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No entanto, é classificada como mesófila, tendo sua temperatura ótima de crescimento à
37°C (FRANCO & LANDGRAF, 2005). É sensível à luz solar e à maioria dos
desinfetantes como fenóis, clorados e iodados (SOBESTIANSKY et al., 1999).
Assim como a temperatura, o pH de crescimento deste gênero pode variar
amplamente, admitindo valores entre 4,5 e 9,0, sendo considerado um pH ótimo para
seu crescimento entre 6,5 e 7,5. Valores inferiores a 4,1 inativam Salmonella sp.
(TORTORA, FUNKE & CASE, 1993).
A Salmonella está bastante difundida, estando presente no solo, no ar, nas águas
residuais e nos equipamentos, mas seu habitat natural é o trato intestinal dos seres
humanos e dos animais, principalmente das aves (SILVA, RAMALHO &
FIGUEIREDO, 2004). Também pode ser isolada de carne crua, incluindo frango e seus
produtos, leite e derivados (GORMAN, BLOOMFIELD & ADLEY, 2002). Além disso,
tem importância também no ambiente de processamento, pois este microrganismo tem a
habilidade de formar biofilmes em superfícies de contato com alimentos (JOSEPH,
OTTA & KARUNASAGAR, 2001). A transmissão de Salmonella sp. ao homem,
através da população animal, pode ocorrer pelo contato direto com os animais tanto nas
granjas como nos frigoríficos. Mais freqüentemente ocorre pela ingestão de produtos
contaminados de origem animal (WEGENER & BAGER, 1997), o que pode resultar em
toxinfecções alimentares (LEITÃO, 1988).
Salmonella sp. é o mais importante contaminante de produtos alimentícios e é
um dos principais agentes bacterianos responsáveis por surtos de toxinfecções
alimentares em diversos paises (LACONHA et al., 2000; LOPALCO et al., 2000).
Dois importantes sorovares transmitidos dos animais para os humanos são Salmonella
Enteritidis e Salmonella Typhimurium (WHO, 2005).
No hemisfério Ocidental e na Europa, S. Enteritidis tornou-se o sorovar
predominante nos surtos investigados, principalmente aqueles associados ao consumo
de aves e ovos (WHO, 2002). Da mesma forma, em estudo realizado por Geimba (2004)
em alimentos envolvidos em surtos no Rio Grande do Sul, houve predomínio de
Salmonella Enteritidis, sendo os alimentos preparados com ovos crus os mais
implicados. Segundo dados levantados junto à Secretaria Municipal de Saúde de Porto
Alegre por Gottardi (2003), o principal agente etiológico identificado nos surtos de
DTA, no período de 1995 a 2002, neste município foi Salmonella sp. seguido por
Staphylococcus aureus. A predominância de Salmonella sp. como a principal causadora
de surtos de DTA também tem sido relatada no Rio Grande do Sul nos últimos anos