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Trabalho Final de Mestrado Engenharia Ambiental
Modalidade: Dissertação
AVALIAÇÃO DOS RESÌDUOS DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA DO
INSTITUTO DE BIOLOGIA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
UMA CONTRIBUIÇÃO AO PLANO DE GERENCIAMENTO.
Autora: Rosangela Monteiro de Barros
Orientador: Prof. Elmo Rodrigues da Silva
Centro de Tecnologia e Ciências
Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Sanitária e do Meio Ambiente
Março de 2007
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ii
Avaliação dos Resíduos dos Laboratórios de Ensino e Pesquisa do Instituto de Biologia -
Universidade do Estado do Rio de Janeiro: uma Contribuição ao Plano de Gerenciamento.
Rosângela Monteiro de Barros
Trabalho Final submetido ao Programa de Pós-
graduação em Engenharia Ambiental da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ,
como parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Mestre em Engenharia Ambiental.
Aprovado por:
_________________________________________________________
Prof. Elmo Rodrigues da Silva, D.Sc – Orientador
PEAMB/UERJ
_________________________________________________________
Profª. Marta Pimenta Velloso, D.Sc
FIOCRUZ
_________________________________________________________
Prof. Ubirajara Aluízio de Oliveira Mattos, D.Sc
PEAMB/UERJ
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Março 2007
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iii
MONTEIRO, Rosangela de Barros
Avaliação dos Resíduos dos Laboratórios de Ensino e
Pesquisa do Instituto de Biologia - Universidade do
Estado do Rio de Janeiro: uma Contribuição ao Plano
de Gerenciamento. [Rio de Janeiro] 2007
xi; 93p; 29,7cm (FEN/UERJ, Mestrado,
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Ambiental- Área de Concentração:
Saneamento Ambiental – Controle da Poluição
Urbana e Industrial)
Dissertação - Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
1. Resíduos Biológicos
2. Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde
3. RDC 306/04/ANVISA
4. Avaliação de Riscos
5. Laboratório de Ensino e Pesquisa
6. Universidade do Estado do Rio de Janeiro
I. FEN/UERJ II. Título (série)
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai atualmente em outro plano, pelo amor, dedicação e incentivo. A minha
mãe, amiga incondicional de todos os momentos. Agradeço aos meus filhos pela paciência
nos momentos de minha ausência. Ao meu irmão e ao meu namorado pelo amor e carinho.
Ao meu primo Flávio pelos momentos de colaboração. Aos meus amigos Enio e
Marcelo pelo desprendimento e força para a realização deste trabalho e a todos aqueles que
longe ou perto torceram por mim.
Ao meu orientador prof. Elmo Rodrigues da Silva e aos profs. Ubirajara Mattos e Júlio
Fortes pela oportunidade de um aprendizado novo e fascinante. Aos colegas do grupo Gere
pela oportunidade de participação e a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a
realização deste trabalho.
v
Resumo da Dissertação ao PEAMB/UERJ como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Ambiental.
Avaliação dos Resíduos dos Laboratórios de Ensino e Pesquisa do Instituto de
Biologia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro: uma Contribuição ao Plano
de Gerenciamento.
Rosângela Monteiro de Barros
Março de 2007
Orientador: Prof. Elmo Rodrigues da Silva
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental – Área de Concentração em Saúde
Ambiental e Trabalho.
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha
funcionam os laboratórios dos Institutos de Química e Biologia. Pode-se observar em alguns
desses laboratórios, alguns problemas identificados pelo Grupo de Gerenciamento de
Resíduos (GERE/UERJ) criado em 2005, pela Prefeitura do Campus, dentre eles, tem-se:
armazenamento de produtos químicos em locais impróprios; lançamento de resíduos químicos
na rede de esgotos; descarte inadequado de resíduos biológicos e perfurocortantes; falta de
equipamentos e de medidas adequadas de segurança em caso de acidentes. Essa pesquisa visa
avaliar as condições ambientais nos Laboratórios do Instituto de Biologia da UERJ, a fim de
subsidiar o Plano de Gerenciamento de Resíduos. O estudo foi realizado através de aplicação
de questionário dirigido aos responsáveis e técnicos dos laboratórios que tinham resíduos
biológicos em seus descartes, bem como de observações no local. Alguns dados levantados:
(a) atividades realizadas nos laboratórios; (b) tipos de resíduos gerados; (c) formas de
acondicionamento; (d) estocagem e/ou eliminação e (e) coleta e destino final. Dois
laboratórios foram selecionados para melhor conhecer as condições existentes, utilizando-se a
avaliação preliminar de riscos. O estudo concluiu que apesar de algumas ações terem sido
realizadas nos laboratórios, a legislação não é cumprida em vários aspectos. Quanto ao
descarte e tratamento dos resíduos do grupo A e B, algumas medidas vêm sendo tomadas, mas
ainda há muito a ser feito. Para o sucesso do Plano a ser implantado, a capacitação dos
profissionais envolvidos com a problemática dos resíduos é muito importante. A Universidade
deve investir na consolidação deste trabalho. O mapeamento de riscos deve ser realizado para
todos os ambientes a fim de auxiliar na prevenção de acidentes.
Palavras-chave: Resíduos Biológicos; Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde;
RDC 306/04/ANVISA; Avaliação de Riscos; Laboratório de Ensino e Pesquisa; Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
vi
Abstract of Dissertation presented to PEAMB/UERJ as a partial fulfillment of the
requirements for the attainment of degree of Master of Environmental Engineering.
Residues Evaluation in the Institute of Biology’s Laboratories - University of the
State of Rio de Janeiro: a Contribution to the Plan of Management.
Rosangela Monteiro de Barros
March 2007
Advisor: Prof. Elmo Rodrigues da Silva
Environmental Engineering Postgraduation Program - Area of Concentration in
Environmental Health and Work.
In the University of the State of Rio De Janeiro (UERJ), in the Pavilion Haroldo Lisboa da
Cunha, are installed the Chemistry and Biology laboratories. The Residues Management
Group (GERE/UERJ) created in 2005, for the City hall of the Campus, identified in some of
these laboratories, problems as: improper chemical products storage; chemical residues
rejected in the sewers; inadequate discarding of biological and perforate-cutting residues;
absence of safety equipment and adjusted measures in accidents case. This research aims at to
evaluate the environmental conditions in the Laboratories of the UERJ’s Biology Institute, in
order to subsidize the Residues Management Plan. The study it was carried through
application of questionnaire applied for responsible of the laboratories that had biological
residues in its discardings. Some raised data: (a) activities carried through in the laboratories;
(b) residues class; (c) residues preservation forms; (d) residues storage and/or elimination; (e)
residues collects and final destination. Two laboratories had been selected to know the
existing conditions, using the preliminary risks evaluation. The study concluded that the
legislation are not fulfilled in some aspects, although many actions to have been carried
through in some laboratories. To chemicals and biological residues discarding and treatment,
some measures come
being taken, but it’s necessary to make much more. For the success of
the Plan, professionals
qualification regarding the residues problems is very important. The
University must invest in the consolidation of this work. The mapping of risks must be carried
through for all laboratories for the accidents prevention.
Key words: Biological Residues; Health Services Residues Management; RDC
306/04/ANVISA; Risks Evaluation; Education and Research Laboratory; University of the
State of Rio de Janeiro
vii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 6
1.1 Resíduos Sólidos .............................................................................................................. 6
1.1.1 Conceituação ............................................................................................................. 6
1.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos ........................................................................... 6
1.2 Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ........................................................................ 8
1.2.1 O Gerenciamento dos Resíduos ................................................................................. 8
1.2.2 Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ........................................ 10
1.2.3 Segregação dos RSS ................................................................................................ 14
1.2.4 Manejo dos RSS ....................................................................................................... 15
1.2.5 Acondicionamento dos RSS ..................................................................................... 15
1.2.6 Armazenamento de RSS ........................................................................................... 16
1.2.7 Tratamento dos RSS ................................................................................................ 18
1.2.8 Disposição Final de RSS ......................................................................................... 21
1.3. Riscos relacionados aos Resíduos ................................................................................. 23
1.4. Boas Práticas em Laboratórios e Serviços de Saúde ..................................................... 26
1.4.1 A Higiene ................................................................................................................. 27
1.4.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)........................................................... 27
1.4.3 Uso e Manutenção de Equipamentos ...................................................................... 28
1.4.4 Cabines de Segurança Biológica (CSB) .................................................................. 28
1.4.5 Prevenção de Acidentes ........................................................................................... 29
1.4.6. Armazenamento e Estoque de Materiais ................................................................ 29
1.4.7 Descarte de Materiais ............................................................................................. 29
CAPÍTULO 2 - LEGISLAÇÕES E NORMAS REFERENTES AO GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS. .............................................................................................................................. 30
2.1 Leis e Decretos Federais ................................................................................................. 30
2.2 Resoluções Federais ....................................................................................................... 31
2.3 Leis e Diretrizes Estaduais - RJ ...................................................................................... 33
2.4 Leis Municipais da Prefeitura do Rio de Janeiro ............................................................ 34
2.5 Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) ................................................................................................. 34
2.6 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ................................................. 37
CAPÍTULO 3 – EXPERIÊNCIAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM
UNIVERSIDADES .................................................................................................................. 40
3.1 Experiências em Instituições de Ensino e Pesquisa........................................................ 41
3.2.1 A Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC ............................................... 41
3.2.2 Universidade de São Paulo - USP ........................................................................... 42
3.2.3Universidade de Campinas - UNICAMP.................................................................. 42
3.2.4 Universidade de Brasília – UNB ............................................................................. 43
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DIRIGIDO AOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA
DO INSTITUTO DE BIOLOGIA DA UERJ .......................................................................... 45
4.1 Descrição do local da Pesquisa ....................................................................................... 45
4.2 O gerenciamento de resíduos no Campus Francisco Negrão de Lima da UERJ ............ 47
4.2 Procedimentos utilizados na pesquisa ............................................................................ 50
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 51
RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 75
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 82
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1– Campus Francisco Negrão de Lima UERJ – Maracanã ........................................ 45
Figura 4.2– Planta de situação do Campus Francisco Negrão de Lima ................................... 46
Figura 4.3- Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha ....................................................................... 46
Figura 4.4 - Proposta organizacional para o plano de gerenciamento da UERJ ...................... 49
Figura 4.5: Esquema Proposto para o Fluxo de Resíduos no Campus ..................................... 49
Figura 4.6 – Representação esquemática do Laboratório 203 .................................................. 68
Figura 4.7 – Representação esquemática do Laboratório 204 .................................................. 69
ix
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Classificação dos Riscos ocupacionais .................................................................. 26
Quadro 2 – Relação de resíduos biológicos e perfurocortantes. ............................................... 50
Quadro 3 – Relação dos laboratórios e resíduos gerados ......................................................... 51
Quadro 4 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 104 ............................ 52
Quadro 5 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 124 ............................ 52
Quadro 6 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 200 ............................ 53
Quadro 7 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 201 ............................ 54
Quadro 8 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 202 ............................ 55
Quadro 9 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 203 ............................ 56
Quadro 10 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 204 .......................... 57
Quadro 11 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 213 .......................... 58
Quadro 12 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 215 .......................... 58
Quadro 13 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 216 .......................... 59
Quadro 14 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 217 .......................... 59
Quadro 15 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 220 .......................... 60
Quadro 16 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 305 .......................... 60
Quadro 17 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 427 .......................... 61
Quadro 18 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 427L, 427 L1, 427J 61
Quadro 19 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 501 .......................... 62
Quadro 20 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 505 .......................... 62
Quadro 21 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 508 .......................... 62
Quadro 22– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala .................................. 63
Quadro 23– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 515 B ....................... 63
Quadro 24 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 516 B ...................... 64
Quadro 25– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 520 ........................... 64
Quadro 26 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 525 .......................... 65
Quadro 27 - Grupo I – Riscos Físicos ...................................................................................... 70
Quadro 28 - Grupo II – Riscos Químicos ................................................................................. 70
Quadro 29 - Grupo III – Riscos Biológicos ............................................................................. 71
Quadro 30 - Grupo IV- Riscos Ergonômicos ........................................................................... 71
Quadro 31 - Grupo V - Riscos de Acidentes ............................................................................ 71
x
ANEXOS
Anexo 1 – Modelo do questionário aplicado aos laboratórios ................................................. 86
Anexo 2 – Circular com indicação da equipe do Gerenciamento ............................................ 90
Anexo 3 – Instrução Técnica aos Laboratórios de Biologia do PHLC/UERJ .......................... 91
Anexo 4 - Fotos de alguns laboratórios estudados, equipamentos e materiais utilizados no
prédio Haroldo Lisboa da Cunha .............................................................................................93
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CH4 Metano
CNEM Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA Conselho nacional de meio Ambiente
COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana
CSB Cabine Segurança Biológica
EAS Estabelecimento de Atendimento a Saúde
ECP Equipamento de Controle de poluição
EPA United States Environmental Protection Agency
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
GERE Gerenciamento de Resíduos
GRSS Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
LQA Laboratório de Química Aplicada
MOI Modelo Operário Italiano
MS Ministério da Saúde
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PGR Programa Gerenciamento de Resíduos
PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
RSS Resíduos de Serviços de Saúde
SISPLANTE Software desenvolvido para dar suporte à pesquisa
UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro
ABRELPE Associação Brasileira de Empresa de Limpeza Pública
ABRAMPA Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente
PCMSO Programa se Controle Médico e de Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
1
INTRODUÇÃO
Dentre os problemas que causam a degradação ambiental, o lixo, além da poluição gerada,
significa o desperdício de recursos naturais e energéticos. A busca desenfreada por produtos
industrializados, muitas vezes supérfluos, impostos aos consumidores através do mercado,
logo é transformado em lixo contendo embalagens e produtos descartáveis, embora muitos
deles sejam recicláveis.
Esse processo é um entrave rumo a uma sociedade ambientalmente sustentável. Neste
sentido, torna-se indispensável para a manutenção da saúde pública e a preservação do meio
ambiente, o gerenciamento adequado dos resíduos gerados (RISSO, 1993). Para que isto seja
possível, é imprescindível, dentre outros, minimizar a quantidade de resíduos através da
mudança do modelo consumista atual e das atitudes individuais; modificar os processos
produtivos; utilizar métodos adequados de tratamento e disposição final de resíduos, com
maior controle de emissões líquidas e gasosas visando amenizar os seus impactos sociais e
ambientais.
Para disciplinar a questão dos resíduos, as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT e a legislação vigente no Brasil tornaram obrigatória aos geradores, uma
adequada gestão dos mesmos, através de medidas que evitem a contaminação e os riscos ao
meio ambiente. Especificamente, sobre os resíduos considerados infectantes, oriundos de
clínicas, hospitais e, principalmente no caso estudado, dos laboratórios de ensino e pesquisa
em Universidades, este controle deve ser muito bem executado e fiscalizado para evitar tais
riscos potenciais. Desta forma, esse trabalho visa abordar tais assuntos, a fim de melhor
conhecer e propor alternativas aos problemas no gerenciamento de resíduos biológicos
produzidos em laboratórios na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
No texto apresentado a seguir é feita a colocação do problema da pesquisa, a justificativa
do tema, os objetivos gerais e específicos e a metodologia apresentada.
No primeiro capítulo é construído o embasamento teórico a respeito do manejo adequado
de resíduos de serviços de saúde e para subsidiar o plano de seu gerenciamento.
No segundo capítulo foi realizada uma revisão e apresentação das normas e leis
pertinentes ao tema.
No terceiro capítulo é proposto o Estudo de Caso dirigido aos laboratórios de ensino e
pesquisa do Instituto de Biologia da UERJ.
Para concluir, os resultados são apresentados, sendo feita a discussão sobre os mesmos e
as recomendações práticas para a elaboração do plano de gerenciamento de resíduos.
2
Colocação do Problema
Os resíduos provenientes dos estabelecimentos de ensino e pesquisa trazem uma série de
dificuldades de tratamento em função de sua diversidade e seu potencial de risco. Ao lado do
crescimento das pesquisas e das novas substâncias geradas, os resíduos nestas instituições,
muitas vezes, não são descartados adequadamente, além dos riscos de acidentes que fazem
parte do dia a dia das atividades desses laboratórios.
Os rejeitos químicos gerados nos laboratórios, por medidas de prevenção, devem ser
recolhidos em recipientes apropriados para serem tratados in loco, ou armazenados para
posterior incineração, embora esta seja uma medida de custo elevado a ser evitada, quando
possível. Em muitas instituições no país, observa-se que isto não vem sendo praticado Em
parte, isto se deve, dentre outros, ao desconhecimento a respeito da legislação de alguns
gestores, à ausência de programas de Educação Ambiental, a não prioridade institucional dada
ao assunto e pela falta de fiscalização dessas atividades por parte dos órgãos governamentais.
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no Pavilhão Haroldo Lisboa da
Cunha, no Campus Francisco Negrão de Lima, nos laboratórios de química e biologia são
realizadas atividades de ensino, extensão e pesquisa, podendo-se observar que os
procedimentos executados em alguns desses laboratórios estão em desacordo com as normas
vigentes.
O lançamento de resíduos químicos nos ralos das pias; o armazenamento de produtos
químicos em locais inadequados; o descarte incorreto de resíduos biológicos e
perfurocortantes; a falta de equipamentos de segurança, de medidas preventivas e
emergenciais em caso de acidentes, como alguns já ocorridos, dentre outros problemas, foram
identificados pelo Grupo de Gerenciamento de Resíduos (GERE/UERJ). Tal grupo foi criado
em 2005, pela Prefeitura do Campus da UERJ, no qual a autora deste trabalho faz parte como
colaboradora. Assim, pela gravidade da situação, a implantação do gerenciamento de resíduos
de forma integrada deve ser uma das prioridades institucionais.
Justificativa
O risco potencial que os Resíduos de Serviços de Saúde representam para a saúde pública
é bastante discutido e polêmico nos meios científicos. O resultado de dois anos de pesquisa
pelo EPA dos Estados Unidos, através do Medical Waste Tracking Act, revelou que o
potencial para causar danos dos resíduos dos serviços de saúde é maior no local de sua
geração, perdendo sua força após esse ponto. Ele representa muito mais um risco ocupacional
do que uma preocupação ambiental generalizada, acrescentando ainda que o risco para a
3
população em geral, de doenças causadas pela exposição aos resíduos de serviços de saúde é,
provavelmente, muito menor do que o risco ocupacional dos indivíduos a eles expostos (EPA,
2002).
De maneira geral este risco ocorre em três níveis, a saber:
1) Atingindo à saúde de quem manipula esses resíduos: ferimentos com agulhas e
dispositivos perfurocortantes, após o uso e mau acondicionamento; contato com sangue
contaminado; aspiração de aerodispersóides e de recipientes plásticos durante o procedimento
de fechamento destes;
2) Aumentando a taxa de infecção hospitalar: de acordo com os estudos realizados no
Brasil, no Estado de São Paulo a infecção hospitalar é devida 50% ao desequilíbrio da flora
bacteriana do corpo do paciente debilitado pela doença e pelo “Stress” decorrente do meio em
que se está internado, 30% ao despreparo dos profissionais que prestam assistência médica,
10% ‘as instalações físicas inadequadas e 10% ao mau gerenciamento dos resíduos e outros;
3) Impactando o meio ambiente: a disposição inadequada a céu aberto ou em cursos de
água, com a proliferação de vetores e conseqüentemente a disseminação de doenças com
danos a saúde pública, contaminação de mananciais de água superficiais e subterrâneas
(BIDONE et al,1999).
Para minimizar tais riscos, propõe-se o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos,
sendo este considerado um serviço de interesse público de caráter essencial. Neste sentido, a
Resolução RDC n
o
306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
(BRASIL, 2004), estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação de um Plano de
Gerenciamento de Resíduos em estabelecimentos de atendimento à saúde, aí incluídas as
instituições de ensino e pesquisa.
Mesmo que a implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos não seja uma
tarefa das mais simples e necessite de custos adicionais, a Universidade, enquanto
disseminadora de conhecimentos e responsável pela formação de profissionais em diversas
áreas, não pode se isentar de sua responsabilidade quanto à gestão adequada de seus resíduos.
Com a criação do grupo de pesquisa (GERE/UERJ), deu-se o início aos estudos para
subsidiar o plano em questão. Espera-se, com esta pesquisa, poder contribuir para o
desenvolvimento das atividades do grupo e para a área de conhecimento.
4
Objetivos
1) Geral
Estudar os resíduos gerados nos Laboratórios de Ensino e Pesquisa do Instituto de
Biologia, localizados no Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha da UERJ, a fim de
subsidiar o Plano de Gerenciamento de Resíduos em elaboração.
2) Específicos
Discutir os principais conceitos relativos ao gerenciamento de resíduos;
Apresentar a legislação e normas pertinentes ao tema;
Descrever algumas experiências de outras instituições similares;
Levantar os dados sobre as condições ambientais dos laboratórios de ensino e
pesquisa na área de biologia da UERJ;
Avaliar o nível de Risco pelos Microorganismos presentes nos Laboratórios de
Ensino e Pesquisa do Instituto de Biologia (classe de Risco I, II, III e IV);
Analisar e discutir os dados para dar suporte na elaboração do Plano de
Gerenciamento de Resíduos.
Metodologia
O referencial teórico foi construído a partir da revisão bibliográfica através de pesquisa
em publicações e nas páginas oficiais dos principais sites que tratam do tema, dentre eles os
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que disponibiliza diversos manuais
sobre o gerenciamento de resíduos em serviços de saúde.
A segunda etapa do estudo consistiu no levantamento de dados nos laboratórios do
Instituto de Biologia localizados nos Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, mediante a
utilização de questionário aplicado aos responsáveis ou técnicos dos laboratórios, cujo modelo
está apresentado no Anexo 1. A equipe que aplicou o questionário está listada em documento
emitido pela Prefeitura dos Campi da UERJ conforme Anexo 2. No Anexo 3 encontra-se
cópia do documento enviado pela Prefeitura dos Campi aos laboratórios para orientação aos
laboratórios de biologia sobre gerenciamento de resíduos.
Complementarmente, foram feitas visitas de campo para observação in loco, a fim de
melhor conhecer e descrever às atividades desenvolvidas, tipo de resíduo gerado, quantidade
descartada e forma de descarte e foi feito um registro fotográfico apresentando algumas
situações de risco nos laboratórios conforme o Anexo 4.
