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Murakami JT. Avaliação in vitro das alterações do esmalte, efetividade
clínica e sensibilidade pós-clareamento dentário [tese]. São José dos
Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos,
Universidade Estadual Paulista; 2007.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar: a) em humanos, a
efetividade clínica e a sensibilidade pós-clareamento dentário; b) in vitro, as
alterações morfológicas e na composição química do esmalte após clareamento.
Para a parte a, foram utilizados 60 dentes que possuíam indicação de exodontia
por motivos ortodônticos. Após o registro da cor inicial, os dentes foram divididos
em seis grupos de acordo com a técnica e material clareador utilizado: G 1 –
dentes clareados com peróxido de hidrogênio 35% (PH) durante 40 minutos e
fotoativados com LED; G 2 - peróxido de carbamida 35% (PC) durante 40
minutos+LED; G 3 - PH, sem fotoativação; G 4 - PC, sem fotoativação; G 5 –
PH+LED e aplicação tópica de flúor durante 4 minutos; G 6 – PC+LED e
aplicação tópica de flúor durante 4 minutos. Sete dias após o clareamento, foi
realizado novo registro de cor dos dentes e questionamento quanto a
sintomatologia pós-clareamento com o auxílio de uma escala visual. A
sintomatologia pós-clareamento dentário e as alterações de cor foram avaliados
estatisticamente pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e teste de Dunn.
Para a parte b, foram utilizados 10 coroas de pré-molares que foram
seccionados no sentido mesio-distal, resultando em duas metades. Cada metade
foi dividida em quatro partes, além da incisal da face vestibular, resultando em 9
grupos: G 1 – PH+LED+flúor; G 2 – PH+LED; G 3 – PH+Flúor; G 4 – PH; G 5 –
PC+LED+Flúor; G 6 – PC+LED; G 7 – PC+Flúor; G 8 – PC; G 9 (controle) –
nenhum tratamento. Após a realização do clareamento, os espécimes foram
mantidos em saliva artificial durante 30 minutos a 37
o
C e em seguida foram
preparados para análise morfológica em microscopia eletrônica de varredura
(MEV) e de composição química em espectrômetro de energia dispersiva (EDS).
Os dados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis e de comparação
múltipla de Dunn. Quanto a alteração de cor, verificaram-se diferenças entre os
grupos 1 e 5 e os grupos 4 e 6. Quanto a sintomatologia, verificou-se que os
grupos 1 e 3 diferem dos grupos 2, 4 e 6. Na parte b, verificou-se que os grupos
1, 2, 3 e 4 diferem dos grupos controle e 5. Por meio da análise de MEV foi
possível verificar alterações no esmalte nos grupos experimentais de peróxido
de hidrogênio. Entretanto, não se verificaram grandes alterações nos espécimes
submetidos ao peróxido de carbamida. Pôde-se concluir que o clareamento com
peróxido de hidrogênio foi mais eficiente que o peróxido de carbamida, quanto à
alteração de cor. Entretanto, este material provocou maior sensibilidade pós-
clareamento, maiores valores de descalcificação do esmalte e alterações
morfológicas ao MEV. Além disso, não se verificou a eficácia da ativação com
LED, nem ação do flúor após o clareamento.