Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM OS
TRABALHADORES E GESTORES DE UMA EMPRESA
METALÚRGICA
Luiz Sérgio Dutra Nagli
Belo Horizonte
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Luiz Sérgio Dutra Nagli
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM OS
TRABALHADORES E GESTORES DE UMA EMPRESA
METALÚRGICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração da PUC Minas-FDC,
como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Patrus Mundim Pena
Belo Horizonte
2008
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Nagli, Luiz Sérgio Dutra
N151r Responsabilidade social empresarial com os trabalhadores e gestores de uma
Empresa metalúrgica / Luiz Sérgio Dutra Nagli. Belo Horizonte, 2008.
147f. : Il.
Orientador: Roberto Patrus Mundim Pena
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Administração
1. Responsabilidade social da empresa. 2. Trabalhadores. 3. Administração
participativa. 4. Indicadores estatísticos. I. Pena, Roberto Patrus Mundim. II.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação
em Administração. III. Título.
CDU: 658.3.048
r,>Ap$2,
,/
FUNDAÇAO DOM CABRA1
r-.
4;,:-
s$7-Q-f,?r
I.
3
,+=,,,+
~Kc
,7j>
Programa de Pós-graduação em Administração
?<;:>*\..
--
.,,y
*?\
PUC
Minas
OIsImOLVIYiWTO
Oi
UECUTIvos
i
IMIIUAs
Ata da sessão de
defesa da dissertação de mestrado
do aluno Luiz Sérgio Dutra Nagli do Programa
de Pós-graduação em Administração da Pontificia Universidade Católica de Minas Gerais.
Às quatorze horas do dia vinte e sete de março do ano de dois mil e oito, na sala de aula do
Mestrado
em Administração no prédio Redentorista
-
Av: Itaú, 525
-
Dom Bosco próximo ao
campus Coração
Eucarístico
da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em Belo Horizonte, reuniu-se a
banca examinadora presidida pelo
Orientador Prof: Dr. Roberto Patrus Mundim Pena (Doutor em
Filosofia, Universidad
Complutense de Madrid, U.C.M., Espanha)
e composta pelos
membros, Prof:
Dr. Antônio
Moreira de Canjalho Neto (Doutor em Administração, Universidade Federal de Minas
Gerais, UFMG, Brasil) e Prof: Dra.
Amyra Moyzes Sarsur (Doutor em Administração. Universidade
de São Paulo,
USP, Brasil),
para exame da dissertação "Responsabilidade Social Empresarial com
os Trabalhadores e Gestores de uma Empresa Metalúrgica", de autoria do aluno Luiz Sérgio
Dutra Nagli,
matriculado
no Programa de Pós-graduação em Administração. A defesa de dissertação
é
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Administração,
de acordo com o Regulamento
Geral dos Cursos de Pós-graduação
Stricto Sensu
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais. No início da sessão de defesa,
o
presidente da banca informou
ao candidato
que o tempo
disponível para sua apresentação seria de trinta minutos, passando, em seguida, a palavra
ao
candidato.
Encerrada a apresentação
do candidato, o
presidente retomou a palavra e deu início
à
discussão da dissertação, passando a palavra a cada
um
dos membros da banca examinadora. Após a
manifestação de cada um dos examinadores, a banca reuniu-se para definir o resultado, tendo a
dissertação
sida considerada
/eP&~kO8
(aprovada ou reprovada).
Em seguida,
o professor orientador
comunicou a todos os presentes o resultado. Na forma
regulamentar, foi lavrada a presente ata que
é
assinada pelos membros da banca examinadora.
Belo Horizonte, 27 de março de
2008.
Prof: Dr.
(Doutor em Filosofia, Universidad
Compliitense de Madrid, U.C.M., Espanha)
Prof: Dr.
J
Prof: Dr. Antonio Moreira de Carvalho Neto
(Doutor em
.4dministração, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Brasil)
Prof. Dra.
Administração. Universidade de
São Paulo, USP, Brasil)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha esposa, Clarissa, pelo apoio e pela compreensão.
Agradeço a meu orientador, Prof. Doutor Roberto Patrus Mundim Pena, pela dedicação e pela
paciência.
RESUMO
A responsabilidade social dirigida ao público interno de uma empresa metalúrgica, situada em
Minas Gerais, é o tema desta dissertação. Por um lado, tem-se a percepção dos gestores da
empresa. Por outro lado, tem-se a percepção dos trabalhadores. As percepções tanto dos
gestores quanto dos trabalhadores foram obtidas por meio de um questionário fechado, com
base na metodologia do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, aplicado a todos os
funcionários da empresa. Nesse questionário, os funcionários demonstraram sua percepção a
respeito de cada uma das variáveis: relações com o sindicato; gestão participativa; relações
com trabalhadores terceirizados, política de remuneração, benefícios e carreira; cuidados com
a saúde, segurança e condições de trabalho; compromisso com o desenvolvimento
profissional e a empregabilidade; comportamento diante das demissões; preparação para
aposentadoria. O capítulo da fundamentação teórica apresenta, primeiramente, um breve
histórico sobre as práticas e a teoria da responsabilidade social. Em seguida, expõe-se a
evolução do conceito de responsabilidade social e, posteriormente, faz-se uma apreciação dos
conceitos das variáveis dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social para o público
interno. Na análise dos resultados, constata-se uma concordância entre a percepção de
gestores e trabalhadores na maioria das variáveis analisadas. Concluiu-se que a empresa é
percebida como tendo atividades de responsabilidade social voltadas para seu público interno,
mas que ainda tem muito a fazer no que diz respeito ao compartilhamento de informações
com seus funcionários.
Palavras-chave: Responsabilidade social; Público interno; Gestão participativa; Variáveis dos
Indicadores Ethos.
ABSTRACT
This dissertation will focus attention on social responsibility directed to employees in a
metalworking industry located in Minas Gerais. On one hand, there is the point of view of
managers. On the other hand, there is the point of view of the workers. Both points of view
were taken from a closed format questionnaire, based on the methodology of Instituto Ethos
de Responsabilidade Social (Ethos Institute of Social Responsibility), answered by all
employees. In such questionnaire the employees showed their point of view on each variable
involved: relations with the union; shared management; relations with outsourced workers;
the company policy on salary, benefits and career; concern about health, safety and work
conditions; concern about professional development and possibility of getting a job; attitude
towards dismissals; preparation for retirement. The chapter on theoretical fundamentals firstly
presents a brief historical description of social responsibility theory and its practices.
Secondly it presents the evolution of the concept of social responsibility, and then an analysis
of the concepts of the variables of Ethos indicators of social responsibility directed to
employees. The results of this analysis show that managers` and employees` point of view are
the same in most of the variables. The conclusion is that the company is considered as having
social responsibility activities directed to employees but there is much to be done towards
sharing information with employees.
Key Words: Social responsibility; Company employees; Shared management; Variables of
Ethos indicators.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Tempo de casa dos respondentes ...................................................................... 51
GRÁFICO 2 Idade dos respondentes ..................................................................................... 52
GRÁFICO 3 Escolaridade dos respondentes ......................................................................... 53
GRÁFICO 4 Cargo dos respondentes .................................................................................... 54
GRÁFICO 5 Sexo dos respondentes ...................................................................................... 56
GRÁFICO 6 Relações com os sindicatos / Gestores / 1ª questão ......................................... 59
GRÁFICO 7 Relações com sindicatos / Trabalhadores / 1ª questão ...................................... 59
GRÁFICO 8 Relações com os sindicatos / Gestores / 2ª questão .......................................... 60
GRÁFICO 9 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 2ª questão ................................. 61
GRÁFICO 10 Relações com os sindicatos / Gestores / 3ª questão ........................................ 62
GRÁFICO 11 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 3ª questão ............................... 63
GRÁFICO 12 Relações com os sindicatos / Gestores / 4ª questão ........................................ 64
GRÁFICO 13 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 4a questão ............................... 64
GRÁFICO 14 Gestão participativa / Gestores / 1ª questão .................................................... 67
GRÁFICO 15 Gestão participativa / Trabalhadores / 1ª questão ........................................... 68
GRÁFICO 16 Gestão participativa /Gestores / 2ª questão ..................................................... 69
GRÁFICO 17 Gestão participativa / Trabalhadores / 2ª questão ........................................... 69
GRÁFICO 18 Gestão participativa / Gestores / 3ª questão .................................................... 70
GRÁFICO 19 Gestão participativa / Trabalhadores / 3ª questão ........................................... 71
GRÁFICO 20 Gestão participativa / Gestores / 4a questão ................................................... 72
GRÁFICO 21 Gestão participativa / Trabalhadores / 4ª questão ........................................... 73
GRÁFICO 22 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 1a questão ................. 76
GRÁFICO 23 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 1ª questão ......... 77
GRÁFICO 24 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 2ª questão .................. 78
GRÁFICO 25 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 2ª questão ......... 78
GRÁFICO 26 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 3ª questão .................. 79
GRÁFICO 27 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 3ª questão ......... 80
GRÁFICO 28 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 4ª questão .................. 81
GRÁFICO 29 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 4ª questão ......... 81
GRÁFICO 30 Política de remuneração, enefícios e carreira / Gestores / 1ª questão ............. 85
GRÁFICO 31 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 1ª questão .. 85
GRÁFICO 32 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 2ª questão ........... 86
GRÁFICO 33 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 2ª questão .. 87
GRÁFICO 34 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 3ª questão ........... 88
GRÁFICO 35 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 3ª questão .. 88
GRÁFICO 36 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 4ª questão ........... 89
GRÁFICO 37 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 4ª questão .. 90
GRÁFICO 38 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
1ª questão ....................................................................................................... 93
GRÁFICO 39 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
1ª questão ....................................................................................................... 93
GRÁFICO 40 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
2ª questão ....................................................................................................... 94
GRÁFICO 41 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
2ª questão ....................................................................................................... 95
GRÁFICO 42 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
3ª questão ....................................................................................................... 96
GRÁFICO 43 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
3ª questão ....................................................................................................... 96
GRÁFICO 44 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho. / Gestores /
4ª questão ....................................................................................................... 97
GRÁFICO 45 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
4ª questão ....................................................................................................... 98
GRÁFICO 46 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 1ª questão .................................................................................... 101
GRÁFICO 47 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
1ª questão ..................................................................................................... 101
GRÁFICO 48 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 2ª questão .................................................................................... 102
GRÁFICO 49 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 2ª questão ........................................................................... 103
GRÁFICO 50 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 3ª questão .................................................................................... 104
GRÁFICO 51 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 3ª questão .................................................................................... 105
GRÁFICO 52 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 4ª questão .................................................................................... 106
GRÁFICO 53 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 4ª questão ........................................................................... 106
GRÁFICO 54 Comportamento diante das demissões / Gestores / 1ª questão ..................... 109
GRÁFICO 55 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 1ª questão ............. 110
GRÁFICO 56 Comportamento diante das demissões / Gestores / 2ª questão ..................... 111
GRÁFICO 57 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 2ª questão ............. 111
GRÁFICO 58 Comportamento diante das demissões / Gestores / 3ª questão ..................... 112
GRÁFICO 59 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 3ª questão ............. 113
GRÁFICO 60 Comportamento diante das demissões / Gestores / 4ª questão ..................... 114
GRÁFICO 61 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 4ª questão ............. 114
GRÁFICO 62 Comportamento diante das demissões / Gestores / 5ª questão ..................... 115
GRÁFICO 63 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 5ª questão ............. 116
GRÁFICO 64 Comportamento diante das demissões / Gestores / 6ª questão ..................... 116
GRÁFICO 65 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 6ª Questão ............ 117
GRÁFICO 66 Preparação para posentadoria / Gestores / 1ª questão ................................... 120
GRÁFICO 67 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 1ª questão ........................ 120
GRÁFICO 68 Preparação para aposentadoria / Gestores / 2ª questão ................................. 121
GRÁFICO 69 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 2ª questão ........................ 122
GRÁFICO 70 Preparação para aposentadoria / Gestores / 3ª questão ................................. 123
GRÁFICO 71 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 3ª questão ........................ 123
GRÁFICO 72 Preparação para aposentadoria / Gestores / 4ª questão ................................. 124
GRÁFICO 73 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 4ª questão ........................ 125
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Diferenças de percepção entre gestores e trabalhadores em relação
às variáveis da pesquisa. .....................................................................................130
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Respondentes da pesquisa ................................................................................... 49
TABELA 2 Tempo de casa dos respondentes ........................................................................ 51
TABELA 3 Idade dos respondentes ....................................................................................... 52
TABELA 4 Escolaridade dos respondentes ............................................................................ 53
TABELA 5 Cargo dos respondentes ...................................................................................... 55
TABELA 6 Sexo dos respondentes ........................................................................................ 56
TABELA 7 Relações com os sindicatos ................................................................................ 58
TABELA 8 Relações com os sindicatos / Gestores / 1ª questão ............................................ 59
TABELA 9 Relações com sindicatos / Trabalhadores / 1ª questão ........................................ 60
TABELA 10 Relações com os sindicatos / Gestores / 2ª questão .......................................... 61
TABELA 11 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 2ª questão ................................. 61
TABELA 12 Relações com os sindicatos / Gestores – 3ª questão ......................................... 62
TABELA 13 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 3ª questão ................................. 63
TABELA 14 Relações com os sindicatos / Gestores / 4ª questão .......................................... 64
TABELA 15 Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 4ª questão ................................. 65
TABELA 16 Gestão participativa .......................................................................................... 66
TABELA 17 Gestão participativa / Gestores / 1ª questão ...................................................... 67
TABELA 18 Gestão participativa / Trabalhadores / 1ª questão ............................................. 68
TABELA 19 Gestão participativa / Gestores / 2ª questão ...................................................... 69
TABELA 20 Gestão participativa / Trabalhadores / 2ª questão ............................................. 70
TABELA 21 Gestão participativa / Gestores / 3ª questão ...................................................... 71
TABELA 22 Gestão participativa / Trabalhadores / 3ª questão ............................................. 71
TABELA 23 Gestão participativa / Gestores / 4ª questão ...................................................... 72
TABELA 24 Gestão participativa / Trabalhadores / 4ª questão ............................................. 73
TABELA 25 Relações com trabalhadores terceirizados ........................................................ 75
TABELA 26 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 1ª questão .................... 76
TABELA 27 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 1ª questão ........... 77
TABELA 28 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 2ª questão .................... 78
TABELA 29 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 2ª questão ........... 79
TABELA 30 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 3ª questão .................... 80
TABELA 31 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 3ª questão ........... 80
TABELA 32 Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 4ª questão .................... 81
TABELA 33 Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 4ª questão ........... 82
TABELA 34 Política de remuneração, benefícios e carreira ................................................. 84
TABELA 35 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 1ª questão ............. 85
TABELA 36 Política de remuneração benefícios e carreira / Trabalhadores / 1ª questão ..... 86
TABELA 37 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 2ª questão ............. 87
TABELA 38 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 2ª questão .... 87
TABELA 39 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 3ª questão ............. 88
TABELA 40 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 3ª questão .... 89
TABELA 41 Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 4ª questão ............. 89
TABELA 42 Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 4ª questão .... 90
TABELA 43 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho ................................. 92
TABELA 44 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 1ª
questão..............................................................................................................93
TABELA 45 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
1ª questão..........................................................................................................94
TABELA 46 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
2ª questão .......................................................................................................... 94
TABELA 47 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
2ª questão. ......................................................................................................... 95
TABELA 48 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
3ª questão .......................................................................................................... 96
TABELA 49 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
3ª questão .......................................................................................................... 97
TABELA 50 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores /
questão .............................................................................................................. 97
TABELA 51 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores /
4ª questão .......................................................................................................... 98
TABELA 52 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade ...... 100
TABELA 53 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 1ª questão ....................................................................................... 101
TABELA 54 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 1ª questão .............................................................................. 102
TABELA 55 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 2ª questão ....................................................................................... 103
TABELA 56 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 2ª questão .............................................................................. 103
TABELA 57 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 3ª questão ....................................................................................... 104
TABELA 58 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 3ª questão ....................................................................................... 105
TABELA 59 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 4ª questão ....................................................................................... 106
TABELA 60 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 4ª questão .............................................................................. 107
TABELA 61 Comportamento diante das demissões ............................................................ 108
TABELA 62 Comportamento diante das demissões / Gestores / 1ª Questão ...................... 109
TABELA 63 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 1ª Questão.............. 110
TABELA 64 Comportamento diante das demissões / Gestores / 2ª questão ....................... 111
TABELA 65 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 2ª questão .............. 112
TABELA 66 Comportamento diante das demissões / Gestores / 3ª questão ....................... 113
TABELA 67 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 3ª questão .............. 113
TABELA 68 Comportamento diante das demissões / Gestores / 4ª questão ....................... 114
TABELA 69 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 4ª questão .............. 115
TABELA 70 Comportamento diante das demissões / Gestores / 5ª questão ....................... 115
TABELA 71 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 5ª questão .............. 116
TABELA 72 Comportamento diante das demissões / Gestores / 6ª questão ....................... 117
TABELA 73 Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 6ª questão .............. 117
TABELA 74 Preparação para aposentadoria ........................................................................ 119
TABELA 75 Preparação para aposentadoria / Gestores / 1ª questão ................................... 120
TABELA 76 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 1ªquestão ........................... 121
TABELA 77 Preparação para aposentadoria / Gestores / 2ª questão ................................... 121
TABELA 78 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 2ª questão .......................... 122
TABELA 79 Preparação para aposentadoria / Gestores / 3ª Questão .................................. 123
TABELA 80 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 3ª questão .......................... 124
TABELA 81 Preparação para aposentadoria / Gestores / 4ª questão ................................... 124
TABELA 82 Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 4ª questão1 ........................ 125
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
FAP
Fator Acidentário de Prevenção
NTEP
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
NUPEGS
Núcleo de Pesquisa em Ética e Gestão Social
OHSAS
Occupational Health and Safety Assessment Series
OIT
Organização Internacional do Trabalho
PLR
Participação nos Lucros e Resultados
RH
Recursos Humanos
RSE
Responsabilidade Social e Empresarial
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 18
2.1 O conceito de Responsabilidade Social Empresarial..................................... 18
2.2 Responsabilidade Social Empresarial e a importância do
stakeholder público interno............................................................................. 21
2.3 Indicadores de Responsabilidade Social para o público interno.................. 23
2.3.1 Diálogo e participação.................................................................................... 25
2.3.1.1 Relações com os sindicatos....................................................................... 25
2.3.1.2 Gestão participativa.................................................................................... 28
2.3.2 Respeito ao indivíduo...................................................................................... 30
2.3.2.1 Relações com trabalhadores terceirizados................................................ 31
2.3.3 Trabalho decente........................................................................................... .. 33
2.3.3.1 Política de remuneração, benefícios e carreira......................................... 33
2.3.3.2 Cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho..................... 36
2.3.3.3 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a
empregabilidade.......................................................................................... 38
2.3.3.4 Comportamento diante das demissões....................................................... 40
2.3.3.5 Preparação para aposentadoria.................................................................. 43
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 46
3.1 Caracterização da empresa............................................................................... 46
3.2 Variáveis de análise............................................................................................ 47
3.3 Coleta de dados................................................................................................... 48
4 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................... 50
4.1 Informações demográficas................................................................................ 50
4.1.1 Tempo de casa.................................................................................................. 50
4.1.2 Idade................................................................................................................. 52
4.1.3 Escolaridade..................................................................................................... 53
4.1.4 Cargo................................................................................................................ 54
4.1.5 Sexo.................................................................................................................. 55
4.2 Análise das variáveis....................................................................................... .. 56
4.2.1 Diálogo e participação..................................................................................... 57
4.2.1.1 Relações com os sindicatos......................................................................... 57
4.2.2 Gestão participativa........................................................................................ 66
4.3 Respeito ao indivíduo........................................................................................ 75
4.3.1 Relações com trabalhadores terceirizados.................................................... 75
4.4 Trabalho decente............................................................................................... 83
4.4.1 Política de remuneração, benefícios e carreira............................................. 83
4.4.2 Cuidados com saúde, segurança e condições de Trabalho........................... 91
4.4.3 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade.... 99
4.4.4 Comportamento diante das demissões........................................................... 108
4.4.5 Preparação para aposentadoria.................................................................... 119
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 127
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 132
APÊNDICES .............................................................................................................. 136
15
1 INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, várias são as pressões exercidas sobre as empresas no que se refere a
sua atuação social. Estas demandas não são apenas advindas do mercado, mas de vários
segmentos da sociedade, direcionando as empresas para um novo modelo de gestão e de
desenvolvimento econômico, ambiental e social.
Pretende-se nesta dissertação abordar parte dessas demandas e pressões,
particularmente as exigências relativas à responsabilidade social da empresa com seu público
interno e as percepções ligadas a elas. Neste trabalho o problema de pesquisa é definido da
seguinte maneira:
Qual é a percepção dos gestores e dos trabalhadores em relação às iniciativas de
responsabilidade social, endereçadas ao público interno em uma empresa metalúrgica?
Existe diferença entre a percepção de gestores e de trabalhadores em relação a essas
iniciativas?
A análise comparativa entre os dados dos gestores e dos trabalhadores atendeu às
recomendações de pesquisas na área que indicaram que a percepção dos gestores tende a ser
mais favorável às empresas do que a percepção dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2005;
MATONNI, 2007).
A escolha do tema se justifica por sua amplitude e atualidade. Segundo Ashley et al.
(2003), o conceito de responsabilidade social não está suficientemente consolidado e pode ser
considerado em construção. Já no que se refere ao foco público interno, pode-se dizer que, de
todos os stakeholders, este é o mais importante quando se pretende confrontar o discurso da
empresa com sua prática de responsabilidade ética, partindo-se do princípio de que as
empresas deveriam começar sua atuação ética e socialmente responsável dentro de seus
próprios limites antes de pensar em ações além de suas fronteiras. Trata-se de uma questão de
coerência.
Outra importante justificativa é a de somar esforços com um grupo de autores que tem
aumentado consideravelmente a literatura nessa área, principalmente aqueles que tomam o
público interno como foco de análise (FURTADO, 2006; FRANÇA, 2005; COELHO, 2004;,
MATONNI, 2007; OLIVEIRA, 2005). Grande parte desses trabalhos se insere no esforço de
produção coletiva de um núcleo de pesquisa chamado Núcleo de Pesquisa em Ética e Gestão
Social (NUPEGS), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Administração da PUC
16
Minas, que vem pesquisando a responsabilidade social da empresa (RSE) com os
empregados.
A dissertação é dividida em cinco capítulos. Logo após essa introdução, apresenta-se o
referencial teórico, que discute o conceito de RSE e as variáveis relativas ao tratamento com o
público interno abordadas neste trabalho que são:
a) Diálogo e participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
b) Respeito ao indivíduo
Relações com trabalhadores terceirizados
c) Trabalho decente
Política de remuneração, benefícios e carreira
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Comportamento diante das demissões
Preparação para aposentadoria
O capítulo seguinte aborda a metodologia. Trata-se de um estudo de caso, realizado na
empresa Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. Como instrumentos de pesquisa,
foram utilizados questionários com todos os 795 trabalhadores da empresa lotados em Araxá,
Minas Gerais. Na análise de dados são apresentados todos os dados, tabulados separadamente
entre gestores e trabalhadores e, finalmente, as considerações finais com as conclusões da
pesquisa.
Entre os resultados, pode-se notar que a empresa é percebida como tendo atividades de
responsabilidade social, voltadas para seu público interno e consolidadas, mas que ainda tem
muito a fazer no que diz respeito ao compartilhamento de informações com seus funcionários.
As diferenças de percepção entre gestores e trabalhadores seguem o padrão das pesquisas
anteriores, em que, de maneira geral, gestores tendem a ter uma avaliação mais positiva das
iniciativas da empresa do que os trabalhadores. O dado a respeito do comportamento diante
das demissões levantou a questão a respeito do sentido deste tema em uma empresa que não
demite, visto que historicamente a empresa vem contratando mais funcionários para fazer
frente ao seu crescimento e para reposição de funcionários que se aposentam tendo um índice
de demissão próximo de zero. Quanto ao questionário do Instituto Ethos, a empresa não será
classificada em estágios, uma vez que a pesquisa sugeriu que estes não são seqüenciais. Este
17
ponto ficou claro quando investigamos um quesito como o da Preparação para Aposentadoria.
Neste quesito, a quarta questão teve concordância absoluta, concordância esta não verificada
na terceira questão.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O conceito de Responsabilidade Social Empresarial
Com o crescente interesse empresarial em desenvolver atividades sociais e devido ao
reconhecimento da importância desse tema para os negócios, cada vez mais as companhias
estão buscando novas formas de agregar valor social a suas atividades. Dessa maneira,
expressões como cidadania empresarial, filantropia corporativa e responsabilidade social
corporativa estão sendo utilizadas com significados diversos e até mesmo como sinônimos.