5
Através desses questionários foi elaborada uma planilha onde os dados foram tabulados
por salas e por andar para melhor identificação dos geradores de resíduos biológicos. Estes
foram incluídos como sendo do Grupo A, de acordo com a classificação da Resolução RDC
306/2004 da ANVISA.
Para melhor compreensão sobre os riscos ambientais existentes, foi utilizada uma
Avaliação Preliminar de Riscos, aplicado nos Laboratório de Biologia Celular, Bioquímica e
de Fungos Patogênicos (Sala 203) e Laboratório de Imunoquímica e Cultura de
Microorganismos Patogênicos (Sala 204). Somente nestes dois laboratórios foi realizado o
trabalho, devido a muitas dificuldades encontradas no decorrer do trabalho, dentre elas, a
impossibilidade de agendar a visita junto aos responsáveis pelos mesmos, além do tempo
exíguo para avaliar os riscos em todos os laboratórios. Muitos deles não possuem nem mesmo
uma correta identificação dos produtos químicos que armazenam no seu interior, o que
tornaria o trabalho pouco consistente.
Utilizou-se o conceito de riscos ambientais para efeito da Norma Regulamentadora - NR
9 do Ministério do Trabalho e do Emprego do Brasil, item 9.1.5, como sendo os agentes
Físicos, Químicos e Biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à
saúde do trabalhador. Os riscos como a presença de fungos e bactérias presentes no ar
ambiente não foi possível de ser realizado devido à falta de equipamentos.
Para o levantamento complementar nesses dois laboratórios, foi utilizado o Roteiro de
Inspeção de Segurança dirigido a laboratórios (MASTROENI, 2004) para a caracterização
dos problemas que dizem respeito à: instalações, equipamentos de proteção individual –
EPI’s, aspectos ergonômicos, prevenção de incêndio, manuseio e descarte de resíduos e
limpeza, condições sanitárias e as boas práticas de laboratório.
6
CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo é apresentada uma revisão teórica sobre conceitos relativos à temática dos
resíduos e as etapas de seu gerenciamento. Essas etapas compreendem a correta classificação,
manuseio, segregação, armazenamento, transporte interno e externo, tratamento ao destino
final dos resíduos, além dos aspectos que envolvem a saúde do trabalhador como a exposição
ocupacional relacionada aos resíduos biológicos de serviços de laboratórios de ensino e
pesquisa.
1.1 Resíduos Sólidos
1.1.1 Conceituação
Da atividade humana, seja ela de qualquer natureza, materiais diversos poderão
transformar-se em rejeitos. O constante crescimento das populações urbanas, a forte
industrialização, a melhoria no poder aquisitivo de uma forma geral, vêm produzindo a
geração de grandes volumes de resíduos sólidos, principalmente nas metrópoles.
Os rejeitos considerados não-reutilizáveis são comumente chamados de lixo. A palavra
lixo se origina do latim lix que significa cinzas ou lixívia. “Lixo é tudo aquilo que se varre de
casa, do jardim da rua, se joga fora, entulho” (FERREIRA, 1993). Já o termo resíduo,
também muito utilizado, “é tudo aquilo que resta de qualquer substância, resto, resíduo que
sofreu alteração de qualquer agente exterior” (idem).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define resíduo sólido e semi-sólido
como sendo:
O produto resultante de atividade da comunidade, de origem industrial, domiciliar, hospitalar,
radioativa, comercial, agrícola e de varrição”. Estão incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos
ou corpos d água. Sendo importante salientar que quando se diz resíduo sólido nem sempre se pode
associar ... a um estado sólido
” (NBR 10.004/87).
As características do lixo podem variar em função de aspectos sociais, econômicos,
culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as
comunidades entre si e as próprias cidades. A classificação de resíduos está relacionada
abaixo e foi extraída do manual de saneamento (FUNASA, 1999).
1.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos
A) Quanto à sua origem:
Domiciliar;
Comercial, industrial, serviços de saúde;
Portos, aeroportos, terminais ferroviários e terminais rodoviários;
7
Agrícola;
Construção Civil;
Limpeza Pública (logradouros, praias, feiras, eventos etc);
Matadouros de modo geral (aves, suínos, etc);
Estábulo.
B) Quanto às suas características físicas:
Compressividade – É o grau de compactação e redução de volume que uma massa
de lixo pode sofrer quando compactada. O volume do lixo pode ser reduzido de
um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original;
Teor de Umidade – É a representação da quantidade de água no lixo, medida em
percentual de seu peso. Este parâmetro se altera em estações do ano e na
incidência de chuva;
Composição gravimétrica - traduz o percentual de cada componente em relação ao
peso total do lixo;
Produção Percapita - massa de resíduos sólidos produzida por uma pessoa em um
dia Kg/hab/dia;
Peso Específico - É o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,
sem qualquer compactação expresso em kg. Sua determinação é fundamental para
o dimensionamento de equipamentos e instalações.
C) Quanto ao grau de degradabilidade:
Facilmente degradável: Matéria orgânica presente nos resíduos sólidos de origem
urbana;
Moderadamente degradáveis: são os papéis, papelão e material celulósico;
Dificilmente degradáveis: são os pedaços de pano, retalhos, aparas e serragens de
couro, borracha e madeira;
Não degradáveis: incluem-se aqui os vidros, metais, plásticos, pedras, terra entre
outros.
Segundo a NBR 10.004, resíduo perigoso é aquele cujas propriedades físicas, químicas e
infecto-contagiosas representam: risco à saúde pública; risco ao meio ambiente e dose letal.
Quanto à sua periculosidade, quando apresentam: inflamabilidade; corrossividdade;
reatividade; toxicidade; teratogenicidade (excluídos os resíduos sólidos domiciliares e aqueles
gerados em estações de tratamento de esgotos sanitários).
Quando ocorrer a impossibilidade de enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos
critérios citados, a NBR – 10.004 estabelece a necessidade de que as amostras das mesmas
8
sejam submetidas a ensaios tecnológicos, avaliando-se as concentrações (em estados líquidos)
de elementos que conferem periculosidade, de acordo com as listas organizacionais pela
própria norma referida.
A seguir, trataremos mais especificamente os Resíduos dos Serviços de Saúde por serem
eles, o foco de interesse maior deste trabalho.
1.2 Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)
Para efeito de conceituação, consideram-se os Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)
aqueles gerados em hospitais, bem como em todos os demais estabelecimentos: laboratórios
patológicos e de análises clínicas, clínicas veterinárias, centros de pesquisa, laboratórios,
banco de sangue, consultórios médicos, odontológicos e similares, não englobando os
resíduos de terminais de transporte.
1.2.1 O Gerenciamento dos Resíduos
No Brasil, apesar do crescente interesse pelo tema, a situação dos resíduos ainda é muito
problemática, como pode ser constatado pelos vazadouros de lixo a céu aberto espalhados
pelo país. Dos 5.507 municípios brasileiros, 73,1% tem população inferior a 20.000 habitantes
e nestes municípios, 68,5% dos resíduos são vazados em locais inadequados (IBGE, 2002;
JUCÁ, 2002). Em muitos desses vazadouros, o lixo doméstico é depositado misturado aos
resíduos de serviços de saúde, de indústrias e entulhos de obras.
O Gerenciamento de Resíduos, desde a sua geração até seu destino final, seguindo cada
uma das etapas é observado em quase todos os países que se preocupam com a questão
ambiental. Na última década, os Resíduos de Serviços de Saúde vêm sendo objeto de estudos
e debates, alvo de pesquisas e motivo de grande preocupação pelas autoridades mundiais.
Com relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, as primeiras iniciativas legislativas
para a definição de diretrizes na área de resíduos sólidos surgiram no final da década de 80.
Desde então, foram elaborados mais de 70 projetos de lei, os quais se encontram apensados ao
Projeto de Lei - PL 203/91 que está pendente de apreciação. Assim, o país ainda não conta
com uma lei que discipline de forma abrangente a gestão de resíduos sólidos no território
nacional. No entanto, a questão de resíduos sólidos vem sendo exercida pela atuação dos
órgãos regulatórios, por meio de resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente -
CONAMA e da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA, no caso de Resíduos do Serviço
de Saúde (RSS).
A Resolução ANVISA RDC n
o
. 306/04 e a Resolução CONAMA n
o
. 358/05 versam
sobre o Gerenciamento de RSS em todas as suas etapas. Elas definem a conduta dos
diferentes agentes da cadeia de responsabilidade pelos RSS e refletem um processo de
9
mudança de paradigma no trato dos RSS, fundamentada na análise dos riscos envolvidos, em
que a prevenção passa a ser o eixo principal e o tratamento é visto como uma alternativa para
dar destinação adequada aos resíduos com potencial de contaminação (ANVISA, 2006).
O Gerenciamento de Resíduos segundo a RDC n
o
. 306 se refere a um conjunto de ações
normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que se baseia em critérios sanitários,
ambientais, sociais, políticos, técnicos, educacionais, culturais, estéticos e econômicos para a
geração, manejo, tratamento e disposição final dos resíduos (BRASIL, 2004).
O CONAMA na sua Resolução n
o
. 358, no uso de suas competências que lhe são
conferidas pela lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, no artigo 3, diz ser de total
responsabilidade dos geradores de resíduos e de seu responsável legal:
O gerenciamento de seus resíduos desde sua geração até a disposição final de forma a atender aos
requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional. Porém o manejo externo na sua maioria é
realizado por empresas de coleta da rede privada, criando na prática um diferencial entre o manejo
interno e externo
”.
Apesar desta obrigatoriedade, por força de lei, no caso do Brasil, a ausência de um
correto gerenciamento de resíduos decorre, em parte, pela falta de planejamento e de
instrumentos estratégicos para o cumprimento das legislações pelo poder público, o qual
muitas vezes se utiliza de medidas paliativas para minimizar os problemas existentes. Assim,
poucos municípios conseguem gerenciar de forma adequada os RSS, pois faltam recursos
financeiros, humanos e tecnológicos para a implantação de planos e programas capazes de
evitar ou controlar os impactos ambientais dele decorrente.
Como já ressaltado, o principal objetivo do Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (PGRSS) é o de garantir a proteção à saúde pública e ao meio ambiente
diante dos riscos existentes. Assim, faz-se necessário cumprir a legislação vigente sobre o seu
manejo adequado desde a segregação na fonte de geração, o acondicionamento, coleta,
transporte, armazenamento, tratamento e disposição final, garantindo a segurança e com uso
de equipamentos de proteção individual (EPI)
Um dos requisitos também importantes a serem considerados na elaboração do PGRSS,
está relacionado à higienização e limpeza dos ambientes de trabalho. As áreas que se
encontram empoeiradas, com umidade ou molhadas, favorecem a reprodução dos
microorganismos facilitando sua permanência e disseminação. Contudo, há que se considerar
que a simples presença de microorganismos no meio não comprova a sua relação direta com o
aparecimento das infecções nestes locais.
Para se ter uma eficiente higiene nos estabelecimentos de saúde e de pesquisa, os
cuidados com a sua total descontaminação, desinfecção e/ou limpeza são necessários. A
seguir, são apresentados alguns desses cuidados que devem ser seguidos e foram extraídos do
10
Manual de Higienização de Estabelecimentos de Saúde e Gestão de Resíduos (ASSAD et al,
2001), a saber:
É importante que todos os profissionais do estabelecimento conheçam o sistema
de gerenciamento de resíduos e o significado dos símbolos para uma segregação
correta. Os responsáveis técnicos dos diversos setores devem também ter em
mãos uma cópia do plano de gerenciamento de acordo com a legislação vigente;
Os profissionais da limpeza devem ter o treinamento necessário quanto aos
procedimentos corretos, relacionados ao manejo dos resíduos, a utilização dos
EPIs, a prevenção de acidentes;
A incidência de acidentes e a contaminação ambiental devem diminuir, mediante
procedimentos corretos durante o processo de coleta;
Os produtos empregados na higienização das superfícies dos estabelecimentos
devem ser submetidos à aprovação da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar – CCIH, ter garantia de qualidade de acordo com a ISO 9001 – que
trata sobre Sistema de gestão da Qualidade e com as diretrizes do Ministério da
Saúde e preencher os requisitos básicos estabelecidos pela legislação em vigor;
Devem ser apresentados laudos de testes microbiológicos e laudo do produto.
A fim de melhor compreender as etapas a serem contempladas no PGRSS, é necessário
conhecer a classificação dos resíduos segundo as suas características para seu correto manejo,
como será tratado a seguir:
1.2.2 Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)
A Resolução n
o
. 306/2004 da ANVISA e a Resolução 358/2005 do CONAMA estabelece
a classificação dos resíduos produzidos nos estabelecimentos prestadores de serviços de
saúde, em cinco grupos, a saber:
¾ Grupo A
– resíduos que apresentam risco potencial à saúde e ao meio ambiente devido à
presença de agentes biológicos:
Sangue e hemoderivados
Animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em
contato com os mesmos;
Excreções, secreções e líquidos orgânicos;
Meios de cultura;
Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas;
Filtros de gases aspirados de água contaminada;
Resíduos advindos da área de isolamento;
11
Restos de alimentos das unidades de isolamento;
Resíduos de laboratórios;
Resíduos de unidades de atendimento ambulatorial;
Resíduos de sanitários de unidades de internação e de enfermaria;
¾ Grupo B – resíduos que apresentem risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente
devido às suas características químicas:
Drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;
Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não
utilizados);
Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004
(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos);
¾ Grupo C – rejeitos radioativos como materiais radioativos ou contaminados com
radionuclídeos, provenientes e laboratório de análises clínicas, serviços de medicina
nuclear e radioterapia.
¾ Grupo D – resíduos comuns, considerando todos os demais que não se enquadram nos
grupos descritos anteriormente.
¾ Grupo E - perfurocortantes
Com a finalidade de se obter um manejo correto e seguro, segundo suas características
biológicas, físicas e químicas, estado da matéria e origem a RDC ANVISA nº 306, subdividiu
cada classe de resíduos, como veremos a seguir:
¾ Grupo A (Potencialmente Infectantes): resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem
apresentar risco de infecção. Estão subdivididos em sete sub-itens:
A1 – Culturas e estoques de microorganismos, resíduos de fabricação de produtos
biológicos, exceto os hemoderivados, descarte de vacinas de microorganismos vivos ou
atenuados, mistura de cultura e instrumentais utilizados para a transferência, inoculação de
mistura de cultura, resíduos de laboratórios de manipulação genética, resíduos resultante da
atenção a saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica
por agentes da classe de risco 4 e microorganismos com relevância epidemiológica e risco de
disseminação ou causadores de doença emergente que se torne epidemiológicamente
importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.
12
A2 – Carcaças, peças anatômicas vísceras e outros resíduos provenientes de animais
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como
suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de relevância
epidemiológica e com risco de disseminação que foram submetidos ou não a estudo anatomo-
patológico ou confirmação diagnóstica.
A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais
vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade
gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha
havido requisição pelo paciente ou familiares.
A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de
ar e gases aspirados de área contaminada, membrana filtrante de equipamento médico
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus
recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e
nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância
epidemiológica e risco de disseminação, ou microorganismo causador de doença emergente
que se torne epidemiológicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja
desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo
proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que
gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência a
saúde, que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas
(órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos
anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e
outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com
inoculação de microorganismos, bem como suas forrações. Bolsas transfusionais vazias, ou
com volume residual pós-transfusão.
A5 – Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes escarificantes e
demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou
certeza de contaminação com príons.
¾ Grupo B (Químicos): resíduos contendo substâncias químicas que apresentam risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade. Estão enquadrados neste grupo:
B1 – Os resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêutico quando vencidos
contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais medicamentos
impróprios para consumo, que oferecem risco. Incluem-se neste grupo:
13
Produtos Hormonais de uso tópico, quando descartados por serviços de saúde,
farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos;
Produtos Antibacterianos de uso sistêmico;
Produtos Antibacterianos de uso tópico, quando descartados por serviços de saúde,
farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos;
Medicamentos Citostáticos;
Medicamentos Antineoplásicos;
Medicamentos Digitálicos;
Medicamentos imunossupressores;
Medicamentos Imunomodeladores;
Medicamentos Anti-retrovirais.
B2 – Os resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêutico quando vencidos,
contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais medicamentos
impróprios para consumo, que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não
oferecem risco. Incluem-se neste grupo todos os medicamentos não classificados no grupo B1
e os antibacterianos e hormônios para uso tópico, quando descartados individualmente pelo
usuário domiciliar.
B3 – Os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria
MS 344/98 e suas atualizações.
B4 – Saneantes, desinfetantes e desinfestantes.
B5 - Substâncias para revelação de filmes usados em Raios-X.
B6 - Resíduos contendo metais pesados.
B7 - Reagentes para laboratório, isolados ou em conjunto.
B8 – Outros resíduos contaminados com substâncias químicas perigosas.
¾ Grupo C (Rejeitos Radioativos): quaisquer materiais resultantes de atividades humanas
que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados
na norma CNEN-NE-6.02 – “Licenciamento de Instalações Radiativas” e para os quais a
reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadram-se neste grupo, todos os resíduos
contaminados com radionuclídeos.
As fontes seladas não podem ser descartadas, devendo a sua destinação final seguir
orientações específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
¾ Grupo D (Resíduos Comuns): são todos os resíduos gerados nos serviços abrangidos por
esta resolução que, por suas características, não necessitam de processos diferenciados
14
relacionados ao acondicionamento, identificação e tratamento, devendo ser considerados
resíduos sólidos urbanos – RSU. Enquadram-se neste grupo:
Espécimes de laboratório de análises clínicas e patologia clínica, quando não
enquadrados na classificação A5 e A7;
Gesso, luvas, esparadrapo, algodão, gazes, compressas, equipo de soro e outros
similares, que tenham tido contato ou não com sangue, tecidos ou fluidos orgânicos, com
exceção dos enquadrados na classificação A5 e A7;
Bolsas transfundidas vazia ou contendo menos de 50 ml de produto residual (sangue ou
hemocomponentes);
Sobras de alimentos não enquadrados na classificação A5 e A7;
Papéis de uso sanitário e fraldas, não enquadrados na classificação A5 e A7;
Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;
Materiais passíveis de reciclagem
Embalagens em geral;
Cadáveres de animais, assim como camas desses animais e suas forrações.
¾ Grupo E (Perfurocortantes): são os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos
ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. Enquadram-se neste grupo:
Lâminas de barbear, bisturis, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lâminas e outros
assemelhados provenientes de serviços de saúde;
Bolsas de coleta incompleta, descartadas no local da coleta, quando acompanhadas de
agulha, independente do volume coletado.
1.2.3 Segregação dos RSS
A NBR 12807/93 define segregação como operação de separação de resíduos no
momento da geração, em função de uma classificação previamente adotada para estes
resíduos. A segregação é uma das operações de fundamental importância para que sejam
cumpridos todos os objetivos de um sistema eficiente de manuseio de resíduos.
As vantagens de segregar os resíduos na fonte são listadas a seguir:
Reduzir os riscos para a saúde e o ambiente, impedindo que os resíduos infecciosos
ou especiais, que geralmente são frações pequenas contaminem os outros resíduos
gerados
Diminuir gastos, já que apenas terá tratamento especial uma fração somente e não
todos os resíduos gerados
Reciclar diretamente alguns resíduos, que não requerem tratamento nem
acondicionamento prévios
15
Redução do volume de resíduos com potencial risco e na incidência de acidentes
ocupacionais.
Segundo ZANOM (1990) os resíduos comprovadamente infectantes e perigosos
representam uma pequena parcela no quantitativo dos RSS, não justificando gastos e
investimentos para tratar resíduos, que não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente.
1.2.4 Manejo dos RSS
É entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra-
estabelecimento, desde a geração até a disposição final dos resíduos gerados. A NBR
12.807/93 define como manejo, o termo utilizado para a operação onde os recipientes que vão
portar determinado resíduo são identificados e fechados para posterior transporte.
Para a ANVISA este processo engloba todas as fases referentes ao manuseio dos resíduos
de modo geral incluindo os riscos relacionados a eles.
As NBRs 12.809/93 e 12810/93 fixam todos os procedimentos exigíveis como manejo,
acondicionamento, coleta interna e externa dentro de condições de higiene e segurança.
Apesar de estabelecidas estas normas cabem aos órgãos de Meio Ambiente e Saúde a
orientação e a fiscalização dos procedimentos relativos aos RSS.
1.2.5 Acondicionamento dos RSS
Segundo a ANVISA (2004) consiste em embalar corretamente os resíduos segregados, de
acordo com suas características, em sacos ou recipientes em condições de higiene e segurança
para posterior estocagem ou coleta. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve
ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Os sacos devem ser
acondicionados em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento,
com tampa e pedal, ter cantos arredondados e ser resistente a tombamento.
Os resíduos perfurocortantes ou escarificantes – Resíduos do grupo E – segundo a NBR –
12809. A ABNT – devem ser colocados após o uso em embalagens rígidas estanques,
resistente a punctura, ruptura e vazamentos que depois de preenchidas até 2/3 de sua
capacidade máxima, de forma a permitir o seu correto fechamento no local onde foi gerado
devendo ser colocados em sacos leitosos na cor branca.
Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material
compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques com tampa rosqueada e
vedante.
Os recipientes localizados nas salas onde são gerados os resíduos deverão ter capacidade
volumétrica para acumular o lixo gerado em um período de pelo menos quatro horas devendo
ser fabricado em material rígido. Deveram ser guarnecidos por sacos plásticos que atendam as
16
normas NBR 9.190, NBR 9191 da ABNT e Resolução CONAMA, na cor branca leitosa para
os resíduos infectantes e de qualquer cor com transparência para os resíduos comuns, exceto
as cores preta, vermelha e branca. Os resíduos destinados para a reciclagem devem resíduos
destinados para a reciclagem devem se acondicionados em sacos de plástico transparente
(conforme Norma Técnica 42-06-01, maio de 2003 da COMLURB).
Todos estes procedimentos quando cumpridos contribuem para a segurança, a proteção
dos trabalhadores, diminuindo o risco de acidentes no ambiente de trabalho.
1.2.6 Armazenamento de RSS
Consiste na guarda dos resíduos já acondicionados nos sacos específicos. Esta etapa
abrange dois tipos de abrigo para armazenamento: Abrigo temporário e abrigo externo.
