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Ricardo Santos Moreira
Revisões nos Sistemas de Identidade
Visual Corporativa de marcas brasileiras:
uma análise crítica.
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo
Área de concentração: Design e Arquitetura
Orientador: Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone
São Paulo
2009
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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa,
desde que citada a fonte.
Ficha catalográfica
Moreira, Ricardo Santos
M838r Revisões nos sistemas de identidade visual corporativa
de marcas brasileiras: uma análise crítica / Ricardo Santos
Moreira. --São Paulo, 2009.
271 p. : 159 il.
Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: Design
e Arquitetura) - FAUUSP.
Orientador: Rafael Antonio Cunha Perrone
1.Design gráfico 2.Comunicação visual I.Título
CDU 76
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Folha de aprovação
Ricardo Santos Moreira
Revisões nos Sistemas de Identidade Visual Corporativa
de marcas brasileiras: uma análise crítica.
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre
em Arquitetura e Urbanismo.
Área de concentração: Design e Arquitetura
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA:
PROF. DR.
INSTITUIÇÃO
ASSINATURA
PROF. DR.
INSTITUIÇÃO
ASSINATURA
PROF. DR.
INSTITUIÇÃO
ASSINATURA
Dedicatória
Aos meus pais, Jaime Moreira (in memoriam) e
Nice Santos Moreira.
Agradecimentos
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone, pela oportunidade de
desenvolver este trabalho;
ao amigo Prof. Sylvio Ulhôa Cintra Filho, pelo auxílio e pelas discussões acaloradas,
assim como pelas sábias recomendações;
aos colegas Norberto Chamma e Carlos Dranger, pelas entrevistas e pelos materiais
fornecidos;
à amiga Profa. Dra. Beatriz Mugayar Kühl, pelas valiosas contribuições à
organização do trabalho;
aos membros da banca pela paciência em ler este trabalho e pelas orientações para
a melhoria deste estudo;
e particularmente:
à Adri, por estar sempre ao meu lado, entendendo minhas ausências e me
incentivando e ao nosso filho Camilo, por trazer ainda mais alegria às nossas vidas;
à Duda, pela revisão paciente dos textos.
“Uma marca é uma entidade viva – e é enriquecida ou
arruinada ao longo do tempo, produto de mil pequenos gestos.”
Michael Eisner
Resumo
A economia brasileira passa, no período de 2000 até meados de 2008, por
uma fase de relativa estabilidade. Tal situação permitiu às empresas elaborar
estratégias de médio prazo e a implementá-las, muitas vezes de maneira bem
sucedida. Observa-se assim, a valorização de algumas empresas brasileiras,
considerando-se não só os seus ativos físicos, mas também as suas marcas, que
passaram a constituir ativos que não deviam ser desprezados. Revisões dos
Sistemas de Identidade Visual têm acontecido com maior freqüência, com a
atualização de Identidades Visuais defasadas e, em alguns casos, com a mudança
do próprio nome da empresa. Pretende-se, neste trabalho, analisar a Identidade
Visual Corporativa resultante desses processos de revisão segundo a metodologia
de Norberto Chaves, e seus catorze parâmetros de alto desempenho de símbolos e
logotipos. O universo de pesquisa é formado pelas dez marcas brasileiras mais
valorizadas, segundo as avaliações feitas no Brasil pela consultoria inglesa
Interbrand, no ano de 2007.
Palavras chave:
1. Design gráfico 2. Identidade Visual
Abstract
The Brazilian economy at 2000 decade goes through a stable period of time,
between 2000 and 2008. This situation has allowed corporations to elaborate some
middle term and long term strategies, and to put them into practice, many times in a
successful way. As a result, there was the corporation´s value increment, not only of
physical resources, but also of brand value. The brand became a resource not to be
despised. Revisions on Visual Identity Systems have happened more frequently, with
renew of old Visual Identities and, in some cases, with the change of the
corporation´s name. In this work is intended to analyze the Visual Identify after the
revision process, according to Norberto Chaves methodology and his fourteen
parameters of high performance for symbols and logotypes. The research is based
on the ten most valuable Brazilian brands, according to Interbrand´s 2007 evaluation.
Key words:
1. Graphic design 2. Visual Identity
Sumário
1 Considerações iniciais 01
2 Marca e Identidade Visual Corporativa 03
2.1 Identidade 03
2.2 Signo, informação e comunicação 07
2.3 Definições e questões terminológicas 11
2.4 A origem e a evolução do conceito de marca 16
2.4.1 A primeira geração da marca 16
2.4.2 A segunda geração da marca 19
2.4.3 A terceira geração da marca 20
2.5 Bauhaus, Estilo Internacional e os Sistemas de Identidade Visual Corporativa 24
2.5.1 A experiência da AEG 24
2.5.2 Bauhaus 26
2.5.3 A consolidação do Estilo Internacional 28
2.5.4 Paul Rand e a IBM 30
2.5.5 Reações ao Estilo Internacional 33
2.6 A quarta geração: a marca nos dias de hoje 36
2.6.1 A imagem da marca 36
2.6.2 Branding 39
2.7 A imagem corporativa: teoria e metodologia da identificação institucional segundo
Norberto Chaves 42
2.7.1 O contexto 42
2.7.2 O fenômeno sócioeconômico 43
2.7.3 O protagonismo do sujeito 44
2.7.4 Um sujeito desenhado 44
2.7.5 O fenômeno institucional: uma proposta de quatro elementos 45
2.7.6 Semiose institucional 46
2.7.7 O campo de intervenção – o imaginário recorrente 47
2.7.8 Os cinco níveis de identificação 48
2.7.9 Etapas e fases do processo 53
2.8 Outras teorias sobre a Identidade Visual Corporativa 58
2.8.1 João Carlos Cauduro 58
2.8.2 Norberto Chamma 62
2.8.3 Wally Ollins 68
2.8.4 Lígia Fascioni 70
2.9 As revisões em Sistemas de Identidade Visual Corporativa 74
3 As marcas brasileiras 80
3.1 O atual contexto econômico brasileiro 81
3.2 A avaliação das marcas brasileiras 82
3.3 O INPI e a proteção das marcas no Brasil 84
3.4 As marcas brasileiras mais valorizadas em 2007 e seus registros no INPI 85
3.4.1 Itaú 86
3.4.2 Bradesco 87
3.4.3 Banco do Brasil 88
3.4.4 Petrobras 89
3.4.5 Unibanco 90
3.4.6 Natura 91
3.4.7 Vale do Rio Doce / Vale 92
3.4.8 TAM 93
3.4.9 Gerdau 94
3.4.10 USIMINAS 95
3.4.11
Conclusões sobre o levantamento 96
4 Compreensão e análise do signo de comando 98
4.1 Sobre os signos 102
4.1.1 Os níveis de inserção social 102
4.1.2 Identificadores primários e secundários 103
4.1.3 Classificação morfológica dos Identificadores primários 103
4.2 Norberto Chaves / Raúl Belluccia e os catorze parâmetros de alto rendimento 107
4.2.1 Qualidade Gráfica Genérica 109
4.2.2 Ajuste tipológico 110
4.2.3 Correção estilística 111
4.2.4 Compatibilidade semântica 112
4.2.5 Suficiência 114
4.2.6 Versatilidade 115
4.2.7 Vigência 116
4.2.8 Reprodutibilidade 118
4.2.9 Legibilidade 118
4.2.10 Inteligibilidade 119
4.2.11 Pregnância 120
4.2.12 Vocatividade 121
4.2.13 Singularidade 122
4.1.14 Declinabilidade 123
4.3 Os erros de gestão 124
4.3.1 Desenvolvimento do trabalho sem um programa definido 124
4.3.2 Desenvolvimento do trabalho por imitação 125
4.3.3 Erro na definição dos condicionantes 125
4.3.4 A má escolha dos profissionais 126
4.3.3 Definição equivocada de prazos e verbas 127
5 Estudos de casos 128
5.1 Itaú 129
5.1.1 Levantamento sobre a empresa 129
5.1.2 Dados sobre o Projeto Itaú 142
5.1.3 Análise do novo Signo
segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 148
5.2 Petrobras 165
5.2.1 Levantamento sobre a empresa 165
5.2.2 Dados sobre o Projeto Petrobrax 176
5.2.3 Análise do novo Signo
segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 194
5.3 Vale 212
5.3.1 Levantamento sobre a empresa 212
5.3.2 Dados sobre o Projeto Vale 227
5.3.3 Análise do novo Signo
segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 236
6 Considerações Finais 253
7 Referências bibliográficas 258
8 Anexos 262
8.1 Anexo 01 - Orientações do INPI 263
8.2 Anexo 02 - As marcas da Petrobras e o caso Petrobrax: Artigo de Ricardo Vieira 267
Lista de tabelas
Tabela 01: Ranking das maiores empresas do País, de acordo com o valor de mercado 82
Tabela 02: Ranking das 10 marcas brasileiras mais valiosas em 2001, 2003 e 2007 83
Tabela 03: Ranking das 10 marcas brasileiras mais valiosas em 2007 85
Tabela 04: Ranking dos dez maiores bancos brasileiros 130
Tabela 05: Ranking dos dez maiores bancos internacionais 130
Tabela 06: Empresas relacionadas à Itaú Holding 136
Tabela 07: Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes do Itaú no Brasil 156
Tabela 08: Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes do Itaú no exterior 156
Tabela 09
: Ranking das dez maiores empresas de energia 166
Tabela 10
: Aspectos dos signos ident. dos dez concorrentes da Petrobras no Brasil 203
Tabela 11: Aspectos dos signos ident. dos dez concorrentes da Petrobras no exterior 203
Tabela 12: Ranking das dez maiores mineradoras 214
Tabela 13: Empresas controladas, coligadas e joint ventures da Vale 220
Tabela 14: Aspectos dos signos ident. dos dez concorrentes da Vale no Brasil 243
Lista de figuras
Fig. 01: Modelo de comunicação de Shannon & Weaver 09
Fig. 02: Modelo de comunicação de Westley & McLean 10
Fig. 03: Exemplos de marcas na Antiguidade 16
Fig. 04: Alças com o selo de Knidion, 90 anos A.C. 18
Fig. 05: Marca retangular de Rodes 18
Fig. : Ânfora com o selo de Judá 18
Fig. 07: Ânfora egípcia, com selo da rainha Nefertiti, século XIV A.C. 18
Fig. 08: Moeda de prata de Quiós com ânfora gravada, século I A.C. 18
Fig. 09: Ânforas de Koan marcada com o nome Dorimachos. 18
Fig. 10: Alça com o selo Thassos. 18
Fig. 11: Marca de Juan Martinez el Joven: Flor-de-lis simplificada 19
Fig. 12: Signo de um mestre artesão (Augsburg, século XVI) 19
Fig. 13: Evolução da marca UPS 20
Fig. 14: Registrado: a letra R dentro de um círculo 21
Fig. 15: Exemplos de peças publicitárias imitações 22
Fig. 16:Exemplos de cartazes 23
Fig. 17: O símbolo AEG e aplicações 25
Fig. 18: Aplicações: variação do símbolo AEG e vista da edificação da fábrica 25
Fig. 19: Alfabeto Internacional Bayer 26
Fig. 20 : Edifício Bauhaus / Dessau, 1926 27
Fig. 21: Luminária / Bauhaus 27
Fig. 22 : Mies van der Rohe – edifício de apartamentos, 1927 27
Fig. 23: Primeiro logo da Bauhaus, 1919 27
Fig. 24: Segundo logo da Bauhaus, 1922 27
Fig. 25 - Mies van der Rohe, Pavilhão de Barcelona, 1929 27
Fig. 26 - Variações do signo IBM 31
Fig. 27:
IBM package designs, 1950 e 1975 32
Fig. 28:
Eye, bee M” pôster, 1981 32
Fig. 29: Variações do signo Mtv 35
Fig. 30: As marcas e os mundos perceptivos 37
Fig. 31: O arco evolutivo da marca, da marca função à marca emoção 37
Fig. 32 : Logotipos 49
Fig. 33 : Símbolos 50
Fig. 34 : Sistemas de identificação visual 51
Fig. 35 : Programas integrais 52
Fig. 36 : Etapas e fases do processo 57
Fig. 37 : Marcas e Manuais de Identidade Visual Corporativa – Cauduro Associados 60
Fig. 38 : Aplicações do Sistema de Identidade Visual Villares – Cauduro Associados 61
Fig. 39 : Projetos desenvolvidos pela Und Corporate Design 66
Fig. 40 : Apresentação parcial do Sistema de Identidade Visual Ultra 67
Fig. 41: A evolução da marca AEG 77
Fig. 42: A evolução da marca Nestlé 77
Fig. 43: A evolução da marca Shell 78
Fig. 44: A evolução da marca Ford 78
Fig. 45: A evolução da marca IBM 79
Fig. 46: Marcas Itaú registradas no INPI 86
Fig. 47: Marcas Bradesco registradas no INPI 87
Fig. 48: Marcas Banco do Brasil registradas no INPI 88
Fig. 49: Marcas Petrobras/Petrobrax registradas no INPI 89
Fig. 50: Marcas Petrobras não registradas no INPI 89
Fig. 51: Marcas Unibanco registradas no INPI 90
Fig. 52: Marca Unibanco não registrada no INPI 90
Fig. 53- Marcas Natura registradas no INPI 91
Fig. 54: Marcas Vale do Rio Doce registradas no INPI 92
Fig. 55: Marcas TAM registradas no INPI 93
Fig. 56: Marca TAM não registrada no INPI 93
Fig. 57: Marcas Gerdau registradas no INPI 94
Fig. 58: Marcas Gerdau não registradas no INPI 94
Fig. 59: Marcas USIMINAS registradas no INPI 95
Fig. 60: Exemplos de marcas líderes: Shell, BMW e VW 102
Fig. 61: Exemplo de logotipo tipográfico standard - Panasonic 104
Fig. 62: Exemplo de logotipo tipográfico exclusivo - The Times 104
Fig. 63: Exemplo de logotipo tipográfico retocado Pirelli 104
Fig. 64: Exemplo de logotipo tipográfico iconizado - Marca fictícia Solaris 104
Fig. 65: Exemplo de logotipo tipográfico singular - Coca-Cola 105
Fig. 66: Exemplo de logotipos tipográficos com acessório estável - Ford e Telefonica 105
Fig. 67: Exemplo de símbolo icônico - o raio da ZOOMP 106
Fig. 68: Exemplos de símbolos abstratos - Mercedes Bens e Nike 106
Fig. 69: Exemplos de símbolos alfabéticos - Texaco e Motorola 106
Fig. 70: Exemplo de logotipo tipográficos puro – Epson, e singular - Coca-Cola 111
Fig. 71: Exemplos de signos abstratos – Mitsubishi e Bacardi 113
Fig. 72: Exemplo de ausência de alusão explícita à atividade desenvolvida – Renault 114
Fig. 73: Exemplos de logotipos sem símbolos - Panasonic, IBM e Pirelli 114
Fig. 74: Exemplos de marcas com boa intelibibilidade - BMW e Lufthansa 120
Fig. 75: Pregnância: bandeiras da Colômbia e Argentina 120
Fig. 76: Símbolos com baixa e alta vocatividade - Mercedes Benz e Texaco 122
Fig. 77: Exemplos de Alta singularidade - IBM, Pirelli e YvesSaintLaurent 123
Fig. 78: O signo identificador do antigo Banco Itaú. 137
Fig. 79: O signo identificador na década de 1960, de Aloísio Magalhães. 137
Fig. 80: O signo identificador antigo e o atualizado em 1970. 138
Fig. 81: A reformulação do signo Itaú, em 1990. 139
Fig. 82: A evolução do signo em anúncio - revista Isto É 141
Fig. 83: A evolução da marca Itaú em publicação institucional de 2005 142
Fig. 84: O signo em uso pelo Itaú 145
Fig. 85: Fonte Myriad e suas variações 146
Fig. 86: Fonte Helvética e suas variações 147
Fig. 87: Itaú e seus concorrentes no Brasil 148
Fig. 88: Itaú e seus concorrentes no exterior 149
Fig. 89: Sobreposição do traçado da nova marca Itaú sobre a marca anterior 150
Fig. 90: Fonte Myriad Roman e o traçado ajustado 151
Fig. 91: Marcas com a fonte Myrad: Walmart e ModernTelgraph 151
Fig. 92: Itaú grafado nas fontes Myriad e Frutiger: semelhanças 151
Fig. 93: O signo aplicado com as estrelas e as cores de seu Código Cromático 152
Fig. 94: O signo Itaú e seu Código Cromático 152
Fig. 95: Mosaico com exemplos das aplicações da marca Itaú 154
Fig. 96: A evolução da marca Itaú 157
Fig. 97: Rádio Brionvega, de 1966 157
Fig. 98: Calendário perpétuo de Enzo Mari, de 1966 158
Fig. 99: A marca Itaú e exemplos de sua adaptação a seus públicos 159
Fig. 100: A marca Itaú e exemplos de marcas de suas empresas coligadas 164
Fig. 101: O ranking nacional da distribuição de combustíveis 167
Fig. 102: A primeira marca da Petrobras 171
Fig. 103: A revisão da marca Petrobras em 1972 172
Fig. 104: A marca Petrobras em 1994 173
Fig. 105: Logotipo d os postos de serviço nos outros países da América do Sul 173
Fig. 106: Fonte Helvética e suas variações 174
Fig. 107: O Caderno de Assinaturas Petrobras 175
Fig. 108: Os postos Petrobras nos anos 1950 e atualmente 176
Fig. 109: Norberto Chamma (Lelé), em seu escritório 177
Fig. 110: Ícone Energia Petrobras 181
Fig. 111: Símbolo com os logotipos propostos pela Und, com os sufixos Brax e Bras 181
Fig. 112: Fonte Frutiger e suas variações 183
Fig. 113: Apresentação Petrobrax 01 184
Fig. 114: Apresentação Petrobrax 02 185
Fig. 115: Apresentação Petrobrax 03 186
Fig. 116: Apresentação Petrobrax 04 187
Fig. 117: Apresentação Petrobrax 05 188
Fig. 118: Apresentação Petrobrax 06 189
Fig. 119: Apresentação Petrobrax 07 190
Fig. 120: Apresentação Petrobrax 08 191
Fig. 121: Apresentação Petrobrax 09 192
Fig. 122: Apresentação Petrobrax 10 193
Fig. 123: Petrobras e seus concorrentes no Brasil 197
Fig. 124: Petrobras e seus concorrentes no exterior 198
Fig. 125: Problemas da marca Petrobras, em análise da Und Corporate Design 199
Fig. 126: Variações Petrobrax e o Código Cromático 199
Fig. 127: O ícone PetroBrax e o da BP 200
Fig. 128: Mosaico com exemplos de aplicações da marca Petrobrax 202
Fig. 129: O conceito formal do projeto 204
Fig. 130: Alterações na marca BP 205
Fig. 131: A aplicação da nova marca e seus discursos 206
Fig. 132: Os signos propostos em comparação com os existentes 208
Fig. 133: Exemplos de aplicação da marca Petrobrax em fundo claro, escuro e colorido 208
Fig. 134: Petrobras e suas subsidiárias - situação existente 211
Fig. 135: Petrobras e suas subsidiárias - situação proposta 211
Fig. 136: Os signos Vale do Rio Doce e Docenave, criados por Aloísio Magalhães 222
Fig. 137: Matéria sobre a marca Vale do Rio Doce 223
Fig. 138: Elementos do Manual de Identidade Visual Corporativa Vale do Rio Doce 224
Fig. 139: Seqüência de três anúncios de páginas duplas antes da nova marca 225
Fig. 140: Seqüência de três anúncios de páginas duplas depois da nova marca 226
Fig. 141: Carlos Dranger em seu escritório 227
Fig. 142: As aplicações gráficas da marca Vale do Rio Doce: fragmentação 230
Fig. 143: A nova marca Vale 230
Fig. 144: Sistema Visual Vale 01 231
Fig. 145: Sistema Visual Vale 02 232
Fig. 146: Apresentação Vale 01 233
Fig. 147: Apresentação Vale 02 234
Fig. 148: Apresentação Vale 03 235
Fig. 149: Vale e seus concorrentes no mundo 238
Fig. 150: Os elementos complementares ao sistema 239
Fig. 151: A divulgação da nova marca em publicação direcionada ao público interno 240
Fig. 152: Mosaico Vale com exemplo de várias aplicações 242
Fig. 153: A representação gráfica oficial da Argentina 244
Fig. 154: Efeito sobre fotografia do site www.bhpbiliton.com 244
Fig. 155: Os significados do símbolo Vale 245
Fig. 156: O Código de Ética da Vale, apresentação da empresa e anúncios 246
Fig. 157: O identificador Inco e o novo identificador Vale Inco 247
Fig. 158: Variações da marca de modo a garantir a legibilidade 248
Fig. 159: A marca Vitelli 249
1. Considerações iniciais
“ViveraexperiênciadaMarca”.Quantoseouviuestaexpressão,ouapenas
sentiuseumvínculo,umamotivaçãomaiorparaseutilizardeterminadoprodutoou
serviço.
OSistemadeIdentidadeVisualépartedeoutrosistemacomplexoquedefineuma
marca.OprestígiodaIdentidadeVisualvemdetemposremotos,quandoforamcriados
sinaisdeidentidadeparafamílias,clãs,regiões,nações.Essessímbolosconstituíamas
armasindispensáveisnasbatalhascampaisesinalizavamaorigemdosguerreiros,
demarcavamterritóriosedavamsentidodeunidadeaosexércitos.
Posteriormente,aIdentidadeVisualfoiutilizadaparaidentificarprodutosde
determinadofabricante/produtoreparadiferenciálodosconcorrentes,visando
protegêlo,bemcomooconsumidor.Atualmente,ocaráterdearmadeguerramantém
seemudouseocenáriodabatalha,quepassouaseromercadoglobalizado.
Concretamente,éjustoafirmarqueasinstituiçõesperceberamapotencialidade
queamarcaoferecia.Diferentementedemomentospassados,emqueoobjetivoera
identificaraprocedênciadedeterminadoserviçoe/ouproduto,elateveseuconceito
ampliado,eatualmentevinculaseaemoções,sentidosevalores.Partedeseuobjetivoé
preservado,queépossibilitararepetiçãodeumaexperiênciadeconsumooudeevitála.
Verificasetambémqueoconsumidor,aoterumaexperiênciabemsucedidacom
determinadoprodutodeumfabricante,aosedepararcomumartigodiferente,oriundo
domesmoprodutor,temumaexpectativapositivadequeessanovamercadoriatenha
qualidadeequivalenteàconsumidaanteriormente.
Criamsevínculos,desenvolvemseexpectativas,surgemaversõesque
demonstramqueamarcaéumcomponenteimportantedopatrimôniodeumaempresa.
Nadécadade2000,amarcapassouasermaisvalorizadaededicousemaisatençãoe
energiaaela.IdentidadesVisuaisdefasadasouinadequadasforamrevistas,passandopor
processosderevisãoquenemsempreforambemsucedidos.
2
2 Marca e Identidade Visual Corporativa pg. 03
2.1 Identidade pg. 03
2.2 Signo, informação e comunicação pg. 07
2.3 Definições e questões terminológicas pg. 11
2.4 A origem e a evolução do conceito de marca pg. 16
2.4.1 A primeira geração da marca pg. 16
2.4.2 A segunda geração da marca pg. 19
2.4.3 A terceira geração da marca pg. 20
2.5 Bauhaus, Estilo Internacional e os Sistemas de Identidade Visual Corporativa pg. 24
2.5.1 A experiência da AEG pg. 24
2.5.2 Bauhaus pg. 26
2.5.3 A consolidação do Estilo Internacional pg. 28
2.5.4 Paul Rand e a IBM pg. 30
2.5.5 Reações ao Estilo Internacional pg. 33
2.6 A quarta geração: a marca nos dias de hoje pg. 36
2.6.1 A imagem da marca pg. 36
2.6.2 Branding pg. 39
2.7 A imagem corporativa: teoria e metodologia da identificação institucional segundo
Norberto Chaves pg. 42
2.7.1 O contexto pg. 42
2.7.2 O fenômeno sócioeconômico pg. 43
2.7.3 O protagonismo do sujeito pg. 44
2.7.4 Um sujeito desenhado pg. 44
2.7.5 O fenômeno institucional: uma proposta de quatro elementos pg. 45
2.7.6 Semiose institucional pg. 46
2.7.7 O campo de intervenção – o imaginário recorrente pg. 47
2.7.8 Os cinco níveis de identificação pg. 48
2.7.9 Etapas e fases do processo pg. 53
2.8 Outras teorias sobre a Identidade Visual Corporativa pg. 58
2.8.1 João Carlos Cauduro pg. 58
2.8.2 Norberto Chamma pg. 62
2.8.3 Wally Ollins pg. 68
2.8.4 Lígia Fascioni pg. 70
2.9 As revisões em Sistemas de Identidade Visual Corporativa pg. 74
3
2. Marca e Identidade Visual Corporativa
2.1 Identidade
Identidade,segundoodicionárioAurélio
1
,éumsubstantivofemininoquesignifica:
I.qualidadedeidêntico;
II.conjuntodecaracterespróprioseexclusivosdeumapessoa:nome,idade,estado,
profissão,sexo,defeitosfísicos,impressõesdigitais,etc.;
III.aspectocoletivodeumconjuntodecaracterísticaspelasquaisalgoédefinitivamente
reconhecível,ouconhecido.
Aidentidadedeumindivíduoéoconjuntodecaracterísticasqueotornaespecial
eúnico.Aspessoaspodemtercaracterísticasemcomum,masoqueasfazserem
originaisediferenciadaséamaneiracomoelasseexpressamecomoassuas
característicassecombinam,comapredominânciadeumaououtraemparticular.
Noatualmercadocompetitivoasempresasdevemsediferenciar.Queméa
empresa?Oqueelarepresenta?Oqueelaproporcionadediferente?Qualéoseulugar?
Aidentidadedaorganizaçãodetémessasrespostas.Elaconfiguraapersonalidade
empresarialenãodeveserconfundidacomaIdentidadeVisual,queéarepresentação
gráficadessaIdentidade.
SegundoAckerman(2004:27),asoitoleisdaidentidadesãoasseguintes:
I.LeidoSer:todaorganizaçãocompostadeumoumaissereshumanostemodireitode
estarviva,exibircapacidadesfísicas,mentaiseemocionaisdistintas,quenãoapenas
derivamdaspessoasqueacompõemaolongodotempo,comotambémastranscendem.
“Euestouvivo”.
II.LeidaIndividualidade:ascapacidadeshumanasdeumaorganizaçãoinvariavelmente
sefundemnumaidentidadedistintaquetornaessaorganizaçãoumacoisaúnica.“Eusou
único”.
III.LeidaConstância:aidentidadeéalgofixo,transcendetempoelugar,aopassoque
suasmanifestaçõesestãoemconstantetransformação.“Aidentidadeemsuaessênciaé
imutável,mesmoquandocresçoemedesenvolvo”.
1: Novo Aurélio no século XXI, edição de 1999, editora Nova Fronteira
4
IV.LeidaVontade:todaorganizaçãoéobrigadapelanecessidadeacriarvalordeacordo
comaprópriaidentidade.“Paradefatoviver,devomeexpressarporcompleto”.
V.LeidaPossibilidade:aidentidadeprenunciaopotencial.“Aomeexpressarpor
completo,tereimuitooqueproporcionar”.
VI.LeidoRelacionamento:asorganizaçõessãoessencialmenterelacionais,easrelações
estabelecidasterãoforçaseoalinhamentonaturalentreasidentidadestambémotiver.
“Mas,paratanto,precisodosoutros,esoumaisprodutivoaoladodaquelesquetambém
precisamdemim”.
VII.LeidoEntendimento:ovalordostalentosindividuaisdeumaorganizaçãodepende
dovalorobservadonotododessamesmaorganização.“Paraestabeleceresses
relacionamentos,devoprimeiroserreconhecidoporaquiloquesou”.
VIII.LeidoCiclo:aidentidadedeterminaovalor,ovalorproduzariqueza,eariqueza,
porsuavez,preencheaidentidade.“Paraemseguidareceberdeacordocomaquiloque
proporciono”.
Asleiscitadasdãoorigemàadministraçãobaseadanaidentidade.Elarespeitaos
valoresinternosdaempresaedeseuscolaboradorese,principalmente,épercebidapelos
seusclientes.Destaforma,obtêmseoselementosquevãopermitirumrelacionamento
maisaprofundadocomseuscolaboradores,seusfornecedoreseseusparceiros.
Masafinal,aidentidadedaempresapodemudar?
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
5
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luiz Vaz de Camões, 1595
Fonte: http://pt.wikisource.org/wiki/Mudam-
se_os_tempos,_mudam-se_as_vontades , acessado em 18/12/08.
SegundoFascioni(2006:12),aIdentidadedeumaempresaéformadapor
atributosessenciaiseacidentais.Osessenciais,conformeopróprionomediz,ajudama
definiraessênciadaorganização.Osacidentais,apesardeajudaradefiniraempresa,não
contribuemparaadefiniçãodesuaessência.
Aoconsiderarseumapessoa,éverificadoqueseusaspectosfísicosesuasroupas
contribuemparadefinila,masmudamaolongodotempo.Depoisdealgunsanos,ela
continuasendoamesma,maismadura,esuascaracterizaçõesadequaramseaos
costumesatuais.Apesardediferentefisicamente,aindaépossíveloseureconhecimento.
Essesatributosmudamcomotempoeconstituemumacasca.Elessãoacidentais,enão
sãoimprescindíveisàdefiniçãodequemapessoaé.Porém,aoseconsiderarseusensode
justiça,suahonestidade,enfim,seusvaloresintrínsecos,formadoresdesua
personalidade,elestendemasemanter,oumudarmuitopouco.Essessãoosatributos
essenciais.
Nocasodeumaempresa,ascircunstânciaseconômicasexternasouofatode
eventualmenteelaestarpassandopordificuldadesfinanceirascertamenteimplicarãoem
mudanças.Masessesfatoressãoacidentaisepodemserdiferentesnopróximoano.
Entretanto,aoconsiderarseaéticadaempresa,seu
perfilconservadorouousado,sua
relaçãocomosclientes;esseselementostendemaserestáveis,independentementeda
conjunturaeconômicaedemaisfatoresexternosvariáveis.Estesfatoresconstituemos
valoresdaempresa,seusatributosessenciais.
SegundoKapferer(2003:101),sãoseisasfontesdeidentidade:
I.Osprodutosdamarca:amarcanãoéapenasumsímboloapostoaumprodutonofim
doprocessodedistribuição.Elainjetaseusvaloresnosprodutoseserviçoseos
acompanhaaopontodevenda.
II.Opoderdonome:onomeéumadasfontesmaisfortesdeidentidade.Quandoa
marcaseperguntasobresuaidentidade,convéminvestigaronomedemodoaencontrar
6
alógicadesuaescolha.Entãoseachaaintençãodamarca,oseuprograma.Onomeéum
presságiodapromessadamarca.
III.Ospersonagensdamarca:determinadasorganizaçõesoptaramporserem
representadasporumpersonagem.Elesdizemmuitoacercadaidentidadedaempresa,
poisforamescolhidoscomoretratosdamesma,sendonosentidoetimológico
prolongamentosdemarca.
IV.Símbolosvisuaiselogotipos:ossímbolosinformamsobreapersonalidadeeacultura
dainstituiçãoesãoescolhidoscomotal:osinsumosquealimentamescritóriosdedesign
edeidentidadegráficacompreendemessencialmentetraçosdepersonalidadeoua
adesãoadeterminadosvalores.Eventuaismudançasdelogotiposassinalamsempreuma
mutaçãodaempresaoudamarca:estasnãosereconhecemnasantigasassinaturase
desejamfazêlasevoluir.
V.Razõesgeográficasehistóricas:algumasmarcascontêmemsiaidentidadedeseupaís
deorigemeoutrassãototalmenteinternacionais,éumaescolhavoluntária.Tratasede
fatodaprocuradaidentidadevoltadaparaaação,debuscadoscromossomospessoais,a
fimdecompreenderosvaloresdaempresa.
VI.Apublicidadeofundoeaforma:apublicidadeéqueescreveahistóriadamarca.
Desdequeaorganizaçãodivulgueosprodutosouserviços,énecessárioquetomea
palavra.Qualquercomunicaçãoveiculaimplicitamenteumamensagemsobreoemissor,
odestinatárioearelaçãoquesepretendeestabelecerentreeles.Voluntariamenteou
não,qualquerentidadeadquirepormeiodesuascomunicaçõesumahistória,uma
cultura,umapersonalidade.Geriramarcaédirigirestasedimentaçãonosentido
escolhido.
Asfontesdeidentidadesãoospontosdecontatodamarcacomseusclientes,
parceirosecolaboradores.Sãooselementosqueformamaimagemrepresentativana
mentedecadaumdelesesãopassíveisdeajustesdemodoaadequaraIdentidadeVisual
daempresaàsuaIdentidadeCorporativa,eassimtornálascongruentes.
AIdentidadeVisual,assimcomoaprópriaempresasãosistemasabertos.
ConformedisseMorin(2008:28),ocampodateoriadossistemasémuitovasto,quase
universal,equalquerrealidadeconhecida,desdeoátomoàgaláxia,passandopela
7
molécula,acélula,oorganismoeasociedadepodemserconcebidoscomosistemas,e
assimconstituirumaassociaçãocombinatóriadeelementosdiferentes.Aabordagem
sistêmicadaIdentidadeVisualafirmaquemudançasemqualquerelementodosistema
trazemimplicaçõesaosoutroscomponenteseaosistemacomoumtodo.
2.2 Signo, informação e comunicação
Umamensageméelaboradapeloemissorapartirdeumrepertóriodesignos.
Podesedizerquesignoéalgoquerepresentaoutracoisa,queestáemseulugar.Devese
perceberqueosigno,nacomunicação,temumpapelfundamental,pois,semele,o
processocomunicacionalimplicariaamanipulação,
atodoinstante,dosprópriosobjetos
sobreosquaisversaodiscurso.Asubstituiçãodoobjetopelosignoresultaemuma
importanteeconomianoprocesso.
SegundoSaussure(apudCOELHONETTO,2003:20),osignopodeseranalisado
pelasduaspartesqueocompõem:osignificanteeosignificado.Entendesepor
significanteapartematerialdosigno,comoosomqueorepresenta,ostraçosdeum
desenhosobreumafolhadepapel.Entendeseporsignificadooconteúdoveiculadopor
essapartematerial,comoaimagemmentalporelafornecida;asomatóriadoselementos
significantesmanipuladospeloentendimento,pelaidéiadoquesequertransmitir.A
significaçãonãodeveserconfundidacomsignificado.Elaéaefetivauniãoentrecerto
significadoecertosignificante.Podesedizerqueaquestãodosignificadoestáno
domíniodalinguagem,eaquestãodasignificaçãoestánodomíniodoindividual,
dependedorepertóriodominadopeloreceptordamensagem.
Tomese,porexemplo,umapessoaquesediantedosignoARARAQUARA.
Imaginandosequeelanãoconheçapreviamenteseusignificado,oqueseteméapenaso
significanteepossivelmenteadesconfiançadequesetratadeumsigno.O
desconhecimentodosignificadonãoimplicaainexistênciadomesmo.Quandolheé
comunicadotratarsedeumacidadedointeriordoestadodeSãoPaulo,com
determinadapopulaçãoecaracterísticasgeográficas,ouquandoseconcretizaumavisita
aolocal,completaseentãooprocessodesignificação,estabelecendosearelação
entresignificanteesignificado.
Os estudos sobre a teoria da informação fazem uma distinção entre
informação e significação. Mas isto não explica muito, ainda, onde
8
está a diferença entre estes termos. Para distinguir entre eles, será
necessário deixar de lado o aspecto do significado e ver a
informação como ligada à dúvida, à incerteza. O que interessa à
análise informacional, assim, não é saber o que diz uma mensagem,
mas quantas dúvidas ela elimina. O ponto de partida, portanto, é
que as mensagens existem para eliminar dúvidas, reduzir a
incerteza em que se encontra um indivíduo – sendo dado como
certo que, quanto maior a eliminação de dúvidas por parte de uma
mensagem, melhor ela será. Pressupõe-se ser finalidade específica
de um texto, de um informador, mudar o comportamento de seu
receptor, e como não se pode contestar que a dúvida, em princípio
gera a imobilidade, a informação surge como agente dissipador de
incertezas e cujo objetivo é provocar uma alteração no
comportamento das pessoas.
(COELHONETTO, 2003: 120)
SegundoMoles(1969:29),umamensageméumgrupoordenadodeelementosde
percepção,extraídosdeumrepertórioereunidosemdeterminadaestrutura.
Aordeméimprescindívelnumsistemaenumprocessodeinformaçãovoltadoà
concretizaçãodeseuobjetivoespecífico,aalteraçãodocomportamentodeseureceptor.
Porrepertóriopodeseentenderumaespéciedevocabulário,deestoquede
signosconhecidoseutilizadosporumindivíduo.Casoocódigoutilizadopeloemissornão
sejaconhecidopeloreceptor,ocanaldecomunicaçãonãoseefetuaráeamensagemnão
setornasignificativa,poistemdehaverumacorrespondênciadecódigos,aindaque
parcial,paraquehajaofluxoeacompreensãodasidéiastransmitidas.Mas,casoos
repertóriosempregadospeloscomunicantessejamidênticos,nãohaveráalteraçãode
comportamentonadecodificaçãodamensagemenviada.Casosderepertóriostangentes
parecemconfigurarumasituaçãoemqueoreceptoramensagemcomoalgo
intrigante,algoa
desvendarecompossibilidadedefazêlo,poisexistemelementosem
comum.Essasrelaçõesdecomunicabilidadecompletaconfiguramumasituaçãodesejável
nosprocessosdecomunicação.
Apalavracomunicaçãoderivadolatimcommunicare,cujosignificadoétornar
comum,partilhar,repartir,associar,trocaropiniões,conferenciar.Comunicarimplicaa
interação,atrocademensagens,aemissãoe/ourecebimentodeinformaçõesnovas.De
acordocomCosta(citaçãoobtidanadisciplinaCRP5806/2006,ECAUSP,mimeo):
9
Tudo comunica é falso. A confusão parte do fato de que o que nos
é comunicado – seja por design, escrito ou imagens, são finalmente
significados. (...) Assim, nem tudo comunica, mas tudo significa. O
significado é uma produção unilateral e autônoma do indivíduo
ante os estímulos de seu entorno sensível. (...) Não é assim com a
comunicação, em que os significados estão predeterminados por
seu emissor. Na comunicação gráfica, sendo mensagem pré-
fabricada e elaborada cuidadosamente antes de ser emitida e
inclusive, às vezes, testada, não há a improvisação própria do
diálogo cara a cara. As ambigüidades e os ruídos visuais são
meticulosamente evitados ou suprimidos a favor de uma mensagem
nítida, de um jogo de significantes inequívocos com os quais se
pretende assegurar a correta transmissão de significados.
NomodelooriginaldeShannon&Weaver,acomunicaçãopodeserassim
representadagraficamente:
Fig. 01: Modelo de comunicação de Shannon & Weaver. Coelho Netto, 2003: 198.
Onde:
1:éumafontedeinformaçãoqueproduzmensagens;
2:éumtransmissorquecodificaamensagem,transformandoaemsignos;
3:éumcanalfísicoquetransportaossignos;
4:éumreceptorquedecodificaossignosafimderecomporamensagem;
5:éumdestinatário,pessoaou
coisa,querecebeamensagem;
6:sãoruídosfísicos,elementosperturbadoresdaformadamensagem;
7:sãoruídossemânticos,responsáveispeladistorçãodosignificadodamensagem;
8:éocontroleexercidopelafontesobreosefeitosdamensagemacercadosefeitosda
mensagemsobreodestinatário,pormeiodossignosenviados,intencionalmenteounão,
pelodestinatário(feedback).
10
Oproblemadestediagramaéqueasetavaidafonteaoreceptor.Issoimplicaque
afontesurgecomopontodepartidadoprocesso,produzindoinformaçõesàsuavontade
epaternalisticamente,levandoasaoreceptor,cujoúnicopapelé,passivamente,receber
estasmensagens.Quandoocorreumfeedback,esteacaba
servindoparaqueafonte
corrijasuaconduta,nãoparaatenderàsexpectativasdoreceptor,masapenaspara
atingirseusobjetivosdemodomaisseguro.
Emumnovomodeloproposto,oreceptor,aoinvésdeserestimuladopelafonte,
estimulaaaonecessitardeumainformação,utilizandoaconformeseuspróprios
interesses.Nestemodeloéoreceptorquetemocontroledoprocesso,tornandose
sujeitoativoenãoumsimpleselementopassivo.
Fig. 02: Modelo de comunicação de Westley & McLean. Coelho Netto, 2003: 201.
Onde:
‐x1...xnsãomensagensdisponíveis;
‐Aéoadvocacyrole,autoroucomunicador,queselecionaetransmiteintencionalmente
asmensagens;
‐Béobehavioralsystemroles,éoreceptor,quepedeeusainformaçõesparaatender
suasnecessidades;
‐Céochannelrole,ocanalizadorouagentede
serviçosdeB,destinadoaselecionare
transmitirinformaçõesforadoalcanceimediatodeB;
retroalimentações:deBparaC,deBparaA,deCparaA;
‐algumasmensagenspodemsertransmitidasdiretamenteporC;
11
‐algumasmensagenspodemserobtidasdiretamenteporB:sejamelascaptadas
diretamenteporB,transmitidasaBdiretamenteporA,transmitidasaBdiretamentepor
C,transmitidasaBpormeiodeAeC.
Estabeleceseoconceitoderecepçãodiversificada,quesignificaapossibilidadede
utilizar,paraumamesmaaçãoeconteúdocomunicativo,várioscanaissimultaneamente,
todoselescomamesmamensagem,demodoaamenizaraperturbação(ruídos).
2.3 Definições e questões terminológicas
Conforme vistoanteriormente,aidentidadedeumaempresaéoconjuntode
característicasevaloresquetornamessaempresaespecialeúnica.Esteconjuntoé
formadoporatributosessenciais(perenes)eacidentais(quemudamcomotempo).A
IdentidadeVisualéarepresentaçãográficadaIdentidadedaempresa.Vêemseabaixo
definiçõesdoconceitodeIdentidadeVisualedoconceitodemarca:
A identidade visual de uma empresa designa o conjunto de
características comuns, constantes e exclusivas de suas mensagens
visuais. Compreende todas as manifestações físicas e tangíveis de
sua personalidade, devendo, portanto, ser planejada e controlada
para tornar-se eficaz, para criar e consolidar uma imagem forte.
(CAUDURO et al, 1994:73)
Necessidade gerada pela economia de mercado altamente
concorrencial, de após a Segunda Guerra Mundial, por identidade
visual designa-se o conjunto de características próprias às
manifestações visuais de uma empresa. Deriva exatamente do
código empregado para a transmissão das mensagens visuais de
uma empresa. E, sempre nos dois sentidos do processo: enquanto
produção e divulgação, as mensagens dependem do trabalho de
codificação realizado ou feito realizar pela empresa.
(MARTINO, 1972:06)
Uma marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal qual
logotipo, marca registrada ou desenho de embalagem) destinado a
identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de
vendedores e a diferenciar esses bens e serviços dos concorrentes.
Assim, uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e
protege, tanto o consumidor quanto o fabricante, dos concorrentes
que oferecem produtos que pareçam idênticos.
(AACKER,1998:07)
12
Observa senasdefiniçõescitadasqueosconceitosdeIdentidadeVisualede
marcatêmsignificadoscomplementaresequeseaproximamoradocampododesign,
oradocampodomarketing.
SegundoodicionárioAurélio
2
,símboloéaquiloque,porprincípioouanalogia,
representaousubstituioutracoisa.ParaPeirce(2003:76),umsímboloéumsignoquese
constituicomotalpelofatodeserusadoecompreendidodestemodo,quersejaohábito
naturalouconvencional,semlevaremconsideraçãoosmotivosqueoriginariamente
orientaramasuaseleção.Éimportanteressaltarqueosímbolotemumanatureza
convencional,ouseja,éumelementoescolhidoporumaempresapararepresentála.
Otermologotipo,aindasegundoodicionárioAurélio,significaogrupodeletras
fundidasemumtipo,formandosiglaoupalavra,usualmenterepresentativa
demarca
comercialoudefabricação.Significatambémamarcaconstituídaporgrupodeletras,
siglaoupalavra,especialmentedesenhadaparaumainstituição.
seabaixoadefiniçãosegundooglossáriodaInterbrand:
logotype / logotipo:
O nome de uma empresa ou marca composto por caracteres
tipográficos distintivos ou usando desenhos especiais de letras
arranjadas de forma particular. A cor e a forma da fonte tipográfica
devem ser bem diferentes de outras do mesmo mercado. No Brasil,
algumas agências de publicidade usam também o termo logomarca,
especialmente quando o símbolo e o logotipo são apresentados em
conjunto. O termo logomarca não é adotado na área de design
gráfico. (INTERBRAND, 2008:81)
Otermologomarcaéutilizadoemliteraturadaáreacomosinônimodelogotipoe
foiincorporadopelaADG(AssociaçãodosDesignersGráficos),sendodeusocorrentepor
boapartedosprofissionaisnoBrasil,mas,segundoAnaLuisaEscorel,otermoéuma
invençãobrasileiraenãoquerdizerabsolutamentenada.
É possível que seu genial inventor estivesse, ao criá-la, querendo
dar conta daquelas situações em que o núcleo da identidade visual
da empresa repousa num sinal misto, no qual símbolo e logotipo se
combinam na veiculação de uma dada imagem.
O fato é que, se por acaso foi essa a origem do termo, atualmente,
no Brasil, todo sinal gráfico que pretenda identificar uma empresa
2 : Novo Aurélio no século XXI, edição de 1999, editora Nova Fronteira
13
ou produto é chamado de logomarca, seja símbolo, logotipo ou
sinal misto. Logos em grego quer dizer conhecimento e também
palavra. Typos quer dizer padrão e também grafia. Portando, grafia
da palavra ou grafia padrão. Agora, palavra marca ou
conhecimento marca que dizer o quê? Coisa nenhuma. E é
espantosa a desenvoltura com que cerca de dois terços da
população ligada à comunicação gráfica, no Brasil, usa e veicula
essa coisa nenhuma, com a segurança de estar brandindo um termo
de alto teor técnico e expressivo. (ESCOREL, 2000:58)
Nocontextododesigngráfico,símboloelogotipopertencemàmesmacategoriae
cumpremamesmafunçãomediantedesoluçõesformaisdiferentes:oprimeiropormeio
deestruturasabstrataseosegundocomumapalavraàqualseconferetratamento
gráficoespecialepersonalizado.Partedosprofissionaisbrasileiros,aoreferirseao
logotipo,asímbolo,ouasituaçõesemqueelesaparecemcombinados(sinalmisto),
utilizaotermoSignodeComando.
Otermo“corporativa”,quevemdofrancêscorporation,fazmençãoàassociação
depessoasdomesmocredoouprofissão,queestãosujeitasàmesmaregraeestatutos,
comosmesmosdeveresoudireitos;corpo.Outrosignificadoparaessapalavraé
conjuntodeórgãosqueadministramoudirigemdeterminadosserviçosdeinteresse
público.Significaaindaareuniãodeindivíduosparaumfimcomum;associação,
agremiação.
DeacordocomChaves(2003:17),ovocabuláriodeste
campodetrabalho
compreendeaindaempresa,companhia,sociedade,instituição,corporação,entidadee
organização.AfreqüênciadousodaexpressãoImagemCorporativaoriginaseda
traduçãodaexpressãoeminglêscorporateimage.Nocontextoanglosaxão,corporation
significacompanhia,empresa,masnocontextolatino,remeteaformasorganizacionais
maiscomplexas,e
nuncasignificaempresa.Normalmentecorporaçãoérelativaauma
formadeestruturatrabalhista,inspiradanascorporaçõesmedievais.Outraacepção,de
usomenosfreqüente,baseiasenametáforade“corpo”comoumconjuntodemembros
eremetegenericamenteaqualquerassociaçãooucomunidadedepessoas,regidapor
umestatuto.
Otermo
instituição,emseusignificadomaiscomum,definesepelaausênciadas
funçõesdelucroeénormalmenteassociadoaorganismosnãoempresariais.Umsegundo
14
conceito,maisteórico,identificaacomotodarealidadesocialqueconstituaumanorma,
umacordoouummecanismoregular,estáveldefuncionamentosocial,quetranscendea
vontadedeseususuários,comoporexemplo,apróprialinguagem.Umaterceira
definição,deusometafórico,atribuiocaráterdotermoatodoaquelequeadquira
significadosocial,transcendendosuasprópriascaracterísticasinternas,deummodo
relativamenteestável.Assim,certosfenômenossociais,empresasprivadaseindivíduos
podemserconsideradosverdadeirasinstituições.
Destaforma,Chavesacreditaqueostermosinstituiçãoeinstitucionalsãoosmais
adequadosparadenominaraproblemáticadoobjetodessediscurso,voltadoparaum
fenômenodenaturezasocioeconômicaeparaseualcancesocioculturalintegral,
evitandoseassimvocábulosquetenhamsignificadosregionaiseaocorrênciade
equívocos.
Otermoimagempodeserrelativoàimagemobjetiva(fatoobjetivo,fenômeno
exteriorperceptivo,umafonte,umregistro,umarepresentação)etambémàimagem
representativaalusivoaumfenômenorepresentacional,umfatosubjetivo:àimagem
pública(opiniãocoletiva),àimagempsíquica(representaçãomentalouregistro
imaginário).Eventualmente,noexercícioprofissional,dentrodeummesmocontexto
comunicacional,apelaseaosdoissentidos.Colocam seaquialgumasoutrasdefiniçõesdo
GlossáriodeMarcas/Interbrand:
Brand / Marca: A marca é uma mistura de atributos tangíveis e
intangíveis, simbolizados por uma marca registrada que, quando
tratada de forma apropriada, cria valor e influência. O valor tem
diferentes interpretações: na perspectiva do mercado ou do
consumidor é a promessa e o cumprimento de uma experiência; na
perspectiva empresarial é a segurança de lucros futuros; na
perspectiva da lei é uma peça independente com propriedade
intelectual. As marcas simplificam as tomadas de decisão,
representam uma certeza de qualidade e oferecem alternativas
relevantes, diferenciadas e com credibilidade em meio às ofertas da
concorrência. (INTERBRAND, 2008:20)
Brand Equity / Valores da Marca: O brand equity é a soma das
qualidades que diferenciam a marca e também é chamado de
capital de reputação. Um produto ou serviço com um alto conceito
de brand equity desfruta de uma vantagem competitiva que às
vezes conduz a preços superiores. Há diferentes definições do
termo em diferentes mercados. No Reino Unido, brand equity é
usado principalmente para descrever avaliações de mercado
15
baseadas em pesquisas e modelos de acompanhamento que
focalizam as percepções dos consumidores. Nos Estados Unidos,
ele é usado na avaliação de modelos tanto pela pesquisa como por
dados financeiros. Esses modelos usam a pesquisa dos
consumidores para acompanhar o desempenho relativo das marcas.
Eles não proporcionam um valor financeiro da marca, mas avaliam
o comportamento e as atitudes dos consumidores que causam
impacto no desempenho econômico da mesma. Alguns modelos
agregam medições do comportamento, como a participação no
mercado e preço relativo. (INTERBRAND, 2008:21)
Brand Essence / Essência da Marca: A promessa da marca
expressada em termos mais simples e de uma lembrança única. Por
exemplo: Volvo = segurança. As essências mais poderosas de
marca têm raiz em uma necessidade fundamental do consumidor.
(INTERBRAND, 2008:21)
Brand Experience / Experiência de Marca: Os meios pelos quais
uma marca é fixada na mente dos que interagem com ela. Algumas
experiências são controláveis, como em ambientes de varejo,
propaganda, produtos/serviços, websites e assim por diante. Outras
não são controláveis, como os comentários da imprensa e o boca a
boca. As marcas fortes emergem a partir de consistentes interações
com o consumidor que se combinam para formar uma experiência
clara, diferenciada e holística. (INTERBRAND, 2008:21)
Brand Guidelines/ Orientação e normatização da Marca:
Dentro das empresas, todos os que estão envolvidos na construção
e manutenção de uma marca bem-sucedida utilizam as orientações
e normatizações da marca. Elas são projetadas para informar e
motivar e são pontos críticos no estabelecimento e reforço de uma
cultura interna forte sobre a marca. Essas normatizações podem
incluir imagens e valores, requisitos de design e de textos,
determinações de estratégia e posicionamento e até mesmo uma
listagem de departamentos e funcionários da empresa mostrando
como entrar em contato com os gestores chave da marca. As
orientações e normatizações são parte reforço e parte motivação
para assegurar uma aplicação consistente da marca. Elas
proporcionam informação completa e dão força à equipe e
fornecedores terceirizados para desenvolverem a aplicação da
marca com sucesso e de maneira independente.
(INTERBRAND, 2008:21)
Branding / Gestão de Marcas: A atividade estratégica e criativa
da criação de marcas e de gerenciá-las como bens de valor.
(INTERBRAND, 2008:26)
16
2.4 A origem e a evolução do conceito de marca
2.4.1 A primeira geração da marca
A históriadasmarcasestáligadaaoatofísicodemarcarsuperfícies,sejamelas
pedras,obarroouapeledeanimais.Osurgimentodasmarcasestáligadotambémàs
origensdaescrita.Asmarcaspodiamsersignosoperacionais,feitosempedraspelos
construtoresdemodoaindicarasuaposiçãonamontagemdoedifíciooupodiamser
marcasdeidentidade.Essetipodesignoapareceemgrandenúmeronosprimeiros
edifíciosegípciosegregos.
Fig. 03: Exemplos de marcas na Antiguidade. Fonte: Costa, 2008:30.
a,b,c: três signos egípcios sobre blocos de pedra da tumba que o faraó Sahuré d’Abusir mandou
construir no norte da cidade de Memphis.
d: marca localizada em Malia, zona norte de Creta.
e-p: outras gravações sobre pedra na cidade em ruínas de Phaestos, um dos centros mais brilhantes
da cultura minóica, perto da costa sul da ilha. Estes signos são muito simbólicos.
Fonte: Costa, 2008: 30.
17
De acordo com a tradição dos construtores da Antigüidade, cada
oficina tinha seus símbolos, figuras e signos próprios, muitos deles
de forma semelhante à dos monogramas. No plano gráfico,
indubitavelmente as marcas mais bonitas são as dos mestres
construtores. Podem ser apreciadas nas catedrais, nos pontos de
força da construção, por exemplo, nas chaves de abóbodas. No
Século das Luzes, as corporações de ofício dos construtores eram
suspeitas de pertencer às sociedades secretas, o que provocou
repressão. Por isso, quanto mais se aproximava o século XIX, mais
raros se tornavam os signos dos construtores. Nas civilizações
mediterrâneas não ficava muito claro se se tratava de marcas de
oficina ou de mestres, no sentido que lhes deram as lojas maçônicas
posteriores.
(COSTA, 2008: 32)
Osmonogramaseramcombinaçõesqueuniamaescritaeosignográficoe,apesar
deestaremlongedoespíritocomercial,eramverdadeirossignosdemarcadeidentidade.
Osurgimentodasmarcascomerciaisestáligadoaoiníciodointercâmbiode
mercadoriasentreospovoseaosurgimentodamoeda.Osprodutoseramgenéricos
(azeite,vinhoeconservasemsal)eamarcaapareciaemseuvasilhame.Acerâmica
constituiaprovafísicadamarcaçãonaAntigüidade,devidoàsuadurabilidade,muito
superioramateriaiscomoamadeiraoucouro.
18
Fig. 04: alças com o selo de Knidion, 90 anos A.C. Costa, 2008: 45.
Fig. 05: marca retangular de Rodes. Costa, 2008: 45.
Fig. 06: ânfora com o selo de Judá e a marca HBRN da cidade de Hebrón. Costa, 2008: 45.
Fig. 07: ânfora egípcia, com selo da rainha Nefertiti, século XIV A.C.. Costa, 2008: 45.
Fig. 08: moeda de prata de Quiós com ânfora gravada, século I A.C. Costa, 2008: 45.
Fig. 09: ânforas de Koan marcada com o nome Dorimachos. Costa, 2008: 45.
Fig. 10: alça com o selo Thassos. Costa, 2008: 45.
19
2.4.2 A segunda geração da marca
Se na Antigüidadeointercâmbiocomercialconsistianosprodutosdecultura
agrária,nogadoenapesca,naIdadeMédiaocentrodaatividadeeconômicaerao
artesanato,osofícioseasindústriasmanufatureiras.
OcorporativismosurgidonoséculoXIfoidurantemaisdeoitoséculosnaEuropaa
formapredominantedeorganizaçãodotrabalhoartesanalpréindustrial.Oconceitode
corporaçãoqueexistianasoficinasecomunidadesartesanaiséanterioraoconceito
modernodeempresa.
A corporação,submetidaaregulamentosrigorosos,dispunhademonopóliodas
vendasenãotinhaconcorrência.Amarcamedievaldecorporaçãoeraumaespéciede
selo,destinadaaconfirmarocumprimentodasnormasexigidas.Destaforma,amarcada
corporaçãoeraexigidaemtodososobjetos.
Emumapeçadetecido,alémdachanceladacorporaçãonormalmente
encontravaseosímbolodosartesãosquecompunhamacorporação,queidentificavasua
origemedavaagarantiaemcasodereclamaçãodapeça.Comogarantiaseencontrava
tambémamarcadotintureiro,adasautoridadesquefaziamocontrolenafábrica.Sea
peçafossedestinadaàexportação,encontravaseandaaidentificaçãodocomerciante.
Erapossívelassimexplicitartodoohistóricodoprodutoeidentificáloemcasoderoubo.
11 12
Fig. 11: Marca de Juan Martinez el Joven, fabricante de armas brancas. Toledo, segunda metade do
século XVI: Flor-de-lis simplificada. Costa, 2008: 54.
Fig. 12: Na Idade Média as marcas eram exigidas pelos corpos de ofício (corporações) para os
produtos artesanais. Este signo é de um mestre artesão. (Augsburg, século XVI). Costa, 2008: 55.
20
Umdosfatosrelevantesnessafasefoiousodecoresnosemblemas.Por
extensão,ascorespassariamtambémàsmarcas,quenaAntiguidadeeramincolores.As
coresseriamaantecipaçãododiscursovisualdasmarcasdaRevoluçãoIndustrialdeoito
séculosdepoiseforamincorporadaspormeiodaheráldica.Otermo“heráldicaderiva
dapalavraHeraldo,omensageiro,oqualpertenciaaumgrupo,eraoprópriosignoda
identidadeeoportadordasmensagens.Ousodascores(primárias,lisas,fortes)
justificavasepelasuavisibilidadealongasdistâncias,demaneiramaiseficientequea
visibilidadedasformasdosescudosoudemaiselementosdavestimenta.
Fig. 13: Evolução da marca UPS e o uso de elemento gráfico que remete à forma do escudo
Costa, 2008: 62.
Asmarcascomerciaisdapróximageração(adoliberalismoeconômico)adotaram
muitoselementosdalinguagemsimbólicadaheráldica,desdeasformasdosescudosaté
orepertóriodasfiguras.Certamenteéumrepertóriomaisricoediversoqueaquele
encontradonasânforasdaIdadeAntiga.
2.4.3 A terceira geração da marca
NoséculoXVIIsurgeo
liberalismoeconômico.Foramdissipadasascorporações,
assimcomosuasmarcasobrigatórias,quehaviamsidoestabelecidasnaIdadeMédia.
O próprio princípio de liberdade do comércio e da indústria
implicaria agora o reconhecimento de marcas individuais de caráter
facultativo. Mas, como não estavam sujeitas a nenhuma
regulamentação, aconteciam muitos abusos e os roubos de marcas
alheias ficavam impunes. Em vista disso, os industriais e
comerciantes da época desejavam uma regulamentação nova... A
marca, então, precisava ser obrigatória: isto era, também, interesse
dos consumidores, pois se sentiam levados em consideração. O
direito das marcas apareceu como um complemento da legislação
sobre fraudes. (COSTA, 2008: 64)
21
A marcanãoeramaisapenasagarantiadaprocedênciadoproduto,masumativo
dopatrimôniodoempresário,quelhepermitiaatraireconservaraclientela.
OsavançostecnológicosocorridosnaRevoluçãoIndustrialcontribuíramparao
aumentoconsiderávelnaproduçãodasmercadorias.Omercadolocalnãotinha
capacidadedeabsorveressaprodução,oqueaumentouaimportânciadomercadore
caracterizouabuscadeconsumidoresemregiõescadavezmaisdistantes.
Simultaneamente,ocorriaaformaçãodeumnovomercadoconsumidor:ospróprios
operários,queconstituíamanascenteclassemédia.Surgenestemomentoamarca
moderna,embasadaemumnomeregistrado.Apartirdestabaseficagarantidaa
divulgaçãobocaaboca,quevemdespertaraconfiançadoconsumidor.Orespaldo
constantedamarcaeraagarantiadaresponsabilidadedofabricante.
Fig. 14: Registrado. Tudo o que se registra legalmente como propriedade no mundo das marcas é
identificado pelo signo genérico internacional: a letra R dentro de um círculo. Costa, 2008: 66.

