Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DE MENISCOS
CANINOS: EX VIVO E INCLUSO EM GELATINA
PRISCILLA MACEDO DE SOUZA
BOTUCATU-SP
Fevereiro 2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DE MENISCOS
CANINOS: EX VIVO E INCLUSO EM GELATINA
PRISCILLA MACEDO DE SOUZA
Dissertação apresentada junto ao Programa
de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
para obtenção do título de Mestre.
Orientadora: Profa. Ass. Dra. Maria Jaqueline Mamprim
BOTUCATU-SP
Fevereiro 2008
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. E TRAT. DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE
Souza, Priscilla Macedo.
Avaliação ultra-sonográfica de meniscos caninos: ex vivo e incluso em
gelatina/ Priscilla Macedo Souza. – Botucatu : [s.n.], 2008.
Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade Estadual Paulista, 2008.
Orientador: Prof. Dr. Maria Jaqueline Mamprim
Assunto CAPES:
1. Radiologia veterinária. 2. Cão. 3. Meniscos (Anatomia).
CDD 636.08960757
Palavras chave: Cães; Menisco; Radiologia; Ultra-sonografia.
i
Composição da Banca Examinadora de Dissertação de autoria de Priscilla Macedo
de Souza apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade Estadual Paulista-UNESP, Campus de Botucatu, da data de 31 de
janeiro de 2008, para obtenção do título de Mestre em Medicina Veterinária.
___________________________________
Profa. Assistente Dra. Maria Jaqueline Mamprim
___________________________________
Profa. Assistente Dra.Sheila Canavese Rahal
___________________________________
Profa. Assistente Dra. Luciana Del Rio Pinoti Ciarlini
ii
Dedico este trabalho aos meus pais queridos, a meu marido Leandro, a meus filhos
que tanto amo João Vitor e Enzo (in memorian), por me apoiarem e incentivarem
para a realização deste experimento.
iii
Essa dissertação é dedicada...
A DEUS por mais um dia estar aqui e poder desfrutar da companhia de todos vocês.
A vocês, amados pais, que sempre dedicaram da vida os melhores momentos, para
tornar possível mais este passo de minha vida. Obrigada pelo incentivo, pelas
palavras de conforto, frente a nosso desanimo!
Vocês resgataram em mim a força, fazendo com eu acreditasse que seria capaz de
vencer. Essa vitória pertence a vocês também. Minha eterna gratidão.
A meu filho João Vitor que me ajudou muito por sempre desligar o computador
quando eu escrevia e esquecia de salvar, mas que encheu meu coração de muita
felicidade e que me trouxe muita paz. A meu querido filho Enzo (in memorian) que
apesar de não estar presente de corpo sempre estará em meu coração, com isso me
fez lutar para que essa tese fosse feita com muito amor. Eu amo vocês.
Ao Leandro, meu esposo, que me apoiou muito nesta trajetória, apesar de todos os
entretenimentos ocorridos, o seu estímulo e carinho foram às armas desta vitória. A
você meu querido esposo com todo meu amor, obrigada!
A meu querido irmão, que compartilho das dificuldades e das alegrias e sempre
incentivou o desenvolvimento desta dissertação.
As minhas queridas avós que sempre preocupadas, proporcionaram grande carinho
para que a dissertação fosse elaborada.
À minha sogra Marina e meu sogro Aparecido, pelo carinho, incentivo e apoio na
realização deste experimento.
iv
A minha orientadora Profa. Maria Jaqueline Mamprim que acreditou em mim,
mostrando a sua confiança para a elaboração deste trabalho. Mostrou-se amiga e
preocupada com meus interesses. Sua simplicidade e sabedoria tornaram um
exemplo a seguir, meu respeito e eterna gratidão.
v
AGRADECIMENTOS
Ao curso de Pós-graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ
–RARV UNESP- Botucatu-SP pela oportunidade oferecida para a realização deste
experimento.
À seção de Pós-graduação FMVZ- UNESP- Botucatu-SP, Denise
Fioravante Garcia, Maria Aparecida Manoel, Maria Regina Forlin e José Roberto de
Lalla Junior pela simpatia com que sempre me atenderam.
A orientadora do curso de Residência Professora Luciana Del Rio Pinoti
Ciarlini por ter dado a oportunidade em conhecer a Profa. Jaqueline e pelo
companheirismo desde a residência da UNESP de Araçatuba até os dias de hoje.
Ao Professor César Taconeli do Departamento de Bioestatística, Instituto
de Biocências, UNESP- Botucatu-SP, pelas orientações e análises estatísticas.
Ao Funcionário Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária Marcos Antonio Fumis Pellici (Marquinho), Benedito Favan (Dito) e Wilma
de Castro (Da. Vilma), pela ajuda que me deram, por sempre serem gentis e por
estarem prontos a atender meus pedidos.
Aos residentes da Radiologia Veterinária, pelo carinho e atenção que
recebi.
Aos meus colegas da pós-graduação, pela conversa, amizade e troca de
experiência.
Aos docentes do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária, professoras Lucy Marie Ribeiro Muniz, Vânia Maira Machado e professor
Luis Carlos Vulcano pelo incentivo, confiança e ensinamento durante o período de
mestrado.
Ao funcionário da Patologia Veterinária Amauri, pela ajuda e a paciência
com o experimento.
A docente do Departamento de Clínica Veterinária Profa.Dra. Noeme
Souza Rocha por permitir minha passagem pela patologia.
Aos Médicos Veterinários responsáveis pelo Centro de Zoonose, Cassiano
Victoria e André Peres Barbosa de Castro pela ajuda e intensa colaboração, pois
sem ele o experimento não poderia ser realizado.
A todos que de forma direta ou indireta que contribuíram para a execução
desta dissertação.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Recipiente de plástico e gelatina com os meniscos inclusos....... 19
Figura 2 Classificação das lesões macroscópicas do menisco de acordo
com Koneberg e Edinger (2007). A - Ruptura Radial; B -
Horizontal; C – Ruptura em “alça de balde”; D - Ruptura
Longitudinal; Ruptura em “flap”. ..................................................
20
Figura 3 Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex
vivo com menisco intra-articular e incluso em gelatina: A - plano
longitudinal articular verificando estrutura homogênea com
ecogenicidade média de formato triangular; B - plano
longitudinal em gelatina verificando estrutura homogênea com
ecogenicidade média de formato triangular; C – plano
transversal articular verificando estrutura linear espessa e
hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia; D - plano
transversal em gelatina verificando estrutura linear espessa e
hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia. .......................
24
Figura 4 Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex
vivo com menisco intra-articular e incluso em gelatina: A - plano
longitudinal caudal articular verificando estrutura homogênea
com ecogenicidade média de formato triangular; B - plano
longitudinal caudal em gelatina verificando estrutura
homogênea com ecogenicidade média de formato triangular; C
plano transversal caudal articular verificando estrutura linear
espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia; D -
plano dorsal em gelatina verificando estrutura homogênea com
ecogenicidade média apresentando a porção lateral (L), medial
(M) e central (C) do menisco. ......................................................
25
vii
Figura 5 Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex
vivo com: A lesão meniscal intra-articular - plano transversal
articular verificando estrutura linear espessa e hiperecogênica
dorsal ao côndilo lateral da tíbia, porém com uma linha
hipoecogênica (seta), B sonograma de um cão normal - plano
transversal articular verificando estrutura linear espessa e
hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia, C - lesão
meniscal intra-articular - plano longitudinal articular verificando
estrutura homogênea com ecogenicidade média de formato
triangular, porém com uma linha hipoecogênica (seta), D -
sonograma de um cão normal - plano longitudinal articular
verificando estrutura homogênea com ecogenicidade média de
formato triangular. ....................................................................... 27
Figura 6 Radiografia da articulação femorotibiopatelar de um cão ex
vivo: A e B: canino, Fêmea, SRD, 5anos, 20 kg, sem alterações
radiográficas; A - projeção mediolateral em posição anatômica;
B - projeção craniocaudal em posição anatômica. C e D:
canino, Fêmea, Akita, 12anos, 29 kg com alterações
radiográficas: diminuição do espaço articular, osteólise; C -
projeção médio-lateral em posição anatômica, D: projeção
craniocaudal em posição anatômica. .......................................... 28
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Dados dos cães em relação à raça, ao sexo, a idade e ao peso. . 21
Tabela 2
Mensurações em centímetros dos meniscos direitos, realizada
nos planos transversal e longitudinal pelo exame ultra-
sonográfico articular. US-MMT – Ultra-som – Menisco medial
transverso; US-MLT - Ultra-som – Menisco lateral transverso;
US- MML- Ultra-som - Menisco medial longitudinal; US- MLL
Ultra-som -. Menisco lateral longitudinal; US – MMTC – Ultra-som
– Menisco medial transverso caudal; US-MLTC - Ultra-som –
Menisco lateral transverso caudal; US- MMLC- Ultra-som -
Menisco medial longitudinal caudal; US- MLLC– Ultra-som -.
Menisco lateral longitudinal caudal. ...............................................
30
Tabela 3
Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos, realizada
nos planos transversal e longitudinal pelo exame ultra-
sonográfico articular. US-MMT – Ultra-som – Menisco medial
transverso; US-MLT - Ultra-som – Menisco lateral transverso;
US- MML- Ultra-som - Menisco medial longitudinal; US- MLL
Ultra-som -. Menisco lateral longitudinal; US – MMTC – Ultra-som
– Menisco medial transverso caudal; US-MLTC - Ultra-som –
Menisco lateral transverso caudal; US- MMLC- Ultra-som -
Menisco medial longitudinal caudal; US- MLLC– Ultra-som -.
Menisco lateral longitudinal caudal. ...............................................
31
Tabela 4
Mensuração em centímetros dos meniscos direitos inclusos em
gelatina, realizada nos planos transversal e longitudinal pelo
exame ultra-sonográfico. GEL-MMT – Gelatina – Menisco medial
transverso; GEL-MLT - Gelatina – Menisco lateral transverso;
GEL- MML- Gelatina - Menisco medial longitudinal; GEL- MLL
Gelatina -. Menisco lateral longitudinal. .........................................
32
Tabela 5
Mensuração em centímetros dos meniscos direitos inclusos em
gelatina, realizada nos planos transversal, longitudinal e dorsal
pelo exame ultra-sonográfico. GEL-MMTC – Gelatina – Menisco
medial transverso caudal; GEL-MLTC - Gelatina – Menisco
ix
lateral transverso caudal; GEL- MLLC - Gelatina – Menisco
lateral longitudinal caudal; GEL-MMD – Gelatina- Menisco medial
dorsal; GEL- MLD – Gelatina - Menisco lateral dorsal. .................
33
Tabela 6 Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos inclusos
em gelatina, realizada nos planos transversal e longitudinal pelo
exame ultra-sonográfico. GEL-MMT – Gelatina – Menisco medial
transverso; GEL-MLT - Gelatina – Menisco lateral transverso;
GEL- MML- Gelatina - Menisco medial longitudinal; GEL- MLL
Gelatina -. Menisco lateral longitudinal. .........................................
34
Tabela 7 Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos inclusos
em gelatina, realizada nos planos transversal, longitudinal e
dorsal pelo exame ultra-sonográfico. GEL-MMTC – Gelatina –
Menisco medial transverso caudal; GEL-MLTC - Gelatina –
Menisco lateral transverso caudal; GEL- MLLC - Gelatina –
Menisco lateral longitudinal caudal; GEL-MMD – Gelatina-
Menisco medial dorsal; GEL- MLD – Gelatina - Menisco lateral
dorsal. ............................................................................................
35
Tabela 8 Índice de concordância das medidas dos meniscos através do
exame ultra-sonográfico e da gelatina do membro pélvico
esquerdo. . MMT – Menisco medial transverso; MLT - Menisco
lateral transverso; MML - Menisco medial longitudinal; MLL
Menisco lateral longitudinal; MMTC - Menisco medial transverso
caudal; MLTC - Menisco lateral transverso caudal; MMLC -
Menisco medial longitudinal caudal; MLLC - Menisco lateral
longitudinal caudal. ........................................................................
38
Tabela 9 Índice de concordância das medidas dos meniscos através do
exame ultra-sonográfico e da gelatina do membro direito. MMT
Menisco medial transverso; MLT - Menisco lateral transverso;
MML - Menisco medial longitudinal; MLL - Menisco lateral
longitudinal; MMTC - Menisco medial transverso caudal; MLTC -
Menisco lateral transverso caudal; MMLC - Menisco medial
longitudinal caudal; MLLC - Menisco lateral longitudinal caudal. ..
39
x
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1
Correlação das medidas dos meniscos através do exame ultra-
sonográfico articular (ultra-som) e do menisco incluso em gelatina
(gelatina) do membro direito. MMT – Menisco medial transverso;
MLT - Menisco lateral transverso; MML - Menisco medial
longitudinal; MLL – Menisco lateral longitudinal; MMTC - Menisco
medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral transverso
caudal; MMLC - Menisco medial longitudinal caudal; MLLC -
Menisco lateral longitudinal caudal.
.....................................
36
Gráfico 2
Correlação das medidas dos meniscos através do exame ultra-
sonográfico articular (ultra-som) e do menisco incluso em gelatina
(gelatina) do membro esquerdo. MMT – Menisco medial
transverso; MLT - Menisco lateral transverso; MML - Menisco
medial longitudinal; MLL – Menisco lateral longitudinal; MMTC -
Menisco medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral
transverso caudal; MMLC - Menisco medial longitudinal caudal;
MLLC - Menisco lateral longitudinal caudal. ..................................... 37
xi
RESUMO
SOUZA, P.M. Avaliação ultra-sonográfica de meniscos caninos: ex vivo e incluso em
gelatina. Botucatu, 2008, 70p. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” - UNESP.
O exame ultra-sonográfico fornece informações sobre os aspectos
sonográficos normais e das principais afecções que acometem o sistema articular
dos animais. Ainda são escassas as informações sobre a utilização do exame ultra-
sonográfico para a visibilização e diagnóstico das alterações dos meniscos caninos.
O objetivo deste trabalho foi estabelecer as imagens ultra-sonográficas normais dos
meniscos ex - vivo e inclusos em gelatina na e detectar possíveis alterações,
tomando como “padrão ouro” a macroscopia. Exames radiográficos da articulação do
joelho foram realizados para fornecer dados sobre alterações articulares.
Desenvolveu-se uma técnica para incluir os meniscos em gelatina a fim de analisá-
los ultra-sonograficamente. Após a inclusão, imagens ultra-sonográficas foram
realizadas dos meniscos para se comparar com as imagens intra-articulares. Nesse
experimento foram utilizados 15 cães, machos ou fêmeas, com idade de 8 meses a
192 meses (16 anos), sem histórico clínico. No exame ultra-sonográfico da
articulação foi possível observar no plano transversal craniocaudal e caudocranial
uma estrutura linear espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo medial, sendo que
nesse caso o menisco apresentou 0,48 x 1,25cm e uma dorsal ao côndilo lateral
(0,51 x 1,90cm) da tíbia, imagem essa que representou a região central do menisco
medial e lateral. Constatou-se que a imagem ultra-sonográfica do plano longitudinal
do menisco medial é mais facilmente acessada, do que a do lateral, pois se
visibilizou ruptura no menisco medial. Os planos intra-articulares longitudinal caudal
e transversal caudal apresentaram melhor visibilização dos meniscos e maior índice
de correlação e concordância com as imagens dos meniscos inclusos.
Os meniscos dos cães com peso maior do que 20 kg foram mais facilmente
visibilizados, embora tenha sido possível também visibilizar os meniscos dos cães
com menos de 20 kg. As medidas ultra-sonográficas dos meniscos inclusos em
gelatina e intra-articulares, obtidas nos planos transversal e longitudinal, obtiveram
xii
correlação positiva, o que indica o grau de acurácia da técnica ultra-sonográfica em
visibilizar o menisco normal bem como diagnosticar suas lesões.
Palavras-chave: cães, diagnóstico por imagem, menisco, radiologia, ultra-
sonografia.
xiii
ABSTRACT
SOUZA, P.M. Ultrasound evaluation of canine menisci: ex-vivo and inserted in gelatin.
Botucatu, 2008. 70p. Dissertation in the Masters – College of Veterinary Medicine
and Animal Science, Botucatu Campus , Sao Paulo State University “ Julio de
Mesquita Filho “ – UNESP.
