As graxas marrons e amarelas, por serem materiais de baixíssimo custo,
são matérias-primas promissoras para a produção do biodiesel, tendo em vista o
alto custo do óleo virgem. Além disso, encontram-se disponíveis em grandes
quantidades e muitas vezes são encaminhados para usos industriais, outras
vezes sem destinação adequada, são utilizadas para fins que agregam pouco
valor. Somente nos Estados Unidos, estes resíduos representam um terço do
total de óleos e gorduras produzidos no país (CANAKSI, 2005, FELIZARDO et al,
2006, KINAST, 2003).
Preparo das matérias graxas residuais
O preparo das matérias graxas residuais tem sido realizado por técnicas
diversas, como a filtragem e aquecimento do óleo para a remoção de traços de
água, implementada por Guo et al. (2002), ou a secagem do óleo de fritura (OGR)
com agentes secantes como o sulfato de magnésio, com posterior filtragem a
vácuo, realizada por Felizardo et al. (2006).
Tabela 2.1 – Composição de ácidos graxos de óleos vegetais virgens, determinados por
cromatografia líquida (expressos em porcentagem de ácidos graxos) – (Tabela adaptada
da FAO – Federação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, 2007).
Óleo
de
canola
Óleo de
babaçú
Óleo de
côco
Óleo de
palma
Óleo de
soja
Óleo de
girassol
C6:0 ND ND ND - 0.6 ND ND ND
C8:0 ND 2.6–7.3 4.6–9.4 ND ND ND
C10:0 ND 1.2–7.6 5.5–7.8 ND ND ND
C12:0 ND 40,0–55,0 45,1–50,3 ND-0,4 ND-0,1 ND-0,1
C14:0 0,2 11,0–27,0 16,8–20,6 0,5–2,0 ND-0,2 ND-0,2
C16:0 1,5–6,0 5,2–11,0 7,7–10,2 40,1–47,5 8,0–13,3 5,6–7,6
C16:1 ND-3,0 ND ND ND-0,6 ND-0,2 ND-0,3
C18:0 0,5–3,1 1,8–7,4 2,3–3,5 3,5–6,0 2,4–5,4 2,7–6,5
C18:1 8–60 9,0–20,0 5,4–8,1 36,0–44,0 17,7–26,1 14,0–39,4
C18:2 11–23 1,4–6,6 1,0–2,1 6,5–12,0 49,8–57,1 48,3–74,0
C18:3 5–13 ND ND-0,2 ND-0,5 5,5–9,5 ND-0,2
C20:0 ND-3,0 ND ND-0,2 ND-1,0 0,1–0,6 0,2–0,4
C20:1 3–15 ND ND-0,2 ND ND-0,3 ND-0,2
ND – não determinado