Dependendo da distância dos pontos de geração de resíduos e do armazenamento externo,
o abrigo temporário poderá ser dispensado e o encaminhamento dos resíduos ser feito direto
para o abrigo externo. Ambos os abrigos têm suas características definidas pela NBR
12.809/93.
O abrigo externo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos
gerados, com capacidade de armazenamento compatível com a periodicidade de coleta e os
tipos de resíduos gerados no estabelecimento, com áreas separadas para cada tipo de resíduo
com a devida sinalização.
Existem critérios e especificidades características de cada etapa: manejo (coleta) interno e
manejo (coleta) externo dos resíduos, de acordo com os tipos de resíduos gerados e tipo de
serviços prestados.
A) Coleta interna
A coleta e o transporte devem ter horários pré-definidos. Os horários não devem coincidir
com outros serviços. Em caso de estabelecimento de saúde, por exemplo: ela não deve
coincidir com o transporte de roupas, alimentação e visitas ou horário de maior fluxo de
pessoas ou de atividades. A coleta deve ser feita separadamente, sempre de acordo com o tipo
de resíduos, coletados em recipientes específicos a cada grupo de resíduos, a coleta interna
deve ser planejada, verificando-se os tipos de resíduos gerados, volume de resíduos, dimensão
do abrigo, regularidade e freqüência de horários de coleta externa.
A coleta interna se divide em duas etapas: coleta interna I e coleta interna II:
Coleta interna I – consiste no recolhimento dos resíduos das lixeiras dos diversos locais
onde os sacos preenchidos são fechados e levados para o armazenamento temporário, em
local próximo aos pontos de geração, visando agilizar e aperfeiçoar a coleta dentro do
estabelecimento facilitando o translado entre os pontos geradores e o ponto de
armazenamento externo para o aguardo da coleta externa até a disposição final. No
17
armazenamento temporário e externo os sacos não devem ficar dispostos diretamente sobre o
piso.
Coleta interna II – recolher os sacos do armazenamento temporário, que devem ser
transportados através de carros coletores que devem ser constituídos de material rígido,
lavável, impermeável e providos de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, deve
possuir cantos e bordas arredondados, as rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os
carros não devem ser transportados com suas tampas abertas. Devem ser também
identificados com o símbolo correspondente ao tipo de resíduo nele contido. O transporte
interno dos recipientes deve ser realizado sem grandes esforços e riscos de acidentes para os
funcionários responsáveis por este serviço, os mesmos devem estar ainda utilizando os EPI’s
e EPCs necessários. O funcionário deve lavar as mãos antes de calçar as luvas e depois de
retirá-las, após a coleta as mãos ainda enluvadas devem ser lavadas.
A manutenção preventiva dos carros coletores deve ser feita com freqüência, incluindo a
higienização dos mesmos ao término de cada coleta (ANVISA, 2006).
B) Coleta externa
A coleta e o transporte externo devem ter horários pré-definidos de acordo com o volume
de resíduos gerados. Os horários da coleta externa devem ser diferentes para cada tipo de
resíduo. Os profissionais envolvidos na coleta e transporte externo dos resíduos devem utilizar
os EPIs e EPCs adequados.
O local de armazenamento temporário (ou seja, o abrigo externo de resíduos) deve ser
construído de alvenaria, ter cantos e pisos arredondados paredes e pisos laváveis e
impermeáveis, os sacos contendo os resíduos não devem ficar dispostos sobre o piso e sim
dentro dos carros coletores. A área do abrigo deve ter cobertura, dimensões compatíveis com
os equipamentos utilizados na coleta interna, deve possuir ventilação, e porta com tela para
proteção contra roedores e vetores; deve ser provida de pontos de iluminação, tomada elétrica,
ponto de água, para higienização dos carros coletores, canaletas de escoamento de águas
servidas direcionadas para a rede de esgotos do estabelecimento e ralo sifonado provido de
tampa que permita a sua vedação.
A coleta externa consiste no transporte dos resíduos gerados do abrigo externo até a
unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se de técnicas que garantam a
preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da
população e do meio ambiente (BRASIL, 2006).
A companhia responsável pela coleta externa deve ter credenciamento junto a Companhia
Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), ter registro em órgãos ambientais FEEMA,
CONAMA, e operar de acordo com as normas regulamentadoras (NBRs). Os veículos
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responsáveis pela coleta e transporte externo de resíduos devem ser diferenciados, para cada
tipo de resíduos um tipo de veículo adequado. Estes podem ser de pequeno até grande porte, e
devem apresentar segundo a NBR 12.810 algumas características como:
Os veículos devem ser de baixa compactação, para evitar que os sacos se rompam e
aconteça o derramamento de líquidos;
Deve ter superfícies internas lisas e cantos arredondados de forma a facilitar a
limpeza após o transporte;
Deve possuir ventilação adequada, a descarga pode ser mecânica ou manual;
Deve possuir simbologia para o transporte rodoviário;
O veículo deve possuir ainda todos os equipamentos auxiliares como: pá, rodo, sacos
plásticos de reserva de acordo com a NBR 9.191 (ABNT, 1993), solução desinfetante;
Extintor de incêndio;
Estojo de ferramentas;
Calço de dimensões apropriadas para o tamanho do veículo;
Os funcionários devem utilizar os EPI’s necessários para o manuseio dos resíduos e
serem treinados para este tipo de operação e respeitar o programa de saúde
ocupacional.
1.2.7 Tratamento dos RSS
Segundo CUSSIOL et al (2006), em experiência realizada para caracterização dos
resíduos, com exceção dos perfurocortantes e das culturas microbiológicas, que em caso de
acidentes apresentam um risco real e potencial de contaminação, a grande maioria dos
resíduos poderia ser considerada resíduo comum.
No Brasil, o que se observa é que, na maioria dos casos, os resíduos não são segregados
na fonte. Desta forma, os resíduos comuns são misturados aos infectantes, aumentando-se o
volume desses últimos e onerando-se os custos operacionais da coleta, tratamento e destino
final, por ser este serviço mais especializado e de maior valor.
Com relação ao tratamento, ainda não há um consenso entre os órgãos responsáveis por
este assunto (saúde e meio ambiente), o que dificulta a padronização das técnicas de
tratamento. Se, por um lado, os profissionais minimizam as questões dos riscos envolvendo os
resíduos, por outro os órgãos ambientais buscam criar procedimentos mais seguros para
prevenir os riscos, como medida de precaução.
O tratamento de resíduos consiste na aplicação de um método, técnica ou processo que
modifique as características biológicas ou a composição dos RSS, que leve à redução ou
eliminação do risco de causar doença. O tratamento pode ser feito dentro do estabelecimento
19
gerador ou em outro local, observando é claro as normas de segurança para o transporte dos
resíduos de onde foi gerado para o local onde vai ser tratado.
O sistema de tratamento de resíduo deve ser objeto de licenciamento ambiental, de
acordo com a resolução CONAMA no. 358/05 e são passíveis de fiscalização e de controle
pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente.
De acordo com o documento Technical Assistance Manual: State Regulatory Oversight
of Medical Waste Treatment Technology, da EPA, EUA, existem diversos tipos de inativação
microbiana. Para as tecnologias de tratamento de resíduos de serviços de saúde, é necessário
atingir pelo menos o nível 3 (BRASIL, 2006).
Os métodos mais utilizados no tratamento de RSS são a esterilização à gás ou vapor,
desinfecção química por adição de peróxido de hidrogênio, hipocloritos, ácidos, álcoois,
compostos de amônio quaternário ou cetona, e incineração após a compactação ou trituração
dos resíduos, se necessário. Outras formas de tratamento podem ser utilizadas como a
ativação térmica, irradiação ou plasma. A seguir cada uma delas será brevemente descrita.
A Esterilização é o processo pelo qual se dá a total destruição de todas as formas de vida
microbiana com o objetivo de controlar as infecções e contaminações devido ao uso de
determinados artigos.
Esterilização a vapor - Para este tipo de tratamento é utilizado o autoclave e consiste em
manter o material contaminado em contato com vapor de água, a uma temperatura elevada
durante um período de tempo suficiente para destruir potenciais agentes patogênicos ou
reduzi-los a um nível que não constitua risco. O processo de autoclavagem inclui ciclos de
compressão e de descompressão de forma a facilitar o contato entre o vapor e os resíduos. A
temperatura atinge os 135ºC por um tempo de aproximadamente uma hora. Este tipo de
tratamento vem sendo utilizado com freqüência para a esterilização de resíduos infectantes.
Os resíduos tratados por este processo podem ser dispostos em aterro sanitário juntamente
com os resíduos comuns.
Uma das vantagens é ser um método bastante conhecido e utilizado nos estabelecimentos
de assistência à saúde para a esterilização de outros materiais, além de custo operacional
baixo e manutenção relativamente fácil e barata. Contudo, a esterilização não descaracteriza o
produto nem reduz seu volume, podendo gerar transtornos na sua disposição final. Outra
questão negativa é que deve ser mantida a relação de tempo/temperatura para garantir o
processo de esterilização, e ainda a impossibilidade de se esterilizar uma grande quantidade
de resíduos em uma única vez, sob o risco de dificultar a penetração de vapor e a condução de
calor por todo o material a ser esterilizado.
20
Esterilização por gazes - é possível utilizar esporicida, portanto, esterilizantes no
tratamento de resíduos. Como exemplo desses gases pode-se citar: formaldeído, óxido de
etileno, beta-propiolactona, cloro e dióxido de enxofre.
Este método não necessita de aquecimento, nem de solubilização em água, porém só é
aplicável sobre superfícies expostas, com exceção dos materiais porosos e permeáveis. Outra
desvantagem apresentada é o risco inerente ao processo, em função da exposição de pessoas
envolvidas a compostos tóxicos, cujos riscos são maiores do que o próprio resíduo não
tratado. Não é um método adequado para tratamento interno devido ao aumento dos riscos
ambientais que seriam provocados.
Esterilização por microondas - Neste processo, os resíduos são triturados, ocorrendo em
seguida a homogeneização dessa massa triturada com vapor de água aquecido a 150
o
C,
seguido da exposição a ondas eletromagnéticas de alta freqüência, atingindo uma temperatura
final entre 95
o
C e 98
o
C. Neste processo como um todo, o volume do resíduo sofre uma
redução e de 60 a 90%.
Como aspectos positivos têm-se: manutenção barata e fácil, e a não emissão de efluentes
gasosos e o efluente líquido é totalmente estéril. Porém a garantia na eficiência na
esterilização não é comprovada, e a massa exposta não pode conter objetos metálicos em
concentração superior a 1%.
Desinfecção - É o processo que elimina a maioria ou todos os microorganismos
patogênicos, mas não todas as formas microbianas (por exemplo, príons e esporos
bacterianos) em superfícies inanimadas, logo o risco biológico não é totalmente eliminado por
esse processo.
Desinfecção química – É mais adequada para o tratamento de resíduos líquidos, como o
sangue, urina e efluentes hospitalares.
Consiste na trituração dos resíduos, seguida pela imersão da massa em um líquido
desinfetante como hipoclorito de sódio, dióxido de cloro ou gás formaldeído por um período
de 15 a 30 minutos. As principais vantagens são: baixo custo operacional e na manutenção,
garantia no tratamento dos resíduos; em contrapartida não reduz os resíduos, além de ser o
desinfetante químico, um poluente por si só. Ele é ainda contra indicado para o tratamento de
peças anatomopatológicas, animais contaminados e parte de materiais provenientes de
isolamento, e possui baixa eficiência na presença de excesso de matéria orgânica.
Incineração - Os incineradores convencionais são fornos, nos quais se queimam os
resíduos, além do calor, a incineração gera dióxido de carbono, óxidos de enxofre e
nitrogênio, dioxinas e outros contaminantes gasosos, cinzas voláteis e resíduos sólidos que
não se queimam. Após a incineração dos resíduos, os poluentes gasosos gerados devem ser
21
processados em equipamento de controle de poluição (ECP) antes de serem liberados para a
atmosfera, atendendo aos limites de emissão estabelecidos pelo órgão de meio ambiente.
Além dos efluentes gasosos gerados na incineração ocorre também a geração de cinzas e
escórias da câmara de incineração e outros poluentes sólidos do ECP, assim como efluentes
líquidos que devem atender aos limites de emissões estabelecidos pela legislação ambiental
vigente. As cinzas e escórias, por conterem metais pesados em alta concentração, necessitam
de um aterro especial para resíduos perigosos.
Pirólise - É um processo de decomposição química de resíduos por meio do calor em uma
atmosfera com pouco oxigênio gerando carvão (que será queimado).
As vantagens desse processo é a garantia da eficiência de tratamento quando em perfeitas
condições de operação, redução de volume de resíduos a serem dispostos em torno de 95% do
volume inicial. Como desvantagens têm-se os elevados custos operacionais e de manutenção
(a manutenção e a operação são difíceis, exigindo limpeza constante no sistema de
alimentação de combustível auxiliar, principalmente se for utilizado óleo combustível),
elevado risco de contaminação do ar com geração de dioxinas e dibenzo furanos, a partir da
queima e materiais clorados.
1.2.8 Disposição Final de RSS
A disposição final de resíduos é a última etapa do gerenciamento de resíduos por ser um
dos maiores problemas para os estabelecimentos envolvidos na geração destes resíduos,
devido aos riscos inerentes.
Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a critérios técnicos de construção e
operação para as quais é exigido licenciamento ambiental de acordo com a Resolução
CONAMA no. 237/97 e ainda seguir as normas da ABNT.
Na Política Estadual de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro, Lei no. 4191 de 30/09/2003,
a respeito do destino dos resíduos, ela estabelece que: “não são permitidos depósitos de
qualquer tipo de resíduos a céu aberto, ficando os responsáveis obrigados a encaminhar os
referidos resíduos a atividades licenciadas pelo órgão estadual responsável pelo
licenciamento ambiental, no prazo de (01) ano a contar da data de publicação” (Art. 10).
A disposição a céu aberto se caracteriza pela disposição de resíduos sólidos, pela simples
descarga de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente e a saúde, com
aparecimento de vetores indesejáveis, mau cheiro, contaminação das águas superficiais e
riscos de explosões, devido à presença de gases subterrâneos (CH4) oriundos da degradação
do lixo, além da presença de catadores.
Vazadouros – É o preenchimento com resíduos sólidos de buracos ou voçorocas, que
foram provocadas pelas chuvas. Este processo é considerado crime ambiental, pois o caminho
22
aberto pelas águas pluviais conduz os líquidos contaminantes, resultantes do processo de
degradação do lixo, para dentro dos corpos d’água.
A utilização dos resíduos na alimentação de animais, como o porco, por exemplo,
constitui-se em crime contra a saúde pública, por ser este animal, um hospedeiro
intermediário de diversas doenças. Infelizmente esta prática é utilizada em diversos
municípios brasileiros.
Aterro Controlado - Neste, os resíduos são descarregados no solo, com recobrimento de
camada de material inerte, diariamente. Esta forma não evita os problemas de poluição por
não possuir sistemas de drenagem, tratamento de líquidos, gases, impermeabilização, etc.
Valas Sépticas – Técnica com a impermeabilização do solo de acordo com a norma de
ABNT. É chamada de célula especial de RSS e é empregada em pequenos municípios. São
valas escavadas impermeabilizadas com largura e profundidade proporcionais à quantidade de
lixo a ser aterrada. Sua localização deve ser preferencialmente em locais altos e onde o lençol
freático esteja bem abaixo da superfície, a uma distância mínima de 200 metros dos corpos
d.água e de 5 km da comunidade com ventos predominantes no sentido cidade-vala.
Aterro Sanitário – Este é processo mais adequado de disposição final de resíduos, por
dispor os resíduos de forma segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde
pública, porém depende da existência de locais adequados.
Este sistema está fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais
específicas. O método consiste na compactação dos resíduos em camada sobre o solo
devidamente impermeabilizado empregando-se um trator de esteira. O controle de efluentes
líquidos e emissões gasosas também são feitos. O recobrimento do solo é realizado
diariamente com camada de solo, compactada com espessura de 20 cm, para evitar
proliferação de moscas; aparecimento de roedores, moscas e baratas; espalhamento de papéis,
lixo pelos arredores; poluição das águas superficiais e subterrâneas. Os terrenos com aterros
sanitários podem servir para praças de esporte, parques ecológicos etc., não devem, no
entanto, receber estruturas pesadas.
Aterro de Resíduos Perigosos - Classe I - Aterro Industrial - Técnica de disposição final
de resíduos químicos no solo, sem causar danos ou risco à saúde pública, minimizando os
impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de engenharia para o
confinamento destes.
Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais), em 2005 foram implantados 18 aterros privados espalhados pelas regiões
sudeste, sul e nordeste, recebendo em conjunto 23 mil toneladas de lixo/dia. Este tipo de
empreendimento pela iniciativa privada vem crescendo no país consideravelmente e já
23
respondem por 15% da destinação final de lixo no Brasil (ABRELPE, 2006). Os serviços de
coleta domiciliar e hospitalar tem 66,5% da participação das Empresas privadas.
A seguir, serão abordados os diferentes riscos existentes, tanto para a saúde humana
quanto para o meio ambiente que podem ocorrer devido ao manejo inadequado de produtos
considerados perigosos, como é o caso dos resíduos.
1.3. Riscos relacionados aos Resíduos
1.3.1 Conceituação
Segundo BRILHANTE E CALDAS (1999) o risco é definido como a medida da
probabilidade e da severidade de ocorrer efeitos adversos, sendo que o seu grau é função do
efeito adverso que pode resultar de uma ação particular. A avaliação de risco se define como
um processo quantitativo e qualitativo conduzido para caracterizar a natureza e a magnitude
dos riscos à saúde pública, pela exposição a substâncias perigosas ou a contaminantes
emitidos em sítios específicos.
A NBR 10004/87 classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública em:
Classe I – perigosos, são aqueles que apresentam periculosidade, com as seguintes
características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade;
Classe II- não-inertes, são todos os resíduos chamados de comum, podem ter
propriedades como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em
água;
Classe III – inertes, são resíduos tais como: tijolo, concreto, pedra, areia, terra e
similares;
Assim, a periculosidade de um resíduo está associada às características apresentadas por
este em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas que possam
representar risco à saúde pública e/ou ocupacional e ao meio ambiente, quando o resíduo é
manuseado ou destinado de forma inadequada. Sob esta abordagem, os resíduos sólidos dos
serviços de saúde são considerados potenciais poluidores do meio ambiente e prejudiciais à
saúde pública (BRILHANTE E CALDAS, 1999).
Os estabelecimentos voltados para a saúde vêm sofrendo uma enorme evolução no que
diz respeito ao incremento de novas tecnologias incorporadas aos métodos de diagnóstico e
tratamento, resultando na geração de novos materiais, novas substâncias e equipamentos com
presença de componentes mais complexos e muitas vezes mais perigosos para o homem que
os manipula e o meio ambiente que os recebe.
24
Para ZANON (1990), os resíduos que oferecem risco são os cortantes ou perfurantes,
especialmente os que contenham sangue, podendo oferecer perigo para aqueles que os
manipulam. O risco imputado aos resíduos não cortantes, mesmo quando sujos de sangue ou
secreções, é improvável, exceto no caso de recipientes contendo culturas de microorganismos
vivos.
O risco para a população em geral de adoecer através da exposição aos RSS é,
provavelmente, muito menor do que o risco ocupacional dos indivíduos a eles expostos (EPA,
2002).
A parcela de resíduos com potencial maior de contaminação biológica no meio ambiente
é maior nos resíduos domiciliares quando estes são comparados aos resíduos de serviços de
saúde. CUSSIOL et al (2006) afirma que mesmo diante de tais evidências, a sociedade não
percebe os riscos que existem nos resíduos domiciliares, já que os mesmos são normalmente
classificados como comuns. Ele afirma que a simples presença de patógenos nos resíduos,
seja suficiente para transmitir enfermidade a alguém sem que haja via de transmissão. A
imunização e a suscetibilidade também precisam ser consideradas.
Os riscos ao meio ambiente se dão através da contaminação do solo, das águas
superficiais e subterrâneas pelo lançamento de RSS em lixões ou aterros controlados que
também proporciona riscos aos catadores, principalmente por meio de lesões provocadas por
materiais cortantes e/ou perfurantes, e por ingestão de alimentos contaminados, ou aspiração
de material particulado contaminado em suspensão (BRASIL, 2006).
1.3.2 Riscos Ambientais
Diariamente, as características físicas presentes nos ambientes de trabalho, seja o ar
interno, temperatura, umidade, presença de vibrações, ruídos, poeiras, material particulado,
fungos, etc, além das ferramentas utilizadas, dos equipamentos existentes e das condutas
assumidas pelos profissionais, dentre outros fatores, os colocam à mercê de acidentes e de
possíveis danos à sua integridade física e saúde, expondo-os aos Riscos Ambientais
(BRILHANTE & CALDAS, 1999).
A identificação e a avaliação dos riscos, bem como a adoção de medidas preventivas
requerem o uso de metodologias que viabilizem a implantação de programas preventivos e
auxiliem na integração deles, conforme preconizados pelas: NR 7 (PCMSO), e NR 9 (PPRA)
da portaria nº 3.214, 1078, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Para melhor conhecimento sobre tais ambientes e condições de trabalho foi criada a
abordagem conhecida como Mapeamento de Risco, o qual teve sua origem no Modelo
Operário Italiano (MOI), fruto do Movimento Sindical, iniciado no final da década e 60. O
modelo de Mapa de Riscos que a Legislação Brasileira adota, apresenta parcialmente o que já
25
era realizado há mais de uma década pelo Movimento Sindical Brasileiro, que contava com a
participação dos trabalhadores no controle de suas condições de trabalho (MATTOS &
SANTOS, 1996)
O Mapa de Risco é uma representação gráfica de problemas relacionados ao processo de
produção, onde os riscos e os fatores de risco podem ser registrados através de figuras, cores e
outros símbolos. Segundo a Norma Regulamentadora NR-5, do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), os riscos são classificados em:
Riscos Químicos - representam os elementos presentes no campo de atuação da
toxicologia, que estudam os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias
químicas com o organismo. Em destaque - as névoas, neblinas, fumos, poeiras, gases
e vapores;
Riscos Biológicos - a capacidade de organismos vivos - bactérias, fungos, helmintos,
protozoários e vírus entre outros chamados patogênicos - causarem doenças ao
organismo humano;
Riscos Físicos - Danos variáveis, ruído, vibração, temperaturas extremas (altas e
baixas), pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes;
Riscos de Acidentes - A presença material de oportunidades de dano sobreaquecidas
resultantes do atrito entre peças outras, partes móveis arestas cortantes;
Riscos Ergonômicos - São aqueles que dão origem à fadiga anátomo-fisiológica e
cuja fonte é o esforço músculo-esquelético empregado pelo ser humano na realização
de seu trabalho. Fazem parte deste grupo: esforços físicos, posturas corporais erradas,
movimentos repetitivos, ritmos de trabalho.
Segundo a NR-5, os principais riscos ocupacionais são classificados em grupos de acordo
com sua natureza e a padronização das cores conforme o Quadro 1.
26
Quadro 1 – Classificação dos Riscos ocupacionais
GRUPO 1:
VERDE
GRUPO 2:
VERMELHO
GRUPO 3:
MARROM
GRUPO 4:
AMARELO
GRUPO 5:
AZUL
Riscos Físicos Riscos
Químicos
Riscos
Biológicos
Riscos
Ergonômicos
Riscos de
Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico
intenso
Arranjo físico
inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e
transporte
manual de peso
Máquinas e
equipamentos
sem proteção
Radiações não
Ionizantes
Neblinas Fungos Controle rígido
de
produtividade
Iluminação
inadequada
Frio Gases Parasitas Imposição de
ritmos
excessivos
Eletricidade
Calor Vapores Bacilos Trabalho em
turno diurno e
noturno
Probabilidade de
incêndio ou
explosão
Pressões
anormais
Substâncias
compostas ou
produtos
químicos em
geral
Jornadas de
trabalho
prolongadas
Armazenamento
inadequado
Umidade Monotonia e
repetitividade
Animais
peçonhentos
Outras
situações
causadoras de
estresse físico
ou psíquico
Outras situações
de risco que
poderão
contribuir para a
ocorrência de
acidentes
Fonte: ARAÚJO (2005)
A seguir será abordada a prática que devem ser realizadas em laboratórios de ensino e
pesquisa, a fim de melhorar as condições ambientais e de trabalho existentes.
1.4. Boas Práticas em Laboratórios e Serviços de Saúde
As boas práticas de laboratório, dizem respeito às técnicas, normas e procedimentos de
trabalho que visam a minimizar e controlar a exposição dos trabalhadores aos riscos inerentes
às suas atividades. A aplicação de boas práticas é indispensável à segurança do trabalhador,
do produto que está manipulando e do ambiente em que trabalha, devendo fazer parte de sua
rotina de trabalho, devendo ter caráter coletivo, e não somente individual.
27
Grande parte destas ações está direcionada a cuidados específicos com materiais
perfurocortantes, à prevenção da contaminação ambiental por materiais biológicos e à
subseqüente exposição dos patógenos de transmissão sangüínea.
Com o objetivo de proporcionar segurança nas atividades diárias dos trabalhadores assim
como facilitar a rotina de trabalho serão descritos a seguir exemplos de normas, técnicas e
procedimentos a serem utilizados.
1.4.1 A Higiene
Os hábitos de higiene pessoal nos ambientes de trabalho são importantes para a redução
do risco de contaminação. Portanto algumas medidas devem ser sempre consideradas
cotidianamente, a saber:
Lavar as mãos antes e após cada atividade.
Manter as unhas sempre curtas.
Não coçar os olhos, o nariz, o ouvido ou a boca com as mãos calçando luvas.
Não manipular lentes de contato.
Manter os cabelos sempre presos, quando necessário usar gorro protetor.
Após cada atividade, manter sempre o local limpo.
Nunca fazer refeições em seu ambiente de trabalho.
Todo o material ou equipamento que entrar em contato com microorganismos deve ser
descontaminado.
Manter o jaleco sempre limpo. Utilizar hipoclorito de sódio a 1% para descontaminá-
lo separado de outras roupas.
Nunca manusear maçanetas, telefones ou outros objetos comuns, usando luvas durante
a execução das suas atividades.
Não deixar material de trabalho sujo por muito tempo na bancada ou dentro da pia.
Logo após o uso mantê-los submerso no desinfetante seguindo as instruções do
fabricante.
1.4.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Tem como função fornecer proteção ao trabalhador sob as diversas formas de atividades
que ele desempenha. Deve ser confortável e de boa qualidade.
A partir do momento que entrar no laboratório ou ambiente de trabalho sempre fazer
uso do jaleco. Ele objetiva reduzir a exposição do trabalhador à contaminação de
objetos, deve ser usado sempre fechado.
Usar máscara facial ao manipular produtos que possam gerar aerossóis
Quando necessário usar óculos de proteção
28
Manter o uso de luvas descartáveis como um hábito, e lembrar-se que existem luvas
para cada tipo de atividade, usar sempre a luva adequada.
Os EPI’s foram desenvolvidos para serem utilizados somente dentro do ambiente de
trabalho, nunca utilizá-los fora dele.
Dar preferência a calçados fechados.
1.4.3 Uso e Manutenção de Equipamentos
Equipamento com ruído elevado, requisitar manutenção.
Nunca exceder a capacidade de um equipamento.
Equilibrar os tubos na centrífuga e nunca deixar de fechá-lo para evitar a geração de
aerossóis.
O banho-maria deve ser limpo regularmente a fim de evitar a geração de
microorganismos.
Ao armazenar ou estocar materiais em geladeira ou freezer, certificar-se de que estão
bem-identificados e o rótulo é resistente à umidade.
Antes de colocar materiais dentro da autoclave, certificar-se de que a água está no
nível adequado.
1.4.4 Cabines de Segurança Biológica (CSB)
Ao utilizar a CSB, manter as portas e janelas fechadas, evitando a circulação de
ar, neste momento.
Antes e após o uso da cabine manter o sistema de filtro HEPA e a luz UV
funcionado 15-20 minutos.
Descontaminar o interior da CSB com gaze estéril, antes e após o uso.
Procure fazer movimentos leves dentro da cabine. Os movimentos bruscos podem
ocasionar a ruptura do fluxo laminar.
Conduzir as manipulações no centro da área de trabalho
Manter um frasco com álcool a 70% para o descarte de ponteiras no fundo da
cabine
Evitar manter qualquer tipo de chama acesa no interior da cabine por mais do que
alguns minutos.
Não armazenar objetos no interior da CSB, toda a superfície interna deve estar
desobstruída e limpa antes e após o uso.
29
1.4.5 Prevenção de Acidentes
É terminantemente proibido reencapar agulhas, elas não devem ser entortadas,
removidas ou quebradas.
Cacos de vidro devem ser apanhados com vassoura e pá
Ao derramar qualquer substância, providenciar limpeza imediatamente
Jamais corra no ambiente de trabalho, concentrar-se na sua atividade. Evitar
conversas durante tarefa que exija atenção
Não utilizar qualquer equipamento sonoro nos ouvidos, enquanto trabalha. É
preciso estar atento a qualquer ruído à sua volta.
Nunca sobrecarregar seu limite de trabalho e jamais trabalhar no mesmo horário
do pessoal da limpeza, para diminuir a exposição do aerossol utilizado por eles,
aguardar de 15 a 20 minutos para reiniciar seu trabalho.
1.4.6. Armazenamento e Estoque de Materiais
Nunca armazenar mais que um litro de produto químico no ambiente de trabalho.
Quantidades maiores devem ser estocadas em local apropriado.
Manter a integridade do rótulo dos produtos armazenados, antes do
armazenamento ou estocagem, anexar o rótulo com os dados completos referentes
ao produto.
1.4.7 Descarte de Materiais
O descarte de materiais deve seguir as especificações das Resoluções n
o
. 306/04 -
ANVISA e CONAMA n
o
. 358/05.
As boas práticas quando aplicadas de forma correta, minimizam os riscos de acidentes,
otimizam as atividades, aumentam a produtividade bem como melhoram a qualidade do
produto e ambiente de trabalho. Todos os trabalhadores devem ser constantemente atualizados
quanto às técnicas seguras de trabalho.
A implementação de todas as etapas que visem à segurança e a saúde do trabalhador (NR
32) é de responsabilidade da instituição ou empresa a qual pertençam os trabalhadores.
30
CAPÍTULO 2 - LEGISLAÇÕES E NORMAS REFERENTES AO GERENCIAMENTO
DE RESÍDUOS.
Este capítulo visa apresentar de maneira geral, as principais legislações existentes no
país, bem como as Normas Regulamentadoras que são importantes para a implantação de um
Plano de Gerenciamento de Resíduos.
2.1 Leis e Decretos Federais
Lei 6938/ 81 – Política Nacional do Meio Ambiente
A Lei n° 6.938/ 81, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Em seu artigo1° estabelece
que a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismo de formulação e a
aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico
Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.
Nessa Lei fica definido que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Além de criar o Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
Lei 9605/98 – Lei de Crimes Ambientais
A Lei nº 9605/ 98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente. Em seu art. 2º é dito: “Quem, de qualquer forma,
concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas,
na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho
e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que,
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir
para evitá-la”.
Além disso, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade e que essa
responsabilidade (da pessoa jurídica), não excluirá a das pessoas físicas, autoras, co-autoras
ou partícipes do mesmo fato.
31
Lei n.519 de 10/04/84
Esta dispõe sobre a proibição da existência e deposito de lixo à seu aberto, nas condições que
mencione ou dá outras providências.
Lei n. 1 356, de 03/10/88 e a Resolução CONAMA n.001/86
Define que para licenciamento de qualquer atividade voltada para o processamento e
destinação final de resíduos tóxicos perigosos é necessário o EIA - Estudo de Impacto
Ambiental e o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental.
Decreto n. 5.940, de 25/10/06
Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da
administração pública federal direta indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores de recicláveis, e dá outras providências.
2.2 Resoluções Federais
A) Do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA:
Resolução n 1-A de 23/01/86
Estabelece normas ao transporte de produtos perigosos que circulam próximos a áreas
densamente povoadas de proteção de mananciais e do ambiente natural
Resolução n. 05 de 1993
Determina o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e terminais de transporte, em
todas as suas etapas desde sua geração até o tratamento e disposição final.
Resolução n. 37, de 30/12/94
Define resíduos sólidos perigosos e estabelece os critérios para importação e exportação de
resíduos.
Resolução n. 237 de 22/12/97
Dispõe sobre a disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los
obedecendo a critérios técnicos de construção, operação e licenciamento ambiental.
32
Resolução n. 257 de 30/06/99
Dispõe sobre o descarte e o gerenciamento adequado de pilhas e baterias usadas, quanto a
coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final. As mesmas devem ser
entregues ao estabelecimento que as comercializem ou a rede de assistência técnica autorizada
pelas indústrias, para repasse aos fabricantes.
Resolução n. 283 de 12 /07/01
Dispõe especificamente sobre o tratamento e destinação final de resíduos de serviços de
saúde, não englobando mais os resíduos de terminais de transportes. Modifica o termo Plano
de gerenciamento de resíduos da saúde para Plano de gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde – PGRSS. Impondo aos estabelecimentos de assistência à saúde o gerenciamento de
seus resíduos.
Resolução n.237 de 22/12/01
Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.
Resolução n. 307 de 05/07/02
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,
disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.
Resolução n. 316 de 29/10/2002
Disciplina os processos de tratamento térmico de resíduos e cadáveres, estabelecendo
procedimentos operacionais, limites de emissão e critérios de desempenho, controle,
tratamento e disposição final de efluentes, de modo a minimizar os impactos ao meio
ambiente e a saúde pública, resultantes destas atividades.
Resolução n. 358 de 29/04/05
Dispõe sobre a definição de regras para tratamento dos RSS de acordo com as especificidades
locais de cada Estado e Município.
B) Da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
RDC n. 50 de 21/02/2002
Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
33
RDC n. 306 de 07/12/2004
Resolução que atualiza e complementa os procedimentos contidos na Resolução RDC 33, de
25 de fevereiro de 2003, relativos ao gerenciamento dos resíduos gerados nos serviços de
saúde - RSS, incluindo os laboratórios de ensino e pesquisa, desde sua geração até a
disposição final, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração
até a sua destinação final.
C) Da Agência Nacional de Transportes Terrestres
Resolução n. 420 de 12/02/04
Aprova as instruções completas ao regulamento de transportes terrestres de Produtos
perigosos. Este regulamento especifica exigências detalhadas aplicáveis ao transporte terrestre
de produtos perigosos. Exceto se disposto em contrário neste regulamento, ninguém pode
oferecer ou aceitar Produtos perigosos para transporte, se estes produtos não estiverem
adequadamente embalados, classificados, marcados, rotulados e especificados conforme
declaração emitida pelo expedidor constante na documentação de transporte e, além disso nas
condições de transporte exigidas por este regulamento.
2.3 Leis e Diretrizes Estaduais - RJ
Lei nº 2.419, de 20 de julho de 1995
Determina a criação em áreas administradas pelo estado e os municípios depósitos para
recolhimento de lixo reciclável mediante convênios firmados com as companhias de limpeza
urbana municipais ou suas contratadas e dá outras providências.
Lei 2011/92- Dispõe sobre a Obrigatoriedade de Implantação de Programa de Redução de
Resíduos
A Lei nº 2011/92 dispõe sobre a obrigatoriedade da implementação de Programa de Redução
de Resíduos. Em seu art. 3º, estabelece que a Comissão Estadual de Controle Ambiental -
CECA, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Projetos Especiais - SENAMPE,
determinará às atividades e instalações geradoras de resíduos, a implementação de programa
de redução, de acordo com Plano de Ação específico.
34
FEEMA DZ 1310. R- 6 – Diretrizes do Sistema de Manifesto de Resíduos
O Sistema de Manifesto de Resíduos é um instrumento de controle que, mediante o uso de
formulário próprio, permite conhecer e controlar a forma de destinação dada pelo gerador,
transportador e receptor de resíduos. O Sistema é parte do Programa de Gerenciamento de
Resíduos que visa o controle mais eficiente dos resíduos industriais gerados no parque
instalado no Estado do Rio de Janeiro, e envolve o processo de geração, manipulação,
acondicionamento, transporte, tratamento e disposição final.
FEEMA DZ 1317. R-2 – Diretrizes para procedimentos das etapas do plano de gerenciamento
de resíduos.
Esta norma define procedimentos a serem adotados nas etapas de: acondicionamento,
manuseio, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos semi-
sólidos e líquidos de unidades de serviços de saúde.
FEEMA DZ – 1311. R– 4 – Diretriz de Destinação de Resíduos
Estabelece diretrizes para o licenciamento da destinação de resíduos sólidos, semi-sólidos e
líquidos não passíveis de tratamento convencional proveniente de quaisquer fontes poluidoras,
como parte integrante do sistema de licenciamento de atividades poluidoras – SLAP.
2.4 Leis Municipais da Prefeitura do Rio de Janeiro
Norma 42-10-01 – COMLURB
Trata do credenciamento para Prestação de Serviços de Coleta e Remoção de Resíduos
Sólidos.
Lei Municipal n. 3275 de 06/09/01
Dispõe sobre a gestão do sistema de limpeza urbana no município do Rio de Janeiro e sua
respectiva regulamentação pelo decreto municipal n. 21.305 de 19/04/02.
2.5 Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE)
NR 5 – de 17/08/92 - Referente a Comissão Interna de Proteção de Acidentes – CIPA.
Esta norma estabelece que a CIPA terá obrigatoriedade adicional a confecção de Mapa de
Riscos que deverá ser confeccionado com o auxílio do Serviço Especializado de Segurança e
Medicina do trabalho – SESMT e terá como finalidade básica fazer uma representação gráfica
do reconhecimento dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho.
35
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual
Segundo a NR 6, Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Diz ainda, que a empresa é obrigada a fornecer
aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento.
Além disso, cabe ao empregador, dentre outros, exigir seu uso; orientar e treinar o trabalhador
sobre o uso adequado, guarda e conservação; e substituir imediatamente, quando danificado
ou extraviado. Quanto ao empregado deve-se: usar o EPI, utilizando-o apenas para a
finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao
empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, cumprir as determinações
do empregador sobre o uso adequado.
NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde ocupacional
A NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, que tem o objetivo de promoção e
preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Ela estabelece parâmetros mínimos
e diretrizes gerais a serem observados na execução do PCMSO.
NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Ela estabelece,
ainda, os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO previsto na NR 7.
36
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites
de tolerância previstos nos anexos 1,2,3,5 , 11 e 12 da referida lei.
NR 17 – Ergonomia
A NR 17 visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos
relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do
trabalho.
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a
mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta norma.
NR 23 – Proteção Contra Incêndio
A NR 23 trata da Proteção Contra Incêndio, incluindo, entre outros itens, saídas de
emergência; classificação de fogo; e tipos de extintores.
NR 26 – Sinalização e Segurança
A NR 26 tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para
prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas,
identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e
advertindo contra riscos. Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou
locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. A utilização de
cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes.
NR 32 – Norma regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de
Assistência à Saúde.
Esta norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de
assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde em geral.
37
2.6 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR 12235, abril de 1992 - Fixa procedimentos para o armazenamento de resíduos sólidos
perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
NBR 12810, janeiro de 1993 - Dispõe sobre os procedimentos relacionados a coleta externa
de resíduos.
NBR 13853, maio de 1997 – Os coletores para resíduos perfurantes ou cortantes de serviços
de saúde – Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 7500, março de 2000 – Dispõe sobre a simbologia de risco e manuseio para o
Transporte e Armazenamento de resíduos.
NBR 9191, julho de 2000 – Classifica os sacos plásticos para o acondicionamento de lixo
quanto à finalidade, espécie de lixo e as dimensões.
NBR 14652, abril de 2001 – Específica o carro coletor-transportador rodoviário de resíduos
do grupo A (RSS), quanto aos requisitos de construção e inspeção.
NBR 14725, julho de 2001 – Fichas de informações de segurança de produtos químicos-
FISPQ
NBR 09195
- Determinação da resistência à queda livre para sacos plásticos para
acondicionamento de lixo
NBR 10004 de 2004 - Classificação de Resíduos Sólidos
Esta norma classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. Os resíduos radioativos não
são objetos desta norma, pois são da competência exclusiva da Comissão Nacional de Energia
Nuclear. Para efeito desta norma, os resíduos são classificados em:
a) Resíduos classe I – Perigosos;
b) Resíduos classe II – Não Perigosos;
c) Resíduos classe II A – Não inertes;
d) Resíduos classe II B – Inertes
38
NBR 10007 – Fixa condições exigíveis para a amostragem, preservação e estocagem de
amostras de resíduos sólidos.
NBR 12807 – Esta norma define os termos empregados em relação aos resíduos de serviços
de saúde. Para a aplicação desta Norma é necessário consultar: Resolução CNEM-NE-6.05,
NBR 10004, NBR 12806, NBR 12809.
NBR 12808 – Esta norma classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos
potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado.
Para aplicação desta Norma é necessário consultar: Resolução CNEM-NE-6.05, NBR 10004,
NBR 12807.
NBR 12809 – Esta norma estabelece os procedimentos exigíveis para garantir condições de
higiene e segurança no processamento interno de resíduos infectantes, especiais e comuns,
nos serviços de saúde. Para aplicação desta norma é necessário consultar: Resolução CNEM-
NE-6.05, NBR 7500, NBR 100004, NBR 12806, NBR 12809.
NBR 13221 – Fixa as diretrizes para o transporte de resíduos, de modo a evitar danos ao meio
ambiente e a proteger a saúde pública.
NBR 13333 – Caçamba estacionária de 0,8 metros cúbicos, 1,2 metros cúbicos e 1,6 metros
cúbicos para coleta de resíduos sólidos por coletores-compactadores de carregamento traseiro
– Dimensões – terminologia.
NBR 13342 – Caçamba estacionária de 0,8 metros cúbicos, 1,2 metros cúbicos e 1,6 metros
cúbicos para coleta de resíduos sólidos por coletores-compactadores de carregamento traseiro
– Dimensões – Padronização.
NBR 13463 – coleta de resíduos – Classificação.
NBR 13055
– Sacos plásticos para sacos para acondicionamento de lixo – Determinação da
capacidade volumétrica.
39
NBR ISO 14001: 2004 – Sistema de Gestão Ambiental
Esta norma especifica os requisitos para que um sistema de gestão ambiental capacite uma
organização a desenvolver e implementar política e objetivos que levem em consideração
requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais significativos.
Esse sistema permite que a organização desenvolva uma política ambiental, estabelecendo
objetivos e processos visando atingir os comprometimentos da política, agir para melhorar seu
desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos da norma.
40
CAPÍTULO 3 – EXPERIÊNCIAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM
UNIVERSIDADES
Embora as primeiras escolas superiores tenham sido criadas por D. João VI a partir de
1808, as primeiras universidades brasileiras datam dos anos 30. Em 1934 por iniciativa do
governador Armando Salles Oliveira foi criada a universidade de São Paulo – USP, a primeira
a ser criada e organizada segundo as normas do estatuto das Universidades Brasileiras (1931)
e considerada o paradigma das Universidades Brasileiras. Em 1935 é criada a Universidade
do Distrito federal no Município do Rio de Janeiro com a faculdade de Educação na qual se
situava o instituto de Educação. Ao longo de muitos anos a Universidade brasileira buscava
formar profissionais competentes para a administração do Estado. Sempre prevalecendo a
função de formação de elites.
Diversas teorias e projetos foram propostos ao longo de décadas para que as
Universidades Públicas Brasileiras fossem o principal instrumento de atendimento às
demandas da sociedade.
Hoje ela é uma instituição de fundamental importância, justamente por mediar o mundo
social e a ciência, ocupando uma posição estratégica na dinâmica dos processos de inovação
tecnológica bem como produção e difusão da ciência.
A universidade, pela natureza do conhecimento que produz, seja no campo da ciência da
Filosofia ou da Arte, seja pela sua capacidade de reflexão e crítica tem o papel significativo a
cumprir na busca de solução para os graves problemas enfrentados pela sociedade brasileira e
na construção do futuro do país (MENDES, 2005).
Em algumas instituições americanas, a partir da década de 70, fruto da preocupação com
o desenvolvimento sustentável, como na Universidade da Califórnia, na Universidade do
Estado do Novo México, na Universidade de Illinois e na Universidade de Minnesota, deu-se
o início à implantação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos – PGR (idem).
