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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
CAMPUS DE PATOS
RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA NA CAPRINOCULTURA LEITEIRA DO
ARRANJO FAMILIAR DO CARIRI PARAIBANO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária do
Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre.
WAGNER COSTA LIMA
PATOS – PB
FEVEREIRO – 2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
CAMPUS DE PATOS
RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA NA CAPRINOCULTURA LEITEIRA DO
ARRANJO FAMILIAR DO CARIRI PARAIBANO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária do
Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre.
WAGNER COSTA LIMA
Orientadora: Profª Drª Ana Célia Rodrigues Athayde
PATOS – PB
FEVEREIRO – 2010
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FICHA CATALOGADA NA BIBLIOTECA SETORIAL DO
CAMPUS DE PATOS - UFCG
L732r
2010 Lima, Wagner Costa.
Resistência anti-helmíntica na caprinocultura leiteira do arranjo
familiar do cariri paraibano / Wagner Costa Lima. - Patos:
CSTR/UFCG, 2010.
52p.: il.
Inclui bibliografia.
Orientadora: Ana Célia Rodrigues Athayde.
Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária). Centro de
Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina
Grande.
1 – Parasitologia Veterinária – Dissertação. 2 -Helmintologia. 3-
Parasitos – pequenos ruminantes. I – Título.
CDU: 576.8:619
WAGNER COSTA LIMA
RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA NA CAPRINOCULTURA LEITEIRA DO
ARRANJO FAMILIAR DO CARIRI PARAIBANO
Dissertação Aprovado pela Comissão Examinadora em: 22 / 02 / 2010.
Comissão Examinadora:
________________________________________
Profª Drª Ana Célia Rodrigues Athayde
Depto. de Medicina Veterinária/CSTR/UFCG
_________________________________________
Profª Drª Márcia Medeiros de Araújo
Depto. de Zootecnia/UNIVASF
_________________________________________
Profª Dr. Wilson Wouflan Silva
Depto. de Medicina Veterinária/CSTR/UFCG
A minha esposa, Dayanne Dantas Lima,
Aos meus pais, Abmael e Rita,
Aos meus irmãos, Michele, Maikon e Milena e
A meu sobrinho, Abmael Neto,
Por todo Amor, Confiança, Dedicação,
E por serem a razão da minha vida,
DEDICO
AGRADEÇO...
A Deus, por nos conceder a vida.
À Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, por toda a
contribuição em minha formação pessoal e profissional.
Ao Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, representado pela
Profª. Drª. Rosane Maria Trindade de Medeiros, pela oportunidade concedida.
Ao Instituto Nacional do Semiárido, representado pelo seu diretor Dr. Roberto
Germano Costa, pela oportunidade ofertada de realização de uma Pós-Graduação e
também pelo total apoio, incentivo e compreensão oferecido durante os anos de
trabalhos na referida instituição.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq,
pela concessão da bolsa.
A Profª Drª Ana Célia Rodrigues Athayde, pela orientação, amizade, conselhos,
paciência, confiança e por tudo que me ensinou. Muito obrigado!
Aos Drs. Geovergue Rodrigues de Medeiros e Edson Mauro Santos, pela
amizade, confiança, incentivo, ensinamentos e por me ajudarem sempre que precisei.
Aos Bolsistas do Instituto Nacional do Semiárido, Andréa, Gabriela, Ivan,
Jucileide, Lenildo, Ricardo, Tiago, Valéria, Walter, pela amizade, apoio, convívio,
horas de conversas regadas a muito cafezinho, pelos bons e maus momentos que
passamos juntos.
Ao funcionário do Instituto Nacional do Semiárido, Carlos Ticiano Ramos
Coutinho, pela amizade e convívio.
Ao estimado amigo Vinicius Longo Ribeiro Vilela, pela valiosa ajuda
dispensada na execução dos experimentos.
Aos Profs. Drs. Edisio Oliveira de Azevedo e Sérgio Santos de Azevedo, pelas
contribuições ofertadas a esse trabalho.
A Associação dos Ovinocaprinocultores do Cariri Ocidental Paraibano, pelo
apoio ao desenvolvimento desse trabalho.
Ao Prof. Dr. Franklin Riet-Correa, pela amizade, ajuda e valiosos ensinamentos.
A todos os funcionários do Instituto Nacional do Semiárido, pela amizade e
convívio.
A minha sogra Francisca das Chagas Silva e ao meu cunhado Emilio Lourenço
Silva Dantas, pela amizade, paciência e por terem me aceitado com todo amor e carinho
a fazer parte também dessa família.
Ao Zanildo Ferreira Silva, pela amizade e por ter se tornado em tão pouco tempo
um grande amigo.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste
trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... ix
LISTA DE QUADROS .................................................................................................. x
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 2
2.1 Caprinocultura ................................................................................................... 2
2.2 Helmintos Gastrintestinais ................................................................................ 3
2.3 Controle Parasitário .......................................................................................... 6
2.3.1 Como é feito o controle .............................................................................. 6
2.3.2 Os anti-helmíticos mais usados ................................................................. 6
2.3.3 Controle Integrado ................................................................................... 8
2.3.4 Novas Alternativas de controle ............................................................... 11
2.4 Resistência Anti-helmíntica ............................................................................ 12
2.4.1 Diagnóstico da Resistência ..................................................................... 15
2.5 Referências Bibliográficas .............................................................................. 17
3 CAPITULO 1: Resistência anti-helmíntica em caprinos no cariri paraibano
........................................................................................................................................ 25
3.1 Abstract ............................................................................................................ 26
3.2 Resumo ............................................................................................................. 27
3.3 Introdução ........................................................................................................ 28
3.4 Material e Métodos ......................................................................................... 29
3.5 Resultados e Discussão ................................................................................... 31
3.6 Conclusão ......................................................................................................... 36
3.7 Referências ....................................................................................................... 36
3.8 Anexo ................................................................................................................ 39
4 CONCLUSÕES GERAIS ..................................................................................... 44
5 ANEXO I ................................................................................................................ 45
ix
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1: Chuvas mensais e esperadas durante os meses de janeiro a agosto de 2009
........................................................................................................................................ 39
x
LISTA DE QUADROS
CAPITULO 1
Quadro 1. Média da redução do número de ovos por grama de fezes (OPG) de
nematódeos gastrintestinais e percentuais médios da eficácia de drogas anti-
helmínticas em caprinos na região do Cariri Paraibano em diferentes períodos de
observação durante a época seca ................................................................................ 40
Quadro 2. Média da redução do número de ovos por grama de fezes (OPG) de
nematódeos gastrintestinais e percentuais médios da eficácia de drogas anti-
helmínticas em caprinos na região do Cariri Paraibano em diferentes períodos de
observação durante a época chuvosa ......................................................................... 41
Quadro 3. Número de larvas de helmintos observadas por intervalo de sete dias,
em fezes de caprinos na região do Cariri Paraibano após tratamento anti-
helmíntico durante a época seca ................................................................................. 42
Quadro 4. Número de larvas de helmintos observadas por intervalo de sete dias,
em fezes de caprinos na região do Cariri Paraibano após tratamento anti-
helmíntico durante a época chuvosa .......................................................................... 43
1
1 INTRODUÇÃO
As helmintoses gastrintestinais ocupam um lugar de destaque na estatística de
problemas sanitários, principalmente quando se fala na cadeia produtiva de caprinos e
ovinos, criando continuamente novas dificuldades para o seu controle, sendo a
resistência a drogas anti-helmínticas fator estratégico limitante (RODRIGUES et al,
2007).
A humanidade reconheceu a necessidade de combater os indesejáveis parasitas
devido ao seu caráter devastador, provavelmente logo após o início da domesticação dos
animais. Em 1957 determinou-se a resistência do
Haemonchus contortus em ovinos
frente à phenotiazina e, em 1964, frente ao thiabendazol. A indústria farmacêutica
impulsionada pela grande demanda, lançou várias formulações derivadas da mesma
base ao longo de uma década. Surgiu então, o relato de que parasitas resistentes
pudessem desenvolver maior capacidade de estabelecimento no hospedeiro, de
produção de ovos, de sobrevivência na pastagem e, o mais agravante, maior
patogenicidade (MOLENTO, 2004).
A resistência ao levamisol e ao morantel foi determinada em 1976. Nesta mesma
época foi descoberto em um campo de golfe no Japão o fungo
Streptomices avermitilis
e dele se originaram as avermectinas. Muito foi pesquisado e, a partir de várias
combinações, foi lançada em 1981, na França, a ivermectina comercial de ação
endectocida. Entretanto, decorrente de sua enorme utilização, o
H. contortus
desenvolveu mecanismos de resistência frente à nova molécula. O primeiro relato
ocorreu em 1987, na África do Sul. O aparecimento da resistência preocupa todos os
envolvidos com a produção de alimentos, pois além de encurtar a vida útil dos
compostos, pode inutilizar as estratégias de manejo (MOLENTO, 2004).
Uma variada gama de anti-helmínticos modernos com amplo espectro e alto grau
de eficácia, como os benzimidazóis, os agonistas nicotínicos e as lactonas
macrocíclicas, se encontram disponíveis comercialmente no mundo para o controle das
infecções causadas por helmintos em ruminantes. O uso intensivo e a administração
inadequada de anti-helmínticos, em épocas e grupos de ruminantes não apropriados, tem
contribuído para o desenvolvimento de resistência a estas substâncias, o que constitui
um obstáculo importante para o controle dos endoparasitos (LARA, 2003).
A resistência anti-helmíntica dos nematódeos gastrintestinais, apesar de pouco
investigada em caprinos, desenvolve-se mais rápido e assume maior extensão nestes
2
animais do que em rebanhos ovinos (KETTLE et al, 1983). Provavelmente, isto esteja
associado à alta freqüência das medicações em caprinos (SCHERER et al, 1990) e à
limitada biodisponibilidade dos anti-helmínticos nestes ruminantes (ANDERSEN &
CHRISTOFFERSON, 1973; HALL et al, 1981; COLES et al, 1989; SANGSTER et al,
1991; HENESSY et al, 1993).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resistência anti-helmíntica na
caprinocultura leiteira do arranjo familiar do cariri paraibano, bem como verificar as
diferenças produzidas por esses agentes na redução da carga parasitária considerando-se
o período do ano.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CAPRINOCULTURA
A caprinocultura é uma atividade pecuária em expansão e praticada em todo o
Brasil com ênfase maior na região Nordeste onde se concentram sistemas de exploração
para a produção de carne e mais recentemente de leite. A população caprina no Brasil é
de aproximadamente 9,45 milhões de cabeças, sendo perceptível a importância
econômica e social da caprinocultura na região Nordeste a qual detém cerca de 91,3%
do rebanho nacional (IBGE, 2007).
Entre os anos de 2000 e 2007 foi registrado um aumento do efetivo mundial de
caprinos na ordem de 15% e, no Brasil, esse aumento foi de quase 18%. a produção
mundial de leite caprino aumentou 13%; enquanto que, no Brasil, houve uma queda de
7% nesse mesmo período (FAO, 2007). Metade do rebanho caprino brasileiro é de
aptidão leiteira, sendo grande parte considerada de dupla aptidão, especialmente no
semiárido brasileiro. A Paraíba produz em torno de 600.000 litros/mês de leite de cabra,
com uma produção diária de 20 mil litros/dia, despontando como o maior produtor de
leite de cabra do País (ASN, 2009).
