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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
AVALIAÇÕES ECONÔMICAS E AMBIENTAIS NO PROCESSO DE
IMPLANTAÇÃO DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGOS NOS
MUNICÍPIOS DE ARAUCÁRIA E LAPA - PARA: UM ESTUDO DE CASO.
CURITIBA
2008
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ii
JOEL FERREIRA PENTEADO JUNIOR
AVALIAÇÕES ECONÔMICAS E AMBIENTAIS NO PROCESSO DE
IMPLANTÃO DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGOS NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA - PARA: UM ESTUDO DE CASO.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, área de
concentração em Produção Vegetal,
Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo,
Setor de Ciências Agrárias, Universidade
Federal do Paraná, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em
Ciências.
Orientadora: Dra. Louise Larissa May De Mio
CURITIBA
2008
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iii
TERMO DE APROVAÇÃO
JOEL FERREIRA PENTEADO JUNIOR
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em
Ciências, no Curso de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em
Produção Vegetal, Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Setor de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Paraná.
Profa. Dra. Louise Larissa May de Mio
Orientadora e Presidente – Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo,
UFPR.
Luiz Carlos Bhering Nasser
Membro Titular Externo
Maria Aparecida Calsilha
Membro Titular Interno
Anibal de Moraes
Membro Titular Interno
Curitiba, 30 Maio de 2008.
iv
DEDICATÓRIA
À Susete e à Camila, pelo apoio, paciência, carinho e constante estímulo.
v
AGRADECIMENTOS
Á Universidade Federal do Paraná e ao Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal pela oportunidade concedida.
Á Embrapa Florestas por viabilizar a continuidade da minha formação
profissional.
Á Profa. Dra. Louise Larissa May De Mio pela oportunidade concedida e pela
orientação durante a realização deste projeto.
Ao pesquisador da Embrapa Meio-Ambiente, Dr. Geraldo Stachetti Rodrigues,
pelos ensinamentos, pelo constante ecorajamento e pela valiosa participação na
elaboração dos aplicativos ambientais, utilizados e apresentados neste trabalho.
Ao pesquisador da Embrapa Florestas, Dr. Edilson Batista de Oliveira, pela
parceria na elaboração do aplicativo econômico utilizado nas avaliações deste
trabalho.
Ao pesquisador da Embrapa Florestas, Dr. Honorino Roque Rodigheri,
conselheiro acadêmico, pela co-orientação e amizade.
Aos empreendedores rurais, Waldomiro Gayer Neto e Edir Osmar Buske, pela
confiança e apoio na realização deste estudo.
Ao Dr. João Antonio Pereira Fowler, pelo incentivo e pela valiosa contribuição
nesta empreitada.
À Coordenação, professores, colegas e funcionários do Curso de Pós-
Graduação em Produção Vegetal, pelo apoio.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................
ix
LISTA DE TABELAS...........................................................................................
x
RESUMO..............................................................................................................
2
ABSTRACT..........................................................................................................
3
INTRODUÇÃO GERAL.......................................................................................
4
CAPÍTULO I - AVALIAÇÃO ECONÔMICA EM POMARES DE
PESSEGUEIRO CONDUZIDOS NOS SISTEMAS
INTEGRADO E CONVENCIONAL NOS MUNICÍPIOS DE
ARAUCÁRIA E LAPA, PARA - UM ESTUDO DE
CASO.......................................................................................
8
RESUMO..............................................................................................................
9
ABSTRACT..........................................................................................................
10
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
11
2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................
13
2.1 CARACERIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS AGRÍCOLAS............. 13
2.2 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS E COLETA DOS DADOS..................... 14
2.3 AVALIAÇÃO ECONÔMICA...................................................................... 16
2.3.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)....................................................... 16
2.3.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA)............................. 17
2.3.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)..................................................... 18
2.3.4 ÍNDICE BENEFÍCIO/CUSTO (B/C).......................................................... 18
2.3.5 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE................................................................ 18
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
19
3.1. CUSTOS DE PRODUÇÃO EM ARAUCÁRIA E LAPA, PR...................... 19
3.1.1 Custos de serviços......................................................................... 20
3.1.2 Custos de insumos................................................................................... 22
3.1.3 Custos de outros insumos........................................................................ 25
3.1.4 Custos administrativos.............................................................................. 25
3.2 PRODUÇÃO E RECEITAS....................................................................... 27
3.3 ANÁLISE ECONÔMICA........................................................................... 28
3.3.1 Valor Presente Líquido - VPL................................................................... 28
3.3.2 Valor Presente Líquido Anualizado - VPLA.............................................. 30
3.3.3 Taxa Interna de retorno - TIR................................................................... 32
3.3.4 Índice Benefício/Custo - B/C................................................................. 33
3.3.5 Análise de sensibilidade a preços............................................................ 34
4 CONCLUSÕES........................................................................................
36
ANEXOS...................................................................................................
37
vii
ANEXO 1 - CUSTOS TOTAIS DA PRODUÇÃO (R$) E PERCENTAGEM
DE GASTOS EM RELAÇÃO AO CUSTO TOTAL NOS
SISTEMAS PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E PRODUÇÃO
CONVENCIONAL (PC) DE SSEGOS EM ARAUCARIA
PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004............................................ 37
ANEXO 2 - CUSTOS TOTAIS DA PRODUÇÃO (R$) E PERCENTAGEM
DE GASTOS EM RELAÇÃO AO CUSTO TOTAL NOS
SISTEMAS PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E PRODUÇÃO
CONVENCIONAL (PC) DE PÊSSEGOS EM LAPA, PR, NOS
ANOS DE 2002 A 2004............................................................ 38
ANEXO 3 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL), EM REAIS, COM
TAXA DE JUROS DE 6% a.a., APÓS SIMULAÇÃO DE
ALTERAÇÃO POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS
ORIUNDAS DA PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), EM
ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004......................................................................................... 40
ANEXO 4 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA), EM
REAIS, COM TAXA DE JUROS DE 6% a.a., APÓS
SIMULAÇÃO DE ALTERAÇÃO POSITIVA NOS PREÇOS
DAS FRUTAS ORIUNDAS DA PRODUÇÃO INTEGRADA
(PI), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE
2002 A 2004............................................................................. 40
ANEXO 5 - TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PARA OS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL (PC) E INTEGRADA (PI)
DE PÊSSEGO EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS
ANOS DE 2002 A 2004..................................................................
41
ANEXO 6 - TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) APÓS SIMULAÇÃO
DE ALTERAÇÃO POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS
ORIUNDAS DA PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), EM
ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004. 41
ANEXO 7 - ÍNDICE BENEFÍCO CUSTO (B/C) APÓS SIMULAÇÃO DE
ALTERAÇÃO POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS
ORIUNDAS DA PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), EM
ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004.........................................................................................
41
CAPITULO II - APLICATIVO PARA APROPRIAÇÃO DE CUSTOS E
ALISE ECONÔMICA COMPARATIVA DE SISTEMAS
DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL E INTEGRADA DE
PÊSSEGOS - “ECOPI......................................................... 42
RESUMO..............................................................................................................
43
ABSTRACT..........................................................................................................
44
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
45
2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................
46
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
48
3.1 ENTRADA DOS DADOS.......................................................................... 49
3.2 CUSTOS PC E PI..................................................................................... 50
3.3 RECEITAS PC E RECEITAS PI............................................................... 50
3.4 VALOR PRESENTE LÍQUIDO “VPL”....................................................... 52
3.5 VALOR PRESENTE LÍQUIDO “VPLA”..................................................... 53
viii
3.6 TAXA INTERNA DE RETORNO “TIR”..................................................... 54
3.7 ÍNDICE BENEFÍCIO CUSTO “B/C”.......................................................... 54
3.8 AJUDA...................................................................................................... 55
3.9 REFERÊNCIAS........................................................................................ 56
4 CONCLUSÕES........................................................................................
57
CAPITULO III AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA, PARA - UM ESTUDO DE
CASO................................................................
59
RESUMO..................................................................................................
60
ABSTRACT..............................................................................................
61
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
62
2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................
63
2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS AGRÍCOLAS........... 63
2.2 COLETA DOS DADOS E ANÁLISES....................................................... 63
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
70
4 CONCLUSÕES........................................................................................
81
CAPITULO IV - APLICATIVO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
AGROPECUÁRIA “MÓDULO COMPLEMENTAR PARA
AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGOS”...........................................................................
82
RESUMO..................................................................................................
83
ABSTRACT..............................................................................................
84
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
85
2 MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................
86
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
87
3.1 ÁREAS TEMÁTICAS 1 E 2: CAPACITAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS
PRODUTORES........................................................................................ 88
3.2 ÁREA TEMÁTICA 3: RECURSOS NATURAIS........................................ 89
3.3 ÁREAS TEMÁTICAS 4 E 5: MATERIAL PROPAGATIVO E ÁREA DE
PLANTIO.................................................................................................. 90
3.4 ÁREA TEMÁTICA 6: NUTRIÇÃO DE PLANTAS.................................... 91
3.5 ÁREA TEMÁTICA 7: MANEJO DO SOLO............................................... 92
3.6 ÁREA TEMÁTICA 8: IRRIGAÇÃO............................................................ 93
3.7 ÁREA TEMÁTICA 9: MANEJO DA PARTE AÉREA................................. 94
3.8 ÁREA TEMÁTICA 10: PROTEÇÃO INTEGRADA DA CULTURA............ 95
3.9 ÁREA TEMÁTICA 11: COLHEITA E PÓS-COLHEITA............................. 97
3.10 ÁREA TEMÁTICA 12: ANÁLISE DE RESÍDUOS..................................... 99
3.11 ÁREA TEMÁTICA 13: PROCESSOS DE EMPACOTADORAS
/INDÚSTRIAS........................................................................................... 99
3.12 ÁREA TEMÀTICA 14: RASTREABILIDADE, CADERNOS DE CAMPO
E DE PÓS-COLHEITA.............................................................................. 100
3.13 ÁREA TEMÁTICA 15: ASSISTÊNCIA TÉCNICA..................................... 101
3.14 VERIFICAÇÃO E ÍNDICE DE CONFORMIDADE DAS ÁREAS
TEMÁTICAS............................................................................................. 102
4 CONCLUSÕES........................................................................................
105
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................
106
ix
REFERÊNCIAS........................................................................................
110
LISTA DE FIGURAS
CAPITULO II - APLICATIVO PARA APROPRIAÇÃO DE CUSTOS E
ALISE ECONÔMICA COMPARATIVA DE SISTEMAS DE
PRODUÇÃO CONVENCIONAL E INTEGRADA DE
PÊSSEGOS - “ECOPI
FIGURA 1 - TELA DE ACESSO AO APLICATIVO “ECOPI”, CONTENDO OS
ITENS QUE FAZEM PARTE DO APLICATIVO............................... 49
FIGURA 2 - TELA DE “ENTRADA DOS DADOS” DESTINADA À INSERÇÃO
DOS DADOS AO APLICATIVO “ECOPI”........................................ 50
FIGURA 3 - TELA RECEITAS PC” QUE DEMONSTRA AS RECEITAS DA
PRODUÇÃO DE PÊSSEGO DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL,
NO APLICATIVO “ECOPI”............................................................... 51
FIGURA 4 - TELA “RECEITAS PI” QUE DEMONSTRA AS RECEITAS DA
PRODUÇÃO INTEGRADA, NO APLICATIVO “ECOPI”.................. 51
FIGURA 5 - TELA VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL” DEMONSTRA O
VALOR PRESENTE LÍQUIDO DA PRODUÇÃO DE SSEGO,
NO SISTEMA COMPUTACIONAL “ECOPI”.................................... 52
FIGURA 6 - TELA VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO VPLA”
DEMONSTRA O VALOR PRESENTE QUIDO ANUALIZADO
DA PRODUÇÃO DE PÊSSEGO, NO APLICATIVO
“ECOPI”........................................................................................... 53
FIGURA 7 - TELA TAXA INTERNA DE RETORNO “TIR” DEMONSTRA A
TAXA INTERNA DE RETORNO DA PRODUÇÃO DE PÊSSEGO,
NO APLICATIVO “ECOPI”............................................................... 54
FIGURA 8 - TELA ÍNDICE BENEFÍCO CUSTO “B/C” DEMONSTRA A
RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO DA PRODUÇÃO DE SSEGO,
NO APLICATIVO ” ECOPI”.............................................................. 55
FIGURA 9 - TELA AJUDA, CONTENDO MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO
APLICATIVO “ECOPI”..................................................................... 56
FIGURA 10 - TELA REFERÊNCIA, NESTA TELA CONTÉM INFORMAÇÕES
SOBRE OS AUTORES E OS OBJETIVOS DO APLICATIVO
“ECOPI”........................................................................................... 56
CAPITULO III - AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA, PARANÁ - UM ESTUDO DE CASO
FIGURA 1 - ASPECTOS E INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL (AMBITEC) PROVOCADOS PELA
ADOÇÃO DA PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) DE PÊSSEGOS
EM ARAUCÁRIA E LAPA, PR......................................................... 67
FIGURA 2 - AVALIAÇÃO FINAL, APRESENTANDO A PONDERAÇÃO DOS
COEFICIENTES E INDICADORES DE IMPACTO AMBIENTAL
COM O SISTEMA AMBITEC PARA OS POMARES DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO DE ARAUCÁRIA E
LAPA, PR......................................................................................... 78
x
FIGURA 3 - AVALIAÇÃO FINAL, DEMONSTRANDO O ÍNDICE DE IMPACTO
AMBIENTAL COM O SISTEMA AMBITEC PARA OS POMARES
DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO EM ARAUCARIA E
NA LAPA, PR................................................................................... 79
CAPITULO IV - APLICATIVO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
AGROPECUÁRIA “MÓDULO COMPLEMENTAR PARA
AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO INTEGRADA
FIGURA1 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“CAPACITAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES”, DO
MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-
NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO........................................................................................ 89
FIGURA 2 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“RECURSOS NATURAIS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 90
FIGURA 3 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“MATERIAL PROPAGATIVO E ÉPOCA DE PLANTIO”, DO
MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-
NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO........................................................................................ 91
FIGURA 4 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“NUTRIÇÃO DE PLANTAS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR
DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 92
FIGURA 5 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“MANEJO DO SOLO”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 93
FIGURA 6 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“IRRIGAÇÃO”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA
APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO........................................................................................ 94
FIGURA 7 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“MANEJO DA PARTE AÉREA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR
DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 95
FIGURA 8 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“PROTEÇÃO INTEGRADA DA CULTURA”, DO MÓDULO
COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO...................................... 97
FIGURA 9 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“COLHEITA E PÓS-COLHEITA”, DO MÓDULO
COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO...................................... 98
xi
FIGURA 10 MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“ANÁLISE DE RESÍDUOS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 99
FIGURA 11- MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“COLHEITA E PÓS-COLHEITA”, DO MÓDULO
COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO...................................... 101
FIGURA 12- MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“SISTEMA DE RASTREABILIDADE COLHEITA E PÓS-
COLHEITA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA
APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO........................................................................................ 101
FIGURA 13- MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO O INDICADOR
“ASSISTÊNCIA TÉCNICA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO............................................................ 102
FIGURA 14- APRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL SEGUNDO AS DIMENSÕES DE
AVALIAÇÃO DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL, COM O
ÍNDICE DE IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE NO ÂMBITO
DE UM ESTABELECIMENTO RURAL............................................ 103
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I- AVALIAÇÃO ECONÔMICA EM POMARES DE
PESSEGUEIRO CONDUZIDOS NOS SISTEMAS INTEGRADO
E CONVENCIONAL NOS MUNICÍPIOS DE ARAUCÁRIA E
LAPA, PARANÁ - UM ESTUDO DE CASO.
TABELA 1 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DE
PÊSSEGO ENTRE OS SISTEMAS PRODUÇÃO INTEGRADO
(PI) E PRODUÇÃO CONVENCIONAL (PC), EM ARAUCÁRIA E
NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004................................ 27
TABELA 2 - PRODUÇÃO, PREÇOS E RECEITAS BRUTAS, EM R$, DE UM
HECTARE DE POMAR DE PESSEGUEIROS, NOS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL (PC) E INTEGRADO (PI),
EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004............................................................................................... 28
TABELA 3 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL), EM REAIS, PARA OS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E PRODUÇÃO
CONVENCIONAL (PC) DE PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA
LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004...................................... 30
TABELA 4 - VALOR PRESENTE QUIDO ANUALIZADO (VPLA), EM
REAIS, PARA OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA
(PI) E PRODUÇÃO CONVENCIONAL (PC) DE PÊSSEGO, EM
ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004............................................................................................... 32
xii
TABELA 5 - RELAÇÃO BENEFÍCO CUSTO (B/C), EM REAIS, PARA OS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E PRODUÇÃO
CONVENCIONAL (PC) DE PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA
LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004...................................... 34
CAPITULO III - AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA, PR – UM ESTUDO DE CASO
TABELA 1 - EFEITOS DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E COEFICIENTES
DE ALTERAÇÃO DO COMPONENTE A SEREM INSERIDOS
NAS CÉLULAS DAS MATRIZES DE AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO
SISTEMA AMBITEC-AGRO....................................................... 66
TABELA 2 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO DOS COMPONENTES DE
IMPACTO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), COM BASE NO APLICATIVO
AMBITEC - ARAUCÁRIA, PR.....................................................
75
TABELA 3 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO DOS COMPONENTES DE
IMPACTO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), COM BASE NO APLICATIVO
AMBITEC LAPA, PR...................................................................
76
AVALIAÇÕES ECONÔMICAS E AMBIENTAIS NO PROCESSO DE
IMPLANTÃO DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGOS NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA - PARA: UM ESTUDO DE CASO.
2
RESUMO
A Produção Integrada de Pêssego foi implantada no Estado do Paraná, em 2001,
com o objetivo de produzir frutas de qualidade, respeitando a saúde humana e o
meio ambiente, por meio do uso mínimo de agrotóxicos e das boas práticas de
manejo agrícola. Apesar deste sistema de produção possibilitar vantagens de
mercado, existem dúvidas quanto aos impactos ambientais e econômicos da sua
implantação. Este estudo objetivou calcular a viabilidade econômica nos sistemas de
produção integrada e convencional de pêssego, localizados em dois
estabelecimentos agrícolas, nos municípios de Araucária e Lapa, PR. Os dados para
o desenvolvimento deste estudo foram obtidos por meio de entrevistas com os
produtores e utilizados os dados do relatório do Projeto de Produção Integrada de
Pêssegos no Estado do Paraná, no período de 2002 a 2004, elaborado pelo Grupo
de Extensão, Ensino e Pesquisa em Produção Integrada, liderado pela UFPR. Além
das avaliações, o trabalho resultou em dois aplicativos computacionais, onde um é
destinado a realizar cálculos de custos de implantação, manutenção e análises de
viabilidade econômica nos sistemas produção integrada e convencional de pêssego.
O outro aplicativo trata-se de um módulo complementar ao aplicativo desenvolvido
pela Embrapa, o APOIA (Sistema de Avaliação Ponderada de Impacto Ambiental),
destinado a medir o nível de conformidade e a proporção da área do
estabelecimento rural onde são aplicados os critérios estabelecidos pelas Normas
Técnicas para Produção Integrada de Frutas. Na análise econômica, foram utilizados
quatro métodos de avaliação econômica e em todos eles, o resultado demonstrou
que: a produção de pêssegos, independente do sistema de produção adotado é,
uma atividade economicamente viável nas condições apresentadas; o desempenho
econômico da atividade pode variar significativamente de acordo com o nível
tecnológico empregado nos diferentes estabelecimentos agrícolas e que a produção
integrada em pomares de pêssegos propicia diminuição nos custos de produção. Na
avaliação ambiental, por meio do aplicativo Ambitec-Agro, mediu-se o impacto
ambiental provocado pela implantação do conjunto de tecnologias de produção
integrada de pêssegos nos dois estabelecimentos agrícolas estudados. O Índice
Geral de Desempenho apresentado pelo aplicativo foi de 3,66 em Araucária e 3,13
na Lapa, de um valor máximo possível de 15. Em ambos os estabelecimentos o
impacto foi positivo em todos os aspectos enfocados na análise, os indicadores que
mais impactaram positivamente foram: o uso de agroquímicos, qualidade do solo e
biodiversidade. O aplicativo econômico responde de maneira satisfatória quanto aos
cálculos e à apresentação dos resultados O modulo complementar permite um
diagnóstico do desempenho do sistema de produção integrada de pêssegos,
podendo constituir-se em um instrumento de suporte à certificação. O aplicativo
permitirá, também, a fácil adaptação para avaliação de outras culturas, e se de
livre acesso aos usuários.
Palavras-chave: sistema de produção, avaliação de impactos, pessegueiro.
3
ABSTRACT
The Integrated Peach Production was adopted in Paraná State, in 2001, with the
purpose of producing good quality fruits while respecting human health and the
environment, through the use of a minimum of agrochemicals and good management
practices of agriculture. Although this production system allows for market
advantages, there still are doubts about the environmental and economical impacts it
may cause. This study aimed to calculate the economic viability of conventional and
integrated production systems of peach, located in two agricultural establishments in
Araucaria and Lapa counties, in Parana State. The data for the development of this
study were obtained through interviews with producers and the data of the report of
the Draft Integrated Production of Peaches in the Para State, during the period
2002 to 2004, prepared by the Group of Extension, Education and Research in
Integrated Production, led by UFPR. In addition to the evaluations, the work resulted
in two computing applications, one of them intended to perform calculations of costs
of deployment, maintenance and analysis of economic viability in integrated and
conventional peach production systems. The other application is a complementary
module to the application developed by Embrapa, the APOIA (Environmental Impact
Assessment System of Agricultural Activities) to measure the level of compliance and
the proportion of the rural area of the establishment where the criteria established by
the Standards Techniques for Integrated Fruit Production were used. For economic
assessment, four methods were used and in all of them the results indicate that: a)
the production of peaches, independent of the production system adopted, is an
economically viable activity under the conditions presented, b) the performance of
economic activity can vary significantly according to the technological level engaged
in various agricultural establishments and c) that the integrated production in peach
orchards provides a reduction in production costs. In the environmental assessment,
through the application of Ambitec-Agro, the environmental impact caused by the
deployment of the set of technologies for integrated production of peaches in the two
agricultural establishments studied was measured. The General Index of
Performance presented by the application was 3.66 for Araucaria County and 3.13 in
Lapa County, out of a maximum possible of 15. In both establishments the impact
was positive in all aspects focused on analysis, and the indicators with the most
positive impact were the use of chemicals, soil quality and biodiversity. The economic
application answered satisfactorily on the calculations and presentation of results.
The module allows an additional diagnosis of the performance of peach integrated
production system, and may turn into an instrument of support for certification. The
application can also be easily adapted to the assessment of other cultures, and will
be freely accessible to users.
Key words: production system, evaluation of impacts, peach orchards.
4
1 INTRODUÇÃO GERAL
Os estudos de valoração econômica e de impactos ambientais têm recebido
crescente atenção na literatura científica. A referência mais antiga sobre a aplicação
de modelos analíticos à avaliação dos resultados da pesquisa agrícola é o trabalho
de Griliches (1958), que determinou os benefícios gerados pelos investimentos em
pesquisa de milho híbrido, nos Estados Unidos, utilizando o conceito de excedente
econômico. No Brasil, Ayer e Schuh (1975), Monteiro (1975), Fonseca (1976),
Moricochi (1980) e Ávila, Irias e Veloso (1984), utilizaram a mesma fundamentação
teórica para avaliar a pesquisa para as culturas de algodão, cacau, café, citros e
arroz, respectivamente (AVILA, 1995).
Dentre as atividades do agronegócio que estão em expansão no Brasil, a
fruticultura destaca-se pela importância econômica e social. Segundo a
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2005), cerca de 30 mil
produtores de frutas exploram uma área de 58,8 mil hectares, o que representam
2,9% do Valor Bruto da Produção. Para a Embrapa (2006), o negócio da fruticultura
no Brasil gera um PIB de US$ 1,5 bilhão.
Quanto à fruteiras de clima temperado, a cultura do pêssego é uma das mais
importantes, pelo valor econômico no âmbito da cadeia produtiva. Conforme a SEAB
(2007), a produção paranaense, entre os anos de 1993 e 2003, evoluiu de 4.666
para 17.642 toneladas, tendo como maior produtor no Estado, o município da Lapa,
com produção anual de 5.040 toneladas, seguido por Araucária, com uma produção
anual de 940 toneladas (IPARDES, 2006).
Com relação à qualidade das frutas, ao longo das duas últimas décadas, a
população vem mostrando uma maior conscientização sobre a importância das
questões ambientais. A ótica da produção mudou de foco, estabelecendo como
metas, frutas de qualidade superior e maior integração da fruticultura com os
recursos ambientais (MARANGONI et al., 1995; DONATI, 1997).
A partir da necessidade da diminuição do uso de agrotóxicos e da idéia de
preservar o meio ambiente, a Organização Internacional de Luta Biológica (OILB),
criada em 1956, tem sido o principal impulsionador da produção integrada e, desde
a década de 70, tem desenvolvido e posto em prática os conceitos da proteção das
culturas baseados no ecossistema (FARIAS; MARTINS, 2003). Trabalhos de
Sansavini (1998); Fachinello (1999); Deckers (2000) e Molinari (2001), relatam que o
5
surgimento da PIF iniciou efetivamente nos anos 70, como uma extensão do
“Manejo Integrado de Pragas” (MIP) e como uma necessidade de reduzir o uso de
agrotóxicos e de preservar o ambiente.
Conforme Sanhueza (1999) o sistema de Produção Integrada iniciou no Brasil
com a cultura da maçã, onde em 1996, frente às pressões mercantis seguiu as
orientações para implantação do sistema de produção fornecido pela OILB na
Europa.
A PIF possibilita um melhor equilíbrio ecogico favorecendo a recuperação e
o ressurgimento de organismos benéficos importantes aliados na luta biológica e na
viabilidade de um sistema de produção menos dependentes de insumos químicos
(FARIAS; MARTINS, 2002)
Apesar das dificuldades encontradas para a sua implantação, a Produção
Integrada de Pêssego, no Paraná, tem apresentado avanços, principalmente porque
a maioria dos produtores entendeu a necessidade do uso de armadilhas para
monitoramento de pragas, o que resultará em uma produção mais segura e
ambientalmente correta (KOWATA et al. 2007).
Embora possam existir vantagens para a comercialização das frutas
oriundas da produção integrada, o desconhecidos os impactos da adoção deste
sistema de produção e seu efeito na rentabilidade do pomar (FARIAS, 2003).
Pomares de pessegueiro necessitam altos investimentos para implantação e
manutenção e, em cultivos não adensados, apresentam normalmente, retornos
financeiros significativos somente a partir do quinto ano (EMBRAPA, 2006). No
Estado de São Paulo, o custo de implantação de pomares de pêssego é de R$
9.694,00/ha (AGRIANUAL, 2007); no Rio Grande do Sul, estes custos são de R$
7.513,00/ha (EMBRAPA, 2006).
Segundo Rezende e Oliveira (2001), muitos trabalhos têm sido feitos sobre a
análise econômica de projetos, a maioria utilizando os cririos do Valor Presente
Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Índice de Benefício/Custo (BC).
Esses métodos consideram o valor do capital no tempo, ou seja, atribuem diferentes
ponderações às receitas líquidas em função de sua distribuição ao longo do tempo,
sendo os mais indicados para a análise de projetos.
Em relação ao retorno econômico dos pomares de pêssego, estudos
realizados pela Embrapa, no ano de 2004, obtiveram uma taxa interna de retorno de
6
51%, o que indica que, para cada R$ 1,00 do custo total, foi obtido um retorno de R$
1,51 (Embrapa, 2006).
Madail, Reichert e Dossa (2002) obtiveram uma TIR de 43,9% e VPL de R$
12.737,26, superior ao valor de investimento do pomar na fase de implantação, que
foi de R$ 2.830,27.
Quanto aos impactos ambientais, Araújo e Correia (2004) avaliaram o
sistema de produção integrada de uva, na região do Sub-médio São Francisco, e os
resultados apontaram que a eficiência tecnológica foi altamente expressiva, tendo
em vista a média de redução no uso de inseticidas, de 38%; de fungicidas, de 54,3%
e de herbicidas, de 76%.
De acordo com Quirino et al., (1999), o setor agrícola brasileiro deve receber
atenção especial com respeito aos impactos ambientais, ou seja, aos danos
resultantes das atividades agrícolas pelo uso inadequado de insumos e formas de
manejo. O estudo sistemático desses impactos, conforme os objetivos de
sustentabilidade, pode contribuir para que o desenvolvimento e a recomendação
tecnológica resultem em um máximo de ganho econômico e social, com um mínimo
de custos ambientais (ÁVILA, 2004).
Embora os impactos ambientais e os relativos à rentabilidade da PI, em
pomares de pessegueiro, o sejam plenamente conhecidos, é possível afirmar que
os métodos de avaliação econômica são eficientes para a comparação entre
sistemas de produção de pêssegos; e que a PI, am de proporcionar benefícios
ambientais reduz custos de produção.
Assim, este trabalho teve como objetivos:
Calcular a viabilidade econômica nos sistemas produção integrada e
convencional de ssego em dois estabelecimentos agrícolas, nos
municípios de Araucária e Lapa, PR.
Construir um aplicativo eletrônico para calcular os custos de implantação,
manutenção e análise de viabilidade econômica dos sistemas produção
integrada e convencional de pêssego.
Avaliar os impactos ambientais provocados pela adoção de tecnologias
do sistema de produção integrada de pêssego, pela utilização do
aplicativo Ambitec-Agro.
Desenvolver um módulo complementar ao aplicativo APOIA (Sistema de
Avaliação Ponderada de Impacto Ambiental) para medir o nível de
7
conformidade e a proporção da área do estabelecimento rural onde é
aplicada a Produção Integrada de Pêssego.
8
CAPITULO I - AVALIAÇÃO ECONÔMICA EM POMARES DE PESSEGUEIRO
CONDUZIDOS NOS SISTEMAS CONVENCIONAL E
INTEGRADO NOS MUNICÍPIOS DE ARAUCÁRIA E LAPA,
PARANÁ - UM ESTUDO DE CASO.
9
CAPITULO I - AVALIAÇÃO ECONÔMICA EM POMARES DE PESSEGUEIRO
CONDUZIDOS NOS SISTEMAS INTEGRADO E CONVENCIONAL
NOS MUNICÍPIOS DE ARAUCÁRIA E LAPA, PARA - UM
ESTUDO DE CASO.
RESUMO
A Produção Integrada de Frutas (PI) constitui-se na produção de frutas de qualidade,
priorizando o uso de métodos de preservação do meio ambiente e da saúde
humana. Apesar das vantagens oriundas da produção integrada, não existem
estudos econômicos suficientes sobre o impacto da adoção deste sistema. Assim,
este estudo de caso teve como objetivo, avaliar a viabilidade econômica de sistemas
de produção integrada (PI) de pêssego em comparação ao sistema convencional
(PC), em dois estabelecimentos agrícolas localizados nos municípios de Araucária e
Lapa - Paraná, no período de 2002 a 2004. Para a avaliação econômica, foram
apropriados os custos de produção baseados nas atividades; os coeficientes
técnicos e os indicadores foram relativos à utilização de insumos ao longo de três
anos, empregados por hectare e por ano, contemplando: quantidade dos
direcionadores de custo, custo unitário da atividade, percentual de participação dos
coeficientes na atividade e os gastos de cada componente dos custos, divididos em
grandes grupos, como: serviços, insumos, outros insumos e administrativos. Para a
análise econômica foram utilizados os métodos da Taxa Interna de Retorno (TIR), o
Valor Presente Líquido (VPL), o Valor Presente quido Anualizado (VPLA) e o
Índice Benefício/Custo (B/C). Para tais cálculos, foram escolhidas taxas de desconto
de 6, 8 e 10% a. a. Na análise de sensibilidade, foram efetuadas simulações com
alterações positivas nos preços das frutas provenientes da produção integrada de
10, 15, 20, 25 e 30%. Os custos totais por hectare nos pomares da PI, nos três anos,
foram 5,86% e 5,05% inferiores ao custo da PC, respectivamente para Araucária e
Lapa, PR. Os itens mais representativos na composição dos custos foram os gastos
com mão-de-obra e agrotóxicos. Os resultados, calculados à taxa de 6%
demonstraram que o VPL da PC foi em média, 7,19% superior a PI, em Araucária e,
na Lapa, o VPL da PI foi 59,13% superior no PC. O VPLA foi, em média, de 6,90%
maior na PC em Araucária e 60% maior na PI da Lapa. A TIR foi de 47,67% na PC e
de 47,22% na PI em Araucária e de 25,27% na PI e 19,30% na PC da Lapa. O
índice B/C foi em média de 2,19 na PC e de 2,12 na PI de Araucária e de 1,52 na
PC e 1,81 na PI da Lapa, PR. Nas simulações de alteração positiva de preços, ficou
demonstrado que em todas as situações, o sistema PI proporcionaria maior retorno
dos investimentos. O estudo concluiu que o desempenho econômico da atividade
pode variar de acordo com o nível tecnológico adotado nos diferentes
estabelecimentos agrícolas e que a PI de pêssego propicia diminuição nos custos de
produção.
Palavras-chave: avaliação econômica, sistemas de produção, custos.
10
APPLICATION FOR OWNERSHIP ECONOMIC ANALYSIS OF COSTS AND
COMPARATIVE BETWEEN PRODUCTION SYSTEMS OF INTEGRATED AND
CONVENTIONAL PEACHES ORCHARDS - "ECOPI."
ABSTRACT
In peach production, the rational exploitation of orchards depends on a number of
factors that can affect, directly or indirectly, the profitability of activity. In rural
establishments most producers do not know the tools of economic analysis that
would enable them to identify the best alternatives for production and profitability in
developed properties. Sixty-five per cent of the computational tools available for this
purpose are directed to stock, 25% for the control of inventory and accounting
functions and the remainder, developed as specific needs. Thus, this study aimed to
develop and make available an electronic application to calculate the costs of
deployment, maintenance and to undertake the analysis of economic viability of
integrated and conventional peach production systems. It consists of spreadsheets
that were prepared in Microsoft Excel and subsequently, the graphical interfaces,
were built in Visual Basic , simplifying the operation and management of the system.
The application consists of a series of screens, identified as: "Menu", "PC costs",
"Costs IP", "Recipes PC", "Recipes IP", "Cost"; "VLP" (Net Present Value), "VLPA"
(Net Present Value Annualized), "IRR" (Internal Rate of Return), "B / C" (Benefit Cost
Index) and "Help", where the means for the use and interpretation of data are
described. The application called "ECOPI" presents itself as a system for easy
operation, simplifying the calculation of the costs of deployment and maintenance of
fruit orchards, and the annual return and analysis of comparative economic and
conventional integrated peach systems production. The application allows for a wide
range of replacement values and indicators, thus allowing the customizing for each
case.
Key words: system of production, economic impact, spreadsheet.
11
1 INTRODUÇÃO
A fruticultura é um setor importante do agronegócio brasileiro. Este setor
apresentou um superavit de US$ 477 milhões no ano de 2006, ocupando uma área
de 3,4 milhões de hectares (MAPA, 2007).
No Brasil, a cultura do pessegueiro é uma das mais importantes dentre as
fruteiras de clima temperado (MADAIL; REICHERT; DOSSA, 2002). A área plantada
com a cultura no Brasil é de aproximadamente 21 mil hectares, com produção de
130.000 toneladas ao ano. Os Estados do Sul são os maiores produtores de
pêssego do País, onde as condições naturais, sobretudo o clima temperado,
favorecem a exploração comercial (IBGE, 2004).
No Estado do Paraná, o cultivo de pêssego é realizado, em sua maioria, por
pequenos e médios produtores familiares (HOFFMANN; BUSKE, 2006), sendo o
município da Lapa o maior produtor, colhendo mais de 5 mil toneladas/ano. Foi
também neste município que se iniciou, em 2001, a produção integrada de ssego
(FACHINELLO et al., 2003), sistema que objetiva, principalmente, estabelecer uma
relação de confiança para o consumidor, garantindo que o produto está conforme os
requisitos determinados nas Normas Técnicas Específicas de cada espécie frutífera
(ANDRIGUETO; KOSOSKI, 2005). O município de Araucária é o segundo colocado
na produção estadual, com 940 toneladas anuais, em uma área de 360 ha
(IPARDES, 2006).
A exploração dos pomares de pêssego depende de um conjunto de fatores
que podem afetar a produção e a rentabilidade, tais como: clima e solo, cultivar,
condução e manejo, logística, competição no mercado e relação de preços entre
insumos e produto (MEDEIROS, 1998).
Conforme Fett (2000) e Embrapa (2006), a manutenção anual do pomar
demanda um custo considerável, que pode inviabilizar a cultura, se não for
controlado. Assim, o conhecimento dos custos e dos sistemas de produção de
pêssego, são fatores muito importantes na tomada de decisão para a otimização dos
fatores de produção (MADAIL; REICHERT; DOSSA, 2002).
Embora importante, o custo de produção é uma variável desconhecida pela
maioria dos produtores agrícolas. Com exceção dos tecnificados, muitos não sabem
quando estão tendo lucro ou prejuízo, ou que ajustes podem ser feitos para melhorar
a sua rentabilidade (IEL et al., 2000). Um dos melhores métodos para apropriação
12
de custos é “custo por atividades”, ele fundamenta-se num processo de acumulação
e rastreamento de custos e de dados de performance sobre as atividades, e dessa
forma, auxilia e direciona a empresa nas decisões operacionais (BRIMSON, 1991).
Os custos de produção podem variar em função do nível de tecnologia
adotado nos diferentes estabelecimentos rurais. No Estado de São Paulo, o custo de
implantação de pomar de pêssego convencional é de R$ 9.694,00 ha (AGRIANUAL,
2007) e no Rio Grande do Sul, totalizam R$ 7.513,00 ha (EMBRAPA, 2006).
Para Avila (2004), o enfoque do excedente econômico é o modelo mais
utilizado para estimar os benefícios econômicos gerados pela adoção de inovações
tecnológicas, comparativamente a uma situação anterior. Entre os métodos de
avaliação econômica que fazem parte deste modelo, os mais importantes, segundo
Noronha (1987), são o Valor Presente quido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR)
e o Benefício-Custo (B/C).
Conforme Silva, Fontes e Leite (1999), Souza e Clemente (1999) e Faro
(1979), o VPL é o método mais utilizado na avaliação de investimentos, por obter o
valor da produção em termos atuais, considerando uma taxa de juros e por ser
isento de falhas técnicas.
Para Brealey e Myers (1992), Rezende e Oliveira (2001) e Assaf Neto
(2003), a TIR é a taxa de desconto que faz com que o valor atualizado dos
benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos. Um investimento é aceito se a
TIR for maior do que o retorno exigido. Caso contrário, deve ser rejeitado.
De acordo com Faro (1979), Lima Junior, Rezende e Oliveira (1995), Oliveira
e Macedo (1996) e Alencar (1999), outra alternativa para avaliação de projetos é o
B/C, cálculo que apresenta o quociente entre o valor presente das receitas e o valor
presente dos custos.
Madail et al. (2002) utilizaram os mesmos critérios para avaliação da cultura
convencional de pêssego na região de Pelotas, RS.
As frutas oriundas da produção integrada podem possibilitar vantagens de
mercado. No entanto, existem vidas quanto ao impacto da adoção deste sistema
de produção na rentabilidade do pomar. Estas decorrem, principalmente, pelo
desconhecimento do comportamento dos custos de produção de pêssego neste
sistema de produção (FARIAS, et al. 2004).
Hoffmann e Sanhueza (2007) afirmam que o produtor não vislumbra
vantagens econômicas para implantar as mudanças tecnológicas requeridas pela PI,
13
e não são encontrados estudos que apontem as possíveis vantagens financeiras
que os produtores possam auferir.
Assim, este trabalho teve o objetivo de avaliar a eficiência dos métodos de
avaliação econômica do VPL, VPLA, TIR e B/C, como instrumentos de avaliação
econômica da adoção da Produção Integrada de Pêssego, comparando-os com o
sistema de produção convencional, nos municípios de Araucária e Lapa, principais
produtores desta fruta no Estado do Paraná.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS AGRÍCOLAS
O estudo econômico foi conduzido em dois pomares de pessegueiros
situados nos municípios de Araucária e Lapa, PR.
Em Araucária, o estabelecimento agrícola está localizado a 4 25’ 24”de
longitude Oeste e 25º 37’ 03” de latitude Sul e altitude de 975 metros. Dispõe de
nível tecnológico superior e conta com recursos para investimento e ótima
infraestrutura para produção, beneficiamento e armazenamento. Conta ainda, com
possibilidade de acesso à diversidade de mercados para comercialização. A área
total da propriedade é de 217 hectares, sendo que, a atividade principal é a
produção de grãos. A produção de pêssego e ameixa, apesar de utilizarem apenas
8% da área, representa aproximadamente 50% do faturamento total do
estabelecimento.
O estabelecimento agrícola da Lapa está localizado na latitude 25º 46’ S,
longitude 49° 43’ W e altitude de 907 metros. A área total da propriedade é de 12
hectares, onde são cultivados pessegueiro, ameixeira e nectarineira (IPARDES,
2006) O estabelecimento dispõe de nível tecnológico entre médio a superior e não
dispõe dos mesmos canais de distribuição do estabelecimento de Araucária.
Tanto no experimento de Araucária, quanto no de Lapa, as áreas foram
manejadas nos ciclos vegetativos de 2002, 2003 e 2004, em dois sistemas de
produção, sendo uma conduzida de acordo com as normas da produção integrada
de pêssego, desenvolvidas por Fachinello et al. (2001) e Fachinello et al. (2003).
Neste sistema, são utilizadas as práticas de cultivo mínimo do solo, com roçada na
entrelinha e na linha, no máximo com duas aplicações de herbicida por ciclo
vegetativo, execução da poda verde e monitoramento de pragas e doenças. Além
14
disso, foram realizadas a adubação baseada em análises foliar e do solo, cobertura
verde na entrelinha, minimização do uso de fungicidas e inseticidas (escolha de
produtos mais específicos e fases de aplicação), atualização do produtor nas
tecnologias da PI e registro de todas as atividades executadas no pomar em
caderno de campo.
No sistema de produção convencional, as práticas culturais e manejo
fitossanitário, o aquelas normalmente utilizadas pelo produtor e de acordo com
sua opção, como: tratamentos fitossanitários com calendário fixo, sem poda verde,
sem monitoramento de pragas e doenças, aplicação de fertilizante conforme critério
próprio e solo mantido sem vegetação na linha de plantio.
2.2 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS E COLETA DOS DADOS
A apropriação dos custos foi determinada individualmente, baseada nas
atividades, conforme demonstrado por Di Domenico e Lima (1995) e Pompermeyer
(1999). Este método foi escolhido, por avaliar com precisão as atividades
desenvolvidas em uma determinada atividade e identificar as despesas necessárias
para a sua realização.
Os coeficientes técnicos e os indicadores foram obtidos por meio de dados
coletados pelo Grupo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Produção Integrada da
UFPR (GEEPPI, 2004), com o proprietário responsável pela administração do
estabelecimento, por meio de entrevista direta e consulta à caderneta de campo, a
qual é obrigatória no sistema PI. Nesta, constam informações como: identificação
dos talhões, monitoramento de pragas, registro da aplicação de agrotóxicos,
aplicação de fertilizantes, além de manejo das plantas, como poda e raleio,
permitindo a completa rastreabilidade da produção. Este instrumento foi valioso para
o detalhamento dos coeficientes técnicos e consequentemente os cálculos dos
custos de produção e a percentagem de gastos em relação ao custo total dos
sistemas convencional e integrado.
Os dados coletados foram relativos à utilização de insumos ao longo de três
anos, representados pelos coeficientes e a quantidade empregada por hectare e por
ano, contemplando parâmetros de gerenciamento dos custos, tais como: quantidade
dos direcionadores de custo, custo unitário da atividade, percentual de participação
dos coeficientes na atividade e os gastos envolvidos em cada componente da
estrutura de custos, divididos em alguns grandes grupos, assim distribuídos:
15
Serviços: estão discriminados os custos com mão-de-obra e
mecanização. Os custos com mão-de-obra envolvem gastos para limpeza e
roçada, aplicação de calcário, fertilizantes, herbicidas, inseticidas e
fungicidas, análise de solo, capinas manuais, combate a formigas, roçada
nas entre-linhas, poda de formação, poda verde, poda de inverno, raleio e
colheita. A unidade utilizada para mensurar a quantidade de mão-de-obra
empregada em determinada atividade, foi dia-homem (dh), considerando-se
um dia de oito horas trabalhado por um homem adulto. a utilização de
máquinas nas diferentes atividades, foi medida por horas-máquina (hm),
correspondendo ao mero de horas necessárias para uma máquina
apropriada para certa atividade realizar adequadamente seu serviço. Os
custos com serviços mecanizados foram a gradagem, enxada rotativa,
aplicação de fertilizantes, aplicação de inseticidas e fungicidas, roçada nas
entre-linhas, aplicação de herbicidas, transporte interno da produção e
distribuição das mudas;
Insumos: onde são contemplados os custos com fungicidas, fertilizantes
e inseticidas necessários para o controle de doenças e, pragas, preparo do
solo e manejo até o oitavo ano de vida do pomar;
Outros insumos: envolvendo gastos com caixas e sacolas de colheita;
análise foliar e de solo; mudas; herbicidas; armadilhas, atraentes e
feromônios para monitoramento de insetos;
Administrativos: que incluem as despesas administrativas, impostos e as
realizadas com manutenção e depreciação de máquinas e equipamentos
utilizados exclusivamente na implantação do pomar, sendo calculados
proporcionalmente ao custo total. Para estes cálculos foram consideradas
apenas as despesas diretas, isto é, aquelas diretamente relacionadas com a
produção, o sendo incluídos, o valor de remuneração da terra e os aportes
financeiros para custeio ou investimentos, sendo computado um valor
percentual dos custos totais anuais de 2%, 1% e 2,8%, respectivamente.
Em cada grupo de custeio das atividades, são utilizados direcionadores de
recursos como: horas-homem, horas-máquina, litros, quilogramas e toneladas. O
custo de uma roçadeira, por exemplo, é alocado a uma atividade de roçada, em
função do número de horas-máquina que esse equipamento trabalha na execução
16
da atividade de roçada e o tratorista que dirige o trator, tem seus custos alocados à
atividade em função das horas-homem.
A estrutura dos custos anuais por hectare da implantação e produção de
pomar de pêssego nos sistemas de produção convencional (PC) e integrado (PI)
foram subdivididos por anos, por atividades e discriminados os coeficientes técnicos
e respectivos recursos destinados a cada uma delas (Anexos 1 e 2).
Da implantação até o quarto ano em Araucária e a o quinto ano na Lapa,
os custos da produção integrada e convencional, dentro de cada estabelecimento
agrícola, foram os mesmos, pois os experimentos comparativos entre os sistemas
foram implantados pelo GEEPPI, a partir de 2001, e durou até 2004, período
correspondente a três safras.
No fluxo de caixa, para as análises de investimentos, não foram
considerados certos custos fixos. Neste aspecto, a teoria é clara: devem ser
considerados como investimentos somente os custos que trazem benefícios
incrementais. No entanto, devem ser contabilizados os valores residuais das
máquinas, equipamentos e benfeitorias, no último ano do período em análise. Este
documento incorpora, por isso, o valor residual para cada ano das análises.
Para registro, determinação dos custos e análise econômica, foram
elaboradas planilhas em plataforma Microsoft Excel 6.0, que apresentam os custos
de implantação, formação e manutenção de um hectare de pomar de pessegueiro,
contemplando os gastos envolvidos em cada componente da estrutura de custos.
2.3 AVALIAÇÃO ECONÔMICA
Para as estimativas dos impactos econômicos, utilizou-se o método do
excedente econômico, o mais utilizado na literatura para se avaliar tal tipo de
impacto na pesquisa agropecuária (ALSTON et al., 2001).
Considerou-se nesta análise, os métodos: Valor Presente Líquido (VPL),
Relação Benefício/Custo (B/C) e Taxa Interna de Retorno (TIR). Nos casos de VPL e
B/C, foram utilizadas as taxas de desconto de 6%; 8% e 12%.
2.3.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
O VPL é compreendido como a diferença do valor presente das receitas
menos o valor presente dos custos. A atividade é desejável se o VPL for superior ao
17
valor do investimento, pagando-se a taxa de juros determinada para o uso
alternativo daquele dinheiro.
Segundo Hirschfeld (1982), o VPL é obtido pela seguinte fórmula:
VPL =
t
n = 0
Rn - Cn
(1 + i)n
= 0
Onde:
i = taxa de juros;
Rn = receitas;
Cn = custos operacionais;
n= período das atividades em “n” anos.
2.3.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA)
O Valor Presente Líquido Anualizado é também denominado Valor Uniforme
Líquido ou Valor Anual Uniforme Equivalente ou, simplesmente, Valor Equivalente
Anual.
Por este critério, o valor presente líquido de um fluxo financeiro se
transforma numa série anual uniforme, conforme indica a equação proposta por
Oliveira; Macedo (1995), a seguir:
1i1
i1i
VPLVPLA
n
n
Onde:
i = taxa de juros;
n= período das atividades em “n” anos;
VPL = Valor Presente Líquido.
O projeto se considerado economicamente viável se apresentar VPLA
positivo, indicando que os benefícios periódicos são maiores que os custos
periódicos. Quanto à seleção de opções, deve ser escolhida a que apresentar maior
VPLA, para determinada taxa de desconto.
18
2.3.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
A TIR é uma taxa de desconto, no qual o VPL dos benefícios é igual ao VPL
dos custos econômicos. A TIR representa a taxa de lucratividade esperada dos
projetos de investimento.
A regra de decisão indica que somente ter-se-á investimentos se a TIR for
maior que a taxa de juros no mercado financeiro (OLIVEIRA; MACEDO, 1995).
O seu cálculo e feito pela expressão seguir:
TIR =
t
n = 0
Fluxo líquido
(1 + i)n
= 0
Onde:
Fluxo líquido: é a diferença entre as entradas e saídas do fluxo de caixa;
i: taxa de juro;
n= período das atividades em “n” anos.
2.3.4 ÍNDICE BENEFÍCIO/ CUSTO (BC)
O índice que relaciona os benefícios aos custos indica quantas unidades de
capital recebido como benefício são obtidos para cada unidade de capital investido.
As variáveis utilizadas para o lculo do benefício/custo podem ser medidas
com a seguinte fórmula, proposta por Noronha (1987):
Onde :
B
C
=
Bn
1
(1+i)n
Cn
1
(1+i)n
Bn = receita total ao final do ano ou peodo de tempo n;
Cn = custo total ao final do ano ou período de tempo n;
i = taxa de juros;
n = duração do projeto, em anos ou período de tempo.
2.3.5 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
A técnica de análise de sensibilidade é muito utilizada para estudar as
variações possíveis na renda do produtor. Esta variação dá-se em função dos riscos
e das incertezas a que estão submetidas a produção e a comercialização rural. O
19
fluxo de caixa fica com certo grau de aleatoriedade que dificulta o planejamento do
produtor (DOSSA et al., 2000).
Para fornecer uma iia da variação de sua renda, se os produtos oriundos
da produção integrada obtiverem variação positiva em seus preços, foi organizada
uma avaliação econômica que mostra as variações da renda anual do produtor,
como conseqüência da variação dos preços de 10, 15, 20, 25, 30 e 35%. Para estes
novos valores nos preços, foi efetuada nova análise econômica para cada uma das
diferentes variações.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO EM ARAUCÁRIA E LAPA, PR.
Os resultados encontrados na apropriação dos custos nos sistemas
convencional e integrado em pomares de pêssego no estabelecimento agrícola de
Araucária (Tabela 1) nos mostra que os custos totais, no período de 2002 a 2004,
foram de R$ 13.518,06/ha para o pomar da PC e R$ 12.726,75/ha no pomar da PI,
representando uma diferença menor no sistema PI de 5,86%.
Quanto ao estabelecimento agrícola de Lapa (Tabela 2) os dispêndios
também são maiores na PC, totalizando R$ 9.779,85/ha, enquanto que na PI os
gastos são de R$ 9.256,37/ha, proporcionando uma diferença de 5,05% maior no
PC, quando comparado ao PI.
Apesar dos preços dos insumos serem semelhantes nos dois locais
estudados, os custos de produção variaram em função da diferença entre os níveis
de adoção tecnológica e disponibilidade de recursos humanos e financeiros dos dois
estabelecimentos. A diferença entre as características de solo, topografia e manejo
também foram responsáveis pelas variações nos custos.
Em valores totais, os gastos no estabelecimento agrícola de Araucária, são
maiores que os da Lapa e semelhantes aos relatados pelo Agrianual (2007) que
para demonstram custos do ao anos de produção convencional de pêssegos
das variedades, Douradão, Flor da Prince e Aurora em Paranapanema, SP, foi de
R$ 12.124,00/ha, apesar de que naquele Estado os preços de mão-de-obra e
hora/máquina são maiores. Os resultados apresentados por Vicenzi (2003) em
comparação de custos em pomares de pêssegos no Rio grande do Sul, demonstram
que o custo de produção na PI foi 14,78% superior à PC; entretanto, a produtividade
20
e a qualidade superior das frutas obtidas no sistema PI geraram um rendimento
quido 56% maior, situação que não foi objeto de estudo em nosso trabalho.
A redução média de custos entre os estabelecimentos de Araucária e Lapa
é, de R$ 1.314,79/ha. Portanto, se esta média se repetir em todos pomares de
pêssego que aderiram à produção integrada no Brasil, que totaliza 520 ha (IBGE,
2006) isto proporcionaria uma economia de R$ 683.690,80 para os produtores de
pêssegos.
3.1.1 CUSTOS DE SERVIÇOS
Neste ítem, conforme demonstrado no Anexo 1, foram discriminados os
custos anuais dos gastos com “serviços”. Especificamente com mão-de-obra, no
estabelecimento agrícola de Araucária, o valor total aplicado do ao ano foi de
R$ 9.614,00/ha, no sistema PC, contra R$ 9.590,00/ha no PI, indicando uma
diferença de 0,25% a menos no sistema PI.
A atividade de roçada entre as linhas e capina manual, característica
requerida pelo sistema PI, foi um dos pontos de maior diferença entre os sistemas.
No entanto, devido à menor produtividade da PI, neste estabelecimento agrícola, as
despesas de mão-de-obra com colheita e raleio foram maiores no PC. A
participação dos gastos com mão-de-obra em relação ao custo total representou
71,12% na PC e 75,35% na PI, demonstrando que o peso percentual da mão-de-
obra é maior no sistema PI.
Quanto às atividades desenvolvidas no estabelecimento da Lapa (Anexo 2),
os custos de serviços com mão-de-obra no sistema PC foram de R$ 6.778,00/ha e
no PI, de R$ 6.886,00/ha, apresentando também um gasto maior no PI, porém de
apenas 1,59%.
As atividades desenvolvidas com poda, raleio e colheita foram as que
demandaram os maiores aportes de recursos financeiros. As atividades
desenvolvidas com capinas manuais e roçadas nas entre-linhas, apresentaram as
maiores diferenças entre os sistemas. Os custos adicionais destas atividades,
aplicados nos pomares PI, são justificados devido à utilização mais rigorosa e
intensiva da mão-de-obra na execução das práticas preconizadas pelas normas da
produção integrada. O comportamento dos gastos com serviços de mão-de-obra é
semelhante ao encontrado por Farias et al. (2004), em produção de pêssego na
região Central do Rio Grande do Sul, confirmado esta característica do sistema PI.
21
O uso intensivo de mão-de-obra na fruticultura é uma característica da
atividade. Conforme estudos de Madail, Reichert e Dossa (2002) o item serviços,
representado pela mão-de-obra, foi o que alcançou a maior participação no custo
em produção convencional de ssegos, totalizando 60,80%. Segundo Araújo e
Correia (2001) o custo total com mão-de-obra para as culturas da graviola, goiaba,
acerola, maracujá e abacaxi, representaram: 40,79%, 44,41%, 50,55%, 58,25% e
56,18%, respectivamente.
Quanto à composição dos custos com mecanização, no estabelecimento
agrícola de Araucária, nos três anos analisados, na PC, o valor foi de R$
1.095,00/ha, e na PI, foi de R$ 780,00/ha, sendo a diferença de 28,77% menor na
PI. Para o estabelecimento da Lapa, os valores foram de R$ 828,00/ha para o
sistema PC e de R$ 552,00 para o PI, indicando gastos 33,33% maiores no sistema
PC em comparação ao PI. Os custos maiores com mecanização no sistema PC se
devem ao fato de que o sistema PI reduz as atividades com tratores como redução
no número de roçadas e de uso de grade ou enxada rotativa.
Devido a diferenças nos valores no custo da a hora máquina e hora/homem,
os valores gastos com mecanização nos pomares localizados nos dois
estabelecimentos agrícolas e também nos dois diferentes sistemas de produção
foram inferiores aos contabilizados pelo Anuário da Agricultura Brasileira - Agrianual
(2007), onde o valor encontrado foi de R$ 2.766,00/ha, para um pomar de
pessegueiro convencional contendo 500 plantas por hectare, no Estado de São
Paulo. Os valores foram inferiores também aos encontrados pela Embrapa (2006)
em pomar convencional de pêssego, no Estado do Rio Grande do Sul, onde o valor
foi de R$ 1.456,00/ha, devido a maiores necessidades de aplicação de agrotóxicos
naquele pomar.
3.1.2 CUSTOS DE INSUMOS
Em relação aos fertilizantes, verifica-se que os valores gastos no pomar de
Araucária foram de R$ 449,11/ha na PC e de R$ 338,76/ha na PI, apresentando
uma diferença de 24,50% menor no sistema PI (Anexo 1). Quanto ao
estabelecimento agrícola da Lapa (Anexo 2), os valores gastos foram de R$ 493,38
no sistema PC e R$ 330,15 no PI, apresentando uma diferença de 33,08% maior
no sistema PC. Em ambos os estabelecimentos as adubações no PI seguiram as
recomendações da NTPI (FACHINELLO et al., 2003), e na área da PC, seguiu a
22
praticada normalmente pelos produtores. Portanto, a redução nos custos é reflexo
direto das instruções preconizadas pela PI.
Os resultados demonstrados neste estudo são semelhantes aos
apresentados por Farias et al. (2004) que obtiveram valores de R$ 252,00 na PC e
R$ 120,00 na PI, em avaliação de custos para a mesma espécie e com nível
tecnológico semelhante no estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com Marangoni; Tagliarini e Scudelari (1995), a redução no
volume de adubação é um item importante, porque, quando realizada de forma
excessiva, além de trazer prejuízos diretos, com os custos de aquisição e aplicação,
muitas vezes são desperdiçados por lixiviação e a volatilização.
Quanto aos valores gastos com fungicidas, no estabelecimento de Araucária
(Anexo 1) o custo foi maior na PC, quando comparado à PI, ou seja, de R$
1.213,81/ha para os três anos na PC e de R$ 825,30/ha na PI, portanto 32,01% a
menos na PI.
No estabelecimento agrícola da Lapa (Anexo 2), os valores gastos com
fungicidas foram de R$ 704,54/ha no sistema PC e de R$ 596,93/ha no sistema PI,
com uma diferença de 15,27% menor no sistema PI em relação ao PC.
May-De Mio et al. (2004) compararam os sistemas Convencional e Integrado
para a produção de pêssegos, na mesma área de estudo e também concluíram que
o número de tratamentos com fungicidas no estabelecimento agrícola de Araucária
foi menor na PI. Estes autores afirmaram que na safra de 2002, ou seja, no sexto
ano de vida do pomar, foram feitas 20 pulverizações de fungicidas no PI, contra 30
no PC, e no sétimo ano, foram feitas 17 no PI, contra 22 no PC. Outra constatação
importante observada no mesmo trabalho é que, com o passar do tempo, os tratos
culturais adotados nos sistemas se nivelam, pois o produtor acaba transferindo para
a área da PC as práticas de manejo adotadas com sucesso na PI e que resultam em
ganhos econômicos.
Os valores obtidos neste estudo são semelhantes às observações de
Andrigueto e Kososki (2005), os quais verificaram que a redução de aplicação de
fungicidas em pomares de pêssego no sistema PI foi de 20% menor em relação ao
PC e aos resultados de Fachinello et al. (2003), que observaram uma redução de
37,5% no número de aplicações de agrotóxicos no sistema PI. Os resultados são
também semelhantes aos encontrados por Farias et al. (2004), que registrou os
gastos com fungicidas de R$ 267,00/ha e R$ 719,40/ha, para a PI e PC,
23
respectivamente, em pomares de pessegueiro da cultivar Marli, no Estado do Rio
Grande do Sul, resultando em uma redução de 62,89%, na PI. Segundo Almeida et
al. (2007) em estudos de produção integrada de abacaxi no Estado de Tocantins, a
redução com fungicida, propiciada pelo sistema PI foi de 47%.
Os valores menores dispendidos com fungicidas, devido ao menor número
de aplicações na PI, confirmam as afirmações de Sansavini (1995) e Molinari (2001),
de que a redução de custos devido ao menor mero de aplicação de agrotóxicos
no sistema integrado, representa uma evolução na busca do equilíbrio técnico-
econômico e ambiental. Assim, a PI possibilita um melhor equilíbrio ecogico,
favorecendo a recuperação e o ressurgimento de organismos benéficos que são
importantes aliados na luta biológica e na viabilidade de um sistema de produção
menos dependente de insumos químicos.
Em relação aos gastos realizados com inseticidas no estabelecimento
agrícola de Araucária (Anexo 1), a PC foi mais dispendiosa, custando R$ 191,38/ha,
contra R$ 166,88/ha da PI. Assim, o custo com a PI foi de 12,80% menor que a PC.
No estabelecimento da Lapa (Anexo 1), o sistema PI também apresentou
dispêndios menores com inseticidas, quando comparada ao sistema PC. Os valores
totais foram de R$ 225,71/ha na PC e R$ 128,50/ha na PI. A diferença percentual foi
de 43,06% menor na PI.
Os valores encontrados, em média, o semelhantes aos relatados por
Andrigueto e Kososki (2005) onde a redução de aplicação de inseticidas em
produção integrada de pêssegos no Brasil é de 30,0% em comparação ao sistema
de produção convencional.
Os resultados o também semelhantes aos encontrados por Farias et al.
(2004) em estudo onde compara sistemas de produção integrado e convencional de
pomar de pessegueiro da cultivar Marli, no estado do Rio Grande do Sul. Neste
trabalho os valores gastos com inseticidas no sistema integrado representaram 20%
dos valores gastos com a produção convencional, sendo de R$ 95,00 e R$ 460,00
respectivamente. No sistema de produção integrada, a tendência é que se diminua o
número de aplicações de inseticidas, pois, as plantas concorrentes, se bem
manejadas, são importantes aliadas para o manejo do solo e das pragas, uma vez
que servem de abrigo aos inimigos naturais e a convivência positiva com a
vegetação torna-se de grande importância para o pomar (FARIAS, 2003).
24
Segundo Molinari (2001) o produtor que adotar o sistema de PI, i aplicar
agrotóxicos somente nos períodos recomendados ou quando as pragas atingirem o
nível de controle e isto significa uma redução no mero de aplicações. no
sistema convencional, o produtor prefere não correr o risco do ataque de pragas e
doenças, aplicando em intervalos menores e, na maioria das vezes, usando níveis
de controle inferiores aos recomendados tecnicamente. Além disso, o uso abusivo
de pulverizações aumenta a possibilidade de ocorrerem resistências das pragas e
doenças (BOTTON; ARIOLI; SCOZ, 2001).
Segundo Monteiro et al. (2007) a Grapholita molesta (Lepidoptera:
Tortricidae) é uma das pragas chaves do pessegueiro no Estado do Paraná, e é
possível reduzir-se o mero médio de inseticida para controle desta praga, no
sistema de produção integrada em relação ao convencional, sem aumento da
porcentagem de frutos danificados.
De acordo com Sansavini, (1995); Grellmann et al. (1991), Fachinello et al.
(2001) e Farias et al., (2004) o uso indiscriminado de agrotóxicos, por parte dos
agricultores, tem preocupado alguns segmentos da sociedade, não só no aspecto de
poluição ambiental, mas, também, na qualidade da fruta. Assim, deve-se priorizar a
utilização de produtos eficientes para o controle da praga ou doença em questão, e
com menor impacto sobre o meio ambiente. Além de promover redução nos custos,
há o benefício ambiental pela redução do número de aplicação de agrotóxicos.
Vicenzi (2003), em avaliação de pomares de pêssego na região de Pelotas,
RS, verificou que o número de tratamentos fitossanitários foi maior na PC.
A avaliação dos resultados demonstra uma superação do sistema PI,
quando comparado com o sistema PC, nos parâmetros analisados, indicando que é
possível conduzir os pomares de pessegueiro de acordo com as Normas de
Produção Integrada de Pêssego. Além disso, o uso abusivo de pulverizações pode
aumentar o risco de resistências às principais pragas (BOTTON; ARIOLI; SCOZ,
2001).
Farias et al. (2003) salientam que a PI, am de promover a redução nos
custos com produtos fitossanitários, traz benefícios ambientais, privilegiando a
preservação da biodiversidade local, a saúde das pessoas que trabalham no pomar
e do consumidor, por meio de um produto final de qualidade.
25
3.1.3 CUSTOS DE OUTROS INSUMOS
Os dispêndios com “outros insumos”, para o estabelecimento agrícola de
Araucária (Anexo 1) foram 53,34% maiores no sistema PI, com valor de R$
328,30/ha contra R$ 214,10/ha gastos na PC.
No estabelecimento da Lapa (Anexo 2) o comportamento dos gastos foi
semelhante ao de Araucária, PR apresentando valores maiores na PI. Na PC o
dispêndio foi de R$ 214,10/ha e na PI R$ 283,60/ha.
Os valores maiores neste caso se devem a gastos com a utilização de
armadilhas para insetos, atrativos e feromônios adotados pela PI e que não são
utilizados na PC. No entanto, houve redução nos gastos com herbicidas nos dois
estabelecimentos estudados. Em Araucária a redução foi 33,58% e na Lapa foi de
66,60%. Ambos os estabelecimentos estudados apresentaram dados semelhantes
aos de Andrigueto e Kososki (2005), que relatam a redução média de 50% de
aplicação de herbicidas em pomares de pêssego que adotaram a produção
integrada. Assemelham-se também aos resultados de Farias et al. (2004) que em
uma análise de pomares de pessegueiros em São Jerônimo, RS, constataram que
na PC, foram utilizados cinco litros de herbicida, no período de uma safra e na PI
foram utilizadas apenas roçadas manuais nas entre-linhas. Almeida et al. (2007) em
estudos de PI de Abacaxi, informaram que a redução média com herbicidas, em oito
propriedades, foi de 47%.
3.1.4 CUSTOS ADMINISTRATIVOS
Os custos administrativos para o sistema de produção convencional e
integrada dos pomares de Araucária (Tabela 1 e Anexo 1) apresentaram valores
proporcionais aos gastos totais dispendidos anualmente na produção. Na PC, eles
totalizaram R$ 741,07/ha e na PI, R$ 697,52/ha. Nos pomares da Lapa (Tabela 1 e
Anexo 1), os valores foram de R$ 536,14/ha para a PC e R$ 509,08/ha para a PI.
Em todos os sistemas e nas duas localidades, o dispêndio maior no custos
administrativos, foi o valor relativo a impostos.
Os valores dos custos administrativos, apropriados neste estudo,
correspondem a 5,48% dos custos totais na PC e na PI. Os valores são semelhantes
aos encontrados no anuário Agrianual (2007), que apesar de utilizar outra
metodologia, demonstra em seu estudo, que os custos administrativos anuais
26
representam 5,77% do custo total para produção de pêssego no Estado de São
Paulo.
Os métodos para apropriação de custos administrativos de trabalhos
disponíveis na literatura diferem entre si, dificultando a sua comparação. Nos
trabalhos de custos de produção de pêssego de Madail et al. (2002) e Farias et al.
(2004), não são contabilizados os custos administrativos. Nos trabalhos de
Matsunaga et al. (1976) e Martin et al. (1998), que servem de referência para a
grande maioria dos trabalhos de avaliação econômica de culturas agrícolas, os
custos administrativos são contabilizados. Nos trabalhos citados acima, os valores
referentes aos custos administrativos, correspondem, em média, a 5% dos custos
totais.
Em uma análise conjunta dos dados relativos à comparação de custos, é
significativa a redução de custos de produção no sistema integrado, representando,
desta maneira, uma evolução na busca do equilíbrio técnico-econômico, social e
ambiental. A redução média com agrotóxicos entre os dois estabelecimentos
agrícolas estudados foi de R$ 512,26/ha. Considerando que a área total de PI de
pêssego no Brasil é de 520 ha (IBGE, 2004) a redução nos custos com estes
insumos seria de R$ 266.375,20. Este valor corresponde a uma redução no volume
de: 700 litros de inseticidas; 728 litros de fungicidas; 47.320 kg de fertilizantes e 828
litros de herbicidas.
Além do benefício econômico, a redução no volume de aplicações de
agrotóxicos ocasionada pela PI proporciona benefícios à saúde pública, visto que,
no ano de 2002, foram notificados no Brasil 5.591 intoxicações humanas por
agrotóxicos agrícolas (SINITOX, 2005). Desta forma, a PI possibilita um melhor
equilíbrio ecológico, favorecendo o bem-estar humano e a recuperação de
organismos benéficos que são importantes aliados na luta biológica e na viabilidade
de um sistema de produção menos dependente de insumos químicos (SANSAVINI,
1995; MOLINARI, 2001).
27
TABELA 1 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DE SSEGO
ENTRE OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E
CONVENCIONAL (PC), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS
DE 2002 A 2004.
Custos PC Custos PI
Atividades
R$ % R$ %
Diferença
entre PI e PC (%)
Araucária
Mão-de-obra
9.614,00 71,12 9.590,00 75,35 -0,25
Mecanização
1.095,00 8,10 780,00 6,13 -28,77
Fertilizantes
449,11 3,32 338,76 2,66 -24,50
Fungicidas
1.213,81 8,98 825,30 6,48 -32,01
Inseticidas
191,38 1,42 166,88 1,32 -12,80
Outros insumos
214,10 1,58 328,30 2,58 53,34
Custos administrativos
741,07 5,48 697,52 5,48 -5,91
Custos Totais
13.518,06 12.726,75 -5,86
Lapa
Mão-de-obra
6.778,00 69,31 6.886,00 74,15 1,59
Mecanização
828,00 8,47 552,00 5,94 -33,33
Fertilizantes
493,38 5,04 330,15 3,56 -33,08
Fungicidas
704,54 7,20 596,93 6,43 -15,27
Inseticidas
225,71 2,31 128,50 1,38 -43,06
Outros insumos
214,10 2,19 283,60 3,05 32,46
Custos administrativos
536,14 5,48 509,08 5,48 -5,05
Custos Totais
9.779,85 9.256,37 -5,05
3.2 PRODUÇÃO E RECEITAS
Na Tabela 2 são apresentados os valores referentes à produção por hectare,
preço médio por kg e valor bruto recebido em cada uma das safras, nos
estabelecimentos agrícolas de Araucária e Lapa. Observa-se, que em Araucária, na
safra de 2002, nos dois sistemas de produção, ocorreu uma baixa produção. Esta
situação foi provocada por uma forte geada tardia, que ocasionou a queda na
produção da safra naquela região, diminuindo sensivelmente a renda dos
produtores. As receitas obtidas com a produção naquele ano não foram suficientes
para cobrir os gastos demandados no período.
Em Araucária, a produção na PC, nos três anos avaliados, foi maior em
24,53% em 2002, 5,05% em 2003 e 23,59% em 2004, que na PI. No entanto, devido
aos custos de produção serem menores na PI, a diferença média percentual foi
amenizada. Assim, a perda de rendimentos líquidos foi, em média, de 9,92% na PI,
em relação à PC. Se os produtos oriundos da produção integrada tivessem um maior
preço, de pelo menos 10%, esta diferença seria anulada. A comercialização da
28
produção dos pomares de Araucária foi realizada pelos mesmos preços, nos dois
sistemas.
Na Lapa, a produção na PC foi menor que a PI, nos dois primeiros anos, em
26,09% e 34,42%, respectivamente, e de 0,74% maior no terceiro ano.
Os pomares localizados neste estabelecimento agrícola apresentaram
produção menor que os de Araucária, devido à menor fertilidade e profundidade do
solo, sanidade e forma de manejo diferentes
1
(BUSKE, 2008, com. pessoal). Mas os
dados mostram que neste local, a produção integrada apresentou vantagens na
produção e nos custos em relação à produção convencional.
Devido ao vel tecnológico dos dois estabelecimento estudados, a
produtividade média nos dois sistemas foram superiores à informada por Giolo et al.
(2005), no Rio Grande do Sul, cujo rendimento médio foi de 7 t/ha.
TABELA 2 - PRODUÇÃO, PREÇOS E RECEITAS BRUTAS, EM R$, DE UM
HECTARE DE POMAR DE PESSEGUEIRO, NOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO CONVENCIONAL (PC) E INTEGRADA (PI), EM
ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004.
PC PI
Idade
do Pomar
Produção
(kg)
Preço kg
(R$)
Receita
Bruta (R$)
Produção
(kg)
Preço kg
(R$)
Receita
Bruta (R$)
Araucária
5º ano (2002) 5.300 0,60 3.180,00 4.000 0,60 2.400,00
6º ano (2003) 39.890 0,65 25.928,50 37.875 0,65 24.618,75
7º ano (2004) 39.546 0,55 21.750,00 30.219 0,55 16.620,45
Lapa
6º ano (2002) 11.900 0,60 7.140,00 16.100 0,60 9.660,00
7º ano (2003) 14.100 0,65 9.165,00 21.500 0,65 13.975,00
8º ano (2004) 19.666 0,55 10.816,30 19.521 0,55 10.736,55
3.3 ANÁLISE ECONÔMICA
3.3.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO - VPL
Para o estabelecimento agrícola de Araucária, o VPL, na PC, calculado à
taxa de juro de 6% a.a., é maior 2,99% em 2002, 3,92% em 2003 e 10,97% em
1
Edir Osmar Buske, engenheiro agrônomo da Emater. Lapa. PR.
29
2004, que na PI. Nota-se ainda, que à medida que se aumentam as taxas de juros,
os rendimentos diminuem, mas a diferença percentual entre os dois sistemas e entre
as taxas de juro não se altera (Tabela 3).
Em análises de investimento, o projeto deve ser aprovado sempre que o
valor do VPL for maior do que zero. Lapponi (1996) ressalta que o VPL positivo
indica que o capital investido será recuperado; remunerado na taxa de juros que
mede o custo de capital do projeto, gerará um ganho extra, na data zero, igual ao
VPL. Portanto, tanto no sistema PC, quanto no PI (Tabela 3), em todas as taxas de
juros e em todos os períodos avaliados, os valores são positivos, indicando que a
atividade, em ambos os casos, é viável economicamente a partir do quinto ano de
idade do pomar e com melhor desempenho com a taxa de juros de 6%.
Para o estabelecimento agrícola de Lapa, tanto na PC, quanto na PI, o VPL
mostra que a produção é viável a partir do sexto ano. Para a taxa de juros de 6%, o
rendimento da PI é maior que a PC em 41,20% no ano de 2002, 43,39% em 2003 e
31,58% em 2004. Assim o sistema de PI apresenta-se como a melhor alternativa,
por este método de avaliação econômica.
Observa-se que em todas as situações analisadas, nos dois
estabelecimentos, a atividade mostra-se viável economicamente. Nota-se ainda, que
à medida que aumenta a taxa de juros, os rendimentos o menores, mas quando é
aumentada a idade do pomar, a produção aumenta e os retornos econômicos são
maiores. Situação semelhante foi encontrada por Fett (2000), em avaliação de
pomares de maçã no estado do Rio Grande do Sul, cultivados em sistema de alta
densidade. Os valores do VPL, aos oito anos de idade, à taxa de juros de 6%, foi de
R$ 20.419,27, e com taxa de 8%, foi de R$ 15.545,96. Sendo o VPL positivo, será
financeiramente conveniente a taxa de juro considerada. Para a opção de
oportunidades de investimentos, escolhe-se aquela com maior VPL (THUESEN;
FABRYCKY; TARESEN, 1991; OLIVEIRA; MACEDO, 1996; AZEVEDO FILHO,
1996; LIMA JUNIOR; REZENDE; OLIVEIRA, 1997). Portanto, os dois sistemas se
mostraram viáveis economicamente.
Os valores apresentados na Tabela 3 são semelhantes aos encontrados por
Madail, Reichert e Dossa (2002), no estado do Rio Grande do Sul, em avaliação
econômica de pomares de ssego da variedade Marli, onde o VPL calculado foi de
R$ 12.737,26/ha, para o décimo segundo ano de vida do pomar.
30
Em estudos econômicos realizados por Araújo e Correia (2001), o VPL de
um pomar de maracujá, com oito anos de idade, foi de R$ 15.777,83/ha, e outro de
acerola, com 15 anos, foi de R$ 27.759,39/ha.
Quanto aos métodos da TIR e B/C, os valores são positivos e atrativos para
os dois sistemas, sendo que o valor da TIR da PC, em Araucária, é maior, e na
Lapa, a TIR da PI é maior. No método do B/C, a diferença foi favorável à PI nos dois
estabelecimentos agrícolas estudados.
TABELA 3 - VALOR PRESENTE QUIDO (VPL), EM REAIS, PARA OS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL (PC) DE
PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004.
PC PI
Taxas de juro ao ano (%) Taxas de juro ao ano (%)
Idade
do Pomar
6 8 12 6 8 12
Araucária
5º ano (2002) 12.652,31 11.265,06 8.901,32 12.273,41 10.928,64 8.634,63
6º ano (2003) 26.517,25 23.429,52 18.331,79 25.477,34 22.513,16 17.615,49
7º ano (2004) 36.936,31 32.401,69 25.039,65 32.883,99 28.891,07 22.383,76
Lapa
4.671,70 3.892,80 2.600,58
6º ano (2002)
2.746,98 2.177,40 1.231,03
11.861,37 10.200,68 7.490,74
7º ano (2003)
6.714,70 5.658,49 3.929,74
8º ano (2004)
11.373,94 5.658,49 6.929,03
16.623,66 14.301,52 10.556,37
3.3.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO – VPLA
No estabelecimento agrícola de Araucária, nos sistemas PC e PI, os valores
do VPLA (Tabela 4) em todas as taxas de juros, são positivos. Isso indica que a
atividade, em ambos os casos, seria viável economicamente a partir do quinto ano.
Conforme estabelece o método de VPLA, quando mais de uma opção de
investimento obtiver valores positivos, deve ser escolhido o que apresentar o valor
maior. Assim, nota-se que no VPLA, calculado para o estabelecimento de Araucária,
na PC, o valor é maior que o obtido na PI. Percentualmente, estes valores são de
2,99% no ano de 2002; 3,92% em 2003 e 10,97% em 2004, maiores na PC.
Na Lapa, o VPLA, nos dois sistemas, apresentaram valores positivos em
todas as taxas de juro utilizadas. No ano de 2002, o VPLA do sistema PI foi 42.20%
31
maior que da PC; em 2003 foi 43,39% maior e em 2004, foi 31,58% maior que da PC
(Tabela 4).
Á medida em que se aumenta a idade do pomar, a produção também tende
a aumentar e os retornos econômicos são proporcionalmente maiores. No entanto,
estes diminuem com a elevação das taxas de juros.
Conforme Brigham (1999), deve-se escolher preferencialmente o projeto que
apresentar maior anuidade equivalente, ou seja, maior VPLA, uma vez que os
benefícios periódicos são maiores que os custos periódicos.
O método do VPLA permite comparar culturas ou projetos de horizontes
diferentes. Assim, é possível comparar os valores obtidos neste trabalho, que foram,
aos cinco anos, de R$ 2.573,01 na PC e de R$ 2.495,95, na PI, em Araucária e, aos
seis anos, de R$ 558,63 na PC e R$ 950,05 na PI, na Lapa, com os trabalhos de
Dossa, Rodigheri e Hoeflich (2000), os quais obtiveram valores para o VPLA, em
povoamentos de pinus, de R$ 627,00; na cultura do milho, de R$ 298,86; para a
cultura de feijão, de R$ 202,55 e na cultura da erva-mate, de R$ 760,94,
demonstrando a superioridade dos rendimentos da cultura de pêssego, tanto da PC
como da PI.
Os valores encontrados nos dois sistemas, na propriedade agrícola de
Araucária, o tamm superiores ao encontrados por Madail, Reichert e Dossa
(2002), em estudos econômicos de pomares de pêssego da variedade Marli, com
quatorze anos, no estado do Rio Grande do Sul, que foi de R$ 1.370,34, em média.
O VPLA é um critério de avaliação econômica semelhante ao VPL.
Entretanto, a sua função é demonstrar quanto de ganho líquido um projeto de
investimento poderá propiciar, período a período.
32
TABELA 4 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA), EM REAIS, PARA
OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL
(PC) DE PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE
2002 A 2004.
PC PI
Taxas de juro ao ano (%) Taxas de juro ao ano (%)
Idade do
pomar
6 8 12 6 8 12
Araucária
5º ano (2002)
2.573,01 2.436,81 2.165,03 2.495,95 2.364,03 2.100,16
6º ano (2003)
4.750,17 4.500,16 4.016,82 4.563,88 4.324,16 3.859,87
7º ano (2004)
5.948,12 5.638,37 5.040,43 5.295,50 5.027,47 4.505,83
Lapa
950,05 842,07 632,53
6º ano (2002)
558,63 471,00 299,42
2.124,79 1.959,27 1.641,35
7º ano (2003)
1.202,84 1.086,84 861,08
8º ano (2004)
1.831,61 1.682,83 1.394,83
2.677,01 2.488,68 2.125,03
3.3.3 TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR
No estabelecimento agrícola de Araucária, os valores da TIR, na PC e na PI
(Anexo 5) são positivos e atrativos em todas as situações do período estudado. A
TIR é maior na PC. No entanto, as diferenças são muito pequenas. No ano de 2002,
a TIR é de 47,67% na PI e de 47,22% na PI. Assim, no quinto ano, a diferença é de
apenas 0,45 ponto percentual. No ano de 2003 e 2004 as TIR são 0,69 e 1,64 ponto
percentual maiores na PC, não caracterizando, portanto, uma vantagem importante
para nenhum dos sistemas pore este método de análise.
Os valores da TIR encontrados neste estudo mostraram-se semelhantes aos
obtidos por Madail, Reichert e Dossa (2002), em pomares de pêssego de quatorze
anos, da cultivar Marli, que foram em média de 43,9%, e aos observados por Fett
(2000), que em estudos econômicos de pomares de maçã, produzidos em alta
densidade, encontrou valores de TIR de 42,79%.
No estabelecimento agrícola da Lapa (Anexo 5), a TIR é maior na PI, sendo,
no ano de 2002, de 25,27% na PI e de 19,30% na PC. Em 2003, a TIR foi de
37,72% na PI e 29,09% na PC. No ano de 2004, o valor da TIR foi de 41,97% na PI
e 35,20% na PC.
Os valores da TIR são positivos nos três anos da avaliação para a PC e para
a PI. Assim, os dois sistemas são viáveis economicamente, mas com vantagem para
os retornos obtidos na PI, por este método de avaliação. Os resultados da TIR
33
variaram de acordo com o tempo ou anos de vida útil do pomar, não variando com a
taxa de desconto. O cririo de decisão da taxa interna de retorno sobre a viabilidade
de projetos é muito simples: se a TIR for superior ao custo de capital, aceita-se o
projeto de investimento e se for inferior, rejeita-se (REZENDE; OLIVEIRA, 2001).
Os valores de TIR encontrados neste estudo podem ser comparados aos
encontrados por Araújo e Correia (2004), que para as culturas de graviola, goiaba,
acerola, maracujá e abacaxi, encontraram valores para a TIR entre 35,7 a 68,53%.
3.3.4 ÍNDICE BENEFÍCIO/CUSTO - B/C
O estudo do B/C demonstra que nos dois estabelecimentos agrícolas,
Araucária e Lapa, tanto na PI quanto na PC, os investimentos seriam viáveis nos
três anos estudados (Tabela 5).
Nota-se que são muito pequenas as diferenças entre os sistemas PC e PI
em Araucária e os dois são atrativos economicamente, pois a relação B/C é uma
medida de quanto se espera ganhar por unidade de capital investido. Assim, aceita-
se os projetos que apresentarem relação B/C maior do que um (1). O valor sendo
maior que a unidade revela a possibilidade de produzir benefícios maiores que os
custos (NORONHA, 1987).
A melhor opção, em Araucária, foi no ano de 2004, onde a PC apresenta um
valor de 2,55, enquanto que a PI o valor é 2,40. O pior desempenho foi em 2002,
quando na PC, o valor obtido foi de 1,74 e na PI, de 1,72. No estabelecimento da
Lapa (Tabela 5), o melhor resultado foi no ano de 2004, quando na PI foi encontrado
um índice B/C de 2,10, e na PC, de 1,76. O pior resultado foi de 1,28 na PC e de
1,44 na PI, no ano de 2002.
A avaliação comparativa dos resultados referentes à B/C exposto aqui, são
semelhantes às encontradas por Madail, Reichert e Dossa (2002), de 1,41, em
culturas de pêssego. Araújo e Correia (2004), em estudos com pomares de graviola,
goiaba, acerola, maracujá e abacaxi, encontraram valores para a B/C de 2,25; 2,22;
1,53; 1,33 e 2,22, respectivamente.
Como o nome sugere, os procedimentos da análise B/C se resumem em
adotar a opção que obtém o máximo benefício dado a um nível de custo. Portanto,
neste caso, a produção integrada se revela como a melhor alternativa de
investimento.
34
TABELA 5 - RELAÇÃO BENEFÍCO CUSTO (B/C), EM REAIS, PARA OS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL (PC) DE
PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004.
Araucária Lapa
Taxa 6% de juro ao ano Taxa 6% de juro ao ano
Ano
PC PI PI PC
2002 1,74 1,72 1,28 1,44
2003 2,28 2,23 1,53 1,90
2004 2,55 2,40 1,76 2,10
3.3.5 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE A PREÇOS
Para todos os métodos de avaliação utilizados, foram realizadas simulações,
considerando alterações nos preços da produção de pêssego oriundos da PI e
comparadas com os valores da produção convencional. Foram consideradas
alterações positivas de 10%, 15%, 20%, 25% e 30%, para a determinação de novos
valores para o VPL, VPLA, TIR e B/C, calculadas à taxa de juro de 6% (Anexo 3).
Os valores do VPL aumentariam em 18,09% no quinto, se houvesse um
aumento de 10% nos preços. Já, se o aumento de preço fosse de 30%, o VPL, no
sétimo ano, aumentaria 50,36% no estabelecimento agrícola de Araucária. Na Lapa,
a simulação nos mostra que uma alteração positiva de 10% no preço, proporcionaria
no sexto ano, uma diferença de 59,98% no VPL.
Quanto ao acréscimo no valor do VPLA proporcionado pela simulação de
alteração de 10% nos preços, verificou-se que em Araucária, no quinto ano, o valor
seria 18,09% maior e no estabelecimento agrícola da Lapa, no sexto ano, a
diferença seria de 57,27% (Anexo 4).
Para a avaliação da TIR no estabelecimento rural de Araucária, a simulação
mostra que uma alteração positiva de 10% no preço, no quinto ano, proporcionaria
um acréscimo de 8,28 pontos percentuais. No estabelecimento da Lapa, a alteração
positiva de 10% no preço, no sexto ano, proporcionaria um acréscimo de 11,9
pontos percentuais, demonstrando que se o produto originário da PI tiver uma
diferenciação nos preços, a atividade antecipa os retornos e aumenta
substancialmente os resultados econômicos (Anexo 6).
35
Os índices de B/C em Araucária, no caso de ocorrência de aumento de 10%
nos preços, no sexto ano, passariam de 2,55 para 2,66. Na Lapa, a simulação de
10% no preço da produção oriunda da PI proporcionaria um acréscimo de 38,31%
(Anexo 7).
Após as análises e as discussões dos estudos realizados, ressalta-se que
um dos principais objetivos do trabalho foi o de determinar qual, entre as alternativas
de produção, teria retornos mais compensatórios e se os recursos despendidos
nestes sistemas poderiam dar retornos compatíveis com as alternativas do mercado
financeiro. Verificou-se que os sistemas PC e PI apresentaram um retorno positivo
do capital investido e maior que outras alternativas, dada à tecnologia e aos preços
utilizados.
O presente trabalho demonstrou que a racionalização no uso de fertilizantes,
fungicidas e inseticidas, utilizada na produção integrada, percentualmente, é mais
expressiva na composição dos custos que o aumento dos gastos com mão-de-obra.
Esta diferença proporciona uma importante redução nos custos de produção da PI,
aumentando significativamente a renda líquida dos produtores.
A análise realizada abordou métodos que utilizam conceitos e critérios
distintos, embora haja uma relação entre eles. Os valores obtidos não diferiram entre
os métodos, indicando, portanto, que a produção de pêssego nos estabelecimentos
estudados são viáveis economicamente.
A avaliação por meio dos métodos de análise VPL e VPLA são os que
melhor refletem a situação econômica de projetos de investimento. Estes revelaram
que em Araucária, em ambos os sistemas de cultivo, os valores foram positivos
(Tabelas 3 e 4) e portanto, viáveis economicamente. Porém, ele foi maior na PC e
assim, este sistema seria mais atrativo economicamente. Para o estabelecimento da
Lapa, em todas as fases analisadas, os métodos de avaliação apresentaram
resultados positivos, tendo a PI apresentado desempenho superior e mais desejável
economicamente que a PC (Tabelas 3 e 4).
A análise de sensibilidade nos permitiu avaliar mudanças nos resultados,
decorrentes de possíveis alterações nos coeficientes de preços adotados nos
sistemas avaliados. Desta forma, por meio da simulação, foi possível verificar a
plena viabilidade da PI de pêssego, se este for entendido pelo mercado, como um
sistema diferenciado, e assim, for recompensado com uma diferenciação positiva em
seus preços.
36
4 CONCLUSÕES
Os métodos de análise de investimentos VPL, VPLA, TIR e B/C,
mostram-se eficientes e adequados para comparação dos sistemas de
produção integrada e convencional de pêssego.
A produção de pêssego, independente do sistema de produção adotado,
é uma atividade economicamente viável nas condições apresentadas
neste estudo. Em todos os métodos utilizados a atividade apresentou
valores positivos. Em Araucária o VPL médio foi 7,19% maior na PC,
quando comparado à PI; a TIR foi de 47,67% na PC e de 47,22% na PI e
o B/C foi de 2,19 na PC e de 2,12 na PI. Na Lapa o VPL médio foi 60%
maior na PI, quando comparado à PI; a TIR foi de 25,27% na PI e de
19,30% na PC e o B/C foi de 1,52 na PC e de 1,81 na PI. O VPLA, nos
dois estabelecimentos foi superior ao encontrado em estudos com grãos
e florestas plantadas.
O desempenho econômico da atividade pode variar de acordo com o
nível tecnológico e as práticas culturais adotadas nos diferentes
estabelecimentos agrícolas.
O sistema de produção integrada em pomares de ssego propicia
redução nos custos de produção. Em Araucária a redução dos custos foi
de 5,86% e na Lapa foi de 5,05%.
37
ANEXOS
ANEXO 1 - CUSTOS TOTAIS DA PRODUÇÃO (R$) E PERCENTAGEM DE
GASTOS EM RELAÇÃO AO CUSTO TOTAL NOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL (PC) DE
PÊSSEGO EM ARAUCÁRIA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004.
PC PI
MÃO-DE-OBRA
5° ano
(2002)
6° ano
(2003)
7° ano
(2004)
TOTAL
5° ano
(2002)
6° ano
(2003)
7° ano
(2004)
TOTAL
Limpeza roçada - - - - 40,00 - - 40,00
Aplic.de fertilizantes 80,00 80,00 80,00 240,00 80,00 80,00 70,00 230,00
Analise de solo/foliar 8,00 4,00 4,00 16,00 8,00 4,00 4,00 16,00
Aplic.inseticidas fungicidas 60,00 120,00 60,00
240,00
20,00 40,00 40,00
100,00
Capina Manual 40,00 40,00 40,00 120,00 100,00 100,00 100,00 300,00
Combate a Formiga 20,00 20,00 20,00 60,00 20,00 20,00 20,00 60,00
Aplic. herbicidas 60,00 60,00 60,00 180,00 40,00 40,00 40,00 120,00
Roçada entre-linhas 128,00 128,00 128,00 384,00 320,00 320,00 320,00 960,00
Poda verde 108,00 108,00 108,00 324,00 108,00 108,00 108,00 324,00
Poda de inverno 450,00 630,00 630,00 1.710,00 450,00 630,00 630,00 1.710,00
Raleio 810,00 990,00 1.080,00 2.880,00 810,00 810,00 810,00 2.430,00
Colheita 360,00 1.500,00 1.600,00 3.460,00 200,00 1.500,00 1.600,00 3.300,00
Subtotal 2.124,00 3.680,00 3.810,00 9.614,00 2.196,00 3.652,00 3.742,00
9.590,00
Participação 71,12% 75,35%
MECANIZAÇÃO
Aplic. de fertilizantes 30,00 30,00 30,00 90,00 30,00 30,00 30,00 90,00
Aplic. Inseticidas Fung. 90,00 90,00 90,00 270,00 60,00 60,00 60,00 180,00
Roçada entre-linhas 35,00 35,00 35,00 105,00 - - -
Aplic. Herbicidas 120,00 120,00 120,00 360,00 80,00 80,00 160,00 240,00
Transp. Interno prodão 30,00 120,00 120,00 270,00 30,00 120,00 120,00 270,00
Subtotal 305,00 395,00 395,00 1.095,00 200,00 290,00 290,00 780,00
Participação 8,10% 6,13%
FERTILIZANTES
Cloreto de Potássio 81,12 46,80 209,04 20,80 59,28 114,00 139,36
Superfosfato simples 15,40 9,75 15,50 40,65 14,00 7,88 22,50 29,75
Uréia 17,42 78,00 104,00 199,42 45,50 52,65 110,00 169,65
Subtotal 113,94 134,55 200,62 449,11 80,30 119,81 138,66 338,76
Participação 3,32% 2,66%
FUNGICIDAS
Acibenzolar (bion) - - - - - 13,40 - 13,40
Azoxistrobina (amistar) - - - - 6,90 6,90 6,90 20,70
Benomil (benlate) 47,74 23,87 23,87 95,48 - - - -
Byozime 87,50 87,50 - 175,00 - - - -
Calda bordalesa 25,00 25,00 25,00 75,00 30,00 30,00 30,00 90,00
Calda sulfocálcica 88,00 88,00 88,00 264,00 88,00 88,00 88,00 264,00
Captana (Orthocide) 21,53 21,53 14,35 57,41 21,53 21,53 7,18 50,24
Iprodiona (Rovral) 156,53 156,53 156,53 469,59 125,22 52,18 52,18 229,58
Mancozebe (dithane) 28,50 19,00 - 47,50 9,50 19,00 9,50 38,00
Tebuconazole (folicur) - 29,85 - 29,85 29,85 59,70 29,85 119,40
Subtotal 454,79 451,27 307,75 1.213,81 311,00 290,70 223,60 825,30
Participação 8,98% 6,48%
INSETICIDAS
Fenitrothion (Sumithion) 15,50 46,50 77,50 139,50 46,50 46,50 46,50 139,50
Fipronil (formicida) 6,00 6,00 6,00 18,00 6,00 6,00 6,00 18,00
Continua ...
38
Anexo 1 - Continuação ...
PC PI
MÃO-DE-OBRA
5° ano
(2002)
6° ano
(2003)
7° ano
(2004)
TOTAL
5° ano
(2002)
6° ano
(2003)
7° ano
(2004)
TOTAL
INSETICIDAS
Metidathion Supracid 24,50 24,50 - - - -
Tricloform (dipterex) 9,38 - - 9,38 9,38 - - 9,38
Subtotal 30,88 77,00 83,50 191,38 61,88 52,50 52,50 166,88
Participação 1,42% 1,31%
OUTROS INSUMOS
Análise de solo 20,00 20,00 20,00 20,00
Análise foliar 20,00 20,00 20,00 60,00 20,00 20,00 20,00 60,00
Armadilha grapholita - - - - 8,90 - 8,90
Armadilha mosca - - - - 15,00 - 15,00 30,00
Herbicida 44,70 44,70 44,70 134,10 29,80 29,80 29,80 89,40
Feromônio - - - 35,00 35,00 35,00 105,00
Suco de Uva - - - 5,00 5,00 5,00 15,00
Subtotal 84,70 64,70 64,70 214,10 133,70 89,80 104,80 328,30
Participação 1,58% 2,58%
ADMINISTRATIVOS
Manutenção e Depr.
de q. Equip. 62,27 96,04 97,23 255,54 59,48 90,07 91,03 240,58
Adm./Escritório 31,13 48,02 48,61 127,77 29,74 45,04 45,52 120,29
Impostos 87,17 134,46 136,12 357,76 83,27 126,10 127,27 336,65
Subtotal 180,57 278,53 281,97 741,07 172,49 261,21 263,82 697,52
Participação 5,48% 5,48%
ANEXO 2 - CUSTOS TOTAIS DA PRODUÇÃO (R$) E PERCENTAGEM DE
GASTOS EM RELAÇÃO AO CUSTO TOTAL NOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL (PC) DE
PÊSSEGO NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004.
PC PI
MÃO-DE-OBRA
6° ano
(2002)
7° ano
(2003)
8° ano
(2004)
TOTAL
6° ano
(2002)
7° ano
(2003)
8° ano
(2004)
TOTAL
Aplic.de fertilizantes 80,00 80,00 80,00 240,00 64,00 64,00 64,00 192,00
Analise de solo/foliar 8,00 4,00 4,00 16,00 8,00 4,00 4,00 16,00
Aplic. insetic. fungicidas 60,00 60,00 60,00 180,00 40,00 40,00 40,00 120,00
Capinas manual 40,00 40,00 40,00 120,00 120,00 120,00 120,00 360,00
Combate formiga 20,00 20,00 20,00 60,00 20,00 20,00 20,00 60,00
Aplic. herbicidas 60,00 60,00 60,00 180,00 20,00 20,00 20,00 60,00
Roçada entre-linhas 32,00 32,00 32,00 96,00 64,00 64,00 64,00 192,00
Poda verde 108,00 108,00 108,00 324,00 108,00 108,00 108,00 324,00
Poda de inverno 360,00 450,00 450,00 1.260,00 360,00 450,00 450,00 1.260,00
Raleio 648,00 720,00 720,00 2.124,00 648,00 720,00 720,00 2.124,00
Colheita 648,00 720,00 810,00 2.178,00 648,00 720,00 810,00 2.178,00
Subtotal 2.100,00 2.294,00 2.384,00 6.778,00 2.136,00 2.330,00 2.420,00 6.886,00
Participação 69,31% 74,15%
MECANIZAÇÃO
Enxada rotativa 15,00 15,00 15,00 45,00 9,00 9,00 9,00 27,00
Aplic. de fertilizantes 30,00 30,00 30,00 90,00 30,00 30,00 30,00 90,00
Aplic. insetic. fungicidas 36,00 36,00 36,00 108,00 30,00 30,00 30,00 90,00
Roçada entre-linhas 30,00 30,00 30,00 90,00 - - - -
Aplic. herbicidas 90,00 90,00 90,00 270,00 60,00 60,00 60,00 90,00
Transp. interno
produção 60,00 75,00 90,00 225,00 75,00 90,00 90,00 255,00
Subtotal 261,00 276,00 291,00 828,00 174,00 189,00 189,00 552,00
Continua ...
39
Anexo 2 – continuação ...
PC PI
MÃO-DE-OBRA
6° ano
(2002)
7° ano
(2003)
8° ano
(2004)
TOTAL
6° ano
(2002)
7° ano
(2003)
8° ano
(2004)
TOTAL
Participação 8,47% 5,94%
FERTILIZANTES
Cloreto de Potássio 62,40 52,00 72,50 186,90 41,60 41,60 57,20 140,40
Superfosfato simples 66,00 55,00 49,50 170,50 66,00 12,38 12,38 90,75
Uréia 63,00 25,43 47,25 135,68 31,50 31,25 36,00 99,00
Subtotal 191,40 132,43 169,55 493,38 139,10 85,48 105,58 330,15
Participação 5,04% 3,56%
FUNGICIDAS
Calda sulfocálcica 49,50 90,00 99,00 238,50 49,50 49,50 49,50 148,50
Captana (Orthocide) 21,53 21,53 21,53 64,58 14,35 7,18 7,18 28,70
Mancozebe (dithane) 33,75 33,75 13,50 81,00 6,75 6,75 6,75 20,25
Iprodiona (Rovral) 102,90 34,30 68,60 205,80 137,20 102,90 68,60 306,70
Azoxistrobina amistar) - 33,45 33,45 66,90 - 33,45 33,45 66,90
Tebuconazole (folicur) 47,76 - - 47,76 - 23,88 23,88
Subtotal 255,44 213,03 236,08 704,05 207,80 223,66 165,48 596,93
Participação 7,20% 6,43%
INSETICIDAS
Dimetoato 11,00 22,00 22,00 55,00 11,00 11,00 11,00 33,00
Fipronil (formicida) 6,00 6,00 6,00 18,00 6,00 6,00 6,00 18,00
Fenitrotion (sumithion) 15,50 31,00 46,50 15,50 62,00 77,50
Fenthion 93,71 93,71
Parathion 12,50 37,50
Subtotal 123,21 43,50 59,00 225,71 32,50 79,00 17,00 128,50
Participação 2,31% 1,38%
OUTROS INSUMOS
Análise de solo 20,00 - 20,00 20,00 20,00
Análise foliar 20,00 20,00 20,00 60,00 20,00 20,00 20,00 60,00
Armadilha grapholita - - - 8,90 - 8,90
Armadilha mosca - - - 15,00 - 15,00 30,00
Herbicida 44,70 44,70 44,70 134,10 14,90 14,90 14,90 44,70
Aveia preta - - - - - - - -
Feromônio 35,00 35,00 35,00 105,00
Suco de Uva 5,00 5,00 5,00 15,00
Subtotal 84,70 64,70 64,70 214,10 118,80 74,90 89,90 283,60
Participação 2,19% 3,05%
ADMINISTRATIVOS
Manut. e Deprec. de q.
Equipamentos 60,31 60,47 64,09 184,87 56,16 59,64 59,74 175,01
Administração/Escritório 30,16 30,24 32,04 92,44 28,08 29,82 29,87 87,77
Impostos
84,44 84,66 89,72 258,82 78,63 83,75 83,63
245,76
Subtotal 174,91 175,37 185,85 536,14 162,21 172,96 172,24 509,08
Participação 5,48% 5,48%
40
ANEXO 3 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL), EM REAIS, COM TAXA DE
JUROS DE 6% a.a., APÓS SIMULAÇÃO DE ALTERAÇÃO POSITIVA
NOS PREÇOS DAS FRUTAS ORIUNDAS DA PRODUÇÃO
INTEGRADA (PI), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE
2002 A 2004.
Percentagem de alteração
Idade
do pomar
10 15 20 25 30
Araucária
5º ano (2002)
15. 446,28 17. 032,71 18.619,14 20.205,58 21.792,01
6º ano (2003)
30.287,49 32.692,57 35.097,65 37.502,73 39.907,80
7º ano (2004)
38.736,93 41.663,40 44.589,88 47.516,35 50.442,82
Lapa
6º ano (2002) 6.429,04 7.307,71 8.186,38 9.065,04 9.943,71
7º ano (2003) 14.548,12 15.891,50 17.234,87 18.578,25 19.921,63
8º ano (2004) 19.984,04 21.664,23 23.344,4 25.024,61 26.704,80
ANEXO 4 - VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA), EM REAIS, COM
TAXA DE JUROS DE 6% a.a., APÓS SIMULAÇÃO DE ALTERAÇÃO
POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS ORIUNDAS DA PRODUÇÃO
INTEGRADA (PI), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE
2002 A 2004.
Percentagem de alteração
Idade
do pomar
10 15 20 25 30
Araucária
5º ano (2002)
3.141,20 3.463,82 3.786,44 4.109,06 4.431,68
6º ano (2003)
5.425,55 5.856,38 6. 287,22 6.718,05 7.148,89
7º ano (2004)
6.238,04 6.709,31 7.180,57 7.651,84 8.123,11
Lapa
6º ano (2002) 1.307,43 1.486,11 1.664,80 1.843,49 2.022,18
7º ano (2003) 2.606,08 2.846,72 3.087,37 3.328,02 3.568,66
8º ano (2004) 3.218,15 3.488,72 3.759,29 4.029,86 4.300,43
41
ANEXO 5 - TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR), PARA OS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) E CONVENCIONAL (PC) DE
PÊSSEGO, EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE 2002 A
2004.
Araucária Lapa
Taxa 6% de juro ao ano Taxa 6% de juro ao ano
Ano
PC PI PI PC
2002 47,67% 47,22% 19,30% 25,27%
2003 58,37% 57,68% 29,09% 37,72%
2004 62,22% 60,58% 35,20% 41,97%
ANEXO 6 - TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) APÓS SIMULAÇÃO DE
ALTERAÇÃO POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS ORIUNDAS
DA PRODUÇÃO INTEGRADA (PI), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA,
PR, NOS ANOS DE 2002 A 2004.
Percentagem de alteração
Idade
do pomar
10 15 20 25 30
Araucária
5º ano (2002) 54,95% 58,57% 62,06% 65,42% 68,68%
6º ano (2003) 64,52% 67,76% 70,91% 73,96% 76,92%
7º ano (2004) 67,19% 70,33% 73,38% 76,34% 79,22%
Lapa
6º ano (2002) 31,20% 33,99% 36,67% 35,61%
41,77%
7º ano (2003) 43,02% 45,52% 47,94% 50,28%
52,56%
8º ano (2004) 47,06% 49,46% 51,79% 54,05%
56,23%
ANEXO 7 - ÍNDICE BENEFÍCO CUSTO (B/C) APÓS SIMULAÇÃO DE ALTERAÇÃO
POSITIVA NOS PREÇOS DAS FRUTAS ORIUNDAS DA PRODUÇÃO
INTEGRADA (PI), EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR, NOS ANOS DE
2002 A 2004.
Percentagem de alteração
Idade
do pomar
10 15 20 25 30
Araucária
5º ano (2002) 1,90 1,99 2,07 2,16 2,25
6º ano (2003) 2,48 2,59 2,70 2,82 2,93
7º ano (2004) 2,66 2,78 2,90 3,02 3,14
Lapa
6º ano (2002) 1,68 1,76 1,84 1,91 1,99
7º ano (2003) 2,21 2,31 2,41 2,51 2,62
8º ano (2004) 2,45 2,56 2,67 2,78 2,89
42
CAPITULO II - APLICATIVO PARA APROPRIAÇÃO DE CUSTOS E ANÁLISE
ECONÔMICA COMPARATIVA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
CONVENCIONAL E INTEGRADA DE PÊSSEGOS - “ECOPI”.
43
CAPITULO II - APLICATIVO PARA APROPRIAÇÃO DE CUSTOS E ANÁLISE
ECONÔMICA COMPARATIVA ENTRE SISTEMAS DE
PRODUÇÃO CONVENCIONAL E INTEGRADA DE PÊSSEGO -
“ECOPI”.
RESUMO
Na produção de pêssego, a exploração racional dos pomares depende de um
conjunto de fatores que podem afetar, direta ou indiretamente a rentabilidade da
atividade. Nos estabelecimentos rurais, persiste o desconhecimento, pela maioria
dos produtores, sobre dos instrumentos de análise econômica que lhes permitam
identificar as melhores alternativas de produção e rentabilidade desenvolvidas nas
propriedades. As ferramentas computacionais disponibilizadas para este fim, são
65% direcionadas à pecuária, 25% destinadas a controles de estoques e funções
contábeis e o restante, desenvolvidos conforme necessidades específicas. Assim,
este estudo teve por objetivo, desenvolver e disponibilizar um aplicativo eletrônico
para calcular os custos de implantação, manutenção e para realizar a análise de
viabilidade econômica dos sistemas de produção integrada e convencional de
pêssego. Ele é constituído de planilhas eletrônicas que foram elaboradas em
plataforma Microsoft Excel e posteriormente, as interfaces gráficas, foram
construídas em Visual Basic , simplificando a operação e manuseio do sistema. O
aplicativo é composto por uma rie de telas, identificadas como: “Menu”, “Custos
PC”, “Custos PI”, “Receitas PC”, “Receitas PI”; “Custos totais”; “VLP” (Valor Presente
Líquido); “VLPA” (Valor Presente Líquido Anualizado); “TIR” (Taxa Interna de
Retorno); “B/C” ndice Benefício Custo) e “Ajuda”, onde estão descritas as formas
de utilização e interpretação dos dados. O aplicativo denominado ECOPI”
apresenta-se como um sistema de fácil operação, simplificando o cálculo dos custos
de implantação e manutenção de pomares de frutas, assim como, a rentabilidade
anual e a análise econômica comparativa dos sistemas convencional e integrado de
pêssego. O aplicativo permite as mais diferentes substituições dos valores e
indicadores, possibilitando assim, personalizar cada caso.
Palavras-chave: sistema de produção, impacto econômico, planilha eletrônica.
44
APPLICATION FOR OWNERSHIP ECONOMIC ANALYSIS OF COSTS AND
COMPARATIVE BETWEEN PRODUCTION SYSTEMS OF INTEGRATED AND
CONVENTIONAL PEACHES ORCHARDS - "ECOPI."
ABSTRACT
In peach production, the rational exploitation of orchards depends on a number of
factors that can affect, directly or indirectly, the profitability of activity. In rural
establishments most producers do not know the tools of economic analysis that
would enable them to identify the best alternatives for production and profitability in
developed properties. Sixty-five per cent of the computational tools available for this
purpose are directed to stock, 25% for the control of inventory and accounting
functions and the remainder, developed as specific needs. Thus, this study aimed to
develop and make available an electronic application to calculate the costs of
deployment, maintenance and to undertake the analysis of economic viability of
integrated and conventional peach production systems. It consists of spreadsheets
that were prepared in Microsoft Excel and subsequently, the graphical interfaces,
were built in Visual Basic , simplifying the operation and management of the system.
The application consists of a series of screens, identified as: "Menu", "PC costs",
"Costs IP", "Recipes PC", "Recipes IP", "Cost"; "VLP" (Net Present Value), "VLPA"
(Net Present Value Annualized), "IRR" (Internal Rate of Return), "B / C" (Benefit Cost
Index) and "Help", where the means for the use and interpretation of data are
described. The application called "ECOPI" presents itself as a system for easy
operation, simplifying the calculation of the costs of deployment and maintenance of
fruit orchards, and the annual return and analysis of comparative economic and
conventional integrated peach systems production. The application allows for a wide
range of replacement values and indicators, thus allowing the customizing for each
case.
Key words: system of production, economic impact, spreadsheet.
45
1 INTRODUÇÃO
Para se realizar a apropriação dos custos e efetuarmos as análises
econômicas de sistemas de produção de culturas agrícolas, é necessária a
elaboração de cálculos complexos, gerando um grande volume de dados. Assim,
para facilitar a execução destas análises, são utilizados alguns aplicativos
eletrônicos, tais como: o Custagri, o Planejar e o Customaq. No entanto, nenhum
deles se mostrou apropriado para a avaliação econômica da produção de pêssego,
e nem para o sistema de Produção Integrada (PI), pois não foram desenvolvidos
especificamente para a fruticultura. Os aplicativos que se destinam ao setor agrícola
calculam os custos de produção, mas não analisam os dispêndios das atividades
anualmente ou não realizam análises econômicas.
Os técnicos e produtores tecnificados, envolvidos com o agronegócio,
desejam utilizar ferramentas de análise econômica e financeira que lhes permitam
conhecer os custos de oportunidades de cada atividade na propriedade. A partir
dessas informações, podem formular um julgamento sobre a gestão técnica e
econômica, pontos fortes e fracos do sistema de produção e sugerir mudanças para
a melhoria da renda das propriedades agrícolas (DOSSA, RODIGHERI; HOEFLICH,
2000). Portanto, programas específicos destinados ao setor agrícola auxiliam nas
atividades rotineiras, organizando e disponibilizando rapidamente as informações e
tornando mais ágil e eficiente a gestão da propriedade (MACHADO; NANTES;
ROCHA, 2002).
Os softwares utilizados no setor agropecuário brasileiro estão distribuídos
em três áreas principais: pecuária, gestão e produção agrícola. A pecuária é o setor
que possui maior quantidade de ferramentas computacionais, principalmente nas
categorias de bovinos, nutrição animal e avicultura (RODRIGUES, 1999).
O Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a
Agricultura (CNPTIA) desenvolveu um software que estima apenas os custos de
utilização de máquinas, veículos e equipamentos agrícolas, o Customaq”. O
software calcula o consumo dos itens utilizados na atividade de mecanização
agrícola e despesas com mão-de-obra, garagem e manutenção e depreciação das
máquinas. O software é indicado para cooperativas, produtores e bancos
(EMBRAPA, 1994).
46
Martin et al. (1998) apresentaram o CUSTAGRI, que é um software que
permite estimar os custos com máquinas ou de atividades agropecuárias em um
determinado período, considerando rios níveis de processos produtivos e várias
moedas, incluindo uma análise simplificada de custos, mas não é adaptável para a
fruticultura.
Dossa, Rodigheri e Hoeflich (2000) desenvolveram o aplicativo “Planejar”, o
qual apresenta os indicadores de resultados para o cultivo de grãos, tais como: soja,
milho, feijão; e também de atividades florestais: erva-mate, eucalipto e pinus. Além
de apresentar os coeficientes técnicos, o trabalho estima, ainda, a rentabilidade
econômica das atividades em discussão. No entanto, também não oferece cálculos
específicos para a atividade frutícola.
Outros softwares foram desenvolvidos com enfoque específico, como é o
caso do Programa Pupunha”, apresentado por Marques (2004), que calcula os
custos da irrigação na cultura da pupunha.
O Centro de Desenvolvimento do Agronegócio - Cedagro, comercializa
planilhas eletrônicas para lculo de custos de produção das culturas de côco,
tangerina e abacaxi. No entanto, o permitem adaptações para cálculos de outras
culturas (CEDAGRO, 2007).
Assim, visando disponibilizar uma ferramenta de livre acesso e de fácil
manuseio, para ser utilizada na gestão de estabelecimentos agrícolas dedicados à
produção de pêssego e outras frutíferas, o presente trabalho tem como objetivo o
desenvolvimento de um aplicativo destinado à apropriação de custos e análise
econômica, e que permita as mais diferentes substituições dos valores e
indicadores, possibilitando assim, personalizar cada caso.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Para composição dos indicadores que compõem os custos, foram utilizados
dados de dois estabelecimentos agrícolas produtores de pêssego nos sistemas
convencional (PC) e integrado (PI), localizados nos municípios de Araucária e Lapa,
PR. Os dados foram inseridos em planilhas eletrônicas em plataforma Microsoft
Excel 6.0 as quais foram, posteriormente, transportadas para as interfaces gráficas
em Visual Basic , com o objetivo de simplificar a operação e manuseio do sistema,
permitindo as mais diferentes substituições dos valores e indicadores dos custos, e
assim, também, a realização de simulações para análise de viabilidade de
47
alternativas que alterem os fatores de produção e conheçam os respectivos
impactos na rentabilidade do empreendimento.
Os custos de implantação, relativos a um hectare de pomar de pessegueiro,
foram apropriados por atividades, contemplando parâmetros, como: quantidades dos
direcionadores de custo, custo unitário da atividade, percentual de participação dos
coeficientes na atividade e os gastos envolvidos em cada componente da estrutura
de custos divididos em alguns grandes grupos, assim distribuídos:
Serviços: estão discriminados os custos com mão-de-obra e mecanização
para a implantação e manutenção. A unidade utilizada para mensurar a quantidade
de mão-de-obra empregada em determinada atividade é dia-homem (dh),
considerando-se um dia de oito horas trabalhado por um homem adulto. a
utilização de máquinas nas diferentes atividades é medida por horas-máquina (hm),
correspondendo ao número de horas necessárias para uma máquina apropriada
para certa atividade realizar adequadamente seu serviço.
Insumos: onde são contemplados os custos com fungicidas, fertilizantes e
inseticidas necessários para o preparo do solo, controle de doenças, controle de
pragas e manejo até o primeiro ano de vida do pomar.
Outros insumos: envolvendo gastos com administração, mudas, caixas e
sacolas de colheita, análises foliar e de solos, armadilhas para monitoramento de
insetos;
Administrativos: que incluem as despesas administrativas e as realizadas
com manutenção e depreciação de máquinas e equipamentos, utilizadas
exclusivamente no pomar e são calculados proporcionalmente ao custo total.
Foram consideradas apenas as despesas diretas, isto é, aquelas
diretamente relacionadas com a produção, não sendo incldos, o valor de
remuneração da terra, os juros sobre o capital empregado e os aportes financeiros
para custeio ou investimentos.
Os módulos de atividades e respectivos recursos destinados a cada uma
delas, conforme Di Domenico e Lima (1995) são organizados para discriminar de
uma forma independente por grupos ou centros de custo.
Para mensurar a rentabilidade econômica foram utilizados os métodos que,
conforme Noronha (1987) e Resende e Oliveira (2001) consideram a dimensão
tempo de valores monetários como os métodos do Valor Presente Líquido (VPL), da
Taxa Interna de Retorno (TIR), do Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), da
48
Razão Benefício/Custo (RB/C). Para tais cálculos foram escolhidas as taxas de
desconto de 6, 8 e 12% a.a.
O aplicativo permite ainda realizar a análise de sensibilidade, onde podem
ser feitas simulações de alterações positivas de 10, 15, 20, 25 e 30% nos preços dos
produtos provenientes da produção integrada.
Como o aplicativo é desenvolvido em telas auto-explicativas e dispõe de
mecanismos que facilitam a entrada de dados, ele facilmente permite gerar tabelas e
gráficos que sintetizam os resultados que podem ser simulados e atualizados
continuamente.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O aplicativo denominado ECOPI” é destinado a apropriação de custos e
análise econômico-financeira comparativa dos sistemas de produção convencional e
integrada de pêssegos até o oitavo ano de produção.
O aplicativo é composto por uma série de telas, as quais são acessadas
pelos botões na tela de inicialização (Figura 1), denominadas de:
§ Tela de abertura “Menu”.
§ Entrada de dados “Custos PC”.
§ Entrada de dados “Custos PI”.
§ Custos Totais PC e PI”.
§ Receitas PC”.
§ Receitas PI”.
§ VLP”.
§ VLPA”.
§ TIR”.
§ B/C”.
§ “Ajuda”.
49
FIGURA 1 - TELA DE ACESSO AO APLICATIVO - “ECOPI”, CONTENDO OS
ITENS QUE FAZEM PARTE DO SISTEMA.
3.1 ENTRADA DOS DADOS
O aplicativo permite a inserção de dados e a comparação dos sistemas de
produção convencional (PC) e integrado (PI) de ssego. Na tela de abertura, os
botões de acesso são denominados de “Entrada de dados”: “Custos PC e Custos PI”
nestas telas devem ser inseridos as quantidades e os preços de cada atividade.
As lulas componentes do aplicativo, que contêm as atividades, os
coeficientes técnicos e os preços, o abertas para inclusão de qualquer dado,
enquanto que as colunas dos valores, participação e as linhas de sub-total e total,
automaticamente calculam os valores e posteriormente são considerados nas
análises. Para facilitar a identificação das células desbloqueadas para inserção dos
dados elas estão diferenciadas com a cor de preenchimento verde escura e letras
brancas e com ícone de comentário representado por um triangulo vermelho onde
informa quais as células poderão ser alteradas (Figura 2).
Assim, se o custo da mão-de-obra, dosagem ou o preço de um indicador
sofrer alguma alteração, ou mesmo que se queira substituir ou simular modificações
em diferentes componentes, a planilha permite estas alterações, conforme a
50
necessidade de cada usuário. Portanto, o usuário terá uma tela destinada à inserção
de dados e cálculos dos custos da produção convencional e outra para a produção
integrada, permitindo a sua adequação a cada caso.
FIGURA 2 - TELA DE ENTRADA DOS DADOS” DESTINADA À INSERÇÃO DOS
DADOS AO APLICATIVO “ECOPI”.
3.2. “CUSTOS PC E PI”
Esta tela apresenta automaticamente uma síntese dos custos de cada um
dos sistemas, discriminando anualmente os valores relativos aos custos com: mão-
de-obra, mecanização, inseticidas, fungicidas, fertilizantes, outros insumos e
despesas administrativas. Mostra ainda, o custo médio total e por quilograma
produzido no período avaliado, assim como, gráficos para melhor visualização e
comparação entre os sistemas de produção convencional e integrado (Figura 2).
3.3 “RECEITAS PC” E “RECEITAS PI”
Estas telas (Figuras 3 e 4) têm como objetivo calcular as receitas anuais
advindas da produção, nos sistemas PC e outra PI. O usuário poderá inserir o preço
auferido e a quantidade total comercializada, e o aplicativo calcula
51
automaticamente a receita bruta, a receita bruta média a produtividade e a receita
liquida anual.
FIGURA 3 - TELA “RECEITAS PC” DEMONSTRA AS RECEITAS DA PRODUÇÃO
DE PÊSSEGO DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL, NO APLICATIVO
“ECOPI”.
FIGURA 4 - TELA RECEITAS PI” DEMONSTRA AS RECEITAS DA PRODUÇÃO
INTEGRADA, NO APLICATIVO - “ECOPI”.
52
3.4 VALOR PRESENTE LÍQUIDO - “VPL”
Nesta tela (Figura 5) são apresentados os valores que representam a
análise de investimento, neste caso o Valor Presente Líquido (VPL) no sistema de
produção convencional e no integrado. Apresenta também, gráfico comparando os
valores dos dois sistemas. O aplicativo calcula o VPL, automaticamente, baseado no
fluxo de caixa constituído pelos dados inseridos nas telas de entrada de dados e na
tela de receitas. Para a análise são utilizados as taxas de desconto de 6, 8 e 12%
a.a. para a produção anual, a partir do terceiro ano de implantação do pomar.
O método VPL, conforme Resende e Oliveira (1995) como o próprio nome
diz, nada mais é do que a concentração de todos os valores esperados de um fluxo
de caixa na data zero, descontando-se a taxa de juros determinada pelo mercado. A
atividade é Economicamente viável se o VPL for superior ao valor do investimento
pagando-se a taxa de juros determinada para o uso alternativo daquele dinheiro. Ou
seja, se o VPL for superior a zero a atividade é viável economicamente. Se for
inferior a zero a atividade é inviável e se for igual a zero é indiferente.
O aplicativo demonstra também, nesta tela, os valores do VPL com uma
simulação de alteração positiva de 10, 15, 20, 25 e 30% nos preços das frutas
oriundas da produção integrada.
FIGURA 5 - TELA “VPL DEMONSTRA O VALOR PRESENTE LÍQUIDO NA
PRODUÇÃO DE PÊSSEGO, NO APLICATIVO - “ECOPI”.
53
3.5 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO - “VLPA”
A tela “VLPA” calcula automaticamente e produz gráfico informando o valor
presente líquido anualizado. As taxas de desconto utilizadas são 6, 8 e 12% a.a. e a
simulação de alteração positiva de 10, 15, 20, 25 e 30% nos preços das frutas
oriundas da produção integrada.
Este método é também denominado valor uniforme líquido ou valor anual ou
valor equivalente anual. Por este critério o valor presente líquido de um fluxo
financeiro se transforma numa série anual uniforme. No método VPL, todos os
valores de fluxo de caixa se concentram na data zero, então eles são ser
desdobrados no VPLA, sendo transformado em uma série uniforme anual. Assim, se
o VPLA for superior a zero a atividade é viável economicamente (DOSSA;
RODIGHERI, 2000). Se for inferior a zero a atividade é inviável e se for igual a zero
é indiferente. O VPLA foi desenvolvido como alternativa ao método convencional no
cálculo dos custos de produção para o caso de culturas perenes. (Figura 6)
FIGURA 6 - TELA “VPLA” DEMONSTRA O VALOR PRESENTE LÍQUIDO
ANUALIZADO DA PRODUÇÃO DE PÊSSEGO, NO APLICATIVO
ECOPI.
54
3.6 TAXA INTERNA DE RETORNO - “TIR”
Os cálculos das taxas internas de retorno (TIR) os gráficos comparativos e
valores após simulação da alteração positiva nos preços da produção integrada são
demonstrados na tela “TIR” (Figura 7), onde são calculados automaticamente. Nesta
tela são apresentados tamm a TIR, após a simulação de alteração positiva de 10,
15, 20, 25 e 30% nos preços dos produtos provenientes do sistema de produção
integrada.
Conforme Resende; Oliveira (2001) a TIR é uma taxa de a taxa de desconto
que faz com que o valor atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos
custos. Representa, à taxa de lucratividade esperada dos projetos de investimento.
Se a TIR for superior a zero a atividade é viável economicamente. Se for inferior a
zero a atividade é inviável e se for igual a zero é indiferente.
FIGURA 7 - TELA TIR” DEMONSTRA A TAXA INTERNA DE RETORNO DA
PRODUÇÃO DE PÊSSEGO, NO APLICATIVO “ECOPI”.
3.7. BENEFÍCO CUSTO - “B/C”
O índice B/C indica quantas unidades de capital recebido como benefício
são obtidas para cada unidade de capital investido (DOSSA; RODIGHERI, 2000).
55
Assim, se o B/C for superior a um a atividade é viável economicamente. Se for
inferior a um a atividade é inviável e se for igual a um é indiferente.
A relação benefício/custo é calculada automaticamente e apresentada na
tela “B/C”, assim como os gráficos comparativos e as análises de simulação de
alteração positiva nos preços das frutas provenientes de pomares de produção
integrada. Como as telas apresentadas anteriormente, o aplicativo calcula o B/C,
automaticamente, baseado no fluxo de caixa constituído pelos dados inseridos nas
telas de entrada de dados e na tela de receitas. Para a análise são utilizadas as
taxas de desconto de 6, 8 e 12% a.a. O aplicativo demonstra tamm, nesta tela, os
valores do B/C com uma simulação de alteração positiva de 10, 15, 20, 25 e 30%
nos preços das frutas oriundas da produção integrada. (Figura 8)
FIGURA 8 - TELA B/C DEMONSTRA A RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO DA
PRODUÇÃO DE PÊSSEGO, NO APLICATIVO ”ECOPI”
3.8. “AJUDA”
Nesta tela é apresentada um manual de operação do aplicativo ECOPI,
contendo descrição e forma de utilização de cada tela que compõe o sistema (Figura
9).
56
FIGURA 9 - TELA AJUDA, CONTENDO MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO
APLICATIVO “ECOPI”.
3.9 “REFERÊNCIAS”
Nesta tela (Figura 10), contém informações sobre os autores e os objetivos
do sistema computacional.
FIGURA 10 - TELA REFERÊNCIA, NESTA TELA CONTÉM INFORMAÇÕES
SOBRE OS AUTORES E OS OBJETIVOS DO APLICATIVO
“ECOPI”.
57
Conforme Paglis (2007) entre os programas computacionais desenvolvidos
para o agronegócio, cerca de 65% são direcionados ao manejo animal, perto de
25% destina-se ao gerenciamento dos processos administrativos, 5% estão voltados
ao gerenciamento de culturas, e o restante fica a cargo de programas específicos
para as mais diferentes culturas e atividades. Entretanto, a maioria das empresas
especializadas, que produzem sistemas informatizados agropecuários, não se
preocupam com a qualidade e nem mesmo procuram saber as características
fundamentais que seus produtos deveriam atender (CÓCARO; LOPES, 2005).
Lopes, Lago e Cócaro (2007) em estudos com 35 produtores rurais,
afirmaram que a característica mais importante procurada por eles em um software
agrícola é a qualidade e a utilidade das informações disponibilizadas.
Assim, o aplicativo desenvolvido neste este estudo pretende atender a falta
de uma ferramenta específica para produtores de pêssego, pois é um sistema
desenvolvido para tornar simples e rotineiros os cálculos e as análises de custos de
produção de modo a fornecer importantes informações para a tomada de decisão
sobre as atividades em desenvolvimento na propriedade. Resumidamente podemos,
citar como benefícios, o dimensionamento das operações de manejo, controle do
consumo de insumos, melhor aproveitamento de materiais e de pessoal.
4 CONCLUSÕES
O aplicativo “ECOPI” atende com precisão quanto aos cálculos e à
apresentação dos resultados, pode avaliar alternativas de produção e
mostra os impactos dos custos na produção de pêssego.
O aplicativo é de fácil adaptação para avaliação de outras espécies de
frutas, sem que sejam necessárias alterações em suas rmulas,
mantendo a confiabilidade e rapidez nas análises.
58
CAPITULO III - AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO NOS MUNICÍPIOS DE
ARAUCÁRIA E LAPA, PARA – UM ESTUDO DE CASO.
59
CAPITULO III AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO NOS MUNICÍPIOS
DE ARAUCÁRIA E LAPA, PARANÁ – UM ESTUDO DE CASO.
RESUMO
Ao longo das últimas cadas vem sendo evidenciado um maior reconhecimento
das questões ambientais relacionadas com a produção e o comércio de produtos de
origem agrícola, principalmente quanto à maneira com que estes produtos o
produzidos. O presente trabalho avaliou os resultados ambientais da adoção dos
critérios de Produção Integrada (PI) de Pêssego em dois estabelecimentos rurais,
nos dois principais municípios produtores de pêssego do Estado do Paraná,
Araucária e Lapa, no período de 2002 a 2004. A metodologia utilizada para a
execução desse estudo foi o sistema de avaliação de impacto ambiental da inovação
tecnológica (Ambitec-Agro), aplicativo que analisa o desempenho ambiental de uma
determinada tecnologia em relação à tradicionalmente utilizada, avaliando os
aspectos ambientais de contribuição de uma dada inovação tecnológica sob quatro
aspectos: Alcance, Eficiência, Conservação e Recuperação Ambiental. Cada um
destes aspectos é composto por um conjunto de indicadores organizados em
matrizes automatizadas em plataforma Microsoft Excel 6.0, nas quais os
componentes dos indicadores são valorados com ‘coeficientes de alteração
padronizados. Dos 37 componentes avaliados pelo sistema, 25 foram utilizados
neste estudo, sendo necessário realizar alterações em alguns fatores de ponderação
(pesos) para que se pudesse refletir com maior fidelidade o impacto do conjunto de
tecnologias preconizadas pela produção integrada de frutas. O resultado da
avaliação apontou que o índice final da avaliação de impacto ambiental em relação à
adoção da PI, que pode variar de -15 a +15, foi de +3,66 pontos no pomar de
Araucária, PR, e de +3,13 pontos no pomar da Lapa, PR. Os resultados indicam que
as tecnologias contribuem positivamente para o desenvolvimento sustentável, e
podem ser recomendadas para transferência. O estudo mostra também que é
necessário que se desenvolvam ferramentas específicas para avaliação ambiental
dos impactos da produção integrada de frutas. As conclusões do estudo revelam
que a exploração do pêssego oriundo da produção integrada, quando comparada
com o sistema tradicional de cultivo, impacta positivamente o meio ambiente em
todos os aspectos enfocados na análise, sendo a redução no uso de agrotóxicos,
biodiversidade, qualidade do solo e uso de recursos naturais, os indicadores que
registraram valores mais expressivos.
Palavras-chave: metodologia de avaliação, ambiente, Ambitec-Agro.
60
ENVIRONMENTAL EVALUATION OF ADOPTION OF PEACH ORCHARDS
PRODUCTS IN INTEGRATED AND CONVENTIONAL SYSTEMS IN
MUNICIPALITIES OF ARAUCÁRIA AND LAPA, PARANÁ - A CASE STUDY.
ABSTRACT
The past decades have witnessed a major recognition of environmental issues
related to production and trade of products of agricultural origin, mainly on how these
harvests are produced. This study assessed the environmental performance criteria
for the adoption of Integrated Peach Production (IP) of two establishments in rural
areas, the two main producers of peach municipalities of Paraná State, Araucaria
and Lapa, in the period from 2002 to 2004. The methodology used for the
implementation of this study was the system of environmental impact assessment of
technological innovation (Ambitec-Agro), an application that analyzes the
environmental performance of a particular technology in relation to traditionally used,
assessing the environmental aspects of contribution of a given technological
innovation in four aspects: Scope, Efficiency, Conservation and Environmental
Recovery. Each of these aspects is composed of a set of indicators organized in a
matrix automated platform Microsoft Excel 6.0, in which the components of the
indicators are evaluated with 'rates of change' standard. Of 37 components
measured by the system, 25 were used in this study, but a few changes in some
weight factors were necessary so as to reflect greater loyalty with the impact of all the
technologies recommended by the integrated production of fruit. The result of the
evaluation showed that the index final environmental impact assessment in relation to
the adoption of IP, which can range from -15 to +15, was +3.66 points in the orchard
of Araucária, PR, and +3, 13 points in the orchard of Lapa, PR. The results indicate
that the technologies contribute positively to sustainable development, and may be
recommended for transfer. The study also shows that we need to develop specific
tools for environmental assessment of impacts of integrated fruit production. The
conclusions of the study show that the exploitation from peach obtained with the
integrated production system impacts more positively the environment when
compared with the traditional system of cultivation, in all aspects focused on
analysis, and the reduction in the use of agrochemicals, biodiversity, soil quality and
use of natural resources, were the indicators that expressed the most expressive
values recorded.
Key words: methodology of evaluation, environment, Ambitec-Agro.
61
1 INTRODUÇÃO
A pressão da sociedade, dos mercados consumidores e do meio científico
por produtos obtidos em sistemas de produção agrícolas mais racionais, tem forçado
a reavaliação dos modelos convencionais e a adoção de sistemas mais sustentáveis
e de menor impacto ambiental (GONZALEZ-MORO, 2002).
A produção Integrada (PI) é um sistema que emprega tecnologias que
permitem a aplicação de Boas Práticas Agrícolas - BPA e o controle efetivo de todo
o processo produtivo, desde a aquisição de insumos até a oferta do produto ao
consumidor final (ANDRIGUETO; KOSOSKI, 2005).
No Paraná, o Grupo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Produção
Integrada (GEEPPI) iniciou as atividades de implantação e consolidação do sistema
de produção integrada de pêssego, em 2001 (MAY DE MIO et al., 2004). Antes da
implantação das normas de produção integrada de pêssego, as propriedades
diagnosticadas pelo GEEPPI, apresentavam total desorganização da cadeia
produtiva e deficiência em capacitação específica em fruticultura. A aplicação de
adubação era efetuada sem critério e poucos realizavam a análise de solo. Quanto
ao manejo do solo, o uso intensivo de herbicidas para o manejo de plantas
daninhas, deixava o solo sem vegetação ou faixa da projeção para a planta. As
formas de podas de formação, condução e raleio, eram usadas empiricamente. Para
o controle de patógenos e pragas, era utilizado o “calendário fixo”, sem levar em
conta o monitoramento da doença, o clima e escolha de ingredientes ativos pela
eficiência e seletividade. Também o havia critério para armazenamento de
agrotóxicos e uso da água. (MAY DE MIO et al., 2004).
O conjunto de tecnologias preconizadas pela PI objetivam conciliar a
produtividade agrícola com a minimização dos impactos negativos sobre o ambiente.
Assim, todas as desconformidades encontradas na produção de ssego foram
corrigidas por ocasião da implantação da PI. No entanto, os impactos ambientais
destas correções não foram avaliados.
Independentemente da linha metodológica a ser adotada, o primeiro passo
de uma Avaliação de Impacto envolve a definição do objetivo da análise,
levantamento das informações e a integração dessas informações, interpretando-se
os efeitos das tecnologias segundo os objetivos e normas da avaliação, previamente
definidos (RODRIGUES et al., 2000)
62
Em termos gerais, os métodos utilizados para a avaliação de impacto
ambiental de projetos e atividades econômicas podem ser classificados em: métodos
"ad doc", listas de verificação, matrizes, sobreposição de mapas, redes de interação,
diagramas de sistemas e modelos de simulação (GIRARDIN; BOCKSTALLE; VAN
DER WERF, 2000). Rodrigues et al. (2000) desenvolveram o aplicativo Ambitec, que
faz uso de escalas de ponderação para indicadores pré-definidos que permite
realizar avaliação, julgando os níveis de impactos ambientais, utilizando matrizes
integradas na forma de planilhas eletrônicas nas quais são inseridos os dados e
obtidos os resultados da avaliação (LANNA, 2002).
Julgamentos de valor são componentes intrínsecos de avaliações de
impacto, e são exercidos ao longo de toda avaliação (Bisset, 1983). Com base neste
documento, pode-se definir a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para a
agricultura, como a interpretação e o julgamento sobre alterações no ambiente
conforme um objetivo e em relação a uma norma (GIRARDIN; BOCKSTALLER; VAN
DER WERF, 1999).
Existem diversos modelos que sugerem muitas perspectivas sobre valoração
ambiental, mas nenhum deles conseguiu obter uma aplicabilidade para todos os
casos, ou seja, cada alternativa se restringe a determinadas condições, tornando-a
insatisfatória e inaplicável em outras situações (MOURA; OLIVEIRA, 2005). Todos
estes instrumentos têm suas potencialidades e limitações, dependendo da
disponibilidade de dados, de recursos financeiros e de resultados finais esperados
(IRIAS et al., 2004).
Devido à facilidade de uso e confiabilidade, proposto pelo aplicativo Ambitec-
Agro, este trabalho objetivou a avaliação dos impactos ambientais provocados pela
adoção de tecnologias do sistema de produção integrada de pêssego, pela utilização
deste aplicativo em dois estabelecimentos agrícolas localizados nos municípios de
Araucária e Lapa, PR, utilizando-se os dados do estudo de implantação de 2002 a
2004, como base para as avaliações.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS AGRÍCOLAS.
Os dados para o desenvolvimento deste estudo foram obtidos por meio de
entrevista com responsáveis pelos estabelecimentos agrícolas dos municípios de
63
Araucária e Lapa, PR, e com membros do GEEPPI. Em Araucária, o
estabelecimento agrícola está localizado a 4 25’ 24” de longitude Oeste e 25º 37’
03”de latitude Sul, tendo uma altitude média de 975 metros. A área total da
propriedade é de 217 hectares. O município da Lapa está localizado na latitude 25º
46’ S, longitude 49° 43’ W e altitude média de 907 metros (IPARDES, 2006). O
estabelecimento agrícola localizado neste município tem como atividade principal a
produção de pêssego e ameixa.
Os estabelecimentos agrícolas estudados neste trabalho dispunham de nível
tecnológico superior e contavam com investimentos realizados em construções de
estruturas de beneficiamento e armazenamento, abastecedouros e depósitos.
Ambos os estabelecimentos eram administrados por produtores receptivos a novas
tecnologias e preocupados com impactos ambientais e qualidade dos produtos por
eles produzidos. Não representam, portanto, a média dos produtores de pêssego do
Estado do Paraná, os quais o 80% caracterizados por pequenos e médios
produtores familiares, que dispõem de baixo nível de adoção tecnológica, poucos
recursos financeiros para investimento e a maioria, vende as frutas em caixas fora
do padrão e sem uma classificação adequada, a atravessadores, em mercados de
bairro da Capital e no Ceasa (EMATER, 2004; HOFFMANN; BUSKE, 2006).
2.2 COLETA DOS DADOS E ANÁLISES
A opção metodológica para a avaliação do impacto ambiental realizada
neste estudo foi o aplicativo Sistema de Avaliação de Impacto Ambiental de
Inovações Tecnológicas Agropecuárias - Ambitec-Agro, desenvolvido pela Embrapa
Meio Ambiente (RODRIGUES et al, 2003). A construção do Ambitec-Agro foi
organizada em um sistema de matrizes escalares para avaliação de impacto
ambiental ex-post de inovações tecnológicas (IRIAS et al., 2004).
Foram realizadas três etapas para a avaliação com o sistema Ambitec,
(RODRIGUES et al., 2000):
1. Levantamento e coleta de dados gerais sobre a tecnologia e o
segmento do agronegócio ao qual ela se aplica, incluindo a obtenção de dados
sobre o alcance da tecnologia (abrangência e influência). Neste caso utilizou-se os
dados coletados nos anos de 2002 a 2004 pelo GEEPPI.
64
2. Aplicação de entrevistas individuais com os adotantes selecionados e
técnicos responsáveis pela implantação da PI, e inserção dos dados
sobre os indicadores de impacto nas planilhas eletrônicas
desenvolvidas em plataforma MS-Excel 6,0 . Foram obtidos os
resultados quantitativos dos impactos, os coeficientes de impactos e o
índice agregado de impacto ambiental da tecnologia selecionada. Esta
etapa foi realizada durante o ano de 2007, com quatro visitas para a
realização de entrevistas em de Araucária e três visitas na Lapa, PR;
3. Análise e interpretação desses índices.
O conjunto de planilhas eletrônicas utilizado na segunda etapa, permite a
consideração de aspectos ambientais de contribuição da inovação tecnológica. São
considerados quatro aspectos: Alcance, Eficiência, Conservação e Recuperação
Ambiental.
Cada um destes aspectos é composto por um conjunto de indicadores
organizados em matrizes de ponderação automatizadas, nas quais os componentes
dos indicadores são valorados com “coeficientes de alteração” padronizados.
O procedimento de avaliação do Sistema Ambitec consiste em solicitar ao
responsável pela tecnologia ou por meio de consulta em dados de campo para que
se indique a dimensão do impacto (Tabelas 2 e 3). O objetivo principal é a obtenção
do coeficiente de alteração dos componentes, para cada um dos indicadores de
impacto.
O sistema de pontuação utilizado reflete a avaliação sensorial sobre a
alteração do indicador. A alteração refere-se à performance da atividade
desenvolvida com a inovação tecnogica, em comparação à atividade desenvolvida
antes da adoção.
No caso presente, os coeficientes de alteração foram relativamente
padronizados conforme a alteração em relação ao manejo anterior e em relação à
sua importância no sistema de produção como todo. Em casos que a alteração
implique em mudanças de aproximadamente 50% foram consideradas como grande
aumento ou diminuição no componente. No entanto, se esta alteração não era muito
significativa para o contexto do manejo ela foi considerada como moderada. Os
valores da intensidade das alterações variam de -3 a +3 (Tabela 1).
A avaliação ambiental foi realizada nos anos de 2006 e 2007, mas tanto no
estabelecimento rural de Araucária, quanto no de Lapa, PR, as áreas foram
65
manejadas nos ciclos vegetativos de 2002, 2003 e 2004, baseado em trabalhos
realizados pelo Grupo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Produção Integrada
(GEPPI), onde foram adotadas as normas da produção integrada de pêssego,
desenvolvidas por Fachinello et al. (2001 e 2003).
Devido à necessidade de compatibilizar a percepção adequada sobre os
impactos avaliados nos diferentes indicadores, utilizamos uma metodologia de
interação, onde os dados foram obtidos via entrevista/vistoria com os produtores
responsáveis pelos estabelecimentos estudados e com integrantes do GEPPI que
acompanham e conhecem os resultados da adoção do conjunto das tecnologias. O
julgamento era registrado quando se chegava em consenso sobre os efeitos da
PI em cada um dos indicadores.
Dos 35 componentes avaliados pelo aplicativo Ambitec, 25 foram utilizados
neste estudo (Figura 1) e foi necessária a realização de alterações emalguns fatores
de ponderação (pesos) que compunham a forma original do aplicativo, para que
estes pudessem refletir com maior fidelidade o impacto do conjunto de tecnologias
preconizadas pela Produção Integrada de Frutas. Os indicadores nos quais foram
alterados os pesos foram: “Uso de Agroquímicos”, onde o componente “frequência“
necessitava ser enfatizado; “Uso de Energia”, onde o avaliados nove
componentes e dois foram considerados em nossa avaliação; Uso de Recursos
Naturais”, onde a “água para processamento” é um fator importante a ser avaliado e
“Recuperação Ambiental”, onde os pesos foram distribuídos igualmente entre os
quatro componentes. Em todos os componentes onde a tecnologia foi considerada
sem efeito, foi estabelecido peso zero. (Tabelas 2 e 3). Cabe salientar que o valor
total de cada indicador deve ser sempre igual um (1) e que os valores dos pesos dos
componentes foram os mesmos para os dois estabelecimentos estudados, a fim de
que os resultados pudessem ser comparáveis.
66
TABELA 1- EFEITOS DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E COEFICIENTES DE
ALTERAÇÃO DO COMPONENTE A SEREM INSERIDOS NAS
CÉLULAS DAS MATRIZES DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO SISTEMA
AMBITEC-AGRO.
Efeito da tecnologia na atividade, sob as
condições de manejo específicas da aplicação
tecnológica
Coeficiente de alteração do componente
Grande aumento no componente
Moderado aumento no componente
Componente Inalterado
Moderada diminuição
Grande diminuição
+3
+1
0
-1
-3
Fonte: Rodrigues et al., 2005.
As matrizes do Sistema Ambitec-Agro incluem ainda dois fatores de
ponderação, que se referem à “escala geográfica de ocorrência da alteração do
componente e à importância do componente para a formação do indicador.
A escala geográfica da ocorrência explicita o espaço geográfico no qual se
processa a alteração no componente do indicador, conforme a situação específica
de aplicação da tecnologia, e pode ser:
1. Pontual, quando os efeitos da tecnologia no componente se restringem
apenas ao ponto de sua ocorrência ou à unidade produtiva na qual
esteja ocorrendo a alteração. No estudo, a escala pontual considerou a
área de pêssego adotante da produção integrada, dentro dos limites do
estabelecimento agrícola.
2. Local, quando os efeitos se fazem sentir externamente a essa unidade
produtiva, porém confinados aos limites do estabelecimento em
avaliação. No caso estudado, foram considerados os efeitos em outras
unidades de produção do estabelecimento.
3. Entorno, quando os efeitos se fazem sentir além dos limites do
estabelecimento. Neste estudo considerou-se o impacto que possa
ocorrer nos estabelecimentos agrícolas vizinhos.
Os fatores de ponderação (FP) da escala de ocorrência são fixos e implica na
multiplicação do coeficiente de alteração do componente por um valor
predeterminado, sendo para a escala de ocorrência Pontual, o valor do FP igual a 1;
para a escala de ocorrência Local, igual a 2 e para o Entorno, o FP é 5.
67
Os indicadores e os componentes ou atividades do Ambitec-agro, adaptado
de Rodrigues (2003) estão sumarizados na Figura 1.
FIGURA 1 - ASPECTOS E INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL (AMBITEC) PROVOCADOS PELA ADOÇÃO DA
PRODUÇÃO INTEGRADA (PI) DE PÊSSEGO EM ARAUCÁRIA E
LAPA, PR.
FONTE: RODRIGUES; CAMPANHOLA; KITAMURA (2003). ADAPTADO PELO AUTOR.
A seguir, conforme apresentado na Figura 1, será descrito o que foi
considerado para a análise do presente estudo de caso, adaptado de Rodrigues,
Campanhola e Kitamura (2003):
1. O alcance da tecnologia expressa a escala geográfica na qual a
tecnologia influencia a atividade, e é definido pela abrangência rea
total cultivada com o produto) e a influência (porcentagem desta área à
qual a tecnologia se aplica).
2. A eficiência tecnológica trata da contribuição da tecnologia para a
sustentabilidade da atividade agropecuária, representado pelo uso de
agroquímicos, uso de energia e uso de recursos naturais.
Avaliação de Impacto Ambiental da Tecnologia
1. Alcance da
Tecnologia
Abrangência Influência
2. Eficiência
Tecnológica
3. Conservação
ambiental
4. Recuperação
ambiental
Uso de
Agroquímicos
Uso de
energia
Uso de
recursos
naturais
Capacidade
produtiva do
solo
Água Biodiversidade
Recuperação
ambiental
Pesticidas Fertilizantes Combustíveis
fósseis
Água para
Proces-
samento
Frequência NPK
hidrossolúvel
Gasolina
Solo para
plantio
Erosão Turbidez
Perda de
vegetação
natural
Solos
degradados
Variedade
ingredientes
ativos
Calagem
Diesel
Perda de
matéria
orgânica
Espuma/óleo
flotantes
Perda de
corredores
de fauna
Ecossistemas
degradados
Perda de
nutrientes
Assoreamento
Áreas de
preservação
permanente
Compactação
do solo
Reserva
Legal
Toxicidade
Micronutrientes
68
2.1. O indicador, agroquímicos, é composto pelo uso de agrotóxicos,
avaliados conforme alterações na freqüência das aplicações, na
variedade de seus ingredientes ativos e na toxidade. Qualifica-se
qualquer alteração que implique a substituição de produto extremamente
tóxico por produto moderadamente tóxico (ou vice-versa), ou seja, uma
alteração de mais de um nível da classificação toxicológica. Para a
avaliação neste estudo, consideramos o tipo de produtos e número de
aplicações total de inseticidas e fungicidas na PI em relação ao sistema
PC, disponibilizados pelo GEEPPI e em entrevistas com os produtores.
2.1.1 O uso de fertilizantes é avaliado em relação às alterações na
quantidade de NPK hidrossovel (lixiviação), na aplicação de calcário e
na reposição de micronutrientes.
2.2 O uso de energia é avaliado pelas alterações no consumo de
combustíveis fósseis (gasolina e diesel).
2.3 O uso dos recursos naturais é avaliado quanto às alterações no
consumo de água para processamento e da incorporação de áreas para
plantio.
3. O aspecto conservação é avaliado pelos impactos da tecnologia sobre a
qualidade ambiental face às possibilidades de contaminação dos
resíduos gerados pela atividade, a depauperação dos habitats naturais e
a diversidade biológica.
3.1 A capacidade produtiva dos solos é avaliada pelas alterações em
termos de erosão, perda de matéria orgânica, perda de nutrientes e
compactação dos solos.
3.2 A qualidade da água, é avaliada a turbidez ou material em suspensão,
(óleos/espumas e na sedimentação/assoreamento).
3.3 A conservação da biodiversidade é avaliada por alterações na perda
da vegetação natural (ciliar, encostas íngremes, etc.) e na perda de
corredores de fauna.
4.O aspecto recuperação ambiental refere-se à contribuição da inovação
tecnológica para promover a recuperação dos ecossistemas
degradados, nas áreas de preservação permanente (definidas em
legislação pertinente), e nas áreas da reserva legal. As normas de PI
determinam que se mantenha a conservação do ecossistema ao redor
69
do pomar. A manutenção de área com vegetação nativa para abrigo de
organismos benéficos junto à área da PI. O sistema PI tamm orienta
para que se mantenha a vegetação entre linhas.
Finalmente, os indicadores são considerados em seu conjunto, para
composição do Índice de Impacto Ambiental. A composição deste índice envolve
ponderação da importância do indicador e os pesos relativos a ele. Com esse
conjunto de fatores de ponderação, a escala padronizada no Sistema Ambitec-Agro
varia entre -15 e +15.
É importante esclarecer que o método traz como norma de avaliação a
adequação tecnológica definida como minimização de impactos negativos, em
qualquer dos indicadores.
O lculo automático dos coeficientes de impacto ambiental para cada
indicador é obtido pela expressão:
Onde:
Cia
i
= coeficiente de impacto ambiental do indicador i;
A
ji
= coeficiente de alteração do componente j do indicador i;
E
ji
= fator de ponderação para escala de ocorrência espacial do componente
j do indicador i;
P
ji
= fator de ponderação para importância do componente j na composição
do indicador i.
m = número de componentes do indicador i.
O Índice de Impacto Ambiental da Inovação Tecnológica é obtido
automaticamente pela expressão:
Onde:
Iia
t
= índice de impacto ambiental da tecnologia t;
Cia
i
= coeficiente de impacto ambiental do indicador i;
P
i
= fator de ponderação para importância do indicador i para composição do
índice de impacto ambiental da tecnologia t.
m = número de indicadores.
70
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não encontramos na literatura, estudos de impactos ambientais de produção
integrada de pêssego, nem tampouco, resultados de trabalhos com aplicativos de
avaliação de impacto ambiental com esta espécie. Assim, os resultados obtidos
neste estudo são comparados com avaliações realizadas com outras culturas
agrícolas e frutícolas.
Os resultados apontados pelo aplicativo Ambitec nos mostram que no
indicador, uso de agroquímicos, ocorreu alteração positiva nos indicadores,
principalmente no uso de agrotóxicos, nos dois estabelecimentos rurais estudados
(Tabelas 2 e 3). As alterações observadas para todos os componentes deste
indicador (freqüência, variedade de ingredientes ativos e toxidade) foram reduzidas
significativamente. A tomada de decisão para o manejo pragas e patógenos, antes
da adoção da tecnologia, eram efetuadas sem o monitoramento da doença, clima e
escolha de ingredientes ativos pela eficiência ao alvo e seletividade. Nos dois locais,
a adoção do sistema eliminou uma rotina pré-estabelecida com o uso do “calendário”
para aplicação de agrotóxicos, diminuindo assim, o volume aplicações, pois a PI veta
o uso de alguns fungicidas e inseticidas e restringe a aplicação de outros. Assim, a
tecnologia propiciou também, a ampla utilização de armadilhas para o manejo
integrado de pragas em ambos os pomares.
Conforme informado pelos produtores adotantes das tecnologias, em
entrevista realizada neste estudo, a aplicação de fungicidas confirma os dados de
May De Mio et al. (2004), de que no pomar de Araucária foram realizadas 20
pulverizações na PI, contra 30 na PC, no primeiro ano de implantação do sistema.
No segundo ano, foram feitas 17 pulverizações na PI, contra 22 na PC. Ainda
conforme estes autores, no pomar da Lapa, o número de aplicações de fungicidas e
inseticidas foi de 20 na PC e 18 aplicações na PI, no primeiro ano; e de 21 na PI e
16 aplicações na PC, no segundo ano implantação da tecnologia, diminuindo,
portanto, a frequência no uso destes agroquímicos. Os produtores dos dois
estabelecimentos diminuiram o uso de herbicidas, pois as roçadas passaram a ser
feitas manualmente e/ou por meio de roçadeira mecânica e não mais por meio de
controle químico. Nos três anos em que o estudo foi desenvolvido, no
estabelecimento de Araucária, a PI proporcionou uma diminuição de 32% na
aplicação de fungicidas, 12,8% de inseticidas e 33% de herbicidas. No
estabelecimento da Lapa, a redução foi de 15,25% de fungicidas, 43% de inseticidas
71
e 66% de herbicidas. Quanto à variedade de ingredientes ativos e toxicidade dos
agroquímicos aplicados, em ambos os estabelecimentos houve melhorias após a
adoção das tecnologias PI, pois o sistema preconiza que devem ser utilizados
produtos registrados para a cultura e dotados de toxidade mais baixa possível. Neste
indicador, os pesos maiores foram para frequência (30%) e toxicidade (30%). O
coeficiente de impacto foi de 12,5 em Araucária e 9,0 na Lapa (Tabelas 2 e 3).
Almeida et al (2007), em avaliação ambiental de PI de abacaxi com o
aplicativo Ambitec, apontou um índice de 6,6, onde a redução média de inseticidas
foi de 47% e de fungicidas, de 20%, em oito propriedades rurais.
O número de aplicações de agrotóxicos foi semelhante ao encontrado por
Farias (2002), em estudos com sistemas de PI de pêssego no Rio Grande do Sul.
Este autor afirmou que as decisões para a aplicação de agrotóxicos antes da adoção
da PI, eram apenas com uso do “calendário”. Depois da alteração do sistema de
produção, houve benefício ambiental pela redução do mero de aplicação de
agrotóxicos, privilegiando a preservação da biodiversidade local, bem como a saúde
das pessoas que trabalham no pomar, chegando ao consumidor um produto final de
qualidade superior.
Jacometi (2007) avaliando a produção integrada de limão tahiti no Estado de
São Paulo, afirma que “alguns inseticidas eram aplicados de sete a oito vezes ao
ano e que após implantação da PI as aplicações diminuiram para duas a três vezes
ao ano”.
Schuber (2007), em trabalhos com identificação de afídeos em pomares de
pêssego, em Araucária, PR, afirmou que foi utilizado 50% mais inseticidas na
Produção Convencional (PC), em relação ao Sistema de Boas Práticas Agrícolas
(BPA), sistema que caracteriza uma etapa anterior à PI.
Estas práticas são as mesmas defendidas por Molinari (2001), que
recomenda, no sistema de PI, a aplicação de agrotóxicos somente nos períodos
recomendados ou quando as pragas atingirem o nível de controle, resultando em
uma redução no número de aplicações. no sistema convencional, o produtor
prefere não correr o risco do ataque de pragas e doenças, aplicando em intervalos
menores e, na maioria das vezes, usando veis de controle inferiores aos
recomendados tecnicamente. Além disso, o uso abusivo de pulverizações aumenta a
possibilidade de ocorrerem resistências das pragas e doenças (BOTTON; ARIOLI;
SCOZ, 2001).
72
Quanto ao uso de fertilizantes, nos dois estabelecimentos, houve diminuição
no volume de aplicação de NPK. Esta redução ocorreu em função da orientação das
normas da PI, de se limitar o volume de fertilizantes e realizar adubação em função
da necessidade, a qual é determinada pelas análises de solos e folhas. No
estabelecimento de Araucária, a redução de adubos foi de 24,80% e no da Lapa, de
33,30%. Conforme Marangoni (2000), a adubação realizada de forma excessiva,
além de trazer prejuízos diretos com os custos de aquisição, muitas vezes são
desperdiçados por fenômenos que ocorrem no ambiente de produção, como:
lixiviação, escoamento superficial e a volatilização dos adubos.
Irias et al. (2004), em avaliação ambiental do cultivo de uvas niágara, com o
aplicativo Ambitec, obtiveram, no indicador do uso de agroquímicos, o valor de 10,5,
devido à redução no volume de aplicação de agrotóxicos, em relação às
tradicionalmente utilizadas.
Outro aspecto importante observado nesta pesquisa foi a disposição
manifestada pelos produtores para a diminuição na frequência e na variedade dos
ingredientes ativos dos agrotóxicos. A adoção da produção integrada propiciou
atitude no sentido de diminuir as possibilidades de contaminação e atender as
tendências de mercado e da legislação.
No indicador uso de energia, nos dois casos estudados, a adoção da PI não
provocou alteração nos valores dos componentes avaliados, mas provocou impacto
devido à alteração no manejo de solo com a diminuição de uso de roçadeira,
resultando em diminuição no uso do trator e consequentemente, menor consumo de
óleo diesel e lubrificantes (Tabelas 2 e 3). No entanto, houve aumento no uso de
roçadeiras mecânicas, aumentando assim, o consumo de gasolina. Este indicador
contém originalmente nove componentes para avaliação (álcool, carvão, gás etc),
mas utilizamos apenas dois, portanto os pesos foram distribuídos igualmente entre
eles.
Na avaliação ambiental da cultura de limão tahiti, no estado de São Paulo,
Jacometi (2007) encontrou valores de impactos negativos em grandes pomares,
devido à necessidade de maior uso de tratores e o consequente uso de
combustíveis para manejo de solos.
No uso de recursos naturais, em ambos os estabelecimentos estudados,
ocorreu redução no consumo e uso de água para processamento, associada à
redução nas aplicações de agrotóxicos. Cabe a observação da conscientização dos
73
produtores componentes deste estudo, em não captar água em mananciais hídricos
para pulverização, fato que não ocorria antes da implantação da PI, conforme
relatório do GEEPPI (MAY DE MIO et al., 2004). Historicamente os produtores
faziam uso errado da água. Neste indicador foi necessária a alteração no fator de
ponderação (peso), para que este fosse avaliado com maior fidelidade. Assim, o
componente “água para processamento”, ficou com 60% do peso quando
originalmente tinha 30%. O coeficiente de impacto para as duas propriedades foi de
3,0 (Tabelas 2 e 3).
No componente qualidade do solo, tanto no estabelecimento agrícola de
Araucária, quanto no da Lapa, a adoção da tecnologia propiciou melhorias na
qualidade do solo, devido à alteração no manejo, uma vez que a PI determina o
aumento da faixa de cobertura vegetal entre as linhas de plantio e uso da cobertura
verde permanentemente, diminuindo assim a erosão, fatores que propiciaram um
impacto positivo neste indicador. A diminuição da freqüência de tratores pesados,
conseqüentemente provocou uma alteração positiva, pela diminuição na
compactação do solo. Assim, neste indicador, a tecnologia propiciou um impacto de
positivo de 5,0 para o estabelecimento de Araucária e de 3,8 no da Lapa. O menor
impacto encontrado na Lapa é justificado pelas práticas conservacionistas de
manejo de solo adotadas pelo produtor, antes da PI ser implementada (Tabelas 2 e
3).
Resultado semelhante foi encontrado por Irias et al. (2004), onde o aumento
do potencial produtivo do solo provocou um o impacto positivo de 3,8, ocasionado,
principalmente, pela redução no trânsito de máquinas e a consequente redução na
compactação do solo.
Rodrigues et al. (2006), utilizando o aplicativo Ambitec para a avaliação
ambiental de tecnologias implementadas para a melhoria da produção de leite no
Estado de São Paulo, encontraram neste indicador um valor de impacto 12,0.
Segundo os autores, este impacto foi devido à grande diminuição da abertura de
novas áreas de pastagens, ocasionado pelo aumento da produtividade dos pastos
após a adoção das novas práticas de manejo. No presente estudo, o componente
“solos para plantio” ficou inalterado.
Na matriz de ponderação de qualidade da água, somente os aspectos de
qualidade das águas superficiais são inseridos. A avaliação deste componente foi
realizada pela observação da ausência ou presença de organismos aquáticos
74
mortos, espumas e pela ausência de maus odores típicos de decomposição
anaeróbica. A escala de ocorrência desses componentes freqüentemente ultrapassa
os limites do pomar, dado o caráter de veículo para descarga de resíduos exercidos
pela água. Assim, a escala de ocorrência neste indicador foi pontuada como “local”,
ou seja, o efeito é sentido em outras áreas dentro da propriedade. A avaliação
resultou, em um impacto positivo de 2,5 no estabelecimento de Araucária e de 1,5
no da Lapa (Tabelas 2 e 3). A melhoria neste indicador foi propiciada,
principalmente, pela construção de armazém para agrotóxicos, construção do
abastecedouro e sistema de captação da água residual, utilizada para a lavagem
dos implementos, atividades que segundo May De Mio et al. (2004), eram realizadas
sem critério.
No componente Conservação da Biodiversidade, fator que é considerado por
muitos como objetivo fundamental para o desenvolvimento sustentável (PIMENTEL
et al. 1992), a implantação do sistema de produção integrada, nos dois
estabelecimentos estudados, provocou alteração em relação à situação anterior,
visto que, a implantação da PI propiciou a manutenção da vegetação entre linhas
favorecendo o aumento dos corredores de fauna, da vegetação nativa e manutenção
das variedades caboclas. A escala de ocorrência da inovação tecnológica foi
pontuada como “local”, pois atinge tanto os limites da área modificada pela atividade
à qual aplica-se a tecnologia, modificando o habitat, bem como a propriedade. Neste
indicador, o índice foi de 4,8 em Araucária e 6,0 na Lapa (Tabelas 2 e 3). O índice
de impacto em Araucária foi menor devido à maior intensidade das roçadas
realizadas neste estabelecimento.
No indicador recuperação ambiental, a implantação do sistema de produção
integrada de pêssego, nos dois estabelecimentos agrícolas, provocou alteração
positiva nos componentes, pois a área não estava em conformidade com a
legislação. Devido à necessidade de adequação à lei e ao interesse do produtor da
Lapa na obtenção do certificado de conformidade, houve adequação com respeito a
ecossistemas degradados e à legislação relativa a áreas de preservação
permanente e reserva legal. Neste indicador, foi distribuído uniformemente os fatores
de ponderação, sendo 25% para cada um dos quatro componentes, sendo que na
forma original do sistema a reserva legal tinha 40%. No entanto, pontuamos como
“local os componentes “reserva legal” e “áreas de preservação permanente”
75
(Tabelas 2 e 3). O valor da avaliação foi de + 1,5 para o estabelecimento agrícola de
Araucária e de +1,8 para o da Lapa.
Rodrigues et al. (2006), utilizando o Ambitec para a avaliação tecnologias
para melhorias na produção de leite, encontraram neste indicador o índice de 3,6,
devido às melhorias no solo degradado.
TABELA 2 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO DOS COMPONENTES DE IMPACTO
AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
INTEGRADA (PI), COM BASE NO APLICATIVO AMBITEC -
ARAUCÁRIA, PR.
Indicadores e componentes para
avaliação ambiental
(1) Fator de
ponderação da
escala de
ocorrência
(a)
(2) Índice de
Impacto
(b)
Peso do
componente
(c)
(3) Coeficiente
de impacto
(a*b*c)
Uso de agroquímicos
§ Frequência
§ Variedade de ingredientes ativos
§ Toxicidade
§ NPK hidrossolúvel
§ Calagem
§ Micronutrientes
5
5
5
5
5
5
-3
-3
-3
-3
0
-1
-0,30
-0,10
-0,30
-0,10
-0,10
-010
4,50
1,50
4,50
1,50
0
0,50
Coeficiente de impacto 12,50
Uso de energia
§ Diesel
§ Gasolina
5
5
1
-1
-0,50
-0,50
-0,25
0,25
Coeficiente de impacto 0
Uso de recursos naturais
§ Água para processamento
§ Solo para plantio
5
0
-1
0
-0,60
-0,40
3,00
0
Coeficiente de impacto 3,00
Qualidade produtiva do solo
§ Erosão
§ Perda de matéria orgânica
§ Perda de nutrientes
§ Compactação
5
5
5
5
-1
-1
-1
-1
-0,25
-0,25
-0,25
-0,25
1,25
1,25
1,25
1,25
Coeficiente de impacto 5,00
Qualidade da água
§ Demanda bioquímica por
oxigênio
§ Turbidez
§ Material flutuante
§ Sedimento assoreamento
2
2
2
2
-3
-1
-1
0
-0,25
-0,25
-0,25
-0,25
1,50
0,50
0,55
0
Coeficiente de impacto 2,50
Conservação da biodiversidade
§ Perda de vegetação nativa
§ Perda de corredores de fauna
§ Perda de variedades caboclas
2
2
2
3
3
1
-0,40
-0,30
-0,30
2,40
1,80
0,60
Continua ...
76
Continuação ...
Indicadores e componentes para
avaliação ambiental
(1) FATOR DE
PONDERAÇÃO
DA ESCALA DE
OCORRÊNCIA
(a)
(2) Índice de
Impacto
(b)
Peso do
componente
(c)
(3) Coeficiente
de impacto
(a*b*c)
Coeficiente de impacto 4,80
Recuperação ambiental
§ Solos degradados
§ Ecossistemas degradados
§ Áreas de preservação
permanente
§ Reserva legal
1
1
2
2
1
1
1
1
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,50
0,50
Coeficiente de impacto 1,50
Índice ponderado de Impacto
Ambiental 3,66
1. Varia de 1 a 5, onde: 1 é ocorrência Local, 2 Pontual e 5 Entorno.
2. Varia de -3 a +3, onde: +3 representa grande aumento no componente; +1 representa moderado aumento
no componente; 0 quando o componente inalterado; -1representa diminuição no componente e -3
representa grande diminuição no componente.
3. Índice de impacto ambiental da tecnologia calculado automaticamente pelo aplicativo Ambitec-Agro onde
são considerados: coeficiente de impacto ambiental do indicador; fator de ponderação para importância do
indicador para composição do índice de impacto ambiental da tecnologia e número de indicadores.
TABELA 3 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO DOS COMPONENTES DE IMPACTO
AMBIENTAL DA ADOÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
INTEGRADA (PI), COM BASE NO APLICATIVO AMBITEC - LAPA,
PR.
Indicadores e componentes para
avaliação ambiental
(1) Fator de
ponderação
da escala de
ocorrência
(a)
(2) Índice de
Impacto
(b)
Peso do
componente
(c)
(3) Coeficiente
de impacto
(a*b*c)
Uso de agroquímicos
§ Frequência
§ Variedade de ingredientes ativos
§ Toxicidade
§ NPK hidrossolúvel
§ Micronutrientes
5
5
5
5
5
-3
-3
-1
-3
0
-0,30
-0,10
-0,30
-0,10
-0,10
4,50
1,50
1,50
1,50
0
Coeficiente de impacto 9,00
Uso de energia
§ Diesel
§ Gasolina
5
5
-1
1
-0,50
-0,50
2,50
-2,50
Coeficiente de impacto 0
Uso de recursos naturais
§ Água para processamento
§ Solo para plantio
5
5
-1
0
-0,60
-0,40
3,00
0
Coeficiente de impacto 3,00
Qualidade produtiva do solo
§ Erosão
§ Perda de matéria orgânica
§ Perda de nutrientes
§ Compactação
5
5
5
5
-1
0
-1
-1
-0,25
-0,25
-0,25
-0,25
1,25
0
1,25
1,25
Coeficiente de impacto 3,80
Continua ...
77
Continuação ...
Indicadores e componentes para
avaliação ambiental
(1) Fator de
ponderação
da escala de
ocorrência
(a)
(2) Índice de
Impacto
(b)
Peso do
componente
(c)
(3) Coeficiente
de impacto
(a*b*c)
Qualidade da água
§ Demanda bioquímica por oxigênio
§ Turbidez
§ Material flutuante
§ Sedimento assoreamento
2
2
2
2
-3
0
0
0
-0,25
-0,25
-0,25
-0,25
1,50
0
0
0
Coeficiente de impacto 1,50
Conservação da biodiversidade
§ Perda de vegetação nativa
§ Perda de corredores de fauna
§ Perda de variedades caboclas
2
2
2
-3
-3
-3
-0,40
-0,30
-0,30
2,40
1,80
1,80
Coeficiente de impacto 6,00
Recuperação ambiental
§ Solos degradados
§ Ecossistemas degradados
§ Áreas de preservação permanente
§ Reserva legal
1
1
2
2
0
3
1
1
0,25
0,25
0,25
0,25
0
0,75
0,50
0,50
Coeficiente de impacto 1,80
Índice ponderado de Impacto
Ambiental
3,13
1. Varia de 1 a 5, onde: 1 é ocorrência Local, 2 Pontual e 5 Entorno.
2. Varia de -3 a +3, onde: +3 representa grande aumento no componente; +1 representa moderado aumento
no componente; 0 quando o componente inalterado; -1representa diminuição no componente e -3
representa grande diminuição no componente.
3. Índice de impacto ambiental da tecnologia calculado automaticamente pelo aplicativo Ambitec-Agro
onde são considerados: coeficiente de impacto ambiental do indicador; fator de ponderação para
importância do indicador para composição do índice de impacto ambiental da tecnologia e número de
indicadores.
O índice geral de impacto ambiental na Produção Integrada de Pêssego,
avaliado em seu conjunto, aplicado no estabelecimento agrícola de Araucária,
resultou em índice positivo de 3,66 de um valor máximo possível de 15 (Tabela 2 e
Figura 3).
Em nenhum indicador, a adoção do sistema implantado neste
estabelecimento rural, propiciou índices negativos. Portanto a tecnologia pode ser
recomendada para transferência e uso para outras propriedades produtoras de
pêssego, devido à contribuição positiva em relação ao impacto ambiental. O valor
que demonstrou o impacto ambiental mais significativo foi o da redução no uso de
agrotóxicos, seguido pela qualidade do solo e biodiversidade.
78
FIGURA 2 - AVALIAÇÃO FINAL, APRESENTANDO A PONDERAÇÃO DOS
COEFICIENTES E INDICADORES DE IMPACTO AMBIENTAL COM
O SISTEMA AMBITEC PARA OS POMARES DE PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊSSEGO EM ARAUCÁRIA E NA LAPA, PR.
No estabelecimento agrícola da Lapa, o índice final da avaliação de impacto
ambiental também foi positivo, alcançando +3,13 pontos pelo sistema Ambitec-Agro,
que varia de -15 a +15 (Tabela 2 e Figura 3). A PI adotada neste estabelecimento
não registra nenhum impacto negativo ao meio ambiente, quando comparada à
tradicionalmente utilizada pelos produtores.
Apesar da pequena diferença nos índices finais, os coeficientes de impacto
ambiental apresentaram números diferentes nos dois locais estudados (Figura 2).
Isto se deve a diferenças nos estágios de desenvolvimento tecnológicos dos
estabelecimentos agrícolas e à forma como as tecnologias foram incorporadas.
É necessário registrar que, no estabelecimento agrícola da Lapa, muitos
aspectos não foram registrados como impactos positivos provocados pela PI, porque
já eram praticados antes da inovação tecnológica ter sido implantada.
12,5
3,0
5,0
2,5
4,8
1,5
9,0
3,0
3,8
1,5
6,0
1,8
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
Uso de
Agroquímicos
Uso de
Energia
Uso de
recursos
Naturais
Atmosfera
Qualidade do
Solo
Qualidade da
Água
Biodiversidade Recuperação
Ambiental
Araucária Lapa
C
o
e
f
i
c
i
e
n
t
e
s
Indicadores
79
FIGURA 3 - AVALIAÇÃO FINAL, DEMONSTRANDO O ÍNDICE DE IMPACTO
AMBIENTAL COM O SISTEMA AMBITEC PARA OS POMARES DE
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO EM ARAUCÁRIA E NA
LAPA, PR.
A redução na utilização de agroquímicos foi a atividade que mais impactou o
índice geral de impacto ambiental da PI. Além de contribuir para a recuperação dos
ecossistemas nos estabelecimentos agrícolas, devido ao aumento na população dos
inimigos naturais das pragas, esta redução impacta positivamente a qualidade da
água. Isso, por si só, já compensaria a adoção da PI.
Estes resultados se assemelham aos encontrados por Tibola et al. (2005),
que afirmam ser possível conduzir os pomares de pessegueiro de acordo com as
normas PIP, em relação ao ataque de pragas e doenças, número de aplicações de
agrotóxicos, permitindo uma diminuição do impacto negativo do processo produtivo
sobre o meio ambiente. Desta forma, a PI possibilita um melhor equibrio ecológico,
favorecendo a recuperação e o ressurgimento de organismos benéficos, que o
importantes aliados na luta biológica e na viabilidade de um sistema de produção
menos dependente de insumos químicos (SANSAVINI, 1995; MOLINARI, 2001).
Além dos impactos positivos provenientes da redução dos produtos citados,
a avaliação da implantação do sistema, por meio do aplicativo Ambitec, demonstrou
que a capacidade produtiva do solo tamm foi impactada de forma positiva, visto
que, com este sistema de cultivo, são executadas práticas conservacionistas, como
aumento da faixa de cobertura vegetal nas entre linhas, o que permite uma redução
no processo de erosão e de perda de nutrientes. A PI provoca também uma redução
na compactação do solo quando comparada à metodologia tradicional, devido a uma
menor utilização no número de horas de tratores.
3,66
3,13
0
1
2
3
4
5
Araucária Lapa
Índice
80
Os índices gerais obtidos nos pomares das duas localidades estudadas são
superiores aos encontrados por Almeida et al. (2007), que obtiveram, por meio do
aplicativo Ambitec, um índice geral de 2,34 na avaliação ambiental de oito
estabelecimentos rurais adotantes da PI de Abacaxi no Estado de Tocantins.
Araújo e Correia (2004), utilizando o aplicativo Ambitec em estudo dos
impactos do sistema da PI, divulgaram valores de 4,34 pontos para a PI de uva-de-
mesa e de 4,37 para a PI de manga. Segundo os autores, os valores foram
impactados pela expressiva redução de agrotóxicos, onde o sistema PI provocou
uma redução média no uso de fungicida, de 60,7% e de herbicida, de 80%.
Jacometi (2007), em estudos realizados em 14 propriedades rurais no
estado de São Paulo, adotantes da certificação de limão tahiti pelo EUREPGAP
(European Retailers Produce Working Group - Good Agricultural Practices),
protocolo europeu criado em 1999 por um grupo de empresas européias que visa
atender interesse do consumidor em termos de segurança alimentar, encontrou
índices positivos que variaram de 2,14 a 3,43. No entanto, o componente “água para
irrigação pesou negativamente em pomares sensíveis à seca, fato que não ocorreu
em nenhum componente deste estudo.
Em avaliações de tecnologias, diferentes dos sistemas integrados, os
índices de impacto ambiental estimados, usando o Sistema Ambitec, variaram desde
valores mínimos de -2,60, para a tecnologia de sistema de produção para algodão
nos cerrados, até valores de +5,26, para o monitoramento de resistência de
carrapatos a acaricidas (ÁVILA et al., 2005).
Os valores descritos, mesmo que envolvendo outras culturas, servem para
balizarmos os índices obtidos neste estudo. Argumentos para os índices variarem
podem advir do nível tecnogico dos estabelecimentos rurais estudados, onde os
produtores sabem interagir com novas tecnologias, além da constante preocupação
em melhorar a qualidade de seus produtos para atender a exigências de mercado e
legislação. Observamos que alguns procedimentos de Boas Práticas Agrícolas
eram adotados antes da implantação do sistema PI. Assim, entendemos que o
impacto de novas tecnologias é proporcionalmente maior onde o nível tecnológico é
menor.
Estas observações são semelhantes às de Rodrigues et al. (2003), que
relata que “a interação entre a inovação tecnológica, os sistemas de produção e o
ambiente local, determinam como será o comportamento dos indicadores de
81
impacto. Ou seja, o desempenho ambiental da tecnologia varia com as condições
ecológicas e com os diferentes sistemas de manejo adotados”.
O aplicativo Ambitec-Agro mostrou-se ser um método de aplicação
relativamente simples e os seus resultados refletem essencialmente a percepção
dos envolvidos com a implantação e os adotantes das tecnologias sobre os impactos
destas em seu sistema produtivo.
Campanhola e Rodrigues (2001) afirmam que “a aceitação de sistemas
simplificados como o Ambitec-Agro é um passo importante em direção a métodos
mais complexos que requerem uma base analítica mais potente e mais complexa”.
Na literatura, existem diversas classificações para métodos de avaliação
ambiental, que variam conforme a ótica adotada. Portanto, entendemos que não foi
desenvolvido ainda modelos, sistemas ou aplicativos que sejam aplicáveis para
todos os casos. Segundo Moura e Oliveira (2005), cada alternativa se restringe a
determinadas condições, tornando-a insatisfatória e inaplicável em outras situações.
4 CONCLUSÕES
Em ambos os estabelecimentos o impacto foi positivo em todos os
aspectos enfocados na análise, atendendo à norma estabelecida pelo
método, de buscar desenvolvimento tecnológico evitando-se impactos
ambientais negativos. Em Araucária o índice de impacto ambiental geral
foi de 3,66 e na Lapa foi de 3,13.
Os destaques de impactos positivos, nos dois estabelecimentos rurais
estudados, foram respectivamente para Araucária e Lapa: uso de
agroquímicos com índice de impacto de 12,5 e 9,0; biodiversidade
apresentou índice de 4,8 e 6,0; qualidade do solo com índice de 5,0 e 3,8
e uso de recursos naturais com índice 3,0 para cada um dos
estabelecimentos.
A forma original do aplicativo Ambitec-agro demonstrou o ser uma
ferramenta específica para avaliação ambiental de produção integrada
(PI) de frutas. Foi necessária uma série de adequações para que
pudesse refletir com maior fidelidade o impacto das tecnologias
preconizadas pela PI.
82
CAPITULO IV - APLICATIVO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DA
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA AGROPECUÁRIA “MÓDULO
COMPLEMENTAR PARA AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO
INTEGRADA
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CAPITULO IV - APLICATIVO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DA
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA AGROPECRIA “MÓDULO
COMPLEMENTAR PARA AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO
INTEGRADA
RESUMO
O sistema de produção integrada de frutas (PI) preconiza a produção de frutas de
boa qualidade, utilizando métodos ecologicamente mais seguros para o homem e
para o ambiente. Com o intuito de avaliar o impacto ambiental causado pela
produção integrada (PI) de ssego, em relação à convencional, este estudo teve
por objetivo desenvolver um aplicativo destinado a obter uma avaliação
complementar deste sistema de produção. A ferramenta foi desenvolvida como um
módulo complementar ao aplicativo denominado Sistema de Avaliação Ponderada
de Impacto Ambiental (APOIA-NovoRural). Este módulo busca retratar os principais
pontos favoráveis e os indicadores que apresentam problemas ao desempenho
ambiental dos estabelecimentos agrícolas, ponderando o atendimento dos requisitos
de 15 áreas temáticas. Foram avaliados segundo o nível de conformidade e a
proporção de área do estabelecimento rural onde efetivamente se realizam os 39
critérios estabelecidos nas Normas Técnicas de Produção Integrada. Os indicadores
são constituídos em matrizes de ponderação, nas quais os dados quantitativos
obtidos no campo são automaticamente transformados em índices de impacto
expressos graficamente. Estes índices o agregados pelo sistema para comporem
o índice geral de conformidade e impacto da PI no estabelecimento agrícola. Os
resultados desta avaliação permitem promover a gestão ambiental dos sistemas de
produção e é um instrumento para a tomada de decisão quanto à implementação de
práticas de manejo e adoção de cnicas para melhoria do sistema PI e pode
constituir-se em um instrumento de suporte à certificação. Após a validação, o
aplicativo permitirá, tamm, a fácil adaptação para avaliação de outras culturas e
será de livre acesso aos usuários.
Palavras-chave: teste de desempenho, sistema computacional, certificação.
84
COMPUTATIONAL SYSTEM FOR ENVIRONMENTAL ASSESSMENT OF IMPACT
OF TECHNOLOGICAL INNOVATION AGRICULTURAL - "SUPPLEMENTARY
MODULE FOR INTEGRATED ASSESSMENT OF PRODUCTION "
ABSTRACT
The system of integrated fruit production (IPF) requires the production of fruit of good
quality, using ecologically safer methods for humans as well as for the environment.
In order to assess the environmental impact caused by the integrated peach
production system (IP), compared to the conventional system, this study aimed to
develop an application to obtain an additional assessment of the production system.
The tool was developed as an additional module called the application system
Environmental Impact Assessment System of Agricultural Activities (APOIA-
NovoRural). This module intends to disclose the favorable aspects and the indicators
that may present problems to environmental performance of agricultural
establishments, considering the care of the requirements of 15 thematic areas. They
were evaluated on the level of compliance and the proportion of rural area of the
establishment where the 39 criteria defined by Technical Standards of Integrated
Production were effectively taken into account. The indicators are incorporated in
matrices of weighting, in which the quantitative data obtained in the field are
automatically transformed into indices of impact expressed graphically. These indices
are aggregated by the system to compose the general index of compliance and
impact of IP in agricultural establishment. The results of this evaluation can promote
environmental management of production systems and constitute a tool for decision-
making on the implementation of management practices and adoption of techniques
to improve the IP system and can transform themselves into an instrument of support
for certification. After validation, the application can also be easily adapted for the
evaluation of other cultures and will be freely accessible to users.
Key words: Performance test, computational system, and certification.
85
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, um dos pontos importantes no sistema produtivo de frutas
é a capacidade de gerar produtos de qualidade e utilização de tecnologias não
agressivas ao meio ambiente e à saúde humana. No entanto, a segurança do
alimento e os aspectos fitossanitários não são perceptíveis normalmente aos olhos
do consumidor. A presença destes atributos pode ser percebida por meio de
selos ou certificados que comprovem sua boa qualidade (SPER , 2000).
Um dos objetivos da certificação é oferecer procedimentos e padrões
básicos que permitam aos participantes gerenciar o nível de qualidade de seus
atributos (NASSAR, 2003). Os sistemas de certificação avaliam os procedimentos
relativos à eficiência da gestão ambiental (JACOMETI, 2007).
Existem vários métodos, dos mais simples aos mais complexos, destinados
à avaliações de impactos ambientais e todos eles m suas potencialidades e
limitações (IRIAS et al., 2004). Estes métodos avaliação vêm sendo a adaptados e
melhorados desde a década de 1950 (STAMM, 2003).
Apesar da variedade de instrumentos de avaliação ambiental, não se
encontra um totalmente satisfatório que atenda a requisitos que se adapte a um
universo maior de tecnologias (RODRIGUES e CAMPANHOLA, 2003). Entre estas
tecnologias se encontra a Produção Integrada de Frutas (PI).
A Embrapa desenvolveu um aplicativo, para avaliação de impacto ambiental,
denominado: Sistema de Avaliação Ponderada de Impacto Ambiental de Atividades
do Novo Rural (APOIA-NovoRural), o qual já foi utilizado em avaliações de produção
Integrada de Morango, e apesar de não ser específico para este fim. O aplicativo é
constituído de cinco dimensões de avaliação identificadas como Ecologia da
Paisagem, Qualidade dos Compartimentos Ambientais (Atmosfera, Água e Solo),
Valores Sócio-culturais, Valores Econômicos e Gestão e Administração. As
informações são obtidas em entrevista/vistoria e coleta de água e solo para análises
de laboratório. Esses dados são introduzidos em matrizes de ponderação
construídas em plataforma MS-Excel
®
, que resultam em Índices de Impacto para
cada indicador, para as dimensões de avaliação e em um Índice Geral de Impacto
da atividade (BUSCHINELLI et al., 2007).
Ávila (2007) utilizou o aplicativo em sua dissertação de mestrado, onde
avaliou o impacto ambiental da agricultura familiar no âmbito de propriedades rurais
86
do Sudoeste amazônico e dos 62 indicadores exigidos pelo sistema APOIA, apenas
24 foram utilizados no estudo.
Buchinelli et al. (2007) utilizaram o aplicativo APOIA” para auxiliar a eco-
certificação de produção integrada de morango no estado de São Paulo.
Existem diversos modelos que sugerem muitas perspectivas sobre valoração
ambiental, mas nenhum deles conseguiu obter uma aplicabilidade para todos os
casos, ou seja, cada alternativa se restringe a determinadas condições, tornando-a
insatisfatória e inaplicável em outras situações (MOURA, 2005).
Cada método de avaliação ambiental apresenta vantagens e desvantagens,
e trata mais adequadamente de problemas e objetivos específicos, podendo-se
assumir que a seleção, adaptação e desenvolvimento de métodos e sistemas de AIA
dependem dos objetivos da avaliação (CANTER, 1996).
Assim, com o intuito de permitir uma análise especifica da PI, e
considerando a falta de um instrumento específico de avaliação que auxilie nas
decisões quanto às medidas necessárias para avaliação da produção integrada de
pêssego, desenvolveu-se neste trabalho, um módulo complementar ao sistema
APOIA-NovoRural para este fim. O aplicativo contém 15 indicadores reas
temáticas) e 39 critérios, estabelecidos nas Normas Técnicas da Produção Integrada
de Pêssegos (MAPA, 2002).
2 MATERIAL E MÉTODOS
Para a adaptação do sistema APOIA-NovoRural à realidade da PI, as
planilhas foram elaboradas seguindo os parâmetros de adequação para cada uma
das áreas temáticas componentes, listadas por Fachinello et al. (2003) e
MAPA(2002) resumidas a seguir :
As áreas temáticas dentro do aplicativo estão distribuídas em uma série de
telas, onde as planilhas estão dividas e assim denominadas:
Áreas temáticas 1 e 2: Capacitação e Organização dos Produtores.
Área temática 3: Recursos Naturais.
Áreas temáticas 4 e 5: Material Propagativo e Área de Plantio.
Área temática 6: Nutrição de Plantas.
Área temática 7: Manejo do Solo.
Área temática 8: Irrigação.
87
Área temática 9: Manejo da Parte Aérea.
Área temática 10: Proteção Integrada da Cultura.
Área temática 11: Colheita e Pós-colheita.
Área temática 12: Análise de Resíduos.
Área temática 13: Processos de Empacotadoras e Indústrias.
Área temática 14: Sistemas de Rastreabilidade, Cadernos de Campo e
Pós-colheita.
Área temática 15: Assistência Técnica.
Dentro de cada área temática estão distribuídos somente os atributos, ou
seja, atividades obrigatórias e as recomendadas pela Norma de Produção Integrada
de Pêssego.
Os atributos são avaliados, conforme a sua característica, por meio de
unidades quantitativas, tais como: porcentagem da área, número de pessoas ou
hectares. Os valores percentuais são atribuídos se o critério está: conforme; em
implementação; planejado ou não conforme. As matrizes de avaliação são
construídas em plataforma Microsoft Excel 6.0 de forma a calcular
automaticamente as áreas temáticas e os atributos e expressar graficamente o
índice de impacto resultante.
A metodologia de cálculo empregada das planilhas do módulo complementar
é a mesma desenvolvida e apresentada por Rodrigues e Campanhola (2003).
Os dados para avaliação de impacto ambiental referem-se à alteração
causada nos indicadores, em conseqüência da efetiva implantação da atividade, nas
condições específicas do estabelecimento rural a ser avaliado. O valor do impacto é
apresentado graficamente demonstrando o nível de conformidade de cada área
temática.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O aplicativo desenvolvido, denominado Módulo Complementar ao APOIA-
NovoRural para Produção Integrada é composto de uma série de telas onde foi
utilizado para a criação deste módulo o exemplo da produção integrada de pêssego
do Paraná. Na planilha é apresentada a área temática os critérios e em uma “caixa
de comentário” são apresentados os respectivos procedimentos, descritos a seguir:,
88
3.1 ÁREAS TEMÁTICAS 1 E 2: CAPACITAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS
PRODUTORES.
Na Figura 1, é apresentada com detalhes, a matriz de ponderação que
contém os atributos da área temática indicador “Capacitação e Organização dos
Produtores”, onde é avaliada a conformidade das:
Práticas agrícolas, na qual é obrigatória a capacitação técnica continuada
dos produtores ou responsáveis técnicos da propriedade, no manejo
adequado dos pomares de pessegueiro conduzidos no Sistema de
Produção Integrada; capacitação técnica de recursos humanos; e a área
atendida por um técnico responsável é aquela estabelecida nas
normativas do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CREA).
Recomendações da norma de PI quanto à capacitação cnica dos
produtores em organização associativa e gestão da PIP.
Capacitação técnica em comercialização, marketing e gestão empresarial.
Processos de Indústria ou empacotadora e segurança alimentar onde é
obrigatória a Capacitação técnica em práticas de profilaxia e controle de
doenças; capacitação técnica na identificação dos tipos de danos nas
frutas; capacitação técnica em processos de indústria ou empacotadora e
segurança alimentar conforme a PIP; capacitação técnica em higiene
pessoal e do ambiente.
Capacitação cnica no monitoramento da contaminação química e
microbiogica da água e do meio ambiente. É recomendada.
Segurança no trabalho: Capacitação técnica do produtor e colaboradores
em segurança humana e uso de equipamentos de proteção individual
(EPI’s).
Recomendações técnicas de segurança e saúde no trabalho, prevenção
de acidentes com agrotóxicos, conforme manual de Normas da Medicina
e Segurança do Trabalho.
Definição do tamanho das propriedades e vinculação do produtor a uma
entidade de classe ou associação envolvida em PIP.
89
FIGURA 1 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“CAPACITAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES”, DO
MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL
PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO.
3.2 ÁREA TEMÁTICA 3 - RECURSOS NATURAIS
Na Figura 2, são avaliados os procedimentos quanto ao:
Planejamento ambiental, onde é obrigatória a conservação do
ecossistema ao redor do pomar, baseado em agricultura sustentável;
manutenção de áreas com vegetação para o abrigo de organismos
benéficos, junto à área de Produção Integrada: mínimo de 1% da área de
PIP; organizar a atividade do sistema produtivo de acordo com a região,
respeitando suas funções ecológicas de forma a promover o
desenvolvimento sustentável, no contexto da PI, mediante a execução de
planos dirigidos à prevenção e/ou correção de problemas ambientais
(contaminação solo, água, planta e homem).
Monitoramento ambiental, onde é obrigatório o controle da qualidade da
água residual do processo de industrialização conforme a Resolução
20/1986; é recomendado o controle da qualidade da água da
propriedade, em relação a agrotóxicos, metais pesados, sais, nitratos e
contaminação biológica; elaboração de inventário em programas de
valorização da fauna e flora auxiliares; monitoramento da fertilidade do
solo, aspectos físicos, químicos e biológicos.
Obrig. Rec. Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Capacitação e Organização dos produtores =
(soma pi * ki)
ICOp
660,0
ICOp Utilidade
0 0
180 0,1 Coeficientes:
360 0,2 a =
440 0,3 b =
520 0,4 c =
580 0,5
640 0,6
U-ICOP =
680 0,8
700 1
Averiguação
0,75
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Áreas Temáticas
1 e 2:
Capacitação e
Organização dos
produtores
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de conformidade
1.1. Práticas
agrícolas
1.2. Organização de
produtores
1.3. Comercialização
1.4. Processos de
indústria ou
empacotadora e
segurança alimentar
1.5. Segurança no
trabalho
1.6. Educação
ambiental
100 100 100 100
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
100 100
Recomen. Recomen. Obrigatório
20 5
100 95
5
Recom.
0
20 5
5
100
Critérios -
Obrigatório
95 80 80 90
2.1. Definição do
tamanho das
propriedades
Fator de poderação k
115,35
100
-82,47
0,05
0
1
0 100 200 300 400 500 600 700
Indice de Capacitação e Organização dos produtores
Utilidade
90
FIGURA 2 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“RECURSOS NATURAIS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.3 ÁREAS TEMÁTICAS 4 E 5: MATERIAL PROPAGATIVO E ÁREA DE
PLANTIO.
Nesta (Figura 3) matriz são avaliados níveis de conformidades referentes à:
Mudas, a unidade de produção deve apresentar a mesma cultivar, a
mesma idade dominante e esteja submetida ao mesmo manejo e tratos
culturais preconizados pela NTEPIP.
Época de plantio.
Localização, sendo obrigatória a implantação de quebra-ventos em áreas
sujeitas à forte incidência de ventos; observar as condições de aptidão
edafoclimática e compatibilidade aos requisitos da cultivar e de Mercado,
e é recomendado evitar a localização em condições adversas às
necessidades específicas de cada cultivar. Implantação de pomares
somente após o cultivo com gramíneas por um ano.
Uso obrigatório de porta-enxertos, recomendados pela pesquisa.
Obr. Recom
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Recursos Naturais =
(soma pi * ki)
IRN
188,0
IRN Utilidade
0 0
50 0,1 Coeficientes:
100 0,2 a =
140 0,3 b =
160 0,4 c =
170 0,5
180 0,6
U-IRN =
190 0,8
200 1
-99,07
129,43
0,72
Averiguação
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
90
510
Obrigatório
Critérios -
3.1.
Planejamento
ambiental
100100
3.2.
Monitoramento
ambiental
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
0,05
5
90
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo
com nível de conformidade
Área Temática 3:
Recursos
Naturais
Fator de poderação k
0
1
0 100 200
Indice de Recursos Naturais
Utilidade
91
Utilização de cultivares, observando as condições de adaptabilidade,
produtividade e resistência a pragas e doenças, de acordo com as
recomendações da pesquisa.
Sistema de plantio, sendo obrigatório realizar análise físico-química e
nematológica do solo, antes da implantação, conforme requisitos do
pessegueiro; observar os fatores de densidade de plantio,
compatibilidade como mecanismos de controle de pragas, produtividade
e qualidade do produto. Assim como, é recomendada a condução do
pessegueiro, objetivando plantas com porte adequado, com o intuito de
facilitar o manejo.
FIGURA 3 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“MATERIAL PROPAGATIVO E ÉPOCA DE PLANTIO”, DO MÓDULO
COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO.
3.4 ÁREA TEMÁTICA 6: NUTRIÇÃO DE PLANTAS
Esta matriz (Figura 4) apresenta os níveis de conformidades relativos a:
Fertilização, onde é obrigatório retirar amostra de solo de 0-20 cm para
quantificar o corretivo de acidez, fósforo (P) e potássio (K) a aplicar em
pré-plantio, no mínimo, 3 meses antes; na adubação de manutenção
Obr. Rec. Obrig. Rec. Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Material propagativo e Época de plantio =
(soma pi * ki)
IMpEp
580,0
IMpEp Utilidade
0 0
150 0,1 Coeficientes:
300 0,2 a =
380 0,3 b =
440 0,4 c =
500 0,5
540 0,6
U-IMpEp =
580 0,8
600 1
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
114,103
-82,7
0,05
0,84
Ind.
10
90
Averiguação
100
ObrigatórioFator de poderação k
100 100100
1010 10
90
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de conformidade
Critérios -
5.4. Porta-enxertos
5.5. Cultivar
produtora
5.6. Sistema de
plantio
5.3. Localização
100 90
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
100
90100
4.1. Mudas
5.2. Época de
plantio
100
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Áreas Temáticas
4 e 5: Material
propagativo e
Época de plantio
0
1
0 100 200 300 400 500 600
Indice de Material propagativo e Época de plantio
utilidade
92
deve-se considerar: as análises do solo a cada três anos, as análises
foliares a cada dois anos, o crescimento vegetativo, os sintomas de
deficiência, a produção e as práticas culturais. Utilizar fertilizantes
químicos registrados. É recomendado retirar amostra de solo de 20 a 40
cm. Prover o fornecimento de nutrientes para as plantas,
preferencialmente através do solo; utilizar adubação orgânica em
substituição à adubação química, desde que indicado por cálculo de
equivalência de teores de nutrientes; fazer análise de metais pesados
nos adubos orgânicos.
FIGURA 4 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“NUTRIÇÃO DE PLANTAS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.5 ÁREA TEMÁTICA 7: MANEJO DO SOLO
Na Figura 5, são apresentados os níveis de conformidades do:
Manejo de cobertura do solo, sendo obrigatório o controle de invasoras
na linha, quando necessário, por meio de “mulching”, roçadas ou capinas
manuais para evitar competição; a entrelinha deve ser mantida com
cobertura vegetal; o controle de invasoras deve ser feito durante o
Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Nutrição de plantas =
(soma pi * ki)
INP
97,5
INP Utilidade
0 0
20 0,1 Coeficientes:
40 0,2 a =
60 0,3 b =
80 0,4 c =
85 0,5
90 0,6
U-INP =
95 0,8
100 1
0,06
0,88
Averiguação
100
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
104,69
-80,16
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
95
5
Área Temática 6.
Nutrição de
plantas
Tabela de PRODUTO (% área * %
indicadores) de acordo com nível de
conformidade
Critério -
6.1. Fertilização
0
1
0 100
Indice de Nutrição de plantas
Utilidade
93
período de crescimento vegetativo do pessegueiro. A cobertura vegetal
da entrelinha deve ser mantida, preferencialmente, com espécies nativas,
gramíneas ou leguminosas, evitando uso de plantas hospedeiras de
fitonematóides; após o plantio do pomar, realizar controle de invasoras,
com herbicidas ou capina manual, são recomendadas.
Controle de plantas invasoras, sendo recomendado minimizar uso de
herbicidas durante o ciclo vegetativo, para evitar resíduos e prevenir
resistência.
Condições de solo, onde é recomendado fazer drenagem de áreas com
excesso de umidade.
FIGURA 5 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“MANEJO DO SOLO”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA
APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.6 ÁREA TEMÁTICA 8: IRRIGAÇÃO
Nesta matriz (Figura 6), é avaliada a conformidade quanto a:
Irrigação, onde o recomendadas a utilização de técnicas de irrigação
localizada e fertirrigação, conforme requisitos da cultura. Dosar a
aplicação; administrar a quantidade em função do balanço hídrico,
Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Manejo do solo =
(soma pi * ki)
IMS
295,0
IMS Utilidade
0 0
60 0,1 Coeficientes:
120 0,2 a =
180 0,3 b =
220 0,4 c =
250 0,5
270 0,6
U-IMS =
290 0,8
300 1
0,05
Ind.
100,09
-73,36
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
0,92
100
Recomend.
100 100
95 100
5
7.1. Manejo de
cobertura do
solo
7.2. Controle de
plantas
invasoras
95
5
Averiguação
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de
conformidade
Área Temática 7.
Manejo do solo
Critérios -
7.3. Condições
de solo
0
1
0 100 200 300
Indice de Manejo do solo
Utilidade
94
capacidade de retenção do solo e demanda da cultura. Controlar a
salinidade e a presença de poluentes.
FIGURA 6 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“IRRIGAÇÃO”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA
NOVO RURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO.
3.7 ÁREA TEMÁTICA 9: MANEJO DA PARTE AÉREA
São apresentados na Figura 7, os níveis de conformidade relativos a:
Sistema de condução, onde é obrigatório proceder à condução e poda
para o equilíbrio entre a atividade vegetativa e a produção das plantas de
pessegueiro. É recomendado utilizar, preferencialmente, o sistema taça
ou vaso aberto nos espaçamentos de 4-6 m x 3-5 m; utilizar o sistema “Y”
nos espaçamentos 5-6 m x 1-2 m.
Poda, sendo obrigatório proteger os cortes de poda com mais de 2 cm de
diâmetro, com pasta bordalesa ou tinta plástica. É recomendado, na poda
de verão, a retirada dos ramos ladrões e mal posicionados, para
favorecer a entrada de luz, diminuir doenças e melhorar a qualidade das
frutas; no outono, o rebaixamento forma e paralisa o crescimento; no
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Irrigação =
(soma pi * ki)
Iir
0,0
IIr Utilidade
0 0
20 0,1 Coeficientes:
40 0,2 a =
60 0,3 b =
80 0,4 c =
85 0,5
90 0,6 U-Iir =
95 0,8
100 1
0,06
Recomend.
Critério -
8. Irrigação
Tabela de PRODUTO (% área * %
indicadores) de acordo com nível de
conformidade
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
Averiguação
0
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
104,69
-80,16
0,00
Área Temática 8.
Irrigação
0
1
0 100
Indice de Irrigação
Utility
95
inverno, a poda de frutificação deve ser feita para desbastar e/ou
despontar ramos.
Uso de Fito-reguladores de síntese, que deve ser feito com produtos
químicos registrados, mediante receituário agronômico, conforme Lei
9.974/2000.
Técnicas de raleio, onde é obrigatório o controle de rebrotes após a
colheita.
FIGURA 7 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“MANEJO DA PARTE AÉREA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.8 ÁREA TEMÁTICA 10: PROTEÇÃO INTEGRADA DA CULTURA
Nesta matriz (Figura 8), são avaliados os compromissos com a
conformidade de:
Controle de pragas, no qual é obrigatório utilizar as técnicas
preconizadas no Manejo Integrado de Pragas - MIP; priorizar o uso de
métodos naturais; a incidência de pragas deve ser regularmente
avaliada e registrada através de monitoramento.
Obr. Rec. Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Manejo da parte aérea =
(soma pi * ki)
IMPA
392,5
IMPA Utilidade
0 0
80 0,1 Coeficientes:
160 0,2 a =
240 0,3 b =
300 0,4 c =
340 0,5
360 0,6
U-IMPA =
380 0,8
400 1
Obrigatório
9.3. Fito-reguladores
de síntese
102,47
5
95 95
100
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de conformidade
Obrigatório
0,90
95
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
0,05
100
-73,56
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
100
9.4. Técnicas de
raleio
Critérios -
9.2. Poda
100
Área Temática 9.
Manejo da parte
aérea
9.1. Sistema de
condução
5 5
Averiguação
100
0
1
0 100 200 300 400
Indice de Manejo da parte aérea
Utilidade
96
Uso de agrotóxicos e afins, sendo obrigatório utilizar produtos químicos
registrados, mediante receituário agronômico, Lei Federal 7.802/89 e
Decreto 4.074/2002; utilizar sistemas adequados de amostragem e
diagnóstico para tomada de decisões, em função dos níveis definidos
para intervenção; elaborar tabela de uso por praga e doença, tendo em
conta a eficiência e seletividade dos produtos, riscos de surgimento de
resistência, persistência, toxicidade, resíduos em frutas e impacto ao
meio ambiente; utilizar os indicadores de monitoramento de pragas
para definir a necessidade de aplicação de agrotóxicos, conforme
normas técnicas.
Uso de equipamentos de aplicação de agrotóxicos e afins, onde é
obrigatório proceder à manutenção periódica e aferição anual de
pulverizadores no início do ciclo; os operadores devem utilizar
equipamentos, utensílios, trajes e demais requisitos de proteção
individual, conforme Normas da Medicina e Segurança do Trabalho. É
recomendado que os tratores utilizados na aplicação de agrotóxicos
devem ser dotados de cabina.
Preparo e aplicação de agrotóxicos e afins, sendo obrigatório executar
pulverizações baseadas em monitoramentos; obedecer às
recomendações técnicas sobre manipulação de agrotóxicos e operação
de equipamentos conforme IN 03/2001 MA. É recomendado organizar
centros regionais destinados ao recolhimento e reciclagem de
embalagens, para seu devido tratamento, em conjunto com setores
envolvidos, governos estaduais e municipais, associação de produtores,
distribuidores e fabricantes.
Armazenamento de agrotóxicos, sendo obrigatório realizá-lo em local
seguro e apropriado e manter controle de estoque. Proceder à tríplice
lavagem, conforme o tipo de embalagem e, após a inutilização, devolver
ao fornecedor ou encaminhar a centros de destruição e reciclagem;
armazenar produtos e embalagens utilizadas de acordo com a Lei
Federal 9.974/2000 e Decreto 4.074/2002. É recomendada a organização
de centros regionais destinados ao recolhimento e reciclagem de
embalagens, para seu devido tratamento, em conjunto com setores
envolvidos, governos estaduais e municipais, associação de centros de
97
destruição e reciclagem; armazenar produtos e embalagens utilizadas de
acordo com a Lei Federal 9.974/2000 e Decreto 4.074/2002.
FIGURA 8 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“PROTEÇÃO INTEGRADA DA CULTURA”, DO MÓDULO
COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA
PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO.
3.9 ÁREA TEMÁTICA 11: COLHEITA E PÓS-COLHEITA.
São apresentados na Tabela 9, os índices de conformidade ponderada
das:
Técnicas de colheita, sendo obrigatório atender os regulamentos técnicos
específicos de ponto de colheita de cada cultivar; colher a fruta de forma
cuidadosa; proceder a higienização de equipamentos, embalagens, local
de trabalho e colaboradores; proteger de intempéries as frutas colhidas.
É recomendado implementar o sistema de boas práticas agrícolas (BPA);
proceder à pré-seleção das frutas durante a colheita; transportar as frutas
colhidas no mesmo dia da colheita; aferir os instrumentos utilizados para
avaliação do ponto de colheita.
Embalagens, sendo obrigatório proceder à identificação do produto,
conforme Portaria MA 371/1997 com destaque ao sistema de PIP e com
Obr. Rec. Obr. Rec. Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Proteção integrada da cultura =
(soma pi * ki)
IPIC
488,5
IPIC Utilidade
0 0
100 0,1 Coeficientes:
200 0,2 a =
280 0,3 b =
360 0,4 c =
420 0,5
460 0,6 U-IPIC =
480 0,8
500 1
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de conformidade
Obrigatório
10
-67,23
0,06
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
100
10
95,86
100
10.2. Agrotóxicos e
afins
100100 100
0,89
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Averiguação
100
3
Fator de poderação k
97
Obrigatório
Critérios -
10.1. Controle de
pragas
10.5.
Armazenamento de
agrotóxicos e
destinação de
embalagens vazias
10.3. Equipamentos
de aplicação de
agrotóxicos e afins
10.4. Preparo e
aplicão de
agrotóxicos e afins
100 90 90
Área Temática 10.
Proteção
integrada da
cultura
0
1
0 100 200 300 400 500
Indice de Proteçção integrada da cultura
Utilidade
98
informações mínimas sobre cultivar, data de colheita e produtor. É
recomendado utilizar embalagens conforme os requisitos recomendados
para pêssego.
Transporte e armazenagem, que devem obrigatoriamente obedecer às
normas técnicas de armazenamento, específicas para cada cultivar, com
vistas à preservação dos fatores de qualidade do pêssego de acordo com
os manuais de treinamento PIP. A norma recomenda realizar o transporte
em veículos e equipamentos apropriados e higienizados, conforme
requisitos para pêssego.
Técnicas de raleio, onde é obrigatório proceder a controle dos rebrotes
após a colheita.
FIGURA 9 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“COLHEITA E PÓS-COLHEITA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
Obr. Rec. Obr. Rec. Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Colheita e pós-colheita =
(soma pi * ki)
ICPC
392,5
ICPC Utilidade
0 0
80 0,1 Coeficientes:
160 0,2 a =
240 0,3 b =
300 0,4 c =
340 0,5
360 0,6
U-ICPC =
380 0,8
400 1
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo com nível de conformidade
95 90
Fator de poderação k
Obrigatório
100
5 10
100
0,05
0,90
100
102,47
9.4. Técnicas de
raleio
11.2. Embalagem e
etiquetagem
11.3. Transporte e
armazenagem
Averiguação
Área Temática 11.
Colheita e pós-
colheita
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Critérios -
11.1. Técnicas de
colheita
100 100 100
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
-73,56
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
0
1
0 100 200 300 400
Indice de Manejo da parte aérea
Utilidade
99
3.10 ÁREA TEMÁTICA 12: ANÁLISE DE RESÍDUOS.
Na Figura 10 são demonstrados os índices de conformidade relativos à:
Amostragem para análise de resíduos em frutas, onde é recomendada a
permissão para a coleta de amostras para análise em laboratórios
credenciados pelo MAPA. As coletas de amostras devem ser feitas ao
acaso, devendo-se atingir o mínimo de 10% do total das parcelas de
cada produtor ou grupo de pequenos produtores; amostras adicionais
serão coletadas, se ocorrerem falhas na aplicação de agrotóxico; coletar
as amostras para análise de resíduos, seguindo o Manual de Coleta de
Amostras para Análise de Resíduos Agrotóxicos em vegetais.
FIGURA 10 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“ANÁLISE DE RESÍDUOS”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.11 ÁREA TEMÁTICA 13: PROCESSOS DE EMPACOTADORAS/INDÚSTRIAS.
Nesta matriz (Figura 11), são demonstrados os níveis de conformidade de:
Câmaras frigoríficas, equipamentos e local de trabalho, sendo obrigatório
proceder à prévia higienização de maras frigoríficas, equipamentos e
local de trabalho; proceder à prévia aferição de equipamentos utilizados
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice Amostragem para análise de resíduos em frutas =
(soma pi * ki)
IAR
100,0
IAR Utilidade
0 0
20 0,1 Coeficientes:
40 0,2 a =
60 0,3 b =
80 0,4 c =
85 0,5
90 0,6
U-IAR =
95 0,8
100 1
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
Área Temática 12.
Análise de
Resíduos
Tabela de PRODUTO (% área * %
indicadores) de acordo com nível de
conformidade
Critério -
12.1. Amostragem
para análise de
resíduos em frutas
104,69
-80,16
0,06
1,00
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
Recomend.
100
0
Averiguação
100
0
1
0 100
Indice Análise de resíduos em frutas
Utilidade
100
na classificação e/ou industrialização; obedecer aos regulamentos
técnicos de armazenamento específicos para cada cultivar. É
recomendado implementar as BPF e/ou os princípios do sistema APPCC
no processo de pós-colheita, implementar um plano de manutenção,
operação e controle de equipamentos frigoríficos.
Controle de doenças em pós-colheita, sendo obrigatório os tratamentos
físicos, químicos e biológicos e o monitoramento da qualidade da água
utilizada na indústria de processamento, dos resíduos de soda cáustica
na saída do pelador, do tempo de tratamento rmicos, conforme os
anexos e manuais técnicos para treinamento em PIP; manutenção dos
registros de pureza e procedência dos produtos utilizados no
processamento do pêssego.
FIGURA 11 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“COLHEITA E PÓS-COLHEITA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR
DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA
DE PÊSSEGO.
3.12 ÁREA TEMÀTICA 14: RASTREABILIDADE, CADERNOS DE CAMPO E DE
PÓS-COLHEITA.
Na Figura 12 são considerados os níveis de conformidade com:
Rastreabilidade, onde é obrigatório utilizar sistema de identificação que
assegure a rastreabilidade; manter cadernos de campo e de pós–colheita
Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Processos de empacotadoras / Indústriais =
(soma pi * ki)
IPEeI
188,0
IPEeI Utilidade
0 0
50 0,1 Coeficientes:
100 0,2 a =
140 0,3 b =
160 0,4 c =
170 0,5
180 0,6 U-IPEeI =
190 0,8
200 1
90
Área Temática 13.
Processos de
empacotadoras /
Indústriais
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo
com nível de conformidade
Critérios -
13.1.Câmaras
frigoríficas,
equipamentos e
local de
trabalho
13.2. Controle
de doenças em
pós-colheita
Averiguação
100 100
90
5 10
5
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
0,05
0,72
Obr.
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
129,43
-99,07
0
1
0 100 200
Indice de Processos de empacotadoras / Indústriais
Utilidade
101
com registros do manejo da fruta fidedignos e atualizados, desde o
pomar até a comercialização, para fins de rastreamento de todas etapas
do processo produtivo. A rastreabilidade, no campo, deve ir até a parcela
empacotadora, até o pallet e, na indústria de processamento, até o lote.
A norma recomenda instituir digos de barras para informatizar o
sistema e reduzir a possibilidade de erros; utilizar etiquetas adesivas,
resistentes à umidade, nas unidades de colheita para identificar
provenncia das mesmas; a posição da etiqueta deve ser de cil
visualização.
Obrigação da emissão de auditorias no pomar nos períodos de floração
raleio e colheita. Na empacotadora ou indústria de processamento; na
época de entrada das frutas (colheita), na embalagem/processamento e
conservação.
FIGURA 12 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“SISTEMA DE ASTREABILIDADE COLHEITA E PÓS-COLHEITA”,
DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO SISTEMA APOIA-NOVORURAL
PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE PÊSSEGO.
3.13 ÁREA TEMÁTICA 15: ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Nesta matriz (Figura 13), é avaliado o nível de conformidade do indicador:
Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Sistema de rastreabilidade, cadernos de campo e de pós-colheita = (soma pi * ki)
ISReCC
193,0
ISReCC Utilidade
0 0
50 0,1 Coeficientes:
100 0,2 a =
140 0,3 b =
160 0,4 c =
170 0,5
180 0,6
U-ISReCC=
190 0,8
200 1
5
Área Temática 14.
Sistema de
rastreabilidade,
cadernos de
campo e de pós-
colheita
Tabela de PRODUTO (% área * % indicadores) de acordo
com nível de conformidade
Critérios -
14.1.
Rastreabilidade
14.2. Auditorias
de campo e de
pós-colheita
Averiguação
100 100
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k Obr.
90 100
5
0,05
0,82
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
129,43
-99,07
0
1
0 100 200
Indice de Sistema de rastreabilidade, cadernos de
campo e de pós-colheita
Utilidade
102
As normas obrigam a manter a assistência técnica, conforme requisitos
específicos da PIP e recomendam a realização de treinamentos em PIP,
preferencialmente, antes do inicio das principais etapas do processo.
FIGURA 13 - MATRIZ DE PONDERAÇÃO, APRESENTANDO A ÁREA TEMÁTICA
“ASSISTÊNCIA TÉCNICA”, DO MÓDULO COMPLEMENTAR DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE
PÊSSEGO.
3.14 VERIFICAÇÃO E ÍNDICE DE CONFORMIDADE DAS ÁREAS
TEMÁTICAS.
Na Figura 14, serão apresentados os resultados do desempenho
ambiental da atividade, para cada indicador individual, oferecendo um diagnóstico,
apontando a situação de conformidade com padrões em cada aspecto da atividade
no estabelecimento rural.
Os resultados da avaliação são, expressos graficamente para cada
dimensão considerada, permitindo averiguar o desempenho da atividade para cada
indicador comparativamente à linha de base já estabelecida.
Obr. Rec.
Conforme 1,0
Implementação 0,5
Planejamento 0,1
Não conforme 0
Indice de Assistência técnica = (sum pi * ki)
IAT
97,5
IAT Utilidade
0 0
20 0,1 Coeficientes:
40 0,2 a =
60 0,3 b =
80 0,4 c =
85 0,5
90 0,6
U-IAT =
95 0,8
100 1
0,88
104,69
Nível de
conformidade de
acordo com
realização do Critério
anunciado
Fator de poderação k
95
5
Monitoring for
continuous
improvement
Tabela de PRODUTO (% área * %
indicadores) de acordo com nível de
conformidade
Critério -
Equação de melhor ajuste p/
Utilidade
Modelo Harris: y=1/(a+bx^c)
Averiguação
Área Temática 15.
Assistência
técnica
-80,16
0,06
100
0
1
0 100
Indice de Assistência técnica
Utilidade
103
FIGURA 14 - APRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL SEGUNDO AS DIMENSÕES DE AVALIAÇÃO DO
SISTEMA APOIA-NOVORURAL, COM O ÍNDICE DE IMPACTO
AMBIENTAL DA ATIVIDADE NO ÂMBITO DE UM
ESTABELECIMENTO RURAL.
A avaliação de impactos ambientais é requerida para toda atividade
modificadora do ambiente pelo artigo 1º da Resolução 001/86 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA). Um dos principais legados do estabelecimento dos
estudos ambientais desde então foi o empenho de um número cada vez maior de
acadêmicos que se debruçaram sobre o tema realizando importantes contribuições
para a melhoria da efetividade destes estudos de avaliação ambiental (JAMES,
1995).
Ainda, segundo este autor, não foram poucas as vezes que determinado
estudo recebia crítica por não mensurar características específicas de determinado
empreendimento.
Segundo Serôa da Motta (2006) existem na literatura diversas classificações
para os métodos de avaliação. Basicamente eles são divididos em dois grandes
grupos: o primeiro é o dos métodos da análise custo-benefício. Para esta autora, as
0,7
Capacitação
e
Organização
dos
0,7
Recursos
Naturais
0,7
Material
propagativo e
Época de
plantio
0,7
Nutrição de
plantas
0,7
Manejo do
solo
0,7
Irrigação
0,7
Manejo da
parte aérea
0,7
Proteção
integrada da
cultura
0,7
Colheita e
pós-colheita
0,7
Análise de
Resíduos
0,7
Processos
de
empacotador
as /
0,7
Sistema de
rastriiiieabilid
ad
e, caidernos
de campo e
0,7
Assistência
técnica
Áreas Temáticas para Produção Integrada de Pêssegos
Capacitação e Organização
dos
produtores
Recursos Naturais
Material propagativo e Época de
plantio
Nutrição de plantas
Manejo do solo
Irrigação
Manejo da parte
aérea
Proteção integrada da
cultura
Colheita e pós-
colheita
Análise de Resíduos
Processos de empacotadoras
/
Indústriais
Sistema de rastreabilidade, cadernos
de
campo e de pós-
colheita
Assistência técnica
Índice de Conformidade com Áreas Temáticas de Produção
Integrada
de Pêssego
0,0
1,0
0,79
104
limitações da mensuração monetária o evidentes, pois a questão central como
mensurar aspectos tão diversos quanto os ambientais.
Conforme Rodrigues, (1998), Magrini, (1990) e IBAMA (1995), o segundo
grupo, é composto pelos:
1. Método "ad hoc", que utilizava a técnica do brainstorming.
ultrapassado.
2. Listas de verificação ou check-list, que servem para ordenar os efeitos
negativos.
3. Matrizes de sobreposição de mapas, onde são sobrepostas fotografias
aéreas tiradas antes e depois de determinado evento.
De acordo com La Rovere (2001) são conhecidos também os Diagramas de
sistemas, os quais não são muito difundidos por causa do relativo grau de
complexidade no estabelecimento dos fluxos de energia para todos os impactos. O
método Battelle, que é constituído de quatro categorias ambientais que se
desdobram em 18 componentes. Ainda, segundo La Rovere (2001) este método
apresenta falhas quanto à identificação das interações entre impactos, podendo
levar à dupla contagem e uma sub-estimativa dos mesmos.
A "matriz de Leopold" (LEOPOLD, CLARK e HANSHOW, 1971) tem sido
uma das mais utilizadas nos Estudos de Impacto Ambiental - Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) no Brasil. A matriz consiste da união de duas listas de verificação
perfazendo um total de 8.800 células. Este método é considerado muito complexo,
visto que, para a maior parte dos projetos, estima-se que o preenchimento de 25-50
células representa significativamente os impactos causados por um
empreendimento.
Existem ainda outros métodos baseados em escalares, como: o de Helliwell,
que formulou um sistema de classificação ecológica para florestas e áreas
florestáveis e o de Sondheim, que utiliza técnicos e especialistas para a
determinação da magnitude dos impactos e representantes do blico para a
pontuação da importância destes impactos. Um dos aspectos mais frágeis dos
métodos anteriores consiste na determinação de elevado grau de subjetividade da
importância dos impactos (LA ROVERE, 2001).
105
4 CONCLUSÕES
O módulo complementar permite um diagnóstico do desempenho do
sistema de produção integrada de pêssego, podendo constituir-se em um
instrumento de suporte à certificação.
Após validação, o aplicativo permitirá tamm, a fácil adaptação para a
avaliação de outras culturas, e será de livre acesso aos usuários.
106
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi realizado com o propósito de avaliar os sistemas de
cultivo de pêssego dentro de um enfoque econômico, o qual o é abordado com
freqüência, nem com muito cuidado, pelos produtores. Os resultados apresentados
refletem as situações específicas dos estabelecimentos agrícolas estudados e os
métodos utilizados nas avaliações podem ser um guia para a aceitação ou não de
um investimento.
A avaliação econômica comparativa dos sistemas de cultivo de pêssego
possibilitou a visualização de características e aspectos da rentabilidade dessa
atividade como alternativa de investimento. As práticas de monitoramento de pragas
e doenças, juntamente com a racionalização da adubação, preconizadas pelo
sistema de Produção Integrada (PI), propiciaram a redução de custos de produção,
representando um equilíbrio econômico e ambiental proporcionado por este sistema.
O estudo demonstrou que é possível desenvolver a PI de pêssego, sem
comprometer a produtividade.
No entanto, os estabelecimentos agrícolas estudados neste trabalho,
dispõem de vel tecnológico superior e médio, e contam ainda com investimentos
realizados em construção de estruturas de beneficiamento e armazenamento,
abastecedouros, depósitos e com possibilidade de acesso a mercados que se
dispõe a pagar mais pelos seus produtos. Assim, eles não representam a média dos
produtores de ssego do Estado do Paraná, onde 80% são caracterizados por
pequenos e médios produtores familiares, que dispõem de baixo nível tecnológico,
com produção média de 10.709 kg/ha, área média de produção de 1,1 ha e com
dificuldades de acesso aos canais de comercialização. A maioria destes produtores
vende as frutas em caixas fora do padrão e sem uma classificação adequada, a
atravessadores, em mercados de bairros da Capital e no Ceasa.
No entanto, a adoção da PI apresentará, proporcionalmente, mais
vantagens competitivas aos produtores menos tecnificados, pois o impacto das
tecnologias preconizadas pela PI refleti positivamente na qualidade dos seus
produtos e a melhoria apresentará mais possibilidades de acesso aos canais de
comercialização e oportunidade de valorização dos preços.
O aplicativo para avaliação econômica, desenvolvido neste trabalho, foi
validado com dados reais coletados em estabelecimentos rurais que desenvolvem
produção de pêssegos nos sistemas convencional e integrado, e demonstrou ser
107
uma ferramenta confiável, rápida para cálculo, análise e simulação da atividade a ser
desenvolvida, de acordo com a aptidão da propriedade e, também, da tecnologia
escolhida. No entanto, a adoção de ferramentas informatizadas não é, por si só, a
solução para todos os problemas do sistema de produção do estabelecimento
agrícola. Se não houver um bom controle das atividades, ainda que manualmente,
de nada adianta o auxilio de ferramentas de informática, pois os valores gerados
seriam oriundos de dados não confiáveis, o que certamente originaria informações
improcedentes e de pouca valia ao processo produtivo.
Cabe ressaltar que o uso da caderneta de campo, preconizada pela PI, é uma
ferramenta simples e útil para registro e acompanhamento das atividades relativas à
produção, a qual pode fornecer informações para compor os custos no aplicativo.
Na avaliação do impacto ambiental, o sistema de avaliação informatizado,
Ambitec-Agro, apesar de ser um método prático para aplicação a campo na
avaliação de situações particulares de uso de tecnologias, não é uma ferramenta
específica para avaliação ambiental de produção integrada de frutas, mostrando-se
pouco adequado à avaliação do conjunto de tecnologias e normas específicas
relacionadas à PI de pêssego, conforme foi também identificado por Rodrigues et al.
(2005) para mamão geneticamente modificado para resistência ao vírus da mancha
anelar. Assim, são recomendados esforços no sentido de desenvolver métodos
específicos a cada caso.
Conforme citado por diversos autores, ainda que a avaliação com o
aplicativo envolva subjetividade na designação de coeficientes de alteração, há uma
organização objetiva das ponderações, resultando em uma avaliação com a
apresentação dos resultados em forma de relatório, que melhora a decisão quanto
às medidas corretivas ou preventivas que contribuam para a adequação da
tecnologia
Nos parece evidente que não existe método de avaliação de impacto
ambiental perfeito, mas sim aquele que mais se adapte a condições específicas. Daí
deriva a abordagem empregada nos métodos, que preconizam o julgamento de
eficiência no atingimento de objetivos relativo ao cumprimento de uma norma
específica Assim, a construção de indicadores tem como principais funções, mostrar
a situação atual em relação a situações desejadas, e demonstrar a situação atual em
relação aos objetivos Então o uso de indicadores faz-se necessário pela
108
necessidade de traduzir a realidade complexa, em unidades sintéticas e mais
facilmente medidas.
Entre os sistemas que usam indicadores para avaliação de impacto
ambiental, destaca-se o APOIA-NovoRural, sistema para o qual desenvolvemos o
módulo complementar apresentado neste trabalho. O APOIA foi testado inicialmente
em 55 estabelecimentos rurais no interior de São Paulo e nos últimos quatro anos, o
sistema vem sendo validado em centenas de estabelecimentos rurais, envolvendo
uma variedade de atividades produtivas, tais como: carcinicultura e horticultura
orgânica e convencional, nas regiões Sudeste e Sul, bem como em
estabelecimentos dedicados à agricultura de precisão e produção de oleaginosas
para geração de biocombustível em todas as regiões do Brasil. Esses estudos estão
permitindo verificar a adequação do Sistema a diferentes setores produtivos rurais,
mesmo considerando seus aspectos peculiares. Os resultados apontaram a
possibilidade de aplicação do Sistema como um instrumento documentado para a
certificação participativa da atividade, segundo o desempenho ambiental alcançado,
conforme exposto por Rodrigues et al. (2006).
As avaliações de impacto ambiental podem tamm contribuir para a
certificação ambiental das atividades rurais, em atendimento à demanda voluntária
dos proprietários rurais e de suas organizações. Ainda que as avaliações não visem
propriamente objetivos de certificação, a comprovação documentada de uma gestão
ambiental adequada para a atividade rural pode favorecer a agregação de valor à
produção, ou a inserção diferenciada no mercado.
A falta de um modelo específico para avaliação de impactos ambientais da
produção Integrada de Pêssego nos serviu de estímulo para desenvolvermos
alternativas que atendam a essas necessidades, ou seja, o desenvolvimento de um
aplicativo que levasse em consideração as áreas temáticas específicas da PI.
O sistema apresentado é de aplicação relativamente simples, e quando
utilizado por avaliadores treinados, permite ativa participação dos
produtores/responsáveis, e serve para a documentação e comunicação das
informações sobre impactos ambientais e desenvolvimento sustentável, a um baixo
custo, permitindo a emissão direta de relatórios em forma impressa. A adoção das
normas da PI pode ser avaliada por meio do sistema computacional proposto neste
estudo, com o intuito de identificar os principais pontos favoráveis e aqueles que
109
apresentam problemas ao desempenho ambiental do estabelecimento, podendo
constituir-se em um instrumento de suporte à certificação.
Vários trabalhos de administração agropecuária demonstram que certas
tecnologias, em determinadas condições, são mais utilizadas que outras, e estas
mesmas tecnologias podem ser recusadas em outras situações. A adoção da PI
apresenta uma evolução na busca do equilíbrio cnico-econômico, social e
ambiental, tratando-se de uma mudança de paradigma, que exige um período de
amadurecimento. Porém, o benefício econômico, conforme apresentado pelo
presente trabalho, poderá ser o maior estimulante para a adesão.
Espera-se, que esta pesquisa, além de indicar os resultados alcançados, seja
inspiradora para a execução de novos trabalhos na área da fruticultura,
principalmente de mais estudos econômicos, com ênfase à s-colheita e
comercialização.
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