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RESUMO
BUENO, F. A. Psicoterapia dinâmica breve no contexto de um hospital escola e suas
associações com a aliança terapêutica. 2009. 101 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de
Filosofia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.
A Psicoterapia Dinâmica Breve tem sido amplamente utilizada, sendo a aliança terapêutica
um dos principais fatores preditores de bons resultados nessa modalidade de tratamento
clínico. Considera-se que no contexto institucional de um hospital escola, a avaliação de tal
recurso se reveste de importância, dada a condição de aprendizagem dos terapeutas em
formação. Objetiva-se avaliar os indicadores de recursos adaptativos e de aliança terapêutica
de pacientes atendidos em Psicoterapia Dinâmica Breve, em um hospital escola, associando
tais indicadores à permanência na psicoterapia, e a avaliação de pacientes e terapeutas, quanto
à influência da psicoterapia em diferentes áreas da vida dos pacientes. Procedeu-se a
avaliação de 65 pacientes adultos de ambos os sexos, atendidos no Ambulatório de
Psicoterapia Breve do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Para o Estudo 1, tais pacientes foram distribuídos em Grupo 1 – Psicoterapia Interrompida,
com 25 pacientes que desistiram antes da conclusão do processo e Grupo 2 – Psicoterapia
Completa com 40 pacientes, que permaneceram em atendimento e receberam alta clínica,
sendo que estes últimos também foram incluídos no Estudo 2, sendo avaliados na metade e no
final do tratamento. Aplicou-se com os pacientes os seguintes instrumentos: Questionário
Sócio-Demográfico, Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO-R), Escala de
Aliança Psicoterápica da Califórnia – versão paciente (CALPAS-P) e para os que concluíram
o processo psicoterápico o Questionário de Impacto da Psicoterapia para a vida do paciente –
versão paciente. Aplicou-se com os psiquiatras em estágio no serviço, ao final do processo o
Questionário de Impacto da Psicoterapia para a vida do paciente – versão terapeuta, visando
avaliar os resultados da terapia, para cada um dos seus pacientes incluídos no Estudo 2. Os
dados foram codificados conforme os critérios técnicos estabelecidos e procedeu-se as
análises estatísticas, considerando o nível de significância de p≤0,05. No Estudo 1: a) quanto
a eficácia adaptativa a avaliação inicial, na EDAO-R não se observou diferença
estatisticamente significativa entre as médias do Grupo 1 e Grupo 2; b) quanto a CALPAS-P,
com relação as quatro dimensões, observou-se uma média estatisticamente superior para o
Grupo 2, quando da comparação com o Grupo 1. Tais dados demonstraram que a eficácia
adaptativa não se mostrou associada a desistência, e esta se mostrou associada a aliança
terapêutica. No Estudo 2 na EDAO-R, não se observou diferenças significativas nos recursos
adaptativos; a) quanto a CALPAS-P, observou-se diferenças estatisticamente significativas
em algumas de suas dimensões, denotando a formação da aliança terapêutica já nas primeiras
sessões; b) ao se comparar o impacto da Psicoterapia para a vida do paciente observou-se com
diferença significativa uma tendência dos pacientes a se perceberem mais positivamente do
que os terapeutas. Conclui-se que, no contexto de um hospital escola, independente do nível
de eficácia adaptativa, a aliança terapêutica foi o principal preditor de permanência na
psicoterapia, avaliada como tendo influência positiva na vida dos pacientes. Tais dados
podem contribuir para a formação em psicoterapia no contexto clinico institucional.
Palavras-chave: Psicoterapia breve. Aliança terapêutica. Avaliação. Saúde mental. Escala.