1. INTRODUÇÃO
Na literatura científica, o sobrepeso e a obesidade se caracterizam pelo acúmulo
excessivo de tecido adiposo, tanto na infância e adolescência quanto na vida adulta (Oliveira
et al., 2004; Marques-Lopes et al., 2004; Sabia et al., 2004; Pitanga & Lessa, 2005; Halpern
et al., 2006). Estudos epidemiológicos têm considerado a obesidade como uma doença
crônica, com crescentes taxas de prevalência, tornando-se assim problema de saúde pública
em países desenvolvidos e em desenvolvimento (Oliveira et al., 2004; Sabia et al., 2004;
Carneiro et al., 2005). Segundo Ronque et al., (2005) a epidemia da obesidade tem crescido
em diferentes populações (crianças, adolescentes, adultos e idosos). Em âmbito nacional, foi
realizada uma pesquisa de saúde e nutrição (PNSN, 1989) com uma amostra de sessenta e
duas mil pessoas de ambos os sexos, utilizando o índice de massa corporal como critério de
avaliação, e estimou-se que vinte e sete milhões (32%) da população brasileira apresentava-
se em estado de peso excessivo (Neutzling et al., 2000).
Estudos indicam que homens e mulheres com gordura corporal acima dos valores
aceitáveis como referência apresentam maiores riscos para doenças crônicas não-
transmissíveis como cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais, hipertensão, dislipidemias,
diabetes mellitos, aterosclerose, cálculo biliar, neoplasias, dentre outras (Lima & Glaner,
2006). A topografia da gordura corporal também está fortemente associada ao
desenvolvimento de doença cardiovascular e complicações metabólicas. Segundo Pitanga &
Lessa (2005), a obesidade central mais do que a obesidade generalizada está associada à
doença arterial coronariana (DAC). Para Oliveira et al. (2004), a obesidade na região visceral
abdominal está associada a maiores complicações metabólicas do que a gordura abdominal
subcutânea e periférica.
Em contrapartida, a prática de exercício físico tem sido recomendada como alternativa
na prevenção e no tratamento de tais doenças, uma vez que se tem demonstrado ser efetivo
para redução das taxas de morbi-mortalidade. Assim, pesquisas envolvendo diferentes tipos
de exercício físico têm demonstrado modificações benéficas sobre composição corporal,
perfil lipídico, resistência cardiorespiratória e diminuição de risco de doenças crônico-
degenerativas como obesidade, hipertensão, doenças cardíacas, câncer e diabetes (Prado &
Dantas, 2002; Nieman, 1999; Sabia et al., 2004; Fernandez et al., 2004).
Apesar da existência de evidências que apontam para efeitos positivos do
exercício resistido em diferentes populações, até o presente momento, não foi
demonstrado se o exercício resistido pode contribuir para a redução do peso e fatores