Surgemnesseperíodo,também,asprimeirasmanifestaçõespublicitárias:éa
empresatomandoapalavraeadotandoumdiscursointencionalacercadeseusprodutos,
configuradordesuaidentidade.Aforçadaorganizaçãopassaaseconsolidar,umavez
queelapassouaserdivulgada.Primeiramentesurgiramosimpressoscartaz,anúncio,
folheto.Posteriormenteocorreiotambémpassouaserutilizado,sendonoprincípiodo
séculoXXchamadodepublicidadeporcorrespondência.Anotoriedadeconquistadapor
determinadosprodutosnãotardouatrazerosimitadores.Consolidavaseaépoca
douradadapublicidade,sendoqueamarca,alémdasuafunçãobásicadeidentificação,
incorporoufunçõespublicitárias,promocionais,persuasivasecomerciais.
22
Fig. 15: Exemplos de peças publicitárias. Umas das primeiras embalagens do sabão Sunlight foi um
triunfo comercial tão impressionante que teve de fazer frente às imitações, algumas tão flagrantes
como a reprodução Zunlight. Costa, 2008: 68.
Asmarcasdaépocadoindustrialismoeramadequadasaogostodomomento:
maisrealistasemenosfigurativas,sendoquesecopiavamascenaseascoisasda
realidade.Ailustraçãomostravaseuêxitonomercadoepassouasersimplificada
gradualmente,adaptandoseàscorrentesdaépoca.
A partirdofinaldoséculoXIXeiníciodoséculoXX,asmarcaspassamaseras
novasprotagonistas,signosfortesassociadosexplicitamenteaosprodutos.Elaseram
percebidasemquestãodesegundos,portadorasdeumamensagemvisualúnica,fortee
instantânea,quemarcouoesplendordousodocartaznaEuropa.
23
Fig. 16: Exemplos de cartazes.
a,b: Dois cartazes de Raymond Savignac. Costa, 2008: 75.
c: série de três cartazes de A. M. Cassandre. Costa, 2008: 75.
Em1908,nomesmoanoemqueForddesenvolveualinhademontagem,a
empresaAEG,naAlemanha,antecipavasee,numaposturaintegradora,contratavao
arquitetoPeterBehrensparadesenvolverumsistemaquedeveriaincorporartodasas
manifestaçõesdamarca.Nessecontexto,demaneirasilenciosa,porémdecisiva,surgem
osSistemasdeIdentidadeVisualCorporativa.
24
2.5 Bauhaus, Estilo Internacional e os Sistemas de
Identidade Visual Corporativa
2.5.1 A experiência da AEG
Ocorrena Alemanha,em1907,osurgimentodeumaassociação(aDeutscher
Werkbund)que,diferentementedesuasantecessoras(quetinhamapenaspreocupações
econômicasenacionalistas),temtambémumaclarapreocupaçãoideológica.
A Werkbund anunciava como suas metas principais a cooperação
entre arte, indústria e ofícios artesanais; a imposição de novos
patrões de qualidade na indústria; a divulgação dos produtos
alemães no mercado mundial.; e a promoção da unidade cultural
alemã. Além da motivação econômica, existia portanto um discurso
de natureza claramente ideológica por trás de suas ações e este não
diferia substancialmente dos argumentos avançados por uma série
de outras organizações nacionalistas ativas na Alemanha, inclusive
algumas de extrema direita. Embora fizesse parte do movimento
maior pela Lebensreform (‘reforma da vida’), o qual costumava
insistir na formação de valores alemães, a Werkbund se
diferenciava da maioria dos grupos que defendia a ‘germanização’
da arte e da arquitetura pois, ao contrário deles, ela pregava a
reforma social e cultural através do desenvolvimento da indústria e
não através de um retorno a valores ruralistas e pré-modernos.
(DENIS, 2000: 111)
Algunshistoriadoresvêemcomooiníciodahistóriadodesignacriaçãoda
Werkbund,quandoficaramconhecidasfigurascomoPeterBehrens,arquitetoalemão
quesecelebrizoupelosseusprojetosdesenvolvidosapartirde1907paraaempresade
eletricidadeAEG(AllgemeineElektrizitatsGesellschaft).AlémdaIdentidadeVisualda
AEG,
eledesenvolveuumsistemadeaplicaçãodamarcasobrecatálogos,produtos,
cartazesetodotipodematerialquedevesseficaridentificadocomaempresa,até
prédiosdafábricaemBerlim.Essetrabalhoficouconhecidocomoo“estilodacasa”.
Opadrãográfico,baseadoemdistribuiçõesgeométricascomoobjetivodecriar
umvisualuniversaleimpessoal,divisõesmodularesdoespaço,usoexclusivodotipo
BehrensAntiqua,usodecoresanálogas,fotoseilustraçõesobjetivas,gradeparadivisão
doespaçoemformasretangularesconferiuàAEGumadiferenciaçãodiantedasoutras
empresas.Assim,elamostravacoerênciaeunidadevisual,aplicaçõesuniversaissemo
toquepessoaldeoutrosdesignersqueeventualmentedesenvolvessemmateriaisparaa
25
AEG,otimizaçãodoscustoseagilidadededecisões.OsistemadesenvolvidoparaaAEGé
vistocomoumdosprecursoresdosatuaisSistemasdeIdentidadeVisualCorporativa.
Fig. 17: O símbolo AEG e aplicações: capas para o guia do pavilhão da AEG para a
German Shipbuilding Exhibition. Meggs; Purvis, 2006: 238.
Fig. 18: Aplicações: variação do símbolo AEG, catálogos de produtos e vista da edificação da
fábrica. (Imagem obtida em palestra de Paulo de Lencastre – Universidade Católica Portuguesa –
em palestra proferida na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, em junho
de 2005)
26
2.5.2 Bauhaus
Nessecontexto,formouseem1919,nacidadedeWeimar,aStaatlichesBauhaus
(literalmente‘’CasadeConstruçãoEstatal’’).Elafoiformadamedianteaunificaçãoe
reorganizaçãodaAcademiadeBelasArteseaEscoladeArteseOfícios.Seuprimeiro
diretorfoioarquitetoWalterGropius,aliadoaalamodernistadaarquiteturaalemã,ex
alunodeBehrenseexdiretordaDeutscherWerkbund.Aescolapassouporfasesdistintas
sobtrêsdiretores(Gropius,HannesMeyereMiesvanderHoe)emtrêsdiferenteslocais
(Weimar,DessaueBerlim).
WalterGropiusprocuravaenfatizarqueaBauhausnãoeramarcadaporumúnico
estilo,massimportodasastendênciasqueseusmestreseaprendizesexpressassem.Nos
primeirosanosnãoapredominânciadequalquerestiloespecífico.
A partirde1923,ainfluênciadoracionalismo,docientificismoedoindustrialismo
começaasedestacar.Aidéiadesuperaçãodopassadoocupacadavezmaisespaçoeos
traçosdeexpressãoindividualesubjetivadeixavamdeserbemrecebidos.Oslogan
original“Aunidadedaarteedatécnica”éalteradopara“Arteetecnologia,anova
unidade”,assimcomoosímboloquerepresentavaainstituição(videpáginaseguinte).Da
marcaquefaziaalusãoàscorporaçõesdeofíciomedievais,passaseparaumsímbolo
compostoportraçoseângulosretoscomlinhasgeométricas(MEGGS,1998:279)
Fig. 19: Alfabeto Internacional – Bayer. Hurlburt, 1986: 40
27
Fig. 20: Edifício Bauhaus / Dessau, 1926. Curtis, 1986: 128.
Fig. 21: Luminária / Bauhaus. Curtis, 1986: 126.
Fig. 22: Mies van der Hoe, edifício de apartamentos – Estilo Internacional, 1927. Curtis, 1986: 175.
Fig. 23: Primeiro logo da Bauhaus, 1919. Kopp, 2004: 66.
Fig. 24: Segundo logo da Bauhaus, 1922. Kopp, 2004: 66.
Fig. 25: Mies van der Rohe, Pavilhão de Barcelona – Estilo Internacional, 1929. Curtis, 1986: 183.
28
A escola Bauhaus é reconhecida como responsável pela introdução
na arquitetura e no design, do Estilo Internacional (simples e
funcional), além de ter sido a lançadora dos fundamentos do estilo
do design industrial. Estas realizações são de vulto, mas, com
designers gráficos, nossa maior dívida para com o estilo Bauhaus
está ligada às suas coerentes concepções no tratamento da forma e
do espaço e anda à liberdade trazida para o lay-out da página
impressa. Mesmo que os designs de hoje não se assemelhem aos
protótipos do Bauhaus, na verdade, continuam a desenvolver-se
com base no que foi estabelecido por esta escola.... À época em que
a Bauhaus encerrou suas atividades, em 1933, o design moderno
era uma idéia plenamente desenvolvida. .. No design gráfico, a
assimetria estava firmemente instituída; a tipografia havia
encontrado novas expressões, diretas e simples; e a crescente
importância da publicidade era um fato incontestável. O
movimento moderno colocou uma nova ênfase na cores primárias –
vermelho, amarelo e azul – bem como nas formas primárias –
quadrado, círculo e triângulo. (HURLBURT, 1986: 42)
2.5.3 A consolidação do Estilo Internacional
OsSistemasdeIdentidadeVisualCorporativaseiniciamem1907comBehrensea
AEG.Ocorreaindaodesenvolvimentodesistemastambémnasmovimentadasdécadas
de1920e1930.Elesvisamtornarreconhecívelereconhecidaumaentidade,sejaela
públicaouprivada.
Na era moderna, a identidade corporativa assumiu um grau bem
maior de inserção na vida do cidadão comum, a começar pelos
sistemas de identificação nacional e regional que acompanharam a
consolidação de estados nacionais. (DENIS, 2000: 138)
Osconflitosideológicosdadécadade1930(quandonosEUAomodeloconsumista
pareciaterfracassado)ocasionaramaproliferaçãodospartidosdeesquerda
principalmentenaEuropa,mastambémemoutraspartesdomundo.Osproblemasde
desempregoequedadopoderaquisitivoocasionaramprogramasgovernamentais
trabalhistaseassistenciaisemváriospaíses.Essasituaçãopossibilitacompreenderas
preocupaçõescomapadronizaçãoesimplicidadeformalobservadasnaBauhaus,que
diminuíamoscustosdeproduçãoeampliavamoacessoaessesprodutosparaumamais
amplacamadadapopulação.
29
Emboraumadasprincipaiscausasdasguerrasmundiaisfosseosistemade
nacionalismoeconômicoqueseimplantounofimdoséculoXIX(noaugedoimperialismo
europeu),deveseobservarqueelenãosaiuileso,masfortalecidodessasguerras.
Somenteaexpansãodegrandesempresasnosguerraparaumaatuaçãomultinacional
iriagerarumcontrapontoaonacionalismoeconômico,comumavisãoglobaldas
questõescomerciaiseindustriais.
Um dos fenômenos mais notáveis do pós-guerra tem sido o império
das grandes empresas multinacionais. A impressionante expansão
dessas empresas para além das fronteiras nacionais de suas
matrizes decorre de uma política consciente de internacionalização
econômica, desenvolvida desde a década de 1940 para coordenar a
recuperação e futura operação da economia mundial.
(DENIS, 2000: 153)
Desde osanos1920,designersearquitetosligadosaomodernismoeuropeu
empenharamseembuscarsoluçõesformaisditasinternacionaisquesubstituíssemas
formasvernaculares,ligadasaumpassadoarcaicoearegionalismos.NaExposiçãode
Weissenhof,em1927,Gropius,MiesvanderRohe,LeCorbusiereoutrosarquitetos/
designersmostraramprojetosdemoradiaseobjetosfeitosapartirdemódulos
padronizados,comformaspretensamenteuniversais.
A chamada exposição de Weissenhof é reconhecida como um dos
principais pontos de partida para o veio a ser Estilo Internacional,
nome usado para descrever as tendências essencialmente
funcionalistas que dominaram o design e a arquitetura modernistas
entre as décadas de 1930 e 1960. Os proponentes do Estilo
Internacional acreditavam que todo objeto podia ser reduzido e
simplificado até atingir uma forma ideal e definitiva, a qual seria o
reflexo estrutural e construtivo perfeito da sua função... De modo
muito geral, a ideologia do Estilo Internacional se baseava na idéia
de que a criação de formas universais reduziria as desigualdades e
promoveria uma sociedade mais justa. Simplificando um pouco,
alguns funcionalistas raciocinaram que se a melhor e mais bonita
cadeira fosse também a mais eficiente e mais barata de se fabricar,
não haveria mais sentido em produzir cadeiras melhores e outras
piores. Evidentemente, essa proposta tinha muito em comum com
as tendências coletivistas e comunistas então em voga, de gerar
uma sociedade igualitária pela solução aparentemente simples de
fazer todo mundo pensar, trabalhar, ganhar, consumir e se vestir de
maneira igual. (DENIS, 2000: 154)
30
Em1933aBauhausfoifechadapelosnazistas,acusadadedivulgaridéias
socialistas.Houveadispersãodeseusmembrospelomundo,notadamenteparaosEUA.
AdivulgaçãodoEstiloInternacionalocorreunaAméricacomaajudadoMoMA(Museu
deArteModernadeNovaYork),quepromoveuumasériedeexposiçõesentre1932e
1939eoutrasériemaistarde,nadécadade1950.Estaúltimatraziaumavisão
modernistadoqueseriaoGoodDesign.Apartirdeentão,osupostobomdesignganhou
projeçãonomundointeiro,pormeiodeprêmiosinternacionaisinstituídosemvários
países.Algunscríticosvêemomovimentoemfavordobomdesigncomoumaformade
imporodesignelitistaaoconsumopopular,comumdiscursodebomgostoeeficiência,
baseadonospreceitosfuncionalistasassociadosàBauhaus.
Paraasmultinacionaisnãopoderiasermelhor.Alémdeumestiloadequadoà
linhadeprodução,quecomracionalidadeesimplicidadeformalreduziaoscustosdos
produtos,tambémtinhaelementosformaispretensamenteuniversais,queeram
teoricamenteneutrosebemaceitosnosdiversospaísesquehaviamagoraseconvertido
emummercadopotencial.
A grande ironia histórica com relação à preponderância do Estilo
Internacional durante a década de 1950 e 1960 está no fato de ter-se
tomado não um estilo de massa ou mesmo de contestação da ordem
capitalista mas, muito pelo contrário, de ter sido adotado como o
estilo comunicacional e arquitetônico preferido de nove entre dez
grandes corporações multinacionais. ... A cultura corporativa
incipiente reconheceu no design funcionalista atrativos irresistíveis
como austeridade, precisão, neutralidade, disciplina, ordem,
estabilidade e um senso inquestionável de modernidade, todas
qualidades que qualquer empresa multinacional desejava transmitir
para os seus clientes e funcionários. (DENIS, 2000: 156)
2.5.4 Paul Rand e a IBM
ComofimdaSegundaGuerraMundial,osmercadossetornaramglobais.As
multinacionais,comodesejodeconquistaroutrospontosdecomercializaçãodeixamde
pensaromercadoenquantonação.EssefenômenoémaisevidentenosEUA,quesaíram
daguerracomoseuparqueindustrialintactoeprontoaoferecerumamplolequede
produtos,deautomóveisasopasenlatadas.
31
Asmultinacionaisprosperameprecisamcomunicarsenosdiversospaísesonde
possuemfiliaiseconsumidores.Aidéiaésecomunicarcomdiversasculturaselínguas
diferentes,utilizandoumcódigoeumdesigncomumapropostauniversalizanteeoEstilo
Internacionalpareceserasolução.
Randenvolveusemaisprofundamentecomodesigndemarcasesistemasde
identidadevisualnadécadade1950.Elepercebeuque,paraserfuncional,umamarca
deveserreduzidaàsformaselementares,visualmenteúnicas,eestilisticamente
atemporais.
OProgramadeIdentidadeVisual,elaboradoporPaulRandparaaIBM,é
consideradoumdosprimeirosprogramascompletosqueabordatodasasmanifestações
visuaisdaempresa.Ologotipofoidesenvolvidocomumafontepoucoutilizada,de
serifasquadradas,chamadaCityMedium,desenhadaporGeorgeTrumpem1930.
SegundoEliotNoyes,diretordedesigndaIBMnadécadade1950,osistemade
identidadevisualdeveriaexpressaranaturezaextremamenteatualdosprodutosda
empresa.Paraisso,elenãoestavaprocurandoumtema,masumdesignconsistenteede
qualidade.Noiníciodadécadade1970,Randatualizouologotipo,utilizandoum
faixeado,queunificariaastrêsletraseremeteriaàslinhashorizontaisdosterminaisde
vídeo.Ologotipocontinuaemusodesdeentão.
Fig. 26: Variações do signo IBM . Diethelm, 1984: 135.
32
Fig. 27: IBM package designs, de 1950 e, à direita, de 1975. Meggs; Purvis, 2006: 404.
Fig. 28: “Eye, bee M” pôster, de 1981. Design de Rand para o Golden Circle Awards, uma
festividade interna da IBM, foi posteriormente banido, pois poderia encorajar os designers
da IBM a tomarem liberdade com o logo. Meggs; Purvis, 2006: 404.
33
2.5.5 Reações ao Estilo Internacional
“Universalnãoéigual,universaléodiversificado;éainterligação,éainterfacede
diversascoisas,daheterogeneidadequecompõeocaráterdeumanação.”
(MAGALHÃES, 1997: 89)
OEstiloInternacionalsurgiucomoumareaçãoaosornamentoseàprodução
artesanalepersonalizada,representantedasparticularidadesvernáculas.Eleveiocoma
preocupaçãosocializantedediminuiroscustosdeproduçãoe,pordecorrência,as
diferençassociais,aoatenderumademandacrescentedeumapopulaçãocomopoder
decompraachatadoequepassavaporprivaçõesocasionadaspelaguerra.
Nopósguerra,asmultinacionaisapropriaramsedoEstiloInternacional,que,com
suascaracterísticasuniversais,perpassavaasdiferençasculturaiseregionais.Omundo
eravistocomoumgrandemercadoaserconquistado.
AsmanifestaçõesdoEstiloInternacionalocorreramnaarquitetura,nodesignde
objetosenodesigngráfico,inclusivenodesenvolvimentodosSistemasdeIdentidade
VisualCorporativa.
Particularmente paraasempresasmultinacionais,foiimportantealiarseaosenso
deordem,disciplinaesimplicidadeentãoestabelecidospeloEstiloInternacional.Esses
princípiosforamassumidosdemaneiraprofundaecontínua.
Comofim
daBauhausem1933eadispersãodeseusmestres,muitosdeles
continuaramdifundindoosprincípiosdoEstiloInternacionalnosEUA,ÁsiaeBrasil.Nas
iniciativasdeimplantaçãodoensinododesignnoBrasilnadécadade1960(Wollnercom
aEsdinoRiodeJaneiroeArtigascomasdisciplinas
dedesignnaFAUUSP),notaseem
maioroumenorintensidadeaaplicaçãodosprincípiosdaBauhaus,assimcomona
atuaçãodeprofissionaisbrasileirosdocampodaIdentidadeCorporativa,comoAloísio
Magalhães,opróprioAlexandreWollner,JoãoCarlosCauduroeLudovicoMartinopara
citaralguns.
AsreaçõesaoEstiloInternacionalnãotardaramaacontecer.Elasocorreramna
arquitetura(comaliberdadeeodescompromissodosprojetospósmodernos),nodesign
deobjetosetambémnodesigngráfico,cujasprimeirasmanifestaçõespodemser
observadasnadécadade1960:
34
Na Pop Art e nos seus correspondentes em termos de design,
começaram a pipocar no início da década de 1960 visões anti-
geométricas, anti-funcionalistas e anti-nacionalistas que visavam
injetar o humor, o acaso e o mau gosto assumido no seio da
estética moderna. Os projetos criados por Glaser, Chwast e Herb
Lubalin na década de 1960 faziam um uso eclético de grafismos
apropriados de fontes históricas, do design vernacular americano e
da cultura popular, rejeitando o funcionalismo e a suposta
neutralidade da escola suíça em prol do humor e da expressão
visível da personalidade do designer. Coloridos, irreverentes e
assumidamente artísticos, a obra desses designers marca um ponto
importante de ruptura com os valores vigentes no Estilo
Internacional.
(DENIS, 2000:181)
A mensagempareceseraprópriarupturaeadesordem.Alegibilidadenãoé
importante,airreverênciaé.Essareaçãosurgepelasbordas,comprojetosderevistase
peçaspublicitárias.PodemseverestascaracterísticasnaobradeDavidCarsoneNeville
Brody,nadécadade1980.Nocasodaidentidadecorporativa,essareaçãoapareceem
casosespecíficos.PodesecitarcomoexemploocasodaMTV.ComaIdentidadeVisual
criadaporumestúdiodeNovaYork(ManhattanDesign),aMTVentrounoarem1981,
nosEUA.Amarcaécompostaporum“M”comtiposemserifa,tridimensionaleo“TV
sobrepostocomumaletragrafitada,comaspectorústicoemanuscrito.Atéentãonão
nadadeinteiramentenovo.Aestratégiadeusoéqueiráprovocarumanovapercepção.
O momento do insight ocorreu quando os designers realizaram o
logo com um vasto conjunto de superfícies para o M e o vigoroso
tv, podendo ser alterado através de infinitas variações de cor,
decoração, materiais, três dimensões, ângulos de visão e
movimento. ... O logo pode assumir diferentes personalidades,
participar de animações, assim como pode ser demolido. O
conceito de um logo com constantes alterações é contrário à segura
e ampla crença que marcas e identidades visuais devem ser fixadas
absolutamente e usadas de modo
consistente.
(MEGGS, 1998:389)
35
Fig. 29: Variações do signo MTV, in www.mtv.com, acessado em 06/2006

NãosepodeimaginarsoluçõesgráficasdestetipoparaaIBMdeRandem1952ou
mesmoparaaIBMdosdiasdehoje.Tampoucoocorredeseversoluçõesirreverentesnas
IdentidadesVisuaisCorporativasdaFordouVolkswagen.Osconceitosdedisciplina,
racionalidadeeordemcontinuamprofundamenteentronizados.Eventualmente
se
umapeçadescontraídanumainiciativapublicitáriadirecionadaaumpúblicojovem,mas
elaérestritaregionaletemporalmente.
A estéticadairreverêncianãofoiadotadaporumgrandenúmerodedesignerse
deempresasenãosepodedizerqueserá.Oquesepodedizeréque
aestéticadeste
séculoseráaestéticadatolerância,daconvivência,ondeonovoconvivecomoantigo,o
racionalcomoirreverenteeondeasdiferençasculturaissãorespeitadas.
36
2.6 A quarta geração: a marca nos dias de hoje
A marcacomeçousendoumarepresentação:umsigno(Antigüidade).Depois
passouaserumdiscurso(IdadeMédia).Posteriormentetornouseumsistemade
memória(economiaindustrial).Nosdiasdehoje,amarcaéumfenômenocomplexo
abrangendoaeconomiadainformação,aculturadeserviço,asociedadedo
conhecimento.
A crescentecomplexidadedenossosambientesmateriaisetecnológicos,assim
comodenossossistemassocial,econômico,políticoelegalcompõeumaparelhogerador
detransformações.Nessecontextodeincertezasasmarcasqueremguiaroconsumoe
atraíloparasi.Paratanto,acumulamseusantigosstatus:sãosignos,discursosesistemas
dememórias.Sãotambémobjetosdedesejo,desedução,fetichesetambémumespaço
deprojeção,ondeosindivíduosvêemasuaautoimagem.
2.6.1 A imagem da marca
Conforme foidito,otermoimagempodedesignarimagemobjetiva‐fenômeno
exteriorperceptivo,umafonte,umregistro.Podedesignartambémimagem
representativaalusivo
afenômenorepresentacionalsubjetivo:opiniãocoletivaou
imagempsíquica‐representaçãomentalouregistroimaginário.
DeacordocomCosta(2008:87)amesmapalavraimagemcolocadoismundosem
contato:
‐omundoA,externo,queéomundofísicodarealidadequenosenvolveequeestá
definidopelascapacidadeselimitaçõesdenossosistemasensorial.Aquiestãorealidades
quevemoseemquetocamos(A1).EstãonomundoAtambémoselementos
representados(A2),queconstituemumuniversodeimagensedesímbolos.
‐omundoB,queinteragecomA1eA2;énossomundomental,queenglobao
aprendizado,ainterpretaçãodoquepercebemosesentimos,assimcomoaimaginação.
Asmarcasesuasfontesdeidentidade(produtoseserviços)estãomaterialmente
noA1,ligadasarepresentaçõesreais.EstãotambémnoA2,ligadasafigurassimbólicas:
imagensfísicasqueasrepresentampalavras,sons,asformas,ascores.
Conseqüentemente,asmarcasestãotambémemB,porqueprovêmdoA.Portanto,as
marcas,produtoseserviçossãonosoferecidosnomundoA,emseushemisfériosA1e
A2.EasnossasrelaçõescomasmarcasligamomundoAaomundoB.
37
Fig. 30: as marcas e os mundos perceptivos. Costa, 2008: 87.
Quando o indivíduo passa da dimensão perceptiva A1 (visual) da marca para a sua dimensão
simbólica A2 (significante) e destas para as dimensões psicológicas da experiência do que a marca
representa (B1 e B2), ela se converte em uma imagem mental, uma referência plena que se
incorpora à memória pessoal e incide nas preferências e nas decisões que têm a ver com a marca.
A evoluçãodamarcaàimagem,dosignoaosímbolo,segradualmente,
passandoportrêstiposdemarcas:aMarca/Função,aMarca/RazãoeaMarca/Emoção.
Fig. 31: O arco evolutivo da marca, da marca função à marca emoção. Costa, 2008: 94.
38
Esteprocessoquevaidofuncionalaoemocionalérelacionadoàhierarquiadas
necessidadeshumanas.DeacordocompesquisasdeMaslow
3
,elaspodemser
classificadasemcinconíveis,domaisaomenosurgente:
I.Necessidadesfisiológicas:relacionadasàsfunçõesdosórgãosnosseresvivos,
abrangendooatodecomer,beber,descansar,fazersexo.
II.Necessidadesdesegurança:abrangempreocupaçõesquantoàgarantiarelacionadaà
saúde,àsfinanças,àhabitação,
aopatrimônio,àintegridadefísica,entreoutros.
III.Necessidadesafetivas/sociais:relacionadasaogostaresergostadoporalguém,de
convivercomoutraspessoas.
IV.Necessidadesdereconhecimento,status:estaremumaposiçãosocialreconhecida,
servalorizadoeadmirado.
V.Necessidadedeautorealização:encontrasenotopodahierarquia,
constituindoseda
buscadoprazer,dodesenvolvimentopessoaleprofissional,dasensaçãodeseestar
alcançandoosobjetivosdevida.
Todasessasnecessidadesestãopresentesnavidadoserhumano,manifestando
seemproporçõeseformasdiferentes,sendoqueumaspodemestaremmaiorevidência
queoutras,adependerdascondiçõesdevidadomomento.
Retomandoaidéiadoarcopsicológicodasmarcas,existeassimumaevolução
progressivadaMarca/FunçãoàMarca/Emoção.Nessecaminhoocorreumamaior
identificaçãoemocionaleumenvolvimentomaisintenso.Oprocessoproduzidoaolongo
dessearcoiniciaseemumextremo,ondeamarca
éumsimplessigno(marca/função),
temoseupapelfuncional.Éosignocomodesignação(nome)ecomoreconhecimento
(recordação),queéassociadoaoproduto(satisfaçãodanecessidade).Nooutroextremo
doarco,aMarca/Emoçãonãoésomenteumsignonastrêsacepçõesmencionadas,
masteráseenriquecidocomuma
cargadevalores.AMarca/Funçãopassaasera
Marca/Emoção.Estaráestabelecidaumarelaçãomaisintensacomseuusuário,coma
possívelfidelizaçãodocliente.Ofatorpreço,nestecaso,passaasersecundário,pois
ocorreumaidentificaçãodevalores.
Destaforma,oclientepoderátercincotiposdeatitudesemrelaçãoàmarca,
sendooúltimoodemáximafidelidade,emfunçãodesuasexperiências:
3:F.L.Maslow,ATheoryofhumanmotivation”PsycologicalReview,v.50,1943
39
I.oclientetrocarádemarca,especialmenteporrazõesdepreço,semfidelidadeàmarca;
II.oclienteestásatisfeito,nãorazãoparatrocardemarca;
III.oclienteestásatisfeitoearcarácomoscustosparanãotrocardemarca;
IV.oclientevalorizaamarcaeaconsiderapartedesuavida;
V.oclienteédevotadoàmarca.
Asexperiênciassãoacontecimentosindividuaisqueocorremcomorespostaa
algumestímulo.Geralmentesãoresultadodeumaobservaçãodiretaouparticipaçãonos
acontecimentosreais,imagináriosouvirtuais.
2.6.2 Branding
O Branding é a ampliação da importância da marca como elemento
diferenciador em um mercado em que a tecnologia não ocupa mais
esse papel ... Em última instância, branding é a reflexão que se faz
a respeito da construção de uma identidade personalizada para uma
empresa ou produto a partir de uma metodologia de investigação e
posicionamento estratégico de mercado. (Ronald Kapaz, apud
COSTA, 2002: 13)
Branding é uma questão de vivência e afetividade para se
desenvolver a fidelidade da marca pelo cliente.(Antonio Roberto
Oliveira, apud COSTA, 2002: 13)
OBrandingcolocasecomoumatendênciaemcomunicaçãonascida
recentemente,quevemdaevoluçãodomarketingedossistemasdeidentidadevisuais
corporativos.Émuitomaisqueoplanejamentoestratégicodamarca,poisestáligadoà
emoçãodespertadaporelaeaosvínculosquepoderãosercriadoscomisso.Elea
marcacomoumservivo:comoelenasce,comoelecresce,desenvolveseeamadurece;
comoeleserenova,revitalizaseecomopassadeumageraçãoparaoutra.Asmarcas,
comoaspessoas,têmumpassado,umpresenteeumfuturo;elaslutamporuma
identidadeprópria,
elascriamrelacionamentoseamigosouinimigosparaavidatoda.
Comotodapessoa,cadamarcaéúnicaetemumadiferenciação,umpotencialquepode
seratingidosetrabalhado.
Nummomentoemqueasmarcaseprodutossãodifundidosglobalmente,aopção
doclienteporumprodutoououtroestá,entreoutrascoisas,narelaçãodeafetividade
queamarcaestabelececomele.
40
Osconsumidoresnãoescolhemamarcaapenasdevidoaumnovologotipo,
símbolo,embalagemoupromoção.Atualmenteelesaescolhemporqueasentem.Para
issoprecisamexperimentálaeseiniciaumprocessoquepodetransformarum
consumidoremumclientefiel.
A GestãoIntegradadeBranding:
‐abrangeacomunicaçãototal,tantointernacomoexterna;
‐examinatodosospontosdecontatoentreamarcaeseusclientes;
‐sepreocupacomopassado,opresenteeofuturodaempresa;
‐trabalhaparamanterapersonalidadedamarcarelevanteeatual.
SegundoTorella(2004:41)sãooitoospassosparaaimplantaçãodaGestão
IntegradadeBranding:
‐passo1/OsFatos:
‐primeiramentefazseuminventáriodaempresa,levantandoseasestratégiaspassadas,
osresultadosfinanceiros,osslogans,enfim,ahistóriadaempresadesdeasuaorigem;
‐aseguirénecessáriotirarumretratodaempresa,verificandoovaloreaimagemquea
marcatemjuntoaoclienteefazerumdiagnósticoSWOT(doinglêsForças,Fraquezas,
OportunidadeseAmeaças),ouseja,opresentedaempresa;
‐adefiniçãodocaminhoqueaempresadevetrilhar,avisãodamarca,oseufuturo.
‐passo2/AsPrioridadesdaMarca:
‐éimprescindíveldeterminarasnecessidadesdamarcarenovar,revitalizare/ou
reinventarestratégias,estabelecendoáreasdefocotaiscomonome,logo,produtos,
equipeemarketing.
‐Passo3/Segmentação,diferenciaçãoeposicionamento:
‐apreocupaçãoemdefiniropúblicoalvoeestudarastécnicascomoatingilo;
‐abuscadadiferenciaçãoeposicionamentodamarca.
‐Passo4/ProjetandoofuturodaMarca:
‐exploraraexperiênciatotaldecompra,excedendoàsexpectativasdocliente,
verificandocomoelesexperimentamoprodutoeaumentandoaamplitudeea
profundidadedamarca,comapelossensoriaisparaoscincosentidos,peloscanais
emocionaiseracionais.
‐Passo5/IdentificandoovaloragregadodaMarca.
41
‐Passo6/DimensionandoaMarca:
‐definirapersonalidadeeoapelodamarca,reforçandoouatenuandoassociações.
‐Passo7/AEssênciadaMarca:
‐encontrarapalavrachavepercebidapeloconsumidorarespeitodaorganização.
‐Passo8/PirâmidedeMarca,IdentidadedeMarca:
‐tabularosoitopassosanteriores,definindooDNAdamarcaecriandoumaposição
claramentedefinidaparaamesma.
OobjetivoprincipaldoBrandingéfidelizarosclientes,algoquevinhasendo
buscadopelosprofissionaisdemercadoaoutilizaroMarketingdeRelacionamentoesua
assistênciaepesquisapósvenda.
TalvezumdosmaioresméritosdasestratégiasdeBrandingsejaodederrubar
barreirasentreosdepartamentosde
MarketingedeDesign,aoapropriarsede
ferramentasdeambos,porémcomumaposturaintegradora.Apesardeamaiorparte
dasferramentasseremvelhasconhecidas,nuncaforamutilizadascomesseenfoque,
propiciandoagilidadenastomadasdedecisãoenoseventuaisajustesderota.Os
benefíciosdessaabordagemsãoenormes,poisaIdentidadeCorporativapassaa
trabalharcomtodososdadosdisponíveisdoMarketingedoDesignetemcomosaber
commaiorexatidãoasexpectativasdosclientes.OManualdeIdentidadeVisual
Corporativadeixadeserumainterminávelsériederegraslimitadorasdesoluçõesepassa
aterumcarátermaisflexíveleadequadoàscomunicaçõesdaempresa.
A marcapassaaserencaradacomoumservivo,quenasce,cresce,desenvolvese,
amadureceeeventualmentemorre,podendoseralvodeajustesemseusatributos
acidentais,desdequecompatíveiscomasuaessência.
Aoincorporaraemoçãonacomunicaçãoenabuscadaidentificaçãocomo
cliente,aGestãoIntegradadeBrandinginovamaisumavez.Aoexploraraexperiência
emocionalemultisensorialaorganizaçãotransmiteumaimagemcoesa,centradae
significativa,eforneceelementosaoconsumidorparabalizarsuasexperiênciasde
consumo.
42
2.7 A imagem corporativa – teoria e metodologia da
identificação institucional segundo Norberto Chaves
NorbertoChavesésóciodeI+CConsultores(Barcelona)eexchefede
departamentopedagógicodaFacultaddeArquitecturayUrbanismo/FDUUBA(Buenos
Aires).Alémdisso,éexprofessordaEscolaEIN(Barcelona)eprofessorconvidadoem
escolaseuniversidadesdeDesigneArquiteturadaEspanha,Argentina,MéxicoeCuba.É
tambémprofessorconvidadoparasemináriosdedireçãodeempresasnatemáticado
desenho,imagemecomunicação.Chavesatuaaindacomoassessoremprojetosde
imageminstitucionaleculturaldeorganismospúblicos,assimcomoemprojetosde
imagemurbana.ÉautordepublicaçõesvoltadasàImagemCorporativaeàatuaçãodo
designer.
A abordagemde NorbertoChavesfoidesenvolvidatomandoporbaseospaíses
latinos,ondeosrecursosdestinadosaodesignnormalmentesãomenorese,commuita
freqüência,osconsumidoresdestesserviçosprecisamsereducadoseorientadospara
queentendamarelevânciadessesprojetosevisualizemquebenefíciospodemser
alcançados.
2.7.1 O Contexto
Asintervençõessistemáticassobreaimagemdasempresaseinstituições
experimentaram,nadécadade1980,umsignificativoprocessoevolutivo:multiplicaram
seatéconsolidaremsecomoformaregular,degestãoeexcederamseusalcancese
marcosiniciais,limitadosaaçõesisoladasnocampododesenho
gráfico,dapublicidadee
dasrelaçõespúblicas.Conseqüentementeaspráticasprofissionaisvinculadasaesses
serviçossofrerammudançasdeenvergadurasimilar.Nasdisciplinasbásicas,comoo
desenhográfico,consolidaramseasespecializaçõesemidentidadecorporativae
estabeleceuseatendênciadeintegraçãointerdisciplinardasdistintasprofissõesque
oferecemserviçosparaeste
campo.Estesfatosabriramocaminhoparaumanova
demandatécnica,aformulaçãodeestratégiadeidentificaçãoinstitucional,quegarantia
umagestãodecomunicaçãocongruentecomosobjetivosestratégicosdaorganização;e
aprogramação,queéaponteanalíticaentreumanecessidadenãoespecificadae
recursosdeintervençãomúltiplaedispersa.