The ultrasound examination provides information about normal sonographic
aspects and main affections that attack the articular system of animals. Information
about the use of the ultrasound examination to view and diagnose alterations in
canine menisci is still scarce. The objective of this work was to establish normal
ultrasound images of ex-vivo menisci and menisci inserted in gelatin and detect
possible alterations, taking macroscopy as “gold standard”. Radiographic
examinations of the articulation of the knee were performed to provide data about
articular alterations. A technique was developed to insert menisci in gelatin in order to
analyze them by means of ultrasound examination. After insertion, ultrasound images
of the menisci were obtained to make a comparison with intra-articular images. In this
experiment, 15 male or female dogs were used, with ages from 8 to 192 months old
(16 years old), without clinical history. In the ultrasound examination of the
articulation, it was possible to observe a thick and hyperechogenic linear structure in
the cranial-caudal and caudal-cranial transversal plan, dorsal to the medial condyle,
being that, in this case, the meniscus presented 0,48 x 1,25cm, and another one,
dorsal to the lateral condyle (0,51 x 1,90cm) of the tibia, representing the central
region of the medial and lateral meniscus. It was verified that the ultrasound image of
the longitudinal plan of the medial meniscus is more easily accessed than the lateral
one, because a rupture in the medial meniscus was possible to be viewed.
Longitudinal caudal and transversal caudal intra-articular plans presented better
viewing of the menisci and higher correlation index and consonance with the images
of the inserted menisci.
The menisci of dogs heavier than 20 kg were more easily viewed, although
menisci of dogs lighter than 20 kg were also possible to be viewed. Ultrasound
measurements of the articular menisci and menisci inserted in gelatin, obtained in
transversal and longitudinal plans, presented positive correlation, what indicates the
xiv
accuracy degree of the ultrasound technique in viewing the normal meniscus, as well
as diagnosing its lesions.
Keywords: dogs, image diagnosis, meniscus, radiology, ultrasound.
xv
SUMÁRIO
___________________________
xvi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS...................................................................................... viii
LISTA DE GRÁFICOS.................................................................................... x
RESUMO........................................................................................................ xi
ABSTRACT.................................................................................................... xiii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 2
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 5
2.1 Anatomia............................................................................................. 5
2.2 Fisiopatogenia..................................................................................... 6
2.3 Diagnóstico.......................................................................................... 8
2.3.1 Histórico/Exame físico.............................................................. 8
2.3.2 Exame radiográfico.................................................................. 9
2.3.3 Exame ultra-sonográfico.......................................................... 9
3 OBJETIVO................................................................................................... 14
4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 16
4.1 Local do experimento.......................................................................... 16
4.2 Animais................................................................................................ 16
4.3 Equipamentos..................................................................................... 16
4.4 Exame radiográfico............................................................................. 17
4.5 Exame ultra-sonográfico..................................................................... 17
4.6 Análise estatística............................................................................... 20
5 RESULTADOS ........................................................................................... 23
6 DISCUSSÃO............................................................................................... 40
7 CONCLUSÕES........................................................................................... 44
8 REFERÊNCIAS........................................................................................... 46
9 ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................. 51
10 ANEXO I.................................................................................................... 70
10.1 Ficha de identificação do paciente.................................................... 70
Introdução
1
INTRODUÇÃO
_____________________________
Introdução
2
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento tecnológico dos aparelhos ultra-sonográfico a
imagem teve melhoria em sua resolução. Como resultado desses fatos, no mercado
ocorreu um grande aumento do número de profissionais trabalhando com esse meio
de diagnóstico, portanto o ultra-som tem hoje um papel fundamental na rotina da
clínica de pequenos e de grandes animais.
Nas enfermidades da articulação do joelho, o diagnóstico geralmente é
baseado na história clínica de claudicação, no exame físico, ortopédico e
radiográfico, e para avaliação das estruturas intra-articulares utiliza-se a artrografia,
artrocentese, artroscopia e ressonância magnética. Esses procedimentos, com
exceção da ressonância magnética e da radiografia, são meios invasivos de
diagnóstico das alterações intra-articulares (REED et al., 1995; DUNCAN et al.,
1995). Para evitar essa forma invasiva tem-se utilizado a ultra-sonografia como uma
opção para avaliar as estruturas em relação a sua forma, tamanho e ecogenicidade
(COOK et al., 1999).
O exame ultra-sonográfico é utilizado há anos como exame de rotina na
avaliação de problemas articulares em pacientes humanos. Na medicina veterinária,
especificamente na área de animais de companhia, a ultra-sonografia articular é um
método de diagnóstico ainda pouco utilizado (KRAMER et al., 1999). Esta técnica
tem por objetivo avaliar os tecidos moles do sistema locomotor (músculos, tendões e
ligamentos) (CARVALHO, 2004), permitindo ainda estudar as estruturas normais e
as alterações dos meniscos, cartilagens e espaço articular (REED et al., 1995;
COOK et al., 1999; MAHN et al., 2005) e do contorno ósseo, complementando assim
a avaliação radiográfica, que fornece informações morfológicas e estruturais dos
componentes anatômicos. (CARVALHO, 2004).
O exame radiográfico tem grande contribuição diagnóstica para
visibilização da DDA, possibilitando assim maior número de informações em
conjunto com a ultra-sonografia. Porém o exame radiográfico não diagnostica as
lesões meniscais.
A vantagem do exame ultra-sonográfico é a não utilização de radiação
ionizante e o fato de permitir a visibilização de estruturas intra-articulares. Porém a
Introdução
3
experiência do operador e a necessidade de transdutores específicos são fatores
limitantes. (MUZZI et al., 2001)
Os achados ultra-sonográficos mais comum são: a presença de efusão
articular, estrutura de formato triangular com ecogenicidade média e homogênea
(meniscos), em alguns casos podem-se verificar a presença de uma estrutura
hiperecogênica e irregular no local de inserção do ligamento cruzado cranial,
compatível com a ruptura do mesmo (MAHN et al., 2005). No entanto, essa ruptura é
uma das principais doenças articulares responsável pela lesão meniscal, quando se
torna crônica (KEENE et al., 1993).
A imagem ultra-sonográfica articular em humanos e em eqüinos
apresenta uma alta correlação quando comparada à imagem ultra-sonográfica
articular do cão (REED et al., 1995; MAHN et al., 2005; KONEBERG e EDINGER,
2007). O exame ultra-sonográfico fornece informações sobre os aspectos
sonográficos normais e das principais afecções que acometem o sistema articular
dos animais (CARVALHO, 2004; MAHN et al., 2005).
O presente trabalho utiliza a ultra-sonografia como ferramenta que
possibilita examinar os aspectos sonográficos normais e as alterações dos meniscos
dos joelhos de cães.
Revisão de Literatura
4
REVISÃO DE LITERATURA
_____________________________
Revisão de Literatura
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ANATOMIA
Dentro da sindesmologia, que é a área da anatomia responsável pelo
estudo das articulações, podemos classificar a articulação femorotibial como sinovial
ou diartrodial do tipo gínglimo e uniaxial, o que confere a capacidade de flexão e
extensão, além de movimentos axiais e laterais (SISSON et al.,1986; PAYNEY e
CONSTANTINESCU, 1993). Esta composta por uma cavidade articular, cápsula,
líquido sinovial, cartilagem articular, osso subcondral, ligamentos intra-articulares e
por dois meniscos, denominados de medial e lateral (PIERMATTEI, 1999).
Os meniscos são estruturas bicôncavas, fibrocartilaginosas e em formato
de "C", localizados entre os côndilos femoral e tibial. No plano transversal, os
meniscos têm forma de cunha, a borda central é delgada e côncava e a borda
periférica mais espessa (6-8 mm em cães de raça de grande porte) (VASSEUR,
1998). O menisco lateral é maior e mais espesso que o menisco medial
(ARNOCZKY e WARREN, 1983; NEWTON e NUNAMAKER, 1985; CARPENTER e
COOPER, 2000). Sua composição tem 64% de água e grande quantidade de
colágeno e proteoglicanas (ARNOCZKY e WARREN, 1983; NEWTON e
NUNAMAKER, 1985; CARPENTER e COOPER, 2000). Os meniscos são fixos por
ligamentos, o que lhes proporciona estabilidade na movimentação do joelho durante
a flexão, extensão e rotação (NEWTON e NUNAMAKER, 1985).
As extremidades dos meniscos são chamadas de cornos e o segmento
que se estende entre os cornos é denominado corpo. Estruturalmente os cornos e o
corpo se diferem. Os cornos dos meniscos possuem grande quantidade de vasos
sangüíneos e fibras nervosas, ao passo que o corpo não possui vasos sangüíneos
nem fibras nervosas. A irrigação sangüínea dos meniscos origina-se dos ramos das
artérias geniculadas medial e lateral. (ARNOCZKY e WARREN,1983; VASSEUR,
1998).
Revisão de Literatura
6
2.2 FISIOPATOGENIA
Os meniscos atuam na proteção das superfícies articulares opostas, pois
agem como elementos de transmissão de cargas e de absorção de energias de
impacto; contribuem para estabilidade durante a flexão e extensão do joelho,
prevenindo movimentos de rotação e promovendo estabilidade varo e valgo da
articulação; e por atuarem como estruturas móveis, elásticas e periféricas, auxiliam
na lubrificação da articulação, prevenindo o atrito entre as superfícies articulares do
fêmur e da tíbia (ARNOCZKY e WARREN,1983). Na posição de estação, os
meniscos suportam e absorvem 65% da carga de sustentação do peso corpóreo. A
inervação dos cornos faz com que os meniscos tenham função sensitiva de auxiliar
na propriocepção do membro, protegendo a articulação de carga em excesso (como
o sobrepeso), por meio de arco reflexo envolvendo a musculatura regional
(ARNOCZKY e WARREN,1983; VASSEUR, 1998).
As lesões dos meniscos ocorrem quando sua fibrocartilagem fica sujeita à
pressão anormal ou tensão. A região do menisco lesionado depende do grau de
flexão da articulação do joelho ao ser imposta a força rotacional. Quando em
extensão a porção cranial do menisco é acometida e, quando em flexão, a parte
caudal. A direção da rotação geralmente determina qual o menisco lesionado
(ARNOCZKY,1996).
As lesões meniscais isoladas sem lesão ligamentar concomitante não são
comuns em cães, embora lesões envolvendo o corpo do menisco lateral tenham sido
relatadas em quedas na qual a articulação sofre compressão excessiva (HULSE,
1995).
A lesão do menisco lateral é rara nos cães e está associada a um trauma
articular, já o menisco medial que possue menor mobilidade, e provavelmente por ter
na sua composição menor quantidade de água e glicosaminoglicanas fica mais
susceptível ao dano durante a instabilidade, que geralmente ocorre nas rupturas do
ligamento cruzado cranial (ARNOCZKY,1985).
Conforme descrito por Arnoczky (1985), as lesões nos meniscos podem
ocorrer em conjunto com a ruptura aguda do ligamento cruzado cranial ou associado
com a instabilidade crônica da articulação, onde esta instabilidade produzirá
movimentos que poderão comprimir os meniscos entre o fêmur e a tíbia, causando
degeneração. Quando a microestrutura estiver alterada, os meniscos estarão mais
Revisão de Literatura
7
vulneráveis às lesões e poderão sofrer lacerações diante de traumatismos mínimos
(NEWTON e NUNAMAKER, 1985; KEENE et al., 1993).
As alterações degenerativas nos meniscos estão associadas a doenças
articulares degenerativas, que resultam em instabilidade articular (COOK et al.,
1999; TIENEN et al., 2003).
A calcificação dos meniscos pode ser uma alteração degenerativa primária
ou secundária as doenças crônicas articulares (osteoartrite) (WEBER, 1998). A
idade também afeta as propriedades meniscais, pois cães com três anos de idade
ou mais apresentam uma menor celularidade na superfície do menisco quando
comparada aqueles com tempo de vida inferior a três anos. Com o aumento da
idade, o menisco torna-se mais rígido e sua elasticidade fica reduzida (JACKSON,
2001).
Segundo Keene et al. (1993), Hulse (1995) e Moore e Read (1996) os
tipos de lesões mais comuns do menisco medial são: lesão transversal na região
caudal do corpo do menisco medial – que se estende de medial para lateral e “lesão
em alça de balde”, a qual ocorre em sentido longitudinal do corpo do menisco, com o
deslocamento da porção medial para o centro da articulação interferindo com a
extensão e a flexão completa do joelho. A lesão transversa tende a ocorrer quando o
menisco estira-se, e a lesão longitudinal quando o menisco é comprimido entre o
fêmur e a tíbia durante a rotação.
Podem ocorrer outros tipos de lesões no menisco medial tais como: a
separação da sua porção caudal quando a articulação do joelho é posicionada em
extrema flexão, o corno caudal do menisco medial pode se deslocar para o interior
da articulação e dobrarem sobre-si, durante o movimento de deslizamento anormal
da articulação instável (ARNOCZKY,1996).
A ruptura dos meniscos é denominada de acordo com sua localização e
posição, como: ruptura longitudinal, ruptura transversal, ruptura em prega caudal,
ruptura em "forma de chifre" ou “alça de balde” (ARNOCZKY e WARREN, 1983;
NEWTON e NUNAMAKER, 1985; TIENEN et al., 2003) e segundo a classificação
humana pode ser: longitudinal simples, dupla e tripla; ruptura em "flap", radial e
divisão horizontal. (KEENE et al., 1993).
Revisão de Literatura
8
2.3 DIAGNÓSTICO
Cães de ambos os sexos e de qualquer idade ou raça estão susceptíveis a
possíveis lesões nos meniscos. Nos cães de grande porte a predisposição à esta
lesão é maior quando ocorre a instabilidade articular (HULSE e JOHNSON, 1997).
O diagnóstico da lesão do menisco é realizado por meio do histórico
clínico e do exame físico. O exame ortopédico também oferece dados a respeito da
inspeção, avaliação da marcha, realização dos movimentos normais e manobras
ortopédicas específicas. A maioria das lesões meniscais resultam em claudicação e,
geralmente, estão associadas à ruptura do ligamento cruzado cranial. Estudos
recentes indicam que 61% dos cães apresentam ruptura do ligamento cruzado
cranial e lesão dos meniscos e somente 21% dos cães com ruptura parcial têm
lesões meniscais (HULSE e JOHNSON, 1997; BUQUERA et al., 2002).
2.3.1 HISTÓRICO CLÍNICO/EXAME FÍSICO
O histórico clínico de claudicação crônica que evolui para a incapacidade
funcional do membro é o relato mais comum na ruptura do ligamento cruzado
cranial, quando associada à injúria do menisco (HULSE e JOHNSON, 1997).
Durante a manipulação da articulação, um ruído seco pode ser percebido
ao flexionar e estender o joelho, isto ocorre devido ao deslocamento da porção
lesionada do corno caudal do menisco medial ou devido ao movimento da parte livre
da lesão em “alça de balde”. Esse ruído é patognomônico para a lesão de menisco,
mas sua ausência não a exclui (HULSE e JOHNSON, 1997; DEJARDIN et al., 1998).
O menisco lesionado, apreendido entre o fêmur e a tíbia, pode dificultar o
diagnóstico de ruptura do ligamento cruzado cranial, pelo impedimento ou redução
do deslocamento da tíbia no teste do “movimento de gaveta cranial” (DEJARDIN et
al., 1998).
Revisão de Literatura
9
2.3.2 EXAME RADIOGRÁFICO
O exame radiográfico das articulações nos permite avaliar o tecido ósseo,
mas não as lesões meniscais. As projeções craniocaudal e mediolateral devem ser
realizadas para detectar alterações articulares degenerativas, embora esses
achados não sejam correlacionados às lesões meniscais. A ruptura do ligamento
cruzado cranial e a diminuição do espaço articular podem ser observadas nas
articulações com lesões meniscais (HULSE e JOHNSON, 1997). Assim como em
várias doenças articulares, os sinais radiográficos podem não ser compatíveis com
os sinais clínicos, o que não descarta a possibilidade da doença (SODERSTROM et
al., 1998).
