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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CARLOS JOSÉ HOELZ MAGALHÃES LYRIO
PROGRAMA DE HOMEOPATIA PARA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
PETRÓPOLIS-RJ. PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE E DA COMUNIDADE
Rio de Janeiro
2007
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CARLOS JOSÉ HOELZ MAGALHÃES LYRIO
PROGRAMA DE HOMEOPATIA PARA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
PETROPÓLIS-RJ. PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE E DA COMUNIDADE
Dissertação apresentada à Universidade Estácio de
como requisito parcial para a obtenção do grau
de Mestre em Saúde da Família.
Orientadora: Profa. Dra. Marilene Cabral do
Nascimento
Rio de Janeiro
2007
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CARLOS JOSÉ HOELZ MAGALHÃES LYRIO
PROGRAMA DE HOMEOPATIA PARA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
PETPOLIS. PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE E DA COMUNIDADE
Dissertação apresentada à Universidade Estácio de
como requisito parcial Para a obtenção do grau
de Mestre em Saúde da Família.
Aprovada por:
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Profa. Dra. Valéria Romano
Universidade Estácio de Sá
________________________________________________
Prof. Dra. Marilene C. Nascimento
Universidade Estácio de Sá
________________________________________________
Profa. Dra. Madel Terezinha Luz
UERJ
Dedico este trabalho à minha esposa Zara, que é a minha maior incentivadora, e ao
meu filho Arthur, que espero um dia compreender o motivo de algumas ausências
minhas nas suas brincadeiras de que tanto gosto de participar.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Prof. Dra. Madel Luz pela indicação deste Mestrado.
Agradeço ao Prof. Dr. Flávio Dantas da Universidade Federal de Uberlândia pelo
auxílio na elaboração do meu projeto de pesquisa.
Agradeço ao Prof.Dr. Marcelo Pustiglione da FACIS-IBEHE em São Paulo pelos
ensinamentos de homeopatia.
Agradeço a minha orientadora Profa. Dra. Marilene C. Nascimento pela sua
dedicação e paciência comigo.
Agradeço a Profa. Valéria Romano pela sua disponibilidade e incentivo a este
trabalho.
Agradeço a toda equipe do Instituto Roberto Costa, a Prefeitura de Petrópolis, a
Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis, a Coordenação do PSF, a
Coordenação dos Programas de Saúde de Petrópolis e as Equipes de Saúde da
Família das Comunidades da Fazenda Inglesa e de Jardim Salvador.
Agradeço também as alunas Lara Diniz e Roberta Fernandes da Faculdade de
Medicina da Universidade Estácio de Sá pela grande contribuição na pesquisa.
A maior parte das pessoas não obtem respostas por causa da descrença. Se você estiver
absolutamente determinado no sentido de que vai conseguir algo, nada poderá detê-lo.
Quando desiste é que você dita o veredicto contra você mesmo. O homem de êxito não
conhece a palavra impossível” (Paramahansa Yogananda)
RESUMO
LYRIO, Carlos Programa de Homeopatia para Saúde da Família. Percepção da
equipe de saúde e da comunidade
Orientadora: Dra. Marilene Cabral do Nascimento
Esta dissertação tem por objetivo avaliar a percepção dos atores(profissionais de
saúde e usuários ) do Programa de Homeopatia para Saúde da Família PRHOSAF
desenvolvido nas comunidades de Jardim Salvador e Fazenda Inglesa no município
de Petrópolis RJ em um estudo que utilizou a metodologia qualitaitva. O estudo
conclui que a percepção que os informantes tiveram foi satisfatória e levanta uma
indagação em relão ao cenário institucional da homeopatia no Brasil.
PALAVRAS CHAVES: homeopatia, PSF, educação permanente, vacina
homeopática, satisfação do usuário
ABSTRACT
LYRIO, Carlos. Family Health Care Homeopathy Program. Community and
Professional perception
Adviser: Marilene Cabral do Nascimento
The goal of this dissertation is to evaluate the actors perceptions of the Family
Homeopathy Health Program PRHOSAF developed on Jardim Salvador and
Fazenda Inglesa communities at Petrópolis city. The study uses the qualitative
methodology. The conclusion is that the actors perceptions is satisfactory and
proposes a question about the Brazilian institutional homeopathic scenario.
Word – Key: Homeopathy, PSF, users satisfaction, homeopathy vaccine, permanent
education
SUMÁRI0
INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------7
JUSTIFICATIVA -----------------------------------------------------------------15
OBJETIVOS -----------------------------------------------------------------16
METODOLOGIA -----------------------------------------------------------------17
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -----------------------------------------------------------------22
PROGRAMA SAUDE DA FAMÍLIA ---------------------------------------28
PRHOSAF -----------------------------------------------------------------32
INSTITUTO ROBERO COSTA ---------------------------------------45
RESULTADOS ENCONTRADOS ---------------------------------------49
AVALIAÇÃO E SATISFAÇÃO COM O PRHOSAF ------------59
CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------------68
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ---------------------------------------70
ANEXOS --------------------------------------------------------------------------82
APENDICE --------------------------------------------------------------------------91
1 INTRODUÇÃO
A homeopatia é um sistema médico complexo de caráter holístico, baseada
no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes enunciada por Hipócrates no
século IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann (1755-1843) no século
XVIII, após extensos estudos e reflexões baseadas na observação clínica e em
experimentações realizadas na época. Hahnemann sistematizou os princípios
filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar
(1810) e Doenças Crônicas (1835). A partir daí, essa racionalidade médica
experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje
firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia. A
homeopatia esna tradição da medicina popular brasileira. É uma realidade cultural
que não pode ser ignorada. Esta tradição aqui no Brasil data da primeira metade do
século XIX quando foi introduzida no ps pelas mãos de Bento Mure. Verdadeiro
samaritano, percorreu grande parte do território brasileiro. Como não havia médicos
suficientes, ensinava a fazendeiros, professores de interior e pequenos comerciantes
a manipular as boticas domésticas. Muitos doentes puderam ser assim cuidados por
pessoas abnegadas, levadas a tal por motivos exclusivamente humanitários.
(TREIGER, 1980 p73).
A Conferência Internacional sobre Atenção Primária em Saúde, realizada em
Alma-Ata, em 1978, recomendou a “formulão de políticas e regulamentações
nacionais referentes à utilizão de remédios tradicionais de eficácia comprovada e
exploração das possibilidades de se incorporar os detentores de conhecimento
tradicional às atividades de atenção primária em saúde, fornecendo-lhes treinamento
correspondente” (BRASIL; 2004, p 34).
Ainda no final da década de 70, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
criou o Programa de Medicina Tradicional, objetivando a formulão de políticas em
Medicina Tradicional e Complementar Alternativa (MT/MCA), incluindo as práticas de
homeopatia, acupuntura e fitoterapia. Desde então, em vários comunicados a OMS
expressa seu compromisso de incentivar os Estados- membros a formularem e
implementarem políticas blicas para uso racional e integrado da homeopatia nos
sistemas nacionais de atenção a saúde, bem como para o desenvolvimento de
estudos científicos para melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e
qualidade (BRASIL, 2004 p34).
Em 1979, foi fundada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB),
sendo a homeopatia no Brasil reconhecida como especialidade médica em julho de
1980 pelo Conselho Federal de Medicina, através da Resolução CFM 1000/80. Em
agosto de 1985, durante a geso de Waldir Pires no Ministério da Previdência e
Assistência Social (MPAS) e de Hésio Cordeiro no Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), foi assinado um convênio plurinstitucional,
envolvendo o INAMPS, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), a Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e o Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB), onde
foi dado o sinal verde oficial para a institucionalização da homeopatia nos serviços
públicos de saúde (LUZ, 1996, p272,273).
Em 1986, a 8ª. Conferência Nacional de Saúde, impulsionada pelo
movimento pela reforma sanitária, deliberou em seu relatório final pela “introdução
de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de sde,
possibilitando ao usuário o acesso democrático e a escolha da terapêutica preferida”
(BRASIL; 2005, p 6). No mesmo ano, com a resolução INAMPS nº.112 de
21/01/1986, foi implantado o Programa de Homeopatia”, inaugurado dez dias
depois na cidade de São Paulo. (PUSTIGLIONE,1998 p46). Em 1988, a Comissão
Interministerial de Planejamento e Coordenação publicou a Resolução CIPLAN
04/88, em que resolve fixar diretrizes sobre o atendimento médico homeopático nos
serviços públicos de saúde, implantar e implementar a prática da homeopatia nos
serviços de saúde, assim como orientar as Regionais para, através das Comissões
Interinstitucionais de Saúde (CIS), buscarem a inclusão da homeopatia nas Ações
Integradas de Saúde (AIS), e/ou na Programação do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS) nas Unidades Federadas, e criar procedimentos
de rotina para a prática da homeopatia nas unidades assistenciais médicas. A
Resolução regulamentou e criou normas quanto à forma de assistência, qualificação
de recursos humanos, documentação científica, recursos e instalações e estratégias
de implantação (PUSTIGLIONE,1988,p 26).
Em 1990, foi criada a Associação Brasileira de Farmauticos Homeopatas e,
em 1992, a especialidade foi reconhecida pelo Conselho Federal de Farmácia
(Resolução n 232). A 10ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1996,
aprovou em seu relatório final a “incorporação ao SUS, em todo país, de práticas de
saúde com a homeopatia contemplando as terapias alternativas e práticas
populares” (BRASIL; 2004 p12). A portaria nº 1230/GM, do Ministério da Saúde, de
outubro de 1999, incluiu as consultas médicas em homeopatia na tabela de
procedimentos do SIA/SUS. A 11ª Conferência Nacional de Saúde, em 2000,
recomendou “incorporar na atenção básica através das redes PSF e PACS práticas
não-convencionais de terapêutica como a homeopatia” (BRASIL, 2005, p8). Em
2003, foi constituído na Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e no
Departamento de Atenção Básica de Saúde da Secretaria de Assistência à Saúde
um Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar a Política Nacional de Medicina
Natural e Práticas Complementares (MNPC) no SUS. O subgrupo de trabalho da
homeopatia foi constituído pela Secretaria Executiva, com coordenação da
Secretaria de Atenção Básica à Saúde, Secretaria de Gestão no Trabalho e
Educação na Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos,
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, Associação Médica Homeopática
Brasileira, Associação Brasileira dos Farmacêuticos Homeopatas e Associação
Brasileira dos Cirurgiões Dentistas Homeopatas. No mesmo ano, o relatório final da
12ª Conferência Nacional de Saúde deliberou pela ”efetiva inclusão da MNPC no
SUS” e, em 2004, a MNPC foi incluída no nicho estratégico de pesquisa da Agência
Nacional de Prioridades em Pesquisa (BRASIL, 2004, p13).
Em 17 de dezembro de 2005, o Conselho Nacional de Saúde em sessão
ordinária vota e aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas em Saúde, sendo
publicada no Diário Oficial da União em 3 de maio de 2006, através da Portaria 971
assinada pelo Ministro de Estado da Saúde, inserindo definitivamente a Homeopatia
no Sistema Único de Saúde (DOU; 2006,p1-10).
Apesar de legitimada e legalizada, a institucionalização da abordagem
homeopática de atenção à saúde tem se dado de forma descontínua. As
experiências pioneiras aconteceram, em sua maioria, após a criação do SUS,
com a descentralizão e a participação popular, principalmente através dos
municípios que ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações
em saúde.
Após a regulamentação da homeopatia como especialidade médica no Brasil
em 1980, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) ficou responsável
perante a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina
(CFM) pela certificação dos Médicos especialistas em homeopatia. A tendência da
AMHB , mantida até os dias atuais, é de somente reconhecer como homeopatas os
médicos adeptos da chamada escola unicista, que tem por princípio a utilização de
um medicamento único, em altas escalas de dinamização, em dose
única(REZENDE1980p10). Escola mais difundida por James Tyler Kent, homeopata
americano, ganhou força em diversos países na Europa, na América e na Índia.
Apesar de sua ampla divulgação, não é a prática mais executada e difundida nos
países adeptos da homeopatia, em particular no Brasil.
A homeopatia no Brasil tem seguido um caminho diversificado, onde vemos
uma prática de rias escolas homeopáticas: alternistas, unicistas, complexistas,
entre outras. A escola alternista utiliza mais de um medicamento homeopático
alternadamente (BAPTISTA,1980, p.21). Já o complexismo utiliza mais de um
medicamento homeopático em uma mesma formulação medicamentosa (MOLLICA,
1980, p.42)
Além da formação em nível de especialização, a homeopatia está inserida no
currículo de graduação de algumas universidades (Universidade Federal Fluminense
UFF, Universidade do Rio de Janeiro UNIRIO, Universidade Federal de
Uberlândia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Estadual de Campinas
UNICAMP) entre outras, com o objetivo de dar a formação necessária para que o
médico clínico generalista seja capaz de prescrever homeopatia com segurança.
Estes cursos, com durão média de 120h, oferecem uma formação homeopática
abordando as diversas escolas (UFF, 2004).
A prescrição de homeopatia por médicos não certificados como especialista
pela AMHB tem sido uma questão polêmica. Já foi levantada pela corporação a
tentativa de criar o ATO DICO HOMEOPÁTICO, que tornaria a prescrição em
homeopatia prática privativa do médico homeopata certificado pela AMHB. O Rio de
Janeiro editou regulamento, publicado no Diário Oficial do Estado, para o
desenvolvimento das ações e funcionamento dos serviços de homeopatia. O item
2.2.1.2 diz ser o “profissional habilitado registrado no Conselho Regional de
Medicina do Rio de Janeiro e ser portador do Título de Especialista em Homeopatia
reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Homeopática
Brasileira (DO Estado do Rio, 30/10/2003, p17). Este regulamento é de tendência
corporativa, ferindo o Código de Ética Médica que no seu artigo 16 , capítulo 1 diz
que ”nenhuma disposição estatutária de hospital ou instituição pública ou privada
poderá limitar a escolha, por parte do dico, dos meios a serem postos em prática
para o estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento pois o
médico não deve ser especialista em infectologia para prescrever penicilina ou
especialista em cardiologia para prescrever um anti-hipertensivo, ou ainda ser um
especialista em cirurgia para retirar uma unha. Da mesma forma não há necessidade
de ser especialista em homeopatia para prescrever “arnica,” desde que o médico
tenha tido a capacitação em homeopatia de acordo com as exigências curriculares
para a formação de um generalista.
