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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
EM PATOLOGIA TROPICAL
AVALIAÇÃO IN VITRO DO EFEITO DA ESCOVAÇÃO NA
SUPERFÍCIE DOS CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO
PARA O TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO
ANDRÉA MELO MOUTINHO DA COSTA
MANAUS
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
EM PATOLOGIA TROPICAL
ANDRÉA MELO MOUTINHO DA COSTA
AVALIAÇÃO IN VITRO DO EFEITO DA ESCOVAÇÃO NA
SUPERFÍCIE DOS CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO
PARA O TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Multidisciplinar em Patologia Tropical
da Universidade Federal do Amazonas, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. José Antônio Nunes de Mello
MANAUS
2006
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Ficha Catalográfica
Catalogação na fonte realizada pela Biblioteca Central / Universidade Federal do Amazonas
C837a
Costa, Andréa Melo Moutinho da.
Avaliação in vitro do efeito da escovação na superfície dos cimentos de
ionômero de vidro para o tratamento restaurador atraumático / Andréa Melo
Moutinho da Costa. - Manaus: UFAM, 2006.
94 f.; il. color.
Dissertação (Mestrado em Patologia Tropical) ––
Universidade Federal do Amazonas, 2006.
Orientador: Prof. Dr. José Antônio Nunes de Mello
1. Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) 2. Cimento de Ionômero de
Vidro (CIV) 3. Rugosidade superficial I.Título
CDU 616.314(043.3)
ANDRÉA MELO MOUTINHO DA COSTA
AVALIAÇÃO IN VITRO DO EFEITO DA ESCOVAÇÃO NA
SUPERFÍCIE DOS CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO
PARA O TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Multidisciplinar em Patologia Tropical
da Universidade Federal do Amazonas, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Aprovado em 13 de setembro de 2006.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. José Antônio Nunes de Mello
Universidade do Estado do Amazonas
Prof. Drª. Maria Fulgência Costa Lima Bandeira
Universidade Federal do Amazonas
Prof. Drª. Alessandra Rezende Peris
Universidade do Estado do Amazonas
DEDICATÓRIA
À minha mãe Conceição, exemplo de luta,
integridade e bondade e ao meu pai Arnaldo
presença ausente de persistência e coragem;
Aos homens da minha vida, Ari, Ari Neto,
Felipe meus eternos amores e ao Bernardo que
está sendo muito esperado;
À minha irmã Aline e a afilhada linda Carol
que com sua alegria contagia a todos.
AGRADECIMENTOS
À Deus, que sempre me dá força em todas as horas de minha vida;
Ao Coordenador do Mestrado em Patologia Tropical, da UFAM Prof. Dr. Nelson Abrahim
Fraiji e a todos os professores pelos ensinamentos;
Ao Prof. Dr. Marcus Guerra, Diretor da Escola Superior de Ciências da Saúde da
Universidade do Estado do Amazonas – UEA, pela oportunidade;
Ao Prof. Dr. Benedito Taveira dos Santos, Coordenador Pedagógico do Curso de Odontologia
da UEA, pelo incentivo e amizade;
À Prof.ª Drª. nia Alcântara, Coordenadora de Qualidade do curso de Odontologia da UEA
pelo apoio constante;
Ao Profº. Dr. Mário Sinhoreti, Coordenador de Pós-Gradução da FOP/UNICAMP pela
concessão da utilização dos laboratórios para a pesquisa;
Aos Professores Doutores Maria Fulgência Bandeira, Fabio Mitsui e Fernando Barcelos pelas
sugestões para um melhor resultado do trabalho.
À Profª. MSc. Cíntia Iara Oda Carvalhal, pela amizade, companheirismo e auxílio;
À amiga Profª. Msc. Eliana Almeida, pela amizade e carinho;
Aos colegas do Mestrado pela convivência e troca de conhecimento em especial a Vilma,
Melo e Vanna Ishida;
Aos funcionários do curso de Mestrado, Rafaela e Ronaldo, pela atenção dispensada;
Aos meus sogros Ari e Lourdinha, sempre tão solícitos e amáveis;
Aos alunos Dayanna Farias, Jucy Oliveira, Rafael Saulo Barbosa, Ross Mara, que com seus
Projetos de Iniciação Científica auxiliaram neste e em outros trabalhos;
A todos os alunos da disciplina de Odontopediatria da UEA por terem me despertado o desejo
de aprender para ensinar;
À minha amiga Tatyana, sempre amável e solícita;
à Vigodente pelos materiais cedidos para a realização desta pesquisa;
A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Agradeço ao amigo de graduação Prof. Dr. José
Antônio Nunes de Mello, meu orientador, pela
oportunidade de crescimento na minha vida
profissional acadêmica e pelos ensinamentos
durante esses anos de convivência.
Tenha coragem. em frente. Determinação, coragem e
autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não
importam quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se
estamos possuídos de uma inabalável determinação,
conseguiremos superá-los. Independentemente das
circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e
despidos de orgulho.
Dalai Lama
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência da escovação mecânica na
rugosidade superficial e a dureza Knoop de quatro marcas comerciais de Cimento de
Ionômero de Vidro (CIV) preconizados para a técnica do Tratamento Restaurador
Atraumático (TRA). Dezesseis amostras com 7 mm de diâmetro por 2.5 mm de espessura
foram confeccionadas de cada material Ketac Molar™ Easymix (KM), Vitro Molar (VM),
Magic Glass® (MG) e Chem Flex™ (CF) que foram manipuladas à temperatura ambiente de
23 ± 1
o
C e umidade relativa de 50 ± 5%. Em seguida, matrizes metálicas rosqueáveis foram
preenchidas com o Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) utilizando-se a seringa Centrix®. A
rugosidade superficial foi verificada com o rugosímetro Surf Corder (SE 1700) antes e após as
amostras serem submetidas a 30.000 ciclos em uma máquina de escovação. Foram feitas três
leituras em cada amostra, totalizando 96. As leituras de dureza Knoop foram realizadas em
três regiões distintas utilizando-se um microdurômetro com carga de 50gf por 30 s. Foi
observado por meio de análise estatística que, as variáveis estudadas antes e após a escovação
apresentaram diferença (p < 0,5) entre os tratamentos para todos os cimentos de ionômero de
vidro. Para a rugosidade superficial antes e após a escovação, os resultados foram KM (0,17 ±
0,05 0,49 ± 0,15), CH (0,16 ± 0,04 0,95 ± 0,13); MG (0,17 ± 0,03 1,62 ± 0,28) e VM
(0,44 ± 0,09 1,32 ± 0,30). Em se tratando da dureza Knoop, o Ketac Molar™ Easymix
obteve a maior média de dureza (45,45 ± 4,58 56,03 ± 15,68) tanto antes quanto depois da
escovação. Os outros materiais tiveram um aumento na microdureza superficial depois da
escovação CH (33,45 ± 3,88 38,82 ± 5,90), MG (24,05 ± 3,80 33,17 ± 8,07) e VM (23,77
± 2,8 32,64 ± 3,63). O cimento de ionômero de vidro Ketac Molar™ Easymix foi o que
obteve as melhores propriedades mecânicas seguidas pelo Chem Flex™, Magic Glass
®
e
Vitro Molar.
Palavras-chave: Tratamento Restaurador Atraumático (TRA); Cimento de Ionômero de Vidro
(CIV); Rugosidade superficial; Dureza Knoop; Escovação mecânica.
ABSTRACT
This work aims at evaluating the influence of mechanical brushing on the superficial
rugosity and the Knoop hardness of four commercial brands of Glass Ionomer Cement (GIC)
recommended for the Atraumatic Restorative Treatment technique (ART). Sixteen samples
with 7mm diameter by 2.5mm thickness were made for each Ketac Molar™ Easymix (KM),
Vitro Molar (VM), Magic Glass® (MG) e Chem Flex™ (CF) material, which were
manipulated at 23 ± 1
o
C room temperature and 50 ± 5% relative humidity. The threaded metal
matrices were, then, filled in with the Glass Ionomer Cement (GIC) using the Centrix®
syringe. The superficial rugosity was verified with the Surf-Corder (SE 1700) rugosimeter
before and after submitting the samples to 30.000 cycles in a brushing machine. Three
readings for each sample were carried out in a total of 96. The Knoop hardness readings were
carried out on three different regions by using a microdurometer calibrated at 50gf by 30 s. By
means of statistical analysis it was observed that the variables studies before and after
brushing showed a difference (p < 0,5) among the treatments for all the Glass Ionomer
Cements. For the superficial rugosity before and after brushing, the results were KM (0,17 ±
0,05 0,49 ± 0,15), CH (0,16 ± 0,04 0,95 ± 0,13); MG (0,17 ± 0,03 1,62 ± 0,28) e VM
(0,44 ± 0,09 1,32 ± 0,30). As for Knoop hardness, Ketac Molar™ Easymix reached the
highest roughness average (45,45 ± 4,58 – 56,03 ± 15,68) both before and after brushing. The
other materials showed an increase in the superficial microroughness after brushing CH
(33,45 ± 3,88 – 38,82 ± 5,90), MG (24,05 ± 3,80 – 33,17 ± 8,07) e VM (23,77 ± 2,8 – 32,64 ±
3,63). The Ketac Molar™ Easymix Glass Ionomer Cement was the one which obtained the
best mechanical properties followed by Chem Flex™, Magic Glass
®
and Vitro Molar.
Keywords: Atraumatic Restorative Treatment (ART); Glass Ionomer Cement (GIC);
Superficial Rugosity; Knoop Hardness; Mechanical Brushing.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Cimentos de Ionômero de Vidro utilizados no estudo............................... 56
FIGURA 2 A - Placa de vidro com CIV............................................................................. 58
FIGURA 2 B - Manipulação do CIV.................................................................................. 58
FIGURA 2 C - Homogeinização do CIV............................................................................ 58
FIGURA 3 - Prenchimento das matrizes......................................................................... 58
FIGURA 4 - Cobertura com tira de poliéster e lamínula de vidro.................................. 58
FIGURA 5A- Rugosímetro Surfcorder SE 1700-Japão.................................................... 60
FIGURA 5B - Agulha posicionada sobre o corpo-de-prova..............................................
60
FIGURA 6 - Representação do percurso da agulha........................................................ 60
FIGURA 7 - Microdurômetro HMV............................................................................... 61
FIGURA 8 - Esquema de impressão da amostra do ensaio de dureza Knoop................ 61
FIGURA 9A- Máquina de escovação Equilabor...............................................................
62
FIGURA 9B - Detalhe do percurso de escovação............................................................. 62
FIGURA 10 - Esquema do corpo-de-prova no interior da cubeta metálica durante a
escovação...................................................................................................
62
FIGURA 11 - Metalizador (Delton Vaccum Desk II)....................................................... 63
FIGURA 12 - MEV - JEOL JSM 600 SLV………...........……………………............... 63
FIGURA 13 - Ketac™ Molar Easymix antes da escovação com aumento de 500x......... 68
FIGURA 14 - Ketac™ Molar Easymix antes da escovação com aumento de 1200x....... 68
FIGURA 15 - Ketac™ Molar Easymix após a escovação com aumento de 500x............ 68
FIGURA 16 - Ketac™ Molar Easymix após a escovação com aumento de 1200x.......... 68
FIGURA 17 - Chem Flex™ antes da escovação com aumento de 500x.......................... 69
FIGURA 18 - Chem Flex™ antes da escovação com aumento de 1200x........................ 69
FIGURA 19 - Chem Flex™ após a escovação com aumento de 500x............................. 69
FIGURA 20 - Chem Flex™ após a escovação com aumento de 1200x........................... 69
FIGURA 21 - Magic Glass
®
antes da escovação com aumento de 500x.......................... 70
FIGURA 22 - Magic Glass
®
antes da escovação com aumento de 1200x........................ 70
FIGURA 23 - Magic Glass
®
após a escovação com aumento de 500x............................. 70
FIGURA 24 - Magic Glass
®
após a escovação com aumento de 1200x........................... 70
FIGURA 25 - Vitro Molar antes da escovação com aumento de 500x............................. 71
FIGURA 26 - Vitro Molar antes da escovação com aumento de 1200x........................... 71
FIGURA 27 - Vitro Molar após a escovação com aumento de 500x................................
71
FIGURA 28 - Vitro Molar após a escovação com aumento de 1200x..............................
71
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Nome comercial, fabricante, lote e proporção pó/líquido dos CIV.......... 56
TABELA 2 - Valores obtidos após padronização de uma colher de e uma gota do
líquido......................................................................................................
57
TABELA 3 - Médias e desvios-padrão da rugosidade superficial (µm unidade de
medida).....................................................................................................
65
TABELA 4 - Médias e desvios-padrão da dureza Knoop.............................................. 67
TABELA 5 A -
Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do
Ketac™ Molar Easymix...........................................................................
91
TABELA 5 B - Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Chem
Flex™.......................................................................................................
91
TABELA 5 C - Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Magic
Glass®. ....................................................................................................
92
TABELA 5 D -
Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Vitro
Molar.........................................................................................................
92
TABELA 6 A -
Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do
Ketac ™ Molar Easymix..........................................................................
93
TABELA 6 B - Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do
Chem Flex™.............................................................................................
93
TABELA 6 C - Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do
Magic Glass®...........................................................................................
94
TABELA 6 D -
Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do Vitro
Molar........................................................................................................
94
TABELA 7 A -
Valores médios da dureza Knoop antes da escovação Ketac™ Molar
Easymix....................................................................................................
95
TABELA 7 B - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Chem Flex ™. 95
TABELA 7 C - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Magic
Glass®......................................................................................................
96
TABELA 7 D -
Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Vitro
Molar.........................................................................................................
96
TABELA 8 A -
Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Ketac™
Molar Easymix.....................................................................................
97
TABELA 8 B - Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Chem
Flex™.......................................................................................................
97
TABELA 8 C - Valores dios da dureza Knoop depois da escovação do Magic
Glass®......................................................................................................
98
TABELA 8 D -
Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Vitro
Molar.........................................................................................................
98
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Rugosidade Superficial (µm)............................................................... 66
GRÁFICO 2 - Médias de desvio-padrão da microdureza superficial.......................... 67
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 15
1 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................ 19
2 OBJETIVOS....................................................................................................................... 55
2.1 Geral................................................................................................................................. 55
2.2 Específico.......................................................................................................................... 55
3 METODOLOGIA............................................................................................................... 56
3.1 Confecção dos corpos-de-prova.......................................................................................
57
3.2 Avaliação dos corpos-de-prova........................................................................................
59
3.2.1 Avaliação da rugosidade superficial inicial............................................................... 59
3.2.2 Avaliação da dureza Knoop inicial............................................................................. 60
3.2.3 Escovação dos corpos-de-prova................................................................................... 61
3.2.4 Avaliação da rugosidade superficial e dureza Knoop final....................................... 63
3.2.5 Análise em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)....................................... 63
3.2.6 Análise estatística.......................................................................................................... 64
4 RESULTADOS................................................................................................................... 65
4.1 Rugosidade Superficial.....................................................................................................
65
4.2 Dureza Knoop................................................................................................................... 66
4.3 Avaliação qualitativa no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)................... 68
5 DISCUSSÃO....................................................................................................................... 72
CONCLUSÃO........................................................................................................................ 79
REFERÊNCIAS......................................................................................................................
80
ANEXOS..................................................................................................................................
87
15
INTRODUÇÃO
Avanços no planejamento e na cobertura de procedimentos coletivos podem ser
identificados nos programas de saúde bucal atuais. No entanto, o mesmo não vem ocorrendo
com as atividades de cunho curativo/reabilitador voltadas para o controle individual de lesões
de cárie (TAIFOUR et al., 2003; MONSE-SCHNEIDER et al., 2003; VAN PALENSTEIN;
HELDERMAN, 2003).
A cárie dental é uma doença infecciosa, crônica e multifatorial que tem como fatores
determinantes uma dieta inadequada, hospedeiro susceptível e microrganismos cariogênicos,
que interagem por um período de tempo que varia de indivíduo, para indivíduo, sendo o fator
responsável pela dor e perda dos dentes (FEJERSKOV; KIDD, 2005).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais da metade da
população em todo mundo sofre da doença cárie (HOLMGREN, 1999). Em áreas rurais e
suburbanas de países pouco industrializados, a conduta mais indicada para o tratamento dessa
doença é a extração, sendo os procedimentos restauradores curativos convencionais raramente
aplicados (FRENCKEN et al., 1996, 1994; ANUSAVICE, 1999; CORDEIRO et al., 2001).
Na década de 80, Frencken propôs o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA)
(HONKALA; HONKALA, 2002; KALF-SCHOLTE et al., 2003; SMALES; YIP, 2002),
baseado no fato de que a parte da dentina irreversivelmente afetada é altamente contaminada
por microrganismos cariogênicos, responsáveis pela progressão da lesão, podendo ser
removida apenas com o uso de curetas e sem anestesia, por ser necrosada e insensível,
enquanto a parte mais profunda é passível de remineralização (FUSAYAMA, 1979;
NEWBRUN, 1988; CAJAZEIRA; MIASATA, 2005). O TRA consiste, basicamente, em um
método de remoção das lesões de cárie por instrumentos manuais, dispensando o uso de
equipamentos odontológicos tradicionais e de eletricidade. A técnica conta com a facilidade
16
de poder acondicionar e transportar os instrumentos, aumentando, assim, chances de
intervenção precoce e preservação das unidades dentárias afetadas (FRENCKEN et al., 1994,
1996, 1997, 1998-a, 1999, 2001, 2004; HO et al., 1999; MYAKI et al., 2000; SMALES;
GAO, 2000; YEE, 2001; HONKALA; HONKALA, 2002; TAIFOUR et al., 2002; KALF-
SCHOLE et al., 2003; YAP et al., 2003; SCHRIKS; VAN AMERONGEN, 2003; MANDARI
et al., 2003; SANTIAGO et al., 2005).
O TRA difere dos procedimentos restauradores de adequação do meio bucal, uma vez
que a restauração produzida por ele, é considerada definitiva, enquanto que na adequação o
uso de materiais restauradores provisórios são predominantes, sendo, assim, uma etapa para o
tratamento definitivo (OLIVEIRA et al., 1998; CORDEIRO et al., 2001; FIGUEIREDO et al.,
2004).
Além da indicação como técnica restauradora em áreas onde não existem facilidades
ou a possibilidade de realização do tratamento convencional, o interesse da utilização do
TRA em pacientes onde a Odontologia convencional é difícil de ser aplicada (MJOR;
GORDAN, 1999; CORDEIRO et al., 2001; RAMOS et al., 2001, RIOS et al., 2002;
TOURINO et al., 2002; BONECKER et al., 2003; HONKALA et al., 2003; GAO et al., 2003;
SCHRIKS; VAN AMEROGEN, 2003; HU et al., 2005).
Neste contexto, o TRA se constitui em uma opção concreta de saúde pública coletiva
que pode ser pensada como forma de intervenção social na região amazônica, já que este tipo
de tratamento tem tido boa aceitação em diferentes contextos, principalmente em áreas rurais
e comunidades desprovidas de serviço básico de saúde.
Devido as características de adesão química, coeficiente de expansão térmica próxima
à estrutura dental, compatibilidade biológica, liberação de fluoretos para o meio bucal e
participação dos processos de remineralização e desmineralização, o Cimento de Ionômero de
Vidro (CIV) convencional tem sido o material restaurador eleito (TENUTA et al., 1997;
17
MOUNT, 1999; HOLMGREN et al., 1999; BAÍA; SALGUEIRO, 2000; XIE et al., 2000;
SMALES; YIP, 2002; CORDEIRO et al., 2001; PEDRINI et al., 2001; RAMOS et al., 2001;
BASTING et al., 2002; BERG, 2002; MONSE-SCHEIDER, et al., 2003; PARADELLA,
2004; SANTIAGO et al., 2005).
Os cimentos de ionômero de vidro foram relatados na literatura inicialmente por
Wilson e Kent (1972) e desde então, diversos materiais com as mais variadas composições
foram introduzidos no mercado, com o objetivo de se melhorar as propriedades desse material
(ELLAKURIA et al., 2003; FIGUEIREDO et al., 2004; PARADELLA, 2004).
Com a finalidade de serem utilizados no TRA, os cimentos de ionômero de vidro
apresentaram mudanças em relação ao tempo de presa e ao desgaste superficial (BERG, 2002;
BRESCIANI et al., 2005; CEFALY et al., 2005). O tempo de presa foi diminuído pelo
aumento na quantidade de ácido tartárico, que é um acelerador na presa do material. Com o
aumento da proporção pó/líquido, os materiais passaram a apresentar menor desgaste
superficial, podendo ser aplicados em locais com carga mastigatória (GARCIA et al., 1997;
PEUTZFELDT et al., 1997; YAP et al., 2001; YAP et al., 2003; HONKALA et al., 2003;
KULZELMANN et al., 2003).
Uma das características analisadas para qualificar o desempenho clínico desses
materiais, é a rugosidade superficial, que tem grande importância no processo de retenção de
microrganismos e na formação do biofilme, principais responsáveis pela instalação de
doenças periodontais e cárie. (GEE et al., 1996; BOLLEN et al., 1997; PEDRINI et al., 2001;
EICK et al., 2004).
A rugosidade superficial do material é resultante do desgaste mecânico provenientes,
da mastigação e do bruxismo (MOMOI et al., 1997; YIP et al., 2001). Além disso, a
escovação pode induzir modificações nas estruturas dentais e nos materiais restauradores
(BOER et al., 1985). Restaurações com valores de rugosidade superficial acima de 0,2µm
18
retém e acumulam significativa quantidade de biofilme (MAIR et al., 1996; PELKA et al.,
1996; MOMOI et al., 1997; PAULILO et al., 1997; YIP et al., 2001).
Por outro lado a rugosidade superficial de CIVs convencionais está relacionada a
composição e tamanho das partículas e à porosidade que pode esta contida na matriz do
material, pois, quanto maior a rugosidade superficial, maior será o desgaste que a restauração
sofrerá ao longo do tempo (WHITEHEAD et al., 1996; MAIR et al., 1996; YAP et al., 2001;
RIOS et al., 2002).
A utilização de perfilômetro é um dos todos que pode ser utilizado para se estimar
in vitro a abrasão de materiais dentários antes e após a escovação. Outros fatores como a
composição da matriz dos CIVs, proporção entre dentifrício e água, características das
partículas abrasivas e dureza do material, também alteram a resistência ao desgaste (BÔER et
al., 1985; GOLDSTEIN; LERNER, 1991; WHITEHEAD et al., 1996; PAULILO et al., 1997;
YIP et al., 2001; YAP et al., 2001; PEDRINI et al., 2003).
Sabe-se que a dureza superficial do material apresenta correlação negativa com o
desgaste, pois, quanto menor a dureza demonstrada pelo material, maior o desgaste
(SULONG; AZIZ, 1990; PEUTZFELDT et al., 1997; RIOS et al., 2002; ELLAKURIA et al.,
2003).
Por último, é importante mencionar que os materiais preconizados para a técnica do
TRA devido as suas modificações e por serem importados apresentam custos mais elevados
do que os nacionais (RAGGIO, 2004). No entanto, foram lançados, recentemente, no
comércio nacional, outros materiais que podem ser utilizados para a técnica do TRA que
apresentam custo inferior aos importados. Por este motivo, esses materiais podem vir a ser
utilizados com maior incidência em serviços públicos de Odontologia. Portanto, faz-se
necessário avaliar a rugosidade superficial e dureza Knoop dos CIV preconizados para esta
técnica com a finalidade de que sejam utilizados nestes serviços.
19
1 REVISÃO DA LITERATURA
Wilson e Kent (1972), apresentaram neste ano à comunidade odontológica um
material desenvolvido por eles chamado Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) ou
poliacrilato-alumínio-silicato. Indícios mostraram que o material poderia ser utilizado em
indicações diversas, como restauração de dentes anteriores e regiões de erosão, cimentação e
forramento de cavidades. Originado do cimento de silicato, por suas características de presa,
pela dureza e translucidez, o pó consistia em um vidro básico, formado por uma quantidade de
alumina superior à de sílica, que o tornava capaz de liberar íons quando atacado por alguns
ácidos fracos. O líquido era composto principalmente por ácidos poliacrilícos, que são mais
fracos que o ácido fosfórico, porém capazes de atacar as partículas e de formar quelatos
estáveis com a estrutura dentária calcificada. A reação de endurecimento é do tipo ácido base,
formando um sal hidratado e um hidrogel silíceo. O aumento da concentração do ácido
aumenta a resistência final, havendo um limite estabelecido pela viscosidade do mesmo.
Segundo Fusayama (1979), a lesão de cárie ativa é dividida em áreas: a camada
infectada e a afetada. A camada infectada é representada pela parte superficial da lesão que se
apresenta amolecida, repleta de microrganismos e diretamente em contato com a cavidade
bucal sendo constituída de esmalte e dentina desestruturados. Por outro lado, a camada
afetada se encontra logo abaixo da infectada, consistindo de dentina desmineralizada que
mantém a sua estrutura básica. Ela se apresenta relativamente livre de bactérias e os túbulos
dentinários ainda são suportados por uma matriz de colágeno.
A escovação dental é um dos procedimentos de higiene bucal mais utilizado pela
população mundial. Assim, Slop et al. (1983) avaliaram a abrasão do esmalte dental humano
com o auxílio de uma máquina de escovação calibrada com carga de 200gf, velocidade de 346
ciclos por minuto e extensão de 37mm, utilizando um total de 500,10.000, 30.000, 50.000,
20
70.000 e 90.000 ciclos. Os resultados mostraram que a quantidade de esmalte removido
aumentou em função do número de ciclos de escovação, especialmente acima de 20.000
ciclos, quando o comportamento da superfície dental parecia ser determinado pela matriz
orgânica do esmalte.
Para avaliar a abrasão da superfície radicular, Bôer et al. (1985) estudaram a influência
do tamanho das partículas abrasivas de quatro cremes dentais (CaCOз com partículas de 7 e
15 µm e Al(OH)з com partículas de 7 e 15 µm) e dois tipos de cerdas de escovas. Com o
auxílio de uma máquina de escovação, observaram que a abrasão, medida por meio de
perfilômetro, foi linearmente correlacionada ao número de ciclos de escovação (1.000, 2.000,
5.000 e 10.000 ciclos) e que a superfície se apresentou 1,4 vezes mais rugosa para as escovas
com cerdas médias do que para as macias, independente do sistema abrasivo contido no creme
dental. Os autores mostraram ainda, que a taxa de abrasão foi significativamente diferente
para os quatros cremes dentais, sendo que aqueles que continham partículas maiores,
obtiveram maiores taxas de abrasão.
Newbrun (1988), concluiu que quando a lesão cariosa se estabelece, a primeira
camada encontrada é a de tecido decomposto ou necrótico, seguido por uma zona de invasão
bacteriana. A zona de desmineralização aparece em seguida desta, compreendendo-se, assim,
que a alteração tecidual precede a penetração microbiana a partir da liberação de toxinas e
ácidos. Estas zonas são vistas como entidades distintas nas lesões de lenta progressão,
enquanto que nas lesões ativas elas se mesclam continuamente, em função de seu rápido
desenvolvimento.
Brackett e Johnston (1989) utilizaram um teste de microdureza para avaliar o
acabamento do CIV. Os materiais avaliados foram Ketac-fil, Glass ionomer cement-Type II,
Chemfil 2, Chemfil 2 Express, Fuji Ionomer-Type II, Fuji II e Fuji Ionomer-Type II F. Para o
ensaio de dureza superficial foi utilizada a carga de 10g por 10seg e a dureza foi medida após
21
2,5 mim, 15 min, 30min e 60 min após a manipulação. A análise estatística demonstrou que
não houve diferença na rugosidade superficial dos diferentes cimento de ionômero de vidro.
Segundo Sulong e Aziz (1990), as ões mecânicas que podem causar o desgaste
incluem o impacto, a raspagem e a erosão que pode resultar na remoção progressiva de uma
substância da superfície do material que está sendo submetido ao desgaste que pode ocorrer
sempre que houver um movimento relativo. A remoção do material contínuo no desgaste de
superfície pode ser atribuída ao adesivo, ao abrasivo, ao corrosivo, ao desgaste da fadiga da
superfície e a diversos outros tipos menores de desgaste. Além disso, o estresse mecânico,
térmico, químico ou elétrico pode aumentar o processo do desgaste nas superfícies afetadas.
Goldstein e Lerner (1991) utilizaram um perfilômetro para determinar a alteração na
rugosidade superficial de uma resina composta híbrida da marca Herculite, Kerr. Após um
ensaio de escovação utilizando 20.000 ciclos e oito cremes dentais, os autores concluíram que
a morfologia superficial da resina composta foi alterada em função da escovação dental em
que adição do dentifrício contribuiu para o aumento na deterioração da superfície de todas as
amostras.
Forss (1993), em seu estudo observou que os materiais ativados por luz são tão
suscetíveis ao desgaste quanto os cimentos de ionômero de vidro quimicamente ativados.
Durante a imersão, alguns dos materiais ativados por luz mostraram um ganho considerável
de peso.
Forss et al. (1994), compararam a retenção e a capacidade de prevenção de cáries do
cimento de ionômero de vidro Fuji II e da resina Delton, ambos formulados para o selamento
de fóssulas e fissuras, dois anos após a aplicação em molares e pré-molares de 166 crianças
entre 5 e 14 anos. Em cada criança, um material aleatoriamente selecionado foi aplicado a um
molar ou a um pré-molar recém erupcionado, e o dente contra-lateral foi selado com o outro
material. Após dois anos, 151 pares de molares foram examinados clinicamente, sem o auxílio
22
de radiografias, e 82% dos selantes realizados com Delton estavam íntegros, pórem, apenas
26% do Fuji III encontravam-se íntegros. Para cada material, sete superfícies apresentaram
cáries, mostrando a mesma capacidade de proteção dos materiais avaliados. A seleção do
cimento de ionômero de vidro como selante deve se basear em outras qualidades que não a
retenção, e diferença na retenção dos selantes aplicados por diferentes profissionais, indica a
influência de pequenas variações na técnica de preparo e aplicação.
O TRA foi desenvolvido baseado na escavação manual da lesão cariosa e na utilização
do CIV como material restaurador com o intuito de se realizar a preservação da estrutura
dental por meio de procedimentos menos invasivos. Frencken et al. (1994), relataram a
aceitabilidade da técnica e a longevidade de restaurações e selantes através de uma pesquisa
realizada em três vilarejos na Tailândia, tem um deles, a população recebeu a técnica
convencional (restaurações de amálgama), em um outro, o TRA, e o último foi o grupo
controle. Foram realizadas 529 restaurações e 148 selantes em 277 crianças pela técnica do
TRA. O material utilizado foi um CIV convencional, Chemfil (De Trey-Destsply). Após um
mês, 63 crianças foram entrevistadas para que se verificasse a aceitabilidade da técnica.
Apenas 5 crianças (7,9%) relataram que o tratamento havia sido doloroso e uma (1,6%)
relatou sensibilidade s-operatória. Após um ano, observou-se 79 e 55% de sucesso,
respectivamente, em cavidades de uma e mais superfícies em dentes decíduos. Em se tratando
de dentição permanente, o índice de sucesso foi elevado para 93% em cavidades de uma
superfície e 67% em cavidades de mais de uma superfície.
Frencken et al.(1996), iniciaram em 1993 um programa de saúde bucal em escolas
secundárias, baseados na técnica do TRA. Foram realizadas restaurações e selantes com o
cimento de ionômero de vidro Chem Fil
®
Superior da marca De Trey / Dentsply e após um
ano, os resultados mostraram 93,4% de permanência das restaurações de uma face. Para os
selantes retidos completa ou parcialmente a porcentagem foi de 60,3% e 13,4%,
23
respectivamente. Não foram observadas cáries nos dentes restaurados pela técnica do TRA e
apenas 0,8% das superfícies com lesões de cárie precoces em esmalte seladas haviam
progredido para lesões em dentina. A maioria das restaurações foram realizadas sem anestesia
e a média de duração dos procedimentos foi de 22,1 minutos para as restaurações e 9,4
minutos para os selantes. Os autores concluíram que o TRA pode ser uma resposta para a
inviabilidade do tratamento restaurador para populações ou grupo de populações não
assistidas quanto à saúde bucal.
Gee et al. (1996) avaliaram as alterações superficiais ocorridas em CIVs
convencionais, reforçados por metal e modificados por resina após desgaste em áreas livres de
contato oclusal a um pH 5,0 ou 6,0 e áreas de contato a um pH 7,0. Todos os materiais
demonstraram altas taxas de desgaste iniciais que diminuíram significantemente com o tempo.
No entanto, os CIVs modificados por resinas, desgastaram-se mais rapidamente do que os
convencionais. Em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH), os materiais não foram
afetados. No pH 6,0 enquanto a um pH 5,0 somente os CIVs convencionais e os reforçados
por metal apresentaram aumento no desgaste. Os mesmos autores observaram ainda que o
contato oclusal com o antagonista aumentou o desgaste em comparação às áreas livres de
contato. Os autores concluíram que, os CIVs não deveriam ser recomendados para áreas que
sofrem altos esforços mastigatórios visto as características desfavoráveis de desgaste oclusal
destes materiais.
Mair et al. (1996) por sua vez, avaliaram o processo de desgaste e concluíram que a
distribuição de partículas inorgânicas na matriz de um material restaurador tem papel
fundamental no desgaste do mesmo. Os autores mencionaram ainda, que ensaios laboratoriais
isoladamente não podem predizer o desempenho clínico de um material restaurador.
Pelka et al. (1996), compararam o desgaste de CIVs convencionais, CIVs
fotopolimerizáveis, compósitos e amálgamas, após 100.000 ciclos de desgaste, quando
24
submetidos a contato vertical e quando pressionados contra um antagonista em meio abrasivo
de casca de sementes moídas. Em ambas as condições, a avaliação de desgaste apontou
resultados semelhantes. O amálgama apresentou a menor taxa de desgaste em ambos os
métodos e o CIV fotopolimerizável, a menor resistência ao desgaste mesmo quando
comparado aos compósitos e aos CIVs convencionais.
A rugosidade superficial de uma resina composta (Silux Plus-3M) foi avaliada por
Whitehead et al. (1996) após realização de ensaio de escovação com o auxílio de quatro tipos
de creme dentais clareadores Rembrandt, Pearl Drops, Clinomym, Colgate Regular e água. Os
corpos de prova foram analisados por meio de um perfilômetro antes e após o teste. Os
resultados mostraram diferenças na rugosidade superficial das amostras após a escovação, que
foram atribuídas aos diferentes abrasivos contidos nos cremes dentais.
A rugosidade das superfícies rígidas intrabucais pode influenciar na retenção e no
acúmulo de biofilme. Bollen et al. (1997) estudaram a rugosidade inicial de vários materiais
rígidos intrabucais bem como suas alterações após diferentes tratamentos. Os estudos
apontaram que o valor de referência de rugosidade (Ra) para se determinar o início do
acúmulo de biofilme é 0,2 µm, sendo seu aumento proporcional ao aumento de rugosidade.
Os autores concluíram que todos os materiais necessitam de tratamento superficial a fim de
obter e manter uma superfície o mais lisa o possível.
Garcia et al. (1997), realizaram um estudo para verificar a dureza superficial e a
resistência à compressão dos cimentos de ionômero de vidro Vidrion R da marca S.S White e
Vitremer da marca 3M, em intervalos de armazenagem de 15 minutos, 1 hora e 24 horas, à
temperatura de 37ºC e 100% umidade relativa. Os valores de dureza superficial Knoop foram
determinados num microdurômetro Durimet, com carga de 50 gramas por 30 seg em amostras
cilíndricas de 6 mm de diâmetro por 1,8 mm de altura. Os valores de resistência à compressão
foram obtidos numa máquina de LOS com corpos de prova cilíndricos de 12 mm de altura por
25
6 mm de diâmetro. Os resultados mostraram que o tempo de armazenamento aumentou
significativamente os valores de dureza superficial para os dois produtos, embora a diferença
não seja significativa em cada período distinto de armazenagem. O tempo de armazenamento
aumentou significativamente os valores de resistência à compressão dos dois cimentos,
pórem, em todos os períodos houve superioridade dos valores apresentados pelo Vitremer.
Gladys et al. (1997), realizaram um estudo comparando algumas propriedades
mecânicas de oito resinas composta modificadas por poliácidos (Dyract, Fuji II LC cápsula,
Fuji II LC, Geristone, Ionosit-Fil, Photac-Fil, Varíglass e Vitremer) com dois CIVs
convencionais (HIFI Máster Palette e Ketac-FiII) e duas resinas composta (Silus Plux e
Z100). Após ensaio de escovação, foi observado um aumento na rugosidade superficial de
todos os materiais, com diferentes graus de comprometimento. As resinas compostas
convencionais e uma resina modificada por poliácido foram os materiais que apresentaram
menor aumento na rugosidade superficial. O tamanho médio das partículas inorgânicas
encontradas nos materiais foi menor para as resinas compostas e maior para os CIVs
convencionais. Os valores da dureza Vickers para os materiais híbridos foram comparáveis
àquelas das resinas compostas e dos CIVs convencionais. A resistência e a fadiga dos
materiais híbridos foi comparável apenas à da resina composta. Assim, os autores concluíram
que as resinas modificadas por poliácidos possuem resistência mecânica inadequada para o
uso em áreas de grandes esforços.
Momoi et al. (1997), compararam as taxa de desgaste e as alterações na rugosidade
superficial de dois CIVs convencionais (Fuji II, Ketac™ Fil) e dois modificados por resina
(Fuji II LC, Photac Fill Aplicap) quando submetidos a escovação com dentifrício durante
20.000 ciclos. Foram utilizados amálgama (Spherical-D) e resina composta (Z100) como
materiais controle. A perda vertical dos materiais foi avaliada por meio de um perfilômetro, as
características superficiais por MEV e a dureza superficial Knoop também foi medida para
26
todos os materiais. Os resultados demonstraram que a resistência à abrasão dos cimentos de
ionômeros modificados por resina foi menor do que CIVs convencionais, e que houve um
aumento na rugosidade superficial para todos os cimentos de ionômero de vidro quando
comparados ao amálgama e à resina composta. Os valores de dureza dos CIVs modificados
por resina também foram menores que os dos CIVs convencionais, levando os autores a
relacionarem esta característica à baixa resistência á abrasão.
Com o auxílio de perfilômetro e de um teste com azul de metileno, Paulillo et al.
(1997), avaliaram a rugosidade superficial e o manchamento de um CIV (ChemFill II) quando
submetido a diferentes métodos de polimento. Resultados considerados melhores, tanto para
rugosidade como para o manchamento superficial, foram obtidos quando o material tomou
presa em contato com a tira matriz de poliéster ou após o acabamento com um disco de Sof-
Lex. Por outro lado, um resultado não tão bom foi obtido após o uso de pontas diamantadas.
O estudo revelou também que o manchamento é linearmente dependente da rugosidade
superficial.
Peutzfeldt et al. (1997) avaliaram in vitro a possível correlação entre a dureza
superficial e o desgaste de CIVs convencionais (Ketac-fil, Fuji II Fuji IX, Ketac Molar), CIVs
modificadas por resina (Photac-Fill, Fuji II LC, Vetremer) e resinas compostas modificadas
por poliácidos (Dyract e Compoglass) quando comparados a uma resina composta (Z100). Os
autores observaram que a dureza superficial dos CIVs modificados por resina foi menor que a
dos convencionais, sendo que os últimos mostraram uma dureza superficial semelhante a da
resina composta modificada por poliácidos, e estes menores que a resina composta. Ao
avaliarem o desgaste superficial deste materiais os autores concluíram que houve correlação
inversamente proporcional à dureza dos materiais.
Sidhu et al. (1997), avaliaram in vivo o desgaste de CIVs modificados por resina (Fuji
II LC, Vitremer, Photac-Fil e Fuji Cap II) utilizando a rugosidade superficial como indicador.
27
Quarenta lesões cervicais foram restauradas, polidas e moldadas trimestralmente durante 24
meses. Após a avaliação da rugosidade superficial com o auxílio de microscópio confocal, os
autores observaram que todas as restaurações apresentaram diferenças em suas rugosidades
superficiais aos 6, 9 e 18 meses, tornando-se semelhantes aos 24 meses. Os autores
concluíram que as alterações na rugosidade superficial de CIVs modificados por resina
constituem um fenômeno cíclico nos primeiros dois anos.
Tenuta et al. (1997), avaliaram a liberação de flúor de quatro cimentos de ionômero de
vidro usados para restauração Photac Fil (PF), Vitremer (VT), Fuji II LC (F2), Fuji IX (F9),
que foram testados durante 14 dias. Foram confeccionados 12 corpos de prova para cada
marca e realizada a análise da quantidade de flúor liberado para água deionizada, através de
um eletrodo específico para esse íon, acoplado a um analisador de pH/íons. Os dados foram
submetidos à análise de variância e teste de Tukey-Kramer. A quantidade de flúor liberada foi
significativamente maior para o PF em relação aos outros materiais (PF>VT>F9>F2), sendo
que VT/F9 e F2/F9 não apresentaram diferença significante entre si (p<0,05), tendo sido a
liberação maior nas primeiras 24 horas decaindo para níveis constantes ao final de 14 dias.
Foi realizado um estudo por Yap et al. (1997) para comparar o desgaste e a dureza de
sete materiais restauradores (Dispersalloy (DA), P50 (P50), Hidence (HD), TPH (TPH), Fuji
II LC (FJ), Dyract (Dr.) e Vitremer (VM). Os autores utilizaram duas diferentes técnicas de
simulação de desgaste: uma sem impacto com pinos rotatórios e discos e outra com impacto.
Os resultados mostraram que não há nenhuma correlação entre as duas técnicas entre a dureza
e a resistência ao desgaste.
Os compômeros e os CIVs modificados por resinas têm sido desenvolvidos para
melhorar as propriedades mecânicas dos CIVs tradicionais. Frazier et al. (1998) compararam
a resistência dos materiais ao desgaste por escovação de três resinas composta modificadas
por poliácidos (Compoglass, Dyract, Hytac), três CIVs modificados por resinas (Fuji II LC,
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Photac-Fil, Vitremer) e de duas resinas compostas (Herculite XVR e Silux Plus). Os materiais
foram submetidos a 120.000 ciclos, utilizando-se a escovação dental sob a carga de 200gf. Os
resultados demonstraram que as resinas compostas modificadas por poliácidos e os CIVs
apresentaram resistência ao desgaste maior ou equivalente as duas resinas.
Em um estudo realizado no Zimbábwe por Frencken, Mokoni e Sithole (1998), foram
realizadas inicialmente 297 restaurações de uma superfície e 95 selantes em 142 e 66 jovens
respectivamente. A amostra incluía 618 alunos que participavam de um programa de
educação bucal, com idade média de 14,1 anos, CPOD de 0,69, com o fator cariado
representando 86% deste valor. As restaurações e os selantes foram avaliados anualmente
dentro do período de 3 anos. O material utilizado nesse estudo foi o Fuji IX(FIX)-GC. Depois
de 3 anos, a perda de amostragem foi de 30,5% e os índices cumulativos de sucesso foram de
98,6, 93,7 e 88,3% para cada ano de avaliação. Com relação aos selantes, os índices de
retenção total e parcial foram 89,8, 85,9 e 71,4%, para 1, 2 e 3 anos respectivamente enquanto
que os índices de superfícies seladas livres de cárie foram: 97,7, 97,7 e 96,3%. As
restaurações e os selantes foram realizados por seis profissionais dentre eles dois dentistas,
duas higienistas experientes e duas higienistas novatas sem a presença de auxiliares. Os
autores concluíram que o TRA nesse estudo promoveu um tratamento preventivo e curativo
de alta qualidade e que esta técnica se tornou uma opção de tratamento que pode ser realizado
também por higienistas.
Por outro lado, num estudo de Frencken et al. (1998) em um programa de saúde bucal
em escolas de segundo grau no Zimbábwe em 1993 utilizando a técnica do TRA, o CIV Chem
Fil foi utilizado como material restaurador e selador, tendo sido inserido na cavidade por meio
da técnica da pressão digital. Após três anos, os autores observaram uma taxa de sucesso de
85,3% para as restaurações avaliadas e das 33 restaurações que falharam, 17 estavam
relacionadas a problemas com material, 7 apresentaram cáries e 9 apresentaram falhas com
29
causas o detectadas. Apesar da baixa taxa de retenção dos selantes após 3 anos de
acompanhamento (50,1%), estes apresentaram 4 vezes menores chance de desenvolvimento
de ries do que as superfícies não seladas. Assim, os autores concluíram que o uso do TRA
para restaurações e selamentos foi efetivo para o tratamento restaurador e preventivo.
Com o objetivo de verificar a longevidade das restaurações de TRA com cimento de
ionômero de vidro Fuji II, realizadas por uma higienista dental em zonal rural do Camboja,
Mallow et al. (1998), realizaram 89 restaurações em 53 indivíduos de 12 a 17 anos de idade.
Após o período de 1 a 3 anos, 86,4% e 79,5% das restaurações estavam presentes, sendo que
destas, 76,3% apresentaram sucesso após um ano e 57,9% após 3 anos. Os autores
observaram que o Fuji II se apresentou como material aceitável para ser utilizado e que
melhores resultados poderiam ter sido obtidos associando um condicionador de dentina a esse
CIV.
Ao discutir o emprego do TRA e adequação do meio bucal, Oliveira et al. (1998),
ressaltaram que ambas as técnicas consistem em remover o tecido cariado por meio de
instrumentos manuais com posterior emprego do CIV. Salientaram, porém, que a adequação
do meio bucal é uma etapa transitória de uma filosofia de promoção de saúde bucal e assim
que estejam controlados os fatores causadores da doença cárie, as cavidades seladas devem
ser reabertas e retratadas. O TRA, por sua vez, é um tratamento definitivo e recomendado no
combate a cárie em certos segmentos da sociedade brasileira, afetados pela pobreza e pela
falta de infra-estrutura.
A técnica do TRA possui características pertinentes à odontologia preventiva,
incluindo a mínima intervenção, conservação da estrutura dental, ausência de dor, menor risco
de tratamento endodôntico e exodontias, além de não necessitar da utilização de anestesia
local. Anusavice (1999) ressaltou que, embora a técnica preserve a estrutura dental, o material
restaurador e o tratamento operatório isoladamente não são efetivos em evitar o aparecimento
30
e a progressão da doença, sendo necessária uma atuação conjuntamente a um programa
preventivo-educativo.
Com o objetivo de se avaliar a técnica TRA, utilizando-se dois CIVs, um convencional
e outro de alta viscosidade, Ho, Smales & Fang (1999), realizaram um tratamento em
pacientes adultos. Cinqüenta e cinco restaurações de Fuji IX (GC) e 45 de Chemfil Superior
foram realizadas num hospital, sendo brocas e sugadores de saliva utilizados em alguns casos.
Depois de 2 anos 7% das restaurações falharam e as principais causas foram o desgaste, a
fratura do cimento e a recorrência de cárie. Os autores concluíram que os escores idealizados
para o TRA são pouco sensíveis à quantificação do desgaste das restaurações e sugerem, a
avaliação por réplicas e pelo sistema USPHS. Concluíram ainda, que os cimentos de
ionômero de vidro utilizados possuem uso restrito, devido a grande perda dos selantes e ao
desgaste da superfície das restaurações.
As superfícies do CIV convencional (Fuji II), CIV modificado por resina (Vitremer) e
uma resina composta modificada por poliácidos (Dyract) variando o sistema de polimento,
foram estudas por Geiger et al. (1999). Os corpos de prova foram confeccionados e polidos
com discos Soflex ou Enhance e óxido de alumínio ou gel de ácido poliacrílico. A rugosidade
superficial dos espécimes foi avaliada por meio de perfilômetro de MEV. Os autores
observaram que os discos de Soflex proporcionaram melhor polimento nos CIVs
convencionais e modificados por resina quando comparados ao sistema Enhance. A adição do
gel de ácido poliacrílico como agente polidor reduziu a rugosidade superficial dos CIVs e não
apresentou efeito no compômero.
Em simpósio realizado no International Association for Dental Research (IADR) em
1998 e mencionado por Holmgren (1999), foi discutida a necessidade de mais estudos sobre a
aplicação cnica do TRA na dentição decídua. O autor relatou que foi determinado o critério
de quantificação de dureza da dentina durante a sua remoção da cavidade de cárie. Foram
31
discutidos também pontos relacionados à avaliação individual de cada paciente em relação a
velocidade de progressão da doença, e risco locais de acúmulo de placa. Recomendações
acerca da escolha e indicação de um melhor material restaurador foi realizada, ressaltando-se
que se deve buscar um material que apresente um melhor potencial de durabilidade.
Após três anos da realização do simpósio sobre Técnicas de Mínima Intervenção para
Cárie Dental em Singapura, Holmgren e Frencken (1999) relataram a necessidade de estudos
longitudinais para avaliar a retenção de restaurações realizadas com Fuji IX, Ketac™ Molar e
Chem Flex™. Os autores citaram que aplicação do TRA utilizando a pressão digital,
associada a um bom diagnóstico e a melhora dos materiais utilizados na técnica são fatores
importantes para uma melhor retenção do selamento de fissuras de alto risco e diminuição da
atividade da cárie. Outra recomendação diz respeito aos critérios utilizados onde é lembrado a
importância da avaliação das pesquisas com relação à remoção parcial de cárie, pelo uso de
instrumentos manuais em comparação a remoção de tecido cariado por meio de instrumentos
rotatórios quanto à capacidade de remineralização da dentina afetada, a extensão e
variabilidade da microbiota deixada in situ, as propriedades dos materiais utilizados na técnica
restauradora e além aspectos educativos e comportamentais pertinentes ao TRA.
Mjör e Gordan (1999), relataram que o gerenciamento a longo prazo da doença cárie
requer programas preventivos como a educação do paciente e quando necessária, a aplicação
de programas curativos. De acordo com os autores, a odontologia moderna se preocupa em
aplicar cnicas de mínima intervenção, interceptando precocemente o processo de
desenvolvimento da lesão de cárie por meio de aplicação de fluoretos, selantes, restaurações
preventivas e tratamento antibacteriano. Na década de 80, foi testada na África uma técnica
alternativa conhecida como TRA, a qual envolvia remoção da lesão de cárie por meio de
instrumentos manuais, seguida pela restauração das cavidades com CIVs, permitindo o
tratamento odontológico em locais onde não haviam eletricidade ou mesmo equipamentos
32
sofisticados. Os autores relataram os resultados iniciais de pesquisa clínica onde foram
utilizados CIV restauradores convencionais que apresentaram propriedades químicas
importantes como adesão a tecidos dentário e liberação de fluoretos favorecendo a
remineralização dos tecidos desmineralizados. Observaram também que o TRA consistiu em
uma técnica bem aceitas pelas crianças, com sensibilidade pós-operatória muito baixa, além
de apresentar relação custo-benefício favorável.
Em uma revisão sobre cimentos de ionômero de vidro, Mount (1999), afirmou que os
materiais dos tipos II e III, indicados respectivamente para restauração e forramento, podem
ter quantidades pequenas de resina com o HEMA, que se tornam susceptíveis à
polimerização, mas sem suprimir a reação ácido-base, que caracteriza os cimentos de
ionômero de vidro e é responsável pela liberação de flúor e mecanismo de adesão. A
quantidade de resina varia em torno de 5%, e traz vantagens como a estabilização imediata do
balanço hídrico, mas tendem a sofrer expansão por absorção de água nos primeiros 5 a 7 dias.
Mesmo após a completa maturação, a presença de porosidade na matriz e mesmo nas
partículas permite o trânsito de pequenas partículas, como o flúor, que é liberado em grande
quantidade nos primeiros dias, mantendo-se alta por até um mês e alcançando a estabilidade
com baixo teor de flúor liberado por muitos anos. Para a obtenção das melhores propriedades
físicas, destacam-se o tempo de aglutinação e de trabalho e o emprego da proporção
pó/líquido adequada, uma vez que as resistências à compressão e à tração o diretamente
relacionadas ao conteúdo de pó. Para técnicas restauradoras, que incluem o selamento das
fissuras, é necessário utilizar o material mais resistente disponível, com o maior conteúdo
possível dentro das recomendações dos fabricantes. Apesar da estabilidade do balanço
hídrico, a aplicação de selantes nas superfícies é recomendada para eliminar rugosidades
superficiais.
33
Após a aplicação do TRA e a análise salivar em 30 crianças, Baía e Salgueiro (2000)
observaram redução de 23,96% no número de microrganismo da saliva nas primeiras 24
horas. Após 14 e 28 dias, os resultados mostraram que houve o restabelecimento da
microbiota bucal aos valores iniciais. As autoras salientaram que todo o programa de saúde
bucal, além da aplicação de técnicas restauradoras, deve também abordar técnicas preventivas
e atividades educativas, a fim de se estabelecer uma real modificação no padrão de saúde da
população.
Por meio de microscópio ótico e MEV, Grossman e Mickenautsch (2000) estudaram
39 dentes extraídos contendo restaurações realizadas de acordo com a técnica do TRA por
profissionais experientes e por novatos. As análises mostraram as superfícies dos materiais
restauradores rugosas com sulcos, trincas, vincos, inclinações e a presença de pequenas
bolhas. Nas restaurações seccionadas, o esmalte e a dentina estavam cobertos com resíduos e
os túbulos dentinários obliterados, exceto nas regiões onde houve fratura dos primas de
esmaltes. Os autores observaram que, aparentemente, não houve diferença entre os
profissionais e salientaram que é importante que a técnica seja realizada de maneira
cuidadosa, respeitando-se os passos, a fim de se minimizar possíveis falhas.
Em estudo realizado por Holmgrem et al. (2000) na China 4 escolas, foram
selecionadas 140 crianças com idade de 12 a 13 anos e Indice de dentes cariados perdidos e
obturados CPO-D médio de 0,6. Um total de 294 restaurações e 191 selantes foram realizados
por 5 dentistas, em 197 e 140 crianças respectivamente. O material utilizado foi um CIV
especialmente desenvolvido para a técnica, o Ketac
Molar (3M-ESPE). As restaurações e os
selantes foram avaliados anualmente e após três anos, o índice cumulativo de sucesso das
restaurações variou de 92 a 77% para cavidades de classe I, a segunda foi para as cavidades
amplas dependendo se grande ou pequena e 61% para as cavidades de classe II. A retenção
dos selantes foi de 72% e 98% das fissuras seladas não apresentaram desenvolvimento de
34
cárie. Os escores utilizados foram os preconizados anteriormente para o TRA e comparados
com o escore USPHS, sem verificação de diferenças estatísticas entre os dois. Conclui-se que
estes novos CIVs de alta viscosidade ainda se apresentam falhos para restaurar cavidades
amplas e que tanto os escores do United States Public Health Service (USPHS) quanto os do
TRA podem ser utilizados para avaliar restaurações feitas com esta técnica.
Santos (2000) avaliou a porosidade e a rugosidade superficial de resinas compostas
(Progidy, Alert, Z100 e Definite) e um selante de superfície (Protect-It) submetidos a ensaio
de escovação. As rugosidades superficiais dos materiais foram avaliadas antes e após 30.000
ciclos de escovação em ambos os lados do corpo de prova por meio de um rugosímetro. Os
resultados demostraram que houve aumento na rugosidade superficial de todos os materiais
após o ensaio de escovação e que o selante de superfície diminuiu a rugosidade provocada
pela escovação apenas para o Alert e Definite.
Para avaliar o efeito do CIV na inibição da desmineralização do elemento dental,
Smales e Gao (2000) observaram in vitro, 24 restaurações de Fuji IX, Fuji IX GP, Ketac™
Molar e Compoglass. Após termociclagem, desmineralização dos espécimes e secção das
coroas dentais, as lesões de cárie desenvolvidas foram avaliadas em microscópio de luz
polarizada e as imagens analisadas com o auxílio de um software. Os resultados
demonstraram que o Compoglass e o Ketac
Molar apresentaram maior erosão superficial. A
inibição de desmineralização do esmalte adjacente à margem da restauração, foi mais
freqüente com a utilização dos CIVs convencionais. Os autores concluíram que a liberação de
flúor dos materiais restauradores, realmente inibe a desmineralização in vitro do esmalte
adjacente as restaurações.
Para comparar a sintomatologia dolorosa resultante da confecção de cavidades com
instrumentos manuais e aquelas que utilizam instrumentos rotatórios em altas e baixa rotação,
Rahimtoola et al. (2000) realizaram 914 restaurações em 408 pacientes. Dentre esses
35
pacientes, 359 deles receberam duas restaurações e 49 receberam quatro, todas
confeccionadas aleatoriamente. No pós-operatório imediato, os autores encontraram presençs
de dor em 26% do total da restaurações realizadas. A técnica convencional resultou em mais
dor (3,7%) do que a TRA (19,3%). De acordo com os autores, a dor relatada pelo paciente na
primeira sessão tem um valor predicativo para a sintomatologia nas sessões seguintes.
Em uma comparação feita com vários cimentos de ionômero de vidro, Xie et al.
(2000), verificaram que para a tração flexural, o menor valor foi obtido por um cimento de
base, o Ketac
Bond (3M-ESPE) e o maior pelo Vitremer
®
(3M-ESPE). o houve
diferença estatisticamente significante entre os outros cinco cimentos. Observou-se no entanto
que os CIV modificados por resina obtiveram valores superiores. Para a força de compressão,
o α–Silver (DMG) obteve os menores resultados e o Ketac™ Molar e o Fuji II LC (GC) os
maiores. O Ketac
Molar obteve valores 301,3 MPa, provavelmente pela pouca incorporação
de bolhas. Neste teste, os CIVs modificados por resina mostraram uma deformação plástica
antes da fratura, fator não observado para os convencionais. Para o teste de tração diametral,
os CIVs α-Silver e α-Fil obtiveram os menores resultados, em torno de 18 MPA e o Vitremer,
o maior resultado (47,5MPa). Em relação a microdureza, a família do Ketac obteve os
maiores índices, e o Ketac Molar, um valor de 108,4 Kg/mm
2
. Quanto ao desgaste não houve
diferença entre os materiais, apesar de os CIV Ketac Fil, KM, Vitremer e Fuji II LC terem
demostrado valores superiores. Este valor do KM, segundo os autores deve-se a uma interface
integrada entre a matriz e as partículas de vidro e como concluíram, as propriedades estão
diretamente ligadas à composição e microestrutura dos CIVs.
Segundo Cordeiro (2001), ao utilizar-se o cimento de ionômero de vidro na técnica
restauradora atraumática, devem ser aproveitados as vantagens deste material, que não
adere à dentina, como também, posteriormente, emite fluoretos para continuar os seus efeitos
preventivos. O cimento de ionômero de vidro deve ser usado como material restaurador e para
36
selar fossas e fissuras adjacentes à restauração. Reconhecendo os bons resultados alcançados
com os cimentos de ionômeros de vidro, foi lançado o Fuji IX, especialmente elaborado para
ser usado com o TRA.
Frencken e Holmgren (2001), descreveram a adequação da técnica do tratamento
restaurador atraumático como uma técnica de intervenção mínima no tratamento de lesões
cárie dentária. Os autores mencionaram que o objetivo de seu livro era mostrar que a técnica
do tratamento restaurador atraumático não é apropriada para situações de campo, mas
também se aplica na prática odontológica convencional. Os autores forneceram a base lógica
que sustenta esta conveniência. Em seguida, descreveram os materiais restauradores adesivos,
a técnica do TRA e demonstraram os resultados das pesquisas realizadas com esta técnica do
tratamento restaurador atraumático. Os autores ofereceram guias para o reparo das
restaurações e discutiram como a técnica pode ser empregada na clínica. Concluindo,
sinalizou sobre os caminhos para pesquisas futuras.
Lo et al. (2001), compararam o comportamento clínico dos CIVs ChemFlex e Fuji
IX GP aplicados na técnica do TRA. Foram avaliadas réplicas de 101 restaurações bilaterais
em 89 crianças com idade de 6 a 14 anos, com os materiais inseridos em lados contra laterais
da cavidade bucal. Após 24 meses, a taxa de sucesso para as restaurações de classe I na
dentição decídua foi 93 e 90% para o ChemFlex™ e para Fuji IX GP, respectivamente,
enquanto para as classe II foi de 40 a 46%. Na dentição permanente, foram realizadas somente
restaurações de classe I e a taxa de sucesso foi de 95 e 96% para o ChemFlex™ e Fuji IX GP,
respectivamente. Em relação ao desgaste oclusal, para os dentes decíduos, observou-se a
média de 87µm para o ChemFlex™ e 85µm para o Fuji IX GP, e para os permanentes foi de
75µm e 79µm, para o Chem Flex™ e Fuji IX GP, respectivamente. Assim, os autores
concluíram que o desempenho clínico dos materiais foi semelhante e o grau de longevidade
das restaurações foi alta em ambas as dentições.
37
Os cimentos ionoméricos representam uma importante opção como material
restaurador, devido a sua adesão à estrutura dental e a liberação de flúor. Eles também inibem
o metabolismo de microrganismo acidogênicos e favorecem a remineralização dental,
podendo diminuir a ocorrência de cárie secundária. De acordo com Pedrini et al. (2001), a
aplicação tópica de géis acidulados pode afetar a integridade destes materiais e a retenção de
biofilme bacteriano. Assim, estes autores avaliaram o período de tempo no qual o CIV
Vitremer, mantém sua capacidade inibitória sobre Streptococcus Mutans, a adesão deste
microorganismo sobre a superfície do material, bem como a influência da aplicação tópica de
flúor acidulado e neutro sobre este material. Os autores verificaram que a atividade
antimicrobiana do CIV Vitremer se manteve por aproximadamente quatro dias e, quando
perdida, não foi recuperada com o uso de flúor gel acidulado ou neutro. Observaram também,
que o Streptococcus mutans aderiu ao material restaurador testado o sendo influenciado
pela aplicação tópica de flúor. Os autores concluíram, então, que as características superficiais
destes materiais não se alteram com a aplicação dos géis.
Muitos estudos têm sido realizados sobre o TRA. Dentre eles Ramos et al. (2001), ao
avaliar a trajetória de sua utilização, comprovaram o sucesso da aplicabilidade, da eficácia e
da funcionalidade da técnica como tratamento odontológico preventivo restaurador bem como
a sua utilização em populações de países em desenvolvimento que são incapazes de obter
tratamento dentário convencional ou por residirem em locais que não possuem infra-estrutura
adequada à instalação de equipamentos odontológicos. O sucesso da utilização do TRA é
devido a utilização do CIV, pelas suas propriedades de adesão química ao esmalte, dentina e
cemento, a sua biocompatibilidade, durabilidade e liberação contínua de flúor, atuando
positivamente sobre a microbiota bucal e dentina remanescente.
Após completar 10.000 ciclos em ensaio de escovação, Yap et al. (2001) observaram
que o desgaste superficial de materiais restauradores obedeceu a seguinte ordem decrescente:
38
Ketac Silver>Z100>Miracle Mix>Fuji IX>Silux, onde o desgaste variou de 26,1µm para o
Silux a 71,5µm para o Ketac Silver. Os autores ressaltaram que a sinterização ou a simples
incorporação do amálgama ao CIV pode resultar em melhora na resistência ao desgaste,
podendo, porém representar perda da estética. O Fuji IX demonstrou resistência ao desgaste
comparável aos CIVs modificados por inclusões metálicas, com a vantagem de apresentar
propriedade estética.
Após dois anos da aplicação da técnica do TRA, Yee (2001) avaliou a efetividade do
Fuji IX. Os resultados mostraram que 75% de todas as restaurações estavam satisfatórias,
sendo que aquelas confeccionados com Fuji IX obtiveram 100% de sucesso. Os autores
concluíram que o TRA é muito efetivo para restaurações de classe I realizadas com CIV
desenvolvidos para esta técnica.
Yip et al. (2001), avaliaram o efeito da aplicação tópica de flúor acidulado a 1,23%
durante 4 minutos sobre a superfície de três CIVs (Chem Flex™, Fuji IX GP, Ionofil Molar),
cinco resinas compostas modificadas por poliácidos (Compoglass F, Dyract AP, Freedom,
F2000 e pHc). Os espécimes foram avaliados antes e depois da replicação do flúor, e as
análises demonstraram um aumento significativo na rugosidade superficial, em ordem
crescente da resina composta para o CIV convencional. Portanto os autores concluíram que o
efeito erosivo da aplicação do flúor pode levar à redução na longevidade das restaurações.
Em estudo realizado por Basting et al. (2002), com o objetivo de avaliar in situ alguns
materiais restauradores (Z100, Fuji II LC, Vitremer, Freedom SDI e Dyract), uma amostra de
cada material foi aleatoriamente distribuída em um aparelho de resina acrílica intra-oral
palatino utilizado pelos voluntários. O experimento foi baseado no princípio de replicação,
randomização e bloqueio. A medição da microdureza foi realizada após 30 minutos, 1, 2, 4, 8,
24 e 48 horas em 7, 10, 14, 17 e 21 dias após a fotopolimerização inicial. Foram selecionados
24 voluntários para participar da pesquisa e realizadas moldagem da arcada superior e inferior
39
com alginato e moldes com gesso-pedra. As amostras foram escovadas com 10 movimentos
para frente e para trás, utilizando-se escova de dente (Advantage-P 40) e pasta de dente com
fluoreto da marca Colgate. Em 48 horas o Fuji II LC mostrou o nível de microdureza mais
baixo, seguido pelo Vitremer, Freedom e Dyract. A Z100, por sua vez, mostrou valores de
microdureza mais alto. Em todos os outros testes, não houve diferença estatística entre
Freedom, Vitremer e Dyract, enquanto que o Fuji II LC apresentou microdureza mais baixa.
Berg (2002) em sua revisão de literatura relatou que os cimentos de ionômero de vidro
têm sido utilizados mais de 20 anos para realizar restaurações e selamentos de fóssulas e
fissuras em crianças. Dentre as principais características do cimento de ionômero de vidro,
encontramos a liberação de flúor, a adesão química de estrutura dental e a biocampatibilidade.
Devido a sua grande aplicabilidade clínica, novas formulações e técnicas restauradoras vêm
sendo desenvolvidas como por exemplo a técnica de sanduíche e a do tratamento restaurador
atraumático. O autor relata, ainda, que os CIV desenvolvidos para o TRA apresentam
melhores propriedades mecânicas devido a modificações na proporção pó/líquido e tamanho
de partículas.
Procurando um meio para atender a demanda nos serviços públicos odontológicos
Honkala e Honkala em 2002, realizaram um estudo em idosos da Finlândia utilizando a
técnica do TRA. Contrariamente a índices relatados na literatura, somente 20% das lesões
cariosas puderam ser tratadas pelo TRA, segundo os critérios de inclusão e exclusão. Foram
examinados 119 pacientes, com idade média de 72,5 anos. Somente 21 pessoas foram tratadas
e receberam no geral, 33 restaurações, sendo 25 de uma superfície geralmente mesial, distal
ou lingual e as 8 restantes de mais de uma face (mésio-lingual ou disto-lingual). O material
utilizado foi um CIV especialmente desenvolvido para o TRA, o Fuji IX. Depois de um ano,
58% das restaurações foram avaliadas. Dessas 68% se apresentavam em boas condições e
11% com defeitos marginais leves o que resultou em um índice de sucesso de 79%. As falhas
40
foram caracterizadas principalmente por defeitos marginais grosseiros (16%) e por presença
de cárie (5%). Os autores confirmaram que o TRA é uma técnica promissora para ser
utilizado em pacientes idosos, uma vez que estes necessitam de cuidados bucais mais
apurados. Porém, um estudo com maior controle sobre as avaliações se faz necessário para
um efetivo relato dos resultados observados, bem como à otimização do atendimento
domiciliar.
Rios et al. (2002) compararam o desgaste e a rugosidade superficial entre CIV
indicados como material selador de fóssulas e fissuras (Fuji Plus, Ketac™ Molar, Vitremer,
em proporção de 1:1 e ¼:1) e o selante resinoso Delton (controle). O desgaste foi avaliado por
meio da perda de massa após a escovação, e a rugosidade, utilizando-se o rugosímetro. Os
resultaram mostraram que o Vitremer diluído e o Fuji Plus apresentaram um maior grau de
desgaste e um maior aumento na rugosidade. Assim, os autores concluíram que apesar dos
CIVs (para cimentação ou diluído) serem utilizados como uma forma alternativa de material
selador, apresentaram propriedades inferiores comparadas aos cimentos de ionômero de vidro
restauradores, que apresentaram resultados semelhantes aos selantes resinosos.
A técnica do TRA preconiza o uso de instrumentos manuais para a remoção de dentina
cariada e posterior confecção da restauração com CIV, proporcionando melhoras substanciais
na condição de saúde bucal em programas desenvolvidos em unidades móveis de tratamento
odontológico. Smales e Yip (2002), relataram que apesar dos novos CIVs serem indicados
para restaurações em molares decíduos, problemas como a perda precoce do material selador,
a perda da restauração em preparos rasos, fratura, desgaste de restaurações compostas e
complexas podem surgir após um curto período de tempo. Embora cáries recorrentes não
pareçam ter sido problema, a melhora nas suas propriedades adesivas e mecânicas se faz
necessária para o melhor desempenho clínico do material. Os autores também relataram que
embora haja necessidade de maiores investigações sobre métodos de remineralização de
41
lesões de cárie não extensa, esta técnica tem sito aceita pelas crianças e tem resultado na
conservação de muitos dentes que em outros tempos teriam sido indicados para a extração.
Taifour et al. (2002), realizaram um estudo em 18 escolas da cidade de Damasco,
Síria. Com o objetivo de avaliar o sucesso de restaurações realizadas pela técnica do TRA,
utilizando dois CIV o Ketac™ Molar e o Fuji IX e comparando-os com restaurações de
amálgama (Cavex) realizadas pela técnica convencional. Em um período de 3 anos, 1891
restaurações de uma ou mais superfícies foram realizadas em molares decíduos de 835
crianças de 6 a 7 anos de idade. Depois de três anos, cerca de 22% das amostras foi perdida
por esfoliação dos dentes ou por perda de acompanhamento dos pacientes. O sucesso de
restaurações de uma superfície, após três anos, foi de 86,1 e 79,6% para o TRA e a técnica
convencional respectivamente. Para as restaurações de mais de uma superfície, os resultados
foram de 48,7 para o TRA e de 42,9% para a técnica convencional. Foi observada, ainda, uma
diferença estatisticamente significativa entre as duas técnicas, sendo os melhores resultados
obtidos pelo TRA.
Tourino (2002), com o objetivo de discutir a aplicabilidade da cnica do TRA em
serviços de Saúde Pública, relatou que o TRA foi desenvolvido para possibilitar o tratamento
dentário em locais de baixo nível sócio-econômico, principalmente em países menos
industrializados e em campos de refugiados. A técnica consiste na escavação manual, e
posterior restauração com o cimento de ionômero de vidro e Devido à simplicidade da
técnica, ao seu baixo custo, a possibilidade de execução da técnica sem o uso de energia
elétrica e sem equipamentos odontológicos sofisticados.
Yap et al. (2002), avaliaram as propriedades mecânicas de dois cimentos de ionômero
de vidro (Fuji IX e Miracle). As propriedades mecânicas dos dois cimentos foram avaliadas
depois de um dia, um semana e um mês após a armazenagem em água destilada a 37º C. O
ensaio de dureza foi realizado em microduromêtro digital com carga de 50g por 30s e o ensaio
42
de resistência à compressão e tração diametral foram conduzidos de acordo com o British
Standard Specification (BBS) para CIV. Para a análise de variância Anova e o teste Sheffes
para as amostras independentes Z-teste (p<0,005). O autor concluiu que as propriedades
mecânicas geralmente aumentaram com o passar do tempo. A dureza superficial de um dia foi
significativamente menor que a de uma semana e a de um mês. Nenhuma diferença foi
observada quanto a resistência à compressão e a tração diametral. Após um mês houve uma
diferença relevante entre Fuji IX e Miracle.
Com o intuito de determinar a efetividade do TRA na remoção do tecido cariado e a
quantidade de Streptococcus mutans e Lactobacillos, antes e depois do TRA, Bonecker et al.
(2003), coletaram duas amostras microbiológicas em 31 crianças. A primeira amostra foi
removida do centro da lesão da rie, na junção esmalte dentina, e a segunda foi coletada no
centro da cavidade numa porção mais profunda acima da parede pulpar, depois da dentina
amolecida infectada ter sido manualmente removida. Os resultados mostraram uma redução
no número de microrganismos totais, depois do preparo da cavidade. No total, 63% das lesões
de cárie isoladas continham o Streptococcus mutans, depois da preparação das cavidades. Isto
foi reduzido para 35%(25/71), do qual, 30% (21/71) eram Streptococcus mutans e o restante
6% (4/71) Streptococcus sobrinus. Houve uma redução significativa de bactérias após o
preparo cavitário demonstrando segurança na utilização da técnica do TRA.
No mesmo ano foi realizado um estudo por Ellakuria et al., sobre dureza após 1 ano de
armazenamento das amostras de CIV convencional versus modificados por resina. Foram
encontrados valores de dureza Knoop (KHN) para o Ketac™ Molar (3M ESPE) de após 24
horas, de 83; após 7 dias, 100; após 15 dias, 118 e após 1 ano, 146. Aparentemente, durante
todo o período de avaliação, a dureza deste material aumentou significativamente, em
comparação com os demais (Fuji II
®
LC, Vitremer
, Photac Fil
, Ketac
Molar Fil). O único
43
material que não demonstrou diferença estatística na dureza em relação a qualquer um dos
tempos foi o Ketac
Fil, material utilizado em locais que não recebem cargas mastigatórias.
Um estudo para avaliar o efeito da aplicação tópica de flúor a 1,23% em forma de
espuma, sobre a rugosidade e morfologia superficial de CIVs altamente viscosos (Fuji IX GP
e Ketac™ Molar) utilizando um CIV modificado por resina (Vitremer) e um convencional
(Fuji II) como controles foi realizado por Garcia-Godoy et al. (2003). As avaliações foram
realizadas antes e após a aplicação da espuma durante 1 e 4 minutos e após a simulação de 2
anos de aplicação (4 aplicações de 1 minuto duas vezes ao ano). Os resultados obtidos por
meio do perfilômetro mostraram que o tempo não influenciou na rugosidade do Ketac™
Molar e Vitremer. Entretanto, o Fuji IX GP apresentou valores de rugosidade menores para as
aplicações em 1 e 4 minutos e Fuji II não apresentou alteração na rugosidade após aplicação
durante o mesmo período. Após 2 anos porém, o Fuji II apresentou aumento na rugosidade. A
análise por meio de MEV revelou que a superfície dos materiais não foi afetada de forma
significativa pelo o uso de espuma. Os autores concluíram que é preferível a aplicação da
espuma por um período de tempo mais curto a fim de que sejam reduzidos os efeitos adversos
sobre o material.
Com o intuito de comparar o desempenho entre os dois CIVs (Ketac™ Molar e Fuji
IX GP) e restaurações de amálgama realizadas na face oclusal de molares permanentes Gao et
al. (2003) avaliaram também, a forma de remoção do tecido cariado, por meio de
instrumentos manuais ou rotatórios. Os resultados mostraram que as cavidades preparadas
com instrumentos manuais levaram aproximadamente duas vezes mais tempo para serem
realizadas do que aquelas com instrumentos rotatórios. Depois de 30 meses, apenas uma
restauração de CIV havia sido perdida, embora não tenham ocorrido evidências de lesões nas
fissuras expostas e ambos os materiais tem apresentado grande perda no número dos selantes.
Os autores concluíram que as restaurações oclusais apresentaram-se satisfatórias no período
44
avaliado, entretanto, a deterioração contínua apresentada pelos CIV requer mais estudos
longitudinais.
Para avaliar a efetividade do TRA em dentes decíduos e compará-los com as
restaurações de amálgama, um estudo foi realizado por Honkala et al. (2003). Em uma clínica
de odontopediatria no Kuwait, entre abril de 1999 e dezembro de 2001. O CIV utilizado foi o
Chem Flex™ e as restaurações avaliadas de acordo com os critérios de Frencken et al. (1998).
Entre agosto e setembro de 2000 e entre agosto e dezembro de 2001, foram realizadas
avaliações em 35 crianças com idade entre 5 a 7 anos. No estudo comparativo, havia 23
restaurações de amálgama classe I e 10 restaurações classe II. Foram avaliadas 48
restaurações atraumáticas em 2000 e 42 restaurações em 2001. No período de 2 anos, 89,6%
das restaurações atraumáticas foram consideradas satisfatórias, quando comparadas as
restaurações de amálgama. Foi percebida então, uma diferença de desgaste das restaurações
de 5,7%, não havendo diferenças significativas entre restaurações atraumáticas e restaurações
de amálgama. Com base nesta avaliação, as restaurações atraumáticas mostraram-se
satisfatórias o que nos leva a concluir que o TRA é apropriado e indicado para dentes
decíduos.
Oitenta e nove pares de restaurações de classe I realizadas segundo o TRA e o
tratamento convencional foi comparada por Kalf-Schole et al. (2003). Logo após a confecção
das restaurações, 6 meses, 1, 2 e 3 anos, a qualidade das restaurações foi avaliada segundo as
características de fratura de corpo, contorno, integridade marginal e de textura superficial,
sendo o índice de sucesso determinado pelo score resultante de todos critérios. Os resultados
mostraram que apesar das restaurações de amálgama apresentarem resultados melhores em
todos os critérios, essa diferença foi significativa apenas para o item contorno. O índice de
sucesso para as restaurações de TRA após três anos foi de 81%, enquanto que para as
restaurações de amálgama foi de 90,4%. Assim, os autores concluíram que a qualidade das
45
restaurações de classe I de TRA é compatível com as restaurações convencionais de
amálgama.
Em 2003, foi realizada uma pesquisa por Kunzelmann et al., para comparar o
desempenho de CIVs (Fuji IX, Hi-Fi, Ketac
Molar Aplicap e Ketac
Silver), após ensaio de
desgaste realizados com carga vertical pressionando contra um antagonista em meio abrasivo
contendo cascas de sementes moídas. Os resultados obtidos demonstraram que, para ensaio
com carga vertical, existiu diferença significativa em relação à taxa de desgaste entre os
materiais, exceto para Ketac
Molar e Hi-Fi. Para o ensaio contendo meio abrasivo, os CIVs
não apresentaram diferença significativa, exceto para o Ketac Silver. Os autores concluíram
que os materiais Ketac Molar, Fuji IX e Hi-Fi apresentaram resistência ao desgaste superior
ao Ketac Silver, e que esse desempenho superior pode ser resultado da alteração da proporção
pó / líquido destes materiais.
A avaliação clínica na utilização de três técnicas restauradoras (amálgama
convencional, amálgama realizado em situação de campo e TRA), em 430 pares de molares
permanentes, num total de 152 crianças foi observada em um estudo realizado por Mandari et
al. (2003). As restaurações foram avaliadas após 6 anos por 2 examinadores calibrados e os
resultados mostraram que o sucesso para as restaurações de amálgama e CIV foi de 72,6% e
72,3%, respectivamente. As causas de falhas mais comuns foram fraturas das restaurações,
defeito marginal e perda do material. Além disso, a presença de cáries secundárias foi mais
freqüente nas restaurações de amálgama (10%) do que realizadas com CIV (2%), com
diferença estatisticamente significativa entre elas. Desta forma, os autores concluíram que a
técnica do TRA apresentou-se equivalente às técnicas restauradoras de amálgama
convencional e em situação de campo para o tratamento das lesões de cárie.
Com o intuito de avaliar em condições de campo, a aplicabilidade e efetividade do
Tratamento Restaurador Manual (TRM), em estudo realizado por Monse-Scheider et al.
46
(2003), o qual consiste em utilizar amálgama de prata encapsulado como material restaurador,
em cavidades preparadas segundo a técnica do TRA. Foram realizadas 934 restaurações em
dentes permanentes de 466 crianças com alto risco para o desenvolvimento de cárie. Após 2
anos foi observado que das 611 restaurações avaliadas, 93,3% apresentavam condições
aceitáveis. A taxa de falha para as restaurações oclusais foi de 5,6% comparadas a 13,6% para
as vestibulares. Para as cavidades amplas, a taxa de sucesso foi de 95,1% comparada com
93,1% para restaurações pequenas. Assim, os autores concluíram que, embora haja
necessidade de estudos longitudinais, o amálgama é um material que pode ser indicado para
cavidades extensas de cáries em pacientes de alto risco em condições de campo.
Com a utilização de um perfilômetro, Pedrini et al. (2003) avaliaram a rugosidade
superficial do Vitremer, Chelon-Fil e Dyract imediatamente após serem submetidos a
diferentes procedimentos de acabamento e polimento após 24 e 168 horas da realização destes
mesmos procedimentos. A análise dos resultados demonstrou que a superfície mais lisa foi
obtida quando o material tomou presa em contato com a tira de poliéster. Todos os demais
procedimentos aumentaram a rugosidade superficial dos materiais avaliados, sendo que o Sof-
Lex apresentou os melhores resultados e as pontas diamantadas, os piores. Os autores
ressaltaram, ainda, que os procedimentos de acabamento e polimento quando realizados
imediatamente após a confecção do corpo de prova, aumentaram a rugosidade do CIV, mas
não da resina composta modificada por poliácidos. Assim, os autores concluíram que a
rugosidade foi menor para Dyract e maior para o Chelon-Fil e que o melhor sistema de
acabamento e polimento foi de Sof-Lex independentemente do tempo de aplicação.
Desenvolvendo um estudo na Indonésia com 403 crianças, Schriks e Van Amerongen
(2003), realizaram cavidades de classe II em molares decíduos, com o CIV utilizando
instrumentos rotatórios ou TRA a fim de investigar o possível desconforto proporcionado, aos
pacientes. Por meio de escores, foram avaliados o batimento cardíaco e a reação dos
47
pacientes. Os autores observaram diferença estatisticamente significativa, entre os dois grupos
e correlação entre a reação psicológica e o batimento cardíaco. Desta forma, os autores
concluíram que as crianças tratadas por meio do Tratamento Restaurador Atraumático
apresentaram menor desconforto do que as tratadas com instrumentos rotatórios.
No início dos anos 90, o Ministério da Educação da Síria introduziu atividades
preventivas educativas e curativas baseadas no Tratamento Restaurador Atraumático. Taifour
et al. (2003) avaliaram durante três anos as restaurações realizadas neste programa,
comparando-as àquelas realizadas pela técnica convencional utilizando amálgama. Após
acompanhar 1118 restaurações de dentes permanentes, os resultados mostraram que não
houve diferença esteticamente significantes entre o desempenho das duas técnicas e que a
principais falhas encontradas foram ausência das restaurações e defeitos marginais. Assim, os
autores concluíram que o TRA pode ser escolhido como técnica complementar às atividades
educacionais e preventivas em programas em saúde bucal.
Ao estudarem a resistência ao desgaste de um CIV altamente viscoso, Fuji IX GP fast,
comparado ao Fuji IX GP no período de 24 horas e após uma semana da confecção dos corpos
de prova, Yap et al. (2003) obtiveram os resultados que mostraram não haver diferença
estatística na resistência ao desgaste para os dois materiais avaliados tanto nas primeiras 24
horas quanto em uma semana. Assim os autores concluíram que o Fuji IX GP fast não oferece
nenhuma vantagem sobre o Fuji IX GP.
A 3M Espe (2004), por meio da divulgação do perfil técnico do CIV Ketac Molar
TM
,
salientou que este CIV condensável apresenta propriedades mecânicas melhoradas em relação
aos CIVs convencionais, e que pode ser indicado para restaurações de classe I, II e V em
dentes permanentes. Mencionou, também estudos clínicos realizados a partir da década de 90
com a utilização deste CIV na técnica do TRA, os quais confirmaram que o Ketac Molar
TM
produziu resultados satisfatórios em um período três anos.
48
Em 2004, Eick et al., avaliaram a adesão de Streptococcus mutans sobre materiais
restauradores (Ariston, Tetric, Dyract, Compoglass, Vitremer, Aqua Ionofil, Ketac Fil,
Amalcap Plus, Galloy e Empress). Após leitura da rugosidade inicial, os corpos de prova
foram cobertos com saliva e inseridos em um meio nutriente contendo microrganismos por
um período de 48 horas. Os resultados mostraram que a massa do biofilme pesado nos corpos
de prova de CIV apresentou maiores valores do que para os demais materiais, e que foi
proporcional a rugosidade superficial. Entretanto, não foi observada na correlação entre a
rugosidade superficial e o número de unidades formadoras de colônias (UFC) de
Streptococcus mutans. Os autores concluíram que a liberação de flúor atribuída ao CIV o
alterou de maneira eficiente na prevenção à adesão do microrganismo.
Figueiredo et al. em 2004, avaliaram o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA)
como estratégia de controle de saúde pública. Vinte crianças de uma comunidade de baixa
renda da cidade de Fortaleza participaram de atividades educativas e preventivas e tiveram
todas suas lesões de cárie restauradas com cimento de ionômero de vidro, diferindo apenas
quanto à abordagem utilizada no tratamento. No grupo I (controle), foram submetidas à
restauração tradicional realizada em consultório e no grupo II, submetidas ao TRA realizado
na escola do bairro. O TRA foi bem aceito pelos participantes e, após 45 dias não houve
diferença significativa entre o desempenho clínico das restaurações dos grupos I e II, sendo
que as restaurações em cavidades simples (classe I) apresentaram desempenho superior em
relação às de cavidades compostas (classe II), nos dois grupos. Confrontados os custos do
TRA com os de procedimentos restauradores tradicionais realizados com amálgama no
serviço público, os resultados evidenciam a simplicidade e baixo custo, com relação
custo/benefício favorável à utilização sistemática do TRA como uma estratégia de controle da
cárie em saúde pública, embora seja desejável um acompanhamento por um longo prazo.
49
Foi realizado por Frencken et al. (2004), uma seleção de publicações de estudos
“recentes” (1995) onde foi comparado por meio de meta análise o desempenho das
restaurações realizadas com Cimento de Ionômero de Vidro e de amálgama em dentes
permanentes. Os resultados mostraram que, nos estudos “primários”, as restaurações de uma
face de amálgama apresentaram longevidade estatisticamente maior do que as restaurações
realizados com TRA após 1, 2 e 3 anos. Entretanto, essa tendência não foi observada nos
estudos “recentes”. Assim, os autores concluíram que, mesmo havendo diferença nos estudos
primários para os resultados de sobrevida das restaurações de uma face realizada em
amálgama pela técnica do TRA em dentes permanentes, o existe evidência de que esta
tendência de melhores resultados para o amálgama continue nos grupos de estudos “recentes”.
Paradella em 2004, relatou que os cimentos de ionômero de vidro o um dos
materiais mais estudados e utilizados na Odontologia moderna, e realizou um estudo para
revisar os principais conceitos ligados a ele, bem como apresentar as suas indicações clínicas
e as tendências das pesquisas atuais, orientando e atualizando o cirurgião-dentista em sua
prática clínica.
Raggio (2004), avaliou a dureza Knoop de cimentos de ionômero de vidro indicados
para Tratamento Restaurador Atraumático (TRA), G1: Ketac™ Molar; G2: Ketac™ Molar
Easy Mix e G3: Magic Glass, assim como três diferentes técnicas de inserção, apenas com
Ketac™ Molar Easymix criando assim os grupos: G4: inserção com espátula, G5: seringa
comercial (Centrix) e G6: seringa de baixo custo (injex
®
insulina 1 ml, acoplada a agulha
BD 1,60x40). O material Magic Glass
®
apresentou menor média de dureza um relação aos
demais e as diferentes técnicas de inserção não influenciaram na dureza do cimento de
ionômero de vidro testado.
O objetivo do estudo de Bresciani et al. (2005), foi avaliar o índice de sucesso de
restaurações de cavidade de classe I realizadas em molares permanentes, utilizando-se a
50
técnica do TRA e um cimento de ionômero de vidro desenvolvido especialmente para a
técnica em uma comunidade de alto risco à cárie. O autor pretendeu, ainda, avaliar a
influência do operador no sucesso da técnica, avaliar a sensibilidade pós-operatória e a
aceitação da técnica por parte dos pacientes. Antes da realização do tratamento verificou-se o
índice de placa visível e o índice de sangramento gengival, CPOD, ceo-d e a necessidade de
tratamento. Um total de 155 restaurações de uma superfície foram realizadas em molares
permanentes de escolares, de acordo com o manual de TRA da OMS. Após 6 meses, realizou-
se o acompanhamento clínico e por diapositivos. Inicialmente, o CPOD foi de 2,56 ( +1,08 ) e
o ceod de 2,53 ( +2,33 ). Os operadores de A e B realizaram 102 e 53 restaurações de TRA,
respectivamente. O tempo médio para o tratamento foi de 16 minutos e 25 segundos para A e
14 minutos e 43 segundos para B. Aos seis meses, 152 restaurações foram avaliadas e 97,3%
consideradas bem sucedidas. Duas restaurações foram excluídas da amostra, pois foram
substituídas por amálgama. Somente 4 restaurações falharam, duas por recidiva de cárie, 1 por
presença de fistula e a última por perda da restauração. Quatro pacientes relataram
sensibilidade pós-operatória. O tratamento TRA cumpriu seus objetivos no período analisado.
Avaliações futuras são necessárias, especialmente para os cimentos de ionômero de vidro de
alta viscosidade, devido aos bons resultados nesta comunidade de alto índice de cárie. O
índice de sucesso foi de 97,3% e os índices de cárie parecem não influenciar no sucesso do
tratamento.
O objetivo de Cefaly et al. (2005), foi avaliar o comportamento de dois cimentos de
ionômero de vidro: um de alta viscosidade (Ketac™ Molar ESPE) e um modificado por
resina (Fuji VIII GC) em restaurações envolvendo duas ou mais superfícies dentárias,
confeccionadas pela técnica do TRA. Sessenta restaurações (30 com cada material ) foram
inseridas em estudantes (9-16 anos) por dois profissionais. Após 6 meses, dois examinadores
independentes avaliaram as restaurações de acordo com os critérios utilizados em trabalhos
51
prévios semelhantes. Os dados foram analisados pelos testes de McNemar e Fischer e foi
verificada a porcentagem de sucesso do tratamento de 98,3%. Uma restauração foi substituída
por outro material e classificada como falha. As porcentagens de sucesso das restaurações
foram de 100% e 96,6% para o Fuji VIII e Ketac™ Molar, respectivamente. Não houve
diferença estatisticamente significante no sucesso das restaurações entre o baseline e 6 meses
(p>0,05). Da mesma forma, não houve diferença estatística entre os materiais, tipos de
cavidade ou entre operadores. ( p>0,05 ). A técnica do TRA foi altamente apropriada e efetiva
após 6 meses em restaurações envolvendo duas ou mais superfícies e os resultados mostraram
um desempenho promissor de ambos os materiais.
Hu et al. em 2005, publicaram um estudo com o intuito de comparar o desempenho
clínico das restaurações com um CIV mais viscoso utilizando métodos restauradores
convencional e atraumático em cárie de superfície radicular. Foram realizadas 72 restaurações
convencionais e 74 de TRA em 15 pacientes que tinham recebido radioterapia cervicofacial
com os CIVs, Fuji IX GP e Ketac™ Molar. As restaurações foram avaliadas após 6, 12 e 24
meses para verificar a retenção, defeitos marginais, desgaste da superfície recidiva de cárie.
Após 2 anos o índice de sucesso das restaurações era de 65,2% para a técnica convencional e
66,2% para as restaurações de TRA. Concluindo que as restaurações realizadas pelo TRA, são
alternativas igualmentes eficazes à restauração convencional para esses tipos de cavidades.
Com o intuito de proporcionar uma atualização aos estudantes e profissionais da
Odontologia, Fejerskov e Kidd (2005) escreveram sobre o conhecimento disponível a respeito
da doença cárie dentária e suas conseqüências, a importância do diagnóstico da doença e
como mais apropriadamente e efetivamente prevenir e controlar a sua progressão. Os autores
demonstraram que os processos envolvidos na doença são altamente complexos, com
variações temporais e espaciais, não no número, mas também em tipos de fatores
determinantes.
52
Oliveira (2005), relatou que o CIV é um material muito usado na clínica odontológica
e pode ser indicado para a técnica do TRA. Com isso, vem sendo amplamente estudado e
sofrendo modificações, com o intuito de melhorar as suas propriedades. O autor realizou,
então, um estudo para avaliar a rugosidade superficial e a microdureza Vickers dos CIV
Ketac™ Molar e Ketac™ Molar Easymix após ensaio de escovação. Concluída a leitura da
rugosidade e microdureza de 10 corpos de prova de cada material, estes foram submetidos a
30.000 ciclos de escovação e a nova análise da rugosidade e microdureza. A análise da
superfície antes e após o ensaio de escovação foi realizada por microscopia eletrônica de
varredura e perfilômetro. Após a análise estatística, os resultados demonstraram que não
houve diferença significante entre os materiais em relação a rugosidade inicial. Entretanto,
após o ensaio de escovação, foi observada uma maior rugosidade superficial para o Ketac™
Molar Easymix. Nos 2 grupos, observou-se o aumento de microdureza após a escovação e os
maiores valores foram apresentados pelo Ketac™ Molar Easymix. Pode-se concluir que,
embora os materiais tenham apresentado maior dureza superficial após a escovação, o
Ketac™ Molar mostrou-se menos rugoso, sendo indicado como material de primeira escolha
para o uso clínico.
Baseando-se no fato de que as propriedades mecânicas dos materiais restauradores está
relacionada com o tamanho e a distribuição das partículas de carga, Prentice et al. em 2005,
analisaram o tempo de trabalho, o tempo de presa e a resistência à compressão de um CIV
experimental.Variando a proporção dos tamanhos das partículas (A= 9,6µm) (B= 3,34µm),os
ensaios foram realizados de acordo com a ISO (International Organization for
Standardization) 9917.Os CIVs manipulados nas seguintes proporções pó/líquido: 2:1; 2,5:1
e 3:1. Os resultados obtidos por meio da análise estatística demonstraram que o aumento da
proporção de partículas de carga aumentou a resistência do material e o tamanho das
partículas proporcionou uma diminuição da viscosidade.
53
Em um trabalho de Santiago et al. (2005), com o objetivo de verificar se houve um
aumento da microdureza na dentina reparadora formada abaixo das restaurações de cimento
de ionômero de vidro usando a técnica do TRA, os primeiros molares cariados de dezesseis
crianças receberam restaurações TRA com Fuji IX. Alguns dentes foram extraídos
respeitando o estágio Nolla 7 ou 8 do sucessor permanente e categorizados de acordo com o
tempo de permanência na boca: G1 (extração imediata), G2 (30 dias), G3 (90 dias) e G4 (180
dias). Três penetrações foram feitas em cada zona para que o teste pudesse analisar as áreas
diferentes de dentina : zona 1 (abaixo da restauração), zona 3 (próximo à polpa) e zona 2
(região intermediária entre 1 e 3). Houve uma variação de dentina endurecida com a distância
entre a restauração e o aumento na área de endentação, no entanto, nenhuma diferença
significante foi percebida entre as zonas dentro dos grupos. Zona 1 e 2 mostraram um
aumento considerável de microdureza de acordo com o tempo, assim como nos dentes que
permaneceram in situ por 180 dias. A mesma tendência não foi estabelecida quando
comparado G1 (imediata) com G3 (90 dias) nas zonas 1 e 2. Houve um aumento na
microdureza sob as restaurações de TRA, apesar deste aumento não ser suficiente para
alcançar o valor similar ao da dentina saudável, sem levar em conta a profundidade
observada.
Beiruti et al. (2006), compararam restaurações realizadas com o cimento de ionômero
de vidro empregados na técnica do TRA e restaurações realizadas com resina composta, em
crianças de faixa etária de 7 a 8 anos sendo, 46 meninos e 47 meninas em primeiros molares
inteiramente erupcionados, o ionômero de vidro apresentou 4 vezes mais possibilidades de
impedir o desenvolvimento de cárie em sulcos e fissuras em superfícies oclusais do que a
resina composta no período de 1 a 3 anos. Após 5 anos conclui-se que 88% dos cimentos de
ionômero de vidro e 86% das resinas compostas, não sobreviveram.
54
Uma das exigências clínicas para a utilização de um material restaurador é o
desempenho físico-mecânico alto. De acordo com Peez & Franck (2006) o Ketac™ Molar
Easymix mostrou um bom desempenho em todas as propriedades testadas, com valores
melhores que dos outros CIVs estudados, tanto em relação à força flexural, baixa
suscetibilidade ao ataque de ácidos e solubilidade.
55
2 OBJETIVOS
Uma vez que na literatura sobre o assunto, relatos têm demonstrado que a abrasão
produzida pela escovação pode comprometer as propriedades ópticas e a resistência mecânica
dos materiais restauradores, os objetivos deste trabalho serão demonstrado a seguir.
2.1 Geral
Avaliar in vitro o efeito da escovação mecânica na rugosidade superficial e a
dureza Knoop de diferentes ionômeros de vidro preconizados para a técnica do
TRA.
2.2 Específicos
Analisar que material restaurador apresenta as melhores propriedades mecânicas antes
e após a escovação;
avaliar as características de superfície por meio de microscopia eletrônica de
varredura;
verificar se os materiais nacionais apresentam as mesmas propriedades dos importados
preconizados para a técnica do TRA;
propor a implementação da técnica do TRA no sistema público de saúde na cidade de
Manaus.
56
3 METODOLOGIA
Para o presente estudo, foram confeccionados 64 corpos-de-prova de quatro marcas de
CIV (Figura 1) preconizados para a técnica do TRA.
Figura 1- Cimentos de Ionômero de Vidro utilizados neste estudo.
Nome comercial
Fabricante Lote Proporção Pó/Líquido
Ketac™ Molar Easymix 3M ESPE 191389 1:1
Chem Flex™ Dentsply 0411001620 1:1
Magic Glass® Vigodent 230-05 1:1
Vitro Molar DFL 06040623 1:2
Tabela 1 – Nome comercial, fabricante, lote e proporção pó/liquido dos CIVs.
57
3.1 Confecção dos Corpos-de-Prova
Foram obtidos 16 corpos-de-prova para cada CIV. A obtenção da proporção
pó/liquido foi realizada por meio de quatro pesagens em balança analítica (Scientech AS 310)
da medida do recomendada pelo fabricante. Destas, foi obtido um valor médio
representativo da medida do pó do material para cada marca comercial, assim como a
quantidade de líquido (gota) foi padronizada utilizando-se uma micropipeta (Boeco-
Germany).
Material Pó (mg) Líquido (µL)
Ketac™ Molar Easymix 163 100
Chem Flex™ 126 39
Magic Glass
®
163 55
Vitro Molar 194 73
Tabela 2 - Valores obtidos após a padronização de uma colher de pó e uma gota do líquido.
Depois dos valores médios obtidos da proporção pó/líquido, os cimentos foram
proporcionados e manipulados à temperatura ambiente 23 ± 1
0
C e umidade relativa 50 ± 5%
em uma placa de vidro (Figuras 2A e 2B). Dividiu-se o em duas porções e com o auxílio
de uma espátula metálica 24F (Duflex) aglutinou-se o ao líquido. Os produtos foram
manipulados de acordo com as instruções de seus respectivos fabricantes (figura 2C),
conforme abaixo:
58
Em seguida, uma matriz rosqueável, com dimensões de 7 mm de diâmetro interno por
2,5 mm de espessura foi preenchida com o auxílio de uma seringa Centrix (Centrix Inc.,
Shelton, CT, EUA), até o seu preenchimento total (Figura 3). Logo após, foram cobertos com
uma tira de poliéster e lamínula de vidro (Figura 4) para a remoção do excesso de material e
planificação da superfície dos cimentos no mesmo nível da face superior da matriz (RAGGIO,
2004).
Figura 3 - Preenchimento das matrizes.
Figura 2A- Placa de vidro com CIV.
Figura 2B- Manipulação do CIV.
Figura 2C- Homogeneização do CIV.
Figura 4- Cobertura com tira de poliéster e
lamínula de vidro.
59
Depois de uma hora, os corpos-de-prova foram identificados e armazenados em um
dessecador de vidro com temperatura ambiente e umidade relativa do ar de aproximadamente
100%.
Oito amostras foram utilizadas para o ensaio de rugosidade antes e após a escovação;
as outras oito para o ensaio de dureza antes e após a escovação.
3.2 Avaliação dos Corpos-de-Prova
3.2.1 Avaliação da rugosidade superficial inicial
Decorrido o período de armazenamento (±24h), todos os corpos-de-prova foram
levados individualmente ao rugosímetro (Surf-corder SE 1700), com o auxílio de uma placa
de acrílico retangular (Tecnil, São Paulo), medindo 47 x 20 mm e com 2,5 mm de espessura,
contendo no seu centro uma cavidade de 7 mm de diâmetro, para verificação da rugosidade de
superfície (Figuras 5 A e B).
Em cada leitura realizada, a rugosidade média (Ra µm) foi representada pela média
aritmética entre os picos e vales registrados após a agulha do rugosímetro percorrer, sobre a
superfície em análise, um trecho de 3 mm de extensão, com cut-off de 0,25 mm para
maximizar a filtragem da ondulação superficial. Em cada superfície foram realizadas três
leituras, sempre com a agulha passando pelo centro geométrico da amostra partindo de três
posições diferentes (Figura 6). Assim, a média das três leituras resultou na rugosidade média
inicial de cada superfície (SANTOS, 2000).
60
3.2.2 Avaliação da dureza Knoop inicial
Foi utilizado um microdurômetro modelo HMV Shimadzu Microhardness Tester
(Figura 7) com carga de 50g durante 30 segundos para a realização das endentações e
posterior mensuração da dureza Knoop.
Seguiu-se um esquema pré-definido (Figura 8) para a realização de 3 endentações em
linha realizadas no centro dos corpos-de-prova com distância de 500µm entre elas (MELLO,
2001). Depois das marcações, foi tirada uma média de dureza Knoop para cada corpo-de-
prova. Estes valores foram tabulados e submetidos à análise estatística.
Figura 6 - Representação do percurso da agulha.
Figura 5B
-
Agulha posicionada sobre o corpo
-
de-prova.
Figura 5A - Rugosímetro Surf-Corder SE 1700.
61
3.2.3 Escovação dos corpos-de-prova
Depois dos ensaios de rugosidade e dureza superficial iniciais, os corpos-de-prova
foram submetidos à escovação. Foram utilizadas escovas dentais Oral B Indicator número
35, de cerdas macias arredondadas e hexagonais, dispostas em quatro fileiras. A ponta ativa
da escova foi seccionada do cabo com disco de carboneto de silício e fixada no dispositivo
porta-escova da máquina de escovação com cola de secagem rápida (Super-Bonder, Loctite),
de modo a tornar o longo eixo das cerdas perpendicular à superfície do corpo-de-prova.
A máquina de escovação utilizada foi a Equilabor, modificada do modelo indicado
pela British Standard Institution - com capacidade para 8 corpos-de-prova (Figura 9). Os
corpos-de-prova foram posicionados em orifícios com 7 mm de diâmetro confeccionados na
região central da placa de acrílico (Tecnil, São Paulo), medindo 47 x 20 mm e 2,5 mm de
espessura. O conjunto foi fixado com cera pegajosa Wilson Polidental no dispositivo porta-
amostra, localizado no fundo do recipiente metálico de escovação, conforme a figura 10,
adiante:
500µm
Figura 8 - Esquema de impressão da amostra do
ensaio de dureza Knoop.
Figura 7 - Microdurômetro HMV.
62
Em seguida, um volume de 4,6 ml (6g) de dentifrício Sorriso (Kolynos do Brasil) foi
misturado a 6 ml de água destilada e vertido no recipiente metálico de escovação, como
segue:
Figura 10 - Esquema do corpo-de-prova no interior da cubeta metálica durante a escovação.
Os corpos-de-prova foram submetidos a movimentos lineares de escovação, com taxa
de velocidade de 250 movimentos por minutos, totalizando 30.000 ciclos por corpo-de-prova,
num período de 2 horas. O percurso de escovação sobre o corpo-de-prova foi de 43 mm, sob
carga axial de 200gf colocada sobre suporte do dispositivo porta-escovas, para simular a força
empregada durante os procedimentos de higiene bucal. Completando os ciclos de escovação,
os corpos-de-prova foram removidos, lavados em água corrente e avaliados quanto à
rugosidade superficial e dureza Knoop final.
Figura 9A - Máquina de escovação Equilabor.
Carga sobre as escovas (200gf)
Base para a fixação da escova
Cuba metálica com os corpos-de-prova
Figura 9B – Detalhe do percurso de
escovação.
Placa de acrílico
Suporte de resina acrílica
Corpo-de-prova
63
3.2.4 Avaliação da rugosidade superficial e dureza Knoop final
Depois da escovação, os corpos-de-prova foram submetidos à leitura final de maneira
semelhante ao ensaio de rugosidade de dureza inicial.
3.2.5 Análise em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
Os corpos-de-prova de cada grupo foram escolhidos aleatoriamente e montados em
stubs metálicos e revestidos com ligas de ouro-paládio sob alto vácuo em um metalizador
(Delton Vaccum Desk II Figura- 11) para visualização qualitativa da rugosidade superficial
antes e após a escovação em microscopia eletrônica de varredura (JEOL JSM 600 SLV
Figura 12) operado em voltagem de 15 kv com aumento de 500 e 1200 vezes.
Figura 11- Metalizador(Delton Vaccum Desk II). Figura 12 - MEV (JEOL JSM 600 SLV).
64
3.2.6 Análise estatística
O teste de Shapiro-Wilk indicou que, em um nível de significância de 5% foi possível
admitir normalidade dos dados para os dois ensaios. Em seguida, foi realizado o teste de
Analíse de variância ANOVA e como havia diferença entre os materiais antes e após o
tratamento, foi realizado o Teste t (Student) para as comparações de médias.
65
4 RESULTADOS
Os resultados obtidos para as variáveis estudadas após a realização dos ensaios estão
dispostos nos próximos sub-itens.
4.1 Rugosidade superficial
As médias e desvios-padrão m) para a rugosidade superficial antes (A) e depois (B)
da escovação estão apresentados abaixo:
Antes da Escovação A Depois da Escovação B
Ketac™ Molar Easymix 0,17 ± 0,05 A,a 0,49 ± 0,15 B,a
Chem Flex™ 0,16 ± 0,04 A,a 0,95 ± 0,13 B,b
Magic Glass® 0,17 ± 0,03 A,a 1,62 ± 0,28 B,c
Vitro Molar 0,44 ± 0,09 A,b 1,32 ± 0,30 B,d
MÉDIA 0,23 ± 0,14 A 1,10 ± 0,48 B
Tabela 3: Médias e desvios-padrão da rugosidade superficial µm
As médias com letras maiúsculas iguais, são semelhantes entre os períodos e as médias com letras minúsculas
iguais, são semelhantes entre os materiais.
66
Gráfico 1: Rugosidade superficial (µm)
Como, pode ser observado na Tabela 3, houve diferença significativa (p<0,05) entre os
tratamentos para todos os materiais e conforme demonstrando, ainda, que a escovação alterou
e aumentou a rugosidade superficial de todos os ionômeros de vidro estudados.
Antes da escovação, o cimento de ionômero de vidro Vitro Molar foi mais rugoso do
que os outros, que foram semelhantes entre si. Porém, depois da escovação, todos os materiais
foram diferentes entre si, revelando que cada cimento de ionômero de vidro tem uma
resistência ao desgaste pela escovação diferente do outro. O Ketac™ Molar Easymix foi o
menos rugoso e o Magic Glass® o mais rugoso depois da escovação.
4.2 Dureza Knoop
As médias e desvios padrões para a microdureza superficial são apresentados a seguir
na Tabela 4.
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
2.00
Ketac™ Molar Easymix
Chem Flex™
Magic Glass® Vitro Molar
Rugosidade (µm)
Antes da escovação Depois da escovação
67
Antes da Escovação Depois da Escovação
Ketac™ Molar Easymix
45,45 ± 4,58 A,a 56,03 ± 15,68 A,a
Chem Flex™
33,45 ± 3,88 A,b 38,82 ± 5,90 B,b
Magic Glass®
24,05 ± 3,80 A,c 33,17 ± 8,07 B,b
Vitro Molar
23,77 ± 2,80 A,c 32,64 ± 3,63 B,b
MÉDIA
31,68 ± 9,70 A 40,16 ± 13,18 B
Tabela 4: Médias e desvios-padrão da dureza Knnop.
As médias com letras maiúsculas iguais são semelhantes entre os períodos e as médias com letras minúsculas
iguais, são semelhantes entre os materiais.
Gráfico 2: Médias e desvios-padrão da microdureza superficial.
Quanto à dureza Knoop, o cimento de ionômero de vidro Ketac™ Molar Easymix foi
o único a não sofrer alterações depois da escovação. Os outros materiais tiveram um aumento
na dureza Knoop após a escovação. O Ketac Molar Easymix obteve a maior média de
dureza tanto antes quanto depois da escovação.
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
Ketac™ Molar Easymix
Chem Flex
Magic Glass®
Vitro Molar
Dureza Knoop
Antes da escovação Depois da escovação
68
4.3 Avaliação qualitativa no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)
As Figuras de 13 a 28 mostram as microscopias dos CIVs antes e após a escovação
(500x e 1200x). Pode-se observar por meio das imagens que após a escovação houve maior
exposição das partículas do material, que apresentaram uma morfologia e uma distribuição
irregulares ao longo da matriz de polissais.
Figura 13 Ketac™ Molar Easymix antes da
escovação com aumento de 500x.
Figura 14 Ketac™ Molar Easymix antes da
escovação com aumento de 1200x.
Figura 15 – Ketac™ Molar Easymix após a
escovação com aumento de 500x.
Figura 16 – Ketac™ Molar Easymix após a
escovação com aumento de 1200x.
69
Figura 17
Chem Flex™ antes da escovação com
aumento de 500x.
Figura 18
Chem Flex™ antes da escovação com
aumento de 1200x.
Figura 19 Chem Flex™ após a escovação com
aumento de 500x.
Figura 20 Chem Flex™ após a escovação com
aumento de 1200x.
70
Figura 21 - Magic Glass® antes da escovação
com aumento de 500x.
Figura 22 - Magic Glass® antes da escovação
com aumento de 1200x.
Figura 23 - Magic Glass® após a escovação com
aumento de 500x.
Figura 24 – Magic Glass
®
após a escovação
com aumento de 1200x.
71
Figura 25
-
Vitro Molar antes da escovação com
aumento de 500x.
Figura 26
-
Vitro Molar antes da escovação com
aumento de 1200x.
Figura 27
-
Vitro Molar após a escovação com
aumento de 500x.
Figura 28
-
Vitro Molar após a escovação com
aumento de 1200x.
72
5 DISCUSSÃO
Nos primeiros trabalhos publicados sobre o TRA, uma das principais características
observadas nas restaurações foi o desgaste superficial, levantando-se a hipótese de que é
possível reduzir este desgaste com materiais que apresentassem uma maior resistência.
(FORSS; SEPPA, 1994; FRENCKEN et al., 1994; MALLOW et al., 1998; HOLMGREN et
al., 2000; LO et al., 2001). Portanto, juntamente aos avanços tecnológicos, os fabricantes
iniciaram pesquisas para modificar os CIVs convencionais (GARCIA et al., 1997; FRAZIER
et al., 1998; FRENCKEN; HOLMGREN, 1999; SMALES; GAO, 2000). Variações na
proporção pó/líquido e tempo de presa do material m permitido a formulação de hipóteses,
considerando-se o papel da reação ácido base, tamanho das partículas, e da interação entre
elas, sobre a resistência (BRACKET; JOHSTON, 1989; YAP et al., 2001; BERG et al., 2002;
PRENTICE et al., 2005).
Esta preocupação em avaliar as propriedades mecânicas dos CIVs sob diversas
condições existe desde a sua criação, e mantém-se até os dias atuais devido ao surgimento das
suas versões modificadas e a sua ampla utilização (SMALES; YIP, 2000). Tais modificações
acarretam diferenças significativas em suas propriedades, determinando um desempenho
clínico particular para cada produto encontrado no mercado (GLADYS et al., 1997;
PARADELLA, 2004).
Considerando-se as exigências impostas para com as propriedades mecânicas dos
CIVs preconizados para a técnica do TRA, foram selecionados dentre os materiais disponíveis
no mercado para a realização desta técnica, o CIV Ketac™ Molar Easymix (3M ESPE) Vitro
Molar (DFL), Magic Glass® (Vigodent) e Chem Flex™ (Dentsply).
Sabendo-se que o fenômeno de sinérese e embebição influencia nas propriedades
dos CIVs (GEE et al., 1996), durante a realização deste estudo, os corpos-de-prova foram
73
mantidos em umidade relativa sem receber uma camada protetora em sua superfície, pois de
acordo com Pelka et al. (1996), Sidhu et al. (1997) e Yap et al. (2001), esta proteção
empregada em trabalhos clínicos, pode mascarar as propriedades do material em estudos
laboratoriais. Assim como consta em Paulillo et al. (1997) e Pedrini et al. (2003), uma
superfície lisa e uniforme foi obtida após a acomodação de uma tira de poliéster sobre a
superfície do material.
Trabalhos como de Gladys et al. (1997), salientam que os materiais híbridos, como o
CIV, não podem ser polidos como outros materiais restauradores, uma vez que o polimento
acarreta uma superfície rugosa que se deteriora mais facilmente com o tempo. A rugosidade
superficial também é um importante fenômeno, que pode ser caracterizado pela presença de
protuberâncias e reentrâncias de alta amplitude e pequenas ondulações (YAP et al., 2001).
Sabe-se que a rugosidade superficial aumenta em função do desgaste da restauração,
que pode ser resultado de uma baixa resistência a abrasão, além disso, propicia o
aparecimento de trincas, estética e o acúmulo de biofilme com conseqüente aumento ao risco
de desenvolvimento da lesão de cárie e doença periodontal (PELKA et al., 1996;
GROOSMAN; MICKENAUTSCH et al., 2000; YIP et al., 2001; PEDRINI et al., 2001; RIOS
et al., 2002).
No presente estudo, a leitura da rugosidade inicial dos CIVs não demonstrou
diferença significativa entre os materiais, exceto quando comparou-se o Ketac™ Molar
Easymix, Chem Flex™ e Magic Glass
®
com o Vitro Molar que apresentou a maior
rugosidade inicial. Conforme exposta na Tabela 3, na página.
A rugosidade superficial do CIV o está relacionada à quantidade de matriz, à
presença de bolhas incorporadas durante a manipulação e às características como tamanho,
forma e distribuição das partículas de vidro. (FRAZIER et al., 1998; MOUNT, 1999; XIE et
al., 2000; RIOS et al., 2002).
74
Nas figuras 14, 18, e 22, é possível visualizar maior quantidade de matriz na
superfície dos cimentos Ketac Molar™ Easymix, Chem Flex™, Magic Glass®, podendo
assim justificar uma menor rugosidade superficial para nestes materiais. Porém, na figura 26 à
página 71 pode-se observar que, para o cimento Vitro Molar uma menor quantidade de
matriz na superfície e uma maior exposição das partículas de vidro, justiçando assim sua
maior rugosidade superficial.
Esta análise qualitativa da morfologia, alterações superficiais, porosidade, tamanho e
distribuição das partículas pode ser observada com a utilização de microscopia eletrônica de
varredura conforme as figuras 13 a 28 expostas nas páginas 68 e 71 respectivamente.
O aumento da rugosidade superficial pode ser utilizada como critério para predizer a
deteriorização clínica de diferentes materiais restauradores como relatados nos trabalhos de
Bollen et al., (1997); Yap et al., (1997); Yip et al., (2001). Os procedimentos rotineiros para
higiene bucal como a escovação dentária podem levar ao desgaste e como conseqüência ao
aumento da rugosidade de materiais restauradores e da própria estrutura dental pela ação das
cerdas das escovas e dos dentifrícios (SLOP et al., 1983; BOER et al., 1985; SULONG;
AZIZ, 1990; WHITEHEAD et al., 1996).
Para reproduzir in vitro dois anos de higienização da cavidade bucal, foi empregado
o protocolo de 30.000 ciclos de escovação (MOMOI et al., 1997; SANTOS, 2000), no
entanto, Goldstein e Lerner (1991) citam que a leitura equivalente a um ano varia de 4320
ciclos a 16.000 ciclos de escovação (MOMOI et al., 1997).
A taxa de desgaste de uma superfície escovada varia de acordo com a velocidade,
carga e o agente abrasivo utilizado (SLOP et al., 1983; PELKA et al., 1996; MOMOI et al.,
1997; GEIGER et al., 1999). O tipo de dentifrício, escova dental assim como a proporção
água/dentifrício empregada na escovação também são fatores a serem considerados
(SANTOS, 2000; MAIR et al., 1996). Neste estudo, foi utilizado o dentifrício Sorriso
75
(Kolynos do Brasil Ltda), por ser um dos mais consumidos pela população e por conter
carbonato de cálcio, que é um dos abrasivos mais utilizados pelos fabricantes (MOMOI et al.,
1997). A proporção utilizada de dentifrício/água durante o ensaio de escovação foi de 1/1,
pois segundo Frazier et al. (1998); Santos (2000); Rios et al. (2002), é a mais próxima daquela
utilizada normalmente in vivo.
A tabela 3 e o gráfico 1 mostraram que, após a escovação todos os materiais
apresentaram uma maior rugosidade superficial quando comparado à rugosidade superficial
antes da escovação, com diferença estatisticamente significativa entre os mesmos.
A análise por meio de microscopia eletrônica de varredura demonstrou desgaste da
matriz, exposição de bolhas e de partículas de vidro as quais apresentam formatos irregulares
principalmente nos cimentos de ionômero de vidro Magic Glass
®
e Vitro Molar, conforme as
figuras 24 e 28 às páginas 70 e 71, podendo desta forma justificar a maior rugosidade. Além
disso, foi observada a presença de trincas, resultantes da desidratação das amostras durante o
preparo para a visualização em microscopia eletrônica de varredura. Estes resultados
corroboram com os encontrados por Gladys et al. (1997); Momoi et al. (1997); Geiger et al.
(1999); Yap et al. (2001), que relatam a perda da matriz, a exposição de bolhas após o ensaio
de escovação e a presença de trincas devido à desidratação das amostras.
A presença de bolhas nas amostras antes e após a escovação também pode ser
decorrente das bolhas de ar incorporadas durante a manipulação e do deslocamento das
partículas de vidro por falha na adesão à matriz. (Figuras 13 e 29) este fato também foi
observado por Mair et al. (1996); Momoi et al. (1997); Rios et al. (2002); Slop et al. (1983).
Esta adesão entre as partículas de vidro e a matriz, também é um fator importante, pois a
quantidade de poros, tamanho, distribuição e resistência ao desgaste das partículas de vidro
também contribuem para o desgaste superficial (OLIVEIRA et al., 2005; PRENTICE et al.,
2005).
76
Também é importante observar na tabela 3 à página 65, que após o ensaio de
escovação o material que apresentou menor rugosidade superficial foi o Ketac™ Molar
Easymix seguido do Chem Flex™, do Vitro Molar e do Magic Glass
®
. Os menores valores
atribuídos a este material pode estar relacionado à melhor integração entre as partículas de
vidro e a matriz (PRENTICE et al., 2005), que, segundo o seu fabricante a 3M ESPE,
foram realizadas alterações na estrutura do pó, fazendo com que ele permanecesse na forma
de grânulo, por meio de agente de granulação. Deste modo, o pó o ficaria agregado
facilmente, sendo improvável que fosse possível adicionar mais pó (3M – ESPE, 2004; PEEZ;
FRANK, 2006).
Além desta alteração no pó, o líquido também sofreu alterações reduzindo-se uma
parte do ácido do líquido, liofilizando-o no , e, dessa maneira, este se mostrou menos
viscoso, pois o ácido poliacrílico tem essa característica marcante, sendo, portanto, o ângulo
de contato reduzido, aumentando a capacidade de molhamento do mesmo (3M ESPE; PEEZ;
FRANK, 2006).
Portanto, aliando-se as características do e do líquido, pode-se concluir que a
dosagem fica padronizada e a manipulação fica facilitada pelo aumento da molhabilidade do
líquido e da absorção dos grânulos do pó por capilaridade (PEEZ; FRANK, 2006).
Sabe-se que a dureza superficial apresenta correlação negativa com o desgaste, e,
quanto menor a dureza superficial demonstrada pelo material, maior o desgaste
(PEUTZFELDT et al., 1997; GARCIA-GODOY et al., 2003; KULZELMANN et al., 2003).
Partindo desse pressuposto, os materiais Chem Flex™, Magic Glass
®
e Vitro Molar que
apresentaram dureza superficial média de 33,4; 24,05; 23,77 KNH respectivamente,
desgastar-se-ia mais que o Ketac™ Molar Easymix 45,45.
Na tabela 4 e no gráfico 2, observou-se que os maiores valores de dureza Knoop
antes e após a escovação foram encontrados no Ketac™ Molar Easymix 45,45 antes da
77
escovação e 56,03 depois da escovação. Esta diferença dos resultados de dureza Knoop pode
ser atribuído a velocidade da reação de presa deste material. Pois, de acordo com Yap et al.
(2002) e Yap (2003), o aumento da velocidade da reação de presa apresentado pelos cimentos
de ionômero de vidro resulta em melhoria das propriedades mecânicas iniciais, atingindo
resistência às forças mastigatórias num período de tempo mais curto.
A diminuição do tempo de presa deste material segundo o fabricante, ocorre devido
à remoção de íons de cada superfície dos CIVs durante sua maturação e inserção do ácido
tartárico o qual propiciou o aumento da reatividade do líquido ao pó (PEZZ; FRANK, 2006).
Além disso, o CIV Ketac™ Molar Easymix apresentou partículas de vidro de 2,7
µm , sendo estas inferiores aos demais materiais utilizados neste estudo. Desta forma, as
partículas de vidro desse material encontraram-se melhor distribuídas ao longo da matriz. Este
fato, o menor tamanho das partículas e a sua melhor distribuição pode ser observado, nas
figuras 15 e 16 quando comparados aos outros materiais estudados, conforme as figuras 20,
24 e 28.
Também é interessante observar nas figuras 15 e 16 a microestrutura dos materiais
em microscopia eletrônica de varredura o padrão de massa coesa, densa e partículas com
tamanho semelhantes.
Esses achados estão de acordo com os citados por Xie et al. (2000), onde o CIV
Ketac Molar™ Easymix apresentou os maiores valores de dureza Knoop, quando comparado
a outros materiais. A correlação positiva entre a estrutura coesa e dureza superficial, pode ser
uma das explicações para a menor dureza superficial demonstrada por outros materiais.
Nas figuras 20, 24 e 28 à pagina 69, 70 e 71 observa-se que o Chem Flex™, Magic
Glass
®
e Vitro Molar apresentam-se menos coesos que o Ketac Molar™ Easymix. Porém esta
diferença entre os materiais sobre a rugosidade superficial e dureza Knoop, não contra-indica,
de maneira alguma, a utilização destes materiais na clínica, já que o seu custo é inferior ao do
78
Ketac™ Molar Easymix que é importado. O Chem Flex™ por sua vez também tem um custo
considerado alto. Por outro lado, o Magic Glass
®
e o Vitro Molar apresentam um custo mais
acessível para a utilização no serviço público de saúde.
Assim sendo, é extremamente importante que mais estudos sejam realizados in vitro
e in vivo, com estes novos materiais nacionais, preconizados para técnica do TRA, pois os
artigos científicos disponíveis na literatura ainda não chegaram a um consenso sobre qual a
melhor marca que viabilize a sua utilização em programas de saúde bucal.
79
CONCLUSÃO
De acordo com a metodologia utilizada e com base nos resultados obtidos, podemos concluir
que:
Em relação à rugosidade superficial, depois da escovação, todos os CIVs estudados
obtiveram resultados diferentes entre si;
O Ketac
Molar Easymix foi o menos rugoso, já o Magic Glass
®
foi o que
apresentou maior rugosidade depois da escovação;
Em relação à dureza superficial, o Ketac™ Molar Easymix foi o único material que
não sofreu alteração significativa depois da escovação;
Os CIVs Chem Flex
, Vitro Molar e Magic Glass
®
obtiveram um aumento na
dureza Knoop;
Por meio da microscopia eletrônica de varredura pôde-se concluir que as
propriedades mecânicas dos materiais estão relacionadas com a quantidade de matriz
e tamanho e distribuição das partículas de carga presentes nos CIVs.
.
80
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108, Apr., 2001.
87
ANEXOS
RUGOSIDADE SUPERFICIAL ANTES DA ESCOVAÇÃO
Ketac™ Molar Easymix
R1 R2 R3 Média
0,14 0,1435 0,1501 0,1445
0,1284 0,1177 0,1021 0,1160
0,1713 0,2032 0,2030 0,1925
0,2140 0,1999 0,1787 0,1987
0,1375 0,1369 0,1240 0,1328
0,2586 0,2473 0,2834 0,2631
0,1632 0,1623 0,1590 0,1615
0,1890 0,1709 0,1060 0,1553
Tabela 5 A – Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Ketac™ Molar Easymix.
Chem Flex™
R1 R2 R3 dia
0,1866 0,1893 0,1973 0,1910
0,1735 0,1889 0,1354 0,1659
0,1089 0,1574 0,1112 0,1259
0,1293 0,1389 0,1289 0,1323
0,1464 0,1874 0,1763 0,1700
0,0809 0,0999 0,0783 0,0863
0,129 0,1459 0,1589 0,1446
0,1433 0,1392 0,3925 0,2250
Tabela 5 B – Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Chem Flex™
88
Magic Glass
R1 R2 R3 Média
0,1692 0,1785 0,1689 0,1722
0,1644 0,1645 0,1675 0,1655
0,1463 0,1596 0,1472 0,1510
0,1015 0,1392 0,1304 0,1237
0,2611 0,1989 0,1972 0,2191
0,1692 0,1654 0,1785 0,1710
0,1542 0,1735 0,1874 0,1717
0,1454 0,1392 0,1692 0,1513
Tabela 5 C – Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Magic Glass®.
Vitro Molar
R1 R2 R3 Média
0,2516 0,2478 0,2974 0,2656
0,4304 0,4165 0,4679 0,4383
0,3955 0,3894 0,3805 0,3885
0,4804 0,4706 0,4756 0,4755
0,4960 0,5064 0,5096 0,5040
0,5380 0,5174 0,5578 0,5377
0,3990 0,3873 0,4473 0,4112
0,5890 0,5189 0,5092 0,5390
Tabela 5 D – Valores médios da rugosidade superficial antes da escovação do Vitro Molar.
89
RUGOSIDADE SUPERFICIAL DEPOIS DA ESCOVAÇÃO
Ketac™ Molar Easymix
R1 R2 R3 Média
0,3520 0,3659 0,3528 0,3569
0,3982 0,8721 0,8851 0,7185
0,3010 0,3750 0,3528 0,3429
0,4957 0,4812 0,4794 0,4854
0,3604 0,3210 0,3803 0,3539
0,5950 0,5895 0,4872 0,5572
0,4587 0,4301 0,4370 0,4419
0,6780 0,7010 0,6241 0,6677
Tabela 6 A- Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do Ketac ™ Molar Easymix.
Chem Flex™
R1 R2 R3 Média
0,8972 0,7940 0,8793 0,8568
0,9145 0,9731 0,8932 0,9269
0,7945 0,8710 0,7894 0,8183
0,8982 0,9594 0,9780 0,9452
0,9350 0,8790 0,8965 0,9035
1,0808 0,9736 1,2054 1,0866
0,8903 0,8193 0,9045 0,8714
1,0745 1,1950 1,3009 1,1901
Tabela 6 B - Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do Chem Flex™.
90
Magic Glass
R1 R2 R3 Média
1,6732 1,7840 1,9010 1,7861
1,9632 1,8930 1,8310 1,8957
1,8380 1,8901 1,7987 1,8423
1,3733 1,4573 1,4310 1,4205
1,1240 1,3974 1,4513 1,3242
1,1351 1,2891 1,5783 1,3342
1,3340 1,4973 1,3873 1,4062
2,0101 1,9098 1,9980 1,9726
Tabela 6 C - Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do Magic Glass®.
Vitro Molar
R1 R2 R3 Média
0,8193 0,7893 0,9347 0,8478
0,9973 0,9989 1,3492 1,1151
1,2980 0,9803 1,0980 1,1254
1,3037 1,2970 1,0705 1,2237
1,5674 1,4760 1,3980 1,4805
1,8970 1,7893 1,6594 1,7819
1,3207 1,2983 1,3973 1,3388
140 1,9710 1,8907 1,6252
Tabela 6 D - Valores médios da rugosidade superficial depois da escovação do Vitro Molar.
91
DUREZA KNOOP ANTES DA ESCOVAÇÃO
Ketac ™ Molar Easymix
0,5 1 1,5 Média
47,32 47,03 48,05 47,47
51,30 50,05 49,30 50,22
39,74 42,05 40,50 40,76
40,92 39,75 42,72 41,13
44,73 42,34 40,89 43,54
41,34 40,73 39,95 40,67
49,01 49,81 50,78 49,87
50,03 50,83 51,74 50,87
Tabela 7 A - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Ketac™ Molar Easymix.
Chem Flex™
0,5 1 1,5 dia
28,43 28,34 30,21 28,99
28,12 28,06 28,95 28,38
34,53 34,02 35,78 34,78
29,45 29,06 30,43 29,65
34,56 33,56 35,92 34,68
38,04 38,54 37,98 38,19
38,15 37,15 36,45 37,25
34,63 33,64 38,90 35,72
Tabela 7 B - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Chem Flex ™.
92
Magic Glass®
0,5 1 1,5 Média
24,95 24,05 24,98 24,66
28,79 27,99 30,06 28,95
25,44 25,42 27,01 25,43
18,42 18,35 17,90 18,22
19,89 19,94 20,73 20,19
23,72 22,99 22,54 23,08
40,72 23,45 21,89 28,69
23,04 20,05 24,78 22,62
Tabela 7 C - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Magic Glass®.
Vitro Molar
0,5 1 1,5 Média
25,30 24,63 24,34 24,76
29,74 28,99 30,72 29,82
23,81 23,80 24,98 24,20
22,04 21,03 23,05 22,04
24,32 24,01 24,00 24,11
21,77 20,59 21,59 21,32
23,54 22,07 22,74 22,78
20,07 21,93 21,36 21,12
Tabela 7 D - Valores médios da dureza Knoop antes da escovação do Vitro Molar.
93
DUREZA KNOOP DEPOIS DA ESCOVAÇÃO
Ketac Molar™ Easymix
0,5 1 1,5 Média
34,81 34,78 34,90 34,83
45,98 45,67 45,87 45,84
36,82 40,43 40,78 39,34
50,74 50,92 51,01 50,89
79,82 76,34 75,83 77,33
63,89 70,76 64,91 66,52
76,32 72,34 69,14 72,60
60,75 61,65 60,34 60,91
Tabela 8A - Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Ketac™ Molar Easymix.
Chem Flex™
0,5 1 1,5 Média
30,72 31,85 30,74 31,10
33,08 30,56 31,78 31,81
40,65 42,54 39,15 40,78
33,72 33,54 32,56 33,27
40,29 40,05 40,14 40,16
44,34 43,25 42,94 43,51
42,59 44,76 44,93 44,09
45,98 43,78 47,63 45,80
Tabela 8 B - Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Chem Flex™.
94
Magic Glass®
0,5 1 1,5 Média
30,74 30,54 30,02 30,43
33,87 35,49 35,90 35,09
30,98 30,74 30,78 30,83
26,72 24,97 25,98 25,89
23,86 24,95 23,95 24,25
33,95 34,76 34,82 34,51
50,04 51,65 50,19 50,63
4,89 32,40 33,89 33,73
Tabela 8 C - Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Magic Glass®.
Vitro Molar
0,5 1 1,5 Média
34,23 33,74 33,03 33,67
40,57 39,53 39,83 39,98
29,82 29,14 28,56 29,17
27,86 28,64 29,56 28,69
34,89 34,65 34,06 34,53
30,06 31,56 31,34 30,99
32,65 33,03 33,86 33,18
30,67 30,45 31,54 30,89
Tabela 8 D - Valores médios da dureza Knoop depois da escovação do Vitro Molar.
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