2.3.3 EXAME ULTRA-SONOGRÁFICO
Há muito tempo o exame ultra-sonográfico vem sendo utilizado como uma
alternativa de avaliação articular. Na medicina veterinária, principalmente na área de
animais de companhia, é um método de diagnóstico pouco utilizado (KRAMER et al.,
1999), provavelmente por desconhecimento da técnica. Essa modalidade de imagem
apresenta vantagens e desvantagens como toda técnica. Como vantagens pode-se
citar o fato de ser um método não invasivo comparado com outros tipos de meios de
diagnósticos, como a artroscopia e a artrografia contrastada, não utilizar a radiação
ionizante e permitir a visibilização das estruturas intra-articulares, possibilitar a
avaliação das superfícies articulares do fêmur e da tíbia e, conseqüentemente,
alterações degenerativas. Além disso, o exame ultra-sonográfico é relativamente
barato, comparado a modalidades de imagens como a Ressonância Magnética, e
tem sido utilizado para acrescentar informações importantes ao diagnóstico de
maneira segura (REED et al., 1995; MUZZI et al., 2001).
Como desvantagens a utilização do exame ultra-sonográfico para a
imagem normal da anatomia articular canina, necessita de equipamentos específicos
e especialistas para um diagnóstico correto e decisivo para a cirurgia (MAHN,
2005).
Para a execução do exame ultra-sonográfico na maioria das vezes não há
necessidade de anestesia ou sedação do paciente. Realizar-se a tricotomia da área
do joelho e a aplicação do gel acústico, que é essencial para o melhor contato do
Revisão de Literatura
10
transdutor com a superfície articular. Deve-se colocar o paciente em decúbito dorsal
ou lateral, com o membro a ser examinado voltado para cima e semi-flexionado. O
transdutor localizado na região infrapatelar deve ser rotacionado lateral ou
medialmente cerca de 20
O
, para se obter a visibilização dos ligamentos (KRAMER et
al., 1999; CARPENTER e COOPER, 2000).
Para se proceder ao exame ultra-sonográfico precisamos de
equipamentos de tempo real e bidimensional (2D), com modo-B e transdutores
lineares cuja freqüência pode variar de 7,5 a 11MHz. As imagens são obtidas com o
membro parcialmente flexionado e em extensão, nos planos sagital e transversal, e
são avaliadas as regiões lateral, medial, suprapatelar e infrapatelar, utilizando cinco
diferentes janelas acústicas: cranial, craniomedial, craniolateral, caudomedial e
caudolateral (KRAMER et al., 1999; MAHN et al., 2005; KONEBERG e EDINGER,
2007).
Em humanos é muito utilizada a técnica caudomedial e caudolateral para
melhor visibilização do corno caudal do menisco, que também pode ser realizado
nos cães e nos eqüinos, e tem a vantagem de quando realizado no cão, o mesmo ira
se apresentar em decúbito lateral o que requer menor contenção, quando
comparado à técnica para abdômen (KRAMER et al., 1999; KONEBERG e
EDINGER, 2007).
Segundo Carvalho (2004) e Mahn et al. (2005), os meniscos são
visibilizados como estruturas de formato triangular, homogênea e com
ecogenicidade média. A superfície óssea e os numerosos artefatos de técnica,
somados ao espaço limitado da articulação, freqüentemente podem levar a falso
diagnóstico.
A imagem radiográfica fornece informações do tecido ósseo, o que
possibilita melhor precisão no diagnóstico, por isso deve ter-la em conjunto com a
imagem ultra-sonográfica intra-articular que possibilita melhor visibilização dos
tecidos moles como informação adicional (REED et al., 1995; COOK et al., 1999).
A ultra-sonografia do joelho é fundamental na avaliação dos tecidos moles
intra-articulares e fornece informações, tais como a presença de lesões articulares
degenerativas, anormalidades da cartilagem articular, ruptura meniscal,
anormalidades do músculo, tendões e ligamentos, e de neoplasias (REED et al.,
1995; CARPENTER e COOPER, 2000; MAHN et al., 2005). Em cães com menos de
15 kg, essa técnica se mostra falha em detectar lesões meniscais. No entanto a
Revisão de Literatura
11
exceção ocorre quando o aspecto anatômico da estrutura favorece a identificação
ultra-sonográfica (KRAMER et al., 1999; MUZZI et al., 2001; MAHN et al., 2005).
O ligamento cruzado cranial e o menisco medial são bem visibilizados no
plano sagital, a partir do acesso cranial, com o joelho em completa flexão. A
hipoecogenicidade é comparada com o ligamento patelar. A gordura infrapatelar é
observada nitidamente entre o ligamento patelar e ligamento cruzado cranial (LCCr)
e apresenta ecogenicidade maior do que a das estruturas ligamentosas regionais.
Por causa da orientação e das características sonográficas do LCCr, é possível
observar as rupturas parciais e completas no exame ultra-sonográfico (NYLAND e
MATTOON, 2005).
Segundo Reed et al. (1995) e Mahn et al. (2005) as estruturas intra-
articulares são homogêneas com baixa a moderada ecogenicidade. As cartilagens
normais são visibilizadas na lateral e medial dos côndilos femorais. Essas
cartilagens produzem distinta imagem hipoecogênica entre a ecogenicidade da
cartilagem do osso femoral e da ecogenicidade da cartilagem da interface.
As estruturas articulares dos cães apresentam-se similares as de eqüinos
e humanos (KONEBERG e EDINGER, 2007). Os meniscos são considerados
normais na imagem ultra-sonográfica, quando sua ecogenicidade média e sua fina
ecotextura são visibilizados na articulação femorotibial com sua superfície
congruente com a margem abaxial do menisco alinhando com a margem abaxial do
côndilo femoral e da tíbia. Pode ser vista uma linha hipoecogênica entre a superfície
do menisco e entre o fêmur e a tíbia, considerada normal no aspecto ultra-
sonográfico (MAHN et al., 2005).
O tecido meniscal é considerado alterado quando está hiperecogênico ou
hipoecogênico e com irregularidades de forma. Essas lesões são clasificadas de
acordo com Konerberg e Edinger (2007) em: ruptura radial, ruptura horizontal,
ruptura em "forma de chifre" ou “alça de balde”, ruptura longitudinal e ruptura em
“flap”. Quando a lesão não se encaixa nessas classificações é denominada como
ruptura complexa do menisco. Segundo Mahn et al. (2005), não se consegue
identificar todas as lesões meniscais através do ultra-som.
A presença de alterações decorrentes da doença degenerativa articular
(DDA) dificulta a visibilização do ligamento por meio da ultra-sonografia. A grande
quantidade de efusão articular e a formação de tecido sinovial reativo intra-articular
são fatores que interferem na avaliação das estruturas articulares (GNUDI e
Revisão de Literatura
12
BERTONI, 2001). A análise do líquido sinovial pode ajudar no diagnóstico DDA
(HULSE e JOHNSON, 1997).
Os ligamentos colaterais, os ligamentos meniscais, os ligamentos
intermeniscais, o tendão extensor digital profundo e o tecido sinovial não podem ser
visibilizados ao exame ultra-sonográfico em cães, em eqüinos e humanos também
não está descrito na literatura (REED et al., 1995; MAHN et al., 2005;).
Macrae e Scott, (1999) e Seong et al. (2005), realizaram a avaliação ultra-
sonográfica dinâmica, para a melhor detecção da cápsula articular com
administração de solução salina intra-articular em ovinos e em cães normais e com
ruptura do cruzado cranial. Os autores concluíram que dessa forma puderam
identificar a estrutura dos ligamentos, com mais facilidade, pois a solução salina
funciona como “janela acústica”.
Objetivo
13
OBJETIVO
__________________________
Objetivo
14
3 OBJETIVO
O presente trabalho teve por objetivo:
- Estabelecer as imagens ultra-sonográficas normais dos meniscos na
articulação do joelho, utilizando a macroscopia como “padrão ouro”;
- Mensurar ultra-sonograficamente os menisco, intra-articular e inclusos,
nos planos longitudinal e transversal e correlacionar esses dados entre si;
- Verificar a ocorrência da lesão do menisco medial e lateral em uma
população de cães sem acesso ao histórico clínico desses animais;
- Realizar o exame radiográfico dos joelhos para detectar lesões
articulares.
Material e Métodos
15
MATERIAL E MÉTODOS
_______________________________
Material e Métodos
16
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCAL DO EXPERIMENTO
Os procedimentos in vitro foram conduzidos no setor do serviço de
Radiologia Veterinária, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) situado no município de Botucatu, estado
de São Paulo. O estudo está de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação
Animal (COBEA) e foi aprovada pela Comissão de Ética em Experimentação da
FMVZ-UNESP, Botucatu, SP.
4.2 ANIMAIS
Para o experimento foram utilizados 15 cães, dispondo assim de 30
(trinta) membros pélvicos (direito e esquerdo), totalizando 60 meniscos, de machos
ou fêmeas, com idade variando de 8 meses a 192 meses (Tabela 1), proveniente do
Centro de Zoonose da Prefeitura Municipal de Botucatu-SP, que vieram a óbito por
eutanásia ou morte natural, sem o histórico clínico.
Os membros pélvicos direito e esquerdo foram desarticulados na região
coxo-femoral e encaminhados ao Setor de Radiologia Veterinária da UNESP-
Botucatu, para realização do exame radiográfico e ultra-sonográfico, com 24 horas
(tempo máximo) do óbito foi realizada a coleta para avaliação das articulações
femorotibiopatelar, de possíveis doenças articulares e para padronização e
avaliação dos meniscos ainda nas articulações.
4.3 EQUIPAMENTOS
As radiografias foram realizadas em um aparelho de Raio-X modelo
D800
1
, com capacidade para 125Kv/500mA, equipado com grade antidifusora de
potter-bucky, com películas radiográficas MXG/PLUS
2
, de tamanho 30x40cm. As
1
TUR-DRESDEN Corporation
2
KODAK Brasileira Comércio e Indústria LTDA
Material e Métodos
17
películas foram contidas em chassi metálico com écran intensificador LANEX
REGULAR
3
. Não foi utilizado o potter-bucky durante o procedimento radiográfico.
Após a tomada radiográfica as películas eram identificadas por impressão
luminosa e processadas
4
em equipamento automático modelo MX2
5
.
Os exames ultra-sonográficos foram realizados com aparelho de ultra-
sonografia marca GE modelo LOGIC 3
6
, no modo B, com transdutor multifreqüencial
microlinear de 7,5MHz a 10MHz. As imagens ultra-sonográficas foram armazenadas
em CDs para posterior análise.
4.4 EXAME RADIOGRÁFICO
Foram realizadas radiografias da articulação femorotibiopatelar, nas
projeções craniocaudal e mediolateral, com a articulação tibiotársica na posição
anatômica.
Os exames radiográficos foram realizados com o auxilio de espuma e saco
de areia para o posicionamento correto das articulações. Após o processamento, as
radiografias foram avaliadas. Os achados radiográficos foram transcritos para fichas
individuais, que continham uma lista de possíveis alterações e suas respectivas
classificações, tais como diminuição do espaço articular, presença de osteófito
medial e/ou lateral na tíbia, áreas de osteólise em côndilo femoral lateral e/ou
medial, área de esclerose em osso subcondral de fêmur e tíbia.
4.5 EXAME ULTRA-SONOGRÁFICO
Posteriormente foram realizados os exames ultra-sonográfico das
articulações femorotibiopatelar (FTP), para padronização e a avaliação dos
meniscos. As peças foram colocadas em mesa própria com auxilio de um estagiário
para o posicionamento correto, procedida à ampla tricotomia na região da
articulação femorotibiopatelar e aplicação de gel acústico
7
. As peças foram
posicionadas dorsalmente com o membro flexionado, ventralmente com o membro
3
KODAK Brasileira Comércio e Indústria LTDA
4
KODAK Brasileira Comércio e Indústria LTDA
5
MACROTEC Comércio e Indústria LTDA
6
GE Medical Systems Ultrasound
7
Ultra-Gel – MUTILGEL LTDA
Material e Métodos
18
estendido e lateralmente com o membro estendido e flexionado e semi-flexionado,
sempre posicionando a peça do lado direito do examinador, paralelo ao aparelho de
ultra-sonografia.
As imagens da articulação FTP foram realizadas nos planos transversal e
longitudinal, onde estes foram realizados: medial, lateral e caudal e avaliada a região
infrapatelar com o membro semi-flexionado e em posição neutra, o transdutor
quando colocado na região infrapatelar deve ter uma angulação de 20
o
. Os achados
ultra-sonográficos também foram transcritos para fichas individuais, nas quais se
encontrava uma lista de alterações e suas respectivas classificações. Havendo lesão
no menisco, essas foram novamente classificadas (Figura 2).
O exame ultra-sonográfico realizado com os meniscos inclusos em
gelatina, seguiram os planos transversal e longitudinal, porém com adição do plano
dorsal, onde este foi realizado com o transdutor dorsal a gelatina, fazendo com que
toda a superfície do menisco fosse visibilizada e dividida em lateral, central e medial
(LCM). As mensurações dos meniscos realizadas na articulação e quando inclusos
em gelatina, foram comparadas para obterem correlação quando analisadas
estatisticamente, nos planos transversal, longitudinal e caudal obtinham uma medida
lateral e outra medial, embora no plano longitudinal fosse realizada duas
mensurações sendo base e altura, no plano dorsal, esta somente feita quando os
meniscos foram inclusos em gelatina, realizaram três medidas (lateral, central e
medial).
Os achados ultra-sonográficos avaliados na articulação foram:
irregularidade em fêmur, irregularidade em tíbia; presença de imagem
hiperecogênica na inserção do ligamento cruzado cranial (LCCr); no plano
longitudinal imagem de uma estrutura de formato triangular homogênea com
ecogenicidade média (menisco); no plano transversal uma estrutura linear espessa e
hiperecogênica dorsal ao côndilo medial e uma dorsal ao côndilo lateral da tíbia, que
representava a região central do menisco medial e lateral, respectivamente, ruptura
total do menisco ( área hipoecogênica).
Realizados os diagnósticos radiográfico e ultra-sonográfico as peças
(membros pélvicos) foram dissecadas para a retirada dos meniscos. Os mesmos
foram classificados macroscopicamente de acordo com suas lesões (Figura 2).
Posteriormente com auxilio de uma tesoura Metzenbaum foram retiradas às
gorduras adjacentes dos meniscos para uma visibilização real da estrutura, quando
Material e Métodos
19
inclusos em gelatina. Para incluí-los em gelatina, esta foi preparada com seis
gramas de gelatina incolor
8
(preparado pronto comercial) e diluída em 60ml de água
fervente, colocadas em um recipiente circular
9
(dimensões externa: 160 x 67 x
127mm) para esfriar (Figura 1).
Com o preparado da gelatina, os meniscos (lateral e medial) foram
inclusos nestes recipientes e levados à geladeira por três horas e em seguida,
desenformados. Colocados em uma superfície antiderrapante onde foram analisados
pela imagem ultra-sonográfica, e classificados de acordo com sua ecogenicidade e
possíveis lesões (Figura 2).
Figura 1: Recipiente de plástico (A) e gelatina com os meniscos inclusos (B).
8
ROYAL – Gelatina Sem Sabor incolor
9
POTES MODULINE ref. 767 - Plasútil
AB
Material e Métodos
20
Figura 2: Classificação das lesões macroscópicas do menisco de acordo com
Koneberg e Edinger (2007). A - Ruptura Radial; B - Horizontal; C – Ruptura em “alça
de balde”; D - Ruptura Longitudinal; Ruptura em “flap”.
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise dos resultados do exame ultra-sonográfico foi realizada através
das correlações entre as medidas fornecidas pelo ultra-som e as obtidas na gelatina.
Essas medidas foram relacionadas quando comparadas com os mesmos planos, e
quantificadas mediante estimativa do coeficiente de correlação linear de Pearson
(Zar, 1999). Valores das estimativas próximos a 1 indicara forte correlação entre os
métodos, enquanto valores próximos a zero indicara ausência de correlação linear.
Além disso, buscou-se avaliar a concordância dos resultados verificados
via ultra-som e no gel por meio da estimativa do coeficiente de concordância (Zar,
1999). Valores próximos a 1, para este coeficiente, indicara alta concordância entre
os valores tomados pelos dois métodos, enquanto valores próximos de zero indicara
resultados discordantes. Todas as análises foram realizadas utilizando o software
estatístico R. Os resultados foram representados por meio de gráficos e tabelas.
Material e Métodos
21
Tabela 1: Dados dos cães em relação à raça, ao sexo, a idade e ao peso.
Animais Raça Sexo Idade Peso (kg)
Paciente 1 Rottweiler Fêmea 120 meses 36,00
Paciente 2 SRD
Fêmea
96 meses 20,85
Paciente 3 SRD
Fêmea
24 meses 24,65
Paciente 4 SRD Macho 12 meses 12,55
Paciente 5 SRD Fêmea 96 meses 36,00
Paciente 6 SRD Macho 96 meses 49,00
Paciente 7 Labrador Fêmea 8 meses 24,45
Paciente 8 SRD
Macho
9 meses 22,00
Paciente 9 Rottweiler
Macho
84 meses 32,00
Paciente 10 SRD Fêmea 60 meses 20,00
Paciente 11 PitBull
Macho
30 meses 27,00
Paciente 12 PitBull
Macho
24 meses 30,00
Paciente 13 Akita
Macho
96 meses 40,00
Paciente 14 Akita Fêmea 144 meses 29,00
Paciente 15 SRD Macho 192 meses 17,00
SRD – Sem Raça Definida
Resultados
22
RESULTADOS
_________________________________
Resultados
23
5 RESULTADOS
Dos animais pesquisados, 28 (93,33%) articulações eram provenientes de
cães com peso superior a 20 kg, e essas apresentaram a melhor visibilização ultra-
sonográfica dos meniscos. Apenas 2 (6,67%) articulações pertenciam a cães com
peso inferior a 17 kg, mas ainda assim foi possível a visibilização dos meniscos. O
padrão racial da amostragem constituiu-se de 16 articulação (53,34%) de cães sem
raça definida (SRD), quatro articulações (13,33%) cães da raça rottweilers, quatro
articulações (13,33%) pitbulls, quatro articulações (13,33%) akita, duas articulações
(6,67%) labrador. Verificou-se que os cães de médio e grande porte apresentaram
boa visibilização durante o exame ultra-sonográfico.
No diagnóstico radiográfico foram observados em 7 (23,33%) articulações
FTP as seguintes alterações (Figura 6): diminuição do espaço articular em 3
articulações, presença de osteófito medial e/ou lateral na tíbia em 3 articulações,
áreas de osteólise em côndilo femoral lateral e/ou medial em 1 articulação, área de
esclerose em osso subcondral de fêmur e tíbia em 2 articulações. Em 23 (76,33%)
das articulações não foram constatados alterações nos sinais radiográficos (Figura
6).
Com relação ao padrão ultra-sonográfico observou-se no plano
longitudinal e longitudinal caudal uma estrutura homogênea com ecogenicidade
média de formato triangular, compatível com o menisco quando visibilizado na
gelatina. No plano transversal e transversal caudal verificou-se uma estrutura linear
espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia, e que também foi
observado na gelatina. No plano dorsal realizado somente em gelatina obteve-se um
padrão homogêneo com ecogenicidade média apresentando a porção lateral (L),
medial (M) e central (C) do menisco (Figura 3 e 4).
Resultados
24
Figura 3: Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex vivo com
menisco intra-articular e incluso em gelatina: A - plano longitudinal articular
verificando estrutura homogênea com ecogenicidade média de formato triangular, B
- plano longitudinal em gelatina verificando estrutura homogênea com ecogenicidade
média de formato triangular, C – plano transversal articular verificando estrutura
linear espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia, D - plano
transversal em gelatina verificando estrutura linear espessa e hiperecogênica dorsal
ao côndilo lateral da tíbia.
A
B
CD
Resultados
25
Figura 4: Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex vivo com
menisco intra-articular e incluso em gelatina: A - plano longitudinal caudal articular
verificando estrutura homogênea com ecogenicidade média de formato triangular, B-
plano longitudinal caudal em gelatina verificando estrutura homogênea com
ecogenicidade média de formato triangular C – plano transversal caudal articular
verificando estrutura linear espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da
tíbia, D - plano dorsal em gelatina verificando estrutura homogênea com
ecogenicidade média apresentando a porção lateral (L), medial (M) e central (C) do
menisco.
A
B
C D
Resultados
26
Os achados ultra-sonográficos observados no plano longitudinal dos
meniscos foram: como uma estrutura homogênea com ecogenicidade média de
formato triangular, irregularidade em fêmur e tíbia, estrutura hiperecogênica na
inserção do ligamento cruzado cranial (LCCr), compatível com a ruptura do
ligamento cruzado cranial e confirmada após a dissecação do membro. No plano
transversal uma estrutura linear espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo medial
e uma dorsal ao côndilo lateral da tíbia, que representa a região central do menisco
medial e lateral e nesta mesma região também pode ser visibilizada área
hipoecogênica compatível com a ruptura total do menisco.
Por meio do exame ultra-sonográfico foi possível constatar no plano
longitudinal que o menisco medial foi mais facilmente acessado, quando comparado
com o menisco lateral. O único menisco com ruptura encontrada foi o menisco
medial.
O animal (5) apresentou lesão no menisco medial ao exame ultra-
sonográfico (Figura 5), porém nesse caso não foram observadas alterações
radiográficas. Das sete articulações com sinais radiográficos de DDA, quatro
apresentaram sinais de lesões ultra-sonográficas semelhantes.
Resultados
27
Figura 5: Sonogramas da articulação femorotibiopatelar de um cão ex vivo com: A
lesão meniscal intra-articular - plano transversal articular verificando estrutura linear
espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da tíbia, porém com uma linha
hipoecogênica (seta), B sonograma de um cão normal - plano transversal articular
verificando estrutura linear espessa e hiperecogênica dorsal ao côndilo lateral da
tíbia, C - lesão meniscal intra-articular - plano longitudinal articular verificando
estrutura homogênea com ecogenicidade média de formato triangular, porém com
uma linha hipoecogênica (seta), D - sonograma de um cão normal - plano
longitudinal articular verificando estrutura homogênea com ecogenicidade média de
formato triangular.
C
D
AB
Resultados
28
Figura 6: Radiografia da articulação femorotibiopatelar de um cão ex vivo: A e B:
canino, Fêmea, SRD, 5anos, 20 kg, sem alterações radiográficas; A - projeção
mediolateral em posição anatômica; B - projeção craniocaudal em posição
anatômica. C e D: canino, Fêmea, Akita, 12anos, 29 kg com alterações
radiográficas: diminuição do espaço articular, osteólise; C - projeção médio-
lateral em posição anatômica, D: projeção craniocaudal em posição anatômica.
SOUZA, 2008 SOUZA, 2008
SOUZA, 2008 SOUZA, 2008
C
D
Resultados
29
As medidas dos meniscos fornecidas pelo exame ultra-sonográfico
(Tabelas 2 e 3), comparadas as medidas dos meniscos inclusos em gelatina
(Tabelas 4 a 7) obtiveram correlação (Gráficos 1 e 2) e bom índice de concordância
(Tabelas 8 e 9), indicando o grau de acurácia da técnica ultra-sonográfica.
De acordo com os resultados obtidos a correlação linear e concordância
para cada variável, calculados entre as medidas tomadas no exame ultra-
sonográfico e na gelatina, foram todos positivos, embora muitas vezes apresentadas
pequenas magnitudes. As maiores correlações e concordâncias foram verificadas na
avaliação do MMLC (menisco medial-longitudinal caudal) no membro pélvico
esquerdo ( 85,0;88,0 ==
c
rr , respectivamente) e na avaliação do MLTC (menisco
lateral-transversal caudal) no membro pélvico direito ( 67,0;94,0 =
=
c
rr ) (tabelas 8 e
9). Pode-se destacar, no entanto, boa correlação entre as medidas tomadas pelas
duas técnicas.
Resultados
30
Tabela 2: Mensurações em centímetros dos meniscos direitos, realizada nos planos
transversal e longitudinal pelo exame ultra-sonográfico articular. US-MMT
– Ultra-som – Menisco medial transverso; US-MLT - Ultra-som – Menisco
lateral transverso; US- MML- Ultra-som - Menisco medial longitudinal; US-
MLL– Ultra-som - Menisco lateral longitudinal; US – MMTC – Ultra-som –
Menisco medial transverso caudal; US-MLTC - Ultra-som – Menisco
lateral transverso caudal; US- MMLC- Ultra-som - Menisco medial
longitudinal caudal; US- MLLC– Ultra-som -. Menisco lateral longitudinal
caudal.
Animal US-MMT US-MLT US-MML US-MLL
US-
MMTC
US-MLTC
US-
MMLC
US-MLLC
1 0,70 0,72 0,87x0,35 0,9x0,45 0,4 0,41 0,5x0,35 0,52x0,38
2 0,84 0,6 0,7x0,6 0,63x0,52 0,42 0,44 0,5x0,35 0,56x0,41
3 0,66 0,57 0,98x0,64 0,93x0,69 0,58 0,59 0,62x0,48 0,65x0,5
4 0,62 0,78 0,53x0,47 0,55x0,5 0,43 0,43 0,5x0,42 0,5x0,43
5 0,63 0,72 1,04x0,61 1,16x0,65 0,5 0,55 0,83x0,51 0,79x0,61
6 1,24 1,3 0,79x0,26 0,81x0,38 0,6 0,63 0,68x0,51 0,7x0,58
7 1,2 1,23 1,0x0,77 0,91x0,78 0,6 0,61 0,84x0,75 0,83x0,75
8 0,48 0,64 0,84x0,47 1,06x0,53 0,5 0,52 0,52x0,22 0,53x0,20
9 0,75 0,86 0,73x0,44 0,84x0,52 0,47 0,56 0,97x0,74 0,7x0,67
10 0,82 0,76 1,12x0,63 0,68x0,5 0,4 0,46 0,68x0,47 0,77x0,57
11 0,68 0,82 0,82x0,62 1,0x0,55 0,55 0,6 0,67x0,48 0,7x0,58
12 0,71 0,8 0,65x0,63 0,66x0,63 0,92 1,05 0,85x0,8 1,07x0,74
13 0,76
0,86 1,03x0,68 1,39x0,74 0,54 0,76 0,73x0,63 1,24x0,74
14 0,65 0,86 0,65x0,56 0,8x0,61 0,58 0,67 0,79x0,38 1,4x0,6
15 0,83 0,87 0,73x0,63 1,06x0,46 0,7 0,81 0,67x0,48 0,98x0,49
Resultados
31
Tabela 3: Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos, realizada nos
planos transversal e longitudinal pelo exame ultra-sonográfico articular.
US-MMT – Ultra-som – Menisco medial transverso; US-MLT - Ultra-som
– Menisco lateral transverso; US- MML- Ultra-som - Menisco medial
longitudinal; US- MLL– Ultra-som -. Menisco lateral longitudinal; US –
MMTC - Ultra-som – Menisco medial transverso caudal; US-MLTC -
Ultra-som – Menisco lateral transverso caudal; US- MMLC- Ultra-som -
Menisco medial longitudinal caudal; US- MLLC– Ultra-som -. Menisco
lateral longitudinal caudal.
Animal US-MMT US-MLT US-MML US-MLL US-MMTC US-MLTC
US-
MMLC
US-MLLC
1 0,74 0,75 0,78x0,4 0,8x0,42 0,43 0,42 0,52x0,37 0,56x0,36
2 0,5 0,6 0,84x0,68 0,7x0,66 0,42 0,43 0,53x0,38 0,58x0,4
3 0,52 0,57 0,85x0,68 1,24x0,84 0,58 0,6 0,67x0,51 0,68x0,5
4 0,77 0,83 0,54x0,39 0,57x0,46 0,4 0,4 0,53x0,38 0,51x0,4
5 0,87 0,98 1,09x0,32 1,19x0,32 0,54 0,56 0,8x0,59 0,82x0,6
6 1,25 1,55 0,7x0,36 0,75x0,3 0,55 0,58 0,67x0,55 0,7x0,55
7 1,87 1,90 0,80x0,56 0,87x0,57 0,54 0,7 0,47x0,26 0,50x0,28
8 0,7 0,54 0,71x0,59 0,83x0,63 0,47 0,47 0,70x0,35 0,54x0,20
9 0,67 0,97 0,69x0,57 1,18x0,57 0,47 0,49 0,55x0,45 0,82x0,43
10 0,66 0,51 0,75x0,6 0,74x0,57 1,05 0,88 0,95x0,46 0,96x0,58
11 0,83 0,95 0,99x0,78 1,03x0,68 0,55 0,59 0,6x0,57 0,7x0,55
12 0,69 0,71 0,98x0,88 1,36x1,0 0,58 0,69 0,89x0,71 1,3x0,79
13 0,79 0,83 0,99x0,62 1,24x0,74 0,56 0,72 0,63x0,54 0,91x0,66
14 0,8 0,87 0,87x0,75 1,25x0,74 0,61 0,77 0,78x0,68 1,31x0,74
15 0,83 0,93 0,75x0,69 0,82x0,71 0,89 0,91 0,74x0,53 0,82x0,71
Resultados
32
Tabela 4: Mensuração em centímetros dos meniscos direitos inclusos em gelatina,
realizada nos planos transversal e longitudinal pelo exame ultra-
sonográfico. GEL-MMT – Gelatina – Menisco medial transverso; GEL-
MLT - Gelatina – Menisco lateral transverso; GEL- MML- Gelatina -
Menisco medial longitudinal; GEL- MLL– Gelatina -. Menisco lateral
longitudinal.
Animal GEL-MMT GEL-MLT GEL-MML GEL-MLL
1 0,4 0,55 0,78x0,36 0,8x0,4
2 0,62 0,63 0,58x0,34 0,76x0,36
3 0,67 0,73 0,7x0,61 0,76x0,63
4 0,5 0,6 0,41x0,39 0,51x0,4
5 0,73 0,75 1,04x0,85 1,06x0,85
6 1,80 1,90 0,79x0,26 0,80x0,42
7 0,48 0,64 0,84x0,47 1,06x0,53
8 1,09 1,44 0,78x0,57 0,81x0,57
9 0,67 0,97 0,69x0,57 1,18x0,57
10 1,21 1,81 0,79x0,78 0,81x0,73
11 0,7 1,03 0,99x0,77 1,02x0,6
12 1,5 1,76 0,75x0,71 1,06x0,57
13 1,32 1,73 0,72x0,62 0,93x0,73
14 1,24 1,3 0,96x0,88 1,02x0,79
15 1,18 1,1 0,78x0,66 0,81x0,66
Resultados
33
Tabela 5: Mensuração em centímetros dos meniscos direitos inclusos em gelatina,
realizada nos planos transversal, longitudinal e dorsal pelo exame ultra-
sonográfico. GEL-MMTC – Gelatina – Menisco medial transverso caudal;
GEL-MLTC - Gelatina – Menisco lateral transverso caudal; GEL- MLLC -
Gelatina – Menisco lateral longitudinal caudal; GEL-MMD – Gelatina-
Menisco medial dorsal; GEL- MLD – Gelatina - Menisco lateral dorsal.
Animal GEL-MMTC GEL-MLTC GEL-MMLC GEL-MLLC GEL-MMD GEL-MLD
1 0,38 0,39 0,56x0,38 0,57x0,39 0,52x0,22x0,76 0,63x0,36x0,42
2 0,54 0,55 0,53x0,32 0,55x0,4 0,52x0,19x0.,2 0,53x0,2x0,6
3 0,55 0,56 0,6x0,5 0,62x0,51 0,61x0,13x0,45 0,61x0,13x0,45
4 0,4 0,41 0,51x0,39 0,53x0,4 0,34x0,09x0,45 0,47x0,06x0,46
5 0,49 0,52 0,79x0,5 0,81x0,6 0,61x0,34x0,74 0,64x0,3x0,68
6 0,55 0,56 0,57x0,48 0,68x0,5 0,58x0,18x0,61 0,70x0,12x0,52
7 0,48 0,73 0,68x0,52 0,88x0,74 0,63x0,13x0,42 0,66x0,09x0,83
8 0,61 0,63 0,7x0,24 0,7x0,52 0,6x0,25x0,73 0,54x0,17x0,61
9 0,47 0,49 0,55x0,45 0,82x0,43 0,8x0,15x0,74 0,85x0,16x0,54
10 0,4 0,45 0,51x0,29 0,55x0,36 0,39x0,09x0,59 0,6x0,12x0,58
11 0,57 0,61 0,68x0,57 0,73x0,61 0,56x0,21x0,47 0,63x0,18x0,77
12 1,06 1,74 0,7x0,58 0,71x0,65 0,44x0,13x0,63 0,50x0,15x0,65
13 1,23 1,23 0,54x0,42 1,0x0,99 0,38x0,15x0,61 0,61x0,19x0,78
14 0,68 0,72 0,52x0,34 0,61x0,52 0,64x0,12x0,35 0,67x0,12x0,57
15 0,74 1,06 0,58x0,54 0,64x0,55 0,45x0,18x0,56 0,6x0,14x0,56
Resultados
34
Tabela 6: Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos inclusos em
gelatina, realizada nos planos transversal e longitudinal pelo exame
ultra-sonográfico. GEL-MMT – Gelatina – Menisco medial transverso;
GEL-MLT - Gelatina – Menisco lateral transverso; GEL- MML- Gelatina
- Menisco medial longitudinal; GEL- MLL– Gelatina -. Menisco lateral
longitudinal.
Animal GEL-MMT GEL-MLT GEL-MML GEL-MLL
1 0,6 0,6 0,77x0,36 0,79x0,41
2 0,65 0,67 0,76x0,2 0,8x0,48
3 0,73 0,74 0,73x0,55 0,76x0,57
4 0,50 0,6 0,51x 0,4 0,55x0,42
5 0,73 0,75 1,04x0,85 1,06x0,85
6 1,14 1,87 0,67x0,37 0,74x0,46
7 1,87 1,90 0,8x0,56 0,87x0,57
8 1,07 1,56 0,82x0,76 1,06x0,58
9 1,43 1,94 0,93x0,57 0,94x0,81
10 1,38 1,11 1,0x0,71 0,9x0,34
11 0,82 1,12 1,0x0,82 1,05x0,7
12 1,46 1,96 0,63x0,58 0,93x0,84
13 0,72 0,86 0,86x0,5 1,04x0,65
14 1,19 1,32 0,79x0,62 1,04x0,99
15 0,85 1,24 0,66x0,53 0,93x0,49
Resultados
35
Tabela 7: Mensuração em centímetros dos meniscos esquerdos inclusos em
gelatina, realizada nos planos transversal, longitudinal e dorsal pelo
exame ultra-sonográfico. GEL-MMTC – Gelatina – Menisco medial
transverso caudal; GEL-MLTC - Gelatina – Menisco lateral transverso
caudal; GEL- MLLC - Gelatina – Menisco lateral longitudinal caudal;
GEL-MMD – Gelatina- Menisco medial dorsal; GEL- MLD – Gelatina -
Menisco lateral dorsal.
Animal GEL-MMTC GEL-MLTC GEL-MMLC GEL-MLLC GEL-MMD GEL-MLD
1 0,36 0,38 0,55x0,4 0,57x0,38 0,3x0,19x0,45 0,35x0,25x0,45
2 0,54 0,56 0,6x0,4 0,63x0,45 0,63x0,21x0,61 0,45x0,13x0,58
3 0,54 0,61 0,65x0,52 0,65x0,54 0,55x0,14x0,42 0,56x0,19x0,45
4 0,4 0,4 0,53x0,4 0,55x0,39 0,28x0,06x0,45 0,38x0,14x0,52
5 0,49 0,52 0,79x0,5 0,81x0,6 0,61x0,34x0,74 0,64x0,3x0,68
6 0,5 0,55 0,63x0,5 0,65x0,53 0,46x0,09x0,7 0,55x0,1x0,63
7 0,54 0,7 0,47x0,24 0,50x0,25 0,46x0,08x0,8 0,54x0,1x0,64
8 1,08 1,24 0,54x0,48 0,72x0,65 0,45x0,12x0,63 0,62x0,19x0,73
9 0,63 0,65 0,74x0,55 0,82x0,43 0,82x0,8x0,66 1,18x0,17x0,56
10 0,52 0,51 0,84x0,44 0,7x0,48 0,44x0,15x0,42 0,55x0,06x0,51
11 0,55 0,61 0,62x0,6 0,73x0,61 0,65x0,18x0,53 0,76x0,18x0,56
12 0,96 1,09 0,78x0,65 0,78x0,53 0,46x0,18x0,63 0,66x0,16x0,73
13 1,3 1,41 0,8x0,51 0,8x0,64 0,65x0,18x0,53 0,68x0,19x0,56
14 0,9 0,92 0,79x0,63 0,8x0,77 0,55x0,12x0,44 0,64x0,13x0,56
15 1,28 1,23 0,6x0,6 0,62x0,56 0,47x0,19x0,33 0,47x0,13x1,04
Resultados
36
0.5 1.0 1.5
0.5 1.0 1.5
MMT
Ultra-som
Gelatina
0.5 1.0 1.5 2.0
0.5 1.0 1.5 2.0
MLT
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
MML
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
MLL
Ultra-som
Gelatina
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
MMTC
Ultra-som
Gelatina
0.5 1.0 1.5
0.5 1.0 1.5
MLTC
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
MMLC
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
MLLC
Ultra-som
Gelatina
Gráfico 1: Correlação das medidas dos meniscos através do exame ultra-
sonográfico articular (ultra-som) e do menisco incluso em gelatina (gelatina) do
membro pélvico direito. MMT – Menisco medial transverso; MLT - Menisco lateral
transverso; MML - Menisco medial longitudinal; MLL - Menisco lateral longitudinal;
MMTC - Menisco medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral transverso
caudal; MMLC - Menisco medial longitudinal caudal; MLLC – Menisco lateral
longitudinal caudal.
Resultados
37
0.5 1.0 1.5 2.0
0.5 1.0 1.5 2.0
MMT
Ultra-som
Gelatina
0.5 1.0 1.5 2.0
0.5 1.0 1.5 2.0
MLT
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
MML
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8
MLL
Ultra-som
Gelatina
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
MMTC
Ultra-som
Gelatina
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
MLTC
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
MMLC
Ultra-som
Gelatina
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
MLLC
Ultra-som
Gelatina
Gráfico 2: Correlação das medidas dos meniscos através do exame ultra-
sonográfico articular (ultra-som) e do menisco incluso em gelatina (gelatina) do
membro pélvico esquerdo. MMT – Menisco medial transverso; MLT - Menisco
lateral transverso; MML - Menisco medial longitudinal; MLL - Menisco lateral
longitudinal; MMTC - Menisco medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral
transverso caudal; MMLC - Menisco medial longitudinal caudal; MLLC - Menisco
lateral longitudinal caudal.
Resultados
38
Tabela 8: Índice de concordância das medidas dos meniscos através do exame
ultra-sonográfico e da gelatina do membro esquerdo. MMT – Menisco
medial transverso; MLT - Menisco lateral transverso; MML - Menisco
medial longitudinal; MLL - Menisco lateral longitudinal; MMTC - Menisco
medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral transverso caudal;
MMLC - Menisco medial longitudinal caudal; MLLC - Menisco lateral
longitudinal caudal.
Ultra-som x gelatina
Variável
r
%)95,(
ρ
IC
c
r %)95,(
c
IC
ρ
MMT 0,55 (0,05 ; 0,83) 0,48 (-0,07 ; 0,81)
MLT 0,50 (-0,01 ; 0,81) 0,38 (-0,12 ; 0,73)
MML 0,21 (-0,33 ; 0,65) 0,21 (-0,40 ; 0,69)
MLL 0,54 (0,04 ; 0,82) 0,51 (-0,06 ; 0,83)
MMTC 0,28 (-0,27 ; 0,69) 0,21 (-0,28 ; 0,61)
MLTC 0,46 (-0,07 ; 0,78) 0,31 (-0,12 ; 0,65)
MMLC 0,88 (0,68 ; 0,96) 0,85 (0,60 ; 0,95)
MLLC 0,63 (0,17 ; 0,86) 0,45 (0,04 ; 0,73)
Resultados
39
Tabela 9: Índice de concordância das medidas dos meniscos através do exame
ultra-sonográfico e da gelatina do membro direito. MMT – Menisco
medial transverso; MLT - Menisco lateral transverso; MML - Menisco
medial longitudinal; MLL - Menisco lateral longitudinal; MMTC - Menisco
medial transverso caudal; MLTC - Menisco lateral transverso caudal;
MMLC - Menisco medial longitudinal caudal; MLLC - Menisco lateral
longitudinal caudal.
Ultra-som x gelatina
Variável
r
%)95,(
ρ
IC
c
r %)95,(
c
IC
ρ
MMT 0,24 (-0,31 ; 0,68) 0,16 (-0,28 ; 0,55)
MLT 0,30 (-0,25 ; 0,70) 0,15 (-0,18 ; 0,45)
MML 0,41 (-0,13 ; 0,76) 0,40 (-0,21 ; 0,78)
MLL 0,57 (0,09 ; 0,84) 0,57 (-0,01 ; 0,86)
MMTC 0,63 (0,18 ; 0,86) 0,51 (0,05 ; 0,79)
MLTC 0,94 (0,83 ; 0,98) 0,67 (0,42 ; 0,82)
MMLC 0,58 (0,06 ; 0,83) 0,35 (-0,06 ; 0,66)
MLLC 0,67 (0,23 ; 0,88) 0,63 (0,11 ; 0,88)
Discussão
40
6 DISCUSSÃO
Existem vários estudos a respeito da utilização do ultra-som para a
visibilização e o diagnóstico dos meniscos em cães, é escassa a literatura. Por isso
alguns fatores devem ser considerados ao avaliarmos as diferenças encontradas
nesta pesquisas, nas quais se tenta estabelecer um padrão ultra-sonográfico para a
visibilização do menisco (MAHN, 2005).
Segundo Carpenter e Cooper (2000) e no presente estudo verificou-se que
através do avanço do sistema de imagem como a ultra-sonografia, o conhecimento
da imagem anatômica normal é essencial para um correto diagnóstico das doenças
meniscais.
Foi necessária a padronização do recipiente e do preparado de gelatina
para a inclusão dos meniscos. Para tanto se utilizou recipientes de formatos
retangular e circular com seu interior liso, sendo que a primeira forma dificultou o
acesso com o transdutor pelos seus cantos. Já o recipiente circular teve excelente
resultado, pois apresentou bordas arredondadas e uniformes, possibilitando o
deslizamento do transdutor por toda a superfície sem alteração da imagem. O
preparado comercial de gelatina foi testado obtendo uma consistência firme
semelhante ao silicone, para que não ocorresse à desestruturação do bloco de
gelatina durante o exame ultra-sonográfico.
No presente trabalho os cães que apresentaram mais alterações
articulares visibilizadas radiograficamente e ultra-sonograficamente foram os de raça
definida e de grande porte (46,66%). Resultados semelhantes foram verificados por
Mahn et al. (2005) que observaram serem os cães de grande porte o com maior
ocorrência no labrador.
Cães com peso igual ou superior a 20 kg são os que apresentam melhor
visibilização dos meniscos no exame ultra-sonográfico (REED et al., 1995; KRAMER
et al., 1999; MAHN et al., 2005). Nossos resultados corroboraram tais achados uma
vez que as 28 articulações, provenientes de cães com peso igual ou superior a 20 kg,
possibilitaram uma melhor visibilização meniscal, embora resultado semelhante
tenha sido obtido nas articulações de cães com 12 e 17 kg.
As estruturas articulares anatômicas normais puderam ser coerentemente
visibilizados através do exame ultra-sonográfico como os meniscos medial e lateral,
ligamento patelar, ligamento cruzado cranial, a cartilagem articular, o côndilo femoral
Discussão
41
medial e lateral, semelhante às descrições de Reed et al. (1995), Carpenter e
Cooper (2000), e Konerberg e Edinger (2007), que relatam que as estruturas
articulares normais são visibilizadas e ainda o aspecto ultra-sonográfico do menisco
medial e lateral são similares ao do humano e dos eqüinos.
Ultra-sonograficamente constatou-se que no plano longitudinal o menisco
medial foi mais facilmente acessado, do que o menisco lateral. O fato, segundo
Mahn et al. (2005), se deu devido o menisco lateral apresentar-se entre o côndilo
femoral e o platô da tíbia, o que estreita a janela acústica para a realização do
exame.
O menisco medial por ser o melhor visibilizado, apresenta-se como o mais
acometido pelas lesões na maioria dos estudos, e a ruptura em “alça de balde” é a
lesão mais encontrada (MAHN, 2005). Já nos eqüinos, a ruptura longitudinal ocorre
em maior freqüência (KONEBERG e EDINGER, 2007). Das 30 articulações do
joelho, sem acesso aos sinais clínicos e sem histórico prévio, visibilizou-se através
do ultra-som e confirmou-se na macroscopia da peça um menisco medial com
ruptura transversal complexa.
O emprego da técnica caudomedial e caudolateral é a mais empregada
em humanos para visibilizar o corno caudal do menisco. Nos cães e nos eqüinos
também pode ser empregada e tem a vantagem de realizar o exame com o paciente
em decúbito lateral, necessitando assim de menor contenção (KRAMER et al., 1999;
KONEBERG e EDINGER, 2007). Com isso nossos resultados se mostraram
bastante animadores, pois os dados estatísticos comprovaram que as maiores
correlações e concordâncias foram verificadas na avaliação dos meniscos no plano
caudal longitudinal e no plano caudal transversal.
Em todos os estudos, incluindo o nosso, a ultra-sonografia teve uma
contribuição positiva na visibilização e no diagnóstico dos meniscos em cães.
Entretanto, no estudo realizado por Muller et al. (2001), conseguiram somente em
nove (53%) casos a visibilização das lesões meniscais, considerando que o
transdutor utilizado foi de 5MHz. Já Reed et al. (1995), Kramer et al. (1999) e
Konerberg e Edinger (2007) utilizaram o transdutor 7,5MHz e Cook et al. (1999)
Mahn et al. (2005) utilizaram o transdutor que variaram de 12-14MHz, com isso
tiveram um grande índice de sensibilidade (90%) e especificidade (92%) do
diagnóstico ultra-sonográfico. Este fato é bastante relevante, pois para avaliar-se
ultra-sonograficamente estruturas superficiais, quanto maior a freqüência do
Discussão
42
transdutor melhor a qualidade da imagem (CARVALHO et al., 2004), tal influência
também ocorreu no presente estudo, pois o transdutor de 10 MHz possibilitou a
visibilização dos meniscos e uma alteração.
O exame radiográfico e ultra-sonográfico são métodos de imagem com
boa disponibilidade e custo acessível, ao contrário de outras modalidades como a
artroscopia, tomografia computadorizada e a ressonância magnética, que mesmo
apresentando ótima acurácia, são métodos pouco disponíveis e de custo limitante.
O exame radiográfico auxilia no diagnóstico das lesões articulares, porém
não diagnostica as lesões meniscais. A ultra-sonografia permite a observação das
estruturas intra-articulares de tecidos moles, porém é uma modalidade operador-
dependente, havendo necessidade de transdutores de alta resolução para tal
finalidade.
No presente estudo, o exame radiográfico foi de grande contribuição
diagnóstica para visibilização da DDA, possibilitando assim maior número de
informações em conjunto com a ultra-sonografia. Foram observados os mesmos
achados descritos por Jonhson e Jonhson (1993), tais como a presença de
esclerose no osso subcondral em fêmur e tíbia, e presença de osteófito.
Como utilizada no presente estudo o exame radiográfico determinou as
lesões articulares, mas não detectou alterações em nenhum dos meniscos o que
confere com os achados na literatura. Já a ultra-sonografia apresentou resultados
positivos em todos os pacientes, inclusive ao contrário do exame radiográfico
detectou uma lesão no menisco medial do cão 5, mostrando a importância da
associação das duas técnicas.
Conclusões
43
CONCLUSÕES
_________________________
Conclusões
44
7 CONCLUSÕES
Com base nos resultados encontrados neste estudo sobre a avaliação dos
meniscos medial e lateral do joelho de cães, podemos concluir que:
1. Foi possível se observar ultra-sonograficamente os meniscos nos
planos longitudinal e transversal da articulação do joelho.
2. A imagem ultra-sonográfica dos meniscos normais, nos planos
transversal, craniocaudal e caudocranial, foi de uma estrutura linear espessa e
hiperecogênica dorsal ao côndilo medial e lateral da tíbia, e esta corresponde à
região central dos meniscos.
3. No plano ultra-sonográfico longitudinal, observa-se uma imagem
triangular hiperecogênica homogênea do menisco medial de 1,12 x 0,63 x 1,0cm e
lateral de 1,39 x 0,74 x 1,20cm.
4. A mensuração ultra-sonográfica do menisco medial no plano
transversal, foi de 0,48 x 1,25cm e do lateral 0,51 x 1,90cm.
5. O exame ultra-sonográfico foi capaz de detectar lesão transversal
complexa do menisco medial.
6. Para se estudar o menisco, incluso em gelatina, há necessidade de
desenvolver um bloco de gelatina com consistência semelhante de silicone.
7. O estudo ultra-sonográfico dos meniscos intra-articulares se mostrou
fidedigno quando comparado com os meniscos inclusos em gelatina.
8. Os planos intra-articulares longitudinal caudal e transversal caudal
apresentaram melhor visibilização dos meniscos e maior índice de correlação e
concordância com as imagens dos meniscos inclusos.
9. Foi possível a visibilização dos meniscos de cães com peso de 12 kg a
49 kg.
10. As imagens ultra-sonográficas dos meniscos apresentaram correlação
positiva com a suas imagens macroscópicas.
11. Há correlação positiva entre as mensurações dos meniscos no exame
articular e quando inclusos em gelatina.
12. O exame ultra-sonográfico, detecta precocemente as alterações dos
meniscos quando comparado ao exame radiográfico.
Referências
45
REFERÊNCIAS
__________________________________
Referências
46
8 REFERÊNCIAS
ARNOCZKY, SP; WARREN R.F. The microvasculature of the meniscus and its
response to injury. The American Journal of Sports Medicine, v. 11, n.3, p. 131 -
140, 1983.
ARNOCZKY, S.P. Patomecânica das lesões do ligamento cruzado e meniscos. In:
BORJRAB, M.J. Mecanismos da moléstia na cirurgia dos pequenos animais.
2.ed. São Paulo: Manole, 1996, p.889-902.
BUQUERA, E.C., CANOLA, J.C., FILHO, J.G.P., FURLANI, J.M., TALIERI, I.C.,
SELMI, A.L. Radiografia e macroscopia do joelho após estabilização extra-articular
utilizando fáscia lata, fio de poliéster trançado ou fio de poliamida para correção da
ruptura do ligamento cruzado cranial de cães. Ciência Rural, v.32, n.1, p.73-18,
2002.
BUMIN, A.; KAIA, U.; TEMIZSOYLU, D.; KIBAR, M.; ALKAN, Z.; SAGLAM, M. The
clinical, radiographical and artroscopical diagnosis of cranial cruciate ligamente
lesion and surgical therapy in dogs. Turk Journal Veterinary animal science, n.26,
v.1, p.397-401, 2002.
CARPENTER Jr., D.H.; COOPER, R.C. Mini review of canine stifle joint anatomy.
Anatomy Histology Embryology, v. 29, p. 321- 329, 2000.
CARVALHO, C.F. Ultra-sonografia em Pequenos Animais,1. Ed. São Paulo: Roca,
2004, p. 1 e p. 239-249.
COOK, J.L.; TOMLINSON, J.L.; KREEGER, J.M.; COOK, C.R. Induction of meniscal
regeneration in dogs using a novel biomaterial. The American Journal of Sports
Medicine, v. 27, n. 5,p. 658-665, 1999.
COX, J. S., NYE, C.E., SCHAEFER, W. W., WOODSTEIN, I.J. The degenerative
effects of partial and total resection of the medial meniscus in dogs knees. Clinical
Orthopaedics, n. 109, p. 178-183, 1975.
Referências
47
DEJARDIN, L.M., NEMZEK, J. A., ARNOCZKY, S.P. Stifle injuries. In: BLOOMBERG,
M.S., DEE, J.F., TAYLOR, R. Canine Sports Medicine And Surgery. Philadelphia:
Saunders, 1998, p.138-150.
DUNCAN, J.B.; HUNTER.R.;PURNELL, M.; FREMAN, J. Meniscal injuries
associated with acute anterior cruciate ligament tears in alpine skiers. The American
Journal of Sports Medicine, v. 23, n. 2, p. 170-172, 1995.
DUPUIS, J., HARARI, J. Cruciate ligament and meniscal injuries in dogs. The
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.15, n.2,
p.215-221, 1993.
FEHR, M., BEHRENDS,I., MEYERLINDENBERG,A. Arthroscopic studies of the stifle
of dogs. Tierarztliche Praxis, v.24, n.2, p. 137-143, 1996.
GNUDI, G.; BERTONI, G. Echografic examination of the stifle joint affected by cranial
cruciate ligament rupture in dog. Veterinary Radiology and ultrasound, v.42, n.3,
p.266-70, 2001.
HULSE, D.A. The stifle joint. In: OLMSTEAD, M.L. Small animal orthopedics. St.
Louis: Mosby, 1995. p.395-416.
HULSE, D.A.; JONHSON,A.L. Management of joint disease. In: FOSSUM, T.W.
Small animal surgery. St. Louis: Mosby, 1997. P. 883-998.
HOSKINSON, J.J.; TUCKER, R.L. Diagnostic imaging of lameness in small animals.
Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practive, v.31, n.1, p.165-80,
2001.
JACKSON, J., VASSUER, P.B., GRIFFEY, S., WALLS, C.M., KASS, P.H. Pathologic
changes in grossly normal menisci in dogs with rupture of the cruciate ligament.
Journal of the American Veterinary Medical Association, v.218, n.8, p.1281-1284,
2001.
Referências
48
JOHNSON, J.M.; JOHNSON, A.L. Cranial cruciate ligament rupture: Pathogenesis,
diagnosis, and postoperative rehabilitation. Veterunary Clinics of North America:
Samll Animal Practice, v.23, n.4, p. 717-33, 1993.
KEENE, G. C. R.; BICKERSTAFF, D.; ERA, P.J.; PATERSON, R.S. The natural
history of meniscal tears in anterior cruciate ligament insufficiency. The American
Journal of Sports Medicine, v. 21, n. 5, p. 672-679, 1993.
KIRBY, B.M. Decision making in cranial cruciate ligament ruptures. Veterinary
Clinics of North America: Small Animal Practice, v.23, n.4, p.797-819, 1993.
KIVUMBI, C.W.; BENNETT, D. Arthroscopy of the canine stifle joint. The Veterinary
Record, v.109, n.12, p.241-9, 1981.
KONERBERG, D.G.; EDINGER, J. Three-dimensional ultrasonographic in vitro
imaging of lesions of the meniscus and femoral trochlea in the equine stifle.
Veterinary Radiology and Ultrasound, v.48, n.4, p.350-56, 2007.
KRAMER, M.; STENGEL, H.; GERWING, M; SCHIMKE, E.; SHEPPARD, C.
Sonography of the canine stifle. Veterinary Radiology and Ultrasound, v.40, n. 3, p.
282-93, 1999.
LORIGADOS, C. A. B., STERMAN, F. A., RABBANI, S. R., HAGE, M. C. F. N.S.,
IWASAKI, M., KAMIKAWA, L., RODRÍGUEZ, H. J. C., SHINOHARA, J. L., PINTO, A.
C. B. F., HAGEN, S. F. Estudo das articulações femorotibial e femoropatelar por
Ressonância Magnética, In: Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de
Pequenos Animais, 2005, São Paulo. Anais... São Paulo: Associação Nacional de
Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo, 2005, p. 153-154.
MACRAE, A.I.; SCOTT, P.R. The normal ultrasonographic appearance of ovine joints,
and the uses of arthrosonography in the evaluation of chronic ovine joint disease.
The Veterinary Journal, n.158, p. 135-143, 1999.
MAHN, M.M.; COOK, J.L.; COOK, C.R.; BALKE, M.T. Arthroscopic verification of
ultrasonographic diagnosis of meniscal pathology in dogs. Veterinary Surgery, v.34,
n.4, p.318-23, 2005.
Referências
49
McLAUGHIN, R.M.; ROUSH, J.K. Diagnosig osteoarthritis. Vetrinary Medicine, v. 82,
n. 4, p. 120-33, 2002.
MOORE, K.W; READ, R.A. Rupture of the cranial cruciate ligamente ligament in
dogs. Part II. The Compendium on Continuing Sducation for the Practicing
Veterinarian, v.18, n.4, p. 381-91, 1996.
MÜLLER, S.; KRAMER, M.; SCHNAPPAUF, A.; GERWING, M.; SCHIMKE, E.
Ultrasonography of the menisci in dogs. Veterinary Radiology e Ultrasound, v.42, p.
359-94, 2001.
MUZZI, L.A.L.; MUZZI, R.A.L.; REZENDE, C.M.F.; ROCHA, A.P. Ultra-sonografia da
articulação fêmoro-tibio-patelar em cães normais. Ciência Animal, v.11, supl.1, p.
209, 2001.
NEWTON, C.D.; NUNAMAKER, D.M. Cruciate ligament rupture and associated
injuries. Texbook of Small Animal Orthopaedics, 1985.
NYLAND, T. G., MATTOON, J. S. Ultra-som Diagnóstico em Pequenos Animais.
2 Ed. São Paulo: Roca, 2005, p. 280-281.
PAYNE, J.T.; CONSTANTINESCU, G.M. Stifle joint anatomy and surgical
approaches in the dog. Veterinary Clinics of North America: Small Animal
Practice, v.23, n.4, p.691-701, 1993.
PIERMATTEI, D.L., FLO, G.L. Artrologia. In: PIERMATTEI, D.L., FLO, G.L. Manual
de ortopedia e tratamento das fraturas dos pequenos animais. 3. ed. São Paulo:
Manole, 1999. Parte I, p.161-189.
REED, A L.; PAYNE, J.T.; CONSTANTINESCU, G.M. Ultrasonographic anatomy of
the normal canine stifle. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 36, n. 4, p. 315-
321, 1995.
SEONG, Y.; EOM, K.; LEE, H.; LEE, J.; PRAK, J.; LEE, K.; JANG, K.; OH, T.;
YOON,J. Ultrasonographic evaluation of cranial ligament rupture via dynamic intra-
articular saline injection. Veterinary Radiology and Ultrasound, v.36, p.80-2, 2005.
Referências
50
SISSON, S.; GROSSMAN, J.; GETTY, R. Anatomia dos animais Domésticos,
5.ed. Guanabara Koogan, 1986. v.1, p.324-49.
SODERSTROM, M.J., ROCHAT, M. C., DROST, T. Radiographic Diagnosis:
Avulsion fracture of the caudal cruciate ligament. Veterinary Radiology and
Ultrasound, v. 39, p. 536-538, 1998.
TIENEN, T.G.; HEIJKANTS, R.G.J.C.; BUMA, P.; DE GROOT, J.H.; PENNIGS, A.J.;
VETH, R.P.H. A porous polymer scaffold for meniscal lesion repair - A study in dogs.
Biomaterials, v. 24, p. 2541-2548, 2003.
VAN DE BERG, B. C.; LECOUVET, F.E.; POILAVACHE, P. Dual detector spiral CT
arthrography of the knee: accuracy for detection of meniscal abnormalities and
unstable tears. Radilogy, v.216, n.5, p.851-7, 2000.
VASSUER, P. B. Articulação do joelho. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de
pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Manole, 1998, v.II, p.2149-2201.
WEBER, N.A. Apparent primary ossification of the menisci in dog. JAVMA, v.212,
n.12, 1998.
WHITNEY, W.O. Assisted surgery of the stifle. In: BEALE, B.S.; HULSE, D.A.;
SCHULZ, K.S.; WHITNEY, W.O. Small animal arthroscopy. Philadelphia: Saunders,
2003, p.116-57.
YOON, Y.; RAH, J.; PARK, H. A prospective study of the accuracy of clinical
examination evaluated by arthoscopy of the knee. In: MORREY, B.F.; BEAUCHAMP,
C.P.; CURRIER, B,L.; SWIONTKOWSKI, M.F.; TOLO, V.; TRIGG, S.D. Yearbook
of orthopedics knee. St Louis: Mosby, 1998. p. 231-57.
Artigo Científico
51
ARTIGO CIENTÍFICO
_____________________________________
Artigo Científico
52
Artigo Científico encaminhado para a Revista VETERINÁRIA e ZOOTECNIA.
Veterinária e Zootecnia
ISSN 0102 – 5716
VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
UNESP – Campus de Botucatu
18618-000 – Dist. Rubião Jr. – Botucatu – SP – Brasil
Portal: http://www.fmvz.unesp.br/revista/index.htm
Tel. 55 14 3811 6270
Fax. 55 14 3811 6075
Artigo Científico
53
Avaliação Ultra-sonográfica dos Meniscos de Cães
Ultrasound Evaluation of the Menisci of Dogs
Evaluación Ultrasonográfica de los Meniscos de Perros
Priscilla Macedo de Souza
1
, Maria Jaqueline Mamprim
2
1- Pós graduanda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária,
[email protected], Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia- UNESP-
Botucatu-SP. Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, FMVZ-
UNESP, Botucatu.
2- Professora Assistente Doutora. Distrito de Rubião Junior s/n,
[email protected], Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-
UNESP- Botucatu-SP. Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária, FMVZ-UNESP, Botucatu.
Priscilla Macedo de Souza
Rua Manoel José Antônio Lopes Gimenes, 288
Jardim Chácara dos Pinheiros
CEP 18609-390
Botucatu-SP
Artigo Científico
54
Resumo
Diante das enfermidades da articulação do joelho, o exame ultra-sonográfico que é
uma técnica não invasiva que tem por objetivo avaliar as estruturas intra-articulares
em relação a sua forma, tamanho e ecogenicidade. Os meniscos são estruturas
fibrocartilaginosas interpostas entre os côndilos femorais e tibiais, que tem como
função a proteção das superfícies articulares, diminuição das forças de impacto e
aumentar a estabilidade durante a flexão e extensão, prevenindo movimentos de
rotação. O menisco medial apresenta menor mobilidade o que o torna mais
susceptível as lesões, que geralmente ocorre nas rupturas do ligamento cruzado
cranial. As lesões mais freqüentes incluem a ruptura transversal na região caudal do
corpo do menisco medial e a ruptura em “alça de balde”. O diagnóstico pode ser feito
pelo exame ultra-sonográfico, pela artroscopia ou artrotomia exploratória. A
utilização da ultra-sonografia como ferramenta possibilita examinar os aspectos
sonográficos normais e as alterações dos meniscos dos joelhos de cães.
Palavras chaves: cães, menisco, ultra-sonografia, diagnostico por imagem.
Abstract
Considering knee joint diseases, the ultrasound examination is a non-invasive
technique whose objective is to evaluate intra-articular structures regarding their
shape, size and echogenicity. Menisci are fibrocartilaginous structures interposed
between femoral and tibial condyles, whose function is to protect the articular
surfaces, reduce impact forces and increase stability during flexion and extension,
preventing rotation movements. The medial meniscus presents lower mobility, what
makes it more susceptible to lesions, which usually occur in ruptures of the cranial
cruciate ligament. The most frequent lesions include transversal rupture in the caudal
region of the body of the medial meniscus and rupture in “bucket-handle”. The
diagnosis may be obtained by means of ultrasound examination, arthroscopy or
exploratory arthrotomy. The use of ultrasound as a tool makes the examination of
normal sonographic aspects and alterations of menisci of dogs’ knees possible.
Keywords: dogs, meniscus, ultrasound, image diagnostic.
Artigo Científico
55
Resumen
Ante las enfermedades de la articulación de la rodilla, el examen de ultrasonografía,
que es una técnica no invasiva, tiene por objetivo evaluar las estructuras
intraarticulares considerando su forma, tamaño y ecogenecidad. Los meniscos son
estructuras fibrocartilaginosas interpuestas entre los cóndilos femorales y tibias, que
tienen como función la protección de las superficies articulares, disminuyendo las
fuerzas de impacto y aumentando la estabilidad durante la flexión y extensión,
previniendo los movimientos de rotación. El menisco medial presenta menor
movilidad, eso lo hace más susceptible a lesiones, que generalmente ocurren en las
rupturas del ligamento cruzado craneal. Las lesiones más frecuentes incluyen la
ruptura transversal en la región caudal del cuerpo del menisco medial y la “rotura”
del menisco. El diagnóstico puede ser realizado a través del examen de
ultrasonografía, por artroscopia o por artrotomía exploratoria. La utilización de
ultrasonografía como herramienta posibilita examinar los aspectos sonográficos
normales y las alteraciones de los meniscos de las rodillas de perros.
Palabras claves: perros, meniscos, ultrasonografía, diagnóstico por imagen.
Artigo Científico
56
Introdução
Com o desenvolvimento tecnológico dos aparelhos ultra-sonográfico a
imagem teve melhoria em sua resolução. Como resultado desses fatos, no mercado
ocorreu um grande aumento do número de profissionais trabalhando com esse meio
de diagnóstico, portanto o ultra-som tem hoje um papel fundamental na rotina da
clínica de pequenos e de grandes animais.
Diante das enfermidades da articulação do joelho, o diagnóstico
normalmente é baseado na história clínica de claudicação, no exame físico,
ortopédico e radiográfico, e para avaliação das estruturas intra-articulares utiliza-se a
artrografia, artrocentese, artroscopia e ressonância magnética (HOSKINSON e
TUCKER, 2001). Esses procedimentos, com exceção da ressonância magnética são
procedimentos invasivos de diagnóstico das alterações intra-articulares (REED et al.,
1995; DUNCAN et al, 1995; VAN DE BERG et al., 2000; LORIGADOS et al., 2005).
Para evitar essa forma invasiva tem-se utilizado a ultra-sonografia para avaliar as
estruturas em relação a sua forma, tamanho e ecogenicidade (COOK et al., 1999).
A realização do exame ultra-sonográfico na ortopedia veterinária tem por
objetivo avaliar os tecidos moles do sistema locomotor (músculos, tendões e
ligamentos) (CARVALHO, 2004). Além disso, é possível estudar as estruturas
normais e as alterações dos meniscos, cartilagens e espaço articular (REED et al.,
1995; COOK et al., 1999) e do contorno ósseo, complementando assim a avaliação
radiográfica, que fornece informações morfológicas e estruturais dos componentes
anatômicos. (CARVALHO, 2004).
O exame ultra-sonográfico tem como objetivo fornecer informações
sobre os aspectos sonográfico normais e das principais afecções que mais
freqüentemente acometem o sistema locomotor dos pequenos animais (CARVALHO,
2004).
Artigo Científico
57
Revisão de Literatura
Anatomia
A articulação femorotibial é classificada como diartrodial do tipo gínglimo e
uniaxial, permitindo principalmente os movimentos de flexão e extensão. Composta
por uma cavidade, pela cápsula articula, pelo líquido sinovial, pela cartilagem
articular, pelo osso subcondral, pelos ligamentos intra-articulares e por dois
meniscos, onde se encontram um medial e outro lateral (PIERMATTEI, 1999).
O menisco é uma estrutura fibrocartilaginosa, bicôncava, em formato de
"C" e, localizado entre os côndilos femorais e tibiais. No corte transversal os
meniscos têm forma de cunha, a borda central é delgada e côncava e a borda
periférica mais espessa podendo chegar de 6 a 8 mm em cães de raça de grande
porte (VASSEUR, 1998) e o menisco lateral apresenta-se maior e mais espesso que
o menisco medial (ARNOCZKY e WARREN, 1983; NEWTON e NUNAMAKER,
1985; CARPENTER e COOPER, 2000). Sua composição tem 64% de água e grande
quantidade de fibras de colágeno tipo I, com menor quantidade do tipo II, III, V e VI;
além de glicosaminoglicanos (ARNOCZKY e WARREN, 1983; NEWTON e
NUNAMAKER, 1985; CARPENTER e COOPER, 2000). Esses meniscos são fixos
por ligamentos, o que proporciona estabilidade na movimentação do joelho durante
a flexão, extensão e rotação (NEWTON e NUNAMAKER, 1985).
As extremidades dos meniscos são chamadas de cornos e o segmento
que se estende entre os cornos é denominado corpo. Estruturalmente os cornos e o
corpo se diferem. Os cornos possuem grande quantidade de vasos sangüíneos e
fibras nervosas, enquanto o corpo não possui vasos sangüíneos nem fibras
nervosas. A irrigação sangüínea dos meniscos origina-se dos ramos das artérias
geniculadas medial e lateral. (ARNOCZKY e WARREN, 1983; VASSEUR, 1998).
Fisiopatogenia
Os meniscos atuam na proteção das superfícies articulares, pois agem
como elementos de transmissão de cargas e de absorção de energias de impacto;
por contribuírem para estabilidade durante a flexão e extensão, prevenindo
movimentos de rotação e promovendo estabilidade varo e valgo da articulação; ao
atuarem como estruturas móveis, elásticas e periféricas, auxiliando na lubrificação
Artigo Científico
58
da articulação, prevenindo atrito da membrana sinovial sobre as superfícies
articulares do fêmur e da tíbia (ARNOCZKY e WARREN, 1983). Na posição de
estação, os meniscos suportam e absorvem 65% da carga de sustentação do peso
corpóreo. A inervação dos cornos faz com que os meniscos tenham função sensitiva
que auxiliam na propriocepção do membro, protegendo a articulação de carga em
excesso, por meio de arco reflexo, envolvendo a musculatura regional (ARNOCZKY
e WARREN, 1983; VASSEUR, 1998).
As lesões dos meniscos ocorrem quando sua fibrocartilagem fica sujeita a
uma pressão anormal ou tensão. A região do menisco lesionado depende do grau
de flexão da articulação do joelho ao ser imposta a força rotacional, quando em
extensão, a porção cranial do menisco é acometida e quando em flexão, a parte
caudal. A direção da rotação geralmente determina qual o menisco lesionado
(ARNOCZKY, 1996).
As lesões meniscais isoladas, sem lesão ligamentar concomitante, não
são comuns em cães, embora lesões envolvendo o corpo do menisco lateral tenham
sido relatadas em quedas, na qual a articulação sofre compressão excessiva
(HULSE, 1995).
A lesão do menisco lateral é rara e está associada a trauma articular, já o
menisco medial que em sua virtude possue menor mobilidade, e provavelmente por
ter na sua composição menor quantidade de água e glicosaminoglicanas fica mais
susceptível ao dano durante a instabilidade, que geralmente ocorre nas rupturas do
ligamento cruzado cranial (ARNOCZKY,1985).
Conforme descrito por Arnoczky (1985), Dupis e Harari (1993), Haransen
(2003) e Hayashi et al. (2004) as lesões nos meniscos podem ocorrer em conjunto
com a ruptura aguda do ligamento cruzado cranial ou associadas com a
instabilidade crônica da articulação, onde esta instabilidade produzirá movimentos
que poderão comprimir os meniscos entre o fêmur e a tíbia, causando degeneração.
Quando a microestrutura articular estiver alterada, os meniscos estarão mais
vulneráveis a lesões e poderão sofrer lacerações diante de traumatismos mínimos
(KEENE et al., 1993; NEWTON e NUNAMAKER, 1985).
As alterações degenerativas nos meniscos estão associadas a doenças
articulares degenerativas, que resultam em instabilidade articulares (COOK et al.,
1999; TIENEN et al., 2003).
Artigo Científico
59
A calcificação dos meniscos pode ser uma alteração degenerativa primária
ou secundária as doenças crônicas articulares (osteoartrite) (WEBER, 1998). O
traumatismo e a instabilidade articular crônica tem sido descritos como causadores
de calcificação (NIKLOS e WEBER, 1998). A idade também afeta as propriedades
meniscais, onde cães com três anos de idade ou mais apresentam menos
celularidades na superfície do menisco do que aqueles com tempo de vida inferior a
três anos. Com o avanço da idade, o menisco torna-se mais rígido e sua elasticidade
fica reduzida (COX et al., 1975; JACKSON, 2001).
Segundo Keene et al. (1993), Hulse (1995); Moore e Read (1996) os tipos
de lesões mais comuns do menisco medial é a lesão transversal na região caudal do
corpo do menisco medial - que se estende de medial para lateral e a “lesão em alça
de balde”, a qual ocorre em sentido longitudinal do corpo do menisco, com o
deslocamento da porção medial para o centro da articulação interferindo com a
extensão e a flexão completa do joelho. A lesão transversa tende a ocorrer quando o
menisco estira-se, e a lesão longitudinal ocorre quando o menisco é esmagado entre
o fêmur e a tíbia durante a rotação.
Podem ocorrer outros tipos de lesões no menisco medial tais como: a
como a separação da sua porção caudal, quando a articulação do joelho é
posicionada em extrema flexão, o corno caudal do menisco medial pode se deslocar
para o interior da articulação e dobrar sobre-si, durante o movimento de
deslizamento anormal da articulação instável (ARNOCZKY, 1996).
A ruptura dos meniscos é classificada de acordo com sua localização e
posição, como a ruptura longitudinal, transversal, como prega caudal em "forma de
chifre" (ARNOCZKY e WARREN, 1983; NEWTON e NUNAMAKER, 1985; TIENEN
et al., 2003) e segundo a classificação humana é classificada como longitudinal
simples, dupla e tripla, ruptura em "flap", radial e divisão horizontal. (KEENE et al.,
1993).
Diagnóstico
Cães de ambos o sexo e de qualquer idade ou raça estão susceptíveis a
possíveis lesões nos meniscos, e nos cães de grande porte a predisposição a esta
lesão é maior quando ocorre a instabilidade articular (HULSE e JOHNSON, 1997).
O diagnóstico da lesão do menisco é realizado através do histórico clínico
e do exame físico. O exame ortopédico também oferece dados a respeito da
Artigo Científico
60
inspeção, avaliação da marcha, realização dos movimentos normais e manobras
ortopédicas específicas. A maioria das lesões meniscais causa claudicação e
geralmente está associada à ruptura do ligamento cruzado cranial. Estudos recentes
indicam que 61% dos cães apresentam ruptura completa do ligamento cruzado
cranial e lesão dos meniscos e somente 21% dos cães com ruptura parcial têm
lesões meniscais (BUQUERA et al., 2002).
Histórico clínico / exame físico
O histórico clínico de claudicação crônica evolui para a incapacidade
funcional do membro, é um relato comum da ruptura do ligamento cruzado cranial
associada a injuria do menisco (KIRBY, 1993).
Durante a manipulação da articulação, um ruído seco pode ser percebido
ao flexionar e estender o joelho, isto ocorre devido o deslocamento da porção lesada
do corno caudal do menisco medial ou devido ao movimento da parte livre da lesão
em “alça de balde”. Esse ruído é clássico para lesão de menisco, mas sua ausência
não exclui a presença desta (HULSE e JOHNSON, 1997; DEJARDIN et al., 1998).
O menisco lesionado, apreendido entre o fêmur e a tíbia, pode dificultar o
diagnóstico de ruptura do ligamento cruzado cranial pelo impedimento ou redução
do deslocamento da tíbia no teste de “movimento de gaveta” (DEJARDIN et al.,
1998; GNUDI e BERTONI, 2001).
Exame Radiográfico
O exame radiográfico das articulações permite avaliar o tecido ósseo, mas
não as lesões meniscais. Porém, os exames radiográficos da articulação do joelho
nas projeções craniocaudal e mediolateral devem ser realizados para a avaliação
das alterações articulares degenerativas, embora os achados não sejam
correlacionados com as lesões meniscais; A ruptura do ligamento cruzado cranial e
a diminuição do espaço articular podem ser observadas nas articulações com lesões
meniscais (HULSE e JOHNSON, 1997). Assim como em várias doenças articulares,
os sinais radiográficos podem não ser compatíveis com os sinais clínicos, o que não
descarta a possibilidade da doença (SODERSTROM et al., 1998).
Artigo Científico
61
Exame ultra-sonográfico
Há muito tempo o exame ultra-sonográfico é utilizado na rotina dos
pacientes humanos como uma alternativa de avaliação articular, porém na Medicina
Veterinária é ainda pouco utilizado (KRAMER et al., 1999).
A ultra-sonografia tem como vantagens de ser um procedimento não
invasivo comparado com outros tipos de diagnósticos, como a artroscopia e a
artrografia, não utilizar a radiação ionizante e permitir a visualização das estruturas
intra-articulares, possibilitando ainda a avaliação das superfícies articulares do fêmur
e da tíbia, e a observação das alterações degenerativas. Além disso, o exame ultra-
sonográfico é relativamente barato, comparado a modalidades de imagens como a
Ressonância Magnética, e tem sido utilizado para acrescentar informações
importantes ao diagnóstico de maneira segura (REED et al., 1995; MUZZI et al.,
2001).
A desvantagem a utilização do exame ultra-sonográfico para a imagem
normal da anatomia articular canina, necessita de equipamentos específicos e
especialistas para um diagnóstico correto e decisivo para a cirurgia (SCHNAPPAUF
et al., 2001; MAHN, 2005).
Na execução do exame ultra-sonográfico não há necessidade de
anestesia ou sedação do paciente, na maioria das vezes. Há necessidade de realiza
a tricotomia da área do joelho e a aplicação do gel acústico é essencial para o
melhor contato do transdutor com a superfície articular. Deve-se colocar o paciente
em decúbito dorsal ou lateral, com o membro a ser examinado voltado para cima e
semi-flexionado. O transdutor é localizado ainda na região infrapatelar deve ser
rotacionado cerca de 20
O,
para se obter a visibilização dos ligamentos.
(CARPENTER e COOPER, 2000; KRAMER et al., 1999)
Para se proceder ao exame ultra-sonográfico utiliza - se o equipamento
em tempo real, modo-B e transdutores lineares cuja freqüência pode variar de 7,5 a
11MHz. O bloco gel “standoff” tem sido utilizado para melhorar a visualização de
estruturas superficiais do joelho (REED et al., 1995). As imagens são obtidas com o
membro parcialmente flexionado e em extensão, nos planos sagital e transversal; e
são avaliadas as regiões lateral, medial, suprapatelar e infrapatelar, utilizando cinco
diferentes janelas acústicas como a cranial, craniomedial, craniolateral, caudomedial
e caudolateral (REED et al., 1995; KRAMER et al., 1999; MAHN et al., 2005;
KONEBERG e EDINGER, 2007 ).
Artigo Científico
62
Em humanos é muito utilizada a técnica caudomedial e caudolateral para
melhor visibilização do corno caudal do menisco, que também pode ser realizado
nos cães e nos eqüinos, e tem a vantagem de quando realizado no cão, o mesmo ira
se apresentar em decúbito lateral o que requer menor contenção, quando
comparado à técnica para abdômen (KRAMER et al., 1999; KONEBERG e
EDINGER, 2007).
Segundo Carvalho (2004) e Mahn et al. (2005), os meniscos são
visibilizado como estruturas de formato triangular, homogêneo e com ecogenicidade
média. A superfície óssea e os numerosos artefatos de técnica, somados ao espaço
limitado da articulação, freqüentemente podem levar a um falso diagnóstico.
A ultra-sonografia do joelho apresenta grande sucesso na avaliação dos
tecidos moles intra-articulares e a presença de lesões articulares degenerativas,
como diagnóstico das anormalidades da cartilagem articular, ruptura meniscal,
anormalidades do músculo, tendões e ligamentos, artropatias e neoplasias (REED et
al., 1995). Através desta técnica as lesões meniscais são melhor visibilizadas em
cães com peso igual ou superior a 20 kg (REED et al., 1995; KRAMER et al., 1999;
MAHN, 2005).
O ligamento cruzado cranial e o menisco medial são bem visibilizados no
plano sagital, a partir do acesso cranial, com o joelho em completa flexão. A
hipoecogenicidade é comparada com o ligamento patelar. A gordura infrapatelar é
observada nitidamente entre o ligamento patelar e ligamento cruzado cranial (LCCr)
e apresenta ecogenicidade maior do que a das estruturas ligamentosas regionais.
Por causa da orientação e das características sonográficas do LCCr, é possível
observar as rupturas parciais e completas no exame ultra-sonográfico (NYLAND e
MATTOON, 2005).
Segundo Reed et al. (1995) e Mahn (2005), as estruturas intra-articulares
são homogêneas com baixa a moderada ecogenicidade. As cartilagens normais são
visualizadas na lateral e medial dos côndilos femorais. Estas cartilagens produzem
distinta imagem hipoecogênica entre a ecogenicidade da cartilagem do osso femoral
e da ecogenicidade da cartilagem da interface.
Os ligamentos colaterais, os ligamentos meniscais e os intermeniscais não
podem ser visualizados. A aparência ultra-sonográfica da articulação normal do cão
tem sido descrito com imagem similar aos de eqüinos e humanos. Os ligamentos
Artigo Científico
63
meniscais, os ligamentos intermeniscais e tecido sinovial, não podem ser
visualizados em cães (REED et al., 1995).
