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LUCIANA BARBOSA DE CARVALHO BORBA
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO OVIDUTO E DESEMPENHO ZOOTECNICO
DE POEDEIRAS COMERCIAIS (Gallus gallus) da LINHAGEM LOHMANN
SELECTED LEGORN (LSL)SUBMETIDAS E NÃO SUBMETIDAS A MUDA
FORÇADA
Recife - PE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CNCIA VETERINÁRIA
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO OVIDUTO E DESEMPENHO ZOOTECNICO
DE POEDEIRAS COMERCIAIS (Gallus gallus) da LINHAGEM LOHMANN
SELECTED LEGORN (LSL)SUBMETIDAS E NÃO SUBMETIDAS A MUDA
FORÇADA
Dissertação apresentada ao programa
de Pós-Graduação em Ciência
Veterinária da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, como parte
dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Ciência Veterinária.
Mestranda: Luciana Barbosa de Carvalho Borba
Orientador: Prof°. Dr. Joaquim Evêncio Neto
Recife – PE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA VETERINÁRIA
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO OVIDUTO E DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
DE POEDEIRAS COMERCIAIS (Gallus gallus) da LINHAGEM LOHMANN
SELECTED LEGORN (LSL) SUBMETIDAS E NÃO SUBMETIDAS A MUDA
FORÇADA
Dissertação de Mestrado elaborada e defendida por:
LUCIANA BARBOSA DE CARVALHO BORBA
Aprovada pela BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________
Prof. Dr. Joaquim Evêncio Neto – Orientador
Presidente
_____________________________________
Prof. Dr. Mário Martins Menezes
______________________________________
Prof. Dra. Liriane Baratella Evencio
________________________________________
Prof. Dr. Fabrício Bezerra de Sá
Recife, 02 de março de 2007.
4
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
B726a Borba, Luciana Barbosa de Carvalho
Avaliação morfológica do oviduto e desempenho zootécnico de
poedeiras comerciais (Gallus gallus) da linhagem Lohmann Selected
Legorn submetidas e não submetidas a muda forçada / Luciana
Barbosa de Carvalho Borba - 2007.
45 f.: il.
Orientador: Joaquim Evencio Neto
Dissertação (Mestrado em Ciência Veterinária)
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de
Medicina Veterinária.
Inclui bibliografia.
CDD 637.5
1. Ovulação
2. Qualidade do ovo
3. Nutrição animal
4. Método de muda
5. Fisiologia
6. Composição do ovo
7. Muda induzida
8. Zootecnia
I.Evêncio Neto, Joaquim
II. Título
5
À meus pais Flávio e Maria do Carmo, ao
meu esposo Reinaldo e ao meu filho Flávio
Neto, dedico.
6
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por estar aqui, e ter-me fornecido todas as
condições para que eu atingisse essa conquista.
Aos meus pais Flávio e Maria do Carmo, pela dedicação, esforço e incentivo durante
toda a minha formação escolar.
Ao meu esposo Reinaldo pela paciência durante toda a execução deste trabalho.
Aos meus familiares que direta ou indiretamente sempre me apoiaram.
Aos meus colegas Levy, José Maria e todos os colegas que muito me ajudaram durante
o período de experimento.
Ao Prof. Joaquim Evêncio Neto, a quem muito admiro por sua sabedoria e experiência,
o meu agradecimento por me aceitar como orientada, e pelo apoio, preocupação e
carinho para a realização deste trabalho.
Ao departamento de Morfologia e Fisiologia Animal pelo auxílio e apoio durante a
minha graduação e todo o percurso na pós-Graduação.
7
“Só há duas maneiras de viver a vida: A primeira é vive-la como
se os milagres não existissem; a segunda é vive-la como se tudo
fosse um milagre”.
Albert Eistein
8
“Não é a força, mas a perseverança que realiza grandes coisas”.
S. Johnson
9
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 Granja Santa Luzia. Vista do Galpão onde foram alojadas as aves
do experimento
16
Figura 2 Granja Santa Luzia. Aves utilizadas no experimento (Grupo 01),
alojadas em gaiolas.
17
Figura 3 Granja Santa Luzia. Vista dos grupos divididos por linha de
produção. G1- aves não submetidas a muda forçada; G2- Aves
submetidas a muda forçada.
17
Figura 4 Granja Santa Luzia. Vista interna do galpão automatizado utilizado
no experimento.
18
Figura 5 Granja Santa Luzia. Vista do galpão automatizado e equipamento
de distribuição de ração utilizado no experimento.
18
Figura 6 Granja Santa Luzia. Vista da saída da ração do silo para
equipamento de distribuição nas calhas.
19
Figura 7 Vista da contagem automática dos ovos produzidos na Granja
Santa Luzia.
20
Figura 8 Granja Santa Luzia. Transporte em esteira rolante dos ovos em
destino a sala de ovos
21
Figura 9 Vista da sala de ovos da Granja Santa Luzia 21
Figura 10 Classificação, embalagem e estoque dos ovos produzidos na Granja
Santa Luzia
21
Figura 11 Fotomicrografia da região do magno do oviduto de aves 24
Figura 12 Fotomicrografia da região do istmo do oviduto de aves 25
10
Figura 13 Fotomicrografia da região da glândula da casca do oviduto de aves 26
LISTA DE QUADROS
Página
Quadro 1 Composição nutricional de um ovo com 59 gramas de peso 11
Quadro 2 Número de ovos produzidos durante o experimento nos grupos
submetidos e não submetidos a muda forçada
28
11
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 01 Níveis nutricionais da ração balanceada para poedeiras na fase final
de postura. Glória do Goitá- PE, 2005.
20
Tabela 02
Médias de produção de ovos (%) dos grupos com muda forçada e
sem muda forçada
24
12
RESUMO
Este trabalho teve o objetivo de avaliar a morfologia do oviduto (regiões do
magno, istmo e glândula da casca) e desempenho zootécnico de poedeiras comerciais
(Gallus gallus) submetidas e não submetidas a muda forçada. Para tanto foram
utilizadas 4.000 poedeiras da linhagem Lohmann Selected Leghorn (LSL), com 65
semanas de idade alojadas em gaiolas de plástico e ferro, em uma granja comercial na
cidade de Glória do Goitá, estado de Pernambuco. As poedeiras foram divididas em
dois grupos, a saber: G1- Aves não submetidas a muda forçada e G2- Aves submetidas
a muda forçada. O experimento realizou-se no período de 70 a 120 semanas de idades
das aves, onde foram avaliados os seguintes parâmetros: morfologia do oviduto (regiões
do istmo, magno, glândula da casca) e produção de ovos (número de ovos produzidos
por grupo e percentual de produção). Os resultados morfológicos mostraram que as aves
submetidas a muda forçada (G2) apresentaram maior número de glândulas secretoras na
mucosa do magno e istmo, sendo estas glândulas mais dilatadas e com secreção na luz
do órgão. Neste grupo também observamos maior uniformidade no revestimento ciliar e
maior quantidade de secreção no interior das glândulas. Os dados de desempenho
zootécnico foram maiores, com diferença significante, no submetido a muda forçada
(G2). Concluímos que a muda forçada é uma alternativa quando se deseja obter o
máximo de produtividade de uma ave prolongando o seu ciclo reprodutivo sem perder a
qualidade dos ovos produzidos.
Palavras chave: poedeiras comerciais, oviduto, qualidade dos ovos, muda forçada.
13
Morphologic evaluation of the oviduct and performance of commercial layers
submitted or not to the forced molting
ABSTRACT
This paper had the purpose of making an assessment of the morphology of the
oviduct (regions of the magnum, isthmus and shell gland) and performance of
commercial layers (Gallus Gallus) submited or not to the forced molt. So there were
used 4.000 hens from the Lohmann Selected Legorn (LSL) line, with 65 weeks age
lodged in plastic and iron cages, in a commercial small farm in Glória do Goitá,
Pernambuco. The hens were divided in two groups: G1- Hens don´t submitted to the
forced molt and G2 hens submitted to the forced molt. The experiment took place in a
period from 70 to 120 weeks age of the hens, where they were assessed the following
parameters: morphology of the oviduct ( regions of the magnum, isthmus and shell
gland) and production of eggs (number of produced eggs by groups and percentage of
production). The morphologic results showed a larger number of secreted glans in the
mucosa of magnum and isthmus, these one being more dilated and with secretion in the
light of the organ. In this group we also could observe a larger uniformity in the lash
covering and a larger quantity of secretion inside of the glands. The data of the
performance were greater, with a significant difference in the group submitted by the
forced molt (G2). We got a conclusion that the forced molt is an alternative when we
want to take the maximum of the productivity of a hen making longer its reproduction
cycle without losting the quality of the produced eggs.
Key words: commercial layers, oviduct, eggs quality, forced molting.
14
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OVULAÇÃO
2.2 MUDA FORÇADA OU MUDA
INDUZIDA
2.3 MÉTODOS DE MUDA
2.3.1 PERÍODO PRÉ-MUDA
2.3.2 PERÍODO DE MUDA
2.4 FISIOLOGIA DA MUDA
2.5 QUALIDADE DO OVO
2.6 COMPOSIÇÃO DO OVO
2.7 ASPECTOS NUTRICIONAIS
2.8 BEM ESTAR ANIMAL
4
4
4
5
6
7
7
9
10
11
14
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
16
16
16
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCAL DO EXPERIMENTO
4.2 AVES
4.3 REALIZAÇÃO DA MUDA FORÇADA
17
17
17
20
15
4.4 DADOS DE PRODUÇÃO
4.5 ESTUDO MORFOLÓGICO
4.5 ESTATÍSTICA
21
23
23
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 23
6. CONCLUSÕES 29
7. REFERÊNCIAS 30
1
1 INTRODUÇÃO
A avicultura destaca-se na atualidade como uma das principais atividades
criatórias em nível mundial. O consumo mundial experimentou expressivo acréscimo de
67,5% nos anos 90, enquanto o consumo nacional cresceu apenas 10% (MOTA, 2000).
Estudos mostram que o Brasil é um dos países com boas possibilidades de
desenvolvimento na avicultura de postura, analisando-se comparativamente preços e
custos de produção, podendo este fator ser positivo no incremento dos negócios no
mercado internacional (TERRA, 2004). No que se refere a avicultura industrial, o
Brasil ocupa lugar de destaque no mundo, gerando grande movimentação de capital,
além de aumentar a oferta de emprego no campo através da mão-de-obra rural. É uma
atividade de extrema importância, uma vez que movimenta uma série de atividades
industriais correlacionadas, como atividades de intermediação na comercialização,
beneficiamento e prestação de serviços de seus produtos. A avicultura gera renda,
melhora o nível social da população e pode ser atividade de pequeno produtor, sendo
sua principal vantagem a necessidade de pequena área de terra a ser utilizada para
implantação da granja, podendo esta ser localizada em terras fracas ou desvalorizadas,
concorrendo para a recuperação em razão do esterco produzido pelas aves (LANA,
2000).
Pernambuco é o quinto maior produtor brasileiro de ovos e o oitavo na produção
de carne de frango, sendo a avicultura industrial o segundo produto agropecuário,
sobrepujado apenas pela tradicional indústria canavieira (MOTA, 2000).
Nas criações de poedeiras comerciais, a muda forçada é adotada como forma
planejada de substituição de aves, visando a redução de gastos com a reposição de
frangas e a otimização do uso das instalações. É uma prática que vem crescendo ano a
ano nas granjas industriais como maneira de estender a vida econômica das aves através
da involução do seu sistema reprodutivo por um período menor que o natural a fim de
regenerar a capacidade reprodutiva, melhorar a qualidade da casca e reduzir o vel de
perdas (HERYANTO et al., 1997).
A redução no volume do oviduto se em decorrência da perda do suporte do
hormônio esteroidal ovariano. A regressão do oviduto é uma reestruturação dos tecidos
e não um declínio no tamanho das células ou encolhimento do tecido. A apoptose
2
fisiológica remove células do epitélio glandular durante a regressão (HERYANTO et
al., 1997).
Takata et al. (2003) ao avaliarem a morfologia da mucosa do oviduto,
observaram que apesar da involução do orgão durante a muda forçada, este não sofre
influência das práticas de manejo adotadas, sendo os ovos produzidos durante o
segundo ciclo de qualidade similar àqueles produzidos durante o primeiro ciclo.
Na região do magno e istmo, o epitélio de revestimento é do tipo simples
cilíndrico com células ciliadas e células secretoras. Na glândula da casca o epitélio de
revestimento é do tipo pseudo-estratificado cilíndrico ciliado (BANKS,1992).
Brake e Thaxton (1979) citam que: “os efeitos do rejuvenescimento da ave, com
a muda forçada, podem ser manifestados em muitos parâmetros fisiológicos; no entanto,
mudanças em nível celular devem ser a força motriz deste rejuvenescimento, mediado
pelo aumento na sensibilidade ou eficiência celular. Ainda não é bem definido, mas a
reorganização dos processos metabólicos, remoção de substâncias inibitórias em nível
celular, ou inversão do normal, podem estar envolvido com o processo de
envelhecimento da poedeiras”.
O aumento na função da glândula da casca seguido da muda forçada pode ser
associada à reestruturação em nível celular. A proliferação celular no oviduto substitui
células eliminadas durante sua regressão, evidenciado com a utilização de um marcador
imunohistoquímico para proliferação celular (HERYANTO et al., 1997). A
reestruturação dos tecidos epiteliais da glândula da casca pode também ser responsável
pela remoção de substâncias que interferem com a função desta glândula.
O conteúdo lipídico da glândula da casca aumenta com a idade da ave, sendo
que a muda forçada causa uma diminuição deste conteúdo nesta glândula e altera os
níveis de tipos de lipídeos (BAKER et al., 1981, a,b.).
Evidências de mudanças ao nível celular no oviduto foram encontradas em
relatos de muitos pesquisadores. Baker et al. (1981a) observaram que o epitélio
glandular da glândula da casca, local de transporte e deposição do cálcio da casca
contém quantidades de lipídeos intracelulares visivelmente detectáveis por coloração
histológica. Berry (2003) relatou que poedeiras em ovoposição, com incidência de ovos
sem casca tiveram altos níveis de lipídeos na glândula da casca uterinos, quando
comparadas com aves produzindo ovos com cascas normais. Baker et al. (1981a)
descreveram que a muda forçada diminui a incidência de ovos sem casca, isto está
3
relacionado com a diminuição do acúmulo de lipídios na glândula da casca, gerando
desta forma, um aumento na produção de ovos vendáveis.
Atualmente na avicultura a preocupação com o meio ambiente é cada vez maior,
principalmente quando se diz respeito ao mercado internacional, tendo em vista este
aspecto, o uso dos minerais orgânicos pode reduzir a quantidade de mineral excretado
pelas aves devido a sua maior biodisponibilidade, o que propicia que esses sejam
incluídos em menores dosagens na dieta dos animais. Uma outra solução
economicamente viável seria o aproveitamento prolongado das poedeiras modernas, que
estão com altas produções mesmo com 80 semanas de idade e banir a muda forçada
(BETERCHINI e GERALDO, 2005).
Baseados nestes relatos e na literatura consultada, idealizou-se este trabalho que
teve o objetivo de avaliar os aspectos morfológicos do oviduto e o desempenho
zootécnico de poedeiras comerciais submetidas e não submetidas a muda forçada.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Ovulação e formação do ovo
As aves domésticas possuem apenas o ovário e o oviduto esquerdo funcionais.
Quando está maduro, o ovário produz milhares de folículos. Cada folículo que consegue
chegar à ovulação tem diferença de cerca de um dia para o outro. Quando o folículo
atinge a maturidade, aumenta de tamanho devido ao conteúdo da gema e é envolvido
pela membrana vitelina, ele possui uma parte avascularizada que é onde ocorre a
liberação do ovócito, ou seja, a ovulação. A partir daí o ovócito passa ao oviduto onde é
captado pelas fímbrias e depois segue para o infundíbulo, onde poderá ou não ser
fecundado, depois vai para o magno, onde é adicionada a parte mais espessa do
albúmen, composta de albumina e outras proteínas. Posteriormente, o ovo em formação
passa para o istmo, onde ocorrerá a formação das membranas testáceas e, finalmente,
segue para a glândula da casca, onde irá passar a maior parte do tempo. Na glândula da
casca, será adicionada a parte fluida do albúmen, dobrando o volume do ovo, e se
procede a formação da casca, que é formada por carbonato de cálcio e matriz orgânica.
E, por fim, a deposição da cutícula, que é uma camada protéica e hidrossolúvel que
envolve a casca e protege o ovo da entrada de microorganismos. Após formado, o ovo
vai para a vagina, que promove uma eventração de sua parede, possibilitando a
exteriorização do mesmo sem carrear resíduos provenientes da cloaca (EVÊNCIO-
NETO et al., 1994; BURKE, 1996).
2.2 Muda forçada ou muda induzida
A muda das penas é um processo que acontece em todas as espécies de aves e
em ambos os sexos. Ocorre como conseqüência de um período de descanso em que a
ave cessa a produção de ovos e passa por modificações fisiológicas internas (involução
do trato reprodutivo) e externas (perda de penas). Pode ocorrer de forma natural ou
forçada. Nas aves domésticas, a muda natural ocorre em condições normais, após um
longo período de produção e a troca completa das penas, ocorre em um longo período,
podendo chegar a quatro meses. Esta muda ocorre geralmente antes do início do
inverno, porém a época da muda varia de indivíduo a indivíduo e, numa escala
comercial, isto é prejudicial (AVILA, 2003). Nas criações de poedeiras comerciais, a
muda forçada é adotada como forma planejada de substituição de aves, visando a
5
redução de gastos com a reposição de frangas e a otimização do uso das instalações. É
uma prática que vem crescendo ano a ano nas granjas industriais como maneira de
estender a vida econômica das aves através da involução de seu sistema reprodutivo por
um período menor que o natural, a fim de regenerar a capacidade reprodutiva, melhorar
a qualidade da casca e reduzir o nível de perdas (HERYANTO et al., 1997). A muda
forçada tem como características a redução do consumo de alimento, a perda de penas, a
regressão acentuada no peso corporal e no trato reprodutivo (AVILA, 2003).
A decisão de utilizar um programa de muda forçada depende de numerosos
fatores, tais como: custo das frangas para reposição, valor da carne das galinhas velhas,
produção do lote, qualidade e peso dos ovos que se espera obter no segundo ciclo, preço
dos ovos, custo dos alimentos, da máxima utilização dos aviários, dos programas de
reposição planejados e do próprio método de muda empregado. O custo das frangas para
reposição deve ser comparada ao custo de manutenção das poedeiras por um período
não produtivo de aproximadamente dez semanas. Esse período é o necessário para cair a
plumagem, o ovário e o trato reprodutivo regredirem, as penas renascerem e a ave se
tornar apta para a reprodução (AVILA, 2003).
2.3 Métodos de Muda
Os métodos de muda forçada convencionalmente utilizados para poedeiras
comercias podem ser reunidos em três grupos: os farmacológicos, os nutricionais e os
de manejo. Os farmacológicos são os que utilizam drogas, como a progesterona e o
acetato de clormazidona (um anovulatório); a progesterona pode ser adicionada à dieta
ou injetada. Os resultados irão depender da dose e do período de aplicação, mas
geralmente a produção cessa em dois a quatro dias e a queda das penas em sete a doze
dias, reiniciando a produção em três a quatro semanas. A utilização desse método não
tem passado da fase experimental devido à dificuldade de seu emprego e a possibilidade
de que as substâncias utilizadas possam causar efeitos sobre a saúde humana, conforme
constatado em animais de laboratório (GARCIA, 2004)
Os nutricionais são os que modificam a concentração de determinados íons na
ração como, por exemplo, cálcio e fósforo, sódio e potássio, iodo ou zinco. O zinco
torna o alimento pouco apetecível e provoca diminuição do consumo, de modo que no
primeiro dia a ave consome 20 a 30 gramas e nos dias subseqüentes 7 a 15 gramas, e é
6
isso que leva as aves a paralisarem a produção, reduzindo a postura a zero em quatro a
sete dias, induzindo à muda de penas devido a um semi-jejum e intoxicação pelo
acúmulo de zinco nos rins, fígado e pâncreas, interferindo na secreção de insulina,
promovendo um incremento do nível de glicose no sangue e urina, ocasionando
desidratação e induzindo ao catabolismo de proteínas e gorduras. Com esse método
uma perda de peso de até 40% dependendo do período de administração do excesso de
zinco, pequena perda de plumas, mortalidade menor que a utilizada com métodos
clássicos e rápida recuperação da produção de ovos após a retirada da alimentação com
excesso de zinco. A produção cai rapidamente podendo chegar a 0 no ou dia. A
medida que as aves passam a se alimentar com ração de postura e a receber estímulos
luminosos, reiniciam rapidamente a produção. A curva de produção do segundo ciclo é
semelhante a do primeiro ciclo, mas com índices de produtividade 5 a 10% menores
(GARCIA, 2004).
E finalmente os métodos de manejo, que são os mais utilizados na prática,
existindo uma grande variedade deles (CASTELO LLOBET et al., 1989). Neste método
o produtor induz a ave a várias situações de estresse, provocando a rápida parada na
produção de ovos. Pode ser redução no fotoperíodo, que consiste na retirada da
iluminação artificial, retirada da ração por um determinado período , e às vezes o
resultado é obtido com a retirada da água por um período de no máximo três dias. No
método de manejo convencional, o processo de muda ocorre em dois períodos: o pré-
muda e muda.
2.3.1 Período pré-muda: antes de realizar a muda forçada, o produtor deve
saber que a atividade no segundo ciclo é de 7 a 10% inferior a do primeiro ciclo.
Também, quanto mais jovem for o lote trabalhado, mais cedo as aves retornam à
produção e atingem melhores picos de produção. O ideal é utilizar a muda antes das 70
semanas de idade do lote. Para a realização da muda forçada o necessárias algumas
providências iniciais como: o Veterinário responsável deve observar o histórico do lote,
se sadio, vacinas atualizadas e adequadas; realizar uma seleção e retirar as aves refugo;
obter informação do peso através de uma amostra em torno de 10% do plantel em lotes
inferiores a 1.000 aves e 5% se o lote variar de 1.000 a 5.000 aves e 1% em lotes acima
de 5.000 aves, e fazer homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes (AVILA,
2003).
7
Schmidt e Figueiredo (2004), avaliaram o efeito da seleção no primeiro ciclo de
postura para produção de ovos sobre o desempenho no segundo ciclo e concluíram que
a seleção para o aumento do desempenho produtivo das aves durante o primeiro ciclo
de postura mostrou ser eficiente para elevar os níveis de produção no segundo ciclo.
2.3.2 Período de muda: no período de muda, a partir do primeiro dia, o
produtor deve retirar a iluminação artificial, deixando nos aviários clássicos apenas a
iluminação natural e nos aviários de ambiente controlado, o fotoperíodo deve ser
reduzido para 06 horas diárias. As aves devem ser mantidas em jejum alimentar por um
período de 10 a 12 dias. O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da
gordura acumulada pelas aves e da capacidade da linhagem em perder peso. Portanto,
deve-se retornar o alimento quando: o peso se aproximar daquele do início da produção
(20 semanas de idade) ou; o lote perder em torno de 25 a 30% do peso em que se iniciou
a muda ou; as aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento ou; a mortalidade atingir
1,5% do lote (AVILA, 2003). Um quarto desta perda de peso é atribuído diretamente à
diminuição do peso do fígado, ovário e oviduto (BRAKE, 1979).
2.4 Fisiologia da muda
A muda forçada busca a renovação do aparelho reprodutor por desencadeamento
de mecanismos hormonais envolvidos no processo, semelhantes àqueles associados aos
que levam à incapacidade reprodutiva, de outra causa qualquer. A produção do
hormônio liberador de hormônio luteinizante (LHRH) é inibida pelo hipotálamo,
levando a redução da secreção do hormônio luteinizante (LH) pela hipófise. Isso faz
com que haja um colapso na hierarquia folicular do ovário, ocorrendo perda de estímulo
do hormônio estrogênio que mantém em atividade o oviduto, induzindo por
conseqüência sua regressão (AVILA, 2003).
A muda se inicia quando se rompe o equilíbrio hormonal que possibilita a
postura ou ainda que se produza uma alteração deste equilíbrio como conseqüências de
fatores de estresse proporcionados, por exemplo, pela redução do fotoperíodo, jejum,
alimentação inadequada etc. Ocorrem então vários fenômenos, tais como: aumento na
atividade das glândulas adrenais; redução da atividade sexual e parada da postura;
atresia das características sexuais secundárias; atrofia do intestino; queda das plumas;
formação de novas plumas; regeneração do aparelho produtivo. O hipotálamo em
8
situações de estresse, passa a liberar de forma expressiva fatores liberadores de
hormônios corticotróficos (ACTHRF) e tireotróficos (TSHRF). A hipófise sob ação
destes hormônios passa então a secretar os hormônios corticotrófico (ACTH) e
tireotrófico (TSH). A elevação dos níveis sangüíneos destes hormônios lugar a uma
hipertrofia com hiperfunção das glândulas adrenais e da tireóide, e redução na liberação
do hormônio folículo estimulante (FSH) e LH (HIMENO e TANABE, 1957).
A ativação da tireóide provoca um aumento inicial no nível de tiroxina, seguida
de uma diminuição voltando a aumentar até alcançar nível máximo no final do período
de muda. Parece que a ação da tireóide é determinante no processo, uma vez que em
galinhas tireoidectomizadas, ocorre inibição da muda e redução do crescimento das
plumas. Além disso, ocorre também um aumento do nível de triiodotironina, sendo seu
maior nível no início da muda. A taxa hormonal varia de acordo com o método de muda
empregado, e sua elevação está relacionada a um aumento do metabolismo basal,
elevação da temperatura corporal e do fluxo sangüíneo. Esse aumento do metabolismo é
necessário para que se produza a queda das plumas. A concentração plasmática de
triiodotironina (T3) não se altera, mas a concentração de tiroxina (T4) aumenta durante
o jejum (BRAKE, 1979).
Alguns autores informam ainda que o aumento do nível de ACTH leva a uma
redução da liberação de gonadotrofinas FSH e LH. O jejum também exerce um efeito
aditivo sobre a redução dos níveis de LH, de progesterona e estradiol circulantes. Isso
faz com que haja um colapso na hierarquia do ovário, ocorrendo perda de estímulo do
hormônio estrogênio que mantém o oviduto em atividade (HIMENO e TANABE, 1957;
BERRY, 2003).
A causa ou conjunto de causas responsáveis pela queda das plumas que
acompanha a supressão da postura é pouco conhecida. Para alguns autores a prolactina
desempenha papel fundamental, originando o edema dos folículos epiteliais causadores
da perda de penas. É possível que a triiodotironina também participe deste processo
(HERYANTO et al., 1997).
A muda se completa com a formação de novas plumas e regeneração do ovário,
oviduto e intestinos. No aparelho genital regenerado amadurecem novos folículos e se
secreta a progesterona, a qual estimula as papilas plumíferas, contribuindo de forma
9
decisiva para a formação da plumagem. Neste processo pode haver a participação da
prolactina com uma ação dupla e contraposta antes e depois da parada da atividade
gonadal. Após a muda e ao se restabelecer a alimentação, é retomada a produção dos
esteróides sexuais pelo ovário e o oviduto reaviva, então, as aves voltam a um estado
fisiológico estável e começam a aumentar a produção de ovos em 2 a 4 semanas,
produzindo por mais um ciclo de 25 a 30 semanas, podendo atingir novo pico de
produção (GARCIA, 2004).
2.5 Qualidade do ovo
A idade da poedeira é fator limitante em relação à qualidade da casca, tanto no
final do primeiro como do segundo ciclo de produção. A qualidade da casca decresce
expressivamente no final da postura, com ovos cada vez maiores e casca fina
(KESHAVARZ, 1994). Nesse sentido, deve ser dado atenção aos fatores sanitários,
nutricionais e de manejo em geral que possam interferir na qualidade da casca, tais
como níveis de cálcio nas rações, granulometria e solubilidade das fontes delcio bem
como o horário de fornecimento do alimento. Razão pela qual recomenda-se atenção
especial ao fornecimento de rações devidamente balanceadas e que atendam às
exigências das aves. Isto porque a correta utilização do conjunto desses fatores faz com
que a muda forçada, se bem conduzida, permita uma resposta em quantidade de ovos
produzidos e qualidade de casca, tornando a atividade eficiente e economicamente
favorável ao produtor (AVILA, 2003). Os níveis de cálcio recomendados para poedeiras
no período de repouso e após a produção são de 2% e 3,5% de lcio (RODRIGUES et
al., 2005).
O aumento na função da glândula da casca após a muda forçada pode ser devido
a remodelagem em nível celular. A proliferação celular no oviduto substitui células
perdidas durante a regressão, como evidenciado pelo aumento na coloração das células
proliferando por meio de um antígeno celular nuclear, um marcador da proliferação
celular (HERYANTO et al., 1997).
Baker et al. (1981a) observaram que o epitélio glandular uterino, que é o local
do transporte e deposição do cálcio da casca, contém alta quantidade de lipídeo
10
intracelular visivelmente detectado por coloração histológica. Roland et al. (1977),
relataram que poedeiras que botavam ovos sem casca tinham altos níveis de lipídeos no
útero quando comparadas com poedeiras que botavam ovos com casca. Baker et al.
(1981a) observaram que a muda forçada remove o acúmulo de lipídeos na glândula da
casca e assim, diminui a incidência de ovos sem casca.
O conteúdo lipídico da glândula da casca aumenta com a idade da ave,
entretanto a muda causa uma diminuição no conteúdo de lipídeos nesta glândula e altera
o balanço de tipos de lipídeos (BAKER et al., 1981a, b.).
2.6 Composição do ovo
O ovo é um recipiente biológico perfeito que contém material orgânico e
inorgânico (Quadro 01) em sua constituição. A casca representa 12% da composição do
ovo sendo o envoltório externo composto basicamente de várias capas de cristais de
carbonato de cálcio, dispostos na forma de mamilos, dando a característica de
porosidade aos ovos e funcionando como pulmão para o desenvolvimento do embrião.
A clara, também chamada de albúmen, participa com 56% da composição do ovo. É
constituída de mais de 13 proteínas de alto valor biológico, sendo as principais a
ovoalbumina e a ovotransferrina que representam 66 % de todas as proteínas da clara. A
gema, representa 32% da composição do ovo e contém a maior fração de nutrientes
essenciais como vitaminas, proteínas de alto valor biológico (97,3 %), fosfolipídeos,
ácidos graxos essenciais e minerais. Com toda atenção voltada para a molécula de
colesterol do ovo, os consumidores perdem a oportunidade de verificar de fato que o
ovo é ricamente composto de substâncias essenciais a vida e que contribuem para a sua
saúde. O ovo apresenta a maior quantidade de nutrientes essenciais totais à nutrição
humana em relação ao seu conteúdo calórico quando comparado com qualquer outro
alimento (BETERCHINI, 2000).
11
Quadro 01. Composição nutricional de um ovo com 59 gramas de peso.
Nutrientes(unidades) Ovo inteiro Clara Gema
Calorias (kcal) 75 17 59
Proteínas (g) 6,25 3,52 2,78
Lipídeos totais (g) 5,01 0 5,01
Carboidratos totais (g) 0,6 0,3 0,3
Ácidos graxos (g) 4,33 0 4,33
Lipídeo saturado (g) 1,55 0 1,55
Lipídeo monoins. (g) 1,91 0 1,91
Lipídeo polinsat. (g) 0,68 0 0,68
Colesterol (mg) 213 0 213
Tiamina (mg) 0,031 0,002 0,028
Riboflavina (mg) 0,254 0,151 0,103
Niacina (mg) 0,036 0,031 0,005
Piridoxina (mg) 0,070 0,001 0,0069
Folacina (µg) 23,50 1,00 22,50
Vitamina B12 (µg) 0,50 0,07 0,43
Vitamina A (UI) 317,5 0 317,50
Vitamina E (mg) 0,70 0 0,70
Vitamina D (UI) 24,50 0 24,50
Colina (mg) 215,10 0,42 214,6
Biotina (mg) 9,98 2,34 7,58
Cálcio (mg) 25 2 23
Ferro (mg) 0,72 0,01 0,59
Magnésio (mg) 5 4 1
Cobre (mg) 0,007 0,002 0,005
Iodo (mg) 0,024 0,001 0,022
Zinco (mg) 0,55 0 0,55
Sódio (mg) 63 55 8
Manganês (mg) 0,012 0,001 0,011
2.7 Aspectos Nutricionais
No período após o jejum durante a muda, o desenvolvimento do aparelho
reprodutivo depende da quantidade e da qualidade da dieta fornecida à ave.
Alimentando as aves com dieta de baixa densidade, observa-se que a regressão do
ovário continua até o 5º dia de arraçoamento, enquanto que aves que recebem ração de
produção no mesmo período apresentam evolução ovariana a partir do dia de
12
alimentação. Porém o oviduto começa seu desenvolvimento após o início do
arraçoamento independente do tipo da dieta (GARCIA, 2004).
O período que segue à retirada de alimento e anterior ao início de produção é
muito importante para o rejuvenescimento do trato reprodutivo (BRAKE e THAXTON,
1979). Para esta nova etapa, as aves devem receber ração muito bem balanceada para
proporcionar recuperação dos componentes corporais e retorno rápido à produção de
ovos. Neste sentido, Brake e Thaxton (1979) em experimentos com poedeiras brancas
onde, após o jejum, metade das aves recebeu milho suplementado com cálcio e fósforo e
a outra metade ração de crescimento de frangas, concluíram que as aves alimentadas
com ração retornaram à produção mais cedo, mas não observaram diferenças no
tamanho dos ovos, qualidade da casca, eficiência alimentar e mortalidade quando
comparados ao grupo que recebeu milho.
Araújo et al. (2006), em avaliação macroscópica do oviduto de poedeiras
comerciais submetidas a vários métodos de muda forçada (método Califórnia com 10
dias de restrinção alimentar, alto nível de zinco – 20.000 ppm, dieta com 0,1% de cálcio
durante 14 dias e dieta contendo 0,05% de sódio durante 14 dias), observaram que os
diferentes métodos de muda forçada não interferiram na biometria do trato reprodutor
de poedeiras comerciais. Silva et al. (2006) avaliaram diferentes métodos de muda
forçada utilizando três diferentes tratamentos: tratamento convencional durante 12 dias,
11 gramas de milho por dia e 11 gramas de milho + calcáreo + premix mineral e
vitamínico e concluíram que a oferta de milho, fontes minerais e vitamínicos é efetiva
na melhoria da produção de ovos durante a muda forçada, mas no período pós muda não
tem efeito.
No que diz respeito à alimentação de galinhas em muda, no período pós-jejum,
Buchadé Carbó (1987) admite a existência de duas fortes tendências: a primeira é de
alimentar as aves com elevado nível protéico, baseado nas necessidades protéicas para a
fase de regeneração da plumagem e do aparelho reprodutivo. A segunda corrente
defende o emprego de baixos níveis protéicos nesta fase, argumentando que ao utilizar
dieta pobre se consegue aumentar o período de repouso, conseguindo desta forma um
rejuvenescimento maior. Andrews et al. (1987b) pesquisaram os possíveis efeitos do
nível protéico da dieta na renovação e crescimento das penas. Foi observado que aves
alimentadas com ração de muda contendo 16% de proteína apresentaram aos 56 dias
13
pós-muda maior crescimento médio e comprimento total das penas que as alimentadas
com milho moído, mas aos 112 dias não foram encontradas diferenças.
Andrews et al. (1987a) compararam os efeitos da utilização de milho moído ou
de ração com 16% proteína no período após o jejum. Não foram encontradas diferenças
significativas do tipo de dieta utilizada sobre a percentagem de postura por galinha por
dia, número de ovos por galinha alojada, conversão alimentar, peso dos ovos, gravidade
específica e peso da casca.
North (1982), comparando aves alimentadas com ração contendo baixos níveis
de proteína e aves alimentadas com ração de produção, observou que após oito semanas,
as aves que receberam ração de produção, apresentaram maior peso vivo e maior
produção de ovos. Koelkebeck et al. (1991) afirmaram que os teores de proteína nas
dietas de aves após a muda forçada influenciaram o desempenho das aves no verão e
outono, porém, no inverno não houve influência, e salientaram que a proteína seria mais
importante que a suplementação de aminoácidos sulfurados na dieta.
Schutte et al. (1988) afirmam que as necessidades de proteína para poedeiras são
determinadas essencialmente pela composição de aminoácidos na dieta, e os níveis de
proteína das rações à base de milho e soja poderiam ser reduzidos de 16,5% para 14,5%,
sem prejuízos para o desempenho das aves, desde que estas dietas fossem
suplementadas com metionina e lisina.
Hoyle e Garlich (1987), trabalharam com dietas contendo níveis de 12,4%;
13,5%; 14,8% e 17,0% de proteína, suplementados com metionina de maneira a obter
5% de aminoácidos sulfurados totais. Não foi verificado efeito do tratamento sobre o
peso vivo, percentagem de gordura na carcaça, peso médio de ovário, oviduto e gordura
abdominal por ocasião da produção do primeiro ovo. Mas as aves alimentadas com
menores níveis protéicos apresentaram maior tempo para produção do primeiro ovo.
Mendonça (1999) estudou o efeito de dois níveis de proteína (16,5% e 14%) e
cinco teores de metionina (0%; 0,025%; 0,05%; 0,075% e 0,10%) sobre o desempenho
de poedeiras submetidas à muda com óxido de zinco. Observou que o consumo e a
conversão alimentar foram significativamente melhores para as aves que receberam
dietas com 16,5% de proteína, e estas aves retornaram mais rápido à produção de ovos.
14
A suplementação de metionina à ração aumentou o peso dos ovos, mas não interferiu na
taxa de postura. As aves que consumiam cerca de 300 mg de metionina por dia,
produziram ovos mais pesados, porém apresentaram baixa qualidade de casca.
A suplementação de dieta baixa em proteína com lisina e metionina, ou com a
lisina, metionina e triptofano, leva a um desempenho após a muda forçada muito
próximo ao de galinhas que recebem ração contendo 16% de proteína (Koelkebeck et
al, 1993).
Segundo Petersen et al. (1983), mostraram que a redução no consumo de
metionina, de 300mg/ave/dia para 255mg/ave/dia, tanto no período de produção como
no período pós muda, provoca diminuição no peso do ovo e aumento na qualidade da
casca, sem afetar a produção diária de ovos.
Laurentiz et al. (2005), utilizaram vários níveis de aminoácidos sulfurados totais
para poedeiras semi-pesadas, após a muda forçada, e observaram que os aminoácidos
sulfurados totais exerceram efeito na fase de produção do segundo ciclo sobre o peso do
ovo, e a ingestão de 0,60% de aminoácidos sulfurados totais é suficiente para o período
de pós-muda.
2.8 Bem estar animal
A muda forçada pode ser economicamente favorável, mas esta prática é
considerada em desacordo com o bem estar animal. A fome é o motivador básico e este
desejo insaciável por alimentos pode tornar-se exacerbado quando as poedeiras são
submetidas a altas densidades em gaiolas. Passam a apresentar sinais de extrema
frustração, bicando os comedouros e fazendo movimentos repetitivos, aumento da
agressividade, resultando em alta mortalidade (BETERCHINI e GERALDO, 2005).
Por razões econômicas, os produtores de ovos adotam tipicamente programas de
muda forçada em seus lotes de aves, estendendo a postura para um segundo ciclo. A
preocupação em termos de bem estar reside no fato de um programa de muda forçada
induzida convencional envolver a retirada da ração por alguns dias, o que vem a causar
efetiva parada na produção (rejuvenescimento dos órgãos produtivos, ovários e oviduto)
e também causar, sem dúvida, estresses de diversas ordens (MAZZUCO, 2006).
15
Os métodos tradicionais de muda forçada que utilizam-se de privação de
alimento por períodos superiores a 24 horas não tem sido considerados adequados em
vários países, e por isso, os métodos alternativos de muda forçada, que não se utilizam
de jejum ou restrinção alimentar severa e prolongada, tem recebido atenção especial
(WAKELING, 1985).
O uso de rações com menor densidade calórica e/ou protéica, a adoção de curtos
períodos de jejum, redução quantitativa da ração ou modificação do balanço nutritivo da
dieta durante a muda têm sido os programas estudados com o propósito de compararem-
se índices de desempenho e bem-estar e assim fornecer indicações à indústria
(MAZZUCO, 2006).
Giampauli et al. (2005) avaliaram o desempenho e qualidade dos ovos de
poedeiras após a muda forçada, suplementadas com probiótico em diferentes fases de
criação, e não observaram melhoria no desempenho e na qualidade de ovos quando
comparadas a ração com e sem suplementação de probiótico.
O nível de 2700kcal de EM/kg de ração para poedeiras semipesadas submetidas
à muda forçada pelo método da utilização de zinco na dieta, foi suficiente para manter a
produção durante o segundo ciclo de postura no verão (COLVARA et al., 2002).
A suplementação de manganês melhora a qualidade da casca em ambas as fases
de postura após a muda forçada, a suplementação com 120 ppm de manganês propicia
melhor qualidade da casca, sem prejudicar a produção de ovos (FASSANI et al., 2000).
16
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
Avaliar a morfologia do oviduto e desempenho zootécnico de poedeiras
comerciais (Gallus gallus), submetidas e não submetidas a muda forçada.
3.2 ESPECÍFICOS
Avaliar a morfologia do oviduto (regiões do magno, istmo e glândula da casca)
de poedeiras comerciais submetidas e não submetidas a muda forçada.
Avaliar o desempenho zootécnico (percentual de postura e número de ovos
produzidos) de poedeiras comerciais submetidas e não submetidas a muda forçada.
17
4.0 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local do Experimento
O experimento foi realizado em uma granja de postura comercial (Granja Santa
Luzia), localizada na cidade de Glória do Goitá, na zona da mata do estado de
Pernambuco, Brasil. É uma granja automatizada, com galpões providos de telas e
cortinas nas suas laterais e ventiladores no seu interior.
Figura 01: Granja Santa Luzia. Vista do Galpão
onde foram alojadas as aves do experimento
4.2 Aves
Foram utilizadas para o estudo 4000 poedeiras da linhagem Lohmann Selected
Leghorn (LSL), com 65 semanas de idade distribuídas em gaiolas de plástico e ferro,
providas de comedouros tipo calha e bebedouros tipo nipple com densidade de
375cm
2
/ave (Figura 02) divididas em dois grupos: G1 onde se alojaram 2000 aves as
quais não foram submetidas a muda forçada e G2 onde se alojaram 2000 aves que se
submeteram a muda forçada (Figura 03).
18
Figura 02: Granja Santa Luzia. Aves utilizadas no
experimento (Grupo 01), alojadas em gaiolas.
G1
G2
Figura 03: Granja Santa Luzia. Vista dos grupos
divididos por linha de produção. G1- Aves o
submetidas a muda forçada (linha superior); G2-
Aves submetidas a muda forçada (linha inferior).
As aves permaneceram alojadas em galpão automatizado (Figura 04), onde o
arraçoamento foi efetuado através de equipamentos (Figura 05 e 06) programados para
realizar a distribuição e a homogeneização da ração dez vezes por dia. Ração esta
balanceada para poedeiras comerciais em final de postura de acordo com os veis
descritos na tabela 01.
19
Figura 04: Granja Santa Luzia. Vista interna do galpão
automatizado utilizado no experimento.
Figura 05: Granja Santa Luzia. Vista do
galpão automatizado e equipamento de
distribuição de ração utilizado no
experimento.
20
Figura 06: Granja Santa Luzia. Vista da saída da
ração do silo para o equipamento de distribuição nas
calhas.
Tabela 01 - Níveis nutricionais da ração balanceada para poedeiras na fase final de
postura. Glória do Goitá- PE, 2005.
EM (kcal/kg) 2750
Proteína 17,04
Extrato Etéreo 3,38
Fibra Bruta 2,62
Cálcio 4,30
Fósforo Total 0,63
Fósforo Disponível 0,38
Sódio 0,17
Cloro 0,28
Lysina Total 0,84
Metionina Total 0,34
Metionina + Cistina 0,60
Treonina Total 0,61
Tryptofano Total 0,17
Arginina Total 1,09
Isoleucina Total 0,65
4.3 Realização da muda forçada
As aves do grupo G1 permaneceram recebendo a ração normalmente durante
todo período de experimento, os ovos foram coletados como todos os outros aviários e o
manejo realizado foi igual aos demais. Nas aves do grupo G2 a muda forçada foi
realizada no período de 01/03/2005 a 11/03/2005 quando as aves atingiram a 70ª
semana de idade, onde a muda se iniciou pela retirada da ração durante 10 dias, com
água ad libitum e fotoperíodo natural. Antes do período de retirada da ração, foi
utilizado antibiótico a base de enrofloxacina na ração por cinco dias, na dose de
10mg/kg de peso, e ao iniciar o período de jejum, foi oferecido calcáreo calcítico para
21
aves durante cinco dias e nos cinco dias subseqüentes não foi fornecido nada de
alimento para as aves. Passado o período de dez dias de jejum, foi fornecida ração para
poedeiras em fase de produção em dias alternados e em quantidades crescentes até
chegar ao consumo diário padrão, de acordo com o manual de criação da Linhagem
(Anexo 01). Foram realizadas pesagens antes, durante o jejum até o término da fase de
muda no grupo submetido a muda forçada.
4.4 Dados de produção
Cada linha de produção onde se alojavam os grupos G1 e G2, possuíam um
contador automático, no qual o ovo, ao passar pela paleta, era registrado e no fim do dia
se obtinha o total de ovos produzidos em cada grupo (figura 07). Os ovos eram
recebidos por uma esteira coletora (figura 08), e seguiam até a sala de ovos, passando
pela ovoscopia (figura09), classificação e embalagem (figura 10).
Figura 07. Vista da contagem automática dos ovos
produzidos na Granja Santa Luzia.
22
Figura 08. Granja Santa Luzia.Transporte em esteira
rolante dos ovos em destino a sala de ovos.
Figura09. Vista da sala de ovos da Granja Santa Luzia.
Figura 10. Classificação, embalagem e estoque dos ovos
produzidos.
23
Os dados de produção dos grupos foram acompanhados durante o experimento,
através das planilhas de controle de produção da granja (Anexo02).
4.5 Estudo morfológico
Para o estudo morfológico do oviduto das poedeiras foram utilizadas 120 aves,
sendo as coletas realizadas utilizando-se 10 aves por grupo (G1 e G2) a cada 10
semanas. Foram feitas 06 coletas sendo as mesmas realizadas quando as aves atingiram,
70, 80, 90, 100, 110 e 120 semanas de idade.
As aves foram eutanasiadas por deslocamento cervical, imediatamente
necropsiadas, o oviduto foi localizado e dissecado, e colhidos fragmentos das porções
médias do magno, istmo e glândula da casca. Os fragmentos foram fixados em quido
de Boüin no ato da necrópsia, onde permaneceram por 24 horas para fixação. A
posteriori, as peças foram desidratadas em álcool etílico em concentrações crescentes,
diafanizadas em xilol, impregnadas e incluídas em parafina, segundo a metodologia de
Junqueira e Carneiro (1999). As peças foram incluídas de tal maneira que se pôde
observar ao microscópio de luz, cortes transversais das diversas porções do oviduto. Os
blocos foram cortados em micrótomo tipo minot da marca Leica modelo RM2125RT,
ajustado para 5 µm e as preparações histológicas obtidas foram coradas pela
hematoxilina e eosina (H.E) e fotografadas em fotomicroscópio Olympus BX41.
4.6 Estatística
Os resultados foram avaliados por Análise de Variância, quando significante esta
foi complementada pelo teste de Comparações Múltiplas Tukey. Os dados foram
tabulados e processados em programa estatístico SAS (Statistical Analysis System,
2001). Adotando-se o nível de significância de 5% (p 0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A mucosa do oviduto das aves dos grupos G1 e G2 formavam projeções visíveis
macroscopicamente, que evaginavam na luz do órgão, variando de tamanho e forma de
acordo com a região. O epitélio variava de simples colunar a pseudoestratificado com
presença de cílios. A lâmina própria na região do magno, istmo e glândula da casca
apresentou numerosas glândulas, resultado este que esde acordo com Takata et al.
(2003), que descreveram o haver influência do processo de muda na morfologia do
oviduto.
24
As regiões do magno e istmo apresentavam epitélio simples colunar com
presença de numerosas glândulas na lâmina própria (Figuras 11 e 12) em sua mucosa e
na glândula da casca observou-se epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com
presença de glândulas na lâmina própria (Figura 13). Estes dados estão de acordo com
os descritos por Banks (1992). Porém, no grupo submetido a muda forçada, observa-se
maior dilatação das glândulas e presença de secreção no lúmen do órgão.
A morfologia do epitélio de revestimento da camada mucosa do oviduto das
aves do grupo submetido a muda forçada apresentou maior uniformidade no tamanho,
quantidade e presença de cílios no revestimento ciliar e maior quantidade de secreção
no interior das glândulas, quando comparado com o grupo não submetido a muda
forçada .
Os dados de desempenho zootécnico avaliados demonstram que houve aumento
significante (P<0,05) no grupo submetido a muda forçada, quando comparado com o
grupo que não foi submetido a muda forçada. Estes resultados do desempenho refletem
os dados observados através da morfologia do oviduto.
Os dados de produtividade de nosso estudo estão em concordância com os
relatados por Baker et al. (1981a e 1981b), onde descrevem que o acúmulo de lipídeos
no nas células do oviduto de aves velhas prejudica sua produtividade, não pela falta
de calcificação da casca, como pela redução na produção de ovos vendáveis.
Tabela 02:- Médias de produção de ovos (%) dos grupos com muda forçada e
sem muda forçada
Idade 70
semanas
80
semanas
90
semanas
100
semanas
110
semanas
120
semanas
Com
muda
73,857 a 80,816 a 80,233 a 80,178 a 79,289 a 78,886 a
Sem
muda
71,199 b 68,527 b 71,134 b 72,444 b 71, 666 b 71, 542 b
CV
1
(%)
0,58 1,59 0,55 0,21 0,21 0,40
1
CV- coeficiente de Variação; Médias na coluna, seguidas de letras diferentes, diferem (P<0,05) pelo
teste de Tukey. * significativo (P<0,05).
25
EP
G
G G
A
EP
G
G
G
G
G
B
Figura 11- Fotomicrografia da região do magno do
oviduto de aves. Em A Ave não submetida a
muda forçada. Observar o epitélio simples
cilíndrico ciliado (EP), com cílios pouco
desenvolvidos, e lâmina própria com glândulas (G).
Em B Ave submetida a muda forçada. Observar
epitélio simples cilíndrico ciliado (EP), com
revestimento ciliar bem desenvolvido (seta) e
lâmina própria com glândulas (G). Coloração: H.E.
Aumento: 560x.
26
EP
G
G
G G
A
EP
G G
G
B G
Figura 12- Fotomicrografia da região do istmo do
oviduto de aves. Em A Ave não submetida a muda
forçada. Observar o epitélio simples cilíndrico ciliado
(EP), com cílios pouco desenvolvidos (seta), e lâmina
própria com glândulas (G). Em B Ave submetida a
muda forçada. Observar epitélio simples cilíndrico
ciliado (EP), com revestimento ciliar bem
desenvolvido e mina própria com glândulas (G).
Coloração: H.E. Aumento: 560x.
27
EP
G
G
A
EP
G
G
G
B
Figura 13- Fotomicrografia da região da glândula da
casca do oviduto de aves. Em A Ave não submetida
a muda forçada. Observar o epitélio simples cilíndrico
ciliado (EP), com cílios pouco desenvolvidos, e lâmina
própria com glândulas (G). Em B Ave submetida a
muda forçada. Observar epitélio simples cilíndrico
ciliado (EP), com revestimento ciliar bem
desenvolvido (seta) e lâmina própria com glândulas
(G). Coloração: H.E. Aumento: 560x.
28
O número de ovos produzidos por ave foi maior para o grupo submetido à muda
forçada, como observamos no quadro 02. Sendo uma diferença de 13 ovos por ave,
representa em um lote de 4.000 aves 52.000 ovos, que é um valor bastante significativo
para o produtor.
MESES G1
NÃO SUBMETIDO A
MUDA
G2
SUBMETIDO A MUDA
FORÇADA
JAN/70sem
21,03
21,91
FEV/74sem
20,17
18,23
MAR/79sem
22,89
5,63
ABR/83sem
21,94
22,63
MAI/87sem
21,79
24,89
JUN/91sem
21,43
25,61
JUL/95sem
21,93
26,36
AGO/99sem
21,87
26,59
SET/103sem
21,03
25,55
OUT/107sem
21,30
24,90
NOV/111sem
22,32
24,05
DEZ/115sem
21,49
24,57
JAN/120sem
22,14
24,18
TOTAL 281,33 295,1
Quadro 02: Número de ovos produzidos durante o experimento nos grupos submetidos e não
submetidos a muda forçada
29
O lote de aves submetido a muda forçada apresentou aumento significante na
produção de ovos após o período de muda, de acordo com o gráfico abaixo:
0
5
10
15
20
25
30
Jan2005/70sem
Fev/74sem
Mar2005/79sem
Abr/83
s
em
M
a
i2005
/8
7sem
Jun/91sem
Jul2
0
05/95sem
Ago
/
9
9
s
em
Se
t2005
/
103
s
e
m
O
u
t
/
1
0
7
s
e
m
Nov
2
0
0
5
/11
1
s
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m
Dez/
1
1
5
s
e
m
Jan
2
006
/
1
2
0se
m
Não muda
Muda forçada
Gráfico 01: Numero de ovos produzidos de aves submetidas a muda forçada e não submetidas a
muda forçada durante a fase de experimento. Granja Santa Luzia, Glória do Goitá, 2007).
30
CONCLUSÕES
Baseados em nossos resultados podemos concluir que:
A muda forçada preservou melhor a morfologia do oviduto (regiões do magno,
istmo e glândula da casca), com destaque para o revestimento ciliar e glândulas da
lâmina própria.
A muda forçada aumenta a produção das poedeiras com um aumento
significante na quantidade de ovos produzidos.
31
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