4.4 Análise dos Géis de Acordo com o Dia de Postura
Nos zimogramas relativos à R. (B.) microplus foram evidenciadas 15 bandas protéicas
cujos pesos moleculares aproximados são: 226, 160, 123, 101, 83, 74, 69, 64, 59, 56, 51, 49,
38, 36, 33 e 31 KDa (Figura 4).
As bandas de 226, 49, 38 e 36 KDa foram detectadas até o 17
o
dia de postura,
enquanto a banda de 123 KDa foi detectada até o 20
o
dia de postura, a banda de 101 KDa
apareceu somente nos dias mais próximos do final da postura 15, 18, 19, 20 e 21. Bandas com
peso de 69, 56 e 51 KDa não foram detectadas após o 18
o
dia de postura e a banda de 64 KDa
foi visível no gel até o 19
o
dia após início de postura. As bandas com 31 e 33 KDa foram
detectadas até o 14
o
e 15
o
dias de postura respectivamente. As demais bandas estavam
presentes em todos os dias de postura. Nota-se que durante o período de maior postura todas
as bandas, com exceção da banda de 101 KDa, foram detectadas.
Em R. (R.) sanguineus, foram evidenciadas 11 bandas protéicas cujos pesos
moleculares aproximados são: 215, 139, 112, 91, 81, 75, 65, 54, 38, 31 e 29 KDa (Figura 5).
As bandas com 139 e 75 KDa estiveram presentes até o 18
o
dia de postura, as bandas de 112 e
54 KDa foram evidenciadas até o 17
o
dia de postura. A banda de 91 KDa foi detectada
somente no segundo dia de oviposição, enquanto a banda de 29 KDa apareceu apenas no 14
o
dia de oviposição. A banda de 38 KDa, apareceu até o 17
o
dia de postura, sendo que nos dias
quatro, cinco, seis e sete estava muito clara e não foi detectada pelo programa. As demais
bandas estavam presentes em todos os dias de postura. As variações na detecção de bandas
durante o período de postura das duas espécies Ixodida estudadas, podem ser características
das alterações na disponibilidade das proteínas aos ovos pelas fêmeas. Uma maneira de
compensar a falta de algumas proteínas nos ovos dos últimos dias de postura pode ser o
aumento da disponibilidade das proteínas metabolizadas em maior quantidade pelo corpo
gorduroso e consequentemente mais abundantes na hemolinfa das fêmeas em oviposição.
Estudos anteriores, como o de James e Oliver (1997), que purificaram e caracterizaram
parcialmente a vitelina dos ovos de I. scapularis, observando que a vitelina nos ovos desta
espécie possui um peso total de 480 Kda e sete sub-unidades com valores próximos aos
detectados no presente experimento, enquanto James e Oliver (1999b), concluíram que a
vitelina contém oito sub-unidades com pesos moleculares entre 48 e 145 KDa. Dessa forma,
as bandas protéicas entre 49 e 160 KDa observadas nos zimogramas de R. (B.) microplus e as
bandas entre 54 e 139 KDa observadas nos zimogramas de R. (R.) sanguineus no presente
experimento, podem ser subunidades de vitelina. Observou-se que algumas das bandas
protéicas que não estão presentes até o final da postura são supostamente subunidades de
vitelina.
Estudos sobre a degradação das proteínas ao longo do desenvolvimento embrionário,
realizados por Logullo et al. (1998), detectaram em B. microplus a presença de uma enzima
chamada BYC, precursora de uma proteinase aspártica com função de degradar a vitelina.
Esta enzima, quando analisada através de eletroforese, mostrou-se composta por duas bandas
protéicas de pesos moleculares 54 e 49 KDa. Abreu et al. (2004) sugeriram que esta enzima
possui peso molecular de 54 KDa, e que através da acidificação dos grânulos da gema, por
volta do quarto dia de embrionamento, é convertida para um polipeptídeo de peso molecular
47 KDa, que pode ser detectado in vivo, durante a embriogênese. Deste modo, com base na
literatura, pode-se sugerir que as bandas observadas no presente trabalho com pesos
moleculares aproximados de 49 e 51 ou 56 KDa em ovos de R. (B.) microplus, podem ser
subunidades da enzima BYC. Nos ovos de R. (R.) sanguineus, não foram observadas bandas
com pesos moleculares próximos a 47 KDa, a banda de 54 KDa presente durante o período de
postura pode ser a enzima BYC encontrada anteriormente em ovos de B. microplus antes do