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levantamento e transporte manual de peso para reposição material de consumo no posto de
trabalho (NISHIDE; BENATTI, 2004; MARZIALE; RODRIGUES, 2002).
Ponzetto (2007: 49) nos faz lembrar que: “a máquina humana tem pouca
capacidade de desenvolver força física no trabalho. O sistema osteomuscular do ser humano
habilita-o a desenvolver movimentos de grande velocidade e de grande amplitude; porém,
contra pequenas resistências”.
Os riscos psicossociais estão embutidos na responsabilidade sobre a vida do
“outro”, sobrecarga de trabalho, baixa remuneração com alto nível de responsabilidade,
estresse relacionada à tensão emocional, fadiga mental associada ao controle rígido de
produtividade e a imposição de ritmos excessivos, longa e/ou dupla jornada de trabalho,
ausência de lazer, insatisfação pessoal pela falta de reconhecimento, instabilidade laboral, a
confrontação com o sofrimento alheio, o imprevisível, o inesperado, contato permanente com
doenças, perdas, enfrentamento com a morte e os cuidados pós morte, onde o sentimento de
fracasso soma-se ao da culpa, trazendo antevisões da própria morte ou lembranças de
experiências anteriores (CHAMORRO, 1999; BULHÕES, 1998).
Os riscos químicos são provenientes de substâncias, produtos ou compostos
capazes de penetrar no organismo através das vias respiratórias, cutânea e digestiva (SILVA;
ZEITOUNE, 2009); representados sob os mais diversos estados: sólido, líquido ou gasoso.
A equipe de enfermagem está sujeita a exposição de medicações variadas, gases
anestésicos, formaldeído, éteres, quimioterápicos, contato com contrastes durante a realização
de exames radiográficos, colírios, antibióticos, ácidos, pomadas, saponáceos e antissépticos,
clorexidina, soluções iodadas e álcool. Esses substratos são capazes de produzir tipos diversos
de lesão celular, com efeitos manifestados imediatamente ou tardiamente
(BULHÕES, 1998).
O álcool e o éter, por exemplo, podem desencadear intoxicação aguda
manifestada através de cefaléia, vertigem, náuseas e algumas vezes até êmese, excitação
psicomotora, irritabilidade ou sonolência, perda de consciência e até a morte por meio da
parada respiratória; a intoxicação crônica afeta a digestão e conseqüentemente a nutrição e
queda do estado geral. Os gases anestésicos causam depressão respiratória, bradicardia,
hipotensão, depressão do Sistema Nervoso Central (SNC), irritações oculares e
dermatológicas, o óxido nítrico pode levar a leucopenia, entre outros (COSTA; FELLI, 2005).
2.2. Riscos Ocupacionais Provenientes do Manuseio de Quimioterápicos Antineoplásicos