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problemas ambientais e socioambientais específicos, como os relacionados ao
planejamento ambiental e tendo como suporte os zoneamentos ambientais (ROSS,
2006, p. 19).
Foi nesse contexto, da análise holística
1
e integrada da paisagem, que
desencadeou o aparecimento de um novo paradigma geossistêmico introduzido
no Brasil por Bertrand em 1971 (ROSS, op. cit.). De acordo com o contexto
apresentado, a partir do ano de 1978, muitos geógrafos brasileiros adotaram
uma nova postura com relação à ciência geografia, chamados de geógrafos
críticos, dentre eles: Milton Santos (1978, 1985, 1986, 1987), Antônio Carlos
Robert de Moraes (1993), Rui Moreira (1990), Manuel Correia de Andrade
(1995), Antônio Chritofoletti (1980), acreditavam que o espaço deveria ser
estudado de maneira integrada. Assim sendo,
O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável de que participam
de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos
sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, ou seja, a sociedade em
movimento. O conteúdo (da sociedade) não é independente da forma (os objetos
geográficos), e cada forma encerra uma fração do conteúdo. O espaço, por
conseguinte, é isto: um conjunto de formas contendo cada qual frações da
sociedade em movimento. As formas, pois, têm um papel na realização social
(SANTOS, 1997, p. 26 e 27).
Neste sentido, se for considerado o PA São Carlos pode-se também
conceber que o “[...] fenômeno humano é dinâmico e, uma das formas de
revelação desse dinamismo está, exatamente, na transformação qualitativa e
quantitativa do espaço habitado” (SANTOS, 1997, p. 37). A área de pesquisa
proporciona o entendimento do significado de produção espacial, visto que o
PA é uma forma diferenciada de ocupação do espaço rural e encontra-se em
constante mudança devido à força de trabalho humano. Com a inserção de
novos agentes sociais, modificou-se apropriação e uso do espaço.
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Holismo (grego holos, todo) “[...] é a idéia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres
humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas pela soma de seus componentes”. Pode ser
ainda, conforme “[...] Jan Smuts, primeiro-ministro da África do Sul, no seu livro de 1926, Holism and
Evolution, que assim a definiu: ‘A tendência da Natureza a formar, através de evolução criativa, ‘tudos’ que são
maiores do que a soma de suas partes’”. “[...] É também chamado não-reducionismo, por ser o oposto do
reducionismo. Pode ser visto também como o oposto de atomismo ou mesmo como do materialismo. Vê o
mundo como um todo integrado, como um organismo. Embora ao longo da História diversos pensadores tenham
afirmado, de uma forma ou de outra, o princípio do holismo, o primeiro filósofo que o instituiu para a ciência foi
o francês Augusto Comte (1798-1857), ao instituir a importância do espírito de conjunto (ou de síntese) sobre o
espírito de detalhes (ou de análise) para uma compreensão adequada da ciência em si e de seu valor para o
conjunto da existência humana (Wikipédia, 2007).