As pessoas envolvidas na monitoria podem ser os próprios alunos — alunos
mais "adiantados" em objetivos vencidos ou em anos de escolaridade — estagiários
dos Cursos de Habilitação ao Magistério e de Licenciatura, pais de alunos e mem-
bros da comunidade.
Fale-se muito da dificuldade em conseguir uma participação efetiva dos pais
e/ou de membros da comunidade nas atividades escolares. No entanto, há inúmeras
situações em que estes elementos poderão ser úteis, sem prejudicar o bom andamento
da tarefa escolar, como, arquivar material, tomar providências para excursões,
viagens, passeios, ajudar as crianças a organizar murais, fornecer dados sobre sua
profissão, supervisionar o recreio, ajudar a preparar e distribuir a merenda, supervi-
sionar a classe, enquanto o professor estiver em reuniões, etc. Essa colaboração per-
mitirá que o professor disponha de mais tempo para diagnosticar e analisar o desem-
penho dos alunos, além de integrar verdadeiramente a comunidade à escola.
Outro aspecto a ser considerado pelo professor, no planejamento e na execu-
ção de seu trabalho, é o próprio ambiente em que se realizam as atividades dos alu-
nos e a sua interação. O ambiente deve colaborar, de forma eficaz, quer seja para o
trabalho individual, em pequenos grupos, em grande grupo, com o professor ou com
outras pessoas a quem o aluno possa recorrer.
Podemos pensar, por exemplo, em transformar nossas salas de aula tradicio-
nais em centros de aprendizagem. Estes consistem em reunir e organizar materiais -
livros, revistas, jornais, exercícios, fichas, objetos característicos da região, fotogra-
fias, folhetos, jogos, enfim, todo o material que a escola tenha condições de reunir
— em mesas e/ou estantes localizadas em determinados setores da sala de aula. Esta
estratégia poderá ser utilizada com objetivos diversos e ajudará o aluno a se tornar
independente, responsável, interessado.
Existem, ainda, outras maneiras de se criar um ambiente propício ao desen-
volvimento dos alunos, como, centros de interesse, cantinhos de materiais didáticos,
esteiras e almofadas, mesas de jogos, de trabalho, teatrinhos, etc.
As sugestões que apresentamos, com relação ao ambiente de trabalho, não
obscurecem certos problemas de ordem sócio-econômico. A nossa rede física esco-
lar é insuficiente. Assim, anterior ao problema de se transformar a sala de aula em
local adequado de trabalho e lazer, existe o de se ter uma sala. Além disso, os pro-
fessores enfrentam a situação de lidar com classes numerosas. Mais uma vez, verifi-
camos a pouca viabilidade de conseguirmos bons resultados com medidas isoladas.
Não estamos pretendendo que a escola se transforme de um dia para o utro,
ou que ponha em prática todas as estratégias aqui comentadas. A operacionalização
deve ir se processando, paulatinamente, de acordo com as possibilidades do profes-
sor, da escola. O fundamental é a mudança de atitude para com o aluno, a escola, a