(TENÓRIO, 2004).
A expressão cidadania empresarial é muito utilizada para demonstrar o envolvimento
da empresa em programas sociais de participação comunitária, por meio do incentivo ao
trabalho voluntário, do compartilhamento de sua capacidade gerencial, de parcerias com
associações ou fundações e do investimento em projetos sociais nas áreas de saúde, educação
e meio ambiente (TENÓRIO, 2004).
Já o termo filantropia significa amor ao homem ou à humanidade, pressupondo uma
ação altruísta e desprendida. É também relacionado à caridade. A ação filantrópica
empresarial pode ser caracterizada como uma ação social de natureza assistencialista, caridosa
e predominantemente temporária. A filantropia empresarial é realizada por meio de doações
de recursos financeiros ou materiais às comunidades ou às instituições sociais (TENÓRIO,
2004).
O conceito de responsabilidade social, que prevaleceu até a década de 1930, foi o
conceito clássico do modelo econômico de Adam Smith. Nesse modelo, a sociedade expressa
seus desejos e suas necessidades via mercado e, se as empresas simplesmente responderem a
essas demandas, elas terão cumprido seu papel. Apesar disso, a história mostra que, mesmo
nos períodos caracterizados pela visão clássica, muitos empresários se engajaram em ações
filantrópicas e paternalistas para melhorar a vida de comunidades próximas das empresas,
ainda que continuassem acreditando nos principais valores da visão econômica dominante.
Galbraith (1980), por exemplo, relata a experiência desenvolvida em New Lanark, Escócia,
no final do século XVIII, por David Dale, destacado capitalista e filantropo escocês. Sua
empresa transformou-se na maior tecelagem da Escócia, ao empregar jovens retirados dos
orfanatos e proporcionar-lhes oportunidades de estudo e condições de trabalho mais humanas,
19
através da redução da jornada de trabalho de doze horas para dez horas e meia. Nesse caso
pode-se identificar ações de responsabilidade social para com o público interno, tanto no
custeio da educação de menores abandonados, futuros empregados, quanto na iniciativa de
reduzir a jornada de trabalho de seus operários.
O caso de Henry Ford, em 1919, também ilustra que a responsabilidade social não é
algo tão recente. O famoso empresário decidira, na época, não distribuir parte dos dividendos
com os acionistas, direcionando-a para investimentos na capacidade de produção, aumento de
salários e fundo de reserva para a redução esperada de receitas em razão do corte nos preços
dos carros. Por essa atitude, Henry Ford foi condenado pela Suprema Corte do Estado de
Michigan por causa da ação judicial impetrada pelos Dodge´s, acionistas de sua indústria, mas
por outro lado, criou um novo mercado para seus produtos elevando a venda de automóveis a
níveis até então inéditos.
Outro fato que ajudou a aprofundar a análise da questão da responsabilidade social foi
a publicação, em 1953, da obra de Bowen Responsabilidades Sociais do Homem de Negócios.
Este pode ser considerado o primeiro trabalho sobre o tema e alcançou, na época, ampla
repercussão nos meios acadêmicos e empresariais.
Apesar de ser possível identificar exemplos de responsabilidade social no início da era
industrial, as concepções de responsabilidade social se alteraram com o passar do tempo. Em
uma primeira fase, que pode ser chamada de clássica, considera-se que as empresas deveriam
buscar a maximização do lucro, a geração de empregos e o pagamento de impostos. O Estado
seria o responsável pelas ações sociais, pela promoção da concorrência e pela proteção da
propriedade. Esse período tinha como ideologia dominante o liberalismo, que valoriza o
princípio da propriedade e a iniciativa privada e considera a interferência do Estado como um
obstáculo à concorrência.
A concepção de responsabilidade social desse período foi consagrada pelo famoso
artigo de Friedman (1984). O autor argumenta que a única responsabilidade social das
empresas é aquela de maximizar os lucros em benefício dos acionistas. Friedman (1984)
afirma ainda que é socialmente irresponsável e economicamente prejudicial à empresa se
preocupar com qualquer coisa que não sejam os resultados dos negócios, ou seja, a
maximização dos lucros e, por meio desta, a elevação dos padrões de vida, a acumulação de
capital e a geração de mais e melhores empregos.
Enfim, pode-se caracterizar o conceito clássico de responsabilidade social, de
concepção liberal, como de dimensão estritamente econômica, delimitado por geração de
lucros, criação de empregos, pagamento de impostos e cumprimento das obrigações legais.
20
A mudança na percepção da sociedade em relação ao papel da empresa pode ser
ilustrada pela interpretação favorável da Suprema Corte de Nova Jersey em 1953, quando se
julgava a doação de recursos para a Universidade de Princeton, doação esta contrária aos
interesses de um grupo de acionistas (ASHLEY et al., 2003). Esse fato passou a assinalar uma
mudança de mentalidade em que a dimensão estritamente econômica da Responsabilidade
Social passa a ser questionada.
A década de 1950 e 1960, segundo Ferreira & Passador (2000), foi marcada pela
elevação dos níveis de renda e instrução na Europa e nos Estados Unidos. Devido a isso e
também à degradação do meio ambiente, derivada do progresso industrial, intensificaram-se
os movimentos que exigiam mudanças no ambiente dos negócios. Surgem então novas
relações entre empresas, governo e comunidade, despontando aí uma nova concepção de
responsabilidade social.
Em 1980 e 1990, em um ambiente de intensas e constantes mudanças estruturais, tanto
no setor público quanto no setor privado, as discussões sobre os impactos negativos das
organizações na sociedade proliferavam por todos os lados (OLIVEIRA, 2005). As relações
entre empresa, governo e comunidade tomavam novos rumos, e a área pública passava a não
ser exclusividade do Estado. Na sociedade civil organizada, surgiam novos agentes operando
na solução dos problemas sociais e ambientais, principalmente com a acentuada redução da
participação do Estado na economia.
Nessa fase, surge a preocupação em definir que tipo de público da sociedade
(stakeholders) deve ser suportado pelas iniciativas da responsabilidade social corporativa,
partindo-se da concepção clássica de Friedman (1984), para quem o público privilegiado deve
ser o acionista, passando pela concepção em que comunidade e empregados devem ser
privilegiados, até uma concepção mais abrangente em que todos os atuais e futuros
stakeholders devam ser contemplados (PENA, 2003).
A partir da década de 1990, responsabilidade social corporativa passa a incorporar
cada vez mais o aspecto ético normativo, com uma maior participação de acadêmicos da área
de ética dos negócios. Esse novo enfoque vai exigir um novo conceito de empresa que dê
conta dos desafios éticos a que as corporações se propõem e que equilibre as
responsabilidades econômicas, sociais e ambientais (PENA, 2003).
Finalizando, pode-se notar que a evolução do conceito de responsabilidade social é
direcionada por uma ampliação progressiva dos stakeholders e também pela incorporação
gradativa do referencial ético normativo à compreensão da responsabilidade social (ASHLEY
et al., 2003). A responsabilidade social da empresa pressupõe um compromisso ético com os
21
diversos agentes sociais participantes na cadeia produtiva. A empresa que se julga
socialmente responsável deve desenvolver ações no âmbito interno e externo da organização.
A responsabilidade social interna focaliza o público interno da empresa, ou seja, seus
empregados, objeto deste estudo.
2.2 Responsabilidade Social Empresarial e a importância do stakeholder público interno
A responsabilidade social interna, neste trabalho, focaliza o público interno da
empresa, ou seja, seus empregados (MELO NETO; FROES, 2001). No âmbito interno,
durante anos, o padrão fordista de inclusão do indivíduo na sociedade foi o emprego formal.
A carteira de trabalho assinada era seu símbolo. Ela significava direito ao descanso
remunerado, férias, aposentadoria e apoio da rede de benefícios sociais públicos. A partir dos
anos 1980 nos países desenvolvidos e do início dos anos 1990 no Brasil, acelerou-se a forte
competição entre as empresas. O desemprego mudou de patamar e a terceirização incorporou
o trabalho menos formalizado, mais precário, às cadeias produtivas (COELHO, 2004).
Contrapondo-se a esse cenário, surge uma corrente que considera a empresa socialmente
responsável como sinônimo de empresa “humanizada”, ou seja, aquela que está voltada para
seus funcionários e/ou para o ambiente, procurando agregar outros valores além de tão
somente a maximização dos lucros dos acionistas (VERGARA; BRANCO, 2001). O
empregado é de fato capaz de contribuir espontaneamente para a organização quando
estimulado por iniciativas da empresa que suplantem o campo formal e legislativo ou, em
outras palavras, o da relação de troca econômica (CORRÊA; MEDEIROS, 2003).
Para Oliveira (1984), os empregados precisam ser respeitados e devidamente
recompensados por suas contribuições à empresa. Essa recompensa vai além do aspecto
monetário, envolve condições de trabalho e ampla utilização de suas potencialidades. Orchis,
Yung e Morales (2002) consideram que as pessoas, como diferencial de uma empresa, devem
ser valorizadas e motivadas a fim de obter a coesão interna alinhada aos objetivos
organizacionais. O tratamento dos funcionários com dignidade, responsabilidade e liberdade
de iniciativa deve fazer parte da cultura da empresa. Segundo os autores, a RSE com o
público interno resultaria em maior produtividade, comprometimento e motivação, assim
como em menor rotatividade de mão-de-obra.
22
Segundo Melo Neto e Froes (2001), pode-se associar as atividades de
Responsabilidade Social com o público interno não apenas com benefícios para os
empregados mas também para a empresa. Ao atingir o público interno, essas empresas visam
à melhoria das condições de trabalho, mas indiretamente, com a melhoria do ambiente
interno, ganham em eficiência e em redução de custos. Esse é o espírito dos recursos humanos
(RH) estratégicos, como nos apresenta Ulrich (2000). Para esse autor, desenvolver boas
políticas de RH “poderia ajudar de maneira concreta a empresa a melhor servir seus clientes
ou, a partir de outro ponto de vista, aumentar o valor para os acionistas” (ULRICH, 2000).
Assim, a empresa socialmente responsável alcança diversos tipos de retorno, como:
a) retenção de talentos;
b) melhoria da qualidade de vida de seus empregados, com reflexos positivos na
família e na vizinhança;
c) melhoria da qualidade de vida no trabalho;
d) maior integração social do empregado e sua família e de ambos na comunidade;
e) diminuição dos gastos com saúde e assistência social dos empregados, pois estes se
tornam mais imunes às doenças profissionais, em especial, ao estresse;
f) redução dos custos com tratamento médico-hospitalar;
g) redução do índice de abstenção;
h) redução de custos com ações na justiça do trabalho;
i) maior criatividade e inovação no trabalho;
j) aumento da auto-estima dos empregados;
k) melhoria do clima organizacional;
l) consolidação de uma nova cultura empresarial.
A responsabilidade social interna contribui, enfim, para motivar os empregados no
sentido de melhorar seu desempenho, criar um ambiente agradável de trabalho e proporcionar
seu bem-estar, gerando ganhos de produtividade (MELO NETO; FROES, 1999). Uma
empresa em estágio mais desenvolvido de responsabilidade social passa a exigir, inclusive,
que seus parceiros, empresas contratadas, terceirizadas e fornecedores tenham políticas de RH
semelhantes.
23
2.3 Indicadores de Responsabilidade Social para o público interno
Os indicadores Ethos de Responsabilidade Social são uma ferramenta de
autodiagnóstico para auxiliar as empresas a gerenciar os impactos sociais e ambientais
decorrentes de suas atividades (ZACHARIAS, 2004). Além de possibilitar a homogeneização
dos conceitos, os indicadores também sugerem parâmetros de políticas e ações que a empresa
pode desenvolver para aprofundar seu comprometimento com a RSE.
Criado em 2000, os indicadores Ethos são atualizados sistematicamente e têm
desempenhado um importante papel ao colocar de maneira clara os aspectos que fazem parte
de uma gestão socialmente responsável. Os indicadores permitem que as empresas façam uma
auto-avaliação de seu desempenho em sete temas:
a) valores, transparência e governança;
b) público interno;
c) meio ambiente;
d) fornecedores;
e) consumidores e clientes;
f) comunidade;
g) governo e sociedade.
Neste trabalho, são abordados apenas os indicadores voltados para o público interno.
Segundo o ETHOS (2006), a empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os
direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos padrões da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), ainda que esse seja um pressuposto
indispensável. A empresa deve ir além e investir no desenvolvimento pessoal e profissional de
seus empregados, bem como na melhoria das condições de trabalho e no estreitamento de suas
relações com os empregados. Também deve estar atenta para o respeito às culturas locais,
revelado por um relacionamento ético e responsável com as minorias e instituições que
representam seus interesses.
Os indicadores relacionados com o público interno (ETHOS, 2006) são:
a) Relações com sindicatos;
b) Gestão participativa;
c) Compromisso com o futuro das crianças;
d) Compromisso com o desenvolvimento infantil;
e) Valorização da diversidade e promoção da equidade social e de gênero;
24
f) Compromisso com a equidade racial;
g) Compromisso com a equidade de gênero;
h) Relações com trabalhadores terceirizados;
i) Política de remuneração, benefícios e carreira;
j) Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho;
k) Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade;
l) Comportamento diante das demissões;
m) Preparação para aposentadoria.
Nesta dissertação, são trabalhados apenas oito dos treze indicadores relacionados com
o público interno. Essa opção se deveu às exigências impostas pelo tempo de aplicação do
questionário junto aos sujeitos da pesquisa. A valorização da diversidade, o compromisso com
a equidade racial, o compromisso com a equidade de gênero foram excluídos, porque
envolvem um conjunto muito grande de perguntas, uma vez que investigam a discriminação
contra negros, mulheres e pessoas com vida homossexual. Também os indicadores
relacionados ao futuro das crianças e ao desenvolvimento infantil não foram abordados, pelas
mesmas razões.
Os indicadores escolhidos como variáveis para a presente pesquisa foram:
a) Diálogo e participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
b) Respeito ao indivíduo
Relações com trabalhadores terceirizados
c) Trabalho decente
Política de remuneração, benefícios e carreira
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Comportamento diante das demissões
Preparação para aposentadoria.
Em seguida, será abordado cada um dos indicadores utilizados como variáveis da
presente pesquisa.
25
2.3.1 Diálogo e participação
A relação que a empresa estabelece com o sindicato e a implementação de ações
voltadas a uma gestão participativa pode ser uma ação relevante para possibilitar um clima
favorável à construção de um ambiente organizacional aberto ao diálogo e ao envolvimento
dos trabalhadores nas decisões que os afetam direta ou indiretamente (NAPOLEÃO, 2007). O
diálogo e a participação se materializam em dois indicadores: as relações com os sindicatos e
a gestão participativa.
2.3.1.1 Relações com os sindicatos
O desenvolvimento dos sistemas de relações de trabalho tem por base a interação da
atuação dos três atores sociais envolvidos: o Estado, por intermédio de suas instituições; os
empresários, através de suas entidades de representação; e os trabalhadores, representados
pelas centrais sindicais ou pelos sindicatos setoriais ou de categorias profissionais (GALVÃO;
TRINDADE, 1999).
Os empregados se congregam num sindicato de classe, a fim de se fortalecerem e até
mesmo, quando necessário, visando ao direito de entrar em greve, reunindo forças necessárias
para pressionar o empregador a fazer acordos e certas concessões, ou seja, ceder. Os
empregadores têm também o direito de agir da mesma forma, tentando resistir às
reivindicações ou à obtenção de concessões (BLANPAIN, 1998).
Espera-se de uma empresa socialmente responsável que ela favoreça a organização de
seus empregados e busque o alinhamento de seus interesses aos dos trabalhadores. Além de
estabelecer negociações com as entidades sindicais visando solucionar demandas coletivas, a
empresa deve buscar consolidar a prática de interlocução transparente com essas entidades,
em torno de objetivos compartilhados.
Para Carvalho Neto (2001), uma das formas de intervenção dos sindicatos nas relações
de trabalho são as negociações coletivas. Essas negociações coletivas entre empresários e
trabalhadores produzem convenções que têm força de lei durante sua vigência e que podem ir
além da legislação já existente, ampliando direitos e garantindo conquistas de ambas as partes.
26
As campanhas sindicais podem forçar poderosas empresas a reverem suas práticas
abusivas através da mobilização pública, não associando as atividades sindicais apenas ao
círculo das relações de trabalho (CARVALHO NETO, 2001). Nesse sentido, seja para
garantir os direitos dos trabalhadores ou para discutir e influenciar comportamentos da
sociedade, deve-se considerar a liberdade de associação do trabalhador ao sindicato, um
direito que não deve sofrer interferências da empresa. Esse princípio, inclusive, é um dos
princípios do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas, quando estabelece o direito
de associação sindical do empregado.
Para o Instituto Ethos, a empresa socialmente responsável deve favorecer a
organização de seus empregados, permitir que o sindicato atue no local de trabalho,
estabelecer negociações coletivas e manter interlocução transparente com as entidades
sindicais, inclusive, fornecendo informações financeiras e estratégicas que possam afetar os
trabalhadores.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados para essa
questão, que serão mostrados a seguir. Para Furtado (2006), o resultado de sua pesquisa
demonstra que a empresa pesquisada não dava liberdade para o sindicato atuar nos locais de
trabalho, não se reunia periodicamente com o sindicato e não dispunha de canal de
comunicação com o sindicato, para passar informações que poderiam afetar os trabalhadores,
mas ressalta um acordo coletivo com validade de 10 anos, o que de certa forma, demonstra
uma relação de confiança entre as partes. Segundo a autora, o único ponto em que existiu um
resultado mais positivo se refere à possibilidade de os funcionários se envolverem em
atividades do sindicato sem sofrer pressão da empresa (FURTADO, 2006). Curiosamente,
esse dado é acompanhado de forte gestão participativa, o que fez a autora recordar o
gerencialismo de Heckscher (1996), que associa forte participação a fraco sindicalismo. Sua
pesquisa sugere que a baixa pontuação da empresa quanto à relação com os sindicatos não
significava necessariamente uma ausência de responsabilidade social nesse quesito.
Simplesmente indicava que a questão dos sindicatos não se fazia presente no cotidiano dos
trabalhadores. Sua hipótese é a de que a gestão participativa forte e aberta pode ser uma causa
para tal desmobilização sindical. Onde os empregados são acionistas e participam ativamente
das decisões, inclusive salariais, a intermediação dos sindicatos pode se fazer desnecessária.
Para Oliveira (2005), o resultado da pesquisa indicou um quadro em que o discurso da
empresa pesquisada era totalmente divergente da percepção da ampla maioria dos empregados
sindicalizados. Nesse aspecto tem-se, de um lado, a empresa posicionando-se como
socialmente responsável, e, de outro, o público interno sindicalizado negando a existência de
27
práticas de responsabilidade social por parte da empresa, em relação a esse indicador
(OLIVEIRA, 2005). Já Coelho (2004), em sua pesquisa, identificou posições distintas nas
duas empresas por ela pesquisadas. Uma das empresas procurava manter um bom
relacionamento com o sindicato, compartilhando com seus representantes as informações
necessárias à tomada de decisões que dizem respeito aos trabalhadores, mas proporcionando
pouca liberdade para a atuação sindical dentro dos locais de trabalho. Já a outra empresa,
precisava melhorar seu relacionamento com o sindicato, adotando postura mais transparente e
participativa. A relação desgastada que mantinha com o sindicato na época ficou evidente
(COELHO, 2004).
Napoleão (2007) já encontrou um quadro que indicou abertura por parte da empresa
por ela investigada para que os empregados se envolvam com o sindicato em uma relação
positiva entre empresa e sindicato. Nesse caso, a empresa pesquisada era de economia mista,
sendo um local propício ao envolvimento entre empresa, estado e sindicato, rumo ao
estabelecimento de ações socialmente responsáveis. Nesse tipo de empresa, o próprio Estado
tem a oportunidade de exercer seu papel, como instituição que ele representa, não apenas
como empregador, mas também como responsável pelo oferecimento de condições mais
favoráveis ao crescimento do empregado e também dos cidadãos (NAPOLEÃO, 2007).
Quanto à relação com os sindicatos, os dados das pesquisas realizadas no âmbito do
NUPEGS apontam para variados caminhos. Analisando-se as pesquisas pode-se notar que as
empresas pesquisadas não têm características comuns. O que se poderia generalizar é que
aparentemente a gestão da empresa tem influência direta na qualidade do relacionamento com
os sindicatos. Empresa como a pesquisada por Furtado (2006) tem uma cultura de
participação tão forte que praticamente enfraquece a mobilização sindical. A empresa
pesquisada por Napoleão (2007), simplesmente por ser uma empresa de economia mista,
proporciona terreno fértil para o fortalecimento das relações com os sindicatos. As outras
empresas, pesquisadas por Coelho (2004) e Oliveira (2005), empresas industriais, já
demonstram relacionamento com os sindicatos marcados pelos problemas característicos das
empresas com uma gestão mais tradicional.
28
2.3.1.2 Gestão participativa
As práticas de participação são um fator importante na empresa moderna. E está em
estreita conexão com a atual concepção de autoridade, que nada tem a ver com a velha figura
do chefe que sabe e manda, ou dos executivos que executam, em silêncio, o que lhes foi
mandado. Um gerente moderno coordena e estimula pessoas inteligentes, com vontade
própria, com potencial criativo, capazes de trabalhar em equipe e de adaptar-se a novos
trabalhos ambientes e situações (ANDRADE, 1991).
A sobrevivência da empresa no mercado competitivo tem como pré-requisito a
participação dos empregados na gestão da empresa, sendo essa participação utilizada como
estratégia de competitividade, As empresas estão alterando suas relações de trabalho, ao
passarem de uma gestão centralizada para uma gestão participativa porque descobriram ser o
trabalhador um recurso fundamental para maximizar os lucros (PARTEMAN, 1992;
ULRICH, 2000).
A gestão participativa valoriza a participação das pessoas no processo de tomada de
decisões sobre os diversos aspectos da administração das organizações (ULRICH, 2002). As
empresas que adotam a gestão participativa apresentam as seguintes vantagens:
a) melhores resultados para a organização e para os indivíduos dela participantes;
b) participação eficaz dos trabalhadores nos objetivos da organização, gerando um
clima propício ao desenvolvimento qualitativo do trabalho;
c) distribuição eqüitativa de responsabilidades e dos resultados;
d) elevado grau de integração com a cultura da organização;
e) sólida base para as decisões;
f) aceleração das condições da competitividade da empresa;
g) sustentação do diálogo e respeito às diferenças individuais.
Para Oliveira (2005), a participação dos trabalhadores no processo decisório é uma
forma democrática de gestão. Assegurar a participação dos trabalhadores é dividir com eles a
responsabilidade de gerir a empresa e seus resultados. A pesquisa de Furtado (2006) indicou
que, quando a gestão participativa é forte, a atuação sindical pode ser enfraquecida pela falta
de necessidade de intermediários nas negociações e pelo fato de a empresa por ela pesquisada
ter um modelo acionário singular, do qual mais de 70% dos empregados participavam como
acionistas.
29
Dias (2000) enfatiza que a gestão participativa requer mudanças na organização, no
aspecto comportamental e no estrutural, bem como nas interfaces relacionadas à
administração de RH. Do lado comportamental, refere-se ao estilo de administrar pessoas,
delegar, envolver, informar, consultar. A estrutura refere-se aos redesenhos dos aspectos do
sistema de normas, divisão do trabalho, cargos, grupos de trabalho, de forma que a estrutura
estimule a participação.
Roesch e Antunes (1995), ao estudarem a participação dos trabalhadores num processo
de adoção de modelo de gestão da qualidade total, perceberam que:
a) por um lado, o gerenciamento da participação dos funcionários mais qualificados é
mais fácil em decorrência do grau de independência que eles alcançaram no trabalho;
por outro lado, é mais trabalhoso em razão do maior nível de questionamentos desses
trabalhadores;
b) maiores questionamentos demandam mais tempo da gestão, sobretudo, no que diz
respeito à tomada de decisões num grupo bem informado.
Bittar (1994) salienta que a gestão participativa aparece como uma possibilidade de
contribuir para maiores lucros, maior interesse por parte dos funcionários pelas metas
organizacionais e mais qualidade com menos recursos. Existem, porém, duas grandes
barreiras à implementação da gestão participativa: a descentralização das decisões, que não
combina com as ainda rígidas estruturas hierárquicas, e a mudança cultural, visto que não é
fácil fazer com que as pessoas mudem sua maneira habitual de realizar suas funções, a forma
passiva tradicional.
Dessa maneira, uma empresa responsável com relação a seu público interno deve
desenvolver técnicas de gestão participativa, voltadas principalmente a compartilhar o poder
nas tomadas de decisões, provocar e criar ambientes de motivação, comprometer as pessoas
com o trabalho, desenvolver sistemas de sugestões eficientes e duradouros, formar e conduzir
equipes para a eliminação dos problemas e vencer as resistências à implantação das mudanças
que se fazem necessárias (ETHOS, 2004).
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados para essa
questão, que serão mostrados a seguir. No citado trabalho de Furtado (2006), a percepção dos
funcionários confirmou que a empresa procurava envolvê-los na gestão do negócio. A prática
da empresa de repassar informações aos empregados, inclusive financeiras, e oferecer
treinamento para que estes possam compreendê-la também foi confirmada pelos funcionários.
Mais de 87% dos ouvidos afirmaram que recebiam informações econômico-financeiras e 73%
relataram que a empresa tinha um processo estruturado de discussão e análise sobre essas
30
informações. A pesquisa também apontou que a empresa procurava envolver representantes
dos empregados em comitês de gestão ou nas decisões consideradas estratégicas (FURTADO,
2006).
Na empresa pesquisada por Oliveira (2005), existiam o estímulo e o reconhecimento
às contribuições dos empregados para a melhoria dos processos produtivos e do ambiente de
trabalho, mas a recompensa era simbólica já que os benefícios dos empregados estavam muito
distantes dos ganhos que a empresa obtinha. A empresa não previa a participação de
representantes dos empregados em comitês de gestão ou no conselho de administração
(OLIVEIRA, 2005). Já para Coelho (2004), em termos de gestão participativa, a pesquisa
sugeriu que ambas as empresas pesquisadas procuravam envolver seus funcionários na
sugestão de idéias que melhorem o desempenho de suas tarefas, bem como o melhor
aproveitamento de matéria-prima, na linha dos programas de qualidade total. No entanto
ainda precisavam democratizar o processo de tomada de decisões, pois estava bem aquém de
uma gestão participativa dentro da perspectiva de uma empresa socialmente responsável
(COELHO, 2004). Na empresa pesquisada por Napoleão (2007), havia a divulgação das
informações econômico-financeiras embora não existisse treinamento para que os
funcionários pudessem efetivamente compreender tais informações. Para a autora, não eram
perceptíveis também o incentivo nem a criação de possibilidades para que os funcionários
compartilhassem os desafios da empresa (NAPOLEÃO, 2007).
Analisando os resultados dessas pesquisas, pode-se apontar que, com raras exceções,
como a da empresa pesquisada por Furtado (2006), a gestão participativa nas empresas ainda
é um conceito em formação. Verificam-se alguns avanços no compartilhamento de
informações, mas muito ainda há de se fazer para a implementação de gestões realmente
participativas.
2.3.2 Respeito ao Indivíduo
No âmbito do Respeito ao Indivíduo, vamos tratar da questão relativa aos
trabalhadores terceirizados.
Na relação com os trabalhadores terceirizados, aspecto cada dia mais presente na
rotina de grande parte das empresas, chama atenção o cuidado em evitar a diferenciação entre
trabalhadores efetivos e trabalhadores terceirizados. Trata-se de uma diferenciação que pode
31
prejudicar as relações dentro da organização se não for bem conduzida e, até mesmo, se tornar
outra forma de exclusão e diferenciação (NAPOLEÃO, 2007).
2.3.2.1 Relações com trabalhadores terceirizados
Terceirizar uma atividade nada mais é que repassar a terceiros sua realização. Em
termos empresariais, pode-se dizer que é o repasse de uma atividade-meio a terceiros.
Atividade-meio é aquela que se presta a dar condições para que uma empresa atinja seus
objetivos sociais (fins). Por exemplo: uma empresa que fabrica roupas (atividade-fim)
necessita contratar outra empresa que lhe preste serviços de limpeza. A atividade de limpeza,
nesse exemplo, constitui atividade-meio da confecção. Em outras palavras, terceirizar é
entregar a terceiros atividades não-essenciais da empresa. A empresa tomadora (a que irá
terceirizar alguma atividade-meio) contrata um prestador de serviços para executar uma tarefa
que não esteja relacionada a seu objetivo principal.
Um dos mais fortes argumentos em favor da terceirização deriva do pensamento de
Prahalad e Hamel (1990), segundo o qual as empresas devem buscar a vantagem competitiva
por meio da concentração de esforços no desenvolvimento de competências essenciais.
Com a terceirização é possível transferir a outros as atividades que não estão
intricadamente relacionadas com as competências essenciais da empresa, que pode então
concentrar seus esforços no desenvolvimento das habilidades que contribuem para um
desempenho superior em aspectos que tenham importância estratégica para o negócio.
Sendo a terceirização uma realidade no mundo organizacional, cabe às organizações e
a suas políticas de recursos humanos a adaptação às mudanças impostas pela
desverticalização do negócio (SOUZA, 2005). Passam a conviver, dentro do mesmo ambiente
empresarial, seus próprios funcionários em conjunto com os funcionários das empresas
contratadas que, por sua vez, também participam de forma efetiva para o sucesso do
empreendimento. Essa atenção aos novos e diferentes vínculos de trabalho é necessária, entre
outros fatores, pelo fato de os terceiros contribuírem para o a qualidade do ambiente de
trabalho.
Do ponto de vista ideal, a gestão de pessoas de organizações diferentes, que trabalham
em rede, exige habilidades críticas dos envolvidos (ULRICH, 1997). A primeira dessas
habilidades diz respeito ao estabelecimento de uma mentalidade comum, fazendo com que a
32
identidade da empresa esteja clara na mente de funcionários próprios e terceiros. A segunda
habilidade crítica trata do reengajamento dos funcionários da empresa contratante e da
empresa contratada, buscando a dedicação desses colaboradores a suas metas. Remover as
fronteiras com o objetivo de agilizar o processo de decisões surge como a terceira habilidade.
A criação da capacidade para mudar é sugerida como a quarta habilidade crítica. Essa
capacidade tem o poder de manter as organizações jovens, podendo trazer vantagens sobre a
concorrência, caso a empresa consiga mudar processos, produtos e serviços. Finalizando, a
quinta habilidade está relacionada com a aprendizagem: a organização precisa ser um lugar de
aprendizado constante, em que as decisões são tomadas de forma madura e de forma
compartilhada (ULRICH, 1997).
Do ponto de vista prático, entretanto, a gestão de trabalhadores com diferentes
vínculos de trabalho, com benefícios diferentes e, eventualmente, exercendo atividades
semelhantes, constitui-se em um grande desafio. As comparações são inevitáveis e essas
passam a ser fontes de conflito recorrentes. Embora o conceito de terceirização esteja dirigido
para as atividades-meio, muitas vezes há ocupação de mão-de-obra terceirizada para
atividades-fim da empresa. Isso resulta em compartilhamento de espaços entre empregados
próprios e terceiros, com benefícios desiguais. Daí a importância da gestão adequada dessa
variável.
Sendo assim, o grande desafio para a empresa é buscar disseminar seus valores pela
cadeia de fornecedores, empresas parceiras e terceirizadas. Dessa forma, deve exigir para os
trabalhadores terceirizados condições semelhantes às de seus próprios empregados. Cabe à
empresa evitar que ocorram terceirizações em que a redução de custos seja conseguida pela
degradação das condições de trabalho e das relações com os trabalhadores.
As pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS consultadas para esta dissertação,
publicadas até 2006 (FURTADO, 2006; TEODORO, 2005; COELHO, 2004), não abordaram
o tema trabalho terceirizado. Ele só foi adotado pelos indicadores Ethos a partir de 2005. Mas
Napoleão (2007) tratou dessa variável em sua pesquisa. Nesse trabalho a conclusão foi que a
empresa pesquisada não oferecia aos trabalhadores terceirizados os mesmos benefícios
básicos, como transporte, alimentação, creche e ambulatório oferecidos aos trabalhadores
efetivos, nem as mesmas condições de saúde e segurança e treinamento e desenvolvimento
oferecidas aos empregados efetivos. A autora também ressalta o grande percentual de
respondentes com uma posição negativa em relação às condições de saúde e segurança do
trabalhador terceirizado. Trata-se de uma questão delicada, que faz parte de exigências legais
e que pode ter repercussões ainda mais danosas para a empresa, caso não seja respeitada.
33
A pressuposição é de que as empresas que terceirizam a atividade-fim encontrarão
sérias críticas, pois, se esses empregados tivessem os mesmos benefícios dos empregados
próprios, não haveria a necessidade de terceirizá-los, isto para não abordar a questão legal, já
que a terceirização de atividades-fim é ilegal e é fiscalizada com rigor pelo Ministério Público
do Trabalho.
2.3.3 Trabalho decente
O terceiro e último aspecto apresentado pelo Ethos como necessário à adoção da RSE
com o público interno é denominado trabalho decente. Ele é avaliado a partir da atuação da
empresa no que diz respeito às políticas de remuneração, benefícios e carreira, aos cuidados
com saúde, segurança e condições de trabalho, ao compromisso com o desenvolvimento
profissional e empregabilidade, ao comportamento diante das demissões e à preparação para a
aposentadoria (NAPOLEÃO, 2007).
2.3.3.1 Política de remuneração, benefícios e carreira
Embora os sistemas de remuneração por habilidades e competências sejam muito
discutidos, na prática ainda prevalece à remuneração funcional (FURTADO, 2006). No
entanto novas tecnologias vêm impactando os sistemas de remuneração tornando-os mais
flexíveis. Até o final dos anos 1980, a reivindicação salarial era a principal questão na pauta
de reivindicações dos trabalhadores brasileiros. A partir desse período, começa a haver uma
forte flexibilização da remuneração, com a extinção da política salarial pelo governo, o
estabelecimento da livre negociação entre empregados e empregadores e a implantação dos
programas de participação nos lucros e resultados.
As políticas, os instrumentos e os procedimentos de remuneração vêm sofrendo
mudanças bastante significativas. Segundo Fischer (1998), elas ocorrem primeiro em
conseqüência da preocupação das empresas com a gestão de seus custos e, segundo, em
função da alta incidência de encargos sociais no Brasil e de alguma falta de flexibilidade da
legislação que regulamenta os contratos de trabalho.
34
O objetivo das inovações em gestão de salários é justamente a remuneração,
diferenciando-a de acordo com o desempenho individual e desvinculando-a da estrutura de
cargos. Sistemas de remuneração flexível, variável, por performance, desempenho,
competências ou por objetivos têm-se tornado freqüentes nas organizações, configurando uma
tendência que se delineia para os processos de remuneração (FISCHER, 1998).
Uma das formas de remuneração flexível mais disseminada entre as empresas são os
programas de participação nos lucros e/ou resultados que, segundo Martins e Veriano (2004),
além de significar um aumento de remuneração por parte dos funcionários, possibilitam
oportunidades de discutir questões atuais da dinâmica da economia internacional, que
demanda maior qualificação profissional, polivalência, gestão participativa e maior
envolvimento do trabalhador com os objetivos empresariais. Mudanças flexibilizadoras
exigem, porém, transformações de comportamento e gestão.
A flexibilização da remuneração se dá não só com a criação dos programas de
participação nos resultados, como também mediante a implantação de programas de
remuneração por resultados. Enquanto nas Participações nos Lucros e Resultados (PLR´s) o
recebimento de bônus está vinculado à rentabilidade da empresa de forma global, a
remuneração por resultados correlaciona o recebimento do prêmio ao cumprimento de metas
preestabelecidas, estando dessa maneira mais ligada a um estilo de gestão mais participativo
(FURTADO, 2006).
A remuneração variável visa adotar critérios tais como criatividade, iniciativa,
resultados e o espírito empreendedor. A concentração nos resultados obriga o profissional a
ter iniciativa ou mesmo a ser criativo e, conseqüentemente, exercer um papel de
empreendedor. Por estar em consonância com os objetivos globais da organização, esse
sistema de remuneração torna-se mais objetivo dentre aqueles existentes. Consegue-se, então,
um sistema de pagamentos integrado com os objetivos do negócio, garantindo o devido
reconhecimento àqueles que contribuem de forma mais efetiva para o resultado dos negócios
(WESTIN, 1986).
Devido à concorrência do mercado, as empresas estão buscando, cada vez mais, não só
atrair, mas segurar seus talentos através de melhor remuneração e benefícios (COELHO,
2004). É nesse sentido que várias organizações já estão utilizando não apenas a flexibilização
da remuneração mas também a flexibilização dos benefícios. Esse tipo de programa consiste
em fornecer aos funcionários um leque de opções para que eles próprios possam fazer a
escolha daquele benefício que mais atenda a suas necessidades.
35
Segundo o Ethos (2006), a empresa socialmente responsável considera seus
funcionários como sócios, desenvolvendo uma política de remuneração, benefícios e carreira
que valorize as competências potenciais de seus funcionários e invista em seu
desenvolvimento profissional. Além disso, deve monitorar a amplitude de seus níveis salariais
com o objetivo de evitar reforçar mecanismos de má distribuição de renda e geração de
desigualdades sociais, efetuando ajustes quando necessário.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados para essa
questão, que serão mostrados a seguir. No trabalho de Furtado (2006), esse tema obteve
índices de concordância acima de 50%, indicando que, pelo menos, metade dos empregados
da PROMON estava satisfeita com a política de remuneração e carreira da empresa. Mais de
65% dos funcionários ouvidos se sentiam valorizados por meio da remuneração e mais de
60% concordavam que a empresa procurava pagar salários acima dos pisos firmados com os
sindicatos (FURTADO 2006). Oliveira (2005) tratou desse tema em seu trabalho como
participação de resultados e bonificação. Sua conclusão é que a empresa pesquisada se
encontrava muito distante de ser considerada socialmente responsável, pois, além de não
contar com programa de PLR estabelecido, não tinha também nenhum programa de
bonificação (OLIVEIRA 2005). No trabalho de Coelho (2004), os resultados da pesquisa
demonstraram que as duas empresas, apesar de terem um programa de PLR reconhecido por
todos, precisavam ouvir mais seus funcionários na formulação de políticas que dizem respeito
à remuneração e à carreira (COELHO 2004). Na empresa pesquisada por Napoleão (2007), os
profissionais não eram ouvidos e não consideravam que a empresa procurasse pagar acima
dos pisos salariais firmados com os sindicatos. Considerando-se que a remuneração é uma
forma de mensuração do valor que o empregado tem para a empresa, quando questionados
sobre o sentimento de valorização de seu trabalho, 71% dos gerentes e apenas 29% dos
trabalhadores operacionais e administrativos acreditavam que a empresa valorizasse seus
funcionários. A maioria dos funcionários confirma o estímulo da empresa na compra de suas
ações. A compra de ações não deixa de ser uma forma de aumentar o interesse dos
empregados pelo crescimento da empresa, visto que, ao adquiri-las, os trabalhadores passam a
enxergar a empresa não somente como empregados mas também como sócios e , dessa forma,
acabam tendo mais interesse pelo crescimento e desenvolvimento da empresa (NAPOLEÃO,
2007).
Diante desses dados de pesquisa, pode-se levantar a pressuposição de que as empresas
que têm trabalhadores mais especializados, ou seja, em que o capital intelectual é fator da
maior importância para o sucesso da empresa, como no caso da empresa pesquisada por
36
FURTADO (2006), as questões relativas à remuneração, principalmente as participações nos
resultados, são tratadas com mais cuidado e profissionalismo.
2.3.3.2 Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
A organização não pode sozinha proporcionar saúde ao indivíduo, entretanto ela pode
ter, como um de seus objetivos, a saúde de seus empregados, cuidando em buscar condições
favoráveis de trabalho, cargos adequados, horários regulares, máquinas, equipamentos e
utensílios adaptados à fisiologia humana, sem esquecer de propiciar um clima organizacional
favorável à concentração e ao respeito (OLIVEIRA, 2005). Glasenapp e Lago (2004)
consideram a proteção à saúde e à integração física e mental dos trabalhadores como um
diferencial para o sucesso da empresa.
A conscientização é a base fundamental para o desdobramento das intenções da
empresa em ações que alinhem seus interesses aos dos trabalhadores. Jurza (2001) afirma que
quanto menor a instrução do trabalhador, menos ele sabe sobre os riscos envolvidos em sua
atividade. A busca por padrões internacionais de relações de trabalho é desejável, sendo as
certificações a respeito do tema (OHSAS 18001) ferramentas adequadas para aumentar a
consciência dos trabalhadores sobre os perigos de sua atividade para sua saúde.
A norma OHSAS 18001 consiste em um Sistema de Gestão, como as normas ISO
9000 e ISO 14000, mas com o foco voltado para saúde e segurança ocupacional. Em outras
palavras, a OHSAS 18001 é uma ferramenta que permite uma empresa atingir e
sistematicamente controlar e melhorar o nível do desempenho da Saúde e Segurança do
Trabalho por ela mesma estabelecido.
A norma foi elaborada por vários organismos certificadores, organismos de saúde e
especialistas da área, com base na norma BS 8800:1996. São eles:
a) National Standards Authority of Ireland;
b) South African Bureau of Standards;
c) British Standards Institution;
d) Bureau Veritas Quality International;
e) Det Norske Veritas;
f) Lloyds Register Quality Assurance;
g) SFS Certification;
37
h) SGS Yarsley International Certification Services;
i) Asociación Española de Normalización y Certificación;
j) Internacional Safety Management Organisation Ltd;
k) Standards and Industry Research Institute of Malaysia (Quality Asserance Services);
l) International Certification Services.
A sigla OHSAS significa Occupational Health and Safety Assessment Series, cuja
tradução é Série de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional. Assim como os Sistemas
de Gerenciamento Ambiental e de Qualidade, o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde
Ocupacional também possui objetivos, indicadores, metas e planos de ação. A implantação da
OHSAS 18001 visa preservar a integridade física dos colaboradores e parceiros das empresas.
O envolvimento e a participação dos funcionários no processo de implantação desse sistema
é, assim como em outros sistemas, de fundamental importância.
A norma OHSAS 18001 permite a qualquer tipo de organização um controle mais
eficaz de seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais, além da melhoria do desempenho
em segurança e saúde do trabalho (o que, aliás, vai ao encontro da nova legislação brasileira
sobre o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e sobre o Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário (NTEP).
As empresas estão cada vez mais sofrendo pressões comerciais, regulamentares e
éticas para controlar e reduzir riscos que surjam de suas operações. Nesse sentido, sistemas de
gestão de Saúde Ocupacional e Segurança (Occupational Health and Safety - OH&S) podem
ajudar fornecendo uma abordagem sistemática para a identificação e redução de perigos e
riscos operacionais, reduzindo custos associados a acidentes, incidentes e invalidez,
aumentando, assim, a produtividade e a motivação enquanto melhora a reputação da empresa.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam os resultados
contraditórios, para essa questão. Na empresa pesquisada por Furtado (2006), 70% dos
funcionários ouvidos para a pesquisa acreditavam que a empresa ia além das obrigações
legais, preocupava-se em melhorar as condições de trabalho e promovia campanhas sobre o
tema (FURTADO 2006). Já no trabalho de Oliveira (2005), a empresa em questão, segundo a
percepção dos empregados sindicalizados, tinha a postura de cumprir as necessidades legais
não se preocupando muito com campanhas e com a disseminação de informações
(OLIVEIRA 2005). No trabalho de Coelho (2004), a questão da saúde e segurança no
trabalho é um dos itens da pesquisa em que existiu grande convergência entre os três públicos
pesquisados: empresa, sindicato e trabalhadores. As empresas, no que diz respeito a essa
questão, extrapolam as normas exigidas por lei, criando seus próprios programas e
38
procedimentos de saúde e segurança (COELHO, 2004). Na pesquisa de Napoleão (2007), a
empresa pesquisada seguia as leis e normas de saúde e segurança do trabalhador, e 59% dos
gerentes e 38% dos trabalhadores operacionais e administrativos afirmaram que a empresa ia
além, o que é outro ponto positivo. A empresa também realizava campanhas, mas poderia
criar mecanismos capazes de propiciar maior conscientização dos funcionários e incentivar a
participação deles na definição das metas e dos indicadores de saúde e segurança. Essas
atitudes seriam mais favoráveis tanto para os empregados, que estariam mais engajados nas
questões, quanto para a empresa, com a redução dos riscos e dos acidentes de trabalho.
Como os dados são contraditórios, não é possível levantar nenhuma pressuposição
acerca da variável que trata da saúde, segurança e condições de trabalho.
2.3.3.3 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
A questão da formação profissional é um dos grandes desafios enfrentados pela
sociedade (LEMOS 2004). Se não há um entendimento quanto à forma de melhorar a
qualificação de trabalhadores, há pelo menos um acordo de que algo precisa ser feito no que
tange à capacitação. A ênfase na necessidade de qualificação dos trabalhadores deve-se em
parte à sua dimensão objetiva, pois o processo produtivo moderno necessita efetivamente de
mão-de-obra qualificada para expandir-se e realizar ganhos de produtividade que o uso da
tecnologia pode propiciar. Ao lado dos postos que exigem maior qualificação, subsistem
outros que, por sua natureza automática, não requerem nada além da capacidade de ler
instruções simples e manipular botões e alavancas.
Fischer (1998) avalia o processo de desenvolvimento considerando duas funções
principais, uma aplicada às pessoas, outra à organização. Junto às pessoas, o processo de
desenvolvimento tem por objetivo estimulá-las a investir em seu autodesenvolvimento,
despertar o interesse pelo conhecimento e pela consciência de suas próprias necessidades de
aprendizagem, e fornecer informações sobre as fontes de desenvolvimento disponível.
Facilitar o acesso das pessoas a informações transforma-se em prioridade dessa nova
configuração do processo de desenvolvimento. Para o autor, o objetivo é que a iniciativa pelo
desenvolvimento profissional seja pessoal e passe a ser encarada como uma responsabilidade
compartilhada entre as pessoas e a empresa.
39
O papel da organização nesse processo de desenvolvimento deve ser de se
responsabilizar por criar condições favoráveis para a produção de conhecimento no próprio
ambiente de trabalho. Mais importante do que ofertar programas é estimular uma cultura que
valorize a aprendizagem. Ganham importância dentro dessa perspectiva os mecanismos de
circulação do conhecimento, de avaliação de performance, de desempenho e potencial, as
pesquisas de melhoria contínua e de resolução de problemas, além do planejamento,
aconselhamento e gestão de carreiras. Todos esses instrumentos e procedimentos são
potencialmente oportunidades de aprendizagem, quando administrados dentro da perspectiva
de transformação da empresa num permanente laboratório de produção de conhecimentos
(FISCHER, 1998).
Uma das mais poderosas ferramentas de transformação nas organizações é o
treinamento e capacitação de pessoal (ULRICH, 2002). Um processo de mudança deve
contemplar o desenvolvimento do ser humano e da empresa em todos os níveis (identidade,
relações, processos e recursos), pois uma empresa só se desenvolve se as pessoas que a
compõem se desenvolverem. Atualmente, as empresas exigem um nível de conhecimento e
competências muito mais abrangente, dado que as pessoas precisam desempenhar tarefas
múltiplas dentro da organização. Nesse sentido, é de interesse delas próprias apoiarem
programas de qualificação para seus empregados, desde a complementação da educação
básica, como a oferta de cursos do ensino fundamental para aqueles que ainda não o
concluíram, quanto programas de qualificação, capacitação e aprendizado mais sofisticados
(FURTADO, 2006).
O desemprego também é conseqüência da falta de investimentos em educação. A má
qualificação dos trabalhadores contribui para excluí-los do mercado, já que não têm o perfil
ideal para a empresa. Esse perfil engloba, além de conhecimentos específicos na área de
atuação, conhecimentos em informática, domínio de outros idiomas, criatividade, inovação e
um projeto de vida, com metas e objetivos a serem alcançados (SILVA, 1998).
O treinamento como forma de propiciar o desenvolvimento individual e
organizacional é uma estratégia de crescimento organizacional, já que empregados pouco
competentes dificilmente produzirão produtos competitivos. São inúmeras as vantagens de se
terem programas de treinamento e desenvolvimento nas organizações, pois eles trazem
benefícios não apenas para as pessoas, mas para as organizações como um todo.
Para desenvolver seus funcionários, a empresa socialmente responsável deve
promover capacitação contínua, oferecer bolsas de estudo para a aquisição de conhecimentos
40
mais universais e com impacto positivo na empregabilidade de seus funcionários, e essas
bolsas de estudos devem ser oferecidas para todos, sem distinção (ETHOS, 2006).
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam os resultados em relação
a essa questão, que serão mostrados a seguir. No trabalho de Furtado (2006), constata-se uma
percepção muito variada no que diz respeito a treinamento e capacitação. Na empresa
pesquisada, mais de 65% dos funcionários afirmaram que recebiam treinamento dirigido para
o trabalho, mas 51,4% concordaram que têm treinamento contínuo para o desenvolvimento de
suas tarefas (FURTADO, 2006). No trabalho de Oliveira (2005), a empresa pesquisada
oferecia bolsas e treinamentos para seus empregados, mas desde que atendessem aos
interesses da organização. A oferta de educação básica ou ensino supletivo atingiu a todos que
necessitavam, sem distinção, porque essa qualificação é imprescindível para a certificação de
ISO´s e de qualidade total (OLIVEIRA 2005). Já no trabalho de Coelho (2004), uma das
empresas pesquisadas oferecia capacitação e aperfeiçoamento para todos que necessitassem.
Essa visão era compartilhada por trabalhadores e sindicato (COELHO 2004). Já para
Napoleão (2007), a empresa pesquisada precisaria atuar mais efetivamente nesse quesito.
Eram baixos os percentuais que percebiam positivamente a atuação da empresa, tanto no que
diz respeito à sua capacitação para a atividade que desenvolviam e que, no primeiro momento,
traria benefícios para a empresa, quanto em seu crescimento a partir da aquisição de
conhecimento além da função que realizavam (NAPOLEÃO, 2007).
O estado da arte da pesquisa de responsabilidade social perante o público interno no
quesito compromisso com o desenvolvimento profissional e empregabilidade permite inferir
que boa parte das empresas mantém programas de capacitação profissional e empregabilidade
voltados para suas necessidades particulares.
2.3.3.4 Comportamento diante das demissões
A dignidade e o respeito com os demitidos têm importantes implicações para a prática
empresarial, pois tratar condignamente as pessoas em processo de desligamento, além de ser
moralmente correto, pode exercer efetiva influência positiva para a própria empresa, para os
demitidos e para os remanescentes, que irão sentir os previsíveis efeitos do processo
(CALDAS, 2000). O aviso antecipado, a participação dos funcionários no processo de decisão
do enxugamento e a visão da demissão na cultura da empresa podem também exercer
41
influência significativa em muitos dos efeitos comuns e dolorosos da demissão, como a
elevação de reclamações trabalhistas, o estresse e a tensão, a insegurança e a dificuldade de
recolocação.
Empresas que se pretendem socialmente responsáveis tendem a abandonar o simples
“corte de cabeças” como estratégia de mudança. Esse tipo de empresa parece optar por um
processo de mudança organizacional mais abrangente, pensado e responsável. Também tende
a mudar a forma de gerir pessoas, buscando antever e evitar superdimensionamento do quadro
de pessoal, tentando gerenciar esforços de redução de outros custos, além daqueles relativos
aos funcionários (CALDAS, 2000).
As demissões de pessoal não devem ser utilizadas como primeiro recurso de redução
de custos. Quando forem inevitáveis, a empresa deve realizá-las com responsabilidade,
estabelecendo critérios para executá-las (empregados temporários, facilidade de recolocação,
idade do empregado, empregado casado ou com filhos, etc.) e assegurando os benefícios que
estiverem a seu alcance. Além disso, a empresa pode utilizar sua influência e acesso a
informações para auxiliar a recolocação dos empregados demitidos.
Algumas empresas estão seguindo esses preceitos, embora constituam uma clara
minoria. Há exemplos de empresas que oferecem aos demitidos um ou mais dos seguintes
benefícios: treinamentos para elaboração de currículos e participação em entrevistas, visando
facilitar seu ingresso em outras empresas; contratação de serviços de recolocação; extensão
dos benefícios, principalmente plano de saúde, de três a seis meses após a demissão, sem ônus
para o empregado demitido; pagamento de quantia indenizatória, proporcional ao tempo de
casa do empregado; treinamentos sobre administração financeira e empreendedorismo, para
aqueles que pretendem montar o próprio negócio (FURTADO, 2006).
Caldas (2000) acredita que, quando os cortes de pessoal são realmente necessários, a
principal questão passa a ser a forma como será conduzido. E importante que as pessoas
vejam a noção de justiça no processo, os critérios, o respeito e a dignidade que a organização
mostra em relação aos demitidos. É importante considerar que a forma como esse processo,
sempre traumático, é conduzido dentro da organização pode gerar grandes problemas para a
gestão. Entre eles:
a) clima organizacional: perda de liderança, queda na participação em programas de
envolvimento pessoal, perda de familiaridade entre as unidades, redução do trabalho
em equipe, deterioração do clima organizacional e aumento do conflito, política e
estresses organizacionais;
42
b) eficiência interna: perda de experiência, aumento da burocracia, perda da
qualidade e rapidez na tomada de decisão, deficiência na troca de informações e perda
de controle interno;
c) eficácia organizacional: queda na qualidade, deterioração da produtividade e
desempenho organizacional e perda de visão estratégica;
d) relações de trabalho: aumento do volume de reclamações, aumento do índice de
acidentes e doenças, aumento da incidência de sabotagens/violência. Em relação à
empresa ou dirigentes, deterioração das relações de trabalho;
e) imagem externa: prejuízo à imagem externa junto a clientes e parceiros, prejuízo à
imagem institucional, dificuldade em recrutar e atrair novos empregados.
Por isso, como aponta Caldas (2000), dois cuidados devem ser tomados por empresas
que se querem socialmente responsáveis após o processo de demissão. Em primeiro lugar, a
compensação e o apoio aos demitidos e também a assistência dada aos indivíduos
remanescentes.
Vale lembrar que o comportamento socialmente responsável com demissões é
fundamental para a manutenção de uma relação saudável com o público interno. Discutir com
os empregados propostas para contenção de despesas pode representar uma solução favorável
para a empresa e seus trabalhadores. As demissões devem ser a última saída e, se forem
inevitáveis, a empresa deve adotar critérios socioeconômicos, como idade, estado civil,
número de dependentes e, se possível, estender benefícios e oferecer programas de
recolocação (ETHOS, 2006).
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados contraditórios
em relação a alternativas às demissões. Nesse caso a pesquisa de Furtado (2006) indicou um
alto grau de concordância no sentido de que a empresa procura evitar demissões (80,6%). A
maioria dos pesquisados também concordou que a empresa mantinha uma postura aberta,
informando as razões que levaram à demissão (FURTADO, 2006). No caso do trabalho de
Oliveira (2005), a empresa se posicionava, de acordo com a percepção dos empregados
sindicalizados ouvidos na pesquisa, distante do comportamento socialmente responsável ao
privilegiar a maximização dos lucros, não existindo diálogo com os empregados e sindicatos
(OLIVEIRA, 2005). Para Coelho (2004), no que diz respeito às duas empresas pesquisadas
em seu trabalho, não existia preocupação em adotar uma política que preparasse o funcionário
para o desligamento e conseqüente recolocação. As duas empresas pesquisadas não ofereciam
programa de demissão voluntária, nem serviços de recolocação em outro emprego para os
demitidos, como também não financiavam a requalificação profissional para os demitidos, por
43
algum tempo. No entanto uma das empresas procurava evitar demissões, de acordo com
funcionários e sindicato, enquanto a outra tratava um índice de rotatividade anual de 25%
como normal (COELHO, 2004). Já na pesquisa de Napoleão (2007), a empresa pesquisada
procurava evitar demissões, mas, quando necessárias, não adotava critérios claros para a
definição daqueles que seriam demitidos. Propunha programas de demissão voluntária, mas
não financiava a requalificação, nem apoiava a recolocação dos demitidos. Segundo a autora,
talvez esse não fosse um tema abordado pela empresa, por não se tratar de um problema
corrente na empresa, que, no geral, tem a melhor prática do ponto de vista da segurança no
emprego, que é praticamente não demitir ninguém.
Como os dados são contraditórios, não é possível levantar nenhuma pressuposição
acerca da variável que trata do comportamento diante das demissões.
2.3.3.5 Preparação para aposentadoria
O desligamento por aposentadoria também exige alguns cuidados éticos. É preciso
honrar os compromissos assumidos durante a permanência dos empregados, como é o caso da
previdência privada ou da complementação salarial, quando a pensão da aposentadoria
oferecida pelo governo ficar insuficiente, até mesmo, com valor irrisório. Funcionários e
trabalhadores leais, devem poder chegar à idade da aposentadoria com condições mínimas de
viver com dignidade o tempo de vida que ainda lhes resta. Mesmo que a legislação não
obrigue, muitas empresas estão criando seus fundos e programas de aposentadoria que possam
assegurar esse mínimo de bem-estar a seus ex-funcionários mais velhos.
No Brasil, assiste-se simultaneamente à queda de dois importantes determinantes da
estrutura populacional: a fecundidade e a mortalidade. A combinação desses processos e a
velocidade como isso ocorre acarretaram maior envelhecimento da população e a maior
longevidade para os indivíduos. Esse duplo fenômeno banaliza situações incomuns até pouco
tempo atrás, como, por exemplo, usufruto de aposentadorias por períodos de tempo maiores
(WONG, 2001).
Moreira (2001) ressalta que o processo de envelhecimento brasileiro assume particular
interesse não só pelo volume de população envolvida, mas também pela intensidade com que
tal fenômeno ocorre. Esse período de transição para uma fase de maior envelhecimento da
população é um desafio para a garantia dos atuais e futuros níveis de bem-estar da população
44
por meio da criação de empregos e a absorção produtiva dos amplos contingentes de
população em idade economicamente ativa.
A aposentadoria representa uma ruptura com o mundo do trabalho, acarretando uma
modificação no sistema de relações sociais e no sistema de papéis e status. A vida do
aposentado é influenciada pelas atividades socioprofissionais anteriores, na medida em que
tais atividades determinam as condições da vida social e econômica, assim como as relações
sociais e o acesso ao lazer. Essa é uma fase que acarreta diminuição do status social e
modificação no sistema de papéis, que é compensado pela acentuação de novos papéis dentro
da família. O trabalho dá ao sujeito seu status, pois é por meio do papel profissional que o
sujeito tem acesso à rede de comunicação. Quando o sujeito se aposenta, ele pode perder
acesso à rede de relacionamentos que estabeleceu dentro da empresa em que trabalhava, assim
como seu status na sociedade (SANTOS, 1990).
A empresa socialmente responsável, com relação a seus funcionários, procura
desenvolver atividades sistemáticas de orientação, aconselhamento e preparação para a
aposentadoria, envolvendo seus aspectos psicológicos e de planejamento financeiro. Além
disso, a empresa oferece oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos
aposentados, estimulando sua participação voluntária em projetos sociais na comunidade
(ETHOS, 2006).
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados contraditórios
em relação à preparação para a aposentadoria. Na pesquisa realizada por Coelho (2004), as
duas empresas pesquisadas contavam com planos de previdência, mas nenhuma delas contava
com um programa de preparação para a aposentadoria (COELHO, 2004). Já na pesquisa de
Furtado (2006), 70% dos funcionários se sentiam informados pela empresa sobre a
aposentadoria e sobre as leis que a regem, mesmo sem um programa formal de preparação.
Nesse caso, a empresa também contava com um plano de previdência. (FURTADO, 2006). Já
na pesquisa de Oliveira (2005), o discurso da empresa era totalmente divergente do discurso
dos trabalhadores, pois a maioria dos empregados desconhecia práticas de orientação sobre os
procedimentos para a obtenção da aposentadoria. Nesse caso, o plano de previdência privada
era oferecido apenas para os executivos da empresa (OLIVEIRA, 2005). Na empresa
pesquisada por Napoleão (2007), a empresa dava apoio legal, financeiro e psicológico
existindo também um projeto de preparação para a aposentadoria. A empresa não oferecia
oportunidades de trabalho pós-aposentadoria e também não foram encontradas informações
relativas à disponibilização de planos de previdência privada.
45
Como os dados são contraditórios e os contextos das empresas diferentes, não é
possível levantar nenhuma pressuposição acerca da variável que trata da preparação para
aposentadoria.
46
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa define-se como pesquisa descritiva, quantitativa e com o método
denominado estudo de caso simples.
As pesquisas tipificadas como descritivas têm como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações
entre variáveis. Em geral, valem-se de técnicas padronizadas de coleta de dados. (GIL, 1999).
A abordagem quantitativa expressa uma forte preocupação com a mensuração e o
estabelecimento de relações e determinações de alguns fatos ou fenômenos, da realidade
social sobre outros (CASTRO, 2005).
O estudo de caso caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto, que
podem ser indivíduos ou organizações. É um delineamento que se preocupa com questões do
tipo “como” e “por quê”. (ACEVEDO, 2006).
Durante muito tempo, os estudos de caso foram encarados como um procedimento
pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de natureza exploratória. Entretanto hoje é
tido como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto real, em que os limites entre o fenômeno e o contexto
não são claramente percebidos (YIN, 2005).
A técnica de coleta de dados para este estudo foi o questionário fechado, aplicado
tanto para os trabalhadores como para os gestores. Segundo Gil (1999), o questionário é a
técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões,
apresentadas por escrito às pessoas, tendo como objetivo o conhecimento de opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas ou situações vivenciadas.
3.1 Caracterização da empresa
A empresa pesquisada é a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, líder de
mercado no Brasil e no mundo, que conta com 795 colaboradores baseados em Araxá. A
empresa tem uma trajetória de crescimento constante tanto no que se refere a vendas e
produção quanto no que se refere ao número de colaboradores. No que se refere ao número de
colaboradores, vale dizer que, a partir de 2001, foi verificado um grande número de
47
admissões, o que divide os funcionários em dois grandes grupos, um grupo com faixa etária
mais elevada e mais tempo de casa e um grupo de funcionários mais jovens admitidos pós
2001. Mesmo, com altas taxas de crescimento, pode constatar-se baixos índices de demissão,
sendo muito comum o desligamento apenas por motivos de aposentadoria.
No que se refere ao público interno, a empresa tem, desde de 1970, um projeto social
apoiado em quatro pilares: habitação, saúde, educação e previdência privada. Na questão
habitacional, a empresa conta com áreas habitacionais com aluguel subsidiado, empréstimos
subsidiados para reforma e construção e programas de mutirão em que o trabalhador adquire
um lote a preços subsidiados e se compromete a trabalhar noventa horas mensais na
construção de sua casa. A empresa participa com os materiais e com o custo da mão-de-obra
especializada.
Na saúde, o trabalhador conta com assistência médica integral para ele e para todos os
seus dependentes. O fornecimento de medicamentos é subsidiado em 90% para medicamentos
de uso contínuo e 50% para os demais. O atendimento odontológico é integral e gratuito. Os
aposentados contam com a extensão dos programas de assistência médica e odontológica por
um período de três anos após seu desligamento e, a partir daí, passa a contar com programas
de assistência implementados em parceria entre a empresa e o sindicato.
Na questão educacional, a empresa subsidia integralmente os custos de educação das
crianças com a idade de 1 a 5 anos. O ensino fundamental é subsidiado em 50%, o ensino
médio em 70% e o ensino superior em 80%. Cursos de idiomas são também custeados pela
empresa para os dependentes que cursam o ensino médio e superior.
A empresa institui também um programa de previdência privada com o objetivo de
conceder benefícios complementares aos da Previdência Oficial. O funcionário contribui com
2,5% do salário e a empresa com 5%.
3.2 Variáveis de análise
Nesta dissertação serão trabalhadas oito variáveis da responsabilidade social com os
empregados:
a) Diálogo e participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
48
b) Respeito ao indivíduo
Relações com trabalhadores terceirizados
c) Respeito ao trabalhador
Política de remuneração, benefícios e carreira
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Comportamento diante das demissões
Preparação para aposentadoria
O questionário do instituto Ethos é composto de quatro perguntas para cada variável e
tem o objetivo de permitir à empresa se autoclassificar em um dos quatro estágios descritos
abaixo.
a) Estágio 1: representa um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda se
encontra em nível reativo às exigências legais.
b) Estágio 2: representa um estágio intermediário de ações, no qual a empresa
mantém uma postura defensiva sobre os temas, mas já começa a encaminhar
mudanças e avanços em relação à conformidade de suas práticas.
c) Estágio 3: representa um estágio avançado de ações, no qual já são reconhecidos os
benefícios de ir além da conformidade legal, preparando-se para novas pressões
regulamentadoras do mercado e da sociedade. A responsabilidade social e o
desenvolvimento sustentável são tidos como estratégicos para o negócio.
d) Estágio 4: representa um estágio proativo, no qual a empresa atingiu padrões
considerados de excelência em suas práticas, envolvendo fornecedores, consumidores,
clientes, a comunidade e também influenciando políticas públicas de interesse da
sociedade.
3.3 Coleta de dados
A coleta de dados, realizada por meio de censo, foi organizada da seguinte maneira:
a) distribuição de questionário fechado, baseado nos Indicadores do Instituto Ethos,
para 100% dos trabalhadores da empresa lotados em Araxá;
b) tabulação dos dados.
49
A análise dos dados visa confrontar a percepção dos trabalhadores e gestores sobre sua
percepção a respeito dos indicadores. Esta divisão se justifica no sentido de investigar as
possíveis diferenças de percepção e também por trilhar um caminho já explorado pelos
trabalhos do NUPEGS, o que facilita a comparação de resultados.
O questionário teve a ordem das perguntas determinadas aleatoriamente e, antes da
aplicação, foi testado com cinco funcionários do nível operacional. Nesse teste, havia a
preocupação em verificar se a linguagem do questionário era acessível aos trabalhadores,
principalmente do nível operacional, maior parte dos empregados.
TABELA 1
Respondentes da pesquisa
Níveis Cargos Funcionários Respondentes %
Gestores Superintendente e Gerentes
31 24 77%
Chefes de Departamento
Trabalhadores Chefes de Setor
764 592 77%
Técnicos
Administrativo
Operacional
Totais 795 616 77%
Fonte: Dados da pesquisa
Neste trabalho, os dois primeiros cargos foram considerados como gestores e os quatro
últimos como trabalhadores. A taxa de retorno dos questionários, enviados a todos os
funcionários (gestores e trabalhadores) – o que caracteriza um censo – foi de 77%, índice
considerado alto e muito provavelmente representativo de toda a população. Curiosamente,
essa média foi a mesma entre os dois níveis hierárquicos analisados (TAB. 1).
O alto índice de retorno pode ser explicado pelo fato de o pesquisador trabalhar na
empresa e, por isso, ter fácil acesso a todas as áreas da mesma . Os questionários foram
distribuídos para os encarregados de todos os turnos da empresa, levamos em conta também o
ciclo de férias de cada Unidade para que a pesquisa atingisse o maior número de funcionários.
50
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise dos resultados é dividida nos dados relativos às informações demográficas
(tempo de casa, idade, escolaridade, cargo e sexo) e nas variáveis da pesquisa:
a) Diálogo e participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
b) Respeito ao indivíduo
Relações com trabalhadores terceirizados
c) Respeito ao trabalhador
Política de remuneração, benefícios e carreira
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Comportamento diante das demissões
Preparação para aposentadoria
4.1 Informações demográficas
A seguir serão apresentados os resultados relativos às informações demográficas.
4.1.1 Tempo de casa
A empresa pesquisada se caracteriza por ter uma força de trabalho com muitos anos de
casa. A grande maioria dos funcionários que têm até dez anos de casa é oriunda de empresas
terceirizadas e foram aproveitados na empresa após períodos de trabalho em obras de
expansão.
Mais de 75% dos respondentes têm entre dois e dez anos de empresa, como
demonstrado no Tabela 2. Desse grupo, aproximadamente 400 funcionários, são oriundos de
51
empresas prestadoras de serviço. Entre 11 e 20 anos, há 6,20% dos funcionários e 14,8%
acima de 20 anos (GRÁF. 1 e TAB. 2).
Tempo de Casa
24%
30%
25%
4%
2%
15%
Menos de 2 anos
Entre 2 e 5 anos
Entre 6 e 10 anos
Entre 11 e 15 anos
Entre 16 e 20 anos
Mais de 20 anos
Gráfico 1: Tempo de casa dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 2
Tempo de casa dos respondentes
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Menos de 2 anos 148 24,0
Entre 2 e 5 anos 182 29,5
Entre 6 e 10 anos 157 25,5
Entre 11 e 15 anos 24 3,9
Entre 16 e 20 anos 14 2,3
Mais de 20 anos 91 14,8
Total 616 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Mais de 53,5% dos respondentes têm até cinco anos de empresa, o que praticamente
divide a empresa em dois grandes grupos e demonstra, por meio do número de funcionários, o
grande crescimento verificado nos últimos cinco anos. Como a empresa trabalha com taxas de
turn over próximas de zero, grande parte da reposição de funcionários é originada por
aposentadorias.
52
4.1.2 Idade
Entre os respondentes, 28,9% têm até 25 anos, 44,3% têm entre 26 e 35 anos e 26,8%
têm mais de 35 anos de idade, dados descritos no Gráfico 2 e na Tabela 3.
Idade
1%
28%
44%
13%
13%
1%
Menos de 20 anos
Entre 20 e 25 anos
Entre 26 e 35 anos
Entre 36 e 45 anos
Entre 46 e 55 anos
Mais de 55 anos
GRÁFICO 2 :Idade dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 3
Idade dos respondentes
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Menos de 20 anos 6 1,0
Entre 20 e 25 anos 172 27,9
Entre 26 e 35 anos 273 44,3
Entre 36 e 45 anos 83 13,5
Entre 46 e 55 anos 78 12,07
Mais de 55 anos 4 0,6
Total 616 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Ao analisar-se a Tabela 3, pode concluir-se que a força de trabalho da empresa é
jovem, pois 73,2% dos respondentes têm até 35 anos.
53
4.1.3 Escolaridade
Como se pode ver no Gráfico 3 e na Tabela 4, em relação à escolaridade, grande parte
dos respondentes, 88,8%, tem nível escolar entre o segundo grau e o universitário completo.
Respondentes apenas com primeiro grau correspondem a 2,6% e respondentes com nível
escolar com pós-graduação, mestrado ou doutorado correspondem a 8,6%.
Escolaridade
3%
52%
22%
14%
8%
1%
Primeiro grau
Segundo grau
Universitário incompleto
Universitário completo
Pós-Graduação
Mestrado/Doutorado
GRÁFICO 3: Escolaridade dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 4
Escolaridade dos respondentes
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Primeiro grau 16 2,6
Segundo grau 329 53,4
Universitário incompleto 134 21,8
Universitário completo 84 13,6
Pós-Graduação 49 8,0
Mestrado/Doutorado 4 0,6
Total 616 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
54
Dos respondentes, 97,4% dos funcionários têm escolaridade superior ao Ensino Médio
(segundo grau). O grande número de entrevistados com formação igual ou superior ao
segundo grau, tratando-se de uma mão-de-obra em sua maior parte de nível operacional, (dos
616 respondentes 438 são do nível operacional, ou seja, 71,1 %), explica-se, em parte, pela
política de treinamento que subsidia a formação de funcionários e dependentes e que foi
instituída na década de 1970.
4.1.4 Cargo
A seguir, apresenta-se a distribuição dos resultados por cargos, no Gráfico 4 e na
Tabela 5.
Cargo
2%
2%
2%
18%
6%
70%
Superintendente/Gerente
Chefe de Departamento
Chefe de Setor
cnico
Administrativo
Operacional
GRÁFICO 4: Cargo dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
55
TABELA 5
Cargo dos respondentes
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Superintendente/Gerente 10 1,6
Chefe de Departamento 14 2,3
Chefe de Setor 12 1,9
Técnico 108 17,5
Administrativo 34 5,5
Operacional 438 71,1
Total 616 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Como demonstram o Gráfico 4 e a Tabela 5, entre os respondentes, 71,1% são
funcionários de nível operacional lotados no chão de fábrica das unidades produtivas. O
restante dos respondentes corresponde aos funcionários administrativos, técnicos e de
supervisão/gerência.
4.1.5 Sexo
Finalizando as informações demográficas, tem-se a distribuição dos resultados por
sexo, que demonstra um universo preponderantemente masculino (GRÁF. 5 e TAB. 6).
56
Sexo
4%
96%
Feminino
Masculino
GRÁFICO 5: Sexo dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 6
Sexo dos respondentes
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Feminino 25 4,1
Masculino 591 95,9
Total 616 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Entre os respondentes, a maioria absoluta, 95,9%, é composta de homens com o
público feminino correspondendo a apenas 4,1%.
4.2 Análise das variáveis
A apresentação dos resultados da pesquisa propriamente dita obedecerá à
padronização descrita a seguir. Inicialmente, apresenta-se um quadro resumo com as
perguntas que compõem a variável. Em seguida, cada uma delas é analisada em particular,
acompanhada dos respectivos gráficos e tabelas, divididas entre o grupo de gestores e o grupo
de trabalhadores. Os dados foram separados entre o grupo de gestores (superintendentes,
57
gerentes e chefes de departamento) e o grupo de trabalhadores (chefes de setor, técnicos,
administrativos e operacionais), para permitir a comparação entre eles. A análise dos dados
foi feita dessa forma, para responder à pergunta de pesquisa, a saber:
Existe diferença entre a percepção dos gestores e a percepção dos trabalhadores
em relação à responsabilidade social com o público interno? É corroborada a
hipótese de que a percepção dos gestores tende a ser mais favorável às empresas
do que a percepção dos trabalhadores, como sugerem Oliveira (2005) e Matonni
(2007)?
4.2.1 Diálogo e participação
O grupo de variáveis “Diálogo e participação” compreende dois indicadores:
“Relações com sindicatos” e “Gestão participativa”.
4.2.1.1 Relações com os sindicatos
Os dados relativos à variável “Relações com os sindicatos” podem ser vistos na Tabela
7. Analisando-se cada pergunta em separado, busca-se comparar a percepção dos gestores (G)
com a dos trabalhadores (T).
58
TABELA 7
Relações com os sindicatos
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa exerce pressão sobre os
empregados envolvidos em
atividades sindicais?
G
0,0% 70,8% 29,2% 0,0%
T
25,7% 17,2% 40,9% 16,2%
2 A empresa oferece liberdade para
atuação dos sindicatos no local de
trabalho?
G
79,2% 8,3% 12,5% 0,0%
T
36,7% 24,7% 26,4% 12,3%
3 Os dirigentes da empresa se reúnem
periodicamente com os sindicatos
para ouvir sugestões e negociar
reivindicações?
G
70,8% 8,3% 12,5% 8,3%
T
31,4% 19,8% 37,7% 11,1%
4 A empresa possui um canal de
comunicação consolidado com os
sindicatos, informando-lhes e
fornecendo-lhes dados financeiros e
relativos a objetivos estratégicos
(quando estes afetam os
trabalhadores) para subsidiar as
discussões?
G
25,0% 25,0% 41,7% 8,3%
T
19,1% 15,9% 55,1% 10,0%
Fonte: Dados da pesquisa
Com relação à primeira pergunta “A empresa exerce pressão sobre os empregados
envolvidos em atividades sindicais?”, houve total discordância entre gestores e trabalhadores.
Para 17,2% dos trabalhadores a resposta é “NÃO”, enquanto para os gestores a resposta
negativa obteve 70,8%. O percentual de respondentes que optaram pelo “NÃO SEI” totaliza
29,2% entre os gestores e 40,9% entre os trabalhadores. Entre os trabalhadores, 16,2%
optaram pela opção “PREFIRO NÃO RESPONDER”. Os dados podem ser vistos nos
Gráficos 6 e 7. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 8 e 9.
59
GES TORES
0; 0%
17; 71%
7; 29%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 6: Relações com os sindicatos / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 8
Relações com os sindicatos / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 0 0,0
N
ão 17 70,8
N
ão sei 7 29,2
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
152; 26%
102; 17%
242; 41%
96; 16%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 7: Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
60
TABELA 9
Relações com sindicatos / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 152 25,7
N
ão 102 17,2
N
ão sei 242 40,9
Prefiro não responder 96 16,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
As respostas a essa questão indicam uma total discordância entre gestores e
trabalhadores. Os gestores têm uma avaliação mais positiva do que a dos trabalhadores, o que
indica que pode estar faltando informação para os trabalhadores, como demonstrado no
grande percentual de trabalhadores que optaram pelo “NÃO SEI”, 40,9%, apresentado na
Tabela 9.
Na segunda questão, que trata da liberdade da atuação do sindicato no local de
trabalho, continuam os baixos índices de concordância entre gestores e trabalhadores. Entre os
gestores, 79,2% responderam afirmativamente a essa questão, ou seja, a empresa oferece
liberdade para a atuação sindical, sendo acompanhados por 36,7% dos trabalhadores. Apenas
8,3% dos gestores optaram pelo “NÃO”, sendo acompanhados por 24,7% dos trabalhadores.
O percentual de respondentes que optaram pelo “NÃO SEI” totaliza 12,5% entre os gestores e
26,4% entre os trabalhadores. Entre os trabalhadores, 12,3% optaram pelo “PREFIRO NÃO
RESPONDER”. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 8 e 9 e Tabelas 10 e 11.
GESTORES
19; 79%
2; 8%
3; 13%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 8: Relações com os sindicatos / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
61
TABELA 10
Relações com os sindicatos / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 19 79,2
N
ão 2 8,3
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
217; 37%
146; 25%
156; 26%
73; 12%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 9: Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 11
Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 217 36,7
N
ão 146 24,7
N
ão sei 156 26,4
Prefiro não responder 73 12,3
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
62
Na segunda questão, verifica-se ainda um alto grau de discordância entre Gestores e
Trabalhadores. Os gestores continuam com uma visão mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Na questão que aborda as reuniões entre dirigentes da empresa e sindicalistas, têm-se
os gestores com uma percepção mais positiva do que a posição observada entre os
trabalhadores. Apenas 31,4% dos trabalhadores concordam com a afirmação de que os
dirigentes da empresa se reúnem periodicamente com os sindicatos para ouvir sugestões e
negociar reivindicações. Concordam com essa afirmação 70,8% dos gestores. Entre os
gestores, 8,3% dos respondentes optaram pelo “NÃO”, acompanhados por 19,8% dos
trabalhadores. Nessa questão, o percentual de respondentes que optaram por responder “NÃO
SEI” foi de 12,5% entre os gestores e 37,7% entre os trabalhadores. O percentual de
respondentes que optaram pela resposta “PREFIRO NÃO RESPONDER” é de 8,3% entre os
gestores e 11,1% entre os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 10 e 11. Os
dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 12 e 13.
GESTORES
17; 71%
2; 8%
3; 13%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 10: Relações com os sindicatos / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 12
Relações com os sindicatos / Gestores – 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 17 70,8
N
ão 2 8,3
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
63
TRABALHADORES
186; 31%
117; 20%
223; 38%
66; 11%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 11: Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 13
Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 186 31,4
N
ão 117 19,8
N
ão sei 223 37,7
Prefiro não responder 66 11,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
As respostas a essa questão indicam uma total discordância entre gestores e
trabalhadores. Os gestores têm uma avaliação mais positiva do que a dos trabalhadores, o que
indica que pode estar faltando informação para os trabalhadores, como demonstrado no
grande percentual de trabalhadores que optaram pelo “NÃO SEI”, 37,7%, apresentado na
Tabela 13.
Na última questão, já não se percebem enormes disparidades entre a percepção dos
gestores e a dos trabalhadores. Indagados sobre a existência de um canal de comunicação
consolidado com os sindicatos, 25% dos gestores responderam afirmativamente, sendo
acompanhados por 19,1% dos trabalhadores. Entre os gestores, 25% dos respondentes
também optaram pelo “NÃO”, sendo acompanhados por 15,9% dos trabalhadores. Mas os
maiores percentuais foram verificados na opção “NÃO SEI”, 41,7% dos gestores
64
responderam dessa forma, sendo acompanhados por 55,1% dos trabalhadores. O percentual de
respondentes que optaram por opção “PREFIRO NÃO RESPONDER” foi de 8,3% entre os
gestores e 9,6% entre os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 12 e 13. Os
dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 14 e 15.
GESTORES
6; 25%
6; 25%
10; 42%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 12 - Relações com os sindicatos / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 14
Relações com os sindicatos / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 6 25,0
N
ão 6 25,0
N
ão sei 10 41,7
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
113; 19%
94; 16%
326; 55%
59; 10%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 13: Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
65
TABELA 15
Relações com os sindicatos / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 113 19,1
N
ão 94 15,9
N
ão sei 326 55,1
Prefiro não responder 59 10,0
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados da última questão apontam para um quadro de falta de informação, pois
41,7% dos gestores e 55,1% dos trabalhadores declararam falta de conhecimento para
responder à questão (TAB. 14 e 15).
Um dado que chama a atenção sobre a variável “Relações com o sindicato” é o
percentual de trabalhadores que consideram que a empresa exerce pressão sobre os
empregados envolvidos em atividades sindicais, 25,7%, acompanhado do dado de que apenas
17,2% afirmam que não há essa pressão. Indagado em relação a esse resultado, o Presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos ficou surpreso. Segundo ele, historicamente, o relacionamento
entre sindicato e empresa é de parceria, sendo inúmeros os projetos em que as duas entidades
atuam em conjunto. Outro ponto que salta aos olhos é o grande número de trabalhadores e
gestores que declararam falta de conhecimento sobre esse assunto. Esse ponto remete à
necessidade de maior disponibilização de informações de programas e de atividades que
envolvam mais os trabalhadores, tanto da parte da empresa quanto da parte do sindicato.
Essa variável “Relações com o sindicato” foi a que apresentou os menores índices de
concordância entre gestores e trabalhadores. De maneira geral, pode-se concluir que a
percepção dos gestores tende a ser mais positiva do que a dos trabalhadores nas questões
relativas a relacionamento sindical, não rejeitando, para essa variável, a hipótese de Oliveira
(2005) e Matonni (2007).
Essa percepção pode ter origem em um maior acesso às informações pelos gestores, o
que aponta para a necessidade de campanhas informativas patrocinadas tanto pela empresa
como pelo sindicato, explicitando para todos os funcionários informações relativas à
qualidade do relacionamento entre as duas instituições.
66
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados semelhantes.
Nos trabalhos de Coelho (2004), Oliveira (2005) e Furtado (2006), também se pode verificar
um quadro de baixa concordância em relação às perguntas da variável “Relações com os
sindicatos”. Apenas no trabalho de Napoleão (2007) foi verificado um quadro de maior
concordância, explicada, talvez, por ser a empresa pesquisada uma empresa de economia
mista.
4.2.2 Gestão participativa
Os dados relativos à variável “Gestão participativa” podem ser vistos na Tabela 16.
TABELA 16
Gestão participativa
QUESTÕES SOBRE GESTÃO
PARTICIPATIVA
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa disponibiliza informações
sobre sua história e sua organização e
também treina os empregados no
momento da admissão com programas
de integração e através de
treinamentos para que possam
compreendê-las e analisá-las?
G
100% 0,0% 0,0% 0,0%
T
94,6% 1,4% 2,9% 1,2%
2 A empresa disponibiliza informações
econômico-financeiras aos
empregados?
G
62,5% 12,5% 20,8% 4,2%
T
46,6% 26,9% 20,3% 6,3%
3 A empresa discute informações
econômico-financeiras de forma
estruturada visando à participação dos
empregados no processo de gestão e
nas decisões estratégicas?
G
12,5% 50,0% 29,2% 8,3%
T
20,9% 35,1% 34,3% 9,6%
4 Representantes dos empregados
participam ativamente dos comitês de
gestão ou nas decisões estratégicas?
G
4,2%
41,7% 45,8% 8,3%
T
17,6% 22,8%
51,0% 8,6%
Fonte: Dados da pesquisa
67
Na percepção dos funcionários e gestores, a empresa de fato compartilha informações
sobre sua história e sua organização e também treina os empregados para que possam analisá-
las. A pesquisa apontou que 100% dos gestores e 94,6% dos trabalhadores compartilham
dessa percepção. Nessa questão, os percentuais de respondentes que optaram pelas respostas
“NÃO SEI” e “PREFIRO NÃO RESPONDER” foram 2,9% e 1,2%, respectivamente, entre
os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 14 e 15. Os dados acima também
podem ser visualizados nas Tabelas 17 e 18.
GESTORES
24; 100%
0; 0%
0; 0%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 14: Gestão participativa / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 17
Gestão participativa / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 24 100,0
N
ão 0 0,0
N
ão sei 0 0,0
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
68
TRABALHADORES
560; 95%
8; 1%
17; 3%
7; 1%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 15: Gestão participativa / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 18
Gestão participativa / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 560 94,6
N
ão 8 1,4
N
ão sei 17 2,9
Prefiro não responder 1 1,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na questão relativa à disponibilização de informações econômico-financeiras aos
empregados, verificou-se um alto grau de concordância entre gestores e trabalhadores, ambos
considerando que a empresa disponibiliza essas informações. Nessa questão, o percentual de
respondentes que optaram pelo “NÃO SEI” foi de 20,8% entre os gestores e de 20,3% entre
os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 16 e 17. Os dados acima também
podem ser visualizados nas Tabelas 19 e 20.
69
GES TORES
15; 62%
3; 13%
5; 21%
1; 4%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 16: Gestão Participativa /Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 19
Gestão participativa / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 15 62,5
N
ão 3 12,5
N
ão sei 5 20,8
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
276; 47%
159; 27%
120; 20%
37; 6%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 17: Gestão participativa / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
70
TABELA 20
Gestão participativa / Trabalhadores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 276 46,6
N
ão 159 26,9
N
ão sei 120 20,3
Prefiro não responder 37 6,3
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na questão que aborda a discussão de informações econômico-financeiras de forma
estruturada visando à participação dos empregados no processo de gestão e decisão, os
trabalhadores demonstraram uma percepção mais positiva do que a dos gestores. Apenas
12,5% dos gestores concordam com essa afirmação, acompanhados por 20,9% dos
trabalhadores. Entre os gestores, 50% dos respondentes optaram pelo “NÃO” acompanhados
por 35,1% dos trabalhadores. Nessa questão, o percentual de respondentes que optaram por
responder “NÃO SEI” é expressivo, 29,2% entre os gestores e 34,3% entre os trabalhadores.
O percentual de respondentes que optaram pela resposta “PREFIRO NÃO RESPONDER” já
é de 8,3% entre os gestores e 9,6% entre os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos
Gráficos 18 e 19. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 21 e 22.
GES TORES
3; 13%
12; 50%
7; 29%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 18: Gestão participativa / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
71
TABELA 21
Gestão participativa / Gestores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 3 12,5
N
ão 12 50,0
N
ão sei 7 29,2
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
124; 21%
208; 35%
203; 34%
57; 10%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 19 - Gestão participativa / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 22
Gestão participativa / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 124 20,9
N
ão 208 35,1
N
ão sei 203 34,3
Prefiro não responder 57 9,6
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na última questão dessa variável, que trata da participação dos empregados em
comitês de gestão e nas decisões estratégicas, continua-se a verificar que a percepção positiva
é maior entre os empregados: 17,6% dos trabalhadores optaram pelo “SIM”, sendo
acompanhados por 4,2% entre os gestores. Entre os gestores, 41,7% optaram pelo “NÃO”,
72
seguidos por 22,8% dos trabalhadores. Mas os resultados mais expressivos nessa questão
foram o dos respondentes que optaram pelo “NÃO SEI”, 45,8% entre os gestores, e o dos
trabalhadores, 51,0%. O percentual dos respondentes que optaram pelo “PREFIRO NÃO
RESPONDER” foi de 8,3% entre os gestores e 8,6% entre os trabalhadores. Os dados podem
ser vistos nos GráficoS 20 e 21. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas
23 e 24.
GESTORES
1; 4%
10; 42%
11; 46%
2; 8%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 20 - Gestão participativa / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 23
Gestão participativa / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 1 4,2
N
ão 10 41,7
N
ão sei 11 45,8
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
73
TRABALHADORES
104; 18%
135; 23%
302; 50%
51; 9%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 21 - Gestão participativa / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 24
Gestão participativa / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 104 17,6
N
ão 135 22,8
N
ão sei 302 51,0
Prefiro não responder 51 8,6
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Ao analisarem-se os resultados dessa variável como um todo, nota-se que, no que diz
respeito ao compartilhamento das informações, ponto tratado pela primeira e pela segunda
questão, pode-se constatar um alto grau de concordância entre gestores e trabalhadores e uma
percepção positiva. Nas duas últimas questões, que tratam da participação efetiva dos
trabalhadores, constata-se uma percepção mais negativa, mas ainda com concordância.
Curiosamente, nessas questões, a percepção dos trabalhadores é mais positiva do que a dos
gestores.
O que salta aos olhos em relação à gestão participativa é que os trabalhadores de fato
não parecem participar das decisões estratégicas da empresa. Quando uma empresa delibera
sobre a transferência de uma subsidiária, a ampliação de uma usina ou um novo
posicionamento de mercado, não é usual que ela envolva o chão de fábrica no processo
74
decisório. Esse dado confirma pesquisas que constataram que, nas empresas pesquisadas, a
responsabilidade por decisões estratégicas tem sido do Conselho de Administração e
acionistas, cabendo aos empregados participar apenas da implementação das decisões (PENA
et al., 2007).
Os resultados, de certa forma, parecem contradizer as recomendações de autores como
Parteman (1992) e Ulrich (2000), quando dizem que a sobrevivência da empresa no mercado
competitivo tem como pré-requisito a participação dos empregados na gestão da empresa,
sendo essa participação utilizada como estratégia de competição por um grande número de
empresários. Para esses autores, as empresas estariam alterando suas relações de trabalho, ao
passarem de uma gestão descentralizada para uma gestão participativa porque descobriram ser
o trabalhador um recurso fundamental para maximizar os lucros. Os resultados mostram que a
empresa compartilha informações, mas que ainda tem muito que evoluir no que diz respeito à
gestão participativa. Mas quando se fala de gestão participativa, de que participação se está a
falar? Em que instância? O trabalhador pode participar de decisões estratégicas e pode
participar da implementação de decisões estratégicas tomadas por seus superiores? Embora o
Instituto Ethos considere a participação dos trabalhadores em decisões estratégicas como um
valor da empresa (representado pelo estágio 4 da quarta pergunta dessa variável), vê-se que
essa proposição não é uma realidade nas empresas. Diante disso pode-se nos perguntar se essa
proposição é de fato um valor que deveria constar em um modelo de responsabilidade social.
Os resultados se alinham, portanto, com a afirmação de Bittar (1994), em que ressalta
a importância da gestão participativa para a empresa, mas também reconhece as enormes
barreiras à sua implementação. Entre essas barreiras destacam-se ainda as rígidas estruturas
hierárquicas e as barreiras culturais, pois não é nada fácil fazer com que as pessoas mudem
sua maneira habitual de realizar suas funções.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados semelhantes.
Nos trabalhos de Coelho (2004), Oliveira (2005) e Napoleão (2007), também se verificou que
as empresas pesquisadas compartilhavam informações, mas não tinham a participação de
trabalhadores em decisões estratégicas. Apenas no trabalho de Furtado (2006) foi verificado
um quadro em que a atuação da empresa é reconhecida como positiva pela maioria dos
trabalhadores, tanto no que diz respeito ao compartilhamento de informações quanto à
participação dos empregados no processo decisório, inclusive de autoproposicão salarial.
75
4.3 Respeito ao indivíduo
O grupo de variáveis “Respeito ao Indivíduo” trata das relações com trabalhadores
terceirizados.
4.3.1 Relações com trabalhadores terceirizados
Os dados relativos à variável “Relações com trabalhadores terceirizados” podem ser
vistos na Tabela 25.
TABELA 25
Relações com trabalhadores terceirizados
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
9 A empresa respeita a legislação no que
se refere à co-responsabilidade pelo
cumprimento das obrigações
trabalhistas, previdenciárias e das
condições de saúde e segurança dos
trabalhadores terceirizados?
G
95,8% 0,0% 4,2% 0,0%
T
82,9% 5,1% 8,3% 3,4%
10 A empresa monitora periodicamente o
cumprimento dos requisitos
estabelecidos na contratação de
terceiros, exigindo ajustes que garantam
o correto cumprimento da legislação?
G
83,3% 0,0% 12,5% 4,2%
T
56,4% 5,7% 34,5% 3,4%
11 A empresa negocia com seus
fornecedores para que proporcionem a
seus empregados níveis salariais
compatíveis com as médias de mercado?
G
20,8% 29,2% 37,5% 12,5%
T
18,2% 22,6% 49,7% 9,5%
12 A empresa oferece ao trabalhador
terceirizado o acesso a benefícios
básicos gozados pelos empregados
regulares, como transporte, alimentação,
ambulatório etc.?
G
91,7% 4,2% 4,2% 0,0%
T
85,0% 3,5% 9,1% 2,4%
Fonte: Dados da pesquisa
76
Na percepção dos funcionários e gestores, a empresa de fato respeita a legislação no
que se refere à co-responsabilidade pelo cumprimento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e das condições de saúde e segurança dos trabalhadores terceirizados. A
pesquisa apontou que 95,8% dos gestores e 82,9% dos trabalhadores compartilham dessa
percepção. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 22 e 23. Os dados acima também podem
ser visualizados nas Tabelas 26 e 27.
GESTORES
23; 96%
0; 0%
1; 4%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 22: Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 26
Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 23 95,8
N
ão 0 0,0
N
ão sei 1 4,2
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
77
TRABALHADORES
491; 83%
30; 5%
49; 8%
22; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 23: Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 27
Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 491 82,9
N
ão 30 5,1
N
ão sei 49 8,3
Prefiro não responder 22 3,4
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na questão relativa ao monitoramento periódico do cumprimento dos requisitos
estabelecidos na contratação de terceiros exigindo o correto cumprimento da legislação,
83,2% dos gestores e 56,4%% dos trabalhadores responderam afirmativamente com apenas
5,7% dos trabalhadores optando pelo “NÃO”. Nessa questão, o percentual de respondentes
que optaram pelo “NÃO SEI” foi de 12,5% entre os gestores e 34,5% entre os trabalhadores.
Os dados podem ser vistos nos Gráficos 24 e 25 e Tabelas 28 e 29.
78
GESTORES
20; 83%
0; 0%
3; 13%
1; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 24: Relações com Trabalhadores Terceirizados / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 28
Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 20 83,3
N
ão 0 0,0
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
334; 57%
34; 6%
204; 34%
20; 3%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 25: Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
79
TABELA 29
Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 334 56,4
N
ão 34 5,7
N
ão sei 204 34,5
Prefiro não responder 20 3,4
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
A questão que aborda a negociação com os fornecedores para que proporcionem a
seus empregados níveis salariais compatíveis com as médias de mercado continua com um
alto grau de convergência de percepção entre gestores e trabalhadores. Apenas 20,8% dos
gestores concordam com essa afirmação, acompanhados por 18,2% dos trabalhadores. Entre
os gestores, 29,2% dos respondentes optaram pelo “NÃO”, acompanhados por 22,6% dos
trabalhadores. Nessa questão, o percentual de respondentes que optaram por responder “NÃO
SEI” foi de 37,5% entre os gestores e de 49,7% entre os trabalhadores. O percentual de
respondentes que optaram pela resposta “PREFIRO NÃO RESPONDER” foi de 12,5% entre
os gestores e de 9,5% entre os trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráfico 26 e 27.
Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 29 e 30.
GESTORES
5; 21%
7; 29%
9; 37%
3; 13%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 26: Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
80
TABELA 30
Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 5 20,8
N
ão 7 29,2
N
ão sei 9 37,5
Prefiro não responder 3 12,5
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
108; 18%
134; 23%
294; 50%
56; 9%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 27: Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 31
Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 108 18,2
N
ão 134 22,6
N
ão sei 294 49,7
Prefiro não responder 56 9,5
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na última questão desta variável, em que se investiga se a empresa oferece ao
trabalhador terceirizado o acesso a benefícios básicos gozados pelos empregados regulares,
81
verifica-se um alto grau de convergência no sentido de uma percepção positiva. A pesquisa
apontou que 91,7% dos gestores e 85,0% dos trabalhadores compartilham dessa percepção.
Os dados podem ser vistos nos Gráficos 28 e 29 e nas Tabelas 32 e 33.
GES TORES
22; 92%
1; 4%
1; 4%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 28: Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 32
Relações com trabalhadores terceirizados / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 22 91,7
N
ão 1 4,2
N
ão sei 1 4,2
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
503; 85%
21; 4%
54; 9%
14; 2%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 29: Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
82
TABELA 33
Relações com trabalhadores terceirizados / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 503 85,0
N
ão 21 3,5
N
ão sei 54 9,1
Prefiro não responder 14 2,4
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Ao analisarem-se os resultados dessa variável como um todo, pode-se notar que, no
que diz respeito à questão do trabalho terceirizado, há um alto grau de convergência entre
gestores e trabalhadores e que, de maneira geral, a percepção é positiva. Apenas a terceira
questão não apresentou uma percepção positiva pela maioria dos respondentes, apontando
para um quadro de falta de informação, pois grande parte dos trabalhadores e dos gestores
desconhece se a empresa negocia com seus fornecedores para que proporcionem a seus
empregados níveis salariais compatíveis com a média de mercado.
