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Alcides Gomes de Oliveira
FICHA CAT
Avalia
ç
ão
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-
viv
o
da varia
ç
ão de temperatura na
câmara pulpar de dentes submetidos ao clareamento
dental externo
Orientador:
Pro
f
. D
r
. Ricardo Gariba Silv
Ribeirão Preto
2008
Disserta
ç
ão apresentada ao Pro
g
rama de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre em Odontologia - área
de concentração Endodontia.
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Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da
Biblioteca Central da UNAERP
- Universidade de Ribeirão Preto -
Oliveira, Alcides Gomes de, 1984 -
O41a Avaliação ex-vivo da variação de temperatura da
câmara pulpar de dentes submetidos ao clareamento
dental externo / Alcides Gomes de Oliveira. - -
Ribeirão Preto, 2008.
81 f. + anexos.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Gariba Silva.
Dissertação (mestrado) – Departamento de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão
Preto, área de concentração: Endodontia. Ribeirão Preto,
2008.
1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Clareamento
dental. 4. LED
laser. 5. Temperatura. I. Título.
CDD: 617.6
SÍMBOLOS
EDICATÓRIAS
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas em
Odontologia e no Centro de Estudos de Laser na Odontologia (CELO)
da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP com apoio financeiro da
CAPES-PROSUP (n°012/2002-6).
DEDICAT
Ó
RI
A
Dedico a DEUS por estar sempre ao meu lado, dando-me força para
prosseguir nesta longa jornada que é a vida. Agradeço a ti Senhor por me honrar,
pecador digno de misericórdia a contemplar este momento único, vindo hoje se
cumprir suas promessas em minha vida. Muito Obrigado, Pai.
Aos meus pais,
Carlos Alcides de Oliveira
Maria Gomes de Oliveira
Pela minha criação, formação profissional, pelo amor, fica até difícil com
palavras definir o que vocês significam para mim; falo e assumo que vocês são
fontes de inspiração e razão do meu viver. Vocês são meus grandes amores,
amigos, confidentes, enfim, vocês são tudo para mim.
Amo vocês mais que tudo nesta vida e obrigado pelos conselhos, pelas
lágrimas que não deixastes cair, pelo abraço, pelo beijo, pelo sono velado.
Obrigado pai e mãe por serem estas pessoas maravilhosas.
Amo vocês...
Aos meus irmãos,
Midian Gomes de Oliveira, Moises Gomes de Oliveira, Thamires Gomes de
Oliveira
Amor incondicional, eterno! Amo vocês.
Braço forte, torre de sustentação, onde achei refúgio, apoio, amizade. Obrigado
meus verdadeiros amigos pelo companheirismo, pelos momentos de alegria, pelas
orações, pelo incentivo em todas as situações.
Amo vocês.
À minha avó,
Elza Silvino da Silva
Pela intensa participação na minha criação, minha “segunda mãe,” é com
muito orgulho vó, que dedico este trabalho a você, pessoa iluminada por Deus,
fonte de inspiração, sabedoria, paciência, obrigado vó pelas orações, palavras de
incentivo, sempre me dando foa para seguir em frente.
Amo você.
Aos meus familiares,
Maria do Socorro Oliveira Souto, Gilvan Cassimiro Souto,
Humberto Santos Lima, Vanusa de Lima, Margareth Oliveira
Silva, Marcos Santos Jesus, Carlos Antônio Barros de
Oliveira, Carlos Afonso Marques da Silva.
É muito bom contar com a presença de vocês. Amizade verdadeira é para
sempre porque não importa a distância; no coração, estarão sempre perto, não
importam as diferenças; no coração, sempre terão um ponto de acordo. Com essa
amizade verdadeira, a vida torna-se mais bela!
A
GRADECIMENTO
S
Ao meu orientador
Prof. Dr. Ricardo Gariba Silva
, pelas horas dedicadas
ao meu aprendizado, mostrando-me sempre qual caminho deveria seguir; uma
pessoa fantástica, inteligente, amigo. Para mim, foi uma honra tê-lo como meu
orientador.
O mais difícil é dizer em poucas palavras sua conduta como ser humano.
Posso afirmar que a sua nobreza e o seu caráter são peculiares!
Seus ensinamentos levarei pela vida inteira!
Que Deus abençoe e ilumine seu caminho!
Muito Obrigado.
À coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade de Ribeirão Preto,
Prof
a
. Dr
a
.
Yara T. C. Silva Sousa,
pela
dedicação e intensa participação na minha vida profissional. Pela amizade,
companheirismo, sempre me orientando em relação à minha vida profissional e
pessoal, pessoa na qual achei refúgio nos momentos difíceis. Obrigado por todas
as oportunidades concedidas.
Ao
Prof. Dr. Manoel D. Sousa Neto,
pelas oportunidades concedidas e
experiências compartilhadas ao longo do curso de mestrado, pela amizade.
Excelente profissional, pessoa dedicada que mostra competência e amor em tudo
o que faz.
Ao coordenador do curso de graduação em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto,
Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho,
pelas experiências
compartilhas, pela amizade.
À
Prof
a
.
Dr
a
. Melissa Andréia Marchesan,
desde o início do meu
envolvimento com a pesquisa, esteve sempre presente. Pessoa amiga que soube
transformar até mesmo problemas em momentos de aprendizado e descontração.
À
Prof
a
. Aline Evangelista de Souza Gabriel,
pelo tempo dedicado à
minha pesquisa, pela amizade e confiança nos meus trabalhos. Em todos os
momentos, demonstrou interesse sempre me enriquecendo com novos
conhecimentos.
Ao
Prof.
Dr.
Edson Alfredo,
pela colaboração na execução do meu
experimento e disponibilidade em me atender em todos os momentos. Um
exemplo como pessoa.
Ao
Prof. Dr. Renato Cássio Roperto
pela amizade, pela colaboração na
minha formação profissional e por conduzir minhas aulas de dentística sempre com
visão à frente.
Ao
Prof.
Celso Bernardo Souza Filho
pela amizade, pela colaboração na
minha formação profissional, pelos momentos de descontração, pessoa iluminada.
Ao mestre
Prof. Dr. Luiz Pascoal Vansan,
verdadeiro sábio, ensinou-me
coisas além da Endodontia. Com toda sua humildade, fez com que eu me
interessasse cada vez mais pela Endodontia, ensinando-me a olhar o paciente além
dos dentes.
Ao grande amigo
Prof. José Antônio Brufato Ferraz,
pelo privilégio de
estar ao seu lado apreendendo e compartilhando suas experiências clínicas. Pessoa
iluminada por Deus, com extrema dedicação.
Aos professores que contribuiram com meu crescimento profissional,
científico e intelectual:
Prof
a
.
Dr
a
. Lisete Casagrande, Prof. Dr. Lucélio
Bernardes Couto, Prof
a
.
Dr
a
. Neide Ap. Souza Lehfeld.
Aos amigos e colegas da Turma VII do Mestrado
Andiara Ribeiro
Roberto, Odival Mathias junior, Jorge Luis Gonçalves, Renata Coelho,
Elcio Daleffe, Fuad J. Abi. Rached Junior, Waleska Vilanova, Marcelo
Figueira F. Palhais, Moises Franco B. da Silva, Patrícia Mara Nossa,
Suellen Zaitter,
pelas boas recordações dos momentos juntos em sala de aula.
Em especial aos meus amigos,
Odival Mathias Junior, Carlos Henrique
Casals, Jorge Luis Gonçalves e Fábio Cavalari
por todo incentivo, dedicação,
pela convivência harmoniosa, empenho, desejo toda a sorte do mundo e que
DEUS sempre ilumine seu caminho.
Aos amigos
José Estevam Ozório, Danilo Oliveira, Alessandro
Rogério Giovani,
por toda paciência, amizade, demonstração de
companheirismo.
À pedra preciosa que encontrei quando já havia me cansado de procurar,
Priscila Alves Cruz
agradeço por toda compreensão, palavras de incentivo, por
toda atenção, amor e carinho que tornaram minha vida mais agradável. Te
conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu. Te amo.
Aos funcionários
Juliana Volgarini, Fábio Juliano dos Santos, Judite
Azevedo Silva, Ana Carolina Dias, Lúcia Helena Bianchi, Ana Paula
Jacomini
e
Regina Lúcia Ramos
da Clínica de Odontologia da Unaerp que,
sempre com bom humor e satisfação, me ajudaram.
Aos funcionários
Simone Andréa D. G. Baroni, Maíra Botelho e
Cláudio de Paula Joaquim
do laboratório de prótese, por toda atenção a mim
atribuída.
Aos colegas da recepção
e secretária
do curso de Odontologia da Unaerp,
Fabíola Domenes, Luciana Ântico, Sérgio Mendonça, Marina Janólio
Ferreira
e
Valéria Rodrigues da Silva
pelas palavras amigas e apoio para o
término de mais uma fase na minha vida profissional.
Ao funcionário da radiologia
Evaldo Antônio Evangelista
, pela amizade
cultivada.
Às secretárias da Pós-Graduação
Cecília Maria Zanferdini e Joana Néia
Vieira
pela dedicação, e amizade.
SUMÁRIO
SUM
Á
RI
O
RESUMO
SUMMARY
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 01
REVISTA DE LITERATURA........................................................................ 08
PROPOSIÇÃO .......................................................................................... 33
MATERIAL E MÉTODO.............................................................................. 35
RESULTADOS.......................................................................................... 43
DISCUSSÃO............................................................................................. 47
CONCLUSÃO............................................................................................ 53
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 55
ANEXOS
RESUMO
RESUM
O
___________________________________________________________________________________Resumo
Esse estudo avaliou a variação de temperatura na câmara pulpar de dentes
submetidos ao clareamento externo com diferentes substâncias fotoativadoras pelo
sistema LED-laser e luz halógena. Oitenta incisivos centrais superiores tiveram
seus 2 mm apicais seccionados e o espaço radicular alargado na direção ápico-
cervical com brocas de Largo. Um termopar tipo K foi introduzido via ápice, até a
porção central da câmara pulpar. Os corpos-de-prova foram distribuídos em 8
grupos (n=10) de acordo com o agente clareador e fotoativador: GI– Peróxido de
carbamida a 35 %, GII– Peróxido de hidrogênio a 38 %, GIII– Luz halógena, GIV–
Sistema LED-laser, GV– Peróxido de carbamida a 35 % + luz halógena, GVI–
Peróxido de hidrogênio a 38 % + luz halógena, GVII– Peróxido de carbamida a 35
% + sistema LED-laser, GVIII– Peróxido de hidrogênio a 38 % + sistema LED-
laser. Os corpos-de-prova foram fixados em dispositivo de acrílico, e os agentes
clareadores aplicados na superfície vestibular da coroa; os grupos GIII, GIV, GV,
GVI, GVII e GVIII foram fotoativados por 20 s. Esse procedimento foi repetido 6
vezes, em sessão única. As variações de temperatura foram obtidas pela diferença
entre a maior temperatura e a inicial (°C). O teste de tukey evidenciou que luz
halógena utilizada isoladamente (1,10 ± 0,24) (GIII) e associada ao peróxido de
hidrogênio a 38 % (1,15 ± 0,30) (GVI) apresentaram os maiores incrementos de
temperatura, foram semelhantes estatisticamente entre si (p>0,05) e diferentes
estatisticamente dos demais grupos (p<0,05). Os agentes clareadores, quando
utilizados isoladamente ou em associação com o LED-laser, foram responsáveis
pelos menores incrementos de temperatura, com comportamento estatisticamente
semelhante entre si (p>0,05). Concluiu-se que todos os protocolos de clareamento
testados promoveram aumento de temperatura na câmara pulpar, no entanto,
abaixo do valor crítico máximo de 5,6 °C.
SUMMAR
Y
__________________________________________________________________________________Summary
This study evaluated the temperature variation in pulp chamber of teeth submitted
to external bleaching with different substances photoactivated by LED-laser system
and halogen light. Eighty superior central incisors had their 2-mm apical portion
sectioned and the radicular spaces prepared with Largo burs in apico-cervical
direction with cargo burs. A k-type thermocouple was introduced through the apex
until the central portion of pulp chamber. The specimens were distributed into 8
groups (n=10) according to the bleaching agent and light-curing source: GI- 35%
Carbamide peroxide, GII- 38% Hydrogen peroxide, GIII- Halogen light, GIV- LED
laser system, GV- 35% Carbamide peroxide + halogen light, GVI- 38% Hydrogen
peroxide + halogen light, GVII- 35% Carbamide peroxide + LED laser, GVIII- 38%
Hydrogen peroxide + LED laser. The specimens were fixed in an acrylic device and
bleaching agents were applied in the vestibular surface of the crown; the groups
GIII, GIV, GV and GVIII were photoactivated by 20 s. This procedure was repeated
6 times, in a single session. The alterations were obtained by the difference
between the highest and initial temperature (°C). The Tukey test evidenced that
halogen light solely (1.10±0.24) (GIII) and combined to the 38% Hydrogen
peroxide (1.15±0.30) (GVI) had the highest temperature increment, were
statistically similar between themselves (p
>
0.05) and statistically different from
the other groups (p<0.05). The bleaching agents, used solely or applied with LED-
laser, provided the lowest temperature increment, were statistically similar
between themselves (p
>
0.05). It may be concluded that all the tested bleaching
protocols provided temperature increase in pulp chamber, however, below the
maximum critical value of 5,6º C.
INTRODUÇÃ
O
_____________________________________________________________________________Introdução
2
O clareamento dental é um procedimento que, por meio de produtos
químicos associados ou não à utilização de calor, promove alterações cromáticas
nos tecidos dentais. Ele se dá a partir da reação química de oxirredução, que
ocorre por meio da interação do de oxigênio livre, originado dos agentes
clareadores, com os radicais cromóforos presentes nos tecidos dentais, clareando
os pigmentos escurecidos (CARRASCO et al., 2003; JOINER, 2006; POBBE, 2007).
Com a proposta de intensificar a reação de oxirredução e acelerar o
processo de clareamento, a ativação dos agentes clareadores pelo calor foi
preconizada por ABBOT (1918).
Várias são as soluções e procedimentos propostos para a realização do
clareamento em dentes vitais e aqueles tratados endodonticamente, tais como
produtos derivados de peróxido de hidrogênio em diferentes concentrações e
peróxido de carbamida (CARRASCO et al., 2003; LEWINSTEIN et al., 2004). Estes
produtos podem ser utilizados de modo puro ou associados entre si (DAHL;
PALLESEN, 2003; JOINER, 2006).
Atualmente, fontes luminosas são utilizadas como ativadores dos agentes
clareadores. Originam-se de lâmpadas halógenas com filtro de coloração azul,
sistema LED (
light emitting diode
)
laser (
light amplification by stimulated
emission of radiation),
lâmpadas de arco de plasma azul, laser de argônio, laser de
diodo, de arseneto, de gálio e alumínio, (DOSTALOVA et al., 2004), luz ultra-
violeta (ZIEMBA et al., 2005), diodo 980 nm (ALFREDO, 2007), laser Er:YAG
_____________________________________________________________________________Introdução
3
(CARVALHO et al., 2002; CASTILHO et al., 2007) e laser CO
2
(SUN et al., 2000). As
técnicas de fotoativação permitem a repetição da aplicação do agente clareador
por várias vezes na mesma sessão clínica (CARVALHO et al., 2002; SULIEMAN et
al., 2004; CARRASCO et al., 2007a; CARRASCO et al., 2007b).
A luz halógena, proveniente de aparelhos fotoativadores, transfere calor ao
agente clareador, que dá início ao processo de clareamento (ELDENIZ et al., 2005;
BAGIS et al., 2008).
O sistema LED-laser constitui-se na associação de dois tipos de fonte de luz,
ou seja, um conjunto de LED associado a um feixe de laser de baixa potência
(DOSTALOVA et al., 2004). O LED gera luz a partir de semicondutores ao invés de
filamento aquecidos, comumente utilizados para gerar luz halógena (ELDENIZ et
al., 2005; BAGIS et al., 2008). É uma fonte de luz divergente e não coerente
(STAHL et al., 2000). O feixe luminoso gerado possui banda variável de 20-80 nm
ou mais, o que o posiciona entre o espectro de luz emitida pelo laser
monocromático e as demais fontes de luz de banda ampliada. Não se pode afastar
totalmente a hipótese de ocorrência de danos pulpares decorrentes do
aquecimento provocado por esse tipo de fonte de luz quando utilizada por longo
tempo (BUCHALLA; ATTIN, 2007).
O laser de baixa potência possui inúmeras utilidades, tanto para fins de
diagnóstico como para uso terapêutico. Possuem potência de até 100 mW, e
podem gerar energia no espectro de luz visível (comprimento de onda variável
_____________________________________________________________________________Introdução
4
entre 400-700 nm), no da luz ultra-violeta (200-400 nm) ou infra-vermelha (700-
1500 nm). Existem aqueles cujo espectro localiza-se no meio da faixa de radiação
infra-vermelha (1500-4000 nm) ou distante dela (4000-15000 nm) (WALSH, 2003).
O laser de baixa potência atua no clareamento dental externo, diminuindo a
sensibilidade pós operatória, devido sua característica de bioestimulação celular
(SUN; TUNÉR, 2004). Já o laser
de alta potência é capaz de ativar agentes
químicos presentes no gel clareador, tem como desvantagem para o clareamento
dental seu efeito fototérmico e alto custo, sendo utilizado em cirurgias de tecido
mole, preparos cavitários, desinfecção canal radicular (SUN, 2000; RIBEIRO et al.,
2007).
O sistema LED-laser é indicado para a ativação do agente clareador, pois
emite comprimento de onda ideal, de 450 a 500 nm, com pico máximo de 470 nm,
espectro de absorção ideal para ativação canforoquinona, e é um dos
fotoiniciadores do processo do clareamento; possui maior tempo de vida útil que a
luz halógena e custo baixo (WHITE et al., 2000; CALMON et al., 2004).
A partir da idéia de intensificar a reação de oxirredução pela ativação do
agente clareador com a utilização de fontes luminosas, foi proposto o uso de
agentes clareadores compostos de peróxido de hidrogênio em concentração que
varia de 35 a 50 %, que podem estar sob a forma de gel e possuem componentes
fotossensíveis, que atuam como iniciadores da reação e também como
catalisadores quando expostos a essas fontes de luz (SUN, 2000; JOINER, 2006).
_____________________________________________________________________________Introdução
5
Os agentes clareadores utilizados para realização do clareamento dental
devem possuir baixo peso molecular para penetrarem nas porosidades do esmalte
e possibilitarem a remoção total ou parcial dos pigmentos (KAWAMOTO;
TSUJIMOTO, 2004).
O gel de peróxido de hidrogênio foi introduzido na Odontologia em 1885,
por HARLAN, e se constitui no agente clareador de ampla utilização na atualidade
(WETTER et al., 2004). ELDENIZ et al. (2005) salientaram que, atualmente, o
peróxido de hidrogênio é utilizado em concentrações de 30 % a 38 %, ativado
pelo uso de luz, e é empregado em procedimentos de clareamento dental externo,
em sessão única. Nesse tipo de procedimento clareador e uso externo, indica-se o
uso de um catalisador para que a liberação de oxigênio aconteça de maneira
rápida e eficiente (JOINER, 2006).
O agente clareador peróxido de carbamida atualmente é encontrado sob
forma de gel, em diferentes concentrações, que, em contato com os dentes e
mediante a liberação de oxigênio nascente (O
2
), promove o clareamento. Segundo
LEWINSTEIN et al. (2004), essa substância não traz danos aos dentes, mucosas,
saúde geral e materiais restauradores. Apesar de auto-administrável, só deve ser
adquirida e aplicada sob indicação e orientação de um profissional (LEE et al.,
2004).
PÉCORA et al. (1996) salientaram que os agentes clareadores associados a
fontes de luz, ao atravessar o esmalte e a dentina, podem provocar lesões
_____________________________________________________________________________Introdução
6
pulpares caracterizadas por hipersensibilidade, reabsorções internas e externas,
sendo que o aumento de temperatura gerado durante tal procedimento,
excedendo o limiar suporte do órgão pulpar, pode induzir até a necrose pulpar.
Segundo ZACH e COHEN em (1965), o aumento da temperatura intra-pulpar
em aproximadamente 5,6 °C acima da temperatura corpórea pode promover
danos irreversíveis ao tecido pulpar.
As diferentes fontes luminosas são os principais responsáveis pela elevação
de temperatura gerada durante o procedimento de clareamento dental (BAIK et
al., 2001; SYDNEY et al., 2002; LUK et al., 2004; RIBEIRO et al., 2007). No
entanto, ELDENIZ et al. (2005), avaliando a elevação de temperatura durante o
procedimento de clareamento dental realizado com várias fontes luminosas e
agentes clareadores, observaram não haver diferença significante entre as fontes
luminosas no que concerne aos danos à polpa dental.
A reação de oxirredução, baseada principalmente na quebra do peróxido de
hidrogênio, é descrita como exotérmica, pois ocorre a liberação de calor na forma
de energia (BENON et al., 1983). BAIK et al. (2001) e SULIEMAN et al. (2004)
salientaram que os agentes clareadores são os principais responsáveis pela
elevação de temperatura devido à presença de corantes em suas composições.
Diante da variedade de agentes clareadores e das possibilidades de fontes
fotoativadoras torna-se importante avaliar
ex-vivo
a variação de temperatura na
câmara pulpar de dentes submetidos ao clareamento dental externo com peróxido
_____________________________________________________________________________Introdução
7
de hidrogênio a 38 % e peróxido de carbamida a 35 %, fotoativados pelo sistema
LED-laser e luz halógena, bem como a influência das substâncias e dos seus
fotoativadores sobre a variação de temperatura.
REVISTA DE LITERATUR
A
____________________________________________________________________Revista de Literatura
9
Com a proposta de intensificar a reação de oxirredução e acelerar o
processo de clareamento, a ativação dos agentes clareadores pelo calor foi
preconizada por ABBOT (1918).
ZACH; COHEN em (1965) avaliaram a resposta da polpa frente à aplicação
de calor. Constataram que temperaturas geradas acima de 5,6 °C causam danos
pulpares em diferentes graus, podendo levar à mortificação pulpar.
SEALE et al. (1981) verificaram histologicamente alterações pulpares em
dentes de cães quando da realização do clareamento dental com o uso do
peróxido de hidrogênio, isoladamente ou em associação com calor. Constataram
obliteração dos canais odontoblásticos, hemorragia, reabsorções e inflamação. A
aplicação de calor isoladamente não foi prejudicial ao tecido pulpar; no entanto,
tais mudanças mostraram evidências de reversibilidade após 60 dias.
STAHL et al. (2000) avaliaram as propriedades de flexão de três diferentes
compósitos com três cores diferentes, foram polimerizados com luz halógena e
LED. O desempenho clínico da polimerização é fortemente influenciado pela
qualidade da fonte de luz. Comumente utilizam-se fontes de luz: halógena, que
possui algumas desvantagens específicas, como a diminuição da luz de saída, que
pode resultar em falhas durante a polimerização, menor tempo de vida quando
comparadas à LED e aumento de temperatura. É uma fonte de luz divergente e
não coerente, possui luz de coloração branca com filtro de coloração azul. Estudos
anteriores demonstraram que os emissores de luz (LED) têm potencial superior a
____________________________________________________________________Revista de Literatura
10
luz halógena, quando comparados à polimerização. Concluiu-se que a LED foi
superior à luz halógena, este fato deve-se por a LED atingir pico máximo de
absorção dos fotoiniciadores (canforoquinona).
SUN et al. (2000), em artigo de revisão de literatura, argumentaram que o
uso da tecnologia laser é um recurso viável e promissor para a realização de
procedimentos estéticos. Os autores descreveram as características de diferentes
laser
,
tais como o de argônio, Nd: YAG, CO
2
, diodo e o de Er:YAG, bem como suas
aplicações na Odontologia e destacou que o laser de argônio é a melhor opção
para o clareamento dental, pois é eficiente para promover a excitação das
moléculas de peróxido de hidrogênio sem causar danos térmicos ao tecido pulpar.
Os autores enfatizaram a necessidade de protocolos que considerem o tempo de
exposição, a intensidade de energia e o comprimento de onda para cada tipo de
laser e de procedimento.
WHITE et al. (2000) avaliaram,
in vitro,
as alterações de temperatura
durante o clareamento dental, por meio de termopar. As fontes luminosas
utilizadas foram: sistema LED-laser, arco plasma e a luz halógena. O tempo de
aplicação foi de 10 a 60 segundos. A captação das alterações de temperatura foi
realizada por meio de um termopar tipo K adaptado na câmara pulpar. Os autores
concluíram que o sistema LED-laser apresentou incremento de temperatura
equivalente ao da luz Arco de Plasma e ambos foram melhores que a luz halógena.
____________________________________________________________________Revista de Literatura
11
BAIK et al. (2001) investigaram,
in vitro
, as alterações de temperatura na
câmara pulpar, por meio de termopares, quando diferentes fontes de luz foram
utilizadas como fotoativadores. Três variações do agente clareador Opalescence
Xtra foram utilizadas para esse estudo: I. corante vermelho (novo) usado
imediatamente após sua fabricação; II. armazenado em refrigeração por mais de
seis meses (envelhecido) e III. sem corante. As fontes de luz utilizadas para
ativação foram, Arco de Plasma (PAC), luz convencional de quartzo-tungstênio e
halogênio (QTH), luz QTH usada para o modo clareador e laser de argônio. Um
termopar tipo K foi adaptado na câmara pulpar e outro sob o agente clareador,
que captou as variações de temperatura. Aplicaram-se três tipos de agentes
clareadores testados, sob a forma de gel, na face vestibular de um incisivo central.
O tipo de fotoativador e o tipo de agente clareador tiveram influência no aumento
da temperatura intra-pulpar. Os autores concluíram que o corante novo, bem
como a utilização do agente clareador com corante na câmara pulpar, resultou em
aumento significante da temperatura. Quanto aos fotoativadores, quando do uso
de agente clareador com corante novo, o maior e o menor aumento nos valores da
temperatura no interior da câmara pulpar foram produzidos pela luz Arco de
Plasma e laser de argônio, respectivamente. O laser de argônio promoveu
aumento da temperatura equivalente à luz QTH convencional e não variou com
relação às condições do corante.
____________________________________________________________________Revista de Literatura
12
CARVALHO et al. (2002) avaliaram,
in vitro,
o grau de clareamento dental,
por meio de análise espectrofotométrica e observação visual, após a realização do
clareamento interno com perborato de sódio misturado com o peróxido de
hidrogênio a 30 %, ativado por meio de instrumento aquecido ou laser Er:YAG. As
leituras da coloração foram realizadas nos seguintes momentos: inicial, após o
escurecimento com sangue, imediatamente após o clareamento, 15 dias após o
clareamento e 30 dias após o clareamento. As diferenças de cores foram obtidas
com o auxílio do programa CIE LAB, que utiliza os valores da leitura inicial
e leitura
final. Os resultados do estudo espectrofotométrico não mostraram diferenças
estatisticamente significantes quando comparado o procedimento de clareamento
tradicional (instrumento aquecido) com o ativado pelo laser
Er:YAG. Não houve
diferença estatisticamente significante na variação da cor entre os grupos
avaliados imediatamente após o clareamento dental e nos tempos experimentais
de 15 e 30 dias.
HOFMANN et al. (2002) avaliaram temperatura e dureza de duas resinas
compostas, quando da utilização do LED e da luz halógena. As alterações de
temperatura foram mensuradas por meio de um termopar tipo K. As mudanças de
temperatura foram avaliadas antes e após a polimerização da resina, os resultados
da elevação de temperatura foram obtidos, pela diferença dos valores iniciais e
finais. Dureza superficial (Knoop) foi avaliada 24 h após irradiação de 40 s, as
resinas utilizadas foram Herculite XRV e Filtek Z250. O aumento de temperatura
____________________________________________________________________Revista de Literatura
13
durante a polimerização, foi menor com LED, em comparação com a luz halógena.
As luzes halógena e LED produziram grau de dureza similar. O maior valor de
elevação temperatura foi observado quando da utilização da luz halógena.
SYDNEY et al. (2002) analisaram,
in vitro
, as possíveis injúrias causadas ao
esmalte pelo aquecimento promovido durante o clareamento dental, por meio de
exame transiluminação. Aplicou-se corante na superfície vestibular da coroa e um
agente indicador foi usado por 5 minutos para mostrar a presença de fendas, que
foram classificadas em: A - presentes antes do teste, sem penetração do corante
(não comunicante) e B - presentes antes do teste, com penetração de corante
(comunicante). Os dentes foram divididos em dois grupos: I – portadores de
superfície vestibular hígida e II – com a vestibular irregular. Os dentes receberam
tampão cervical e foram submetidos ao clareamento com peróxido de hidrogênio a
30 % (aplicado na face vestibular e na câmara pulpar) e ativado por meio de
instrumento aquecido. O procedimento foi repetido por 3 vezes, com intervalos de
48 horas entre as sessões. Após o clareamento dental os dentes foram avaliados
por meio de microscópio estereoscópico e uma nova classificação foi realizada:
Tipo C - fendas evidenciadas pelo corante, após o clareamento; Tipo D - fendas
pré-existentes que aumentaram de extensão após o clareamento e Tipo E - novas
fendas detectadas. A análise dos resultados mostrou que os dentes do GI não
apresentaram alterações estruturais após o clareamento dental; os do GII, que
apresentavam fendas pré-existentes, apenas uma fenda não-comunicante tornou-
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14
se comunicante após o clareamento (Tipo D). Não foram detectadas fendas dos
tipos C e E.
CARRASCO et al. (2003) avaliaram o efeito de agentes clareadores sobre a
permeabilidade dentinária em dentes humanos. Foram utilizados os seguintes
agentes clareadores: peróxido de carbamida a 37 %; perborato de sódio associado
ao peróxido de hidrogênio a 20 % e peróxido de carbamida a 27 %. Os dentes
foram tratados endodonticamente e receberam tampão cervical de ionômero de
vidro a 2 mm abaixo da junção amelo-cementária, em seguida os agentes
clareadores foram aplicados. Realizado o selamento externo, os dentes foram
imersos em sulfato de cobre a 10 % por 30 minutos, com aplicação de vácuo nos
primeiros cinco minutos. Após esse período, os dentes foram secados com papel
absorvente e colocados em corante para evidenciação da penetração de íons
cobre. Os resultados mostraram que o peróxido de carbamida a 37 % produziu
aumento da permeabilidade dentinária, seguido pelo perborato de sódio associado
ao peróxido de hidrogênio a 20 %. Concluiu-se que o peróxido de carbamida a 37
% promoveu o maior aumento da permeabilidade dentinária.
DAHL; PALLESEN (2003) realizaram revisão crítica relacionada aos aspectos
biológicos do clareamento dental interno e externo. Dentre os efeitos do
clareamento, os autores destacaram alguns aspectos negativos como a recidiva de
cor escura em dentes tratados endodonticamente, reabsorção radicular externa,
sensibilidade dental pós-clareamento externo e os efeitos causados pelo contato
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do agente clareador com a mucosa. Os autores afirmaram que o uso do
procedimento termo-catalítico em dentes com defeitos cervicais em nível de
cemento constituem fator de risco para o desenvolvimento de reabsorções
cervicais. O contato direto do peróxido de hidrogênio com bactérias e culturas de
células induz a ocorrência de efeito genotóxico, que pode ser reduzido ou abolido
na presença das enzimas metabolizantes. Os autores defenderam ainda o uso
seletivo do clareamento dental externo com peróxido de carbamida em baixas
concentrações, evitando o uso de concentrações maiores que 10 %.
SULIEMAN et al. (2003) avaliaram um método de estudo
in vitro
para
análise
do clareamento dental externo. Trinta e cinco terceiros molares humanos
foram seccionados na direção vestíbulo-lingual; seguida de nova secção na junção
amelo-cementária. A porção coronária passou por processo de escurecimento.
Antes e após o processo de escurecimento, determinou-se a cor dos espécimes por
meio de três métodos: visual, utilizando escala vita; SVS –
Shade Vision System
,
que realiza o mapeamento da imagem e, com auxílio de um software, registra a
cor do elemento dental; Chromometer digital, dispositivo com ângulos de
iluminação ultra-sensíveis e, por meio da reflexão, estabelece a cor.
Os corpos de
prova foram divididos em 7 grupos de acordo com o tratamento dado as amostras:
GI. água (controle), GII. polimento do esmalte, GIII. polimento esmalte seguido
clareamento externo, GIV. clareamento em esmalte, GV. clareamento em dentina,
GVI. clareamento externo, GVII. exposição direta ao gel clareador sem ativação de
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luz. Os resultados evidenciaram, não houve diferença estatística significante para
o procedimento de polimento/clareamento. Conclui-se que a metodologia
empregada no trabalho constitui-se um modelo de estudo
in vitro
, que possibilita
avaliações de procedimentos de clareamento dental.
WALSH (2003) em estudo de revisão bibliográfica salientou que,
atualmente, diferentes tipos de laser são utilizados em Odontologia. Na prática
clínica, o laser
de baixa potência é utilizado na detecção de cáries, desinfecção do
sistema de canais radicular, periodontia. Por possuir efeito fotoquímico esta sendo
utilizado em procedimentos de clareamento dental. O autor salientou ainda que
esse tipo de tecnologia é um componente essencial na prática cirúrgica e clínica da
Odontologia.
CALMON et al. (2004) avaliaram alterações da temperatura intra-pulpar,
gerada por diferentes aparelhos fotoativadores durante o clareamento externo.
Quinze incisivos inferiores humanos foram divididos em três grupos (n=5) de
acordo com a fonte luminosa utilizada como agente fotoativados
(Fotopolimerizador CL-K50 - denominado LED A e Ultra Blue – denominado LED B).
Em seguida, os dentes foram seccionados no terço cervical para possibilitar
entrada do termopar na câmara pulpar e imobilizados a fim de padronizar a
aplicação da fonte luminosa. Foi aplicado o gel clareador e a fonte luminosa por 30
s. As tomadas de temperatura foram realizadas tempo inicial, trinta segundos após
fotoativação em que a luz foi desligada, e subseqüente após 1, 2 e 3 minutos,
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contados a partir do desligamento do equipamento (LED A) e fotopolimerizador.
Com o LED B, optou-se pelo tempo de aplicação de 2 minutos de ativação e 1
minuto de estabilização, para aferição da temperatura. Os resultados evidenciaram
que o LED A possibilitou ativação fotoquímica do gel com aumento mínimo de
temperatura (0,5 °C), já o equipamento LED B, por apresentar maior potência,
ocasionou o maior aumento de temperatura (5, 98 °C) e o fotopolimerizador
obteve o valor médio de 5, 19 °C.
DOSTALOVA et al. (2004) avaliaram técnicas para clareamento de dentes
tratados endodonticamente. Incisivos centrais superiores humanos foram
clareados com peróxido de hidrogênio a 38 % e ativados com dois sistemas de
laser: diodo (comprimento de onda de 970 nm) e diodo infra-vermelho
(comprimento de onda de 790 nm) com oito LED azuis (comprimento de onda de
467 nm). A superfície de esmalte foi avaliada por meio de microscopia eletrônica
de varredura para avaliação de possíveis alterações morfológicas oriundas do
clareamento dental. O método de oxidação química (sem ativação por laser)
resultou em mudanças de 2 a 3 cores no tratamento de 15 minutos; porém,
naquele tratamento em curto período de tempo (5 minutos), não foi eficiente. O
agente clareador ativado pelo laser diodo produziu os mesmos resultados do que o
laser
infravermelho, com período reduzido de clareamento. A associação laser
diodo com oito LED azuis e agente clareador alcançou a cor desejada após um
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curto período de tratamento (5 min). Pequenas alterações nos prismas de esmalte
foram observadas, por MEV, após o clareamento.
KAWAMOTO; TSUJIMOTO (2004) investigaram os mecanismos de ação do
peróxido de hidrogênio na dentina de coroas escurecidas, por meio de difração de
raios-X, ressonância magnética nuclear e MEV. A difração de raios-X mostrou que a
hidroxiapatita não foi influenciada pelo peróxido de hidrogênio. Em relação à
ressonância magnética nuclear, observou-se degradação completa da prolina,
sendo que a estrutura da alanina pouco mudou e a glicina não foi alterada pelo
peróxido de hidrogênio. Os resultados de MEV evidenciaram que a dentina
intertubular e a peritubular foram dissolvidas por altas concentrações de peróxido
de hidrogênio. Esses resultados sugerem que o peróxido de hidrogênio e o radical
hidroxila (OH
-
) não influenciam nos tecidos inorgânicos da dentina, mas agridem
os seus componentes orgânicos.
LEE et al. (2004) avaliaram o pH extra-radicular e a difusão de peróxido de
hidrogênio após clareamento intra-coronário de dentes escurecidos artificialmente
utilizando o peróxido de carbamida a 35 %, peróxido de hidrogênio a 35 % e
perborato de sódio. Pré-molares foram tratados endodonticamente e escurecidos
com sangue humano. A 1 mm abaixo da junção amelo-cementária, confeccionou-
se tampão protetor com cimento provisório. Fendas com 1 mm diâmetro e 0,5 mm
de profundidade foram criados nas superfícies mesial, distal, vestibular e lingual da
interface dentina-cemento abaixo da junção amelo-cementária e tratados com
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EDTA 15 %. Os dentes foram suspensos em um frasco plástico de modo que as
raízes ficassem imersas até a junção amelo-cementária em água destilada. O
clareamento foi realizado com 0,04 ml de agente clareador aplicado na câmara
pulpar por 7 dias. O pH da água destilada foi aferido durante o clareamento. Foi
quantificado o peróxido de hidrogênio que difundiu do interior da cavidade de
acesso para a água destilada. O peróxido de hidrogênio a 35 % produziu o maior
aumento do pH e o peróxido de carbamida a 35 % o menor, enquanto o perborato
de sódio apresentou valores intermediários. Os maiores níveis de difusão foram
verificados 1 dia após a aplicação do agente clareador de peróxido de hidrogênio a
35 %.
LEWINSTEIN et al. (2004) compararam a ação de diferentes concentrações
de agentes clareadores sobre a dureza do esmalte e dentina, e a sua subseqüente
imersão em solução fluoretada de baixa concentração. As coroas de 12 molares
extraídos hígidos foram separadas de suas raízes e seccionadas longitudinalmente
em 4 partes, sendo que as superfícies opostas foram aplainadas e incluídas em
resina acrílica para receberem os seguintes tratamentos: Grupo OX (Opalescence
Xtra – peróxido de hidrogênio a 35 %), OQ (Opalescence Quick – peróxido de
carbamida a 35 %), Grupo OF (Opalescence F – peróxido de carbaminda a 15 %)
e O (Opalescence – peróxido de carbamida a 10 %). Para simular o clareamento
que é realizado no consultório, os agentes dos grupos OX e OQ permaneceram em
contato com as superfícies dentárias por 5, 15 e 35 minutos, enquanto que, no
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protocolo caseiro, o agente permaneceu por 14 horas. No grupo controle, os
espécimes ficaram imersos em água destilada por uma hora. As superfícies do
esmalte e da dentina foram submetidas ao teste de dureza. Os autores verificaram
que o grupo OX (peróxido de hidrogênio a 35 %) apresentou os maiores valores
na redução da dureza, (no esmalte 25 % e na dentina 22 %). A imersão em
solução fluoretada permitiu restabelecer os valores originais de dureza da dentina
e do esmalte.
LUK et al. (2004) compararam os efeitos do clareamento dental e as
variações de temperatura do dente induzidas por várias combinações de agentes
clareadores à base de peróxido e várias fontes de luz usadas como agente
fotoativador. Duzentos e cinqüenta terceiros molares humanos foram distribuídos
aleatoriamente em 25 grupos. Os agentes clareadores utilizados foram: gel
placebo (controle), peróxido de hidrogênio a 35 % e peróxido de carbamida a 10
% e as fontes de luz utilizadas como agente fotoativador foram luz de halógena,
infravermelho (IR), laser de argônio, laser de dióxido de carbono (CO
²
). A
mudança de cor foi avaliada imediatamente após o procedimento e a 1 dia e uma
semana após o tratamento, usando guia de cores visual e analisador eletrônico da
cor dental. As temperaturas externas do esmalte e interna da dentina foram
monitoradas antes e a cada 30 segundos de aplicação de luz por meio de
termopar. Os resultados mostraram que a aplicação de luz melhorou
significantemente os resultados do clareamento de alguns agentes clareadores,
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mas causou aumento significante de temperatura nas superfícies externa e interna
do dente. O IR e o laser CO
²
causaram o maior aumento de temperatura, seguidos
pela luz de halógena e pelo laser de argônio.
SULIEMAN et al. (2004) avaliaram diferentes concentrações de peróxido de
hidrogênio, no processo de clareamento dental externo. Vinte cinco terceiros
molares passaram por processo de escurecimento e, em seguida, foram
seccionadas no nível da junção amelo-cementária. A porção coronária foi
seccionada em seu longo eixo, expondo todo tecido dentinário que foi polido. Em
seguida, ácido fosfórico 35 % foi aplicado sobre esta superfície a fim de remover a
camada de
smear,
e o gel peróxido de hidrogênio nas concentrações 35 %, 25 %,
10 % e 5 % foi aplicado sobre os espécimes e ativado pela luz arco de plasma por
seis segundos, com repouso de dez minutos. Esse ciclo foi repetido por três vezes.
Após o clareamento, foi realizada a leitura de cor por meio de três métodos: visual,
utilizando escala vita; SVS –
Shade Vision System
, que realiza o mapeamento da
imagem e, com auxílio de um software, registra a cor do elemento dental;
Chromometer digital, dispositivo com ângulos de iluminação ultra-sensíveis e, por
meio da reflexão, estabelece a cor. Os espécimes foram padronizados em cor B
1.
Os resultados evidenciaram que quanto maior a concentração de peróxido de
hidrogênio menor o número de aplicações de luz e quanto menor for a
concentração do agente clareador maior será o número de aplicação de luz. Os
dados foram explorados utilizando regressão não linear. As leituras numéricas
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frente às diferentes concentrações foram próximas, sugerindo padronização
durante todo o processo de clareamento. Conclui-se que a concentração dos
agentes clareadores assim como o número de aplicações de luz está intimamente
relacionada a efetividade da ação clareadora.
SUN; TÚNER (2004) fizeram algumas considerações sobre o mecanismo de
ação e a aplicação clínica do laser
de baixa potência usado na Odontologia.
Constitui-se em um tipo de laser
não cirúrgico, atuando na bioestimulação das
células. Sua aplicabilidade clínica em Odontologia é ampla, no entanto, há a
necessidade de pesquisas em relação aos seus parâmetros de aplicação durante o
uso.
USUMEZ; OZTURK (2004) avaliaram o aumento de temperatura induzida
por diferentes fontes de luz durante polimerização de restaurações em cerâmica.
Os espécimes em cerâmica com (5 mm diâmetro, 2 mm altura) foram colocados
sobre disco dentina (5 mm diâmetro, 1 mm altura), a polimerização foi realizada
com luz halógena convencional, de alta intensidade, arco de plasma e luz diodo. As
alterações de temperatura foram mensuradas sob o disco de dentina por meio de
um termopar tipo J, conectado a um software que registrava os valores iniciais e
finais. Dez medições foram realizadas para cada fonte de luz. As alterações de
temperatura foram obtidas pela diferença entre a temperatura inicial e final. A luz
arco-plasma foi a que induziu o maior aumento de temperatura, já a luz halógena,
não houve diferença estatística significante ente a luz convencional e de alta
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intensidade, a luz diodo produziu os menores incrementos. Concluiu-se que a luz
arco de plasma foi a que promoveu o maior aumento de temperatura, sendo essa
não significante à polpa dental.
WETTER et al. (2004) compararam,
in vitro
, o efeito clareador do Whiteness
HP e do Opalescence Xtra associados ou não a dois tipos de fotoativadores, ou
seja, ao laser diodo (1,6 W) e ao LED (comprimento de onda 470 nm), em
sessenta incisivos bovinos escurecidos artificialmente. Os espécimes foram
divididos em 6 grupos segundo o tratamento utilizado: GI. Opalescence Xtra sem
aplicação de luz (controle); GII. Whiteness HP sem aplicação de luz (controle);
GIII. Opalescence Xtra associado ao LED; GIV. Whiteness HP associado ao LED;
GV. Opalescence Xtra associado ao laser diodo; GVI. Whiteness HP associado ao
laser diodo. Para a avaliação da mudança de cor dental, foram verificados os
valores de matiz e saturação, luminosidade e saturação de cor antes e após o
clareamento dental. A associação do gel clareador Whiteness HP com o laser
mostrou melhores resultados de luminosidade e saturação de cor em relação à sua
ativação com o LED ou sem ativação, não sendo observada diferença
estatisticamente significante entre a associação do
laser com o gel clareador
Whiteness HP e os três grupos clareados com Opalescence Xtra. O agente
clareador Opalescence Xtra apresentou melhores resultados de luminosidade
quando associado ao LED.
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ELDENIZ et al. (2005) avaliaram alterações de temperatura intra-pulpar
durante o clareamento dental externo. Oito incisivos centrais superiores humanos
foram seccionados a 2 mm da junção amelo-cementária. Foi adaptado um
termopar tipo J na câmara pulpar. Os espécimes foram tratados com peróxido
hidrogênio a 35 % (Opalescence Xtra) e (Quasar Brite), aplicado na superfície
vestibular. A fonte luminosa utilizada para ativação do gel foi luz halógena
convencional por 40 s, luz halógena alta intensidade por 30 s, sistema LED
(380
mW/cm
2
)
por 40 s, laser
modo clareamento (10 W em modo contínuo) por 15 s, e
sistema LED-laser por 15 s. A distância foco-objeto foi estabelecida em 10 mm. Em
seguida, avaliaram-se as alterações de temperatura máxima e mínima. O laser de
diodo promoveu os maiores aumento de temperatura (11,7 °C), seguido da luz
halógena alta intensidade (7,84 °C), luz halógena convencional (6,35 °C) e sistema
LED-laser (6,04 °C).
ZIEMBA et al. (2005) avaliaram a capacidade de clareamento do gel de
peróxido de hidrogênio a 20 % contendo um corante fotoativador do tipo Fenton
(água oxigenada com ácido férrico na proporção de 3:1), ativado por luz
ultravioleta, em cinqüenta pacientes com dentes escurecidos. Vinte e cinco
pacientes foram submetidos ao clareamento com o gel clareador ativado por luz
ultravioleta por 45 minutos, e os outros vinte e cinco pacientes, receberam agente
clareador sem ativação por luz. O exame clínico imediatamente após o
clareamento permitiu observar mudanças de cor favoráveis em aproximadamente
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26 % dos pacientes submetidos ao clareamento fotoativado quando comparados
aos pacientes submetidos ao clareamento sem ativação por luz. Não foram
observados eritema, descamação, ulceração dos tecidos moles. Conclui-se que o
gel de peróxido de hidrogênio a 20 % associado ao corante fotoativo usado com
luz de clareamento é seguro e eficiente para clareamento rápido de dentes.
JOINER (2006) realizou revisão de literatura sobre o mecanismo de ação do
peróxido de hidrogênio durante o processo de clareamento dental. Segundo o
autor, os mecanismos de clareamento são variados e dependem da concentração
do oxidante e do tempo de exposição ao agente clareador. Podem dar origem a
diferentes espécies de oxigênio ativo, e dependem das condições de reação, que
incluem temperatura, pH, luz e presença de metais. O peróxido de hidrogênio
oxida uma grande variedade de compostos orgânicos e inorgânicos. A reação de
oxidação, no clareamento dental, ocorre pela difusão do peróxido através da
estrutura dental para causar oxidação e clarear as espécies escurecidas,
particularmente no interior da dentina.
TREDWIN et al. (2006), em estudo revisão, analisaram os efeitos adversos
do clareamento dental com peróxido de hidrogênio. Segundo os autores, a
reabsorção radicular externa é mais observada em dentes submetidos ao
clareamento dental interno com a ativação térmica do peróxido de hidrogênio.
Salientaram que alguns estudos de carcinogênese realizados em animais de
laboratório indicaram que o peróxido de hidrogênio pode promover o
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desenvolvimento de câncer, recomendando que os produtos de clareamento dental
à base de peróxido de hidrogênio concentrado não sejam usados sem proteção
gengival, devendo ser evitados na presença de lesões de tecido mole.
ALFREDO (2007) avaliou os efeitos do laser diodo 980 nm na dentina intra-
radicular em relação às variações de temperatura, alterações ultra-estruturais e
adesividade de cimentos endodônticos. A avaliação das variações de temperatura
foi realizada por meio de termopares conectados à parede radicular externa, 90
raízes foram distribuídas em 3 grupos (n=30), em função da potência (1,5 W, 3,0
W e 5,0 W). Para o estudo das alterações ultra-estruturais por meio de MEV, 2
grupos (n=30) foram formados de acordo com a irrigação final: NaOCl 1 % e
EDTA 17 %. Para análise da adesividade, discos de dentina, de 4 mm de
espessura, foram confeccionados e preenchidos com AH Plus ou Epiphany, sendo
submetidos ao teste de
push-out.
Os resultados da temperatura evidenciaram que
os grupos irradiados com 5,0 W apresentaram os maiores valores, seguidos dos
irradiados com 3,0 W e 1,5 W, estatisticamente diferentes entre si. Os resultados
da MEV mostraram que nos espécimes tratados com NaOCl e irradiados houve a
prevalência de superfície modificada com camada de
smear.
Para a adesividade, o
teste de Tukey evidenciou valores superiores para o AH Plus em relação ao
Epiphany. Concluiu-se que a determinação dos parâmetros de irradiação é
importante para sua aplicação segura no interior do canal e que o laser estudado
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promove alterações ultra-estruturais dependentes da solução química empregada
para tratamento das paredes dentinárias.
BUCHALLA; ATTIN (2007) realizaram revisão de literatura sobre o
clareamento dental externo usado com métodos de ativação, correlacionada ao
aumento de temperatura. Com o advento de agentes clareadores em
concentrações mais altas, a utilização de fontes luminosas é uma constante em
procedimentos de clareamento dental externo. Os autores salientaram que,
quando da utilização de fontes de luz sem parâmetros ideais, elas podem causar
danos irreversíveis tecido pulpar. No entanto, a literatura consultada não traduz se
o procedimento ativador aumenta ou acelera a reação química, o que determina a
necessidade de maior entendimento sobre as implicações do uso desse tipo de
procedimento.
CARRASCO et al. (2007a) avaliaram a permeabilidade dentinária após
clareamento dental intracoronário com peróxido de hidrogênio a 35 % ativado por
LED, luz halógena e pela técnica convencional (
Walking Bleach
). Quarenta incisivos
centrais superiores humanos foram tratados endodonticamente e receberam
tampão cervical confeccionado com ionômero de vidro. Os dentes foram divididos
de acordo com os tratamentos: GI. peróxido de hidrogênio a 35 % ativado por
LED; GII. peróxido de hidrogênio a 35 % ativado por luz halógena; GIII. técnica
convencional com peróxido de hidrogênio a 35 % e GIV. controle, em que os
dentes receberam um penso de algodão seco dentro da câmara pulpar e
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restauração temporária. A permeabilidade dentinária foi detectada por método
histoquímico, com íons cobre. Em seguida, foram feitos cortes de dentina, com
espessura de 200 µm, que foram analisados em microscópio óptico com aumento
de 5X, para obtenção de medidas lineares da penetração dos íons cobre. As
médias para os grupos experimentais foram: GI. 7,1 %; GII. 8,4 %; GIII. 9,1 %;
GIV. 1,3 %. Concluiu-se que o aumento da permeabilidade dentinária foi
estatisticamente semelhante em todas as técnicas estudas.
CARRASCO et al. (2007b) avaliaram,
ex vivo
, a eficiência do peróxido de
hidrogênio a 35 % ativado por LED, luz halógena e pela técnica convencional
(
Walking Bleach)
. Quarenta incisivos centrais superiores humanos tiveram suas
coroas seccionadas a 1 mm da junção amelo-cementária, e foram escurecidos com
sangue hemolisado de rato tipo Wistar. Confeccionou-se tampão cervical de
ionômero de vidro, e as amostras foram divididas aleatoriamente em cinco grupos
de acordo com o tratamento recebido: GI. peróxido de hidrogênio a 35 % ativado
por LED; GII. peróxido de hidrogênio a 35 % ativado por luz halógena; GIII.
aplicação peróxido de hidrogênio a 35 %; GIV. controle positivo (não foram
manchados artificialmente e não foram clareados); GV: controle negativo (foram
manchados e não foram clareados). A cor dos dentes foi avaliada por três
avaliadores antes e depois do clareamento. Os resultados revelaram que não
houve diferença estatística entre as técnicas de clareamento. Os autores
concluíram que o clareamento dental interno com peróxido de hidrogênio a 35 %,
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quando ativado por LED, luz halógena ou pela técnica convencional, mostrou-se
eficaz.
CASTILHO et al. (2007) avaliaram as alterações de temperatura na câmara
pulpar de molares decíduos durante o preparo cavitário realizado com laser Er:YAG
e com pontas diamantadas em alta rotação. O laser Er:YAG foi aplicado durante 30
(GI) e 60 (GIII) segundos. A profundidade da cavidade era medida com auxílio de
uma lima Hedströen e o valor transferido para uma ponta esférica diamantada a
fim de que as cavidades produzidas em alta rotação fossem semelhantes àquelas
obtidas com o laser por 30 (GII) e por 60 segundos (GIV). A temperatura foi
aferida durante todo o procedimento por meio de um termopar tipo K adaptado no
interior da câmara pulpar. Os resultados obtidos mostraram diferença
estatisticamente significante (p<0,01) entre as alterações de temperatura durante
o preparo com laser por 60 segundos, por 30 segundos e os preparos cavitários
com alta rotação, os quais foram semelhantes entre si. Pode-se concluir que o
preparo cavitário realizado com o laser Er:YAG por 60 segundos proporcionou
maior aumento de temperatura, seguido do laser Er:YAG por 30 segundos e dos
preparos realizados com ponta diamantada em alta rotação.
POBBE (2007) avaliou a resistência à fratura coronária de dentes tratados
endodonticamente submetidos ao clareamento dental com peróxido de hidrogênio
38 % e fotoativado por LED-laser. Após tratamento endodôntico, confeccionou-se
tampão cervical de fosfato de zinco, com 3 mm de espessura, no nível da junção
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30
cemento-esmalte. Os corpos-de-prova foram distribuídos em 5 grupos. GI: não
foram submetidos ao clareamento dental (controle). GII: foram submetidos a uma
e duas sessões de clareamento; GIII, a três sessões; GIV e GV a quatro sessões
de clareamento. O gel clareador foi aplicado na superfície vestibular e na câmara
pulpar, fotoativado por 45 segundos. Este procedimento foi repetido 3 vezes por
sessão, com intervalo de 5 minutos entre sessões. Os corpos-de-prova foram
submetidos ao teste de compressão. Concluiu-se que a realização do clareamento
dental com peróxido de hidrogênio a 38 % e fotoativação pelo LED-laser diminuiu
a resistência do dente à fratura depois da realização de duas sessões de
clareamento.
RIBEIRO et al. (2007) avaliaram as alterações de temperatura e as
mudanças morfológicas quando da utilização do laser de diodo (810 nm). Incisivos
inferiores humanos foram seccionados ao nível da junção amelo-cementária.
Utilizou-se a porção radicular, que foi preparada com lima tipo K n
o
. 45. A irrigação
foi realizada com hipoclorito de sódio a 0,5 %. Após o preparo dos canais
radiculares, eles foram divididos em três grupos de acordo com a potência de
aplicação laser: G1. (controle) não submetido à irradiação laser; G2. 2.5 W, modo
contínuo; G3. 1.25 W, em modo pulsado. A irradiação foi realizada com
movimentos helicoidais no sentido cérvico–apical. A captação das mudanças de
temperatura em cada ciclo de irradiação foi realizada utilizando câmera
termográfica infravermelha e análise computadorizada. Após a análise
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termográfica, as raízes foram seccionadas no sentido vestíbulo–lingual a fim de
avaliar as alterações morfológicas por MEV. Concluiu-se que o laser de diodo (810
nm) pode ser usado para aplicações na endodontia nos parâmetros investigados.
ZHANG et al. (2007) avaliaram os efeitos do laser KTP, LED e LED associado
ao laser terapêutico, em relação às mudanças de cor, temperatura e alterações de
microdureza do esmalte. O gel clareador utilizado foi o Hi-Lite, fotoativado por KTP
(1.0 W), LED 532 nm, sistema LED-laser 980 nm, todos utilizados por 30 s.
Durante a fotoativação, a temperatura pulpar foi mensurada por meio de um
termopar tipo K. As mudanças de cor foram avaliadas utilizando sistema de
avaliação de cor L. A. B., seguido da avaliação da microdureza. O KTP alcançou a
maior média frente às mudanças de cor (8,5)
,
tendo ação clareadora melhor que
os outros laser
.
Em relação à microdureza, nenhum dos fotoativadores produziram
alterações significantes. Alterações de temperatura significantes foram
encontradas com a luz KTP (aumento de 7,72 °C). O LED e o sistema KTP não
induziram aumento significante de temperatura na polpa dental.
BAGIS et al. (2008) analisaram,
in vitro,
três fontes luminosas, frente às
mudanças de temperatura. As fontes de luz avaliadas foram: QTH, Arco de plasma
e LED. Esses aparelhos foram fixados a uma distância de 1 mm de um termopar
tipo J que captou as variações de temperatura nos períodos de 10, 20, 30 e 40
segundos de fotoativação. As medidas de temperatura foram captadas por três
vezes. A luz arco de plasma promoveu maior incremento de temperatura (54,4
____________________________________________________________________Revista de Literatura
32
°C), seguido da luz LED (11,8 °C) e luz QTH (6,8 °C). Os autores concluíram que o
tipo de aparelho bem como o tempo de fotoativação utilizado durante a
polimerização de resina composta é importante para evitar danos à polpa.
PROPOSIÇÃ
O
____________________________________________________________________________Proposição
34
O objetivo do presente estudo foi avaliar
ex-vivo
a variação de temperatura
na câmara pulpar de dentes submetidos ao clareamento dental externo com
peróxido de hidrogênio a 38 % e peróxido de carbamida a 35 %, fotoativados por
luz LED–laser e luz halógena, bem como a influência dessas substâncias e dos
seus fotoativadores sobre a temperatura aferida.
MATERIAIS E M
É
TOD
O
_____________________________________________________________________Materiais e Método
36
O projeto de pesquisa do presente estudo foi submetido à apreciação do
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Ribeirão Preto, que o aprovou
sem restrições (Anexo).
Incisivos centrais superiores humanos (Figura 1A), conservados em solução
de timol 0,1 % a 9 °C, foram lavados em água corrente por 24 horas com o
objetivo de eliminar os resíduos da solução e, em seguida, foram examinados
macroscopicamente e radiografados no sentido vestíbulo-lingual (Figura 1B).
Foram selecionados 80 dentes hígidos com coroas clínicas livres de cáries, trincas,
fraturas e raízes completamente formadas que apresentavam canal único e
ausência de calcificações e curvaturas acentuadas.
Após seleção dos dentes, 2 mm apicais foram seccionados com disco de
disco de carborundum (SS White Company, Philadelphia, EUA), acionado em peça-
de-mão (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil) (Figura 1C).
Em seguida, com o objetivo de criar espaço necessário para inserção e
fixação do termopar na câmara pulpar, introduziu-se uma lima tipo K n° 10
(Dentsply-Maillefer, Ballaigues, Suíça) pela região apical até que esta atingisse o
teto da câmara pulpar. A medida foi anotada para posterior alargamento dos
canais radiculares com broca de Largo (Dentsply-Maillefer, Ballaigues, Suíça)
(Figura 1D) na seguinte seqüência: n° 3, n° 4, n° 5 e n° 6 (Figura 1E). Antes do
uso da broca e a cada troca, irrigou-se o canal radicular com 2 ml de hipoclorito de
sódio a 1 %.
_____________________________________________________________________Materiais e Método
37
Figura 1. A) Incisivo central superior hígido; B) Radiografia periapical para seleção do dente; C)
Secção dos 2 mm apicais; D) Alargamento do canal radicular; E) Brocas de Largo utilizadas para o
alargamento do canal radicular.
Após o preparo dos corpos-de-prova, um termopar tipo K (Figura 2A), cujo
diâmetro coincidia com a abertura apical proporcionada pela broca de Largo n° 6,
foi introduzido pelo ápice em direção à câmara pulpar. Em seguida, recuou-se 1
mm do comprimento aferido com a lima tipo K, para que o termopar se mantivesse
na porção central da câmara pulpar. A posição do termopar foi confirmada por
meio de radiografia (Figura 2B). O termopar foi conectado ao termômetro digital
MT-600 (MINIPA, SP, Brasil), com 2 canais de dados (Figura 2C).
_____________________________________________________________________Materiais e Método
38
Na junção amelo-cementária e borda incisal da face vestibular de cada
dente, fios ortodônticos com 1 mm de diâmetro e 5 mm de comprimento foram
fixados com estér-cianoacrilato (Super Bonder
®
, Loctide, Piracicaba, SP, Brasil),
para padronização do volume e extensão de aplicação do gel clareador (Figura
2D), evitando seu escoamento.
Os corpos-de-prova foram então fixados em dispositivo de acrílico ajustável,
desenvolvido no Laboratório de Pesquisa de Endodontia da Universidade de
Ribeirão Preto (Figura 2E), a fim de mantê-los posicionados de forma padronizada
e permitir que este conjunto (corpo-de-prova + termopar) ficasse estável durante
todo procedimento experimental.
As interações dos agentes clareadores X fotoativadores permitiram a
constituição de 8 grupos experimentais (n=10), a saber: GI – Peróxido de
carbamida a 35 %, GII - Peróxido de hidrogênio a 38 %, GIII – Luz halógena, GIV
– Sistema LED-laser, GV – Peróxido de carbamida a 35 % + luz halógena, GVI –
Peróxido de hidrogênio a 38 % + luz hagena, GVII – Peróxido de carbamida a
35 % + sistema LED-laser, GVIII – Peróxido de hidrogênio a 38 % + sistema LED-
laser.
_____________________________________________________________________Materiais e Método
39
Figura 2. A) Temopar (Minipa); B) Radiografia periapical para confirmação do posicionamento do
termopar na câmara pulpar; C) Termômetro digital; D) Fragmentos de fio ortodôntico fixados na
face vestibular do dente para padronização do volume de gel clareador; E) Corpo-de-prova +
termopar posicionados de forma padronizada em dispositivo de acrílico; F) Kit de clareamento
Opalescence Xtra Boost – peróxido de hidrogênio a 38 % (Ultradent Products); G) Kit de
clareamento Opalescence Quick – peróxido de carbamida a 35 % (Ultradent Products).
_____________________________________________________________________Materiais e Método
40
O protocolo utilizado para realização do clareamento no grupo I constou na
aplicação de peróxido de carbamida a 35 % (Opalescence Quick; Ultradent
Products Inc., South Jordan, Utah, EUA), que não continha corante (Figura 2G), na
face vestibular durante 20 segundos.
No grupo II constou na aplicação de peróxido de hidrogênio a 38 %
(Opalescence X-tra Boost; Ultradent Products Inc., South Jordan, Utah, EUA) na
face vestibular do dente durante 20 segundos. Vale salientar que o ativador de cor
vermelha foi misturado ao gel clareador incolor no momento do uso (Figura 2F),
seguindo a recomendações do fabricante.
Os demais grupos (III, IV, V, VI, VII e VIII) receberam a aplicação das
fontes de luz. Essas fontes foram acopladas ao dispositivo de acrílico, fixadas em
garras de metal (Figura 3A), posicionadas perpendicularmente à face vestibular do
dente a uma distância de 10 mm. No grupo III, aplicou-se apenas a luz halógena
(Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil) (Figura 3D) por 20 segundos. No grupo
IV, aplicou-se apenas o sistema LED-laser (Brightness, Kondortech, São Carlos, SP,
Brasil) (Figura 3B) também por 20 segundos. No grupo V, utilizou-se o peróxido de
carbamida a 35% e no grupo VI, o peróxido de hidrogênio a 38%, ambos seguidos
da fotoativação pela luz halógena por 20 segundos (Figura 3E). No grupo VII,
utilizou-se o peróxido de carbamida a 35% e no grupo VIII, o peróxido de
hidrogênio a 38%, fotoativados pelo sistema LED-laser por 20 segundos (Figura
3C).
_____________________________________________________________________Materiais e Método
41
Figura 3. A) Padronização de 10 mm de distância fonte luminosa x objeto por meio dispositivo em
garras de metal; B) Aparelho LED-laser (Brightness, Kondortech); C) Fotoativação do gel clareador
pelo sistema LED-laser
(Brightness, Kondortech); D) Aparelho luz halógena (Dabi Atlante); E)
Fotoativação do gel clareador pela luz halógena (Dabi Atlante).
O experimento foi realizado em sala com temperatura ambiente controlada,
mantida próxima a 23 ºC. Após a realização de cada aferição, aguardaram-se 20
_____________________________________________________________________Materiais e Método
42
segundos para estabilização da temperatura de todo o sistema nos valores
originais, para que se realizasse novo teste.
Após a aferição da temperatura, removeu-se o agente clareador por
aspiração. Eventuais traços do agente clareador foram retirados com algodão seco.
As variações de temperatura foram mensuradas (°C), sendo anotados o
valor inicial e o maior valor durante o processo de clareamento externo. As
alterações da temperatura foram obtidas pela diferença entre a maior temperatura
(TM) e a inicial (TI).
Análise Estatística
Os dados foram submetidos a testes preliminares, com o auxilio do software
GraphPad InStat (GraphPad Software Inc, San Diego, EUA), com o objetivo de
verificar a normalidade da distribuição amostral. Como a amostra testada
apresentou distribuição normal, foram aplicados testes estatísticos paramétricos de
Análise de Variância, para verificar a existência de diferença estatística significante
entre as médias, e o teste complementar de Tukey, para verificar a diferença entre
os grupos, com nível de significância de 5% (α= 0,05).
RESULTADOS
____________________________________________________________________________
Resultados
44
Os resultados da variação de temperatura, expressos em graus Celsius,
foram calculados pela diferença entre os valores da maior temperatura (TM) e a
inicial (TI) obtidas durante o procedimento clareamento (Tabela I).
Tabela I. Valores originais das alterações de temperatura, médias e desvios-padrões (°C)
obtidos nos diferentes grupos
GI GII GIII GIV GV GVI GVII GVIII
PC 35% PH 38% Hal LED PC 35%+ PH 38%+ PC 35%+ PH 38%+
Hal Hal LED LED
0,234 0,184 1,100 0,550 0,450 1,566 0,400 0,250
0,284 0,150 1,033 0,533 0,766 1,333 0,383 0,333
0,167 0,433 1,383 0,416 0,516 0,983 0,234 0,383
0,084 0,084 1,416 0,316 0,366 1,416 0,316 0,284
0,150 0,084 1,483 0,633 0,450 0,550 0,400 0,483
0,134 0,316 0,916 0,600 0,733 0,916 0,400 0,400
0,117 0,234 0,933 0,400 0,566 0,850 0,234 0,284
0,084 0,084 0,816 0,516 1,116 1,100 0,366 0,366
0,067 0,184 0,816 0,466 0,866 1,366 0,533 0,350
0,000 0,217 1,106 0,480 1,000 1,433 0,450 0,483
0,13±0,07 0,19±0,10 1,10±0,24 0,49±0,10 0,68±0,25 1,15±0,30 0,37±0,08 0,36±0,07
PC 35% = peróxido de carbamida a 35%, PH 38% = peróxido de hidrogênio a 38%, LED = sistema LED-laser e Hal = luz
halógena.
Os dados originais foram submetidos a testes preliminares para verificar a
normalidade da distribuição amostral, a fim de definir o tipo de análise a ser
empregada.
Verificada a normalidade da amostra pelo teste Kolmogorov-Smirnov,
realizou-se análise de variância pelo fato de permitir a comparação de múltiplos
dados independentes.
A análise de variância mostrou diferença estatisticamente significante entre
os grupos compostos pelos diferentes tipos de tratamento sobre a variação da
temperatura da câmara pulpar (p<0,05).
____________________________________________________________________________Resultados
45
A fim de esclarecer quais resultados das variações de temperatura
relacionadas aos diferentes tipos de técnica de clareamento dental, dos seus
componentes e ativadores, eram diferentes entre si, aplicou-se o teste
complementar de Tukey, com significância de 5% (Tabela II).
Tabela II. Média e DP das variações de temperatura nos grupos experimentais (°C)
Grupos experimentais
X ±DP
Peróxido de hidrogênio a 38% + luz halógena (GVI)
1,15±0,30
Luz halógena (GIII)
1,10±0,24
Peróxido de carbamida a 35 % + luz halógena (GV)
0,68±0,25
Sistema LED-laser (GIV)
0,49±0,10
Peróxido de carbamida a 35 % + Sistema LED-laser (GVII)
0,37±0,08
Peróxido de hidrogênio a 38 % + Sistema LED-laser (GVIII)
0,36±0,07
Peróxido de hidrogênio a 38 % (GII)
0,19±0,10
Peróxido de carbamida a 35 % (GI)
0,13±0,07
Símbolos diferentes indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05).
O teste de Tukey
mostrou que a luz halógena utilizada isoladamente (GIII)
e associada ao peróxido de hidrogênio a 38 % (GVI) apresentaram os maiores
incrementos de temperatura (1,10 ± 0,24 °C e 1,15 ± 0,30 °C), sendo
estatisticamente semelhantes entre si (p>0,05) e diferentes estatisticamente dos
demais grupos (p<0,05).
Por outro lado, quando a luz halógena foi aplicada sobre o peróxido de
carbamida a 35 % (GV), houve menor incremento de temperatura (0,68 ± 0,25
°C), estatisticamente igual ao sistema LED-laser (GIV) (0,49 ± 0,10 °C) e diferente
dos demais grupos (p<0,05).
____________________________________________________________________________Resultados
46
No que tange às fontes de luz aplicadas isoladamente, a luz halógena
promoveu maior aumento de temperatura (1,10 ± 0,24 °C) que o LED-laser (0,49
± 0,10 °C) estatisticamente diferentes entre si (p<0,05). O LED-laser utilizado
isoladamente comportou-se de forma intermediária, ou seja, ora semelhante
estatisticamente à associação entre a luz halógena e o peróxido de carbamida a
35%, ora estatisticamente semelhante às suas associações com os diferentes
agentes clareadores testados.
Os agentes clareadores, quando utilizados isoladamente ou em associação
com o LED-laser, foram responsáveis pelos menores incrementos de temperatura,
com comportamento estatisticamente semelhante entre si (p>0,05).
DISCUSSÃ
O
_____________________________________________________________________________Discussão
48
A alteração cromática dos dentes é objeto de preocupação dos profissionais
da Odontologia e dos seus pacientes. Existem vários métodos disponíveis para
resolver problemas estéticos relacionados à cor dos dentes, que vão desde
procedimentos restauradores ao clareamento dental, passando por técnicas
operatórias que camuflam as manchas da superfície dental (SULIEMAN et al.,
2003; JOINER, 2006).
Em relação ao clareamento dental externo, esse procedimento atualmente
baseia-se em reações químicas obtidas com o peróxido de hidrogênio e por um dos
seus precursores, o peróxido de carbamida (TREDWIN et al., 2006). São utilizados
em combinação com o calor e a luz (SULIEMAN et al., 2003) para sua ativação
mais rápida e eficiente (ABBOT, 1918; CARRASCO et al., 2007b), por meio do
aumento da temperatura do peróxido e também pela transferência de fótons que
aceleram a reação química de oxirredução (SUN, 2000).
A ativação dos agentes clareadores tem o objetivo de se alcançar a cor
desejada em menor tempo, com controle da elevação da temperatura do peróxido
em contato com a superfície dental (SUN, 2000). Há, ainda, a preocupação de que
o calor empregado na ativação dos agentes clareadores, ou mesmo gerado a partir
das reações químicas que ocorrem durante clareamento dental, possa gerar efeitos
deletérios reversíveis, ou mesmo irreversíveis, sobre os tecidos dentais e
periodontais (SEALE et al., 1981; BAIK et al., 2001; ELDENIZ et al., 2005;
TREDWIN et al., 2006; BUCHALLA; ATTIN, 2007; RIBEIRO et al., 2007).
_____________________________________________________________________________Discussão
49
O uso do termopar na câmara pulpar é meio adequado para aferição da
temperatura na câmara pulpar, conforme utilizado em estudos prévios (BAIK et al.,
2001; ELDENIZ et al., 2005; BAGIS et al., 2008). No presente estudo, avaliou-se o
aumento de temperatura de duas fontes de luz empregadas como ativadores da
reação de clareamento, a luz halógena e o sistema LED-laser. Por serem fontes de
luz, tomou-se o cuidado de, durante todo o experimento, mantê-las na mesma
distância do elemento dental e se aplicá-las durante o mesmo tempo. Padronizou-
se também o volume dos agentes clareadores e a área de aplicação na superfície
dental.
Não se pode esquecer que o modelo experimental utilizado nesse estudo é
diferente da situação clínica, visto que, na cavidade bucal, o dente é circundado
por tecidos e umidade que favorecem a dissipação da energia térmica. Porém, o
presente estudo foi realizado de modo comparativo entre as várias técnicas,
substâncias e agentes ativadores avaliados, o que permite comparar os resultados.
Ainda mais, o uso de modelos experimentais
in vitro
é útil para a compreensão de
todo o mecanismo envolvido no clareamento dental (JOINER, 2006).
O protocolo experimental seguido nesse estudo consistiu da aplicação de
agentes clareadores ativados quimicamente, que não necessitam de fotoativação.
No entanto, o próprio fabricante do gel peróxido de hidrogênio a 38 % prevê a
possibilidade de fotoativação. Assim, para fins de padronização, realizou-se a
fotoativação nos dois agentes clareadores testados.
_____________________________________________________________________________Discussão
50
As variações de temperatura aferidas nesse estudo sempre foram positivas,
ou seja, a temperatura medida depois da aplicação do agente clareador, do
ativador ou da associação deles, foi superior à temperatura inicial. Essas alterações
ocorreram, em média, até o máximo de 1,15
o
C, o que contraria os achados de
ELDENIZ et al. (2005). Porém, estes autores preencheram a câmara pulpar com
uma substância condutora de calor, o que fez com que o termopar captasse mais
precisamente a energia térmica em relação ao presente estudo, em que o
termopar foi colocado na câmara pulpar vazia. Associe-se ao quanto alegado o fato
de que a aplicação da fonte de luz utilizada se deu durante 40 s, exatamente o
dobro do tempo utilizado no presente estudo.
Em relação à aplicação das fontes de luz, HOFMAN et al. (2002), USUMEZ;
OZTURK (2004) e ZHANG et al. (2007) encontraram resultados semelhantes aos
deste estudo, em que a luz halógena foi responsável por maior incremento da
temperatura quando comparada ao LED-laser. Especula-se que, por ser obtida a
partir de filamento incandescente, a luz halógena transmite mais calor que o
sistema LED-laser, cuja origem se dá a partir de semicondutores e, por isso, é tida
como luz fria (DOSTALOVA et al., 2004; WETTER et al., 2004).
Os agentes clareadores quando utilizados isoladamente apresentaram
pequenos incrementos de temperatura. Esse fato pode ser explicado pela reação
química de quebra do peróxido de hidrogênio, descrita como exotérmica (BENON
et al., 1983). O peróxido de carbamida, quando em contato com os tecidos
_____________________________________________________________________________Discussão
51
dentais, se decompõe em uréia e peróxido de hidrogênio (H
2
0
2
). A uréia se
transforma em gás carbônico e amônia, e o peróxido de hidrogênio em água e
oxigênio nascente,
ocorrendo liberação de energia (DAHL; PALLESEN, 2003). As
moléculas de oxigênio são reativas e instáveis, e atacam as cadeias de moléculas
longas pigmentadas, transformando-as em menores e mais claras (DAHL;
PALLESEN, 2003; TREDWIN et al., 2006).
A associação dos agentes clareadores peróxido com luz halógena não
aumentou a temperatura em quantidade maior do que a soma de cada um deles
individualmente, a luz halógena não potencializa a reação química de oxirredução
do peróxido de hidrogênio a 38 % e do peróxido de carbamida a 35 %, com maior
liberação de energia térmica; apenas acelera a reação de oxirredução. Em relação
a essa última associação (halógena + peróxido de carbamida 35 %), verifica-se
que houve redução estatisticamente significante da temperatura aferida em
relação aplicação luz halógena isoladamente.
Isso deve, provavelmente, ao fato de o gel clareador ser branco e refletir
parte da luz que sobre ele incide, diferentemente do peróxido de hidrogênio a 38
%, que possui corante vermelho na sua composição e absorve a luz incidente de
maneira mais eficiente (BAIK et al., 2001; WETTER et al., 2004). Deve-se fazer a
ressalva, contudo, de que as observações acima se referem tão somente à questão
de absorção da luz, o que pode implicar em menor difusão de temperatura para as
regiões contíguas, como a superfície dental. Evidente que aqui não se preocupou
_____________________________________________________________________________Discussão
52
em verificar a intensidade e o tempo em que se deu o clareamento dental, já que
não foi objeto do presente estudo, embora pesquisadores já tenham ponderado
que esse tipo de associação não determina superioridade no potencial clareador
(WHITE et al., 2000).
De modo geral, todas as hipóteses experimentais avaliadas apresentaram
variações de temperatura abaixo dos valores críticos estabelecidos em 5,6
o
C
(ZACH; COHEN, 1965), embora BAGIS et al., (2008) tenham encontrado
incremento de 11,8 °C quando utilizou o LED. Essa diferença de resultado se deve
ao fato dos autores terem aferido a temperatura diretamente sobre o termopar e
não empregarem dentes como no presente estudo. Assim, comprova-se que a
dentina é um isolante térmico natural e reduz significantemente a quantidade de
calor que atinge à câmara pulpar (SYDNEY et al., 2002).
Tendo em vista que o sucesso do clareamento dental em dentes vitais
depende de boa eficiência clareadora associada à não ocorrência de danos
pulpares (ZHANG et al., 2007), estudos posteriores devem ser realizados na
tentativa de esclarecer os reais efeitos da aplicação de ativadores sobre a
eficiência dos agentes clareadores dentais externos, bem como os eventuais
efeitos colaterais que tais procedimentos têm sobre as estruturas dentais.
CONCLUSÃO
_____________________________________________________________________________Conclusão
54
Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, foi possível
concluir que os maiores incrementos de temperatura da câmara pulpar foram
apresentados pela aplicação da luz halógena e sua associação com o peróxido de
hidrogênio a 38 %, e se situaram bem abaixo do valor máximo crítico de 5,6
o
C.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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