vi
CHIMIN
,
Patricia
.
Relação entre fatores morfofisiológicos e indicadores de
desempenho derivados do modelo de Carga Crítica na natação em ratos W
istar
.
200
9
.
64
f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Centro de Educação Física e
Esportes
. Universidade Estadual de
Londrina
,
Londrina
, 200
9.
RESUMO
O teste de Potência Crítica (PC) tem sido muito usado nos últimos anos, e vários
estudos vêm buscando compreender o real significado fisiológico de seus índices
aeróbio e anaeróbio. Testes realizados até exaustão na intensidade do índice aeróbio
obtido por esse modelo de PC foram realizados, entretanto, as variáveis fisiológicas
medidas durante os esforços não se mantiveram em estado estável, além dos sujeitos
não suportarem longos períodos de tempo, como seria esperado. Como ainda não há
um consenso sobre as variáveis fisiológicas que determinam o tempo de exercício na
intensidade da PC, outras variáveis, como, por exemplo, variáveis morfofisiológicas
que sejam capazes de predizê-la, tornam-se importantes para o melhor entendimento
de seu significado. Dessa forma, os objetivos do presente estudo foram: (1) verificar
o
tempo de tolerância na intensidade de 100% da Carga Crítica (Ccrit) individual, e (2)
v
erificar
se os
parâmetros
morfofisiológicos têm alguma relação com o desempenho e
o tempo de tolerância na natação. Vinte ratos machos da linhagem Wistar,
previamente adaptados ao exercício de natação, foram submetidos a testes preditivos
para o cálculo da Ccrit e da capacidade de nado anaeróbio (CNA), pela equação não-
linear, e subsequentemente, foram submetidos a exercício suportando 100% da Ccrit
até a exaustão. Vinte e quatro horas após o exercício, os animais foram anestesiados
para a coleta de sangue e tecidos para posterior análise de hematócrito, contagem de
hemácias, relação capilar/fibra, área
transversal
da fibra muscular do sóleo e do
gastrocnêmio
, tipagem de fibra e atividade da citrato sintase. Os resultados mostraram
que os valores de Ccrit variaram de 3,7 a 7,1% do peso corporal, enquanto que o
tempo de tolerância variou entre 350 e 2853 segundos. Foram encontradas fortes
correlações entre os próprios indicadores (Ccrit, CNA e tempo de tolerância), sendo
que todos atingiram significância estatística (P < 0,05). A Ccrit e o tempo de tolerância
se correlacionaram com a porcentagem de fibras oxidativas (r = 0,473; P = 0,035 e
r = -
0,473;
P = 0,035
,
respectivamente)
e com a porcentagem de fibras glicolíticas
(r = -
0,590;
P = 0,006 e r = 0,590; P = 0,006, respectivamente). A CNA apresentou
correlação moderada com a porcentagem de fibras glicolíticas, porém não significante
(r = 0,41; P = 0,1654). Somente o tempo de tolerância se correlacionou com a área
média das fibras do músculo sóleo (r = 0,569; P = 0,009). As demais variáveis
apresentaram correlações fracas com a Ccrit e o tempo de tolerância. A partir dos
resultados, pode-se concluir que o modelo de Ccrit para natação em ratos deve ser
usado com cautela, uma vez que parece não estimar a intensidade do
limiar
an
aeróbio. Além disso, as correlações com as variáveis morfofisiológicas indicam que
nenhuma delas pode
explicar sozinha
o desempenho
na intensidade da Ccrit.
Palavras
-
Chave:
carga crítica, desempenho, medidas morfofisiológicas, natação, ratos
Wistar.