No Brasil as experiências nesse sentido infelizmente começaram a partir da última
década, nas Universidades Estaduais e Federais mais antigas. A seguir serão abordadas
experiências em algumas dessas Universidades.
É importante ressaltar que embora a intenção das instituições sejam as mesmas com
relação à gestão dos resíduos gerados, existem inúmeras particularidades que vão desde a sua
geração até a disposição final, com a adoção de práticas distintas para cada uma delas.
Dentre os maiores problemas a serem gerenciados nestas instituições, estão os resíduos
químicos que são gerados nos laboratórios de ensino e pesquisa: os resíduos ativos, fruto das
atividades rotineiras da unidade geradora, e os passivos, armazenados dentro do ambiente de
41
trabalho, geralmente não são identificados e ficam aguardando a sua destinação final
(JARDIM, 1998).
A implantação de um PGR deve obedecer a uma escala de prioridades que estimule, a
princípio, a prevenção da geração de resíduos, isto é, deve-se evitar sempre que possível a sua
geração. Isso pode ser obtido pela modificação de um processo qualquer (ou método
analítico), substituição de matérias primas ou insumos.
3.1 Experiências em Instituições de Ensino e Pesquisa
As instituições de ensino e pesquisa com atividades de laboratório geram resíduos
poluentes que, se não forem gerenciados de forma adequada, acabam sendo lançadas no
sistema de esgoto poluindo o ambiente. Assim, algumas universidades preocupadas com o
manuseio de seus resíduos, deram início ao programa de gerenciamento de resíduos.
3.2.1 A Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
A UFSC vem trabalhando há 5 anos para reverter à situação dos resíduos visando
estabelecer compromissos da universidade com relação à comunidade na qual está inserida.
Os resíduos químicos produzidos nos laboratórios de ensino e pesquisa são recolhidos e
armazenados em um local para esta finalidade e depois encaminhados para que sejam tratados
de forma adequada sem prejuízo para o meio ambiente.
Para que o sistema de coleta fosse eficiente foi necessário disponibilizar recipientes para
coleta assim como equipar um local adequado ao armazenamento dos resíduos. O processo de
Educação Ambiental dentro e fora da Universidade foi extremamente importante, assim como
o incentivo a formação de recursos humanos na área de tratamento dos resíduos químicos.
Para a minimização dos resíduos, que na verdade é um dos maiores objetivos do programa,
alguns dos procedimentos abaixo foram tomados.
Substituição de produtos químicos tóxicos por materiais menos perigosos.
Redução de volumes, ou seja, usar quantidades em meia escala.
Recuperação, reciclagem ou reutilização dos resíduos sempre que possível.
Mudança nos processos e procedimentos experimentais.
Cadastramento dos laboratórios, conhecimento do volume de resíduos gerados e o
tipo.
Cursos e informações sobre os resíduos gerados.
Um dos princípios do programa estabelece que a geração e o descarte de resíduos de
laboratórios são de responsabilidade de cada individuo no local onde ele foi gerado
(DEBACHER, 2001).
42
3.2.2 Universidade de São Paulo - USP
A USP foi uma das universidades pioneiras no tratamento de reciclagem de seus resíduos
químicos líquidos (solventes orgânicos e soluções contendo metais pesados, como mercúrio,
prata e cromo), onde este é associado à economia e à preservação ambiental, se estendendo
para outros campi (ALBERGUINI et al, 2003).
A implantação iniciou em 1990, devido à urgência em dar um destino final aos seus
resíduos e minimizar o custo elevado do processo de incineração. Assim, foi criado dentro de
todas as normas de segurança (piso especial, sem parte elétrica e iluminação, sistema de
drenagem e caixa selada do lado externo) um local que no primeiro ano tratou somente do
passivo armazenado (resíduo estocado, geralmente não caracterizado), com investimento de
R$ 60 mil repassados pela reitoria.
Valor considerado baixo por eles devido ao custo benefício. O objetivo é parar com a
velha prática de poluir para depois despoluir.
Com o tratamento físico-químico realizado (processo de destilação e neutralização), os
elementos são separados e neutralizados ao máximo, o que possibilita que o lançamento da
poluição final fique inferior ao limite tolerado pela CETESB (Companhia de Tecnologia e
Saneamento Ambiental).
De cada 100 litros de mistura processada retiram-se como produto final, 80 litros de
resíduos limpos para serem lançados na rede de esgoto e 20 litros de resíduos sólidos,
dependendo da substância existente nesta parcela menor, o resíduo do resíduo segue para uma
segunda etapa de recuperação ou é encaminhado para um aterro industrial. Até mesmo a água
do sistema de destilação é recirculada, evitando-se assim seu descarte.
Num primeiro momento todo esse processo se assemelha a linha de produção de uma
fábrica, porém não deve ser confundido como tal, já que para cada lote de resíduos que chega
ao laboratório é iniciada uma nova pesquisa, porque o percentual das substâncias envolvidas
na mistura é sempre diferente.
A reciclagem faz parte também da rotina do LQR, depois do processo de destilação, os
solventes químicos (etanol e acetona), antes descartados, voltam para as unidades onde são
reutilizados. Existem produtos já reciclados quatro vezes. Apenas 20% do que sai dos
laboratórios do Instituto de química do Campus realmente é lixo.
3.2.3Universidade de Campinas - UNICAMP
A proposta apresentada pela UNICAMP, com relação ao plano de gestão de resíduos foi
vivenciada e aprimorada dentro do instituto de química, no Laboratório de Química
Ambiental (LQA), que se baseou em experiências internacionais.
43
Dentre as recomendações existentes, ressalta-se a importância que a instituição esteja
realmente disposta a implementar e sustentar um programa de gerenciamento de resíduos,
pois o insucesso compromete as tentativas posteriores. As experiências das universidades são
unânimes em colocar que o lado humano é importantíssimo para o seu sucesso, a mudança de
atitudes e a divulgação externa e interna sobre o plano de gestão de resíduos devem ser
incentivadas.
O instituto de química da UNICAMP através da comissão de segurança vem
desenvolvendo um trabalho consistente de controle dos resíduos. Antes de ser tomada a
decisão de segregação interna dos resíduos, é importante conhecer o seu destino final. O reuso
e o reciclo dos resíduos pode e devem ser exercitados dentro da unidade geradora. O reciclo já
é bastante utilizado nos laboratórios de química e significa refazer o ciclo por completo, ou
seja, o material retorna como matéria- prima ao seu processo produtivo, porém o reuso ainda é
pouco praticado, neste caso o resíduo é utilizado, tal qual foi gerado, em um processo
qualquer. Como o Brasil não tem ainda uma política de resíduos sólidos, devem-se lançar mão
do bom senso e da criatividade para a escolha da melhor opção, nesta última parte dentro das
atitudes hierárquicas propostas no programa.
Na proposta em desenvolvimento de gerenciamento ambiental da UNICAMP os resíduos
químicos são apenas um apêndice de um amplo programa que contempla, além dos demais
resíduos laboratoriais (biológicos e radioativos), o gerenciamento de resíduos domésticos,
cobertura vegetal, a logística de circulação e até mesmo a zoonose e controle de vetores. Para
isso foi criada uma célula operacional com profissionais exclusivos para que o programa
funcione. É necessário entender que a UNICAMP pela sua dimensão e volume de pessoas
pode ser considerada uma cidade, e que instituições menores não devem ambicionar um
projeto deste porte ( JARDIM,1998).
3.2.4 Universidade de Brasília – UNB
Em novembro de 2002, foi designada uma comissão para gestão de Resíduos Químicos
da Universidade de Brasília (CGRQ-UNB) com 3 objetivos: o destino ambientalmente
adequado do passivo acumulado, implementação de um sistema de gerenciamento de resíduos
químico e implementação da Central de tratamento de resíduos químicos da UNB.
Num primeiro momento, foi realizada a remoção parcial de frascos vazios e materiais
biológicos ali armazenados. Através de página na internet a normatização de atitudes do
programa de gerenciamento foi disponibilizada dando inicio ao programa de gerenciamento.
Os resíduos hospitalares e biológicos, contaminados ou não, foram incinerados por meio de
um acordo entre a universidade e a instituição responsável pelo gerenciamento de resíduos
sólidos urbanos do Distrito Federal.
44
Em 2003 iniciou-se um levantamento dos resíduos gerados através de questionários, onde
foi verificado que na sua maioria os laboratórios trabalham com pesquisa e ensino o que torna
o gerenciamento de resíduos uma atividade de alta complexidade já que há uma grande
diversidade de resíduos embora que em pouca quantidade. Os resíduos com prazo de validade
vencido, 35% deles são armazenados para posterior recolhimento e cerca de 40% são
utilizados. Nesta fase foi colocada a importância do tratamento dos reagentes vencidos para
recuperar sua qualidade, o que traria economia de recursos financeiros, mas também de
recursos naturais. Foi constatado que na maioria dos laboratórios os resíduos são jogados nas
pias ou em latas de lixo. Estes laboratórios geram menos de 10 litros de resíduos por mês
mostrando assim o perfil dos laboratórios de ensino e pesquisa, pouca quantidade e muita
diversidade.
A criação de uma central de tratamento, recuperação e destinação final de resíduos
químicos grados na Unb é parte fundamental nesta nova concepção de gerenciamento
ambiental de resíduos.
A revisão dos documentos mostrou uma homogeneidade significativa com relação aos
princípios adotados nas distintas universidades. De uma maneira geral, tem-se uma estrutura
gerencial padrão moldada de acordo com as condições técnico/operacionais e com controle
dos órgãos ambientais estaduais.
45
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DIRIGIDO AOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E
PESQUISA DO INSTITUTO DE BIOLOGIA DA UERJ
4.1 Descrição do local da Pesquisa
A UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro localizada no bairro do Maracanã, no
município do Rio de Janeiro, possui diversos cursos de Graduação e pós-graduação em todas
as áreas científicas, em particular a do Meio Ambiente, destacando-se o recém-criado
Doutorado multidisciplinar em meio ambiente de além do Mestrado e especialização em
Engenharia Ambiental e Engenharia Sanitária e Ambiental, respectivamente.
O Campus Francisco Negrão de Lima ocupa uma área de 120.000 m², sendo composto de
seis blocos de 12 pavimentos (Pavilhão João Lyra Filho conforme a Figura 4.1). O restante da
área num total de 150.000,00 m² tem ainda um pavilhão com 6 pavimentos (Pavilhão Haroldo
Lisboa da Cunha) e mais 5 construções de apoio: capela ecumênica, concha acústica,
auditório central, centro cultural e restaurante universitário (MENDES, 2005).
Figura 4.1– Campus Francisco Negrão de Lima UERJ – Maracanã
O Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha está representado pela cor verde clara, conforme
representado na Figura 4.2
46
Figura 4.2– Planta de situação do Campus Francisco Negrão de Lima
A UERJ, enquanto instituição voltada para a difusão do conhecimento, ensino, pesquisa e
extensão, possui uma estrutura que vem crescendo muito nos últimos anos. Diversas obras
foram realizadas para o aumento do número de laboratórios, que funcionam em ambientes
adaptados. Com isso, aumentou a diversidade de pesquisas e a prestação de serviços
realizados neste pavilhão, levando a necessidade de mais infra-estrutura, num espaço que é
hoje bastante limitado. Existe a proposta em estudo de realizar um prédio anexo para
transferir os laboratórios do Instituto de Química, com instalações mais modernas e projetadas
para esta finalidade.
O Pavilhão Reitor Haroldo Lisboa da Cunha foi escolhido como piloto para o estudo. A
segregação de resíduos neste pavilhão tem características próprias, devido à sua diversidade,
fazendo-se necessário a elaboração de um plano específico de gerenciamento de resíduos.
Este pavilhão abriga salas de aula, 41 laboratórios de química e biologia, dois auditórios e
anfiteatros, bibliotecas, além do laboratório de DNA e o Centro de Tecnologia e Ciências.
Figura 4.3- Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha
47
4.2 O gerenciamento de resíduos no Campus Francisco Negrão de Lima da UERJ
Os resíduos, de origem doméstica ou comum, produzidos no Campus Francisco Negrão
de Lima foram estimados em mais de 70.000 Kg por mês, compreendendo papéis, plásticos,
vidros, alumínio, restos de alimentos, lâmpadas fluorescentes, muitos destes passíveis de
reciclagem, com relação aos papéis descartados uma parcela destes vem sendo recolhida e
conduzida para reciclagem desde a implantação, em 1999, do projeto de coleta seletiva,
COOPERE (DA SILVA et al 2004).
Estes resíduos são coletados 3 vezes na semana por empresa contratada (RODOCONS),
que dispõe os resíduos no Aterro Metropolitano Jardim Gramacho. A maior parte dos rejeitos
de laboratórios (resíduos químicos e biológicos), não sofre nenhum tipo de tratamento e o
risco de acidentes nestes ambientes é permanente. Os resíduos biológicos são atualmente
coletados por empresa licenciada junto ao órgão ambiental do Estado (FEEMA).
No Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha a situação dos resíduos é mais complexa devido às
diversificadas atividades desenvolvidas, variedade de substâncias e resíduos descartados.
Alguns acidentes em laboratórios ocorreram em 2004, envolvendo o derramamento de
líquidos perigosos (produtos químicos tóxicos como piridina, álcool isopropílico e amônia
que foram dispersos no ambiente após quebra dos recipientes que os continham), além da
corrosão e vazamentos em tubulações do prédio.
Dentre algumas ações iniciadas pela UERJ, está o gerenciamento de resíduos, que é o
conjunto de procedimentos a partir de bases científicas, normativas e legais, com o objetivo
de minimizar a produção de resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro, de forma
eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos
naturais e do meio ambiente, conforme a resolução RDC 306 da ANVISA.
Em 2005, a partir de uma Portaria da Prefeitura do Campus, foi instituído o grupo
GERE/UERJ para elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos. Este grupo é constituído
por um coordenador geral, vice-coordenação e responsáveis por cada tipo de resíduos, além
de alunos bolsistas e mestrandos da UERJ (conforme documentos no Anexo 1).
Em 2005, o grupo deu início à pesquisa com o objetivo de levantar dados sobre os
resíduos químicos, biológicos e radioativos gerados nos laboratórios do Pavilhão Haroldo
Lisboa da Cunha – PHLC. Constatou-se a desatualização das plantas baixas e da identificação
dos diversos setores que compõem o Pavilhão estudado. Grande parte dos laboratórios
armazena em seu interior diversos produtos químicos, além dos passivos (soluções reagentes
utilizadas nos procedimentos, por exemplo: ácidos, fosfatos, organoclorados, álcool e outros)
48
colocados em locais impróprios como bancadas e prateleiras. São encontrados também
cilindros de gases alguns inflamáveis, colocando em risco o laboratório e seus funcionários.
Os resíduos químicos e água aquecida eram e ainda são lançados nas pias, direto para a
rede de esgotos causando corrosão nas tubulações e conseqüentes vazamentos. Alguns
departamentos utilizam bombonas para o descarte desses resíduos. Os resíduos biológicos
eram descartados juntos com outros resíduos nos corredores do pavilhão em total desacordo
com a norma RDC 306/04 e CONAMA 358/05.
O transporte de resíduos biológicos era realizado de forma inadequada por um veículo da
UERJ (sem credenciamento da COMLURB e órgãos ambientais), que os encaminhava para o
Hospital Universitário Pedro Ernesto, procedimento em desacordo com as leis citadas. Devido
à falta de um abrigo temporário de resíduos, de um abrigo externo e de um transporte
adequado por empresa credenciada, a instituição sofreu diversas multas pela COMLURB.
O descarte de lâmpadas fluorescentes era inadequado, não existindo no campus um local
adequado para seu armazenamento e posterior destinação.
Alguns avanços foram alcançados mediante a intervenção do grupo de pesquisa para
eliminar ou minimizar os problemas, a saber:
Atualização das plantas baixas em programa autocad foi necessária, facilitando a
identificação das salas que foram medidas e numerada, possibilitando a
identificação dos geradores de resíduos.
Realização da I Semana de Resíduos, realizada em outubro de 2005, com a
distribuição de boletim informativo (Anexo), palestras e outras atividades como a
distribuição de recipientes para armazenamento de resíduos líquidos (químicos),
caixas de papelão para coleta seletiva de papéis.
Instalação do abrigo temporário de resíduos biológicos no 2
o
andar do PHCL para
alocar os contêineres destinados para estes resíduos. (Foto em anexo)
Disciplinamento quanto à coleta de resíduos biológicos com distribuição de
circular interna para técnicos e responsáveis pelos laboratórios de ensino e
pesquisa localizados no PHLC (Anexo )
Realização do I curso de Capacitação em “Saúde Ambiental e Trabalho – uma
abordagem para os centros de ensino e pesquisa”, realizado nos meses de agosto e
setembro de 2005 para alunos e profissionais da UERJ;
Realização em 2006 de treinamento para 15 funcionários do Serviço de Limpeza
terceirizada que atuam no PHLC.
Elaboração de um manual sobre manejo de resíduos para o treinamento dos
funcionários de limpeza, distribuído durante o treinamento. (Anexo )
49
Solicitação ao setor de manutenção responsável pela iluminação da UERJ, de
providências para melhor acondicionar as lâmpadas fluorescentes.
Implantação de um abrigo provisório de resíduos biológicos no PHLC.
Contratação de uma empresa credenciada pela COMLURB para coleta de
resíduos biológicos.
Reestruturação do Programa de Coleta Seletiva de Papel.
O modelo do sistema de gerenciamento proposto pelo Grupo está apresentado no
esquema abaixo na Figura 4.4.
Figura 4.4 - Proposta organizacional para o plano de gerenciamento da UERJ
Fonte: DA SILVA at al, 2006
Na figura 4.5 é apresentada uma proposta de fluxo dos resíduos para o Campus
Francisco Negrão de Lima e dos seus respectivos destinos finais.
Figura 4.5: Esquema Proposto para o Fluxo de Resíduos no Campus
Fonte: DA SILVA at al, 2006
COORDENAÇÃO
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS DAS
UNIDADES GERENCIAIS
DA UERJ
PREFEITURA DOS CAMPI
COORDENAÇÃO GERAL
PARA A GESTÃO
AMBIENTAL
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS COMUNS E PELA
COLETA SELETIVA
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS BIOLÓGICOS E
PERFUROCORTANTES
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS RADIOATIVOS
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS
Q
UÍMICOS
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
CIVIL
RESP. PELOS RESÍDUOS
ESPECIAIS: SUCATA DE
EQUIPAMENTOS E DOS
SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO
RESPONSÁVEL PELOS
RESÍDUOS ORGÂNICOS DAS
CANTINAS
SUPORTE E FISCALIZAÇÀO
EM SEGURANÇA E
MEDICINA DO
TRABALHO
SERVIÇO DE CONTRATOS E
FISCALIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE LIMPEZA E
COLETA DE RESÍDUOS
RESÍDUOS
ORGÂNICOS
DE CANTINAS
GERADORES DE RESÍDUOS:
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, SECRETARIAS, LABORATÓRIOS, GRÁFICA E REPROGRAFIAS,
SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO, CANTINAS E RESTAURANTES, GARAGEM, ETC.
RESÍDUOS
QUÍMICOS
RESÍDUOS ESPECIAIS: SUCATA
DE EQUIPAMENTOS,
MOBILIÁRIO E DOS SERVIÇOS
DE MANUTENÇÃO
RESÍDUOS
RADIOATIVOS
RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO
CIVIL
RESÍDUOS
COMUNS
RESÍDUOS BIOLÓGICOS E
PERFUROCORTANTES
COMERCIALIZAÇÀO
POR LICITAÇÀO OU
DOAÇÃO
ATERRO ESPECIAL
TRATAMENTO
EXTERNO
COLETA
SELETIVA
RECICLAGEM
ATERRO
SANITÁRIO
ATERRO SANITÁRIO
COMPOSTAGEM
ABRIGO EXTERNO
ABRIGO EXTERNO
50
A seguir, serão apresentados os procedimentos utilizados para a realização do estudo.
4.2 Procedimentos utilizados na pesquisa
O levantamento qualitativo dos resíduos dos laboratórios pesquisados foi feito através de
aplicação de questionário com questões dirigidas aos responsáveis e técnicos dos laboratórios
do Pavilhão Reitor Haroldo Lisboa da Cunha. A pesquisa teve início em março de 2005 à
dezembro de 2006 e foi realizada pelos componentes do GERE. Entre os dados levantados
estão: (a) as atividades realizadas nos laboratórios; (b) tipos de resíduos gerados segundo os
grupos a que pertencem (A - Biológicos; B – Químicos; C - Radioativos; D - Comuns; E -
Perfurocortantes); (c) formas de acondicionamento; (d) estocagem e/ou eliminação e (e)
coleta e destino final.
Os levantamentos foram realizados nos laboratórios do Instituto de Química e Biologia.
Os laboratórios selecionados para a pesquisa foram os do Instituto de Biologia localizados nos
1
o
, 2
o
, 5
o
andares do PHLC. Estes possuem resíduos biológicos em seus descartes, conforme a
relação no Quadro 2, incluindo os resíduos perfurocortantes que tenham tido contato com
resíduos biológicos. Os resultados estão apresentados nos quadros 3 a 26.
Quadro 2 – Relação de resíduos biológicos e perfurocortantes.
GRUPO DESCRIÇÃO DO RESÍDUO
A1 Culturas e estoques e microorganismos
A1 Inoculação ou mistura de culturas
A1 Bolsas de sangue
A2 Animais mortos
A4 Secreções e excreções
A4 Animais mortos
A4 Órgãos e membranas
A4 Tecidos de animais
A4 Forrações de animais
E Vidros Quebrados/ Seringas e Agulhas
E Produtos com punctura
E Bisturi e lâminas
Fonte: RDC 306 (BRASIL, 2004)
Nota: Luvas, máscaras, algodão, esparadrapo e gaze, não são classificados como resíduos
biológicos pela RDC 306, exceto ataduras de curativos encharcados, como este não é o caso
dos laboratórios de pesquisa, estes resíduos podem ser descartados como resíduos comuns.
51
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No quadro 3 estão sintetizados os dados levantados sobre os resíduos dos laboratórios de
Biologia segundo a classificação da RDC 306/04.
Quadro 3 – Relação dos laboratórios e resíduos gerados
ANDAR SALA LABORATÓRIO TIPOS DE RESÍDUOS*
104 LPM A1, A4, E
1º 124 LDD A1, E
200 GENÉTICA A1, A4, E
2º 201 BIOLOGIA MOLEC. A1, A4
202 ENZIMOLOG. ESPECT. A1, A4, E
203 IMUNOQUIMICA A1, A2, A4, E
204 FUNGOS PATOGÊNICOS A1, A4, E
213 ECOLOGIA VERTEB. A4, E
2º 217 BIOTÉRIO A4
220D LAB MULTIUSO A4, E
220H LAB DE REPTEIS E ANFÍBIOS A4, E
305 PROCESSOS BIOQUÍMICOS A1, E
427 PPGEQ/DQA - BIOPROCESSOS A1, E
427H PPGEQ/DQA - ESPECTOMETRIA A1, E
501 LABCOM SERVGEM A1, E
505 MICRO PROP.TRANJ. PLANTAS A1, E
508 CROMATOLAB A1, A4, E
5º 515 LAB.ZOOL.VERT. A4, E
516 LAB. ZOOL. INVERT. A4, E
5º 519 LABPLAN A1, E
5º 520 ECTIOLOGIA A4, E
5º 525 FICOLOGIA/MALAC. BENT. E
5º 525G GENETICA REPRODUTIVA A1,A4,E
*Segundo classificação da RDC 306 (BRASIL, 2004)
A seguir serão apresentados os tipos de resíduos gerados, forma de descarte e tratamento
utilizados nos laboratórios pesquisados.
52
Quadro 4 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 104
1
o
Andar
Atividades do Laboratório de Pesquisas em Microcirculação:
Pesquisa, Extensão, Graduação, Pós-graduação, Administração,
Prestação de serviços e Ensino
N
o
. de funcionários: 66
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Bolsas de Sangue
Secreções e excreções
Animais mortos
Forrações de Animais
Tecidos de Animais
As bolsas de sangue, os animais mortos, os tecidos de animais e
todos os materiais passíveis de putrefação são mantidos em
refrigeração até o momento da coleta externa.
As forrações de animais são acondicionadas em sacos brancos
leitosos com o símbolo de resíduo infectante.
Grupo B
Detergentes, sabão e
desinfetantes
Lâmpadas Fluorescentes
Pilhas e Baterias
As lâmpadas quando inutilizadas, são recolhidas pela manutenção
(são armazenadas em caixas em local isolado) p/ posterior
descarte. Pilhas e baterias não há recolhimento especifico. Os
outros resíduos (detergente, etc) são descartados nas pias e nos
vasos sanitários.
Grupo D
Papéis, Papelão, Papel
Toalha e etc.
São acondicionados em sacos pretos.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Seringas/agulhas
Produtos c/ Punctura
Este tipo de material devido ao risco de causar acidentes é
acondicionado em caixas de papelão rígidas, resistentes à ruptura
e punctura devidamente sinalizadas.
*Esta sala é subdividida em outras 31 salas.
Quadro 5 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 124
1
o
Andar
Atividades do Laboratório de Diagnóstico de DNA: Pesquisa,
Prestação de serviços
N
o
. de funcionários: 48
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Bolsas de Sangue
As bolsas de sangue são mantidas em refrigeração até o dia da
coleta externa
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo C
Líquidos
Devem obedecer às normas da CNEM
Grupo D
Papéis, Papelão e etc.
Papelão e papel vão para o projeto COOPERE, o restante dos
resíduos são acondicionados em sacos pretos.
Grupo E
Seringas/ Agulhas
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas.
*Esta sala se subdivide em 14 salas
Nota: Os outros laboratórios situados no primeiro andar não foram contemplados, por
serem suas atividades voltadas para a área administrativa.
53
Quadro 6 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 200
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Biologia Molecular A: Pesquisa,
Extensão, Graduação, Pós-graduação, Prestação de serviços
N
o
. de funcionários: 108
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
Bolsas de sangue
Secreções e excreções
Órgãos e Membranas
Tecidos de animais
As bolsas de sangue, Órgãos e Membranas, Tecidos de Animais
são mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa
Cultura e estoque de microorganismos são levados para autoclave
para tratamento, perdendo suas características, os meios se
liquefazem e são descartados nas pias
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de impressora
Saneantes
Domisanitários
Químicos líquidos
Químicos Sólidos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Cartuchos - muitos recarregam
Não há contrato de Empresa para coleta dos resíduos químicos
sólidos e líquidos.
Grupo D
Papéis, Papelão e
outros.
São acondicionados em sacos pretos
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados por
produtos químicos.
Seringas / Agulhas
Produtos com punctura
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas.
* Este laboratório se subdivide em 7 salas
Nota: o microorganismo é o fungo Cândida. O fungo utilizado não é classificado dentro
do grupo de risco, já que a atual legislação RDC 306 eliminou os níveis I, II e III só
considerando grupo de risco o NÍVEL IV.
54
Quadro 7 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 201
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Biologia Molecular C: Pesquisa
N
o
. de funcionários: 43
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
Bolsas de sangue
Secreções e excreções
Órgãos e Membranas
Tecidos de animais
As bolsas de sangue, Órgãos e Membranas, Tecidos de Animais e
materiais passíveis de putrefação são mantidos na refrigeração até
o dia da coleta externa
Cultura e estoque de microorganismos são levados para autoclave
para tratamento, perdendo suas características, os meios se
liquefazem e são descartados nas pias
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Saneantes
Domisanitários
Químicos líquidos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos
Grupo D
Papéis, Papelão e
outros.
São acondicionados em sacos pretos
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas.
* Esta sala se subdivide em 4 salas.
55
Quadro 8 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 202
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Enzimologia e
Espectrofotometria: Pesquisa, Graduação, Pós-graduação,
Prestação de serviços.
N
o
. de funcionários: 9
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
Bolsas de sangue
Secreções e excreções
Órgãos e Membranas
Tecidos de animais
As bolsas de sangue, Órgãos e Membranas, Tecidos de Animais e
materiais passíveis de putrefação são mantidos na refrigeração até
o dia da coleta externa.
Cultura e estoque de microorganismos são levados para autoclave
para tratamento, perdendo suas características, os meios se
liquefazem e são descartados nas pias.
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Saneantes
Domisanitários
Terra ou outro material
contaminado por metal
pesado
Químicos líquidos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção.
Os líquidos ou sólidos químicos foram recolhidos pela Empresa
Saniplan.
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos,
esta retirada foi única.
Grupo D
Papéis, Papelão e
outros.
São acondicionados em sacos pretos
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas. Estas caixas após fechadas devem ser
acondicionadas em sacos brancos leitosos com o respectivo
símbolo.
56
Quadro 9 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 203
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Imuno-química: Pesquisa,
Graduação, Pós-graduação.
N
o
. de funcionários: 34
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
Inoculação ou mistura
de culturas
Bolsas de sangue
Tecidos de animais
As bolsas de sangue, Órgãos e Membranas, Tecidos de Animais
são mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa
Cultura e estoque de microorganismos são levados para autoclave
para tratamento, perdendo suas características, os meios se
liquefazem e são descartados nas pias.
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Saneantes
Domisanitários
Reveladores de
Radiologia
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção.
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo D
Papéis, Papelão e
outros.
São acondicionados em sacos pretos.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Produtos com Punctura
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas. Estas caixas após fechadas devem ser
acondicionadas em sacos brancos leitosos com o respectivo
símbolo.
* Esta sala se subdivide em 2 salas
Nota: A sala 203A, o microorganismo manipulado é Estreptococos grupo B. Este
microorganismo não se enquadra grupo de risco IV da RDC 306.
57
Quadro 10 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 204
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Bioquímica e Biologia Celular
de Fungos Patogênicos: Pesquisa, Graduação, Pós-graduação.
N
o
. de funcionários: 13
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos (3
tipos de fungos)
culturas
Bolsas de sangue
Secreções e excreções
Animais mortos
Órgãos e Membranas
Tecidos de animais
As bolsas de sangue, Órgãos e Membranas, Tecidos de Animais
são mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa.
Cultura e estoque de microorganismos são levados para autoclave
para tratamento, perdendo suas características, os meios se
liquefazem e são descartados nos ralos das pias.
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Saneantes
Domisanitários
Reveladores de
Radiologia
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo D
Papéis, Embalagens e
etc.
São acondicionados em sacos pretos
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Produtos com Punctura
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas. Estas caixas depois de fechadas devem
ser acondicionadas em sacos brancos leitosos com o respectivo
símbolo.
Nota: Os fungos estudados são Aspergillus,Sporotrix Shenckil e Sporotrix. Fungos que
não se enquadram no grupo de Risco IV da RDC 306.
58
Quadro 11 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 213
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Ecologia de Vertebrados:
Pesquisa, Graduação, Pós-graduação
N
o
. de funcionários: 13
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Animais mortos são mantidos na refrigeração até o dia da coleta
externa.
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Pilhas e baterias
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção.
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo D
Papéis, Embalagens,etc
São acondicionados em sacos pretos.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Seringa /Agulhas
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas. Estas caixas após fechadas devem ser
acondicionadas em sacos brancos leitosos com o respectivo
símbolo.
Quadro 12 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 215
2
o
Andar
Atividades do Laboratório de Ed. de Rio e Córregos:
Pesquisa, Graduação, Pós-graduação
N
o
. de funcionários: 13:,
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Animais mortos são mantidos na refrigeração até o dia da coleta
externa
Grupo B
Lâmpadas Fluorescentes
Cartuchos de Impressora
Pilhas e baterias
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo D
Papéis, Embalagens, etc
São acondicionados em sacos pretos
Grupo E
Vidros
quebradoscontaminados
Seringa /Agulhas
Caixas de papelão rígido resistentes à punctura e ruptura
devidamente sinalizadas.
59
Quadro 13 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 216
2
o
Andar
Atividades do Laboratório: Pesquisa e uma biblioteca
N
o
. de funcionários: 13
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Forrações de animais
Sacos brancos leitosos com símbolo de Resíduos infectante.
Grupo B
Lâmpadas fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Pilhas e baterias
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção.
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo D
Papéis, Embalagens,etc
São acondicionados em sacos pretos.
*Esta sala se divide em 4 salas (duas são banheiro masculino e feminino)
Quadro 14 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 217
2
o
Andar
Atividades do Laboratório (Biotério): Pesquisa
N
o
. de funcionários: -
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Forrações de animais
Sacos brancos leitosos com símbolo de Resíduos infectante
Grupo B
Lâmpadas fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Pilhas e baterias
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
*Esta sala se divide em 4 salas (Biotérios).
60
Quadro 15 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 220
2
o
Andar
Atividades do Laboratório Ecologia Vegetal: Pesquisa,
Extensão, Graduação, Pós-graduação, Administração e Ensino
N
o
. de funcionários: 62
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Forrações de animais
Órgãos e Membranas
Tecidos de animais
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa. Os outros
resíduos são descartados como resíduos comuns, quando não
entraram em contato com material biológico. As forrações de
animais são acondicionadas em sacos brancos leitosos com
símbolo de resíduos infectante.
Grupo B
Lâmpadas fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Pilhas e baterias
Saneantes
domisanitários
Objetos perfurocortantes
contaminados por
produtos químicos
Líquidos químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção.
Não há contrato com empresa para recolhimento dos resíduos
químicos.
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura.
Grupo E
Vidros quebrados
Seringas /Agulhas
Produtos com punctura
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
*Esta sala se subdivide em 20 salas
Quadro 16 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 305
3
o
Andar
Atividades do Laboratório de Tecnologia de Processos
Bioquímicos: Pesquisa
N
o
. de funcionários: 5
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
Inoculação ou mistura
de cultura
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, são descartados nas pias.
Grupo B
Perfurocortantes
contaminados com
resíduos químicos
São acondicionados em caixas de papelão resistentes à ruptura e
punctura devidamente identificadas com o símbolo
correspondente
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Produtos com punctura
São acondicionados em caixas de papelão resistentes à ruptura e
punctura devidamente identificadas com o símbolo
correspondente
61
Quadro 17 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 427
4
o
Andar
Atividades do Laboratório (PPGEQ/DQA): Pesquisa
Graduação, Pós-graduação
N
o
. de funcionários: 6
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Cultura e estoque de
microorganismos
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, são descartados nas pias.
Grupo B
Lâmpadas fluorescentes
Cartuchos de
Impressora
Líquidos Químicos
As lâmpadas são recolhidas pela manutenção
Não há empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos
químicos.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
São acondicionados em caixas de papelão resistentes à ruptura e
punctura devidamente identificadas
*Esta sala se subdivide em 9 salas
Quadro 18 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 427L, 427 L1, 427J
4
o
Andar
Atividades do Laboratório: Pesquisa
N
o
. de funcionários: -
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Culturas e estoques de
microorganismos
Inoculação ou mistura
de culturas
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, sendo descartados nas pias.
Grupo B
perfurocortantes
contaminados por
produtos químicos
Terra ou outro material
contaminado por metal
pesado
Líquidos químicos
Não existe contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura,
Grupo E
Vidros quebrados
Seringas /Agulhas
Produtos com punctura
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
62
Quadro 19 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 501
5
o
Andar
Atividades do Laboratório (LABCOM): Pesquisa,
Administração e Prestação de serviços
N
o
. de funcionários: 88
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Culturas e estoques de
microorganismos
Inoculação ou mistura
de culturas
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, sendo descartados nas pias.
Grupo B
Líquidos Químicos
Não há empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos
químicos.
Grupo D
Papéis e materiais
diversos de escritório
Papéis são enviados para a coleta seletiva.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
*Esta sala se subdivide em 19 salas
Quadro 20 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 505
5
o
Andar
Atividades do Laboratório de Microprapagação e
transformação de Plantas : Pesquisa, Extensão e Graduação
N
o
. de funcionários:
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Culturas e estoques de
microorganismos
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, sendo descartados nas pias.
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Bisturi, Lâminas e
Gilete
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
Quadro 21 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 508
5
o
Andar
Atividades do Laboratório (CROMATOLAB): Extensão
N
o
. de funcionários: 5
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Bolsas de sangue
Animais mortos
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa.
Grupo C
Tecnésio
Segue as Normas da CNEM
Grupo E
Vidros quebrados ou
contaminados
Seringas / Agulhas
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
63
Quadro 22– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 509
5
o
Andar
Atividades do Laboratório (LABPLAM): Pesquisa, Pós-
graduação, Graduação
N
o
. de funcionários: 84
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Inoculação ou mistura
de culturas
As culturas passam por processo de inativação através de
autoclavação, após este procedimento, os meios se liquefazem e
tornam-se resíduos comuns, sendo descartados nas pias.
Grupo B
Líquidos químicos
Não há contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo E
Vidros quebrados
Produtos com punctura
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
* Esta sala se subdivide em 8 laboratórios
Quadro 23– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 515 B
5
o
Andar
Atividades do Laboratório de Zool. Vert. Tetrapodes:
Pesquisa, Pós-graduação
N
o
. de funcionários: 12
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Órgãos e Membranas
Tecidos de Animais
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa.
Grupo B
Perfurocortantes
contaminados com
resíduos químicos
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente
Grupo D
Recolhidos pela empresa de limpeza.
Grupo E
Vidros quebrados
ou contaminados
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente
* Esta sala se subdivide em 2 laboratórios( A e B) – somente a B descarta resíduos biológicos
64
Quadro 24 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 516 B
5
o
Andar
Atividades do Laboratório de Zool. Invertebrados: Ensino e
Pesquisa.
N
o
. de funcionários: 8
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Forrações de animais
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa. As forrações
de animais são acondicionadas em sacos brancos leitosos com
símbolo e resíduo infectante
Grupo D
Embalagens etc
Sacos pretos e coletados pela empresa de limpeza
Grupo B
Resíduos químicos
líquidos
Não há contrato para recolhimento dos resíduos químicos.
Grupo E
Vidros quebrados
ou contaminados
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
Quadro 25– Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 520
5
o
Andar
Atividades do Laboratório de Zool. Vertebrados/ Ictiologia:
Ensino, Pesquisa, Extensão e Pós-graduação
N
o
. de funcionários: 7
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Órgãos e Membranas e
Tecidos de Animais
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa. As forrações
de animais são acondicionadas em sacos brancos leitosos com
símbolo e resíduo infectante
Grupo B
Resíduos químicos
líquidos
Não há contrato e empresa para recolhimento e resíduos
químicos.
Grupo E
Vidros quebrados
ou contaminados
Bisturi,Lâminas e Gilete
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
*Esta sala se subdivide em 3 salas
65
Quadro 26 – Tipos de Resíduos e forma de tratamento/descarte na Sala 525
5
o
Andar
Atividades do Laboratório de Ficologia, Malacologia, Ecol.
Mar. bêntica /LCR: Pesquisa, Graduação, Pós-graduação,
Administração e ensino
N
o
. de funcionários: 33
Resíduos gerados Tratamento e Descarte
Grupo A
Animais mortos
Órgãos e Membranas
Os materiais relacionados ao lado, passíveis de putrefação são
mantidos na refrigeração até o dia da coleta externa. Os materiais
como luvas etc, que não tenham tido contato com material
biológico são descartados como resíduos comuns
Grupo B
Perfurocortantes
contaminados com
produtos químicos
Resíduos químicos
líquidos
Não há contrato e empresa para recolhimento e resíduos
químicos.
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente.
Grupo E
Vidros quebrados
ou contaminados
Bisturi,Lâminas e Gilete
Os perfurocortantes são descartados em caixas de papelão
resistentes à ruptura e punctura com símbolo correspondente
* Esta sala se subdivide em 21 salas/ somente os Lab. 525G, G1 e H descartam resíduos
biológicos
Foi observado que os resíduos de modo geral são segregados de maneira inadequada,
acarretando riscos para aqueles que os manipulam. Os perfurocortantes como, por exemplo,
vidros quebrados em alguns laboratórios são colocados nas lixeiras para resíduos comuns o
que acarreta riscos para aqueles que manipulam os resíduos (funcionários da limpeza e
outros).
As lixeiras para os resíduos biológicos nos laboratórios, na sua grande maioria, não
possuem sinalização, tampa ou pedal. Alguns departamentos se utilizam de cestinhas teladas.
Os resíduos biológicos são recolhidos duas vezes por semana e os resíduos passíveis de
putrefação são mantidos em refrigeração até o dia da coleta externa. Entre eles encontram-se
animais mortos como peixes e alguns invertebrados que foram utilizados em aulas práticas, na
sua maioria são acondicionados em sacos para resíduos comuns e são classificados como
resíduos Grupo D, já que não oferecem risco.
Outros são acondicionados em sacos brancos como as cobaias (hamster), podendo ser
classificados como resíduos Grupo A2. Segundo a RDC 306, eles necessitam de tratamento
antes de sair do local de sua geração. No caso dos laboratórios estudados, a maioria desses
animais classificam-se como Grupo A4, ou seja devem ser acondicionados em sacos brancos
leitosos com símbolo de resíduo infectante porém não necessitam de tratamento prévio,
podendo ser dispostos em local licenciado para disposição final de RSS. Suas forrações
66
seguem os mesmos critérios de classificação, assim como os tecidos de animais seus órgãos e
membranas.
No caso dos laboratórios estudados todos os animais vão para o freezer até o dia da coleta
externa sem tratamento prévio. Os microorganismos (bactérias, fungos e parasitas), utilizados
nas pesquisas da maioria dos laboratórios pesquisados não oferecem risco para o meio
ambiente, já que não se enquadram no grupo de risco (IV), citado na legislação em vigor RDC
306.
As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos podem ser
descartadas diretamente no sistema de coleta de esgotos, desde que atendam respectivamente
as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, no caso dos laboratórios estudados vão
pelos ralos das pias, alguns laboratórios colocam os frascos com coleta de sangue nas caixas
de perfurocortantes. As luvas, gazes e algodão são descartados nas lixeiras para resíduos
comuns, em outros são descartadas como resíduos biológicos, ou seja, em sacos brancos,
(atualmente se descarta como infectante somente as ataduras de curativos encharcados de
material (sangue e secreções), o que não é o caso dos laboratórios de ensino e pesquisa).
Os resíduos do Grupo B (químicos) foram recolhidos em Dezembro de 2006, através de
uma contratação de empresa especializada (SANIPLAN) pela Prefeitura do campus para a
retirada dos passivos químicos existentes nos laboratórios de química e biologia (estes
resíduos ficaram armazenados em garrafões de vidro distribuídos para os laboratórios durante
a primeira semana de resíduos realizada pelo Grupo GERE). Esta foi uma retirada extra, não
havendo contrato regular para tal. Em termos de impacto ambiental e riscos para o ambiente
de trabalho esses resíduos são os que causam maior preocupação para o programa de
gerenciamento de resíduos, muitos laboratórios não possuem as FISPQ dos produtos
utilizados.
Os resíduos do Grupo D (comuns) são recolhidos em sacos pretos e encaminhados às
caçambas localizadas no pátio do campus para serem posteriormente coletados pela empresa
contratada.
Verificou-se na maioria dos laboratórios a pouca adesão ao projeto de coleta seletiva de
papéis e papelão – Projeto Coopere. Embora seja pouco usual, alguns laboratórios misturam
outros materiais de uso comum na caixa coletora do projeto de coleta seletiva.
Os resíduos do grupo E (perfurocortantes) são descartados em caixas de papelão de
material rígido e depois são colocadas em sacos brancos. Nenhum desses resíduos recebe
tratamento prévio, exceto os meios de cultura que passam pelo processo de autoclavação, que
devido à perda de suas características, passam a ser descartados como resíduos comuns.
67
A RDC 306 não especifica o método para quantificação dos resíduos. A UERJ assim
como a maioria das instituições não possui balança, assim optou-se por quantificar os resíduos
através de uma avaliação estimativa. Conforme preconiza a Norma 9.190/85 da ABNT, os
sacos devem ser preenchidos até dois terços (2/3) de seu volume total, no caso da UERJ os
sacos utilizados são de 100 litros.
Para o cálculo estimado do peso de resíduo infectante coletado, foram levados em
consideração os valores médios da relação entre a massa e o volume ocupado pelos resíduos.
O peso específico estimado foi de aproximadamente 280 Kg/m³ (WEB-RESOL, 2007).