As estruturas articulares dos cães apresentam-se similares as de eqüinos
e humanos (KONEBERG e EDINGER, 2007). Os meniscos são considerados
normais na imagem ultra-sonográfica, quando sua ecogenicidade média e sua fina
ecotextura são visibilizados na articulação femorotibial com sua superfície
congruente com a margem abaxial do menisco alinhando com a margem abaxial do
côndilo femoral e da tíbia. Pode ser vista uma linha hipoecogênica entre a superfície
do menisco e entre o fêmur e a tíbia, considerada normal no aspecto ultra-
sonográfico (MAHN et al., 2005).
O tecido meniscal é considerado alterado quando está hiperecogênico ou
hipoecogênico e com irregularidades de forma. Essas lesões são clasificadas de
acordo com Konerberg e Edinger (2007) em: ruptura radial, ruptura horizontal,
ruptura em "forma de chifre" ou “alça de balde”, ruptura longitudinal e ruptura em
“flap”. Quando a lesão não se encaixa nessas classificações é denominada como
ruptura complexa do menisco. Segundo Mahn et al. (2005), não se consegue
identificar todas as lesões meniscais através do ultra-som.
Macrae e Scott, (1999) e Seong et al. (2005), realizaram a avaliação ultra-
sonográfica dinâmica, para a melhor detecção da cápsula articular com
administração de solução salina intra-articular em ovinos e em cães normais e com
ruptura do cruzado cranial. Os autores concluíram que dessa forma puderam
identificar a estrutura dos ligamentos, com mais facilidade, pois a solução salina
funciona como “janela acústica”.
Artroscopia
Mesmo sendo uma modalidade diagnóstica, onde as estruturas intra-
articulares são visualizadas em tempo real, artroscopia também apresenta limitações
(YOON et al., 1997).
A artroscopia é uma técnica invasiva de diagnóstico da ruptura do
ligamento cruzado cranial, quando comparada aos métodos de imagem. Porém é
uma modalidade terapêutica menos agressiva que a artrotomia e apresenta um
tempo reduzido de recuperação pós-cirurgica. A artroscopia permite a realização de
pequenas intervenções cirúrgicas a como meniscectomia parcial, curetagem da
Artigo Científico
64
cartilagem articular, sinovectomia parcial e reparos no ligamento cruzado cranial.
(JOHNSON e JOHNSON, 1993; McLAUGHLIN e ROUSH, 2002; WHITNEY, 2003).
Com o desenvolvimento da cirurgia artroscópica, a lesão do menisco pode
ser adequadamente avaliada. As superfícies podem ser visibilizadas e o menisco
pode ser testado para elasticidade e o aprimoramento dessa técnica permite suturar
e recuperar as rupturas do menisco em áreas vasculares. A avaliação completa de
todo o menisco por essa técnica por vezes é impossível. Podem ser de difícil
identificação dos meniscos as lesões degenerativas em estágios avançados e as
pequenas lesões no corno caudal por meio da artroscopia, recomendam-se então a
artrotomia exploratória (FEHR et al., 1996).
O acesso indicado para a realização da artroscopia do joelho é o
infrapatelar medial ou lateral, onde podem ser examinados os ligamentos cruzados,
meniscos, membrana sinovial, patela, platô da tíbia e os côndilos femorais (BRUMIN
et al, 2002; KIVUMBI e BENNETT, 1981).
O alto custo do equipamento e o treinamento por parte do operador são
fatores que inviabilizam o uso freqüente dessa técnica na Medicina Veterinária
(McLAUGHLIN e ROUSH, 2002).
Considerações Finais
A literatura referente à ultra-sonografia em menisco é escassa e os
relatos são relacionados concomitantemente com a ruptura do ligamento do
ligamento cruzado cranial.
O exame radiográfico auxilia nas lesões articulares, porem não diagnostica
as lesões meniscais. Devido ao fato das lesões meniscais serem sutis e de difícil
acesso comparadas com estruturas adjacentes às outras modalidades técnica de
imagem são sua grande aliada.
A utilização do ultra-som na Medicina Humana já vem sendo muito
utilizada em diversos tipos de diagnóstico como a desordem musculoesquelética,
lesões na cartilagem articular, lesões em tendões, ligamentos e lesões meniscais.
Nos cães a ultra-sonografia é uma modalidade de diagnóstico não invasiva e tem se
mostrado muito útil, pois contribui no diagnóstico final da doença, tornando-se uma
ferramenta na avaliação articular, mesmo necessitando de transdutores específicos
e exigindo um operador experiente. Quando comparada a artroscopia, que é um
método invasivo, possui uma grande desvantagem como a claudicação secundária.
Artigo Científico
65
Com o conhecimento dos fatores predisponentes e a maior disponibilidade
de métodos auxiliares de diagnóstico obtém se uma forma determinante para a
escolha da terapia, visando o melhor prognóstico.
Necessita-se de mais estudos relacionados ao exame ultra-sonográfico
meniscal, possibilitando assim mais informações sobre os aspectos sonográficos
normais e das principais afecções que acometem o sistema articular dos animais.
Referências
ARNOCZKY, S.P., WARREN R.F. The microvasculature of the meniscus and its
response to injury. The American Journal of Sports Medicine, v. 11, n.3, p. 131 -
140, 1983.
ARNOCZKY, S.P. Patomecânica das lesões do ligamento cruzado e meniscos. In:
BORJRAB, M.J. Mecanismos da moléstia na cirurgia dos pequenos animais.
2.ed. São Paulo: Manole, 1996, p.889-902.
BUQUERA, E.C., CANOLA, J.C., FILHO, J.G.P., FURLANI, J.M., TALIERI, I.C.,
SELMI, A.L. Radiografia e macroscopia do joelho após estabilização extra-articular
utilizando fáscia lata, fio de poliéster trançado ou fio de poliamida para correção da
ruptura do ligamento cruzado cranial de cães. Ciência Rural, v.32, n.1, p.73-18,
2002.
BRUMIN, A.; KAIA, U.; TEMIZSOYLU, D.; KIBAR, M.; ALKAN, Z.; SAGLAM, M. The
clinical, radiographical and artroscopical diagnosis of cranial cruciate ligamente
lesion and surgical therapy in dogs. Turk Journal Veterinary animal science, n.26,
v.1, p.397-401, 2002.
CARPENTER Jr., D.H.; COOPER, R.C. Mini review of canine stifle joint antomy.
Anatomy Histology Embryology, v. 29, p. 321- 329, 2000.
CARVALHO, C.F. Ultra-sonografia em Pequenos Animais,1. Ed. São Paulo: Roca,
2004, p. 1 , p. 239-249.
COOK, J.L.; TOMLINSON, J.L.; KREEGER, J.M.; COOK, C.R. Induction of meniscal
regeneration in dogs using a novel biomaterial. The American Journal of Sports
Medicine, v. 27, n. 5,p. 658-665, 1999.
COX, J. S., NYE, C.E., SCHAEFER, W. W., WOODSTEIN, I.J. The degenerative
effects of partial and total resection of the medial meniscus in dogs knees. Clinical
Orthopaedics, n. 109, p. 178-183, 1975.
Artigo Científico
66
DEJARDIN, L.M., NEMZEK, J. A., ARNOCZKY, S.P. Stifle injuries. In: BLOOMBERG,
M.S., DEE, J.F., TAYLOR, R. Canine Sports Medicine And Surgery. Philadelphia:
Saunders, 1998, p.138-150.
DUNCAN, J.B.; HUNTER.R.;PURNELL, M.; FREMAN, J. Meniscal injuries
associated with acut anterior cruciate ligament tears in alpine skiers. The American
Journal of Sports Medicine, v. 23, n. 2, p. 170-172, 1995.
DUPUIS, J., HARARI, J. Cruciate ligament and meniscal injuries in dogs. The
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.15, n.2,
p.215-221, 1993.
FEHR, M., BEHRENDS,I., MEYERLINDENBERG,A. Arthroscopic studies of the stifle
of dogs. Tierarztliche Praxis, v.24, n.2, p. 137-143, 1996.
GNUDI, G.; BERTONI, G. Echografic examination of the stifle joint affected by cranial
cruciate ligament rupture in dog. Veterinary Radiology and ultrasound, v.42, n.3,
p.266-70, 2001.
HARANSEN, G.; CranIal cruciata ligament ruptura in profile. Canadian Veterinarian
Journal, v.44, p845-6, 2003.
HAYASHI, K.; MANLEY, P.A.; MUIR,P. CranIal cruciata ligament pathophysiology in
dog with cruciate disease: A review. Journal of the American Hospital Association.
V.40, p385-90, 2004.
HOSKINSON, J. J., TUCKER, R. L. Diagnostic imaging of lameness in small animals.
Veterinry Clinics of Noth American: Small Animal Practice, v. 31, n. 1, p. 165-
180, 2001.
HULSE, D.A. The stifle joint. In: OLMSTEAD, M.L. Small animal orthopedics. St.
Louis: Mosby, 1995. p.395-416.
HULSE, D.A., JOHNSON, A.L. Management of joint disease. In: FOSSUM, T.W.
Small animal surgery. St. Louis: Mosby, 1997. p.883-998.
JACKSON, J., VASSUER, P.B., GRIFFEY, S., WALLS, C.M., KASS, P.H. Pathologic
changes in grossly normal menisci in dogs with rupture of the cruciate ligament.
Journal of the American Veterinary Medical Association, v.218, n.8, p.1281-1284,
2001.
JOHNSON, J. M., JOHNSON, A. L., Cranial cruciate ligament rupture: Pathogenesis,
diagnosis, and postoperative rehabilitation. Veterinry Clinics of Noth American:
Small Animal Practice, v. 23, n. 4, p. 717-733, 1993.
Artigo Científico
67
KEENE, G. C. R., BICKERSTAFF, D., ERA, P.J., PATERSON, R.S. The natural
history of meniscal tears in anterior cruciate ligament insufficiency. The American
Journal of Sports Medicine, v. 21, n. 5, p. 672-679, 1993.
KIRBY, B.M. Decision making in cranial cruciate ligament ruptures. Veterinary
Clinics of North America: Small Animal Practice, v.23, n.4, p.797-819, 1993.
KIVUMBI, C.W.; BENNETT, D. Arthroscopy of the canine stifle joint. The Veterinary
Record, v.109, n.12, p.241-9, 1981.
KONERBERG, D.G.; EDINGER, J. Three-dimensional ultrasonographic in vitro
imaging of lesions of the meniscus and femoral trochlea in the equine stifle.
Veterinary Radiology and Ultrasound, v.48, n.4, p.350-56, 2007.
KRAMER, M., STENGEL, H., GERWING, M., SCHIMKE, E., SHEPPARD, C.
Sonography of the canine stifle. Veterinary Radiology and Ultrasound, v. 40, n. 3,
p. 282-293, 1999.
LORIGADOS, C. A. B., STERMAN, F. A., RABBANI, S. R., HAGE, M. C. F. N.S.,
IWASAKI, M., KAMIKAWA, L., RODRÍGUEZ, H. J. C., SHINOHARA, J. L., PINTO, A.
C. B. F., HAGEN, S. F. Estudo das articulações femorotibial e femoropatelar por
Ressonância Magnética, In: Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de
Pequenos Animais, 2005, São Paulo. Anais... São Paulo: Associação Nacional de
Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo, 2005, p. 153-154.
MAHN, M.M.; COOK, J.L.; COOK, C.R.; BALKE, M.T. Arthroscopic verification of
ultrasonographic diagnosis of meniscal pathology in dogs. Veterinary Surgery, v.34,
n.4, p.318-23, 2005.
McLAUGHLIN, R.M., ROUSH, J. K. Diagnosing osteoarthritis. Veterinary Medicine,
v. 82, n. 4, p. 120- 133, 2002.
MOORE, K.W., READ, R.A. Rupture of the cranial cruciate ligament in dogs. Part I.
The Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.18,
n.3, p.223-234, 1996.
MUZZI, L.A.L.,MUZZI,R.A.L.,RESENDE,C.M.F.,ROCHA,A.P. Ultra-sonografia da
articulação fêmoro-tíbio-patelar em cães normais. . Ciência Rural, v.11, supl. 1, p.
209, 2001.
NEWTON, C.D.; NUNAMAKER, D.M. Cruciate ligament rupture and associated
injuries. Texbook of Small Animal Orthopaedics, 1985.
Artigo Científico
68
NIKLOS, A., WEBWR, D. V. M. Apparent primary ossification of the menisci in dog.
Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 212, n. 12, p. 1892-
1894, 1998.
NYLAND, T. G., MATTOON, J. S. Ultra-som Diagnóstico em Pequenos Animais.
2 Ed. São Paulo: Roca, 2005, p. 280-281.
PIERMATTEI, D.L., FLO, G.L. Artrologia. In: PIERMATTEI, D.L., FLO, G.L. Manual
de ortopedia e tratamento das fraturas dos pequenos animais. 3. ed. São Paulo:
Manole, 1999. Parte I, p.161-189.
REED, A L.; PAYNE, J.T.; CONSTANTINESCU, G.M. Ultrasonographic anatomy of
the normal canine stifle. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 36, n. 4, p. 315-
321, 1995.
SCHNAPPAUF, A., MULLER, S., GERWING, M., KRAMER, M., SCHIMKER, E.
Ultrasound of the canine stifle and its importance in cranial cruciate ligament rupture
in dog. Veterinary Radiology and Ultrasound, v. 42, p. 359-394, 2001.
SODERSTROM, M.J., ROCHAT, M. C., DROST, T. Radiographic Diagnosis: Avulson
fracture of the caudal cruciate ligament. Veterinary Radiology and Ultrasound, v.
39, p. 536-538, 1998.
SEONG, Y., EOM, K., LEE, H., LEE, J., PARK, J., LEE, K., JANG, K., OH, T., YOON,
J. Ultrasonographic evoluation of cranial cruciate ligament rupture via dynamic intra-
articular saline injection. Veterinary Radiology and Ultrasound, v. 46, n. 1, p. 80-
82, 2005.
TIENEN, T.G.; HEIJKANTS, R.G.J.C.; BUMA, P.; DE GROOT, J.H.; PENNIGS, A.J.;
VETH, R.P.H. A porous polymer scaffold for meniscal lesion repair - A study in dogs.
Biomaterials, v. 24, p. 2541-2548, 2003.
VAN DE BERG, B. C., LECOUVET, F. E., POILVACHE, P. Dual detector spiral CT
artrography of the knee: accuracy for detection of meniscal abnormalites and
unstable tears. Radiology, v. 216, n. 5, p. 851- 857, 2000.
VASSUER, P. B. Articulação do joelho. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de
pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Manole, 1998, v.II, p.2149-2201.
WEBER, N.A. Apparent primary ossification of the menisci in dog. JAVMA, v.212,
n.12, 1998.
Artigo Científico
69
WHITNEY, W.O. Assisted surgery of the stifle joint. I: BEALE, B. S., HULSE, D. A.,
SHULZ, K. S., WHITNEY, W. O., Small animal artroscopy. Philadelphia: Saunders,
p. 116- 157, 2003.
YOON, Y., RAH,J., PARK, H. A. Aprospective study of the accuracy of clinical
examination evaluated by arthroscopy of the knee. In: MOOREY, B. F.,
BEAUCHAMP, C.P., CURRIER, B. L., SWIONTKOWSKI, M. F., TOLO, V., TRIGG, S.
D. Yearbook of orthoprdics knee. St. Louis: Mosby, 1998. p. 231-257.
Anexo I
70
10 ANEXO I
10.1 Ficha de identificação do paciente
Nome: Idade: Raça: Peso:
RG/Radiologia:
Achados Radiográficos:
1- Esclerose em fêmur e tíbia
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
2- Osteófito em fêmur
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
3- Osteófito em tíbia
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
4- Deslocamento cranial da tíbia em relação ao fêmur
( ) ausência ( ) presente
Achados Ultra-sonográficos:
1- Líquido articular
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
2- Irregularidade em cartilagem articular de fêmur
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
3- Irregularidade em cartilagem articular de tíbia
( ) ausência ( ) leve ( ) moderado ( )grave
4- Ligamento cruzado cranial
( ) íntegro ( ) ruptura parcial ( ) ruptura total
5- Menisco
( ) íntegro ( ) ruptura parcial ( ) ruptura total
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo