ovelhas Polypays. No entanto, mesmo que
freqüentemente ocorrem alterações no ganho de peso e qualidade da lã (NIVEN & PRITCHARD,
4
1985), não houve nenhuma diferença significativa entre as raças estudadas quanto ao ganho de
peso, embora que as ovelhas acasaladas obtiveram significativamente pesos mais baixos (JAMES
et al., 1998).
Ormerod e Henderson (1986) ressaltou que a infestação de ovelha com o piolho
Damalinia ovis é um problema sério que pode afetar a qualidade e quantidade de lã produzida, e
reduzir ganhos de peso. Nesta tentativa, ovelhas tratadas produziram 34 % a mais lã que o grupo
infestado sem tratamento (animal controle) e, a lã da ovelha tratada foi de uma qualidade melhor.
A média do ganho de peso vivo nos grupos tratados foi 18% a mais que no grupo sem tratamento.
Quanto à hipersensibilidade, James e Moon (2003) obtiveram reações dérmicas de
extratos (antígenos) de Muscidae e Bovicola e os achados foram consistentes para B. ovis e
sugeriu que reações da pele devido à infestação com piolhos podem influenciar na suscetibilidade
de ovinos em relação a outros ectoparasitos. As infestações com B. ovis chegou a estimular um
prurido como resposta manifestada em forma de arranhaduras, esfregadas em objetos e cercas; e
até mordeduras na lã, levando a tosquia devido aos danos, resultando em perdas do processo de
beneficiamento da lã. Além, do prurido, a lã é freqüentemente usada por criadores de ovelha
como indicadores das infestações de piolhos (JAMES, 1999). No entanto, observações
preliminares sugerem que necessariamente não há uma associação direta entre número de piolho
e a intensidade ou duração de esfregaduras, mordeduras e arranhaduras com o Bovicola
(SINCLAIR et al., 1989).
Com base numa investigação e visitas aos criadores de ovelha que pertenciam a
Associação Paulista dos Criadores de Ovinos (ASPACO), constatou a ocorrência de piolhos e
outros ectoparasitos de ovinos, no estado de São Paulo; a maioria das propriedades (89,5%)
informou a presença de um ou mais ectoparasitos, com destaque para quatro, entre eles o D. ovis
(13,8%); constatou-se também, infestações associadas (o piolho e larvas de mosca (6,9%); e
carrapatos com piolho (5,0%), ressaltaram ainda a ausência de piolhos apenas em animais de
raças nativas (MADEIRA et al., 2000).
Em ovinos da África do Sul as infestações de piolhos sugadores (Linognathus africanus,
L. Pedalis e L. ovillus) e espécies mastigadores (Damalinia ovis e D. peregrina) são freqüentes
(HOWELL et al., 1978). No entanto, D. ovis pode causar perdas de produção de lã em ovelha
lanadas enquanto que em ovelhas Dorper foi percebido que tais infestações podem não ter efeito
na produção(HOWELL et al., 1978).
5
Nas infestações de piolhos em ovelhas Dorper, ocorrem infestações de ninfas e adultos de
piolho (D. limbata) de cabra de raça Angorá, especialmente em criações mistas, onde há contato
direto de uma espécie com outra (FOURIE et al., 2000). Contudo, a presença de piolhos
mastigadores do gênero Damalinia sp. encontra-se em outros ruminantes selvagens, como
comprova Yeruham et al. (1999) ao estudarem os artrópodes parasitas do Ibexes Nubian (Capra
ibexnubiana) e gazelas (Gazella gazella) durante 20 anos, encontraram diversos ectoparasitos
desde Oestrus sp., moscas, carrapatos (Hyalomma sp), ácaros, pulgas e principalmente, piolhos
sugadores (L. africanus) e mastigadores não identificados do gênero Damalinia sp.
Os animais com diagnóstico positivo de pediculose devem ser separados e tratados, pois a
transmissão se dá pelo contato direto entre animais doentes e sadios do rebanho (HALLAM,
1985; FRANC, 1994). Crawford et al. (2001) num estudo sobre transmissão de piolhos em
ovinos, observaram outras formas de transmissão da pediculose, além do contato direto, a
exemplos de equipamentos, cercas, instalações contaminadas, lã e calçados de tosquiadores,
principalmente importantes meios de reinfestação, pois aumentam o tempo de sobrevivência do
Bovicola ovis.
Filgueira et al. (2001) observaram por um período de dois anos, que os caprinos da
mesorregião do sertão paraibano apresentaram uma expressiva positividade por malófagos B.
caprae demonstrando assim, a necessidade de um estudo mais aprofundado do comportamento
biológico do malófago, para que se possa realizar controle preventivo da pediculose nesses
animais.
Souza et al. (2001) ressaltaram que apesar dos danos causados pelo B. caprae, poucos são
os estudos realizados, sobre essa espécie, na região Nordeste, demonstrando com isso a falta de
interesse técnico-científico na exploração desta enfermidade.
Kusiluka et al. (1998) ao estudarem causas de morbidade e mortalidade e a influência dos
sistemas de criação em cabras em distrito de Morogoro, Tanzânia, afirmou que a pediculose
caprina era das ectoparasitoses mais comum no rebanho da região nos diversos sistemas de
criação com percentual de 77 a 95% de prevalência, sendo significativamente mais alta a
infestação mista, com pulgas e carrapatos, em caprinos criados nos planaltos tropicais.
Santos e Faccini (1996) num estudo seccional em caprinos, de sexos e idades diferentes,
na região semi-árida da Paraíba, constataram uma infestação de 72,3% por D. caprae, e todas as
propriedades estavam infestadas com prevalência de 40 a 100%. Neste sentido, as fêmeas
6
caprinas apresentaram maior positividade do que os machos nas faixas etárias estudadas, e > 1
ano, embora tenham sido significativos somente na faixa etária acima de 1 ano.
Em estudo desenvolvido no Ceará se identificou o Bovicola caprae com prevalência de
62,17%, distribuição anual e com maior nível de infestação no período seco (COSTA & VIEIRA,
1984).
O principal efeito dos piolhos nos animais hospedeiros está na irritação que causam. Os
animais se tornam inquietos, não se alimentam e nem dormem bem, além de prejudicar a
qualidade do pêlo e pele, devido à irritação a picada e arranhaduras, com conseqüente diminuição
da produção de leite e queda da condição corporal (SOULSBY, 1987).
2.2 Controle da Pediculose
2.2.1 Controle Clássico da Pediculose
No tratamento para a pediculose são utilizados banhos por aspersão ou imersão com
produtos fosforados ou piretróides, que são repetidos após sete a dez dias, para abranger todas as
formas evolutivas eclodidas após o primeiro banho, tendo em vista que, os inseticidas
normalmente usados não atuam sobre os ovos. No caso do Linognathus stenopsis podem ser
utilizados inseticidas sistêmicos (injetáveis) como as avermectinas, que agem sobre o piolho
através do sangue ingerido do hospedeiro (VIEIRA et al., 1997).
O uso tópico da solução aquosa de deltametrina, aplicada contra o Bovicola ovis em
ovelhas Merino fora investigado por Johnson et al. (1995a), onde o estudo resultou na morte da
maioria dos piolhos após 20 h de exposição in vitro de amostras de lã, coletadas entre o 1
o
e 14
o
dia pós-tratamento. No entanto, houve sobrevivência de muitos piolhos, entre os dias 16
o
e 98
o
dias pós-tratamento. Johnson et al. (1995a) constataram também que havia pouca mobilidade e
distribuição do inseticida, pois a concentração do produto necessária para a morte dos piolhos era
significativamente maior na lã do que na pele.
Johnson et al. (1995b) avaliaram a deltametrina sob forma de um concentrado
emulsificante, contra piolhos (Bovicola sp.) de ovelhas da raça Merino, observando a morte de
piolhos após 20h de exposição in vitro de amostras de lã coletadas entre o 1
o
e 28
o
dia pós-
tratamento. Contudo, muitos piolhos sobreviveram em amostras expostas in vitro, que foram
coletadas entre 35
o
e 98
o
dias pós-tratamento, demonstrando assim que a infestação continuou
7
com o tempo da lã, sugerindo que a biodisponibilidade da deltametrina muda conforme o tempo
do inseticida na lã.