O levantamento do quantitativo de resíduos foi realizado mediante os dados fornecidos
pela Empresa coletora dos resíduos durante o período de Janeiro à Dezembro de 2006
(quantidade: 501 sacos de 100 litros). A massa total de resíduos gerados na unidade foi
calculada através da seguinte expressão:
[Massa total = n° de sacos x (2/3 vol. de cada saco) x peso específico]
Assim, a massa total dos Resíduos Infectantes levantados durante o período de jan. à dez.
foi de:
Massa Total = 501 x(2/3 x 0,100)x280 = 9.352 kg
Como não foi possível avaliar e mapear os riscos de todos os laboratórios estudados por
falta de recursos humanos, a pesquisa sobre riscos ambientais foi dirigida ao: Laboratório de
Biologia Celular, Bioquímica e de Fungos Patogênicos (Sala 203) e Laboratório de
Imunoquímica e Cultura de Microorganismos Patogênicos (Sala 204), cujos dados foram
obtidos em trabalho realizado anteriormente pela própria autora.
A escolha desses dois laboratórios foi feita a título de exemplo para melhor conhecer os
problemas existentes através de estudo integrado de condições ambientais e de trabalho.
Trabalhou-se com o conceito de riscos ambientais para efeito da Norma Regulamentadora
- NR 9 do Ministério do Trabalho e do Emprego do Brasil, item 9.1.5, como sendo os agentes
Físicos, Químicos e Biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à
saúde do trabalhador.
Entretanto, os riscos Ergonômicos e Acidentários também podem causar danos à saúde
do trabalhador. Desta forma, cabe, portanto, o reconhecimento desses riscos (mesmo que não
mencionados na NR 9).
A avaliação com relação ao ruído foi realizada em decibéis – dB(a), considerando os
parâmetros e os limites estabelecidos pelo anexo 1, da NR 15 do Ministério do Trabalho e do
Emprego (MTE).
68
Para a avaliação térmica dos ambientes, o Índice de temperatura foi utilizado para medir a
sobrecarga térmica é o Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG), que leva
em consideração a temperatura, umidade, velocidade do ar, calor radiante e o metabolismo da
atividade.
Os demais riscos como a presença de fungos e bactérias presentes no ar ambiente não
foram avaliados devido à falta de equipamentos.
Para o levantamento complementar das condições apresentadas nestes laboratórios (Salas
203 e 204) foi utilizado o Roteiro de Inspeção de Segurança (MASTROENI, 2004). Os itens
analisados dizem respeito à: instalações; equipamentos de proteção individual – EPIs;
aspectos ergonômicos; prevenção de incêndio; manuseio e descarte de resíduos e limpeza;
condições sanitárias e as boas práticas de laboratório.
Avaliação dos Riscos Ambientais dos Laboratórios localizados nas salas 203 e 204
1) LABORATÓRIO DE IMUNOQUÍMICA E CULTURA DE MICROORGANISMOS
PATOGÊNICOS – SALA 203
Responsáveis: Prof
a
. Verônica Imorande; Prof
a
. Priscila Nagao; Prof
a
. Cristina Moura
Quantitativo de Pessoal: 2 Pós-Doutores; 5 Alunos de Doutorado; 2 Alunos de Mestrado; 3
Alunos de Iniciação Científica; 2 Funcionários
Descritivo dos Principais Processos do Laboratório: Cultura de células humanas do cordão
umbilical; Cultura de Bactérias
Equipamentos: 1 Capela; 4 Geladeiras;1 Microscópio; 3 Computadores; 1 Banho-maria; 3
Centrífugas; 1 Estufa; 1 Agitador; 1 Microscópio; 1 Espectrofotômetro;1 Lavador de Gel.
Sala de Microorganismos Patogênicos
Laboratório
Office
54 sq m
CAPELA
Geladeira
Mesa
Geladeira Geladeira Geladeira
Bancada
Bancada Bancada
Figura 4.6 – Representação esquemática do Laboratório 203
69
Equipamentos da sala de microorganismos patogênicos: 2 Capelas de Fluxo Laminar;1
Shaker; 1 Estufa de CO2; 1 Microscópio
2) LABORATÓRIO DE BIOLOGIA CELULAR, BIOQUÍMICA E DE FUNGOS
PATOGÊNICOS - SALA 204
Responsáveis: Prof
a
. Leila Maria Lopes Ferreira; Prof
a
. Carla Verônica Loureiro.
Quantitativo de pessoal: 1 de Nível superior; 2 Alunos de mestrado; 1 Aluno de doutorado; 2
Alunos de Iniciação Científica; 1 Bolsista PROATEC.
Descritivo dos Principais Processos do Laboratório: Análise de Fungos: Aspergillus,
Sporotrix Shenckil e Cândida. Os procedimentos são baseados na pesquisa de fungos
patogênicos Aspergillus e Sporotrix provenientes da arranhadura do gato e que se aloja no
organismo humano através da pele em pacientes imunocomprometidos. Os pacientes são
provenientes do HUPE e Fiocruz (IPEC), sendo acompanhados mensalmente através de
exames feito no sangue. Há um tempo atrás, esta doença só atingia moradores de zona rural,
hoje com as mudanças no meio ambiente e a introjeção desses felinos na zona urbana,
indivíduos donos destes animais manifestaram a doença, que mesmo atingindo outros tecidos
é de fácil tratamento.
Equipamentos: 6 Geladeiras; 4 Computadores; 1 Banho-maria; 1 Centrífuga; 1 Estufa; 2
Agitadores; 1 Bomba de Vácuo; 1 Leitor de ELISA;1 Espectrofotômetro;1 Liofilizador;1
Balança;1 Multifor; 1 Seladora; 1 Transluminador; 1 Evaporador.
Laboratório
Office
54 sq m
10m
5m
CAPELA
Geladeira Geladeira Geladeira
Bancada
Pia
Bancada Bancada
Mesa
Mesa
Geladeira
Bancada
Geladeira
Centrífuga
MesaMesa
5m
1m
1m
Figura 4.7 – Representação esquemática do Laboratório 204
As atividades desses laboratórios são voltadas para questões acadêmicas de ensino e
pesquisa dos alunos das áreas de Química, Biologia e outras áreas da Saúde afins.
70
Cada laboratório possui uma área aproximada de 50 metros quadrados, com bancadas de
alvenaria revestidas de azulejos. São climatizados e comportam diversos equipamentos,
agentes químicos, livros, computadores e demais elementos inerentes às suas atividades.
Contudo, cabe ressaltar que apenas pela inspeção visual, constata-se uma precária situação de
conforto associada a uma aparente desordem, provavelmente, provocada pela falta de espaço.
A seguir é apresentado cada grupo de risco para ambos os laboratórios. Estão
relacionados apenas os itens contemplados na avaliação. Os itens não contemplados ou
inexistentes foram omitidos. No quadro 27, 28 e 29 foram apresentados os riscos físicos
existentes.
Quadro 27 - Grupo I – Riscos Físicos
Risco Local/Atividade Sintomas/Sinais Doenças/Acidentes Recomendações
Ruído Área próxima ao ar
condicionado
Desconforto e
Irritabilidade
Trauma Acústico Manutenção do Ar
condicionado
Calor Câmera de fluxo
laminar
Suor excessivo
Tensão e
desconforto
Estresse, Fadiga
física
Manutenção do ar
condicionado
Ruído - Ar condicionado e centrífugas quando em funcionamento
Calor - Mínimo somente na capela de fluxo laminar (quando a capela esta em uso)
Quadro 28 - Grupo II – Riscos Químicos
Risco Local/atividade Sintomas e Sinais Doenças e Acidentes Recomendações
Produtos Químicos Bancadas /
Procedimentos
Em sua maioria:
Irritação nos olhos,
reações alérgicas,
Problemas
respiratórios e
outros.
Nervosismo
Dermatoses, Asma
Inflamações e outros
Disponibilizar as
FISPQ e manter
atualizadas,
Uso de EPI
adequado ao
produto,
Limitar o tempo de
exposição,
Educar e treinar os
funcionários
Vapor Cilindro de gás e
alguns reagentes
Perturbação
Aumento da
temperatura
Estresse devido ao
aumento da
temperatura
Seguir as
orientações para
manuseio
Produtos químicos - Reagentes usados nos procedimentos.
Poeiras - Presente, pois os laboratórios não possuem filtros.
Vapores - Possui um cilindro de gás utilizado pelos dois laboratórios e utilização de
algumas substâncias que volatilizam.
71
Quadro 29 - Grupo III – Riscos Biológicos
Risco Local/atividade Sintomas/sinais Doenças e Acidentes Recomendações
Micro-organismos Capela de fluxo
laminar
Coceira
Vermelhão na pele
Etc
Infecções na pele
(esporotricosi)
Manipulação em
capela de fluxo
laminar e o uso de
EPI
Resíduo Biológico Cobaias
Meio de cultura
perfurocortante
Vermelhão
Feridas
Febre
Esporotricisi
Cortes
Manipular o material
com segurança,
Circulação de
pessoas restritas ao
setor
Processo de
higienização deve
ser bem feito.
Líquidos orgânicos Sangue Contaminação por
contato
Manter o ambiente
sempre limpo
Usar o EPI
Microorganismos – Manipulação feita na capela de fluxo laminar;
Líquidos orgânicos – sangue, perfurocortantes e meios de cultura
Fungos – ácaros provenientes do ar condicionado sem manutenção e limpeza.
Quadro 30 - Grupo IV- Riscos Ergonômicos
Risco Local/atividade Sintomas/sinais Doenças e Acidentes Recomendações
Postura inadequada Bancadas/operar
com produtos
químicos, aparelhos,
análises
cronometradas
Cansaço/
Desconforto/
Irritabilidade/Dores
musculares
Doenças da coluna
vertebral e
articulações
Adequar o
mobiliário a
melhores condições
ergonômicas
Quadro 31 - Grupo V - Riscos de Acidentes
Risco Local/atividade Sintomas/sinais Doenças e Acidentes Recomendações
Armazenamento de
substâncias e
Arranjo físico
inadequados com
risco de quebrar
vasilhames e
vazamento produtos
químicos
Laboratório/
manuseio de
produtos
Tonteira/náuseas/
dores de cabeça
Alergias/
Intoxicação por
substâncias químicas
tóxicas
Melhorar o arranjo
físico dos
laboratórios,
Identificar as
substâncias
perigosas e evitar o
seu armazenamento
em prateleiras e
dentro de armários
sob a bancada, se
possível, e colocar
tais substâncias em
almoxarifado seguro
Os Resíduos são retirados dos laboratórios diariamente (coleta interna) e armazenados em
conteineres devidamente identificados que ficam aguardando a coleta externa. Os sacos
utilizados são de cores diferentes, saco branco para os resíduos infectantes identificados com
o símbolo e os sacos pretos ou verdes para os outros resíduos comuns.
72
Os perfurocortantes vão para caixa de papelão (no laboratório 203 os vidros quebrados
são embrulhados). Os papéis limpos vão para o projeto Coopere para serem reciclados. Os
materiais biológicos (cobaias) ficam no freezer até que sejam retirados. As placas com meio
de cultura são autoclavadas, os meios se tornam líquidos e depois são descartados na pia. Os
materiais usados nos procedimentos ficam, após o uso, mergulhados em uma solução de
hipoclorito de sódio para a desinfecção.
Os EPI’s utilizados (luvas e máscaras) são jogados fora após o uso por serem
descartáveis.
Os resíduos químicos utilizados no laboratório 204 continuam sendo descartados pela
corrente da pia, embora já tenham tomado conhecimento da utilização dos garrafões para o
descarte destes resíduos.
O laboratório 203 não utilizou os garrafões porque só utilizam Hipoclorito em
concentrações muito baixas.
Complementarmente, através do roteiro de inspeção de segurança dirigido a laboratórios
(MASTROENI, 2004) foram coletados dados para a caracterização dos problemas que
atingem os referidos laboratórios, incluindo os riscos que estão expostos seus trabalhadores no
que diz respeito às: instalações, EPI’s, aspectos ergonômicos, prevenção de incêndio,
manuseio e descarte de resíduos e limpeza, condições sanitárias e boas práticas de laboratório.
1) Análise das Instalações
A iluminação dos referidos laboratórios é artificial, contudo, em alguns locais, a luz do
sol incide sobre equipamentos. A temperatura se mantém através de condicionadores de ar.
Os banheiros são separados por sexo e os vestiários não possuem chuveiros com
aquecimento.
Os jalecos e pertences dos funcionários ficam dentro do próprio ambiente de trabalho. As
refeições são realizadas em local específico (saletas anexas ao laboratório).
A ventilação não é adequada para manter o ar limpo.
A água potável para o consumo é adquirida pelos próprios funcionários através de galões
de 20 litros.
Não há proteção para a entrada de insetos e roedores no ambiente de trabalho.
As pias não possuem torneiras com acionamento automático.
Das linhas de serviços como gás, água, vapor e etc, somente a de iluminação está
identificada com as cores padronizadas pela NR-26 do MTE.
Quanto aos corredores de acesso aos laboratórios, a circulação de pessoas e materiais é
dificultada devido à existência de várias caixas, armários, mesas e outras mobílias que
estreitam o corredor.
73
A água de uso geral não é de boa qualidade.
2) Análise dos Equipamentos de Proteção Individual
Os EPI’s em sua maioria (luvas e máscaras) são descartáveis e utilizados de acordo com
os procedimentos realizados.
3) Análise dos Equipamentos de Proteção Coletiva
Não existe chuveiro para descontaminação, nem lava-olhos.
No interior dos laboratórios não há baldes de areia nem solução absorvente produtos
químicos.
As cabines de segurança biológica não são vistoriadas.
No interior das capelas verificam-se a presença de produtos químicos.
4) Análise dos Aspectos Ergonômicos
Verificamos que as bancadas, mesas e cadeiras não estão na altura e profundidade
adequadas e as atividades são repetitivas e monótonas.
5) Análise de Prevenção de Incêndio
A instituição não conta com um sistema de alarme e incêndio.
Não há saídas de emergência.
Não há luzes de emergência.
6) Análise do Manuseio e Descarte de Resíduos
Os resíduos biológicos são descartados em sacos plásticos resistentes de coloração
branco-leitosa e sinalizados com o símbolo de risco biológico.
Os resíduos químicos não são neutralizados e no geral são descartados nos ralos das pias.
As culturas, colônias e demais resíduos similares são devidamente descontaminados pelo
processo de autoclavação.
Os vidros quebrados e os perfurocortantes nem sempre são descartados de forma
adequada (com uso de caixas de papelão resistentes à punctura e ruptura).
As lixeiras para acondicionamento de resíduos infectantes não apresentavam tampa e
acionamento por pedal.
7) Análise da Limpeza e Desinfecção
O piso não é limpo com freqüência.
Em alguns momentos objetos sujos permanecem no interior de pias por mais de um dia.
Não há periodicidade na limpeza dos filtros dos condicionadores de ar.
A higienização da caixa d´água, no momento da inspeção, encontrava-se sem limpeza há
muitos meses.
8) Análise das Boas Práticas de Laboratório
Os funcionários não cultivam o hábito de calçar sapatos fechados.
74
Alguns funcionários se alimentam no local de trabalho.
As pias não possuem protetores contra choques mecânicos.
Foi verificada a ausência de um manual de biossegurança e outros materiais educativos.
75
RECOMENDAÇÕES
A proposição de Manejo de Resíduos Biológicos para os Laboratórios de Ensino e
Pesquisa do Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha da UERJ foi baseada na resolução RDC
306/04 que preconiza o gerenciamento intra e extra-estabelecimento, conforme as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
O gerenciamento deve adotar medidas que garantam as condições de higiene, limpeza e
segurança em todas as suas etapas. Porém por ser a coleta externa realizada por empresa
terceirizada o controle desta etapa fica mais difícil. Neste caso destacou-se o controle dos
procedimentos que se referem à coleta interna. A coordenação do projeto de gerenciamento
deve exigir da prestadora do serviço de coleta externa, o licenciamento junto a FEEMA e o
credenciamento junto a Empresa Municipal de Limpeza Urbana do RJ-COMLURB, além do
manifesto de resíduos para cada coleta de resíduos biológicos realizada.
Embora a pesquisa tenha nos proporcionado classificar todos os tipos de resíduos, nossa
proposta foi direcionada para os resíduos biológicos, com o objetivo de oferecer ao seu
gerador, alternativas de manejo seguro e adequado, que não só minimizem os riscos que eles
oferecem como também a redução de seu volume. A seguir será tratada cada etapa do manejo
de resíduos.
1) Manuseio nas fontes geradoras
Nesta fase é importante oferecer treinamento e capacitação para todos os envolvidos no
gerenciamento de resíduos, incluindo os funcionários das empresas prestadoras de serviços
caso não faça parte das cláusulas contratuais. É importante que esta ação seja continua,
devendo ser refeita sempre que houver mudança no quadro funcional. Aliado a esse
treinamento, uma campanha de conscientização para a adoção de procedimentos corretos e
informações sobre o plano também é imprescindível.
2) Acondicionamento nas fontes geradoras
Este procedimento é extremamente importante. A escolha dos sacos plásticos para o
acondicionamento deve ser feita respeitando-se a padronização de cores para cada tipo de
resíduo com os respectivos símbolos. Esta etapa não só visa à proteção dos resíduos sólidos,
como a redução dos riscos ocupacionais, facilitando a coleta e o transporte além de ser viável.
Resíduos do Grupo A
Os sacos para o acondicionamento de resíduos biológicos devem ser de cor branco
leitoso, com o respectivo símbolo em preto. Os sacos devem ser acondicionados em
recipientes de material rígido, resistentes à punctura e ruptura, sem buracos para evitar
vazamentos. Os coletores devem ser constituídos de tampa e pedal com cantos internos
76
arredondados e laváveis e ter capacidade volumétrica mínima para acumular o lixo gerado em
um período de pelo menos quatro horas. Devem ser resistentes a tombamento devendo os
limites de cada invólucro ser respeitado. Os resíduos do grupo A quando passíveis de
tratamento devem ser acondicionados de modo compatível com o tipo de tratamento, feito da
seguinte forma:
Se houver após tratamento descaracterização das estruturas, eles devem ser
acondicionados da mesma forma que os resíduos do grupo D.
Se não houver descaracterização das estruturas devem ser acondicionados em sacos
brancos leitosos com a simbologia específica para esses resíduos
Procedimentos para os resíduos do grupo E
Os resíduos cortantes e perfurocortantes devem ser acondicionados em recipiente rígido,
estanque, resistente à punctura, a ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a
simbologia especifica na cor preta - NBR - 12.809 da ABNT (Anexo 9).
Os materiais perfurocortantes devem ser acondicionados separadamente nos locais de sua
geração e imediatamente após o uso. As caixas devem ser guarnecidas de sacos.
Após o seu preenchimento as mesmas devem ser fechadas no próprio local de sua
geração e devem ser acondicionadas em sacos brancos leitosos. É terminantemente proibido
esvaziamento desses recipientes para seu reaproveitamento. E também é proibido o reencape
de agulhas ou a retirada das mesmas da seringa.
Todos os recipientes (saco plástico, caixa de papelão, etc) deve ser fechado quando forem
atingidos 2/3 de seu volume total.
3) Coleta interna nas fontes geradoras
Esta operação visa à retirada dos resíduos dos locais onde foram gerados e devidamente
acondicionados para o abrigo temporário. A periodicidade da coleta interna dos resíduos
infectantes deve ser realizada duas vezes ao dia, uma no final do horário da manhã e outra no
final da tarde após o expediente. A permanência dos resíduos no armazenamento temporário
não deve ultrapassar o período de 08 horas.
Os sacos plásticos e as embalagens rígidas contendo resíduos biológicos deverão ser
removidos do abrigo interno para o abrigo externo por containeres plásticos padronizados,
com cor e tampa na cor branca, ostentando em uma de suas faces o símbolo "Lixo infectante",
de acordo com a norma técnica da ABNT NBR - 7500.
O equipamento deve ser lavado e desinfetado após o termino de cada coleta. A limpeza
deve ser feita mediante água e sabão, esfregando-se a superfície com escova e vassoura,
utilizando desinfetante, simultaneamente.
77
4) Manuseio da Coleta Interna
Na primeira etapa do recolhimento dos resíduos infectantes das salas onde eles foram
gerados, o responsável por esta etapa deverá retirar os sacos dos recipientes com cuidado, em
seguida retira-se o excesso de ar do saco plástico, com o cuidado de não inalar o jato de ar
desprendido. Para o fechamento do saco o mesmo deve ser amarrado.
O funcionário deve pegar o saco pela parte superior e levá-lo para o carro de coleta,
lembrando que o saco em momento algum deva ser colocado ou arrastado pelo chão. Em
seguida deve ser verificado se o recipiente onde estava o saco está limpo e só então proceder a
colocação de saco novo. Os mesmos procedimentos devem ser realizados para os resíduos
comuns.
A coleta para os resíduos perfurocortantes deverá ser realizada do seguinte modo: Após
fechar o saco que se encontra dentro da caixa, fechar e lacrar a caixa e acondicioná-la dentro
de saco branco-leitoso, com a identificação de "lixo infectante", a partir daí utilizar os
mesmos procedimentos utilizados para os resíduos infectantes e comuns. Finalizada a
operação o carro coletor deve ser encaminhado para a próxima fonte geradora e repetir os
mesmos procedimentos.
No caso dos resíduos comuns a cor do saco deve ser escolhida segundo Norma Técnica
42-60-01-maio/03 - COMLURB. Ou a sugerida pela RDC 306, caso haja programa de coleta
seletiva na instituição (Resolução CONAMA nº. 275/2001)
Para que esses procedimentos sejam executados com segurança é necessário que o
funcionário envolvido nesta etapa utilize os seguintes EPI’s: uniforme, meias e sapatos,
avental, luvas, máscara e gorro.
Geralmente esta etapa é executada pelo funcionário (a) responsável pela limpeza dos
setores (laboratórios), cabendo a segunda etapa de coleta interna ser feita por um outro
funcionário no geral do sexo masculino que irá fazer a transferência dos resíduos do abrigo
temporário para o abrigo externo (a ser construído), sendo esta operação caracterizada como
coleta interna II. Nesta operação os carros (conteineres) que estavam armazenando os resíduos
no abrigo temporário, deverão ser trocados por outros limpos e desinfetados. Uma vez no
abrigo externo, os conteineres após utilização devem sofrer processo de limpeza e
desinfecção. Com utilização de água, sabão, vassoura e escova além do desinfetante, na área
de higienização anexa ao abrigo de resíduos
Os EPIs utilizados nesta operação são os seguintes: Uniforme, botas impermeáveis,
avental, luvas, máscara, gorro e óculos.
78
5) Tratamento dos Resíduos
O tratamento dos resíduos biológicos deve ser realizado mediante uma avaliação prévia
dos tipos de resíduos gerados. Porém por ser um método de fácil realização, baixo custo e
atender as necessidades dos laboratórios estudados, indicamos a autoclavação como método
de tratamento para os resíduos biológicos em questão. Sugerindo ainda que outros resíduos
(biológicos) e outros laboratórios também sejam tratados desta forma, já que dentre os
laboratórios estudados dois deles se utilizam desta técnica.
O processo de autoclavação aplicado em laboratórios para redução de carga microbiana
de culturas e estoques de microorganismos está dispensado de licenciamento ambiental
ficando sob a responsabilidade dos serviços que às possuem a garantia e eficácia dos
equipamentos mediante controles químicos e biológicos periódicos devidamente registrados.
6) Abrigo externo - Especificações
O local para o armazenamento externo de resíduos deve apresentar as seguintes
características:
Ser construído em local de fácil acesso, tanto para os recipientes de transporte como
para os veículos coletores;
O ambiente deve ser de uso exclusivo para o armazenamento de resíduos;
Deve reunir condições estruturais adequadas que impeçam a ação do sol; chuva, ventos
e etc, e que impeçam a entrada de pessoas não autorizadas ou animais no local;
Deve possuir um local para a higienização dos contenedores, ser provido de boa
iluminação e ventilação e ter pisos e paredes revestidos com materiais resistentes aos
processos de higienização;
O abrigo de resíduos deve atender aos seguintes requisitos:
Ser construído em alvenaria, fechado, dotado de aberturas para ventilação telada,
que possibilite uma área mínima de ventilação correspondente a 1/20 da área do
piso e não inferior a 0,20 m²;
Ter porta totalmente vedada, de material resistente, que proteja contra a entrada de
vetores e roedores, de largura compatível com a entrada e saída dos recipientes
coletores (conteineres);
Possuir símbolo de identificação, de fácil visualização de acordo com o tipo de
resíduo;
Ter ponto de água, ter ralo sifonado e declividade do piso para facilitar a entrada e
saída dos carros de coleta;
Ter ponto de iluminação externa e interna;
O Abrigo externo de resíduos ainda não foi construído.
79
7) Área de Higienização
A área de higienização é um compartimento do abrigo externo de resíduos.
O piso deve ser impermeável e bem drenado;
Local para secagem de luvas
Instalação elétrica interna e externa
Ponto de água para higienização dos carros de coleta
Lavatório para a lavagem de mãos
O abrigo deve ser coberto.
8) Coleta Externa
Consiste na retirada dos resíduos armazenados no abrigo externo para os veículos
coletores, para que sejam encaminhados para disposição final.
Partindo-se da premissa de que os resíduos biológicos passíveis de causarem risco são
minoria e que o restante com possibilidades de causarem riscos forem tratados antes da saída
do local de sua geração, esses resíduos passam a ser considerados resíduos comuns,
acarretando a redução dos mesmos e consequentemente um menor custo imputado a eles.
Para que todo este processo tenha continuidade é importante à implementação de algumas
ações além das citadas acima, conforme a seguir.
A educação continuada com programas de capacitação de todos os profissionais
envolvidos com a problemática dos resíduos e a conscientização de todos aqueles que
freqüentam ou visitam a instituição, tem caráter relevante para o sucesso do Plano de
Gerenciamento de Resíduos.
O mapeamento de riscos deve ser realizado para todos os ambientes a fim de auxiliar no
processo de gerenciamento preventivo dos riscos de acidentes.
A construção dos abrigos externos para resíduos químicos e biológicos, conforme
preconiza a lei deve ser realizada urgentemente, sem os quais fica impossibilitada a
implantação do gerenciamento adequado dos mesmos. A contratação da empresa credenciada
para coleta e disposição final dos resíduos químicos também deve ser providenciada.
É fundamental pra que se cumpram todas as metas e se atinja todos os objetivos a criação
de uma consciência coletiva, para isso a divulgação do programa se faz importante.
Criar uma página on-line para disponibilizar o programa para todo o ambiente
universitário com (os procedimentos, os manuais, a agenda de atividades previstas no
programa). Organização de eventos, palestras e cursos relacionados ao tema do programa.
Viabilizar contatos e visitas a instituições e empresas que tenham experiência com o tema
para que possam atuar em parcerias. Os laboratórios que prestam serviço podem ser os
intermediários destas parcerias.
80
CONCLUSÕES
O problema das instituições públicas de ensino é bem conhecido, e decorre da
insuficiência de recursos para a sua manutenção. Assim, a UERJ vem enfrentando
dificuldades orçamentárias que refletem diretamente na redução de investimentos em infra-
estrutura, como é o caso dos laboratórios.
Devido à demanda e os avanços das pesquisas, crescem o numero de laboratórios que
funcionam em ambientes adaptados onde às instalações e os equipamentos estão precários, as
capelas dos laboratórios apresentam problemas, quando funcionam.
A segurança dos funcionários e do prédio estudado também não tem sido priorizada, não
havendo brigada de incêndio e saídas de emergência.
Os resultados obtidos apontam que a maioria dos laboratórios não atende ainda o que
preconiza a legislação RDC 306 ANVISA 2004. Comparando com a análise feita podemos
observar que muitas universidades têm melhor gerenciado seus resíduos, em especial os
resíduos químicos, o mesmo não acontecendo na UERJ. Percebemos que os resíduos
químicos ainda são descartados de forma inadequada e que as ações pontuais realizadas pelo
grupo responsável pelo gerenciamento e por alguns pesquisadores são pequenas com relação
ao quantitativo existente.
Quanto aos resíduos biológicos, a preocupação se concentra nos perfurocortantes, tendo
em vista a sua capacidade intrínseca de romper a integridade da pele e, ai sim, agredir o tecido
introduzindo agentes infecciosos. Atualmente, os resíduos perfurocortantes ou com punctura
estão sendo segregados com certa responsabilidade, porém alguns laboratórios ainda não o
fazem, talvez por não achar importante ou por desconhecerem o procedimento correto de
descarte desses resíduos. A ausência de treinamento junto aos profissionais dos laboratórios e
o pouco interesse apresentado por alguns trás reflexos negativos para a instituição.
Atualmente, parte dos resíduos químicos vem sendo provisoriamente recolhido pelo
Instituto de Química e armazenado em uma sala do 4º Andar junto com outros reagentes,
porém este procedimento coloca em risco todo o Pavilhão.
As experiências de diversas Universidades no país apresentadas no trabalho, como a USP
e a UNICAMP, demonstram que é possível implantar o gerenciamento de resíduos e estes são
bons exemplos de como deve ser realizado, valorizando os princípios do desenvolvimento
sustentável. A UERJ também pode buscar nessas experiências, um modelo a ser consolidado.
Para o sucesso do Plano de Gerenciamento de Resíduos a ser implantado, a capacitação dos
profissionais é muito importante. A Universidade deve investir na consolidação desse
trabalho, considerando que ela não pode se furtar de adotar uma postura pro-ativa com relação
aos problemas ambientais, sejam eles dirigentes da instituição, ou profissionais que ali atuam.
81
Esperamos que a pesquisa possa auxiliar neste sentido, e para futuros estudos,
recomenda-se o seu aprofundamento, verificando-se em cada laboratório os riscos ambientais
existentes através do mapeamento de riscos, indicando como minimizá-los ou evitá-los, seja
com relação ao manejo dos resíduos, seja na prevenção de acidentes nas atividades laborais.
82
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ANEXOS
Anexo 1 – Modelo do questionário aplicado aos laboratórios
Prefeitura do Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Coordenação : Elmo Rodrigues da Silva (el[email protected] Tel.
25877325) e Monica Palermo (mma[email protected]r Tel. 25877322
ramal51)
Nome dos Pesquisadores do Plano de Gestão de Resíduos
Data da Visita
Horário
Pesquisadores
Identificação do Setor Pesquisado
Nome do setor/sala:
Nº do setor/sala: Andar:
Bloco:
Responsável pelo Setor/sala
Nome:
Profissão: Cargo:
Contatos
Nome do entrevistado:
Cargo:
Tel: Fax: Email:
Total de Nº de Funcionários:
Nº de Técnicos Nº de Administrativos Outros:
Nº de Alunos Nº de Professores
Nº de salas existentes por setor (Identificar todas por
numeração)
Capacidade Operacional
Salas Desativadas Sim
o
Por quê está desativada?_________________________________________________________
_____________________________________________________________________________)
87
Principais Atividades Desenvolvidas
Pesquisa
Extensão
Graduação
Pós Graduação
Prestação de Serviços Administração Outro ___________
Descrição das Principais Atividades Desenvolvidas (Resumidamente) - Pesquisas/projetos
________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________
CILINDROS DE GASES
Existe utilização de cilindros de gases dentro do setor? Não Sim (Especifique Tipo de gás ___________________________ Nº de cilindros: ______
Volume(s):______________ Frequência de Troca: _____________ Volume utilizado/ mês _________ )
EMISSÕES GASOSAS (POLUENTES)
Atividade Geradora de Emissão de Gases: Não Sim (Tipo de Gases:____________________________________________________________ )
Existe Coleta de Gases: Sim (Qual Tipo de coletor? Capela Outro (especifique)__________________________________________)
TIPOS DE RESÍDUOS EXISTENTES
Grupo A – Biológicos Grupo B – Químicos Grupo C – Radioativos Grupo D – Comuns Grupo E – Perfurocortantes
Tipo de coletor de resíduos: Coletor Plástico Coletor Metálico Coletor em Madeira Outro (especifique_______________) Não possui
Com Tampa Quantidade ( ) Volumes: ( ) Tipo: ___________________
Sem Tampa Quantidade ( ) Volumes: ( ) Tipo :___________________
Existem doações de materiais/ substâncias: o
Sim (Quais materiais/subst. Doadas? ______________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________)
Para onde é doada?: _________________________________________________________ )
Recebe doações de materiais/substâncias Não Sim (Quem doa ___________) Quais materiais/subst. recebidas: __________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________)
RESÍDUOS
GRUPO A –
BIOLÓGICOS
Há segregação ?
Sim, Colocar o
n
o
do item ( )
correspondente ao
resíduo cf. lista ao
lado Não
Estado:
Sólidos
Semi sólidos
Líquidos
(1)Culturas e estoques de microorganismos
(2)Inoculação ou mist de culturas
(3)Bolsas de sangue
(4)Secreções e excreções (5)Animais mortos (6)Forrações de animais
(7)Gaze (8)Algodão (9)Esparadrapo
(10)Luvas, máscaras (11)Órgãos e membranas (12) Tecidos de animais
(13) Outros (Especifique):__________________________________________________________________________
Empresa que coleta o resíduo biológico: ________________________________________________
88
RESÍDUOS
GRUPO B –
QUÍMICOS
Há segregação ?
Sim Não
Estado:
Sólidos
Semi sólidos
Líquidos
Lâmpadas fluorescentes
Cartuchos de impressora
Medicamentos vencidos
Pilhas e baterias
Resíduos ou excretas c/ quimioterápicos Saneantes domisanitários (detergente, sabão, cloro, desinfetante)
Reveladores de radiologia Objetos perfurocortantes contaminados por Prod. Químicos
Terra ou outro material contaminado por metal pesado Outros: (especifique: _____________________________
________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________)
Líquidos químicos : Tipo de Líquidos Químicos: Orgânicos
Organo-Clorados
Organo - não Clorados
Soluções de Metais Pesados Ácidos Bases Outros (Especifique:________________________________
________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________)
Quantidade estimada de líquidos descartados (__________________em litros por dia ou ___________________litros/semana ou
______________________litros/mes)
Descarte de Resíduos Líquidos: No ralo da pia Enviado a empresa para destruição do resíduo (Nome da
empresa:________________________________)
Em bombonas sem identificação do resíduo Em bombonas com identificação do resíduo
Em vidros sem identificação do resíduo Em vidros com identificação do resíduo
Outros (Especifique:____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________)
Produtos químicos armazenados (passivos existentes):
Existe alguma classificação do resíduo? Sim Não
Quantidade estimada do passivo (em litros) (____________________)
Forma de armazenamento: Bombonas Vidros Outros (especifique:__________________________)
Local do Armazenamento: Estantes Armários sob a pia Sala de Depósito Outros (Especifique:
89
RESÍDUOS
GRUPO C –
RADIOATIVO
Há segregação?
Sim
Não
Estado:
Sólidos
Semi sólidos
Líquidos
Não
Sim (Especifique o tipo:____________ ___________________________________________)
O que é feito com o resíduo? ______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________)
RESÍDUOS
GRUPO D -
COMUM
Estado:
Sólidos
Semi sólidos
Líquidos
Tipos de resíduos produzidos pelo setor: Papel
Papelão
Metais
Latinha
Vidro
Plásticos Alimentos Embalagens de vidro Madeira Tecidos Podas de Jardins
Outros: (Especifique:___________________________________________________________)
Há algum Tipo de coleta de material reciclável? Sim Não
Quem coleta o material reciclável? Projeto COOPERE Outros Especifique:____________________________)
O Setor possui caixas coletoras do Projeto COOPERE? Não Sim (Quantas caixas? ________)
RESÍDUOS
GRUPO E
PERFURO-
CORTANTE
Há segregação?
Sim o
Vidros quebrados não contaminados
seringas / agulhas
Produtos c/ punctura
Outros: Especifique:____________________________________________________________________________________
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
ASSINATURA DOS PESQUISADORES:
Anexo 2 – Circular com indicação da equipe do Gerenciamento
CIRCULAR
IDENTIFICAÇÃO DATA FOLHA
CL-0 /PREFEITURA/05
13/04/05 01/01
De: PREFEITURA DOS CAMPI
Para: Todos os componentes organizacionais
Venho pelo presente comunicar a criação de um Grupo de Trabalho para a elaboração do Programa
de Gerenciamento de Resíduos na UERJ, no campus Maracanã, a fim de atendimento à Resolução
RDC 306 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a qual estabelece a obrigatoriedade
de implantação do plano de gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde, incluindo os
estabelecimentos de ensino e pesquisa que envolvam resíduos considerados perigosos, tais como
Resíduos Biológicos, Materiais Perfurocortantes, Resíduos Químicos e Radioativos, além dos
Resíduos comuns.
O trabalho a ser desenvolvido envolverá uma série de levantamentos nos diversos setores e
laboratórios para coleta de informações a fim de subsidiar a elaboração do referido plano. Assim
sendo, solicitamos a colaboração dos responsáveis pelos laboratórios ou setores permitindo o acesso
às instalações e a disponibilização das informações necessárias aos componentes da equipe.
Grupo de Trabalho:
Coordenação Geral: Prof. Elmo Rodrigues da Silva (Depto. de Eng. Sanitária e Ambiental,)
Vice-Coordenação: Profª Mônica Marques Palermo (Instituto de Química)
Responsável pelos Resíduos Biológicos e Perfurocortantes:Edvânia Soares da Silva
(DESSAUDE, matr. 34046-3)
Responsável pelos Resíduos Químicos: Profª Mônica Marques Palermo
Responsáveis pelos Resíduos Comuns: Elmo Rodrigues da Silva (Projeto de Coleta Seletiva de Pa
p
na UERJ )
Responsável por projetos e infraestrutura: Leila Chagas Florim (Prefeitura do Campus)
Responsáveis pela Segurança em Laboratórios: Rosane Cristina M. S. Corrêa; João Roberto Fartu
r
José Neemias Espíndola dos Santos; José Ailton da Silva (Técnicos em Segurança do Trabal
h
DESSAUDE); Georgina Sarantakos (médica do trabalho-DESSAUDE)
Responsável pelos Resíduos Radioativos: Profª. Lavínia Brito (IBRAG)
Colaboradores: Profª Elizabeth Rios (IBRAG); Valéria Borba do Nascimento (Engenheira – FIOCRU
Z
Rosângela M. de Barros; Bianca Longo (mestrandas em Eng. Ambiental da UERJ)
Estagiários: Felipe de Sampaio Rodrigues (Aluno de Graduação do Instituto de Química);Anders
o
Monteiro de Oliveira(aluno de graduação da Faculdade de Engenharia).
LUIZ ANTONIO ARNAUD MENDES
Prefeito dos Campi
91
Anexo 3 – Instrução Técnica aos Laboratórios de Biologia do PHLC/UERJ
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PREFEITURA DOS CAMPI – GRUPO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Rio de Janeiro, 9 de março de 2006.
Aos técnicos e responsáveis pelos Laboratórios de Ensino e Pesquisa
localizados no PHLC
Assunto: Resíduos Biológicos
Os Resíduos Biológicos provenientes dos Laboratórios de Ensino, Pesquisa e Serviços localizados no Pavilhão
Haroldo Lisboa da Cunha (PHLC) e do DESSAUDE (Térreo do Pavilhão João Lyra Fº) vem sendo
coletados desde janeiro pela Empresa Clean Ambiental todas as Terças e Sextas-feiras no horário das 12 às
18 h, e depositados na sala 223 do PHLC, 2º andar (Abrigo Interno Temporário de Resíduos Biológicos).
Alguns problemas vem ocorrendo que dificulta o correto gerenciamento destes resíduos no abrigo, assim sendo
solicitamos a observação das instruções a seguir:
1. Alguns laboratórios têm encaminhado resíduo putrecível (restos de animais, etc) fora dos dias de coleta.
Solicitamos que tais resíduos sejam mantidos nos laboratórios sob refrigeração e somente descartados às
terças e sextas-feiras para evitar riscos de contaminação e maus odores no ambiente onde são depositados
(no abrigo), conforme exigências contidas na resolução RDC 306 (ANVISA).
2. Somente os resíduos com risco biológico (contendo material infectante) provenientes dos laboratórios
deverão ser dispostos em sacos brancos leitosos sinalizados com o símbolo de risco biológico devidamente
fechados (utilizando até 2/3 de seu volume) para serem recolhidos pelo funcionário da construir responsável
pela coleta.
3. O resíduo não contaminado (QUE NÃO CONTENHA NENHUM RISCO BIOLÓGICO) não deve ser
misturado aos resíduos que tenham algum tipo de risco. Neste caso, os resíduos sem risco biológico
poderão ser descartados como resíduos comuns, não havendo necessidade de colocá-los em sacos brancos,
nem encaminhá-los ao abrigo, pois o custo para a retirada deste material contaminado é oneroso.
4. De acordo com a norma, os sacos brancos contendo resíduos biológicos contaminados não podem ser
depositados em corredores ou no solo. Portanto, este material deve permanecer no interior do laboratório
dentro de recipientes fechados na cor branca, sinalizado com símbolo de risco biológico.
5. O material perfurocortante (vidros quebrados, agulhas, etc), se estiver contaminado com material com
risco biológico, deverá ser depositado (até o limite de 5 cm da borda) em caixas de papelão lacradas e
devidamente sinalizadas com símbolo de “Risco Biológico”, acrescido da inscrição “Perfurocortante, ou
em latas fechadas e sinalizadas, ou ainda em caixa descarpak (preferencialmente), e depois colocados em
sacos brancos a serem lacrados, também observando o limite de 2/3 de sua capacidade. Este material será
recolhido nos laboratórios pelo funcionário da Construir responsável pela coleta e será encaminhado ao
abrigo (sala 223).
6. Se os vidros quebrados ou vasilhames de vidro dos laboratórios não estiverem contaminados por
resíduo com risco biológico, estes poderão ser descartados como resíduo comum, mas devem também ser
colocados em caixas que serão lacradas, ou em latas fechadas, e sinalizadas com a inscrição
Perfurocortante”.
7. Qualquer
acidente com material com risco biológico deve ser imediatamente comunicado ao DESSAUDE
e o funcionário buscar atendimento no DISHUPE.
8. Informações adicionais a respeito dos resíduos biológicos dirigir-se ao DESSAUDE (Drª Edvania Soares,
ramal 7734, email [email protected].br) ou a Drª Adriana Nívea de Barros (Instituto de Biologia,
ramal 7567, email: ni[email protected])
.
Em anexo lista de categoria de resíduos segundo a RDC 306/ANVISA
Agradecemos a atenção e colaboração de todos para que possamos ter um melhor ambiente de trabalho, evitando
acidentes e contaminação ambiental.
Coordenação do Grupo de Gerenciamento de Resíduos (Ramal 7325, Email: [email protected])
92
Lista de categorias de resíduos segundo a RDC 306/ANVISA
GRUPO A1
Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados;
meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de
laboratórios de manipulação genética; Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos
vivos ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutilizado,
vazios ou com restos do produto, agulhas e seringas; Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou
líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou
líquidos corpóreos na forma livre.
(NOTA: Esses resíduos devem ser submetidos a tratamento prévio antes da disposição final)
GRUPO A2
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de
experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais
suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação,
que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.
(NOTA: Devem ser submetidos a tratamento prévio antes da disposição final)
GRUPO A3
Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500
gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor
científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.
(NOTA: Deve-se optar por sepultamento em cemitério, desde que haja autorização do órgão competente do
Município, do Estado ou do Distrito Federal ou sofrer Tratamento térmico por incineração ou cremação, em
equipamento devidamente licenciado para esse fim).
GRUPO A4
Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes
contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter
agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou
microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo
de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; peças anatômicas (órgãos e
tecidos) provenientes de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças
anatômicas, vísceras provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência;
Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
(NOTA: Estes resíduos podem ser dispostos, sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado para
disposição final. Devem ser acondicionados em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando
atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados com símbolo de material
infectante).
GRUPO A5
Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da
atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
(NOTA: Devem sempre ser encaminhados a sistema de incineração).
93
Anexo 4 – Fotos de alguns laboratórios estudados, equipamentos e materiais utilizados
no prédio Haroldo Lisboa da Cunha.
Foto 1- uso de local de trabalho para refeições Foto 2- Risco Físico- caixas empilhadas em cima de refrigerador
Foto 3- tomadas sem identificação de voltagem Foto 4 -Jalecos misturados e pendurados no mesmo cabideiro
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Foto 14-O ar condicionado que não estava funcionando foi trocado Foto 17- armários e refrigeradores dispostos no corredor de
circulação obstruindo a passagem em caso de incêndio.
Foto 18- cafet eira no corredo r de circulação, sem nenhum a higienização
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