Download PDF
ads:
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM – FFOE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM - MESTRADO
SUÉLIDA MENEZES BARRÊTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES DE COARI
SOBRE QUALIDADE DE VIDA
FORTALEZA
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
SUÉLIDA MENEZES BARRÊTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES DE COARI
SOBRE QUALIDADE DE VIDA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Farmácia, Odontologia e
Enfermagem da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre.
Linha de Pesquisa: A Enfermagem e as
Políticas e Práticas de Saúde.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Dalva
Santos Alves
Fortaleza
2010
ads:
2
O47r Barrêto, Suélida Menezes
Representações sociais de homens e mulheres de
Coari sobre qualidade de vida / Suélida Menezes Barrêto.
– Fortaleza, 2010.
97 f. : il.
Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Dalva Santos Alves.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do
Ceará. Faculdade de Farmácia Odontologia e
Enfermagem. Curso de Pós-Graduação em Enfermagem,
Fortaleza-CE, 2010.
1. Promoção da Saúde 2. Qualidade de Vida 3.
Grupos Populacionais 4. Mulheres 5. Homens. I. Alves,
Maria Dalva Santos (Orient.) II. Título.
CDD 305.3
3
SUÉLIDA MENEZES BARRÊTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES DE COARI
SOBRE QUALIDADE DE VIDA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Farmácia, Odontologia e
Enfermagem da Universidade Federal do
Ceará como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre.
Aprovado em: ___/___/_____
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Dalva Santos Alves (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Suêuda Costa (Membro efetivo)
Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza
_________________________________________________________
Profª. Drª. Ângela Maria Alves e Souza (Membro efetivo)
Universidade Federal do Ceará (DENF)
_________________________________________________________
Profª. Drª.Dafne Paiva Rodrigues (Membro suplente)
Universidade Estadual do Ceará - UECE
4
Dedico este estudo...
Aos meus pais, Adelson Praxedes Barrêto
(in memoriam) e Maria Zeneide Barrêto de
Menezes. Ao primeiro, por ter me transmitido
o gosto pela área de saúde e a sonhar com
um mundo melhor. À minha mãe, professora
como eu, por haver me incutido o valor da
educação e de lutar para transformar os
sonhos em realidade.
Aos meus irmãos Roberto, Adelson Filho,
Sandra, Suely, Abraão, Sânzia e Paulo, meu
reconhecimento pelos exemplos de
decência, porquanto em cada área de
trabalho que escolheram, conquistaram
vitórias justas e honestas.
Aos meus sobrinhos, aos quais desejo que
possam se espelhar em mim, como me
inspirei em seus pais.
Aos amigos Esther, Míriam, Abreu e Fatinha
por suavizarem os momentos difíceis e
dividirem as alegrias nos últimos vinte anos.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, nosso pai. Meu conforto e meu refúgio.
À Prof.ª Dr.ª Maria Dalva Santos Alves, minha orientadora, que
surpreendeu todos os dias, no concernente a quanto um ser humano pode ser
generoso e dedicado; e por servir como modelo na delicada arte de ensinar.
À Dr.ª Maria Suêuda Costa, que me apoiou no momento da seleção do
mestrado, proporcionando segurança e entusiasmo para vencer cada etapa.
À Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Alves e Souza pela disponibilidade e doçura
que tenta emprestar à vida de todos ao seu redor.
À Prof.ª Dr.ª Ana Fátima Carvalho Fernandes, que me direcionou à Profª.
Dalva e em reconhecimento pelo zelo que teve por este programa de Pós-
Graduação, durante seu período como coordenadora.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
UFC. Saibam que conquistei nova identidade profissional com o melhor que logrei
extrair de todos vocês, tanto nas aulas quanto nas conversas informais.
Aos meus colegas do Mestrado, que, na impossibilidade de nomear
todos, cito como seus representantes Fernanda Celedonio, Angélica Marinho,
Camila Gondim e Eveline Pinheiro, que me acolheram quando a solidão invadiu
minha vida em Fortaleza, abrindo as portas de suas casas e me permitindo desfrutar
de suas amizades. Em especial, agradeço a Paula Marciana Pinheiro, por haver,
além de tudo, me “emprestado” sua família.
Aos membros da Banca Examinadora de minha Dissertação pelas
contribuições ao aperfeiçoamento de minhas ideias.
Ao professor doutor Paulo César Almeida e ao Dr. Edmundo Rocha pela
organização dos dados estatísticos.
Às funcionárias da secretaria do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da UFC, em especial, à Sra. Joelna Veras.
Aos homens e mulheres que dispuseram do seu tempo e abriram
verdadeiramente a caixa de seus sonhos, medos e esperanças para que fosse
produzido um estudo sobre qualidade de vida na cidade onde eles vivem.
A Helder Nascimento Pereira, Maria do Carmo Neves Novo, Renata
Taiana Neves Novo e Lúcia da Silva Brito, Graciana Teixeira Costa e Maria das
Graças Teixeira Costa, por sua ajuda e apoio logístico.
6
Faço um agradecimento especial a Diana Soares da Silva Nascimento,
pelo apoio logístico, moral e emocional.
A todos os que, de alguma forma, contribuíram para que eu pudesse
chegar ao fim deste empreendimento.
7
AGRADECIMENTO INSTITUCIONAL
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM),
pelo apoio financeiro;
Ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFC, ora
coordenado pela Prof.ª Dr.ª Lorena Barbosa Ximenes, que respeitou as dificuldades
que enfrentei em razão das exigências de trabalho, no último semestre.
À Secretaria Municipal de Saúde de Coari, que me concedeu autorização
para iniciar a pesquisa nos centros de saúde daquela cidade.
8
RESUMO
A expressão qualidade de vida é amplamente utilizada nos discursos dos
profissionais e gestores de saúde. No Brasil, apesar do movimento da reforma
sanitária e das diversas tentativas de melhoria da atenção primária de saúde, ainda
existe um hiato entre teoria e prática. Aspectos fundamentais como o
reconhecimento da autonomia dos sujeitos e o “empoderamento”, que possibilitam a
mudança de atitude das pessoas, tornando-os sujeitos ativos de sua saúde, ainda
são pouco utilizados nos serviços. No que concerne à pesquisa relacionada à
promoção da saúde, geralmente, o foco está direcionado ao gênero feminino,
excluindo os homens das ações e decisões que interferem em sua vida, família e
comunidade. Os estudos sobre a maneira como homens e mulheres amazonenses,
representam, reconhecem e relatam a saúde ainda são escassos. Então, esta
pesquisa teve como objetivos conhecer as representações sociais de homens e
mulheres da cidade de Coari-AM sobre qualidade de vida e comparar as
representações sociais entre os dois segmentos. O estudo, do tipo descritivo-
exploratório, quantitativo e qualitativo, fundamentado na Teoria das Representações
Sociais, de Serge Moscovici, realizado na cidade de Coari/AM, teve a coleta de
dados de abril a maio de 2009, com 100 sujeitos, 50 homens e 50 mulheres, tendo
sido utilizados multimétodos, tais como: aplicação do Whoqol-bref, o Teste de
Associação Livre de Palavras (TALP) e a técnica de fotografia. Os dados do Whoqol-
bref foram organizados no programa Microsoft Office do Excel, 2007, e processados
no software SPSS 16,0; os do TALP digitados e organizados em um banco de dados
no programa Microsoft Office Excel 2007 e apresentados em números absolutos e
percentuais e os da fotografia baseados no método de interpretação de imagens,
com suporte na abordagem Image Watching, desenvolvida por Ott (1997) em três
etapas: descrevendo, analisando e interpretando. Os resultados do Whoqol-bref
demonstraram a qualidade de vida global e estado de saúde geral, e estão
apresentados individualmente nas tabelas 1 e 2. Da tabela 3 a 10, estão agrupadas
as questões de números 3 a 26 do Whoqol-bref, com os respectivos consolidados
dos quatro domínios, analisadas nos campos físico, psicológico, de relações sociais
e meio ambiente. Restou observado que, ao se realizar a comparação da média de
escore entre os homens e as mulheres, não houve diferenças estatisticamente
significativas em nenhum dos domínios. Quanto aos resultados do TALP1, os
elementos das representações de homens e mulheres indicam a probabilidade do
núcleo central nos dois grupos. Nas categorias extraídas das fotografias, identificou-
se o fato de que as representações sociais de qualidade de vida são igualmente
constituídas por homens e mulheres no que diz respeito a família, moradia e
alimentação. Em relação ao TALP 2, há representação de qualidade de vida para os
dois grupos, com objetos/elementos relacionados à família, moradia, emprego e
alimentação. Concluiu-se que as representações sociais de homens e mulheres de
Coari-AM, formuladas com suporte na communis oficio dos sujeitos estão
relacionadas aos desejos e necessidades de sobrevivência, gregárias e culturais.
Palavras-chave: Promoção da Saúde. Representações Sociais, Qualidade de vida.
Homens e Mulheres.
9
ABSTRACT
The term quality of life has been widely used in the discourse of professionals and
health managers. In Brazil, although the health reform movement and the various
attempts to improve primary health care, there is still a gap between theory and
practice. Key aspects such as the recognition of personal autonomy and
empowerment, which enables the change of attitude of the people, making them
active agents of their health, are still little used services. When it comes to research
related to health promotion generally focus is directed at females, excluding men
from the actions and decisions that interfere with their own life, family and
community. Studies on how men and Amazonian women, represent, recognize and
report health, are still scarce. In this light, this study aims to identify the social
representations of men and women from Coari-AM on quality of life and compare the
social representations of men and women. The study, a descriptive exploratory
qualitative and quantitative, based on the theory of social representations of Serge
Moscovici, in the city of Coari / AM, had the data collection from April to May 2009,
with 100 subjects, 50 men and 50 women, having been used multi-method, such as
application of WHOQOL-breef the Test of Free Association of Words (TALP) and
technique of photography. The data from the WHOQOL-breef were organized in the
Microsoft Office Excel 2007 and processed using the software SPSS 16.0, of the
TALP entered and organized into a database in Microsoft Office Excel 2007 and
presented in absolute numbers and percentages and the photography from the
method of image interpretation, based on Image Watching approach developed by
Ott (1997) in three stages: describing, analyzing and interpreting. The results of the
WHOQOL-breef demonstrated the Global Quality of Life and General Health Status
and are presented individually in Tables 1 and 2. Table 3 to 34, there are the
questions, numbers 3 to 26 of the WHOQOL-breef, with their consolidated the four
areas that were analyzed in the fields: physical, psychological, social relationships
and environment, it was observed that when performing comparing the mean scores
between men and women there was no statistically significant differences in any of
the fields. For the results of TALP elements of representations of men and women
indicate the likelihood of the core in both groups. In the categories of photographs
taken, we identified that the social representations of quality of life are also built by
men and women with regard to family, housing and feeding. For the TALP 2, there is
representation of quality of life for both groups, with objects / elements related to
family, housing, employment and nutrition. We conclude that the social
representations of men and women of Coari-AM, constructed from the common
sense of the subjects are related to the desires, the needs of survival, gregarious and
cultural needs.
Keywords: Health Promotion. Social Representation. Quality of life, Men and
woman.
10
LISTA DE FIGURAS
1
Moradia ....................................................................................................
56
2
Comércio .................................................................................................
57
3
Família ......................................................................................................
58
4
Natureza ...................................................................................................
59
5
Ambiente ..................................................................................................
60
6
Alimentação .............................................................................................
61
7
Companheiro/a ........................................................................................
62
8
Animal de estimação ................................................................................
63
11
LISTA DE GRÁFICOS
1
Qualidade de vida global. n=100. Coari/AM, 2009 ..................................
39
2
Estado de saúde geral. n=100. Coari/AM, 2009.......................................
40
3
Distribuição das respostas do domínio físico, por sexo. n=100.
Coari/AM, 2009 .......................................................................................
41
4
Distribuição das respostas do domínio psicológico, por sexo. n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................ 43
5
Distribuição das respostas do domínio das relações sociais, por sexo.
n=100. Coari/AM, 2009 ............................................................................
45
6
Distribuição das respostas do domínio meio ambiente, por sexo. n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................ 47
12
LISTA DE QUADROS
1
Características dos universos consensual e reificado ................................
28
2
Palavras evocadas por homens e mulheres de Coari/AM sobre QV,
estímulo 1 ...................................................................................................
49
3
Palavras mais evocadas por homens e mulheres de Coari/AM sobre QV,
estímulo 2 ................................................................................................... 51
4
Descrição dos principais termos dos homens de Coari sobre QV .............
53
5
Descrição dos principais termos das mulheres de Coari sobre QV ...........
.
53
6
Categorias de fotografias sobre QV - homens e mulheres de Coari...........
54
13
LISTA DE TABELAS
1
Qualidade de vida global n=100. Coari/AM, 2009 ...................................
38
2
Estado de saúde geral n=100. Coari/AM, 2009 .......................................
39
3
Consolidado das respostas do domínio físico n=100. Coari/AM, 2009 ....
40
4
Distribuição das respostas do domínio físico, por sexo n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................ 41
5
Consolidado das respostas do domínio psicológico n=100. Coari/AM,
2009 .........................................................................................................
42
6
Distribuição das respostas do domínio psicológico, por sexo n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................ 43
7
Consolidado das respostas do domínio das relações sociais n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................
44
8
Distribuição das respostas do domínio das relações sociais, por sexo
n=100. Coari/AM, 2009 ............................................................................ 44
9
Consolidado das respostas do domínio meio ambiente n=100.
Coari/AM, 2009 ........................................................................................ 46
10
Distribuição das respostas do domínio meio ambiente, por sexo n=100.
Coari/AM, 2009.........................................................................................
46
11
Comparação da média de escores dos domínios entre os sexos e valor
de p .......................................................................................................... 47
14
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15
2
OBJETIVOS .............................................................................................. 20
2.1
Objetivo Geral .......................................................................................... 20
2.2
Objetivos Específicos ............................................................................. 20
3
REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 21
3.1
Promoção da saúde e qualidade de vida .............................................. 21
3.2
Políticas de Saúde da Mulher ................................................................. 23
3.3.
Políticas de saúde do homem................................................................. 24
3.4.
Teoria das Representações Sociais....................................................... 27
4
METODOLOGIA ....................................................................................... 31
4.1
Tipo de estudo ......................................................................................... 31
4.2
Local da pesquisa.................................................................................... 31
4.3
Sujeitos da pesquisa ............................................................................... 32
4.4
Coleta de dados ....................................................................................... 33
4.4.1
O WHOQOL-Bref ...................................................................................... 33
4.4.2
A Associação Livre de Palavras ............................................................ 34
4.4.3
A fotografia como técnica ...................................................................... 35
4.5
Análise dos dados ................................................................................... 37
4.6
Aspectos éticos ....................................................................................... 37
5
RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO .................................... 38
5.1
Dados do WHOQOL-Bref de homens e mulheres ................................ 38
5.1.1
Qualidade de vida global e estado de saúde geral .............................. 38
5.1.2
Domínio físico .......................................................................................... 40
5.1.3
Domínio psicológico ............................................................................... 42
5.1.4
Domínio das relações sociais ................................................................ 44
5.1.5
Domínio do meio ambiente..................................................................... 45
5.2 O Teste de Associação Livre de Palavras nas representações
sociais dos homens e mulheres de Coari sobre QV ............................ 49
5.3 A fotografia nas representações sociais dos homens de Coari
sobre QV .................................................................................................. 52
5.4 A fotografia nas representações sociais das mulheres de Coari
sobre QV .................................................................................................. 53
5.5 Consolidado das descrições dos homens e das mulheres quanto à
Fotografia ................................................................................................. 54
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 64
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 67
APÊNDICES ............................................................................................. 74
ANEXOS ................................................................................................... 80
15
1 INTRODUÇÃO
O aumento da expectativa de vida, verificado desde o final do século
passado nas populações dos países que conseguiram melhorar as condições de
renda e educação trouxe novas dimensões às sociedades contemporâneas.
Diversos aspectos, como a necessidade de adequar os mecanismos da previdência
social, o aumento da incidência de doenças relacionadas ao envelhecimento, a
oferta de métodos e medicamentos que anunciam rejuvenescimento e longevidade,
entre outros, entraram na pauta dos governos, pesquisadores e população, sendo
amplamente discutidos, difundidos e experienciados.
Assim, um aspecto inovador foi trazido à luz na I Conferência
Internacional de Saúde, ocorrida em 1986, amplificando o sentido de todo esse
esforço. Não é mais suficiente buscar apenas o aumento do tempo de vida, mas
também o conhecimento e a conquista de meios para usufruí-la com qualidade. A
busca pela significação da qualidade de vida – QV, relacionada à saúde, disseminou
muitos conceitos para uma vida dita perfeita. Desde o despertar para essa nova face
da saúde, testemunhamos a divulgação, nos meios de comunicação massiva, de
várias fórmulas, pretendendo encaixar todos os indivíduos em uma nova cama de
Procusto
1
.
Na década de 1980, a saúde e a consequente melhoria da qualidade de
vida eram prometidas aos praticantes do teste de Cooper; nos anos 1990, aos
frequentadores de academias de ginástica e, no primeiro decênio dos anos 2000 aos
cultuadores da estética corporal. Uma das consequências mais evidentes dessa
generalização do que faz bem é a despersonalização do bem-estar individual e a
execução das atividades de saúde, o que culmina na perpetuação das ações
verticalizadas evidentes nas ações dos profissionais e na própria estrutura dos
serviços.
Apesar de a saúde ter sido descrita, na Carta de Ottawa, como importante
dimensão para a QV, é importante lembrar que existem outros aspectos
1
Segundo a mitologia grega, Procusto era um comerciante que ao abrigar os viajantes em seu
estabelecimento, oferecia-lhes para dormir uma cama, onde ao deitar, se o cliente fosse maior do
que a cama, ele lhe serraria as pernas e se o cliente fosse menor, seria esticado. O segredo era que
Procusto ajustava a cama para que o cliente nunca coubesse exatamente nela, torturando-o e
mutilando-o, de acordo com sua vontade.
16
intrinsecamente relacionados ao tema, tornando improvável falar de QV em lugares
cuja miséria demonstra todas as suas faces.
Com o crescimento econômico mundial ocorrido na primeira década do
século XXI, que refletiu no bom desempenho econômico brasileiro, as políticas
públicas do País apresentaram alguns avanços no sentido de melhorar as condições
de vida das pessoas. Nos setores econômico e social, destacam-se o aumento real
do salário mínimo, o acesso do trabalhador rural à previdência social e aos
programas de transferência de recursos financeiros às famílias de baixa renda, que,
apesar dos questionamentos quanto às intenções de sua implantação, reduziram
notadamente a fome no Brasil.
Na educação, as tentativas voltaram-se para a erradicação do
analfabetismo e elevação dos níveis de escolaridade. Diversas críticas foram feitas
ao modelo vigente, cujo principal objetivo era promover os alunos nas séries de
estudo. Hoje, essas metas também estão sendo revistas, no sentido de proporcionar
aprendizagem real aos alunos da rede pública. No setor saúde, a grande
transformação nas políticas públicas ocorreu com a implantação do Programa de
Saúde da Família – PSF, atual Estratégia de Saúde da Família – ESF.
A ESF está implantada em 48,9% das unidades da Federação (BRASIL,
2008a) e se configura como a consolidação dos programas do Ministério da Saúde –
MS. Essa estratégia procurou redirecionar a óptica das ações de saúde do padrão
curativista para o modelo de prevenção de doenças e promoção da saúde.
Apesar de representar um grande avanço, a ESF encontra-se distante da
idéia de promoção da saúde, consensualizada na I Conferência Internacional de
Saúde de 1986, que ainda é atual e define o cidadão como agente principal da
conquista da saúde.
Desde sua implantação, houve indiscutível redução dos indicadores de
morbimortalidade, porém a ESF ainda não conseguiu que suas ações fossem
executadas sob a perspectiva da autonomia dos sujeitos. Mantendo um padrão de
ações biologicistas e verticalizadas em seus protocolos de ações, até então
desconsideram o conhecimento ou a vontade das pessoas nas questões
relacionadas à saúde. Em suma, a ESF atingiu um patamar de eficácia, acenando
com a necessidade de urgentes adequações.
O Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família – PROESF,
cuja fase II acontece entre os anos de 2008 a 2011 (BRASIL, 2006), está centrado
17
no incremento da capacitação profissional e a melhoria no acompanhamento e
avaliação das ações de saúde, com vistas à melhoria do atendimento de saúde.
A iniciativa sinaliza como uma possibilidade do preenchimento da lacuna
entre o ideal de uma estratégia consolidadora dos programas da atenção básica e
que busca promover saúde e QV, com a realidade da maioria de suas unidades, que
enfrentam problemas históricos na estruturação dos serviços de saúde, inadequação
do perfil profissional e falhas no acompanhamento das ações da atenção básica
(BRASIL, 2006). Esses, entre outros fatores, contribuem para que a população ainda
busque respostas medicamentosas para os problemas da vida cotidiana e incorpore
idas constantes e infrutíferas às unidades de saúde.
A Atenção Básica de Saúde no Município de Coari não difere, excetuando
as peculiaridades amazônicas, da realidade nacional. O atendimento que acontece
nos centros de saúde deste Município é, predominantemente, voltado para a
execução de protocolos dos programas do MS, com consultas, distribuição de
medicamentos, visitas domiciliares e palestras educativas. O público que busca a
atenção básica é, quase totalmente, composto por mulheres e crianças. Os homens
não dispõem de políticas de saúde específicas e geralmente buscam os serviços de
saúde no nível secundário.
As práticas educativas em saúde ainda são voltadas para o modelo de
educação para a saúde, que têm a característica de atividades planejadas para criar
condições de produzir as mudanças de comportamento pretendidas em relação à
saúde. A tentativa implícita neste modelo, de imprimir na população o chamado
comportamento desejado, dificulta a participação e o “empoderamento” das
pessoas, na tomada de decisões sobre o direcionamento dos serviços.
De maneira diferente, o novo paradigma da educação nesta área busca
substituir a educação para a saúde, pela Educação em Saúde, que Barroso, Vieira e
Varela (2003) expressaram como espaço que favorece o encontro entre os serviços
de saúde e clientela, reintegrando novamente o ser humano em todas as suas
dimensões, lembrando de percebê-lo como parte do ecossistema.
No ano de 2006, com o Programa de Interiorização das Universidades
Federais, foram implantados, em Coari, seis cursos de graduação, sendo três na
área de saúde (Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição), pela Universidade Federal do
Amazonas – UFAM. Desde então, têm sido realizadas atividades de extensão
universitária na sede do Município, com o intuito de aproximar comunidade
18
acadêmica e população. Apesar da realização de atividades que apresentaram boa
repercussão e fortalecimento do principio de autonomia de sujeitos com os grupos
envolvidos, são atividades limitadas, atingindo pequena parcela da população.
Um aspecto que possivelmente diminui o impacto das ações da UFAM em
Coari, na área da saúde, está relacionado à carência de mestres e doutores nestes
cursos, o que enseja um entrave à pesquisa, à consecução de projetos de
intervenção nas políticas públicas de saúde do Município e à forma de repensar a
saúde das pessoas que nele vivem.
Essa limitação para realizar pesquisas, também, dificulta a correlação das
ações desenvolvidas, com o paradigma vigente em saúde, entendido como um
produto de amplo espectro de fatores relacionados à QV (BUSS, 2000).
Sabendo que a saúde é uma importante dimensão para a QV, o
conhecimento de como os coarienses têm representação sobre o tema pretende
servir como alicerce na formulação de projetos e ações mais específicas de saúde a
essa população.
Por isso, percebemos a importância da utilização da Teoria das
Representações Sociais na realização de uma investigação dessa natureza, na
perspectiva de conhecer as representações que emergem dos processos simbólicos
da população coariense adulta, a respeito de qualidade de vida.
Também almeja subsidiar a criação de maneiras de atendimento pelo
enfermeiro a essas populações e ampliar o campo do saber para o ensino, pesquisa
e extensão no âmbito da Enfermagem referente ao atendimento às populações
amazonenses.
Apresenta-se inédito por possibilitar o conhecimento do que as pessoas
nascidas e residentes em Coari compreendem como qualidade de vida, no contexto
de uma região com características distintas das outras áreas do Brasil, onde
pesquisas sobre o tema são realizadas. Tal saber poderá contribuir como um
parâmetro mais fidedigno, que permita melhor adequação dos modelos obtidos com
auxílio em estudos realizados com populações de características socioculturais
diferentes.
As pesquisas relacionadas à promoção da saúde, geralmente, têm como
foco o gênero feminino, excluindo os homens das ações e decisões que interferem
em sua vida, família e comunidade. Apesar, no entanto, de as pesquisas com
mulheres ocorrerem com maior frequencia, com grande número de produção
19
científica, quando associadas à QV, representações sociais de homens e mulheres
observamos redução das publicações em periódicos e nas modalidades de pós-
graduação, quer seja mestrado e/ou doutorado.
A abordagem do tema, desde a perspectiva de homens e mulheres que
dividem o mesmo lar, possibilita ainda enxergar, sob a perspectiva de gênero, as
prováveis variações em que o tema se apresenta. Essa diferenciação pode
demonstrar os aspectos relevantes, representadas por parte de cada integrante do
casal sobre o tema, fortalecendo ações específicas e melhor conduzindo essas
pessoas ao caminho do empoderamento nas questões referentes à saúde e à
qualidade de vida.
20
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Apreender as representações sociais de homens e mulheres do Município de
Coari Amazonas sobre qualidade de vida.
2.2 Objetivos específicos
Descrever como os homens e as mulheres do Município de Coari representam a
qualidade de vida.
Comparar as representações sociais entre homens e mulheres sobre qualidade
de vida.
21
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta etapa da pesquisa foi elaborada abordando os seguintes aspectos
da temática: Qualidade de Vida; Políticas Públicas de Saúde Voltadas à Mulher,
Políticas Públicas de Saúde para o Homem e Teoria das Representações Sociais.
3.1 Promoção da Saúde e qualidade de vida
A I Conferência Internacional de Saúde, realizada em 1986, na cidade de
Ottawa, demarcou a mudança de paradigma na promoção da saúde. Também foi
evidenciado que as condições de saúde estão diretamente relacionadas à QV, ao se
definir promoção da saúde como a denominação conferida à capacitação da
comunidade para atuar na melhoria da QV, incluindo a maior participação no
controle deste processo. O evento descreveu ainda, a saúde como o maior recurso
para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como importante
dimensão da qualidade de vida (BRASIL, 2001b).
A preocupação com o conceito de QV refere-se a um movimento no
âmbito das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais
amplos do que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da
expectativa de vida (FLECK, 2008).
Desde então, o delineamento das políticas públicas de saúde se volta a
proporcionar melhorias na QV das pessoas e a expressão é amplamente propagada,
nos discursos e pesquisas dos profissionais desta área, porém nem sempre
compreendida ou utilizada em todas as dimensões. O enfoque sobre o tema,
atualmente, se encontra cativo ao dilema sobre quem decide o que é QV; as
pessoas a quem se pretende proporcionar essas melhorias ou quais são os
profissionais responsáveis por sua consecução.
Apesar da complexidade em conceituar adequadamente Q.V, em 1994, a
Organização Mundial de Saúde – OMS definiu-a como “a percepção do individuo de
sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (BRASIL,
2001b).
Deste conceito, segundo Minayo, Hartz e Buss (2000), emergem três
aspectos principais: a subjetividade, que considera a percepção da pessoa sobre o
22
seu estado de saúde e diversos fatores do seu contexto de vida, que a autora
descreve como o aspecto das representações sociais na QV; a
multidimensionalidade, que demonstra a avaliação da QV como realizada em
diferentes dimensões (física, mental, social etc); e a presença das dimensões
positivas e negativas, no âmbito das quais, para uma boa QV, é necessário que
elementos positivos estejam presentes e ausentes os elementos negativos.
Nas tentativas de mensurar QV, surgiram diversos instrumentos, sendo
em sua maioria voltados para analisar aspectos econômicos e indicadores
estatísticos, como as taxas de mortalidade ou aspectos mais referentes à doença do
que à pessoa. Em uma análise da produção cientifica na área da saúde sobre
qualidade de vida no Brasil, nos anos de 2000 a 2005, Oliveira et al (2005)
identificaram, em 82 artigos, o uso de 18 diferentes instrumentos, presentes em
periódicos brasileiros na área de saúde. Entre os mais utilizados estão o WHOQOL
– Bref, o Saint Geoge’s Respiratory Questionnaire (WHQ) e instrumentos próprios.
A busca da significação de qualidade de vida torna-se primordial durante
o planejamento de quaisquer políticas de atenção à saúde, evitando a recorrência de
ações verticalizadas que por vezes tendem a tutelar a população, em proporção
direta ao grau de desinformação e pobreza desta. Outro aspecto relevante refere-se
ao gênero, visto que mulheres e homens têm significativas diferenças nos modos de
perceber, interpretar e expressar o mundo que os cerca.
No Brasil, apesar do movimento da reforma sanitária e das diversas
tentativas de melhoria da atenção primária de saúde, ainda é grande o hiato entre
teoria e prática. Aspectos fundamentais, como o reconhecimento da autonomia dos
sujeitos e o “empoderamento”, que possibilitam a mudança de atitude das pessoas,
tornando-os sujeitos ativos de sua saúde, ainda são pouco utilizados nos serviços.
No que diz respeito à QV, conseguimos identificar, no Scientific Electronic
Library – SCIELO, 1.530 artigos, mas, quando nos direcionamos para o WHOQOL
encontramos 74 publicações. Destas, selecionamos quatro cujos objetos foram
submetidos ao WHOHOL-Bref. São eles: Amendola; Oliveira; Alvarenga (2008),
Nunes; Freire (2006), Higa et al. (2008) e Gonçalves et al. (2006).
23
3.2 Políticas de saúde da mulher
As mulheres são a maioria da população brasileira (50,77%) e as
principais usuárias do Sistema Único de Saúde – SUS (BRASIL, 2004). Frequentam
os serviços de saúde para o seu atendimento ou acompanhando crianças e outros
componentes familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos e amigos. São
também cuidadoras, não só das crianças ou de outros membros da família, como
também de pessoas da vizinhança e da comunidade.
A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas
primeiras décadas do século XX, mas direcionada somente às demandas relativas à
gravidez e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de
1930, 1950 e 1970, traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua
especificidade biológica e em seu papel social de mãe e doméstica (BRASIL, 2004).
O ato de perceber a mulher como um ser integral permitiu a criação de um
programa de atenção específica para elas, cujas atividades de saúde começaram a
se aproximar do que foi preceituado na Carta de Ottawa, no que se refere à
promoção da saúde. O enfoque dos trabalhos e das ações da atenção básica foi se
direcionando, inicialmente, para o aspecto puramente curativista, na prevenção de
doenças e, posteriormente, para a autonomia, aspectos culturais, linguagem,
autoestima, valorização e “empoderamento” dessa clientela.
Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher – PAISM, que incorporou como princípios e diretrizes do
Sistema Único de Saúde – SUS a descentralização, hierarquização e regionalização
dos serviços, bem como a integralidade, a universalidade e a equidade da atenção.
Em 1996, com a implementação da Norma Operacional Básica – NOB, consolidou-
se a municipalização das ações e serviços em todo o País (BRASIL, 2004),
entretanto muitos dos municípios enfrentaram dificuldades políticas, técnicas e
administrativas para implantação adequada do Programa de Saúde da Mulher.
Em 2001, o Ministério da Saúde editou a Norma Operacional de
Assistência à Saúde – NOAS (BRASIL, 2001a), que ampliou as responsabilidades
dos municípios na Atenção Básica, inclusive, garantindo as ações básicas mínimas
de pré-natal e puerpério, planejamento familiar e prevenção do câncer de colo
uterino e o acesso às ações de maior complexidade (BRASIL, 2004). A NOB e as
NOAS, contudo, não abrangeram todo o conjunto de ações previstas nos
24
documentos que norteiam a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(BRASIL, 2002).
De acordo com o balanço institucional do Ministério da Saúde sobre as
ações do Programa de Saúde da Mulher, realizado em 2002, houve significativas
melhorias no concernente ao atendimento da mulher, mas são apontados ainda
vários aspectos até aí não abordados, principalmente a atenção ao
climatério/menopausa; queixas ginecológicas e saúde da mulher na adolescência,
nas ações a serem desenvolvidas. Isso ocorreu porque os municípios continuam
enfrentando várias dificuldades para proporcionar o atendimento integral à saúde da
mulher.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher busca
privilegiar uma perspectiva de mudanças na forma de atender esse grupo da
população, percebendo-a como sujeito de direito, com necessidades que extrapolam
o momento da gestação e parto, demandando ações que lhes proporcionassem a
melhoria das condições de saúde em todos os ciclos de vida (BRASIL, 2004); além
de incentivar ações que valorizem as particularidades emocionais, culturais e
afetivas características da condição feminina, cobrindo não só a saúde da mulher,
mas também a compreensão e valorização do ser mulher (BARRETO et al., 2007).
3.3 Políticas de saúde do homem
Na atenção básica, os temas referentes à saúde do homem vêm, ao
longo do tempo, sendo tratados transversalmente na política de enfermidades, como
hipertensão e diabetes, saúde mental e saúde do trabalhador, entre outras. As
ações voltadas à população masculina realizavam-se, até esse ano, por meio de
atividades contingentes, como a prevenção do câncer de próstata e traumatismos
decorrentes da violência, destacando o homem como um sujeito “preconceituoso”
quanto à própria saúde e à sexualidade ou, exclusivamente, como provocador de
situações conflituosas.
O significativo avanço da autonomia das mulheres nas últimas décadas
ensejam transformações nas relações com seus parceiros e modificam os papéis
desempenhados por esses sujeitos. Discutir saúde do homem torna-se, nesse
momento, de fundamental importância, uma vez que os homens também necessitam
ser vistos singularmente e no âmbito de suas relações (GOMES, 2003).
25
No ano de 2009, vigésimo ano de criação do Sistema Único de Saúde –
SUS, o MS destacou como uma das prioridades do Governo a atenção integral à
saúde do homem, tornando-se o segundo país das Américas, a exemplo do Canadá,
a criar uma política específica para essa parcela da população. A proposta do
programa foi desenvolvida em parceria com gestores dos SUS, sociedades
científicas, sociedade civil, pesquisadores acadêmicos e agências de cooperação
internacional (BRASIL, 2008b). No período entre 10 e 30 de setembro, ficou
disponível para consulta pública, objetivando receber as contribuições de setores da
sociedade que não participaram no primeiro momento de elaboração do documento.
A política de atenção integral à saúde do homem pretende modificar o
comportamento masculino ante os serviços de saúde, haja vista o fato de que os
homens não utilizam a atenção primária como porta de entrada do sistema de saúde
(FIGUEIREDO, 2005).
A despeito da aparente indiferença do homem em relação aos serviços de
atenção básica e ao contrário do imaginário popular, que reforça o mito da
invulnerabilidade masculina, o homem se apresenta mais suscetível às doenças do
que a mulher, principalmente às doenças graves e crônicas (BRASIL, 2008b); além
de ser do conhecimento público o fato de que, mesmo com o aumento da
expectativa de vida ocorrido nas últimas décadas, os homens morrem mais
precocemente que as mulheres.
A implantação de uma política que atenda sem preconceitos às
especificidades da condição masculina, percebendo as diferenças por idade,
condição socioeconômica, étnico-racial, por local de moradia urbano ou rural, pela
situação carcerária, pela deficiência física e/ou mental e pelas orientações sexuais e
identidades de gênero não hegemônicas claramente representa um passo decisivo
para proporcionar o aumento da longevidade e a melhoria da qualidade de vida
dessa parcela da população (BRASIL, 2008c).
Para Gomes (2003), os dois principais motivos para a baixa adesão do
homem aos serviços e às ações de saúde são as barreiras socioculturais,
destacando o cuidado visto em nossa sociedade como um papel feminino, e as
barreiras institucionais, ocasionadas por um serviço de atenção básica em que as
ações voltadas ao segmento masculino ainda são tímidas.
A resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a
sobrecarga financeira da sociedade, mas, sobretudo, o sofrimento físico e emocional
26
do homem e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade de
vida dessas pessoas (BRASIL, 2008c).
Quanto às pesquisas referentes à saúde do homem, os bancos de dados
ainda apresentam grande número de estudos relacionados com a violência,
acidentes de trânsito e HIV/AIDS, sendo detectadas poucas publicações
relacionando o homem como sujeito corresponsável pela saúde familiar. Alguns
trabalhos voltados a esses aspectos foram publicados nos Anais do Seminário
Homens, Gênero e Políticas Públicas (2008), em que foram focalizadas as políticas
de saúde, paternidade e direitos reprodutivos, diversidade e diretos sexuais e
violência e direitos humanos.
Os dados publicados em 2008, pelo Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas – DAPE, referentes às principais enfermidades e
agravos à saúde do homem, entre os anos de 2005 e 2007, reforçam a constatação
de que o homem, após trinta anos da declaração de Alma-Ata, ainda não havia sido
incluído no sistema de saúde sob uma concepção mais ampla (BRASIL, 2008b).
No documento restou demonstrado o seguinte: em 1º lugar, acidentes por
causas externas (com transporte, lesões autoprovocadas voluntariamente e
agressões), destacando que em 2005 estas configuraram como 78% das causas de
óbitos; 2º lugar, as doenças do aparelho circulatório; 3º lugar, os tumores (aparelhos
digestório, respiratório e urinário); 4º lugar, as doenças do aparelho digestório
(doença alcoólica, fibrose e cirrose e outras doenças do fígado); 5º lugar, as
doenças do aparelho respiratório (câncer de pulmão, traqueia e brônquios,
pneumonias, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, asma e tuberculose
(BRASIL, 2008c).
O surgimento de outros paradigmas sobre os papéis do homem no século
XXI remete à necessidade do conhecimento e, principalmente, de mudanças das
representações sociais sobre a masculinidade, sendo que estas constituem um fator
que repercute na vulnerabilidade dessa população a situações de violência e risco
para a saúde (BRASIL, 2008b).
No âmbito das recentes publicações em visita ao Scielo, encontramos na
revista Ciência e Saúde Coletiva um debate sobre a temática: Homens e saúde na
pauta da Saúde Coletiva com base no artigo de Schraiber, Gomes e Couto (2005) e
comentários de Aquino (2005) sobre a “medicalização” da sexualidade masculina; de
Minayo (2005), relacionado ao machismo e violência; de Nascimento (2005), quanto
27
aos diversos sentidos do homem e a saúde; de Carrara (2005), comentários
diagonais sobre a emergência dos homens na pauta da Saúde Coletiva Gênero e
Saúde, e Vilela (2005), dos homens e masculinidades.
Ainda no periódico citado anteriormente, outros sete autores focalizaram
os seguintes temas, quais sejam: morbimortalidade masculina (LAURENTI; JORGE;
GOTLIEB, 2005), homens e estudos de gênero (GIFFIN, 2005), masculidade e
violência no Brasil (SOUZA, 2005), masculinidade e raça/cor e saúde (BATISTA,
2005) e formulação da subjetividade masculina (BRAZ, 2005).
3.4 Teoria das Representações Sociais
Os fundamentos conceituais das representações sociais surgiram em
1912 na Sociologia, quando Émile Durkheim escreveu sobre as representações
coletivas. Em 1961, tais fundamentos encontraram na Psicologia Social uma
teorização desenvolvida por Serge Moscovici (1978), constante da sua tese de
doutorado Psychanalyse, son image et son publique, e, posteriormente, a Teoria das
Representações Sociais - TRS foi aprofundada por Denise Jodelet (ARRUDA, 2002).
Ao longo dos anos, ultrapassou a esfera da Psicologia Social, servindo de
ferramenta para outros campos, como a saúde, a educação, a didática e o meio
ambiente.
De 1980 aos nossos dias, os pesquisadores da Enfermagem encontraram
nessa teoria uma forma de reduzir o hiato entre a maneira verticalizada de agir em
saúde e a possibilidade de realizar uma efetiva promoção da saúde. A tradicional e,
nesse caso, pouco eficaz imposição da ciência vai sendo minimizada, ao passo que
o conhecimento das representações sociais dos clientes possibilita a realização de
estratégias de trabalho, que as “empoderem” na conquista da saúde.
Na sociedade, o conhecimento científico afirma-se como única verdade, a
despeito das culturas, saberes milenares e conquistas de saberes das pessoas ao
longo de suas vidas.
Nas últimas décadas, tornou-se lugar comum pensar que só é correto o
que pode ser medido e replicado, opinião esta reforçada por correntes filosóficas tão
distintas quanto o Iluminismo e o Marxismo. A TRS parte da premissa de que
existem diferentes formas de conhecer e se comunicar, destacando a consensual,
28
que emerge da conversação informal, e a científica ou reificada, ambas
indispensáveis para a vida humana (ARRUDA, 2002).
Nietsche (1996) apresenta, em um trabalho abrangente, determinado a
demonstrar a aplicabilidade das representações sociais nos estudos da área da
saúde, um quadro baseado nas reflexões feitas por Moscovici, com as principais
características que diferem os universos de pensamento como consensuais e
reificados. No primeiro, também chamado de senso comum, cada indivíduo é um
observador do meio que o cerca e é deste universo que surgem as representações
sociais. Nos universos reificados, os indivíduos têm diferentes papéis e categorias
que lhes permitem ou não falar pelos outros integrantes do grupo; é o mundo das
ciências.
Quadro 1 - Características do universo consensual e do universo reificado
UNIVERSOS CONSENSUAIS UNIVERSOS REIFICADOS
A sociedade se vê como um grupo
feito de indivíduos que são de igual valor
e irredutível.
O homem é a medida de todas as
coisas.
Cada indivíduo é livre para se
comportar como um “amador” e
observador “curioso”.
A arte de conversação serve como
paradigmas.
As representações sociais é o modo
de conhecimento, que estimula e dá
forma a nossa consciência coletiva,
explicando coisas e eventos de tal forma
que sejam acessíveis a cada um de nós
e relevantes aos nossos interesses
imediatos.
...
A sociedade se concebe como um
sistema com diferentes papéis e
categorias, cujos ocupantes não estão
igualmente intitulados a representá-los
e falar em seu nome.
As coisas se tornam a medida do
homem.
O grau de participação é determinado
exclusivamente pelo nível de
qualificação. O corpo social global
depende de regras e não de uma série
de convenções.
O computador é o paradigma das
relações.
A ciência é o modo de conhecimento,
onde tenta construir um mapa de
forças, objetos e eventos que
permanecem imunes a nossos desejos
e consciência.
...
Fonte: Nietsche (1996).
Para Moscovici (1994, p.9), “os fenômenos sociais que nos permitem
identificar de maneira concreta as representações e de trabalhar sobre elas são, nós
sabemos, as conversações, dentro das quais se elaboram os saberes populares e o
senso comum”.
29
Ao atualizar as referências sobre a TRS, realizamos busca no Scientific
Electronic Library – SCIELO, partindo das palavras representações sociais, homens
e mulheres, identificando 15 artigos, entretanto, somente seis têm semelhança
metodológica com o objeto do estudo em foco, pois realizaram comparações entre
grupos por sexo acerca das quais discorreremos a seguir (CARDOSO; ARRUDA,
2005; CYRINO, 2009; MAKSUD, 2009; MOURÃO; GALINKIN, 2008; OLIVEIRA;
ROMANELLI, 1998; SCARDUA; SOUZA FILHO, 2006).
O primeiro estudo utilizado com a TRS é o de Oliveira e Romanelli,
relacionado aos efeitos da hanseníase em 132 homens e 70 mulheres. O segundo,
de Cardoso e Arruda (2005), investigou as representações de pacientes com
HIV/aids (16 homens e 16 mulheres) sobre a adesão ou não a terapia com
antirretroviral (ARV). O terceiro, de Scardua e Souza Filho (2006), estudou 196
homens e 158 mulheres sobre a homossexualidade. O quarto, de Mourão e Galinkin
(2008), com 74 mulheres e 72 homens, investigou sobre mulheres como gerentes. O
quinto, de Maksud, com 13 casais heterossexuais, relacionado ao discurso da
prevenção da Aids frente às lógicas sexuais de casais sorodiscordantes. O sexto é o
de Cyrino, com 11 mulheres e nove homens sobre trabalho, temporalidade e
representações sociais de gênero
Ao realizar outra busca no mesmo banco de dados, com as palavras
representações sociais e saúde da mulher, os resultados indicaram 11 estudos mas
recobramos apenas oito. Destes, três relacionados à temática do cuidado: Rodrigues
et al. (2006), Chávez Alvarez et al. (2007), Parada, Tonete e Pamplona (2008).
Outros três que estudaram: o climatério, de Mendonça (2004); a violência, de
Cavalcanti, Gomes e Minayo (2006); e a integralidade da saúde da mulher, de Reis
e Andrade de (2008). Outros dois sobre o câncer; Vieira e Queiroz (2006); e
desmame precoce, de Ramos e Almeida, (2003).
Quando incluímos ainda em busca no Scielo representações sociais
foram localizados 433 artigos, mas ao incluirmos a palavra saúde, foi reduzido para
139 artigos e ao refinarmos com a palavra homem somente oito artigos. Destes, em
apenas um a temática está voltada para o homem participando do nascimento do
filho, de Carvalho (2003).
Verificamos a produção científica de Pós-Graduação da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, via banco de dissertações
e teses, criado em março de 2001, que conta atualmente com 450.000 resumos de
30
dissertações e teses defendidos desde 1987. Ao consultarmos o referido banco, com
as palavras representações sociais, há registro de 9.310 documentos, mas, ao
refinar com qualidade de vida, homens e mulheres nas 21 pesquisas encontradas,
há uma dissertação de mestrado (DOMINGOS, 1997).
No estudo de Alves et al. (2005), ficou constatado que enfermeiros
utilizam a TRS como referencial teórico-metodológico e de 1992-2001 as autoras
encontraram 25 dissertações e 21 teses em cujas temáticas diversas os enfermeiros
realizaram as investigações.
Ao rever a busca no Portal CAPES, por nome de autores, há registro de
uma dissertação de mestrado de Alves (1996) e uma tese também de Alves (2003).
A primeira objetivou conhecer como as mulheres vivem e desenvolvem
representações sociais sobre a saúde durante o ciclo vital e a segunda buscou
conhecer o mal-estar de homens e mulheres decorrente da contaminação pelo
papiloma vírus humano, e tentar compreendê-lo com base na articulação entre as
representações sociais e a promoção da saúde.
.
31
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Este é um estudo do tipo descritivo-exploratório, fundamentado na Teoria
das Representações Sociais, de Serge Moscovici, com o uso de multimétodos.
Segundo Polit, Beck e Hungler (2004, p.34) “[...] o pesquisador que
conduz a investigação descritiva observa, conta, descreve e classifica [...]”.
As mesmas autoras ainda referem:
Como a pesquisa descritiva, a pesquisa exploratória, começa com algum
fenômeno de interesse; no entanto, mais do que simplesmente observar e
descrever o fenômeno, a pesquisa exploratória investiga a sua natureza
complexa e os outros fatores com os quais ele está relacionado (POLIT,
BECK, HUNGLER, 2004).
4.2 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada no Município de Coari (ANEXO A), que está
localizado na margem direita do lago Coari, na confluência com o rio Solimões,
Estado do Amazonas, distando a sede 363 km de Manaus. Possui altitude de 10m
acima do nível do mar, clima equatorial quente e úmido, caracterizado pela
intensidade do calor e das chuvas sem estação definida. A quantidade de chuva é
de 2.500 mm por ano e temperatura média anual de 32°C, apresentando pequena
variação durante o ano (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM,
2006).
Coari é uma das cidades mais ricas da região norte (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSITCA - IBGE, 2007) e a quinta maior
cidade do Amazonas, com uma população total de 67.055 habitantes, sendo 67%
urbana; 33% rural; 52,07% mulheres e 47,93% homens (IBGE 2008). Sua área
geográfica é de 57.922 km
2
, o que corresponde ao tamanho aproximado do Estado
da Paraíba, 56.439 km², com uma densidade demográfica de 2,69 habitantes por
km². Fator importante quando consideramos o aspecto da universalidade de acesso
aos serviços de saúde para a população que vive na zona rural.
32
Quanto aos outros indicadores demográficos de maior relevância, a
mortalidade infantil em crianças de até cinco anos de idade é de 22,26 a cada mil
crianças, a taxa de fecundidade é 6,74 filhos por mulher e o percentual de
alfabetização corresponde a 88,63% O índice de desenvolvimento humano – IDH-M
é de 0,703, sendo: IDH-M Renda: 0,846, IDH-M Longevidade: 0,776 e IDH-M
Educação: 0,946. A renda per capita é de R$ 1,508,20 (PROGRAMA DAS NAÇÕES
UNIDAS PARA O DESESENVOLVIMENTO - PNUD, 2000).
Desde a descoberta de petróleo no Município e o início da construção do
gasoduto Coari-Manaus, grande parte dessa renda advém da prestação de serviço e
locações de bens aos funcionários e prestadores de serviços da Petrobrás. Outra
fonte de renda para os cofres municipais refere-se ao pagamento mensal de
royalties sobre a extração de petróleo, que ultrapassa consideravelmente o Fundo
de Participação dos Municípios – FPM, mantido pelo Governo federal.
Apesar do padrão econômico elevado em relação aos outros municípios
da região Norte, durante o atendimento da atenção básica, não se evidenciam
diferenças nas queixas ou problemas de saúde desses cidadãos, em relação a
moradores de outras cidades Amazônicas, mesmo a estrutura física e o quadro
profissional da rede de saúde demonstrando a acentuada diferença econômica entre
a zona urbana de Coari e os outros municípios do Estado.
A Zona Urbana Coari conta com 11 unidades básicas de saúde – UBS,
nelas tendo sido realizada a coleta de dados. Cada UBS dispõe de uma equipe da
Estratégia de Saúde da Família – ESF, com enfermeira, médico, odontólogo e uma
média de dez agentes comunitários de saúde – ACS por equipe. Destas UBS, cinco
foram selecionadas por meio de sorteios: UBS Maria Fernandes, localizada no
Centro da cidade; USB Dr. Genival Montenegro Guerra, bairro Santa Efigênia; UBS
Enedino Monteiro, bairro do Pêra; UBS Dr. Luiz Carlos de Herval, bairro da União; e
UBS Eliana Nunes Feijó, no bairro Urucu.
4.3 Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos deste estudo foram 50 homens e 50 mulheres do Município de
Coari, correspondendo à amostra intencional do estudo.
Polit, Beck e Hungler (2004) ensinam que não há critérios para o tamanho
da amostra na pesquisa qualitativa, mas, em se tratando da TRS, Camargo (2000, p
33
101) explica que “a intencionalidade da amostra tem a ver com [...] um número igual
de ambos os sexos (50%)”.
Inicialmente selecionamos as mulheres que buscavam atendimento nas
UBS e viviam em regime de matrimônio ou união civil ou consensual estável.
Tivemos como critérios de inclusão mulheres com faixa etária acima de 18 anos,
sem limite máximo de idade, nascidas na região do Médio Solimões (Anamã, Anuri,
Beruri, Caapiranga, Coari e Codajás).
Estas residiam na zona urbana de Coari, no período da coleta de dados e
com seus companheiros aceitaram participar da pesquisa, assinando o termo de
consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A).
Às mulheres que atenderam aos critérios de inclusão foi explicado em que
consistia a pesquisa. Após a anuência destas, agendamos uma visita domiciliária,
com o intuito de esclarecer sobre a pesquisa ao casal. Na oportunidade,
reafirmamos o convite à mulher e convocamos o seu parceiro, sem a participação do
qual ocorreria a exclusão de ambos. Em seguida, elaboramos o calendário de visitas
no domicílio, para iniciar a coleta de dados.
Em decorrência da dificuldade em encontrar o casal no domicilio e do
grande número de pessoas que não cumpriram o agendamento, continuamos a
pesquisa com os casais que residiam nas imediações dos centros de saúde
escolhidos para a pesquisa. É importante destacar que eles frequentavam estas
UBS e eram usuários do seu serviço.
4.4 Coleta de dados
4.4.1 O WHOQOL-Bref
O levantamento dos dados ocorreu de março a abril de 2009, com o uso
de um instrumento e duas técnicas: o instrumento – versão em português da
avaliação da Q.V, World Health Organization Quality Of Life assessment instrument -
Bref (WHOQOL – Bref), 1998 (ANEXO B). O uso desse instrumento, validado no
Estado do Rio Grande do Sul, torna-se particularmente interessante, quando
aplicado a um município da região Norte do País, verificando as possibilidades que a
peça apresenta de avaliação em um local com características tão distintas de onde
foi validado.
34
O WHOQOL – Bref é derivado do WHOQOL-100 e consta de 26
perguntas estruturadas, avaliando diversas facetas, sendo 24 dentro de quatro
domínios: físico: (dor e desconforto, energia e fadiga, sono e descanso, mobilidade,
atividades da vida cotidiana, dependência de medicação e de tratamentos e
capacidade de trabalho); psicológico (sentimentos positivos, pensar, aprender,
memória e concentração, autoestima, imagem corporal e aparência, sentimentos
negativos, espiritualidade/religião/crenças pessoais); relação social (relações
pessoais, apoio social e atividade sexual) e meio ambiente (segurança física e
proteção, ambiente no lar, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais -
disponibilidade e qualidade, oportunidades de adquirir novas informações e
habilidades, participação em oportunidades de recreação/lazer, ambiente físico e
transporte) e mais duas questões de domínio geral (qualidade de vida global e
percepções de saúde geral).
Fleck et al. (1999, p 20.), descrevem a escala de avaliação das
respostas do WHOQOL:
As questões do WHOQOL foram formuladas para uma escala de respostas
do tipo Likert, com uma escala de intensidade (nada - extremamente),
capacidade (nada - completamente), freqüência (nunca - sempre) e
avaliação (muito insatisfeito - muito satisfeito; muito ruim - muito bom).
Embora estes pontos âncoras sejam de fácil tradução nos diferentes
idiomas, a escolha dos termos intermediários apresentam dificuldades de
equivalência semântica (por exemplo entre as âncoras "nunca" e "sempre"
existe "`as vezes", "freqüentemente", "muito freqüentemente", "muitas
vezes" etc).
O WHOQOL – Bref foi criado para avaliar a QV, sob uma perspectiva
internacional, traduzido em 50 idiomas e já foi utilizado em cerca de 50 países. O
coordenador do grupo de estudos nesta área, Professor Marcelo Fleck, validou esse
instrumento por meio de um amplo estudo realizado no Estado do Rio Grande do Sul
em 1998. Sua aplicação evidenciou os aspectos que delineiam a concepção atual de
saúde, abordando variáveis positivas da vida humana e evitando a primazia da
abordagem da QV pela ausência ou controle de doenças, verificada em outros
instrumentos.
4.4.2 A Associação Livre de Palavras
A primeira técnica usada foi de Associação Livre de Palavras:
35
[...] um método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os
pensamentos que ocorrem ao espírito, quer a partir de um elemento dado
(palavra, número, imagem de um sonho, qualquer representação), quer de
forma espontânea. (LAPLANCHE; PONTALIS 1998, p. 38)
O teste de associação livre de palavras permite aos indivíduos revelarem
o conteúdo latente na memória em relação ao objeto a que se refere a
representação. Esse instrumento foi adaptado da Psicologia Social por Di Giacomo
(1981) e posteriormente utilizado no Brasil por Sá (1998). Desde então, e
amplamente empregado nos estudos das representações sociais.
Para Andrade (2003, p.76) o TALP permite entender como uma
representação se constitui com base nas suas articulações internas:
(...) o acesso aos sistemas de categorizações usados para construir tais
representações, seus conteúdos internos e sua organização. Isso se torna
possível através do estudo da freqüência de aparecimento dos itens, de sua
localização perante os outros e da importância dada aquele item pelos
participantes. Quando os coeficientes de correlação são significativos, nos
confirmam ou reforçam as hipóteses apontadas pela organização dos
elementos das representações sociais.
Neste estudo, foram utilizados dois estímulos por meio das seguintes
indagações: 1 ”O que vem a sua cabeça quando você ouve a expressão qualidade
de vida?” (APÊNDICE B); 2 “O que vem a sua cabeça quando você ouve a
expressão qualidade de vida em si?” (APÊNDICE C). Foi solicitado aos sujeitos
individualmente, a associação de seis palavras para cada pergunta e os indicadores
digitados e organizados em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel
2007 e apresentados em números absolutos e percentuais.
A diversidade de métodos é um recurso importante para a tentativa de
obtenção das representações sociais que as pessoas estabelecem sobre
determinados objetos ou fenômenos.
4.4.3 A fotografia como técnica
A segunda técnica - o uso da fotografia - segundo Neiva-Silva e Koller
(2002), permite atribuir significado às palavras como sendo imagens sensoriais
trazidas à consciência, entretanto, seu emprego não é uma novidade na área clínica,
tendo sido aplicada na documentação de casos e descrição de procedimentos, entre
36
outros, há várias décadas. O aspecto inovador reside na ideia de usar esse
expediente como uma mediação para a comunicação.
A idéia foi desenvolvida por Collier e Collier (1986), no livro Visual
Antropology: photography as a research method, e, no Brasil, os estudos são
incipientes, alguns temas abordados em geral, utilizam a técnica como registro
fotográfico e mais raramente como fonte primária de pesquisa.
Observando o registro de pesquisas com uso desta técnica, foram
identificados entre 115 artigos de periódicos do Scielo, sete na Enfermagem:
Toralles-Pereira, Sardenberg Mendes (2002) e Toralles-Pereira et al. (2004) com
pacientes acamados; Melleiro e Gualda (2005) como método de pesquisa;
Bernardes, Lopes e Santos (2005a, 2005b) e Bernandes e Lopes (2007) enfermeiras
no exército e Oliveira et al. (2009) enfermeiras na 2ª Grande Guerra.
A aplicação desta técnica ocorreu após a aplicação do WHOQOL – Bref e
TALP, quando os homens e as mulheres foram convidados a fotografar, em máquina
digital, uma imagem que pudesse responder à pergunta: o que é qualidade de vida?
A máquina foi entregue a cada participante separadamente, e todos, ao
receberem o referido equipamento, se direcionaram ou pediram para serem levados
de imediato até o objeto ao qual julgaram responder ao questionamento,
demonstrando saber exatamente o que queriam registrar.
Dos 50 casais, 48 registraram objetos e paisagens diferentes. Dois casais
fixaram exatamente o mesmo cenário.
Quanto aos objetos fotografados, apenas um sujeito buscou uma imagem
de que já dispunha, referente a uma viagem de avião, e justificou que somente esta
responderia verdadeiramente ao sentimento que experimentou mediante a pergunta.
Os outros 99 participantes fotografaram elementos do meio em que viviam.
Em seguida, foi solicitado que cada participante explicasse por que
aquela imagem respondia ao questionamento. Essas respostas foram anotadas e
anexadas às fotografias correspondentes, justificando cada escolha.
Imediatamente após os relatos, todos os participantes demonstraram
sentimentos que variavam de amplos sorrisos até semblantes tristes. Um dos
participantes apresentou choro discreto.
Do total de 100 fotos, estas foram identificadas de H1 a H50 (APÊNDICE
D) e M1 a M50 (APÊNDICE E) garantindo assim, o anonimato dos participantes.
37
4.5 Análise dos dados
Os dados do WHOQOL–Bref foram processados pelo software SPSS
versão 16.0 e analisados estatisticamente. As palavras evocadas no TALP foram
submetidas a análise estatística e apresentadas em números absolutos e
percentuais.
Os relatos sobre as fotografias, utilizando o método de interpretação de
imagens, com base na abordagem Image Watching, desenvolvida por Ott (1997),
foram verificados por meio de três das seis etapas: descrevendo, analisando e
interpretando.
Conforme Rizzi (2008, p.3), a primeira “é o momento em que a percepção
é priorizada e a enumeração do que está sendo visto é efetuada”. A segunda
“enfoca e desenvolve os aspectos conceituais da leitura da obra de arte utilizando
para a análise formal da obra percebida conceitos [...]” e a terceira “é o momento
das respostas pessoais à obra de arte, objeto da apreciação, quando as pessoas
expressam suas sensações, emoções e ideias a partir do contato com a
materialidade da obra, seu vocabulário, gramática e sintaxe”.
4.6 Aspectos eticos
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do
Amazonas – UFAM, com CAAE n
o
0048.0.115.000-09 (ANEXO C). foram
observadas as normas da Resolução n
o
196/96, do Conselho Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde, relacionado a pesquisas com seres humanos (BRASIL, 1996).
38
5 RESULTADOS, ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO
Apresentamos os resultados da investigação em três ocasiões: o primeiro,
com foco no WHOQOL-Bref, o segundo, relacionado ao TALP nos dois estímulos, e
o terceiro é referente à fotografia. A interpretação integrada das abordagens
quantitativa e qualitativa consta deste capítulo com vistas a uma melhor
compreensão da análise do WHOQOL-Bref e do enfoque teórico – TRS.
5.1 Dados do WHOQOL-Bref de homens e mulheres
A amostra foi composta de 100 sujeitos, 50 homens e 50 mulheres, com
faixa etária entre 22 e 77 anos, sendo a média de idade de 43,2 anos (+ ou – 1,5
ano).
A QV global e estado de saúde geral estão apresentadas individualmente,
nas tabelas 1 e 2. Da tabela 3 a 10, estão agrupadas as questões de número 3 a 26
do WHOQOL-Bref, com os respectivos consolidados dos quatro domínios que foram
analisadas nos campos: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.
5.1.1 Qualidade de vida global e estado de saúde geral
Tabela 1 – Qualidade de vida global. n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Masculino Feminino
Total
Respostas
F % F % F %
Muito ruim
0 0 0 0 0 0
Ruim
7 14 5 10 12 12
Nem ruim nem boa
16 32 16 32 32 32
Boa
21 42 22 44 43 43
Muito boa
6 12 7 14 13 13
Total
50 100 50 100 100 100
Fonte: dados da pesquisa
Na Tabela 1, observamos que nenhum dos participantes avaliou a QV
como muito ruim. Sete referiram ruim e 16 nem ruim nem boa. Somando-se os dois
últimos percentuais, dos escores - boa e muito boa - verificamos que 27 pessoas
(54%) julgam a QV boa ou muito boa.
39
Analisando nos dois grupos, as respostas foram bastante semelhantes,
tendo o escore boa obtido o maior percentual em ambos os grupos, conforme
podemos compreender no Gráfico 1.
Gráfico 1 – Qualidade de vida global. n=100. Coari/AM, 2009
Tabela 2 – Estado de saúde geral. n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Masculino Feminino
Total
Respostas
F % f % F %
Muito insatisfeito
1 2 3 6 4 4
Insatisfeito
6 12 7 14 13 13
Nem satisfeito nem insatisfeito
10 20 8 16 18 18
Satisfeito
23 46 25 50 48 48
Muito Satisfeito
10 20 7 14 17 17
Total
50 100 50 100 100 100
Fonte: dados da pesquisa
Observamos na Tabela 2, a semelhança nas respostas de homens e
mulheres e verificamos que 33 sujeitos (66%) estão satisfeitos ou muito satisfeitos
com a saúde, conforme podemos compreender no Gráfico 2. É importante ressaltar
que os respondentes estão na faixa produtiva da vida e que nenhum deles buscou o
serviço de saúde por problemas graves, visto que foram captados em unidades de
baixa complexidade.
40
Gráfico 2 – Estado de Saúde Geral. n=100. Coari/AM, 2009
5.1.2 Domínio físico
As questões de número 3, 4, 10, 15, 16, 17 e 18, referem-se ao domínio
físico, reportando-se aos seguintes aspectos: dor e desconforto, energia e fadiga,
sono e repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de
medicação ou de tratamentos e capacidade de trabalho. As tabelas 3 e 4
apresentam os consolidados do domínio físico e a distribuição comparativa por sexo,
respectivamente.
Tabela 3 – Consolidado das respostas do domínio físico. n=100.
Coari/AM, 2009
Respostas
F %
%
acumulado
Nada ou muito ruim
0 0,0 0,0
Muito pouco ou ruim
3 3,0 3,0
Médio, nem ruim nem bom
60 60,0 63,0
Muito ou bom
36 36,0 99,0
Completamente ou Extremamente
1 1,0 100,0
Total
100 100,0
Fonte: dados da pesquisa
Podemos observar que, na distribuição dos dados do domínio físico, que
na média das respostas não foi considerado o escore 1 – referente às respostas
41
nada ou muito ruim - 3% dos sujeitos obtiveram escore concernente a muito pouco
ou ruim; a maioria, 60% dos entrevistados, com escore 3, que alude a médio, nem
ruim nem bom; 36% tiveram escore 4, relativo a muito ou bom. O escore 5, que faz
referência a completamente e extremamente, ficou com 1% das médias das
respostas.
Tabela 4 – Distribuição das respostas do domínio físico, por sexo.
n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Respostas
Masculino Feminino
Total
Nada ou muito ruim
0 0 0
Muito pouco ou ruim (2) 66,7% (1) 33,3% (3) 100,0%
Médio, nem ruim nem bom (31) 51,7% (29) 48,3% (60)100,0%
Muito ou bom (17) 51,7% (19) 48,3% (36)100,0%
Completamente ou Extremamente (0) ,0% (1)100,0% (1)100,0%
Total 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,370)
Fonte: dados da pesquisa.
Na Tabela 4, percebemos, ao comparar os dois grupos nos escores
intermediários, uma tendência do sexo masculino a dar mais respostas do que o
feminino; e, nas respostas completamente e extremamente (5), os respondentes do
sexo feminino obtiveram o maior número, conforme podemos compreender no
Gráfico 3.
Gráfico 3 – Distribuição das respostas do domínio físico,
por sexo. n=100. Coari/AM, 2009
42
Evidenciamos a tendência das respostas dos homens decrescerem à
medida que os escores se referem aos aspectos positivos, enquanto, no grupo das
mulheres, se tornam crescentes. Ressaltamos, porém, que se trata de uma
tendência, visto que as diferenças entre os sexos não são estatisticamente
significantes.
5.1.3 Domínio psicológico
As questões de números 5, 6, 7, 11, 19 e 26 referem-se ao domínio
psicológico e avaliam aspectos relacionados com sentimentos positivos - pensar,
aprender, memória e concentração, autoestima, imagem corporal e aparência; e
sentimentos negativos, espiritualidade/religião/crenças pessoais. As tabelas, 5 e 6
apresentam os consolidados do domínio psicológico e a distribuição comparativa por
sexo, respectivamente.
Tabela 5 – Consolidado das respostas do domínio psicológico. n=100.
Coari/AM, 2009
Respostas f %
%
acumulado
Nada ou nunca
0 0,0 0,0
Muito pouco ou algumas vezes
2 2,0 2,0
Mais ou menos, médio ou
frequentemente
49 49,0 51,0
Bastante, muito ou muito
frequentemente
48 48,0 99,0
Extremamente, completamente,
sempre
1 1,0 100,0
Total
100 100,0
Fonte: dados da pesquisa.
Na distribuição do domínio psicológico, as questões que apresentaram os
maiores escores foram mais ou menos, médio ou frequentemente, com 49%, e
bastante, muito ou muito frequentemente, com 48%. As questões que se referem a
muito pouco ou algumas vezes ficaram com 2% e extremamente, completamente,
sempre com 1%. Nas médias das respostas, não houve sujeitos com respostas do
tipo muito ruim.
43
Tabela 6 – Distribuição das respostas do domínio psicológico, por sexo.
n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Respostas
Masculino Feminino
Total
Nada ou nunca 0 0 0
Muito pouco ou algumas vezes (0) 0% (2)100,0% (2) 100,0%
Mais ou menos, médio ou
frequentemente
(26) 53,1% (23) 46,9% (49)100,0%
Bastante, muito ou muito
frequentemente
(24) 50,0% (24) 50,0% (48)100,0%
Extremamente, completamente,
sempre
(0) ,0% (1)100,0% (1)100,0%
Total 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 1,00)
Fonte: dados da pesquisa.
Na distribuição, por sexo, das questões do domínio psicológico, houve
concentração das respostas dos indivíduos do sexo masculino, nas questões que
contemplam os aspectos mais ou menos, médio ou frequentemente e bastante,
muito ou muito frequentemente.
No grupo das mulheres, apesar da semelhança com os homens nos
mesmos escores, também apareceram respostas às questões referentes aos
escores muito pouco ou algumas vezes e extremamente, completamente, sempre.
Mesmo tendo em vista que as diferenças não são significativas do ponto de vista
estatístico pelo valor de p-1,00, neste domínio, a tendência é a de maior diferença
nas respostas entre os dois grupos, conforme podemos compreender no Gráfico 4.
Gráfico 4 – Distribuição das respostas do domínio psico-
lógico, por sexo. n=100. Coari/AM, 2009
44
5.1.4 Domínio das relações sociais
As questões de números 20, 21 e 22 referem-se ao domínio das relações
sociais, que avaliam as facetas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos,
colegas), apoio social e atividade sexual. As Tabelas 7 e 8 apresentam os
consolidados do domínio das relações sociais e a distribuição comparativa por sexo,
respectivamente.
Tabela 7 – Consolidado das respostas do domínio das relações
sociais. n=100. Coari/AM, 2009
Respostas
f %
%
Acumulado
Muito ruim
Ruim
5 5,0 5,0
Nem ruim, nem bom
18 18,0 23,0
Bom
62 62,0 85,0
Muito bom
15 15,0 100,0
Total
100 100,0
Fonte: dados da pesquisa.
Na distribuição do domínio das relações sociais, o maior número de
respostas foi a opção bom, seguida por nem ruim nem bom; em terceiro ficou muito
bom e em quarto lugar ruim.
Tabela 8 – Distribuição das respostas do domínio das relações
sociais, por sexo. n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Respostas
Masculino Feminino
Total
Muito ruim
0 0 0
Ruim (1) 20,0% (4) 80,0% (5) 100,0%
Nem ruim, nem bom (12) 66,7% (6) 33,3% (18)100,0%
Bom (31) 50,0% (31) 50,0% (62)100,0%
Muito bom (6) 40,0% (9) 60,0% (15)100,0%
Total 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,677).
Fonte: dados da pesquisa.
45
Na distribuição do domínio das relações sociais por sexo nos dois grupos,
a maioria das respostas foi bom. Percebemos a tendência de crescimento do
número de respostas de ruim a bom, havendo diminuição quando chega ao escore
muito bom, conforme podemos compreender no Gráfico 5.
Gráfico 5 – Distribuição das respostas do domínio das
relações sociais, por sexo. n=100. Coari/AM, 2009
5.1.5 Domínio do meio ambiente
As questões de número 8, 9, 12, 13, 14, 23, 24 e 25 referem-se ao domínio
meio ambiente, que avaliam as facetas: segurança física e proteção, ambiente no
lar, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais - disponibilidade e qualidade,
oportunidades de adquirir novas informações e habilidades, participação em/e
oportunidades de recreação/lazer, ambiente físico e transporte. As Tabelas 9 e 10
auxiliam os consolidados do domínio do meio ambiente e a distribuição comparativa
por sexo, respectivamente.
46
Tabela 9 – Consolidado das respostas do domínio meio ambiente.
n=100. Coari/AM, 2009
Respostas f %
%
acumulado
Nada ou muito ruim
0 0,0 0,0
Muito pouco ou ruim,
12 12,0 12,0
Mais ou menos, médio ou
nem ruim nem bom
66 66,0 78,0
Bastante, muito ou bom
21 21,0 99,0
Extremamente,
completamente ou muito
bom
1 1,0 100,0
Total
100 100,0
Fonte: dados da pesquisa.
Na distribuição das respostas do domínio meio ambiente, a maioria foi para
o escore mais ou menos, médio ou nem ruim nem bom com 66% em seguida vêm
bastante, muito ou bom por 21%; em terceiro, por muito pouco ou ruim, 12%, e em
quarto pelos escores extremamente, completamente ou muito bom, com 1%.
Tabela 10 – Distribuição das respostas do domínio meio ambiente, por
sexo. n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Respostas
masculino Feminino
Total
Nada ou muito ruim 0 0 0
Muito pouco ou ruim, (4) 33,3% (8) 66,7% (12) 100,0%
Mais ou menos, médio ou nem ruim
nem bom
(34) 51,5% (32) 48,5% (66)100,0%
Bastante, muito ou bom (12) 57,1% (9) 42,9% (21)100,0%
Extremamente, completamente ou
muito bom
(0) 0,0% (1) 100,0% (1)100,0%
Total 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,406)
Fonte: dados da pesquisa.
Na distribuição do domínio meio ambiente por sexo, os homens, com 34 e
as mulheres com 32, assinalaram o escore mais ou menos, médio ou nem ruim nem
boa, e demonstraram a mesma tendência de ir decrescendo do resultado
47
intermediário até extremamente, completamente e muito bom, conforme podemos
compreender no Gráfico 6.
Gráfico 6 – Distribuição das respostas do domínio meio
ambiente, por sexo. n=100. Coari/AM, 2009
Tabela 11 – Comparação da média de escores dos domínios entre os
sexos e valor de p. n=100. Coari/AM, 2009
Sexo
Masculino Feminino
Módulo
Média ± dp Média ± dp
Valor p
Físico
3,30 ± 0,54
3,40 ± 0,57
0,372
Psicológico 3,48 ± 0,50 3,48 ± 0,61 1,000
Social
3,84 ± 0,65
3,90 ± 0,78
0,679
Meio Ambiente
3,16 ± 0,54
3,06 ± 0,65
0,408
Em relação à qualidade de vida entre homens e mulheres, os dois grupos
apresentaram menor qualidade de vida, respectivamente, nos domínios meio
ambiente, físico e psicológico, sendo o domínio social o que apresentou maior QV.
Além dos dois grupos exibirem a mesma ordem nos resultados dos domínios,
48
também não apresentaram diferenças estatisticamente significativas nas suas
respostas, visto que p não foi menor do que 0,05 em nenhum dos domínios.
Esse resultado não é corroborado por outros estudos, nos quais a QV em
mulheres é menor. Conforme estudo de Sprangers et al. (2000), sexo feminino está
relacionado a baixos níveis de qualidade de vida. Em outro estudo, Pereira, Cotta e
Franceschini (2006) verificaram que houve diferenças significativas relativas ao
gênero nos domínios físico, psicológico e ambiental, tendo os homens apresentado
os maiores escores.
Uma possível explicação para estes resultados pode estar relacionada ao
fato de os sujeitos pesquisados viverem no mesmo ambiente, em condições
equânimes e sob as mesmas influências culturais, tendendo a perceber QV de
maneira semelhante. Ullmann (1991), destaca que a visão do mundo se desenvolve
com as lentes de sua cultura, sob o prisma peculiar a cada ambiente cultural onde a
pessoa vive.
As respostas de homens e mulheres não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas. Sob tal aspecto, é prudente considerar os efeitos
relacionados com o número de entrevistados, pois, sendo a essência do trabalho de
cunho qualitativo, o WHOQOL-Bref foi aplicado à amostra delimitada para o uso das
outras duas técnicas - o TALP e a fotografia - podendo em estudo com maior
número de pessoas apresentar diferenças em um ou mais domínios.
Quando, porém, confrontamos estes dados com as outras duas técnicas
utilizadas, também verificamos a semelhança nas respostas dos sujeitos, nos
levando a concluir que não há diferenças significativas sobre como os homens e
mulheres de Coari, envolvidos neste estudo, representam qualidade de vida.
49
5.2 O Teste de Associação Livre de Palavras nas Representações Sociais dos
homens e mulheres de Coari sobre QV
Quadro 2 – Palavras evocadas por homens e mulheres de Coari/AM sobre QV,
Estímulo 1
ESPECÍFICO
GERAL
MULHERES HOMENS
Palavras evocadas
N
O
do
estímulo %
Freq. da
evocação
N
O
de
ordem %
Freq. da
evocação
N
O
de
ordem %
SAÚDE
70 17,28 40 1 18,35 30 1 16,05
EMPREGO
37 9,13 17 3 7,81 20 2 10,71
FAMÍLIA
30 7,41 18 2 8,26 12 4 6,42
MORADIA
29 7,16 16 4 7,34 13 3 6,95
PROVENTOS
28 6,91 16 4 7,34 12 4 6,42
EDUCAÇÃO
27 6,66 17 3 7,81 10 6 5,34
AÇÃO DO PODER
PÚBLICO
23 5,68 10 7 4,58 13 3 6,95
SENTIMENTOS
NEGATIVOS
19 4,69 8 8 3,67 11 5 5,88
ALIMENTAÇÃO
18 4,44 8 8 3,67 10 6 5,34
LAZER
16 3,95 6 9 2,75 10 6 5,34
BEM ESTAR
16 3,95 10 7 4,58 6 9 3,21
VIVER BEM
15 3,71 15 5 6,89 - -
AFETIVIDADE
12 2,96 12 6 5,50 - -
AJUDAR AO
PRÓXIMO
10 2,47 10 7 4,58 - -
SATISFAÇAO
9 2,22 - - 9 7 4,81
VIDA BOA
9 2,22 - - 9 7 4,81
INFRAESTRUTURA
8 1,98 - - 8 8 4,28
AMIGOS
8 1,98 - - 8 8 4,28
FELICIDADE
6 1,49 - - 6 9 3,21
MÓVEIS E
ELETRODOMÉSTICOS
5 1,24 5 10 2,29 - - -
CONVÍVIO
5 1,24 5 10 2,29 - - -
VIVER
5 1,24 5 10 2,29 - - -
TOTAL
405 100 218 - 100 187
-
100
Fonte: dados da pesquisa.
O Quadro 2 demonstra as palavras evocadas pelos dois grupos. Foi
dividido em duas colunas: a primeira explica a soma das respostas dos homens e
das mulheres, permitindo uma visão geral do conteúdo latente na memória e a
segunda, mais especificamente, as respostas de homens e mulheres ao estimulo 1.
O número total de palavras evocadas foi de 525 para os dois grupos.
Destas, foram excluídas 120, correspondendo às que apareceram quatro vezes ou
50
menos nas respostas, que foi o ponto de corte. Tal decisão foi necessária, dada “a
importância do ajustamento da técnica de coleta de dados que responda
adequadamente aos objetivos e ao objeto de estudo escolhido” (OLIVEIRA et al.,
2005).
As mulheres evocaram 268 palavras, sendo aproveitadas 218, o que
corresponde a 81,34%. Quanto aos homens foram evocadas 257 palavras, com
aproveitamento de 187, correspondendo a 72,76%. Estes percentuais demonstram
que estatisticamente é significativo.
As palavras saúde (17,28%), emprego (9,13%), família (7,41%), moradia
(7,16%), proventos (6,91%), educação (6,66%) e ação do Poder Público (5,68%)
foram as mais evocadas por ambos os grupos.
As representações sociais das mulheres estão associadas na sequência:
saúde (18,35%), família (8,26), emprego e educação (7,81% cada um) e moradia e
proventos (7,34% cada um). Os homens, saúde (16,05%), emprego (10,71%),
moradia (6,95%), família e proventos (6,42% cada qual). Estes elementos podem
indicar a probabilidade do núcleo central nos dois grupos.
As representações sociais estão estruturadas em torno de um núcleo
central, que permitem ao individuo ou grupos ordenar e compreender a realidade
vivida. Segundo Sá (1996, p.73), o núcleo central “é um subconjunto da
representação, composto de um ou alguns elementos cuja ausência desestruturaria
a representação ou lhe daria uma significação completamente diferente”.
As mulheres evocaram: viver bem (6,89%), afetividade (5,50%), ajudar ao
próximo, ação do Poder Público e bem-estar, com 4,58 cada qual; sentimentos
negativos e alimentação, com 3,67% cada um; lazer (2,75%); móveis e
eletrodomésticos, convívio e viver com 2,29% cada uma delas. Em seguida, os
homens evocaram moradia e ação do Poder Público, 6,95%; família e proventos,
com 6,42%.
Outras palavras evocadas pelos homens foram: educação e alimentação,
com 5,34% cada uma; satisfação e vida boa com 4,81% cada uma; infraestrutura e
amigos, com 4,28% cada qual; bem-estar e felicidade, cada qual com 3,21%.
Para as mulheres, não há representação quanto a satisfação, vida boa,
infraestrutura, amigos e felicidade. Por sua vez, na fala dos homens, viver bem,
afetividade, ajudar ao próximo, móveis e eletrodomésticos, o convívio e o viver não
51
foram representadas como Q.V. Os homens (5,88%) referiram mais sentimentos
negativos do que as mulheres (3,67%).
Quadro 3 – Palavras mais evocadas por homens e mulheres de Coari/AM
sobre QV, Estímulo 2
ESPECÍFICO
GERAL
MULHERES
HOMENS
Palavras
evocadas
N
O
do
estímulo
%
Freq. da
evocação
N
O
de
ordem
%
Freq. da
evocação
N
O
de
ordem
%
FAMÍLIA 73 16,56 41 1 18,39 32 2 14,68
SAÚDE 62 14,06 27 3 12,11 35 1 16,06
MORADIA 51 11,57 28 2 12,56 23 3 10,55
EMPREGO 48 10.88 28 2 12,56 20 4 9,17
PROVENTOS 30 6,81 10 7 4,48 20 4 9,17
LAZER 29 6,58 16 4 7,17 13 6 5,96
TRANSPORTE 20 4,54 5 10 2,24 15 5 6,88
EDUCAÇÃO 17 3,85 12 5 5,38 5 11 2,29
BEM-ESTAR 16 3,63 11 6 4,93 5 11 2,29
MÓV/ELETROD. 16 3,63 16 4 7,17 - - -
AMOR 14 3,17 7 8 3,15 7 9 3,22
ALIMENTAÇÃO 12 2,72 6 9 2,69 6 10 2,75
AMIGOS 11 2,49 0 - - 11 7 5,06
PAZ 11 2,49 5 10 2,24 6 10 2,75
ATIV. FISICA 9 2,04 - - - 9 8 4,13
SEGURANÇA 6 1,36 - - - 6 10 2,75
DEUS 6 1,36 6 9 2,69 - - -
AMBIENTE 5 1,13 5 10 2,24 - - -
SÍTIO 5 1,13 - - - 5 11 2,29
TOTAL 441 100 223 100 218 100
Fonte: dados da pesquisa.
O Quadro 3 demonstra as palavras evocadas por homens e mulheres de
Coari sobre qualidade de vida em si. Foi dividido em duas colunas, a primeira das
quais evidencia a soma das respostas dos homens e mulheres, e a segunda
demonstra as respostas de homens e mulheres ao estimulo 2, em separado.
Os dois grupos evocaram um total de 554 palavras. Destas, foram
excluídas 123, correspondendo às que apareceram quatro vezes ou menos nas
respostas, sendo aproveitadas 441 evocações. Tal como procedido no estímulo 1,
esta decisão objetivou homogeneizar o banco de palavras, com vistas a uma análise
representativa.
52
As mulheres evocaram 274 palavras, sendo aproveitadas 223, o que
corresponde a 81,3%. Quanto aos homens, foram evocadas 280 palavras, com
aproveitamento de 218, correspondendo a 72,85%. Estes percentuais demonstram
que estatisticamente é significativo.
As palavras saúde, emprego, família, moradia, proventos, educação,
bem-estar, alimentação e lazer continuaram a ser evocadas pelos dois grupos,
porém em ordem diferente de evocações. Os termos referentes à ação do Poder
Público e sentimentos negativos não apareceram neste quadro. Os termos que
foram acrescentados pelos participantes neste momento da pesquisa foram
transporte (4,54%) e amor (3,17%).
As palavras evocadas referem-se a aspectos relacionados à
representação da sobrevivência (saúde, emprego, moradia, proventos, transporte e
alimentação), das necessidades gregrárias (família, lazer, bem-estar e amor) e das
necessidades culturais (educação).
Verificamos ainda a frequência com a qual esses termos apareceram nas
respostas dos dois grupos: família (16,56%), saúde (14,06%), moradia (11,57%),
emprego (10.88%), proventos, (6,81%), lazer (6,58%), transporte (4,54%), educação
(3,85 %), bem estar (3,63%), amor (3,17%), alimentação (2,72 %) e paz (2,49%).
As mulheres evocaram os termos móveis e eletrodomésticos (7,17%), em
percentual igual ao referido por elas para o lazer (7,17%) e superior ao da educação
(5,38%), bem-estar (4,93%) e alimentação (2,69%). Em seguida, referiram como
qualidade de vida em si, Deus (1,36%) e ambiente (1,13%).
Os outros termos citados pelos homens, não mencionados pelas
mulheres, foram amigos (5,06%), atividade física (4,13%), segurança (2,75%) e sítio
(2,29%).
5.3 A fotografia nas representações sociais dos homens de Coari sobre QV
No Quadro 4, com base nas fotos com descrição, destacamos os termos
principais das falas de cada homem, demonstrados no número de vezes que os
objetos/elementos das fotografias foram citados.
53
Quadro 4 – Descrição dos principais termos dos homens de Coari sobre QV
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10
sítio moradia mãe
compa-
nheira
pessoal
comércio
moradia moradia moradia
compa-
nheira
h11 h12 h13 h14 h15 h16 h17 h18 h19 h20
moradia
Alimenta-
ção
A
limenta-
ção
moradia comércio moradia
ambiente
comércio móveis
comércio
h21 h22 h23 h24 h25 h26 h27 h28 h29 h30
natureza natureza
moto moto moradia moradia
família
crianças
comércio
tv
h31 h32 h33 h34 h35 h36 h37 h38 h39 h40
animal
ambiente netos
moradia
eletrodo-
mésticos
família família
compa-
nheira
geladeira
viagem
h41 h42 h43 h44 h45 h46 h47 h48 h49 h50
animal geladeira
moradia
comércio
comércio
moradia
ambiente comércio família
natureza
Fonte: dados da pesquisa.
Como vemos, são 19 termos, a saber: moradia (12), comércio (07), família
(4), companheira (3), natureza (3), alimentação (3), ambiente (3), moto (2), geladeira
(2), animal de estimação (2), crianças (1), netos (1), móveis (1), tv (1), sítio (1), mãe
(1), pessoal (1), eletrodomésticos (1), viagem de avião (1).
5.4 A fotografia nas representações sociais das mulheres de Coari sobre QV
No Quadro 5, com suporte nas fotos e comentários, destacamos os
termos principais das falas de cada mulher demonstradas no número de vezes que
os objetos/elementos das fotografias foram citados.
Quadro 5 – Descrição dos principais termos das mulheres de Coari sobre QV
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10
Natureza moradia filhos moradia comercio moradia família
TV geladeira
companheiro
M11 M12 M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20
Natureza moradia
dentista
comércio moradia natureza neta moradia filho
ambiente
M21 M22 M23 M24 M25 M26 M27 M28 M29 M30
Natureza
Fé Computa-
dor
livros moradia
animal frilha
moradia
filha
ambiente
M31 M32 M33 M34 M35 M36 M37 M38 M39 M40
Natureza família filha
natureza
ambiente família filha TV amiga filha
M41 M42 M43 M44 M45 M46 M47 M48 M49 M50
Comércio família
Alimenta-
ção
comércio
moradia
família
moradia livros
família
alegria
Fonte: dados da pesquisa.
54
Como vemos, são 18 termos, a saber: moradia (10), filhos (7), natureza
(6), família (6), comércio (4), ambiente (3), livros (2), tv (2), companheiro (1), dentista
(1), netos (1), deus (1), alimentação (1), alegria (1), animal de estimação (1),
computador (1), geladeira (1), amiga (1).
5.5 Consolidado das descrições dos homens e das mulheres quanto à
fotografia
No Quadro 6 estão os dados dos dois grupos com vistas à comparação
dos mesmos.
Quadro 6 – Categorias de fotografias sobre QV - homens e mulheres de Coari
Categorias
Fotografias/Temas
Homens
Nº de
ordem
% Mulheres
Nºde
ordem
% Total
Moradia 12 1 24 10 1 20 22
Comércio
07
2
14
04
4 8
11
Família 04 3 8 06 3 12 10
Natureza
03
4
6
06
3 12
09
Filhos - - - 07 2 14 07
Ambiente 03 4 6 03 5 6 06
Alimentação 03 4 6 01 7 2 04
Companheiro (a) 03 4 6 01 7 2 04
Animal de estimação 02 5 4 01 7 2 03
Geladeira 02 5 4 01 7 2 03
TV 01 6 2 02 6 4 03
Livros - - - 02 6 4 02
Moto 02 5 4 - - 02
Netos 01 6 2 01 7 2 02
Alegria - - - 01 7 2 01
Amiga - - - 01 7 2 01
Computador - - - 01 7 2 01
Crianças 01 6 2 - - 01
Dentista - - - 01 7 2 01
Eletrodomésticos 01 6 2 - - 01
Fé - - - 01 7 2 01
Mãe 01 6 2 - - 01
Móveis 01 6 2 - - 01
Pessoal 01 6 2 - - 01
Sítio 01 6 2 - - 01
Viagem de avião 01 6 2 - - 01
Total 50 100 50 100 100
Fonte: dados da pesquisa.
55
Podemos observar no Quadro 6 que, das 26 categorias, em sete delas,
não há representações dos homens quanto a filhos, livros, alegria, amiga,
computador, dentista e fé. Para as mulheres, não há representações em oito das
categorias, quais sejam; moto, crianças, eletrodomésticos, mãe, móveis, pessoa,
sitio e viagem de avião.
Vale ressaltar que homens e mulheres representaram QV por meio da
fotografia, destacando em primeiro lugar a moradia (homens 24% e mulheres 20%)
e em terceiro lugar a família (homens 8% e mulheres 12%).
Para os homens, a representação do comércio, (14%) ficou em segundo
lugar e, nessa classificação, para as mulheres, estão os filhos, também com 14%,
mas, para as mulheres, o comércio ficou em quarto, com 8%. Em relação à
natureza, foi representada também em terceiro lugar (12%) pelas mulheres e pelos
homens em quarto lugar (6%).
Apresentamos os depoimentos agregados dos homens e das mulheres e
o significado representacional das palavras nas oito das 26 categorias que se
apresentaram comuns para homens e mulheres, para os quais foram localizados
estudos no campo das representações sociais, consoante está na sequência.
Primeira categoria - Moradia
Uma casa é uma estrutura construída pelo ser humano com a função de
constituir um espaço de moradia, servindo como abrigo aos fenômenos naturais e
ataques de terceiros.
A casa própria é um objeto histórico relacionado ao mundo capitalista,
dividindo os indivíduos em dois grupos - os que têm e os que não têm moradia. O
sujeito sem moradia representa a casa própria pela internalização dos conteúdos
sociais e reconhece a si mesmo e aos outros segundo as diversas categorias do
habitar: proprietário, inquilino e invasor, valorizando a condição de proprietário e
atribuindo menor valor as outras (PELUSO, 2003).
Para 22 sujeitos, a moradia foi representada como a imagem que retrata
qualidade de vida. Pelos relatos das fotografias, homens e mulheres declararam:
56
Figura 1 – Moradia
A casa é uma qualidade de
vida porque foi do trabalho do
meu esposo, dos meus filhos, do
meu e foi muito suado. (M25).
Minha casa própria, estrutura
como uma boa moradia é um grande
significado como qualidade de vida.
(M7).
Uma casa, qualidade de vida é ter
uma casa, eu quero ter uma casa.
(H14).
Casa, porque é minha qualidade de
vida, minha organização. (H16).
Os achados de Santos (2007 p.19) assemelham-se aos deste estudo
quando “moradia é representada socialmente como casa”.
Segunda categoria - Comércio
A história de Coari está intimamente ligada ao comércio, iniciando com o
período da banana e atualmente com a venda de produtos e serviços relacionados
ao gasoduto Coari-Manaus.
Das imagens escolhidas pelos homens e mulheres, o comércio foi
fotografado onze vezes. Os depoimentos ressaltaram os aspectos positivos que os
entrevistados expressaram em relação a este tipo de atividade. Ferreira et al. (2004)
verificaram que a representação de trabalho está ligada a ideias de conotação
positiva - satisfação, segurança, crescimento, qualidade e dignidade.
57
Compreendemos que nestes depoimentos a representação social da
palavra comércio está relacionada ao trabalho que realizam como autônomos
Terceira categoria – Família
Para dez sujeitos, a imagem da família retrata qualidade de vida. Pelos
relatos das fotografias, homens e mulheres declararam:
Figura 2 – Comércio
Eu quero melhorar a vida do comércio
do meu filho e também da minha
família. (M5).
Local de trabalho é onde ganho o pão.
(M44).
Rendimento econômico vai melhorar e
dar um padrão de vida melhor para a
minha família. (H29).
É o forno porque é onde faço pão para
melhorar a minha vida.(H15).
58
Figura 3 – Família
A família é tudo de mais importante
porque um dá apoio ao outro e assim
os dois unidos crescem e tem uma
boa qualidade de vida. (M7).
A família é o alicerce, é o que faz a gente
buscar uma qualidade de vida. (M46).
No imaginário social, família é um grupo de pessoas que habitam o
mesmo local e apresentam laços consanguíneos. É o espaço para a garantia da
sobrevivência dos filhos. A família é a unidade básica da sociedade, formada por
indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos. Nos últimos
anos com a globalização, vem mudando a sua estrutura e apresentando-se sob
diversas formas e permuta de papéis entre os integrantes.
Em um estudo de Gomes e Pereira (2005) sobre famílias em situação de
vulnerabilidade social, ficou patente o fato de que a família deve ser considerada
um sistema vivo, não podendo os membros ser trabalhados individualmente.
Quarta categoria – Natureza
A sobrevivência de muitos amazonense que vivem no Estado está
diretamente ligada aos recursos naturais. Os relatos das nove pessoas cujas
fotografias estão relacionadas a este tema demonstram comportamentos, valores e
59
atitudes ecologicamente orientadas para uma convivência ambiental,
intrinsecamente ligados a sua cultura.
Figura 4 – Natureza
Planta é verde, esperança e vida. (M1).
Plantas na praça: é uma qualidade de
vida para Coari. (M21).
A natureza tem que ser preservada para
ter um bom ambiente... Gostaria de fazer
campanhas contra desmatamento e
campanhas de proteção. (H22).
As árvores representam a natureza, o qu
e
influencia numa boa qualidade de vida.
a
(H50).
Os depoimentos demonstraram preocupação ambiental, apego aos
recursos do local e representação direta da natureza como QV. Na busca do
contexto semântico como elemento indicador de representação social, Silva,
Gomes e Santos (2005) tiveram seus resultados agrupados em dois eixos de
organização. Um que demonstra a preocupação ambiental e outro que define um
sentido de lugar cotidiano aos recursos da natureza local.
60
Quinta categoria – Ambiente
Dentre os relatos sobre as seis fotografias sobre o tema, destacamos as
seguintes imagens e falas:
Figura 5 – Ambiente
A pintura é qualidade de vida pela
beleza que ela representa na minha
casa. (M30).
A minha vida está ruim como esta rua.
(H47).
O vocábulo ambiente é utilizado para designar recinto, tudo aquilo que
envolve seres vivos e objetos. Em um estudo sobre ambiente realizado no Estado
do Pará em 2007, Andrade et al. (2007) demonstraram que os conteúdos da
representação social mostraram dois principais grupos de respostas: o meio
ambiente representando um lugar onde há vida e outro como os elementos que
compõem o meio ambiente (fauna e flora).
Sexta categoria – Alimentação
Dentre os relatos sobre as quatro fotografias acerca do assunto,
destacamos as seguintes imagens e falas:
61
Figura 6 – Alimentação
Pimenteira essa daí todo dia a gente
come. (M43).
Na cantina da escola é o lugar onde tem
alimentação para as crianças e dá uma
vida melhor. (H12).
Nesta categoria, observamos que os depoimentos têm semelhança com
o descrito por Garcia (1994, p.10) ao assinalar que “no estudo das representações
sociais ligadas à alimentação, para além da relação do homem com suas
necessidades enquanto ser biológico, através das práticas alimentares, é
estabelecida relação com o universo psíquico e cultural
Sétima categoria - Companheiro/a
Dentre os relatos sobre as quatro fotografias respeitantes a este título,
evidenciamos as seguintes imagens e falas:
62
Figura 7 – Companheiro/a
Porque ele é muito importante para
mim e me dá forças. (M10).
Porque ela é melhor que um objeto
da minha vida. Nenhum se compara
a ela. (H10).
Na primeira fala, percebemos a representação de uma identidade
masculina, em transformação, onde aparentemente a mulher não percebe o
companheiro como o homem machista. Esse homem em transformação é
demonstrado por Silva et al. (2007), quando infere que, mediante os esforços das
mulheres, os homens buscam modificar os comportamentos apreendidos das
gerações passadas, expressando mais afeto, sentimentos e sensibilidade.
Quanto ao segundo depoimento, camuflado de elogio, trata a mulher
como objeto, fazendo alusão ao homem que é fruto de um histórico de dominações
das sociedades patriarcais e que permeiam as relações de gênero.
Oitava categoria – Animal de estimação
Os seres humanos desenvolvem vínculos afetivos não apenas uns com
os outros, mas também com animais. Nos relatos das três fotografias relacionadas
63
a animais de estimação, notamos a intensa ligação das pessoas com estes, não
sendo novidade a utilização de animais em tratamentos de doenças. Em meados
do século XX, a psiquiatra brasileira Nise da Silveira, foi uma das pioneiras na
utilização de animais como coadjuvantes no tratamento de doentes mentais
(PAIVA, 2002).
Figura 8 – Animal de Estimação
Qualidade de vida para mim é viver
bem com a minha família. Na minha
casa com meus filhos, meu cachorro
que são bichos carinhosos e
inteligentes. (M26).
Gosto das plantas e do cachorro. Este
cachorro é tudo prá gente. (H31).
Esse só come e dorme. (H41).
Costa e Jorge (2007) evidenciaram no estudo com idosos que mulheres
qualificaram os animais com uma natureza eminentemente humana e, que, por
conseguinte, esses ocupam o lugar de pessoas no espaço afetivo.
Ao relacionarmos as 22 palavras evocadas no TALP 1 (Quadro 2) com
as categorias extraídas das fotografias, identificamos que as representações
sociais de QV são igualmente formuladas por homens e mulheres no que diz
respeito a família, moradia e alimentação.
64
Quanto às 18 palavras evocadas no TALP 2 (Quadro 3), em
consonância com as categorias das fotos há representação de QV para os dois
grupos, com objetos relacionados a família, moradia, emprego e alimentação.
65
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tentativa de conhecer as representações sociais de homens e
mulheres do Município de Coari-AM sobre QV, descrevê-las e compará-las
constituiu-se em três grandes desafios. O primeiro está relacionado com a falta de
experiência na realização de investigação com a TRS; o segundo com a ousadia
de incluir o ser humano, com gênero diferente do feminino, como sujeito da
pesquisa, e o terceiro o modus operandi para articular as duas abordagens,
quantitativa, e qualitativa tendo o multimétodo como suporte metodológico nesta
operação.
Com vistas a um maior embasamento, revisamos a literatura pertinente
quanto à Promoção da Saúde, Programa Saúde da Mulher, Programa Saúde do
Homem e Teoria das Representações Sociais, além de temas que facilitaram
melhor a compreensão do instrumento e técnicas utilizados: o WHOQOL-Bref,
TALP e fotografia.
A compreensão dos resultados, quer de maneira isolada, baseado em
cada instrumento e técnicas, quer de maneira complementar por meio da
triangulação de dados, possibilitou assimilar as nuanças da TRS e seu caráter
“construcionista”, assim como o de elevar a cummunis oficio ao estatuto de ciência,
a despeito da escassa produção científica do objeto de estudo investigado e ora
concluído.
Ao relacionarmos as categorias resultantes das imagens com as
palavras evocadas nos TALP 1 e 2, identificamos o fato de que as representações
sociais de qualidade de vida são igualmente elaboradas por homens e mulheres no
que diz respeito a família, moradia, alimentação e emprego.
Além das técnicas que buscaram apreender a subjetividade dos sujeitos,
incluímos o uso de um instrumento criado pela OMS e utilizado em 56 países, para
mensurar QV - o WHOQOL-Breef - analisado nos domínios físico, psicológico, de
relações sociais e meio ambiente.
As respostas de homens e mulheres não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas em nenhum dos domínios, mas permitiram elucidar
aspectos mais gerais que não seriam cobertos pelas técnicas, o que possibilitou
assimilar melhor o que o grupo estudado compreende por QV.
66
A TRS demonstrou-se como técnica adequada a este estudo. A
complexidade da analise dos dados foi sendo superada à medida que os
resultados foram se desenhando. Certamente, no entanto, muitas nuanças do
pensamento humano não foram captadas neste trabalho, nem mesmo tivemos tal
ousadia.
Incluir o ser humano do sexo masculino foi surpreendentemente
gratificante, desmistificando muitos tabus, quando demonstraram sua sensibilidade,
disponibilidade e esforço na tentativa de serem compreendidos na exatidão dos
seus pensamentos.
O uso de multimétodos foi tarefa desafiadora, tanto na hora da coleta e
principalmente, no momento de adentrar a subjetividade do que foi expresso por
parte de cada sujeito. Também foi fruto, todavia, de satisfação plena, pois,
observando os indicadores, não vislumbramos a captura desses com uso de
instrumentos aquém dos escolhidos
Acreditamos que esta investigação elucidou, em grande parte, o modo
como as pessoas de Coari expressam seus pensamentos e representam a
qualidade de vida, com vistas à organização de um conhecimento científico, cujos
resultados poderão subsidiar ações e projetos de extensão e pesquisa, que se
aproximem mais do eu verdadeiro desses cidadãos e, depois, talvez contribuir com
as enfermeiras e acadêmicos que se iniciam nessa jornada.
67
REFERÊNCIAS
ALVES, Maria Dalva Santos. Mulher e Saúde: representações sociais no ciclo
vital. 1996. 84p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza, 1996.
ALVES, Maria Dalva Santos. Papiloma vírus humano e mal-estar:
representações sociais de homens e mulheres. 2003. 115p. Tese (Doutorado em
Enfermagem) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2003.
ALVES, Maria Dalva Santos; BARROSO, Maria Grasiela Teixeira; ORIÁ, Mônica
Oliveira Batista; TEIXEIRA, Maria Cristina Trigueiro Veloz. A teoria das
representações sociais na pós-graduação em enfermagem: a realidade brasileira.
R. Enferm. UERJ, v.13, n.3, p. 331-339, 2005.
AMENDOLA, F.; OLIVEIRA, M. A. C.; ALVARENGA, M. R. M. Qualidade de vida
dos cuidadores de pacientes dependentes no programa de saúde da família. Texto
Contexto Enferm., v.17, n. 2, p. 266-272, 2008.
ANDRADE, E. R. G. O fazer e o saber docente: a representação social do
processo de ensino-aprendizagem. 2003. Tese (Doutorado em Educação) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2003.
ANDRADE, Márcia Tatiana Vilhena Segtowich; TAVARES, Milene Pimentel;
SEDOVIM, Waldelice Maria da Rocha; MAGALHÃES, Luiz Marconi Fortes.
Representação social de meio ambiente como estratégia para a prática da
educação ambiental em meio escolar. 2007. Disponível em: <http://www.seb-
ecologia.org.br/viiceb/resumos/>. Acesso em: 23 de mar. de 2010.
AQUINO, E. M. L. Saúde do homem: uma nova etapa da medicalização da
sexualidade? Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 19-22, 2005.
ARRUDA, A. Teoria das representações sociais e teorias de gênero. Cad. Pesqui.,
São Paulo, n. 117, p. 127-147, nov. 2002.
BARRÊTO, S. M.; CUSTÓDIO, T. V. O.; GERMANO, S. N. F.; MERINE, L. R.;
BRITO, L. S. O reconhecimento da feminilidade como auxiliar no tratamento de
doenças sexualmente transmissíveis e prevenção das reincidências. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM, 59., 2007, Brasília. Anais...
Brasília, 2007.
BARROSO, M. G. T.; VIEIRA, N. F. C.; VARELA, M. V. V. (Org.). Educação em
saúde no contexto da promoção humana. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2003.
BATISTA, L. E. Masculinidade, raça/cor e saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10,
n.1, p. 71-80, 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br>. Acesso em: 22 jan.
2010.
68
BERNARDES, Margarida Maria Rocha; LOPES, Gertrudes Teixeira. Enfermeiras
do Exército Brasileiro no transporte aéreo de feridos: um desafio enfrentado na 2a.
Guerra Mundial. Rev. Bras. Enferm., v.60, p.1, p. 68-72, Feb. 2007.
BERNARDES, Margarida Maria Rocha; LOPES, Gertrudes Teixeira; SANTOS,
Tânia Cristina Franco. A visibilidade da atuação de uma enfermeira do Exército
Brasileiro a um ferido na 2ª Guerra Mundial. Rev. Esc. Enferm., v.39, n.1, p.62-67,
Mar. 2005.
BERNARDES, Margarida Maria Rocha; LOPES, Gertrudes Teixeira; SANTOS,
Tânia Cristina Franco. Base de sustentação militar de Vargas durante a 2ª guerra e
a soberania bélica alemã: percepções de enfermeiras e militares. Texto Contexto -
Enferm., v.14, n.4, p.544-550, Dec. 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério recebe sugestões para saúde do homem.
Informe ENSP, 2008c. Disponível em:<http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/
informe/materia/index.php?matid=12938>. Acesso em: 22 jan. 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da
mulher: princípios e diretrizes. Brasília, DF, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma operacional da Assistência à Saúde-SUS nº
01/01, anexo PT MS/GM n.° 95, de 26 de janeiro de 2001. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, 29 jan. 2001a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996: diretrizes e
normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. O desenvolvimento
do Sistema Único de Saúde: avanços, desafios e reafirmação dos seus princípios
e diretrizes. Brasília, DF, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Coordenação de Gestão da Atenção Básica. Programação em
Gestão por Resultados da Atenção Básica - ProGRAB. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família.
Situação de Implantação de Equipes de Saúde da Família, Saúde Bucal e
Agentes Comunitários de Saúde. Brasília, 2008a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política
nacional de atenção integral à saúde do homem. Brasília, 2008b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Promoção da
Saúde: declaração de Alma-Ata: Carta de Ottawa: declaração de Adelaide:
declaração de Sundsvall: declaração de Santafé de Bogotá: declaração de Jacarta:
rede dos Megapaíses: declaração do México. Brasília, 2001b.
69
BRAZ, M. A construção da subjetividade masculina e seu impacto sobre a saúde
do homem: reflexão bioética sobre justiça distributiva. Ciênc. Saúde Coletiva, v.
10, n. 1, p. 97-104, 2005.
BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc. Saúde Coletiva, v.
5, n. 1, p. 163-177, 2000.
CAMARGO, B. V. Sexualidade e representações da aids. Rev. Ciênc. Humanas,
Florianópolis, n. 3, p. 97-110, 2000.
CARDOSO, G. P.; ARRUDA, A. As representações sociais da soropositividade e
sua relação com a observância terapêutica. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p.
151-162, 2005.
CARRARA, S. Comentários diagonais sobre a emergência dos homens na pauta
da Saúde Coletiva. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 28-29, 2005.
CAVALCANTI, Ludmila Fontenele; GOMES, Romeu; MINAYO, Maria Cecília de
Souza. Representações sociais de profissionais de saúde sobre violência sexual
contra a mulher: estudo em três maternidades públicas municipais do Rio de
Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 22, n. 1, p. 31-39, 2006.
CARVALHO, Maria Luiza Mello de. Participação dos pais no nascimento em
maternidade pública: dificuldades institucionais e motivações dos casais/ Fathers'
participation in childbirth at a public hospital: institutional difficulties and motivations
of couples. Cad. Saúde Pública, v. 19, p. S389-S398, 2003
CHÁVEZ ALVAREZ, Rocío Elizabeth; ARCAYA MONCADA, Maria Josefa; GARCIA
ARIAS, Gladys; SURCA ROJAS, Teresa Catalina; INFANTE CONTRERAS, Maria
Virginia. Rescatando el autocuidado de la salud durante el embarazo, el parto y al
recién nacido: representaciones sociales de mujeres de una comunidad nativa en
Perú. Texto Contexto - Enferm., v. 16, n.4, p.680-687, 2007.
COLLIER JR., J.; COLLIER, M. Visual anthropology: photography as research
method. New York: University of New Mexico Press, 1986.
COSTA, E. C.; JORGE, M. S. B. Quando os afetos implicam em riscos à saúde do
idoso: representação socioafetiva elaboradas através do tri-deux-mots. In:
JORNADA INTERNACIONAL, 5.; CONFERÊNCIA SOBRE REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS, 3., 2007, Brasília. Anais... Brasília, 2007.
CYRINO, Rafaela. Trabalho, temporalidade e representações sociais de gênero:
uma análise da articulação entre trabalho doméstico e assalariado. Sociologias, v.
21, p. 66-92, 2009.
DI GIACOMO, J.-P. Aspects méthodologiques de l´analyse dês répresetations
sociales. Cahiers Psychologie Cognitive, v. 1, n. 1, p. 397-422, 1981.
70
DOMINGOS, Álvaro Luiz. Qualidade de vida: concepções e representações
sociais. 1997. 138 p. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica, São
Paulo, 1997.
FERREIRA, Victor Cláudio Paradela; AZEVEDO, Raquel Campanate de; SANTOS
JÚNIOR, Ary Ferreira dos; VALVERDE, Graziella. A representação social do
trabalho: uma contribuição ao estudo da motivação. In: ENCONTRO BRASILEIRO
DE ADMINISTRAÇÃO (ENBRA), 1., 2004, Natal. Anais... Natal, 2004.
FIGUEIREDO, W. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços
de atenção primária. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 105-109, jan./mar.
2005.
FLECK, M. P. A. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais de
saúde. Porto Alegre: Artmed, 2008. v. 1.
FLECK, M. P. A.; LEAL, O. F.; LOUZADA, S.; XAVIER, M.; CHACHAMOVICH, E.;
VIEIRA, G.; SANTOS, L.; PINZON, V. Desenvolvimento da versão em português do
instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Rev.
Bras. Psiquiatr., v. 21, n. 1, p. 19-28, 1999.
GARCIA, R. W. D. Representações Sociais da Comida no Meio Urbano: algumas
considerações para o estudo dos aspectos simbólicos da alimentação. Rev. Cad.
Debate, v. 2, p.12-40, 1994.
GIFFIN, K. A inserção dos homens nos estudos de gênero: contribuições de um
sujeito histórico. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 47-57, 2005.
GOMES, R. Sexualidade masculina e saúde do homem: proposta para uma
discussão. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n. 3, p. 825-829, 2003.
GOMES, Mônica Araújo; PEREIRA, Maria Lúcia Duarte. Família em situação de
vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas. Ciênc. saúde coletiva,
Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, Apr. 2005. Disponível em: <http://www.scielosp.org/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232005000200013&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 2 jan. 2010.
GONÇALVES, Lucia Hisako Takase; ALVARES, Angela Maria; SENA, Edite Lago
da Silva; SANTANA, Luzia Wilma da Silva; VICENTE, Fernanda Regina. Perfil da
familia cuidadora de idoso doente/fragilizado do contexto sociocultural de
Florianopolis, SC. Texto Contexto – Enferm., v. 15, n. 4, p. 570-577, 2006.
HIGA, Karina; KOST, Michele Tavares; SOARES, Dora Mian; MORAIS, Marcos
César de; POLINS, Bianca Regina Guarino. Qualidade de vida de pacientes
portadores de insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise. Acta Paul.
Enferm., v. 21(especial), p. 203-206, 2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Divisão Territorial
do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 11out. 2008.
71
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto Interno
Bruto dos municípios 2002-2005. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 11out. 2008.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J.-P. Vocabulário da psicanálise. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
LAURENTI, R.; JORGE, M. H. P. M.; GOTLIEB, S. L. D. Perfil epidemiológico da
morbi-mortalidade masculina. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 35-46, 2005.
MAKSUD, Ivia. O discurso da prevenção da Aids frente às lógicas sexuais de
casais sorodiscordantes: sobre normas e práticas. Physis, v. 19, n. 2, p. 349-369,
2009.
MELLEIRO, Marta Maria; GUALDA, Dulce Maria Rosa. Explorando a "fotovoz" em
um estudo etnográfico: uma estratégia de coleta de dados. Rev. Bras. Enferm., v.
58, n. 2, p. 191-193, 2005.
MENDONÇA, Eliana Azevedo Pereira de. Representações médicas e de gênero na
promoção da saúde no climatério. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 9, n. 3, p. 751-762,
2004.
MINAYO, M. C. S. Laços perigosos entre machismo e violência. Ciênc. Saúde
Coletiva, v. 10, n. 1, p. 23-26, 2005.
MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de vida e saúde: um
debate necessário. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 7-18, 2000.
MOSCOVICI, S. Prefácio. In: JOVCHELOVITCH, S.; GUARESCHI, P. Textos em
representações sociais. Petrópolis: Rio de Janeiro, 1994.
MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar,
Brasil, 1978.
MOURÃO, T. M. F.; GALINKIN, A. L. Equipes gerenciadas por mulheres:
representações sociais sobre gerenciamento feminino. Psicol. Reflex. Crit., v. 21,
n. 1, p. 91-99, 2008.
NASCIMENTO, P. Homens e saúde: diversos sentidos em campo. Ciênc. Saúde
Coletiva, v. 10, n. 1, p. 26-28, 2005.
NEIVA-SILVA, L; KOLLER, S. H.; O uso da fotografia na pesquisa em psicologia.
Estud. Psicol. Natal, v.7, n.2, jul. 2002.
NIETSCHE, E. A. Aplicabilidade da teoria das representações sociais na
saúde, uma nova forma de pesquisar? Florianópolis, 1996.
72
NUNES, Maria de Fatima; FREIRE, Maria do Carmo Matias. Qualidade de vida de
cirurgiões-dentistas que atuam em um serviço publico. Rev. Saude Publica, v. 40,
n. 6, p. 1019-1026, 2006.
OLIVEIRA, Maria Helena Pessini de; ROMANELLI, Geraldo. Os efeitos da
hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cad. Saúde Pública, v.
14, n. 1, p. 51-60, 1998.
OLIVEIRA, D. C. O.; MARQUES, S. C.; GOMES, M. T.; TEIXEIRA, M. C. T. V.
Análise das evocações livres: uma técnica de análise estrutural da representações
sociais. In: MOREIRA, A. S. P. (Org.). Perspectivas teórico-metodológicas em
representações sociais. João Pessoa: UFPB Editora Universitária, 2005.
OLIVEIRA, Alexandre Barbosa de; SANTOS, Tânia Cristina Franco; BARREIRA,
Ieda de Alencar; LOPES, Gertrudes Teixeira; ALMEIDA FILHO, Antônio José de;
AMORIM, Wellington Mendonça de. Exemplo Enfermeiras brasileiras na retaguarda
da Segunda Guerra Mundial: repercussões dessa participação. Texto Contexto –
Enferm., v. 18, n. 4, p. 688-696, 2009.
OTT, R. W. Ensinando crítica nos museus. In: BARBOSA, A. M. (Org.). Arte-
educação: leitura no sub-solo. São Paulo: Cortez, 1997. p. 111- 139.
PARADA, Cristina Maria Garcia de Lima; TONETE, Vera Lúcia PAMPLONA. O
cuidado em saúde no ciclo gravídico-puerperal sob a perspectiva de usuárias de
serviços públicos. Interface, Botucatu, v. 12, n. 24, p. 35-46, 2008.
PELUSO, Marília L. O potencial das representações sociais para a compreensão
interdisciplinar da realidade: Geografia e Psicologia Ambiental. Estud. psicol.
(Natal), v. 8, n. 2, Aug. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2003000200014&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 2 jan. 2010.
PEREIRA, R.; COTTA, R.; FRANCESCHINI, P.; RIBEIRO, R.C.L.; PRIORE, S.E.;
CECON, P.R. Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para
a qualidade de vida global de idosos. Revista de Psiquiatria RS, v. 28, n. 1, p. 27-
38, jan./abr. 2006.
POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em
enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Porto alegre: Artmed, 2004.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD).
Atlas do Desenvolvimento Humano: Ranking decrescente do IDH-M dos
municípios do Brasil. 2000. Disponível em:< http://www.pnud.org.br/>. Acesso em:
11 out. 2008.
RAMOS, Carmen V.; ALMEIDA, João A.G. Alegações maternas para o desmame:
estudo qualitativo. J. Pediatr., v. 79, n. 5, p. 385-390, 2003.
REIS, Cássia Barbosa; ANDRADE, Sônia Maria Oliveira de. Representações
sociais das enfermeiras sobre a integralidade na assistência à saúde da mulher na
rede básica. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 13, n. 1, p. 61-70, 2008.
73
RIZZI, C. Contemporaneidade (mas não onipotência) do sistema de leitura de
Obra de Arte Image Watching. 2008. Disponível em:<http://www.artenaescola.
org.br>. Acesso em: 27 jan. 2009.
RODRIGUES, Dafne Paiva; FERNANDES, Ana Fátima Carvalho; SILVA,
Raimunda Magalhães da; RODRIGUES, Maria Socorro Pereira. O domicílio como
espaço educativo para o autocuidado de puérperas: binômio mãe-filho. Texto
Contexto - Enferm., v. 15, n. 2, p. 277-286, 2006.
SÁ, C. P. A construção do objeto de pesquisa em Representações Sociais. Rio
de Janeiro: EdUERJ, 1998.
SÁ, C. P. Núcleo central das representações sociais. Petrópolis: Vozes, 1996.
SANTOS, Mauro César de Oliveira. A Representação Social da moradia. Estud.
Pesqui. Psicol., v.7, n.2, dez. 2007. Disponível em: <http://pepsic.bvs-
psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000200018
&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 2 jan. 2010.
SEMINÁRIO HOMENS, GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS, 1., 2008, Recife.
Livro de resumos... Recife: Instituto PAPAI, 2008.
SCARDUA, A.; SOUZA FILHO, E. A. O debate sobre a homossexualidade mediado
por representações sociais: perspectivas homossexuais e heterossexuais. Psicol.
Reflex. Crit., v. 19, n. 3, p. 482-490, 2006.
SCHRAIBER, L. B.; GOMES, R.; COUTO, M. T. Homens e saúde na pauta da
Saúde Coletiva. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n.1, p. 7-17, jan./mar. 2005.
SILVA, Diocleide; ROCHEMBACH, Ângela; COMIRAN, Francielle; SCANDOLARA,
Ana Silvia. O masculino em mutação: representações sociais do homem na
sociedade atual. Akrópolis Umuaram, v. 15, n. 1/2, p.84. 2007.
SILVA, Lúcia Maria Alves e; GOMES, Edvânia Torres Aguiar; SANTOS, Maria de
Fátima de Souza. Diferentes olhares sobre a natureza: representação social como
instrumento para educação ambiental. Estud. psicol. (Natal), Natal, v. 10, n.
1, Apr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S1413-294X2005000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 abr. 2010.
PAIVA, Anabela. Felinos e as janelas da mente: Nise da Silveira, veterana no
combate aos métodos tradicionais de psiquiatria, escreve um pequeno e
encantador tratado sobre gatos. Época, 2002. <http://editoraglobo.globo.com/
assinaturas/>. Acesso em: 2 jan. 2010.
SOUZA, Edinilsa Ramos de. Masculinidade e violência no Brasil: contribuições para
a reflexão no campo da saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p. 59-70,
jan./mar. 2005.
74
SPRANGERS, M. A.; DE PEGT, E. B.; ANDRIES, F.; VAN AGT, H. M.; RIJL, R. V.;
DE BOER, J. B. Which chronic conditions are associated with better or poorer
quality of life? J. Clin. Epidemiol., v. 53, n. 9, p. 895-907, 2000.
TORALLES-PEREIRA, Maria Lúcia Toralles; SARDENBERG, Trajano; MENDES,
Heloísa Wey Berti. Fotografia na Enfermaria de Ortopedia: pesquisando espaços
de comunicação. Interface, Botucatu, v. 6, n. 11, p. 153-156, 2002.
TORALLES-PEREIRA, Maria Lúcia; SARDENBERG, Trajano; MENDES, Heloisa
Wey Berti; OLIVEIRA, Reinaldo Ayer de. Comunicação em saúde: algumas
reflexões a partir da percepção de pacientes acamados em uma enfermaria. Ciênc.
Saúde Coletiva, v. 9, n. 4, p. 1013-1022, 2004.
ULLMANN, R. A. Antropologia: O homem e a cultura. Rio de Janeiro: Vozes,
1991.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Projeto político pedagógico:
Unidade de Coari. Coari, 2006
VIEIRA, Carolina Pasquote; QUEIROZ, Marcos de Souza. Representações sociais
sobre o câncer feminino: vivência e atuação profissional. Psicol. Soc., v. 18, n. 1,
p. 63-70, 2006.
VILLELA, W. Gênero, saúde dos homens e masculinidades. Ciênc. Saúde
Coletiva, v. 10, n.1, p. 29-32, jan./mar. 2005.
75
APÊNDICES
76
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.)
Convidamos o (a) Sr.(a) para participar do Projeto de Pesquisa intitulado:
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES DE COARI SOBRE
QUALIDADE DE VIDA, que será desenvolvido em unidades básicas de saúde da
cidade de Coari/Am pela pesquisadora Suélida Menezes Barrêto com o objetivo de
conhecer as representações sociais de homens e mulheres desta cidade sobre
qualidade de vida. Você terá como benefício a aquisição de informações e não será
exposto a nenhum risco ou desconforto. A qualquer momento, você poderá se
recusar a continuar participando do estudo e, também, poderá retirar seu
consentimento, sem que isso lhe traga qualquer penalidade ou prejuízo. As
informações conseguidas através da sua participação não permitirão a identificação
da sua pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das
mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do
assunto. Os instrumentos de pesquisa selecionados para a coleta dos dados
envolvem as técnicas de aplicação de questionário, associação livre de palavras e
fotografia.Sua participação é importante, porém, você não deve participar contra a
sua vontade. Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta
que desejar, para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
Para qualquer outra informação, o(a) Sr.(a) poderá entrar em contato com a
pesquisadora no Instituto de Saúde e Biotecnologia – Campus do Médio
Solimões/Coari situado a Estrada Coari-Mamiá, 305, Espírito Santo, ou pelos
telefones: (97) 3561-2363 ou 3561-4162.
Fui informado sobre o que as pesquisadoras querem fazer e porque precisam
da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, concordo em participar do
projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Estou
recebendo uma cópia deste documento, assinada, que manterei sob minha guarda.
Assinatura do(a) Participante
Pesquisadora Responsável
Impressão datiloscópica
Caso não saiba assinar
___-___-_____
Data
___-___-_____
Data
77
APÊNDICE B - Teste de Associação Livre de Palavras
TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS
Idade:
Sexo:
1. ( ) Masculino
2. ( ) Feminino
ESTÍMULO 1
O que vem à sua cabeça quando você ouve a expressão QUALIDADE DE
VIDA?
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
78
APÊNDICE C - Teste de Associação Livre de Palavras
TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS
Idade:
Sexo:
1. ( ) Masculino
2. ( ) Feminino
ESTÍMULO 2
O que vem à sua cabeça quando você ouve a expressão QUALIDADE DE
VIDA em si?
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
79
APÊNDICE D - Diagrama 1 das fotografias com depoimentos dos homens de Coari sobre Q.V.
DIAGRAMA 1 DAS FOTOGRAFIAS COM DEPOIMENTOS DOS HOMENS DE COARI SOBRE Q.V.
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H8 H9 H10
frente de casa:
sitio, cavalos,
bois. Chácara
toda
organizada
para o fim de
semana
frente da casa: fazer a frente
da casa; uma puxada para
fazer sombra
mãe: é tudo na
minha vida
esposa: pois
se ela morrer
eu quero que
Deus tire
minha vida
na mesma
hora
próprio: que
através de mim
eu consigo o
que eu quero
comercio: onde vivo e
trabalho
casa: pois é
importante ter
uma casa
própria. Porque
melhoraria
muito a minha
vida e da minha
família
casa: eu amo muito
minha casa pra dar
abrigo a minha
mulher e segurança
casa: pois é uma
moradia da gente, onde
temos tranquilidade e
paz
mulher: porque ela é
melhor que um objeto
da minha vida. Nenhum
se compara a ela
H11 H12 H13 H14 H15 H16 H17 H18 H19 H20
casa do
vizinho: quer
ter saúde e
força para
conseguir a
casa dele
Cantina da escola: lugar onde
tem alimentação para as
crianças e dentro da escola
que dá uma vida melhor
mesa: imagina
a mesa cheia
de alimentos,
farta, para a
família
casa: uma
casa,
qualidade de
vida é ter
uma casa; eu
quero ter
uma casa
forno: porque é
onde faço pão
para melhorar a
minha vida,
terminar a
construção da
minha casa
casa: porque é inha
qualidade de vida,
minha organização
rua em frente a
minha casa:
gostaria que o
prefeito
mandasse
consertar
motor de popa:
miha vida, ganho
meu pão de cada
dia
guarda roupa: meu
guarda roupa tá todo
esculhambado. As
minhas condições não
dá pra comprar outro e
não gosto de comprar
fiado
o meu barco: posso ter
rendimento com ele
H21 H22 H23 H24 H25 H26 H27 H28 H29 H30
palmeiras na
praça:
palmeira,
natureza,
bonita
árvore: a natureza tem que
ser preservada para ter um
bom ambiente. E as árvores
ajudam a manter um bom
local. Ajuda no efeito estufa e
é uma coisa que eu admiro.
Gostaria de fazer campanhas
contra desmatamento e
campanha de proteção
moto: pois se
eu for para
algum lugar ela
que me leva
moto: pelo
fato de ser
muito útil
construção de
outra casa:
terminar de
construir mais
um patrimônio
casa: a moradia da
gente é muito especial
família:
significa tanto
na minha vida.
Nao tenho o
que reclamar.
Estar coma
família é estar
bem
crianças: todo
mundo participa
dessa fase e
através de
comunicação,
diálogo, posso
construir uma
sociedade melhor
ponto comercial:
rendimento econômico
vai melhorar e dar um
padrão de vida melhor
para a minha família
tv: a tv é o meio de
comunicação que dá
acesso a informação da
região e do mundo
H31 H32 H33 H34 H35 H36 H37 H38 H39 H40
Quintal de
casa: gosta das
plantas e do
cachorro; esse
cachorro é tudo
pra gente
Casas no rio alagadas: tem
que mudar
Os netos em
frente a casa:
pretende
reformar para
dar qualidade
de vida a
família
Frente de
casa: a casa,
falta terminar
Estante com
TV e som: não
soube explicar
porque
Filhas e netas fazendo
manicure: Essa moto e
a família reunida se
comunicando, trocando
idéias, faz parte da vida
quotidiana
Família: toda a
minha alegria
Esposa: é a pessoa
do meu agrado
Geladeira: é um objeto
de grande utilidade
Vista aérea de Belém:
porque eu estou
representando a alta
sociedade. que se
utiliza de um meio de
transporte mais rápido.
H41 H42 H43 H44 H45 H46 H47 H48 H49 H50
Cachorro
deitado: ele só
come e dorme
geladeira: é necessário ara a
vida da gente. Guarda os
alimentos, remédios, quando
precisa de água, tem.
Dentro de casa:
Porque a gente
veve ai dentro,
a gente chega
do trabalho fica
aí.
grupo gerador:
ele fornece
energia para o
trabalho, pois
trabalho com
panificação
Hospital: meu
trabalho, tenho
amigos,
colegas.
Foto de casa: minha
casa
Rua: a minha
vida está ruim
como esta rua
moto: porque o
meu sonho é ter
uma moto própria
para trabalhar sem
despesas com
aluguel da moto.
casal: minha família,
minha vida
As árvores
representam a natureza
o que influencia numa
boa qualidade de vida
80
APÊNDICE E - Diagrama 2 das fotografias com dos depoimentos das mulheres de Coari sobre Q.V.
DIAGRAMA 2 DAS FOTOGRAFIAS COM DOS DEPOIMENTOS DAS MULHERES DE COARI SOBRE Q.V.
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10
plantas na frente de
casa: planta é verde,
esperança e vida
lateral da casa:
quero fazer uma
casa ao lado para
um filho
filhos: são minha
segurança; são o meu
ser de viver
banheiro: porque tendo
um banheiro digno, tem
uma boa q.v, saúde,
bem estar e segurança
para mim e meu marido
que é deficiente
filho dela dentro do
comércio: Eu quero
melhorar a vida do
comércio do meu filho e
também da minha família
casa: minha casa
própria, estrutura como
uma boa moradia é um
grande significado de
q.v.
família: a familia é
tudo de mais
importante. Porque
um dá apoio ao utro
e assim os dois
unidos crescem e
tem uma boa q.v.
televisão: pois
gosto muito e
quando
acontece algum
problema eu fico
doidinha
geladeira: é necessário
porque gela a água,
guarda os alimentos e eu
gostaria de comprar uma
geladeira nova para ter
uma melhor q.v.
marido: porque ele é
muito importante pra
mi e me dá forças
M11 M12 M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20
árvores: olha todos
os dias, elas dão um
ar de liberdade
casa: tem que ter
casa melhor. Não
com paninho no
lugar da janela
Criança no dentista:
uma higene dela. E que
ela quando sair delá vai
ficar bem consigo
mesma
mercearia: modo de
sobrevivência
Minha casa: gostaria de
fazer uma reforma para a
casaq ficar uma casa boa
árvore: natureza, as
plantas, a floresta
neta: a minha neta
porque representa
muita alegria
casa em terra
firme: tenho
vontade de ter
uma casa em
terra para morar
foto do filho falecido: q.v.
é a vida do meu filho que
morreu
rua: porque a coisa
que a gente tá
precisando mais
aqui é a rua. Ajeitar
a ponte
M21 M22 M23 M24 M25 M26 M27 M28 M29 M30
plantas na praça: a
praça é uma q.v.
para Coari
bíblia: foi através
da bíblia que eu
encontrei Deus e
em momentos
dificeis da vida ele
me ajudou
computador: tem
muitas coisas boas,
muitas informações e
eu quero aprender a
usar o computador que
eu acho muito bonito
livros: através dos
livros recebe
conhecimento.
Enriquecimento
pessoal e profissional e
adquire informações
casa: a casa é qualidade
de vida porque foi do
tabalho do meu esposo,
dos meus filhos, do meu
e foi muito suado
cachorro: qualidade de
vida ra mim é viver
bem com a minha
familia, na minha casa,
com meus filhos, meu
cachorro que são
bichos carinhosos e
inteligentes
filha: q.v. é uma
convivencia boa com
a minha filha por ela
ser especial pra mim.
E que ela realize
seus sonhos
casa: é minha
q.v. porque ter
uma casa é
essencial pra
uma vida boa
filha: q.v. é amor aos
filhos, fazer tudo por eles
pra eles se formarem
pintura na parede: a
pintura é q.v. por a
beleza que ela
representa na minha
casa
M31 M32 M33 M34 M35 M36 M37 M38 M39 M40
Cadeira de balanço:
cadeira em espaço
ao ar livre, amplo.
Imagina-se sentada
nesse cenário
Qualidade de vida
é família unida e
moradia
Foto com a filha mais
velha: a filha mais
velha representa amor
para mim
Frente da casa: gosta
de coisas verdes
Buraco na rua: tem que
ajeitar, porque prejudica a
saúde
Filhas e netas fazendo
manicure: essas
meninas trabalhando
unidas, isso é uma
qualidade de vida
Filha: ela está
protegidinha
Televisão: as
vezes a gente
está só e fica
olhando. Vê as
notícias
Amiga: ela me dá atenção
e me ajuda durante o dia
a dia. E através da
atenção ajuda muito.
Bebê: meu filho é
saudável. É o
principal
M41 M42 M43 M44 M45 M46 M47 M48 M49 M50
Perfumaria do
comercio: me sinto
motivada
Família: minha
familia
Pimenteira: essa daí
todo dia a gente come
Local de trabalho: é
onde ganho o pão
Minha casa: minha casa,
meu sonho, eu realizei
Foto uma família: a
família é o alicerce, é o
que faz a gente buscar
uma qualidade de vida
Casa em construção
: tenho vontade de
ter casa, construir
uma casa
Foto livros:
porque pretendo
concluir minha
faculdade
através da
qualidade de
ensino que traz
consigo através
dos livros.
casal: eu e meu amor
O sorriso reflete a
alegria, o que está
relacionado com
uma boa qualidade
de vida
80
ANEXOS
82
ANEXO 1 - Localização de Coari no Mapa do Amazonas.
Co
a
r
i
83
ANEXO 2 - World Health Organization Quality Of Life assessment instrument -
Bref (WHOQOL – Bref)
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
GENEBRA
GRUPO WHOQOL
VERSÃO EM PORTUGUÊS DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
DE QUALIDADE DE VIDA (WHOQOL) 1998
WHOQOL - ABREVIADO
Versão em Português
Somente para uso da coordenação
pontuação dos escores deverá ser realizada
utilizando o programa estatístico SPSS,
com a
sintaxe do WHOQOL-bref
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor
responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as
alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua
vida, tomando como como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão
poderia ser:
nada Muito pouco médio muito completamente
Você recebe dos outros o apoio de que necessita? 1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas
semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.
nada
Muito
pouco
médio muito completamente
Você recebe dos outros o apoio de que necessita? 1 2 3
5
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.
muito
ruim
Ruim
nem ruim
nem boa
boa
muito
boa
1 Como você avaliaria sua qualidade de vida? 1 2 3 4 5
muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
2
Quão satisfeito(a) você está com a sua
saúde?
1 2 3 4 5
84
As questões seguintes são sobre o quanto vo
tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante extremamente
3
Em que medida você acha que sua dor (física)
impede você de fazer o que você precisa?
1 2 3 4 5
4
O quanto você precisa de algum tratamento médico
para levar sua vida diária?
1 2 3 4 5
5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5
6
Em que medida você acha que a sua vida tem
sentido?
1 2 3 4 5
7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5
8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária? 1 2 3 4 5
9
Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,
barulho, poluição, atrativos)?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas
semanas.
nada
muito
pouco
médio muito completamente
10 Você tem energia suficiente para seu dia-a- dia? 1 2 3 4 5
11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5
12
Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas
necessidades?
1 2 3 4 5
13
Quão disponíveis para você estão as informações que
precisa no seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
14
Em que medida você tem oportunidades de atividade de
lazer?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas
duas semanas.
muito ruim ruim
nem ruim
nem bom
bom
muito
bom
15
Quão bem você é capaz de se
locomover?
1 2 3 4 5
muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem satisfeito nem
insatisfeito
satisfeito
Muito
satisfeito
85
16
Quão satisfeito(a) você está com o
seu sono?
1 2 3 4 5
17
Quão satisfeito(a) você está com sua
capacidade de desempenhar as
atividades do seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
18
Quão satisfeito(a) você está com sua
capacidade para o trabalho?
1 2 3 4 5
19
Quão satisfeito(a) você está consigo
mesmo?
1 2 3 4 5
20
Quão satisfeito(a) você está com suas
relações pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
1 2 3 4 5
21
Quão satisfeito(a) você está com sua
vida sexual?
1 2 3 4 5
22
Quão satisfeito(a) você está com
o apoio que você recebe de seus
amigos?
1 2 3 4 5
23
Quão satisfeito(a) você está com
as condições do local onde mora?
1 2 3 4 5
24
Quão satisfeito(a) você está com o
seu acesso aos serviços de saúde?
1 2 3 4 5
25
Quão satisfeito(a) você está com
o seu meio de transporte?
1 2 3 4 5
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.
nunca
Algumas
vezes
freqüentemente
muito
freqüentemente
sempre
26
Com que freqüência você tem sentimentos
negativos tais como mau humor, desespero,
ansiedade, depressão?
1 2 3 4 5
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? ..................................................................
Quanto tempo você levou para preencher este questionário? ..................................................
Você tem algum comentário sobre o questionário?
OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO
86
ANEXO 3 - Resultados do WHOQOL-Bref com uso do software SPSS 16.0
Frequency Table
Questão 1
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 12 12,0 12,0
3 32 32,0 44,0
4 43 43,0 87,0
5 13 13,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 2
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 4 4,0 4,0
2 13 13,0 17,0
3 18 18,0 35,0
4 48 48,0 83,0
5 17 17,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 3
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 34 34,0 34,0
2 17 17,0 51,0
3 22 22,0 73,0
4 22 22,0 95,0
5 5 5,0 100,0
Total 100 100,0
87
Questão 4
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 21 21,0 21,0
2 28 28,0 49,0
3 23 23,0 72,0
4 21 21,0 93,0
5 7 7,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 5
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 2 2,0 2,0
2 22 22,0 24,0
3 24 24,0 48,0
4 42 42,0 90,0
5 10 10,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 6
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 7 7,0 7,0
3 15 15,0 22,0
4 53 53,0 75,0
5 25 25,0 100,0
Total 100 100,0
88
Questão 7
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 1 1,0 1,0
2 21 21,0 22,0
3 28 28,0 50,0
4 45 45,0 95,0
5 5 5,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 8
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 2 2,0 2,0
2 17 17,0 19,0
3 30 30,0 49,0
4 43 43,0 92,0
5 8 8,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 9
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 6 6,0 6,0
2 21 21,0 27,0
3 40 40,0 67,0
4 29 29,0 96,0
5 4 4,0 100,0
Total 100 100,0
89
Questão 10
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 7 7,0 7,0
3 30 30,0 37,0
4 31 31,0 68,0
5 32 32,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 11
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 1 1,0 1,0
2 12 12,0 13,0
3 24 24,0 37,0
4 33 33,0 70,0
5 30 30,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 12
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 5 5,0 5,0
2 41 41,0 46,0
3 46 46,0 92,0
4 5 5,0 97,0
5 3 3,0 100,0
Total 100 100,0
90
Questão 13
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 4 4,0 4,0
2 42 42,0 46,0
3 31 31,0 77,0
4 15 15,0 92,0
5 8 8,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 14
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 16 16,0 16,0
2 35 35,0 51,0
3 29 29,0 80,0
4 14 14,0 94,0
5 6 6,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 15
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 4 4,0 4,0
2 6 6,0 10,0
3 25 25,0 35,0
4 41 41,0 76,0
5 24 24,0 100,0
Total 100 100,0
91
Questão 16
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 4 4,0 4,0
2 13 13,0 17,0
3 16 16,0 33,0
4 48 48,0 81,0
5 19 19,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 17
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 2 2,0 2,0
2 11 11,0 13,0
3 24 24,0 37,0
4 51 51,0 88,0
5 12 12,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 18
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 4 4,0 4,0
2 14 14,0 18,0
3 16 16,0 34,0
4 51 51,0 85,0
5 15 15,0 100,0
Total 100 100,0
92
Questão 19
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 6 6,0 6,0
3 13 13,0 19,0
4 56 56,0 75,0
5 25 25,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 20
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 3 3,0 3,0
2 2 2,0 5,0
3 14 14,0 19,0
4 49 49,0 68,0
5 32 32,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 21
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 3 3,0 3,0
2 5 5,0 8,0
3 25 25,0 33,0
4 48 48,0 81,0
5 19 19,0 100,0
Total 100 100,0
93
Questão 22
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 2 2,0 2,0
2 10 10,0 12,0
3 16 16,0 28,0
4 53 53,0 81,0
5 19 19,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 23
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 7 7,0 7,0
2 15 15,0 22,0
3 13 13,0 35,0
4 51 51,0 86,0
5 14 14,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 24
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 14 14,0 14,0
2 23 23,0 37,0
3 16 16,0 53,0
4 41 41,0 94,0
5 6 6,0 100,0
Total 100 100,0
94
Questão 25
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 6 6,0 6,0
2 13 13,0 19,0
3 17 17,0 36,0
4 52 52,0 88,0
5 12 12,0 100,0
Total 100 100,0
Questão 26
Frequency Percent
Cumulative
Percent
1 18 18,0 18,0
2 47 47,0 65,0
3 14 14,0 79,0
4 4 4,0 83,0
5 17 17,0 100,0
Total 100 100,0
Módulo físico
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 3 3,0 3,0
3 60 60,0 63,0
4 36 36,0 99,0
5 1 1,0 100,0
Total 100 100,0
Módulo psicológico
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 2 2,0 2,0
3 49 49,0 51,0
4 48 48,0 99,0
5 1 1,0 100,0
Total 100 100,0
95
Módulo social
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 5 5,0 5,0
3 18 18,0 23,0
4 62 62,0 85,0
5 15 15,0 100,0
Total 100 100,0
Módulo meio ambiente
Frequency Percent
Cumulative
Percent
2 12 12,0 12,0
3 66 66,0 78,0
4 21 21,0 99,0
5 1 1,0 100,0
Total 100 100,0
Módulo físico x Sexo
sexo
Módulo físico
1 2
Total
N 2 1 32
% 66,7% 33,3% 100,0%
N 31 29 603
% 51,7% 48,3% 100,0%
N 17 19 364
% 47,2% 52,8% 100,0%
N 0 1 1
5
% ,0% 100,0% 100,0%
N 50 50 100Total
% 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,370)
96
Módulo psicológico x Sexo
sexo
Módulo psicológico
1 2
Total
N 0 2 22
% ,0% 100,0% 100,0%
N 26 23 493
% 53,1% 46,9% 100,0%
N 24 24 484
% 50,0% 50,0% 100,0%
N 0 1 1
5
% ,0% 100,0% 100,0%
N 50 50 100Total
% 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 1,00)
Módulo social x sexo
sexo
Modulo social
1 2
Total
N 1 4 52
% 20,0% 80,0% 100,0%
N 12 6 183
% 66,7% 33,3% 100,0%
N 31 31 624
% 50,0% 50,0% 100,0%
N 6 9 15
5
% 40,0% 60,0% 100,0%
N 50 50 100Total
% 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,677)
97
Módulo meio ambiente x Sexo
sexo
Módulo meio ambiente
1 2
Total
N 4 8 122
% 33,3% 66,7% 100,0%
N 34 32 663
% 51,5% 48,5% 100,0%
N 12 9 214
% 57,1% 42,9% 100,0%
N 0 1 1
5
% ,0% 100,0% 100,0%
N 50 50 100Total
% 50,0% 50,0% 100,0%
Teste de tendência (valor p = 0,406)
A média de idade dos entrevistados foi de 43,2 ±1,5 anos
A mediana de idade foi de 39,5 variando entre 22 e 77 anos
Comparação da media de escore entre os sexos
Sexo
Masculino Feminino
Módulo
Média ± dp Média ± dp
Valor p
Físico 3,30 ± 0,54 3,40 ± 0,57 0,372
Psicológico 3,48 ± 0,50 3,48 ± 0,61 1,000
Social 3,84 ± 0,65 3,90 ± 0,78 0,679
Meio Ambiente 3,16 ± 0,54 3,06 ± 0,65 0,408
98
ANEXO 4 - Parecer do comitê de ética e pesquisa da UFAM
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo