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vegetais (COUTO e SANROMÁN, 2006). A classificação destas enzimas é baseada
no modo de ataque à cadeia de ácido poligalacturônico dos polímeros pécticos,
sendo descritos três tipos de enzimas: as esterases, as despolimerizantes
(hidrolases e liases) e as protopectinases. A classificação ainda pode ser baseada
na afinidade pelo substrato (pectina ou pectato) e na região em que atuam na
molécula, podendo, neste caso, atuar de forma randômica (atividade endo), a partir
da extremidade não redutora da molécula (atividade exo) ou pelo modo de clivagem
endo/exo misto (FOGARTY e WARD, 1972; PILNIK e ROMBOUTS, 1981; SAKAI et
al, 1993; ALKORTA et al, 1998; KYRIAKIDIS, 1999; COOK et al, 1999; KASHYAP et
al., 2001).
As enzimas termoestáveis, de maneira geral, apresentam vantagens para a
aplicação na indústria, visto que processos biotecnológicos conduzidos em elevadas
temperaturas têm um risco significativamente reduzido de contaminação por
microrganismos mesófilos, que são a maioria em um ambiente industrial. As
temperaturas mais elevadas favorecem a solubilidade de substratos e produtos e
aumentam as taxas de reação por redução da viscosidade e por aumento do
coeficiente de difusão dos substratos. Além disso, as enzimas termoestáveis
apresentam maior resistência à ação de proteases e à desnaturação por alguns
solventes orgânicos. Ainda, as enzimas extracelulares constituem importante modelo
para entendimento dos mecanismos de termoestabilidade e de atividade em altas
temperaturas, os quais são usados nos processos de engenharia de proteínas
(GOMES et al, 2007).
Existe uma estreita relação entre o nicho ocupado por um microrganismo e as
características de suas enzimas intra e extracelulares. Espera-se que
microrganismos termofílicos produzam enzimas extracelulares capazes de tolerar
uma temperatura correspondente a, no mínimo, aquela ótima para seu crescimento,
ou seja, acima de 45
o
C. Estudos com enzimas de termofílicos têm mostrado que
essa relação é verdadeira, estimulando o isolamento de novas linhagens
termofílicas, assim como a caracterização das enzimas produzidas e o entendimento
dos fatores que levam a sua termoestabilidade (GOMES et al, 2007).
Durante o estudo de uma enzima, a fim de aumentar sua estabilidade,
atividade e especificidade, torna-se necessário sua purificação. A otimização de um
protocolo de purificação envolve muita experimentação do tipo tentativa e erro,
mesmo quando se conhecem as características físico-químicas da proteína a ser