43
A teoriaemetodologiadaIdentificaçãoInstitucionaldevemconsiderarocontexto
emqueessateorizaçãofoidesenvolvida.AtransiçãodemocráticadaEspanhaesua
inserçãonacomunidadeeuropéiaforamforçaspotentes,poisumprocessode
atualizaçãoaceleradaeobrigatóriadasempresaseinstituiçõescriouanecessidadede
sofisticaçõesnagestãotécnicaeprofissionaldemaneirairreversível.
2.7.2 O fenômeno socioeconômico
A multiplicaçãodoscasosderedesenhointegralesistemáticodosrecursosde
identificaçãoementidadesdetodotipoeseureflexonoexercícioprofissionalena
expressão“imagemcorporativa”extrapolaarelaçãotécnicaentreosagentesdiretos
envolvidosnofenômeno:asinstituiçõeseosprofissionaiscomprometidoscomoprojeto.
AsintervençõessobreaImagemCorporativanãopodemdesprezaraindagação
doscondicionamentosprovenientesdasociedadeedeseuconjunto:asforçasque
operaminvisíveisporbaixodacomunicaçãosocialemarcamoitineráriodesuastrocase
desenvolvimento.Impõeseentãoumdistintotipodepresençadosemissoressociais(as
instituições),quetêmquesefazerler,entender,diferenciaremcondiçõesdistintasdas
conhecidaspreviamente.Issoimplicanãoaalteraçãodastécnicasdecomunicação,
mastambémnovosmodoseprocessosdeidentificação.Asmodalidadeserecursosde
identificaçãoedifusãotradicionaistornamseobsoletosdevidoàsaturaçãoinformativae
àaltaentropiadamensagemmercantil,exigidapelaaceleraçãoemassificaçãodeseu
consumo.tambémaproliferaçãodeentidadesquedevemfazerseouvirsocialmente.
Osmeiostradicionaisrelegavamasinstituiçõesaumaltograudeanonimatoea
saturaçãoquantitativadasoperaçõescomunicacionaisconvencionaisexigiramumatroca
qualitativanosmodelosdecomunicação.
Todaarealidadefoireduzidaaodiscursoquesobreelaseemite.Nasociedade
terceirizada,mercadoriaediscursocoincidem:osignificanteeosignificado.
Aeconomiadocomunicacionaléhojeumatemáticaimposta,comorealidadeecomo
discurso
teórico,pelastrocasocorridasnadinâmicasocial.Aanunciadamercantilização
detodoprodutoedequalquerpráticasocialhojeéefetiva.
Osfenômenosdeopiniãonãosãoummeroacompanhamentosuperestrutural
dosprocessoseconômicos,massimumdosmotoresmaisdinâmicosnavidadomercado:
44
aideologiaingressatambémnocomérciocomomercadoriae,maisdrasticamente,como
meiodereproduçãodomercado.Navidaempresarialeinstitucional,oestadodeopinião
éumitemdecapital.
2.7.3 O protagonismo do sujeito
Oesquematradicionaldacomunicaçãocomercialconsistianaemissãodeuma
mensagempersuasivaemqueseuemissorpropunhaaoreceptorumtema:asvantagens
doproduto.Estatáticareduzidasuaeficáciadevidoàaceleraçãodatrocatecnológica
quedesestabilizaaidentidadedoproduto,submetidoaumaredefiniçãopermanenteea
processosdedeslegitimizaçãoerelegitimizaçãodamercadoria,queatornainoperante
comosuportedoargumentodecomunicação.
A progressiva socializaçãodaqualidadetendeaeliminarasdiferençasentreos
produtosdeummesmotipo,oqueimpossibilitatodaconfrontaçãonomercadobaseada
nosvaloresdiferenciaisdoproduto.Odeslocamentodovalordoobjetivo(produto)ao
subjetivo(produtor)remeteosconteúdosdecomunicaçãoparaaidentidadedoemissor.
Issoéválidoparaomundodaproduçãocomercialeparaomundodaprodução
institucional.
A identidadecorporativacirculapredominantementepormeiosindiretos,
semiconscientesousubliminares,privilegiandoassimosdiscursosnãoverbais,oscanais
nãotradicionaisdecomunicação,experimentandoumaverdadeirapotencializaçãodeseu
conteúdoefunçãosemântica.Falaseassimdaimagemdeumpaís,deumacidade,de
umbairro,deumgênerocultural,comoverdadeirossujeitoscompersonalidade,
entidadesquemedianteseuacessoaumadinâmicadeimagem,adquiremum
movimentodealteraçãosocial.
Oprocessodesubjetivaçãodemensagenspossuientãoumduplosentido:como
deslocamentodointeresseatéoemissorecomocriaçãodesujeitosatípicos,que
previamentenãoexistiam.Acomunicaçãosocialsetransformaassimemummecanismo
deinstalaçãodeentidadesimagináriasnocoletivo,qualquerquesejaasuanaturezareal.
2.7.4 Um sujeito desenhado
Oconjuntodeemissoressociaissofreumapressãoexternaprovenientedasnovas
relaçõesobjetivasdeintercâmbioeessapressãoexigeumarespostaativaqueéuma
45
intervençãoconsciente,voluntáriaesistemáticanosseusprópriosmeiosde
comunicação,nãonosespecíficos(apublicidadenoseusentidoamplo),masemum
conjuntointegradoderecursosdiretoseindiretos(aimagememgeral).
Oaparatocomunicacionalassimassumidopeloemissorsocial,experimentauma
expansãoinusitada,absorvendorapidamenteatotalidadedoscomponentesde
identidadesusceptíveisdeatuarcomocanais,meiosousuportesdesuasmensagense
referirsediretaouindiretamenteasuasatitudesouvalores.
A progressiva reduçãodaeficáciadosmeiosdeidentificaçãotradicionaisimpôsa
necessidadedeapelaraosrecursosdeidentificaçãoevalorizaçãodisponíveis:ocorpo
institucionalhipersemantizase.Apublicidadeesuafunçãopersuasivasofremum
deslocamentoaáreasnãoconvencionais,recaracterizandoseemtermosdeimagem.A
IdentidadeCorporativaexpandese,eassim,apublicidadeconstituiseagoraumdos
tantoscanaisdeemissãodaimagemcorporativa.Acrisedosrecursosdecomunicação
levaimplícitaumacrisedeidentidadedasentidadesemissoraseissogeraummercado
potencial:omercadodaimagem.
2.7.5 O fenômeno institucional - uma proposta de quatro
elementos
Paraaproximarsedoconceitodeimageminstitucionalénecessárioutilizarum
quadromaisamplodeconceitosnosquaisadefiniçãodeimagemserádeterminadapor
oposição.Épropostoodesdobramentodoproblemaemquatroelementos:
I.RealidadeInstitucional:conjuntodecaracterísticasobjetivasdainstituição,amargem
detodaformaouconsciênciaourepresentaçãointernaouexternadamesma.Sãoos
fatosinstitucionaisconcretos,nãopresentes,masacumuladosaolongodesua
história:objeto,funçãoecampodeatuação,estruturasoperativaserecursosmateriaise
humanosesituaçãoeconômicofinanceira.
II.IdentidadeInstitucional:éumfenômenodeconsciência,umconjuntodevalorese
atributos,assumidoscomoprópriospelainstituiçãoequeconstituiodiscursode
identidadequesedesenvolveanalogamenteaodiscursodaidentidadedeumindivíduo.
AssimcomoaRealidadeInstitucional,aIdentidadeInstitucionaldeveserentendidacomo
umprocesso.
46
III.ComunicaçãoInstitucional:conjuntodemensagensefetivamenteemitidas,
conscienteouinconscientemente.Nãoéumaatividadeopcionalouespecíficadecertos
tiposdeentidades,massimessencialaofuncionamentodainstituição.Seucaráter
onipresenteestárepresentadopelatotalidadedo“corpussemiótico”dainstituiçãoqueé,
destepontodevista,umterritóriosignificante
quefaladesimesmo,queseauto
manifesta,quesesimbolizapormeiodetodasedecadaumadesuasações.
IV.ImagemInstitucional:aparececomooregistropúblicodosatributosidentificadores
dosujeitosocial,aleiturapúblicadeumainstituição,ainterpretaçãoqueasociedadeou
cadaumdeseusgrupostemouelaborademodointencionalouespontâneo.Elanão
coincidecomaRealidadeInstitucionalnememsuadimensãosemiótica(Comunicação
Institucional)nemtampoucocomsuaformadeautorepresentação(Identidade
Institucional).
2.7.6 Semiose institucional
Porsemioseinstitucionaldeveseentenderoprocessoespontâneo,artificialou
misto,peloqualumainstituiçãoproduzecomunicaodiscursodesuaidentidadeemotiva
emseucontextoumaleituradeterminadaqueconstituirásuaprópriaimagem.O
desenhodeimageminstitucionalnãooperasobreobjetos,massobrediscursos.Elenão
operasobremensagens,massobresistemas.
Paradenotaraidéiadeinstituição,deveseterunidadeentreasmensagens.Esta
coesãoresideemumaunidadeestruturalcomplexa:nãosetratadeunidadeformalnem
visual,masdeumaunidadeconceitual,deslocadadeumamerasuperficialidadepara
elementosmaisprofundos,estruturadoresdaIdentidadeInstitucional.
A intervençãoespecializadasobreaimagem,oprocessoquearticulaasquatro
instânciasdenossosistemaconceitualrealidade,identidade,comunicaçãoeimagem
institucionaisconstituioquechamamossemioseinstitucionaleéumprocessosemi
artificial,umasemiosetecnicamenteassistida.Comotodoprocessoartificial,esses
programasaparecemquando,duranteodesenvolvimentodasatividadesnormaisdavida
institucionalpercebeseumsaltoouruptura,cujaescalatornadifícilumarecuperação
espontâneadoequilíbrio.Considerandoseasatuaçõestécnicassobreosrecursosda
47
comunicaçãoinstitucional,asistematicidadeexigidasemanifestaemdoisrequisitos
básicos:
I.ocaráterintegraldocampo‐orepertórioderecursosconsideradosparaa
identificaçãodevesercompletoe,osmeios,assumidoscomointegrantesdeuma
dimensãocomunicacionalúnica,enãoentendidoscomopeçasisoladas;
II.ocaráterprogramáticodocampo‐asalternativasdelinguagemoutiposdediscurso
dirigemsepreviamenteàproduçãododiscursoconcretoeéprevistaumaformade
implantaçãopreviamenteordenada.
Oobjetivodoprogramadeintervençãonaidentidadeinstitucionalnãoé
modificaraimagem,masalteraroprocessodesemioseinstitucional,porintermédiode
intervençãonosúnicosplanossusceptíveisdealteraçãocaracterizadoscomoobjetivos:a
realidadeinstitucionaleacomunicaçãoinstitucional.
2.7.7 O campo de intervenção - o imaginário recorrente
Assumidaarealidadeinstitucionalcomomassasignificante,nesteditocorpus
podeseintervir,fazendoumaprimeirasegmentação:vaisesegregarumaáreade
dimensãouniversal‐aimaginária.Aimagemnãoéumtipodediscurso,masuma
dimensãodeumtodo,aqueleque,poroposiçãoao“conhecimento”temafunçãode
criara“ilusãodarealidade”oua“ilusãoreferencial”.Ocampoobjetualdetodoprograma
deimageméprecisamenteessadimensãoedentrodelaaquelesegmentoreferidoà
identidadedainstituição.
A comunicaçãopodeserimagináriaereal.Asegundaépuramenteoperativa,que
correspondeàgestãoespecíficaeregulardainstituição,sendodecompetênciados
agentesinternoseforadaáreadeintervençãodoprograma.
Outra segmentaçãonocorpussemióticoconsideraosmodosdeemissãoda
mensagem,conformeotipodesuaestrutura.Asmensagenspodemserrecorrentese
estáveis(impressos,iconografiagráfica,papelaria,folhetos)ouocorrentesevariáveis
(mensagenspontuaiseefêmeras,singulares).Asmensagensdosegundogruposãoas
comunicaçõesoraiseescritaspontuais,atuaçõesespontâneas,nãoplanejadas.Éa
dimensãosemióticadaprópriagestãoregulardainstituiçãoeseuscomponentesnão
prefigurados.Aemissãodasmensagensdestegrupoéderesponsabilidadedosagentes
48
internosdainstituiçãopormeiodesuaatividadecorrenteenãopodemseincluircomo
áreaprogramáticaconcretadeintervenção.
2.7.8 Os cinco níveis de identificação
I.Osnomes
Osnomespodemser:
descritivos:
enunciaçãosintéticadosatributosdaidentidadedainstituição.
Exemplos:MondialAssistance,BancoInteramericano;
simbólicos:
alusãoàinstituiçãomedianteumaimagemliterária.
Exemplos:Camel,Pelikan,Omega,Nestlé;
patronímicos:
alusãoaonomeprópriodeumapersonalidadechavedainstituição.
Exemplos:Lacoste,MercedezBenz,Johnson&Johnson;
toponímicos:
alusãoaolugardeorigemouáreadeinfluência.
Exemplos:BritishCaledonian,AerolíneasArgentinas;
‐contrações:
construçãoartificialpelasiniciais.Exemplos:AEG,IBM.
49
II.Oslogotipos
Versãovisualdacapacidadeidentificadoradonome,basicamentegráfica,
analogamenteaoindivíduo,seriasuaassinatura.
Fig. 32: Logotipos. Chaves, 2003:43
50
III.Ossímbolos
Sãoossignosnãoverbais,quetêmafunçãodemelhorarascondiçõesde
identificaçãoeampliarosmeioscognitivos.Tratasedeimagensestáveisepregnantes
quenãorequeremleituranosentidoverbaldotermo.
Fig. 33: Símbolos. Chaves, 2003:51
51
IV.Ossistemasdeidentificaçãovisual
Elesnascemdanecessidadedecontroledaimplantaçãodossignos
identificadores.Sãoconsistentesnodesenhodoconjuntodesignosedeseumodode
aplicaçãoàtotalidadedossuportesgráficos(papelariaeetc.)enãográficos(arquitetura,
indumentária,etc.).
Fig. 34: Sistemas de identificação visual. Chaves, 2003:65
52
V.Osprogramasintegrais
Sãoosúnicosquegarantemumacomunicaçãoinquestionáveleconvincente.
Constituemaviaespecíficaparaquemensagensdedistintanaturezacorroborem
entresieexplicitemaexistênciadeumespíritocomum,umaidentidadeinstitucional.A
eficáciadoprogramanãosurgedaforçapersuasivadecadamensagem,masda
confirmaçãomútuadetodaselas.
A imagem integral de uma infraestrutura urbana. Modelo operativo do metro de Madri, por Arcadi Moradel,
Norberto Chaves e Emilio Tramullas.
Fig. 35: Programas integrais. Chaves, 2003:101
53
2.7.9 Etapas e fases do processo
Oprocessogeralsedivideemduasgrandesetapas:
analítica(fases1,2,3,4e5)concentrasenoconhecimentoprofundo
dainstituição;
normativa(fases6,7e8)‐éacaracterizaçãodaintervençãonecessária.
Fase01Investigação
Trabalhode campoqueatuanosníveisoperativosecognoscitivos, tendodois
objetivosbásicos:
‐inserçãodaequipetécnicanocontextoconcretodaInstituição‐aequipetécnicadeve
estarfamiliarizadacomaInstituição,sendoqueosajustesaseremrealizadosdeverão
contarcomapredisposiçãopositivadosagentesinternos.Cumpreseaprimeirafunção
técnicapersuasiva,queétornarcompreensívelaosagentesinternosoprogramae
superareventuaisresistências.
‐produçãodoInputInformativo‐produçãodematériaprimadocumentalsobrea
instituição,relativaaosquatroníveisdeanálise:Realidade,Identidade,Comunicaçãoe
ImagemInstitucionais.
Fase02Identificação
A FasedeIdentificaçãoatuanocamporepresentacionalidentidadeinternae
identificaçãopública(ouimagem),formulandoosconteúdosválidosdeambosos
discursos.ParteimportantedestaFaseéaelaboraçãodeumtextoqueconstituiráo
discursodaidentidadequeainstituiçãodeveráinstalaremsuaaudiência.Adefiniçãode
taltextoéumprocessodeaproximaçãoemváriospassos,variáveisemfunçãodas
característicasdainstituição.Oscondicionantesmaiscomunssão:
‐omodeloouprojetoinstitucionalinterno(+complementação);
‐oparadigmainstitucionalexterno(+ajustes=discursoótimodainstituição);
‐ascondiçõesparticularesdeleiturapúblicadainstituição.
‐aelaboraçãodotextodeidentidade
Otextodeidentidadeéoinstrumentoquepermiteavançaroprograma,pois:
‐defineosrecursosdeimagemautilizar;
54
‐permiteaelaboraçãodeumdiagnósticoespecífico,sejaemfunçãodevaloresuniversais
ouespecíficosdainstituição;
‐provêosconteúdossemânticoseretóricosdoprograma;
‐funcionacomocritériodeseleçãodetraçossignificantespertinentesparacadacanalou
níveldecomunicação.
Fase03Sistematização
A sistematizaçãotrabalhanocampoempíricoeconsistenadefiniçãodeum
sistemaprecisodeemissãododiscursodaidentidadeinstitucional.
Dispondosedotextodeidentidadepodeseordenarracionalmenteocampode
intervenção,mediantematrizesclassificatórias.OprodutofinaldaFase3,amatrizde
comunicação,énecessariamenteumafunçãodeidentidadedainstituição,ondeserão
determinadosnãootipodemensagemaemitir,masorepertóriodecanais
pertinentesenãopertinentes.
Fase04Diagnóstico
Umdiagnósticoútilàelaboraçãodeumprogramadeidentidadeinstitucionalnão
podelimitarseaassinalarosdéficitsgeraisdaimagem,poisissoestariaindicandoum
sintomaenãoorientariaaaçãoterapêuticaparasuarecuperação.Paraisso,devemser
elaboradosumdiagnósticogeral,contemplandoosquatrocamposdofenômeno
institucional(Realidade,Identidade,ComunicaçãoeImagemInstitucionais)eoutro
particularizadoeespecíficodosrecursosdeidentificação,abordandoossubsistemasde
Comunicações,doEntornoedeAtuações.Comaanálisedostrêssubsistemascitados,é
possíveldetectaraszonasmaiscríticasouosepicentrosdosproblemaseascausasde
fundo,quepodemselocalizaremqualquerumdostrêssistemas.Oquadrodiagnóstico
tipopodesersintetizadoemtrêsconcepções:
‐assistematicidade:déficitdeíndoleretóricaesintáticaqueconsisteemumaltograude
heterogeneidade,desagregaçãoeincoerênciadaslinguagensutilizadas.
‐nãopertinência:déficitdeíndolesemântica,manifestaseemumafortediferençaentre
osconteúdosdeidentidadeefetivamenteemitidoseodiscursodeidentidadeválido.
‐desajuste:déficitdeíndolelexical,consistedeumanãocoincidênciaentreorepertório
decomponentesdosistemadecomunicaçãorealedodecomunicaçãoefetivo,
observávelpordefeitoouexcessoquantitativoouqualitativo.
55
Naprogramaçãodaseleção,desenho,contrataçãoe/ouproduçãodosrecursos
operativosdainstituição,nemsempreseconsideracomodecisivaadimensãosemiótica
dosmesmos,limitandoseaumaaçãonorteadapeloscondicionantesmeramente
funcionais,técnicosoueconômicos.Issodeixaadimensãosemióticaforadecontrole,
ligadaaumaaçãoinconsciente,quenãonecessariamenteconduzaumdiscurso
pertinente.
Fase05‐PolíticadeImagemeComunicação
AsfasesanteriorespermitemdarformaaumaPolíticadeImagemeComunicação
eficienteparaainstituição.Essapolíticapossibilitaráasuperaçãodosdesajustes
verificadosnocampocomunicacional(diagnóstico)comgarantiadesucessodos
resultadospositivosprescritos(IdentificaçãoeSistematização).
Asprescriçõessãodedoistipos:
I.aIdeologiaComunicacionalGeraleseusaspectossemânticoseretóricos‐
compostapelaFilosofiaqueadotaráainstituiçãoparacomunicarsuaidentidade.A
políticaadotaráumalinharetórica,ouseja,persuasivaeserãodefinidasalinguagem
institucionalgeralesuassublinguagens;oscanaiselinhasdecomunicaçãodominantese
asmensagens‐chaveoudiscursorecorrente(slogans,lemas,etc.);
II.oscritériosdegestão‐critériodegestãotécnicadacomunicação,ummecanismode
processamentodaproblemáticaespecificamentecomunicacional.
Fase06‐EstratégiaGeraldeIntervenção
A partirdodiagnósticoepolíticageraldisponíveis, determinarseáotipode
açãocorretivamaisadequadoquenãoseránecessariamentecomunicacional.Oalcance
geraldodiagnósticopermitiráidentificaraaçãocorretivarelativaaocampo
problemático.
A estratégiapoderáadotarumadas
trêsalternativasabaixocitadas.
I.EstratégiaComunicacional:osproblemassãolocalizadosnocampodaimagemeda
comunicaçãoetêmsuasorigensnoprópriocampo.
II.EstratégiaInfraestrutural:prevêintervençãonocampooperacional,ouseja,no
campodagestãogeraldainstituiçãoàmargemdeaspectosdecomunicação.
III.EstratégiaMista:tipopredominante,ondeasintervençõescomunicacionaissão
respaldadasporaçõesnaprópriarealidadeinstitucional.
56
Fase07‐Intervençãosobreimagemecomunicação
Nestafaseplanejarseáumaintervençãogeral,definindoseseusconteúdos,
métodosecondiçõesdeimplementação,produzindoseasseguintesespecificações:
I.campoProgramáticodaIntervenção‐
‐intervençãonossistemasdecomunicações;
‐deentorno;
‐deatuações;
II.determinaçãodasvariáveistécnicasdecadaprograma‐
‐modosdeincidênciasobreaimagem,própriosdecadacampoprogramático;
‐modalidadesdegestãodecadaintervenção;
‐hierarquiaseprioridadesprogramadas;
‐alcancesnormativosdecadaprograma;
‐graudeinserçãooperativadecadaprogramaparticular;
‐tipodeserviçotécnicorequeridoparacadaprograma;
III.aslinhasdegestãogeral‐
‐oplanodeintervenção;
‐agestãogeralexterna;
‐atransferênciainternadecapacidadetécnica.
Fase08‐Elaboraçãodeprogramasparticulares
Oprocessogeraldeprogramaçãoconcluisecomaexplicitaçãodasdemandase
requisitosdecadaintervençãoparticular,ouseja,aelaboraçãodosprogramasde
atuaçãotécnica.Estesprogramasconstituirãoasnormasaquedeverãoajustarseos
distintosprojetosoupropostastécnicasemcadaumdoscampos:
‐objetivosparticulares;
‐campoempíricodeintervenção;
‐conteúdosideológicosemecanismosdeimplementaçãodoprograma.
57
O esquema geral
Fig. 36. Etapas e fases do processo. Baseado em Chaves: 2003
58
2.8 Outras teorias sobre a Identidade Visual
Corporativa
Oobjetivodaexposiçãodasteoriasaquisucintamenteapresentadasémostrara
formacomooutrosprofissionaisencaramaquestãodaIdentidadeVisualCorporativa.
Conformeserávisto,pontosemcomum,assimcomodiferençasnaabordagemdo
problema.Porseremprofissionaisdaárea,observaseatendênciadeseadotaruma
posturabastantepragmática,dadaaexperiêncianodesenvolvimentodegrandes
projetos.
2.8.1 João Carlos Cauduro
JoãoCarlosCauduroéarquiteto,comdoutoradopelaFAUUSP.Éprofessornos
cursosdegraduaçãoepósgraduaçãonamesmainstituiçãoefazempartedeseu
currículoprojetosdegrandeporte.DeacordocomJoãoCarlos,(CAUDUROetal,
1994:73),umProgramadeIdentidadeVisualeficientedevetraduzirafilosofia,os
objetivos,aculturaeapersonalidadedaempresa,comumalinguagemadequadaaoseu
públicoalvo.Esseprogramatemquatroetapasdetrabalho,quesão:
I.oPlanoDiretor/pesquisaedefiniçãodediretrizescompreendeodiagnósticoda
empresa,quandosedefinemasdiretrizesparaodesenvolvimentodaidentidadevisual,
tantoasreferentesaosobjetivosdecomunicaçãocomoasdoplanejamentodoprocesso
decriaçãoeinstituiçãodalinguagem;
II.criaçãodalinguagemvisualcompostapeloprojetodoselementosbásicos
responsáveispelaidentificaçãovisualdaempresa.Oprodutodestaetapaéocódigode
identidadevisual,umsistemadesignosvisuaisesuasregrasdeuso,quecaracterizam,
distinguemecoordenamaidentificaçãodeumaempresa.EleabrangeoSignode
comando(marca,símbolooulogotipo),umalfabetopadrãoeumesquemadecores.
Esseselementosconstituemaassinaturadaempresa;
III.desenvolvimentodasmensagensvisuaiscomocódigodeidentidadevisualcomo
pontoinicial,projetamse,executamseeimplementamseasmensagensvisuaisda
empresa.Oprojetodevecompreenderousocorretoeconsistentedessessinaisgráficos,
pormeiodemensagensvisuaiscoordenadaseadequadasàpersonalidadedaempresa.O
59
graudeextensão,profundidadeequalidadedestaetapadeterminaoresultadodanova
identidadevisual.Deve abrangertodosossubsiste masdemensagensdaempresa
impressos,produtos,arquitetura,frota,uniformes,etc.;
IV.normatizaçãoepadronização‐asorganizaçõesempresariaissãocomplexasereúnem
pessoasdediferentesformações.Parafazêlastrabalharcoordenadassãonecessárias
normasdecomportamentoeorganização.Assim,paragarantirousocorreto,ocontrole
eamanutençãodaidentidadevisual,éprecisoternormasclarasparaasmensagens
visuaisdaempresa,quesãoreunidasemumapublicação:oManualdeIdentidadeVisual,
oqualéessencialàadministraçãoeàmanutençãodaidentidadedaempresa.
AindasegundoCauduro,(CAUDURO;MARTINO,2005:s/n),oconceitode
IdentidadeTotal,criadopeloseuescritório,deveserentendidonosentidodeatuação
imagéticaabertaedinâmica,pois,naeradaglobalizaçãoedasnovastecnologias
cibermediáticasdainformação,équaseimpossíveldeterminarseàprioriasvariantesda
marca/mensagem,especialmenteemregistrocinético,docinemaaocelular,passando
pelovídeo,ocomputadoreasconfiguraçõesurbanas,semfalarnasaplicações
tridimensionais.
Convém lembrar que, instituído o design necessário, se fez o
trabalho de saneamento do próprio campo, o que implicou a
desqualificação de meros fazedores de marcas, pois o projeto de
Design Visual abrange a totalidade da identidade corporativa, da
marca aos papéis administrativos, da sinalização ambiental aos
crachás, dos veículos aos uniformes. A publicidade pertence ao
campo do design, esclareça-se. Mas uma distinção se impõe: a
publicidade é a poética do consumo e o design é a poética da
produção. O publicitário é o designer da imediatidade e do
fisiologismo mercadológico, com suas especificidades, enquanto o
designer é o configurador da imagem ideológica da empresa ou
instituição.
(CAUDURO; MARTINO, 2005:s/n),
60
Fig. 37: Marcas e Manuais de Identidade Visual Corporativa desenvolvidos por Cauduro
Associados, arquivo fornecido pelo autor.
61
Fig. 38: Aplicações do Sistema de Identidade Visual Villares, em arquivo fornecido pelo autor.
62
2.8.2 Norberto Chamma
NorbertoChammaéarquitetoformadopelaFaculdadedeArquiteturae
UrbanismodaUniversidadedeSãoPauloem1973.FundouaUndCorporateDesignem
1978.SeuescritórioéresponsávelpordiversosprojetosdeSistemasdeIdentidadeVisual
esinalização,como:DrogaRaia,CasaSantaLuzia,Amil,Hudson,BancoFatoreSemParar,
entreoutros.
SegundoChamma(CHAMMA;PASTORELO, 2007),asmarcasdesenvolvidaspela
Undseguemopreceitobásicodapersonalização.Sãodiferentesentresie,
principalmente,diferentesdeseusconcorrentes.Noentanto,existeumfatorque,não
importandooportedoprojeto,estarásemprepresentecomopremissaparatodoe
qualquerprojetodeIdentidadeVisual:aatemporalidade.Nenhumaempresa,em
consciência,desenvolveouredesenhasuaidentidadepensandoemalterálanos
próximoscincoanos.Marcasforamfeitasparadurar,sendoqueosprincípiosda
identidadedaempresadevemsersólidosobastanteparaidentificálaepromovêla
sempre,emquaisquercircunstâncias.AindadeacordocomNorberto,osprojetosde
identidadevisualenvolvemmuitomaiselementosquesomenteodesenhodesímbolose
logotipos.Amarcaesuasaplicaçõessãoreflexosdaculturacorporativadaempresae
devemexpressartantoatributosdegestão,recursoshumanos,produtos,comoatributos
comerciais,sociais,éticoseestéticosdaorganização.Usualmenteoprojetotemquatro
fases:diagnóstico,cenários,designeimplantação.Asduasprimeirasfasesnãosão
gráficas,masrevelamsefundamentaisparaodesenvolvimentodeidentidadesvisuais
sólidaseduradouras.
I.Diagnóstico:captandoinformaçõesobjetivasesubjetivas
Informaçõesobjetivaso,porexemplo,omanualdeidentidade,asaplicaçõesda
atualidentidade‐comoimpressos,embalagens‐easpesquisasqualitativase
quantitativaseventualmentedisponíveis.Quandoexistem,aspesquisassão
fundamentaisparaoentendimentodoproblemaeparasubsidiarodesenvolvimentodos
cenários.Énecessárioqueseacumulemassacríticadedadoseinformaçõesparao
processamentoeformulaçãodoproblema,paracriarumuniversototalmenteabstrato
emmúltiplosplanoscomdadostangíveiseintangíveis,mensuráveisounão,como
objetivo,numasegundaetapa,dedesenvolveroscenáriosoudiretrizesdoprojeto.
63
Nofinaldociclodelevantamentodedados,terseáemmãosumaboa
amostragemdopensamento,dosusosecostumesdaempresaemquestão,alémde
enormequantidadededadosbrutos,quedevemseranalisadosparaquepossamser
apresentadasconclusõesformais,emumdocumentodenominadoDiagnóstico.Ao
elaborálo,éimportanteentenderqualéaculturacorporativadaorganização,comoé
seuespíritoempresarial,quaissãoosmecanismosdedecisão.Éomomentodeseobter
umaexatapercepçãodaverdadeiraalmadainstituição,quevaialémdaquelaface
românticaqueprojetaemsuaimagem.
II.Cenários:construçãodaimagemideal
Esta é afasemaisdesafiadoraecomplexa,quandosãoformuladososconceitos
quefundamentarãoodesenvolvimentodoprojetográfico.
Umadasprimeirasfrentesdetrabalhoconstadadefiniçãogeraldosconceitos,
valoreseatributos,formadoresemantenedoresdaimagemidealdesejada.Seelesainda
nãoexistiremounãoestiveremclaros,oprimeiropassoédefinilos,demodoque
formemumconjuntorepresentativoeadequadoaodesenvolvimentodaidentidade.O
embasamentonecessárioaessadefiniçãovemdoDiagnósticoeasprimeiras
característicasdanovaidentidadeserãoalinhamestraporondecaminharátodoo
projeto.
Osegundopassoconstadaidentificaçãodospontossensíveisdeintervenção.
Nessaetapaéquesetemarealdimensãodoprojeto,amedidadetodasasintervenções
quedeverãoserdesenvolvidaseanalisadas,individualmenteouemconjunto.Essas
intervençõespodemserprojetosgráficosespecíficos,posicionamentodemarca,
definiçãodelinhasdeprodutosesuaextensão,gerenciamentodaidentidade,etc.
Algunspontossensíveisdeintervençãopodemestaralémdaatribuiçãodo
designerporseremtotalmentegerenciais.Ospontosdeintervençãoquedemandem
aplicaçõesgráficasserãoosportadoresdosconceitoseatributosimaginados,devendo
sermuitobemconceituados.Equívocosdeproporçõesoudelegibilidadeemmarcas,
aplicaçõesmalresolvidasemfrotaseimpressos,faltadeflexibilidadeparaadaptaçãoa
novoselementosoumídias,modismoseoutroseventuaisproblemasgráficosdevem,a
estaaltura,estaridentificadoselistadosparaestudodassoluçõesgráficasaserem
desenvolvidas.
64
A faseCenários,contrariamenteafaseinicialdeDiagnóstico,porserpropositivae
envolvervariantesqueprecisamsercomprovadasantesdequaisquerdefiniçõesfinais,
muitasvezescaminhaparalelamenteàfaseDesign.Soluçõesparademandasgráficasnão
precisamaguardaraconclusãodestaetapaparaseremtestadas.Muitasvezeso
desenvolvimentodeestudosgráficosauxilianadefiniçãodocenárioideal.
III.Design:concebendooprojeto
Duranteafasedediagnósticooucaptaçãodeinformações,quandoseo
contatocomarealidadedainstituição,sãotraduzidasasinformações,sensaçõese
percepçõesmaisrelevantesemconceitos,taiscomo:ascendência,coloquialidade,
confiabilidade,confidencialidade,conservadorismo,contemporaneidade,dinamismo,
discrição,diversidade,eficiência,humildade,idealismo,idoneidade,inovação,
integridade,modernidade,objetividade,ousadia,prudência,racionalidade,segurança,
simplicidade,singularidade,sobriedade,sustentabilidade,tradição.
Estassãoalgumascaracterísticaspinçadasaoacaso,masumglossário,
constantementeatualizado,servirádebaseparaaseleçãodosconceitosmais
apropriadosacadaprojeto.Finalmente,comoquefosseinstaladaumalentemacro,
devemserfocalizadososmínimosdetalhes,natentativadeseencontraralgoqueseja
exclusivodaempresa,comosefosseseuDNA.Porassociação,deverãoserelaboradas
listasdepalavras,umaabordandoatitudes,outraatributoseumaterceiracomconceitos.
Essessãoostrêscomponentesqueinteragemnaconcepçãodamarca.Osconceitos
exprimemapersonalidade,osatributossãoosvaloresqueestãonaalmadacorporaçãoe
asatitudesevidenciamocomportamentodaempresa.
OobjetivodesteprocessoéelegeroConceitoSíntese,quedeveserabrangente,e
tercomoprincipalreferênciaalgoqueidentifiqueapersonalidadeeoespíritoda
instituiçãomaisdoquesuaprópriaatividade,quepodeeventualmenteseralterada.À
semelhançadeumedifício,oconceitosínteseéoalicercesobreoqualaIdentidade
Visualseráestruturadaeconstruída.Elevai,associadoàsatitudes,aosconceitoseaos
atributos,comporoconjuntodoselementosutilizadosnafórmulaparaseatingira
concepçãográficadaIdentidadeVisualCorporativa.
A últimae comple xaetapadoProjetodoSistemadeIdentidadeVisualéa
elaboraçãodoManualdeIdentidadeVisualCorporativa.Eleéconcebidoparaservircomo
instrumentodedivulgaçãodapolíticadeimagemdainstituiçãoeéutilizávelporum
65
longoperíodo.PodesedescreverdetalhadamentenoManual,porexemplo,comodevem
seroscartõesdevisitas,comtodasassuasespecificaçõestécnicas:dimensões,tipode
papeleprocessodeimpressão.
OManual,alémdedescreverdemaneirasucintaoconceitodiferencialousíntese
daimagemcorporativa,traztambémamissão,osobjetivos,asatitudeseosvaloresda
organização.SãoapresentadostambémoselementosdaIdentidadevisual,comsuas
regulamentaçõeseorientaçõesdeuso:
‐logotipo;
‐assinaturas(diversasassociaçõeshorizontaiseverticaispossíveisdosinalidentificador);
‐versõesdamarca(versãocoloridaevariaçõesempretoebranco,emnegativo,etc.);
‐construção(diagramacomaconstruçãogeométricadoidentificador);
‐tipografia(alfabetosselecionadosparainformaçõesverbais);
‐códigocromático(especificaçõesdascoresinstitucionais,secundáriasepromocionais);
‐usodecores(orientaçãosobreousodoidentificadorsobrefundoscoloridos);
‐padrõesgráficos(padrõesgráficosouimagenscomplementaresaoidentificador);
‐usoseaplicaçõesproibidas;
‐originaisparareprodução.
IV.Implantação
UmavezconcebidooProjetoeconcluídooManualdeIdentidadeVisual
CorporativachegaseaomomentodeImplantação.
Deveseteremmentequeosnovoselementosidentificadoresconviverão,por
certoperíododetempo,comosantigos.Esseperíodoévariável,emfunçãodoporteda
instituição,dosestoquesexistentesdeimpressosdeusooperacional,renovaçãodafrota
edeuniformes,entreoutros.
Ocorrena fasedeimplantaçãoocontatocomosfornecedores,suaseleção,a
análisedeprotótiposeprovasdematerialgráfico.Éusualseestabelecerumcronograma
deimplantaçãoplanejadadanovaIdentidadeVisual,queincluiumplanodeinserçãoe
divulgaçãodanovaimagem,queéchamadonoescritóriodeAurora,ouahorado
despertar.Algumasempresasoptamporcomeçarpelaapresentaçãodoprojetoparaseu
públicointernoe,gradualmente,exteriorizarasmudanças.Outraspreferemgrandes
lançamentos,simultâneosaimplementaçãodosdemaisprojetoseprocessosinternosde
66
mudanças,amparadosporamplascampanhasdemarketing.OformatodaImplantação
dependemaisdedecisõesdaorganizaçãoquedoprópriodesigner.

Fig. 39: Exemplos de Projetos desenvolvidos pela Und Corporate Design.
Arquivo fornecido pelo autor.

67
Fig. 40: Apresentação parcial do diagnóstico e do desenvolvimento do Sistema de Identidade
Visual Ultra, desenvolvido pela Und Corporate Design. Arquivo fornecido pelo autor.
68
2.8.3 Wally Olins
Wally Olinsé presidentedaSaffronBrandConsultants,bemcomoprofessor
convidadonaSaïdBusinessSchool,Oxford,etambémnaCopenhagenBusinessSchool.
Atuoucomoconsultoremidentidade,brandingecomunicaçõesjuntoaváriasempresas
líderesmundiaisemsuasrespectivasáreas.
SegundoOlins,(2003:186)sãoonzeasdiretrizesquesugeremumametodologia,
ummododepensaretrabalharnomododecriaresustentarumamarca,comosea
seguir.
I.Primeiradiretrizosquatrovetores
Omodo maisclarodecomeçaraentenderumamarcaéverificarseusquatro
vetores,asaber:produto(oqueefetivamenteaempresaofereceaosclientes),ambiente
(ondeelaproduze/ouoferecesuasmercadoriasouserviços),comunicação(omodo
comoaorganizaçãodizaoseupúblicooqueproduz)ecomportamento(omodocomo
cadapessoaquetrabalhanointeriordamarcaempreendesuasações,emqualquer
gênerodeinteração,comoutrosindivíduosouorganizações).
II.Segundadiretrizaarquiteturadamarca
Sãotrêsasopçõesnaarquiteturadamarca.Acorporativa(oumonolítica),emque
seutilizaumnomeeumaidéiavisualparadescrevertudooqueaorganizaçãofaz.A
segundaopção,éavalidada(ouendorsed),ocorrequandoumaorganização
temuma
sériedemarcas,cadaqualcomseupróprionomeeidentidade,mastambémévista
comopartedeumtodo.Eaterceiraopçãoéchamadadearquiteturaindividualizada(ou
branded),ondecadaunidadeoumarcaéprojetadaseparadamenteeévistapelo
consumidorcomocompletamenteindependente,embora
sejanarealidadeadministrada
porumaentidadequeagerencia,controla,comercializaedistribui.
III.Terceiradiretrizinventada,reinventadaemudançasdenome
Se amarcaexiste,épropriedadedeumaorganizaçãoatuanteeporuma
razãoououtradevesermudada,éumamarcareinventada.Seénovaeéumaidéiaaser
desenvolvida,entãoéumamarcainventada.Quandoseinventaumamarca,começase
literalmentecomumafolhaembranco.Mas,quandoelaéreinventada,ascoisassão
diferentes;existeumareputação,umacultura,umaatitudeeumatradição,
freqüentementedelongadata.
69
IV.Quartadiretrizqualidadedoproduto
Quandoselançaourelançaumamarca,énecessáriosermuitoclaroacercada
qualidadedoproduto,porque,seeleéomelhorqueexistenomercado,
comparativamente,emtermosdepreço,qualidadeeserviço,essascaracterísticas
constituemumreforçoparasepoderentrarnacorrida.Seoprodutoéomelhorem
termosformais,convémentãonãoseacomodar,porquecertamenteosconcorrentesse
aproximarão.Seoprodutonãofortãobomquantoosmelhores,entãoécertoquenão
teráosucessoesperadoepermanecerásecundário.
V.Quintadiretrizointerioreoexterior
A regraelementardizqueoclientefinalestáemprimeirolugareseaorganização
nãoconseguircativáloesatisfazêlo,entãoestátudoperdido.Masasestratégias
mudaram,umavezqueasmarcasdeserviçossetornaramtão
importantes.Énotórioque
aclientelaéqueestabeleceosucessoouofracassodasmarcas,masaempresaquenão
oferecebonsserviçosestáfadadaaosuicídiocomercial,vistoqueseusclientesa
deixarão,embuscademaiorsatisfaçãocomasofertasdosconcorrentes.Numamarcade
serviços,opúblicomaisimportanteparaaorganizaçãoéoseuprópriopessoalquetem
verdadeiramentequecompreendêla,acreditarnelaevivêla;seissonãoacontecer,será
impossívelpersuadiroclientefinalacomprála.Asmarcastêmdoispapéispersuadir
quemestáforaacomprarepersuadirquemestádentroaacreditar.
VI.Sextadiretrizdiferenciadoresouidéiascentrais
Umprodutoouserviçotemqueserdiferente.Porvezes,éumagrandeidéia
concebidapelodesignqueestabeleceadiferença.Concebeseumprodutoparaqueele
sejamaisbonito,maisleve,maisfácildeutilizaroumaisatraentenummercado
específico.Amaioriadasmarcasdesucessotemumaidéiamuitoclaraesimplesqueas
tornaúnicas.Quandosetemumaidéiacentral,énecessáriodarlhevidacriativa.É
precisoterseumbomdesign,nome,cores,estilodecaracteres,umpoderosoefeito
visual,porvezesmúsicaoumesmoodores,deondederiveopoderemocional.
VII.Sétimadiretrizrompercomomodelo
Porvezes,quandosetornanecessáriooaparecimentodeumnovoprodutoou
serviço,talpoderáconstituirumaoportunidadepararejeitarasconvençõesexistentes
70
querodeiamumnegócioecomeçaralgointeiramentenovo.Geralmente,masnão
sempre,éodesignquerompecomomodelo.
VIII.Oitavadiretrizreduzirorisco/pesquisar
Umbomtrabalhodepesquisapodenosdizermuitoacercadastendênciasdos
consumidores,doquesentemacercadosprodutose serviçosquecompram,ecomo
vêemomundoqueosrodeia.Poroutraspalavras,otrabalhodepesquisapodenosdizer
muitoacercadopassadoedopresente,podedarnosumaindicaçãomuitorazoável
sobreaspreferênciasemocionaisdaspessoas.Agrandepartedotrabalhodepesquisaé
extremamenteútil,eéumaferramentaquesebemempregadaébastanteeficiente.
IX.Nonadiretrizpromoção
Nãoépossívelumamarcafazersucessoseninguémaconhecer.Amaioriadas
pessoasenvolvidasnagestãoecriaçãodemarcasconheceessefatomuitobem.Demodo
geral,paraseobterumimpactomaciçoénecessáriogastarmaciçamente.
X.Décimadiretrizdistribuição
A distribuiçãonãoétãofácilcomoparece.Éverdadequeainternetmudou
bastanteospadrõesdedistribuiçãodealgunsprodutoseserviços,masparaamaioriados
usuáriostornouseapenasoutrocanalimportante,masnãorevolucionário.Umaboa
distribuiçãonecessitadeumaboacobertura,dadoqueatrasosnaentregadosprodutos
podemgerarexperiênciasfortementenegativasjuntoaosclientes.
XI.Décimaprimeiradiretrizcoerência,clarezaecongruência
Numamarca,todaexperiência,doprimeirocontatoatéoúltimo,temdereforçar
aconfiança.Tudotemdeseencaixar,desdeamenorpeçaquetemquereforçartodoo
resto.Amarcadeveseramesma,ondequerqueseentreemcontatocomela,querse
estejaacomprálaouavendêla,éprecisoquesetenhacomelaumaparceria,com
consistênciadeatitude,estiloecultura.Nadapodeserdeixadodelado,nadadeve
destoar.Aorganizaçãosefortaleceaoapresentarsesempredomesmomodo.
2.8.4 Lígia Fascioni
LígiaFascionitemformaçãoemengenharia,éespecialistaemMarketinge
doutoraemgestãointegradadoDesign.Depoisdeatuarjuntoaempresasdebase
71
tecnológica,passouatrabalharnasáreasdemarketingcorporativoeconsultoria,
ministrandoatualmentecursosdegraduaçãoepósgraduaçãoemfaculdadesdedesign.
DeacordocomFascioni(2006:51),ométodoGIIC
®
GestãoIntegradada
IdentidadeCorporativafoiconcebidoparaalinharaimagemàidentidadedemaneira
claraeestruturada.Paratanto,ométodoéorganizadoemdezmódulosindependentes,
quepodemseraplicadosemqualquerordem,conformeasprioridadesenecessidadesda
empresa.Cadamódulotratadeumaspectodiferenteeéoperacionalizadopormeiode
umaMatrizdeRecomendaçõesquetraduzoscritériosrelacionadosacadaassuntoàluz
dosatributosessenciaisdaempresaeservecomoreferênciaparatodasasaçõese
comunicaçõesreferentesaoaspectoemquestão.Oprérequisitoparaaaplicaçãodos
móduloséadefiniçãodaidentidadedaempresa,obtidacomoWorkshopdeIdentidade
Corporativa.Osescoposdosmódulossãodescritosaseguir:
I.MóduloNome
Estemóduloanalisaaadequaçãodaatualdenominaçãodaempresa(eadosseus
produtos,departamentos,etc.)àsuaidentidadecorporativa.AMatrizdeRecomendações
apontaosaspectosaseremconsideradosparaummelhoralinhamentoaosatributos
essenciaiseconsideraosseguintescritérios:significadoseassociações,gramática,
idioma,usodesiglasenúmeros,comprimentodapalavraecomposição.
II.MóduloIdentidadeVisual
Estemóduloanalisaaatualmarcagráficainstitucionaledosprodutos(sehouver)
edescreve,naMatrizdeRecomendações,atraduçãodosatributosessenciaisemtermos
deformas,coresetipografia.Omóduloprevêtambémoacompanhamentodo
desenvolvimentoouredesenhodaatualmarcagráfica,bem
comoseuManualde
Aplicações.
III.MóduloImpressos
Estemódulodescreve,naMatrizdeRecomendações,atraduçãodosatributos
essenciaisemtermosdefundo,conteúdo/linguagem,tipografia,cores,usodeimagens,
papel,identificaçãodeautoriaeencadernação.Omóduloprevêtambémo
acompanhamentododesenvolvimentopadrõesparadocumentos.
IV.MóduloWebDesign
Estemóduloanalisaoatualwebsite(sehouver)edescreve,naMatrizde
72
Recomendações,atraduçãodosatributosessenciaisemtermosdedomínio,
conteúdo/organizaçãodasinformações,usodeimagens,cores,tipografia,usabilidade,
relacionamentos,parcerias,compatibilidades,notíciaseequipe.Omóduloprevêtambém
oacompanhamentododesenvolvimentoouredesenhodoatualwebsite.
V.MóduloApresentações
Estemóduloanalisaasatuaisapresentaçõesinstitucionaisecomerciaisda
empresa(sehouver)edescreve,naMatrizdeRecomendações,atraduçãodosatributos
essenciaisemtermosdepadrãográfico,estruturaelinguagemdoconteúdo,usode
imagens,atitudesevestimentadoapresentador,administraçãodotempoehabilidade
políticaerelacionamentocomaplatéia.Omóduloprevêtambémoacompanhamentodo
desenvolvimentodeumpadrãoparaasapresentações.
VI.MóduloAmbiente
Estemóduloanalisaosambientesatuaisedescreve,naMatrizde
Recomendações,atraduçãodosatributosessenciaisemtermosdemóveis,cores,
iluminação,ruídos,áreasdeintegração,sensodeutilização,sensodeorganização,senso
delimpeza,sensodesaúdeesensodesegurança.Omóduloprevêtambémo
acompanhamentodaadaptaçãodoambienteatualouprojetosdeinteriores.
VII.MóduloComunicações
Estemóduloanalisaacomunicaçãointernaeexternaedescreve,naMatrizde
RecomendaçõesparaComunicaçãoInterna,atraduçãodosatributosessenciaisem
termosdelinguagem,mensagem,prazos(antecedência),feedbacks/expectativas,
posicionamento,compartilhamentodeidéias,transparência,alémdaorganização,
armazenamentoecompartilhamentodasinformações.AMatrizdeRecomendaçõespara
ComunicaçãoExternacontemplaasáreasespecíficasdeRelaçõesPúblicas,Relaçõescom
aImprensaePropaganda.Osatributosessenciaissãotraduzidosemtermosde
confidencialidade,usodaimagem/marca,parcerias,atendimentoàimprensa,mensagem,
prazos(antecedênciaevalidadedainformação),posicionamentoemrelaçãoaosveículos,
comunicaçãodaassessoriacomopúblicointerno,
organizaçãodainformação,
responsabilidades,alinhamentoaomarketing,parceriaserelaçõesinstitucionais,
objetivosdapropaganda,públicos,abordagem,mídia/canais,abrangência,recursos,par
ticipaçãoepatrocíniodeeventos.
73
VIII.MóduloAtendimentoaoclienteeAtitudeprofissional
Estemóduloanalisaaspráticasatuaisdeatendimentoaoclientebemcomoas
atitudesprofissionaispredominantesedescreve,naMatrizdeRecomendações,a
traduçãodosatributosessenciaisemtermosderecepção,telefone,usodeemailse
ferramentaseletrônicasdecomunicação,visitas(fazerereceber),cartõesdevisita,
conhecimentodeprodutos,negociação,organização,relacionamentos,hábitosnolocal
detrabalho,vestimenta,brindeseaspectoséticos.
IX.MóduloGestãodepessoas
Estemóduloanalisaaspráticasatuaisdegestãodepessoasedescreve,naMatriz
deRecomendações,atraduçãodosatributosessenciaisemtermosdepolíticadegestão
depessoas,recrutamentoeseleção,critériosderemuneração,treinamentoe
capacitação,ambiência(integraçãodocolaboradoraoambientedetrabalho),ambiente
físico(ergonomia,prevençãoderiscos,saúdeocupacional,limpeza),tiposdecontratoe
benefícios.
X.MóduloProdutos
Estemóduloanalisaosprodutos/serviçosedescreve,naMatrizde
Recomendações,atraduçãodosatributosessenciaisemtermosdeconceito,materiais,
embalagem,documentação,assistênciatécnicaesuporte,logísticaedistribuição,
treinamento,parceriaseciclodevida.

Abordagensmaisconceituaisoumaispragmáticas,asteoriasapresentadastêm
umalinhacomum:aaproximaçãodoproblema,comsuasfasesdepesquisa,
levantamentoeanálise;odiagnósticoeafasedeproposiçãoeadequaçãoaocontexto
vigente.
A teoriade JoãoCarlosCauduro,adeNorbertoChamma,assimcomoadeLígia
Fascionisãofortementevinculadasaodesign,comuma
visãoabrangenteeintegradora.
A abordagemde Olinsutiliza termosafeitosàáreadomarketingcomo
promoçãoedistribuiçãomaspercebeseumaprofundapreocupaçãoemcompreender
ofenômenodamarcacomoumtodo.
74
2.9 As revisões em Sistemas de Identidade Visual
Corporativa
SegundoFishel(2003:09),emumprojetoderevisãodoSistemadeIdentidade
VisualCorporativa,oclienteprocuraodesigner,sabendoquenecessitadeumanova
visãodamarcaecolocaseinteiramentenasmãosdele.Aolongodoprocesso,ocliente
vaitendoumamelhoridéiadesuasforçasefraquezas,alémdocaminhoqueonegócio
deveráseguir.
AorecriarumSistemadeIdentidadeVisualCorporativaodesignertememmãos
umgrandedesafio:alémdasconsideraçõeshabituaissobreomercadoeestética,o
clienteeodesignertêmdeanalisarquestõesemocionais.Aimagemantigatemalgum
equilíbriointrínsecoqueteráqueserpreservado?Oscolaboradoresecompradoresda
empresapoderãoficardesconfiadosounadefensivaquandoforapresentadaanova
IdentidadeVisual?Atéquepontooclienteestádispostoacorrerriscos?Umaresposta
malavaliadaaqualquerumadestasquestõespoderialevaronegócioaofracasso.
AindasegundoFishel,sãotantasasrazõespararecriarumaIdentidadeVisual
quantassãoasempresasexistentesnomundo.Aindaassimasrazõespodemser
classificadasemcategoriasgerais:
I.Reposicionamento:umaimagemqueprecisaserreposicionadanãorepresenta,de
modogeral,umaempresaemmáscondições.Pelocontrário,aempresaestáàprocurade
maneirasdemelhoraraindamaissuaatividade,fazendopequenosajustesbem
ponderados.
II.Modernização:maiscedooumaistarde,todososnegóciossãoconfrontadoscoma
necessidadedeumaimagemmaisatualizadasobpenadeseremultrapassadospela
concorrência.Umaspectomaisjovial,umdesignmaiseficaz,umaestéticaquese
comuniquemelhorcomosclientespodemserresultadodeumdesignatualizado.
III.Gestãodemudança:queraempresaconsidereamudançacomoumbemoucomo
ummal,asuachegadaéinevitável.Seaimagemdeumaempresaserecusaralidarcoma
mudançadonegócio,enfrentaráproblemascadavezmaiores.
IV.Promoçãodocrescimento:podeserqueaempresaestejapassandodeumestágiode
inícioprecárioparaumcomaspiraçõesmaiores.Podeserqueumaempresamaior
75
precisedeumapresençaaindamaior.Promoverocrescimentomedianteumaimagem
novaéumaaçãoenérgicaeousada.
V.Recomeço:porvezes,umaimagemenvelhecidanãopodeounãodeveserpreservada.
Recomeçarcomumaimagemcompletamentenovaseráaopçãomaisadequada.
UmSistemadeIdentidadeVisualCorporativadeveserverdadeiroeseroreflexo
dacompanhia;deverepresentarumpensamentoeumcomportamentovirtuosoedeve
servistocomoumaimagembela,tantodentrocomoforadaempresa.
Oprocessodemudançaécomplexoetodososseusagentesdevemser
considerados.Aetapadepesquisaéimprescindível,evaidetectarpossíveis
incongruênciasentreaIdentidadeCorporativaeasuatraduçãográfica.Apesquisavai
tambémidentificaroutrospossíveisproblemaseindicarocaminhoaseguireosobjetivos
aserematingidospeloprojeto.
SegundoKapferer(2004:37),nadaémaisimportantequeamudançadenome.
Comamudançaevaporamsetodasasemoçõesassociadasaestenome,tantointerna
comoexternamente.Umnomeéumaforçacoesivadentrodesuaclientela,osignode
umaconfiançaconstruídacompaciência.Cadamudançademarcaéumdecréscimode
energia.Conformevãopassandoosanos,umroldeemoçõesseassocia
progressivamenteaumnome,eumdosmotivosdamudançapodeserqueessas
emoçõessejamnegativas.Outromotivoéamudançadeidentidadedasempresas,que
ocorrequandoduasempresassefundem.Quandoaintençãoécomunicarquenãohouve
nemvencedornemvencido,masjustamenteanunciarseonascimentodeumanova
entidade,entãoomaisindicadoéumnovonome.
A multiplicaçãodoscasosdemudançadenomede empresadeveseaofatodese
terentradonaeradacomunicação.Aboacompreensãodaatividadeexataedo
perímetroporumpúblicoaumentadotemagoraumpesonomercadofinanceiro.Tudoo
quecontribuaparatornarnebulosaaidentidadeeaboacompreensãodaempresadeve
sermodificado.
Osvalores,costumesecomportamentostambémevoluemcomotempo.Oque
erarevolucionáriooumesmoincongruenteem1978nãooéem2008.Esseperigo
ameaçatambémamarcaquenãosobreviveanãoserpelamanutençãodesua
especificidadeeadequaçãoaosprodutose/ouserviçosoferecidos.
76
Umamarcaquenãoevoluifossilizaseeperdesuapertinência.Otempoéapenas
umindicadordasmudançasdosestilosdevida,dasexpectativas,datecnologia,da
situaçãocompetitiva.Aquestãoquesecolocaécomoevoluirecontinuarsendocomose
é,oquedevemudareoquedevepermanecerintocado?Seamarcaexistepelassuas
produçõesosprodutoseserviçoseacomunicaçãoagestãodaduraçãoenvolverá
necessariamenteseusdoissuportes,deevoluçãoedecontinuidade.Asorganizações
devemaprender,assim,aserenovarparaestarsempreatualizadas.Éatualizandose
que
sesobreviveaosefeitosdotempo,poisumaevoluçãomuitotardiaebrutalé,muitas
vezes,apenasumeletrochoqueineficaz.
A evoluçãotecnológica,apesquisaeodesenvolvimentoproporcionamumritmo
sustentadodeinovações.Amarcadeveincorporálassenãoquiserserlevadaaum
rebaixamentotecnológico.
DeacordocomGuilhermo(2007:34),umamarcacommaisdecemanospassou
poralgumasreformulações.Decertofoidesenhadaàmãoemanualmentereproduzida
emseusprimeirosanosdevida,ouainda,reproduzidaporclichêspeçasproduzidasem
metal,umaespéciedecarimboutilizadonaindústriatipográfica.Aprimeirareformulação
deveterocorridoquandodosurgimentodosfotolitos,sistemadereproduçãodeimagens
combasenatecnologiafotográfica,quepermitiaousoderetículaselinhasmaisfinase
detalhadas.Nessaprimeirareformulaçãoosdesenhosficarammaislimposeganharam
emqualidade.Comoatéosanos1980eraumprocessocaro,asempresasevitavam
mexeremseuselementosidentificadores,demodoaaproveitaraomáximoosfotolitos
existentes.Devidoaestescustosgráficos,amaioriadasempresastinhaumlogotipoem
versãomonocromáticaeumaversãoatraço(embrancoepreto),poiseraumaúnica
impressão,e,portanto,maiseconômica.
A segundareformulaçãoocorreuapartirdosanos1970,comoadventoda
televisão,principalmenteaTVemcores.Asempresascomeçaramautilizaressanova
mídia,emqueacomposiçãodecorocorrenosistemaemfeixesluminososRGB(Red,
GreeneBlue)emtrêscores,diferentedosistemaCMYKemquatrocoresgráficas(Ciano,
magenta,amareloepreto).AlémdaquestãodaTV,ocorretambémodesenvolvimento
daculturadeobservaçãodaimagemcolorida,comoseuusocadavezmaisfreqüenteem
revistasejornais.
77
A terceirareformulaçãoocorreuapartirdosanos1990,devidoaousodos
microcomputadoreseàadaptaçãodamarcaparaoempregodainternet,quepor
questõestecnológicas,exigeajusteparaqueasmarcasnãopercamqualidade.
A quartareformulaçãodamarcadeveocorrercomaadaptaçãoàTVdigitalcom
seunovoformatoenovadefinição,tambémumareformulaçãovoltadaaumaadequação
tecnológica.
Paramantersuaidentidade,aomesmotempoemquemudam,asmarcasdevem
seagarraraseuselementosessenciaiseseussignificantesvisuaiseverbaisfixos.Tratam
seinegavelmentedefatoresquecontribuemparaoreconhecimentodaorganizaçãoede
seudiscurso.
Osatributosacidentaispodemedevemmudar,ajustandoseaosnovostempose
aonovocontexto.Elespodemserconsideradoscomoumamargemparamudançaque
temumaorganização,demodoaadequarseàrealidadevigente,sendofielaseus
valoreseprincípios.
VêemseabaixoalgunsexemplosderevisõesdeSistemasdeIdentidadeVisual
Corporativa,algunsdelescomamudançadopróprionomedaempresa.
Fig. 41: A evolução da marca AEG. Costa, 2008:77.
Fig. 42: A evolução da marca Nestlé. Imagem obtida em palestra de Paulo de Lencastre –
Universidade Católica Portuguesa –proferida na Escola de Comunicação e Artes da Universidade
de São Paulo, em junho de 2005.
78
Fig. 43: A evolução da marca Shell, in http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em
17/01/2009
Fig. 44: A evolução da marca Ford, in
http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/ednacunhalima/2006_1_2/Theo/Ford.html, acessado em 17/01/2009
79
IBM logo - From globes to stripes: The IBM logo
Just as a nation's flag expresses the distinct identity of a country, so, too, a logotype — typically a symbol or letters —
helps to establish the name and define the character of a corporation. Effective logos become synonymous with the
organizations they portray. They are instantly recognized by millions of people, and help to identify their companies
and convey a message about the brands for which they stand. Down through the years, IBM (and its predecessor
companies) has used a series of logos on signs, stationery, vehicles, products — and even flags — to make a distinctive
statement and foster immediate recognition all over the world. Here are those logos.
International Time Recording - Company (1889-1914)
The International Time Recording Company (ITR) began as the Bundy Manufacturing
Company in Auburn, New York. ITR's main product line were mechanical time recorders
invented and patented by Willard L. Bundy in 1888. ITR was later merged into the
Computing-Tabulating-Recording Company — the forerunner of IBM — in 1911.
Computing Scale Company - (1891-1914)
In 1891, Edward Canby and Orange O. Ozias, two businessmen from Dayton, Ohio,
purchased the patents for the newly invented computing scale and incorporated the
Computing Scale Company for the production of commercial scales
Computing-Tabulating-Recording - Company (1911-1924)
In 1911, financier Charles R. Flint directed the merger of the International Time
Recording Company, the Computing Scale Company and the Tabulating Machine
Company to form the Computing-Tabulating-Recording Company (CTR). In 1914
Thomas J. Watson, Sr., was named general manager of CTR. Watson emphasized
research and engineering, and introduced into the company his famous motto "THINK."
International Business Machines - (1924-1946)
In 1924, the Computing-Tabulating-Recording Company adopted the name International
Business Machines Corporation. The ornate, rococo letters that formed the "CTR" logo
were replaced by the words "Business Machines" in more contemporary sans-sarif type,
and in a form intended to suggest a globe, girdled by the word "International
IBM in transition - (1947-1956)
IBM borrowed on the equities in its brand image and reputation to help carry it through
a difficult transition from the punched-card tabulating business to computers. It began
with a change to the logotype, the first in 22 years. The new logo appeared on the
masthead of the January 1, 1947 issue of Business Machines with surprisingly little
fanfare. The familiar "globe" was replaced with the simple letters "IBM" in a typeface
called Beton Bold.
IBM continuity - (1956-1972)
In May 1956, shortly before he died, Thomas J. Watson, Sr., presided over the official
installation of his son as IBM's chief executive. Tom Watson, Jr. moved quickly, using
both actions and symbols to signify a new era. The first visible expression was a
relatively subtle change in the company's logotype — subtle, in part, to communicate that
any changes would come within an overall continuity. Created by noted graphic designer
Paul Rand, the new logotype replaced the former Beton Bold typography with City
Medium, as the letters "IBM" took on a more solid, grounded and balanced appearance
IBM international recognition - (1972- )
In 1972, the company introduced a new version of the logotype. Designed by Paul Rand,
horizontal stripes now replaced the solid letters to suggest "speed and dynamism." In the
intervening quarter-century, the basic design has remained constant, one of the most
recognized logotypes in the world, and a design that has been widely imitated by others.
Fig. 45: A evolução da marca IBM com suas mudanças de nomenclatura
in www.ibm.com.br, acessado em 13/01/2006
80
3 As marcas brasileiras pg. 80
3.1 O atual contexto econômico brasileiro pg. 81
3.2 A avaliação das marcas brasileiras pg. 82
3.3 O INPI e a proteção das marcas no Brasil pg. 84
3.4 As marcas brasileiras mais valorizadas em 2007 e seus registros no INPI pg. 85
3.4.1 Itaú pg. 86
3.4.2 Bradesco pg. 87
3.4.3 Banco do Brasil pg. 88
3.4.4 Petrobras pg. 89
3.4.5 Unibanco pg. 90
3.4.6 Natura pg. 91
3.4.7 Vale do Rio Doce / Vale pg. 92
3.4.8 TAM pg. 93
3.4.9 Gerdau pg. 94
3.4.10 USIMINAS pg. 95
3.4.11 Conclusão sobre o levantamento pg. 96
81
3. As marcas brasileiras
3.1 O atual contexto econômico brasileiro
A economiabrasileiravivenadécadade2000atémeadosde2008,umperíodode
estabilidade.Nestemomento,omercadomundialpassaasofrercomacriseeconômica
oriundadosEUA,eocorremdiversasaçõesreguladorasparaquenãohajaa
desestabilizaçãofinanceiraesocialdecorrentedainstabilidadeglobal.Atéentão,a
inflaçãopermaneciacontroladaeconstatavaseaobservânciadasleisdemercado,assim
comoaausênciadeinterferênciasestruturaisnaeconomiapeloEstado‐emcontraponto
àépocadosPacotesEconômicos.
Empresas aceleram o ritmo. No Brasil.
Alheias à crise que ganha corpo no mercado internacional, as
empresas brasileiras mantiveram os investimentos programados
para este ano e apostam no crescimento do mercado interno...
Embora esteja convencido de que todo o mundo vai ser afetado de
alguma forma pela crise americana, o empresário acredita que o
Brasil tem todas as razões para estar bem. - Marcelo Rehder, em O
Estado de São Paulo, 16/03/2008, pág. B1.
Papéis invertidos. Inverteram-se os papéis e o planeta virou de
pernas para o ar? É o que se interpreta da análise dos dirigentes dos
principais bancos centrais do mundo, reunidos no último fim de
semana na Basiléia (Suíça). Na visão deles, a China e os demais
países emergentes, o Brasil entre eles, mesmo com seus problemas
sociais, limitações e pobreza, têm o poder de ajudar os EUA e a
Europa a sair da recessão econômica. - Suely Caldas, em O Estado
de São Paulo, 16/03/2008, pág. B2.
Estecenáriopermitiuaalgumasempresasexpandiremsuasatividades,abrirseu
capitaleinclusiveatuarforadoBrasil,conquistandonovosmercados.Essaatuaçãopode
ocorrerpelaexportaçãodeseusprodutos,pelaaberturadefiliaisoudenovasplantasde
produçãoemoutrospaíses.Podeocorreraindaaaquisiçãodeempresasestrangeiras
atuantesnamesmaáreaequeconfiguremaconquistademercadosestratégicos.
Valor de megaempresas sobe 1300 %. Nos próximos dias, podem
ser definidas duas grandes aquisições – a compra da anglo-suíça
Xstrata pela Vale e a fusão da Oi e da Brasil Telecom – que vão
colocar as empresas brasileiras em outro nível.Caso as operações
82
sejam concluídas, a Vale pode entrar para o seleto clube das 100
maiores companhias abertas do planeta, do qual já faz parte a
Petrobrás...As duas operações são sinais de uma nova dinâmica do
capitalismo brasileiro. O país vive a era das megaempresas, que
ganham importância no jogo mundial e desafiam gigantes globais
estabelecidos (em alguns casos adormecidos).O fenômeno é
recente. Entre 2002 e 2008, o valor de mercado das dez maiores
empresas de capital aberto do País foi multiplicado, em média, por
14 (ou valorização de 1300 %), segundo levantamento da
Economática a pedido do Estado... Embora o Brasil ainda cresça
mais devagar que outros emergentes, a melhora recente dos quatro
principais indicadores econômicos – inflação, dívida pública, juros
e balanço de pagamentos – provocou mais estabilidade para
decisões estratégicas de longo prazo nas empresas. - Patrícia
Cançado, em O Estado de São Paulo, 03/02/2008, pág. B1.
EMPRESA
VALOR DE
MERCADO - 2008
VALOR DE
MERCADO - 2002
VALORIZAÇÃO
PETROBRÁS
US$ 227 BI US$ 15 BI 1413 %
VALE
US$ 134 BI US$ 10 BI 1240 %
BRADESCO
US$ 52 BI US$ 4 BI 1200 %
ITAÚ
US$ 51 BI US$ 5 BI 920 %
BANCO DO BRASIL
US$ 43 BI US$ 2 BI 2050 %
AMBEV
US$ 41 BI US$ 5 BI 720 %
UNIBANCO
US$ 25 BI US$ 2 BI 1150 %
CSN
US$ 23 BI US$ 1 BI 2200 %
Tabela 01: Ranking das maiores empresas do País, de acordo com o valor de mercado
Economática, em O Estado de São Paulo, 03/02/2008, p. B3
3.2 A avaliação das marcas brasileiras
Podeseconsiderarumadecorrênciadoatualcontextoeconômicoaatuaçãoda
InterbrandnoBrasil.
Fundadaem1974,essaconsultoriainternacionalatuacomtrintaequatro
escritóriosemvinteedoispaíses.Elaofereceentreoutrosserviços,pesquisae
consultoriaparaempresas.EladesenvolvenoBrasil,desde2001,pesquisasque
determinamasmarcasmaisvaliosasdoPaís,assimcomoseurespectivovalor.
A análise partedeumabasedequarentamarcasbrasileiras,selecionadassegundo
osseguintescritérios:
I.disponibilidadedeinformaçõesfinanceirasnaComissãodeValoresMobiliários(CVM)e
demercadossuficientesparaaaplicaçãodametodologiadeavaliaçãodemarca;
83
II.asmarcasdevemserbrasileiras,ouseja,oacionistamajoritáriodeveserbrasileiroou
eladevepertenceraumgrupoestrangeiroquetenhamantidoamarcaoriginal;
III.asmarcasdevempertenceraosprincipaissetoresdaeconomia:financeiras,
seguradoras,telecomunicações,alimentos,supermercados,companhiasaéreas,etc.
Algumasempresasbrasileirasmuitoconhecidasefortesforamexcluídasem
funçãodaausênciadeinformaçõesfinanceirasede mercado.Emoutroscasos,não
conquistaramorankingpornãoapresentaremboarentabilidadeoperacionalnosúltimos
anos.Aabordagemdeavaliaçãodemarcacompreende:
I.análiseFinanceira‐projeçãodosresultadoseconômicosmediantemetodologiasimilar
autilizadanoEconomicValueAdded(EVA);
II.análisedeMercado‐apartirdestaanálise,estabeleceseumíndiceparaamarcaque
reflitaseupapelnageraçãodosresultadoseconômicosprojetados;
III.análisedoRiscodaMarca‐determinaçãodeuma
taxadedesconto,quedeveser
aplicadaaosresultadoseconômicos.Sãoverificadosseteitens‐mercado,estabilidade,
liderança,distribuiçãogeográfica,suportedecomunicação,proteçãolegal.
(Inwww.interbrand.com,acessoem01/2008)
Todasasentidadesconsideradasdevemter,nomínimo,60%decapitalnacional.
Devidotambémaessefato,aoscilaçãodosdetentoresdeaçõesfoiumdosfatorespara
exclusãoouinclusãodealgumasempresasnoranking.
MARCAS
2001
VALOR
US$
MARCAS
2003
VALOR
US$
MARCAS
2007
VALOR
US$
1 ITAÚ 970 MI ITAÚ 1,2 BI ITAÚ 4,6 BI
2 BRADESCO 697 MI BRADESCO 828 MI BRADESCO 4,5 BI
3 AMBEV 667 MI NATURA 536 MI BB 4,4 BI
4 BB 308 MI BB 520 MI PETROBRÁS 3,2 BI
5 UNIBANCO 303 MI SKOL 512 MI UNIBANCO 2,4 BI
6 EMBRAER 196 MI PETROBRÁS 485 MI NATURA 1,9 BI
7 VARIG 187 MI BRAHMA 352 MI VALE 1,6 BI
8 MULTIBRAS 179 MI UNIBANCO 223 MI TAM 497 MI
9 EMBRATEL 177 MI ANTÁRCTICA 192 MI GERDAU 384 MI
10 GRADIENTE 153 MI REAL 171 MI USIMINAS 353 MI
Tabela 02 - Ranking das 10 marcas brasileiras mais valiosas em 2001, 2003 e 2007
Fontes: www.interbrand.com e O Estado de São Paulo, 06/12/07, p. B24
84
Aocompararemseastabelasdevalordemercadodasempresas(Tab.01,p.82)
comadevalordasmarcas(p.83),verificasequeváriasempresasestãopresentesem
ambas.Podeseconstatarqueaempresademaiorvalordemercadonãoéaquetema
marcamaisvalorizada(Petrobrás:valordemercadodeUS$227BIevalordamarcade
US$3,2BI)equeaempresaquetemamarcamaisvalorizada(Itaú,cujamarcavaleUS$
4,6BI)temumvalordemercadodeUS$51BI,ocupandoaquartaposiçãonatabela01.
Pelaobservaçãodosrankings(tab.2,p.83)constatasetambémqueaVarig
(sétimamarcaem2001)deixadefigurarnasavaliaçõesposteriores.Talfatodevese
possivelmenteaodesgastequeaempresasofreudevidoàssuasdificuldadesfinanceiras.
Osserviçosoferecidos,umadasfontesmaisimportantesdeidentidade,caíram
drasticamentedequalidade,comatrasosquechegavamamaisdeumdia,etambém
cancelamentodevôos.AtualmenteaVarigfoiincorporadapelaGol,eseovalordamarca
foiumativoconsideradonatransação,eleencontrasehojetotalmentedesprezado.O
clientequecompraumapassagemVarig,nuncasabesevaiviajarnumaaeronaveVarig
ouGol,e,quandoocorreumaadequaçãodosvôosqueresultaemumasignificativa
reduçãodecustosperdemseoslugaresmarcados,umflagrantedesrespeitoao
usuário.Passaasercomumtambémquetripulaçõesmistas‐comissárioscom
indumentáriasdaGoledaVarigocupemomesmoavião.Éatotalinobservânciada
experiênciademarca,oquegeraumdesprestígioparaasduasorganizações.
3.3 O INPI e a proteção de marcas no Brasil
OInstitutoNacionaldaPropriedadeIndustrial(INPI)éumaAutarquiaFederal,
criadaem1970,vinculadaaoMinistériodoDesenvolvimento,IndústriaeComércio
Exterior(www.mdic.gov.br).Temporfinalidadeprincipal,segundoaLei9.279/96(Leida
PropriedadeIndustrial),executar,noâmbitonacional,asnormasqueregulama
propriedadeindustrial,tendoemvistaasuafunçãosocial,econômica,jurídicaetécnica.
Étambémsuaatribuiçãopronunciarsequantoàconveniênciadeassinatura,ratificaçãoe
denúnciadeconvenções,tratados,convênioseacordossobrepropriedadeindustrial.
CriadoemsubstituiçãoaoantigoDepartamentoNacionaldePropriedade
Industrial,oInstitutoagregouàstarefastradicionaisdeconcessãodemarcasepatentes,
aresponsabilidadepelaaverbaçãodoscontratosdetransferênciadetecnologiae,
posteriormente,peloregistrodeprogramasdecomputador,contratosdefranquia
85
empresarial,registrodedesenhoindustrialedeindicaçõesgeográficas.
RegistraramarcanoINPIéaformadepreservarosdireitosdeusodamesmae
buscargarantiasdequeessedireitonãovaiserexercidoindevidamenteporterceiros.
Boapartedasmarcaspresentesnosrankingsdosanos2001,2003e2007passoupor
revisõesemsuaIdentidadeVisualCorporativa,sendoqueessasrevisões,assimcomo
suasversõesoriginais,foramregistradas.Noanexo01,aofinaldestadissertação,
constamasdefiniçõeseorientaçõescompletasdoINPI.
3.4 As marcas brasileiras mais valorizadas em 2007 e seus
registros imagéticos no INPI
Itaú, Bradesco,BancodoBrasil,Petrobrás,Unibanco,Natura,Vale,Tam,Gerdaue
Usiminas(asdezmarcasmaisvaliosassegundoorankingdaInterbrandde2007)
tiveramseusregistroslevantadosemvisitasaositewww.inpi.gov.br.
POSIÇÃO
MARCA
VALOR EM US$
01
ITAÚ US$ 4,6 BI
02
BRADESCO US$ 4,5 BI
03
BANCO DO BRASIL US$ 4,4 BI
04
PETROBRÁS US$ 3,2 BI
05
UNIBANCO US$ 2,4 BI
06
NATURA US$ 1,9 BI
07
VALE US$ 1,6 BI
08
TAM US$ 497 MI
09
GERDAU US$ 384 MI
10
USIMINAS US$ 353 MI
Tabela 03 - Ranking das 10 marcas brasileiras mais valiosas em 2007
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/12/2007, p. B24.
A orientação doINPIemrelaçãoaoregistrodemarcasnoBrasilconstituioanexo
01destadissertação.ArelaçãodosregistrosefetuadosjuntamenteaoINPIéumabasede
dadosdisponívelonlinenositewww.inpi.org.br.Podesefazerapesquisapelabasede
marcas(fornecendoonomedaempresa)oupelonúmerodoprocesso.Seguemse
representaçõesgráficasdosregistrosfeitospelasempresas,comorespectivonúmeroe
datadoregistro.Oscasosderegistrosextintose/ourepetidossobdiferentescategorias
deatividadesnãoforamconsiderados.
86
3.4.1 Itaú
Primeiro registro: 1970 (marca nominativa)
Última alteração registrada: 2003 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1992: processo 816518025, de 17/01/1992;
1999 a: processo 821594052, de 26/08/1999;
1999 b: processo 821675184, de 28/09/1999;
1999 c: processo 821675206, de 28/09/1999;
2002 a: processo 824732430, de 18/07/2002;
2002 b: processo 824732448, de 18/07/2002;
2003 a: processo 825754364, de 06/08/2003;
2003 b: processo 826095631, de 27/11/2003.
Fig. 46: Marcas Itaú registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
87
3.4.2 Bradesco
Primeiro registro: 1979 (marca nominativa)
Última alteração registrada: 1997 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1986: processo 812458850, de 26/02/1986;
1988: processo 814148115, de 07/04/1988;
1993: processo 817468730, de 26/08/1993;
1993 b: processo 817468722, de 26/08/1993;
1996: processo 819272086, de 28/06/1996;
1997: processo 819725498, de 25/02/1997.
Fig. 47: Marcas Bradesco registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
88
3.4.3 Banco do Brasil
Primeiro registro: 1992 (marca nominativa)
Última alteração registrada: não houve
Número do processo junto ao INPI relativo à imagem abaixo:
2005: processo 827509456, de 17/06/2005.
Fig. 48: Marcas Banco do Brasil registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
89
3.4.4 Petrobrás / Petrobrax
Primeiro registro: 1958 (marca mista)
Última alteração registrada: 2000 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1958: processo 002709007, de 17/06/1958;
1981: processo 810520575, de 29/05/1981;
1981 b: processo 810520583, de 29/05/1981;
1981 c: processo 817468722, de 26/08/1993;
2000: processo 823489124, de 26/12/2000;
2000 b: processo 823489400, de 26/12/2000.
Fig. 49: Marcas Petrobras/Petrobrax registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
Fig. 50: Marcas Petrobras não registradas no INPI, in www.petrobras.com.br, acessado em 06/2007
90
3.4.5 Unibanco
Primeiro registro: 1975 (marca nominativa)
Última alteração registrada: 1997 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1975: processo 007213751, de 20/05/1975;
1991: processo 816168610, de 03/07/1991;
1993: processo 8174463151, de 18/08/1993;
1997: processo 820103764, de 24/06/1997.
Fig. 51: Marcas Unibanco registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
Fig. 52: Marca Unibanco em revisão recente e não registrada no INPI, in www.unibanco.com.br,
acessado em 06/2007
91
3.4.6 Natura
Primeiro registro: 1990 (marca nominativa)
Última alteração registrada: 2006 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1990: processo 815441657, de 14/03/1990;
1999: processo 821515454, de 26/07/1999;
1999 b: processo 821717464, de 15/10/1999;
2006: processo 828608296, de 28/07/2006.
Fig. 53: Marcas Natura registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
92
3.4.7 Vale do Rio Doce / Vale
Primeiro registro: 2005 (marca mista)
Última alteração registrada: 2007 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
2005: processo 827756526, de 25/07/2005;
2007: processo 829448489, de 05/10/2007.
Fig. 54: Marcas Vale do Rio Doce registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
93
3.4.8 TAM
Primeiro registro: 1970 (marca mista)
Última alteração registrada: 2006 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1970: processo 004085825, de 23/11/1970;
1990: processo 815531940, de 25/06/1990;
1994: processo 817740414, de 15/03/1994;
1994 b: processo 817814183, de 03/05/1994;
2006: processo 828367787, de 30/05/2006.
Fig. 55: Marcas TAM registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
Fig. 56: Marca TAM não registrada no INPI, in www.tam.com.br , acessado em 06/2007
94
3.4.9 GERDAU
Primeiro registro: 1960 (marca mista)
Última alteração registrada: 1994 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1960: processo 002341859, de 23/01/1960;
1992: processo 817019723, de 17/12/1992;
1992 b: processo 817019740, de 17/12/1992;
1992 c: processo 817019731, de 17/12/1992;
1994: processo 817924108, de 26/07/1994.
Fig. 57: Marcas Gerdau registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
Fig. 58: Marcas Gerdau não registradas no INPI, in www.gerdau.com.br, acessado em 06/2007
95
3.4.10 USIMINAS
Primeiro registro: 1967 (marca mista - imagem não disponível)
Última alteração registrada: 2005 (marca mista)
Números dos processos junto ao INPI relativos às imagens abaixo:
1976: processo 006736807, de 15/10/1976;
1976 b: processo 006736823, de 15/10/1976;
1991: processo 816552711, de 11/12/1991;
1992: processo 816632359, de 24/02/1992;
2005: processo 827441339, de 07/04/2005.
Fig. 59: Marcas USIMINAS registradas no INPI, in www.inpi.gov.br, acessado em 06/2007
96
3.4.11 Conclusões sobre o levantamento
ResultadosdapesquisajuntoaoINPI:
Asmarcasquesofreramrevisãoforam:Itaú(em2003),Bradesco(em1997),
Petrobras(em2000),Unibanco(em1997),Natura(em2006),Vale(em2007),TAM(em
2006)eGerdau(em1994).Dentreasdezmarcasbrasileirasmaisvalorizadasem2007,
oito(80%),fizeramrevisãoemseussignosdecomando,sendoqueemcincodelas(50%)
arevisãofoifeitanosúltimosdezanos.
PetrobraseValefizeramrevisõesqueimplicaraminclusivenaalteraçãode
nomenclatura.APetrobrasregistroutambémavariaçãoPetrobrax.AmarcaVale
chamavaseanteriormenteVale
doRioDoce,cujoregistrofoimantido.
A Usiminasnãotevevariaçãoperceptívelemsuamarca.
OBancodoBrasilpassoupordiversasrevisões,nenhumadelasregistradas.
AsmarcasUnibanco,TAMeGerdauutilizamatualmentemarcasdiferentesdas
registradasjuntoaoINPI.
A revisãomaisradicaldosSistemasde
IdentidadeVisualCorporativaéaquelaque,
alémdeimplicaremmudançasvisuais(cores,tipografias,símbolos),modificatambémo
nome.Essetipoderevisãorequerpesquisasaprofundadasjuntoaospúblicosinternose
externos,poiséumaalteraçãoemumdoselementosessenciaisdaidentidadedamarca.
A mudançaocorridadamarcaValedoRioDoceparaVale,ocorridaem2007,foi
implantadaebemsucedida.arevisãodamarcaPetrobras,alteradaparaPetrobraxfoi
rechaçadapelaopiniãopúblicaenãoimplantada.
Assituaçõesobservadas‐desdeonãoregistrodemarcasemusoatéaalteração
donomedaempresasemserealizarempesquisasaprofundadas‐mostramodescaso
comquealgumasdasempresasdetentorasdemarcaspresentesnorankingdasdez
marcasbrasileirasmaisvaliosastratamassuasmarcas.Setaisfatosforamobservados
numconjuntodasdezempresasquetêmasmarcasmaisvaliosas,imaginasequese
considerarmosas
outrasempresas,deporteeimportânciamenores,asituaçãosejaainda
maiscrítica.Estepanoramacomeçaasealterarcomaparticipaçãodasorganizações
brasileirasnomercadointernacional.Aosecomunicarcomseusclientesouparceiros
estrangeiros,essasempresaspercebemaimportânciaqueéatribuídaaodesignforado
97
Brasilepassamadarmaisatençãoaosseusprocessoscomunicativos.Éumaevolução
lentaegradual,masquevemocorrendocontinuadamente.
Vaiseconsiderarnestetrabalhooseguinterecorteparaefeitodaanálisedosigno
decomando:
‐asempresasdevemfigurarnorankingdasdezmarcasbrasileirasmaisvalorizadasde
2007(tabela1,p.82);
‐asempresasdevemfigurartambémnorankingdasdezempresasbrasileirasmais
valorizadasde2008(tabela2,p.83);
‐asempresasdevemterfeitorevisãodeseuSignodeComandonosúltimosdezanos
(1998a2008).
Destaforma,serãoanalisadosossignosdecomandodoItaú,daPetrobraxeda
Vale.
98
4 Compreensão e análise do signo de comando pg. 98
4.1 Sobre os signos pg. 102
4.1.1 Os níveis de inserção social pg. 102
4.1.2 Identificadores primários e secundários pg. 103
4.1.3 Classificação morfológica dos Identificadores primários pg. 103
4.2 Norberto Chaves / Raúl Belluccia e os catorze parâmetros de alto rendimento pg. 107
4.2.1 Qualidade Gráfica Genérica pg. 109
4.2.2 Ajuste tipológico pg. 110
4.2.3 Correção estilística pg. 111
4.2.4 Compatibilidade semântica pg. 112
4.2.5 Suficiência pg. 114
4.2.6 Versatilidade pg. 115
4.2.7 Vigência pg. 116
4.2.8 Reprodutibilidade pg. 118
4.2.9 Legibilidade pg. 118
4.2.10 Inteligibilidade pg. 119
4.2.11 Pregnância pg. 120
4.2.12 Vocatividade pg. 121
4.2.13 Singularidade pg. 122
4.1.14 Declinabilidade pg. 123
4.3 Os erros de gestão pg. 124
4.3.1 Desenvolvimento do trabalho sem um programa definido pg. 124
4.3.2 Desenvolvimento do trabalho por imitação pg. 125
4.3.3 Erro na definição dos condicionantes pg. 125
4.3.4 A má escolha dos profissionais pg. 126
4.3.3 Definição equivocada de prazos e verbas pg. 127
99
4. Compreensão e análise do Signo de
Comando
Viusenocapítulo2,subitem2.7,“Ateoriaemetodologiadaimagemcorporativa,
segundoNorbertoChaves”,abordadaemseulivroLaimagemcorporativaTeoríay
metodologiadelaidentificacióninstitucional,cujaprimeiraediçãodatade1988(CHAVES,
2003).
Nessa obra,NorbertoChavesdedicaseàcompreensãoeanálisedocontextoem
quesesituaainstituição,asdemandassurgidasnacomunidadeeanecessidadeda
inserçãosocialdaorganização.Nodecorrerdoprocesso,conformevistonodiagramada
página60,depoisdoentendimentodoproblemaedainstituiçãocomoumtodo,chegase
aoTextodeIdentidade.
OTextodeIdentidadeéoinstrumentoquepermiteavançaroprograma,na
medidaemquedefineosrecursosdeimagemaseremutilizadosepossibilitaa
elaboraçãodeumdiagnósticoespecífico,sejaemfunçãodevaloresuniversaisou
específicosdainstituição.Alémdisso,provêosconteúdossemânticoseretóricosdo
programaeselecionaosatributossignificativospertinentesacadacanalounívelde
comunicação.
Na fasedesistematizaçãoordenaseracionalmenteocampodeintervenção,por
meiodaelaboraçãodaMatrizdeComunicação,ondesãodefinidosnãootipode
mensagemaemitir,comoorepertóriodecanaisadequadoseinadequados.
Odiagnósticoelaboradonafasequatrocontemplaoscamposdofenômeno
institucionalRealidade,Identidade,ComunicaçãoeImagemInstitucionais.
Estametodologiaabrangentepoderesultaremestratégiasdeintervençãoque
extrapolemoâmbitodaIdentidadeVisual.Elaspodemserdetrêstipos:
‐estratégiaComunicacional:restritaaocampodaimagemedacomunicação;
‐estratégiaInfraestrutural:prevêumaintervençãonocampodagestãogeralda
instituição,àmargemdosaspectosdecomunicação;
‐estratégiaMista:éotipopredominante,ondeasintervençõescomunicacionaissão
respaldadasporintervençõesnaprópriaRealidadeInstitucional.
100
Definidaaestratégiaeoplanodeintervençãosobreaimagemdainstituição,
chegaseaumademandatécnica,quedeterminaquaisosprofissionaisa dequadosao
desenvolvimentodotrabalho,muitofreqüentementeresultandoemumaequipe
multidisciplinar.
Éimportanteobservarquenestelivronãosãoestudadososaspectosformaisdo
signoidentificador.Aobrarestringeseàelaboraçãododiagnósticoedeterminaçãodas
estratégiasdeintervenção.
NolivroLamarcacorporativaGestiónydiseñodesímbolosylogotipos,escrito
porNorbertoChavesemparceriacomRaúlBellucciacujaprimeiraediçãodatade2005
(CHAVES;BELLUCCIA,2005),oconteúdoédirecionadoaosignoidentificador
propriamenteditoeàsuaanálise,baseadaemindicadoresdefinidosdequalidadee
rendimento(videp.107).
SegundoChaveseBelluccia,aboagestãodamarcabuscaamaior
compatibilidadeestilísticaentreamarcagráficaeoposicionamentodaorganização.
Deveseobservarquenãoéamarcagráficaencarregadadetransmitiresse
posicionamento.Eleécomunicadoaopúblicopordiversosmeios,queconfiguramos
conteúdosesignificadosdamarca.Porumprocessoespontâneodeeconomia
comunicacionalsedepositaemumsignosimples‐amarcagráfica‐umacargacompleta
designificadoscompartilhadospelopúblicodaorganizaçãoemquestão.
Ograndedesafioédotarainstituiçãodesignosquesejamcapazesdese
identificarcomosconteúdosdoposicionamentoestratégicodomodomaisfácilerápido
possível,ouseja,semaocorrênciadeincongruênciasouconflitos.
Oqueopúblicopensasobreainstituiçãoéoresultadodoscontatosquea
organizaçãoestabelececomele.Todaentidademantémdoistiposdecontatocomseu
público,apartirdosquaiscomunicaaseusinterlocutoresosconteúdosparticularesde
imagemouposicionamento.Umtipodecontatoocorrequandoopúblicoutilizaseus
serviçosouprodutoseexperimentaumdeterminadograudesatisfação,geralmente
vinculadoàqualidade.Ooutrotipodecontatoéoqueéestabelecidomediantesuas
comunicações‐publicidade,promoções,embalagens,designdeprodutos,publicações,
marketingdireto,cartasinformativas,açãosocial,patrocínio,etc.Graçasaestes
elementos,aempresachegaaserconhecidatambémpelosnãoclientes.
101
A marcaéoúnicoelementoqueestápresenteemtodososcontatosdainstituição
comseusinterlocutoresepodeseconfundirrapidamentecomseusatributos.Issoexplica
porquesecrêqueelasejaaresponsávelpelatransmissãodosatributosdaorganizaçãoe
também,porqueamelhormarcagráficaéincapazdesalvarumapolíticade
comunicaçõesinadequada.
 Afunçãodosignoinstitucionalésatisfazeratodasasexigênciaspráticasde
identificaçãoeserpertinenteestilisticamenteaoperfildaorganização,demodoque
possaabsorverenãocontradizerosvaloresestratégicospormeiodaatividadede
comunicação.Concluiseentãoque,oelementopersuasivonãoéosignoidentificador,
masossignificadosadquiridosporele.
A alusãoentreosignoidentificadoreaatividadedesenvolvidaéopcional.Oque
nãoéopcionaléovínculodesolidariedadeentreoelementoidentificadorea
organização.Destaformajustificamseoscuidadosminuciososquesedevetomarpara
garantirafielreproduçãodosignoeseuscritériosdeuso.Essescuidadosnãosãouma
obsessãopelaordem,massimumconjuntodeorientaçõesqueimpedemtodaformade
degradação:oelementoidentificadordeveterumarealidadeobjetivatãosólidaefixa
comoainstituiçãoaqueestáatrelado.
Emsua formaperfeita,osignoidentificadordeumaentidadedeveserimutável,
aomenosenquantoaprópriaorganizaçãonãoexperimentemudançasdegrande
envergadura,queexijam,porexemplo,atrocadesuadenominação.
A modificaçãodaIdentidade Visual Corporativa que
serealizesemessascausasde
fundoseráprovenienteinevitavelmentededoispossíveisdefeitosnoelementooriginal:
oueleperdeuavigência(envelheceumal)eseimpõeumadrásticaatualização,oununca
cumpriuadequadamentesuasfunçõese,portanto,nãopoderáacompanharo
desenvolvimentodaorganização.Outrapossívelcausa,bastantefreqüente,
nãoéde
naturezatécnicaeprovemdeproblemasnagestão:açõesirresponsáveisdeseus
dirigentesouvontadespolíticasmalcanalizadas.SeatrocadaIdentidadeVisualé
realmentenecessária,issoédevidoatrêscausas:aorganizaçãonãoéamesma;os
identificadoresanterioreseramruinsouosdiretoresestãoequivocados.
102
4.1 Sobre os signos
4.1.1 Os níveis de inserção social
Podemsereconhecertrêsníveisdeinserçãodeumidentificadorinstitucional,que
coincidemcomograudereconhecimentoeaceitaçãocomocirculantesimbólico
socializado.Osníveissãoimplantação,naturalizaçãoeconsagração.
Oníveldeimplantaçãoébásico.Amarcagráficaécolocadaemusoeseassocia
publicamenteàorganização,obtendoograuderecordaçãonecessárioparao
cumprimentodesuafunçãobásica.Aprincípio,aimplantaçãoocorrepelosimplesusodo
signoedependedefatorescomoaintensidadedesuaveiculaçãoedascaracterísticas
intrínsecasaoprópriosignoesuaqualidadetécnica.
Osegundoníveldeinserçãosocialéanaturalização.Estenívelémaisprofundo
queoanterioreimplicaqueosignotenhasidoassumidocomoparteinseparávelda
organização.Eleperdetodaaleatoriedadeetransformasenaformanaturaldeidentificar
ainstituição.Adistânciaentresignificanteesignificadonãoexistemais:osignoperde
todasuaartificialidade,ouseja,senaturaliza.
Oterceironíveldeinserçãosocialéaconsagração.Éoprocessopeloqualum
identificadorpassaaseroúnicopossívelparaaorganizaçãoepassaaserautônomo,ou
seja,passaaterumvaloremblemáticopróprio,independentementedeseuproprietário.
Esseprocessoéresultadodeumacombinaçãodaqualidadegráficaintrínsecado
identificador,daintensidadeeconstânciadesuaveiculaçãoedosvaloresmíticos
agregadospeloseuproprietário.ComoexemplospodemsecitarShell,BMWe
Volkswagen,nãolíderesemseusrespectivossetores,mastambémlíderesem
identificaçãocorporativa.
Fig. 60: Exemplos de marcas líderes, Shell, in www.shell.com, BMW, in www.bmw.com e
Volkswagen, in www.vw.com.br, acessado em 10/2008
103
4.1.2 Identificadores primários e secundários
Emumaformade manifestaçãoideal,ossignosidentificadoresdeumamesma
organizaçãodevempossuircadaum,amesmacapacidadeidentificadora,demodoque
possamsersubstituídosumpelooutro.
Ossignosidentificadoresprimáriossãoologotipo‐aassinaturadaempresa‐eo
símboloelementodenaturezanãoverbal.Ologotipoéumaconstanteuniversalnos
SistemasdeIdentidadeVisualCorporativa,eécomumseuusodemaneiraisolada.
Porém,cadavezmaisfreqüentemente,eleapareceassociadoaum
símbolo.Nestes
casos,acombinaçãodoverbalcomonãoverbal.aindaoscasosondeologotipoé
constituídoporumasigla,detalformacombinadocomseusímbolo,queelesnãoexistem
separadamente.PodesecitaroexemploBMW,ondeosignonãoverbal(escudo,selo,
emblema)inclui
osignoverbal.
Ossignosidentificadoressecundáriossãoaquelesquenãopossuemforça
suficienteparaseremindependentesdosprimários.Asmúltiplasvariantesdossignos
secundáriospodemseclassificarconformeorecursovisualdominante:osgráficoseos
cromáticos.
Entre osidentificadoressecundáriosgráficosestãoastexturas,osmascotesou
personagenseosfundosousuportesgráficoscomooovalquecontémologotipoda
Ford.Elesnãosãocapazesderepresentaraorganizaçãoporsisó.
Ascoresconstituemoselementosidentificadoressecundárioscromáticos.Apesar
deseremidentificadorescorporativospotentes,assimcomooselementosidentificadores
secundáriosgráficos,nãosãocapazesderepresentarisoladamente.
4.1.3 Classificação morfológica dos Identificadores primários
I.Logotipotipográficostandard:onomedaempresaestáescritodemaneiranormalcom
algumafamíliatipográficapreexistenteedeuso
livre,porexemplo,Panasonic.
104
Fig. 61: Exemplo de logotipo tipográfico standard - Panasonic, in
http://www.dominionsandiego.com/images/panasonic_logo_0ie1.jpg, acessado em 01/2009
II.Logotipotipográficoexclusivo:ologotipoutilizaumafamíliatipográficaprópriae
desenhadaespecificamenteparaesseuso,comoojornallondrinoTimes.
Fig. 62: Exemplo de logotipo tipográfico exclusivo – Jornal londrino The Times, in
http://www.mediauk.com/newspapers/logos/5705/the-times, acessado em 01/2009
III.Logotipotipográficoretocado:onomeseescrevecomumafamíliatipográficaregular,
masseaplicamajustesespecíficosdemodoaaumentarsuasingularidade,comopor
exemplo,Pirelli.
Fig. 63: Exemplo de logotipo tipográfico retocado – Pirelli, in
http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 01/2009
IV.Logotipotipográficoiconizado:nestemodelodeidentificaçãosesubstituialguma
letradologotipoporumíconeformalmentecompatívelcomaletraemquestãooucoma
atividadedesempenhadapelaempresa.EmumahipotéticamarcaSol,o“O”poderiase
substituídoporumaimagemrepresentativadeumsol.
Fig. 64: Exemplo de logotipo tipográfico iconizado – marca fictícia Solaris
V.Logotiposingular:ologotipoéumapeçaúnicadesenhadacomoumtodo,deforma
quenãocorrespondaanenhumalfabetostandard,nemcriadoespecialmente,comoa
CocaCola.
Fig.
6
aces
s
VI.L
o
‐pre
rubr
i
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106
Fig. 67: Exemplo de símbolo icônico - o raio da ZOOMP, http://mundodasmarcas.blogspot.com.
acessado em 10/01/2009
II.símbolosabstratos‐sãoformasquenãorepresentamobjetosouconceitos
conhecidos.Mediantesuascaracterísticasformaisecromáticaspodemevocaralgumtipo
desensação:dureza,fragilidade,etc.Comoexemplospodemsercitadosossímbolosda
MercedesBenzeNike.
Fig. 68: Exemplos de símbolo abstrato – Mercedes Benz in
http://www.vikingautoparts.com/mercedes/images/mercedes_logo.jpg e Nike in
http://mundodasmarcas.bologspot.com, acessados em 06/02/2009.
III.símbolosalfabéticos‐sãoconstituídosporaquelesqueutilizamasiniciaisdonomeou
qualqueroutraletracomomotivocentralsemconfundirsecomumasigla,como“T”da
Texacoouo“M”deMotorola.
Fig. 69: Exemplos de símbolos alfabéticos – Texaco e Motorola, in
http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009
107
4.2 Norberto Chaves/Raúl Belluccia e os catorze
parâmetros de alto rendimento
A diferençafundamentalentreumelementográficostandardeumelemento
gráficodealtorendimentobaseiasenoconceitodepertinência,ouseja,oajusteea
correspondênciaentreosignoeainstituiçãorepresentada,suaidentidadeesuas
condiçõesdecomunicação.
A pertinência é ausente noelementostandard,pois,pelopróprioconceito,o
standardnãoatendeaoespecífico.Oelementográficostandardéprodutodeumtipode
gestãotambémstandard,quenãotenhaascendidoaumníveldeespecializaçãotécnica
nocampodaidentidade.Comaincapacidadededirigirodesigncomcritériostécnicose
conhecimentoobjetivodoprogramadenecessidadesespecíficas,seusdiretoreseautores
carecemdeoutrocritério,excetoomimético:seguiracorrente,veroquetenhasido
feitopelosoutroseimitálos.
Destaforma,agráficastandardéumameraadequaçãodossignosàsconvenções
genéricaseinespecíficas.Odesignresultanteselimitaaprojetarosestilosgráficosmais
emvogasobreossignosidentificadores,paradisciplinálosaoestilopredominanteno
mercado.Assimaoperaçãoconstituiumameraestilização,poisoestiloaplicadonãoé
escolhidoemfunçãodosrequisitosespecíficos,massimemfunçãodecritériosexternose
nãotécnicos.Devesedizerqueosignonascecomofrutodeumaexcessivainfluência
alheiaàentidadeeumapequenainfluênciaprópria.Odesignstandardsebaseiamaisnas
convençõesquenasnecessidadesespecíficasdaorganização.Oelementoassim
elaborado,pormaissedutorquepossaser,surgeinevitavelmentedefasadoemrelação
àsreaisexigênciasdaidentificaçãocorporativa,poisconfundeidentificaçãocom
adequaçãoàmoda,semteremcontaqueidentidadeemodasãoconceitosantagônicos.
Essadeterminaçãounilateraldagráficastandardresultaemsuabaixapertinência.
Tratasedeumagráficaindeterminada,pobrementeelaborada.Assim,seurendimentoé
muitobaixo.Apesardisso,estetipodesoluçãostandardéoquepredominanomercado.
Comparadoaestamodalidade,odesigndesignosidentificadoresdealta
qualidadeoperaemumsentidoinverso:nãoadaptaamensagemaoestiloesimoestiloà
mensagem.Detectaotipoderetóricagráficamaisadequadaàidentidadedainstituição
concretaeaplicaaodesigndeseussignos.Destemodo,osdeterminantesnãosãoos
estilosoutendênciasemvoga,massimodiscursodeidentidadee suascondiçõesde
108
emissãoerecepção.Oscondicionantesdaformadosignosurgemdasnecessidadesde
identificaçãodaprópriaorganização.Aboagestãoosdetectaediscrimina,eobom
designlheaformaadequada.Estescondicionantessãoosseguintes:
‐atributosestratégicosdaorganização;
‐necessidadesespecíficasdosistemaidentificador;
‐condiçõesdeleiturareais;
‐condiçõesdereproduçãofísicareaisecompletas;
‐níveisdediscursooulinguagemnecessários;
‐tempodevidaútilexigíveldossignos;
‐demandasdeatratividadereais(vocativa);
‐exigênciasmnemotécnicasreais;
‐demandadediferenciaçãoreal;
‐necessidadesobjetivasdecodificaçãodemensagens;
‐valoresdossignospreexistentes(sehouver).
Considerasegráficacorporativadealtorendimentoaquelaqueresponda
satisfatóriaecompletamenteaessascondiçõesdeidentificaçãoobjetivaseparticulares
decadacasoconcreto.Tratasedeumagráficafeitasobmedida,amaisajustadaà
identificaçãoeposicionamentoestratégico.Acriatividadedosignonãoresidenamera
originalidade
desuaforma,massimnarespostasatisfatóriaatodasasmúltiplas
exigênciasobjetivasdecadacaso.
Paradarumarespostaeficazatodosestescondicionantes,devemseconsiderar
oscatorzeparâmetrosdealtorendimento.Ocaráterdecadaparâmetroindicatratarse
deumelementoindependentedeoutros,masissonãoimplicaaausênciade
condicionantesrecíprocos:osparâmetrossãoindependentes,masnãoosãoosatributos
formaisdossignos.Umatributoajustadoparaatenderdeterminadoparâmetropode
incidirpositivamenteounegativamenteemoutroparâmetro.Osrendimentosespecíficos
nãoconstituemplanosfuncionalmenteisolados,poisentreelesumaarticulação
sistêmica:
unsestimulamosoutrosesealteramreciprocamente.Oplanoretórico
(relacionadoàfunçãopersuasivadosigno)estáintimamentearticuladocomosemântico
(relacionadocomasreferênciascomarealidade);portanto,épossíveloperarsobrecada
109
ummedindoosefeitossobreooutroeobterassimoresultadomaissatisfatório.Segue
abaixoadescriçãodecadaparâmetro.
4.2.1 Qualidade Gráfica Genérica
Emdesigngráfico,comoemqualqueroutroâmbitodacultura,existemalguns
conceitosgenéricosdequalidade.Issonãosignificaqueexistaumalinguagemgráfica
“culta”apartirdaqualsepossadefinirahierarquiarelativadecadamanifestaçãográfica;
massimquecadalinguagem,estilo,vertentedaculturagráfica,emfunçãodosseus
próprioscódigos,reconhecesuasmelhoresformasesuasmanifestaçõesimperfeitasou
degradadas.
Aculturagráficaconstituiumemaranhadocomplexodegêneroselinguagens
heterogêneas,expressãodanaturalheterogeneidadedacomunicaçãohumana.A
produçãográficadequalidadeéaqueconsegueselecionaraouaslinguagensadequadas
paracadacasoeasinterpretarcomabsolutodomíniodeseusprincípios.
IssotambéméválidoparaaIdentidadeVisualCorporativa:éperfeitamente
possívelcompararaqualidadegráficadeduasmarcascorporativasedeterminar,com
mínimamargemdeerro,suaequivalênciaouasuperioridadedeumasobreaoutra.
Assim,aanálisedasituaçãodemarcasdeumdeterminadosetorapartirdoponto
devistadaqualidadegráficagenérica,permitedetectarcomrelativafacilidadequemsão
oslíderes,casohajaalgum,equaléopadrãoconseguidoporsetoremcomparaçãocom
osoutros.Oselementosquecompõeumidentificadorcorporativoeseumodode
combinaçãosãoanalisáveisapartirdopontodevistadesuaqualidadegenérica,epodem
apontarasqualidadesdasfamíliastipográficas,dodesigndoselementosiconográficos,as
qualidadescromáticasedetexturaetc.,edeterminarograudeequilíbrioeharmonia
formalouunidadeestilísticaentreeles.Talanálisepermiteapontarsetaisidentificadores
sãoreconhecíveiscomoexpressãoinequívocadaculturagráfica,emalgumasdesuas
múltiplasmanifestações,ousesãosignoshíbridos,formalmentearbitrários,mal
compostosouinterpretaçõesimperfeitasdecódigosouestilosválidos.Opragmatismo
predominantenastécnicasdagestãoinstitucionalnãocostumareconhecervínculoalgum
entreagráficainstitucionaleosvaloresculturais.Restringeossignosidentificadoresa
merasfunçõesindiciais,acusativas,ouaindaàfunçãodeseduçãopublicitária;funções
concebidascom
totalausênciadosvaloresculturais.
110
Assumindoounãoseusagentesdiretos,agráficacorporativaformaparte
importantedaculturagráficacontemporânea,eessarealidadelhecapacidadesnão
depreciativasparaavalorizaçãodaorganizaçãoemsuadimensãoestratégica.A
qualidadeculturaldagráficainstitucionaloperacomoumdosindicadoresmaisalusivos
daqualidadedaorganizaçãoqueapossui.
Nessesentido,aconvalidaçãodossignosdeidentidademedianteo“teste”éuma
viaabsolutamenteinsuficientee,emalgunscasos,decididamentesupérflua.Ossignosde
identidadesãoestratégicos,suavalorizaçãopúblicaconjunturaléirrelevante,masainda
assimépréviaasuainstalação.Porexemplo,anãodetecçãodaqualidadegráficapor
partedopúblicoesuapossívelopiniãofavorávelaossignosde maisbaixaqualidadenãoé
razãosuficienteparatomarpartidodestes.Ograuderegistropúblicodaqualidadeem
nenhumcampoéumacondicionantedagestãoestratégica.Aqualidadeéestratégicae,
portanto,irrenunciável:asestratégiasnãose“testam”.
O signo decomandoeseuselementos,segundooscomponentesacima,têmum
altoníveldeharmoniaestéticaeunidadeestilística?Sãoreconhecíveiscomoexpressão
inequívocadaculturagráficaousãodesenhosarbitrários,efêmerosedescartáveis?
4.2.2 Ajuste tipológico
Osidentificadoresgráficosconstituemumacomunidadeheterogênea:logotipos,
isotipos,monogramas,mascotes,coresegráficascomplementares,quereconhecem,por
suavez,variantestipológicasinternasdegrandediversidade.osidentificadores
gráficosdenaturezaverbalecoincidentescomonome(logotipos)constituemuma
famíliavariadaqueoscilaentreaescritaabsolutamentepadrãoeasformasmais
complexasdeanimaçãoeimunização.Estaheterogeneidademorfológicadossignosnão
égratuitanemprovenientedameradiversidade degostosouestéticas;suaorigemse
encontranadiversidadedasmodalidadesdeidentificaçãonecessárias.Estas
necessidadesheterogêneasforamcriandosoluçõessígnicasdistintas,quese
enriquecerameseordenaramcomotipossocialmentereconhecidos;istoé,apesarde
suafunçãobásicacompartilhada(aidentificação),estestiposnãosãoestritamente
equivalentes.
111
Cadatipodesignotemsuaspossibilidadeselimitaçõesquedeterminamsua
adequaçãoouinadequaçãoacadacasodeidentificaçãoparticular.Emoutraspalavras,
cadanecessidadeidentificadoraconcretadefiniráquetipossígnicossãoabsolutamente
obrigatórios,quaissãoobjetivamenteindistintosequaisestãodesaconselhadosou
resultamprejudiciais.Issosignificaqueaopçãoporummonogramaemlugardeumícone
temefeitosidentificadores,anterioresaoestilooulinguagemgráficacomquese
materializeditocronograma:otipoé,portanto,identificante.
apenasumtipodesignoquenãoéopcional:ologotipo,ouseja,amaneira
habitualdeescreveronomedainstituição;vistoquetodainstituição,setemexistência
pública,necessitadealgumavariedadedelogotipoparaassinarsuasmensagens.Ainda
assim,avariedadepertinentetambémestarácondicionadapelanecessidade
identificatóriaespecífica:emalgunscasosseráimpostoumsubtipocomoologo
tipográficopuro(Epson),emoutros,ologosingular(CocaCola).
Fig. 70: Exemplo de logotipo tipográfico puro – Epson, e singular – Coca-Cola, in
http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009
O tipo designocumpresatisfatoriamentesuafunçãoidentificadoraouseexime
dasnecessidadesdaorganização,utilizandomodelosalheiosàidentidade?
4.2.3 Correção estilística
Todamensagemseinscreve,voluntáriaouinvoluntariamente,emalgumou
algunscódigosestilísticospréexistentes.Epormaisoriginalouatípicoqueseja,opróprio
esforçodeinterpretaçãoporpartedoreceptorimplicasuainclusãodentrode
determinadosparadigmasformais.
Interpretarumamensagemnãoédetectarseuconteúdosemânticocomo
tambémfundamentalmenteseuestilo.E,maisalém,oacessoaoconteúdosemântico
ocorremedianteumapréviadecodificaçãodoseuestiloouretórica.Anteoleitor,o
códigoformal
sefazpresenteantesdamensagemconcreta,eéachavedainterpretação.
Porexemplo,antesdelerotítulodofilmeedeseusatoresprincipais,éaretóricado
112
pôstercinematográficoquecomunicaquesetratadeumfilmeenãodapropagandade
umproduto.Damesmaforma,aretóricagráficadeumsignoidentificador“adianta”a
filiaçãodeseudono:aretóricaéavozdogênero.
Doissignosicônicosidênticos(porexemplo, duasvacas) realizadoscomestilos
gráficosdiferentes(porexemplo,asíntesegestálticaeodesenhorealista)suscitamduas
leiturasdistintas(porexemplo,“sinaldeanimaisnavia”ou“indústrialeiteira
tradicional”).Ouseja,oestilocondicionaosconteúdossemânticos.Estefeitoéachave
principaldaidentificaçãoinstitucional:nafunçãoidentificadoradossignos,mais
importantequeoplanopuramentesemânticoéoplanoretórico.Oparadigmaestilístico
éoquemelhoremaisdiretamenteinscreveosignonocontextoreferencialda
organização,edescrevesuaíndoleoupersonalidade.Osvaloresinstitucionaispuros
(essencialmenteabstratos)sãodificilmenteevidenciáveisdeummodoliteral:qualícone
denotaexplicitamentealiderança?
Acorreçãoestilísticanãodeveserconfundidacomoajustetipológico:ummesmo
tipo(porexemplo,asigla)podeserresolvidomediantelinguagensgráficasmuito
diferentes.Separaumahipotéticamarcadeeletrônicaotipodesignopertinenteéasigla
enadamaisemtipografiapadrão,umdesigndamesmasigladeacordocomuma
linguagemhistoricistaresultarátotalmenteinadequado.
 Oestiloformaldosignoinsereaidentidadeemseuparadigmainstitucionalou
utilizaestilosalheiosaoseuperfileestratégiadeidentidade?
4.2.4 Compatibilidade semântica
Afunçãosemânticadossignosidentificadoreséaqueapresentamaiserrosde
concepção.Osconteúdossemânticosdeumidentificadorcostumamserconsiderados
comoareferênciadiretaenecessáriaàidentidadedaorganizaçãoeesta,reduzidaasua
atividadeconcreta.Élegítimaaalternânciaentremotivaçãoearbitrariedadenossignos
identificadores,eficafundamentadaavalidadedesignosabstratosquenãoaludem
diretamenteanada(Mitsubishi)ouquealudemsemanticamenteacoisasdesvinculadas
detodareferênciaàidentidadedaorganização(omorcegodaBacardi).
113
Fig. 71: Exemplos de signos abstratos - Mitsubishi, e Bacardi, in
http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009
Estaevidência,oferecidapelosidentificadoresreaisdamaioriadasorganizações
comgráficadealtaqualidade,nãocostumaserdevidamentepercebidapelosagentesda
identificação,eénotávelcertacompulsãoà“semantização”queacompanhaos
programasdeidentificaçãocorporativa.Estainclinaçãoéobservadacomclarezanos
casosemque,aindahavendooptadoporsignosabstratos,nahoradejustificálosse
atribuemaeles,demaneiraforçada,referênciasnadaevidentesacertas
característicasdaorganização.
Estetipoderealismoingênuoadotaaalegoriacomoúnicatécnicaválida,ea
constróicomsinédoqueoumetáforasprimárias.Porexemplo,acrença,estabelecida
comoconvenção,dequeacursiva“significa”univocamente“movimento”costuma
potencializaroerrodequeomovimentoéumtraçoessencialdaidentidadedeuma
empresadetransportes.Eassim,ologotipodeumagrandecompanhiadeaviação
apresentaráasinúteisdisfunçõesdeumlogotipo“inclinado”.Afaláciadosemantismose
multiplicacomacodificaçãoerrôneadesuasalusõesecomaeleiçãoerrôneadaquiloao
qualsedevealudir.
Ocondicionamentosemânticodosignoidentificadorévariávelemaltograu.
Segundoconstase,ochamarizdereferênciaspodeoscilarentremáximoenulo.Na
verdade,acompatibilidadesemânticaseverificanaexataposiçãodossignos,nãoapenas
noeixomotivaçãoarbitrariedade,comotambémnoquevaidaabstraçãoàfiguração.
Nãofazeralusãoexplícitaanadareal(olosangodaRenault)podeserumcasoválidode
aplicaçãodoparâmetrode“compatibilidadesemântica”.Aúnicacondiçãosemântica
universaléacompatibilidade:osignonãodevefazerreferênciasexplícitasasignificados
incompatíveisoucontraditórioscomaidentidadedaorganização.
114
Fig. 72: Exemplo de ausência de alusão explícita à atividade desenvolvida – Renault, in
http://www.renault.com.br, acessado em 10/01/2009
Asalusõesexplícitasdosignosãoadequadasàidentidadedaorganizaçãooua
contradizemeadistorcem?
4.2.5 Suficiência
Relacionadacomoajustetipológico(queindicaaadequaçãodotipodesignoao
casoparticular)estáasuficiência,parâmetroqueindicaograudesatisfaçãodas
necessidadesdeidentificaçãomedianteoouossignosdisponíveis:ofatodequeos
signossejampertinentesnãoégarantiadequeelessejamsuficientes.
Asuficiênciadeveserconsideradaumrequisitoaplicávelparadenunciarnão
apenasoerroporfaltacomotambémoerroporexcesso:ossignossãosuficientesnão
quandoconseguemcobrirasnecessidades,mastambémquando,alémdisso,não
sobram.Asuficiênciaindicaqueossignossãoosnecessários,enadamaisqueos
necessários,parasatisfazertodososusosidentificadoresdocaso.
Marcasdeprimeiríssimonívelinternacional,dossetoresmaisdiversose
submetidasacondiçõesdecompetitividademuitoforte,estãoperfeitamente
identificadasdiantedopúblicosemapelarasímbolos(Panasonic,IBM,Pirelli,etc.).
Fig. 73: Exemplos de logotipos sem símbolos – Panasonic, IBM e Pirelli,
http://mundodasmarcas.blogspot.com acessado em 10/01/2009
115
Apesardestaevidência,quemadministraaidentificaçãoinstitucionalcostuma
descartarautomaticamenteaopçãoporapenasumlogotipo.Fazemissomovidospela
supervalorizaçãodossímbolos,popularmenteassumidoscomoformamodelodesigno
identificador,esobasensaçãodeque,diantedeles,ologotiposozinhoéfracoe
insuficiente.
Abasedestaopçãomajoritáriapelossímboloséumpreconceitomuitoamplo,
umaespéciedeiconefiliaquenãosomentesupervalorizaaimagemnãoverbalcomo
também,fundamentalmente,ignoraadecisivaedeterminantecapacidadeidentificadora
dopróprionome.
Obinômioclássico“logotipomaissímbolo”apenasénecessárioemcertoscasos:
élegítimoseambossignoscumpremfunçõesefetivas.Aidentificaçãodequalidade
rechaçaossignosinúteisoumortos,quenãochegamaconstituirumcírculoativo,istoé,
assumidocomoindispensávelportodososatoresdofeitoidentificador.Poisossignos
inativossãocontraproducentes:longedefortaleceraidentificação,causam“ruído”ou
interferênciasaosefetivamenteoperantes.
Ossignos identificadores são osnecessários(enãomaisnemmenosqueisso) para
cobrirtodasasnecessidades?
4.2.6 Versatilidade
Umdosatributosmaisvirtuososquequalificamatoreseatrizeséaversatilidade,
ouseja,suacapacidadedeinterpretarcomidênticanaturalidadeeconvicçãopapéis
diametralmenteopostos.Umasolicitaçãosimilarcostumaserrequeridaaossignosde
identificação.Poucasorganizaçõespodemreduzirsuacomunicaçãocomseus
interlocutoresaumaúnicalinguagem:diferentestemáticasediferentespúblicosfazemo
discursocorporativosedesdobraremváriasretóricas.Aclássicadiscriminaçãoentre
comunicaçãoinstitucionalecomunicaçãocomercialapontaumacisãoentredois
discursosquedevemserredigidosseajustandoaseusdiferentesconteúdosetiposde
vínculocomseusrespectivosreceptores.
Contudo,emtodososcasos,umamesmaassinaturadeverubricarodiscursoe,
emcadaum,estaassinaturadeveostentarotompertinente.Osidentificadoresdevem
estarconcebidos,portanto,como
domdaonipresença:sercompatíveiscomtodosos
116
discursos.Oupossuirversões“naturais”concebidasapartirdesuaorigemcomopartedo
sistema.Osidentificadoresnãodevemdesenharparaumúniconíveldediscursoelogose
“adaptar”forçadamenteaosoutrosmediantevariantessecundárias,nãoprevistasno
designoriginale,portanto,imperfeitas.Seologotiporecriaotomchamativoe
conjunturaldapublicidadecomercialmaisagressiva,dificilmentesairátriunfantediante
docompromissoinstitucionalmaisexigente.Noentanto,umsímbolocunhadocomos
requisitosdemáximaqualidadeculturalterápoucasdificuldadesparase“animar”e
ingressardinamicamenteemumacomunicaçãoinformaloufestiva.Asversõesinformais
dosériosãoabsolutamentefáceisdeconseguir;asversõessériasdoinformalsão
praticamenteimpossíveis.
Estaassimetriaseoriginadeumfeitoquetampoucocostumaserreconhecido
pelagestãopadrãodaidentidade:odequeossignosdeidentidadesãoinstrumentos
estratégicospurosenãoreconhecemaincidênciadenenhumcondicionantetático:não
existeuma“identificaçãotática”.Portanto,ossignosdevemserdesenhadosatendendoa
umrendimentosemelhanteemtodososníveisdediscursosemperdadesua
uniformidade:cadamensagemassinadaindependentedequalsejasuatemáticaetom
deveconfirmaraexistênciamonolíticadamarca,eemnenhumadesuasapariçõestal
marcadeveevidenciaramenorincompatibilidadecomodiscurso.Casopreciseme
aproximardeumnovosegmento,porexemplo,adolescente,devoreformularminha
linguagempublicitária,minhaoferta,meuproduto,meuserviço;masnãodeturparmeu
logotipoparaqueseassemelheaodeumabandaderock.Seuma
empresatemuma
novaáreadenegócioemumsetordistante,masnãoantagônicoepodeassumilosem
problemascomseussignosoriginaisgraçasasuainesperadaversatilidade,descobrirápor
meiodissoquetinhaumcapitaldemarcasoculto.
Ossignos seadaptamnaturalmenteaqualquerníveldodiscurso
daidentidade,
integrandoseadequadamenteacadaumousãoadequadosaapenasumníveldo
discurso?
4.2.7 Vigência
Maisalémdavontadedeseusautoreseusuários,ossignosgráficosestão
submetidosatodasascondiçõesdequalquercírculosimbóliconoseiodasociedade:
reconhecimento,valorização,legitimidade,resemantizaçãoetc.Entreelesseencontraa
117
vigência.Apalavra“mestre”éabsolutamenteatual,econtinuaemusoapesardeter
provavelmenteaidadedoidioma.Emcontrapartida,apalavra“monsenhor”está
ultrapassadamuitosséculos.Apenaspodemosusálacomocitaçãohistórica:ondea
empregarmosindicaráumusoarcaico.Aperdadevigênciaéumfatoobjetivo,alheioà
vontadedofalante.Omesmoacontececomossignosgráficos:signosabsolutamente
atuaisqueforamcriadosdécadasesignosdesenhadosontemquehojesão
obsoletos.
Estediferentetempodevidadosignonãodependedesuaqualidadegráfica,mas
simdavidaútildaslinguagensqueoconstruíram,ouseja,docaráterdelimitadoou
universaldeseusentido.linguagensancoradasemumaépocaouinclusivemarcadas
porumaconjunturaquesevãocomela,elinguagensquecontinuamsendoatuais
apesardasmudançasnasociedadeenacultura.
Osidentificadorescorporativos,poracompanhartodaatrajetóriadeuma
organização,devemserdeumavigêncianãoinferioràvidadaorganização.Devidoaoseu
próprioconceito,suaincidêncianaidentidadedaorganizaçãoédireta,tantonosentido
positivocomonosentidonegativo:umidentificador“forademoda”ou“ultrapassado”
vaicumprindoinexoravelmenteumatarefa“ultrapassada”dasuaorganização.Portanto,
ossignosinscritosemmodasouemestilosdebaixainérciaapenassãocompatíveiscom
aquelasentidadesdeduraçãoanáloga:eventos,órgãosefêmerosouprovisóriosetc.
Acorreçãodotempodevigênciadeumidentificadortemlimiteinferiorde
pertinência;issosignifica
que,superadaavigênciamínimaaceitável,todo“excesso”
resultarásemprepositivo.Acelebraçãodosjogosolímpicoséumeventoefêmeroe,
portanto,osidentificadoresdecadaumadesuasediçõespoderãoestarligadosauma
conjunturadeterminadaepossuirumavigênciamuitocurta.Contudose,devidoà
linguagemescolhida,ditossignos
gozaremde“permanenteatualidade”,issonão
definhariasuavalidez,muitopelocontrário:multiplicariam,posteriormente,ahierarquia
daquelaediçãodoevento.
Ossignosparecemcontemporâneoseatuaisdurantetodaavidada
instituiçãooucaducamrapidamente,envelhecendoantesqueaorganização?
118
4.2.8 Reprodutibilidade
Paracadatipodeorganizaçãoéformuladoumtipodeexigênciacomunicativaque
condicionaotipodemeiosquesedeverecorrerparasolucionálo.Umpostodegasolina
nãoéamesmacoisaqueumauniversidadenemumaconsultorainternacionaléamesma
coisaqueumatinturarialocal.
Otipodesuportematerialpertinenteindicarásuasprópriascondiçõesde
reprodução,eumamaiorheterogeneidadedemeioscorresponderáaummaiordesafio
aorendimento“físico”dosidentificadores.Oimpressodeleituradiretaeindividualéo
meiomaispobreemsolicitações;masexigeumrendimentotécnicoinescapável:a
redutibilidade.Areproduçãoemsuportesesituaçõesheterogêneas(planas,altoebaixo
relevo,emvolume,iluminados,telasdeTVedecomputadoresetc.)criaumasériede
exigênciasmateriaisquecondicionamdiretaefirmementeaformadoidentificador.
Sãofreqüentesoscasosdeorganizaçõescujosidentificadoresforamdesenhados
comabsolutafaltadofatorreprodutibilidade:foramfeitosparaosuporteimpresso
menosexigente,semconsiderarorepertóriocompletodeformasdereprodução.Muitas
marcasgráficasdeempresasdeprimeiralinhacarecemdograumaisbásicode
reprodutibilidade;porexemplo,nãotêmumaboapassagemparaaimpressãoembranco
epreto.Nessescasos,as“aplicações”nãoprevistascostumamapresentarumaltograu
deimperfeiçãoeaparecercomoversõesinevitáveisdeumsignounicamenteválidoem
suaversãooriginal.
Ossignosresistematodotipodesuportematerialdemandadoouapresentam
aplicaçõescomversõesimperfeitase/ouimpossíveis?
4.2.9 Legibilidade
Diferentedoparâmetrodereprodutibilidade,masintimamenteligadaaele,éa
legibilidade.Umaexcelentereproduçãodosignoemtodosseussuportesfísicosnão
garantenecessariamenteumregistrovisualunívocoemtodasascondiçõesdeleitura:
fixaoumóvel,próximaoudistante,lentaourápida,pequenaougrande,compoucaou
commuitaluz.Esteparâmetroépuramenteperceptual:indicaograudereconhecimento
visualdostraçosessenciaisdosigno.Seusvaloresdeexcelênciadependemdascondições
particularesdeleituraqueosignoconcretoestásubmetido:nãoseráamesmacoisapara
umaamplaredebancáriavarejistaeparaumpequenobancodeinvestimentospessoais.
119
Sealeituradistanteéumacondiçãoàqueosignoestarásubmetido(porexemplo,
umpostodegasolinaemumaestrada),aclaridadedeleiturateráquesermáximae,
certamente,deveráestarreforçadaporumacorcorporativapotente,primeirosigno
identificávelpelavisão,muitoantesdoqueaformagráfica.Poroutrolado,esterequisito
sereduzaumamínimaexpressãoemalgunscasos,porexemplo,umestúdioou
consultórioprofissional.
Avelocidadedeleituraéumacondiçãoque,nomercadomassificadoimpulsivoe
dealtaagressividadecompetitiva,seestendepaulatinamenteamaissetores.Arápida
identificaçãodosignonapaisagemurbananãoéapenasumaexigênciadaleituraem
movimento(domotoristaoudopedestre),comotambémdaleituraurbanaemgeral:as
condiçõesdeaceleraçãonãofísicamaspsíquica(ansiedade)impostapeloritmourbano
fazemcomqueoesforçodeleiturasetorneinaceitável.Diantedeumleitorimpacientee
infiel,osignodevefacilitaraomáximosualeituraparaqueamensagemseja
compreendida.
Apublicidadeurbanaé,portanto,aprovadefogodosidentificadoresdaempresa
quedevemrecorreraela.Umapublicidadenaviapúblicacomumlogotipodebaixa
legibilidadeéuminvestimentodebaixíssimarentabilidade.Principalmentequandoa
propagandanaviapúblicarenunciaprogressivamenteaodiscursocomercialparase
concentrarnoanúnciocorporativopuro:apresençademarcas.
Ossignospossuemsuficienteclarezaecontrastequefacilitemsualeituraem
condiçõesusuaisdetamanho,distância,iluminaçãoemovimentoouante
omenor
obstáculodeixamdeserlegíveis?
4.2.10 Inteligibilidade
Ainteligibilidadeéacapacidadequeumsignotemdesercompreendidonas
condiçõesnormaisdeleitura,eéumparâmetroaplicáveltantoparaasformasabstratas
comoparaasfigurativas.Podeserentendidotambémcomoaclarezaecertezacomque
o
públicodecodificaosentidodosignoobservado.
Ainteligibilidadeéinimigadadúvidaedoequívoco.Seosímbolodeumaempresa
tentarepresentarumpássaro,oidealéqueointerlocutorvejaedistinga“pássaro”o
maisrápidoeclaropossível;noentanto,senãosesabeaocertoseéumpássaro,uma
flecha,umtriânguloouumavião,osignoédeficitário.
120
NemosignodaBMWnemodaLufthansageramdúvidasdecompreensãoem
seusleitores.Aclarainscriçãonouniversodossímbolosabstratosdoprimeiroea
evidentefiguraçãodosegundonãoperturbamapercepção.Nenhumdosdoisgerano
receptoraperguntaquedenunciaabaixainteligibilidade:“Oqueestãoquerendodizer
comisso?”.
Fig. 74: Exemplos de marcas de boa inteligibilidade – BMW e Lufthansa, in
http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009
Osentidopretendidodossignoséfacilmenteinterpretável,cumprecom
êxitosuamissãocomunicativaouseprestaaequívocos?
4.2.11 Pregnância
Apregnânciaédefinidacomoacapacidadequeumaformatemdeserrecordada.
Representasuamaioroumenorpossibilidadedeser“gravada”namemóriadoleitor.
Apesardealegibilidadeserumadascondiçõesindispensáveisdapregnância,
tratasededoisparâmetrosdistinguíveis.Abandeiracolombianaétãolegívelcomoa
argentina:astrêsfaixasdeambassãoabsolutamentenítidas.Contudoabandeira
argentinaéformalmentemaispregnantedevidoasuacomposiçãorigorosamente
simétricaeaunivocidadeicônicadoseu
sol.Umapessoaquedesconheceigualmenteas
duasbandeiraseaspelaprimeiravez,poderialogotercertasdúvidasaotentar
recordaraordemdascoresdabandeiracolombiana,masdificilmentetrocaráaordemdo
azuledobrancodaargentinanemvaimudaraposiçãodoseusol
(perfeitamente
centralizado).
Fig. 75: Pregnância: bandeiras da Colômbia e da Argentina, in http://pt.wikipedia.org , acessado em
10/01/2009
121
Issotemavercomapregnância:acoesãointernadaforma,provenienteda
solidezdecadaumdeseuselementos,eoevidentedesualógicacompositiva,asutileza
desuasintaxe.Issoredundanaunivocidadeoubaixaambigüidadedosigno,oquefacilita
nãoseuregistrocomotambémsuaretençãoóptica,ouseja,afixaçãodaimagem
visualquepermitirásuarecordaçãoeposteriorreconhecimento.
Apregnânciatampoucodeveserconfundidacomasingularidade:detodosos
triângulos,omenossingularéoeqüilátero,contudoéomaispregnante.Poroutrolado,o
escalenonãoretangularomaissingularéomenospregnante:resultadifícilrecordar
asaberturascomparativasdeseusângulos,diferenteseambíguas,eastrêslongitudes
distintasdeseuslados.
Ossignos possuemcoesãoesínteseformalquegarantemasualembrançae
rápidoreconhecimentoouporsuacomplexidadeebaixadefiniçãoresultam
morfologicamenteambíguosedebaixaretenção?
4.2.12 Vocatividade
Avocatividadeéacapacidadedosignodeatrairoolhar:“chamaraatenção”.
signosqueseimpõeaoreceptorporforçaprópria,eaindacontrasuavontade,esignos
queexigemqueoreceptorasuabusca.Osrecursosdavocatividadeovários:
agressividadedacor,dinamismodaforma,expressividadedosícones,liderançapor
tamanhoouproporçãoetc.
Avocatividadenãodeveserconfundidacomapregnância:símbolosmuito
pregnantespodemserpoucooumuitochamativos(MercedesBenzeTexaco,
respectivamente).Tampoucodeveserconfundidacomaretórica:doissignosconcebidos
comaretóricaidenticamenteaustera(pelotipodetratamentográfico,tipográficoe
cromático)podempossuirdiferentegraudevocatividadeemfunção,porexemplo,de
tamanho.Oupodemcombinar,demaneirainversa,ograudeexageroformalcomograu
deexagerocromático.
Oníveldevocatividadepertinenteaossignosdeumadeterminadaentidadenão
apenasdependedascondiçõestécnicasdesuacomunicação(legibilidadeprecisa,
contrasterelacionadoaocontexto),comotambémdesuaidentidade(perfil,
personalidade,tipodediálogocomseupúblico).Emalgunscasos,oadequadoà
identidadeseráavozbaixa,emoutros,otomretumbante.
122
Fig. 76: Símbolo com alta pregnância e com baixa vocatividade - Mercedes Benz; e com alta
pregnância e com alta vocatividade - Texaco, in http://mundodasmarcas.blogspot.com , acessado
em 10/01/2009
Ossignoschamamaatençãosuficientementedemodoanãopassarem
despercebidos?Resultamtênuesouexageradosparaasnecessidadesdaorganização?
4.2.13 Singularidade
Umadasacepçõesde“identificar”éade“diferenciardosdemais”,ouseja,
assinalaralgumelementoqueindividualizeosujeito.Estatarefaéassumidapelo
próprionome,eossignosgráficosdevemacompanhálonestafunção,enfatizandoou
corroborando.
Asingularidadeé,porconceitopróprio,umafunçãorelacional,comparativa:
apenasseésingularquandocolocadoemrelaçãocomoutros.Mastambémpossuiuma
dimensãoqualificadora,intrínseca:devesesertãosingularcomoexigeaprópria
identidade.Diferenciarumacompanhiadegásdesuaconcorrenterequerumnívelde
singularidademédioalto.Diferenciarumhospitalpúblicodeoutrorequerumnívelde
singularidadedecididamentebaixo:aprópriasingularidadedonomeserásuficiente.Isso
significaqueesteparâmetroreconhecelimitesdepertinênciainferioresuperior:deveser
aplicadoemtermos
de“graudesingularidadenecessário”.Assimcomooexcessode
cordialidadetornaantipáticoquemincorreaele,umasingularizaçãodoidentificador
superiorànecessáriaparaaidentidadedocasoproduzoefeitoopostoaodesejado:a
desidentifica.
Amesmaindumentáriaqueemumadeterminadapersonalidadeseráosignode
sua
vitalidadeemoutrapoderiaserumsimplessintomadehisteriaoumaugosto.A
singularidadedeumsignoalcançasuamáximapotênciaidentificadoraquandoseajusta
aograuexatorequeridopelocaso.Destaforma,signosdegraude“originalidade”muito
diferentepodemgarantirigualmenteumaltorendimento:desdeos“escritosàmáquina”
comoPanasonic,atéosmanipulados,modificadosoudesenvolvidossobmedida(Pirelli,
IBM,YvesSaintLaurent).
123
Fig. 77: Alta singularidade em logotipos “escritos à máquina” e desenvolvidos sob medida, in
www.panasonic.com.br e http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009
Ossignos satisfazemograudediferenciaçãonecessárioàorganizaçãonocontexto
específicoouseperdemnoconjuntoouconfundemsecomumexistente?
4.2.14 Declinabilidade
Naidentificaçãodeprodutos,amarcagráficaassumeumaliderançamuito
superioraqualqueroutrosigno:liderançaque,emalgunscasos,tornasupérfluatoda
outraimagemconcorrente:podemvariarastipografiascomplementareseoselementos
gráficossecundáriossemquesedeterioreaunidadedamarca.
Noentanto,naidentificaçãocorporativaochamarizdeunidadedeestilovaimuito
além:todoelementovisualsistematicamenterecorrentetrabalharáemfavordasolideze
coesãodamarcacorporativa.Issoimplicaqueorepertóriodesignosidentificadores
deverátercertograude“clonabilidade”oudeclinabilidade.
Porexemplo,sãoanedóticososcasosemqueésupérfluoadotarumaouvárias
famíliastipográficasestáveisparaostextos.Muitopelocontrário,costumaserinclusive
recomendávelqueumadasditasfamíliasconcordecomadologotipo.Omesmo
acontececomasgamascromáticaseoselementostextuaiseicônicos,cujaregularidade
facilitaacodificaçãodemensagensnovasemutáveisparaincluílasdentrododiscurso
estáveldaorganização,quealudiráaumaanálogaestabilidadedesuaidentidade.De
qualquerforma,resultaindispensávelcompatibilizarograudesistematicidadeda
identificaçãocomosrequisitosdocasoconcreto,nãoapenascomunicativoscomo
inclusiveidentificativos.
Emumextremopodemoslocalizaraquelasidentidadesqueporsuaprópriaíndole
transmitemcerto“frescor”ouespontaneidade,inclusiveemseumododeidentificação,e
estasexigirãocerta“assistematicidade”.Nestescasos,nãosetratadeanarquia,masde
deslocamentodainexorávelunidadedocampodoconcretamentegráficoparaocampo,
124
maisabstrato,dospuroscritériosdecomunicaçãoparaquea“informalidade”seja
notada,tambémdeveseaplicarcomrigor.
Nooutroextremo,costumamserfreqüentesoscasosemqueanecessidadede
constituir“famíliasdemarcas”exigequeosprópriossignosbásicossejamdecomponíveis
paracriarsignosirmãos,claramentereconhecíveiscomomembrosdeumamesma
família,cobertosounãoporumamarcaguardachuva.
Adeclinabilidadeéumparâmetroqueseaplicaapenasparaponderaro
cumprimentodograudecodificabilidadeindispensável;istosignificaquecarecedelimite
superior:todacapacidadelatentedecodificabilidadenãoutilizadanãoseráprejudicial
porsiprópria,aomenosquelesioneocumprimentodeoutrosrequisitos.
Ossignos apresentamelementosgráficosquefacilitemacodificaçãoanálogaa
outrasmensagensouconstituemsignosabsolutamenteisoladosqueimpedemtoda
declinaçãoecriaçãodesistema?
4.3 Os erros de gestão
Oprocessodeexpansãodaproblemáticadaidentidadeeaconseqüente
generalizaçãodosprogramasdeIdentidadeVisualCorporativaatodotipodeentidade
nãoalcançouaindaumpontodematuridade.Asorganizaçõesqueconseguiramuma
profissionalizaçãocompletadeseusquadrosdegestãodestesprogramasconstituemuma
minoria.
Opanoramainternacionalnestecampoapresentaumasériedeerrosdegestão
queresultammuitasvezesdaimprovisaçãonacontrataçãodosprofissionais.Entreos
errosobservados,predominamassituaçõestípicasdescritasaseguir.
4.3.1 Desenvolvimento do trabalho sem um programa definido
A gestãoimprovisadadascomunicaçõesdetectaoproblemacomunicacional,mas
passaaodesignerumaorientaçãoincompleta,quenãoserveparaorientarseutrabalhoe
nemparaavaliaraspropostasapresentadas.
Nestescasos,oacertoépuramenteprobabilístico.Semumconhecimento
detalhadodasnecessidadesespecíficasdainstituição,casualmenteodesigner
125
conseguirácontemplálas.Agestãoprofissional,antesdocontratarumdesigner,deveter
respostasparaasseguintesquestões:
‐qualotipodemarcagráficaqueconvémparaestaempresa?
‐amarcaatualdevemudarcompletamenteoudeveserconservadafazendosepequenos
ajustes?
‐quaissãoosaspectosdeficitáriosdamarcaatual?
‐quaissãooscondicionantesmateriaisdereproduçãodossignos?
‐quaissãoosdistintostiposdepeçasdecomunicaçãoquedeverãoserassinadospela
marcagráfica?
‐quaissãoascaracterísticasatuaisdosetordeatuaçãoequaissãooslíderesde
mercado?
‐comosesituaqualitativamenteosidentificadoresdaempresaemrelaçãoà
concorrência?
Asrespostasaessasquestões,discutidasinternamenteecolocadasporescrito,
constituemumprogramamínimoquedevesertransmitidoaodesignerantesqueele
comeceseutrabalho.
4.3.2 Desenvolvimento do trabalho por imitação
Estetipodeerroestárelacionadoaoerroanterior.Semsaberaproblemáticaque
tememmãos,aempresaimitaoscomportamentosqueobservanomercado.Nestecaso
aempresaincorreemumerrodegrossocalibre:paraidentificarseestrategicamente,ou
seja,diferenciarsenomercado,elacopiaoquefoidefinidocomomodapelosdemais,
suaprópriaconcorrência.
A faltadeconhecimentodoproblemageraránaorganizaçãoumainevitável
insegurança,umasensaçãoquemuitopossivelmenteseráatenuadarecorrendoseà
firmasdedesignfamosas,quepossamarcarcomaresponsabilidadedosresultados.
Comoresultadodoprocessoocorreainevitáveldespersonalizaçãodaorganização,queé
inevitávelemqualqueratodeimitação.
4.3.3 Erro na definição dos condicionantes
Nãomenosgravequeocultoàaleatoriedadeéapoiarseemcondicionantes
errados.Esteerrotalvezsejaomaisgrave,poisestáencobertopelaexistênciadeum
126
programadefinidoequelegitimaagestão:aincorretaconceituaçãodasnecessidades
garanteumarespostaequivocada,que,lamentavelmente,gozadejustificação.
A conceituaçãoerradadasnecessidadesgeralmenteéprovenientede
pressupostosequivocados,queatribuemfunçõesaossignosidentificadoresque
deveriamserdesempenhadasporoutraspeçasdecomunicação.Destaforma,ossignos
identificadoressecontaminamapedidodoprogramacomatributosalheiosàsua
natureza.
Ocasomaiscomuméutilizarseumaconcepçãopublicitáriadamarcagráfica.
Assim,asretóricasrelacionadascomodiscursocomercialmaisagressivoeimediatista
invademocampoestratégicodaidentificaçãocorporativa:umerradodeslocamentodo
identificadoraopuramentepromocional.
Outra possibilidadeconsisteemconfundiridentificaçãocomdescriçãonarrativa
dasnoçõesmaisgenericamenteassociadasàorganização:suaatividade,seuproduto,seu
lugardeorigem,etc.Essacompulsãoàdescriçãooriginaseemumaconcepçãoprimária
deidentificação.
Quandoocorreestetipodeerro,semumapréviadeterminaçãodesua
pertinênciaaocaso,observaseumagráficaingênua,quepassaaolargodosatributos
estratégicoseapegaseàsobviedades:aempresadeserviçossanitáriosterá“água”em
seusímboloeadegás,umachama.
4.3.4 A má escolha dos profissionais
Umerrograve,frutododesconhecimento
dotemaedosrespectivosserviços
técnicos,éacontrataçãodeprofissionaisquenãocorrespondemaoperfiladequadoàs
necessidadesexistentes.Esseerroocorreemváriosníveis,iniciandosepelaseleçãode
profissionaisquenãotêmidoneidadeouexperiênciaemdesigncorporativo,ouainda,
pelofatodestetemamuitasvezesser
associadoaoutrotipodeprofissionais‐
publicitários,ilustradoresoudesignersespecializadosemoutrastemáticas.Esteéumdos
indicadoresdemercadospoucodesenvolvidos,poisexcepcionalmenteumaagênciade
publicidadedesenvolveaespecializaçãonestaárea,e,emgeral,tendeaabordaro
trabalhocomoscritériospersuasivosutilizadosnamaiorpartedesuaatividadevoltada
aosaspectospromocionais.
127
Outroníveldestetipodeerroocorredevidoaequívocosemrelaçãoàescalado
profissionalescolhido,eosrecursosorganizacionaisetécnicosdaempresacontratada
nãoseadéquamaoportedaorganizaçãocontratante.Destaforma,oserviçoserálentoe
imperfeito,ou,inversamente,excederáasnecessidades,resultandoemgastosmaiores
queosnecessários.
4.3.5 Definição equivocada de prazos e verbas
Umerrofreqüente,queindicaodesconhecimentodarealnaturezae
complexidadedotrabalhoaserrealizadoéadefiniçãodeprazoseverbasinferioresaos
mínimosnecessáriosparaodesenvolvimentodeserviçosadequados.Pordetrásdeste
erroencontrasenormalmenteumaconcepçãosuperficialdossignosidentificadorese,
portanto,desuacriação.Comotodaatividadeprofissional,odesigndeidentificadores
corporativospossuilimitesdetempoedecustos,abaixodosquais,osserviçosestarão
comprometidos.
128
5 Estudos de casos 128
5.1 Itaú 129
5.1.1 Levantamento sobre a empresa 129
5.1.2 Dados sobre o Projeto 142
5.1.3 Análise do novo Signo segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 148
5.2 Petrobras 165
5.2.1 Levantamento sobre a empresa 165
5.2.2 Dados sobre o Projeto 176
5.2.3 Análise do novo Signo segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 194
5.3 Vale 212
5.3.1 Levantamento sobre a empresa 212
5.3.2 Dados sobre o Projeto 227
5.3.3 Análise do novo Signo segundo os catorze parâmetros de Chaves / Belluccia 236
129
5. Estudo de casos
5.1 Itaú
5.1.1 Levantamento sobre a empresa
Informaçõesobtidasnositewww.itau.com.brenoEstatutoSocial(disponívelno
sitewww.itau.com.br),excetoindicaçãoemcontrário.
I.Nome,sedeecaráterdesuapropriedade
 OBancoItaúHoldingFinanceiraS.A.passouachamarseItaúUnibancoBanco
MúltiploS.A.apósauniãocomoUnibanco.Éumasociedadeanônimaaberta,comprazo
indeterminadodeduraçãoesedeeforonacidadedeSãoPaulo.Suasaçõessão
negociadasemtrêsbolsasdevalores:BolsadeValoresdeSãoPaulo(BOVESPA),Bolsade
ComérciodeBuenosAires(BCBA)eBolsadeValoresdeNovaIorque(NewYorkStock
ExchangeNYSE).Nãoinformaçõesatéopresentemomento(01/2009)seessafusão
resultaráemalteraçãoemqualquerdasmarcasenvolvidasnoprocesso.
O Banco Itaú S.A., sediado em São Paulo, é o braço do Itaú
Holding voltado ao setor de varejo, oferecendo serviços de finanças
e seguros a mais de 12,4 milhões de pessoas físicas e pequenas
empresas. O conjunto de empresas do conglomerado é denominado
Grupo Itausa, que é o nome de uma holding que tem o controle
acionário de parte das empresas. Fundado em 1945, o Itaú se
tornou o maior banco do hemisfério sul em 3 de novembro de 2008
após anunciar a fusão com o Unibanco.
In http://pt.wikipedia.org, acesso em 20/01/2009
II.Setoremqueseinscreveeatividadeconcreta
A organizaçãoatuanosetordeprestaçãodeserviçosbancários,tendoporobjeto
aatividadebancáriaemtodasasmodalidadesautorizadas(empréstimos,investimentos,
cartõesdecrédito,contacorrente,previdênciaprivada,seguros,consórciose
capitalização),inclusiveadeoperaçõesdecâmbio.
III.Visão
SeroBancolíderemperformanceeperene,reconhecidamentesólidoeético,
destacandoseporequipesmotivadas,comprometidascomasatisfaçãodosclientes,com
acomunidadeecomacriaçãodediferenciaiscompetitivos.
130
IV.Rankingconcorrenteseposiçãonomercado
Dentreosbancosbrasileirosdejaneirode2009,depoisdafusãocomoUnibanco,
oItaúUnibancoéolíderdomercado:
Tabela 04 - Ranking dos dez maiores bancos brasileiros
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u469827.shtml, acessado em 20/01/2009
Dentreosbancosinternacionais,antesdafusãocomoUnibancoeconsiderandoovalor
demercadocalculadocombasenopreçodasaçõesnodia25dejaneirode2008,oItaúé
ononocolocado(rankingdejaneirode2008).
1 - Bank Of America - US$ 175,2 bilhões
2 - J P Morgan Chase - US$ 146.6 bilhões
3 - Citigroup - US$ 132.7 bilhões
4 - Norwest Corp - US$ 102.8 bilhões
5 - Goldman Sachs - US$ 76.1 bilhões
6 - Wachovia - US$ 69.3 bilhões
7 - Us Bancorp - US$ 56.9 bilhões
8 - Bradesco - US$ 53.5 bilhões
9 - Itaú - US$ 53.2 bilhões
10 - American Express - US$ 53.1 bilhões
Tabela 05 - Ranking dos dez maiores bancos internacionais, In
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/01/28/bancos_brasileiros_sobem_no_ranking
_de_instituicoes_financeiras_das_americas-328314675.asp acessado em 20/01/2009
131
V.Implantaçãoealcancegeográficos
OItaú,alémdeestarpresentesignificativamentenoBrasil,com2699agênciase
4374postosbancários(inwww.febraban.org.br/buscabanco,acessoem20/01/2009),
possuimarcantepresençanoexterior,emunidadesestrategicamenteposicionadasnas
Américas,EuropaeÁsia.OBancoestáinstaladoemNovaYork(agênciaNovaYork),
Cayman(AgênciaGrandCayman),LisboaeLondres(BancoItaúEuropa),BuenosAires
(ItaúBuenAyre),TóquioetambémnaChina(ItaúBBA).
VI.Brevehistóricodaempresa
1945‐OBancoItaúHoldingFinanceiraS.A.foifundadoem1945,tendosuaorigemno
BancoCentraldeCrédito,depoisBancoFederaldeCrédito.
Décadade1960‐Apósumperíododecrescimentointernodequase20anos,coma
modernizaçãodosistemafinanceirobrasileirodeflagradapelogovernofederaloItaú
Holdingingressounumperíododefusões,sendoaprimeiradelasentreoBancoFederal
deCréditoeoBancoItaú.SeguiramseasfusõescomoBancoSulAmericanoecomo
BancodaAmérica.Esseperíodoseestendeuentre1964e1969.
Décadade1970‐Foiumperíododerápidocrescimentonãopelaexpansãointerna,
maspelassucessivasaquisiçõesdosBancosAliança,PortuguêsdoBrasileUnião
Comercial.NofinaldessadécadaoItaúHoldingdeuosprimeirospassosparasuaatuação
internacional,comaaberturadasagênciasdeNovaYorkeBuenosAires.
Décadade1980‐Oconturbadoambientepolíticoeeconômicodopaísaconselhavamo
retornoaocrescimentointerno.OItaúHoldingadquiriuapenasumpequenobanco,o
PintodeMagalhães.Nofinaldadécada,foiumdosprimeirosatransformarseembanco
múltiplo,formalizandojuridicamentesuaorganizaçãointernaqueassimsedelineara
desdeosanos70.Nessadécada,entretanto,oItaúHoldingestabeleceusefirmemente
como“BancoEletrônico”,evidenciandosuaprioridadeàtecnologiadeponta.
Décadade1990‐Começoucomumnovocicloorganizacional,quesedelineouapartir
dasmodificaçõesdoambientecompetitivoexternoedeumanovaliderançainterna,ciclo
essequeseestendeatéopresentemomento.Sucessivamente,formouseanovainfra
estruturaquedariabasenãoaumnovoperíododeforteexpansãointernacomode
totalsegmentaçãomercadológica.
1998‐AcompradoBancoDelBuenAyre,incorporadoaoItaúArgentina,atualItaúBuen
Ayre,reforçaaatuaçãodoItaúHoldingnoMercosul.
132
1997a2001‐Numabemsucedidaseqüênciadeparticipaçõesemleilõesdeprivatização
debancosestaduaisoItaúHoldingadquireoBanerj(RiodeJaneiro)(1997),oBemge
(MinasGerais)(1998),oBanestado(Paraná)(2000)eoBEG(Goiás)(2001).
2001‐Teminícioacampanha"Itaú.Feitoparavocê".
2002‐Ampliandosuaatuaçãonomercadoamericano,emfevereirotêminícioas
operaçõesdoBancoItaú(ITU)naBolsadeNovaYork‐NYSE.Nofinaldoano,oItaú
anunciaaassociaçãocomoBBACreditanstalt.ÉcriadooItaúBBA,maiorbancode
atacadodopaís.
2003‐OBancoItaúS.A.anunciaumareorganizaçãosocietária,queculminounacriação
doBancoItaúHoldingFinanceiraS.A.,quepassouacontrolarasempresasfinanceirasdo
Conglomerado.ÉadquiridoocontroleacionáriodoBancoFiat,ampliandoaatuaçãodo
Itaúnomercadodefinanciamentodebensdeconsumo.AmarcaItaúganhaumtoque
demodernidadeemsuatipologia.Nofinaldoano,expandindosuaparticipaçãono
mercadodeseguros,oItaúadquireoBancoAGFeaAGFVidaePrevidência,bemcomo
ascarteirasdevidaeprevidênciadaAGFBrasilSeguros.Comoresultadodaampliaçãodo
graudeeficiênciadeatuação,oItaúéconsideradooprimeirobancodoBrasilemvalorde
mercado.Aomesmotempo,pelasegundavez,emanálisepromovidapelaconsultoria
internacionalInterbrand,amarcaItaúéconsideradaamaisvaliosadoBrasil(US$1,093
bilhão).
2004‐Pelaterceiravez,amarcaItaúéconsideradapelaConsultoriaInterbrandamais
valiosadoBrasil(US$1,204bilhão).ÉcriadaaTaií‐FinanceiraItaú(TrishopPromoções
eServiços),empresadoGrupovoltadaparaosegmentodeEmpréstimosPessoais.
Ampliandosuaparticipaçãonomercadodecréditoaoconsumidor,oItaúiniciaparceria
comoGrupoPãodeAçúcar,nacriaçãodaFinanceiraItaúCBDS.A.‐Crédito,
FinanciamentoeInvestimento.
Dandocontinuidadeàestratégiadeconsolidaçãodesua
atuaçãointernacional,oItaúinauguraaagênciaTóquio,criadacomoobjetivodeatender
residentesnoJapãointeressadosemefetuarremessasparaoBrasileviceversa.
2005‐Paratrazermaisconveniênciaaosbrasileirosqueresidemforadopaís,oItaú
estabelececontratosdeparceriacomosbancosestrangeirosBPI(Portugal),Unicredito
(Itália)eLaCaixa(Espanha),afimdeproporcionaraosresidentesdessespaísesoenvio
derecursosapessoasnoBrasilpeloItaú,utilizandoarededeagênciasdessesbancos.
ComopartedasaçõescomemorativasdoaniversáriodoBanco,élançadaacampanha
133
Institucional2005‐"Itaú:60AnosSendoFeitoparaVocê".ÉcriadaaOuvidoria
CorporativaItaú,canaldecomunicaçãoquetemamissãodeatuarcomorepresentante
dosclientes,intervindoaseufavorepromovendomelhoriascontínuasemprodutose
prestaçãodeserviços.Pelaquartavezconsecutiva,amarcaItaúéclassificadapela
consultoriainglesaInterbrandcomoamaisvaliosadopaís(US$1.342bilhões).
2006‐AquisiçãodoBankBoston‐Emmaio,oItaúeoBankofAmericaCorporation
assinaramacordo,paraaquisiçãodoBankBostonnoBrasiledodireitodeexclusividade
paraadquirirasoperaçõesdoBankBostonnoChileenoUruguaieoutrosativos
financeirosdeclientesdaAméricaLatina.
noiníciodesetembro,entretanto,todaarededepontosdeatendimentonopaís
passavaausaramarcadoItaúPersonnalité,semnenhumamudançaparaseusclientes,
quepuderammanterosmesmosnúmerosdecontaesenhas.Paratransaçõesbancárias,
onúmerodeidentificaçãodobancocontinuou479,sobarazãosocialtransitória
ItauBankS/A.Comessaoperação,amarcaBankBostondeixoudeexistirnoBrasil.Em
novembro,oItaúdeumaisumpassoemsuainternacionalização,comacomprado
privatebankingdoBankBoston,quepertenciaaoBankofAmericaCorporation.OBanco
ItaúEuropaS.A.esuasubsidiáriaBancoItaúEuropaLuxembourgS.A.assinaramacordo
comoBankofAmericaCorporationenvolvendoaaquisiçãodatotalidadedocapitaldo
BankBostonInternational,comsedeemMiami,edoBankBostonTrustCompanyLimited,
comsedeemNassau.Comaoperação,oItaúagregou5,5milclientes,200funcionários
especializadoseUS$3,666bilhões
emativos,dobrandoacarteiradeprivatebankingno
exterior.OBancoItaúEuropaS.A.éaplataformadenegóciosnaEuropadoGrupoItaú,
operandoemdiversossegmentosdemercado,entreelesodePrivateBanking
Internacional,pormeiodesuasubsidiáriaBancoItaúEuropaLuxembourg.Emjunho,o
Itaúlançoumaisumacampanhainstitucional,ampliandooconceito"Feitoparavocê"
comaçõesqueforamalémdadivulgaçãodevaloresdoItaú.Maisdoqueisso,asações
mostraramqueoItaúéumbancoacessível,comprodutoseserviçosfeitosparafacilitara
vidadosclientes.Assim,duranteosmesesdejunhoejulho,quatrofilmes:"Piscando",
"Portas","Tapete"e"Inconfundível",comaassinatura"OItaúquervocê",reforçarama
idéiadequeoItaúéumbancodeserviços,commuitasportasdeentradaparaosmais
diferentesperfisdeclientes.
134
VII.Tipodedireção
A direçãodaempresaéexercidaporumConselhodeAdministração(eleitopelos
acionistas)eporumadiretoria(eleitapeloconselhodeadministração),conforme
especificaseuEstatutoSocial.
Art. 4º - ADMINISTRAÇÃO - A sociedade será administrada por
um Conselho de Administração e por uma Diretoria. O Conselho
de Administração terá, na forma prevista em lei e neste estatuto,
atribuições orientadoras, eletivas e fiscalizadoras, as quais não
abrangem funções operacionais ou executivas. Estas funções serão
de competência privativa da Diretoria....
Art. 5º - CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - O Conselho de
Administração será composto por acionistas, eleitos pela
Assembléia Geral, e terá 1 (um) Presidente e de 1 (um) a 3 (três)
Vice-Presidentes escolhidos pelos Conselheiros entre os seus
pares....
Art. 11 - DIRETORIA - A administração e a representação da
sociedade competirão à Diretoria, eleita pelo Conselho de
Administração no prazo de 10 (dez) dias úteis contados da
Assembléia Geral que eleger esse Conselho
11.1. A Diretoria terá de 5 (cinco) a 20 (vinte) membros,
compreendendo os cargos de Diretor Presidente, Vice-Presidentes
Seniores, Vice-Presidentes Executivos, Diretores Executivos,
Diretores Gerentes Seniores e Diretores Gerentes, na conformidade
do que for estabelecido pelo Conselho de Administração ao prover
esses cargos.
VIII.Atributospositivosdosprodutos/serviçosoferecidoseescalademercado
OBancoItaúoferecetodaagamadeserviçosbancários:empréstimos,
investimentos,cartõesdecrédito,contacorrente,previdênciaprivada,seguros,
consórciosecapitalização.Porserumainstituiçãocommaisdesessentaanosde
existênciaeatualmenteocuparoprimeirolugar
norankingentreosbancosbrasileiros,
gozadereconhecidaconfiançadomercado.Ainstituiçãoatuajuntoaopúblico,pessoa
física(comasegmentaçãoPersonnalitéparaaltopoderaquisitivo),pessoajurídicae
tambémjuntoaoPoderPúblico,nasesferasmunicipais,estaduaisefederais.Aatuação
daorganizaçãosenomercadonacionaleinternacional.
IX.Políticacomercial
A políticacomercialédotipodireto,semousodefranquiasouterceirizações.
135
X.Previsãodosrequisitostécnicosdacomunicaçãodemarca
Comocorporaçãodegrandeportedosetordeserviçosbancários,acomunicação
damarcaseemtodaagamadesuportesdasmensagensvisuais:
‐papelariainstitucionaleoperacional;
‐peçaspublicitárias;
‐identificaçãodeedifícios(interioreseexteriores);
‐publicações;
‐uniformesdosfuncionários;
‐internet(homebankingecomunicaçãoporemail);
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
XI.Empresasrelacionadas
AbaixoestãodescritasasrespectivasparticipaçõesdoBancoItaúHolding
FinanceiraS.A.sobresuasprincipaisempresascontroladas(diretaseindiretas),bem
comoopaísdeorigemdecadauma
delas.
Empresa
País de
Constituição
Participação %
30/09/2008 30/09/2007
A
finco Americas Madeira, SGPS, Sociedade Unipessoal, LDA Portugal 100,00 100,00
Banco Fiat S.A. Brasil 99,99 99,99
Banco Itaú BBA S.A. Brasil 95,75 95,75
Banco Itaú Argentina S.A. (1)
Argentina 99,96 99,99
Banco Itaú Chile Chile 99,99 99,99
Banco Itaú Europa Luxembourg S.A. (2)
Luxemburgo 19,52 19,52
Banco Itaú Europa, S.A. (2) Portugal 19,53 19,53
Banco Itaú Uruguay S.A. Uruguai 100,00 100,00
Banco Itaú S.A. Brasil 100,00 100,00
Banco ItauBank S.A. Brasil 100,00 100,00
Banco Itaucard S.A. Brasil 99,99 99,99
Banco Itaucred Financiamentos S.A. - (Taií) Braisl 99,99 99,99
Banco Itauleasing S.A. Brasil 99,99 99,99
BIU Participações S.A. (3) Brasil 41,66 41,66
Cia. Itaú de Capitalização Brasil 99,99 99,99
FAI - Financeira Americanas Itaú S.A. Crédito, Financiamento
e Investimento (3)
Brasil 50,00 50,00
Fiat Administradora de Consórcios Ltda. Brasil 99,99 99,99
Financeira Itaú CBD S.A. Crédito, Financiamento e
Investimento (4)
Brasil 50,00 50,00
Itaú Administradora de Consórcios Ltda.
Brasil 99,99 99,99
136
Itau Bank, Ltd.(5) Ilhas Cayman 100,00 100,00
Itaú Corretora de Valores S.A. Brasil 99,99 99,99
Itaú Seguros S.A. Brasil 100,00 100,00
Itaú Vida e Previdência S.A.
Brasil 99,99 100,00
Itaú XL Seguros Corporativos S.A. (4) Brasil 50,00 50,00
ItauBank Leasing S.A. Arrendamento Mercantil Brasil 99,99 99,99
Itaúsa Export S.A. (2) Brasil 22,23 22,23
OCA Casa Financiera S.A. Uruguai 100,00 100,00
Orbitall Serviços e Processamento de Informações Comerciais
S.A.
Brasil 99,99 99,99
Redecard S.A. (3) Brasil 23,21 23,21
(1) Nova razão social do Banco Itaú Buen Ayre S.A., homologada pelo Banco Central de La República Argentina em 24/07/2008;
(2) Coligadas incluídas na consolidação, com autorização da CVM, para melhor apresentação da unidade econômica. Controladas
pela Itaúsa - Investimentos Itaú S.A. (ITAÚSA).
(3) Empresas com controle compartilhado incluídas proporcionalmente na consolidação.
(4) Empresa com controle compartilhado, incluída integralmente na consolidação, com autorização da CVM, em função da gestão
do negócio pelo Banco Itaú Holding Financeira S.A.
(5) Não contempla a participação das Ações Preferenciais Resgatáveis (Nota 9g).
Tabela 06 – Empresas relacionadas à Itaú Holding, in www.itau.com.br , acesso em
20/01/2009
XII.Brevehistóricodamarca
A origemdonomeItaúérelacionadacomcalcáriopreto,conformedescrito
abaixonomomentoemqueseprocuravaobancoidealparasefazerafusãocomo
BancoFederaldeCrédito:
O Itaú de Minas Gerais, fundado em 1944 por um grupo de
fazendeiros e industriais mineiros, que tinham obtido êxito com a
fabrica de cimento Itaú, encontrava-se na 47ª posição no ranking.
Itaú era uma pequena cidade do sul do Estado, uma região de
minas, depósitos de calcário preto, daí o nome, pedra preta, itaú na
linguagem indígena.
(BRANDÃO; OKUBARO, 2008: 179)
OprimeiroregistrodoBancoItaújuntoaoINPIdatade1970eéapenasum
registronominalnãoforamregistradasimagensnestemomento.Oprimeirosigno
identificadordoantigobancoItaúlembraatradiçãodosbrasõesdefamíliaenão
registrodeautoria.Adatadeimplantaçãodeveseramesmadaconstituiçãodobanco.
137
Fig.78:O signo identificador do antigo Banco Itaú. Brandão, 1995: 55.
Osignoidentificadorutilizadonadécadade1960édeautoriadeAloísio
Magalhães(1964).EleévinculadoàfusãodoBancoItaúcomoBancoAméricaeaoinício
dapreocupaçãodoBancocomoSistemadeIdentidadeVisualCorporativa.
Fig.79:O signo identificador na década de 1960, de Aloísio Magalhães. Leite; Taborda,
2003: 165.
Em1966,AlexandreWollnerfoicontratadoparadesenvolverosistemade
sinalizaçãodanovasededoBancoFederalItaúSulAmericano.Esseprojetocompreendia
adefiniçãodetodooprocessodeinformaçãodiretivadaorganização:fachadas,
luminosos,comunicaçãointernadasagênciaseandaresadministrativos.
138
Nofinaldosanos1960,oBancoadotavaosignodesenvolvidoporAloísio
Magalhães.Esseelementovisualfoiinseridoemumabandeiradeaçoinox,que
identificavaexternamenteasedeprincipal.ComanovadenominaçãodeBancoItaú,
adotouseoficialmenteafamíliatipográficaHelvéticaBoldparaexpressarItaú.Em1970,
FrancescPetit,umdossóciosdaDPZ‐Dualibi,PetiteZaragozaPropagandaadotouo
tipogramaItaúinseridonabandeirafrontaldobanco,comfundopreto.Essasolução
gráficatornousenaturalmenteosignoItaú.
Fig.80:O signo identificador antigo e o atualizado em 1970. Wollner, 2003: 232.
Como não estava previsto um programa de implementação, o uso
foi isolado e sem seqüência. Em 1980, a DPZ e o Banco Itaú
resolveram criar uma divisão de design para organizar, padronizar,
incrementar e gerenciar o uso da assinatura do Banco nos meios de
comunicação e papéis administrativos e operacionais, com a
finalidade de identificar as agências e a instituição. Contrataram-
me então (Alexandre Wollner) como consultor para estruturar essa
divisão, batizada de SAO, cuja sede foi inicialmente instalada nas
dependências da DPZ. Assim iniciou-se o mais completo trabalho
sobre sistema de identidade visual já executado no Brasil. Após a
decisão de manter o quadrado preto com pontas arredondadas,
reforço visual do significado Itaú – pedra preta em tupi-guarani,
partimos para uma reformulação total. O tipograma foi modificado,
proporcionando melhor percepção visual. Para complementar o
signo – quadrado preto com Itaú vazado – quando aplicado na
fachada das agências, foram elaboradas abas laterais moduladas na
cor laranja, resultando na rápida identificação da agência no
cinzento contexto urbano. (WOLLNER, 2003: 233)
139
Fig.81:A reformulação do signo Itaú, em 1990. Wollner, 2003: 233.
Em1992foiregistradajuntoaoINPI,(primeiroregistromisto,queconsiderava
alémdonome,umaimagemvideanexo03efig.46,p.86),variaçãodamarcaque
rompiacomascoresinstitucionaisvigentes:opretoeocordelaranja.
Uma vez mais reativou-se o projeto de reciclagem da imagem do
banco, ajustando-o à realidade vigente. A sabedoria popular
costuma dizer que não se mexe em time que está ganhando.
Todavia, o marketing repensou alguns elementos. Durante um
longo período, arquitetos da Itauplan e os designers especializados
da SAO-DPZ, um segmento da agência que trabalha só com
marcas, trabalharam em conjunto. Foi quando se substituiu o preto
pelo azul na pastilha, entrou o amarelo e manteve-se o cor de
laranja. Com isso, a marca ficou mais agressiva.
(BRANDÃO, 163: 1995)
140
AlexandreWollner,queatéentãoatuavacomoconsultordoItaú,nãoconcordou
comasalteraçõesedesligousedoprojeto,conformevistonotrechodaentrevista
concedidaaAndréStolarski,transcritoabaixo.
Wollner: Não sei por que, mudaram a marca e fizeram aquele
estrago com o quadrado azul e as letras amarelas dentro. O
significado de Itaú é pedra preta. Usar preto justifica o desenho e o
contraste entre o preto e o branco do logotipo justifica-o ainda
mais.
Stolarski: Você trabalhou no projeto de renovação da marca
Itaú?
Wollner: Estava trabalhando, isso em 1990. Nessa fase,
diminuímos a altura das orelhas cor-de-laranja, o que melhorava a
proporção do quadrado. O Olavo Setúbal tinha deixado a
presidência para o filho Roberto, que queria marcar o início de sua
atividade no banco com as cores azul e amarela, naturalmente
influenciado pelo azul da segurança. Mas eu disse: Isso não dá
certo. Azul, amarelo e laranja é muito. Como ele insistiu, eu disse:
Tudo bem, então você precisa de um desenhista, não de um
designer. O Petit tremeu nas bases, achou que ia perder a conta do
Itaú.
Stolarski: Isso aconteceu na reunião de apresentação?
Wollner: Sim. O grupo dele, o pessoal que tinha sido treinado por
nós para desenvolver o trabalho dentro do banco, fez a proposta em
azul. Eles queriam competir conosco.
(STOLARSKI, 2005:70)
A evoluçãodosignoidentificadorItaúfoidivulgada emanúncios,comoesteda
revistaIstoÉ,eoseguintedeumapublicaçãoinstitucional.
141
Fig. 82: A evolução do signo em anúncio - revista Isto É nº 1760, 25 de junho de 2003.
142
Fig.83:A evolução da marca Itaú em publicação institucional de 2005.
RevistaItaúNotícias,Julhode2005,número43.
5.1.2 Dados sobre o projeto Itaú
A SuperintendênciadedesigndoItaúfoicontatada,masnegouseaconceder
entrevistas.Osdadosqueconstamaseguirforamconseguidosemlivros,periódicos,em
publicaçõesinstitucionais,nossiteswww.itau.com.brewww.inpi.gov.br.
I.Autoriaedatadeimplantação
Osignoidentificador,atualmenteemusopeloItaú,foiregistradojuntoaoINPIem
2003(videfig.46,p.86).Oprojetofoielaboradopelaequipededesigninternada
empresaecontoucomaassessoriadaPentagram,pormeiodadesignerPaulaCheer.A
alteraçãofoibastantesutil:afontetipográficapassouaseraMyriad,aoinvésda
Helvética.Houvetambémajustesgeométricosna“bolacha”queenvolveologotipo.
SeguetrechodeentrevistaqueabordaamaisrecenterevisãodosignoidentificadorItaú.
143
Itaú atualiza sua marca
SÃO PAULO - A marca Itaú vale US$ 1,093 bilhão, segundo
avaliação da consultoria inglesa Interbrand. É líder do ranking das
empresas mais valiosas do país. Antonio Jacinto Matias, vice-
presidente do banco, diz que a posição "é reflexo da seriedade e
comprometimento com a performance, não elemento estético".
Com 12 milhões de clientes, três mil unidades de atendimento e 18
mil caixas eletrônicos, o Itaú também está alterando sua logomarca.
_A marca Itaú já tem 30 anos. Como foi essa evolução?
_Itaú significa pedra-preta. Ela foi criada pelo Francesc Petit, da
DPZ, em 1972. O fundo era preto com tipografia Grotesque. Nos
anos 80 passamos a usar a família Helvética e aplicamos as cinco
estrelas. Em 1993 a logomarca ficou colorida para marcar o início
da segmentação de mercado. Agora, com a consultoria da Paula
Cheer, da Pentagram, mantivemos a bolacha que envolve a marca,
diminuímos discretamente as extremidades arredondadas e
mudamos a fonte para a Myriad. O pessoal interno de design fez
todo o desenvolvimento do projeto. Muita gente vai perguntar: "por
que tanto barulho para mudar apenas uma vírgula?". Mas é um
processo de evolução do qual não podemos nos distanciar. Analisei
várias sugestões, mas optei pela que conservava as características
originais. A Paula foi taxativa: "a mudança tem que ser sutil,
apenas isso".
_ A nova marca terá campanha?
Tenho sugestões de anúncios das agências África, DPZ e
DM9DDB, que trabalham conosco. Mas será uma grande
campanha. Estamos sempre na mídia porque a comunicação.
tem papel estratégico no processo de construção de marca.
_ Nessa composição de impactos, como o Itaú contempla o
futuro?
_Não somos novidadeiros. Procuramos nos apropriar de tendências
e novas tecnologias quando elas são sólidas. Mas não demoramos
porque, se tivéssemos esse comportamento, o banco não estaria na
posição que ostenta hoje. Nossa meta é que o Itaú faça bem feito.
Não é preciso, necessariamente, ser o primeiro a fazer. Usamos a
tecnologia para ter competitividade. O importante é ser um centro
de referência no setor.
Propaganda & Marketing - 18/06/2003
144
II.Motivosparaoredesenho
Conforme constanobrevehistóricodaempresa,em2003“AmarcaItaúganhaum
toquedemodernidadeemsuatipologia”históriadoItaú,inwww.ital.com.br,acesso
em20/01/2009.ConformeafirmouAntonioJacintoMatias“...éumprocessodeevolução
doqualnãopodemosnosdistanciar.Analiseiváriassugestões,masopteipelaque
conservavaascaracterísticasoriginais.”Essasinformaçõesexplicitamqueademanda
paraoredesenhofoiamodernizaçãodamarca,semalteraçãodanomenclaturaou
ajustesvisuaisradicais:
Itaú faz modernização sutil na sua marca
Você pode não notar, mas a marca considerada a mais cara do país
vai mudar na semana que vem. VANESSA ADACHI - SÃO
PAULO - O Banco Itaú, que acaba de ter sua marca avaliada em
US$ 1,093 bilhão pela consultoria inglesa Interbrand, decidiu fazer
alterações cirúrgicas na tradicional "pedra preta" (o significado de
itaú em tupi-guarani). O quadrado que hoje é azul, mas que durante
três décadas foi de cor preta, ficará com os cantos menos
arredondados. E a palavra Itaú, em amarelo, encolheu e terá a
tipografia alterada. Sairá a "helvética" e entrará a "myriad", dando
um aspecto mais "limpo" à marca.
Segundo Antonio Matias, vice-presidente de marketing do Itaú, o
escritório de design americano Pentagram, contratada pelo banco,
concluiu que a marca não precisava de alterações radicais, mas
apenas de uma leve modernização. A Pentragram é a mesma
empresa que fez a reformulação visual da marca Citigroup,
incorporando o guarda-chuva vermelho do Travelers Group.
Essa é a quarta alteração promovida pelo Itaú na marca criada em
1972 pelo publicitário Francesc Petit. Em 1980, a principal
alteração foi a incorporação do fundo laranja para destacar a "pedra
preta" na paisagem urbana. Em 1983, as fachadas das agências
passam a incorporar as "cinco estrelas". Só em 1992 a marca
recebeu as cores azul e amarelo em substituição ao preto e branco.
Valor Econômico - 11/06/2003
Banco Itaú muda as letras do seu logotipo
Alteração é difícil de ser identificada
SÃO PAULO - O Itaú está mudando sua marca. A diferença,
porém, é tão pequena que dificilmente até quem é cliente vai
perceber. As cores, azul e amarelo, serão mantidas, mas o tipo da
145
letra ficou mais gordinho. Itaú significa pedra preta em tupi-
guarani. A mudança é muito mais um aprimoramento do desenho
original lançado na década de 70. A idéia do Itaú como marca foi
de Francesc Petit que, na época, argumentou que “um nome
simples de quatro letras é uma marca.” Como a diferença é
pequena, a troca dos logotipos será gradual. O relançamento da
marca, segundo o presidente do banco, Roberto Egydio Setúbal,
mostra que a entidade está preparada para se antecipar às mudanças
do mercado. Diário de S. Paulo - 11/06/2003
III.OnovosignoidentificadoreoselementosdoSistemadeidentidadeVisual
Fig.84:O signo em uso pelo Itaú, in www.itau.com.br, acesso em 20/01/2009.
A fonteutilizadanonovosigno,aMyriadRoman,édeautoriadeRobertSlimbach
eCarolTwombly.Elafoidesenvolvidaem1991eéproduzidapelaAdobeSystems
Incorporated,nasversõesLight,Regular,Semibold,Bold,eBlack,comitálicas,
146
condensadasesemiextended(ROCHA,2004:112).Ocódigocromáticoadotaoazuleo
amarelo(coresdecontrastebastanteeficiente),etambémolaranja,umacoranálogaao
amarelo.
Fig.85:Fonte Myriad Roman e suas variações regular, italic, bold e bold italic, in
http://www.linotype.com/1257/myriad-family.html, acessado em 20/01/2009.
147
A fonteanteriormenteutilizada,aHelvética,édeautoriadeMaxMiedingere
EdouardHoffman,efoidesenvolvidaem1957.Asversõesdigitaissãoproduzidaspela
LinotypeLibrary,emtrintaeseisversões,queincluemaRegular,Oblique,Rounded,
Condensed,narrow,extracompressed,ultracompressedetextbook.(ROCHA,2004:102).
Fig.86:Fonte Helvética e suas variações regular, italic, bold e bold italic, in
http://www.fontseek.com/fonts/helvetica.htm, acesso em 20/01/2009

148
5.1.3 Análise do novo Signo de Comando Itaú segundo os
catorze parâmetros de Chaves/Bellucccia
ModificaramarcamaisvaliosadoBrasil,apesardeseureconhecimento,nãose
configurouumgrandedesafio.Comonãohouvemudançasradicaisnanaturezada
instituiçãoarevisãofoiancoradanoselementosvisuaispréexistentesefoibastantesutil.
AsimagensaseguirrepresentamasmarcasdosconcorrentesdoItaúeformamo
paradigmaestilísticodessaáreadeatuação.
Fig.87:Itaú e seus concorrentes no Brasil, baseado no ranking dos dez maiores bancos
brasileiros, tabela 04, p. 130 desta dissertação.
149
Fig.88:Itaú e seus concorrentes no exterior, baseado no ranking dos dez maiores bancos
internacionais, tabela 05, p. 130 desta dissertação.
I.QUALIDADEGRÁFICAGENÉRICA
OnovosignoidentificadorItaúutilizaafontetipográficaMyriad,sendoologotipo
inseridoemumelementográficocomoscantosarredondados,chamadode“bolacha”
150
porAntonioJacintoMatias,vicepresidentedoBanconaépocadarevisão.Podese
perceberoajustegeométriconopadrãodearredondamentodoelementográfico,assim
comoasdiferençasdatipografiaMyriademrelaçãoàHelvética.Ologotipotambém
passouporumreposicionamentonoelementográficoestável.
Fig.89:Sobreposição do traçado da nova marca Itaú (linhas em magenta) sobre a marca
anterior, ImagemdereferênciadeWollner, 2003: 233
A tipografia standardsofreupequenosajustesgráficosemrelaçãoaostipos
originais,particularmentenodesenhodo“t”edoacentoagudo.seaseguiremcinzaa
conformaçãooriginaldatipografiaMyriadRoman,comparadacomaslinhas‐nacor
magenta‐dosignoidentificador
atualmenteutilizado.Apesardosajustesocorridos,não
sepodedizerqueesteéumsignocomologotipotipográficoretocado,poisasalterações
ocorridasnãoconfigurammudançassubstanciaisnatipografiaoriginal,diferentemente
dotipodeajustefeitonosignodaPirelli(videp.104,fig.63).
Myriad é uma família de fontes sem-serifa, concebida por Robert
Slimbach, Carol Twombly, e a equipe de design da Adobe
Systems. É uma das muitas fontes semelhantes à Frutiger de Adrian
Frutiger. In http://pt.wikipedia.org/wiki/Myriad_(tipografia),
acessado em 27/01/2009
151
Fig.90:Fonte Myriad Roman - em cinza - e o traçado ajustado em magenta
Fig.91:Walmart(inhttp://www.walmart.com)eModernTelgraph(in
http://www.moderntelegraph.com),marcasqueutilizamaFonte Myriad, e o logotipo do
Bradesco (in http://www.bradesco.com.br), que utiliza a fonte Frutiger.
A Helvética, feita no século 20, é uma revisão suíça de uma fonte
alemã realista do século 19. Os primeiros pesos foram desenhados
em 1956 por Max Miedinger, baseados na antiga Odd-job Sanserif
da Bertold Foundry (ou Akzindenz Grotesk, como é chamada em
alemão). A linha pesada e sem modulação e a pouca abertura
evocam uma imagem de força bruta e persistência. Os levíssimos
pesos editados em anos recentes contribuíram muito para reduzir o
seu caráter rude, mas pouco para melhorar sua legibilidade.
(BRINGHURST,2005: 109)


Fig.92:Itaú grafado nas fontes Myriad e Frutiger: semelhanças.
152
A famíliatipográficautilizada,apesardarelativasemelhançacomoseumaior
concorrentenomercadonacionaloBradescomostrouseadequadae,comoeraa
intençãodaempresaemseuProjetodeRevisãodamarca,trouxeumaspectomais
contemporâneoaosigno.
Fig.93:O signo aplicado com as estrelas e as cores de seu Código Cromático. Fotografia
de Ricardo Moreira, Fotografia tirada em 21/01/2009, agência Afonso Braz, São Paulo, SP.
Fig.94:O signo Itaú in http://www.itau.com.br, acessado em 27/01/2009, e seu Código
Cromático, baseado nos elementos componentes do Sistema de Identidade Visual.
153
AscoresquecompõemoCódigoCromáticoItaúforamintroduzidasem1992,
conformeregistrofeitojuntoaoINPI(videp.86,figura46).Sejaparamarcaroinícioda
gestãodoSr.RobertoSetúbal,comodizWollner(p.140),sejaparamarcara
segmentaçãodosserviços,comodizoItaú(videp.142,fig.83),ousodascoresfoi
absolutamentecriteriosoe,hoje,elasestãoperfeitamenteincorporadasaoSistema.O
logotipoamarelogaranteumcontrasteeficienteporestarsempreinseridonoelemento
gráficoazul.Esteporsuavezédevidamenteevidenciadopelolaranja,utilizadopela
instituiçãoemdiversossuportesgráficos,comoporexemplo,asidentificaçõesdas
agênciasbancárias.
Podeseconcluirque,notocanteàqualidadegráficagenérica,osignoItaúeos
demaiselementosquecompõemosistemacombinamsedemaneiraharmoniosa,
resultandoemumasoluçãográficaeficienteecompatívelcomainstituição.
II.AJUSTETIPOLÓGICOeV.SUFICIÊNCIA
OparâmetroAjusteTipológicopropõeseaverificarseaescolhado(s)elemento(s)
identificadore(s)primário(s)foiacertada.Ologotipoéumelementoobrigatório,maso
símboloéopcional.RelacionadocomoAjusteTipológicoestáoparâmetroSuficiência.
Esseparâmetropretendeverificarseosidentificadoresescolhidossãoossuficientes,sem
excessosoucarências,aocumprimentodasnecessidadesidentificadorasdainstituição.
UmaorganizaçãodoportedoItaútemumroldenecessidadesidentificadoras
bastanteamplas,como:
‐papelariaempresarialeformulários;
‐peçaspublicitárias;
‐identificaçãodeedifícios(interioreseexteriores);
‐publicações;
‐uniformesdosfuncionários;
‐veículosdafrota;
‐internet(homebankingecomunicaçãoporemail);
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
154
Fig.95:Mosaico com exemplos das aplicações da marca Itaú. Material coletado nas
agências bancárias, no Jornal O Estado de São Paulo e no site www.itau.com
155
NocasodoItaú,aescolhafoiutilizarologotipo,desacompanhadodeumsímbolo.
Ologotiposempreapareceinseridoemumquadradocomoscantosarredondados,um
acessóriográficoestável.Oelementoidentificadoréacompanhadodecincoestrelasem
determinadassituações,comoporexemplo,asfachadasdasagênciasdobanco.
OCódigoCromáticoadotadocomplementaaidentificaçãodainstituição,dandoo
devidodestaqueaologotipo.OnovoCódigomostrouaqueveioenãodemandou
alterações.Destaforma,podeseafirmarqueasnecessidadesidentificadorasda
instituiçãosãoplenamentesatisfeitaspeloselementoscomponentesdosistema.
Aoseconsiderarasmarcascorrespondentesàsorganizaçõesquecompõemo
rankingdosdezmaioresbancosbrasileiros(fig.87),verificasequeseteentreasdez
instituiçõeslíderesdemercadoutilizamessacombinação.AsexceçõessãoopróprioItaú,
oCitibankeaCaixa.Dentreosdezmaioresbancosinternacionais(fig.88),oconjunto
símbolo/logotipoéaescolhadequatro,observandosequeoCitibank,oNorwest,o
GoldmanSachs,oUSBancorpeoAmericanExpresstambémdeclinaramdestaalternativa.
A opçãopelologotipodesacompanhadodeumsímbolodemaneiraalguma
prejudicaaidentificaçãodoItaú.Pelocontrário,elaconcentraasatençõesemumator
principal,configurandoaconvergênciadosistema.Estasoluçãomostrouser
tipologicamentecorretaeplenasuficiêncianodesempenhodesuasatribuições
identificadoras.
III.CORREÇÃOESTILÍSTICA
SegundoChaveseBelluccia(2005:44),todamensagemseinscreve,voluntáriaou
involuntariamenteemalgumcódigoestilísticopréexistente.Segundoodicionário
Aurélio
4
,umadasdefiniçõesdapalavraestiloé“Feiçãoespecialtípicadeumartista,de
umgênero,deumaescola,deumaépoca,deumtipodecultura”.
Pormaisoriginalouatípicoqueseja,oelementoidentificadordeveráconsideraro
paradigmaestilísticoconfiguradopelasinstituiçõeslíderesdemercadodessadeterminada
áreadeatuação,demodoanãoadotarumalinguageminadequadaeporassimdizer,
incompatívelcomaprópriainstituição.Seráfeitaaseguirumaverificaçãobaseadanas
marcasdecadaumdosdezprincipaisconcorrentesdoItaú,noBrasilenoexterior.Apesar
4: Novo Aurélio no século XXI, edição de 1999, editora Nova Fronteira
156
deelesformaremumgrupoheterogêneo,épossívelperceberastendências
predominantes.
OItaúeseusconcorrentesnoBrasil
empresa logotipo itálico símbolo quantidade de cores
Itaú tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa duas
BB tipografia standard não alfabético, combi-
nação de dois “b”
duas
Bradesco tipografia standard não abstrato duas
Caixa tipografia standard iconizada sim não usa duas
Banco Real tipografia standard não abstrato três
Banco Santander tipografia standard não icônico duas
HSBC tipografia standard não abstrato duas
Banco Votorantin tipografia standard não alfabético duas
Safra tipografia standard não icônico uma
Citibank tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa duas
Tabela 07- Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes do Itaú no Brasil,
baseada na figura 87, p. 148.
OItaúeseusconcorrentesnoexterior
empresa logotipo itálico símbolo quantidade de cores
Itaú tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa duas
Bank of America tipografia standard não abstrato duas
JPMorganChase tipografia standard não abstrato duas
Citibank tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa duas
Norwest tipografia standard não não usa duas
Goldman Sachs tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa uma
Wachovia tipografia standard não abstrato duas
USbancorp tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa duas
Bradesco tipografia standard não abstrato duas
American Express tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa uma
Tabela 08- Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes do Itaú no exterior
baseada na figura 88, p. 149.
Notase,pelastabelasacimaepelossignosidentificadoresdasinstituições,quea
grandemaioriadasempresasutilizatipografiasstandardeousodoitálicoéevitado.De
umtotaldedezesseteentidades,setenãoutilizamsímbolosedestas,cincofazemusode
acessóriográficoestável‐Itaú,Citibank,
GoldmanSachs,USBancorpeAmericanExpress.
Apreferênciapelousodeduascorespredomina,possivelmenteporquestõesde
economianaimpressãodemateriaisgráficos.
157
UmmomentoimportantedahistóriadamarcaItaúocorreuquandoosímbolo
criadoporAloísioMagalhãesfoiinseridoemumabandejadeaçoinoxcomoscantos
arredondados,nofinaldosanos1960.Possivelmenteutilizadoparasolucionarum
problemarelativoàsinalizaçãodasagências,estavacriadooelementográficoestávelque
acompanhaamarcaItaúdesdeentão.Asorigensexatasdesseelementosãoimpossíveis
desedeterminar,maspodeseobservarqueoquadradocomoscantosarredondadosfez
partedeumrepertórioformalqueosdesignersutilizavamnasdécadasde1960e1970.
ComoexemplopodesecitarorádioBrionvega,modeloTS522.Elefoidesenhadopor
RichardSappereMarcoZanuzoem1964.Outroexemplocaracterísticoéo“calendário
perpétuo”,criadopelodesignerEnzoMari,em1962.
Fig.96:A evolução da marca Itaú, desde a adoção da “bolacha” com os cantos
arredondados. Composição de imagem em Wollner, 2003: 232 e a nova marca, in
www.itau.com.br, acesso em 20/01/2009.
Fig.97:Rádio Brionvega, de 1966, in
http://www.connox-shop.com/categories/electronics/radio/brionvega-radio-ts522.html
158
Fig.98:Calendário perpétuo de Enzo Mari, de 1966. Mari, 1970:81.
Apesarda“bolacha”serumelementogeométricodatado,estádetalmaneira
incorporadaaosignoquenãoassociaàinstituiçãoumaimagemultrapassada.Asestrelas
queeventualmenteacompanhamosignoidentificadoreramumareferênciavisualna
primeiramarcadainstituição(fig.78,p.137).Elassãoumaalusãoàsofisticação,
originadanaantigaclassificaçãodahotelaria,“hotelcincoestrelas”.Elassãoutilizadas
tambémnotalãodecheques,quequalificaumapartedosusuárioscomo“clienteestrela
Itaú”.OusodafamíliatipográficaMyriadconferiuumaspectomaismodernoà
instituição.Destaforma,podeseafirmarqueoidentificadordainstituição
está
perfeitamenteinseridonocódigoestilísticoadotadoparaessaáreadeatuação.
IV.COMPATIBILIDADESEMÂNTICA
Osconteúdossemânticosdeumainstituiçãocostumamserconsideradoscomo
referênciadiretaàidentidadedaorganização.Nestescasosaimageméreduzidaauma
representaçãográficadesuaatividadeconcreta.Essefenômenoéchamadopor
Chaves
de“semantismo”,queapesardefreqüente,nãoéobrigatórionocontextoda
identificaçãoinstitucional.Umgrandeproblemaocorrequandoexistemelementos
simbólicosqueconfiguremumaincongruênciaouconflitocomaimagemdaorganização.
NocasodoItaú,comoalémdasestrelasnãosãoutilizadosoutroselementos
simbólicos,nãoexistem
problemassemânticos.Oúnicoconflitosemânticoobservadoéo
159
significadoemtupiguaranidovocábuloItaúpedrapreta.Esseconflito,entretanto,
ficouenterradonopassadodainstituição.
V.SUFICIÊNCIA:abordadojuntamentecomoparâmetroII.AJUSTETIPOLÓGICO
VI.VERSATILIDADE
PodesedefinircomoversatilidadeacapacidadedoSignoIdentificadorem
adaptarseaqualquerníveldediscursodaentidade,integrandosecomoagentedecada
umdelesedirigindosedemaneiraadequadaacadaumdessespúblicos.
OItaúcriouestruturasespecíficasparaatenderàsnecessidadesdecadatipode
cliente,eemcadaumadelasamarcaestápresente,totalmenteadaptadaaocontexto:
‐ItaúTaií,direcionadoàconcessãodepequenosempréstimos;
‐Itaú,parapessoasfísicasejurídicas;
‐ItaúPersonalité,parapessoasfísicasdealtarenda;
‐ItaúPrivateBank,parapessoasfísicasdegrandepatrimônio.
Fig.99:A marca Itaú e exemplos de sua adaptação a cada um de seus públicos pretendidos.
In www.itau.com.br, acessado em 25/01/2009
OidentificadorprimárioItaú,comaeventualinserçãodeumcomplementoverbal,
acompanhadodeoutramarcadeumaempresacoligadaoucomumajustecromático,
mostrouseperfeitamenteadequadoacadaumdessesdiscursos.
VII.VIGÊNCIA
OItaúfazumcuidadosoacompanhamentodesuamarca.Desdequeamarca
Itaú
tornouseamarcamaisvaliosadoBrasil,oscuidadosforamredobrados.
Oiníciodapreocupaçãocomosaspectosdaidentidadevisualsedeu
comauniãodoBancoItaúcomoBancodaAmérica.AloísioMagalhãesdesenvolveu
entãoosímboloparaainstituiçãoquesurgia:oBancoItaúAmérica,em1966.Essaversão
160
vigorouaté1970,quandoFrancescPetitinseriuologotipoemHelvéticanoelemento
estável,a“bolacha”.
Em1980amarcapassaporajustesgráficosecomeçaaserutilizadoolaranja
comocomplementoaosignoidentificador.Em1983nãoalteraçãonoaspectográfico
damarca,masasagênciaspassamautilizarcincoestrelascomoformadeidentificaro
atendimentoonline.Em1992ocódigocromáticofoiampliado,pelaadoçãodoazuledo
amarelo,quepassamaseremempregadosjuntamentecomolaranjae,finalmente,no
anode2003,ocorrearevisãodamarcacomajustesvisuaisnacurvaturadoelemento
estáveleaadoçãodafonteMyriad(informaçõesextraídasdotextoqueacompanhaas
figuras82e83).
OsajustesecomplementosqueoSistemadeIdentidadeVisualItaúsofreudesde
1966sãoevidênciasdapreocupaçãodainstituiçãocomsuamarca.Osignomostrase
comoumalinguagematualeadequadaaospreceitosgráficoscontemporâneos.
VIII.REPRODUTIBILIDADE e IX.LEGIBILIDADE
ReprodutibilidadeéacapacidadedoselementosdoSistemadeIdentidadeVisual
seremreproduzidosnosmeiosmateriaispertinentesàáreadeatuaçãodainstituição,
comseussubstratosmateriaisespecíficos.
A reprodutibilidadeécondiçãoinescapávelparaalegibilidade,queéum
parâmetropuramenteperceptualeindicaograudereconhecimentovisualdostraços
essenciaisdosigno.
NocasodoItaú,ossuportesessenciaissãoospapéis:apapelariainstitucional,os
formuláriosparaastransaçõespromovidaspelainstituição,ostalõesdecheques,cartões
decrédito,folhetosinstitucionais,etc.Desdemeadosdadécadade1980,ainternet
passouasertambémummeioimportanteparaasmensagensdosbancos.Coma
progressivareduçãodonúmerodecaixasqueatendemnasagênciasfísicas,ousodo
Homebankingécadavezmaisintenso.Porfim,éessencialàmarcaterumaboa
legibilidadenosambientesfísicosfreqüentadosporseusclientesecolaboradores.
Osigno Itaú,quecontacomumcondicionanteverbalcurto,inseridoemum
elementogeométricoestávelquegaranteocontrasteeaproteçãovisualdologotipo
contacommuitospontosfavoráveis.Considerandoaindaqueafonteutilizadanarevisão
ocorridaem2003temumaboalegibilidade,esteparâmetroestáquasegarantido.
161
Essainstituiçãodispõedeumaequipeinternadedesign,quenaépocadesua
estruturaçãofoitreinadaporespecialistasemcomunicaçãodemarca‐opróprioWollner
teriaproporcionadoessestreinamentos.Trabalharcomumaequipeinhousededesign
temsuasvantagens.Umadelaséqueoscolaboradoresestãoimersosnainstituiçãoe
conhecemasnecessidadesidentificadorasmuitoprofundamente.
NomosaicodoSistemadeIdentidadeVisualItaú(fig.95,p.154),sãoregistradas
aplicaçõesdamarcaemsuportesvariados,desdeasgráficasatéasarquitetônicas,
passandoporexemplosadequadosàinternet.Emtodasessassituaçõessãogarantidas
boascondiçõesdereprodutibilidadeelegibilidade.
X.INTELIGIBILIDADE
Inteligibilidadeéacapacidadequeosignotemdesercompreendidonas
condiçõesnormaisdeleitura.Éumparâmetroaplicáveltantoparaasformasabstratas
comoparaasfigurativas.Outraformadeentenderesteparâmetroéacertezacomqueo
públicodecodificaosentidodosignoobservado.
OelementoidentificadorItaú,porserconstituídoapenaspelologotipo,nãopossui
significadossimbólicosaserempercebidos.Acoesãodesuaformagráfica,associadaao
códigocromáticoutilizado,nãodeixamargensadúvidasquandoeleévisualizado.
XI.PREGNÂNCIA
A pregnânciaédefinidacomoa
capacidadequeumaformatemdeserrecordada.
Representasuamaioroumenorpossibilidadedesergravadanamentedoobservador.É
relativaàcoesãodaformaeoevidentedesualógicacompositiva.SegundoGomesFilho
(2004:37),“Quantomelhorforaorganizaçãovisualdaformaedoobjeto,em
termosde
facilidadedecompreensãoerapidezdeleituraouinterpretação,maiorseráseugraude
pregnância”.
Osigno Itaú,pelasuaboalegibilidadeeclarezaformal,temumaltograude
pregnância.Orientaoolhardoobservadorapercorrersuaestruturavisualbastante
simpleseclara.Talclarezaéreforçadapelocontrasteobtidoentreoazuldoelemento
geométricoeoamarelodologotipo.Aprópriatipografiautilizadanãotemserifasou
outrosornatosquecomprometamacoesãográficadaforma.
162
XII.VOCATIVIDADE
Vocatividadeéacapacidadedosignodeatrairoolhar,chamaraatenção.São
recursosdavocatividadeaagressividadedacor,odinamismodaforma,aexpressividade
dosímbolo,asdimensões,aproporção,entreoutros.Ascoresconfiguramumrecurso
importantenesteparâmetro.
A cor é a parte mais emotiva do processo visual. Possui uma
grande força e pode ser empregada para expressar e reforçar a
informação visual. É uma força poderosa do ponto de vista
sensorial. As cores, dependendo de como se organizam, podem
fazer algo recuar ou avançar, de acordo com o contexto onde
atuam. O próprio volume do objeto pode ser alterado pelo uso da
cor. A cor pode ser um elemento de peso, uma composição, por
exemplo, pode ser equilibrada ou desequilibrada, dentro de um
espaço bidimensional, pelo jogo das cores que nele atuem. O uso
proposital, por exemplo, do claro-escuro e de cores quentes e frias
pode fazer com que os objetos pareçam mais leves ou mais
pesados, mais amenos ou mais agressivos.
(GOMES FILHO, 2004: 65)
Oníveldevocatividadedeumsignodependenãoapenasdesualegibilidadee
contrasteemrelaçãoaocontexto,mastambémdoperfildainstituiçãoedotipode
diálogoadequadoaoseupúblico,emcertoscasosmaisdiscreto,emoutros,mais
vigoroso.
Parainstituiçõesbancárias,otomdodiscurso
éhabitualmentemaisdiscreto.A
empresarelacionadaTaií,direcionadaàscamadasmaispopularesdeseusclientes,é
portadoradeumdiscursomaisagressivo,masaindaassimrespeitoso.
ÉcorretoafirmarqueoidentificadorItaúéumrepresentanteperfeitamente
inseridonestediscurso.Possuiumaaltapregnância,maschamaaatençãonamedida
certa,semalarde,comoconvémaumbancodesuaenvergadura.Odiscursoédiscreto,
porémfirme.Talfirmezaétransmitidapelousodascores.Ologotipoamarelo,cercado
pelafriezadoazul,garanteocontrastenecessárioeatraioolharimediatamente.
Nocontextourbano,aagênciadoItaú
dificilmentepassadespercebida.Issoé
garantidomaisumavezpelousodascores,agoraolaranja,queéutilizadoemporções
generosasnossubstratosmetálicosquecercama“bolacha”azul.Estacorenvolveoazul,
quecontémoamarelo.Eficiêncianojogodecoresquegaranteavocatividade.
163
XIII.SINGULARIDADE
Esteéumparâmetrorelacional,edeveseranalisadocontrapondoseos
identificadoresprimáriosdainstituiçãocomosdasinstituiçõesqueconstituemsua
concorrência.
AoconsiderarseoidentificadorItaúemrelaçãoaosconcorrentesnoBrasil(fig.
87),elesedestacaporencaixarseemumaminoriaquenãoutilizaoconjunto
símbolo/logotipocomoidentificadoresprimários,etodaaatençãoconcentraseno
logotipocomseuacessórioestável.Peloseuformatoparticular,esseelementoconfigura
umaregiãodecormaiorqueasdeseusconcorrentes,eissoporsiotornadistinto.
Aoseconsideraremosconcorrentesnomercadointernacional(fig.88),outros
doisbancosqueutilizamumquadriláterocomoelementoestável:oGoldmanSachseo
AmericanExpress.Esseacessório,entretanto,utilizaumazulmaisclaro,maisdiscreto.Em
termosdeintensidadedecor,oúnicoquedivideasatençõescomoItaúéoWachovia,
queempregatambémumazulvigorosoemseusímbolo,juntamentecomumverdeclaro.
Podeseafirmar,semsombradedúvida,queoItaúnãoéconfundidocomnenhum
deseusconcorrentes,sejanoBrasilounoexterior.
XIV.DECLINABILIDADE
Oparâmetrodeclinabilidadeérelativoàcapacidadedossignosidentificadores
primáriosesecundáriospermitiremseudesdobramentoemsistemas,comoporexemplo,
famíliasdemarcas,emqueosignoprimáriopodeserdecompostodemodoacriarsignos
irmãos,reconhecíveiscomomembrosdamesmafamília,cobertosounãoporuma
“marcaguardachuva”.
A relaçãodeempresasrelacionadasaHoldingItaúélonga(tabela06,p.136)ea
posturadaorganizaçãoemrelaçãoàidentidadevisualdessasempresasévariada.Orao
signoItaúapareceaoladodooutrosigno,oraaoutraempresamantémsuaidentidade
visual,oraéadicionadoumcomplementoaoidentificadorItaú.Definirocritérioaser
adotadoéatribuiçãodadiretoriadaorganização,quecertamentetemseusmotivospara
adotarcadaumdeles:podenãoserinteressantevirapúblicoqueoItaúdetémocontrole
acionáriodedeterminadaunidade,oupodeserinteressantemanteraidentidadeoriginal
emrespeitoàcomunidadeouaoseupúblico.
164
Odesdobramentodoselementosidentificadoresemfamíliademarcasé
característicadedeterminadosSistemasdeIdentidadeVisualenãoéobrigatório,é
decorrênciadasnecessidadesidentificadorasespecíficasdaorganizaçãoemquestão.
SãovistosaseguirosidentificadoresdealgumasdasempresascoligadasàHolding
Itaú,representativasdasposturasdaorganização.
Fig.100:A marca Itaú e exemplos de marcas de suas empresas coligadas.
In www.itau.com.br, acessado em 25/01/2009
Nãoéintençãodestetrabalhofazerumlevantamentoexaustivodassoluções
gráficasadotadasportodasasempresascoligadasàHoldingItaú,mastãosomente
ilustrarexemplosquedemonstremasposturasadotadas.Nocasodessaorganização,
existeumsistema,easoluçãomaiscomuméaadoçãodeumcomplementoaosignoItaú
queindiqueasubáreadeatuação.
165
5.2 Petrobras
5.2.1 Levantamento sobre a empresa
Informaçõesobtidasnositewww.petrobras.com.br,noEstatutoSocialena
PolíticadeGovernançaCorporativa(disponíveisnositewww.petrobras.com.br),exceto
indicaçãoemcontrário.
I.Nome,sedeecaráterdesuapropriedade
Art. 1º A Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras é uma sociedade de
economia mista, sob controle da União com prazo de duração
indeterminado, que se regerá pelas normas da Lei das Sociedades
por Ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelo
presente Estatuto.
Parágrafo único. O controle da União será exercido mediante a
propriedade e posse de, no mínimo, cinqüenta por cento, mais uma
ação, do capital votante da Sociedade.
Art. 2º A Petrobras tem sede e foro na cidade do Rio de Janeiro,
Estado do Rio de Janeiro, podendo estabelecer, no País e no
exterior, filiais, agências,sucursais, escritórios.
II.Setoremqueseinscreveeatividadeconcreta
A PetrobraséumaIndústriapetrolíferaedeenergia,conformerezaseuobjeto,
transcritodeseuEstatutoSocial:
Art. 3º A Companhia tem como objeto a pesquisa, a lavra, a
refinação, o processamento, o comércio e o transporte de petróleo
proveniente de poço, de xisto ou de outras rochas, de seus
derivados, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, além
das atividades vinculadas à energia, podendo promover a pesquisa,
o desenvolvimento, a produção, o transporte, a distribuição e a
comercialização de todas as formas de energia, bem como
quaisquer outras atividades correlatas ou afins.
§ 1º As atividades econômicas vinculadas ao seu objeto social
serão desenvolvidas pela Companhia em caráter de livre
competição com outras empresas, segundo as condições de
mercado, observados os demais princípios e diretrizes da Lei nº
9.478, de 6 de agosto de 1997 e da Lei nº 10.438, de 26 de abril de
2002.
§ 2º A Petrobras, diretamente ou através de suas subsidiárias,
associada ou não a terceiros, poderá exercer no País ou fora do
território nacional qualquer das atividades integrantes de seu objeto
social.
166
III.Missão/Visão
Missão
Atuardeformaseguraerentável,comresponsabilidadesocialeambiental,nos
mercadosnacionaleinternacional,fornecendoprodutoseserviçosadequadosàs
necessidadesdosclientesecontribuindoparaodesenvolvimentodoBrasiledospaíses
ondeatua.
Visão 2020
Seremosumadascincomaioresempresasintegradasdeenergiadomundoeapreferida
pelosnossospúblicosdeinteresse.
IV.Rankings
Mercadomundial
APetrobrasocupaanonaposiçãonorankinginternacionalelaboradopelarevista
"PetroleumIntelligenceWeekly"PFC.
PFCEnergyRanking
2008 Ran
k
Company Name Market Cap ($US Bil.) Primary Business
Country
1 ExxonMobil 406.1 Integrated IOC US
2 PetroChina 259.7 Integrated NOC China
3 Royal Dutch Shell 161.1 Integrated IOC Netherlands
4 Chevron 150.3 Integrated IOC US
5 BP 143.6 Integrated IOC UK
6 TOTAL 128.7 Integrated IOC France
7 BHP Billiton 113.4 Diversified Minerals Australia
8 GdF Suez 108.1 Utility France
9 Petrobras 96.8 Integrated NOC Brazil
10 Eni 93.6 Integrated IOC Italy
Tabela 09 - Ranking das dez maiores empresas de energia
in http://www.pfcenergy.com/pfc50.aspx
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A PetróleoBrasileiroS/Ainiciousuasatividadescomoacervorecebidodoantigo
ConselhoNacionaldoPetróleo(CNP),quemantevesuafunçãofiscalizadorasobreo
setor:
‐camposdepetróleocomcapacidadeparaproduzir2.700barrispordia(bpd);
‐bensdaComissãodeIndustrializaçãodoXistoBetuminoso;
‐refinariadeMataripeBA(atualRELAM),processando5.000bpd;
‐refinariaemfasedemontagem,emCubatãoSP(atualRPBC);
‐vintepetroleiroscomcapacidadeparatransportar221miltoneladas;
‐reservasrecuperáveisde15milhõesdebarris;
‐consumodederivadosde137.000bpd;
‐fábricadefertilizantesemconstrução(Cubatão‐SP).
Aolongodecincodécadas,tornouselíderemdistribuiçãodederivadosnopaís,
nummercadocompetitivoforadomonopóliodaUnião,internacionalmentereconhecida
comoanonamaiorcompanhiaabertadepetróleodomundo.Detentoradeumadas
tecnologiasmaisavançadasdomundoparaaproduçãodepetróleoemáguasprofundas
eultraprofundas,porissoacompanhiafoipremiadaduasvezes,em1992e2001,pela
OffshoreTechnologyConference(OTC),omaisimportanteprêmiodosetor.
Em1997,oBrasil,pormeiodaPetrobras,ingressounoseletogrupodedezesseis
paísesqueproduzmaisdeummilhãodebarrisdeóleopordia.Nessemesmoanofoi
promulgadaaLeinº9.478,queabriuasatividadesdaindústriapetrolíferanoBrasilà
iniciativaprivada.Comalei,foramcriadosaAgênciaNacionaldoPetróleo(ANP),
encarregadaderegular,contratarefiscalizarasatividadesdosetoreoConselhoNacional
dePolíticaEnergética,umórgãoformuladordapolítica públicadeenergia.
Emsintonia comamudança docenário,aPetrobrasseguepreparadaparaalivre
competição,ampliandonovasperspectivasdenegóciosetendomaiorautonomia
empresarial.DesdeentãoaPetrobrasdobrousuaproduçãoeem2003ultrapassoua
marcadedoismilhõesdebarrisdeóleoegásnaturalpordia.

VII.Tipodedireção
A direçãodaempresaestásobcontroledaUnião,queéacionistamajoritária.
ElaéexercidaporumConselhodeAdministraçãoeporumadiretoria(eleitapelo
conselhodeadministração),conformeespecificaseuEstatutoSocial.
169
Capítulo IV
Da Administração da Sociedade
Seção I
Dos Conselheiros e Diretores
Art. 17º A Petrobras será dirigida por um Conselho de
Administração, com funções deliberativas, e uma Diretoria
Executiva.
Art. 18º O Conselho de Administração será integrado por, no
mínimo, cinco membros até nove membros eleitos pela Assembléia
Geral dos Acionistas, a qual designará dentre eles o Presidente do
Conselho, todos com prazo de gestão que não poderá ser superior a
1 (um) ano, admitida a reeleição.
Art. 20º A Diretoria Executiva será composta de um Presidente,
escolhido dentre os membros do Conselho de Administração, e até
seis Diretores, eleitos pelo Conselho de Administração, dentre
brasileiros residentes no País, com prazo de gestão que não poderá
ser superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição, podendo ser
destituídos a qualquer tempo.
§ 1º O Conselho de Administração deverá observar na escolha e
eleição dos Diretores a sua capacidade profissional, notório
conhecimento e especialização nas respectivas áreas de contato em
que esses administradores irão atuar, observado o Plano Básico de
Organização.
§ 2º Os membros da Diretoria Executiva exercerão seus cargos em
regime de tempo integral e de dedicação exclusiva ao serviço da
Petrobras, permitido, porém, o exercício concomitante em cargos
de administração de subsidiárias, controladas e coligadas da
Companhia, a critério do Conselho de Administração, conforme o
Código de Boas Práticas, na forma do inciso VII do art. 29 deste
Estatuto.
VIII.Atributospositivosdosprodutos/serviçosoferecidoseescalademercado
A Petrobrasdesfrutadoreconhecimentonacionaleinternacionaletemcomo
principaldiferencialaqualidadeeaconfiabilidadedeseusprodutos,conquistados
mediantecontínuaspesquisasevisibilidadeparticularmentenocircuitomundialde
corridasdaFórmulaUm.Aorganizaçãoatuaemdiversospaíses,comoArgentina,Bolívia,
ColômbiaeEstadosUnidos,desdeovarejodecombustíveis,quetemcomoclienteo
consumidorcomum,atéaexploraçãoeorefinodopetróleoeseusderivados.Nesses
casoselatemcomoclientesgrandescorporações,inclusivedeoutrospaíses.
170
IX.Políticacomercial
A políticacomercialédotipodireto,semousodefranquiasouterceirizações,
excetoparaaBRdistribuidora,quetrabalhacomfranqueadosparaovarejode
combustíveis.
X.Previsãodosrequisitostécnicosdacomunicaçãodemarca
Comocorporaçãodegrandeportedosetorenergético,
acomunicaçãodamarca
sedaráemtodaagamadesuportesdasmensagensvisuais:
‐papelariaempresarialeformulários;
‐peçaspublicitárias;
‐publicações;
‐identificaçãodeedifíciosepostosdeserviços(interioreseexteriores);
‐uniformesdosfuncionários;
‐veículosdafrota;
‐naviospetroleirosereservatórios;
‐plataformasdeexploração
marítima;
‐internet;
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
XI.Empresasdogrupo
PetrobrasDistribuidoraS/A‐BR
PetrobrasEnergíaParticipacionesS.A.
PetrobrasQuímicaS/A‐PETROQUISA
PetrobrasGásS/A‐GASPETRO
PetrobrasTransporteS/A‐TRANSPETRO
DownstreamParticipações
PetrobrasInternationalFinanceCompany‐PIFCo
XII.Brevehistóricodamarca
OprimeirosignoinstitucionalutilizadopelaPetrobrasécompostoporumlosango
amarelo,decontornoverde,comapalavraPetrobrás(aindacomacento)emazulinserida
noseuinterior.Aformaeascoresutilizadasprocuravamcorresponderaosanseios
171
nacionalistasdaépoca,relacionandoamarcadacompanhiaàscoreseformasda
bandeiranacional.Estaprimeiraconcepçãocomeçouaserusadaemjulhode1958.
Fig.102:A primeira marca da Petrobras, in www.petrobras.com.br, acessado em
20/01/2009
A companhia cresceu,expandiusuasatividades,criousubsidiáriasetransformou
senamaiorempresadopaís.Osignoidentificadorpassouaficarinadequadoànova
fisionomiadaempresa,cadavezmaiscomplexaediversificada.Issocausouuma
tendênciaàfragmentaçãodesuaimagem,pelaimplantaçãodesímbolosindividuaise
pelafaltadeunidadevisualentreaholdingeassubsidiárias.
Emoutubrode1972,foiaprovadaumanovamarca.Todasasempresasdo
SistemaPetrobraspassaramautilizarumanovaidentificação,alcançandoseapretendida
integraçãovisual.OmanualdeIdentidadeVisualtraziaaseguinteexplicaçãosobreseu
desenvolvimento,comparando
acomamarcaanterior:
Desvincula-se o logotipo da marca, considerada a premissa de que
o mesmo se encontrava por ela enclausurado. Busca-se um tipo de
letra representativo. A Helvética, de desenho científico e boa
qualidade ótica, é escolhida. Analisa-se o losango, desmontando-o
em seus elementos básicos. Obtém-se uma espécie de V de ângulo
variável, empregado desde a Antigüidade grega e egípcia como
símbolo de propriedade e hierarquia, agora adotado
universalmente. Atualiza-se o V aumentando-lhe a espessura.
Montam-se dois Vs, obtendo-se uma forma simples, clara e forte,
de nítidos contrastes.
Fragmento do Texto do Manual de Identidade Corporativa,
( in www.petrobras.com.br, acessado em 20/01/2009).
172
Essaversãoficouconhecidacomohexágonolosango,efoiutilizadadurantevinte
edoisanosemtanques,navios,veículos,uniformes,publicações,correspondência‐ou
seja,emtodososelementosassociadosaodiaadiadaPetrobrasedesuassubsidiárias.
Fig.103:A revisão da marca Petrobras em 1972, in www.petrobras.com.br , acessado em
20/01/2009.
EnquantoaPetrobrasutilizavaamarcalosangohexágono,aPetrobras
Distribuidoracomeçavaausar,emseusnegócios,oPetrobrascomum“BR”emdestaque
umalinhasobreoscaracteres“BR”presentesnaprópriapalavraPetrobras.Esse
logotipofoidesenvolvidonoiníciodadécadade70,pelodesignerAloísioMagalhães.
Alémdologotipo,elecrioutambémumaformadeutilizaroBRcomoumsímbolo,afim
deobterumaidentidadevisualatraenteparaospostosdeserviçoeparaosprodutos
comercializadospelaPetrobrasDistribuidora.
OsímboloBRpassouaserumarepresentaçãoquesedifundiuamplamentea
partirdocrescimentodaPetrobrasnomercadodedistribuiçãodederivadosdepetróleo.
Esseelementotornousevisívelparapúblicoconsumidor,principalmentenospostosde
serviçoinstaladosnasprincipaisviasdetodasascidadesbrasileiras.Desdeentão,o
símboloBRpassouporpequenasvariações,comotrocadecoreseposiçãodealguns
elementos.Em1982,pelasmãosdodesignerRafaelRodrigues,osímbolorecebeuum
amploredesenho,tornandoseosímboloconhecidoatéosdiasatuais.
Inicialmentearededepostosmanteveosdoissímbolos:oBRnasbandeirasdos
postoseohexágonolosangoemumaplaca,aoladodamarcaPetrobras.Maistarde,oBR
tornouseconhecidoeganhouprestígiojuntoaopúblico.Issofezcomqueohexágono
losangodeixassedeserutilizadonospostosdeserviço,passandoafazerparteda
comunicaçãoinstitucionaldoSistemaPetrobras,enquantooBRfirmavasecomosímbolo
voltadoàsatividadescomerciaisdacompanhia.Essadecisãoacabougerandoum
173
problema,queopúblicocomeçouadissociaraimagemdaPetrobrasDistribuidorada
imagemdaholding.Ofatoéqueousodesímbolosdiferentesenfraqueceoconceitode
companhiaintegradadepetróleo,objetivodaPetrobras.Comumsímbolodistinto,a
Distribuidoraerapercebidaapenascomoumasubsidiáriaenãocomoparteessencialdo
SistemaPetrobras.OspostoseaDistribuidorapassaramaserchamadosapenasdeBR,
afastandosedamarcaPetrobras,namentedosconsumidores.
A compatibilizaçãodasmarcasdaPetrobrasedaDistribuidoraocorreuem1994.O
losangohexágonofoiabandonadoeosímboloBRassumiuseulugar,sanandoessa
separação,aomesmotempoemqueatendiaaosobjetivosdoplanejamentoestratégico
daempresa,noquedizrespeitoaaspectosligadosàidentidadevisual:fortalecera
imagemdoSistemaPetrobrasepreservaracondiçãodeempresaintegrada.
XIII.OsignoatualmenteemusoeoselementosdoSistemadeIdentidadeVisual
Corporativa
Osigno atualé deautoriadeRafaelRodrigues.
Fig.104:A marca Petrobras em 1994, in www.petrobras.com.br, acessado em 20/01/2009.
Nosoutros paísesdaAméricadoSul,ologotipodospostosdeserviçoséaplicado
nacorazulenãoestáacompanhadodoBR.
Fig.105:Logotipo que identifica os postos de serviço nos outros países da América do Sul,
in www.petrobras.com.br, acessado em 20/01/2009.
174
A tipografia utilizadanosignoéamesmaquefoiempregadanamarcadobanco
Itaúatéadécadade1990,aHelvética.
Fig.106:Fonte Helvética e suas variações regular, italic, bold e bold italic, , in
http://www.fontseek.com/fonts/helvetica.htm, acesso em 20/01/2009

seaseguiroCadernodeAssinaturasPetrobras,comasespecificaçõese
instruçõesdeusodoSignoPetrobras.
175
Fig.107:O Caderno de Assinaturas Petrobras, in www.petrobras.com.br, acessado em
20/01/2009.

176
Fig.108:Os postos Petrobras nos anos 1950 e atualmente. Imagens cedidas por
Und Corporate Design.
5.2.2 Dados sobre o projeto Petrobrax
Asinformaçõesaquiapresentadasforamobtidasementrevistarealizadanodia13
dejaneirode2009comocoordenadordoProjetodeRevisãodoSistemadeIdentidade
VisualPetrobras,odesignerNorbertoChamma(Lelé).EleéotitulardoescritórioUnd
CorporateDesign.
AsimagensedemaisdadossobreoprojetoPetrobraxforamcedidaspelos
autores,excetoindicaçãoemcontrário.
177
Fig.109:Norberto Chamma (Lelé), em seu escritório. Foto de Ricardo Moreira, realizada
em 13/01/2009
I.Autoriaedatadeimplantação
OsignoidentificadorPetrobrax,comavariaçãoPetrobras,foiregistradojuntoao
INPInoanode2000(videfig.49,p.89).OprojetofoielaboradopelaequipedaUnd
Corporatedesign,sobacoordenaçãodoarquitetoedesignerNorbertoChamma.Os
primeiroscontatoscomaempresaaconteceramemjaneirode2000,eaaprovaçãofinal
ocorreuem19dedezembrodomesmoano.Adivulgaçãodamarcafoifeitanodia26de
dezembro,prematuramente,segundoChamma.
II.Motivosparaoredesenho
Umdosmotivosfoiainternacionalizaçãodacompanhia,comaindependênciada
imagemdaempresadaimagemdoBrasil,objetivandodesvincularasaçõesempresariais
daorganizaçãodasrelaçõesdiplomáticasbrasileriascomosoutrospaíses.
Outromotivofoiaintegraçãovisualdetodasasempresasquecompõemogrupo.
AmarcaBRfoiinicialmentedesenvolvidapelodesignerAloísioMagalhãesparaa
distribuidoraenãocontemplavaasdemaiscomponentesdaholding,que,entreoutras
178
coisas,trabalhamefetivamentecomaexploraçãodepetróleoeutilizavamsignos
identificadoresdiferentes.
SeguemtrechosdoartigodeRicardoVieira,“AsmarcasPetrobraseocaso
Petrobrax”,redigidoemjunhode2008enãopublicado.Oartigo,naíntegra,éoanexo02
destadissertação.RicardoVieiraéprofissionaldecomunicaçãoemarketingdaPetrobrás
trintaanos.FoiresponsávelpelaprimeiramodernizaçãodamarcaPetrobras
(substituiçãodoantigolosangopretopeloBRverdeamarelo),em1994,quandofoi
GerentedePropagandadaPetrobras.ÀépocadoprojetoPetrobraxeleeraoGerente
ExecutivodeComunicaçãodaempresa,ondetrabalhaatéosdiasdehoje.
Em seus primeiros quarenta anos de existência, até o final dos
anos 1990, a Petrobras, nascida a partir do agrupamento de várias
atividades que já eram desenvolvidas em várias autarquias do
governo, permaneceu sendo administrada como se os seus vários
departamentos e subsidiárias fossem entidades à parte. A Fronape,
por exemplo, jamais se conformou em ser chamada de Petrobras; a
Petrobrás Distribuidora sempre se considerou uma empresa
autônoma (em ambas seus empregados chamavam a Petrobras de
“Petróleo”); os departamentos (DECOM, DEPIN etc. tinham uma
identidade própria muito mais forte que a identidade corporativa).
Essa percepção era corroborada por seus dirigentes/gerentes que,
por motivos políticos ou por deficiência técnica (sim, a “excelência
gerencial” da Petrobras é um mito) raríssimas vezes faziam a
gestão dessas unidades de negócio com uma visão corporativa.
Do ponto de vista do público externo, a percepção era ainda
mais difusa: as pessoas tampouco reconheciam a empresa como
uma organização integrada e as suas marcas não eram
reconhecidas.
Esses problemas começaram a ficar mais agudos no começo
dos anos 1990, quando, em decorrência dos debates no Congresso
que desaguaram na quebra do monopólio, havia uma forte
campanha pela privatização da Petrobras.
...
Foram encomendadas, então, outras pesquisas, no Brasil,
América do Sul, Estados Unidos e Europa, para avaliar a percepção
179
junto ao grande público da marca Petrobras e Lubrax. As principais
constatações foram as seguintes:
- Na América do Sul, principalmente na Bolívia e na Venezuela, o
BR verde amarelo e o sufixo “Brás” eram vistos como uma
bandeira imperialista e a Petrobras como um instrumento do
capitalismo brasileiro.
- Petrobras era associada especificamente à indústria do petróleo e
não à energia.
- Nos EUA e Europa a empresa era totalmente desconhecida. Nos
EUA, o BR era confundido com BP.
- O sufixo “Brás” era identificado com o que há de mais atrasado:
empresa estatal, ineficiência, desperdício de recursos e baixa
produtividade.
- A marca Lubrax não apresentou qualquer rejeição e tinha a
correta associação à indústria do petróleo.
...
POR QUE PETROBRAX
Foi um trabalho de nove meses de gestação que levou em
conta todos os aspectos acima relatados e a “profissionalização” da
Petrobras, que precisava deixar de ser vista, tanto no Brasil quanto
no exterior, como empresa estatal e passar a ter uma gestão
preponderantemente empresarial.
À época, assim como permanece ocorrendo até hoje, a
empresa tinha marcas diferentes nos vários países em que atua. Na
Argentina, por exemplo, as testeiras dos postos de serviço não
ostentavam o BR e tendo apenas a palavra Petrobras escrita por
extenso em fundo azul; na Bolívia, o fundo era verde amarelo, mas
sem BR. Isso sem falar nas marcas que foram compradas e até hoje
não foram mudadas por falta de definição (por exemplo, EG3 e
Perez Companc, na Argentina).
...
A logomarca PetroBrax, que, de certa forma, representava
uma evolução e não uma revolução, pois ainda não resolvia todos
os problemas conceituais (que seriam resolvidos mais tarde), visava
consolidar a imagem corporativa no Brasil e no exterior. Os
principais objetivos eram:
180
- Internacionalizar a empresa, partindo das premissas do
Planejamento Estratégico 2000-2010;
- Introduzir cultura de mercado, portanto de marca, em uma
empresa estatal antes monopolista ajudando a torná-la competitiva
em toda cadeia de valor;
- Integrar e fortalecer a empresa e suas subsidiárias, redefinindo
principalmente sua relação com Petrobras Distribuidora, que
passaria a se integrar à corporação como um todo – inclusive
perceptualmente;
- Mudar a imagem da companhia, modernizando-a, em termos
tecnológicos e de gestão, e fazendo com que a empresa deixasse de
ser uma força regional e passasse a ser percebida como uma
empresa internacional integrada.
- “Desideologizar” a Petrobras fazendo com que fosse percebida,
cada vez mais, como uma empresa profissional, competente,
moderna e voltada para o business.
Em termos de gestão, a mudança da logomarca oferecia
também outras vantagens técnicas:
- Leitura e fonética mais homogêneas em vários idiomas.
- Maior vínculo com Lubrax, uma marca reconhecidamente neutra.
- Redefinição da hierarquia empresarial, reforçando o nome
corporativo e abandonando a cultura de siglas.
- Instituição de poder legal normativo e consultivo para a gestão
das marcas da empresa.
- Posicionamento renovado da marca Petrobrax e Lubrax (no
Brasil). Fortalecimento da - percepção da marca Petrobrax
(distribuição) no estado de São Paulo.
- Redesign das marcas internacionais recém adquiridas, à época,
pela empresa, como EG3 e Perez Companq (Argentina) e YPFB
(Bolívia).
- Padronização dos Postos de Serviço.
(VIEIRA, 2008)
Artigo fornecido pelo autor, completo no anexo 02 desta
dissertação.
181
III.OnovosignoidentificadoreProjetoPetrobrax
A novamarcaPetrobraxteveseudesenvolvimentobaseadonoconceitode
energiaevida,comreferênciasaumachama,deenergialimpaetambémaumafolha,
expressãodapreocupaçãodaempresacomosaspectosecológicoseambientais.
Fig.110:Ícone Energia Petrobras, imagem cedida por Und Corporate Design.
Fig.111:SímbolocomoslogotipospropostospelaUnd,comossufixosBraxe Bras.
Imagemcedida por Und Corporate Design.
182
É interessante observar que, exatamente nessa mesma época, seis
meses antes da mudança da marca da Petrobras, a BP – British
Petroleum, provavelmente após realizar pesquisa semelhante e ao
fazer essas mesmas constatações, mudou sua marca e seu nome.
Passou a ser BP – Beyond Petroleum (despindo-se do “British”,
que lhe dava uma carga nacionalista/estatal e assumindo um nome
com sentido mais amplo) com seu logotipo representando um sol
estilizado em verde e amarelo. Ou seja, a BP fez exatamente o que
a Petrobras teve a intenção de fazer ao mudar sua marca para
PetroBrax: ser vista como empresa de energia, desvincular-se de
uma visão ufano-nacionalista e modernizar sua marca. ... O
desenvolvimento da PetroBrax, associada a um logotipo que
remetia a energia limpa e introduzia o azul e o branco, aliviando a
percepção “nacionalista” da marca, tornando-a mais neutra.
(VIEIRA, 2008)
Artigo completo no anexo 02 desta dissertação.
A fonteFrutiger,utilizadanologotipo,édeautoriadeAdrianFrutiger.Éproduzida
pelaLinotypeLibrary,nasversõesLight,Regular,Medium,Bold,HeavyeBlack,com
itálicasecondensadas(ROCHA,2004:112).
A fonte foi solicitada em 1968 para a sinalização do aeroporto
Internacional Charles de Gaulle, em Roissy, na França, que
precisava de uma novo e moderno sistema de sinalização. Ao invés
de utilizar uma tipografia previamente desenvolvida, como a
Univers, ele preferiu criar uma nova fonte. Originalmente chamada
Roissy, foi concluída em 1975 e aplicada ao local no mesmo ano.
in http://pt.wikipedia.org/wiki/Frutiger, acessado em 06/02/2009
183
Fig.112:Fonte Frutiger e suas variações, in http://tipografos.net/tipos/frutiger.html , acesso
em 20/01/2009

AsimagensapresentadasaseguirconstituempartedoProjetoPetrobraxeforam
selecionadasdentreomaterialfornecidopelaUndCorporateDesign.
184
Fig.113:Apresentação Petrobrax 01
185
Fig.114:Apresentação Petrobrax 02
186
Fig.115:Apresentação Petrobrax 03
187
Fig.116:Apresentação Petrobrax 04
188
Fig.117:Apresentação Petrobrax 05
189
Fig.118:Apresentação Petrobrax 06
190
Fig.119:Apresentação Petrobrax 07
191
Fig.120:Apresentação Petrobrax 08
192
Fig.121:Apresentação Petrobrax 09
193
Fig.122:Apresentação Petrobrax 10
194
5.2.3 Análise do Signo de Comando Petrobraxsegundo os
catorze parâmetros de Chaves/Bellucccia
A propostagráficadesenvolvidapelaUndCorporateDesignenfrentouumgrande
desafio:oderepresentargraficamenteumainstituiçãobrasileiradeeconomiamista,
compostaporsubsidiáriasvisualmentedistintasecomrivalidadesinternas.Outraquestão
foiavinculaçãodasaçõesdaempresaàsaçõesdiplomáticasbrasileiras,dadaasua
imagemserfortementevinculadaàimagemdoBrasil.
Onomedaorganizaçãoéumcondicionantedegrandeimportância.Aexistência
devantagensouobstáculosàconfiguraçãodossignos(logotipos,siglas,etc.),nãopor
suascaracterísticasformais(tamanho,ortografia,etc.),comoporsuascapacidades
identificadoras:ograudesingularidadeecapacidadedistintivadonome.Particularmente
nesseprojetohaviaoutrocondicionante:todososbrasileirossentemseumpoucodonos
daPetrobrasetambémsentemorgulhodaempresasermuitobemsucedida,nãono
país,mastambémnoexterior.OcorreainternacionalizaçãodeumaimagemdoBrasilnão
vinculadaaosambaouaofutebol,masassociadaavalorescomoeficiênciaecompetência
empresarial.Mudaronomedainstituiçãofoiumaquestãodelicada.
Trêsalternativasforamdesenvolvidascomoresultadodesseprojeto.Tudoindica
queaescolhadadireçãodaempresanãofoiacertada.
"Somos uma empresa moreninha", diz Reichstul
DA REPORTAGEM LOCAL
Leia a seguir trechos da entrevista que o presidente da Petrobras
Henri Philippe Reichstul concedeu à Folha:
Folha - De quem foi a idéia de mudar o nome da Petrobras?
Henri Philippe Reichstul- A Und apresentou três propostas. A
primeira, conservadora, mantinha o nome no Brasil e no exterior. A
segunda era manter o nome Petrobras aqui e usar PetroBrax lá fora.
A mais ousada era PetroBrax aqui e fora. Escolhemos essa.
Folha - Mas foi idéia de quem?
Reichstul- Ninguém pensou em mudar o nome. A idéia era mudar
o logo para adequar a marca ao planejamento estratégico, ao que
queremos ser em 2005. Uma empresa de energia e não mais de
petróleo. Por isso, o ideal seria tirar o "petro".
Tudo começou com o BR verde e amarelo, Brasil verde e amarelo.
Será que a Petrobras vai virar internacional assim? A British
Petroleum acabou de mudar seu nome para Beyond Petrol. Tirou o
British por problemas no exterior.
195
Folha- A decisão foi discutida na diretoria da empresa?
Reichstul- No mês passado, houve uma reunião. O pessoal da casa,
mais conservador, queria manter o nome da empresa. Os de fora
achavam que valia mudar. Eu fiquei no meio.
Folha - E agora, vai ser Petrobras ou PetroBrax?
Reichstul- As razões que nos levaram a querer mudar continuam.
No exterior, queremos que seja PetroBrax. Vou brigar para usar
esse nome lá fora. Erramos ao achar que o nome Petrobrax seria do
gosto do consumidor brasileiro. Mesmo pessoas que abastecem o
carro na Shell não gostaram. "Como fazem uma coisa dessas e não
me avisam?" A Petrobras é de todos, tem história. Somos uma
empresa moreninha. Queremos ser universal, do brasileiro que dá
certo, do brasileiro com excelência, sem vergonha de ser brasileiro.
Folha- O senhor vai insistir na mudança lá fora, então?
Reichstul- Estou esperando um pouco, tirei uns dias. Percebi que é
uma questão política, não é uma decisão apenas empresarial.
Folha- E ela foi tomada assim?
Reichstul- Foi, justificada empresarialmente. A questão é política.
Então, tenho de fazer política para preservar a empresa. E acho
bom, porque a Petrobras não pertence só aos acionistas. A União
tem 35% da companhia e esses representam a sociedade brasileira.
Folha- Como vai ficar, então?
Reichstul- O PetroBrax no Brasil está enterrado. Foi um erro de
avaliação da marca. Erro que vejo hoje que pode ser transformado
numa força enorme. As pessoas sentem afeição pela marca
Petrobras no mercado brasileiro. Na mão de bons publicitários, esse
sentimento se transforma em poder de mercado. Não conhecíamos
bem isso. Temos uma marca Petrobras que é muito mais forte do
que a gente imaginava. As pesquisas não captaram isso.
Folha- Para alguns, PetroBrax era sinal de privatização...
Reichstul- O caminho da privatização é enfraquecer uma
companhia e deixar ela ser comida pelas beiradas. É não reagir a
essa concorrência que está se instalando aqui e a nível
internacional, que hoje vale US$ 30 bilhões em Bolsa.
(FELIPE PATURY e DAVID FRIEDLANDER)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1101200103.htm
em 15.12.08
FHC quer evitar protesto nacionalista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de o presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, ter
anunciado que a estatal passará a se chamar PetroBrax somente no
exterior, a alteração não deve acontecer.
Pelo menos no curto prazo, segundo um auxiliar do presidente
196
Fernando Henrique Cardoso, não há condição política para que a
troca do nome aconteça, ainda que seja apenas fora do Brasil.
No Palácio do Planalto, avalia-se como positiva comercialmente a
mudança do nome no mercado internacional, mas também teme-se
que uma nova batalha nacionalista possa recomeçar se Reichstul
insistir na substituição. No final do ano passado, quando a direção
da Petrobras anunciou que pretendia adotar o nome PetroBrax no
exterior e no Brasil, houve reação negativa de políticos do governo
e da oposição, de setores da opinião pública (pesquisas) e de
colunistas da mídia impressa e eletrônica. A reação levou FHC a
cancelar a troca de nome, apesar de ele próprio ter dado sinal verde
a Reichstul para tocar adiante o projeto.
Os principais argumentos para a troca eram: 1) o nome Petrobras
estava por demais associado ao Brasil e 2) o "x" de "Brax" seria
mais bem acolhido comercialmente no exterior, por simbolizar
supostamente mais modernidade e tecnologia. Alegou-se ainda que
o "Brax" seria mais facilmente pronunciável em inglês.
Em reunião no Planalto, o presidente chegou a aprovar a alteração,
mas sugeriu à direção da Petrobras que buscasse apoio político
antes de torná-la pública.
Mas Reichstul não procurou sustentação política e fez o anúncio
sem avisar FHC, logo depois do Natal. A medida repercutiu mal no
Congresso, provocando reações nacionalistas. O presidente
desautorizou Reichstul e suspendeu a operação em definitivo.
No Palácio do Planalto, descarta-se a saída de Reichstul do cargo
por causa do imbróglio PetroBrax. Avalia-se que o desgaste já
aconteceu e que não faria sentido tirá-lo agora. FHC aprova a
gestão do presidente da Petrobras, com quem teria bom
relacionamento pessoal, segundo um ministro.
Nos bastidores, atribui-se à inexperiência política de Reichstul, um
empresário de sucesso, a insistência na marca Petrobrax. O
presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
distribui hoje requerimentos apresentados por parlamentares. Entre
eles, está um convite para que Reichstul explique os motivos da
fracassada operação de mudança de nome da Petrobras.
In http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1601200115.htm
acessado em 15.12.08
VêemseabaixoasmarcasdosconcorrentesdaPetrobrasnoBrasilenoexterior,e
quecompõemoparadigmaestilísticoreferenteàlinguagemgráficadasempresas
atuantesnessaárea.
197
Fig.123:Petrobras e seus concorrentes no Brasil, baseado no ranking nacional da
distribuição de combustíveis, fig. 87, p.148 desta dissertação.
198
Fig.124:Petrobras e seus concorrentes no exterior, baseado no ranking das dez maiores
empresas de energia, tabela 05, p. 130 desta dissertação.
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200
A adoçãodosnovoselementosestabeleceuumarelaçãomaisharmoniosaentre
seusidentificadoresprimários:osímboloeologotipo.Oânguloformadopeloitálicodo
antigologotipoeosignoalfabéticofoisuprimido,eousodatipografiaemcaixaaltae
baixaconferiumelhorlegibilidadeeacomplementaçãodoCódigoCromáticoanterior
peloazultrouxemaiordinamismocromáticoàsoluçãográfica.Estacor,apesarde
tambémfazerpartedascoresdabandeirabrasileira,deixamaisdistanteessaassociação,
consagradapelousodoverdeedoamarelo.Estacombinaçãocromáticaétambém
utilizadapelaBP,BritishPetroleum,atualBeyondPetroleum.SegundoChamma
(informaçãooral,obtidaementrevistade13/01/2009),BPePetrobrassãoconfundidas
nomercadonorteamericano.
Fig.127:O ícone PetroBrax e o da BP . Arquivo fornecido pela Und Corporate Design.
Concluisedestaformaqueosignoidentificadorproposto,comtodasassuas
variaçõesresultaemmelhorespossibilidadesdeexpressãovisualàorganizaçãoenão
configuraelementosgráficosarbitráriosoualheiosaorepertóriográficovisualdestaárea
deatuação,trazendo,inclusive,elementossignificativosparadiferenciaçãoaoser
comparadocom
seusconcorrentes.
II.AJUSTETIPOLÓGICOeV.SUFICIÊNCIA
A combinaçãosímbolomaislogotipoéadotadaatualmenteporsetedasdez
maioresdistribuidorasdecombustíveisnoBrasil(fig.123)epornoveentredezdas
maioresempresasmundiaisdeenergia(fig.124).EssafoitambémaescolhadaUndpara
esseprojeto.EssacombinaçãoéhabitualmentemaisversátilnocampodaIdentificação
201
institucional,e,depoisdesocializadoseusímbolo,elepassaaserumimportante
elementodereconhecimentodaorganização.
UmaorganizaçãodoportedaPetrobrastemnecessidadesidentificadorasmuito
abrangentesevariadas,comoporexemplo:
‐papelariaempresarialeformulários;
‐peçaspublicitárias;
‐publicações;
‐identificaçãodeedifícios(interioreseexteriores)epostosdeserviços;
‐uniformesdosfuncionários;
‐veículosdafrota;
‐naviospetroleirosereservatórios;
‐plataformasdeexploraçãomarítima;
‐internet;
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
A existênciadologotiponossistemasdeidentificaçãoinstitucionalnãoéopcional,
poiséaformamaiseficientedecomunicaronomedainstituição.Nessaáreadeatividade
opostodeserviçoséumimportantepontodecontatodadistribuidoracomocliente.Ele
selocalizahabitualmentenumconturbadoambienteurbanoouàsmargensdeuma
rodoviaeéimprescindíveldispordeumsímbolocomoelementoidentificadorvisualde
rápidoreconhecimento.Nestescasosousodacombinaçãosímboloelogotipomostraser
amaisadequada,semexcessosoucarênciasnacomunicaçãovisual.Outrasnecessidades,
comoaidentificaçãodeumnaviopetroleirovistoaolongeoudeumaplataforma
petrolíferanasmesmascondiçõesconfirmamessaopção.
Éjustoafirmar,levandoseemcontaoajustetipológicoeasuficiência,queos
agentescomponentesdoSistemadeIdentidadeVisualpropostocumpririam
satisfatoriamenteasnecessidadesidentificadorasdainstituição.Vêemse,nailustraçãoa
seguir,exemplosdeestudosdasaplicaçõesemqueamarcaPetrobraxteria,se
implantada.
202
Fig.128:Mosaico com exemplos de aplicações da marca Petrobrax. Material fornecido
pelos autores.

203
III.CORREÇÃOESTILÍSTICA
Segue severificaçãobaseadanasmarcasdecadaumdosdezprincipais
concorrentesdaPetrobras,noBrasilenoexterior,considerandoseasorganizaçõescujos
signosidentificadoressãovisualizadosnasfiguras123e124.
APetrobraseseusconcorrentesnoBrasil
empresa logotipo itálico símbolo quantidade de cores
Petrobras tipografia standard sim alfabético duas
Petrobrax tipografia standard não icônico três
Ipiranga tipografia standard sim alfabético duas
Shell tipografia standard não icônico duas
Texaco tipografia standard não alfabético duas
Esso tipografia exclusiva com acessório
gráfico estável
não Não usa duas
Ale tipografia standard sim alfabético duas
Petróleo Sabbá SA tipografia standard não não usa uma
Repsol YPF tipografia standard retocada sim abstrato quatro
Selênia tipografia standard retocada sim não usa três
Castrol tipografia standard sim abstrato duas
Tabela 10- Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes da Petrobras no Brasil
APetrobraseseusconcorrentesnoexterior
Empresa logotipo itálico símbolo quantidade de cores
Petrobras tipografia standard sim alfabético duas
Petrobrax tipografia standard não icônico três
Exxon Mobil tipografia standard retocada não não usa duas
Petrochina tipografia standard sim icônico três
Shell tipografia standard não icônico duas
Chevron tipografia standard não abstrato duas
BP tipografia standard não abstrato duas
Total tipografia exclusiva não abstrato três
bhpbilliton tipografia standard não abstrato três
Gaz de France
Suez
tipografia exclusiva não icônico três
Eni tipografia standard retocada não icônico três
Tabela 11- Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes da Petrobras no
exterior
Depreendese,pelastabelasacimaepelossignosidentificadoresdasinstituições,
queamaioriadelasutilizatipografiasstandard‐algumasretocadas‐eousodoitálico
predominanasorganizaçõesbrasileiras,ocorrendoemseisdasdezmarcasefeito
tipográficocaracterísticoparaempresasdeenergianoBrasil.Deumtotaldedezoito
entidades,quatronãoutilizamsímbolosedestas,umafazusodeacessóriográficoestável
aEsso.Ousodeduascoreséaescolhapredominante.
204
OestilográficoutilizadonosímboloicônicoPetrobraxéasíntesebidimensionalde
elementosgráficos,equedispensamousodedégradése/ououtrosrecursosque
pretendamsimulartridimensionalidade.Estascaracterísticassãopercebidasemcincodos
concorrentesqueatuamnoBrasileemtrêsdosconcorrentesatuantesnoexterior.Desta
forma,confirmasequeosidentificadorespropostosparaainstituiçãoestãoinseridosno
paradigmaestilísticodestaáreaempresarial.
IV.COMPATIBILIDADESEMÂNTICA
OconceitoqueorientouodesenvolvimentodoíconePetrobraxérepresentativo
dafrase“EnergiaeVida”,propriedadelegaldaPetrobras,equesegundoChamma
(informaçãooral,ementrevistade13/01/2009),sintetizacomperfeiçãoonovoconceito
demeioambienteparaaIdentidadeCorporativa.
Fig.129:Oconceitoformaldoprojeto. Arquivo fornecido pela Und Corporate Design.
A preocupaçãocomasustentabilidade atualmenteébastanteexpressiva,assim
comoamigraçãodasempresaspetrolíferasparaaexploraçãodeoutrasformasde
energia.senamarcaPetrobraxumexemplode“semantismo”:ousodachamapara
umaempresadessesetordeatuação.Talanalogianãoéabsolutamentenegativaenão
estabelececonflitoscomaimagemdainstituiçãonemtampoucocomasatividades
desenvolvidas.
205
ObservamsenoexemplodaBP,açõesquerefletempreocupaçõessemelhantes.
AoalterarseunomeparaBeyondPetroleum,incorporouamensagemdadiversificação
energéticaedesvinculouse,emsuarepresentaçãográfica,daimagemdoReinoUnido.
Fig.130:AlteraçõesnamarcaBP. Arquivo fornecido pela Und Corporate Design.
NocasoPetrobrax,ainformaçãodaexploraçãodeoutrasformasdeenergiaestava
contidanosímbolo,eosegundodesafio,defazercomqueaorganizaçãodeixassedeser
uma“marcabandeira”seriaresolvidanaalteraçãodonomeparaPetrobrax.Aquiocorre
umproblemasemântico:Petrobras=PetróleoBrasileiro.Nãoeraesperadaumareação
tãonegativaeexplosivadaopiniãopública,queseagravoudevidoaboatossobreuma
possívelprivatizaçãodaempresa.Seaopçãoescolhidaparaonovoidentificadorfosse
manteronomePetrobrasnoBrasilePetrobraxnoexterior,odesfechopoderiatersido
outro.Aquestão
nãoéoquePetrobraxsignifica,masoquedeixadesignificar.
V.SUFICIÊNCIA:abordadojuntamentecomoparâmetroII.AJUSTETIPOLÓGICO
206
VI.VERSATILIDADE
EsteéumparâmetroimportanteaserverificadoemSistemasdeIdentidadeVisual
Corporativaeédefinidopelacapacidadequetêmoselementosdosistemaem
adequaremseaosváriosdiscursosfeitospelainstituição.Apesardesseprojetonãoter
sidoimplantado,épossívelperceberqueemalgunsconceitoseaplicaçõesdamarcaa
versatilidadefoiconsiderada.
Fig.131:Aaplicaçãodanovamarcaeseusdiscursos. Arquivo fornecido pela Und
Corporate Design.
Na figura131épossívelvisualizarpeçadirecionadaaocircuitodeFórmulaUm,
comoestudodecomoseriaonovocarrodaequipe,capasdepublicaçõesinstitucionaise
ouniformedeumfuncionário.Podesepercebertambémcomoficariamasimagensdas
subsidiáriasedasdistribuidorasdecombustíveis,lubrificantesequeroseneaeronáutico.
Peçasrepresentativasdeoutrosdiscursospodemservistasnomosaicodafigura128.
207
Osdiscursosnosexemploscitadossãodirigidosapúblicosdistintos,masainda
assimamarcafazaassinaturadecadaumdelesdemaneirasatisfatóriaecoerentecoma
imageminstitucional.

VII.VIGÊNCIA
A instituiçãoatualmenteenfrentaosmesmosproblemastécnicose
administrativosquedemandaramacontrataçãodesse
projeto,epossivelmenteelesestão
agravados.
Oidentificadoremusotemproblemastécnicosrelativosàlegibilidadeeà
adequaçãodosímboloaoitálicodologotipo.Apesardenãoestartotalmentedefasado,o
identificadorPetrobrasBRmereceumreestudo,quepermitasolucionaraomenosparte
destesproblemas.Devesesalientarque
estamarcanãoestáregistradajuntoaoINPI,e
estáemvigordesde1994.AadoçãodamarcaPetrobraxresultariaemumasolução
gráficamaiscontemporânea.
VIII.REPRODUTIBILIDADEeIX.LEGIBILIDADE
Ossubstratosmateriaisexistentesparaaaplicaçãodamarcaedemaiselementos
doSistemadeIdentidadeVisualPetrobraxsãobastantediversificados.Alémdas
aplicaçõesempapel,queincluemapapelariainstitucional,osfolhetospromocionais,os
anúncioseospatrocínios,temostambémasaplicaçõestridimensionais.Essasaplicações
envolvemaidentificaçãodospostosdeserviços,dosveículosdafrota,inclusiveos
caminhõestanqueetambémaformacomoamarcaaparecerianoscarrosqueutilizamo
combustíveldaPetrobrasnocircuitodeFórmulaUm.
OssignosPetrobraxtêmvantagenstécnicassignificativasemrelaçãoaosque
estãoatualmenteemuso.AfontetipográficaFrutigerfoiconcebidaparaserlidaa
longasdistâncias.Alémdisso,ousodacaixaaltaebaixaassimcomoaeliminaçãodo
itálicocolaboraparamelhoraraindamaisalegibilidade.
Osganhosemlegibilidadeficamevidentesnafigura132,ondeseuma
comparaçãodossignosatuaiscomospropostos.Ousodasmaiúsculaseminúsculas
possibilitouaumentarocorpodaletra,earelaçãogeométricacomoelementosimbólico
émaisharmônica.Osímbolotraztambémobenefíciodoreconhecimentomaisrápidoem
ambientesdegrandedisputavisualcomoosambientesurbanosouemambientesem
208
queotempodisponívelparavisualizaçãodoidentificadoréreduzido,comoporexemplo,
nasrodovias.
Fig.132:Os signos propostos em comparação com os existentes, arquivo fornecido pelas
Und Corporate Design.
Oselementosidentificadoresprimáriostiveramseuusoprevistotantosobre
fundosclaroscomoescuros,oquefacilitaaindamaissualegibilidade.
Fig.133:Exemplos de aplicação da marca Petrobrax em fundo claro, escuro e colorido, em
arquivo fornecido pela Und Corporate Design.
X.INTELIGIBILIDADE
A estratégiadeidentificaçãoinstitucionalpodeoscilarentresímbolos
semanticamentefechadosouabertos,estesúltimossujeitosaalgumgraude
ambigüidade.
Ainteligibilidadeéaplicadatantoaoselementossimbólicoscomo
tipográficos,edeveserconsideradadesdequesuperadasasquestõesde
reprodutibilidadeelegibilidade.
209
NocasodosignoPetrobrax,oelementotipográficotevemelhoriasnosdois
parâmetroscitados,maspoderiasuscitardúvidasquantoaosignificadooriginal:
PetróleoBrasileiroS.A..“SeráqueaPetrobrasfoiprivatizada?”Daíaprecauçãodeseus
autores,emmanteremumadasversõesanomenclaturaoriginalnoBrasil,reservandoo
Petrobraxparaomercadoexterior.Aindaassim,aadoçãodonomePetrobraxno
mercadointernacionalpoderiatrazerdúvidasaoobservador.Comoadecisãodadireção
daempresafoiadotarPetrobrax,tantonacionalcomointernacionalmente,ocorreutal
aversãoaoprojetocomoumtodo.
Osímboloadotadotemumaambigüidadeprojetada:éintencionalquesejavista
oraumachama,oraumafolha,esuasanalogiasaenergiaouapreocupaçãocoma
ecologiasãobemvindas.

XI.PREGNÂNCIA
Oconjuntoi dentificadorPetrobrax,emrelaçãoaoselementosemuso,temum
maiorgraudepregnância.
Osbenefíciosadvindosdatipografiautilizada(Frutiger)provêmdesuamelhor
legibilidade,demandapresenteemsuaorigem.Asmaioresvantagens,entretanto,são
provenientesdaadoçãodoelementosimbólico.Porserportadordeumabaixa
ambigüidadesemântica(intencional)edeumasíntesegráficaelimpeza formalímpar,
permiteumaleituravisualmuitorápidaefácil
porpartedoobservador,garantindoassim,
seureconhecimento.
XII.VOCATIVIDADE
OsidentificadoresprimáriosPetrobraxtêmumaltograudevocatividade.Essa
eficiênciaédevidaafatorescromáticoseformais.
Osbenefíciosformaisprovêmdeseusímbolo,detentordeumalimpezagráfico
formalnotável.Éumsignoformalmentefechado,
diferentedoBRanterior,queoolhar
teimaemdividiremdoiselementos.Nonovoícone,oencontrodoazulcomoverde
ocorrenoperímetrodoquadriláteroeosolhossefixamali,comoquequerendochecarse
oencaixeéperfeito.Arelaçãogeométricadosímbolocomologotipoocorredemaneira
210
natural,eelesmantêmentresiumdiálogoequilibrado.Aambigüidadesemântica
propositaldeixaumadúvida:éumafolhaouéumachama?Esseéapenasmaisumfator
queconvidaoobservadoraconcentraralioseuolharpormaisalgunsmomentos.
Osbenefícioscromáticossãoprovenientesdoacréscimodoazul.Análogoao
verde,complementaraoamareloerepetidonologotipo,trouxedinamismoàcombinação
bastantedifundidadoverdeeamarelo.

XIII.SINGULARIDADE
Aoseconsiderarosidentificadoresprimáriosemuso,oBReacombinaçãode
coresverdeeamarelo,percebeseumproblemadesingularidadeemrelaçãoaoBP,
antigaBritishPetroleum.Esteconcorrenteutilizaamesmacombinaçãocromáticae,
segundoChamma(informaçãooral,ementrevistadodia13/01/2009),asduas
instituiçõessãoconfundidasnomercadonorteamericano.Osidentificadorespropostos,
pelainclusãodoazulemseucódigocromático,resolveriamessaquestão.
Nãosãoverificadosoutrosproblemasnesteparâmetro,levandoseem
consideraçãoosconcorrentesnoBrasilounoexterior.Acombinaçãodecoresverde,
amareloeazulnãoéutilizadapornenhumadasoutrasorganizações,quesão
identificadasporelementosicônicosetipográficosbemdistintos.
XIV.DECLINABILIDADE
A estruturaçãodefamíliasdemarcastambémocorrenoatualSistemade
IdentidadeVisualPetrobras.Asoluçãoadotadaéacrescentaronomedasubsidiáriana
mesmatipografiautilizadapeloidentificadorPetrobrasaplicadaaonomedaempresa.
Talsoluçãotrazumproblemahierárquicoàinstituição,ondePetrobraséapenas
maisumasigla.
211
Fig.134:Petrobras e suas subsidiárias – situação atual, arquivo fornecido pelas Und
Corporate Design.
A soluçãográficapropostaeliminaassiglas.Aintençãoéreforçaramarca
Petrobrax,trazendoumacoesãovisualedenomenclaturasàorganização.
Fig.135:Petrobras e suas subsidiárias – situação proposta, arquivo fornecido pelas Und
Corporate Design.
NocasodesseSistemadeIdentidadeVisual,adeclinabilidadeéumademanda
concreta.Aabordagemadotadapelossignosatualmenteemusocolaboraparao
enfraquecimentodaimagemdaempresa.
212
5.3 Vale
5.3.1 Levantamento sobre a empresa
Informaçõesobtidasnositewww.vale.com.br,noEstatutoSocialenaPolíticade
GovernançaCorporativa(disponíveisnositewww.vale.com.br),excetoindicaçãoem
contrário.Apesardamudançadonome,ValedoRioDocecontinuasendoarazãosocial
daorganização.
I.Nome,sedeecaráterdesuapropriedade
Descritosemseuestatutosocial:
Art. 1º - A COMPANHIA VALE DO RIO DOCE, abreviadamente
CVRD, é uma sociedade anônima regida pelo presente Estatuto e
pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis.
Art. 3º - A sociedade tem sede e foro na cidade do Rio de Janeiro,
Estado do Rio de Janeiro, podendo, para melhor desempenho de
suas atividades, criar sucursais, filiais, depósitos, agências,
armazéns, escritórios de representação ou qualquer outro tipo de
estabelecimento no País e no exterior.
Art. 4º - O prazo de duração da sociedade é indeterminado.
II.Setoremqueseinscreveeatividadeconcreta
A CompanhiaValedoRioDoce(Vale)éasegundamaiormineradoradiversificada
domundoeamaiorempresaprivadadaAmérica
Latina,comcapitalizaçãodemercado
deaproximadamenteUS$60bilhões.Éamaiorprodutoradomundodeminériodeferro
epelotas,matériaprimaessencialparaaindústriasiderúrgica,umadasmaiores
produtorasdeníquel,comaplicaçõesnaindústriadeaçoinoxidável,baterias,ligas
especiais,químicos,entreoutras.AVale
tambémproduzcobre,manganês,bauxita,
alumina,alumínio,carvão,cobalto,platina,paládio,entreoutrasmatériasprimas
importantesparaosetorindustrialglobal.Seguedescriçãodasatividadesconcretas,
segundooestatutosocialdaempresa.
Art. 2º - A sociedade tem por objeto:
I. realizar o aproveitamento de jazidas minerais no território
nacional e no exterior, através da pesquisa, exploração, extração,
beneficiamento, industrialização, transporte, embarque e
comércio de bens minerais;
II. construir ferrovias, operar e explorar o tráfego ferroviário
próprio ou de terceiros;
213
III. construir e operar terminais marítimos próprios ou de terceiros,
bem como explorar as atividades de navegação e de apoio
portuário;
IV. prestar serviços de logística integrada de transporte de carga,
compreendendo a captação, armazenagem, transbordo, distribuição
e entrega no contexto de um sistema multimodal de transporte;
V. produzir, beneficiar, transportar, industrializar e comercializar
toda e qualquer fonte e forma de energia, podendo, ainda, atuar na
produção, geração, transmissão, distribuição e comercialização de
seus produtos, derivados e subprodutos;
VI. exercer, no País ou no exterior, outras atividades que possam
interessar, direta ou indiretamente, à realização do objeto social,
inclusive pesquisa, industrialização, compra e venda, importação e
exportação, bem como a exploração, industrialização e
comercialização de recursos florestais e a prestação de serviços de
qualquer natureza;
VII. constituir ou participar, sob qualquer modalidade, de outras
sociedades, consórcios ou entidades cujos objetos sociais sejam
direta ou indiretamente, vinculados, acessórios ou instrumentais ao
seu objeto social.
III.Missão/Visão
Missão
Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento
sustentável.
. Para nossos acionistas, sob a forma de retorno total superior à
média de mercado dos segmentos em que a Vale atua;
. Para nossos clientes, pela contínua proposta superior de
confiabilidade de suprimento e de valor de uso, sustentados por
inovação e desenvolvimento constantes;
. Para nossos empregados, proporcionando um ambiente de
trabalho ético, transparente, desafiador, de oportunidades e que
traga orgulho profissional para todos, com remuneração
competitiva baseada na meritocracia;
. Para nossos fornecedores, pela visão de longo prazo e disposição
de promover parcerias que visem ganhos para ambas as partes, por
meio de desenvolvimento e inovação contínuos e fornecimento de
bens e serviços de qualidade com custo compatível;
. Para as comunidades e países onde atuamos, pela ética, pelo
respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social com que
agimos, integrando-nos e garantindo que nossa presença contribua
positivamente para o desenvolvimento sustentável;
. Para todos os países em que atuamos, pela contribuição à
economia, à geração de empregos e renda, à melhoria da qualidade
de vida da população e ao desenvolvimento regional e nacional.
214
Visão
Seramaiorempresademineraçãodomundoesuperarospadrõesconsagrados
deexcelênciaempesquisa,desenvolvimento,implantaçãodeprojetoseoperaçãode
seusnegócios.
IV.Ranking
Maioresmineradorasdomundo(depoisdaaquisiçãodaIncopelaVale),
considerandoseovalordemercadodascompanhiasemjunhode2006
1 - BHP-Billiton (Austrália)
2 - Vale do Rio Doce + Inco (Brasil)
3 - Rio Tinto (Reino Unido)
4 - Anglo Americana (Reino Unido-África do Sul)
5 - Alcoa (EUA)
6 - Xstrata (Suíça)
7 - Norilsk (Rússia)
8 - Alcan (Canadá)
9 - Falconbridge (Canadá)*
10 - Phelps Dodge (EUA)
*Adquirida pela Xstrata em agosto
Tabela 12 - Ranking das dez maiores mineradoras
In http://jornal.valeparaibano.com.br/2006/10/25/neco/vale3.html acesso em 23/01/2009
Antesdaaquisição,aValeeraaquartamaiordomundo,comvalordemercadode
US$59,8bilhões.AIncofiguravana12ºposição,comvalordemercadodeUS$14,2
bilhões.
V.Implantaçãoealcancegeográficos
A Vale é umaempresaglobale,alémdoBrasil,mantém
escritóriosnoCanadá,
Austrália,China,Cingapura,CoréiadoSul,JapãoeSuíça.Asempresasdogrupo,sejam
elascontroladas,coligadasoujointventures,desenvolvemsuasatividadesnoBrasil,
China,Canadá,França,Noruega,Gabão,Chile,Colômbia,CoréiadoSul,Mongólia,África
doSul,Moçambique,Peru,Argentina,Venezuela,Austrália,EUA,Índia,Bahamas,Ilhas
Cayman,IlhadaMadeiraeJapão.
215
VI.Brevehistóricodaempresa
MaisdesessentaanosdehistóriatrouxeramaValeàsituaçãoemqueestáhoje.A
empresanasceuem1942,criadapelogovernobrasileirocomoCompanhiaValedoRio
Doce.Em1997,tornouseumaempresaprivada.Hojeéumaempresaglobalqueatua
noscincocontinentes,econtacommaisdecemmilempregados,entreprópriose
terceirizados,quetrabalhamparatransformarrecursosmineraisemriquezae
desenvolvimentosustentável.
PRIMÓRDIOS
1901‐FundaçãodaCompanhiaEstradadeFerroVitóriaaMinas(CEFVM),inaugurada
oficialmenteem13/05/1904,notrechoentreasestaçõesCariacicaeAlfredoMaia.
1909‐CriaçãodaBrazilianHematiteSyndicate,decapitalbritânico.Aempresacompraa
maioriadasaçõesdaCEFVMeselaauniãoentreosdoisgrupos,paraexplorarasreservas
deminériodeferrodeMinasGerais.
1910‐EsboçadososprimeirosprojetosdelevaraferroviaatéItabira(MG),ondechega
em1943.
1911‐BrazilianHematiteSyndicatetransformasenaItabiraIronOreCompany,
controladapeloempresárioPercivalFarquhar.
1940‐ItabiraIronOrefazoprimeiroembarquedeminériodeferropeloPortodeVitória,
emjulho.
DÉCADADE1940
1941‐PercivalFarquharassociaseaempresáriosbrasileirosetransformaaItabiraIron
Oreemduasempresasnacionais:aCompanhiaBrasileiradeMineraçãoeSiderurgiaea
CompanhiaItabiradeMineração.
1942‐Emprimeirodejunho,emdecorrênciadosAcordosdeWashington,GetúlioVargas
assinaodecreto
lei4.352ecriaaVale.Anovacompanhia,umasociedadeanônimade
economiamista,encampaasempresasdeFarquhareaEstradadeFerroVitóriaaMinas.
1943‐Emonzedejaneiro,reúneseaAssembléiadeconstituiçãodefinitivadaVale,que
aprovaosestatutosdaempresafixandoasedeadministrativaemItabira(MG)eo
domicíliojurídiconoRiodeJaneiro(RJ).IsraelPinheiroénomeadooprimeiropresidente
daempresa.
1949‐Valeéresponsávelpor80%dasexportaçõesbrasileirasdeminériodeferro.
216
DÉCADADE1950
1952‐OGovernobrasileiroassumeocontroledefinitivodosistemaoperacionaldaVale.
1954‐Valerevêsuaspráticascomerciaisnoexteriorepassaafazercontatosdiretoscom
assiderúrgicas,semaintermediaçãodostraders.
DÉCADADE1960
1962‐Assinadoscontratosdelongoprazocomsiderúrgicasjaponesaseusinasalemãs.
Emdoisdeoutubro,écriadaasubsidiáriaValedoRioDoceNavegaçãoS.A.(Docenave).
1967‐GeólogosdaCia.MeridionaldeMineração,subsidiáriadaUnitedStatesSteelCorp,
constatamaocorrênciademinériodeferroemCarajás(PA).
DÉCADADE1970
1972‐ValeeUSSteelconstituemaValuecServiçosTécnicos,paraanalisaraviabilidade
doProjetoCarajás.AValefirmaconvêniocomaAlcanAluminiunLtd.,doCanadá,para
umprojetodeexploraçãodebauxitanaregiãodoRioTrombetas.
1974‐Valesetornaamaiorexportadorademinériodeferrodomundo,detentorade
16%domercadotransoceânicodominério.
1975‐Pelaprimeiravez,aValelançadebênturesnomercadointernacional,novalorde
70milhõesdemarcos,comintermediaçãodoDresdnerBank.
1976‐ODecreto77.608outorgaàValeaconcessãoparaconstrução,usoeexploração
daestradadeferroentreCarajás(PA)eSãoLuís(MA).
1979‐InícioefetivodaimplantaçãodoProjetoFerroCarajás,adotadocomoprincipal
metadaestratégiaempresarialdaVale.
1980‐GovernoFederalaprovaoProjetoFerroCarajáseoavalfinanceiro.AVale
incorporaaAmazôniaMineração(Amza),criandoaSuperintendênciadeImplantaçãodo
ProjetoFerroCarajás(Sumip).aconstituiçãodoConselhoTécnicodeEcologia
(Geamam),compostoporcientistasdasuniversidadesbrasileiras.
DÉCADADE1980
1982‐ComoiníciodasoperaçõesdaValesulAlumínioS.A.,noRiodeJaneiro(RJ),aVale
ingressanosegmentodealumínio.
1985Emvinteeoitodefevereiro,aempreiteiraRodominasentregaaEstradadeFerro
Carajás(EFC)àVale.InauguraçãodoProjetoFerroCarajás,queaumentaacapacidade
produtivadaempresa.
217
1988‐Valeeliminaousodecarvãovegetaldeflorestasnativasealcançaautosuficiência
domaterialapartirdeflorestasplantadas.
DÉCADADE1990
1993‐OInstitutoBrasileirodeEconomiadaFundaçãoGetúlioVargasclassificaaVale
comoaprimeiraempresanorankingnacional.
1995‐ValeéincluídanoProgramaNacionalde DesestatizaçãopeloDecreto1.510,de
dejunho,assinadopelopresidentedaRepública.
1996‐Emdezdeoutubro,oConselhoNacionaldeDesestatização(CND)aprovaomodelo
dedesestatizaçãodaVale.
1997‐OMinistrodoPlanejamento,AntônioKandir,anuncia,emvinteedoisdejaneiro,
queoleilãodevendadocontroleacionáriodaValeocorreráemabril.BNDESdivulga,em
seisdemarço,oeditaldeprivatizaçãodaVale.Emseisdemaio,aValeéprivatizadaem
leilãorealizadonaBolsadeValoresdoRiodeJaneiro.ParticiparamdoleilãooConsórcio
Valecom,articuladopeloGrupoVotorantim,eoConsórcioBrasil,lideradopelaCSN.O
ConsórcioBrasilarremata41,73%dasaçõesordináriasdaValeporR$3.338milhõesem
moedacorrente.Emdozedemaio,opresidentedaCSN,BenjaminSteinbruch,énomea
do,emassembléiageraldeacionistas,presidentedoConselhodeAdministraçãodaVale.
1998‐Noprimeiroanoapósaprivatização,aValeatingecrescimentode46%nolucro
emrelaçãoa1996.
1999‐Valetemomaiorlucrodesuahistória:R$1,251bilhão.
DÉCADADE2000
2002‐EmmaioopresidenteFernandoHenriqueCardosolançaapedrafundamentaldo
ProjetodeCobredoSossego(PA).Emjulho,mêsdoaniversáriodetrintaecincoanosde
operaçãodeCarajás,Valeatingerecordenaproduçãodeminériodeferro,cincomilhões
detoneladas.
2003‐AValeconsolidasuainserçãointernacionalecontabilizaumtotaldeUS$3,952
bilhõesemvendasexternaseapresentaomaiorlucrolíquidodesuahistóriaem2003:R$
4,509bilhões.Duranteoanode2003,67%dosnegócioscomasaçõesdaValeforam
realizadosnaBolsadeNovaYork,contra33%realizadosnaBovespa.
218
2004‐AsaçõesdaValeatingemrecordehistóricoderendimento.Comisso,aempresa
alcançavalorsuperioraR$23bilhõesnomercado.Emdoisdejulhoéinauguradaamina
doSossego,aprimeiraminadecobredoBrasil,noPará.
2005‐Aempresafoiescolhidaporanalistasdeinvestimento,pelaterceiravez
consecutiva,empesquisarealizada,pelaconceituadarevistaInstitutionalInvestor,como
aempresaquepossuiamelhorgovernançacorporativanaindústriademineraçãoe
metaisdaAméricaLatina.Aempresaconsolidaseuingressonaindústriadeconcentrado
decobre,comoprimeiroanointegraldeoperaçãodaMinadoSossegoevendaspara
trezeclientesemonzediferentespaíses.
2006‐Emdezdejaneiro,ValeePetrobrasassinamummemorandodeentendimento
paraidentificareavaliaroportunidadesdenegócioemMoçambique.Emvinteeoitode
marçoaempresainauguranovasinstalaçõesdoTerminalMultimodal(Tercam),em
Camaçari,naBahia.EmmaioaValeobtémograudeinvestimentoBBB+daStandard&
Poor’sRatingsServices(S&P),oquerepresentaumaelevaçãodedoisníveisemrelaçãoà
classificaçãoBBB‐concedidaemoutubrode2005pelaS&P.EmoutubroaValeanuncia
compradamineradoraINCO,umadasprincipaisprodutorasdeníqueldomundo.
2007Em30dejaneiroéaprovadaaincorporaçãodamineradoracanadenseINCO.Em
trezedefevereiroaStandard&Poor’sRatingsServices(S&P)emitiucomunicado
confirmandooratingBBBparaaVale.Emvinteeseisdefevereirocelebrouseocontrato
decompraevendaparaaaquisiçãodaaustralianaAMCIHoldingsAustraliaPty(AMCI
HÁ),queoperaecontrolaativosdecarvãopormeiodeparticipaçõesemjointventures.
VII.Tipodedireção
A direçãodaempresaéexercidaporumConselhodeAdministração(eleitopelos
acionistas)eporumadiretoria(escolhidapeloconselhodeadministração),conforme
especificaseuEstatutoSocial.
CAPÍTULO IV - DA ADMINISTRAÇÃO
Art. 10 - A administração da sociedade competirá ao Conselho de
Administração e à Diretoria Executiva.
§1º - Os membros do Conselho de Administração e da Diretoria
Executiva serão investidos nos seus cargos mediante assinatura de
termo de posse no Livro de Atas do Conselho de Administração
ou da Diretoria Executiva, conforme o caso.
219
§2º - O prazo de gestão dos membros do Conselho de
Administração e da Diretoria Executiva se estenderá até a
investidura dos respectivos sucessores.
SEÇÃO I - DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Subseção I - Da Composição
Art. 11 - O Conselho de Administração, órgão de deliberação
colegiada, será eleito pela
assembléia geral dos acionistas e composto por 11 (onze) membros
titulares e respectivos suplentes,acionistas da sociedade, sendo um
deles o Presidente do Conselho e outro o Vice- Presidente.
SEÇÃO III - DA DIRETORIA EXECUTIVA
Subseção I – Da Composição
Art. 26 - A Diretoria Executiva, órgão de administração executiva
da sociedade, será composta de 06 (seis) a 11 (onze) membros,
sendo um deles o Diretor-Presidente, e os demais, Diretores
Executivos.
§1º - O Diretor-Presidente submeterá ao Conselho de
Administração os nomes dos candidatos à Diretoria Executiva com
notório conhecimento e especialização sobre a matéria de
responsabilidade de sua área de atuação, podendo, inclusive, propor
ao Conselho de Administração sua destituição a qualquer tempo.
§2º - Os Diretores Executivos terão suas atribuições individuais
definidas pelo Conselho de Administração.
VIII.Atributospositivosdosprodutos/serviçosoferecidoseescalademercado
A Vale doRioDoceproduzecomercializaminériodeferro,pelotas,níquel,
concentradodecobre,alumínio,manganês,ferroligas,entreoutrasmatériasprimas
importantesparaosetorindustrial
global.Comodiferencialpodesercitadoocontínuo
investimentoempesquisamineraletecnologias,voltadasparaamelhoriadesuas
atividades.
Sua clientelaéconstituída principalmenteporgrandessiderúrgicas,comoas
organizaçõeschinesasBaostee,BeitaiIron&SteelGroupeMaanshanIron&Steel,as
japonesasNisshinSteelCo.,Sumitomo
Metals,KobeSteel,Ltd.eJFESteelCorporation,
aThyssenKruppSteel‐amaiorsiderúrgicadaAlemanha,POSCO‐amaiorsiderúrgicada
Coréia,alémdaArcelorMittal‐omaiorgruposiderúrgicodomundo.Sãotambémseus
clientesaEzzSteel,localizadanoEgito,aLibyanIronandSteelCompany,daLíbia,aQatar
SteelCompany,doCatar,aSaudiBasicIndustries,daArábiaSauditaeaIlvaS.p.A.,a
maiorsiderúrgicadaItália.
220
IX.Políticacomercial
A políticacomercialdacompanhiaédotipodireto,semousodefranquiasou
terceirizações.
X.Previsãodosrequisitostécnicosdacomunicaçãodemarca
Comocorporaçãodegrandeportedosetorsiderúrgico,acomunicaçãodamarca
sedaráemtodaagamadesuportesdasmensagensvisuais:
‐papelariainstitucionaleoperacional;
‐peçaspublicitárias;
‐publicações;
‐identificaçãodeedifícios(interioreseexteriores);
‐uniformesdosfuncionários;
‐veículosdafrotaterrestre,navios,locomotivasevagões;
‐internet;
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
XI.Empresascontroladas,coligadasejointventures
Em
p
resa Atividade Princi
p
al Localiza
ç
ão
1.
MBR Minério de Ferro Brasil
2.
Baovale Minério de Ferro Brasil
3.
MSG Minério de Ferro Brasil
4.
Samarco Minério de Ferro e Pelotas Brasil
5.
Hispanobras Pelotas Brasil
6.
Itabrasco Pelotas Brasil
7.
Nibrasco Pelotas Brasil
8.
Kobrasco Pelotas Brasil
9.
Zhuhai Pelotas China
10.
Vale Inco Níquel Canadá
11.
Onça Puma Mineração Níquel Brasil
12.
Urucum Minério de Ferro e Manganês Brasil
13.
RDME Ferro Ligas França
14.
RDMN Ferro Ligas Noruega
15.
RDM Manganês e Ferro Ligas Brasil
16.
CPFL Manganês e Ferro Ligas Brasil
17.
PPSA Caulim Brasil
18.
Salobo Cobre Brasil
19.
CADAM Caulim Brasil
20.
CMTR Manganês Gabão
21.
Shandong Yankuang Coque China
22.
Int. Coking Co. Ltd.
23.
Henan Longyu Energy Carvão China
24.
Resources Co. Ltd.
25.
CMAB Exploração Mineral Chile
26.
CMLA Exploração Mineral Chile
221
27.
Vale Colombia Ltda Exploração Mineral Colômbia
28.
RD Coréia Exploração Mineral Coréia do Sul
29.
Thetys Mining LLC Exploração Mineral Mongólia
30.
RD South Africa Exploração Mineral África do Sul
31.
RD Moçambique Exploração Mineral Moçambique
32.
Miski Mayo Exploração Mineral Peru
33.
RD Argentina Exploração Mineral Argentina
34.
RD Venezuela S.A. Exploração Mineral Venezuela
35.
RD Australia Pty Ltd Exploração Mineral Austrália
36.
FCA Ferrovia Brasil
37.
MRS Ferrovia Brasil
38.
CPBS Terminal Portuário Brasil
39.
Log-In Logística Intermodal Brasil
40.
Albras Alumínio Brasil
41.
Valesul Alumínio Brasil
42.
Alunorte Alumina Brasil
43.
MRN Bauxita Brasil
44.
Vale Austrália Carvão Austrália
45.
Infostrata Geotecnologia Brasil
46.
CSI Siderurgia EUA
47.
Usiminas Siderurgia Brasil
48.
CSA Siderurgia Brasil
49.
Consórcio Igarapava Energia Brasil
50.
Consórcio Porto Estrela Energia Brasil
51.
Consórcio Aimorés Energia Brasil
52.
Consórcio Candonga Energia Brasil
53.
Consórcio Funil Energia Brasil
54.
Consórcio Capim Branco Energia Brasil
55.
Consórcio Estreito Energia Brasil
56.
Consórcio Santa Isabel Energia Brasil
57.
Rio Doce Holdings Canada Controladas no Exterior Canadá
58.
Rio Doce Private Limited Controladas no Exterior Índia
59.
Vale Overseas Limited Controladas no Exterior EUA
60.
Itaco Controladas no Exterior Bahamas
61.
RDIF Controladas no Exterior Ilhas Cayman
62.
RDI Controladas no Exterior Suíça
63.
RDE Controladas no Exterior Ilha da Madeira
64.
RDA Controladas no Exterior EUA
65.
RDAsia Controladas no Exterior Japão
Tabela 13- Empresas controladas, coligadas e joint ventures da Vale
In http://www.vale.com.br, acesso em 23/01/2009.
XII.Brevehistóricodamarca
A empresaValedoRioDocefoicriadaemprimeirodejunhode1942,pelo
decretoleinúmero4.352,assinadopeloentãopresidenteGetúlioVargas.Nasua
fundaçãoaorganizaçãoeraumasociedadeanônimadeeconomiamista.Nãoregistros
juntoaoINPIdamarcaValedoRioDocenomomentodesuafundação.
Em1967AloísioMagalhãesdesenvolveusignosidentificadoresparaaValeepara
aDocenave,subsidiáriavoltadaaotransportemarítimo.
222
Fig.136:Os signos Vale do Rio Doce e Docenave, criados por Aloísio Magalhães em
1967. Leite; Taborda, 2003: 191.
Arevisãodamarcaacima,desenvolvidaporAloísio,édeautoriadeJoão
EustáquioDelpino(BH).Talprojetofoiresultadodeumconcursoocorridoem1974.Além
deDelpino,foramconvidadosaparticipardoconcursoAloísioMagalhães,Ziraldoe
GoebelWeyne,atravésdeseusescritórios(informaçãofornecidaviaemailpor
Paulo
HenriqueSoares,GerentedeComunicaçõesdaVale).Delpino,emsuaproposta,fazia
mençãoàbandeiradoBrasileàorigemmineiradaValedoRioDoce.
“Foi então que veio a idéia de utilizar a bandeira do Brasil, pois
nada há de mais forte para representar um país que sua própria
bandeira”, explica. “Além da força da bandeira em si mesma,
lembrei-me de imagens de bandeiras tremulando ao vento e da
emoção que provocam nas pessoas”, acrescenta o designer. E foi
assim que a bandeira estilizada ganhou quatro barras no sentido
horizontal, para passar a idéia do movimento e do tremular da
bandeira, da agilidade da empresa... Na construção da marca, João
Delpino preocupou-se igualmente em explicar a presença de Minas
Gerais na vida da Vale. “Os quatro cantos do retângulo que envolve
o losango da bandeira brasileira são os triângulos da bandeira de
Minas, estado onde a Vale nasceu”. Finalmente, na escolha da cor,
João Delpino optou pelo marrom, chegando a criar, com a mistura
do preto, vermelho e amarelo, em proporções diferentes, a cor que
no Manual de Aplicações da Marca ficou conhecida como
“Marrom CVRD”.
Trecho da matéria publicada na publicação institucional
ValeNotícias, p. 3, de junho de 2001. Material fornecido pelo
Departamento de Comunicações da Vale.
223
Fig.137:Matéria sobre a marca Vale do Rio Doce, da publicação institucional
ValeNotícias, p. 3, de junho de 2001. Material fornecido pelo Departamento de
Comunicações da Vale.
224
Fig.138:Elementos do Manual de Identidade Visual Corporativa Vale do Rio Doce,
material fornecido pelo Departamento de Comunicações da Vale.
Depoisdaprivatizaçãodaempresaem1997epassadoumperíodocom
vertiginosoritmodecrescimentoeaquisiçõesdeoutrasempresas,aorganizaçãosedeu
contadequesuamarcanãocorrespondiaàrepresentaçãográficaidealdacompanhia.
FoiescolhidaaparceriaLippincotteCauduroMartinoparadesenvolvero
novoSistema
deIdentidadeVisualCorporativa.
Seguemsepeçaspublicitáriasanterioresàdivulgaçãodanovamarca(outubrode
2007),quesugeremonomeaseradotado,assimcomoexemplosdeanúnciosveiculados
nomomentoemqueonovonomeesignoidentificadorforamdivulgados(dezembrode
2007).
225
Fig. 139: Seqüência de três anúncios de páginas duplas, publicados nas revistas Mais
Admiradas e Carta Capital, em outubro de 2007, in www.vale.com.br, acesso em 20/01/09.
226
Fig. 140: Seqüência de três anúncios de páginas duplas, publicados em jornais brasileiros,
em dezembro de 2007, in www.vale.com.br, acesso em 20/01/09.
227
5.3.2 Dados sobre o projeto Vale
I.Autoriaedatadeimplantação
Asinformaçõesaquiapresentadasforamobtidasementrevistarealizadanodia14
dejaneirode2009,comocoordenadordoProjetodeRevisãodoSistemadeIdentidade
VisualVale,oarquitetoedesignerCarlosDranger,sóciodiretordoescritórioCauduro
Associados.
AsimagensedemaisdadossobreoprojetoValeforamcedidaspelosautores,
excetoindicaçãoemcontrário.
Fig.141:Carlos Dranger em seu escritório. Foto de Ricardo Moreira, realizada em
14/01/2009
II.Motivosparaoredesenho
OmotivoprincipalparaoredesenhodoSignoIdentificadordaValedoRioDocefoi
aadequaçãoàsmudançassignificativasocorridasnaempresa.Foramconvidados
escritóriosespecializadosparaparticipardeumaconcorrênciaparaodesenvolvimentodo
projeto,eemfevereirode1997,aparceriaCauduro/Lippincottfoiescolhida.Foi
228
exigênciadaentidadeaparticipaçãodeumaempresaestrangeiraespecializada.Em
agostode2007,houveaaprovaçãodoprojetoeaversãofinaldoSignodeComandofoi
escolhidadentreoutrasseis.Emnovembrodomesmoano,onovoelemento
identificadorfoitornadopúblico.
Vale do Rio Doce vai mudar nome e marca em novembro
SERGIO COSTA - DA SUCURSAL DO RIO
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) vai mudar de nome
e de logomarca a partir de novembro. A decisão da direção da
CVRD e do conselho de administração é reposicionar a empresa no
mercado de uma forma mais compatível com o status de companhia
multinacional, consolidado com a aquisição da mineradora
canadense Inco, no ano passado, por US$ 18 bilhões.
O novo nome ainda não foi decidido e as opções estão sendo
tratadas na empresa como segredo de Estado. O sigilo é tamanho
que a África, agência do publicitário Nizan Guanaes, foi contratada
com a missão de fazer a campanha da nova marca da empresa sem
saber ainda os novos nome e logotipo. Toda a estratégia de
divulgação está sendo desenvolvida em cima dos conceitos que a
CVRD quer adotar a partir de agora. Uma empresa internacional
que seja imediatamente identificada com o Brasil. Uma grande
empresa nacional e uma outra americana, especializadas em
marketing e criação de marcas, foram contratadas pela Vale e estão
trabalhando no projeto. Aliás, a palavra Vale, como a empresa é
mais conhecida no Brasil, tem grandes chances de não figurar no
novo nome. Uma das principais linhas de discussão é se apenas a
sigla – CVRD - deveria ser adotada. Outra opção em estudo é focar
a marca em cima apenas da expressão "Rio Doce".
A idéia é, dez anos depois da privatização, romper com os
laços que ainda ligam a empresa à imagem de uma ex-estatal, além
de reforçar a marca internacional, livrá-la do losango e das barras
de seu logotipo atual, associadas de alguma forma à simbologia de
patentes militares que ainda remetem à época da ditadura.
A mudança também ocorre em um momento de
questionamento da privatização da empresa, em que algumas
entidades defendem a realização de plebiscito para avaliar a venda
da mineradora.
A CVRD foi fundada pelo governo federal em 1942 e
privatizada em maio de 1997. Uma reunião em um hotel na Barra
da Tijuca, na zona oeste do Rio, que acabou neste fim de semana,
definiu as novas diretrizes para mudanças na imagem da empresa.
Como não tem nenhum produto facilmente associável à companhia,
229
que fornece matéria-prima para diversas outras empresas com
marcas mundialmente muito mais conhecidas do que CVRD, a
idéia é criar uma marca de identificação forte e que possa ser
associada a tudo o que é produzido a partir do minério de ferro: de
fogões a aviões. A conclusão dos executivos é de que a empresa é
mais forte do que conhecida. O desafio é criar uma marca que
espelhe tudo isso.
Jornal Folha de São Paulo - 08/10/2007
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0810200720.htm
Acessado em 13/12/2008
Segundoosautoresdoprojeto,existiaumafaltadediferenciaçãoecompreensão
docenáriocompetitivoetambémaausênciadeumamensagemdistintacomuma
arquiteturademarcaclaraeconsistente.OsmateriaisemqueamarcaValedoRioDoce
apareciaeramfragmentadosenãotinhamumalinguagemquecolaborasseparao
fortalecimentodaunidadedamarca.Aindústriademineraçãonãoapresentavauma
únicaempresaquesediferenciassedasoutrasdemaneirasólida:inexistiaouso
consistentedeumacor.Nãohaviatambémdiferenciaçãoefetivademensagensea
adoçãoexplícitadossistemasdeidentidade,compadrõesvisuaisecódigoscromáticos
quedestacassemeficientementeosignodecomando.Omarrominstitucionalutilizado
noSistemadeIdentidadeVisualValedoRioDoce,apesardesuaanalogiacomacordo
minériodeferro,nãopermitiaqueousodacorfosseefetivamenteelementoparaatrair
oolhardoobservador.Ademais,comadiversificaçãodeatividades,ominériodeferro
passouaserapenasumdosprodutosexploradospelaorganização.
A empresateveaoportunidadedecomunicarsuapersonalidadeúnicaeatraente
atravésdeseulogoedosoutroselementosdosistema.Umdesignfortedeuvidaàmarca
eajudou
afazeramineraçãomaisacessívelerelevanteatodososseuspúblicos.Onovo
posicionamentodamarcarecomendouaconexãodaempresaaosingredientesessenciais
davidadiária,comumavisãodefuturopositivaeotimistaeapercepçãodequeas
matériasprimascomasquaisaValeatua
sãoagentespresentesnavidadapessoa
comum.
Éimportanteregistrarque,apesardaadoçãodonovonomeemsuas
comunicações,arazãosocialdaorganizaçãocontinuasendoValedoRioDoce,coma
manutençãodeseurespectivoregistrojuntoaoINPI.
230
Fig.142:As aplicações gráficas da marca Vale do Rio Doce: linguagem fragmentada.
Imagens cedidas por Cauduro Associados.
III.OnovosignoidentificadoreoProjetoVale
Fig.143:A nova marca Vale, imagem cedida por Cauduro Associados.
AsimagensapresentadasaseguirconstituempartedoProjetoValeeforam
selecionadasdentreomaterialfornecidopelaCauduroAssociados.
231
Fig.144:Sistema Visual Vale 01
232
Fig.145:Sistema Visual Vale 02
233
Fig.146:Apresentação Vale 01
234
Fig.147:Apresentação Vale 02
235
Fig.148:Apresentação Vale 03
236
5.3.3 Análise do novo Signo de Comando Vale segundo os
catorze parâmetros de Chaves/Bellucccia
Privatizada em1997,epassadoumperíododeexpansãomedianteaaquisiçãode
outrasorganizações,aValedoRioDocenãosesentiarepresentadapeloseuelemento
identificador.Alémdisso,nesseprojetotambémestápresenteodesafiodamudançade
nome.Foramconsideradasalternativasparaonovonomedacompanhia.Umadelasera
utilizarasiglaCVRD,elementoexistentenoSistemadeIdentidadeVisualanterior.
PensousetambémemutilizarRioDoce,porémessaalternativafoilogodescartada,dada
asemelhançacomumconcorrenteorigináriodoReinoUnido.AopçãopelonomeValefoi
acertada,vistoqueseassumiuaformacomooscolaboradoreseparceirossereferiam
àempresa.Haviatambémavantagemdeserumnomecurtoedesonorização
semelhanteemváriosidiomas.
Segundo Resende, da Cauduro, a dificuldade de modificar uma
marca está em entender e englobar tudo o que a empresa carrega.
“Falar de marca é juntar tudo”. Ele compara o símbolo que
representa a empresa a um iceberg, cuja ponta é sustentada por tudo
que está debaixo d’água. “O primeiro passo para reformular a
CVRD era o nome. Tínhamos três opções: a já conhecida
internacionalmente CVRD; a apelidada pelos brasileiros e
funcionários em geral, Vale, e Rio Doce”, conta. A última opção
logo foi descartada pela similaridade com o principal concorrente
da Vale, a Rio Tinto, e a dificuldade do estrangeiro em entender a
idéia da marca. A primeira tinha grande chance de ser escolhida,
pois era bastante conhecida no mercado nacional e no exterior. Mas
Vale levava uma vantagem, pois era a marca dos brasileiros e dos
próprios funcionários. Rezende destaca que a mudança não iria
afetar diretamente os clientes da empresa, que hoje somam
dezesseis, no entanto, “o nome Vale vai além deste universo, e
precisava ser trabalhado para falar com todo esse público”,
resume.
Manzano, C. Revista Negócios da Comunicação, número 29, p. 18

237
A modificaçãodoidentificadorverbaldeumainstituiçãoconstituisempreuma
decisãoimportante,aserponderadacuidadosamente.Dadoosucessoeagrande
aceitaçãodoSistemadeIdentidadeVisualproposto,temseaconfirmaçãodequeonovo
nomefoicorretamenteescolhido,assimcomoassoluçõesgráficasadotadas,tantopara
osidentificadoresprimárioscomoparaossecundários.
Porque escolhemos Vale
Quando nossa empresa foi criada, há 65 anos, ela foi nomeada
Companhia Vale do Rio Doce, mas depois passou a ser chamada de
várias formas: Vale, CVRD, Rio Doce, Cia. Vale do Rio Doce e,
também, Vale do Rio Doce.
Frente a essa variedade de nomes e diante da evolução da nossa
empresa, que se transformou numa mineradora de atuação global,
desenvolvemos um Projeto de Gestão de Marca, que sugeriu a
adoção de um nome único.
Consultorias especializadas no assunto ouviram nossos
empregados, realizaram estudo de mercado em nível mundial e
identificaram os atributos que melhor representam nossa
organização, os elementos singulares de nossa personalidade e tudo
o que nos diferencia das demais empresas no mundo.
Acreditamos que o nome e a marca Vale traduzem isso.
Para completar, o novo nome tem boa sonoridade, é amigável, fácil
de lembrar e remete a associações positivas em vários idiomas.
in http://www.vale.com/marca/hotsite_ptb/ext/nossosvalores.asp
acessado em 20/01/2009

Segue seolevantamentodasmarcasdosconcorrentes,baseadonorankingdas
dezmaioresempresasmineradoras(tabela12,p.214),equeconfiguramoparadigma
formalparaalinguagemgráficadessesetorprodutivo.
238
Fig.149:Vale e seus concorrentes no mundo, baseado no ranking das dez maiores
empresas mineradoras, tabela 12, p. 214 desta dissertação.
239
I.QUALIDADEGRÁFICAGENÉRICA
OnomeValeeonovosistemadeixamparatrás,segundoseusautores,a
associaçãocomaimagemde“empresaestatal“,eapontamnadireçãodeumaempresa
globalizada,asegundamaiorempresademineraçãodomundo.OSistemadeIdentidade
VisualValeénorteadoporumSignoIdentificadorqueadotaacomposiçãologotipomais
símbolo,sendorecomendadasduastipografiasdeapoio:aPMNCaecilialightparatítulos
emanchetes;eaMyriadProparatextoserodapés.Éimportantedestacar,entretanto,
queaexuberânciadasnovaspeçasdecomunicaçãovisualdevesenãoaonovo
identificador,mastambémaoselementosgráficosauxiliares,comoapaisagemdinâmica,
umabibliotecamodulardecolinasevalesabstratosetambémaumvigorosoCódigo
Cromático,quetemaversatilidadedeadequarseàscaracterísticasparticularesdecada
anúncio,peçadepapelariaouagentetridimensional.
Fig.150:Os elementos complementares ao sistema. Arquivo fornecido pelos autores.
240
Asformasorgânicasdopadrãovisualrompemaortogonalidadehabitualdas
publicaçõesinstitucionais.Sejamdirecionadasaopúblicointernoouaoexterno,aspeças
gráficasconvidamàleitura.
Fig.151:A divulgação da nova marca em publicação direcionada ao público interno.
Arquivo fornecido pelos autores.
OselementospropostosnoSistemadeIdentidadeVisualValerelacionamsede
maneiraharmoniosae,pelasuaqualidadegráfica,constituemexpressãoinequívocada
culturagráficaadotadapelasempresasmineradorasaoredordomundo.
II.AJUSTETIPOLÓGICOeV.SUFICIÊNCIA
A Vale é umaempresainternacional,quemantémescritóriosnoBrasil,Canadá,
Austrália,China,Cingapura,CoréiadoSul,JapãoeSuíça.Asempresasdogrupoatuamno
Brasil,China,Canadá,França,Noruega,Gabão,Chile,Colômbia,CoréiadoSul,Mongólia,
ÁfricadoSul,Moçambique,Peru,Argentina,Venezuela,Austrália,EUA,Índia,Bahamas,
IlhasCayman,IlhadaMadeiraeJapão.
Umainstituiçãodessaenvergaduratemnecessidadesidentificadorasmuito
variadas,comoporexemplo:
‐papelariaempresarialeformulários;
‐peçaspublicitárias;
241
‐publicações;
‐identificaçãodeedifícios(interioreseexteriores);
‐uniformesdosfuncionários;
‐veículosdafrotaterrestre,navios,locomotivasevagões;
‐internet;
‐comerciaisemtelevisãoecinema.
A adoçãodacombinaçãosímboloelogotipoéaopçãodeoitoentreasdez
maioresempresasmineradoraslíderesdomercadomundial(fig.149).Componentesde
umsistemaamploeabrangente,estesdoisatoresconvivemdemaneiraeficientecomos
váriossubsistemas,interagindoentresieinfluenciandooconjuntocomoumtodo.
Assituaçõesidentificadorasquejustificamacombinaçãosímbolo/logotiposão
aquelasemquenãomuitotempodisponívelparaqueocorraoreconhecimentoda
instituição,comoporexemplo,nocasodaslocomotivas,dosveículosdafrota,outdoors,
entreoutras.Nessescasos,osímbolo,complementadopelousodospadrõesgráficos
auxiliares(asPaisagensDinâmicas)edoCódigoCromático,resultamemumamaior
eficiênciavisual.
Concluiseentãoque,observadososelementosadotados,elescumpremas
necessidadesidentificadorasdainstituiçãodemaneirasatisfatória,sendoportanto,
suficienteseadequadosaessesdeterminantes.
Sãovistosnomosaicoaseguir,exemplosdeaplicaçõesdanovamarcaedos
elementosgráficosauxiliaresqueconfirmamoatendimentoaessesparâmetros.Outras
aplicaçõespodemservistasnaapresentação
parcialdoprojeto,dapágina231àpágina
235.
242
Fig.152:Mosaico Vale com exemplo de várias aplicações do Sistema de Identidade Visual.
Material fornecido pelos autores.
243
III.CORREÇÃOESTILÍSTICA
Verificaseaseguirumatabelacomcomparativobaseadonasmarcasdecadaum
dosdezprincipaisconcorrentesdaVale,demodoadeterminarastendências.
AValeeseusconcorrentes
empresa logotipo itálico símbolo quant.de cores
Vale tipografia standard retocada não icônico três
bhpbilliton tipografia standard não abstrato três
Rio Tinto tipografia standard com acessório
gráfico estável
não não usa uma
Anglo American tipografia standard não abstrato duas
Alcoa tipografia standard não alfabético uma
Xstrata tipografia standard não alfabético duas
Norilsk Nickel tipografia standard não alfabético três
Alcan tipografia standard não alfabético uma
Falcon Bridge tipografia standard não icônico duas
Phelps Dodge tipografia standard sim não usa uma
Tabela 14- Aspectos dos signos identificadores dos dez concorrentes da Vale no Brasil
Comonosestudosanteriores,amaioriadasempresasutilizatipografiasstandard
umadelasretocada.Entretanto,ousodoitálicoaquinãoocorre.Curiosamentea
preferênciaépelousodeumacor,comquatroocorrências:RioTinto,Alcoa,Alcane
PhelpsDodge.Notasetambémousodetrêscores,emtrêsexemplos:aprópriaVale,a
BhpBilitoneaNorilskNickel.Apenasduasorganizaçõesoptaramporutilizarduascores,a
AngloAmericaneaFalconBridge.
Alinguagemgráficapredominantefoiadasínt esegráficadeelementos
bidimensionais.ABhpBilitonfazusodedégradés,buscandoumefeitodevolumetria.As
paisagensdinâmicas,elementográficosecundáriodoSistemadeIdentidadeVisualda
Vale,incorporaousodeformasorgânicasefluidas,quefazempartedeumrepertório
imagéticodeusocontemporâneo.Podemservistassoluçõesgráficasconceitualmente
semelhantesnosexemplosdamarcaqueérepresentaçãooficialdaArgentinaenoefeito
aplicadoàapresentaçãodeumvídeo,observadanositedaBhpBiliton.
OsidentificadoresdaVale,assimcomooselementosgráficossecundários,
inseremsenosparadigmasformaisestabelecidospelasempresaslíderesdemercado,
contandoaindacomumdiferencialformal:aamplagamadesoluçõesgráficasqueo
sistemapossibilita.
244
Fig.153:A representação gráfica oficial da Argentina, in
http://www.medios.gov.ar/images/ stories/avisos/2007/05-mayo/aviso-revista-marcain.jpg,
acessado em 22/01/2009.
Fig.154:Efeito sobre fotografia, in http://www.bhpbilliton.com/bb/home.jsp, acessado em
22/01/2009, que lembra as linhas orgânicas das Paisagens dinâmicas.

IV.COMPATIBILIDADESEMÂNTICA
A Marca
A marca Vale surge para celebrar todas as conquistas e
transformações da empresa, como um desdobramento natural da
nossa Missão, Visão e Valores, e expressa a personalidade da nossa
organização em âmbito global.
As associações, tanto de formas quanto de cores, fazem
referência ao nome da empresa, à diversidade da natureza e à
atividade da nossa indústria. As cores remetem também à origem
brasileira da empresa. A nova marca simboliza ainda a nossa busca
incessante pela excelência e, sobretudo, a nossa crença no
desenvolvimento sustentável, a partir da relação harmônica entre o
homem e suas organizações e a natureza.
As cores e as formas projetam nossa disciplina focada em nos
tornarmos a maior e melhor empresa mineradora do mundo, o que
está sendo construído de modo integrado com as comunidades onde
atuamos e toda a sociedade, com ética e respeito à diversidade.
in http://www.vale.com/marca/hotsite_ptb/ext/nossosvalores.asp
acessado em 20/01/2009
245
Outra analogia possívelcomosímboloécomocontentordominériodeferro
duranteasuafundição.Reforçaessaanalogiaapresençadeumacorfriaexternaeuma
corquenteinterna.Todosossignificadoscitadossãocompatíveiscomaempresaesua
áreadeatuação.Aassociaçãocomaorigembrasileiradaempresaocorredemaneira
discreta,tambémdevidoadiferençasdematizesobservadasentreascoresadotadaseas
coresdabandeirabrasileira.
OssignificadosconceituaisutilizadosnodesenvolvimentodosímboloValesão
descritosaseguirpelosseusautores.
Fig.155:Os significados do símbolo Vale. Arquivo fornecido pelos autores.

OnomeVale,adotadononovoSistemadeIdentidadeVisualéelemento
condicionantedomesmo.Atrocafoivistademaneirabastantenatural,vistoseressaa
formaqueoscolaboradoreseparceirossereferiamàcompanhia.Destemodo,constata
seainexistênciadeconflitossemânticos,sejaemrelaçãoaoselementossimbólicos,seja
emrelaçãoaoidentificadorverbal.
246
V.SUFICIÊNCIA:abordadojuntamentecomoparâmetroII.AJUSTETIPOLÓGICO
VI.VERSATILIDADE
A organizaçãoadotadif e rentesdiscursosparasecomunicarcomcadaumdeseus
públicos.EmtodoselesaassinaturadamarcaValeestápresente,demaneiratotalmente
integradaecoerentecomaimageminstitucional.
Fig.156:O Código de Ética da Vale, apresentação da empresa e anúncios. In
www.vale.combr, acessado em 20/01/2009
247
UmdosprincipaisproblemasenfrentadospelonovoSistemadeIdentidadeVisual
foiograndenúmerodeempresasquecompõemaVale.Algumasdelas,aquisições
recentes,porquestõescontratuaisdevemmanterseuidentificadorportempo
determinado.AInco,adquiridapelaValeem2007,vaichamarseValeIncoportempo
especificadoemcontrato.
Fig.157:O identificador Inco in
http://cache.daylife.com/imageserve/04vcfYW4O08G3/610x.jpg e o novo identificador
Vale Inco, in http://www.stepsforlife.ca/images/vale_inco_c.jpg
ApesardenãotersidomantidaaidentidadevisualoriginaldaInco,foram
previstoscritériosdeconvivênciadonovoidentificadorValeeoscondicionantesverbais
dasorganizaçõesincorporadas,oqueporsiexpressaumarelativaversatilidade.
ComunicaçõesdaValequerepresentamoutrosaspectosdoparâmetro
versatilidadeeexplicitamodiálogodoselementosdosistemacomosedifícios,veículose
publicaçõesinstitucionaispodemservistosnafigura152.
VII.VIGÊNCIA
OprimeiroregistrodamarcaValedoRioDoceemliteraturasespecializadasédo
signodesenvolvidoporAloísioMagalhães,em1967(LEITE;TABORDA,2003:191).Esse
signofoisubstituídopelosidentificadoresdesenvolvidosporJoãoEustáquioDelpino,em
1974.Talmarcavigorouaté2007,quandofoisubstituídapeloselementosimplantadosna
recenterevisãodoSistemadeIdentidadeVisualVale.
OnovoSistema,pelousodelinguagensgráficascontemporâneas,certamente
manterseáatualizadoporumperíododecincoadezanos.
VIII.REPRODUTIBILIDADE e IX.LEGIBILIDADE
UmadaspreocupaçõesdaempresaaoadotarseunovoSistemadeIdentidade
VisualCorporativafoigarantirareprodutibilidadeealegibilidadenosdiversossuportes
existentes.Comoacompanhiaatuaemváriospaíses,foramelaboradosdiversosmanuais
deorientação,assimcomoaestruturaçãodeumhelpdesk,noescritórioCauduro
248
Associados,comatendimentotelefônicoeonline,demodoasolucionarasdiversas
dúvidasrelativasaousodamarcanasmaisvariadassituações.
Fig.158:Variações da marca de modo a garantir a legibilidade, e estudos se aplicação sobre
substratos variados. Arquivos fornecidos pelos autores.
X.INTELIGIBILIDADE
Onomecurtoadotadocontribuiubastanteparaamelhoriadainteligibilidade.
Feitasascampanhaspublicitáriasdedivulgaçãodanovamarca,aaceitaçãofoiimediata,
surpreendendoosautoreseadiretoriadainstituição.Osímboloadotadotemuma
ambigüidadeplanejada,etodososseussignificadossãopositivos(fig.155),oquereforça
esteparâmetro.Houve,entretanto,umimprevisto.
249
Empresa de Franca diz que logo da Vale é similar ao da sua
marca
MARCELO TOLEDO - DA FOLHA RIBEIRÃO
A Companhia Vale do Rio Doce, segundo lugar no ranking
mundial das mineradoras, pode ser processada por uma indústria
calçadista de Franca (400 km de SP) por causa da semelhança das
logomarcas das empresas.
A Vitelli, indústria de calçados que existe há dez anos e exporta
para seis países, vai enviar inicialmente uma notificação
extrajudicial à Vale questionando a sua nova logomarca, tida como
muito parecida à sua, por apresentar o formato de um cone
estilizado e a mesma cor. A Vale investiu cerca de US$ 50 milhões
no lançamento de sua nova identidade visual.
A Vale afirmou que não tomou conhecimento oficialmente do caso
e que não foi procurada pela empresa.
O Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) disse que,
ainda que as marcas da Vale e da Vitelli fossem iguais, não há
proibição na legislação de terem a mesma identidade visual, já que
atuam em setores diferentes.
In : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0612200705.htm,
acessado em 13.12.08

Fig.159:A marca Vitelli, in
http://oglobo.globo.com/fotos/2007/12/05/05_MHG_vitelli%20marca.jpg
acessoem20/01/2009
Apesardeumarelativarepercussãonamídia,essaquestãofoisuperada.Segundo
oINPI,nãohaveriarestriçõesaindaqueasmarcasfossemidênticas,vistoatuaremem
áreasdiferentes.AgrandebeneficiadafoiaVitelli,queconseguiuumavisibilidadepara
suaempresaquenãoseriaconquistadamedianteseusrecursoshabituais.
Tal
fatonãochegouaconfigurarumproblemanainteligibilidadedamarcaVale.
XI.PREGNÂNCIA
UmdosmaioresbenefíciosadvindosdaadoçãodonovoSistemadeIdentidade
VisualValeéasimplicidadeformaldeseusímbolo.Aadoçãodeumnomecurtoesonoro
emváriosidiomasreforçaessasimplicidade.
250
Oolhardoobservadorpercorrecomfacilidadeoselementosidentificadores
primários,compreendendodeimediatosuaestrutura.Apequenaambigüidadesemântica
nãocompromete.Podeseafirmarassim,queosímboloeologotipoValesãoagentesde
altosvaloresdepregnância.
XII.VOCATIVIDADE
A vocatividadeéumparâmetroa
serconsideradorelativamenteaocontextoem
seinsereosignoidentificador,enessasituaçãoeledevechamaraatençãodemaneira
adequadaaodiscursoadotadopelaorganização.
OselementosqueconferemmaiorvocatividadeaoconjuntoidentificadorVale
sãooseusímboloeocódigocromáticoutilizado,tantoemseuidentificador
comoem
seuselementosauxiliaresascitadasPaisagensDinâmicas.
Esseselementospreparamoespaçovisualparaainserçãodosímboloedo
logotipo.Nosambientesurbanos,ondeostonscinzentospredominam,surgeumaárea
brancaenvoltóriadoselementosprimários,embasadapelascoresdinâmicasdopadrão
visual.Essamesmarelaçãoéobservadanosoutrossuportes,sejamelesapapelaria
institucional,osveículosdafrotaouosedifíciosdaempresa(fig.152).
Otomdodiscursonãoéescandaloso, e podesedizerqueofatorquegarantea
vocatividadedosistemaéoconjuntodeseuselementos.
XIII.
SINGULARIDADE
OsnovosidentificadoresprimáriosdaValesãobemdiferentesdosutilizadospelos
seusconcorrentes.Agamacromáticaempregadaétotalmentedistintadasdemais.No
cenáriocromáticodessaáreadeatuaçãoocorreapredominânciadoazul,empregado
comoúnicacorportrêsorganizaçõesecomosegundacorporoutrastrês.
Dentreasinstituiçõesconcorrentes,aValeéaquepossuionomemaiscurto.Este
éumoutrodiferencialsignificativo,quepermiteumamelhorlegibilidadeeidentificação.
Comrelaçãoaoselementossimbólicos,aanalogiacomo“V”éexclusivadaVale.A
Alcanempregaumsímboloalfabético,queremeteaum“A”,eaNorilskNickeltemum
triânguloincorporadoemseusímbolo.Nãoconfiguramgraualgumdesemelhançacomo
símboloelogotipodaVale.
251
XIV.DECLINABILIDADE
A organizaçãotem,emseuSistemadeIdentidadeVisualCorporativa,todosos
elementosnecessários,entreidentificadoresprimáriosesecundáriosparaestruturara
declinabilidadequandonecessário.Ocasoobservado,daValeInco,ocorreporexigências
contratuaise,tudoindicaque,findootempoestipulado,aempresapasseaostentaro
novoidentificador,comumatodasasempresascoligadas.
Vale investe US$ 50 mi em nova marca
RAQUEL ABRANTES - DA SUCURSAL DO RIO
A Companhia Vale do Rio Doce apresentou ontem, no Rio de
Janeiro, sua nova marca, desenvolvida a partir do nome
simplificado que adotará daqui por diante: Vale. A logomarca -um
V estilizado em forma de coração verde-e-dourado- pretende
reforçar a imagem de uma empresa brasileira globalizada.
Segunda maior mineradora do mundo -título alcançado depois da
aquisição da canadense Inco-, a Vale vai investir US$ 50 milhões
em até quatro anos para divulgar sua nova identidade visual pelo
mundo."O nome Vale é o que o brasileiro conhece e sua pronúncia
é fácil em qualquer lugar do mundo. O momento foi oportuno.
Temos um plano de investimentos agressivo para os próximos
anos, porque queremos ser a maior mineradora do mundo", disse o
presidente da siderúrgica, Roger Agnelli.
A razão social da empresa continua sendo Companhia Vale do Rio
Doce, mas todas as unidades de negócio da mineradora agora
passam a se chamar Vale. O diretor-executivo de Assuntos
Corporativos e Energia da Vale, Tito Martins, disse que o desafio
para 2008 é ter a nova marca Vale em todos os locais de operação
da mineradora. O domínio do site também muda, para vale.com.
A campanha publicitária começou ontem no Brasil. No exterior, o
anúncio será veiculado nos principais jornais do Canadá no dia 3
(onde passa a se chamar Vale Inco). Nos Estados Unidos, no Reino
Unido e em principais países de atuação, no dia 6.
In http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi3011200728.htm
acessado em 13/12/2008
A posturaadotadapelaorganizaçãoemrelaçãoàsempresasrelacionadasé
padronizaroidentificador,sendoamédioelongoprazo,adotadoportodaselas.Éuma
abordagemquecertamentefortaleceamarcaVale.
252
6 Considerações Finais 253
7 Referências bibliográficas 258
7.1 Livros, dissertações e teses 258
7.2 Periódicos 259
7.3 Referências eletrônicas 259
253
6. Considerações finais
Trêsempresasdiferentes,comhistóriaseprojetosdistintos.OItaúéuma
empresadenaturezaprivadadesdesuafundação.PetrobraseValenasceramestatais,
sendoaValeprivatizadaem1997.Anaturezadapropriedadedasinstituiçõesafeta
profundamenteoprocessodecisórionasmesmas.
Asempresasprivadaspodemsernomeadassegundoadecisãodeseudono(leia
se“diretorescolhidopelosacionistas”).Aprestaçãodecontasdasdecisõestomadas
seperanteumgrupodefinidodeagentes.Nasempresasestataistudomudadefigura.
ComopoderdecisórioconcentradonasmãosdoEstado(leiase“diretorescolhido
peloacionistamajoritárioogoverno”),asestataismudamdecúpuladiretivaconforme
mudamosgovernantes.Alémdisso,todaapopulaçãodopaíspodesentirseumpouco
como“dona”daquelaempresa.Daíomotivopeloqualquaisqueralteraçõesocorridasem
organizaçõesdessanaturezadevemserparticularmenteponderadas.
Curiosamente,asentidadesprivadasforamasquetomaramosmaiorescuidados
emseusprojetosderevisãodaIdentidadeVisualCorporativa.NoItaúesteprocedimeto
foidesenvolvidoporumaequipeinternadedesign,comaconsultoriadoescritórioinglês
Pentagram.Oresultadodoprojetoconsistiuemalteraçõesbastantesutisnos
identificadoresprimários,poucopercebidaspelaclienteladaorganização.Oprojetofoi
implantadosemreaçõesnegativas,sejapelopúblicointerno,sejapeloexterno.
A revisãodoSistemadeIdentidadeVisualCorporativadaVale,atualmenteuma
organizaçãodenaturezaprivada,foimaisambiciosa.Ademandaprincipaldoprojetoera
adequarosnovosidentificadoresànovarealidadeinstitucionaldaempresaque,depois
desuaprivatização,passouporprofundasmudanças.Oprojetofoimaisabrangentee,
alémdeadotarnovosímboloelogotipo,mudoutambémocondicionanteverbal,onome
dainstituição.Aopçãoescolhidamostrouseramaisnaturaldentreaselencadasea
imediataaceitaçãodoprojetoconfirmaisso.
A revisãodoSistemadeIdentidadeVisualCorporativadaPetrobras,únicadastrês
organizaçõespesquisadasqueatuacomosociedadedeeconomiamista,também
modificouonomedainstituição,alémdosidentificadoresprimários.Comoresultadodo
projeto,chegouseatrêsalternativasparaacombinaçãodenomesdainstituiçãoparao
mercadobrasileiroeinternacional,etodasutilizavamamesmasoluçãográficaparao
254
símboloeafamíliatipográfica.Aopçãoselecionadapeladireçãodaempresamostrouser
inadequada.
A concepçãoromânticadequeodesigneréodonodaverdadeehabitualmente
apresentaapenasumapropostavisualcomoresultadodeseusserviçoscaiuporterra
nessesexemplos,poisnastrêssituaçõesforamapresentadassoluçõesalternativas.No
projetoItaú,AntonioJacintoMatias,vicepresidentedobancoanalisouváriassugestões,
masoptoupelaqueconservavaascaracterísticasoriginais(videp.143).Oprojeto
Petrobraxtrouxeopçõesquecontemplavamasmesmascaracterísticassimbólicase
tipográficas,porémcomavariaçãodonome.NocasodaVale,onomeeraoelemento
fixo:soluçõesalternativasincluíamsímbolosdeconcepçõesgráficasbemdistintasda
adotada(materialdedivulgaçãonãoautorizada).
SegundoFishel(2003:9),quandosetrataderecriarumaimagem,alémde
considerarasquestõesmercadológicaseestéticas,devemseranalisadastambémas
emocionais,seoscolaboradoreseclientespoderãoficardesconfiadosounadefensiva
quandoforapresentadaanovaidentidadevisual,particularmenteseonomeda
instituiçãotambémforalterado.
Erramos ao achar que o nome Petrobrax seria do gosto do
consumidor brasileiro. Mesmo pessoas que abastecem o carro na
Shell não gostaram. “ Como fazem uma coisa dessas e não me
avisam?” A Petrobras é de todos, tem história. Somos uma empresa
moreninha. Queremos ser universal, do brasileiro que dá certo, do
brasileiro com excelência, sem vergonha de ser brasileiro.... As
pessoas sentem afeição pela marca Petrobras no mercado brasileiro.
Não conhecíamos bem isso. Temos uma marca Petrobras que é
muito mais forte do que a gente imaginava. As pesquisas não
captaram isso. Henri Philipe Reichstul, em entrevista, p.194.
TalerrofoifatalaoprojetoPetrobraxeresultouemseuabandono,nãodo
nomeproposto,mastambémdonovosímbolo.
Devesesalientarqueosidentificadoresprimáriosnãopodemser
responsabilizadospelosucessooufracassodeumaorganização.SegundoWollner(apud
STOLLARSKI,2005:71),”amarcanão
temessaimportância.Elanãoqualidadea
alguém.Quemfazaqualidadeéaprópriainstituição.Elaapenasreforça.Elavalecomo
impressãodigitalfeitaparavocêconhecerquemestáfalando”.Ograndeméritodeum
255
símboloedeumlogotipoestáemnãoconfigurarconflitoscomarealidadeeidentidade
institucional,assimcomoterqualificaçõestécnicaseformaiscompatíveisàsnecessidades
identificadorasdainstituição.
Ossignosanalisadosnãotinhamproblemastécnicos,segundooscatorze
parâmetrosadotados.Devidoàgrandeexperiênciadosprofissionaiscontratados,isso
era,decertaforma,esperado.Excetopeloproblemasemântico,ocasionadopelaadoção
donomePetrobrax,ossignossãoportadoresdealtosvaloresdeeficiênciasemânticae
sintática.Onomecitadocontrarioutambémosvaloresbásicosdainstituição,definidos
porsuarealidadeeidentidadeinstitucionais.
DeacordocomChamma(informaçãooral,ementrevistade13/01/2009),oque
ocasionouarepercussãonegativaaoprojetofoiadivulgaçãoinadequadadomesmo.
Haviasidoelaborado,pelaUndCorporateDesign,umcronogramadenominadoAurora.
Eleprevia,emseismeses,divulgaramarcacomdiversasaçõesespecíficas.Esse
cronogramafoisolenementeignoradoe,porcontadisso,Chammasabiaquepoderiam
ocorrerreaçõesnegativas.
Umfatorpreponderanteparaosucessodeprojetosderevisõesdesistemasde
IdentidadeVisualéaconsideraçãodospúblicosdaorganização,mediantearealizaçãode
pesquisasqueexplicitemaformacomoosobservadoresvêemainstituiçãoepossibilitem
inferireventuaisreaçõesnegativasàsmudançaspretendidas.AmarcaPetrobrax,
divulgadademaneiraprecipitada,pegoudesurpresaopúblicointerno,quenãohavia
sidoenvolvidonoprojeto;eoexterno,quenãotinhanoçãodoprocessoqueestavaem
andamento.
NocasodarevisãodosignoVale,apesardamodificaçãoadotaronomepeloqual
amaiorpartedosclientes,parceirosecolaboradoresdainstituiçãonaturalmentese
referiamaela,adivulgaçãodanovamarcafoicuidadosa.Aabordagemdofatodequea
empresamudariadenomeocorrianaimprensa(videp.228);epeçaspublicitárias
traziaminformaçõessubjetivasdequalseriaessenome(videp.225).Taismedidas
consideravamosagentesinternoseexternosdainstituição,comunicandoquehaviauma
grandemudançaemcurso.Ascitaçõesabaixoconfirmamaimportânciaemseconsiderar
ospúblicosdaorganizaçãocujossignosserãorevisados.
256
En lo que respecta al programa, su assimilación por parte de
los miembros de la entidad es condición clave para la eficácia de un
operativo que se involucra directamente. Una inserción débil del
programa producirá efectos que podrán oscilar desde la simple
indiferencia hasta la resistencia abierta a las intervenciones
concretas. Para ser efectivamente implementados, los cambios a
realizarse deverán contar con una predisposición positiva de los
agentes internos.
Precisamente en esta fase es la que el equipo técnico deve
cumplir una primera función pedagógica y persuasiva, tendente a
hacer comprensible el proyecto a los agentes internos en los
distintos niveles y áreas del organigrama institucional y captar su
adhesión. La previsible presencia de bloqueos en algún sector del
organismo puede significar, según cual fuera esse sector, un
obstáculo insuperable para el cumplimiento del programa.
(CHAVES, 2003: 117)
Para você fazer uma modificação desse jeito, você teria que
ter feito uma pesquisa, você teria que ganhar corações e mentes
dentro da empresa. Muita gente que era contra, não conhecia o
projeto, dentro da companhia falou: “ah, mas se fosse assim...”.
Depois que esse projeto foi comentado lá dentro, da Petrobras,
muita gente chegou e falou “ah, se a gente soubesse que era isso
teria passado”.
(CHAMMA, informação oral, em entrevista de 13/01/2009)
Concluisedestaforma,queprojetosderevisãodesistemasdeIdentidadeVisual
Corporativapodemsertraumáticosparaainstituiçãoeparaosagentesenvolvidos,ea
contrataçãodeprofissionaisqualificadosnão
égarantiadequeosprojetossejambem
sucedidos.Muitasvariáveissãoenvolvidasnessasmudanças,esepagaumaltopreçopor
ignoraralgumadelas.Executaraspesquisasadequadasecontarcomaanálisecorretados
dadoslevantadospodemcolaborardemaneirasignificativaparaosucessodasaçõesde
revisão
damarca.
Nocasodoúnicoprojetonãoimplantadodentreosanalisadosmuitaenergiafoi
despendida,recursosforamempregadoseainstituiçãoficouexposta
desnecessariamente.Aatuaçãododesignercontratadonãofoiequivocada.Foi
empregadametodologiaprópriadaUndparaarevisãodoprojetodeIdentidadeVisual
CorporativaPetrobrase,sefosseescolhidasoluçãoalternativadentreasapresentadas,o
desfechopoderiatersidooutro.
257
AsdemandasqueoriginaramoprojetoPetrobraxaindaexistem,certamente
agravadas.AadoçãodonomePetrobraxmostrouseinviávelnomercadobrasileiro
naquelascircunstânciasenãochegouasertestadanomercadointernacional,umdos
pontosfocaisdoprojetodesenvolvido.Essenomenãodevevoltaraoroldashipótesesde
signoidentificadorverbaldessainstituição,quetemumasériedequestõesaresolverem
relaçãoaoseusignoatual.Oaprendizadodecorrentedoserrosdestaentidadedeve
orientarsuasaçõesfuturas,assimcomoasdeinstituiçõesquepretendamrevisarseus
sistemasdeIdentidadeVisual.
Nãosedeveesquecerquemudançasfazempartedavida,eéimportantequeseja
assim.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.”
Luiz Vaz de Camões, 1595
Fonte: http://pt.wikisource.org/wiki/Mudam-
se_os_tempos,_mudam-se_as_vontades , acessado em 18/12/08.

258
7. Referências bibliográficas
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7.2 Periódicos
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- MANZANO, C: O valor da identidade. Revista Negócios da Comunicação, número 29, p. 18
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- MARCA MITSUBISHI: http://mundodasmarcas.blogspot.com, acessado em 10/01/2009.
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- RANKING EMPRESEAS DE ENERGIA: http://www.pfcenergy.com/pfc50.aspxacessado em 20/01/2009.
- RANKING NACIONAL DA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS:
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- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA OFICIAL DA ARGENTINA:
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- SEQÜÊNCIA DE TRÊS ANÚNCIOS VALE DE PÁGINAS DUPLAS: http://www.vale.com.br, acessado em 20/01/09.
- SEQÜÊNCIA DE TRÊS ANÚNCIOS VALE DE PÁGINAS DUPLAS: http://www.vale.com.br, acessado em 20/01/09.
- SIGNO EM USO PELO ITAÚ: http://www.itau.com.br, acessado em 20/01/2009.
- SIGNOS MTV: http://www.mtv.com, acessado em 18/06/2006.
- TAM NO INPI: http:// www.inpi.gov.br, acessado em 21/06/2007.
- UNIBANCO NO INPI: http:// www.inpi.gov.br, acessado em 21/06/2007.
- USIMINAS NO INPI: http:// www.inpi.gov.br, acessado em 21/06/2007.
- VALE DO RIO DOCE / VALE NO INPI: http:// www.inpi.gov.br, acessado em 21/06/2007.
- VALE DO RIO DOCE VAI MUDAR NOME E MARCA EM NOVEMBRO:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0810200720.htm , acessado em 13/12/08.
- VALE INVESTE US$ 50 MI EM NOVA MARCA:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi3011200728.htm, acessado em 20/01
262
8 Anexos 262
8.1 Anexo 01 - Orientações do INPI 263
8.2 Anexo 02 - As marcas da Petrobras e o caso Petrobrax: Artigo de Ricardo Vieira 267
263
8.1 Anexo 01
Orientações do INPI
Inwww.inpi.gov.br,acessadoem15/09/2005.
O que é marca?
Marca, segundo a lei brasileira, é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e
distingue produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como certifica a
conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas.
Para obter o registro de uma marca, é necessário apresentar o pedido ao INPI que o examinará com
base nas normas legais estabelecidas pela Lei da Propriedade Industrial e nos atos resoluções
administrativos.
Condições de validade
A marca deve constituir em sinal visualmente perceptível;
Os sinais visualmente perceptíveis devem revestir-se de distintividade, para se prestarem a
assinalar e distinguir produtos ou serviços dos demais, de procedêcia diversa;
A marca pretendida não pode incidir em quaisquer proibições legais, seja em função da sua própria
constituição, do seu caráter de liceidade ou da sua condição de disponibilidade.
Natureza da marca
1. Quanto à Origem
Marca brasileira: Aquela regularmente depositada no Brasil, por pessoa domiciliada no País.
Marca estrangeira:
a) Aquela regularmente depositada no Brasil, por pessoa não domiciliada no País;
b) Aquela que, depositada regularmente em País vinculado à acordo ou tratado do qual o Brasil seja
partícipe, ou em organização internacional da qual o País faça parte, é também depositada no
território nacional no prazo estipulado no respectivo acordo ou tratado, e cujo depósito no País
contenha reivindicação de prioridade em relação à data do primeiro pedido.
2. Quanto ao Uso:
As marcas, quanto à sua utilização podem ser de produtos, de serviços, coletivas ou de certificação.
- Marca de produtos ou de serviços:
Aquelas usadas para distingui-los de outros idênticos, semelhantes ou afins, de origem diversa.
- Marcas coletivas:
Aquelas usadas para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada
entidade.
- Marcas de certificação:
Aquelas que destinam-se a atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas
normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e
metodologia empregada.
264
Apresentação da marca
- Nominativa: É constituída por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano,
compreendendo, também, os neologismos e as combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou
arábicos.
- Figurativa:
É constituída por desenho, imagem, figura ou qualquer forma estilizada de letra e número,
isoladamente, bem como dos ideogramas de línguas tais como o japonês, chinês, hebraico, etc.
Nesta última hipótese, a proteção legal recai sobre o ideograma em si, e não sobre a palavra ou
termo que ele representa, ressalvada a hipótese de o requerente indicar no requerimento a palavra
ou o termo que o ideograma representa, desde que compreensível por uma parcela significativa do
público consumidor, caso em que se interpretará como marca mista.
-Mista: É constituída pela combinação de elementos nominativos e elementos figurativos ou de
elementos nominativos, cuja grafia se apresente de forma estilizada.
- Tridimensional:
É constituída pela forma plástica (estende-se por forma plástica, a configuração ou a conformação
física) de produto ou de embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja
dissociada de qualquer efeito técnico.
Prazo de validade:
O prazo de validade do registro de marca é de dez anos, contados a partir da data de concessão.
Esse prazo é prorrogável, a pedido do titular por períodos iguais e sucessivos. Em caso contrário,
será extinto o registro e a marca estará, em princípio, disponível.
Obigações do titular:
O titular do registro de marca tem a obrigação de utilizá-la para mantê-la em vigor.
O prazo para início de uso é de 5 anos, contados da data da concessão do registro. Uma vez
requerida a caducidade da marca, caberá ao detentor do registro provar a sua utilização.
Outra obrigação do titular é prorrogar o registro de sua marca. O requerimento de prorrogação deve
ser protocolado na vigência do último ano do decênio de proteção, ou, se não houver sido nesse
período, o titular poderá fazê-lo no prazo de 06 (seis) meses, contados do dia imediatamente
subsequente ao dia do término de vigência do registro, mediante o pagamento de retribuição
adicional.
Proteção especial:
A lei brasileira prevê ainda a Marca de Alto Renome, para os casos em que o sinal devidamente
registrado goze de renome que transcenda o segmento de mercado para o qual ele foi originalmente
destinado.
A Marca de Alto Renome tem assegurada proteção especial em todas as classes.
265
Quem pode requerer:
Toda pessoa que exerce atividade lícita e efetiva pode requerer registro de marca.
A exigência legal de haver compatibilização entre os produtos ou serviços assinalados no depósito
com aqueles produzidos/comercializados ou prestados pelo requerente deve ser observada,
obrigatoriamente, pelos requerentes de pedidos de registro relativos às marcas de produto ou
serviço, sob pena de indeferimento do pedido ou de nulidade do registro.
Os requerentes de pedidos de registro de marca coletiva podem exercer atividade distinta daquela
exercida por seus membros e devem enquadrar os respectivos pedidos nas classes correspondentes
aos produtos ou serviços provindos dos membros da coletividade.
Os requerentes de pedidos de registros de marca de certificação não podem exercer atividade que
guarde relação direta ou imediata com o produto ou serviço a ser certificado.
Procedimentos:
- Busca prévia: A busca prévia não é obrigatória, entretanto, é aconselhável ao interessado realizá-
la antes de efetuar o depósito, na atividade que o signo visa assinalar, com o intuito de verificar se
já existe marca anteriormente depositada/registrada.
- depósito: O pedido de registro de marca é requerido através de formulário próprio, no qual são
prestadas informações e fornecidos dados sobre a marca e o requerente.
Devem constar ainda do requerimento as etiquetas das marcas, quando for o caso, e o comprovante
do pagamento da retribuição ao depósito.
- Exame do pedido: Apresentando o pedido, será o mesmo submetido a exame formal preliminar e,
se devidamente instruído, será protocolizado e publicado na Revista da Propriedade Industrial para
apresentação de oposição, no prazo de 60 (sessenta) dias.
Decorrido o prazo de oposição, ou se interposta esta, findo o prazo de manifestação será feito o
exame, durante o qual poderão ser formuladas exigências, que deverão ser respondidas no prazo de
60 (sessenta) dias.
Se a exigência não for respondida, o pedido será definitivamente arquivado. Mas, em sendo
respondida a exigência, ainda que a mesma não seja cumprida, ou contestada a sua formulação,
dar-se-á prosseguimento ao exame.
Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo ou indeferindo o pedido de registro.
Se a decisão der pelo indeferimento do pedido, caberá a interposição de recurso no prazo de 60
(sessenta) dias. A decisão do recurso se dará pelo Presidente do INPI e, em havendo a manutenção
do indeferimento, encerrar-se-á a instância administrativa.
No entanto, não caberá recurso da decisão que der pelo deferimento do pedido, devendo ser
efetuado e comprovado, no prazo de 60 (sessenta) dias, o pagamento das retribuições relativas à
expedição do certificado e ao primeiro decênio de vigência do registro.
Findo o prazo mencionado, a retribuição poderá ainda ser paga e comprovada dentro de 30 (trinta)
dias, mediante o pagamento de retribuição específica, sob pena de arquivamento definitivo do
pedido. Em havendo o recolhimento, é publicada a concessão do registro, que poderá ser revista
administrativamente, dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
A Lei prevê ainda a ação de nulidade, que poderá ser proposta no prazo de até cinco anos da data
266
de concessão do registro. Os prazos previstos são contados da data de publicação dos despachos na
RPI - Revista da Propriedade Industrial.
História e finalidade da Classificação de Nice:
A Classificação Internacional(Nice) de Produtos e Serviços para o Registro de Marcas foi instituída
oficializada por um Acordo concluído por ocasião da Conferência Diplomática de Nice, em 15 de
junho de 1957 e revista em Estocolmo, em 1967 e em Genebra, em 1977.
Os países que fazem parte do Acordo de Nice constituem uma União Especial dentro da estrutura
da União de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial. Estes países adotaram e aplicam, para
o registro de marcas, a Classificação de Nice. Cada um dos países signatários do Acordo de Nice
obriga-se a aplicar a Classificação de Nice para o registro de marcas, quer como sistema principal,
quer como sistema auxiliar, assim como fazer figurar nas publicações oficiais dos seus registros os
números das classes da Classificação Internacional a que pertençam os produtos e serviços para os
quais as marcas são registradas. O emprego da Classificação de Nice é obrigatório não apenas para
o registro nacional de marcas nos países que fazem parte do Acordo de Nice, mas também para o
registro internacional de marcas efetuado pelo BUREAU Internacional da OMPI, em virtude do
Acordo de Madri relativo ao registro internacional de marcas ou do Protocolo relativo ao Acordo
de Madri referente ao registro internacional de marcas e para o registro de marcas feito pela
Organização Africana da Propriedade Intelectual (OAPI) e pelo Escritório Instituto de Marcas do
Benelux.A Classificação de Nice é igualmente aplicada por vários países que não fazem parte do
Acordo de Nice (ver lista na página viii).
As traduções da sétima edição da classificação de Nice, algumas das quais constituindo-se em
textos oficiais, em conformidade com o Artigo 1 (6) do Acordo de Nice, estão sendo preparadas em
chinês, croata, tcheco, dinamarquês, holandês, alemão, italiano, japonês, lituano, macedônio,
norueguês, polonês, português, russo, esloveno, espanhol e sueco. As versões originais da
classificação de Nice (inglês e francês), são publicados em duas partes. A primeira parte apresenta
em ordem alfabética a lista de todos os produtos e a lista de todos os serviços. A Parte II apresenta
em ordem alfabética, separadamente para cada classe, os produtos e serviços pertencentes áquela
classe. Existe também uma versão bilingüe (inglês/francês).A sétima edição da Classificação de
Nice, tanto em suas versões oficiais e na maioria das versões para outros idiomas, pode ser
solicitada à Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), 34,CHEMIN DES
COLOMBETTES, 1211, GENEVA 20 (SWITZERLAND). Genebra, outubro de 1996
267
8.2 Anexo 02
As marcas da Petrobras e o caso Petrobrax
Artigo de Ricardo Vieira, não publicado, cedido pelo autor.
Segue texto de email enviado por Ricardo Vieira em 15/01/2009, com sua apresentação. A
sugestão de contatá-lo foi feita por Norberto Chamma, depois de nossa entrevista em
13/01/2009:
Prezado Ricardo,
Sou profissional de comunicação e marketing da Petrobrás há 30 anos. Fui responsável
pela primeira modernização da marca Petrobras (substituição do antigo losango preto
pelo BR verde-amarelo) , em 1994, quando eu era o gerente de propaganda. Sempre
considerei esse assunto prioritário. Em 2001, quando eu era gerente-executivo da
comunicação institucional da empresa, tentamos avançar um pouco mais contratando a
Und para nos ajudar. O trabalho desenvolvido pelo Norberto foi brilhante. O projeto é até
hoje extremamente moderno (poderia ser implementado imediatamente sem ajustes).
A título de colaboração, artigo de minha autoria sobre a evolução das marcas da
Petrobras.
Qualquer coisa, poderemos conversar por telefone.
Abraços,
Ricardo Vieira
268
AS MARCAS DA PETROBRAS E O CASO PETROBRAX
Ricardo Vieira
Em seus primeiros quarenta anos de existência, até o final dos anos 1990, a Petrobras,
nascida a partir do agrupamento de várias atividades que já eram desenvolvidas em várias
autarquias do governo, permaneceu sendo administrada como se os seus vários departamentos e
subsidiárias fossem entidades à parte. A Fronape, por exemplo, jamais se conformou em ser
chamada de Petrobras; a Petrobrás Distribuidora sempre se considerou uma empresa autônoma (em
ambas seus empregados chamavam a Petrobras de “Petróleo”); os departamentos (DECOM,
DEPIN etc. tinham uma identidade própria muito mais forte que a identidade corporativa). Essa
percepção era corroborada por seus dirigentes/gerentes que, por motivos políticos ou por
deficiência técnica (sim, a “excelência gerencial” da Petrobras é um mito) raríssimas vezes faziam
a gestão dessas unidades de negócio com uma visão corporativa.
Do ponto de vista do público externo, a percepção era ainda mais difusa: as pessoas tampouco
reconheciam a empresa como uma organização integrada e as suas marcas não eram reconhecidas.
Esses problemas começaram a ficar mais agudos no começo dos anos 1990, quando, em
decorrência dos debates no Congresso que desaguaram na quebra do monopólio, havia uma forte
campanha pela privatização da Petrobras.
Nessa época, a logomarca da empresa era composta por um losango preto e pela palavra
Petrobrás (grafada com acento agudo) na mesma cor. O logotipo BR era usado apenas pelos postos
de serviço e identificava também a subsidiária de distribuição de derivados.
Nessa época, em 1994, foi feita uma pesquisa no Brasil e no exterior (a empresa já pensava na
ampliação de suas atividades internacionais) para levantar a percepção do público em relação às
marcas da empresa. As principais constatações foram as seguintes:
A Petrobras era percebida de forma extremamente fragmentada, o que, à época,
favoreceria seu eventual fatiamento (no caso de uma privatização parcial, por exemplo) e
diluía o valor da marca (brand equity). Ainda hoje, a Petrobras é talvez um caso único no
mundo de empresa conhecida por mais de 20 nomes diferentes, ora se confundindo com
suas subsidiárias, ora substituindo-as e freqüentemente identificada pelas suas unidades
operacionais. Exemplos de nomes e apelidos pelos quais a empresa é identificada
indistintamente, até mesmo pelos próprios empregados: Petrobras, Petrobras
Distribuidora, Distribuidora, BR, BR Distribuidora, BR Petrobras, Petróleo, Petrobras
Holding, Postos Petrobras, Cenpes, Reduc, etc. Apenas a título de comparação, a Shell é
Shell em qualquer lugar – não existe Shell Distribuidora, Refinaria da Shell ou coisa que
o valha (a marca corporativa da empresa é tão consolidada que ela se permite assinar seus
anúncios apenas com a concha, sem a palavra Shell).
No Brasil, quando, em 1994, o pesquisador mostrava apenas o antigo losango para o
entrevistado perguntando que empresa era aquela, a identificação positiva foi baixíssima.
Por exemplo, em Recife, apenas 7% dos entrevistados deram a resposta certa. Já a marca
BR foi corretamente associada à Petrobras por 92% dos entrevistados, em média (o que
era natural, pois existia um posto em cada esquina).
269
Entretanto enquanto a Petrobras tinha, em círculos restritos (principalmente no exterior),
uma imagem positiva de alta tecnologia na exploração e produção de petróleo, a
Petrobras Distribuidora tinha uma péssima imagem e sua gasolina era considerada “uma
água suja” (declaração textual de Wilson Fittipaldi em uma entrevista ao jornal O Globo
da época, no auge da campanha do fim do monopólio).
Existiam, em 1994, mais de 200 empresas no Brasil e no exterior que adotavam um
losango igual ou parecido ao da Petrobras como marca. Havia também várias empresas
com nome parecido – Petroflex, Petrominas e outras.
No exterior, a empresa era desconhecida, mas quando mostrada a cartela, o acento agudo
de Petrobras era percebido como apóstrofe (as pessoas diziam Petróbra’s) e, nos países de
idioma inglês, a empresa percebida como sendo da indústria de vestuário feminino (“bra”
é uma contração de “brasiere” que significa “sutiã”.)
Diante desses problemas, no final de 1994, foi feita uma intervenção que substituía o
losango pelo BR, que passava a ser marca corporativa e comum a todas as subsidiárias, as cores
foram modificadas, ficando mais próximas ao verde amarelo da bandeira brasileira e a palavra
Petrobras passou a ser grafada em itálico e sem acento (ver artigo, em anexo), o que limpava o
visual da marca, modernizava sua aparência e, até certo ponto, universalizava a pronúncia. Além
disso, foram feitos outros investimentos em comunicação que visavam agregar valores como
“modernidade”, “alta tecnologia” (envolvimento na Fórmula 1), “ambientalmente responsável”
(projeto Tamar, conceito “energia e vida” e outros) e “brasileira no Brasil e internacional no
exterior”.
A CONSOLIDAÇÃO DA PETROBRAS COMO EMPRESA DE CLASSE MUNDIAL
No começo da década de 2000, a empresa passou por uma grande reforma organizacional e
uma série de mudanças político-administrativas que a qualificaram como um player efetivo e
importante não apenas na indústria do petróleo, mas no mundo dos negócios. Essas medidas
culminaram com o IPO da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), em 2001.
Tendo consolidado sua reputação de competência, mesmo no novo cenário sem monopólio,
naquele momento as dificuldades da empresa com sua reputação, imagem e marcas eram de outra
natureza.
Até então a atividade internacional da empresa era preponderantemente no upstream, o que
a tornava praticamente invisível ao grande público. Mas a partir de seu ingresso em grande escala
na atividade de distribuição em países latino-americanos (principalmente com a compra da EG3, na
Argentina, e da YPFB, na Bolívia) os problemas com a marca se assomaram.
Foram encomendadas, então, outras pesquisas, no Brasil, América do Sul, Estados Unidos
e Europa, para avaliar a percepção junto ao grande público da marca Petrobras e Lubrax. As
principais constatações foram as seguintes:
Na América do Sul, principalmente na Bolívia e na Venezuela, o BR verde amarelo e o
sufixo “Brás” eras vistos como uma bandeira imperialista e a Petrobras como um
instrumento do capitalismo brasileiro.
Petrobras era associada especificamente à indústria do petróleo e não à energia.
270
Nos EUA e Europa a empresa era totalmente desconhecida. Nos EUA, o BR era
confundido com BP.
O sufixo “Brás” era identificado com o que há de mais atrasado: empresa estatal,
ineficiência, desperdício de recursos e baixa produtividade.
A marca Lubrax não apresentou qualquer rejeição e tinha a correta associação à indústria
do petróleo.
Além disso, a partir do início dos anos 2000, a preocupação mundial com energia limpa,
preservação do meio ambiente e com o “politicamente correto” ganhou enorme impulso (note-se
que é dessa época também o vertiginoso crescimento dos investimentos em SMS e a reorganização
contábil da empresa, que provocaram um enorme impacto no valor das ações da Petrobras na
NYSE). Essas preocupações, somadas aos resultados da pesquisa e à necessidade de unificar a
percepção da empresa resultaram na mudança da marca Petrobras para PetroBrax.
É interessante observar que, exatamente nessa mesma época, seis meses antes da mudança
da marca da Petrobras, a BP – British Petroleum, provavelmente após realizar pesquisa semelhante
e ao fazer essas mesmas constatações, mudou sua marca e seu nome. Passou a ser BP – Beyond
Petroleum (despindo-se do “British”, que lhe dava uma carga nacionalista/estatal e assumindo um
nome com sentido mais amplo) com seu logotipo representando um sol estilizado em verde e
amarelo. Ou seja, a BP fez exatamente o que a Petrobras teve a intenção de fazer ao mudar sua
marca para PetroBrax: ser vista como empresa de energia, desvincular-se de uma visão ufano-
nacionalista e modernizar sua marca.
POR QUE PETROBRAX
O desenvolvimento da PetroBrax, associada a um logotipo que remetia a energia limpa e
introduzia o azul e o branco, aliviando a percepção “nacionalista” da marca, tornando-a mais
neutra, Foi um trabalho de nove meses de gestação que levou em conta todos os aspectos acima
relatados e a “profissionalização” da Petrobras, que precisava deixar de ser vista, tanto no Brasil
quanto no exterior, como empresa estatal e passar a ter uma gestão preponderantemente
empresarial.
À época, assim como permanece ocorrendo até hoje, a empresa tinha marcas diferentes nos
vários países em que atua. Na Argentina, por exemplo, as testeiras dos postos de serviço não
ostentavam o BR e tendo apenas a palavra Petrobras escrita por extenso em fundo azul; na Bolívia,
o fundo era verde amarelo, mas sem BR. Isso sem falar nas marcas que foram compradas e até hoje
não foram mudadas por falta de definição (por exemplo, EG3 e Perez Companc, na Argentina).
O estudo que propunha a mudança da marca Petrobras oferecia três, opções a serem analisadas
pelos executivos da empresa. Em todas, o logotipo BR seria substituído:
1. Manter a marca Petrobras, mudando-se apenas o logotipo, no Brasil e no exterior.
2. No exterior, mudar o logotipo e a marca para PetroBrax; no Brasil, mudar o logotipo
mantendo Petrobras; e
3. Mudar o logotipo e a marca para PetroBrax tanto no Brasil quanto no exterior.
A logomarca PetroBrax, que, de certa forma, representava uma evolução e não uma
revolução, pois ainda não resolvia todos os problemas conceituais (que seriam resolvidos mais
271
tarde), visava consolidar a imagem corporativa no Brasil e no exterior. Os principais objetivos
eram:
Internacionalizar a empresa, partindo das premissas do Planejamento Estratégico 2000-
2010;
Introduzir cultura de mercado, portanto de marca, em uma empresa estatal antes
monopolista ajudando a torná-la competitiva em toda cadeia de valor;
Integrar e fortalecer a empresa e suas subsidiárias, redefinindo principalmente sua relação
com Petrobras Distribuidora, que passaria a se integrar à corporação como um todo –
inclusive perceptualmente;
Mudar a imagem da companhia, modernizando-a, em termos tecnológicos e de gestão, e
fazendo com que a empresa deixasse de ser uma força regional e passasse a ser percebida
como uma empresa internacional integrada.
“Desideologizar” a Petrobras fazendo com que fosse percebida, cada vez mais, como uma
empresa profissional, competente, moderna e voltada para o business.
Em termos de gestão, a mudança da logomarca oferecia também outras vantagens técnicas:
Leitura e fonética mais homogêneas em vários idiomas.
Maior vínculo com Lubrax, uma marca reconhecidamente neutra.
Redefinição da hierarquia empresarial, reforçando o nome corporativo e abandonando a
cultura de siglas e de compartamentização.
Instituição de poder legal normativo e consultivo para a gestão das marcas da empresa.
Posicionamento renovado da marca Petrobrax e Lubrax (no Brasil). Fortalecimento da
percepção da marca Petrobrax (distribuição) no estado de São Paulo.
Redesign das marcas internacionais recém adquiridas, à época, pela empresa, como EG3 e
Perez Companq (Argentina) e YPFB (Bolívia).
Padronização dos Postos de Serviço.
Esse estudo foi apresentado a todas as instâncias da Administração Superior na Petrobras
(inclusive ao Conselho) e às instâncias do governo, culminando na Presidência da República.
Depois de aprovada a opção no. 3 (mudança para Petrobrax no Brasil e no exterior) quase por
unanimidade (quanto à necessidade de adoção de alguma das três opções, a opinião era unânime),
foram feitas várias apresentações sobre a mudança para gerentes, empregados, sindicatos,
associações e outros públicos. Essa estratégia de comunicação revelou-se equivocada, uma vez que
os argumentos técnicos não chegaram a vir a público (o que, mesmo que acontecesse,
provavelmente jamais seriam compreendidos) e prevaleceram argumentos emocionais, político-
ideológicos e partidários.
Depois disso, a mudança foi anunciada ao grande público e uma semana depois, por
pressões políticas variadas e com a mídia fazendo campanha contra, o projeto foi cancelado, a
logomarca com o BR voltou, e os problemas de identidade da Petrobras se avolumaram,
constituindo-se em uma clara desvantagem da Petrobras em relação às suas rivais em um mercado
global altamente competitivo.
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