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SAÚDE NA ESCOLA: ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS E
PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS PROFESSORES DA
REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA
RAQUEL FIGUEIREDO BARRETTO
FORTALEZA CEARÁ
2008
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR
VICE-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO -
VRPPG
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CCS
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA - MSC
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RAQUEL FIGUEIREDO BARRETTO
SAÚDE NA ESCOLA: ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS E
PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS PROFESSORES DA
REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Saúde Coletiva da Universidade de
Fortaleza como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Fontenelle Catrib
FORTALEZA- CE
2008
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___
____________________________________________________________________
B274s Barretto, Raquel Figueiredo.
Saúde na escola : análise dos conhecimentos e práticas sobre saúde
escolar dos professores da rede municipal de Fortaleza / Raquel
Figueiredo
Barretto. - 2008.
163f.
Cópia de computador.
Dissertação (mestrado) Universidade de Fortaleza, 2008.
Orientação : Profa. Dra. Ana Maria Fontenelle Catrib.‖
1. Educação em saúde. I. Título.
CDU 614:37
______________________________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à memória sagrada do meu pai.
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, pela vida.
A minha mãe querida, mulher batalhadora, minha maior inspiração.
Aos meus iros, Fábio e Rafael, pela oportunidade de concretizar sonhos.
Ao Rodrigo, por me ensinar a amar e ser amada.
A minha orientadora, professora Dra. Ana Maria Fontenelle Catrib pelo compromisso
na execução desta pesquisa.
Aos professores desta Universidade, pela generosa contribuição na minha formação
profissional.
Às professoras Dra. Neiva Francenely Cunha Vieira e Dra. Maria Teresa Moreno
Valdez pelas sugeses apresentadas na qualificação.
Ao prof. Dr. Miguel Angelo Montagner pela confiança.
Ao professor Dr. Nicolino Trompieri Filho pela contribuição quantitativa.
Ao prof. Dr. Marcelo Gonçalves, pela verificação dos dados estatísticos.
Aos funcionários desta Universidade, Cleide, Abreu e Marciliano, pela disponibilidade
e atenção.
Aos funciorios do setor de levantamento bibliográfico da biblioteca da UNIFOR pela
busca dos artigos e prontidão no atendimento.
Aos colegas do curso de Mestrado em Saúde Coletiva, pelos incentivos.
A Maria Cristina Pinheiro, pela ajuda na coleta dos dados na SER VI.
A Anne Louise Chaves pela ajuda na coleta de dados na SER II.
A Escola Espaço Vida, pela compreensão.
A Camila Moraes pela ajuda na coleta de dados na SER I.
A Girleiwe Moreira Marques Mota, Gigi, pela ajuda na coleta de dados na SER III.
A Cristiane da Cruz Santos pela tradução, para o inglês, do resumo.
Aos professores participantes dessa pesquisa, pela participação voluntária.
À Secretaria Municipal de Educação do Município de Fortaleza pela autorização
concedida para a pesquisa.
La educación para la salud en el ámbito escolar es un derecho
fundamental de todos los niños y las niñas. La salud está
entrablemente ligada al aprovechamiento escolar, a la calidad
de vida y a la productividad económica. Al adquirir y construir
conocimientos sobre la salud en la niñez y la juventud, se
adquieren valores, habilidades, destrezas y prácticas necesarias
para la vida sana. En el proceso se adquiere la capacidad de
formar y fortalecer comportamientos y hábitos saludables. En
este sentido niños, niñas y jóvenes se convierten en sujetos
capaces de influenciar cambios en beneficio de la salud de sus
comunidades. Esta meta puede alcanzarse si tenemos la voluntad
y la decisión potica y ciudadana.(OPS, 1995 apud IPPOLITO-
SHEPHERD, 2003, p. 25)
RESUMO
O conceito de saúde foi ampliado e as ações de promoção da saúde deixaram de ser
exclusividade do setor saúde, passando a serem realizadas também por outros atores. A
escola é um desses co-atores importantes pelo fato do ambiente escolar ser um espaço
significativo na formação de crianças em processo de construção do conhecimento. Na
escola, as ações de saúde devem contar com o apoio dos professores. Saber que
conhecimentos os professores têm sobre saúde deve ser o primeiro passo para a
elaboração de ações contundentes e relevantes para o indivíduo e o contexto em que ele
está inserido. Esta pesquisa teve como objetivo analisar os conhecimentos de saúde dos
professores do ensino fundamental I do município de Fortaleza. Trata-se de um estudo
analítico, transversal de natureza quantitativa realizado com 257 professores das 6
Secretarias Executivas Regionais (SER’s). Os dados foram coletados através de
questionários e analisados através do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)
13.0 e da análise de freqüência de Bardin (1977). Os resultados demonstram que
80,2% afirmaram que saúde é um completo estado de bem estar sico, mental; quase
metade dos participantes, 43,6%, afirmaram que é importante o trabalho da escola
quanto à saúde para a promoção da cidadania e qualidade de vida; mais da metade dos
professores, 64,2% estudaram sobre o tema saúde durante sua formação; 41,2%
consideraram satisfatória a qualidade destas informações adquiridas enquanto 47,9%
consideram não-satisfatória, em contrapartida, 65,0% declara-se não se sentir preparado
para trabalhar com o tema na escola. 80,9% conhecem os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN’s) e 76,7% sabem que a saúde é um dos temas transversais elencados
nos referidos documentos. O motivo alegado pelos professores para o despreparo para o
trabalho com o tema saúde deve-se à falta de conhecimento sobre o assunto, 29,6%, ou
à falta de material didático, 28,8%. Mais da metade, 54,5%, encontram alguma
dificuldade para trabalhar com o tema saúde na escola e o motivo alegado pelos
entrevistados foi a falta de capacitação específica, 33,1%. Vimos com o estudo que os
professores do município de Fortaleza conhecem o conceito ampliado de saúde,
conhecem os PCN’s, mas ainda se sentem despreparados para trabalhar com o tema na
escola. Nosso estudo aponta a necessidade urgente de curso de capacitação de
professores para atuarem como promotores da saúde na escola e do envolvimento do
professor nas ações de educação em saúde na escola.
Palavras-chave: educação em saúde, professor, escola
ABSTRACT
The health concept was extended and the actions of promotion of the health had left of
being exclusiveness of the sector health, having started to be also carried through for
other actors. The school is one of these compulsory important ones for the fact of the
pertaining to school environment to be a significant space in the formation of children
in process of construction of the knowledge. In the school, the actions of health must
count on the support of the professors. To know that knowledge the professors have on
health must be the first step for the elaboration of forceful and excellent actions for the
individual and the context where it is inserted. This research had as objective to analyze
the knowledge of health of the professors of basic education I of the city of Fortaleza.
One is about an analytical, transversal study of carried through quantitative nature with
257 professors of the 6 Regional Executive Secretariats (SER's). The data had been
collected through questionnaires and analyzed through the Statistical Package he will be
the Social Sciences (SPSS) - 13,0 and of the analysis of frequency of Bardin (1977).
The results demonstrate that 80.2% had affirmed that health is a complete state of
welfare physicist, mental; almost half of the participants, 43.6%, had affirmed that the
work of the school how much to the health for the promotion of the citizenship and
quality of life is important; more than the half of the professors, 64.2% had studied on
the subject health during its formation; 41.2% had considered satisfactory the quality of
these acquired information while 47.9% consider not-satisfactory, on the other hand,
65.0% are declared not to feel themselves prepared to work with the subject in the
school. 80.9% know Curricular the Parameters National (PCN's) and 76.7% know that
the health is one of the elencados transversal subjects in related documents. The reason
alleged for the professors for the unpreparedness for the work with the subject health
must it the lack of knowledge on the subject, 29.6%, or to the lack of didactic material,
28.8%. More than the half, 54.5%, find some difficulty to work with the subject health
in the school and the reason alleged for the interviewed ones was the lack of specific
qualification, 33.1%. We saw with the study that the professors of the city of Fortaleza
know the health concept extended, know the PCN's, but still if they feel unprepared to
work with the subject in the school. Our study it points the urgent necessity of course of
qualification of professors to act as promotional of the health in the school and the
envolvement of the professor in the actions of education in health in the school.
Key- words: education in health, teacher, school
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Distribuição de Escolas da Rede Municipal de Fortaleza por SER
.........................................................................................................................................75
Tabela 2 Distribuição de docentes efetivos atuando no ensino fundamental I por SER
.........................................................................................................................................76
Tabela 3 Proporção do número de escolas e de docentes por SER
.........................................................................................................................................77
Tabela 04 Distribuição de professores por cada SER................................................82
Tabela 05 Número de questionários coletados e de escolas visitadas em cada
SER..................................................................................................................................83
Tabela 06 Turma em que leciona.................................................................................84
Tabela 07 Tempo de magistério..................................................................................85
Tabela 08 - Sexo.............................................................................................................87
Tabela 09 - Idade............................................................................................................88
Tabela 10 Grau de escolaridade dos professores.........................................................89
Tabela 11 Carga horária semanal dos professores.......................................................90
Tabela 12 Remuneração salarial professores...............................................................91
Tabela 13 Estado civil dos professores........................................................................93
Tabela 14 Concepção de saúde dos professores..........................................................94
Tabela 15 Importância do trabalho com o tema saúde na escola................................97
Tabela 16 Estudou sobre o tema saúde na sua formação...........................................99
Tabela 17 - Qualidade das informações recebidas durante a formação dos
professores.....................................................................................................................101
Tabela 18 Se os professores conhecem os PCN’s.....................................................102
Tabela 19 Se os professores sabem que há o PCN de saúde.....................................103
Tabela 20 Sobre o conceito de saúde dos PCN’s......................................................104
Tabela 21 Sobre a preparação dos professores para trabalhar com o PCN de saúde na
escola.............................................................................................................................105
Tabela 22 O porquê dos professores não se sentirem preparados para trabalhar com o
tema saúde na escola......................................................................................................107
Tabela 23 Se os professores encontram dificuldade para trabalhar com o tema saúde
na escola........................................................................................................................108
Tabela 24 O porquê dos professores encontrarem dificuldade para trabalhar com o
tema saúde na escola......................................................................................................109
Tabela 25 - Onde os professores receberam orientação para trabalhar com o tema saúde
na escola........................................................................................................................112
Tabela 26 - Facilidade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.............................................................................................................................115
Tabela 27 - Dificuldade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.............................................................................................................................118
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Distribuição de professores por SER............................................................83
Gráfico 02 - Turma em que leciona................................................................................85
Gráfico 03 - Tempo de magistério..................................................................................86
Gráfico 04 - Sexo............................................................................................................87
Gráfico 05 - Idade...........................................................................................................88
Gráfico 06 Grau de escolaridade dos professores .......................................................89
Gráfico 07 Carga horária semanal dos professores ....................................................91
Gráfico 08 Remuneração salarial professores ............................................................92
Gráfico 09 Estado civil dos professores......................................................................93
Gráfico 10 Concepção de saúde dos professores.........................................................95
Gráfico 11 - Importância do trabalho com o tema saúde na escola................................99
Gráfico 12 - estudou sobre o tema saúde na sua formação...........................................100
Gráfico 13 - Qualidade das informações recebidas durante a formação dos
professores.....................................................................................................................101
Gráfico 14 Se os professores conhecem os PCN’s....................................................102
Gráfico 15 - Se os professores sabem que há o PCN de saúde.....................................103
Gráfico 16 Sobre o conceito de saúde dos PCN’s.....................................................105
Gráfico 17 - Sobre a preparação dos professores para trabalhar com o PCN de saúde na
escola.............................................................................................................................106
Gráfico 18 - O porquê dos professores não se sentirem preparados para trabalhar com o
tema saúde na escola......................................................................................................107
Gráfico 19 Se os professores encontram dificuldade para trabalhar com o tema saúde
na escola........................................................................................................................109
Gráfico 20 - O porquê dos professores encontrarem dificuldade para trabalhar com o
tema saúde na escola......................................................................................................110
Gráfico 21 - Onde os professores receberam orientação para trabalhar com o tema
saúde na escola..............................................................................................................114
Gráfico 22 - Facilidade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.............................................................................................................................116
Gráfico 23 - Dificuldade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.............................................................................................................................119
LISTA DE SIGLAS
EJA Educação de Jovens e Adultos
EPS Escola Promotora de Saúde
LDB Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional
PCN Parâmetro Curricular Nacional
PDE Plano Decenal da Educação
PNPS Política Nacional de Promoção da Saúde
PSE Programa Saúde Escolar
PSF Programa Saúde da Família
SER Secretaria Executiva Regional
SPE Projeto Saúde e Prevenção na Escola
SUS Sistema Único de Saúde
U.F Unidade da Federação
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18
2. PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR ....................................... 22
2.1. A Política Nacional de Promoção da Saúde no contexto escolar ....................... 27
2.2 Programa Saúde Escolar (PSE) & Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)
............................................................................................................................... 34
2.3. Saúde na escola e os Parâmetros Curriculares Nacionais................................... 36
3. A ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE ................................................................ 43
3.1. Histórico do movimento e principais componentes ........................................... 44
3.2. As experiências brasileiras consolidadas ........................................................... 50
4. SAÚDE NA ESCOLA: ALGUNS ESTUDOS ........................................................ 62
5. METODOLOGIA ................................................................................................... 73
5. 1 Tipo de estudo .................................................................................................. 73
5.2 Local e Período do estudo.................................................................................. 73
5.3 População e Amostra ......................................................................................... 75
5.3.1 População ................................................................................................... 75
5.3.2 Amostra ...................................................................................................... 77
5.4 Coleta de dados ................................................................................................. 78
5.5 Tratamento e análise de dados ........................................................................... 79
5.6. Aspectos éticos da pesquisa .............................................................................. 81
6. RESULTADOS ...................................................................................................... 82
6.1. Resultados das questões fechadas ..................................................................... 82
6.2. Resultado das questões abertas ....................................................................... 120
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 127
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 137
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 141
APÊNDICES ............................................................................................................ 151
ANEXOS .................................................................................................................. 160
18
1. INTRODUÇÃO
Posso saber pedagogia, biologia como astronomia, posso cuidar da
terra como posso navegar. Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por
isso, tanto posso saber o que ainda não sei como posso saber melhor o
que já sei. (FREIRE, 1996 p.94)
―Aluno saudável aprende melhor e professor saudável ensina melhor‖. Lemos
essa frase em algum lugar que agora não nos recordamos. Foi esse pensamento que nos
impulsionou a fazer o curso de mestrado. Foi nessa citação que encontramos o que tanto
procurávamos: uma formação mais completa.
Como uma profissional graduada em letras pode identificar-se com as queses
de saúde? Ouvimos muitas vezes essa pergunta no início do curso. Eram tantas pessoas
nos perguntando a mesma coisa que até chegamos mesmo a duvidar que houvesse
alguma relação entre os temas.
Antes de dar aulas de português, sou uma educadora. A educação é o propósito
fundamental do nosso trabalho. A educação em seu sentido amplo, completo e
complexo. E quem educa, educa seres humanos, educa pessoas. Lidamos com gente.
Temos que estar muito bem preparadas para esse trabalho.
As várias disciplinas ministradas: português, história, geografia,
matemática e todas as outras que fazem parte do universo acadêmico,
não deveriam constituir um fim em si mesmas, mas deveriam
instrumentalizar o sujeito/aluno na decodificação do seu processo
cultural. Esse processo é que interessa conhecer, pois é ele que vai
tecendo os sujeitos e, ao mesmo tempo, sendo tecido por eles.
(BARRETO, VIEIRA E CATRIB, 2002, p. 26)
Dessa forma encontramos a relação entre o nosso trabalho profissional e o curso
de mestrado em Saúde Coletiva: se lidamos com gente, no sentido amplo da palavra,
temos que lidar, entre muitas outras coisas, também com as questões de saúde: a nossa
saúde, a saúde dos alunos, a saúde do ambiente em que estamos inseridos
primordialmente: a escola.
Como contribuir para uma aprendizagem satisfatória dos alunos? Essa deve ser
uma preocupação do professor/ educador, de qualquer educador, o importa sua
especialidade. ―A hiperespecialização impede tanto a percepção do global quanto do
essencial. Entretanto, os problemas essenciais nunca são parcelados e os problemas
globais são cada vez mais essenciais‖ (MORIN, 2001, p.41). Usamos a palavra
19
contribuir propositalmente mesmo, pois nós contribuímos, não ensinamos nada
sozinhas, e nossos alunos não só aprendem, mas nos ensinam também diariamente.
Aprendizagem é um processo tão amplo que não podemos pedir aos alunos que
numa aula de português aprendam português e ignorem as outras inúmeras
possibilidades que uma aula pode propiciar. O português, nossa língua materna, não
existe isolada como os gramáticos estruturalistas pensavam. E a aprendizagem também
o acontece de forma tão fracionada. Unidades complexas como o ser humano ou a
sociedade são multidimensionais: dessa forma, o ser humano é ao mesmo tempo
biológico, psíquico, social, afetivo e racional‖. (idem, p. 38)
A escola, a sala de aula, o outro todos favorecem o aprendizado, de alguma
forma que seja. A escola deixou de informar para também se preocupar com a
formação dos alunos. Queremos formar bem nossos alunos. Devemos, para isso,
conhecer a nós mesmos e a cada um deles, como um todo, através de uma educação que
promova a ―inteligência geral
1
.
As concepções de saúde que temos, ou seja, o senso comum, a cultura popular,
nem sempre correspondem ao conhecimento científico, mas podem e devem ser
integradas ao conhecimento social e cultural de uma comunidade. Ou seja, os
conhecimentos não-científicos que temos: comunidade, indivíduo devem ser
considerados quando da implementação de ações e/ou políticas blicas. Essa
sondagem da realidade, das concepções que norteiam nossas práticas deve ser o
primeiro passo para a elaboração de ações (prevenção, intervenção, educação,
tratamento, reabilitação) contundentes e relevantes para o indivíduo e o contexto em que
ele está inserido.
Em nenhum outro momento histórico, falou-se tanto em saúde e promoção da
saúde como no atual, ou seja, verifica-se a atribuição do papel de promoção da saúde
vinculada ao ambiente escolar como elemento transformador da realidade.
Nosso propósito fundamenta-se em dois elementos importantíssimos: a escola e
o professor. A escola pelo fato de que o ambiente escolar é um espaço significativo na
formação de crianças em processo de construção do conhecimento, ou seja, este é
considerado adequado para se trabalhar a formação de valores e hábitos favoráveis à
saúde. A escola tem papel potico fundamental neste contexto, pois é ali que se
constrói, desti ou se perpetua uma ideologia através da transmissão de valores e
1
Conceito de Morin (2001, p. 39)
20
crenças. Além de ser este um ambiente propício para o desenvolvimento de ações
educativas em saúde. É a infância, segundo Fernandes, Rocha e Souza (2005), o
momento decisivo para a construção e solidificação dos hábitos e atitudes e, em vista
disso, a importância do papel da escola como o ambiente potencializador para o
desenvolvimento de um trabalho direcionado, sistematizado e permanente.
A concretização de projetos de promoção da saúde no contexto escolar está
apoiada no professor. Este representa um elo importante para a promoção da saúde no
contexto escolar, isto é, um elemento fundamental neste contexto, sendo um
multiplicador de iias, devendo estar capacitado para abordar o conceito de saúde
preconizado nas Conferências Internacionais, VIII Confencia Nacional de Saúde, nas
Políticas Públicas de Saúde e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) através não
do domínio de informações, mas das estratégias educativas necessárias para a
construção integrada do conhecimento. Focesi (1990) reconhece que a responsabilidade
para com a educação em saúde não deve ser exclusiva do setor saúde; e na escola,
também não o é do professor, mas sim de toda a equipe. O professor, segundo o autor, é
quem vai propiciar aos estudantes, através de vincias planejadas, os conhecimentos e
atitudes necessárias para o desenvolvimento do pensamento crítico para a posterior
adoção de comportamentos favoráveis á saúde.
Se pretendermos, efetivamente, promover saúde, podemos contar com a escola
como parceira nessa jornada. E se pretendermos realizar ações efetivas de educação em
saúde na escola, temos que contar com o apoio e o envolvimento dos professores.
Pereira et al (2003) corrobora com Focesi (1990) quando também reconhece que o papel
do professor, na escola, é complexo e merece destaque porque ele é um agente
(trans)formador.
Diante do exposto, essa pesquisa tem como objetivo analisar os conhecimentos e
práticas de saúde dos professores da rede municipal de Fortaleza na perspectiva do
desenvolvimento da Escola Promotora de Saúde.
Consideramos o objetivo apresentado acima efetivo e suficiente para atender a
nossa proposta. Reconhecemos, de antemão, as repercussões metodológicas do estudo,
as infinitas possibilidades de investigação que a questão saúde e escola oferecem e
reconhecemos as limitações do nosso estudo também. Argumentamos a relevância de
nossa pesquisa, partindo do pressuposto de que: antes de promover ações de saúde na
escola, temos que saber, por exemplo, como os professores concebem a saúde e se
foram orientados para o desenvolvimento de práticas de saúde no ambiente escolar.
21
Este trabalho foi composto por seis capítulos, cada um deles composto por um
número diverso de subcapítulos, organizados da seguinte forma.
O capítulo introdutório caracteriza o contexto geral, tece relações entre a
pesquisadora e seu objeto de estudo e expõe o objetivo do trabalho. Os três capítulos
seguintes tratam da base teórica e científica em que fundamentou a análise dos
resultados obtidos.
O segundo trata da promoção da saúde no contexto escolar. Apresentamos a
evolução histórica do conceito de saúde desde os povos antigos até a idade moderna.
Realizamos uma reflexão sobre como a Potica Nacional de Promoção da Saúde pode
(e deve) ser inserida no contexto escolar. Estudamos sobre os projetos Saúde Escolar e
Saúde e Preveão nas Escolas. E, por fim, apresentamos os PCN’s e o tema transversal
saúde.
No terceiro capítulo, sobre Escola Promotora de Saúde, apresentamos um breve
histórico do movimento e algumas experiências brasileiras consolidadas. Essas
experiências foram publicadas pelo Ministério da Saúde em 2007 e nos deram uma
visão do que se tem realizado pelo Brasil de estratégia de promoção da saúde no
contexto escolar.
O quarto capítulo versa sobre os estudos já realizados e publicados sobre saúde
na escola. Esse levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados Scielo,
Lilacs e Medline a partir do uso de descritores como: concepção, saúde, professor e
escola. Os trabalhos encontrados foram agrupados de acordo com o objeto da pesquisa.
No capítulo seguinte, descrevemos o percurso metodológico que empregamos
para a realização da pesquisa.
Apresentamos os resultados obtidos com o estudo no sexto capítulo, através de
tabelas e gráficos gerados no SPSS versão 13.0.
Os resultados obtidos no capítulo anterior foram discutidos no capítulo seguinte
através da retomada conceitual e bibliográfica dos pressupostos que nortearam esse
estudo.
Após a discussão dos resultados, apresentamos as considerações finais tecidas ao
final da pesquisa e as infinitas possibilidades de pesquisa realizáveis no contexto
escolar.
.
22
2. PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR
A promoção da saúde está relacionada aos aspectos globais da
sociedade, que não estão diretamente ligados à prática médica, ao
contrário da prevenção de doenças‖. (IERVOLINO, 2000, p. 13)
Muito antes de nós, mundo ocidental, sociedade autodenominada s-moderna,
os povos antigos tinham noções e definições para o conceito de saúde. Da mesma
forma que a história é dividida em grandes épocas, nossa revisão do conceito saúde
também: conceito de saúde no mundo antigo, na idade média, conceito contemporâneo
de saúde (VEGA-FRANCO, 2002).
Os egípcios atribuíam as doenças e a morte a condicionantes inerentes a natureza
humana. Numa concepção bem integralizada, para eles a saúde e a doença eram
manifestações de uma força externa e maior (objetos inanimados, espíritos
endemoniados). Havia o culto aos aspectos espirituais e à natureza. Os povos da
Mesopotâmia dirigiram sua atenção para a doença. Para eles, as doenças eram
castigos divinos. Para se restabelecer a saúde era necessário restabelecer e harmonia
entre o deus ofendido e o homem pecador. Na China prevalecia-se a iia de que a
natureza era constituída de múltiplos elementos e que forças antagônicas (yin e yang)
manipulavam a interação entre os elementos. A saúde, para os chineses, seria a
harmonia entre o corpo e o espírito. Ainda no oriente, na Índia, também havia o
reconhecimento da necessidade de combinar os elementos corporais com os elementos
cósmicos para se garantir saúde. Entre os povos greco-romanos, ―fundadores‖ das
sociedades ocidentais e da identidade da medicina ocidental, a concepção de que a
preservação da saúde dependia da harmonia entre o corpo e espírito também estava
presente. (idem)
Avançando um pouco mais na história ocidental, chegamos à idade Média. No
final dessa época ocorriam as expansões imperiais através do descobrimento de novos
continentes, as revoluções das idéias e do conceito de arte. A saúde era vista como o
intercâmbio entre forças sicas, objetos materiais, substâncias químicas, seres
biológicos e ambiente externo. (idem)
Na Idade Moderna emerge o conceito contemporâneo de saúde e o
reconhecimento da importância dos seus determinantes sociais. Através da campanha
Saúde para todos no ano 2000, lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em
23
1977, Assembléia Mundial da Saúde, o mundo está mobilizado. Prova disso são as
periódicas confencias internacionais para debater as questões em torno da saúde.
A conferência de Ottawa, em 1986, ampliou o paradigma de saúde e
conseqüentemente lançou as bases para o novo conceito de promoção da saúde que
surgia. Desde Ottawa, a saúde não é mais vista do ponto de vista biodico como
ausência de doença, mas sim de um ponto de vista mais amplo, como um complexo
estado de bem-estarsico, mental e social.
A saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como um
objeto de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que
enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades
físicas. Assim, promoção de saúde o é responsabilidade exclusiva
do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na
direção de um bem-estar global. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p.
19)
Na declaração de Ottawa, documento gerado a partir dessa conferência, a
promoção da saúde depende de atuações em cinco campos: (i) elaboração e
implementação de poticas blicas saudáveis; (ii) criação de ambientes favoráveis á
saúde; (iii) reforço da ação comunitária; (iv) desenvolvimento de habilidades pessoais;
(v) reorientação dos sistemas e serviços de saúde. Ainda de acordo com o documento, a
promoção da saúde deve ainda exercer três papéis fundamentais: defesa da causa da
saúde; capacitação dos indivíduos e da comunidade para a saúde; mediação entre os
diversos setores envolvidos.
A partir de Ottawa (1986), outras seis iniciativas multinacionais - quatro de
caráter internacional: Adelaide, 1988, Sundsvall, 1991, Jacarta, 1997 e México 2000 e
duas de caráter regional: Bogotá, 1992 e Porto of Spain (1993) - já foram realizadas.
Cada uma dessas conferências ressalva as ações das conferências anteriores e amplia os
campos de atuação. As conferências que se seguiram a Ottawa abraçaram o pressuposto
do conceito amplo de saúde e de promoção da saúde, como veremos a seguir.
Dois anos depois de Ottawa, era realizada em Adelaide (1988), Austlia, a
segunda conferência internacional de promoção da saúde que teve como tema: a criação
de políticas públicas saudáveis. A conferência de Adelaide identificou quatro áreas
prioritárias para a promoção imediata de poticas públicas de saúde: (1) apoio á saúde
da mulher, (2) alimentação e nutrição, (3) tabaco e álcool, (4) criação de ambientes
saudáveis.
24
A Conferência de Sundsval, na Suécia, a terceira das conferências
internacionais, realizada em junho de 1991, conclamou todos os povos, nas diferentes
partes do globo, a se engajarem ativamente na promoção de ambientes mais favoráveis
à saúde. A concepção de ambiente favorável considera como integrantes do ambiente os
aspectos físico e social. As ações de promoção da saúde e promoção de ambiente
favorável devem, segundo a declaração, contemplar quatro dimensões - associação entre
cultura, costumes e a saúde; garantia da participação da comunidade, descentralização
de recursos e de responsabilidades; referência à gestão de recursos; participação da
mulher em todos os setores da sociedade - e ser executadas em três níveis: local,
regional, mundial.
A Conferência de 1991, conforme Ministério da Saúde (2002), determina ainda
quatro estratégias chave para as ações públicas em saúde, visando à promoção de
ambientes saudáveis: reforço da ação comunitária; capacitação de indivíduos e da
comunidade; construção de alianças para a saúde e os ambientes favoráveis; mediação
de interesses conflitantes da sociedade.
A crião de ambientes favoráveis à saúde, como pudemos perceber, está
diretamente ligada ao empoderamento das pessoas e da comunidade. E esse
empoderamento depende, diretamente, da educação.
A confencia de Santafé de Bogota, em 1992, primou pela questão da promoção
da saúde na América Latina e pela busca da promoção do bem-estar aliando saúde à
questão do desenvolvimento. Em Santafé, os compromissos firmados foram: (1)
fortalecer a associação entre o conceito de saúde e os aspectos políticos, econômicos,
sociais, culturais, ambientais, e reconhecer a promoção da saúde como estratégia para
modificar estes aspectos condicionantes, (2) convocar as forças sociais, (3) Incentivar
políticas blicas que garantam a eqüidade e promoção de ambientes saudáveis, (4)
promover a intersetorialidade, (5) fortalecer ações que se comprometam com a redução
de gastos improdutivos, (6) incentivar o empoderamento das comunidades, (7) valorizar
as ações sobre a mulher, (8) Estimular o diálogo entre diferentes culturas, (9). reforçar a
capacidade do setor saúde (mobilização de recursos, estabelecimento de
responsabilidades), (10) Reconhecer como trabalhadores e agentes de saúde, além dos
profissionais da área, todas as pessoas comprometidas com os processos de promoção
da saúde, (11) Estimular a pesquisa na promoção da saúde.
Em 1993 foi realizada em Port of Spain, Trinidad e Tobago, a Primeira
Conferência de Promoção da Saúde do Caribe. Nessa conferência, seis estratégias foram
25
firmadas: (1) formulação de normas públicas saudáveis; (2) reorientação dos serviços de
saúde; (3)poder às comunidades para conseguir o bem estar; (4) criação de ambientes
saudáveis; (5) fortalecimento e desenvolvimento das capacidades pessoais relacionadas
com a saúde, e (6) construção de alianças baseadas nos meios de comunicação.
Em 1997, era realizada a quarta conferencia internacional, em Jacarta, Indonésia.
Esta conferência teve como temática central a questão da promoção da saúde no século
XXI e inovou quando inseriu o setor privado nas discussões sobre a promoção da saúde.
A promoção da saúde no século XXI tem como prioridades: (1) a promoção da
responsabilidade social, (2) o aumento dos investimentos, (3) consolidação e expansão
das ações intersetoriais, (4) empoderamento da comunidade, (5) infra-estutura
necessária para a promoção da saúde. A infra-estrutura necessária para a promoção da
saúde, a que se refere a conferência, é a paz, abrigo, instrução, segurança social,
relações sociais, alimento, renda, direito de voz das mulheres, um ecossistema estável,
uso sustentável dos recursos, justiça social, respeito aos direitos humanos e eqüidade.
Em 1998, uma rede de megapaíses se reuniu em Genebra, na Suíça, para
fortalecer a capacidade de promoção da saúde, nos âmbitos mundial e nacional. A rede
estabeleceu cinco metas: (1) melhorar a rede de informações, (2) desenvolver a saúde
com base nos estilos de vida saudáveis, curso de vida saudável, preservação do meio
ambiente e preservação dos assentamentos, (3) mobilizar e redistribuir melhor os
recursos, (4) aumentar a colaboração intersetorial, (5) direcionar as questões comuns
aos megapaíses.
A quinta conferência internacional, realizada no xico, em 2000, teve como
ações recomendadas, principalmente: (1) o caráter prioritário da promoção da saúde, (2)
a participação assegurada de todos os setores da sociedade, (3) o apoio aos planos
nacionais de promoção da saúde, (4) o fortalecimento de redes nacionais ou
internacionais de promoção da saúde.
Fizemos até aqui uma breve retomada do conceito de saúde desde os povos
antigos até a Idade Moderna e uma breve retomada histórica da questão da promoção da
saúde no cenário internacional através das conferências de promoção da saúde
realizadas. Abordaremos a seguir sobre a inseão da promoção da saúde no âmbito
nacional.
No Brasil, a mudança do modelo sanitarista, biomédico e assistencialista para o
novo modelo de promoção da saúde teve início em 1942, quando foi criado o serviço
especial de saúde pública (SESP). Este serviço, desenvolvido em São Paulo, reconhecia
26
a importância da atuação de profissionais que não eram da área de saúde como
educadores em saúde.
Na década de 50, houve a separação entre os Ministérios da Saúde e da
Educação. Essa separação não exonerava o Ministério da Saúde, por exemplo, de ser
também responsável pelo planejamento de ões educativas na área da saúde. Com a
separação e as posteriores reorganizações pelas quais o Ministério da Saúde passou,
houve também a mudança de educação sanitária para educação em saúde. Essa mudança
o se deu apenas na nomenclatura, mas também no paradigma: de ações pontuais,
higienistas e assistencialistas para uma busca de bem-estar geral. As ações de saúde que
a escola vem desenvolvendo, segundo Mendes e Westphal (2003), têm um caráter
assistencial, preventivo, mas dificilmente do tipo promotor da saúde. E a proposta de
promoção da saúde, ao contrário das concepções meramente assistencialistas e
preventivas, busca a reorientação das ações visando a cidadania, ao acesso equitativo e
de qualidade, contemplando não os aspectos genéticos e biológicos, mas também os
aspectos sociais, culturais , ambientais.
Na década de 80, o cenário político brasileiro era invadido por propostas da
Reforma Sanitária (democratização do acesso à saúde). Essas propostas foram
confirmadas na VIII Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, 1986, e
posteriormente na Constituição Federal (CF) de 1988 (artigo 196) e na lei orgânica da
saúde (8.080/ 1990 e 8142/90) que institucionalizou o SUS. O artigo 196 da CF
reconhece a saúde como um direito de todos e um dever do Estado e assegura ainda que
este direito deve ser garantido através de políticas públicas
O Estado brasileiro garantiu, através de legislação infraconstitucional
2
, a
promoção da saúde através dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). O
propósito do SUS era garantir a assistência médica a todos, independente da posse da
carteira assinada ou não essa era a distinção que o antigo Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) fazia. O SUS nasceu com princípios doutrinários ou
filoficos como equidade (priorizar as ações para quem mais necessita delas),
integralidade (atendimento das necessidades de saúde do indivíduo) e universalidade
(acesso aos serviços de saúde para todos os brasileiros) e princípios organizacionais
2
Para a efetiva implantação do SUS seguiu-se uma legislação infraconstitucional, denominada de ―Leis
Orgânicas da Saúde‖ (8080 e 8142). Na LOS 8080 (19 set 1990) está a organização básica das ações e
serviços de saúde, quanto à direção, gestão, competências e atribuições de cada esfera de governo no
SUS. A LOS 8142 (28 dez 1990) dispõe sobre participação da comunidade na gestão do sistema e a
forma e condições para as transferências intergovernamentais de recursos.
27
como: descentralização, regionalização, hierarquização da rede de serviços, participação
da comunidade.
Quase uma década depois, em 1996, o projeto Saúde na Escola, do Ministério da
Educação passou a exibir mensagens de educação em saúde. Na área educacional,
ocorreu a elaboração do Plano Decenal da Educação (PDE). Nesse plano, a ênfase do
papel do Estado como provedor do ensino fundamental (obrigatório, gratuito e de
qualidade) para todos. A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996
veio confirmar o papel do Estado estabelecido pelo PDE. O passo seguinte foi a criação
dos PCN´s (1997), que são diretrizes norteadoras para o trabalho interdisciplinar na
escola. Ainda podemos somar à essa trajetória da promoção da saúde na escola a criação
dos Centros de Integração de Educação e Saúde (CIES).
Ações de educação em saúde também tiveram repercussões em outros
ministérios. Em 1992, no Rio de Janeiro, fora realizada a ECO-92. Nessa conferência,
170 países estabeleceram compromissos para a preservão do meio ambiente. Em
2001, o Ministério do Meio Ambiente, divulgou a Agenda 21- Brasileira Bases para a
Discussão. Este documento, baseado na ECO-92, deveria nortear políticas públicas de
preservação do meio ambiente/ desenvolvimento sustentável nas três esferas
governamentais.
A Agenda 21 constitui um marco na questão ambiental, sendo de vital
importância o capítulo 6,na seção I, por promover a reflexão sobre as
inter-relações entre os problemas ambientais e de saúde, dentro da
Saúde Coletiva. O capítulo 6 dedica-se às dimensões sociais e
econômicas, e reconhece a saúde ambiental como prioridade social
para a promoção da saúde. (FURLANETO, 2006, p.41)
O novo paradigma de saúde e de promoção da saúde surgidos em Ottawa (1986)
também teve repercussão nas poticas blicas de saúde e nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN´s), como veremos, mais detalhadamente, a seguir.
2.1. A Política Nacional de Promoção da Saúde no contexto escolar
O novo paradigma da saúde blica, surgido a partir de Ottawa (1986), exige
uma mudança, em grande parte, das poticas públicas de saúde. Essas novas poticas
públicas de saúde devem considerar o conhecimento do senso comum, a história de
cada um e o contexto.
28
As políticas públicas de saúde estão inseridas dentro das políticasblicas.
Encontramos uma definição de poticas públicas de saúde em Lucchese (2002).
Segundo a autora, as poticas públicas de saúde comem o campo de ação social do
estado e visam a melhoria das condições de saúde e do ambiente da população. As
políticas públicas de saúde têm como objetivo específico ―organizar as funções públicas
governamentais para a promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da
coletividade‖. (p.3).
As poticas blicas de saúde no Brasil surgiram a partir da orientação dada
através do SUS e dos seus princípios ideológicos ou operacionais, conforme Traverso-
Yépez (2007)
Observa-se que o Brasil passa a aderir oficialmente a essa visão mais
abrangente de saúde desde os finais dos anos oitenta com a
institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, até
hoje, continua-se constatando um profundo hiato entre o que está no
papel e as práticas cotidianas. No caso da implementação das políticas
de promoção da saúde a dificuldade é ainda maior, como
conseqüência da multiplicidade e complexidade dos aspectos
envolvidos, entre esses, as desigualdades sócio-estruturais e as injustas
relações de poder afetando negativamente mais de um terço da
população brasileira. (p. 6)
As poticas públicas de saúde são a maneira de concretizar as ações de saúde
preconizadas pela Constituição Federal de 1988 e pela lei orgânica que institucionalizou
e regulamentou a criação e funcionamento dos SUS. Lucchese (2002) nos lembra da
conformidade constitucional que deve existir entre qualquer potica pública de saúde e
as disposições da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e da Lei
Orgânica da Saúde (Leis 8080/1990 e 8142/90), ou seja, devem estar em consonância
com conceito ampliado de saúde e visando a promoção da saúde. Dentre as poticas
públicas de saúde podemos destacar: Potica Nacional de Humanização, Política
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Política Nacional de Educação Permanente.
O Brasil se mantém atualizado no que concerne à legislação sobre promoção da
saúde. Prova disso é a inserção do conceito na carta magna Brasileira (1988), na lei que
regulamenta o SUS, nos Parâmetros Curriculares Nacionais da educação básica (PCN) e
na Potica Nacional de Promoção da Saúde, laada em 2006.
O Ministério da Saúde brasileiro percebeu que o modelo biomédico, cuja
concepção de saúde era a ausência de doença, não mais atendia às necessidades e
exigências dos usuários. Era necessário um atendimento integral, hostico. Era
29
necessário ver o indivíduo em sua totalidade contemplando seus aspectos
biopsicossociais. Daí o surgimento da Política Nacional de Promoção da Saúde. O
modelo biomédico centrado na doença, seus sintomas e focando a cura da doença,
conforme Vieira (2007), não age sobre os condicionantes determinantes do processo
saúde-doença. Tem em vista essa mudança de paradigma, houve, em 2006 o
desenvolvimento da Política Nacional de promoção da saúde cujo objetivo é promover
a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados aos seus
determinantes e condicionantes‖. (p.1)
Mas a instituição de uma potica blica de saúde se por um lado demonstra o
reconhecimento, por parte do Estado, de suas obrigações constitucionais e do conceito
amplo de saúde; por outro lado, exige, para que a potica nacional de promoção da
saúde seja efetivamente posta em prática, a articulação intersetorial, ou seja, entre todos
os setores da sociedade. Nas palavras de Campos, Barros e Castro (2004), a proposição
de uma PNPS transversal tem que estar operando, de forma articulada e integradora às
diversas áreas e poticas específicas.
Encontramos nestes mesmos autores uma definição para intersetorialidade que
se aplica efetivamente as ações referentes à política que estamos estudando.
Intersetorialidade é processo de construção compartilhada‖ (p. 764), ou seja, os
diferentes setores envolvidos estão interligados por saberes, linguagens e modos de
fazer. A intersetorialidade, por sua vez, não deve ser vista como a única estratégia, mas
sim em consonância com as necessidades da população e com a mobilização dos setores
necessários.
A PNPS requer ações intersetorializadas. Então, que tal inserir a escola como co-
ator nessa tarefa de promoção da saúde? É o que pretendemos apresentar nesta seção:
como a escola pode concretizar as ações apontadas na PNPS.
Como a promoção da saúde deve acontecer? A própria PNPS aponta os
objetivos, as diretrizes, as estratégias de implementação, as responsabilidades das
esferas de gestão e as ações específicas. O objetivo geral traçado na PNPS é promover
a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus
determinantes e condicionantes‖. Por determinantes e condicionantes entendamos os
modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura,
acesso a bens e serviços essenciais. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006, p.13)
Como a promoção da saúde visa muito mais que a ausência da doença, vemos a
escola como uma provável e eficaz promotora de saúde (desde que, é claro, sejam
30
desenvolvidas ações intersetoriais, capacitação de profissionais, fundamentação
específica etc.). Ou seja, acreditamos que a escola, e todos os profissionais nela
envolvidos, e toda a comunidade que a circunscreve, podem ser agentes promotores de
saúde e contribuir para uma transformação social (e conseqüentemente, para a
construção da cidadania).
A própria PNPS aponta algumas ações específicas que podem ser muito bem
desenvolvidas através da educação, fornecida pela escola (apesar dos frutos
extrapolarem o ambiente escolar). As ações específicas apontadas na potica são:
I- Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (p.
29)
II - Alimentação saudável (p.29)
III - Prática corporal/atividade física (p.33)
IV - Prevenção e controle do tabagismo (p.35)
V - Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e
outras drogas (p.37)
VI - Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito (p.37)
VII - Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz (p.37)
VIII - Promoção do desenvolvimento sustentável (p.38)
Destacamos agora, trechos da PNPS sobre cada uma das ações específicas
apontadas no documento. E refletiremos sobre como cada uma delas, mesmo que não
explicitamente, sugerem a escola como um dos atores desse processo:
Sobre o item I- Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção
da Saúde (p. 29) encontramos ―III – Discutir nos espaços de formação e educação
permanente de profissionais de saúde a proposta da PNPS e estimular a inclusão do
tema nas grades curriculares‖;
A inclusão de estudos sobre a promoção da saúde já é um avanço dessa potica. O
profissional de saúde graduado, e capacitado para atuar profissionalmente, deve ter uma
compreensão holística do indivíduo e de si mesmo, do seu papel. Os profissionais de
saúde o atuar em espaços reais, com problemas reais e pessoas reais. E a comunidade
escolar pode ser um bom lugar para o estudo de uma realidade e a busca de soluções
compatíveis com as circunstâncias encontradas. O profissional de saúde pode promover
a saúde em outros espaços além do posto de saúde, do hospital, e do programa saúde da
família.
31
Sobre o Item II Alimentação saudável (p.29) encontramos ―I Promover ações
relativas à alimentação saudável visando à promoção da saúde e à segurança alimentar e
nutricional, contribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, a inclusão social
e o cumprimento do direito humano à alimentação adequada‖ e, mais explicitamente em
IV - Desenvolver ações para a promoção da alimentação saudável no ambiente escolar‖;
Numa realidade como a nossa, em que muitos brasileiros passam fome, a escola deve
promover uma atenção especial a esse aspecto e buscar na integralidade, um dos
princípios ideológicos do SUS, uma forma de atuação compatível com sua clientela:
alimentos típicos da comunidade inseridos no cardápio escolar, a implantação de uma
horta comunitária para servir à escola, a discussão em torno dos alimentos não
saudáveis consumidos e alimentados peladia, a questão do reaproveitamento de
alimentos (e o não desperdício) e/ ou de partes antes desconsideradas, formas de
cuidado e manuseio dos alimentos para evitar a contaminação.
Sobre o item III - Prática corporal/atividade física (p.33) encontramos ―d)
resgatar as práticas corporais/atividades físicas de forma regular nas escolas,
universidades e demais espaços públicos‖;
A saúde corporal é tão importante quanto à saúde mental ou social. A escola deve ter
em seu currículo a inclusão de atividades e conhecimentos sobre o corpo (o físico):
conhecer as diferenças para poder respeitá-las, conhecer as mudanças para poder
encará-las melhor, conhecer os limites de cada um, discutir os padrões estéticos
impostos pela mídia, estimular a prática de todas as modalidades esportivas, estimular o
resgate de práticas folclóricas.
Sobre o item IV - Prevenção e controle do tabagismo (p.35) encontramos
―Realizar ações educativas de sensibilização da população para a promoção de
comunidades livres de tabaco‖, divulgando ações relacionadas ao tabagismo e seus
diferentes aspectos: a) Dia a Mundial sem Tabaco (31 de maio); e b) Dia Nacional de
Combate ao Fumo (29 de agosto); IV Mobilizar e incentivar as ações contínuas por
meio de canais comunitários (unidades de saúde, escolas e ambientes de trabalho)
capazes de manter um fluxo contínuo de informações sobre o tabagismo, seus riscos
para quem fuma e os riscos da poluição tabagística ambiental para todos que convivem
com ela‖;
A educação deve contemplar todos os aspectos do indivíduo e do grupo em que ele está
inserido. Ações de combate ao uso de cigarro devem ser uma constante na escola. E as
repercussões sobre seus malefícios chegarão, conseqüentemente, em casa e mais ainda,
32
a longo prazo, nos postos de saúde. Não é proibir o consumo de cigarros, e sim, discutir
suas conseqüências sobre a saúde do outro e do grupo.
Sobre o item V - Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo
de álcool e outras drogas (p.37) encontramos ―I Investimento em ações educativas e
sensibilizadoras para crianças e adolescentes quanto ao uso abusivo de álcool e suas
conseqüências‖;
O mesmo pensamento sobre o consumo de cigarros deve ter a educação para a
prevenção do uso de drogas e álcool. O trabalho preventivo é muito menos oneroso
(tratamento da depenncia, por exemplo) e mais eficaz. É parte do trabalho educativo
orientar o educando para as melhores escolhas.
Sobre o item VI - Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito (p.37)
encontramos ―I Promoção de discussões intersetoriais que incorporem ações
educativas à grade curricular de todos os níveis de formação‖;
Uma formação completa contempla itens como a violência no trânsito, suas causas e
suas repercussões. A formação dos jovens condutores, pedestres e / ou usuários do
sistema coletivo de transporte passa por uma informação sobre a legislação (direitos e
deveres) e por uma educação em que o direito do outro começa onde termina o meu‖.
O respeito ao outro e às leis deve estar presente nas palavras e atitudes de toda a
comunidade escolar.
Sobre o item VII - Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz (p.37)
encontramos na potica I Ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de
Prevenção da Violência e Promoção da Saúde‖;
No ano 2000, um grupo de contemplados com o premio Nobel da Paz encabeçaram um
movimento, através do manifesto Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-
Violência‖ que foi assinado por milhões de pessoas no mundo inteiro. O manifesto
apresentava como pontos principais para uma cultura de paz e não violência: respeitar a
vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta,
redescobrir a solidariedade. No ano seguinte a Organização das Nações Unidas (ONU)
declarou que o período compreendido entre os anos de 2001 a 2010 a ―Década
Internacional da Cultura de Paz e Não-Violência para as Crianças do Mundo‖. (DISKIN
e ROISMAN, 2002, p.8). O desenvolvimento dessa iia pode promover uma educação
interdisciplinar e integradora. Todos os campos do conhecimento podem contribuir de
alguma forma para a promoção da paz em todos os ambientes: na escola, em casa, na
rua. A diversidade cultural é um ponto presente em todas as discussões para a promoção
33
da paz e de um mundo melhor. Sem falar que a promoção da paz é um dos prontos para
a promoção da saúde e um dos maiores desafios para a educação planetária de Morin.
A Educação para a Paz está, em sua essência, comprometida com um futuro de bem-
estar para a humanidade, e com o meio ambiente.(DISKIN e ROISMAN, 2002, p. 13)
Sobre o item VIII - Promoção do desenvolvimento sustentável (p.38)
encontramos no documento IV Apoio ao envolvimento da esfera não-governamental
(empresas, escolas, igrejas e associações várias) no desenvolvimento de políticas
públicas de promoção da saúde, em especial no que se refere ao movimento por
ambientes saudáveis; VI Estímulo à produção de conhecimento e desenvolvimento de
capacidades em desenvolvimento sustentável‖.
A preocupação com o meio ambiente e o futuro devem partir das preocupações
escolares através do desenvolvimento de pesquisas e, posteriormente, da implementação
de ões que, em consonância com a realidade de cada comunidade, possam
transformar o espaço em que vivem.
A educação é um conceito muito mais abrangente que a transmissão de
informações específicas como as regras gramaticais, as datas, as personagens históricas
e as fórmulas matemáticas. Educar tem que ser uma transformação. E os atores
envolvidos no processo educacional devem ser altamente politizados, críticos,
conscientes de si e do seu papel.
E quem melhor para dar o pontapé inicial nessas ações de transformação social
que o professor? Quem deveria ser o mais capacitado e mais preparado para planejar
ações dentro da escola (com repercussões dentro e fora dela)? É através do professor
que deve haver o investimento para a mudança social e paradigmática que precisamos.
Ações em conjunto entre a escola (representante da educação) e o posto de saúde
(representante da saúde) podem produzir produtos finais capazes de mudar o indivíduo
e o meio em que está inserido.
Não defendemos que a PNPS deva ser implementada somente nas escolas.
Apenas argumentamos que a escola pode ser um excelente espaço para a multiplicação
de boas experiências para que a promoção da saúde efetivamente aconteça. E o
professor, que é o objeto central na nossa pesquisa, é um dos atores que mais podem
contribuir para essa mudança. Concordamos com Traverso-Yépez (2007), quando o
autor nos alerta que de nada adianta que as políticas sejam maravilhosas, se são
inviabilizadas pela falta de vontade política e pela distribuão desigual de poder‖.
(p.14)
34
Também não consideramos utopia implementar, através de ações educativas,
dentro da escola, as ações específicas definidas na potica. Mas temos a consciência de
que para isso a escola deve retomar seu papel de transformador da realidade. A escola
deve efetivamente educar.
2.2 Programa Saúde Escolar (PSE) & Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas
(SPE)
Nesta seção do trabalho, consideramos pertinente explorar, mesmo que de forma
breve, duas poticas públicas voltadas para a saúde do escolar. São elas: Programa
Saúde Escolar (PSE) e Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE).
Através do decreto nº 6.286, de 5 de Dezembro de 2007, fica instituído, no
âmbito dos Ministério da Educação e da Saúde, o programa saúde escolar (PSE). A
finalidade do programa é a contribuição, através de ões de prevenção, promoção e
atenção à saúde, na formação integral dos alunos da rede pública de educação básica. Os
objetivos do programa segundo esse decreto são: (I) promover a saúde e a cultura da
paz; (II) articular as ações do SUS às ações das redes de educação básica pública; (III)
contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos; (IV)
contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da
cidadania e nos direitos humanos; (V) fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades,
no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar; (VI)
promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde; (VII) fortalecer a
participação comunitária nas poticas de educação básica e saúde
As diretrizes para implementação do programa na rede pública de educação
básica são: (I)-descentralização e respeito à autonomia federativa; (II) - integração e
articulação das redes blicas de ensino e de saúde; (III) - territorialidade; (IV) -
interdisciplinaridade e intersetorialidade; (V)-integralidade; (VI)-cuidado ao longo do
tempo; (VII)-controle social; e VIII - monitoramento e avaliação permanentes.
O projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) é uma parceria firmada entre
Ministério da Saúde, Ministério da educação, Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO). Esse projeto é uma articulação entre setores governamentais e não-
governamentais da sociedade na promoção, articulada, de ações de saúde e educação.
Segundo o documento do Ministério da Saúde (2006), os ministérios da saúde e
da educação vêm reunindo esforços em conjunto desde 1995 para inserir temas de saúde
35
sexual e saúde reprodutiva na escola. Desta ação conjunta, nasceu o Projeto Escolas,
que apoiou projetos em 16 unidades da federação entre 1994 e 1999. Segundo o
documento, nos anos seguintes, o projeto alcaou as 27 Unidades da Federação (UF)
por meio do programa Salto para o Futuro.
O SPE foi lançado oficialmente em agosto de 2003, em Curitiba. Dois anos
depois o projeto passou por uma reformulação.
O SPE tem como objetivo geral contribuir para sustentabilidade de uma política
de educação e saúde, articulada ao Projeto Político-Pedagógico da Escola‖ e como
objetivos específicos: (a) Atender as demandas dos jovens e adolescentes nas escolas;
(b) Envolver toda a comunidade escolar na promoção de ões em saúde sexual e saúde
reprodutiva; (c) Promover educação para a juventude‖ (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006, p.17)
As temáticas compreendidas pelo projeto são: (I) direitos sexuais e reprodutivos;
(II) Prevenção das Dst/Aids; (III) Redução de preconceitos e estigmas relacionados à
raça, etnia e orientação sexual; (IV) Promoção da igualdade de gênero e (V) Gravidez
na adolescência.
As estratégias adotadas para a execução do projeto são: (a) a formação e a
participação juvenil; (b) a educação permanente de profissionais de educação e saúde;
(c) a inclusão transversal e contínua dos temas da promoção nos projetos político-
pedagógicos das escolas; (d) e o fortalecimento de ações no campo da promoção da
saúde na estratégia de Saúde da Família.
As ações previstas para a concretização do projeto são: (a) realização das
Oficinas Macro Regionais de Gestão e Planejamento; (b) Realização das Oficinas
Macro Regionais de Formação nos eixos temáticos do Projeto (Guia de formação dos
profissionais de saúde e educação); (c) Publicação dados Censo Escolar (2005); (d)
Realização do Censo Escolar 2006; (e) Mobilização Nacional de Jovens do Ensino
Médio para estimular a procura pelo teste HIV entre os jovens Parceria com a
UNICEF; (f) Divulgação do Documento Referencial do SPE; (g) Criação e implantação
do sistema de monitoramento, em parceria com a UNESCO; (h) Disseminação da
formação de jovens multiplicadores (educação de pares) em todo o país; (i) Divulgação
do Projeto ―Estamos Juntos‖ - Intercâmbio Brasil e Moçambique; (j) Inclusão do
Projeto Afroatitude‖ nas ações do SPE; (l) II Mostra Nacional Saúde e Prevenção nas
Escolas; (m) Seminário do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas: diálogos possíveis.
36
Essas mostras nacionais Saúde e prevenção (l) e (m) m o intuito de favorecer a
troca de experiências entre profissionais da saúde, da educação e jovens acerca da
temática. A I mostra foi realizada em 2006, em evento dentro do VI Congresso
Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) e Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A II mostra aconteceu em junho de 2007, em
Brasília e a III mostra aconteceu em Florianópolis em 24 e 25 de junho de 2008.
Todas essas iniciativas são, a nosso ver, importantes. A participação do corpo
docente mostra-se cada vez mais indissociável das ações de educação em saúde na
escola. A escola é ―um espaço institucional privilegiado para a convivência social e o
estabelecimento de relações intersubjetivas favoráveis à promoção da saúde e à
construção de resposta social aos desafios colocados para a sociedade‖. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006, p. 15) Educação em saúde na escola tem que contar com a
participação e envolvimento do professor.
2.3. Saúde na escola e os Parâmetros Curriculares Nacionais
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a educação em saúde é
definida como
―... a combinação de ação social bem planejada e de experiências de
aprendizagem planejadas visando capacitar as pessoas para adquirirem
controle sobre os determinantes da saúde, sobre comportamento em
saúde e sobre as condições sociais que afetam seu próprio estado de
saúde e o estado de saúde dos outros (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE SAÚDE apud IERVOLINO, 2000, p. 9)
A promoção da saúde no contexto escolar tem ts pontos principais: educação
em saúde com enfoque integral; criação de entornos saudáveis; provisão de serviços de
saúde
A escola, que por muitas vezes é o único e/ ou melhor referencial da
comunidade, deve concretizar as ações de promoção da saúde devido a algumas
vantagens, como as apontadas por Catrib et al: (2003)
As crianças se encontram por um longo espaço de tempo num
ambiente de socialização das várias atividades de aprendizagem e de
lazer, fortalecendo o convívio escola-aluno, aluno-aluno, aluno-
professor, professor-professor, escola-família. (p. 42)
37
construir uma boa escola, do ponto de vista da engenharia e arquitetura,
(panorama arquitetônico, salas de aula amplas, boa iluminação, cadeiras confortáveis)
o nos garante boa educação. investir muito dinheiro na escola com tecnologia de
ponta e dotá-la dos mais variados recursos (computadores de última geração, salas de
multimídia, conexão à internet) também não garante uma boa educação. Somados a
tudo isso, nossos maiores investimentos têm que ser na formação e qualificação de
quem orienta, de forma crítica e reflexiva, os educandos a usar tudo isso: o professor.É
no professor que devemos investir. E com sua formação e qualificação que devemos nos
preocupar mais. Conforme, Paulo Freire (1996, p. 85), em A pedagogia da autonomia:
como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que
me insere na busca, não aprendo, nem ensino‖.
Nosso projeto de pesquisa nasceu dessa iia: da preocupação com o professor
que repercutirá no tipo de educação que estamos oferecendo aos educandos brasileiros.
Além da formação básica necessária
3
, o professor deve estar constantemente atualizado,
deve ser conhecedor das mudanças e do que elas representam.
Novas discussões sobre educação surgem cotidianamente, porque a educação
está em constante processo de mudança. Por exemplo, a divulgação dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s), dos temas transversais e a partir desses temas
transversais a questão da saúde. O que os professores do ensino fundamental pensam
sobre a saúde? Como a praticam? Será que os professores conhecem os PCN´s ? E o
PCN saúde? Ou, apesar das recomendações oficiais, a saúde na escola fica sob a
responsabilidade do professor de ciências? Que concepção de saúde os professores do
ensino fundamental têm? Se são orientados, como o o a desenvolver atividades que
promovam a saúde dos seus alunos e da comunidade em que estão inseridos?
As contribuições que a educação pode dar à saúde são incalculáveis. Elas podem
o ser com a obtenção de materiais concretos, com a descoberta de vacinas ou a
construção de redes de esgoto, por exemplo, mas não deve ser vista, por causa disso,
como secundária. A missão primordial da educação é, segundo GRYNSZPAN (1999), a
transmiso de valores porque eles são necessários para a sobrevivência no mundo real.
Etimologicamente significa propiciar o florescimento de algo que já está dentro da
pessoa e não encher de conhecimentos um recipiente vazio‖. (p.137)
3
Hoje a exigência é uma graduação e o só mais o antigo segundo grau.
38
Foi-se o tempo em que o posto de saúde e a escola realizavam, separadamente,
ações sobre os indivíduos. Ora, se os indivíduos são serem integrais, holísticos, como
-los de forma tão seccionada, fragmentada?
As ações de educação para a promoção da saúde m registros desde o século
XIX. Mas estas eram orientadas sob a concepção higienista da saúde. Somente no início
do século XX, com a Conferência Internacional sobre a criança é que a educação em
saúde se instalou como disciplina teórico-prática. (MACENA, 2002/2003, p. 33)
Ao mesmo tempo, o Estado brasileiro, reconhecendo a promoção da saúde não
como uma responsabilidade exclusiva sua, lançou, as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB). A lei de Diretrizes e Bases (n.4024/61) teve como tema central a
questão da escola primária, ensino formal ministrado tanto pelo setor público como pelo
privado, como condição básica para o processo de democratização do país. A outra
LDB, de 5692/71, transformou a estrutura do sistema escolar para, obrigatoriamente,
oito (8) anos, ou seja, houve a fusão do curso primário e ginasial no grau. A mais
nova Lei de Diretrizes e Bases, 9394/96, amplia o dever do estado no que concerne,
principalmente, ao ensino fundamental.
E como forma de concretizar essas diretrizes, o Estado brasileiro lança os
PCN´s, que são os subsídios teóricos e metodológicos, ou seja, são orientações e
referências estabelecidas pelo MEC para cada etapa do ensino fundamental e médio no
Brasil. Os PCN’s o são currículos impositivos, mas apenas referenciais para o
currículo do ensino fundamental, respeitando-se a diversidade sócio-regional de cada
região brasileira.
Os PCN’s de a 4ª série foram publicados em 1997; os de a série, em
1998; e os de ensino médio, em 1999. Interessa-nos, como fonte para o trabalho, os
parâmetros relacionados ao ensino fundamental. Esses parâmetros além de contemplar
as ciências tradicionais (linguagem, matemática, tempo & espaço, e biológicas),
contemplam também a problemática social, através da interdisciplinaridade dos temas,
denominados de temas transversais.
Os PCN’s são constituídos pelos seguintes documentos:
Introdução aos PCN’s;
Define os parâmetros como norteadores para a melhoria do ensino fundamental
Documentos de Área;
Para cada área do conhecimento (linguagem, matemática, tempo & espaço, e
biológicas) foi elaborado um documento específico.
39
Apresentação dos temas transversais;
Discute a associão dos temas sociais (temas transversais) na construção da cidadania.
Documentos dos temas transversais;
Para cada tema transversal (ética, orientação sexual, meio ambiente, saúde, pluralidade
cultural &trabalho e consumo), foi elaborado um documento específico.
Os temas transversais estão contemplados nos PCN's e compreendem seis áreas:
Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade), Orientação Sexual (Corpo:
Matriz da sexualidade, relações de nero, prevenções das doenças sexualmente
transmissíveis), Meio Ambiente (Os ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente,
manejo e conservação ambiental), Saúde (autocuidado, vida coletiva), Pluralidade
Cultural (Pluralidade Cultural e a Vida das Criaas no Brasil, constituição da
pluralidade cultural no Brasil, o Ser Humano como agente social e produtor de cultura,
Pluralidade Cultural e Cidadania) e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho;
Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde; Consumo, Meios de Comunicação de
Massas, Publicidade e Vendas; Direitos Humanos, Cidadania).
Os PCN’s temas transversais não são disciplinas autônomas, mas temas que
permeiam todas as áreas do conhecimento e que, trabalhados de forma interdisciplinar,
podem contribuir, e muito, para o cotidiano da comunidade.
A educação deve estar comprometida com a construção da cidadania. Para isso,
necessita de uma prática educacional preocupada com a realidade. Os PCN’s surgem,
o como novas áreas, mas como temáticas que devem ser incorporadas ao trabalho
educativo da escola. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997)
Os temas transversais surgidos, e conseqüentemente, as práticas metodológicas
multidisciplinares exigem, dos professores uma formação profissional mais elaborada,
compreensão das diversidades culturais e uso de novas tecnologias. A ênfase no
professor como agente promotor de saúde na escola também pode ser visto em Barros e
Mataruna (2005). Os autores enfatizam o papel dos profissionais da área social, uma vez
que eles possuem ―maior donio metodológico e compromisso ideológico na busca de
articulação escola-comunidade-serviço de saúde, o que favorece a promoção da saúde
no âmbito escolar‖. (p.2)
Percebe-se a necessidade de formar docentes preparados para atuar
preventivamente, uma vez que a falta de conhecimento, falta de informações
compromete o trabalho pedagógico. Logo, o trabalho com saúde na escola, requer ações
sistemáticas, planejadas e que objetivem a formação dos alunos.
40
Na perspectiva desses temas transversais está a questão da saúde, não como
ausência de doença, mas em consonância com o conceito de promoção da saúde
contemplado na carta de Ottawa.
O PCN de saúde reitera a dificuldade do ensino de saúde. A transmissão de
informações sobre o funcionamento do corpo, a descrição das doenças, a informação
sobre os hábitos de higiene o são suficientes para a promoção de um estilo de vida
saudável. Educar para a saúde é mais que isso, é levar em conta os aspectos sociais,
culturais, ambientais envolvidos. Por tudo que foi exposto, a saúde na escola deve ser
contemplada de forma transversal e deve fazer parte do cotidiano da escolar.
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997)
Os objetivos gerais para a saúde, apontados no PCN para o ensino fundamental
são, conforme Basinello (2004):
conscientizar os alunos sobre o direito à saúde; compreender que a
condição de saúde é produzida nas relações com o meio em que
vivem; conhecer e utilizar formas de intervenção individual e coletiva
sobre os fatores que agem sobre a saúde; e fazer com que os alunos
adotem bitos de auto-cuidado, respeitando as possibilidades e
limites do próprio corpo. (p. 40)
O tema saúde nos PCN’s apresenta três eixos fundamentais:
Educação em saúde;
Desenvolvimento e aprendizagem;
Participação popular;
As ações propostas nos PCN’S, tema saúde, devem ser concretizadas através de
ações individuais e coletivas seguindo as determinações das poticas blicas de saúde
e pautada nos princípios do SUS.
A justificativa para o trabalho com educação em saúde no contexto escolar,
conforme Ievolino (2000) dá-se porque as escolas são reconhecidamente um eficaz
canal de comunicação, de realização de atividades e de transmissão de mensagens sobre
saúde ―e sevem para encaminhar casos para os serviços de referencia de atenção a
saúde‖.(p. 43).
Concordamos com a autora. Para nós, ações de educação em saúde no contexto
escolar justificam-se porque a escola é o espaço para a construção da autonomia, da
cidadania. E o empoderamento da comunidade só poderá ser feto através da educação. E
o de uma educação seccionada, como o paradigma biomédico fez com a concepção de
41
homem, mas uma educação interdisciplinar e transformadora, com vistas ao homem em
sua condição humana, ou seja, em sua totalidade.
As ações de Educação em saúde na escola não são tão recentes quanto os PCN’s,
como podemos ver em Bonet (2004, p. 284): ―...até a década de 70,a educação em saúde
no Brasil foi basicamente uma iniciativa das elites poticas e econômicas‖. Mas na
prática, o próprio autor reconhece que, as atividades de Educação em Saúde na escola,
―se cristalizaram em práticas reducionistas‖. Ou seja, a Educação em saúde na escola
o reconhecia a concepção ampliada de saúde nem o conceito de promoção de saúde
como podemos observar em Catrib et al (2003):
―A escola como espaço para Educação em Saúde data de 1910,
quando a concepção vigente fundava na ênfase do corpo, controle de
epidemias, moralização dos costumes e disciplinamento do
comportamento dos indivíduos, principalmente dos pobres. A
participação da escola dava-se através de noções de higiene e
puericultura. Mesmo depois da década de 1920, com o Movimento da
Escola Nova, o modelo de educação foi ampliado para o ambiente da
escola, a oferta dos serviços de saúde ao escolar, atrelado ao
desenvolvimento da família nas ações em saúde, sem, contudo,
abandonar o determinismo biológico que dominava as políticas sociais
da época‖. (p. 39)
Ações de educação em saúde na escola, segundo Silveira e Lefevre (2004), ao
contrário devem ter uma abordagem holística e devem também responder às
necessidades de cada uma das fases do desenvolvimento dos alunos ―trabalhando desde
seu amor próprio, até a capacidade de adquirir hábitos higiênicos e adotar formas de
vidas saudáveis.‖ (p. 124). Ou seja, a educação em saúde deve ser uma educação crítica
e transformadora, uma conscientização individual e coletiva.
A questão da saúde no contexto escolar é tão importante, tão urgente que, depois
dos PCN’s, os Ministérios da Educação e da Saúde, em parceria, assinam uma portaria
interministerial de 766/GM, de 17 de maio de 2001, reafirmando a intenção de
intersetorializar as ações de educação em saúde e de promoção da saúde. O fruto dessa
portaria é a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação - temas
transversais Saúde e Orientação Sexual
Os PCN’s são políticas norteadoras das práticas pedagógicas, ou seja, são
diretrizes para que a educação efetivamente aconteça. O próprio ministério,
reconhecendo a necessidade de divulgar e ampliar as ações dos PCN’s lançou os PCN’s
em ação. E para que os PCN entrem realmente em ação, e ingressem na sala de aula,
42
alunos, professores e comunidade não-escolar precisam refletir sobre as práticas de
saúde.
Na perspectiva da promoção da saúde, os processos educativos têm
como principais eixos a construção de vidas mais saudáveis e a
criação de ambientes favoráveis à saúde, o que significa conceber a
educação como processo. Processo este que trata o conhecimento
como algo que é construído e apropriado e não meramente como algo
a ser transmitido. Conhecimento, por sua vez, que é fruto da interação
e cooperação entre sujeitos que o diferentes, que trazem
experiências, interesses, desejos, motivações, valores e crenças que
são únicas, singulares, mas que são, ao mesmo tempo, plurais, e por
isso diversas. Um conhecimento que é incompleto e histórico
(PARREIRA, 2003, p.129).
Com a nossa pesquisa buscamos, entre outras coisas, desvelar, em primeiro
lugar, se os PCN’s, em especial o de saúde, são de conhecimento dos professores do
ensino fundamental I
4
do município de Fortaleza e, em caso de resposta afirmativa,
como estão inseridos em suas práticas docentes no cotidiano escolar.
4
A atual educação básica, responsabilidade do governo, contempla o ensino fundamental I e II. O ensino
fundamental I compreende as turmas de 1
º
ao ano, ou as antigas turmas da a rie. O ensino
fundamental II compreende as turmas de ao ano, ou as antigas turmas de a rie. Também
houve mudança na nomenclatura do antigo segundo grau, hoje denominado de ensino médio que
compreende as turmas de 1º, 2º e 3º anos.
43
3. A ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE
A Escola Promotora de Saúde é uma proposta inclusiva e deve estimular e
garantir uma participação ativa de cada ator envolvido: alunos e seus
familiares, professores, funcionários, profissionais de saúde -
particularmente o pediatra -, grêmios, associações e outros membros e
setores da comunidade. (...) É preciso, portanto, priorizar o diálogo,
evitando monólogos autoritários de propostas verticais, com soluções
prontas e isoladas e, assim, aprimorar a escuta e dar voz à comunidade
escolar, garantindo-se o seu ―empoderamento‖ (SILVA, 2005, p.15)
A escola, instituição social, sempre desenvolveu ações de educação para a saúde.
Encontramos em Focesi (1990) um breve histórico dessa inserção da questão da saúde
no contexto escolar: em 1971, a Lei Federal nº 5.692, fixou diretrizes e bases para o
ensino de e graus, também introduziu, em seu artigo nº 7, a educação em saúde na
escola quando torna obrigatória a inclusão de Programas de Saúde nos currículos; em
1974, o Conselho Federal de Educação, numa tentativa de esclarecer a lei anterior,
publica parecer de nº 2.264 onde determina quatro áreas de abrangência dos referidos
Programas de Saúde: (i) condições da escola, (ii) ensino da saúde, (iii) serviços de saúde
e (iv) participação dos pais e comunidade nas ações de saúde da escola; em 1986,
parecer 47 do Conselho Federal de Educação, determina que para ensinar nos
Programas de Saúde na Escola o profissional precisava ser professor (esse parecer foi
uma resposta ao enfermeiros que requeriam a exclusividade sobre a exercícios de ensino
nos programas de saúde na escola)
La Educación para la Salud (EpS) siempre ha estado presente en la
escuela, con mayor o menor intensidad, especialmente en el área de
las ciencias de la naturaleza. Linville, en 1909, ya sugería que los
cursos de bioloa debían incluir la higiene, la sexualidad, los efectos
del alcohol y los narcóticos, la prevención de enfermedades, etcétera.
Así pues, desde hace tiempo se han venido tratando temas de higiene,
vacunaciones, infecciones, inmunidad, alimentación, etcétera, unas
veces porque su estudio era prescriptivo y estaba contemplado en los
programas oficiales, y otras por el interés y la profesionalidad del
profesorado, que veía en ellos su potencialidad educativa y la
necesidad social de incluirlos en el conocimiento escolar. (CATALAN
2001, p. 505)
Consideramos oportuno, para evitar confusão entre os termos, apresentar uma
definição de educação em saúde e de promoção da saúde: ―Entende-se por educação em
saúde quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a
facilitar ações voluntárias conducentes à saúde‖ E promoção da saúde define-se como
44
uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e
condições de vida conducentes à saúde‖. (CANDEIAS, 1997, p.210). Em outras
palavras, para a autora, a educação em saúde está para a mudança de comportamento
individual, assim como a promoção em saúde, embora esta inclua aquela, está para a
mudança de comportamento organizacional.
Entretanto ões de educação para a saúde desenvolvidas pela escola eram
pontuais, como as apontadas acima (higiene, sexualidade etc.) não contemplavam a
instituição como um todo (profissionais, professores, comunidade), ou seja, não são
ações intersetoriais nem de empoderamento da comunidade, e não promovem,
significativamente, a saúde.
Conforme Catrib et al (2003):
A escola é um espaço de interação social, sendo muitas vezes o maior
referencial da comunidade, na qual poderão ser utilizados os preceitos
da promoção da saúde à medida que incorporarem a Educação em
saúde como estratégia para garantir a manutenção da saúde,
desenvolver a consciência crítica e despertar e exercícios da cidadania
(p.42).
O que acontece com muita freqüência são ações de saúde na escola de caráter
assistencialista e baseadas em ensino tradicional, ou seja, de transmissão de
conhecimentos e não de empoderamento, como podemos observar em Revista
Panamericana de Salud Pública (1997)
programas de salud escolar que proporcionan servicios para
diagnosticar problemas auditivos, visuales, nutricionales y de la
postura que pueden afectar al aprovechamiento de los escolares. En
esos programas también se imparten conocimientos sobre higiene,
alimentación, prevención de accidentes, saneamiento y otros temas.
Sin embargo, la mayor parte de los programas tienen una estrategia de
enseñanza tradicional que no logra transmitir exitosamente los
conocimientos que lleven a desarrollar las habilidades necesarias para
adoptar estilos de vida más saludables.(p.209)
3.1. Histórico do movimento e principais componentes
Escola Promotora de Saúde é a instituição que tem uma visão hostica do ser
humano e onde a promoção da autonomia, da criatividade, da participação dos alunos e
da comunidade é incentivada. Nesta, os profissionais, sejam eles da área de saúde ou
o, representam parcerias e papéis importantes, conforme Goulart (2006, p. 9)
45
Escola promotora de saúde é uma ―estratégia mundial‖, conforme definição
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) adotada por Moura et al (2006), é uma
seção internacional de saúde blica conectada à Organização Mundial de Saúde
(OMS). O objetivo maior da OPAS é a promoção da equidade em saúde, o combate de
doenças, a melhoria na qualidade de vida e a elevação da expectativa de vida nas
Américas através das orientações dos esforços entre os Estados Membros e seus
parceiros.
A iniciativa da OPAS de Escolas Promotoras de Saúde tem como principal
objetivo o fortalecimento, na região da América Latina e Caribe, de ações e estratégias
na área de saúde escolar, ou seja, para que as estratégias de implementação de políticas
públicas de promoção da saúde, de melhoria da condição de vida e saúde, sejam
alcançadas, a rede de Escolas promotoras de saúde procura incentivar programas na área
de saúde escolar que promovam a saúde.
A proposta de promoção da saúde tem seus alicerces conceituais e
metodológicos vinculados aos pilares da amplitude e da complexidade
do conceito de saúde; da discussão do que seja qualidade de vida, da
efetiva mobilização e participação da sociedade, do princípio da
autonomia dos indivíduos e da comunidade, do planejamento e do
poder local, e, baseado nestes pilares, as Escolas Promotoras de
Saúde, com o aval da Organização Pan- Americana de Saúde OPAS,
visando á melhoria nas condições de vida das futuras gerações, na
escola um espaço privilegiado e como componente principal da
promoção da saúde: a educação em saúde com enfoque integral,
envolvendo pais, professores e comunidade. (LOURINHO, 2005,
p.50)
A Rede Européia
5
de Escolas Promotoras de Saúde (REEPS) surgiu em 1992
enquanto que a Rede Latino-Americana e Caribe de Escola Promotora de Saúde
(RLEPS) surgiu no final da década de 1995, no Chile durante o congresso de saúde
Escolar, apesar das estratégias terem surgido na década de 80 concomitantemente ao
novo paradigma de saúde e de promoção de saúde apontados na carta de Ottawa e
revalidados pelas conferências internacionais seguintes.
5
The health promoting schools initiative is popular. Thirty-seven countries have participated in the
European Network of Health Promoting Schools since 1997 and a survey in England that year found that
three quarters of Local Authorities were running a health promoting schools scheme. In 2006 the total
number of participating countries is forty-three. . (STEWART-BROWN S, 2006)
46
No momento da criação da RLEPS, a rede contava com a participação de 14
países
6
. Nessa primeira reunião foi apresentado o ―modelo e guia para a ação,
elaborados com o insumo de todos os países‖ As a revisão do documento, que contou
com a participação do consultor de promoção da saúde da OPAS em cada país, houve a
assimilação das sugestões e recomendações e, finamente, a adoção da Iniciativa de
Escolas Promotoras de saúde. (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007, p. 37)
La Iniciativa Regional de la Organización Panamericana de la Salud
ha contribuido en forma ininterrumpida desde su lanzamiento en 1995,
a la difusión en todos los Estados Miembros del modelo de Escuelas
Promotoras de la Salud (EPS) como una estrategia integral e
integradora para la provisión de servicios de salud escolar, que
trasciendan la atención médica tradicional y se fundamenten en
acciones de promoción de la salud en el ámbito escolar. (IPPOLITO-
SHEPHERD, 2003, p. 11).
A RLEPS conta com a participação de quase todos os países-membros da
OPAS/OMS no continente, em diferentes graus de processo. O programa Escola
Promotora de Saúde acontece em 19 países da América Latina
7
.
In 1995, WHO produced a set of guidelines towards which schools
aspiring to the status of health promoting school were required to
work. The guidelines covered six areas: (1) school health policies, (2)
the physical environment of the school, (3) the social environment of
the school, (4) school/community relationships, (5) the development
of personal health skills, (6) school health services. Schools that aspire
to be health promoting schools will focus on developing programmes
that promote health, extending the teaching beyond health knowledge
and skills to take account of the school social and physical
environment and to develop links with the community. (STEWART-
BROWN S, 2006, p. 7)
As iniciativas regionais, tanto da REEPS quanto da RLEPS, têm em comum o
desafio de contribuir tanto com o setor social quanto com o setor saúde através das
seguintes metas (IPPOLITO-SHEPHERD, 2003, p. 15): (1) erradicação da pobreza, (2)
6
Havia, nessa primeira reunião, representantes dos seguintes países: Argentina, Bolívia, Chile, Cuba.
Colômbia, México, Panamá, Nicagua, Honduras, Equador, El Salvador, Costa Rica, República
Dominicana, Peru, Paraguai, Venezuela e até da Espanha.
7
El Salvador, Chile, Uruguai e Honduras mostram as percentagens mais elevadas de Escolas Promotoras
de Saúde, seguidos por um grupo de países cuja média oscila entre 3% e 6% (Guatemala, Peru, Cuba,
Argentina). México e Colômbia possuem um elevado número de Escolas Promotoras de Saúde, mas seus
percentuais são baixos quando considerada a quantidade total de escolas. Ambos os países são os que têm
maior quantidade de escolas na região. Costa Rica e Paraguai apresentam uma proporção muito baixa. É
importante considerar que podem existir variações na forma como cada país caracteriza as Escolas
Promotoras de Saúde, interferindo na quantidade de Escolas Promotoras de Saúde para cada caso.
(IPPOLITO-SHEPHERD, Sociedade Brasileira de Pediatria, 2005. p. 11)
47
educação primária universal, (3) igualdade de gênero e empoderamento da mulher, (4)
redução da mortalidade infantil, (5) melhoramento da saúde materna, (6) luta contra
AIDS, (7) assegurar sustentabilidade ambiental e (8) aliança global para o
desenvolvimento.
A Rede Latino-Americana de Escolas Promotoras de Saúde se reuniu pela
primeira vez em 1996 em San José da Costa Rica. Outras três reuniões já foram
realizadas, com o objetivo de fortalecer a iniciativa e congregar os países a participar
dessa Rede e a constituir Redes Nacionais de Escolas Promotoras de Saúde. A segunda
reunião aconteceu na Cidade do México/México, abril de 1998; a terceira reunião
contou com a participação de 20 países e aconteceu em 2002, em Quito/Equador s
em evidência que todos o cenários de experiências inovadoras e importantes para
saúde do escolar com enfoque integral (IPPOLITO-SHEPHERD, 2003, p. 11); e a
última delas em San Juan/Porto Rico, de 11 a 16 de julho de 2004
8
- evidenciou a troca
de conhecimentos e experiências sobre saúde escolar, facilitando assim a discussão
sobre temas prioritários de saúde e identificação de linhas de ação para melhorar a
capacidade do sistema escolar com ações voltadas para a promoção da saúde nos países
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007)
O propósito da criação da RLEPS, segundo a Revista Panamericana de Salud
Pública (1997, p. 211) foi ―facilitar la adopción de estrategias conceptuales y operativas
para mejorar la salud de la comunidad educativa‖. E as ações de promoção da saúde no
contexto escolar deveriam atingir estudantes, suas famílias, professores e toda a
comunidade acamica. As regiões da América Latina e Caribe enfrentam situações
socioeconômicas precárias, como o aumento da pobreza e a falta de equidade. Esse
contexto exige ―ações inovadoras e participativas para abordar os problemas de saúde e
educação da população‖ (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007, p. 19). E a iniciativa da
RLEPS é uma excelente estratégia.
No Brasil há o programa Escola Promotora de Saúde desde 1991 quando
―por meio do Despacho conjunto n. 217/98, que em parceria desde
1994, os ministérios da educação e da saúde desenvolvem o projeto
Rede Nacional de Escolas Promotoras de Saúde, visando a apoiar
todas as escolas que pretendam integrar o processo da promoção da
saúde nos seus planos de atividades, nas práticas pedagógicas e
organizacionais‖ (GONÇALVES, 2003, p. 43).
8
A quarta reunião fora marcada para 2006, em Tocantins / Brasil, maso aconteceu.
48
Os objetivos gerais desse programa são, conforme a autora : criar uma Rede
Nacional de Escolas Promotoras de Saúde; assegurar no âmbito do ministério da
educação suporte às ações de promoção e educação para a saúde.
As atividades, efetivamente, de promoção da saúde no contexto escolar (e não
atividades puramente higienistas e assistencialistas) preconizadas pela OPAS, conforme
Revista Panamericana de Salud Pública, 1997 (p.210-211) estão dividas em três áreas
distintas e complementares: áreas de educação para a saúde (desenvolvimento
curricular, de material educativo, formação e qualificação de professores); serviços de
saúde (atenção primária); ambientes saudáveis (meio ambiente, educação sica)
Por mais que promoção de saúde seja um conceito amplo, a escola promotora de
saúde deve realizar ações bem concretas (previamente planejadas e estruturadas) para
que este conceito seja posto em prática. Entre as ações, podemos citar: a) meio ambiente
saudável, b) alimentação saudável, c) bom rendimento escolar, d) articulação com
serviços de saúde, e) atividade físicas, f) formão de profissionais, g) vigilância em
saúde (uso de drogas, preveão ás doenças sexualmente transmissíveis e aids,
prevenção de acidentes e violência, saúde bucal, saúde ocular e auditiva), h) estímulo
aos fatores de proteção.
Falemos, mais especificamente, a partir de agora sobre cada uma das ações de
promoção da saúde no seio do movimento de escola promotora de saúde.
(a) Meio ambiente.
Por meio ambiente entendemos todo o ambiente que nos cerca: a sala de aula, a
escola, o bairro, a cidade, o estado, o país, o continente, o planeta e não apenas em sua
esfera sica, mas também social, econômica, cultural. Segundo a Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS/1999 apud Revista Escola Promotora de Saúde, 1997
SMS/RJ), a questão da qualidade do ambiente
Refere-se à busca por adequadas condições físicas do prédio,
instalações sanitárias e do entorno da escola; garantia de condições
psicológicas e emocionais que favoram o desenvolvimento,
aprendizagem e uma convivência harmônica e solidária na
comunidade; e a construção de espaços mais favoveis à saúde, que
estimulam escolhas mais saudáveis. (p. 54)
(b) Alimentação saudável.
Segundo a Declaração de Adelaide, 1988, os objetivos fundamentais das
políticas blicas de saúde têm que ser a eliminação da fome e da -nutrição. Essas
49
políticas devem assegurar o acesso universal, alimentação de boa qualidade, em
quantidade satisfatória e de acordo com os aspectos regionais. Segundo a Revista Escola
Promotora de Saúde, 1997 SMS/RJ, a alimentação saudável é
essencial para uma vida sauvel, a oferta adequada do alimento, o seu
preparo, o prazer de comer e a atitude durante as refeições, a opção por
alimentos que garantam nutrientes essenciais e pticas
alimentares que evitem o comprometimento do estado de saúde das pessoas
(p.54).
A Conferência de Adelaide recomenda ainda que os governos implementem
imediatamente ações diretas em todos os níveis para aumentar seu poder de compra no
mercado de alimentos e assegurar que os estoques de alimentos sob sua
responsabilidade e controle garantam ao consumidor acesso rápido a uma comida mais
saudável (incluem-se aí, também, os estoques de alimentos em e para hospitais, escolas,
abrigos e locais de trabalho).
(c) Bom rendimento escolar
Por bom rendimento escolar entendemos uma formação integral do indivíduo:
aspectos cognitivos, sociais, afetivos. Para que essa formação integral aconteça, os
indivíduos devem ser vistos de forma heterogênea. A família tem que ser parceira da
escola para que esse bom rendimento seja possível. As propostas de aprendizagem
devem ser as mais individualizadas possíveis.
(d) Articulação com serviços de saúde
Por articulação com serviços de saúde compreendemos uma assistência integral
e não apenas para o educando, mas para todo o ambiente social em que está inserido. E
por serviços de saúde são contemplados não o médico, enfermeiro, assistente social,
bem como os serviços de água encanada, colega de esgoto, transporte público etc.
(e) Atividade sica
O corpo em movimento durante a atividade física realizada na escola am de
promover o bem-estar físico, colabora para o bem-estar emocional e social.
(f) Formação de profissionais
A Formação de profissionais capacitados numa escola promotora de saúde é de
fundamental importância visto que todos os profissionais da escola colaboram para a
construção de ambientes educacionais saudáveis. Essa formação também deve
promover uma reflexão individual e coletiva do papel de cada um na sociedade.
(g) Vigilância em saúde
50
Por vigilância em saúde entendemos os
processos que possibilitem identificar, analisar, acompanhar e
minimizar os agravos à saúde ou situações na comunidade que
coloquem em risco as condições de saúde e da qualidade de vida das
pessoas, inclusive do ponto de vista social (Revista Escola Promotora
de Saúde, 1997 SMS/RJ, v.1, n. 5 p. 55)
(h) Estímulo aos fatores de proteção
E por estímulo aos fatores de proteção entendemos as relações de convincia
que os alunos devem manter com sua família, escola, amigos, determinadas
agremiações ou associações da comunidade ou com a realização de esportes ou de
outras atividades.
Pudemos observar que os componentes citados acima não são os únicos
necessários para uma escola promotora de saúde. E que também as ações de um
determinado componente tem repercussões diretas sobre outro(s) componentes(s), ou
seja, os componentes citados acima não existem isoladamente. E mais: para que as
ações acima sejam o mais eficiente possível, a escola promotora de saúde deve contar
com a participação de toda a comunidade, seja ela escolar ou não-escolar, através de
ações intersetoriais.
3.2. As experiências brasileiras consolidadas
As ações da RLEPS têm frutos espalhados por todo o Brasil. Desse ponto em
diante, apresentaremos, de forma sintética, as experiências no Brasil de Escola
Promotora de Saúde. Tomaremos como referência, o recente documento lançado pelo
Ministério da Saúde, em 2006. As ações foram agrupadas, por questões didáticas, e
serão apresentadas por regiões.
3.2.1 - Região Sudeste
Rio de Janeiro
O município do Rio de Janeiro partiu na frente dos outros municípios brasileiros
no que diz respeito aos programas de promoção da saúde no contexto escolar. Em
meados dos anos 90, o município implantou o Programa de Saúde Escolar, o pontapé
inicial para a execução de propostas e ações em consonância com os princípios da
Escola Promotora de Saúde, conforme Silva (2003):
51
Diferente de propostas verticais e modelos médico-terapêuticos,
essencialmente assistenciais e medicalizantes, o gerenciamento do
Programa de Saúde Escolar do município do Rio de Janeiro se
conduziu, nos últimos anos, na ótica da Iniciativa de Escolas
Promotoras de Saúde o que veio favorecer no espaço da escola, uma
ação mais reflexiva e crítica do conceito de Saúde, com prioridade
para os investimentos na promoção de saúde como melhoria da
qualidade de vida da comunidade escolar e com desenvolvimento de
ações locais participativas.(p.135)
A proposta de escolas promotoras de saúde no município não é uma ação
pontual. uma rede municipal de escolas promotoras de saúde realizando, a partir da
realidade imanente das comunidades, um trabalho inclusivo, estimulando a participação
de todos os envolvidos. O envolvimento de outros setores (prefeitura, organizações não-
governamentais, sociedade civil, outros setores) e de outros programas de saúde
colaborou para a implantação e ampliação efetiva do projeto. Dessa forma o projeto da
rede municipal de escola promotora de saúde dá, cada vez mais, frutos: ―até 2002 foram
trabalhadas 120 escolas (12% da rede escolar) e cerca de 111.600 alunos (16% do total
de alunos)‖. (SILVA, 2003, 136)
De forma bem sintética, podemos organizar historicamente as ações do
município do Rio de Janeiro desde a idealização até a implantação do Programa de
escola Promotora de saúde. Em 1992 houve a Criação da Gerência do programa de
saúde escolas; em 1995, houve a publicação do programa de saúde escolar numa
perspectiva crítica, ou seja, criação de grupos regionais, numa atuação intersetorial e
integrada dos órgãos públicos; em 1999, houve a implantação, intersorialmente, do
projeto ―Nessa escola eu fico‖
9
; em 1999/2003, houve o levantamento de dados,
pesquisas e análises diagnósticas acerca dos fatores de risco e de proteção relacionados
a saúde dos educandos; em 2000/2002, houve a implantação do projeto piloto de escolas
9
Projeto realizado pelas Secretarias de Desenvolvimento Social, de Educação e de Saúde, que envolveu
dezenove escolas municipais com abranncia média de onze mil alunos. A proposta básica era a de
oferecer à escola atividades complementares que criassem um ambiente agradável e um entorno social
privilegiado para o desenvolvimento e aprendizagem nas diferentes linguagens e atividades artísticas,
esportivas e culturais, dentro do contexto histórico e social da comunidade. Alguns de seus principais
objetivos já apontavam componentes de uma Escola Promotora de Saúde: integrar as ações da Política de
Saúde às Políticas Sociais; aumentar o tempo de escola para a criança; melhorar a qualidade da escola
estimulando a capacidade de pensar, agir e decidir de crianças e adolescentes; garantir ação mais
participativa do aluno: auto-estima e ação protagonista; abrir a escola para a comunidade, inclusive
durante o período de férias (recesso) escolares.
52
promotoras de saúde
10
; em 2003/2004 Iniciativa Escolas Promotoras de Saúde e Criação
de Núcleos de Saúde Escolar.
E o trabalho o pára. O acompanhamento do processo permitiu aos gestores,
identificar importantes desafios para consolidação de uma potica de promoção de
saúde na escola‖. (SILVA, 2003, p.138)
O Município do Rio de Janeiro desenvolve ainda estratégias de promoção da
saúde como o Programa de Alimentação Escolar (PAE), o Programa de Redução do
Comportamento Agressivo entre Estudantes, a Promoção da saúde a prática de atividade
física na escola e Programa de saúde do adolescente (Prosad). Falaremos mais
especificamente sobre cada um deles a partir de agora.
O PAE foi implantado em 1956 e é considerado o programa de alimentação e
nutrição mais antigo do país. Os objetivos principais do programa são garantir o acesso
dos escolares à alimentação, à promoção de bons hábitos alimentares e à prevenção de
riscos nutricionais. O PAE acontece, na prática, da seguinte forma: através de projetos
com o Projeto com gosto de saúde, de 2000, que produz material educativo (vídeo para
os alunos e material de apoio pedagógico) que subsidiam as ações pedagógicas acerca
da alimentação, nutrição e saúde na escola. Este projeto está diretamente relacionado
com os princípios da Potica Nacional de Alimentação e Nutrição, a saber: alimentação
e cultura; alimentação saudável; aleitamento materno; obesidade e desnutrição;
atividade física; alimentação na escola; segurança alimentar e nutricional; cuidados com
o corpo e o ambiente.
O município também desenvolve, desde 2002, o Programa de Redução do
Comportamento agressivo entre estudantes. Uma das formas de violência na escola é o
bullying, atos repetidos de opressão, discriminação, tirania, agressão e dominação de
pessoas ou grupos sobre outras pessoas ou grupos, subjugados pela força dos primeiros.
Esses comportamentos anti-sociais são, muitas vezes, ocasionados pela falta de
oportunidades e / ou desestrutura familiar. Vale ressaltar que essas ocorrências de
violência na escola não são prerrogativas exclusivas das classes menos favorecidas e
sim uma questão de saúde pública. Para se combater esse mal, a escola deve,
necessariamente, contar com o envolvimento de professores e toda a comunidade
escolar (funcionários, pais). Um problema tão complexo pode ser solucionado com
10
O projeto foi realizado a partir de um Convênio da prefeitura municipal com a Universidade Federal do
Rio. Envolveu 120 escolas da rede municipal de educação e abrangeu cerca de 114.600 alunos, além de
professores, funcionários e familiares.
53
ações complexas.O programa de Redução do Comportamento agressivo entre
estudantes foi implementado, primeiramente, em 11 escolas, sendo 9 municipais e 2
particulares, totalizando 5.800 alunos. As ações do programa se deram da seguinte
forma: Sondagem, em novembro de 2002; A partir de fevereiro de 2003, abordagem do
tema na comunidade escolar e adoção de estratégias educativas com fins a redução da
agressividade entre os estudantes; Entre agosto e setembro de 2003, segunda fase da
investigação identificar possíveis mudanças a partir das estratégias adotadas. O
período de investigação do programa de Redução do Comportamento agressivo entre
estudantes foi considerado curto porém as melhorias foram logo percebidas.
Outra investigação feita nas escolas do município do Rio de Janeiro detectou o
sedentarismo como um dos fatores responsáveis pelo aumento de condutas nocivas à
saúde e doenças crônicas o-transmissíveis. Mais uma vez a escola retomou seu papel
primordial enquanto espaço de promoção da saúde. O programa Carmem (Conjunto de
Acciones para la Reducción Multifactorial de Enfermedades no Transmisibles) é um
programa da OPAS, de 1997, que reconhece que muitas doenças crônicas não-
transmissíveism seu início nos modos de vida desfavoráveis por isso podem ser
prevenidas ou controladas. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2007).
O programa promoção da saúde à prática de atividade física na escola foi
desenvolvido através de técnicas de investigação quantitativas (questionário) e
qualitativas (grupo focal e observação participante). Em síntese, os resultados apontam
para uma melhor compreensão a respeito da realidade das crianças e dos adolescentes,
estudantes de escolas públicas situadas em Manguinhos.
Desde 1987 as adolescentes do município do Rio de Janeiro já eram atendidos
pelo programa saúde escolar (PSE). Com o reconhecimento da adolescência como um
período de transformações rápidas e intensas e com repercussões diretas na vida adulta,
o município, a partir de 1992, especializou o atendimento ao público adolescente
através do Programa de Saúde do Adolescente (Prosad). Através de ações integradas
(secretaria municipal de saúde e de educação, universidades, Organizações Não-
Governamentais, etc) foram desenvolvidas inúmeras ações de promoção, prevenção e
atenção à saúde do adolescente: Projeto Educarte, de 1994 a 1997; Projeto Vista essa
Camisinha, desde 1997; Projeto Sinal Verde, desde 1998; Projeto Horizontes, desde
1998; Adolescentro; Movimento pela Valorização da Paternidade, desde 2004;
54
Embu São Paulo
O Programa Escola Promotora de Saúde foi implantado no município em 2002 e
atende aos três princípios básicos preconizados pela OPAS: educação para a saúde com
enfoque integral; criação de entornos saudáveis e provisão de serviços de saúde. Os
antecedentes do programa desse município situado na rede metropolitana de São Paulo
são ações, desde 1984, através do Programa de Saúde Escolar (PSE) que passou para a
coordenação da SMS e integrado ao SUS em 1987.
As ões desenvolvidas nesse município, famoso por sua produção artística e
seu centro histórico são: Movimento de Alfabetização de Adultos (Mova); Projeto
Letras e Livros acompanhamento de alunos com dificuldade em leitura e escrita, em
parceria com a Escola de aplicação da Universidade de São Paulo; Projeto Embu na
onda do mar despertar da investigação científica nos alunos; Projeto aventure-se no
conhecimento estudo do município Programa de saúde bucal, desde 1982; Programa
Embu enxergando melhor em parceria com Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP);
O município conta ainda com o sistema de referência e contra-referência.
O sistema de referência e contra-referência entre as escolas e as
unidades de saúde foi reorganizado, com a distribuição regionalizada
das 108 unidades escolares para as nove unidades básicas de saúde,
então existentes no município. Cabe a essas unidades de referência
atuar junto às creches e escolas de sua área de abrangência, para
atenção à saúde, vigilância e educação em saúde. (MINISTERIO DA
SAÚDE, 2007, p.73)
As ações de educação em saúde focam, prioritariamente: na educação ambiental
e prevenção da dengue; sexualidade, gravidez na adolescência e DST/AIDS; promoção
da paz e prevenção de acidentes e violência.
Itaoca São Paulo
A promoção da saúde no contexto escolar está presente no município de Itaoca
(SP) através do Projeto Município Saudável. Este projeto alcançou destaque através dos
interesses e ações de gestores e professores da Escola Elias Laje Magalhães. Nessa
escola foram desenvolvidos, a partir de 2002, projetos na perspectiva da escola
promotora de saúde: motivação do grupo, oficina de sensibilização dos professores,
construção de projeto pedagógico. Os frutos do projeto não demoraram a surgir: no
ano seguinte, teve início o Projeto Fundo de Quintal. Conforme publicação do
55
Ministério da Saúde (2006, p. 189), o projeto Fundo de Quintal tinha como objetivos:
(1) incentivar os jovens à prática de atividades saudáveis na criação e usufruto das áreas
de lazer; (2) desenvolver proposta participativa da comunidade escolar; (3) relacionar-se
com o projeto pedagógico da escola; (4) demonstrar sua reprodutibilidade em outras
escolas e na Delegacia de Ensino, com resultados de experiências bem-sucedidas. O
projeto foi avaliado por alunos e professores envolvidos e os depoimentos mostram uma
experiência bem-sucedida.
Vargem Grande Paulista São Paulo
A estratégia de escola promotora de saúde, em Vargem Grande Paulista teve
início em 1996, quando foi apresentado ao município, pela faculdade de saúde pública
da universidade de São Paulo, o projeto Município saudável - o projeto surgiu em
Toronto, no Canadá no início da década de 70. O objetivo primordial do projeto é a
criação de melhores condições de vida para a população. E o resultado positivo do
projeto depende diretamente da diminuição da exclusão e do estímulo ao exercício de
cidadania.
Após indicação, por parte da secretaria de educação do município, cinco escolas
foram selecionadas. Essas cinco escolas foram transformadas em escolas-los, ou seja,
escolas-modelo, multiplicadoras. Após diagnóstico inicial, a necessidade de trabalhar a
Educação em saúde e Ambiental foi confirmada. E o passo seguinte foi um projeto de
formação continuada de Educação em Saúde e Ambiental para os professores. O projeto
teve uma duração de 30 meses e a partir de 18 meses, os professores das 5 escolas do
Município de vargem Grande Paulista tornaram-se multiplicadores.
A avaliação do projeto é feita periodicamente e os resultados fornecem subsídios
para o planejamento de ações subseqüentes. Os resultados apontam ainda a importância
do papel/participação dos professores na implementação da proposta de escola
promotora de saúde no município.
Jaboticatubas Minas Gerais
Em Jaboticatubas, as ações de educação em saúde estão voltadas, devido à
necessidade da comunidade, à esquistossomose. A doença é realidade constante no
município desde a década de 60. O projeto de controle da esquistossomose e de outras
verminoses foi implantado, inicialmente, em quatro escolas (duas no distrito de São
José de Almeida, uma na localidade de Cipó Velho e outra na localidade de São José da
56
Serra) e contou com a participação de professores, alunos e comunidade não-escolar:
escolha do tema, atualização, curso para os professores. Em 2001, o projeto de controle
da esquistossomose e de outras verminoses foi posto em prática: na primeira etapa,
houve a sensibilização de professores e alunos, busca de materiais sobre o assunto,
visitas de campo; a segunda etapa foi o compromisso de construir projetos de saúde em
parceria com os professores das 4 escolas selecionadas. Foi proposto aos 33 professores
o curso educação em saúde para o controle da esquistossomose.
3.2.2 Região Norte
Tocantins
O estado de Tocantins assume uma posição histórica em relação à articulação
entre educação e saúde no contexto escolar. Mas as ações eram pontuais,
descontextualizadas, baseadas em datas comemorativas e campanhas.
A estratégia de EPS no estado de Tocantins, implantada na esfera estadual em
2002 e em Palmas desde 1999, tem por objetivos contribuir para a elaboração de
política de atenção à saúde escolar; o redimensionamento e a reorientação das ações de
promoção e educação em saúde; a participação da comunidade escolar; a identificação,
prevenção e redução de problemas e riscos para a saúde na escola e na comunidade.
Na estratégia de Tocantins, cada escola conta com o apoio do Agente Escolar de
saúde (AES). As ações dos AES são preventivas, educativas e emergenciais. Os AES
são responsáveis também por coletar, analisar e divulgar os dados do Sistema de
informação de saúde escolar (SIS Escola) para a comunidade. Os principais temas
abordados em 2002 pelos AES foram higiene corporal, saúde bucal, alimentação,
higiene ambiental e dengue. E aos temas, em 2003, foram incluídos os temas nutrição e
lixo. E em 2004, os temas expandiram-se para higiene corporal, saúde bucal, tabagismo,
higiene ambiental, dengue, alimentação.
3.2.3 Região Nordeste
Recife Pernambuco
Em Recife, um projeto de extensão universitária do Núcleo de Saúde Pública e
Desenvolvimento Social da Universidade Federal de Pernambuco (Nusp/UFPE) sobre o
tema violência na escola foi a experiência reconhecida pelo documento do Ministério da
Saúde (2006). Desde 2000, o Nusp/UFPE promove o Fórum Acadêmico Pensando a
Violência. Desse fórum, nasceu o projeto de extensão universitária Reflexão e Ação
57
sobre Violência e Qualidade de Vida. Esse projeto foi, inicialmente, implantado na
RPA-4 (Região Político-Administrativa) do município de Recife. Essa rego,
considerada pela prefeitura como uma das mais violentas, é composta por 12 bairros.
O projeto Reflexão e Ação sobre Violência e Qualidade de Vida contou com a
envolvimento de alunos universitário e órgãos públicos (secretaria municipal de
educação e de saúde) e objetivava sensibilizar os atores sociais a pensar a qualidade de
vida como eixo para minimizar os efeitos da violência nas escolas municipais.
A partir das demandas advindas da própria comunidade, a equipe do projeto
organizou eventos temáticos (as metodologias empregadas nesses eventos foram
sociodrama, arterapia, dinâmicas de grupo, discussões) e os principais temas para
discussão foram: direitos e deveres da criança e do adolescente; afetividade e
aprendizagem; família e escola: um elo na formação do cidadão; violência de casa para
a escola e da escola para a vida; diálogo com a comunidade escolar: que violências nós
vivemos?
Os principais resultados, obtidos a partir de depoimentos de professores, alunos,
família e observações e registros dos estagiários do projeto, foram o interesse em
continuar com o projeto, a veiculação do projeto pela Rádio Universitária AM da UFPE,
o estabelecimento de vínculos entre as escolas e as entidades especializadas no trabalho
com a violência (como o Centro de Referencia para atendimento de crianças e
adolescentes vitimas de violência e exploração sexual).
Maceió Alagoas
O tema gerador da estratégia de Escola Promotora de Saúde no município de
Maceió foi a prevenção de acidentes. Nesse município, a iniciativa de enviar um projeto
(Programa de Prevenção de acidentes e violência na escola) à mara Municipal foi da
Sociedade Alagoana de Pediatria (SAP). A SAP lançou em 2001 o comi alagoano de
saúde escolar. Os principais objetivos desse comitê eram: favorecer ações de promoção
da saúde na comunidade escolar, criar um diagnóstico sobre a situação social, biológica
e psicológica da comunidade escolar e buscar parcerias para os projetos de promoção da
saúde escolar.
A iniciativa do Comitê alagoano de saúde escolar gerou frutos: a secretaria
municipal de educação em Maceió e a secretaria estadual de educação em Alagoas
incluíram o Programa de Prevenção de acidentes e violência na escola no projeto
pedagógico das escolas (PPP).
58
Dois anos depois da implantação do Comitê e a inclusão do programa no PPP,
acontecia a I Jornada Alagoana de Saúde Escolar. Em seguida houve a criação das
Cepaves (Comissão escolar de prevenção de acidentes e violência).
Os resultados do programa, conforme Ministério da saúde (2006, p. 140-141) em
linhas gerais foram: a implantação do programa na rede pública municipal;
envolvimento de 384 membros da Cepave de cada escola, chamados então de
cipaveiros‖; o favorecimento, a partir da implantação dessas Cipaves, de ações mais
articuladas que implementaram a proposta de criar Escolas Promotoras de Saúde nesse
município; a criação do comitê assessor, multiprofissional e interinstitucional; a
formação de alianças e parcerias (como o Centro de Apoio às Vítimas de Crime, o
SESI, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e as empresas privadas; a
elaboração do regimento regulador das Cipaves; a realização de diversos eventos
referentes às demandas mais específicas das escolas (como prevenção de violências
contra a mulher, planejamento familiar, promoções de segurança na infância e
adolescência, meio ambiente saudável, tabagismo e alcoolismo, grupo de estudo sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente, alimentação segura e saudável, campanhas de
imunização, avaliação da acuidade visual e oficinas sobre saúde bucal)
Salvador Bahia
Em Salvador, a violência também foi tema gerador de projetos e programas de
Promoção da saúde no contexto escolar. Lá o projeto Ampliando Espaço para Paz
adotou a arte como técnica lúdica e dinâmica. Durante o ano de 2002, o projeto foi
posto em prática em duas escolas estaduais. Neste mesmo ano foi realizada a fase
inicial, de sensibilização; em seguida, a fase de diagnóstico; num terceiro momento, a
fase de mobilização; e, finalmente, a fase de multiplicação. Logo depois da fase de
sensibilização, a fase de capacitação começou.
Sobral Ceará
No Ceará, os oito projetos e ações, de 1997 a 2004, de promoção da saúde no
contexto escolar presentes na publicação do Ministério da Saúde (2007, p. 279-289)
foram desenvolvidos no município de Sobral.
a) Projeto Semeando Ecologia. Esse projeto foi coordenado pela Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente desde 2003 e conta com o apoio da
59
comunidade escolar e não-escolar, trabalha de forma interdisciplinar, a educação
ambiental.
b) Projeto Amor à Vida: prevenir é sempre melhor. Este projeto, que tem três anos de
existência, e três eixos temáticos (saúde integral do adolescente, desenvolvimento dos
recursos humanos e materiais e articulação intersetorial para o planejamento,
monitoramento e avaliação das ações) é coordenado pela secretaria Estadual de trabalho
e ação social.
c) Projeto Conversando sobre Prevenção das DST/Aids nas escolas. Este projeto
promove oficinas de educação em saúde com adolescentes das escolas públicas do
município de Sobral.
d) Projeto de Apoio aos alunos portadores de necessidades educativas especiais e
dificuldades de aprendizagem.
e) Projeto segundo tempo. Este projeto é uma parceria interministerial (Ministério da
educação e do Esporte) que objetiva a inclusão social através do esporte/ atividades
lúdicas, sob a coordenação de um profissional de educação sica e apoio dos
graduandos em educação física, no turno em que o aluno não está na escola.
f) Pedalando sem dengue. Campanha desenvolvida no ano de 2003, numa parceria das
secretarias municipais de desenvolvimento social e saúde e da educação. A campanha
teve dois momentos distintos: no primeiro, as escolas estiveram envolvidas em ciclos de
palestras e debates sobre a dengue; no segundo momento, havia o sorteio de bicicleta,
por escola. A condição para que os alunos participassem do sorteio era a não existência
de focos de dengue na sua residência.
g) Saúde bucal nas escolas. Devido ao grande número de crianças e jovens com dentes
cariados, perdidos e obturados, o município de Sobral implantou o projeto Saúde bucal
nas escolas. O projeto tinha como ações planejadas identificar crianças de alto risco
para encaminhamento e acompanhamento da família pela equipe de saúde bucal;
viabilizar a escovação dentária dria das crianças; realizar aplicação de flúor;
desenvolver ações educativas; realizar bochecho semanal com flúor; implantar a
Semana de Saúde Bucal.
h) Projeto Escuta Sobral. O projeto tem por objetivo geral orientar a sociedade para a
problemática da surdez. O projeto existe desde 2002 e é executado numa parceria entre
as secretarias municipais de educação, desenvolvimento social e saúde e outros
parceiros.
60
3.2.4 Região Sul
Curitiba Paraná
A experiência Curitiba diz respeito à promoção de ambientes saudáveis. Na
cidade é desenvolvido, desde 2000, o programa gente saudável. O objetivo do programa
é promover a saúde individual e coletiva através de com ações direcionadas para a
população e para o ambiente onde ela vive. O programa é desenvolvido através de
workshop sobre a promoção da saúde na cidade e esses workshops contam com a
participação de comunidades, escolas, universidades, empresas.
Foz do Iguaçu Paraná & Corumbá- Mato Grosso
A questão da saúde sexual e reprodutiva foi tema das Rodas de conversa nos
bairros Cristo Redentor, em Corumbá e Porto Meira, em Foz do Iguaçu. Devido à
carência de ações acerca desses temas, as ONG’s A Comunicação em sexualidades
(ecos) e Panthfinder do Brasil, desenvolveram a estratégia de Rodas de Conversa para,
inicialmente, identificar as preocupações e necessidades da comunidade acerca da
questão da sexualidade e da saúde, para, em seguida, elaborar materiais didáticos.
Há uma experiência, em Ribeirão Preto (SP), que não apareceu na publicação do
Ministério da Saúde. vem sendo desenvolvido o programa de assistência primária de
saúde escolar (PROASE) desde 1985. O programa busca uma reflexão mais profunda e
um melhor entendimento do significado da saúde escolar. O programa tem como
objetivos: (i) promover a atenção integral á saúde do escolar; (ii) contribuir com o
processo de desenvolvimento da criança, (iii) analisar o processo de assistência à saúde
do escolar concebida como uma assistência mediada pelo setor saúde incluindo ações
desde o p-escolar ao adolescente. (FERRIANI, UBEDA, 1998)
O programa foi implantado em todas as escolas municipais e contempla
educandos de 5 até 14 anos. O grupo que presta atendimento à saúde escolar é formado
por equipe multiprofissional. E o programa estabeleceu laços intersetoriais, por isso
encontramos ações de saúde do escolar na escola ações de promoção da saúde através
de atividades educativas e assistenciais à comunidade escolar - nas unidades básicas de
Saúde (UBS) atendimento às crianças encaminhadas com problemas de saúde e
unidade básica distrital de saúde (UBDS) implantação de ambulatórios de saúde
escolar nas áreas de Pediatria escolar, psicologia, fonoaudiologia e enfermagem,
otorrinolaringologia e oftalmologia. Esses ambulatórios têm como objetivos, em linhas
61
gerais: (i) realizar atendimento clínico individual ou em grupo, (ii) orientar pais e
professores, (iii) estabelecer sistema de referencia e contra-referencia, (iv) estabelecer
articulação entre profissionais do setor saúde, equipe técnica que atua na escola e
profissionais do ambulatórios de saúde escolar.
Como pudemos observar ao longo desse estudo, uma nova visão de saúde está
sendo construída. Mesmo que o Brasil não tenha, efetivamente, uma potica nacional de
promoção da saúde na escola, rias iniciativas já foram tomadas (LDB, SUS, PCN’s).
Com essa seção do trabalho que denominamos As experiências brasileiras consolidadas,
pretendemos (re)conhecer as ações e projetos de promoção da saúde no contexto escolar
desenvolvidos em todas as regiões brasileiras. O que pudemos observar é que a maioria
das experiências descritas na seção acima foram iniciativas advindas de fora da escola,
foram propostas por Universidades, Organizações Sociais. E esse caminho percorrido,
de fora para dentro é muitas vezes pontual. E uma conseqüência direta desse movimento
é a não participação efetiva dos professores.
62
4. SAÚDE NA ESCOLA: ALGUNS ESTUDOS
Desde que a mudança do paradigma de saúde
11
aconteceu, a responsabilidade
para com a promoção da saúde deixou de ser, exclusivamente, do setor saúde. Numa
ação intersetorial, como preconizado nas conferências internacionais, a escola também
assume sua postura de agente promotor da saúde e os professores, conseqüentemente,
assumem o papel, também, de educadores em saúde.
Para que uma ação educativa se consolide no ambiente escolar e para que uma
mudança de comportamento aconteça, o professor deve assumir papel essencial como
elo entre a realidade e as ações educativas. Saber o que pensam (conhecimentos) e como
agem (práticas) acerca da questão da saúde na escola nos parece ser o pontapé inicial,
ou seja, faz-se uma sondagem da realidade, propõe-se estratégia de mudança para com
os professores, através do investimento em cursos de formação continuada e, em
seguida, as ações são executadas na escola.
Muito já se pesquisou sobre saúde na escola. Nessa seção do trabalho,
apresentaremos, de forma sintética, algumas pesquisas já disponíveis em versões on-line
sobre saúde na escola. Estas pesquisas (sejam elas dissertações ou artigos científicos)
foram encontradas nas bases de dados Lilacs, Bireme, Scielo a partir do uso dos
seguintes descritores: concepção, saúde, professor, escola. Os estudos apresentados
nesse capítulo foram distribuídos de acordo com o objetivo da pesquisa realizada, ou
seja, fizemos uma distribuição dos estudos em grupos. Os primeiros estudos
apresentados versam sobre a formação dos professores acerca do tema saúde. Os
estudos seguintes tratam das concepções de saúde de vários atores da comunidade
escolar como pais, professores e alunos. Um terceiro grupo de estudos versa sobre
aspectos pontuais da saúde na escola, como as concepções dos atores escolares sobre
violência, alimentação, sexualidade. No quarto grupo de estudos, apresentamos
pesquisas que compreendessem a temática saúde do professor. No quinto grupo,
encontramos pesquisas, que como a nossa, investigam as concepções e práticas de
professores sobre o tema saúde na escola.
A pesquisa de Leonello e L’Abbate (2006) buscou saber se os cursos de
formação de professores (Pedagogia) de uma universidade estadual paulista
11
Antes da Reforma Sanitária, da VIII Conferencia Nacional da Saúde, da promulgação da Constituição
Federal de 1988, da lei que institucionalizou o SUS, a saúde era concebida através do modelo biomédico,
individual, centrada na doença e na cura. Depois houve uma mudança para o modelo holístico e da
preocupação com os determinantes sociais para a promoção da saúde.
63
contemplam a questão da saúde na escola e como o fazem. Essa investigação foi feita
em duas partes: na primeira, foi analisado o currículo do curso; e na segunda, a
compreensão dos estudantes de Pedagogia sobre o tema. As respostas dos alunos foram
obtidas através de um questiorio e revelaram que 65% dos respondentes não
percebem esta abordagem no currículo, porém 85% consideram a atuação do pedagogo
indispensável para o desenvolvimento do tema no ambiente escolar. Em relação ao
currículo, observou-se que duas, das 73 disciplinas analisadas trabalham, de modo
explícito, a Educação em Saúde na escola.
Em estudo semelhante, Barretto et al, (2008), foram examinados, através da
análise documental das grades curriculares, se os currículos de enfermagem e pedagogia
das três universidades atuantes em Fortaleza contemplavam a questão da educação em
saúde. Os resultados mostraram que em apenas duas delas, e apenas nos cursos de
enfermagem, a disciplina de educação era ofertada.
Quando pensamos em escola, temos que nos lembrar que não apenas os
professores são atores importantes para a educação e promoção da saúde, mas os pais
dos alunos e os alunos também o são. Encontramos um estudo que confronta as
perspectivas de pais e professores, e outro estudo que confronta a opinião de professores
e alunos, no tocante a questão da educação em saúde.
A pesquisa de Boruchovitch et al (1991) buscou compreender o que professores
e alunos do primeiro grau de 10 escolas blicas e particulares do município do Rio de
Janeiro pensam sobre doença e como cuidam de sua saúde. Os resultados da pesquisa
apontam que tanto os professores quanto os alunos pensam a saúde e a doença pelos
seus aspectos biológicos e orgânicos.
ainda estudos realizados cuja atenção não escentrada no que pensam os
professores, mas as próprias crianças, como a pesquisa de Moreira e Dupas (2003) cujo
objetivo era compreender o significado que a criança, na faixa etária de 7 a 12 anos,
atribui à saúde e à doença. As crianças foram divididas em dois grupos: o grupo de
crianças hospitalizadas e o grupo de crianças não-hospitalizadas, freqüentadoras da
escola regular. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e as
conclues alcançadas são a de que as crianças dos dois grupos percebem a saúde como,
algo que lhe proporciona liberdade, e que está condicionada aos cuidados com o corpo e
com a alimentação. Quanto à concepção de doença, a criança na escola procura
compreender a doença, suas causas e conseqüências. A criança hospitalizada conta sua
experiência enfatizando sua própria doença e situação.
64
O estudo de Santos e Oliveira (2004) teve como objetivo mostrar, sob a
perspectiva de pais ou responsáveis e professores, a realidade da Promoção e Educação
em Saúde em escolas do e ciclos do ensino fundamental da Ceilândia. As
conclusões apresentadas foram que o grupo dos pais e responsáveis é composto pela
maioria do gênero feminino e que esse grupo se preocupa sim com os cuidados de
higiene na escola. para a maioria do grupo de professores não ficou tido o conceito
de promoção de saúde, os educadores assumem não estarem qualificados para
desempenhar o papel de educador em saúde, reconhecem a necessidade de colaboração
de profissionais de saúde para atuar em conjunto no processo ensino-aprendizagem e
também expressam o desejo de serem capacitados em educação em saúde.
Pudemos detectar, através desse levantamento de pesquisas, que alguns estudos
focam em determinados aspectos da saúde escolar.
Santos, Dias e Martins (1995) investigaram os conhecimentos e as práticas de
professores e alunos de 1º grau acerca das práticas populares de cura objetivando
também resgatar esse conhecimento popular. A metodologia de investigação utilizada
foi quantitativa, os questionários aplicados a 105 professores e 162 alunos das 1a à 4a
séries do grau de quatro escolas da periferia de Belo Horizonte. A conclusão
apresentada pelo estudo foi de que, na amostra pesquisada, a medicina alternativa é
conhecida e utilizada.
No estudo de Calero e Santana (2001) foi aplicado um questionário com 399
adolescentes, de ambos os sexos, de 4 escolas secundárias de Cuba. Os resultados
identificaram diferenças significativas entre as percepções dos estudantes do sexo
feminino e masculino sobre o momento certo para iniciar a vida sexual, os riscos de
uma gravidez na adolescência e os riscos de um aborto e a família é pontada como a
principal causa de uma educação sexual tão diferenciada entre meninos e meninas.
Armond, Temporini e Alves (2001) realizaram um estudo transversal
12
numa
população de 545 professores de primeira série do ensino fundamental, de todas as 120
escolas públicas da região sul do município de São Paulo. Foi aplicado um questionário
estruturado e os resultados obtidos deram conta de que a média de idade da população
de professores era de 37,8 anos e a média de tempo de magistério de 13,2 anos. A
maioria (67,4%) não recebeu orientação sobre saúde ocular, os professores
12
Em estudos transversais (cross-sectional) a determinação de todos os parâmetros é feita de uma só vez,
sem nenhum período de acompanhamento, ou seja, num ponto determinado do tempo. O pesquisador
delimita uma amostra da população e avalia todas as variáveis dentro dessa amostra. (REIS, CICONELLI,
FALOPPA, 2002, p.54)
65
conseguissem distinguir mais corretamente os sinais de miopia (70,8%) do que os de
hipermetropia (42,9%) e astigmatismo (40,9%). Ficaram evidentes, neste estudo,
conhecimentos distorcidos e/ou insuficientes entre professores do ensino fundamental a
respeito de erros de refração manifestados na idade escolar.
O estudo de Silva (2002), de natureza quantitativa-qualitativa, teve como
objetivos investigar os conhecimentos e opiniões dos professores da Rede Pública
Estadual do ensino fundamental do Município de São Paulo, sobre os programas de
saúde bucal desenvolvidos nas Unidades Escolares e sobre a iniciativa das Escolas
Promotoras de Saúde. Os dados foram coletados, com 166 professores do ensino
fundamental I em 32 escolas, através de um questionário. Os resultados apontam para
um desconhecimento do conceito de escola promotora de saúde e uma classificação dos
programas de saúde bucal em: bom (42%), efetivo (99%). Os programas de saúde bucal
analisados não priorizavam e educação em saúde como estratégia de promoção de
saúde.
Em Fernandes e Sousa (2004) o objetivo do estudo era identificar a percepção do
estigma da epilepsia em professores, levando-se em consideração os aspectos
acadêmicos, psicológicos e culturais desta condição. Para a coleta de dados foi aplicado
questionário a respeito da epilepsia para professores do ensino fundamental da rede
pública de ensino em Campinas. Dos 94 questionários respondidos, observou-se que
91,5% dos professores pesquisados sabem que a epilepsia é uma desordem neurológica;
40,0% acham que o tratamento deve ser feito com acompanhamento dico e 96,8%
acreditam que as crianças com epilepsia devem freqüentar escola comum. Em relação às
crenças, a que mais apareceu foi o medo da criança engolir a língua durante a crise. Os
professores pesquisados mostraram possuir conhecimentos adequados a respeito da
epilepsia, o que contradiz o observado nas atitudes sociais encontradas em nossa
sociedade, que são caracterizadas por preconceito e estigma. Um outro estudo sobre as
opiniões dos professores sobre crianças com epilepsia, foi realizado por Pripc et al
(2003). Os dados foram coletados com 216 professores e revelam que a maioria não tem
uma concepção exata das capacidades das crianças com epilepsia. Quase a metade dos
professores acredita que as crianças com epilepsia diferem das crianças saudáveis em
seu comportamento. A maioria dos professores (60%) recebeu a informão de que a
criança tinha epilepsia por outras fontes e não através dos pais das crianças. Um terço
dos professores não se sente confiante em seu trabalho com crianças com epilepsia. A
66
grande maioria (91.2%) dos professores deseja receber informações adicionais e
instrução sobre a epilepsia.
A pesquisa descritiva, quantitativa realizada por Anastácio, Carvalho e Clémente
(2005) foi realizada com professores, através da aplicação de questionário acerca da
educação sexual. Os professores expressaram a necessidade de formação para abordar a
questão da educação sexual.
O estudo de Simgapa, Ferriani e Nakano (2005) teve como objetivo entender a
percepção de professores de educação básica sobre os fatores que protegem contra o
consumo de álcool. A pesquisa foi exploratória, de natureza qualitativa. Os dados foram
coletados com 25 professoras através de entrevistas semi-estruturadas e observação não-
estruturada. Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo. Os
resultados apontam que o álcool é visto como uma substância nociva e o alcoolismo
como uma situação problema cio-cultural; a escola é vista como espaço de proteção
quando é associada com informação, comunicação, educação, ou cuidado e o professor,
por mais que compreenda sua função, não se sente preparado para desempenhá-la.
Castro et al (2007) realizaram estudo cujo objetivo era apresentar o
delineamento e a experimentação de todo educativo para promoção da alimentação
saudável. O estudo foi realizado com 116 participantes da comunidade escolar
(merendeiras, professores, alunos) através de oito oficinas educativas. Os resultados
apontam que o modelo experimentado nas oficinas configura-se em inovação
metodológica no campo das práticas educativas para promoção da alimentação saudável
e mostrou-se factível de ser aplicado.
O estudo descritivo de Carvalho, Temporini e Kara-José (2007) teve como
objetivos verificar as opiniões de professores sobre saúde ocular, identificar a percepção
dos professores em relação ao treinamento fornecido para execução da campanha. Os
dados foram coletados através de questiorio com 1.517 professores da primeira série
do Ensino Fundamental do sistema público de ensino de 27 Estados brasileiros. Os
resultados mostram que 82,0% dos educadores declararam ter recebido orientações e
58,0% não apontaram dificuldades. 32,0% relataram dúvidas em relão às atividades
da campanha e o profissional mais procurado para solucioná-las foi o profissional da
Secretaria da Educação (38,0%). As conclusões apontadas pelo estudo mostram que a
maioria dos professores considerou-se bem orientado e treinado para participar da
campanha. O treinamento aos professores foi fornecido por profissionais
administrativos após orientação de oftalmologistas ("efeito multiplicador") e o pequeno
67
percentual com vidas indica sua validade. Foram relatadas preocupações com o aviso
para realização do exame oftalmológico, o transporte dos escolares e a entrega dos
óculos.
Pudemos detectar a violência como tema recorrente em pesquisas quando se
pensa na questão da saúde na escola: Abramovay (2002) sobre a concepção de alunos
sobre violência na escola; Brino e Williams (2003) sobre as concepções de 20
educadoras de escolas municipais de educação infantil sobre o abuso sexual de crianças;
Ristum e Bastos (2004) sobre o conceito de violência de professores do ensino
fundamental de escolas blicas e particulares; Loureiro e Queiroz (2005) sobre as
concepções de educadores e estudantes de escola particular sobre violência na escola;
Pereira e Williams (2008) sobre as concepções das educadoras sobre violência
doméstica e desempenho escolar da criaa vitimizada.
um amplo estudo, Abramovay (2002), sobre as concepções de alunos do
ensino fundamental e médio, de escolas blicas e particulares, de 14 capitais
brasileiras. Os dados iniciais foram coletados através de questionário com 33. 655
alunos, em seguida foram realizados grupos focais
13
com alunos em cada uma das
capitais pesquisadas. Os resultados apontam que a violência possui repercussões
importantes nos estudos e na sociabilidade dos alunos, e que essa influência é mais
claramente percebida pelos alunos da rede blica, sem distinção quanto ao sexo ou à
ocupação.
Brino e Williams (2003) realizaram estudo de natureza qualitativa, com 20
professoras de educação infantil sobre suas concepções acerca do abuso sexual contra
crianças. As informações obtidas através de entrevistas foram analisadas e divididas em
sete categorias. Os resultados indicam que a maioria das educadoras possuía
informações insuficientes acerca do tema e afirmava adotar procedimentos inadequados
diante dos casos de crianças que sofreram abusos sexuais.
Ristum e Bastos (2004) realizaram uma pesquisa qualitativa cujo objetivo era
descrever e contextualizar o conceito de violência de 47 professoras do ensino
fundamental e comparar as concepções dos professores da escola pública e da
particular. Os dados foram obtidos através de entrevista semi-estruturada e os resultados
13
Técnica de pesquisa que coleta dados por meio das interações grupais ao se discutir um tópico especial
sugerido pelo pesquisador. Como técnica, ocupa uma posição intermediária entre a observação
participante e as entrevistas em profundidade. Pode ser caracterizada também como um recurso para
compreender o processo de construção das percepções, atitudes e representações sociais de grupos
humanos. (GONDIM, 2002, p. 3)
68
revelaram que a violência, foi caracterizada pelos professores como formas de agressão
física, assalto e agressão verbal. As diferenças encontradas pelo estudo quanto às
concepções de violência entre professoras de escolas públicas e particulares foram
relacionadas às características de seus ambientes de trabalho.
Loureiro e Queiroz (2005) realizaram pesquisa qualitativa sobre as concepções
de violência escolar da equipe pedagógica e de um grupo de estudantes de uma escola
particular na Grande Vitória. O estudo objetivou saber o que pensavam e como lidavam
os entrevistados com a questão. Os dados foram coletados através de entrevistas e
categorizados segundo a teoria da análise de conteúdo de Bardin. Os resultados
mostraram que a maioria dos entrevistados a violência na escola sob os aspectos
físico e verbal. As causas da violência na escola foram relacionadas à família
desestruturada e ao ambiente em que o aluno ou a escola está inserido, o que, segundo
os pesquisadores, indicaria uma visão pouco crítica das dinâmicas tecidas dentro da
escola.
Pereira e Williams (2008) realizaram estudo qualitativo cujo objetivo foi
identificar as concepções das educadoras sobre violência doméstica e desempenho
escolar da criança vitimizada. Os dados foram coletados através de entrevista com 18
professoras e 10 diretoras. Os dados obtidos revelaram que as educadoras possuem
noções sobre violência doméstica e como devem proceder com as vítimas e que a
escola, com toda sua limitação, é um espaço de segurança para a criança vitimizada.
Buscamos também publicações que fizessem associação entre saúde na escola e
professor. Surgiram pesquisas onde a saúde do professor é o foco da pesquisa. Mas o
aspecto quase sempre levando em conta é o aspecto vocal.
Em Fuess e Lorenz (2003) encontramos estudo cujo objetivo era observar a
prevalência da disfonia em professores de pré-escola e da escola primária e avaliar
fatores e sintomas associados. Foi um estudo transversal, de natureza quantitativa, com
451 professores de 66 escolas municipais de Mogi das Cruzes. Os resultados mostraram
que 80,7% dos professores referiram algum grau de disfonia, e que havia relação direta
entre a freqüência de disfonia e a carga horária semanal e o número de alunos por classe
além de associação significativa com presença de sintomas de rinite alérgica e refluxo
gastro-esofágico. As conclusões do estudo mostraram elevada prevalência de disfonia e
a necessidade de medidas preventivas como a redução da carga horária e do número de
alunos por classe, bem como o tratamento de afecções concomitantes
69
Em Penteado (2007) o objetivo do estudo era conhecer percepções de
professores acerca do processo saúde-doença relacionado à voz. Foi realizada uma
pesquisa qualitativa, os dados coletados através da técnica do grupo focal e analisados
através da técnica de análise de conteúdo
14
. As conclusões alcançadas pelo estudo
confirmam a necessidade dos profissionais envolvidos com a promoção da saúde
docente assumirem a saúde como um recurso aplicado à vida das pessoas, ampliando
seus objetivos e focos de ação, incluindo questões da organização do trabalho e vida
cotidiana, subjetividade e qualidade de vida.
Em Penteado e Pereira (2007), o estudo teve como objetivo avaliar aspectos
associados à qualidade de vida de professores e buscar relações com questões de saúde
vocal. Foi constitda uma amostra de 128 professores de ensino médio de quatro
escolas estaduais de Rio Claro, São Paulo, em 2002, foram aplicados os questionários
World Health Organization Quality of Life/bref e Qualidade de Vida e Voz. Os
resultados mostraram que a maioria avaliou a voz como boa (42,2%) e o escore médio
do questionário de avaliação de qualidade de vida foi 66. As conclusões do estudo
apontaram que apesar de razoavelmente satisfeitos com a voz e a qualidade de vida, os
professores mostraram dificuldades na percepção do processo saúde-doença.
O estudo de Silverio et al (2008) teve como objetivo analisar as queixas, os
sintomas laríngeos, hábitos relacionados ao desempenho vocal e o tipo de voz de
professores de uma escola da rede blica de ensino antes e após a participação em
grupos de vivência de voz. Os resultados mostraram que 73% apresentaram queixas
vocais; 57,14% apresentaram rouquidão de grau leve e moderado, 78,57% apresentaram
soprosidade e 52,38% apresentaram tensão na voz. O estudo concluiu que
necessidade de ações educativas processuais, como os grupos de vivência de voz.
Não que estudos que tratam da saúde vocal dos professores não sejam
relevantes, mas a saúde do professor não se limita às cordas vocais. Percebemos a
necessidade de estudos com foco na saúde do professor levando em conta outros
aspectos.
Pesquisas como a nossa, com o intuito de conhecer, de forma abrangente, as
concepções e/ou práticas de professores sobre a saúde na escola são mais raras.
14
A análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que
está sendo dito a respeito de determinado tema, ou seja, a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas
de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens (quantitativos ou o) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (Bardin 1977, p. 42) .
70
A pesquisa de Temporini (1988) teve como objetivo estudar o preparo de
professores para realizarem ações que visam à identificação e atendimento de escolares
com problemas de saúde. O estudo contemplou a abordagem quantitativa através da
aplicação de questionário com 532 professores da primeira série do primeiro grau das
escolas estaduais em treze municípios do Estado de São Paulo. Os resultados revelaram
que 74,3% dos professores se consideraram atingidos pela orientação sobre observação
de saúde e medidas para solucionar desvios de saúde.
Em Feijão (2003) encontramos estudo cujo objetivo era identificar na proposta
pedagógica de duas escolas públicas de Fortaleza, as concepções e ações acerca da
educação em saúde. O estudo foi realizado sob a perspectiva qualitativa e os
informantes do estudo eram compostos por 13 sujeitos. Os dados obtidos revelaram a
visão biomédica da saúde por parte dos professores entrevistados. Os professores
apontaram ainda os entraves para a educação em saúde na escola: inadequação do
espaço sico, conflitos na relação professor-aluno, pouca participação da família e da
comunidade, baixos salários, jornadas de trabalho incompatíveis com as atividades.
O objetivo do estudo de Fernandes, Rocha e Sousa (2005) era investigar,
quantitativamente, através de um questionário semi-estruturado, a concepção sobre a
saúde do escolar de 45 docentes do ensino fundamental e caracterizar a formação desses
profissionais nessa temática. A pesquisa demonstrou que 77,7% dos docentes
estudavam conteúdos relacionados à saúde, que 33,33% consideraram difícil trabalhar
com o conteúdo saúde por causa da falta de material didático apropriado.
O estudo de Guimarães, Melo, Silva e Fernandes (2005), teve como propósito
investigar a concepção dos docentes de ensino fundamental do município de Jequibá,
Bahia sobre a saúde do escolar e caracterizar a formação recebida pelos profissionais. O
estudo contou com a participação de 42 professores e utilizou-se de metodologia
quantitativa, sendo a coleta de dados feita através de questiorio semi-estruturado. Os
resultados demonstraram que 62% dos professores investigados estudaram o conteúdo
saúde, mas que 57% apresentavam dificuldade para trabalhar o assunto por causa da
falta de subsídios teóricos.
A pesquisa de Barros (2006) que travava do ensino dos temas transversais meio
ambiente e saúde, voltado às etapas iniciais do ensino fundamental foi realizado numa
instituição blica federal de ensino do estado do Rio de Janeiro. Os dados foram
coletados através de análise documental, observação das práticas pedagógicas e através
de entrevistas com professoras para perceber as concepções de meio ambiente e saúde
71
que orientam as suas práticas. Os resultados apontam que houve mudança na proposta
curricular acerca da concepção de meio ambiente, passando de uma visão utilitarista e
antropocêntrica para uma concepção globalizante após a elaboração do Projeto Político-
Pedagógico (PPP) da instituição, em 2001. Através da observação, foi detectado que as
concepções norteadoras são, prioritariamente, a dos professores, mais do que aquelas
oficialmente assumidas pelo PPP institucional. Os dados obtidos através dos
questionários mostram que as maiores dificuldades apontadas pelos docentes para
efetivação de um trabalho com meio ambiente e saúde são a falta de estudo e diálogo
entre os pares.
O estudo de Marques (2007) objetivou conhecer, através de um estudo
qualitativo com 29 professores da rede municipal de São Paulo, as concepções destes
acerca da educação, da saúde e do meio ambiente na escola. Os resultados da pesquisa
demonstram que são vários os fatores que interferem na qualidade da educação
pública como o descaso com a educação pública e não envolvimento dos professores.
A pesquisa de Santos e Bógus (2007) teve como objetivo identificar o
entendimento e a percepção que educadores de uma escola pública paulistana têm
quanto às temáticas educação em saúde e promoção da saúde na escola e quanto às
práticas desenvolvidas no ambiente escolar para promover saúde. Os resultados
mostraram que as práticas educacionais o bastante heterogêneas, mas
predominância de uma concepção especialista, ou seja, o professor de Ciências é
considerado o mais habilitado a desenvolver práticas de educação em saúde. Também se
observou, em geral, tendência à visão assistencialista, que se baseia na preocupação
com o cuidado pontual, sem, muitas vezes, considerar condições hisrico-sociais da
comunidade escolar. Quanto ao desenvolvimento de ações relacionadas à promoção da
saúde, a maioria dos professores exclui-se do processo de planejamento e execução e
atribui esse papel ao diretor e ao coordenador pedagógico. Assim, sua atuação é
marcada pela realização de tarefas, definidas pelos que ocupam outras funções,
caracterizando um distanciamento entre as atividades de planejamento e as de ação.
Embora a maioria não participe de entidades civis, houve referência ao estabelecimento
de um sistema de parceria com a comunidade e com instituições da sociedade civil
como algo importante para a construção de ações sob o enfoque da promoção da saúde.
Os estudos mostrados acima apontam que autores preocupados com a
formação dos professores no tocante à questão da saúde na escola, que há muitas
72
pesquisas sobre aspectos pontuais da saúde na escola sendo realizadas e que quando se
pensa em saúde do professor, as pesquisam levam, quase que exclusivamente em
consideração, somente o aspecto vocal.
A importância de conhecer as concepções de professores acerca dos objetos de
estudo não se reflete somente na escola. Encontramos estudos como o de Henrique e
Ros (2004) e Franco e Boog (2007). Aquele preocupado com as concepções dos
professores do curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
sobre Sistema Único de Saúde (SUS); este com a relação teoria-prática na disciplina de
educação nutricional.
A relevância e a pertinência de nosso estudo devem-se ao fato de que os
conhecimentos de saúde que temos podem e devem ser levados em consideração
quando da implementação de ões e/ou políticas públicas.
73
5. METODOLOGIA
Enquanto tentativa de explicar a realidade, a ciência caracteriza-se por ser
uma atividade metódica. É uma atividade que, ao se propor conhecer a
realidade, busca atingir essa meta por meio de ações passíveis de serem
reproduzidas. O método científico é um conjunto de concepções sobre
homem, a natureza e o próprio conhecimento, que sustentam um conjunto de
regras de ação, de procedimentos, prescritos para se construir conhecimento
científico. O método não é único nem permanece exatamente o mesmo,
porque reflete as condições históricas concretas do momento histórico em
que o conhecimento foi elaborado. (ANDERY et al, 1999,p.4)
5. 1 Tipo de estudo
Esta pesquisa consistiu num estudo transversal, analítico com abordagem
quantitativa sobre as concepções e práticas de saúde do professor do ensino
fundamental I do município de Fortaleza.
Trivinos (1987) define o estudo descritivo cujo foco essencial reside
no desejo de conhecer a comunidade, seus traços característicos, suas
gentes, seus problemas, suas escolas, seus professores, sua educação,
sua preparação para o trabalho, seus valores, os problemas do
analfabetismo, a desnutrição, as reformas curriculares, os métodos de
ensino, o mercado ocupacional, os problemas do adolescente etc.
(p.110)
E por estudo do tipo transversal compreendemos o recorte da realidade, ou seja,
estudo de determinado momento, e não o estudo histórico. Para Demo (1985), a
realidade é o maior problema da ciência, uma vez que a tentativa de compreender a
realidade é sempre uma tentativa parcial e a compreensão da realidade é sempre
imperfeita, ou seja, nas palavras do autor Por isso pesquisamos, porque a realidade
nunca estará suficientemente estudada‖. (p. 13) Essa definição nos parece um tanto
pleonástica, uma vez que a ciência é, essencialmente, um recorte da realidade.
5.2 Local e Período do estudo
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006), o município de
Fortaleza possui uma população estimada em 2.374.944 habitantes (julho de 2005) em
uma área territorial de 313 Km². A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza
organizou sua rede de assistência em Secretarias Executivas Regionais (SER), e tem
como meta a execução de poticas blicas que visam o atendimento das necessidades
e demandas das comunidades, visando à melhoria da qualidade de vida da população
74
(SMS, 2006). Conforme informações obtidas no site da secretaria de saúde do
município de Fortaleza, a SER I compreende as escolas municipais situadas em 14
bairros: Alagadiço/São Gerardo, Álvaro Weyne, Barra do Ceara, Carlito Pamplona,
Cristo Redentor, Farias Brito, Floresta, Jacarecanga, Jardim Guanabara, Jardim Iracema,
Monte Castelo, Moura Brasil, Pirambu, Vila Ellery, Vila Velha.
A SER II compreende as escolas municipais situadas em 21 bairros de Fortaleza:
Aldeota, Cais do Porto, Centro, Cidade 2000, Cocó, Diosio Torres, Dunas, Eng.
Luciano Cavalcante, Guararapes, Joaquim Távora, Meireles, Mucuripe, Papicu, Praia de
Iracema, Praia do Futuro I, Praia do Futuro II, Salinas, Varjota, São João do Tauape,
Vicente Pinzon, de Lourdes.
A SER III compreende as escolas municipais situadas em 16 bairros: Amadeu
Furtado, Antonio Bezerra, Autran Nunes, Bela Vista, Bom Sucesso, Dom Lustosa,
Henrique Jorge, João XXIII, Jóquei Clube, Padre Andrade, Parque Araxá, Parquelândia,
Pici, Pres. Kennedy, Quintino Cunha, Rodolfo Teófilo.
A SER IV compreende as escolas municipais situadas em 19 bairros: Aeroporto,
Benfica, Bom Futuro, Couto Fernandes, Damas, Demócrito Rocha, Dendê, Fátima,
Itaóca, Itaperi, Jardim América, José Bonifacio, Montese, Pan Americano, Parangaba,
Parreao, Serrinha, Vila Pery, Vila União.
A SER V compreende as escolas municipais situadas em 18 bairros: Bom
Jardim, Canidezinho, Conjunto Ceara I, Conjunto Ceara II, Conjunto Esperança,
Genibau, Granja Lisboa, Granja Portugal, Jardim Cearense, Prefeito José Walter,
Manoel Sátiro, Maraponga, Mondubim, Planalto Airton Senna, Parque Pres. Vargas,
Parque São José, Parque Santa Rosa, Siqueira.
A SER VI, por sua vez, compreende as escolas municipais situadas em 27
bairros: Aerolândia, Alagadiço Novo, Alto Da Balança, Ancuri, Barroso, Cajazeiras,
Cambeba, Castelão, Cid. Dos Funcionários, Coacu, Curió, Dias Macedo, Edson
Queiroz, Guajeru, Jangurussu, Jardim Das Oliveiras, Lagoa Redonda, Mata Galinha,
Messejana, Parque Dois Irmãos, Parque Iracema, Parque Manibura, Passaré, Paupina,
Pedras, Sabiaguaba, Sapiranga/Coité
Essa mesma divisão em SER é utilizada pela secretaria municipal de educação.
As escolas municipais de Fortaleza estão divididas pelas SER’s como mostra o quadro a
seguir:
75
Tabela 01: Distribuição de Escolas da Rede Municipal de Fortaleza por SER
Secretarias
Executivas
Regionais
Escolas Rede Municipal de Fortaleza
Principal
Anexo
Creches
Especial
SER I
38
11
13
2
SER II
20
2
07
5
SER III
33
13
11
-
SER IV
20
5
11
1
SER V
72
11
27
-
SER VI
65
29
14
-
Total: 248
FONTE: SME (2007)
Na tabela acima podemos perceber que há menor concentração de escolas nas
SER II e IV e uma maior concentração nas SER V e VI.
Os dados dessa pesquisa foram coletados entre os meses de maio/08 a
setembro/08, excetuando-se o mês de julho (mês de férias escolares).
5.3 População e Amostra
Por população compreendemos todo o conjunto dos elementos que se deseja
estudar e por amostra compreendemos como um subconjunto da populão desejada. A
amostra é definida baseando-se no critério de representatividade numérica que permita a
generalização dos conceitos teóricos.
5.3.1 População
A populão objeto dessa pesquisa foi constituída de professores efetivos de
ensino fundamental I das escolas municipais principais de Fortaleza que ministravam
aulas no ano de 2008. Para efeito de cálculo consideraremos somente as professores
efetivos atuantes nas escolas blicas principais, desconsiderando os anexos, as escolas
especiais e as creches municipais. Os professores dos anexos não participaram do
estudo porque estes apresentam estruturas diferenciadas das escolas principais e
encontram-se em fase de extinção; e os professores das escolas especiais foram
excluídos da pesquisa porque achamos que estes têm formação profissional diferenciada
e/ ou porque, nas circunstâncias em que atuam, devem ter, obrigatoriamente, uma
atenção mais hostica e humanizada do processo ensino-aprendizagem e da relação
76
professor-aluno e os professores das creches municipais também foram excluídos da
pesquisa porque eles atuam na chamada educação infantil e não no ensino fundamental.
De acordo com SME (2007) o município de Fortaleza tem 3676 professores
efetivos atuando no ensino fundamental I e 398 professores substitutos atuando no
mesmo vel de ensino, totalizando 4074 docentes. Para efeito desta pesquisa, somente
participaram os professores efetivos. Houve uma aceleração na expansão do ensino para
crianças e jovens, mas esta não se fez acompanhada pelo aumento de concursos para os
professores.
A CF/88 prevê a investidura em cargo ou emprego público condicionada à
aprovação prévia em concurso público de provas e/ou provas e títulos. O que existe na
prática são outras modalidades de contrato na rede pública: os professores substitutos ou
professores temporários. Estes contratos temporários são uma forma dos governos de
reduzir o custo fixo com pessoal. Mas a contratação desse tipo de mão-de-obra tem duas
conseqüências principais: o aprendizado dos estudantes acaba muito prejudicado e a
vida pessoal do docente também é diretamente afetada.
Segundo Guimarães e Faria (2007) há estudos que mostram que os professores
substitutos ou temporários têm a sensação de culpa por se achar menos capacitado que
os demais e que isso se traduz em problemas como a chamada síndrome de Burnout, um
sentimento de profundo estresse por não reconhecer em si próprio o perfil do bom
educador.
Os professores efetivos, sujeitos desse estudo, estão distribuídos pelas escolas
das SER’s como mostra o quadro a seguir:
Tabela 02: Distribuição de docentes efetivos atuando no ensino fundamental I da Rede
Municipal de Fortaleza por SER
mero de professores
545
352
520
301
1025
933
Total = 3.676
FONTE: SME (2007)
77
Na tabela acima podemos visualizar a distribuição dos professores efetivos de
ensino fundamental I pelas seis SER’s de Fortaleza. Mas, pelos dados fornecidos pela
SME, não temos como distinguir os professores que atuam em escolas principais,
anexos e especiais.
5.3.2 Amostra
Por que optamos por um estudo amostral? Algumas características nos ajudam a
responder tal questionamento: (1) Economia, (2) Menor tempo, (3) maior qualidade nos
dados levantados, (4) mais fácil, com resultados satisfatórios. duas técnicas distintas
de amostragem: a probalística (aleatória) e a não probastica (não-aleatória).
As escolas de cada SER foram, neste estudo, selecionadas por meio de amostra
aleatória simples, ou seja, colocamos o nome de todas as escolas de cada SER e fizemos
um sorteio.
Após a definição das escolas de cada SER (amostra aleatória simples),
selecionamos os professores-informantes sujeitos do estudo através do critério da
conveniência, ou seja, para efeito da pesquisa consideramos todos os questionários
respondidos por professores de ensino fundamental I de cada uma das escolas visitadas.
Tabela 03 Proporção do número de escolas e do número de professores por SER
SER
Proporção escolas
Proporção professores
I
,15
,15
II
,08
,09
III
,13
,14
IV
,08
,08
V
,29
,28
VI
,26
,25
Como vimos anteriormente, não um número equitativo de escolas principais
distribuídos pelas SER’s, ao contrário, uma maior concentração dessas escolas
principais nas regionais V e VI. A tabela acima representa a proporção de escolas e de
professores de casa SER.
78
Para o lculo da amostra de professores a ser tomada, utilizou-se a seguinte
fórmula:
n= Z
2
.p.q.N
p.q.Z
2
+ (N-1).e
2
onde:
n = tamanho da amostra aleatória simples
Z = 1,96
p = intervalo de confiança de 95%
e = precisão de10%
N = Tamanho da população
Fazendo-se na fórmula anterior tem-se n = 93,6, ou seja, aproximadamente 94
professores. A amostra mínima de professores para a realização do estudo foi de 94
professores, mas foi usada uma amostra de conveniência que ultrapassou o número
mínimo. Foram aplicados questionários com 257 professores.
Critérios para a seleção da amostra de professores
Os professores participantes dessa pesquisa atenderam a algumas exigências
(critérios de inclusão):
Deviam ser professores de escolas públicas municipais, do tipo principal,
de Fortaleza;
Deviam ser professores efetivos de ensino fundamental I;
Deviam estar lecionando no período da pesquisa;
5.4 Coleta de dados
Para coletarmos os dados fizemos uso de um questionário, auto-aplicável,
constando de questões fechadas e abertas (Apêndice A) que foi aplicado com os
professores da amostra selecionada em cada escola. As questões do nosso trabalho
foram influenciadas pelas do trabalho de Fernandes, Rocha e Souza (2005) Este
questionário foi composto por I sete questões sócio-demográficas e II e 17 questões
específicas, sendo as três últimas questões abertas. As questões específicas versavam
sobre (1) a concepção de saúde do professor, (2) a importância do trabalho com saúde
na escola, (3) abordagem do tema na formação do professor, (4) qualidade das
informações recebidas pelo professor durante sua formação, (5) conhecimento do
79
professor acerca dos PCN’s, (6) conhecimento do professor acerca do tema transversal
saúde dos PCN’s, (7) concepção de saúde do tema transversal saúde, (8) preparação
para trabalhar o PCN de saúde na escola, (9) motivo da não-preparação para trabalhar o
PCN de saúde na escola, (10) dificuldade encontrada para trabalhar com o tema saúde
na escola, (11) motivo para ter dificuldade em trabalhar o PCN de saúde na escola, (12)
orientação recebida para trabalhar PCN na escola, (13) facilidade encontrada pelo
professor para realizar atividades de saúde na escola, (14) dificuldade encontrada pelo
professor para realizar atividades de saúde na escola, (15) papel da escola na promoção
da saúde, (16) ações de saúde desenvolvidas na escola e (17) participação dos
professores nas atividades de saúde desenvolvidas pela escola.
No nosso estudo, as questões sócio-demográficas tinham o intuito de subsidiar o
perfil sócio-demográfico dos professores pesquisados e as questões específicas
contemplariam nosso objeto de estudo propriamente dito.
Os dados foram coletados no período de maio-setembro de 2008, lembrando que
o s de julho é de férias escolares. O questionário foi aplicado após visita e permissão
por parte da direção pedagógica das escolas previamente agendadas para explanação do
projeto. A aplicação foi realizada em hora e local determinados pela escola visando
interferir o menos possível nas atividades pedagógicas, desde que os professores
estivem de acordo. A aplicação do questionário aconteceu de duas maneiras distintas:
em algumas escolas, a pesquisadora conversou com os professores, entregou os termos
de consentimento e o questionário e ficou esperando que os professores o
preenchessem; em outras, a pesquisadora com anuência da direção e em nome dos
professores, deixou os questionário e termo de consentimento e depois voltou, em data e
hora estabelecida pela escola, para buscá-los. Nas vezes em que a pesquisadora ficou na
escola esperando os professores preencherem o questionário, a quantidade de
questionários devolvidos foi baixíssima.
5.5 Tratamento e análise de dados
Para a análise dos dados resultantes das questões fechadas do questionário, foi
dado um tratamento estatístico através do Software Statistical Pacakage for Social
Sciences SPSS, versão 13.0, e esses dados foram organizados, analisados e expostos em
forma de tabelas, gráficos.
Para a análise dos dados resultantes das questões abertas do questionário fizemos
uso do método de análise de freqüência de Bardin (1997), que na abordagem
80
quantitativa fundamenta-se na freqüência com que determinados elementos aparecem
em cada mensagem individual. Segundo a autora, este modo da análise obtém dados
descritivos por meio de um método estatístico e possibilita uma avaliação fiel e objetiva
o que a torna útil para a verificação das hipóteses.
O uso do método da análise de conteúdo nas questões escritas e abertas se
justifica ―porque estas são mais estáveis e constituem um material objetivo ao qual
podemos voltar todas as vezes que desejamos‖ (Trivinos, 1987, p.160) A análise de
conteúdo consistiu no entrelaçamento entre as estruturas semânticas (significantes) com
as estruturas sociológicas
15
(significados) dos enunciados.
Análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações,
visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos a descrição do conteúdo
das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção
(variáveis indeferidas) das mensagens. (BARDIN, 1997, p.42)
A inferência, conforme Fulgêncio e Liberato (1996, p. 27), constitui-se na
capacidade que o leitor tem de ―deduzir certas informações não explícitas no texto‖.
Entendemos ser pertinente aqui inserir a definição de tema proposta por Bardin
(1977, p. 105) ―O tema é a unidade de significação que se liberta naturalmente de um
texto analisado segundo critérios relativos à teoria que serve de guia à leitura‖.
A Análise de Conteúdo constitui-se, operacionalmente, de três etapas: (1) pré-
análise; (2) exploração do material; (3) tratamento dos resultados obtidos e
interpretação.
A primeira etapa, denominada de pré-análise, constituiu-se da organização do
material. È a leitura geral do material a ser analisado (no caso do nosso estudo, a leitura
das questões abertas dos questionários), ou a leitura flutuante, nas palavras de Bardin.
Esta primeira etapa da análise se constituiu conforme Bardin (1977, p.95) em três
etapas: a) leitura flutuante foi a fase de estabelecer contato com os documentos; b) a
escolha dos documentos foi a fase da delimitação dos documentos a serem analisados
16
;
c) a formulação de hipóteses e objetivos foi a fase para a definição de hipóteses iniciais
a serem confirmadas a partir da exploração dos documentos.
15
Durkheim, conforme Minayo (2006, p. 220) ―é o autor que tratou primeiro do conceito de
representações sociais‖. As representações sociais, por sua vez, são ―a reprodução da percepção anterior
da realidade ou do conteúdo do pensamento‖, ou seja, as representações sociais são, para as ciências
sociais, uma explicação da realidade na tentativa de explicá-la , justificá-la ou questio-la.
16
Levando-se em consideração as principais regras apontadas pelo autor: exaustividade;
representatividade; homogeneidade; pertinência
81
Na segunda etapa da análise do conteúdo denominada por Bardin de descrição
analítica, o material foi submetido à análise detalhada, como decodificação,
classificação e categorização, orientada pelos referenciais teóricos.
Na última das etapas da análise de conteúdo fizemos a interpretação referencial.
Essa etapa constituiu-se da leitura de informações não-visuais (o contexto lingüístico, o
contexto histórico) para a compreensão do fenômeno social, da sua ideologia, sua
tendência, suas características.
5.6. Aspectos éticos da pesquisa
Os preceitos éticos (autonomia, beneficência, não-maleficência, justa e
equidade) que constam na Resolução 196/96 da CONEP (Comissão Nacional de Ética
em Pesquisas de 1996) orientaram esta pesquisa.
Os participantes foram consultados previamente sobre o interesse em participar
e, conforme a sua vontade, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido
(apêndice B). Aos participantes da pesquisa foram salvaguardados os direitos, interesses
e sensibilidade, garantido o sigilo dos dados obtidos, protegendo dessa forma, sua
privacidade. Não houve nenhum gasto financeiro e também não houve remuneração
para tal, podendo o participante desistir da pesquisa a qualquer momento e ter acesso
aos resultados da pesquisa.
Todos os dados obtidos na pesquisa (anotões, observações) foram utilizados
somente como forma de trabalho científico e, neste caso, sua finalidade será de auxílio à
ciência.
A pesquisa somente foi realizada após a análise do projeto pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade de Fortaleza e mediante parecer favorável deste.
82
6. RESULTADOS
Para a realização desta pesquisa procurou-se conhecer os conhecimentos e
práticas dos professores, de ensino fundamental I, da rede municipal de Fortaleza acerca
da saúde na escola, podendo estes dados apontar caminhos e oferecer subsídios para
futuras intervenções e/ou programas e/ou políticas públicas de saúde na escola.
6.1. Resultados das questões fechadas
Conforme antecipamos na metodologia, para as questões fechadas do
questionário foi dado um tratamento estatístico no SPSS e os dados encontrados foram
apresentados abaixo.
Na tabela abaixo, apontamos a freqüência de participação dos professores de
acordo com a SER em que estão lotados. Em todos os 257 questiorios, essa
informação foi encontrada. 42 professores (ou 16,3%) lecionavam em escolas da SER I;
32 professores (ou 12,5%) lecionavam em escolas da SER II; 36 professores (ou 14,0%)
lecionavam em escolas da SER IV; 62 professores (ou 24,1%) lecionavam em escolas
da SER V e 61 professores (ou 23,7%) lecionavam em escolas da SER VI.
Tabela 04 Distribuição de professores por SER
N
Valid
257
Missing
0
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
1
42
16,3
16,3
16,3
2
32
12,5
12,5
28,8
3
36
14,0
14,0
42,8
4
24
9,3
9,3
52,1
5
62
24,1
24,1
76,3
6
61
23,7
23,7
100,0
Total
257
100,0
100,0
83
1
2
3
4
5
6
SER
Pies show counts
Gráfico 1 Distribuição de professores por SER
O grau de representatividade de casa SER, já que estas tinham mero desigual
de escolas principais, foi mantido como pudemos observar na distribuição dos
professores por SER.
Na tabela abaixo, apresentamos o número de escolas de cada SER onde os dados
foram coletados. Os nomes das escolas foram suprimidos para que não houvesse
identificação dos participantes.
Tabela 05 mero de questiorios coletadas e de escolas visitadas em casa SER
SER
Numero de questionários
respondidos
Numero de escolas visitadas
I
42
8
II
32
5
III
36
7
IV
24
5
V
62
15
VI
61
14
84
Quanto à turma em que os professores lecionavam, dos 257 questionários
respondidos, apenas 156 (60,7%) continham a turma onde o professor lecionava, ou
seja, apenas 156 questionários foram considerados válidos para este item. Nos outros
101 questionários (39,3%), a questão não foi respondida. Em alguns deles, os
professores lecionavam em mais de uma turma do ensino fundamental I e até
encontramos questionários onde os professores lecionavam em uma turma do ensino
fundamental I e outra turma de outro nível (educação infantil, ensino médio, EJA). Dos
156 (60,7%) questionários que tinham a resposta para o item em que turma leciona, 23
(ou 8,9%) professores lecionam no primeiro ano; 28 (ou 10,9%) lecionam no segundo
ano; 41 (ou 16%) lecionam para turmas de terceiro ano; 34 (ou 13,2%) lecionam para
turmas de quarto ano e 30 (ou 11,7%) lecionam para turma de 5º ano.
Tabela 06 Turma em que leciona
N
Valid
156
Missing
101
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
1
23
8,9
14,7
14,7
2
28
10,9
17,9
32,7
3
41
16,0
26,3
59,0
4
34
13,2
21,8
80,8
5
30
11,7
19,2
100,0
Total
156
60,7
100,0
Missing
System
101
39,3
Total
257
100,0
85
1
2
3
4
5
ano (turma)
Pies show counts
Gráfico 02 - Turma em que leciona
A participação dos professores foi voluntária e o critério de escolha dos sujeitos foi a
conveniência. Houve uma distribuição mais ou menos homogênea entre as turmas de
ao ano. A menor participação foi percebida entre os professores do ano (antiga
turma da alfabetização) e a maior entre os professores do 3º ano.
6.1.1. Aspectos sócio-demográficos dos professores: tempo de magistério.
Quanto ao tempo de magistério, somente em dois dos 257 questiorios
analisados não foi encontrada essa informação, ou seja, para efeito da pesquisa, somente
255 foram considerados válidos: 31 professores (ou 12,1%) lecionam há menos de 5
anos; 63 (ou 24,5) lecionam entre 5 e 10 anos; 161 (ou 62,6 %) lecionam mais de 10
anos.
Tabela 07 Tempo de magistério
N
Valid
255
Missing
2
86
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
menos de 5 anos
31
12,1
12,2
12,2
entre 5 e 10 anos
63
24,5
24,7
36,9
mais de 10 anos
161
62,6
63,1
100,0
Total
255
99,2
100,0
Missing
System
2
,8
Total
257
100,0
menos de 5 anos
entre 5 e 10 anos
mais de 10 anos
Tempo de magisterio
Pies show counts
Gráfico 03 - Tempo de magistério
Houve uma maior concentração de professores que já lecionavam há mais de 10 anos.
6.1.2 Aspectos sócio-demográficos dos professores: sexo
Quanto à variável sexo, somente em sete dos 257 questionários analisados o
foi encontrada essa informação, ou seja, para efeito desta pesquisa, somente serão
consideradas as respostas de 250 questionários: 16 (ou 6,2%) dos professores são
homens e 234 (ou 91,1%) são mulheres. Nenhum dos 16 professores homens que
participaram da pesquisa lecionam exclusivamente no ensino fundamental I, eles o
fazem no fundamental I e em outro nível (fundamental II, ensino médio, EJA).
87
Tabela 08 - Sexo
N
Valid
250
Missing
7
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Masculino
16
6,2
6,4
6,4
Feminino
234
91,1
93,6
100,0
Total
250
97,3
100,0
Missing
System
7
2,7
Total
257
100,0
Masculino
Feminino
Sexo
Pies show counts
Gráfico 04 - Sexo
Houve uma prevalência muito maior de professoras no ensino fundamental I.
6.1.3 Aspectos sócio-demográficos dos professores: idade
Quanto à variável idade, em apenas um único questionário, dos 257
questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito desta
88
pesquisa, somente 256 questionários foram considerados: 5 professores (ou 1,9%) têm
entre 21 e 25 anos; 28 (ou 10,9%) têm entre 26 e 30 anos; 46 (ou 17,9%) têm entre 31 e
35 anos; 59 (ou 23%) têm entre 36 e 40 anos e 118 (ou 45,9 %) tem mais de 40 anos.
Tabela 09 - Idade
N
Valid
256
Missing
1
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
entre 20 e 25 anos
5
1,9
2,0
2,0
entre 26 e 30 anos
28
10,9
10,9
12,9
entre 31 e 35 anos
46
17,9
18,0
30,9
entre 36 e 40 anos
59
23,0
23,0
53,9
acima de 40 anos
118
45,9
46,1
100,0
Total
256
99,6
100,0
Missing
System
1
,4
Total
257
100,0
entre 20 e 25 anos
entre 26 e 30 anos
entre 31 e 35 anos
entre 36 e 40 anos
acima de 40 anos
Idade
Pies show counts
Gráfico 05 - Idade
89
A maioria dos sujeitos da pesquisa tem mais de 40 anos de idade
6.1.4 Aspectos sócio-demográficos dos professores: escolaridade
Quanto à variável escolaridade, em apenas um único questionário, dos 257
questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de
cálculo foram levadas em conta as respostas de 256 questionários. 16 professores (ou
6,2) têm curso superior incompleto; 118 (ou 45,9%) têm curso superior completo e 122
(ou 47,5%) tems-graduação.
Tabela 10 Grau de escolaridade dos professores
N
Valid
256
Missing
1
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Superior incompleto
16
6,2
6,3
6,3
Superior completo
118
45,9
46,1
52,3
s-graduação
122
47,5
47,7
100,0
Total
256
99,6
100,0
Missing
System
1
,4
Total
257
100,0
superior incompleto
superior completo
pos graduação
Escolaridade
Pies show counts
Gráfico 06 Grau de escolaridade dos professores
90
uma distribuão, quase igualitária, em relação aos professores com ensino superior
completo e pós-graduado.
6.1.5 Aspectos sócio-demográficos dos professores: carga horária semanal de trabalho
Quanto à variável carga horária, em 13 questiorios, dos 257 questionários
analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de lculo foram
levadas em conta as respostas de 244 questionários. 6 professores (ou 2,3%) trabalham
menos de 20 horas semanais; 72 professores (ou 28,0%) trabalham 20 horas semanais;
115 professores (ou 44,7%) trabalham 40 horas semanais e 51 professores (ou 19,8%)
trabalham mais de 40 horas semanais.
A contagem de horas de trabalho foi feita de acordo com a CLT. No município
de Fortaleza, a contagem de horas trabalhadas se faz de outra forma: num turno de
trabalho (o que corresponderia na CLT a 20 horas semanais) conta-se 120 horas/
mensais; em dois turnos de trabalho (o que corresponderia na CLT à 40 horas semanais)
conta-se 240 horas/mensais.
Tabela 11 Carga horária semanal dos professores
N
Valid
244
Missing
13
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
menos de 20 horas
semanais
6
2,3
2,5
2,5
20 horas semanais
72
28,0
29,5
32,0
40 horas semanais
115
44,7
47,1
79,1
acima de 40 horas
semanais
51
19,8
20,9
100,0
Total
244
94,9
100,0
Missing
System
13
5,1
Total
257
100,0
91
menos de 20 horas semanais
20 horas semanais
40 horas semanais
acima de 40 horas semanais
Carga Horaria semanal
Pies show counts
Gráfico 07 - Carga horária semanal dos professores
Houve uma prevalência maior de professores que trabalham dois turnos por dia.
6.1.6 Aspectos sócio-demográficos dos professores: remuneração salarial
Quanto à variável remuneração salarial, em 7 questionários, dos 257
questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de
caçulo foram levadas em conta as respostas de 250 questionários. 7 professores (ou
2,7%) recebem até 1 salário nimo (na época desse estudo isso equivale a R$415,00);
142 professores (ou 55,3%) recebem entre 2 e 3 salários mínimos (na época do estudo
isso equivale a até R$ 1.245,00) e 101 professores (ou 39,3%) recebem mais de três
salários nimos.
Tabela 12 Remuneração salarial professores
N
Valid
250
Missing
7
92
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
até 1 salário mínimo
7
2,7
2,8
2,8
entre 2 e 3 salários
142
55,3
56,8
59,6
acima de 3 salários
101
39,3
40,4
100,0
Total
250
97,3
100,0
Missing
System
7
2,7
Total
257
100,0
até 1 salário mínimo
entre 2 e 3 salários mínimos
acima de 3 salários mínimos
Remuneração salarial
Pies show counts
Gráfico 08-Remuneração salarial professores
O gráfico acima mostra que a maioria dos professores recebe entre dois e três salários
mínimos mensais.
6.1.7 Aspectos sócio-demográficos dos professores: estado civil
Quanto à variável estado civil, em 3 questionários, dos 257 questionários
analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de lculo foram
levados em conta as respostas de 254 questionários. 148 professores (ou 57,6%) são
casados; 78 professores (ou 30,4%) são solteiros; 5 professores (ou 1,9%) são viúvos;
23 professores (ou 8,9%) são divorciados.
93
Tabela 13 Estado civil dos professores
N
Valid
254
Missing
3
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
casado(a)
148
57,6
58,3
58,3
solteiro
78
30,4
30,7
89,0
viúvo
5
1,9
2,0
90,9
divorciado
23
8,9
9,1
100,0
Total
254
98,8
100,0
Missing
System
3
1,2
Total
257
100,0
casado(a)
solteiro
viúvo
divorciado
Estado civil
Pies show counts
Gráfico 09 Estado civil dos professores
Como podemos verificar através do gráfico acima, a maioria dos professores é casada.
6.1.8 Questões específicas: qual o conceito de saúde dos professores
Quanto à variável conceito de saúde, em apenas 1 questionário, dos 257
questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de
cálculo foram levadas em conta as respostas de 256 questionários, sendo assim: 39
professores (ou 15,2% dos professores) afirmaram que saúde é ausência de doença; 5
94
professores (ou 1,9%) afirmaram que saúde é o desenvolvimento de acões específicas
na escola e 206 professores (ou 80,2%) afirmaram que saúde é um complexo estado de
bem estar sico, mental e social.
A orientação dada pela pesquisadora foi que os professores assinalassem
somente uma resposta, alguns professores, entretanto, assinalaram mais de uma opção
para a pergunta o que você entende por saúde: 2 professores (ou 0,8%) assinalaram os
três itens, ou seja, disseram que saúde é ausência de doença, o desenvolvimento de
ações específicas na escola e complexo estado de bem-estar sico, mental e social; 1
professor (ou 0,4%) assinalou os itens 1 e 2, ou seja, esse professor acredita que saúde
seja ausência de doença e desenvolvimento de ações específicas na escola; 1 professor
(ou 0,4%) assinalou dois itens 1 e 3, ou seja, para esse professor a saúde era
compreendida como ausência de doença e complexo estado de bem-estar físico, mental
e social; e para 1 outro professor (0,4%) a saúde era compreendida como o somatório
dos itens 2 e 3, ou seja, era o desenvolvimento de ações específicas de saúde na escola e
um complexo estado de bem estar sico, mental e social.
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, 16,8% dos professores consideram que saúde é ausência de doença; 3,9% do
professores consideram que saúde é o desenvolvimento de ões específicas na escola e
82,2% dos professores consideram que saúde é um completo estado de bem-estar sico,
mental e social.
Tabela 14 Concepção de saúde dos professores
N
Valid
256
Missing
1
95
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Ausência de doenças
39
15,2
15,2
15,2
Desenvolvimento de ações
específicas na escola
5
1,9
2,0
17,2
Completo estado de bem-
estar
206
80,2
80,5
97,7
Todos os itens anteriores
2
,8
,8
98,4
12
1
,4
,4
98,8
13
1
,4
,4
99,2
23
2
,8
,8
100,0
Total
256
99,6
100,0
Missing
System
1
,4
Total
257
100,0
ausencia de doenças
desnvolvimento deões específicas na escola
complexo estado de bem-estar
todos os itens anteriores
12
13
23
O que voce entende por saude
Pies show counts
Gráfico 10 Concepção de saúde dos professores
A grande maioria dos professores pesquisados concebe a saúde como um completo
estado de bem-estarsico, mental e social.
6.1.9. Questões específicas: qual a importância do trabalho com o tema saúde na escola
96
Quanto à variável importância do trabalho com saúde na escola, em 4
questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou
seja, para efeito de cálculo foram levadas em conta as respostas de 253 questionários.
Quanto aos professores que assinalaram somente uma resposta: 47 professores
(ou 18,3%) afirmaram que a importância com o trabalho saúde na escola deve-se porque
a escola mostra a importância com a saúde e dos cuidados com saúde; 22 professores
(ou 8,6%) afirmaram que o trabalho serve para prevenir e conhecer as doenças; 3
professores (ou 1,2%) afirmaram que o importante é que os alunos conheçam as noções
de higiene e alimentação; 1 professor (ou 0,4%) afirmou que o importante é preparar e
capacitar os alunos; 112 professores (ou 43,6%) afirmaram que o importante é trabalhar
a cidadania e qualidade de vida; 3 professores (ou 1,2 %) marcaram o item outros e 18
professores (ou 7,0%) assinalaram todos os itens do questionário quando perguntados
sobre a importância do trabalho com o tema saúde na escola.
Alguns professores assinalaram mais de um item quando perguntados sobre a
importância do trabalho com o tema saúde na escola. Eis os números: 3 professores (ou
1,2%) assinalaram os itens 1 e 2, ou seja, consideram que a importância se deve para
mostrar a importância com a saúde e os cuidados e para prevenir e conhecer as doenças;
1 professor (ou 0,4%) assinalou os itens 1 e 3, ou seja, o professor considera que a
escola deve mostrar a importância com a saúde e os cuidados, bem como prevenir e
conhecer as doenças; 3 professores (ou 1,2%) assinalaram os itens 1 e 5, ou seja,
consideram importante que a escola mostre a importância da saúde e dos cuidados e
também que a escola trabalhe a cidadania e a qualidade de vida; 8 professores (ou 3,1%)
assinalaram os itens 2 e 3, ou seja, consideram importante mostrar as doenças e como
preveni-las bem como mostrar as noções de higiene e alimentação; 2 professores (ou
0,8%) assinalaram os itens 2 e 5, ou seja, consideram importante que a escola mostre as
doenças e ensine aos alunos como preveni-las bem como que a escola trabalhe a questão
da cidadania e da qualidade de vida; 2 professores (ou 0,8%) assinalaram os itens 4 e 5,
ou seja, consideram que o papel da escola é preparar e capacitar os alunos bem como
trabalhar a questão da cidadania e da qualidade de vida; 1 professor (ou 0,4%) assinalou
os itens 5 e 6, ou seja, considera que o papel da escola é trabalhar a cidadania e a
qualidade de vida e ―mostrar que a saúde é nosso estado natural‖.
Alguns professores assinalaram mais de dois itens quando perguntados sobre a
importância do trabalho com o tema saúde na escola. Eis os números: 5 professores (ou
1,9%) assinalaram os itens 1,2 e 3; 1 professor (ou 0,4%) assinalou os itens 1,2 e 4; 4
97
professores (ou 1,6%) assinalaram os itens 1,2 e 5; 2 professores (ou 0,8%) assinalaram
os itens 1,3 e 5; 1 professor (ou 0,4%) assinalou o tem 1,5 e 6; 1 professor (ou 0,4%)
assinalou os itens 2, 3 e 5 e 1 professor (0,4%) assinalou os itens 2,4 e5.
Alguns professores assinalaram mais de três itens quando perguntados sobre a
importância do trabalho com o tema saúde na escola. Eis os números: 9 professores (ou
3,5%) assinalaram os itens 1, 2, 3 e 5; 2 professores (ou 0,8%) assinalaram os itens 1,
3,4 e 5; e 1 professor (ou 0,4%) assinalou os itens 2, 3,4 e 5.
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, para 37,1% dos professores o importante é mostrar aos alunos a importância da
saúde e dos cuidados; para 29,3% dos professores, o importante é informar os alunos
sobre as doenças e sobre como se prevenir; para 19,5% dos professores, o importante é
informar os alunos sobre noções de higiene e alimentação; para 10,2% dos professores,
o importante é preparar e capacitar os alunos e para 62,1% dos professores, o
importante é trabalhar a cidadania e qualidade de vida.
Tabela 15 Importância do trabalho com o tema saúde na escola
N
Valid
253
Missing
4
98
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
mostrar a imporncia da
saúde e dos cuidados
47
18,3
18,6
18,6
prevenir e conhecer
doenças
22
8,6
8,7
27,3
conhecer noções de higiene
e alimentação
3
1,2
1,2
28,5
preparar e capacitar os
alunos
1
,4
,4
28,9
trabalhar a cidadania e a
qualidade de vida
112
43,6
44,3
73,1
outro
3
1,2
1,2
74,3
todos os itens acima
18
7,0
7,1
81,4
12
3
1,2
1,2
82,6
13
1
,4
,4
83,0
15
3
1,2
1,2
84,2
23
8
3,1
3,2
87,4
25
2
,8
,8
88,1
45
2
,8
,8
88,9
56
1
,4
,4
89,3
123
5
1,9
2,0
91,3
124
1
,4
,4
91,7
125
4
1,6
1,6
93,3
135
2
,8
,8
94,1
156
1
,4
,4
94,5
235
1
,4
,4
94,9
245
1
,4
,4
95,3
1235
9
3,5
3,6
98,8
1345
2
,8
,8
99,6
2345
1
,4
,4
100,0
Total
253
98,4
100,0
Missing
System
4
1,6
Total
257
100,0
99
mostrar a importancia da saúde e dos cuidados
prevenir e conhecer doenças
conhecer noções de higiene e alimentação
preparar e capacitar os alunos
trabalhar a cidadania e a qualidade de vida
outro
todos os itens acima
12
13
15
23
25
45
56
123
124
125
135
156
235
245
1235
1345
2345
Qual importancia trabalho saude escola
Pies show counts
Gráfico 11 Importância do trabalho com o tema saúde na escola
Como podemos verificar através do gráfico acima, quase a metade dos professores
reconhece que é importante trabalhar a saúde na escola no âmbito da cidadania e da
qualidade de vida.
6.1.10. Questões específicas: estudou sobre o tema saúde na sua formação
Quanto à variável como se deu abordagem do tema saúde na sua formação, em
13 questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação não foi respondida,
ou seja, para efeito de cálculo, foram levadas em conta somente as respostas de 244
questionários. 165 professores (ou 64,2%) estudaram o tema saúde na sua formação
enquanto 79 professores (ou 30,7%) não estudaram sobre o tema saúde durante sua
formação.
Tabela 16 estudou sobre o tema saúde na sua formação
N
Valid
244
Missing
13
100
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Estudei
165
64,2
67,6
67,6
Não estudei
79
30,7
32,4
100,0
Total
244
94,9
100,0
Missing
System
13
5,1
Total
257
100,0
estudei
não estudei
Como se deu abordagem do tema saude na sua formão
Pies show counts
Gráfico 12 - estudou sobre o tema saúde na sua formação
O gráfico acima nos mostra que mais que a maioria dos professores estudou o tema
saúde durante sua formação. Aos professores que afirmaram ter estudado sobre o tema
saúde durante sua formação, ainda foram questionados sobre como se deu essa
abordagem. As respostas foram analisadas e os resultados apresentados na pág. 123.
6.1.11. Questões específicas: sobre a qualidade das informações recebidas durante sua
formação
Quanto à variável qualidade das informações recebidas durante sua formão,
em 28 questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação não foi
respondida, ou seja, para efeito de cálculo foram levadas em conta as respostas de 229
questionários. 106 professores (ou 41,2%) consideram satisfatória a qualidade das
informações adquiridas sobre saúde enquanto 123 professores (ou 47,9%) consideram
o-satisfatório.
101
Tabela 17 - Qualidade das informações recebidas durante a formação dos professores
N
Valid
229
Missing
28
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
satisfatório
106
41,2
46,3
46,3
não-satisfatório
123
47,9
53,7
100,0
Total
229
89,1
100,0
Missing
System
28
10,9
Total
257
100,0
satisfatório
não-satisfatório
Sobre qualidade informações saude formão
Pies show counts
Gráfico 13 - Qualidade das informações recebidas durante a formação dos professores
Por uma pequena diferença, há uma maior prevalência de professores que consideram as
informações, para trabalhar com o tema saúde na escola, obtidas na formação, o-
satisfatórias
6.1.12. Questões específicas: sobre os PCN´s
Quanto à variável PCN, em 9 questionários, dos 257 questionários analisados,
essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de cálculo foram levadas em
conta somente as respostas de 248 questionários: 208 professores (ou 80,9%) conhecem
os PCN’s enquanto 40 professores (ou 15,6%) afirmaram não conhecer os PCN’s.
102
Tabela 18 Se os professores conhecem os PCN’s
N
Valid
248
Missing
9
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Conhece
208
80,9
83,9
83,9
Não conhece
40
15,6
16,1
100,0
Total
248
96,5
100,0
Missing
System
9
3,5
Total
257
100,0
conhece
não conhece
Sobre os PCN's
Pies show counts
Gráfico 14 - Se os professores conhecem os PCN’s
O gráfico acima nos mostra que a grande maioria do professores conhece os PCN’s.
6.1.13. Questões específicas: sabe que a saúde está contemplada nos PCN’s
Quanto à variável PCN de saúde, em 9 questiorios, dos 257 questionários
analisados, essa informação não foi respondida, ou seja, para efeito de cálculo foram
levadas em conta somente as respostas de 248 questionários. 197 professores (ou
103
76,7%) sabem que a saúde é um dos temas transversais enquanto 51 professores (ou
19,8%) afirmam desconhecer que a saúde está contemplada nos PCN’s.
Tabela 19 Se os professores sabem que há o PCN de saúde
N
Valid
248
Missing
9
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Sim
197
76,7
79,4
79,4
Não
51
19,8
20,6
100,0
Total
248
96,5
100,0
Missing
System
9
3,5
Total
257
100,0
sim
não
Sabe que a saude esta contemplada nos PCN's
Pies show counts
Gráfico 15 - Se os professores sabem que há o PCN de saúde
Assim como a maioria dos professores conheciam o PCN, a grande maioria deles
também sabe que a saúde é um dos temas transversais.
6.1.14. Questões específicas: como a saúde está contemplada nos PCN’s
Quanto à variável como a saúde está contemplada nos PCN’s, em 49
questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação não foi respondida, ou
seja, para efeito de cálculo foram levadas em conta somente as respostas de 208
questionários. 19 professores (ou 7,4%) afirmaram que, segundo os PCN’s, a saúde são
as campanhas dos órgãos públicos; 97 professores (ou 37,7%) afirmaram que a saúde
104
nos PCN’s é o desenvolvimento de ões específicas na escola; 75 professores (29,2%)
afirmaram que a saúde nos PCN’s é uma proposta de mudança de comportamento; 3
professores (1,2%) assinalaram todos os itens quando questionados sobre o conceito de
saúde nos PCN’s.
Alguns professores assinalaram mais de um item quando perguntados sobre
como a saúde está contemplada nos PCN’s: 4 professores (ou 1,6%) assinalaram os
itens 1 e 2, ou seja, os professores acham que a saúde está contemplada nos PCN’s
através das ações de órgãos públicos e da realização de campanhas ações específicas; 3
professores (ou 1,2%) assinalaram os itens 1 e 3, ou seja, os professores entendem a
saúde nos PCN’s através de campanhas de órgãos públicos e de uma proposta de
mudança de comportamento; 7 professores (ou 2,7%) assinalaram os itens 2 e 3, ou seja,
os professores entendem a saúde nos PCN’s através de ações específicas na escola e de
uma proposta de mudaa de comportamento.
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, para 11,4% dos professores, o PCN de saúde preconiza o desenvolvimento de
campanhas por óros públicos; para 43,2% dos professores, o PCN de saúde preconiza
o desenvolvimento de ações específicas na escola e para 34,3% dos professores, o PCN
de saúde preconiza a mudança de comportamento.
Tabela 20 Sobre o conceito de saúde dos PCN’s
N
Valid
208
Missing
49
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Campanhas de
órgãos públicos
19
7,4
9,1
9,1
Ações específicas
na escola
97
37,7
46,6
55,8
Mudança de
comportamento
75
29,2
36,1
91,8
Todos os itens
3
1,2
1,4
93,3
12
4
1,6
1,9
95,2
13
3
1,2
1,4
96,6
23
7
2,7
3,4
100,0
Total
208
80,9
100,0
Missing
System
49
19,1
Total
257
100,0
105
campanhas de órgãos públicos
ações específicas na escola
mudaa de comportamento
todos os itens
12
13
23
Como sde contemplada PCN
Pies show counts
Gráfico 16 - Sobre o conceito de saúde dos PCN’s
A maioria dos professores considera que o conceito de saúde abordado no PCN é o
desenvolvimento de ações específicas de saúde na escola.
6.1.15. Questões específicas: sobre sua preparação para trabalhar com o PCN saúde na
escola
Quanto à variável sobre sua preparação para trabalhar com o PCN saúde na
escola, em 16 questionários, dos 257 questiorios analisados, essa informação não foi
respondida, ou seja, para efeito de cálculo foram levadas em conta somente as respostas
de 241 questiorios. Dos 241 questionários válidos, 74 professores (ou 28,8%)
afirmam sentirem-se preparados para trabalhar com o PCN de saúde na escola enquanto
167 professores (ou 65,0%) declaram-se o sentir-se preparado para trabalhar com o
tema na escola.
Tabela 21 Sobre a preparação dos professores para trabalhar com o PCN de saúde na
escola
N
Valid
241
Missing
16
106
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Sinto-me preparado
74
28,8
30,7
30,7
Não me sinto preparado
167
65,0
69,3
100,0
Total
241
93,8
100,0
Missing
System
16
6,2
Total
257
100,0
sinto-me preparado
não me sinto preparado
Sobre sua preparação para trabalhar o PCN
Pies show counts
Gráfico 17 - Sobre a preparação dos professores para trabalhar com o PCN de saúde na
escola
O gráfico acima nos mostra que, apesar da maioria dos professores ter recebido
orientação para trabalhar com o tema saúde, a maioria conhecer os PCN e o tema
transversal saúde, a grande maioria não se sente preparado para trabalhar com o tema
saúde na escola.
6.1.16. Questões específicas: o porquê de não sentir-se preparado para trabalhar PCN na
escola
Quanto à variável o motivo por não sentir-se preparado para trabalhar com PCN
na escola, em 82 questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação o
foi respondida, ou seja, para análise desse item somente 175 questionários foram
considerados válidos. 76 professores (ou 29,6%) identificaram a falta de conhecimento
sobre o assunto como maior empecilho para o trabalho com saúde na escola; 74
107
professores (ou 28,8%) identificaram a falta de material didático como maior empecilho
para o trabalho com saúde na escola; 15 professores (ou 5,8%) identificaram outro
motivo e 10 professores (ou 3,9%) identificaram a falta de conhecimento e de material
didático como maior empecilho para o trabalho com saúde na escola.
Tabela 22 O porquê dos professores não se sentirem preparados para trabalhar com o
tema saúde na escola
N
Valid
175
Missing
82
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Falta de conhecimento
76
29,6
43,4
43,4
Falta de material
didático adequado
74
28,8
42,3
85,7
Outro
15
5,8
8,6
94,3
As duas opções
10
3,9
5,7
100,0
Total
175
68,1
100,0
Missing
System
82
31,9
Total
257
100,0
falta de conhecimento
falta de material didático adequado
outro
as duas opções
Por que sente despreparo para trabalhar o tema saúde
Pies show counts
Gráfico 18 - O porquê dos professores não se sentirem preparados para trabalhar com o
tema saúde na escola
108
As dificuldades para trabalhar com o tema saúde na escola devem-se à falta de
conhecimento dos professores e à falta de material didático adequado.
6.1.17. Questões específicas: você encontra dificuldade para trabalhar com o tema saúde
na escola
Quanto à variável você encontra dificuldade para trabalhar com o tema saúde na
escola, em apenas 4 questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação
o foi respondida, ou seja, para análise desse item somente 253 questionários foram
considerados válidos. 140 professores (ou 54,5%) encontram alguma dificuldade para
trabalhar com o tema saúde na escola; 113 professores (ou 44,0%) o encontram
nenhuma dificuldade para trabalhar com tema saúde na escola.
Tabela 23 Se os professores encontram dificuldade para trabalhar com o tema saúde
na escola
N
Valid
253
Missing
4
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Sim
140
54,5
55,3
55,3
Não
113
44,0
44,7
100,0
Total
253
98,4
100,0
Missing
System
4
1,6
Total
257
100,0
109
sim
não
Voce econtra dificuldade para trabalhar o PCN saude
Pies show counts
Gráfico 19 - Se os professores encontram dificuldade para trabalhar com o tema saúde
na escola
A maioria dos professores afirmou que encontra dificuldade para trabalhar com o tema
saúde na escola.
6.1.18. Questões específicas: sobre os motivos da dificuldade para trabalhar com o tema
saúde na escola
Quanto à variável sobre os motivos da dificuldade para trabalhar com o tema
saúde na escola, 104 questionários, dos 257 questionários analisados, essa informação
o foi respondida, ou seja, para análise desse item somente 153 questionários foram
considerados válidos: 85 professores (ou 33,1%) identificaram a falta de capacitação
específica como maior empecilho para o trabalho com saúde na escola; 43 professores
(ou 16,7%) identificaram a falta de material didático adequado como maior empecilho
para o trabalho com saúde na escola; 10 professores (ou 3,9%) identificaram outro
aspecto como maior empecilho para o trabalho com saúde na escola e 15 professores
(ou 5,8%) reconhecem a falta de capacitação específica e a falta de material didático
adequado como maiores empecilhos para o trabalho com saúde na escola.
Tabela 24 O porquê dos professores encontrarem dificuldade para trabalhar com o
tema saúde na escola
N
Valid
153
Missing
104
110
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Falta de capacitação
específica
85
33,1
55,6
55,6
Falta de material
didático adequado
43
16,7
28,1
83,7
Outro
10
3,9
6,5
90,2
As duas opções
15
5,8
9,8
100,0
Total
153
59,5
100,0
Missing
System
104
40,5
Total
257
100,0
falta de capacitação específica
falta de material didático adequado
outro
as duas opções
Por que sente dificuldade para trabalhar PCn saude
Pies show counts
Gráfico 20 - O porquê dos professores encontrarem dificuldade para trabalhar com o
tema saúde na escola
As dificuldades encontradas pelo professores para trabalhar com o tema saúde na escola
devem-se, segundo a maioria dos professores, à falta de capacitação específica.
6.1.19. Questões específicas: onde recebeu orientação para trabalhar com o tema saúde
na escola
Quanto à variável onde recebeu orientação para trabalhar com o tema saúde na
escola, 14 questiorios, dos 257 questionários analisados, essa informação não foi
respondida, ou seja, para análise desse item somente 243 questionários foram
considerados válidos: 51 professores (ou 19,8%) assumiram que receberam orientação
para trabalhar com o tema saúde na faculdade; 27 professores (ou 10,5%) assumiram
111
que a orientação foi recebida num curso de capacitação; 9 professores (ou 3,5%)
assumiram que a orientação foi dada por colegas; 22 professores (ou 8,6%) receberam
alguma orientação na escola, através de manuais; 4 professores (ou 1,6%) receberam
alguma orientação através do posto de saúde; 94 professores (ou 36,6%) não receberam
orientação nenhuma e 2 professores (ou 0,8%) receberam orientação na faculdade, no
posto de saúde, na escola, num curso de capacitação, ou seja, assinalaram todos os itens
do questionário.
ainda professores que afirmaram ter recebido orientação em mais de um
lugar, ou seja, alguns professores assinalaram mais de uma opção. 4 professores (ou
1,6%) afirmaram ter recebido orientação na faculdade e num curso de formação de
professores; 1 professor (ou 0,4%) afirmou ter recebido orientação na faculdade e com
os colegas na escola onde trabalha; 3 professores (ou 1,2%) afirmaram ter recebido
orientação na faculdade e através dos manuais na escola onde trabalhavam; 2
professores (0,8%) afirmaram ter recebido orientação na faculdade e no posto de saúde;
1 professor (ou 0,4%) assinalou itens contradirios no questionário, ou seja, afirmou ter
recebido orientação na faculdade e não ter recebido orientação para trabalhar com o
tema saúde; 2 professores (0,8%) afirmaram ter recebido orientação num curso de
capacitação e com os colegas na escola onde trabalhava; 2 professores (0,8%)
afirmaram ter recebido orientação num curso de capacitação e através de manuais na
escola onde trabalhavam; 4 professores (ou 1,6%) ter recebido orientação num curso de
capacitação e no posto de saúde; 1 professor (ou 0,4%) assinalou itens contraditórios no
questionário, ou seja, afirmou ter recebido orientação num curso de capacitação e não
ter recebido orientação para trabalhar com o tema saúde; 3 professores (ou 1,2%)
afirmaram ter recebido orientação na escola através dos colegas e dos manuais sobre
saúde; 1 professor (ou 0,4%) afirmou ter recebido orientação através do posto de saúde.
ainda professores que assinalaram mais de dois itens: 6 professores (ou
2,3%) afirmaram ter recebido orientação na faculdade, num curso de capacitação e
através dos manuais na escola onde trabalhava; 2 professores (ou 0,8%) afirmaram ter
recebido orientação na faculdade, através dos colegas da escola onde trabalhava e no
posto de saúde; 1 professor (0,4%) afirmou ter recebido orientação num curso de
capacitação, através dos colegas na escola onde trabalhava e no posto de saúde.
somente um único professor (ou 0,4%) que afirmou ter recebido orientação
na faculdade, num curso de capacitação e na escola onde trabalhava através dos colegas
e dos manuais.
112
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, 28,5 % dos professores afirmaram que receberam orientação para trabalhar com
o tema saúde na faculdade; 19,6% dos professores afirmaram que receberam orientação
para trabalhar com o tema saúde num curso de capacitação; 8,3% dos professores
afirmaram que receberam orientação para trabalhar com o tema saúde através dos
colegas professores, na escola; 15,7% dos professores afirmaram que receberam
orientação para trabalhar com o tema saúde através dos manuais, na escola; 6,4% dos
professores afirmaram que receberam orientação para trabalhar com o tema saúde no
posto de saúde e 36,6% % dos professores afirmaram o ter recebido orientação
nenhuma para trabalhar com o tema saúde na escola.
Em síntese, a maioria recebeu, de alguma fonte, algum tipo de orientação para
trabalhar com o tema saúde na escola.
Tabela 25 Onde os professores receberam orientação para trabalhar com o tema saúde
na escola
N
Valid
243
Missing
14
113
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Faculdade
51
19,8
21,0
21,0
Curso de capacitação
27
10,5
11,1
32,1
Na escola, através dos
colegas
9
3,5
3,7
35,8
Na escola, através de
manuais
22
8,6
9,1
44,9
Posto de saúde
4
1,6
1,6
46,5
Não recebi orientação
94
36,6
38,7
85,2
Todos os itens anteriores
2
,8
,8
86,0
12
4
1,6
1,6
87,7
13
1
,4
,4
88,1
14
3
1,2
1,2
89,3
15
2
,8
,8
90,1
16
1
,4
,4
90,5
23
2
,8
,8
91,4
24
2
,8
,8
92,2
25
4
1,6
1,6
93,8
26
1
,4
,4
94,2
34
3
1,2
1,2
95,5
45
1
,4
,4
95,9
124
6
2,3
2,5
98,4
135
2
,8
,8
99,2
235
1
,4
,4
99,6
1234
1
,4
,4
100,0
Total
243
94,6
100,0
Missing
System
14
5,4
Total
257
100,0
114
faculdade
curso de capacitação
na escola, através dos colegas
na escola, através de manuais
posto de saude
não recebi orientação
todos os itens anteriores
12
13
14
15
16
23
24
25
26
34
45
124
135
235
1234
Onde recebeu formão para trabalhar PCN saude
Pies show counts
Gráfico 21 - Onde os professores receberam orientação para trabalhar com o tema saúde
na escola
A maioria dos professores afirmou não ter recebido orientação nenhuma para trabalhar
com o tema saúde na escola. Mas somando-se todos os percentuais de professores que
afirmaram ter recebido alguma orientação, temos um número (78,5%) muito maior do
que o de professores que afirmaram não ter recebido orientação nenhuma (36,6%).
6.1.20. Questões específicas: qual facilidade encontrada para realização de atividades de
saúde
Quanto à variável facilidade para trabalhar com o tema na escola, dos 257
professores, somente 205 (79,8%) responderam a esta questão, ou seja, em 52 (20,2%)
questionários não encontramos essa resposta.
14 professores (ou 5,4%) atribuíram a facilidade à ampla divulgação do assunto;
15 professores (ou 5,8%) atribuíram à facilidade de acesso ao material; 70 professores
(ou 27,2%) atribuíram à troca de informações entre colegas; 23 professores (ou 8,9%) às
capacitações oferecidas; 37 professores (ou 14,4%) atribuíram a outro motivo
17
; 1
professor (ou 0,4%) assinalou todas as opções e 20 professores (ou 7,8%) afirmaram
o haver facilidade para trabalhar com o tema saúde na escola.
Alguns professores identificaram mais de uma facilidade para trabalhar com o
tema saúde na escola: 1 professor (ou 0,4%) identificou a ampla divulgação do assunto
17
Nos questionário em que os professores explicaram que outro motivo era esse, encontramos a visita de
agentes de saúde.
115
e a facilidade de acesso aos materiais como facilitadores para o trabalho com saúde na
escola, 6 professores (ou 2,3%) identificaram a ampla divulgação do assunto e a
constante troca de informações entre colegas; 2 professores (ou 0,8%) identificaram a
ampla divulgação do assunto e as capacitações oferecidas; 4 professores (ou 1,6%)
identificaram o fácil acesso ao material e a troca de informações entre colegas; 5
professores (1,9%) identificaram a troca de informação entre colegas e capacitões
oferecidas.
ainda professores que identificaram mais de duas facilidades para o trabalho
com o tema saúde na escola: 3 professores (ou 1,2%) identificaram a ampla divulgação
do tema, a facilidade de acesso aos materiais e a troca de informações entre colegas; 1
professor (ou 0,4%) identificou a ampla divulgação do tema, a facilidade de acesso aos
materiais e as capacitações oferecidas; e 1 professor (ou 0.4%) identificou facilidade de
acesso aos materiais, troca de informações entre colegas e capacitações oferecidas.
ainda professores que identificaram mais de três facilidades para o trabalho
com o tema saúde na escola: 1 professor (ou 0,4%) identificou a ampla divulgação do
assunto, acesso aos materiais, troca de informações entre colegas e capacitações
oferecidas e 1 professor (ou 0,4%) identificou a ampla divulgação do assunto, troca de
informações entre colegas e capacitações oferecidas e outra facilidade não explicitada
pelo professor.
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, para 11,7% dos professores, a maior facilidade identificada para trabalhar com o
tema saúde na escola é ampla divulgação do assunto; para 10,6% dos professores, a
maior facilidade identificada para trabalhar com o tema saúde na escola é o fácil acesso
ao material; para 35,8% dos professores, a maior facilidade identificada para trabalhar
com o tema saúde na escola é a troca de informações entre os colegas professores; para
13,6% dos professores, a maior facilidade identificada para trabalhar com o tema saúde
na escola são as capacitações realizadas. Há ainda 14,4% (ou 37 professores) que
assinalaram outra facilidade, mas não a especificaram e 7,8% (ou 20 professores) que
o identificaram facilidade nenhuma para trabalhar com o tema saúde na escola.
Tabela 26 - Facilidade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.
N
Valid
205
Missing
52
116
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
Ampla divulgação
14
5,4
6,8
6,8
Fácil acesso material
15
5,8
7,3
14,1
Troca de informações
entre colegas
70
27,2
34,1
48,3
Capacitações
23
8,9
11,2
59,5
Outra
37
14,4
18,0
77,6
Não há facilidades
20
7,8
9,8
87,3
Todas as opções
1
,4
,5
87,8
12
1
,4
,5
88,3
13
6
2,3
2,9
91,2
14
2
,8
1,0
92,2
23
4
1,6
2,0
94,1
34
5
1,9
2,4
96,6
123
3
1,2
1,5
98,0
124
1
,4
,5
98,5
234
1
,4
,5
99,0
1234
1
,4
,5
99,5
1345
1
,4
,5
100,0
Total
205
79,8
100,0
Missing
System
52
20,2
Total
257
100,0
ampla divulgação
facil acesso material
troca de informões entre colegas
capacitações
outra
não há facilidades
todas as opções
12
13
14
23
34
123
124
234
1234
1345
Quais facilidades
Pies show counts
Gráfico 22 - Facilidade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.
A maioria dos professores alegou que a troca de informação entre os colegas
professores é a maior facilidade encontrada para trabalhar o tema saúde na escola.
117
6.1.21. Questões específicas: qual dificuldade encontrada para realização de atividades
de saúde
Quanto à variável dificuldade para trabalhar com o tema na escola, dos 257
professores, somente 234 (91,1%) responderam a esta questão, ou seja, em 23 (8,9%)
questionários não encontramos essa resposta.
27 professores (ou 10,5%) identificaram a pouca divulgação do assunto como a
maior dificuldade; 22 professores (8,6%) pouca divulgação do assunto; 4 professores
(ou 1,6%) a falta de troca de informações entre colegas; 109 professores (ou 42,2%) a
falta de capacitação; 12 professores (ou 4,7) identificaram outro motivo; 10 professores
(3,9%) assinalaram todos os itens, ou seja, identificaram todas as opções como
dificuldades para o desenvolvimento de ações na saúde e 4 professores (1,6%)
expressaram não haver nenhuma dificuldade.
professores que identificaram duas dificuldades: 1 professor (0,4%)
identificou a pouca divulgação do assunto e a dificuldade de acesso ao material; 2
professores (0,8%) identificaram a pouca divulgação do assunto e a falta de troca de
informações entre colegas; 7 professores (2,7%) identificaram a pouca divulgação do
assunto e a falta de capacitação; 19 professores (7,4%) identificaram a dificuldade de
acesso ao material e falta de capacitação; 1 professor (0,4%) identificou a dificuldade de
acesso ao material e outro fator não explicitado; 3 professores (ou 1,2%) identificaram a
troca de informações entre colegas e falta de capacitações.
professores que identificaram três dificuldades: 12 professores (ou 4,7%)
identificaram a pouca divulgação do assunto, dificuldade de acesso ao material, falta de
capacitação; 1 professor (ou 0,4%) identificou a pouca divulgação do assunto, falta de
troca de informações entre colegas e falta de capacitações.
Levando-se em conta a soma das respostas dos professores que assinalaram um
item com os que assinalaram mais de um item, temos um total maior que 100%. Sendo
assim, para 23,4% dos professores, a maior dificuldade enfrentada é a pouca divulgação
do assunto; para 25,4% dos professores, a maior dificuldade enfrentada é a dificuldade
de acesso ao material; para 7,9% dos professores, a maior dificuldade enfrentada é a
falta de troca de informação entre os colegas professores; para 62,7% dos professores, a
maior dificuldade enfrentada é a falta de capacitação. Há 12 professores (ou 4,37%) que
assinalaram outra dificuldade, mas o a especificaram. E ainda 4 professores (ou
1,6%) que afirmaram não encontrar dificuldade nenhuma para trabalhar com o tema
saúde na escola.
118
Tabela 27 - Dificuldade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.
N
Valid
234
Missing
23
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid
pouca divulgação
27
10,5
11,5
11,5
dificuldade acesso
material
22
8,6
9,4
20,9
falta de troca de
informações entre
colegas
4
1,6
1,7
22,6
falta de capacitação
109
42,4
46,6
69,2
outra
12
4,7
5,1
74,4
todos os itens
10
3,9
4,3
78,6
não há dificuldade
alguma
4
1,6
1,7
80,3
12
1
,4
,4
80,8
13
2
,8
,9
81,6
14
7
2,7
3,0
84,6
24
19
7,4
8,1
92,7
25
1
,4
,4
93,2
34
3
1,2
1,3
94,4
124
12
4,7
5,1
99,6
134
1
,4
,4
100,0
Total
234
91,1
100,0
Missing
System
23
8,9
Total
257
100,0
119
pouca divulgação
dificuldade acesso material
falta de troca de informações entre colegas
falta de capacitação
outra
todos os itens
não há difuculdade alguma
12
13
14
24
25
34
124
134
Quais dificuldades
Pies show counts
Gráfico 23 - Dificuldade encontrada pelo professor para realizar atividades de saúde na
escola.
A maior dificuldade apontada pelos professores foi a falta de capacitação.
120
6.2. Resultado das questões abertas
1) Qual a importância do papel da escola na promoção da saúde?
Distribuição dos conteúdos, categorizados a partir das questões abertas respondidas
pelos professores
Unidades de
contexto
Unidades de registro
Unidades
de
numeração
Unidades
de
freqüência
Papel da escola na
formação do aluno
Espaço transmissão de
informações, prevenção;
Espaço formação
holística/preocupação com
qualidade de vida;
Carência de informação na/na
família;
119
60
20
59,80
30,15
10,05
subtotal
199
100,00
Somente num único questionário, encontramos uma resposta negativa do
professor ―não vejo tanta importância, não acho tão importante‖ (informante 94). Em
dezesseis questionários essa questão não foi respondida.
Os professores que vem a escola como espaço para a transmissão de
informações tem uma concepção bancária da educação e se vêem como transmissores
das informações aos alunos, que por sua vez não passam de mero depósito de
informações. Aqueles que vêem a escola como espaço para a formação do indivíduo
se percebem como facilitadores do processo de aprendizagem e preocupam-se com a
criação de condições para que essa se efetive. Identificamos uma contradição: como a
importância do trabalho com saúde na escola deve-se à cidadania e à qualidade de vida,
se os professores enfatizam apenas a questão da transmissão de informações? Educação
o se faz apenas através da transmissão de informação, sejam elas de que área do
conhecimento for.
121
A conduta dos professores assemelha-se à dos profissionais da saúde como no
estudo de Souza e Freitas (2008) onde a visão dos profissionais da saúde sobre
saneamento aproxima-se de uma visão preventivista e não promocional; Colome, Lima,
Davis (2008) sobre a visão fragmentada de enfermeiras acerca da articulação entre as
equipes do PSF; Fernandes (2003) acerca da dificuldade dos profissionais da saúde para
cuidar das crianças com desnutrição energético-protéica (DEP).
122
2) Que ações de saúde são desenvolvidas na escola/pela escola?
Distribuição dos conteúdos, categorizados a partir das questões abertas respondidas
pelos professores
Unidades de
contexto
Unidades de registro
Unidades
de
numeração
Unidades
de
freqüência
Relação das
práticas educativas
de saúde ao
desenvolvimento de
ações específicas
Higiene Bucal
Combate à dengue
Campanha de Vacinação
Alimentação
Vitaminas
Meio ambiente
Higiene pessoal
Prevenção de doenças
Atividade sica
Tuberculose
Diabetes
Drogas
DST/AIDS
Oculista
Atuação de outros
profissionais
Outras atividades (não
especificadas)
96
58
10
29
1
12
24
4
3
1
1
3
12
1
16
63
28,74
17,36
2,99
8,68
0,30
3,59
7,18
1,20
0,90
0,30
0,30
0,90
3,59
0,30
4,79
18,86
Subtotal
334
100,00
Desconhecimento
da potencialidade
da escola como
promotora de saúde
Desconhecimento da
potencialidade da escola como
promotora de saúde
22
subtotal
22
100,00
123
Dezenove professores não responderam a essa pergunta; e um professor
(informante 232) alegou ―estou a pouco tempo na escola‖ para fato de desconhecer
ações de saúde desenvolvidas pela escola.
As atividades de higiene bucal são escovação e aplicação de flúor. Alguns
professores citaram o escovódromo como espaço destinado para atividade desse tipo. A
pesquisadora visitou uma escola do SER III e presenciou
18
uma atividade desse tipo.
Numa outra escola, dessa vez da SER II, as atividades de escovação dentária, aplicação
de flúor haviam sido suspensas porque era período de avaliação bimestral.
Por alimentação, entendam-se as atividades relacionadas à horta da escola,
merenda escolar ou orientações sobre os alimentos.
Não sabemos onde/como as atividades de vacinação bem como a de vitaminas
foram realizadas: se alguém do posto de saúde vai até á escola ou se os alunos são
encaminhados para o posto de saúde. Mas entendemos que são duas atividades que não
são realizadas pelo professor.
As atividades relacionadas ao meio ambiente, segundo respostas dos professores,
limitavam-se as atividades relacionadas ao lixo e ao consumo de água.
As atividades relacionadas à higiene pessoal foram descritas como: lavar as
os, corte de cabelo e de unhas.
Dezesseis professores citaram a atuação de outros profissionais como
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogas. Desses dezesseis, sete são
professores de uma escola da SER VI situada próxima à UNIFOR.
Identificamos uma contradição nas falas dos professores: os mesmos professores
que conhecem o conceito ampliado de saúde inserem-na, no contexto escolar, através de
propostas pontuais como o combate à dengue, vacinação, aplicação de flúor. Talvez
essa visão e prática fragmentadas da realidade expliquem o grande número de artigos,
18
Uma técnica de higiene dental chega ao pátio da escola com uma turma de pequeninos (8 crianças).As
crianças estavam com escovas de dente nas mãos. A moça lhes deu um pouco de pasta de dente e eles
iniciaram a escovação, sem orientação alguma, sem espelho, de pé no meio do pátio. As crianças cuspiam
a espuma que se formava numa espécie de fosso (coberto de grades de proteção) no canto do pátio.
Quando todas acabaram, a moça organizou os alunos numa fila e levou-os auma torneira (as crianças
precisavam abaixar-se para acessar a torneira) para que ela lavasse a escovas e eles a boca.Assim que saiu
uma turma, logo a moça chegou com outra (6 crianças). No final da escovação o incidente: uma das
escovas havia caído no fosso. A moça devolveu os alunos e trouxe outra turma (12 meninas). Uma das
crianças estava sem uniforme, não trouxera a escova de dente e por isso não iria participar da escovação.
Umas cinco crianças do grupo passeavam pelo pátio enquanto escovavam os dentes. A grande
preocupação da moça ao final da escovação durante a lavagem era que as escovas não caíssem no fosso,
Por isso ela explicava que ela lavaria as escovas de dente e os alunos suas próprias bocas. Percebi que
cada escova tem nome, capinha protetora e ficam guardadas na sala de aula da criança, trancada nos
armário da professora.
124
listados no quarto catulo desta pesquisa, cujo foco é um aspecto pontual da saúde
escolar como violência, sexualidade, meio ambiente.
O que se deve buscar é a superação da relação entre a Saúde e Educação,
caracterizada historicamente pelos processos de medicalização da Educação e/ou de
pedagogização da Saúde. O primeiro refere-se à utilização de explicações e modelos
biomédicos para abordar fenômenos sociais complexos. E o segundo refere-se à
incorporação do discurso pedagógico como forma de resolver os problemas de saúde.
125
3) De que forma os professores estão envolvidos nessas ações?
Distribuição dos conteúdos, categorizados a partir das questões abertas respondidas
pelos professores
Unidades de
contexto
Unidades de registro
Unidades
de
numeração
Unidades
de
freqüência
Atuação isolada dos
professores
Inserção do tema em sala de
aula;
Elaboração de projetos;
Conscientização da família;
Reforçando orientação dada
pelos profissionais da saúde
101
31
5
23
63,12
19,37
3,12
14,37
subtotal
160
100,00
Desconhecimento
das ações
desenvolvidas pela
escola
Não sabem;
Sabem que tem, mas não
souberam explicar como os
professores atuam;
Apontam a participação de
alguns professores
33
35
3
46,48
49,29
4,22
subtotal
71
100,00
Vinte e nove professores deixaram esse item em branco. Percebemos um aumento
considerável de abstenções de professores quando indagados sobre sua prática docente.
Também nos chama a atenção o fato de muitos docentes desconhecerem as ações de
saúde realizadas na escola. Além, é claro, da forma como essas ações de saúde são
desenvolvidas: inseridas em sala de aula de forma pontual, descontínua. A não- inserção
da família nessas atividades de saúde também foi um ponto inquietante: como propor
uma mudaa de comportamento, a adoção de hábitos saudáveis se o contexto familiar
o foi considerado, se a escola não contar com o apoio da família?
126
4) Como se deu a abordagem do tema saúde durante sua formão?
Distribuição dos conteúdos, categorizados a partir das questões abertas respondidas
pelos professores
Unidades de
contexto
Unidades de registro
Unidades
de
numeração
Unidades
de
freqüência
Formação do
professor
Curso pedagogia
Outra formação
Formação complementar
(curso, palestra, seminários,
leitura)
26
19
17
41,93
30,64
27,41
subtotal
62
100,00
Experiências do
cotidiano
Experiência em sala de aula
(como aluno)
Experiência em sala de aula
(como professor)
5
11
31,25
68,75
subtotal
16
100,00
Campanhas governamentais
Outros
5
40
11,11
88,88
subtotal
45
100,00
Dos 165 professores que assinalaram o item afirmando ter recebido alguma orientação
para trabalhar com o tema saúde na escola, somente 118 especificaram onde/como. Há,
também neste item, um grande numero de professores que o deixaram em branco.
127
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este estudo evidenciou que mais da metade dos professores leciona há mais de
10 anos. Se levarmos em conta o ano de publicação dos PCN’s, podemos afirmar que
mais da metade dos professores já atuavam em sala de aula antes da publicação dos
parâmetros temas transversais.
Uma das variáveis cio-demográficas que menos nos chamou a atenção foi a
prevalência de mulheres na educação básica. Nenhum dos professores homens que
participaram da pesquisa lecionam exclusivamente no ensino fundamental I, eles o
fazem no fundamental I e em outro nível (fundamental II). É na educação infantil e
ensino fundamental (educação básica) onde aparecem as maiores proporções de
professoras, sendo que, no ensino médio, prevalecem os homens. Essa prevalência do
sexo feminino na educação básica deve-se ―à idéia de que a educação da infância
deveria ser-lhe atribuída, uma vez que era o prolongamento de seu papel de mãe e da
atividade educadora que exercia em casa.‖. (TANURI, 2000, p. 66). Essa concepção,
oriunda na necessidade de o-de-obra para a escola primária, mostra o magistério
como a única profissão em que a mulher poderia conciliar suas funções domésticas e
seu papel profissional. A própria denominação tia‖, dada pelos alunos às professoras,
reforça a proximidade e identificação da professora com figura familiar e similar à
materna (FREIRE, 1993).
Quanto à variável idade, quase metade dos professores participantes desse
estudo tem mais de 40 anos.
Considerando que a idade do professor constitui uma das marcas de
sua atuação, chama-se a atenção para algumas questões eventualmente
relacionadas à condição etária, como a renovação dos quadros
docentes por efeito de concurso/aposentadoria, a aceitação de novas
concepções pedagógicas, a maior ou menor experiência, entre outras.
Cabe também destacar que a concentração de docentes em atividade
em sala de aula a 45 anos pode estar relacionada a uma
aposentadoria ―precoce‖ ou, ainda, a situações de abandono da
profissão . (UNESCO, 2004, p. 48)
O grau de escolaridade dos professores participantes desse estudo
19
está
equilibrado: curso superior completo e pós-graduação. Até a aprovação da LDB, nos
19
Nosso estudo não questionou em que tipo de instituição (pública ou provada) os professores obtiveram
formação. Esse questionamento seria importante, pois a obrigatoriedade do curso superior pode ―provocar
128
anos 90, não era exigido o curso superior para todos os professores. Antigamente, para
atuar na educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental, bastava apenas a
formação no curso de magistério (equivalência ensino dio). Com a nova lei, para
atuar na educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental, o professor deverá
ter o curso normal superior (equivalência ensino superior) ou licenciatura em pedagogia
(o curso oferece duas formações, bacharelado ou licenciatura, mas somente o segundo
prepara professores para atuarem em sala de aula; o primeiro, forma profissionais para
trabalhar com formação de professores e administração, planejamento e orientação
educacional). Os dados desta pesquisa no que se refere à escolaridade dos docentes do
ensino fundamental corroboram com os dados do censo escolar 2005.
Quanto à carga horária semanal, a maioria dos professores trabalham 40 horas
semanais
20
. A contagem de horas de trabalho nessa pesquisa foi feita de acordo com a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na CLT a contagem é feita por horas
semanais enquanto no município, a contagem de horas trabalhadas se faz por horas
mensais trabalhadas: um turno de trabalho (o que corresponderia na CLT à 20 horas
semanais) conta-se 120 horas/mensais; em dois turnos de trabalho (o que corresponderia
na CLT à 40 horas semanais) conta-se 240h/mensais. Os dados alcançados pela nossa
pesquisa divergem dos dados do Censo do Professor (2003). Segundo o censo, a maioria
dos docentes brasileiros 51,2% trabalham até 20 horas semanais. E ainda aqueles,
18,4%, que exercem outra atividade remunerada além do magistério.
Outro aspecto importante que temos que levar em conta quando falamos de
carga horária de trabalho do professor são as horas dispensadas para estudo,
planejamento, elaboração e correção de atividades, trabalhos e provas. Essa hora-
atividade é intrínseca na vida profissional do professor, mas este trabalho não está
incluído naquele período que ele está dentro da sala de aula, pelo qual ele está sendo
pago. ainda outras atividades relacionadas com a função docente, como as reuniões
de professores e atendimento a pais, que em geral ocorrem fora do horário escolar.
Já no que diz respeito à remuneração salarial, mais da metade dos professores do
município recebem entre 2 e 3 salários mínimos (na época desse estudo, esse valor gira
em torno de R$ 830,00 e R$ 1.245,00. A educação é um direito de todos garantido pela
um proceso masivo d recertificacion de los docentes em servicio a través de curso de baj calilad, gerando
altos costos pero poco valor agregado em términos d aprendizaje em el aula‖ (DELANOY, 2002, p.4)
20
Nosso estudo não questionou os professores que declaravam trabalhar mais de um expediente, se os o
faziam em uma única escola ou não. Nem também os questionamos se desempenham outra atividade
além do magistério.
129
constituição e temos que reconhecer que houve um crescente esforço do país em
universalizar o direito à educação. Mas não se pode pensar em universalização da escola
sem pensar no professor, na valorização do profissional. O professor é um profissional
que, conforme Assis (2001) tem que ler, viajar, escrever, ter acesso aos bens de cultura,
mas isso foi, durante muitas décadas, destruído e alijado de seu alcance. Acreditamos
que essa falta de acesso aos bens, cultura, deixa marcas também na qualidade da
educação que ele oferece. Some-se, além dos baixos salários, as condições do ensino e
o valorização do magistério.
Um novo piso salarial profissional nacional para profissionais do magistério foi
aprovado, na esfera federal, em julho deste ano: R$ 950 (que será dado
progressivamente até 2010) para 40 horas semanais. Esse valor foi fixado para
profissionais que estudaram até o nível dio. Caberá aos estados e municípios fixar
o piso inicial para quem fez curso superior e pós-graduação. Numa consulta feita ao site
da prefeitura municipal de Fortaleza, encontramos uma notícia, de maio deste ano,
intitulada Salário inicial chega a R$ 2,7 mil em Fortaleza. em que a prefeitura afirma
que o município de Fortaleza paga um dos melhores salários aos seus professores. Os
valores, conforme a página da internet, são: R$ 1.567,02 para os profissionais com
graduação; R$ 2.356,31 com mestrado; e R$ 2.739,54 com doutorado. O site faz ainda
menção ao Plano de Cargos e Carreiras aprovado em 2007.
Um dos principais fatores para a baixa qualidade do ensino público no país é o
salário dos professores, que além que espantar os talentos, os obriga à dupla ou até tripla
jornada de trabalho para complementar a renda. Essa sobrecarga de trabalho, em
condições inapropriadas como as que temos no Brasil violência, falta de estrutura
física, falta de reconhecimento, entre muitos outros - compromete diretamente seu
tempo para planejamento, sem desempenho em sala de aula, sua saúde física e
emocional.
As transformações de ordem global apontam para novas composições familiares.
Em relação ao estado civil, os professores do ensino fundamental I de Fortaleza
declararam-se, na sua maioria casados
21
.
Os dados sobre a relação dos docentes com a questão da saúde adquirem
especial relevância, pois trazem à tona dimensões da vida social, profissional cuja
21
Não foi objeto de estudo dessa pesquisa a presença ou não de filhos ou com quem residiam os
professores entrevistados, ou ainda se eles os provedores financeiros das famílias. Em futuras pesquisas,
esses outros pontos deverão ser contemplados para que possamos ter um perfil completo dos docentes de
ensino fundamental I de Fortaleza.
130
consideração pode alargar a compreensão da educação e do papel dos educadores na
sociedade. A prática educativa pode estar voltada não apenas para o trabalho, mas
também para a formação da pessoa no sentido mais amplo, o que inclui a saúde e o
ético, entre outras dimensões da vida.
Saúde significa muito mais que a ausência de doenças, conforme definição da
OMS, é um completo estado de bem-estar sico, mental e social. 80,2% dos professores
do município de Fortaleza concordam com essa definição. Os professores do município
de Fortaleza estão em consonância com as idéias de Buss (1999)
O que, entretanto vem caracterizar a promoção da saúde
modernamente é a constatação do papel protagônico dos
determinantes sociais sobre as condições de saúde (...) Sustentam-se
eles na constatação de que a saúde é produto de um amplo espectro de
fato relacionados com a qualidade de vida, incluindo um padrão
adequado de alimentação e nutrição, de habitação e saneamento, boas
condições de trabalho e renda, oportunidades de educação ao longo de
toda a vida dos indivíduos e das comunidades (―empowerment) (p.
179)
Sobre a importância do trabalho com o tema saúde na escola, a maior parte dos
professores do município de Fortaleza afirmou que o importante é trabalhar a cidadania
e qualidade de vida
22
na escola.
Educação para a saúde na escola significa a formação de atitudes e
valores que levam o escolar ao comportamento inteligente, revertendo
em benefício de sua saúde e da saúde dos outros. Não se limita a dar
conhecimentos; preocupa-se em motivar a criança para aprender,
analisar, avaliar as fontes de informações, em torná-la capaz de
escolher inteligentemente seu comportamento com base no
conhecimento. (MARCONDES, 1972, p. 91)
A opção da quase maioria dos professores do ensino fundamental I por esse item
revela uma acentuada preocupação com a formação de atitudes e valores dos estudantes,
tanto em termos de atuação coletiva quanto individual, evidenciando uma tentativa dos
professores de corresponder às idéias hoje correntes no campo educacional, que
valorizam a questão da cidadania e a da formação do cidadão
22
A qualidade é conceito polissêmico, um constructo que necessita de diretrizes teórico-metodológicas
bem definidas. Há dois conceitos: um mais geral e outro específico (composto por domínios).
Acreditamos, mas não podemos afirmar categoricamente, que os professores pesquisados tem uma não
ampla, genérica do conceito de qualidade de vida.
131
Mas a saúde ainda não está presente na formação de todos os professores
brasileiros. Este resultado não nos surpreendeu uma vez que no estudo de Barretto et al
(2008) já havíamos verificado a não oferta da disciplina de educação em saúde nos
cursos de pedagogia das três universidades atuantes em Fortaleza e no estudo de
Leonello e L’Abatte (2006) a mesma ausência foi identificada nos currículos dos
professores formados por uma Universidade Estadual Paulista.
E o que os professores acham da qualidade das informações recebidas sobre
saúde? 106 professores (ou 41,2%) consideram satisfatória a qualidade das informações
adquiridas enquanto 123 professores (ou 47,9%) consideram não-satisfatória.
Não é uma questão de informação. É uma questão de informação com
qualidade. O professor deve sentir-se preparado para trabalhar com o tema saúde em
sala de aula: a maioria dos professores entrevistados (65,0%) declarou não se sentir
preparado. Que informações são essas recebidas durante a formação dos professores que
o os deixam preparados para trabalhar com a saúde? O que os professores alegam
para o fato de não se sentirem preparados para trabalhar com o tema saúde são: a falta
de conhecimento sobre o assunto e a falta de material didático como maiores
empecilhos para o trabalho com saúde na escola. Os resultados do nosso estudo
corroboram com os de Guimarães, Melo e Fernandes (2005) que investigaram a
concepção de saúde dos docentes da Bahia.
Além da falta de preparo do professor para trabalhar com o tema saúde na
escola, há ainda mais um empecilho: as dificuldades impostas pela escola para que um
trabalho dessa natureza seja executado. A maior dificuldade apontada pelos professores
foi a falta de capacitação específica. Os dados da nossa pesquisa no tocante às
dificuldades encontradas pelos professores para trabalhar com o tema saúde na escola
são semelhantes aos resultados encontrados no estudo de Fernandes, Rocha e Sousa
(2005): a falta de material didático é um empecilho real para o trabalho com saúde na
escola.
Na fala do informante 128, quando indagado sobre o envolvimento dos
professores nas ações de saúde da escola, encontramos ―Tentam, mas não conseguem
apoio. Penso que as escolas de saúde deveriam ter projetos obrigatórios de
esclarecimentos sobre higiene e saúde, principalmente em escolas públicas‖. Os
professores usam aquele argumento já tão exaurido que é a falta de tempo do professor
para o não envolvimento com trabalho de saúde na escola: Os que eu conheço trabalha
três turnos todos os dias, como se envolver?(informante 74).
132
No Brasil, a condição para o professor do ensino fundamental I estar em sala de
aula é um curso superior em pedagogia. Muitos dos professores o podem continuar
seus estudos, apesar da formação continuada ser uma necessidade da sala de aula, por
questões financeiras ou por falta de tempo. Deveria ser obrigatório o conhecimento das
questões de saúde/promoção da saúde na formação sica dos professores. Mas não é o
que constatamos. Em estudo realizado em 2008 por Barretto et al, nos cursos de
formação de professores, pedagogia, nas universidades atuantes em Fortaleza,
constatamos que não nenhuma disciplina obrigatória, nem optativa de educação em
saúde para os futuros professores. E a proposta de intersetorialidade preconizada por
Ottawa (1986)?
Os pré-requisitos e perspectivas para a saúde não são assegurados
somente pelo setor saúde. Mais importante, a promoção da saúde
demanda uma ação coordenada entre todas as partes envolvidas:
governo, setor saúde e outros setores sociais e econômicos,
organizações voluntárias e o-governamentais, autoridades locais,
indústria e mídia. As pessoas, em todas as esferas da vida, devem
envolver-se neste processo como indivíduos, famílias e comunidades.
Os profissionais e grupos sociais, assim como o pessoal de saúde, m
a responsabilidade maior na mediação entre os diferentes, em relação
à saúde, existentes na sociedade. As estratégias e programas na área
da promoção da saúde devem se adaptar às necessidades locais e às
possibilidades de cada país e região, bem como levar em conta as
diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos.
O professor também precisa superar essa velha concepção de que a saúde deve
ser responsabilidade do setor saúde ou que na escola ela deve ser responsabilidade do
professor de ciências. No ensino fundamental I o professor especialista. O
professor é polivalente, ou seja, deve se preocupar com a formação integral do aluno.
Mas a verdade é que ainda há professores com uma concepção ultrapassada no discurso,
e nas suas práticas também, como podemos ver na fala do informante 94―Não vejo tanta
importância, não acho tão importante‖.
É exatamente daí da constatação da ineficácia da Educação em
provocar mudança de comportamentos e práticas, na Educação em
Saúde, que se estabelece o distanciamento entre o discurso e a prática
pedagógica em saúde. A prática pedagógica permanece presa aos
mesmos princípios, enquanto o discurso da Educação em Saúde passa
a se apropriar de novos referenciais teóricos que ultrapassam a noção
determinística entre saber instituído e prática em saúde.
(GRAZZINELI ET AL, 2005, p. 202)
133
umas diretrizes interdisciplinares para o trabalho na escola conhecidas como
PCN’s. Essas diretrizes foram lançadas em 1997 e versam sobre os conteúdos
curriculares tradicionais (linguagem, matemática, ciência, história e geografia, artes) e
são de conhecimento de quase todos os professores.
Alguns PCN’s versam também sobre os temas transversais. Entre eles a saúde,
meio ambiente, sexualidade, ética. 197 professores (ou 76,7%) sabem que a saúde é um
dos temas transversais. Não é estranho o professor conhecer os PCN’s e não saber que a
saúde é um dos temas transversais?
saber que a saúde está contemplada nos PCN’s o promove mudanças em
sala em sala de aula. Por isso nossa preocupação em saber como os professores acham
que essa saúde está contemplada nesses parâmetros. A maioria dos professores
respondeu que a proposta de saúde dos PCN’s é o desenvolvimento de ações específicas
na escola. uma contradição entre o conceito ampliado de saúde e a concepção dos
professores de que as ações de saúde devem realizar-se através do desenvolvimento de
ações específicas na escola.
Diferentemente dos professores que preconizam a adoção de ações pontuais, o
PCN de saúde considera a realização sistemática de ações e a colaboração das outras
esferas da sociedade como pré-requisitos para o alcance dos objetivos traçados.
Hábitos constroem-se cotidianamente e se alteram caso não voltem a
ser objeto de avaliação e justificação. Não são ensinados e aprendidos
após uma única abordagem, devendo ser geradas oportunidades de
aplicação sistemática diante das manifestações de interesse por parte
dos alunos, do diagnóstico periódico do professor, dos pais, da
comunidade escolar e da ocorrência de doenças na região
(MINITÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997, p. 24)
Mais uma vez percebemos antagonismos nas repostas dos professores. Os
mesmos professores que conhecem o conceito ampliado de saúde atribuíram
importância ao trabalho com saúde na escola como uma proposta de cidadania e
qualidade de vida, acham que a saúde, como uma diretriz curricular, deve ser realizada
através de ações específicas na escola. Essa informação é confirmada quando
questionados sobre as ações de saúde desenvolvidas na escola. A maioria das respostas
contemplou realmente o desenvolvimento de ações específicas como passeata contra a
dengue, escovação com aplicação de flúor, vacinação.
Não é que queiramos transformar os professores em profissionais de saúde, mas
a necessidade da participação expressiva dos docentes como agentes na saúde dos
134
escolares é expressiva. Sua atuação se daria através da transmissão de conhecimentos,
no desenvolvimento e promoção de ações educativas saudáveis. Conforme Franchin et
al (2006) o educador em saúde criaria condições para o envolvimento tanto da
comunidade escolar como da não-escolar em ações para uma melhor compreensão do
próprio corpo e dos determinantes sociais do processo saúde-doença, permitindo assim
que o empoderamento, ou seja, permitindo que as pessoas participem ativamente das
ações de ações e superem a postura de meros receptores passivos de ações curativas e de
cunho assistencialista.
Quando questionados sobre onde receberam orientação para trabalhar com o
tema saúde, a maioria 94 professores (ou 36,6%) afirmou que não recebeu orientação
nenhuma. Dos que afirmaram ter recebido alguma formação/ orientação, 51 professores
(ou 19,8%) o fizeram na faculdade; 27 professores (ou 10,5%) num curso de
capacitação; 9 professores (ou 3,5%) através de colegas; 22 professores (ou 8,6%)
através dos manuais da escola; 4 professores (ou 1,6%) no do posto de saúde. Se
somarmos todas as respostas dos professores que alegaram ter recebido alguma
orientação para trabalhar com o tema saúde, teremos 44%, ou seja, um número bem
superior aos de 36,6% que alegaram não ter recebido orientação alguma.
Quando questionados sobre as facilidades e dificuldades encontradas para
trabalhar com o tema saúde na escola, a maior parte dos professores identificou a troca
de informações entre colegas como a maior facilidade, enquanto a falta de capacitação
foi identificada como maior empecilho. A maioria dos professores participantes desta
pesquisa elegeu a educação não-formal, a troca de informação entre os colegas como
grande facilitador para o trabalho com saúde na escola, ou seja, os professorem buscam
apoio nas redes informais. Segundo Pinto et al (2006) essas redes de apoio social tanto
podem proteger os indivíduos, quanto afetar direta e positivamente a saúde das pessoas
oferecendo ajuda econômica, material e informações.
Entendemos que o professor necessita de formação continuada e por formação
continuada entendemos a oportunidade de repensar e aperfeiçoar sua prática docente.
legislação específica para isso, conforme publicação do Ministério da Educação
(2005):
LDB define que as instituições formativas deverão manter programas de
formação continuada para os profissionais de educação dos diversos veis‖, além de
estabelecer que os sistemas de ensino deverão promover aperfeiçoamento profissional
continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim‖;
135
A Lei 9424/96 que instituiu o FUNDEF estabelece que 60% dos recursos do
Fundo sejam destinados à remuneração do magistério, sendo que a parcela restante (de
até 40%) deve ser aplicada, entre outras coisas, na formação (inicial e continuada) dos
professores;
Resolução 03/97, do Conselho Nacional de Educação, definiu, que os
sistemas de ensino ―envidarão esforços para implementar programas de
desenvolvimento profissional dos docentes em exercio, incluída a formação em nível
superior em instituições credenciadas, bem como, em programas de aperfeiçoamento
em serviço‖. Desse modo, os planos de carreira devem incentivar a progressão, por
meio da qualificação inicial e continuada dos trabalhadores da educação.
O Plano Nacional de Educação PNE- (Lei n.10.172/2001), ao estabelecer os
objetivos e metas para a formação inicial e continuada dos professores e demais
servidores da educação, enfatiza que se faz necessário criar programas articulados entre
as instituições públicas de ensino superior e as secretarias de educação, de modo a
elevar o ―padrão nimo de qualidade de ensino‖.
Um aspecto importantíssimo percebido através do estudo é um aumento
considerável de questionários em branco no tocante às questões específicas, ou seja,
quando o foco do questionamento é o professor, sua prática docente, sua formação, há
uma recusa de respostas treze professores não responderam ao item sobre se estudou
ou o sobre o tema saúde durante sua formação, vinte e oito professores não
responderam ao item sobre a qualidade das informações recebidas sobre saúde durante
sua formação; quarenta e nove professores não responderam ao item sobre o conceito de
saúde dos PCN’s; oitenta e dois professores não responderam ao item sobre o porquê de
o se sentir preparado para trabalhar com o tema saúde na escola; cento e quatro
professores não responderam ao item sobre as dificuldades para trabalhar com o tema
saúde na escola; cinqüenta e dois professores não responderam ao item sobre a
facilidade encontrada para trabalhar com o tema saúde e outros 23 professores não
responderam ao item sobre a dificuldade encontrada para trabalhar com o tema saúde na
escola.
As queses que abordavam os aspectos sócio-demográficos foram quase todas
respondidas por quase todos os professores.
Além no grande mero de questões específicas não respondidas, identificamos
muitas divergências entre as respostas dos professores. Como é possível os professores
conhecerem o conceito positivo de saúde e ratificarem a transmissão de informações
136
como o maior papel da escola? Como é possível os professores conhecerem os PCN’s e
o saberem que a saúde é um tema transversal? Como é possível saber que saúde é um
completo estado de bem-estar sico mental e social e afirmar que o conceito de saúde
dos PCN’s é o desenvolvimento de ações específicas de saúde na escola? Como é
possível os professores alegarem falta de conhecimento específico para trabalhar com o
tema saúde na escola se eles mesmos afirmaram ter estudado sobre o tema durante sua
formação?
Quando questionados sobre a importância do papel da escola na promoção da
saúde, a maioria dos professores percebe a escola como espaço para a transmissão de
informações e para prevenção de doenças, ou seja, os professores têm uma concepção
bancária da educação e uma concepção biomédica da saúde.
Quando questionados sobre quais ações de saúde eram desenvolvidas na escola,
a maioria dos professores identificou ações pontuais como campanhas de vacinação,
combate à dengue, escovação de dente. Vale ressaltar que muitas dessas ações de saúde
apontadas pelos professores podem até ser realizadas na escola, mas o são por outros
profissionais, como os técnicas de higienização dental que o às escola fazer a
escovação de dentes, como os profissionais da unidade básica de saúde que fazem a
aplicação das vacinas.
Quando questionados sobre o envolvimento dos professores nas ações de saúde,
a maioria apontou a inserção não sistematizada dos temas na sala de aula. A
participação dos professores foi ainda percebida através da elaboração dos projetos e do
reforço às ações realizadas pelos profissionais da saúde.
As respostas das questões abertas no nosso questionário confirmam as respostas
encontradas através das questões fechadas: os professores até conhecem o conceito
ampliado de saúde, mas eles não se reconhecem como educadores em saúde e nem a
escola como espaço promotor de saúde. A escola ainda é vista como espaço para
transmiso de informação, o professor é o detentor do conhecimento e os alunos os
depósitos de informação. A saúde está presente na escola através, principalmente de
ações pontuais e realizadas por outros atores como os agentes de saúde. E a relão
escola, família e a comunidade não-escolar precisa ser vista com mais carinho e com
ações mais enérgicas.
137
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores,
valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da
semente. (Henfil)
Nosso estudo se propôs a fazer uma análise dos conhecimentos e práticas de
saúde dos professores do ensino fundamental I da rede municipal de Fortaleza.
Pesquisar o que eles entendem por saúde, qual seu papel, se encontram dificuldades, se
facilidades. Nosso estudo é apenas um pontapé inicial, é uma semente. Como
educadoras, sabemos que ainda muito que se pesquisar sobre saúde na escola. Aliás,
na nossa concepção, não podemos dissociar qualquer intervenção na escola do trabalho
do professor. Ele é a peça chave para qualquer mudança que pretendamos realizar. De
posse desses dados apresentados, podemos, agora sim, pensar em intervenções mais
concretas.
A atividade de ensino era considerada função de alto valor social,
interpretada como um dom, um sacerdócio, valorizada por todos os cidadãos e assumida
pela sociedade como uma atividade pública. Como observamos em Esteve (1997, p. 7):
―Já houve um tempo em que se considerava o magistério, ou mais especificamente, o
trabalho docente, um sacerdócio a que os abnegados profissionais da educação deviam
se dedicar quase estoicamente‖. Hoje em dia, com as sociedades voltadas, cada vez
mais, para ampliação dos modos de produção e acesso à informação, essa atividade
perdeu este sentido.
As modificações capitalistas promovidas nos setores primários e secundários da
economia foram semelhantes na prática de ensino e os profissionais do magistério
foram equiparados, do ponto de vista do mercado, aos trabalhadores de outros setores:
controle da produtividade, do ritmo do trabalho, do tipo de tarefa a ser executado, do
tempo para sua execução, da jornada e carga de trabalho a ser executada. Ou seja, a
educação passou a ser vista como uma mercadoria lucrativa e os profissionais do
magistério como mão-de-obra qualquer. Conforme Sampaio e Maranhão (2003, p.335),
o trabalho docente é produtivo, pois permite a acumulação indireta de capital, embora
o ao trabalhador, e útil, pois resulta em satisfação de necessidades humanas materiais
e espirituais, do trabalhador e da sociedade‖. Além das funções tradicionais como o
ensino das disciplinas, outras atribuições passaram a incorporar o cotidiano docente.
138
Constantemente as pesquisas apontam os estudantes brasileiros como os
menos preparados em questões de compreensão de texto (MEC, 1998 p. 7). De quem é
a culpa? É uma pergunta difícil de responder. De muita gente, em todas as esferas do
sistema educacional brasileiro.
o é mais surpresa para os formadores de opinião que a qualidade da
educação básica brasileira deixa muito a desejar: o país necessita, urgentemente,
desenvolver as potencialidades dos alunos, pelo menos as capacidades de ler, escrever e
contar. São muitos os problemas e de gravidade alarmante: o índice de repetência, a
distorção idade-série, o número de não concludentes, ou seja, o abandono, e os níveis de
aprendizagem são, no nimo, medíocres. E estes problemas estão ligados diretamente
à questão da formação dos professores.
Bons professores, em geral, precisam ser bem formados. Excluindo-se
aqueles que são autodidatas ou geniais, a ampla maioria dos profissionais precisa
receber uma formação estruturada, formalizada e competente para que a educação
básica ganhe em qualidade de aprendizado.
Sabe-se que um problema tão amplo jamais poderá ser solucionado de forma
simplista. Não se pretende apontar culpados, (a atual realidade brasileira, a profunda
estratificação social e a injusta distribuição de renda entre muitos outros fatores); ao
contrário, a intenção é mostrar que uma das soluções seria o investimento na formação e
capacitação de professores. Há a necessidade de envolvimento de todos os segmentos da
sociedade tais como família, escola e governo. Mas como não se deve esperar por ações
pontuais e soluções mágicas, a prioridade deveria ser a formação dos professores.
Pode-se comar a solucionar o problema pelo educador, pode-se trabalhar
com ele, melhorar seus conhecimentos e sua visão. Está no educador a solução. O
preparo teórico que falta a muitos docentes, fecunda a prática, tornando-a mais
consciente e eficaz.
Os PCN’S reconhecem, após divulgação de pesquisas sobre a formação do
professor, que estes precisam de uma formação consistente e contínua. As próprias
diretrizes apontam a necessidade da reestruturação do ensino, ou seja, uma reforma
educacional o que requer investimento na formação docente.
Reforma educacional é um processo longo e contínuo, além de
extremamente potico à medida que impõe a vontade da classe dominante sobre a
classe dominada. Mesmo que as elites não tenham a intenção de investir na educação do
139
país, chegará a hora em que a educação será uma exigência, um pressuposto
indispensável ao crescimento econômico.
Portanto, para que a educação brasileira atinja patamares de primeiro mundo
e forme cidadãos, as inúmeras reformas que são exigidas devem necessariamente
começar pela formação dos professores. E nem de formação continuada, acadêmica
estamos falando. Este trabalho aponta um problema anterior à falta de formação
qualificada do professor: a falta de saúde, e mais, a falta de poticas blicas voltadas
para a saúde do professor.
Como se pode falar em profissional do magistério bem qualificado e o
pensar na sua saúde? Como se pode falar em melhoria da qualidade da educação se,
além da falta de preparo, inexistem projetos de educação continuada? O desinteresse da
família, a indisciplina, o desempenho das atividades sem materiais e equipamentos
adequados, a desvalorização profissional e os baixos salários, levam à diminuição do
seu rendimento em sala de aula, além do mais, tem que conviver com o elevado número
de alunos por turma, a infra-estrutura física inadequada, trabalho repetitivo, exposição
ao pó de giz, ambiente de trabalho estressante, ritmo acelerado de trabalho, posição de
trabalho inmoda
Os professores do ensino fundamental I do município de Fortaleza conhecem, na
teoria, o conceito ampliado de saúde, mas ainda realizam ações pontuais e de caráter
biomédico. Aquela velha dicotomia teoria X prática ainda não fora de todo superado
pelos professores. Eles também reconhecem a importância do trabalho com o tema
saúde na escola, mas a maioria atribui essa responsabilidade para outros atores,
principalmente os profissionais do posto de saúde. O professor não se vê como agente
promotor da saúde.
As redes informais, ou seja, colegas de profissão, ainda são muito utilizadas
pelos professores para a troca de experiência, de informação. Essa é uma prática que
deve ser valorizada também, mas os docentes não podem se limitar ao aprendizado
proporcionado por essas redes informais. Eles sabem que precisam e querem participar
de capacitações constantes, através de congressos, seminários, palestras. Mas a
participação dos professores nesses eventos está comprometida pela falta de dinheiro
para o investimento e pela falta de tempo, já que muitos lecionam nos dois turnos.
As dificuldades oriundas da má formação dos professores têm conseqüências
diretas no seu trabalho pedagógico. Prova disso é que ainda professores que o
conhecem as Diretrizes Nacionais, os PCN’s. Se tem professor que nem conhece os
140
PCN’s, não é estranho que haja professor que não conheça o tema transversal saúde e
que não saiba como a saúde deve estar presente no contexto escolar, embora as
diretrizes tenham sido publicadas mais de 10 anos. Se houvesse essa rede de
formação continuada dos professores, essa lacuna deixada pela formação inicial poderia
ser superada.
Ao final dessa pesquisa, concluímos que há uma necessidade latente de inserir,
efetivamente, a questão da educação em saúde no contexto escolar. E, principalmente,
inserir o professor da escola blica nesse debate e nessa atuação. Será que nas escolas
particulares também é assim? E na educação infantil? E o que os profissionais da
atenção básica, do posto de saúde perto da escola e as famílias pensam sobre o trabalho
de educação em saúde? Muitos questionamentos nos vieram à mente durante a
realização desse estudo. Eles poderão ser, quem sabe, objetos de futuras pesquisas, pois
esperamos que as afirmações, reflexões e fundamentações aqui apresentadas possam ser
analisadas e utilizadas permitindo entreabrir portas que lhes darão continuidade, uma
vez que, nossa pesquisa constituiu-se de um momento do processo avaliativo, o
diagnóstico da realidade.
Não foi nada fácil caminhar da inquietação inicial até a ação de produzir
conhecimento. A jornada até essas considerações finais foi bastante sinuosa. No meio
dela surgiram angústias, inseguranças e incertezas. A recompensa vai além da sensação
de dever cumprido, além da obtenção de um título, além dos obstáculos vencidos e dos
aprendizados realizados. Esperamos que este estudo não se esgote, não seja apenas mais
um trabalho acadêmico. Almejamos, sinceramente, a transformação do papel do
professor em educador em saúde e, conseqüentemente, a melhoria da educação.
A escola não pode mais ignorar seu papel de espaço promotor da saúde. E as
políticas públicas tampouco devem achar que essas transformações que almejamos
serão realizadas como num passe de mágica, sem investimentos em recursos materiais
nem em recursos humanos.
141
REFERÊNCIAS
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151
APÊNDICES
152
APENDICE A
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
Questionário para coleta de dados. Instrumento do professor
SER: __________ Ano em que leciona: __________________
I DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
1) Tempo de magistério
1. ( ) menos de 5 anos 2. ( ) entre 5 e 10 anos 3. ( ) mais de 10 anos
2) Sexo
1.( ) masculino 2.( ) feminino
3) Idade:
1. ( ) entre 21 e 25 anos
2. ( ) entre 26 e 30 anos
3. ( ) entre 31 e 35 anos
4. ( ) entre 36 e 40 anos
5. ( ) acima de 40 anos
4) Escolaridade:
1. ( ) médio completo (antigo 2º grau)
2. ( ) superior incompleto
3. ( ) superior completo
4. ( ) pós-graduado
5) Carga horária semanal
1. ( ) menos de 20 horas semanais
2. ( ) 20 horas semanais
3. ( ) 40 horas semanais
4. ( ) acima de40 horas semanais
6) Remuneração salarial
1. ( ) até 1 salário nimo (R$ 415,00)
2. ( ) entre 2 e 3 salários mínimos (até R$ 1.245,00)
3. ( ) acima de 3 salários mínimos
7) Estado Civil
1. (.....) casado(a)
2. (.....) solteiro(a)
3. (.....) viúvo(a)
4. (.....) Divorciado(a)
II QUESTÕES ESPECÍFICAS
1. O que você entende por Saúde?
1. ( ) Ausência de doenças.
2. ( ) Desenvolvimento de ações específicas na escola;
3. ( ) Complexo estado de bem-estar, sico, mental e social.
2. Qual a importância do trabalho com o tema saúde na escola?
153
1. ( ) mostrar a importância da saúde e dos cuidados;
2. ( ) prevenir e conhecer doenças;
3. ( ) conhecer noções de higiene e alimentação;
4. ( ) preparar e capacitar os alunos;
5. ( ) trabalhar a cidadania e a qualidade de vida;
6. ( ) outros: __________________________________________________________
3. Como se deu a abordagem do tema saúde durante a sua formação?
1. ( ) Estudei sobre saúde durante minha formação.
Como: ________________________________________________________________
2. ( ) Não estudei sobre saúde durante minha formação.
4. Sobre a qualidade das informações sobre saúde recebidas durante sua formação:
1. ( ) Satisfatório. 2. ( ) Não-satisfatório
5. Sobre os parâmetros curriculares nacionais (PCN):
1. ( ) conhece 2. ( ) não conhece
6. Sabe que a saúde está contemplada nos PCN’s?
1. ( ) sim 2. ( ) não
7. Como a saúde está contemplada nos PCN’s?
1. ( ) Através da realização de campanhas pelos órgãos públicos;
2. ( ) Através do desenvolvimento de ações específicas na escola;
3. ( ) Através de uma proposta de mudança de comportamento;
8. Sobre sua preparação para trabalhar com o PCN de saúde na escola:
1. ( ) Sinto-me preparado. 2. ( ) Não me sinto preparado(a).
9. Para o caso de não sentir-se preparado para trabalhar com saúde na escola,
assinale o porquê:
1. ( ) falta de conhecimento 2.( )falta de matéria didático adequado
3. Outro: _______________________________________________________________
10. Você encontra dificuldade para trabalhar com o tema saúde na escola?
1. ( ) sim 2. ( ) não
11 Para o caso de sentir dificuldade para trabalhar com saúde na escola, assinale o
porquê:
1. ( ) falta de capacitação específica 2.( ) falta de matéria didático adequado
3. Outro: _______________________________________________________________
12. Onde você recebeu orientação para realizar atividades de saúde na escola?
1. ( ) Na faculdade.
154
2. ( ) Num curso de capacitação.
3. ( ) Na escola onde trabalho, através dos meus colegas.
4. ( ) Na escola onde trabalho, através dos manuais (livros, etc.) que chegaram.
5. ( ) No posto de saúde.
6. ( ) Não recebi nenhuma orientação para realizar atividades saúde.
13. Qual a facilidade encontrada na escola para realizar atividades de saúde na
escola?
1. ( ) Ampla divulgação do assunto.
2. ( ) Fácil acesso ao material.
3. ( ) Constante troca de informações entre os colegas.
4. ( ) Capacitações (palestras, seminários etc.) oferecidas com freqüência.
5. ( ) Outra: __________________________________________________________
14 Qual a dificuldade encontradas na escola para realizar atividades de saúde na
escola?
1. ( ) Pouca divulgação do assunto.
2. ( ) Dificuldade de acesso ao material.
3. ( ) Falta de troca de informações entre os colegas.
4. ( ) Falta de capacitações (palestras, seminários etc.) oferecidas com freqüência.
5. ( ) Outra: __________________________________________________________
15. Qual a importância da escola na promoção da saúde?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
16. Que ações de saúde são desenvolvidas na escola/pela escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
17. De que forma os professores estão envolvidos nessas ações?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
155
APENDICE B
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Raquel Figueiredo Barretto, professora, acadêmica do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade
de Fortaleza (UNIFOR) estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada SAÚDE NA ESCOLA:
ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS
PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA que tem como objetivo: analisar os
conhecimentos e pticas de saúde dos professores de ensino fundamental I do município de Fortaleza
Portanto, venho solicitar sua colaboração para participar da pesquisa e a autorização para utilizar os dados
coletados. Esclareço que:
- as informações coletadas nos questionários somente serão utilizadas para os objetivos da pesquisa,
- seu anonimato será preservado;
- que o(a) senhor(a) tem a liberdade de desistir a qualquer momento de participar da pesquisa;
-. não haverá, em nenhum momento, custo, ônus ou prejuízo ao participante desta pesquisa.
Em caso de maiores esclarecimento sobre a pesquisa, entrar em contato com a orientadora desta pesquisa,
Prof. Dr. Ana Maria Fontenelle Catrib, Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza, ou
diretamente com a pesquisadora responsável no endereço:
Nome: Raquel Figueiredo Barretto
Endereço: Av. Washington Soares, 1321 Edson Queiroz, Fortaleza/Ceará
Telefone: (85) 3477-3280 / 3477-3000
Expresso, ainda, que sua participação será de extrema importância para o desenvolvimento da pesquisa e
para a aplicação de seus resultados, que subsidiarão futuras ações e mudanças
Dados do entrevistado:
Nome: _______________________________________________________________________________
Endereço:____________________________________________________________________________
Telefone para contato: ________________________________________________________________
CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado,
concordo em participar da pesquisa sobre SAÚDE NA ESCOLA: ANÁLISE DOS
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS PROFESSORES DA REDE
MUNICIPAL DE FORTALEZA
Fortaleza-CE,____ de ________________ de 2008.
_______________________________________ _______________________________________
Assinatura do entrevistado (a) Assinatura do pesquisador
156
APENDICE C
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
APENDICE C Carta de intenções
Professores
CARTA PARA OBTENÇÃO DO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PESQUISAS QUE
ENVOLVAM: ADULTOS E QUESTIONÁRIO (SEM AVALIAÇÃO)
Caro(a) Senhor(a)
Eu, Raquel Figueiredo Barretto, Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade de
Fortaleza (UNIFOR), portadora do CIC 80419976353, RG 95004017141, estabelecido(a) na
Av. Rui Barbosa, 1645 ap. 201, CEP 60115-221, na cidade de Fortaleza, cujo telefone de
contato é (85) 3244-0854, vou desenvolver uma pesquisa cujo título é SAÚDE NA ESCOLA:
ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS
PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA. O objetivo deste estudo é
analisar os conhecimentos e práticas de saúde dos professores de ensino fundamental I do
município de Fortaleza e necessito que o Sr.(a). forneça informões, cujas perguntas estão em
anexo, devendo ocupá-lo(a) por poucos minutos para completar as respostas.
Sua participação nesta pesquisa é voluntária e constará apenas de 09 perguntas que
deverão ser respondidas sem minha interferência ou questionamento e que não determinará
qualquer risco ou desconforto.
Sua participação não trará qualquer benefício direto, mas proporcionará um melhor
conhecimento à respeito da concepção de saúde do professor,ou seja, trará subsídios para
futuras políticas públicas de educação e saúde, que em futuros trabalhos de saúde pública e / ou
saúde coletiva poderão beneficiar outras pessoas.
Não existe outra forma de obter dados com relação ao procedimento em questão e que
possa ser mais vantajoso.
Informo que o Sr(a). tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre
qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a
ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade
de Fortaleza (UNIFOR), situado na Av. Washington Soares, CEP , em Fortaleza - CE., fone/fax
: (85) , email e comunique-se com a Coordenadora.....
Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na
instituição
Garanto que as informões obtidas serão analisadas sem a identificação de nenhum dos
participantes.
157
O Sr(a). tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das
pesquisas e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.
Não existirá despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase
do estudo. Também não compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir
qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.
Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados
serão ser veiculados através de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros
científicos e congressos, sem nunca tornar possível sua identificação.
Anexo está o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso não tenha ficado
qualquer dúvida.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Acredito ter sido suficiente informado à respeito das informões que li ou que foram lidas para
mim, descrevendo o estudo SAÚDE NA ESCOLA: ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS E
PRÁTICAS SOBRE SAÚDE ESCOLAR DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL
DE FORTALEZA
Eu discuti com a mestranda Raquel Figueiredo Barretto sobre a minha decisão em
participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os
procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade
e de esclarecimentos permanentes.
Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do
acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo. Concordo
voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer
momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer
benefício que eu possa ter adquirido.
___________________________________ Data _______/______/______
Assinatura do entrevistado
Nome:
Endereço:
RG.
Fone: ( )__________________________________Data _______/______/______
Assinatura do(a) pesquisador(a) ________________________________________
158
APENDICE D
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
APENDICE D - Orçamento do Projeto
PROJETO: Saúde na escola: concepções e práticas de professores da rede blica
municipal de Fortaleza
Pesquisadora: Raquel Figueiredo Barretto
DISCRIMINAÇÃO
VALOR UNITÁRIO (R$)
VALOR TOTAL (R$)
Recursos Bibliográficos
· Revistas
· Textos
· Livros (Tratado de Saúde
Coletiva)
210,00
500,00
120,00
210,00
500,00
120,00
Sub-Total
830,00
830,00
Material de Consumo
Cadernos
Lápis
Borrachas,
Tesoura
Folha de Cartolina
Papel Madeira
Cola
Fita gomada
Apontadores
Pincéis
Papel A4
Pastas colecionadoras
Canetas (Und)
Cartucho de tintas (Und)
Disquete (Cx)
Grampos (Cx)
CD-ROM (Und)
20,00
10,00
10,00
25,00
15,00
15,00
5,00
4,50
1,00
---
15,00
----
10,00
70,00
15,00
1,50
3,00
20,00
10,00
10,00
25,00
15,00
15,00
5,00
4,50
1,00
---
60,00
----
10,00
280,00
15,00
1,50
30,00
Sub-Total
220,00
492,00
Material permanente e de suporte
Gravador portátil
Máquina fotográfica
Computador
Impressora
-----
-----
-----
-----
-----
-----
-----
-----
Total do orçamento
1.050,00
2.372,00
As despesas ficarão por conta da pesquisadora, sem nenhum ônus para a
instituição que abrigará o estudo.
Todas as despesas relacionadas a esse projeto de pesquisa são de
responsabilidade do pesquisador.
159
APENDICE E
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
Apêndice E Ofício encaminhado ao gestor da SME
À prof. Dra. Ana Maria de carvalho Fontenelle
Secreria Municipal de Educação
Solicitamos a V.S.a, autorização para que Raquel Figueiredo Barretto, aluna
regularmente matriculada no curso de Mestrado em Saúde Coletiva, possa realizar a pesquisa,
sob orientação da prof. Dra. Ana Maria Fontenelle Catrib, intitulada Saúde na escola: análise
dos conhecimentos e práticas sobre saúde do escolar dos professores da rede municipal de
Fortaleza. O presente estudo tem como objetivo analisar as concepções e práticas de saúde dos
professores da rede municipal de Fortaleza, nas escolas da rede municipal de Fortaleza. A
pesquisa se apropriará da abordagem quantitativa. Os dados serão coletados por meio da
aplicação de um questionário semi-estruturado junto aos professores da rede municipal de
ensino. Assegura-se que não serão oferecidos riscos e nem prejuízos à instituição e nem aos
participantes da pesquisa, sendo garantido o anonimato. Os princípios éticos serão norteados
pelas diretrizes e normas reguladoras instituídas pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
do Ministério da saúde, aprovadas na resolução n. 196/96. O projeto se submetido ao Comitê
de Ética da Universidade de Fortaleza COÉTICA e somente após sua aprovação se iniciará a
coleta de dados. Os dados serão devolvidos à SME por meio da apresentação, após a defesa
pública da dissertação prevista para dezembro de 2008. Nessa defesa seo convidados
dirigentes da SME e órgãos afins.
Antecipadamente agradecemos a colaboração e renovamos votos de estima e
consideração.
Atenciosamente,
160
ANEXOS
161
Anexo A
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
Anexo A Declaração Exame de Qualificação
162
Anexo B
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
Anexo B Ofício da Secretaria Municipal de Educação
163
Anexo C
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde CCS
Mestrado em Saúde Coletiva
Anexo C Parecer Comitê de Ética da UNIFOR
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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