Uma outra importante questão que envolve a homeopatia são os chamados
medicamentos bioterápicos ou Nosódios. Bioterápicos “são produtos quimicamente
não definidos (secreções, excreções patológicas ou não, certos produtos de origem
microbiana, alérgenos), ativos ou inativados, que servem de matéria prima para
preparações bioterápicas de uso homeopático (LYRIO;2002,p25).
O fato dos nosódios não terem a rigor experimentação no homem são,
patogenesia, faz com que eles tenham sua indicação baseada na lei da analogia e
não na lei dos semelhantes,ou seja a indicação é pela doença e não, pelo doente
(TETAU, 1983, p.31)
Hahnemann foi um dos críticos da utilização dos bioterápicos, também
chamada isoterapia ou isopatia. Em sua opinião “ há quem deseje instituir um
terceiro método terapêutico, denominado Isopatia, que consiste em curar a
enfermidade por meio do princípio infeccioso que a produziu, princípio idêntico.
Admitindo-se porém que isto seja possível, como só se ao paciente que sofre
desse princípio infeccioso ao extremo, atenuação esta acompanhada de sucussões
a cura, assim mesmo, ocorreria pela oposição de um similimum ao simílimo.
Querer curar desta maneira, por meio de uma potência patogênica rigorosamente
igual é contrário ao bom senso, e por isso mesmo a qualquer experiência”
(HAHNEMANN, 1889).
A origem da oposição de Hahnemann , é baseada no fato deste tratamento
ser contrário ao vitalismo como única causa da enfermidade. Hahnemann atribuía a
doença somente ao terreno , dando pouca importância ao germe. Após um período
de combate e descrédito, em grande parte causada pela técnica errada na
aplicação do tratamento, este ressurge com T.J.M. COLLET (1824-1909), que
recorreu ao emprego da isopatia, uma vez desprovido de qualquer medicamento,
numa missão em Mossul, na Ásia. Hoje o interesse pela isopatia é considerável com
uma série de trabalhos que comprovam o valor dos bioterápicos quando
corretamente aplicados, sendo as experiências mais interessantes as que revelam
sua ação imunoprofilática.
2 JUSTIFICATIVA
Nas últimas duas décadas, é visível o crescimento das chamadas Práticas
Integrativas no serviço público brasileiro, existindo um grande número de serviços
em funcionamento em diversos municípios de todo o país. Em maio de 2006, o
Ministério da Saúde publicou a Portaria 971, em que aprova a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (homeopatia, acupuntura, fitoterapia e
termalismo social/crenoterapia) no SUS - Sistema Único de Saúde.
Em paralelo, percebemos o avanço e o investimento governamental na
atenção primária, especialmente através do Programa Saúde da Família, com uma
expansão crescente do em todo território nacional desde 1994.
No município de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, acontece uma
experiência nova em Saúde Pública, onde a homeopatia é inserida no Programa
Saúde da Família - PSF. Trata-se do Programa de Homeopatia para a Saúde da
Família PRHOSAF, desenvolvido em parceria entre a Secretaria Municipal de
Saúde e o Instituto Roberto Costa.
A proposta de realizão deste estudo surge da necessidade de fazer uma
avaliação criteriosa do PRHOSAF , uma vez que se trata de uma experiência inédita
no Brasil. Uma avaliação capaz de trazer subsídios para aprimorar o Programa e
contribuir para o seu fortalecimento e expansão.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral:
Avaliar o PRHOSAF a partir da percepção de seus atores.
3.2 Objetivos específicos:
1. avaliar a etapa inicial de educação permanente em homeopatia oferecida à
equipe de SF, segundo a percepção dos agentes comunitários de saúde, dos
enfermeiros, dos médicos e dos dentistas (proposta de capacitação,
conteúdo, processo pedagógico, tempo de duração, material didático)
2. avaliar o serviço de homeopatia oferecido em duas unidades de SF, segundo
a perceão dos agentes comunitários de saúde, dos enfermeiros, dos
médicos e dos dentistas (consultas médicas, vacina homeopática para a
prevenção da IRA, botica para automedicação domiciliar, nível de satisfação
com a inserção no programa, inserção da homeopatia no PSF)
3. avaliar a implantação do PRHOSAF no PSF, segundo a percepção dos
gestores (coordenadores e supervisores do PSF), identificando desafios e
possibilidades.
4. avaliar o PRHOSAF, segundo a percepção dos seus usuários (nível de
satisfação).
4 METODOLOGIA
O estudo é de abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva. A
pesquisa qualitativa relacionada à saúde pode ser aplicada quando se desenha um
estudo sobre a forma como os atores envolvidos percebem as especificidades que
o a eles atribuídas em relação a sua profissão ou a uma escolha terapêutica.
A escolha da abordagem qualitativa para realização desta investigação se
justifica pela natureza do objeto, que supõe respostas múltiplas, que não poderiam
ser expressas ou traduzidas por linguagem numérica nem tampouco antecipadas por
meio de variáveis demarcadas pelo pesquisador. Parte-se então de uma postura que
não considera a existência de uma realidade em si a ser coletada para, em lugar
disso, reconhecer o caráter de construção subjetiva das informações.
(VICTORIA,2006)
Os cenários do estudo foram as unidades do PSF Jardim Salvador e Fazenda
Inglesa. O critério de escolha destas unidades de saúde foi o de implantação do
PRHOSAF há mais de um ano. A aproximão aos dados empíricos deste estudo foi
feita por meio de realização de entrevista individual e em grupo, com roteiro semi-
estruturado.
A população da pesquisa foi constituída por profissionais de saúde das duas
unidades do PSF selecionadas para o estudo e por integrantes das comunidades
adstritas a estas unidades.
A amostra foi delineada a partir de uma perspectiva de intencionalidade,
refletindo os contornos do objeto que atenderam tanto na singularidade como na
totalidade os requisitos necessários para compor o conjunto de informantes da
investigação. Foi composta por:
dois médicos, dois enfermeiros e doze agentes comunitários de saúde,
que compõem as duas equipes de saúde das unidades do PSF onde foi realizado o
estudo;
dois gestores, que respondem pela supervisão e coordenação das
unidades onde se realizou o estudo,
Seis mães integrantes das comunidades adstritas, que receberam
atendimento do PHROSAF para seus filhos sendo este número definido pelo
critério de saturação.
Na entrevista em grupo foi utilizada a técnica de grupo focal, a partir da
identificação de categorias definidas a partir do material empírico obtido nas
entrevistas individuais, com o objetivo de levar o grupo de profissionais de saúde ao
debate e aprofundamento dos principais aspectos identificados nas entrevistas
individuais, abordando limites e vantagens do PRHOSAF, assim como possibilidades
e sugestões para o seu aprimoramento.
O pesquisador e suas assistentes se eximiram de expressar julgamentos ou
opiniões e se mantiveram atentos aos aspectos da metodologia no exercício de
investigação, com o objetivo de não interferir nas respostas dos entrevistados.
Considerando que o pesquisador é um dos coordenadores do PRHOSAF, com
expressiva participação no processo de sua implantação, as entrevistas individuais
foram executadas por duas estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da
Universidade Escio de Sá, que foram previamente capacitadas registrando as falas
em gravador digital e anotando aspectos o verbais. No treinamento as estudantes
praticaram a leitura e a discuso do projeto em textos de apoio sobre o tema do
estudo e a metodologia a ser aplicada. Ao lado disso foram considerados os
aspectos éticos inerentes à condução do estudo, com a apresentação e assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a garantia de sigilo de identidade
dos entrevistados.
As entrevistas individuais foram realizadas no mesmo dia nas duas
unidades. Na parte da manhã foi realizada na unidade de Jardim Salvador e na parte
da tarde na Fazenda Inglesa. Cinco perguntas foram apresentadas oralmente aos
entrevistados e gravadas as respostas num gravador MP3. As assistentes do
pesquisador entraram em todas as salas da unidade de saúde onde estavam os
entrevistados com o cuidado de resguardar a privacidade das entrevistas com o
objetivo de não expor o informante à instituão e aos demais profissionais e
usuários da unidade, uma vez que o procedimento de respostas orais colhidas pelas
assistentes logo após a aplicação, permitiu que somente elas tivessem acesso às
mesmas . Além disso, responderam aqueles que consentiram, pois foi dada a
eles a possibilidade de não responder. Em cada entrevista a assistente do
pesquisador gravava as entrevistas e supervisionava o funcionamento do gravador
em encontros que duravam aproximadamente vinte minutos.
Para o grupo focal foram selecionados os profissionais integrantes da
unidade de Jardim Salvador. Uma pergunta foi apresentada ao conjunto dos
profissionais pelo pesquisador .No interior do grupo, procurou-se favorecer a
interação e a explicitação das percepções, idéias e expectativas a partir da vivência
do PHROSAF partindo-se da seguinte pergunta: Qual a sua opinião sobre o
PRHOSAF? Durante as discussões o pesquisador procurou intervir no sentido de
manter a discussão no tema central e propor perguntas para que os sentidos do
discurso fossem explicitados e desdobrados, numa atitude interativa. O pesquisador
anotou a discussão e supervisionou o funcionamento do gravador, embora não
tenha participado da discussão que durou uma hora e dez minutos, em local onde a
privacidade foi garantida.
Na seqüência foi feita a leitura flutuante exaustiva e repetida do material das
entrevistas, de maneira a permitir a impregnação pelo sentido do “todo” de cada
depoimento, bem como a identificação das unidades de significação que identificam
os temas presentes nessas descrições (Minayo,1992).
Dentro de uma postura metodológica fundamentada nos mapas de
associação de idéias de Spink (SPINK,1999), seguimos os passos para análise do
material discursivo.
As fitas gravadas foram transcritas pelas assistentes, procedimento que
permitiu inserir comentários acerca do que foi dito e também sobre os silêncios, os
não-ditos percebidos, das comunicações não verbais e das reações do grupo
abrangendo a fala nos planos digital e analógico.
No grupo, procurou-se encontrar as particularidades do nível intragrupal, isto
é , as falas que se diferenciavam no interior do grupo.Foram observadas tamm as
contradições e ambigüidades nos discursos dos participantes.
O diálogo com o referencial teórico foi estabelecido adotando-se a
categorizão: cleos de sentidos encontrados a partir das falas, com a
incorporação gradual da teoria como caminho analítico, dialogando com diferentes
domínios, que vão além das disciplinas da saúde encontrando nesse sentido as
disciplinas das ciências sociais. O projeto de pesquisa n.0004.0.308.000-07 foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da
Universidade Escio de Sá no Rio de Janeiro em 25 de maio de 2007.
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Das experiências em homeopatia conhecidas no SUS, selecionamos os
municípios e estados com maior experiência. O atendimento homeopático na rede
pública de saúde do Distrito Federal existe desde 1986 quando foi implantado o
primeiro serviço em um dos centros de saúde do plano piloto. Em 1989, a Secretaria
de Saúde criou o Programa de Desenvolvimento das Terapias Não-Convencionais
com o objetivo, dentre outros, de implantar o atendimento na rede pública de saúde.
Em 1996, 10 anos após ter sido implantado o primeiro serviço, as consultas
homeopáticas realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS/DF) passaram
a ser registradas como tais, tendo sido produzidas naquele ano mais de 3.000
consultas. No final da década de 90, já eram realizadas mais de 10.000 consultas
por ano. As principais dificuldades apontadas no atendimento homeopático no
SUS/DF foram a dificuldade no acesso, a integração com outros serviços, a
informação e a educação popular, as condições de trabalho dos profissionais, a
inexistência da educação permanente em homeopatia bem como a avaliação do
atendimento e a não garantia do usuário ao acesso ao medicamento e à assistência
farmacêutica homeopática (BRASIL, 2004, p.37).
No município de Porto Alegre, a homeopatia começou com a formação do
Núcleo de Atendimento Homeopático (ex-INAMPS), na Galeria Malcon, centro de
Porto Alegre, que foi o primeiro posto de atendimento com homeopatia no serviço
público do Rio Grande do Sul. Em 1988, com o objetivo de efetivar a implantação da
terapêutica homeopática na rede de serviços públicos e incluir a homeopatia no
Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde
(SUDS), o Departamento de Saúde Pública da Secretaria de Meio Ambiente do RS
(SSMA) iniciou um trabalho de planejamento do atendimento ambulatorial em
homeopatia. Naquele mesmo ano, foi formada uma comissão interinstitucional de
Homeopatia para oferecer assessoria às comissões interinstitucionais em Saúde
(CIS). Visando a integração dos serviços existentes em Porto Alegre na época
(Posto da Galeria Malcon, Vila Restinga e Unidade Sanitária São José do Murialdo)
e a uniformidade de ações, foi desenvolvido o projeto para a implantação de um
ambulatório central de homeopatia que congregasse os serviços existentes; os
profissionais homeopatas, com especialização, mas que exerciam outra atividade
alopática no serviço público, além da implantação da Farmácia Homeopática junto
ao ambulatório de homeopatia e acupuntura.
O SUS registrou mais de 100.000 atendimentos homeopáticos e o principal
problema apontado é a demanda reprimida, pois os profissionais homeopatas eso
se aposentando e novos concursos não têm sido abertos (BRASIL, 2004, p.26).