A atividade da caprinocultura tem uma grande importância socioeconômica para
o Nordeste e em particular para a região semiárida. No entanto, existem diversos fatores
que limitam a produção e produtividade desses animais; dentre eles, problemas
nutricionais, de manejo e sanitários, especificamente as doenças parasitárias. A espécie
caprina, apesar de suas potencialidades, não tem tido seu real valor mesmo possuindo
uma inegável utilidade para o homem. A falta de incentivo ocorre em função das
3
grandes perdas econômicas e as helmintoses gastrintestinais representam diretamente a
maior parcela de prejuízos para o setor produtivo (SANTOS et al., 1994).
A maioria dos sistemas de criação de caprinos no Brasil é rudimentar, com
adoção de regimes extensivos e semi-extensivos. A produção apresenta baixo
rendimento devido às altas taxas de mortalidade e longos intervalos entre partos.
Entretanto, em algumas regiões do país a caprinocultura mostra-se mais organizada,
tendo como objetivo principal à exploração leiteira (BRITO et al., 1996).
O parasitismo por nematódeos gastrintestinais causa menor eficiência na cadeia
produtiva de pequenos ruminantes (COOP & KYRIAZAKIS, 2001), pois provoca
diminuição na produção de carne, leite, além de elevada mortalidade do rebanho no
período chuvoso (PINHEIRO et al., 2000). Após infecções prévias por nematódeos
gastrintestinais, os animais jovens tornam-se menos sensíveis aos efeitos patogênicos
desses parasitos. No semiárido nordestino, os animais que nascem no início do período
seco chegam ao período chuvoso sem terem sido previamente infectados por
nematódeos; portanto, bem mais susceptíveis (VIEIRA, 1999).
2.2 HELMINTOS GASTRINTESTINAIS
Os parasitos internos dos ruminantes continuam sendo uma das principais causas
de perdas econômicas na América Latina e em outras regiões pecuárias do trópico e sub
trópico do mundo (BORDIN, 2004) e representam o maior e mais grave problema
sanitário concernente à caprinocultura, podendo inviabilizar economicamente a criação
(BUZZULINI et al, 2007).
As doenças parasitárias provocam nos animais diversos prejuízos como
crescimento retardado, perda de peso, redução no consumo de alimentos, queda na
produção de leite, baixa fertilidade e, nos casos de infecções maciças, altas taxas de
mortalidade (VIEIRA et al., 1991). As espécies parasitas se desenvolvem e sobrevivem
durante todo o ano nas regiões tropicais em decorrência do clima favorável, fazendo
com que os animais estejam sujeitos à infecção e reinfecção (CHARLES et al., 1996).
Os gêneros de parasitas de maior importância na caprinocultura são:
Haemonchus, Trichostrongylus, Strongyloides, Moniezia, Cooperia,
Oesophagostomum, Skrjabinema, Trichuris e Cysticercus.
Os nematódeos gastrintestinais possuem ciclo evolutivo direto, com uma fase de
vida livre e outra parasitária. A infecção é diagnosticada através da contagem de ovos
4
por gramas de fezes pela técnica descrita por Gordon & Whitlock (1939) utilizando-se
dois gramas de fezes de caprinos diluídos em 58 mL de solução hipersaturada de NaCl
ou açúcar, e da cultura de larvas pela técnica descrita por Roberts & O’Sullivan
(1950) utilizando-se vinte a trinta gramas de fezes frescas de caprinos. Os cestódeos
possuem ciclo evolutivo indireto necessitando de um hospedeiro intermediário, sendo a
infecção determinada através da visualização das proglotes nas fezes e, raramente, por
identificação de ovos nas fezes e necrópsia. Os trematódeos possuem também um ciclo
evolutivo indireto e sua identificação é feita pela técnica descrita por Gordon &
Whitlock (1939) e necrópsia (VIEIRA et al., 1991).
Melo et al (2003), estimando a ocorrência de resistência ao oxfendazol,
levamisol e ivermectina em propriedades comerciais de criação de ovinos e caprinos na
região do médio e baixo Jaguaribe, no estado do Ceará, através do teste de redução na
contagem de ovos nas fezes acompanhado de coprocultura, concluiram que o gênero
Haemonchus foi o mais prevalente na população resistente a todos os anti-helmínticos,
tanto em ovinos quanto em caprinos, seguido de
Trichostrongylus e Oesophagostomum.
Em 2009, esses mesmos autores determinaram a prevalência da resistência a anti-
helmínticos benzimidazóis no Semiárido Nordestino Brasileiro encontrando o
Haemonchus novamente como o gênero mais prevalente, seguido de Trichostrongylus e
Oesophagostomum.
Em um estudo realizado no estado do Rio Grande do Norte por Pereira et al
(2008), diagnosticando a resistência dos nematódeos gastrintestinais a anti-helmínticos
em rebanhos caprinos e ovinos, foi observado que o gênero
Haemonchus foi o mais
prevalente na população resistente aos anti-helmínticos testados, tanto em ovinos como
em caprinos, seguidos de
Strongyloides, Trichostrongylus e Oesophagostomum.
Rodrigues et al (2007), verificando a sensibilidade de nematódeos
gastrintestinais de caprinos a ação de compostos anti-helmínticos, convencionais e
alternativos no estado da Paraíba, através do teste de redução na contagem de ovos por
grama de fezes e a larvacultura, encontraram o gênero
Haemonchus em maior
quantidade, seguido de
Bunostomum, Trichostrongylus e Oesophagostomum, mesmo
após os tratamentos.
No Rio Grande do Sul, Mattos et al (2003) avaliando sensibilidade dos
nematódeos gastrintestinais de caprinos ao ivermectin na região da Grande Porto Alegre
RS, encontraram os gêneros
Haemonchus (41%), Ostertagia (33%) e
Oesophagostomum (26%), no dia zero e somente de Haemonchus (100%) no 14º dia
5
após a medicação. No grupo controle, no dia zero foram observadas larvas de
Haemonchus (71%), Ostertagia (26%) e Trichostrongylus (3%). Estes mesmos gêneros
foram identificados no 14º dia, com os porcentuais de 75%, 23%, 2%, respectivamente.
Ahid et al (2007), testando a eficácia anti-helmíntica da moxidectina,
ivermectina e albendazole em rebanho caprino no estado de Alagoas, através do teste de
redução na contagem de ovos nas fezes (RCOF) e a diferenciação das larvas infectantes
pela cultura fecal, encontraram 95% de larvas do gênero
Haemonchus prevalentes nas
culturas.
Em São Paulo, Buzzulini et al (2007), avaliando a eficácia anti-helmíntica da
associação de albendazole 2,0%, cloridrato de levamisole 2,55% e ivermectina 0,08%
comparativamente à moxidectina 1% em ovinos naturalmente infectados, detectaram
que a associação dos diferentes princípios ativos foi 100% eficaz no combate às
espécies
Cooperia punctata, C. pectinata, C. spatulata, Trichostrongylus axei,
Oesophagostomum columbianum, Trichuris ovis, C. curticei e Strongyloides papillosus;
enquanto que a moxidectina, eliminou apenas as seis primeiras espécies citadas
anteriormente
. Contra Haemonchus contortus a associação apresentou eficácia superior
(93%) à moxidectina (51,4%). Ambas as formulações foram eficazes contra
Trichostrongylus colubriformis.
Mattos et al (2004), estudando a resistência do gênero
Haemonchus à lactona
macrocíclica em caprinos naturalmente parasitados em Porto Alegre RS, detectaram
que este gênero representou 100 % da população do grupo medicado e 99,58 % do
grupo controle.
Silva et al (2008), avaliando a eficácia de compostos anti-helmínticos sobre
nematódeos gastrintestinais de caprinos da raça Parda Alpina e Saanen no estado de
Minas Gerais, detectaram a presença das espécies
Haemonchus contortus,
Trichostrongylus axei, Moniezia sp., Cooperia sp.
e Oesophagostomum columbianum;
enquanto que, na coprocultura, foram detectados apenas
Haemonchus sp. e
Trichostrongylus sp.
Kumsa & Abebe (2009) na Etiópia, avaliaram a múltipla resistência anti-
helmíntica em caprinos e observaram a presença antes e após-tratamento do gênero
Haemonchus. Após tratamento observaram também a presença de Trichostrongylus,
Teladorsagia
e Oesophagostomum.
No deserto do Paquistão, Jabbar et al (2008) avaliaram a prevalência de múltipla
resistência ao oxfendazole, levamisole e ivermectina em rebanhos de caprinos das raças
6
Dera Din Panah, Pak Angora e Beetal, onde encontraram os seguintes gêneros:
Haemonchus, Trichostrongylus e Trichuris. Saeed et al (2007) testaram o principio
ativo oxfendazole e encontraram em maior quantidade o
Trichostrongylus
colubriformis, Haemonchus contortus, Cooperia curticei, Teladorsagia circumcinta e
Oesophagostomum spp.
Easwaran et al (2009), investigando a múltipla resistência anti-helmíntica em
nematódeos gastrintestinais de ovinos na Índia, encontraram nas três fazendas estudadas
as seguintes espécies: fazenda 1,
Haemonchus contortus e Teladorsagia spp; fazenda 2,
Teladorsagia spp.; fazenda 3, Haemonchus contortus, todos após tratamento.
O controle das verminoses gastrintestinais tem sido realizado com uso de
importantes famílias de antiparasitários de amplo aspecto e poder residual (BORDIN,
2004). A utilização incorreta e indiscriminada desses produtos tem provocado o
surgimento de resistência dos nematódeos (BARRETO et al, 2002), dando aos criadores
a acomodação e falsa sensação de segurança, e o que é mais grave, negligência do
conhecimento e aplicação dos fatores epidemiológicos resultando na perda da eficácia
de vários compostos (MOLENTO, 2004).
2.3 CONTROLE PARASITÁRIO
2.3.1 Como é feito o controle
O método ainda mais usado para combater os nematódeos gastrintestinais
baseia-se no uso constante de compostos antiparasitários pertencentes a diversos grupos
químicos administrados, na maioria das vezes, sem levar em consideração fatores
epidemiológicos da região que interferem diretamente na população parasitária
ambiental e, conseqüentemente, na reinfecção do rebanho. (MOLENTO, 2005).
2.3.2 Os anti-helmínticos mais usados
Os fármacos anti-helmínticos mais utilizados para o tratamento dos parasitas
gastrintestinais são:
- Benzimidazóis e Pró-benzimidazóis: constituem a maior família química
utilizada para tratar doenças endoparasitárias nos animais domésticos, sendo os de
interesse atual o tiabendazol, cambendazol, parbendazol, mebendazol, fenbendazol,
oxfendazol, oxibendazol, albendazol, súlfoxido de albendazol, tiofanato, febantel,
netobimina e triclabendazol (SPINOSA, 2006).
7
Os benzimidazóis e pró-benzimidazóis em geral têm alta eficácia contra estágios
adultos e imaturos em desenvolvimento ou inibidos, de nematódeos gastrintestinais e
pulmonares de ruminantes. Tem também ação ovicida, e sua eficácia no controle de
cestódeos e trematódeos é variável (SPINOSA, 2006). Os mais eficazes do grupo são os
compostos com meia-vida mais longa no corpo (tais como oxfendazol, fenbendazol,
albendazol e suas pró-drogas), pois eles não são metabolizados rapidamente em
produtos inativos (MERCK, 2001).
Os Benzimidazóis agem se ligando a tubulina dos helmintos, inibindo a
polimerização dos microtúbulos. Isto causa uma despolarização dos microtúbulos
gerando a perda de função em várias partes da célula dependentes desta estrutura,
incluindo a função dos neurotransmissores e outros mensageiros intracelulares,
eliminação de produtos de degradação, absorção de nutrientes pela célula, divisão
celular, organização intracelular e outras interações vitais do tipo proteína-proteína que
levam a morte celular. Os nematódeos, assim como outros helmintos, fungos e alguns
protozoários, têm locais de ligação com alta afinidade pelo benzimidazol hidrofóbico.
Estes locais de alta afinidade foram localizados na porção N-terminal das tubulinas. Foi
também descoberto que uma fenilalanina na posição 200 confere com o gene de cepas
susceptíveis no
H. contortus a uma tirosina na mesma posição de cepas resistentes. No
entanto, sabe-se que existem outros pontos de mutação importantes que causam a
resistência (MOLENTO, 2004).
- Imidotiazóis: A atividade anti-helmíntica dos imidotiazóis (levamisol e
tetramisol) provoca uma paralisia espástica nos nematódeos, determinando uma
contração muscular estável, o que facilita a eliminação do parasito (KÖHLER, 2001).
Esses anti-helmínticos têm uma ação somente contra nematódeos, sendo que o
levamisol tem boa atividade contra adultos e estádios larvares em desenvolvimento, mas
não contra larvas em hipobiose (BOGAN & ARMOUR, 1987).
O levamisol possui largo espectro de atividade contra helmintos gastrintestinais
e vermes pulmonares, atua como um agonista colinérgico e leva à paralisia
neuromuscular dos parasitas (MERCK, 2001).
Estudos de contração muscular feitos em cepas susceptíveis e resistentes do
nematoda
Caenorhabditis elegans indicaram que existe baixa afinidade de ligação a
levamisole, ou o levamisole não liga ou liga-desliga em tal seqüência rápida, que não
induz resposta paralítica. Suspeita-se que a resistência do levamisole envolva a perda da
8
sensibilidade contra estes anti-helmínticos na subunidade do receptor colinérgico do
parasita (MOLENTO, 2004).
A resistência ao levamisol está amplamente distribuída e é um sério problema
que limita o tratamento de diferentes helmintos. Têm sido identificadas populações de
nematódeos de ruminantes dos gêneros
Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia e
Cooperia
resistentes a este medicamento (SPINOSA, 2006).
-
Lactonas Macrocíclicas: As lactonas macrocíclicas (avermectinas e
milbemicinas) são produtos, ou derivados químicos destes, de microrganismos do solo.
As avermectinas em uso comercial incluem ivermectina, abamectina e doramectina. As
milbemicinas comercialmente disponíveis incluem milbemicina-oxima e moxidectina
(MERCK, 2001).
As lactonas macrocíclicas são responsáveis por causar uma hiperpolarização da
musculatura em nematódeos, abrindo irreversivelmente os canais de cloro (ARENA et
al., 1991). O glutamato é responsável pela abertura destes canais e pode ser a principal
diferença entre o modo de ação entre a ivermectina e a moxidectina, devido ao fato de a
ivermectina se ligar mais nos canais de cloro em cepas resistentes. Muito se tem dito
que a moxidectina age melhor mesmo contra organismos resistentes a ivermectina;
porém, quando a concentração da moxidectina é reduzida, se comprova a resistência
lateral (MOLENTO et al. 1999).
As avermectinas e moxidectina possuem largo espectro antiparasitário e potente
em níveis baixos de dosagem. Elas são ativas contra muitos nematódeos imaturos e
adultos (incluindo larvas hipobióticas) e artrópodes (MERCK, 2001).
Determinados genes que codificam proteínas envolvidas no transporte ou
metabolismo podem ser causa da resistência apesar de não desempenharem qualquer
papel no mecanismo de ação da droga (PRICHARD & TAIT, 2001).
2.3.3 Controle Integrado
A maioria dos produtores não adota o esquema de vermifugação estratégico nem
realiza anualmente, de forma racional, a alternância dos grupos químicos utilizados.
Com isso, os endoparasitos rapidamente desenvolvem resistência às drogas disponíveis
no mercado. A possibilidade de integrar outras formas de controle tem o objetivo de
reduzir o número de larvas infectantes na pastagem e o número de tratamentos
antiparasitários e ainda diminuir o grau de infecção parasitária nos animais
(MOLENTO, 2005).
9
O sucesso de um programa de controle parasitário não depende somente de um
esquema de tratamento eficaz, mas também de uma combinação de práticas de manejo
que possam ser adotadas em várias ocasiões. Existem algumas técnicas em uso ou
sendo desenvolvidas que podem auxiliar no combate dos efeitos negativos dos
parasitos. Estas estratégias visam principalmente reduzir a contaminação dos animais e
da pastagem, assim como manter a eficácia das drogas antiparasitárias (MOLENTO,
2004). A seguir algumas dicas que podem ser utilizadas separadamente ou em conjunto.
Peso dos animais: O conhecimento do peso dos animais para o cálculo correto
das doses a serem administradas é essencial para a boa ação do produto contra os
nematódeos. No Brasil, é comum que os produtores façam a pesagem dos animais “a
olho”, dando margem a subdosagem e ao desperdício. Deve-se pelo menos dividir os
animais por categoria de lotes (MOLENTO, 2004).
Controle tático: A utilização de esquema de tratamento tático é uma estratégia
baseada na obtenção dos resultados do OPG. Os dados oriundos deste teste, mesmo
moderadamente precisos, auxiliam na decisão da época de administração de
determinado medicamento. Esta estratégia deverá ser utilizada para evitar épocas de
surtos parasitários (MOLENTO, 2004).
Tratar larvas em Hipobiose: O tratamento de larvas em hipobiose
(desenvolvimento interrompido), dependerá da localização geográfica e das condições
climáticas apropriadas. Se este for o caso, devem-se utilizar medicamentos capazes de
eliminar este estádio no hospedeiro (MOLENTO, 2004).
Rotação de fármacos: Para a rotação dos princípios ativos dos vermífugos, foi
comprovado que a rotação rápida de bases químicas acelera o processo da resistência.
Estipulou-se que o período mínimo para a rotação de drogas seja de um ano no caso de
ovinos e caprinos, e após 8 a 12 tratamentos para bovinos. Preconiza-se também o uso
contínuo (indefinidamente) de determinada droga, com constante monitoramento por
OPG, para somente depois de determinada redução da eficácia, proceder com a
mudança da base química. Desta forma a droga seria utilizada até sua exaustão
(MOLENTO, 2004).
Animais de espécies diferentes: Partindo do princípio de que não haverá perigo
de infecção cruzada, a prática de alternar o pastoreio de animais ruminantes e não
ruminantes pode ser útil, contribuindo para o que se chama de “diluição de larvas
infectantes” na pastagem (MOLENTO, 2004).
10
Consórcio Agricultura e Pecuária: A integração de animais e culturas em um
único sistema permite que a agricultura tenha um papel complementar dentro da
atividade global. Ao mesmo tempo, reduz-se o número de larvas no pasto e os animais
que estiverem em áreas utilizadas para cultivo agrícola anteriormente a pastagem,
possuem então baixo risco de infecção (MOLENTO, 2009).
Combinação de Drogas: Para a combinação de bases químicas, deve-se na
medida do possível trabalhar com um tipo de droga por determinado período. No
entanto, a combinação de drogas de famílias distintas é pratica de rotina entre
produtores. A fundamentação equivocada é de que a utilização de tal estratégia poderá
manter a eficácia das drogas em níveis elevados por um período prolongado, reduzindo
a resistência. No entanto, deve-se utilizar esta estratégia de controle somente quando a
eficácia de cada uma das duas drogas, isoladamente, for maior do que 95%. Se caso
uma das bases químicas já apresentar certo grau de resistência, então esta estratégia não
é aconselhável. Como conseqüência, se estará desenvolvendo a resistência para a outra
droga mais rapidamente (MOLENTO, 2009).
Tratar e Mudar (Move and dose): A estratégia consiste na transferência dos
animais, após o tratamento, para piquete “limpo”, teoricamente sem a presença de ovos
ou larvas. A estratégia tratar e mudar (MICHEL, 1976) foi considerada uma abordagem
particularmente útil para evitar o acúmulo de larvas nas pastagens. Entretanto, existem
riscos ao se utilizar tal mecanismo, visto que esta alternativa pode ser boa caso não
existam cepas resistentes, e quando se suspeita da presença da resistência. Este fato
foi comprovado por Waller (1999) após utilizar esta técnica, demonstrando que a
pastagem poderá ser contaminada definitivamente somente com organismos altamente
resistentes. Assim, o ideal é que os animais sejam tratados somente após a transferência
para o pasto novo, carregando e disseminando todos os genótipos presentes na refugia.
(MOLENTO, 2009).
Seleção Genética de Hospedeiros: A seleção de hospedeiros geneticamente
resistentes aos parasitas tem grande potencial para ser outra valiosa alternativa. A
resistência do hospedeiro provavelmente opera de dois modos: (1) através de reações
imunológicas ou (2) através da obtenção de indivíduos resilientes a infecção, que
significa que estes animais devem possuir aptidão em compensar os danos causados
pela ação parasitária. O maior fator limitante neste caso é determinar um método de
seleção de animais resistentes que não os exponha a doses de infecção parasitária letais
(MOLENTO, 2004).
11
2.3.4 Novas Alternativas de Controle
Com o aparecimento da resistência anti-helmíntica, muitos estudos e descobertas
devem acontecer no intuito de se obter novas formas de combate a essa problemática
que se encontra disseminada em todo o mundo. Através de ferramentas da biologia
molecular, parâmetros como a hemoglobina, anemia e OPG podem ser utilizados como
identificadores de animais resistentes as infecções parasitárias. Um pouco futurista, será
a descoberta de sítios no DNA de raças resistentes que possam ser implantados em
outras raças – rebanho transgênico (MOLENTO, 2004).
O controle biológico de pragas vem ganhando muito destaque, utilizando
agentes como fungos, bactérias e insetos, para combater as mais variadas pragas.
Embora em fase de teste por grupos do mundo inteiro, se podem encontrar
alternativas viáveis para esse tipo de controle parasitário (MOLENTO, 2004).
Embora os resultados ainda sejam inconsistentes, o uso de medicação
homeopática tem atraído pesquisadores e produtores no Brasil e no mundo
(MOLENTO, 2004). Essa tendência é em oposição ao que está acontecendo em outros
países. Rijnberk & Ramey (2007) salientaram que a Federação dos Veterinários da
Europa emitiu um comunicado rejeitando medicamentos baseados em medicina não
comprovada como a homeopatia, e o Conselho Europeu de Especialização Veterinário
pode retirar o status de especialista de alguém que praticar tratamentos implausíveis. Na
Holanda, a Associação Veterinária decidiu descontinuar o estatuto oficial do grupo de
veterinários que trabalham com homeopatia. Esta estratégia não deve ser então
recomendada, a não ser que se tenham dados de suporte disponível (MOLENTO, 2009).
A fitoterapia apresenta um ramo promissor para as pesquisas e tem potencial
para participar ativamente em programas de controle parasitário. A utilização tanto da
homeopatia quanto da fitoterapia, deve ser aceita de forma gradual, sem eufemismos ou
falsas expectativas (MOLENTO, 2004).
Embora a fitoterapia seja baseada em culturas tradicionais ou indígenas, muitas
agências governamentais estão aceitando tratar pacientes humanos com plantas ainda
usando dados empíricos. A maioria dos produtos bioativos etnoveterinários e óleos de
plantas essenciais estão amplamente sendo testados para estabelecer a eficácia da sua
atividade endo e ectoparasiticida, seu mecanismo de ação e o seu alvo de espécies de
parasitas (ATHANASIADOU et al., 2007). Cuidados relacionados com o design
12
experimental devem ser tomados para avaliar os benefícios dos seus efeitos a respeito
do tamanho da amostra e do nível de toxicidade (MOLENTO, 2009).
Com relação à vacinação, não existem ainda vacinas comerciais atualmente
disponíveis contra nematódeos gastrintestinais de pequenos ruminantes, apesar dos
consideráveis esforços em pesquisa, em particular, para produzir uma vacina contra H.
contortus (SMITH & ZARLENGA, 2006). Após ser desenvolvida uma vacina eficaz
contra uma determinada espécie de parasita, a próxima etapa seria a de validar a sua
viabilidade econômica sob condições de campo onde ocorrem infecções mistas
(TORRES-ACOSTA & HOSTE, 2008).
2.4 RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA
Nas últimas décadas, importantes famílias de antiparasitários de amplo espectro
e poder residual, permitiram ao produtor dispor de ferramentas cada vez mais práticas e
adaptáveis aos diferentes sistemas de produção. No entanto, conforme muito bem citado
por Nari, A. (FAO 2003), “todas essas características, agregadas à baixa toxicidade
desses compostos, criaram um falso sentido de segurança e garantia de eficácia perene
ao produtor”.
Como inevitável nesse cenário, a produção animal acaba pagando um preço
significante a essa inversão de valores. A resistência, mais propriamente a seleção de
helmintos resistentes, fruto freqüente da utilização ou da qualidade das drogas,
começa a se interpor como fator preocupante (BORDIN, 2004).
A resistência parasitária é um fenômeno pelo qual alguns organismos de uma
população são capazes de sobreviver após constante utilização de um composto químico
se utilizada nas mesmas condições por longos períodos de tempo, ou seja, quando uma
determinada droga que apresentava redução da carga parasitária acima de 95% decresce
a nível inferior a este valor contra o mesmo organismo decorrido pelo período
determinado (CONDER & CAMPBELL, 1995).
Quando são envolvidas duas drogas de grupos distintos este fenômeno é
chamado de resistência cruzada. A resistência múltipla ou resistência anti-helmíntica
múltipla (RAM) ocorre quando um organismo é resistente a mais de duas bases
farmacológicas. Sabe-se que o mecanismo de resistência está ligado ao mecanismo de
ação das drogas e conseqüentemente ao processo de seleção (MOLENTO, 2004).
13
Vários relatos de resistência anti-helmíntica têm sido descritas em diversos
estados brasileiros. No estado do Ceará, Melo et al (1998), encontraram eficácia de 69%
e 85% em caprinos tratados com ivermectin e closantel, respectivamente. Vieira &
Cavalcante (1999) avaliaram 34 rebanhos caprinos dos quais sete (20,6%) apresentaram
resistência aos imidazóis, seis (17,6%) aos benzimidazóis e 12 (35,3%) revelaram
resistência múltipla. Melo et al (2003) encontraram nematódeos resistentes ao
oxfendazol, levamisole e ivermectina nos caprinos em 87,5%, 75% e 37,5%,
respectivamente.
Rodrigues et al (2007) evidenciaram que 100% das infecções de caprinos no
estado da Paraíba eram de helmintos da superfamília Trichostrongyloidea e que houve
variações nos percentuais de redução do OPG em relação ao sexo dos animais nos três
períodos de observação ( 07, 14 e 21 dias após tratamento). A moxidectina em fêmeas
reduziu em 92,8%, 88,7% e 89,8% e nos machos 92,6%, 96,2% e 98,1%,
respectivamente; o albendazole em fêmeas reduziu 65,0%, 60,3% e 75,4% e em machos
88,8%, 88,8% e 55,5%, respectivamente; o levamisole em fêmeas reduziu 96,0%,
97,1% e 91,0% e em machos 85,7%, 94,2% e 100%, respectivamente; a ivermectina em
fêmeas reduziu 92,2%, 68,6% e 70,6% e em machos 41,7%, 73,6% e 59,7%,
respectivamente; extrato aquoso da batata de purga em fêmeas reduziu 31,8%, 34,1% e
49,4% e em machos 61,5%, 80,7% e 50,0%, respectivamente.
No estado de Alagoas, Ahid et al (2007) identificaram eficiência do albendazole,
da ivermectina e da moxidectina no 7º, 14º e 21º dia pós-tratamento, que foi de 97,89%,
71,2% e 80% para o albendazole, de 98,74%, 88,3% e 87% para ivermectina, e de
83,6%, 96% e 96,3% para moxidectina, nos respectivos dias de observação.
Enquanto que Pereira et al (2008) encontraram redução de 2,9%, 9,6% e 24,1% para
albendazole e 24,9%, 12% e 5,9% para ivermectina, no estado do Rio Grande do Norte.
Estudo realizado no semiárido nordestino brasileiro por Melo et al (2009),
evidenciaram nas fazendas de ovinos a prevalência da resistência a benzimidazóis de
88% e em fazendas de caprinos de 87,5%.
Em Porto Alegre (RS), Mattos et al (2003, 2004) observaram que a eficácia do
ivermectin frente às infecções por adultos de
Haemonchus, Ostertagia e
Trichostrongylus foi de 92,21%, 100% e 60,24%, respectivamente. No ano seguinte,
detectaram que a eficácia sobre gêneros adultos de
Haemonchus foi de apenas 32,62 %.
Buzzulini et al (2007) estudando a eficácia anti-helmíntica comparativa da
associação albendazole, levamisole e ivermectina à moxidectina em ovinos no estado de
14
São Paulo, detectaram que a associação dos diferentes princípios ativos foi 100% eficaz
no combate às espécies
Cooperia punctata, C. pectinata, C. spatulata, Trichostrongylus
axei, Oesophagostomum columbianum, Trichuris ovis, C. curticei e Strongyloides
papillosus
e, a moxidectina eliminou as seis primeiras espécies citadas. Já para a espécie
Haemonchus contortus a associação apresentou eficácia superior a 93% e para a
moxidectina foi de 51,4%. Ambas as formulações foram eficazes contra
Trichostrongylus colubriformis.
Em Minas Gerais, Silva et al (2008) avaliaram a ação de associações de
compostos anti-helmínticos sobre nematódeos gastrintestinais de caprinos e detectaram
para o grupo 1 (closantel, albendazole e ivermectina) uma redução de 97,85% e para o
grupo 2 (closantel, albendazole, levamisole, ivermectina, selênio e cobalto) de 97,8% no
terceiro dia após tratamento.
No deserto do Paquistão, Jabbar et al (2008) relatam o primeiro caso de
resistência anti-helmíntica em caprinos leiteiros após avaliarem a prevalência de
múltipla resistência ao oxfendazole, levamisole e ivermectina em rebanhos das raças
Dera Din Panah , Pak Angora e Beetal. Um estudo feito por Saeed et al (2007)
avaliando a resistência ao oxfendazol em nematódeos gastrintestinais de caprinos em
Punjab Paquistão, revelou o desenvolvimento de resistência em seis fazendas das 18
estudadas, encontrando as espécies Haemonchus contortus, Trichostrongylus
colubriformis, Cooperia curticei, Teladorsagia circumcincta e Oesophagostomum spp.
como as mais dominantes.
Cringoli et al (2007), em Potenza na Itália, encontraram resistência ao anti-
helmíntico benzimidazol sendo a espécie Trichostrongylus colubriformis a única
espécie resistente.
Na Etiópia, Kumsa & Abebe (2009) descreveram múltipla resistência anti-
helmíntica do Haemonchus spp. ao albendazol, tetramisole e à ivermectina em todas as
categorias de idade das cabras utilizadas. Da mesma forma,
Trichostrongylus/Teladorsagia spp. mostrou resistência à ivermectina. Eguale et al
(2009) mostraram uma eficácia do albendazol em caprinos de 65,5%, 81,4% e 84,1% na
dose de 3,8; 5,7 e 7,6 mg / kg, respectivamente.
Foram registrados quadros de resistência múltipla em fazendas de caprinos da
raça Boer no Sul da África através do teste de redução de ovos por grama de fezes, no
qual observaram um percentual de eficácia das drogas ovitelmin (benzimidazóis),
15
ivomec (lactona macrocíclica) e cydectin (lactona) de 55%, 61% e 96%,
respectivamente, após seis dias tratamento (SCHNYDER et al., 2005).
Segundo Molento (2004) as causas que predispõem ao aparecimento da
resistência parasitária são: o curto intervalo entre tratamentos, uma vez que alguns
trabalhos científicos e profissionais da área de produção utilizam este esquema de
tratamento indicando sua eficácia em termos de melhoria de ganho de peso imediato
errôneo pensar que os tratamentos que visam eliminar os parasitos no hospedeiro antes
que este complete seu ciclo de vida seja eficaz indefinidamente, pois os sobreviventes
destes tratamentos serão indivíduos potencialmente aptos a suportar qualquer esquema
de tratamento e assim contaminarão a pastagem como uma nova e vigorosa população
resistente); a rápida alternância de diferentes grupos de vermífugos, conceito difundido
nos anos 80 e ainda amplamente recomendado e utilizado no campo até os dias atuais
como alternativa para evitar a resistência parasitária (o que os pesquisadores na época
não puderam prever é que a utilização de vários grupos durante um prazo curto de
tempo aceleraria o aparecimento da resistência anti-helmíntica); medicamentos de longa
persistência (administração de drogas que possuem persistência longa, especialmente as
macrolactonas, faz com que a concentração residual mínima (1mg/ml) não permita o
estabelecimento de indivíduos susceptíveis diminuindo ainda mais a população em
refugia); aquisição de animais contaminados (existe a possibilidade de se introduzir
cepas resistentes após a aquisição de animais oriundos de plantel contaminado, o que
ocorre com certa freqüência em rebanhos de pequenos ruminantes quando os animais
recém-chegados são integrados ao plantel local sem o devido cuidado).
2.4.1 Diagnóstico da Resistência
A infecção de animais pelos helmintos que vivem no trato gastrintestinal é
usualmente diagnosticada
in vivo através de técnicas laboratoriais com o uso da
microscopia óptica. A técnica McMaster, desenvolvida por Gordon & Whitlock (1939),
foi originalmente testada e descrita para contagem de ovos de helmintos gastrintestinais
de ovinos, sendo mais utilizada para avaliações quantitativas do número de ovos por
grama de fezes (FERNANDES et al, 2005). A larva por grama de fezes (LPG) pré e
pós-tratamento, também é chamado de teste clínico. Muito embora o resultado deste
teste não seja consistente, podendo apresentar uma variação acima de 20%, pode se
indiretamente determinar a presença da resistência quando a eficiência de determinado
16
produto esteja abaixo de 95%. Para se calcular a eficácia dos compostos, é necessário
utilizar a fórmula descrita por Coles et al. (1992):
% Eficácia = [ 1 - (média OPG grupo tratado / média OPG grupo controle )] x 100
Esse teste consiste em comparar a redução do número de ovos nas fezes num
grupo tratado com anti-helmíntico, com a de um grupo não tratado, controle. Sendo
necessário, no mínimo, dez animais para cada grupo, para permitir interpretação
confiável (COLES et al, 1992).
Dentre os testes
in vitro, os mais utilizados são de eclosão de ovos e de
desenvolvimento larvar que apresenta vantagem sobre a eclosão pela possibilidade de
testar várias drogas, principalmente as classes de anti-helmínticos de amplo espectro
(HUBERT & KERBOEUF, 1992; CRAVEN et al, 1999).
As técnicas moleculares oferecem vantagens particulares para o diagnóstico de
resistência, são altamente específicas e podem chegar a ser muitos sensíveis
(SANGSTER et al, 2002), sendo a maioria delas baseadas na reação da cadeia de
polimerase (PCR). Estas técnicas apresentam uma série de vantagens em relação aos
métodos clássicos
in vivo e in vitro. É citada a possibilidade imediata da estimativa da
resistência aos benzimidazóis, além de verificar a freqüência dos alelos para resistência
nas espécies
T. colubriformis, T. circumcincta e H. contortus (SILVESTRE &
HUMBERT, 2000).
No futuro, é muito improvável que o controle de nematódeos gastrintestinais
seja feito com uma única abordagem. A sustentabilidade do controle será em grande
parte condicionada pela capacidade de atingir um parasita através da combinação de
várias soluções, correspondentes aos diferentes princípios discutidos acima (WALLER,
2006).
17
2.5 REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS
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25
CAPITULO 1
Resistência anti-helmíntica em caprinos no cariri paraibano (Manuscrito dentro
das normas da “Revista Pesquisa Veterinária Brasileira” a ser enviado.)
26
Resistência anti-helmíntica em caprinos no Cariri Paraibano
1
Wagner C. Lima
2*
; Ana C. R. Athayde
3
; Geovergue R. Medeiros
4
; Dayanne A.
S. D. Lima
2
; Jucileide B. Borburema
2
; Edson M. Santos
5
; Vinícius L. R. Vilela
6
e
Sérgio S. Azevedo
3
ABSTRACT.- Lima W.C., Athayde A.C.R., Medeiros G.R., Lima D.A.S.D.,
Borburema J.B., Santos E.M., Vilela V.L.R. & Azevedo S.S. 2010.
[
Anthelmintic resistance in goats in cariri.] Resistência anti-helmintica em
caprinos no cariri paraibano.
Pesquisa Veterinária Brasileira 00(0):00-00. Curso
de Pós-Graduação em Medicina Veterinária em Ruminantes e Eqüídeos,
Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina
Grande, Campus de Patos, 58700-000 Patos, PB, Brazil. E-mail:
The objective of this work was to evaluate anthelmintics resistance in
goats in Paraiban Cariri. 144 animals were used in the dry season and 120
animals during the rainy season, females over the age of eight months living,
divided in four groups: Group I, untreated; Group II treated with albendazole
10%, Group III treated with ivermectin 1% and Group IV treated with levamisole
phosphate 18.8%, at doses recommended by manufacturer. To evaluate the
resistance was applied to test the reduction in egg count per gram of feces
(RCOF) and larvaculture. The fecal samples were collected on the day of
treatment (day basis), 07, 14 and 21 days post treatment. In the group treated
with albendazole, observed efficiencies of 61%, 11% and 24% in the dry period,
55%, 14% and 12% in the rainy season, at 7, 14, and 21 days respectively. In
1
Recebido em ......
Aceito para publicação em .....
2
Programa de Mestrado em Medicina Veterinária em Ruminantes e Eqüídeos, Centro de
Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Campus de Patos, 58700-000, Patos, PB Brasil. *Autor para correspondência:
atsocamil@yahoo.com.br
3
Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, CSTR, UFCG, 58700-000, Patos, PB Brasil.
4
Instituto Nacional do Semiárido, Av. Floriano Peixoto, 715, andar, Centro, Campina
Grande, Paraíba, PB 58400-165, Brasil.
5
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Ciências
Agrárias, Campus II – Areia/PB, 58397-000, Brasil.
6
Curso de Medicina Veterinária, CSTR, UFCG, 58700-000, Patos, PB Brasil.
27
the group treated with ivermectin, efficacy was 14%, 70% and 66% for the dry
period, 76%, 34% and 71% for the rainy season, at 7, 14 and 21 days
respectively. The group treated with phosphate Levamisole showed efficacy
rates of 89%, 79% and 73% in the dry period, 76%, 69% and 67% in the rainy
season, at 7, 14 and 21 days. The results indicate that the gastrointestinal
nematodes of goats in Cariri are not sensitive to the active Albendazole,
Levamisole and Ivermectin. During the study identified the presence of genera:
Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum and Strongyloides.
INDEX TERMS: albendazole, ivermectin, levamisole, gastrointestinal
nematodes.
RESUMO - Objetivou-se avaliar a resistência anti-helmíntica em caprinos no
cariri paraibano. Foram utilizados 144 animais no período seco e 120 animais
no período chuvoso, fêmeas, com idade acima de oito meses de vida e
lactantes, distribuídos em 04 grupos: Grupo I não tratado; Grupo II tratado com
albendazole a 10%; Grupo III tratado com ivermectina a 1% e Grupo IV tratado
com fosfato de levamisole a 18,8%, nas doses recomendadas pelos
fabricantes. Para avaliar a resistência, aplicou-se o teste de redução na
contagem de ovos por grama de fezes (RCOF) e a larvacultura. As amostras
fecais foram coletadas no dia do tratamento (dia base), 07, 14 e 21 dias após
tratamento. No grupo tratado com Albendazole, observaram-se eficácias de
61%, 11% e 24% no período seco e de 55%, 14% e 12% no período chuvoso,
aos 7, 14, e 21 dias, respectivamente. No grupo tratado com Ivermectina, a
eficácia foi de 14%, 70% e 66% para o período seco, e de 76%, 34% e 71%
para o período chuvoso, aos 7, 14 e 21 dias, respectivamente. O grupo tratado
com fosfato de Levamisole apresentou percentuais de eficácia de 89%, 79% e
73% no período seco e de 76%, 69% e 67% no período chuvoso, aos 7, 14 e
21 dias, respectivamente. Os resultados obtidos indicam que os nematódeos
gastrintestinais de caprinos no cariri paraibano não são sensíveis aos princípios
ativos Albendazole, Levamisole e Ivermectina. Durante o período de estudo foi
identificada a presença dos gêneros:
Haemonchus, Trichostrongylus,
Oesophagostomum
e Strongyloides.
28
TERMOS DE INDEXAÇÃO: albendazole, ivermectina, levamisole, nematódeos
gastrintestinais.
INTRODUÇÃO
A caprinocultura é uma atividade econômica que se encontra em bastante
expansão na região Nordeste do Brasil, sendo uma fonte de proteína de origem
animal com importante relevância socioeconômica para quem vive dessa
atividade. Ela é restringida pelo desenvolvimento de parasitoses
gastrintestinais que limitam a produção caprina, responsáveis por elevadas
perdas econômicas devido a redução no consumo de alimentos, perda de
peso, crescimento retardado, baixa fertilidade, queda na produção de leite e,
nos casos de infecções maciças, mortalidade acentuada.
Vários princípios ativos de anti-helmínticos vêm sendo utilizados no
tratamento de nematódeos, principalmente os grupos dos benzimidazóis
(Albendazole, Fenbendazole e Oxfendazole), das avermectinas (Ivermectina);
dos imidazotiazoles (Cloridrato de levamisole) e das salicilanilideos (Closantel
sódico) (Borges 2003).
Os escassos conhecimentos sobre os mecanismos de sobrevivência dos
parasitos e o decréscimo de investimentos na inovação de moléculas
antiparasitárias diminuem as perspectivas de surgimento de novos grupos
químicos eficazes no controle das parasitoses (Geary & Thompson 2003).
Os fatores ambientais têm grande influência sobre a composição e a
regulação da população parasitária, principalmente sobre estádios larvares no
pasto, inclusive sobre a predominância de uma ou mais espécies em
determinadas regiões. Em países de clima tropical a temperatura e a umidade
são consideradas os mais importantes fatores responsáveis pelo
desenvolvimento de ovos e larvas no ambiente (Valcarcel et al.1999).
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a resistência anti-
helmíntica em caprinos no cariri paraibano.
29
MATERIAL E MÉTODOS
Local de realização do experimento e o período de execução.
O
experimento foi desenvolvido em propriedades localizadas na região de
Monteiro Paraiba e as análises foram realizadas nos Laboratórios de
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos (LDPAD) e Ciências Químicas
Biológicas (LCQB) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Patos. O
período de execução do estudo foi de agosto de 2008 a janeiro de 2009
(período seco) e de Março à Agosto de 2009 (período chuvoso).
Seleção das propriedades. Foram selecionadas 8 propriedades e feito um
levantamento sócio-econômico e epidemiológico através de entrevistas e
questionários para obtenção de informações e coletas de fezes.
Animais utilizados no experimento. Foram utilizados 144 animais no período
seco e 120 animais no período chuvoso, fêmeas, com idade acima de oito
meses de vida e lactantes. Os animais foram identificados individualmente por
meio de colares e aleatoriamente distribuídos em quatro grupos: Grupo I não
tratado; Grupo II tratado com albendazole a 10%; Grupo III tratado com
ivermectina a 1% e Grupo IV tratado com fosfato de levamisole a 18,8%.
Descrição da posologia empregada nos tratamentos. As doses utilizadas
foram aquelas recomendadas pelos fabricantes e pelo LCQB/CSTR/UFCG. Ao
Grupo I não foi administrado medicamento aos animais; ao Grupo II foi
administrado albendazole na dose de 0,75 mL/20kg via oral; ao Grupo III foi
administrado ivermectina na dose de 1,0mL/50kg via subcutânea; e ao Grupo
IV foi administrado fosfato de levamisole na dose de 1,0mL/40kg via
subcutânea.
Amostras fecais foram coletadas diretamente da ampola retal, identificadas em
sacos plásticos e mantidas sob refrigeração até o processamento da
determinação do número de ovos por grama de fezes (OPG) e para a obtenção
das larvas. As coletas foram feitas no dia do tratamento (dia base), 07, 14 e 21
dias após tratamento.
Exames parasitológicos. Foram realizadas as contagens dos OPGs pela
técnica descrita por Gordon & Whitlock (1939) e a realização da larvacultura
30
pela técnica de Roberts & O’Sullivan (1950). Para a identificação das larvas
utilizou-se a chave de Keith (1953).
Teste de redução da contagem de ovos por grama de fezes. As médias
aritméticas do número de ovos nas fezes para cada grupo tratado (OPGt),
foram calculadas e comparadas com as médias contadas no grupo controle
(OPGc). A redução na contagem de ovos nas fezes (RCOF) foi determinada
usando a fórmula descrita por Coles et al. (1992):
RCOF = [1- (OPGt/OPGc)] x 100
Em que: RCOF = teste de redução da contagem de ovos por grama de
fezes;
OPGt = média do número de ovos por grama de fezes do grupo
de animais tratados;
OPGc = média do número de ovos por grama de fezes do grupo
controle.
A avaliação da efetividade dos fármacos utilizados baseou-se na
determinação proposta pelo Grupo Mercado Comum (GMC) para substâncias
químicas dotadas de atividade antiparasitária: segundo os graus, é altamente
efetivo quando reduz mais que 98%; efetivo 90-98%; moderadamente efetivo
80-89%; e insuficientemente ativo menos que 80%, não registrável (GMC
1996).
Para resumo dos dados, foi utilizada a média ou mediana como medidas
de tendência central, e o desvio padrão ou intervalo interquartil como medidas
de dispersão dependendo da distribuição dos dados. Para a comparação dos
diferentes grupos experimentais, foi utilizado o teste não-paramétrico de
Kruscal-Wallis com as comparações múltiplas realizadas com o teste de Dunn
(Zar 1999) para variáveis com distribuição não normal. Variáveis com
distribuição normal foram comparadas com a ANOVA de um critério de
classificação com as comparações múltiplas efetuadas com o teste de Tukey.
O nível de significância adotado foi de 0,05.
31
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período de janeiro a agosto de 2009, as quantidades de chuvas
acumuladas variaram de 30 à 335 mm. Nos meses de abril e maio foram
registradas as maiores quantidades de chuvas acumuladas, 245 e 335mm,
respectivamente, superando as quantidades esperadas para os mesmos
meses (150mm e 65mm, respectivamente) (Fig.1). A temperatura e umidade
são importantes fatores que influenciam o desenvolvimento dos estágios de
vida livre dos nematóides gastrintestinais (Soulsby 1987). Temperaturas baixas
e altas podem retardar ou acelerar, respectivamente, a eclosão dos ovos
destes parasitos (Le Jambre & Whitlock 1976).
Os dados obtidos na redução da contagem do OPG nos animais
tratados se encontram descritos nos quadros 1 e 2.
Na época seca, os maiores valores (P<0,05) de OPG no dia sete foram
observados no grupo controle, seguido dos grupos tratados com ivermectina,
albendazole e levamisole. No dia 14 o maior valor (P<0,05) foi observado no
grupo controle, seguido pelo grupo albendazole, ivermectina e levamisole. No
dia 21 o maior valor foi observado no grupo controle, seguido de albendazole,
ivermectina e levamisole, e esses dois últimos não diferiram entre si.
Para a época chuvosa, os maiores valores (P<0,05) de OPG no dia sete
foram observados para o grupo controle e o grupo albendazole que não
diferiram entre si (P>0,05), e os menores valores (P<0,05) foram observados
para os grupos ivermectina e levamisole que não diferiram entre si (P>0,05). O
mesmo fato foi observado nos dias 14 e 21.
No grupo tratado com albendazole, observaram-se eficácias de 61%,
11% e 24% no período seco e de 55%, 14% e 12% no período chuvoso, aos
sete, 14, e 21 dias, respectivamente, caracterizando-se assim como uma droga
insuficientemente ativa, ou ainda, não registrável, segundo preconiza o GMC
(1996). Resultados semelhantes aos de Pereira et al (2008) no estado do Rio
Grande do Norte onde encontraram redução de 2,92%, 9,63% e 21,10% aos
sete, 14 e 21 dias pós-tratamento. Resultados que não corroboram com Ahid
et al (2007) que encontraram um percentual de 97,89%, 71,2% e 80% em
rebanho caprino no estado de Alagoas e Melo et al (2009) ao estudarem
caprinos e ovinos em 25 fazendas na região semiárida do estado do Ceará
32
com eficácia de até 96% para caprinos ao utilizarem benzimidazóis
(oxfendazol). Rodrigues et al (2007) constataram 65%, 60,3% e 75% de
eficiência em caprinos no estado da Paraíba, reforçando ainda mais a presença
da resistência frente ao principio ativo albendazole nesse estado. A resistência
deve-se talvez pela larga utilização deste, causando aumento ou manutenção
da alta freqüência dos alelos da resistência. Além disso, pode haver migrações
gênicas que introduzem diferentes freqüências provenientes da população de
origem e através do fluxo gênico esses genes são incorporados ao conjunto
gênico da nova população, provocando a dispersão de alelos de uma
população para outra (Silvestre & Humbert 2002).
No grupo tratado com ivermectina, a eficácia foi de 14%, 70% e 66%
para o período seco e de 76%, 34% e 71% para o período chuvoso, aos sete,
14 e 21 dias, apresentando-se como uma droga insuficientemente ativa, ou
ainda, não registrável (GMC 1996). Pereira et al (2008) no estado do Rio
Grande do Norte encontraram redução de 24,9%, 12,01% e 5,96% aos sete, 14
e 21 dias pós-tratamento. Rodrigues et al. (2007) trabalhando também no
estado da Paraíba, obtiveram um percentual de 70,6% na redução de ovos em
caprinos aos 21 dias pós-tratamento. Mattos et al (2003), em Porto Alegre,
encontraram aos 14 dias pós-tratamento um percentual de eficácia de 93,24%
e Ahid et al (2007), em Alagoas, encontraram um percentual de eficácia de
98,74%, 88,3%, 87% aos sete, 14 e 21 dias pós-tratamento em caprinos.
Determinados genes que codificam proteínas envolvidas no transporte ou
metabolismo podem ser a causa da resistência apesar de não desempenharem
qualquer papel no mecanismo de ação da droga (Prichard & Tait 2001). A
natureza dos genes e a importância dos mesmos para o estabelecimento da
resistência, não está clara, mas esses genes parecem codificar subunidades
específicas faringeais e não-faringeais dos canais cloro com portão glutamato,
P-glicoproteínas e outros produtos (Köhler 2001).
O grupo tratado com fosfato de levamisole apresentou percentuais de
eficácia de 89%, 79% e 73%, no período seco, 76%, 69% e 67%, no período
chuvoso, aos sete, 14 e 21 dias, respectivamente, classificada como uma
droga insuficientemente ativa (GMC 1996). Vieira & Cavalcante (1999) ao
estudarem 34 rebanhos caprinos no estado do Ceará, constataram que 25
(73,5%) apresentaram percentual de redução do OPG após o tratamento
33
inferior a 90%, sendo sete (20,6%) dos rebanhos tratados com cloridrato de
levamisole, seis (17,6%) dos tratados com oxfendazole e 12 (35,3%) dos
tratados com os dois produtos avaliados. Melo et al (2003) observaram que aos
14 dias pós-tratamento 75% dos rebanhos caprinos do Ceará apresentaram
resistência. Rodrigues et al (2007) encontraram eficácia de 96%, 97,1% e
91% aos sete, 14 e 21 dias pós-tratamento em caprinos no sertão paraibano. O
levamisole é um fármaco com espectro de atividade sobre estágios adultos da
maioria dos nematódeos gastrintestinais de ruminantes (Lanusse 1996),
apresentando baixa eficácia na eliminação de formas imaturas (Vieira 1989).
Esta classe de antiparasitários age como agonista colinérgico na membrana
das células da musculatura dos nematódeos. Acredita-se que esta droga e o
seu parceiro natural, a acetilcolina, promova a abertura de um canal catiônico,
formado por cinco subunidades de proteínas (Molento 2004).
Estudos de contração muscular feitos em cepas susceptíveis e
resistentes do nematoda
Caenorhabditis elegans, indicaram que existe menor
quantidade de receptores para o levamisole em vermes resistentes do que nos
susceptíveis. Em cepas mutantes, isto ocorre em uma das subunidades
presentes na região transmembrana. Embora ainda seja necessária muita
pesquisa para esclarecer este processo, suspeita-se que a resistência do
levamisole envolva a perda de sensibilidade contra estes anti-helmínticos na
subunidade do receptor colinérgico do parasita (Molento 2004).
Os resultados encontrados no grupo tratado com levamisole, podem ser
também reflexo do uso indiscriminado desse composto a partir dos resultados
obtidos por Rodrigues et al (2007), sem que houvesse a troca de princípio ativo
tecnicamente recomendado.
As diferenças constatadas pelos autores nos percentuais de eficácia,
provavelmente sejam decorrentes das diferentes pressões de uso destes
princípios ativo em cada região estudada. Buzzulini et al (2007) ao avaliarem a
eficácia anti-helmíntica da associação albendazole, levamisole e ivermectina,
encontraram 99,5 % de eficácia em ovinos naturalmente infectados por
nematódeos gastrintestinais em São Paulo.
Ahmed et al. (2005) compararam a eficácia das formulações
albendazole, levamisole e ivermectina em ovinos naturalmente infectados e
obtiveram índices de 84,2%, 77,6% e 40%, respectivamente. Estes resultados
34
indicam a resistência das populações parasitárias aos diferentes grupos
químicos utilizados, incluindo as lactonas macrocíclicas, um dos mais
modernos e eficazes antiparasitários existentes.
Durante os períodos de estudo foram identificadas às presenças dos
gêneros:
Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides
(Quadros 3 e 4). Observa-se que o gênero Haemonchus esteve presente em
maior porcentagem em todos os grupos tratados neste estudo, independente
da época. Resultados semelhantes foram encontrados por Rodrigues et al
(2007) no sertão paraibano, onde encontraram o gênero
Haemonchus, seguido
de
Bunostomum, Trichostrongylus e Oesophagostomum mesmo após os
tratamentos. Pereira et al (2008) encontraram o gênero
Haemonchus com a
segunda maior porcentagem nos grupos controle e albendazole, e como o
único encontrado no grupo da ivermectina. Provavelmente, esse nematódeo
desenvolve resistência mais rapidamente devido ao seu alto potencial biótico
(Echevarria & Trindade 1989), grande variabilidade genética e por albergar o
alelo que causa a diminuição da susceptibilidade a uma droga (Blackhall et al.
1998).
Nos caprinos tratados com o albendazole observou-se a presença dos
gêneros
Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides,
resultados também encontrados por Pereira et al (2008) no estado do Rio
Grande do Norte com caprinos,mas que não se assemelham ao de Rodrigues
et al (2007) que encontraram apenas
Haemonchus em 100% nos caprinos
estudados no estado da Paraíba.
Os animais que foram tratados com a ivermectina apresentaram larvas
do gênero
Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides.
Pereira et al (2008) encontraram apenas Haemonchus em 100% dos caprinos
estudados. Rodrigues et al (2007) na Paraíba encontraram apenas
Haemonchus e Bunostomum aos 21 dias após tratamento.
Os parasitos presentes em animais tratados com levamisole
apresentaram larvas do gênero
Haemonchus, Trichostrongylus,
Oesophagostomum
e Strongyloides. Pereira et al (2008) encontraram
Haemonchus, Trichostrongylus. e Oesophagostomum. Buzzulini, et al (2007),
testando a associação albendazole, levamisole e ivermectina, conseguiram
reduzir em 93,2 % de
Haemonchus contortus, 99,9 % de Trichostrongylus
35
colubriformis e 100 % de Cooperia , Strongylus, Oesophagostomum e Trichuris,
em ovinos na região de Jaboticabal em São Paulo.
As larvas em baixas temperaturas sobrevivem por longos períodos
devido ao seu baixo metabolismo e reservas energéticas, assim como a
umidade é também um fator importante para a sobrevivência das mesmas
(Arosemena et al 1999).
De acordo com os resultados obtidos através dos questionários,
observou-se que dentre as 8 propriedades estudadas, em 6 (75%) delas a
vermifugação dos animais é realizada semestralmente e que, entre os
princípios ativos mais utilizados, destacou-se a ivermectina representando
87,5% (7) do total de propriedades. Observou-se ainda que em apenas 5
(62,5%) destas propriedades a troca de princípios ativos destes fármacos é
realizada com a periodicidade de 3 em 3 meses (1), 6 em 6 meses (2) e a cada
12 meses (2).
É provável que o aparecimento da resistência tenha decorrido do uso
incorreto dos medicamentos, que se recomenda vermifugações a cada 3
meses ou de acordo com resultados de exames de OPG realizados nos
animais. Outro fator importante que pode ter colaborado para o rápido
desenvolvimento da resistência, foi a rápida rotação dos produtos e a utilização
do mesmo principio ativo, pois, segundo Molento (2004), a rotação rápida de
bases químicas acelera o processo da resistência e em caprinos é
recomendado o uso de, no mínimo, 1 ano para então ser realizada a troca.
Diante dos resultados obtidos, observou-se o grave problema por que
passa a cadeia produtiva da caprinocultura, tanto pelo uso indiscriminado de
anti-helmínticos, como pelo próprio aparecimento de resistências. Esses
resultados apresentam conseqüências como aumento dos custos de produção,
queda na produção animal e o mais grave, a falta de um produto químico para
o controle dos nematódeos gastrintestinais.
36
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos indicam que os nematódeos gastrintestinais de
caprinos no cariri paraibano não são sensíveis aos princípios ativos
albendazole, levamisole e ivermectina.
O gênero
Haemonchus é o parasita menos sensível a todos os
princípios ativos testados.
Agradecimentos.- Ao Instituto Nacional do Semiárido pelo total apoio, incentivo e
compreensão oferecido durante a realização deste trabalho, ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo apoio financeiro e a Associação dos
Ovinocaprinocultores do Cariri Ocidental Paraibano pelo apoio ao desenvolvimento
desse trabalho.
REFERÊNCIAS
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Zar, J. H. 1999. Biostatistical Analysis. Prentice Hall, Upper Saddle River, New
Jersey, 663.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
j
a
n/0
9
fev
/
09
mar
/
09
abr/
0
9
mai/09
j
u
n
/09
j
u
l
/09
a
g
o
/
0
9
Mês/Ano
Pecipitação mm
Chuva Acumul. Mensal
Chuva Esperada Mensal
(Normal Climatogica)
Fig.1 Chuvas mensais e esperadas durante os meses de janeiro a agosto de
2009
Fonte: Dados INMET.
40
Quadro 1. Média da redução do número de ovos por grama de fezes (OPG) de
nematódeos gastrintestinais e percentuais médios da eficácia de
drogas anti-helmínticas em caprinos na região do Cariri Paraibano
em diferentes períodos de observação durante a época seca.
Anti-
helmíntico
Parâmetros
OPG
(dia0)
OPG
(dia7)
Eficácia
(%)
OPG
(dia14)
Eficácia
(%)
OPG
(dia21)
Eficácia
(%)
Controle 772,22 900,00
a
- 425,00
a
- 597,14
a
-
Albendazole 750,00 347,22
c
61,0 % 380,00
b
11,0 % 451,43
b
24,0 %
Ivermectina 552,78
769,44
b
14,0 % 127,78
c
70,0 % 202,78
c
66,0 %
Levamisole 688,89
102,78
d
89,0 % 88,89
d
79,0 % 161,11
c
73,0 %
Médias seguidas de letras diferentes nas colunas diferem entre si (p < 0,05)
41
Quadro 2. Média da redução do número de ovos por grama de fezes (OPG) de
nematódeos gastrintestinais e percentuais médios da eficácia de
drogas anti-helmínticas em caprinos na região do Cariri Paraibano
em diferentes períodos de observação durante a época chuvosa.
Anti-
helmíntico
Parâmetros
OPG
(dia0)
OPG
(dia7)
Eficácia
(%)
OPG
(dia14)
Eficácia
(%)
OPG
(dia21)
Eficácia
(%)
Controle 963,33 1526,67
a
- 1879,31
a
- 1434,48
a
-
Albendazole 990,00 683,33
a
55,0 % 1610,00
a
14,0 % 1260,00
a
12,0 %
Ivermectina 983,33 358,62
b
76,0 % 634,48
b
34,0 % 413,79
b
71,0 %
Levamisole 1490,00
370,00
b
76,0 % 586,67
b
69,0 % 466,67
b
67,0 %
Médias seguidas de letras diferentes nas colunas diferem entre si (p < 0,05)
42
Quadro 3. Número de larvas de helmintos observadas por intervalo de sete dias, em fezes de caprinos na região do Cariri
Paraibano após tratamento anti-helmíntico durante a época seca.
Gêneros
Controle (%) Albendazole (%) Ivermectina (%) Levamisole (%)
0 07 14 21 0 07 14 21 0 07 14 21 0 07 14 21
Haemonchus 75 77 75 75 77 78 80 81 75 75 79 78 80 78 79 80
Trichostrongylus 15 16 13 15 15 16 14 16 17 15 15 16 17 17 15 13
Oesophagostomum 9 7 10 8 6 6 5 1 7 9 5 6 1 5 6 6
Strongyloides 1 0 2 2 2 0 1 2 1 1 1 0 2 0 0 1
43
Quadro 4. Número de larvas de helmintos observadas por intervalo de sete dias, em fezes de caprinos na região do Cariri
Paraibano após tratamento anti-helmíntico durante a época chuvosa.
Gêneros
Controle (%) Albendazole (%) Ivermectina (%) Levamisole (%)
0 07 14 21 0 07 14 21 0 07 14 21 0 07 14 21
Haemonchus 79 80 83 74 94 81 78 94 73 76 87 70 78 96 90 82
Trichostrongylus 12 16 7 13 3 9 14 5 23 15 6 22 12 4 10 10
Oesophagostomum 2 1 6 13 0 4 4 1 4 9 6 4 4 0 0 7
Strongyloides 7 3 4 0 3 6 4 0 0 0 1 4 6 0 0 1
44
4- CONCLUSÕES GERAIS
Os parasitas nematódeos gastrintestinais de caprinos no cariri paraibano
apresentam pouca sensibilidade aos fármacos Albendazole, Levamisole e Ivermectina
independente da estação climática.
Dentre os nematódeos gastrintestinais observados no cariri paraibano o gênero
Haemonchus apresenta uma menor sensibilidade a todos os fármacos utilizados.
45
ANEXO I
46
QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO
1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTOR
Nome : ________________________________________________________________
Endereço : _____________________________________________________________
Rua : __________________________________________________________________
Cidade : _______________________ CEP: ______________________________
Telefone de Contato : ____________ Com : ______________________________
Reside na Propriedade : ( ) Sim ( ) Não
Município da Propriedade : ________________________________________________
Mesorregião : ___________________ Microrregião: _________________
Filiado à : ______________________________________________________________
Idade: _________________________________________________________________
2. REBANHO
Ano de Início da Criação : _________________________________________________
Motivo para Iniciar a Criação : _____________________________________________
Origem do Rebanho Base : ( ) ImportadoPaís : ______________________________
( ) Nacional Estado : ____________________________
Tipo de Exploração :
( ) Carne ( ) Leite ( ) Mista
Tipo de Criação :
( ) Intensiva ( ) Semi-intensiva ( ) Extensiva
Espécies que Cria :
( ) Caprina ( ) Ovina ( ) Outras ______________
Origem dos Reprodutores :
( ) Comprados ( ) Trocados ( ) Emprestados
Participa de Feiras de Animais ?
( ) Não ( ) Sim Onde ? _________________
Composição de Rebanhos Caprino e Ovino :
Caprinos - Raça/ Tipo Racial
Anglo -
Nubiana
Toggemburg British.
Alpine
Saanen Alpina Boer Mestiça SRD Outra Rebanho
Total
Outra: _________________________________________________________________
3. IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
Área ( ha ) : ____________________________________________________________
Tipo de Aprisco :
( ) Chão Batido ( ) Ripado ( ) Cimentado ( ) Outro
Pastagem :
( ) Natural ( ) Artificial ( ) Ambas
Área de Pastagem :
Natural : __________ ha Artificial : __________ ha
Tipo de Pastagem Artificial : _______________________________________________
Finalidade da Pastagem Artificial :
( ) Feno ( ) Silagem ( ) Pastoreio Direto
( ) Suplementação à Cocho
Possui Reserva de Mata Nativa : ( ) Não ( ) Sim
Área da Reserva : ______________ ha
47
Possui Cercas Limítrofes ? ( ) Não ( ) Sim
Possui Cercas de Divisão de Cercados ? ( ) Não ( ) Sim
Alimentação :
( ) Pasto ( ) Silagem ( ) Feno ( ) Palma
( ) Capim de Corte ( ) Concentrado Industrial
( ) Outro ____________________________________________
Mineralização :
( ) Não ( ) Sim ( ) Qual : __________________________
Sala de Processamento de Leite :
( ) Não ( ) Sim ( ) Tipo : __________________________
Destino do Leite :
( ) Consumo ( ) Venda
A Comercialização é Feita :
( ) In Natura ( ) Congelado ( ) Subprodutos ( ) Em Pó
( ) Longa Vida
Local de Comercialização :
( ) Mesmo Município ( ) Em Outro Município ______________
Fabricação de Subprodutos :
( ) Queijo ( ) Iorgute ( ) Doce de leite ( ) Sorvete
( ) Outro _______________________________________________________
Acompanhamento Técnico : ( ) Não ( ) Sim
Profissional que Realiza o Acompanhamento :
( ) Veterinário ( ) Zootecnista ( ) Engenheiro Agrônomo
( ) Técnico em Agropecuária ( ) ADR
Freqüência de Acompanhamento Técnico :
( ) Semanal ( ) Quinzenal( ) Mensal ( ) Semestral
( ) Só Quando Necessita
Tipo de Acompanhamento :
( ) Privado ( ) Público
a. MANEJO SANITÁRIO
Vermifugação :
( ) Não ( ) Sim Freqüência : ___________________
Produto(s) Utilizado(s) : __________________________________________________
Freqüência de utilização: __________________________________________________
Faz em período estratégico: ________________________________________________
Alterna o produto utilizado na Vermifugação ?
( ) Não ( ) Sim Periodicidade : _________________
Gasto médio com vermífugos: ______________________________________________
Práticas zoosanitárias adotadas com freqüência :
( ) Administração do Colostro
( ) Vermifugação
( ) Permanência Mínima de 12 Horas Após a Vermifugação no Curral
( ) Desinfecção do Curral após Vacinação e Vermifugação
( ) Troca Anual do Vermífugo
( ) Faz Uso de Esterqueiras
( ) Vermífuga os Animais Recém Chegados na Propriedade
( ) Faz Quarentenário Mesmo dos Animais da Propriedade Após Feiras
( ) Separa Animais Jovens de Adultos
( ) Separa Machos de Fêmeas
48
( ) Faz Descanso de Pastagens
( ) Enterra ou Crema Animais Mortos com Morte Natural
( ) Os Diagnósticos São Feitos por Técnicos
( ) Isola Animais Doentes
( ) Possui Piquete Maternidade
( ) Faz Aleitamento Artificial
( ) Adota e Cumpre Calendário Profilático
Mortalidade: ____________________________________________________________
Vacinas
Doença Freqüência
Exames Laboratoriais
Doença Não Sim Observação Periodicidade
Coprológico
b. MANEJO DAS CRIAS
Identificação do Rebanho : ( ) Não ( ) Sim
Tipo de Marcação : ( ) Brinco ( ) Tatuagem
( )Medalha ( ) Corte na Orelha
( ) Outro ______________________________________
Tipo de Colostro Dado às Crias :
( ) De Vaca ( )De Cabra ( ) Artificial
Tratamento do Colostro :
( ) In Natura ( ) Pasteurizado ( ) Termizado
Possui Banco de Colostro ?
( ) Não ( ) Sim
Aleitamento :
( ) Natural ( ) Artificial
Leite Utilizado no Aleitamento :
( ) De Cabra ( ) De Vaca ( ) De Soja ( ) Artificial
( ) Outro ______________________________________________________________
c. PRODUÇÃO DE LEITE
Tipo de Ordenha : ( ) Manual ( ) Mecânica
Número de Ordenhas por Dia : ( ) 1 ( ) 2
( ) Mais de 2
Produção diária: _________________________________________________________
Produção média por animal: _______________________________________________
Preço médio do litro de leite vendido: R$ ________________
Local da Ordenha : ( ) Sala ( ) Baia ( ) Curral
Higienização da Sala e/ou Equipamento :
( ) Não ( ) Sim Produto : ___________________________
Faz Linha de Ordenha ?
( ) Não ( ) Sim
49
Limpeza das Mãos e Úbere :
( ) Não ( ) Sim Produto : ___________________________
Imersão das Tetas Após Ordenha :
( ) Não ( ) Sim Produto : ___________________________
Tratamento Preventivo de Mamites em Cabras Secas :
( ) Não ( ) Sim Produto : ___________________________
Critério de Secagem da Cabra :
( ) Baixa Produção ( ) Período de Lactação
( ) Período de Gestação ( ) Outro
Período Médio de Lactação : _____________________ dias
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:
50
NORMAS DA REVISTA PESQUISA VETERINÁRIA BRASILEIRA
51
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Os trabalhos para submissão devem ser enviados por via eletrônica, através
dos e-mails <jurgen@ufrrj.br> ou [email protected], com os arquivos de texto na
versão mais recente do Word. Havendo necessidade (por causa de figuras
“pesadas”), podem ser enviados em CD pelo correio, com uma via impressa, ao Dr.
Jürgen Döbereiner, Revista PESQUISA VETERINÁRIA BRASILEIRA, Caixa
Postal 74.591, Seropédica, RJ 23890-000.
Devem constituir-se de resultados de
pesquisa ainda não publicados e não considerados para publicação em outra revista.
NOTE: Para abreviar sua tramitação e aceitação, os trabalhos sempre
devem ser submetidos conforme as normas de apresentação da revista
(www.pvb.com.br) e o modelo em Word (PDF anexo). Os originais submetidos fora
das normas de apresentação, serão devolvidos aos autores para a devida
adequação.
Apesar de não serem aceitas comunicações (Short communications) sob
forma de “Notas Científicas”, não limite mínimo do número de páginas do trabalho
enviado, que deve, porém, conter pormenores suficientes sobre os experimentos ou a
metodologia empregada no estudo.
Embora sejam de responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos
nos trabalhos, o Conselho Editorial, com a assistência da Assessoria Científica, reserva-
se o direito de sugerir ou solicitar modificações aconselháveis ou necessárias. Os
trabalhos submetidos são aceitos através da aprovação pelos pares (
peer review).
1. Os trabalhos devem ser organizados, sempre que possível, em Título,
ABSTRACT, RESUMO, INTRODUÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS,
RESULTADOS, DISCUSSÃO, CONCLUSÕES (
ou combinação destes dois
últimos
), Agradecimentos e REFERÊNCIAS:
a) o Título do artigo deve ser conciso e indicar o conteúdo do trabalho;
pormenores de identificação científica devem ser colocados em MATERIAL E
MÉTODOS.
b) O(s)
Autor(es) deve(m) sistematicamente encurtar os nomes, tanto para
facilitar sua identificação científicas, como para as citações bibliográficas. Em muitos
casos isto significa manter o primeiro nome e o último sobrenome e abreviar os demais
sobrenomes:
Paulo Fernando de Vargas Peixoto escreve Paulo V. Peixoto ou Peixoto P.V.;
Franklin Riet-Correa Amaral escreve Franklin Riet- Correa ou Riet-Correa F.; Silvana
Maria Medeiros de Sousa Silva poderia usar Silvana M.M.S. Silva, inverso Silva
S.M.M.S., ou Silvana M.M. Sousa-Silva, inverso, Sousa-Silva S.M.M., ou mais curto,
Silvana M. Medeiros-Silva, e inverso, Medeiros-Silva S.M.; para facilitar, inclusive, a
moderna indexação, recomenda-se que os trabalhos tenham o máximo de 8 autores;
c) o
ABSTRACT deverá ser apresentado com os elementos constituintes do
RESUMO em português, podendo ser mais explicativos para estrangeiros. Ambos
devem ser seguidos de “INDEX TERMS” ou “TERMOS DE INDEXAÇÃO”,
respectivamente;
d) o
RESUMO deve apresentar, de forma direta e no passado, o que foi feito e
estudado, indicando a metodologia e dando os mais importantes resultados e
conclusões. Nos trabalhos em inglês, o título em português deve constar em negrito e
entre colchetes, logo após a palavra RESUMO;
e) a
INTRODUÇÃO deve ser breve, com citação bibliográfica específica sem
que a mesma assuma importância principal, e finalizar com a indicação do objetivo do
trabalho;
52
f) em
MATERIAL E MÉTODOS devem ser reunidos os dados que permitam a
repetição do trabalho por outros pesquisadores. Na experimentação com animais, deve
constar a aprovação do projeto pela Comissão de Ética local;
g) em
RESULTADOS deve ser feita a apresentação concisa dos dados obtidos.
Quadros devem ser preparados sem dados supérfluos, apresentando, sempre que
indicado, médias de várias repetições. É conveniente, às vezes, expressar dados
complexos por gráficos (Figuras), ao invés de apresentá-los em Quadros extensos;
h) na
DISCUSSÃO devem ser discutidos os resultados diante da literatura. Não
convém mencionar trabalhos em desenvolvimento ou planos futuros, de modo a evitar
uma obrigação do autor e da revista de publicá-los;
i) as
CONCLUSÕES devem basear-se somente nos resultados apresentados no
trabalho;
j)
Agradecimentos devem ser sucintos e não devem aparecer no texto ou em
notas de rodapé;
k) a Lista de
REFERÊNCIAS, que incluirá a bibliografia citada no trabalho
e a que tenha servido como fonte para consulta indireta, deverá ser ordenada
alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor, registrando-se os nomes de todos os
autores, em caixa alta e baixa (colocando as referências em ordem cronológica quando
houver mais de dois autores), o título de cada publicação e, abreviado ou por extenso (se
tiver dúvida), o nome da revista ou obra, usando as instruções do “Style Manual for
Biological Journals” (American Institute for Biological Sciences), o “Bibliographic
Guide for Editors and Authors” (American Chemical Society, Washington, DC) e
exemplos de fascículos já publicados (www.pvb.com.br).
2. Na elaboração do texto deverão ser atendidas as seguintes normas:
a) os trabalhos devem ser submetidos seguindo o exemplo de apresentação de
fascículos recentes da revista e do modelo constante do site sob “Instruções aos
Autores” (www.pvb.com.br).
O texto deve ser corrido e não deve ser formatado em
duas colunas, com as legendas das figuras e os Quadros no final (logo após as
REFERÊNCIAS). As Figuras (inclusive gráficos) devem ter seus arquivos fornecidos
separados do texto. Quando incluídos no texto do trabalho, devem ser introduzidos
através da ferramenta “Inserir” do Word; pois imagens copiadas e coladas perdem as
informações do programa onde foram geradas, resultando, sempre, em má qualidade;
b) a redação dos trabalhos deve ser concisa, com a linguagem, tanto quanto
possível, no passado e impessoal; no texto, os sinais de chamada para notas de rodapé
serão números arábicos colocados em sobrescrito após a palavra ou frase que motivou a
nota. Essa numeração será contínua por todo o trabalho; as notas serão lançadas ao
da página em que estiver o respectivo sinal de chamada. Todos os Quadros e todas as
Figuras serão mencionados no texto. Estas remissões serão feitas pelos respectivos
números e, sempre que possível, na ordem crescente destes. ABSTRACT e RESUMO
serão escritos corridamente em um parágrafo e não deverão conter citações
bibliográficas.
c)
no rodapé da primeira página deverá constar endereço profissional
completo de todos os autores e o e-mail do autor para correspondência;
d) siglas e abreviações dos nomes de instituições, ao aparecerem pela primeira
vez no trabalho, serão colocadas entre parênteses e precedidas do nome por extenso;
e) citações bibliográficas serão feitas pelo sistema “autor e ano”; trabalhos de
dois autores serão citados pelos nomes de ambos, e de três ou mais, pelo nome do
primeiro, seguido de “et al.”, mais o ano; se dois trabalhos não se distinguirem por esses
elementos, a diferenciação será feita através do acréscimo de letras minúsculas ao ano,
em ambos.
Trabalhos não consultados na íntegra pelo(s) autor(es), devem ser
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diferenciados, colocando-se no final da respectiva referência, “(Resumo)” ou
“(Apud Fulano e o ano.)”; a referência do trabalho que serviu de fonte, será
incluída na lista uma vez
. A menção de comunicação pessoal e de dados não
publicados é feita no texto somente com citação de Nome e Ano, colocando-se na lista
das Referências dados adicionais, como a Instituição de origem do(s) autor(es). Nas
citações de trabalhos colocados entre parênteses,
não se usará vírgula entre o nome
do autor e o ano, nem ponto-e-vírgula após cada ano
; a separação entre trabalhos,
nesse caso, se fará apenas por vírgulas, exememplo: (Christian & Tryphonas 1971,
Priester & Haves 1974, Lemos et al. 2004, Krametter-Froetcher et. al. 2007);
f) a Lista das
REFERÊNCIAS deverá ser apresentada isenta do uso de caixa
alta
, com os nomes científicos em itálico (grifo), e sempre em conformidade com o
padrão adotado nos últimos fascículos da revista
, inclusive quanto à ordenação de
seus vários elementos.
3. As Figuras (gráficos, desenhos, mapas ou fotografias) originais devem ser
preferencialmente enviadas por via eletrônica.
Quando as fotos forem obtidas através
de câmeras digitais (com extensão “jpg”), os arquivos deverão ser enviados como
obtidos (sem tratamento ou alterações). Quando obtidas em papel ou outro suporte,
deverão ser anexadas ao trabalho, mesmo se escaneadas pelo autor. Ness
e caso, cada
Figura será identificada na margem ou no verso, a traço leve de lápis, pelo respectivo
número e o nome do autor; havendo possibilidade de dúvida, deve ser indicada a parte
inferior da figura pela palavra “pé”. A chave das convenções adotadas será incluída
preferentemente, na área da Figura; evitar-se-á o uso de título ao alto da figura.
Fotografias deverão ser apresentadas preferentemente em preto e branco, em papel
brilhante, ou em diapositivos (“slides”). Para evitar danos por grampos, desenhos e
fotografias deverão ser colocados em envelope.
Na versão online, fotos e gráficos poderão ser publicados em cores; na versão
impressa, somente quando a cor for elemento primordial a impressão das figuras poderá
ser em cores.
4. As legendas explicativas das Figuras conterão informações suficientes para
que estas sejam compreensíveis, (até certo ponto autoexplicatívas , com independência
do texto) e
serão apresentadas no final do trabalho.
5.
Os Quadros deverão ser explicativos por si mesmos e colocados no final do
texto
. Cada um terá seu título completo e será caracterizado por dois traços longos, um
acima e outro abaixo do cabeçalho das colunas; entre esses dois traços poderá haver
outros mais curtos, para grupamento de colunas
. Não traços verticais. Os sinais de
chamada serão alfabéticos, recomeçando, se possível, com “a
em cada Quadro; as
notas serão lançadas logo abaixo do Quadro respectivo, do qual serão separadas por um
traço curto à esquerda.
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