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dentes, né, nos horários né, antes de levantar, após as refeições, questão de
higiene que quando vai ao banheiro, lavar as mãos né, se ta brincando, ta na
terra, primeiro lava as mãos, depois vai no banheiro, depois lava de novo,
aquela coisa toda. Que as crianças ali, muitas, como é um município assim,
mais... mais assim, carente, as crianças, tem muitas assim que não tem... quer
dizer, tem um pouco de noção, mas não assim... de ligar muito, se os pais não
tão assim em cima, se estão trabalhando... então é questão do piolho, que
acontece, então, de vez em quando você vê um se coçando, daí você lembra
de lavar a cabeça, que precisa, todos os dias, se não pode todos os dias por
causa do frio, um dia sim, um dia não, então aquela coisa toda. E daí eles
foram fazendo um... eu fiz um trabalho de fazer o desenho do corpo em um
papel, né, de uma criança, escolhi uma criança e tal, daí para ir mostrando as
partes do corpo. Que daí uns... primeiro você pergunta, cada um vai falando o
que sabe, o que não sabe, daí eles vão falando e vou colocando o nome e tal,
e depois eu entreguei um dia um desenho de um corpo e pedi para que eles
colocassem como se fosse o deles, né, para colocar como que eles eram, o
que que eles tinham, e tal. Então, é bem interessante que cada um fez assim...
um que tava com o cabelo diferente, com um corte arrepiadinho, daí saiu o
desenho tudo espetadinho, o outro já esqueceu do nariz... então, assim,
questões assim, que às vezes não percebe, ele sabia que era ele, mas...
porque ainda ta naquela fase de 5 a 6 anos, a criança vê, mas tipo assim, não
assimila para marcar, ainda ta naquela fase de transição ali, então, a parte da
higiene e tudo. Depois a gente viu... agora eu to vendo a... a questão dos
animais, porque foi falado dos seres vivos né, os que são, mostrando que
pedra, pedra não nasce, ta ali, vai continuar ali, só pode ser quebrada, mas que
não vai nascer filhinhos da pedra, aquela coisa toda assim, né. E... e agora nós
estamos com animais domésticos, de estimação, né e os selvagens, daí aquela
questão, perguntei o que que eles achavam que eram animais domésticos, que
que eram selvagem e daí teve um que falou que o leão era um animal
domestico, né, [risos] porque ele viu lá, acho que era um circo que deveria
estar instalado numa... porque é bairro né, então fica num campo aberto, então
que ele viu. E outro já conta umas histórias, porque eles ficam ouvindo os
relatos de cada criança e daí tem uns assim que eu já notei isso, que às vezes
ele fica pensando, acho que ele não sabe ainda o que que ele vai falar, então,
daí ele observa o que os outros falaram e daí ele complementa com alguma
coisa, porque às vezes você vê que é meio impossível o que ele está falando,
sabe? [risos] Daí eles começam a inventar umas coisas assim bem... sabe...
bem esquisitas assim sabe? Então, mas é bem interessante. E eles trazem
várias contribuições, uns dizem que foi no circo, outros dizem que foi no
zoológico, outros dizem que lá no quintal do vizinho tinha um... um cavalo,
sabe? Aí outro já vem falar que o macaco é um animal doméstico, e que ele
sabe que é... daí eu expliquei que às vezes quando tem uns macacos, uns
pequeninhos né, que às vezes as pessoas trazem de outros lugares e cuidam
em casa, mas que não pode porque ele ta acostumado a viver num lugar mais
aberto e tal, e que não é normal, que ele é mais selvagem mesmo, explicando
assim... então, eles gostam. Até foi feito um livrinho, que eu fiz, pedi para eles
fazerem em casa e colocado os animais domésticos e selvagens separados, e
que, quando eles não achassem nenhuma figura nem em revista, nem em
jornal, que era para eles desenharem da maneira como eles sabiam, né. Então,
tem uns desenhos assim, bem assim, sabe, que você não pode rir porque é o