Na rede de saúde do município do Rio de Janeiro, a assistência médica em
homeopatia comou em 1986 em seis postos de assistência médica integrantes do
antigo INAMPS. Em 1987, foi criado o Serviço de Medicina Alternativa da Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e, em 1991, a Comissão Especial das
Medicinas Tradicionais e Alternativas da Prefeitura do Rio ( Decreto Municipal
10.579, de de novembro de 1991). Em 1992, criou-se a Gerência de Medicina
Alternativa (GMA), atualmente vinculada à Coordenação de Programas
Especiais/Superintendência de Saúde Coletiva, e realizou-se o primeiro concurso
público do município para médico homeopata (o segundo concurso deu-se em
2000). Em 1999, formou-se uma equipe técnica de homeopatas no nível central da
secretaria municipal de saúde com vistas a expandir e articular as ações e os
serviços de homeopatia na forma de um Programa de Homeopatia. Para essa
articulação foi considerado o fato da homeopatia ser uma racionalidade médica que
pode ser inserida no SUS como prática de atenção integral à saúde e de ações
programáticas intersetoriais, uma vez que sua filosofia e a do SUS convergem,
que ambos preconizam uma visão hostica do indivíduo, a compreensão do
processo saúde/doença como fruto de ampla relação entre fatores internos e
externos, um conceito de cura proveniente de transformações internas dos
indivíduos, que os levam a uma efetiva participação em todas as ações que promove
a saúde, individual e coletivamente (BRASIL, 2004). Em 2002, implantou-se a
primeira farmácia de manipulação de medicamentos homeopáticos da Prefeitura do
Rio de Janeiro, com padronizão da produção e da prescrição dos medicamentos
para atender à realidade da rede municipal de saúde. O objetivo era o de garantir o
acesso aos medicamentos homeopáticos gratuitamente pelos usuários dessa
terapêutica na rede e, com isso, completar o ciclo de assistência médica, assim
como consolidar todas as demais ações do programa. O programa de homeopatia
da prefeitura do Rio contava em maio de 2004 com uma média mensal de 6.000
atendimentos/mês em 32 unidades de saúde, 52 médicos, três farmacêuticos e dois
oficiais de farmácia com uma distribuição de medicamentos em sete unidades de
saúde da rede (BRASIL; 2004 p38).
As ações do Programa de Homeopatia visam garantir a integralidade da
atenção em saúde, incluindo a educação em saúde; a educão permanente; o
ensino, a pesquisa e a avaliação; a assistência médica com garantia dos
profissionais ao acesso aos repertórios e matérias médicas, e por fim a assistência
farmacêutica (BRASIL;2004).
Em São Paulo-SP, destacamos a experiência de Vila Mariana, que compõe
uma das 60 unidades básicas de saúde (UBS) com homeopatas no município .
Desde 1990, é exclusivamente homeopática e conta com mais de 10.000 pacientes
cadastrados e 8 profissionais médicos. Tem como estratégia de funcionamento um
número de 6
/ 8 / médico/4h com criação de fichas individuais e mensais de dados,
possibilitando registrar a morbidade e as variações próprias do atendimento
homeopático. O serviço conta com o apoio da Farmácia Homeopática da Secretaria
de Estado de Saúde de o Paulo, que disponibiliza no local uma “Lista
Padronizada de Medicamentos” que conta com 89 itens em 6 potências. A demanda
é crescente e a estrutura de recursos humanos é insuficiente, necessitando um
maior investimento para garantir ao usuário a integralidade da atenção (BRASIL,
2004).
A trajetória da Homeopatia no município de Juiz de Fora - MG, comou em
abril de 1994, quando a Secretaria Municipal de Saúde procurou o Departamento de
Homeopatia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora e solicitou-lhe um
projeto para introdução da homeopatia no SUS. A partir daí, o referido departamento
montou uma equipe que trabalhou na elaboração do projeto, adaptando um modelo
de serviço preconizado pela Comissão de Saúde Pública da Associação Médica
Homeopática Brasileira (AMHB). O projeto foi apresentado no IV Encontro Mineiro
de Homeopatia e aprovado na íntegra pelo, então, secretário municipal de saúde.
Para a implantação do projeto foi montada uma comissão que responsabilizou-se
tanto pela montagem da farmácia de manipulação homeopática quanto pelo serviço
ambulatorial. A implantação constou basicamente de quatro etapas, que
aconteceram simultaneamente: a montagem da farmácia, a reforma do local que
abrigaria a parte do atendimento ambulatorial dos homeopatas, a composição e o
treinamento do quadro de recursos humanos e a informatizão.
Foram efetivados médicos homeopatas e farmacêuticos homeopatas após
concurso público com plano de cargos e salários na carreira de homeopatia. Todos
os pacientes do serviço passam por um atendimento em grupo, em que acontece
uma palestra sobre o que vem a ser a homeopatia, qual a proposta de tratamento e
quais os cuidados com a medicação. Em seguida acontece a consulta com o
encaminhamento do paciente à farcia homeopática do SUS onde seu
medicamento é manipulado. O programa foi avaliado, apresentando a
identificação do perfil dos usuários, mostrando uma clientela com 38% de crianças e
31% de adultos, com predomínio do sexo feminino, numa faixa etária entre 40 e 65
anos de idade, com baixa escolaridade e renda familiar em torno de R$ 300,00. As
patologias apontadas como mais freqüentes foram as do trato respiratório (33%),
com predomínio de pacientes funcionais em torno de 80%. Com relação a avaliação
dos resultados, foram identificados índices de resolutividade e adesão ao
tratamento de 95%; de satisfação do usuário igual a 96%; um baixo índice de
retorno ao serviço (3 retornos/paciente/ano) e um igualmente baixo índice de
necessidade de se associar alopatia ao tratamento, em torno de 16%. Dados dessa
avaliação também apontam para um custo baixo do tratamento. Am do baixo
índice de retornos, a necessidade de solicitação de exames complementares foi da
ordem de 5% (4% de baixo custo) e o gasto com medicão manipulada foi de R$
17, 47/paciente/por ano. (ESTRELA; 2004 p48)
A incorporação da homeopatia pelo SUS nos faz refletir a respeito de um
momento na década de 80 onde a homeopatia vinha ganhando espaço na
sociedade, mas somente nos consultórios privados: “Inegavelmente a medicina
homeopática é muito mais barata que a medicina clínica. Face a deterioração dos
sarios das camadas médicas-urbanas nos últimos anos , é fácil ter nos custos
baixos da homeopatia um elemento explicativo para o “boon” que vem tendo
atualmente. De fato , é preciso não esquecer que a crise atual da medicina é
também uma crise financeira, sobretudo no setor institucional.”(LUZ, 1985 p13,14)
A incorporação racional, progressiva e organizada da homeopatia nos
serviços públicos de saúde pode contribuir para o sucesso da recente política de
humanização do SUS, pois ela permite uma maior atenção ao paciente e nos seus
aspectos singulares e individualizadores, gerando assim uma maior satisfação da
clientela e resolução eficiente dos seus problemas de saúde. (DANTAS, 2004, p.3)
6 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA – PSF
O programa Saúde da Família (PSF), da Família nasceu em 1994 e no final
de 2006 contava com mais de 100.000 mil equipes, presentes em 90% dos
municípios brasileiros, atendendo a 100.000.000 de pessoas o que representa dois
terços da população brasileira O Programa Saúde da Família é um modelo de
organização dos serviços de Atenção Primária á Saúde peculiar do Sistema Único
de Saúde brasileiro (SUS), baseado em equipes multiprofissionais compostas por,
no mínimo, um médico generalista ou de família, um enfermeiro, um auxiliar de
enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, responsáveis pela
atenção Integral e contínua á saúde de cerca de 800 famílias (aproximadamente
3.450 pessoas), residentes em um território rural ou urbano . (BRASIL, 2007)
Um dos primeiros estudos que relataram o surgimento do PSF descreveu que
sua etapa de formulação inicial ocorreu no segundo semestre de 1993 e no ano de
1994, respondendo a uma necessidade de inserção de profissionais de vel
superior na atenção básica, gerada, por sua vez, pela implantação do Programa de
Agentes Comunitários de Saúde em todo o País desde 1991. No momento da
avaliação realizada pelos autores do mencionado estudo, estava sendo organizada
pelo menos três formatos distintos: regional, singular e incipiente. Tal variabilidade
de implantação continua ocorrendo, e é natural em um país continental como no
Brasil, sendo dependente do grau de envolvimento dos três níveis de governo e da
intensidade da participação social no programa, considerando tanto os
trabalhadores em saúde como os usuários (ANDRADE, 2005).
A equipe de saúde da Família, idealmente de forma democrática em conjunto
com a comunidade e técnicos da secretaria municipal de saúde, define um território
urbano, rural ou urbano e rural, com limites geográficos bem estabelecidos e
população definida, pelo qual tem co-responsabilidade sanitária. É importante
considerar nessa definição aspectos como localidades de maior densidade
populacional, existência de micro áreas de risco, meios de transporte e estradas que
facilitem o acesso da população e presença de barreiras físicas, como rios, lagos,
serras, entre outros, que possam dificultá-lo. Para reconhecimento do território, é
necessário percebê-lo, se possível caminhando. Posteriormente, a equipe elabora
um mapa para descrição do território, destacando seus limites e os recursos
existentes, como praças, igrejas, escolas, associações comunitárias, unidade de
saúde, etc
A base do atendimento no modelo clássico é demanda espontânea. Com a
incorporação dos novos conceitos dentro do PSF, é importante ter clareza acerca da
necessidade de uma estruturação com base na demanda organizada. Esse aspecto
torna-se de extrema importância quando são apresentados como desafios como
centrar atenção na pessoa sauvel e garantir a eqüidade, priorizando os grupos
com maior risco de adoecer e morrer (BRASIL, 2002).
Dentre os princípios norteadores do PSF, a integralidade, aqui definida como
abordagem do indivíduo e/ou da comunidade em visão totalizadora, requer
preocupações com os aspectos sociais, culturais e econômicos da população
adstrita. Assim sendo, cabe à equipe de saúde da família enfrentar, além dos
problemas individuais e biológicos de sde, os problemas coletivos e sócio-culturais
dos indivíduos e da comunidade pela qual tem responsabilidade sanitária. Para Isso,
outras categorias profissionais, além do médico, enfermeiro e auxiliares de
enfermagem, que tradicionalmente trabalharam em centros e postos de sde,
tornaram-se necessárias.
O enfoque integral à família é uma das atribuições para os integrantes da
equipe do PSF. Essa abordagem deve estar fundada em uma visão integral da
família e de seus membros compreendendo-os em seu contexto sócio econômico e
cultural. Para esse tipo de abordagem é necessária uma postura ética e
compromissada, que pressupõe, entre outras questões conceber o homem como
sujeito social capaz de traçar projetos próprios de desenvolvimento.
Um dos papéis importantes do PSF é o resgate da medicina popular.Diversos
estudos antropológicos e epidemiológicos realizados no Brasil m demonstrado a
importância das rezadeiras e curandeiros como agentes não formais de sde. Os
membros da comunidade procuram as rezadeiras quando seus filhos estão com
quebranto, mau-olhado, ventre caído e várias outras doenças que, na linguagem
científica, poderiam ser identificado como diarréia, desidratação, pneumonia e outras
doenças comuns na infância. Além das crianças, os adultos doentes também
procuram as rezadeiras e curandeiros com problemas como esipra, encosto e
problemas familiares, que podem ser, na realidade, doenças como tuberculose,
hanseníase, AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. Essas lideranças
populares são sucessores dos nossos pajés indígenas e curandeiros tribais dos
escravos negros, perpetuadores do sincretismo religioso brasileiro, e, em geral,
contam com o respeito da comunidade. A grande maioria deles realiza sua tarefa de
rezar e afastar ou livrar o mal das crianças ou adultos que os procuram por uma
questão de e solidariedade. Por isso mesmo continuam respeitados e
demandados pela comunidade (ANDRADE, 2005).
6.1 O PROGRAMA DE HOMEOPATIA PARA SAÚDE DA FAMÍLIA - PRHOSAF
A institucionalização da homeopatia no município de Petrópolis seguiu um
caminho distinto dos demais municípios, em função principalmente de ter sido a
cidade natal de um dos maiores nomes da homeopatia brasileira, o Prof. Roberto
Costa (1911-1997). A influência do professor e sua vida clínica marcaram a medicina
da cidade e a homeopatia do Brasil e do mundo.
Costa foi proponente da chamada Homeopatia Escola Brasileira durante o XV
Congresso Brasileiro de Homeopatia, realizado em Petrópolis, onde trouxe ablico
a primeira versão do projeto que foi editado em livro no ano de 1980, sob o título
Homeopatia Atualizada, com duas edições subseqüentes, em 1984 e 1988. Na
terceira edição, no sexto capítulo, apresenta o projeto HOMEOPATIA ESCOLA
BRASILEIRA. Além de se autodenominar como alternista eclético, Roberto Costa foi
o grande nome da homeopatia brasileira dos anos 80, tendo alcançado fama
internacional com os chamados nosódios vivos, tentando com seu projeto estruturar
o movimento homeopático como um todo, em suas diversas tendências, porém
favorecendo claramente o ecletismo. No entanto, ao distribuir espaços de atuação
para as correntes, Costa hierarquiza o campo, favorecendo claramente o ecletismo,
inclusive porque ao referir-se ao unicismo , o faz em relação ao movimento Kentiano
(homeopatas brasileiros influenciados pela Escola do americano James Tyler Kent),
e não a homeopatas puros . E certamente o Kentismo é incompatível com o lugar
que Costa lhe reserva no campo homeopático em seu projeto (PASCHOAL, 2005).
Roberto Costa em sua Escola Brasileira cria uma maneira particular de
prescrever o medicamento homeopático, batizando sua metodologia como TRI-
UNA. Consta de uma Prescrição que leva em consideração todos os níveis
hierárquicos da doença. O primeiro vel é o nível da patologia subjetiva, imaterial,
Similimum, Sósia, constitucional ou de terreno. Para este nível Costa indicava um
policresto em potências altas em dose única. Na mesma prescrição, no segundo
vel onde a patologia é considerada funcional, indicava um nosódio em potências
médias, como medicamento etiológico, ou fisiopatológico, isopático ou equivalente. E
finalizando a prescrição, o terceiro nível, que é o vel local, pontual, muitas vezes
lesional, indicava o medicamento sintomático, ou episódico em potências baixas em
tomadas freqüentes.
O projeto foi construído com base nos moldes da Homeopatia Escola
Brasileira de Roberto Costa, tendo como meta principal a elaboração de um
protocolo de prescrição TRI-UNA, capaz de ser utilizado pelos atores do cenário do
Programa de Saúde da Família. Foi então formatado para ser executado utilizando
três categorias de medicamentos:
A primeira categoria de medicamento do programa é o medicamento
constitucional. Para a prescrição do medicamento pelo médico foi utilizado o
protocolo ”Constitutional Type Questionary-CTQ” (Questionário do Tipo
Constitucional).
Pela teoria homeopática desenvolvida por Hahnemann, a escolha de um
medicamento é baseada na totalidade do quadro apresentado pelo paciente. Esse
quadro é denominado de constitucional, onde se encontra a totalidade de sintomas
físicos, psíquicos e emocionais, além das características da personalidade. O
questionário do Tipo Constitucional foi desenvolvido para tornar sistemático o acesso
ao tipo constitucional. O estudo desenvolvido e validado no Royal London
Homeopathic Hospital, por RA van Haselen e cols. (2001), foi realizado junto a 472
pacientes do ambulatório do hospital que responderam os 152 itens do questionário,
numa escala de severidade com escores de o a 5 pontos , que continham
características consideradas típicas de 19 medicamentos constitucionais. Após as
respostas, os escores eram somados e se obtinha o medicamento constitucional.
Uma semana depois da resposta ao questionário, os pacientes eram submetidos a
uma consulta homeopática tradicional acompanhada de uma prescrição. As
prescrições foram comparadas com os resultados obtidos pelas respostas dos
questionários e a correlação entre o medicamento obtido pelo questionário e o
medicamento obtido pela consulta homeopática tradicional foi de 75.8% (BRITISH
HOMOEPATHIC JOURNAL; 2001).
É finalidade do médico a prescrição correta capaz de aliviar e curar um
enfermo. Em homeopatia esta prescrição é representada pelo SIMILIMUM ou
medicamento constitucional medicamento que traz na experimentação no homem
ou Patogenesia as manifestações presentes no caso a tratar.(ROMANACH. 1980 p
51)
No PHROSAF, a prescrição dos medicamentos constitucionais é feita com
base no Questionário do Tipo Constitucional sendo o médico o responsável pela
prescrição.
A segunda categoria de medicamento do programa é o bioterápico, que é
administrado sob a forma de vacina homeopática para prevenção de infecções
respiratórias agudas e alergias respiratórias em crianças de 0 a 5 anos.
A idéia de que a imunidade pode ser obtida através de nosódios vem de longa
data. Os primeiros estudos da natureza imunológica dos nosódios disponíveis na
literatura são da década de trinta. São os trabalhos de Paul Chavanon(1947) com a
Ultra Diluição do bacilo de Klebs-Loeffler e sua utilização para controle da difteria
(Glacus,1999, p.2). Costa (1974) Propõe a produção de um nosódio imunoprofilático
para prevenção de alergias respiratórias desencadeadas pela poluição do ar.
Costa (1980) afirma, baseado em fundamentação teórica e prática, que vírus,
riquétsias, bactérias, protozoários, fungos, espiroquetídios, helmintos, ácaros, larva
migrans etc, homeopaticamente dinamizados a30DH, se constituem em agentes
profiláticos e curativos das infecções e infestações correspondentes, com a condição
básica de serem dinamizados vivos em soro fisiológico.
Nasi et cols. (1982) propuseram o tratamento de camundongos infectados por
trypanossoma cruzy com o nosódio preparado com o referido agente etiológico da
Doença de Chagas. Foi observado que os animais tratados apresentaram redução
da parasitemia, assim como maior tempo de sobrevivência, em correlação ao grupo
controle. Após o tratamento dos animais infectados, o xenodiagnóstico e a
hemocultura revelaram resultados negativos.
Ribeiro et cols. (1982) investigaram experimentalmente a susceptibilidade de
duas cepas de T. cruzy (Y e Bolívia) à ão de quimioterápicos (Nifurimaxe
Benzonidol) e à ação do bioterápico Trypanossominum (TC D30), preparado de
acordo com a farmacotécnica homeopática a partir da cultura do T. cruzy. Para tal,
grupos de camundongos foram artificialmente infectados e após o tratamento foram
avaliados a parasitemia e o comportamento dos animais De acordo com os
resultados, os autores observaram que as duas cepas mostraram-se identicamente
susceptíveis ao tripanossominum D30.
Benveniste & Poitevin (1988) demonstraram que Ultra Diluições de anti IgE
provocam a degranulação de 40% a 60% de basófilos humanos, sugerindo que o
mecanismo de transmissão de informão biológica poderia estar relacionada à
organização molecular da água.
Lyrio (2001) demonstrou êxito no tratamento de stula ano-retal com auto-
nosódio preparado na cnica Roberto Costa, a partir de drenagem de secreção da
fístula e dispensação em 30DH.
Salles (2003) descreve a terapia homeopática com medicamento bioterápico
de pacientes e de parceiros, segundo um protocopo baseado em procedimentos
clínicos e farmacotécnicos apresentando boa resposta no tratamento de vulvo-
vaginites, incluindo as de repetição, principalmente as diagnosticadas por Candida.
Queiroz (2005) realizou ensaio biológico por meio da administração do
bioterápico Trypanossoma cruzy preparado metodologicamente segundo a
farmacotécnica proposta por Roberto Costa, em camundongos Mus musculus, e em
seguida testada sua atividade biológica acompanhada através da parasitemia. Os
resultados sugerem que o tratamento prévio com o bioterápico T. cruzy 30DH
estimula uma resposta imune humoral nos animais testados, que se traduz em uma
resposta com altos títulos de IgG e ausência de parasitemia.
Lyrio & Dantas (2005) propõem técnica de preparo de nosódio imunoprofilátco
para prevenção da gripe aviária a partir de pacientes infectados pelo vírus influenza.
Lyrio (2006) propôscnica para preparo de um imunobilógico ultradiluído
para profilaxia da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida com material colhido de
soro positivos humanos com carga viral de HIV superiores a 100.000 partículas de
RNA/ml de soro.
Em Estudos Epidemiológicos em humanos, Poncet (1989) descreveu
experimentos na Inglaterra onde English e cols. utilizaram o bacilo da coqueluche,
Bordetella pertussis Ultra Diluída em 30CH para prevenção da coqueluche em
crianças até 12 meses, 18 meses e 6 anos em 691 casos documentados. Foi
demonstrada uma proteção de 87% das criaas vacinadas. Paralelamente, outros
autores apresentaram resultados semelhantes em estudos menores, como Fox em
61 casos e 87% de proteção (GLACUS, 1999)
Quanto a utilização de nosódios como produtos imunoprofiláticos, as
situações que ocorreram em nosso meio foram em epidemias para cujo controle
não se dispunham de vacinas de eficácia reconhecida, e nosódios foram preparados
a partir do agente patogênico e apresentados como uma medida alternativa de
controle da epidemia. Essa situação ocorreu no Brasil durante a epidemia de
meningite meningocócica A e C na década de 70 e, mais recentemente com a
doença meningocócica do grupo B, em 1991. Um estudo publicado por Galvão e
cols. na década de 70 (onde) utilizou o meningococcinum A e C em Guaratinguetá
no interior de São Paulo, sugere resultados interessantes. A mesma experiência
aconteceu em Florianópolis com o uso da vacina contra o meningococo B.
(GLACUS, 1999).
No Programa de Vacinação Homeopática em Petrópolis, utilizamos um
complexo composto pelos alérgenos poeira, mofo, ácaro, pelo mediador histamina e
pelos germes streptococus beta hemolítico do grupo A, penumococco e influenza do
tipo B, denominado “nosódio vivo IRA” . O nosódio é distribuído em 30 DH. A
indicação dos bioterápicos fica sob responsabilidade do enfermeiro, uma vez que
este é o profissional que se encarrega na atenção primária pela conservação e
administração de vacinas.
A terceira categoria de medicamentos do programa é o medicamento
episódico. A Lei brasileira que dispõem sobre o controle sanitário do comércio de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos é a de 5.991 de 17
de dezembro de 1973. Em seu Capítulo III Da Farmácia Homeopática – ela fala no
Artigo 13 que dependerá de receita médica a dispensação de medicamentos
homeopáticos cuja concentração de substância ativa corresponda às doses
máximas farmacologicamente estabelecidas. (DOU 1973) A Lei deixa claro que
somente as diluições D1 e D2, C1 e C2 e alguns poucos insumos ativos em D3 e
C3, por conterem substâncias tóxicas em níveis elevados, ficam restritas à
prescrição. Todas as demais diluições, por não conterem substâncias tóxicas,
(automaticamente) ficam livres da exigência de receita, ficando claro que qualquer
pessoa no Brasil tem liberdade de escolher para si um medicamento homeopático e
encomendá-lo numa farmácia.
No programa do município de Petrópolis, optamos por 12 complexos
consagrados homeopaticamente que compõem a “Botica Homeopática da Família”
direcionados a agravos prevalentes na comunidade. Procuramos batizar os
complexos respeitando a linguagem popular e sua distribuição na comunidade fica a
cargo das Agentes Comunitárias de Saúde que orientam quanto a auto-medicação.
O PRHOSAF é um programa de saúde pública em homeopatia para atenção
básica, inédito no Brasil, que tem por objetivo implantar e implementar ões de
homeopatia no PSF do município de Petrópolis, respeitando os princípios do SUS e
a racionalidade médica homeopática. O projeto é uma iniciativa do Instituto Roberto
Costa em parceria com a Prefeitura Municipal de Petrópolis.
O Instituto Roberto Costa é uma entidade privada sem fins lucrativos sediada
em Petrópolis , sendo responsável pela elaboração e execução do PRHOSAF, bem
como a produção e a distribuição de medicamentos e vacinas homeopáticas
destinadas ao programa. O Programa conta com o apoio da Secretaria Municipal de
Saúde de Petrópolis, através das coordenações do PSF/PACS/COASA e dos
Programas de Saúde Pública; da iniciativa privada, através da Unimed Petrópolis, e
da Associação Petropolitana dos Agentes Comunitários de Saúde (APACS).
O Programa desenvolve atividades de Capacitação em Homeopatia para a
Equipe de Saúde da Família. O Curso de Capacitação em Homeopatia para a
Equipe de Saúde da Família é oferecido a todos os integrantes da equipe
(médicos,dentistas, enfermeiros e ACS), sendo uma atividade obrigatória no
Programa de Saúde da Família do município de Petrópolis, realizada dentro da
Educação Permanente, em horário de trabalho, e compõem-se de 15 encontros de 4
horas cada, realizados semanalmente. O aluno é aprovado se obtiver presença de
no mínimo 75% dos encontros realizados e obtiver conceito igual ou maior que 7. O
conceito é dado através da média aritmética de duas notas: conjunto de todas as
tarefas feitas em casa e em aula e verificação do aprendizado feita no último
encontro.
Para os médicos e dentistas é oferecido um segundo curso, tendo como pré
requisito a aprovação no curso anterior, tamm obrigatório dentro da proposta de
Educação Permanente. Sob a denominão de Curso de Clínica Homeopática para
Saúde da Família, inclui 15 encontros de 4h cada, semanalmente, com atividades de
prática ambulatorial supervisionada, onde o profissional é treinado a aplicar o
protocolo do Tipo Constitucional. O aluno é aprovado se obtiver 75% de freqüência e
conceito igual ou superior a 7. O conceito é dado através da média aritmética de
duas notas: conjunto de notas que avaliam interesse, pontualidade e desempenho e
verificação de aprendizado feita no último encontro.
O Programa inclui ainda assistência médica homeopática domicilar às
pessoas impossibilitadas de buscarem atendimento na unidade.
A equipe tem apoio dos médicos homeopatas especialistas do Instituto
Roberto Costa de Petrópolis, que realizam a capacitação em homeopatia dos
profissionais do PSF, interconsultas e avaliação do PRHOSAF .
Objetivo Geral do PRHOSAF
Melhorar o estado de saúde da população através de um modelo de
assisncia homeopática voltado para a saúde da família e da comunidade, que
inclua desde a promoção e proteção da saúde até a identificação precoce e o
tratamento das doenças utilizando a racionalidade homeopática.
Objetivos Específicos do PRHOSAF
- Capacitar Médicos das unidades do PSF que não são especialistas em
homeopatia a praticar consultas homeopáticas baseadas em protocolo específico
para Atenção Básica.
- Capacitar Enfermeiros à orientação quanto a utilização da vacina homeopática
para prevenção de IRAS e Alergias Respiratórias em crianças abaixo de 5 anos.
- Capacitar agentes comunitários de saúde à orientação quanto a auto-
medicão homeopática através da Botica Homeopática da Família distribuída às
famílias
- Ampliar a cobertura dos serviços de homeopatia à população
- Atingir a equidade na atenção à saúde abordando a promoção, proteção e
recuperação da saúde com homeopatia
- Melhorar a qualidade de atenção à saúde com ações homeopáticas.
- Melhorar o sistema de informação em homeopatia.
Atividades
Da organização
- O sistema local proporciona atenção integral e contínua à população no
domicílio, ambulatório, hospital e locais de trabalho.
- O atendimento na Unidade é prestado nos casos de rotina, com
agendamento prévio pelo agente de sde, e aos grupos programados pela equipe
de saúde com base nas normas do PRHOSAF, com a possibilidade de visitas
domiciliares e nos locais de trabalho.
- Para garantir a qualidade do atendimento, a unidade recebe do Instituto
Roberto Costa medicamentos homeopáticos padronizados .
- Todos os casos que necessitam de consulta especializada em homeopatia
o referenciados para o Instituto Roberto Costa . A contra-referência es
estabelecida.
- O sistema de informação estatístico em homeopatia é organizado segundo o
SIAB / SUS.
- O IRC orienta e supervisiona a equipe durante todo o seu trabalho.
Funções da Equipe
- Educativa – Educar a população no que diz respeito à homeopatia para lograr
sua ampla participação na implantação e implementação do PRHOSAF visando
atingir melhores condições de saúde e de vida.
- Territorialidade Abordagem de toda população incluindo homens, mulheres,
crianças, adolescentes e idosos .
- Oferta organizada Além da atenção na unidade, a equipe vai a comunidade,
visita a família e (fornece informões sobre homeopatia e realiza ações de
homeopatia incluindo promoção, prevenção e cura.
- Informão Estastica Cumprir com o sistema de informação estatístico do
SUS.
- Educação Continuada - Cursos de Capacitação em Homeopatia
Principais Atividades da Equipe no PRHOSAF
- Realizar educação em homeopatia para saúde
- Identificar, controlar e tratar doentes com homeopatia
- Referenciar pacientes para o IRC, quando necessário
- Imunoterapia com vacinas homeopáticas nas IRA e Alergias Respiratórias em
crianças abaixo de 5 anos.
- Executar atividades de planejamento, acompanhamento e avaliação do
PRHOSAF.
Sistema de Registro de Informação
- As informações gradas a partir do trabalho desenvolvido pela equipe serão
registradas a cada dia.
- A equipe registra em modelo próprio do SUS as consultas se utilizando do
digo de consulta em homeopatia.
- A imunoprofilaxia com vacinas homeopáticas e as ações dos agentes de saúde
o registradas no Cartão de Homeopatia que fica em poder do usuário e que
deverão ser levados ã consulta médica e de enfermagem.
Capacitação
- formação básica em homeopatia e direcionada para o modelo de atenção que
exige qualificação técnicocientífica e identificação com os objetivos do PSF.
- A equipe é treinada para prestar atenção integral à saúde do indivíduo e sua
família do contexto da comunidade com enfoque clínico homeopático.
- O Curso de Capacitação é de 60 h divididas em 15 módulos de 4h para toda a
equipe e 60 horas de atividades ambulatoriais obrigatórias para médicos e dentistas
- Ao final do curso os profissionais da equipe são avaliados com prova teórica
devendo obter nota igual ou superior a 7.0 para estarem habilitados à prática do
PRHOSAF.
7 O INSTITUTO ROBERTO COSTA
Roberto Costa fundou, em 1981, o Centro de Estudos e Pesquisas
Homeopáticas de Petrópolis (CEPEHP), com o objetivo de realizar as pesquisas com
seus nosódios vivos e difundir a homeopatia na comunidade. O grupo se reunia na
sede da Sociedade Médica de Petrópolis mensalmente e teve seu auge em 1991,
quando Roberto Costa em reunião solene fez a leitura de seu Testamento Médico
Científico, onde deixou escrito os caminhos que seus discípulos deveriam trilhar e
especialmente seu desejo de que seus seguidores levassem adiante o projeto do
nosódio do HIV, o qual afirmava ser uma solução para a crescente epidemia da
AIDS. Em 1997, após o seu falecimento, o grupo interrompeu as reuniões.
Conheci Roberto Costa ainda criança, em seu consultório em Petrópolis,
quando fui curado de asma brônquica. no primeiro ano do curso de medicina, em
1983, me interessei por homeopatia e nosódios, passando a freqüentar como
estudante as reuniões do grupo de Roberto Costa na Sociedade Médica. Assim que
terminei a graduação, ingressei na Pós Graduação em Homeopatia do Instituto
Hahnemanniano do Brasil e baseei toda minha vida clínica na Escola Brasileira de
Homeopatia TRI-UNA de Roberto Costa com grande sucesso terapêutico, tendo
apresentado e publicado alguns trabalhos em Congressos Nacionais e
Internacionais, além de ministrar aulas e dar supervisão no ambulatório escola do
IHB.
Preocupado com o destino do seu trabalho, no ano de 1999, fundei na minha
clínica em Petrópolis o Grupo de Pesquisas Homeopáticas Roberto Costa- GPEHRC
com o objetivo de manter os trabalhos com os nosódios vivos. No grupo produzi
quatro trabalhos científicos e um livro: No Congresso da Liga Médica Homeopática
Internacional em Sibiu na Romênia em 2001 apresentei o trabalho intitulado Anal
Fistula treated With Agaricus and Isotherapy ; o trabalho que me proporcionou o
ingresso como Membro Titular do Instituto Hahnemanniano do Brasil no Rio de
Janeiro - IHB em 2002 intitulado Psoríase tratada com auto-isoterápico ; o trabalho
Auto-nosódio no tratamento da úlcera de perna apresentado ao XXV Congresso
Brasileiro de Homeopatia no Rio de Janeiro em 2000 ; o trabalho Os nosódios e sua
aplicação nos processos agudos da cavidade bucal:Prescrições e métodos de
aviamento e o livro intitulado BIOTERÁPICOS-Nosódios ambos apresentado e
lançado, respectivamente, em 2002 no XXVI Congresso Brasileiro de Homeopatia
em Natal-RN. Comei então com auxílio da família de Roberto Costa, a
organização de um acervo deixado pelo mestre transformando o GPHRC em Centro
de Estudos e Pesquisas Homeopáticas Roberto Costa -CEPEHRC onde produzi o
trabalho Nosódios na prática apresentado no IV Encontro Sudeste de Homeopatia
em Búzios em 2003 e também um curso de Bioterápicos ministrado em Vitória-ES
na Unidade de Saúde da Praia do Suá tamm em 2003. Este movimento de
resgate do trabalho de Roberto Costa culminou em novembro de 2003 no I Fórum
de Nosódios realizado em Petrópolis. Depois do Fórum sem busca do resgate da
instituição fundada por Roberto costa que foi o CEPEHP. Localizei os Estatutos no
cartório do 6º Ofício de Petrópolis e promovi a fusão do CEPEHRC com o CEPHEP
nascendo então o Instituto Roberto Costa dentro de minha clínica particular na Rua
Saldanha Marinho, 349. Paralelamente, ocupava o cargo de Diretor do
Departamento de Homeopatia da Sociedade Médica de Petrópolis, também
preocupada com a memória de Roberto Costa. Encaminhei ofício ao Instituto
Histórico de Petrópolis, pedindo parecer quanto a uma homenagem pública. O
Instituto Histórico respondeu dizendo ser justa, meritória e necessária a
homenagem, sugerindo a construção de um memorial no Centro Histórico de
Petrópolis. Foi então encaminhada consulta ao IPHAN – Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura, uma vez que o Centro
Histórico de Petrópolis é área de Tombamento Federal, que indicou uma área para
a construção. A Fundação de Cultura de Petrópolis se encarregou da execução do
projeto. No dia 15 de Novembro de 2003, durante a realização do Fórum foi
inaugurado pelo Prefeito de Petrópolis o Memorial Roberto Costa. Naquela
inauguração, o Prefeito, também admirador do trabalho, resolveu ceder um espaço
para que o trabalho de Roberto Costa ampliasse suas atividades dentro do
município. O projeto foi então levado ao Conselho Municipal de Saúde que o
aprovou por unanimidade.
Em 01 de julho de 2004, o Instituto Roberto Costa inaugura a filial na Rua
Alfredo Pachá, 100 e um convenio com a Prefeitura de Petrópolis, recebendo
recursos do Fundo Municipal de Saúde, com a missão de levar ao SUS de
Petrópolis o trabalho de Roberto Costa. O Instituto tem na sua filial um ambulatório
e uma farmácia equipada com o que de necessário para manipular os
medicamentos homeopáticos e em especial os nosódios vivos.
O Instituto começa então com dois objetivos básicos: continuar os trabalhos
com os nosódios e inserir a homeopatia no SUS do município de Petrópolis.
Para o primeiro objetivo foi criado o Programa Nosódio Vivo. O Programa tem
por objetivo reproduzir as matrizes de nosódios desenvolvidas por Roberto Costa,
disponibilizando-as aos interessados, e desenvolver pesquisas de novas matrizes,
destacando-se o projeto HIVivo, apresentado no XXVIII Congresso Brasileiro de
Homeopatia em Florianópolis, em 2006. Trata-se do desenvolvimento de um
imunobiológico vivo UltraDiluído a partir de Soropositivos humanos, baseado nos
escritos deixados por Roberto Costa.
Em relação ao segundo objetivo, desde o início a Prefeitura de Petrópolis,
através da Secretaria de Saúde, manifestou o desejo de que o cenário da
homeopatia fosse o Programa de Saúde da Família. Tínhamos então o desafio de
realizar o projeto de Roberto Costa no PSF. Fui deslocado então para uma Unidade
de Saúde da Família da Fazenda Inglesa, em Petrópolis, para vivenciar o programa
e formatei um estudo preliminar. Falei à professora Madel Luz (Doutora em Saúde
Coletiva, Profa. Titular do Instituto de Medicina Social IMS/UERJ - e autora de
vários estudos sobre homeopatia) no IHB sobre este projeto, que me indicou o curso
de Mestrado em Saúde da Família da UNESA. Em agosto de 2005, foi apresentado
e lançado oficialmente pelo Prefeito de Petrópolis, como o nome de PRHOSAF -
Programa de Homeopatia para Saúde da Família, durante o Simpósio
HOMEOPATIA, SUS E CIDADANIA. Naquele mesmo ano foi apresentado ao Fórum
Estadual de Homeopatia da Rede Pública do Estado do Rio de Janeiro. Em
Novembro de 2005, teve início a capacitação em homeopatia para a primeira equipe
de saúde da família e, em maio de 2006, o Prefeito Rubens Bomtempo inaugurou o
PHROSAF, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade de Jardim Salvador
em Petrópolis.
RESULTADOS ENCONTRADOS
Apresentamos a seguir os resultados encontrados nas entrevistas individuais
e no grupo focal, conforme os objetivos estabelecidos no estudo. Inicialmente,
estaremos relatando as falas dos profissionais de saúde sobre o tema educação
permanente em homeopatia e os serviços oferecidos no PRHOSAF.
A percepção dos profissionais de saúde e dos gestores sobre a educação
permanente em homeopatia
Analisamos os itens conteúdo, processo pedagógico, duração e material
didático da capacitação oferecida aos profissionais de saúde que integram o
PRHOSAF em Petrópolis. Lembramos que o curso de capacitação teve um módulo
básico (60horas), oferecido a todos os profissionais da equipe multiprofissional, e um
segundo módulo (60 horas), específico para os médicos e voltado para a aplicação
do questionário constitucional.
No item conteúdo, as respostas obtidas mostraram que o curso foi percebido
enquanto uma base inicial em homeopatia, uma “primeira proposta” e, como tal, foi
bem avaliado. Vejamos algumas falas:
“Foi ótimo! Foi muito bom também (pausa), foi importante o curso porque a
gente não conhecia e não tinha nenhum acesso, então quando a gente está
passando para a comunidade, a gente tem que ter uma base e foi do curso
que tiramos essa base.
“Acho que o curso foi bom, é (pausa) pra gente entender um pouco como
funciona o preparo né... do ... é ... do medicamento homeopático e que a
gente não tinha noção de como fazia e também como funcionava a
homeopatia. A médica entende melhor porque ela ficou com a parte do
treinamento do preparo da medicação e a gente teve uma noção.”
“Eu achei excelente, pois clareou bastante as dúvidas que eu tinha e me
explicou coisas que eu nem imaginava que houvesse na homeopatia. Eu
acho que é uma coisa viável. Achei as aulas suficientes para primeira
proposta, pelo menos para o enfermeiro. Não sei se para o médico, já que
este precisa se aprofundar um pouco mais.”
“Acho muito bom. É ... acho que é bem abrangente, e pega bastante as
queixas que os pacientes nos apresentam. E acho que a gente começou
avaliar ele pouco tempo, então eu não ... assim... Se a gente vai sentir
necessidade de mais alguma coisa , mas eu acho que o protocolo está
muito bem feito, tá muito bom.”
“Eu acho que ele atende as necessidades da consulta e da implementação
do programa em si.”
No item processo pedagógico, percebemos que houve alguma dificuldade
com relação ao vocabulário empregado, pelo menos no início do curso. O que pode
ser entendido, em parte, porque a homeopatia introduz um vocabulário próprio,
diferente do utilizado nos serviços de saúde que não contemplam esta modalidade
terapêutica.
“Nos primeiros dias achei complicado. Muitos nomes... mas no decorrer do
curso foi melhorando. Começamos a entender ....”
“Achei importante. Só achei que os termos eram muito técnicos. Poderia ser
mais simples. Achei o tempo adequado.”
“Ótimo! Aprendi, tirei dúvidas, somei. Também gostei. Acho que ficou
muito explicadinho.”
Quanto ao tempo de duração, a maioria dos profissionais de saúde
entrevistados considerou que o curso poderia ser mais longo, conforme ilustram as
falas abaixo:
O curso é muito rápido, mas deu para entender e divulgar, para estimular as
pessoas a usarem e mostrar que não tem nenhum efeito ... mostrar que não
tem nenhum prejuízo.”
“Achei legal! Gostei bastante! A gente não tinha noção de como era o
tratamento homeopático. Depois do curso já deu para ter uma luz. O curso
poderia ser mais longo.”
O material didático utilizado do curso foi bem avaliado pelos entrevistados,
conforme podemos observar a seguir:
“Eu gostei porque foi falado e explicado bem nas apostilas para o nosso
entendimento, porém o curso foi curto.”
Em síntese, percebemos que o curso foi bem recebido pelos profissionais de
saúde, sendo percebido enquanto uma base inicial em homeopatia, de curta
duração. Houve dificuldades no contato com o vocabulário proposto, embora o
material didático utilizado tenha sido bem avaliado.
A percepção dos gestores em relação ao curso de capacitação revela
otimismo com relação à proposta, mas tamm a idéia de avaliação e crítica
permanentes no sentido que aprimorá-la.
“A gente vai ampliando cada vez mais com respaldo, inclusive de ... é ... dos
medicamentos gratuitos. Obviamente um processo, se é um processo s
temos que cada vez mais , é ... Um primeiro passo é difícil, segundo já fica
mais fácil, assim a gente vai fazendo o julgamento e a crítica de como foi
aquele processo para estar acelerando em Petrópolis, a gente vem tentando
avaliar como aconteceu esse processo se foi bom, junto com as equipes
capacitadas com elementos esncias, enfim... a gente está cada vez mais
procurando a melhoria, dentro de um processo que nós estamos falando
que é dinâmico.
“Olha (pausa) com certeza veio de encontro com a integralidade das ações.
Tanto pelo acesso da população a mais um serviço que realmente está
dando um retorno aos profissionais de saúde. Os profissionais capacitados
estão muito contentes, já observam o ponto positivo da capacitação.
Tal como pode ser observado na fala dos profissionais de saúde, os gestores
também caracterizam a capacitação oferecida como uma etapa inicial, um “primeiro
passo” na proposta de educação permanente em homeopatia no município de
Petrópolis.
Percepção dos profissionais de saúde e dos gestores sobre os serviços
oferecidos no PRHOSAF
No item serviços oferecidos, buscamos avaliar a botica e a vacina
homeopática, as consultas médicas, como também a satisfação dos profissionais em
participar do PRHOSAF e a inserção da homeopatia no PSF. Perguntamos aos
profissionais o que acham do PRHOSAF na equipe de saúde, de sua participação
no Programa e como a comunidade está recebendo a homeopatia.
Sobre a botica homeopática (através da qual se faz a distribuição de
medicamentos homeopáticos entre os usuários do PSF para fins de auto-
medicão), as observações mais freqüentes dos profissionais destacam a boa
aceitação pela comunidade associada à demanda de aceleração e ampliação na
quantidade distribuída. Vejamos as falas:
“Eu estou achando muito bom. estou achando aqui, no caso, que as
boticas vêm em poucas quantidades. Acho que poderiam aumentar as
quantidades, já que muita procura e todo mundo quer fazer o
tratamento”.
“Eu achei que a comunidade está recebendo muito bem e tá gostando
muito. Está muito satisfeita de estar recebendo as medicações, estão
fazendo uso da medicação direitinho, não estão tendo dificuldade e o
resultado está sendo muito positivo.
“Acho que as pessoas estão procurando tanto que a agenda está lotada.
Por isso a distribuição deve ser mais rápida já que há muita procura.”
“A comunidade está recebendo muito bem, eles na verdade queriam até
mais (risos), a gente não pode ofertar porque a gente precisa que eles
façam a consulta para poder ganhar a botica ...”
Com relação à vacina homeopática, a avaliação é similar à das boticas,
conforme pode ser observado nas falas a seguir.
“Es tendo bastante efeito. As pessoas que já iniciaram o uso estão
gostando bastante. Está havendo muita procura. “
“Ótimo! Está sendo bem aceita pela comunidade e assim... muita
expectativa dos pacientes, eles querem sempre ( pausa) sempre mais .”
O protocolo de consulta também foi avaliado, sendo os resultados expressos
nas seguintes falas:
“Olha, estamos vendo tudo como novidade. Está sendo excelente para
quem está usando.”
“Olha... eu acho... que foi maravilhoso, foi muito bom... Eu acho que foi uma
boa, está sendo bem aceito, as pessoas estão vindo à procura da
consulta... e ... não está tendo vaga.”
Quanto ao vel de satisfação com o PRHOSAF, a maioria dos profissionais
destacou a boa recepção pelos usuários e a importância do programa para a
comunidade, que é muito carente. Alguns destacaram o aspecto da integralidade
que o programa propicia, como mais um aspecto favorável. Mas, de uma maneira
geral, mostraram-se reticentes em fazer uma avaliação mais ampla, destacando que
a experiência é ainda muito nova. Ressaltaram também que o PRHOSAF traz uma
sobrecarga para a equipe do PSF.
“Acho de muito valor, né?! Esse programa ter vindo para cá, porque é de
difícil acesso para os usuários daqui do posto. Por enquanto a gente ainda
está no início. Não temos resultados, apesar de muitas pessoas estarem
usando. Relataram nas visitas que fazemos que os maiores usuários são as
crianças. Essas melhoraram bastante dos sintomas.”
“Olha... Eu achei excelente mesmo, sendo que ...o programa que começou
aqui em Petrópolis, então a gente não tinha muito como comparar com
outro, mas o que nós estamos fazendo.... estou achando muito positivo ...
em relação a benefício para comunidade.”
“Eu acho excelente. Acho que é um programa que veio para ajudar muitas
pessoas da comunidade. Tem muitos que conheciam a homeopatia,
porém não tinham acesso devido às condições financeiras. Além disso, é
uma área muito carente. O programa está beneficiando essas pessoas.”
“Acho que o programa de homeopatia tem contribuído bastante com a
população do bairro e está tendo muita procura de pessoas interessadas. É
também uma forma de ver o cliente como um todo, na integralidade, poder
observar vários aspectos , não só biológicos.
“Bem (pausa) estão recebendo bem, com bastante entusiasmo né! E todos
querem né! Eles estão querendo ... querendo... Enfim... estão gostando
bastante.
“...e a gente fica sobrecarregado porque temos que dar atenção a todos os
outros programas da rede. Não temos tempo de agendar todo mundo, mas
a comunidade está aceitando bem. Eles gostam, a maioria dos que eu ouvi
falar gostou do programa.”
Como se pode perceber através das respostas obtidas, o que se destaca nas
falas dos profissionais de saúde é a percepção da ampla e clara aceitação do
PRHOSAF pelos usuários e da imporncia do programa para a comunidade. Há até
mesmo uma manifestação de surpresa frente à amplitude desta aceitação.
“Muito bem. Até me surpreendeu. (risos) Porque como eu conheço eles
anos pensei que isso não ia pegar, mas deu certo! Eles estão aceitando
bem. “
Os gestores também avaliam o programa de uma forma positiva, apontando a
perspectiva de seu crescimento. Demonstram em suas falas uma sobrecarga de
trabalho que não permite uma dedicação suficiente para a homeopatia.
“Está sendo válida. Por enquanto ainda não houve críticas. Quando as
pessoas procuram é para falar bem, ou então para conhecer melhor. No
início as pessoas estavam confundindo remédio caseiro com homeopatia.
Agora com as reuniões na comunidade elas entenderam sobre o que se
trata.
“Eu acho que esse programa tem uma curta experiência ainda aqui, eu
acho que é um programa que deve permanecer ( pausa) e deve vir a
crescer. A gente deveria ter um tempo maior para dar atenção a
Homeopatia porque nós temos muitas tarefas a cumprir nas comunidades.
Estamos muito sobrecarregados de programas para implementar. Com a
Homeopatia é um programa que requer um pouco mais de tempo”
Tanto as falas dos gestores quanto as dos profissionais de saúde ressaltam
que a homeopatia é uma experiência nova no PSF, bem recebida nas equipes
multiprofissionais e bem avaliada pela comunidade, que demanda sua ampliação. A
recente implantação do programa e a sobrecarga de atividades de profissionais e
gestores são os principais aspectos limitantes apontados em sua avaliação.
O grupo focal, realizado com nove profissionais de saúde no PSF Jardim
Salvador, reforçou a percepção de aprovação do programa. O encontro aconteceu
na tarde do dia 26 de julho e durou uma hora e quarenta minutos. Foi perguntado
aos profissionais qual a opinião do grupo sobre o PRHOSAF. Vejamos alguns
exemplos das respostas obtidas:
“Eu acho (pausa) que o programa (pausa) é bom. Pode melhorar ainda,
mas tá sendo muito lega!
“O programa é novo. Sou homeopata e não conheço nada parecido em
homeopatia. Por isso é válido...(pausa) Não por isso.(pausa) É valido
porque tá dando respostas interessantes.”
“Tinha que ir para as outras comunidades...(pausa) Nas supervisões, o
pessoal diz que as comunidades deles também querem. Tem gente de
outras comunidades que quer vir se consultar aqui (risos).”
“O Programa foi muito bem elaborado. O curso é bom. Para mim que não
tinha formação em homeopatia foi bastante completo. Acho uma iniciativa
muito boa da Prefeitura com o Instituto.”
Os participantes do grupo focal demonstraram descontrão ao falar.
Dispostos em círculo, pareciam estar mais soltos para expressar suas opiniões,
comparativamente às entrevistas individuais.
Percepção das usuárias sobre os serviços oferecidos no PRHOSAF
Entrevistamos seis mães com filhos inscritos no PRHOSAF. Ao perguntarmos
se conheciam a Homeopatia, as respostas foram negativas, expressas de maneira
monossílaba: “não”. Tivemos uma fala, entretanto, em que a mãe foi além da
simples negativa, conforme se pode observar a seguir:
“Até levei meu filho, apesar de não conhecer bem a homeopatia. Daí
comecei a fazer o tratamento dele. Agora estou tendo sucesso com o seu
tratamento. Estou adorando e vou fazendo a propaganda para outros.”
A resposta negativa das mães na pergunta sobre a homeopatia pode estar
demonstrando uma desinformação de fato sobre esta modalidade terapêutica ou
também uma inibição inicial em trazer suas percepções sobre o assunto diante do
entrevistador.
Entretanto, ao serem perguntadas sobre sua experiência no tratamento de
seus filhos no PRHOSAF, demonstraram que se sentem beneficiadas e querem a
manutenção do programa. Ilustramos as respostas com as seguintes falas:
“Eu acho muito bom (pausa)... estou tratando meu filho com homeopatia,
mas eu não tenho entendimento sobre o assunto.”
“Eu acho que (pausa)... eu gostei bem da consulta e incentivo os outros a
usarem a homeopatia.”
“Que não pare! Que continue, pois eu acho que vai ser de grande valor para
a comunidade.”
As falas das usuárias entrevistadas confirmam a percepção dos profissionais
de saúde sobre a aprovação da comunidade ao PRHOSAF.
AVALIAÇÃO E SATISFAÇÃO COM O PRHOSAF
De acordo com o objetivo de avaliar o PRHOSAF a partir da percepção de
seus atores, e com base no material colhido nas entrevistas, elegemos duas
categorias para a análise: avaliação e satisfação.
Através da categoria avaliação, observamos a coexistência de diferentes
sentidos sobre o curso de capacitação oferecido, convergindo para a idéia de
aprovação da iniciativa, enquanto uma etapa introdutória na formação dos
profissionais de saúde. Observamos que a homeopatia pode ser compreendida
mesmo por aqueles que não têm uma prévia formação no tema.
“... achei bom, achei que teve um conteúdo bem legal mesmo ...Para
pessoas que não tinham experiência antes como os ACS , estes acharam
também fácil, eu achei muito bom.”
Em outras falas, percebemos que a opção terapêutica pessoal do profissional
pela homeopatia pode ser um fator de estímulo adicional no processo de
capacitação, conforme podemos observar a seguir:
“Olha... Eu já me trato com homeopatia desde criança, gosto muito também.
E eu comecei a estudar isso pouco tempo, desde que o programa foi
implementado. Eu tenho notado que os pacientes têm uma boa aceitação
com relação ao tratamento homeopático. E eu já estou gostando de estar
receitando remédios homeopáticos e estou procurando aprender mais sobre
os medicamentos homeopáticos”
De acordo com Luz, o ensino da homeopatia no Brasil tem percorrido uma
dupla tendência: cursos para formação de médicos e farmacêuticos especialistas e
cursos de informão formação de leigos (não médicos) que desejam exercer a
prática da homeopatia.
”Esses leigos não são pessoas despojadas de capital cultural. São em geral
profissionais com formação universitária e mesmo médicos interessados
numa informação rápida para suprir falhas de conhecimento da doutrina
homeopática.” (LUZ, 1996, p.304).
As competências esperadas para o exercício da homeopatia o se resumem
ao desempenho de uma tarefa laboral, nem a atributos genéricos a serem buscados.
Na perspectiva da prática profissional da homeopatia, a competência articula
conhecimentos, habilidades e atitudes, levando em consideração a forma como deve
ser aplicados no contexto.
“na medida em que os praticantes aumentam o entendimento cultural de
sua ocupação e de seu lugar no trabalho, o capazes de combinar com
seu conhecimento técnico da homeopatia, habilidades e atitudes e fazer
juízos pessoais melhor informados sobre as situações que devem enfrentar.
Desse modo, a competência terá sempre uma concepção evolutiva, que
permite a crítica e o melhoramento das formas comumente aceitas para
atuar. “ ( Lima 2000, p.222):
A capacitação do PRHOSAF é avaliada como processo, objetivando a
melhoria do ensino aprendizagem de modo contínuo. A ONG Homeopatia Ação Pelo
Semelhante, que tem como finalidade ampliar a inserção da homeopatia na saúde
pública brasileira, relata uma experiência onde mostra que:
“a profissionalização das atividades é um fator essencial à garantia das
atividades que estão propostas para um programa, dado que a continuidade
é um pressuposto essencial e inescapável para os dados que se objetiva
alcançar venham a ser reais. “(LUZ, 2000, p.188)
A proposta inicial do curso de capacitação no PRHOSAF foi informativa, no
sentido de introduzir os profissionais aos conceitos básicos da homeopatia e
capacitar os médicos na utilizão do protocolo de consultas. Nesse sentido, o curso
teve por objetivo trazer as principais idéias estruturais da racionalidade homeopática,
tais como sua cosmologia, doutrina médica, morfologia, dinâmica vital, sistema
diagnóstico e sistema terapêutico, para que o profissional de saúde tivesse
condições de diferenciá-la da racionalidade biomecânica hegemônica.
As falas dos profissionais de saúde apontam para a necessidade de um
aprofundamento nas questões conceituais da homeopatia, considerando que a
pequena carga horária oferecida deixou vácuos a serem preenchidos. Neste sentido,
o curso foi um provocador de questões que foram parcialmente esclarecidas.
A percepção dos profissionais de saúde sobre o curso de capacitação em
serviço, uma novidade em homeopatia, com pouco tempo de implantação, deixa
algumas considerações que devem ser pensadas: a necessidade de uma
continuidade no processo de educação dos profissionais, de acordo com a proposta
de educação permanente, voltada a aperfeiçoar e ampliar o curso de capacitação
inicial.
O que vem de encontro à proposição do Ministério da Saúde, através da
Política Nacional de Educação Permanente para Profissionais de Saúde e do
Programa Nacional de Reorientação Profissional em Saúde, que apontam para a
centralidade dos trabalhadores de saúde para a promoção, proteção e recuperação
da saúde e produção dos cuidados. Tal perspectiva entende que o investimento em
adequação da rede física, de tecnologia, de medicamentos e de insumos é em vão,
se os profissionais de saúde não apostarem no SUS e em suas estratégias.
A categoria avaliação também foi aplicada nos serviços oferecidos e
demonstradas nas seguintes falas:
“...Eu acho interessante, é um projeto de homeopatia que está dando
certo por enquanto, no começo né! E assim (pausa) as pessoas que já
estão usando, estão adorando, estão gostando mesmo e fazendo mesmo o
uso da homeopatia.”
As falas analisadas revelam que o programa traz benefícios para a
comunidade. A maioria dos entrevistados aceita bem a implantação do programa,
ressaltando as respostas clínicas obtidas.
“Eu acho que está sendo muito positivo porque a gente tem casos de
pessoas por exemplo: tinha uma senhora idosa , sequelada de AVC,
acamada e teve uma crise onde ficou muito chorosa, nervosa, como se
fosse depressão . Aí a médica foi, consultou, prescreveu os medicamentos ,
e na primeira noite ela já dormiu bem, quando eu fui fazer a visita a
família disse que já estava tendo resultados. Eu acho que está sendo
positivo. A gente deveria fazer uma maneira de medir isso, para ter uma
forma de saber, para a gente poder provar os benefícios da homeopatia. “
Contudo, alguns depoimentos revelam insegurança diante da possibilidade de
descontinuidade do PRHOSAF, além de também expressarem preocupação com a
sobrecarga de trabalho no PSF, que engloba diferentes programas. O SUS e as
instituições que o compõem foram criadas e desenvolvidas dentro de uma
racionalidade médica biomecânica. A homeopatia, por sua vez é uma racionalidade
vitalista. Introduzir uma prática vitalista em um cenário biomecânico é uma
combinação desafiadora.
“Não... (pausa). Eu acho, assim ... (pausa) aqui o programa parece
estar dando certo. Espero que não acabe, porque tudo que vem, depois vai
embora. Tomara que este programa fique, porque as pessoas da
comunidade realmente estão gostando. Aqui, nossa comunidade fica numa
região muito úmida e as crianças pegam muita pneumonia, sabe? Então,
esse remédio homeopático veio ajudar mesmo. “
Mesmo considerando os aspectos limitantes e os desafios colocados para a
implementação do PRHOSAF, podemos afirmar que as falas dos profissionais de
saúde apontam para uma avaliação positiva e crescimento do programa.
....“Eu acho que elas estão recebendo muito bem. Porque a gente começou
a entregar primeiro para pessoas que tinham crianças de 0 a 5 anos, por
causa da vacina. Fizemos uma reunião com as mães e já entregávamos as
vacinas e os remédios homeopáticos. as pessoas de fora, que não têm
crianças, vêm até a gente para saber como ganhar aquele remedinho. a
gente tem que estar explicando que tem que marcar uma consulta, passar
pela médica, para poder ganhar. Eu acho que está uma coisa explosiva aqui
na comunidade.
Também as mulheres entrevistadas, usuárias do PRHOSAF demonstram
estar satisfeitas com os resultados do programa na comunidade.
...”Foi bem. Noventa por cento ....eles são alérgicos, né! Por causa do frio.
Depois da homeopatia pegaram a gripe, mas mais fraquinha dessa vez.”
“...Ela tomou a vacina da homeopatia por um mês. A doutora do posto que
passou para ela...olha! é... O problema dela é que ela tem rinite e garganta.
Depois que ele começou a vacina ela só teve uma crise fraca agora. A
última foi em fevereiro quando comaram as aulas.”
No caso do PRHOSAF, podemos tecer algumas considerações em relação à
avaliação do usuário. O fato de o programa distribuir medicamentos pode favorecer
um olhar simpático do usuário, contaminado pela “gratuidade” da medicação, mesmo
não sendo este um apelo do programa. Um outro aspecto que deve ser levantado
aqui é a presença dos veículos de comunicão de massa abordando o PRHOSAF
em diversas e freqüentes matérias veiculadas em jornais e televisão no município de
Petrópolis, destacando principalmente seus aspectos positivos. Por fim, não pode
ser esquecida a forte influência de Roberto Costa na cidade, que marcou
profundamente a medicina de Petrópolis com a prática positiva da Homeopatia.
A homeopatia não se apresenta como um sistema que visa explicar as
doenças e as suas causas, tratando-se de uma proposta de sistematização da arte
de curar doentes. Na homeopatia, o indivíduo doente é o ponto de partida clínico e o
seu objeto epistemológico básico. Dessa forma, o conceito de causalidade tão caro
à epidemiologia, não pode ser diretamente aplicado no estudo da ciência
homeopática. Avaliar homeopatia não é avaliar simplesmente a eficácia de um
medicamento dinamizado para um agravo específico. Quando se avalia clinicamente
homeopatia estamos avaliando um marco teórico – conceitual utilizado em uma
tecnologia alternativa de saúde (NETTO, 2000).
Em estudo intitulado “Questões relativas à homeopatia do ponto de vista do
planejamento de saúde”, Pinheiro ressalta que a racionalidade não-homeopática
esfortemente presente nas concepções de planejamento e gestões de serviços,
orientando a forma e as normas da organização das ações de saúde. Dessa forma,
as práticas terapêuticas que têm um objetivo de intervenção o centrado na
doença, como é o caso da homeopatia, tendem a ter a avaliação de sua eficácia
social bastante cerceada. No mesmo ensaio, a autora nos leva à reflexão quando
levanta a questão de que a sociedade é fortemente marcada pela criação e
recriação da doença como produto de um ambiente social precário, e as percepções
e concepções sobre saúde e cura tendem a ser isoladas destas contextualizações.
São limitadas as chances das terapêuticas mais holísticas, apresentarem algum
grau de eficácia social em função dos serviços de saúde serem organizados,
planejados e avaliados dentro do modelo hegemônico.A autora continua o debate
mostrando que por outro lado, a homeopatia pode ser uma prática terapêutica
integrativa adotada por políticas, programas ou propostas que tenham uma visão
vitalista do adoecimento, buscando centralizar suas ações no cuidado, imprimindo
ou resgatando ações de saúde e doenças mais universalizantes da atenção e
assisncia à saúde, por meio de modelos participativos de gestão dos serviços de
saúde.(PINHEIRO, 2000).
A singularidade da prática homeopática na sua abordagem privilegia o
paciente no seu processo de “cura.” Diferente da prática convencional, a homeopatia
centra suas intervenções na cura do indivíduo . Pudemos observar que a clientela da
homeopatia aceita esse ideário, mesmo sem conhecer a racionalidade médica
homeopática. Ela busca, conscientemente ou não, esse ideário na escolha
terapêutica (LUZ, 1996, p. 287).
Moreira (2000), em estudo intitulado “Avaliação de Serviços” onde relata
experiências profissionais com homeopatia em unidades básicas de saúde, diz ter
“sido possível determinar uma resolutividade clínica da homeopatia nas patologias
mais comuns do serviço e eficiência em outras tantas doenças” (MOREIRA, 2000;
p.160).
No discurso dos gestores podemos perceber uma afinidade entre a
homeopatia e a proposta de integralidade das ações do PSF.
“...Olha (pausa) Com certeza veio de encontro com a integralidade das
ações. Tanto pelo acesso da população a mais um serviço que realmente
está dando um retorno aos profissionais de saúde. Os profissionais
capacitados estão muito contentes observam o ponto positivo da
capacitação.”
Pinheiro (2000) aponta que a longa ausência de políticas de saúde, em nível
nacional, capazes de conceber e apoiar a implantação de modelos que
proporcionem a reorganização de novas e antigas práticas em saúde, tem sido uma
lacuna no estabelecimento de novos instrumentais do campo de planejamento e
gestão dos serviços de saúde. Com a implantação do SUS e da integralidade das
ões, a autora diz que “essa lacuna vem sendo estreitada por iniciativas locais, que
incorporam em seus projetos políticos propostas que vão nessa direção”
(PINHEIRO, 2000, p.177)
Os objetivos de avaliação de uma intervenção com homeopatia em um
serviço podem ser múltiplos, explícitos ou o, consensuais ou conflitantes.
Consideramos, entretanto, que o fator determinante da avaliação consiste em última
análise no seu caráter de utilidade pública . (BIOLCHINI, 2000).
Como desdobramento da categoria avalião temos a categoria satisfação
que que pode ser sintetizada na seguinte fala:
“Acho bom. É novidade, né! O Programa é legal, bastante legal mesmo! A
gente tá muito animado e a comunidade tá recebendo bem.”
LUZ (1996) afirma que a homeopatia tem acelerado sua oficialização nos
serviços de saúde pública, sendo hoje uma opção minoritária, mas importante nos
serviços de saúde de grandes cidades urbanas.
As múltiplas experiências em programas de saúde no país impõem a
necessidade de uma reflexão rigorosa e uma abertura à experimentação ética de
práticas terapêuticas atualmente em uso. Consideramos inevitável no complexo
contexto de saúde atual o imperativo de disseminar tecnologias de saúde
socialmente apropriadas à realidade brasileira (DANTAS, 2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como o PRHOSAF é um programa de homeopatia pautado em uma visão
integral do ser humano, recentemente implantado no PSF de Petrópolis,
consideramos importante avaliar a percepção dos atores envolvidos quanto à
capacitação de profissionais no processo de implantação do programa, bem como
os resultados obtidos através dos serviços oferecidos.
Desta maneira, o estudo buscou avaliar, com uma metodologia qualitativa, a
percepção dos profissionais de saúde, dos gestores e de usuários do programa.
A percepção dos atores que atuam no PRHOSAF revelam que a homeopatia
pode ser uma opção viável no PSF, sendo ainda necessário maior investimento por
parte dos gestores.
Entretanto, algumas reflexões devem ser feitas baseadas nos resultados da
pesquisa, que aponta questões limitantes com relação ao desenvolvimento do
programa. Nas falas dos atores, tais questões são colocadas e justificadas como
fruto de uma novidade ainda com pouco tempo de experiência no PSF. Como
pesquisador, idealizador e ativo participante no desenvolvimento e na implantação
do PRHOSAF, vejo que os problemas vivenciados no Programa em Petrópolis, tais
como falta de tempo para aprofundamento dos cursos, sobrecarga de programas no
PSF e a insegurança da comunidade em relação à sustentação política do
programa, são problemas cujas raízes se encontram no contexto mais amplo do
SUS e do PSF, das políticas de saúde e suas instâncias administrativas.
Percebo, dentro de uma vivência em gestão de políticas públicas de saúde e
de práticas integrativas comunitárias, que um novo paradigma institucional deva ser
experimentado. Trata-se talvez de uma instituição dentro do SUS que possa abrigar
as práticas integrativas em saúde, respeitando suas raízes históricas e
racionalidades.
O que mais me chamou atenção neste trabalho foi o relato da sobrecarga de
programas existentes no PSF e a conseqüente falta de tempo para a homeopatia.
Isto me levou a uma reflexão mais profunda sobre a inserção da homeopatia no
PSF. Apesar de o PSF ser um cenário de atenção integral, o que a princípio
facilitaria a inclusão da homeopatia, suas raízes históricas estão no modelo
biomecânico de ateão à saúde com os problemas institucionais administrativos
inerentes a este modelo.
O momento para avançarmos é agora, pois apesar de todas as dificuldades
encontradas para o avanço social da homeopatia, ela acaba de ampliar seu espaço
no SUS através da Portaria 971. As conclusões dessa dissertação, principalmente
depois do debate com a literatura, que me proporcionou um estudo mais profundo
sobre as raízes histórico-institucionais da homeopatia no Brasil e sobre as
dimensões estruturais e conflitantes das racionalidades médicas hegemônica e
homeopática, me fazem pensar seriamente se a inclusão da homeopatia no PSF é o
melhor caminho para o avanço da institucionalização da homeopatia no SUS, pois o
conflito conceitual é bastante nítido. A homeopatia precisa do seu espaço.
A grande indagação que esta dissertação deixa para mim é: qual o cenário
institucional ideal da homeopatia no SUS? Será mesmo o PSF o cenário ideal? Ou o
cenário da homeopatia ainda tem que ser construído?
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ANEXO I
Questionário do Tipo Constitucional Utilizado no PRHOSAF
Argentum n.
1. Eu fico ansioso (a) antes de um evento importante
2. Eu tenho um forte desejo por coisas doces
3. Minha memória não é muito boa
4. Eu freqüentemente tenho medo de sair de casa, de caminhar sobre pontes, de altura ou lugares
fechados como elevadores
5. Eu freqüentemente ando rápido, mesmo quando não tenho porque me apressar
6. Às vezes eu tenho fortes impulsos para fazer coisas estranhas ou perigosas, mas não as faço
7. Eu me sinto mais confortável em lugares frios, ao ar livre
8. Eu tenho gases, constipação ou diarréia
Arsenicum a.
9. Eu me preocupo com minha saúde e com o bem estar da minha família
10. Eu sou compulsivo (a) com limpeza
11. Quando me sinto ansioso (a), eu ando pelo quarto, especialmente à noite, muitas vezes até a
exaustão
12. Eu me preocupo demais com coisas pequenas
13. Eu geralmente não tenho muito apetite, mas gosto de tomar pequenos goles de bebidas quentes
freqüentemente
14. Eu freqüentemente não consigo dormir à noite, ou acordo ansioso (a)
15. Eu fico pior com o frio e melhor com o calor
16. Eu tenho pele seca, escamosa
Aurum m.
17. Eu sofro de depressão a vida toda
18. Eu penso em suicídio
19. Eu sinto que tenho que fazer alguma coisa importante com minha vida
20. Fracasso é meu maior medo
21. sica me acalma
22. Geralmente, eu fico melhor no verão
23. Minhas dores e aflições melhoram à noite
24. Eu necessito de ar livre
Calcarea carb.
25. Eu me preocupo com o que outras pessoas pensam de mim
26. Eu gosto de comer ovos, especialmente quentes
27. Eu trabalho devagar, mas realizo
28. Eu sinto que estou me despedaçando, mas não consigo me controlar
29. Eu freqüentemente uso meias à noite porque meus pés ficam frios na cama
30. Eu tenho a cabeça maior do que o normal
31. Eu tenho tendência para engordar
32. Eu sou atormentado por pesadelos
Carcinosinum
33. Eu durmo com os joelhos dobrados sobre meu peito, em posição fetal
34. Eu tenho muitas manchas e marcas de nascimento
35. Eu gosto de viajar
36. Eu gosto de chocolate
37. Eu sou perfeccionista
38. Eu adoro tempestade com relâmpagos e trovões
39. Na minha família tem muita gente com câncer
40. Eu coloco as necessidades dos outros antes das minhas
Causticum
41. Injustiça me deixa furioso
42. Minha voz é rouca
43. Eu sou sensível às mudanças de clima
44. Eu sou sensível ao sofrimento dos outros
45. Eu às vezes gaguejo, pronuncio errado as palavras, ou tenho que repetir uma pergunta antes de
respondê-la
46. Eu sofro de estresse permanente na minha vida pessoal
47. Eu tenho a urina solta, especialmente quando tusso ou espirro
48. Eu tenho verrugas na ponta dos meus dedos ou na face
Ignatia
49. Eu me machuco muito no amor porque eu me entrego completamente
50. Eu freqüentemente me pego suspirando
51. Eu tenho um nó na garganta
52. Eu odeio ser consolado quando estou triste
53. Meus músculos se contorcem
54. Minha condição física pode mudar muito rapidamente e de forma imprevisível
55. Choque emocional me causa problemas
56. Eu sou muito sensível à dor, cheiros ou barulho
Lachesis
57. Eu sou muito falador e mudo de um assunto para outro durante a conversa
58. Eu sou ciumento ou invejoso
59. Eu desconfio dos motivos de outras pessoas
60. Pessoas me acham forte
61. Eu não suporto o calor
62. Eu me sinto mal quando acordo, tanto após um curto ou longo sono
63. Eu coro facilmente
64. Eu odeio roupas que apertam meu pescoço ou meu peito
Lycopodium
65. Eu não gosto de falar em público, ou assumir novas responsabilidades, mas faço direito depois que
começo
66. Eu sou reservado ou desinteressado, e me sinto confortável mantendo as pessoas à distância
67. Eu tenho pouca auto-confiança
68. Eu prefiro grupos pequenos de amigos do que grandes reuniões sociais
69. Minha energia é baixa das 16 às 20 horas
70. Eu me comovo e choro quando alguém me agradece ou me valoriza
71. Eu não gosto de ficar sozinho (a) casa, mas também não gosto de ficar no mesmo quarto com
outra pessoa
72. Eu freqüentemente sofro de gases ou outros problemas digestivos
Medorrhinum
73. Eu gosto de ficar perto do mar
74. Meu desempenho é irregular, às vezes muito boa, outras vezes muito ruim
75. Eu tenho tido infecções nos órgãos genitais ou corrimentos
76. Eu tenho medo de lugares estreitos, como elevadores
77. Eu lembro das sensações sexuais ou de masturbar quando criança
78. Eu fico muito ativo à noite, mas é muito difícil pela manhã
79. Eu adoro laranjas, ou frutas ácidas, ou gosto de chupar gelo
80. Eu freqüentemente tenho os pés quentes e gosto de dormir com eles descobertos
Natrum mur
81. Eu tenho dificuldade em chorar em público, mesmo após notícias muito tristes
82. As pessoas falam comigo sobre seus problemas, mas eu não gosto de ser consolado ou que se
preocupem comigo
83. Eu sou muito sensível à humilhação
84. Eu penso nos meus desapontamentos passados, ou guardo rancor por muito tempo
85. Eu me sinto mal nos sol ou quando o tempo esquenta no verão
86. Eu costumo ter rachaduras nos lábios
87. Eu sofro de insônia como resultado de mágoa ou insultos
88. Eu freqüentemente tenho desejo por coisas salgadas
Nux v
89. Eu fico irritado se não posso ter as coisas certas
90. Eu fico incomodado com sujeira ou incompetência
91. Eu sou uma pessoa ambiciosa e competitiva
92. Eu tenho mau humor, mas depois me arrependo
93. Eu fico irritado com muito barulho
94. Eu me sinto mal pela manhã
95. Eu freqüentemente acordo cedo, e tenho dificuldade em dormir de novo
96. Eu costumo abusar da comida, bebida ou sexo
phosphorus
97. Eu sou extrovertido (a), e faço amizade facilmente, e tenho muitos amigos
98. Eu sou muito sensível às outras pessoas e também muito influenciada por elas
99. Eu tenho muito medo do escuro, de tempestades ou de água profunda
100. Eu facilmente entendo os sentimentos das pessoas
101. Eu gosto de frio, sucos e coisas refrescantes, como água gelada e sorvete
102. Meu nariz ou minhas gengivas costumam sangrar, e me machuco facilmente
103. Trabalho com muita energia, mas passa rapidamente e me sinto fatigado (elétrico)
104. Eu fico cansado facilmente e me sinto melhor após um sono curto
Pulsatilla
105. Eu procuro por afeição e gosto de ser beijado e abraçado
106. Meu humor e disposição mudam rapidamente
107. Eu tenho dificuldade em tomar decies
108. Quando eu tenho um problema, me sinto melhor se posso falar dele com outra pessoa
109. Eu não gosto de comidas e carnes gordurosas
110. Eu tenho dores ou desconfortos que mudam de lugar freqüentemente
111. Eu tenho congestão nasal (catarro) que piora em lugares abafados
112. Eu sou sensível ao frio, mas não gosto do calor, lugares abafados, e freqüentemente preciso de ar
livre quando outros estão confortáveis
Sepia
113. Às vezes eu perco a afeição pela minha família e amigos
114. Eu tenho pouco interesse por sexo
115. Eu digo coisas desagradáveis para minha família e me sinto culpado por fazer isto
116. Eu não gosto de ser insensível, indiferente
117. Quando estou deprimido, eu prefiro ficar
118. Eu me sinto melhor depois de dançar, de fazer exercício intenso, ou ouvir umasica animada
119. Eu fico com náuseas devido ao cheiro da comida, ou perco completamente o apetite
120. Eu tenho digestão lenta ou constipação crônica (intestino preso)
Silicea
121. Eu tenho medo de objetos afiados
122. Eu tenho pouca auto-confiança, desisto facilmente, e perco a coragem quando tenho que enfrentar
algo ou falar em público
123. Eu tenho dificuldade em me decidir porque eu me perco em detalhes, ao invés de ver o todo
124. Eu me sinto cansado ou enfraquecido, mas ainda me esforço para terminar as coisas
125. Eu costumo ficar com cicatriz depois de machucados ou cirurgias
126. Minhas mãos são frias e suadas
127. Minhas unhas quebram com facilidade e/ou meu cabelo é fino
128. Eu pego infecções facilmente
Staphisaglia
129. Eu escondo minha raiva ou muitas vezes só percebo que fiquei zangado muitos dias depois
130. Eu fico zangado (a) quando sou destratado(a) por outras pessoas
131. Eu costumo ter terçol
132. Eu fantasio ou dou muita importância a assuntos sexuais
133. Às vezes eu me masturbo para dormir à noite
134. Eu costumo ter coceira no corpo todo
135. Minha bexiga costuma me causar problemas
136. Eu sinto sono durante o dia e insônia à noite
Sulphur
137. Eu sou inteligente e criativo (a), e posso transformar coisas inúteis em úteis
138. Eu costumo ser confuso e desorganizado
139. Eu tenho opiniões fortes e gosto de discutir e debater com os outros
140. Eu sou extrovertido (a) e sociável
141. Eu gosto de temperos, e alimentos saborosos
142. Eu não gosto de ficar em pé por muito tempo, e prefiro relaxar na cadeira mais próxima
143. Eu freqüentemente sinto muito calor, mesmo no inverno, ou tenho a pele seca e quente
144. Eu sinto sede
Thuya
145. Eu me sinto frágil, como se fosse feito de vidro
146. Eu me sinto um impostor – pessoas não gostariam de mim se soubessem como eu sou
147. Eu sou reservado
148. Eu odeio cebolas, elas me fazem mal
149. Eu costumo ter verrugas
150. Alguns dos meus problemas de saúde começaram depois de vacinações
151. Minha transpiração tem odor agradável ou desagradável
152. Eu sonho com quedas, que estou caindo
ANEXO II
Medicamentos Utilizados no PRHOSAF
Lista de medicamentos constitucionais (200CH) baseada no questionário
Argentum n
Arsenicum a
Aurum
Calcarea c
Carcinosinum
Causticum
Ignatia
Lachesis
Lycopodium
Medorrinhum
Natrum m
Nux v.
Phosphorus
Pulsatilla
Sepia
Silicea
Staphisagria
Sulpphur
Thuya
Lista de Vacinas Homeopáticas (30DH)
Complexo IRA ( Streptoccinum, Staphylococcinum, Pneumoccinum, Influenzinum,
Complexo AR(Histaminum, poeira, ácaro, mofo).
Botica Homeopática da Família- 5CH
Nux v. – má digestão
Rhus tox. Arnica - artralgia
Belladonna + Mercurius i. – Dor de garganta
Pulsatilla + Chamomilla – dor de ouvido
Lycopodium+argentun n. – gases
Coffea+ Belladonna –
enxaqueca
Sepia+lachesis – TPM
Sulphur – prisão de ventre
Bryonia+Causticum+Phosphorus – tosse, RESFRIADO
Lycopodun + Chamomilla – cólica do bebe
APENDICE I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto: Programa de Homeopatia para Saúde da Família no município de
Petrópolis. Percepção dos profissionais e da comunidade.
Responsável: Carlos J.H.M. Lyrio
Eu, abaixo assinado,
Declaro ter pleno conhecimento do que se segue:
1. Objetivo da pesquisa:
2. Benefícios que possam ser obtidos:
3. Receberei resposta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca de assuntos
relacionados com o objetivo da pesquisa.
4. Tenho a liberdade de retirar o meu consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo.
5. Obterei informações atualizadas durante o estudo, ainda que isso possa
afetar minha vontade de continuar dele participando.
6. A pesquisa manterá o caráter oficial das informações relacionado-as com a
minha privacidade.
7. Em caso de dúvidas, poderei esclarecê-las através de contato telefônico com
o pesquisador pelos telefones:
Petrópolis 21 de maio de 2007
Assinatura do Participante
Assinatura do Pesquisador
APENDICE II
Roteiros de Entrevistas Individuais Semi-Estruturadas
DICOS
O que você acha do Programa de Homeopatia na sua equipe?
Como você se auto-avalia na aplicação da homeopatia no PRHOSAF?
O que você achou do curso de capacitação?
O que você acha do protocolo de consultas homeopáticas?
Como você acha que a comunidade está recebendo o programa?
Você tem alguma sugestão para o Programa?
ENFERMEIROS
O que você acha do Programa de Homeopatia na sua equipe?
O que você acha da participação do enfermeiro no Programa de Homeopatia?
Como você se auto-avalia na aplicação da homeopatia aqui?
O que você achou do curso de capacitação?
Como você acha que a comunidade está recebendo a homeopatia?
Você tem alguma sugestão para o Programa?
GESTORES
O que você acha da inserção da homeopatia no PSF?
O que você acha da proposta de educação permanente em homeopatia?
Você tem alguma sugestão para o Programa?
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
O que você acha do Programa de Homeopatia na sua equipe?
O que você acha da participação da ACS no Programa de Homeopatia?
Como você se auto-avalia na aplicação da homeopatia aqui?
O que você achou do curso de capacitação?
Como você acha que a comunidade está recebendo a homeopatia?
Você tem alguma sugestão para o Programa?
USUÁRIAS
Você conhece homeopatia?
Como essendo sua experiência com homeopatia no PRHOSAF?
Grupo focal com profissionais de saúde
O que você acha do PRHOSAF?
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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