47
construção da capital, Palmas, e de estradas, hospitais, usinas hidrelétricas, etc.
54
A economia tocantinense orientou-se, naquele momento, pelo desenvolvimento
e crescimento da agropecuária, que, utilizando técnicas cada vez mais aprimoradas de
plantação e criação, fortaleceu ainda mais os grandes proprietários ligados às
modernas formas de produção.
55
Ainda em relação a esse processo de modernização vivenciado pelo Tocantins,
podemos salientar uma maior urbanização da sociedade, que, com a conclusão da
construção de Palmas, em 1991, se intensificou significativamente
56
, e o aumento da
densidade demográfica
57
, incrementada, principalmente, pela chegada de muitos
migrantes ao estado.
58
Contudo, todas essas transformações tenderam a acentuar a situação de
heterogeneidade regional, inaugurada a partir de 1960 com o processo de
modernização no norte de Goiás
59
. Afinal, as transformações ligadas à modernização,
instauradas após o período de autonomia, incidiram muito mais naquelas cidades e
regiões que foram inseridas, a partir da década de 1960, no mercado do que naquelas
cidades e regiões mais afastadas desse eixo e que não foram contempladas, a partir
daquela década, por essa inserção.
60
Sendo assim, no momento de sua instituição e
54
Ver o próximo item desse capítulo e, também, o capítulo que analisa o discurso do Jornal do Tocantins.
55
Firmino (2003), apesar de não adentrar em análises da economia e da sociedade, do Tocantins, nas
décadas de 1990 e 2000, deixa perpassar que essa era a situação econômica e social do estado, nesse
momento.
56
Matéria do Jornal do Tocantins, assim se refere à urbanização, da capital, Palmas, no ano de 2000:
“Com uma população estimada em 122 mil de habitantes (IBGE/99), Palmas está recebendo cerca de
400 pessoas a cada mês. Segundo projeção do IBGE, a Capital está crescendo em torno de 24% ao
ano, gerando uma estimativa para este ano de 151,179 habitantes. O cálculo é feito pelo IBGE de
acordo com números do censo populacional de 1996, sendo que para os órgãos dos governos estadual
e municipal os números reais são bem mais significativos. [...]” (J.T. 13/02/2000, p. 6).
57
Aquino (2002), nos dá conta de que: em 1980 a população do ainda antigo norte de Goiás era de
738.668 e que, em 1991, essa população era de 920.116.
58
Com base em dados do IBGE, matéria do Jornal do Tocantins, publicada em 1999, afirma sobre as
migrações, em Palmas: “61% da população palmense ainda é do próprio Estado. E os estados que mais
cederam habitantes para Palmas foram Maranhão (14%), Goiás (9%), Piauí (4%), Pará (3%), Ceará
(2,5%), Minas Gerais (2%), sendo que outras unidades da federação e países estrangeiros somaram
4,5%. Do ponto de vista regional, o Nordeste contribuiu com 22%, o Centro-Oeste com 9,5% e o
Sudeste com 3%. Mesmo tendo um grande número de sulistas em Palmas, a pesquisa só confirmou 1%
de contribuição do Sul” (J.T., 03/02/1999, p. 1, 2º Cad.).
59
Ver páginas 26-9, desse capítulo.
60
Essa situação pode ser ilustrada pelo aumento do número de habitantes em cidades que foram inseridas
nesse eixo de mercado como Araguaína e Gurupi e no decréscimo desse mesmo número, em cidades
como Arraias e Natividade, que não foram inseridas em tal eixo.
CIDADES NÚMERO DE HABITANTES EM
1991
NÚMERO DE HABITANTES EM
2000
ARAGUAÍNA 103.396 HAB 113.143 HAB
GURUPI 56.741 HAB 65.034 HAB
ARRAIAS 12.899 HAB 10.984 HAB
NATIVIDADE 10..339 HAB 8.867 HAB
Esse números estão disponibilizados no site: www.ibge.gov.br