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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
CAROLINE BATISTA
REPERCUSSÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE DE
IDOSOS COM OSTEOARTRITE SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA DE QUADRIL
Porto Alegre
2010
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1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
CAROLINE BATISTA
REPERCUSSÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE DE
IDOSOS COM OSTEOARTRITE SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA DE QUADRIL
Dissertação de mestrado apresentada
como requisito parcial para a obtenção do
grau de mestre em Gerontologia
Biomédica, pelo Programa de Pós-
Graduação em Gerontologia Biomédica
da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
Orientador: Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider
Porto Alegre
2010
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2
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Rosária Maria Lúcia Prenna Geremia
Bibliotecária CRB 10/196
B333r Batista, Caroline
Repercussão sobre a qualidade de vida e funcionalidade de idosos
com osteoartrite submetidos à artroplastia de quadril / Caroline Batista.
Porto Alegre: PUCRS, 2010.
68 p.: graf. tab.
Orientador: Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider.
Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Instituto de Geriatria e Gerontologia. Programa de Pós-Graduação em Gerontologia
Biomédica.
1. QUALIDADE DE VIDA. 2. OSTEOARTRITE DO QUADRIL/cirurgia. 3.
ARTROPLASTIA DE QUADRIL/reabilitação. 4. ATIVIDADES COTIDIANAS. 5.
IDOSO. 6. ESTUDOS DE COORTE. I. Schneider, Rodolfo Herberto. II.Título.
C.D.D. 618.9767
C.D.U. 616.728.2-053.9 (043.3)
N.L.M. WE 860
3
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
REPERCUSSÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA E FUNCIONALIDADE DE
IDOSOS COM OSTEOARTRITE SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA DE QUADRIL
Dissertação de mestrado apresentada
como requisito parcial para a obtenção do
grau de mestre em Gerontologia
Biomédica, pelo Programa de Pós-
Graduação em Gerontologia Biomédica
da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
Aprovada em _____ de _________________ de 2010.
BANCA EXAMINADORA:
Profª. Dra. Adriana Moré Pacheco UFRGS
______________________________________________
Profª. Dra. Carla Helena Augustin Schwanke PUCRS
________________________________________________
4
Para minha família, pelo amor e incentivo.
5
AGRADECIMENTOS
Ao término desta caminhada quero agradecer as pessoas que contribuíram
para que esse sonho se tornasse realidade:
Ao Professor Doutor Rodolfo Herberto Schneider, pela sua orientação, em
especial pelo conhecimento e ensinamento passados.
À Professora Doutora Thais de Lima Resende, pela suas valiosas
contribuições para elaboração desse trabalho.
Aos professores do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS com os
quais compartilhei conhecimentos.
Aos colegas de mestrado, pelo companheirismo e oportunidade de
compartilhar os momentos de descontração e apreensão que tivemos durante esta
caminhada.
Ao Serviço de Ortopedia e Traumatologia da PUCRS, que gentilmente
colaborou para a realização da coleta de dados desse trabalho.
À minha família, que mesmo distante, acompanhou-me com entusiasmo e
incentivo. Sem vocês isso não seria possível.
Aos idosos, o meu reconhecimento pela paciência e atenção.
A todas as pessoas que possibilitaram a realização dessa pesquisa.
6
RESUMO
A osteoartrite (OA) é a causa mais comum de dor musculoesquelética em idosos e
acarreta uma redução progressiva da mobilidade e redução da capacidade
funcional. A artroplastia de quadril tem sido apontada como um tratamento efetivo,
principalmente quando a OA compromete a qualidade de vida (QV) e a
funcionalidade dos indivíduos, podendo gerar dependência. O presente estudo teve
como objetivo caracterizar uma população de idosos com OA de quadril e verificar o
impacto da artroplastia de quadril sobre a QV e funcionalidade desse grupo. Para
isso foi realizado um estudo de coorte com 30 idosos que realizaram cirurgia de
artroplastia de quadril primária por OA em um serviço de ortopedia e traumatologia
de um hospital universitário do Sul do Brasil no período de um ano. No pré-
operatório e dois meses após o procedimento cirúrgico foram aplicados o
Questionário Genérico de Qualidade de Vida Medical Outcomes Study 36-item
Short-Form Health Survey (SF-36) e o Índice de Atividades Básicas de Vida Diária
de Katz. As variáveis contínuas foram analisadas pelo teste t-student para amostras
pareadas e as categóricas pelo teste do qui-quadrado de McNemar. Os dados foram
analisados através do programa SPSS versão 17.0. A amostra foi composta por 16
(53,3%) idosos do gênero masculino e 14 (46,7%) do gênero feminino. As idades
variaram de 60 a 84 anos com uma média de 67,5 ± 7,3 anos. Em relação ao grau
de instrução, 60% dos idosos tinham ensino fundamental incompleto. Quanto ao
Índice de Massa Corporal (IMC), 40,0% dos idosos apresentaram sobrepeso.
Referente a tratamentos prévios à cirurgia para OA, 40,0% dos idosos responderam
ter realizado tratamento medicamentoso e 33,3% não tentaram nenhum tipo de
tratamento antes da cirurgia. A grande maioria dos respondentes (80,0%) indicou a
dor como principal motivo para realizar a artroplastia. Metade da amostra (50,0%)
marcou seu estado de saúde como “muito ruim” antes da cirurgia. Houve uma
associação estatisticamente significativa entre quedas e medicações utilizadas por
dia (p=0,033), sendo que o número de quedas aumenta à medida que o idoso utiliza
mais medicações. No Questionário de Qualidade de Vida SF-36 houve uma melhora
(p<0,001) nos domínios dor, limitação física, aspectos sociais, capacidade funcional,
saúde mental e vitalidade. Com relação ao Índice de Atividades Básicas de Vida
Diária de Katz, houve um aumento no percentual de independência no período s-
operatório de 60% para 96,7% e uma diminuição significativa no de dependência
parcial de 36,7% para 3,3%, (p=0,001). A artroplastia de quadril contribuiu para a
melhora em diversos domínios da QV e na funcionalidade em um grupo de idosos
com OA.
Palavras Chaves: Osteoartrite, Artroplastia de Quadril, Qualidade de vida,
Funcionalidade, Idoso.
7
ABSTRACT
Osteoarthritis (AO) is the commonest cause of musculoskeletal pain in the elderly
and results in a progressive reduction of mobility and functional capacity. Hip
arthroplasty has been pointed as an effective treatment, particularly when AO
compromises the quality of life (QL) and the functionality of individuals in such a way
that can lead to dependency. The present study had as its objective to determine the
profile of an elderly population with hip AO and to determine the impact of a hip
arthroplasty on this group’s QL and functionality. For that a cohort study was carried
out with 30 elderly subjects that underwent primary hip arthroplasty for AO in an
orthopedics and traumatology service in a university hospital in the south of Brazil for
the period of a year. In the pre-operatory period and two months after the surgery,
the SF-36 and Katz’s Activities of Daily Living Index were applied. The continuous
variables were analyzed with the Student´s paired T-test and the categorical ones
with the McNemar’s Chi-square test. Data were analyzed with the SPSS program
version 17.0. The sample was made of 16 (53,3%) male and 14 (46,7%) female
elderly. The ages varied from 60 to 84 years with an average age of 67,5 ± 7,3 years.
In relation to education, 60% of the elderly had incomplete fundamental schooling.
Forty percent of the elderly were overweight. Regarding treatments previous to the
surgery for AO, 40% of the elderly reported having medication e 33,3% had not tried
any kind of therapeutic measure before surgery. The vast majority of the respondents
(80%) indicated pain as the main reason for having an arthroplasty. Before surgery,
half of the sample (50%) stated that their health was “very bad”. There was a
statistically significant association between falls and medication used per day
(p=0,033), with the number of falls increasing with the increase in the medication
used. In the Quality of Life Questionnaire SF-36 there was an improvement (p<0,001)
in the dominions pain, physical limitation, social aspects, functional capacity, mental
health and vitality. In relation to the Katz’ Activities of Daily Living Index, there was an
increase in the percentage of independence in the post-operatory period from 60% to
96,7% and a significant reduction in the partial dependence from 36,7% to 3,3%,
(p=0,001). The arthroplasty contributed to improvement in many dominions of QL and
in the functionality in a group of elderly with AO.
Key-words: Osteoarthritis, Hip Arthroplasty, Quality of life, Functionality, Elderly.
8
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Caracterização sócio-demográfica da amostra ....................................... 30
Tabela 2 Caracterização antropométrica e clínica da amostra .............................. 31
Tabela 3 Dados sobre quedas, fraturas e número de medicações/dia .................. 32
Tabela 4 Avaliação dos domínios do SF-36 no período pré e pós-operatório ....... 33
Figura 1 Avaliação dos domínios do SF-36 no período pré (esquerda) e pós-
operatório (direita) ..................................................................................................... 34
Figura 2 Associação entre idade e impacto do domínio dor no SF-36 .................. 35
Figura 3 Avaliação do Índice de Katz no período pré e pós-operatório ................ 36
9
LISTA DE ABREVIATURAS
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS - Organização Mundial da Saúde
OA - Osteoartrite
QV Qualidade de Vida
SF-36 Short-Form Health Survey (Questionário de Qualidade de Vida)
AVDs Atividades Básicas de Vida Diária
SOT - Serviço de Ortopedia e Traumatologia
HSL - Hospital São Lucas
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
CEP-PUCRS - Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
p nível de significância
SUS Sistema Único de Saúde
SM Salário Mínimo
IMC Índice de Massa Corporal
DP Desvio Padrão
Fig - Figura
HHS - Harris Hip Score (Escala de Quadril de Harris)
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ........................................................................ 14
2.1 ENVELHECIMENTO ........................................................................................... 14
2.2 OSTEOARTRITE ................................................................................................ 15
2.3 TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE ................................................................. 18
2.3.1 Artroplastia de Quadril ................................................................................... 19
2.4 QUALIDADE DE VIDA ........................................................................................ 21
2.5 FUNCIONALIDADE ............................................................................................. 21
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 22
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 22
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 22
4 HIPÓTESES ........................................................................................................... 22
5 MÉTODO ................................................................................................................ 23
5.1 DELINEAMENTO ................................................................................................ 23
5.2 SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 23
5.2.1 Critérios de Inclusão ...................................................................................... 23
5.2.2 Critérios de Exclusão ..................................................................................... 23
5.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE .......................................................................... 24
5.3.1 Ficha de Informações Sócio-demográficas e de Saúde .............................. 24
5.3.2 Questionário de Qualidade de Vida SF-36 ................................................... 24
5.3.3 Índice de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz .................................. 25
5.4 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 25
5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 27
5.5.1 Abordagem Analítica...................................................................................... 27
5.5.2 Tamanho Amostral ......................................................................................... 27
5.6 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 28
11
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 29
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................... 29
6.2 QUALIDADE DE VIDA ........................................................................................ 33
6.3 FUNCIONALIDADE ............................................................................................. 36
7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 37
8 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
APÊNDICES ............................................................................................................. 54
APÊNDICE A - Ficha de Informações Sócio-demográficas e de Saúde ................... 55
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................. 59
ANEXOS ................................................................................................................... 60
ANEXO A - Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36 ........ 61
ANEXO B - Índice de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz ............................. 67
ANEXO C - Carta de aprovação do projeto de pesquisa pelo CEP-PUCRS ............. 68
12
1 INTRODUÇÃO
O aumento na expectativa de vida da população nos países em
desenvolvimento tem provocado preocupação com a qualidade de vida e o bem
estar dos idosos.
1
A expectativa de vida do brasileiro aumentou de forma mais
consistente nas últimas décadas, passando de 63 anos no Censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 para 72 no Censo de 2007.
2
Além do aumento da expectativa de vida, o Brasil convive atualmente com o
envelhecimento populacional, graças à redução nas taxas de mortalidade e
fecundidade, entre outros fatores.
3
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima
que entre os anos de 1950 e 2025, a população de idosos brasileiros crescerá 16
vezes em relação à população total, que terá um crescimento de cinco vezes. Esse
crescimento colocará o Brasil como a sexta população de idosos no mundo, com
mais de 30 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, o que corresponderá a
15% da população brasileira total.
4
Esse crescimento da população idosa continuará
de acordo com as projeções das Nações Unidas, que prevêem que ela deverá
passar a aproximadamente 19% em 2050.
5
É importante notar que esse fato não
ocorre uniformemente em todas as regiões do país, mas principalmente nas regiões
Sul e Sudeste.
3
Esses dados relativos ao envelhecimento populacional adquirem ainda mais
relevância face ao fato de que com o avanço da idade também aumentam os
padrões de morbidade, invalidez e mortalidade em decorrência do aumento na
prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais a osteoartrite
(OA). Essa doença, que apresenta características tais como dor, rigidez articular,
edema, deformidade e perda de função, afeta o indivíduo em várias dimensões e é a
doença reumática mais prevalente entre idosos. Sendo assim, com o crescimento da
população idosa pode-se esperar, também, um número crescente de idosos com
diagnóstico de OA e com indicação para o procedimento cirúrgico de artroplastia de
quadril, a qual é uma cirurgia de grande porte.
6
O envelhecimento também aumenta a chance de comprometimento da
funcionalidade com prejuízo social, psíquico e físico levando à perda da autonomia,
aumento da dependência, isolamento social e depressão. Todavia se as pessoas
envelhecerem desempenhando papéis sociais, com boa saúde física, com
13
independência e com autonomia, ou seja, permanecendo ativos, poderão ter uma
qualidade de vida mais satisfatória.
7
Desta forma, se torna relevante avaliar se o tratamento cirúrgico para OA em
idosos realmente modifica a vida do indivíduo a ponto de melhorar a qualidade de
vida e a funcionalidade do mesmo. Em função disso se faz necessário que se
caracterize a população de idosos com OA submetida ao procedimento cirúrgico de
artroplastia de quadril, assim como analisar o impacto que esta cirurgia tem neste
grupo populacional, para que se possa contribuir no sentido de organizar e gerir os
serviços de saúde e também capacitar aqueles que prestam atendimento a ela.
14
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
2.1 ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo contínuo, multifatorial, complexo e individual
que envolve modificações desde o nível molecular até o morfofisiológico, que ocorre
em cascata, principalmente após o período pós-reprodutivo.
8
Embora o envelhecimento seja um processo contínuo e que ocorre ao longo
da vida, indivíduos idosos são classificados como aqueles com idade igual ou
superior a 60 anos em países em desenvolvimento e com mais de 65 anos em
países desenvolvidos.
9
Segundo Fries
10
, o declínio linear na capacidade de reserva
dos órgãos começa por volta dos 30 anos de idade em razão de modificações
anatômicas, bioquímicas e funcionais.
O aumento da expectativa de vida é uma realidade entre os diversos grupos
populacionais.
11
A população idosa no Brasil é composta por 15 milhões de pessoas
com idade de 60 anos ou mais (8,6% da população brasileira). Em 2020, os idosos
ultrapassarão 30 milhões, correspondendo a aproximadamente 13% da população.
Em 2025, o país terá a sexta maior população de idosos do mundo.
12
O processo de envelhecimento tem determinado uma modificação no perfil
demográfico e de morbimortalidade e se caracteriza pela redução da capacidade
funcional de diversos órgãos e tecidos, o que favorece um maior risco de doenças,
entre as quais, as doenças do sistema musculoesquelético.
13
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que 25% das pessoas com idade acima de 65 anos
apresentem dor e/ou incapacidade associadas à osteoartrite (OA).
14
As doenças
musculares e ósseas nos idosos acarretam comprometimento na função, diminuição
das destrezas para os movimentos, prejuízos na marcha e aumento do nível de
dependência, gerando, desta forma, limitações, levando à redução da qualidade de
vida.
15
Desta forma, o comprometimento da capacidade funcional do idoso ocasiona
maior vulnerabilidade e dependência, contribuindo para diminuição do bem estar,
além de ter implicações para o sistema de saúde, para a comunidade, para a família
e para a própria vida do idoso.
16
15
2.2 OSTEOARTRITE
O termo osteoartrite (OA) é utilizado para representar um grupo heterogêneo
de doenças articulares em indivíduos que têm dor articular e rigidez. Os termos
osteoartrose, artrose e osteoartrite definem uma mesma doença reumática, a qual é
a mais prevalente em pessoas com idade acima de 65 anos.
17
A OA é uma disfunção das articulações, degenerativa e progressiva, na qual a
cartilagem que reveste as extremidades ósseas se deteriora, ocasionando diferentes
graus de dor, inflamação e incapacidade. Quando surge sem uma causa aparente é
chamada de idiopática ou primária e quando algum fator que favoreça o seu
surgimento (fator predisponente) é chamada de OA secundária.
18
As causas mais
comuns da OA secundária são fatores anatômicos (luxação congênita de quadril ou
discrepâncias dos membros), eventos traumáticos (cirurgia ou grande trauma na
articulação), seqüelas de desordens inflamatórias (artrite séptica e espondilite
anquilosante) ou então condições metabólicas (hemocromatose, acromegalia e
deposição de cristais de cálcio).
19
Dentre as alterações articulares degenerativas que acometem o indivíduo
idoso, a OA é a mais prevalente.
17
Embora ela possa afetar qualquer articulação do
corpo, acomete mais comumente o joelho, seguido do quadril.
20
Nos indivíduos mais
velhos a coxoartrose é uma das principais causas de morbidade e incapacidade.
21,22
A ocorrência dessa afecção tem um aumento concomitante com a idade, estimando-
se que 70% a 80% da população com mais de 65 anos possa ser afetada e que, a
partir dos 85 anos, a OA teria presença radiológica universal. No entanto, estima-se
que a prevalência sintomática da doença varie de 50% a 80% na população idosa.
Essa variação na prevalência se deve à variabilidade resultante dos diferentes
métodos de avaliação e de diagnóstico utilizados.
23
No Brasil não existem dados
numéricos precisos, mas estudos americanos apontam que mais de 50 milhões de
pessoas apresentam atualmente esta patologia.
24
A definição da OA pode ser descrita como uma doença degenerativa da
cartilagem articular de caráter crônico, com sintomatologia dolorosa, geralmente
insidiosa acompanhando a evolução do processo, determinando deformidade e
limitação articular, podendo chegar à rigidez, podendo estar associada a
manifestações inflamatórias.
25,26,27
Costuma ocasionar rigidez matinal de curta
16
duração e crepitação que pode ser palpável ou até mesmo audível com a
mobilização da articulação.
28
Também é considerada uma patologia funcionalmente
incapacitante, principalmente nas atividades que exijam maiores movimentos dos
membros inferiores como subir e descer degraus, agachar e ajoelhar.
29
Estudos têm
mostrado que os sintomas mais comuns são dor e restrições ao movimento.
30,31
Além da dor e da rigidez articular, perda de função, o que afeta o indivíduo em
dimensões orgânicas, sociais, emocionais e funcionais.
32-35
A OA é responsável por
um número exorbitante de absenteísmo e aposentadorias por invalidez.
36,37
Entre os principais sinais da OA estão sensibilidade exagerada na articulação,
edema, crepitações, derrame intra-articular, atrofia muscular periarticular,
movimentos restritos e dolorosos, enrijecimento da articulação e instabilidade
articular. Em relação aos sintomas da OA, a dor é o sintoma mais comum, podendo
estar relacionada ao exercício físico, ao repouso ou mesmo a dor noturna. Outros
sintomas encontrados nos pacientes com OA são a rigidez após inatividade, a
limitação funcional, a diminuição ou perda de movimentos e a sensação de
insegurança ou de instabilidade.
6,32,38
A OA é considerada uma doença multifatorial que envolve fatores de risco
sistêmicos, como idade, sexo, níveis hormonais e metabólicos, genéticos e
nutricionais, além de fatores de risco articulares intrínsecos, como variantes
anatômicas (valgismo e varismo), perda de força muscular e fatores de risco
extrínsecos, como a obesidade e realização de atividades físicas repetitivas.
39
Na
evolução da OA de membros inferiores os fatores sistêmicos e biomecânicos, o
índice de massa corporal e a severidade radiológica estão entre os mais
importantes.
22
Dados da literatura indicam que o processo inflamatório tem um importante
envolvimento na fisiopatologia da OA. Enquanto, virtualmente, uma grande parcela
dos idosos apresenta evidências radiológicas de OA, também uma boa parte destes
não apresenta sintomas. Além disso, a severidade da OA, do ponto de vista
radiológico, apresenta uma fraca correlação com a severidade dos sintomas.
40
A
imagem radiológica com OA é acompanhada por características diversas, tais como
diminuição do espaço articular em função da perda cartilaginosa, esclerose óssea
devido à redução da vascularização local, cistos subcondrais e osteófitos.
41
Em
geral, os exames radiológicos não são, usualmente, a primeira indicação para o
diagnóstico inicial e tratamento de indivíduos com suspeita de OA, como também
17
não provém informações que suplementam os achados do exame físico.
42
Desta
forma, o uso do recurso de imagem não é rotineiramente empregado como uma
forma de diagnosticar a causa da dor.
40
É importante ressaltar que, mesmo na
ausência de achados radiológicos sugestivos da presença de OA, estes não devem
conduzir a um não diagnóstico da doença. A sintomatologia dolorosa é o fator
predominante na definição de um tratamento cirúrgico.
43
várias causas para dor articular na pessoa idosa. A etiologia mais comum
é a OA.
31
Embora a OA seja uma doença que comprometa toda a articulação, a
mudança primordial está relacionada à perda da cartilagem articular. As
modificações secundárias consistem na remodelação óssea, na formação de
osteófitos e nas alterações musculares, ligamentares, capsulares e do líquido
sinovial.
44
A calcificação da cartilagem articular é um evento comum na OA de
quadril e a quantidade de calcificação se correlaciona com os sintomas clínicos e
histológicos do grau de OA.
45
A fisiopatologia da OA tem envolvimento tanto biomecânico quanto
bioquímico,
46-49
pois ocorre um rompimento da cartilagem nas articulações sinoviais,
que é caracterizada pela deterioração cartilaginosa através da perda de
proteoglicanos e de colágeno.
42,46,47,48,49
Na articulação, a cartilagem hialina saudável é mantida através da arquitetura
e composição da matriz extracelular sob controle dos condrócitos. Essas células
altamente especializadas são esparsas e isoladas, correspondendo a somente 1%
do volume cartilaginoso. A matriz consiste em uma estrutura de macromoléculas e
tecido fluídico, sendo formada por colágenos, proteoglicanos, proteínas não
colágenas e glicoproteínas. O tecido fluídico consiste de água (80% do peso da
cartilagem), proteínas pequenas, metabólitos e alta concentração de cátions.
44
A OA afeta mais frequentemente as articulações das mãos e as articulações
sustentadoras de peso como os joelhos e os quadris, além da coluna vertebral.
46,47
A
OA de quadril e de joelho é caracterizada por destruição articular, reabsorção óssea
e está associada clinicamente à dor localizada, rigidez e disfunção, além de ser
considerada mais incapacitante que as outras articulações, que recebe quase
todo peso corporal.
16,50
A OA de quadril, a coxoartrose, tem sido identificada como
uma das causas mais comuns de dor na população geral e possui sintomatologia
mais grave que a de joelho.
50
Nos países ocidentais, o crescimento previsto da OA
18
nos próximos 20 anos gira em torno de 40% e torna essa doença a quarta causa de
incapacidade.
37
Esse crescimento previsto para a OA torna-se fator importante em termos de
saúde pública, especialmente quando se considera o aumento na expectativa de
vida da população nos países em desenvolvimento.
2.3 TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE
Os objetivos do tratamento da osteoartrite (OA) são reduzir e controlar a dor,
melhorar a função, aumentar ou manter a mobilidade articular e diminuir e/ou
prevenir a incapacidade física.
20,41
Atualmente, existem diferentes condutas para o tratamento da OA de quadril,
incluindo intervenções não farmacológicas, tratamento medicamentoso e
intervenções cirúrgicas.
36
As opções não farmacológicas de tratamento para OA incluem modificação do
estilo de vida através de dieta e de programas de exercícios para eliminação de
excesso de peso corporal, se necessário, e para manutenção da mobilidade
articular, além de fisioterapia, que age beneficamente na reabilitação dos idosos
com OA, auxiliando-os tanto no alívio dos sintomas quanto na execução das
atividades de vida diária.
51
A intervenção precoce da fisioterapia pode contribuir para
a prevenção da progressão dos declínios de propriocepção, os quais apresentam
impacto negativo sobre a funcionalidade do idoso.
Órteses que possam auxiliar na
marcha também podem ser indicados quando houver necessidade.
52
Entretanto, quase todos os pacientes sintomáticos requerem alguma forma de
intervenção farmacológica para lidar com os sintomas.
53
Entre os medicamentos
disponíveis para tratar OA os com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias,
que o interferem no curso da doença, e as drogas que possuem indícios de
poder modificador de estrutura da cartilagem, ou seja, que podem retardar a
evolução da OA como o ácido hialurônico, a diacereína, a glucosamina e a
condroitina. É importante salientar que o uso de medicamentos é complementar às
medidas de modificação do estilo de vida.
54
Quando não melhora com os tratamentos realizados, faz-se necessária a
19
substituição da articulação lesada. O tratamento cirúrgico pode ser efetivo para alívio
da dor e restauração da função.
55-59
2.3.1 Artroplastia de Quadril
Aproximadamente 808.000 artroplastias de quadril e joelho são realizadas
anualmente nos Estados Unidos.
60
Estima-se que para 2030 haverá um aumento de
174% no número de artroplastias primárias de quadril, passando de 208.600 no ano
de 2005, para 572.000.
61
A artroplastia de quadril é uma técnica cirúrgica realizada desde a década de
60 após ser divulgada por Sir John Charnley, sendo definida pela substituição da
articulação coxofemoral por uma prótese.
62
A artroplastia para osteoartrite (OA) severa de quadril ou de joelho tem sido
apontada pela literatura como um tratamento efetivo, principalmente quando a OA
compromete a qualidade de vida e a funcionalidade dos indivíduos, podendo gerar
dependência.
63,64
A colocação da prótese de quadril é um procedimento que busca
aliviar a dor, além de restaurar a estabilidade e a mobilidade da articulação.
65
No
entanto, ela é considerada uma cirurgia ortopédica de grande porte. A abordagem
ântero-lateral chega ao quadril através do intervalo entre o músculo tensor da fáscia
lata e o glúteo médio, que atualmente, não é mais desinserido do trocanter maior.
Os índices de deslocamento inferiores e a excelente exposição acetabular são as
vantagens desse tipo de acesso.
66
No entanto observa-se uma baixa prevalência de
luxação da prótese tanto no acesso póstero-lateral quanto no ântero-lateral, pois
sempre se procura enfatizar aos pacientes medidas educativas no período pré-
operatório.
67
A prótese de quadril cimentada contém cimento tanto no componente femoral
como no acetabular. O acetábulo é confeccionado de polietileno, enquanto que a
parte femoral é de metal. A artroplastia com prótese cimentada com haste porosa
revestida é uma boa opção para os pacientes idosos.
68
A OA severa de quadril e a decisão da realização ou não da cirurgia é um
problema geriátrico muito comum
69
e se destaca como o principal fator de indicação
para artroplastia e os indivíduos com indicação para esta cirurgia, normalmente, têm
20
idade mais avançada, são sedentários devido à dor, são obesos por terem
dificuldade para deambular, costumam gastar poucas calorias e, frequentemente,
apresentam doenças que afetam o sistema cardiovascular e respiratório. Como em
qualquer cirurgia, podem ocorrer complicações pós-operatórias, tais como lesões
vasculonervosas, luxações da prótese, fraturas do fêmur e infecções.
70,71
21
2.4 QUALIDADE DE VIDA
A avaliação da qualidade de vida (QV) tem uma participação importante,
podendo ser mensurada através de questionários. O instrumento genérico mais
comumente utilizado para avaliar QV na literatura ortopédica é o questionário
Medical Outcomes Study 36-item SF-36 (Short-Form Health Survay).
72-74
O SF-36
tem sido o instrumento mais apropriado para avaliar os resultados de uma
artroplastia de quadril.
75
Ele mensura categorias gerais de saúde como capacidade
funcional, limitação por aspectos físicos, dor, percepção geral de saúde, vitalidade,
saúde mental, aspectos sociais e aspectos emocionais.
76
A QV tem múltiplas
dimensões. Entre elas, a saúde percebida e a capacidade funcional são variáveis
importantes, as quais devem ser avaliadas.
77
2.5 FUNCIONALIDADE
A funcionalidade é um indicador universalmente aceito para o estado de
saúde e um importante componente da qualidade de vida, uma vez que é necessária
para manter o idoso independente e participativo na comunidade.
78
A manutenção
da capacidade funcional é um dos requisitos para o envelhecimento saudável.
79,80
O Índice de Katz é, ainda hoje, um dos instrumentos mais utilizados para
avaliação funcional, pois mensura o grau de dependência do indivíduo nas
atividades básicas de vida diária (AVDs) sendo elas: banho, vestuário, higiene
pessoal, transferências, continência e alimentação.
81
22
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Verificar o impacto da artroplastia de quadril sobre a qualidade de vida e a
funcionalidade em idosos.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Caracterizar a população de idosos com osteoartrite submetida à artroplastia
de quadril em um serviço de ortopedia de um hospital universitário do Sul do
Brasil;
b) Avaliar a qualidade de vida de idosos com osteoartrite antes e depois da
cirurgia de artroplastia de quadril;
c) Avaliar a funcionalidade de idosos com osteoartrite antes e depois da cirurgia
de artroplastia de quadril.
4 HIPÓTESES
a) Hipótese 1: diferença nas médias mensuradas de qualidade de vida e de
funcionalidade em idosos submetidos à artroplastia de quadril entre os
períodos pré e pós-operatório;
b) Hipótese nula: não há diferença nas médias mensuradas de qualidade de vida
e de funcionalidade em idosos submetidos à artroplastia de quadril entre os
períodos pré e pós-operatório.
23
5 MÉTODO
5.1 DELINEAMENTO
Estudo observacional de coorte.
5.2 SUJEITOS DA PESQUISA
A população do estudo foi constituída por indivíduos com idade igual ou
superior a 60 anos, que realizaram cirurgia de artroplastia de quadril por osteoartrite
no Serviço de Ortopedia e Traumatologia (SOT) do Hospital São Lucas da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS) de acordo com os
critérios de inclusão e exclusão citados a seguir.
5.2.1 Critérios de Inclusão
a) Idade igual ou superior a 60 anos;
b) Com diagnóstico médico de osteoartrite no quadril;
c) Submetidos à artroplastia de quadril primária.
5.2.2 Critérios de Exclusão
a) Diagnóstico de demência;
b) Indivíduos que realizaram alguma intervenção cirúrgica no intervalo da
primeira para a segunda coleta de dados;
c) Idosos que realizaram a artroplastia de quadril por qualquer outro fator
24
que não seja osteoartrite;
d) Idosos portadores de doenças clinicamente relevantes como doenças
cerebrovasculares e depressão severa;
e) Idosos não-alfabetizados.
5.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE
Foram utilizados os seguintes instrumentos de análise: Ficha de informações
sócio-demográficas e de saúde, versão brasileira do questionário de qualidade de
vida Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) e Índice de
Atividades Básicas de Vida Diária de Katz. Os mesmos são descritos a seguir:
5.3.1 Ficha de Informações Sócio-demográficas e de Saúde
Instrumento criado especialmente para este estudo, no qual foram registradas
informações sobre: idade, sexo, cor, nível educacional, renda, estado civil, índice de
massa corpórea, entre outros itens (Apêndice A).
5.3.2 Questionário de Qualidade de Vida Short-Form Health Survay - SF-36
Este instrumento é derivado de um questionário de avaliação de saúde
formado por 149 artigos, desenvolvido e testado em mais de 22.000 pacientes.
82
O
SF-36 foi constituído para satisfazer o padrão psicométrico para comparação entre
grupos que envolvem conceitos genéricos de saúde,
82,83
sendo considerado o
questionário genérico auto-aplicável mais frequentemente utilizado.
84
Esse
instrumento é multidimensional e é composto pôr 36 perguntas, englobando oito
dimensões: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, percepção
geral de saúde, vitalidade, saúde mental, aspectos sociais e aspectos emocionais.
25
Em média o participante leva aproximadamente 10 minutos para responder às
questões. O valor das respostas das perguntas, após as mesmas serem
preenchidas, é transformado em notas dos oito domínios (dimensões), as quais
variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio, ou
seja, os resultados mais próximos de cem são sugestivos de uma melhor qualidade
de vida (QV) do respondente. Não há pontos de corte e cada dimensão é avaliada
separadamente.
76,85
A mensuração da QV, utilizando o parâmetro das questões do
SF-36 avalia tanto aspectos limitadores das doenças como os positivos, decorrentes
dos processos de melhora ou cura (Anexo A).
76
5.3.3 Índice de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz
É um instrumento utilizado para medir se o indivíduo é ou o capaz de
desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesmo, avaliando o grau
de dependência do mesmo nas atividades básicas de vida diária (AVDs) em seis
diferentes situações: banho, vestuário, higiene pessoal, transferência, continência e
alimentação, sendo que a pontuação mínima é de 0 (zero) pontos e a pontuação
máxima é de 6 (seis) pontos, o que indica independência, ou seja, quanto maior a
pontuação, menor a dependência. Independência para a AVDs corresponde de 6-5
(seis a cinco) pontos; dependência parcial, 4-3 (quatro a três) pontos e dependência
importante para AVDs, 2-0 (dois a zero) pontos (Anexo B).
86
5.4 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi efetuada no Serviço de Ortopedia e Traumatologia
(SOT) do Hospital São Lucas da PUCRS, após aceitação da respectiva chefia, no
período de agosto de 2009 a agosto de 2010 com idosos que apresentavam
diagnóstico de osteoartrite no quadril submetidos à cirurgia de artroplastia de quadril
primária com abordagem ântero-lateral. Foi realizada uma entrevista no momento do
pré-operatório (um dia antes do ato cirúrgico, ou seja, no dia em que o idoso
26
internou no hospital) contendo uma ficha de informações sócio-demográficas e de
saúde (Apêndice A) e dois questionários; um que avalia qualidade de vida e outro
que avalia funcionalidade. Para a avaliação da qualidade de vida foi utilizado o
questionário Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survay - SF-36
(Anexo A), versão brasileira do questionário de qualidade de vida. Para a avaliação
da funcionalidade foi utilizado o Índice de Katz (Anexo B). No momento da entrevista
no período de pré-operatório do participante, ou seja, no dia que antecedeu a
cirurgia, a pesquisadora explicou os objetivos da pesquisa e forneceu um termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice B), o qual foi lido pelo idoso e
assinado pelo mesmo, caso tenha concordado em participar do estudo. Uma
segunda coleta de dados foi realizada após dois meses de pós-operatório, no
momento em que o participante retornou ao SOT para fazer uma reconsulta com o
médico. Nesse dia, os questionários que foram aplicados no período do pré-
operatório, foram reaplicados, exceto a ficha de informações sócio-demográficas e
de saúde. Sendo assim, nesse retorno do participante ao hospital, dois meses após
a cirurgia, a pesquisadora aplicou o questionário SF-36 e o Índice de Katz
novamente para uma possível comparação entre períodos pré e pós-operatório.
Os dois questionários e a ficha de informações sócio-demográficas e de
saúde foram preenchidos por todos os participantes do estudo. Em caso de dúvida,
a entrevistadora apenas releu a questão de forma pausada para o indivíduo,
evitando dar sinônimos a toda e qualquer palavra presente no questionário.
A coleta de dados teve início imediatamente após aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa da PUCRS (CEP-PUCRS) em agosto de 2009, no entanto foram
coletados os dados de somente um único paciente nesse período, uma vez que
houve uma interrupção da coleta em função da “gripe H1N1” (doença respiratória
aguda causada pelo vírus “A” - H1N1). As cirurgias consideradas eletivas foram
todas suspensas de agosto a novembro de 2009, momento em que reiniciaram as
coletas.
27
5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram organizados em um banco de dados desenvolvido para o
projeto. As variáveis contínuas foram analisadas pelo teste t-student para amostras
pareadas e as categóricas pelo teste do qui-quadrado de McNemar. As associações
entre as variáveis foram avaliadas pela correlação linear de Pearson (dados
simétricos) ou de Spearman (dados assimétricos). A comparação de médias foi
realizada através do teste t-student para amostras independentes. Os dados foram
analisados através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)
versão 17.0 e o nível se significância (p) adotado foi de 5%.
5.5.1 Abordagem Analítica
Foram descritas as freqüências das variáveis qualitativas, as medianas e
intervalos interquartis das variáveis ordinais e as médias e desvios padrões das
variáveis quantitativas. Para inferência de freqüências foi calculado o intervalo de
confiança a 95% e para inferência de médias foi calculado o erro padrão. A
comparação entre os valores do Índice de Katz e do SF-36 antes e após o
tratamento cirúrgico foi feita através do teste de Wilcoxon signed-rank. Foram
consideradas diferenças estatisticamente significativas aquelas com valor de p
0,05.
5.5.2 Tamanho Amostral
Foi realizado um lculo de tamanho amostral para um erro alfa de 5% e um
poder de estudo de 80%, utilizando o software estatístico PEPI.
Para o cálculo foram levados em consideração os valores dos domínios do
questionário SF-36, conforme disponibilidade de dados na literatura atualmente
disponíveis em idosos que realizaram artroplastia de quadril. Na literatura o desvio
28
padrão dos domínios do questionário varia de 17 a 35 no período pré-operatório e há
uma diferença nas médias entre 10 e 30 para os domínios que melhoram após a
cirurgia.
Calculando o tamanho necessário para uma diferença de médias de metade
do desvio padrão obteve-se um N de 64 em cada grupo.
Nesse estudo, no entanto, a comparação foi feita para amostras pareadas, o
que necessitaria um N menor. Por outro lado, foi utilizado um teste não paramétrico,
o que necessitaria de um N maior.
Considerando que pelo menos seis cirurgias por mês e a coleta foi
realizada durante 12 meses, obteve-se uma expectativa de um tamanho amostral de
pelo menos 70 indivíduos.
5.6 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto foi submetido à Comissão Científica do Instituto de Geriatria e
Gerontologia da PUCRS e ao Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS (CEP-
PUCRS). A pesquisa teve início após a aprovação do CEP mediante número de
protocolo, registro 09/04739, (Anexo C). Todos os participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice B).
29
6 RESULTADOS
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Todos os pacientes que internaram de acordo com os critérios de inclusão,
foram convidados a participar do estudo, que iniciou com 33 idosos que foram
submetidos à cirurgia de artroplastia de quadril primária por osteoartrite (OA) no
Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital São Lucas da PUCRS. Dos
idosos que inicialmente participariam da pesquisa, três foram excluídos por não
aceitarem responder a segunda parte da entrevista, que corresponde ao segundo
mês de pós-operatório. Dessa forma a amostra ficou composta por 30 idosos.
Conforme apresentado na Tabela 1, dos 30 idosos entrevistados, 53,3% são
do gênero masculino e 46,7%, do gênero feminino. A idade dos idosos variou de 60
a 84 anos, com uma média de idade 67,5 ± 7,3 anos. A maioria dos idosos tem
pouco estudo, visto que 60% têm ensino fundamental incompleto. Além disso, é
importante lembrar que os idosos não-alfabetizados não participaram do estudo em
função da impossibilidade de preencher os questionários auto-aplicáveis. A maioria
dos idosos participantes (70,0%) estava internada pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), são brancos (86,7%), vivem com companheiro (66,7%) e tem renda de um a
quatro salários mínimos (SM).
30
Tabela 1. Caracterização sócio-demográfica da amostra
Características*
Amostra total
(n=30)
Idade (anos)
67,5 ± 7,3
< 70 anos
23 (76,7)
≥ 70 anos
7 (23,3)
Gênero
Masculino
16 (53,3)
Feminino
14 (46,7)
Cor
Branca
26 (86,7)
Negra
4 (13,3)
Escolaridade
Fundamental incompleto
18 (60,0)
Fundamental completo
4 (13,3)
Médio completo
5 (16,7)
Superior incompleto ou mais
3 (9,9)
Convênio
SUS
21 (70,0)
Outros
9 (30,0)
Estado Civil
Com companheiro (a)
20 (66,7)
Sem companheiro (a)
10 (33,3)
Renda mensal
Não tem atividade remunerada
3 (10,0)
1 a 4 SM
24 (80,0)
> 5 SM
3 (9,9)
* variáveis descritas por n (%), exceto para a idade que é por média ± desvio padrão;
SUS: Sistema Único de Saúde; SM :Salário Mínimo.
31
Conforme a Tabela 2 mostra, metade (50%) das artroplastias foi realizada no
quadril direito e 50%, no quadril esquerdo. Quanto ao Índice de Massa Corporal
(IMC), 40,0% idosos apresentam sobrepeso. Referente a tratamentos prévios à
cirurgia para OA, 40,0% dos idosos responderam ter realizado tratamento
medicamentoso e 33,3% não tentaram nenhum tipo de tratamento antes da
intervenção cirúrgica. A grande maioria dos respondentes (80,0%) marcou a dor
como principal motivo para realizar a artroplastia. Metade da amostra (50,0%)
marcou seu estado de saúde como “muito ruim” antes da cirurgia.
Tabela 2. Caracterização antropométrica e clínica da amostra
Características
Amostra total
(n=30)
n (%)
Classificação do IMC
Eutrófico
11 (36,7)
Sobrepeso
12 (40,0)
Obesidade
7 (23,3)
Lado acometido
Direito
15 (50,0)
Esquerdo
15 (50,0)
Tratamento prévio para OA
Nenhum
10 (33,3)
Tratamento medicamentoso
12 (40,0)
Fisioterapia tradicional
8 (26,7)
Motivo da cirurgia
Dor
24 (80,0)
Rigidez do quadril
6 (20,0)
Como está a saúde
Muito ruim
15 (50,0)
Fraca
3 (10,0)
Nem ruim, nem boa
6 (20,0)
Boa
5 (16,7)
Muito boa
1 (3,3)
IMC: Índice de Massa Corporal; OA: Osteoartrite
32
Em relação às quedas, fraturas e número de medicações, 36,7% dos idosos
apresentaram história de quedas e 33,3% usam quatro ou mais medicações por dia.
Todavia houve uma associação estatisticamente significativa entre quedas e
medicações utilizadas por dia (p=0,033), sendo que o número de quedas aumenta à
medida que o idoso utiliza mais medicações diárias conforme mostra a Tabela 3.
Tabela 3. Dados sobre quedas, fraturas e número de medicações/dia
Características
Amostra total
(n=30)
História de quedas n(%)
Sim
11 (36,7)
Não
19 (63,3)
Fraturas por quedas n(%)
Sim
3 (10,0)
Não
27 (90,0)
Nº de medicações/dia n(%)
1
7 (23,3)
2
6 (20,0)
3
7 (23,3)
4 ou mais
10 (33,3)
33
6.2 QUALIDADE DE VIDA
A comparação entre os domínios do SF-36 antes e após a cirurgia está
apresentada na Tabela 4 e na Figura (Fig.) 1. Houve diferença estatisticamente
significativa em todos os domínios mostrando uma melhora da qualidade de vida
(QV) após o procedimento cirúrgico, exceto no estado geral de saúde e nos
aspectos emocionais. O domínio dor foi o item que apresentou a maior diferença no
escore entre os períodos pré e pós-operatório.
Tabela 4. Avaliação dos domínios do SF-36 no período pré e pós-operatório
Domínios - SF-36
Diferença
(IC 95%)
p*
Pré
Pós
Média ± DP
Média ± DP
Capacidade funcional
7,50 ± 9,26
41,5 ± 13,4
34 (29,6 a 38,4)
<0,001
Limitação física
26,7 ± 25,4
83,3 ± 24,0
56,7 (44,2 a 69,2)
<0,001
Dor
10,2 ± 14,9
92,5 ± 12,8
82,2 (74,8 a 89,6)
<0,001
Estado geral de saúde
60,6 ± 9,15
59,9 ± 9,54
-0,7 (-4,6 a 3,2)
0,717
Vitalidade
54,2 ± 10,1
65,2 ± 4,99
11,0 (7,2 a 14,8)
<0,001
Aspectos sociais
39,6 ± 12,7
75,0 ± 16,7
35,4 (28,9 a 41,9)
<0,001
Aspectos emocionais
71,1 ± 30,0
74,4 ± 33,5
3,3 (-12,1 a 18,8)
0,662
Saúde mental
56,1 ± 17,7
89,6 ± 6,61
33,5 (26,7 a 40,2)
<0,001
* Teste t-student para amostras pareadas
34
Fig. 1. Avaliação dos domínios do SF-36 no período pré (esquerda) e pós-
Operatório (PO) (direita)
35
Com relação ao domínio dor observou-se que houve uma correlação linear
negativa entre este item e a idade do indivíduo (r
s
=-0,530; p=0,003), ou seja, quanto
mais idoso, menor é o impacto da dor, (melhorou menos do pré para o pós-
operatório) conforme apresentado na Figura 2. No entanto verificando isoladamente
o período pré-operatório, quanto maior a idade do idoso, melhor é a QV no domínio
dor (r
s
=0,400; p=0,028).
Fig. 2. Associação entre idade e impacto do domínio dor no SF-36
Também foi observada uma correlação linear negativa entre a renda com o
impacto nos domínios dor (r
s
=-0,366; p=0,047) e aspectos emocionais (r
s
=-0,399;
p=0,029) do SF-36, ou seja, pacientes com maior renda tendem a ter uma variação
menor nestes domínios. Desta forma, os idosos com renda maior tendem a ter uma
melhora mais discreta nos escores de dor e de aspectos emocionais da QV após a
cirurgia. Essa associação se confirma ainda mais porque no pré-operatório não
associação entre renda e essas variáveis (p>0,500).
36
Houve correlação positiva entre o Índice de Katz com o aumento dos escores
de QV no domínio dor (r
s
=0,377; p=0,040), vitalidade (r
s
=0,469; p=0,009) e saúde
mental (r
s
=0,486; p=0,006) do SF-36. Desta forma, idosos mais independentes
tendem a ter um impacto positivo. Isso é reforçado pelas associações no pré-
operatório, visto que idosos que têm mais independência, ou seja, maiores escores
no Índice de Katz antes da cirurgia também apresentam melhores escores de QV
nos domínios dor, vitalidade e saúde mental (p<0,05).
6.3 FUNCIONALIDADE
Com relação ao Índice de Atividades sicas de Vida Diária de Katz, houve
um aumento no percentual de idosos com maior grau de independência no período
pós-operatório (de 60% no pré-operatório para 96,7% no pós-operatório), além de
uma diminuição significativa no grau de dependência parcial (de 36,7% no pré-
operatório para 3,3% no pós-operatório, com p=0,001). Estes dados estão
representados na Figura 3.
Fig. 3. Avaliação do Índice de Katz no período pré e pós-operatório
p< 0,001
37
7 DISCUSSÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno em crescimento, afetando
diretamente a qualidade de vida (QV) dos idosos. Neste sentido intervenções que
possam ter um impacto nas condições clínicas e na funcionalidade são importantes.
Sendo a osteoartrite (OA) uma condição presente em um grande número de idosos,
medidas para redução da dor, do risco de quedas e da limitação funcional estão
cada vez mais presentes neste grupo, principalmente as medidas conservadoras ou
o tratamento cirúrgico.
Desta forma, a OA é uma condição relevante, não pela limitação articular,
mas também pelo impacto que causa à QV dos idosos e àqueles que com eles
convivem. Atualmente essa disfunção é uma das causas mais freqüentes de dor no
sistema musculoesquelético e também de afastamento do trabalho.
36,37
A artroplastia tem sido apontada pela literatura como um tratamento efetivo,
principalmente quando a OA compromete a QV e a funcionalidade dos
indivíduos.
63,64,71,87
Assim, o presente estudo focou a artroplastia de quadril primária,
que é uma cirurgia de grande porte, muito comum nos dias de hoje, avaliando a sua
repercussão na QV e na funcionalidade dos idosos que a ela se submetem.
Com relação à QV, o nosso estudo encontrou, em sua maioria, um aumento
nos escores do SF-36 após a cirurgia de artroplastia de quadril, o que confirma o
efeito positivo deste procedimento. Este achado é consonante com o de outros
estudos, como o de Quintana e colaboradores,
75
que avaliou em 2009 a QV através
do SF-36 em 291 indivíduos com idade superior a 70 anos e 299, com idade menor
ou igual a 70 anos, oriundos de sete hospitais da Espanha entre março de 1999 e
março de 2000 submetidos à artroplastia de quadril por OA, no período anterior à
cirurgia e seis meses após, sendo que os resultados foram de escores baixos em
todos os domínios do SF-36 na avaliação pré-cirúrgica e, resultados mais elevados
na avaliação pós-cirúrgica (seis meses após). Quintana também mostrou que o
domínio estado de saúde mental do SF-36 demonstrou uma importante influência
nos resultados enquanto que outras características sócio-demográficas ou fatores
clínicos têm somente uma influência pontual.
De acordo com os resultados de outras pesquisas
88-90
as mudanças na
aplicação do questionário de QV SF-36 (seis meses ou dois anos após a cirurgia)
38
são discretas, ou seja, não há diferenças em aplicar seis meses ou dois anos após o
procedimento cirúrgico. No presente estudo essa avaliação foi realizada dois meses
após a cirurgia e os domínios aspectos emocional e estado geral de saúde não
obtiveram nível de significância. Talvez se fosse realizada outra avaliação com o SF-
36 a partir de seis meses do pós-operatório, esses domínios tenderiam a aumentar,
comparando com o período pré-cirúrgico.
Baumann e colaboradores
85
em 2009 realizaram um estudo com 189
pacientes com OA de quadril ou de joelho submetidos à artroplastia (126
artroplastias de quadril e 63 artroplastias de joelho) oriundos de três hospitais do
leste da França (Nancy, Metz e Neufchateau) entre abril de 2002 a junho de 2004,
avaliando a QV, utilizando como instrumento o SF-36, no período anterior à cirurgia,
um mês, seis meses e um ano após a intervenção cirúrgica. Os autores mostraram
que os domínios saúde mental, vitalidade e estado geral de saúde aumentaram logo
no mês de pós-operatório, enquanto que os demais domínios (capacidade
funcional, limitação física, dor, aspectos sociais e aspectos emocionais) aumentaram
até o mês de pós-operatório. O estudo conduzido por Baumann concluiu que nos
dias de hoje a artroplastia é a intervenção ortopédica mais bem sucedida no mundo
tendo uma repercussão positiva na QV dos indivíduos submetidos a ela.
Outro aspecto a ser destacado atualmente são as disparidades no estado
geral de saúde entre os sexos. Os homens parecem se beneficiar mais com a
artroplastia de quadril do que as mulheres.
57,85,91
Esses dados são discordantes do
presente estudo, visto que a única diferença observada foi que as mulheres tiveram
uma melhora mais acentuada no domínio saúde mental quando comparadas aos
homens.
Em um estudo longitudinal chinês, de Shi e colaboradores
92
em 2006, que
avaliou 383 indivíduos (58% homens) submetidos à artroplastia de quadril primária
em dois centros médicos de Taiwan durante os anos de 1997 a 2000, utilizou o SF-
36 para avaliar a QV e a Escala de Quadril de Harris (Harris Hip Score - HHS) para
avaliar a funcionalidade dos pacientes imediatamente antes da cirurgia e três, seis,
12, 24 e 60 meses depois da cirurgia.
Os resultados de Shi mostraram que a
artroplastia de quadril melhorou a QV e a funcionalidade dos participantes. Foi
observado que o domínio limitação física sofre uma modificação mais acentuada do
pré-operatório para o s de pós-operatório. Nosso estudo mostrou que no pós-
operatório o domínio limitação física foi um dos itens que mais alcançou melhora em
39
relação ao pré-operatório. No que diz respeito à funcionalidade, a HHS aplicada no
estudo de Shi, mostrou que os pacientes melhoraram do período pré-operatório para
o mês de pós-operatório, todavia não houve diferença significativa do mês de
pós-operatório para os demais meses (seis, 12, 24 e 60 meses).
Ballantyne e Brenkel
93
em um estudo longitudinal em 2007 avaliaram a QV e
a funcionalidade de 627 pacientes, no Hospital Victoria (em Kirkcaldy na Escócia),
no período de janeiro de 1998 a julho de 2000, antes da artroplastia de quadril
primária e reavaliaram depois de seis meses, 18 meses, três anos e cinco anos. Os
autores utilizaram um instrumento genérico (o SF-36 para avaliar a QV) e um
instrumento específico (a Escala de Quadril de Harris (Harris Hip Score - HHS) para
avaliar a funcionalidade). Dos 627 pacientes, a grande maioria (580) realizou a
cirurgia por motivo de OA, sendo que os demais realizaram o procedimento por
outras razões, como artrite reumatóide, OA pós-traumática, necrose avascular e
displasia. Os resultados de Ballantyne e Brenkel constataram que todas as
dimensões do SF-36 (exceto saúde mental e estado geral de saúde) e o escore da
HHS melhoraram significativamente após a intervenção cirúrgica e mantiveram os
escores em todas as avaliações subseqüentes. Assim, a maior mudança observada
foi do período pré-operatório para a primeira avaliação, que foi realizada no mês
de pós-operatório. As demais avaliações não se mostraram significativas. O nosso
estudo corrobora os achados da pesquisa de Ballantyne e Brenkel, uma vez que o
impacto da artroplastia primária de quadril foi positivo, melhorando, tanto a QV
quanto a funcionalidade dos indivíduos a ela submetidos. Em ambos os estudos o
domínio relacionado ao estado geral de saúde do SF-36 não obteve resultado
significativo, aparecendo como o domínio que não apresentou melhora do período
pré para o pós-operatório. Esse fato pode ser explicado em função de que esse
domínio aparece com um escore mais elevado no período anterior à artroplastia
em relação aos demais domínios, não apresentando uma margem de evolução para
a segunda avaliação. No que diz respeito à funcionalidade, o estudo de Ballantyne e
Brenkel mostrou que as mulheres apresentaram uma média mais baixa na HHS no
período pré-operatório em relação aos homens. Esse fato não foi observado em
nosso estudo, onde ambos os sexos tiveram uma tendência, embora não
significativa, de forma semelhante, no Índice de Katz, a uma maior dependência
para as atividades de vida diária antes da artroplastia.
evidências na literatura que demonstram que a artroplastia total de quadril
40
é associada a uma melhora significativa na manifestação da dor, na funcionalidade,
além da QV, comparando-se o período pré e pós-cirúrgico.
57-59
No estudo de
Nilsdotter e Isaksson
87
em 2010, no departamento de Ortopedia do Hospital Central
de Halmstad, na Suécia, entre setembro de 1995 e outubro de 1998, indivíduos
submetidos à artroplastia de quadril por OA foram acompanhados por até sete anos
sendo avaliados através do SF-36 em três, seis, 12 meses e em quatro, cinco e sete
anos após a cirurgia. Participaram do estudo 219 pacientes (120 mulheres) com
média de idade de 71 anos. Foram observados melhores escores do SF-36 no
período de 12 meses (um ano). Nilsdotter e Isaksson concluíram que a artroplastia
de quadril por OA é um procedimento com um bom índice de resolução.
No nosso estudo, analisando separadamente cada resultado médio de cada
domínio do SF-36, constatamos que houve diferença estatisticamente significativa
em praticamente todos os domínios, exceto no estado geral de saúde e aspectos
emocionais. Nos demais houve uma melhora significativa da QV após o
procedimento cirúrgico. O domínio dor foi o que obteve a maior evolução no escore
do período pré para o pós-operatório. Uma possível explicação para este achado
pode estar na relação direta com os sinais e sintomas de dor mais proeminentes
presentes na articulação coxofemoral antes do procedimento de substituição da
articulação do quadril. A dor, juntamente com o processo inflamatório e com a
degeneração articular, ocasionadas pela OA, presentes antes da colocação da
prótese de quadril, proporcionam rigidez, diminuição ou perda de movimentos e a
sensação de insegurança ou de instabilidade, gerando uma grande limitação física,
a qual foi o 2º domínio do SF-36 a ter a maior evolução do pré para o pós-operatório.
Verificamos que o domínio dor mostrou uma relação direta com a idade, ou
seja, indivíduos mais idosos tendem a ter menos manifestação de dor. Ainda dentro
deste aspecto, verificando somente o período pré-operatório (e não a evolução do
pré para o pós-operatório), quanto maior a idade do idoso, melhor é a QV no
domínio dor. Desta forma, pode-se concluir que idosos mais velhos tem um impacto
menor com a artroplastia porque apresentam uma QV melhor antes da cirurgia.
Este achado é discordante em relação aos de Ballantyne e Brenkel,
93
o qual
verificou que não houve relação entre idade os outros parâmetros do SF-36.
A dor manifesta e as incapacidades prejudicam a mobilidade, podendo ter
uma repercussão negativa na integração social. Os aspectos sociais foram o
domínio de melhor evolução comparando antes e depois da artroplastia. Maly e
41
Krupa,
94
em um estudo qualitativo de 2007 a respeito de idosos com OA, onde os
autores investigaram a relação entre funcionalidade avaliada pelo questionário de
Womac (composto por três domínios: dor, rigidez articular e atividade física) e
aspectos sociais do questionário SF-36 na QV, relataram que os idosos tendem a
evitar movimentos, deixando assim de realizar suas atividades sociais do cotidiano,
aumentando o risco de isolamento social.
Outro aspecto observado foi em relação à renda e o domínio dor e aspectos
emocionais. O nosso estudo mostrou uma correlação linear negativa entre a renda
com o impacto nos domínios dor e aspectos emocionais do SF-36, sugerindo, desta
forma, que idosos com maior renda tendem a ter uma variação menor nestes
domínios. Assim, a renda maior tende a mostrar uma melhora discreta nos escores
de dor e aspectos emocionais da QV após a cirurgia. Fato relevante a ser
comentado é que no pré-operatório não associação entre renda e as variáveis
nos domínios dor e aspectos emocionais. Uma possível explicação para este fato é
que idosos com maior renda têm mais acesso a medicações analgésicas, tanto
quantitativamente como qualitativamente, apresentando, desta forma, maior
cobertura analgésica, tanto no período pré como pós-operatório. Outro fato que
poderia contribuir neste aspecto é que a maior renda estaria associada a uma maior
tolerância ao quadro de dor e a menor renda estaria vinculada a uma resposta
dolorosa mais intensa, que a manifestação de dor é subjetiva, podendo estar
interligada ao estado emocional e perfil do humor.
Os domínios aspectos sociais, capacidade funcional, saúde mental e
vitalidade também tiveram resultados significativos. No entanto, os domínios
aspectos emocionais e estado geral de saúde não obtiveram nível de significância.
Podemos constatar que esses domínios podem apresentar uma variação mais
ampla em diferentes indivíduos, principalmente quanto aos aspectos emocionais.
Esses dois domínios, por não apresentarem uma média baixa no pré-operatório,
podem ter se mantido estáveis no pós-operatório, desta forma, suas evoluções não
foram significativas.
A capacidade funcional vem sendo um componente importante para avaliação
da saúde dos idosos. A incapacidade funcional é a dificuldade ou a impossibilidade
de desempenho de alguns gestos ou atividades de vida diária.
95
Os resultados do
nosso estudo demonstraram que a artroplastia por OA apresenta uma influência
positiva na funcionalidade do idoso, uma vez que no período pós-operatório, no que
42
se refere ao impacto da cirurgia de artroplastia de quadril, o número de idosos
considerados independentes para atividades de vida diária pelo Índice de Katz,
aumentou e, além disso, o número de idosos com dependência parcial ou importante
diminuiu.
Em um estudo conduzido Rasch
96
(2010) no Departamento de Cirurgia
Ortopédica no Hospital Huddinge, da Universidade de Karolisnka em Estocolmo na
Suécia com 20 sujeitos submetidos à artroplastia de quadril unilateral por motivo de
OA, onde os autores avaliaram a força muscular e funcionalidade antes e após a
cirurgia, a força muscular e a funcionalidade foram amplamente recuperadas até
dois anos após o procedimento. O nosso estudo mostrou uma melhora a partir do
mês de pós-operatório.
O uso de medicações em idosos pode trazer repercussões em diferentes
aspectos, principalmente quando relacionado às quedas. Constatamos que houve
uma associação significativa entre quedas e medicações utilizadas por dia, sendo
que o número de quedas aumenta à medida que o idoso utiliza mais medicações
diárias. Dados da literatura apontam como fator de risco para quedas no idoso o uso
de quatro ou mais medicações ao dia, como benzodiazepínicos e outras medicações
psicoativas, como os neurolépticos, antidepressivos, anticonvulsivantes e fármacos
cardiovasculares, como os antiarrítmicos.
97,98
Os idosos com OA, mesmo sem
prescrição médica, muitas vezes m acesso a medicamentos analgésicos de
diferentes classes. Na nossa amostra avaliamos o número de medicações utilizadas,
sendo este fator associado ao histórico de quedas.
Durante o andamento do nosso estudo, ocorreu uma epidemia da “gripe A”
(vírus H1N1), em 2009, o que interrompeu temporariamente a coleta de dados,
ocasionando uma mudança no cronograma de coleta em relação ao cronograma
previsto inicialmente.
43
8 CONCLUSÕES
O nosso estudo mostrou que a osteoartrite (OA) é uma doença
funcionalmente incapacitante podendo levar a piores índices de qualidade de vida
(QV) e funcionalidade para os idosos. Desta forma, concluímos que:
- A artroplastia de quadril apresentou um impacto positivo na QV e na
funcionalidade de idosos com OA.
- Após a artroplastia foi observada uma melhora da QV nos domínios dor,
limitação física, aspectos sociais, capacidade funcional, saúde mental e vitalidade.
- Após a artroplastia foi observada uma melhora na funcionalidade, mostrando
maior independência e uma diminuição na dependência parcial.
- O número de quedas foi maior à medida que um maior número de
medicações foi utilizado.
44
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surgery. BMC Musculoskelet Disord. 2009;10:150-8.
86. Katz S, Downs TD, Cash HR, Grotz RC. Progress in development of the index of
ADL. Gerontologist. 1970;10:20-30.
87. Nilsdotter AK, Isaksson F. Patient relevant outcome 7 years after total hip
replacement for OA a propective study. BMC Musculoskelet Disord. 2010;11:47-
53.
88. Fortin PR, Penrod JR, Clarke AE, St-Pierre Y, Joseph L, Bélisle P, et al. Timing
of total joint replacement affects clinical outcomes among patients with
osteoarthritis of the hip or knee. Arthritis Rheum. 2002;46:3327-30.
89. Harse JD, Holman CD. Charlson´s Index was a poor predictor of quality of life
outcomes in a study of patients following joint replacement surgery. J Clin
Epidemiol. 2005;58:1142-49.
90. Kennedy DM, Hanna SE, Stratford PW, Wessel J, Gollish JD. Preoperative
function and gender predict pattern of functional recovery after hip and knee
arthroplasty. J Arthroplasty. 2006;21:559-66.
91. Santaguida PL, Hawker GA, Hudak PL, Glazier R, Mahomed NN, Kreder HJ, et
al. Patient characteristics affecting the prognosis of total hip and knee joint
arthroplasty: a systematic review. Can J Surg. 2008;51:428-36.
92. Shi HY, Chiu HC, Chang JK, Wang JW, Culbertson R, Khan MM. Evaluation and
prediction of health-related quality of life for total hip replacement among Chinese
in Taiwan. Int Orthop. 2006;32:27-32.
93. Ballantyne JA, Brenkel IJ. Quality of life and functional outcome after primary
total hip replacement. J Bone Joint Surg. 2007;89:868-73.
94. Maly MR, Krupa T. Personal experience of living with knee osteoarthritis among
older adults. Disabil Rehabil. 2007;29:1423-33.
95. Costa MFL, Barreto SM, Giatti L. Condições em saúde, capacidade funcional,
53
uso de serviços de saúde e gastos com medicamentos da população idosa
brasileira: um estudo descritivo baseado na pesquisa nacional por amostra de
domicílios. Cad Saúde Pública. 2003;19:735-43.
96. Rasch A, Dalén N, Berg HE. Muscle strength, gait, and balance in 20 patients
with hip osteoarthritis followed for 2 years after THA. Acta Orthop. 2010;81:183-8.
97. Tinetti ME. Preventing falls in elderly persons. N Engl J Med. 2003;348:42-49.
98. Ganz DA, Bao Y, Shekelle PG, Rubenstein LZ. Why my patient fall? JAMA.
2007;297:77-86.
54
APÊNDICES
55
APÊNDICE A - Ficha de Informações Sócio-demográficas e de Saúde
1- CÓDIGO DO PARTICIPANTE: ___________________________________
2- DATA: ____/____/____
3- PROCEDÊNCIA: ______________________________________________
4- DATA DA CIRURGIA: ____/____/____
5- DIAGNÓSTICO MÉDICO: _______________________________________
6- IDADE (em anos completos): ______
7- DATA DE NASCIMENTO: ____/____/____ (d/m/a)
8- SEXO:
(1) Masculino
(2) Feminino
9- COR:
(1) Branca
(2) Negra
(3) Outra
10- CONVÊNIO:
(1) SUS
(2) Particular
(3) Outros
11- NÍVEL EDUCACIONAL:
(1) I Grau/ Ensino Fundamental Incompleto
(2) I Grau/Ensino Fundamental Completo
(3) II Grau/Ensino Médio Incompleto
(4) II Grau/Ensino Médio Completo
56
(5) III Grau/Ensino Superior Incompleto
(6) III Grau/Ensino Superior Completo
(7) Pós-Graduação Incompleta
(8) Pós-Graduação Completa
12- ESTADO CIVIL:
(1) Solteiro (a)
(2) Casado/vivendo como casado (a)
(3) Divorciado/separado (a)
(4) Viúvo (a)
13- RENDA MENSAL:
(1) Não tem atividade remunerada
(2) 1 a 4 SM
(3) 5 a 8 SM
(4) 9 SM ou +
14- PESO (Kg): _______
15- ALTURA (cm): _______
16- IMC: ________
17- PROBLEMA DE SAÚDE ATUAL/CONDIÇÃO PRESENTE (marcar somente
uma, que é a mais relevante para a busca de serviço de saúde):
(00) Nenhum problema
(01) Problema de coração
(02) Pressão alta
(03) Artrite ou reumatismo
(04) Câncer
(05) Enfisema ou bronquite
57
(06) Diabetes
(07) Catarata
(08) Derrame (AVC)
(09) Osso quebrado ou fraturado
(10) Osteoporose
(11) Problema crônico de pé (joanete, unha encravada)
(12) Hemorróidas ou sangramento no ânus
(13) Doença de Parkinson
(14) Depressão
(15) Doença de pele
(16) Queimaduras
(17) Problema de álcool ou drogas
Outros (especificar): ____________________________
18- HISTÓRICO DE QUEDAS:
(1) Sim
(2) Não
19- FRATURA POR QUEDAS:
(1) Sim. Locais de fratura: _________________________________
(2) Não
20- NÚMERO DE MEDICAÇÕES QUE UTILIZA POR DIA:
(1) uma
(2) duas
(3) três
(4) quatro ou mais
58
21- TENTATIVA DE OUTROS TRATAMENTOS PARA OSTEOARTRITE DE
QUADRIL ANTES DA CIRURGIA? QUAL(S)?
(1) Nenhum tipo de tratamento
(2) Tratamento medicamentoso (remédios)
(3) Acupuntura
(4) Fisioterapia tradicional
(5) Hidroterapia (Fisioterapia na água)
22- PRINCIPAL MOTIVO DE REALIZAR A CIRURGIA NO QUADRIL:
(1) Dor
(2) Rigidez do quadril
(3) Outros (especificar): ____________________________________
23- COMO ESTÁ A SUA SAÚDE?
(1) Muito ruim
(2) Fraca
(3) Nem ruim, nem boa
(4) Boa
(5) Muito Boa
59
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Esta é uma pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa registro 09/04739
intitulada “Repercussão sobre a Qualidade de Vida e Funcionalidade de Idosos com
Osteoartrite Submetidos à Artroplastia de Quadril”, que tem o objetivo de verificar como a
cirurgia de colocação de prótese de quadril interfere na qualidade de vida e na
funcionalidade dos idosos. Para isso gostaria de contar com sua colaboração para
responder a algumas perguntas a respeito de informações sócio-demográficas e dois
questionários sobre diferentes aspectos da sua vida. Os dois questionários serão aplicados
novamente dois meses após a sua cirurgia. Isto levará aproximadamente 15 minutos. Para
responder a estes questionários, você deverá lê-los com atenção e, caso tenha dúvidas,
pergunte ao pesquisador.
Todas as informações prestadas pelo senhor (a) serão utilizadas somente para essa
pesquisa e serão sigilosas. A divulgação das informações será anônima e em conjunto com
as respostas de um grupo de pessoas.
Este estudo é independente do seu tratamento. O senhor (a) pode optar por
participar ou não da pesquisa ou desistir da sua participação a qualquer momento. Em caso
de dúvida, antes de decidir-se, sinta-se a vontade para perguntar.
Os pesquisadores responsáveis por esta pesquisa são Dr. Rodolfo Herberto
Schneider e Caroline Batista, do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica,
do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
Caroline Batista - pesquisadora. Telefone: (51) 98097014.
Dr.Rodolfo Herberto Schneider - pesquisador. Telefone: (51) 99854806.
Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul - CEP-PUCRS. Telefone: (51) 3320-3345.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Compromisso.
Data: ___/___/___
Nome do Pesquisador: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
Nome do Entrevistado: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
Testemunha: ______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
60
ANEXOS
61
ANEXO A - Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36
1- Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente
Muito Boa
Boa
Ruim
Muito Ruim
1
2
3
4
5
2- Comparada um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral,
agora?
Muito Melhor
Um Pouco Melhor
Quase a
Mesma
Um Pouco Pior
Muito Pior
1
2
3
4
5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente
durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas
atividades? Neste caso, quando?
Atividades
Sim, dificulta
muito
Sim, dificulta
um pouco
Não, não
dificulta de
modo algum
a) Atividades Rigorosas, que
exigem muito esforço, tais como
correr, levantar objetos pesados,
participar em esportes árduos.
1
2
3
b) Atividades moderadas, tais como
mover uma mesa, passar aspirador
de pó, jogar bola, varrer a casa.
1
2
3
c) Levantar ou carregar
mantimentos
1
2
3
d) Subir vários lances de escada
1
2
3
e) Subir um lance de escada
1
2
3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou
dobrar-se
1
2
3
g) Andar mais de 1 quilômetro
1
2
3
h) Andar vários quarteirões
1
2
3
i) Andar um quarteirão
1
2
3
j) Tomar banho ou vestir-se
1
2
3
4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com
seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde
física?
Sim
Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao
seu trabalho ou a outras atividades?
1
2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?
1
2
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras
atividades.
1
2
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras
atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).
1
2
62
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com
seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum
problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?
Sim
Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao
seu trabalho ou a outras atividades?
1
2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?
1
2
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto
cuidado como geralmente faz.
1
2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família,
amigos ou em grupo?
De forma nenhuma
Ligeiramente
Moderadamente
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma
Muito leve
Leve
Moderada
Grave
Muito grave
1
2
3
4
5
6
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal
(incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira
alguma
Um pouco
Moderadamente
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com
você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta
que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4
semanas.
Todo
Tempo
A maior
parte do
tempo
Uma boa
parte do
tempo
Alguma
parte
do
tempo
Uma
pequena
parte do
tempo
Nunca
a) Quanto tempo
você tem se sentido
cheio de vigor, de
vontade, de força?
1
2
3
4
5
6
b) Quanto tempo
você tem se sentido
uma pessoa muito
nervosa?
1
2
3
4
5
6
c) Quanto tempo
você tem se sentido
tão deprimido que
nada pode animá-lo?
1
2
3
4
5
6
63
d) Quanto tempo
você tem se sentido
calmo ou tranqüilo?
1
2
3
4
5
6
e) Quanto tempo
você tem se sentido
com muita energia?
1
2
3
4
5
6
f) Quanto tempo você
tem se sentido
desanimado ou
abatido?
1
2
3
4
5
6
g) Quanto tempo
você tem se sentido
esgotado?
1
2
3
4
5
6
h) Quanto tempo
você tem se sentido
uma pessoa feliz?
1
2
3
4
5
6
i) Quanto tempo você
tem se sentido
cansado?
1
2
3
4
5
6
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar
amigos, parentes, etc)?
Todo
Tempo
A maior parte do
tempo
Alguma parte do
tempo
Uma pequena
parte do
tempo
Nenhuma parte
do tempo
1
2
3
4
5
11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
Definitivamente
verdadeiro
A maioria
das vezes
verdadeiro
Não
sei
A maioria
das vezes
falso
Definitiva-
mente
falso
a) Eu costumo
obedecer um
pouco mais
facilmente que as
outras pessoas
1
2
3
4
5
b) Eu sou tão
saudável quanto
qualquer pessoa
que eu conheço
1
2
3
4
5
c) Eu acho que a
minha saúde vai
piorar
1
2
3
4
5
d) Minha saúde é
excelente
1
2
3
4
5
64
CÁLCULO DOS ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA
Fase 1: Ponderação dos dados
Questão
Pontuação
01
Se a resposta for
1
2
3
4
5
Pontuação
5,0
4,4
3,4
2,0
1,0
02
Manter o mesmo valor
03
Soma de todos os valores
04
Soma de todos os valores
05
Soma de todos os valores
06
Se a resposta for
1
2
3
4
5
Pontuação
5
4
3
2
1
07
Se a resposta for
1
2
3
4
5
6
Pontuação
6,0
5,4
4,2
3,1
2,0
1,0
08
A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7
Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)
Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o
seguinte:
Se a resposta for (1), a pontuação será (6)
Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75)
Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5)
Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25)
Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)
65
09
Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e ,h, deverá seguir a
seguinte orientação:
Se a resposta for 1, o valor será (6)
Se a resposta for 2, o valor será (5)
Se a resposta for 3, o valor será (4)
Se a resposta for 4, o valor será (3)
Se a resposta for 5, o valor será (2)
Se a resposta for 6, o valor será (1)
Para os demais itens (b, c,f,g, i), o valor será mantido o mesmo
10
Considerar o mesmo valor.
11
Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d
deverão seguir a seguinte pontuação:
Se a resposta for 1, o valor será (5)
Se a resposta for 2, o valor será (4)
Se a resposta for 3, o valor será (3)
Se a resposta for 4, o valor será (2)
Se a resposta for 5, o valor será (1)
Fase 2: Cálculo do Raw Scale
Nesta fase você irá transformar o valor das questões anteriores em notas de 8
domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para
cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final não apresenta nenhuma
unidade de medida.
Domínio:
Capacidade funcional
Limitação por aspectos físicos
Dor
Estado geral de saúde
Vitalidade
Aspectos sociais
Aspectos emocionais
Saúde mental
Para isso você deverá aplicar a seguinte fórmula para o cálculo de cada domínio:
Domínio:
Valor obtido nas questões correspondentes - Limite inferior x 100
Variação (Score Range)
Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão
estipulados na tabela abaixo.
Domínio
Pontuação das questões
correspondidas
Limite inferior
Variação
Capacidade funcional
03
10
20
Limitação por
aspectos físicos
04
4
4
66
Dor
07 + 08
2
10
Estado geral de
saúde
01 + 11
5
20
Vitalidade
09 (somente os itens a +
e + g + i)
4
20
Aspectos sociais
06 + 10
2
8
Limitação por
aspectos emocionais
05
3
3
Saúde mental
09 (somente os itens b +
c + d + f + h)
5
25
Exemplos de cálculos:
Capacidade funcional: (ver tabela)
Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes - limite inferior x 100
Variação (Score Range)
Capacidade funcional: 21 - 10 x 100 = 55
20
O valor para o domínio capacidade funcional é 55, em uma escala que varia de
0 a 100, onde o zero é o pior estado e cem é o melhor.
Dor (ver tabela)
- Verificar a pontuação obtida nas questões 07 e 08; por exemplo: 5,4 e 4,
portanto somando-se as duas, teremos: 9,4
- Aplicar fórmula:
Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes - limite inferior x 100
Variação (Score Range)
Dor: 9,4 - 2 x 100 = 74
10
O valor obtido para o domínio dor é 74, numa escala que varia de 0 a 100,
onde zero é o pior estado e cem é o melhor.
Assim, você deverá fazer o cálculo para os outros domínios, obtendo oito
notas no final, que serão mantidas separadamente, não se podendo somá-las e
fazer uma média.
Obs.: A questão número 02 não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo
utilizada somente para se avaliar o quanto o indivíduo está melhor ou pior
comparado um ano atrás.
Se algum item não for respondido, você poderá considerar a questão se esta tiver
sido respondida em 50% dos seus itens.
67
ANEXO B - Índice de Atividades Básicas de Vida Diária de Katz
Atividade
Independente
Sim
Não
1) Banho
Não recebe ajuda ou somente recebe
ajuda para uma parte do corpo.
2) Vestir-se
Pega as roupas e se veste sem qualquer
ajuda, exceto para amarrar os sapatos.
3) Higiene
Pessoal
Vai ao banheiro, usa o banheiro, veste-
se e retorna sem qualquer ajuda (pode
usar andador ou bengala).
4) Transferência
Consegue deitar na cama, sentar na
cadeira e levantar sem ajuda.
5) Continência
Controla completamente urina e fezes.
6) Alimentação
Come sem ajuda (exceto para cortar
carne ou passar manteiga no pão).
Escore total: soma das respostas “SIM”.
Independência para AVD: 6-5 pontos.
Dependência parcial para AVD: 4-3 pontos.
Dependência importante para AVD: 2-0 pontos.
68
ANEXO C Carta de aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da PUCRS
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
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Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
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Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
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Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo