Download PDF
ads:
MAYARA KELLY MARTINS DE MEDEIROS
QUALIDADE E VIDA ÚTIL PÓS-COLHEITA DE MELÃO
‘PELE DE SAPO’ SOB ARMAZENAMENTO
REFRIGERADO
MOSSORÓ-RN
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MAYARA KELLY MARTINS DE MEDEIROS
QUALIDADE E VIDA ÚTIL PÓS-COLHEITA DE MELÃO
‘PELE DE SAPO’ SOB ARMAZENAMENTO
REFRIGERADO
Dissertação apresentada à Escola Superior de
Agricultura de Mossoró, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Agronomia: Fitotecnia.
ORIENTADOR: Prof. D.Sc JOSIVAN BARBOSA MENEZES
MOSSORÓ-RN
2005
ads:
MAYARA KELLY MARTINS DE MEDEIROS
QUALIDADE E VIDA ÚTIL PÓS-COLHEITA DE MELÃO
‘PELE DE SAPO’ SOB ARMAZENAMENTO
REFRIGERADO
Dissertação apresentada à Escola Superior de
Agricultura de Mossoró, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Agronomia: Fitotecnia.
APROVADA EM :_____/_____/______
_____________________________ _____________________________
Leilson Costa Grangeiro – D.Sc Gilmara Mabel Santos – D.Sc
ESAM – Mossoró-RN CPATSA – Petrolina - PE
Conselheiro Conselheira
______________________
Josivan Barbosa Menezes – D.Sc
ESAM – Mossoró-RN
Orientador
A Deus, pela vida e por conceder-me a
felicidade de viver este momento. Aos meus
pais, Manoel Cândido e Maria de Lourdes
por todo amor e incentivo na realização
deste trabalho. Aos meus irmãos, Marthon,
Marlon e Marijara pelo carinho e amizade.
À minha sobrinha Jéssica por toda a alegria
transmitida em todos os momentos da minha
vida.
Ofereço
Ao meu esposo Rogério Dias por todo
amor e compreensão nesta fase tão
importante da minha vida. Ao meu filho
Igor Dias que transformou todos os
desafios e dificuldades em momentos de
alegria.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus que tem me dado forças para prosseguir nas conquistas da vida.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de pesquisa.
Ao Dr. Josivan Barbosa Menezes pela orientação recebida.
Ao Dr. Leilson Costa Grangeiro pela participação na banca examinadora, pelas
sugestões e contribuição na elaboração desta dissertação.
A Dra. Gilmara Mabel Santos pela participação na banca examinadora e sugestões
na elaboração deste trabalho.
A Escola Superior de Agricultura de Mossoró - ESAM pela oportunidade de
ampliação de meus conhecimentos e pelos ensinamentos agronômicos prestados.
A Nolem, pela disponibilidade dos frutos utilizados neste trabalho.
Ao Coordenador do Curso de Mestrado Prof .PhD Francisco Bezerra Neto, por todo
o apoio e incentivo na execução deste trabalho.
A todos os professores do Núcleo de Pós-graduação pelos ensinamentos prestados.
A todos os funcionários do Laboratório de Fruticultura Irrigada que me ajudaram
colaborando com o meu desenvolvimento.
A todos os meus amigos da Pós-graduação em Agronomia, ESAM, pela amizade
conquistada ao longo do curso.
Aos amigos, Klígio, Marta, Andréa, Andreza, Marcos, Aurélio, Gisele e Érika pela
ajuda prestada durante a pesquisa.
As amigas Anne Katherine, Andréa e Adriana pela amizade conquistada durante o
curso.
A todos!
Muito obrigada.
DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR
MAYARA KELLY MARTINS DE MEDEIROS, filha de Manoel Cândido de
Medeiros Filho e Maria de Lourdes Martins de Medeiros, nasceu em Assu RN, no dia 23
de março de 1978. Iniciou na vida estudantil em 1982 no Educandário Nossa Senhora das
Vitórias, concluindo o segundo grau no ano de 1995 no Degrau Colégio e Curso. Em 1996,
ingressou na Escola Superior de Agricultura de Mossoró, concluindo o curso de Engenharia
Agronômica em julho de 2001. Em março de 2003, iniciou o curso de Mestrado em
Agronomia: Fitotecnia, pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró ESAM ,
concluindo-o em março de 2005.
RESUMO
MEDEIROS, Mayara Kelly Martins de. Qualidade e vida útil pós-colheita de melão
‘Pele de sapo’ sob armazenamento refrigerado. 2005. 34f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia: Fitotecnia) Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-
RN, 2004.
Objetivando avaliar a qualidade e vida útil pós-colheita do melão ‘Pele de sapo’,
armazenado sob refrigeração, foi realizado um experimento na Escola Superior de
Agricultura de Mossoró. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 2 x 6 com 5 repetições. Os tratamentos do fatorial
consistiram da combinação de duas temperaturas de armazenamento refrigerado (9 ±0,2 ºC;
85 ± 5% UR e 11 ± 0,2 ºC; 85 ± 5% UR) e seis tempos de armazenamento (28, 35, 42, 49,
56 e 63 dias). A unidade experimental foi composta por três frutos. Após cada tempo de
armazenamento, os frutos foram retirados das câmaras, onde passaram sete dias à
temperatura de 20 ± 1 ºC e de 60 ± 5% UR, para simular o período de comercialização. As
características avaliadas foram: perda de massa, firmeza de polpa, sólidos solúveis totais,
aparência externa e interna. Houve interação significativa entre as temperaturas e os tempos
de armazenamento apenas para a aparência externa. Para perda de massa, firmeza de polpa,
sólidos solúveis totais e aparência interna, não houve interação significativa. A vida útil
pós-colheita de melões ‘Pele de sapo’ foi mantida até os 44 dias de armazenamento.
Palavras-chave: pós-colheita, melão, refrigeração.
ABSTRACT
MEDEIROS, Mayara Kelly Martins de. Quality and postharvest slhelf life of melon ‘Piel
de Sapo’ stored under refrigerated temperature.2005. 34f. Thesis (MS in Agronomy:
Plant Science) - Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró, 2005.
It was installed an experiment in the Postharvest Laboratory of ESAM (Escola Superior de
Agricultura de Mossoró) with objective of evaluating the quality and postharvest shelf life
of melon ‘Piel de Sapo’ stored under refrigerated temperature. The experimental design
was completely randomized in 2 x 6 factorial arrangement, with five replications and three
fruits per plot. The factorial consisted of the combination two storage refrigerated
temperatures ( 9 ± 0,2º C; 85 ± 5% UR e 11 ± 0,2º C; 85 ± 5% UR) and six storage times
(28, 35, 42, 49, 56 e 63 days). After every storage time, the fruits were taken out of the
chambers where they had stayed for seven days. The characteristics evaluated were: loss
weight, pulp firmess, total soluble solid contents, external and internal appearance. There
was a meaningful interaction between the temperatures and the storage times concerning
the external appearance of the melon. Related to the weight loss, pulp firmess, total solid
soluble and internal appearance, there was not meaningful interaction. The postharvest
shelf life of the ‘Piel de sapo’ melon was maintained for 44 storage days.
Keywords: postharvest, melon and refrigeration.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Perda de massa (% em relação ao peso inicial) de melão ‘Pele de Sapo’,
armazenado por 63 dias a 9 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2º C; UR
de 80 ± 5 %. Mossoró-RN, ESAM, 2004...................................................
24
FIGURA 2 Firmeza de polpa (N) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por 63 dias
a 9 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5 %. Mossoró-
RN, ESAM, 2004........................................................................................
25
FIGURA 3 Sólidos solúveis totais (%) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por 63
dias a 9 ± 0,2º C ; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5 %.
Mossoró-RN, ESAM, 2004........................................................................
26
FIGURA 4 Aparência externa (escala de 1 a 5) de melão ‘Pele de Sapo’,
armazenado por 63 dias a 9 ± 0,2º C ; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2º C; UR
de 80 ± 5%. Mossoró-RN, ESAM, 2004....................................................
28
FIGURA 5 Aparência interna (escala de 1 a 5) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado
por 63 dias a 9 ± 0,2ºC ; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2ºC; UR de 80 ± 5 %.
Mossoró-RN, ESAM, 2004........................................................................
29
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................
11
2 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................
2.1 O melão: aspectos gerais ....................................................................................
2.2 Fatores de qualidade do melão ...........................................................................
2.2.1 Perda de massa ..........................................................................................
2.2.2 Firmeza de polpa .......................................................................................
2.2.3 Sólidos Solúveis Totais .............................................................................
2.2.4 Aparência externa e interna .......................................................................
2.3 Armazenamento refrigerado ............................................................................
13
13
14
15
15
16
16
17
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................
3.1Procedência dos frutos ........................................................................................
3.2 Delineamento experimental e tratamentos..........................................................
3.3 Implantação e condução do experimento............................................................
3.4 Características avaliadas.....................................................................................
3.4.1 Perda de massa ..........................................................................................
3.4.2 Firmeza de polpa .......................................................................................
3.4.3 Sólidos Solúveis Totais .............................................................................
3.4.4 Aparência externa e interna .......................................................................
3.5 Identificação de fungos ......................................................................................
3.6 Análise estatística ...............................................................................................
19
19
19
20
20
20
20
21
21
21
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................
4.1 Perda de massa .....................................................................................................
4.2 Firmeza de polpa ..................................................................................................
4.3 Sólidos Solúveis Totais ........................................................................................
4.4 Aparência externa ................................................................................................
4.5 Aparência interna .................................................................................................
23
23
24
25
26
28
5 CONCLUSÃÕ ..........................................................................................................
30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................
31
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a cultura do melão (Cucumis melo L.) foi implantada comercialmente na
década de 60. Até então quase todo o mercado nacional era abastecido por frutos
importados, principalmente, do Chile e da Espanha. Neste período as principais áreas
produtoras se concentravam nos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Entretanto,
por causa de fatores climáticos, a produtividade e a qualidade do produto eram muito
limitadas (DIAS et al., 1998).
Com uma produção de 95.000 t em uma área de 15.000 ha, o Brasil ocupa a 23º
colocação. Tendo em vista tendências favoráveis no aumento do consumo interno e da
exportação para mercados externos, tem-se verificado crescimento da produção brasileira,
principalmente de melões tipo exportação. A diversidade e as condições de clima e solo,
que permitem a colheita de frutos de alta qualidade em períodos de preços competitivos nos
mercados de exportação, são favoráveis à expansão da cultura no País (SILVA & COSTA,
2003).
Na região Nordeste predomínio do cultivo de melão do grupo inodorus, devido
maior conservação pós-colheita em relação às cultivares dos grupos reticulatus e
cantaloupe. Diversos cultivares estão sendo plantados no Rio Grande do Norte, dentre eles,
o ‘Gold Mine’, ‘AF 646’, ‘AF 682e ‘Piel de Sapo’, todos pertencentes ao grupo inodorus.
Anualmente, verifica-se a introdução de diversos genótipos de melão com o objetivo de
diversificar o produto a ser oferecido aos mercados interno e externo. O conhecimento
sobre o comportamento pós-colheita desses materiais é fundamental para que o produtor
possa decidir sobre a sua introdução em plantios comerciais, haja visto que os principais
mercados consumidores (Região Sudeste do Brasil e Europa) necessitam que o produto
apresente bom potencial de conservação pós-colheita (MENEZES et al., 2001).
Sua exportação é hoje uma das atividades agrícolas de maior expressão econômica
do Nordeste, sendo o Rio Grande do Norte o maior produtor. Esse crescimento é justificado
principalmente pelas condições edafoclimáticas favoráveis encontradas na região,
associado às boas cotações do produto no mercado (MENEZES et al., 1998).
Como o investimento realizado na produção é muito grande, torna-se fundamental o
estudo da vida útil pós-colheita destes materiais, para garantir que as perdas entre a colheita
e o consumo sejam as menores possíveis.
Uma técnica simples e a mais comumente utilizada é a refrigeração, para a
conservação e transporte de frutos. Portanto é necessário determinar a temperatura ótima
para o melão ‘Pele de Sapo’, cujos frutos são sensíveis ao frio.
Em função da necessidade dos importadores europeus em ter frutos com ótimas
condições de comercialização em um período de entressafra na Europa, este trabalho
objetivou-se avaliar a qualidade e vida útil pós-colheita do melão ‘Pele de Sapo’,
armazenado sob refrigeração.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O melão: aspectos gerais
O melão (Cucumis melo L.) pertence a família das cucurbitáceas, com mais
de quarenta variedades botânicas, cuja espécie varia quanto à forma, tamanho, aparência
(cor da casca e polpa), aroma e sabor, diferenciam-se quanto aos aspectos de sensibilidade
ao frio, capacidade de conservação e atividades metabólicas (MENEZES, 1996).
O meloeiro é uma olerícola muito apreciada, sendo consumida em larga escala na
Europa, Estados Unidos e Japão. O fruto, rico em vitaminas A, B, B2, B5 e C, sais minerais
como potássio, sódio e fósforo e seu baixo valor energético (20 a 62 kcal/100g de polpa), é
consumida in natura ou na forma de suco. Atribuem-se, ainda, ao fruto maduro do melão,
propriedades medicinais, terapêuticas, diuréticas, calmantes, mineralizantes e alcalinizantes
(SILVA & COSTA, 2003).
As condições ambientais que favorecem o cultivo do meloeiro estão relacionadas com
fatores climáticos, temperatura, umidade relativa e luminosidade, além de fatores edáficos
como textura, umidade e profundidade do solo e topografia. Não menos importante é a
influência das condições ambientais no florescimento e na frutificação do meloeiro,
principalmente quanto ao tipo de flores e à eficiência na atividade de insetos polinizadores
(SILVA et al., 2003). Todas as técnicas culturais que são utilizadas na cultura do melão
dependem essencialmente das condições climáticas. Portanto, a temperatura é o principal
fator climático que afeta a cultura do melão desde a germinação das sementes até a
qualidade do fruto (SOARES, 2001).
O melão cultivado no Nordeste brasileiro tem o ciclo muito curto quando
comparado a outras regiões. O ciclo médio é de 60 a 65 dias, enquanto que na Espanha, um
dos principais concorrentes do Brasil, o ciclo dura entre 120 e 140 dias (FILGUEIRAS et
al., 2000).
As cultivares de melão de maior importância, tanto no âmbito da produção como do
mercado internacional, são os melões do tipo ‘Gália’, ‘Charentais’, do grupo ‘Amarelo’,
‘Pele de sapo’ e ‘Cantaloupe’, sendo os quatro primeiros mais comercializados na Europa e
o último, no mercado norte-americano. A preferência dos consumidores europeus é por
frutos de tamanho pequeno (com massa em torno de 1 kg) e forma arredondada. A única
exceção ocorre no mercado espanhol, que prefere melões grandes, de forma elíptica ou
ovalada (MORETTI & ARAÚJO, 2003).
O melão tipo Pele de sapo apresenta fruto de tamanho grande, coloração de casca
verde com estrias amarelas, com incisões longitudinais na casca formadas ao longo do
desenvolvimento do fruto. A polpa é bastante consistente e de coloração verde.
O híbrido Sancho é reconhecidamente o melhor melão ‘Pele de sapo’ do mercado,
apresentando uma conservação pós-colheita muito alta, ao redor de 60 dias e lenta
fermentação pós-colheita. É comercializado na Europa, sendo 90% para o mercado
espanhol.
2.2 Fatores de qualidade do melão
Para Menezes (1996), a qualidade de um produto agrícola (fruto ou hortaliça) pode
ser definida por meio de critérios que incluem propriedades nutricionais (vitaminas,
proteínas, carboidratos), higiênicas (condições microbiológicas, conteúdo de componentes
tóxicos), tecnológicas (capacidade de armazenamento) e sensoriais (aparência, flavor,
textura).
Diversos fatores interferem no padrão de qualidade do fruto, tais como: a variedade,
a época e local de plantio, e condições climáticas (temperatura, umidade, ventos,
fotoperíodo), solo, mão-de-obra, distância do mercado, tratos culturais, manejo nutricional
e fitossanitário, manejo de água, condições da rama e dos frutos. (MENEZES et al.,2001).
A qualidade do produto a ser oferecido ao consumidor é essencial para o sucesso do
negócio. É, o fator econômico isolado mais importante e tem relação significativa com a
satisfação do consumidor. A qualidade requerida de produtos perecíveis varia de produto
para produto e depende do uso pretendido e do nível de qualidade exigido para este
propósito (COSTA, 2002).
Os atributos de qualidade dizem respeito a aparência, sabor e odor, textura, valor
nutritivo e segurança dos produtos, por sua vez, os comerciantes e distribuidores têm a
aparência como atributo mais importante, dando ênfase à firmeza, o Sólidos Solúveis Totais
e a boa capacidade de armazenamento (CHITARRA & CHITARRA, 1990).
2.2.1 Perda de massa
A perda de água durante o armazenamento tem sido identificado como um possível
fator que influencia o período de armazenamento dos frutos de melões. Altas temperaturas
durante a colheita podem causar um efeito prejudicial durante o armazenamento,
possivelmente devido a perda de água (LINGLE et al, 1987).
A perda de massa é ocasionada pela transpiração dos frutos, sendo esse um fator de
prejuízo devido o fruto ser comercializado por unidade de peso. A perda de massa, mesmo
sendo relativamente baixa, pode apresentar sérios efeitos sobre as propriedades físicas,
nutricionais, fisiológicas, patológicas e estética do produto (KAYS, 1991).
2.2.2 Firmeza de polpa
A firmeza (textura) é definida como “O conjunto de propriedades do alimento,
compostas por características físicas perceptíveis pelo tato e que se relacionam com a
deformação, desintegração e fluxo do alimento, sob a aplicação de uma força”. A textura
pode ser avaliada por método objetivo através da compressão do produto com o polegar.
Esse método corresponde a uma expressão numérica das características da firmeza com
auxílio de instrumentos, entre os quais, o penetrômetro (CHITARRA & CHITARRA,
1990).
Dos atributos de qualidade, a firmeza de polpa se caracteriza como um dos mais
importantes, constituindo-se, portanto, em um dos desafios da fisiologia pós-colheita para
manutenção da integridade dos frutos. Sob o ponto de vista de manuseio pós-colheita, a
textura é essencial, em razão de frutos com maior firmeza serem mais resistentes às injúrias
mecânicas durante o transporte e comercialização (GRANGEIRO, 1997).
2.2.3 Sólidos Solúveis
Em melão, o termo qualidade tem sido relacionado à diferentes fatores. Uma das
características mais estudadas é o teor de sólidos solúveis (PROTRADE,1995). O conteúdo
de sólidos solúveis é definido como a percentagem de sólidos solúveis no suco extraído da
polpa, sendo este um fator tradicionalmente usado para assegurar a qualidade do melão
(MENEZES et al.,1998). Em alguns países é considerado um critério de aceitação
comercial, com conteúdo médio de sólidos solúveis acima de 10%. Portanto, o fruto deve
ser colhido no estádio correto de maturação, pois melões colhidos com menos de 9% são
considerados não comercializáveis, que este teor não aumenta após a colheita
(MENEZES et al., 2001).
De acordo com Filgueiras et al. (2000) os valores do conteúdo de sólidos solúveis
recomendados para os principais tipos de melões destinados ao mercado externo, são:
Amarelo (10-12%); Orange Flesh (10-13%); Gália (12-14%); Pele de Sapo (11%);
Cantaloupe (10%) e Charentais (13%).
2.2.4 Aparência externa e interna
A aparência externa é o fator de qualidade mais importante que determina o valor de
comercialização do produto, sendo avaliada por diferentes atributo tais como tamanho,
forma e cor (SOARES,2001).
As perdas qualitativas referentes a aparência externa resultam de defeito ou doença
da superfície que tornam o produto menos atrativo e, portanto, menos comercializável. A
umidade relativa excessivamente baixa pode provocar o enrugamento de frutos de textura
macia, enquanto que elevados valores, embora ajudem na manutenção da turgidez e
redução nas perdas de água, podem ser favoráveis ao desenvolvimento de fitopatógenos.
Produtos armazenados sob temperaturas elevadas em geral têm seu metabolismo ativado,
com elevada taxa de respiração e, conseqüente, redução de sua vida pós-colheita
(CHITARRA & CHITARRA, 1990).
Segundo Gonçalves et al. (1996), frutos de melão ‘Pele de sapo’ armazenados em
condições ambiente, a partir de 28 dias após a colheita, apresentaram coloração da polpa
em torno da semente completamente amarela, mostrando sinais característicos de
senescência, tais como: colapso interno, sementes soltas, presença de líquidos na cavidade
seminal e estrias esbranquiçadas próximas da casca. Estes fatores limitaram o tempo de
vida útil pós-colheita em 28 dias.
2.3 Armazenamento refrigerado
Após a colheita, a respiração passa a ser o principal processo fisiológico dos frutos,
uma vez que eles não dependem mais da absorção de água e minerais pela raiz, nem da
condução de nutrientes pelo sistema vascular, nem da atividade fotossintética da planta
mãe, sendo assim, a energia liberada na respiração utilizada para os processos de síntese
que ocorrem no amadurecimento do fruto. Como a temperatura está diretamente ligada à
taxa de respiração, ela é o principal fator de influência no amadurecimento. A temperatura
afeta a velocidade de deterioração, como também modifica o efeito de todos os outros
fatores, como umidade relativa e aeração (FILGUEIRAS et al., 1997).
O controle da temperatura e da umidade relativa no armazenamento refrigerado do
melão,é fundamental e essencial para retardar o amadurecimento e prolongar a vida útil
pós-colheita. Para isso, o conhecimento da fisiologia pós-colheita do fruto é essencial, a fim
de evitar possíveis desordens externas e internas, tornando possível o envio desse fruto aos
mais distantes centros consumidores do país ou do mercado internacional (GOMES
JÚNIOR et al., 2000).
O armazenamento refrigerado do melão apresenta alguns problemas em função da
sua susceptibilidade a danos pelo frio. Recomenda-se que o fruto seja armazenado na
fazenda , em câmaras frigoríficas do galpão de embalagem, por até sete dias, pois a vida
útil pós-colheita do melão destinado ao mercado externo tem que ser de, pelo menos, 28
dias. Para melões ‘Pele de sapo’ armazenados à temperatura de 6 ºC a 9 ºC, com umidade
relativa variando entre 85% e 90%, a vida de prateleira é de 16 a 20 dias e à temperatura de
15 ºC a 16ºC, com umidade relativa variando entre 75% e 80%, a vida útil pós-colheita é
de aproximadamente 40 dias (FILGUEIRAS et al., 2000).
Existem alguns fatores que estão relacionados com a vida útil pós-colheita dos
frutos durante o armazenamento, destacando-se o estádio de maturação, a cultivar, e o
ambiente de armazenamento, principalmente a temperatura e umidade relativa (SIMÕES,
2001).
Os sintomas de danos pelo frio são fortemente dependentes da temperatura, do
período em que os frutos permanecem armazenados e da suscetibilidade das espécies
vegetais (além das cultivares de uma espécie) a uma dada temperatura, afetando seriamente
a qualidade comercial e a vida útil pós-colheita dos frutos tropicais a uma temperatura
abaixo da crítica (MONTERO et al., 1995).
A conservação de produtos vegetais pelo frio pode acarretar uma série de problemas
fisiológicos, os quais tornam-se visíveis após o prolongamento do armazenamento, ou após
a retirada desses produtos da frigoconservação. As desordens pelo frio (injúria pelo frio ou
chilling) ocorrem em produtos de origem tropical ou subtropical que são sujeitas a
transtornos metabólicos quando expostos a temperaturas inferiores a 10 ºC e 13 ºC; porém,
acima de seu ponto de congelamento. O fenômeno ocorre particularmente em produtos
desenvolvidos em clima quente como manga, abacaxi, abacate, melão, melancia, entre
outros (CHITARRA & CHITARRA, 1990).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Procedência dos frutos
Os melões ‘Pele de sapo’ Sancho, foram obtidos de plantio comercial, na fazenda
Nova Califórnia pertencente à Nolem em outubro de 2004.
Os frutos foram colhidos no estádio de maturação comercial utilizado para
exportação, colocados em contentores plásticos e levados para o galpão de embalagem
(packing-house), onde foram selecionados por tipo. Os frutos utilizados foram do tipo 6, ou
seja, seis frutos em cada caixa. Foi aplicado uma solução de 0,2% de imazalil através de
pincelamento no pedúnculo do fruto.
3.2 Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema
fatorial 2 x 6 com 5 repetições. Os tratamentos do fatorial consistiram da combinação de
duas temperaturas de armazenamento refrigerado (9 ± 0,2 ºC; 85 ± 5% UR e 11 ± 0,2 ºC;
85 ± 5% UR) em 6 tempos de armazenamento (28, 35, 42, 49, 56 e 63 dias).
A unidade experimental foi composta por três frutos, sendo que, por ocasião da
colheita foram amostrados 10 frutos.
3.3 Implantação e condução do experimento
Após a colheita, os frutos foram levados para o laboratório de pós-colheita da
ESAM, os mesmos foram pesados e colocados na câmara de armazenamento nas
respectivas temperaturas. Nessa ocasião, foi também realizado as primeiras análises, em
uma amostragem de dez frutos, na qual representaram o tempo zero.
Após cada retirada dos frutos da câmara, os mesmos eram submetidos ao
armazenamento durante sete dias à temperatura de 20 ± C e 60 ± 5% UR, para simular a
condição que os mesmos ficariam durante o período de comercialização.
3.4 Características avaliadas
3.4.1 Perda de massa
A perda de massa foi determinada considerando-se a diferença entre a massa inicial
do fruto e a massa obtida em cada intervalo de amostragem (tempo refrigerado + período de
simulação comercial). Foi utilizada balança semi-analítica, marca Bel, modelo Mark 3.100.
Como a perda de massa pelos frutos, durante o armazenamento, é atribuída a perda de
umidade, neste estudo, foi considerado como sendo, predominantemente, perda de
umidade.
3.4.2 Firmeza de polpa
A firmeza de polpa foi determinada com um penetrômetro manual com ponteira de
8 mm de diâmetro. O fruto foi partido longitudinalmente em duas partes, sendo que em
cada uma delas foram feitas duas leituras (uma em cada lateral do centro da fatia). As
leituras em libras (lb) foram convertidas para Newton (N), multiplicando-se pelo fator
4,4482.
3.4.3 Sólidos solúveis totais (SST)
O conteúdo de sólidos solúveis foi determinado no suco com refratômetro digital com
correção automática de temperatura. Os resultados foram expressos em porcentagem (%).
3.4.4 Aparência externa e interna
Os melões foram avaliados usando-se escala subjetiva, considerando-se a ausência
ou presença dos seguintes defeitos: aparência externa – depressões, murcha ou ataque
fúngico e manchas amareladas na superfície do fruto; aparência interna colapso interno,
sementes soltas e líquido na cavidade das sementes. A escala subjetiva corresponde a notas
de 1 a 5, de acordo com a severidade dos defeitos. Foi considerado como fruto inadequado
para a comercialização e consumo aqueles cuja nota apresentar valor igual ou superior a 3,
para as duas avaliações, conforme esquema a seguir:
Notas Conceito (Defeitos) Parte do fruto afetada (%)
1 Ausente 0%
2 Leve 1 – 10%
3 Moderada 11 – 30%
4 Severa 31 – 50%
5 Extremamente severa Acima de 50%
3.5 Identificação de fungos
Os frutos com sintomas de doença foram conduzidos ao Laboratório de Fitopatologia
da Escola Superior de Agricultura de Mossoró-ESAM, para identificação dos patógenos
que surgiram após os tempos de armazenamento.
3.6 Análise estatística
Os dados foram submetidos a análise de variância e todas as análises foram
efetuadas do software SISVAR. A partir dos resultados, foram ajustados modelos de
regressão para cada temperatura de armazenamento através do Table Curve (JANDEL
SCIENTIFIC, 1991).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Houve interação significativa entre as temperaturas e os tempos de armazenamento
apenas para a aparência externa. Para perda de massa, firmeza de polpa, sólidos solúveis
totais e aparência interna, houve efeito significativo dos fatores isolados.
4.1 Perda de massa
Os frutos apresentaram por ocasião da colheita peso médio de 2936 g. Ao longo do
período de armazenamento verificou-se um aumento na perda de massa, sendo este de
4,46% aos 63 dias (Figura 1). O mesmo foi inferior ao encontrado por Silva et al., (1998)
para os melões Duna e Gold Mine, que foram respectivamente de 6,81% e 5,23% aos 49
dias em condições ambientes.
Gonçalves et al., (1996) constataram em melão ‘Pele de sapo’ armazenado em
condição ambiente, uma perda máxima de 5,8% aos 49 dias, verificando um efeito linear
crescente do tempo de armazenamento sobre a perda de peso.
A perda de massa pode ser atribuída, principalmente, à perda de umidade e de
material de reserva, pela transpiração e respiração, respectivamente, sendo um dos
principais fatores limitantes da vida útil pós-colheita de melões, sofrendo influência de
inúmeros fatores, como os da cultivar, dos tratamentos pós-colheita, das condições e
duração do armazenamento (MENEZES, 1996).
FIGURA 1. Perda de massa (%em relação ao peso inicial) de melão ‘Pele de Sapo’,
armazenado por 63 dias a 9 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5% e 11 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5% .
Mossoró-RN, ESAM , 2004.
4.2 Firmeza de polpa
Houve uma diminuição na firmeza de polpa em todo o período de armazenamento
(Figura 2). A firmeza do fruto na colheita foi de 18,72 N, chegando aos 63 dias de
armazenamento com 6,06 N de firmeza.
A firmeza da polpa é um dos atributos de qualidade que mais influenciam na
qualidade final do fruto, visto que o amolecimento precoce através da perda de integridade
do tecido, acelera o processo de senescência, com o desenvolvimento de características
indesejáveis ao fruto.
Miccolis & Saltveit (1995) observaram que após três semanas de armazenamento
refrigerado (7, 12 e 15 ºC; UR de 90%), frutos das cultivares Honeydew, Amarelo, Juan
Canary e Golden Casaba apresentaram redução na firmeza de 67, 63, 60 e 54%,
respectivamente. Entretanto, nas cultivares Pacceco e Honey Loupe esta redução foi de
apenas 40% e 32%, nesta ordem.
0
1
2
3
4
5
28 35 42 49 56 63
Tempo de Armazenamento (Dias)
Perda de Massa (%)
R
2
=0,98 y
- 1
=0.54 - 1.26x
3
Menezes et al., (1995) estudando a caracterização pós-colheita do melão Amarelo
AF 646 observaram um decréscimo gradual até o final do período de armazenamento,
variando de 83,63N (0 dias) à 33,07N (45 dias).
A firmeza de polpa encontrada neste trabalho foi muito inferior que as encontradas
por outros autores, que pode ser devido a metodologia utilizada.
FIGURA 2. Firmeza de polpa (N) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por 63 dias a 9 ±
0,2º C; UR de 80 ± 5% e 11 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5% . Mossoró-RN, ESAM , 2004.
4.3 Sólidos solúveis totais
Para o teor de sólidos solúveis totais, foi observado um decréscimo até o final do
armazenamento (Figura 3). Ao contrário de frutos climatéricos como banana e maçã, que
armazenam apreciáveis quantidades de amido para a conversão em açúcares durante o
armazenamento, o tecido mesocárpico do melão não contém essa reserva.
0
2
4
6
8
10
12
28 35 42 49 56 63
Tempo de Armazenamento (Dias)
Firmeza de Polpa (N)
R
2
=0.99 y
0.5
=4.89-0.33x
0.5
O teor de sólidos solúveis totais ao final do armazenamento (63 dias) foi de 10,76%,
não sendo adequado para o mercado externo, onde é exigido um teor de 11% para o melão
‘Pele de sapo’.
Menezes et al., (2001) estudando o armazenamento de dois genótipos de melão
amarelo sob condições ambiente, verificaram um conteúdo médio de SST de 11,5%, com
uma variação de 12,4% (por ocasião da colheita) para 10,6% no final do período
experimental. Aos 42 dias de armazenamento os frutos apresentaram um conteúdo médio
de 10,8%.
Melões que apresentam o teor de SST elevado são bastante desejáveis e de grande
aceitação, pois esse índice é considerado um importante parâmetro em muitos países,
inclusive no Brasil (SILVA et al., 1998).
FIGURA 3. Sólidos Solúveis Totais (%) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por 63 dias
a 9 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5% e 11 ± 0,2º C; UR de 80 ± 5% . Mossoró-RN, ESAM, 2004.
4.4 Aparência externa
Houve efeito significativo da aparência externa na interação temperatura de
armazenamento x tempo de armazenamento, para o melão ‘Pele de sapo’.
10
10,5
11
11,5
12
12,5
28 35 42 49 56 63
Tempo de Armazenamento (Dias)
Sólodos Solúveis Totais
(%)
R
2
=0.72 y=12.41 - 0.0001x
2
lnx
A aparência externa é o fator de qualidade de maior influência na aquisição de um
produto pelo consumidor, por associação de boa aparência com qualidade comestível e
integridade física, apesar de que nem sempre o fruto íntegro tem melhor sabor e aroma.
Para a temperatura de 9 ± 0,2 ºC; 85 ± 5% UR, os frutos apresentaram boas
condições comercializáveis até os 51 dias de armazenamento, quando as notas foram
inferiores a 3, sendo 44 dias à temperatura de 9 ± 0,2 ºC; 85 ± 5% UR e 7 dias à 20 ± 1º C e
60 ± 5% UR. na temperatura de 11 ± 0,2 ºC; 85 ± 5% UR, a qualidade dos frutos foi
mantida até os 52 dias de armazenamento, sendo 45 dias em armazenamento refrigerado e 7
dias em condições ambiente (Figura 4). De uma forma geral a aparência externa do fruto foi
prejudicada pelo aparecimento do fungo Fusarium sp.
Considerando-se que frutos com nota igual ou superior a 3, tornam-se indesejáveis
para o consumo, vê-se que este genótipo tem capacidade suficiente de armazenamento para
a comercialização no mercado externo, nas condições deste experimento.
Segundo Menezes (1996), o tempo de vida útil pós-colheita superior a 25 dias é
suficiente para a comercialização do melão, visando o mercado europeu.
Para Menezes et al., (2001), as principais características que conferiram perda da
qualidade externa em melão Amarelo foram: o murchamento, o surgimento de manchas
escuras devido à senescência e a fermentação, sendo mais aparentes a partir dos 42 dias de
armazenamento.
FIGURA 4. Aparência externa (escala de 1 a 5) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por
63 dias a 9 ± 0,2ºC ; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2ºC; UR de 80 ± 5 %. Mossoró-RN, ESAM,
2004.
4.5 Aparência interna
Em melões, muitas vezes a aparência interna já vem comprometida desde a colheita,
quando os frutos são colhidos em estádios de maturação muito avançados e sem cuidados
no manuseio durante as etapas seguintes, resultando em lesões na superfície do fruto e
facilitam a entrada de patógenos, afetando a qualidade interna do fruto que limitam sua vida
útil.
A aparência interna do fruto foi prejudicada a medida que aumentou o tempo de
armazenamento, sendo que os frutos mantiveram adequados para a comercialização até 44
dias, sendo 37 dias em armazenamento refrigerado e 7 dias em condições ambiente (Figura
5). A qualidade interna foi influenciada por amolecimento aquoso na polpa no final do
armazenamento.
Os frutos que tiveram nota igual ou superior a 3, foram considerados inadequados
para comercialização.
Menezes et al., (2001) verificaram que os genótipos de melão Amarelo SUNEX
7057 e TSX 32096 alcançaram 42 dias de armazenamento tendo como sintoma mais severo
o colapso interno da polpa.
0
1
2
3
4
5
28 35 42 49 56 63
Tempo de Armazenamento (Dias)
Aparência Externa
(1-5)
R
2
=0
.88 y= -1.008 + 0.011x
(9 ± 0,2ºC)
1.5
R
2
=0
.96
y
0
.5
= 0.95 +3.79523e-06x
(11 ± 0,2ºC)
3
FIGURA 5. Aparência interna (escala de 1 a 5) de melão ‘Pele de Sapo’, armazenado por
63 dias a 9 ± 0,2ºC ; UR de 80 ± 5 % e 11 ± 0,2ºC; UR de 80 ± 5 %. Mossoró-RN, ESAM,
2004.
1
2
3
4
5
28 35 42 49 56 63
Tempo de Armazenamento (Dias)
Aparência Interna (1-5)
R
2
=0.97 y=6.43 - 152.8/x
5 CONCLUSÃO
As temperaturas de armazenamento não influenciaram na qualidade s-colheita
dos frutos. A vida útil pós-colheita de melões ‘Pele de sapo’ foi mantida até os 44 dias de
armazenamento, sendo 37 dias em armazenamento refrigerado e 7 dias em condições
ambiente.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: Fisiologia
e manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE, 28p., 1990.
COSTA, F. B. da. Armazenamento refrigerado do mamão ‘Havaí Golden’ produzido
na Chapada Apodi. Mossoró: ESAM, 2002. 60p. ( Monografia- Graduação em
Engenharia Agronômica), Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Mossoró, 2002.
DIAS, R. de C. S. ; COSTA, N. D.; SILVA, P.C.G.; QUEIROZ, M. A. de; ZUZA, F.;
LEITE, L. A. S.; PESSOA, P. F. A. P.; TARAO, D. A cadeia produtiva do melão no
Nordeste. In. CASTRO, A. M. G.; LIMA, S. M. V. de; GOEDART, W. J.; FREITAS
FILHO, A. de ; VASCONCELOS, J. R. P. Cadeias produtivas e sistemas naturais:
prospecção tecnológica. Brasília: Embrapa-SPI / Embrapa-DPD, p. 441-494. 1998.
FILGUEIRAS, H. A. C.; MENEZES, J. B.; ALVES, R. E.; COSTA, F. V. da; PEREIRA,
L. de S. E.; GOMES JÚNIOR, J. Colheita e manuseio pós-colheita. In: Melão Pós-
colheita. EMBRAPA: Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE). Frutas do Brasil; 10. 43p.
2000.
FILGUEIRAS, H. A. C.; MOSCA, J. L.; ALVES, R. E. Curso de qualidade e
conservação de frutas tropicais “in natura”. EMBRAPA, Agroindústria Tropical, 39p.
1997.
GOMES JÚNIOR,J.; ARAÚJO NETO, S. E. de ; MENEZES, J. B.; SIMÕES, A. do N.;
SILVA, G. G. Caracterização pós-colheita de melão ‘Piel de Sapo’ genótipo Imara sob
condições ambiente. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 22, n. especial, p. 32-36. 2000.
GONÇALVES, F. das C.; MENEZES, J. B.; ALVES, R. E. Vida útil pós-colheita de melão
‘Piel de Sapo’ armazenado em condição ambiente. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 14,
n. 1, p. 49-52, maio, 1996.
GRANGEIRO, L. C. Densidade de plantio em híbridos de melão amarelo. Mossoró:
ESAM, 1997. 48p. (Dissertação de Mestrado em Fitotecnia), Escola Superior de
Agricultura de Mossoró, Mossoró, 1997.
JANDEL SCIENTIFIC. User’s Manual. Califórnia: Jandel Scientific, 280p. 1991.
KAYS, J. S. Postharvest physiology of perishables plant products. New York: AVI,
543p., 1991.
LINGLE, S. E.; LESTER, G. E.; DUNLAP, J. R. Effect of postharvest heat treatmente and
storage on sugar metabolism in polyethylene wrapped muskmelon fruit. HortScience, v.
22, n. 5, p. 917-919, 1987.
MENEZES, J. B. Qualidade pós-colheita de melão tipo Gália durante a maturação e o
armazenamento. Lavras: UFLA, 1996. 157p. (Tese de Doutorado em Ciência dos
Alimentos), Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1996.
MENEZES, J. B.; CASTRO, E. B. de; PRAÇA, E. F.; GRANGEIRO, L. C.; COSTA, L. B.
A. Efeito do tempo de insolação pós-colheita sobre a qualidade do melão amarelo.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 16, n. 1, p. 80-81, maio, 1998.
MENEZES, J. B.; CHITARRA, A. B.; CHITARRA,M. I.; CARVALHO, H. A. de.
Caracterização pós-colheita do melão amarelo ‘Agroflora 646’. Horticultura Brasileira,
Brasília, v.13, n.2, p. 150-153, novembro, 1995.
MENEZES, J. B.; GOMES JÚNIOR, J.; ARAÚJO NETO, S. E.; SIMÕES, A. do N.
Armazenamento de dois genótipos de melão amarelo sob condições ambiente.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 1, p. 42-49, março, 2001.
MICCOLIS, V.; SALTVEIT, M. E. Influence of storage period and temperature on the
postharvest characteristics of six melon (Cucumis melo L, Inodorus Group) cultivars.
Postharvest Biology and Technology, v.5, p. 211-219, 1995
MONTERO, L. M.; ESCRIBANO, M. I.;LAPLAZA, J. L. de; MERODIO, C. Chilling
temperature storage induces changes in protein patterns and protease activity in cherimoya
fruit. Postharvest Biology and Technology. v. 5, p. 251-260, 1995.
MORETTI, C. L.; ARAÚJO, J. L. P. Tecnologia de pós-colheita e comercialização. In:
Melão Produção: Aspectos Técnicos. EMBRAPA: Hortaliças e Semi-árido (Brasília-DF,
Petrolina-PE). Frutas do Brasil; 33. 144p. 2003.
PROTRADE. Melons - Export Manual: Tropical fruits and vegetables. Eschborn: GTZ,
36p., 1995.
SILVA, G. G. da; MENEZES, J. B.; ALVES, R. E.; GRANGEIRO, L. C. Armazenamento
de melão, híbridos Gold Mine e Duna, sob condições ambientes. Caatinga, Mossoró-RN,
v. 11, n. 1-2, p. 7-10, dez., 1998.
SILVA, G. G. da; MENEZES, J. B.; GRANGEIRO, L.C. Armazenamento de melão,
híbridos Gold Mine e Duna, sob condições ambientes. Revista Caatinga, Mossoró-RN,
v.11, n.1/2, p. 7-10, dezembro, 1998.
SILVA, H. R. da; COSTA, N. D. Introdução. In: Melão Produção: Aspectos Técnicos.
EMBRAPA: Hortaliças e Semi-árido (Brasília-DF, Petrolina-PE). Frutas do Brasil; 33.
144p. 2003.
SILVA, H. R. da; COSTA, N. D.; CARRIJO, O. A. Exigências de clima e solo e época de
plantio. In: Melão Produção: Aspectos Técnicos. EMBRAPA: Hortaliças e Semi-árido
(Brasília-DF, Petrolina-PE). Frutas do Brasil; 33. 144p. 2003.
SIMÕES, A. do N. Armazenamento refrigerado de dois híbridos de melão amarelo
‘Gold Mine e Gold Pride’, submetidos ao retardamento da colheita. Mossoró: ESAM,
2001. 35p. (Monografia- Graduação em Engenharia Agronômica), Escola Superior de
Agricultura de Mossoró, Mossoró, 2001.
SOARES, S. P. F. Qualidade do melão (Cucumis melo L.) exportado pelo Porto de
Natal-RN. Mossoró: ESAM, 2001. 55p. (Monografia Graduação em Engenharia
Agronômica), Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Mossoró, 2001.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo