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INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL
RESÍDUO DE MINERAÇÃO DE AREIA NA PRODUÇÃO
DE MUDAS DE PUPUNHEIRA
VALÉRIA AUGUSTA GARCIA
Orientadora: Ana Maria Magalhães Andrade Lagôa
Co-orientadora: Valéria Aparecida Modolo
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre
em Agricultura Tropical e Subtropical
Área de Concentração em Tecnologia de
Produção Agrícola.
Campinas, SP
Abril 2009
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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do
Instituto Agronômico
G216r Garcia, Valéria Augusta
Resíduo de mineração de areia na produção de mudas de pupunheira../
Valéria Augusta Garcia. Campinas, 2009. 62 fls
Orientadora: Ana Maria Magalhães Andrade Lagôa
Co-orientadora: Valéria Aparecida Modolo
Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Produção Agrícola)
– Instituto Agronômico
1. Pupunha. 2. Pupunha – resíduo 3. Pupunha – Mineração de areia
I. Lagoa, Ana Maria Magalhães Andrade II. Modolo, Valéria Aparecida
CDD 584.5
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À minha mãe, Titose Satake, pela sua
coragem e força em tudo que faz, pela sua
luz e seu amor em tudo que toca, dedico
esta dissertação, e também, minha
admiração e gratidão por sempre estar
presente na minha caminhada, tanto
profissional como pessoal,
DEDICO
Ao meu marido, Ademir, por toda a
paciência, cumplicidade e amor. Aos
meus irmãos, Andréa e Júnior, e ao
meu sobrinho, Pedro Henrique, que
tanto me incentivaram e descontraíram,
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
- à Deus acima de tudo;
- À Dra. Marilene Leão Alves Bovi (in memoriam) pelo incentivo e inspiração;
- ao apoio financeiro da AMAVALE (Associação dos Mineradores de Areia do Vale do
Ribeira), em especial ao engenheiro de minas Marcílio Massami Nagaoka por acreditar
na viabilidade deste trabalho;
- aos diretores, colegas pesquisadores e funcionários do Pólo Regional do Vale do
Ribeira - APTA, em especial ao Sr. Nemésio, Zé Maruyama e Sr. Toninho, pela
disposição e colaboração ao longo do trabalho;
- À pesquisadora, Dra. Ana Maria Magalhães Andrade Lagôa, pela orientação, apoio e
valiosas recomendações;
- À pesquisadora, Dra. Valéria Aparecida Modolo pela incessante infusão de ânimo e
pelos “puxões de orelha”, pela sua contribuição absoluta e incondicional;
- À pesquisadora, Dra. Maria Luiza Sant’Anna Tucci pelos ensinamentos e pelo
convívio sempre tão cheio de luz;
- aos amigos da turma do mestrado: Cláudia, Rebeca e Zé, pelo companheirismo e
amizade;
- à Dra. Mônica Ferreira de Abreu, Tânia Maria Nicoletti, Dra. Adriana Parada Dias da
Silveira e Rosana Gierts Gonçalves
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos
e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico, pela colaboração na realização das
análises e pelas sugestões;
- funcionários da PG-IAC por todo apoio e auxílio antes, durante e após a conclusão do
curso;
- À todos que de várias maneiras contribuíram para o meu conhecimento técnico e
formação profissional durante o transcorrer do curso.
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ vi
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................ vii
RESUMO ...................................................................................................................... x
ABSTRACT ................................................................................................................. xii
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 01
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 02
2.1 A Pupunheira .............................................................................................. 02
2.2 Formação de Mudas de Pupunheira ............................................................ 05
2.3 Substrato para formação de mudas.............................................................. 07
2.3.1 Propriedades físicas .......................................................................... 09
2.3.2 Propriedades químicas ...................................................................... 11
2.4 Materiais Utilizados como Substrato .......................................................... 12
2.4.1 Casca de arroz carbonizada .............................................................. 12
2.4.2 Resíduo de mineração de areia ......................................................... 13
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 15
3.1 Local do Experimento ................................................................................. 15
3.2 Área Experimental ...................................................................................... 15
3.3 Caracterização dos Substratos .................................................................... 16
3.3.1 Resíduo de mineração de areia ......................................................... 16
3.3.2 Casca de arroz carbonizada .............................................................. 21
3.4 Instalação do Experimento e Delineamento Experimental.......................... 23
3.5 Tratos Culturais............................................................................................ 25
3.6 Análises Físicas e Químicas......................................................................... 25
3.7 Avaliação do Desenvolvimento Vegetativo ................................................ 29
3.8 Avaliação de Trocas Gasosas ...................................................................... 30
3.9 Avaliação dos Valores SPAD ..................................................................... 31
3.10 Análise Estatística ..................................................................................... 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 31
4.1 Características dos Substratos ..................................................................... 31
4.1.1 Propriedades físicas .......................................................................... 31
4.1.2 Propriedades químicas ...................................................................... 35
4.2 Crescimento Vegetativo .............................................................................. 36
4.2.1 Diâmetro da haste no nível do coleto................................................ 36
4.2.2 Altura da haste .................................................................................. 38
4.2.3 Número de folhas e comprimento de ráquis..................................... 41
4.2.4 Altura Total ...................................................................................... 44
4.2.5 Comprimento de raízes ..................................................................... 45
4.2.6 Produção de massa da matéria seca .................................................. 46
4.2.7 Trocas gasosas e valores SPAD ....................................................... 49
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 51
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 52
7 ANEXOS ................................................................................................................... 61
7.1 Anexo I ........................................................................................................ 62
INDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Análises químicas do resíduo de mineração de areia (RA) oriundo
do porto de areia Porto Seguro situado às margens do Rio Ribeira de
Iguape, Registro (SP)........................................................................... 17
Tabela 2 - Análises físicas e classificação textural do resíduo de mineração de
areia (RA) oriundo do porto de areia Porto Seguro situado às
margens do Rio Ribeira de Iguape, Registro (SP)................................ 18
Tabela 3 - Concentrações de elementos observadas no resíduo de mineração de
areia (RA) em amostra bruta, ensaio de lixiviação e ensaio de
solubilidade, e os limites máximos (L.M.), de acordo com a ABNT
NBR 10.004/2004, para a classificação do resíduo............................... 20
Tabela 4 - Análises químicas da casca de arroz carbonizada (CA) utilizada na
composição dos substratos do experimento. Pariquera-açu (SP).......... 22
Tabela 5 - Análises da casca de arroz carbonizada (CA) utilizada como parte
dos substratos do experimento.............................................................. 23
Tabela 6 - Análises físicas dos substratos que formam os tratamentos: 1 = 1
resíduo de mineração de areia (RA); 2 = 3 RA:1 casca de arroz
carbonizado (CA); 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA: 3 CA; 5 = padrão (3
latossolo amarelo podzólico álico: 1 esterco de búfalo curtido)............ 32
Tabela 7 - Análise química dos substratos, que formam os tratamentos: 1 = 1
resíduo de mineração de areia (RA); 2 = 3 RA:1 casca de arroz
carbonizado (CA); 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA: 3 CA; 5 = padrão (3
latossolo amarelo podzólico álico: 1 esterco de búfalo curtido)
antes da adubação química.................................................................... 35
ii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Aspecto interno do viveiro e das bancadas onde se instalou o
experimento. Pariquera-açu (SP). Setembro de 2007...................... 16
Figura 2 - Análise granulométrica do resíduo de mineração de areia (RA)
oriundo do porto de areia Porto Seguro situado às margens do
Rio Ribeira de Iguape, Registro (SP). Argila: particulas
<0,002mm; silte: 0,002 0,053 mm; areia muito fina: 0,053
0,105 mm; areia fina: 0,105 0,21 mm; areia dia: 0,21 0,50
mm; areia grossa: 0,50 – 1,00; areia muito grossa: 1,00 – 2,00
mm................................................................................................... 18
Figura 3 - Estádio de desenvolvimento das plântulas de pupunheira na
repicagem. Pariquera-açu (SP). Setembro de 2007.......................... 24
Figura 4 - Volume de argila (partículas < 0,002 m.m de diâmetro), silte
(partículas de 0,002 - 0,053 m.m Ø) e areia (partículas de 0,053 -
2,00 m.m Ø) nos substratos para a produção de mudas de
pupunheira. Novembro 2008........................................................... 34
Figura 5 - Diâmetro de coleto (A) e taxa de crescimento relativo (TCR) do
diâmetro do coleto (B) de mudas de pupunheira cultivadas nos
substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3
CA; 5 = 3 LA: 1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados
representam médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias
seguidas da mesma letra, dentro do mesmo período (dias),
não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%............. 37
Figura 6 - Altura da haste (A) e taxa de crescimento relativo (TCR) da altura
da haste (B) de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1
= 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1
LA: 1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam
médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. dias seguidas da
mesma letra, dentro do mesmo período (dias), não diferem
significativamente pelo teste de Tukey a 5%.................................. 40
Figura 7 - Número de folhas de mudas de pupunheira cultivadas nos
substratos1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3
CA; 5 = 1 LA: 1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados
representam médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias
seguidas da mesma letra, dentro do mesmo período (dias), não
diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%...................... 42
Figura 8 - Comprimento da quis foliar +1,+ 2 e +3 de mudas de pupunheira
cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1
CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1 LA: 1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os
resultados representam médias de 4 plantas e as barras o erro
iii
padrão. Médias seguidas da mesma letra, entre as colunas de
mesma cor, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a
5%....................................................................................................... 44
Figura 9 - Altura total de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1 =
1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1 LA:
1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam médias de
4 plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma
letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.......... 45
Figura 10 - Comprimento das três maiores raízes (1, 2 e 3) de mudas de
pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3
= 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1 LA: 1 EC, em Pariquera-açu
(SP). Os resultados representam médias de 4 plantas e as barras o
erro padrão. Médias seguidas da mesma letra, entre colunas da
mesma cor, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a
5% ...................................................................................................... 46
Figura 11 - Massa seca da parte aérea e do sistema radicular (A) e média e erro
padrão da relação massa seca da parte aérea: massa seca do sistema
radicular (B) de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1
= 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1
LA: 1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam
médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas da
mesma letra, entre colunas da mesma cor, não diferem
significativamente pelo teste de Tukey a 5%.....................................
47
Figura 12 - Valores de assimilação de CO
2
(A), condutância estomática (B),
transpiração (C) e unidades SPAD (D) de folhas de mudas de
pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3
= 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 1 LA: 1 EC, em Pariquera-açu
(SP), 2008. Os resultados representam médias de 3 plantas e as
barras o erro padrão. Médias seguidas de letras iguais na coluna
são consideradas estatisticamente iguais, ao nível de 5% de
probabilidade, pelo teste de Tukey.................................................... 49
iv
GARCIA, Valéria Augusta. Resíduo de mineração de areia na produção de mudas
de pupunheira. 2009. 62p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Produção
Agrícola) – Pós-Graduação – IAC.
RESUMO
A cultura da pupunheira vem se expandindo no Brasil e principalmente no
Estado de São Paulo para a obtenção de palmito. A formação de mudas é uma das fases
primordiais na produção de pupunheiras, já que mudas de qualidade geram menor
estresse à planta quando transplantada a campo, além de acelerar seu crescimento
levando a maior precocidade na produção. O substrato é um dos fatores que mais
influenciam na qualidade final da muda, assim é crescente a demanda por materiais que
apresentem características químicas e físicas adequadas, sejam disponíveis na região e
tenham baixo custo ao produtor. A região do Vale do Ribeira (SP) apresenta diversas
empresas de extração de areia em leito de rio, que geram além de areia, resíduos
classificados como grosso (pedras, madeira, galhos) e fino (partículas menores que 2,0
mm). O resíduo fino é depositado em áreas próximas ao local de processamento,
tornando-se um passivo ambiental. Com o objetivo de avaliar a viabilidade do uso do
resíduo fino de mineração de areia, da extração no Rio Ribeira de Iguape/SP, como
componente de substratos para produção de mudas de pupunheira foi conduzido um
experimento no Pólo Regional do Vale do Ribeira APTA, no município de Pariquera-
açu/SP, entre setembro de 2007 e abril de 2008. O experimento constou de cinco
tratamentos, sendo quatro com diferentes proporções de resíduo de mineração de areia e
casca de arroz carbonizada (RA:CA): 1:0, 3:1, 1:1 e 1:3, e um substrato padrão
composto por latossolo amarelo podzólico álico e esterco de búfalo curtido (LA:EC) na
proporção 3:1. Utilizou-se o delineamento experimental blocos ao acaso com cinco
repetições, com 10 mudas por parcela. A repicagem foi realizada inserindo uma plântula
de pupunheira por recipiente (sacos plásticos de polietileno preto de 8x20 cm, volume
1,1L), preenchidos com os diferentes substratos. As mudas foram mantidas em
ambiente protegido. Realizaram-se mensalmente avaliações para determinar diâmetro
do coleto, altura da haste e número de folhas. Aos 180 dias da repicagem avaliaram-se a
dinâmica da assimilação de CO
2
, da transpiração, da condutância estomática, bem como
os valores SPAD (Soil Plant Analysis Development) nas folhas. Quando as mudas
encontravam-se prontas para o transplantio, 210 dias após a repicagem, determinaram-
se a altura total, comprimento das três maiores raízes, comprimento da ráquis das folhas
v
+1, +2 e +3, e massa seca da parte aérea e radicular. As plantas em substrato com
mistura do resíduo e casca de arroz carbonizada apresentaram resultados próximos ao
do padrão, e o substrato formado por resíduo de mineração de areia puro não
proporcionou mudas de qualidade. Conclui-se que o resíduo de mineração de areia pode
ter uso no sistema produtivo da pupunheira como componente de substratos para
produção de mudas e a proporção máxima dele deve ser de 75% do volume do
substrato, sempre agregado a outros materiais para que a composição final apresente
densidade seca entre 500 e 800 kg.m
-3
.
Palavras-Chave: Bactris gasipaes Kunth, palmito, pupunha, substrato.
vi
GARCIA, Valéria Augusta. Residue of sand mining in the peach palm seedling
production. 2009. 65p. Dissertation (Master's Degree in Agricultural Production
Technology) – Postgraduate – IAC.
ABSTRACT
Peach palm cultivation has been expanding in Brazil and especially so in the State of
São Paulo, for the heart of palm. Seedling production is one of the most important steps
in peach palm production as quality seedlings reduce the stress on plants caused by their
transplanting to the field. They also promote faster plant growth, resulting in an earlier
production. Since substrate is one of the factors that plays a major role in the final
quality of the seedling, there is a growing demand for materials of appropriate chemical
and physical characteristics, which can be found in the region and at low cost to the
grower. There are several sand mining companies operating in river beds in the Vale do
Ribeira region (SP), which not only produce sand but also residues classified as thick
(stones, wood, branches) and fine (particles smaller than 2.00 mm). The fine residue is
left in areas close to the processing site, damaging the environment. With the aim of
evaluating the viability of the use of that fine residue of sand mining as part of the
substrate for production of peach palm seedlings, this experiment was conducted in the
Polo Regional do Vale do Ribeira APTA, in Pariquera-açu/SP, from September 2007
to April 2008. It consisted of five treatments, four with different ratios of residue of
sand mining and carbonized rice husk (RA:CA): 1:0, 3:1, 1:1, and 1:3, and one standard
substrate composed of alic podzolic yellow latosol and buffalo manure (LA:EC) in the
ratio 3:1. Treatments were arranged in randomized blocks, with five replications of 10
seedlings each. One peach palm plantlet was transplanted per container (1.1L, 8x20cm
black PE bags) filled with the various substrates. Seedlings were kept under a protected
environment. Stem base diameter, seedlings height and number of leaves were
evaluated each month. One hundred and eighty days after the transplanting to bags, the
dynamics of CO
2
assimilation, transpiration rate, stomatal conductance, as well as
SPAD (Soil Plant Analysis Development) values on leaves were evaluated. When
seedlings were ready to be transplanted to the field 210 days after the transplanting to
bags, total height of plant, length of the three longest roots, length of leaf rachis +1, +2 e
+3, and dry mass of aerial part and root were measured. Plants in substrates containing a
mixture of residue and carbonized rice husk showed similar results to those of the
control. Substrate of pure residue of sand mining did not produce any quality seedlings.
vii
The study concluded that residue of sand mining can be employed in the production
system of peach palm as part of the substrates used to produce seedlings. Its maximum
ratio must be 75% of the substrate volume, and always combined with other materials
so that the dry density of the final composition is between 500 and 800 kg.m
-3
.
Keywords: Bactris gasipaes Kunth, heart of palm, pejibaye, substrate
1
1 INTRODUÇÃO
Até o fim da década de 90 o Brasil era considerado o principal produtor,
consumidor e exportador de palmito do mundo (BOVI, 1998a), sendo este extraído
principalmente das palmeiras do gênero Euterpe. A partir daí, o país perdeu a liderança
para o Equador e para a Costa Rica no que diz respeito à exportação, pois esses países
produzem palmito de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth.) tecnicamente manejado e de
qualidade superior. Existe grande expectativa do Brasil retomar a liderança no mercado
externo, haja vista que o cultivo de pupunha tem se expandido nos últimos anos em
diversos Estados, principalmente Bahia, São Paulo e Espírito Santo (SILVA, 2007).
A pupunheira ainda é considerada recente como cultivo comercial e as pesquisas
iniciais são da década de 70 (GERMEK, 1978) no Estado de São Paulo, capitaneadas
pelo Instituto Agronômico (IAC). Porém, com a expansão da cultura a partir da década
de 90 na região do Vale do Ribeira em São Paulo, as demandas sobre as técnicas de
produção aumentaram.
Comparado com outras culturas de importância econômica, poucos trabalhos
científicos foram realizados sobre a pupunheira para produção de palmito, e menos
ainda sobre as necessidades e problemas relacionados à formação de mudas, sendo essa
uma etapa crucial, visto que uma boa formação de plantas em viveiro se reflete no maior
desenvolvimento vegetativo, na precocidade e na sobrevivência em condições de
campo. Muitas são as dúvidas referentes a substratos, volume de recipiente, adubação e
demandas de nutrientes no decorrer do desenvolvimento da muda, durante os 6 a 8
meses que essa permanece no viveiro. No tocante a substratos, buscam-se materiais
regionais que aliem características ideais para a formação de mudas, fácil aquisição e
transporte, que possam otimizar e baratear o processo de produção.
Na região do Vale do Ribeira (SP) o processo de extração de areia de leito de rio
produz mensalmente cerca de 800 de resíduo fino, que de acordo com a Associação
dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira sua destinação final é a deposição em
terrenos próximos ao local de processamento, ocupando a cada dia mais áreas que
poderiam ser destinadas à agricultura ou à preservação ambiental. Além disso, foi
constatado o uso desse resíduo fino em áreas com plantio de bananeira e de pupunheira,
sem critério ou conhecimento do material utilizado.
Além da obtenção de um material alternativo à disposição de produtores e
viveiristas, de fácil e constante disponibilidade e de baixo custo, indicar o uso à grande
2
quantidade de resíduo de mineração de areia produzido, ajudaria a minimizar a
degradação decorrente do seu acúmulo no meio ambiente. Assim, este trabalho teve
como objetivo avaliar a viabilidade do uso do resíduo fino de mineração de areia como
componente de substrato para produção de mudas de pupunheira.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A Pupunheira
O palmito é uma iguaria fina, valiosa e de grande aceitação no mercado, tanto no
Brasil como no exterior (LIMA et al., 1999). De acordo com BOVI (1998b) e BERGO
& LUNZ (2000) o produto comestível é extraído da extremidade superior do estipe de
algumas palmeiras, constituindo-se de folhas jovens e internas ainda em crescimento,
envolvidas por bainhas de folhas adultas.
As palmeiras do gênero Euterpe, juçara (E. edulis) e açaí (E. oleracea) têm sido
as mais utilizadas para a retirada do palmito. Contudo, a exploração dessas espécies
vem ocorrendo em bosques naturais e o cultivo racional de espécies produtoras de
palmito diminuiria a pressão sobre as áreas de ocorrência natural dessas palmeiras
(BERGO & LUNZ, 2000).
Uma espécie considerada como alternativa e que é bem aceita para produção de
palmito é a pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), palmeira nativa da Amazônia que
apresenta rápido crescimento e produz palmito de boa qualidade. Ao contrário da juçara,
pode ser plantada a pleno sol, possibilitando sua instalação em áreas tradicionais de
cultivo (LIMA et al., 1999).
O cultivo da pupunheira com o objetivo de comercializar as hastes de palmito é
uma atividade recente tanto no Brasil quanto no mundo. Em países como a Costa Rica,
essa atividade foi desenvolvida a partir do fim da cada de 70 e no Brasil a partir dos
anos 90 do século passado. Essa nova estratégia de produção aliada à rigorosa legislação
ambiental de proteção às espécies ameaçadas de extinção, caso da palmeira Euterpe
edulis nativa da Mata Atlântica, e à maior fiscalização sanitária, fez com que a produção
de palmito começasse a perder o caráter de atividade extremamente extrativista e a se
transformar em um agronegócio viável (BOVI, 2003; ABOBOREIRA NETO, 2007).
3
Com o crescente interesse dos consumidores, a participação do palmito cultivado sobre
o nativo vem aumentando rapidamente ano a ano.
O maior produtor de pupunheira para palmito é o Estado de São Paulo, com
cerca de 25% do total implantado no país, seguido dos Estados: Espírito Santo,
Rondônia, Pará, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte,
Amazonas, Acre, Paraná, Santa Catarina e outros (BOVI, 2003). Estima-se que a área
de palmito cultivado atualmente no Estado de São Paulo seja superior a 3.900 ha
(ANEFALOS et al., 2007), distribuídos tanto na região litorânea quanto no planalto
paulista.
A região do litoral sul paulista, denominada Vale do Ribeira, é considerada uma
das regiões mais pobres do Estado de São Paulo, sendo o turismo, a mineração e o
agronegócio os principais segmentos da economia regional (GONÇALVES & SOUZA,
2001). A cadeia produtiva do palmito é uma importante fonte da economia regional, da
produção de mudas à industrialização do palmito. Estima-se que haja mais de 450
produtores se dedicando à produção de pupunheira, com aproximadamente 11 milhões
de pés da palmeira (LUPA, 2008). Isso corresponde a cerca de 55% do total produzido
no Estado de São Paulo, sendo uma atividade em franca expansão na região.
De acordo com FONSECA et al. (2002), recentemente a pupunheira tornou-se a
principal fonte de matéria-prima para a exploração racional de palmito, aumentando
consideravelmente as áreas de plantio por todo o Brasil. Esse interesse é consequência
direta das características consideradas vantajosas dessa espécie: precocidade - o
primeiro corte é feito dos 18 aos 24 meses após o plantio em campo, de acordo com as
condições climáticas e tratos culturais; perfilhamento - a pupunheira lança perfilhos que
garantem colheitas consecutivas, sem necessidade de replantio de uma mesma área,
podendo ocorrer desde os seis meses após o plantio ou somente após o corte da planta–
mãe; alta produtividade - a mínima produtividade que pode-se esperar de um hectare de
pupunha é de 5.000 palmitos por ano, sendo que tratos culturais adequados e irrigação
podem dobrar essa produtividade; rusticidade a despeito de sua origem amazônica, a
pupunha vem se desenvolvendo bem em regiões com condições edafoclimáticas
diferentes, como Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; excelente qualidade de palmito - a
qualidade do palmito de pupunha é comparável às espécies tradicionais, com a
vantagem de não oxidar após o corte.
Estudos sobre a importância da pupunheira como alimento e o seu diversificado
potencial de utilização têm sido incentivados por meio de pesquisas realizadas
4
principalmente no Brasil, Colômbia, Peru e Costa Rica. Muitas alternativas para o seu
consumo, além do palmito, podem ser mais bem exploradas, visto que ela pode ser
aproveitada totalmente: a palmeira é empregada em paisagismo; a raiz usada como
vermicida; o estipe como madeira para construção de casas, fortificações, arcos, flechas,
arpões e varas de pescar; as flores masculinas como tempero; as folhas em coberturas
para habitações, tecedura de cestas e outros objetos; os frutos, muito consumidos na
região de origem desde tempos pré-colombianos, consumidos cozidos, além de gerar
uma série de subprodutos industrializados, como farinha e óleo (INPA, 2007).
A pupunha, espécie da família Palmae (Arecaceae), é uma planta perene,
cespitosa (multi-caule) que pode atingir mais de 20 m de altura. O sistema radicular é do
tipo fasciculado, bastante superficial, com 75% das raízes encontradas nos primeiros 20
cm de profundidade, sendo composto por raízes primárias grossas, que se ramificam em
ângulo próximo à 90º, gerando outras mais finas, até quarta ordem. As raízes terciárias e
quartenárias representam os órgãos principais de absorção, que o apresentam pelos
radiculares absorventes. O diâmetro do estipe varia de 15 a 30 cm e o comprimento dos
entrenós de 2 a 30 cm. Os entrenós apresentam numerosos espinhos gidos pretos ou
marrom-escuro, porém, existem mutações sem espinhos, selecionadas pelos ameríndios
em diversas áreas de ocorrência da espécie. O ápice do estipe sustenta uma coroa de 15
a 25 folhas pinadas, com os folíolos inseridos em diferentes ângulos. As folhas tenras
não expandidas, localizadas no centro da coroa, formam o palmito. A pupunheira
floresce quase o ano inteiro, porém com maior intensidade no período de agosto a
dezembro. A maturação de seus frutos ocorre principalmente entre os meses de
dezembro a julho (VANDERMEER, 1977; CLEMENT et al., 1988; TOMLINSON,
1990; SOUZA et al., 1996).
Como é originária de regiões tropicais, a espécie está adaptada a uma ampla
faixa de condições ecológicas nos trópicos, com altas precipitações pluviais e solos
pobres, crescendo melhor quando a precipitação é abundante e podendo ser cultivada
desde o nível do mar até a 800 m de altitude. Embora o cultivo da pupunheira possa ser
implantado nas mais diferentes condições climáticas, seu maior desenvolvimento
vegetativo e maior massa em palmito por planta e por área são obtidos em regiões de
clima quente e úmido com temperatura média anual de 22º C e precipitação acima de
1.600 mm por ano, bem distribuída (BOVI, 1998b).
Do ponto de vista agronômico, ainda não se pode definir variedades de
pupunheira, pois a despeito de existirem características marcantes entre diferentes
5
populações, dentro de uma mesma população são observadas também variações
consideráveis (BOVI et al., 1994). MORA-URPÍ et al. (1997) relataram que na
Amazônia existem pelo menos oito raças primitivas de pupunheiras, e no noroeste dos
Andes pelo menos mais cinco raças. No entanto, o que tem chamado mais a atenção de
pesquisadores e interessados no cultivo para palmito é a pupunheira inerme (sem
espinhos) principalmente advinda de Yurimáguas, Peru (BOVI, 1998b).
2.2 Formação de Mudas de Pupunheira
De acordo com VILLACHICA (1996); MORA-URPI et al. (1997), BOVI,
(1998b) e FONSECA et al. (2001) o cultivo da pupunheira é relativamente simples não
apresentando grandes problemas de pragas e doenças, representando provavelmente
maior dificuldade a escolha das sementes para plantio e a formação de mudas. Porém,
atualmente, devido ao estabelecimento de cultivos comerciais cada vez maiores, os
problemas e exigências aumentaram, sendo requeridos técnicas e cuidados que
anteriormente não se apresentavam. As informações quanto à produção de mudas de
pupunheira ainda são escassas, as normas e padrões ainda são vagos devido à falta de
estudos específicos e muitos fatores importantes não estão devidamente elucidados
(YUYAMA & MESQUITA, 2000).
A formação da muda é uma fase de extrema importância, visto que no geral,
mudas mal formadas e/ou debilitadas podem comprometer o estabelecimento e
desenvolvimento em condições de campo, em alguns casos levando à mortalidade de
plantas (MINAMI, 1995; SOUZA & FERREIRA, 1997; PREVITALLI, 2007).
Na cultura da pupunha, grande parte das perdas ocorre ainda no viveiro,
causadas por um somatório de fatores que merecem destaque, tais como: qualidade
fisiológica e sanitária da semente; tipo de substrato utilizado; falta de experiência em
agricultura que leva à escolha inadequada do local do viveiro; falta de infra-estrutura
básica e ausência de cronograma; economia de mão-de-obra em viveiro e informações
agronômicas incompletas, incorretas ou inadequadas para a situação local (BOVI, 2003;
BOVI et al., 1993).
A formação de mudas de pupunheira é feita, de forma geral, em 2 fases:
germinação das sementes e repicagem para os recipientes.
6
A partir da aquisição de sementes de fornecedores idôneos que garantam sua
procedência, as sementes são semeadas logo após o recebimento, pois, com a
armazenagem, perdem rapidamente sua viabilidade (FONSECA et al., 2001). As
sementes apresentam grande variação de forma, tamanho e massa, encontrando-se de
250 a 500 unidades kg
-1
(BOVI, 1998b). Para a semeadura, utilizam-se germinadores
(canteiros), no sistema tradicional, com 1 m de largura, 15 a 20 cm de altura e
comprimento variável. Entre os substratos utilizados para a semeadura, a serragem de
madeira curtida e areia, ou a mistura de ambos, são os mais recomendados (BOVI,
1998b; FERREIRA, 2005; SILVA, 2007). A semeadura é feita espalhando-se uma
camada uniforme de sementes sobre o substrato e cobrindo-as com 2 a 3 cm do mesmo,
não se utilizando mais de 4 kg de sementes por metro quadrado de germinador. Os
germinadores são regados periodicamente, tomando-se cuidado de não encharcá-los
(BOVI, 1998b).
As sementes germinam tanto em temperatura ambiente (22º C), quanto a 30º C;
temperaturas acima de 4C causam sua morte (VILLALOBOS & HERRERA, 1991;
CLEMENT & DUDLEY, 1995). O tempo de germinação varia, iniciando a partir de 40
dias da semeadura, podendo ir até o sexto mês, quando aproximadamente 70% das
sementes germinam. A partir desse período, as plântulas são descartadas, pois poderão
originar indivíduos com baixo potencial de desenvolvimento e produtivo (BOVI, 1998b;
SILVA, 2007). A germinação é do tipo adjacente ligulada, com a plântula se
desenvolvendo próximo à semente (FERREIRA, 2005).
Há controvérsia sobre o estádio ideal da plântula para repicagem, VILLACHICA
(1996) e BOVI (1998b) recomendam que as plântulas devam estar na fase “chifrinho”
ou “vela” (quando a parte aérea tem cerca de 1 a 2 cm, antes da abertura das folhas) pela
facilidade de manipulação, menor possibilidade de quebra das raízes (pouca raiz), e por
serem mais tolerantes ao estresse hídrico em comparação às plântulas com folhas
abertas. Porém, de acordo com NISHIKAWA et al. (1998), têm-se melhores resultados
com a utilização de plântulas com duas folhas abertas. Já YUYAMA & MESQUITA
(2000) concluíram que para se ter mudas de boa qualidade, as plântulas devem ser
repicadas no estádio de uma folha aberta.
Na repicagem das plântulas utilizam-se sacos de polietileno preto de dimensões
diversas, que de acordo com BOVI (1998b) podem ser de 15 cm de diâmetro por 25 cm
de altura, enquanto FERREIRA (2005) indica sacos plásticos com tamanho mínimo de
12 x 18 cm, e YUYAMA & MESQUITA (2000), 18 x 22 cm. Em observações
7
realizadas com viveiristas e produtores agrícolas no Vale do Ribeira/SP, é comum a
utilização de sacos plásticos com dimensões menores, a fim de minimizar custos e
facilitar o manejo, transporte e plantio, porém, esse é um fator que pode comprometer a
qualidade da muda, pois além de limitar o desenvolvimento das raízes, propicia o
estiolamento das mudas devido ao maior adensamento no viveiro.
Para o enchimento dos recipientes plásticos, diferentes substratos podem ser
utilizados e as características desejáveis serão discutidas no item a seguir.
Uma vez preenchidos, os sacos devem ser colocados em forma de canteiros com
1 m de largura e amparados nas laterais por madeira, ripas, roletes ou arame liso, e ser
colocados sob viveiro com 50% de sombra. A irrigação é um dos fatores mais
importantes nessa fase e deve ser suficiente, mas sem excessos, para evitar o
aparecimento de fungos, sendo que no período seco pode-se realizar regas diárias ou a
cada dois dias (SILVA, 2007; FONSECA et al. 2001). O manejo das mudas contempla
ainda o controle manual das plantas invasoras e a observação da ocorrência de pragas e
doenças (FONSECA et al., 2001). Porém, necessidade de pesquisas relacionadas à
irrigação de mudas, visto que as indicações até agora observadas são fixas e não
contemplam as condições ambientais do local.
O tempo de formação de mudas, após a repicagem, é de 6 a 8 meses. Mudas
prontas para ser plantadas no campo devem ter entre 20 e 30 cm de altura, 6 a 8 folhas
vivas, diâmetro na região do colo de 1,5 a 3 cm e estar completamente adaptadas às
condições de luz do local de cultivo. Assim, antes do transplante, BOVI (1998b)
recomenda a retirada progressiva das mudas da sombra à medida que a planta se
desenvolve para que ocorra o endurecimento.
2.3 Substrato para Formação de Mudas
Substrato é definido como um meio físico, natural ou sintético onde se
desenvolvem as raízes das plantas que crescem em um recipiente, com um volume
limitado (BALLESTER-OLMOS, 1992), composto por uma ou mais matérias primas
misturadas, utilizado como substituto do solo (MINAMI, 1995). Essa mistura é feita
para que as propriedades químicas e físicas se tornem adequadas às necessidades
específicas de cada cultivo (FONTENO, 1993).
8
No Brasil, a existência e normatização oficial de substrato são recentes, porém
tem ocorrido uma evolução pida em seu uso e nas técnicas de produção. A existência
legal no país ocorreu com a assinatura do Decreto 4.954, de 14 de janeiro de 2004.
Mas, de acordo com KÄMPF (2004), na prática, o uso de substratos se iniciou bem
antes de seu reconhecimento oficial.
Dentre os fatores importantes a ser avaliados no processo de produção de mudas
de boa qualidade, encontram-se os substratos (COSTA et al., 2005). Para BACKES &
KÄMPF (1991) a escolha do substrato e o seu correto manejo ainda é um sério
problema técnico para os viveiristas.
Para a produção de mudas podem ser utilizados substratos de origem mineral ou
orgânica, natural ou sintética (GUERRERO & POLO, 1989), não existindo um material
ou uma mistura de materiais considerada universalmente válida como substrato para
todas as espécies (ABAD, 1991), verificando-se a necessidade de se avaliar o melhor,
ou os melhores substratos para cada espécie e em diferentes situações.
Para se ter um bom substrato para formação de mudas ele deve apresentar certas
características, tais como: disponibilidade de aquisição na região, facilidade no
transporte, baixo custo, ausência de patógenos, riqueza de nutrientes e condições
adequadas ao crescimento da planta (SILVA et al., 2001).
Dentre as características físicas do substrato, a textura e a estrutura são
importantes pela sua ação sobre a aeração e a retenção de umidade (SOUZA et al,
1995). Com relação às propriedades químicas, o índice de acidez (pH) se destaca devido
ao efeito deste sobre a disponibilidade de nutrientes (KÄMPF & FERMINO, 2000). São
importantes ainda as propriedades biológicas, destacando-se o grau de ocorrência de
agentes competidores ou causadores de prejuízos às plantas, e daqueles agentes
benéficos, como os fungos micorrízicos arbusculares.
Poucos são os trabalhos científicos sobre substrato para a formação de mudas de
pupunheira. indicações de que ele pode ser composto por terra de boa qualidade e
uma fonte de matéria orgânica (esterco, composto de lixo, tortas, composto de usina de
beneficiamento de algodão, palha de café, casca de cacau, etc.) na proporção de 3:1, que
seja disponível e de fácil aquisição (BOVI, 1998b; FONSECA et al., 2001; SILVA,
2007). FERREIRA (2005) sugere uma mistura de 3 a 5 partes de solo franco-arenoso a
franco-argilo-arenoso para 1 parte de matéria orgânica; YUYAMA & MESQUITA
(2000) obtiveram bons resultados com uma proporção de 3:1 (solo superficial:esterco de
galinha); uma mistura com proporções iguais de terra, areia e esterco foi o que teve
9
melhor resultado dentre os substratos testados por SILVA et al. (2006); LORENZI et
al. (1996) recomendam a utilização de um substrato organo-argiloso para produção de
mudas de pupunheira.
2.3.1 Propriedades físicas
Para verificar a qualidade do substrato e tentar garantir um adequado
desenvolvimento das plantas, é essencial a caracterização das propriedades físicas,
químicas e biológicas do material (ABREU et al., 2002). De acordo com MILNER
(2001) e VERDONCK et al. (1983) as propriedades físicas de um substrato são
primariamente mais importantes que suas propriedades químicas, que as primeiras
não podem ser facilmente modificadas. Entre essas, KÄMPF (2000a) e SANTOS et al.
(2002) citam a densidade, a porosidade, a disponibilidade de água e de ar como as
mais importantes. Porém, deve-se ressaltar que a avaliação de uma única propriedade
física não deve ser utilizada de maneira isolada para a determinação da qualidade do
substrato e do seu manejo, e sim o conhecimento conjunto delas.
A primeira propriedade física a ser considerada é a densidade do substrato
(FERMINO, 2002), que esta modula outras características físicas como porosidade
total, porosidade de aeração e espaço preenchido com água (FABRI, 2004).
A densidade do substrato é a relação entre massa e volume, devendo ser
suficiente para dar sustentação às plantas e pode variar de 100 a 800 kg.m
-3
, sendo
considerado como ideal o intervalo entre 300 e 400 kg.m
-3
para a maioria das plantas em
vasos (BELLÉ, 1990; BALLESTER-OLMOS, 1992) e entre 400 e 500
kg.m
-3
para
substratos hortícolas segundo BUNT (1973). De acordo com SINGH E SINJU (1998), a
densidade seca do substrato é inversamente relacionada com a porosidade e quando a
densidade aumenta, ocorre restrição ao crescimento das raízes das plantas.
A porosidade é o volume total do substrato não preenchido por minerais ou
partículas orgânicas ou seja, pela fração sólida (FONTENO, 1996; LEMAIRE,1995).
Parte do volume de poros é de maior tamanho (macroporos) que não retém água devido
à força exercida pela gravidade. Os macroporos são responsáveis por proporcionar
aeração às raízes, propiciando a denominada porosidade de aeração (DRZAL et al.,
1999). A outra parte, de poros menores (microporos), forma os espaços preenchidos
com água que é responsável pela retenção de água do substrato (BALLESTER-
10
OLMOS, 1992; ZANETTI et al., 2003). O valor ideal da porosidade total (PT) para os
substratos hortícolas é de 0,85m
3
.m
-3
(VERDONCK & GABRIELS, 1988).
A granulometria dos materiais utilizados como substratos pode ser muito
variável, dependendo da origem dos materiais, sistema de coleta, condições de
trituração e abertura das peneiras utilizadas, entre outros (ANSORENA, 1994). A
distribuição do tamanho das partículas, ou seja, a granulometria é importante para
descrever a qualidade física do material e sua adequação para o cultivo de determinada
espécie vegetal. O tamanho das partículas influência os volumes de ar e água retidos
pelo substrato, que influencia a textura e a formação dos dois tipos específicos de
espaços porosos, macroporos e microporos. (WALLER & WILSON, 1984).
Segundo BRADY (1989), os macroporos possibilitam a livre movimentação do
ar e da água de percolação, enquanto nos microporos o movimento de ar é mais difícil e
o movimento da água fica restrito à capilaridade. Assim, solos ou substratos de textura
fina, em que os microporos são dominantes, apresentam movimentação relativamente
lenta do ar e da água, a despeito da enorme quantidade de espaços porosos.
O espaço de aeração é caracterizado como volume de macroporos preenchidos
com ar, em condições de saturação hídrica e após livre drenagem. À medida que esse
substrato for secando, esse espaço ocupado pelo ar vai aumentando, enquanto o espaço
ocupado pela água facilmente disponível vai diminuindo (BUNT, 1973; FERMINO,
2003). Para que o oxigênio atinja as raízes é necessário que haja um mínimo de
porosidade ocupada por ar, e isso depende principalmente do tamanho dos poros do
substrato (ANSORENA, 1994).
O substrato deve apresentar porosidade de aeração suficiente para o
desenvolvimento das raízes e crescimento das plantas, sendo o ideal de 10 a 30% do
volume de substrato para BALLESTER-OLMOS (1992) e ABAD et al. (1992) e de
30% para PENNINGSFELD (1983).
Um substrato deve ter capacidade de reter água suficiente para que a planta
consiga absorvê-la sem gasto de muita energia, além de não reter água em demasia que
cause encharcamento (BORDAS et al., 1988). De acordo com VEIHMEYER &
HENDRICKSON (1931), a capacidade de retenção de água em um substrato é a
quantidade de água que esse retém depois que o excesso foi drenado e a taxa de
movimento descendente diminuiu. Para BORDAS et al. (1988) não definição de
valor exato para retenção de água por um substrato, pois as exigências são variadas
11
entre espécies, enquanto para CONEVER (1967), o percentual de água que deve ficar
retido no substrato é em torno de 50% de seu volume.
Assim, em um substrato que tenha poros excessivamente pequenos, a retenção
de água será maior, no entanto a disponibilidade de ar para a respiração das raízes
poderá não ser suficiente. No caso inverso, em que os poros são muito grandes, os
espaços estarão preenchidos principalmente por ar, o que pode fazer com que a
quantidade de água retida seja insuficiente. Isso demonstra que a distribuição e o
tamanho dos poros condicionam a aeração e retenção de água do substrato, tornando
necessário que a mistura de materiais seja adequada tanto para reter água como ar
(ANSORENA, 1994).
De acordo com FERRAZ et al. (2005) pode-se considerar difícil a obtenção de
um substrato que atenda todas as características físicas ideais para determinada cultura,
devendo-se selecionar as características mais importantes do substrato para o
crescimento de cada espécie vegetal.
2.3.2 Propriedades químicas
O potencial hidrogênio iônico (pH), o teor de matéria orgânica e a salinidade são
as propriedades químicas mais importantes dos substratos, visto que a nutrição mineral
das plantas pode ser manejada durante o desenvolvimento da muda (SCHMITZ et al.,
2002).
Segundo KÄMPF (2000b), o pH pode influenciar tanto na disponibilidade de
nutrientes quanto na biologia dos microrganismos do substrato. A faixa de pH
considerada ideal para um substrato varia muito de acordo com a espécie a ser
cultivada, porém pode-se considerar entre 5,0 e 6,5 a faixa em que ocorre
disponibilidade da maioria dos nutrientes.
A condutividade elétrica (EC) é indicativa da concentração de sais. BUNT
(1988) descreve os valores de sais solúveis totais na proporção 1:2 (substrato:água) para
a análise química para a maioria das espécies cultivadas: <0,15 mS.cm
-1
(muito baixo);
1,5 a 0,5 mS.cm
-1
(baixo); 0,5 a 1,8 mS.cm
-1
(moderado); 1,8 a 2,25 mS.cm
-1
(ligeiramente alto); 2,26 a 3,4 mS.cm
-1
(alto); e >3,4 mS.cm
-1
(muito baixo). De acordo
com ABAD et al. (1992) e CADAHÍA & EYMAR (1992) a EC considerada ideal para
substratos está entre 0,75 mS.cm
-1
e 3,5 mS.cm
-1
.
12
No que diz respeito aos teores de carbono orgânico, SCHMITZ et al. (2002)
afirmam que o ideal para substratos usados em recipientes é de valores acima de 25%.
2.4 Materiais Utilizados como Substrato
CARRIJO et al. (2002) indicam que rios materiais de origem natural, sintética
(espuma fenólica, de rocha), residual (esterco, bagaço de cana, fibras de algodão,
serragem), mineral (areia, perlita e vermiculita) ou orgânica (turfa, casca de árvores de
compostas, fibra de coco) podem ser utilizados como substratos, isoladamente ou em
composição.
Algumas empresas são geradoras de resíduos que podem poluir o ambiente, mas
que, por outro lado, são passíveis de ser reciclados. O uso desses resíduos como
componentes de substratos hortícolas propicia a obtenção de materiais alternativos de
fácil e constante disponibilidade a baixo custo, auxiliando na minimização da poluição
decorrente de seu acúmulo no ambiente (SCHMITZ et al., 2002). Exemplos de resíduos
amplamente utilizados: estercos, farinha de peixe, farinha de osso, serragem, casca de
pinus, casca de eucalipto, fibra de coco, cama de frango, casca de arroz carbonizada,
bagaço de cana, etc.
Dentre esses, a casca de arroz carbonizada foi escolhida, devido as suas
características físicas e grande disponibilidade na região do Vale do Ribeira (SP), para
compor junto ao resíduo de mineração de areia alguns dos substratos do experimento. O
resíduo de mineração de areia apresentava, numa análise preliminar, potencial para uso
como parte da composição de substratos e não isoladamente, que de acordo com
MINAMI (1995), a utilização de dois ou mais componentes se mostra, geralmente,
superior à utilização de um único material como substrato.
Assim, a seguir são mencionadas algumas considerações sobre a casca de arroz
carbonizada e o resíduo de mineração de areia.
2.4.1 Casca de arroz carbonizada
Em 2008, o Brasil se tornou o décimo maior exportador mundial de arroz e, de
acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção de arroz
cresceu 9,6% da safra de 2007 para a de 2008 atingindo 12 milhões de toneladas.
13
Na região do Vale do Ribeira (SP) aferiu-se cerca de 1.000 hectares e
aproximadamente 300 produtores de arroz (LUPA, 2008) no ano de 2006, com
produtividade média de 3 toneladas.ha
-1
e 3 “engenhos” (beneficiadoras) em
funcionamento. No processamento industrial do arroz, as cascas correspondem a cerca
de 20% do peso bruto. Esse material pode ser carbonizado e usado como substrato em
canteiros ou recipientes, na germinação de sementes, enraizamento de estacas e
formação de mudas.
Segundo MINAMI (1995), a casca de arroz carbonizada apresenta forma
floculada, é leve, de fácil manuseio, com grande capacidade de drenagem, baixa
capacidade de retenção de umidade, pH neutro, rica em cálcio e potássio, livre de
nematóides e patógenos devido ao processo de carbonização. De acordo com SOUZA
(1993), a casca é firme e densa, tem coloração escura, é leve e porosa, permitindo boa
aeração e drenagem, apresenta volume constante tanto quando seca quanto quando
úmida, é livre de plantas daninhas, além de não necessitar de tratamento químico para
esterilização em função da carbonização. PUCHALSKI & KÄMPF (2000) destacam
ainda que a casca de arroz carbonizada possui espaço de aeração superior a 42% e
porosidade total acima de 80%, características ideais para substratos utilizados em
recipientes com pequeno volume.
Devido a essas características, a casca de arroz carbonizada pode ser utilizada
como condicionador em misturas com materiais de maior retenção de água melhorando
as relações de volume ar: água (BELLÉ, 1990). Além disso, é um material de difícil
decomposição e absorção de água, podendo dificultar o processo de mineralização da
matéria orgânica (CALDEIRA et al., 2008)
2.4.2 Resíduo de mineração de areia
A areia é conceituada na indústria como um bem mineral constituído
predominantemente por quartzo de granulação fina e que pode ser obtido a partir de
depósitos de leitos de rios e planícies aluviais, rochas sedimentares e mantos de
alteração de rochas cristalinas (FRAZÃO, 2003). De acordo com o tipo de depósito
mineral varia o processo de lavra, que pode ser por cava seca por desmonte hidráulico,
cava submersa e extração em leito de rio com método de lavra por dragagem, bem como
14
pedreiras e minerações de caulim ou argila para cerâmica, em que a areia participa
como subproduto.
De acordo com FRAZÃO (2003) o resíduo desse tipo de empreendimento é
representado por materiais sílico-aluminosos e quartzo-feldspáticos, com quantidade
significativa de argilominerais, com variações granulométricas de acordo com o tipo de
beneficiamento da mineração. Tais resíduos são depositados em bacias de
sedimentação, demandando cada vez mais áreas para o seu depósito por ser produzidos
de forma contínua.
Algumas formas de aproveitamento desses resíduos estão sendo estudadas. Por
exemplo, segundo CUCHIERATO (2000), os resíduos das minerações de areia
produzidos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) que apresentam
granulometria menor que 0,074 mm, têm o melhor uso em massas cerâmicas de
segmento estrutural e revestimento. Porém, não há citação sobre o uso do resíduo de
mineração de areia como substrato para produção de mudas.
A região do Vale do Ribeira (SP) é uma das principais fornecedoras de areia
para a RMSP e Baixada Santista, sendo os sedimentos arenosos associados à
sedimentação ativa do rio Ribeira de Iguape a principal unidade produtora
(CUCHIERATO, 2000; MAMAN & MACEDO, 2006). A lavra é realizada por
embarcações móveis de dragagem (dragas autotransportadas) que retiram do leito do rio
o material bruto, denominado “tal-qual”, material esse que é transportado até a estrutura
de beneficiamento, localizado geralmente às margens do rio. O beneficiamento é feito
com base na separação do material “tal-qual” por peneiras, que separam as frações
granulométricas (rejeitos grosseiros, areia e rejeito fino) com o auxílio de lavadores de
rosca, silos de decantação, hidrociclones e esteiras transportadoras.
Segundo a AMAVALE (Associação dos Mineradores de Areia do Vale do
Ribeira), são 11 as empresas associadas, compreendendo 20 minas ativas (portos de
areia), extraindo um volume de 80.000 m
3
.mês
-1
de material “tal-qual”, produzindo
cerca de 800 m
3
.mês
-1
de rejeitos, sendo metade de rejeito fino e metade de rejeito
grosseiro (pedras, madeira, galhos). Atualmente, o rejeito grosseiro é utilizado na
manutenção das estradas vicinais utilizadas no escoamento da areia e em aterramentos,
e o resíduo fino é depositado em terrenos próximos ao local de processamento,
tornando-se um passivo ambiental. Assim, o estudo da viabilidade do uso desse resíduo
para produção de mudas, além de oferecer uma alternativa de substrato ao produtor,
reduziria o passivo que vem se acumulando constantemente no meio ambiente.
15
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do Experimento
O experimento foi conduzido no Pólo Regional de Desenvolvimento Sustentável
dos Agronegócios do Vale do Ribeira - APTA, localizado na Rodovia Regis
Bittencourt, km 460 (BR-116) no município de Pariquera-açu, Estado de São Paulo, nas
coordenadas 24º 36’ 31” S e 47º 53’ 48” O, a 25 metros s.n.m.
A região apresenta os tipos climáticos, segundo a classificação de Koppen: Cfa,
e Af. Com clima mesotérmico, tropical, quente e úmido, com temperatura média
máxima de 35º C e mínima de 13º C, temperatura média anual de 24º C, umidade
relativa do ar média anual de 84% (média anual), precipitação média anual de 1500 mm
e insolação média anual de 1600 h (KÖPPEN, 1948).
3.2 Área Experimental
As mudas foram mantidas em condição de ambiente protegido, em estrutura de
madeira de 2,80 m de direito, com 20 m de comprimento e 6 m de largura, coberta
com tela promovendo 50% de sombreamento e sobreposta com filme de polietileno com
espessura de 150 µm. O viveiro estava lateralmente envolto com o mesmo material da
cobertura até a altura de 50 cm do nível do solo (saia).
A parte interna do viveiro (Figura 1) apresentava canaletas de amianto suspensas
a 0,90 m do solo por toras de madeira formando bancadas e sobre elas foram colocadas
bandejas de plástico para suporte e separação das mudas.
16
Figura 1 Aspecto interno do viveiro e das bancadas onde se instalou o experimento.
Pariquera-Açu (SP). Setembro de 2007.
3.3 Caracterização dos substratos
3.3.1 Resíduo de mineração de areia
O resíduo fino de mineração de areia (partículas menores que 2,0 mm) utilizado
no experimento foi oriundo de um porto de areia localizado às margens do Rio Ribeira
de Iguape, município de Registro/SP, denominado Porto Seguro (Anexo I).
As análises química (Tabela 1), física (Tabela 2) e granulométrica (Figura 2)
foram realizadas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos
Ambientais do Instituto Agronômico, Campinas, SP.
17
Tabela 1 Análises químicas do resíduo de mineração de areia (RA) oriundo do porto
de areia denominado Porto Seguro situado às margens do Rio Ribeira de Iguape,
Registro (SP).
Características
RA
pH
5,8
CTC
70,6
Condutividade elétrica (mS.cm
-
1
)
0,3
Matéria orgânica (g.dm
-
3
)
37
V (%)
56
Carbono Orgânico (g.kg
-
1
)
26,5
Relação C/N
2,8
N (g.kg
-
1
)
2,3
P (g.kg
-
1
)
0,4
K (g.kg
-
1
)
4,5
Ca (g.kg
-
1
)
2,1
Mg (g.kg
-
1
)
5,0
S (g.kg
-
1
)
0,4
Fe (g.kg
-
1
)
23,5
B (mg.kg
-
1
)
38,3
Cu (mg.kg
-
1
)
15,6
Mn (mg.kg
-
1
)
2.223
Zn (mg.kg
-
1
)
113,7
Cd (mg.kg
-
1
)
0,6
Cr (mg.kg
-
1
)
18,8
Ni (mg.kg
-
1
)
27,5
Pb (mg.kg
-
1
)
17,5
Método de extração: pH em água 1:1,5 e condutividade elétrica em água 1:5; Teor total (Método SW 846
- 3050B): P,K,Ca,Mg,S,B,Cu,Fe,Mn,Zn, Cd, Cr, Ni, Pb: Extração nítrico-perclórico e determinação ICP-
OES; Nitrogênio Total: Kjeldahl; C orgânico: Walkley-Black.
18
Tabela 2 - Análises físicas e classificação textural do resíduo de mineração de areia
(RA) oriundo do porto de areia Porto Seguro situado às margens do Rio Ribeira de
Iguape, Registro (SP).
Capacidade de retenção de água 10 (CRA 10): mesa de tensão a 10 cm de coluna d´água (10hPa).
Microporosidade e macroporosidade: mesa de tensão a 60 cm de coluna d´água (60hPa). Umidade: a
65ºC. CRA, umidade, densidade úmida e seca: método descrito na IN 17 de 21/05/07. Porosidade total,
microporosidade e macroporosidade: método descrito por CAMARGO et al. (1986).
Figura 2 Análise granulométrica do resíduo de mineração de areia (RA) oriundo do
porto de areia Porto Seguro situado às margens do Rio Ribeira de Iguape, Registro (SP).
Argila: particulas <0,002mm; silte: 0,002 0,053 mm; areia muito fina: 0,053 0,105
mm; areia fina: 0,105 0,21 mm; areia média: 0,21 0,50 mm; areia grossa: 0,50
1,00; areia muito grossa: 1,00 – 2,00 mm.
Características RA
Densidade úmida (kg.m
-
3
)
1045,8
Densidade seca (kg.m
-
3
)
949,1
Umidade atual (%)
9,3
Espaço poroso total (%)
60
Capacidade de retenção de água 10 (% m/m)
58,6
Capacidade de retenção de água 10 (% v/v)
55,5
Microporosidade (% v/v)
46
Macroporosidade (% v/v)
14
Classificação textural
areia-franca
6%
15%
7%
2%
33%
21%
16%
Argila Silte Muito Fina Fina Média Grossa Muito Grossa
Areia
19
A Tabela 3 apresenta a análise de metais pesados e a classificação do resíduo de
acordo com NBR 10.004/04, realizada na Ecolabor Comercial Consultoria e Análises
Ltda em São Paulo (SP). O resíduo de mineração de areia fornecido pela Associação
dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira (SP) para este experimento encontrava-se
de acordo com as normas da ABNT 10.000/2004, não apresentando teores de metais
pesados ou de outro composto químico com valores acima dos recomendados, sendo
classificado como Classe II B, ou seja, resíduo inerte não perigoso.
20
Tabela 3
Concentrações de elementos observadas no resíduo de mineração de areia
(RA) em amostra bruta, ensaio de lixiviação e ensaio de solubilidade, e os limites
máximos (L.M.), de acordo com a ABNT NBR 10.004/2004, para a classificação do
resíduo.
(1)
NBR 10.004/04 (classificação de resíduos sólidos);
(2)
NBR 10.005/04 (ensaio de lixiviação);
(3)
NBR
10.006/04 (ensaio de solubilização). n.d.: não detectado; (-): não realizado ou não atribuído.
A caracterização biológica do resíduo foi efetuada no Laboratório de Análises
Microbiológicas do Instituto Agronômico, Campinas, SP, com a avaliação da taxa de
colonização micorrízica em amostras de 50 cm
3
de resíduo de mineração de areia por
meio de extração por peneiramento úmido (GERDEMANN & NICOLSON, 1963) e
Amostra
bruta
1
(mg.kg
-1
)
Ensaio de
Lixiviação
2
(mg.L
-1
)
Ensaio de
Solubilização
3
(mg.L
-1
)
Elemento L.M. RA L.M. RA L.M.
RA
Alumínio - - - - 0,2 n.d.
Antimônio - 0,8 - - 0,01 n.d.
Arsênio - n.d. 1,0 n.d. - -
Bário - 162 70 0,46 0,07 0,06
Berílio - 1,28 - n.d. - -
Cádmio - n.d. 0,5 n.d. 0,05 n.d.
Chumbo - 17 1,0 n.d. 0,01 n.d.
Cobalto - 24,3 - - - -
Cobre - 7,0 - - 2,0 n.d.
Cromo - 40 5,0 n.d. 0,05 n.d.
Ferro - - - - 0,3 0,232
Manganês - - - - 0,1 0,055
Mercúrio - n.d. 0,1 n.d. 0,001 n.d.
Molibdênio - n.d. - - - -
Níquel - 20 - - - -
Prata - n.d. 5,0 n.d. 0,05 n.d.
Selênio - n.d. 1,0 n.d. 0,01 n.d.
Sódio - - - - 200 1,14
Tálio - n.d. - - - -
Vanádio - 54 - - - -
Zinco - 99 - - 5,0 0,122
Cianetos 250 n.d. - - 0,07 0,006
Cloretos - - - - 250 8,4
Fluoreto - 2.851 150 <0,5 1,5 <0,50
Nitratos - - - - 10 9,7
Sulfato - - - - 250 23
Fenóis totais - n.d. - - 0,01 <0,002
Sulfactantes - - - - 0,5 <0,28
Classificação
do resíduo
1
Classe II B – inerte não perigoso
21
centrifugação em sacarose (JENKINS, 1964). O material foi observado sob microscópio
estereoscópico. Para a pupunheira a presença de fungos micorrízicos arbusculares, tanto
no solo como em substratos, colabora em seu desenvolvimento vegetativo (SILVA et
al., 1998), porém, no resíduo de mineração de areia não foi observada sua presença.
Provavelmente, o processo utilizado na extração de areia, com hidroclavagem, promove
constante lavagem do material, acarretando a ausência de fungos.
3.3.2 Casca de arroz carbonizada
A casca de arroz carbonizada utilizada no experimento foi oriunda de
beneficiadora de arroz do município de Registro/SP.
As análises da casca de arroz carbonizada foram realizadas no Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico,
Campinas, SP. Na Tabela 4 são apresentadas as análises químicas e na Tabela 5 as
análises físicas.
22
Tabela 4 Análise química da casca de arroz carbonizada (CA) utilizada como parte
dos substratos do experimento. Pariquera-açu (SP).
Método de extração: pH e Condutividade Elétrica em água 1:1,5 (Holanda); Teor total (Método SW 846 -
3050B): P,K,Ca,Mg,S,B,Cu,Fe,Mn,Zn, Cd, Cr, Ni, Pb: Extração nítrico-perclórico e determinação: ICP-
OES; Nitrogênio Total: Kjeldahl; C orgânico: Walkley-Black.
Características
CA
pH 8,0
Carbono Orgânico (g.kg
-
1
) 277,1
Condutividade elétrica (mS.cm
-
1
)
0,1
Relação C/N 53,3
N (g.kg
-
1
) 5,2
P (g.kg
-
1
) 0,5
K (g.kg
-
1
) 4,4
Ca (g.kg
-
1
) 2,1
Mg (g.kg
-
1
) 1,2
S (g.kg
-
1
) 0,5
B (mg.kg
-
1
) 4,7
Cu (mg.kg
-
1
) 13,4
Fe (g.kg
-
1
) 1,4
Mn (mg.kg
-
1
) 354,4
Zn (mg.kg
-
1
) 36,7
Cd (mg.kg
-
1
) <0,01
Cr (mg.kg
-
1
) 13,1
Ni (mg.kg
-
1
) 4,7
Pb (mg.kg
-
1
) 3,4
23
Tabela 5 Análise física da casca de arroz carbonizada (CA) utilizada como parte dos
substratos do experimento.
Capacidade de retenção de água (CRA 10): mesa de tensão a 10 cm de coluna d´água (10hPa). Umidade:
a 65ºC. CRA, umidade, densidade úmida e seca: metodologia IN 17 de 21/05/07.
3.4 Instalação do Experimento e Delineamento Experimental
O experimento foi instalado em maio de 2007 e finalizado em abril de 2008.
Para obtenção das plântulas foram utilizadas sementes de pupunheiras
originárias de Yurimáguas, Peru, semeadas em germinadores contendo areia e serragem,
na proporção 1:1, em ambiente protegido, usando-se 2 kg de sementes m
-2
.
Após 118 dias da semeadura, apenas plântulas que não apresentavam espinhos
(inermes) foram repicadas para sacos de polietileno preto de 8x20 cm (volume de 1,1
L), preenchidos com os diferentes substratos (tratamentos). Cada recipiente recebeu
uma plântula em estádio de uma folha bífida (Figura 3), visto que as plântulas se
apresentavam nesse estádio de desenvolvimento no momento de instalação do
experimento.
Características
CA
Capacidade de retenção de água (% m/m)
152,4
Espaço poroso total (% v/v)
95,9
Densidade úmida (kg.m
-
3
)
264,3
Densidade seca (kg.m
-
3
)
113,3
Umidade atual (%)
42,9
24
Figura 3 Estádio de desenvolvimento das plântulas de pupunheira na repicagem.
Pariquera-açu (SP). Setembro de 2007.
O delineamento experimental empregado foi o esquema em blocos ao acaso,
com cinco tratamentos, cinco repetições, contendo dez mudas por parcela.
Os tratamentos foram compostos por quatro diferentes proporções volumétricas
de resíduo de mineração de areia (RA) e casca de arroz carbonizada (CA) e um
substrato padrão, de acordo com o recomendado por BOVI (1998a). Sendo:
Tratamento 1 = 1 RA
Tratamento 2 = 3 RA:1 CA
Tratamento 3 = 1 RA:1 CA
Tratamento 4 = 1 RA:3 CA
Tratamento 5 = 3 latossolo amarelo podzólico álico (LA):1 esterco de búfalo curtido
(EC).
O substrato padrão foi escolhido a partir da indicação de BOVI (1998b) de se
utilizar terra acrescida de uma fonte de matéria orgânica curtida (esterco de curral ou
composto de lixo ou húmus ou turfa ou palha de café) na proporção de 3:1 em volume.
Nesse experimento escolheu-se utilizar esterco de búfalo curtido por ser amplamente
utilizado na produção de mudas pelos produtores de pupunheira na região do Vale do
Ribeira (SP), pela facilidade representada pela criação local de bubalinos e a
consequente disponibilidade desse material.
25
O substrato de todos os tratamentos recebeu adubação química antes de
acondicionados nos sacos plásticos, sendo: 500 g de P
2
O
5
m
-3
e 100 g de K
2
O m
-
³,
proveniente de super-fosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente. O latossolo
amarelo podzólico álico utilizado no tratamento 3 LA:1 EC recebeu, 60 dias antes da
implantação do experimento, 9,75 kg de calcário dolomítico (PRNT 67) por m
3
de terra,
para igualar ao V% do resíduo de mineração (56%).
3.5 Tratos Culturais
Após o transplante, a irrigação por aspersão foi realizada, geralmente, duas
vezes ao dia, porém a frequencia e o intervalo de molhamento variaram conforme as
condições de temperatura e umidade do ambiente, de forma a evitar a ocorrência de
déficit hídrico dos substratos.
A partir de 75 dias após a repicagem iniciou-se adubação de cobertura
utilizando-se sulfato de amônia como fonte, aplicando-se 0,8 g de N por muda.
Foram realizadas análises fitossanitárias das mudas no Laboratório de Sanidade
Vegetal e Animal da UPD de Registro no Pólo Regional de Desenvolvimento
Sustentável dos Agronegócios do Vale do Ribeira para detecção de possíveis doenças.
A partir disso, efetuaram-se pulverizações quinzenais preventivas e curativas com
fungicidas após 48 dias do transplantio, quando se observaram sintomas de
Colletotrichum spp. nas folhas. As aplicações foram realizadas de forma alternada do
fungicida de contato a base de Mancozeb (Dithane® PM) na dosagem de 2 g do produto
comercial L
-1
de água, com fungicida sistêmico do grupo Triazol a base de
Tebuconazole (Folicur®) na dosagem de 1 mL do produto comercial L
-1
de água.
3.6 Análises Físicas e Químicas
As análises das características físicas dos substratos utilizados foram realizadas
no Laboratório de Análise de Solo e Planta e no Laboratório de Física do Solo, ambos
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais do Instituto
Agronômico, Campinas, SP, de acordo com os métodos descritos na Instrução
Normativa SDA 17 de 21 de maio de 2007 (umidade atual, densidades e capacidade
de retenção de água) e por CAMARGO et al. (1986) com modificações (granulometria,
26
porosidade total, macroporosidade e microporosidade).
Coletaram-se ao acaso amostras homogêneas dos diferentes substratos para a
realização das análises descritas a seguir.
Para a determinação da umidade atual, uma alíquota de 100 g da amostra de cada
substrato foi pesada e depois levada à estufa (65°C ± 5,0°C) até atingir a massa
constante (cerca de 48 horas) , quando foi pesada novamente. Após esse procedimento,
utilizou-se a seguinte equação:
Umidade Atual (% m/m) = [(massa úmida - massa seca)
] x 100
massa úmida
Para determinação da densidade do substrato preencheu-se uma proveta plástica
de 500 mL até aproximadamente a marca de 300 mL com o substrato na umidade atual.
Em seguida, essa proveta foi deixada cair sob a ão de sua própria massa, de uma
altura de 10 cm, por 10 (dez) vezes consecutivas. Com auxílio da espátula nivelou-se a
superfície levemente e leu-se o volume obtido (mL). Em seguida, pesou-se o material
(g) descontando a massa da proveta. O procedimento foi repetido por três vezes com
sub amostras diferentes. Utilizou-se a seguinte equação para o cálculo da densidade
úmida (DU) e seca (DS):
DU (kg.m
-3
) = [massa úmida (g)] x 1000
volume (mL)
DS (kg.m
-3
) = DU (kg.m
-3
) x (100 - umidade atual (%))
100
Determinaram-se espaço poroso total (PT) por umidade de saturação do
substrato, e espaço preenchido com água (capacidade de retenção de água e
microporosidade) e porosidade de aeração (macroporosidade) pelo método da mesa de
tensão.
Anéis (cilindros de aço inoxidável com 100 mm diâmetro interno x 50 mm de
altura) tiveram o fundo vedado com tela, presa por atilho de borracha, e em seguida
pesados. Os anéis foram preenchidos com o substrato de forma cuidadosa e batidos
levemente na sua parte inferior por três vezes em uma superfície plana e firme para
assentar o material no cilindro. Em seguida, com o auxílio de régua, retirou-se o excesso
de substrato.
27
A massa do substrato foi calculada de acordo com a seguinte fórmula:
M = (V x DU
)
1000
Onde:
M= massa no anel (g)
V= volume interno do cilindro (m
3
)
D= densidade do material (kg.m
-3
)
Os cilindros com as amostras foram colocados em bandejas contendo lâmina de
água mantida entre 0,5-1,0 cm abaixo das bordas para que o substrato não se molhasse,
por até 24 horas, tempo necessário para que as amostras ficassem saturadas. Após a
saturação, as amostras foram pesadas (P1) e acondicionadas em mesa de tensão (coberta
com papel filtro), quando se ajustou a tensão para 10 cm de coluna de água (1 kPa ou 10
hPa). Elas permaneceram na mesa até atingir o equilíbrio (cerca de 48 horas). A
pesagem da amostra (g) foi realizada após retirá-la da mesa (P2). O mesmo
procedimento foi efetuado com a mesa de tensão com 60 cm de coluna de água (6 kPa
ou 60 hPa), obtendo-se novamente a massa da amostra (P3) após retirá-la da mesa de
tensão. Em seguida, levaram-se as amostras para a estufa de secagem a 65º C 110º C
por 24 - 48 horas. Dessa forma, obteve-se a massa seca em g (P4). As análises foram
conduzidas em triplicata, sendo expresso o valor médio.
O espaço preenchido com água sobre 10 hPa (EPA 10) é também chamado
capacidade de retenção de água a 10 cm (CRA 10), enquanto o espaço preenchido com
água sobre 60 hPa (EPA 60) é denominado microporosidade e a porosidade de aeração
sobre 60 hPA (PA 60), macroporosidade.
O cálculo do valor do espaço preenchido com água (EPA) expresso em %
(volume/volume), considerando densidade da água igual a 1 g.cm
-3
, foi efetuado com o
valor de umidade volumétrica obtido pelo percentual de água retida em cada tensão por
meio das seguintes equações:
CRA 10 ou EPA 10 (% v/v) = (P2 (g) – P4 (g)) x 100
volume do anel (cm
3
)
Microporos ou EPA 60 (% v/v) = P3 (g) - P4 (g)
x 100
volume do anel (cm³)
28
Cálculo do valor de CRA expresso em % (massa/massa):
CRA 10 (% m/m) = (P2 (g) – P4 (g))
x 100
P2 (g)
Para porosidade de aeração (PA):
Macroporos ou PA 60 (% v/v) = P1 (g) - P3 (g) x 100
volume do anel (cm³)
Para espaço poroso total (PT):
PT (%) = P1 (g) – P4 (g) x 100
volume do anel (cm³)
Onde:
P1 = massa da amostra saturada
P2 = massa da amostra após drenagem na mesa de tensão a 10 cm de coluna d’água
P3 = massa da amostra após drenagem na mesa de tensão a 60 cm de coluna d’água
P4 = massa da amostra após secagem em estufa
Para a análise granulométrica utilizou-se o método da pipeta. Colocaram-se 10 g
do substrato com 50 mL da solução dispersante em garrafa de Stohmann em agitador
rotatório de Wiegner a 30 rpm durante dezesseis horas. Depois, transferiu-se a
suspensão para uma proveta calibrada, passando-se a amostra por peneira de malha de
0,053 mm. O material retido na peneira foi lavado com jato forte de água e quando seco,
em estufa a 105°C, foi pesado, determinando a areia total. O resíduo de mineração de
areia puro teve sua areia total separada em areia muito fina, fina, média, grossa e muito
grossa, passando-se o material retido na malha de 0,053mm por peneiras de 0,105mm,
0,21 mm, 0,50 mm e 1,0 mm.
A suspensão que foi transferida para a proveta calibrada, após passada pela
peneira de malha de 0,053 mm foi usada para determinar a argila e o silte. A proveta
teve o volume completado com água destilada até 500 ml, posteriormente foi agitada
por trinta segundos com bastão contendo na extremidade inferior êmbolo de borracha
29
com diâmetro um pouco menor que o da proveta. Transcorrido o tempo necessário para
a sedimentação da argila e do silte, introduziu-se uma pipeta de 10 m1 a uma
profundidade de 10 cm para amostragem de argila + dispersante + silte (A + D + S) e a
5 cm para amostragem de argila + dispersante (A + D). Transferiram-se as alíquotas
para cápsulas de porcelana previamente taradas (com aproximação de 0,0001 g) que
foram secas em estufa a 105 - 110°C por oito horas. Depois de retiradas da estufa foram
deixadas para esfriar em dessecados contendo cloreto de cálcio anidro e em seguida
pesadas rapidamente em balança com precisão de décimo milésimo de grama, para a
obtenção do peso da A + D e da A + D + S. Os resultados foram expressos em
porcentagem de terra fina seca ao ar (TFSA).
Das alíquotas pesadas, subtraiu-se a massa do dispersante que, no caso descrito,
correspondeu a cerca de 0,014 g, utilizando-se a seguinte equação:
Argila (%)= [(massa da argila + dispersante) - massa do dispersante] x 500
Silte (%)= [(massa A + D + S) - (massa A + D)] x 500
As análises químicas dos substratos foram realizadas no Laboratório de Análise
de Solo e Planta do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos
Ambientais do Instituto Agronômico, Campinas, SP, conforme método da Instrução
Normativa SDA Nº 17 de 21 de maio de 2007.
3.7 Avaliação do Desenvolvimento Vegetativo
As respostas das mudas aos tratamentos foram avaliadas de acordo com o
recomendado por CLEMENT & BOVI (2000), efetuando medições mensais do
crescimento da parte aérea de quatro mudas por parcela, mensurando-se as seguintes
variáveis: altura da planta, número de folhas funcionais e diâmetro da haste na região
do colo. As medidas de altura foram realizadas com régua, do solo até o ponto entre a
flecha e a folha +1 (folha mais nova expandida); o diâmetro da haste foi medido com
paquímetro no coleto da planta acima da superfície do solo; o número de folhas
funcionais foi obtido pela contagem de folhas verdes completamente expandidas.
As análises destrutivas foram realizadas após 210 dias da repicagem, utilizando-
se régua milimetrada, determinaram-se em três mudas por tratamento: o comprimento
30
total definido pela distância vertical da superfície do substrato até a ponta da folha mais
alta; o comprimento das três maiores raízes: raíz 1 (aquela que apresenta o maior
comprimento), raíz 2 (a segunda mais comprida da planta) e raíz 3 (a terceira em
comprimento); e comprimento da ráquis das folhas +1, +2 e +3, desde a inserção do
primeiro folíolo basal até a extremidade apical da ráquis.
Na avaliação da massa seca da parte aérea e das raízes, utilizaram-se as mesmas
amostras das avaliações anteriores. Após a separação da parte aérea da radicular, cada
órgão, separadamente, foi acondicionado em sacos de papel, identificado e submetido à
estufa de circulação forçada de ar a 60°C, até atingir massa constante, quando realizou-
se pesagem em balança analítica com precisão de 0,01g.
A relação parte aérea : sistema radicular (RPASR) foi calculada pela equação:
RPASR= massa da matéria seca da parte aérea (g)___
massa da matéria seca do sistema radicular (g)
A taxa de crescimento relativo (TCR) foi calculada de acordo com RADFORD
(1967) por meio da equação:
TCR= lnA2 – lnA1 cm.cm
-1
.mês
t2-t1
Onde:
A1 e A2 = valores de duas medições sucessivas.
3.8 Avaliação de Trocas Gasosas
O crescimento de uma planta e sua produção depende de processos
fotossintéticos, sendo esses influenciados por fatores ambientais.
Para a realização das medidas de trocas gasosas, utilizou-se Sistema Portátil de
Medidas de Fotossíntese, IRGA (Infra Red Gás Analyser, modelo Li-Cor 2400). A
mensuração foi realizada em março de 2008, utilizando-se três plantas por parcela, no
período entre 9:00 e 10:30 hs, quando as mudas apresentavam 180 dias após a
repicagem. Durante as medidas, a densidade de fluxo de fótons fotossintéticos (DFFF)
incidido naturalmente no interior da casa de vegetação manteve-se em 330 µmol.m
-2
.s
-1
.
As medidas foram realizadas na porção mediana do folíolo localizado na parte média da
31
folha mais jovem completamente expandida (folha +1). As folhas se apresentavam na
forma bífida. Durante as medidas a DFFF foi mantida a 900 µmol.m
-2
.s
-1
, e a
temperatura do ar manteve-se ao redor de 28º C.
3.9 Avaliação dos Valores SPAD
Foram avaliados os valores SPAD por meio do clorofilômetro, equipamento
SPAD - meter (Soil Plant Analysis Development) modelo SPAD-502, Minolta, Japão.
A mensuração foi realizada em março de 2008 em três plantas por parcela, no
período entre 9:00 e 10:30 h, quando as mudas apresentavam 180 dias após a
repicagem.
3.10 Análise Estatística
Para as variáveis relativas ao desenvolvimento das mudas, foi efetuada análise
de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As
análises foram realizadas pelo software Statgraphcs 6.0 (STATISTICAL GRAPHICS
CORPORATION 1985 – 1992).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Características dos Substratos
4.1.1 Propriedades físicas
A Tabela 6 apresenta a densidade seca (DS) dos substratos, que situou-se entre
461,4 e 949,1 kg.m
-3
. A DS ideal, de acordo com BUNT (1973), para substratos de
cultivo hortícolas está entre 400 kg.m
-3
e 500 kg.m
-3
, observando-se que apenas o
substrato do tratamento 1 RA:3 CA encontrou-se nessa faixa (461,4 kg.m
-3
), e o
substrato composto unicamente com o resíduo de mineração de areia (tratamento 1 RA),
32
apresentou, como esperado, alta densidade, quase o dobro da densidade recomendada
(949,1 kg.m
-3
). Contudo, de acordo com FABRI (2004), cada espécie desenvolve-se
melhor em substratos com densidades específicas. Para pupunheiras a campo, BOVI
(1998b) indica que solos mais leves (mais arenosos), com menor densidade aparente,
propiciam maior crescimento e perfilhamento. Segundo PREVITALI (2007), o aumento
da densidade de dois substratos submetidos a diferentes compactações influenciou
negativamente a produção de massa seca da parte aérea e radicular de mudas de
pupunheira.
Os resultados obtidos quanto à DS mostram que à medida que se elevou a dose
de casca de arroz carbonizada, nos substratos em que essa esteve presente, ocorreu um
decréscimo da densidade e aumento da porosidade total dos materiais em que esta
esteve presente, proporcionando menor microporosidade e maior macroporosidade, o
que também relatou TRIGUEIRO & GUERRINI (2003) quando foi aumentada a
proporção de casca de arroz carbonizada ao lodo de esgoto em substratos para produção
de mudas de eucalipto.
Tabela 6 - Análise física dos substratos que formam os tratamentos: 1 = 1 resíduo de
mineração de areia (RA); 2 = 3 RA:1 casca de arroz carbonizada (CA); 3 = 1 RA:1 CA;
4 = 1 RA:3 CA; 5 = padrão (3 latossolo amarelo podzólico álico:1 esterco de búfalo
curtido).
Capacidade de retenção de água (CRA 10): mesa de tensão a 10 cm de coluna d´água (10 hPa). Umidade:
a 65ºC. CRA 10, umidade, densidade úmida e seca: método descrito na IN 17 de 21/05/07.
Microporosidade, macroporosidade (mesa de tensão a 60 cm de coluna d’água (60 hPa)) e espaço poroso
total (PT): método descrito por CAMARGO et al. (1996).
Tratamentos
Características 1 2 3 4 5
Umidade atual (%) 9,3 11,9 14,4 19,6 32,9
Densidade úmida (kg.m
-
3
) 1045,8 955,7 753,4 573,8 925,8
Densidade seca (kg.m
-
3
) 949,1 842,0 645,3 461,4 621,7
Espaço poroso total (% v/v) 60 62 65 71 76
CRA 10 (% v/v) 56 54 57 44 55
Microporosidade (% v/v) 46 41 36 26 46
Macroporosidade (% v/v) 14 21 30 44 30
33
Ainda na Tabela 6, verifica-se que a capacidade de retenção de água (CRA 10)
dos substratos dos cinco tratamentos utilizados no experimento apresentou valores
próximos aos indicados por CONEVER (1967), VERDONCK et al. (1981) e
PENNINGSFELD (1983), de 50% do volume do substrato.
Quanto ao volume de espaço poroso total (PT), observou-se na Tabela 6 que a
variação entre 60% e 76% nos tratamentos testados, sendo que para os substratos
hortícolas VERDONCK & GABRIELS (1988) indicam 85% e RIVIERE (1980) 75%.
Assim, os substratos dos tratamentos 1 RA:3 CA (71%) e 3 LA:1 EC (76%) foram os
que mais se aproximaram desses valores. Entretanto, o PT, isto é, a diferença entre o
volume total e o volume de sólidos de um substrato, é considerado um parâmetro pouco
informativo, pois não especifica o tamanho dos poros presentes, de forma que o mesmo
espaço poroso total pode ser ocupado por diferentes volumes de ar e água (WALLER e
WILSON, 1984), sendo importante para se caracterizar um substrato a determinação da
macroporosidade e da microporosidade.
A macroporosidade dos substratos dos tratamentos ficou entre 14% e 44%,
sendo o indicado por ABAD et al. (1992) e BALLESTER-OLMOS (1992) para
produção de mudas, variações de 10 a 30 %. O tratamento 1 RA apresentou a menor
macroporosidade entre todos os substratos testados (14%) já que foi formado
unicamente por resíduo de mineração de areia, que além de apresentar alta densidade,
apresenta maior volume de microporos que de macroporos devido à presença de
pequenas partículas (Tabela 6). O tratamento 1 RA:3 CA apresentou a maior
macroporosidade (44%), com valor acima da considerada ideal pelos autores citados
anteriormente, e menor densidade (461,4 kg.m
-3
) de todos os tratamentos estabelecidos.
Além disso, esse tratamento apresentou partículas com maior diâmetro, devido à casca
de arroz carbonizada presente em 75% de seu volume, sendo essa responsável pela
formação de poros maiores que são ocupados por ar. A casca de arroz carbonizada é um
material leve, inerte e não hidratável, aumentando a porosidade do substrato à medida
que se eleva a percentagem deste componente na mistura, principalmente pela elevação
no percentual de poros maiores. Uma característica desfavorável a adição de proporções
elevadas de casca de arroz carbonizada para formação de substratos é a dificuldade na
operacionalidade na ocasião do transplante por não propiciar uma boa formação de
torrão. Isso foi observado por MODOLO & TESSARIOLI NETO (1999) para outra
cultura.
34
a microporosidade ficou entre 26% e 46%, sendo que os tratamentos 1 RA e
3 LA:1 EC apresentaram os maiores valores, 46% para ambos. No tratamento 3 LA:1
EC, é provável que o alto valor tenha sido devido à presença de esterco de búfalo
curtido, visto que o esterco é um reservatório de água (JANICK, 1968). Além disso, na
Figura 4 observou-se maior quantidade de argila nesse material (48,75%), o que eleva a
capacidade de retenção de água e a capacidade de re-hidratação das misturas (RÖBER,
2000). O tratamento 1 RA:3 CA apresentou o menor valor de microporosidade, o que
pode ter prejudicado a retenção e a capilaridade da água no substrato.
Figura 4 - Volume de argila (partículas < 0,002 m.m de diâmetro), silte (partículas de
0,002 - 0,053 m.m Ø) e areia (partículas de 0,053 - 2,00 m.m Ø) nos substratos para a
produção de mudas de pupunheira. Novembro 2008.
Quando os substratos retêm excessiva quantidade de água, redução na
aeração e acúmulo de CO
2
, e a respiração das raízes é afetada, provocando redução na
absorção de nutrientes (MINAMI, 2000). No caso de pouca água retida no substrato,
pode ocorrer elevação da concentração relativa dos sais, e como conseqüência acarretar
toxidez ou perda de água pela planta.
Pelas análises realizadas observa-se que os substratos utilizados apresentaram
diferentes propriedades físicas e que essas variaram em função de sua constituição e
granulometria, o que corrobora BELLÉ & KÄMPF (1994) e SANTOS et al. (2002).
Argila (%) < 0,002 mm
Silte (%) 0,053 - 0,002 mm
Areia Total (%) 2,00 - 0,053 mm
Tratamento 1 - 100% RA
6,08
15,34
78,59
Tratamento 2 - 75% RA e 25% CA
6,73
16,31
76,96
Tratamento 3 - 50% RA e 50% CA
6,67
18,02
75,31
Tratamento 4 - 25% RA e 75% CA
6,95
75,02
18,03
Tratamento 5 - 75% terra e 25% esterco
de búfalo curtido
31,48
19,77
48,75
1 RA
3 RA: 1 CA
1 RA: 1 CA
1 RA: 3 CA
3 LA: 1 EC
-
Tratamento 1 - 100% RA
6,08
15,34
78,59
Tratamento 2 - 75% RA e 25% CA
6,73
16,31
76,96
Tratamento 3 - 50% RA e 50% CA
6,67
18,02
75,31
Tratamento 4 - 25% RA e 75% CA
6,95
75,02
18,03
Tratamento 5 - 75% terra e 25% esterco
de búfalo curtido
31,48
19,77
48,75
1 RA
3 RA: 1 CA
1 RA: 1 CA
1 RA: 3 CA
3 LA: 1 EC
-
35
4.1.2 Propriedades químicas
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 7, pode-se observar que os
valores de pH de todos os substratos estão na faixa considerada ideal para substratos
(ANSORENA, 1994; VALERI & CORRADINI, 2000).
Tabela 7 - Análise química dos substratos, que compõem os tratamentos: 1 = 1 resíduo
de mineração de areia (RA); 2 = 3 RA:1 casca de arroz carbonizada (CA); 3 = 1 RA:1
CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 latossolo amarelo podzólico álico (LA):1 esterco de búfalo
curtido (EC), antes da adubação química.
Tratamentos
Características
1 2 3 4 5
pH 5,6 5,6
6,0
6,6 5,4
EC (mS.cm
-
1
) 0,6 0,6
0,7
0,7
2,1
C
org
(%) 2,65 8,91 15,18 22,14 11,95
Método de extração: pH 1:2 e condutividade elétrica (CE) 1:2. Carbono orgânico (C
org
): método de
Walkley-Black.
Com respeito à condutividade elétrica (EC), na Tabela 7 pode-se observar que os
substratos dos tratamentos 1 RA, 3 RA:1 CA, 1 RA:1 CA e 1 RA:3 CA podem ser
caracterizados como moderados em sais solúveis totais, portanto adequados para a
maioria das plantas. Já o tratamento 3 LA:1 EC encontra-se na faixa de EC ligeiramente
alta (1,80 2,25 mS.cm
-1
) em sais solúveis totais de acordo com BIK & BOERTJE
(1975) e BUNT (1988), sendo um pouco alto para a maioria das espécies (FABRI,
2004). Porém, de acordo com ABAD et al. (1992) e CADAHÍA & EYMAR (1992), a
faixa considerada ideal para substratos está entre 0,75 mS.cm
-1
e 3,5 mS.cm
-1
de sais
solúveis totais, estando os substratos dos tratamentos 1 RA:1 CA, 1 RA:3 CA e 3 LA:1
EC inclusos nessa faixa e, os dos tratamentos 1 RA e 3 RA:1 CA um pouco abaixo
disso (0,6 mS.cm
-1
).
Ainda na Tabela 7, verifica-se que nenhum dos substratos está acima dos 25%
de carbono orgânico indicado como teor ideal para substratos, sendo o tratamento 1
RA:3 CA o que mais se aproximou deste percentual (22,14%).
36
4.2 Crescimento Vegetativo
4.2.1 Diâmetro da haste no nível do coleto
A variável diâmetro da haste no nível do coleto, em geral, é a melhor variável a
ser considerada para a avaliação da qualidade de mudas e a mais adequada para indicar
a capacidade de sobrevivência de mudas da maioria das espécies no campo
(CARNEIRO, 1995; DANIEL et al., 1997).
Na primeira medição, 30 dias após a repicagem, não houve diferenças
significativas entre os tratamentos para a variável diâmetro do coleto (Figura 5A),
comprovando que as plântulas estavam no mesmo estádio de desenvolvimento quando
repicadas (uma folha aberta).
37
Figura 5. Diâmetro de coleto (A) e taxa de crescimento relativo (TCR) do diâmetro do
coleto (B) de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA;
3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados
representam médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma
letra, dentro do mesmo período (dias), não diferem significativamente pelo teste de
Tukey a 5%.
Verificando a Figura 5A, observa-se que os tratamentos 3 RA:1 CA, 1 RA:1 CA
e 3LA:1EC não apresentaram diferença significativa entre eles quanto ao diâmetro do
A
30 60 90 120 150 180 210
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
ab
ab
a
a
a
a
ab
ab
ab
ab
a
a
a
c
bc
c
b
b
ab
ab
ab
ab
ab
b
ab
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Diâmetro do coleto (cm)
b
bc
ab
a
Dias as a repicagem
30-60 60-90 90-120 120-150 150-180 180-210
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Taxa de crescimento relativo
diâmetro do coleto (cm.cm
-1
.mês
- 1
)
Dias após a repicagem
a
a
a
a
a
a
a
aa
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a a
a
a
B
b
ab
b
b
38
coleto nas sete avaliações realizadas.
As plantas do tratamento 1 RA apresentaram diâmetro do coleto menor,
significativamente distinto (P
0,05) daquelas desenvolvidas no tratamento 3 LA:1 EC, a
partir do 120 dias após a repicagem (DAR) até estar prontas para o transplantio (210
DAR). Como era esperado, observou-se inferioridade do resultado do tratamento com
resíduo de mineração de areia puro (1 RA), e isso deve-se, provavelmente, à presença
de grande quantidade de partículas finas: argila (<0,002 mm) e silte (0,002 – 0,053 mm)
além de partículas de areia muito fina (0,053 0,105 mm) e fina (0,105 0,21 mm),
21% e 33% respectivamente. Essas partículas finas se arranjam entre as mais grossas e
formam poros de menor diâmetro e, consequentemente, acarretam menor porosidade de
aeração. Além disso, a densidade desse substrato é alta (949,1 kg.m
-3
) condizendo com
a menor porosidade total desse material. Essas características físicas do substrato do
tratamento 1 RA podem ter afetado a respiração das raízes devido à redução da aeração,
o que provavelmente possibilitou problemas na absorção de nutrientes, afetando tanto o
crescimento em diâmetro do coleto, como a altura da haste, como será verificado
posteriormente (seção 4.3.2).
Observa-se na Figura 5B que a taxa de crescimento relativo (TCR) do diâmetro
do coleto, não apresentou diferença significativa entre os tratamentos, exceto no período
150-180 DAR.
A TCR do diâmetro do coleto apresentou no primeiro período avaliado (30-60
dias após a repicagem) valores superiores aos períodos subseqüentes, corroborando com
o descrito por GARCIA & FONSECA (1991) em mudas de pupunheira.
Com respeito aos blocos, houve diferença significativa até a quinta avaliação, o
que provavelmente ocorreu devido à localização de cada parcela dentro do viveiro. Isso
demonstra que mesmo tentando minimizar as diferenças no meio onde se manteve o
experimento, utilizando-se de ambiente protegido, não se conseguiu homogeneizar as
condições, sendo importante a utilização do delineamento experimental em blocos. Nas
avaliações de 180 e 210 dias após a repicagem, não houve diferença significativa entre
blocos.
4.2.2 Altura da haste
De modo geral, as medidas da variável altura da haste (Figura 6A) apresentam-
39
se de maneira semelhante às da variável diâmetro do coleto, tanto para blocos como
para tratamentos. Já que a média do diâmetro do coleto das mudas do tratamento 3 LA:1
EC apresentou-se superior estatisticamente a do tratamento 1 RA, e não apresentou
diferença significativa a dos tratamentos com resíduo de mineração de areia adicionado
à casca de arroz carbonizada aos 210 DAR.
40
Figura 6. Altura da haste (A) e taxa de crescimento relativo (TCR) da altura da haste
(B) de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1
RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados
representam médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma
letra, dentro do mesmo período (dias), não diferem significativamente pelo teste de
Tukey a 5%.
De acordo com a Figura 6A, nas duas primeiras medições, aos 30 e 60 (DAR),
as mudas não apresentaram diferença significativa entre tratamentos quanto à altura da
haste nos diferentes substratos. A altura da haste das plantas diferiu significativamente
(P0,05) entre os diferentes substratos utilizados, da terceira à sexta avaliação.
A
30 60 90 120 150 180 210
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Altura da haste (cm)
Dias após a repicagem
ab
a
ab
a
bc
bc
ab
a
a
a
a
a
aa
a
a
abc
bc
ab
bc
c
ab
ab
a
a
a
bc
abc
ab
b
bc
a
c
c
c
B
30-60 60-90 90-120 120-150 150-180 180-210
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Taxa de crescimento relativo
Altura da haste (cm. cm
-1
.mês
-1
)
Dias as a repicagem
a
30-60 60-90 90-120 120-150 150-180 180-210
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Taxa de crescimento relativo
Altura da haste (cm. cm
-1
.mês
-1
)
Dias as a repicagem
a
b
b
b
ab
b
b
ab
ab
ab
30-60 60-90 90-120 120-150 150-180 180-210
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Taxa de crescimento relativo
Altura da haste (cm. cm
-1
.mês
-1
)
Dias as a repicagem
a
30-60 60-90 90-120 120-150 150-180 180-210
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Taxa de crescimento relativo
Altura da haste (cm. cm
-1
.mês
-1
)
Dias as a repicagem
a
b
b
b
ab
b
b
ab
ab
ab
41
Pode-se verificar ainda que a altura da haste das plantas conduzidas no substrato
do tratamento 1 RA diferiu significativamente daquelas do tratamento 3 LA:1 EC a
partir dos 90 DAR até as mudas estarem prontas para transplantio (210 DAR). A
inferioridade da altura da haste das mudas desenvolvidas no substrato formado por
resíduo de mineração de areia puro (tratamento 1 RA) se deve provavelmente à sua
densidade alta e à baixa porosidade de aeração ou macroporosidade (14%), que de
acordo com TAVARES JÚNIOR (2004) o crescimento depende da capacidade de
renovação do ar do substrato por meio da difusão de O
2
para o sistema radicular e saída
de CO
2
. As plantas cultivadas no tratamento 1 RA:3 CA apresentaram nas avaliações
realizadas entre 90 DAR e 120 DAR altura da haste significativamente inferior à dos
tratamentos 3 RA:1 CA e 3 LA:1 EC enquanto, a partir dos 150 DAR até os 210 DAR
houve acréscimo na taxa de crescimento relativo (Figura 6B) das plantas do tratamento
1 RA:3 CA, fazendo com que alcançassem em altura da haste as plantas dos tratamentos
3 RA:1 CA, 1 RA:1 CA e 3 LA:1 EC, assim não havendo diferença significativa entre
esses quatro tratamentos, tal como o ocorrido na variável diâmetro do coleto.
Observando a Figura 6B, nota-se que a taxa de crescimento relativo (TCR)
variou muito durante o período de realização deste trabalho. Essa taxa é considerada
como um índice de eficiência, uma vez que representa em um determinado intervalo de
tempo a capacidade da planta produzir novos tecidos. Verifica-se ainda, que o maior
crescimento das plantas, ocorreu, de forma geral, no primeiro mês de avaliação, sendo
que nos meses seguintes houve decréscimo na taxa. Isso também ocorreu em mudas de
pupunheira observadas por GARCIA & FONSECA (1991) e PREVITALLI (2007).
A altura da haste, isoladamente, pode não ser uma variável morfológica para a
classificação de mudas, pois pode ser, mais que as outras variáveis, influenciada no
viveiro por fatores como a densidade, luz e nutrição nitrogenada. Dessa forma, para
correta classificação de mudas é apropriado associar outros parâmetros morfológicos de
qualidade, como número de folhas e diâmetro do coleto, ao da altura da haste.
4.2.3 Número de folhas e comprimento de ráquis
Constatou-se que não houve diferença significativa (P0,05) entre blocos para o
parâmetro número de folhas, nem para os diferentes tratamentos (Figura 7), exceto na
42
terceira avaliação, quando os substratos dos tratamentos 3 RA:1 CA, 1 RA:1 CA e 3
LA:1 EC diferenciaram significativamente do tratamento 1 RA:3 CA.
Figura 7 - Número de folhas de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1
RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu
(SP). Os resultados representam médias de 4 plantas e as barras o erro padrão. Médias
seguidas da mesma letra, dentro do mesmo período (dias), não diferem
significativamente pelo teste de Tukey a 5%.
Na Figura 7 observa-se que no início do desenvolvimento das mudas houve
aumento rápido no número de folhas, aos 90 DAR a menor quantidade de folhas foi
apresentado no tratamento 1 RA:3 CA, 2,0 folhas, e a maior no tratamento 3 LA:1 EC,
2,7 folhas. Nas avaliações subsequentes esse aumento passou a ter um ritmo mais lento,
apresentando na avaliação final a média mínima de 3,01 folhas e máxima de 4,01
folhas.
Verifica-se ainda que a quantidade de folhas das mudas de pupunheira após 210
DAR, para todos os tratamentos, foi abaixo das 6 folhas expandidas indicadas por BOVI
(1998b) para se considerar uma muda pronta para se transplantar no campo. GARCIA &
FONSECA (1991) observaram 5,92 folhas em mudas de pupunheiras produzidas em
substrato formado por terriço de mata da parte superficial do solo adicionado adubado
mineral, na avaliação feita aos 205 dias após a repicagem. Já YUYAMA &
MESQUITA (2000) observaram após 180 dias da repicagem a presença de 5 folhas em
30 60 90 120 150 180 210
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
ab
a
a
a
aa
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Tratamento 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Número de folhas (un)
Dias após transplantio
b
a
43
mudas de pupunheira produzidas com o uso de esterco de galinha e latossolo na
composição do substrato.
Muitas vezes, a redução do número de folhas da planta é reflexo de estresse no
ambiente radicular, que isso pode provocar desequilíbrio fisiológico nas plantas em
geral (LAUCHI & EPSTEIN, 1984; AYERS & WESTCOT, 1999). Contudo, a
quantidade de folhas das mudas de pupunheira encontrada na avaliação final do
experimento, entre 3,01 folhas e 4,01 folhas, provavelmente ocorreu devido à incidência
de doenças foliares observadas durante o decorrer do experimento, principalmente nos
últimos 60 dias, mesmo efetuando-se o controle fitossanitário. Sendo assim, neste
experimento esse parâmetro pode não ser satisfatório para mostrar as possíveis
diferenças entre os tratamentos.
A quantidade de folhas, provavelmente influenciou as outras variáveis, como
altura da planta e diâmetro do coleto, correlaciona-se com a eficiência fotossintética, na
absorção e na translocação de nutrientes, e na síntese de auxinas para o crescimento da
planta.
Quanto ao comprimento da ráquis das folhas +1, +2 e +3 (Figura 8) não houve
diferença significativa entre os blocos e nem entre os tratamentos. O comprimento da
ráquis foliar mostra-se positivamente correlacionado com o peso do palmito sendo
bastante utilizado em análise de crescimento de pupunheiras, sendo um dos caracteres
que apresenta baixa variabilidade (CLEMENT et al., 1988; BOVI et al., 1992) .
44
Figura 8 - Comprimento da ráquis foliar +1,+ 2 e +3 de mudas de pupunheira
cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5
= 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam médias de 4 plantas e
as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma letra, entre as colunas de mesma
cor, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.
Para CLEMENT & BOVI (2000), cada folha mais jovem na coroa será mais
longa que a mais velha subseqüente se as plantas de pupunheira estiverem
adequadamente nutridas, o que também foi observado por TUCCI (2004).
Corroborando o relato desses autores, o comprimento da ráquis foliar das mudas
submetidas aos substratos dos tratamentos 1 RA, 1 RA:1 CA, 1 RA:3 CA e 3 LA:1 EC
apresentou-se maior nas folhas +1 em relação às duas folhas subseqüentes.
4.2.4 Altura total
A mensuração da altura total (Figura 9) foi realizada no momento em que a
muda estava pronta para ser transplantada, ou seja, aos 210 dias após a repicagem,
1 2 3 4 5
0
2
4
6
8
10
12
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Ráquis 1
Ráquis 2
Ráquis 3
Comprimento da ráquis (cm)
Tratamentos
a
a
a
a
a
45
sendo essa uma das variáveis mais fáceis de ser mensurada para mudas, porém pouco
usada (CLEMENT & BOVI, 2000).
Figura 9 - Altura total de mudas de pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 =
3 RA:1 casca de arroz carbonizada (CA); 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 LA:1
EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam médias de 4 plantas e as barras o
erro padrão. Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste
de Tukey a 5%.
Pode-se observar na Figura 9 que houve diferença significativa (P
0,05) entre os
tratamentos, sendo as mudas provenientes do tratamento 3 LA:1 EC superiores às dos
tratamentos 1 RA, 3 RA:1 CA e 1 RA:1 CA.
4.2.5 Comprimento de raízes
Segundo KÄMPF (2000b), em comparação com o cultivo a campo, onde as
raízes dispõem de volume ilimitado para o crescimento, no cultivo em recipientes esse
volume é reduzido, podendo acarretar problemas quando se utiliza recipientes com
dimensões inadequadas. O desenvolvimento e a eficiência do sistema radicular são
influenciados pelo volume e aeração do substrato, contribuindo para tal o tamanho das
1 2 3 4 5
0
10
20
30
40
50
Altura Total (cm)
Tratamentos
b
b
b
ab
a
46
partículas e a sua textura (STURION, 1981). No entanto neste experimento, não houve
diferença significativa entre os tratamentos quanto ao comprimento das raízes (Figura
10).
Figura 10 - Comprimento das três maiores raízes (1, 2 e 3) de mudas de pupunheira
cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5
= 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam médias de 4 plantas e
as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma letra, entre colunas da mesma cor,
não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.
Mesmo com a provável limitação imposta ao crescimento radicular devido à alta
densidade seca do substrato do tratamento 1 RA (949,1 kg.m
-3
), as mudas demonstraram
superar esse impedimento físico, uma vez que a média do comprimento das três raízes
mais longas não diferenciou daquele das mudas submetidas aos outros tratamentos.
4.2.6 Produção de massa de matéria seca
Observa-se na Figura 11A que não houve diferença significativa (P0,05) entre
os tratamentos quanto à massa seca do sistema radicular (MSSR), semelhante ao
observado para o comprimento das três raízes mais longas.
1 2 3 4 5
0
5
10
15
20
25
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
Raíz 1
Raíz 2
Raíz 3
Comprimento das raízes (cm)
Tratamentos
a
a
a
a
a
47
Figura 11 -
Massa seca da parte aérea e do sistema radicular (A) e média e erro padrão
da relação massa seca da parte aérea: massa seca do sistema radicular (B) de mudas de
pupunheira cultivadas nos substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1
RA:3 CA; 5 = 3 LA:1 EC, em Pariquera-açu (SP). Os resultados representam médias de
4 plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas da mesma letra, entre colunas da
mesma cor, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.
Quanto à massa seca da parte aérea (MSPA), de acordo com SHIMIDT-VOGT
(1966 apud CARNEIRO, 1983) essa é uma variável apropriada para indicar a
capacidade de resistência das plantas aos fatores do meio.
B
A
1 2 3 4 5
0
1
2
3
4
5
6
Massa seca da parterea
Massa seca do sistema radicular
Massa seca (g)
Tratamentos
a
ab
b
ab
b
a
a
a
a
a
1 2 3 4 5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Relação parte rea:radicular
Tratamentos
a
a
a
a
a
48
A MSPA das mudas de pupunheira diferiu significativamente entre os
tratamentos. As plantas conduzidas no substrato do tratamento 3 LA:1 EC apresentaram
maior quantidade de massa seca da parte aérea (4,99 g), seguidas das mudas que
cresceram no substrato dos tratamentos 3 RA:1 CA e 1 RA:3 CA (2,68 g e 2,47g
respectivamente). Os menores valores foram observados nos substratos dos tratamentos
1 RA e 1 RA:1 CA (1,80 g e 1,94 g respectivamente) de acordo com a Figura 11A.
Pode-se observar que o tratamento 1 RA apresentou-se significativamente
inferior à 3 LA:1 EC nas variáveis diâmetro do coleto (Figura 5A) e altura da haste
(Figura 6A), o que também ocorreu nos resultados de MSPA (Figura 11A) quando as
mudas encontravam-se no ponto de transplante (após 210 dias da repicagem).
O aumento da densidade de substratos acarreta modificações importantes como
aumento da resistência mecânica à penetração radicular, redução da aeração, alteração
da condutividade hidrálica e da disponibilidade de água e nutrientes, o que pode
restringir o desenvolvimento das plantas, visto à necessidade de maior gasto de
fotoassimilados para sobrelevar impedimento físico (CAMARGO & ALLEONI, 1997).
Isso poderia explicar a inferioridade das plantas cultivadas no substrato do tratamento
1 RA para todas as variáveis avaliadas, já que substratos formados por um único
material isoladamente, geralmente se mostra inferior a aqueles compostos por 2 ou mais
materiais, como se pode observar nos resultados dos outros tratamentos.
No desenvolvimento das mudas verifica-se interdependência entre a parte aérea
e as raízes (
feed back
), uma vez que o crescimento do sistema radicular depende do
suprimento de carboidratos sintetizados nas folhas e da área foliar (TAVARES
JÚNIOR, 2004), e o crescimento da parte aérea depende das propriedades físicas que o
substrato proporciona às raízes.
As mudas de pupunheira acumularam mais massa seca na parte aérea (MSPA)
que na raiz (Figura 11B) em todos os substratos testados, o que corrobora os resultados
de GARCIA & FONSECA (1991). De acordo com DANIEL et al. (1997) e BARBOSA
et al. (1997), o indicativo de que a planta mantêm proporções adequadas entre o
desenvolvimento da raiz e o da parte aérea da planta, é que haja uma razão
MSPA:MSSR de aproximadamente 2. Nas mudas de pupunheira avaliadas essa razão
ficou entre 1,68 (tratamento 1 RA:3 CA) e 3,01 (tratamento 3 RA:1 CA), demonstrando
mais MSPA que a MSSR aos 210 dias após a repicagem. Os tratamentos com resíduo
de mineração de areia não apresentaram diferença significativa com a 3 LA:1 EC.
49
4.2.7 Trocas gasosas e valores SPAD
Não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos para a
assimilação de CO
2
, transpiração e condutância estomática das mudas de pupunheira
(Figura 12A, B e C).
Figura 12 -
Valores de assimilação de CO
2
(A), condutância estomática (B),
transpiração (C) e unidades SPAD (D) de folhas de mudas de pupunheira cultivadas nos
substratos: 1 = 1 RA; 2 = 3 RA:1 CA; 3 = 1 RA:1 CA; 4 = 1 RA:3 CA; 5 = 3 LA:1 EC,
em Pariquera-açu (SP). Pariquera-açu, 2008. Os resultados representam médias de 3
plantas e as barras o erro padrão. Médias seguidas de letras iguais na coluna são
consideradas estatisticamente iguais, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de
Tukey.
O valor médio da assimilação de CO
2
encontrado nas mudas dos diferentes
substratos foi de 5,4 µmol.m
-2
.s
-2
, sendo mais baixos que aqueles observados por
1 2 3 4 5
0
1
2
3
4
5
6
a
a
a
a
a
B
A
Assim ilação de CO
2
(
µ
µ
µ
µ
mol m
-2
s
-1
)
1 2 3 4 5
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
a
a
a
a
a
Condutância estomática (mol m
-2
s
-1
)
1 2 3 4 5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
aa
a
a
a
Tratamentos
Tratamentos
C
Transpiração (m mol m
-2
s
-1
)
1 2 3 4 5
0
10
20
30
40
50
60
b
b
b
b
aD
SPAD
50
OLIVEIRA et al. (2002) para mudas na mesma fase de desenvolvimento, apresentando
também folhas bífidas.
O padrão de valores da condutância estomática (Figura 12B) seguiu aquele
apresentado pela transpiração (Figura 12C). Para as trocas gasosas observou-se grande
variabilidade entre plantas o que era esperado. Essa variação entre plantas para trocas
gasosas, já tinha anteriormente sido descrita por TUCCI et al. (2006).
Por sua vez, para os valores SPAD as plantas desenvolvidas no substrato do
tratamento 3 LA:1 EC, diferiram significativamente dos demais (P
0,05) (Figura 12D).
As plantas do tratamento 3 LA:1 EC apresentaram média de 54,3 unidades SPAD,
diferindo significativamente das cultivadas nos demais tratamentos.
Segundo TUCCI (2004), vários autores observaram em diversas espécies
correlações entre os valores SPAD e os teores de clorofila e nitrogênio das folhas. Já
PREVITALLI (2007), observou que a variação dos valores SPAD encontrados em
mudas de pupunheira em dois tipos de substratos diferentes estiveram relacionados à
condição nutricional proporcionado por eles, o que pode explicar a superioridade quanto
aos valores SPAD encontrado nas mudas submetidas ao substrato do tratamento 3 LA:1
EC com esterco de búfalo curtido em sua composição.
51
5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados pode se concluir que:
O resíduo de mineração de areia pode ser utilizado no sistema produtivo da
pupunheira como componente de substrato para produção de mudas;
A proporção máxima de resíduo de mineração de areia para produção de mudas
de pupunheira deve ser cerca de 75% do volume do substrato, sempre agregado
a outros materiais para que a composição final apresente densidade seca entre
500 e 800 kg.m
-3
.
52
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61
ANEXO
Anexo I- Mapa de localização do Porto de Areia Porto Seguro. Registro (SP).
62
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