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UNIVERSIDADE POTIGUAR- UnP
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
PATRICIA LINS AZEVEDO DO NASCIMENTO
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL
DOS MODELOS DE GESSO TIPO IV, MANIPULADOS COM
SUBSTÂNCIAS DESINFETANTES.
NATAL
2007
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PATRICIA LINS AZEVEDO DO NASCIMENTO
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL
DOS MODELOS DE GESSO TIPO IV, MANIPULADOS COM
SUBSTÂNCIAS DESINFETANTES.
Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de
Potiguar, como parte integrante dos requisitos
para a obtenção do tulo de Mestre (Mestrado
em Odontologia).
Área de Concentração: Clínica Odontológica
ORIENTADOR: Prof. Dr. Alexandre Henrique
de Moura Dias
Co-orientador: Prof. Dr. Cícero Romão Gadê
Neto
NATAL
2007
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N244a Nascimento, Patrícia Lins Azevedo do.
Avaliação microbiológica e da alteração dimensional dos
modelos de gesso tipo IV, manipulados com substâncias
N244a Nascimento, Patrícia Lins Azevedo do.
Avaliação microbiológica e da alteração dimensional dos
modelos de gesso tipo IV, manipulados com substâncias
desinfetantes/ Patricia Lins Azevedo do Nascimento. Natal,
2007.
120f.
Dissertação (Mestrado em Odontologia). Universidade Potiguar
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Bibliografia: 106-113.
1. Odontologia Dissertação. 2. Microbiologia Avaliação.
3. Ação Antimicrobiana – Substâncias Desinfetantes. I. Título.
RN/UnP/BCSF CDU: 616.314(043)
4
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TERMO DE AUTORIZAÇÃO
Eu, Patrícia Lins Azevedo do Nascimento, Brasileira, solteira, cirurgiã-dentista,
residente e domiciliada na Rua das Tabocas, 1129, Boa Vista, na cidade de
Garanhuns, Estado de Pernambuco, portadora do documento de Identidade:
4647455 SSP/PE, qualidade de titular dos direitos morais e patrimoniais de
autor da obra sob o tulo: Avaliação microbiológica e da alteração
dimensional dos modelos de gesso tipo IV, manipulados com
substâncias desinfetantes , sob a forma de Dissertação, apresentada na
Universidade Potiguar UnP, em 26/07/2007, com base no disposto na Lei
Federal nº 9.160, de 19 de fevereiro de 1998:
1. (x) AUTORIZO, disponibilizar nas Bibliotecas do SIB / UnP para consulta a
OBRA, a partir desta data e até que manifestações em sentido contrário de
minha parte determina a cessação desta autorização sob a forma de depósito
legal nas Bibliotecas, bem como disponibilizar o título da obra na Internet e em
outros meios eletrônicos."
2. ( ) AUTORIZO, disponibilizar nas Bibliotecas do SIB / UnP, para consulta e
eventual empréstimo, a OBRA, a partir desta data e até que manifestações em
sentido contrário de minha parte determina a cessação desta autorização sob
a forma de depósito legal nas Bibliotecas.
3. ( ) AUTORIZO, a partir de dois anos após esta data, a Universidade
Potiguar - UnP, a reproduzir, disponibilizar na rede mundial de computadores -
Internet e permitir a reprodução por meio eletrônico, da OBRA, até que
manifestações contrária a minha parte determine a cessação desta
autorização.
4. ( ) CONSULTE-ME, dois anos após esta data, quanto a possibilidade de
minha AUTORIZAÇÃO à Universidade Potiguar - UnP, a reproduzir,
disponibilizar na rede mundial de computadores - Internet - e permitir a
reprodução por meio eletrônico, da OBRA.
Natal, ____ de ______________ de 2007.
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Patrícia Lins Azevedo do Nascimento
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DEDICO ESTE TRABALHO ESPECIALMENTE A:
Meus Pais
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pelas pessoas batalhadoras que são;
pela educação que me deram;
pelo amor que nos une e que nos fortalece a cada dia.
Meu irmão
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Pelo irmão atencioso que é;
Pelo seu caráter e generosidade;
Pelo grande amor e amizade que sempre nos uniu.
Minha sobrinha
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Que está por vir para florescer e alegrar os nossos dias.
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AGRADECIMENTOS
A Deus
Por me iluminar e dar discernimento nos momentos difíceis dessa jornada.
À minha querida e tão amada família, pela enorme compreensão e total apoio em
todos os momentos.
À minha avó Luzinete (in memorian) que mesmo sem sua presença física, me fez
sentir seu amor e proteção em vários momentos dessa caminhada.
Ao meu namorado Jailson pela pessoa maravilhosa que é e pela sua paciência
comigo.
À Laine pelo apoio e carinho demonstrados durante todo o tempo que trabalha
comigo.
À Universidade Potiguar - UnP, nas pessoas do Excelentíssimo Chanceler Prof.
Paulo Vasconcelos de Paula e do Magnífico Reitor Prof. Manoel Pereira dos
Santos.
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, nas pessoas das Profas. Dras. Lecy
de Maria Araújo Gadelha Fernandes e Edja Maria Melo de Brito, pelo
profissionalismo e dedicação à essa instituição.
Ao Curso de Odontologia da Universidade Potiguar, na pessoa do seu digníssimo,
diretor Prof. Dr. Tasso Gadelha Fernandes.
À Profª. Drª. Rejane Maria de Carvalho pela maneira materna de conduzir a pós-
graduação da Universidade Potiguar, sempre alegrando e encorajando a todos.
Ao Prof. Dr. Alexandre Henrique de Moura Dias pela atenção e orientações
prestadas durante a evolução desta pesquisa.
10
Ao Prof. Dr. Cícero Romão Gadê Neto pela sua paciência e dedicação, o que o
faz um grande e querido mestre.
Ao Prof. Uoston Holder da Silva pelo grande incentivo e estímulo, fundamentais
para que eu iniciasse esta jornada. Obrigada pelo seu carinho.
Ao departamento de microbiologia nas pessoas da Profª Lígia Maria de Melo e
Raíssa Maria Godeiro e da assistente Elizabeth, pelo apoio irrestrito, carinho e
dedicação que dedicaram a mim durante todo o curso.
À Profª Drª Socorro Vieira do departamento de Biologia Molecular da UFPB, pela
sua atenção e colaboração no desenvolvimento dessa pesquisa.
Ao Prof. Dr. André Ulisses Dantas que mesmo com tão pouco tempo de convívio,
se mostrou um grande mestre e grande pessoa. Obrigada pela sugestão da
pesquisa.
Ao Prof. Dr. Alex Santos pela atenção dispensada em vários momentos dessa
jornada e principalmente na conclusão deste trabalho.
A todos os professores que compõem a pós-graduação da Universidade Potiguar :
Cláudia Tavares Machado, Carlos Frederico de Moraes Sarmento, Edja Maria
de Melo Brito, Maria Goretti Freire de Carvalho, Patrícia Teixeira de Oliveira,
Samira Albuquerque de Souza.
Ao Prof. Dr. Flávio Seabra por sua consideração e disponibilidade ao executar a
estatística dessa pesquisa.
Aos colegas de turma pelo convívio e aprendizado: Ana, Eva, Lílian, Luciana,
Eliziane, Rachel, Rafael, Rômulo, Rosiane e Vilmar. Em especial ao João, Vânio
e Lacet pela amizade e companheirismo que demonstraram nesses dois anos de
convívio.
11
Às amigas Daniella e Lucy pelo carinho demonstrado nas horas de dificuldade e
pelas risadas nos momentos de descontração.
Ao aluno de graduação Rafael Bezerra Ribeiro, pela grande ajuda prestada durante
a parte experimental, sempre atencioso e prestativo.
À Prefeitura Municipal de Lagoa do Ouro, nas pessoas da secretária de saúde Srª
Nilva e da coordenadora de saúde bucal, Drª Karina Melo, por terem permitido um
remanejamento de horários a fim de que eu pudesse realizar esta s - graduação,
tão importante para meu crescimento profissional.
A todos os voluntários que permitiram se tornar sujeitos dessa pesquisa por terem
possibilitado a execução da mesma.
À secretária da pós-graduação Vanízia por ter sido sempre tão gentil e atenciosa.
Às funcionárias da esterilização da UNP por terem sido de fundamental
importância no decorrer do experimento, sempre atenciosas e solidárias;
Aos funcionários do CT Gás nas pessoas do Maxymme Mendes de Melo e Grace
Rafaela de Oliveira pelas leituras dos corpos-de-prova.
A todos que direta ou indiretamente participaram da elaboração desse trabalho, o
meu muito obrigado.
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Não é o desafio com que nos deparamos que determina
quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira
com que respondemos ao desafio. Somos combatentes,
idealistas, mas plenamente conscientes, porque o ter
consciência não obriga a ter teoria sobre as coisas, nos
obriga sermos conscientes. Problemas para vencer,
liberdade para provar. E, enquanto acreditarmos no nosso
sonho, nada é por acaso.
(HENFIL)
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RESUMO
RESUMO
O objetivo desse estudo foi avaliar a alteração dimensional e a ação antimicrobiana
de substâncias desinfetantes (hipoclorito de sódio a 1% e clorexidina a 4%) quando
utilizadas durante a manipulação do gesso tipo IV (Durone). Foi executado um
estudo in vivo (microbiológico) e dois in vitro (microbiológico e das alterações
dimensionais dos modelos de gesso). No estudo in vivo, foram obtidas moldagens
de trinta voluntários. Realizaram-se coletas com swabs nos moldes e após a presa
do gesso manipulado com as substâncias desinfetantes com 1 hora e 24 horas.
Após semeadura do meio BHI Agar, os swabs foram dispensados em tubos de
ensaio com BHI caldo. As placas e caldos correspondentes foram identificados e
incubados em estufa bacteriológica a 37°C, tanto para as coletas dos moldes quanto
dos modelos. Após 24 horas foram realizadas as leituras das unidades formadoras
de colônias nas placas e comparado o grau de turbidez dos tubos pela escala de
Mac Farland. Os dados foram submetidos aos testes Kruskal-Wallis e Wilcoxon. No
estudo microbiológico laboratorial, cepas de S. mutans (ATCC 25175), S. sanguis
(ATCC 10556) e E. faecalis (ATCC 29212) foram semeadas no meio de Agar Müeller
Hinton (Difco
TM
). Sobre o meio posicionaram-se anéis de aço inox preenchidos com
gesso tipo IV Durone (Dentsply) manipulado com as mesmas substâncias do estudo
clínico. Após a deposição do gesso manipulado com as substâncias, as placas
foram incubadas por 24 horas em estufa bacteriológica a 37°C. Decorrido esse
período, mediu-se, com paquímetro digital, os halos de inibição formados. Os
valores obtidos foram submetidos à análise de Variância com dois critérios de
classificação. Para o estudo in vitro de avaliação das alterações dimensionais dos
modelos, o gesso tipo IV foi manipulado com as mesmas substâncias dos outros
dois estudos. Para tal, confeccionou-se uma matriz metálica em forma de pentágono
com cinco pilares e uma moldeira perfeitamente adaptada. A moldagem também foi
realizada com alginato. O eixo de inserção da moldeira foi padronizado mantendo-a
presa na plataforma, enquanto que a matriz estava fixada na haste vertical móvel de
um delineador para prótese removível. Os modelos obtidos foram fotografados com
uma câmera digital (Nikon Colpix 5700) e as mensurações das distâncias entre os
centros dos cinco pilares foram obtidas pelo software Image Pro Plus. Os dados
obtidos foram submetidos ao teste T pareado. Concluiu-se no estudo microbiológico
in vivo que os microrganismos aeróbios e anaeróbios facultativos presentes nos
moldes iniciais tiveram seu crescimento inibido, independente da substância de
manipulação do gesso ter ou não ação anti-séptica; o estudo microbiológico in vitro
mostrou que o hipoclorito de sódio a 1% apresentou uma maior eficácia quanto à
inibição de crescimento do S. mutans, S. sanguis e E. faecalis em relação à
clorexidina a 4%; quanto ao estudo in vitro de análise da alteração dimensional foi
observado a ocorrência de alteração dimensional clinicamente significativa quando
se manipula o gesso tipo IV Durone com hipoclorito de sódio a 1% e clorexidina a
4%.
Palavras-chave: Microbiologia. Alteração dimensional. Incorporação de substâncias
desinfetantes.
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16
ABSTRACT
ABSTRACT
The objective of this study was going to evaluate the dimensional alteration and the
antimicrobial action of disinfectant substances (sodium hypochlorite to 1% and
chlorhexidine the 4%) when used during the dental stone manipulation (Durone).
Was going run a study in vivo (microbiological) and two in vitro (microbiological and
of gypsum models dimensional alterations). In the study in vivo, they were going
obtained moldings of thirty voluntary. They accomplished collections with swabs in
the molds and after the plaster capture manipulated with the disinfectant substances
with 1 hour and 24 hours. After middle sowing BHI Agar, swabs were going
dispensed in test tubes with BHI broth. The plates and corresponding broths were
going identified and incubated in bacteriological stove to 37°C, so much for the
collections of the molds how much of the models. After 24 hours were going
accomplished the colonies units formers readings in the plates and compared the
tubes turbidity degree by the scale of MAC Farland. The data were going submitted
to the tests Kruskal-Wallis and Wilcoxon. In the microbiological study laboratorial,
used S. mutans (ATCC 25175), S. sanguis (ATCC 10556) and E. faecalis (ATCC
29212) were going sown in the middle of Agar eller Hinton (Difco
TM
). Over the
medium culture were placed rings fulfil with dental stone manipulated with the same
clinical study substances. After the plaster deposition manipulated with the
substances, the plates were going incubated for 24 hours in bacteriological stove to
37°C. Elapsed this time, it measured, with digital pachymeter, the formatted inhibition
halos. The obtained values were going submitted to the Variance analysis. For the
study in vitro of models dimensional alterations evaluation, the dental stone was
going manipulated with the same substances of the others two studies. For such,
constructed itself a metallic head office in pentagon form with five pillars and a tray
perfectly adapted. The molding was also going accomplished with alginate. Tray
insert axis was going standardized keeping her capture in the platform, while the
head office was fastened in the vertical stem piece of furniture of a surveyor. The
obtained models were going photographed with a digital camera (Nikon Colpix 5700)
and gauging of the distances between pillars centers were going obtained by the
software Image Pro Plus. The results were going submitted to the t teste. It
concluded in the microbiological study in vivo that the microorganisms aerobic and
facultative anaerobic presents in the initial molds had your inhibited, plaster
manipulation substance independent growth have or not antiseptic action; the
microbiological study in vitro showed that the sodium hypochlorite to 1% introduced a
17
larger effectiveness regarding the growth inhibition of S. mutans, S. sanguis and E.
faecalis regarding chlorhexidine 4%; regarding the study in vitro of dimensional
alteration analysis noticed that there were dimensional clinically significant alteration
when it manipulates dental stone (Durone) with sodium hypochlorite 1% and
chlorhexidine 4%.
Key Word: Microbiology. Dimensional alteration. Disinfectant substances
incorporation.
18
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Descrição dos materiais utilizados no estudo 69
Quadro 2 Microrganismos utilizados no estudo 70
Quadro 3 Meios de cultura empregados 70
Quadro 4 Apresentação de outros materiais utilizados nos estudos
Microbiológicos 70
Quadro 5 Materiais empregados no estudo das alterações dimensionais
(in vitro) 71
Quadro 6 Outros materiais utilizados no estudo 71
Figura 1 Delineamento do estudo microbiológico in vivo 72
Figura 2 Molde em alginato 73
Figura 3 Coleta de microrganismos do molde com swab 73
Figura 4 Plaqueamento com swab estéril 74
Figura 5 Swab dispensado no caldo BHI 74
Figura 6 Contagem das UFC 75
Figura 7 Turbidez do caldo 75
Figura 8 Moldeira parcial perfurada estéril embalada em grau
cirúrgico 75
Figura 9 Moldes e moldeiras identificados 75
Figura 10 Soro fisiológico estéril 76
Figura 11 Clorexidina 4% e hipoclorito de sódio 1% 76
Figura 12 Umidificadores desinfetados 76
Figura 13 Coleta no modelo de gesso 77
Figura 14 Estufa microbiológica 77
Figura 15 Modelos armazenados em umidificador 78
Figura 16 UFC na placa de Petri 78
Figura 17 Turbidez dos caldos 78
Figura 18 2ª Coleta dos modelos 79
Figura 19 Swab dispensado no caldo BHI 79
Figura 20 Escala de Mac Farland 80
Figura 21 Semeadura do meio de cultura 80
Figura 22 Placas em triplicata 80
19
Figura 23 Deposição do gesso no anel de aço 81
Figura 24 Anel sobre meio de cultura semeado 81
Figura 25 Inibição de crescimento bacteriano 82
Figura 26 Halo de inibição do hipoclorito 1% 82
Figura 27 Medição do halo formado com paquímetro digital 82
Quadro 7 Grupos amostrais 83
Figura 28 Matriz de aço inoxidável 84
Figura 29 Conjunto moldeira/ matriz posicionadas no delineador 84
Figura 30 Posicionamento do conjunto moldeira/matriz durante
a moldagem com alginato 85
Figura 31 Medidas do padrão metálico (controle) 86
Figura 32 Medidas das distâncias entre os centros dos cilindros no
corpo-de-prova de gesso 86
Figura 33 Valores médios de halos de inibição para cada solução
em relação aos microrganismos
92
Figura 34 Gráfico dos valores médios e desvio padrão da
alteração dimensional para cada solução 93
20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Comparação entre os grupos na primeira coleta 89
Tabela 2 Comparação entre os grupos na segunda coleta 90
Tabela 3 Análise de variância 91
Tabela 4 Teste de Tukey 92
Tabela 5 Análise de variância 94
Tabela 6 Médias das variações dimensionais para cada solução 94
21
LISTA DE ABREVIATURAS
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ATCC Número de registro da bactéria
BHI Brain Heart Infusion
CD Cirurgião-dentista
cfu Colony forming unit
cl Clorexidina a 4%
CO
2
Gás carbônico
cp Corpo - de – prova
C. albicans Candida albicans
Ef Enterococcus faecalis
g Grama
G1 Grupo 1 (soro fisiológico estéril)
G2 Grupo 2 (hipoclorito de sódio a 1%)
G3 Grupo 3 (clorexidina a 4%)
G1.1 Primeira coleta nos modelos de gesso do grupo soro
G2.1 Primeira coleta nos modelos de gesso do grupo hipoclorito
G3.1 Primeira coleta nos modelos de gesso do grupo clorexidina
G1.2 Segunda coleta nos modelos de gesso do grupo soro
G2.2 Segunda coleta nos modelos de gesso do grupo hipoclorito
G3.2 Segunda coleta nos modelos de gesso do grupo clorexidina
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HSV Vírus herpes simples
HBV Vírus da hepatite B
hs Hipoclorito de sódio a 1%
h Hora
hi Halo de inibição
ISO International Standardization Organization
ml Mililitro
mm Milímetro
MH Mueller Hinton
O
2
oxigênio
22
P. aeruginosa Pseudomonas aeruginosa
sf soro fisiológico estéril
Sm Streptococcus mutans
Ss Streptococcus sanguis
TSB Tryptcase Soy Broth
µm micrômetro
ufc unidade formadora de colônia
23
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 24
2 REVISÃO DE LITERATURA 28
2. 1 RISCO DE CONTAMINAÇÃO CRUZADA ENTRE
CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO E LABORATÓRIO
PROTÉTICO 29
2. 2 TÉCNICAS DE DESINFECÇÃO PARA MOLDES E MODELOS 37
2. 3 ALTERAÇÕES NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS
MODELOS DE GESSO 50
3 PROPOSIÇÃO 66
4 MATERIAL E MÉTODOS 68
4. 1 MATERIAL 69
4.1.1 Estudos microbiológicos 69
4.1.2 Estudo das alterações dimensionais dos modelos 71
4. 2 MÉTODOS 71
4. 2.1 Estudo microbiológico in vivo 72
4.2.1.1 Seleção da amostra 72
4.2.1.2 Obtenção dos moldes 73
4.2.1.3 Imediatamente após a obtenção dos moldes 73
4.2.1.3.1 Coleta de microrganismos dos moldes obtidos 73
4.2.1.4 Vinte e quatro horas após a obtenção dos moldes 74
4.2.1.4.1 Contagem das ufc e observação dos caldos dos moldes(24h) 74
4.2.1.5 Vazamento dos moldes 75
4.2.1.6 Uma hora após vazamento dos moldes 77
4.2.1.6.1 Primeira coleta de microrganismos dos modelos de gesso 77
4.2.1.7 Vinte e quatro horas após primeira coleta dos modelos de gesso 78
4.2.1.7.1 Contagem das ufc e observação dos caldos da primeira coleta
dos modelos de gesso (24h) 78
4.2.1.7.2 Segunda coleta de microrganismos dos modelos de gesso 79
4.2.1.8 Após 24 horas da segunda coleta dos modelos de gesso 79
25
4.2.1.8.1 Contagem das ufc e observação da turbidez dos caldos da
segunda coleta dos modelos (24h) 79
4. 2.2 Estudo microbiológico in vitro 80
4. 2.3 Estudo das alterações dimensionais dos modelos (in vitro) 83
5 RESULTADOS 87
5.1 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VIVO 88
5.2 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VITRO 90
5.3 ESTUDO DAS ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DOS MODELOS
DE GESSO (IN VITRO)
92
6 DISCUSSÃO 95
6.1 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VIVO 96
6.2 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VITRO 100
6.3 ESTUDO DAS ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DOS MODELOS
DE GESSO (IN VITRO)
101
7 CONCLUSÃO 104
REFERÊNCIAS 106
ANEXOS 114
26
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N
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25
INTRODUÇÃO
1 Introdução
O exercício da odontologia nos dias atuais se depara com normas rígidas de
controle de infecção, que visam a biossegurança tanto do paciente, como do
operador e do pessoal auxiliar, incluindo aí, o técnico em prótese dentária.
Para a confecção de uma prótese dentária, várias etapas e materiais se fazem
necessários e dentre estes, relatos de dificuldade na realização dos
procedimentos de biossegurança por parte dos profissionais envolvidos, o que pode
favorecer a contaminação cruzada e disseminação de algumas doenças como
hepatite (B e C), tuberculose, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e
herpes (HSV). Além de que, outros microrganismos normalmente não patogênicos
podem causar doenças oportunistas em pessoas imunocomprometidas
(MERCHANT et al.,1984).
Com a evolução da patogenicidade das doenças infecto-contagiosas, a adoção
de práticas para controle de infecções tornou-se importante devido à fácil
contaminação dos trabalhos protéticos e instrumentais durante uma atividade clínica
(MARANHÃO, LOPES, ESTEVES, 2006). Moldes, registros, próteses e aparelhos
que tenham estado em contato com fluidos bucais do paciente devem ser
previamente desinfetados antes de serem enviados para o laboratório dental
(ROWE, FORREST, 1978; PAVARINA et al., 1999; SANTOS JÚNIOR et al., 2001).
A cavidade oral abriga uma gama de microrganismos capazes de produzir
doenças locais ou sistêmicas (Cunha, Zöllner, 2002). No estudo de Powell et al.
(1990) 67% das amostras recolhidas em laboratórios apresentaram presença de
bactéria oportunista de variável patogenicidade, incluindo Enterobacter cloacae,
Klebsiella oxytoca e Pseudomonas aerugenosa. Microrganismos que em algumas
circunstâncias como um corte ou uma ferida na pele, poderia ocorrer uma infecção.
Além da possibilidade de transmissão de patógenos como Streptococcus,
Staphylococcus aureus, Micobacterium tuberculosis, Chlamydia e Micoplasma, do
paciente ao pessoal odontológico.
26
INTRODUÇÃO
É necessário conhecer as técnicas de controle de infecção, pois não se podem
identificar todos os portadores potenciais de determinadas patologias. Portanto,
devemos considerar todo paciente como potencialmente infectado, adotando
medidas de prevenção contra as doenças infecto-contagiosas, como o uso de
proteção individual, como, gorro, luvas, máscara, óculos e jaleco, além de
procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e instrumentais
(MARANHÃO, ESTEVES, 2004).
Cotrim et al. (2001) alertaram para a necessidade de desenvolver diretrizes
para o controle de infecção cruzada entre consultórios e laboratórios dentários, as
quais deveriam ser estabelecidas e divulgadas entre técnicos e cirurgiões
dentistas para que esta importante via de contaminação fosse controlada.
Para Teixeira (1998) é responsabilidade legal do cirurgião-dentista e moral de
todos da equipe odontológica, a implantação, manutenção e o desenvolvimento de
um programa para o controle de infecção cruzada, em seus ambientes de trabalho, o
que está regulamentado por portarias dos Ministérios do Trabalho e da Saúde e
pelos Centros de Vigilância Sanitária dos Estados.
Os métodos de desinfecção preconizados na área de prótese ainda são vistos
por alguns profissionais com ressalvas devido à possibilidade de alteração
dimensional do modelo de gesso, gerando uma desconfiança a respeito da
fidelidade do mesmo. Para Ferrucio et al. (2001) a precisão almejada dos modelos
de gesso após se fazer uma desinfecção, está relacionada a diversos fatores, sendo
que os principais o: o material de impressão, as soluções desinfetantes e as
moldeiras usadas. O estudo de Lucas (2004) concluiu que a estabilidade
dimensional linear do gesso espatulado com glutaraldeído e clorexidina apresentou
uma expansão de presa semelhante ao grupo controle; já a solução de hipoclorito de
sódio a 1% promoveu severas alterações nas propriedades avaliadas (tempo de
presa, estabilidade dimensional e reprodução de detalhes).
27
INTRODUÇÃO
A desinfecção dos modelos de gesso pode ser feita por pulverização ou
imersão em solução desinfetante, pela inclusão de agente antimicrobiano à
composição dos gessos ou pela manipulação do gesso com solução desinfetante
(SOARES, UETI, 2001). Ivanovski et al. (1995) defenderam a idéia de que a
incorporação de soluções desinfetantes ao modelo de gesso deve ser utilizada em
todos os casos independente do grau de risco do paciente.
Segundo Santos, Jorge (2001) é necessário que a descontaminação de
moldes dentários seja adotada como procedimento na prática odontológica para
prevenir infecção cruzada. Porém a eficácia do desinfetante depende de suficiente
tempo de contato e da concentração da substância.
Souza et al. (2001) alertaram para a importância da desinfecção dos materiais
de impressão em virtude da persistência de bactérias e fungos na superfície destas.
Os autores ressaltaram ainda que, os vírus HIV e HBV, são inativados pelo
glutaraldeído a 2% e hipoclorito de sódio a 1%. Entretanto estes microrganismos por
serem mais resistentes, não são destruídos pela clorexidina a 0,5%.
Dentre os principais materiais de moldagem, o alginato é o mais utilizado na
odontologia e o mais difícil de desinfetar, graças à sua grande capacidade de perder
ou incorporar água, o que leva o material a alterações dimensionais (GARCIA et
al.1995). Segundo Leung e Schonfeld (1983), Samaranayake et al.(1991), o alginato
pode transportar microrganismos da boca do paciente para o modelo de gesso
durante o ato da moldagem. Mitchell et al. (1997) comprovaram em seu estudo que
a contaminação do modelo de gesso por saliva pode ocorrer e necessita de um
método efetivo de desinfecção.
Diante dos poucos trabalhos realizados utilizando a incorporação da
substância desinfetante na manipulação do gesso, resolvemos verificar a alteração
dimensional dos modelos de gesso e a ação antimicrobiana do hipoclorito de sódio a
1% e clorexidina a 4% quando incorporados durante a manipulação do gesso tipo IV.
28
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29
REVISÃO DE LITERATURA
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 RISCO DE CONTAMINAÇÃO CRUZADA ENTRE CONSULTÓRIO
ODONTOLÓGICO E LABORATÓRIO PROTÉTICO.
Para Pleasure et al. (1959), o risco de transmissão da tuberculose para os
técnicos de laboratório poderia ocorrer através do envio de moldes, registros
oclusais e bases de prova, confeccionados com materiais que impossibilitariam a
esterilização por calor. Os autores analisaram o efeito de algumas soluções
desinfetantes (álcool a 70%, Lysol a 5% e formalina a 1%, 5% e 10%) sobre diversos
materiais utilizados na confecção de próteses totais (placa base, cera utilidade,
gesso pedra, godiva, pasta de óxido de zinco e eugenol, polissulfeto, resina acrílica)
e também sobre o Mycobacterium tuberculosis. Os autores concluíram que o
tratamento protético dos pacientes portadores de tuberculose apresenta alguns
perigos e riscos de expor o clínico e os técnicos de laboratório à infecção. Dentre as
soluções estudadas, a mais indicada foi a formalina a 10%, que com um tempo de
imersão de 30 minutos foi capaz de desinfetar materiais severamente contaminados
com M. tuberculosis, e o apresentou efeitos deletérios sobre os materiais
testados.
Powell et al.(1990) quiseram estabelecer uma correlação direta entre a
transmissibilidade de microrganismos entre o consultório odontológico e o
laboratório de prótese e identificar quais organismos estariam presentes. Para isto,
os autores selecionaram laboratórios de quatro diferentes regiões dos E.U.A. (San
Francisco, Houston, Denver e Salt Lake City). Em cada região próteses, moldes e
registros foram coletados no seu retorno ao laboratório dental para determinar a
extensa viabilidade de microrganismos presentes nestes itens. As amostras foram
coletadas antes de qualquer procedimento de desinfecção antes de seguirem para o
laboratório. Os itens a serem examinados foram esfregados com swabs estéreis e os
swabs foram dispensados em tubos com meio de cultura de transporte Culturette
(Marion Scientific, Kansas City). As amostras foram transportadas sob refrigeração
de 3°C para o Departamento de Patologia da Universidade de Utah em Salt Lake
City. Todas as bactérias foram processadas em até 12 horas e os vírus em até 24
30
horas após terem sido coletadas dos itens analisados. As amostras foram
identificadas por números que substituíam a cidade, tipo de item e o organismo
encontrado. Houve presença de bactérias em 67% dos itens analisados. A
identificação bacteriana indicou presença de Enterobacter cloacae, Escherichia coli,
Klebsiella oxytoca, Pseudomonas aerugenosa, Streptococcus, Staphylococcus
aureus, Micobacterium tuberlosis, Chlamydia e Mycoplasma. Este estudo confirmou
a necessidade do laboratório dental e consultório odontológico praticarem
adequados procedimentos de controle de infecção para prevenir a contaminação
cruzada de microrganismos patogênicos entre pacientes, consultório odontológico e
laboratório protético.
Para Connor (1991), os pacientes que necessitam de cuidados protéticos
podem ser considerados de alto risco potencial, tanto de agirem como transmissores
de doenças infecciosas, quanto de adquiri-las. Quando se considera o risco de
contaminação cruzada em prótese, o potencial de transmissão de patógenos ao
laboratório, que não pode ser ignorado. O autor realizou uma revisão de literatura a
respeito de condutas de controle de infecção cruzada em prótese, dividindo-as em
várias categorias: avaliação dos pacientes, proteção pessoal, descontaminação de
instrumentais e equipamentos, cuidados durante as técnicas clínicas, manejo
adequado das impressões e limpeza do laboratório. Sobre os modelos de gesso, o
autor apontou que eles poderiam atuar como um meio de contaminação cruzada
entre os pacientes, o cirurgião-dentista e equipe, apontando a necessidade de
desinfetá-los antes de enviá-los ao laboratório. Para o autor, um protocolo de
controle de infecção cruzada na prática de prótese dentária para ser bem sucedido
deve ser amplo, atuando tanto nos cuidados com os pacientes como no consultório
e laboratório, e necessita de um programa contínuo de pesquisas visando o
desenvolvimento e melhoramento dos todos de controle contra a disseminação
das infecções na prática odontológica.
Através de uma pesquisa em 175 laboratórios Jagger et al.(1995)
demonstraram que as medidas adotadas para o controle de infecção cruzada eram
insuficientes, pois somente 51% dos profissionais desinfetavam as próteses com
solução de glutaraldeído, clorexidina ou alvejantes caseiros. Dos técnicos
consultados, 64% utilizavam luvas para manipular os moldes e somente 39%
adotavam tal medida durante a manipulação das próteses encaminhadas ao
laboratório para reparos ou polimentos. Os autores concluíram que os técnicos de
31
laboratórios dentários têm um risco aumentado de contrair hepatite B, assim como
outras infecções, por manipularem trabalhos contaminados com sangue e saliva.
Entretanto, o risco poderia ser minimizado se fossem seguidas as normas de
biossegurança.
Moldagens, registros, modelos, restaurações protéticas e aparelhos que
estiveram na boca do paciente devem ser previamente desinfetados para serem
enviados ao laboratório protético. Os moldes desinfetados devem ser marcados
avisando que foi realizada a desinfecção. As impressões devem ser lavadas para
remover saliva, sangue e resíduos e então desinfetadas. Podem ser desinfetadas
por imersão com um produto compatível com o material de impressão. A
recomendação do tempo de desinfecção é que esta não deve ser efetuada por
menos de 30 minutos (American Dental Association, 1996).
Até o século passado, de cada dez infecções graves, oito levavam o indivíduo
ao óbito. Com o advento dos antibióticos e o desenvolvimento de vacinas, nas
décadas de 50, 60 e 70, o homem teve a falsa impressão de que as infecções, um
dia não seriam mais problemas. Entretanto, nos últimos 20 anos trinta novas
infecções surgiram. E doenças infecto - contagiosas que pareciam estar sobre
controle ou muito fáceis de ser tratadas voltaram a ser um problema. Um exemplo é
a tuberculose que até 1985 tinha sua incidência caindo e que invariavelmente era
fácil de ser tratada. Hoje a incidência da tuberculose vem aumentando nas grandes
cidades e seu tratamento muitas vezes é difícil e demorado. Entre os profissionais
de Odontologia, a incidência de doenças infecciosas é maior que na população em
geral. Esta incidência tende a ser maior, quanto mais expostos estão os profissionais
ao sangue, hemoderivados e outros líquidos corpóreos. As doenças infecciosas de
maior prevalência nos estabelecimentos de saúde são: hepatite (B e C), herpes
(Simples, Herpes - Zóster, Citomegalovírus, Epstein -
Barr), tuberculose e HIV
(TEIXEIRA, 1998).
Microrganismos patogênicos podem ser transmitidos de paciente para paciente
e de técnico de laboratório para pacientes via próteses contaminadas. A infecção
cruzada pode ocorrer no laboratório por meio das próteses contaminadas. Dessa
forma, os técnicos de laboratório podem estar expostos a microrganismos pelo
contato direto ou através de aerossóis produzidos durante os diversos
procedimentos. Esse risco também pode estar presente para os pacientes, tendo em
32
vista que as próteses podem estar contaminadas ao retornarem do laboratório
(PAVARINA et al., 1999).
Os gessos são utilizados em Odontologia como materiais para construir
modelos diversos (estudo, antagonista, montagem em articulador, modelos de
trabalho, inclusão de próteses totais e parciais, etc.), além de troqueis específicos
para a construção dos padrões de cera nos processos de fundição e, ainda usados
como um dos constituintes dos revestimentos de fundição. O gesso deve ser vazado
na moldagem logo após a tomada de impressão. As moldagens devem ser, antes de
vazadas, lavadas água corrente para remoção de muco, sangue, saliva, etc., e
desinfetadas com produtos e tempos apropriados (JÚNIOR, 1999).
Montenegro, Manetta (1999) alertaram sobre o risco da transmissão de
doenças infecto - contagiosas do consultório odontológico para o laboratório
protético e vice-versa. Os autores sugeriram que se forem seguidas as orientações
do fabricante ao se utilizar medidas para controle de infecção, não haverá risco de
ocorrerem alterações nos trabalhos protéticos.
Kugel et al. (2000) na intenção de descobrir como andava o relacionamento
dos laboratórios dentais com os cirurgiões-dentistas, realizaram uma pesquisa com
400 laboratórios do E.U.A., que foram selecionados de maneira cega e
randomizada. Os autores queriam saber também como estavam sendo realizados os
procedimentos de proteção dos técnicos e do controle de contaminação cruzada. O
questionário continha 16 perguntas que foram realizadas pelos entrevistadores ao
telefone durante 10 a 15 minutos. A pesquisa indicou que a maioria das moldagens
era realizada com: siliconas (57%) ou poliéter (27%). Apenas 44% dos respondentes
sabiam que as impressões deveriam ser desinfetadas. Vinte e três por cento não
sabiam o método de desinfecção que usavam e 47 % não sabiam que tempo de
duração da desinfecção. Os autores concluíram que existe uma falta de
comunicação entre os membros da equipe (cirurgiões-dentistas e técnicos de
laboratório dental). Quarenta e sete por cento dos respondentes afirmaram receber
instruções que julgavam inadequadas sobre técnicas de desinfecção. Nenhum tipo
de material de impressão foi classificado como mais problemático para desinfecção
pelos respondentes. As respostas também sugeriram que para os laboratórios, os
problemas de desinfecção não eram vinculados a um tipo específico de material,
mas sim, à técnica de desinfecção empregada.
33
A superfície dos materiais de moldagem geralmente entra em contato com
saliva e sangue, transferindo microrganismos para os modelos de gesso e
posteriormente aos técnicos auxiliares e cirurgiões-dentistas. A desinfecção previne
a transmissão de microrganismos do paciente que foi moldado para os mesmos.
Mas por se necessitar de fidelidade durante a reabilitação bucal, os métodos de
desinfecção não devem alterar a dimensão das impressões dentais (FERRUCIO et
al., 2001).
Cotrim et al. (2001) investigaram como cirurgiões-dentistas e laboratórios
estavam realizando procedimentos para prevenção de infecção cruzada durante a
confecção de próteses. Para isto, entrevistaram 100 cirurgiões-dentistas e 60
protéticos do Vale do Paraíba (SP) por meio de questionários. Entre os laboratórios
visitados, 20 foram escolhidos aleatoriamente para se quantificar a presença de
microrganismos na pedra - pomes em uso, e em 10 se quantificou a presença de
microrganismos em superfícies críticas (tornos e escovas de polimento, bancadas e
peças de mão). Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que ocorre a
contaminação em vários pontos do laboratório dentário. Os dados observados
através dos questionários demonstraram que a pedra – pomes não é desinfetada em
100% dos laboratórios pesquisados. Segundo os autores uma descoberta
interessante dessa pesquisa foi o fato de 52% dos cirurgiões-dentistas pesquisados
não acreditarem na possibilidade de contaminação no processo de confecção de
próteses. O que justificou o fato da maioria dos cirurgiões-dentistas pesquisados
desprezarem a desinfecção de moldes, modelos e peças protéticas recebidos e
enviados ao laboratório. Concluiu-se que a classe odontológica deve ser, portanto,
frequentemente conscientizada a respeito dessa via de contaminação.
Souza et al.(2001) avaliaram a importância da desinfecção dos moldes e
modelos de gesso para evitar a ocorrência de contaminação cruzada. Os autores
alertaram que após a remoção do molde, observa-se a presença de saliva e sangue
em suas superfície. Estes moldes devem ser considerados de potencial
contaminação, sendo, portanto, imprescindível que, após a lavagem do mesmo com
água corrente seja feita a desinfecção, que pode ser realizada com desinfetante de
grau intermediário, como os compostos de cloro que não são capazes de inativar
esporos, mas destroem o bacilo da tuberculose, por exemplo. Ressaltaram ainda a
persistência de bactérias e fungos na superfície dos moldes.
34
Vilas Boas, Quirino (2002) buscando obter informações a respeito dos métodos
de desinfecção utilizados nos laboratórios de prótese e nos consultórios
odontológicos, realizaram uma pesquisa com 44 cirurgiões-dentistas (CD) e 20
protéticos na cidade de Taubaté, por meio de questionários sobre a realização de
procedimentos de biossegurança, como desinfecção de moldes, modelos e troqueis,
e quanto ao uso de EPI. Os resultados obtidos mostraram que os técnicos de
prótese dentária ainda o têm conhecimento suficiente sobre infecção cruzada e,
sabem que são poucos os CD que realizam a desinfecção de moldes e modelos; e
os CD que têm a responsabilidade primária do controle de infecção cruzada,
conhecem o assunto, mas realizam a desinfecção de forma incorreta ou muitas
vezes, não a realizam.
Cunha, Zöllner (2002) observaram a presença de leveduras do gênero
Candida e bactérias do gênero Staphylococcus nos aerossóis produzidos pelos
equipamentos odontológicos de alta rotação durante o procedimento operatório, bem
como alertar os cirurgiões-dentistas e equipe odontológica da importância do uso de
máscaras faciais durante todo e qualquer procedimento. Foram coletadas máscaras
faciais utilizadas por profissionais após atendimento aos pacientes, e a seguir o
material foi semeado em Agar Sangue e Agar Sabouraud dextrose com
cloranfenicol. Posteriormente os microrganismos encontrados foram isolados e
identificados através de provas bioquímicas. Observou-se crescimento de cocos
Gram-positivos dispostos em cachos, catalase positivos nas placas que continham
Agar Sangue. Nas placas com Agar Sabouraud dextrose com cloranfenicol houve
crescimento predominante de cocos Gram-positivos em cachos, além de
bastonetes Gram-negativos.
Scaranelo et al. (2003) afirmaram que cirurgiões-dentistas, técnicos em prótese
dentária e auxiliares odontológicos constituem grupos de risco frente a um grande
número de vírus, bactérias e fungos patogênicos. AIDS, hepatite, herpes, gripes e
tuberculose são doenças infecto-contagiosas que podem ser transmitidas em
consultórios. O risco de transmissão dessas doenças tem direcionado atenção às
técnicas de desinfecção e esterilização praticadas no consultório odontológico. Os
autores avaliaram os profissionais da área odontológica em relação à importância
que atribuem ao controle de infecção, bem como seus conhecimentos sobre os
procedimentos de desinfecção de moldes, modelos de gesso e próteses na clínica
odontológica. Baseado nos dados, os autores concluíram que existe uma falta de
35
35
informação e conscientização na prática odontológica, no que visa o controle da
infecção cruzada.
No estudo de Sales et al. (2003) foi avaliada a contaminação apresentada por
próteses totais enviadas aos laboratórios de prótese dentária. Foram confeccionados
40 corpos-de-prova correspondentes a uma prótese total superior convencional. Os
mesmos foram divididos em 5 grupos (5 laboratórios de prótese de Belém do Pará),
onde cada laboratório recebeu 8 próteses para que fosse realizado o polimento por
meio de escovas e pedra-pomes. Estas próteses haviam sido desinfetadas
previamente. Ao receber as próteses polidas, os autores realizaram coletas por
fricção na superfície externa da prótese, com swabs estéreis embebidos em soro
fisiológico. Os swabs foram dispensados em tubos de ensaio contendo soro
fisiológico e foram armazenados por 48 horas. Decorrido esse período de incubação,
o material foi semeado em meio pré-enriquecido, com identificação bioquímica e
sorológica, possibilitando, posteriormente, a análise. Foram identificados vários
microrganismos nas próteses polidas (Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter ssp,
Staphylococcus aureus, staphylococcus ssp coagulase negativa, Streptococcus
viridians e Escherichia coli). Os autores concluíram que o risco de os profissionais da
área odontológica adquirirem doenças infecto-contagiosas originadas de material
que tenha sangue e saliva de pacientes estão presentes tanto no consultório
odontológico quanto nos laboratórios de prótese dentária e que apesar do risco de
contaminação, poucos profissionais realizam os procedimentos de desinfecção,
havendo, portanto, uma necessidade de conscientização de toda a equipe
odontológica.
Pedroso (2004) ressaltou que após a realização da moldagem e antes de
enviá-las ao laboratório ou vazar o gesso, é necessário descontaminar o molde para
remover saliva, sangue e outros detritos e, em seguida, usar substâncias
desinfetantes. Segundo o autor, os desinfetantes indicados são: hipoclorito de sódio
a 1% e glutaraldeído a 2%, podendo estes, ser utilizados por imersão ou aspersão.
Campanha et al. (2004) investigaram as condutas adotadas pelos técnicos de
laboratórios dentários para prevenir contaminação cruzada no laboratório de
prótese. Para isto, realizaram uma pesquisa com 131 profissionais técnicos em três
cidades do estado de São Paulo. De acordo com os resultados, 88% dos
entrevistados enxaguavam rotineiramente os moldes com água. Com relação aos
procedimentos adotados quando uma prótese é recebida no laboratório para
36
polimento e acabamento, foram obtidos os seguintes resultados: 79,2% dos técnicos
somente lavavam a prótese em água corrente, 10,8% realizavam o polimento sem
medidas profiláticas, 9,2% desinfetavam a prótese e 0,8% não responderam. Os
autores concluíram que mesmo os profissionais estando cientes dos riscos de
infecção dos trabalhos protéticos, ainda há necessidade de uma maior motivação e
instrução aos técnicos para a prevenção de contaminação cruzada durante o envio e
recebimento de trabalhos protéticos entre o laboratório protético e o consultório
odontológico.
Para Pardi et al. (2004) uma série de enfermidades infecciosas como hepatite,
AIDS, tuberculose e herpes, entre outras, podem ser transmitidas e adquiridas no
consultório odontológico. Por isso é importante que tanto o cirurgião-dentista quanto
o resto da equipe, estejam informados das doenças e medidas existentes para
diminuir o risco de contágio. Para os autores, a desinfecção é um processo através
do qual morrem alguns microrganismos e outros vivem em estado de latência como
conseqüência da aplicação de métodos físicos e químicos.
Rocha et al. (2006) identificaram e quantificaram os microrganismos na saliva
de 56 adultos portadores do HIV, antes e após higienização e bochecho com os anti-
sépticos Periogard
®
e Cepacol
®
, e determinar a concentração inibitória mínima
(CIM) desses anti-sépticos. Foram coletadas duas amostras de saliva o
estimulada de cada paciente. A primeira coleta foi realizada antes de qualquer
intervenção; a segunda, após instruções e práticas de higiene bucal e bochecho com
Periogard
®
ou Cepacol
®
. A determinação da CIM foi realizada pelo método de
diluição em Agar. Foram isoladas 54 leveduras, 43 bastonetes Gram-negativos
(BGN), 42 estafilococos e 29 estreptococos do grupo mutans (EGM). As contagens
microbianas, após higienização e bochecho, sofreram uma redução significante para
ambos anti-sépticos. Os autores concluíram que os indivíduos portadores do HIV
apresentaram elevada prevalência de Candida albicans na saliva. É preocupante a
presença de estafilococos e enterobactérias na saliva desses pacientes
imunodeprimidos, uma vez que são patógenos virulentos com capacidade de
disseminação. O uso de anti-sépticos associados a uma higienização
supervisionada reduz significativamente a carga microbiana destes indivíduos.
37
REVISÃO DE LITERATURA
2. 2 TÉCNICAS DE DESINFECÇÃO PARA MOLDES E MODELOS.
Para Rowe, Forrest (1978) era inevitável que moldes, registros e modelos com
próteses fossem contaminados com a microflora bucal, inclusive com
microrganismos patogênicos. É freqüente a presença de sangue nos moldes,
principalmente nos casos onde preparo subgengival. Este artigo descreveu como
moldagens podem ser esterilizadas no consultório ou laboratório usando clorexidina.
Após serem removidos da boca, os moldes dentais foram preenchidos com 2 ml de
meio de cultura. Depois de 1 minuto, esse meio contaminado foi removido com uma
pipeta e colocado num tubo com meio de cultura e incubado por 24 horas a 37°C.
Os moldes foram preenchidos com clorexidina a 0,5% diluída em álcool a 70% por 1
minuto. As moldagens foram lavadas com solução de clorexidina e água corrente e a
técnica foi repetida. O tubo com meio de cultura foi incubado por 1 semana. Doze
moldagens de alginato e 2 de Permlastic foram tratadas da mesma maneira. Nos
dois casos, fez-se a estimativa de crescimento dos microrganismos que cresceram
antes das superfícies das moldagens serem tratadas. Então a superfície de
moldagem foi lavada com água corrente e retestada. Depois disso, a solução de
clorexidina foi aplicada por 1 minuto, lavada com água corrente e a superfície
testada pela terceira vez. Os autores concluíram que seria prudente o operador ou o
técnico tratar as moldagens por 1 minuto com spray de uma solução de clorexidina
para reduzir os níveis de contaminação bacteriana e infecção cruzada.
Leung, Schonfeld (1983) decidiram investigar se os modelos de gesso
poderiam possibilitar uma contaminação cruzada entre o consultório odontológico e
o laboratório protético. Para tal, realizaram três impressões com alginato de um
modelo de typodont esterilizado por óxido de etileno. Estes moldes foram vazados
com gesso especial, também esterilizado por óxido de etileno em condições
assépticas (câmara de fluxo laminar). Estes modelos serviram como controle, para
verificar se a esterilização estava correta. O typodont foi pincelado com uma
suspensão de Serratia marcescens e procederam-se mais três moldagens do
typodont agora contaminado e os moldes foram novamente vazados com gesso
especial. Após 4 horas os modelos foram removidos, quebrados e alguns pedaços
colocados em meio de cultura BHI (Brain Heart Infusion), incubados em aerobiose
38
por 24 horas a 37°C, sendo depois colocados em placas com BHI Agar e incubados
por mais 7 dias. Os caldos de BHI que continham os pedaços de gesso do modelo
estéril permaneceram límpidos, indicando um protocolo de esterilização correto.
os caldos de BHI com pedaços dos modelos obtidos do typodont contaminado, se
apresentaram turvos e neles foi possível isolar a Serratia marcescens. Assim como
foi identificada uma colônia de Serratia marcescens na placa com BHI Agar. Os
autores concluíram que os moldes e modelos de gesso manipulados pelos protéticos
e cirurgiões-dentistas constituem vias comprovadas de infecção cruzada, assim
como também o é para os pacientes, e pessoal auxiliar.
Em 1989, Schutt avaliou as propriedades bactericidas de um gesso contendo
0,25% do desinfetante chloramine-T em sua composição, em impressões de
hidrocolóide irreversível obtidas em pacientes e nos subseqüentes modelos de
gesso. Para isso foram realizadas 80 moldagens dos quadrantes direito e esquerdo
da arcada inferior de 40 voluntários, com um hidrocolóide irreversível (Supergel,
Bosworth Co., Skokie, USA). As moldagens foram lavadas em água corrente para
remover saliva, sangue e detritos. Quarenta moldagens foram vazadas com o gesso
contendo o desinfetante (Gilstone, Oradent Int., Los Angeles, USA), e as outras
quarenta com um gesso tipo IV convencional (Die-Keen, Columbus Dental, St Louis,
USA). Os materiais para a espatulação do gesso e alginato estavam todos estéreis.
Após 60 minutos os modelos foram removidos das impressões e swabs foram
utilizados para coletar amostras da superfície (regiões de dente e gengiva) do
material de moldagem e dos modelos, que foram incubadas em meio de cultura
Trypticase Soy Broth (TSB). A presença ou ausência de turbidez nos caldos foram
observadas após 48 e 96 horas de incubação a 37°C. Os modelos e moldes eram
considerados contaminados quando os caldos estavam turvos. Os resultados
mostraram que o gesso contendo o desinfetante inibiu o crescimento bacteriano em
39 de 40 impressões e modelos, enquanto todos os modelos e impressões vazados
com o gesso convencional apresentaram contaminação. O autor concluiu que o
gesso contendo 0,25% do desinfetante chloramine-T em sua composição foi efetivo
na eliminação da contaminação dos moldes e modelos de gesso, e que a
incorporação de desinfetantes no gesso pode caracterizar um método eficiente e
efetivo para se desinfetar estes materiais.
39
Tebrock et al. (1989) realizaram um estudo piloto com a finalidade de
estabelecer um protocolo de proteção contra a infecção cruzada entre a clínica e o
laboratório. Os autores realizaram um estudo composto de 3 fases: (1) avaliação do
efeito da exposição de moldes contaminados a soluções desinfetantes; (2) avaliação
do efeito da incorporação de soluções desinfetantes durante a manipulação do
gesso; e (3) avaliação do efeito da exposição de modelos contaminados aos agentes
esterilizantes, microondas e autoclaves. Em relação à fase 2, nove impressões com
silicona de adição foram realizadas de um troquel - mestre de alumínio. Elas foram
vazadas com gesso (Die Keen, Columbus Dental, Columbus, Ohio) adicionado com
cultura de 5 X 106 UFC/ml (unidades formadoras de colônia/ml) de Bacillus subtilis e
diversas soluções desinfetantes. Para uma impressão foi utilizada água destilada
(controle), as outras oito foram vazadas com concentrações variadas de Clorox
(hipoclorito de sódio a 5,25%), Sporicidin (glutaraldeído fenólico a 2%) e água
gessada, adicionadas à água de espatulação. Após a presa os modelos tiveram sua
adaptação ao troquel-mestre testada e foram submetidos a procedimentos de cultura
para verificar a presença de microrganismos viáveis. Os resultados mostraram que a
amostra controle apresentou contaminação, e todas as amostras espatuladas com
Clorox apresentaram adaptação ao troquel, lisura superficial e ausência de
contaminação, enquanto as amostras espatuladas com Sporicidin demoraram mais
de 24 horas para tomar presa. Os autores concluíram que modelos podem ser
obtidos sem contaminação da impressão pela adição de pelo menos 25% de
hipoclorito de sódio a 5,25% na água de espatulação do gesso, e aparentemente a
adaptação, dureza e qualidade superficial estavam clinicamente não afetadas pela
inclusão do hipoclorito de sódio na mistura.
Gerhardt, Sydiskis (1991) utilizaram seis materiais de moldagem: poliéter
(Impregum- Premier), polissulfeto (Permlastic - kerr), silicona de condensação
(Reprosil - Dentsply), pasta zinco-eugenólica (surgident - Dental Miles) e dois
alginatos (Jeltrate e Jeltrate Plus - Dentsply) que foram manipulados conforme
orientações dos fabricantes. Os materiais de moldagem foram utilizados para moldar
um modelo de uma arcada superior desdentada metálico. A região palatina do
modelo foi contaminada com 0,1 mL de herpes vírus antes de ser moldado. Após a
presa os modelos obtidos foram divididos em 4 grupos para teste. Grupo A - os
moldes foram removidos dos modelos e após 5 minutos foram lavados duas vezes
com meio de cultura para recuperar os vírus da superfície da moldagem. Os moldes
40
de alginato foram embrulhados com papel absorvente para simular a rotina clínica,
para que o alginato o fique excessivamente seco. Os outros moldes tomaram
presa descobertos; Grupo B Os modelos foram separados dos moldes e lavados
por 5 segundos em água corrente. Antes foram submetidos ao meio de cultura por 5
minutos da mesma maneira do grupo A; Grupo C Os moldes ficaram sobre a
bancada por 5 minutos; removeram-se camadas do material de moldagem com um
bisturi estéril essas camadas foram imersos em tubos estéreis contendo meio de
cultura por 20 a 30 minutos. A recuperação dos vírus do grupo D foi feita
identicamente a do grupo C exceto pela lavagem em água corrente por 5 segundos
imediatamente após a remoção do modelo. Este estudo foi repetido duas vezes para
cada material de moldagem exceto pelo alginato que foi repetido três vezes. O
estudo mostrou a relação entre o material de moldagem dental e vírus e concluiu
que: os materiais de moldagem testados retém vírus que podem ser recuperados
por métodos convencionais; lavando as moldagens com água pode-se remover ou
reduzir a quantidade de vírus aderidos na superfície dos materiais e que a
contaminação orgânica desses materiais é facilmente removida com água corrente e
desinfetante.
Mansfield, White (1991) pesquisaram a atividade antimicrobiana da
incorporação de substancias desinfetantes aos modelos de gesso. Para isso, foram
realizadas moldagens do quadrante de um modelo de Typodont (Columbia Dental
Mfg Co, New York, New York), utilizando-se uma silicona de adição (Extrude, Kerr
Co, Romulus, Michigan). Após a moldagem, cinco espécies microbianas
(Escherichia coli, Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus, Serratia
marcescens e Bacillus subtilis) foram incubadas nos moldes previamente
esterilizados por óxido de etileno. Quatro soluções desinfetantes (iodóforo 1,76%,
glutaraldeído neutro a 2%, fenol 5% e hipoclorito de sódio 5,25%) foram
manipuladas com gesso estéril tipo IV, e a mistura utilizada para vazar
imediatamente os moldes intencionalmente contaminados. Os modelos foram
removidos após 1 e 24 horas do vazamento, e amostras das superfícies foram
colhidas com o auxilio de um swab, incubadas em Agar BHI, e incubadas a 37º C
por 3 dias, quando foi realizada a contagem das unidades formadoras de colônia. Os
resultados mostraram que no prazo de 1 hora apenas o hipoclorito de sódio e o
glutaraldeído reduziram efetivamente o numero de bactérias ao nível do controle
41
negativo, e após 24 horas, a incorporação de iodóforo, glutaraldeído neutro e
hipoclorito de sódio reduziram as bactérias viáveis ao controle negativo.
Jennings, Samaranayake (1991) realizaram um estudo para: (1) verificar a
capacidade do digluconato a 0,1% e 0,02% desinfetarem três tipos de materiais de
moldagem (hidrocolóide irreversível, polissulfeto e silicona de adição) contaminados
com C. albicans e P. aeruginosa; (2) avaliar o efeito de três soluções desinfetantes
(digluconato de clorexidina a 0,2%, glutaraldeído a 2% e hipoclorito de sódio a
0,0125%) sobre os mesmos microrganismos em moldes de hidrocolóide irreversível.
Primeiramente, os materiais foram manipulados e inseridos em placas de Petri, onde
foram inoculados com suspensões dos microrganismos testados, e submetidos às
substâncias desinfetantes, durante 30 segundos. Amostras foram colhidas após 1,
10 e 30 minutos, e incubadas em meio de cultura. Os resultados mostraram que os
materiais que mais abrigaram os microrganismos foram: o polissulfeto e o
hidrocolóide irreversível. A desinfecção por 30 minutos eliminou completamente os
microrganismos do polissulfeto e da silicona de adição, mas não do hidrocolóide
irreversível. Na segunda parte do trabalho, os procedimentos foram repetidos,
entretanto apenas o hidrocolóide irreversível foi utilizado como material de
moldagem e as soluções desinfetantes foram o digluconato de clorexidina a 0,2%,
glutaraldeído a 2% e hipoclorito de sódio a 0,0125%. Os resultados mostraram que o
glutaraldeído e o hipoclorito de sódio foram mais eficazes que o digluconato de
clorexidina. Os autores concluíram que um simples regime de desinfecção com
imersão por 30 minutos em glutaraldeído a 2% ou hipoclorito de sódio a 0,0125%
pode ser efetivo para se obter a quase completa destruição dos microrganismos
presentes em impressões.
Samaranayake et al. (1991) verificaram que hidrocolóides irreversíveis são
mais susceptíveis à retenção de microrganismos (Streptococcus mutans,
Staphylococcus aureus, Esherichia coli), quando comparados com elastômeros. Os
autores testaram dois tipos de alginato (New Kromopan e Blueprint Asept) sendo
que o último possuía 0,5% de desinfetante na sua composição; os autores testaram
ainda uma silicona de adição (Provil- Kerr) e um polissulfeto (Permlastic). Cada
moldagem foi contaminada com 7 ml do inóculo bacteriano. Foram removidos
pedaços dos moldes nos intervalos de 30 e 60 minutos e 3 e 5 horas. Estes pedaços
de moldes contaminados foram colocados em frascos contendo uma solução de
PBS. Esses frascos depois de centrifugados, tiveram uma porção da solução
42
utilizada para plaquear meios de cultura Agar Sangue e Agar Sabouraud. O Agar
Sangue foi incubado a 37°C por 24 horas, enquanto que o Agar Sabouraud foi
incubado por 48 horas quando foram contadas as UFC. O experimento foi realizado
em duplicata para cada microrganismo. No estudo clínico, foram feitas moldagens
de 21 estudantes dentados com dois alginatos e um elastômero e moldagens em
oito pacientes edêntulos, nestes se utilizou apenas alginatos (4 moldagens com
Kromopan e 4 com Blueprint Assept) e as placas contendo os meios de cultura
plaqueados foram incubados em anaerobiose por 24 horas. Então foi feita a
contagem das UFC. Os autores concluíram que o alginato retém duas a três vezes
mais microrganismos que os elastômeros e que a retenção de microrganismos no
material de moldagem nos pacientes dentados é significativamente maior do que
nos edêntulos.
Bass et al. (1992), avaliaram o efeito da imersão de modelos de gesso em uma
solução desinfetante na qualidade superficial dos modelos. Para isso foram
realizadas trinta moldagens com silicona de adição a partir de um bloco de aço inox
utilizado para estudar a reprodução de detalhes. Estes moldes foram vazados com
um gesso tipo IV (Vel-Mix, Kerr Corp. Romulus,USA), manipulado conforme as
instruções do fabricante. Os modelos foram divididos em 6 grupos, e imersos em
três tipos de soluções; (1) água de torneira; (2) solução saturada de sulfato de
cálcio; e (3) solução de hipoclorito de sódio a 0,525% saturada de sulfato de cálcio,
por dois intervalos de tempo (30 e 60 minutos). Após esse tempo foram removidos,
armazenados por 24 horas e avaliados microscopicamente por um operador, que
analisou a integridade de uma linha de referência de 0,025 mm de espessura. A
avaliação dos espécimes foi realizada por 4 avaliadores com auxílio de microscópio.
Foi estabelecido o score 1 quando existia uma perfeita reprodução da linha de
referência; score 2= muito boa reprodução mais com alguma distorção; score 3=
pouca continuidade da linha e score 4= sem reprodução da linha de referência. Os
resultados foram analisados pela ANOVA. Os resultados mostraram que os modelos
imersos em água de torneira apresentaram maior deterioração, enquanto que as
outras soluções não causaram danos. Os autores concluíram que a adição de
hipoclorito de sódio a 0,525% em uma solução saturada de sulfato de cálcio foi um
método simples, barato e rápido de desinfecção, que não causou alterações na
qualidade dos modelos quando comparado com a solução saturada de sulfato de
cálcio pura.
43
Assery et al. (1992) com o propósito de investigar a atividade antimicrobiana
de três soluções sobre dois patógenos orais, selecionaram uma cepa de Candida
albicans (ATCC 44505) e outra de Streptococcus mutans GS5, que foram cultivadas
em jarra de anaerobiose ou aerobicamente em caldo BHI (Brain Heart Infusion). As
substâncias testadas foram um removedor de cimento temporário (composto por
hidróxido de sódio), um removedor de tártaro e manchas (composto por cloro dimetil
benzil amônia alcalina e álcool isopropílico) e sporicidin (preparação alcalina de
glutaraldeído a 2% e tampão fenólico). O controle foi água desionizada. Amostras de
resina acrílica termo-polimerizável com 15x6x2 mm foram esterilizadas em autoclave
por 20 minutos. Sacos plásticos (Ziplock) foram esterilizados com óxido de etileno e
dentro destes dispensados 45 ml de cada solução teste. Estes foram inoculados
com 5 ml de cada microrganismo. Alguns sacos contendo a mistura foram colocados
em ultra-som por 10 minutos. Um inóculo de cada solução teste (1 ml) foi colocado
no BHI caldo numa concentração que não alterasse o crescimento dos
microrganismos. Para determinar o efeito antimicrobiano de cada solução testada,
foram colocadas 10 amostras de resina acrílica dentro dos sacos com a mistura
contaminada. Estes também foram colocados em ultra-som por 10 minutos ou não.
Cada amostra de resina acrílica foi removida, lavada com água estéril e incubada
por 48 horas a 37°C. As células de S. mutans e C. albicans foram mortas em 10
minutos com ou sem ultra-som, pelo removedor de cimento temporário e pelo
removedor de manchas e tártaro e pelo Sporicidin. As células sobre as placas de
resina acrílica também foram mortas pelas substâncias. Os autores concluíram que
no laboratório dental, o removedor de cimento temporário e o removedor de
manchas podem matar as bactérias bucais que contaminam os materiais dentários.
Rice et al. (1992) testaram e compararam duas marcas de alginato com ação
antimicrobiana (Coe Hydrophylic Gel e Jeltrate Plus ABV) e quatro que não
possuíam em sua formulação substâncias desinfetantes (Jeltrate Plus, Coe
Alginate, Cadco Identic e Jeltrate). Os autores recolheram doze amostras da parte
mais superior e do meio das embalagens dos produtos com ação antimicrobiana e
quatro das marcas controle e depositaram sobre placas de Agar chocolate que
haviam sido inoculadas com 4 microrganismos (Escherichia coli ATCC 25922; S.
aureus ATCC 29213; P. aeruginosa ATCC 27853; S. faecalis ATCC 29212). Do
restante dos materiais, foi recolhido mais 0,06g para ser misturada com água estéril
por 10 segundos para formar uma lama que foi dispensada dentro de tubos
44
contendo caldo tioglicolato. As placas e caldos foram incubados por 7 dias a 37°C e
depois desse período foram contadas as colônias que cresceram e feita a coloração
de Gram. As duas marcas contendo desinfetantes apresentaram microrganismos
viáveis em 12,5% das amostras incubadas em meio agar e de 0 a 16,7% nos caldos.
As 4 marcas controle apresentaram microrganismos viáveis de 29,2% a 100% das
amostras incubadas em meio Agar e de 25 a 72,9% nos caldos de tioglicolato. A
concentração de microrganismos nas amostras contaminadas foi de 2,8 unidades
formadoras de colônia (UFC) por grama de alginato antimicrobiano; e de 9 a 161
UFC/g de alginato do grupo controle. A maioria dos microrganismos isolados era
comum do meio ambiente. Estando aí incluídas as amostras das marcas com ação
antimicrobiana que exibiram níveis globais mais baixos de contaminação que as
marcas do grupo controle.
Kern et al. (1993) avaliaram a eficiência de dois sistemas de desinfecção
(Hygojet/MD 520- Germany ; Impresept Germany). Os materiais de escolha para o
estudo foram: 2 poliéteres, 3 siliconas, 2 alginatos, 1 hidrocolóide reversível e 1
alginato antisséptico. Foram feitas 10 moldagens de cada material utilizando para
isto, um modelo metálico de uma arcada dental inferior. Os moldes de alginato e
hidrocolóide reversível foram mensurados com auxílio de um microscópio logo após
serem removidos do modelo metálico, enquanto que os materiais elásticos foram
medidos após 3 horas, a fim de recobrar a deformação elástica sofrida. Para o
procedimento de desinfecção, cada impressão foi lavada com água por 10 segundos
e então submetida aos sistemas de desinfecção. O Hygojet usa um desinfetante
spray com glutaraldeído 0,5% e cloreto de amônia 0,25%, dentro de uma câmara
fechada. Cada impressão foi armazenada por 10 segundos na câmara fechada e
então lavada por 10 segundos com a água do Hygojet. No sistema Impresept as
impressões ficam imersas por 10 minutos numa solução que tem como substâncias
ativas o Glyoxal a 1,7% e glutaraldeído a 1,1%. Em seguida as amostras foram
lavadas por 10 segundos em água corrente. As alterações dimensionais de todas as
impressões antes dos procedimentos de desinfecção foram pequenas. Segundo a
opinião dos autores, a precisão das impressões submetidas a ambos os sistemas de
desinfecção e o hidrocolóide irreversível testado foi mantida e estes podem ser
recomendados para o uso clínico e laboratorial.
Brace, Plummer (1993) realizaram próteses totais e parciais de 22 pacientes
para análise microbiológica. Na primeira fase do estudo, os autores confeccionaram
45
11 próteses que foram tiradas das bocas dos pacientes e colocadas em sacos
plásticos estéreis contendo 100cc de solução salina estéril. O saco foi agitado
manualmente por 1 minuto e colocado para descansar por 9 minutos. Uma amostra
de 0,001 ml da solução foi distribuída sobre uma placa de Agar sangue de carneiro a
5%. As próteses foram colocadas em recipientes contendo solução de dióxido de
cloro (Alcide LD) por 3 minutos. As próteses foram então lavadas com solução salina
estéril para remover o desinfetante residual e colocadas em outros sacos plásticos
estéreis com 100cc de solução salina estéril. O saco plástico foi agitado pelo mesmo
tempo e 0,001 ml da solução foi novamente distribuída sobre placas de Agar sangue
de carneiro a 5%. Todas as placas com meio de cultura foram incubadas por 48
horas. Na segunda fase do estudo, foram utilizadas mais 11 próteses totais e
parciais. Seguiu-se a mesma metodologia da primeira fase até o momento da
desinfecção onde esfregou-se por 15 segundos com creme dental e uma solução de
clorexidina a 4% (Hibiclens) para remover os resíduos. As próteses receberam spray
dióxido de cloro (Alcide) e após 3 minutos foram lavadas com solução salina estéril
para remover os resíduos do desinfetante. As próteses foram novamente
dispensadas em sacos plásticos e agitadas e nova amostra coletada para ser
distribuída nas placas de agar sangue de carneiro; as mesmas foram incubadas por
48 horas. O grupo controle foi tratado da mesma maneira, sendo que não sofreu
desinfecção. Todas as amostras estavam contaminadas antes de serem
desinfetadas. Os autores concluíram que esfregar por 15 segundos com clorexidina
a 4% e manter a prótese durante 3 minutos de contato com a solução de dióxido de
cloro demonstraram uma maneira eficaz de desinfecção e que a imersão na solução
desinfetante sem esfregar não é tão eficiente para desinfetar as próteses.
Ivanovski et al. (1995) avaliaram a eficácia da desinfecção de soluções
desinfetantes incorporadas ao gesso odontológico contra um padronizado e
representativo grupo de microrganismos e verificaram as alterações nas
propriedades físicas do gesso. Para isso, os autores realizaram moldagens com
hidrocolóide irreversível (Ivopal, Ivoclar Pty. Ltd., Sydney, Austrália) que foram
contaminadas individualmente com 9 espécies diferentes de bactérias (Eschericha
coli, Staphilococcus aureus, Actinobacter calcoacetius, Bacillus subtilis,
Mycobacterium phlei, Candida albicans, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella
pneumoniae, Enterobacter cloacae). Incorporou-se ao gesso pedra melhorado
(Fujirock, G-C Dental Industrial Corp., Tókio, Japão) 4 diferentes soluções de
46
desinfetantes: glutaraldeído 2%, Iodo-Povidine 10%, clorexidina 0,2% e hipoclorito
de sódio 1%. Após uma hora foi removido o modelo e foram coletadas amostras
para a análise microbiológica. As propriedades físicas avaliadas foram: tempo de
presa, expansão de presa, resistência à compressão, reprodução de detalhes e
expansão tardia do gesso. Segundo os autores somente o glutaraldeído e o Iodo-
Povidine eliminaram todos os microrganismos em 1 hora, uma proporção de 1:5
de hipoclorito de sódio foi igualmente efetiva após 24 horas. O Glutaraldeído 2% foi
o desinfetante mais efetivo com o mínimo de efeitos adversos nas propriedades
físicas dos modelos. No entanto, mesmo o Iodo-Povidine tendo causado diminuição
na resistência à compressão dos modelos de gesso, pode ser considerada uma boa
alternativa.
Mitchell et al., (1997) observaram que a contaminação com saliva na superfície
dos modelos de gesso dental contribuía para a proliferação de bactérias e que a
limpeza ou desinfecção dos mesmos diminuía de forma considerável sua
multiplicação. Foram construídos 5 modelos de gesso tipo IV contaminados com
saliva, em 6 áreas diferentes. Colheram-se amostras em seis intervalos de tempo
(15, 30, 60, 120, 180 e 240 min) e inoculadas em placas com Agar sangue de
carneiro e incubadas a 37°C por 72 horas. Confeccionou-se 60 cilindros de gesso
com água estéril. Doze cilindros serviram como controle (sem contaminação de
saliva). Para o teste bacteriológico, os 48 espécimes restantes foram imersos por 5
minutos em 25µl de saliva. Um grupo de 12 cilindros foi lavado em água corrente por
20 segundos; outro grupo de 12 espécimes foi escovado com água e sabão durante
20 segundos e enxaguado em água corrente; o terceiro grupo foi imerso em
glutaraldeído a 2% por 20 segundos; enquanto que um quarto grupo foi contaminado
com saliva e não recebeu tratamento (controle positivo). Depois do tratamento, cada
cilindro foi colocado por 20 segundos num tubo de ensaio contendo uma solução
estéril tamponada com fosfato (PBS). Foram feitas diluições até a padronização do
inoculo em 10
-4
. Esse inóculo foi usado para semear uma placa com Agar sangue de
carneiro e estas placas foram incubadas a 37°C por 24 horas, quando foi realizada a
contagem das unidades formadoras de colônias (UFC). Os resultados demonstraram
que as amostras limpas por 20 segundos diminuíram significativamente a
contaminação de bactérias, e quando limpas com água e sabão ou glutaraldeído
reduziu ainda mais a contaminação quando comparadas com as amostras limpas
com água.
47
Osório et al. (1998) avaliaram a eficácia antibacteriana do glutaraldeído a 2%
(Cidex- Johnson & Johnson) e hipoclorito de sódio a 2% (Vitrex- Ceras Johnson) na
desinfecção de moldes de alginato (Jeltrate- Dentsply), durante imersão por 10
minutos, comparando-as com a lavagem em água e moldagem controle. Foram
construídas moldeiras de poliestireno com 4 concavidades na forma de calotas para
deposição do alginato, com 7 mm de diâmetro e 3 mm de profundidade. As
moldeiras foram esterilizadas previamente com glutaraldeído a 2% por 10 horas. A
moldeira contendo o alginato foi posicionada durante o ato da moldagem de forma a
copiar áreas de tecidos duros e gengiva. Foram moldados 12 pacientes que a cada
moldagem acabava fornecendo 4 corpos-de-prova, totalizando 48 corpos-de-prova.
Formaram-se 4 grupos: (1) corpo-de-prova imerso em glutaraldeído a 2% por 10
minutos; (2) corpo-de-prova imerso em hipoclorito de sódio a 2% por 10 minutos; (3)
corpo-de-prova lavado em água corrente por 10 segundos; (4) corpo de prova
dispensado diretamente no meio de cultura. Em seguida, cada corpo – de - prova foi
depositado num tubo de ensaio contendo Tryptcase Soy Broth (TSB) e incubado por
24 horas a 37°C, para posterior análise de turvação e confecção de lâminas para
análise microscópica. Os autores concluíram que as soluções estudadas foram
eficazes na desinfecção dos moldes e que apenas a lavagem dos mesmos com
água não foi eficaz na descontaminação.
Em virtude na necessidade de controle de infecção nos consultórios e
laboratórios dentais, Adabo et al. (1999) realizaram um estudo para determinar o
efeito de 2 métodos de desinfecção de impressão com elastômeros (polissulfeto,
silicona de adição e condensação e poliéter). As moldagens foram obtidas de um
modelo-padrão que representava uma arcada superior. No grupo controle, não foi
realizada desinfecção, o molde apenas ficou sobre a bancada de trabalho por 30
minutos; no grupo 2 houve imersão do molde no hipoclorito de sódio a 5,25% (soda
clorada-Inodon) por 10 minutos e em seguida deixada sobre a bancada por 20
minutos.; no grupo 3 foi feita a imersão no glutaraldeído a 2% por 30 minutos.
Decorrido esse tempo, os moldes foram vazados com gesso tipo IV (Durone-
Dentsply). Após 1 hora, os moldes e modelos foram separados e depois de 24 horas
feitas as leituras com um projetor de perfil (Nikon- Japan). Os autores concluíram
não haver diferença estatisticamente significante entre os elastômeros utilizados e
que também não houve diferença entre o grupo controle e os submetidos às
soluções desinfetantes.
48
Sofou et a.l (2002) estudaram o risco da transmissão de microrganismos
patogênicos através de moldes contaminados para modelos de gesso. Foram
confeccionadas matrizes metálicas simulando uma arcada edêntula maxilar, que por
sua vez foram contaminadas pelos microrganismos Bacillus subtilis ou
Streptococcus sanguis por 5 minutos. Foram obtidos moldes das matrizes com
alginato (Gilalgin B – Giulini, Ludwigshafen, Germany), silicona de condensação
(Dimension Penta H. Espe. Seefeld, Germany) e poliéter (Impregum Penta H.
Espe) e posteriormente vazados em duas marcas comercias de gesso tipo IV: Vel
Mix Stone (Kerr Europe, Basel, Switzerland) e Gilstone 05 white (Giulini). Foram
obtidas amostras da superfície dos moldes antes e após o vazamento dos modelos,
e porções dos modelos também foram colocados em meio de cultura para verificar a
presença de contaminação. Após o período de incubação, foram feitas as
contagens das unidades formadoras de colônias (UFC). O material que apresentou
maior contaminação foi o alginato. A contaminação dos modelos foi um pouco menor
que a dos moldes, o que induziu os autores a concluírem que devido aos níveis de
contaminação apresentados pelos moldes e modelos terem sido pequenos do ponto
de vista clínico, os procedimentos de desinfecção não seriam necessários. Ao invés
disso, procedimentos rotineiros de higiene, como a lavagem correta das mãos,
seriam suficientes para praticamente eliminar o risco de contaminação para os
profissionais do laboratório.
Taylor et al. (2002) estudaram o efeito de 4 procedimentos de desinfecção
sobre a estabilidade dimensional e qualidade superficial de quatro impressões em
alginato (Hydrogum, Neocolloid, Palgat Plus e Blueprint Cremix) e dos modelos de
gesso, além de testar a eficácia antimicrobiana dos mesmos. Os procedimentos de
desinfecção adotados foram: (1) imersão em glutaraldeído a 2% (Perform
®
); (2)
imersão em hipoclorito de sódio a 1% por 2 minutos; (3) molhar por 5 segundos com
hipoclorito de sódio a 1%, lavar com água corrente, molhar novamente com
hipoclorito e cobrir o material de impressão com uma gaze molhada em hipoclorito
por 10 minutos; (4) nenhum tratamento (grupo controle). Para a análise da alteração
dimensional foi construído um modelo de resina acrílica, que possuía três pilares
com duas canaletas em forma de “x” na superfície oclusal. A análise da qualidade
superficial dos modelos obtidos foi obtida a partir de um bloco de teste com três
linhas de 20, 50 e 75 µm e um microscópio (Leica Wild M3Z). No teste
microbiológico, os autores utilizaram Staphylococcus aureus para indicar a
49
efetividade dos protococlos de desinfecção. Os materiais de moldagem foram
inoculados com 0,1 ml do microrganismo por 2 minutos. Em seguida, lavados por 15
segundos em água destilada ou submetidos a um dos procedimentos de
desinfecção, depois colocados sobre placas com meio de cultura BHI Agar por 15
segundos e então removidas. A contagem das colônias se deu após incubação por
24 h a 37°C. Os autores concluíram todos os procedimentos de desinfecção foram
eficazes na eliminação do microrganismo; houve diferença significativa entre as
impressões imersas no Perform
®
e os outros procedimentos de desinfecção. Quanto
aos detalhes de superfície, os materiais de desinfecção tiveram um aumento quando
foi utilizado o glutaraldeído. os modelos obtidos a partir dos materiais de
moldagem: Hydrogum, Neocolloid e Palgat Plus apresentaram pobre reprodução de
detalhes quando imersos no hipoclorito a 1%. Entretanto, os modelos obtidos do
Blueprint Cremix não foram afetados por nenhum procedimento de desinfecção.
O estudo de Abdelaziz et al. (2004) avaliou a reprodutibilidade de moldes de
borracha após a esterilização por diferentes todos. A estabilidade dimensional e
molhabilidade de dois materiais de moldagem (polivinilsiloxano e poliéter) foram
avaliadas após esterilização por três métodos bastante conhecidos (imersão em
glutaraldeído 2% por 10 h, autoclavagem e radiação por microondas). Moldes não-
esterilizados foram usados como controle. O efeito do material da moldeira na
precisão da moldagem e o efeito do surfactante tópico na molhabilidade também
foram avaliados. ANOVA com método Dunnett foram usados para a análise
estatística. Todos os métodos de esterilização reduziram a reprodutibilidade das
moldagens, porém nem sempre essa redução foi significante. A esterilização por
microondas teve pequeno efeito na estabilidade e molhabilidade. Os maiores efeitos
dos outros métodos puderam ser eliminados utilizando-se moldeiras de cerâmica e
borrifando a superfície dos moldes com surfactante antes de vazar o gesso. Houve
uma exceção: o glutaraldeído diminuiu a estabilidade dimensional mesmo com o uso
de moldeiras de cerâmica e surfactante. Concluiu-se que a esterilização dos moldes
de borracha obtidos com moldeira de acrílico esteve geralmente associada a certo
grau de alteração dimensional. Energia de microondas por 10 minutos em alta
potência, parece ser uma técnica eficaz para esterilizar moldagens de borracha. A
aplicação tópica de surfactantes ajudou a restaurar a molhabilidade de modelos
esterilizados.
50
O alginato é o material de moldagem mais utilizado na Odontologia e o mais
suscetível às alterações dimensionais e, por esse motivo, continua sendo estudado
sob os mais variados aspectos. Dentre os fatores que influem na precisão do molde,
a sinérese e a embebição são os mais críticos e esse dado deve ser considerado,
principalmente no caso da desinfecção, que esse material, por ser o mais instável
dimensionalmente, impõe maiores limitações na seleção de um desinfetante, bem
como no tempo de exposição necessário. Assim sendo, o processo de desinfecção
dos materiais de impressão deveria ser adequado e não afetar adversamente a
precisão dimensional ou detalhes de superfície dos moldes (MARANHÃO,
ESTEVES, 2004).
Para Maranhão et al (2006) a desinfecção dos modelos de gesso não é menos
importante, devido às várias oportunidades de transferência de agentes infecciosos
do sangue e da saliva para eles, especialmente nas situações em que
reutilização do modelo de trabalho após provas protéticas, ou diante da
impossibilidade da desinfecção do molde. Os autores concluíram que para a
desinfecção de modelos de gesso, o recomendável seria o uso spray do hipoclorito
de sódio a 1% por um período de 10 minutos.
2. 3 ALTERAÇÕES NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MODELOS DE GESSO.
Em 1984, Merchant et al. realizaram um estudo preliminar utilizando duas
arcadas dentárias inferiores metálicas para a obtenção de moldes de silicona
(Reflect- Kerr) e polissulfeto (Permlastic- Kerr). As moldagens com o polissulfeto
foram feitas com uma moldeira individual de resina acrílica; enquanto que as
moldagens com silicona foram obtidas com moldeiras perfuradas de plástico. Duas
moldagens de cada material, uma de cada arcada foram submersas em
desinfetantes por 30 minutos (glutaraldeído ácido a 2%, glutaraldeído neutro,
hipoclorito de sódio a 0,5% e 1%, iodo- povidine a 0,1 e 1% e fenol a 5,25%) e
lavadas em água corrente por 30 segundos. Para controle foi utilizada a água
destilada. Os moldes de polissulfeto foram vazados com gesso Vel–Mix (Kerr) após
3 horas e os moldes de silicona após 24 horas. Os autores concluíram que não
houve alteração dimensional em nenhum dos desinfetantes testados. Os modelos
obtidos foram considerados precisos com exceção de troqueis para restaurações
que não foram avaliados nesse estudo.
51
Preocupados em como tratar adequadamente pacientes portadores de HIV e
hepatite B, Minagi et al. (1986), resolveram determinar o melhor todo de
desinfetar materiais de impressão para prevenir infecções virais sem afetar a
estabilidade dimensional dos materiais usados clinicamente. Para esta pesquisa, os
autores testaram 3 siliconas (Xantopren e Deliocron condensação; e Tosicon -
adição) e dois alginatos (Panacol e Algiace) e dois desinfetantes (um glutaraldeído a
2% - Sterihyde e um hipoclorito de sódio a 6% - Purelox). Foi construído um bloco de
teste em poliestireno, onde os materiais de moldagem foram depositados após a
manipulação. No bloco de teste tinha duas marcas que eram copiadas pelo material
de moldagem e após a presa deste, a distância entre as duas era medida com um
microscópio (PRM-3W) e as medidas eram tomadas novamente após a imersão do
bloco em cada solução desinfetante por 5, 10, 20, 30, 60 e 120 minutos a 20°C. Para
um segundo teste foi construído um modelo em forma de maxila parcialmente
edêntula com três cones metálicos. Os materiais foram manipulados conforme
orientação do fabricante e com moldeiras individuais confeccionadas para cada
material, procedeu-se as moldagens. Decorrido o tempo de presa do material de
impressão, os moldes eram removidos do modelo metálico e submetidos às
substâncias desinfetantes. Após 0 e 60 minutos eram feitas mensurações das
distâncias entre os pinos metálicos. Os autores concluíram que para as siliconas a
melhor solução desinfetante é o hipoclorito de sódio por 60 minutos e o glutaraldeído
a 2% por 60 minutos é o mais indicado para o alginato.
Minagi et al. (1987) testaram 5 materiais: 3 tipos de hidrocolóide reversível de
seringa, um tipo de moldeira e um alginato (hidrocolóide irreversível) quanto à
alteração dimensional linear e reprodução de detalhes. Dois métodos de moldagem
foram selecionados: um com hidrocolóide reversível combinado com irreversível. O
outro método usou seringa e moldeira de hidrocolóide irreversível com adição se
silicone. Devido às moldeiras de estoque sofrerem corrosão na presença do
hipoclorito de sódio, o glutaraldeído a 2% foi a solução desinfetante de escolha. Para
avaliar a ocorrência de alteração dimensional linear, o material de moldagem da
seringa foi injetado dentro da canaleta metálica de um bloco de teste de poliestireno.
Os outros materiais foram manipulados conforme orientação dos fabricantes e
dispensados dentro da canaleta. Imediatamente depois da presa do material de
moldagem, as distâncias entre as duas marcas foram mensuradas com um
microscópio. A distância foi medida novamente após a imersão de cada bloco em
52
desinfetante por 5, 10, 20, 30, 60,120 e 180 minutos a 20°C. Os testes de
reprodução de detalhes foram realizados após 60 minutos de imersão no
desinfetante, usando um bloco de teste regulado para determinação da reprodução
de detalhes. Os moldes foram vazados com gesso Die - Keen (Columbus). Os
autores concluíram que o procedimento de desinfecção não afetou a reprodução de
detalhes do material e que a alteração dimensional ocorrida foi clinicamente
aceitável.
Donovan, Chee (1989) avaliaram o tempo de presa, resistência à compressão,
resistência à tensão diametral, expansão e reprodução de finos detalhes de gessos
pedra melhorados, que contêm os desinfetantes (Steri-Die A e Steri-Die B) na sua
formulação, em comparação com dois tipos de gessos pedra melhorados (Vel-Mix e
Die Keen) que foram utilizados para amostras do grupo controle. Foram
confeccionadas 6 amostras de cada um dos materiais específicos, obtidos através
de 4 materiais de moldagem: polissulfeto, silicona de condensação, poliéter e
polivinil-siloxano. Após análise dos dados, pôde ser observado resultado favorável
dos gessos avaliados quando comparados com as amostras controle, com exceção
do Steri-Die B que apresentou valores inferiores nos testes de resistência à
compressão e tensão, e deficiente na reprodução de detalhes, especialmente
quando utilizados junto à silicona de condensação.
Sarma, Neiman (1990) avaliaram cinco propriedades físicas de um gesso tipo
IV Silk-Rock Violet (Whip Mix Corp) e oito substâncias desinfetantes. Para avaliar a
interação química, reprodução de detalhes, alteração dimensional e dureza
superficial, confeccionaram-se corpos-de-prova a partir de uma matriz plástica sobre
uma matriz metálica com duas linhas de referência, com 0,075 mm e 0,050 mm de
espessura e comprimento de 25, 004 mm. Após a presa do gesso que foi
manipulado com água destilada seguindo as proporções indicadas pelo fabricante,
os corpos-de-prova foram removidos e mantidos em temperatura ambiente durante
24 horas. Os espécimes foram imersos em: Sporicidin (glutaraldeído fenólico a 2%),
Banicide (glutaraldeído ácido a 2%), Glutarex (glutaraldeído neutro a 2%), Procide-
30 (glutaraldeído alcalino a 2%), Metricide (glutaraldeído a 2%), Multicide (um
composto fenólico), Biocide (um iodóforo), Clorox (um composto à base de
hipoclorito de sódio) e água destilada como controle). Observou-se visualmente a
presença de alterações nas soluções após a imersão dos espécimes durante o
período determinado (interação química). Com o auxílio de um estéreo-microscópio
53
com aumento de 10x, os autores avaliaram a erosão superficial, observando
alterações nas linhas de referência. Para a verificação de alteração dimensional
avaliou-se o comprimento das linhas de referência e comparou-se com o padrão. A
dureza superficial foi medida com um durômetro Rokwell. Para avaliação da
resistência à compressão foram confeccionados corpos-de-prova cilíndricos com 20
mm de diâmetro e 40 mm de altura, de acordo com a especificação n° 25 da ADA, a
partir de matrizes metálicas bipartidas. Os espécimes foram armazenados à
temperatura ambiente por 4 dias. Um grupo de amostras foi mantido por mais 3 dias
e testado para se avaliar a resistência à compressão a seco. Os corpos-de-prova
restantes foram imersos nas soluções estudadas pelos tempos determinados e
armazenados novamente por mais 48 horas, quando então foram submetidas à
compressão numa máquina de ensaios com uma carga de 300±50 kg/min. As
soluções que demonstraram interação química com formação de precipitados foram
Sporicidin, Procide-30, Metricide e Multicide; com relação à erosão superficial, o
resultado variou desde ausência total de erosão (água e Clorox), passando por uma
erosão leve (Biocide), moderada (Metricide, Multicide e Banicide), severa (Glutarex e
Procide-30) e muito severa (Sporicidin); nenhuma das soluções apresentou uma
grande alteração dimensional; O grupo mantido a seco apresentou maior dureza
superficial; seguido pelo grupo do Clorox (96% da dureza a seco) e água destilada
(95% da dureza a seco), sendo o último o grupo do Sporicidin (77% da dureza a
seco); na resistência à compressão, as amostras imersas em Glutarex e Metricide
foram as que apresentaram menores valores de resistência. Os autores concluíram
que as soluções com melhor desempenho e menor número de efeitos colaterais
quando utilizados para imersão do gesso foram Biocide (iodóforo) e Clorox
(composto a base de hipoclorito de sódio).
Araújo, Moraes (1993) procuraram estabelecer a influência das variáveis no
tratamento de superfície e tempo de armazenagem sobre três marcas de alginato
(Jeltrate, Xantalgin e Ava gel). Foi confeccionado um modelo-padrão metálico com
um pino retentivo no centro. Após obtenção dos moldes, estes foram avaliados
quanto à reprodução, integridade e ausência de bolhas; então eram submetidos a
um tratamento e condição de armazenamento: (1) 3 moldes de cada marca
comercial de alginato foram lavados em água corrente e armazenados durante 15
minutos. Repetiu-se o procedimento nos intervalos de tempo de 30, 45, 60 e 90
minutos. Ao término desses tempos, os moldes foram vazados com gesso tipo IV Vel
54
Mix (Kerr); (2) 3 moldes de cada marca comercial de alginato, foram submersos em
água gessada por 1 minuto; (3) 3 moldes de cada marca comercial de alginato foram
lavados com água gessada por 1 minuto e a seguir submersos em uma solução de
sulfato de potássio a 2%, durante 5 minutos, repetindo-se o procedimento nos
mesmos intervalos de tempo do grupo 1. Todos os moldes foram armazenados em
cuba umidificadora. Os corpos-de-prova foram medidos através do paquímetro
micrométrico (Tesa) para largura e Somet para altura. Os autores concluíram que o
Ava Gel apresentou maiores alterações dimensionais; os meios de tratamento não
promoveram alteração dimensional significativa; o armazenamento em cuba
umidificadora proporcionou uma maior dureza dos corpos-de-prova em função de
não haver trocas gasosas com o meio externo.
Tan et al. (1993) avaliaram as alterações dimensionais provocadas em
modelos de gesso obtidos através de moldes com hidrocolóide irreversível
desinfetados pela técnica de spray. Para isso, os autores utilizaram um padrão
metálico simulando uma arcada maxilar, onde foram confeccionadas moldeiras
individuais de resina acrílica (Characterized Lucitone, L. D. Caulk Co., Milford, Del.)
para a moldagem com um hidrocolóide irreversível (Jeltrate, L. D. Caulk Co.). Após
as moldagens, os moldes foram lavados em água corrente durante 10 minutos e
então foram submetidos à desinfecção por spray de 3 agentes antimicrobianos
(Hipoclorito de dio 1:10, Iodóforo 1:213, Sódio Fenol 1:1) e armazenados durante
10, 30 ou 60 minutos. As medições foram realizadas através de marcações pré-
estabelecidas no padrão metálico. Os resultados mostraram que a técnica de
desinfecção por spray não promoveu alterações dimensionais estatisticamente
significantes nos modelos de gesso, indiferentemente da solução utilizada e o tempo
de armazenamento.
Garcia et al.(1995) avaliaram a alteração dimensional dos moldes de alginato
decorrente do processo de desinfecção por imersão em duas soluções desinfetantes
hipoclorito de sódio a 2,5% (Q-boa) e a 1% (Solução de Milton). Para avaliar essa
alteração foram confeccionados 35 corpos-de-prova de gesso pedra especial,
obtidos a partir da moldagem com alginato Jeltrate (Dentsply) de uma matriz de aço
que apresentava duas torres com uma perfuração circular no topo de cada uma
delas. A água destilada foi utilizada como controle das substâncias. Para avaliação
das alterações dimensionais ocorridas nos modelos de gesso, foi utilizado um
microscópio de mensuração Carl Zeiss com 0,005 mm de precisão. Dentre as
55
substâncias utilizadas no experimento, a imersão em Q-boa durante 5 e 10 minutos
e Solução de Milton no tempo de 5 minutos produziram alterações dimensionais
insignificantes. Os autores concluíram que as alterações dimensionais ocorridas no
grupo da Solução de Milton por 10 minutos foram significativas, enquanto os demais
grupos comportaram-se de maneira semelhante.
Alsadi et al., em 1996, estudaram os efeitos da adição de goma arábica e
hidróxido de cálcio em gesso tipo III e IV. Os autores estudaram os efeitos na
relação água/pó, resistência à compressão, dureza superficial, resistência à tração
diametral e expansão de presa de tais gessos odontológicos. Foi utilizado um gesso
tipo III (Industrial gypsum, Milwaukee, Wisc.) e um gesso tipo IV (Miles, Inc. South
Bend, Ind), que foram reforçados em sua constituição pela adição de goma arábica
1,0% (Sigma, St. Louis, Mo.) e hidróxido de cálcio 0,132% (Fisher, Pittsburg, Pa.).
Através da medição da consistência do gesso, calculou-se a nova relação água/pó,
e com isso, foram confeccionadas as amostras de acordo com o teste realizado.
Com os resultados os autores concluíram que a adição de tais substâncias somente
promoveu alterações significantes na dureza superficial do gesso tipo III, e que as
demais propriedades mecânicas não apresentaram alterações nos gessos
avaliados.
Johnson et al. (1998) utilizando um modelo mestre em forma de arcada
mandibular em resina acrílica e 4 materiais de moldagem (Jeltrate, Palgaflex,
Impregum F e President), avaliaram como o hidrocolóide irreversível e o poliéter
pode sofrer desinfecção sem sacrificar a exatidão e qualidade superficial dos
modelos de gesso. As substâncias desinfetantes foram: iodofórmio (Biocide), um
glutaraldeído glyoxal (Impresept) e um glutaraldeído fenol (Sporicidin). O controle foi
feito sem desinfecção. Os modelos foram vazados com gesso tipo IV (Silky Rock).
Após 24 horas de presa, os modelos foram mensurados com auxílio de um
microscópio. Os autores concluíram que o alginato pode ser imerso para
desinfecção sem perda de precisão para modelos de diagnóstico ou antagonista e
para próteses parciais removíveis. A silicona de adição e o poliéter podem sofrer
desinfecção por imersão com alguns desinfetantes sem a perda de precisão ou
detalhe de superfície.
Em 1998, Breault et al., estudaram as propriedades do gesso produzido pela
substituição de 10% da medida de água com solução de hipoclorito de sódio a
5.25%. Os testes incluíram tempo de presa, resistência à compressão, rigidez,
56
resistência à tração diametral, expansão de presa, dureza e reprodução de detalhes.
Foi utilizado um gesso do tipo V (Die Keen, Heraus Kulzer, Inc, South Bend, IN) que
foi manipulado com 10% de solução de hipoclorito de sódio (Clorox, Clorox Co.
Oakland, CA) e 90% de água destilada. Os resultados demonstraram que a adição
de hipoclorito de sódio na medida de água aumentou significantemente a resistência
à compressão e a rigidez das amostras, diminuindo de forma razoável o tempo de
presa. As demais propriedades não demonstraram alterações significativas quando
comparado ao grupo controle. Assim, os autores concluíram que esta substituição
pode ser um método conveniente e efetivo de desinfecção de modelos de gesso no
laboratório sem afetar adversamente as propriedades físicas e mecânicas do
material.
Pavarina et al.(1998) avaliaram a ocorrência de alteração dimensional de
modelos obtidos após a imersão dos moldes em soluções desinfetantes. Para tal, foi
utilizado um modelo-padrão de aço inoxidável simulando uma arcada parcialmente
desdentada. Na base superior do modelo, foram fixados seis pilares que
representavam os dentes remanescentes. No topo de cada pilar, encontravam-se
dois sulcos que se cruzavam, um no sentido mésio-distal e outro no sentido
vestíbulo-lingual, formando ângulos retos. Cada pilar recebeu uma letra do alfabeto
e as mensurações foram feitas das distâncias AB, BC, DE, EF e BE. Para a
obtenção dos moldes foram utilizados um hidrocolóide irreversível, uma silicona e
um polissulfeto. O modelo de aço inoxidável foi fixado numa morsa e a moldeira
preenchida e pressionada até o assentamento final. Em seguida o conjunto foi
levado a um umidificador para geleificar ou polimerizar em umidade relativa de
100%. Decorrido o tempo de presa, o modelo padrão retornou para a morsa e a
moldeira foi removida num único movimento no sentido vertical. Esses moldes foram
lavados em água corrente e submetidos a uma das condições experimentais: (1)
moldes colocados num recipiente com umidade relativa de 100% por 30 minutos; (2)
moldes imersos em solução de glutaraldeído a 2% durante 30 minutos; moldes
imersos em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% por 30 minutos. Decorrido o
tempo de 30 minutos, os moldes foram novamente lavados e vazados com gesso-
pedra melhorado da marca Velmix (Kerr). O conjunto permanecia no umidificador e
após 45 minutos, o molde era separado do modelo. Decorridas 2 horas do
vazamento dos moldes, eram realizadas as mensurações no projetor de perfis
(Nikon). A alteração dimensional foi observada pela diferença entre as dimensões
57
dos modelos-padrão de aço inoxidável. Os autores concluíram que o hidrocolóide
irreversível apresentou média de alteração dimensional significativa em duas das
cinco regiões analisadas, e a silicona e o polissulfeto não propiciaram alteração
dimensional significativa nos modelos de gesso.
Santos Júnior et al. (2001) avaliaram a influência da desinfecção nas
propriedades mecânicas através de ensaios de resistência à compressão e à tração
diametral de espécimes confeccionados em gesso tipo IV (Durone) submetidas aos
métodos de desinfecção por autoclave, imersão em glutaraldeído alcalino a 2% e
imersão em hipoclorito de dio a 0,5%. Os corpos-de-prova foram obtidos a partir
de um tubo de PVC com 20 mm de diâmetro, cortados com 10 mm de altura
(matrizes para o ensaio de tração diametral) e 40 mm de altura (matrizes para o
ensaio de resistência à compressão). Os autores concluíram que o método de
desinfecção através da imersão durante 10 minutos em solução de hipoclorito de
sódio a 0,5% ou em solução de glutaraldeído alcalino a 2% pode ser utilizado em
gesso tipo IV sem comprometer clinicamente sua resistência à compressão e à
tração diametral; a desinfecção em autoclave, ciclo de três minutos a 134°C,
provocou alterações inaceitáveis na resistência do gesso tipo IV.
Santos, Jorge (2001) testaram a efetividade da desinfecção de moldes de
alginato (Jeltrate Plus- Dentsply) e de modelos de gesso pedra tipo III (Soli Rock,
Vigodent) com hipoclorito de sódio a 1% e verificaram ainda a presença de alteração
dimensional e viabilidade de sua aplicação na clínica diária. Foi confeccionado um
modelo padrão em alumínio com 32 mm de diâmetro e 10 mm de altura,
apresentando em sua superfície três linhas de referência com larguras
diferenciadas. Como moldeiras foram utilizados tampões para canos de PVC de 40
mm de diâmetro, cortados em 15 mm de altura. Os moldes foram contaminados com
0,1 ml de culturas de: Escherichia coli (ATCC 15.224), Staphylococcus aureus
(ATCC 25.953), Bacilus subtilis (ATCC 6633) e Candida albicans (ATCC 36.801).
Após 30 minutos do vazamento, os modelos e moldes foram separados e as
superfícies dos mesmos, pressionadas sobre placas de Petri contendo meios de
cultura: BHI Agar para E. coli e B. subtilis; Agar Sangue para S. aureus e Agar
Sauboraud para C. albicans. As placas foram incubadas a 37°C por 24/48 horas. Os
moldes e modelos foram submetidos à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1%,
por imersão, pelos tempos de 10 e 30 minutos. A seguir, os moldes foram lavados
com água destilada esterilizada e nova coleta de microrganismos foi realizada. A
58
contagem dos microrganismos que cresceram a partir da inoculação com o modelo
foi realizada colocando-se a placa sob papel vegetal previamente delimitado e
registrando-se a área de crescimento. A análise dimensional dos modelos foi
realizada medindo-se o comprimento da linha “x” e analisando a rugosidade
superficial em todos os modelos no projetor de perfil e, posteriormente, levando os
modelos para análise no rugosímetro (Perthometer M4Pi). Os autores concluíram
que a desinfecção foi 100% efetiva nos grupos dos moldes desinfetados por 10 e 30
minutos, modelo desinfetado por 30 minutos e molde/ modelo desinfetado por 10 e
30 minutos de imersão. A alteração dimensional quando da imersão por 10 minutos
é clinicamente insignificante. Segundo os autores, a desinfecção de moldes de
alginato por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% pode ser indicada para
modelos de estudo, antagonistas de próteses parciais removíveis ou próteses totais,
e para todos aqueles modelos onde não se exija estrita precisão dimensional.
Scaranelo et al (2001) avaliaram a capacidade de transmissão de mínimos
detalhes de um poliéter (Impregum F, Espe Dental) para quatro gessos do tipo IV
após sofrer desinfecção por aerossol ou imersão (glutaraldeído 2% e hipoclorito de
sódio 1%). Foram utilizados os gessos sintéticos: Rock Plus (Polidental Ind. e Com.
Ltda, Brasil) e Tuff Rock 44(Talladium do Brasil Com. Mat. Prod. Odontol., Brasil), e
os gesso naturais: Vel Mix Stone (Kerr Manufacturing Company, USA) e Herostone
(Vigodent S/A Ind. e Com., Brasil). Para a análise de reprodução de detalhes, foram
reproduzidas oito microranhuras com o poliéter que após sua presa era então
removido e em seguida sofria desinfecção por meio de imersão ou spray por 10
minutos. O gesso foi devidamente manipulado e vazado nos moldes de poliéter.
Após sua presa, foi então removido e a superfície foi analisada em um estéreo-
microscópio (Citoval Carl Zeiss Yena) sob um aumento de 50x, onde se anotou a
quantidade de ranhuras reproduzidas no gesso. Com os resultados obtidos, os
autores concluíram que o gesso tipo IV da marca comercial Rock Plus apresentou
melhores resultados indiferentemente do método de desinfecção adotado. Os
demais gessos não apresentaram diferenças significativas entre eles.
Soares, Ueti (2001), avaliaram a alteração dimensional, textura superficial e
resistência à compressão de troqueis de gesso tipo IV e V submetidos à desinfecção
química por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% ou glutaraldeído a
2,2% por 30 minutos (com ou sem lavagem previa em ultra-som), e pela adição de
glutaraldeído alcalino a 2,2 % ou hipoclorito 5,5% na manipulação do gesso. Os
59
autores concluíram que a desinfecção química não provocou alteração dimensional
significativa dos troqueis de gesso; provocou alterações na textura superficial dos
troqueis conforme o todo de desinfecção. A incorporação do glutaraldeído 2,2%
proporcionou troqueis com textura muito próxima a do grupo controle, mas a adição
do hipoclorito de sódio a 5% ao gesso tipo IV proporcionou um valor de textura muito
alto; e tanto a imersão por 30 minutos como as adições da solução desinfetante a
mistura do gesso determinaram redução na resistência à compressão dos troqueis.
Abdelaziz et al., em 2002, avaliaram os efeitos da adição de soluções
desinfetantes nos gesso tipo III e IV na resistência à compressão e tração diametral.
As amostras foram divididas em três grupos principais: Grupo 1 gesso não
modificado e manipulado com a relação água /pó recomendada pelo fabricante;
Grupo 2 - gesso modificado pela adição de goma arábica 1,0% e hidróxido de lcio
0,132% e manipulado com relação água/pó recomendada pelo fabricante e Grupo 3
– gesso modificado (idem grupo 2) e relação água/pó reduzida de acordo com
literatura prévia. Para cada grupo foram utilizadas soluções aquosas de hipoclorito
de sódio 0,525%, povidone-iodine 0,1 e 10% e glutaraldeído 2 %, tendo a água
destilada como grupo controle, perfazendo-se assim cinco subgrupos. Todas as
amostras foram testadas em uma quina de testes Instron (Instron Corp., Canton,
Mass. USA) que analisou a resistência a compressão e tração diametral. Os autores
concluíram que as adições de soluções desinfetantes diminuem significantemente a
resistência do gesso, porém a goma arábica e o hidróxido de cálcio permitiram uma
diminuição da relação água/pó e com isso, diminuíram o enfraquecimento do gesso.
Pereira et al. (2002) avaliaram a influência das técnicas da manipulação
mecânica e manual do gesso tipo IV (Durone), sobre a resistência á compressão e à
tração diametral. Os corpos-de-prova foram obtidos a partir de um tubo de PVC com
2 cm de diâmetro, cortados com 1cm de altura ( matriz para ensaio de compressão)
e 4 cm de altura (matriz para ensaio de tração diametral). Foram confeccionados 4
grupos, com 10 corpos-de-prova cada, sendo: (1) corpos-de-prova para ensaio de
compressão - manipulados mecanicamente; (2) corpos-de-prova para ensaio de
compressão - manipulados manualmente; (3) corpos-de-prova para o ensaio de
tração diametral - manipulados mecanicamente; (4) corpos-de-prova para o ensaio
de tração diametral - manipulados manualmente. Após 30 minutos da presa do
gesso foi utilizada uma máquina de ensaios Kratos (Kratos Ltda., São Paulo, Brasil),
com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos a ANOVA e teste
60
de Tukey, que demonstraram que a manipulação mecânica não foi relevante para os
testes de resistência à compressão. Entretanto em relação à ração diametral, a
manipulação mecânica melhorou as propriedades físicas do gesso tipo IV.
Santos Júnior et al., em 2003, avaliaram a rugosidade superficial e estabilidade
dimensional de um gesso tipo IV quando submetido a dois métodos de desinfecção,
utilizando o hipoclorito de sódio a 0,5% e glutaraldeído alcalino a 2%. Para obtenção
dos corpos de prova, os autores confeccionaram matrizes de silicona polimerizada
por adição (Elite, Zhermack, Italy) a partir de um modelo mestre de secção
hexagonal em cobre. O gesso tipo IV (Durone- Dentsply Ind. e Com. Ltda,
Petrópolis, RJ) foi pesado e manipulado mecanicamente com água deionizada de
acordo com as orientações do fabricante. As amostras foram divididas em dois
grupos, onde um primeiro grupo foi imerso em glutaraldeído alcalino 2,0% (Glutacide
II - Jonhson Divisão Hospitalar) e um segundo grupo foi imerso em hipoclorito de
sódio 0,5% (Farmalabor- Bauru, SP). Para a análise da estabilidade dimensional foi
utilizado um scanner (ColorPage-Vivid III V2, Genius, China), onde cada face do
hexágono foi analisada antes e após a imersão e através de um programa gráfico
(Imagetools- USA) mensurou-se tais faces. A rugosidade superficial foi analisada
através de um rugosímetro Hommel tester T 1000 (Hommelwerkw, GmbH, Alte
Tuttinger Strebe 20.D-7730 VS-Schwenningen), que também foi analisada antes e
após a imersão em todas as faces do hexágono. Com base nos dados obtidos, os
autores concluíram que a imersão nas soluções desinfetantes utilizadas não
promoveu alterações significantes na rugosidade superficial; porém na análise
dimensional, observou-se que os dois métodos de desinfecção ocasionaram uma
significativa diminuição na área das paredes axiais dos corpos de prova.
Devido à preocupação em avaliar as interferências sobre os modelos obtidos
após a desinfecção de seus moldes, Zanet et al. (2003), com uma lupa com
aumento de 10x (Wild Heerbrugg-M7A), observaram as alterações dimensionais dos
moldes, transmitidas aos respectivos modelos. Utilizou-se durante o experimento
uma temperatura ambiente de 20ºC e água deionizada tanto para as moldagens com
alginato (Jeltrate-Dentsply), quanto para confecção dos modelos de gesso tipo IV
(Troquel 4-Polidental). Foram realizadas trinta moldagens de um modelo metálico
padrão, as quais foram desinfetadas da seguinte maneira: Grupo 1: imersão em
hipoclorito de dio a 1% por 10 minutos (10 amostras); Grupo 2: spray de
hipoclorito de sódio a 1% e armazenagem por 10 minutos em uma cuba
61
umidificadora com umidade relativa de 100% (10 amostras); Grupo 3 (controle):
armazenagem dos moldes por 10 minutos em uma cuba umidificadora com umidade
relativa de 100% (10 amostras). Todas as moldagens foram lavadas em água
corrente por 10 segundos e em seguida confeccionaram-se os modelos de gesso (o
gesso foi preparado com espatulador a vácuo). A avaliação dos modelos foi feita
após 24 horas. Os valores obtidos foram submetidos ao teste ANOVA que indicou
haver diferença estatística insignificante entre os grupos. Os autores concluíram que
não houve alteração dimensional significante nos modelos, independente do tipo de
desinfecção realizada nos moldes de alginato.
Procurando encontrar um método econômico, facilmente realizável e efetivo na
desinfecção de modelos de gesso, Scaranelo et al., em 2004, propuseram-se a
avaliar o efeito que a manipulação do gesso com soluções desinfetantes a base de
cloro ativo, poderia exercer sobre o tempo e a expansão de presa de dois tipos de
gesso (tipo III e IV), sendo duas marcas do tipo IV (Durone - Dentsply e Poli Rock -
Polidental) e uma marca do tipo III (Wilson- Polidental), quando os mesmos são
manipulados com dois desinfetantes a base de hipoclorito de sódio a 2,5% (Cândida
e Q-Boa) incorporados em uma mistura de 50% com água destilada. Para
determinação do tempo de presa, foi utilizado um Aparelho de Vicat, preconizado
pela A.D.A. em sua especificação número 25, assim como o dispositivo para a
medição da estabilidade dimensional que consistia em uma calha metálica em forma
de “v” com duas marcas de referência. Os autores obtiveram como resultado um
aumento significativo no tempo de presa, independentemente do gesso e da solução
utilizada, os valores de estabilidade dimensional mostraram que os desinfetantes
clorados promoveram uma contração do gesso em relação ao grupo controle.
Na pesquisa desenvolvida por Lucas (2004) foram avaliados o tempo de presa,
reprodução de detalhes e estabilidade dimensional linear de amostras
confeccionadas em gesso tipo IV desinfetadas pela técnica de adição de soluções
químicas desinfetantes (hipoclorito de sódio, digluconato de clorexidina e
glutaraldeído) na composição do gesso. As amostras para a análise do tempo de
presa, foram obtidas a partir de um anel de PVC com diâmetro interno de 25 mm,
onde o gesso foi vertido e a agulha do aparelho de Vicat que estava travada a uma
distância de 0,5 mm da superfície do gesso e foi liberada abruptamente dois minutos
antes da massa perder o brilho superficial, penetrando completamente no mesmo.
Após isso, foram realizadas penetrações seqüenciais em diferentes áreas
62
(padronizadas por quadrantes) a cada quinze segundos até que a agulha deixasse
de penetrar completamente na massa. Para a mensuração da estabilidade
dimensional, utilizou-se um anel de borracha flexível para não restringir a expansão
do gesso. Após 2 horas, o corpo de prova foi então removido do interior do anel de
borracha e medido com um paquímetro digital obtendo-se assim o seu comprimento
final. A reprodução de detalhes foi avaliada por meio de uma placa de aço inoxidável
com entalhes de diferentes profundidades variando de 0,025 a 0,300 mm. Na placa
metálica, foi fixado um anel metálico com 30 mm de diâmetro e 15 mm de altura, de
maneira que a linha de 0,050 mm de profundidade permanecesse centralizada.
Decorridos 2 horas, as amostras foram removidas e a superfície foi analisada em
uma lupa estereoscópica sob um aumento de 10X. Sendo considerada uma
reprodução de detalhes satisfatória quando ocorrer à cópia da linha de 0,050 mm de
maneira contínua em todo o diâmetro do anel. O autor concluiu que a incorporação
do glutaraldeído e clorexidina, nas concentrações e diluições utilizadas neste estudo,
não ocasionou prejuízos à capacidade de reprodução de detalhes do gesso tipo IV.
A estabilidade dimensional linear do gesso espatulado com glutaraldeído e
clorexidina apresentou uma expansão estatisticamente semelhante ao grupo
controle. O tempo de presa apresentou aumento em todas as amostras avaliadas,
porem o glutaraldeído 1% e a clorexidina 1% obtiveram valores dentro dos padrões
exigidos pela norma da I.S.O, independentemente da diluição. A solução de
hipoclorito de sódio 1,0% em ambas as diluições utilizadas, promoveu severas
alterações em todas as propriedades avaliadas.
Scaranelo et al. (2004) estudaram as propriedades de três marcas comerciais
de gesso, um tipo III (Wilson - Polidental) e dois tipo IV (Durone - Dentsply e Poli
Rock - Polidental), quanto a resistência à compressão e dureza superficial, quando
manipulado com duas soluções desinfetantes a 2,5% (Cândida e Q-Boa, Indústria
Anhembi) empregadas numa mistura a 50% com água destilada. Para o ensaio de
resistência à compressão, os corpos-de-prova foram obtidos a partir de tubos de
PVC com 20 mm de diâmetro e 40 mm de altura. O gesso foi manipulado
manualmente seguindo as orientações do fabricante e vertido dentro das matrizes
de PVC. Após o período de presa, as amostras eram removidas e ficavam à
temperatura ambiente durante 1 semana. A resistência à compressão foi medida
numa quina de ensaio universal a uma velocidade de 300± 50 quilogramas por
minuto. Para o ensaio de dureza superficial, as amostras foram obtidas de matrizes
63
de PVC com 17 mm de altura por 76,20 mm de diâmetro. O teste de dureza
Rockwell foi realizado com um durômetro Wolpert, escala 15Y com ponta
penetradora esférica de ½ polegada de raio, na escala de carga máxima de 15 kg,
com pré-carga de 3 kg. Sendo feitas 5 leituras na superfície de cada amostra. Foram
confeccionados 45 corpos-de-prova, ou seja, 5 amostras para cada condição
estudada. Após análise estatística, os autores concluíram que os gessos
proporcionaram valores diferentes de resistência à compressão, tendo o Poli Rock o
maior valor, seguido pelo Durone e Wilson; as soluções testadas pioraram a
resistência à compressão dos gessos quando comparadas com a água destilada.
Quanto à dureza superficial o gesso durone teve o valor mais alto, sendo seguido
pelo Poli Rock e Wilson; as soluções desinfetantes diminuíram a dureza superficial
dos gessos quando comparado com água destilada.
Para avaliar se os moldes de alginato (Jeltrate) podem ser desinfetados em
solução química de glutaraldeído a 2% por 30 minutos, sem que haja alteração
dimensional dos mesmos, Boer et al. (2004), construíram um troquel padrão em
aço inoxidável, com formato tronco-cônico, simulando um dente preparado para
receber uma coroa total. Uma coroa - padrão também foi construída para comparar
as dimensões dos futuros troqueis de gesso com o troquel-padrão. Foram obtidos 30
moldes, dos quais 10 não sofreram desinfecção (grupo controle seco); 10 foram
imersos em água deionizada por 30 minutos (grupo controle úmido); e os outros 10
moldes imersos em solução de glutaraldeído a 2% por 30 minutos. Após esses
procedimentos, os moldes foram vazados com gesso Durone. Após 14 dias da
confecção dos troqueis de gesso, estes foram levados para aferição da adaptação
da coroa-padrão ao troquel, feito em um microscópio de profundidade. Os autores
concluíram que a imersão do alginato em solução de glutaraldeído a 2% por 30
minutos, produziu troqueis de gesso sem alteração dimensional estatisticamente
significante, quando comparado ao grupo controle (seco) e ao grupo controle
(úmido).
Abdelaziz et al. (2005) na intenção de explorar a hipótese de que a
molhabilidade da silicona poderia ser afetada por um tratamento surfactante no
material de moldagem e pela presença de desinfetantes (ambos com e sem
substâncias endurecedoras) na mistura do gesso. Foram utilizadas duas marcas de
gesso, um tipo III (Lab Stone) e um tipo V (Die Keen); estes foram misturados cada
um com hipoclorito de dio a 0,525% ou iodo povidine 0,1% adicionados à água,
64
que foi a solução controle. O desses gessos foi submetido a uma modificação
adicional: acréscimo de goma arábica a 1% e hidróxido de cálcio a 0,132%. Para
testar a consistência da mistura, o material após manipulado, foi vazado dentro de
uma placa de vidro com o auxílio de uma seringa plástica, seguido de vibração por 5
segundos. Depois do tempo de presa, o diâmetro de cada amostra foi medido três
vezes em diferentes direções, usando para isto um paquímetro digital e as medidas
foram analisadas. Um diâmetro maior significava maior fluidez do material
manipulado. Para verificar a molhabilidade, foram formados 4 grupos: (1) superfície
da moldagem não tratada antes de vazar o gesso; (2) moldagem tratada com
surfactante em spray antes de vazar o gesso; (3) moldagens tratadas com spray de
hipoclorito de sódio a 0,525% e seco com ar depois de 10 minutos, em seguida
vazado o gesso; (4) a moldagem era desinfetada como no grupo anterior, depois era
aplicado um spray com surfactante, e então vazado o gesso. O modelo de gesso
obtido foi seccionado e analisado com um estereomicroscópio (Olympus) e uma
câmera de vídeo. Os autores concluíram que a fluidez do gesso manipulado pode
ser afetada pela presença de aditivos modificadores; Os desinfetantes químicos têm
pouco efeito sobre o comportamento umectante do gesso dental e que quando o
deste sofre acréscimo de goma arábica e hidróxido de cálcio, antes da manipulação,
melhora o comportamento umectante da mistura.
Batista (2005) analisou a influência da incorporação de três substâncias
desinfetantes (hipoclorito de sódio a 1%, glutaraldeído alcalino a 2% e digluconato
de clorexidina a 2%) em duas diferentes porcentagens (50 e 100%) na água da
espatulação de dois gessos tipo IV (FujiRock EP e Rock Plus), avaliando-se a
resistência à compressão e à tração diametral dos citados materiais. Para obtenção
das amostras tanto do ensaio de resistência à compressão quanto o de tração
diametral, o autor utilizou matrizes cilíndricas metálicas bipartidas em latão sendo
que, no teste de resistência à compressão, a mesma tinha um comprimento de 40
mm e no de tração diametral, apresentava comprimento de 10 mm. Essas matrizes
foram posicionadas sobre placas de vidro e fixadas com tiras de cera utilidade a fim
de evitar o extravasamento do gesso por baixo da matriz durante o vazamento. Os
testes foram realizados após 24 horas do vazamento. Para determinação da
resistência à compressão e tração diametral, os corpos-de-prova foram comprimidos
em uma máquina de ensaios mecânicos computadorizada MTS -810 (MTS System
Corporation, Minneapolis, USA), com célula de carga de 100 KN, e velocidade
65
constante de 0,5 mm/min26,32,36. No teste da resistência à compressão, os
mesmos foram posicionados verticalmente no centro de uma base metálica circular
de 40 mm de diâmetro, fixada no mordente inferior da máquina, no experimento
de tração diametral, os espécimes forma posicionados com o maior diâmetro em
posição vertical, no centro da base circular de 40 mm de diâmetro. Em ambos os
testes, as amostras foram comprimidas por um pistão de 25 mm de diâmetro, preso
ao mordente superior da máquina. A força foi aplicada até a ruptura dos espécimes.
O autor concluiu em seu estudo que não houve diferença estatisticamente
significante na resistência à tração diametral, mas houve diferença significativa na
resistência à compressão, quando se incorpora substâncias desinfetantes na
manipulação dos gessos estudados e que o material que apresentou o melhor
comportamento frente às propriedades testadas foi o glutaraldeído alcalino a 2% na
proporção de incorporação de 50%.
B
66
P
P
R
R
O
O
P
P
O
O
S
S
I
I
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
67
PROPOSIÇÃO
3 PROPOSIÇÃO
Avaliar a ação antimicrobiana de 2 substâncias (hipoclorito de sódio a 1% e
clorexidina a 4%), quando incorporadas durante a manipulação do gesso tipo
IV (estudo in vivo);
Verificar a ação antimicrobiana de 2 substâncias: hipoclorito de sódio a 1%,
clorexidina a 4% sobre três microorganismos: Streptococcus mutans,
Streptococcus sanguis e Enterococcus faecalis (estudo in vitro).
Avaliar as alterações dimensionais, após manipulação do gesso tipo IV com
soro fisiológico (controle) e as soluções desinfetantes: hipoclorito de sódio a
1% e clorexidina a 4% (estudo in vitro);
68
M
M
A
A
T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
L
L
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
69
MATERIAL E MÉTODOS
4 MATERIAL E MÉTODOS
A metododologia foi desenvolvida em duas partes:
Parte 1 – Estudo microbiológico:
A – In vivo;
B – In vitro;
Parte 2 - Estudo das alterações dimensionais dos modelos (In vitro).
4. 1 MATERIAL
4.1.1 Estudo microbiológico
No quadro 1 estão relacionados os principais materiais utilizados no estudo
microbiológico, assim como as marcas comerciais e fabricantes.
Quadro 1 – Descrição dos materiais utilizados no estudo.
MATERIAIS MARCAS FABRICANTES
Gesso tipo IV Durone Dentsply
Alginato Jeltrate Plus Dentsply
Clorexidina
a 4%
- Pharmácia Universitária-Natal
(RN)
Hipoclorito de
sódio a 1%
-
Pharmácia Universitária- Natal
(RN)
Solução fisiológica
de cloreto de sódio
a 0,9% estéril
ADV
®
Laboratório Tayuyna Ltda
70
MATERIAL E MÉTODOS
No quadro 2 relacionou-se os microrganismos utilizados e seus respectivos
ATCCs.
Quadro 2 - Microrganismos utilizados no estudo
.
MICRORGANISMO ATCC
Cepas de Streptococus mutans
25175
Cepas de Streptococus sanguis
10556
Cepas de Enterococcus faecalis
29212
No quadro 3 estão relacionados os meios de cultura utilizados e seus
respectivos fabricantes.
Quadro 3 - Meios de cultura empregados
.
MEIO DE CULTURA FABRICANTE
BHI Caldo
(Brain Heart Infusion)
Difco
BHI Agar
(Brain Heart Infusion)
Difco
Müeller Hinton Difco
No quadro 4 estão relacionados outros materiais empregados nos estudos
microbiológicos.
Quadro 4 - Apresentação de outros materiais utilizados nos estudos microbiológicos.
Estufa microbiológica Luvas estéreis Seringas descartáveis 20 ml
Jarra de anaerobiose Placas de Petri Moldeiras parciais perfuradas de alumínio
(Tecnodent)
Pinças clínicas estéreis Tubos de ensaio Dosadores para alginato estéreis
Swabs estéreis
Umidificadores
Contador de colônias CP500 (Phoenix)
Anéis de aço inox Gaze estéril
Campos cirúrgicos estéreis
Espátulas n°36 estéreis Cubas metálicas
Cubetas e espátulas para manipulação de
gesso e alginato estéreis
71
MATERIAL E MÉTODOS
4.1.2 Estudo das alterações dimensionais dos modelos (In vitro).
Quadro 5 - Materiais empregados no estudo das alterações dimensionais (in vitro).
MATERIAIS MARCAS FABRICANTES
Gesso tipo IV Durone Dentsply
Alginato Jeltrate Plus Dentsply
Clorexidina - Pharmácia Universitária-Natal (RN)
Hipoclorito de
sódio a 1%
-
Pharmácia Universitária- Natal (RN)
Solução fisiológica
de cloreto de sódio
a 0,9% estéril
ADV
®
Laboratório Tayuyna Ltda
Quadro 6 - Outros materiais utilizados no estudo.
Delinador para prótese removível
Matriz de aço inox
Moldeira de aço inox
Câmera digital Nikon Coolpix 5700
Software Image Pro Plus
4.2 MÉTODOS
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Potiguar (RN) sob o registro número 151/2006.
72
4.2.1 Estudo microbiológico in vivo
O delineamento do experimento in vivo (Figura 1) mostra toda a seqüência
seguida imediatamente após a obtenção dos moldes e decorridas 1 e 24 horas.
Figura 1- Delineamento do estudo microbiológico in vivo.
4.2.1.1 Seleção da amostra
A amostra foi constituída por 30 voluntários. Foram excluídos da amostra os
indivíduos que apresentaram ausência de algum elemento dentário na região ântero-
superior e os que utilizavam aparelho ortodôntico.
Amostra
30 voluntários
3 moldagens
c/ alginato
Jeltrate Plus
1ª coleta
molde c/
swab estéril
0h
2ª coleta
molde c/
swab estéril
Incubação
por 24h a
37° C
Contagem UFC
Turbidez caldos
Incubação
por 24h a
37°C
Contagem UFC
Turbidez caldos
Vazamento
dos moldes
G1- soro fisiológico
estéril
G2- hipoclorito
de sódio a 1%
G3- clorexidina 4%
1ª coleta modelos c/
swabs estéreis
1 h após
Incubação por 24h
a 37°C
Contagem UFC
Turbidez caldos
2ª coleta modelos c/
swabs estéreis
Incubação por 24h
a 37°C
Contagem UFC
Turbidez dos caldos
24 h após
73
MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1.2 Obtenção dos moldes
Foram realizadas três moldagens parciais da região ântero-superior da arcada
dentária (canino a canino) dos voluntários, utilizando para isto, moldeiras parciais
perfuradas de alumínio estéreis Tecnodent (Tecnodent Ind. e Com. Ltda, o Paulo,
Brasil) (Figura 2), preenchidas com alginato (Jeltrate Plus - Dentsply). Foi realizado
um total de 90 moldagens.
Todos os materiais utilizados durante a manipulação do alginato para a
obtenção dos moldes, assim como os utilizados para a manipulação do gesso com
as substâncias desinfetantes, foram esterilizados em autoclave.
4.2.1.3 Imediatamente após a obtenção dos moldes
4.2.1.3.1 coleta de microrganismos dos moldes obtidos
Após obtenção dos moldes, os mesmos foram lavados em água corrente para
que reproduzíssemos o mais fielmente possível o procedimento clínico. Após a
lavagem em água corrente por 20 segundos, um swab estéril molhado em soro
fisiológico estéril, foi esfregado na região correspondente às superfícies vestibular,
lingual, incisal e regiões de palato e vestíbulo dos elementos 11, 12 e 13 do molde e
outro swab foi esfregado nas mesmas faces e regiões dos elementos 21, 22 e 23 do
molde (Figuras 3).
Figura 2 - Molde em alginato. Figura 3 Coleta de microrganismos do molde
com swab.
74
MATERIAL E MÉTODOS
Após a semeadura em estrias múltiplas em placas de Petri com meio de
cultura BHI Agar (Difco
TM
) (Figura 4) os swabs foram dispensados em tubos
contendo caldo BHI (Difco
TM
) (Figura 5) e os tubos e placas após serem
devidamente identificados, foram incubados em estufa bacteriológica a 37°C por 24
horas.
4.2.1.4 Vinte e quatro horas após a obtenção dos moldes
4.2.1.4.1 Contagem das ufc e observação dos caldos dos moldes(24h)
Decorridas 24 horas da primeira coleta dos moldes, realizou-se a contagem
das unidades formadoras de colônias (UFC) nas placas de Petri com o Contador de
colônias CP 500 (Phoenix) (Figura 6) e comparou-se a turbidez dos caldos com a
escala de Mac Farland (Figura 7).
Figura 4 - Plaqueamento com swab estéril. Figura 5 - Swab dispensado no caldo BHI.
75
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 6 –
Contagem das UFC.
Figura 7 – Turbidez do caldo.
4.2.1.5 Vazamento dos moldes
Foram atribuídos números aos pacientes e os respectivos números marcados
nas moldeiras, identificado-as; a seqüência das moldagens também foi demarcada
em cada moldeira, assim como também as substâncias utilizadas durante a
manipulação do gesso. As substâncias receberam letras correspondentes a cada
uma delas. A letra “a” = soro fisiológico (controle); “b”= hipoclorito de sódio a 1% e
“c”= clorexidina a 4% . Com a utilização dessa sistemática, conseguiu-se alternar a
seqüência de vazamento com substância selecionada, permitindo assim, que cada
substância fosse utilizada tanto na primeira, segunda e terceira moldagens,
alternadamente (Figuras 8 e 9).
Figura 8- Moldeira parcial perfurada
estéril embalada em grau cirúrgico.
Figura 9 - Moldes e moldeiras identificados.
76
MATERIAL E MÉTODOS
Os moldes foram vazados com gesso pedra tipo IV (Durone-Dentsply)
manipulados com soro fisiológico (ADV
®
) (G1) (Figura 10), hipoclorito de sódio a 1%
(Pharmácia Universitária Natal - RN) (G2) e clorexidina a 4% (Pharmácia
Universitária Natal - RN) (G3) (Figura 11); seguindo a proporção indicada pelo
fabricante 100g de pó/19ml de solução, utilizamos 56 g de gesso/ 11ml de solução
desinfetante.
Durante o tempo de presa, os moldes ficaram armazenados em umidificadores
desinfetados com álcool a 70% (Figura 12).
Figura 12 – Umidificadores desinfetados.
Figura 10 – Soro fisiológico estéril. Figura 11 - Clorexidina 4% e h
ipoclorito
de sódio 1%.
77
MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1.6 Uma hora após vazamento dos moldes
4.2.1.6.1 Primeira coleta de microrganismos dos modelos de gesso
Após uma hora para a presa do gesso, o modelo foi separado do molde. Um
swab estéril foi molhado em soro fisiológico e esfregado no modelo de gesso nas
superfícies vestibular, lingual e incisal dos dentes 11,12 e 13 e também na região de
vestíbulo e palato dos referidos elementos; o swab foi esfregado numa placa de Petri
com meio de cultura BHI Agar e em seguida dispensado num tubo de ensaio com
BHI caldo e ambos foram incubados em estufa microbiológica a 3C por 24 horas
(Figuras 13 e 14).
Os modelos após a primeira coleta, foram armazenados nos umidificadores
para que se realizasse a segunda coleta com 24 horas (Figura 15).
Figura 13 – Coleta no modelo de gesso. Figura 14 – Estufa microbiológica.
78
MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1.7 vinte e quatro horas após primeira coleta dos modelos de gesso
4.2.1.7.1 contagem das ufc e observação dos caldos da primeira coleta dos
modelos de gesso (24h)
Decorridas 24 horas da primeira coleta dos modelos, realizou-se a contagem
das unidades formadoras de colônias (UFC) nas placas de Petri com o Contador de
colônias CP 500 (Phoenix) e comparou-se a turbidez dos caldos com a escala de
Mac Farland (Figura 16 e 17).
Figura 16 –
UFC na placa de Petri.
Figura 17 – Turbidez dos caldos.
Figura 15 – Modelos armazenados em umidificador.
79
MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1.7.2 Segunda coleta de microrganismos dos modelos de gesso
Após 24 horas da primeira coleta dos modelos de gesso, procedeu-se uma
segunda coleta. Swabs estéreis umedecidos em soro fisiológico estéril, foram
esfregados nas faces vestibular, lingual, incisal e regiões de palato e vestíbulo dos
elementos 21,22 e 23 de cada um dos modelos (Figura 18) e após serem
esfregados em placas de Petri com BHI Agar, foram dispensados em tubos de
ensaio com BHI caldo e placas e tubos foram incubados na estufa microbiológica por
24 horas a 37°C (Figura 19).
4.2.1.8 Após 24 horas da segunda coleta dos modelos de gesso
4.2.1.8.1 Contagem das ufc e observação da turbidez dos caldos da segunda coleta
dos modelos (24h)
Decorridas 24 horas da segunda coleta dos modelos de gesso, foi realizada a
contagem das UFC e comparação da turbidez dos caldos com a escala de Mac
Farland (Figuras 20). As ufc foram transformadas em score para que os dados
fossem submetidos à estatística. A função dos caldos era confrontar seus resultados
com os resultados das placas; serviam portanto, como uma prova, que foram
contabilizadas as ufc das placas cujo resultado era compatível com o do caldo
correspondente.
Figura 18 – 2ª Coleta dos modelos. Figura 19 – Swab dispensado no caldo BHI.
80
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 20 – Escala de Mac Farland.
4.2.2 Estudo microbiológico in vitro
A fim de identificar que substância desinfetante entre as estudadas, teria
maior efeito antimicrobiano e sobre quais microrganismos, realizamos um estudo
laboratorial, com três microrganismos que estão presentes na cavidade oral, como
complementação do estudo in vivo.
Os microrganismos selecionados para o experimento foram cepas de S.
mutans (ATCC 25175), S. sanguis (ATCC 10556) cedidos pelo Banco de
Microrganismos do Departamento de Biologia Molecular da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) e E. faecalis (ATCC 29212) cedido pelo Laboratório de
Microbiologia da Universidade Potiguar (UNP). Após o repique desses
microrganismos, os mesmos foram semeados em distensão no meio Agar Müeller
Hinton (Difco
TM
) em triplicata para cada microrganismo (Figura 21 e 22).
Figura 21 – Semeadura do meio de cultura
.
Figura 22 – Placas em triplicata.
81
MATERIAL E MÉTODOS
Depois de um período de pré-incubação das placas por 1 hora, manipulou-se
alginato Jeltrate Plus (Dentsply) com soro fisiológico conforme orientações do
fabricante e gesso tipo IV (Durone - Dentsply) com soro fisiológico (ADV
®
),
hipoclorito de sódio a 1% (Farmácia Universitária) e clorexidina a 4% (Farmácia
Universitária). Esses materiais foram dispensados dentro de anéis de aço inoxidável
de 10,50 mm de altura com 7,40 mm de diâmetro, esterilizados em autoclave, que
foram posicionados sobre o meio de cultura (Figura 23 e 24). Durante a execução de
todo o experimento manteve-se uma cadeia asséptica na manipulação dos
materiais.
As placas semeadas com S. mutans e S. sanguis foram incubadas em
anaerobiose dentro de uma jarra em estufa bacteriológica a 37°C por 24 horas.
A jarra de anaerobiose é uma jarra de vidro, onde após sua desinfecção,
foram depositadas as placas de Petri semeadas com os microrganismos citados
anteriormente, tendo sobre o meio de cultura, os anéis preenchidos com o gesso
manipulado com as substâncias testadas. Após a colocação das placas, foi
colocada uma vela acesa dentro da jarra, que foi tampada e selada com fita adesiva
para comprovar que todo o oxigênio tivesse sido consumido e restasse o CO
2,
pois nesse momento a vela se apagou pela ausência de O2.
Figura 23 – Deposição do gesso no anel
de aço.
Figura 24 Anel sobre meio de cultura
semeado
.
82
MATERIAL E MÉTODOS
As placas semeadas pelo E faecalis foram incubadas em aerobiose dentro da
estufa microbiológica.
Decorrido o período de incubação, mediu-se os halos de inibição formados
pelas substâncias com o auxílio de um paquímetro digital Starret® (Figuras 25, 26 e
27). Foram feitas duas medidas de forma perpendicular entre si, sendo obtida a
média de seus tamanhos.
Figura 25 – Inibição de crescimento bacteriano
.
Figura 26 – Halo de inibição do hipoclorito 1%.
Figura 27 – Medição do halo formado com paquímetro digital.
Hipoclorito Soro
Alginato Clorexidina
83
MATERIAL E MÉTODOS
4.2.3 Estudo das alterações dimensionais dos modelos de gesso (in vitro)
A amostra foi constituída de 30 corpos de prova. Sendo 10 amostras para cada
substância avaliada.
Quadro 7- Grupos amostrais.
GRUPO SUBSTÂNCIA
1 Soro fisiológico estéril
2 Hipoclorito de sódio a 1%
3 Clorexidina a 4%
Para a realização das moldagens, foi confeccionada uma matriz de aço inox
em forma de pentágono com cinco pilares convexos (com de angulação),
contendo duas linhas perpendiculares na sua extremidade superior (Figura 28).
Também foi confeccionada uma moldeira em aço inoxidável perfeitamente adaptada
para esta matriz. Esta moldeira ficava presa à plataforma de um delineador para
prótese removível, enquanto que a matriz ficava presa à haste vertical móvel do
mesmo por um pino presente na sua base, o que padronizou o eixo de inserção da
moldeira/ matriz. A padronização da força realizada durante a moldagem, foi
conseguida pela adaptação da moldeira que possuía um “stop” gerado pelo seu
próprio formato (em forma de inclinação das paredes) que limitava a inserção da
matriz (Figura 29) e a retenção do material de moldagem foi obtida pelas fendas que
existiam na moldeira.
84
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 28 – Matriz de aço inoxidável.
Figura 29 – Conjunto moldeira/ matriz posicionadas no delineador.
Para a realização das moldagens, utilizou-se o alginato Jeltrate Plus (Dentsply)
seguindo a proporção indicada pelo fabricante (Figura 30).
85
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 30 – posicionamento do conjunto moldeira/matriz
durante a moldagem com alginato.
Os moldes obtidos foram lavados em água corrente por 20 segundos e em
seguida vazados com o gesso tipo IV Durone (Dentsply) manipulado com: soro
fisiológico (G1); hipoclorito de sódio a 1% (G2); clorexidina a 4% (G3). O gesso foi
previamente reservado em sacos plásticos em porções individuais que foram
pesados numa Balança digital de precisão (Quimib). As soluções foram medidas
com o auxílio de uma proveta. Mantendo-se a proporção de 100g pó/ 19 ml de
líquido recomendada pelo fabricante. O gesso foi vazado sobre um vibrador
Vibramold VM 84 (Vical) e tomou presa dentro de um umidificador de onde foi
retirado após 1 hora.
Decorrido o tempo de presa do gesso, os modelos foram armazenados em
temperatura ambiente durante 24 horas. Após as 24 horas, os modelos eram
fotografados com uma câmera digital (Nikon Coolpix 5700) posicionada sobre um
tripé VPT-10 (Tron). Esta posição foi padronizada para todos os grupos (56 mm)
numa resolução de 1600 x 1200 pixels. As mensurações das distâncias entre os
centros das linhas perpendiculares presentes na matriz e nos modelos obtidos (AB-
BC-CD-DE-EA-BD-CE) foram obtidas pelo software Image Pro Plus (Figura 31 e 32).
86
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 31 – Medidas do padrão metálico (controle).
Figura 32 – Medidas das distâncias entre os centros dos cilindros no corpo-
de - prova de gesso.
As medidas fornecidas pelo software foram submetidas à análise estatística
para verificação de alteração dimensional nos grupos estudados.
87
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
88
RESULTADOS
5 RESULTADOS
5.1 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VIVO
Para comparação dos dados obtidos entre os moldes contaminados e os
modelos de gesso na 1ª e coletas, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis e o pós
teste de Dunn.
Tabela 1- Comparação entre os grupos na primeira coleta.
Comparação Valor de P
Molde vs. G 1.1 *** P<0.001
Molde vs. G 2.1 *** P<0.001
Molde vs. G 3.1 *** P<0.001
G 1.1 vs. G 2.1 ns P>0.05
G 1.1 vs. G 3.1 ns P>0.05
G 2.1 vs. G 3.1 ns P>0.05
G1.1- 1ª coleta do grupo soro; G2.1- 1ª coleta do grupo
hipoclorito; G3.1- 1ª coleta do grupo clorexidina
Quando comparados os dados entre os moldes e a primeira coleta dos
modelos, observou-se que houve diferença estatisticamente significante, pois os
moldes que se encontravam todos contaminados, durante a primeira coleta dos
modelos, apresentaram uma diminuição da contaminação. Mas não houve diferença
significante na contaminação entre os modelos do G1, G2 e G3.
89
RESULTADOS
Tabela 2- Comparação entre os grupos na segunda coleta.
Comparação Valor de P
Molde vs. G 1.2 *** P<0.001
Molde vs. G 2.2 *** P<0.001
Molde vs. G 3.2 *** P<0.001
G 1.2 vs. G 2.2 ns P>0.05
G 1.2 vs. G 3.2 ns P>0.05
G 2.2 vs. G 3.2 ns P>0.05
G1.2- 2ª coleta do grupo soro; G2.2- 2ª coleta do grupo hipoclorito; G3.2- 2ª coleta do
grupo clorexidina
Na comparação entre os moldes e as segundas coletas de cada modelo,
houve diferença significante entre o molde e cada um dos modelos, mas não entre
os três tipos de modelos na segunda coleta.
Para analisar a ação desinfetante de cada substância, compararam-se as duas
coletas de cada substância e aplicou-se o teste Wilcoxon.
No Grupo 1 P>0,05 (0.1563) não houve diferença estatisticamente significante
entre a primeira e segunda coleta dos modelos vazados com soro.
No grupo 2 P>0,05 (0,2188) não houve diferença estatisticamente significante
entre a primeira e segunda coleta nos modelos vazado com hipoclorito de
sódio a 1%.
Nos modelos vazados com Clorexidina não foi possível aplicar o teste
estatístico pelo fato de todos os valores da segunda medição ser zero.
90
RESULTADOS
Todos os modelos de todas as coletas apresentaram redução na
contaminação estatisticamente significante em relação aos moldes, porém no teste
Wilcoxon não houve diferença estatística entre os modelos vazados com soro
(Grupo 1), hipoclorito de sódio a 1% (Grupo 2) e clorexidina a 4% (Grupo 3) tanto na
primeira (1 hora) quanto na segunda coleta (24 horas).
5. 2 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VITRO
Para analisar os dados obtidos neste estudo, foi feita uma análise de variância
a dois critérios, onde a variável dependente era o halo de inibição formado e as
variáveis independentes, os microrganismos e as soluções empregadas. No grupo 1
(soro fisiológico) e no grupo do alginato, não houve formação de halo de inibição,
portanto os mesmos não foram submetidos à estatística.
Tabela 3 – Análise de variância.
Fonte de Soma de Graus de Quadrado "F" Probab.
variação quadrados liberdade médio
MICRORG 6.22093333 2 3.11046667 0.580840 0.574406
SOLUCAO 351.83202222 1 351.83202222 65.70016 0.000003
Interação 4.40164444 2 2.20082222 0.410975 0.67198
Resíduo 64.26140000 12 5.35511667
Total 426.71600000 17
Bartlett = 16.84071 Prob. = 0.004811
A análise de variância mostrou que houve diferença significante entre os
grupos na variável Microrganismo (p=0,57), mas não na variável Solução (p<0,001).
91
RESULTADOS
Tabela 4- Teste de Tukey
Nível de significância = 5.00% Valor crítico = 6.348725
Comparação Diferença Interpretação
Ef.cl X Ef.hs -8.1000000 SIGNIFICANTE
Ef.cl X Sm.cl 1.70333333 Não significante
Ef.cl X Sm.hs -8.5366666 SIGNIFICANTE
Ef.cl X Ss.cl 1.48000000 Não significante
Ef.cl X Ss.hs -6.7066666 SIGNIFICANTE
Ef.hs X Sm.cl 9.80333333 SIGNIFICANTE
Ef.hs X Sm.hs -0.4366666 Não significante
Ef.hs X Ss.cl 9.58000000 SIGNIFICANTE
Ef.hs X Ss.hs 1.39333333 Não significante
Sm.cl X Sm.hs -10.240000 SIGNIFICANTE
Sm.cl X Ss.cl -0.2233333 Não significante
Sm.cl X Ss.hs -8.4100000 SIGNIFICANTE
Sm.hs X Ss.cl 10.0166666 SIGNIFICANTE
Sm.hs X Ss.hs 1.83000000 Não significante
Ss.cl X Ss.hs -8.1866666 SIGNIFICANTE
Ef= Enterococcus faecalis; Sm= Streptococcus mutans; Ss= Streptococcus sanguis;
Cl= clorexidina; h= hipoclorito.
O grupo 2 (hipoclorito de sódio a 1%) apresentou os maiores halos de inibição
em todos os microrganismos testados em relação ao grupo 3 (clorexidina a 4%),
com significância estatística, de acordo com o teste de Tukey (p<0,001). As médias
e desvio padrão de cada microrganismo se encontram no anexo B.
92
RESULTADOS
Valores médios de Halos de Inibição Para cada Solução em Relação aos Microorganismos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Soro
Clorexidina
Hipoclorito
Alginato
Soro
Clorexidina
Hipoclorito
Alginato
Soro
Clorexidina
Hipoclorito
Alginato
Halos de inibição para E. faecalis Halos de inibão para S. sanguis Halos de inibição para S. mutans
Valor do Halo de Inibição (mm)
Figura 33 – Gráfico das médias dos halos de inibição para cada solução em relação aos
microrganismos.
Os resultados mostraram que o halo de inibição de cada solução é diferente
estatisticamente da outra, independentemente do microrganismo cultivado. Não
existindo, portanto, diferença no halo de inibição entre os microrganismos quando
cultivados com a mesma solução (p=0,57).
5.3 ESTUDO DAS ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DOS MODELOS DE GESSO
(IN VITRO)
Para verificar quais grupos resultaram em distorção com relação à matriz
metálica, foi realizada a análise de variância e teste de Tukey ao nível de 5% de
significância, para comparação múltipla das substâncias, duas a duas conforme
anexo A.
93
Valores médios de alteração dimesional para cada solução
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
Alteração Dimensional (mm)
RESULTADOS
Tabela 5: Análise de Variância.
Fontes de Variação GL
Soma dos
Quadrados
Quadrados
Médios
p
Tratamento 2 48,17 24,08 p<0,0001
Resíduo 207 37,74 0,1823
Total 209 85,91
GL- grau de liberdade.
Tabela 6: Médias das variações dimensionais para cada solução.
Solução Média ± DP
Soro 1,442 ± 0,590 a
Hipoclorito 0,626 ± 0,425 b
Clorexidina 0,309 ± 0,254 c
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de 5% de
significância (p< 0,05). Teste de TuKey. DP- desvio padrão.
Houve diferença estatisticamente significante entre as soluções e entre as
mesmas e o padrão metálico (controle).
Figura 34- Gráfico dos valores médios e desvio padrão da alteração dimensional para
cada solução em milímetros.
Soro Hipoclorito Clorexidina
Solu
ç
ões
Valores médios de alteração dimensional para cada solução
94
RESULTADOS
O grupo 1 (soro fisiológico) apresentou uma média de alteração dimensional
estatisticamente significante (1,442). No grupo 2 (hipoclorito de sódio a 1%) também
houve significância estatística (0,626). O grupo 3 (clorexidina a 4%) a alteração
dimensional média foi de 0,309. A alteração dimensional dos três grupos foi em
forma de expansão pelo fato de todas as médias terem sido positivas.
95
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
96
DISCUSSÃO
6 DISCUSSÃO
1 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VIVO
A necessidade de descontaminar materiais que tenham entrado em contato
com sangue, saliva e detritos da boca dos pacientes não é novidade. Em 1959,
Pleasure et al. preocupados com a transmissão da tuberculose do consultório
odontológico para o laboratório de prótese, testaram substâncias desinfetantes para
inibir o crescimento do M. tuberculosis em vários objetos usados na confecção de
próteses totais. Muitas substâncias e métodos foram estudados e são hoje
indicados nos procedimentos de desinfecção de moldes, modelos e materiais
correlatos. Dentre as técnicas utilizadas podemos citar: imersão do molde na
solução desinfetante (Merchant et al., 1984; Minagi et al., 1986; Sarma, Neiman,
1990; Bass et al., 1992; Garcia et al.,1995; Osório et al., 1998; Soares, Ueti, 2001),
aplicação de spray com desinfetante sobre o molde (Brace, Plummer, 1993; Tan,et
al., 1993; Zanet et al., 2003), imersão de modelos (Soares, Ueti, 2001) e
incorporação de substâncias desinfetantes durante manipulação do gesso (Schutt,
1989; Tebrock et al., 1989; Mansfield, White, 1991; Ivanovski et al., 1995; Breault et
al., 1998; Abdelaziz et al., 2002; Scaranelo et al., 2004; Lucas, 2004; Batista, 2005).
No presente estudo, optou-se por esta última técnica com o intuito de eliminar uma
etapa no processo de obtenção de modelos de gesso, pois assim reduzir-se-ia
tempo de prática clínica.
O hipoclorito de sódio é utilizado como desinfetante por possuir um amplo
espectro de atividade, sendo bactericida (gram-positivas, gram-negativas, esporos),
virucida, inclusive tuberculicida, e é ativo contra o HIV e na concentração utilizada
nesse estudo, age também sobre o vírus da hepatite B. A clorexidina é um potente
agente antibacteriano, age contra HIV, HHV-5, HHV-1 e 2 e influenza (gripe), além
de ser fungicida (PEDROSO, 2004). Vários estudos utilizaram o glutaraldeído como
desinfetante (Tebrock et al.,1989; Mansfield, White, 1991; Jennings, Samaranayake,
1991; Kern et al.,1993; Abdelaziz et al., 2004) mas em razão de sua ação
moderadamente corrosiva (Guimarães Jr., 2001), optou-se neste estudo pela
97
clorexidina a 4% (Brace, Plummer, 1993) que não apresenta essa desvantagem. O
hipoclorito de sódio a 1% foi a outra solução selecionada para a manipulação do
gesso especial tipo IV (Durone- Dentsply). O estudo de Ivanovski et al.(1995)
corrobora com as soluções escolhidas para este estudo. Estes autores sugeriram
estudos com concentrações maiores que 0,2% de digluconato de clorexidina que
nesta concentração, a mesma se mostraria ineficaz para a descontaminação dos
moldes e que o hipoclorito de sódio a menos de 1% não teria eficácia como
desinfetante.
O alginato é o material de moldagem que incorpora mais microrganismos, não
na sua superfície, como também nas suas camadas mais internas (Rowe,
Forrest, 1978; Gerardt, Sydiskis, 1991; Pavarina et al.,1999; Santos Junior et al.,
2001; Maranhão, Lopes, Esteves, 2006). Samaranayake et al. (1991) acrescentaram
que o alginato retém duas a três vezes mais microrganismos que os elastômeros e
que esta retenção é maior nos indivíduos dentados que nos desdentados. Por este
motivo, e como uma forma de padronização, a amostra desse estudo foi constituída
de indivíduos dentados na região ântero-superior.
O gesso tipo IV é bastante utilizado na Odontologia por apresentar maior
resistência à compressão e reprodução de detalhes que o gesso comum (American
Dental Association, 1981). Um gesso tipo IV muito utilizado na clínica diária é o
Durone (Dentsply) e como vários estudos já foram feitos com ele (Adabo et al., 1999;
Scaranello et al., 2004; Santos Júnior et al., 2003; Pereira et al., 2002), foi o gesso
selecionado para este estudo.
Nos estudos de Powell et al. (1990) e Sofou et al., (2002), foi comprovada a
contaminação dos moldes. Gerhardt, Sydiskis (1991) afirmaram que a contaminação
orgânica dos materiais de moldagem é facilmente removida com água corrente e
desinfetante. No presente estudo, os moldes foram considerados controle positivo, já
que foi constatada a contaminação dos mesmos, através da contagem das unidades
formadoras de colônias (UFC) e observação da turbidez dos caldos BHI. Entretanto,
no estudo dos autores citados acima, houve presença de bactérias em 67% dos
itens analisados (próteses, moldes e registros) e no presente estudo observou-se
crescimento bacteriano em todas as placas e caldos com meio de cultura,
relacionados aos moldes obtidos. Conforme corrobora o estudo de Osório et al.
(1998).
98
A American Dental Association (1996) e Mitchell et al. (1997) recomendaram a
lavagem dos moldes em água corrente por 20 segundos para remover saliva,
sangue e detritos. No presente estudo, após a lavagem dos moldes seguindo as
recomendações acima, foram feitas duas coletas em sítios diferentes de cada
molde; as áreas coletadas foram dividas em direita e esquerda, sempre na região de
dentes (incisivo a canino), gengiva e palato correspondentes aos mesmos.
Justificam-se as duas coletas nos moldes pela necessidade de comprovar a
eficiência destes como controle positivo, a fim de verificar se haveria ou não
realmente desinfecção dos modelos, conforme realizado no estudo de Ivanovski et
al. (1995). Dessa forma foram oferecidas condições idênticas de retenção dos
microrganismos coletados nos moldes e nos modelos.
Mesmo os moldes estando comprovadamente contaminados, não se
identificou nesse estudo o mesmo resultado nos modelos referentes, provavelmente
porque os microrganismos presentes nos moldes não resistiram às condições de
sobrevivência encontradas nos modelos, como por exemplo, o tempo necessário
para a presa do gesso. Portanto, parece ter sido o tempo e não o fato da coleta
haver sido realizada diretamente no modelo, quem permitu que condições adversas
atuassem contra a proliferação microbiana. que os microrganismos coletados
dos moldes e modelos eram submetidos às mesmas condições de temperatura
(37°C), mesmo meio de cultura (BHI Agar/ caldo) e ambos foram armazenados em
estufa microbiológica durante 24 horas. Ou seja, todas as coletas (moldes/modelos)
foram submetidas a condições favoráveis para crescimento e a única diferença era
que nos moldes a coleta era imediata e nos modelos era feita 1 hora e 24 horas
após o vazamento.
. No estudo in vitro realizado por Tebrock et al.,(1989), a amostra do grupo
controle apresentou contaminação, no entanto, o grupo do hipoclorito não teve
crescimento de microrganismos. Fato este que difere dos achados deste estudo (in
vivo), pois não houve crescimento em todas as amostras do grupo controle (soro
fisiológico) e nem inibição em todas do grupo do hipoclorito de sódio a 1%. Este
estudo mostrou não haver diferença significativa quanto à desinfecção independente
da solução utilizada.
Vários estudos foram publicados a respeito de desinfecção de moldes
(Pleasure et al., 1959; Powell et al., 1990; Osório et al., 1998; Kern et al., 1993;
99
Jennings, Samaranayake, 1991), mas poucos se referem à desinfecção em modelos
(Mansfield, White, 1991; Ivanovski et al., 1995; Maranhão et al., 2006) e a grande
maioria são estudos in vitro (Leung, Schonfeld,1983; Gerhardt, Sydiskis, 1991;
Assery et al., 1992; Rice et al., 1992; Sofou et al., 2002). Pouquíssimos o os
experimentos dessa linha de pesquisa que reproduzem a realidade clínica a partir de
um estudo in vivo como este (Schutt,1989; Osório et al., 1998). Baseado neste fato e
sabendo da superioridade científica de um estudo in vivo sobre um in vitro, ressalta-
se a importância dos resultados obtidos com esta pesquisa.
Burton, Engelkirk (1998) afirmaram que sem condições adequadas de
temperatura, pressão, pH, água, O
2
, CO
2
e nutrientes, os microrganismos podem
não crescer como o esperado. Ou seja, num estudo in vitro, existe uma facilidade de
manter condições adequadas para o crescimento dos microrganismos, mantendo-os
viáveis; num estudo in vivo, essas condições não são tão favoráveis. Afirmação
essa que parece justificar o fato de não ter sido observado crescimento microbiano
na maioria das coletas dos modelos de gesso obtidos dos moldes contaminados,
mesmo tendo havido crescimento microbiano em 100% das coletas dos moldes.
Uma explicação para este fato pode ser que os moldes em alginato obtidos dos
voluntários são contaminados de forma direta, assim como também ocorre na
contaminação das máscaras faciais estudadas por Cunha, llner (2002). uma
contaminação dos modelos seria de forma indireta, que estes não entram em
contato com a cavidade oral do indivíduo.
Sofou et al. (2002) ressaltaram que do ponto de vista clínico, os procedimentos
de desinfecção não seriam necessários e ao invés disso, procedimentos de higiene,
como a lavagem correta das mãos seriam suficientes para eliminar o risco de
contaminação para os profissionais de laboratório. Os resultados de Schutt (1989)
indicaram que a presença de desinfetante na composição do gesso promovia a total
desinfecção dos moldes e modelos obtidos, enquanto que nos moldes vazados com
gesso sem desinfetante, houve presença de microrganismos em todas as amostras.
O que vai totalmente de encontro aos resultados encontrados neste estudo. Não se
identificou crescimento microbiano significativo nos modelos de gesso independente
da substância utilizada para manipulação dos mesmos ter ou não ação anti-séptica;
o que sugere que fatores desfavoráveis aos microrganismos existentes naqueles
moldes contaminados fizeram com que estes não crescessem como o esperado, o
que não significa dizer que qualquer microrganismo sofreria a mesma ação, pois a
100
eficácia está diretamente relacionada a patogenicidade dos mesmos.
Estes resultados estão restritos aos microrganismos utilizados neste estudo:
aeróbios e anaeróbios facultativos. O que demonstra a necessidade de abrir espaço
em novos estudos para o comportamento de diferentes microrganismos com outras
necessidades para seu crescimento.
2 ESTUDO MICROBIOLÓGICO IN VITRO
Na intenção de comprovar a real eficácia das soluções desinfetantes sobre
microrganismos presentes na cavidade oral, testamos as mesmas substâncias do
estudo clínico gesso (Durone), alginato (Jeltrate Plus), hipoclorito de sódio a 1% e
clorexidina a 4% de forma laboratorial, sobre três microrganismos conhecidos da
flora bucal: S. mutans, S. sanguis e E. faecalis, como complementação do estudo in
vivo.
O alginato Jeltrate Plus foi testado no ensaio in vitro a fim de verificar a
inexistência de ação antimicrobiana do mesmo durante o ensaio in vivo, pois
segundo Kern et al. (1993), alginatos que apresentam substâncias desinfetantes na
sua composição têm ação anitimicrobiana eficaz. O que foi constatado no presente
estudo foi que o alginato (Jeltrate Plus) não tem nenhuma ação antimicrobiana,
portanto não poderia estar influenciando nos resultados obtidos no ensaio in vivo.
Assim como o gesso (Durone) manipulado com soro fisiológico estéril também não
apresentou ação antimicrobiana; fato este comprovado pela ausência de formação
de halo de inibição dos microrganismos testados. Portanto, o fato de no grupo
controle do estudo in vivo, o ter ocorrido crescimento microbiano, não se deve a
uma ação antisséptica do soro fisiológico, alginato ou do gesso, e sim da ausência
de condições necessárias para o crescimento dos microrganismos que eles
possuíam dentro da cavidade oral dos voluntários e não encontraram fora da
mesma.
Nesse estudo observou-se que o hipoclorito de sódio a 1% após 24 horas, teve
uma ação desinfetante maior que a clorexidina a 4% sobre todos os microrganismos
e que não houve diferença significativa no tamanho do halo formado quando se
variava o microrganismo e se mantinha a mesma solução. A formação de um halo
de inibição maior do hipoclorito em relação à clorexidina, deve-se ao fato da ação
101
bactericida da primeira ser maior que a da segunda solução (PEDROSO, 2004;
Ivanovski et al., 1995; Maranhão et al., 2006).
Observou-se uma alteração no tempo de presa dos modelos de gesso
manipulados com o hipoclorito de sódio a 1%, sugerindo uma possível ação maior
do mesmo devido ao tempo em que fica liberando cloro. Mesmo não tendo sido
objetivo deste estudo verificar o tempo de presa do gesso, percebeu-se a
necessidade de uma investigação a respeito do fato que poderia estar influenciando
no melhor resultado do hipoclorito em relação a clorexidina.
O ensaio microbiológico in vitro demonstrou que o hipoclorito de sódio a 1% e
a clorexidina a 4% têm ação antimicrobiana, porém o soro fisiológico, o gesso e o
alginato o têm. Portanto, no ensaio in vivo, o fato de não ter ocorrido
aparecimento significativo de unidades formadoras de colônias no grupo controle
(soro fisiológico) não significa dizer que houve inibição do crescimento microbiano.
Este estudo in vitro, valida o estudo in vivo, pois comprova que mesmo o hipoclorito
de sódio e a clorexidina tendo ação desinfetante, as condições desfavoráveis ao
crescimento microbiano foram determinantes para a ausência de crescimento
microbiano no estudo in vivo.
3 ESTUDO DAS ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DOS MODELOS DE GESSO
(IN VITRO)
Vários estudos (Donovan, Chee, 1989; Sarma, Neiman, 1990; Tan et al., 1993;
Ivanovski et al., 1995; Alsadi et al., 1996; Breault et al., 1998; Santos Júnior et al.,
2001; Soares, Ueti, 2001; Abdelaziz et al., 2002; Lucas, 2004; Scaranelo et al., 2004;
Batista, 2005) têm avaliado a influência de substâncias desinfetantes nas
propriedades mecânicas do gesso, entretanto a maioria destes verificou
propriedades dos modelos de gesso obtidos após desinfecção dos moldes com
spray ou através de imersão, mas não realizando a incorporação da solução
desinfetante ao gesso. Baseado nisto, o presente estudo investigou a existência de
alteração dimensional dos modelos obtidos através da incorporação de duas
substâncias desinfetantes (hipoclorito de sódio a 1% e clorexidina a 4%) na
manipulação do gesso tipo IV (Durone-Dentsply).
102
Apesar da preocupação em avaliar se os desinfetantes provocam alteração
dimensional nos modelos de gesso, o que pode levar ao comprometimento dos
trabalhos protéticos, observam-se poucos estudos na literatura. Entre os estudos
encontrados destaca-se Minagi et al. (1987), que avaliaram a alteração dimensional
linear entre os pinos metálicos fixados nos modelos após imersão dos moldes de
alginato por a 180 minutos e indicaram o glutaraldeído a 2% como a solução
desinfetante ideal para o alginato. Com o mesmo intuito, Pavarina et al., (1998)
observaram que a alteração dimensional não foi significativa nos moldes de alginato
que foram imersos em glutaraldeído a 2%, no entanto foi significativa na solução de
hipoclorito de sódio a 0,5% por até 30 minutos. Santos Júnior et al. (2001),
Santos, Jorge (2001) e Zanet et al. (2003) afirmaram que o molde pode ser
desinfetado por 10 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% sem
comprometimento clínico e que essa técnica pode ser aplicada para a obtenção de
modelos onde não se exija estrita precisão dimensional. Os trabalhos de Merchant et
al. (1984) e Sarma, Neiman (1990) corroboram com estes achados. A ocorrência de
alteração dimensional nos trabalhos acima citados pode ser atribuída ao fato do
alginato ser um material de pouca estabilidade dimensional e ter sofrido o processo
de embebição ao ser imerso nas substâncias desinfetantes testadas.
Pavarina et al. (1998) utilizaram matriz metálica e moldeiras individuais para a
obtenção das moldagens a serem avaliadas em seu estudo e seus resultados
indicaram alteração dimensional significativa quando foi utilizado o alginato. Isto
poderia ser explicado pela falta de padronização do eixo de inserção da moldeira;
pois a mesma ficava presa numa morsa e a matriz era assentada sobre esta pela
mão do operador. O presente estudo corrobora com esses achados. Mas houve uma
preocupação para que durante a execução deste experimento, o eixo de inserção da
moldeira e a força empregada durante o ato da moldagem fossem padronizados.
Quanto ao eixo de inserção, manteve-se a matriz presa à haste vertical móvel de um
delineador para prótese removível e a moldeira presa na plataforma do mesmo. A
força empregada durante a moldagem foi padronizada pelo formato da moldeira, que
permitia a inserção da matriz até determinada profundidade. Com base nessas
informações, sugere-se que as alterações ocorridas se deveram às soluções
empregadas durante a manipulação do gesso.
Vários autores utilizaram a água destilada como controle durante seus
experimentos de alteração dimensional dos modelos de gesso (Merchant et al.,
103
1984; Sarma, Neiman, 1990; Garcia et al., 1995; Abdelaziz et al., 2002; Batista,
2005). Neste estudo foi utilizado como substância controle, o soro fisiológico, sendo
justificada esta escolha pelo fato do mesmo ter sido a solução controle dos
experimentos microbiológicos, além de ser uma substância estéril e estável. Mas ao
analisar os resultados estatísticos, essa substância não apresentou o
comportamento inerte esperado; observou-se uma maior alteração neste grupo do
que a ocorrida nos grupos das substâncias desinfetantes testadas. Uma suposta
justificativa para tal fato seria a ocorrência de uma reação entre o cloreto de sódio do
soro fisiológico e o sulfato de cálcio diidratado (CaSO
4
.2H
2
O); sugerem-se pesquisas
posteriores a respeito dessa provável reação química.
Os estudos de Soares, Ueti (2001) afirmaram não haver diferença
estatisticamente significante nos modelos obtidos. no estudo de Lucas (2004),
onde também foi feita a incorporação dos desinfetantes durante a manipulação do
gesso, o grupo da clorexidina se apresentou com alteração semelhante ao grupo
controle, diferentemente desse estudo que identificou alteração dimensional no
grupo manipulado com clorexidina. No presente estudo também houveram
alterações no grupo manipulado com hipoclorito de sódio a 1%, observadas ao se
avaliar as distâncias entre os centros dos cilindros, corroborando com os achados de
Ivanovski et al. (1995), Scaranelo et al. (2004) e Lucas (2004).
Levando em consideração a ausência de metodologias iguais à utilizada neste
estudo, o presente trabalho parece de grande contribuição científica, uma vez que
analisa clinicamente (in vivo) a ação de substâncias anti-sépticas na obtenção de
modelos de gesso (estudo, trabalho, antagonista, etc.), bem como realizou testes
laboratoriais (in vitro) que justificaram e esclareceram os resultados obtidos no
experimento clínico. Contudo, é pertinente salientar que medidas de desinfecção
simples, viáveis, que o comprometam o resultado final do trabalho, devem ser
adotadas uma vez que existe a contaminação imediata (moldes, próteses, registros,
etc.) dos materiais que são utilizados na boca dos pacientes; e que outros
microrganismos, propriedades físicas e substâncias desinfetantes poderiam ser
testados com a metodologia empregada neste estudo.
104
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Ã
Ã
O
O
105
CONCLUSÃO
7 CONCLUSÃO
Baseado nos resultados obtidos e analisados neste estudo de-se concluir
que:
1. No estudo microbiológico in vivo, os microrganismos aeróbios e anaeróbios
facultativos presentes nos moldes iniciais tiveram seu crescimento inibido,
independente da substância de manipulação do gesso ter ou não ação anti-
séptica.
2. No estudo microbiológico in vitro, o hipoclorito de sódio a 1% apresentou
uma maior eficácia quanto à inibição de crescimento do S. mutans, S. sanguis
e E. faecalis em relação à clorexidina a 4%.
3. A manipulação do gesso tipo IV Durone com hipoclorito de sódio a 1%,
clorexidina a 4% e soro fisiológico, provocam alterações dimensionais nos
modelos.
4. São necessários outros estudos a fim de verificar alterações em outras
propriedades físicas dos modelos de gesso e a ação dessas substâncias
sobre outros microrganismos identificados.
5. Pelos resultados obtidos neste trabalho e ciente da necessidade de
desinfecção dos moldes contaminados, poderíamos indicar o uso da
clorexidina a 4% durante a manipulação do gesso tipo IV, baseado na
comprovação de sua ação antibacteriana e na alteração dimensional
clinicamente insignificante identificada nos modelos obtidos.
106
R
R
E
E
F
F
E
E
R
R
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
S
S
107
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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114
A
A
N
N
E
E
X
X
O
O
S
S
115
ANEXOS
ANEXO A- Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa UnP, registro 151/2006.
116
ANEXO B
QUADRO B1 - Médias e desvio-padrão dos halos formados pelas substâncias
testadas para E. faecalis.
Halos de inibição para E. faecalis
Soro
Clorexidina Hipoclorito
Alginato
0 3,07 11,76 0
0 2,01 6,73 0
0 3,11 14 0
0 2,73 10,83
0
0,00
0,62 3,72 0,00
QUADRO B2- Médias e desvio-padrão dos halos formados pelas substâncias
testadas para S. sanguis.
Halos de inibição para S. sanguis
Soro
Clorexidina Hipoclorito
Alginato
0 1,21 10,17 0
0 1,57 13,06 0
0 0,97 5,08 0
0 1,25 9,44
0,00
0,00
0,30 4,04 0,00
QUADRO B3- Médias e desvio-padrão dos halos formados pelas substâncias
testadas para S.mutans
Halos de inibição para S. mutans
Soro
Clorexidina Hipoclorito
Alginato
0 0,75 12,62 0
0 0,98 10,4 0
0 1,35 10,78 0
0,00
1,03 11,27 0 Médias (mm)
0,00
0,30 1,19 0,00 DV
Médias
(mm)
DP
Médias
(mm)
DP
117
ANEXO C- Quadro de análise da alteração dimensional.
Análise Alteração
Dimensional
Table Analyzed
Data 1
One-way analysis of variance
P value P<0.0001
P value summary ***
Are means signif. different? (P < 0.05) Yes
Number of groups 3
Bartlett's test for equal variances
Bartlett's statistic (corrected) 37,46
P value P<0.0001
P value summary ***
Do the variances differ signif. (P < 0.05) Yes
Tukey's Multiple Comparison Test Mean Diff. q P value 95% CI of diff
Soro vs Hipoclorito 0,8096 15,86 P < 0.001 0.6384 to 0.9808
Soro vs Clorexidina 1,140 22,34 P < 0.001 0.9688 to 1.311
Hipoclorito vs Clorexidina 0,3304 6,474 P < 0.001 0.1592 to 0.5016
118
ANEXO D- Quadro das medidas entre os centros dos cilindros das amostras.
Distâncias AB-BC-CD-DE-AE-BD-CE Amostras
AB BC CD DE AE BD CE
Matriz 19,088 18,602 18,400 18,602 18,394
30,311 29,975
1 20.218 19,915 19,846 19,941 19,713
32,388 31,889
2 20,517 20,402 20,287 20,273 19,943
33,046 32,553
3 20,026 20,026 19,836 19,945 19,514
32,462 31,909
4 20,165 20,635 20,261 19,854 20,312
32,928 32,789
5 20,382 20,052 19,918 19,812 19,753
32,497 31,889
6 20,689 20,107 20,006 19,998 20,032
32,650 32,187
7 20,563 19,812 19,758 19,730 19,768
32,310 31,777
8 20,244 19,729 19,749 19,731 19,648
32,209 31,652
9 19,901 19,416 19,160 19,103 19,099
31,303 30,868
GRUPO 1
10 19,627 19,088 19,065 19,093 19,099
31,168 30,641
1 17,859 17,226 17,198 17,361 17,267
28,173 27,704
2 18,744 18,253 18,227 18,302 17,906
29,741 29,230
3 18,663 18,180 18,306 18,297 18,275
29,697 29,472
4 19,630 19,190 19,066 18,949 19,088
31,120 30,613
5 18,725 18,361 18,132 18,123 18,129
29,655 29,279
6 18,730 18,082 17,964 18,133 18,116
29,508 29,046
7 18,760 18,329 18,299 18,091 18,199
29,762 29,298
8 19,726 19,172 19,081 19,136 19,008
31,257 30,614
9 19,699 19,217 19,981 19,083 19,036
31,120 30,732
GRUPO 2
10 18,838 18,286 18,060 18,121 18,113
29,577 29,201
1 19,121 18,579 18,482 18,441 18,493
30,151 29,792
2 18,987 18,411 18,391 18,571 18,357
30,028 29,683
3 19,170 18,399 18,301 18,425 18,436
30,076 29,502
4 18,799 18,195 18,302 18,168 18,185
29,774 29,307
5 19,056 18,464 18,473 18,356 18,357
30,131 29,614
6 18,948 18,385 18,299 18,172 18,199
29,900 29,349
7 19,781 19,112 18,980 19,030 19,118
31,058 30,694
8 19,487 19,140 19,437 18,953 19,008
30,854 31,131
9 18,980 18,441 18,385 18,310 18,350
30,060 29,500
GRUPO 3
10 19,074 18,498 18,404 18,441 18,428
30,136 29,626
119
ANEXO E- Quadro com os scores das ufc do estudo microbiológico in vivo.
MOLDE
(CONTROLE)
SORO HIPOCLORITO
DE SÓDIO 1%
CLOREXIDINA
4%
PACIENTE
1ª coleta
coleta
coleta
coleta
coleta
coleta
coleta
1 3 0 0 0 0 0 0
2 3 0 0 0 0 3 0
3 3 1 0 0 0 1 0
4 3 0 0 0 0 1 0
5 3 0 0 1 0 0 0
6 3 0 0 1 0 0 0
7 3 1 0 1 0 0 0
8 3 0 0 1 0 1 0
9 3 1 0 1 0 0 0
10 3 0 0 0 3 0 0
11 3 0 0 0 0 0 0
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SCORES
0 – NENHUMA UNIDADE FORMADORA DE CONIAS (UFC);
1 - 1 A 5 UFC;
2 – 6 A 10 UFC;
3 - ACIMA DE 10 UFC.
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