Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS
Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente
Programa de s-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais
RELAÇÕES FLORÍSTICAS, FITOSSOCIOLÓGICAS E
ASPECTOS EDÁFICOS DE COMUNIDADES DE
CAMPOS RUPESTRES DA SERRA DO ITACOLOMI E
SERRA DE OURO BRANCO, MINAS GERAIS
FRANCISCO DE OLIVEIRA ANDRADE LEMES
Orientadora: Profa. Yasmine Antonini
Co-orientadora: Profa. Alessandra Rodrigues Kozovits
Ouro Preto, setembro de 2009
Dissertação apresentada ao Departamento de Biodiversidade,
Evolução e Meio Ambiente, do Instituto de Ciências Exatas e
Biológicas, da Universidade Federal de Ouro Preto, como
parte dos requisitos para obtenção do tulo de Mestre em
Ecologia.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
i
FICHA CATALOGRÁFICA
LEMES, Francisco de Oliveira Andrade 1984
Relações florísticas, fitossociológicas e aspectos edáficos de
comunidades de campos rupestres da Serra do Itacolomi e Serra de Ouro
Branco, Minas Gerais / Francisco de Oliveira Andrade Lemes Ouro
Preto, MG, 2009.
Orientação: Yasmine Antonini
Co-orientação: Alessandra Kozovits
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto
Campos rupestres quartzíticos Método Relevé – Formas de Vida
ads:
ii
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Carlos Victor Mendonça Filho - DCB / UFVJM
_______________________________________
Profa. Dra. Cláudia Maria Jacobi - DBG / UFMG
_______________________________________
Prof. Dra. Yasmine Antonini (orientadora) – DEBIO / UFOP
_______________________________________
Dra. Viviane Renata Scalon - ICEB / UFOP
_______________________________________
Profa. Dra. Valquíria Ferreira Dutra – DEBIO / UFOP
RELAÇÕES FLORÍSTICAS, FITOSSOCIOLÓGICAS E ASPECTOS EDÁFICOS DE
COMUNIDADES DE CAMPOS RUPESTRES DA SERRA DO ITACOLOMI E
SERRA DE OURO BRANCO, MINAS GERAIS
FRANCISCO DE OLIVEIRA ANDRADE LEMES
Dissertação apresentada ao Departamento de Biodiversidade,
Evolução e Meio Ambiente, do Instituto de Ciências Exatas e
Biológicas, da Universidade Federal de Ouro Preto, como
parte dos requisitos para obtenção do tulo de Mestre em
Ecologia.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus queridos pais, Eulálio e Maria Theresa. Obrigado pelo incentivo e apoio a
vir estudar em Ouro Preto, e por todo amor que nos cerca.
À minha orientadora Yasmine Antonini e à minha co-orientadora Alessandra Kozovits
pelo apoio e pelas contribuições neste estudo. Agradeço pela confiança e pelo aceite à
orientação.
À Universidade Federal de Ouro Preto onde tive a oportunidade de me graduar em
Ciências Biológicas e de continuar com os estudos. Agradeço pela bolsa concedida durante
todo o período do mestrado.
A todos funcionários da UFOP, em especial aos do Instituto de Ciências Exatas e
Biológicas pelos serviços e favores prestados. Agradeço também aos funcionários do Parque
Estadual do Itacolomi.
Faço um agradecimento especial aos amigos da biologia, Bárbara, Giordano, Thaís,
Erli, Núbia e Jhavana pelo auxílio nos trabalhos de campo. A disponibilidade deles foi
fundamental para o desenvolvimento do estudo.
À Maria Cristina Messias, pelo companheirismo e pelos ensinamentos em botânica
desde o início do curso de biologia. Agradeço pela identificação das plantas e por toda a ajuda
fundamental na concepção deste trabalho.
Aos amigos do Herbário “Professor José Badini” (OUPR), Jorge, Viviane, Elisa e
Aurea pela ajuda na identificação das espécies e pela excelente convivência.
À minha namorada, Mariana, pelo amor e amizade vividos nos últimos anos, e por
todas as contribuições essenciais ao desenvolvimento e conclusão deste estudo.
Aos botânicos da Universidade Federal de Minas Gerais, Alexandre Salino, Eric
Hattori, João Batista, João Renato Stehmann e Pedro Vianna pela disponibilidade para a
identificação de espécies.
iv
Ao professor Hildeberto pela amizade e ensinamentos, e pelas discussões sobre a flora
dos campos rupestres.
Ao grande amigo Vinícius Terror, pelo companheirismo, pelo samba, pela ajuda com
o trabalho, e por todos estes anos em que moramos juntos.
Aos colegas de mestrado pelos excelentes momentos passados em Ouro Preto.
Agradeço a todos que me ajudaram nos diversos aspectos do trabalho.
Ao meu irmão, Ernesto, pela amizade, e pelo incentivo de estudar os campos
rupestres. À Laura, minha querida irmã, pelo carinho que tem por mim.
Ao Gabriel Pedreira pela amizade e pela ajuda fundamental com as análises
estatísticas.
Ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) pela licença concedida para a realização do
estudo.
v
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................................x
ABSTRACT..............................................................................................................................xi
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2. OBJETIVOS...........................................................................................................................6
3. HIPÓTESES............................................................................................................................7
4. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................8
4.1 Áreas de estudo e Clima............................................................................................8
4.1.1 Serra do Itacolomi......................................................................................9
4.1.2 Serra de Ouro Branco...............................................................................10
4.2 Amostragem............................................................................................................12
4.2.1 Classificação dos Habitats........................................................................12
4.2.2 Delineamento experimental......................................................................13
4.3 Levantamento Florístico..........................................................................................16
4.3.1 Coletas botânicas e herborização..............................................................16
4.3.2 Identificação taxonômica..........................................................................17
4.4 Levantamento fitossociogico...............................................................................17
4.4.1 Método Relevé..........................................................................................17
4.4.2 Parâmetros fitossociológicos....................................................................18
4.5 Diversidade e Equitabilidade..................................................................................20
4.6 Similaridade............................................................................................................21
4.7 Ordenação................................................................................................................22
4.8 Formas de vida........................................................................................................23
4.9 Solo..........................................................................................................................23
4.9.1 Amostragem.............................................................................................23
vi
4.9.2 Análises de nutrientes e de acidez............................................................24
4.9.3 Análises estatísticas..................................................................................24
5. RESULTADOS.....................................................................................................................26
5.1 Composição flostica..............................................................................................26
5.2 Fitossociologia........................................................................................................40
5.2.1 Afloramentos rochosos da Serra do Itacolomi.........................................40
5.2.2 Platôs da Serra do Itacolomi.....................................................................44
5.2.3 Afloramentos rochosos da Serra de Ouro Branco....................................47
5.2.4 Platôs da Serra de Ouro Branco................................................................52
5.3 Diversidade e Equitabilidade..................................................................................57
5.4 Similaridade............................................................................................................57
5.4.1Unidades amostrais....................................................................................57
5.4.2 Espécies....................................................................................................59
5.5 Ordenação................................................................................................................61
5.6 Formas de vida........................................................................................................63
5.7 Solo..........................................................................................................................66
5.7.1 Nutrientes.................................................................................................66
5.7.2 Acidez.......................................................................................................68
6. DISSCUSSÃO......................................................................................................................69
7. CONCLUSÃO......................................................................................................................85
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................87
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Distância e aspecto geral entre as áreas de estudo na Serra do Itacolomi e Serra de
Ouro Branco, MG.......................................................................................................................8
Figura 2: Imagem de satélite da área amostral e de seu entorno na Serra do Itacolomi,
localizada no PEIT, MG..............................................................................................................9
Figura 3: Aspecto geral da área amostral da Serra do Itacolomi, PEIT, MG..........................10
Figura 4: Imagem de satélite da área amostral e de seu entorno na Serra de Ouro Branco,
MG............................................................................................................................................11
Figura 5: Aspecto geral da área amostral da Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG.........11
Figura 6: Afloramento rochoso da serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG........................12
Figura 7: Platô da serra do Itacolomi, com afloramentos rochosos em segundo plano. PEIT,
MG............................................................................................................................................13
Figura 8: Imagem da distribuição das 30 unidades amostrais no campo rupestre da Serra do
Itacolomi, PEIT, MG................................................................................................................15
Figura 9: Imagem da distribuição das 30 unidades amostrais no campo rupestre da Serra de
Ouro Branco, Ouro Branco, MG...............................................................................................15
Figura 10: Unidade amostral alocada em um platô da serra do Itacolomi, PEIT, Ouro Preto /
Mariana, MG.............................................................................................................................16
Figura 11: Curvas dos números acumulados de espécies novas a cada unidade amostral de 10
m
2
, para as quatro comunidades estudadas...............................................................................35
Figura 12: Número total de espécies por comunidade, separadas em exclusivas e
complementares........................................................................................................................37
Figura 13: Proporção do número de espécies por família nas duas áreas amostrais (Serra do
Itacolomi e Serra de Ouro Branco)...........................................................................................38
Figura 14: Proporção do número de espécies por família nas quatro comunidades nas Serras
do Itacolomi e de Ouro Branco, MG.........................................................................................39
Figura 15: Curvas de distribuição de freência das espécies para as quatro comunidades
estudadas......................................................................................................................................56
viii
Figura 16: Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 60 unidades amostrais
distribuídas nos campos rupestres das Serras do Itacolomi e de Ouro Branco,
MG............................................................................................................................................58
Figura 17: Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 23 espécies com maior
frequência relativa na serra do Itacolomi, MG.........................................................................59
Figura 18: Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 24 espécies com maior
frequência relativa na serra de Ouro Branco, MG....................................................................60
Figura 19: Ordenação das 60 unidades amostrais pela Análise de Correspondência
Destendenciada (DCA).............................................................................................................62
Figura 20: Espectro biológico da proporção do número de espécies por forma de vida das
quatro comunidades estudadas nas serras do Itacolomi e de Ouro Branco,
MG............................................................................................................................................64
Figura 21: Espectro biológico da dominância relativa por forma de vida das quatro
comunidades estudadas nas serras do Itacolomi e de Ouro Branco, MG.................................65
Figura 22: Correlação entre os valores da razão N:P do solo e da riqueza de espécies de
campos rupestres das Serras do Itacolomi e de Ouro Branco,
MG............................................................................................................................................67
ix
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Escala de cobertura e abundância de Braun-Blanquet (1932).................................18
Tabela 2: Conversão dos valores de cobertura e abundância..................................................20
Tabela 3: Adaptação das formas de vida de Raunkiaer...........................................................23
Tabela 4: Espécies de plantas vasculares amostradas nos campos rupestres da serra do
Itacolomi e serra do Ouro Branco, com suas respectivas famílias, ocorrências nas quatro
comunidades e formas de vida..................................................................................................27
Tabela 5: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade I afloramentos
rochosos da Serra do Itacolomi, MG........................................................................................41
Tabela 6: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade II platôs da Serra do
Itacolomi, MG. .........................................................................................................................45
Tabela 7: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade III afloramentos
rochosos da Serra de Ouro Branco, MG...................................................................................48
Tabela 8: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade IV platôs da Serra de
Ouro Branco, MG.....................................................................................................................53
Tabela 9: Valores dos índices de diversidade específica e equitabilidade para as quatro
comunidades e para as áreas geográficas..................................................................................57
Tabela 10: Valores médios e desvios padrões dos parâmetros edáficos das quatro
comunidades estudadas.............................................................................................................66
x
RESUMO
LEMES, Francisco de Oliveira Andrade Lemes. 2009. Relações florísticas, fitossociológicas e
aspectos edáficos de comunidades de campos rupestres da Serra do Itacolomi e Serra
de Ouro Branco, Minas Gerais. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de
Ouro Preto.
Foi realizado um estudo florístico e fitossociológico associado a aspectos edáficos em duas
áreas de campo rupestre quartzítico, localizadas na Serra do Itacolomi e na Serra de Ouro
Branco, Minas Gerais. Quatro comunidades, delimitadas a partir do habitat (afloramentos
rochosos e platôs) e da área geográfica (serras do Itacolomi e de Ouro Branco) foram
comparadas quanto à composição florística, estrutura da vegetação e características
nutricionais do solo. As áreas escolhidas estão situadas em uma altitude aproximada de 1.550
m, onde foi feita a amostragem da vegetação através de 60 parcelas de 10 x 10 m dispostas
sistematicamente nas comunidades. Para análise de pH, nitrogênio e sforo disponível
coletou-se 32 amostras de solo. Foram encontradas 298 espécies de plantas vasculares, sendo
que Asteraceae e Poaceae apresentaram a maior riqueza nas quatro comunidades. Grande
parte das espécies com os maiores índices de valor de importância pertencem à Poaceae.
Somente Apochloa euprepes apresentou alto valor de importância nas quatro comunidades
simultaneamente. As análises de similaridade e ordenação com a presença/ausência das
espécies revelaram uma composição florística distinta entre as quatro comunidades. De uma
maneira geral, foi observado predomínio das hemicriptófitas quanto ao número de espécies e
à cobertura vegetal, sendo que nos afloramentos rochosos cresce a importância das espécies
fanerófitas. Os solos, considerados ácidos e pobres em nutrientes, apresentaram diferenças
entre os habitas. Nos afloramentos rochosos, onde se obteve maior riqueza e diversidade de
espécies, além da maior heterogeneidade de formas de vida, o solo apresentou maiores
quantidades de fósforo e nitrogênio. A ocorrência das espécies e o tamanho de suas
populações foram fortemente relacionados aos habitats e às áreas geográficas. As serras do
Itacolomi e de Ouro Branco foram consideradas distintas quanto a composição florística e
similares quanto a estrutura da vegetação.
Palavras – chave: campos rupestres quartzíticos - método Relevé - formas de vida
xi
ABSTRACT
LEMES, Francisco de Oliveira Andrade Lemes. 2009. Floristic, plant sociology and edaphic
aspects of rock fields comunities in Serra do Itacolomi and Serra de Ouro Branco,
Minas Gerais, Brazil. Dissertation, Universidade Federal de Ouro Preto.
A floristic and phytosociological study, associated with edaphic aspects was carried out in
two areas of quartzite rock field, located in Serra do Itacolomi and Serra de Ouro Branco,
State of Minas Gerais, Brazil. Four communities, classified according to habitat (rocky
outcrops and plateaus) and geographical area (Itacolomi and Ouro Branco), were compared in
terms of their floristic composition, vegetation structure and soil nutritional characteristics.
Chosen areas are located at an altitude of about 1.550 m. The vegetation sampling was
performed using 60 plots of 10 x 10 m, arranged systematically in the communities. Analysis
of pH, nitrogen and available phosphorus were made in 32 soil samples. We found 298
species of vascular plants, with Asteraceae and Poaceae had the greatest number of species.
Most of the species with the highest levels of value of importance belong to Poaceae. Only
Apochloa euprepes showed high levels of importance value in the four communities
simultaneously. The analysis of similarity and ordination with the presence / absence of
species revealed a distinct floristic composition among the four communities. In general, we
observed a predominance of hemicryptophytes on the number of species and the vegetation
coverage, and phanerophytes showed preference for rocky outcrops. The soils, considered
acidic and poor in nutrients, showed differences between habitats. In the rocks, where there
has richness and diversity of species, besides the greater heterogeneity of forms of life, the
soil had higher amounts of phosphorus and nitrogen. The occurrence of the species and size of
their populations were strongly related to habitats and geographical areas. Serra do Itacolomi
and Serra de Ouro Branco were considered different in terms of floristic composition and
similar in vegetation structure.
Keywords: quartzitic rock field - Relevé method – life forms
1
1. INTRODUÇÃO
A Cadeia do Espinhaço, Reserva da Biosfera da Unesco, abriga os campos rupestres
quartzíticos, que constituem comunidades predominantemente herbáceo-arbustivas,
geralmente ocorrentes em altitudes superiores a 900 m (Giulietti et al, 1997). Este complexo
montanhoso se estende pelos estados de Minas Gerais e da Bahia, onde o limite norte
encontra-se na Serras da Jacobina e o limite sul situa-se na Serra do Ouro Branco (Harley,
1995). Representa uma região de alta importância para a conservação de valores históricos,
culturais, econômicos e ambientais.
Os campos rupestres apresentam diferentes fitofisionomias em função da topografia,
natureza do substrato, profundidade do solo e microclima (Conceição & Giulietti, 2002). De
acordo com Benites et al (2003), essas comunidades podem ocorrer junto a diferentes tipos
vegetacionais, como o Cerrado na Serra do Cipó (MG), a Caatinga na Chapada Diamantina
(BA), e a Floresta Estacional Semidecidual no Ibitipoca (MG). Almeida (2008) classifica a
vegetação dos campos rupestres quartzíticos em dois grandes grupos: os campos, onde
predominam espécies herbáceas que crescem sobre um solo arenoso; e os afloramentos
rochosos, onde predominam arbustos e subarbustos que crescem nas fendas das rochas ou nas
pequenas depressões onde ocorre deposição de areia e outros sedimentos.
A ocorrência de microhabitats adjacentes caracteriza os campos rupestres como
mosaicos vegetacionais, e o conceito de “refúgio vegetacional” (Veloso et al, 1991) também
se aplica às singularidades da fauna, dos solos e da geomorfologia. De acordo com Semir
(1991), as características particulares propiciam condições ecológicas favoráveis para
especiação intensa, fato sustentado pelo alto grau de endemismo nestes ambientes. A
vegetação típica possui um grande número de espécies adaptadas morfológica e
fisiologicamente em decorrência das condições extremas relacionadas ao solo e clima, como a
2
elevada insolação, grande variação entre a temperatura diurna e noturna, presença de ventos
incessantes e estresse hídrico (Giulietti et al, 1997; Benites, 2001).
Dentre as famílias com maior riqueza, Poaceae, Asteraceae, Cyperaceae, Orchidaceae,
Melastomataceae, Velloziaceae, Xyridaceae, Rubiaceae, Myrtaceae e Bromeliaceae se
destacam por serem amostradas em praticamente todos os estudos florísticos e/ou
fitossociológicos desenvolvidos em áreas de campo rupestre (Giulietti & Pirani, 1988).
Diversos estudos têm mostrado variações significativas na composição florística e na
estrutura das comunidades vegetacionais encontradas em diferentes habitats e microhabitats
de campos rupestres (Vitta, 1995; Conceição & Giulietti, 2002; Conceição & Pirani, 2005;
Conceição, Giulietti & Meirelles, 2007; Conceição, Pirani & Meirelles, 2007). Variações de
substrato são acompanhadas de táxons e fisionomias próprias, evidenciando a relação entre o
elevado número de espécies de campos rupestres com a variada combinação de diferentes
tipos de substratos (Conceição & Giulietti, 2002). Estas constatações também são observadas
em estudos de outros tipos de vegetações campestres, como nas cangas hemáticas (Vincent,
2004; Jacobi et al, 2007), nos cerrados (Tannus & Assis, 2004), nos campos de altitude
(Caiafa & Siva, 2005) e nos “inselbergs” da Guiana Venezuelana (Grüger & Huber, 2007).
O solo é um dos principais componentes físicos responsáveis pela caracterização e
diferencião dos habiats e microhabiats. Ele é o principal meio para nutrição mineral das
plantas terrestres, e possui propriedades que mudam rapidamente no tempo e no espaço
(Epstein & Bloom, 2006). A busca de novos conhecimentos relacionados aos solos vem
crescendo devido ao interesse em estratificar os ambientes e associar os padrões de
distribuão dos organismos às características do meio físico.
De uma maneira geral, os solos de campos rupestres são rasos, arenosos, ácidos e
pobres em nutrientes (Vitta, 1995; Benites, 2001; Conceição & Giulietti, 2002; Conceição &
Pirani, 2005). A variação de características do solo possui um importante papel no controle da
3
estrutura e distribuição da vegetação, uma vez que o metabolismo das plantas é intimamente
relacionado às condições edáficas. Segundo Huggett (1995), uma alta heterogeneidade de
substratos pode levar a uma maior disponibilidade de recursos para comunidades de plantas e
animais.
sforo e nitrogênio são macronutrientes essenciais à vida de todos os organismos. A
deficiência de nutrientes causa efeitos graves ao metabolismo da planta, como o crescimento
retardado (Epstein & Bloom, 2006). Como nos campos rupestres, solos do cerrado são em
geral pobres em nutrientes disponíveis, inclusive fósforo e nitrogênio, os principais
contribuintes para o crescimento das plantas (Kozovits et al, 2007).
O estudo detalhado da composição das espécies e da importância relativa de suas
populações é elementar para a descrição de comunidades vegetais (Alves, 2005), sendo uma
excelente ferramenta para a elucidação de possíveis correlações entre variáveis físicas e
vegetação. A fitossociologia é um ramo da ecologia vegetal que envolve o estudo das relações
entre as espécies componentes no espaço. Baseia-se na análise quantitativa da composição
florística, da estrutura, do funcionamento, da distribuição e da dinâmica entre os táxons
(Andrade, 2004).
O método Relevé desenvolvido pela escola de Braun-Blanquet é uma ramificação da
fitossociologia, caracterizada pela eficácia e rapidez de seu método de estimativa (Alves,
2005). O levantamento de dados consiste, principalmente, na estimativa de cobertura e
abundância de cada espécie presente nas unidades amostrais. A vantagem da combinação dos
dois parâmetros como uma medida quantitativa é a aplicabilidade para todos os hábitos
vegetais, possibilitando o estudo de espécies que ocupam o ambiente de maneiras distintas,
desde árvores até musgos (Muller-Dombois & Ellenberg, 1974). De acordo com Sutherland
(1996), métodos de estimativa visual são comumente aplicados com sucesso aos variados
estratos vegetacionais (arbóreos, arbustivos, subarbustivos, herbáceos e rupícolas).
4
A classificação das plantas quanto à forma de vida consiste em mais uma medida
estrutural de vegetação que vem sendo aplicada em estudos que relacionam as comunidades e
o meio sico. Segundo Muller-Dombois & Ellenberg (1974), o conceito de “formas de vida”
de Raunkiaer diferencia as plantas quanto à posição e proteção dos órgãos de crescimento
(gemas e brotos) em relação às características ambientais. As categorias criadas pelo autor
sofreram algumas modificações por pesquisadores visando enquadrá-las aos diferentes tipos
de vegetação.
O Quadrilátero Ferrífero (QF), localizado na porção centro-sul de Minas Gerais,
abrange o sul da cadeia do espinhaço e representa uma região geologicamente importante do
Pré-Cambriano brasileiro, devido suas riquezas minerais, principalmente de ferro, ouro e
manganês (Alkmin, 1987). A área montanhosa, com topografia bastante heterogênea, é
principalmente representada por formações rochosas hematíticas, graníticas e quartzíticas
(Vincent, 2004; Jacobi et al, 2007). Segundo Drummond et al (2005), o QF é considerado
“Área de Importância Biológica Extrema”, apresentando riqueza de espécies, grandes
quantidades de endemismos e espécies ameaçadas. Os autores recomendam a realização de
invenrios biológicos, de monitoramento das espécies ameaçadas e a criação de unidades de
conservação. Dentre as diversas serras componentes do QF, as serras do Itacolomi e de Ouro
Branco constituem áreas importantes para a realizão de atividades voltadas para a
conservação ambiental.
Vários estudos contribuíram com o conhecimento da flora da região de Ouro Preto e
do Parque Estadual do Itacolomi (PEIT): Badini (1940a, 1940b) com Melastomataceae e
Rubiaceae; Lisboa (1956, 1971) com Pteridófitas e flora de Ouro Preto; Lisboa & Lisboa
(1977) com Eriocaulaceae de Ouro Preto; Peron (1989, 1994) com flora fanerogâmica dos
campos rupestres do PEIT e gênero Myrcia de Ouro Preto; Messias et al (1997) com flora do
PEIT; Batista et al (2004) com o gênero Habenaria do PEIT; Dutra et al (2005) com
5
Papilionoideae dos campos ferruginosos do PEIT; Lima et al (2007) com Leguminosae das
florestas estacionais do PEIT; Rolim (2007) com Pteridófitas do PEIT; Dutra et al (2008a)
com Caesalpinioideae dos campos rupestres do PEIT; Pedreira (2008) com florística e
fitossociologia das florestas paludosas de altitude do PEIT; Araújo (2008) com Bignoniaceae
do PEIT; Almeida (2008) com Asteraceae dos campos rupestres do PEIT; e finalmente
Bünger (2008) com Myrtaceae dos campos rupestres do PEIT.
na SOB, poucos trabalhos botânicos vêm sendo desenvolvidos. Paula (2003)
realizou um levantamento preliminar da flora fanerogâmica; Lemes (2007) realizou um
levantamento flostico e fitossociológico de um pequeno trecho de campo rupestre; Dutra et
al. (no prelo) desenvolvem o levantamento de Leguminosae da serra; e Nakajima & Hattori
(com. pess.) realizam o levantamento de Asteraceae (Almeida, 2008).
Atualmente existe uma carência de estudos botânicos nos campos rupestres da SIT e
SOB, em que a comunidade de plantas seja o principal objeto de investigação. As
características das espécies, populações e comunidades possuem relações diretas com o meio
físico, sendo fundamental a realização de pesquisas ecológicas para o conhecimento destas
interações. O presente estudo é o primeiro levantamento fitossociológico de comunidades de
campos rupestres das Serra do Itacolomi e de Ouro Branco, em Minas Gerais.
6
2. OBJETIVOS
Objetivo geral
Realizar um estudo florístico e fitossociogico, buscando avaliar a existência de
relações entre a disponibilidade no solo de nutrientes com a vegetação em trechos de campo
rupestre situados nas Serras do Itacolomi e de Ouro Branco.
Objetivos específicos
- Analisar a composição florística de campos rupestres;
- Analisar a estrutura fitossociológica de campos rupestres;
- Comparar a flora e estrutura da vegetação entre afloramentos rochosos e plas;
- Avaliar a influência dos teores de sforo, nitrogênio, da razão N:P e dos valores de
pH do solo sobre as diferentes comunidades dos campos rupestres;
- Comparar os resultados obtidos na Serra do Itacolomi com os gerados na Serra de
Ouro Branco.
7
3. HIPÓTESES
Serão testados pressupostos para as seguintes hipóteses:
- Os campos rupestres das Serras do Itacolomi e de Ouro Branco apresentam baixa
similaridade flostica e alta similaridade estrutural;
- Os afloramentos rochosos e os platôs apresentam baixas similaridades florística e
estrutural;
- A vegetação presente em solos com maiores teores de fósforo e nitrogênio apresenta
maior riqueza de espécies e maior heterogeneidade estrutural.
8
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ÁREAS DE ESTUDO E CLIMA
O estudo foi desenvolvido entre os anos de 2007 e 2009 em duas áreas de campo
rupestre, uma localizada na Serra do Itacolomi, e outra na Serra de Ouro Branco, no estado de
Minas Gerais, Brasil. Distanciadas por aproximadamente 25 km (Figura 1), as duas áreas se
encontram na região sul da cadeia do Espinhaço, onde o clima, segundo a classificação de
Koeppen, é do tipo Cwb (úmido-mesotérmico), ou seja, temperado úmido com inverno seco e
verão quente e chuvoso (Giulietti et al, 1987; Dutra et al, 2005). A temperatura média anual
varia entre 17,4ºC e 19,8ºC. A estação chuvosa dura de 7 a 8 meses, enquanto o período seco,
que coincide com o inverno, dura entre 3 e 4 meses. A pluviosidade média anual é de 1.500
mm.
Figura 1: Imagem de satélite da distância e do aspecto geral entre as áreas de estudo na Serra do Itacolomi e
Serra de Ouro Branco, MG. Fonte: Google Earth (http://www.earth.google.com).
9
4.1.1 Serra do Itacolomi (SIT)
A SIT se localiza entre os municípios de Ouro Preto e Mariana, dentro dos limites do
Parque Estadual do Itacolomi (Figura 2). A unidade de conservação, criada pela Lei n
o
4.465
de 14 de Junho de 1967, está inserida no grupo de proteção integral, e destina-se à
preservação da natureza, admitindo-se apenas o uso indireto de seus atributos naturais
(SNUC, 2003). O parque ocupa uma área de aproximadamente 7.500 ha, com altitudes que
variam de 900 a 1.772 m, sendo o Pico do Itacolomi o ponto mais alto. Acima da cota de
1.200 m de altitude predominam campos rupestres quartziticos (Figura 3), onde também
ocorrem capões de mata, matas galeria e manchas de campos ferruginosos (Messias et al,
1997). Estas formações campestres ocupam cerca de 60% da área total do PEIT. Nas altitudes
baixas predominam formações florestais. A área amostral se encontra na região da Lagoa
Seca, onde a altitude média é de 1.600 metros.
Figura 2: Imagem de satélite da área amostral e de seu entorno na Serra do Itacolomi, localizada no PEIT, MG.
Fonte: Google Earth (http://www.earth.google.com)
1 km
10
Figura 3: Aspecto geral da área amostral da Serra do Itacolomi, PEIT, MG. Foto: Francisco Lemes (2008)
4.1.2 Serra do Ouro Branco (SOB)
A SOB se localiza no município de Ouro Branco (MG), a sudoeste de Ouro Preto
(Figura 4). Ocupa cerca de 1.614 ha, com extensão de aproximadamente 20 km e altitudes
entre 1.250 e 1.568 metros (Paula, 2003). Além de matas de galeria e de outras formações
florestais, ocorrem em larga escala os campos rupestres nas altitudes mais elevadas (Figura 5).
Nas partes baixas da serra ocorrem florestas estacionais semideciduais. A área amostral se
localiza próxima às antenas da Embratel, na região mais alta da serra, com altitude dia de
1.484 metros. Atualmente a SOB é considerada “Área de Tombamento”, de acordo com o
decreto estadual n°19.530 de 1978 (Papini et al, 2009). Através de ações do IEF (Instituto
Estadual de Florestas) existe um esforço para que seja implantado o parque Estadual da Serra
de Ouro Branco.
11
Figura 4: Imagem de satélita da área amostral e de seu entorno na Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG.
Fonte: Google Eart (http://www.earth.google.com)
Figura 5: Aspecto geral da área amostral da Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG. Foto:
Francisco Lemes (2008).
1 km
12
4.2 AMOSTRAGEM
4.2.1 Classificação dos habitats
O estudo foi desenvolvido em dois habitats reconhecidos arbitrariamente de acordo
com a ocorrência de rochas expostas e características estruturais da vegetação:
- Afloramentos rochosos (AR): áreas com exposição de rochas aglomeradas, com vegetação
herbácea descontínua e predominância de arbustos e subarbustos (Figura 6).
- Platôs (PL): áreas sem exposição de rochas, com vegetação herbácea contínua e
predominante (Figura 7).
Figura 6: Afloramento rochoso da Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG. Foto: Gabriel Pedreira (2007).
13
Figura 7: Platô da serra do Itacolomi, com afloramentos rochosos em segundo plano. PEIT, MG. Foto:
Francisco Lemes (2008).
4.2.2 Delineamento experimental
Para a escolha dos locais de estudo foram feitas visitas preliminares aos campos
rupestres da SIT e SOB, com o intuito de identificar áreas potenciais para o desenvolvimento
do projeto. Com isso foram definidas as duas áreas amostrais, as quais apresentaram: pequena
variação altitudinal (diferença de aproximadamente 100 metros entre as altitudes médias) e
estado de preservação aparentemente semelhante. Foi percorrida uma área de
aproximadamente 1.2 km
2
em cada área amostral para a distribuição das unidades amostrais.
Para o levantamento dos dados florísticos e fitossociológicos, foi amostrada uma área
total de 0.6 ha, sendo 0.3 ha localizados na SIT e 0.3 ha na SOB. Em cada área amostral
foram distribuídas 15 unidades amostrais (UA) em afloramentos rochosos e 15 em platôs,
totalizando em 60 UA de 10 x 10 metros (Figuras 8, 9 e 10). As parcelas de 100m
2
possuem a
14
área adequada para o estudo de vegetação herbácea-arbustiva (Muller-Dombois & Ellenberg,
1974; Sutherland, 1996). Dessa forma foram delimitadas quatro comunidades:
- Comunidade I (Afloramentos rochosos da Serra do Itacolomi – AR SIT)
- Comunidade II (Platôs da Serra do Itacolomi – PL SIT)
- Comunidade III (Afloramentos rochosos da Serra de Ouro Branco – AR SOB)
- Comunidade IV (Plas da Serra de Ouro Branco – PL SOB)
Devido à grande irregularidade relacionada à distribuição e tamanho das manchas de
afloramentos rochosos sobre os extensos platôs, a alocação das UA ocorreu de forma
sistemática, de acordo com os critérios listados abaixo para cada comunidade: para os
afloramentos rochosos, o ponto central da UA deve coincidir com o ponto mais alto do
afloramento rochoso; para os platôs, o ponto central da UA deve coincidir com a distância
média entre dois pontos de referência, que são locais onde a vegetação deixa de ser
classificada como “platô”. Como pontos de referência foram utilizados os limites de
afloramentos rochosos e de capões de mata. A alocação das UA foi feita visando à melhor
distribuão no espo, com o intuito de amostrar toda a área em cada serra. As UA foram
demarcadas com barbante ou fita zebrada e estacas de madeira, sendo que as laterais foram
dispostas paralela e perpendicularmente aos pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Foram
excluídos da amostragem os habitats intermedrios em relão à classificação do item 4.2.1.
15
Figura 8: Imagem de satélite da distribuição das 30 unidades amostrais no campo rupestre estudado na
Serra do Itacolomi, PEIT, MG. Pontos vermelhos = AR; Pontos verdes = PL. Fonte: Google Earth
(http://www.earth.google.com)
Figura 9: Imagemde satélite da distribuição das 30 unidades amostrais no campo rupestre estudado na
Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, MG. Pontos vermelhos = AR; Pontos verdes = PL. Fonte:
Google Earth (http://www.earth.google.com)
16
Figura 10: Unidade amostral alocada em um platô da Serra do Itacolomi, PEIT, Ouro Preto /
Mariana, MG. MG. Foto: Francisco Lemes (2008).
4.3 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO
4.3.1 Coletas botânicas e Herborização
A coleta dos exemplares se estendeu por um período de aproximadamente 14 meses,
entre maio de 2008 e junho de 2009. As áreas foram amostradas quinzenalmente de forma
alternada (SIT e SOB). Foram coletados, quando possível, 03 ramos férteis de cada espécie de
planta vascular presente nas unidades amostrais, visando à identificação taxonômica e a
montagem da coleção de referência. As espécies que não se encontraram rteis foram
marcadas para posterior coleta e identificação, ou coletadas para a identificação baseada em
características vegetativas.
O material coletado foi herborizado segundo técnicas de Lawrence (1961) e Mori et al,
(1987). Após a confirmação taxonômica a coleção será incorporada no Herbário “Professor
José Badini” (OUPR), da Universidade Federal de Ouro Preto.
17
4.3.2 Identificação taxonômica
Todas as espécies coletadas foram levadas ao Laboratório de Biodiversidade e ao
Herbário OUPR, no Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (ICEB), da UFOP, para os
procedimentos de identificação. Foram realizados estudos morfológicos, consulta à
bibliografia especializada e comparação com materiais incorporados nos Herbário OUPR e no
Herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa. A
determinação dos táxons contou com a colaboração dos seguintes especialistas: Alexandre
Salino (Pteridophyta), João Renato Stehmann (Solanaceae), Eric Hattori (Asteraceae), João
Batista (Orchidaceae) e Pedro Viana (Poaceae). Foram enviadas duplicatas das espécies não
identificadas aos respectivos especialistas para a determinação taxonômica. A classificação
dos táxons segue a organização proposta pelo sistema Angiosperm Phylogeni Group II (APG
II, 2003).
4.4 LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO
4.4.1 Método Relevé
Foi utilizado o método Releem cada UA, onde foram coletados os seguintes dados
após um prévio reconhecimento do local (Muller-Dombois & Ellenberg, 1974):
- Nome das espécies;
- Valor de cobertura e abundância de cada espécie vascular em relação à UA (Tabela 1);
- Fotografias e desenhos esquemáticos de situações ou espécies particulares.
18
Tabela 1: Escala de cobertura e abundância de Braun-Blanquet (1932)
Símbolo Significado
5 Qualquer número de indivíduos, com cobertura acima de 75%
4 Qualquer número de indivíduos, com cobertura entre 50 e 75%
3 Qualquer número de indivíduos, com cobertura entre 25 e 50%
2 Qualquer número de indivíduos, com cobertura entre 5 e 25%
1 Numerosos indivíduos com menos de 5% de cobertura
+ Poucos indivíduos com pequena cobertura
R Indivíduos solitários com pequena cobertura
4.4.2 Parâmetros fitossociológicos
Foram calculadas em cada comunidade a freqüência, dominância e importância para
cada espécie (Muller-Dombois & Ellenberg, 1974).
Frequência
Foram estimados dois parâmetros: a freqüência absoluta (FA), que é a probabilidade
de se encontrar a espécie em uma unidade amostral; e a freqüência relativa (FR), que equivale
à razão entre a FA da espécie e o somatório das frequências absolutas de todas as espécies
amostradas. Suas fórmulas são:
FAi = (ni / N) x 100
FRi = (FAi / FA) x 100 onde,
19
FAi = freqüência absoluta da espécie i
ni = número de unidades amostrais onde foi encontrada a espécie i
N = número total de unidades amostrais
FRi = freqüência relativa da espécie i
Dominância
Os parâmetros de dominância foram calculados a partir dos valores de cobertura e
abundância. Segundo Muller-Dombois & Ellenberg (1974), é necessária a conversão das
classes de cobertura e abundância que representam intervalos percentuais em valores médios
fixos, para que se possa inferir sobre a dominância de espécies em suas comunidades (Tabela
2). Foram estimados dois parâmetros: a dominância absoluta (DA), que representa a
contribuição de uma espécie na comunidade; e a dominância relativa (DR), que é a razão
entre a DA de uma espécie e o somatório das dominâncias absolutas de todas as espécies
amostradas. Suas fórmulas são:
DA i = ( CA i / N) x 100
DR i = (Dai / DA) x 100 onde,
DA i = dominância absoluta da espécie i
CA i = valores convertidos de cobertura e abundância da espécie i por UA
N = número total de amostras
DR i = dominância relativa da espécie i
20
Tabela 2: Conversão dos valores de cobertura e abundância
Braun-Blanquet Cobertura Valor médio de cobertura
5 75 – 100% 87,5%
4 50 – 75% 62,5%
3 25 – 50% 37,5%
2 5 – 25% 15%
1 < 5% 2,5%
+ < 5% 0,1%
R valor ignorado 0%
Importância
Foi calculado o índice de valor de importância (IVI), que é a soma dos valores
relativos de freqüência e dominância. Para ser apresentado em porcentagem, o resultado foi
dividido por dois.
IVI i = (FR i + DR i) / 2 onde,
IVI i = índice de valor de importância da espécie i
FR i = freqüência relativa da espécie i
DR i = dominância relativa da espécie i
4.5 DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE
Foram calculados para as quatro comunidades e para as duas áreas geográficas o
índice de diversidade de Shannon-Winer (H’) e o índice de equitabilidade de Pielou (J’),
ambos de acordo com Magurran (2004). O cálculo de H’ considerou os valores de dominância
relativa como valores de abundância, da mesma forma feita por Conceição, Giulietti &
Meireles (2007).
21
Índice de Shannon-Winer (H’): expressa a incerteza em predizer a qual espécie pertencerá
um indivíduo escolhido ao acaso na comunidade. Sua fórmula é:
H’ = - pi (ln x pi) onde,
H’ = Índice de diversidade de Shannon-Winer
pi = dominância relativa da escie i
ln
pi
= logarítimo natural de pi
Índice de Pielou (J’): indica um balanço entre a diversidade e o seu maior valor. Sua fórmula
é:
J’ = H’ / ln S onde,
J’ = índice de equitabilidade de Pielou
(H’) = Índice de diversidade de Shannon-Winer
S = número total de espécies amostradas
ln S = logarítimo natural de S
4.6 SIMILARIDADE
Foi calculado o valor de similaridade com presença/ausência de espécies entre todas as
unidades amostrais das quatro comunidades reunidas. Para isso reuniram-se os dados de
presença/ausênca de todas as espécies em relação a todas as unidades amostrais (60) em uma
única matriz binária.
22
Além disso, foram calculados os valores de similaridade entre as espécies com maior
freqüência relativa (FR) para cada área amostral. Para a SIT foram selecionadas as 23
espécies com maior FR, enquanto que, para a SOB, foram selecionadas as 24 espécies com
maior FR. Esta análise visa o agrupamento de espécies que normalmente ocorrem associadas,
devido à preferência por determinado tipo de habitat ou local.
Os dendrogramas foram feitos utilizando-se o índice de Jaccard e ligão dos grupos
por média não ponderada (UPGMA). O índice de Jaccard faz parte do grupo de coeficientes
que excluem casos de dupla ausência, sendo estes aconselhados por Valentin (2000) para se
utilizar em estudos de comunidades. As análises foram processadas através do programa
estatístico MVSP (Multivariate Statistics Package).
4.7 ORDENAÇÃO
Todas as unidades amostrais foram ordenadas a partir da matriz binária (presença e
ausência), sendo que foram incluídas as espécies que ocorreram em no mínimo 10 unidades
amostrais, totalizando em 62 espécies. Esta seleção teve como objetivo a observação dos
padrões de ordenação das comunidades a partir da composição florística mais típica das áreas
estudadas. Nete caso, a inclusão das espécies raras ou pouco freqüentes pode gerar um
“ruído” considerável, e dificultar a deteão dos padrões de ordenação entre as comunidades.
A ordenação foi realizada pela análise de correspondência destendenciada (DCA),
baseada na distância do qui-quadradro. A DCA é uma versão da análise de correspondência
(CA), que de acordo com Legendre & Legendre (1998), é aplicável aos dados de
presença/ausência de espécies. Segundo Kenkel & Orlóci (1986), a DCA é uma das mais
eficientes dentre as técnicas de ordenação. Foi gerado um gráfico com a distribuição das
espécies sobre a ordenação das unidades amostrais, possibilitando a observação da
23
importância das espécies na diferenciação dos grupos. Todos os cálculos foram realizados
pelo programa FITOPAC.
4.8 FORMAS DE VIDA
As espécies amostradas no levantamento florístico e fitossociológico foram
classificadas segundo adaptações das formas de vida de Raunkiaer, feitas por Muller-
Dombois & Ellenberg (1974), de acordo com os critérios apresentados na Tabela 3. Para a
comparação entre as comunidades, foi considerada a proporção do número de espécies por
forma de vida, e a soma dos valores de dominância por forma de vida, representadas
graficamente em espectros biológicos. Para a verificação da dependência entre as variáveis
aplicou-se o teste qui-quadrado (x
2
).
Tabela 3: Adaptação das formas de vida de Raunkiaer (Muller-Dombois & Ellenberg,1974).
Forma de vida Significado
Fanerófitas
plantas lenhosas com gemas de crescimento situadas acima de 50 cm do nível
do solo
Caméfitas
plantas sublenhosas ou herbáceas com gemas de crescimento localizadas em
até 50 cm do nível do solo
Hemicriptófitas
plantas geralmente herbáceas com as gemas de crescimento situadas na
superfície do solo
Criptófitas plantas cujo sistema de crescimento se localiza abaixo da superfície do solo
Terófitas plantas anuais
Epífitas plantas que germinam e crescem sobre outras plantas
4.9 SOLO
4.9.1 Amostragem
Para o estudo do solo, foram selecionadas oito unidades amostrais em cada
comunidade (I, II, III, IV), totalizando em 32 amostras de solo. Estas unidades amostrais
foram escolhidas arbitrariamente objetivando a melhor distribuição da amostragem nas duas
24
áreas de estudo (SIT e SOB). Em cada uma das unidades amostrais foram realizadas coletas
compostas de cinco sub-amostras na parte superficial do solo, à profundidade de 0 a 5 cm.
Uma profundidade maior poderia impedir a amostragem dos afloramentos rochosos, que
possuem pouca quantidade de solo. As coletas foram feitas nos dias 28 e 30 de abril de 2009,
na SOB e SIT respectivamente.
Foi utilizado um cano de PVC com uma marcação de 5 cm e um martelo para auxiliar
na coleta do material. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos ainda no campo,
e em seguida refrigeradas no Laboratório de Biodiversidade da UFOP.
4.9.2 Análises de nutrientes e de acidez
As amostras de solo foram enviadas ao Laboratório de Análise de Solos, do
Departamento de Solos, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), para a realização das
seguintes análises:
- Teores de fósforo (P) disponível;
- Teores totais de nitrogênio (N);
- pH em KCl.
A análise de pH em H
2
O foi feita no Laboratório de Fisiologia Vegetal da UFOP. A
partir dos resultados dos teores de nutrientes, foi calculada a razão entre nitrogênio e sforo
(N:P) para cada amostra.
4.9.3 Análises estatísticas
Os parâmetros edáficos nas quatro comunidades (I, II, III, IV) foram comparados pela
análise de variância unifatorial (ANOVA). Para isso, os parâmetros foram anteriormente
testados quanto à normalidade (Kolmogorov-Smirnov, p > 0.05). A hipótese testada na
ANOVA foi a da igualdade entre as médias (α = 0.05) em cada comunidade. No caso de
25
rejeição da igualdade admitiu-se a diferença e aplicou-se o teste de Tukey para discernir as
diferenças.
Para relacionar as características do solo com a vegetação, foram feitas análises de
regressão entre as variáveis do solo (P, N, pH e N:P) e a riqueza de espécies referentes às
unidades amostrais onde foi coletado o solo. Para tanto, a riqueza de espécies também foi
testada anteriormente quanto à normalidade. Com o objetivo de comparar o número de
espécies por comunidade, foi feita uma ANOVA unifatorial da riqueza de espécies. Foram
realizadas análises de correlação entre todas as variáveis edáficas. Todas as análises
relacionadas ao solo foram feitas através do programa SPSS.
26
5. RESULTADOS
5.1 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA
Foram amostradas 298 espécies de plantas vasculares nas quatro comunidades,
distribuídas em 153 gêneros e 58 famílias (Tabela 4). Pteridófitas corresponderam a seis
famílias, nove neros e 10 espécies. Dentre as 288 Angiospermas, as Magnoliídeas
corresponderam a três famílias, três gêneros e quatro espécies; as Monocotiledôneas a 10
famílias, 40 neros e 75 espécies; e as Eudicotiledôneas corresponderam a 39 famílias, 101
gêneros e 209 espécies. Treze espécies não foram identificadas em relação à família.
Considerando toda a amostragem, a família com maior riqueza foi Asteraceae com 61
espécies (20.47%), seguida por Poaceae com 32 (10.74%), Melastomataceae com 27 (9.06%),
Orchidaceae com 14 (4.70%), Myrtaceae com 13 (4.36%), Cyperaceae com 12 (4.03%),
Rubiaceae com 10 (3.36%) e Fabaceae com oito (2.68%). O nero com maior número de
espécies foi Vernonia, representado por 12, seguido por Eupatorium com 10, Baccharis,
Calea, Mikania, Hyptis, Tibouchina, Myrcia, Polygala e Solanum com cinco espécies cada, e
Bulbostylis, Axonopus, Paspalum e Microlicia com quatro espécies cada.
27
Tabela 4: Espécies de plantas vasculares amostradas nos campos rupestres da Serra do Itacolomi (SIT) e Serra do
Ouro Branco (SOB), com suas respectivas famílias, ocorrências nas quatro comunidades e formas de vida. AR =
afloramentos rochosos; PL = platôs; FV = formas de vida; fan = fanerófitas; cam = caméfitas; hem =
hemicriptófitas; geo = geófitas; epi = epífitas; ter = terófitas. O sinal (x) indica ocorrência da espécie na
determinada comunidade.
SIT SOB
AR PL AR PL
FV
PTERIDOPHYTA
Anemiaceae
Anemia sp. x x hem
Aspleniaceae
Asplenium auritum Sw. x hem
Davalliaceae
Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching x hem
Grammitidaceae
Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A.R. Sm. & R.C.
Moran
x
hem
Melpomene pilosissima (M. Martens & Galeotti) A.R. Sm. &
R.C. Moran
x
hem
Lomariopsidaceae
Elaphoglossum cf. minutum (Pohl ex Fée) T. Moore x epi/hem
Polypodiaceae
Phlebodium pseudoaureum (Cav.) Lellinger x epi/hem
Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf. x hem
Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R. Sm. x hem
Indeterminada
Pteridophyta sp.1 x hem
ANGIOSPERMAS – MAGNOLIÍDEAS
Annonaceae
Guatteria cf. pohliana Schltdl. x fan
Aristolochiaceae
Aristolochia cf. smilacina (Klotzsch) Duch. x hem
Piperaceae
Peperomia sp.1 x cam
Peperomia sp.2 x cam
ANGIOSPERMAS – MONOCOTILEDÔNEAS
Araceae
Anthurium cf. minarum Sakuragui & Mayo x hem
Bromeliaceae
Billbergia elegans Mart. ex Schult. x hem
Bromeliaceae sp.1 x hem
Bromeliaceae sp.2 x hem
Bromeliaceae sp.3 x epi
Cyperaceae
Ascolepis cf. brasiliensis (Kunth) Benth. ex C.B. Clarke x x x hem
Bulbostylis glaziovii (Boeck.) C.B. Clarke x hem
Bulbostylis junciformis (Kunth) C.B. Clarke x x x x hem
Bulbostilis paradoxa (Spreng.) Lindm. x x hem
Bulbostylis scabra (J. Presl & C. Presl) C.B. Clarke x x x x hem
Cryptangium cf. nudipes C.B. Clarke x hem
Lagenocarpus rigidus (Kunth) Nees x hem
Rhynchospora cf. pilosa (Kunth) Boeckeler x x x x hem
28
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Cyperaceae (continuação)
Rhynchospora warmingii Boeck. x hem
Rhynchospora sp. x hem
Scleria hirtella Sw. x hem
Scleria virgata Steud. x hem
Dioscoriaceae
Dioscorea sp. x x hem
Eriocaulaceae
Actinocephalus sp. (Körn.) Sano x hem
Paepalanthus planifolius (Bong.) Körn. x hem
Paepalanthus cf. pubescens Körn. x hem
Iridaceae
Neomarica caerulea (Ker Gawl.) Sprague x x x hem
Sisyrinchium vaginatum Spreng. x x geo
Trimezia juncifolia Klatt x x geo
Iridaceae sp.1 x hem
Orchidaceae
Anathallis sp. Barb. Rodr. x epi
Epidendrum martianum Lindl. x x hem
Epidendrum saxatile Lindl. x epi
Epidendrum secundum Jacq. x hem
Habenaria brevidens Lindl. x ter
Habenaria caldensis Kraenzl. x x ter
Habenaria subviridis Hoehne & Schltr. x ter
Maxillaria cf. mosenii Kraenzl. x epi
Oncidium blanchetii Rchb. f. x hem
Oncidium warmingii Rchb. f. x epi/hem
Sarcoglottis schwackei (Cogn.) Schltr. x ter
Sophronitis cf. brevipedunculata (Cogn.) Fowlie x x epi/hem
Zygopetalum sp. x hem
Orchidaceae sp.1 x hem
Poaceae
Andropogon macrothrix Trin. x x x hem
Apochloa chnoodes (Trin.) Zuloaga & Morrone x x hem
Apochloa euprepes (Renvoize) Zuloaga & Morrone x x x x hem
Apochloa molinioides (Trin.) Zuloaga & Morrone x x hem
Aristida torta (Nees) Kunth x x x x hem
Axonopus aureus P. Beauv. x x x hem
Axonopus brasiliensis (Spreng.) Kuhlm. x x x x hem
Axonopus fastigiatus (Nees ex Trin.) Kuhlm. x x hem
Axonopus siccus (Nees) Kuhlm. x x x x hem
Chusquea pinifolia (Nees) Nees x hem
Danthonia secundiflora J. Presl x hem
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase x x hem
Elionurus cf muticus (Spreng.) Kuntze x x hem
Eragrostis cf. petrensis Renvoize & Longhi-Wagner x x hem
Eragrostis polytricha Nees x x hem
Ichnanthus bambusiflorus (Trin.) Döll x hem
Panicum latissimum Mikan ex Trin. x hem
Panicum pseudisachne Mez x x hem
Panicum wettsteinnii Hack. x x hem
29
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Poaceae (continuação)
Paspalum brachytrichum Hack. x x hem
Paspalum carinatum Humb. & Bonpl. ex Flüg x hem
Paspalum plicatulum Michx. x hem
Paspalum polyphyllum Nees ex Trin. x x x x hem
Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen x x hem
Sporabolus sp. x x hem
Trachypogon spicatus (L. f.) Kuntze x x hem
Tristachya leiostachya Nees x hem
Poaceae sp.1 x hem
Poaceae sp.2 x hem
Poaceae sp.3 x x hem
Poaceae sp.4 x hem
Poaceae sp.5 x x hem
Velloziaceae
Vellozia compacta Mart. ex Schult. f. x x fan
Xyridaceae
Xyris cf. plantaginae Mart. x x hem
Xyris sp. x x x hem
ANGIOSPERMAS – EUDICOTILEDÔNEAS
Amaranthaceae
Gomphrena sp.1 x geo
Gomphrena sp.2 x geo
Apiaceae
Eryngium cf. paniculatum Cav. & Dombey ex F. Delaroche x x x x hem
Apocynaceae
Barjonia cf. erecta (Vell.) K. Schum. x hem
Ditassa mucronata Mart. x cam/hem
Mandevilla illustris (Vell.) Woodson x hem
Mandevilla martiana (Stadelm.) Woodson x cam
Mandevilla tenuifolia (J.C. Mikan) Woodson x geo
Oxypetalum sp. x x geo
Aquifoliaceae
Ilex loranthoides Mart. ex Reissek x fan
Araliaceae
Schefflera sp. J.R. Forst. & G. Forst. x fan
Asteraceae
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze x cam
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. x x x x cam
Baccharidastrum cf. triplinervium (Less.) Cabrera x x x x cam
Baccharis aphylla (Vell.) DC. x x cam
Baccharis platypoda DC. x x fan
Baccharis reticularia DC. x x x fan
Baccharis subdentata DC. x x geo
Baccharis trimera (Less.) DC. x cam
Calea multiplinervia Less. x x cam
Calea multiplinervia var. angustifolia (Gardner) Baker x cam/hem
Calea cf. nitida Less. x cam
Calea sp.1 x x hem
Calea sp.2 x fan
Chaptalia graminifolia Dusén x hem
30
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Asteraceae (continuação)
Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart x x hem
Chaptalia sp. x hem
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish x x x x fan
Eupatorium adamantium Gardner x fan
Eupatorium amphidyctium DC. x x hem
Eupatorium cf. consanguineum DC. x fan
Eupatorium cylindrocephalum Sch. Bip. ex Baker x cam
Eupatorium decumbens (Gardner) Baker x x hem
Eupatorium gentianoides (B.L. Rob.) B.L. Rob. x cam
Eupatorium pedale Sch. Bip. ex Baker x x cam
Eupatorium squalidum DC. x x x x cam/hem
Eupatorium thysanolepis B.L. Rob. x cam
Eupatorium sp. x cam
Gochnatia sp. x fan
Inulopsis scaposa (Remy) O. Hoffm. x x x hem
Lucilia sp. x x cam
Lychnophora pinaster Mart. x x fan
Mikania glauca Mart. x geo
Mikania hirsutissima DC. x hem
Mikania microphylla Sch. Bip. ex Baker x x geo
Mikania nummularia DC. x x geo
Mikania sessilifolia DC. x x x geo
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC. x hem
Richterago amplexifolia (Gardner) Kuntze x hem
Richterago radiata (Vell.) Roque x x x hem
Senecio pohlii Sch. Bip. x x cam/hem
Stenocline chionaea DC. x x x x cam
Stevia lundiana DC. x cam
Stevia sp. x cam
Symphyopappus reticulatus Baker x x cam
Trichogonia hirtiflora (DC.) Sch. Bip. ex Baker x x cam
Trichogonia cf. menthifolia Gardner x x x x cam
Trichogonia villosa Sch. Bip. ex Baker x x cam
Vernonia cognata Less. x cam
Vernonia exigua Cabrera x cam
Vernonia herbacea (Vell.) Rusby x x hem
Vernonia cf. linearifolia Less. x x cam
Vernonia megapotamica Spreng. x x x cam/hem
Vernonia psilophylla DC. x cam
Vernonia cf. rubricaulis Bonpl. x x fan
Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. x cam
Vernonia simplex Less. x x cam/hem
Vernonia cf. tomentella Mart. ex DC. x x fan/hem
Vernonia vepretorum Mart. ex DC. x x cam
Vernonia sp. x cam
Asteraceae sp.1 Bercht. & J. Presl x cam
Asteraceae sp.2 Bercht. & J. Presl x cam
Begoniaceae
Begonia sp. x fan
31
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Bignoniaceae
Jacaranda cf. caroba (Vell.) A. DC. x cam
Campanulaceae
Lobelia camporum Pohl x hem
Wahlenbergia brasiliensis Cham. x cam
Clusiaceae
Clusia cf. spathulifolia Engl. x fan
Kielmeyera corymbosa Mart. x x cam
Convolvulaceae
Evolvulus cf aurigenius Mart. x hem
Ipomoea cf. polymorpha Roem. & Schult. x x hem
Ipomoea sp. x x hem
Jacquemontia sp. x x x cam/hem
Droseraceae
Drosera sp. x hem
Ericaceae
Agarista sp. D. Don ex G. Don x x fan
Gaultheria ferruginea Cham. & Schltdl. x fan
Gaylussacia chamissonis Meisn. x cam
Erythroxylaceae
Erythroxylum sp. x fan
Euphorbiaceae
Euphorbia chrysophylla (Klotzsch & Garcke) G. Klotz ex Boiss. x cam
Euphorbiaceae sp.1 x cam
Euphorbiaceae sp.2 x fan
Euphorbiaceae sp.3 x cam
Fabaceae
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip x cam
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene x cam
Collaea sp. x hem
Crotalaria sp. x cam
Mimosa ourobrancoensis Burkart x fan
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. x cam
Fabaceae sp.1 x hem
Fabaceae sp.2 x fan
Gentianaceae
Calolisianthus sp. x x ter
Gesneriaceae
Paliavana sericiflora Benth. x fan
Sinningia magnifica (Otto & A. Dietr.) Wiehler x geo
Lamiaceae
Hyptis homolophylla Pohl ex Benth. x x cam
Hyptis monticola Mart. ex Benth. x x cam
Hyptis cf. rugosa Benth. x fan
Hyptis sp.1 x fan
Hyptis sp.2 x x cam
Lentibulariaceae
Genlisea repens Benj. x ter
Utricularia cf. amethystina Salzm. ex A. St.-Hil. & Girard x ter
Loganiaceae
Spigelia sp. x cam
32
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Lythraceae
Cuphea sp. x x x cam
Diplusodon buxifolius Cham. & Schltdl. x fan
Malpighiaceae
Byrsonima subterranea Brade & Marckg x x geo
Byrsonima variabilis A. Juss. x x x x fan
Mascagnia sp. x cam
Peixotoa tomentosa A. Juss. x fan
Malvaceae
Sida linifolia Cav. x ter
Waltheria communis A. St.-Hil. x cam
Malvaceae sp.1 x hem
Melastomataceae
Behuria glutinosa Cogn. x fan
Cambessedesia espora DC. x x cam
Cambessedesia cf. hilariana (Kunth) DC. x x x cam
Fritzschia anisostemon Cham. x hem
Leandra aurea (Cham.) Cogn. x cam
Leandra sp. x fan
Marcetia sp. x cam
Miconia albicans (Sw.) Triana x fan
Microlicia cf. cordata (Spreng.) Cham. x cam
Microlicia crenulata Mart. x x cam
Microlicia sp.1 x x x cam
Microlicia sp.2 x cam
Ossaea coriacea Triana x cam
Pterolepis filiformis Triana x cam
Pterolepis pauciflora (Naudin) Triana x hem
Rhynchantera sp. x cam
Tibouchina arenaria Cogn. x x cam
Tibouchina cf cardinalis Cogn. x fan
Tibouchina heteromalla (D. Don) Cogn. x fan
Tibouchina hieracioides Cogn. x x cam/hem
Tibouchina semidecandra (Mart. & Schrank ex DC.) Cogn. x fan
Trembleya laniflora Cogn. x fan
Melastomataceae sp.1 x cam
Melastomataceae sp.2 x cam
Melastomataceae sp.3 x fan
Melastomataceae sp.4 x geo
Melastomataceae sp.5 x cam
Meliaceae
Cabralea sp. x fan
Myrsinaceae
Ardisia cf. solanacea Roxb. x x fan
Myrsine emarginella Miq. x fan
Myrsine villosissima Mart. x cam
Myrtaceae
Campomanesia pubescens (DC.) O. Berg x cam
Myrcia eriocalyx DC. x x fan
Myrcia splendens (Sw.) DC. x x cam
Myrcia cf. subverticillaris (O. Berg) Kiaersk. x x fan
33
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Myrtaceae (continuação)
Myrcia sp.1 x fan
Myrcia sp.2 x fan
Myrtaceae sp.1 x fan
Myrtaceae sp.2 x cam
Myrtaceae sp.3 x fan
Myrtaceae sp.4 x fan
Myrtaceae sp.5 x fan
Myrtaceae sp.6 x x cam
Myrtaceae sp.7 x cam
Nyctaginaceae
Guapira tomentosa (Casar.) Lundell x fan
Pisoniella cf. apolinarii M. A. Lisboa x fan
Ochnaceae
Luxemburgia sp. A. St.-Hil. x cam
Ouratea sp.1 x fan
Ouratea sp.2 x cam
Orobanchaceae
Buchnera sp. x hem
Estehazia cf. macrodonta Cham. & Schltdl. x x cam
Piperaceae
Peperomia sp.1 x cam
Peperomia sp.2 x cam
Polygalaceae
Polygala longicaulis Kunth x ter
Polygala paniculata L. x x x x cam
Polygala rhodoptera Mart. ex A.W. Benn. x ter
Polygala cf. stricta A. St.-Hil. & Moq. x ter
Polygala timoutou Aubl. x x x cam
Proteaceae
Roupala sp. x cam
Rubiaceae
Borreria cf. latifolia (Aubl.) K. Schum. x x x cam
Borreria suaveolens G. Mey. x ter
Borreria sp. x x x x ter
Coccocypselum sp. x x cam
Declieuxia cordigera Mart. & Zucc. ex Schult. & Schult. f. x x cam
Hillia parasitica Jacq. x fan
Palicourea rigida Kunth x fan
Psychotria sessilis Vell. x fan
Rubiaceae sp.1 x x cam
Rubiaceae sp.2 x cam
Solanaceae
Capsicum sp. x cam
Solanum americanum Mill. x x cam
Solanum cladotrichum Vand. ex Dunal x x fan
Solanum refractifolium Sendtn. x cam
Solanum sisymbrifolium Lam. x cam
Solanum subumbellatum Vell. x fam
Styracaceae
Styracaceae sp.1 x fan
34
SIT SOB
Tabela 4: continuação
AR PL AR PL
FV
Turneraceae
Turnera oblongifolia Cambess. x x cam
Verbenaceae
Lantana sp. x fan
Stachytarpheta commutata Schauer x fan
Verbenaceae sp.1 x cam/hem
Vochysiaceae
Vochysia thyrsoidea Pohl x fan
Indeterminada
Angiosperma sp.1 x cam
Angiosperma sp.2 x x fan
Angiosperma sp.3 x x cam
Angiosperma sp.4 x x cam
Angiosperma sp.5 x fan
Angiosperma sp.6 x x x x cam
Angiosperma sp.7 x cam
Angiosperma sp.8 x cam
Angiosperma sp.9 x cam
Angiosperma sp.10 x hem
Angiosperma sp.11 x hem
Angiosperma sp.12 x fan
A Figura 11 mostra os gráficos com os índices acumulados de espécies novas. As
curvas inicialmente representam o rápido aumento no número de espécies novas amostradas,
com uma tendência de estabilização, sendo que à medida que a área amostrada aumenta,
poucas espécies novas são adicionadas.
A maior parte das espécies ocorreu restritamente em relação aos habitats e áreas de
estudo. De 298 espécies, 106 (35.57%) foram amostradas exclusivamente na SIT, enquanto
que 130 (43.62%) foram restritas à SOB. Quanto aos habitats, 150 (50.34%) foram
encontradas somente nos afloramentos rochosos, enquanto que 56 (18.79%) foram exclusivas
aos platôs. O número total de espécies que ocorreram exclusivamente em uma das quatro
comunidades foi de 186 (62.42%).
Todas as Pteridophytas foram exclusivas aos afloramentos rochosos, sendo que a SIT
apresentou a maior riqueza, com nove das 10 espécies amostradas. Na SOB foram
encontradas apenas duas espécies. As três espécies de Magnoliídeas foram restritas aos
afloramentos rochosos da SIT.
35
A B
C D
Figura 11: Curvas dos meros acumulados de espécies novas a cada unidade amostral de 10 m
2
, para as quatro comunidades
estudadas. A = comunidade I (AR SIT); B = comunidade II (PL SIT); C = comunidade III (AR – SOB); D = comunidade IV (PL
SOB).
36
Dentre as 52 famílias das Angiospermas, 13 (25%) famílias foram exclusivas à SIT, e
11 (21.15%) foram exclusivas à SOB. Com relação aos habitats, 21 famílias (40.38%) foram
amostradas exclusivamente nos afloramentos rochosos, enquanto que apenas três foram
restritas aos platôs.
As plantas comuns a SIT e SOB totalizaram 62 espécies (20.81%). as plantas
comuns aos dois habitats (AR e PL), independentemente da área de estudo, somaram 92
espécies (30.87%). As plantas mais generalistas, encontradas em pelo menos uma unidade
amostral de cada uma das quatro comunidades, totalizaram em 19 (6.38%) espécies.
Na SIT foram amostradas 168 espécies, correspondendo a 0.056 espécies por m
2
.
Destas, 94 (55.95%) ocorreram somente nos afloramentos rochosos, 34 (20.24%) nos platôs e
40 (23.80%) foram amostradas nos dois habitats. Na SOB, 192 espécies foram encontradas, o
que corresponde a 0.064 espécies por m
2
. Destas, 87 (45.31%) ocorreram exclusivamente nos
afloramentos rochosos, 41 (21.35%) nos platôs e 64 (33.33%) em ambos os habitats.
Os números totais de espécies em relação às quatro comunidades estão representados
na Figura 12. A comunidade III (AR SOB) apresentou a maior riqueza, onde foram
amostradas 151 espécies. O gênero mais rico foi Vernonia, com cinco espécies, seguido por
Mikania e Hyptis, com quatro espécies cada. Na comunidade I (AR - SIT) foram amostradas
134 espécies, sendo que o gênero Eupatorium se destacou com sete espécies, seguido por
Mycia e Solanum com cinco espécies cada. Na comunidade IV (PL – SOB) foram amostradas
105 espécies, sendo Vernonia o gênero mais representativo, com oito espécies, seguido por
Polygala com cinco espécies. A comunidade II (PL - SIT) apresentou a menor riqueza, onde
foram amostradas 74 espécies. O gênero mais rico foi Eupatorium com cinco espécies,
seguido por Vernonia e Axonopus, com quatro espécies cada.
37
Figura 12: Número total de espécies em cada comunidade, separadas em exclusivas e complementares
(ocorrem em no mínimo duas comunidades). SIT = Serra do Itacolomi ; SOB = Serra de Ouro Branco ;
AR = afloramentos rochosos ; PL = platôs.
As Serras do Itacolomi e de Ouro Branco apresentaram as mesmas famílias dentre as
mais ricas, com exceção de Solanaceae, que foi exclusiva à SIT, e Fabaceae, que se destacou
apenas na SOB. (Figura 13). As famílias Asteraceae e Poaceae apresentaram maior riqueza
nas duas áreas amostrais e nas quatro comunidades (Figura 14). Melastomataceae e
Cyperaceae estão dentre as famílias com maior número de espécies em todas as comunidades.
Poucas famílias retêm grande parte das espécies na comunidade II (PL SIT), sendo que
quase 70% são Asteraceae, Poaceae, Cyperaceae ou Melastomataceae.
38
A
B
Figura 13: Propoão do número de espécies por família nas duas áreas amostrais. A = SIT ; B =
SOB.
39
A B
C D
Figura 14: Proporção do mero de espécies por família nas quatro comunidades estudadas nas serras do Itacolomi e de
Ouro Branco, MG. A = comunidade I (AR SIT); B = comunidade II (PL SIT); C = comunidade III (AR SOB); D =
comunidade IV (PL – SOB).
40
5.2 FITOSSOCIOLOGIA
5.2.1 Afloramentos rochosos da Serra do Itacolomi
Na comunidade I (AR - SIT), das 10 espécies com maior IVI, quatro foram Poaceae,
duas Bromeliaceae, duas Gesneriaceae, e as outras duas Asteraceae e Erythroxylaceae (Tabela
5). Axonopus siccus apresentou o maior valor de IVI (6.90%), sendo a espécie com a maior
dominância relativa (11.79%). Stenocline chionaea apresentou a maior freqüência relativa,
sendo encontrada em 14 das 15 unidades amostrais. Ela se posicionou em terceiro lugar
quanto ao IVI, sendo superada por Panicum pseudisachne, que não foi tão freqüente, mas
apresentou o segundo maior valor de domincia relativa (8.10%). Erythroxylum sp.
apresentou baixa freqüência em relação às espécies mais importantes, mas o alto valor de
dominância a posicionou no oitavo lugar quanto ao IVI. Já outras espécies, como Vellozia
compacta e Baccharis platypoda, apresentaram freqüências relativamente altas, mas não
foram incluídas dentre as mais importantes devido ao baixo valor de dominância. Das 134
espécies amostradas nesta comunidade, 48 (35.82%) ocorreram em somente uma unidade
amostral. As plantas classificadas como raras (r) de acordo com o método Relevé somaram 33
espécies, as quais apresentaram valores nulos (0.00%) de dominância.
41
Tabela 5: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade I afloramentos rochosos da Serra do
Itacolomi, MG. FA = freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = dominância absoluta; DR =
dominância relativa; IVI = índice de valor de importância.
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Axonopus siccus
60.00 2.00 13.33 11.79 6.90
Panicum pseudisachne
53.33 1.78 9.17 8.10 4.94
Stenocline chionaea
93.33 3.12 6.51 5.76 4.44
Apochloa euprepes
46.67 1.56 7.34 6.49 4.02
Paliavana sericiflora
80.00 2.67 4.68 4.14 3.41
Bromeliaceae sp.1 73.33 2.45 4.53 4.00 3.23
Chusquea pinifolIa
46.67 1.56 5.51 4.87 3.21
Erythroxylum sp. 26.67 0.89 5.50 4.86 2.88
Sinningia magnifica
73.33 2.45 3.33 2.95 2.70
Billbergia elegans
53.33 1.78 3.83 3.39 2.59
Tibouchina heteromala
40.00 1.34 4.33 3.83 2.58
Anthurium cf. minarum 86.67 2.90 2.51 2.22 2.56
Baccharidastrum triplinervium
86.67 2.90 1.87 1.66 2.28
Ichnanthus bambusiflorus
60.00 2.00 2.52 2.23 2.12
Leandra sp. 73.33 2.45 2.01 1.77 2.11
Apochloa molinioides
46.67 1.56 2.19 1.93 1.75
Lantana sp. 53.33 1.78 1.19 1.05 1.42
Stachytarpheta commutata
46.67 1.56 1.36 1.20 1.38
Trichogonia cf. menthifolia 40.00 1.34 1.51 1.34 1.34
Hilia parasitica
26.67 0.89 2.00 1.77 1.33
Vellozia compacta
60.00 2.00 0.53 0.47 1.24
Psychotria sessilis
20.00 0.67 2.01 1.77 1.22
Behuria glutinosa
20.00 0.67 2.00 1.77 1.22
Baccharis platypoda
60.00 2.00 0.35 0.31 1.16
Hyptis homolophylla
53.33 1.78 0.52 0.46 1.12
Panicum latissimum
26.67 0.89 1.50 1.33 1.11
Paspalum polyphyllum
26.67 0.89 1.50 1.33 1.11
Paspalum brachytrchum
13.33 0.45 2.00 1.77 1.11
Neomarica cf. caerulea 33.33 1.11 1.18 1.04 1.08
Tibouchina semidecandra
33.33 1.11 1.17 1.04 1.08
Oncidium blanchetii
53.33 1.78 0.35 0.31 1.05
Vernonia scorpioides
53.33 1.78 0.35 0.31 1.05
Epidendrum secundum
46.67 1.56 0.51 0.45 1.00
Begonia sp. 46.67 1.56 0.37 0.32 0.94
Rynchospora cf. pilosa 20.00 0.67 1.33 1.18 0.92
Vernonia cf. rubricaulis 26.67 0.89 1.01 0.89 0.89
Serpocaulon catharinae
46.67 1.56 0.20 0.18 0.87
Cabralea sp. 20.00 0.67 1.01 0.89 0.78
Guatteria cf. pohliana 20.00 0.67 1.01 0.89 0.78
Panicum wettsteinii
13.33 0.45 1.17 1.03 0.74
Pisoniella cf. apolinarii 13.33 0.45 1.00 0.88 0.66
42
Tabela 5: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Eryngium cf. paniculatum 33.33 1.11 0.03 0.02 0.57
Eremanthus erythropappus
33.33 1.11 0.01 0.01 0.56
Eupatorium squalidum
20.00 0.67 0.50 0.44 0.56
Peperomia sp.2 26.67 0.89 0.19 0.17 0.53
Fabaceae sp.1 20.00 0.67 0.34 0.30 0.48
Oncidium warmingii
20.00 0.67 0.33 0.29 0.48
Senecio pohlii
26.67 0.89 0.01 0.01 0.45
Guapira tomentosa
26.67 0.89 0.01 0.01 0.45
Myrcia sp.1 26.67 0.89 0.01 0.01 0.45
Achyrocline satureoides 26.67 0.89 0.00 0.00 0.45
Borreria sp. 20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Byrsonima variabilis
20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Eupatorium cylindrocephalum
20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Melpomene pilosissima
20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Myrsine villosissima
20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Eupatorium thysanolepis
20.00 0.67 0.17 0.15 0.41
Andropogon macrothrix
13.33 0.45 0.33 0.29 0.37
Bulbostylis scabra
13.33 0.45 0.33 0.29 0.37
Maxillaria cf. mosenii 13.33 0.45 0.33 0.29 0.37
Clusia cf. spathulifolia 20.00 0.67 0.01 0.01 0.34
Aristolochia cf. smilacina 20.00 0.67 0.01 0.01 0.34
Trichogonia hirtiflora
20.00 0.67 0.01 0.01 0.34
Gaylussacia chamissonis
20.00 0.67 0.00 0.00 0.33
Spigelia sp. 20.00 0.67 0.00 0.00 0.33
Asplenium auritum
13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Borreria cf. latifolia 13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Elaphoglossum cf. minutum 13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Mikania sessilifolia
13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Phlebodium pseudoaureum
13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Axonopus brasiliensis
13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Peperomia sp.1 13.33 0.45 0.17 0.15 0.30
Gaultheria ferruginea
13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Coccocypselum sp. 13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Dioscorea sp. 13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Eupatorium pedale
13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Angiosperma sp.5 13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Myrcia eriocalyx
13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Myrcia sp.2 13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Solanum subumbellatum
13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Zygopetalum sp. 13.33 0.45 0.01 0.01 0.23
Ardisia cf. solanacea 13.33 0.45 0.00 0.00 0.22
Ditassa mucronata
13.33 0.45 0.00 0.00 0.22
Eupatorium cf. consanguineum 13.33 0.45 0.00 0.00 0.22
43
Tabela 5: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Mandevilla martiana
13.33 0.45 0.00 0.00 0.22
Solanum refractifolium
13.33 0.45 0.00 0.00 0.22
Ascolepis cf. brasiliensis 6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Axonopus fastigiatus
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Bulbostylis junciformis
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Cryptangium cf. nudipes 6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Epidendrum martianum
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Habenaria caldensis
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Jaquemontia sp. 6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Lellingeria apiculata 6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Lychnophora pinaster
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Mandevilla tenuifolia
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Richterago radiata
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Solanum cladotrichum
6.67 0.22 0.17 0.15 0.19
Agarista sp.1 6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Apochloa chnoodes
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Aristida torta
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Calea nitida
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Eupatorium adamantium
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Euphorbia chrysophylla
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Angiosperma sp.6 6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Angiosperma sp.9 6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Pleopeltis macrocarpa
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Trichogonia villosa
6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Xyris cf. plantaginae 6.67 0.22 0.01 0.01 0.11
Anemia sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Baccharis reticularia
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Capsicum sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Danthonia secundiflora
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Eupatorium sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Gochnatia sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Angiosperma sp.2 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Angiosperma sp.11 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Angiosperma sp.12 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Melastomataceae sp.3 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Mikania hirsutissima
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Myrcia splendens
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Myrcia cf. subverticillaris 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Myrtaceae sp.4
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Ouratea sp.2 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Polygala paniculata
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Rubiaceae sp.2 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Rumohra adiantiformis
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
44
Tabela 5: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Sarcoglottis schwackei
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Sophronitis cf. brevipedunculata 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Solanum cf. americanum 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Solanum sisymbrifolium
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Sporabolus sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Symphyopappus reticulatus
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Vernonia cognata
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Somatório 2993.33
100.00
113.11
100.00
100.00
5.2.2 Platôs da Serra do Itacolomi
Na comunidade II (PL - SIT), das 10 espécies com maior IVI, três foram Poaceae, três
Cyperaceae, e as outras quatro Asteraceae, Droseraceae, Melastomataceae e Xyridaceae
(Tabela 6). A espécie com o maior valor de IVI (13.08%) foi Apochloa euprepes, que obteve
os maiores valores de freqüência relativa e dominância relativa. Panicum pseudisachne
também obteve a maior freqüência relativa (4.69%), mas foi superada em relação ao IVI por
Rynchospora cf. pilosa, devido principalmente ao elevado valor de dominância relativa desta.
Drosera sp. e Cambessedesia hilariana apresentaram baixo valor de dominância relativa, e
um alto valor de freqüência relativa, superando quanto ao IVI, outras espécies mais
dominantes. Scleria virgata e Apochloa chnoodes revelaram baixa freqüência e alta
dominância, posicionando-se em sexto e oitavo lugares quanto ao IVI. Das 74 espécies
encontradas nesta comunidade, 29 (39.19%) ocorreram somente em uma unidade amostral.
As plantas classificadas como raras (r) de acordo com o método Relevé somaram 26 espécies,
as quais apresentaram valores nulos (0.00%) de dominância.
45
Tabela 6: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade II platôs da Serra do Itacolomi, MG. FA =
freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; IVI = índice
de valor de importância.
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Apochloa euprepes 86.67 4.69 33.83 21.47 13.08
Rynchospora cf. pilosa 73.33 3.97 23.33 14.80 9.39
Panicum pseudisachne
86.67 4.69 15.67 9.94 7.32
Xyris cf. plantaginae 66.67 3.61 12.01 7.62 5.61
Bulbostylis scabra
40.00 2.17 13.01 8.25 5.21
Scleria virgata
33.33 1.81 12.83 8.14 4.97
Richterago radiata
53.33 2.89 9.17 5.82 4.35
Apochloa chnoodes
33.33 1.81 6.33 4.02 2.91
Drosera sp. 73.33 3.97 1.50 0.95 2.46
Cambessedesia cf. hilariana 73.33 3.97 1.18 0.75 2.36
Polygala paniculata
66.67 3.61 1.19 0.75 2.18
Andropogon macrothrix
66.67 3.61 1.18 0.75 2.18
Mikania nummularia
46.67 2.53 2.83 1.80 2.16
Aristida torta
46.67 2.53 2.51 1.59 2.06
Microlicia sp.1 60.00 3.25 1.18 0.75 2.00
Genlisea repens
53.33 2.89 1.00 0.63 1.76
Xyris sp. 33.33 1.81 2.50 1.59 1.70
Bulbostylis junciformis
46.67 2.53 0.69 0.44 1.48
Axonopus fastigiatus
20.00 1.08 2.83 1.80 1.44
Eupatorium decumbens
40.00 2.17 0.68 0.43 1.30
Stenocline chionaea
40.00 2.17 0.35 0.22 1.20
Rinchospora warmingii
13.33 0.72 2.50 1.59 1.15
Habenaria caldensis
40.00 2.17 0.19 0.12 1.14
Utricularia amethystina
33.33 1.81 0.67 0.42 1.11
Eryngium cf. paniculatum 26.67 1.44 1.17 0.74 1.09
Vernonia megapotamica
20.00 1.08 1.33 0.85 0.96
Jaquemontia sp. 33.33 1.81 0.17 0.11 0.96
Baccharis platypoda
33.33 1.81 0.17 0.11 0.96
Eupatorium gentianoides
26.67 1.44 0.51 0.32 0.88
Hyptis homolophylla
26.67 1.44 0.01 0.00 0.72
Chaptalia graminifolia
26.67 1.44 0.00 0.00 0.72
Axonopus aureus
20.00 1.08 0.50 0.32 0.70
Inulopsis scaposa
20.00 1.08 0.50 0.32 0.70
Paspalum polyphyllum
20.00 1.08 0.50 0.32 0.70
Axonopus siccus
20.00 1.08 0.34 0.22 0.65
Vernonia psilophylla
20.00 1.08 0.34 0.22 0.65
Microlicia crenulata
20.00 1.08 0.17 0.11 0.59
Habenaria subvirides
20.00 1.08 0.01 0.00 0.54
Fritzschia anisostemon
13.33 0.72 0.33 0.21 0.47
Angiosperma sp.6 13.33 0.72 0.33 0.21 0.47
46
Tabela 6: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Mikania sessilifolia
13.33 0.72 0.33 0.21 0.47
Baccharis aphylla
13.33 0.72 0.17 0.11 0.42
Eupatorium pedale
13.33 0.72 0.17 0.11 0.42
Eupatorium squalidum
13.33 0.72 0.17 0.11 0.41
Chaptalia sp. 13.33 0.72 0.00 0.00 0.36
Hyptis monticola
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Panicum wettsteinii
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Paspalum brachytrchum
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Setaria parviflora
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Sporabolus sp. 6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Trichogonia hirtiflora
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Vernonia vepretorum
6.67 0.36 0.17 0.11 0.23
Ascolepis cf. brasiliensis 6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Eremanthus erythropappus
6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Estehazia cf. macrodonta 6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Polygala timoutou
6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Pterolepis filiformis
6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Solanum cladotrichum
6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Trichogonia cf. menthifolia 6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Vernonia cf. rubricaulis 6.67 0.36 0.01 0.00 0.18
Achyrocline satureoides
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Ardisia cf. solanacea 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Axonopus brasiliensis
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Baccharidastrum triplinervium
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Borreria sp. 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Byrsonima variabilis
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Cuphea sp. 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Eupatorium amphidyctium
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Angiosperma sp.3 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Lobelia camporum
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Microlicia cf. cordata 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Mikania microphylla
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Scleria hirtela
6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Solanum cf. americanum 6.67 0.36 0.00 0.00 0.18
Somatório 1846.67 100.00 157.61 100.00 100.00
47
5.2.3 Afloramentos rochosos da Serra de Ouro Branco
Na comunidade III (AR - SOB), das 10 espécies com maior IVI, seis foram Poaceae,
duas Cyperaceae, e as outras duas Asteraceae e Velloziaceae (Tabela 7). Vellozia compacta
apresentou o maior valor de IVI devido à maior freqüência e dominância relativa, e sendo a
única espécie amostrada em todas as unidades amostrais desta comunidade. Axonopus siccus
apresentou o segundo maior valor de IVI devido principalmente a alta dominância relativa. A
espécie Lagenocarpus rigidus, que obteve a segunda maior freqüência, se posicionou em
décimo lugar quanto ao IVI, resultado do baixo valor de dominância relativa. Echinolaena
inflexa revelou o terceiro maior IVI, apresentando altos valores de freqüência e dominância.
Mesmo com uma baixa freqüência em relação às espécies mais imortantes, Rynchospora cf.
pilosa revelou alta dominância e se posicionou em oitavo lugar quanto ao IVI. Das 151
espécies amostradas nesta comunidade, 41 (27.15%) ocorreram somente em uma unidade
amostral. As plantas classificadas como raras (r) de acordo com o método Relevé somaram 50
espécies, as quais apresentaram valores nulos (0.00%) de dominância.
48
Tabela 7: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade III – afloramentos rochosos da Serra de
Ouro Branco, MG. FA = freqüência absoluta; FR = freência relativa; DA = densidade absoluta; DR =
densidade relativa; IVI = índice de valor de importância.
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Vellozia compacta 100.00 2.65 27.17 17.61 10.13
Axonopus siccus
66.67 1.77 16.00 10.37 6.07
Echinolaena inflexa
73.33 1.94 9.17 5.95 3.94
Apochloa euprepes
53.33 1.41 9.17 5.95 3.68
Poaceae sp.3 73.33 1.94 7.51 4.86 3.40
Trachypogon spicatus
46.67 1.24 6.67 4.32 2.78
Trichogonia cf. menthifolia 66.67 1.77 4.83 3.13 2.45
Rynchospora cf. pilosa 33.33 0.88 5.67 3.67 2.28
Paspalum polyphyllum
66.67 1.77 3.85 2.49 2.13
Lagenocarpus rigidus
93.33 2.47 2.21 1.43 1.95
Ascolepis cf. brasiliensis 66.67 1.77 3.17 2.06 1.91
Vochysia thyrsoidea
53.33 1.41 3.51 2.27 1.84
Hyptis cf cana 60.00 1.59 3.00 1.94 1.77
Eremanthus erythropappus
46.67 1.24 3.52 2.28 1.76
Lychnophora pinaster
60.00 1.59 2.52 1.63 1.61
Poaceae sp.5 26.67 0.71 3.67 2.38 1.54
Anemia sp. 86.67 2.30 1.19 0.77 1.54
Paspalum carinatum
20.00 0.53 3.51 2.27 1.40
Symphyopappus reticulatus
60.00 1.59 1.68 1.09 1.34
Aristida torta
33.33 0.88 2.34 1.52 1.20
Schefflera sp. 40.00 1.06 2.01 1.30 1.18
Leandra aurea
73.33 1.94 0.54 0.35 1.15
Trembleya laniflora
33.33 0.88 2.17 1.41 1.15
Jaquemontia sp. 66.67 1.77 0.69 0.45 1.11
Poaceae sp.2 26.67 0.71 2.17 1.41 1.06
Myrtaceae sp.1
46.67 1.24 1.03 0.67 0.95
Calea multiplinervia
66.67 1.77 0.20 0.13 0.95
Kielmeyera cf. corymbosa 53.33 1.41 0.69 0.45 0.93
Neomarica cf. caerulea 53.33 1.41 0.67 0.43 0.92
Ossaea coriacea
60.00 1.59 0.37 0.24 0.91
Palicourea rigida
40.00 1.06 1.17 0.76 0.91
Elionurus cf muticus 26.67 0.71 1.50 0.97 0.84
Angiosperma sp.3 26.67 0.71 1.33 0.86 0.79
Baccharidastrum triplinervium
26.67 0.71 1.18 0.76 0.74
Sisyrinchium vaginatum
46.67 1.24 0.35 0.22 0.73
Bulbostylis junciformis
33.33 0.88 0.83 0.54 0.71
Stenocline chionaea
33.33 0.88 0.67 0.44 0.66
Tibouchina arenaria
40.00 1.06 0.35 0.23 0.64
Cambessedesia cf. hilariana 20.00 0.53 1.17 0.76 0.64
Achyrocline satureoides
40.00 1.06 0.35 0.22 0.64
49
Tabela 7: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Mikania microphylla
33.33 0.88 0.51 0.33 0.61
Tibouchina cf. cardinalis 40.00 1.06 0.19 0.13 0.59
Mikania glauca
40.00 1.06 0.19 0.12 0.59
Mikania sessilifolia
33.33 0.88 0.35 0.23 0.56
Axonopus aureus
13.33 0.35 1.17 0.76 0.55
Myrtaceae sp.2
40.00 1.06 0.03 0.02 0.54
Baccharis reticularia
26.67 0.71 0.51 0.33 0.52
Apochloa molinioides
13.33 0.35 1.01 0.65 0.50
Chaptalia integerrima
33.33 0.88 0.19 0.12 0.50
Trichogonia villosa 33.33 0.88 0.18 0.12 0.50
Euphorbiaceae sp.2 33.33 0.88 0.17 0.11 0.50
Agarista sp.1 33.33 0.88 0.02 0.01 0.45
Borreria sp. 33.33 0.88 0.02 0.01 0.45
Myrtaceae sp.3
33.33 0.88 0.02 0.01 0.45
Eryngium cf. paniculatum 33.33 0.88 0.01 0.01 0.45
Ilex loranthoides
33.33 0.88 0.01 0.00 0.44
Ouratea sp.1 33.33 0.88 0.01 0.00 0.44
Bulbostylis scabra
20.00 0.53 0.50 0.32 0.43
Peixotoa tomentosa
20.00 0.53 0.50 0.32 0.43
Miconia albicans
6.67 0.18 1.00 0.65 0.41
Microlicia crenulata
6.67 0.18 1.00 0.65 0.41
Byrsonima variabilis
26.67 0.71 0.18 0.12 0.41
Eupatorium squalidum
26.67 0.71 0.18 0.12 0.41
Polygala paniculata
26.67 0.71 0.18 0.12 0.41
Senecio pohlii
26.67 0.71 0.18 0.12 0.41
Cuphea sp. 26.67 0.71 0.17 0.11 0.41
Angiosperma sp.6 26.67 0.71 0.17 0.11 0.41
Vernonia herbacea
20.00 0.53 0.34 0.22 0.38
Bromeliaceae sp.2 20.00 0.53 0.33 0.22 0.37
Tristachya leiostachya
20.00 0.53 0.33 0.22 0.37
Epidendrum saxatile
26.67 0.71 0.02 0.01 0.36
Melastomataceae sp.2 26.67 0.71 0.02 0.01 0.36
Diplusodon cf. buxifolius 26.67 0.71 0.01 0.01 0.36
Hyptis cf. rugosa 26.67 0.71 0.01 0.01 0.36
Xyris sp. 20.00 0.53 0.18 0.12 0.32
Baccharis aphylla
20.00 0.53 0.17 0.11 0.32
Chamaecrista desvauxii
20.00 0.53 0.17 0.11 0.32
Roupala sp. 20.00 0.53 0.17 0.11 0.32
Eragrostis cf. petrensis 13.33 0.35 0.33 0.22 0.28
Mikania nummularia
13.33 0.35 0.33 0.22 0.28
Calea sp.1 20.00 0.53 0.01 0.01 0.27
Angiosperma sp.7 20.00 0.53 0.01 0.01 0.27
Myrcia eriocalyx
20.00 0.53 0.01 0.01 0.27
50
Tabela 7: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Bromeliaceae sp.3 20.00 0.53 0.01 0.00 0.27
Myrtaceae sp.5
20.00 0.53 0.01 0.00 0.27
Anathallis sp. 13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Andropogon macrothrix
13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Axonopus brasiliensis
13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Bulbostilis paradoxa
13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Hyptis sp.1
13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Hyptis monticola
13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Stevia sp. 13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Angiosperma sp.4 13.33 0.35 0.17 0.11 0.23
Poaceae sp.1 13.33 0.35 0.01 0.01 0.18
Cambessedesia espora
13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Dioscorea sp. 13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Epidendrum martianum
13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Eupatorium amphidyctium
13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Euphorbiaceae sp.3 13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Pteridophyta sp.1 13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Turnera oblongifolia
13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Vernonia cf. linearifolia 13.33 0.35 0.01 0.00 0.18
Actinocephalus sp. 13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Asteraceae sp.2 13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Borreria cf. latifolia 13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Byrsonima subterranea
13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Declieuxia cordigera
13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Melastomataceae sp.1 13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Styracaceae sp.1 13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Vernonia megapotamica
13.33 0.35 0.00 0.00 0.18
Coccocypselum sp. 6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Eragrostis polytricha
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Fabaceae sp.2 6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Angiosperma sp.2 6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Inulopsis scaposa
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Lucilia sp. 6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Myrsine emarginella 6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Periandra mediterranea
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Richterago amplexifolia
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Tibouchina hieracioides
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Trimezia juncifolia
6.67 0.18 0.17 0.11 0.14
Asteraceae sp.1 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Calea sp.2 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Gomphrena sp.2 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Angiosperma sp.8 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Jacaranda cf. caroba 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
51
Tabela 7: continuação
Espécie FA % FR % DA % DR % IVI %
Melastomataceae sp.4 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Melastomataceae sp.5 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Microlicia sp.1 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Myrcia splendens
6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Myrtaceae sp.6
6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Poaceae sp.4 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Richterago radiata
6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Vernonia simplex
6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Vernonia cf. tomentella 6.67 0.18 0.01 0.00 0.09
Baccharis subdentata 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Buchnera sp. 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Calolisianthus sp. 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Ipomoea cf. polymorpha 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Ipomoea decumbens
6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Luxemburgia sp. 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Malvaceae sp.1 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Mascagnia sp.
6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Mimosa ourobranquensis
6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Myrcia cf. subverticillaris 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Orchidaceae sp.1 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Oxypetalum sp. 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Paepalanthus planifolius
6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Polygala timoutou
6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Rubiaceae sp.1 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Sophronitis cf. brevipedunculata 6.67 0.18 0.00 0.00 0.09
Somatório 3773.33 100.00 154.29 100.00 100.00
52
5.2.4 Platôs da Serra de Ouro Branco
Na comunidade IV (PL - SOB), das 10 espécies com maior IVI, seis foram Poaceae,
duas Cyperaceae, e as outras duas Asteraceae e Malpighiaceae (Tabela 8). A espécie com
maior valor de IVI foi Elionurus cf. muticus, que obteve a maior dominância relativa.
Inulopsis scaposa, a única espécie com 100% de freqüência absoluta, apresentou o nono valor
de IVI, que obteve baixos valores de dominância relativa. Dessa mesma forma, Byrsonima
subterranea, que foi encontrada em 14 das 15 unidades amostrais, se posicionou em décimo
lugar em relação ao IVI. Trachypogon spicatus e Poaceae sp.5 apresentaram respectivamente
o segundo e terceiro maior valor de IVI, devido a altos valores de frequência relativa e
dominância relativa. Apochloa euprepes foi relativamente pouco freqüente dentre as espécies
mais importantes, mas se posicionou em sétimo lugar quanto ao IVI devido a alta dominância.
Das 105 espécies amostradas nesta comunidade, 30 (28.57%) ocorreram somente em uma
unidade amostral. As plantas classificadas como raras (r) de acordo com o método Relevé
somaram 42 espécies, as quais apresentaram valores nulos (0.00%) de dominância.
53
Tabela 8: Parâmetros fitossociológicos das espécies na comunidade IV – platôs da serra de Ouro Branco, MG.
FA = freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; IVI =
índice de valor de importância.
Escie FA % FR % DA % DR % IVI %
Elionurus cf muticus 80.00 2.63 25.83 18.71 10.67
Trachypogon spicatus
86.67 2.85 18.00 13.04 7.94
Poaceae sp.5 86.67 2.85 14.84 10.75 6.80
Bulbostilis paradoxa
80.00 2.63 10.84 7.85 5.24
Rynchospora cf. pilosa 66.67 2.19 11.01 7.98 5.08
Echinolaena inflexa
86.67 2.85 8.00 5.79 4.32
Apochloa euprepes
26.67 0.88 10.17 7.36 4.12
Aristida torta
46.67 1.54 4.85 3.51 2.52
Inulopsis scaposa
100.00 3.29 2.01 1.46 2.37
Byrsonima subterranea
93.33 3.07 1.89 1.37 2.22
Bulbostylis junciformis
73.33 2.41 2.67 1.93 2.17
Axonopus aureus
40.00 1.32 3.50 2.53 1.93
Vernonia cf. linearifolia 86.67 2.85 1.36 0.99 1.92
Kielmeyera cf. corymbosa 80.00 2.63 1.20 0.87 1.75
Collaea sp. 66.67 2.19 1.34 0.97 1.58
Angiosperma sp.4 73.33 2.41 0.87 0.63 1.52
Cuphea sp. 73.33 2.41 0.85 0.61 1.51
Axonopus siccus
13.33 0.44 3.50 2.53 1.49
Calea sp.1 73.33 2.41 0.70 0.51 1.46
Trimezia juncifolia
66.67 2.19 0.69 0.50 1.35
Bulbostylis scabra
53.33 1.75 1.17 0.85 1.30
Verbenaceae sp. 1 66.67 2.19 0.53 0.39 1.29
Paspalum polyphyllum
40.00 1.32 1.67 1.21 1.26
Tibouchina arenaria
66.67 2.19 0.20 0.14 1.17
Polygala paniculata 60.00 1.97 0.35 0.26 1.11
Vernonia simplex
53.33 1.75 0.36 0.26 1.01
Chaptalia integerrima
53.33 1.75 0.35 0.26 1.01
Calea multiplinervia
46.67 1.54 0.52 0.38 0.96
Eragrostis polytricha
13.33 0.44 2.00 1.45 0.94
Borreria suaveolens
46.67 1.54 0.19 0.14 0.84
Calolisianthus sp. 46.67 1.54 0.01 0.01 0.77
Axonopus brasiliensis
26.67 0.88 0.67 0.48 0.68
Pterolepis pauciflora
40.00 1.32 0.03 0.02 0.67
Cambessedesia espora
40.00 1.32 0.02 0.01 0.67
Stevia lundiana
40.00 1.32 0.02 0.01 0.67
Poaceae sp.3 13.33 0.44 1.17 0.84 0.64
Sisyrinchium vaginatum
33.33 1.10 0.18 0.13 0.61
Eragrostis cf. petrensis 13.33 0.44 1.00 0.72 0.58
Vernonia megapotamica
26.67 0.88 0.18 0.13 0.50
Polygala timoutou
26.67 0.88 0.17 0.13 0.50
54
Tabela 8: continuação
Escie FA % FR % DA % DR % IVI %
Campomanesia pubescens
20.00 0.66 0.34 0.25 0.45
Eupatorium decumbens
20.00 0.66 0.33 0.24 0.45
Angiosperma sp.1 26.67 0.88 0.02 0.01 0.45
Trichogonia cf. menthifolia 26.67 0.88 0.02 0.01 0.45
Myrtaceae sp.6
26.67 0.88 0.01 0.01 0.44
Borreria sp. 20.00 0.66 0.18 0.13 0.39
Bulbostylis glaziovii
20.00 0.66 0.18 0.13 0.39
Paepalanthus cf. pubescens 20.00 0.66 0.17 0.13 0.39
Calea multiplinervia var. angustifolia 20.00 0.66 0.17 0.12 0.39
Hyptis cf cana 20.00 0.66 0.17 0.12 0.39
Neomarica cf. caerulea 13.33 0.44 0.33 0.24 0.34
Rynchospora sp. 13.33 0.44 0.33 0.24 0.34
Crotalaria sp.
20.00 0.66 0.02 0.01 0.34
Polygala longicaulis
20.00 0.66 0.01 0.01 0.33
Vernonia exigua
20.00 0.66 0.01 0.01 0.33
Evolvulus cf. aurigenius 20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Angiosperma sp.6 20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Myrtaceae sp.7
20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Rhynchantera
20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Vernonia sp. 20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Walteria communis
20.00 0.66 0.01 0.00 0.33
Baccharis reticularia
20.00 0.66 0.00 0.00 0.33
Baccharis subdentata
20.00 0.66 0.00 0.00 0.33
Oxypetalum sp. 20.00 0.66 0.00 0.00 0.33
Cambessedesia cf. hilariana 13.33 0.44 0.01 0.01 0.22
Habenaria brevidens
13.33 0.44 0.01 0.01 0.22
Ipomoea cf. polymorpha 13.33 0.44 0.01 0.01 0.22
Paspalum plicatulum
13.33 0.44 0.01 0.01 0.22
Angiosperma sp.10 13.33 0.44 0.01 0.00 0.22
Lucilia sp. 13.33 0.44 0.01 0.00 0.22
Stenocline chionaea
13.33 0.44 0.01 0.00 0.22
Tibouchina hieracioides
13.33 0.44 0.01 0.00 0.22
Turnera oblongifolia
13.33 0.44 0.01 0.00 0.22
Iridaceae sp.1 13.33 0.44 0.00 0.00 0.22
Sida linifolia
13.33 0.44 0.00 0.00 0.22
Estehazia cf. macrodonta 6.67 0.22 0.17 0.12 0.17
Polygala rhodoptera
6.67 0.22 0.17 0.12 0.17
Pterocaulon alopecuroides
6.67 0.22 0.17 0.12 0.17
Setaria parviflora
6.67 0.22 0.17 0.12 0.17
Eryngium cf. paniculatum 6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Mandevilla illustris
6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Microlicia sp.2 6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Polygala cf. stricta 6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
55
Tabela 8: continuação
Escie FA % FR % DA % DR % IVI %
Vernonia herbacea
6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Vernonia cf. tomentella 6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Vernonia vepretorum
6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Xyris sp. 6.67 0.22 0.01 0.00 0.11
Acanthospermum australe
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Achyrocline satureoides
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Baccharidastrum triplinervium
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Baccharis trimera
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Barjonia cf. erecta 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Borreria cf. latifolia 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Byrsonima variabilis
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Chamaecrista rotundifolia
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Declieuxia cordigera
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Eremanthus erythropappus
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Eupatorium squalidum
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Euphorbiaceae sp.1 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Gomphrena sp.1 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Ipomoea decumbens
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Marcetia sp. 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Microlicia sp.1 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Rubiaceae sp.1 6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Wahlenbergia brasiliensis
6.67 0.22 0.00 0.00 0.11
Somatório 3040.0 100.00 138.07 100.00 100.00
Um grande número de espécies apresentou baixa freqüência. Das 298 espécies, 156
(52.35%) ocorreram em até três unidades amostrais. A Figura 15 representa a distribuição de
freqüência das espécies em cada comunidade estudada.
56
A B
C D
Figura 15: Curvas de distribuição de freência das espécies para as quatro comunidades estudadas. A = comunidade I
(AR – SIT); B = comunidade II (PL – SIT); C = comunidade III (AR – SOB); D = comunidade IV (PL – SOB).
57
5.3 DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE
Os afloramentos rochosos apresentaram maior diversidade e equitabilidade em relação
aos platôs (Tabela 9). A comunidade I (AR - SIT) obteve os maiores valores do índice de
Shannon-Wiener do índice de Pielou. As duas áreas estudadas (SIT e SOB) revelaram valores
semelhantes de diversidade e equitabilidade.
Tabela 9: Valores dos índices de diversidade espécífica e equitabilidade para as quatro comunidades e para as
áreas geográficas. SIT =Serra do Itacolomi; SOB = Serra de Ouro Branco; AR = afloramento rochoso; PL =
platô. H’ = índice de Shannon-Wiener; J’ = equabilidade de Pielou.
5.4 SIMILARIDADE
5.4.1 Unidades amostrais
Com relação à análise de similaridade entre as unidades amostrais, o dendrograma
obtido (Figura 16) mostra a formação de grupos distintos. Primeiramente observa-se a
separação entre as áreas amostrais (SIT e SOB), apontadas como A e B respectivamente. Em
seguida nota-se a diferenciação entre as quatro comunidades (AR - SIT, PL - SIT, AR – SOB
e PL - SOB), sendo os afloramentos rochosos apontados como 1, e os platôs apontados como
2. Todas as comunidades foram consideradas pouco similares entre si, apresentando baixos
valores do índice de Jaccard. A comunidade IV (PL-SOB) foi a menos dissimilar (24.9%),
enquanto a comunidade I (AR-SIT) foi a mais dissimilar (16.6%). Somente sete pares de
unidades amostrais (UA) apresentaram similaridade entre si acima de 50%, sendo que o maior
valor foi de 60.9% para duas UA da comunidade II (PL SIT).
habitat / área H J’
AR - SIT
3.54 0.72
PL - SIT
2.72 0.63
AR - SOB
3.45 0.69
PL - SOB
2.87 0.62
SIT
3.55 0.69
SOB
3.52 0.67
58
R01
R30
R07
R03
R05
R14
R15
R29
R26
R42
R43
R44
R17
R16
R37
R02
R04
R06
R20
R28
R22
R21
R36
R31
R23
R35
R24
R27
R25
R38
R08
R19
R32
R09
R10
R18
R45
R46
R47
R53
R55
R59
R48
R54
R49
R11
R12
R13
R33
R39
R50
R51
R56
R58
R60
R57
R34
R40
R52
R41
0.04 0.2 0.36 0.52 0.68 0.84 1
A
B
2
1
2
1
Figura 1
6
:
Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 60 unidades amostrais distribuídas nos campos rupestres das Serras do Itacolomi e de Ouro Branco, MG, utilizando-
se coeficiente de Jaccard e ligação dos grupos pordia não ponderada (UPGMA). A = SIT ; B = SOB ; 1 = afloramentos rochosos ; 2 = platôs.
59
5.4.2 Espécies
Com relação à SIT, foi observada a formação de vários grupos de espécies que
ocorreram geralmente associadas, nos mesmos habitats e unidades amostrais (Figura 17). A
análise revelou similaridade de 12.6% para o conjunto das 23 espécies, as quais se separaram
entre dois grupos. O gupo com menos espécies (10) apresentou 35.3% de similaridade,
enquanto que o grupo com maior número de espécies (13) revelou a similaridade de 29.1%
Alguns pares de espécies foram bastante similares, como Apochloa euprepes e Panicum
pseudisachne (78.3%), seguidas por Paliavana sericiflora e Bromeliaceae sp.1 (76.9%),
Sinningia magnifica e Anthurium minarum (71.4%), e Xyris cf. plantaginae e Cambessedesia
hilariana (69.2%).
UPGMA
Jaccard's Coefficient
0.04 0.2 0.36 0.52 0.68 0.84
1
Figura 17: Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 23 espécies com maior frequência
relativa na Serra do Itacolomi, MG.
Hyptis homolophylla
Eryngium paniculatum
Stenocline chionaea
Baccharis platypoda
Axonopus siccus
Ichnanthus bambusiflorus
Vellozia compacta
Leandra sp.
Baccharidastrum triplinervum
Paliavana sericiflora
Bromeliaceae sp.1
Sinningia magnifica
Anthurium minarum
Richterago radiata
Microlicia sp.1
Xyris plantaginae
Cambessedesia hilariana
Polygala paniculata
Rynchospora pilosa
Panicum pseudisachne
Apochloa euprepes
Drosera sp.
Andropogon macrotrix
60
Quanto à SOB, também foi observado a formação de vários grupos de espécies que
ocorreram geralmente associadas, nos mesmos habitats e unidades amostrais (Figura 18). A
análise revelou similaridade de 20.4% no conjunto das 24 espécies e a distinção entre dois
grupos. O grupo com menos espécies (5) apresentou similaridade de 50.2%, e o grupo com
maior número de espécies (19) obteve similaridade de 33%. As espécies Vellozia compacta e
Lagenocarpus rigidus foram as mais similares, e juntamente com Anemia sp. formaram um
grupo bastante associado, com 83.3% de similaridade. Em seguida se destacaram os seguintes
pares de espécies: Inulopsis scaposa e Byrsonima subterranea (77.8%); e Trachypogon
spicatus e Echinolaena inflexa (76%).
UPGMA
Jaccard's Coefficient
0.04 0.2 0.36 0.52 0.68 0.84
1
Figura 18: Dendrograma resultante da análise de similaridade entre as 24 espécies com maior frequência
relativa na Serra de Ouro Branco, MG.
Paspalum polyphyllum
Chaptalia integerrima
Rynchospora pilosa
Calea multiplinervia
Polygala paniculata
Cuphea sp.
Elionurus muticus
Vernonia linearifolia
Angiosperma sp.4
Calea sp.1
Poaceae sp.5
Inulopsis scaposa
Byrsonima subterranea
Bulbostylis paradoxa
Tibouchina arenaria
Kielmeyera corymbosa
Trachypogon spicatus
Echinolaena inflexa
Bulbostylis junciformis
Trichogonia menthifolia
Poaceae sp.3
Vellozia compacta
Lagenocarpus rigidus
Anemia sp.
61
5.5 ORDENAÇÃO
A DCA (Análise de Correspondencia Destendenciada) distinguiu os grupos de
unidades amostrais relacionados às áreas geogficas e aos habitats, sendo delimitados por
elipses (Figura 19). Os eixo I absorveu 22,69% e o eixo II 14,38% da variação na ordenação.
Os autovalores foram de 0.6 para o eixo I e de 0.164 para o eixo II.
As unidades amostrais da SOB concentraram-se no lado esquerdo do eixo I e na parte
inferior do eixo II, formando um grupo mais coeso em relação à SIT, onde as unidades se
ordenaram de forma mais diluída, com uma maior distribuição dentro dos eixos. A
comunidade IV (PL - SOB) formou o grupo mais coeso, em que as unidades amostrais
revelaram a menor amplitude de valores em relação aos eixos. A comunidade III (AR – SOB)
foi considerada relativamente agrupada, enquanto que as comunidades I (AR – SIT) e II (PL –
SIT) se distribuíram de forma menos coesa.
62
Figura 19: Ordenão das 60 unidades amostrais pela Análise de Correspondência Destendenciada (DCA). Auto valores: eixo 1=0.600; eixo 2=0.164.
AR = afloramento rochoso ; PL = platô ; SIT = Serra do Itacolomi ; SOB = Serra de Ouro Branco. Minas Gerais.
AR
-
SIT
PL - SIT
PL
-
SOB
AR
-
SOB
63
5.6 Formas de vida
O espectro biológico da porcentagem de espécies e da dominância relativa em relação
às formas de vida estão representados nas Figuras 20 e 21 para cada uma das quatro
comunidades. Houve diferenças significativas entre a proporção do número de espécies por
forma de vida nas quatro comunidades (x
2
= 51.01; gl = 15).
Em todas as comunidades foi encontrado um maior mero de espécies
hemicriptófitas, sendo que nas comunidades III (AR – SOB) e IV (PL – SOB) a forma de vida
camefítica também foi predominante, apresentando a mesma proporção de espécies. Nas
comunidades I e II as caméfitas também se destacaram com um expressivo número de
espécies. A comunidade I (AR SIT) foi a única em que o número de espécies fanerófitas
superou as espécies caméfitas. Na comunidade IV (PL SOB) foi constatada grande
predominância de hemicriptófitas e caméfitas (cerca de 90% das espécies). As espécies
hemicriptófitas, caméfitas e terófitas foram mais frequentes nos platôs em relação aos
afloramentos rochosos. as proporções de espécies fanerófitas foram maiores nos
afloramentos rochosos do que nos platôs. As espécies epífitas não ocorreram nas comunidades
II (PL – SIT) e IV (PL – SOB).
As espécies hemicripfitas apresentaram a maior dominância relativa (DR) em todas
as comunidades, principalmente nos platôs, com aproximadamente 92% de DR nas
comunidades II e IV. Nos afloramentos rochosos houve uma contribuição significativa das
espécies fanerófitas, seguidas das caméfitas. As espécies geófitas, epífitas e terófitas
apresentaram baixa DR nas quatro comunidades.
64
A B
C D
Figura 20: Espectro biogico da proporção do número de espécies por forma de vida das quatro comunidades estudadas
nas serras do Itacolomi e de Ouro Branco, MG. A = comunidade I (AR SIT); B = comunidade II (PL SIT); C =
comunidade III (AR – SOB); D = comunidade IV (PL SOB). FAN = fanerófitas; CAM = caméfitas; HEM =
hemicriptófitas; GEO = gfitas; EPI = epífitas; TER = terófitas.
65
A B
C D
Figura 21: Espectro biogico da dominância relativa por forma de vida das quatro comunidades estudadas nas serras do
Itacolomi e de Ouro Branco, MG. A = comunidade I (AR – SIT); B = comunidade II (PL SIT); C = comunidade III (AR
SOB); D = comunidade IV (PL SOB). FAN = fanerófitas; CAM = caméfitas; HEM = hemicriptófitas; GEO =
gfitas; EPI = epífitas; TER = terófitas.
66
5.7 SOLO
Os valores médios dos parâmetros edáficos das quatro comunidades estão
apresentadados na Tabela 10. O fósforo foi o parâmetro que apresentou a maior amplitude de
valores entre as amostras, variando de 0.1 a 4.5 mg/dm
3
. O nitrogênio variou de 0.07 a 0.63
dag/kg e a razão N:P de 364 a 11000. O pH em KCl variou de 3 a 3.97 e o pH em H
2
O de
3.72 a 5.08.
Tabela 10: Valores médios e desvios padrões dos parâmetros edáficos referentes às quatro comunidades
estudadas. AR = afloramentos rochosos; PL = platôs; SIT = serra do Itacolomi; SOB = serra de Ouro Branco.
Letras diferentes indicam varião significativa dos parâmetros entre as comunidades. Minas Gerais, Brasil.
AR SIT PL SIT AR SOB PL SOB
P mg/dm
3
3.49 ± 1.12 a 0.51 ± 0.56 b 1.49 ± 0.37 b 1.24 ± 0.70 b
N dag/Kg
0.40 ± 0.15 a 0.12 ± 0.04 b 0.20 ± 0.03 b 0.09 ± 0.01 b
N:P
1241 ± 649.3 a 5771.5 ± 4468.8 b 1393.2 ± 474.8 a 1018.5 ± 745 a
pH KCl
3.21 ± 0.16 a 3.46 ± 0.10 b 3.35 ± 0.16 a,b 3.74 ± 0.12 c
pH H
2
O
4.17 ± 0.28 a 4.45 ± 0.13 b 4.49 ± 0.14 b 4.80 ± 0.17 c
5.7.1 Nutrientes
A variação dos teores de nitrogênio (F
(3 ; 28)
= 24.179; p < 0.01) e fósforo (F
(3 ; 28)
=
23.663; p < 0.01) diferenciou a comunidade I (AR SIT) das outras três, a qual apresentou as
maiores quantidades dos nutrientes (Tabela 10). Apesar das diferenças não terem sido
consideradas significativas, a comunidade III (AR - SOB) apresentou maiores valores de
fósforo (F
(3 ; 28)
= 23.663; p = 0.062) em relação à comunidade II (PL - SIT), e maiores
valores de nitrogênio (F
(3 ; 28)
= 24.179; p = 0.059) em relação á comunidade IV (PL - SOB).
As comunidades II e IV (platôs das duas áreas) não se diferenciaram, e apresentaram os teores
mais baixos dos nutrientes.
A variação da razão entre os nutrientes analisados diferenciou a comunidade II (PL
SIT) das outras três, a qual apresentou os maiores valores da razão N:P (F
(3 ; 28)
= 7.535; p <
67
0.05). De acordo com os valores médios de cada um dos nutrientes, essa diferença se deve à
baixa quantidade de fósforo no solo desta comunidade. Foi observada correlação positiva
entre as quantidades de nitrogênio e fósforo. (r
2
= 0.559; p < 0.01).
As análises de regressão entre os nutrientes e a vegetação mostraram a inexistência de
correlações dos teores de nitrogênio e fósforo com a riqueza de espécies. Já em relação à
razão N:P, foi observado que o aumento da razão entre nitrogênio e fósforo reflete na
diminuição da riqueza de espécies. (r
2
= 0.2324; p < 0.01) (Figura 22). A análise de variância
da riqueza de espécies diferenciou a comunidade II (PL SIT) das comunidades I e III
(aloramentos rochosos da SIT e SOB), a qual apresentou os menores valores de riqueza (F
(3 ;
28)
= 8.050, p < 0.05). Em relação à comunidade IV (PL SOB), a comunidade II também
apresentou menores valores de riqueza, sendo a diferença considerada marginalmente
significativa (F
(3 ; 28)
= 8.050; p = 0.06).
Figura 22: Correlação entre os valores da razão N:P do solo (LN N:P) e a riqueza de espécies de campos
rupestres das Serras do Itacolomi e de Ouro Branco, MG, Brasil.
68
5.7.2 Acidez
O valores de pH em H
2
O da comunidade IV (PL - SOB) foram os maiores, enquanto
os da comunidade I (AR - SIT) foram os menores (F
(3 ; 28)
= 14.768; p < 0.05). Não houve
distinção entre as comunidades II e III, que apresentaram valores intermediários de pH. Em
relação ao pH em KCl, os valores referentes à comunidade IV também foram os maiores
(F
(3 ; 28)
= 21.383; p < 0.05).
Como o pado de resultados de acidez para cada comunidade foi relativamente
semelhante entre as duas análises (pH em H
2
O e em KCl), foram utilizados apenas os valores
de pH em KCl para as as análises de correlação entre acidez e quantidade de nutrientes, e
análise de regressão entre acidez e riqueza de espécies. Quanto à relação entre acidez e
quantidade de nutrientes, foi detectada correlação negativa (nitrogênio: r
2
= 0.594, p < 0.01;
fósforo: r
2
= 0.193, p < 0.05). Não foi encontrada correlação entre os valores de pH e riqueza
de espécies.
69
6. DISCUSSÃO
Composição florística
Todas as famílias com os maiores números de espécies encontradas nas duas áreas
(SIT e SOB) são apresentadas por Giulietti et al (1997) como típicas dos campos rupestres.
Somente Solanaceae, que se destacou na SIT, não apresenta alta riqueza de espécies nos
levantamentos em campos rupestres, como na Serra do Cipó (Vitta, 1995) e na Chapada
Diamantina (Conceição & Giulietti, 2002).
Uma quantidade expressiva de famílias e espécies foi amostrada com exclusividade
em relação às áreas geográficas e aos habitats. Táxons restritos a apenas um tipo de habitat ou
a apenas um sítio amostral revelam a importância dos ambientes na composição da flora
(Prance, 1994).
De acordo com Harley (1995), áreas montanhosas são comparáveis a ilhas separadas
por condições ecológicas muito distintas, as quais atuam como barreiras para a migração dos
organismos. O baixo número de espécies comuns às duas áreas amostrais pode ser explicado
por esse motivo, resultando em uma flora particular de cada serra.
As pteridófitas demonstraram ocorrência restrita aos afloramentos rochosos, sendo que
na SIT foi amostrada grande parte das espécies. Segundo Salino & Almeida (2008), o
município de Ouro Preto e seu entorno constituem uma região rica em pteridófitas, abrigando
cerca de 50% das espécies restritas à Cadeia do Espinhaço. Regiões montanhosas e
afloramentos rochosos são conhecidos como ambientes preferenciais para essas plantas, onde
provavelmente a variedade de habitats e microhabitats implica em uma alta riqueza de
espécies (Moran, 1995).
A exclusividade de Lentibulariaceae e Droseraceae nos platôs da SIT pode estar
relacionada com a preferência dessas plantas por áreas muito úmidas. (Joly, 2002; Souza &
Lorenzi, 2005). Foi notado que o solo da comunidade II (PL SIT) é bastante úmido quando
70
comparado às outras três comunidades. Genlisea repens e Utricularia amethystina foram
amostradas somente na época mais chuvosa, durante o mês de fevereiro e no início do mês de
março. Dessa mesma forma, Vitta (1995) descreve extensas populações de duas espécies de
Utricularia nos campos arenosos da Serra do Cipó, durante os meses de janeiro e fevereiro,
quando o solo se encontra bastante encharcado. Drosera sp. foi encontrada durante todo o
período de amostragem, apresentando uma maior tolerância ao clima seco.
Diversas espécies de Araceae conquistaram com sucesso ambientes pobres em
substratos, como fendas de rochas e troncos de árvores (Souza & Lorenzi, 2005). Esse
comportamento foi observado no estudo, onde Anthurium minarum ocorreu com elevada
frequência nos afloramentos rochosos da SIT. No entanto, o foram encontradas Araceae nos
afloramentos rochosos da SOB.
A exclusividade de Bromeliaceae pelo habitat rochoso nos campos rupestres estudados
está relacionada com os seguintes aspectos: as três espécies classificadas como
hemicriptófitas apresentaram o hábito rupícola, crescendo somente na fina camada de
substrato sobre as rochas; a espécie epífita foi encontrada sempre sobre indivíduos de Vellozia
compacta, exclusiva dos afloramentos rochosos. Dessa mesma forma, a única espécie de
Bromeliaceae (Dyckia sp.) amostrada por Vitta (1995) ocorreu somente nas comunidades
denominadas pelo autor como “campos pedregosos”, sendo ausente dos “campos arenosos”
da Serra do Cipó, MG.
Apenas 19 espécies se comportaram de forma generalista, sendo comuns às quatro
comunidades. Bulbostylis junciformis, Bulbostylis scabra, Rhynchospora cf. pilosa, Apochloa
euprepes, Aristida torta, Axonopus brasiliensis, Axonopus siccus, Paspalum polyphyllum,
Eryngium cf. paniculatum, Achyrocline satureioides, Baccharidastrum triplinervium,
Eremanthus erythropappus, Eupatorium squalidum, Stenocline chionaea, Trichogonia cf.
menthifolia, Byrsonima variabilis, Polygala paniculata, Borreria sp. e Angiosperma sp.6,
71
podem ser consideradas como típicas dos campos rupestres das serras do Itacolomi e de Ouro
Branco. Boa parte delas possui ampla distribuição geográfica, e são bastante conhecidas por
suas diversas utilidades. A. satureoides, por exemplo, ocorre em todas as regiões do Brasil,
além de outros países da América do Sul (Almeida, 2008). É conhecida como “macela”, e
apresenta propriedades medicinais.
Asteraceae é reconhecida como uma das famílias mais ricas em formações campestres
e montanhosas, especialmente nos campos rupestres, onde frequentemente tem se revelado
dentre as famílias com o maior número de espécies (Almeida, 2008). Com aproximadamente
20% das espécies amostradas no estudo, Asteraceae foi a família mais rica nas quatro
comunidades, apresentando uma diferença expressiva em relação às outras famílias com alto
número de espécies.
Algumas dessas espécies possuem ampla distribuição geográfica, ocorrendo em todas
as regiões do Brasil e em outros países da América do Sul: Achantospermum australe,
Achyrocline satureoides, Eupatorium squalidum, Pterocaulon alopecurioides e Vernonia
scorpioides (Almeida, 2008). Já Eupatorium amphydictium, Eupatorium decumbens,
Lychnophora pinaster, Mikania glauca, Stenocline chionaea e Trichogonia hirtiflora
possuem distribuição restrita ao estado de MG, e são consideradas especialistas pela autora,
ocorrendo somente em campos rupestres. Dentre as espécies com distribuição restrita ao
Brasil, Baccharis reticularia, Eupatorium cylindrocephalum, Eupatorium pedale, Mikania
microphylla, Richterago amplexifolia, Symphyoppapus reticulatus, Trichogonia villosa e
Vernonia vepretorum tambémo consideradas especialistas de campos rupestres.
Das 43 espécies de Asteraceae amostradas na SOB, 14 o estão incluídas na lista de
espécies da família para a serra (Almeida, 2008), constituindo-se, portanto, em novos
registros para a região: Baccharis aphylla, Baccharidastrum triplinervium, Calea
multiplinervia, Calea multiplinervia var. angustifolia, Eupatorium amphidyctium, Eupatorium
72
squalidum, Mikania nummularia, Mikania microphylla, Pterocaulon alopecuroides, Vernonia
cf. linearifolia, Vernonia herbacea, Vernonia exigua, Vernonia vepretorum e Vernonia cf.
tomentella. O estudo também amplia a ocorrência de Colleae (Fabaceae) para a SOB, sendo
que o gênero não está incluído na listagem da família apresentada por Dutra et al (2008b).
Poaceae também se destacou sendo a segunda família mais rica nas quatro
comunidades estudadas, somando cerca de 10% das espécies amostradas no estudo. Da
mesma forma que Asteraceae, a família é reconhecida como uma das mais ricas nas
formações campestres (Viana & Filgueiras, 2008).
As espécies Apochloa chnoodes, Axonopus fastigiatus e Eragrostis petrensis, incluídas
por Viana & Filgueiras (2008) na listagem de Poaceae para a Cadeia do Espinhaço, não foram
listadas como sendo ocorrentes no setor do Quadrilátero Ferrífero. No entanto, nesse estudo
confirmamos a ocorrência de A. chnoodes e A. fastigiatus na SIT, e Eragrostis petrensis na
SOB, ambas as áreas localizadas no QF.
Paspalum brachytricum é uma espécie rara, e até o momento era considerada
endêmica de campos hematíticos do QF, com registros apenas nas Serras da Capanema e da
Moeda, além do material tipo proveniente da região de Itabirito (Viana & Filgueiras, 2008;
Giulietti et al, 2009). Este trabalho registra a ocorrência de P. brachytricum também em
campos rupestres da serra do Itacolomi, nos municípios de Ouro Preto e Mariana, ampliando a
área de distribuição da espécie.
Entre as espécies amostradas neste estudo, 12 estão incluídas na lista das espécies
ameaçadas de extinção da flora do estado de Minas Gerais, divulgada pelo Conselho Estadual
de Política Ambiental (COPAM, 2008). São classificadas como “vulnerável” Ilex
loranthoides, Lychnophora pinaster, Mikania glauca, Mimosa ourobrancoensis, Myrsine
vilosissima, Oncidium warmigii, Paliavana sericiflora, Richterago amplexifolia, Sarcoglottis
schwackei e Sporobolus metalicolus. Já Paspalum brachytricum e Stachytarpheta commutata
73
são classificadas como “criticamente em perigo”. Segundo Giulietti et al (2009), as serras do
Caraça e do Trovão (MG) são áreas-chave para a conservação de I. loranthoides. Esta espécie
ocorreu em 1/3 da amostragem dos afloramentos rochosos na SOB, região importante para a
conservação desta e de outras espécies ameaçadas.
Do total de 168 espécies amostradas na SIT, 65 não estão incluídas na listagem
florística do Plano de Manejo realizado em 2006 no Parque Estadual do Itacolomi, em que
foram utilizados dados secundários a partir da revisão bibliográfica dos trabalhos realizados
anteriormente na região. Estas espécies também não são relatadas nos estudos posteriores a
2006. São elas: Ascolepis cf. brasiliensis, Bulbostylis junciformis, Bulbostylis scabra,
Rhynchospora cf. pilosa, Rhynchospora warmingii, Scleria hirtella, Scleria virgata,
Dioscorea sp., Neomarica cf. caerulea, Epidendrum martianum, Oncidium blanchetii,
Sarcoglottis schwackei, Sophronitis cf. brevipedunculata, Andropogon macrothrix, Apochloa
chnoodes, Apochloa euprepes, Apochloa molinioides, Aristida torta, Axonopus aureus,
Axonopus brasiliensis, Axonopus fastigiatus, Axonopus siccus, Chusquea pinifolia, Danthonia
secundiflora, Ichnanthus bambusiflorus, Panicum latissimum, Panicum pseudisachne,
Panicum wettsteinnii, Paspalum brachytrichum, Sporabolus sp., Xyris cf. plantaginae,
Guatteria cf. pohliana, Mandevilla martiana, Mandevilla tenuifolia, Baccharidastrum
triplinervium, Calea cf. nitida, Eupatorium gentianoides, Vernonia cf. rubricaulis, Gaultheria
ferruginea, Gaylussacia chamissonis, Erythroxylum sp., Euphorbia chrysophylla, Paliavana
sericiflora, Sinningia magnifica, Hyptis homolophylla, Hyptis monticola, Genlisea repens,
Utricularia cf. amethystina, Microlicia crenulata, Pterolepis filiformis, Ardisia cf. solanacea,
Guapira tomentosa, Pisoniella cf. apolinarii, Estehazia cf. macrodonta, Peperomia sp.1,
Peperomia sp.2, Borreria cf. latifolia, Hillia parasitica, Capsicum sp., Solanum americanum,
Solanum refractifolium, Solanum sisymbrifolium, Solanum subumbellatum, Lantana sp. e
74
Stachytarpheta commutata. Sendo assim, este estudo contribui de forma significativa com o
conhecimento da flora dos campos rupestres do PEIT.
Algumas espécies, como Ditassa mucronata, Eremanthus erythropappus, Bilbergia
elegans e Clusia spathulifolia também foram amostradas em formações florestais do PEIT, de
acordo com o Plano de Manejo. Solanum cladotrichum, que geralmente possui habito
arbustivo nos campos rupestres da SIT, está incluída na listagem de árvores nas florestas
paludosas de altitude do parque (Pedreira, 2008). Estes dados mostram como certos grupos de
plantas são bem adaptados a diferentes ecossistemas cujas condições ambientais são
amplamente variadas, e ainda indicam associações taxonômicas entre a mata atlântica e o
campo rupestre.
Estrutura da vegetação
Fitossociologia
A maior parte das espécies com os maiores índices de valor de importância nas quatro
comunidades pertencem à Poaceae. De uma maneira geral, estas espécies foram bastante
freqüentes e apresentaram altos valores de dominância, devido principalmente ao grande
número de indivíduos, que são ervas de pequeno porte. Nos campos rupestres da Serra do
Cipó, as espécies de Poaceae também se destacam dentre as mais importantes, tanto nos
campos arenosos quanto nos campos pedregosos (Vitta, 1995). A elevada importância da
família nos dois habitats (AR e PL) mostra que esse grupo não possui restrições severas
quanto às características edáficas como profundidade, qualidade nutricional e acidez.
Somente Apochloa euprepes obteve alto valor de importância em todas as
comunidades. Nos afloramentos rochosos Axonopus siccus apresentou o maior IVI na
comunidade I (AR – SIT), e o segundo maior IVI na comunidade III (AR – SOB). Nos platôs,
Rynchospora pilosa obteve o segundo maior IVI na comunidade II (PL SIT) e o quinto
75
maior IVI na comunidade IV (PL – SOB). As outras espécies mais importantes não se
destacaram simultaneamente em mais de uma comunidade. Dessa mesma forma, Vitta (1995)
encontrou diferentes espécies importantes em cada comunidade estudada, sendo que poucas
ocorreram com elevada importância simultaneamente em mais de uma comunidade.
A distribuição preferencial das espécies em relação aos habitats e às áreas geográficas
contribui com a diferenciação fitossociológica entre as quatro comunidades. Grande parte das
espécies comuns revelou estruturas populacionais diferenciadas entre as comunidades. Um
bom exemplo é Stenocline chionaea, que apresentou valores de importância bem diferentes
entre as quatro comunidades, sendo uma das mais importantes na comunidade I (AR SIT),
mesmo com baixo IVI na comunidade IV (PL – SIT).
Diversidade e Equitabilidade
Apeser da SOB ter apresentado maior riqueza de espécies em relação à SIT, as duas
áreas possuem valores próximos de diversidade e equitabilidade, e podem ser consideradas
semelhantes quanto a estes aspectos. Os índices de Shannon-Wiener das Serras do Itacolomi e
de Ouro Branco foram considerados similares quando comparados com o obtido em uma das
áreas amostrais do estudo de Conceição & Giulietti (2002), nos campos rupestres da Chapada
Diamantina; e altos em relação aos campos rupestres da Serra do Cipó (Vitta, 1995) e aos
campos sujos e limpos na região do Distrito Federal (Munhoz & Felfili, 2006, 2008).
Quanto aos habitas, os afloramentos rochosos revelaram maiores índices de
diversidade e equitabilidade em comparação aos platôs. De acordo com Ricklefs (2003), a
diversidade de espécies possui relação direta com a complexidade ambiental. Dessa forma, o
número de espécies tende a aumentar com a maior heterogeneidade e disponibilidade de
habitats. Os afloramentos rochosos de campos rupestres quartzíticos são notavelmente mais
complexos do que os platôs, apresentando maior quantidade de microhabitats diferenciados
76
por fatores físicos como temperatura, umidade, profundidade de substrato e exposição ao
vento e à luz Além disso, a própria vegetação dos afloramentos rochosos demonstra ser
estruturalmente mais heterogênea. Os espectros biológicos representados no item 5.6 revelam
maior equilíbrio na distribuição das espécies e da cobertura vegetal pelas formas de vida.
Similaridade
Os baixos valores de similaridade encontrados entre as comunidades, áreas
geográficas e habitats indicam alta heterogeneidade ambiental, a qual pode ser atribuída à
diversidade beta (Felfili & Silva Júnior, 2005). A análise de agrupamento das unidades
amostrais a partir da composição florística revelou a formação grupos distintos, que
coincidiram com as duas áreas amostrais (SIT e SOB) e com as quatro comunidades
estudadas. A baixa similaridade detectada de uma maneira geral provavelmente está
relacionada ao elevado número de espécies com baixa frequência, além das restrições de
ocorrência por habitat e/ou área amostral. Conceição & Pirani (2005) encontraram uma
proporção semelhante de espécies pouco freqüentes, além de restrições de ocorrência por
habitat e/ou área geográfica. De acordo com os autores, as distribuições restritas das espécies
no espaço revelam a necessidade da realizão de estudos para o manejo dessas áreas.
Os grupos e subgrupos formados na análise de similaridade entre as espécies, em cada
área amostral (SIT e SOB) relacionam-se com os habitats. Na SIT, Paliavana sericiflora,
Sinningia magnifica, Bromeliaceae sp.1 e Anthurium cf. minarum são exclusivas de
afloramentos rochosos, e formam grandes populões nestas comunidades. Junto a essas
espécies, Vellozia compacta, Leandra sp. e Baccharidastrum triplinervium formam um grupo
bastante relacionado, que pode ser considerado típico dos afloramentos rochosos da SIT. Já as
espécies Panicum pseudisachne, Apochloa euprepes, Rynchospora cf. pilosa, Microlicia sp.1,
77
Xyris plantaginae e Cambessedesia hilariana se destacam formando dois grupos com elevada
similaridade nos platôs.
As três espécies mais freqüentes nos afloramentos rochosos da SOB, Vellozia
compacta, Lagenocarpus rigidus e Anemia sp., formaram o grupo mais similar da área
amostral. Outras espécies exclusivas aos afloramentos rochosos foram pouco freqüentes
considerando toda amostragem da SOB, e não foram incluídas na análise de similaridade. Nos
platôs, Inulopsis scaposa, Byrsonima subterranea, Bulbostylis paradoxa, Kielmeyera
corimbosa, Trachypogon spicatus e Echinolaena inflexa formaram os principais grupos de
espécies com elevada similaridade.
Os valores de similaridade encontrados para os conjuntos de espécies nas serras do
Itacolomi e de Ouro Branco foram bem superiores em relão aos encontrados por Conceição
& Pirani (2005), que também selecionaram as espécies mais freqüentes (29) para o
desenvolvimento da análise.em comparação à Conceição, Giulietti & Meireles (2007), que
selecionaram as 12 espécies mais frequentes para a análise, os valores de similaridade foram
considerados semelhantes.
Ordenação
O fato da separão das duas áreas de estudo na análise de ordenação pelo eixo que
possui a maior porcentagem da variação (eixo I) indica a grande importância do isolamento
geográfico entre os locais, sendo esta uma das principais características associadas ao elevado
número de espécies endêmicas dos campos rupestres (Giulietti & Pirani, 1988), e ao modelo
de biogeografia de ilhas (MacArthur & Wilson, 1967). De acordo com ter Braak (1995), o
autovalor do eixo I pode ser considerado alto (> 0.5), revelando a existência de um gradiente
longo, com muita substituição de espécies entre os extremos. Já a separação entre os habitats
no eixo II não foi tão evidente, principalmente devido à distribuição bastante diluída da
78
maioria das unidades amostrais. O autovalor do eixo II foi considerado baixo (< 0.5). De
qualquer forma, a explicação dos dois primeiros eixos para a variação foi baixa, indicando
muito “ruído”.
Na SIT, Stenocline chionaea e Baccharis platypoda foram fortemente relacionadas
com os afloramentos rochosos, enquanto que Cambessedesia hilariana, Richterago radiata e
Apochloa euprepes foram fortemente relacionadas aos platôs. Panicum pseudisachne é um
exemplo de uma espécie intermediária, ocorrendo nos dois habitats (afloramentos rochosos e
platôs) com frequências semelhantes.
Na SOB, Lagenocarpus rigidus, Leandra aurea e Paspalum polyphyllum foram
bastante relacionadas com os afloramentos rochosos, enquanto que Tibouchina arenaria,
Chaptalia integerrima, Inulopsis scaposa e Trachypogon spicatus foram fortemente
relacionadas aos platôs. Sisyrinchium vaginatum foi uma das espécies consideradas
intermediárias, ocorrendo com frequências semelhantes nos afloramentos rochosos e nos
platôs.
Trichogonia menthifolia, Jaquemontia sp. e Eupatorium squalidum foram
relacionadas de maneira equivalente aos afloramentos rochosos das duas áreas (SIT e SOB), e
se posicionaram de forma intermediária. Já as espécies Bulbostylis scabra, Rynchospora
pilosa, Aristida torta e Bulbostylis junciformis foram frequentes de forma semelhante entre os
platôs das duas áreas amostrais. Os resultados das análises de similaridade e ordenação
apontam a SOB como uma área mais uniforme quanto à composição florística.
Formas de vida
Os espectros biológicos indicaram o predomínio de espécies hemicriptófitas nas quatro
comunidades estudadas. Este resultado é compartilhado com outros estudos de formas de vida
79
em áreas de campos rupestres (Vitta, 1995; Conceão & Giulietti, 2002) e de campos de
altitude (Caifa & Silva, 2005).
Um dos melhores mecanismos adaptativos de proteção à seca e ao fogo é o
posicionamento das gemas vegetativas no nível do solo (Coutinho, 1980), aspecto que
caracteriza a forma de vida hemicriptofítica. Durante a passagem do fogo, as temperaturas no
nível do solo são bem inferiores às temperaturas do nível aéreo. Com isso, mesmo quando a
planta é atingida pelo fogo e têm suas partes aéreas queimadas (folhas, flores e frutos), as
gemas não são perdidas, possibilitando novamente o crescimento dos indivíduos. Esse
benefício também é compartilhado pelas espécies geófitas, que possuem órgãos subterneos
com gemas vegetativas. Algumas espécies que não dispõe dos mecanismos descritos
anteriormente possuem outras formas de adaptação aos campos rupestres. Vellozia compacta,
por exemplo, apresenta acúmulo da bainha de folhas velhas ao redor do caule, o que, de
acordo com Costa (2005), confere proteção aos tecidos vitais da planta contra a dessecação e
a passagem de fogo. Nos campos rupestres e em outras formações campestres, as queimadas
são bastante freqüentes na época seca. As duas áreas estudadas (SIT e SOB) foram atingidas
por intensas queimadas na estação seca do ano de 2007.
A maior ocorrência de espécies fanerófitas nos afloramentos rochosos em relação aos
platôs foi observada na SIT e SOB. Vitta (1995) encontrou um padrão semelhante nos campos
rupestres da Serra do Cipó, onde ele estudou três habitats: campos arenosos, campos
pedregosos e campos sujos. Nos campos arenosos as fanerófitas apresentaram uma proporção
bem inferior em relação ao campo pedregoso. A classificação das formas de vida feita por
Conceição & Giulietti (2002) em dois trechos de campo rupestre na Chapada Diamantina
também revelou a maior proporção de fanerófitas na área onde apresentava maior extensão de
rocha exposta. Segundo o autor, o fato das fanerófitas estarem mais bem representadas nos
80
afloramentos rochosos pode estar associado à maior quantidade de nutrientes no solo destes
ambientes.
Todas as espécies epífitas foram encontradas sobre troncos de Vellozia compacta,
sendo que Elaphoglossum minutum, Phlebodium pseudoaureum, Oncidium warmingii e
Sophronitis brevipedunculata também ocorreram como hemicripfitas, crescendo sobre as
rochas. A ausência de V. compacta nos plas restringe a ocorrência das epífitas neste habitat.
Das sete espécies, cinco são Orchidaceae e duas são pteridófitas.
Em relação à cobertura vegetal, o conjunto das espécies hemicripfitas foi bastante
superior às outras formas de vida, principalmente nos platôs, onde apresentou
aproximadamente 92% da dominância relativa. Essa elevada dominância também é
compartilhada por Vitta (1995) e Conceição & Giulietti (2002) nos campos arenosos da Serra
do Ci e da Chapada Diamantina respectivamente. O segundo autor destaca as espécies de
Poaceae como dominantes, da mesma forma observada no presente estudo.
As fanerófitas apresentaram a segunda maior cobertura vegetal nos afloramentos
rochosos. Na comunidade III (AR SOB), mesmo com um número menor de espécies em
relação às caméfitas, o conjunto das fanerófitas foi superior quanto à dominância relativa.
Neste caso, o maior tamanho destes indivíduos é o principal fator para a grande contribuão
na cobertura vegetal total. Além disso, algumas espécies como Paliavana sericiflora,
Tibouchina heteromala, Vellozia compacta e Vochysia thyrsoidea formam populões com
numerosos indivíduos, contribuindo ainda mais na porcentagem da cobertura vegetal.
Conceição & Giulietti (2002) encontraram um padrão oposto em uma das áreas estudadas,
onde que a cobertura das fanerófitas foi menor em comparação às caméfitas, mesmo com
maior número de espécies.
Nos platôs, todas as formas de vida, com exceção das hemicripfitas, apresentaram
baixas ou nenhuma proporção na cobertura vegetal. Apesar do grande número de espécies
81
caméfitas, somente cerca de 5% da domincia relativa nesse habitat as pertence. Já nos
afloramentos rochosos, elas apresentam uma razoável contribuição na cobertura vegetal.
As espécies gfitas, epífitas e terófitas apresentaram baixa cobertura nas quatro
comunidades estudadas, indicando o mesmo padrão detectado por Conceição & Giulietti
(2002). Em geral, essas formas de vida são representadas por indivíduos pequenos, como
Baccharis subdentata, Epidendrum saxatile e Sarcoglottis schwackei.
No caso das geófitas e terófitas a própria biologia das espécies contribui com os
padrões constatados, de baixa riqueza e cobertura vegetal. As plantas anuais (terófitas)
naturalmente são ausentes em determinados intervalos temporais, e quando estão presentes,
normalmente realizam os processos reprodutivos em um curto período de tempo. Já as
espécies que possuem óros subterrâneos de sobrevivência (geófitas) podem passar por
certas injúrias em que a parte aérea é perdida, mas o indivíduo ainda sobrevive, sendo
necessário um determinado tempo para que ele volte a crescer.
Vellozia compacta possui grande importânca ecológica nos campos rupestres
estudados, onde serve de suporte para o crescimento de todas as espécies classificadas como
epífitas. Além disso, é a espécie mais freqüente e dominante dos afloramentos rochosos da
SOB, podendo ser considerada como indicadora desta comunidade. Ela não é tão importante
nos afloramentos rochosos da SIT, mas revelou uma freqüência significativa em relação às
outras espécies. Velloziaceae é destacada como uma das famílias mais representativas dos
habitats rochosos nos campos rupestres (Vitta, 2005; Conceição & Pirani, 2005).
Solo
Todos os solos foram considerados muito ácidos, com teores muito baixos de fósforo,
de acordo com os parâmetros apresentados por Souza & Lobato (2004). O solo ácido e pobre
em nutrientes amostrado nas quatro comunidades nas serras do Itacolomi e de Ouro Branco
82
segue o padrão de outras áreas de campos rupestres (Vitta, 1995; Conceão & Pirani, 2005;
Conceição & Giulietti, 2002; Harley, 1995).
Com exceção dos afloramentos rochosos da SIT, que possuem uma quantidade de
nutrientes amplamente superior às outras comunidades, o solo dos campos rupestres
estudados apresentaram valores médios dos teores dos nutrientes bem inferiores em
comparação com as florestas paludosas de altitude do PEIT, principalmente em relação ao
fósforo (Pedreira, 2008). Este padrão se repete em áreas de mata atlântica e restinga da Ilha do
Cardoso, SP, onde os solos possuem muito mais fósforo do que os campos rupestres
estudados (Moraes et al 1998). Os valores de nitrogênio são semelhantes quando comparados
com o solo da floresta amazônica, em Manaus (Luizão et al, 2004), e são considerados baixos
de uma maneira geral.
A diferença da quantidade de nitrogênio e sforo encontrada entre os afloramentos
rochosos e platôs pode estar relacionada com os processos de ciclagem de nutrientes, que
provavelmente são diferentes entre os habitats. Como foi observado, a composição florística e
a estrutura da vegetação sofrem variação entre os afloramentos rochosos e platôs.
Consequentemente, processos como produção primária e decomposição devem ocorrer de
forma particular em cada habitat, resultando na diferenciação da qualidade nutricional dos
solos. Segundo Conceição & Giulietti (2002), o solo encontrado entre os afloramentos
rochosos é mais rico em nutrientes do que o solo encontrado nos campos arenosos,
denominados como platôs em meu trabalho. Os autores ainda associam essa diferença
nutricional às propoões de ocorrência e dominância de formas de vida. Dessa mesma forma,
pode ser notado no presente estudo a maior quantidade de fósforo e nitrogênio, além da maior
proporção de fanerófitas nos afloramentos rochosos em relação aos platôs, corroborando com
os resultados encontrados na Serra do Cipó (Vitta, 1995) e na Chapada Diamantina
(Conceição & Giulietti, 2002).
83
As diferenças entre o solo arenoso e o substrato orgânico fibroso podem ser
fundamentais para a ocupação dos habitats (Conceição & Giulietti, 2002). Segundo os
autores, o tipo de solo predominante nos afloramentos rochosos é formado por um
emaranhado de raízes, restos de vegetais, e material oriundo da desagregação da rocha,
caracterizando um substrato denso. Isso permite a melhor fixação das plantas, possibilitando a
ocupação do habitat por indivíduos de médio e grande porte, como foi observado no presente
estudo. Indivíduos grandes naturalmente necessitam de uma melhor manutenção nutricional,
com maior disponibilidade de fósforo e nitrogênio no solo, além de outros nutrientes
importantes para o crescimento. Quando comparamos os afloramentos rochosos das duas
áreas amostrais, percebemos a maior proporção de espécies fanerófitas na comunidade I
(SIT), onde as quantidades dos nutrientes no solo foram significativamente superiores relação
à comunidade III (SOB). a cobertura vegetal das fanerófitas, medida pela soma da
dominância relativa das espécies, foi semelhante entre as duas comunidades.
De acordo com os valores médios de cada um dos nutrientes para as quatro
comunidades, a elevada razão N:P encontrada na comunidade II (PL SIT) se deve à baixa
quantidade de fósforo, sendo este o nutriente limitante do solo nesta comunidade. A
correlação negativa encontrada entre a razão dos nutrientes e a riqueza de espécies o foi
considerada alta, sendo que cerca de 23% da variação na riqueza é explicada pela variação da
razão N:P. De acordo com Güsewell et al (2005), a vegetação com alto razão N:P apresenta
menor riqueza e diversidade de espécies. O autor mostra que em uma pequena escala, a
riqueza de espécies é significativamente relacionada á razão dos nutrientes nos tecidos das
plantas. Ao observar a Figura 22, nota-se que quatro unidades amostrais apresentaram valores
extremos de riqueza de espécies, o que pode ter influenciado na baixa correlação encontrada.
A regressão feita excluindo estas quatro unidades amostrais aumentou em cerca de 10% a
explicação da variação encontrada na riqueza de espécies. De qualquer forma, a comunidade
84
II (PL - SIT) apresentou os maiores valores de N:P e a menor riqueza de espécies. Essa
constatação corrobora com a correlação negativa detectada, indicando que a quantidade de
fósforo disponível nos solos pode ser relacionada diretamente com a riqueza de espécies em
comunidades de campos rupestres da SIT e SOB.
Wassen et al. (2005), em um estudo em áreas de vegetação herbácea na Eurásia
temperada constataram a correlação negativa entre a riqueza de espécies e a razão N:P do
tecido aéreo das plantas. Os autores observaram este padrão especialmente sob condições de
limitação pelo fósforo, da mesma forma constatada no presente estudo.
Os maiores valores de pH encontrados nos platôs estão relacionados diretamente com
a menor quantidade de nutrientes obtida nestes habitats, dada a correlação negativa
encontrada entre os parâmetros. O nitrogênio se apresenta fortemente correlacionado, sendo
que 59% de sua variação é explicada pela acidez. Segundo Nunes & Lanis (1973), o aumento
dos valores de pH resulta na perda de nitrogênio no solo, através do aumento da volatização
da amônia.
85
7. CONCLUSÃO
Os campos rupestres da Serra do Itacolomi e da Serra de Ouro Branco são distintos
quanto à composição florística, sendo o isolamento geográfico um fator importante para a
restrição da ocorrência das espécies nas áreas. Em relação à estrutura da vegetação, baseada
nos espectros biológicos e na diversidade de espécies, as áreas foram consideradas
relativamente similares, apresentando diferenças pouco significativas.
Os habitats abordados neste estudo, afloramentos rochosos e platôs, são distintos em
relação à composição florística e estrutura da vegetação, o que pode estar relacionado com a
qualidade nutricional do solo. Os afloramentos rochosos, onde o solo possui maiores
quantidades de sforo e nitrogênio, revelaram maior riqueza e diversidade de espécies, e
maior heterogeneidade de formas de vida em relação aos platôs. A razão N:P do solo
influencia a riqueza de espécies, sendo que o sforo foi o nutriente mais responsável pela
variação da razão entre os nutrientes nos campos rupestres estudados.
A ocorrência das espécies e o tamanho de suas populações foram fortemente
relacionados aos habitats e às áreas geográficas, formando um mosaico de diferentes
comunidades nas serras do Itacolomi e de Ouro Branco. Essa característica, já reconhecida
nos campos rupestres, reforça a importância da conservação dos topos de serra para a
manutenção das comunidades florísticas e faunísticas, que geralmente são particulares desses
ambientes.
As características nutricionais do solo constituem uma pequena parcela dos fatores
ambientais que atuam sobre formações vegetais. A inclusão de outras variáveis abióticas e o
aumento do esforço amostral são fundamentais para obtermos melhores informações a
respeito da vegetação dos campos rupestres.
O estudo realizado contribui com informações sobre a vegetação e o solo de campos
rupestres quartzíticos, as quais podem ser importantes para o desenvolvimento de outras
86
pesquisas. O conhecimento da flora é fundamental para a realização de atividades de
monitoramento ambiental que podem vir a ser feitas no Parque Estadual do Itacolomi e na
Serra de Ouro Branco.
87
8. REFERÊNCIS BIBLIOGRÁFICAS
Alkmin, F. F. 1987. Modelo deposicional para a seqüência de metassedimentos da Serra de Ouro
Branco, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Anais do simpósio sobre Sistemas
Deposicionais no Pré-cambriano, Ouro Preto, MG.
Almeida, Gracineide Selma Santos, 2008 Asteraceae Dumort. nos campos rupestres do Parque
Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil. Tese de doutorado, Universidade Federal de
Viçosa, MG. 365p.
Alves, R. J. V. 2005. Fitocenologia em campos rupestres e cerrados. Disciplina NMB-734/846. Curso
de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Botânica. Museu Nacional, UFRJ.
Andrade, L. A. 2004. A fitossociologia como ferramenta para a conservação. Material didático do 55º
Congresso Nacional de Botânica. Departamento de Fitotecnia – Centro de Ciências Agrias –
Universidade Federal da Paraíba. 14 p.
APG II. 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for orders and families
of flowering plants: APG II. Bot. J. Linn. Soc. 141: 399-436.
Araújo, R.S. 2008. Bignoniaceae Juss. do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil:
florística, similaridade e distribuição geográfica. Dissertação de mestrado, Universidade
Federal de Viçosa, MG.
Badini, J. 1940a. Contribuição à Geobotânica das Melastomaceas Ouropretanas. Revista
Farmacêutica de Ouro Preto 4/5: 1-21.
Badini J. 1940b. Uma Rubiaceae Nova da Serra do Itacolomy. Revista Farmacêutica de Ouro Preto. 2
(1): 1-3.
Batista, J.A.N.; Bianchetti, L.B.; Nogueira, R.E.; Pellizzaro, K.F. & Ferreira, F.E. 2004. The genus
Habenaria (Orchidaceae) in the Itacolomi State Park, Minas Gerais, Brazil. Sitientibus série
Ciências Biológicas 4 (1/2): 25-36.
88
Benites, V. M. 2001. Caracterização de solos e de substâncias húmicas em áreas de vegetação
rupestre de altitude. Tese de doutorado, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa – MG.
Benites, V. M., Caiafa, A. N., Mendonça, E. S., Schaefer, C. E. & Ker, J. C. 2003. Solos e Vegetação
nos Complexos Rupestres de Altitude da Mantiqueira e do Espinhaço. Floresta e Ambiente
10(1): 76-85.
Braun-Blanquet, J. 1932. Plant Sociology: the study of plant communities. McGraw-Hill, New York
and London. 438p.
Bünger, M. O. 2008. A família Myrtaceae Juss. dos campos rupestres do Parque Estadual do
Itacolomi, Ouro Preto/Mariana, MG. Monografia de graduação, Universidade Federal de
Ouro Preto. 68p.
Caiafa A.N. & Silva A.F. 2005. Composição florística e espectro biológico de um campo de altitude
no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais - Brasil. Rodriguésia 56 (87): 163-
173.
Conceição, A. A. & Giulietti, A. M. 2002. Composição florística e aspectos estruturais de campo
rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea
29 (1): 37-48.
Conceição, A.A. & Giulietti, A.M. & Meirelles S.T. 2007. Ilhas de vegetação em afloramentos de
quartzito-arenito no Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Acta bot. bras.
21(2): 335-347.
Conceição, A. A. & Pirani, J. R. 2005. Delimitação de habitats em campos rupestres na Chapada
Diamantina, Bahia: substratos, composição florística e aspectos estruturais. Bol. Bot. Univ.
São Paulo 23(1): 85-111.
Conceição, A. A.; Pirani, J. R. & Meirelles, S.T. 2007. Floristics, structure and soil of insular
vegetation in four quartzite-sandstone outcrops of “Chapada Diamantina”, Northeast Brazil.
Revista Brasil. Bot. 30 (4): 641-656.
89
Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM. 2008. Lista das Escies Ameaçadas de
Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais. Deliberação nº 367. Belo Horizonte.
Costa, F.N. 2005. Campos rupestres. Pp. 139-145. In: Silva, A.C.; Pedreira, L.C.V. & Abreu, P.A.A.
(Eds.). Serra do Espinhaço Meridional: paisagens e ambientes. Belo Horizonte, Ed. O
Lutador.
Coutinho, L. M. 1980. As queimadas e seu papel ecológico. Brasil Flor.10: 15-23.
Drummond, G. M.; Martins, C.S.; Machado, A.B.M.; Sebaio, F.A. & Antonini, Y. 2005.
Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para a sua conservação. Belo Horizonte, Fundação
Biodiversitas, 222p.
Dutra, V.F.; Filardi, F.L.R. & Garcia, F.C.P. (no prelo). Flora da Serra de Ouro Branco:
Leguminosae.
Dutra, V.F., Garcia, F.C.P. & Lima, H.C. 2008a. Caesalpinioideae (Leguminosae) nos Campos
Rupestres do Parque Estadual do Itacolomi, Estado de Minas Gerais, Brasil. Acta Botanica
Brasilica 22(2): 547-558.
Dutra, V.F.; Garcia, F.C.P.; Lima, H.C. & Queiroz, L.P. 2008b. Diversidade florística de
Leguminosae Adans. em áreas de campos rupestres. Megadiversidade 4 (1-2): 145-153.
Dutra, V.F.; Messias, M.C.T.B.; & Garcia, F.C. 2005. Papilionoideae (Leguminosae) nos campos
ferruginosos do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: florística e fenologia.
Revista Brasil. Bot. 28 (3): 493-504.
Epstein, E. & Bloom, A. J. 2006. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. trad. Maria
Edna Tenório Nunes – Londrina: Editora Planta.
Felfini, J.M. & Silva nior, M.C. 2005. Diversidade alfa e beta no cerrado sensu strictu, Distrito
Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia. Pp 141-154. In: Scariot, A.; Souza-Silva, J.C. &
Felfini, J.M. (eds.) Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação. Brasília, Ministério do
Meio Ambiente.
90
Giullieti, A.M.; Menezes, N.L.; Pirani, J.R. Meguro, M. & Wanderley, M.G.L. 1987. Flora da Serra
do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista das espécies. Boletim de Botânica da
Universidade de São Paulo 9: 1-151.
Giulietti, A.M. & Pirani, J.R. 1988. Patterns of geographic distribution of some plant species from
the Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. Pp. 39-69. In: Vanzolini P.E. & Heyer
W.R. (eds.) Proceedings of a workshop on neotropical distribution patterns. Academia
Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro.
Giulietti, A.M.; Pirani, J.R. & Harley, R.M. 1997. Espinhaço Range Region, Eastern Brazil. Pp. 397-
404. In: S.D. Davis, V.H. Heywood, O. Herrera-Macbryde, J. Villa-Lobos & A.C. Hamilton
(eds.). Centres of plant diversity. A guide and strategy for their conservation. v.3. The
Americas. Cambridge, IUCN Publication Unity.
Giulietti, A.M.; Rapini, A; Andrade, M.J.G.; Queiroz, L.P. & Silva, J.M.C. 2009. Plantas raras do
Brasil. Belo Horizonte, MG. Conservação Internacional. Co-editora: Universidade Estadual
de Feira de Santana. 496p.
Grüger, A. & Huber, O. 2007. Rock outcrop habitats in the Venezuelan Guayana lowlands: their
main vegetation types and floristic components. Revista Brasil. Bot. 30 (4): 599-609.
Güsewell, S.; Bailey, K. M.; Roem, W. J. & Bedford, B. L. 2005. Nutrient limitation and botanical
diversity in wetlands: can fertilisation raise species richness? Oikos 109: 71-/80.
Harley R.M. 1995. Introduction. Pp. 43-76. In: Stannard, B.L.; Harvey, Y.B. & Harley R.M. (eds).
Flora of the Pico das Almas, Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Bot Gard, Kew.
Huggett, R.J. 1995. Geoecology: an evolutionary approach. Routledge. New York.
Jacobi, C. M.; Carmo, F. F.; Vincent, R. C. & Stehmann; J. R. 2007. Plant communities on ironstone
outcrops: a diverse and endangered Brazilian ecosystem. Biodivers Conserv 16: 2185-2200.
Joly, A.B. 2002. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13° edão. São Paulo, Companhia
Editora Nacional.
91
Kenkel N.C. & Orlóci L. 1986. Applying Metric and Nonmetric Multidimensional Scaling to
Ecological Studies: Some New Results. Ecology 67 (4): 919-928
Kozovits, A. R.; Bustamante, M.M.C.; Garofalo C.R.; Bucci, S.; Franco, A. C.; Goldstein, G. &
Meinzer, F. C. 2007. Nutrient resorption and patterns of litter production and decomposition
in a Neotropical savanna. Functional Ecology 21: 1034-1043.
Lawrence, G. H. M. 1961. Taxonomia das plantas vasculares. Vol. 1°ed. Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 256p.
Legendre P. & Legendre L. 1998. Numerical Ecology. 2°ed. Amsterdan, Elsevier Science B.V., p.
387-480.
Lemes, F.O.A. 2007. Florística e fitossociologia de um trecho de campo rupestre da Serra de Ouro
Branco, MG. Monografia de graduação, Universidade Federal de Ouro Preto, MG. 34p.
Lima, L.C.P.; Garcia, F.C.P. & Sartori A.L.B. 2007. Leguminosae nas florestas estacionais do Parque
Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: ervas, arbustos, subarbustos, lianas e trepadeiras.
Rodriguésia 58 (2): 331-358.
Lisboa, M. A. 1956. Pteridophytes de Ouro Preto. Anais Esc. Minas, 29: 21-27.
Lisboa, M. A. 1971. A Flora de Ouro Preto. Revista Esc. Minas, 39: 1-10.
Lisboa, C.E. & Lisboa M.A. 1977. Eriocaulaceae de Ouro Preto: parte I. Ouro Preto, Universidade
Federal de Ouro Preto, Escola de Minas e Metalurgia, Seção de Botânica.
Luizão, R.C.C.; Luizão, F.J.; Paiva, R.Q.; Monteiro, T.F.; Souza, L.S. & Kruij, B. 2004. Variation
of carbon and nitrogen cycling process along a topographic gradient in a central Amazonian
forest. Global Change Biology 10: 592–600.
MacArthur, R.H. & Wilson, E.O. 1967. The theory of island biogeography. Princeton University
Press. Princeton.
92
Magurran A.E. 2004. Measuring biological diversity.Blackwell Publishing.
Messias, M. C. T. B.; Dias, S. J. L.; Roschel, M. B.; Souza, H. C.; Silva, J. L.; Matos, A. V. M. 1997.
Levantamento Florístico das Matas e Distribuição de Algumas Espécies Endêmicas da Região
na Área do Parque do Itacolomi. Ouro Preto: UFOP/BIRD/IEF- Profloresta. Relatório
Técnico (Polígrafo). 151p.
Moraes, R.M.; Delitti, W.B.C. & Struffaldi-De Vuono, Y. 1998. Litter fall and litter nutrient content
in two Brazilian Tropical Forests. Revista Brasileira de Botânica 22(1): 9-16
Moran, R.C. 1995. The importance of mountains to pteridophytes, with emphasis on neotropical
montane forests. Pp. 359-363. In: Churchill, S.P.; Balslev, H.; Forero E. & Luteyn J.L. (eds.).
Biodiversity and conservation of Neotropical montane forests. New York, New York
Botanical Garden.
Mori, S. A. 1987. Manual de Manejo de Herbário Fanerogâmico. CEPEC/CEPLAC.
Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. Wiley &
Sons. New York, 547p.
Munhoz, C.B.R. & Felfini, J.M. 2006. Fitossociologia do estrato herbáceo-subarbustivo de uma área
de campo sujo no Distrito Federal, Brasil. Acta bot. bras. 20(3): 671-685.
Munhoz, C.B.R. & Felfini, J.M. 2008. Fitossociologia do estrato herbáceo-subarbustivo em campo
limpo úmido no Brasil Central. Acta bot. bras. 22(4): 905-913.
Nunes M.R. & Lamis A.T. (1973). Variação de perda de nitrogênio com pH do solo. Anais da E.A.V.
– Universidade Federal Goiás
Papini, A.P; Botafogo, C.S.; Chagas, F.P. & Rocha, S.S. (Eds.). 2009. Relatório técnico para a
criação do Parque Estadual Serra do Ouro Branco e Monumento Natural Estadual do Itatiaia.
Diretoria de Áreas Protegidas / Instituto Estadual de Florestas / Sistema Estadual de Meio
Ambiente – MG.
93
Paula, C.C. 2003. Flora fanerogâmica da Serra de Ouro Branco, Minas Gerais, Brasil. In: Livro de
resumos do 5 Congresso Nacional de Botânica. UFRA (FCAP) / MPEG / Embrapa
Amazônia Oriental.
Pedreira, G.L. 2008. Avaliação do regime hídrico, geológico e geomorfológico da florestas paludosas
de altitude do Parque Estadualdo Itacolomi: influência dos fatores abióticos condicionantes da
composição florística e fitossociológica. Dissertação de mestrado, Universidade Fedral de
Ouro Preto.
Peron, M. V. 1989. Listagem Preliminar da Flora Fanerogâmica dos Campos Rupestres do Parque
Estadual do Itacolomi - Ouro Preto/Mariana, MG. Rodriguésia 67 (41): 63-69.
Peron, M.V. 1994. O gênero Myrcia DC. coletado no município de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
Daphne 4 (2): 8-28.
Prance, G. T. 1994. The use of phytogeographic data for conservation planning. Pp. 145-163. In:
Forey, P.I.; Humphries, C.J. & Wane-Wright, R.I. (eds.). Systematics and conservation
evaluation. Clarendon Press. Oxford.
Ricklefs, R. E. 2003. A economia da natureza. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan S.A. p.
368-387.
Rolim, L.B. 2007. Pteridófitas do Parque Estadual do Itacolomi, Minas gerais, Brasil. Dissertação de
mestrado, Universidade de Brasília. 271p.
Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do
Espinhaço, Brasil. Megadiversidade 4 (1-2): 78-98.
Semir, J. 1991. Revisão taxonômica de Lychnophora Mart. (Vernoniaceae: Compositae). Tese de
doutorado, UNICAMP.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC. 2003. Lei N°9.985, de 18 de
julho de 2000. 3. Ed. aum. Brasília, MMA/SBF. 52p.
94
Sousa, D.M. & Lobato, E. 2004. Cerrado: Correção do solo e adubação. 2°ed. Brasília, Embrapa
Informação Tecnológica. 416p.
Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias
de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. Editora Instituto Plantarum,
Nova Odessa, SP. 640p.
Sutherland, W.J. 1996. Ecological census techniques: a handbook. Cambridge University Press, 336
p.
Tannus, J.L.S. & Assis, M.A. 2004. Composição de espécies vasculares de campo sujo e campo
úmido em área de cerrado, Itirapina – SP, Brasil. Rev. Brasil. Bot. 27(3): 489-506.
ter Braak, C. J. F. 1995. Ordination. Pp.91-173. In: Jongman, R.H.G.; ter Braak, C.J.F.; & van
Tongeren, O.F.R. (eds.). Data analysis in community and landscape ecology. Cambrigde,
Cambrigde University Press.
Valentin J.L. 2000. Ecologia numérica: uma introdução à análise multivariada de dados ecológicos.
Rio de Janeiro, Editora Interciência.
Veloso, H.P.; Rangel Filho, A.L.R.; Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira,
adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, Departamento de Recursos Naturais e
Estudos Ambientais. 123p.
Viana, P.L. & Filgueiras, T.S. 2008. Inventário e distribuição geográfica das gramíneas (Poaceae) na
Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade 4 (1-2): 99-116
Vincent, R. C. 2004. Florística, Fitossociologia e Relações entre a Vegetação e o Solo em Áreas de
Campos Ferruginosos no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Tese de doutorado,
Universidade de São Paulo, SP. 145p.
Vitta, F. A. 1995. Composição Florística e Ecologia de Comunidades Campestres na Serra do Cipó,
Minas Gerais. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, SP. 111p.
95
Wassen, M. J.; Venterink, H.O.; Lapshina, E.D. & Tanneberger, F. 2005. Endangered plants persist
under phosphorus limitation. Nature 437: 547-550.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo