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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SDE COLETIVA
MESTRADO ACADÊMICO
JULIE ELOY KRUSCHEWSKY
SAÚDE BUCAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO
MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA, 2008.
FEIRA DE SANTANA-BA
2009
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JULIE ELOY KRUSCHEWSKY
SAÚDE BUCAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO
MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA, 2008.
Dissertação apresentada ao Programa de s-
Graduação em Saúde Coletiva do Departamento de
Saúde (Mestrado Acadêmico) da Universidade Estadual
de Feira de Santana (UEFS) como requisito parcial para
a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Linha de Pesquisa: Epidemiologia das Doeas Bucais.
ORIENTADORA:
Profª Drª Técia Daltro Borges Alves
CO-ORIENTADOR:
Prof. Dr. Márcio Campos Oliveira
FEIRA DE SANTANA-BA
2009
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Ficha catalográfica
Kruschewsky, Julie Eloy
K95s Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia,
2008./ Julie Eloy Kruschewsky. – Feira de Santana, 2009.
155 f.: il.
Orientadora: Tecia Daltro Borges Alves
Co-Orientador: Márcio Campos Oliveira
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Programa de Pós-Graduação,
Departamento de Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009.
1.Levantamento epidemiológico. 2.Saúde bucal. 3.Idoso - Saúde bucal. I.Alves, Tecia
Daltro Borges. II. Oliveira, Márcio Campos. III.Universidade Estadual de Feira de
Santana. IV.Título.
CDU: 616.314(814.22)
Dedico este trabalho a Deus, sem o qual nada disto seria possível,
aos meus pais, Vera e Duca, à minha vó Dita, às minhas tias Beá e
Lilia e aos idosos institucionalizados do município de Feira de
Santana.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a vida, força, sabedoria e pais maravilhosos.
Agradeço a meus pais por lutarem por mim e por minhas irmãs a cada dia de suas vidas.
Obrigada por estarem ao meu lado em todos os momentos de minha vida.
Obrigada minhas irmãs queridas por existirem, por fazerem parte de minha vida e por
torcerem pela minha vitória.
A voAdilio, meu marido querido, agrado pelo amor, apoio, dedicação, paciência, por
acreditar em mim e por estar sempre presente nos momentos mais difíceis.
Obrigada famílias Eloy, Kruschewsky e Mucury pela força, pela torcida e, principalmente,
por entenderem que o momento é de renúncia, de vidas e por vezes isolamento.
Aos meus orientadores Técia e Márcio, o meu “muito obrigada” é especial. Obrigada pela
confiança, paciência, dedicação. Obrigada pelas orientações, por noites mal dormidas, pelo
companheirismo e amizade. A vocês o meu eterno reconhecimento.
Às instituições asilares, aos cuidadores e aos idosos, obrigada pela disponibilidade, confiança
e entrega. Faria tudo outra vez, podem apostar.
À UEFS e ao PPGSC obrigada pela oportunidade!! Jorge e Goreth obrigada por tudo o que
fizeram para tornar a minha passagem por aqui a mais agradável possível.
Aos professores do PPGSC pelo conhecimento e estímulo que obtive durante todo o curso.
Meus colegas queridos, realmente valeu a pena estar aqui. Conheci vocês e construí sólidas
amizades. Aprendi muito com cada um de vocês, coisas para a profissão e coisas para a vida.
Compartilhei com vocês momentos inesquecíveis. Podem contar comigo para o que der e vier.
Aos meus queridos amigos Lyz, Antônio Porto, Cristiane Mercês e Ray. À lia minha ACD
(anotadora) incansável e super solícita. Ao meu querido taxista Seu Piro, pelas idas e vindas.
Amigos que me ajudaram a chegar aqui e a construir este trabalho. Com vocês as coisas
ficaram bem mais ceis.
Agradeço à SESAB, instituão que trabalho, pelo apoio e pela compreensão. Obrigada
Débora, minha diretora, por compreender o momento e me estimular cada dia mais. Obrigada
Lili, minha coordenadora, pela solidariedade demonstrada a cada instante. E, aos meus
coleguinhas, Fátima, Rosa, Luiz, Rosângela, Jacqueline e Paulinha, meu “muito obrigada”
pela torcida, apoio, paciência e pelas grandes risadas em momentos de estresse. Pessoal da
SESAB, receba a minha sincera gratidão.
E, finalmente, agradeço a todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para a
realização deste sonho.
O ponto fundamental é saber, para poder enxergar;
o que evidencia o conhecimento como requisito
básico para a atenção interdisciplinar ao idoso.
(SHINKAI; CURY, 2000, p.1108)
RESUMO
KRUSCHEWSKY, J. E. Saúde Bucal de Idosos Institucionalizados no Município de Feira
de Santana, Bahia, 2008. [Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS].
Objetivo: esse estudo transversal teve como objetivo descrever as características do perfil
epidemiológico da saúde bucal de idosos institucionalizados no munipio de Feira de Santana
(BA) em 2008. Métodos: participaram do estudo todos os idosos institucionalizados no
município de Feira de Santana (BA). Foram excluídos aqueles com idade abaixo de 60 anos e
com condições físicas e psicológicas que impossibilitassem o exame clínico. Primeiramente,
um estudo-piloto foi realizado com 16 idosos para testar os métodos, os instrumentos de
coleta e calibrar a pesquisadora e sua anotadora. Uma ficha de levantamento epidemiológico
foi aplicada com o intuito de caracterizar o perfil socioeconômico e demográfico dos idosos
institucionalizados (sexo, grupo étnico, faixa etária, estado civil, escolaridade, tipo de
instituição e renda pessoal) e; estimar a prevalência das principais doenças bucais: cárie
coronária, cárie de raiz, edentulismo, doença periodontal, alterações em tecido mole e
candidose oral. Uma ficha de identificão da instituição foi aplicada aos responsáveis pela
instituição, o que possibilitou o registro da existência ou não de programas odontológicos
comprometidos com a proteção e promoção da saúde bucal dos idosos. Resultados: a maioria
dos idosos investigados foi do sexo feminino (63,33%), da raça negra (47,5%), com faixa
etária entre 60 e 75 anos (49,2%), solteira (47,5%) e analfabeta (60,8%). O CPO-D médio foi
de 28,77 (±4,83). O componente “perdido” foi o de maior prevalência e representou 79,83%.
A prevalência de cárie de raiz, entre as raízes expostas (N=524) foi de 13,16% e, o CO-R,
entre os indivíduos que apresentaram raízes expostas (N=63), foi de 1,09. Dos 120 idosos
investigados, 47 (39,17%) eram totalmente edêntulos. Segundo o Índice Periodontal
Comunitário (CPI), somente 1,25% dos sextantes estavam sadios. A maioria dos sextantes
que tinham problemas apresentava cálculos (6,67%), e sangramento (6,53%). Segundo o
Índice de Perda de Inserção Periodontal (PIP), somente cinco idosos foram considerados
sadios, com perda de inserção de 0 a 3 mm. Foram considerados excldos 83,33% dos 720
sextantes examinados. Vinte e quatro idosos apresentaram alteração em tecido mole. Dez (10)
idosos (8,33%) apresentaram candidose. Das 04 (quatro) instituições (01 particular e 03
filantrópicas) somente uma desenvolvia ações de saúde bucal em seu cotidiano. Conclusão:
os idosos institucionalizados no município de Feira de Santana (BA) apresentaram precárias
condições de saúde bucal, o que evidencia a necessidade de outros estudos que considerem a
saúde do idoso institucionalizado para subsidiar o planejamento das ações, bem como, a
urgência na tomada de decisões do poder público no que tange à implementação de programas
de saúde bucal, com vistas à promoção, proteção, recuperação da saúde bucal, e,
conseqüentemente a melhoria da qualidade de vida dos seus idosos institucionalizados.
Palavras-Chave: Levantamento epidemiológico. Saúde bucal. Saúde do idoso
institucionalizado.
ABSTRACT
KRUSCHEWSKY, J.E. Oral Health of Institutionalized Elderly in the City of Feira de
Santana, Bahia, 2008. [Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS].
Objective: this cross sectional study aimed to describe the main features of the
epidemiological profile of the oral health in institutionalized elderly in the city of Feira de
Santana (BA) in 2008. Methods: all the institutionalized elderly in the city of Feira de
Santana (BA) participated of the study. We excluded those aged below 60 years with physical
and psychological conditions which made it impossible to clinical examination. Previously, a
pilot study was conducted with 16 older people to test the methods, tools to collect and
calibrate the researcher and recorded. A epidemiological survey chart was applied in order to
characterize the social-economic and demographic profile of the institutionalized elderly (sex,
ethnic group, age, marital status, education, type of institution and personal income) and;
estimate the prevalence of the major oral diseases: coronary caries, root caries, edentulism,
periodontal disease, changes in soft tissue and oral candidosis. A chart of identification was
applied to the responsible for the institution, which allowed the registration of the existence or
not of dental programs commited to the protection and promotion of oral health of older
people. Results: most of investigated elderly was female (63.33%), of the black race (47.5%),
aged between 60 and 75 years (49.2%), single (47.5%) and illiterates (60.8%). The CPO-D
mean was 28,77 (±4,83). The component lost” was the most prevalent and accounted for
79.83%. The prevalence of root caries, among the exposed roots (N=524) was 13,16% and,
the CO-R, among those who had exposed roots (N=63), was 1,09. Of the 120 elderly studied,
47 (39.17%) were totally edentulous. According to Community Periodontal Index (CPI) only
1.25% of the sextants were healthy. Most sextants had problems presented dental calculus
(6.67%), and bleeding (6.53%). Under the Attachment Loss Index (PIP), only 5 were
considered healthy elderly, with insertion loss of 0 to 3mm. We considered excluded 83.33%
of the 720 examined sextants. Twenty-four elderly showed changes in soft tissue. Ten (10)
elderly (8.33%) had candidosis. Of 04 (four) institutions (01 private and 03 philanthropic)
only one developed action of oral health in their daily lives. Conclusion: the institutionalized
elderly in the city of Feira de Santana (BA) had poor oral health, highlighting the need for
further studies to consider the health of the institutionalized elderly to support the planning of
actions, as well as the urgency in making decisions of the public in regard to implementation
of oral health to the promotion, protection, recovery of the oral health, and, consequently
improving the quality of life of its institutionalized elderly.
Key Words: Epidemiological survey. Oral health. Health of institutionalized elderly.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Sonda CPI, ilustrando as marcações com as distâncias, em milímetros, à ponta
da sonda................................................................................................................
69
Figura 2
Divisão da arcada em sextantes e destaque dos dentes índices para CPI e PIP....
69
Figura 3
Codificação do IPC (CPI), mostrando a posição da sonda...................................
70
Figura 4
Codificação do PIP, mostrando a posição da sonda............................................. 71
Figura 5
Distribuição dos idosos segundo tipo de instituição. Feira de Santana-BA,
2008......................................................................................................................
85
Figura 6
Distribuição dos idosos institucionalizados segundo idade e sexo. Feira de
Santana-BA, 2008.................................................................................................
87
Figura 7
Proporção dos componentes do CPO-D (cariado, perdido e obturado) e suas
respectivas dias segundo faixa etária dos idosos institucionalizados. Feira
de Santana-BA, 2008. ..........................................................................................
90
Figura 8 Número de idosos institucionalizados, segundo o maior grau de condição
periodontal observado no indivíduo e sexo. Feira de Santana-BA, 2008............
97
Figura 9
Número de idosos institucionalizados, segundo o maior grau de condição
periodontal observado no indivíduo e sexo. Feira de Santana-BA, 2008............
97
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
População Residente de Feira de Santana com Faixa Etária de 60 ou mais
anos, Período: 2007..............................................................................................
52
Quadro 2
População Estudada e População Residente em Instituições de Longa
Permanência para Idosos no munipio de Feira de Santana (BA). Período:
2008.......................................................................................................................
53
Quadro 3
Códigos utilizados para definição do sexo. Idosos Institucionalizados. Feira de
Santana-Ba, 2008...................................................................................................
58
Quadro 4
Códigos utilizados para definição do grupo étnico. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
59
Quadro 5
Códigos utilizados para definição da faixa etária. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
60
Quadro 6
Códigos utilizados para definição do estado civil. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008..................................................................................
60
Quadro 7
Códigos utilizados para definição da renda pessoal. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
61
Quadro 8
Códigos utilizados para definição da escolaridade. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
61
Quadro 9
Códigos utilizados para assinalar a realização ou não do exame. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008....................................................
63
Quadro 10
Códigos e critérios preconizados pela OMS para o diagnóstico e registro de
cárie da coroa dentária..........................................................................................
65
Quadro 11
Códigos e critérios preconizados pela OMS para o registro da necessidade de
tratamento..............................................................................................................
66
Quadro 12
Códigos e critérios preconizados pela OMS para o diagnóstico e registro de
cárie de raiz...........................................................................................................
68
Quadro 13
Códigos utilizados no CPI. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba,
2008...................................................................................................................
70
Quadro 14
Códigos utilizados para aferir a PIP. Idosos Institucionalizados. Feira de
Santana-Ba, 2008.................................................................................................
71
Quadro 15
Códigos utilizados para assinalar o uso de prótese. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008...................................................................................
72
Quadro 16
Códigos utilizados para assinalar a necessidade de prótese. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008....................................................
72
Quadro 17
Códigos utilizados para assinalar as respostas dadas ao questionamento “Após
a colocação da prótese, houve acompanhamento?”. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
74
Quadro 18
Códigos utilizados para assinalar as respostas dadas ao questionamento
“Quanto tempo tem que usa a mesma prótese?”. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008....................................................................................
74
Quadro 19
Códigos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Total.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
75
Quadro 20
Códigos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Parcial
Removível. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.....................
75
Quadro 21
Códigos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Fixa.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
76
Quadro 22
Códigos utilizados para assinalar a presença de alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008..........................................
76
Quadro 23
Códigos utilizados para assinalar a presença da candidose oral. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
77
Quadro 24
Códigos utilizados para assinalar tipo de lesão fundamental. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008....................................................
78
Quadro 25
Códigos utilizados para assinalar a coloração da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
78
Quadro 26
Códigos utilizados para assinalar a consisncia da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
78
Quadro 27
Códigos utilizados para assinalar a sintomatologia da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
79
Quadro 28
Códigos utilizados para assinalar a presença de candidose oral. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.........................................
79
Quadro 29 Elenco das variáveis dependentes, suas definições e categorizações. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008....................................................
80
Quadro 30
Elenco das varveis independentes e suas categorizações. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008....................................................
80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Coeficientes de Kappa, intra-examinador, calculados no estudo-piloto e
nos reexames durante a coleta para as condições examinadas em idosos
institucionalizados em Feira de Santana-Ba, 2008........................................
56
Tabela 2
Perfil socioeconômico e demográfico dos idosos institucionalizados. Feira
de Santana-BA, 2008.....................................................................................
86
Tabela 3
Idade dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008................
87
Tabela 4
Número e percentual dos componentes do Índice CPO-D dos idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008............................................
88
Tabela 5
Distribuição do valor da dia dos componentes e do CPO-D, segundo
faixa etária e sexo, dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA,
2008...............................................................................................................
89
Tabela 6
Distribuição dos idosos institucionalizados com pelo menos 20 dentes
segundo tipo de instituição. Feira de Santana-BA, 2008................................
90
Tabela 7
Índice CPO-D médio, mínimo e máximo, segundo tipo de instituição de
idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.................................
91
Tabela 8 Índice CPO-D médio, mínimo e máximo, segundo acesso a programa de
atenção à saúde bucal de idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA,
2008...............................................................................................................
91
Tabela 9
Média dos componentes do índice CPO-D (cariado, perdido, obturado e
hígido) segundo grupo étnico em idosos institucionalizados. Feira de
Santana-BA, 2008..........................................................................................
91
Tabela 10
Média dos componentes do índice CPO-D (hígido, cariado, perdido e
obturado) segundo escolaridade em idosos institucionalizados. Feira de
Santana-BA, 2008..........................................................................................
92
Tabela 11
Distribuição da dia do CPO-
D, segundo estado civil e renda, dos idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008............................................
92
Tabela 12
Número e percentual dos componentes do índice CO-R em idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008............................................
93
Tabela 13
Distribuição do CO-R, segundo acesso a programa de saúde bucal, sexo e
faixa etária dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008......
94
Tabela 14
Necessidades de tratamento obtidas a partir do índice CPOD, para os
dentes presentes na boca dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-
BA, 2008........................................................................................................
95
Tabela 15
Número e percentual de sextantes, segundo a condição periodontal e
localização, em idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.......
96
Tabela 16
Número dio de sextantes afetados e respectiva proporção em cada
escore do CPI dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008...
96
Tabela 17
Número de idosos, segundo a perda de inserção periodontal observada nos
sextantes dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008...........
98
Tabela 18
Número dio de sextantes afetados e respectiva proporção em cada
escore do PIP dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008...
98
Tabela 19
Distribuição de freência do uso de prótese nos arcos superior e inferior
nos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008..........................
99
Tabela 20
Distribuição de freqüência da necessidade protética para os arcos superior
e inferior nos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008..........
99
Tabela 21
Distribuição dos idosos institucionalizados segundo uso e necessidade de
prótese na arcada superior. Feira de Santana-BA, 2008................................
100
Tabela 22
Distribuição dos idosos institucionalizados segundo uso e necessidade de
prótese na arcada inferior. Feira de Santana-BA, 2008.................................
100
Tabela 23
Uso de prótese em ambos os arcos em idosos institucionalizados. Feira de
Santana-BA, 2008..........................................................................................
101
Tabela 24
Necessidade de prótese em ambos os arcos em idosos institucionalizados,
Feira de Santana-BA, 2008............................................................................
101
Tabela 25
Qualidade das próteses em ambos os arcos em idosos institucionalizados,
Feira de Santana-BA, 2008............................................................................
102
Tabela 26
Distribuição dos idosos institucionalizados segundo a presença ou
ausência de acompanhamento após a colocação da prótese e seus
respectivos CPO-D e CO-R. Feira de Santana-BA, 2008.............................
102
Tabela 27
Distribuição dos idosos segundo o tempo de uso da prótese e seus
respectivos CPO-D e CO-R. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-
BA, 2008......................................................................................................
103
Tabela 28
Número de idosos institucionalizados com alteração em tecido mole
segundo sexo, grupo étnico, tempo de uso e acompanhamento da prótese.
Feira de Santana-BA, 2008............................................................................
104
Tabela 29
Distribuição dos idosos institucionalizados segundo localização, tipo de
lesão fundamental, coloração, consistência, sintomatologia da alteração
em tecido mole e candidose. Feira de Santana-BA, 2008..............................
105
LISTA DE SIGLAS
ILPI
Instituições de Longa Permanência para Idosos
SBGG
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
SUS
Sistema Único de Sde
SMS
Secretaria Municipal de Saúde
UEFS
Universidade Estadual de Feira de Santana
MS
Ministério da Saúde
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí
stica
OMS
Organização Mundial da Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
INCA
Instituto Nacional de Câncer
FDI
Fédération Dentaire International
ISC-UFBA
Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia
DNSB
Divisão Nacional de Saúde Bucal
CPO-D
Dentes Cariados, Perdidos e Obturados
PPR
Prótese Parcial Removível
PT
Prótese Total
ICNTP
Índice Comunitário de Necessidade de Tratamento Periodontal
THD
Técnico em Higiene Dental
PNSPI
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
SM
Salário Mínimo
IPC ou CPI
Índice Periodontal Comunitário
PIP
Perda de Inserção Periodontal
JAC
junção amelocementária
IQP
Índice de Qualidade do Trabalho Protético
PT
Prótese Total
PPR
Prótese Parcial Removível
PF
Prótese Fixa
NUCAO
cleo de Câncer Oral
CEO
Centro de Especialidades Odontológicas
LRPD
Laboratório Regional de Prótese Dentária
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 17
2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................... 20
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO................................ 20
2.2 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL.................... 22
2.2.1 A institucionalização do idoso............................................................................. 25
2.3 EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE BUCAL DAS PESSOAS IDOSAS............................ 28
2.3.1 Principais problemas bucais ............................................................................... 30
2.3.2 Panorama da saúde bucal das pessoas idosas no Brasil....................................
35
2.3.3 Condições socioeconômicas: determinantes da saúde bucal de idosos?.......... 42
2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL DA PESSOA IDOSA.. 44
3 OBJETIVOS DO ESTUDO..............................................................................................
49
3.1 GERAL............................................................................................................................ 49
3.2 ESPECÍFICOS................................................................................................................. 49
4 MÉTODOS......................................................................................................................... 50
4.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................................... 50
4.2 LOCAL DO ESTUDO..................................................................................................... 50
4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................... 52
4.3.1 Critérios de inclusão e exclusão das instituições e dos indivíduos.................. 52
4.4 FLUXOGRAMA............................................................................................................. 54
4.5 COLETA DOS DADOS...................................................................................................
55
4.5.1 Calibração e estudo-piloto...................................................................................
4.5.2 Instrumentos de coleta dos dados.......................................................................
4.5.3 Caracterização da instituição..............................................................................
4.5.4 Perfil socioeconômico e demográfico..................................................................
4.5.5 Exame clínico - condição de saúde bucal............................................................
4.6 ELENCO DAS VARIÁVEIS...........................................................................................
4.6.1 Dependentes..........................................................................................................
4.6.2 Independentes.......................................................................................................
4.7 ASPECTOS ÉTICOS.......................................................................................................
4.8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO..........................................................................................
55
55
57
57
62
79
79
80
81
83
4.9 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS....................................................................
84
5 RESULTADOS ................................................................................................................
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES................................................................
5.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO......................................................
5.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL................................................................................
85
85
85
88
6 DISCUSSÃO......................................................................................................................
6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES.................................................................
6.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO......................................................
6.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL................................................................................
107
107
108
111
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................
126
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
128
APÊNDICES.........................................................................................................................
141
ANEXOS................................................................................................................................
148
17
1 INTRODUÇÃO
Historicamente, o Brasil é considerado um país de recente colonização que apresentou
um processo explorador de recursos humanos com baixo investimento. Nesse contexto, a
pirâmide populacional sempre se apresentou tendo uma base larga e ápice estreito, pica de
países subdesenvolvidos.
Atualmente, com as inovações tecnológicas e com o radical incremento da expectativa
de vida, de 65 anos ou mais, a pirâmide populacional brasileira começa a alterar o seu
desenho, com base e ápice quase idênticos, resultando no aumento da procura das pessoas
idosas pelos serviços de saúde.
No entanto, os pses em desenvolvimento, como o Brasil, não se encontram
preparados para esta mudança, que o crescimento dessa parcela da população acontece
desvinculado de um desenvolvimento social (PUCCA JUNIOR, 1995), o que dificulta o
acesso aos serviços e gera um acúmulo de problemas bucais.
Daí vale a ressalva de que as prioridades dos serviços de saúde não estão relacionadas
à odontologia, e muito menos a esse grupo etário (SOUZA; PAGANI; JORGE, 2001).
Ao chegar à velhice, a tendência ao aumento de limitações e incapacidades faz com
que os filhos sejam levados a dispor maior atenção e cuidados a seus pais, invertendo-se os
papéis anteriores na relação de autoridade. Desse modo, alguns filhos optam em acomodar
seus pais em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI- Termo utilizado pela
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia / SBGG).
Os idosos que vivem nessas instituições, por sua vez, apresentam características
importantes, tais como o aumento de sedentarismo, a perda de autonomia e a ausência de
familiares, que entre outros, contribuem para o aumento das prevalências das morbidades e
co-morbidades relacionadas à autonomia (FABRÍCIO et al., 2004).
Em se tratando de morbidades ligadas à autonomia e ao autocuidado, destaca-se o
edentulismo, um problema de saúde pública de elevada freqüência, diversas morbidades
associadas e elevado custo social e econômico, sobretudo quando associado ao aumento da
dependência e ao início da vida em um asilo (GONÇALVES et al., 2008).
Aliados a isso, encontram-se a desvalorização da saúde bucal pelas pessoas em geral e
o retardo com que a prevenção em odontologia foi introduzida no Brasil, que passou a
despertar interesse a partir do final da década de 70. Desse modo, ao se levantar os aspectos
18
epidemiológicos da saúde bucal de idosos institucionalizados, o que se espera são baixos
níveis de saúde bucal.
Sendo assim, com o intuito de ampliar a assisncia a esses usuários, que se
apresentam, cada vez mais, ativos na população, e mais preocupados com sua qualidade de
vida, políticas nacionais e estaduais de atenção à saúde do idoso surgem nesse novo cenário,
com o objetivo de atingir a integralidade na assistência. Nessa perspectiva, o cirurgião-
dentista aparece como participante da equipe interdisciplinar capaz de suprir uma boa parte
das necessidades de saúde dessa parcela da população (BARBOSA; BARBOSA, 2002).
No entanto, a baixa prioridade conferida aos idosos na implementação dessas políticas
públicas (assistenciais, previdenciárias e de ciência e tecnologia) evidencia uma percepção
inadequada das suas necessidades. Para Veras e Caldas (2004) torna-se necessário um esforço
político orientado no sentido de colocar na agenda da sociedade as necessidades desse
segmento populacional.
Além disso, para que os programas e outras ões descentralizadas surtam efeito, na
sociedade em geral e nas instituições que acolhem os idosos, os gestores dos serviços e os
profissionais de saúde precisam ter idéia de como a saúde da população em foco se encontra.
Sendo importante, portanto, a realização de inquéritos epidemiológicos periódicos que
mostrem a realidade e subsidiem o planejamento das ações.
Para Roncalli (2004), a epidemiologia em saúde bucal no Brasil cresceu sensivelmente
nos últimos anos, especialmente do ponto de vista da produção de dados na esfera municipal.
O advento do Sistema Único de Saúde (SUS) no final dos anos 80 introduziu um novo desafio
aos sistemas públicos de assistência à saúde bucal no sentido da implementação de modelos
de base epidemiológica, sendo esse fato um catalisador de iniciativas na geração de
informões sobre saúde bucal.
A preocupação com a saúde bucal e qualidade de vida desse grupo populacional, a
relevância da prevenção, bem como do controle de complicações intimamente relacionadas
com esta faixa etária, fizeram com que a Secretaria de Saúde do Estado e a Universidade
Estadual de Feira de Santana apoiassem a realização dessa pesquisa.
A escolha do tema, por sua vez, deveu-se à inquietação da pesquisadora, uma cirurgiã-
dentista, sanitarista, que durante dois anos se dedicou ao cuidado da saúde bucal de pessoas
idosas, em um município do sul da Bahia; e da necessidade de se levantar informações que
subsidiassem a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no planejamento de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde bucal desse grupo populacional.
19
Aliada à lacuna de informação sobre a saúde bucal dos idosos feirenses
institucionalizados está a necessidade de se produzir pesquisas, vinculadas ao Programa de
s-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que
abordem a saúde da população do semi-árido baiano e do município de Feira de Santana.
Nessa perspectiva, a pesquisadora objetivou, com esse trabalho, descrever as
características do perfil epidemiológico da saúde bucal de idosos institucionalizados no
município de Feira de Santana (BA) em 2008.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
Na elaboração dessa dissertação foram consideradas as determinações da Constituição
da República Federativa do Brasil (1988), da Legislação Brasileira relacionada à saúde e aos
idosos, e dados dos sistemas de informação, manuais e programas do Ministério da Saúde
(MS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Organização Mundial da
Saúde (OMS), da Organizão das Nações Unidas (ONU), do Instituto Nacional de Câncer
(INCA) e da Fédération Dentaire International (FDI).
Além disso, foram utilizados artigos científicos e livros, referentes à saúde bucal do
idoso institucionalizado, do período entre 1986 a 2008, disponíveis eletronicamente e na
biblioteca da UEFS e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia
(UFBA), que apresentaram os seguintes descritores: envelhecimento, saúde do idoso, saúde
do idoso institucionalizado, saúde bucal, epidemiologia, epidemiologia descritiva,
levantamentos epidemiológicos, odontologia geriátrica, odontologia para idosos,
odontogeriatria, institucionalização, políticas públicas de saúde.
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO
Viver é envelhecer. A cada instante, insenvel e irreversivelmente, a ação
do tempo vai-se fazendo sentir sobre o organismo humano. (GOIATO et al.,
1999)
O processo de envelhecimento, desencadeado logo ao nascimento (FAJARDO;
GRECCO, 2003), produz modificações morfofisiológicas em todo o organismo (PUCCA
JUNIOR, 1995), o que gera na população idosa características peculiares e necessidades
particulares de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997) situa esta população como sendo
aquela com 65 anos ou mais nos países desenvolvidos, e 60 anos nos países em
desenvolvimento. Além disso, divide esta faixa etária em quatro estágios: meia-idade (45 a 59
anos), idoso (60 a 74 anos), ancião (75 a 90 anos) e velhice extrema (90 anos em diante).
A Fédération Dentaire Internationale (FDI, 1987), por sua vez, considera como
pessoas idosas aquelas com mais de sessenta (60) anos, classificando-as em três grupos, de
21
acordo com o grau de dependência: independentes, parcialmente dependentes e totalmente
dependentes.
Nesse mesmo sentido, Furtado (1997) afirma que estudos mais recentes já estabelecem
outra classificação em relação à categorização dos idosos: os "jovens-idosos" - de 60 a 69
anos; – os "meio-idosos" - de 70 a 79 anos e "idosos-velhos" de 80 anos em diante.
Contudo, na contemporaneidade o utilizados alguns termos para substituir as
palavras velho e idoso. Segundo Veras (1995), “Terceira Idade” é um termo em uso pela
mídia e pelos falantes de línguas latinas para caracterizar os indivíduos em processo de
envelhecimento, ou seja, que ultrapassaram a fase adulta da vida, acima de 65 anos. Essa
expressão tem origem francesa para o tulo de lês universités du Troisiene Age. A França
utiliza atualmente o termo Quarta idade para pessoas acima de 80 anos.
Quando o termo utilizado é “Terceira Idade”, Siqueira, Botelho e Coelho (2002), o
define como uma construção das sociedades contemporâneas que vem sendo empregado por
acreditar-se que é isento de conotações depreciativas. Refere-se, em geral, àqueles idosos que
ainda não atingiram a velhice mais "avançada", estão na faixa dos 55 aos 70 anos, e inclui,
fundamentalmente, indivíduos que ainda têm boa saúde e tempo livre para o lazer e para
novas experiências nessa etapa da vida.
Outro termo que vem sendo bastante utilizado na atualidade é o termo “Melhor Idade”
considerando que a chegada à velhice deveria realmente representar a chegada na melhor
idade. Na realidade, esses termos vêm sendo utilizados para supostamente suavizar a carga do
termo velho, velhice ou idoso, o que não passa de um eufemismo que, segundo o Dicionário
Aurélio (FERREIRA, 1999), significa: “Ato de suavizar a expressão de uma idéia
substituindo a palavra ou expressão própria, por outra mais agradável, mais polida”.
Na compreensão de Ferreira (1980), “velhice é estado ou condição de velho, idade
avançada, rabugice ou disparate próprio do velho. Envelhecer é tornar-se velho, parecer
velho, perder a frescura, o viço, durar muito tempo, tornar-se desusado ou inútil. O idoso é
aquela pessoa que tem muita idade, longeva”.
Por outro lado, Mendonça (2006) pontua que o envelhecimento faz parte do ciclo de
vida das pessoas, assim como a infância e a juventude. Significa um processo natural e
dinâmico, não uma doença. Ao reconhecer o envelhecimento como um processo inevitável e
irreversível, as condições crônicas e incapacitantes, que normalmente acompanham esse
processo, podem ser prevenidas ou retardadas, não através de intervenções da área médica,
mas também da social, econômica e ambiental.
22
O fato é que, as pessoas estão vivendo mais e esse fato traz em si conseqüências que se
traduzem em uma nova revolução social, onde uma parte da população, até eno segregada
pelo monopólio da juventude, ganha novas dimensões (MOREIRA; QUELUZ, 1999).
Assim, o processo de envelhecimento das pessoas é uma questão que deve envolver
com mais veemência, responsabilidade e abrangência os segmentos da sociedade e os grandes
ramos da ciência na busca de estratégias capazes de minimizar a discriminação da velhice
(TORRES, 1986).
2.2 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL
A irreversibilidade do envelhecimento populacional brasileiro deve ser
encarada não como uma conquista, mas como responsabilidade de toda a
nossa sociedade. (CHAIMOWICZ; GRECO, 1999)
Um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea é o modo como o
envelhecimento populacional se dá. Esse fenômeno ocorreu inicialmente em países
desenvolvidos. Entretanto, mais recentemente é nos países em desenvolvimento que o
envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada (CAMARANO, 2002).
No Brasil, a população de 60 anos ou mais de idade cresceu gradativamente, o que de
acordo com o IBGE (2008a), "indica que o país se encontra em processo de envelhecimento
populacional". O número de idosos brasileiros passou de 3 milhões em 1960, para 7 milhões
em 1975 e 14 milhões em 2002 (um aumento de quase 500% em quarenta anos) e estima-se
que alcançará 32 milhões em 2020.
A tendência de crescimento desse segmento populacional, de até cinco vezes em
apenas 60 anos (1960-2020), situará o Brasil como o sexto país do mundo em termos de
massa de idosos (VERAS, 2001). Em países como a Bélgica, por exemplo, foram necessários
cem anos para que a população idosa dobrasse de tamanho (LIMA-COSTA; VERAS, 2003).
Segundo Dunkerson (1990), as causas para esse envelhecimento populacional são
várias: desde o saneamento das águas de uso público (diminuindo o número de doenças), ao
controle da mortalidade infantil (devido às vacinações em massa e outros programas de saúde
pública), controle da natalidade, aos avanços da medicina (tecnologia e novas medicações),
estilos de vida mais saudáveis (nutrição, exercício físico), isto é, todos os avanços os quais
têm levado ao aumento da expectativa de vida da raça humana.
23
De acordo com a Fundação IBGE (1996), mantidas as tendências atuais, a projeção
para 2025 é de que a proporção de idosos no país esteja em torno de 15%.
Embora esse percentual seja inferior à média dos países europeus (25%), coloca para o
Brasil a problemática decorrente do envelhecimento, no que diz respeito à saúde (doenças
crônicas, requerendo cuidados continuados e custosos), agravada pelo fato de que problemas
como a desnutrição e doenças infecciosas ainda persistem no ps. Em outras palavras, esse
aumento do número de indivíduos idosos na população brasileira requer uma atenção
diferenciada de diversos setores da sociedade, em especial do pessoal envolvido nos cuidados
com a saúde desse grupo etário (MARCHINI, 1998).
Ainda de acordo com a Fundação IBGE (1996), o aumento do número de idosos
também tem sido acompanhado por um acréscimo significativo nos anos de vida da população
brasileira. A esperança de vida, que era em torno de 33,7 anos em 1950/1955, passou para
50,99 em 1990, chegou até 66,25 em 1995 e deverá alcançar 77,08 em 2020/2025.
Mais especificamente na Bahia, uma mulher com 60 anos de idade, possuía em 1991
20,14 anos de Esperança de Vida, e em 2006 22,78 anos. Para o sexo masculino, esses
números são menores, mas também cresceram com o passar dos anos. Em 1991, os homens
com 60 anos de idade possuíam ainda 18,07 anos de Esperança de Vida e em 2006, 20,76.
Esses números vêm confirmar que os baianos, bem como os brasileiros, estão vivendo mais e
que as mulheres possuem expectativa de vida maior do que os homens (IBGE, 2008c).
Além da maior expectativa de vida entre as mulheres, existe uma predominância da
população feminina entre os idosos, e esta gera repercussões importantes nas demandas por
políticas públicas. Uma delas diz respeito ao fato de que embora as mulheres vivam mais do
que os homens, elas estão mais sujeitas a deficiências físicas e mentais do que seus parceiros
masculinos (CAMARANO, 2002). Além disso, as mulheres idosas experimentam uma
probabilidade maior de ficarem viúvas, em situação sócio-econômica desvantajosa e com
necessidades de saúde especiais (PAVAN, 2008).
Em 2006, dos 17 milhões de idosos brasileiros 55,23% eram do sexo feminino. Na
Bahia esse quadro não se mostrou diferente dos 1.159.163 idosos, 54,33% são mulheres
(IBGE, 2008a). Para Camarano (2002), a maior longevidade da população feminina explica
esse diferencial na composição por sexo. Como conseqüência, diz o autor, quanto “mais
velho” for o contingente estudado maior a proporção de mulheres neste. Am disso, no
Brasil, onde existem aproximadamente 200 mil abrigos para idosos, a maior parte dos
asilados é do sexo feminino (PAVAN et al., 2008).
24
A participação feminina no mercado de trabalho retira do domicílio a figura
tradicionalmente convocada para os cuidados dos pais ou sogros. Novos arranjos familiares
mulheres sós, mães solteiras, casais sem filhos, filhos que emigraram – reduzem a perspectiva
de envelhecimento em um ambiente familiar seguro (CHAIMOWICZ; GRECO, 1999;
PAVAN et al. 2008).
Segundo o Conselho Estadual do Idoso (RIO GRANDE DO SUL, 1997), as mulheres
vivem mais por que se cuidam mais e procuram mais os serviços de saúde. Para o Conselho,
existem diversas possibilidades que podem explicar a procura de atendimento, diferenciada
entre homens e mulheres: - maior oferta de ginecologistas na rede de atendimento; - maior
divulgação publicitária sobre as questões da mulher, na medida em que as campanhas e os
programas institucionais a priorizam como: Saúde da Mulher, Câncer de Mama e de Colo
Uterino, Climatério, Dia G, entre outros; - manifestações ornicas do envelhecimento na
mulher são mais conhecidas pela população; - culturalmente tem sido atribuído à mulher o
papel do cuidado à família, o que lhe incute um maior cuidado sobre si mesma e da família
em relação a esta mulher; - o homem, por falta de conhecimento e esclarecimento ou por tabu,
procura ajuda dica quando nota manifestações orgânicas mais agudas ou desconforto
mais sério, o que dificulta a ação preventiva.
Em se tratando da saúde bucal das mulheres idosas, Musse (2004) ressalta que estas
desejam permanecer socialmente inseridas e não aceitam mais o edentulismo e nem mesmo as
próteses totais, aspirando cada vez mais a manutenção dos seus dentes para preservar a
estética facial. Querem ficar bonitas, atraentes e belas ao envelhecer.
Levando-se em consideração, nesse momento, o índice de envelhecimento da
população brasileira, ou seja, o número de pessoas idosas para cada 100 indivíduos jovens, o
que se verifica é que em 2001 esse número era igual a 21, alcançando 32,4 em 2006,
incremento superior a 35% em apenas 15 anos. Para a população baiana esse índice era de
17,3, em 2001, passando para 27,5 em 2006, incremento de 37% (IBGE, 2008b).
Na verdade, nos países menos desenvolvidos, o contingente de pessoas prestes a
envelhecer, dadas as reduções nas taxas de mortalidade, é proporcionalmente bastante
expressivo quando comparado com o contingente disponível no início do século nos países
desenvolvidos. Com a baixa real da fecundidade, a tendência é haver transformações drásticas
na estrutura etária desses países, em tempo relativamente curto, sem que as conquistas sociais
tenham se processado devidamente para a maioria da população (RAMOS; VERAS;
KALACHE, 1987).
25
E é por isso que essa modificação da estrutura etária do mundo gera preocupações no
âmbito social, econômico, psicológico e dico que, necessariamente, remeterão a uma cada
vez mais infindável busca de soluções, respostas e reorientações dos problemas do
envelhecimento (PADILHA et al., 1998). Nessa perspectiva, várias áreas da ciência, inclusive
a Odontologia, estão abordando grupos de idosos a fim de identificar e solucionar problemas
característicos dessa crescente população (CASTILHOS; PADILHA, 2002).
Corroborando com essa idéia, Siqueira, Botelho e Coelho (2002) afirmam que esse
processo de envelhecimento demográfico repercutiu, e continua repercutindo, nas diferentes
esferas da estrutura social, uma vez que os idosos, da mesma forma que os demais segmentos
etários, possuem demandas específicas na busca e na manutenção de adequadas condições de
vida.
2.2.1 A institucionalização do idoso
O envelhecimento não é mera passagem do tempo, é a manifestação de
eventos biológicos que ocorrem ao longo do período. o existe definição
perfeita para o envelhecimento, mas como ocorre com o amor e com a
beleza, grande parte dos indivíduos só reconhece quando o sente, o vê.
(HAYFLICK, 1996)
Na II Assembléia Mundial do Envelhecimento (ONU, 2003) os representantes das
Nações Unidas constataram que nos países em desenvolvimento e em alguns países de
economias em transição está se produzindo um envelhecimento demográfico rápido num
marco de constante urbanização, e um número cada vez maior de pessoas que estão
envelhecendo nas zonas urbanas não tem moradia e serviços acessíveis. Abandonadas a seus
próprios meios, com freqüência, não m sistemas de apoio. A assistência, para quem dela
precisa, fica a cargo, principalmente, da família ou da comunidade, especialmente nos países
em desenvolvimento.
No Brasil, em 2003, foi sancionado o Estatuto do Idoso, que entrou em vigor em 1º de
janeiro de 2004. Entre os parágrafos desse Estatuto, também é reconhecida a necessidade de
se manter o idoso na comunidade junto a sua família, tornando-se, dessa maneira, uma forma
digna e sustentável de promover qualidade de vida (BRASIL, 2003).
No entanto, embora se tenha a opinião de que o melhor lugar para o idoso seja junto à
sua família, a dependência de um familiar idoso gera impacto na dinâmica, na economia
26
familiar e na saúde dos membros da família que se ocupam dos cuidados. Existem situações,
em que muitas vezes é inevitável a institucionalização como em caso de doença temporária do
cuidador domiciliar, necessidade de cuidados especializados ao idoso, viagem do cuidador
(SALDANHA; CALDAS, 2004), necessidade de reabilitação intensiva no período entre a alta
hospitalar e o retorno ao domicílio, estágios terminais de doenças e níveis de dependência
muito elevados (CHAIMOWICZ; GRECO, 1999).
Em tais situações, a decisão de internar fica em função da disponibilidade da
assistência domiciliar provida pelo tripé família-Estado-sociedade. Chaimowicz e Greco
(1999) defendem que a internação definitiva de idosos com baixos níveis de dependência é o
paradigma de um modelo anacnico de assistência abandonado em diversos países, e
apresenta-se muito similar ao tratamento psiquiátrico baseado no modelo manicomial.
Nesse mesmo sentido, Salgado (1982) revela que apesar das instituições para idosos
contarem com a clientela de idosos com baixos veis de dependência, nem sempre estão
prontas para recebê-los, que a mesma não supre suas necessidades sociais mais comuns. O
autor ressalta ainda que, a vida institucional não é característica de nossa cultura, pois violenta
todas as conquistas do processo de vida e traumatiza a exisncia.
Para Pessôa (2007), a questão da institucionalização de idosos tem ensejado opiniões
diversas, pois o idoso na contemporaneidade tanto pode ser venerado, como excluído dos
processos sociais, sendo, portanto, a institucionalização considerada um processo doloroso
para o idoso.
Nessa perspectiva, Pavarani (1996) alerta: “a transferência de um idoso de sua casa
para a instituição tem um potencial para produzir danos como: depressão, confusão, perda do
contato com a realidade, despersonalização e um senso de isolamento e separação da
sociedade”.
Nesse momento é importante frisar que Chaimowicz e Greco (1999) realizaram um
estudo sobre dinâmica da institucionalizão de idosos através da análise da oferta de leitos e
características demográficas dos residentes em asilos do Município de Belo Horizonte, MG.
Entre os resultados, os autores encontraram que a institucionalização parecia ser, em grande
medida, uma questão feminina: as mulheres constituem 81,1% da população dos asilos. Para
os autores, tal tendência se explica, em parte, pelo fato de as mulheres viverem mais que os
homens, tornarem-se viúvas mais cedo, apresentarem maior dificuldade para casar ou para o
recasamento após separação ou viuvez, e menores níveis de instrução, taxa de ocupação e
renda.
27
Quando se discute as instituições propriamente ditas, o que se verifica é a existência
de uma diversidade de nomes que estas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI)
adotam: asilos, lares, casas dos velhinhos, casas das vos, pousadas, ancionatos, recantos,
casa de repouso, centros vivencionais, cidade dos velhinhos, abrigos, lares das mãezinhas,
casas do ancião, conviver geriátrico etc. (SALDANHA; CALDAS, 2004).
Esses nomes, para Saldanha e Caldas (2004), são na realidade uma tentativa de
diminuir o preconceito das pessoas e o impacto que a palavra asilo tem entre os cidadãos, e
muitas vezes são maneiras que encontram para burlar a fiscalização sanitária, pois não
estando enquadradas como unidades de saúde, onde as exigências são maiores, são
categorizadas como pousadas, hotéis – muitas, nem alvará de funcionamento possuem, devido
ao precário controle que os óros públicos exercem sobre estas entidades em algumas
cidades.
O Decreto n
o
1.498 de 3 de julho de 1996
1
, em seu Art. 3°, apresenta:
Entende-se por modalidade asilar o atendimento, em
regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou
sem condições de prover à própria subsistência de modo
a satisfazer as suas necessidades de moradia,
alimentação, saúde e convivência social.
Parágrafo único: A assistência na modalidade asilar
ocorre no caso da inexistência do grupo familiar,
abandono, carência de recursos financeiros próprios ou
da própria família. (BRASIL, 1996)
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) chama asilo de
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e as define como “estabelecimentos
para atendimento integral institucional, cujo público alvo são pessoas de 60 anos e mais,
dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família
ou em seu domicílio”.
Nunes (2008) destaca que até 25 anos atrás, a proporção de idosos que vivia nessas
instituições nos países desenvolvidos chegava a 9%. As taxas atuais oscilam entre 4% e 7%
em países como Canadá (6,8%), Estados Unidos (4%), Israel (4,4%), África do Sul (4,5%).
Na China, a expectativa de assistência institucional para o idoso está se convertendo em
norma. Em Taiwan (China), a assisncia institucional aos idosos superou rapidamente a
atenção familiar. Na América Latina as taxas variam entre 1% e 4% e no Brasil estima-se em
1%, segundo o Ministério da Saúde.
1
Regulamenta a Lei n° 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, e dá outras
provincias.
28
Pavan, Meneghel, Junges (2008) acreditam que a institucionalização é um processo
irreversível e que parte da população idosa precisará necessariamente se submeter nas
próximas décadas. As próprias transformações das relações sociais de gênero, eximindo as
mulheres do ônus do cuidado obrigatório dos idosos, contribuem para essas mudanças.
Em oposição a essa nova tendência social, Chaimowicz e Greco (1999) sustentam que
asilos lotados e com filas de espera para internar, de modo definitivo, idosos com baixos
níveis de dependência, são o retrato fiel de uma sociedade que não oferece a seus idosos
outros modelos de assistência.
No entanto, Pavan, Meneghel, Junges (2008) entendem que a institucionalização pode
ser humanizada e funcionar em moldes mais abertos, para que as instituições de longa
permanência de cuidado aos idosos não signifiquem apenas "depósitos de velhos".
Para Chaimowicz, (1997), a institucionalização é um mal necessário, o número de
asilos e a qualidade dos serviços oferecidos não necessariamente deve ser inadequada, desde
que o Estado realize seu papel de financiador e fiscalizador dessas atividades. O cumprimento
de normas mínimas de funcionamento de instituições destinadas ao atendimento de idosos
(como as elaboradas pela SBGG)
pode oferecer segurança e dignidade aos residentes através
de medidas simples e pouco onerosas.
Sendo assim, apesar de no Brasil o número de idosos institucionalizados ser menor do
que em outros países do mundo, esta parcela da população não pode ser esquecida pela
sociedade, pela academia ou pelo poder público, sendo imprescindível a realização de
inquéritos epidemiológicos que levantem as condições de saúde dessa população com o
intuito de propor medidas de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
2.3 EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE BUCAL DAS PESSOAS IDOSAS
A Saúde Bucal é o estado da boca e das estruturas associadas onde a doença
é contida, a doença futura é inibida, a oclusão é suficiente para a mastigação,
e os dentes são de aparência socialmente aceitável. (YEWE-DYER, 1993.
In: Padilha et al., 1998)
O ano de 1986 foi o ano consagrado aos idosos, por ocasião da 8
a
Conferência
Nacional de Saúde. Para Torres (1986), esse foi um ano de muita propagação em torno das
29
pessoas idosas, mas de pouca ação. O autor considera que aquele período reclamava uma
grande reflexão por parte de cada profissional de saúde.
Além disso, quando se discutia as condições de saúde da população idosa, um
componente essencial para a higidez do indivíduo era relegado ao esquecimento, a saúde
bucal. Por esse motivo, a perda total de dentes (edentulismo) é aceita, de forma equivocada,
pela sociedade, pelos cirurgiões-dentistas e pelas pessoas adultas especificamente, como algo
normal e natural com o avanço da idade (ROSA et al., 1992).
Assim, a informação e a orientação básica da população constituem os meios mais
efetivos para modificar a percepção em relação aos aspectos de saúde, incluindo-se a saúde
bucal. Trata-se de retirar da população de idosos o estigma de naturalmente doente, idéia que
o próprio indivíduo idoso tem de si, para que as necessidades de saúde sejam percebidas e se
tornem reais (SHINKAI; CURY, 2000).
Com o avanço dos anos, os idosos geralmente apresentam desconforto e perda da
capacidade motora, podendo levá-los a não dar a devida importância a certos sinais e
sintomas, que também poderão provocar diagnósticos tardios de diversos problemas. Para
aquelas pessoas que cuidam dos idosos seria importante notar alguns indícios, tais como
dificuldades para comer, o sorrir, falar pouco, comer alimentos moles (JITOMIRSKI;
JITOMIRSKI, 1997). Assim o diagstico poderá ser dado precocemente, melhorando o
prognóstico do paciente.
É importante lançar luz à compreensão de que muitos problemas odontológicos
encontrados no idoso são, na realidade, complicações de processos patológicos acumulados
durante toda a vida do indivíduo, devido à higiene bucal deficiente, iatrogenias, falta de
orientação e de interesse em saúde bucal e ao não-acesso aos serviços de assistência
odontológica (SHINKAI; CURY, 2000).
Segundo dados do levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde
em 2003, o Projeto SB Brasil 2003 - Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-
2003 (BRASIL, 2004a), no Nordeste, 66,64% da população com faixa etária entre 65 e 74
anos necessitava de algum tipo de prótese na arcada inferior, desses, 26,77% necessitavam de
prótese total, o que demonstra a escassez de programas preventivos e a abundância das
práticas mutiladoras.
Inquéritos epidemiológicos como esses são necessários tanto para o conhecimento da
prevalência das doenças bucais como para estimar necessidades de tratamento e de prevenção.
A partir dos dados coletados pode-se planejar, executar e avaliar ações de saúde, inferir sobre
30
a eficácia geral dos serviços, além de permitir comparações de prevalências em diferentes
períodos de tempo e áreas geográficas (OLIVEIRA et al., 1998).
2.3.1 Principais problemas bucais
A boca, por onde demos nossos primeiros sinais de vida ao nascer; por onde
ingerimos nossos alimentos e por onde emitimos as palavras e nomes de toda
a existência, deve ser objeto de atenção permanente. (JITOMIRSKI;
JITOMIRSKI, 1997)
Na cavidade oral do idoso, encontramos modificações tanto nos tecidos moles como
nos duros. Algumas mudanças específicas são verificadas nas funções das glândulas salivares,
na dentição, na mucosa bucal, nos tecidos periodontais, no paladar e no tato (BARBOSA;
BARBOSA, 2002).
Além dessas mudanças específicas, Torres (1986) enumerou alguns problemas bucais
encontrados comumente em idosos: atrição dental, atrofia dos ossos alveolar e basal,
alterações da mucosa oral, distúrbios das glândulas salivares e neoplasias malignas.
Alterações em Tecido Mole
A mucosa oral reflete com o tempo numerosos processos de envelhecimento.
Jitomirski e Jitomirski (1997) citam que feridas, lesões brancas e sangramento gengival são
aspectos comumente encontrados na cavidade oral dos pacientes idosos.
Para Pucca Júnior (1995), o epitélio senil já não possui a capacidade normal de
ceratinização, tornando-se delgado, apresentando diminuão dos capilares periféricos, o que
altera toda a sua vascularização e trocas metabólicas, tornando-o mais susceptível ao trauma e
às doenças gengivais e periodontais.
Gonçalves et al. (1995), analisaram a prevalência de lesões na mucosa bucal em
pacientes portadores de próteses e observaram que 32% desses pacientes apresentavam lesões,
demonstrando a importância da prevenção dessas lesões, bem como a elucidação do correto
tratamento.
Jitomirski e Jitomirski (1997) reforçam dizendo que feridas ou úlceras de longa
duração podem ser causadas por dentes fraturados, dentaduras com bordas afiadas ou
quebradas, sendo necessários cuidados especiais.
31
Marchini (1998) menciona que a atrofia da mucosa é geralmente associada à idade e
pode refletir alterações relacionadas às drogas ou ao estado nutricional.
Vale reforçar que, no envelhecimento também ocorre importante alteração no paladar,
principalmente pela diminuão do número dos botões gustativos. Aos 20 anos de idade o ser
humano tem aproximadamente 245 botões gustativos por papila. Já aos 70 anos, esse número
diminui para cerca de 90 botões. Essas alterações são mais significativas nas papilas
responsáveis pela percepção do sal e do úcar. E, por conta dessa alteração fisiológica do
paladar os idosos preparam seus alimentos ou muito salgados ou muito doces (MUSSE,
2004).
Esse processo degenerativo atinge também as glândulas como um todo, incluindo as
salivares. O resultado dessa degeneração é a atrofia e fibrose das estruturas glandulares, que
provoca a diminuição da quantidade e viscosidade da saliva secretada (xerostomia),
especialmente em repouso (PUCCA JUNIOR, 1995).
Sobre esse aspecto, Parajara e Guzzo (2000) trazem que um fluxo salivar normal é
fator preponderante de resistência do hospedeiro em relação à cárie, doença periodontal,
halitose, adaptação de próteses totais e conforto do paciente.
A xerostomia, que afeta uma entre cinco pessoas idosas, também pode ser um
empecilho para a retenção de dentaduras e estar associada com doenças periodontais, o que
afeta a seleção dos alimentos e, conseqüentemente, a condição nutricional e o estado de saúde
geral do paciente (PALMER, 2003).
Palmer (2003) afirma que anos atrás a xerostomia era considerada como um processo
inevitável em conseqüência do envelhecimento. Mas, atualmente, sabe-se que os níveis
salivares podem ser alterados por condições patológicas e por efeitos dos medicamentos que
controlam estas doenças. Segundo o autor, existem mais de 400 medicamentos, comumente
usados por esta faixa etária, que têm a xerostomia como um dos efeitos colaterais.
Outro problema freqüentemente observado na população idosa é a candidose também
chamada de candidíase. Uma infecção causada por fungos, que aparece como placas brancas
(pseudomembranas) com o aspecto de “leite coalhado”, facilmente removidas por raspagem.
No entanto, quando esta aparece sob a forma de atrofias ou placas eritematosas
(avermelhadas), denominada de candidose eritematosa, existe uma dificuldade por parte dos
cirurgiões-dentistas em diagnosticá-las (JITOMIRSKI; JITOMIRSKI, 1997).
Essa candidose eritematosa, segundo Batista, Birman e Cury (1999), é freqüentemente
denominada de estomatite protética. As próteses muco-suportadas, comumente usadas por
esses indivíduos, são consideradas facilitadoras em potencial dessa estomatite protética, lesão
32
geralmente observada sob a base das próteses, caracterizada por aspectos eritematosos difusos
ou pontilhados na mucosa de suporte (OLIVEIRA et al., 2000).
È válido pontuar que, a falta de higienização adequada pode favorecer o aparecimento
de bactérias e fungos que causam infecções e inflamações, sendo de responsabilidade do
paciente manter a higiene bucal através da rotina diária dos cuidados caseiros, e de obrigação
do cirurgião-dentista manter e instruir o paciente e/ou seu cuidador, sobre os cuidados
necessários para o controle da placa bacteriana (MOREIRA; QUELUZ, 1999).
Esses problemas, que não são graves, representam um desafio na prática
estomatológica, face a sua freqüência (BATISTA; BIRMAN; CURY, 1999).
Quando se pensa em problemas mais graves surge então a discussão sobre o câncer de
boca, uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal,
gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca). Os fatores que podem levar ao
desenvolvimento do câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e
cigarros e consumo de álcool (INCA, 2008).
Segundo o Instituto Nacional de ncer (INCA, 2008), atualmente no Brasil o ncer
é a segunda causa de morte. Quanto ao câncer de boca, o número estimado de novos casos,
para 2008, na Bahia, é de 7,28 casos para cada 100.000 homens e 3,52 casos para cada
100.000 mulheres.
Esse tipo de câncer pode afetar as seguintes regiões anamicas: lábio, mucosa dos
lábios superior e inferior, mucosa jugal, áreas retromolares, vestíbulo bucal, rebordo gengival
superior e inferior (gengiva e alvéolo superior e inferior, respectivamente), palato duro,
assoalho da boca, língua e glândulas salivares (BALDISSEROTTO; ARAÚJO; PADILHA,
2004).
Shinkai e Cury (2000) consideram o câncer de boca um problema de saúde pública,
principalmente o carcinoma epidermóide. A incidência do câncer de boca aumenta após os
quarenta anos e tem implicações graves, como causa direta de mortalidade, de amplas
mutilações s-cirúrgicas e de complicações bucais severas s-radioterapia (por lesão de
glândulas salivares, lesões vasculares e ósseas). Conforme os autores, o diagnóstico e o
tratamento precoces proporcionam cura em cerca de 80% dos casos. Daí a necessidade de se
investigar possíveis alterações em tecido mole em levantamentos epidemiológicos rotineiros.
33
Cárie dentária
Mudanças no complexo dentino-pulpar estão presentes nos dentes dos pacientes
idosos, onde inicialmente a dentina torna-se mais esclerótica e menos elástica, com
mineralização gradual da dentina peritubular, podendo resultar em completa obturação dos
túbulos dentinários por calcificação. Além disso, uma deposição constante de dentina
secundária e reparadora faz com que haja um escurecimento gradual da coroa dental. Outra
característica de polpas mais velhas é a diminuição do número e tamanho das células, do
número de vasos sanguíneos, associada a um aumento de fibras colágenas (MANETTA;
BRUNETTI; MONTENEGRO, 1998).
O esmalte dentário dos idosos pode se apresentar com trincas, decorrentes da sua
maior fragilidade e, além disso, também mostrar alterações na cor, com o surgimento de
manchas causadas por corantes e originadas do consumo prolongado de café ou pelo
inadequado bito do tabagismo (MUSSE, 2004).
Gavinha, Braz e Sousa (2006) sustentam que, além dos problemas supracitados, a
cárie dentária nos idosos constitui-se um problema de saúde pública grave, devido à evolução
demográfica e ao aumento crescente de pacientes idosos que conservam os seus dentes
naturais.
Além da cárie coronária, pessoas idosas apresentam, com freqüência, exposição
radicular (RIHS, SOUSA; WADA, 2005), devido à retração e afilamento gengival
progressivo nessa faixa etária (MUSSE, 2004). Esta exposição radicular pode provocar
sensibilidade ao frio e a alimentos ácidos (JITOMIRSKI; JITOMIRSKI, 1997), e acúmulo de
placa bacteriana aumentando a susceptibilidade àrie.
O desenvolvimento da cárie nessa superfície é semelhante ao da lesão coronária, tendo
como fatores etiológicos: exposição da superfície radicular ao ambiente bucal (hospedeiro),
controle mecânico de placa deficiente (microbiota específica) e dieta cariogênica (substrato),
que, interagindo em função do tempo, implicam na formação e progressão da cárie
(JITOMIRSKI; JITOMIRSKI, 1997).
Embora com variações internacionais e regionais, a diminuição das cáries cororias,
devido à maior atenção que tem sido dada aos programas preventivos, favorece uma retenção
mais prolongada dos dentes, o que, associado a diversos fatores de risco, leva a um aumento
das cáries radiculares, que abandonadas à sua evolução natural acabam por levar à perda das
unidades dentárias (GAVINHA; BRAZ; SOUSA, 2006).
34
Para Moura e colaboradores (2004) a perda dental (edentulismo) e os problemas que
surgem em conseência dessa perda são situações vistas como inevitáveis na velhice. No
entanto, Gavinha, Braz e Sousa (2006) acreditam que a perda de dentes não é uma
conseqüência do envelhecimento fisiológico, mas sim o resultado final da patologia oral e de
traumatismos, podendo também ser o reflexo de condutas dos pacientes, da disponibilidade e
acessibilidade de tratamentos dentários e, num passado o muito longínquo, da atitude de
muitos profissionais perante algumas situações de doenças dentárias.
Doença periodontal
As alterações gengivais mais comumente encontradas em pacientes idosos são:
diminuição da queratinização, aumento na largura da gengiva inserida, diminuição da
celularidade do tecido conjuntivo, aumento na quantidade de substâncias intercelulares e
redução no consumo de oxigênio (MOURA et al., 2004).
Com a idade, por volta dos 40 anos, inicia-se um processo lento de rarefação óssea,
mais intensamente verificado nas mulheres. Essa redução da densidade óssea representa uma
perda do conteúdo mineral do osso (PUCCA JUNIOR, 1995). Em pacientes que usam prótese
há mais tempo a reabsorção óssea alveolar é o maior desafio enfrentado por profissionais
responsáveis por sua reabilitação (MARCHINI, 1998).
Jitomirski e Jitomirski (1997) e Musse (2004) acreditam que a maior causa da perda de
dentes em idosos é a doença periodontal, que progressivamente pode levar à perda da inserção
óssea, à mobilidade e à perda da unidade dentária.
É válido lembrar que a dentição de pacientes idosos já experimentou décadas de
doenças bucais, assim como procedimentos periodontais e restauradores que, de certa forma,
conduziram a alterações pulpares, perirradiculares e dos tecidos circundantes (STELZA et al.,
2003).
A doença periodontal pode manifestar-se nas formas de gengivite e periodontite, e
afetam praticamente toda a população idosa. O agravamento dessas situações associa-se a
uma deficiente higiene oral, ausência de cuidados médico-dentários, falta de controle de
algumas doenças sistêmicas e, ainda, à presença de outros fatores de risco, como tabaco,
estresse e certos fármacos de utilização crônica, que levam geralmente à perda dentária
(GAVINHA; BRAZ; SOUSA, 2006).
35
2.3.2 Panorama da saúde bucal das pessoas idosas no Brasil
Aumentar vida aos anos, e não anos à vida, em geral é a meta de qualquer
profissional da saúde. (PARAJARA; GUZZO, 2000)
Muitos pesquisadores brasileiros se debruçaram e se debruçam sobre pesquisas
epidemiológicas relacionadas com a saúde bucal da pessoa idosa e contribuem para o
fortalecimento do conhecimento científico e epidemiológico nessa área, conforme
apresentados abaixo.
No ano de 1986, a recém-criada Divisão Nacional de Saúde Bucal (DNSB) do
Ministério da Saúde, realizou o primeiro grande levantamento de abrangência nacional. No
entanto, as pessoas com idade superior a 60 anos o foram analisadas. Sendo assim, diante
da necessidade de se construir dados mais fidedignos, em meados de 2000, o Ministério da
Saúde realizou o estudo piloto do “Projeto SB2000: condições de saúde bucal da população
brasileira”, mas este passou por dificuldades em sua operacionalização (OLIVEIRA, 2006).
Em 1992, um estudo realizado na cidade de São Paulo (SP), por Rosa e colaboradores
(1992), com o objetivo de fornecer um padrão referencial do estado de saúde bucal da
população de 60 anos ou mais nesse município (152 idosos institucionalizados e 84 em
domicílio), revelou que a sua população de idosos apresentava condições muito precárias de
saúde bucal. Foi verificado que aos 60 anos ou mais, em média, cada pessoa possuía apenas
dois dentes sadios, ou seja, livres de cáries ou doença periodontal. O percentual de edêntulos,
65% no domicílio e 84% nas instituições, indicou que mais da metade e cerca de 3/4 dos
indivíduos, respectivamente, perderam todos os dentes, e apenas 76% no domicílio e 30% nas
instituições usavam prótese total superior e inferior. Quanto à cárie dentária o CPO-D (Dentes
Cariados, Perdidos e Obturados) foi de 30,97 (96,1% de participação do componente perdido)
para os institucionalizados. O tratamento periodontal complexo foi indicado para 67% dos
idosos institucionalizados. Além disso, o estudo mostrou que o elevado percentual de lesões
ligadas ao uso de próteses totais (57%) deixava clara a falta de assistência odontológica
posterior à sua colocação.
Moreira e Queluz (1999), em Itatiba (SP), avaliaram 102 indivíduos pertencentes a um
grupo da terceira idade (60 anos ou mais). Os autores encontraram que os pesquisados foram
na maioria: do sexo feminino (76,47%) e da raça branca (91,18%); utilizavam prótese total
(74,51%); utilizavam a prótese mais de dez anos (86,28%), tendo realizado mais de uma
troca, motivadas por trincas e quebras, procurando o profissional para o conserto ou a troca do
material (45,10%); e, não freqüentaram o dentista após a colocação da prótese (52,94%). Os
36
autores acreditam, que uma campanha a nível municipal para conscientização é o melhor
caminho, atraindo o indivíduo para a melhoria da saúde bucal, anulando conceitos errados a
respeito do trabalho do dentista e incentivando o auto cuidado que o próprio usuário poderá
realizar, quando devidamente orientado.
Pereira, Silva e Meneghim (1999) analisaram 151 idosos, com idades entre 53 a 94
anos, residentes do “Lar dos Velhinhos”, na cidade de Piracicaba (SP), tendo como objetivo
verificar a prevalência de doenças bucais comuns à terceira idade e o percentual de uso e
necessidade de prótese. Os autores constataram que a média de pacientes edêntulos na
população examinada foi de 80,2%; o CPO-D para pacientes com idade entre 50 e 75 anos foi
de 30,75, sendo de 96,7% a participação do componente extraído; já para os pacientes com
idade acima de 75 anos, o CPO-D foi de 31,51 e a participação do componente extraído foi de
99,5%. O percentual de idosos que necessitavam de prótese (PPR- Prótese Parcial Removível
ou PT- Prótese Total) na faixa etária de 50-75 anos foi de 78,2%, enquanto que na faixa etária
acima de 75 anos esse percentual foi de 82,9%. Esses resultados demonstraram, aos autores,
que a maior parte da população idosa é desprovida de programas odontológicos que possam
oferecer tratamento e cuidados básicos preventivos.
Por sua vez, Goiato e colaboradores (1999) da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba (SP), examinaram 240 prontuários de pacientes com 60 anos ou mais de idade, de
ambos os sexos, os quais não haviam passado por uma triagem prévia, para o preenchimento
de ficha clínica no período de 1980 a 2001. Os autores verificaram que 83% dos pacientes
necessitavam de próteses totais, e apresentavam a mucosa com características de normalidade,
com prognóstico favorável à confecção de tais próteses.
No município de Araçatuba (SP), Saliba e colaboradores (1999) selecionaram 97
indivíduos, na faixa etária de 42 a 102 anos, residentes em três instituições de amparo ao
idoso avaliando o índice CPO-D, índice para doença periodontal (ICNTP- Índice Comunitário
de Necessidade de Tratamento Periodontal) e o uso e/ou necessidade de prótese. Foi
encontrado um índice de CPO-D de 25,10, sendo que mais da metade necessitava de
tratamento periodontal para remoção de cálculo e 52% dos investigados não usavam nenhum
tipo de prótese. Os autores concluíram que o quadro encontrado era bastante grave, e supõem
que esse quadro se deva à falta de conhecimento e motivão por parte dos indivíduos idosos
e pela escassez de medidas preventivas encontradas, e que a falta da prótese foi agravada pelo
problema financeiro.
Em Piracicaba-SP, Meneghim e Saliba (2000) realizaram uma pesquisa com o objetivo
de verificar as condições de saúde bucal de 209 idosos residentes na cidade, de ambos os
37
sexos, pertencentes aos grupos de terceira idade, distribuídas na faixa etária de 45 anos ou
mais. Com base nos resultados, os autores concluíram que o índice CPO-D dio foi de 26,58
e a prevalência de cárie radicular, em média, por indivíduo, foi de 0,83; quanto à condição
periodontal, observou-se grande porcentagem de sextantes excluídos e, entre 12,44% e
18,66% dos indivíduos apresentaram perda de inserção entre 0 e 3mm. Sobre a necessidade de
prótese, 86,12% (para o arco superior) e 60,77% (para o arco inferior) dos pacientes não
necessitavam por que a possuíam. Para as lesões de mucosa bucal, a ulceração foi a de
maior prevalência. Os autores reforçaram, então, a necessidade do desenvolvimento de
programas de atendimento e de um currículo específico para graduação e s-graduação em
Odontogeriatria.
Silva e Valsecki Júnior (2000) descreveram as condições de saúde bucal de uma
amostra de 194 pessoas com 60 anos ou mais, institucionalizadas e não-institucionalizadas, no
Município de Araraquara (SP). Para medir a prevalência da cárie dentária foi empregado o
índice CPO-D e a da doença periodontal o ICNTP. Foram consideradas inadequadas as
próteses quebradas, com dentes gastos ou com falta de um ou mais dentes. A falta de dentes
foi observada em 72% das pessoas institucionalizadas e em 60% das não-institucionalizadas.
O índice CPO-D revelou que mais de 90% dos dentes já estavam perdidos. As próteses
dentárias eram utilizadas por 63% das pessoas institucionalizadas e por 83% das não-
institucionalizadas. A necessidade de prótese foi de 80% entre os não-institucionalizados e de
61% entre os institucionalizados indicando que boa parte das próteses em uso não estava em
condições clínicas satisfatórias e necessitava de substituição. Para os autores, os dados
clínicos sugerem que a qualidade de vida de grande parte dos participantes do estudo estava
comprometida, de alguma maneira, pelas condições bucais e suas seqüelas.
Cangussu, Coelho e Castellanos Fernandez (2001) observaram as condições de saúde
bucal de indivíduos residentes em Itatiba/SP com faixa etária de 35-44 anos e 65 anos ou
mais. Eles investigaram cárie dental, doença periodontal, uso e necessidade de prótese
segundo os critérios preconizados pela OMS. O CPO-D encontrado foi de, respectivamente,
21,01 e 28,14, com alto percentual de perda dentária e uso e necessidade de prótese. A
proporção de indivíduos sadios em relação à doença periodontal foi praticamente nula. Eles
concluíram que era necessário facilitar o acesso aos serviços de saúde bucal para adultos
jovens e avaliar a possibilidade de implantação de um serviço de referência de reabilitação
protética.
Em 2002, Silva e colaboradores verificaram a prevalência de cárie e de doença
periodontal, o uso e a necessidade de prótese e o edentulismo em 61 idosos, com faixa etária
38
entre 65 a 74 anos, freqüentadores de grupos da terceira idade em Piracicaba (SP). Os autores
constataram uma alta prevalência de edentulismo, alto número de pacientes portadores de
próteses e poucos necessitando da sua instalação; a condição periodontal de maior prevalência
foi o cálculo, e um CPO-D de 29,54.
Meneghim, Pereira e Silva (2002) investigaram as condições periodontais e lesões de
cárie radiculares, de 151 idosos institucionalizados no município de Piracicaba-SP, com
idades entre 54 e 93 anos. Foram verificados, em sua maior parte, problemas periodontais de
baixa complexidade (sangramento gengival e cálculos dentais) e passíveis de serem delegados
ao Técnico em Higiene Dental (THD). Os autores observaram também uma elevada
porcentagem de lesões de cárie radicular (na faixa etária acima de 75 anos, 59% dos dentes
com retração gengival apresentaram lesão radicular), indicando que o cirurgião-dentista deve
estar atento a tal problema, procurando atualizar-se quanto ao diagnóstico, prevenção e
terapêutica.
Ainda nesse ano, Caldas, Figueiredo e Soriano (2002) com o objetivo de determinar e
comparar a prevalência de cárie e edentulismo em idosos institucionalizados e não
institucionalizados da cidade do Recife estudaram 198 pessoas, com 60 anos ou mais, sendo
117 (59,1%) do grupo não institucionalizados. O CPO-D dio foi de 29,2, havendo,
contudo, diferea estatisticamente significante entre os grupos (p=0,03). O percentual de
edentulismo nos idosos institucionalizados foi 61,7% e para os não institucionalizados 52,1%.
Apenas 5% dos pacientes apresentaram mais de 20 dentes na cavidade bucal. Quando
comparada a prevalência de cárie e edentulismo com a renda dos idosos, encontraram
diferenças estatisticamente significantes. Para os autores, os resultados encontrados denotam a
inexistência de uma política de promoção de saúde na cidade do Recife.
Floriano (2003) desenvolveu um estudo de corte transversal em Salinas da Margarida
(BA), com 357 idosos com idades variando de 60 a 98 anos. A autora observou que, mais da
metade dos idosos era do sexo feminino (60,5%), 82% com renda mensal de 1 salário
mínimo, 55,5% da raça negra, 51,5% eram casados, 33,9% analfabetos, 91,6% dos idosos
necessitavam de prótese e o valor do CPO-D foi de 19,5 ± 8,2, com participação de 91,3% do
componente perdido. O percentual de edentulismo foi de 42,6%, 91,6% dos idosos
necessitavam de ptese, 58,4% usavam prótese em pelo menos uma das arcadas, sendo que
72,4% das próteses utilizadas foram consideradas ruins. A análise de regressão logística
mostrou associação da perda dentária com o maior tempo decorrido após a última consulta, o
baixo grau de escolaridade e o uso diário de medicamento. O precário quadro epidemiológico
39
encontrado mostrou para autora a necessidade de se incluir o atendimento odontológico como
parte dos cuidados permanentes com a saúde dos idosos residentes naquele município.
Após superação dos problemas relativos a financiamento e compra de material,
durante todo o ano de 2003, o “Projeto SBBrasil 2003: condições de saúde bucal da
população brasileira” (assim chamado após a posse do novo governo federal em janeiro de
2003) foi adiante, avaliando inclusive os indivíduos com idade entre 65 e 74 anos, e seus
resultados publicados em 2004 (BRASIL, 1988; BRASIL, 2004, OLIVEIRA, 2006).
Dentre os resultados mais significativos do SBBrasil 2003”, para os indivíduos de 65
a 74 anos, tem-se: quanto à necessidade de próteses em todo país, 66,5% usavam prótese
superior, em sua grande maioria prótese total, 56,6% necessitavam de prótese inferior e 32,4%
superior. Quanto à cárie dentária, na região Nordeste, o CPO-D foi de 27,27, 11,07% dos
indivíduos possuíam 20 ou mais dentes naturais na boca e no Brasil, 10,23%, sendo que a
meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o ano 2000 seria de pelo menos 50% das
pessoas com 65 anos a 74 anos com 20 ou mais dentes naturais presentes na boca. Quanto à
condição periodontal, na região Nordeste, apenas 6,46% dos sextantes examinados em
indivíduos com idade entre 65 e 74 anos foram considerados sadios e no Brasil, 7,89%
(BRASIL, 2004a).
Colussi, Freitas e Calvo (2004), examinaram 277 idosos residentes na área urbana e
rural do município de Biguaçu, SC, com o objetivo de estimar a prevalência e severidade da
cárie, a prevalência do edentulismo e do uso e necessidade de prótese nessa população de 60
anos ou mais. Foi encontrado um índice CPO-D médio de 28,9, com grande percentual de
dentes extraídos (92,1%) e menor participação dos componentes “Cariado (5,5%) e
“Obturado” (2,4%). A prevalência de edêntulos foi de 48,4% da população. O uso de prótese
foi mais freqüente no arco superior, onde apenas 1,8% não usavam nem necessitava de
prótese. Para o arco inferior, esse percentual foi de 4%. Os autores concluíram que apesar da
prevalência do edentulismo ter sido baixa em relação aos dados disponíveis para o Brasil, o
elevado índice CPO-D ainda evidencia as precárias condições de saúde bucal dos idosos, que
necessitam de programas assistenciais específicos para que em breve esse quadro
epidemiológico se modifique positivamente.
Silva, Sousa e Wada (2004) verificaram a prevalência de cárie, edentulismo, uso e
necessidade de próteses totais em idosos e adultos no Município de Rio Claro (SP). A amostra
foi de 202 indivíduos, sendo 101 idosos (65 a 74 anos) e 101 adultos (35 a 44 anos). A
porcentagem de edêntulos foi de 74,25% para os idosos e 8,91% para os adultos, sendo a
média de dentes presentes de 3,19 e 22,10, respectivamente. O CPO-D foi de 31,09 para os
40
idosos e 22,86 para os adultos. O maior componente do índice CPO-D foi “dentes perdidos”
(92,64%); para os adultos, foi “dentes restaurados” (57%), seguido de “dentes perdidos”
(40,54%). Somente 1% dos adultos necessitava de próteses totais superiores e inferiores,
para os idosos estas necessidades foram de 48,5% e 45,5%, respectivamente. Enfim, os
autores concluíram que havia necessidade de programas preventivos e educativos tanto para
idosos como para adultos, a fim de que esses adultos cheguem à terceira idade com uma
condição de saúde bucal melhor que a relatada atualmente.
Reis et al. (2005) pesquisaram a condição de saúde bucal de idosos institucionalizados
na cidade de Goiânia-GO. Foram estudados todos os indivíduos com idade igual ou maior que
60 anos (n=289) residentes nas instituições públicas e filantrópicas de longa permanência da
cidade de Goiânia-GO (n=10) em 2003. As prevalências de cárie e edentulismo foram 100% e
69,20%, respectivamente. O CPO-D médio foi 30,17, havendo predomínio do componente
extraído (95,38%). Quase a metade (49,48%) usava e 80,28% necessitavam de alguma
prótese. O tipo de prótese mais comum foi a total, 45,33% dos examinados usavam esse tipo
de prótese na arcada superior e 24,57% na inferior; enquanto 59,17% e 51,21% necessitavam
na arcada superior e inferior, respectivamente. De acordo com o CPI, apenas 3 (3,37%) dos
idosos apresentaram todos os sextantes sadios. A condição mais freqüente foi o cálculo,
observado em 55,06% dos indivíduos e 29,02% dos sextantes. Quanto ao PIP, houve
predomínio das perdas de 0 a 3mm como pior condição em 37,08% dos indivíduos e 24,04%
dos sextantes. Alterações de tecido mole foram encontradas em 13,49% dos indivíduos.
Concluiu-se que a situação de saúde bucal dos idosos institucionalizados em Goiânia era
precária, especialmente devido à alta prevalência de cárie e edentulismo.
Carneiro et al. (2005), com o objetivo de quantificar as condições de saúde bucal de
idosos institucionalizados, realizaram na cidade de São Paulo, no ano de 1999, um
levantamento epidemiológico que contou com a participação de 293 idosos com idade acima
de 65 anos. Os autores encontraram um CPO-D de 30,8 dentes sendo que, o componente
“dente perdido contribuiu com 96,3%. A condição periodontal com maior prevalência (CPI-
Índice Periodontal Comunitário) foi o cálculo (94,7%). Quanto ao PIP (Perda de Inserção
Periodontal), desconsiderando os sextantes nulos, a maior porcentagem de idosos apresentou
perda entre 6 e 8mm. Com relação ao uso de próteses, houve um número inexpressivo de uso
de outras próteses que o a total. Para a arcada superior, 48,12% usavam prótese total e para
a inferior, a porcentagem foi de 22,53%. No geral, 59,5% dos indivíduos não possuíam
assistência odontológica. Com relação ao sexo, 55,8% das mulheres e 70,9% dos homens não
possuíam assistência.
41
Objetivando analisar a condição dentária, a condição periodontal, o uso e necessidade
de prótese em idosos institucionalizados, em um asilo, na cidade de Fortaleza (CE), Gaião,
Almeida e Heukelbach (2005), realizaram um estudo transversal com 160 idosos (95,2% da
população alvo) de 65 anos e mais. Quanto ao perfil sócio-demográfico, 38,8% eram solteiros
e 40,6% eram analfabetos. O índice CPO-D foi de 29,73. O componente dente perdido foi o
que mais contribuiu, com 28,42 dentes (95,59%). Cento e nove idosos (68,1%) não possuíam
nenhum dente hígido na boca, 58,1% eram totalmente desdentados e 35% apresentavam
dentes com raízes expostas. Das raízes expostas, 16% estavam cariadas ou obturadas. Dos 573
dentes presentes, 44,6% necessitavam de algum tipo de tratamento, sendo 194 (75,8%) para
extração dentária. Do total dos idosos investigados, 70% não usavam nenhum tipo de ptese
superior (total e removível) e 81,3% de prótese inferior. Quanto à necessidade de prótese
(total e removível) detectada, 84,4% necessitavam de algum tipo de prótese superior e 88,7%
de prótese inferior. Dos 117 sextantes presentes, a maioria (83,8%) apresentava cálculo
dentário. Os dados mostraram que a maioria dos idosos apresenta saúde bucal precária, sendo
indispensáveis medidas intervencionais focalizadas nessas populações como educação em
saúde e tratamento precoce.
Zuza et al. (2005) realizou um levantamento em uma instituição de amparo aos idosos
na cidade de Barretos (SP). Foram analisados 68 indivíduos com 50 anos ou mais. Os autores
observaram que os idosos não tinham acesso adequado a atendimento odontológico. Setenta
por cento dos idosos eram edêntulos, sendo que 40% o eram nas duas arcadas. A maior parte
dos dentes encontrava-se em estado avançado de destruição. Foram encontradas 86 raízes
residuais. A maioria dos idosos não fazia uso de nenhum tipo de ptese, apenas 30% a
utilizavam, sendo que destas 20% foram consideradas insatisfatórias. Nódulos e outras lesões
fundamentais, como pápula, foram encontrados em 5% dos casos e somente 3% dos idosos
apresentaram candidose.
Objetivando conhecer a percepção de idosos, residentes de duas Instituições de Longa
Permanência para Idosos da cidade de Goiânia, quanto à velhice e à sua saúde bucal, Reis e
Marcelo (2006), realizaram uma pesquisa qualitativa, cuja coleta dos dados se deu através de
entrevistas semi-estruturadas e da observação sistemática. Foram entrevistados 30 idosos de
ambos os sexos e com a idade variando de 60 a 90 anos. Para esses idosos a saúde bucal é
entendida associada à saúde geral, e em alguns depoimentos é percebida como algo além dos
aspectos biológicos, extrapolando a clínica odontológica, pois alguns a associam à capacidade
de comunicação e aos contatos sociais.
42
Vale observar também que a falta de informações sobre a confecção, uso e
manutenção das próteses totais ainda é um fato encontrado dentre os usuários desse tipo de
aparelho. As lesões causadas pela presença de microorganismos acumulados sobre as
superfícies protéticas graças à deficiência na higienização destas ou causadas por
traumatismos gerados pela adaptação deficiente das mesmas sobre os rebordos alveolares são
as mais comumente encontradas na prática odontológica diária. O uso de próteses mal
confeccionadas, mal adaptadas ou em estado precário de uso e conservação é um fator
favorecedor do surgimento de lesões de tecido mole na cavidade bucal. Infecções fúngicas são
constantemente observadas em pacientes que o têm o hábito de remover as próteses para
dormir (BRITO; VELOSO, 2006).
Monti et al. (2006) pesquisaram a condição da saúde bucal de 537 indivíduos com
faixa etária de 60 anos ou mais, escolhidos por sorteio em bairros da cidade de Araçatuba
(SP). Eles encontram que 80% dos idosos pesquisados eram desdentados totais da arcada
superior, para os autores, as respostas dadas aos questionamentos sobre ptese dentária,
indicam que, mesmo atualmente, ainda uma importante deficiência de informação à
população quanto aos benefícios da reabilitação bucal, quanto à higienização bucal, e da
importância das consultas periódicas ao dentista.
Barbosa (2007) em seu estudo, realizado na cidade do Recife, ao estimar a influência
da coesão familiar na prevalência de cárie e de perda dentária em idosos institucionalizados
(196 idosos) e não institucionalizados (148 idosos), com idade igual ou superior a 60 anos, ,
obteve como resultado diferenças significativas entre ambos os grupos, onde o grupo de
idosos institucionalizados apresentou prevalência de cárie mais elevada (CPO-D 29,34±4,47 -
97,20% do componente perdido) do que os idosos não institucionalizados (CPO-D
26,43±5,35 89,67% do componente perdido). Além disso, o maior percentual de idosos
edêntulos (60,2%), bem como, a maior necessidade do uso de prótese em ambos os arcos
(65,8%) foram observados entre os idosos institucionalizados. Por fim, concluiu que na
população de idosos investigada, a coesão familiar exerceu influência na prevalência de cárie
e de perda dentária.
2.3.3 Condições socioeconômicas: determinantes da saúde bucal de idosos?
As disparidades entre as condições socioecomicas e de saúde dos idosos
indicam que, para o adequado planejamento das ações, é fundamental
identificar as demandas específicas de idosos residentes em regiões diversas
e pertencentes a diferentes classes sociais. (CHAIMOWICZ, 1997)
43
A desigualdade socioeconômica e seu impacto nas condições de saúde das pessoas e
grupos humanos são importantes temas de pesquisa em saúde coletiva. A bem estabelecida
associação entre a posição relativa que cada grupo social ocupa na sociedade e seus
diferenciais de risco para muitas doenças, bem como de acesso a serviços de saúde, coloca em
foco o conceito de estratificação social como determinante-chave das condições de saúde das
populações (KRIEGER; WILLIAMS; MOSS, 1997).
Ao analisar os fatores socioeconômicos relacionados com a cárie dentária, deve-se
considerar a etiologia das desigualdades sociais, como a má distribuição da renda, a falta de
participação na riqueza nacional, o desemprego, o atraso tecnológico em alguns setores e os
elevados índices de analfabetismo (PINTO, 1997).
Dentre os fatores considerados como de risco para o desenvolvimento de doenças
bucais, as condições socioeconômicas merecem destaque, visto que a forma como o indivíduo
está inserido na sociedade pode prover situações que favoreçam a adoção de hábitos que
impactam diretamente na saúde, propiciando o desenvolvimento de doenças, sendo marcantes
em indivíduos inseridos em um quadro de grande pobreza social. Nesse sentido, Newton et
al.(2005) salientam que os processos sociais que contribuem para a doença bucal podem
variar em diferentes grupos e sociedades.
Outros trabalhos têm abordado a correlão entre classe social e cárie dentária ou
doença periodontal
(JONES; WORTHINGTON, 2000; PERES; BASTOS; LATORRE, 2000;
RONCALLI; LIMA; COSTA, 2004). Têm-se observado grupos específicos de população que
permanecem com elevada prevalência de cárie dentária; de modo geral, a especial
vulnerabilidade ao agravo está associada à exposição mais intensa aos fatores de risco e à
privação social (MARTINS; ARAÚJO; VELOSO, 1999).
Em outro estudo, observou-se que a prevalência de cárie diminuiu na medida em que o
nível socioeconômico aumentou, mesmo em áreas sem a adição de flúor à água de
abastecimento público (JONES; WORTHINGTON, 2000).
Vale pontuar que além da renda familiar, a inserção social tem influência direta na
prevalência da cárie dentária (PERES; BASTOS; LATORRE, 2000). Indivíduos com grau de
escolaridade maior tendem a escovar seus dentes mais vezes, com impacto significativo na
saúde bucal. Além disso, a disponibilidade de instalações sanitárias adequadas favorece as
práticas de higiene pessoal (BALDANI; NARVAI; ANTUNES, 2002).
Nadanovsky (2000) afirma que pessoas com baixa renda familiar tendem a ingerir
mais açúcar. O mesmo concluiu Furlani
(1993), em se tratando de aspectos dietético-
44
nutricionais, os fatores culturais devem ser considerados, que esses contribuem de modo
importante para a manutenção de hábitos alimentares deletérios.
Um dado importante, recentemente divulgado, a respeito da saúde bucal do idoso no
Brasil foi oriundo da Pesquisa Mundial de Saúde, realizada em 2003, pela Fundação Oswaldo
Cruz como parte da proposta da OMS para avaliação do Desempenho dos Sistemas de Saúde:
o edentulismo apresenta forte relação com as condições socioeconômicas, particularmente
quando estas são avaliadas a partir do número de bens que o indivíduo possui (RADIS, 2004).
2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL DA PESSOA IDOSA
A sde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação. (Artigo 196 da Constituição Federal de
1988, BRASIL, 1988)
A política pública de atenção ao idoso se relaciona com o desenvolvimento sócio-
econômico e cultural, bem como com a ação reivindicatória dos movimentos sociais. Um
marco importante dessa trajetória foi a Constituição Federal de 1988 que foi a primeira a
demonstrar preocupação em relação ao idoso. Em seu Capítulo VII, Título VIII (Ordem
Social), nos artigos 229 e 230, versa sobre alguns prinpios e direitos assegurados aos idosos.
Os artigos expõem que o filho tem o dever de ajudar e amparar o pai na velhice, enfermidade
ou carência e que é um direito do idoso a participação na comunidade, a dignidade humana e
o bem-estar. Regras mais específicas foram, então, criadas para regulamentar as leis
infraconstitucionais, sempre seguindo os princípios expostos no texto constitucional.
A partir d a legislação brasileira procurou se adequar a tal orientão, surgindo
então, a Política Nacional do Idoso, através da Lei n° 8.842 de 4 de janeiro de 1994, publicada
com o objetivo de assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua
autonomia, integração e participação efetiva na sociedade (BRASIL, 1994).
Essa Política, em reconhecimento à importância do envelhecimento populacional no
Brasil, criou condições para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em
prática ações voltadas, não apenas para os que estão velhos, mas também para aqueles que
vão envelhecer (BRASIL 1994).
45
Ao considerar as ações de saúde bucal, mais especificamente, Pucca Junior (1995)
acredita que as políticas nacionais, estaduais e municipais devem considerar que as ações
voltadas para o idoso devem ser específicas e inseridas o quanto antes nas ações
programáticas de saúde municipalizadas, e que estas enfatizem aspectos preventivos, para
evitar o escandaloso quadro de amputação de órgãos. Primeiramente, devem-se enfrentar
problemas como as más condições de mastigação e lesões ligadas à prótese, que constituem
agravos severos. Em segundo lugar, os cirurgiões-dentistas devem ser capacitados no que
tange às particularidades inerentes às reabilitações orais da terceira idade, contribuindo
positivamente para a diminuição do extenso quadro de iatrogenia existente (PUCCA
JUNIOR, 1995).
No entendimento de Chaimowicz, (1997), o governo deve investir de maneira efetiva
em programas de suporte aos idosos e cuidadores. No entanto, nota-se, claramente, que não
existe uma política adequada de tratamento e prevenção das principais doenças bucais que
acometem a terceira idade. O tratamento mais utilizado nessa faixa etária continua sendo a
confecção de próteses totais e, ainda assim, de forma desordenada e incorreta, não sendo
comum a manutenção e correta higienização de tais próteses. Trata-se de um problema sério
que adquire proporções ainda mais significativas à medida que a idade aumenta (PEREIRA;
SILVA; MENEGHIM, 1999).
Moreira e Queluz (1999) acreditam que uma campanha a nível municipal, com
distribuão de folhetos com algumas recomendações básicas e a realização de eventos onde o
público entre em contato direto com o cirurgião-dentista, para esclarecimento de vidas, até
mesmo, atendimento gratuito a fim de avaliar as condições clínicas daqueles que já possuem
prótese ou dos indivíduos que precisarão colocá-la, seria uma iniciativa bastante viável a curto
e a médio prazos.
Shinkai e Cury (2000) também apontam a escassez de programas preventivos e de
assistência odontológica direcionados à terceira idade na esfera coletiva. Sendo assim, é
incontinente a alocação de recursos para planejamento, implantação e execução de programas
odontológicos comprometidos com a proteção e promoção da saúde bucal dos idosos
(TORRES, 1986; SALIBA et al., 1999).
É válido retomar a idéia de que, nos últimos cinqüenta anos, a Odontologia dedicou
seus estudos principalmente a descobertas na prevenção e no tratamento da cárie em crianças
de até 12 anos. Foram implantados projetos incrementando a fluorterapia e as atividades de
educação em saúde bucal (PARAJARA; GUZZO, 2000). Porém, os resultados desse
investimento ainda não têm seus reflexos na população idosa, que está longe de atingir a meta
46
da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997) para o ano 2000, em que na faixa etária de
65-74 anos, 50% das pessoas deveriam apresentar pelo menos vinte dentes em condições
funcionais (FDI, 1987). Se não forem adotadas medidas que dêem continuidade a esse
trabalho preventivo, o quadro de saúde bucal dessas pessoas talvez não apresente melhoras
consideráveis com o passar do tempo (COLUSSI; FREITAS, 2002).
O fato de existirem países que relatam a redução do edentulismo prova a importância
que deve ser dada a ações preventivas de saúde bucal. Além de se dar prioridade à prevenção,
é importante que se considere o idoso como um todo, para que esse grupo etário possa vir a
ter uma melhor qualidade de vida (SILVA et al., 2002).
Em 2002, a OMS propôs, um projeto denominado “Towards Age-friendly Primary
Health Care”, cuja proposta era a de adaptar os serviços de atenção básica para atender
adequadamente às pessoas idosas, tendo como objetivo principal a sensibilização e a educação
no cuidado primário em saúde, de acordo com as necessidades específicas dessa população.
Eram três as áreas de atuação previstas nesse projeto: 1- Informação, Educação,
Comunicação e Treinamento: por meio de treinamento, buscava-se melhorar a formação e as
atitudes dos profissionais de saúde de modo que pudessem avaliar e tratar as condições que
afligiam as pessoas idosas, fornecendo ferramentas e fortalecendo-as na direção de um
envelhecimento saudável; 2- Sistema de Gestão da Assistência de Saúde: organização da
gestão do serviço da Atenção Básica, de acordo com as necessidades das pessoas idosas; 3-
Adequação do ambiente físico: tornando-o mais acessível para as pessoas que possuíam
alguma limitação funcional.
Ainda no ano de 2002, aconteceu a II Assembléia Mundial do Envelhecimento
realizada de 8 a 12 de abril de 2002, em Madri, promovida pela ONU, tendo como resultado
O Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento. Nessa assembléia, a ONU decidiu
adotar um plano para responder às oportunidades que oferece e aos desafios feitos pelo
envelhecimento da população no século XXI e para promover o desenvolvimento de uma
sociedade para todas as idades (ONU, 2003).
Um ano depois, em 2003, após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso
(BRASIL, 2003) foi aprovado e sancionado pelo presidente da República, ampliando os
direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional
do Idoso, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da
terceira idade.
No entendimento de Rodrigues et al. (2007), esse é um dos principais instrumentos de
direito do idoso. Trata-se de uma conquista para a efetivação de tais direitos, especialmente
47
por tentar proteger e formar uma base para a reivindicação de atuação de todos (família,
sociedade e Estado) para o amparo e respeito aos idosos.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), por sua vez, através da
Portaria GM 2.528, de 19 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006b), define que a atenção à
saúde dessa população terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo
como referência a rede de serviços especializada de dia e alta complexidade. Cabe
considerar que, com base no princípio de territorialização, a Atenção Básica/ Saúde da
Família deve ser responsável pela atenção à saúde de todas as pessoas idosas que estão na sua
área de abrangência, inclusive, aquelas que se encontram em instituições, públicas ou
privadas.
Em relação à promoção da saúde da população idosa as implementações de ações
locais deverão ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na Política
Nacional de Promoção da Saúde Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006 (BRASIL,
2006c).
No que tange à saúde bucal, o governo federal criou, em 2006, a Política Brasil
Sorridente, que reúne uma série de ações em sde bucal, voltadas para cidadãos de todas as
idades. Por ser um programa novo, os estados e municípios ainda estão em fase de
implantação do programa, sendo, portanto, ainda muito cedo para mensurar os resultados,
visto que, mesmo entre as crianças, problemas gengivais e dificuldades para conseguir
atendimento odontológico persistem (BRASIL, 2006d). Além disso, é recente a capacitação
específica de cirurges-dentistas para assistir esse grupo etário.
Recentemente, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu, através da Portaria n° 325
de 21 de fevereiro de 2008, a atenção ao idoso como uma de suas prioridades. Essa decisão
foi pautada na revisão de prioridades, objetivos e metas do Pacto pela Vida, e os indicadores
de monitoramento e avaliação do Pacto da Saúde, considerando a necessidade do
estabelecimento de fluxos e rotinas no Pacto pela Saúde para o ano de 2008. Isso inclui a
identificação de idosos em situação de fragilidade ou risco de fragilização para promoção de
ações de prevenção e para contribuição na melhoria da qualidade da atenção prestada aos
residentes em instituições de longa permanência.
Além dessa portaria, o ano de 2008 marca o 60º Aniversário da Declaração Universal
dos Direitos Humanos (ONU, 1948) que traz: “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida
capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados dicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança, em
48
caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle” (Art° XXV, ONU, 1948).
Por fim, diante da revisão realizada, foi possível destacar alguns pontos: o processo de
envelhecimento é um fato e, se tudo correr bem, acontecerá com todos; a institucionalização
aparece como uma alternativa crescente e possível; o envelhecimento, ainda hoje,
infelizmente, vem acompanhado de sérios problemas bucais; levantamentos epidemiológicos
municipais rotineiros constituem-se em excelentes instrumentos para o planejamento das
ações em sde bucal, e; as políticas públicas de atenção à saúde do idoso e à saúde bucal, já
existentes, precisam ser implementadas no cotidiano das práticas dos serviços municipais de
saúde.
49
3 OBJETIVOS DO ESTUDO
3.1 GERAL
Descrever as características do perfil epidemiológico da saúde bucal de idosos
institucionalizados no município de Feira de Santana (BA) em 2008.
3.2 ESPECÍFICOS
Caracterizar o perfil socioeconômico e demográfico dos idosos institucionalizados
(sexo, grupo étnico, faixa etária, estado civil, escolaridade, tipo de instituição e renda
pessoal);
Estimar a prevalência das doenças bucais nesses idosos: rie coronária, cárie de
raiz, edentulismo, doença periodontal, alterações em tecido mole (incluindo candidose oral);
Relatar a existência ou não de programas odontológicos comprometidos com a
proteção e promoção da saúde bucal dos idosos em cada instituição visitada
50
4 MÉTODOS
4.1 TIPO DE ESTUDO
Quanto à direção temporal, esse estudo epidemiológico foi do tipo transversal, pois
teve como um dos objetivos a produção de diagnósticos instantâneos da situação de saúde de
um grupo, em um determinado ponto do tempo (PEREIRA, 2006).
Referindo-se ao posicionamento do investigador, foi observacional e passivo que,
segundo Rouquayrol e Almeida Filho (2003), é um estudo onde “[...] a observação é feita da
forma mais metódica possível, com o mínimo de interferência nos objetos estudados”.
Possui uma abordagem quantitativa, visto que “tem o propósito de quantificar a
magnitude e a distribuição de um evento na coletividade” (PEREIRA, 2006).
Quanto à exposição dos objetivos é considerado descritivo e quanto aos
procedimentos, pesquisa de campo do tipo censo (todos os indivíduos da população foram
incluídos no estudo) (FERREIRA; RONCALLI; LIMA, 2004; BARROS et al., 2005;
PEREIRA, 2006).
No entendimento de Frias, Antunes e Narvai (2004), por meio de levantamentos
epidemiológicos como esse, a condição de saúde bucal de diferentes grupos populacionais
pode ser estimada. As informações fornecidas por esses levantamentos possibilitam
comparões no tempo e no espaço, e avaliações do impacto diferencial de fatores de risco e
proteção, bem como, em certa medida, dos programas de saúde relativos aos agravos e
condições considerados.
4.2 LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi realizado em quatro Instituições de Longa Permanência para Idosos,
cadastradas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do município de Feira de
Santana, Bahia, situado a 108 km da capital, Salvador. Quanto aos aspectos demográficos, o
município de Feira de Santana concentra o segundo maior contingente populacional urbano
51
do Estado, superada apenas por Salvador. A situação geográfica do município de Feira de
Santana, como eixo rodoviário, facilita o processo migratório, que se mantém crescente e se
caracteriza por uma maioria de migrantes sem renda ou instrução (QUEIROZ; SÁ; ASSIS,
2004).
Na área da saúde, de acordo com a Lei Orgânica Municipal, o Município integra, com
a União e o Estado, o Sistema Único de Saúde. Entretanto, segundo Queiroz, e Assis
(2004), no município não uma política clara de financiamento para saúde, embora os
percentuais de dotação orçamentária nessa área, que variaram de 7,8% a 34% na última
década, sejam altos, de acordo com a Emenda Constitucional 29 de 2000, que prevê a
aplicação de no mínimo 7% da receita proveniente de impostos para o ano 2000 até atingir
15% em 2004.
O sistema de saúde do município de Feira de Santana é fragmentado, nos moldes do
modelo privatista, centrado na produtividade (ASSIS, 1998). Em conseqüência disso, as
políticas blicas implementadas, com o processo de descentralização, o pautadas em ações
programáticas de sde, em que se valoriza produtividade de serviços, com baixa
resolutividade, de acordo com os condutores da política de saúde no município (QUEIROZ;
SÁ; ASSIS, 2004).
Na área da saúde bucal, o município possui: 29 Equipes de Saúde Bucal (ESB)
modalidade I na Estratégia Saúde da Família, implantadas a partir de 2004, cobrindo apenas
37,34% da população feirense (BRASIL, 2009); 05 Unidades Básicas de Saúde com
atendimento odontológico ambulatorial (IBGE, 2006), 01 Centro de Especialidades
Odontológicas (BRASIL, 2009); 01 Laboratório de Prótese Dentária; 01 Universidade
Estadual que possui clínicas odontológicas para atendimento ambulatorial, no entanto com
enfoque de formação acadêmica e não assistencial; 01 equipe de saúde bucal que atende nas
escolas (Informação verbal)
2
;
e, 05 estabelecimentos de saúde com atendimento de
emergência em Cirurgia Bucomaxilofacial (IBGE, 2006).
Vale destacar que a Secretaria de Sde do Município implantou em sua estrutura
organizacional, no ano de 2008, um grupo técnico responsável pela Atenção à Saúde do
Adulto e Idoso, no entanto, não possui odontogeriatras em seu quadro (Informação verbal)
2
.
2
Informações fornecidas em comunicação pessoal na Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana,
obtidas no dia 12 fevereiro de 2009.
52
4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO
O município de Feira de Santana possui uma população de 584.497 habitantes, dos
quais 45.531 são idosos (IBGE, 2008) (Quadro 1).
Quadro 1 - População Residente de Feira de Santana com Faixa Etária de 60 ou mais anos,
Período: 2008.
Faixa etária Masculino Feminino Total
60 a 69 anos 10.670 14.802 25.472
70 a 79 anos 5.324 8.266 13.590
80 anos e mais 2.396 4.073 6.469
Total
:
18.390
27.141
45.531
Fonte: IBGE - Estimativas elaboradas no âmbito do Projeto UNFPA/IBGE (BRA/4/P31A) - População e
Desenvolvimento. Coordenação de População e Indicadores Sociais, 2007-2009. Contagem Populacional; para
os anos intercensitários, estimativas preliminares dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo pelo
MS/SE/DATASUS. 2008.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997) situa a população de idosos, como
sendo composta por pessoas com 65 anos ou mais nos países desenvolvidos, e 60 anos ou
mais nos países em desenvolvimento.
Sendo assim, a população estudada foi aquela composta por todos os indivíduos
residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos cadastradas na Secretaria de
Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, com idade superior a 60
anos, de ambos os sexos.
4.3.1 Critérios de inclusão e de exclusão das instituições e dos indivíduos
A seleção das instituões que participaram da pesquisa foi feita levando-se em
consideração o cadastramento destas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de
Feira de Santana. Vale destacar que contatos preliminares com as instituições foram
estabelecidos com o propósito de explicar os objetivos da pesquisa e obter o número total de
residentes, sendo assim, todas as instituições cadastradas aceitaram participar do estudo.
Todos os indivíduos residentes nessas instituições (139) foram considerados eleitos
para participarem da pesquisa. No entanto, os indivíduos com idade inferior a 60 anos,
aqueles altamente debilitados, sem condições físicas ou psicológicas para a realização do
53
exame clínico, bem como aqueles que não aceitaram participar da pesquisa, não estavam
presentes, ou não permitiram a realização do exame, foram excluídos da pesquisa (19
indivíduos). Por fim, participaram da pesquisa 120 idosos institucionalizados no município de
Feira de Santana (Quadro 2).
Vale ressaltar que, nos indivíduos muito dependentes, o exame clínico foi realizado,
mas as perguntas foram dirigidas ao seu cuidador ou responsável legal.
Quadro 2 - População Estudada e População Residente em Instituições de Longa Permanência
para Idosos no município de Feira de Santana (BA). Período: 2008.
Instituição
Tipo de
instituição
População
Inicial
(total de idosos
residentes na
instituição)
Excluída Estudada
Lar Franciscano Particular 20 06 14
AFAS Filantrópica
35 01 34
Dispensário Santana Filantrópica
19 01 18
Lar do Irmão Velho Filantrópica
65 11 54
Total 139 19 120
Fonte: Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Feira de Santana, obtidos no dia
07 de fevereiro de 2008, dados fornecidos pelas instituições em março de 2008 e dados próprios da pesquisa.
54
4.4 FLUXOGRAMA
IDENTIFICAÇÃO DOS CAMPOS PARA A PESQUISA E ESTUDO-PILOTO
APRECIAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UEFS
E
QUALIFICAÇÃO DO PROJETO
ESTUDO DA POPULAÇÃO DE IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE FEIRA
DE SANTANA-BA
139 idosos
Excluídos
19 idosos
População Estudada
120 idosos
ESTUDO PILOTO
16 idosos
Treinamento e calibração da examinadora e anotadora com dois
professores da disciplina Odontologia Preventiva e Social II da UEFS
Treinamento e
calibração da
examinadora e
anotadora, validação do
instrumento de coleta.
Coleta dos dados em dois
momentos.
Exame clínico e preenchimento
da ficha de levantamento
Digitação e compilação
dos dados.
Aplicação do Kappa
Coleta dos dados.
Exame clínico e
preenchimento da ficha de
levantamento
Repetição do exame
em 20% dos idosos.
Digitação e
consolidação dos
dados.
Aplicação do Kappa
ANÁLISE ESTATÍSTICA
55
4.5 COLETA DOS DADOS
4.5.1 Instrumentos de coleta dos dados
Para a coleta dos dados foram utilizados dois instrumentos: uma Ficha de
Levantamento Epidemiológico (Apêndice A),b utilizada para registrar o perfil
socioeconômico e demográfico e a condição de saúde bucal de cada idoso; e uma Ficha de
Identificação da Instituição (Apêndice B) para registro de informações sobre a instituição.
4.5.2 Calibração e estudo-piloto
Dado o alto grau de subjetividade de que se reveste o diagnóstico das doenças bucais,
a uniformidade nos diagnósticos entre diferentes examinadores é de importância crucial para a
fidedignidade dos dados obtidos no levantamento. Além disso, em levantamentos
epidemiológicos em saúde bucal, os índices utilizados possuem características específicas
(RONCALLI, 2004).
Nesse estudo, portanto, para se evitar o vs de aferição, somente a pesquisadora
interrogou os indivíduos e o responsável legal pela instituição, e realizou os exames clínicos.
Desse modo, para assegurar uma interpretação uniforme e consistente dos critérios
padronizados para a coleta dos dados, a pesquisadora e a anotadora foram calibradas.
A calibração foi realizada em sala clínica da Universidade Estadual de Feira de
Santana, sob supervisão de dois professores da disciplina Odontologia Preventiva e Social II
dessa Universidade, um mês antes do estudo-piloto.
Além disso, Roncalli (2004) acredita que pesquisas epidemiológicas, que envolvam
um grande número de índices, devem incluir um estudo-piloto no seu desenvolvimento.
Segundo o autor, determinadas situações previstas no planejamento surgem em campo e
um estudo-piloto ajuda na reorganização das estratégias e no aperfeiçoamento das técnicas e
dos instrumentos de coleta.
Nessa perspectiva, os instrumentos dessa pesquisa foram validados, bem como a
pesquisadora e sua anotadora foram novamente calibradas, em um estudo-piloto realizado
com 16 idosos, selecionados por conveniência, freqüentadores de uma igreja católica
localizada em um bairro periférico de Feira de Santana (BA).
56
Esses 16 idosos foram examinados duas vezes, com o intervalo de uma semana entre
os exames, dessa forma foi possível calcular o coeficiente Kappa intra-examinador antes da
coleta na população de estudo. Na aplicação desse coeficiente, testou-se a reprodutibilidade
dos resultados nos dois períodos considerados.
Vale destacar que, após o estudo-piloto, durante a coleta propriamente dita, 20% dos
idosos foram examinados duplamente, sem o prévio conhecimento da examinadora. Essa
duplicidade na coleta teve o intuito de calcular o coeficiente Kappa intra-examinador durante
a coleta. Tendo em vista possíveis intempéries do campo de pesquisa, bem como cansaço
físico e psicológico, essa medida foi tomada visando minimizar e identificar possíveis erros
de aferição durante esta fase do estudo.
O lculo do coeficiente para os 40 reexames (16 do estudo-piloto e 24 durante a
coleta) demonstrou que durante a coleta para a pesquisa a concordância foi superior à fase de
estudo-piloto, com concordâncias classificadas como de quase perfeita a perfeita, mostrando
excelente reprodutibilidade do diagnóstico (Tabela 1). Os valores utilizados para a
interpretação do coeficiente foram os da escala de pontos de Landis e Koch (1977).
Durante a coleta, as condições com menores coeficientes foram CPO-D, CO-R,
necessidade de tratamento, CPI, PIP, necessidade de prótese, qualidade da prótese, alteração
em tecido mole, classificando-as como concordância quase perfeita. Para uso de prótese e
candidose a concordância foi perfeita.
Tabela 1 Coeficientes de Kappa, intra-examinador, calculados no estudo-piloto e nos
reexames durante a coleta para as condições examinadas em idosos institucionalizados em
Feira de Santana-Ba, 2008.
Condição
Coeficiente
Kappa
Estudo-Piloto Reexame durante a coleta
CPO-D 0,86 0,98
CO
-
R
0,85
0,96
Necessidade de tratamento 0,70 0,95
CPI
0,
98
0,98
PIP 0,92 0,99
Uso de prótese 1,00 1,00
Necessidade de prótese 0,86 0,95
Qualidade da prótese 0,86 0,95
Alteração em tecido mole 0,90 0,97
Candidose 1,00 1,00
57
4.5.3 Caracterização da instituição
Ao primeiro contato com a instituição, foi preenchida uma ficha de identificação
(Apêndice B), que contempla: o nome, o tipo (particular, filantrópica, pública), a existência de
algum programa de promoção e proteção de saúde bucal (ppria ou promovida pela
prefeitura) e a categoria profissional do responsável pela execução do programa.
4.5.4 Perfil socioeconômico e demográfico
O primeiro momento com os idosos foi caracterizado pela coleta do perfil
socioeconômico e demográfico. A pesquisadora se dirigiu ao idoso ou ao seu cuidador, caso
este não estivesse em condições de responder aos questionamentos, e anotou as respostas
criteriosamente na Ficha de Levantamento Epidemiológico (Apêndice A).
Antes de examinar qualquer pessoa, a pesquisadora se apresentou, explicando o
propósito da pesquisa, pedindo permissão, e apresentando a ficha ora utilizada. Foram
enfatizados o sigilo das informações e o fato de o existirem respostas certas ou erradas.
Quando algum dos entrevistados não sabia responder algum dos itens, a pesquisadora se
dirigia ao responsável legal da instituição e, através de dados contidos nos prontuários ou nos
documentos de identidade, os itens foram preenchidos.
Os itens da Ficha de Levantamento Epidemiológico referentes ao perfil
socioeconômico e demográfico são detalhados abaixo.
Sexo
Desde a antiguidade e em todas as partes do mundo são constatadas diferenças no
perfil de morbimortalidade entre os diferentes sexos. As condições ligadas diretamente ao
sexo, questões genéticas e hormonais, são à primeira vista, a primeira explicação para estas
diferenças. Condições estas que funcionam ora como fator de risco, ora como fator de
proteção para a saúde. O estilo de vida das pessoas também pode ser considerado um
importante fator, de risco ou de proteção, quando analisamos as diferenças entre os sexos
(PEREIRA, 2006).
58
Por entender que a questão do nero/sexo perpassa a velhice e a saúde (PAVAN;
MENEGHEL; JUNGES, 2008) esta variável foi inserida (Quadro 3).
Quadro 3 - digos utilizados para definição do sexo.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Grupo étnico / Raça
Grupo étnico, segundo Pereira (2006), é o termo usado para designar um conjunto de
pessoas que tem maior homogeneidade, em termos de patrimônio genético, do que encontrado
na população em geral. O autor destaca que as doenças variam em relação a grupos étnicos, e
por isso, a preparação de estatísticas por grupos étnicos permite apontar diferenças existentes
no seio da população, para uma variedade de doenças que precisam ser conhecidas ou
atenuadas.
Nessa perspectiva, a variável grupo étnico/raça foi adotada. Para tanto, a classificação
utilizada, inicialmente, no estudo-piloto, foi a preconizada pela Fundação IBGE, que leva em
consideração a autodeclaração, ou seja, foi perguntado em que categoria o indivíduo se
incluía.
No entanto, no estudo-piloto foi constatado que ao perguntar a opinião dos indivíduos
estas diferiam da percepção da pesquisadora. Foi então que ficou decidido que, para a coleta
dos dados, quanto ao grupo étnico, este seria anotado conforme percepção da pesquisadora.
Esta decisão foi respaldada pelos ensinamentos de Pereira (2006):
A questão de perguntar a opinião do indivíduo sobre sua cor, assim
como a classe social a que pertence, conduz a incorporações, porque
leva a estudar interpretações e estereótipos, em lugar daquilo que se
quer realmente alcançar: a separação entre grupos étnicos, para então
proceder à investigação de suas associações com a saúde. (PEREIRA,
2006)
Foram considerados, portanto, os traços predominantes descritos no quadro 4, a seguir,
conforme orientações contidas no manual do anotador do Projeto SBBrasil 2003”, do
Ministério da Saúde (BRASIL, 2004b).
Código Sexo
1 Masculino
2 Feminino
59
Quadro 4 - Códigos utilizados para definição do grupo étnico. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008.
Grupo Étnico Código
Características Biológicas
Amarelo 1
Pele branco-amarela; olhos oblíquos, repuxados. Compreende-
se nessa categoria a pessoa que se declarou da raça amarela.
Branco 2
Pele branca; cabelo liso ou ondulado fino (de louro a negro);
nariz estreito e proeminente; lábios finos (ou de espessura
mediana); gengiva cor sea (com suas variações normais
devidas à queratinização e vascularização). Compreende-se
ness
a categoria a pessoa que se declarou
da raça branca.
Negro 3
Pele castanho-escura ou negra; cabelo ondulado, encaracolado
ou em anel, geralmente escuro; nariz largo ou achatado;
gengiva pigmentada pelo acúmulo de melanina. Compreende-
se ness
a categoria a pessoa que se declarou da raça negra
.
Pardo 4 Pele de coloração entre branca e negra (“mulato”, “moreno”);
traços evidenciando miscigenação; impossibilidade de incluir o
indivíduo nas categorias “branco”, “negro” ou “amarelo”.
Inclui-se nessa categoria a pessoa que se declarou mulata,
cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça de preto com pessoa de
outra cor ou raça.
Indígena 5
Considera-se, nessa categoria, a pessoa que se declarou
indígena ou índia.
Sem
Informação
9
Quando não foi possível determinar o grupo étnico e/ou quando
a pessoa não se declarou pertencente a nenhum dos grupos
anteriores.
Fonte: USP/FSP, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 1998. FUNDAÇÃO IBGE, 2000. In: Manual do
examinador (BRASIL, 2001).
Idade
No entendimento de Roncalli (2004), a idade tem forte relação com a distribuição das
doenças bucais. Desse modo a divisão dos indivíduos em determinados grupos etários é um
procedimento padrão em qualquer levantamento epidemiológico.
Nesse item, os anos completos do indivíduo foram anotados para cálculo da idade
mínima, máxima e da idade média dos indivíduos. Na análise dos dados, esta idade foi
categorizada/agregada em faixas etárias utilizando, para tanto, os códigos abaixo (Quadro 5):
60
Quadro 5 - Códigos utilizados para definição da faixa etária.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Faixa etária
1
60 a 65 anos
2 66 a 70 anos
3
71 a 75 anos
4 76 a 80 anos
5
81 a 85 anos
6 86 a 90 anos
7
91 anos ou mais
9
Sem informação
Estado civil
No entendimento de Pereira (2006), o estado civil da pessoa está associado à sua
saúde. De pesquisas e estatísticas estrangeiras o autor depreendeu que, igualados quanto à
idade e sexo, os casados apresentam melhores níveis de saúde do que os solteiros, viúvos ou
divorciados. Quando comparados por estado civil, os viúvos, por exemplo, são os que
apresentam as maiores taxas de mortalidade.
Sendo assim, o estado civil dos entrevistados foi anotado no campo específico da ficha
e seguiu os seguintes códigos (Quadro 6):
Quadro 6 -digos utilizados para definição do estado civil. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código Estado civil
1
Solteiro
2 Casado
3 Divorciado legalmente
4 Separado
5 Viúvo
6
V
ive com o companheiro
9 Sem informação
Renda pessoal
Além das dificuldades de acesso aos serviços odontológicos, pessoas com diferenças
pronunciadas de renda também estão em desvantagem quanto à ocorrência de problemas de
saúde bucal. Tal constatação foi registrada no levantamento do Ministério da Saúde em 1986,
quando se indicou que as pessoas situadas nos estratos de renda mais elevada, possuíam
menos cáries do que as situadas na base da pirâmide socioeconômica (PINTO, 1997).
61
Foi obtida, portanto, a renda mensal atual da pessoa examinada (renda do último mês),
em Reais. Considerando a Medida Provisória nº 421/2008, de 29.02.2008 que estipulou o
valor do Salário Mínimo (SM) de R$415,00 realizou-se a categorização abaixo (Quadro 7).
Quadro 7 - Códigos utilizados para definição da renda pessoal. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Renda Pessoal
1
Não tem renda
2
Renda menor que
1
SM
3 Renda de 1 SM
4
Renda
entre
1
e
3 SM
5 Renda entre 3 e 5 SM
6
Renda
entre 5 e 10 SM
7 Renda acima de 10 SM
9 Sem informação
Escolaridade/Anos de estudo
Conforme os ensinamentos de Baldani, Narvai e Antunes (2002), indivíduos com grau
de escolaridade maior, tendem a escovar seus dentes mais vezes, o que gera um impacto
significativo na saúde bucal.
Concordando com esses autores, nesse estudo, a escolaridade foi levada em
consideração. Vale observar que foram anotados os anos de estudo para cálculo da média de
anos estudados, e esses, após a coleta, foram categorizados/agregados conforme critérios a
seguir (Quadro 8), levando-se em conta a antiga denominação de nível de escolaridade, já que
esses indivíduos fizeram referência a esta denominação
Quadro 8 -digos utilizados para definição da escolaridade. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código
Escolaridade
1 Analfabeto
2 1º grau incompleto
3
1º grau completo
4 2º grau incompleto
5
grau completo
6 3º grau incompleto
7
grau completo
8 Pós-graduação
9 Mestrado
10
D
outorado
11 s-doutorado
99
Sem informação
62
4.5.5 Exame clínico - condição de saúde bucal
A maior parte do exame clínico da condição oral da população de estudo, foi realizada
de acordo com os critérios descritos no Manual do Examinador do Projeto SB-2000
(BRASIL, 2001). Tendo em vista que o referido projeto não apresenta variáveis suficientes
para o alcance de todos os objetivos pretendidos nesse estudo, outras variáveis foram
introduzidas e, portanto, outros critérios também foram adotados.
Diante do fato de que, proceder conforme os preceitos de biossegurança é um
imperativo, nesse momento, é importante mencionar as medidas de biossegurança adotadas
pela pesquisadora e anotadora.
Os membros da equipe de campo (pesquisadora e anotadora) se mantiveram
permanentemente atentos e desenvolveram práticas coerentes e adequadas em relação à sua
proteção e a dos indivíduos que se submeteram aos exames. Deve-se assinalar, entretanto, que
a responsabilidade pela adoção das normas de biossegurança foi da Cirurgiã-Dentista (CD) -
pesquisadora.
As principais medidas, no presente estudo, incluíram:
lavagem das mãos com álcool, no início e no final de cada exame, ou quando se fez
necessário;
• uso de avental, luvas, máscara e gorro;
• uso de um par de luvas para cada indivíduo examinado;
a pesquisadora não manipulou objetos impertinentes, tais como: lápis, borrachas,
fichas, pranchetas etc. Tais objetos foram utilizados apenas pela anotadora;
• a pesquisadora apanhou o instrumental, realizou o exame e o descartou em recipiente
adequado, devidamente identificado.
Realização do Exame
O propósito da informação “realização do exame” foi o de obter as razões da não
realização. Isto é, uma vez composta a população de estudo, número total de idosos
institucionalizados em Feira de Santana, foi designada uma ficha para cada um dos sujeitos.
Mesmo não sendo feito o exame, foram assinaladas, nas fichas, as razões da não-realização
(BRASIL, 2004). Os códigos e critérios adotados foram os descritos no Quadro 9.
63
Quadro 9 - Códigos utilizados para assinalar a realização ou não do exame. Idosos Institucio-
nalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Critério
1 Exame Realizado.
2
Exame não realizado por não ter s
ido autorizado pela Instituição
3 Exame não realizado porque o idoso não permitiu.
4
Exame não realizado porque o idosoo foi encontrado no momento do
exame ou por ausência do idoso na instituição, no dia da visita.
5
Exame não realizado em decorrência de dificuldades organizativas da equipe
da pesquisa.
6
Exame não realizado em decorrência de dificuldades relacionadas ao local
onde o exame seria feito.
7
Exame não realizado por aus
ência do morador no domicílio, no dia da visita.
9
Exame não realizado por outras razões.
Cárie dentária (Coroa)
Desenvolver ações de saúde bucal dirigidas a grupos populacionais implica
conhecimento da sua situação epidemiológica. Isso pode ser conseguido por meio de
levantamentos epidemiológicos, para os quais se utilizam diversos instrumentos, de acordo
com as características de cada doença ou agravo. Em relação à cárie dentária, embora tenham
sido propostos vários instrumentos para sua mensuração em populações, o índice mais
freqüentemente utilizado é o CPO-D, descrito por Klein e Palmer em 1938 (NARVAI et al.,
2001) e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1991).
Esse índice vem sendo largamente utilizado em levantamentos epidemiológicos de
saúde bucal, pois mede e compara a experiência de cárie denria em populações. O seu valor
expressa a média de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados em um grupo de
indivíduos (WHO, 1997). Nesse sentido, o índice CPO-D foi empregado nesse estudo para
estimar a prevalência da cárie denria.
Para o cálculo do índice CPO-D foram somados o total de dentes permanentes
cariados (componente “C”), perdidos ou extraídos por cárie (componente “P”) e obturados ou
restaurados (componente “O”). Assim, CPO = C + P + O. Sendo que, um dente foi
considerado presente na boca quando apresentou qualquer parte visível ou podendo ser tocada
com a ponta da sonda sem deslocar ou perfurar tecido mole indevidamente.
A presença de lees cariosas foi verificada através da utilização de espelho bucal
plano e a sonda utilizada para o CPI, após limpeza e secagem da superfície dental com gaze
estéril (MENEGHIM; PEREIRA; SILVA, 2002; BRASIL, 2004).
64
Para o cálculo do índice CPO-D e seus componentes, todos os dentes examinados
receberam obrigatoriamente um código, conforme a classificação preconizada pela
Organização Mundial de Saúde para o diagnóstico e registro de cárie da coroa dentária (OMS,
1999) (Quadro 10).
O procedimento adotado foi o seguinte: C = contagem dos dentes classificados nos
códigos 1 e 2; P = contagem dos dentes classificados no código 4; e O = contagem dos dentes
com código 3. A média global do CPO-D da população foi calculada somando-se o CPO-D de
todos os indivíduos examinados e dividindo esse resultado pelo número total de pessoas
examinadas (ANTUNES; PERES; CRIVELLO JUNIOR, 2006).
65
Quadro 10: Códigos e critérios preconizados pela OMS para o diagnóstico e registro de cárie da coroa
dentária
Cód. Critério
Descrição
0
Coroa
Hígida
Uma coroa é considerada hígida caso não apresente evidências de cáries tratadas ou o tratadas. Os
estágios de cáries precedem a cavitação e outras condições semelhantes o devem ser considerados no
diagnóstico de cárie. Assim, uma coroa com as seguintes condições, na ausência de outros critérios
positivos, deve ser codificada como gida: - Manchas brancas e porosas; - Manchas com alteração de
coloração ou rugosidade que não sejam amolecidas ao toque pela sonda periodontal ball point ou CPI
metálica usada nesses exames bucais; - Fóssulas ou fissuras pigmentadas no esmalte sem sinais visíveis
de esmalte socavado ou amolecido do assoalho ou paredes detectáveis com a sonda IPC; - Áreas escuras,
brilhantes, duras, pontilhadas de esmalte em um dente, apresentando sinais de fluorose moderada a
severa; - Lesões que, baseando-se em distribuição ou história clínica, ou ao exame visual-tátil, para ser
devida a abrasão.
1
Coroa
cariada
A cárie é considerada presente quando lesão em uma fóssula ou fissura, ou em uma superfície
dentária lisa, com cavidade inconfundível, esmalte socavado, ou amolecido detectável de assoalho ou
parede. Um dente com restauração provisória ou selante (código 6 ou F), mas também cariado, deve ser
incluído nessa categoria. Nos casos em que a coroa tenha sido destruída por cáries e somente a raiz
tenha restado, a cárie é considerada como tendo se originado na coroa, e, portanto, deve ser classificada
como cárie coronária. A sonda deve ser utilizada para confirmar as evidências visuais de cárie nas faces
oclusal, vestibular e lingual. Em caso de dúvida, a cárie deve ser registrada como presente.
OBS: Quando a coroa es completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, a OMS
recomenda que o código “1” seja registrado apenas na casela correspondente à coroa. A FSP-USP
indica registrar o código “9”na casela da raiz.
2
Coroa
restaurada
com cárie
Uma coroa é considerada restaurada com rie quando tiver uma ou mais restaurações permanentes e
uma ou mais áreas que estão com cáries. Não é feita nenhuma distinção entre as cáries primárias e
secundárias (ou seja, o mesmo código aplica-se caso as lesões por cárie sejam ou não associadas às
restaurações).
3
Coroa
restaurada
sem cárie
Uma coroa é considerada restaurada sem cárie quando uma ou mais restaurações permanentes estão
presentes e não existe cárie em ponto algum da coroa. Um dente que tenha recebido uma coroa protética
devido à cárie prévia deve ser classificado nessa categoria.
4
Dente
ausente
devido a
cárie
Esse código é utilizado para os dentes permanentes ou decíduos que tenham sido extraídos devido à rie
e é registrado na condição coronária. Para os dentes decíduos ausentes, esta classificação somente deve
ser utilizada caso a idade do indivíduo examinado não seja compatível com a hipótese de que a
esfoliação pudesse explicar satisfatoriamente a ausência do dente.
O código 4 não deve ser utilizado para dentes ausentes por outras razões.
Nota: Nesses casos o código registrado na casela correspondente à raiz é 9 ou 7 (quando tiver um
implante no lugar).
5
Dente
permanente
ausente por
outra razão
Esse digo é utilizado para dentes permanentes considerados ausentes por outros motivos que não a
cárie: ausência congênita, traumatismo, tratamento ortodôntico, doença periodontal.
6
Selante de
fissura
Esse código é utilizado para dentes com aplicação de selante de fissura na superfície oclusal; ou para
dentes em que a fissura oclusal foi amplamente aumentada por broca esférica ou “chama de vela”, com
aplicação de resina composta. Dentes com selante, porém cariados, devem ser codificados com 1 ou B.
7
Dente
suporte de
prótese,
coroa
protética ou
faceta
Esse código é utilizado para indicar condição de coroa dos dentes que fazem parte de uma prótese parcial
fixa, isto é, são suportes de prótese. Esse digo também pode ser utilizado para coroas protéticas
colocadas por outras razões que não a cárie e para recobrimentos facetados e laminados na face
vestibular de um dente no qual não existam evidências de cáries ou de uma restauração. Os dentes
ausentes substituídos por pontes são codificados como 4 ou 5 quanto à condição coronária, enquanto a
condição radicular é codificada com 9.
8
Coroa não-
erupcionada
Esta classificação está registra aos dentes permanentes e é utilizada somente para os espaços dentários
com dente permanente não-erupcionado e sem o dente decíduo. Os dentes classificados como o-
erupcionados devem ser excluídos dos cálculos relativos a cárie dentária. Esta categoria não inclui dentes
perdidos por trauma ou outros motivos.
T
Traumatismo
(fratura)
Uma coroa é classificada como fraturada quando parte de sua superfície está ausente como resultado de
trauma e sem evidência de cárie.
9
Não-
registrado
Esse digo é utilizado para quaisquer dentes permanentes erupcionados que não possam ser
examinados por qualquer razão (por exemplo, devido a presença de bandas ortodônticas, hipoplasias
severas etc.).
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2001.
66
Necessidade de tratamento
Imediatamente após registrar a condição dentária e antes de passar à unidade dentária
seguinte foi registrado o tratamento indicado. Os códigos e critérios para as necessidades de
tratamento estão registrados no Quadro 11.
Quadro 11: Códigos e critérios preconizados pela OMS para o registro da necessidade de
tratamento.
Código Critério Descrição
0
Nenhum tratamento
A coroa e a raiz deve
m
estar hígidas, ou o dente não
pode ou não deve ser extraído ou receber qualquer
outro tratamento.
1
Restauração de uma superfície dentária
2
Restauração de duas ou mais superfícies dentárias
3
Coroa por qualquer razão
4
Coroa veener ou faceta estética
5
Tratamento pulpar e restauração
O dente necessita de tratamento endodôntico
previamente à colocação da restauração ou coroa,
devido à cárie profunda e extensa, ou mutilação ou
trauma.
A sonda não deve ser inserida no fundo de uma
cavidade para confirmar a presença de uma
provável exposição pulpar.
6
Extração
Um dente será registrado como “indicado para
extração”, dependendo das possibilidades de
tratamento disponíveis, quando:
a cárie destrói o dente de tal modo que não é
possível restaurá-lo;
a doença periodontal progrediu tanto que o dente
está com mobilidade, dor ou o dente está sem
função e, no julgamento clínico do examinador, não
pode ser recuperado atras de tratamento
periodontal;
um dente precisa ser extraído para confecção de
uma prótese; ou, a extração é necessária por razões
ortodônticas ou estéticas, ou devido à impactação.
7
Remineralização de Mancha Branca
8
Selante
A indicação de selantes de fóssulas e fissuras não é
uma unanimidade entre os cirurgiões-dentistas,
havendo profissionais que não o indicam em
nenhuma hipótese. Nessa pesquisa a necessidade de
selante será registrada. Sua indicação, conforme
regra de decisão adotada pela USP/FSP (1998), será
feita na presença simultânea das seguintes
condições:
o dente homólogo apresenta cárie ou foi
atingido pela doença;
presença de placa clinicamente detectável
evidenciando higiene bucal precária.
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2001.
67
Quando, por alguma razão, não foi possível definir a necessidade de tratamento do
dente, via de regra, quando a condição da coroa foi 9 (dente excluído), assinalou-se 9 também
na necessidade de tratamento. Na condição em que a coroa foi considerada não-erupcionada
(8) ou dente perdido (4 ou 5), também foi assinalado 9 na casela referente à necessidade de
tratamento.
Um dos códigos 1, 2, 7 ou 8 foi utilizado para indicar o tratamento necessário
para:
tratar as lesões de cárie iniciais, primárias ou secundárias;
tratar descoloração de um dente ou um defeito de desenvolvimento;
reparar dano causado por trauma, abrasão, erosão ou atrição; ou,
substituir restaurações ou selantes insatisfatórios se existissem uma ou mais das
seguintes condições:
- margem deficiente, permitindo ou em vias de permitir infiltração na dentina. A
decisão foi tomada com base no senso clínico do examinador, após ter inserido a sonda CPI
na margem entre a restauração e o tecido duro ou após observar uma significativa
descoloração do esmalte adjacente;
- excesso marginal, causando irritação local do tecido gengival e não podendo ser
removido atras de um ajuste da restauração;
- fratura, que possa causar a perda da restauração ou infiltração marginal;
- descoloração.
Cárie de raiz
No entendimento de Antunes, Peres e Crivello Junior (2006), para adultos e idosos,
fatores de ordem diversa contribuem para a exposição de raiz dentária. Nesse sentido, esses
autores acreditam que para esse grupo etário, além dos índices que se referem à condição da
coroa dentária, uma medida similar é indicada para expressar a experiência de cáries na raiz
dentária (Quadro 12). Naturalmente, um dente “perdido” não é passível de exposição
radicular. Nesse sentido, o índice de condição da raiz dentária considera apenas os
componentes “cariado” e “obturado” (CO-R).
Assim, CO = C + O. O procedimento adotado será o seguinte: C = contagem dos
dentes classificados nos códigos 1 e 2; e O = contagem dos dentes com código 3.
68
Quadro 12: Códigos e critérios preconizados pela OMS para o diagstico e registro de cárie
de raiz.
Cód. Critério Descrição
0
Raiz
Hígida
A raiz está exposta e não há evidência de cárie ou de restauração (raízes não expostas o
codificadas como8”).
Nota: Todas as lesões questionáveis devem ser codificadas como dente hígido.
1
Raiz
cariada
A lesão pode ser detectada com a sonda CPI. Se comprometimento radicular discreto,
produzido por lesão proveniente da coroa, a raiz é considerada cariada se
necessidade de tratamento radicular em separado.
Nota: Quando a coroa está completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, a
OMS recomenda que o código “1” seja registrado apenas na casela correspondente à
coroa. A FSP-USP indica registrar o código “9”na casela da raiz.
2
Raiz
Restaurada
, mas
Cariada
Idem, coroa restaurada, mas cariada. Em situações nas quais coroa e raiz estão envolvidas,
a localização mais provável da lesão primária é registrada como restaurada, mas cariada.
Quando não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são
registradas como restauradas, mas com cárie.
3
Raiz
Restaurada
e Sem
Cárie
Idem, coroa restaurada e sem cárie. Em situações onde coroa e raiz estão envolvidas, a
localização mais provável da lesão primária é registrada como restaurada. Quando não é
possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como
restauradas.
Notas:
Com relação aos códigos 2e 3, apesar de ainda não ser uma prática consensual, a
presença de ionômero de vidro em qualquer elemento dentário será considerada, nesse
estudo, como condição para elemento restaurado.
Quando o dente foi perdido devido à cárie (digo 4 para coroa) o código registrado na
casela correspondente à raiz é 9 ou 7 (quando tiver um implante no lugar;
Nos casos onde o dente foi perdido por outras razões (código 5 para coroa) o código
registrado na casela correspondente à raiz é7” ou “9”.
6 Selante
Nota: Embora na padronização da OMS haja referência apenas à superfície oclusal, deve-
se registrar a presença de selante localizado em qualquer superfície.
7 Implante Registrar esse código (7) na casela da raiz.
8
Raiz Não
Exposta
Não há exposição da superfície radicular, isto é, não retração gengival para além da
junção cemento-esmalte.
9
Não-
registrado
Esse código é utilizado para quaisquer dentes permanentes erupcionados que não possam
ser examinados por qualquer razão (por exemplo, devido à presença de bandas
ortodônticas, hipoplasias severas etc.).
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2001.
Doença periodontal
Para a avaliação periodontal, foram considerados os índices indicados pela OMS a
partir de 1997 (WHO, 1997), o Índice Periodontal Comunitário (IPC ou CPI - sigla em inglês)
e, o Índice de Perda de Inserção Periodontal (PIP).
Índice Periodontal Comunitário
Segundo a WHO (1997), o CPI permite avaliar a condição periodontal quanto à
higidez, sangramento e presença de cálculo ou bolsa. Para a realização do exame foi utilizado
sonda específica (Figura 1), denominada sonda CPI, com esfera de 0,5 mm na ponta e área
69
anelada em preto situada entre 3,5 mm e 5,5 mm da ponta. Outras duas marcas na sonda
permitem identificar distâncias de 8,5mm e 11,5 mm da ponta do instrumento. Ao anotar o
índice, o que foi levado em conta foi a margem gengival.
Figura 1 - Sonda CPI, ilustrando as marcações com as distâncias, em milímetros, à
ponta da sonda.
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2004; ANTUNES; PERES; CRIVELLO JUNIOR, 2006.
Sendo a boca dividida em sextantes definidos pelos dentes: 18-14, 13-23, 24-28, 38-
34, 33-43 e 44-48 (Figura 2), a presença de dois ou mais dentes sem indicação de exodontia
(p. ex., comprometimento de furca, mobilidade etc.), foi pré-requisito ao exame do sextante.
Sem isso, o sextante foi cancelado (quando houve, por exemplo, um único dente presente,
mesmo que esse fosse um dente-índice) (WHO, 1997).
Os dentes 16 (ou 17), 11, 26 (ou 27), 36 (ou 37), 31, 46 (ou 47) foram os dentes-
índices para cada sextante (quando nenhum deles estava presente, foram examinados todos os
dentes remanescentes do sextante, não se levando em conta a superfície distal dos terceiros
molares).
Figura 2 - Divisão da arcada em sextantes e destaque dos dentes índices para CPI e PIP
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2004; ANTUNES; PERES; CRIVELLO JUNIOR, 2006.
Pelo menos 6 pontos foram examinados em cada um dos 6 dentes-índices, nas
superfícies vestibular e lingual, abrangendo as regiões mesial, média e distal. Os
70
procedimentos de exame foram iniciados pela área disto-vestibular, passando-se para a área
média e daí para a área mésio-vestibular. Após, as áreas linguais foram inspecionadas, indo de
distal para mesial. A sonda foi introduzida levemente no sulco gengival ou na bolsa
periodontal, ligeiramente inclinada em relação ao longo eixo do dente, seguindo a
configuração anatômica da superfície radicular. Movimentos de vai-e-vem vertical, de
pequena amplitude, foram realizados (Figura 3) (BRASIL, 2004).
É válido notar que, apenas uma anotação foi feita por sextante, relativa à pior situação
encontrada; e que quando não houve no sextante pelo menos dois dentes remanescentes e não
indicados para extração, o sextante foi cancelado e registrado com um "X" (Quadro 13).
Figura 3 - Codificação do IPC (CPI), mostrando a posição da sonda.
Fonte: WHO, 1997.
Quadro 13 - Códigos utilizados no CPI. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba,
2008.
digo
Critério
0 Sextante hígido;
1
Sextante com sangramento (observado diretamente ou com espelho, após
sondagem);
2 Cálculo (qualquer quantidade, mas com toda a área preta da sonda visível);
3 Bolsa de 4 mm a 5 mm (margem gengival na área preta da sonda);
4 Bolsa de 6 mm ou mais (área preta da sonda não está visível);
X
Sextante
excluído
(menos de 2 dentes presentes);
9 Sextante não examinado.
Fonte: WHO, 1997.
Índice de Perda de Inserção Periodontal
A inserção periodontal é medida da junção amelocementária (JAC) até o limite
máximo de sondagem do sulco gengival. As medidas de inserção foram iguais às
profundidades de sondagem quando a margem gengival coincidiu com a JAC (base para as
71
medidas de perda de inserção) (WHO, 1997; ANTUNES; PERES; CRIVELLO JUNIOR,
2006). A extensão da perda de inserção (Figura 4) foi registrada utilizando-se os códigos
descritos adiante.
A coleta dos dados da perda de inserção foi realizada com a mesma sonda utilizada no
IPC (CPI), e os dentes índices também foram os mesmos. No entanto, para o PIP a referência
para a anotação do índice foi a junção amelocementária (Quadro 14).
Figura 4 - Codificação do PIP, mostrando a posição da sonda.
Fonte: WHO, 1997.
Quadro 14 - Códigos utilizados para aferir a PIP. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código
Critério
0
Perda de inserção de 0 a 3 mm
1
Perda de inserç
ão de 4
a
5
mm
2
Perda de inserção de 6 a 8 mm
3
Perda de inserç
ão de 9
a
11
mm
4
Perda de inserção de 12mm ou mais
X
Sextante excluído (menos de dois dentes presentes)
9
Não
-
registrado
Fonte: WHO, 1997.
Edentulismo (Uso e Necessidade de Prótese Dentária)
A situação quanto ao edentulismo vinculado ao uso e necessidade de próteses
dentárias foi avaliada a partir de informações sobre seu uso, qualidade, tempo de uso, se
houve acompanhamento após a colocação, e necessidade, as quais tiveram como base
informões oriundas dos indivíduos e da presença de espaços protéticos.
Vale notar que, um mesmo indivíduo poderia estar usando e, ao mesmo tempo,
necessitar de prótese(s), em arcos diferentes. E que foi assinalado o uso e a necessidade para
72
os arcos superior e inferior. As observações levaram em conta os códigos e critérios ilustrados
nos quadros a seguir (Quadros 15 e 16).
Quadro 15 - digos utilizados para assinalar o uso de prótese. Idosos Institucionalizados.
Feira de Santana-Ba, 2008.
Código Critérios Exemplos
0
Não usa prótese dentária
Nenhum espaço protético
Desdentado parcial, sem prótese presente
Desdentado total e sem prótese presente
1
Usa uma ponte fixa
Uma ponte fixa posterior
Uma ponte fixa anterior
2 Usa mais do que uma ponte fixa
Duas pontes fixas em pontos diferentes
(anterior e posterior)
3 Usa prótese parcial removível
Prótese parcial removível anterior ou
posterior
4 Usa uma ou mais pontes fixas e
uma ou mais pteses parciais
removíveis
Prótese removível anterior e ponte fixa
posterior
Prótese removível anterior e duas pontes
fixas posteriores;
Duas pontes fixas em pontos diferentes
(anterior e posterior)
5
Usa prótese dentária total
6 Usa prótese fixa por implante
7
Usa sobredentadura (overdenture) dentossuportada
9 Sem informação
Fonte: adaptação (WHO, 1997; BRASIL, 2001).
Quadro 16 - Códigos utilizados para assinalar a necessidade de prótese. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código
Critérios Exemplos
0
Não necessita de prótese dentária.
Todos os dentes presentes
Espaços protéticos presentes com prótese
Desdentado total, mas com a presença da prótese
1
Necessita de uma prótese,
fixa ou
removível, para substituição de um
elemento.
Espaço protético unitário anterior
Espaço protético unitário posterior
2 Necessita de uma prótese, fixa ou
removível, para substituição de
mais de um elemento.
Espaço protético anterior de mais de um elemento
Espaço protético posterior de mais de um elemento
3 Necessita de uma combinação de
próteses, fixas e/ou removíveis,
para substituição de um e/ou mais
de um elemento.
Espaços protéticos em vários pontos da boca
4
Necessita de prótese dentária total.
Desdentado total sem estar usando prótese no
momento
9 Sem informação.
Fonte: WHO, 1997; BRASIL, 2001.
73
Para aqueles indivíduos portadores de próteses fixas ou móveis, Marchini et al.
(2001a) ressalta a importância do correto e adequado plano de orientação à higiene.
Lembrando que o acompanhamento as a colocação das próteses é fundamental para a
longevidade do tratamento.
Além disso, muitos indivíduos acreditam que a prótese dentária não precisa de revisão
e que o indivíduo que a utiliza não necessita mais comparecer ao dentista, pois os dentes
artificiais não serão atingidos por qualquer problema. Dessa forma, cabe ao odontólogo, fazer
um trabalho de orientação e conscientização do paciente, quando este for fazer o uso da
prótese, para que crie o hábito de continuar visitando o profissional regularmente ou quando
surgir qualquer tipo de problema/inconveniente com sua prótese dentária (MOREIRA;
QUELUZ, 2000)
Existe na literatura (TURANO; TURANO, 1989) recomendação que a troca da prótese
total deve ocorrer a cada 6 anos; já outras que preconizam como o tempo ideal, o período
de 8 anos (MAZZO; VIEIRA, 1998). Assim, pode-se concluir que os pacientes que utilizam
prótese total devem ser orientados quanto à necessidade da troca da prótese, num período
médio de 6 a 8 anos.
Ocorre que, com o decorrer do tempo, as próteses o ficando mais frouxas, devido à
reabsoão natural do rebordo alveolar há o desgaste dos dentes, com isso diminuindo a
dimensão vertical de oclusão, podendo ocorrer dores na articulação temporomandibular e
quelites labiais (MOREIRA; QUELUZ, 2000).
Nessas perspectivas, foram inseridos na pesquisa os seguintes questionamentos: “Após
a colocação da ptese, houve acompanhamento? (Quadro 17) e “Quanto tempo tem que usa
a mesma prótese? (Quadro 18).
74
Quadro 17 - Códigos utilizados para assinalar as respostas dadas ao questionamento Após a
colocação da prótese, houve acompanhamento?. Idosos Institucionalizados. Feira de
Santana-Ba, 2008.
digo
Critérios
0
Não usa prótese denria
1
Nunca houve acompanhamento, pois o paciente não procurou mais o cirurgião-
dentista
2
Nunca houve acompanhamento, pois o cirurgião-dentista não informou sobre a
necessidade
3
Houve acompanhamento nos primeiros meses após a colocação, mas parou por
causa do interesse, condição ou jul
gamento do paciente
4
Houve acompanhamento nos primeiros meses após a colocação, mas parou porque
o cirurgião
-
dentista não marcou outra visita e/ou não explicou que era necessário
5
Houve acompanhamento nos primeiros anos após a colocação, mas parou por
causa do interesse, condição ou julgamento do paciente
6
Houve acompanhamento nos primeiros anos após a colocação, mas parou porque o
cirurgião
-
dentista não marcou outra visita e/ou não explicou que era necessário
7 Sim, houve acompanhamento
9 Não lembra ou não sabe informar
Quadro 18 - Códigos utilizados para assinalar as respostas dadas ao questionamento “Quanto
tempo tem que usa a mesma prótese?”. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Qualidade da prótese
Levando-se em consideração que um indivíduo pode possuir e ao mesmo tempo
necessitar de prótese dentária de qualquer tipo (parcial removível, parcial fixa, total ou uma
combinação destas), surgiu a necessidade de incluir a avaliação da qualidade das próteses. Os
critérios utilizados nesse estudo foram baseados em alguns parâmetros que compõem o Índice
de Qualidade do Trabalho Protico (IQP) de Gil e Nakamae (2000) (Quadros 19, 20 e 21).
Código
Critérios
0 Não usa prótese dentária
1
Menos de 6 meses
2 De 6 meses a um ano
3
De 1ano e 1 mês a 2 anos
4 De 2 anos e 1 mês a 5 anos
5 De 5 anos e 1 mês a 10 anos
6
Mais de 10 anos
7 Mais de 20 anos
9
Não lembra ou não sabe informar
75
Vale notar que, quando a qualidade da prótese foi péssima ou ruim, foi considerado
que o indivíduo necessitava de outra prótese.
Critérios de qualidade para PT (Prótese Total)
1. Retenção
3
(não está folgada ou apertada)
2. Estabilidade
3
(não apresenta deslocamento)
3. Reciprocidade
3
(não apresenta báscula)
4. Fixação
3
(não lesiona tecidos)
5. Higiene (sem biofilme bacteriano ou cálculo)
6. Estética (sem manchas ou fraturas e em conformidade com o perfil facial do paciente)
7. Dentes artificiais (sem desgaste e mantendo boa relação com antagonistas)
Quadro 19 - digos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Total.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Critérios de qualidade para PPR (Prótese Parcial Removível)
1. Retenção
3
(não está folgada ou apertada)
2. Estabilidade
3
(não apresenta deslocamento)
3. Reciprocidade
3
(não apresenta báscula)
4. Fixação
3
(não lesiona tecidos)
5. Higiene (sem biofilme bacteriano ou cálculo)
6. Estética (sem manchas ou fraturas e em conformidade com o perfil facial do paciente)
7. Aspecto dos apoios
3
(sem fraturas e boa adaptação)
8. Barras de união ou conectores maiores (sem fraturas ou deformações)
9. Dentes artificiais (sem desgaste e mantendo boa relação com antagonistas)
Quadro 20 - Códigos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Parcial
Removível. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
3
Utilizou-se para esses critérios os parâmetros de estrutura de Gil e Nakamae (2000)
Código
Critério
0 Não usa PT
1
PÉSSIMA (Não apresenta boas condições em nenhum dos 7 critérios)
2
RUIM (Apresenta boas condições somente para 1 a 3 critérios acima)
3 ACEITÁVEL (Apresenta boas condições para 4 a 5 dos critérios acima)
4
BOA (apresenta boas condições para 6 a 7 critérios acima)
9 Sem registro
Código
Critério
0
Não usa PPR
1 PÉSSIMA (Não apresenta boas condições em nenhum dos 9 critérios)
2
RUIM (Apresenta boas condições somente para 1 a 4 critérios acima)
3 ACEITÁVEL (Apresenta boas condições para 5 a 7 dos critérios acima)
4
BOA (apresenta boas condições para 8 a 9 critérios acima)
9 Sem registro
76
Critérios de qualidade para PF (Prótese Fixa)
1. Adaptação (sem sobrecontorno ou adaptação cervical deficiente)
2. Polimento (sem aspereza na superfície)
3. Estética (sem manchas ou fraturas e em conformidade com o perfil facial do paciente)
4. Fixação
4
(não lesiona tecidos)
Quadro 21 - Códigos utilizados para assinalar os critérios de qualidade para Prótese Fixa.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Alterações de Tecidos Moles
Nesse momento, foi assinalada a presença de qualquer alteração em tecido mole, a
partir dos códigos abaixo (Quadro 22). Ressalta-se que foi observada a localização da
alteração (Quadro 23), o tipo da lesão fundamental (Quadro 24), a coloração (Quadro 25), a
consistência (Quadro 26) e a sintomatologia (Quadro 27). Para tanto foi realizada uma
palpação bidigital, o que permitiu a obtenção de sinais quanto à consistência e sintomatologia.
Quadro 22 - Códigos utilizados para assinalar a presença de alteração em
tecido mole. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Critério
0
Ausência
de lesão
1 Presença
9 Sem Informação
4
Utilizou-se para esses critérios os parâmetros de estrutura de Gil e Nakamae (2000)
Código Critério
0 Não usa PF
1 PÉSSIMA (Não apresenta boas condições em nenhum dos 4 critérios)
2 RUIM (Apresenta boas condições somente para 1 ou 2 critérios acima)
3
ACEITÁVEL (Apresenta boas condições para 3 dos crité
rios acima)
4 BOA (apresenta boas condições para 4 critérios acima)
9 Sem registro
77
Quadro 23 - Códigos utilizados para assinalar a localização da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Localização
Código Localização
0 ausência de lesão 13 região retromolar inferior
1
mucosa j
ugal
14
fórnice
do vestíbulo superior
2 palato mole 15 fórnice do vestíbulo inferior
3
palato duro
16
orofaringe
4 dorso da língua 17 lábio superior
5
ventre da língua
18
lábio inferior
6 bordo lateral da língua 19 assoalho de boca
7 ponta da língua 20 Face
8
rebordo gengival superior
21
Pescoço
9 rebordo gengival inferior 22 em duas regiões distintas*
10
gengiva na arcada superior
23
em mais de duas regiões distintas
11 gengiva na arcada inferior
99 sem informação
12
Túber da maxila
* a partir desse ponto as características levantadas foram em relação à maior lesão
Quanto ao tipo de lesão fundamental, foram adotados os critérios apresentados a
seguir (Quadro 24), lembrando que a lesão fundamental não é o diagnóstico e sim a
característica clínica por meio da qual a doença es se manifestando. Além disso, várias
lesões com origem e comportamento distintos podem se apresentar com a mesma lesão
fundamental (ALLEGRA; GENNARI, 2000).
78
Quadro 24 - Códigos utilizados para assinalar tipo de lesão fundamental. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código Tipo de lesão fundamental
Critério
0 Ausência de lesão
1
Úlcera
Perda total do epitélio com exposição do tecido
conjuntivo subjacente, dolorida e, em geral, pode
apresentar sangramento. Maioria dos casos:
acompanhada de halo eritematoso ao redor,
recoberto por pseudomembrana e com exsudato na
porção mais central.
2
Erosão
Perda parcial do epitélio sem exposição do tecido
conjuntivo (superficial).
3
Mancha ou mácula
Alteração de coloração (branca, vermelha, azul,
marrom e negra) da pele ou mucosa sem elevação ou
depressão.
4
Placa
Ligeira elevação com cerca de 1 a 2 mm
emergindo da superfície da mucosa. Maior em
extensão que em profundidade.
5 Pápula
Crescimento sólido menor que 5mm.
6
Nódulo
Crescimento sólido circunscrito maior que 5 mm.
7 Vesícula
Crescimento exofítico (circunscrito) com contdo
líquido no seu interior menor que 5mm
.
8 Bolha
Crescimento exofítico (circunscrito) com contdo
líquido no seu interior maior que 5 mm.
9 Sem informação
Fonte: ALLEGRA; GENNARI, 2000.
Quadro 25 - Códigos utilizados para assinalar a coloração da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Fonte: Adaptação de ALLEGRA; GENNARI, 2000.
Quadro 26 - Códigos utilizados para assinalar a consistência da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Critério
0
Ausência
de lesão
1 Flácida
2
Borrachóide
3 Fibrosa
4 Dura
9 Sem Informação
Fonte: ALLEGRA; GENNARI, 2000.
digo Critério
0
Ausência de lesão
1 Não houve mudança de coloração
2 Eritematosa
3 Negra
4 Amarela
5 Branca
6 Outras
9
Sem informações
79
Quadro 27 - Códigos utilizados para assinalar a sintomatologia da alteração em tecido mole.
Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
digo Critério
0 Auncia de lesão
1
Assintomática
2 Dolorosa
3
Outras
9 Sem Informação
Fonte: ALLEGRA; GENNARI, 2000.
Para a avaliação da presença de candidose oral foi feita uma raspagem, de qualquer
placa branca existente em palato, vestíbulo ou bochechas, com uma espátula de madeira. Se
esta placa fosse removida com uma leve raspagem, esse indivíduo foi registrado como
“presença de candidose”, caso contrário, como “ausência de candidose”. Além disso, foram
investigados sinais e sintomas de candidose eritematosa (Quadro 28).
Quadro 28 - Códigos utilizados para assinalar a presença de candidose oral. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Código Critério
0
Ausência
1
Presença
9
Sem Informação
4.6 ELENCO DAS VARIÁVEIS
As variáveis estudadas foram categorizadas, quando possível, e codificadas. Sendo
que algumas variáveis foram avaliadas utilizando-se índices nacionalmente conhecidos e
largamente utilizados (ex.; CPO-D, CO-R, CPI, PIP, Uso e Necessidade de Prótese, e
Necessidade de Tratamento) para determinar seus valores.
4.6.1 Dependentes
São as referentes à saúde bucal do idoso (Quadro 29).
80
Quadro 29 - Elenco das variáveis dependentes, suas definições e categorizações. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Variável Definição/categorização
Prevalência de cárie dentária Calculada através do Índice CPO-D
Prevalência de perda dentária
Calculada através do Índice CPO
-
D
Prevalência de cárie de raiz Calculada através do Índice CO-R
Uso, condição e necessidade de prótese
Seguiu os critérios descritos anteriormente
Tempo de uso de prótese Seguiu os critérios descritos anteriormente
Prevalência de doença periodontal
Calculada atra
s dos Índices CPI e PIP
Prevalência de Necessidade de tratamento Seguiu os critérios descritos anteriormente
Prevalência de candidose Seguiu os critérios descritos anteriormente
Prevalência de alteração de tecido mole
(tipo, coloração, consistência,
s
intomatologia
e localização)
Seguiu os critérios descritos anteriormente
4.6.2 Independentes
São as referentes à caracterização da instituição e o perfil socioeconômico e
demográfico dos participantes do estudo (Quadro 30).
Quadro 30 - Elenco das variáveis independentes e suas categorizações. Idosos
Institucionalizados. Feira de Santana-Ba, 2008.
Variável Categorização
Tipo da Instituição
5
1- particular
2- filantrópica
3- pública municipal
4- pública estadual
5- outro
Existência de Programa de
saúde bucal na instituição
5
1- sim
2- não
Responsável pela
execução do Programa
5
1- próprio, realizado por profissional de vel superior (Nível
Superior-NS)
2- próprio, realizado por profissional de nível médio (Nível Médio
-NM)
3- promovido pela prefeitura, realizado por profissional de NS
4- promovido pela prefeitura, realizado por profissional de NM
5- promovido por voluntários, realizado por profissional de NS
6- promovido por voluntários, realizado por profissional de NM
Sexo
6
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Grupo Étnic
o
6
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Idade em anos
6
Anos completos em julho de 2008
Faixa etária
6
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Estado civil
6
Seguiu os códigos descritos anteriormente
5
Variáveis relacionadas à instituição
6
Variáveis socioeconômicas e demográficas
81
Anos de estudo
7
Anos completos estudados
Escolaridade
7
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Renda pessoal
7
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Tempo de uso de prótese
7
Seguiu os códigos descritos anteriormente
Houve ou não
acompanhamento após a
colocação da prótese
7
Seguiu os códigos descritos anteriormente
4.7 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto dessa pesquisa foi encaminhado para aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Ba), e seguiu as
recomendões da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde
(BRASIL, 1998). O projeto registrado no CEP sob protocolo 022/2008 (CAAE
0022.0.059.000-08), recebeu o parecer favorável à execução no dia 03 de abril de 2008
(Anexo A).
Em conformidade com o disposto na Resolução supracitada, a pesquisadora entregou,
antes do primeiro contato com os indivíduos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
para a direção de cada instituição (Apêndice C) e para a responsável pela instituição que
permitiu a realização do estudo-piloto (Apêndice D).
Os indivíduos investigados, incluindo os que participaram do estudo-piloto, receberam
outro Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndices E e F). Esse procedimento foi
adotado antes dos questionamentos e do exame clínico, para que os idosos tivessem
conhecimento da pesquisa, dos seus riscos, benefícios e mecanismos de transfencia dos
resultados, e permitissem a sua realização. Quando o indivíduo pesquisado não tinha
condições de assiná-lo ou lê-lo, o seu cuidador o fez, e a impressão digital do idoso foi
registrada.
A qualquer momento os indivíduos poderiam desistir de participar e, durante a
pesquisa, foram sempre respeitados os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos,
bem como os hábitos e costumes, assegurando, inclusive o direito ao anonimato e o
encaminhamento dos idosos para Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e hospitais,
quando as necessidades de tratamento surgiram e/ou algum caso de urgência foi detectado.
7
Variáveis socioeconômicas e demográficas
82
É importante lembrar que, quando surgiram as necessidades de tratamento e/ou a
suspeita de alguma lesão os indivíduos foram encaminhados para o Centro de Referência de
Lesões Bucais vinculado ao Núcleo de ncer Oral (NUCAO) da UEFS e para as Unidades
sicas de Saúde do município. Para que esses encaminhamentos fossem feitos da forma mais
resolutiva possível, contatos prévios foram estabelecidos tanto com o NUCAO da UEFS,
quanto com a Coordenação de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde do município.
O Laboratório de Odontologia Preventiva da Universidade Estadual de Feira de
Santana foi o local selecionado para o armazenamento dos instrumentos de coleta com os
dados dos sujeitos da pesquisa por um período de no mínimo 5 anos e ficará sob
responsabilidade do coordenador do referido laboratório.
Vale destacar que os indivíduos da pesquisa foram, inicialmente, questionados quanto
ao perfil socioeconômico e demográfico, o que poderia causar algum desconforto ou
constrangimento aos participantes do estudo. Com o intuito de minimizá-los, a participação
foi voluntária e foi garantido ao participante o anonimato e o sigilo das informações.
Além disso, ao exame clínico algum desconforto ou sangramento poderiam ocorrer.
Esse desconforto foi minimizado assim que detectado ou revelado, interrompendo-se
imediatamente o exame, prosseguindo em seguida, quando o indivíduo pesquisado permitiu.
Quanto ao sangramento, esse poderia ocorrer pela presença de agravos periodontais, sendo
este, inclusive, um indicador a ser registrado. O indivíduo pesquisado foi informado, no
momento do exame que o sangramento era normal e que a pressão aplicada no momento do
exame não seria capaz de provocar sangramento em tecidos saudáveis.
Os mecanismos utilizados para propiciar a transferência dos resultados, sejam eles
favoráveis ou não, para outras instituições, órgãos blicos, privados e comunidade, serão: -
publicão em periódicos de grande circulação; - divulgação dos resultados em congressos
especializados, na imprensa escrita através de Jornal que seja veiculado no município; e,
entrega de uma cópia dos resultados à Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana para
que os resultados sejam publicados no boletim epidemiológico municipal e que sejam
utilizados para subsidiar o planejamento das ações em saúde bucal.
Como contrapartida da pesquisadora foi realizada uma “Oficina de orientação sobre a
saúde bucal das pessoas idosasvoltada para os cuidadores e kits de higiene bucal, contendo
escova, fio e creme dental, raspador de língua e escova para prótese, foram fornecidos aos
idosos.
83
4.8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O fato de essa pesquisa ser de base populacional e pesquisar um número considerável
de indivíduos, traz algumas limitações inerentes a esse processo. Uma das dificuldades
encontradas foi o fato da pesquisadora não ter conseguido financiamento, o que gerou alguns
ônus em seu orçamento. Dentre eles tem-se a questão da visita às instituições que trouxe a
dificuldade de custos na locomoção e transporte da pesquisadora (residente em Salvador) e da
anotadora, durante a fase de coleta de dados.
A aquisição de material de consumo (luvas, máscaras, gorro, espátula de madeira,
prancheta, papel, cartuchos de impressora), a impressão do manual de saúde bucal para
cuidadores de idosos, aquisição de material para a oficina dos cuidadores, bem como a
aquisição dos kits de higiene bucal distribuídos aos idosos (contendo escova, creme, fio
dental, escova para prótese e raspador de língua) ficou a cargo da pesquisadora, visto que a
pesquisa não contou com financiamento.
Além disso, houve atraso no cronograma, pois a pesquisadora se deparou com algumas
situações inesperadas:
- a Secretaria Municipal de Saúde do município não possuía informações sobre a
quantidade de Instituições de Longa Permanência para Idosos existentes no município, e por
isso não as tinham cadastradas, foi preciso que a pesquisadora identificasse qual secretaria
possuía essa informação, obter os nomes das instituições e por contato telefônico obter o
número de idosos residentes em cada uma delas;
- uma das quatro instituões levou 2 meses para autorizar a realização da pesquisa;
- a entidade que autorizou, de início, a realização do estudo-piloto desmarcou a data
por três vezes e, finalmente, no dia combinado, esqueceu de comunicar aos idosos,
comparecendo somente uma idosa. Foi preciso convidar outra entidade para realização do
referido estudo-piloto;
Vale salientar que, por se tratar de indivíduos idosos, alguns destes não possuíam
saúde física ou psicológica e, por isso, não permitiram o exame clínico, sendo, portanto,
excluídos da pesquisa. Em se tratando destes indivíduos, nos deparamos também com o viés
de memória.
84
4.9 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos, “codificação das
respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos” (GIL, 2002). Quanto ao primeiro deles,
a codificação das respostas, os dados coletados foram digitados e as respostas codificadas em
um banco de dados criado no programa estatístico SPSS versão 12.0. Para tabular os dados,
foi utilizado o mesmo programa estatístico.
Destaca-se o fato de que o banco foi digitado, e avaliado duas vezes, em momentos
distintos e por pessoas diferentes, pela pesquisadora, quem digitou, e pelos estatísticos
responsáveis pelas análises dos dados.
No terceiro momento, o cálculo estatístico, utilizou-se, além do SPSS, o programa
estatístico R versão 2.4.1, gerenciador de banco de dados para produção de distribuições de
freqüências, obtenção de médias, desvio padrão e cruzamento entre variáveis.
Nesse momento é importante lembrar que no estudo foram utilizadas somente técnicas
da estatística descritiva, ou seja, não foram realizados testes de inferência da estatística
analítica que não foram retiradas amostras da população, ela foi pesquisada em sua
totalidade. Segundo Doria-Filho (1999) “se uma pesquisa engloba todos os membros da
população em estudo, todas as diferenças e taxas encontradas serão verdadeiras”.
Os resultados foram apresentados descritivamente, conforme consta no próximo
capítulo, em gráficos e tabelas, o que facilitou a visualização e a análise.
85
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES
Das 04 (quatro) instituições cadastradas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social do município de Feira de Santana, 01 (uma) era particular e 03 (três), filantrópicas. Na
ocasião da coleta dos dados foram encontrados 139 idosos residentes nessas instituições, dos
quais 19 foram excluídos, ora porque possuíam idade inferior a 60 anos, ora por que sua saúde
física e/ou mental não permitiu a sua inclusão. Sendo assim, dos 120 idosos que participaram
da pesquisa, 11,67% (N=14 idosos) residiam em instituão particular e 88,33% (N=106
idosos), em instituição filantrópica (Figura 5).
No que tange a existência de algum programa de promoção e proteção à saúde bucal,
somente 01 instituição desenvolvia ações de saúde bucal em seu cotidiano. Essa instituição
era do tipo filantrópica e contava com uma sala clínica e uma cirurgiã-dentista voluntária que
atendia os idosos uma vez por semana. Como esta instituição era a que possuía o maior
número de idosos (N=54), pelo menos 45% da população estudada tinha acesso a ações e
serviços de saúde bucal mesmo que de forma incipiente.
14
106
Particular
Filantrópica
Figura 5 - Distribuição dos idosos segundo tipo de instituição. Feira de Santana-BA, 2008.
5.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO
A maioria dos idosos investigados foi do sexo feminino (63,33%), da raça negra
(47,5%) e com faixa etária entre 60 e 75 anos (49,2%). Quanto ao estado civil, 47,5% dos
idosos eram solteiros e 27,55% viúvos (Tabela 2).
O grau de escolaridade encontrado foi baixo, pois 60,8% (N=73) dos idosos eram
analfabetos. O número médio de anos estudados foi de 2 anos e meio e o número máximo foi
86
de 18 anos. Este último número deveu-se a um idoso com mestrado. Quanto à renda pessoal,
75% dos idosos (N=90) eram aposentados e recebiam um salário mínimo de R$ 415,00
(Tabela 2).
Tabela 2 Perfil socioeconômico e demográfico dos idosos institucionalizados. Feira de
Santana-BA, 2008.
Variável
N
(%)
Sexo
Masculino 44 36,7
Feminino
76
63,3
Total 120 100,0
Grupo étnico
Branco 24 20,0
Negro 57 47,5
Pardo 39 32,5
Total 120 100,0
Faixa etária
60 a 65 anos 29 24,2
66 a 70 anos 13 10,8
71 a 75 anos 17 14,2
76 a 80 19 15,8
81 a 85 anos 14 11,7
86 a 90 anos 16 13,3
91 ou mais anos 7 5,8
Sem informação
5
4,2
Total 120 100,0
Estado civil
Solteiro 57 47,5
Casado 2 1,7
Divorciado legalmente
3
2,5
Separado 13 10,8
Viúvo
33
27,5
Sem informação 12 10,0
Total
120
100,00
Escolaridade
Analfabeto 73 60,8
1º grau incompleto
21
17
,
5
1º grau completo 8 6,7
2º grau incompleto
1
0,8
2º grau completo 6 5,0
3º grau incompleto
1
0,8
3º grau completo 2 1,7
s
-
graduação
1
0,8
Mestrado 1 0,8
Se
m informação
6
5,0
Total 120 100,0
Renda
Não tem renda 16 13,3
renda de R$ 415,00 90 75,0
renda de R$ 1.245,01 a R$ 2.075,00 3 2,5
renda de R$ 2.075,01 a R$ 4.150,00 1 0,8
Sem informação 10 8,3
Total 120 100,0
87
Na figura 6, em um gráfico do tipo Box Plot, é possível verificar que 50% dos idosos
tinham idade até 75 anos. Isto é, a mediana das idade dos idosos pesquisados foi de 75 anos,
variando de 60 a 96 anos (Tabela 3). Quando relacionamos a idade em anos com o sexo,
verifica-se que 50% dos homens tinham idade até 72 anos e 50% das mulheres tinham idade
até 78 anos. Faz-se aqui uma ressalva à existência de uma instituição que abrigava somente
mulheres.
115N =
IDADE EM ANOS
100
90
80
70
60
50
7144N =
GÊNERO
FEMININOMASCULINO
IDADE EM ANOS
100
90
80
70
60
50
Figura 6 - Distribuição dos idosos institucionalizados segundo idade e sexo. Feira de
Santana-BA, 2008.
Tabela 3 - Idade dos idosos institucionalizados.
Feira de Santana-BA, 2008.
N
=11
5*
Média 75,0
Mediana
75,0
Desvio Padrão 10,1
Valor Mínimo 60,0
Valor Máximo 96,0
Quartis 25 66,0
50 75,0
75 83,0
(*) - Para esta variável perdeu-se informação para 5 idosos.
SEXO
88
5.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL
Cárie Dentária (coroa)
No que diz respeito à história de cárie da população examinada, o CPO-D médio foi
de 28,77 (±4,83). O componente “perdidofoi o de maior prevalência e representou 79,83%.
O menor CPO-D foi 13, sendo que apenas 9 indivíduos apresentaram um valor abaixo de 20.
Dos 120 idosos examinados 52,50% (N=63 idosos) apresentaram o CPO-D máximo (32).
Lembrando que se partiu do pressuposto que todos os idosos tinham, em alguma época de
suas vidas, 32 dentes, descartando as possibilidades de anodontias ou supranumerários. A
tabela 4 apresenta o número e o percentual dos componentes do índice CPO-D (N=3.840
dentes).
Tabela 4 Número e percentual dos componentes do Índice CPO-D dos idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Com relação aos dentes presentes e hígidos, a população como um todo apresentou em
média 6,45 dentes na boca, destes 44% encontravam-se hígidos. O número médio de dentes
extraídos foi de 25,55. Dentre todos os indivíduos examinados, 39,17% (n =47) eram
totalmente edêntulos.
A Tabela 5 traz os dados do CPO-D e a média de seus componentes distribuídos de
acordo com a faixa etária e o sexo. Nela é possível observar que o componente “perdidofoi
o que mais contribuiu para elevar os índices em todas as faixas etárias e em ambos os sexos.
Além disso, em todas as faixas etárias houve uma pequena diferença nos índices CPO-D entre
Condão da coroa N
(%)
Coroa Hígida 342
8,91
Coroa cariada
354
9,20
Coroa restaurada com cárie 10
0,26
Coroa restaurada sem cárie
26
0,68
Dente ausente devido à cárie 3.063
79,78
Dente perm
anente
ausente por outra razão
2
0,05
Selante de fissura -
-
Dente suporte de prótese, coroa protética ou faceta
21
0,55
Coroa não-erupcionada 1
0,03
Traumatismo (fratura)
17
0,44
Não-registrado 4
0,10
Total
3.840
100,0
89
os sexos, sendo que nas faixas etárias 76 a 80 anos, 81 a 85 anos, e 86 a 90 anos o CPO-D foi
maior no sexo masculino.
Todos os homens da faixa etária entre 81 e 90 anos apresentaram o CPO-D máximo
(32). O componente “obturado” apresentou-se inexpressivo ou nulo em ambos os sexos e em
todas as faixas etárias. Esta tendência pareceu aumentar após os 81 anos de idade em ambos
os sexos (Tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição do valor da média dos componentes e do CPO-D, segundo faixa etária
e sexo, dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
A figura 7 mostra graficamente a distribuição dos componentes “cariado”, “perdidoe
“obturadodo CPO-D segundo faixa etária. Mais uma vez é possível observar a contribuição
do componente “perdido” no índice CPO-D em todas as faixas etárias.
Faixa Etária Sexo N
Componente
CPO-D
Hígido
Cariado
Obturado
Perdido
60 a 65 anos
M
13
6,00
3,46
0,38
22,00
25,85
F 16
3,87
3,69
0,25
23,94
27,88
66 a 70 anos
M
8
3,25
3,50
0,12
24,50
28,12
F 5
3,40
2,00
-
25,80
27,80
71 a 75 anos
M
8
3,88
1,62
0,25
24,87
26,75
F 9
2,11
2,00
0,44
27,33
29,78
76 a 80 anos
M
5
0,60
2,40
-
29,00
31,40
F 14
2,00
1,36
0,64
27,36
29,36
81 a 85 anos
M 4
-
2,50
-
29,50
32,00
F 10
2,10
1,50
-
28,20
29,70
86 a 90 anos
M 3
-
2,33
-
29,67
32,00
F 13
1,08
4,08
-
26,69
30,77
91 anos ou mais
M 3
2,67
6,33
-
22,00
28,33
F 4
2,25
4,5
0,25
25,00
29,75
Sem informação
M
-
-
-
-
-
-
F 5
Total 120
2,85
3,03
0,22
25,52
28,77
90
Figura 7 - Proporção dos componentes do CPO-D (cariado, perdido e obturado) e suas
respectivas médias segundo faixa etária dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA,
2008.
Somente 12 idosos (10%) possuíam pelo menos 20 dentes na boca. Destes, 11
residiam em instituições filantrópicas. A tabela 6 mostra a distribuição dos indivíduos com
pelo menos 20 dentes nos dois tipos de instituição, particular e filantrópica.
Tabela 6 Distribuição dos idosos institucionalizados com pelo menos 20 dentes
segundo tipo de instituição. Feira de Santana-BA, 2008.
Tipo de instituição
Pelo menos 20 dentes
Total
NÃO
SIM
Particular N 13
% 92,86
1
7,14
14
100
Filantrópica N 95
% 89,62
11
10,38
106
100
Total N=108
N=12
120
A tabela 7 apresenta o CPO-D médio, mínimo e máximo dos idosos segundo o tipo de
instituição. Nela destaca-se que, tanto a dia, quanto os valores mínimos e máximos são
muito próximos, ou seja, não existiu uma diferença relevante no CPOD entre os diferentes
tipos de instituição.
32
0
Faixa Etária
CPO
-
D
91
Tabela 7 Índice CPO-D médio, mínimo e máximo, segundo tipo de instituição de
idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Tipo de
Instituição
N
CPO-D
médio
Desvio
padrão
CPO-D
mínimo
CPO-D
máximo
Particular 14
28,35
5,24
15,00
32,00
Filantrópica 106
28,83
4,43
13,00
32,00
A tabela 8 traz o CPO-D médio, mínimo e máximo dos idosos que tiveram ou não
acesso a algum tipo de programa de atenção à saúde bucal. Nela é possível identificar que os
indivíduos que tiveram acesso ao programa apresentaram um menor CPO-D médio e mínimo.
Tabela 8 Índice CPO-D médio, mínimo e ximo, segundo acesso a programa de
atenção à saúde bucal de idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Acesso N
CPO-D
médio
Desvio
padrão
CPO-D
mínimo
CPO-D
máximo
Sim 54
27,77
5,15
13,00
32,00
Não 66
29,59
3,75
15,00
32,00
Ao analisar o índice CPO-D levando-se em consideração o grupo étnico é possível
perceber que os indivíduos do grupo étnico “brancopossuíam um índice CPO-D maior do
que os negros e pardos. Além disso, os componentes “perdido” e “obturado” contribuíram
para elevar o índice mais nos brancos do que nos outros grupos étnicos. Entretanto os pardos
apresentaram uma maior média de dentes cariados (Tabela 9).
Tabela 9 Média dos componentes do índice CPO-D (cariado, perdido, obturado e
hígido) segundo grupo étnico em idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Grupo étnico* CPOD C P O H
BRANCO
(N=24)
29,92 2,42 26,96 0,54 1,50
NEGRO
(N=57)
28,16 2,74 25,30 0,12 3,61
PARDO
(N=39)
28,97 3,85 24,97 0,15 2,56
Legenda: C-cariado; P-perdido; O-obturado; H-hígido.
* nenhum indivíduo foi considerado amarelo ou indígena.
92
O índice CPO-D também variou entre os diferentes níveis de escolaridade na
população estudada. Nos indivíduos analfabetos o CPO-D dio foi de 28,99, com 89,03%
de participação do componente perdido”. Nos indivíduos alfabetizados, foi de 26,51, com
85,09% de participação desse mesmo componente (Tabela 10).
Tabela 10 - Média dos componentes do índice CPO-D (hígido, cariado, perdido e obturado)
segundo escolaridade em idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Escolaridade
N
H
C
P
O
CPO
-
D
Não alfabetizado 73 2,84 3,16 25,81 0,01 28,99
Alfabetizado
41
3,81
3,01
22,56
0,92
26,51
1º grau incompleto 21 2,95 2,65 25,25 0,35 28,25
1º grau completo
8
1,75
1,50
28,12
0,37
30,00
2º grau incompleto 1 - 7,0 25,00 - 32,00
2º grau
completo
6
2,83
1,0
24,83
1,67
27,50
3º grau incompleto 1 8,00 3,0 21,00 - 24,00
3º grau completo
2
-
-
31,33
-
31,33
s-graduação 1 15,00 5,00 5,00 5,00 15,00
Mestrado
1
-
4,00
20,00
-
24,00
Sem informação 6 - - - - -
Total 120 2,85 3,03 25,52 0,22 28,77
Legenda: H-hígidos; C-cariados; P-perdidos; O-obturados.
Quando a renda foi considerada, verificou-se que entre os indivíduos que possuíam
algum tipo de renda (N=94), quanto maior foi a renda menor foi o CPO-D. Além disso,
destacam-se os indivíduos solteiros e viúvos, pois foram os que apresentaram maior CPO-D
(Tabela 11).
Tabela 11 - Distribuição da média do CPO-D, segundo estado civil e renda, dos idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Variável N (%) CPO-D
Estado civil
Solteiro 57 47,5 29,68
Casado 2 1,7 28,00
Divorciado legalmente 3 2,5 27,33
Separado 13 10,8 26,92
Viúvo 33 27,5 29,06
Sem informação 12 10,0 26,16
Total 120 100,00
Renda
Não tem renda 16 13,3 27,68
renda de R$ 415,00 90 75,0 29,32
renda de R$ 1.245,01 a R$ 2.075,00 3 2,5 26,00
renda de R$ 2.075,01 a R$ 4.150,00 1 0,8 15,00
Sem informação 10 8,3 27,80
Total 120 100,0
93
Cárie radicular
Das 775 raízes presentes, somente 616 foram consideradas para o cálculo do CO-R
(524 expostas mais 92 o expostas). Isso se deve ao fato de que quando a coroa estava
completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, foi seguido a recomendação da
OMS e da FSP-USP onde o código “1” (cariado) deve ser registrado apenas na casela
correspondente à coroa e o código “9” (não-registrado) na casela da raiz.
Dos 120 idosos examinados, 01 possuía 04 implantes e 63 possuíam raízes expostas
(N=524 raízes). A grande maioria das raízes expostas foi considerada hígida (N= 455 raízes -
86,83%), 59 (11,25%) cariadas, 01 (0,20%) restaurada com rie e 09 (1,72%) restauradas
sem cárie (Tabela 12).
Ressalta-se que quando as restaurões encontradas iniciaram na coroa e estenderam-
se mais de 0,5 mm abaixo da JAC, as raízes foram classificadas como restauradas.
Dessa forma, a prevalência de cárie de raiz, entre as raízes expostas (N=524) foi de
13,16% e, o CO-R, entre os indivíduos que apresentaram raízes expostas (N=63), foi de 1,09.
Tabela 12 Número e percentual dos componentes do índice CO-R em idosos
institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Condição da raiz N
(%)
N=775
(%)
N=524
Raiz exposta
Raiz Hígida 455
58,70
86,83
Raiz cariada
59
7,62
11,25
Raiz Restaurada, mas Cariada
01
0,13
0,20
Raiz Restaurada e Sem Cárie
09
1,16
1,72
Total parcial 524
67,61
100,00
Raiz não e
xposta
92
11,87
Total parcial 616
79,48
Implante 4
0,52
Não
-
registrado
155
20,00
Total 775
100,0
De um modo geral, considerando o grande percentual do componente “perdido” do
índice CPO-D, em todas as faixas etárias e em ambos os sexos, observa-se que a prevalência
de cárie de raiz e o CO-R, em conseqüência, apresentam-se baixos. No entanto ele pareceu
um pouco mais elevado entre os homens, na faixa etária entre 60 e 65 anos e entre os
indivíduos que tinham acesso ao programa de saúde bucal (Tabela 13).
94
Tabela 13 - Distribuição do CO-R, segundo acesso a programa de saúde bucal, sexo e faixa
etária dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Variável
N
(%)
CO
-
R
Acesso ao programa
de saúde bucal
Sim 54 45 0,66
Não 66 55 0,50
Total 120 100,0
Sexo
Masculino 44 36,7 0,70
Feminino
76
63,3
0,50
Total 120 100,0
Faixa etária
60 a 65 anos
29
24,2
0,86
66 a 70 anos 13 10,8 0,76
71 a 75 anos
17
14,2
0,41
76 a 80 19 15,8 0,57
81 a 85 anos
14
11,7
0,28
86 a 90 anos 16 13,3 0,50
91 ou mais anos
7
5,8
0,42
Sem informação 5 4,2 0,20
Total
120
100,0
Necessidade de tratamento
Conforme a tabela 14, dos 771 dentes examinados, 57,46% necessitava de
algum tipo de tratamento. O tratamento mais indicado foi a extração (28,67%), seguido da
restauração de uma superfície (12,97%) e do tratamento pulpar (10,11%).
A extração foi o tratamento mais indicado porque as unidades dentárias
examinadas ora apresentavam cáries que haviam destruído o dente de tal modo que não era
possível restaurá-lo; ora a doença periodontal era tão agressiva que o dente apresentava
mobilidade, havia dor, ou o dente estava sem função e, no julgamento clínico da examinadora,
não poderia ser recuperado através de tratamento periodontal ou endodôntico. Vale notar que
essas condições foram encontradas na grande maioria em pacientes altamente debilitados e
acamados.
Dos 120 idosos, 73 (60,83%) necessitavam de algum tipo de tratamento. Vale lembrar
que, excetuando os totalmente edêntulos (N=47), não houve um único idoso que possuísse
uma boca isenta de necessidade de tratamento.
95
Tabela 14 - Necessidades de tratamento obtidas a partir do índice CPOD, para os dentes
presentes na boca dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Necessidade de Tratamento N
(%)
Nenhum tratamento
324
42,02
Algum tipo de tratamento
443
57,46
Total Parcial
767
99,48
Restauração de uma superfície dentária
100
12,97
Restauração de duas ou mais supercies dentárias
41
5,32
Coroa por qualquer razão
02
0,26
Coroa veener ou faceta estética
-
-
Tratamento pulpar e restauração
78
10,11
Extração
221
28,67
Selante
1
0,13
o registrado
4
0,52
Total
771
100,00
Condição Periodontal
CPI
Segundo o Índice Periodontal Comunitário (CPI), somente 1,25% (N=9) dos sextantes
estavam sadios. A maioria dos sextantes, excetuando os excluídos, apresentavalculos
(6,67%), e sangramento (6,53%). Vale destacar que 47 idosos (39,17%) tiveram todos os
sextantes considerados excluídos.
Na Tabela 15 o apresentados os resultados da prevalência e da severidade da doença
periodontal na população estudada, considerando os escores do CPI (Índice Periodontal
Comunitário) por sextante. Vale destacar que em todos os sextantes a condição de excluído
foi a mais prevalente.
Dos 120 idosos, 111 (92,5%) apresentaram o terceiro sextante excluído. O quinto
sextante, que inclui os incisivos inferiores, foi o apresentou o menor número de sextantes
excluídos. No entanto, esse foi o sextante que mais apresentou cálculos.
Quanto à presença de bolsas periodontais, o número de pessoas com bolsas maiores
que 4mm foi de 17. Uma pior condição foi encontrada no primeiro e no segundo sextantes.
96
Tabela 15 - Número e percentual de sextantes, segundo a condição periodontal e localização,
em idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Condição
Sext1 Sext2 Sext3 Sext4 Sext5 Sext6 Total
N % N % N % N % N % N % N %
Hígido 1 0,83 4 3,33 - - 1 0,83 1 0,83 2 1,67 9 1,25
Sangramento 1 0,83 8 6,67 1 0,83 7 5,83 30 25,00 - - 47 6,53
Cálculo 7 5,83 10 8,33 7 5,83 2 1,67 10 8,33 12 10,00
48 6,67
Bolsa de 4-5
mm
7 5,83 5 4,17 1 0,83 1 0,83 2 1,67 1 0,83 17 2,36
Excluído 104 86,67
93 77,50 111 92,50 109 90,83 77 64,17 105 87,50
599 83,20
Total 120 100 120
100 120 100 120 100 120 100 120 100 720 100
Na Tabela 16, a doença periodontal é ilustrada pelo número dio de sextantes
afetados. Dos 720 sextantes examinados, chama atenção o grande mero de sextantes
excluídos (83,3%). Somente 1,17% dos sextantes foram considerados hígidos, 1,33%
apresentaram sangramento à sondagem, 10,17% cálculo, 3,67% bolsa de 4 a 5mm e 0,33%
apresentaram bolsa de 6mm ou mais.
Tabela 16 Número médio de sextantes afetados e respectiva proporção em cada escore do
CPI dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Escore do CPI
(N=720)
Média
(%)
Desvio padrão
Mínimo
Máximo
Hígido
0,07
1,17
0,37
-
3
sangramento 0,08
1,33
0,28
-
1
cálculo
0,61
10,17
1,13
-
5
bolsa de 4 a 5 mm 0,22
3,67
0,52
-
2
bol
sa de 6 mm ou +
0,02
0,33
0,16
-
1
excluído 5,0
83,33
1,47
-
6
não examinado. -
-
-
-
-
Total
6,0
100,00
Na Figura 8 encontra-se ilustrado o número de idosos segundo o maior grau de doença
periodontal encontrado no indivíduo. As mulheres somente apresentaram valores maiores
quando a condição foi a presença de cálculos. Nas demais condições, os indivíduos do sexo
masculino apresentaram valores mais elevados.
Dos 52 indivíduos que tiveram pelo menos um dos sextantes considerado não-
excluído”, 03 (5,77%) apresentaram como pior condição o sangramento, 28 (53,85%)
necessitavam de raspagem de cálculo, enquanto que 21 (40,38%) necessitavam de tratamento
para bolsas periodontais de 4 mm ou mais.
97
0
3
15
13
5
13
1
2
0
5
10
15
N° de idosos
Sangramento Cálculo B. de 4 a 5mm B. de 6mm ou +
escore do CPI
Feminino
Masculino
Figura 8 - Número de idosos institucionalizados, segundo o maior grau de doença periodontal
observado no indivíduo e sexo. Feira de Santana-BA, 2008.
PIP
Segundo o Índice Perda de Inserção Periodontal (PIP), somente 5 idosos foram
considerados sadios, com perda de inserção de 0 a 3mm. Dos que apresentaram problemas
(N=47), 38,30% (N=18) tinham perda de inserção de 4 a 5 mm, 46,80% (N=22) tinham perda
de inserção de 6 a 8 mm, 10,64% (N=5) apresentaram perda de inserção de 9 a 11 mm e
4,26% (N=2) perda de inserção de 12mm ou mais.
Ao se levar em consideração o sexo do indivíduo, o que se observa é que as mulheres
estavam em maior número quando a pior condição foi perda de inserção de 0 a 3mm, de 4 a
5mm e de 6 a 8mm. Os homens se sobressaíram ou se igualaram à medida que a perda de
inserção aumentava (Figura 9).
5
0
10
8
13
9
2
3
1
1
0
2
4
6
8
10
12
14
0 a 3 mm 4 a 5 mm 6 a 8mm 9 a 11mm 12mm ou +
Feminino
Masculino
Figura 9 - mero de idosos institucionalizados, segundo o maior grau de condição
periodontal observado no indivíduo e sexo. Feira de Santana-BA, 2008.
Escore PIP
98
Na Tabela 17 estão os resultados da prevalência de doença periodontal na população
estudada, considerando o maior escore do PPI (Perda de Inserção Periodontal) por indivíduo.
Tabela 17 - Número de idosos, segundo a perda de inserção periodontal observada nos
sextantes dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Condição
Sext1 Sext2 Sext3 Sext4 Sext5 Sext6 Total
N % N % N % N % N % N % N %
Perda de 0 a 3 mm
2
1,67
11
9,17
2
1,67
3
2,50
8
6,67
1
0,83
27
3,75
Perda de 4 a 5 mm
8
6,67
12
10,00
4
3,33
3
2,50
15
12,50
9
7,50
51
7,08
Perda de 6 a 8 mm
5
4,17
3
2,50
2
1,67
4
3,33
17
14,17
5
4,17
36
5,00
Perda de 9 a 11
mm
1
0,83
1
0,83
-
-
1
0,83
3
2,50
1
0,83
7
0,97
Perda de 12 mm
ou +
1
0,83
-
-
1
0,83
-
-
-
-
-
-
2
0,28
Sextante excluído 103
85,83
93
77,50
111
92,50
109
90,83
77
64,17
104
86,67
597
82,92
Total
120
100
120
100
120
100
120
100
120
100
120
100
720
100
Na Tabela 18, a perda de inserção periodontal é ilustrada pelo número médio de
sextantes afetados. Dos 720 sextantes examinados, assim como no CPI, chama atenção o
grande número de sextantes excluídos (83,33%). Somente 3,65% dos sextantes tinham perda
de inserção de 0 a 3mm, 6,95% apresentaram de 4 a 5mm de perda, 4,82% de 6 a 8mm,
0,98% de 9 a 11mm e 0,33% apresentaram perda de 12mm ou mais.
Tabela 18 Número médio de sextantes afetados e respectiva proporção em cada escore do
PIP dos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Escore do PIP
(N=720)
Média
%
Desvio
padrão
Mínimo
Máximo
Perda de inserção de 0 a 3 mm 0,22
3,65
0,61
-
4,00
Perda d
e inserção de 4 a 5 mm
0,42
6,95
0,75
-
3,00
Perda de inserção de 6 a 8 mm 0,29
4,82
0,60
-
3,00
Perda de inserção de 9 a 11 mm
0,05
0,98
0,27
-
2,00
Perda de inserção de 12mm ou mais 0,02
0,33
0,13
-
1,00
Sextante excluído
5,00
83,33
1,47
-
6,00
Total 6,00
100,00
Edentulismo (Uso e Necessidade de prótese)
O grau de edentulismo foi avaliado pelo uso e necessidade de prótese para os arcos
superior e inferior. As Tabelas 19 e 20 mostram as freqüências de uso e necessidade de
prótese.
Nota-se que em ambos os arcos a maioria dos idosos não usava prótese, 76,67% para o
arco superior e 82,50% para o arco inferior. Com relação às outras condões protéticas, em
99
ambos os arcos, tanto o uso quanto a necessidade de prótese tiveram maior percentagem para
a prótese total. O uso de prótese total foi mais freqüente no arco superior e a auncia de
próteses de qualquer tipo representou o maior percentual (Tabelas 19 e 20).
Tabela 19 - Distribuição de freência do uso de prótese nos arcos superior e inferior nos
idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Uso de Prótese
Arco superior
Arco Inferior
N % N %
Não usa prótese dentária
92
76,
67
99
82,50
Usa 1 Prótese Fixa 2 1,67 - -
Usa Ptese Parcial Removível
5
4,
17
2
1,67
Usa 1 ou + pontes fixas e 1 ou + PPR - - 1 0,83
Usa Ptese Total
21
17
,
50
16
13,34
Usa prótese fixa por implantes - - 1 0,83
Usa sobredentadura
-
-
1
0,83
Total 120 100,00 120 100,00
Tabela 20 - Distribuição de freqüência da necessidade protética para os arcos superior e
inferior nos idosos institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Necessidade de Prótese
Arco superior
Arco Inferior
N % N %
Não necessita de prótese dentária. 13 10,84 10 8,33
Necessita 1 prótese, fixa ou removível, para substituição
de 1 elemento.
- - - -
Necessita 1 prótese, fixa ou removível, para substituição
de mais de 1 elemento.
25 20,83 36 30,00
Necessita uma combinação de próteses, fixas e/ou
removíveis, para substituição de 1 e/ou mais de 1
elemento.
15 12,50 12 10,00
Necessita prótese dentária total. 67 55,83 62 51,67
Total
120
100,00
120
100,00
Todos os idosos examinados que não usavam prótese na arcada superior (N=92),
necessitavam de algum tipo de prótese. Ou seja, não houve um único indivíduo que não usava
prótese na arcada superior porque possuía todos os dentes. Dos 21 indivíduos que usavam
prótese total na arcada superior, 12 (57,14%) necessitavam de outra. Dos 67 idosos que
necessitavam de uma prótese total superior, 59 (88,06%) não a usavam (Tabela 21).
100
Tabela 21 Distribuição dos idosos institucionalizados segundo uso e necessidade de prótese na
arcada superior. Feira de Santana-BA, 2008.
Uso de Prótese na Arcada
Superior
Necessidade de Prótese na Arcada Superior
Total
Não
necessita de
prótese
dentária
Necessita 1
prótese, fixa ou
removível, para
substituição de
mais de 1
elemento
Necessita uma
combinação de
próteses, fixas e/ou
removíveis, para
substituição de 1 e/ou
mais de 1 elemento
Necessita
prótese
dentária
total.
Não usa prótese dentária
-
23
15
59
92
Usa 1 Prótese Fixa
1 1 - - 2
Usa uma PPR
3 1 - 1 5
Usa Prótese Total
9 - - 12 21
Total
13 25 15 67 120
Para a arcada inferior, somente um idoso não usava prótese por que o necessitava.
Dos 99 indivíduos que não usavam prótese na arcada inferior, 50 (50,50%) necessitavam de
uma prótese total (tabela 22). Os indivíduos apresentaram maior necessidade de próteses
totais no arco superior do que no arco inferior. No entanto, necessitavam de mais de uma
prótese, fixa ou removível, para substituição de mais de 1 elemento, no arco inferior.
Tabela 22 Distribuição dos idosos institucionalizados segundo uso e necessidade de prótese na
arcada inferior. Feira de Santana-BA, 2008.
Uso de Prótese na Arcada
Inferior
Necessidade de Prótese na Arcada Inferior
Total
Não
necessita de
prótese
dentária
Necessita 1
prótese, fixa ou
removível, para
substituição de
mais de 1
elemento
Necessita uma
combinação de
próteses, fixas e/ou
removíveis, para
substituição de 1 e/ou
mais de 1 elemento
Necessita
prótese
dentária
total.
Não usa prótese dentária
1 36 12 50 99
Usa uma PPR
1
-
-
1
2
Usa 1 ou + PF e 1 ou +
PPR
1 - - - 1
Usa Prótese Total
5
-
-
11
16
Usa prótese fixa por
implantes
1 - - - 1
Usa sobredentadura
1 - - - 1
Total 10 36 12 62 120
Todos os indivíduos que não usavam prótese no arco superior, não a usavam no arco
inferior. Dos 28 idosos que usavam prótese te qualquer tipo, 21 a usavam em ambos os arcos
e somente 7 indivíduos usavam prótese na arcada superior e não usavam na inferior (Tabela
23). Dos 120 idosos examinados, 105 necessitavam de qualquer tipo de prótese nos dois arcos
101
concomitantemente, e somente 8 não necessitavam de próteses nos dois arcos
concomitantemente (Tabela 24).
Tabela 23 - Uso de ptese em ambos os arcos em idosos institucionalizados. Feira de
Santana-BA, 2008.
Arco Superior
Arco inferior
Não usa
Usa
Total
Não Usa
N 92
-
92
% 100
-
76,67
Usa
N 7
21
28
% 25
75
23,33
Total
N 99
21
120
%
82,50
17,50
100,00
Tabela 24 - Necessidade de prótese em ambos os arcos em idosos institucionalizados,
Feira de Santana-BA, 2008.
Arco Superior
Arco inferior
Não necessita
Necessita
Total
Não necessita
N 8
5
13
% 61,54
38,46
10,83
Necessita
N 2
105
107
% 1,87
98,13
89,17
Total
N 10
110
120
%
8,33
91,67
100,00
Qualidade da Prótese
Das 28 próteses superiores analisadas, 53,57% foram consideradas ruins pela
examinadora. Quanto às pteses inferiores, das 21 analisadas, 57,14% também foram
consideradas ruins. Vale lembrar que, quando a qualidade da prótese foi péssima ou ruim, o
sujeito necessitava de outra prótese (Tabela 25).
102
Tabela 25 Qualidade das próteses em ambos os arcos em idosos institucionalizados,
Feira de Santana-BA, 2008.
Qualidade da prótese
Arco Superior
Arco Inferior
N
%
N
%
Não usa 92
76,67
99
82,50
Usa 28
23,33
21
17,50
Total
120
100,00
120
100,00
Ruim
15
53,57
12
57,14
Aceivel 6
21,43
5
23,81
Boa 7
25,00
4
19,05
Total
28
100,00
21
100,00
Acompanhamento após a colocação da prótese
Quando os idosos foram questionados a respeito da presença ou ausência de
acompanhamento as a colocação da prótese, 32,14% deles relataram que após a colocação,
nunca houve acompanhamento porque o cirurgião-dentista que confeccionou a ptese não
informou sobre a necessidade. Apenas 10,71% relataram que foram acompanhados após a
colocação da prótese (Tabela 26).
Na tabela 26 é possível observar que quando o indivíduo possuía prótese e após a
colocação foi acompanhado pelo cirurgião-dentista, o seu CPO-D e CO-R apareceram mais
baixos.
Tabela 26 Distribuição dos idosos institucionalizados segundo a presença ou ausência de
acompanhamento após a colocação da prótese e seus respectivos CPO-D e CO-R. Feira de
Santana-BA, 2008.
Variável N % CPO-D CO-R
Acompanhamento
após a colocação
da prótese
Não usa prótese dentária 92 76,67 28,43 0,59
Usa 28 23,33 28,94 0,40
Total
120 100,00
Nunca houve acompanhamento -
paciente não procurou mais o CD
3 10,71 27,00 0,66
Nunca houve acomp.,- o CD não
informou sobre a necessidade
9 32,14 31,22 0,11
Houve acomp. nos 1
os
meses após
a colocação, mas parou - o CD não
marcou outra visita e/ou não
explicou que era necessário
4 14,30 31,50 -
Sim, houve acomp. 3 10,71 24,33 -
Não lembra ou não sabe informar 9 32,14 30,67 1,22
Total
28
100,0
103
Tempo de Uso da Prótese
Dos 28 idosos que utilizavam prótese, 15 (53,57%) a possuíam por mais de 10 anos.
Quanto ao CO-R e o CPO-D desses indivíduos, é possível notar que os que usavam prótese
apresentaram um maior CO-R e ao observar o intervalo de uso de 5 anos ou mais, quanto
maior o tempo de uso maior o CPO-D (Tabela 27).
Tabela 27 Distribuão dos idosos segundo o tempo de uso da prótese e seus respectivos
CPO-D e CO-R. Idosos Institucionalizados. Feira de Santana-BA, 2008.
Tempo de uso da prótese N % CPO-D CO-R
Não usa prótese 92 76,67 28,43 0,59
Usa prótese 28 23,33 28,24 0,81
Total Parcial
120 100
Menos de 6 meses
1
3,57
15,00
-
De 6 meses a 1 ano 1 3,57 32,00 -
De 1ano e 1 mês a 2 anos
1
3,57
30,00
1
De 2 anos e 1 mês a 5 anos 4 14,29 29,00 0,25
De 5 anos e 1 mês a 10 anos 4 14,29 30,50 -
Mais de 10 anos 8 28,57 30,87 0,12
Mais de 20 anos 7 25,00 31,57 0,14
Não lembra ou não sabe informar 2 7,14 27,00 5,00
Total
120 100,00
Alterações em tecido mole
Vinte e quatro idosos (20% da população) apresentaram alteração em tecido mole.
Sendo que a maior prevalência foi encontrada entre os homens, pardos, com idades entre 81 e
85 anos, analfabetos e os que utilizavam prótese. Entre os indivíduos que utilizavam próteses,
os que mais apresentaram alteração em tecido mole foram os que a utilizavam de 6 meses a 5
anos e os que tiveram acompanhamento após a sua colocação (Tabela 28).
104
Tabela 28 - mero de idosos institucionalizados com alteração em tecido mole segundo sexo, grupo
étnico, tempo de uso e acompanhamento da prótese. Feira de Santana-BA, 2008.
Presença
Ausência
Total
Variável N % N % N %
Sexo
Masculino (N=44) 11 25,00 33 75,00 44 100,00
Femin
ino (
N=
76)
13
18,40
62
81,60
76
100,00
Total (N=120) 24 20,00 96 80,00 120 100,00
Grupo étnico
Branco (N=24) 5 20,83 19 79,17 24 100,00
Negro (N=57) 10 17,55 47 82,45 57 100,00
Pardo (N=39) 9 23,08 30 76,92 39 100,00
Total (
N=
120)
24
20,00
96
80,00
120
100,00
Tempo de
uso de
prótese
Não usa (N=92) 18 19,57 74 80,43 92 100,00
Menos de 6 meses (
N=
1)
1
100,00
-
-
1
100,00
De 6 meses a 1 ano (N=1) 1 100,00 - - 1 100,00
De 1ano e 1 mês a 2 anos (
N=
1)
-
100,00
1
-
1
100,00
De 2 anos e 1 mês a 5 anos (N=4) 1 25,00 3 75,00 4 100,00
De 5 anos e 1 mês a 10 anos(
N=
4)
-
-
4
100,00
4
100,00
Mais de 10 anos(N=8) 2 25,00 6 75,00 8 100,00
Mais de 20 anos(
N=
7)
1
14,29
6
85,71
7
100,00
Não lembra ou o sabe
informar(
N=
2)
-
-
2
100,00
2
100,00
Total (N=120) 24 20,00 96 80,00 120 100,00
Acompanha
mento após a
colocação da
prótese
Não usa (N=92) 18 19,57 74 80,43 92 100,00
Nunca houve acompanhamento -
paciente não procurou mais o CD
(
N=
3)
- - 3 100,00 3 100,00
Nunca houve acomp.,- o CD não
informou sobre a necessidade
(N=9)
2 22,22 7 77,78 9 100,00
Houve acomp. nos 1
os
meses após
a colocação, mas parou - o CD não
marcou outra visita e/ou não
explicou que era necessário (N=4)
2 50,00 2 50,00 4 100,00
Sim, houve acomp. (N=3) 1 33,33 2 66,67 3 100,00
Não lembra ou não sabe informar
(
N=
9)
1 11,11 8 88,89 9 100,00
Total (N=120) 24 100,00 96 100,00 100,00
Das 24 alterações em tecido mole encontradas, 25% estavam localizadas em bordo
lateral da língua e 20,83% no lábio inferior. “Nódulo” foi o tipo de lesão fundamental que
mais apareceu (37,50%), seguido da “Pápula” (25%). Na maioria das vezes (54,17%) as
alterações não demonstraram mudança na coloração, mas para aquelas que demonstraram, as
eritematosas foram as que mais apareceram. Quanto à consistência e sintomatologia, a
105
maioria das alterações foi considerada flácida (37,50%), pela examinadora, e assintomática
(91,67%) pelos examinados (Tabela 29).
Tabela 29- Distribuição dos idosos institucionalizados segundo localização, tipo de lesão
fundamental, coloração, consistência, sintomatologia da alteração em tecido mole e
candidose. Feira de Santana-BA, 2008.
Variável N
%
Localização da lesão
Mucosa jugal
1
4,17
Palato duro
1
4,17
Bordo lateral da língua
6
25,00
Rebordo gengival inferio
r
2
8,33
Região retromolar inferior
2
8,33
Fórnice do vestíbulo inferior
1
4,17
Lábio superior
1
4,17
Lábio inferior
5
20,83
Face
1
4,17
Em duas regiões distintas
3
12,50
Em mais de duas regiões distintas
1
4,17
Total
24
100,00
Tipo de lesão fundamental
Úlcera 1
4,17
Erosão -
-
Mancha ou mácula 2
8,33
Placa 2
8,33
pula 6
25,00
Nódulo 9
37,50
Vesícula -
-
Bolha 4
16,67
Total 24
100,00
Coloração
Não houve mudança de coloração 13
54,17
Eritematosa 6
25,00
Negra 2
8,33
Amarela 1
4,17
Branca
2
8,33
Total
24
100,00
Consistência
Não houve alteração na consistência
4
16,67
Flácida
9
37,50
Borrachóide
3
12,50
Fibrosa 6
25,00
Dura 2
8,33
Total 24
100,00
Sintomatologia
Assintomática 22
91,67
Dolorosa 2
8,33
Total 24
100,00
Candid
ose
Presença 10
8,34
Ausência
110
91,66
Total
120
100,00
106
No geral, independente da condição socioeconômica e demográfica os idosos pouco
apresentaram candidose. Somente 10 idosos (8,3%) apresentaram esta condição (Tabela 29).
Destes, a maioria residia em instituição que não oferecia programa de saúde bucal (60%), era
mulher (60%), era branco (50%), analfabeto ou tinha grau incompleto (80%), usava a
prótese há mais de 5 anos (50%) e não foi acompanhado, após a colocação da prótese, porque
o cirurgião-dentista não informou sobre a necessidade (20%).
107
6 DISCUSSÃO
6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES
O município de Feira de Santana possui quatro ILPI cadastradas na Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Social, sendo que 01 (uma) é particular. O que demonstra que
tanto o poder blico quanto a sociedade civil estão buscando estratégias para promover a
melhoria da qualidade de vida dos idosos feirenses e das cidades circunvizinhas.
As instituições envolvidas no estudo apresentaram diferenças na estrutura física, no
funcionamento, no número de funcionários, nos bens e serviços oferecidos e, principalmente,
no modo como o cuidado é dispensado aos seus internos. O fato de somente uma oferecer
programa de promoção e proteção à saúde bucal confirma esta constatação. De forma
parecida, no município de Barretos (SP), Zuza et al. (2005) encontraram acesso inadequado
aos serviços odontológicos.
Na ocasião da coleta dos dados foram encontrados cuidadores de diversos níveis de
escolaridade e de comprometimento com a saúde dos idosos institucionalizados, o que
também dificultou o trabalho no momento da “Oficina de orientação sobre a sde bucal das
pessoas idosas”.
Outro ponto é que a proposta de investigar problemas de saúde bucal em idosos já traz
em si alguns desafios tais como dificuldade para abrir a boca, dificuldade para entender a
importância da investigação, problemas psíquicos, restrições físicas, perdas de memória entre
outros. O fato de serem idosos institucionalizados também constitui um desafio, visto que, em
alguns momentos, existem diferenças tanto no modo de agir e de pensar saúde, quanto no
modo de enxergar a pesquisa. Isto dependia de quem estava no comando da gestão da
instituição.
Barbosa (2007) também trata desta dificuldade em estudos com idosos ao lembrar o
enfrentamento de questões referentes à vulnerabilidade da população idosa, incapacidade
física e mental, falta de memória, espontaneidade e disposição, e o próprio desinteresse em
participar da pesquisa.
Salgado (1982) entende que o processo de institucionalização dos idosos é um
processo irreversível, no entanto, as ILPI não estão preparadas para suprir totalmente as
necessidades dos idosos institucionalizados, principalmente as de caráter social. O que torna a
institucionalização um processo doloroso (PESSÔA, 2007).
108
No entendimento de Pavarani (1996) a transferência de um idoso para uma instituição
pode produzir danos psicossociais neste idoso. Estes danos podem levar à depressão o que
diminui consideravelmente o autocuidado, inclusive no que tange à saúde bucal.
Neste sentido, Barbosa (2007) trata em seu estudo da influência que a coesão familiar
exerce na prevalência de cárie e de perda dentária. No estudo desta autora, por exemplo, o
grupo de idosos institucionalizados apresentou prevalência de cárie, de edentulismo e de
necessidade de prótese mais elevadas do que o grupo dos idosos não institucionalizados.
Do mesmo modo, alguns anos antes, Silva e Valsecki Júnior (2000) e Caldas,
Figueiredo e Soriano (2002), em seus estudos com idosos institucionalizados e não-
institucionalizados obtiveram que o edentulismo foi mais prevalente entre os idosos
institucionalizados e o uso de prótese foi mais observado nos idosos não-institucionalizados.
Para minimizar os danos causados pela institucionalização, Chaimowicz (1997)
sugeriu que o Estado realize seu papel de financiador e fiscalizador do funcionamento de
instituições destinadas ao atendimento de idosos. Tentando, deste modo, oferecer segurança e
dignidade aos residentes através de medidas simples e pouco onerosas.
Vale ressaltar, neste momento, que este estudo, ao investigar a saúde bucal dos idosos
institucionalizados, constitui-se numa pesquisa inédita tanto no âmbito municipal como
estadual.
6.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO
No presente estudo, a maioria dos idosos foi do sexo feminino (63,33%), o que
concorda com Chaimowicz e Greco (1999) que em seu estudo demonstraram que 81,1% da
população dos asilos do Município de Belo Horizonte-MG eram do sexo feminino. Para os
autores, tal constatação se explica, em parte, por 4 motivos: 1- as mulheres vivem mais que os
homens; 2- tornam-se viúvas mais cedo; 3- apresentam maior dificuldade para casar ou para o
recasamento após separação ou viuvez; 4- possuem menores níveis de instrução, taxa de
ocupação e renda. Esses motivos também podem se aplicar aos idosos institucionalizados de
Feira de Santana (BA).
Em outros estudos a maioria dos idosos investigados também foi do sexo feminino
(ROSA et al., 1992; MOREIRA; QUELUZ, 1999; SILVA; VALSECKI JÚNIOR, 2000;
CANGUSSU; COELHO; CASTELLANOS FERNANDEZ, 2001; MENEGHIM; PEREIRA;
SILVA, 2002; FLORIANO, 2003; COLUSSI; FREITAS; CALVO, 2004; SILVA; SOUSA;
109
WADA, 2004; CARNEIRO et al., 2005; MESAS; ANDRADE; CABRERA, 2006; REIS;
MARCELO, 2006; BARBOSA, 2007).
Quanto ao grupo étnico, 47,5% dos idosos investigados eram negros, sendo que
nenhum indivíduo foi considerado amarelo ou ingena. Esta constatação pode ser explicada
pelo fato do próprio município (Feira de Santana) ser composto por 60% de indivíduos
pardos, 23,4% brancos, 15,6% pretos, e somente 0,4% indígenas e 0,1 amarelos (IBGE,
2000).
Somente quatro dos estudos sobre a saúde bucal do idoso institucionalizado analisados
trouxe a questão da raça em suas discussões (MOREIRA; QUELUZ, 1999; FLORIANO,
2003; REIS et al., 2005; ZUZA et al., 2005). Esta falta de inserção da raça, como uma
variável investigada nos outros estudos, compromete a comparação dos resultados, bem como
o levantamento de informações sobre a influência do grupo étnico na saúde do idoso
institucionalizado.
Em Itagibá (SP), Moreira e Queluz (1999) encontraram 97,84% de negros; em Salinas
das Margaridas (BA), Floriano (2003) encontrou 55,5%; por sua vez, em Goiânia (GO) e em
Barretos (SP), Reis et al. (2005) e Zuza et al. (2005), respectivamente, encontraram uma
maioria de brancos.
Ainda sobre o grupo étnico, destaca-se a necessidade de estudos mais aprofundados
que discutam a institucionalização e coesão familiar na cultura indígena e sua influência na
saúde. Ficando então, o questionamento: se em Feira de Santana (BA), município com baixo
percentual de população indígena, o foram encontrados indígenas institucionalizados, será
que em outro município com elevado percentual de tribos indígenas, esta mesma situação será
encontrada?
No que tange à faixa etária investigada é importante lembrar que a idade mínima
escolhida para o estudo foi 60 anos, a mesma escolhida por outros autores (ROSA et al.,
1992; MOREIRA; QUELUZ, 1999; GOIATO et al., 1999; SILVA; VALSECKI JÚNIOR,
2000; CALDAS; FIGUEIREDO; SORIANO, 2002; FLORIANO, 2003; COLUSSI;
FREITAS; CALVO, 2004; REIS et al., 2005; MESAS; ANDRADE; CABRERA, 2006;
REIS; MARCELO, 2006; BARBOSA, 2007).
A média de idade dos idosos pesquisados foi de 75 anos, variando de 60 a 96 anos, e a
faixa etária mais prevalente foi a de 60 a 75 anos (49,2%).
No entanto, apesar da Fédération Dentaire Internationale, desde 1987, considerar
como pessoa idosa aquela com mais de 60 anos (FDI, 1987), e a Organização Mundial de
Saúde, desde 1997, para os países em desenvolvimento, também assim o considerar (OMS,
110
1997), alguns autores escolheram para seu estudo outras faixas etárias, o que dificulta a
comparabilidade dos resultados (PEREIRA, SILVA; MENEGHIM, 1999; SALIBA et al.,
1999; MENEGHIM; SALIBA, 2000; CANGUSSU; COELHO; CASTELLANOS
FERNANDEZ, 2001; SALIBA et al., 2002; SILVA et al., 2002; MENEGHIM; PEREIRA;
SILVA, 2002; BRASIL, 2004; SILVA; SOUSA; WADA, 2004; ZUZA et al., 2005; GAIÃO;
ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005; CARNEIRO et al., 2005). Vale notar que dentro do
mesmo estado (São Paulo) e do mesmo município (Piracicaba) os autores elegeram faixas
etárias diferentes.
Quanto a este aspecto Colussi e Feitas (2002) trazem:
Sabendo-se da carência de dados referentes à população idosa no país, e
tendo-se como referência essa classificação da FDI, sugere-se que os
próximos estudos apresentem seus dados para essa faixa etária
separadamente, para que possam ser comparados, fornecendo um
diagnóstico mais preciso da situação de saúde bucal dos idosos”.
Quanto ao estado civil, 47,5% dos idosos eram solteiros e 27,55% viúvos. Dados
semelhantes foram encontrados por Saliba et al. (1999), Gaião, Almeida e Heukelbach (2005)
e Barbosa (2007). No entendimento de Barbosa (2007), apesar da existência de vínculo não
eliminar a falta de coesão entre o idoso e sua família:
“as relações interpessoais do idoso e sua família podem influenciar no
processo saúde-doença e, conseqüentemente, na saúde-doença bucal,
relacionadas às suas condições cio-econômicas-culturais, que interferem
no estilo e qualidade de vida do idoso, independente do lugar e com quem
resida (institucionalizado ou o institucionalizado) considerando-se ainda
sua experiência de vida”.
O grau de escolaridade encontrado nos idosos institucionalizados em Feira de Santana
(BA) foi baixo, pois 60,8% (n=73) dos idosos eram analfabetos. O número dio de anos
estudados foi de 2 anos e meio e o número máximo foi de 18 anos. Este último número
deveu-se a um idoso com mestrado. O grau de analfabetismo foi menor para os idosos de
Salinas das Margaridas (BA) (33,9%), de Biguaçu (SC) (26,7%) (COLUSSI; FREITAS;
CALVO, 2004), de Fortaleza (CE) (40,6%) (GAIÃO; ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005),
de Londrina (PR) (59,2%) (MESAS; ANDRAD; CABRERA, 2006), e de Recife (PE) (34,7%
para o grupo de idosos institucionalizados) (BARBOSA, 2007).
A maioria dos idosos era aposentada (75%) e recebia um salário mínimo que ficava
sob os cuidados da Instituição. Uma grande parte dessas aposentadorias foi adquirida após a
institucionalização. Aqueles indivíduos que ainda não a possuíam, ou não eram aposentados
por que ainda trabalhavam, ou ainda estavam em processo de aposentadoria.
111
Neste sentido, Floriano (2003) traz que o baixo poder aquisitivo e a baixa escolaridade
podem influenciar as condões de saúde bucal, principalmente no que tange ao uso e acesso
aos serviços de saúde e uso e condição da prótese. Da mesma maneira, Lima-Costa e Veras
(2003) relatam que o acesso e uso dos serviços de saúde pelos idosos são bastante
influenciados pela sua situação econômica e/ou de sua família, quando aqueles que
apresentam menor renda familiar são, também, os que possuem piores condições de saúde.
Apesar desta assertiva, poucos foram os trabalham que abordaram a renda dos idosos
investigados (ROSA et al., 1992, FLORIANO, 2003; COLUSSI; FREITAS; CALVO, 2004;
BARBOSA, 2007).
Vale ressaltar que, este estudo, apesar de apresentar limitações inerentes ao tipo de
delineamento (transversal), fornece informões referentes à população de idosos
institucionalizados no município de Feira de Santana, que poderão ser utilizadas em análises
posteriores, comparando-se com trabalhos de metodologias semelhantes ou não, na busca de
um melhor entendimento do perfil socioeconômico e demográfico destes idosos e de suas
conseqüências na saúde bucal, bem como no entendimento da cárie, do edentulismo, da
doença periodontal e de suas conseqüências na qualidade de vida da população idosa
institucionalizada nesse município.
6.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL
Cárie Dentária (coroa)
A cárie dentária tem sido registrada, mais de 70 anos, através de variações do
índice CPO-D, desenvolvido por Klein e Palmer na década de 30 (RONCALLI, 2004; PITTS;
FEJERSKOV; FEHR, 2005). Apesar do CPO-D ser um índice largamente utilizado e permitir
comparões temporais e geográficas, apresenta algumas limitações, além disso, ainda
existem dificuldades no desenvolvimento de um índice alternativo com tamanha aceitação
(ANTUNES; PERES; FRAZÃO, 2006; PITTS; FEJERSKOV; FEHR, 2005).
Antunes, Peres e Frazão (2006) enumeram algumas limitações e aspectos críticos do
CPOD: (1) seus valores não têm relação com o número de dentes sob risco; (2) populações
com fácil acesso aos serviços odontológicos e às restaurações preventivas, podem
superestimar a experiência de cárie, ou seja, o CPO-D pode expressar mais uma medida de
tratamento recebido do que de distribuição do agravo; (3) um dente restaurado e saudável e
112
um dente cariado e não tratado possuem igual peso no cálculo do índice, que no cálculo
você inclui dentes com distintas condições; (4) além disso, a presença de dentes hígidos não é
considerada, o que traz uma dimensão de doença e não de saúde.
Cabe ressaltar, portanto, que, apesar das limitações do CPO-D, diferenças nos
instrumentos e nos índices utilizados podem produzir diferenças significativas nas estimativas
de cárie e, por essa razão, recomenda-se cautela quanto ao significado que “diferentes
critérios de diagnóstico” efetivamente têm sobre a estimativa de cárie dentária em populações
(NARVAI et al., 2001).
Dessa forma, como todos os autores pesquisados, que se propuseram investigar a cárie
dentária, utilizaram o CPO-D como índice, esse foi o índice escolhido para registrar a
experiência de cárie dos idosos investigados.
Como o diagnóstico da cárie para os dentes perdidos e obturados foi dado
previamente pelo profissional que realizou o tratamento restaurador ou mutilador, a
pesquisadora partiu de dois pressupostos: (1) o critério clínico empregado para o diagnóstico
foi semelhante ao seu e; (2) todos os dentes perdidos foram devido à cárie. Desse modo, a
experiência de cárie dos idosos pesquisados pode ter sido sub ou superestimada.
Adicionalmente, para controlar possíveis discordâncias de critério diagnóstico da
própria pesquisadora, foi calculado o Índice de Kappa intraexaminador, que demonstrou
excelente reprodutibilidade de critérios.
Quanto aos dentes perdidos, apesar de Jitomirski e jitomirski (1997) considerarem
que a maior causa de perda de dentes em idosos seja a doença periodontal, vale uma ressalva:
como os idosos não se recordavam do motivo da extração dos dentes, todos os dentes ausentes
foram considerados ausentes por cárie. Somente um idoso relatou ter solicitado recentemente
a exodontia de dois dentes para confecção de uma prótese total.
O CPO-D médio encontrado foi de 28,77(±4,83). Um resultado semelhante foi
encontrado em Itatiba-SP, no ano de 2001 e, em Biguaçu-SC, em 2004 (CANGUSSU;
COELHO; CASTELLANOS FERNANDEZ, 2001; COLUSSI, FREITAS; CALVO, 2004).
Um CPO-D maior foi encontrado em São Paulo-SP, no ano de 1992 (30,97),
Piracicaba-SP (30,75 e 29,54), Recife-PE (29,2), Rio Claro-SP (31,09), Goiânia-GO (30,17),
São Paulo-SP, no ano de 2005 (30,8), Fortaleza-CE (29,73) e, em Recife-PE (29,34 -
institucionalizados) (ROSA et al., 1992; PEREIRA; SILVA; MENEGUIM, 1999; SILVA et
al., 2002; CALDAS; FIGUEIREDO; SORIANO, 2002; SILVA; SOUSA; WADA, 2004;
REIS et al., 2005; CARNEIRO et al., 2005; GAIÃO, ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005;
113
BARBOSA, 2007). Esses dados revelam que a experiência de cárie do idoso em Feira de
Santana, apesar de precária, ainda se apresenta melhor que em outros municípios brasileiros.
Porém, o CPO-D foi menor em Araçatuba-SP (25,10) (SALIBA et al., 1999), em
Piracicaba-SP (26,58) (MENEGUIM; SALIBA, 2000), em Londrina (PR) (27,9) (MESAS,
ANDRADE; CABRERA, 2006) e, para a região nordeste os resultados do “SBBrasil”
revelaram um CPO-D de 27,27 (BRASIL, 2004). Esses dados mostram que muito ainda há
de ser feito e que são necessárias ações municipais de saúde bucal voltadas para esta faixa
etária.
Pinto (2003) afirma que o aumento continuado do índice de cárie com o avançar da
idade tem como principal determinante a realização de extrações múltiplas e em larga escala,
que se inicia como padrão inevivel a partir dos 30 anos de idade.
Nesse estudo, o percentual do componente “perdidofoi o de 79,83%, menor do que
em São Paulo-SP, em 1992, com 96,1% (ROSA et al., 1992), em Piracicaba-SP, em 1999,
com 96,7% (PEREIRA; SILVA; MENEGUIM, 1999), Araraquara-SP, 90% dos dentes
estavam perdidos (SILVA; VALSECKI JÚNIOR, 2000), em Salinas das Margaridas (BA),
com 91,3% (FLORIANO, 2003), na região Nordeste do Brasil, com 92,40% (BRASIL, 2004),
Biguaçu-SC, com 92,1% (COLUSSI, FREITAS; CALVO, 2004), Rio Claro-SP, com 92,64%
(SILVA; SOUSA; WADA, 2004), em Goiânia-GO, com 95,38% (REIS et al., 2005), em o
Paulo-SP, no ano de 2005, com 96,3% (CARNEIRO et al., 2005), em Fortaleza-CE, com
95,59% (GAIÃO, ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005), em Barretos-SP, com 93,92% (ZUZA
et al., 2005), em Londrina (PR), com 89,3% (MESAS, ANDRADE; CABRERA, 2006) e, em
Recife-PE, com 97,20% (BARBOSA, 2007).
Diante desses resultados, é preciso refletir sobre o fato de que, apesar do componente
“perdido” ter representado “somente” 79,83%, esse dado, no momento da pesquisa, pode ser
verdadeiro, no entanto, ao se considerar que 49,88% dos dentes que necessitavam de algum
tipo de tratamento, foram indicados para extração (unidade dentária totalmente destruída),
este percentual do componente “perdido”, caso esses idosos tenham acesso ao serviço
odontológico, aumentará consideravelmente dentro de alguns meses.
Para Rosa et al. (1992), “a participação cada vez maior dos dentes extraídos, aliados à
falta de assistência odontológica por carência de recursos próprios ou falhas no atendimento
social, leva aos péssimos níveis de saúde bucal observados na terceira idade”.
Roncalli (2004) corrobora dizendo que o CPO-D possui caráter cumulativo, o que
constitui uma limitação em seu poder discriminatório, no entanto, ao se interpretar o índice
CPO-D pela relação entre seus componentes, podem ser expressas as características do
114
desenvolvimento da doença e o pado de ofertas de serviços. Altas proporções de dentes
extraídos, como nesse estudo, indicam presença de tratamento essencialmente mutilador.
Uma prova desse baixo poder discriminatório do índice aparece nesse estudo, onde
mais da metade da população (52,50%) investigada apresentou o CPO-D máximo, ou seja,
quando um novo levantamento for feito, os idosos não terão seus índices reduzidos, mesmo
que venham a receber tratamento.
Com relação aos dentes presentes e hígidos, a população como um todo apresentou
em média 6,45 dentes na boca. No estudo de Zuza et al. (2005), em Barretos-SP, foi
encontrado para o arco inferior uma média de 2,36 dentes e 1,39 para o arco superior. Vale
ressaltar, que “dente presente na boca” não significa não precisar de tratamento, d a
importância de se estudar também a necessidade de tratamento.
A população investigada apresentou em média 6,45 dentes na boca, destes 44%
encontravam-se hígidos (2,83). No estudo realizado por Rosa et al. (1992), em São Paulo
(SP), cada pessoa possuía em média 2 dentes presentes e hígidos. Doze anos depois, no
interior de São Paulo (Rio Claro), Silva, Sousa e Wada (2004) encontraram uma média de
3,19 dentes presentes. Também neste aspecto, a saúde bucal dos idosos institucionalizados em
Feira de Santana (BA), apresentou-se um pouco mais favorável. No entanto, em Londrina
(PR), no ano de 2006, Mesas, Andrade e Cabrera (2006), encontraram uma média de 8,0
dentes presentes.
A distribuição dos componentes do índice CPOD mostrou que havia mais dentes
cariados e menos obturados, em ambos os sexos e em todas as faixas etárias, o que evidencia
o inexpressivo acesso dessa população às ações e serviços de saúde bucal. No entanto, em
todas as faixas etárias houve uma pequena diferença nos índices CPO-D entre os sexos, sendo
que nas faixas etárias 76 a 80 anos, 81 a 85 anos, e 86 a 90 anos o CPO-D foi maior no sexo
masculino. Isto talvez se deva ao fato de as mulheres se preocuparem mais com a sua saúde e,
conseqüentemente, procurarem com mais freqüência a assistência.
Do ponto de vista do planejamento das ações programáticas direcionadas a essa
população, os gestores devem considerar que em alguns grupos o índice CPO-D foi maior
(sexo masculino; faixa etária entre 81 e 90 anos; os indivíduos das instituões filantrópicas
que não têm acesso aos programas de saúde bucal; pardos - maior número de dentes cariados;
analfabetos; de menor renda; solteiros ou viúvos). Sendo assim, diante das necessidades
apresentadas, sugere-se a priorização da parcela da população investigada que apresentou
piores condições de saúde bucal, para que se possa reduzir custos, redirecionar programas e
evitar o sobretratamento dos indivíduos menos afetados pela doença.
115
Quanto às condições socioeconômicas, os achados desse estudo (indivíduos
analfabetos, de menor renda e solteiros ou viúvos com piores condições de saúde bucal)
corroboram com os ensinamentos de alguns autores que acreditam que os fatores
socioeconômicos podem determinar / influenciar as condições de saúde bucal dos indivíduos
(FURLANI, 1993; KRIEGER; WILLIAMS; MOSS, 1997; PINTO, 1997, MARTINS;
ARAÚJO; VELOSO, 1999; JONES; WORTHINGTON, 2000; PERES; BASTOS;
LATORRE, 2000; NADANOVSKY, 2000; BALDANI; NARVAI; ANTUNES, 2002;
RONCALLI; LIMA; COSTA, 2004; RADIS, 2004; NEWTON et al., 2005).
No entanto, é preciso cautela com relação a estes achados (CPO-D versus classe social
e sexo) que o desenho escolhido para este estudo não permite analisar causa e efeito ao
mesmo tempo, em estudos transversais como estes, o desfecho é analisado muitos anos depois
da causa.
A meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o ano 2000 foi: 50% das
pessoas na faixa etária de 65-74 anos apresentando pelo menos 20 dentes em condições
funcionais. Contudo, a situação encontrada nas instituições de Feira de Santana (BA), (10%)
está muito aquém da recomendada pela OMS.
Vale salientar que o fato de 11 indivíduos residentes em instituição filantrópicas
possuírem pelo menos 20 dentes na boca, não quer dizer que estes idosos tiveram e têm um
acesso diferenciado aos servos odontológicos. Este número pode ter sido alcançado pelo
fato de 88,33% dos idosos residirem neste tipo de instituição.
Quando o CPO-D foi calculado levando-se em conta o tipo de instituição, verificou-se
que não houve diferença entre os índices. Essa constatação pode ser explicada pelo fato de
que a maioria dos idosos, independente de qual instituição reside hoje, passou por um
histórico odontológico mutilador ao longo de décadas, o que acabou refletindo no índice
CPO-D.
Sendo assim, é difícil estimar a futura situação de saúde bucal e as necessidades de
tratamento da próxima geração de idosos institucionalizados através dos dados
epidemiológicos da população idosa de hoje, pelo fato de existirem mudanças significativas,
principalmente devido ao contato com o flúor, pelo uso de dentifrícios e água de
abastecimento público, pela inserção da Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família (ESF) e
a implantação do Programa Brasil Sorridente pelo Ministério da Saúde.
116
Cárie radicular
A presença de lesões radiculares tem sido causa de grande preocupação nessa faixa
etária (JITOMIRSKI; JITOMIRSKI, 1997; MENENGUIM; SALIBA, 2000; MENEGUIM;
PEREIRA; SILVA, 2002; GAIÃO; ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005; GAVINHA; BRAZ;
SOUSA, 2006). No entanto, nesse estudo, no geral a prevalência de cárie de raiz (13,16%) e o
CO-R (1,09) foram relativamente baixos. Isso se deve basicamente ao elevado número de
dentes perdidos encontrados e de raízes expostas hígidas.
Para a região Nordeste, o relatório do “SBBrasil” (BRASIL, 2004) traz que, para a
faixa etária de 65 a 74 anos, 14,32% das raízes expostas estavam cariadas. Em 2002, em
Piracibaba (SP), Meneguim, Pereira e Silva (2002) estudando idosos institucionalizados com
faixa etária acima de 75 anos, encontraram que 59% dos dentes com retração gengival
apresentavam lesão radicular. Gaião, Almeida e Heukelbach (2005) encontraram que, nos
idosos institucionalizados de Fortaleza (CE), 16% das raízes expostas eram cariadas ou
obturadas. Todos estes estudos com meros maiores dos que os encontrados em Feira de
Santana (BA).
Esses índices sobressaíram entre os homens, entre os indivíduos com idades entre 60 e
65 anos e entre os indivíduos que tinham acesso ao programa de saúde bucal e se justificam
pelo fato desses indivíduos possuírem um menor percentual de dentes “perdidos” e
conseqüentemente um maior número de dentes remanescentes susceptíveis à exposição
radicular e à cárie.
Nesse momento, deve-se levar em conta a dificuldade de se comparar os resultados
dessa pesquisa com resultados de outros pesquisadores, que os critérios para o diagnóstico
da lesão de cárie radicular variam bastante. Meneguim, Pereira e Silva (2002) salientam que
os pesquisadores podem levar em consideração questões como cor, textura ou profundidade e
as prevancias podem ser apresentadas como número médio de lesões, de dentes ou ainda de
superfícies atacadas.
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 1997), em seu manual de levantamento
básico em saúde bucal, divulgou códigos e critérios de classificação para o exame de
superfície radicular, que certamente em muito irá contribuir para a uniformidade das
pesquisas epidemiológicas (MENEGHIM; PEREIRA; SILVA, 2002).
117
Necessidade de tratamento
Mais da metade (57,46%) dos idosos institucionalizados no município de Feira
de Santana (BA) necessitava de algum tipo de tratamento dentário. Dentre os tratamentos, a
extração foi o mais indicado (28,67%). Gaião, Almeida e Heukelbach (2005), em Fortaleza
(CE) consideraram que 75,8% dos dentes examinados necessitavam de extração. Vale lembrar
que, não houve um único idoso dentado que possuísse uma boca isenta de necessidade de
tratamento.
Essas informações mostram que apesar de uma das quatro instituições (responsável
por 45% da população), desenvolver um programa de saúde bucal, ainda incipiente, a
necessidade de tratamento revelou-se bastante expressiva. Com essas necessidades levantadas
e apontadas, cabe ao poder público tomar algumas decies com o intuito de garantir
assistência a essa população, seja através da Estratégia Saúde da Família, do Centro de
Especialidades Odontológicas (CEO), da parceria com a Universidade Estadual de Feira de
Santana (UEFS) ou do atendimento hospitalar.
No levantamento nacional de 2003, o “SBBrasil” (BRASIL, 2004), a região Nordeste
apresentou, para a faixa etária de 65 a 74 anos, uma maior necessidade de extração do que
outras regiões, exceto região Norte, e do que outros tipos de tratamento. No estudo realizado
em Fortaleza (CE) no ano de 2005, Gaião, Almeida e Heukelbach (2006) encontraram uma
necessidade de tratamento inferior (44,6%), no entanto, a extração foi indicada para 75,8%
dos casos.
Condição Periodontal
O CPI vem sendo utilizado largamente em pesquisas populacionais. No entanto,
apesar de se apresentar simples e uniformizado e, em conseqüência, recomendado pela OMS
para pesquisa epidemiológica, o CPI não é um estimador das condições periodontais aceito
como unanimidade pelos pesquisadores (MENEGHIM; PEREIRA; SILVA, 2002; BASSANI;
LUNARDELLI, 2006), que citam a fragilidade do índice CPI como ferramenta
epidemiológica, argumentando que as marcações periciais podem subestimar a prevalência
das bolsas periodontais, distorcendo as estimativas da prevalência e severidade da doença
periodontal.
O elevado mero de sextantes excluídos (83,3%) apresentado era esperado, visto
que a população era composta por muitos desdentados. Assim, somente 16,7% do total dos
118
sextantes puderam ser examinados. Este fato acaba gerando uma baixa prevalência de doença
periodontal severa nestas faixas etárias (BRASIL, 2004).
O relatório do “SBBrasil” (BRASIL, 2004) também chama atenção para o grande
número de sextantes excluídos, tanto quando se considera o percentual de pior escore quanto à
média de sextantes afetados, na faixa etária de 65 a 74 anos. Na região Nordeste, por
exemplo, mais de 55% dos sextantes examinados foram excluídos, ou seja, não apresentavam
nenhum dente presente ou apresentavam apenas um dente funcional.
Quanto à condição periodontal, mais da metade dos idosos dentados apresentaram
cálculo dentário (53,85%). Esse resultado está em concordância com dados de Piracicaba (SP)
(MENENGUIM; PEREIRA; SILVA, 2002), de Goiânia (GO) (REIS et al., 2005), de São
Paulo (SP) (CARNEIRO et al., 2005), de Fortaleza (CE) (GAIÃO; ALMEIDA;
HEUKELBACH, 2005), porém em contraste com o estudo de Silva e Valsecki Jr. (2000)
realizado no Estado de São Paulo, onde predominaram a bolsa e o tratamento periodontal
mais complexo.
Dessa forma, é importante salientar que a maioria das necessidades de tratamento
periodontal apresentada foi considerada de simples tratamento (BASSANI; LUNARDELLI,
2006), como instrução de higiene bucal e remoção de cálculo dentário, que podem ser
delegados ao pessoal técnico em higiene dental (THD). No entanto, cuidados especializados
também foram exigidos, que 40,8% dos idosos apresentaram bolsas maiores de 4mm como
a pior condição.
Convém destacar que esse tratamento especializado usualmente é disponível em
Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e em clínicas particulares e,
conseqüentemente, não está ao alcance da maioria das pessoas. De uma maneira geral, os
idosos institucionalizados em Feira de Santana (BA) encontram-se economicamente
desfavorecidos.
Nesse sentido, as conclusões que Rosa et al. (1992) chegaram em seu estudo com
idosos institucionalizados e não institucionalizados na cidade de São Paulo (SP), também
parecem valer para Feira de Santana (BA) no ano de 2008:
As más condições periodontais encontradas irão inevitavelmente determinar
agravos na saúde bucal, incrementando o edentulismo. Se essas pessoas o
tiveram recursos ou a assistência odontológica social não for capaz de limitar
os danos quanto à cárie, pela lógica também não haverá o controle da doença
periodontal, caminhando inexoravelmente para a perda total dos dentes.
Tal fato é preocupante, pois mostra a necessidade de uma maior preocupação no
desenvolvimento de programas preventivos e curativos aplicados junto às faixas etárias de
119
idade mais avançada, bem como ressalta a necessidade de um direcionamento das ações
voltadas para a pessoa idosa institucionalizada. Esse aspecto também é importante para o
planejamento do serviço odontológico, pois medidas de promoção da saúde podem ser
tomadas com uma relação custo-benefício favorável.
O fato de 92,5% apresentarem o terceiro sextante excluído chama a atenção para a
perda dentária no sextante superior esquerdo, no entanto, estudos mais aprofundados fazem-se
necessários para se conhecer a real causa da elevada prevalência de edentulismo nesse
sextante em particular.
Em contrapartida, o quinto sextante, que inclui os incisivos inferiores, foi o que
apresentou o menor mero de sextantes excluídos e o que mais apresentou cálculos. Essa
constatação pode ser explicada pela secreção abundante de saliva nesta região, que, apesar de
diminuída com o avançar da idade, protege o tecido dentário e facilita o acúmulo de cálculo
dentário.
O número de pessoas com bolsas maiores que 4 mm no primeiro e no segundo
sextantes, pode ser explicado pela facilidade do acúmulo de placa nesta região e a dificuldade
das glândulas salivares secretarem quantidade suficiente de saliva nesses sextantes,
principalmente nessa faixa etária.
As mulheres apresentaram valores maiores quando a condição foi a presença de
cálculos. Nas demais condições, os indivíduos do sexo masculino apresentaram valores mais
elevados. Esta constatação está em desacordo com os ensinamentos de Pucca Junior (1995)
que considera que o processo de rarefação óssea, e em conseqüência a perda do suporte
periodontal, acontece mais intensamente nas mulheres. Deixando clara a necessidade de
outros estudos que considerem a relação entre sexo e doença periodontal, utilizando-se
inclusive outras metodologias.
Neste estudo, o fato dos homens apresentarem maiores perdas de inserção, era
esperado tendo em vista as melhores condições de saúde bucal apresentadas pelas mulheres,
em algumas faixas etárias, e a cultura do autocuidado também observada nas mesmas.
O Índice de Perda de Inserção Periodontal mostrou que a maioria dos idosos (85,10%),
que apresentaram perda de inserção, estava com perda entre 4 e 8mm. Em São Paulo (SP),
Carneiro et al. (2005) encontraram a maioria dos idosos com perda entre 6 e 8mm. Uma
melhor condição foi encontrada em Piracicaba (SP), por Meneghim e Saliba (2000), e em
Goiânia (GO), por Reis et al. (2005), onde a perda de inserção de 0 a 3mm foi a pior condição
apresentada.
120
Edentulismo (Uso e Necessidade de prótese)
Conforme dito anteriormente, o grau de edentulismo foi avaliado pelo uso e
necessidade de prótese para os arcos superior e inferior. Nesse sentido, percebeu-se que, em
ambos os arcos, a maioria dos idosos não usava prótese, somente 23,33% a usavam no arco
superior e 17,50% no arco inferior. Esse pequeno percentual reflete, de certo modo, a
dificuldade de acesso a serviços de reabilitação (RONCALLI; LIMA; COSTA, 2004) e alerta
para o fato de que o não uso da prótese pode gerar impactos negativos tanto na função
mastigatória quanto na fonética, além da deglutição e estética, fatores estes que implicam
diretamente a qualidade de vida e bem-estar desses indivíduos.
Saliba et al. (1999), em Araçatuba (SP), encontraram que 52% dos idosos
institucionalizados não usavam nenhum tipo de prótese, valor inferior ao apresentado pelos
idosos de Feira de Santana (BA). Contudo, em Fortaleza (CE), Gaião, Almeida e Heukelbach
(2005), encontraram que 70% dos idosos institucionalizados não usavam nenhum tipo de
prótese superior (total e removível) e 81,3% de prótese inferior, dados semelhantes aos
encontrados nesse estudo.
Quanto ao maior uso de prótese na arcada superior essa situação também foi
encontrada em Piracicaba (SP) (MENEGHIM; SALIBA, 2000), na região Nordeste do Brasil
(BRASIL, 2004), em Biguaçu (SC) (COLUSSI; FREITAS; CALVO, 2004) e, em o Paulo
(CARNEIRO et al., 2005).
Através desse levantamento, verificou-se que a maioria dos pesquisados usa a prótese
superior por uma questão de estética e estabilidade. Quanto à prótese inferior, havia uma certa
resistência quanto ao fato de utilizá-la, pela dificuldade de adaptação, devido a demora para
colocar a prótese, e consequente reabsorção do rebordo alveolar (CARNEIRO et al., 2005).
Essa informação pode ser confirmada pelo fato de que todos os indivíduos que não
usavam prótese no arco superior, não a usavam no arco inferior e que dos 28 idosos que
usavam prótese, 21 a usavam em ambos os arcos e somente 7 indivíduos usavam ptese na
arcada superior e não usavam na inferior.
A prótese total, para ambos os arcos, foi a mais usada e a mais necessitada, o que já
era esperado tendo em vista que 39,17% dos idosos institucionalizados em Feira de Santana
(BA) eram totalmente edêntulos. Em outros estudos, o elevado uso de próteses totais, em
relação aos outros tipos, também, pôde ser observado (GOIATO et al., 1999; MOREIRA;
QUELUZ, 1999; BRASIL, 2004; CARNEIRO et al., 2005).
121
Em se tratando de edentulismo, 39,17% dos idosos institucionalizados em Feira de
Santana (BA) eram totalmente edêntulos. Alguns estudos mostraram um percentual
semelhante (ZUZA et al., 2005), outros um percentual maior (ROSA et al., 1992; SILVA;
VALSECKI JÚNIOR, 2000; SILVA et al., 2002; CALDAS; FIGUEIREDO; SORIANO,
2002; FLORIANO, 2003; COLUSSI; FREITAS; CALDAS, 2004; SILVA; SOUSA; WADA,
2004; REIS et al. 2005; GAIÃO, ALMEIDA; HEUKELBACH, 2005; MONTI et al., 2006;
MESAS; ANDRADE; CABRERA, 2006; BARBOSA, 2007). Vale notar que nenhum estudo
apresentou um percentual menor.
Apesar de apresentar uma prevalência de edentulismo mais baixa que outros estudos,
os resultados encontrados retratam as péssimas condições de saúde bucal dos idosos feirenses
institucionalizados, com um índice CPOD elevado, um grande percentual de dentes extraídos
e, principalmente, com muitas necessidades protético-reabilitadoras. Mesmo havendo uma
tendência mundial de melhoria dessas condições, trata-se de uma mudança muito lenta, sendo
por isso necessário buscar novas estratégias de prevenção e controle da cárie e suas
conseqüências na população idosa.
Vale ressaltar que em conversas informais com os idosos, alguns relataram que, no
passado, usar prótese era sinal de status e, outros, que muito pouca importância era dada à
manutenção das unidades dentárias tanto pelos indivíduos quanto pelos cirurgiões-dentistas.
Essas informações ajudaram a entender um pouco mais o elevado número de idosos
necessitando de próteses totais.
Em Feira de Santana (BA), 89,16% dos idosos institucionalizados necessitavam de
algum tipo de prótese superior e 91,7%, inferior, desses 62,61% e 56,3% necessitavam de
prótese total superior e inferior, respectivamente. Gaião, Almeida e Heukelbach (2005),
encontraram números semelhantes, em Fortaleza (CE), dos 160 idosos institucionalizados
84,4% necessitavam de algum tipo de prótese superior e 88,7% de prótese inferior.
Em São Paulo (SP) a necessidade encontrada de tratamento protético foi menor, sendo
63,9% no arco superior e 79,8% no arco inferior (CARNEIRO et al., 2005). Para o Nordeste,
o relatório do “SBBrasil 2003 (BRASIL, 2004), traz números um pouco melhores, onde
46,36% necessitam de ptese superior e 66,64%, inferior, desses 45,9% e 40,2%
necessitavam de prótese total. Em Rio Claro (SP), Silva, Sousa e Wada (2004), encontraram
necessidades semelhantes a essas do Nordeste, onde 48,5% necessitavam de pteses totais
superiores e 45,5%, inferiores.
Somente um (0,83%) dos 120 idosos investigados em Feira de Santana (BA) não
usava e não necessitava de prótese inferior e, nenhum não usava e não necessitava para o arco
122
superior. Colussi, Freitas e Calvo (2004), ao investigar 277 idosos residentes na área urbana e
rural do município de Biguaçu, SC, encontraram que 4% o usavam nem necessitavam de
prótese inferior e 1,8% não usavam nem necessitavam de prótese superior.
Além disso, 95,45% dos idosos examinados necessitavam de ambas as pteses. Em
Salinas das Margaridas (BA), Floriano (2003) encontrou um percentual parecido, 91,6%. No
entanto, em Recife e em Araraquara (SP), Barbosa (2007) e Silva e Valsecki Júnior (2000)
respectivamente encontraram valores mais baixos, porém ainda preocupantes, onde 65,8% e
61% dos idosos institucionalizados necessitavam de próteses em ambos os arcos.
As próteses em uso apresentavam em geral precárias condões, necessitando de
reparos ou substituições, 53,57% das superiores e 57,14% das inferiores foram consideradas
ruins. Zuza et al. (2005), em Barretos (SP), e Silva e Valsecki nior (2000), em Araraquara
(SP), encontraram valores menores, 20% e 44% dos idosos institucionalizados possuíam
prótese que necessitavam de substituição, respectivamente. Floriano (2003), encontrou em
Salinas das Margaridas (BA), um valor mais elevado, 72,4% das próteses utilizadas foram
consideradas ruins. No entanto, vale ressaltar que os critérios utilizados nesse estudo diferem
daqueles utilizados pelos pesquisadores supracitados.
A grande quantidade de próteses que necessitavam de substituição, nos idosos
examinados, talvez decorresse do fato de que esses aparelhos eram utilizados durante vários
anos, (53,57% a possuíam por mais de 10 anos), e 32,14% deles relataram que as a
colocação, nunca houve acompanhamento porque o cirurgião-dentista que confeccionou a
prótese não informou sobre a necessidade, prejudicando a mastigação dos alimentos, o
consumo de uma dieta adequada e o aparecimento de lees na mucosa bucal, como
demonstrado por Rosa et al. (1992).
Ressalta-se que, a colocação de uma prótese, seja ela total ou parcial, tem um custo
razoavelmente expressivo, no entanto, sua manutenção é bastante razoável, pois não requer os
cuidados especiais de outros tipos de materiais protéticos. Basta a escovação e a limpeza bem
feita, semelhante como seria com os dentes normais (MOREIRA; QUELUZ, 1999). No
município de Feira de Santana (BA), particularmente, a maioria dos idosos com próteses em
precárias condições não tinha acesso a consultórios particulares, e como o atendimento
odontológico ambulatorial do município não oferecia serviço reabilitador, não lhes restava
outra alternativa senão usar a prótese no estado em que se encontrava.
Infelizmente, essa situão é bastante freqüente no Brasil, onde o tratamento
reabilitador praticamente inexiste no serviço público, não por falta de
recursos técnicos ou financeiros, mas por falta de uma política orientada para
executar essas ações (CARNEIRO et al., 2005).
123
Nessa perspectiva, sugere-se o encaminhamento desses idosos institucionalizados para
o Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD), habilitado em anexo ao Centro de
Especialidades odontológicas (CEO) pela Portaria Minsiterial nº2477 de 13 de outubro de
2006, que se propõe a oferecer próteses totais e removíveis.
Ressalta-se que, quando os usuários de próteses foram acompanhados pelo cirurgião-
dentista após a colocação das próteses, esses apresentaram condições de saúde bucal mais
favoráveis (CPO-D e CO-R mais baixos) do que aqueles usuários que não receberam
acompanhamento. Bem como, os usuários que possuíam a prótese por um longo período
apresentaram um CPO-D maior do que aqueles que a utilizavam por menor tempo.
Quanto a este aspecto, vale lembrar que é impossível estabelecer uma relação de causa
e efeito, tendo em vista o pprio desenho do estudo e o viés de memória encontrado nessa
população e nessas variáveis.
Além disso, os indivíduos que usavam prótese apresentaram um maior CO-R,
possivelmente por que esses indivíduos, segundo relatos dos mesmos, realizavam a sua
higiene bucal sem retirar as próteses, promovendo um acúmulo de biofilme na superfície
radicular.
Nesse sentido, Meneghim, Pereira e Silva (2002), lembram que profissionais de saúde
bucal preocupados com a promoção de saúde, devem elaborar e implementar programas não
baseados nas necessidades de tratamento e métodos de prevenção, mas que visem também
à educação do paciente na aquisição de hábitos de higiene bucal. Além disso,
cabe ao odontólogo, fazer um trabalho de orientação e conscientização
do paciente, quando este irá fazer o uso da prótese, para que crie o
hábito de continuar visitando o profissional regularmente ou quando
surgir qualquer tipo de problema/inconveniente com sua prótese
dentária (MOREIRA; QUELUZ, 1999).
Assim, urge o desenvolvimento, entre os cirurgiões-dentistas feirenses, de uma maior
e melhor consciência profissional acerca dos problemas típicos da terceira idade. O combate à
prática das extrações em massa e o estímulo à manutenção de condições odontológicas
funcionais na velhice devem constituir-se em pontos essenciais de cada programa de saúde
bucal.
Quanto à comparabilidade dos resultados, nesse item “uso e necessidade de prótese”,
foram encontradas algumas dificuldades. O modo de expressar os resultados foi diferente em
alguns dos estudos. Desse modo, sugere-se, além de uma uniformidade nos critérios, o que
nem sempre foi observada, uma padronização na exposição dos resultados encontrados.
124
Alteração em tecido mole
Diferindo dos achados desse estudo, onde 20% dos idosos institucionalizados em Feira
de Santana (BA) apresentaram alterações em tecido mole, Reis et al., (2005) encontraram em
Goiânia-GO, 13,49% dos idosos institucionalizados com essas alterações.
Rosa et al. (1992), na cidade de o Paulo (SP), encontraram um elevado percentual
(53%) de lees ligadas ao uso de prótese total nos idosos institucionalizados, deixando clara
a falta de assistência odontológica posterior à sua colocação. Em Feira de Santana (BA), 75%
dos idosos que apresentaram alteração em tecido mole não usavam prótese. No entanto, entre
os indivíduos que utilizavam pteses, os que mais apresentaram alterações em tecido mole
foram os que a utilizaram por mais de 10 anos e os que não tiveram acompanhamento após a
sua colocação.
A prevalência de alterações em tecido mole foi baixa em relação à encontrada em São
Paulo (SP), entretanto não se descarta a necessidade de se instituir uma rotina de
encaminhamento desses idosos para o centro de Referência em Lesões Bucais da UEFS ou
para o CEO que oferece dentro das suas especialidades mínimas, diagnóstico bucal com
ênfase no diagnóstico precoce do câncer de boca.
Nesse estudo, lesões nodulares foi o tipo de lesão fundamental que mais apareceu
(37,50%), seguido da pápula (25%), contrariando os achados de Rosa et al. (1992), que em
São Paulo (SP) encontraram um maior percentual de manchas eritematosas e bolhas. Em
Piracicaba-SP e em Barretos (SP), também foi diferente, a ulceração foi o tipo de maior
prevalência no primeiro município (MENEGHIM; SALIBA, 2000) e a lesão bolhosa foi
encontrada em 15% dos idosos, nódulos e outras lesões fundamentais, como pápula,
apareceram em somente 5% dos idosos do segundo município (ZUZA et al., 2005).
A grande maioria das lees encontradas estava localizada em bordo lateral de língua e
lábio inferior, devido, provavelmente ao elevado percentual de próteses insatisfatórias com
arestas e mal adaptadas e ao hábito de mascar fumo e expor-se ao sol sem proteção
(observações feitas no local).
As alterações, em sua grande maioria (54,17%), não demonstraram mudança na
coloração, foram consideradas flácidas (37,50%), e assintomáticas (91,67%), ainda assim os
idosos que apresentaram alterações em tecido mole foram orientados a procurar o Centro de
Referência de Lesões Bucais vinculado ao cleo de Câncer Oral (NUCAO) da UEFS, o
responsável técnico pela instituição e o cuidador também foram alertados quanto à presença
125
da alteração. Uma ficha de levantamento individual foi deixada no local com informações
referentes às necessidades de tratamento e a presença de alteração.
Quanto à candidose, somente 8,33% dos idosos a apresentaram, desses, a maioria
residia em instituição que não oferecia programa de saúde bucal, era mulher, não usava
prótese ou a possuía há mais de 10 anos e não foi acompanhado, após a colocação da prótese,
porque o cirurgião-dentista não informou sobre a necessidade. Nesse estudo, a possível causa
da presença da mesma foi o hábito de dormir com as próteses, principalmente entre as
mulheres, associado a uma falta de higiene bucal satisfatória devido ao fato de que a paciente
relatou que jamais recebeu orientação de higiene bucal dada por um cirurgião-dentista. O
acúmulo de placa bacteriana e cálculo sobre as próteses coincidem com os achados de Brito e
Veloso (2006).
Os valores encontrados nesse estudo contrariam os de Rosa et al. (1992), em São
Paulo (SP), e os de Zuza et al. (2005), em Barretos (SP) onde os primeiros encontraram uma
prevalência de 30% de candidose e os últimos uma pequena prevalência de 3%.
Por fim, os resultados do presente estudo mostram que as condições de saúde bucal
dos idosos pesquisados são precárias. Embora alguns dos possíveis fatores associados sejam
passíveis de prevenção, ainda existem neste município instituições que o possuem
programas de saúde bucal. Por outro lado, medidas simples podem e devem ser adotadas, com
custos financeiros muito baixos que resultariam em diminuição da ocorrência deste desfecho,
e importante manutenção da qualidade de vida destas pessoas.
Desse modo, sugere-se a realização periódica de oficinas com os cuidadores e de
visitas rotineiras da Equipe de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família visando o
levantamento de necessidades e a discussão de estratégias a serem adotadas para manter a
saúde bucal destes idosos e melhorar a sua qualidade de vida.
126
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo relata pela primeira vez de forma sistemática e detalhada a
epidemiologia de saúde bucal e a necessidade de tratamento odontológico em idosos
institucionalizados em um município baiano.
Ao caracterizar o perfil socioeconômico e demográfico dos idosos institucionalizados
encontrou-se que a maioria dos idosos investigados foi do sexo feminino (63,33%), da raça
negra (47,5%), com faixa etária entre 60 e 75 anos (49,2%), solteira (47,5%), analfabeta
(60,8%) e residia em instituões filantrópicas (88,33%).
Um programa odontológico, comprometido com a proteção e promoção da saúde
bucal dos idosos, foi encontrado somente em uma das quatro instituições investigadas, no
entanto este ainda pareceu incipiente apesar do CPO-D médio dos idosos que tinham acesso
ao programa (27,77) ser menor do que o daqueles que não tinham acesso (29,59).
O elevado valor do CPO-D médio (28,77 ± 4,83), do componente “perdido” (79,83%)
e de edentulismo (39,17%) registrados nos idosos pesquisados constituem um problema grave
de saúde bucal e remetem para a reflexão sobre a prática odontológica mutiladora e a
iniqüidade no acesso aos serviços, aos quais os idosos foram submetidos no passado.
Quanto a prevalência da cárie de raiz e o CO-R, nesse estudo, foram relativamente
baixos, no entanto, esta situação deveu-se basicamente ao elevado número de dentes perdidos
encontrados.
O baixo percentual de uso de prótese (23,33% superior e 17,50% inferior), aliado à
grande necessidade de prótese (89,16% superior e 91,7% inferior), evidencia a falta de ações
reabilitadoras ofertadas pelo serviço público, ratificando a ausência de políticas públicas de
saúde bucal voltadas para este grupo.
Segundo o Índice Periodontal Comunitário (CPI) e o Índice de Perda de Inserção
Periodontal (PIP), os problemas periodontais apresentados foram, em sua grande maioria, de
baixa complexidade, o que não exclui a necessidade do fortalecimento da autonomia dos
idosos em seu autocuidado e da educação em saúde para os seus cuidadores.
A prevalência de alterações em tecido mole, incluindo a candidose oral, foi
relativamente baixa.
Por fim, os idosos institucionalizados no município de Feira de Santana (BA)
apresentaram precárias condições de saúde bucal, o que evidencia a necessidade de outros
estudos que considerem a saúde do idoso institucionalizado para subsidiar o planejamento das
127
ações, bem como, a urgência na tomada de decisões do poder público no que tange à
implementação de programas de saúde bucal, visando a promoção, proteção, recuperação da
saúde bucal, e, conseqüentemente, a melhoria da qualidade de vida desse grupo etário.
128
REFERÊNCIAS
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PERES, M. A. (Ed.); CRIVELLO JUNIOR, O. (Coord.). Epidemiologia da Saúde Bucal.
Coleção: Fundamentos de Odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, cap. 4, p.
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______. A Epidemiologia: um olhar coletivo sobre a saúde bucal. In: FERREIRA, M. A. F.;
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RN: Editora da UFRN, 2004.cap.3, p. 39-62.
139
______; LIMA, K.C.; COSTA, P. A. P. A cárie dentária. In: FERREIRA, M.A.F.;
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de São Paulo (Brasil). Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 26, n. 3, jun. 1992.
ROUQUAYROL, M. Z., ALMEIDA FILHO, N. de. Epidemiologia e Saúde. 6. ed. Rio de
Janeiro: MEDSI, 2003, 708 p.
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Janeiro: Interciência. 2004. 399p.
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São Paulo, v. 53, n. 4, p. 279-82, jul./ago. 1999.
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140
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141
APÊNDICES
142
APÊNDICE A- FICHA DE LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO - Instrumento
Aplicado aos sujeitos da pesquisa -
INFORMAÇÕES GERAIS
Sexo Grupo étnico Idade em anos Estado civil
Anos de Estudo Escolaridade Renda pessoal
O EXAME CLÍNICO - CONDIÇÃO DE SAÚDE BUCAL
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A
A
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M
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18 17 16 15 14 13 12 11
Coroa
Raiz
Trat.
D
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O
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N
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I
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D
O
O
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A
A
L
L
CPI PIP
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
P
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S
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Uso de Prótese Qualidade da prótese Necessidade de Prótese
Acompanhamento após a colocação da prótese
Quanto Tempo tem que usa a mesma prótese
Sup Inf
Sup Inf
Sup Inf
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L
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L
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Presença / ausência de alteração
Localização da lesão em tecido mole Tipo de lesão fundamental
Coloração Consistência Sintomatologia
C
C
A
A
N
N
D
D
I
I
D
D
O
O
S
S
E
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O
O
R
R
A
A
L
L
21 22 23 24 25 26 27 28
Coroa
Raiz
Trat.
48 47 46 45 44 43 42 41
Coroa
Raiz
Trat.
31 32 33 34 35 36 37 38
Coroa
Raiz
Trat.
17/16
11
26/27
47/46 31 36/37
143
APÊNDICE B FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO. Instrumento aplicado
ao responsável técnico pela instituição.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
Av. Universitária, s/n - Km 03 da BR 116, Campus Universirio. CEP: 44031-460. Feira de Santana – BA
Pesquisa: Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia, 2008
ID
ENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
1- NOME DA INSTITUIÇÃO
2
-
RESPONSÁVEL TÉCNICO
3- TIPO DE
INSTITUIÇÃO
2.1 ( ) particular
2.2 ( ) filantrópica
2.3 ( ) pública municipal
2.4 (....) pública estadual
2.5 (....) outro _______________
4- Existe na instituição
algum programa de
promoção e proteção de
saúde bucal?
3.1 ( )SIM 3.2 ( ) NÃO
5- Se SIM, este programa é: 44.1 ( ) próprio, realizado por profissional de nível
superior (NS)
4.2 ( ) próprio, realizado por profissional de nível médio
(NM)
4.3 ( ) promovida pela prefeitura, realizado por profissional
de NS
4.4 ( ) promovida pela prefeitura, realizado por profissional
de NM
4.5 ( ) promovida por voluntários, realizado por
profissional de NS
4.6 ( ) promovida por voluntários, realizado por
profissional de NM
144
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Instituição
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
Av. Universitária, s/n - Km 03 da BR 116, Campus Universitário. CEP: 44031-460. Feira de Santana - BA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título do Projeto: Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia, 2008.
Versão: 01 Data: ____/___/2008
Pesquisadores: Profª Drª Tecia Daltro B. Alves e Julie Eloy Kruschewsky Contato: (0xx75) 3224-8116
A instituição a qual o(a) Senhor(a) é responsável está sendo convidada a participar de uma pesquisa. Antes de
decidir, é importante que entenda o motivo da realização do estudo e no que ele consiste. Estaremos a sua disposição,
pessoalmente, na UEFS Departamento de Saúde Núcleo de Saúde Coletiva - KM 03, BR 116, Campus
Universitário, Módulo, 44.031-460, Feira de Santana-BA, ou pelo telefone (0xx75) 3224-8116 para prestar qualquer
esclarecimento, caso você precise de maiores informações.
Esta pesquisa tem a duração de 24 meses e pretende descrever as características da saúde bucal de idosos
institucionalizados no município de Feira de Santana no ano de 2008. Depois dos dados coletados e dos resultados
analisados objetiva-se: - citar medidas que poderão ser tomadas para minimizar os danos, prevenir novas doenças e
conscientizar a população e os profissionais de saúde quanto às necessidades específicas desta faixa eria; - propiciar
subsídios ao planejamento de políticas públicas e de ações de promoção e assistência à saúde desse grupo
populacional.
Além disto, as instituições pesquisadas receberão, para os seus cuidadores, uma capacitação em saúde bucal
para a terceira idade, oferecido pela pesquisadora. Incluindo a distribuição do manual de saúde bucal para cuidadores
de idosos confeccionado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) em parceria com a UEFS.
O mecanismo utilizado para propiciar a transferência dos resultados para outras instituições, órgãos públicos e
privados, será o da publicação em revistas nacionais e internacionais de grande circulação, divulgação dos resultados à
comunidade, na imprensa escrita, através de Jornal que seja veiculado no município e entrega de uma cópia dos
resultados à Secretaria Municipal de Saúde para que os resultados sejam publicados no boletim epidemiológico
municipal e que sejam utilizados para subsidiar o planejamento das ações em saúde bucal.
Vale lembrar que, durante a pesquisa, serão sempre respeitados os valores culturais, sociais, morais, religiosos
e éticos, bem como os hábitos e costumes, assegurando, inclusive o direito de desistência, direito ao anonimato e o
encaminhamento dos pesquisados para unidades básicas de saúde, hospitais, e/ou para as clínicas da universidade, caso
algum caso de urgência seja detectado ou aconteça a suspeita de lesão.
Salientamos que a identificação da sua instituição seresguardada e mantida em sigilo, e que, se em algum
momento da pesquisa houver constrangimento ou riscos aos pesquisados além daqueles previstos (algum desconforto
inerente ao exame odontológico e/ou sangramento gengival para aqueles com doenças na gengiva), ela poderá ser
encerrada.
Ressalta-se ainda que, caso haja algum prejuízo por quaisquer danos decorrentes dessa pesquisa,
compensações estarão de acordo com as normas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Se você achar que foi bem informado (a) e quiser que sua instituição participe voluntariamente desta pesquisa,
permitindo que os resultados da mesma sejam publicados, deverá assinar este documento que consta de duas vias. Uma
das vias ficará com você e a outra conosco. Sendo assim, desde já, agradecemos a sua colaboração e nos colocamos a
disposição para quaisquer esclarecimentos que porventura possam surgir.
_______________, de de 2008.
________________________________________________
Assinatura do Responsável pela Instituição
__________________________________ _____________________________
Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves Julie Eloy Kruschewsky
145
APÊNDICE D -Termo de Consentimento Livre EsclarecidoInstituição ESTUDO PILOTO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
Av. Universitária, s/n - Km 03 da BR 116, Campus Universitário. CEP: 44031-460. Feira de Santana - BA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título do Projeto: Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia, 2008.
Versão: 01 Data: ____/___/2008
Pesquisadores: Profª Drª Tecia Daltro B. Alves e Julie Eloy Kruschewsky Contato: (0xx75) 3224-8116
A instituição a qual o(a) Senhor(a) é responvel está sendo convidada a participar de uma pesquisa.
Antes de decidir, é importante que entenda o motivo da realização do estudo e no que ele consiste. Estaremos
a sua disposição, pessoalmente, na UEFS Departamento de Saúde Núcleo de Saúde Coletiva - KM 03,
BR 116, Campus Universitário, 6º Módulo, 44.031-460, Feira de Santana-BA, ou pelo telefone (0xx75)
3224-8116 para prestar qualquer esclarecimento, caso você precise de maiores informações.
Este Projeto está vinculado ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UEFS e foi
apreciado pelo Comitê de Ética da UEFS e aprovado através do ofício n° 074/2008 do referido Comitê. Tem
a duração de 24 meses e pretende descrever as características da saúde bucal de idosos institucionalizados no
município de Feira de Santana no ano de 2008. No entanto, esta instituição participará do estudo piloto
vinculado a esta pesquisa. Este estudo servirá para calibração do pesquisador e do anotador, bem como para
validar o instrumento da pesquisa. Este estudo se dará em duas etapas, onde a primeira e a segunda terão a
mesma metodologia, e os exames repetidos nos mesmos indivíduos.
Trinta indivíduos desta instituição, que possuam mais de 60 anos, participarão deste estudo piloto.
Para tal, os participantes assinarão um Termo de Consentimento autorizando o exame e uma cirurgiã-dentista
(a pesquisadora) fará um exame bucal simples e alguns questionamentos. Além disto, os participantes
receberão kits de higiene bucal e participarão de uma oficina sobre orientações sobre a saúde bucal das
pessoas idosas”.
Vale lembrar que, durante a pesquisa, serão sempre respeitados os valores culturais, sociais, morais,
religiosos e éticos, bem como os hábitos e costumes, assegurando, inclusive o direito de desistência, direito
ao anonimato e o encaminhamento dos pesquisados para unidades básicas de saúde, hospitais, e/ou para as
clínicas da UEFS, caso algum caso de urgência seja detectado ou aconteça a suspeita de lesão.
Salientamos que a identificação da sua instituão será resguardada e mantida em sigilo, e que, se em
algum momento da pesquisa houver constrangimento ou riscos aos pesquisados além daqueles previstos
(algum desconforto inerente ao exame odontológico e/ou sangramento gengival para aqueles já com doenças
na gengiva), ela poderá ser encerrada.
Ressalta-se ainda que, caso haja algum prejuízo por quaisquer danos decorrentes dessa pesquisa,
compensações estarão de acordo com as normas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Se voachar que foi bem informado (a) e quiser que sua instituição participe voluntariamente desta
pesquisa, permitindo que os resultados da mesma sejam publicados, deverá assinar este documento que
consta de duas vias. Uma das vias ficará com voe a outra conosco. Sendo assim, desde já, agradecemos a
sua colaboração e nos colocamos a disposição para quaisquer esclarecimentos que porventura possam surgir.
_________
______, de de 2008.
________________________________________________
Assinatura do Responsável pela Instituição
__________________________________ _____________________________
Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves Julie Eloy Kruschewsky
146
APÊNDICE E Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Sujeitos da Pesquisa
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
Av. Universitária, s/n - Km 03 da BR 116, Campus Universitário. CEP: 44031-460. Feira de Santana - BA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título do Projeto: Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia, 2008.
Versão: 01 Data: ____/___/2008
Pesquisadores: Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves e Julie Eloy Kruschewsky
O(a) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa.
Antes de decidir, é importante que entenda o motivo da realização do estudo e no que ele consiste.
Estaremos a sua disposição, pessoalmente, na UEFS – Departamento de Saúde – Núcleo de Saúde Coletiva - KM 03, BR
116, Campus Universitário, Módulo, 44.031-460, Feira de Santana-BA, ou pelo telefone (0xx75) 3224-8116 para prestar
qualquer esclarecimento, caso você precise de maiores informações.
Esta pesquisa tem a duração de 24 meses e pretende descrever as características da saúde bucal de idosos que moram em
asilos no município de Feira de Santana no ano de 2008.
As instituições pesquisadas receberão, para os seus cuidadores, uma oficina sobre saúde bucal para a terceira idade,
oferecido pela pesquisadora, que os auxiliará no cuidado diária com a saúde bucal dos senhores moradores desta instituição.
Além disto, haverá a distribuição do manual de saúde bucal para cuidadores de idosos confeccionado pela Secretaria de
Saúde do Estado da Bahia (SESAB) em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Estas medidas visam
melhorar o cuidado para com a sua saúde bucal e conseqüentemente, com a sua saúde geral.
Os resultados serão publicados em de grande circulação, os resultados serão divulgados à comunidade feirense na
imprensa escrita através de Jornal que seja veiculado no município e uma cópia dos resultados será entregue à Secretaria de
Saúde do município para que os resultados sejam publicados no boletim local para que sejam utilizados para ajudar no
planejamento das ações em saúde bucal em instituições como esta.
Vale lembrar que, durante a pesquisa, serão sempre respeitados os seus valores culturais, sociais, morais, religiosos e
éticos, bem como os hábitos e costumes, assegurando. Além disto, você tem o direito de desistir da pesquisa a qualquer momento,
e, caso algum caso de urgência seja detectado ou aconteça a suspeita de alguma lesão, contatos serão firmados para que você seja
encaminhado para unidades básicas de saúde do município ou para as clínicas da universidade.
Salientamos que o seu nome não será divulgado, ou seja, a sua identidade será resguardada e mantida em sigilo, e que se
em algum momento da pesquisa houver constrangimento ou riscos para vocês os pesquisados além daqueles previstos (algum
desconforto próprio do exame odontológico e sangramento gengival para aqueles com doenças na gengiva), ela poderá ser
encerrada.
Ressalta-se ainda que, caso haja algum prejuízo por quaisquer danos decorrentes dessa pesquisa, compensações estarão
de acordo com as normas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Se você achar que foi bem informado (a) e quiser participar voluntariamente desta pesquisa, permitindo que os
resultados da mesma sejam publicados, deverá assinar este documento que consta de duas vias. Uma das vias ficará com você e a
outra conosco.
Desde já, agradecemos a sua colaboração e nos colocamos a disposição para quaisquer esclarecimentos que porventura
possam surgir.
Feira de Santana, de de 2008.
________________________________________________
Assinatura do idoso ou responsável legal
__________________________________ _____________________________
Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves Julie Eloy Kruschewsky
147
APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Sujeitos da Pesquisa – ESTUDO PILOTO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
Av. Universitária, s/n - Km 03 da BR 116, Campus Universitário. CEP: 44031-460. Feira de Santana - BA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título do Projeto: Saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana, Bahia, 2008.
Versão: 01 Data: ____/___/2008
Pesquisadores: Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves e Julie Eloy Kruschewsky
O(a) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa.
Antes de decidir, é importante que entenda o motivo da realização do estudo e no que ele consiste.
Estaremos a sua disposição, pessoalmente, na UEFS – Departamento de Saúde – Núcleo de Saúde Coletiva - KM 03, BR
116, Campus Universitário, dulo, 44.031-460, Feira de Santana-BA, ou pelo telefone (0xx75) 3224-8116 para prestar
qualquer esclarecimento, caso você precise de maiores informações.
Este Projeto está vinculado ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UEFS e foi apreciado pelo Comi
de Ética da UEFS e aprovado através do ofício n° 074/2008 do referido Comitê. Tem a duração de 24 meses e pretende descrever
as características da saúde bucal de idosos institucionalizados no município de Feira de Santana no ano de 2008. No entanto, você
participará do estudo piloto vinculado a esta pesquisa. Este estudo servirá para calibração do pesquisador e do anotador, bem
como para validar o instrumento (ficha) da pesquisa. Este estudo se dará em duas etapas, onde a primeira e a segunda terão a
mesmo método, e os exames repetidos nos mesmos indivíduos.
Trinta indivíduos desta instituição, que possuam mais de 60 anos, participarão deste estudo piloto. Para tal, uma cirurgiã-
dentista (a pesquisadora) fará um exame bucal simples e alguns questionamentos. Além disto, os participantes receberão kits de
higiene bucal e participarão de uma oficina sobre “orientações sobre a saúde bucal das pessoas idosas”.
Vale lembrar que, durante a pesquisa, serão sempre respeitados os seus valores culturais, sociais, morais, religiosos e
éticos, bem como os hábitos e costumes, assegurando. Além disto, você tem o direito de desistir da pesquisa a qualquer momento,
e, caso algum caso de urgência seja detectado ou aconteça a suspeita de alguma lesão, contatos serão firmados para que você seja
encaminhado para as clínicas da UEFS.
Salientamos que o seu nome não será divulgado, ou seja, a sua identidade será resguardada e mantida em sigilo, e que se
em algum momento da pesquisa houver constrangimento ou riscos para vocês os pesquisados além daqueles previstos (algum
desconforto próprio do exame odontológico e sangramento gengival para aqueles com doenças na gengiva), ela poderá ser
encerrada.
Ressalta-se ainda que, caso haja algum prejuízo por quaisquer danos decorrentes dessa pesquisa, compensações estarão
de acordo com as normas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Se você achar que foi bem informado (a) e quiser participar voluntariamente desta pesquisa, permitindo que os
resultados da mesma sejam publicados, deverá assinar este documento.
Desde já, agradecemos a sua colaboração e nos colocamos a disposição para quaisquer esclarecimentos que porventura
possam surgir.
Feira de Santana, de de 2008.
________________________________________________
Assinatura do idoso ou responsável legal
__________________________________ _____________________________
Profª Drª Tecia Daltro Borges Alves Julie Eloy Kruschewsky
148
ANEXOS
149
150
151
152
153
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