( PDF ) Respostas comportamentais de novilhas em adaptação durante a mudança de uma área de descanso coletiva para uma área de descanso individual

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CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DE NOVILHAS EM ADAPTAÇÃO

DURANTE A MUDANÇA DE UMA ÁREA DE DESCANSO COLETIVA

PARA UMA ÁREA DE DESCANSO INDIVIDUAL

GIANNE EVANS CUNHA

LONDRINA – PARANÁ

2009

UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE LONDRINA

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GIANNE EVANS CUNHA

RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DE NOVILHAS EM ADAPTAÇÃO

DURANTE A MUDANÇA DE UMA ÁREA DE DESCANSO COLETIVA

PARA UMA ÁREA DE DESCANSO INDIVIDUAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência Animal da Universidade

Estadual de Londrina, como requisito para a

obtenção do título de Mestre em Ciência

Animal.

Orientadora:

Prof. Dra. Ivone Yurika Mizubuti.

Co-orientador: Prof. Dr. José Antonio Fregonesi

Londrina – Paraná

2009

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GIANNE EVANS CUNHA

RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DE NOVILHAS EM ADAPTAÇÃO

DURANTE A MUDANÇA DE UMA ÁREA DE DESCANSO COLETIVA

PARA UMA ÁREA DE DESCANSO INDIVIDUAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência Animal, da Universidade

Estadual de Londrina, como requisito para a

obtenção do título de Mestre em Ciência Animal.

COMISSÃO EXAMINADORA

-------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------

Profa Dra. Ana Maria Bridi Prof. Dra. Fernanda Barros Moreira

Universidade Estadual de Londrina Instituto Agronômico do Paraná

--------------------------------------------------

Profa. Dra. Ivone Yurika Mizubuti

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 03 de Março de 2009.

DEDICO, COM AMOR

Ao meu esposo Franklin e aos meus pais José e Geni

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu saúde, força e coragem além de colocar no meu

caminho pessoas maravilhosas que eu amo muito;

Ao meu esposo Franklin pelo amor, paciência, dedicação e ajuda em todos

esses anos de estudo. Ele me ajudou a acreditar em mim mesma, acreditou em

mim e não deixou que os obstáculos da vida me desanimassem;

Aos meus pais, José e Geni, que sempre estiveram do meu lado me

apoiando, ajudando e acreditando que eu conseguiria;

À Universidade Estadual de Londrina, por ter me acolhido na graduação e

pós-graduação, possibilitando o desenvolvimento deste trabalho;

À Professora Dr. Ivone Mizubuti pela paciência, compreensão e orientação

durante esse tempo, sendo pra mim como uma segunda mãe, me aconselhando e

me dizendo como fazer as coisas e a hora certa de cada uma;

A UBC (University of British Columbia) que me acolheu por seis meses

durante o experimento a campo, especialmente ao Dr. Daniel Weary, Dra. Marina

Von Keyserlingk e Dr. Doug Veira que me orientaram durante esse tempo. Aos

funcionários da fazenda da UBC que tiveram paciência e amor para me ajudar

durante esse período e principalmente as amigas que lá conheci: Erin, Grisel,

Katy, Kathrin, Ed e Dona, que me deram suporte psicológico e fizeram desses

seis meses um período feliz para ser lembrado sempre;

Ao Professor Dr. José Antonio Fregonesi pela co-orientação e pela

oportunidade de realizar o meu trabalho no Canadá, junto com excelentes

professores, com quem aprendi muito durante o ano que passou;

Aos amigos que me acompanharam nesses dois anos: Vivian, Elaine,

Filipe, Arturo, Ana Paula, Valdecir e especialmente o Bruno que me ajudou com

muitas idéias e realização de muitas análises;

A Tânia que sempre esteve ali no laboratório de nutrição escutando os

meus lamentos e sempre ajudando nas minhas análises e aos estagiários que

também contribuíram para que tudo fosse realizado;

A Vera e Falocci que sempre acreditaram que eu seria capaz e sempre me

apoiaram nas minhas decisões.

A todos os meus irmãos e sobrinhos que sempre acreditaram em mim e me

fizeram sentir amada e importante.

A todos muito obrigada!!!!

BIOGRAFIA DO AUTOR

Gianne Evans Cunha, filha de José Aparecido da Cunha e Geni da Costa

Cunha, nasceu em Londrina-Paraná, no dia 13 de março de 1981.

