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outro país, absorve características nacionais. José de Alencar, antes de iniciar sua
carreira de jornalista é influenciado por nomes da literatura francesa e inglesa. Segundo
o romancista, em seu texto autobiográfico de 1873, Como e por que sou romancista
(1998, p. 43), ele teria lido com frequência Balzac, Alexandre Dumas, Alfredo de
Vigny, Chateaubriand e Victor Hugo, escritores que, além de reconhecidos como
romancistas, fizeram sucesso também como folhetinistas.
Os primeiros romances-folhetins de Alencar foram Cinco Minutos (1856) e O
Guarani (1857), o primeiro tratava do amor impossível, o segundo, da idealização do
índio e da nossa pátria. O Guarani recebeu o reconhecimento do público e da crítica.
Alencar, escreveu mais tarde, romances históricos, indianistas e de costume ou urbanos,
iniciando uma literatura nacionalista e até realista, ao escrever sobre seu país e os
problemas que começavam a surgir.
Ao pesquisarmos a fortuna crítica de Alencar sobre o romance Senhora (1875)
encontramos dissertações em várias áreas que o analisam sob algumas óticas. A
primeira a nos referirmos pertence à área de História, a de Soares (2003), com o título:
Moça educada, mulher civilizada, esposa feliz: relações de gênero e história em José de
Alencar, em que apresenta uma análise das personagens femininas dos romances
urbanos Lucíola, Diva e Senhora, que intencionavam instruir suas leitoras, na linha dos
romances moralizantes; a de Santos (2008), que pertence à área de Sociologia e
Antropologia, Amor, família e sociedade brasileira: literatura e vida íntima no século
XIX, por meio da análise dos romances: A Moreninha (1844) de Joaquim Manuel de
Macedo, Senhora (1875) de José de Alencar e Dom Casmurro (1899) de Machado de
Assis. Essa dissertação analisa as relações íntimas amorosas que eram codificadas na
sociedade brasileira do século XIX, na linha de uma análise comparativa.
Encontramos dissertações com análises comparativas justapondo elementos do
romance Senhora, como a dissertação de Matta (1998), Representações da casa em
Senhora e Dom Casmurro (Letras), que interpreta o elemento ―casa‖ dos dois romances.
Há, ainda, as dissertações que fazem análises comparativas entre os romances do
próprio Alencar, como a de Florêncio Coutinho (1997), A imagem do feminino em José
de Alencar – Diva, Lucíola, Senhora (Literatura). Esse estudo, segundo o resumo, faz
uma ―abordagem psicológica, e, consequentemente, cultural da representação da mulher
para cada romance, como um tipo de arquétipo da imagem feminina, tanto na literatura
quanto na cultura ocidental‖, utilizando os conceitos yunguianos. Ainda na linha do
feminino, a de Thiengo (2001), O perfil de mulher no romance Senhora, de José de