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A composição química do colmo é influenciada pelo clima, propriedades físicas,
químicas e microbiológicas do solo, tipo de cultivo empregado, variedade, estágio de
maturação e idade da planta, sendo que a variação desta composição ocorre
quantitativamente. Qualitativamente, é semelhante em todas as variedades, sendo constituída
de água (±70%), matéria orgânica (±25%) e matéria mineral (±0,5%). Estes constituintes não
se encontram nas mesmas proporções nas diferentes partes do colmo (NOGUEIRA;
VENTURINI FILHO, 2005).
Depois de colhida, a cana é transportada para a indústria, onde é lavada, picada e seu
caldo é extraído. O caldo passa por peneiras e tratamento químico para regular o pH. Em
seguida, é aquecido a 105ºC, passando depois pelo processo de purificação para a retirada de
resíduos. Posteriormente é decantado e por meio da evaporação ele é concentrado, recebendo
o nome de xarope. Para a produção de açúcar, o xarope passa pelo processo de cristalização
por cozimento ou por resfriamento. Dos cristalizadores, o açúcar passa para a fase de
centrifugação e, em seguida, pela secagem. Para a obtenção do álcool, o caldo é fermentado,
em tanques, obtendo-se teor alcoólico de 7 a 10%, passando a se chamar vinho. O vinho é
então resfriado e centrifugado para separar as leveduras, passando, em seguida, para as
colunas de destilação. O álcool resultante é o hidratado, a 96ºGL. O anidro passa por outro
processo de desidratação para chegar a 99,7ºGL. (ÚNICA, 2008).
Produzido na proporção de 280 kg t
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de cana, o bagaço é constituído por celulose
(±45%), hemicelulose (±25%) e lignina (±20%), com pequenas quantidades de outros
compostos. O bagaço é oriundo da moagem do material vegetal e é composto por fibras e
resíduos de caldo. A palha é encontrada na superfície da área plantada após a colheita e neste
resíduo encontram-se folhas, ponteiros, colmos e raízes. As fibras destes materiais são
constituídas por celulose, hemicelulose e lignina.
Embora o bagaço possa ser utilizado para geração de energia ou como suplemento
animal, ainda há um grande excedente que pode ser utilizado para produção de diversos bens
da sociedade. Algumas alternativas para sua utilização como matéria prima são a produção de
etanol, papel e celulose, revestimentos acústicos, madeira prensada, forragem para agricultura,
álcool, alcalóides e enzimas (CARVALHO, et al., 2002; CARVALHO, 2005; CUNHA et al.,
2005; LÂCORTE, 1986; PANDEY et al., 2000; SILVA et al., 2000; SILVA et al., 2001;
SILVA et al., 2005).