empregar modos contratuais (licenciamento ou franquia) (CARNEIRO e HEMAIS, 2004). A
escolha entre tais modos dependerá, grosso modo, de quanto a empresa julga importante
manter o controle direto sobre as operações
11
.
No que se refere à internacionalização de serviços e o modelo de Uppsala
propriamente dito, verifica-se que o processo fundamental de internacionalização parece ser,
de acordo com Hellman (1994), o mesmo para as firmas de serviço e as manufatureiras, mas a
manifestação nos dois setores pode diferir em função de características dos serviços
(SHARMA e JOHANSON, 1987; ERRAMILLI e RAO, 1990; ERRAMILLI, 1991;
LOVELOCK, 1996), tais como intangibilidade
12
, heterogeneidade
13
, perecibilidade e
simultaneidade
14
de produção e consumo. Por exemplo, exportar serviços soft é diferente de
exportar produtos, porque esses serviços são intangíveis e inseparáveis (ERRAMILLI, 1991).
Em outras palavras, o processo fundamental que baseia a internacionalização de empresas de
serviço, tal como nas empresas manufatureiras, é a acumulação de conhecimento experiencial
e aumento do comprometimento de recursos (ERRAMILLI, 1991), o que, segundo Majkgard
e Sharma (1998), indiretamente corrobora a idéia de que o modelo de Uppsala pode ser
utilizado como ponto de partida para estudar a entrada em mercado estrangeiro por firmas de
serviço
15
.
10
Os serviços considerados soft são os de consultoria e de propaganda. Esses são mais intangíveis,
personalizados e não-padronizados, e sua produção não pode ser separada do consumo (MAJKGARD e
SHARMA, 1998).
11
Tendo isso em vista, o pressuposto de estágios seqüenciais do Modelo de Uppsala não seria, de acordo com
Carneiro e Hemais (2004), aplicável. Isso, apesar de Li e Guisinger (1992) terem percebido que, nos primeiros
anos da expansão internacional, firmas de serviços seguiram um padrão similar ao de fabricantes de produtos.
Elas primeiro fizeram investimentos em países altamente desenvolvidos e culturalmente similares e, então,
depois, foram para países menos desenvolvidos e menos similares culturalmente.
12
Refere-se à característica abstrata do serviço (LOVELOCK e WRIGHT, 2001).
13
Refere-se ao caráter distinto entre a natureza de cada serviço (LOVELOCK e WRIGHT, 2001).
14
Serviços são considerados perecíveis e de produção e consumo simultâneo porque são realizados e utilizados
imediatamente, não são estocáveis (LOVELOCK e WRIGHT, 2001).
15
Isso, apesar de que, assim como no caso de fabricantes, nenhuma teoria de internacionalização é capaz de
explicar todos os aspectos de internacionalização de todas as firmas (SACRAMENTO, ALMEIDA e SILVA,
2002). No entanto, elas parecem prover explanação satisfatória para explicar como firmas se movem no processo
de internacionalização, particularmente, durante seus primeiros passos (SACRAMENTO, ALMEIDA e SILVA,
2002).