Em 17 de julho de 2006, concluiu o curso de Zootecnia, pela Universidade

Estadual de Londrina - UEL.

Em fevereiro de 2007, iniciou o programa de Pós-Graduação em Ciência

Animal, com área de concentração em Produção Animal, desenvolvendo

trabalhos com comportamento e bem estar de gado leiteiro.

Atualmente foi aprovada para cursar o Doutorado na Universidade Estadual

de Londrina.

SUMÁRIO

Resumo ........................................................................................................

Abstract ........................................................................................................

Introdução .....................................................................................................

Revisão de Literatura ...................................................................................

Referências Bibliográficas ............................................................................

Objetivos .......................................................................................................

Artigo: Behavioral responses of heifers in transition from sawdust-

pack to free stall housings …………………………………………………… 19

Abstract …………………………………………………………………………… 19

Introduction ………………………………………………………………………..

Materials and Methods …………………………………………………………..

Results ………………………………………………………………………….....

Discussion ………………………………………………………………………... 28

Conclusions ……………………………………………………………………….

Acknowledgements ......................................................................................

References ...................................................................................................

Conclusões da Dissertação ..........................................................................

Respostas comportamentais de novilhas em adaptação durante a mudança

de uma área de descanso coletiva para uma área de descanso individual

Resumo -

O objetivo desse trabalho foi examinar as respostas comportamentais de

novilhas em crescimento quando são introduzidas em um sistema de free stall e também

quando são apresentadas a um comedouro com tranca de pescoço. Foram utilizadas

vinte e uma novilhas Holandesas balanceadas por idade (159±25,0 dias) e peso corporal

(207±26,3 Kg). As novilhas foram divididas em 7 grupos de 3 animais cada. Os animais

foram observados em 2 tipos de sistema de manejo, sendo o primeiro com baia coletiva

onde a cama (4,6x12,0m) era constituída de pó de serra e o segundo com baias

individuais (free stall) com 13 baias (stalls) no espaço de descanso (6,6 x 12,0 m),

também com cama de pó de serra. Todas as novilhas foram instaladas nas baias

coletivas oito semanas antes do início do experimento. Cada grupo foi alocado na baia

coletiva experimental por 5 dias e foram gravadas por câmeras durante 3 dias (período

1). Após esse período os animais foram movidos para a baia com camas individuais

(stalls) contendo o mesmo tipo de comedouro (barras fixas) onde permaneceram por 5

dias sendo gravadas (período 2). Finalmente os animais foram deslocados para uma baia

com as mesmas dimensões da anterior que também continha stalls, mas com um

comedouro onde as barras eram móveis e com tranca de pescoço, sendo observados por

3 dias (período 3). Os comportamentos analisados diariamente foram os seguintes:

tempo total de descanso (novilha deitada dentro ou fora da cama), tempo total que os

animais passaram em pé (nos corredores, na cama ou com as patas da frente na cama)

e tempo total se alimentando. Para o segundo período onde os animais foram movidos

para o free stall também foi observado o tempo de latência dos animais para utilizarem a

cama pela primeira vez. Para o primeiro tratamento (período 1 vs. período 2) houve uma

diferença significativa (P<0,001) para tempo descansando entre o primeiro dia na nova

baia e o período anterior, onde foi observado uma queda de 4 h/d. Houve também

diferença entre o primeiro dia e os dias subseqüentes (P< 0,001) pois após o primeiro dia

os animais voltaram a descansar como antes, portanto não houve diferença entre os

períodos (p=0,127). Antes da introdução dos animais no free stall, as novilhas raramente

foram observadas deitadas nos corredores, sendo que este comportamento subiu para

2.5 h/d no primeiro dia no novo sistema (P<0.001), declinou para 1,5 h/d no

período seguinte (P = 0.010), mas continuou mais alto que o período anterior (P =

0.006).

O tempo despendido em pé nos corredores aumentou de 2,5 h/d para mais de 4

h/d no primeiro dia no free stall (P<0,001), declinou para 3 h/d (P<0,001) durante os dias

subseqüentes, entretanto, continuou mais alto do que no período anterior (p=0,002). Para

tempo em pé com as quatro patas na cama houve diferença (P< 0,001) entre o período 1

e o primeiro dia na nova baia e entre os períodos 1 e 2 (P<0,001). No entanto, não houve

diferença entre o primeiro dia e os dias subseqüentes na baia com divisões. Tempo em

pé com somente as patas da frente na cama só foi observado no período 2 e houve

diferença entre o primeiro dia e os demais dias na baia com divisões (P<0,001). Não

houve diferença no tempo que os animais passaram se alimentando durante o período de

transição. Para o segundo tratamento (per. 2 vs. per. 3) houve diferença (P=0,007) para

tempo se alimentando entre o período 2 e o primeiro dia com o novo comedouro, mas

não foi verificado diferenças entre períodos ou entre o primeiro dia e dias posteriores no

novo comedouro. Para os outros comportamentos não ocorreram diferenças significativas

nem entre períodos nem entre o primeiro dia e período anterior, ou dias posteriores a

mudança. Pode-se concluir que novilhas necessitam em torno de 24h para se adaptarem

a um novo ambiente, para aprenderem como se deitar nas camas individuais e utilizarem

um comedouro com tranca no pescoço.

Palavras-chave: Adaptação, sistemas de confinamento, comedouro, comportamento,

bem-estar animal.

Behavioral Responses of Heifers in Transition From Sawdust-Pack to Free

Stall Housings

Abstract

- The objective of this work was examining behavioral responses of early

heifers when they are introduced to a free stall pen and headlock feed bunk. Twenty-one

Holstein dairy heifers balanced by age (159 ± 25.0 d) and BW (207 ± 26.3 kg) were used.

The heifers were divided in 7 groups of 3 animals each. The animals were housed in

either a pen that consisted of a sawdust bedded-pack area (4.6 x 5.0 m; width x depth) or

in free stall pens (6.6 m x 12 m; width x depth) containing 13 stalls. All heifers had at least

8 wks previous experience lying on a bedded sawdust pack. Each group were housed on

the sawdust bedded pack for 5 d and recorded for 3d. After this first period the heifers

were moved to a free stall pen with the same type of feed barrier and recorded for 5 d

(period 2) and the last period the animals were moved to a new free stall pen fitted with a

headlock feed barrier and monitored for 3 d (period 3). The behaviours recorded were

lying, standing, feeding and for the period 2 the latency to use the stall as well. For the

first treatment (sawdust-pack vs. Free stall) there were significant difference (P<0.001)

between the sawdust-pack period and the first day in the stall where lying time felt 4 h/d

and difference between the first day and subsequent days in a free stall (P<0,001) but

there was not difference between periods 1 and 2 (P=0.127). Before introduction to the

free stalls, heifers were rarely observed lying down in the alley, but this behavior

increased to 2.5 h/d were introduced to free stall housing(P<0.001), this time declined to

1.5 h/d on the days following the change in housing (P = 0.010), but this was still higher

than during the baseline period on the sawdust pack (P = 0.006). Standing in the alley

increased approximately 2 h/d (P<0.001) in the first day in the stall pen, this time declined

to approximately 3 h/d (P<0.001) during the days following the switch, a value still higher

than during the baseline period (P = 0.002). For standing with 4 hooves in the bedded

area there was difference between pack and first day in free stall (P<0.001) and between

pack vs. free stall (P< 0.001), but there was not difference between the first day and

subsequent days. Time standing with the front hooves in the stall was measure just in free

stall and was observed significant difference between the first day and subsequent days in

the free stall pen (P<0.001). There was no change in feeding time during the transition

period. For the second treatment (slats vs. headlock) there was significant difference in

feeding time between the period in the slat feed bunker and the first day in a headlock (P

=0.007). It Was not found difference between the baseline period and the headlock period

and between the first day with headlock feeder and subsequent days. The others behavior

observed did not change during this experiment. In conclusion, dairy heifers take around

24 h to adapt to a new house system and learned how to lay down in stalls and how to

use the headlock feed bunk.

Key words: Adaption, confinement systems, feed bunk, behavior, animal welfare.

Introdução

Atualmente muitos trabalhos estão sendo realizados na área de bem

estar e comportamento de gado leiteiro. No entanto, os focos dos estudos são os

animais em produção ou bezerros, onde os produtores imaginam que se deve ter

mais atenção. Poucos estudos nessa área são realizados tendo como foco as

novilhas, tanto na adaptação em novos ambientes como o manejo em geral.

É observado que na maioria das propriedades canadenses as novilhas são

mantidas em baias com espaço para descanso coletivo e um corredor com

divisórias simples por onde os animais têm acesso ao alimento. No entanto,

quando atingem a idade fértil, os animais são inseminados e transferidos para

baias maiores, com cama dividida em pequenos cubículos, também chamada de

free stall, onde o corredor de alimentação possui divisórias com tranca de

pescoço para evitar a competição no comedouro e facilitar o manejo dos animais,

como por exemplo, aplicar medicamento, vacina, coleta de sangue, ou até mesmo

para separar um animal do rebanho.

Essa transição é abrupta e os animais necessitam se adaptar rapidamente

as novas condições de vida, e esse processo de adaptação ainda não é bem

conhecido, como por exemplo, o tempo que as novilhas levam pra se adaptarem

as mudanças.

Quando as novilhas são introduzidas ao novo ambiente, podem demonstrar

padrões de comportamentos diferentes quando comparado ao período anterior às

mudanças ou quando os animais já estão adaptados ao novo ambiente. A

observação contínua do comportamento durante esse período de transição é

necessária e pode ajudar a entender e definir como ocorre a adaptação e quanto

tempo leva para os animais aprenderem a lidar com as novas áreas de descanso

e novos comedouros.

Esse trabalho representa o inicio desse entendimento, pois os animais

devem ser observados para demonstrar o tempo gasto para que ocorra a

adaptação ao novo ambiente, bem como os padrões de comportamentos durante

este período.

Revisão de literatura

As mudanças ambientais bruscas podem causar problemas e dificuldades

para futuras adaptações (Goddard et al., 1998). O entendimento de como as

mudanças de ambientes, sistemas ou manejo afetam o comportamento animal

pode ajudar a melhorar o bem estar durante essa fase, uma vez que os cientistas

terão informações para trabalhar no intuito de diminuir o estresse causado

durante esse período.

Para melhorar o bem estar de vacas leiteiras, as propriedades vêm

substituindo um antigo sistema de confinamento, que consiste em manter os

animais em cubículos individuais presos por uma corrente (tie stall), por sistemas

onde os animais são mantidos em grupos e livres de correntes. Nos novos

sistemas, os animais podem permanecer tanto em baias com área de descanso

coletiva e coberta por uma cama de palha ou pó de serra (chamados strawyards

ou sawdust-pack), como em baias com área de descanso divididas em cubiculos

individuais cobertas por pó de serra ou areia, chamado de sistema free stall

(Leaver, 1999).

Vários estudos vêm sendo realizados com o intuito de determinar qual

sistema proporciona uma melhor qualidade de vida para animais confinados. As

pesquisas revelam que o sistema com área de descanso coletiva é o que oferece

o melhor conforto, pois os animais passam mais tempo deitados e o sistema

permite que ocorra um sincronismo neste comportamento. No entanto, nesse

sistema os animais ficam sujos, pois defecam na cama e deitam por cima, o que

eleva a incidência de mastite nos rebanhos (Fregonesi e Leaver, 2001 e 2002).

Para que o sistema com área de descanso coletiva funcione, é necessário

que a limpeza dessa área ocorra diariamente e a reposição e troca de cama seja

feita com mais freqüência, para evitar que os animais fiquem sujeitos a doenças.

Isso leva a um alto custo de manutenção porque demanda mais mão de obra e

material de cama.

O sistema free stall proporciona uma melhor limpeza do animal e um menor

índice de mastite já que o animal não permanece deitado em cama úmida

contendo fezes e urina, porque o sistema não permite que os animais sujem a

cama.

O desenho dos stalls é feito de forma que os animais precisam se levantar

para defecar e urinar, e ao se levantar uma barra (neck rail) localizada na parte

posterior do stall e elevada do chão, impede que o animal fique em pé na cama,

pois a mesma reduz o tamanho do local de descanso, fazendo com que o animal

posicione as patas traseiras nos corredores, onde os dejetos podem ser limpos

com mais facilidade através de rodos automáticos.

O sistema free stall tem um maior custo de implantação, no entanto

demanda de menos mão de obra, pois a limpeza pode ser feita com menos

freqüência e menos uso de material de cama, portanto a manutenção tem um

custo inferior ao sistema com área de descanso aberta.

Para que o conforto não seja prejudicado neste tipo de sistema, é

necessário que a baia possua um cubículo (cama) para cada animal e o espaço

oferecido seja suficiente para que as vacas consigam se deitar com facilidade

(Fregonesi e Leaver, 2001 e 2002).

Os padrões de comportamento em animais adultos alocados em baias com

área de descanso coletiva comparadas com baias tipo free stall são estudados

atualmente com o objetivo de proporcionar melhor bem estar às vacas. Fregonesi

e Leaver (2001 e 2002) encontraram que o tempo de descanso foi melhor em

animais que permaneciam em baias coletivas, mostrando que as práticas de

manejo na fazenda influenciam o bem estar animal. O tempo de descanso pode

ser utilizado como indicador de como está ocorrendo a adaptação e como um

ambiente inconveniente influencia o comportamento (Jensen, 1999).

Além do tipo da área de descanso, a qualidade da cama também influencia

o tempo de descanso. Fregonesi et al. (2007) observaram uma drástica redução

no tempo de descanso e um aumento significativo do tempo que os animais

passam em pé quando a cama oferecida continha níveis elevados de umidade.

Segundo Cook et al. (2004) os animais não se sentem confortáveis na cama

úmida e isso pode ocasionar sérias lesões de casco.

O tempo diário de descanso está intimamente ligado com o crescimento do

animal (Hänninen et al., 2003; Mongensen et al., 1997). Alguns pesquisadores

têm demonstrado que vacas com restrição no tempo de descanso apresentam

altos níveis de cortisol no plasma, além de outros indicadores fisiológicos de

estresse (Fisher et al., 2002; Tucker et al., 2007), que reafirmam a importância

desse comportamento como um indicador de bem-estar.

Muitos estudos têm mostrado que o espaço oferecido na área de descanso

muda o sincronismo do descanso (Faerevick et al., 2008; Mogensen et al., 1997;

Nielsen et al., 1997;). No entanto, em algumas situações onde o espaço é

suficiente para todos, os animais demonstram competição por espaços mais

confortáveis, com mais material de cama, menos vento ou com acesso as

paredes (Andersen and Boe, 2007; Boe et al., 2006; Gygax et al., 2007). Quando

se compara área coletiva com áreas divididas (free stall), o comportamento pode

ser muito importante, pois no sistema free stall há divisões na cama sem a

presença de paredes para proteger dos ventos.

Hagen and Broom (2004), estudando a reação emocional no aprendizado

de gado leiteiro, observaram que os batimentos cardíacos aumentaram nos 2

primeiros dias que os animais foram submetidos a processos de aprendizagem,

podendo refletir o estresse neste processo de aprendizagem.

Outro estudo que relata o estresse na adaptação foi desenvolvido por

Rzasa et al. (2007), que utilizaram índices sanguíneos de glicose, fibrinogênio,

hematócritos, cortisol, haptoglobina, soro amilóide A, proteína total e frações de

proteínas (albuminas e globulinas) para monitorar o estresse da adaptação em

gado de corte em novo rebanho. Os pesquisadores relataram que os animais

demoram uma semana para normalizarem os índices observados.

É possível encontrar trabalhos sobre a adaptação de novilhas prenhes ao

tie stall, porém não há estudos comportamentais para a categoria de novilhas no

processo transitório entre cama coletiva e free stall, sendo importante o início das

pesquisas na área.

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Objetivos

Objetivo geral:

Estudar as respostas comportamentais de novilhas em diferentes sistemas

de confinamento, determinando o tempo necessário para adaptação quando são

movidas de um sistema com área de descanso coletiva para um sistema com

área de descanso individual (free stall), bem como o comportamento desses

animais quando apresentados a um novo sistema de alimentação.

Objetivos específicos:

Determinar as mudanças comportamentais durante dois períodos de

transição através da observação contínua.

Determinar tempo de descanso diário, tempo em pé, tempo se alimentando,

tempo com as patas na área de descanso, latência para utilizar a cama com

divisões pela primeira vez, e tempo deitado nos corredores.

Determinar o tempo de adaptação a um novo sistema de alimentação com

presença de um canzil com tranca de pescoço.

ARTIGO

Behavioural Responses of Heifers in Transition from Sawdust-Pack to Free

Stall Housings

Abstract:

The objective of this research was examining behavioral responses of early