Apoio: Capes e MackPesquisa
22
É, no entanto, nos anos 1960 que o assunto começa a atrair maior interesse,
despertando uma nova sensibilidade em relação ao patrimônio histórico, devido à
demolição de importantes exemplares da arquitetura industrial em conseqüência,
entre outros fatores, do desenvolvimento urbano e da rápida modernização das
indústrias. Assim têm início em vários países, seguindo a pioneira Inglaterra os
Estados Unidos, Suécia, Alemanha e Áustria, os movimentos de defesa do legado
industrial que tiveram conotações diferentes em vários países.
Na Inglaterra, ocorreu um forte associativismo, com a Newcomen Society,
centrada na história da engenharia e da tecnologia que lança, em 1964, o Journal of
Industrial Archaeology. O autor desse jornal, Kenneth Hudson, é também
responsável pela publicação do primeiro livro sobre arqueologia industrial – Industrial
Archaeology.
29
Em 1963, o poder público britânico, através do Conselho Britânico de
Arqueologia e do Ministério de Obras Públicas, inicia o levantamento dos
monumentos industriais, estabelecendo o NRIM – National Record of Industrial
Monuments, que faz parte, desde 1981, da Real Comissão de Monumentos
Históricos da Inglaterra. Em 1976, a Association for Industrial Archaeology, fundada
três anos antes, inicia a publicação da Industrial Archaeology Review.
30
Nos Estados Unidos, em 1965, o Smithsonian Institution, o Historic American
Building Survey e o American Institute of Architects iniciaram em conjunto estudos
pioneiros de campo.
31
Em 1971, surge a Sociedade de Arqueologia Industrial que
inicia em 1975 a publicação do Journal of the Society for Industrial Archaeology.
32
Na Alemanha, a inserção da arqueologia industrial deu-se em um contexto
universitário no fim dos anos 1960, passando a fazer parte dos currículos dos cursos
de tecnologia, cuja preocupação com os monumentos, parte visível da herança
cultural, permite reconstituir a atividade das forças produtivas na sociedade, bem
como as condições sociais nas quais essas forças nasceram.
33
29
SANTACREU SOLER, J. M. Una vision global de la arqueologia industrial em Europa. Casos concretos en
regiones concretas. In: FERNANDEZ GARCIA, A.; ALVAREZ ARECES, M. A. (coord.). Arqueologia Industrial
(monográfico), Ábaco Revista de Cultura y Ciência Sociales. Gijón, Espanha: Nova Época, n.1, primavera, 1992,
pp.14-15, apud VICHNEWSKI, Henrique Telles, op. cit., p. 20.
30
FONSECA, Filomena Pugliese, loc.cit.
31
CAMPAGNOL, Gabriela, loc.cit.
32
FONSECA, Filomena Pugliese. op. cit., p. 25.
33
Ibid., p. 24.