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SOUZA, Roseane Rabelo. Representações Sociais de professores sobre a inclusão escolar de
educandos com necessidades educacionais especiais.
A dificuldade que eu sinto, eu acho que é mesmo da minha pratica, por
exemplo, a questão das LIBRAS, que eu quase não pratico. Tem alguns
sinais que eu faço, mas eu acho que eu poderia interagir mais com meus
alunos surdos, desenvolver as LIBRAS pra eu poder ter uma pratica melhor
na minha sala de aula (IRIS-PSC).
A dificuldade que eu tenho eu te digo assim, eu tenho e eles têm também
porque, eles não tiram do quadro, eles têm muita dificuldade e a gente tem
muita dificuldade de repassar pra eles também (OLGA-PSC).
Eu faço assim o melhor que eu acho. Eu procuro ver a melhor maneira
possível pra trabalhar com eles, entendeu, com esses alunos. [...] por
exemplo, quando o A queria, ele fazia muito bem, mas quando ele não
estava mesmo afim não adiantava a metodologia não ia pra frente mesmo.
Quando ele queria sim, por isso que eu falei que eu batia de frente com ele,
chamava mesmo a atenção dele pra ele fazer, aí ele fazia tudo direitinho,
mas se você desse confiança pra ele, ele não fazia nada (IZABEL-PSC).
Para Andrea-PSC, o desenvolvimento de uma prática inclusiva esbarra em
certas dificuldades, entre elas, a questão do tempo para se planejar e a falta de material
didático. Diante da situação apresenta algumas sugestões, entre elas, um momento de
planejamento nas escolas.
Olha, a maior dificuldade, é questão de tempo, a questão de material
didático, porque o que a gente utiliza é geralmente o quadro. E a única,
assim, a única coisa que eu posso estar usando com eles é a LIBRAS. Agora
assim, material visual....não. Eu encontro dificuldades por não ter material e
por não ter tempo de estar fazendo em casa, na verdade é isso. Agora se a
gente tivesse tempo, dentro da escola, uma hora, duas horas, um dia da
semana pra gente fazer esse tipo de material, fazer um tipo de atividade, isso
seria muito diferente (ANDREA-PSC).
As professoras se questionam em relação a uma preparação preliminar para
receber seus alunos, principalmente os que fogem aos seus padrões convencionais. A
inclusão é vista assim como uma grande incógnita. Algo observado em nossa pesquisa:
Não foi repassado nada, é isso que eu sempre te falo, que a gente trabalha
com esses alunos, além de ter a dificuldade do professor que não se liga
mesmo nessas coisas, que eu te falei que eu nunca, como eu não tinha
costume de trabalhar, eu nunca aprofundei mais uma leitura da inclusão e
tudo. E aqui não é repassado nada. Eu cheguei aqui e nunca foi repassado
nada pra mim (Izabel-PSC).