RESUMO
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a população de idosos no
Brasil vai saltar de 7% para 14% até 2025, tornando o país o sexto no mundo em
número de pessoas acima de 60 anos. Atreladas a isso vêm às preocupações de
como lidar com esse fenômeno, seja no âmbito das políticas públicas sociais,
educacionais e da saúde, tornando cada vez mais necessário estudar mecanismos
que ajudem essa crescente população a ter uma vida digna e de qualidade. A
velhice ainda é vista por muitos profissionais, pesquisadores e pela sociedade, na
sua maioria, com preconceito, pois ainda é considerada como uma etapa que é
caracterizada por perdas, sendo confundida com doença. Esta pesquisa teve como
objetivo a identificação da representação social da saúde, doença, velho e velhice
para pessoas acima de 60 anos, que fazem parte de um grupo de atividade física e
outras que não fazem parte deste grupo, identificar suas características sócio-
demográficas; conhecer sua relação com a imagem corporal e verificar o nível de
autonomia dos participantes. Este estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde
da Família São Benedito em Campo Grande-MS, e participaram vinte idosos que
são atendidos pela Unidade e que desejaram fazer parte da pesquisa. Os
participantes responderam a uma entrevista estruturada, que incluiu dados sócios
demográficos, questões relacionadas à representação social de saúde e doença,
velho, velhice e atividade física; responderam também questões sobre autonomia
funcional e realizaram um teste de satisfação corporal. A análise dos dados foi
qualitativa, tendo como base a teoria das representações sociais. Com este estudo,
verificou-se que a maioria dos participantes da pesquisa eram do sexo feminimo, a
média de idade de 69,4 anos, com instrução escolar em ensino fundamental
incompleto, com renda proveniente de aposentadoria ou pensão, com valor médio
de um salário. O problema de saúde que mais afeta o grupo é a hipertensão arterial
e a dor nas costas. Identificamos que a maioria dos participantes não apresentam
comprometimento funcional ou têm um comprometimento funcional leve. Com
relação à satisfação com a imagem corporal, tanto os participantes do grupo que faz
parte da atividade física quanto para o que não fazem, encontram-se insatisfeitos,
havendo diferença entre os sexos, os homens na maioria são satisfeitos com a
imagem que possuem, independente do grupo. As representações sociais de saúde,
doença, velho e velhice não foram diferentes entre os grupos. Os participantes
relacionaram saúde à aspectos subjetivos e a representação social de doença
entendida como algo que provoca sensações físicas. O termo velho foi entendido
como algo que não existe, ou um termo pejorativo e a velhice como uma situação de
incapacidade, quando não se agüenta mais fazer as mesmas coisas. Os
participantes que fazem parte do grupo de atividade física reconhecem os exercícios
físicos como um comportamento preventivo e auxiliar na promoção de saúde,
reforçando a importância da prática. Acredita-se que este estudo auxiliará na
adesão, por parte dos pacientes da Unidade Básica de Saúde, quanto nas futuras
intervenções relacionadas à promoção de saúde e prevenção de doenças.
Palavras-chave: Representações Sociais. Saúde. Doença. Velho. Velhice. Atividade
Física.