Hennessy et al. (2000) estudaram o uso da deltametrina sintética a partir de frações da
cera da graxa da lã e esterol não-oxidáveis (F1) e uma formulação comercial chamada “Clout-S”,
como forma de expansores da deltametrina permanecendo mais no local de aplicação. No teste in
vitro, que continha deltrametina com o (F1) exposto na lã, houve maior mortalidade dos piolhos,
Bovicola (Damalinia) ovis, comparados a “Clout-S”. No teste a campo obtiveram-se uma melhor
eficácia contra B. ovis resistentes, quando utilizaram o piretróide sintético com a formulação F1
do que a formulação “Clout-S”. O estudo demonstrou que a disponibilidade do piretróide
sintético, e a eficácia podem ser aumentadas significativamente quando o inseticida é formulado
em um “carreador” com as características físico-químicas da graxa de lã.
Campbell et al. (2001) testaram vários inseticidas no controle de piolho de bovinos, como
o B. bovis (L.), Haematopinus eurysternus (Nitzsch), L. vituli (L.) e Solenoptes capillatus
(Enderlein), aliado à aplicação de cinco endectocidas. Todos os tratamentos, exceto a permetrina,
conseguiu controlar a taxas aceitáveis, os piolhos com uma só aplicação, obtendo dados
indicadores que aplicando os inseticidas no início da aparente infestação não haverá necessidade
de uma segunda aplicação.
O advento das lactonas macrocíclicas com formulações injetável e tópica revolucionou o
tratamento de ectoparasitos de bovino (BOWMAN, 1995), obtendo facilidades de administração
e eficácia quase completa, tornando a eliminação de populações de ectoparasitos possível. No
entanto, as formulações das avermectinas e milbemicinas disponíveis possuem limitações com
respeito a uso para bovinos leiteiros devido a resíduos no leite (HOLSTE et al., 1997).
A doramectina e moxidectina são duas lactonas macrocíclicas semelhante à ivermectina,
as quais possuem eficácia contra piolhos sugadores, mas tem efeito incompleto no controle
redução ao D. bovis (LLOYD et al., 1996).
Losson e Lounneux (1996) testaram a eficácia da moxidectina contra várias espécies de
piolhos de bovinos naturalmente infestados, constatando que a moxidectina diminuíram a
população do Damalinia (Bovicola) bovis, com destaque para a redução de 100% do L. vituli a
partir do 14
o
dia após aplicação.
Lloyd et al. (1996) avaliaram a eficácia terapêutica da doramectina administrada por via
subcutânea contra as espécies ectoparasitas Hypoderma lineatum, Hypoderma bovis, Bovicola
8
bovis, Haematopinus eurysternus, Linognathus vituli, e Solenopotes capillatus, por 28 dias em
bovinos, reduzindo o número de B. bovis entre 58 e 98%.
Holste et al. (1997) avaliaram a eficácia da eprinomectina, com aplicação em bovinos
contra quatro espécies comuns de piolhos, L. vituli, H. eurysternus, S. capillatus, sugadores e, D.
bovis, piolho mastigador. Nenhum piolho foi encontrado em qualquer animal tratado com
eprinomectina a uma dosagem acima de 500mcg/kg, após 14 dias da aplicação até o término das
oito semanas de tratamento.
Skogerboe et al. (2000) avaliaram o efeito da doramectina em bezerros com formulações
“pour-on” no intuito de prevenir infestações e possibilidade de reinfestações. As infestações nos
bezerros com B. bovis e L. vituli, sem tratamentos com doramectina, desenvolveram logo a
infestação após exposição a bezerros infestados, enquanto que as infestações com B. bovis e L.
vituli do grupo tratado com a doramectina surgiu somente após 77 dias e 105 dias,
respectivamente.
Lloyd et al. (2001) testaram a doramectina avaliando a eficácia por via tópica, a uma
concentração de 500g/kg peso vivo contra infestações artificial de B.bovis e S.capillatus, piolhos
de bovino da região de Wyoming e Wisconsin, E.U.A., obtiveram eficácia mais acentuada, em
tratamento único com solução tópica no B. bovis numa média 99,87% de redução da infestação
nos quatro períodos de observação a partir do 35
o
dia até o 126
o
dia após o tratamento.
Colwell (2002) testou a moxidectina injetável e “pour-on” em piolhos sugadores e
mastigadores de bovinos, B. bovis e L. vituli, comprovando que a formulação injetável prevenia
contra reinfestação com L. vituli em até 42 dias, mas não apresentava atividade permanente
contra B.bovis ao longo dos 35 dias pós-tratamento, enquanto a formulação “pour-on” apresentou
atividade demonstrada contra ambos, durante em média 42 dias.
Cleale et al. (2004) testando a moxidectina contra piolhos em bovinos constataram que a
droga não foi eficaz contra o B. bovis nas formulações injetáveis. No entanto, a eficácia
terapêutica significante contra infestações existente de L. vituli e S. capillatus chegaram a 100%
(de eficácia no 28
o
dia após aplicação), mantendo proteção persistente contra reinfestação contra
o L. vituli e S. capillatus (eficácia >97%) durante pelo menos 133 dias pós-tratamento.
Fourie et al. (1995) investigaram a eficácia de um regulador de crescimento, o
Diflubenzuron, contra o Damalinia limbata, piolho de cabras de Angorá, permanecendo a
proteção contra ninfas piolhos adultos, por quatro semanas e oito semanas pós-tratamento,
respectivamente. No entanto, um único tratamento promoveu mais que 90% de redução de ninfas
9
e 78-94% em adultos, da 6ª a 16ª semana pós-tratamento. Ao término do experimento após 24
semanas, estas cabras tiveram 88% e 84% de redução, de ninfas e piolhos adultos.
Kaufman et al. (2001) estudaram quatro formulações do chlorfenapyr, um pró-insetici’da,
com ação tóxica sobre insetos. Foi avaliada a eficácia na forma “pour-on” para o controle de
infestações naturais de piolho em bovinos, constatando 100% de controle, até 35 dias após a
aplicação, sobre os estágios de ninfa e adultos de B. bovis, enquanto que, no controle do L. vituli
(L.) a redução nunca foi superior a 90% com qualquer aplicação de chlorfenapyr.
2.2.2 Alternativas de controle da pediculose caprina
Pandita e Ram (1990) enfatizaram sobre os diversos controles de piolhos e outros
ectoparasitos de cabra (Capra hircus) com uso de produtos químicos e alternativos além de varias
formas de aplicação, dentre estes o inseticida Malathion, sulfato de cobre, folha de tabaco,
hexacloreto de benzeno, óleo de mostarda sob forma de pós, spray e emulsões.
James (1999) destacou claramente que alternativas para o controle químico se fazem
necessário, principalmente, devido a estas minimizarem problemas de resistência, reduzir
resíduos em produtos animais e a exposição profissional a substância.
2.2.2.1 Fitoterapia
Heath et al. (1995) avaliaram uma variedade de tratamentos alternativos contra o Bovicola
ovis em ovelha para obter alternativas de controle, nas quais os criadores poderiam combater as
infestações mantendo Padrões de Produção Orgânicos. Neste estudo, o nim indiano (Azadirachta
indica A. Juss) e pyrethrum ou Chrysanthemum L., não foram significativamente tão eficazes
quanto a cipermetrina (piretróide), no entanto, os autores concluíram que a maioria dos
tratamentos alternativos, principalmente com uso plantas, apresentou uma eficácia e um baixo
custo na redução do número de piolho em ovelha (redução na contagem dos piolhos de 85 –
100%,), durante pelo menos 40-50 dias, comparado com o uso das formulações comerciais, a
exemplo da cipermetrina.
Mulla e Su (1999) revisaram as atividades da árvore Nim (Azadirachta sp. (Meliaceae)
contra artrópodes de importância médico-veterinário, sendo a Azadiractina seu ingrediente ativo
com potencial inseticida predominante na semente, folhas, e outras partes da árvore que exibem
10
vários modos de ação contra insetos como regulamento de crescimento, supressão de fecundidade
e esterilização, alteração da oviposição e mudanças na aptidão biológica, entre outros efeitos).
Morsy et al. (2000) comparou quatro inseticidas e três extratos de plantas medicinais para
avaliar seus efeitos “in vitro” contra piolhos humanos; e observou-se a melhor eficiência do
malathion e o melhor resultado com extratos da planta medicinal foi conseguido com óleo do
Nim (Azadirachta indica A. Juss).
Pereira et al. (2003) afirmaram que algumas árvores nativas do Semi-árido possuem efeito
ectoparasiticidas, a exemplo do pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.) usado no controle de
sarnas, carrapatos e piolhos.
Os resultados obtidos por Neto et al. (2004) na utilização de duas árvores nativas da
Caatinga para controle do Damalinia caprae em caprinos criados extensivamente na região do
médio Sertão Paraibano, demonstraram que o tratamento com o Pereiro (Aspidosperma
pyricollum Mart.) apresentou uma eficácia de 21,12% sete dias após aplicação e de 23,57% com
14 dias, indicando um decréscimo pouco expressivo. No entanto, com o aumento da dose em 10
vezes, numa segunda pulverização, obteve-se uma eficácia de 72,82% na primeira observação e
77,46% na segunda contagem. Ainda, utilizou-se o extrato do Angico (Anadenanthera
macrocarpa (Benth.) Brenan) com uma eficácia de 60,76% sete dias após o tratamento, 65,29%
com 14 dias e 79,74% com 21 dias pós-tratamento.
Waka et al. (2004) em um estudo etnobotânico para testar plantas tradicionalmente usadas
contra insetos em três regiões da Eritrea, Africa, avaliaram seis plantas, como a Ocimum
forskolei, (Lamiaceae) e Nicotiana glauca (Solanaceae) contra mosquitos, Salvia shimperi e
Otostegia integrifolia (Lamiaceae) contra pulgas, e ainda Neorautanenia mitis e Calpurnea aurea
(Fabaceae) no controle de piolhos em animais, concluindo que apesar da redução dos mosquitos
peridomiciliares e apresentarem pouca atividade sobre piolhos mastigadores, as plantas têm um
potencial para o controle como complemento de outros métodos estratégicos de combate a tais
artrópodes.
2.2.2.2 Fungos entomopatogênicos
ALVES (1998) conceitua os fungos como organismos de tamanho e formas variáveis,
podendo ser unicelulares, como no caso das leveduras, ou constituídos por um conjunto de
11
filamentoso de micélio, por sua vez composto de células denominadas hifas, com parede
constituídas quimicamente de quitina e ou celulose, além de outros açucares, como as glucanas.
Os principais fungos entomopatogênicos citados na literatura internacional são as espécies
Metarhizium anisopliae (METSCHNIKOFF, 1879) SOROKIN, 1883 e Beauveria bassiana
(Balsamo) Vuillemin, 1912 que pertencem à divisão Deuteromycotina, classe Hyphomycetes,
Família Moniliacea. Estes agentes são patogênicos para várias pragas de plantas cultivadas no
Brasil e tem sido testada no controle microbiano de vários artrópodes de importância médica e
veterinária (BITTENCOURT, 1992). A maioria dos gêneros de fungos entomopatogênicos já
relatados ocorrem no Brasil, sendo que, desses, mais de 20 incidem sobre pragas de importância
econômica. As espécies de fungos entomopatogênicos são responsáveis por cerca de 80% das
doenças de insetos. Estima-se que estes fungos estão distribuídos em mais de 700 espécies de 90
gêneros. Os considerados mais importantes para o controle biológico de pragas são: Metarhizium,
Beauveria, Nomuraea, Aschersonia e Entomophthora (ALVES, 1998).
Em 1879, METSCHNIKOFF apud TULLOCH (1976) descreveu Entomophthora
anisopliae e o utilizou para controle das larvas do besouro Anisopliae austríaca importante praga
da beterraba. Este foi o primeiro trabalho a promover o controle microbiano de insetos.
Posteriormente, SOROKIN (1883) apud TULLOCH (1976) descreveu o novo gênero
Metarhizium, que possuía esporos do mesmo tamanho dos descritos anteriormente. Este fungo
entomopatogênico é denominado atualmente de Metarhizium anisopliae.
A Beauveria bassiana segundo SAMSINAKOVA (1957), foi diagnosticada pela primeira
vez em carrapatos Na espécie Ixodes ricinus, quando fêmeas ingurgitadas foram coletadas a
campo e mantidas em laboratório sob observação. O autor relatou que não houve alterações na
postura, sendo verificada a presença de hifas na abertura oral do carrapato após a morte.
Os fungos entomopatogênicos B. bassiana e M. anisopliae são as espécies mais
conhecidas para o controle de pragas, e isso se deve a sua ampla distribuição geográfica,
variedade de hospedeiros e ocorrência em condições naturais enzooticamente ou provocando
epizootia em algumas espécies de insetos pragas (ALVES, 1998). Além disso, são os mais fáceis
de serem isolados, tanto de insetos quanto de partes de plantas ou do solo, por isso o interesse
científico sobre o controle de pragas com esses microrganismos (ALMEIDA & BATISTA,
2001).
Os fungos possuem um potencial enorme de patogenicidade em largo espectro. São
capazes de atacar insetos aquáticos filófagos que vivem na parte aérea das plantas e no solo,
12
podendo causar epizootias naturais apresenta-se em altas taxas de crescimento, produção elevada
e capacidade de sobrevivência de unidades infectivas no ambiente, onde infectam diferentes
estágios de desenvolvimento dos hospedeiros, como ovos, larvas, pupas e adultos, sendo esta
característica desejável e muito peculiar dos fungos. Alguns são virulentos e a maioria é
altamente especializada na penetração via tegumento, resistindo às barreiras físico-químicos do
tegumento e da hemolinfa provocando a morte do inseto, colocando-os em vantagem quando
comparados com outros grupos patógenos que só entram no inseto por via oral, penetrando
através do mesêntero. Os principais tipos de propágulos produzidos pelos fungos são conídios,
esporos, zoósporos, ascósporos dos fungos também possuem alta capacidade de disseminação
horizontal, podendo ser levados pelos diferentes agentes de disseminação para locais muitos
distantes (FUXA & TANADA, 1987; ALVES, 1998).
Segundo MWANGI et al. (1991), o uso de inimigos naturais como predadores,
parasitóides e patógenos têm sido pesquisados visando seu uso no controle biológico. Os autores
citaram a existência de fungos isolados naturalmente de carrapatos infectados e relataram que a
presença de metabólitos produzidos por esse patógenos está intimamente relacionada com
alterações biológicas dos organismos infectados. Estudos avaliados a presença de toxinas de B.
bassiana e M. anisopliae em artrópodes foram feitos, onde a produção e modo de ação foram
correlacionados com a virulência das cepas (FERRON, 1981).
Sosa-Gómez e Silva (2002) comprovaram a importância da preservação dos
microrganismos entomopatogênicos nos estudos básicos e aplicados de controle biológico, na
realização de estudos comparativos ou como fontes de genes de transformação, transcendendo
dessa maneira para áreas além da agrícola, como a farmacológica e nutricional.
O controle das populações de artrópodes deve ser realizado, com o propósito de sua
redução, respeitando a integridade do ecossistema (KUNZ & KEMP, 1994; MONTEIRO et al.,
1998b) e para isto, vem se efetivando o controle biológico como medida alternativa e promissora
(HOGSETTE, 1999; SAMISH & REHACEK, 1999). Entretanto, as vantagens do uso destes
agentes microbianos de controle se refere à segurança do próprio homem, de outros organismos,
da redução de resíduos de pesticidas químicos nos alimentos, da preservação dos inimigos
naturais e do aumento da diversidade no equilíbrio dos ecossistemas (BELLOWS, 2001;
HEADRICK & GOEDEN, 2001; LACEY et al., 2001).
Entre esses fungos o Beauveria bassiana, M. anisopliae var. anisopliae e Verticillum
lecanii são os mais promissores (CORDOVÉS, 1997). Outros fungos entomopatogênicos de
13
distribuição cosmopolita são M. anisopliae e M. flavoviridae, de comprovado sucesso no controle
de insetos-praga, notadamente as cigarrinhas da cana-de-açúcar (LUNA, 1985) e gafanhotos
(MOREIRA et al., 1996), sendo M. anisopliae, recentemente usado no controle biológico de
cepas de carrapatos originárias do Nordeste (ATHAYDE et al., 2001). Ambos estão entre os mais
importantes patógenos microbianos, com grande potencial para o desenvolvimento como agentes
de controle biológico, possuindo um alto grau de infectividade e patogenicidade contra insetos-
praga (GOETTEL et al., 1995).
Kaaya e Hassan (2000), registraram a importância dos fungos entomopatogênicos, como
biopesticidas promissores para o controle biológico de carrapatos. No entanto, os fungos são os
patógenos mais freqüentemente encontrados em população de ácaros, por isso, o controle
biológico por fungos entomopatogênicos tem-se apresentado como uma alternativa para o
problema da utilização dos acaricidas (BITTENCOURT et al., 1995a; FRAZZON et al., 2000).
A ocorrência natural desses fungos é um fator importante no equilíbrio de populações de
insetos e no emprego desses agentes como biocontroladores, pois uma vez disponíveis na
natureza, se tornam mais eficazes seguros e específicos (CORDOVÉS, 1997; LACEY et al.,
2001). No caso de carrapatos, vários predadores naturais já foram descritos na literatura, entre
eles pode-se citar: formigas, aranhas, vespas, ácaros, crustáceos, insetos forficulídeos, anu,
lagartos, gaviões, chimango, galinhas, perdiz, galinhas de angola, ratos, camundongos e até ursos
(BRANCO & PINHEIRO, 1987; MATTHEWSON, 1984; ROCHA, 1984). Os entomopatógenos
de carrapatos citados, na literatura, são as bactérias: Bacillus cereus, Pasteurella tularensis,
Salmonella enteritides e Serratia marcescens Proteus sp., Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas
sp., Staphylococcus sp. e Cedecea lapagei (BRUM, 1989; JENKINS, 1964). Com relação aos
fungos destacam-se Beauveria bassiana Aspergillus fumigatus, Penicillium insectivorum, Botritis
cinerea, A. niger, e Metarhizium. anisopliae (BITTENCOURT et al., 1992, 1994a, b, 1995a, b, c;
CORREIA et al., 1994).
O ciclo biológico, destes fungos, em condições favoráveis, em que envolve vários
mecanismos na patogenicidade de fungos sobre artrópodes, as quais dependem das condições
ambientais, como temperatura, umidade, luz, radiação ultravioleta, assim como das condições
nutricionais e suscetibilidade do hospedeiro (ALVES,1998). Inicia-se com a germinação dos
conídios, que podem emitir um ou mais tubos germinativos formando o micélio posteriormente à
diferenciação hifal (FERREIRA, 2000). Conídios são produzidos reiniciando o ciclo. Os
Deuteromycotina apresentam apenas o ciclo assexuado, entretanto, na década de 80 a
14
recombinação parassexual foi descoberta, oferecendo uma alternativa de sexo, importante para a
obtenção de diplóides, ou seja, mutantes que sejam diferentes do tipo selvagem de origem, para
os estudos genéticos em fungos imperfeitos, antes impossíveis e o melhoramento genético dos
mesmos com potencial para programas de controle biológico (AZEVEDO, 1971; AZEVEDO,
1998; MESSIAS & AZEVEDO, 1980).
Os eventos da relação fungo patógeno e o hospedeiro são complexos, que segundo
ALVES (1998), a penetração normal dos fungos entomotopatogênicos ocorre pela adesão dos
conídios ao tegumento, estabelecendo desta forma o primeiro ciclo das relações existentes entre
fungos e hospedeiros, onde há a deposição do fungo sobre o inseto, embora pouco conhecidos, os
mecanismos de adesão pode ser para alguns fungos um processo simples, para outros se explica
através de interações moleculares entre o patógeno e a superfície do hospedeiro que lhe servirá de
alimento, e ainda ocorrem forças eletrostáticas que atuam no processo de adesão dos fungos. A
fase seguinte, a germinação, as condições ótimas de umidade, temperatura, pH, oxigênio e
nutrição, da espécie e da origem dos isolados, favorecem o fungo germinar com formação do
tubo germinativo, que para os deuteromicetos, em condições de laboratório, a germinação pode
ocorrer no mínimo em 12 horas, a uma temperatura de 23 a 30
o
C e umidade relativa acima de
90% (St. LEGER et al., 1992).
Na extremidade desse tubo germinativo é formado um apressório que produz enzimas
quitinoliticas, proteolíticas e lipoliticas. Logo após, ocorre a formação de grampo de penetração,
que penetra na epicuticula do inseto através de pressão física; e a hifa penetra na hemocele
estabelecendo uma relação de nutrição com o hospedeiro. O fungo M. anisopliae produz uma
variedade de enzimas degradantes de cutícula durante a penetração na cutícula do hospedeiro (St.
LEGER et al, 1991). A partir da penetração inicia-se o processo de colonização do hospedeiro
pelo fungo. A hifa que penetra sofre um engrossamento e se ramifica inicialmente no tegumento.
A partir deste estagio, são formadas estruturas como protoplastos, no caso de Entomophthorales
(Entomophthora), blastósporos e outros corpos hifais. No inseto morto, o fungo cresce
interiormente e todos os tecidos são penetrados por hifas filamentosas. A reprodução dos fungos
pode ser um processo assexual, com formação de propágulos, podendo ser estruturas moveis ou
imóveis conforme a divisão, a exemplo da divisão Deuteromycotina (Beauveria, Metarhizium,
Nomuraea, etc.), que produzem conídios que não possuem motilidade, disseminados pelo
ambiente, auxiliados pelos fatores abiótico a abióticos como vento, animais, homem, chuva, etc.
Contudo, a preservação do fungo se dá em forma de estruturas, os clamidósporos no caso dos
15
Entomophthorales, dentro dos cadáveres dos artrópodes após a morte, responsáveis pela
preservação destes no solo (ALVES, 1998). Os fatores abióticos tais como temperatura, clima,
luz ultravioleta e solar, pH do solo, dentre outros, influenciam tanto na distribuição quanto no
desenvolvimento do fungo (RATH et al., 1992), assim como na patogenicidade, na germinação
(BOCK et al., 1999; ZIMMERMANN, 1982), na condição nuclear (MARGOSAN & PHILLIPS,
1985), e principalmente na viabilidade (DAVIES-MORLEY et al., 1995), e na virulência dos
conídios (RATH et al., 1995), trazendo descontentamento no que diz respeito ao desempenho do
fungo no campo. Dentre esses fatores, a temperatura a umidade e a luz são os mais importantes
(ALVES, 1998).
Há pesquisas em relação à produção de metabólitos diretamente tóxicos aos seus
hospedeiros ou que auxiliam no processo da infecção nos insetos, observados que os compostos,
incluem enzimas e moléculas menores biologicamente ativas, os quais não possuem suas funções
sobre a patogenicidade esclarecidas, no entanto incluem a dissolução da cutícula do inseto para a
indução de doença, supressão do sistema imunológico e interferências com os canais de íons e
com outras funções celulares do hospedeiro. Os compostos mais conhecidos são os
depsipeptídios de baixo peso molecular, tais como as dextruxinas e as bassinolide (ROBERTS,
1981).
O M. anisopliae var. anisopliae é amplamente distribuído na natureza, podendo ser
encontrado tanto em clima temperado quanto tropical (PETCH, 1931). É encontrado atacando
mais de 300 espécies de insetos, do solo e parasitas de plantas cultivadas no Brasil, onde
sobrevive por longos períodos (ALVES, 1998). O seu potencial biocontrolador tem sido testado
no controle de espécies da família Muscidae, Reduviidae, Culicidae e Ixodidae
(BITTENCOURT, 1992).
FRAZZON et al. (2000) analisaram o efeito in vitro de 12 isolados de M. anisopliae sobre
fêmeas ingurgitadas de B. microplus. O isolado mais patogênico foi o E6S1 que causou 100% de
mortalidade, quando utilizada uma concentração de 10
7
conídios/mL.
É um fungo pouco exigente em relação à fonte nutritiva, desenvolvendo-se em diversos
meios de cultura (AZEVEDO, 1998; RIBEIRO, 1997). Devido à facilidade de multiplicação em
laboratório, de adaptação em condições de campo (SILVEIRA, 1990) e por ser um produtor de
abundantes conídios, essa espécie vem sendo muito utilizada no controle biológico de pragas no
Brasil e em outros países (COSTA, 1978).
Através de testes de patogenicidade in vitro e no campo, o potencial de M. anisopliae
16
var. anisopliae como agente biocontrolador de insetos pragas vem sendo bastante estudado
(ATHAYDE et al., 2001).
ATHAYDE et al. (1999a,b) estudaram in vitro a patogenicidade de B. bassiana e de M.
anisopliae sobre teleóginas de R. sanguineus de cães domiciliados do Semi-árido paraibano.
Registraram ainda que a biologia destes carrapatos foi alterada, evidenciando-se principalmente,
redução do peso da massa de ovos, diminuição no período de postura, diminuição no percentual
de eclosão, mortalidade larval entre 70% e 80% e percentual de controle em relação ao grupo
tratado de 79,43% (M. anisopliae) e 99,99% (B. bassiana).
Em infecções experimentais a ação do M. anisopliae var. anisopliae sobre carrapatos tem
sido observada, apresentando virulência contra B. microplus, R. sanguineus, R. apendiculatus e
A. variegatum dentre outros (ATHAYDE et al., 1999 a,b; BITTENCOURT, 1996; MONTEIRO
et al., 1998 a,b), promovendo as seguintes alterações da fase não parasitária: elevação dos
períodos de pré-postura, incubação, eclosão, e diminuição do período de postura, índice de
produção de ovos e do percentual de eclosão de larvas, comprometendo, assim, a formação de
gerações sucessivas deste carrapato (BITTENCOURT et al., 1994b).
A espécie B. bassiana (Bals.) Vuill. é de ocorrência cosmopolita, sendo freqüentemente
encontrada sobre insetos e amostra de solos (ALVES, 1998).
O fungo entomopatogênico B. bassiana demonstrou ser uma alternativa no controle de
insetos-praga e possui distribuição cosmopolita sendo amplamente aplicado no controle de pragas
(MEIKLE et al., 2001; ATHAYDE et al., 2001; MACIEL et al., 2005). Outro fungo
entomopatogênico de distribuição cosmopolita é M. flavoviridae de comprovado sucesso no
controle de gafanhotos (MOREIRA et al., 1996), e está entre os mais importantes patógenos
microbianos, com grande potencial para o desenvolvimento como agentes de controle biológico,
possuindo um alto grau de infectividade e patogenicidade contra insetos-praga (GOETTEL et al.,
1995).
A ação in vitro de dois isolados da B. bassiana (isolados 986 e 747) para o carrapato B.
microplus também foi avaliada por Bittencourt et al. (1995d) que observaram um percentual de
eclosão de 93,3%, no grupo controle, e nos tratados, este percentual variou entre 20% a 86,6%,
de acordo com o isolado e a concentração do fungo utilizada. Nos bioensaios com larvas, o
percentual de mortalidade variou entre 18,8% a 88% nos grupos tratados.
2.2.3 Outros agentes biológicos
17
O isolamento de bactérias do gênero Bacillus normalmente é realizado a partir de
amostras de solo, o qual, a partir de um choque térmico e de meio de cultura com pH 6,8, elimina
grande quantidade de bactérias não-esporulantes presentes no solo, mantendo somente os esporos
que resistem ao choque (ALVES, 1998).
Levot (1995) ao estudar a progressiva resistência das diversas moléculas químicas
utilizados no controle de piolhos de caprinos, ressalta o interesse no controle biológico da
pediculose caprina por meio do uso de B. thuringiensis.
Gough et al. (2002) apresentaram outros agentes microbianos, utilizados no controle
biológico, como o Bacillus thuringiensis com ação ectoparasiticida em rebanho bovino sobre
Bovicola ovis. Os estudos de Drummond et al. (1992) sobre a toxicidade da bactéria B.
thuringiensis no controle de D. ovis (Phthiraptera:Mallophaga) também trazem destaque para o
controle biológico deste gênero de artrópode de interesse veterinário.
Comprovado o controle de artrópode por diversos autores que observaram o potencial dos
fungos entomopatogênicos além de seus imensos benefícios ao meio ambiente e ao baixo custo
que poderia decorrer do uso alternativo de fungos (ATHAYDE et al., 2001; BITTERCOURT,
1992; SANTOS & FACCINI, 1996), justificando assim, um estudo que tenha como objetivo o
controle de piolhos mastigadores em caprinos no Semi-árido Nordestino por meio desses
bioagentes.
3 METODOLOGIA
3.1 Local de realização dos experimentos
O trabalho foi desenvolvido na Fazenda do Núcleo de Pesquisa para o Trópico Semi-árido
(NUPEARIDO) e Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária
do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
18
3.2 Espécies Fúngicas
As linhagens fúngicas de Metarhizium anisopliae var. anisopliae (PL
43
) (Figura 1),
Beauveria bassiana (CL
1
) e Metarhizium flavoviridae (BR
1
) foram obtidas na Coleção de Cultura
de Fungos da Micoteca – URM, do Departamento de Micologia da Universidade Federal de
Pernambuco. No ensaio piloto, foi utilizado os três fungos, e no ensaio a campo, utilizou-se
apenas Metarhizium anisopliae var. anisopliae e a Beauveria bassiana.
3.3 Produção de conídios
Placas de Petri contendo isolado puro em meio de BDA foram utilizadas para preparação
de suspensão contendo 100 conídios/mL para posterior inoculação de l0 mL da suspensão em
saco contendo arroz (100g) (Figura 2) e água destilada (30mL) previamente autoclavado durante
30 minutos a 120ºC e resfriado. Depois da inoculação foi realizada a homogeneização do arroz
Figura 1. Metarhizium anisopliae var. anisopliae, em
meio batata-dextrose-ágar, após 10 dias de crescimento.
(ATHAYDE, 2002)
19
contido nos sacos, e estes foram levados a uma BOD, regulada a 27ºC (VILAS BOAS et al,
1996).
3.4 Quantificação do inoculo
Suspensões de conídios foram preparadas a partir do fungo produzido em meios de arroz
em sacos de polipropileno e na concentração de 10
8
conídios/mL. Uma porção de arroz contendo
o fungo foi homogeneizada em Becker de 100mL contendo água deionizada esterilizada e três
gotas de espalhante adesivo Tween 80. Após agitação, uma amostra da suspensão foi colocada na
câmara de Neübauer e levada ao microscópico para avaliação do número de esporos encontrados
(ALVES & MORAES, 1998).
3.5 Ensaio Piloto
3.5.1 Obtenção e manutenção de caprinos naturalmente infestados com B. caprae
Foram utilizados três caprinos naturalmente infestados por B. caprae (Figura 3) com
idade em média de 12 meses, sem raça definida (SRD), proveniente da mesorregião do sertão
paraibano. O diagnóstico da presença dos malófagos foi feito através da inspeção visual com
auxílio de lupa manual e a identificação pela chave de Tuff (1977). Os animais foram mantidos
Figura 2. Metarhizium anisopliae, após 15 dias de
crescimento em meio arroz. (ATHAYDE, 2002)
20
baias no Laboratório de Parasitologia do Centro de Saúde e Tecnologia Rural, recebendo água e
forragem verde ad libitum, assim como, suplementação mineral durante todo o período do estudo.
3.5.2 Ensaio e infecção experimental
O ensaio foi realizado para avaliar a potencialidade dos fungos no controle de B. caprae
in vivo (ALVES et al, 1998). Foram utilizados três caprinos, 01 (hum) caprino para cada fungo, e
em duas regiões do corpo (dorso, glúteo), descritas anteriormente por Murray (1957) e
confirmada por Filgueira et al. (2001) como propiciais de albergar maior densidade de malófagos.
As áreas foram isoladas através de raspagem de uma área circular da pele (Figura 4) com dois
centímetros de diâmetro, com auxílio de lâmina de bisturi nº 24, separando assim de outra área de
seis centímetros de diâmetro, que recebeu o inoculo dos fungos. Um copo de plástico com tampa
rosqueada e adaptada com tela, foi fixado por pasta UNNA (NEITZ et al, 1971) a área de dois
centímetros, que permitiu o acesso para a inoculação do fungo (Figura 5) e as observações
durante 10 dias pós-inoculação. Após a fixação do copo as bordas foram reforçadas com
esparadrapo cirúrgico (5cm X 10m), para evitar que houvesse migração dos malófagos em ambos
sentidos.
Para a infecção experimental utilizou-se o inoculo de 4,73 X 10
8
conídios/mL, de cada
fungo, para as regiões já descritas.
Figura 3. Caprino naturalmente infestado por Bovicola
caprae. (ARAÚJO LIMA, 2004)
21
Figura 4. Delimitação das áreas de infestação por Bovicola
caprae
.
(ARAÚJO LIMA, 2004)
Figura 5. Inoculação experimental de Metarhizium
anisopliae var. anisopliae. (ARAÚJO LIMA, 2004)
22
3.5.3 Parâmetros avaliados após a infecção experimental
A observação foi realizada a cada três dias para coleta com o auxílio do
estereomicroscópio binocular e estiletes entomológicos, por um período de 10 dias. A eficácia de
B. bassiana, M. anisopliae var. anisopliae e M. flavoviridae foi calculada pela fórmula de
Hendersson & Tilton (1955):
% Eficácia = Total de insetos morto
X 100
Total de insetos mortos + Total de insetos vivos
3.5.4 Isolamento dos fungos de Bovicola caprae
Quando se constatou a morte dos insetos em cada repetição, o material foi lavado em
hipoclorito de sódio a 4% por três minutos, passado em álcool 70% por três minutos, enxaguado
em água deionizada por três minutos e seco em papel de filtro esterilizado, para então ser
colocado em placas de vidro com o meio BDA mais antibiótico. As placas foram deixadas em
temperatura de 28±1°C e umidade ambiente de 75%. Após a conidiogênese dos fungos, foi
realizado o reisolamento para posterior identificação. Examinando-se os exemplares infectados
ao estereomicroscópio, retirando-se os conídios com alça de platina e os transferindo para tubos
de ensaios contendo o meio BDA (ALVES et al, 1998), e estes permaneceram em condições
ambientais já citadas, onde foram examinados diariamente até a complementação da
conidiogênese dos fungos.
3.6 Ensaios a Campo
3.6.1 Obtenção e manutenção de caprinos naturalmente infestados com B. caprae
Foram utilizados 46 caprinos naturalmente infestados por B. caprae (Figura 6) com idade
em medida de 12 meses, sem raça definida (SRD), machos e fêmeas. O diagnóstico da presença
23
dos malófagos foi feito através da inspeção visual e a identificação pela chave de Tuff (1977). Os
animais foram originários do rebanho de caprinos do NUPEÁRIDO do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR) da UFCG da mesorregião do sertão paraibano, criados de forma
extensiva, recebendo água ad libitum, assim como, suplementação mineral durante todo o período
do estudo.
3.6.2 Intervalos de Infestação
Com base na inspeção visual dos piolhos, foram estipulados cinco intervalos de infestação
conforme o número de piolhos encontrados na região analisada (pescoço, dorso e garupa), no dia
1 (hum) e 30 dias após a pulverização (Tabela 1).
Figura 6. Rebanho de caprinos da Fazenda NUPEÁRIDO-
CSTR/UFCG utilizado nos ensaios a campo (ARAÚJO LIMA,
2004
)
.
24
TABELA 1. Marcação a campo e a respectiva infestação por intervalos do número de Bovicola
caprae, em caprinos naturalmente infestados do rebanho de caprinos do
NUPEÁRIDO do CSTR/UFCG em clima semiárido.
Marcação a campo Intervalos de infestação
- ausência piolhos
+ 1-10 piolhos
++ 11-20 piolhos
+++ 21-30 piolhos
++++ 31-40 piolhos
+++++ 41-50 piolhos
3.6.3 Tratamento Fúngico
Dada a estimativa de infestação, conforme os intervalos estipulados pelo item 3.6.2., por
B. caprae, procedeu-se a pulverização do animal nas regiões do pescoço, do dorso e da garupa,
com uma solução fúngica na concentração de 4,73 X 10
8
conídios/mL pulverizada com máquina
costal.
3.6.4 Parâmetros avaliados após tratamento
3.6.4.1 Freqüência e percentual de animais infestados
A freqüência de animais infestados foi determinada por cada intervalo de infestação como
parâmetro para se determinar o nível parasitismo após o tratamento com a suspensão fúngica.
Entretanto, esta freqüência foi demonstrada também por percentuais de animais em determinados
intervalos de infestação no dia 1 (hum) e trinta dias pós-pulverização.
25
3.7 Análise dos dados
Nos estudos realizados, utilizou-se uma análise não-paramétrica, onde a avaliação dos
fungos no ensaio piloto foi avaliada mediante fórmula descrita no item 3.5.3 e no ensaio a campo,
a redução do parasitismo foi analisada de forma descritiva a partir da freqüência dos caprinos
infestados e o percentual de redução destes, após o uso da suspensão fúngica.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Ensaio Piloto
Na Tabela 2 pode-se observar a ação do M. anisopliae var. anisopliae sobre B. caprae,
nos dias zero e dez pós-infecção experimental. O animal 1 no seu lado direito, apresentou
infestação por 15 piolhos na região do dorso (a) e na região do glúteo (b) no dia 1 (hum) e após
10 dias do tratamento, só foi recuperado um espécime íntegro na região do glúteo. No seu lado
esquerdo apresentou infestação por 30 piolhos, em cada região no dia 1 (hum) do tratamento e
depois de transcorrido o mesmo período pós-tratamento, não foi observado a presença de piolhos
nas regiões do dorso e do glúteo. Ressaltando-se a inexistência de resultados a cerca do controle
biológico de B. caprae por fungos entomopatogênicos, podem-se comparar os resultados obtidos
nesse trabalho com outros a cerca de diversos artrópodes, neste sentido, Bittencourt (1992),
observou a ação do fungo M. anisopliae var. anisopliae sobre B. microplus que reduziu a
população deste carrapato com elevado percentual de controle. Resultados semelhantes, também,
foram observados por Monteiro et al. (2002) utilizando o mesmo fungo sobre fêmeas
ingurgitadas de R. sanguineus.
26
TABELA 2. Infestação por B. caprae no dia 1 (hum) e dez dias após o tratamento com M.
anisopliae var. anisopliae, por animal e região de infestação
Quantidade de piolhos
N° do animal e região
de infestação
Dia 1 (hum) Dia dez % de Eficácia
Animal 1Da
15
00
100,0
Animal 1Db
15
01
93,3
Animal 1Ea
30
00
100,0
Animal 1Eb
30
00
100,0
a = região do dorso; b = região do glúteo D= direito E= esquerdo
Na Tabela 3 observa-se a ação do B. bassiana sobre B. caprae, nos dias zero e dez pós-
infecção experimental. O animal 2 no seu lado direito, apresentou infestação por 30 piolhos na
região do dorso (a) e na região do glúteo (b) no dia hum e após 10 dias do tratamento, não foi
recuperado espécime íntegro nas regiões. E no seu lado esquerdo apresentou infestação por 25
piolhos, em cada região no dia hum do tratamento e depois de transcorrido o mesmo período pós-
tratamento, não foi observado a presença de piolhos nas regiões trabalhadas. Os dados obtidos
por Athayde et al. (2001) e Monteiro (2000) quando no estudo da ação de fungos
entomopatogênicos sobre formas jovens de carrapatos evidenciaram uma redução da população
desses artrópodes e conseqüentemente um elevado percentual de controle, resultados que se
assemelham aos obtidos neste trabalho com B. caprae.
27
TABELA 3. Infestação por B. caprae no dia hum e dez dias após o tratamento com B. bassiana,
por animal e região de infestação.
Quantidade de piolhos
N° do animal e região
de infestação
Dia 1 (hum) Dia 10 (dez) % de Eficácia
Animal 2Da
30
00
100,0
Animal 2Db
30
00
100,0
Animal 2Ea
25
00
100,0
Animal 2Eb
25
00
100,0
a = região do dorso; b = região do glúteo; D = direito; E = esquerdo
Na Tabela 4, observa-se a ação do M. flavoviridae sobre B. caprae, nos dias zero e dez
pós-infecção experimental. O animal 3 no seu lado direito, apresentou infestação por 25 piolhos
na região do dorso (a) e na região do glúteo (b) no dia 1 (hum) e após 10 dias do tratamento, só
foi recuperado um espécime íntegro nas regiões. E no lado esquerdo apresentou infestação por 30
piolhos, em cada região no dia 1 (hum) do tratamento e depois de transcorrido o mesmo período
pós-tratamento, foi observado a presença de 02 piolhos nas regiões estudadas. Tais dados de
eficácia do M. flavoridae discordam dos resultados apresentados por Athayde et al. (2001), em
que na avaliação da patogenicidade dos três fungos em estudo no controle de B. microplus, M.
flavoridae se apresentou como destaque no percentual médio de controle, atingindo 90,94%.
28
TABELA 4. Infestação por B. caprae no dia 01 (hum) e 10 (dez) dias após o tratamento com M.
flavoviridae, por animal e região de infestação.
Quantidade de piolhos
N° do animal e região
de infestação
Dia 1 (hum) Dia 10 (dez) % de Eficácia
Animal 3Da
25
01
96,0
Animal 3Db
25
01
96,0
Animal 3Da
30
02
93,3
Animal 3Db
30
02
93,3
a = região do dorso; b = região do glúteo; D = direito; E = esquerdo
O comportamento dos fungos no piolho infectado foi avaliado em meio BDA sintético,
onde se observou o início do crescimento fúngico após 12 horas da inoculação em temperatura de
28±1°C e umidade relativa ambiente de 75%, período não observado por Nascimento et al.
(2002) quando avaliou a conidiogênese de fungo entomopatogênico a partir de fêmeas
ingurgitadas de carrapatos previamente infectados e observou que a germinação de conídios
ocorreu após 16 horas da inoculação.
O crescimento teve início na região do abdômen e com 48 horas toda a superfície do
piolho estava recoberta pelo fungo. Com 72 horas da inoculação em placa foi observado um
crescimento radial de cinco centímetros de diâmetro, resultados que corroboram com os de
Nascimento et al. (2002) que também observou crescimento radial menor nos fungos recuperados
após infecção em carrapatos.
5.2 Ensaios a campo
Para os resultados obtidos com uso da suspensão fúngica do M. anisopliae var. anisopliae
e B. bassiana, sob condições de campo estão discriminados abaixo, considerou-se as distintas
infestações por região estudada.
29
5.2.1 Metarhizium anisopliae var. anisopliae
Na região do pescoço as infestações no dia 1 (hum) foram acentuadas nos intervalos de
entre 1 a 20 piolhos adultos, em torno de 41 caprinos dos 46 observados inicialmente (Tabela 5),
ressalta-se que a maior infestação registrada foi no intervalo de 11 a 20 piolhos, ou seja, 58,69%
dos 46 caprinos infestados. Após a pulverizão 47,83% dos caprinos se encontravam no
intervalo de 1 a 10 piolhos com 22 caprinos (Tabela 5).
Trinta dias após o tratamento com o bioinseticida 86,96% dos caprinos se encontraram
nos intervalos de até 10 piolhos (Tabela 5).
TABELA 5. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, no dia 1 (hum)
e trinta dias após pulverização na região do pescoço com M. anisopliae var.
anisopliae em caprinos naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região do pescoço
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0 - - 18 39,13%
1-10 14 30,44% 22 47,83%
11-20 27 58,69% 06 13,04%
21-30 05 10,87% - -
31-40
- -
- -
41-50
- -
- -
A Tabela 6 demonstra que na região do dorso os animais apresentaram maior infestação
em relação ao pescoço, estando o maior número de piolhos, entre os intervalos de 21 a 30 e 31 a
40 piolhos, com percentual de 86,96%, totalizando 40 animais nestes intervalos de infestação.
Após 30 dias da pulverização, a freqüência de caprinos foi de 10 e 25 animais, nos intervalos de
infestação 11 a 20 e 1 a 10, respectivamente. A ação do bioinseticida deslocou o maior número de
30
animais do intervalo inicial de 21 a 30 piolhos no dia 1 (hum), ou seja, 25 caprinos (54,35%),
para o intervalo de infestação de 1 a 10 piolhos no trigésimo dia, revelaram desta forma uma
redução aparente de piolhos.
TABELA 6. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, no dia 1 (hum)
e trinta dias após pulverização na região do dorso com M. anisopliae var.
anisopliae em caprinos naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região do dorso
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0 - - 09 19,56%
1-10 01 2,17% 25 54,35%
11-20 04 8,7% 10 21,74%
21-30 25 54,35% 02 4,35%
31-40 15 32,61% - -
41-50 01 2,17% - -
Na região da garupa, antes do tratamento, as maiores infestações foram observadas (21 a
50 piolhos) em 95,66% dos caprinos, destacando-se o intervalo de infestação de 31 a 40 piolhos,
onde a redução à ausência de piolhos foi observada em torno de 20% dos animais pós-tratamento.
Após 30 dias do tratamento 50% dos caprinos se encontravam no intervalo de até 10 piolhos
(Tabela 7).
31
TABELA 7. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, no dia 1 (hum)
e trinta dias após pulverização na região da garupa com M. anisopliae var.
anisopliae em caprinos naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região da garupa
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0 - - 09 19,57%
1-10 - - 23 50%
11-20 02 4,34% 13 28,26%
21-30 17 36,96% 01 2,17%
31-40 20 43,48% - -
41-50 07 15,22% - -
As regiões do corpo com infestações constatadas pelo estudo confirmam os resultados de
infestação de B. caprae em caprinos na mesma região, realizado por Santos e Faccini (1996), em
que a distribuição dos malófagos no corpo variou de acordo com a intensidade da infestação com
a região do dorso apresentando infestações leves, discordando com os achados do estudo, no qual
o dorso esteve o maior número de caprinos com infestação entre os intervalos 21 a 40 piolhos.
Nas infestações severas as regiões mais atingidas foram, dorso, maxilar, flancos e membros
(SANTOS & FACCINI, 1996), confirmando os resultados obtidos em que a região do dorso e
garupa, demonstrou maiores freqüências e percentuais de caprinos nos intervalos de infestação
altos.
A infestação acentuada na região do dorso e garupa, indicado pela maior freqüência de
caprinos nos intervalos de infestação de 21 a 30 e 31 a 40 piolhos encontrado no dia 1 (hum),
comprova a densidade populacional do gênero Bovicola sp., estes achados estão de acordo com
Watson et al (1997) onde afirmaram que as maiores infestações de B. bovis foram à garupa e
ombro dos bovinos estudados, com predileção pelo pescoço. A freqüência de animais
encontradas com uma certa população na região do pescoço corrobora também com o dados
obtidos por Garg et al (1998) que ao investigar a eficácia do tratamento de flumethrin contra B.
caprae encontrou a carga de máxima infestação de piolhos na região do pescoço.
32
Percentual e freqüência altos de caprinos encontrados em intervalos de infestação baixa
após pulverização com a suspensão de M. anisopliae var. anisopliae na concentração de 10
8
comprova a eficácia do bioinseticida, como sinaliza os achados de Castro (1997), que ao testar a
ação do M. anisopliae var. anisopliae na concentração de 10
8
no controle de carrapato, B.
microplus, demonstrou um potencial de eficácia de 41 a 69,4% sobre vários estágios de vida do
carrapato, com destaque para a fase ninfal.
5.2.2 Beauveria bassiana
A ação da B. bassiana em caprinos naturalmente infestados por B. caprae sob condições
de campo se encontra demonstrada na Tabela 8, onde pode se observar à freqüência e percentual
de animais que reduziram a infestação por intervalos, indicando uma redução acentuada após a
pulverização com a suspensão de B. bassiana quando a maioria dos caprinos 69,57%, 32 animais
reduziu ao nível zero de piolhos, e ainda que 30,43% dos 26 caprinos estudados reduziram em até
10 piolhos na região do pescoço.
O número de caprinos nos intervalos de infestação encontrados na região do pescoço foi
considerável, onde no dia 1 (hum), 86,96% dos caprinos se encontravam entre os intervalos de 11
a 40 piolhos. A ação da B. bassiana ficou evidente quando a redução se destacou pela ausência de
piolhos, 30 dias após o tratamento, onde foi se registrou 69,57% dos caprinos em estudo (Tabela
8).
33
TABELA 8. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, dia 1 (hum) e
trinta dias após pulverização na região do pescoço com B. bassiana em caprinos
naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região do pescoço
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0
- - 32 69,57%
1-10
06 13,04% 14 30,43%
11-20
17 36,96% - -
21-30
16 34,78% - -
31-40
07 15,22% - -
41-50
- - - -
Os resultados da freqüência de caprinos com ausência de piolho na região do pescoço, ao
todo 32 animais que representam 69,56% dos caprinos observados, se assemelharam com os
achados de Monteiro (2000) quando avaliou a ação da B. bassiana sobre o Anocentor nitens e
constatou a infecção causada pelo fungo e os efeitos deletérios sobre todos os estágios de vida do
carrapato promovendo seu controle, apontando assim o potencial deste fungo para se utilizado em
programas de controle biológico a campo.
No dorso, apresentou destaque os caprinos encontrados com a infestação nos intervalos
entre 21 a 30 e 31 a 40, totalizando 40 caprinos (47,83% e 39,13%, respectivamente) dos 46
animais estudados. No entanto, depois de 30 dias a maioria dos caprinos se concentrou em zero
de piolhos e no intervalo de 1 a 10 piolhos, com 39 caprinos ambos, 84,78% dos 46 animais
estudados (Tabela 9).
Os percentuais de animais, segundo Tabela 9, se encontrou em infestações baixas após 30
dias da pulverização com o concentrado de B. bassiana, ficou por conta dos intervalos de 0 a 10
piolhos no dorso, demonstrando a eficácia do fungo e ressaltando que a maioria dos caprinos
após pulverização com o bioinseticida na concentração de 10
8
conídios/mL não ultrapassa o
numero de 10 piolhos achados, para a região do dorso.
34
TABELA 9. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, dia 1 (hum) e
trinta dias após pulverização na região do dorso com B. bassiana em caprinos
naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região do dorso
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0
- - 18 39,13%
1-10
- - 21 45,65%
11-20
02 4,35% 07 15,22%
21-30
22 47,83% - -
31-40
18 39,13% - -
41-50
04 8,69% - -
Na Tabela 10 a ação do fungo ficou mais evidente conforme os percentuais encontrados
de caprinos no dia hum com 54,35% (25 animais) no intervalo de 31 a 40 piolhos por região, e
56,52% dos caprinos achados com nenhum piolho após 30 dias. No entanto, tais resultados
apontaram um efeito entomopatógeno interessante, quando na região da garupa com infestação
alta se encontrado maioria dos animais, e após o tratamento fúngico os achados indicam acima de
50% dos caprinos com ausência de piolhos.
Conforme Santos e Faccini (1996) as infestações severas do B. caprae situam-se em áreas
com abundancia de pêlos, com destaque para as regiões do dorso, maxila, flancos e membros
posteriores, confirmando até certo ponto o que indica a Tabela 10, a qual demonstra que a
infestação da garupa foi maior comparado com as regiões do pescoço e dorso, indicado pelo
grande número de caprinos com infestações severas, pois a garupa concentrou todos os 46
animais entre os intervalos compreendidos de 21 a 50 piolhos. Contudo, a infestação da garupa
apresentou uma redução à aplicação do bioinseticida, onde 26 animais reduziram para zero
piolhos e 18 animais com até 10 piolhos na garupa, trazendo a tona os efeitos deletérios que a B.
bassiana provoca nos diversos estádios de vida do hospedeiro, comprovado por Costa (2001)
quando analisou bioensaios da B.bassiana em B. microplus com evidente capacidade de infecção
em larvas, ovos e adultos. Comentando a respeito, Fernandes et al (2002) avaliaram o potencial
35
patogênico de M. anisopliae var. anisopliae e B. bassiana, e comprovaram a infecção do B.
microplus sob condições naturais mesmo não mostrando considerável patogenicidade,
confirmando os resultados na garupa, a qual apresentou infestação severa e 43,47% de animais
que ainda encontraram piolhos após a pulverização, demonstrando assim a pouca patogenicidade
na região por parte da B.bassiana.
TABELA 10. Freqüência e percentual de animais segundo intervalos de infestação, dia 1 (hum) e
trinta dias após pulverização na região da garupa com B. bassiana em caprinos
naturalmente infestados por B. caprae.
Freqüência e percentual de animais na região da garupa
Observações
Intervalos de Infestação
Dia 1 (hum) Dia 30 (trinta)
0
- - 26 56,52%
1-10
- - 18 39,13%
11-20
- - 02 4,35%
21-30
14 30,43% - -
31-40
25 54,35% - -
41-50
07 15,22% - -
Conforme os achados o dorso e a garupa demonstraram uma grande infestação,
apresentando o maior número de caprinos entre intervalos de 21 a 40 piolhos por região,
corroborando com os estudos de Filgueira et al. (2002) quanto às regiões do corpo dos caprinos
foi verificado que 35,87% do B. caprae encontravam-se parasitando a região glútea e 27,39% no
dorso. As regiões de maior parasitismo são aquelas que estão disponíveis à radiação solar (dorso,
glúteo) e a elevada temperatura do corpo segundo Filgueira et al (2002), comprovando os
achados do presente estudo.
A redução comprovada de piolhos das regiões do pescoço, dorso e garupa dos caprinos
em estudo demonstraram um percentual médio de caprinos, com mortes dos piolhos, a ponto de
nenhum piolho ser encontrado, em torno de 55,07% nas três regiões após 30 dias do tratamento
fúngico, corroborando com os dados encontrados de Reis et al (2002a) que analisou a ação da B.
36
bassiana após 30 dias sobre o Amblyomma cooperi, encontrando um percentual de 50 a 65% de
mortalidade na ecdise ninfal.
Com a eficácia comprovada de acima de 50% dos caprinos em estudo com mortalidade
dos piolhos, bem como a redução aparente da infestação a outros níveis mais baixos, sinaliza no
sentido de aprofundar os estudos a campo, consoante ao que Barci et al (2002) concluíram do
estudo da eficácia de 30 isolados de B. bassiana, onde 22 isolados apresentaram índices
superiores a 80% indicando possivelmente um potencial patogênico suficiente para serem
utilizados a campo, o que representa uma possibilidade de utilização de 73% dos fungos
analisados.
37
6 CONCLUSÃO
Os fungos entomopatogênicos M. anisopliae var. anisopliae, B. bassiana e M. flavoviridae,
apresentaram eficiência no controle de B. caprae, apresentando-se como novas alternativas para o
controle da pediculose, nos sistemas produtivos da caprinovinocultura.
Sob condições controladas a B. bassiana apresentou eficácia superior no controle do B. caprae
em relação ao M. anisopliae e M. flavoviridae, apresentando eficácia de 100% em todos os
animais.
Sob condições de campo a B. bassiana demonstrou uma redução da infestação de piolhos B.
caprae maior em relação ao M. anisopliae var. anisopliae, indicado pelo grande percentual de
caprinos encontrados com zero de piolhos pela ação patogênica da suspensão fúngica.
A partir da avaliação da ação de entomopatógenos sobre B. caprae, sugerem-se estudos
específicos a cerca da fisiologia dos mesmos após passagem em piolhos nos casos de infestações
naturais sob condições de semi-árido.
38
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