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E. coli (9,5%). Para helmintos (18%) constatou-se uma maior freqüência de A. lumbricoides
(98%), seguido por T. trichiura (2%).
Em Niterói, RJ, foi realizado um estudo coproparasitológico em 218 crianças que
freqüentam creches comunitárias e de 43 funcionários, tendo sido observada uma positividade
para enteroparasitas em 120 (55%) e 15 (34,9%), respectivamente (Uchoa et al., 2001). Em
Mirassol, SP, crianças de creches e escolas de 1° e 2° graus apresentaram altos índices de
enteroparasitas, porém nas instituições públicas evidenciou-se uma maior freqüência de
crianças com giardíase quando comparadas as instituições privadas (Machado et al., 1999).
Tavares-Dias e Grandini (1999), investigando a prevalência de enteroparasitas na
população de São José da Bela Vista, SP, constatou que dos 1032 exames fecais realizados,
458 (44,4%) apresentaram positividade, sendo que o A. lumbricoides (13,9%) foi o parasito
encontrado de maior freqüência. Em áreas rurais de Pernambuco, Pereira et al. (2000)
observaram prevalências de 75,2% de ascaridíase, enquanto que em Campina Grande, PB,
constataram uma freqüência de 54,2% (Pereira et al., 1995). Ainda em Campina Grande, PB,
Silva et al. (2003) constataram uma prevalência de ascaridíase de 56,3%. Campos et al.
(2002), pesquisando A. lumbricoides em crianças em Duque de Caxias, evidenciaram um
índice de 27,5%.
Todos esses números acima mencionados indicam que as parasitoses continuam sendo
um problema que merece atenção por parte das autoridades locais de saúde. De maneira geral,
elas estão associadas a carências socioeconômicas que precisam ser superadas ou pelo menos
minimizadas, como a falta de saneamento, condições precárias de moradia, difícil acesso a
programas de saúde e baixa escolaridade (Filho, 2003). Outro fator importante de ser
ressaltado é que no Brasil ainda se planta, principalmente hortaliças, com estrume (fezes de
animais e em alguns lugares até humanas) e irrigam plantações com água de rios ou nascentes
contaminadas, indo à nossa mesa hortaliças extremamente contaminadas, que nem cloro,
vinagre, limão, nada além do cozimento pode exterminar estes ovos e cistos de parasitas
(Dias, 2002).
É interessante enfatizar que verminose não é somente um problema que afeta crianças
de baixa renda, mas acomete todo o país. Para mudarmos este quadro é necessário que haja
uma transformação nas nossas condutas de higiene, e como formadores de opinião, devemos
exigir medidas sanitárias mais sérias tanto no saneamento básico, mais também no
treinamento e controle sanitário de restaurantes, bares, lanchonetes, escolas, agricultura e tudo
que se relacione à veiculação de água e alimentos (Oliveira e Germano, 1992).