Esses dados levam a questionar se a classificação em estágios para os indicadores
procede. Como se sabe, o Instituto Ethos classifica as empresas em quatro estágios no que diz
respeito à responsabilidade social, e, nesse caso, como se classificaria a empresa nessa
variável, estágio 2 ou estágio 4? Parece, nessa variável, não haver hierarquia entre as
perguntas 3 e 4.
Os resultados dessa variável apontam para um cenário que confirma a postura positiva
da empresa no que se refere ao trabalho terceirizado. Em três das quatro questões, respostas
por maioria absoluta atestam que a política implementada pela empresa trilha o caminho da
responsabilidade social. Segundo Souza (2005), a terceirização é uma realidade
organizacional, cabendo às organizações e a suas políticas de recursos humanos a adaptação
às mudanças impostas pela desverticalização do negócio. As perguntas do instrumento
relativas a essa variável, entretanto, não permitem identificar em quais áreas da empresa
ocorre contratação de mão-de-obra terceirizada. Valendo-se do pensamento de Prahalad e
Hamel (1990), segundo o qual as empresas devem concentrar esforços no desenvolvimento de
competências essenciais, isto é, suas atividades-fim, seria oportuno que o indicador
83
investigasse quais os setores em que há terceirização. Terceirizar atividades-fim seria algo
contrário aos princípios de responsabilidade social, mas os indicadores Ethos não abrangem
essa dimensão.
As pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS consultadas para esta dissertação,
publicadas até 2006, (FURTADO, 2006, TEODORO, 2005; COELHO, 2004) não abordaram
o tema trabalho terceirizado. Ele só foi adotado pelos indicadores Ethos a partir de 2005. Mas
Napoleão (2007) tratou dessa variável em sua pesquisa e considerou os resultados obtidos
nessa variável desfavoráveis à empresa pesquisada. Segundo a autora, a empresa não atuava,
definitivamente, de uma maneira socialmente responsável em relação aos trabalhadores
terceirizados.
4.4 Trabalho decente
O grupo de variáveis deste item aborda os seguintes indicadores:
a) Política de remuneração, benefícios e carreira;
b) Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho;
c) Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade;
d) Comportamento diante das demissões;
e) Preparação para aposentadoria.
4.4.1 Política de remuneração, benefícios e carreira
Os dados relativos à variável “Política de remuneração, benefícios e carreira” podem ser
vistos na Tabela 34.
84
TABELA 34
Política de remuneração, benefícios e carreira
QUESTÕES
PÚBLICOJ
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa busca superar os pisos
salariais firmados com os sindicatos?
G
83,3% 16,7% 0,0% 0,0$
T
32,8% 27,9% 28,2% 11,1%
2 A empresa estimula seus empregados
por meio da remuneração e do
investimento em seu desenvolvimento
profissional, segundo política
estruturada de carreira, e levando em
conta as habilidades necessárias para
seu desempenho atual?
G
50,0% 37,5% 0,0% 12,5%
T
41,7% 34,6% 11,3% 12,3%
3 A empresa valoriza competências
potenciais, estimulando os
empregados por meio da remuneração
e do investimento em seu
desenvolvimento profissional e
levando em conta sua capacidade
futura de crescimento e
desenvolvimento de novas
habilidades?
G
70,8% 20,8% 4,2% 4,2%
T
42,1% 33,6% 13,3% 11,0%
4 A empresa trata os empregados como
sócios e, além de valorizar
competências potenciais por meio da
remuneração e do desenvolvimento
profissional, estabelece mecanismos
para que seus representantes
participem da formulação de políticas
de remuneração e benefícios,
desenvolvimento profissional e
mobilidade interna?
G
16,7% 50,0% 12,5% 20,8%
T
30,9% 32,3% 24,2% 12,7%
Fonte: Dados da pesquisa
Com relação à primeira pergunta da Tabela 34, se a empresa busca superar os pisos
salariais com os sindicatos, 83,3% dos gestores e 32,8% dos trabalhadores responderam
afirmativamente. Entre os trabalhadores, 27,9% optaram pelo “NÃO” e 28,2% pelo “NÃO
SEI”. Enquanto a resposta dos gerentes é predominantemente afirmativa, a dos trabalhadores
está distribuída nas opções, não havendo uma predominância absoluta de resposta. Os dados
podem ser vistos nos Gráficos 30 e 31 e nas Tabelas 35 e 36.
85
GESTORES
20; 83%
4; 17%
0; 0%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 30: Política de remuneração , benefícios e carreira / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 35
Política de remuneração , benefícios e carreira / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 20 83,3
N
ão 4 16,7
N
ão sei 0 0,0
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
194; 33%
165; 28%
167; 28%
66; 11%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 31: Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
86
TABELA 36
Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 194 32,8
N
ão 165 27,9
N
ão sei 167 28,2
Prefiro não responder 66 11,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na segunda questão, que investiga se a empresa estimula seus empregados por meio
da remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional, 50,0% dos gestores e
41,7% dos trabalhadores responderam afirmativamente. Entre os gestores, 37,5% optaram
pelo “NÃO” sendo seguidos por 34,6% dos trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos
Gráficos 32 e 33. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 37 e 38.
GES TORES
12; 49%
9; 38%
0; 0%
3; 13%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 32: Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
87
TABELA 37
Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 12 50,0
N
ão 9 37,5
N
ão sei 0 0,0
Prefiro não responder 3 12,5
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
247; 42%
205; 35%
67; 11%
73; 12%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 33: Política de remuneração, benefícios e carreira / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 38
Política de remuneração, benefícios e carreira / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 247 41,7
N
ão 205 34,6
N
ão sei 67 11,3
Prefiro não responder 73 12,3
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na questão que aborda a valorização das competências potenciais, levando em conta a
capacidade futura, 70,8% dos gerentes responderam afirmativamente sendo seguidos por
42,1% dos trabalhadores. Entre os gerentes, 20,8% optaram pelo “NÃO”, o que ocorre com
88
33,6% dos trabalhadores. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 34 e 35. Os dados acima
também podem ser visualizados nas Tabelas 39 e 40.
GESTORES
17; 71%
5; 21%
1; 4%
1; 4%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 34: Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 39
Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 3ª questão
Variáveis de
resposta
Freqüência Percentual
Sim 17 70,8
N
ão 5 20,8
N
ão sei 1 4,2
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
249; 42%
199; 34%
79; 13%
65; 11%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 35 :Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
89
TABELA 40
Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 249 42,1
N
ão 199 33,6
N
ão sei 79 13,3
Prefiro não responder 65 11,0
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na última questão, em que se pergunta se a empresa trata os empregados como sócios,
50% dos gestores e 32,3% dos trabalhadores optaram pelo “Não”. Entre os gestores, 16,7%
responderam afirmativamente, sendo seguidos por 30,9% dos trabalhadores. Os dados podem
ser vistos nos Gráficos 36 e 37. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas
41 e 42.
GESTORES
4; 17%
12; 49%
3; 13%
5; 21%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 36: Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 41
Política de remuneração, benefícios e carreira / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 4 16,7
N
ão 12 50,0
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 5 20,8
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
90
TRABALHADORES
183; 31%
191; 32%
143; 24%
75; 13%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 37: Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 42
Política de remuneração, benefícios e carreira / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 183 30,9
N
ão 191 32,3
N
ão sei 143 24,2
Prefiro não responder 75 12,7
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Embora a maioria dos gestores e trabalhadores concorde que os salários superam os
pisos salariais firmados com os sindicatos, essa maioria é relativa da parte dos empregados,
pois as respostas se distribuem entre as opções. Parece que empregados e gestores percebem
que a empresa os incentiva por meio da remuneração. Os dados da terceira pergunta indicam
que os gestores têm maior percepção acerca do desenvolvimento profissional do que
empregados. A principal diferença entre gestores e trabalhadores aparece quando se pergunta
se os empregados são tratados como sócios. Curiosamente, os trabalhadores se sentem
tratados como sócios mais do que os gestores. Cabe aqui perguntar o que os respondentes
entendem como se sentirem sócios da empresa. Para os trabalhadores, integrar a PLR pode
significar ser tratado como sócio. Na empresa, todos os empregados e gestores, inclusive os
terceirizados, recebem remuneração advinda da PLR. Já para os gestores, ser sócio pode
significar deter parte do controle acionário, o que possibilitaria maior atuação nas decisões
91
estratégicas. O uso do questionário para públicos diferentes parece indicar a necessidade de
deixar claro para o respondente o que cada termo quer dizer.
Pode-se inferir que, em empresas de grande porte, como a objeto desta pesquisa, a
variável relacionada à política de remunerações tende a ser bem avaliada (PENA et al., 2007),
o que sugere que a recomendação de Ulrich (2000) – fazer dos recursos humanos um setor
estratégico para a organização - tem sido colocada em prática por essas empresas.
Nas pesquisas desenvolvidas no âmbito da NUPEGS, têm-se resultados contraditórios.
Furtado (2006) verificou altos índices de concordância e uma grande satisfação com as
políticas relativas a essa variável na PROMOM. Já Oliveira (2005) e Napoleão (2007) não
obtiveram resultados tão promissores das empresas pesquisadas por eles.
4.4.2 Cuidados com saúde, segurança e condições de Trabalho
Os dados relativos à variável “Cuidados com saúde, segurança e condições de
Trabalho” podem ser vistos na Tabela 43.
92
TABELA 43
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
!Fim imprevisto da
fórmulaPREFIRO
NÃO REPONDER
1 A empresa cumpre rigorosamente as
obrigações legais relacionadas à saúde, à
segurança e às condições de trabalho e
tem planos e metas para alcançar
padrões de excelência em seu setor?
G
91,7% 4,2% 4,2% 0,0%
T
86,0% 6,8% 3,0% 4,2%
2 A empresa possui indicadores para
monitorar os planos e metas para
ultrapassar os padrões de excelência em
saúde, segurança e condições de
trabalho em seu setor?
G
79,2% 8,3% 12,5% 0,0%
T
74,0% 6,4% 15,4% 4,2%
3 A empresa desenvolve campanhas
regulares de conscientização dos
trabalhadores sobre os padrões de
excelência em saúde, segurança e
condições de trabalho e pesquisa o nível
de satisfação dos empregados em
relação ao tema, evidenciando áreas
críticas?
G
50,0% 37,5% 8,3% 4,2%
T
65.4% 16,4% 12,3% 5,9%
4 A empresa tem metas e indicadores de
desempenho relacionados a condições
de trabalho, saúde e segurança,
definidos com a participação dos
empregados, incluídos no planejamento
estratégico e divulgados amplamente
G
50,0% 33,3% 12,5% 4,2%
T
56,6% 12,2% 26,2% 5,1%
Fonte: Dados da pesquisa
A maioria absoluta de gestores, 91,7%, e de trabalhadores, 86,0%, concorda que a
empresa cumpre rigorosamente as obrigações legais relacionadas à saúde, à segurança e às
condições de trabalho. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 38 e 39 e nas Tabelas 44 e 45.
93
GESTORES
22; 92%
1; 4%
1; 4%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 38: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 44
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 22 91,7
N
ão 1 4,2
N
ão sei 1 4,2
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
509; 86%
40; 7%
18; 3%
25; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 39: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
94
TABELA 45
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 509 86,0
N
ão 40 6,8
N
ão sei 18 3,0
Prefiro não responder 25 4,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
O mesmo acontece na segunda questão: 79,2% dos gestores e 74,0% dos trabalhadores
confirmam que a empresa possui indicadores para monitorar planos e metas com o objetivo de
ultrapassar os padrões de excelência. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 40 e 41 e nas
Tabelas 46 e 47.
GESTORES
19; 79%
2; 8%
3; 13%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 40: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 46
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 19 79,2
N
ão 2 8,3
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
95
TRABALHADORES
438; 75%
38; 6%
91; 15%
25; 4%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 41: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 47
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 438 74,0
N
ão 38 6,4
N
ão sei 91 15,4
Prefiro não responder 25 4,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na terceira questão, também se verifica a aprovação e a concordância verificadas nas
questões anteriores: 50% dos gestores e 65,4% dos trabalhadores confirmam o esforço da
empresa em campanhas de conscientização e em pesquisas do nível de satisfação dos
empregados em relação ao tema. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 42 e 43 e nas
Tabelas 48 e 49.
96
GES TORES
12; 50%
9; 38%
2; 8%
1; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 42: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 48
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 12 50,0
N
ão 9 37,5
N
ão sei 2 8,3
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
387; 66%
97; 16%
73; 12%
35; 6%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 43: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
97
TABELA 49
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 387 65,4
N
ão 97 16,4
N
ão sei 73 12,3
Prefiro não responder 30 5,9
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na última questão, quando perguntados em relação à existência de metas e
indicadores, definidos com a participação dos empregados e incluídos no planejamento
estratégico, 50% dos gestores e 56,6% dos trabalhadores responderam afirmativamente. Os
dados podem ser vistos nos Gráficos 44 e 45 e nas Tabelas 50 e 51.
GESTORES
12; 50%
8; 33%
3; 13%
1; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 44: Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 50
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 12 50,0
N
ão 8 33,3
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
98
TRABALHADORES
335; 57%
72; 12%
155; 26%
30; 5%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 45 - Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 51
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 335 56,6
N
ão 72 12,2
N
ão sei 155 26,2
Prefiro não responder 30 5,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Todas as questões dessa variável foram avaliadas positivamente acima de 50%, tanto
para gestores quanto para trabalhadores. Pode-se concluir que a empresa parece ter de fato
procedimentos de segurança, cuidados com a saúde e condições de trabalho.
A implementação da Norma OHSAS18001, acompanhada de um grande programa de
treinamento e também de investimentos na remodelação de processos e adequação de tarefas
relacionadas à saúde e à segurança, pode ter sido determinante para a obtenção desse grau de
avaliação.
Chama a atenção o fato de que, nos dois últimos itens, as respostas afirmativas dos
trabalhadores sejam maiores do que as dos gestores. Como os trabalhadores estão no chão de
fábrica, esse dado parece indicar maior conhecimento dos procedimentos e cuidados com
saúde e segurança, principalmente em razão do treinamento recebido. Esse dado permite
debater a afirmação de Jurza (2001), para quem quanto menor a instrução do trabalhador,
menos ele conhece os riscos envolvidos em sua atividade. Ora, se o trabalhador recebe
99
treinamento contínuo sobre segurança, isso não significa que ele tenha melhorado seu nível de
instrução. Seria oportuno dizer que, além da instrução, também o treinamento é importante
para a maior consciência dos trabalhadores sobre os perigos da atividade laboral para sua
saúde.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados semelhantes.
Nos trabalhos de Coelho (2004), Furtado (2006) e Napoleão (2007) também se verificou uma
boa avaliação das atividades da empresa no que se refere à variável “Saúde e segurança”.
Apenas no trabalho de Oliveira (2005) foi verificado um quadro em que a empresa se
contentava apenas com o cumprimento da legislação, de acordo com a percepção dos
trabalhadores pesquisados.
4.4.3 Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Os dados relativos à variável “Compromisso para o desenvolvimento profissional e a
empregabilidade” podem ser vistos na Tabela 52.
100
TABELA 52
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa promove atividades de
treinamento pontuais, focadas no
desempenho de tarefas específicas?
G
83,3% 12,5% 4,2% 0,0%
T
75,7% 11,0% 8,6% 4,7%
2 A empresa mantém atividades
sistemáticas de desenvolvimento e
capacitação, visando ao
aperfeiçoamento contínuo de todo o
seu pessoal, considerando a aplicação
prática em sua função atual?
G
62,5% 12,5% 12,5% 12,5%
T
63,7% 17,9% 10,3% 8,1%
3 Além de promover capacitação
contínua, a empresa oferece bolsas de
estudo ou incentivos para a aquisição
de conhecimentos com impacto
positivo na empregabilidade de seus
empregados, independentemente da
aplicação prática em sua função atual?
G
70,8% 20,8% 0,0,% 8,3%
T
64,5% 21,5% 6,6% 7,4%
4 A empresa promove capacitação
contínua e oferece bolsas de estudo ou
incentivos para a aquisição de
conhecimentos, com impacto positivo
na empregabilidade de seus
empregados, independentemente da
aplicação prática em sua função atual,
em todos os níveis hierárquicos?
G
66,7% 25,9% 0,0% 8,3%
T
53,0% 24,3% 13,5% 9,1%
Fonte: Dados da pesquisa
A maioria absoluta dos gestores, 83,3%, e dos trabalhadores, 75,7%, concorda que a
empresa promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho de tarefas
específicas. Os dados da primeira questão podem ser vistos nos Gráficos 46 e 47 e nas
Tabelas 53 e 54.
101
GES TORES
20; 83%
3; 13%
1; 4%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 46: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 53
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 20 83,3
N
ão 3 12,5
N
ão sei 1 4,2
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
448; 75%
65; 11%
51; 9%
28; 5%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 47: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / 1ª
questão
Fonte: Dados da pesquisa
102
TABELA 54
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Trabalhadores
1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 448 75,7
N
ão 65 11,0
N
ão sei 51 8,6
Prefiro não responder 28 4,7
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
A situação descrita acima se repete na segunda questão: 62,5% dos gestores e 63,7%
dos trabalhadores confirmam que a empresa mantém atividades sistemáticas de
desenvolvimento e capacitação, visando ao aperfeiçoamento contínuo de seu pessoal, como
indicam os Gráficos 48 e 49 e as Tabelas 55 e 56.
GESTORES
15; 62%
3; 12%
3; 13%
3; 13%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 48: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
103
TABELA 55
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 15 62,5
N
ão 3 12,5
N
ão sei 3 12,5
Prefiro não responder 3 12,5
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
377; 64%
106; 18%
61; 10%
48; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 49: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 56
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 377 63,7
N
ão 106 17,9
N
ão sei 61 10,3
Prefiro não responder 48 8,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
104
Na terceira questão, mantêm-se a aprovação e a concordância verificadas nas questões
anteriores: 70,8% dos gestores e 64,5% dos trabalhadores confirmam que a empresa oferece
bolsas de estudo ou incentivos para a aquisição de conhecimentos. Os dados podem ser vistos
nos Gráficos 50 e 51. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 57 e 58.
GESTORES
17; 71%
5; 21%
0; 0%
2; 8%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 50: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 57
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 17 70,8
N
ão 5 20,8
N
ão sei 0 0,0
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
105
TRABALHADORES
382; 65%
127; 21%
39; 7%
44; 7%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 51: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 58
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 382 64,5
N
ão 127 21,5
N
ão sei 39 6,6
Prefiro não responder 44 7,4
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na última questão, quando perguntados se a capacitação é direcionada a todos os
níveis hierárquicos e independentemente da aplicação em sua função atual, 50% dos gestores
e 56,6% dos trabalhadores responderam afirmativamente. Os dados podem ser vistos nos
Gráficos 52 e 53. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 59 e 60.
106
GESTORES
16; 67%
6; 25%
0; 0%
2; 8%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 52 - Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
4ª Questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 59
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Gestores
4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 16 66,7
N
ão 6 25,0
N
ão sei 0 0,0
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
314; 53%
144; 24%
80; 14%
54; 9%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 53: Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade /
Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
107
TABELA 60
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade / Trabalhadores
4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 314 53,0
N
ão 144 24,3
N
ão sei 80 13,5
Prefiro não responder 54 9,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Todas as questões dessa variável foram avaliadas positivamente acima de 50%, tanto
para gestores quanto para trabalhadores. Pode-se concluir que a empresa é percebida por
gerentes e trabalhadores como tendo compromisso para o desenvolvimento profissional e a
empregabilidade. De fato, a empresa, desde 1970, desenvolve projetos direcionados para a
educação dos colaboradores, o que vem proporcionando oportunidades de estudo a um grande
número de funcionários e seus dependentes. Tais iniciativas possibilitaram a formação de uma
segunda e terceira geração de novos funcionários para a empresa. O benefício,
originariamente destinado aos familiares, acabou por contribuir para a formação de
profissionais para a empresa, convergindo a duas dimensões do processo de desenvolvimento
apontadas por Fischer (1998): a pessoal e a organizacional.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados diversos. Nos
trabalhos de Coelho (2004), Furtado (2006) e Oliveira (2007) também se verificou uma boa
avaliação das atividades da empresa no que se refere à variável “Compromisso com o
desenvolvimento profissional e a empregabilidade”. Apenas no trabalho de Napoleão (2007)
foi verificado um quadro em que eram baixos os percentuais que percebiam positivamente a
atuação da empresa, tanto no que diz respeito à capacitação de seus trabalhadores para as
atividades que desenvolviam - o que, no primeiro momento, traria benefícios para a empresa -
quanto no investimento na aquisição de conhecimentos, além das exigências da função por
eles realizada.
Quanto à pergunta norteadora desta pesquisa, na variável “Compromisso com o
Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade”, houve concordância entre gerentes e
trabalhadores.
108
4.4.4 Comportamento diante das demissões
Os dados relativos à variável “Comportamento diante das demissões” podem ser vistos
na Tabela 61.
TABELA 61
Comportamento diante das demissões
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa segue rigorosamente a
legislação em vigor na hora de demitir
e fornece ao demitido orientações em
relação aos procedimentos
necessários?
G
83,3% 0,0% 16,7% 0,0%
T
53,7% 4,2% 37,8% 4,2%
2 Para casos de necessidade de redução
de pessoal procura analisar
alternativas de contenção e redução de
despesas para evitar demissão em
massa?
G
58,3% 4,2% 29,2% 8,3%
T
40,0% 4,9% 48,0% 7,1%
3 A empresa possui políticas e processos
de demissão que permitem que as
decisões sejam tomadas com base em
avaliações profissionais que garantam
a neutralidade da decisão?
G
41,7% 25,0% 33,3% 0,0%
T
23,6% 14,4% 50,8% 11,1%
4 A empresa informa ao demitido as
razões de sua demissão como forma
de propiciar seu crescimento como
pessoa?
G
58,3% 0,0% 37,5% 4,2%
T
28,0% 10,5% 55,1% 6,4%
5 A empresa oferece serviços de
recolocação e manutenção de
benefícios por tempo determinado ao
trabalhador demitido sem justa causa?
G
29,2% 25,0% 37,5% 8,3%
T
14,2% 13,9%
66,7% 5,2%
6 A empresa financia a recapacitação
dos trabalhadores demitidos sem justa
causa?
G
0,0%
54,2% 45,8% 0,0%
T
9,1% 18,9% 66,7% 5,2%
Fonte: Dados da pesquisa
Para essa variável, as quatro perguntas foram transformadas em seis, uma vez que o
pré-teste indicou que elas eram originariamente de difícil compreensão para os respondentes.
109
Dessa maneira, as questões 1 e 2 do questionário do Instituto Ethos foram desmembradas nas
questões 1, 2 e 3, 4 respectivamente.
A maioria absoluta de gestores, 83,3%, e de trabalhadores, 53,7%, concorda que a
empresa segue rigorosamente a legislação em vigor na hora de demitir e fornece aos
demitidos orientações em relação aos procedimentos necessários. Os dados podem ser vistos
nos Gráficos 54 e 55. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 62 e 63.
GESTORES
20; 83%
0; 0%
4; 17%
0; 0%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 54: Comportamento diante das demissões / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 62
Comportamento diante das demissões / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 20 83,3
N
ão 0 0,0
N
ão sei 4 16,7
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
110
TRABALHADORES
318; 54%
25; 4%
224; 38%
25; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 55: Comportamento diante das demissões / Trabalhadores
1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 63
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 318 53,7
N
ão 25 4,2
N
ão sei 224 37,8
Prefiro não responder 25 4,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na segunda questão, 58,3% dos gestores e 40% dos trabalhadores confirmam que a
empresa procura analisar opções de contenção e redução de despesas para evitar demissão em
massa. Outro ponto que chama atenção é que 29,2% dos gerentes e 48,0% dos trabalhadores
declararam falta de conhecimento para responder a essa questão. Os dados podem ser vistos
nos Gráficos 56 e 57. Os dados acima também podem ser visualizados nas Tabelas 64 e 65.
111
GES TORES
14; 59%
1; 4%
7; 29%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 56 - Comportamento diante das demissões / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 64
Comportamento diante das demissões / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 14 58,3
N
ão 1 4,2
N
ão sei 7 29,2
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
237; 40%
29; 5%
284; 48%
42; 7%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 57 - Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
112
TABELA 65
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 237 40,0
N
ão 29 4,9
N
ão sei 284 48,0
Prefiro não responder 42 7,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na terceira questão, 41,7% dos gestores e 23,6% dos trabalhadores confirmam que a
empresa possui políticas e processos de demissão que permitem que as decisões sejam
tomadas com base em avaliações profissionais. Um ponto que chama atenção é que 33,3%
dos gerentes e 50,8% dos trabalhadores declararam falta de conhecimento para responder a
essa questão. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 58 e 59 e nas Tabelas 66 e 67.
GESTORES
10; 42%
6; 25%
8; 33%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 58: Comportamento diante das demissões / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
113
TABELA 66
Comportamento diante das demissões / Gestores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 10 41,7
N
ão 6 25,0
N
ão sei 8 33,3
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
140; 24%
85; 14%
301; 51%
66; 11%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 59: Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 67
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 140 23,6
N
ão 62 14,4
N
ão sei 301 50,8
Prefiro não responder 66 11,1
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na quarta questão, 58,3% dos gestores e 28,0% dos trabalhadores confirmam que a
empresa informa ao demitido as razões de sua demissão como forma de propiciar seu
crescimento como pessoa. Um ponto que chama atenção é que 37,5% dos gerentes e 55,1%
114
dos trabalhadores declararam falta de conhecimento para responder a essa questão. Os dados
podem ser vistos nos Gráficos 60 e 61. Os dados acima também podem ser visualizados nas
Tabelas 68 e 69.
GESTORES
14; 58%
0; 0%
9; 38%
1; 4%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 60: Comportamento diante das demissões / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 68
Comportamento diante das demissões / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 14 58,3
N
ão 0 0,0
N
ão sei 9 37,5
Prefiro não responder 1 4,2
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
166; 28%
62; 10%
326; 56%
38; 6%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 61: Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
115
TABELA 69
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 166 28,0
N
ão 62 10,5
N
ão sei 326 55,1
Prefiro não responder 38 6,4
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na quinta questão, 29,2% dos gestores e 14,2% dos trabalhadores confirmam que a
empresa oferece serviços de recolocação e manutenção de benefícios por tempo determinado
ao trabalhador demitido sem justa causa. Um ponto que chama atenção é que 37,5% dos
gerentes e 66,7% dos trabalhadores declararam falta de conhecimento para responder a essa
questão. Os dados podem ser vistos nos Gráficos 62 e 63 e nas Tabelas 70 e 71.
GES TORES
7; 29%
6; 25%
9; 38%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 62: Comportamento diante das demissões / Gestores / 5ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 70
Comportamento diante das demissões / Gestores / 5ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 7 29,2
N
ão 6 25,0
N
ão sei 9 37,5
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
116
TRABALHADORES
84; 14%
82; 14%
395; 67%
31; 5%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 63: Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 5ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 71
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 5ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 84 14,2
N
ão 82 13,9
N
ão sei 395 66,7
Prefiro não responder 31 5,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na sexta questão, 54,2% dos gestores e 18,9% dos trabalhadores negam que a empresa
financia a recapacitação dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Um ponto que chama
atenção é que 45,8% dos gerentes e 66,7% dos trabalhadores declararam falta de
conhecimento para responder a essa questão.
GESTORES
0; 0%
13; 54%
11; 46%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 64: Comportamento diante das demissões / Gestores / 6ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
117
TABELA 72
Comportamento diante das demissões / Gestores / 6ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 0 0,0
N
ão 13 54,2
N
ão sei 11 45,8
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
54; 9%
112; 19%
395; 67%
31; 5%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 65 - Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 6ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 73
Comportamento diante das demissões / Trabalhadores / 6ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 54 9,1
N
ão 112 18,9
N
ão sei 395 66,7
Prefiro não responder 31 5,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Essa variável foi marcada por altos percentuais de respostas indicando falta de
conhecimento. Esse dado indica que, de fato, trabalhadores e gerentes não têm conhecimento
dos eventuais esforços da empresa em criar alternativas a demissões. Como o Instituto Ethos
recomenda que os indicadores sejam respondidos não somente pelas gerências, mas também
118
pelos empregados, vale questionar a pertinência dessa pergunta, uma vez que, quando a
empresa evita demissões, o empregado talvez não saiba o esforço empreendido pela gerência.
Outro ponto importante é que, como confirmado pelos dados demográficos, grande
parte dos funcionários da empresa é jovem e, nessa fase da vida, ainda dá pouca importância a
essas questões. Obviamente, isso não serve como desculpa para que a empresa, o sindicato e
outras entidades não se esforcem no sentido de esclarecer melhor o assunto em questão.
Na história da empresa, não existem incidências de demissões em massa. A própria
demissão é um fato raro e a grande maioria das contratações de pessoal é feita por motivo de
crescimento ou para a reposição de funcionários que se aposentaram. Esse dado explica a
grande incidência das respostas “NÃO SEI”. Se, de acordo com Caldas (2000), um correto
processo de demissão pode exercer influência positiva para a empresa, para os demitidos e
para os remanescentes, então se pode inferir que o turnover próximo de zero também exerça
impacto positivo sobre os trabalhadores.
Quanto à questão relativa ao padrão de respostas de gestores e de trabalhadores, na
variável “Comportamento diante das demissões”, houve concordância entre gerentes e
trabalhadores.
Pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS apresentam resultados contraditórios
em relação às alternativas às demissões. Nesse caso a pesquisa de Furtado (2006) indicou um
alto grau de concordância no sentido de que a empresa procura evitar demissões e que
mantém uma postura aberta informando as razões que levaram à demissão. No caso do
trabalho de Oliveira (2005), a empresa se posicionava, de acordo com a percepção dos
empregados sindicalizados ouvidos na pesquisa, distante do comportamento socialmente
responsável. Para Coelho (2004), no que diz respeito às duas empresas pesquisadas em seu
trabalho, não existia preocupação em adotar uma política que preparasse o funcionário para o
desligamento e a conseqüente recolocação. As duas empresas pesquisadas não ofereciam
programa de demissão voluntária, nem serviços de recolocação em outro emprego para os
demitidos, como também não financiavam a requalificação profissional para os demitidos, por
algum tempo. Já na pesquisa de Napoleão (2007), a empresa pesquisada procurava evitar
demissões, mas, quando necessárias, não adotava critérios claros para a definição daqueles
que seriam demitidos. Propunha programas de demissão voluntária, mas não financiava a
requalificação, nem apoiava a recolocação dos demitidos. Segundo a autora, talvez esse não
fosse um tema abordado pela empresa, por não se tratar de um problema corrente na empresa,
pois, no geral, tem a melhor prática do ponto de vista da segurança no emprego, a prática de
não demitir ninguém.
119
Quanto à questão relativa ao padrão de respostas de gestores e de trabalhadores, na
variável “Comportamento diante das demissões”, houve concordância entre gerentes e
trabalhadores.
4.4.5 Preparação para aposentadoria
Os dados relativos à variável “Preparação para aposentadoria” podem ser vistos na
Tabela 74.
TABELA 74
Preparação para Aposentadoria
QUESTÕES
PÚBLICO
SIM
NÃO
NÃO SEI
PREFIRO NÃO
REPONDER
1 A empresa oferece informações
básicas quanto à obtenção da
aposentadoria?
G
91,7% 0,0% 8,3% 0,9%
T
58,6% 11,3% 27,0% 3,0%
2 A empresa orienta e oferece
assessoramento regular quanto a
modificações na legislação,
alternativas e procedimentos
administrativos necessários para a
obtenção da aposentadoria?
G
58,3% 8,3% 33,3% 0,0%
T
43,9% 11,0% 39,5% 5,6%
3 A empresa desenvolve atividades
sistemáticas de orientação,
aconselhamento e preparação para a
aposentadoria, discutindo seus
aspectos psicológicos e de
planejamento financeiro?
G
33,3% 37,5% 20,8% 8,3%
T
24,8% 23,1%
44,8% 7,3%
4 A empresa oferece oportunidades de
aproveitamento da capacidade de
trabalho dos aposentados e oferece
programa de previdência
complementar a todos os seus
empregados?
G
75,0% 8,3% 8,3% 8,3%
T
80,2% 5,9% 9,6% 4,2%
Fonte: Dados da pesquisa
120
A maioria absoluta de gestores, 91,7%, e de trabalhadores, 58,6%, concorda que a
empresa oferece informações básicas quando à obtenção da aposentadoria. Os dados podem
ser vistos nos Gráficos 66 e 67 e nas Tabelas 75 e 76.
GESTORES
22; 92%
0; 0%
2; 8%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 66: Preparação para aposentadoria / Gestores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 75
Preparação para aposentadoria / Gestores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 22 91,7
N
ão 0 0,0
N
ão sei 2 8,3
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
347; 59%
67; 11%
160; 27%
18; 3%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 67: Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 1ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
121
TABELA 76
Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 1ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 347 58,6
N
ão 67 11,3
N
ão sei 160 27,0
Prefiro não responder 18 3,0
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na segunda questão, que indaga se a empresa orienta e oferece assessoramento regular
para a obtenção da aposentadoria, 58,3% dos gerentes e 43,9% dos trabalhadores responderam
afirmativamente. Nessa questão, também se vêem altos percentuais de respondentes
declarando falta de conhecimento, 33,2% entre os gerentes e 39,5% entre os trabalhadores.
GESTORES
14; 59%
2; 8%
8; 33%
0; 0%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 68: Preparação para aposentadoria / Gestores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 77
Preparação para aposentadoria / Gestores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 14 58,3
N
ão 2 8,3
N
ão sei 8 33,3
Prefiro não responder 0 0,0
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
122
TRABALHADORES
260; 43%
65; 11%
234; 40%
33; 6%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 69: Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 2ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 78
Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 2ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 260 43,9
N
ão 65 11,0
N
ão sei 234 39,5
Prefiro não responder 33 5,6
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Na terceira questão, que investiga se a empresa desenvolve atividades sistemáticas de
orientação e aconselhamento, 33,3% dos gestores e 24,8% dos trabalhadores responderam
“SIM”. Entre os gestores, 37,5% optaram pelo “NÃO”, sendo acompanhados por 23,1% dos
trabalhadores. Um percentual expressivo dos respondentes declarou falta de conhecimento,
20,8% entre os gestores e 44,8% entre os trabalhadores.
123
GES TORES
8; 33%
9; 38%
5; 21%
2; 8%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 70: Preparação para aposentadoria / Gestores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 79
Preparação para aposentadoria / Gestores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 8 33,3
N
ão 9 37,5
N
ão sei 5 20,8
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TRABALHADORES
147; 25%
137; 23%
265; 45%
43; 7%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 71: Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 3ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
124
TABELA 80:
Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 3ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 147 24,8
N
ão 137 23,1
N
ão sei 265 44,8
Prefiro não responder 43 7,3
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
A maioria absoluta de gestores, 91,7%, e de trabalhadores, 58,6%, concorda que a
empresa oferece oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos aposentados
e oferece programas de previdência aos aposentados.
GES TORES
18; 76%
2; 8%
2; 8%
2; 8%
Sim
o
Não sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 72 - Preparação para aposentadoria / Gestores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 81
Preparação para aposentadoria / Gestores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 18 75
N
ão 2 8,3
N
ão sei 2 8,3
Prefiro não responder 2 8,3
Total 24 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
125
TRABALHADORES
475; 80%
35; 6%
57; 10%
25; 4%
Sim
o
o sei
Prefiro não responder
GRÁFICO 73: Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 4ª questão
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 82
Preparação para aposentadoria / Trabalhadores / 4ª questão
Variáveis de resposta Freqüência Percentual
Sim 475 80,2
N
ão 35 5,9
N
ão sei 57 9,6
Prefiro não responder 25 4,2
Total 592 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Nessa variável, pode-se constatar que a primeira e a última questão foram respondidas
com grande concordância entre gestores e trabalhadores, com aprovação absoluta das
iniciativas da empresas. Essa constatação leva a dois pontos: o primeiro, como já foi feito
anteriormente, é o questionamento do sistema de classificação do Instituto Ethos em estágios,
uma vez que a quarta pergunta teve respostas positivas maciças enquanto a terceira questão
não teve tanta concordância. Pode inferir-se que não há necessariamente graduação entre as
respostas, invalidando a questão dos estágios. O segundo ponto refere-se ao propósito das
questões, em uma empresa que tem a maioria de sua força de trabalho formada por jovens
(73% dos colaboradores têm menos de 35 anos, sendo 29% de idade inferior a 25 anos), é de
se esperar que temas, como a preparação para a aposentadoria, não despertem tanto interesse e
suscitem um alto percentual de respondentes declarando falta de conhecimento. Outro dado
que pode explicar o alto nível de respostas “NÃO SEI” é o fato de 54% da amostra ter menos
de cinco anos de casa, sendo 24 % menos de dois anos e 30% entre dois e cinco anos. Esses
126
dados sugerem que a empresa pode e deve ampliar o processo de informação sobre a
aposentadoria, principalmente porque o empregado pode aderir ao plano de aposentadoria
desde o momento em que é admitido na empresa.
Em relação às diferenças de percepção entre gestores e empregados sobre a variável
“Preparação para a aposentadoria”, houve concordância entre gerentes e trabalhadores.
Os resultados dessa variável são semelhantes aos de algumas das pesquisas
desenvolvidas no âmbito do NUPEGS. Na pesquisa de Coelho (2004), as duas empresas
pesquisadas também contavam com planos de previdência privada, mas não tinham
estruturado um programa de preparação para a aposentadoria. Somente na pesquisa de
Furtado (2006) foi constatado um quadro em que foi verificada a existência de um programa
de preparação estruturado com a existência de um plano de previdência.
127
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa foi o de analisar quais seriam as percepções de trabalhadores
e gestores em relação às atividades de responsabilidade social direcionadas para o público
interno, com foco nas diferenças entre esses dois grupos. Com esse objetivo, foi desenvolvido
um questionário, com base na metodologia do Instituto Ethos, questionário distribuído para
todos os 795 funcionários da empresa Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração,
baseados em Araxá, MG. Dos 795 questionários distribuídos, 77% ou 616 foram respondidos
e tabulados, demonstrando a percepção de gestores e trabalhadores em cada uma das oito
variáveis.Também foram respondidas questões de ordem demográfica.
A primeira variável analisada foi “Relações com os sindicatos”. Esse tema foi um dos
que apresentaram menor concordância entre gestores e trabalhadores. De uma forma geral, os
gestores tendem a ter uma percepção mais positiva do que a verificada entre os trabalhadores.
Fato interessante nessa variável é que, quando indagado sobre os resultados, o próprio
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos ficou surpreso, visto que, em sua opinião, o
relacionamento entre empresa e sindicato é um relacionamento aberto e entre parceiros.
Concluindo, muito ainda deve ser feito, por empresa e sindicato, no sentido de esclarecer os
trabalhadores através de canais de comunicação consolidados, explicitando também qual é o
nível de relação entre as duas entidades. Campanhas informativas conjuntas, com
participantes da empresa e do sindicato poderiam ser utilizadas para melhorar o entendimento
dessa questão.
Na segunda variável, “Gestão participativa”, foi verificada uma grande concordância
nas questões relacionadas à disponibilização de informações para os empregados. Nas
questões relacionadas à participação dos trabalhadores no processo decisório, curiosamente a
percepção dos trabalhadores é mais positiva do que a dos gestores. Essa percepção pode
derivar da falta de conhecimento, o que é confirmado pelo grande percentual de gestores e
trabalhadores que optaram pelo “NÃO SEI”. O que salta aos olhos em relação à gestão
participativa é que os trabalhadores, de fato, não parecem participar das decisões estratégicas
da empresa. Esse dado confirma pesquisas que constataram que nas empresas pesquisadas a
responsabilidade por decisões estratégicas tem sido do Conselho de Administração e
acionistas, cabendo aos empregados participar apenas da implementação das decisões (PENA
et al., 2007). Há outro ponto a ser discutido nessa variável: em uma empresa com a maioria
dos funcionários lotados em cargos operacionais, o dado de que não existe a participação nas
128
decisões estratégicas aponta para um quadro negativo, no que diz respeito à gestão
participativa? Em uma empresa como a PROMON, pesquisada por Furtado (2006), com um
quadro de funcionários formados basicamente por engenheiros que trabalham em times por
projeto, a verificação da percepção em relação à gestão participativa, com certeza, vai ser
mais acurada do que em uma empresa em que mais de 70% dos funcionários estão lotados no
chão de fábrica.
Na terceira variável, “Relações com trabalhadores terceirizados”, as três primeiras
questões apontaram para um alto grau de concordância em relação ao respeito da empresa à
legislação, ao monitoramento do cumprimento dos requisitos estabelecidos e à oferta aos
trabalhadores terceirizados do acesso a benefícios básicos gozados pelos empregados
regulares. Nessa questão, cabe uma crítica em relação ao método de classificação do Instituto
Ethos em quatro Estágios, pois, apesar de respostas maciças avaliando positivamente a
empresa, como visto na Tabela 25, a empresa não se enquadraria no quarto estágio, devido ao
grande número de respondentes, gestores e trabalhadores, que declararam falta de
conhecimento na terceira questão, na qual se indaga se a empresa negocia com seus
fornecedores para que proporcionem a seus empregados níveis salariais compatíveis com as
do mercado. Outro ponto importante nessa variável seria a investigação relacionada às
atividades que são terceirizadas nas empresas, pois, como se sabe, a terceirização de
atividades-fim, é proibida pela legislação brasileira, o que apontaria para uma falta de
responsabilidade social.
Na quarta variável, “Política de remuneração, benefícios e carreira”, os resultados
foram contraditórios. As respostas apontaram, em três das quatro questões, uma percepção
mais favorável entre os gestores. Curiosamente, na questão que indaga se a empresa trata os
empregados como sócios, o percentual de respostas afirmativas entre os trabalhadores é maior
do que o verificado entre os gestores. Ao ser confrontado com esse quadro, o Presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos também manifestou surpresa. Segundo ele a empresa pesquisada
pratica os melhores salários da região e tem uma política de benefícios extremamente
agressiva. Fica então o seguinte sentimento em uma indagação: se a política de remuneração
benefícios e carreira é bem avaliada por gestores e sindicalistas, não seria a diferença de
percepção derivada da falta de informações?
Na quinta variável, “Cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho,” a
concordância entre gestores e trabalhadores é total. A maioria dos gestores e dos
trabalhadores tem uma percepção positiva em relação a esse assunto. Em algumas questões, a
percepção dos trabalhadores é ainda melhor do que a dos gestores, o que se explica devido à
129
proximidade do chão de fábrica, onde a maioria das iniciativas dessa variável ocorre. Outro
ponto que merece lembrança é a importância do treinamento e do compartilhamento de
informações. Durante a implementação da Norma OHSAS 18001, foram realizados inúmeros
treinamentos e eventos informativos, atividades que se repetem sistematicamente até hoje. O
resultado desse esforço tem resultados nos baixos índices de acidentes do trabalho e de
afastamentos por motivos de saúde e explicam também o alto nível de informação que todos
os empregados têm sobre esse assunto.
Na sexta variável, “Compromisso com o desenvolvimento profissional e a
empregabilidade”, a concordância também é total. A maioria dos gestores e dos trabalhadores
tem uma percepção positiva em relação às iniciativas da empresa nessa área. Esse resultado
pode ser explicado por dois motivos. Em primeiro lugar, a empresa tem um forte investimento
em treinamento e, devido à certificação em normas internacionais, como ISO 9000, ISO
14000, OHSAS 18001 e ISO 27001, esse processo é sistematizado e contínuo. Dessa maneira,
o trabalhador sempre está sendo treinado em novas tecnologias e em novos processos,
desenvolvendo sua capacidade e mantendo sua empregabilidade. O outro fator é o projeto da
empresa que subsidia a educação formal dos funcionários e de seus dependentes.
Na sétima variável, “ Comportamento diante das demissões”, gestores e trabalhadores
discordam, mas prevalece a condição de falta de informação. Por exemplo, a questão que
investiga se a empresa segue rigorosamente a legislação em vigor na hora de demitir tem a
percepção positiva pela maioria dos gestores e trabalhadores. Já nas outras questões não existe
a concordância, mas prevalecem os respondentes que declaram falta de conhecimento, e isso
acontece por um simples motivo: até hoje em sua história a empresa nunca teve um incidente
de demissão em massa. A contratação de novos funcionários geralmente ocorre por motivo de
crescimento da empresa ou para repor a vaga de um trabalhador que se aposentou.
Concluindo, processos de demissão em massa são fatos inerentes do ambiente empresarial que
não fazem parte do dia-a-dia da empresa pesquisada. Fica a seguinte questão: tem sentido
avaliar o cuidado com as demissões, se a empresa não demite?
Na última variável, “Preparação para aposentadoria”, também se verifica um alto grau
de concordância entre gestores e trabalhadores. Nessa questão, pode-se notar também, como
já relatado, a deficiência do método de classificação do Instituto Ethos. Na quarta questão,
que aborda as oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos aposentados e
da existência de planos de previdência privada, 75% dos gestores e 80,2% dos trabalhadores
responderam afirmativamente. No entanto a terceira questão não atingiu esse nível de
aprovação e concordância. Nesse caso, qual seria o nível da classificação? Outro ponto a ser
130
mencionado é que pesquisar temas relacionados à aposentadoria em uma empresa que tem a
força de trabalho jovem, pode não ser produtivo. Fica também como sugestão para as
próximas pesquisas a correlação das respostas dessa variável com a idade dos trabalhadores e
também com o tempo de casa
As diferenças de percepção entre gestores e trabalhadores podem ser resumidas no
quadro abaixo:
VARIÁVEIS PERCEPÇÃO
Relações com sindicatos Discordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Gestão participativa Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores no que se refere ao compartilhamento das
informações e trabalhadores com uma percepção mais positiva no
que se refere à participação nas decisões.
Relações com trabalhadores terceirizados Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Política de remuneração, benefícios e
carreira
Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Cuidados com saúde, segurança e
condições de trabalho
Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores no que se refere à legislação e às metas. Percepção
dos trabalhadores mais positiva no que se refere a programas e
participação.
Compromisso com o desenvolvimento
profissional e a empregabilidade
Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Comportamento diante das demissões
Discordância. Quadro de falta de informação
Preparação para aposentadoria Concordância. Percepção dos gerentes mais positiva do que a dos
trabalhadores.
Quadro 1: Diferenças de percepção entre gestores e trabalhadores em relação às variáveis da pesquisa.
Fonte: Dados da pesquisa
Como o questionário do Instituto Ethos é utilizado como base em praticamente todas
as pesquisas de responsabilidade social com o público interno, fica a sugestão de
aperfeiçoamento, de maneira que os vários estágios sejam seqüenciais, facilitando os
pesquisadores em suas comparações ou que as perguntas sejam associadas às dimensões. Por
exemplo, se todas as perguntas forem respondidas de forma positiva, o indicador seria
atendido em 100% e, se apenas uma pergunta não fosse percebida positivamente, o indicador
seria avaliado em 75%. Outro cuidado seria o de que algumas expressões como “participação”
ou “sócio” parecem ter significados diferentes para públicos diferentes e devem ser utilizadas
com cuidado.
Este trabalho tem a limitação de se basear em um estudo de caso simples. Sempre que
possível tentou-se atenuar essa limitação com comparações com os resultados obtidos em
outras pesquisas desenvolvidas no âmbito do NUPEGS. Outra limitação que deve ser citada é
131
que, sendo este um estudo meramente quantitativo, os dados são interpretados sem uma
oportunidade de checagem por outros meios. A análise de 616 questionários pode ser
apontada como um fator positivo dessa investigação, ao representar 77% do universo
pesquisado. Dessa maneira, a limitação de um estudo quantitativo pode ser minimizada em
razão da opção por se fazer um censo, porém considerando-se que 77% do universo não são
“todo mundo”.
Concluindo, pode-se notar que a empresa é percebida como tendo atividades de
responsabilidade social consolidadas e voltadas para seu público interno, mas que ainda tem
muito a fazer no que diz respeito ao compartilhamento de informações com seus funcionários.
Neste sentido, fica este trabalho como uma contribuição para a empresa em seu processo de
melhoria contínua. Espera-se, também, ter contribuído com o esforço coletivo do NUPEGS,
como uma pequena contribuição para o trabalho de pesquisa deste Núcleo que vem
aumentando consideravelmente a literatura nessa área. Finalizando fica a contribuição para a
empresa que, por meio das inumeráveis conversas e análise de dados e do exercício de colocar
de registrar tudo isto em linguagem acadêmica, teve acesso a dados a respeito da percepção
dos seus colaboradores sobre a sua responsabilidade social com o público interno.
132
REFERÊNCIAS
ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no Curso de
Administração. São Paulo: Atlas, 2006.
ANDRADE, M. M. T. de. O sistema de recompensa na empresa do futuro. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 49-53, jan./mar. 1991.
ARRUDA, M. C. C.; WHITAKER, M. C.; RAMOS, J. M. R. Fundamentos de ética
empresarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001.
ASHLEY, Patrícia A et. al. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo:
Saraiva, 2003.
BLANPAIN, Roger. O futuro do acordo coletivo in: Ministério do Trabalho. Seminário
Internacional Relações de Trabalho: aspectos jurídicos, sociais e econômicos. Brasília:
Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho, 1998.
BITTAR, Lorena Teixeira. Gestão Participativa: das boas intenções aos resultados – como as
empresas estão tirando a gestão participativa do papel e viabilizando a implantação da
mudança. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, p. 22-26, jul./ago. 1994.
CARVALHO NETO, Antônio. A negociação da participação nos lucros e resultados:
estudo em quatro setores dinâmicos da economia brasileira. Revista de Administração
Contemporânea, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 195-214, 2001.
CALDAS, Miguel P. Enxugamento de Pessoal no Brasil: podem-se atenuar seus efeitos em
empresa e indivíduo? Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 29-
41, 2000.
CASTRO, José Marcio. Método e Técnicas de Pesquisa: uma introdução. Belo Horizonte:
PUC-MG, 2005.
COELHO, Maria Helena Queiroz. Gestão do Público Interno em Empresas Afiliadas ao
Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial: Visão dos Trabalhadores, dos
Gestores de Pessoas e dos Sindicalistas. 2004. Dissertação (Mestrado em Administração) -
Pontifícia Universidade Católica de Minas, Belo Horizonte.
CORRÊA, F. T. B. S.; MEDEIROS, J. R. C. Responsabilidade Social Corporativa para quem?
In: Garcia, Bruno Gaspar et al. Responsabilidade Social nas Empresas: A Contribuição das
Universidades. São Paulo: Instituto Ethos, 2003
DIAS, Edna Maria Leite. Recursos humanos: a importância na gestão participativa. IN:
LEITE, Francisco Tarciso (Org.). Por uma teoria da gestão participativa: novo paradigma
de administração para o século XXI. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2000. p.119-
142.
ETHOS. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Indicadores Ethos de
Responsabilidade Social Empresarial. São Paulo, 2006.
133
FERREIRA, Márcia R & PASSADOR, Cláudia S. Apontamentos sobre Ação Social nas
Médias e Grandes Empresas de Maringá: Responsabilidade Social. 2000
FRANÇA, Marco Aurélio de. Gestão Ética Empresarial: Análise da Gestão da Ética e
Responsabilidade Social Empresarial perante o Público Interno de uma Empresa
Multinacional à Luz de um Marco Referencial Teórico de Ética nos Negócios. 2005.
Dissertação (Mestrado em Administração). Pontifícia Universidade Católica de Minas, Belo
Horizonte.
FISCHER, André Luiz. A constituição do modelo competitivo de gestão de pessoas no
Brasil – um estudo sobre as empresas consideradas exemplares. 1998. Tese (Doutorado
Economia, administração e Contabilidade) – Universidade de São Paulo, São Paulo.
FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e Liberdade. São Paulo: Victor Civita, 1984.
FURTADO, Raquel. Responsabilidade Social Empresarial com Público Interno: A
Percepção dos Empregados da PROMON. 2006. Dissertação (Mestrado em
Administração). Pontifícia Universidade Católica de Minas, Belo Horizonte.
GALVÃO, A.; TRINDADE, E. Sistemas de Relações de Trabalho nos países avançados:
principais características e mudanças recentes. In: DIEESE. Emprego e desenvolvimento
tecnológico: artigos dos pesquisadores. Campinas: CESIT, 1999.
GALBRAITH, John K. A Era da Incerteza. São Paulo: Pioneira, 1980.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999.
GLASENAPP, Sirlei; LAGO, Ediane. Segurança do Trabalho: uma cultura
prevencionista ? ENANPAD, 2004.
GOLDEMBERG, Mirian. A Arte de Pesquisar. São Paulo: Record, 2003.
HECKSCHER, Charles C. The new unionism: employee involvement in the changing
corporation. Ithaca: ILR Press, Cornell University Press, 1996.
JURZA, Paulo. Uma análise do perfil dos acidentes fatais do trabalho em Minas Gerais:
agricultura, indústria e comércio. In: CARVALHO NETO, Antonio; SALIM, Celso Amorim.
Novos desafios em saúde e segurança no trabalho. Belo Horizonte: PUC Minas, Instituto
de Relações do Trabalho e Fundacentro, 2001.
LEMOS, Ana Heloisa da Costa. Empregabilidade e adesão à nova cultura do trabalho.
ENANPAD, 2004.
MATONNI, Lúcia Augusta Mota. Gestão do Público Interno e Responsabilidade Social:
um estudo de caso em uma empresa signatária do global compact. 2007. Dissertação
(Mestrado em Administração) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
MARTINS, Sérgio Silveira; VERIANO, Carlos Evangelista. A remuneração flexível como
componente da gestão de salários. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.
44, Ed. Esp. Minas Gerais, p.22-33, abr./maio/jun. 2004.
134
MELO NETO, Francisco P. de; FROES, César. Gestão da Responsabilidade Social
Corporativa. O Caso Brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
MELO NETO, Francisco P. de; FROES, César. Responsabilidade Social e Cidadania
Empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
MOREIRA, Morvan de Mello. Envelhecimento da população brasileira: aspectos gerais. In:
WONG, Laura L. Rodríguez (Org.). O envelhecimento da população brasileira e o
aumento da longevidade. Belo Horizonte: UFMG Cedeplar / ABEP, 2001.
NAPOLEÃO, Raquel de Santana. A percepção dos gerentes e trabalhadores de uma
grande empresa que se quer socialmente responsável sobre as ações direcionadas ao
público interno. 2007. Dissertação (Mestrado em Administração). Pontifícia Universidade
Católica de Minas gerais, Belo Horizonte.
OLIVEIRA, José Arimatés de. Responsabilidade social em pequenas e médias empresas.
Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 24, n. 4, p.203-10, out./dez., 1984.
OLIVEIRA, Teodoro José Eustáquio. Responsabilidade Social Empresarial para o Público
Interno. Discurso e Prática da Empresa e a Percepção dos Empregados. Estudo de Caso
de uma Empresa Siderúrgica. 2005. Dissertação (Mestrado em Administração). Pontifícia
Universidade Católica de Minas gerais, Belo Horizonte.
ORCHIS, Marcelo A.; YUNG, Mauricio T.; MORALES, Santiago C. Impactos da
responsabilidade social nos objetivos e estratégias empresariais. In: Responsabilidade Social
das Empresas: a contribuição das universidades. São Paulo: Peirópolis, 2002.
PARTEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1992.
PENA, Roberto Patrus Mundim. Responsabilidade Social da Empresa e Business Ethics:
Uma Relação Necessária? Atibaia: ENANPAD, 2003.
PENA, Roberto Patrus Mundim. Ética nos Negócios: Condições, Desafios e Riscos do
Desenvolvimento de uma Ética Empresarial. Belo Horizonte: PUCMINAS/FDC, 2005.
PENA, R. P. M.; QUEIROZ, H.; CARVALHO NETO, A.; TEODÓSIO, A.; DIAS. A. S.
FERNANDES, T. Responsabilidade social empresarial e estratégia: um estudo sobre a gestão
do público interno em duas empresas signatárias do Global Compact. Revista O&S. Salvador
v. 14, n. 40, jan.-março, 2007.
PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard
Business Review, v. 90, n. 3, p. 79-91, May/Jun., 1990.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo; ANTUNES, Elaine Di Diego. Gestão da qualidade total:
liderança top-down versus gerenciamento participativo. Revista de Administração, São
Paulo, v. 30, n. 3, p. 38-49, jul./set. 1995.
SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Identidade e aposentadoria. São Paulo: EPU, 1990.
135
SILVA, Anielson Barbosa da. A flexibilização das relações trabalhistas na percepção dos
dirigentes de empresas comerciais. In; XXII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. 1998. Foz do
Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: ANPAD, 1998.
SOUZA, Leocádio Coelho de Souza; Ferraz, Serafim Firmo de Souza; Maia, Bruno Oliveira;
Nobre, João Adriano Ponciano. Terceirização Estratégica e a Gestão do Fator Humano
em Grandes Indústrias Cearenses de Confecção. ENANPAD 2005.
TENÓRIO, Fernando Guilherme. Responsabilidade Social Empresarial: Teoria e Prática.
Rio de Janeiro: FGV, 2004.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São
Paulo: Atlas, 1998.
VERGARA, S. ,C.; BRANCO, P., D. Empresa Humanizada: a organização necessária e
possível. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 2, abr./jun. 2001.
WESTIN, Felipe Vasquez. Administração de Salários por Desempenho. São Paulo: Max
Limonad. 1986.
WONG, Laura L. Rodríguez (Org.). O envelhecimento da população brasileira e o
aumento da longevidade. Belo Horizonte: UFMG Cedeplar / ABEP, 2001.
YIN, Robert K. Estudo de caso. Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.
ZACHARIAS, Oceano. SA 8000 – Responsabilidade Social – NBR 16000. Estratégia para
Empresas Socialmente Responsáveis. São Paulo: Editora EPSE, 2004.
ULRICH, D. Organização de Acordo com a Capacidade. In: A Organização do Futuro:
Como preparar hoje as empresas de amanhã. São Paulo: Futura, 1977.
ULRICH, D. Recursos humanos estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de
RH. São Paulo: Futura, 2000.
ULRICH, D. Os Campeões de Recursos Humanos: Inovando para obter melhores
resultados. São Paulo: Futura, 2002.
136
APÊNDICES
APÊNDICE A :Questionário ETHOS
Público Interno
Diálogo e Participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
Respeito ao Indivíduo
Relações com trabalhadores terceirizados
Trabalho Decente
Política de remuneração, benefícios e carreira
Cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
Comportamento diante das demissões
Preparação para aposentadoria
Responda a todas as questões escolhendo apenas uma das opções.
Relações com os sindicatos
1 – A empresa exerce pressão sobre os empregados envolvidos em atividades sindicais?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
2 – A empresa oferece liberdade para atuação dos sindicatos no local de trabalho?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
3 – Os dirigentes da empresa se reúnem periodicamente com os sindicatos para ouvir
sugestões e negociar reivindicações?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
4 – A empresa possui um canal de comunicação consolidado com os sindicatos, informando-
os e fornecendo-lhes dados financeiros e relativos a objetivos estratégicos (quando estes
afetam os trabalhadores) para subsidiar as discussões?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
137
Gestão participativa
5 – A empresa disponibiliza informações sobre sua história e sua organização e também treina
os empregados no momento da admissão com programas de integração e através de
treinamentos para que possam compreendê-las e analisá-las?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
6 – A empresa disponibiliza informações econômico-financeiras aos empregados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
7 – A empresa discute informações econômico-financeiras de forma estruturada visando à
participação dos empregados no processo de gestão e nas decisões estratégicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
8 – Representantes dos empregados participam ativamente dos comitês de gestão ou nas
decisões estratégicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
Relações com trabalhadores terceirizados
9 – A empresa respeita a legislação no que se refere à co-responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações trabalhistas, previdenciárias e das condições de saúde e segurança dos
trabalhadores terceirizados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
10 – A empresa monitora periodicamente o cumprimento dos requisitos estabelecidos na
contratação de terceiros, exigindo ajustes que garantam o correto cumprimento da legislação?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
11 – A empresa negocia com seus fornecedores para que proporcionem a seus empregados
níveis salariais compatíveis com as médias de mercado?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
12 – A empresa oferece ao trabalhador terceirizado o acesso a benefícios básicos gozados
pelos empregados regulares, como transporte, alimentação, ambulatório etc.?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
138
Política de remuneração, benefícios e carreira.
13 – A empresa busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
14 – A empresa estimula seus empregados por meio da remuneração e do investimento em
seu desenvolvimento profissional, segundo política estruturada de carreira, e levando em
conta as habilidades necessárias para seu desempenho atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
15 - A empresa valoriza competências potenciais, estimulando os empregados por meio da
remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional e levando em conta sua
capacidade futura de crescimento e desenvolvimento de novas habilidades?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
16 - A empresa trata os empregados como sócios e, além de valorizar competências potenciais
por meio da remuneração e do desenvolvimento profissional, estabelece mecanismos para que
seus representantes participem da formulação de políticas de remuneração e benefícios,
desenvolvimento profissional e mobilidade interna?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
Cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho
17 – A empresa cumpre rigorosamente as obrigações legais relacionadas à saúde, à segurança
e às condições de trabalho e tem planos e metas para alcançar padrões de excelência em seu
setor?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
18 – A empresa possui indicadores para monitorar os planos e metas para ultrapassar os
padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu setor?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
19 – A empresa desenvolve campanhas regulares de conscientização dos trabalhadores sobre
os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho e pesquisa o nível de
satisfação dos empregados em relação ao tema, evidenciando áreas críticas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
139
20 – A empresa tem metas e indicadores de desempenho relacionados a condições de
trabalho, saúde e segurança definidos com a participação dos empregados, incluídos no
planejamento estratégico e divulgados amplamente?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
Compromisso para o desenvolvimento profissional e a empregabilidade
21 – A empresa promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho de
tarefas específicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
22 – A empresa mantém atividades sistemáticas de desenvolvimento e capacitação, visando o
aperfeiçoamento contínuo de todo o seu pessoal, considerando a aplicação prática em sua
função atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
23 – Além de promover capacitação contínua, a empresa oferece bolsas de estudo ou
incentivos para a aquisição de conhecimentos com impacto positivo na empregabilidade de
seus empregados, independentemente da aplicação prática em sua função atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
24 – A empresa promove capacitação contínua e oferece bolsas de estudo ou incentivos para a
aquisição de conhecimentos, com impacto positivo na empregabilidade de seus empregados,
independentemente da aplicação prática em sua função atual, em todos os níveis hierárquicos?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
Comportamento diante das demissões
25 – A empresa segue rigorosamente a legislação em vigor na hora de demitir e fornece ao
demitido orientações em relação aos procedimentos necessários?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
25.1 - Para casos de necessidade de redução de pessoal procura analisar alternativas de
contenção e redução de despesas para evitar demissão em massa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
140
26 – A empresa possui políticas e processos de demissão que permitem que as decisões sejam
tomadas com base em avaliações profissionais que garantem a neutralidade da decisão?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
26.1 - A empresa informa ao demitido as razoes da sua demissão como forma de propiciar o
seu crescimento como pessoa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
27 – A empresa oferece serviços de recolocação e manutenção de benefícios por tempo
determinado ao trabalhador demitido sem justa causa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
28 – A empresa financia a recapacitação dos trabalhadores demitidos sem justa causa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
Preparação para Aposentadoria
29 – A empresa oferece informações básicas quanto à obtenção da aposentadoria?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
30 – A empresa orienta e oferece assessoramento regular quanto a modificações na legislação,
alternativas e procedimentos administrativos necessários para a obtenção da aposentadoria?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
31 – A empresa desenvolve atividades sistemáticas de orientação, aconselhamento e
preparação para a aposentadoria, discutindo seus aspectos psicológicos e de planejamento
financeiro?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
32 – A empresa oferece oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos
aposentados e oferece programa de previdência complementar a todos os seus empregados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
Informações Demográficas
1 - Tempo de casa
1.1 - Menos de 2 anos
1.2 - Entre 2 e 5 anos
1.3 - Entre 6 e 10 anos
1.4 - Entre11 e 15 anos
1.5 - Entre 16 e 20
141
1.6 - Mais de 20 anos
2 - Idade
2.1 - Menos de 20 anos
2.2 - Entre 20 e 25 anos
2.3 - Entre 26 e 35 anos
2.4 – Entre 36 e 45 anos
2.5 - Entre 46 e 55 anos
2.6 - Mais de 55 anos
3 - Escolaridade
3.1 - Primeiro grau
3.2 - Segundo Grau
3.3 - Universitário incompleto
3.4 - Universitário completo
3.5 - Pós-Graduação
3.6 - Mestrado/Doutorado
4 - Cargo
4.1 - Superintendente ou Gerente
4.2 - Chefe de Departamento
4.3 - Chefe de Setor
4.4 - Técnico
4.5 - Administrativo
4.6 - Operacional
5 - Sexo
5.1 - Feminino
5.2 - Masculino
142
APÊNDICE B :Ordem das Questões
NUMERAÇÃO
ETHOS QUESTÕES
NUMERAÇÃO
QUESTIONÁRIO
32 PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA 1
5 GESTÃO PARTICIPATIVA 2
9 RELAÇÕES COM TRABALHADORES TERCEIRIZADOS 3
13
POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E
CARREIRA 4
17
CUIDADOS COM SAÚDE, SEGURANÇA E CONDIÇÕES
DE TRABALHO 5
21
COMPROMISSO PARA O DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL E EMPREGABILIDADE 6
25 COMPORTAMENTO DIANTE DAS DEMISSÕES 7
29 PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA 8
2 RELAÇÕES COM SINDICATOS 9
6 GESTÃO PARTICIPATIVA 10
10 RELAÇÕES COM TRABALHADORES TERCEIRIZADOS 11
14
POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E
CARREIRA 12
18
CUIDADOS COM SAÚDE, SEGURANÇA E CONDIÇÕES
DE TRABALHO 13
22
COMPROMISSO PARA O DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL E EMPREGABILIDADE 14
26 COMPORTAMENTO DIANTE DAS DEMISSÕES 15
30 PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA 16
3 RELAÇÕES COM SINDICATOS 17
7 GESTÃO PARTICIPATIVA 18
11 RELAÇÕES COM TRABALHADORES TERCEIRIZADOS 19
15
POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E
CARREIRA 20
19
CUIDADOS COM SAÚDE, SEGURANÇA E CONDIÇÕES
DE TRABALHO 21
23
COMPROMISSO PARA O DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL E EMPREGABILIDADE 22
27 COMPORTAMENTO DIANTE DAS DEMISSÕES 23
31 PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA 24
4 RELAÇÕES COM SINDICATOS 25
8 GESTÃO PARTICIPATIVA 26
12 RELAÇÕES COM TRABALHADORES TERCEIRIZADOS 27
16
POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E
CARREIRA 28
20
CUIDADOS COM SAÚDE, SEGURANÇA E CONDIÇÕES
DE TRABALHO 29
24
COMPROMISSO PARA O DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL E EMPREGABILIDADE 30
28 COMPORTAMENTO DIANTE DAS DEMISSÕES 31
1 RELAÇÕES COM SINDICATOS 32
143
APÊNDICE C :Questionário da Pesquisa
Responda a todas as questões escolhendo apenas uma das opções.
1 – A empresa oferece oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos
aposentados e oferece programa de previdência complementar a todos os seus empregados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
2 – A empresa disponibiliza informações sobre sua história e sua organização e também treina
os empregados no momento da admissão com programas de integração e através de
treinamentos para que possam compreendê-las e analisá-las?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
3 – A empresa respeita a legislação no que se refere à co-responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações trabalhistas, previdenciárias e das condições de saúde e segurança dos
trabalhadores terceirizados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
4 – A empresa busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
5 – A empresa cumpre rigorosamente as obrigações legais relacionadas à saúde, à segurança e
às condições de trabalho e tem planos e metas para alcançar padrões de excelência em seu
setor?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
6 – A empresa promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho de
tarefas específicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
7 – A empresa segue rigorosamente a legislação em vigor na hora de demitir e fornece ao
demitido orientações em relação aos procedimentos necessários?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
7.1 - Para casos de necessidade de redução de pessoal procura analisar alternativas de
contenção e redução de despesas para evitar demissão em massa?
144
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
8 – A empresa oferece informações básicas quanto à obtenção da aposentadoria?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
9 – A empresa oferece liberdade para atuação dos sindicatos no local de trabalho?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
10– A empresa disponibiliza informações econômico-financeiras aos empregados?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
11 – A empresa monitora periodicamente o cumprimento dos requisitos estabelecidos na
contratação de terceiros, exigindo ajustes que garantam o correto cumprimento da legislação?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
12 – A empresa estimula seus empregados por meio da remuneração e do investimento em
seu desenvolvimento profissional, segundo política estruturada de carreira, e levando em
conta as habilidades necessárias para seu desempenho atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
13 – A empresa possui indicadores para monitorar os planos e metas para ultrapassar os
padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu setor?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
14 – A empresa mantém atividades sistemáticas de desenvolvimento e capacitação, visando
ao aperfeiçoamento contínuo de todo o seu pessoal, considerando a aplicação prática em sua
função atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
15 – A empresa possui políticas e processos de demissão que permitem que as decisões sejam
tomadas com base em avaliações profissionais que garantam a neutralidade da decisão?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
15.1 - A empresa informa ao demitido as razões de sua demissão como forma de propiciar seu
crescimento como pessoa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
145
16 – A empresa orienta e oferece assessoramento regular quanto a modificações na legislação,
alternativas e procedimentos administrativos necessários para a obtenção da aposentadoria?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
17 – Os dirigentes da empresa se reúnem periodicamente com os sindicatos para ouvir
sugestões e negociar reivindicações?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
18 – A empresa discute informações econômico-financeiras de forma estruturada visando à
participação dos empregados no processo de gestão e nas decisões estratégicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
19 – A empresa negocia com seus fornecedores para que proporcionem a seus empregados
níveis salariais compatíveis com as médias de mercado?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
20 - A empresa valoriza competências potenciais, estimulando os empregados por meio da
remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional e levando em conta sua
capacidade futura de crescimento e desenvolvimento de novas habilidades?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
21 – A empresa desenvolve campanhas regulares de conscientização dos trabalhadores sobre
os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho e pesquisa o nível de
satisfação dos empregados em relação ao tema, evidenciando áreas críticas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
22 – Além de promover capacitação contínua, a empresa oferece bolsas de estudo ou
incentivos para a aquisição de conhecimentos com impacto positivo na empregabilidade de
seus empregados, independentemente da aplicação prática em sua função atual?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
23 – A empresa oferece serviços de recolocação e manutenção de benefícios por tempo
determinado ao trabalhador demitido sem justa causa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
146
24 – A empresa desenvolve atividades sistemáticas de orientação, aconselhamento e
preparação para a aposentadoria, discutindo seus aspectos psicológicos e de planejamento
financeiro?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
25 – A empresa possui um canal de comunicação consolidado com os sindicatos, informando-
os e fornecendo-lhes dados financeiros e relativos a objetivos estratégicos (quando estes
afetam os trabalhadores) para subsidiar as discussões?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
26 – Representantes dos empregados participam ativamente dos comitês de gestão ou nas
decisões estratégicas?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
27 – A empresa oferece ao trabalhador terceirizado o acesso a benefícios básicos gozados
pelos empregados regulares, como transporte, alimentação, ambulatório etc.?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
28 - A empresa trata os empregados como sócios e, além de valorizar competências potenciais
por meio da remuneração e do desenvolvimento profissional, estabelece mecanismos para que
seus representantes participem da formulação de políticas de remuneração e benefícios,
desenvolvimento profissional e mobilidade interna?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
29 – A empresa tem metas e indicadores de desempenho relacionados a condições de
trabalho, saúde e segurança, definidos com a participação dos empregados, incluídos no
planejamento estratégico e divulgados amplamente?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
30 – A empresa promove capacitação contínua e oferece bolsas de estudo ou incentivos para a
aquisição de conhecimentos, com impacto positivo na empregabilidade de seus empregados,
independentemente da aplicação prática em sua função atual, em todos os níveis hierárquicos?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
31 – A empresa financia a recapacitação dos trabalhadores demitidos sem justa causa?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não Responder
147
32 – A empresa exerce pressão sobre os empregados envolvidos em atividades sindicais?
Sim Não Não Sei. Prefiro Não
Responder
Informações Demográficas
1 - Tempo de casa
1.1 - Menos de 2 anos
1.2 - Entre 2 e 5 anos
1.3 - Entre 6 e 10 anos
1.4 - Entre11 e 15 anos
1.5 - Entre 16 e 20
1.6 - Mais de 20 anos
2 - Idade
2.1 - Menos de 20 anos
2.2- Entre 20 e 25 anos
2.3 - Entre 26 e 35 anos
2.4 – Entre 36 e 45 anos
2.5 - Entre 46 e 55 anos
2.6 - Mais de 55 anos
3- Escolaridade
3.1 - Primeiro grau
3.2 - Segundo Grau
3.3 - Universitário incompleto
3.4 - Universitário completo
3.5 - Pós-Graduação
3.6 - Mestrado/Doutorado
4 - Cargo
4.1 - Superintendente ou Gerente
4.2 - Chefe de Departamento
4.3 - Chefe de Setor
4.4 - Técnico
4.5 - Administrativo
4.6 - Operacional
5 - Sexo
5.1 - Feminino
5.2 - Masculino
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo