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desenvolvimento lógico-dedutivo da Geometria Euclidiana”. Inicia-se, a partir de então, a
preocupação com as abordagens rigorosas, sobretudo, na Análise Matemática.
Conforme Kline (1976), o Cálculo surgiu com Newton e Leibniz, podendo-se citar
outros nomes que igualmente contribuíram, como Descartes, Fermat, Cavalieri, Pascal,
Roberval, Barrow, dentre outros. No século XVII, alguns matemáticos como os irmãos
Bernoulli, D’Alembert, Euler e Lagrange, procuraram estabelecer uma fundamentação
mais rigorosa para o Cálculo; porém não obtiveram êxito.
A partir daí, ficava diminuída, ao menos em parte, a importância do rigor na
formulação dos métodos, pois muitas vezes os resultados empíricos já eram um teste do
valor desses métodos. A abordagem rigorosa acerca da Análise Matemática ocorreu, de
fato, no século XIX, sendo inegável a contribuição de Weierstrass e, especialmente, de
Cauchy.
Dentro da perspectiva didático-metodológica de utilização da história no ensino de
Matemática, Grattan-Guinness (1997, p. 87) salienta a importância de tratar da História da
Matemática no ensino dessa disciplina, uma vez que “a educação imita a história”.
Atentando para tal fato, Ávila (2006) evidencia, em seus livros, aspectos históricos da
Matemática em suas “Notas históricas e Complementares”, que encerram cada capítulo.
No prefácio de seu livro “Análise Matemática para Licenciatura”, Ávila (2001, pref.) faz
uma sucinta referência à importância da Análise na licenciatura, justificando a importância
das notas complementares:
Um dos objetivos principais de um curso de Análise é a prática em
demonstrações. Enunciar e demonstrar teoremas é uma das ocupações
centrais de todo professor ou estudioso da Matemática... Daí uma das
principais razões de uma disciplina de Análise nos cursos de licenciatura.
Mas, aliada a essa tarefa de praticar a arte de enunciar e demonstrar
teoremas, o aluno de licenciatura tem, na disciplina de Análise, a
oportunidade de se familiarizar com uma das partes mais importantes da
Matemática que se vem desenvolvendo desde o início do século XIX. E
para facilitar a compreensão desse desenvolvimento, e dar ao leitor uma
visão mais abrangente e enriquecedora de toda a Matemática, o presente
texto incorpora várias notas históricas e complementares ao final de cada
capítulo, como já fizemos em outros livros de nossa autoria.
Reis (2001, p. 18) afirma estar de acordo com este autor em relação às notas
históricas, ao considerá-las um “avanço” no que diz respeito aos livros de Cálculo e
Análise, ressaltando ainda que elas “refletem uma preocupação do autor em permitir /