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Paulino Barroso Medina Júnior
Avaliação dos Impactos da Visitaçãoblica no rio
Formoso, Bonito, MS, Brasil: Subsídios à Gestão
Ambiental do Turismo em Áreas Naturais
Tese apresentada à Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo, como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Doutor em Ciências da Engenharia Ambiental
Orientador: Prof. Dr. Evaldo L. G. Espíndola
SÃO CARLOS - SP
2007
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento
da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP
Medina Júnior, Paulino Barroso
M491a Avaliação dos impactos da visitação pública no rio Formoso, Bonito, MS,
Brasil : subsídios à gestão ambiental do turismo em áreas naturais / Paulino Barroso Medina Júnior;
orientador Evaldo L. Gaeta Espíndola. –- São Carlos, 2007.
Tese (Doutorado-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia
Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2007.
1. Ecoturismo. 2. Avaliação ambiental.
3. Impactos ambientais. 4. Indicadores ambientais.
5. Ecossistemas aquáticos. 6. Planalto da Bodoquena I. Título.
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À minha Pretinha.
AGRADECIMENTOS
Descobri o quão árduo e desafiador é fazer Doutorado e ainda manter compromissos
relacionados à atuação profissional e conclui que quando contamos com o apoio de outras
pessoas (amigos, alunos, colegas, familiares e até desconhecidos), podemos atingir
objetivos aparentemente inacessíveis.
Por isso, gostaria de registrar meu especial agradecimento a todos os que contribuíram
com minha jornada de doutoramento:
Ao Prof. Evaldo Espíndola, pela amizade, confiança e crédito à minha proposta, mesmo
Bonito sendo tão distante de São Carlos;
A minha esposa Silvia, pela compreensão da falta de tempo em função do excesso de
compromissos invariavelmente assumidos e pelo seu apoio constante e incondicional - “O
anel que tu me destes não é de vidro”;
Ao Valdir Specian, à Viviane e ao pequeno Renan, por me acolherem em seu lar, em São
Carlos, no período em que cumpri os créditos das disciplinas de doutorado;
Aos professores do Programa de Pós Graduação em Ciências da Engenharia
Ambiental/EESC/USP, por contribuírem com minha formação profissional;
Ao amigo Fabio Roque, pelas nossas viagens” sobre conservação de invertebrados e
ecossistemas aquáticos, pela imensa paciência com as análises estatísticas dos resultados
do trabalho e, principalmente, pela amizade;
Aos alunos, ex-alunos e amigos (Ana Paula, Cleberson, Danieli, Eleri, Fábio Punk, Fábio
Vinícius, Heloisa, Juliane, Lara, Sandra, Thiagão, Verônica, Vanderlice, Walteir, Ricardo e
Silvia) que contribuíram com a coleta de dados físicos, biológicos e sócio-econômicos em
campo ou com a obtenção de informações adicionais junto às instituições oficiais;
Aos amigos Walteir Roberto de Souza (Quati) e Domingos vio, pelo apoio concedido
para a triagem e identificação dos macroinvertebrados bentônicos;
Ao Silvio Jacks, pelo apoio na confecção do mapa da área de estudo;
Ao João Siloé, pela ajuda na formatação final da tese e pela amizade fraterna;
Ao Serjão de Bonito e Família, por nos acolher em sua aconchegante casa durante as
campanhas de campo;
À Márcia Brambilla, por nos emprestar seu “lar bonitense” em muitas de nossas idas a
Bonito;
Ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental e ao Laboratório
de Biodiversidade e Conservação de Ecossistemas Aquáticos da UNIDERP, pelo apoio
estrutural dispensado à execução do trabalho;
À Fundação Manoel de Barros, pelo apoio financeiro aos projetos de pesquisas
desenvolvidos no Planalto da Bodoquena;
Aos proprietários e/ou gestores dos empreendimentos que foram estudados, pela
receptividade e apoio logístico;
À Fundação Neotrópica, pela disponibilização de dados e mapas sobre o rio Formoso e os
empreendimentos de turismo nele instalados;
Á minha família, por existir;
Aos que possivelmente não foram citados, minhas sinceras desculpas. O tempo está se
esgotando e minha memória insiste em não colaborar. Minha gratidão a todos.
RESUMO
Visando compreender os impactos da visitação pública sobre ecossistemas aquáticos
continentais, desenvolveu-se o presente estudo no rio Formoso, Planalto da Bodoquena,
Mato Grosso do Sul, Brasil. Através de um estudo de caso, buscou-se caracterizar os
impactos provocados pelas diferentes modalidades de uso público no rio Formoso,
considerando o emprego de variáveis físicas e biológicas como indicadoras do impacto da
visitação pública em um período de alta temporada, carnaval de 2006.
Complementarmente, para melhor compreender a relação entre os impactos impressos no
ambiente e o uso predominante na região, foram caracterizados aspectos da relação dos
empreendimentos turísticos com os ecossistemas aquáticos no Planalto da Bodoquena, a
estrutura dos empreendimentos turísticos abertos ao uso público ao longo do rio Formoso e
o perfil e aspectos da percepção ambiental dos visitantes desses empreendimentos. Os
dados foram obtidos a partir de pesquisa documental, aplicação de questionários aos
visitantes do rio Formoso e coleta em campo de dados relativos às variáveis físicas e
biológicas descritoras dos diferentes compartimentos do ecossistema aquático. Os
seguintes resultados ficaram evidenciados: 1. Os ambientes aquáticos são os atrativos
naturais mais demandados pelos empreendimentos de turismo e visitantes; 2. os
balneários exibem os maiores veis de impacto em todos os compartimentos do
ecossistema aquático analisado; 3. a movimentação da água e o pisoteio do fundo são as
interferências da visitação pública mais pronunciadas sobre o rio Formoso; 4. as áreas
mais impactadas são aquelas que recebem os visitantes com menos exigência ambiental;
5. as variáveis transparência da água, folhedo, riqueza e diversidade taxonômica de
macroinvertebrados bentônicos e o Índice de Alteração da Estrutura Física de
Ecossistemas foram selecionadas como os indicadores mais aplicáveis à avaliação e ao
monitoramento dos impactos da visitação pública no rio Formoso.
PALAVRAS-CHAVE: ecoturismo, avaliação ambiental, impactos ambientais, indicadores
ambientais, ecossistemas aquáticos, Planalto da Bodoquena.
ABSTRACT
With the aim of understanding the impacts of visits by the public on inland aquatic
ecosystems, the present study was developed at the Formoso River, Bodoquena Plateau,
Mato Grosso do Sul, Brazil. Through a case study, it was attempted to characterize the
impacts provoked by different modes of public use of the Formoso River, considering the
use of physical and chemical variables as indicators of public visitation impacts during the
high season, Carnaval of 2006. In conjunction, to better understand the relationships
between the impacts on the environment and the predominant use of the region, aspects of
the relationship between tourist undertakings and the aquatic ecosystems of the Bodoquena
Plateau, the structure of the tourist undertakings open to the public along the river, and the
profile and aspects of environmental perception of the visitors to these tourist undertakings
were characterized. The data were obtained from research of documents, use of
questionnaires filled-out by visitors to the river, and collection in the field of physical and
biological variables describing different compartments of the aquatic ecosystem. The
following results were obtained: 1. The aquatic environments are the most sought-after by
the tourist undertakings and visitors; 2. the bathing areas exhibit the highest levels of impact
of all the compartments analyzed of the aquatic ecosystem; 3. water movement and
trampling of the bottom substrate are the most pronounced interferences of public visitation
in the river; 4. the most impacted areas receive the least environmentally demanding
visitors; 5. the variables water transparency, leaf litter, richness and diversity of benthic
macroinvertebrates, and the Index of Ecosystem Physical Structure Alteration were
selected as the most applicable indicators of environmental evaluation and monitoring of
public visitation impacts on the Formoso River.
KEY-WORDS: Ecotourism, environmental impacts, environmental indicators, aquatic
ecosystems, Bodoquena Plateau.
ÌNDICE
Resumo i
Abstract ii
1. Introdução Geral 1
1.1. Ecoturismo ou turismo de natureza? 3
1.2. Impactos da visitação pública em áreas naturais 5
1.3. Impactos da visitação pública em ecossistemas aquáticos 7
1.4. Limite Aceitável de Mudança 13
1.5. A aplicabilidade de bioindicadores no monitoramento de ecossistemas
aquáticos
16
2. Material e métodos 19
2.1. Área de estudo 19
2.2 Pesquisa documental 24
2.3. Coleta de dados em campo e procedimentos de obtenção dos descritores
das variáveis
26
2.3.1. Descrição estrutural e funcional das estações de amostragem 27
2.3.2. Descritores da visita e dos visitantes 28
2.3.2.1. Amostragem 30
2.3.3. Indicadores de impacto da visitação pública 31
2.3.3.1. Alterações na estrutura física do ecossistemas 32
2.3.3.2. Indicadores das condições da água e do sedimento 35
2.3.3.2.1. Variáveis descritoras das condições da água 36
2.3.3.2.2. Variáveis descritoras das condições do sedimento 37
2.3.3.3. Macroinvertebrados bennicos 38
2.4. Tabulação e análise dos dados 39
2.4.1. Características dos empreendimentos, da visita e dos visitantes 39
2.4.2. Indicadores de impactos da visitação 40
3. Atividade turística no Planalto da Bodoquena: demanda por ecossistemas
aquáticos, adequação ao processo de licenciamento ambiental e caracterização da
estrutura para visitação e dos usos no rio Formoso
45
3.1. Demanda da atividade turística por ecossistemas aquáticos no Planalto da
Bodoquena
45
3.2. Adequação das atividades turísticas ao processo de licenciamento
ambiental no Planalto da Bodoquena
52
3.3. Caracterização da estrutura para visitação e dos usos no rio Formoso 55
4. Caracterização da visita e dos visitantes dos empreendimentos de turismo ao
longo do rio Formoso
58
4.1. Caracterização geral ao longo do rio Formoso 58
4.2. Características da visita, características e percepção ambiental dos
visitantes e sua relação com os empreendimentos estudados
66
5. Caracterização dos impactos ambientais do uso público no rio Formoso através
do emprego de variáveis físicas e biológicas físicas e biológicas
69
5.1. Condições abióticas da água e do sedimento 69
5.2. Macroinvertebrados bentônicos 75
5.3. Estrutura física do ecossistema 81
5.4. Seleção de indicadores 83
6. Conclusões e recomendações 92
7. Referências bibliográficas 96
Anexos
Apêndice
1. Introdução Geral
As relações do Homem com a natureza são tão antigas quanto a própria
existência da humanidade. As características dessas relações, entretanto, têm se
alterado significativamente com o passar do tempo, condicionadas pelo processo de
transformação a que o Homem sempre esteve sujeito.
O processo civilizatório introduziu conceitos de maior rendimento com a
implantação de atividades altamente modificadoras do ambiente, culminando com o
processo de urbanização, resultando em externalidades que afetam profundamente o
equilíbrio da biosfera. Assim, as formas de uso da terra têm ultrapassado os limites
ecológicos, reduzindo os estoques dos recursos não renováveis e a capacidade de
renovação daqueles renováveis, poluindo a água, a atmosfera e o solo (CORSON, 1996).
O modelo dominante de desenvolvimento construído no período moderno, calcado
no sistema industrial capitalista, depende de recursos naturais numa dimensão
desconhecida a qualquer outro sistema social na história da humanidade, levando à
destruição da natureza (ALTVATER, 1995), colocando em risco a própria sobrevivência
da espécie humana. O limite ambiental é afetado pelo crescimento acelerado da
transformação de bens da natureza para satisfazer as necessidades humanas nem
sempre básicas para a sobrevivência pessoal.
A dependência do sistema produtivo em relação ao ambiente natural e a
descoberta dos limites da natureza em relação à sua transformação geraram a chamada
crise ambiental (MORETTI, 1996). De fato, os modelos de desenvolvimento vigentes
refletem os paradigmas de percepção, pensamento e ão que têm conduzido a
humanidade à situação atual, de forma que somente mudanças profundas nesses
paradigmas permitirão a manutenção do equilíbrio no planeta dentro de um modelo de
desenvolvimento ecologicamente sustentável (ALMEIDA-JUNIOR, 1997).
A reflexão sobre a presente situação e o conseqüente custo ambiental do modelo
de desenvolvimento econômico imposto levou a sociedade a perceber a necessidade de
se repensar tal modelo. Na busca pela solução da crise ambiental é crescente a cobrança
da sociedade por uma adequação das atividades econômicas às necessidades de
conservação ambiental. Nesse contexto, o turismo se destaca como uma atividade capaz
de promover o crescimento econômico dentro das premissas da sustentabilidade
ambiental, permitindo a compatibilização do uso com a conservação dos recursos
naturais (CEBALLOS-LASCURÁIN, 1995).
Na cada de 1980, profissionais do turismo motivados pelas implicações do
relatório Nosso Futuro Comum em suas atividades, passaram a difundir a importância do
desenvolvimento do turismo dentro de preceitos da sustentabilidade ambiental, o qual
deveria estar atrelado ao compromisso de não permitir que suas atividades colocassem
em risco os recursos naturais (SWARBROOKE, 2000).
Uma das primeiras estratégias de ão voltada à sustentabilidade do turismo
nasceu na Conferência Global, realizada no Canadá em 1990, onde representantes de
diferentes setores ligados ao turismo discutiram a importância do ambiente equilibrado na
sustentação da atividade, destacando os reflexos ambientais negativos dos projetos
turísticos mal planejados (FENNELL, 2002).
A partir desse marco, o turismo de massa e o turismo alternativo passam a ser
colocados como dois grandes segmentos divergentes dentro do contexto da
sustentabilidade do turismo, sendo o último, como o próprio nome diz, apresentado como
única alternativa capaz de promover a sustentabilidade da atividade. Todavia, Fennell
(op. cit.) chama atenção para o fato de que, dependendo da forma como essas
modalidades são desenvolvidas, tanto o turismo de massa pode incluir práticas
sustentáveis, como o turismo alternativo pode avançar as fronteiras da sustentabilidade.
Por outro lado o autor reconhece que, ao menos em teoria, a maioria das formas de
turismo alternativo, que inclui o turismo sóciocultural e o ecoturismo, são sustentáveis na
natureza.
Estudiosos da área de turismo destacam a incontestável inter-relação entre essa
atividade e o ambiente, onde o ambiente se constitui em matéria prima do turismo,
especialmente quando este está baseado em atrativos naturais (RUSCHMANN, 1999;
CEBALLOS-LASCURÁIN, 1995), chegando a propor que para a sustentabilidade do
turismo o atrativo deva ser assumido como o principal capital, sob o risco de inviabilizar o
negócio se for destruído (MARTINS, 1999).
1.1. Ecoturismo ou turismo de natureza?
uma reconhecida falta de consenso em torno da definição do termo
ecoturismo, que se confunde com a própria esfera do turismo alternativo e já recebeu
denominação de turismo brando, verde, ecológico, ambiental e outras variações do
termo. O termo predominante hoje é o ecoturismo, que teoricamente define um tipo de
turismo com menos orientação sociocultural e mais dependente da natureza e dos
recursos naturais como os principais componentes ou motivadores da atividade, a qual
deve estar vinculada a um alto envolvimento dos seus praticantes com o conhecimento e
a proteção do destino (SERRANO, 2001; FENNELL, 2002).
Em meio à ambigüidade que envolve o termo, a Embratur, através das Diretrizes
para uma Política Nacional de Ecoturismo, definiu o ecoturismo como sendo um
segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e
cultural, incentiva sua conservação e busca a formão de uma consciência
ambientalista, promovendo o bem estar das populações envolvidas (EMBRATUR, 1994).
Alguns autores divergem sobre a origem do termo ecoturismo, mas dados de
literatura indicam que Ceballos- Lascuráin foi o primeiro a utilizá-lo no início da década de
1980 (BOO, 1990; THOMPSON, 1995; FENNELL, 2002).
Todavia evidências de que a recreação ao ar livre e o contato com a natureza
já eram desenvolvidos em diferentes partes do mundo muito mais tempo (WILSON,
1992; FENNELL, 1998; SERRANO, op. cit.). Esse conjunto de experiências pode ser
genericamente chamado de turismo com base na natureza ou simplesmente turismo de
natureza (MCKERCHER, 2002).
O turismo de natureza, por sua vez, engloba uma série de modalidades de turismo
baseados em atividades ao ar livre e em contato com ambientes naturais, incluindo o
ecoturismo, turismo de aventura e outros (MCKERCHER, 2002; LITVIN, 1996). Trata-se,
portanto, de um termo abrangente que envolve muitas atividades erroneamente rotuladas
de ecoturismo para dar uma conotação de “ambientalmente responsável” às atividades.
O turismo de natureza não implica, necessariamente, que as atividades são
fundamentadas em modelos de uso preocupados com a sustentabilidade ambiental e a
minimização dos impactos negativos nos destinos visitados, conforme destacado por
Goodwin (1998).
De acordo com Ceballos-Lascuráin (1996), essa modalidade de turismo tem suas
raízes nos novos paradigmas criados no final da cada de 1960, a partir das
constatações dos problemas ambientais e da necessidade de conservação ambiental.
Pires (1998) também partilha dessa opinião e sugere que o turismo de natureza teve sua
origem atrelada à própria origem do ambientalismo e do excursionismo.
No Brasil, os registros de atividades relacionadas ao turismo com base na
natureza são reconhecidos em documentos da década de 1960 e até do inicio do século
XX (SERRANO & LUCHIARE, 1993; PIRES, 1998).
A origem e o desenvolvimento do turismo de natureza refletem o empenho dos
naturalistas e a desvalorizão da vida urbana decorrentes da queda na qualidade
ambiental, expressando o desejo de ruptura com o cotidiano e provocando uma
crescente busca por lugares quase intocados, ao mesmo tempo em que se diferencia do
convencional pela valorização das áreas não transformadas (DIEGUES, 1996;
SERRANO, 2001).
De acordo com a organização mundial de turismo, o número de turistas no mundo
saltou de 25 milhões para 698 milhões entre os anos de 1950 e 2000, se posicionando
com destaque na economia mundial. Ainda de acordo com esta organização, a tendência
é de que esse número seja de 1 bilhão em 2010 e supere os 1,5 bilhões a 2020
(WORD TOURISM ORGANIZATION, 2003). Boa parte desse público está voltada para o
turismo de natureza, que na década passada representava 10% do turismo mundial,
com crescimento de 20% ao ano (SANTANA, 1998). No Brasil, os negócios com turismo
em áreas naturais tiveram um crescimento de 33% entre 1994 e 1995 (BRASIL, 2001).
Na Bacia do Alto Paraguai, o turismo de natureza passou a se desenvolver na década de
1970, passando a desempenhar importante papel nas relações de capital (GARMES,
1997).
Um ponto importante a destacar é o de que o turismo com base na natureza (ou
simplesmente turismo de natureza) refere-se muito mais ao destino onde está baseada a
atividade do que a um conceito ou a uma modalidade de turismo. Pode incluir, portanto,
modalidades de turismo que apresentam diferentes tipos de relação com o meio natural
e, consequentemente, que imprimem diferentes níveis de impactos ambientais. Não
representa, necessariamente, turismo de mínimo impacto.
Por se tratar de um termo mais genérico e isento de rótulos, em nosso texto
utilizaremos turismo de natureza para designar as viagens a áreas naturais. Para evitar o
emprego errôneo e indiscriminado do termo ecoturismo, este será, quando conveniente,
permutado por turismo de natureza.
para designarmos especificamente a utilização de áreas naturais para fins de
recreação pelo público de diferentes procedências, julgamos mais conveniente o
emprego dos termos “visitação pública” ou “uso público”. Esses termos são mais
adequados por que áreas naturais recebem uma série de outros visitantes além de
turistas, incluindo escolas, população local, comerciantes, entre outros (GIONGO et al,
1999). Assim, os termos turistas e visitantes, turismo e visitação pública/uso público
serão empregados de maneira permutável no presente trabalho.
1.2. Impactos da visitação pública em áreas naturais
Assim como outras atividades econômicas, o turismo também é considerado um
agente de mudanças, cuja expansão descontrolada pode projetá-lo além de limites
socioeconômicos e ecológicos sustentáveis. Apesar das afirmações de que se trata de
uma forma de desenvolvimento que representa um meio prático e eficaz de crescimento
sustentável, em muitos casos esta atividade tem provocado uma série de impactos
ambientais de diferentes ordens (BRANDON, 1995).
Os primeiros trabalhos tratando do impacto do turismo sobre os destinos, se
concentraram principalmente nos aspectos econômicos, o que esteve relacionado à sua
fácil quantificação bem como a tendência de demonstrar o benefício econômico da
atividade (ARCHER & COOPER, 2001). Para esses autores qualquer discussão
relacionada aos impactos do turismo deve incluir noções de capacidade de carga e de
critérios para avaliação dos impactos, uma vez que essa atividade tende a se voltar para
ambientes singulares e frágeis, favorecendo a neutralização dos benefícios econômicos
por conta dos impactos sócio-ambientais.
No Brasil, por exemplo, o turismo ainda tem acontecido de forma desordenada e
impulsionado, basicamente, pela oportunidade mercadológica, ignorando-se os
benefícios socioeconômicos e ambientais esperados e, na maioria das vezes,
comprometendo o conceito e a imagem do produto brasileiro nos mercados internos e
externos (BRASIL, 1994). Essa situação torna-se ainda mais grave ao se constatar que
os impactos ambientais não têm sido estudados de forma sistemática, existindo carência
de informações a respeito no país (RUSCHMANN, 1999).
É universalmente reconhecida a importância do ambiente natural conservado para
o turismo baseado na natureza, para o qual deve ser considerado ponto essencial no
processo de desenvolvimento e gerenciamento (MOLINA, 2000; WEARING & NEIL,
2001; FENNELL, 2002). Todavia, de acordo com esses autores, o desenvolvimento
rápido e descontrolado da visitação em localidades com recursos naturais de excepcional
beleza e importância, muitas vezes ímpares, provoca excesso de demanda e
superdimensionamento da oferta, que altera a paisagem fazendo a destinação turística
perder as características que deram origem à atividade.
Assim, se o turismo de natureza crescer a uma escala de massa, tenderá a
adquirir características de turismo de massa, deixando de ser um caminho para a
sustentabilidade e se transformando em ameaças às áreas visitadas (SWARBROOKE,
2000).
Por representarem, na maioria das vezes, ecossistemas fgeis e atraírem cada
vez mais visitantes, as áreas naturais têm sido progressivamente afetadas pelo uso
público. O monitoramento e manejo dessas áreas se tornam, portanto, imprescindíveis
na busca de estratégias de desenvolvimento do uso recreativo em consonância com
conservação da natureza (FREIXÊDAS-VIEIRA et al., 2000).
De acordo com Cole (1996), conciliar o uso recreacional com a conservação dos
recursos naturais continua sendo um dos mais urgentes desafios do manejo de áreas
naturais. Nesse sentido, Sandevile-Jr (2002) destaca que a delimitação de impactos
aceitáveis, decorrentes do uso público em áreas naturais, só é possível a partir da
compreensão dos processos biofísicos e culturais da natureza, mediante o suporte da
análise cientifica à utilização dos recursos naturais.
Buscando respostas para as questões envolvendo os impactos ambientais do uso
público em áreas naturais, estudos começaram a ser desenvolvidos na década de
1950, nos EUA (COLE, 1993 apud TAKAHASHI, 1998). Provavelmente motivado pela
tendência atual, tanto mundial quanto brasileira, de criação de unidades de conservação
para proteção da natureza (IUCN, 1984; BRASIL, 1999; DOUROJEANI & DUA, 2001;
SNUC, 2002), a grande maioria dos estudos referentes à avaliação e manejo dos
impactos ambientais do uso público em áreas naturais está concentrada nessas áreas
especialmente protegidas (CEBALLOS-LASCURÁIN, 1996; SERRANO, 1997; MAGRO,
1999; ROBIM, 1999; TAKAHASHI, 1998; WEARING & NEIL, 2001; WALLACE, 2002).
No Planalto da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, um dos maiores pólos turísticos
do Brasil (EMBRATUR, 1999), a visitação pública a áreas naturais é realizada
basicamente em propriedades particulares, onde os estudos sobre os impactos
ambientais da atividade são ainda incipientes.
1.3. Impactos da visitação pública em ecossistemas aquáticos
Uma pesquisa realizada pela EMBRATUR demonstrou que os recursos dricos
têm forte apelo turístico, fazendo parte da preferência dos visitantes em todas as regiões
pesquisadas (EMBRATUR, 1998). Os rios, quedas d’água e lagos (naturais ou artificiais)
são os sistemas mais procurados pelos turistas na grande maioria das regiões.
Conseqüentemente, os ecossistemas aquáticos continentais concentram a maior
parte dos impactos ambientais provenientes das atividades turísticas. Investigações
promovidas por organismos nacionais e internacionais envolvidos com a questão
demonstram um alto grau de contaminação em águas utilizadas por banhistas em
diferentes países, sendo verificada, inclusive a perda de flora e fauna aquáticas em lagos
e lagunas de países latino americanos (MOLINA, 1998). Isso reforça a necessidade de se
estabelecer políticas locais para a conservação desses ecossistemas.
Todavia, os efeitos e as causas dos impactos em ecossistemas aquáticos
associados à visitação pública são poucos conhecidos. Estudos relacionados ao uso
público de áreas naturais estão voltados quase que exclusivamente para os
ecossistemas terrestres, enfocando principalmente aspectos do solo e da vegetação
(LIDDLE, 1988; COLE, 1991; COLE & BAYFIELD, 1993; SPANDAU, 1994; COLE, 1995;
TAKAHASHI, 1998; MAGRO, 1999). No Brasil, essa situação é ainda mais evidente.
Conforme constatação feita por Kuss et al. (1990), a ausência de estudos
referentes aos impactos da recreação sobre os recursos hídricos se dá basicamente pelo
fato de que as mudanças ocasionadas pela visitação publica na água não chamam tanta
atenção e nem são tão óbvias quanto aquelas observadas nos ecossistemas terrestres. A
carência de métodos reconhecidamente aplicáveis ao desenvolvimento de estudos
científicos envolvendo o uso público de ambientes aquáticos também se constitui em um
importante limitador na produção de informações científicas sobre o tema.
De maneira geral, os poucos estudos realizados estão focados na proteção ao
visitante e se concentram em analisar a extensão da contaminação fecal em áreas
naturais, a partir de análise de Coliformes Fecais, o que não fornece respostas
satisfatórias (SILVERMAN & ERMAN, 1979).
Por outro lado, mesmo em lagos e rios em que a contaminação fecal é ausente,
outros tipos de impactos têm sido registrados, ainda que de forma bastante incipiente.
Isso pode ser um indicativo da ineficiência do emprego exclusivamente de Coliforme
Fecais para se medir os impactos da visitação pública em ecossistemas aquáticos, como
tem predominantemente ocorrido (DIKMAN & DORAIS, 1977; GARY, 1982;).
O efeito sobre o estado trófico dos ecossistemas aquáticos, provocado pela
entrada de nutrientes associados a lidos suspensos provenientes do entorno em
função da atividade turística, já foi registrado por alguns autores (DIKMAN & DORAIS, op.
cit; GARY, op. cit.). Em um lago localizado em uma área silvestre do Canadá, por
exemplo, Dikman & Dorais (op cit.) verificaram alta concentração de fósforo e aumento na
densidade do fitoplâncton, o que foi atribuído ao aumento da erosão de substrato rico em
fósforo desencadeado pela implantação de trilhas terrestres nas adjacências. Por outro
lado, a redução de outros íons também é atribuída ao uso público, como verificado por
Taylor & Erman (1979), que ao estudarem lagos intensamente visitados verificaram uma
menor concentração de ferro.
Para Hammit e Cole (1998), em lagos oligotróficos os impactos relacionados à
entrada de nutrientes e provocados pela visitação pública no entorno tendem a ser ainda
mais acentuados. Os mesmos autores verificaram que o uso de embarcações e outros
equipamentos de flutuação, muito comum em atividades de recreação, exercem
importantes efeitos sobre o ambiente aquático, contribuindo para a turbidez da água,
poluição por dejetos humanos e contaminação aquática por despejos de gasolina e
lubrificantes.
O despejo de combustíveis e lubrificantes no ambiente aquático, por sua vez,
pode interferir nas propriedades físicas, químicas e biológicas da água através da
liberação de seus produtos constituintes (MURATORI, 1960 apud HAMMIT & COLE,
1998). O autor ressalta que esses produtos promovem, dentre outros, a redução na
concentração de oxigênio no meio aquático ao formar uma barreira física na superfície da
água, impedindo a difusão de gases na interface água-ar. Os organismos também são
diretamente afetados ao serem impregnados com esses produtos, o que acaba
interferindo na produtividade do sistema e na estrutura das comunidades aquáticas.
É evidente que todo tipo de interferência nos ecossistemas aquáticos direciona
impactos para os organismos aí presentes. Todavia, no caso de uso público esses
impactos não m sido satisfatoriamente documentados. De acordo com Hammit e Cole
(op cit.), os poucos estudos realizados nesse sentido tratam, principalmente, da
ictiofauna, em especial no que diz respeito ao excesso de pesca e à introdução de
espécies exóticas. Para esses autores, o uso de veículos of-rood e embarcações afetam
indiretamente essa comunidade ao facilitar o acesso a ambientes aquáticos remotos. Isso
acaba promovendo a pesca e a conseqüente alteração na comunidade de peixes em um
número cada vez mais crescente de ecossistemas.
Alterações na fauna de insetos aquáticos, moluscos e anelídeos também já foram
atribuídas ao uso público, conforme estudos realizados por Taylor & Erman (1980), em
lagos utilizados para visitação pública. Efeitos da visitação sobre a vegetação aquática
foram documentadas por Taylor & Erman (1979), que registraram maior biomassa de
macrófitas em lagos intensamente visitados quando comparados a outros sistemas.
A partir da escassa literatura que trata do assunto, verifica-se que os impactos da
recreação sobre os ecossistemas aquáticos podem ser atribuídos a diferentes atividades
(GARY, 1982; HAMMIT & COLE, op. cit.; WORLD TOURISM ORGANIZATION, 1998;
MAGRO 2001) e, dependendo da atividade geradora, esses impactos poderiam ser
classificados em autóctones ou alóctones:
1. Impactos autóctones: aqueles provocados por atividades desenvolvidas no
próprio ambiente aquático:
1.1. Pesca esportiva e amadora: promovem a poluição da água por
resíduos sólidos e introdução de espécies exóticas;
1.2. Banhos de cachoeira e natação: induzem à abertura de trilhas que
podem levar a erosão de margens e assoreamento de canais, promovem
ressuspensão de sedimento e turvamento da água bem como a perturbação de
organismos aquáticos;
1.3. Esportes náuticos (raffting, cannyoing, bóia-cross, e outros):
provocam contaminação da água por resíduos sólidos, ressuspensão de
sedimentos, alterações morfológicas dos ambientes visitados (margem e fundo) e
alterações na biota através de impactos diretos e indiretos (alteração de habitat e
áreas de reprodução, intoxicação por resíduos e remoção de fontes de alimentos);
1.4. Passeios de barcos motorizados e similares: promovem alterações
morfológicas (nas margens através da construção de acessos e no leito pela
navegação intensiva e com equipamentos inapropriados), contaminação da água
por óleos e lubrificantes e alterações na biota através de impactos diretos e
indiretos.
2. Impactos alóctones: aqueles provocados por atividades desenvolvidas nas
adjacências dos ecossistemas aquáticos:
2.1. Acampamentos e trilhas: provocam o carreamento de sólidos e
nutrientes aos ambientes aquáticos, podendo ocasionar assoreamento, redução
na transparência da água e desencadear processos de eutrofização. Quando
desenvolvidas em áreas marginais podem provocar erosões e descaracterização
geomorfológica dos sistemas pela retirada da vegetação ribeirinha. A realização
de fogueiras e a improvisação de fogareiros e churrasqueiras em área de
acampamentos próximos a ambientes aquáticos facilita a chegada, nestes, de
cinzas e outros resíduos, geralmente ricos em nutrientes;
2.2. Passagem de veículos of-road: descaracterização das margens e
alterações morfológicas pela remoção de bancos de sedimentos e ressuspensão
de materiais sedimentáveis, provocando turvamento da água e aumento na
concentração de nutrientes na coluna d' água. Essa atividade pode provocar
efeitos diretos e indiretos nos organismos, afetando a estrutura das comunidades
aquáticas.
Para Hammit & Cole (1998), a redução no uso tende a reduzir os impactos sobre
os ambientes aquáticos, mas, em geral, a quantidade de uso é menos importante que a
localização do uso e o comportamento do visitante.
No Brasil, a situação dos estudos envolvendo impactos da visitação pública em
ecossistemas aquáticos continentais não difere das outras partes do mundo, sendo estes
bastante raros. Os poucos trabalhos realizados dão ênfase às características físicas e
químicas da água (MAGRO et al., 2001; DOMINGOS, 2002).
Estudos realizados no rio Betari (SP) demonstraram que a variação das
características limnológicas do sistema esteve mais associada às variações ambientais
sazonais e de caráter geomorfológico do que às atividades turísticas desenvolvidas no
ambiente (DOMINGOS, op. cit.). Situação semelhante também foi registrada na região da
Serra do Mar (SP), onde a estratégia de amostragem e as variáveis empregadas
permitiram pouca ou nenhuma associação dos impactos verificados com a visitação
pública, o que levou os autores a proporem a implementação de programas contínuos de
monitoramento dos ambientes aquáticos, bem como a inserção de outras variáveis
químicas e biológicas (MAGRO et al., 2001).
O monitoramento do rio Baia Bonita, em Bonito (MS), desenvolvido por Sabino &
Andrade (2002), se destaca por incluir, além de variáveis físicas e químicas, o emprego
de organismos aquáticos na avaliação dos impactos da visitação pública naquele
ecossistema. Nesse trabalho, os autores destacaram a presença de organismos-chave
(topo de cadeia), o comportamento de espécies residentes e a estrutura da comunidade
íctica como indicadores da manutenção das condões ambientais dentro de limites.
Entretanto, ao final de um ciclo de monitoramento, esses mesmos autores
apresentam evidências de impactos nas comunidades aquáticas em função do aumento
na visitação pública no ambiente estudado (SABINO & ANDRADE, 2003). No presente
trabalho, os autores atribuem o desaparecimento, redução da abundância de indivíduos e
diminuição do sucesso reprodutivo de populações de peixes - cascudo (Farlowella spp),
dourado (Salminus maxillosus) e joaninha (Crenicichla lepidota), respectivamente - à
pressão da visitação pública no rio Baia Bonita.
Estudo realizado por Sabino, Medina-Jr & Andrade (2005) no Balneário Municipal
de Bonito, localizado às margens do rio Formoso, também evidenciou a aplicação da
piraputanga (Bricon hilarii), peixe símbolo na região, como potencial indicador biológico
dos impactos ambientais da visitação pública em ecossistemas aquáticos naturais da
região. Os autores verificaram que o comportamento inadequado dos visitantes es
provocando alterações no equilíbrio da população de piraputangas do local. Ao
receberem alimento artificial dos visitantes, os peixes alteram sua dieta e comportamento
alimentar, o que tem provocado obesidade nos organismos e redução em sua atividade
de forrageamento a fontes naturais de alimentos, importante função ecológica
desempenhada pela espécie no ecossistema.
Um trabalho desenvolvido por Bervian, Medina-jr & Roque (2006) pode ser
considerado de vanguarda por aplicar abordagem experimental para avaliar os impactos
da visitação pública em ecossistemas aquáticos continentais em regiões tropicais.
Através de simulações experimentais realizadas em um trecho do rio Formoso (Planalto
da Bodoquena, Mato Grosso do Sul), os autores concluíram que o pisoteio e a
movimentação dos visitantes promovem desestruturação física e biológica nos ambientes
visitados, aumentando a deriva de macroinvertebrados bentônicos e matéria orgânica
particulada.
1.4. Limite aceitável de mudaa em áreas naturais
Tendo em vista que a vulnerabilidade de um atrativo ou local turístico depende da
fragilidade dos ecossistemas que compõem o meio, para preservar sua integridade é
preciso delimitar a capacidade dos ambientes em suportar a pressão do uso público.
Na tentativa de se evidenciar os limites da capacidade ambiental perante o uso
público foi desenvolvida uma série de modelos, os quais foram testados basicamente em
ambientes terrestres (WAGAR, 1964; CLARK & STANKEY, 1979; STANKEY et al., 1985).
Esses modelos, que sofreram importante processo de evolução e ajustes, poderiam
perfeitamente ser aplicados ao monitoramento e manejo de ecossistemas aquáticos.
O primeiro modelo desenvolvido foi o conceito de Capacidade de Carga (WAGAR,
op. cit.). De acordo com o autor, este conceito foi emprestado do manejo de pastagens e
adaptado para buscar um número ideal de visitantes. O próprio autor reconheceu mais
tarde que, da maneira como proposto originalmente, tratava-se de uma escolha
inadequada por considerar a freqüência de visitas e número de visitantes como fatores
chaves para identificar o nível de exploração suportado pelos recursos naturais. Alguns
ajustes foram acrescentados por outros autores, mas a manutenção do termo manteve
também a idéia de que se tratava ainda da proposta original. Além disso, as novas
propostas continuaram dando especial ênfase à capacidade de carga física
(CIFUENTES, 1992).
Para Wallace (1995) não uma correlação direta entre o número de visitantes e
os impactos provocados. Visando adequar este conceito, deslocando a atenção do tipo e
grau de uso que uma área recebe para os atributos biofísicos, sociais e administrativos,
surgiu o modelo ROS - Recreational Opportunity Spectrum, apresentado por Clark &
Stankey (1979). Este modelo envolve a combinação de condições físicas, biológicas,
sociais e administrativas que dão valor a um local, estando fundamentado na capacidade
de carga recreativa.
O grau de impacto depende de uma rie de variáveis que se somam à
quantidade de visitação, com especial destaque para o comportamento dos visitantes,
representado principalmente pelo grau de consumo e conforto demandados (WALLACE,
2002). Para esse autor, o método LAC - Limits of Acceptable Change, proposto por
Stankey et al. (1985), seria o mais adequado para monitorar os limites de impactos
decorrentes da visitação pública em áreas naturais. A metodologia LAC evidencia a
evolução das metodologias aplicadas ao manejo do uso público em áreas naturais desde
o conceito de capacidade de carga, reconhecendo as dimensões sociais e ecológicas
(físicas e biológicas) dos impactos da atividade recreativa. O LAC incorpora o modelo
ROS, adicionando estratégias para se determinar quais condições ambientais e sociais
são aceitáveis, além de propor ações de manejo para se atingir ou manter essas
condições.
Uma vez definidos os indicadores sociais e ecológicos adequados, o processo
LAC é capaz de responder racionalmente à existência ou não de excesso de visitação,
pois permite descrever com objetividade quando uma determinada área destinada a um
determinado objetivo está sofrendo impacto (WALLACE, 2002). Para o autor, a
capacidade e os limites não são estáticos e variam de acordo com as mudanças que
ocorrem nas expectativas e preferências do visitante.
Sabendo-se que não há correlação direta entre o número de visitantes e os
impactos negativos sobre os recursos naturais e a experiência dos visitantes, o conceito
de capacidade de carga tem evoluído para modelos mais completos que buscam medir o
que realmente está ocorrendo com os recursos da área visitada e a experiência do
visitante. Assim, o grau de impacto passou a ser reconhecido como dependente de
muitas variáveis que se somam à quantidade de visitação, incluindo o grau de
consolidação de estrutura local, os fatores de motivação e o comportamento dos
visitantes, o tamanho do grupo e as características das variáveis ambientais (STANKEY
et al., op. cit.; MCCOOL, 1996; TAKAHASHI; 1998; WALLACE, 2002).
Analisando as diferentes metodologias propostas, verifica-se que os modelos mais
recentes apresentam ferramentas aplicáveis ao estabelecimento de limites da capacidade
ambiental frente à atividade turística, o que vai depender do objetivo principal a ser
alcançado com o manejo proposto. Entretanto, o principal problema enfrentado trata da
seleção dos indicadores adequados a serem medidos bem como da inadequação dessas
propostas à condição específica de cada ambiente considerado. Esta situação torna-se
ainda mais alarmante quando se trata de ecossistemas aquáticos, que os trabalhos
realizados têm se concentrado nos impactos sobre o solo e a vegetação, e seus
indicadores (KUSS, 1990).
1.5. A aplicabilidade de bioindicadores no monitoramento de ecossistemas
aquáticos
Conforme verificado por Magro et al. (2001) e Domingos (2002), as variáveis
físicas e químicas da água não respondem satisfatoriamente aos impactos da visitação
pública. Por outro lado, o emprego de organismos aquáticos parece fornecer informações
mais consistentes em monitoramentos desse tipo de atividade (TAYLOR & ERMAN,
1980; SABINO & ANDRADE, 2002; SABINO & ANDRADE, 2003, SABINO, MEDINA-JR,
ANDRADE, 2005).
A história da determinação da qualidade das águas superficiais baseada em
indicadores biológicos de poluição começoumais de um século com Kolenati (1848) e
Cohn (1853) apud De Pauw & Vanhooren (1983). Pressupõe-se que animais, plantas,
microrganismos e sua complexa interação com o meio ambiente respondam de maneira
diferenciada às modificações da paisagem, inclusive àquelas causadas pela atividade
humana (RICHARDSON, 1987; SZARO & JOHNSTON, 1996). No caso da avaliação da
qualidade da água, embora análises químicas indiquem a existência em potencial de uma
condição perturbadora ao ambiente, elas não indicam os danos causados ao
ecossistema. Já os bioindicadores podem integrar espacialmente os efeitos dos impactos
e também indicar uma dimensão temporal dos mesmos, corroborando a identificação do
estado do sistema (McCARTHY & SHUGART, 1990).
Para Souza (2001), o estudo de indicadores biológicos, em diferentes níveis de
organismos, tem demonstrado ser eficiente em situações em que os dados a colher são
difíceis de serem medidos diretamente. Devido a algumas peculiaridades, os impactos do
turismo em ambientes aquáticos parece se encaixar na situação descrita pelo autor.
Dessa forma, a pesquisa visando à determinação de bioindicadores para esse tipo de
impacto é de fundamental importância para o seu gerenciamento.
No que diz respeito à seleção de indicadores biológicos, os mais comuns em
ambientes aquáticos são os macroinvertebrados bentônicos, as algas e os peixes
(SOUZA, op.cit.). O autor sugere que os ciclos de vida longo, o tamanho, a elevada
diversidade taxonômica, a facilidade de amostragem e identificação e a sensibilidade a
diferentes concentrações de poluentes são os principais atributos responsáveis pela
utilização dos macroinvertebrados bentônicos como bons bioindicadores. Essa
constatação é corroborada por diferentes trabalhos que têm buscado avaliar os impactos
antrópicos sobre esses organismos, considerando diferentes situações, tais como
desmatamento, assoreamento e atividade agrícola (GUERESCHI, 1999; FERREIRA,
1998; ROQUE & TRIVINHO-STRIXINO, 2000), dentre outros. Assim, essa comunidade
pode ser empregada como indicadora dos impactos diretos e indiretos promovidos nos
ecossistemas aquáticos pela visitação pública, como aberturas de clareiras na mata ciliar,
a supressão ou redução de bancos de macrófitas e modificações do substrato pelo
pisoteio. Além disso, poderiam responder à entrada de combustíveis e lubrificantes
provenientes de embarcações.
No que se refere às algas, o autor atribui a sua importância como bioindicador à
sua característica de responder prontamente a eventos de enriquecimento por nutrientes
devido ao seu ciclo de vida curto. Nesse caso, os descritores de biomassa, como clorofila
a e peso seco, o as principais variáveis a serem medidas (SOUZA, 2001). Deve ser
destacado, entretanto, que em ambientes ticos de baixa ordem, a distribuição das
macroalgas possui grande importância prática em programas de biomonitoramento
(JOHN & JOHNSON, 1991; NECCHI et al., 1994; NECCHI et al., 1995; BERTUGA-
CERQUEIRA, 1999). É evidente que o crescente destaque das macroalgas como
bioindicadores está relacionado aos atributos ecológicos do grupo, bastante semelhantes
aos dos macroinvertebrados bentônicos. Nesse caso, qualquer evento que promovesse a
entrada ou redisponibilização de nutrientes para a coluna d' água, poderiam ser
detectados.
O papel dos peixes como indicadores biológicos, por sua vez, está relacionado a
sua alta mobilidade, seu principal atributo indicador. A partir dessa característica, é
possível estabelecer uma relação entre a presença ou ausência desses organismos a
uma possível modificação do meio. Além disso, esses organismos ocupam posições
chave na cadeia trófica do ecossistema, podendo denunciar alterações na estrutura
biótica desses ambientes (LOWE-McCONNELL, 1999). Pesquisas bem direcionadas
envolvendo essa taxocenose, a exemplo das desenvolvida por Sabino & Andrade (2003)
no rio Baia Bonita, Mato Grosso do Sul, poderiam ser úteis ao estabelecimento de limites
aceitáveis de uso em ambientes aquáticos.
Assim, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar os impactos ambientais do
uso público em ecossistemas aquáticos através de um estudo de caso no rio Formoso
(Bonito, Mato Grosso do Sul, Brasil), segundo uma abordagem exploratória e descritiva
(DENCKER, 2002). O enfoque principal da pesquisa foi o de caracterizar os impactos
provocados pelas diferentes modalidades de uso público no rio Formoso, considerando o
emprego de variáveis físicas e biológicas como indicadoras do impacto da visitação
pública em um período de alta temporada, carnaval de 2006. Complementarmente, para
melhor compreender a relação entre os impactos impressos no ambiente e o uso
predominante na região, foram caracterizados aspectos da relação dos empreendimentos
turísticos com os ecossistemas aquáticos no Planalto da Bodoquena, a estrutura dos
empreendimentos turísticos abertos ao uso público ao longo do rio Formoso e o perfil e
aspectos da percepção ambiental dos visitantes desses empreendimentos.
A tese está estruturada em seis capítulos, que abordam em uma ordem lógica os
temas tratados, incluindo a presente organização: 1) Introdução geral, estado da arte dos
temas envolvidos na pesquisa e apresentação dos objetivos; 2) Descrição do material e
métodos empregados na condução do trabalho em suas diferentes etapas, incluindo
breve descrição da área de estudo; 3) Análise da demanda da atividade turística por
ecossistemas aquáticos no Planalto da Bodoquena, adequação ao processo de
licenciamento e caracterização da estrutura e usos ao longo do rio Formoso; 4)
Caracterização da visita e dos visitantes ao longo do rio Formoso; 5) Caracterização dos
impactos ambientais do uso público no rio Formoso através do emprego de indicadores
físicos e biológicos; 6) Considerações finais sobre o impacto da visitação pública no rio
Formoso e recomendacões.
2. Material e métodos
2.1. Área de estudo
O Planalto da Bodoquena situa-se na região sudoeste de Mato Grosso do Sul
(Figura 1) e atua como divisor de águas entre a bacia hidrográfica do rio Paraguai (oeste)
e as sub-bacias do rio Apa (sul) e do rio Miranda (leste) (BRASIL, 1992). Trata-se de um
conjunto de relevos serranos de caráter residual dispostos no sentido norte-sul, onde a
Serra da Bodoquena se destaca como bloco mais representativo, formação com cerca de
200 km de comprimento e 65 Km de largura (ARAÚJO et. al, 1982).
BONITO
30°S
25°
20°
15°
15°
15°
5°N
5° N
10°
15°
20°
25°
30°S
70°W 65° 60° 55° 50° 45° 40°
35°W
35°W40°45°50°5 5°60°65°70°75°W
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56º45' S
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56º15' S
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BRASIL
Escala Gráfica
BACIA DO RIO FORMOSO
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Formoso, município de Bonito, Mato Grosso do Sul, Brasil
Fonte: adaptação de Rio Formoso (2007) – Laboratório de Geoprocessamento UNIDERP
O Planalto da Bodoquena é um maciço rochoso elevado, com altitudes variando
entre 450 e 650 metros, onde praticamente não ocorreu desenvolvimento do solo. A
cobertura vegetal da região é formada por frações dos domínios morfoclimáticos do
Cerrado, Mata Atlântica e Chaco Paraguaio, bem como das áreas de transição
correspondentes entre eles (AB'SABER, 1977). Ocorrem formações de florestas
semidecíduas, cerrados, áreas rupestres e matas de galeria (HUECK & SEIBERT, 1981).
Os principais cursos d’água do planalto são o rio Formoso, rio da Prata, rio
Perdido e rio Salobra (Figura 1). Todos esses cursos dágua nascem em maciços
calcários da Serra da Bodoquena e drenam terrenos também calcários denominados
carste, formão predominante no Planalto (BOGGIANI, 1999). O calcário presente na
região é extremamente puro e solúvel e, ao se diluir nos ambientes aquáticos, além de
contribuir com material isento de impurezas, adsorve e decanta as poucas impurezas
presentes tornando suas águas altamente transparentes, com aspecto cristalino. Esse
mesmo processo que limpa a água promove a formação de camadas de sedimento
bastante inconsolidado e sensíveis no fundo dos ambientes aquáticos, devido ao
contínuo processo de decantação de sólidos de diferentes granulometrias, principalmente
nos trechos de menor velocidade e turbulência da água.
O calcário dominante na região também é o principal responsável pela diversidade
de formações e habitats presentes nos ambientes aquáticos. As rochas calcárias
encontram-se em contínuo processo de diluição, permitindo a formação de fraturas por
onde a água se infiltra, em locais conhecidos como sumidouros, escoam sob a forma de
rios subterrâneos e emergem mais adiante formando as chamadas surgências ou olhos
d’água.
A precipitação do carbonato, além de contribuir com a limpidez da água, promove
a formação de incrustações calcarias no fundo dos ambientes aquáticos e das chamadas
tufas calcárias. Com a deposição contínua de carbonatos, as tufas calcárias crescem
formando cachoeiras e barramentos naturais dos rios. Essas formações (Figura 2) são
exclusivas de regiões cársticas e representam habitats únicos e sensíveis, facilmente
sujeitos a sofrer desequilíbrio sob intervenção antrópica.
A unicidade e beleza das diversas formações presentes no Planalto da
Bodoquena, em especial dos ecossistemas aquáticos, tornam esses ambientes altamente
atraentes à visitação pública, o que levou a EMBRATUR a conferir à região o status de
Pólo de Ecoturismo do Brasil (EMBRATRUR, 1999).
Para realização do presente estudo de caso foi considerado o rio Formoso (Figura
1), cuja bacia hidrográfica, de 1.334 Km
2
, localiza-se na região central do município de
Bonito, Mato Grosso do Sul, Brasil. O Rio Formoso apresenta cerca de 100 Km de
extensão, e possui todo o seu curso, de nascente a foz, inserido em áreas rurais do
município de Bonito. Apresenta características típicas para os cursos dágua do Planalto
da Bodoquena, com águas transparentes e grande diversidade de habitats subaquáticos
que abrigam macrófitas aquáticas, algas macroscópicas e várias espécies de peixes
facilmente visualiveis (Figura 3).
Figura 2. Formações em ambientes aquáticos tipicamente encontradas no Planalto da Bodoquena:
A - sedimento inconsolidado; B - incrutrações calcárias subaquáticas; C - Tufas calcárias
(Fotos: Paulino Medina)
A
B
C
Figura 3. Trecho médio do rio Formoso visto do alto, onde se observa a grande transparência
da água e a alta integridade da vegetação ribeirinha e diversidade de habitats aquáticos. (Foto:
Paulino Medina)
Além da pressão da visitação pública e ocupações irregulares de suas margens
com construções de veraneio, o rio Formoso sofre com a pressão de atividades
agropecuárias em sua bacia e com o lançamento pontual, em seu trecho médio, dos
efluentes domésticos do município após tratamento. A despeito de todos esses impactos,
o ecossistema ainda exibe características de um ambiente natural com alto grau de
conservação. Devido a sua localização, beleza cênica e estrutura de visitação instalada,
o rio Formoso é considerado um dos principais sítios naturais que atrai visitantes à
região.
O presente estudo foi conduzido em todos os trechos do rio Formoso que
apresentavam, em suas margens, empreendimentos de turismo abertos à visitação
pública no período do estudo. Cada trecho foi considerado como uma estação de
amostragem. Para se preservar a identidade dos empreendimentos estudados, estes
foram tratados apenas como estações de amostragem, nomeados com letras de A a P.
Assim, os trechos do rio Formoso e os empreendimentos equivalentes selecionados para
o estudo receberam as mesmas denominões. Em uma das estações (estação C), 2
empreendimentos fazem uso do rio para visitação pública, um na margem esquerda e
outro na margem direita, ambos desenvolvendo as mesmas atividades de visitação.
Nesse caso, os empreendimentos foram nomeados C1 e C2.
De todos os empreendimentos inseridos às margens do rio Formoso, apenas dois
não foram incluídos no estudo. Dois deles não estavam operando no ambiente aquático
no período estudado e o terceiro centraliza suas atividades em um afluente do rio
Formoso. Nesse caso, o rio Formoso tem participação bastante pequena nas atividades
de visitação, sendo utilizado apenas para travessia, motivo pelo qual se optou por excluir
tal empreendimento do presente estudo. Ao todo, foram estudadas 15 estações (trechos
do rio), incluindo 16 empreendimentos.
2.2. Pesquisa documental
Para se compreender a pressão dos empreendimentos turísticos sobre os
ecossistemas aquáticos no contexto da demanda por atrativos naturais no Planalto da
Bodoquena e para se conhecer o grau de adequação desses empreendimentos ao
processo de licenciamento ambiental, foi executado um extenso levantamento
documental junto às entidades governamentais e não governamentais ligadas ao turismo
no estado de Mato Grosso do Sul, incluindo: SEMA/IMAP (Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos/Instituto de Meio Ambiente Pantanal), FUNDTUR
(Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), ATRATUR (Associação dos Atrativos
Turísticos de Bonito e Região), ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza)
do Município de Bonito, Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito,
Secretaria de Turismo do Município de Bodoquena, Prefeitura Municipal de Bonito e
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foram tabulados todos os
empreendimentos de turismo desenvolvido em áreas rurais (e que utilizam de alguma
forma ambientes naturais em suas atividades) de Mato Grosso do Sul registrados em, ao
menos, um dos órgãos oficiais listados acima. Em alguns casos, o licenciamento foi
atribuído à atividade. Nesse caso, a atividade foi tratada como empreendimento para
efeito de tabulação. Os empreendimentos não registrados em órgãos oficiais, mas que
estavam localizados às margens do rio Formoso e fizeram parte do estudo de caso,
foram incluídos na amostra. O levantamento foi executado no período de abril a
dezembro de 2006.
De acordo com os empreendimentos verificados e atividades desenvolvidas por
estes, foi possível obter a freqüência relativa das atividades desenvolvidas e dos recursos
naturais explorados, os quais foram apresentados na forma de gráficos. A análise dos
dados foi feita buscando-se evidenciar que tipo de atividades são mais executadas e a
demanda destas pelos recursos naturais da região do Planalto da Bodoquena. As
atividades desenvolvidas foram classificadas de acordo com suas características,
estrutura utilizada e impactos causados no meio.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso do Sul,
através da Resolução SEMADES 331/98 (SEMADES, 1998), em todo o estado, os
empreendimentos de turismo ficam sujeitos ao licenciamento ambiental quando situados
e/ou praticados na zona rural, nas áreas de proteção de mananciais, nas Unidades de
Conservação e no entorno destas. Dentro desse contexto, optou-se por considerar como
universo de análise todos os empreendimentos desenvolvidos no meio rural no estado.
Levou-se em consideração, ainda, o fato de que no Mato Grosso do Sul, os
empreendimentos de turismo situados no meio rural estão baseados principalmente em
ambientes naturais. Todavia, como alguns empreendimentos se utilizam ao mesmo
tempo de ambientes naturais e de outros recursos não naturais em suas atividades,
optou-se por tratar o conjunto como turismo rural e não turismo de natureza. Em
situações específicas, quando o texto refere-se a empreendimentos ou atividades
baseados apenas em ambientes naturais, estes são abordados como turismo de
natureza.
Para o diagnóstico da situação de legalidade ambiental dos empreendimentos de
turismo situados no Planalto da Bodoquena, foram levantados dados quantitativos (e
qualitativos sempre que possível) referentes aos empreendimentos que se encontram
cadastrados no banco de dados da SEMA/IMAP (Secretaria Estadual de Meio
Ambiente/Instituto de Meio Ambiente Pantanal), no período de janeiro de 2003 a
dezembro de 2006. Destes, foram verificados aqueles que se encontram em alguma fase
do processo de licenciamento ambiental (licenciados ou em licenciamento).
Os dados desse tema fizeram parte do trabalho final de conclusão de curso
intitulado “Demanda dos empreendimentos turísticos por atrativos naturais e adequação
às exigências de licenciamento ambiental: estudo de caso no Planalto da Bodoquena,
Mato Grosso do Sul, Brasil”, desenvolvido pela acadêmica Ana Paula Braga Elisei, do
curso de Ciências Biológicas da UNIDERP (Universidade para o Desenvolvimento do
Estado e da Região do Pantanal), sob orientação do autor desta tese.
Para se conhecer a dinâmica do fluxo turístico em Bonito, foram feitas consultas
ao banco de dados do ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza) e à
Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio do município. Foram
considerados dados referentes à visitação ocorrida nos anos de 2003, 2004 e 2005. As
informações foram tabuladas e analisadas através de estatística descritiva, com
apresentação dos dados na forma de gráficos.
2.3. Coleta de dados em campo e procedimentos de obtenção dos descritores
das variáveis
Os dados referentes à caracterização da visita e dos visitantes e as variáveis
bióticas e abióticas empregadas como indicadoras dos impactos ambientais da visitação
foram coletados no período de carnaval de 2006, pela equipe do Laborario de
Biodiversidade e Conservação de Ecossistemas Aquáticos da UNIDERP e
colaboradores.
O período de carnaval foi escolhido por representar um dos picos de visitação à
região, quando a pressão da visita aos atrativos se concentra devido ao feriado nacional.
Assumiu-se que nesse período os impactos impressos pelo uso público nos
ecossistemas aquáticos da região o pronunciados e de mais cil detecção e
caracterização.
As informações sobre a estrutura e funcionamento dos empreendimentos de
visitação pública, representados pelas estações de coleta foram obtidas em expedições
de campo realizadas nas semanas seguintes à do carnaval, em períodos de baixa
temporada.
2.3.1. Descrição estrutural e funcional das estações de amostragem enquanto
empreendimento de visitação pública
Em cada estação de amostragem foi realizada uma descrição dos
empreendimentos, considerando-se os usos e estrutura de facilitação ao uso público
disponível. A descrição foi efetuada buscando-se avaliar as interferências decorrentes da
implantação e manutenção do empreendimento sobre o rio e sua zona ribeirinha. Para
isso, considerou-se os seguintes descritores:
Principal atividade desenvolvida no empreendimento e no rio Formoso,
definido a partir da demanda de visitantes pela atividade;
Uso do rio Formoso e sua zona ribeirinha - extensão total do rio Formoso
utilizada para visitação pública, considerando-se o canal do rio e sua Área de
Preservação Permanente - APP - na zona ribeirinha (faixa de a 50m da borda do
canal
1
);
Ocupação da barranca do rio - extensão total da barranca ocupada, obtida
através da medição longitudinal da barranca (até 1,0m da borda do canal) onde ocorreu
substituição da formação natural (serrapilheira, raízes e vegetação) por estruturas
utilizadas para a visitação pública, incluindo concreto, madeira ou cobertura de
gramíneas exóticas;
1
Foi considerada como APP a área definida na Lei Orgânica do Município de Bonito, que proíbe o desmatamento, a
descaracterização e qualquer outro tipo de degradação no trecho de cinqüenta metros das margens de todos os rios e
mananciais do município.
Ocupação da mata ribeirinha - extensão total da mata ribeirinha alterada
para implantação da visitação pública. O grau de ocupação foi determinado através da
largura da APP mantida com mata ribeirinha nativa. Em cada estação as classes de
ocupação foram definidas como inadequada (quando foi mantida mata nativa em uma
faixa superior a 30m e inferior a 50m de largura ou quando a APP foi ocupada apenas
com a implantação de trilhas e estruturas de baixa alteração), muito inadequada (quando
foi mantida mata nativa em uma faixa entre 5m e 30m de largura
2
) ou extremamente
inadequada (quando foi mantida mata nativa em uma faixa de apenas 5m de largura ou
menos);
Capacidade do empreendimento em reduzir a concentração de visitantes
do ambiente aquático - definida pela capacidade das estruturas recreativas localizadas
fora do ecossistema aquático (bares, salas de jogos, quadra esportiva, piscinas e outros)
em absorver o público visitante. Essa capacidade foi determinada pela proporção de
visitantes em relação à capacidade máxima de visitantes suportada pelo
empreendimento. Em cada estação, essa capacidade foi classificada em alta (acima de
75%), média (entre 25 e 75%) e baixa (inferior a 25%).
2.3.2. Descritores da visita e dos visitantes
Os dados relativos à caracterização da visita e dos visitantes foram obtidos
através de um questionário (Anexo 1), composto por perguntas abertas e fechadas,
visando à obtenção de informações qualitativas e quantitativas (TAKAHASHI, 1987;
WATSON et al. 1992; DENCKER, 2002). Os questionários foram elaborados de forma a
permitir a caracterização de aspectos da visita e do perfil e percepção ambiental dos
visitantes.
A percepção do visitante foi avaliada a partir das respostas sobre o grau de
impacto considerado para as seguintes ações/interfencias no meio: saltar no rio; retirar
2
Estudos indicam que a faixa ideal da mata ribeirinha para desempenho da função ecológica de proteção do ecossistema
aquático varia entre 3m e 30m, com um valor aceitável de 30 metros na maioria dos casos. No presente estudo, a
ocupação da faixa de 30m da mata foi considerada muito inadequada, enquanto a manuteão de menos de 10% da APP
legal foi considerada extremamente inadequada.
a vegetação ou outro material do fundo do rio; entrar na água usando protetor solar,
bronzeador ou hidratante; tocar o fundo do rio com os pés; subir ou deslizar sobre tufas
calcárias (“cachoeiras”); deixar lixo fora da lixeira; pisar sobre pequenas plantas na
margem; abrir trilhas na margem do rio; som alto (Anexo 1).
A partir da percepção ambiental dos visitantes, estabeleceu-se o grau de
exigência ambiental desses visitantes para cada empreendimento, conforme pontuação
atribuída às alternativas de respostas (Quadro 1). Para cada interferência ambiental
obteve-se o grau de exigência ambiental do visitante multiplicando-se a pontuação
atribuída a cada alternativa pela proporção de respostas obtidas.
Quadro 1: Pontuação atribuída às repostas dos visitantes em relação à percepção dos impactos ambientais
provocados pelas diferentes atividades relacionadas à visitação pública
Categoria de
percepção ambiental
dos impactos
Pontuação
atribuída como
grau de exigência
ambiental
Não causa
impacto
0
Causa pouco
impacto
1
Causa muito
impacto
2
O somatório das maiores pontuações (2) resultou, para cada empreendimento, em
um valor que determinou o “grau de exigência ambiental máximo” (Quadro 2),
correspondente a 100% do valor possível de ser alcançado. O somatório da pontuação
real alcançada por cada empreendimento foi considerado como “grau de exigência
ambiental alcançado”. Comparando-se o “grau de exigência ambiental alcançado” com o
“grau de exigência ambiental máximo” obteve-se o percentual de exigência ambiental dos
visitantes para cada empreendimento estudado. As categorias de exigência ambiental
foram estabelecidas conforme os intervalos de percentis máximos alcançados e variaram
de exigência ambiental muito baixa a exigência ambiental muito alta (Quadro 2).
Quadro 2: Categorias de exigência ambiental dos visitantes obtido para cada empreendimento estudado.
Percentis do grau de exigência ambiental
máximo
Categoria de exigência ambiental do
visitante na localidade
35 %
Muito baixa
36-50% Baixa
51-75% Média
76-90% Alta
90%
Muito alta
2.3.2.1. Amostragem
Para testar a confiabilidade do instrumento e avaliar possíveis necessidades de
ajustes, o questionário foi previamente avaliado através de pesquisa exploratória com
amostras aleatórias de visitantes (KERLINGER, 1980; DENCKER & VIÁ, 2001). A
precisão das variáveis adotadas como descritoras do perfil do visitante foi obtida a partir
da pesquisa exploratória.
Para uma estimativa adequada da amostra foi empregado o método da amostra
aleatória estratificada para estimar uma proporção de população finita. Para tanto, foram
considerados dados históricos referentes à freqüência de visitação aos empreendimentos
localizados ao longo do rio Formoso no período de carnaval, nos últimos três anos,
obtidos junto à administração de cada empreendimento.
O número de pessoas a serem investigadas foi determinado através de um
método probabilístico que, segundo Fonseca e Martins (1994), exige que cada elemento
da população possua a mesma probabilidade de ser selecionada para a entrevista. Trata-
se do método que garante cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas de
inferências ou induções sobre a população a partir do conhecimento da amostra.
Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será
1/N.
Como se trata de uma variável nominal, com população indefinida, e não há
registro de pesquisa que trata do tema na área em estudo, para que se pudesse escolher
uma amostra usando parâmetros calculados na referida pesquisa, tais como o desvio
padrão, calculamos o número de elementos da amostra usando a seguinte fórmula
matemática:
2
^^
2
e
qpz
n
sendo
n = número de elementos da amostra;
z = abscissa da curva normal padrão, fixado o nível de confiança em 95% (z = 1,96);
^
p
= estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis da variável escolhida;
^
q
= 1 -
^
p
e = erro amostral, expresso em decimais (máxima diferença que o pesquisador admite
suportar
^
p
entre verdadeiro e
^
p
estimado).
Dentre várias cnicas de amostragem probabilística para a composição dos
elementos da amostra, utilizamos segundo Fonseca e Martins (1994), a amostragem
casual ou aleatória simples, sendo este o processo mais elementar e freqüentemente
utilizado. A amostragem probabilística é uma técnica especial para recolher amostras,
que garante, tanto quanto possível, o acaso na escolha.
Em nosso trabalho de pesquisa, o problema consiste em determinar uma amostra
de pessoas de uma população infinita com as seguintes considerações:
z = 1,96
^
p
= 0,50 (pior caso)
^
q
= 0,50
e = 0,055 (5,5%).
Substituindo os valores na fórmula da amostragem obtém-se n = 317,48, isto é, a
amostra deve constar de, no mínimo, 318 pessoas a serem investigadas.
A composição da amostra foi determinada usando amostragem estratificada,
considerando-se a participação relativa de cada estação de amostragem (estratos) na
população. Após a determinação dos 16 estratos, selecionou-se uma amostra aleatória
de cada subpopulação (estrato).
2.3.3. Indicadores de impacto da visitação pública
Através de variáveis que atuam como potenciais indicadoras das condições
ambientais da água e do sedimento (incluindo macroinvertebrados bentônicos como
possíveis bioindicadores) e de alterações na estrutura física dos ecossistemas naturais
do rio Formoso, foi efetuada uma avaliação dos impactos relacionados à visitação pública
sobre o ecossistema aquático. Foi considerado como ecossistema aquático a área
molhada do rio (ocupada pelo espelho d’água) e sua barranca.
2.3.3.1. Alterações na estruturasica do ecossistema
Foi realizada uma avaliação descritiva da integridade física do rio Formoso com o
emprego de um protocolo de avaliação da estrutura física de ecossistemas, formulado
segundo inspirações obtidas a partir dos trabalhos de HANNAFORD et al. (1997),
BARBOUR et. al. (1999) e CALLISTO et al. (2002). A avaliação foi conduzida ao longo de
cada estação, considerando-se toda a extensão utilizada para visitação pública nos
empreendimentos. Foi avaliado o grau de impacto sobre o canal do rio e sobre as
margens utilizadas pela visitação pública em cada estação, através de descritores da
diversidade e estabilidade de fundo, estabilidade das tufas calcárias e das margens do
ambiente aquático. O grau de impacto sobre a estrutura física do ecossistema foi obtido
através das seguintes técnicas:
Diversidade e estabilidade de substratos de fundo
Avaliado através de observações subaquáticas feitas por meio de flutuação
utilizando-se roupa de neopren e snorkel. Cada estação foi avaliada através das
características registradas em quadrantes delimitados pelo raio de visão do observador.
Foram computados apenas os quadrantes que exibiam algum grau de alteração recente
no fundo como rompimentos de galhos e deslocamento de troncos submersos, pisoteio
ou ressuspensão de folhedo, remoção de macrófitas aquáticas fixas, rochas ou seixos e
erosão do fundo por pisoteio. As informações obtidas em cada quadrante computado
foram anotadas em placa de acrílico com uso de lápis de grafite. O grau de impacto de
cada estação foi obtido através da somatória das pontuações atribuídas a cada
quadrante, conforme Quadro 3. A ausência de impacto foi pontuada com o valor 0,0
(zero);
Agressões a tufas calcárias
Cada tufa calcária presente no trecho utilizado pelo empreendimento e que exibiu
algum grau de alteração física foi avaliada através de observação visual direta. A
alteração sobre superfície de cada habitat foi verificada observando-se a ocorrência de
erosões pontuais (com largura e comprimento máximo inferiores a 0,5m), erosões em
trilheiros (alongadas e com largura inferior a 0,5m) e clareiras (erosões largas com
formato variado, geralmente circular, cuja área foi calculada de acordo com a figura
geométrica mais semelhante). O impacto sobre cada tufa foi pontuado conforme Quadro
3 e o dado anotado em placa de acrílico com lápis de grafite. O grau de impacto em cada
estação foi obtido a partir da somaria das pontuações atribuídas ao conjunto das tufas
avaliadas. A ausência de impacto foi pontuada com o valor 0,0 (zero);
Estabilidade das barrancas
Foi considerada como barranca o dique marginal paralelo ao rio que ocupa a faixa
de até 1m da borda do ambiente aquático, incluindo o terreno vertical até o contato com a
lâmina d’água. Mediante observação direta, foram verificadas e anotadas todas as
ocorrências de agressão à barranca nas margens utilizadas pela visitação pública em
cada estação de amostragem. Foram considerados como agressões os pontos de erosão
no solo ou a simples exposição da superfície do solo com ausência de cobertura vegetal
(serrapilheira ou plantas rasteiras). Cada ocorrência foi classificada e pontuada
individualmente conforme Quadro 3 e o grau de impacto na estação obtida pela
somatória de todos os pontos atribuídos às ocorrências de impacto registradas. As
ocorrências de solo com superfície exposta foram consideradas até o limite de 10 metros
de extensão paralela ao rio, sendo que nos casos em que a extensão era superior a esse
limite foi considerada como uma nova são cada 10 metros linear de impacto. A
ausência de impacto foi pontuado com o valor 0,0 (zero).
Quadro 3: Protocolo de pontuação aplicado na avaliação de impactos a habitats do rio Formoso nas
estações estudadas (Adaptado de HANAFORD et al., 1997; Barbour et al., 1999 e Callisto et
al., 2002).
Verificadores do grau de impacto
Indicador
Insignificante
1 ponto
Moderado
3 pontos
Alto
6 pontos
Severo
10 pontos
Estabilidade e
diversidade
de fundo
Mais de 70% do
fundo formado por
troncos
submersos, folhas,
galhos, macrófitas
e outros habitats
estáveis, mas com
alguma evidência
de alteração
recente no
substrato.
40 a 70% do fundo
formado por
conjunto de
habitats estáveis e
diversificado.
Apenas 20 a 40%
do fundo formado
por conjunto de
habitats estáveis e
diversificado.
Menos de 20% do
fundo formado por
conjunto de
habitats estáveis e
diversificado;
substratos
instáveis ou
ausentes.
Estabilidade
das tufas
calcárias
Desgaste mínimo
da superfície da
tufa; ocorrência de
até 2 erosões
pontuais e erosões
em trilheiro com
até 1m de
extensão
Entre 2 e 5
erosões pontuais;
erosões em
trilheiro com
extensão entre 1m
e 5m; ocorrência
de clareira com até
1m
2
de área.
Erosão em trilheiro
com extensão
superior a 5m;
ocorrência clareira
com até 2m
2
de
área.
Erosão em trilheiro
com extensão
superior a 5m;
ocorrência clareira
com mais de 2m
2
de área.
Estabilidade
das barrancas
Processo inicial de
pisoteio da
vegetação ou
serrapilheira das
barrancas com
menos de 1m de
solo exposto.
Solo bastante
exposto, sem
cobertura de
serrapilheira ou
vegetação;
superfície do solo
exposto em uma
extensão de 1m a
3m.
Ocorrência de
erosão formando
sulcos de até 0,30
m de largura;
exposição da parte
superior e lateral
de raízes grandes;
extensão da
superfície exposta
entre 3m e 6m.
Ocorrência de
erosão formando
sulcos com largura
superior a 0,30 m;
exposição
completa de raízes
grandes; extensão
da superfície
exposta entre 6m e
10m.
Acessos secundários ao rio
Foram registradas todas as ocorrências de acessos secundários ao rio a partir de
uma trilha oficial. O grau de impacto foi avaliado através do número total de ocorrências
por estação. A ausência de impacto foi pontuado com o valor 0,0 (zero);
Presença de resíduos sólidos nas margens
Os resíduos sólidos presentes na margem em uma faixa de até 2 metros da borda
do rio foram quantificados e o impacto na estação classificado de acordo com o volume
total de resíduos registrado, de acordo com a seguinte pontuação: 1 ponto - volume
suficiente para encher somente uma mão; 3 pontos - volume capaz de encher ameio
balde de 10 litros e mais que uma mão cheia; 6 pontos - volume capaz de encher de meio
a 1 balde de 10 litros; 10 pontos - volume superior a 1 balde de 10 litros. A ausência de
impacto foi pontuado com o valor 0,0 (zero);
2.3.3.2. Indicadores das condições da água e do sedimento
Os dados sobre as condições da água e do sedimento foram obtidos em dois
pontos de coleta em cada estação de amostragem.
Os potenciais indicadores da qualidade da água foram avaliados a partir de dados
obtidos em dois pontos de coleta em cada estação de amostragem, sendo 1 ponto
localizado a montante e outro imediatamente a jusante da área utilizada pelos visitantes
no momento da amostragem. A definição de pontos de amostragem situados a montante
e a jusante da área de visitação foram estrategicamente estabelecidos de forma a refletir
as condições da água sob impacto da visitação e em situação considerada controle,
respectivamente. As informações foram obtidas através de medições in loco, com uso de
equipamentos portáteis, ou determinados em laboratório a partir de amostras de água
coletadas na subsuperfície, com garrafa de Van Dorn, devidamente acondicionadas e
transportadas para posterior análise.
Em cada estação de amostragem, o sedimento foi coletado com um pegador de
fundo tipo Van Veen em pontos impactados (áreas utilizadas pela visitação pública) e
pontos controle reas com condições semelhantes às impactadas, porém sem uso).
Para se obter maior representatividade das áreas impactadas e das áreas controle, em
cada uma delas foram realizadas 6 repetições de lançamento da draga de forma
aleatória, totalizando 12 pegadas por estação. Para cada ponto, 3 repetições foram
utilizadas para avaliação em campo da concentração de material orgânico particulado
grosso e 3 repetições foram utilizadas para as análises em laboratório. Para cada porção
de 3 repetições, o material foi homogeneizado e retirada uma fração para as análises. As
frações a serem analisadas em laboratório foram devidamente acondicionadas em
frascos de polietileno, identificados e encaminhadas para análise.
Os procedimentos empregados na análise das variáveis descritoras das
condições da água e do sedimento encontram-se sumarizados a seguir.
2.3.3.2.1 Variáveis descritoras das condições da água
Temperatura (ºC), pH, oxigênio dissolvido (mg.L-1) e condutividade
elétricaS.cm-1) da água
Foram feitas medições in loco com utilização de sensores digitais portáteis de
qualidade da água, incluindo um oxímetro conjugado com termômetro, um pHgâmetro e
um condutivímetro, todos da marca Digimed.
Transparência horizontal da água (m)
Em função da alta transparência da água do rio Formoso, essa variável não pôde
ser medida verticalmente como é classicamente praticado em estudos de ambientes
aquáticos, pois em praticamente todas as situações a transparência atinge o fundo do
ecossistema camuflando as alterações provocadas pela atividade antrópica. Dessa
forma, no presente estudo foi medida a transparência horizontal da água a partir da
observação subaquática de um disco de metal de 30 cm de diâmetro, com quadrantes
intercalados nas cores preta e branca, para aumentar o contraste e facilitar a sua
visualização. O disco foi preso a uma corda graduada e disposto horizontalmente ao
longo da coluna d´água, sendo seguro a 10 cm da subsuperfície por uma pessoa
enquanto o observador, equipado com snorkel, se distanciava através da corda esticada
paralelamente à superfície da água. A distância entre o observador e o disco de secchi
no momento do desaparecimento do disco era anotado e considerado como valor da
transparência horizontal da água, em metros.
Sólidos totais em suspensão (mg. L-1)
Os sólidos totais em suspensão na água foram extraídos através da filtragem de
volume conhecido de água em filtros de fibra de vidro tipo GF/C com aproximadamente
0,47 µm de porosidade. Os filtros foram encaminhados ao laboratório para execução das
análises através do todo gravimétrico descrito em Teixeira et. al. (1965), com
modificações baseadas em Wetzel & Likens (1991).
Nitrogênio orgânico total (mg/L)
As concentrações de nitrogênio orgânico total foram obtidas em laboratório, de
acordo com Golterman et al. (1978).
Fósforo total (µg/L)
As concentrações de fósforo total foram obtidas em laboratório, segundo
metodologia descrita em APHA (1998).
Óleos e graxas (mg/L)
As concentrões de óleos e graxas na água foi obtida em laboratório, segundo
metodologia descrita em APHA (1998).
2.3.3.2.2 Variáveis descritoras das condições do sedimento
Concentração de material orgânico particulado grosso (folhedo) no
sedimento
Do material homogeneizado, uma fração foi retirada e colocada, sem compactar,
em um pote de acrílico transparente, com capacidade de 2L e graduado a cada 200ml
(1/10 do volume total do frasco). Com o pote cheio, foi observado o volume total ocupado
pelo folhedo, observando-se cada 1/10 de volume do pote e anotando-se participação
relativa do folhedo na amostra, em %.
Granulometria e concentração de matéria orgânica fina no sedimento
(%).
A análise granulométrica foi realizada utilizando-se sistema de peneiras conforme
descrito em APHA (1998), onde se considerou as frações granulométricas de argila a
areia fina para determinação da textura granulométrica fina.
A análise de matéria orgânica foi executada através do todo de perdas por
ignição, calcinando o sedimento seco a 560 ºC por 1h30min, de acordo com rotina do
laboratório de Limnologia do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada/USP, São
Carlos.
Nitrogênio total (%) e fósforo total (mg/Kg) no sedimento
As concentrações de sforo total e nitrogênio total foram obtidas em laboratório,
segundo metodologia descrita em APHA (1998).
2.3.3.3. Macroinvertebrados bentônicos
No presente estudo, empregou-se os macroinvertebrados bentônicos como
potenciais bioindicadores dos impactos do uso público no rio Formoso. Essa taxocenose
foi escolhida por responder aos impactos diretos e indiretos impressos nos habitats de
fundo dos ecossistemas aquáticos, compartimento sujeito a diferentes graus de
interferência derivados do uso público.
Os procedimentos de coleta de dados em campo foram os mesmos empregados
na coleta de sedimentos. Os organismos foram coletados através de amostragem
integrada, utilizando-se de uma Draga de Van Veen, através de seis (6) pegadas no
fundo em cada estação de amostragem, sendo três (3) na área controle e três (3) na área
impactada.
As amostras foram previamente triadas em campo e os organismos selecionados
em uma rede de 0,37 mm de abertura de malha. O material coletado foi fixado em
formalina a 4%, acondicionado em potes psticos e transportado para o laboratório, onde
foi efetuada a triagem definitiva sobre uma bandeja transiluminada. Os animais foram
separados sob microscópio estereoscópico e fixados em álcool a 70% para posterior
identificação com o auxílio de literatura especializada (MCCAFFERTY,1981;
BRINKHURST & MARCHESE, 1989; PÉREZ, 1989; TRIVINHO-STRIXINO & STRIXINO,
1995; MERRITT & CUMMINS, 1996, BOUCHARD, 2004, entre outros) e consulta a
especialistas. Devido à carência de informações e manuais de identificação relativos à
fauna brasileira, os organismos foram separados em morfotipos e identificados até o nível
taxonômico de família, quando possível.
Para cada ponto de amostragem foi obtida a riqueza taxonômica e as densidades
absoluta e relativa de organismos representantes de cada táxon registrado, os quais
foram aplicados no cálculo do Índice de Diversidade de Shanon-Winer, métricas
descritoras da estrutura de comunidades (PIELOU, 1977).
2.4. Tabulação e análise dos dados
2.4.1. Características dos empreendimentos, da visita e dos visitantes
Os resultados relacionados à demanda dos empreendimentos turísticos por
ecossistemas aquáticos no Planalto da Bodoquena, à estrutura dos empreendimentos
turísticos ao longo do rio Formoso e às características da visita e dos visitantes foram
armazenados em banco de dados do programa Access e analisados através de
estatística descritiva. Os resultados foram expressos na forma de gráficos e tabelas.
As técnicas de análise estatística descritiva também foram empregadas para se
efetuar comparações e correlações entre as informações sobre as características da
visita e dos visitantes, obtidas através dos questionários nas diferentes estações de
amostragem. O processamento dos dados foi efetuado utilizando-se o Programa Sphinx,
licenciado para uso do Instituto de Pesquisas de Preços ao Consumidor - IPC/UNINERP.
Os resultados dos cruzamentos foram expressos em tabelas de cruzamentos de dados,
sendo os mais importantes apresentados no texto e os demais como anexo, devido ao
grande volume de informações. As informações foram analisadas e discutidas
considerando-se uma abordagem global para o conjunto dos dados obtidos ao longo do
rio Formoso e por grupos de estações amostradas, conforme as principais atividades
desenvolvidas.
2.4.2. Indicadores de impactos da visitação
Para avaliação dos indicadores de impactos, as estações de coletas foram
agrupadas de acordo com a semelhança entre as atividades desenvolvidas pelos
empreendimentos. Em função do tipo e grau de contato do visitante com os
compartimentos do ecossistema aquático, durante o desenvolvimento das atividades de
visitação nos diferentes empreendimentos estudados, agrupou-se as estações de coletas
em 3 grupos: 1.Balneários; 2. Passeios de barco, bote e bóia-cros; 3. Banho e flutuação.
Considerando-se os grupos acima, efetuou-se a tabulação e análise estatística
das variáveis descritoras das condições ambientais nos quatro compartimentos
ambientais estudados (água, sedimento, macroinvertebrados bentônicos e estrutura física
do ecossistema) empregando-se a seguinte estratégia:
a. Variáveis abticas da água e do sedimento
Para avaliar possíveis padrões entre os pontos de coleta e selecionar variáveis
ambientais principais na explicação dos padrões evidenciados, as matrizes com dados
abióticos do sedimento e da água foram submetidas à Análise de Componentes
Principais. Empregou-se o Programa PAST, gratuitamente disponível no endereço:
<http://folk.uio.no/ohammer/past/download.html>.
b. Macroinvertebrados bentônicos
Para avaliar exploratoriamente possíveis associações entre os pontos de coleta
(impacto versus não impacto) e a abundancia total dos diferentes táxons, foi aplicada
Análise de Correspondência. Os dados foram previamente logaritimizados (Log10+1) e
analisados no programa estatístico PAST.
Para testar o efeito da área submetida à visitação versus área controle (fatores) e
das estações de coleta nas variáveis dependentes riqueza de táxons e abundância
(total), foi aplicada Análise de Variância com dois critérios. Utilizou-se o pacote
estatístico Biostat 3.0, disponível no endereço
<http://superdownloads.uol.com.br/download/42/biostat>.
c. Estrutura física do ecossistema
Os dados que compuseram o Índice de Alteração da Estrutura Física de
Ecossistemas (IAEFE) foram obtidos e avaliados através de uma abordagem quali-
quantitativa, de forma a descrever e qualificar a integridade física do ecossistema em
toda a extensão dos trechos submetidos à visitação pública das estações estudadas. Os
resultados foram interpretados de forma global, por grupos de estações e
comparativamente entre os grupos, através de estatística descritiva, e apresentados na
forma de gráficos e tabelas.
d. Seleção de indicadores
A seleção de indicadores é um dos tópicos mais complexos no desenvolvimento
de sistema de monitoramento, pois depende tanto da resposta e previsibilidade do
indicador frente ao impacto quanto de aspectos práticos (e.g. baixo custo de obtenção e
análise, facilidade de interpretação).
Neste trabalho, a partir dos resultados evidenciados nas análises estatísticas,
foram utilizados os seguintes critérios para a seleção de possíveis indicadores de
impactos da visitação pública nas condições estudadas:
e. Seleção por grupos de estações
Como as estações foram agrupadas em função da semelhança entre as
atividades desenvolvidas e as interferências promovidas no ecossistema aquático, os
indicadores foram selecionados de forma a representar as condições medidas e
analisadas para cada grupo. Assim, os indicadores selecionados para um determinado
grupo de estações não representam, necessariamente, bons indicadores para os demais
grupos, e vice-versa.
f. Representatividade dos diferentes compartimentos do ecossistema
Considerando que os eventos ambientais naturais e/ou antrópicos atuam de
maneira distinta nos diferentes compartimentos do ecossistema aquático, a detecção de
possíveis alterações ambientais no ecossistema é mais eficiente tanto quanto melhor
representados estiverem os compartimentos ambientais através dos indicadores
empregados na avaliação.
Com base nessa condição, no presente trabalho a seleção de indicadores foi
efetuada para cada grupo de variáveis representante de cada compartimento ambiental
considerado (abióticas da água, abióticas do sedimento, macroinvertebrados bentônicos
e estrutura física do ecossistema), de forma que se contemplasse ao menos um indicador
por compartimento. Para tanto, as variáveis foram pontuadas para cada grupo de
estações em uma escala de 1 a 5. Os pontos foram atribuídos às variáveis conforme o
grau de atendimento a cada critério de seleção (proporcionalmente ao valor máximo
possível), sendo que o valor 5 indica a pontuação máxima possível de ser alcançada para
cada critério. A escala de 0 a 5 foi escolhida para facilitar a compreensão do nível de
atendimento de cada variável aos critérios estabelecidos.
g. Distinção entre as causas da alteração ambiental
Apenas variáveis que explicaram ao menos parte da variabilidade do padrão
impacto versus não impacto foram selecionadas através de PCA e CA e ANOVA. No
caso de variáveis explicativas de outros padrões evidenciados das análises de PCA, CA
e ANOVA (ex. padrões longitudinais ao longo do rio), embora reconhecidamente
importantes para entender os possíveis processos ecológicos relacionados com os
impactos de forma sinergética ou indireta, optou-se por desconsiderá-las nessa fase da
seleção, pois não estão diretamente envolvidas na explicação do efeito objeto deste
estudo (impactos da visitação pública). Para PCA e CA, as variáveis que atenderam a
esse critério foram pontuadas de 1 a 5 quanto ao seu peso na distinção dos pontos de
impacto versus controle (valores de F). Cada 1/5 da pontuação máxima possível equivale
a 1 ponto. No caso de ANOVA, foi atribuída pontuação 5 e 0, para o caso de distinção e
não distinção de impacto versus controle, respectivamente. Como essa análise mede a
regularidade na mudança, a gradação de valores desse fator foi pontuada pelo critério
Regularidade na Resposta.
h. Regularidade na resposta
Apenas as variáveis que responderam previsivelmente diferenciando as áreas sob
uso (impacto) das áreas controle, com regularidade de 80 % para cada conjunto de
estações amostradas, foram selecionadas para as etapas seguintes. Foi utilizado este
critério restritivo, pois o baixo número amostral de pontos por grupo de estações poderia
acarretar em sobrevaloração de variáveis. As variáveis que atenderam a esse critério
foram pontuadas de 1 a 5 quanto ao número de estações em que variaram regularmente.
Cada 1/5 da pontuação máxima possível equivale a 1 ponto.
i. Complementaridade
Em casos em que mais de uma variável atendeu a ao menos um dos critérios
acima especificados, aplicou-se análise de correlação linear visando a diminuir uma
possível redundância e destacar as variáveis não correlacionadas no compartimento. As
variáveis que atenderam a esse critério foram pontuadas em função de sua singularidade
em relação ao conjunto de variáveis submetidas à análise de correlação: s/ correlação
com outra variável = 5 pontos; correlacionada a apenas 1 outra variável = 3 pontos;
correlacionada a 2 outras variáveis = 1 ponto; correlacionada a mais de 2 outras variáveis
= s/ pontuação.
j. Representatividade
As variáveis submetidas à análise de correlação linear foram pontuadas quanto à
sua representatividade do compartimento ambiental, definido pelo mero de variáveis
com as quais mantém correlação. A pontuação foi estabelecida com base no número de
correlações e sua importância relativa em relação ao total de correlações possíveis. Nos
casos analisados, cada variável correlacionada equivaleu a 2,5 pontos, 1,25 pontos e 5
pontos para o compartimento condições abióticas da água, condições abióticas do
sedimento e macroinvertebrados bentônicos, respectivamente. Os valores foram
arredondados para o número inteiro mais próximo.
k. Custo e praticidade
Todas as variáveis que atenderam aos critérios anteriores foram pontuadas de
0 a 5 quanto às suas características de custo (inversamente proporcional à pontuação) e
praticidade na medição e interpretação (diretamente proporcional à pontuação). Os
critérios custo e praticidade foram avaliados separadamente. Em casos de possível
redundância, optou-se por selecionar as variáveis que obtiveram maior pontuação nesse
critério, uma vez que este estudo tem como premissa a intenção de gerar produtos
realmente aplicáveis à realidade local.
l. Importância
Com base na somatória das pontuações obtidas em cada critério de seleção, a
variável recebeu uma pontuação final (variando de 0 a 30) representando seu grau de
importância enquanto indicadora das alterações ambientais provocadas pela visitação
pública. A variável que não atendeu ao critério regularidade na resposta foi
desclassificada como potencial indicadora por não atender ao objeto principal deste
estudo. A seleção dos indicadores foi efetuada em função do grau de importância obtido
por cada variável na matriz de análise. Apenas as variáveis que obtiveram valores iguais
ou superiores a 50% da pontuação máxima de importância (importância 15) foram
selecionadas como indicadoras.
As variáveis descritoras das alterações da estrutura física do ecossistema foram
todas selecionadas como indicadoras por terem sido previamente eleitas para comporem
o Índice de Alteração da Estrutura sica de Ecossistemas (IAEFE) e por apresentarem
regularidade na resposta ao impacto e serem de baixo custo e práticas (fácil medição e
interpretação).
3. Atividade turística no Planalto da Bodoquena: demanda por ecossistemas
aquáticos, adequação ao processo de licenciamento ambiental e
caracterização da estrutura para visitação e dos usos no rio Formoso
3.1. Demanda da atividade turística por ecossistemas aquáticos no Planalto da
Bodoquena
Da análise das características das atividades turísticas desenvolvidas pelos
empreendimentos baseados no meio rural no Planalto da Bodoquena, resultou o
agrupamento dessas atividades nas seguintes categorias:
Arvorismo – atividade desenvolvida na copa das árvores;
Balneário atividade realizada em ambientes aquáticos, com predomínio
da permanência do visitante em contato com a água e o leito do ecossistema;
Banho atividade realizada em ambientes aquáticos (rios, lagos,
cachoeiras), com predomínio de nado e retorno do banhista para o exterior do ambiente
aquático, com pouco ou nenhum contato com o fundo do ambiente aquático e menor
tempo de permanência em relação ao balneário;
Bote/bóia-cross – deslocamento pelo ambiente aquático com utilização
desses equipamentos;
Caminhada - deslocamento por trilhas com apreciação da natureza;
Camping – acampamento com emprego de barracas;
Cavalgada - passeio a cavalo ou boi;
Visita a cavernas/grutas/dolinas - qualquer atividade desenvolvida nessas
cavidades;
Ciclismo - passeio com emprego de bicicletas;
Flutuação atividade de deriva sobre a superfície de ambientes aquáticos
com o uso equipamentos de auxílio à flutuação como roupa de neopren, coletes salva-
vidas e snorkel;
Hospedagem – estadia em hotéis e pousadas;
Pescaria;
Quadriciclismo – passeio com emprego de quadriciclos;
Rapel descida em rupturas de relevo com emprego de equipamentos
apropriados;
Passeio de barco/caiaque - deslocamento pelo ambiente aquático com
utilização desses equipamentos;
Outros – atividades rurais não identificadas.
Quanto aos recursos naturais explorados na execução das atividades
turísticas no Planalto da Bodoquena, estes foram classificados nas seguintes categoriais:
Rios - inclui nascentes e cursos de rios e córregos e cachoeiras
(explorados por balneários, passeios de bote, caiaque e barco, bóia cross, mergulho,
flutuação, banho, e pescaria);
Lagos lagos naturais, incluindo os inseridos em cavidades (explorados
por flutuação, mergulho e contemplação);
Cavidades - grutas, cavernas e dolinas (exploradas por rapel, mergulho e
contemplação);
Morros e tabuleiros - (explorados por rapel e trilhas em morros);
Matas formação vegetal natural presente principalmente em unidades de
conservação, reservas legais e matas ribeirinhas, excetuando-se as localizadas em
morros e tabuleiros, incluídas na categoria anterior (explorada por trilhas ecológicas,
cavalgada, arvorismo e observação da natureza);
Outros - lagos artificiais, áreas de camping, estradas e campos rurais e
recursos não identificados.
De acordo com dados obtidos junto a FUNDUR, ATRATUR, ISSQN/Bonito,
SEMA/IMAP, Secretaria de Turismo de Mato Grosso do Sul e Prefeituras de Bodoquena
e Bonito, foram registrados 252 empreendimentos de turismo baseados em áreas rurais
no Mato Grosso do Sul. Destes, 71 estão inseridos no Planalto da Bodoquena
(considerando-se os 4 municípios que possuem território nessa região: Jardim, Bonito,
Bodoquena e Porto Murtinho) e o restante nas demais regiões do estado. Assim, a região
do Planalto da Bodoquena abriga praticamente 1/3 (28,5%) de todos os
empreendimentos de turismo baseados no meio rural registrados em Mato Grosso do Sul
(Figura 4).
71,5%
28,5%
Planalto da Bodoquena Mato Grosso do Sul
Figura 4. Importância relativa da região do Planalto da Bodoquena na distribuição dos empreendimentos
de turismo baseados no meio rural e cadastrados em órgãos oficiais no Mato Grosso do Sul
Essa concentração de cerca de 1/3 de todos os empreendimentos turísticos no
Planalto da Bodoquena é bastante alta, se considerarmos que essa região envolve
apenas quatro municípios do estado (BOGGIANI, 1999), cujos territórios em áreas de
planalto representam ao todo menos de 5% (4,99%) da área de Mato Grosso do Sul
(IBGE, 2007). Vale ressaltar que somente uma parcela da área desses municípios refere-
se ao Planalto da Bodoquena (BOGGIANI, op cit.) e, portanto, a real representatividade
estadual da região em termos territoriais é bem menor que 4,99%.
Dos 71 empreendimentos Inseridos no Planalto da Bodoquena, 57 (80,3%) estão
localizados no município de Bonito (Figura 5).
1,4%
80,3%
12,6%
5,6%
Bonito Bodoquena Jardim P. Murtinho
Figura 5. Distribuição relativa dos empreendimentos de turismo instalados no meio rural nos municípios
do Planalto da Bodoquena.
Essa concentração de empreendimentos em Bonito pode estar relacionada ao
fato do município possuir grande parte de seu território inserido no Planalto da
Bodoquena e, principalmente, devido à sua projeção nacional e internacional como
destino de turismo em áreas naturais, o que vem ocorrendo desde a década de 1990
(CAPELAS-Jr, 1995; RIBEIRO, 1996). A solidificação da imagem de “cidade do
ecoturismo” parece atuar de forma determinante na expressiva concentração dos
empreendimentos em Bonito, uma vez que o Município de Bodoquena, que não tem a
mesma projeção nacional e internacional de Bonito, possui quase 100 % de seu território
inserido no Planalto da Bodoquena (RIO FORMOSO, 2007) e, no entanto, detém apenas
12,6% dos empreendimentos registrados na região.
Soma-se a isso também, o fato do rio Formoso, um dos principais atrativos da
região, ter sua bacia hidrográfica integralmente inserida no município de Bonito,
ocupando 27 % de seu território (PCBAP, 1997). Toda a extensão do rio Formoso, de
nascente a foz, está em território bonitense. De todos os empreendimentos em
funcionamento registrados para o município de Bonito, praticamente 1/3 (31,6%) estão
instalados às margens do rio Formoso e o utilizam como principal atrativo natural para o
desenvolvimento de suas atividades (Figura 6).
31,6%
68,4%
utilizam o utilizam
Figura 6. Proporção dos empreendimentos de turismo instalados às margens do rio Formoso em relação
ao total de empreendimentos de turismo localizados no meio rural de Bonito.
Dentre as atividades turísticas desenvolvidas em empreendimentos de turismo no
meio rural do Planalto da Bodoquena, as que ocorrerem com maior e menor freqüência
nos empreendimentos registrados foram a caminhada e o rapel, com 54,2% e 2,8% de
ocorrência, respectivamente (Figura 7).
O predomínio de caminhada pode estar relacionado à facilidade de
desenvolvimento dessa atividade nos diferentes ambientes rurais, devido à praticidade de
implantação e operação da mesma, inclusive permitindo a adaptação de trilhas
empregadas exclusivamente como meio de acesso entre pontos para a realização da
chamada caminhada ecológica, com observação de fauna, flora e aprecião da
paisagem.
o rapel, apesar de seu potencial de desenvolvimento na região, ainda é muito
pouco explorado, sendo registrado em apenas dois empreendimentos. Destes, em
apenas um deles é considerado como atividade principal, enquanto no outro é
desenvolvido como atividade secundária para acesso à cavidade com a finalidade de
realização de mergulho e flutuação.
29,5 29,5
28,2
21,1
9,6 9,6 9,6 9,6
2,8 2,8
54,9
14,1
14,1
5,6
4,2 4,2 4,2
0
10
20
30
40
50
60
C
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Atividades
Frequência (%)
Figura 7. Freqüência de ocorrência das diferentes atividades de visitação pública nos empreendimentos
turísticos desenvolvidos no meio rural do Planalto da Bodoquena
Dentre as atividades realizadas em ambientes aquáticos, banho e balneário se
destacam em freqüência de ocorrência, sendo desenvolvidas em 29,2% e 27,8% dos
empreendimentos, respectivamente (Figura 7). Essas atividades se destacam por
estarem mais relacionadas ao chamado turismo de massa e não exigirem grande
investimento em infra-estrutura para sua implantação.
No que diz respeito à demanda por atrativos naturais na região, os ecossistemas
aquáticos (rios e lagos) são os que sofrem maior pressão das atividades turísticas, sendo
explorados por 66,6% dos empreendimentos (Figura 8). Destes, os rios respondem pela
maior demanda, sendo utilizados em 63,3% dos empreendimentos (Figura 9).
32,40%
67,60%
utilizam o utilizam
Figura 8. Utilização de ecossistemas aquáticos naturais pelos empreendimentos de turismo que
exploram recursos naturais no Planalto da Bodoquena
9,8
1,4
4,2
36,6
56,3
63,3
0
10
20
30
40
50
60
70
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M
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Recursos naturais
Frequência (%)
Figura 9. Demanda dos empreendimentos de turismo pelos diferentes tipos de recursos naturais no
Planalto da Bodoquena
A maior freqüência de utilização dos ambientes aquáticos pelos empreendimentos
turísticos reflete a preferência dos visitantes, e consequentemente dos empreendedores,
por esse recurso natural, uma vez que a maioria das atividades turísticas desenvolvidas
no Planalto da Bodoquena (balneário, banho, mergulho, flutuação, passeio de bote, bóia-
cross, caiaque, barco e pesca) está diretamente relacionada ao uso de rios e lagos. Além
disso, os ambientes aquáticos representam os principais atrativos naturais no Planalto da
Bodoquena devido as suas águas cristalinas, aspecto conferido pelo fato destes sistemas
drenarem as formações calcárias predominantes na região (BOGGIANI, 1998), fenômeno
detalhado na descrição da área de estudo. A alta diversidade de peixes, plantas e
invertebrados aquáticos que podem ser facilmente observados nesses ambientes, como
em um aquário ao ar livre, também contribuem para atrair um grande número de
visitantes aos rios e lagos da região.
3.2. Adequação das atividades turísticas ao processo de licenciamento
ambiental no Planalto da Bodoquena
Foram analisados junto a SEMA/IMAP, 14.591 processos de licenciamento
ambiental relacionados a diferentes atividades e/ou empreendimentos modificadores do
meio no estado de Mato Grosso do Sul, processados no período de janeiro de 2003 a
dezembro de 2006. Destes, apenas 123 processos (0,84%) referem-se a
empreendimentos de turismo (Figura 10). Isso pode estar relacionado ao fato da
atividade turística ainda ser incipiente no Mato Grosso do Sul, se comparada às demais
atividades econômicas desenvolvidas no estado. Na análise dos processos de pedido de
licenças ambientais, verificou-se que a grande maioria dos pedidos referia-se a
desmatamentos para implantação de atividades agropecuárias, principais responsáveis
pela economia da região.
99,16%
0,84%
Outros empreendimentos Empreendimentos turísticos
Figura 10. Participação relativa dos empreendimentos de turismo baseados no meio rural em relão ao
conjunto de empreendimentos licenciados ou em licenciamento no estado de Mato Grosso do
Sul
Dos empreendimentos de turismo registrados no Planalto da Bodoquena, apenas
45% está operando com licença ambiental, enquanto 15,5% encontra-se em processo de
licenciamento e 39,5% não apresentou registro no órgão licenciador no período
considerado (Figura 11). A partir dessa constatação, podemos inferir que esses
empreendimentos não cumpriram as exigências legais do processo de licenciamento e se
encontram operando, desta forma, ilegalmente ou foram processados em outro período
não incluído no presente estudo.
45%
15,50%
39,50%
Licenciados Em licenciamento Sem registro
Figura 11. Proporção dos empreendimentos de turismo baseados no meio rural do Planalto da
Bodoquena inseridos nas diferentes categorias do processo de licenciamento ambiental.
Dos empreendimentos que operam no rio Formoso, 68,4% estão devidamente
licenciados, enquanto que 21,1% eso em fase de licenciamento e 10,5% ainda não
deram entrada ao processo de licenciamento junto ao órgão ambiental competente
(Figura 12).
68,40%
21,10%
10,50%
Licenciados Em licenciamento Sem registro
Figura 12. Proporção dos empreendimentos de turismo instalados às margens do rio Formoso inseridos
nas diferentes categorias do processo de licenciamento ambiental
Considerando que as licenças ambientais fornecidas pela SEMA/IMAP aos
empreendimentos turísticos raramente extrapolam quatro anos de validade, e que o
presente trabalho avaliou os processos referentes a um período de exatos quatro anos, é
possível assumir que a grande maioria, ou até mesmo a totalidade dos 39,5% dos
empreendimentos sem registros, está operando ilegalmente no Planalto da Bodoquena,
no que diz respeito ao aspecto de licenciamento ambiental. Não foi possível analisar a
totalidade dos processos registrados no órgão licenciador devido à dificuldade de acesso
a esses documentos, por questões burocráticas e operacionais.
os empreendimentos instalados às margens do rio Formoso foram objetos de
estudo de caso detalhado, baseado em diagnóstico de campo, sendo possível afirmar
categoricamente que o enquadramento desses empreendimentos no processo de
licenciamento ambiental é o expresso na Figura 12, acima. A proporção destes
empreendimentos que possuem licença ambiental (68,4%) pode ser considerada
bastante alta se comparados à situação verificada para o Planalto da Bodoquena. Isso
reflete o rigor da atuação do Ministério Público Estadual nas questões ambientais do
município. Através de ação judicial, em dezembro de 2005 o Ministério Público chegou a
embargar os empreendimentos de turismo que estavam operando sem licença ambiental
no Planalto da Bodoquena (MS NOTÍCIAS, 2006), obrigando-os a acelerarem sua
legalização junto ao órgão Estadual de Licenciamento Ambiental. Ainda assim, 31,6%
dos empreendimentos instalados às margens do rio Formoso estão operando ilegalmente
no quesito ambiental.
Os dados aqui levantados evidenciam que, apesar do apelo “ecoturístico” do
Planalto da Bodoquena, o princípio fundamental da responsabilidade ambiental que é o
licenciamento ambiental não recebe a devida importância nos empreendimentos
turísticos instalados na região, ainda que estes se utilizem principalmente de ambientes
naturais sensíveis, a exemplo da concentração de demanda sobre os ecossistemas
aquáticos da região, constatada no presente estudo (Figura 8).
Swarbrooke (2000) afirma que os empreendedores do turismo obviamente
querem que os clientes acreditem que o chamado ecoturismo é menos impactante e mais
sustentável que o tradicional turismo de massa. Contudo, os turistas de natureza, a priori,
não estão motivados a realizar viagens a ambientes fgeis por um simples desejo de
proteger o meio ambiente, mas sim de contemplar aquele ecossistema natural antes dos
outros. E por não ser um fenômeno de pequena escala, se ocorrer sem regulamentação,
poderá facilmente se tornar tão maléfico quanto outras formas de turismo, já que os
turistas de natureza, rotulados de ecoturistas, geralmente procuram sempre novos
destinos, preferencialmente os mais exóticos e exclusivos do que os visitados
anteriormente.
3.3. Caracterização da estrutura para visitação e dos usos no rio Formoso
Dos 16 empreendimentos de turismo avaliados ao longo de 15 trechos do rio
Formoso, todos estavam fazendo algum tipo de uso do ambiente aquático do rio e de sua
zona ribeirinha durante o período de execução do presente estudo de caso.
O banho e a caminhada se destacam como atividades mais freqüentes nos
empreendimentos (Anexo 2), se assemelhando ao verificado para o Planalto da
Bodoquena, onde essas atividades estão entre as 3 mais desenvolvidas (Figura 7). Ao
contrário do registrado para o Planalto da Bodoquena, onde a freqüência de caminhada
foi praticamente o dobro da verificada para o banho, nos empreendimentos localizados
ao longo do rio Formoso o banho foi a mais freqüente, o que está relacionado ao fato
dessas localidades favorecerem o desenvolvimentos dessa atividade.
Quanto à principal atividade desenvolvida nos empreendimentos, elas são
desenvolvidas com maior freqüência no ambiente aquático (75%), ou seja, no rio
Formoso propriamente dito (Quadro 4). Apenas quando a principal atividade do
empreendimento trata-se de arvorismo, hospedagem ou balneário em lago artificial é que
estas não são desenvolvidas no canal do rio Formoso e sim em suas margens.
Quadro 4. Empreendimentos localizados às margens do rio Formoso e as principais atividades de
visitação pública desenvolvidas
Principal atividade desenvolvida
Estação Empreendimento
No empreendimento
No ambiente aquático do rio
Formoso
A A
Flutuação Flutuação
B B Balneário em lago artificial Passeio de barco
C1
Flutuação Flutuação
C
C2
Flutuação Flutuação
D D
Balneário Balneário
E E
Bóia-crós Bóia-crós
F F
Balneário Balneário
G G
Arvorismo Balneário
H H
Balneário Balneário
I I
Hospedagem Banho
J J
Bote Bote
L L
Bote Bote
M M
Bote Bote
N N
Banho Banho
O O Balneário Balneário
P P
Hospedagem Banho
Das atividades desenvolvidas como principais no ambiente aquático do rio
Formoso, balneário e banho se destacam, ocorrendo ambas em 25 % dos
empreendimentos, enquanto o passeio de barco e bóia-cross são desenvolvidos em
apenas 6% dos empreendimentos (Figura 11). Esses dados seguem o padrão verificado
para a região do Planalto da Bodoquena (Figura 7), onde banho e balneário também se
destacaram dentre as atividades desenvolvidas em ambientes aquáticos, provavelmente
pela facilidade e baixo custo de implantação e manutenção.
25%
25%
19%
19%
6%
6%
Balneário Banho Flutuação Bote Passeio de barco ia-crós
Figura 11. Participação relativa das atividades desenvolvidas como atividade principal no rio Formoso
pelos empreendimentos de turismo avaliados.
De maneira geral, os empreendimentos que desenvolvem atividades de flutuação,
bóia-cross e bote (C1, C2, E, J, L e M) são os que utilizam trechos de maiores extensões
do rio para visitação pública (Anexo 3). A demanda de trechos longos do rio para o uso
público é inerente às características dessas atividades, as quais necessitam de maiores
extensões do rio para valorizar o contato do visitante com o ambiente. Os
empreendimentos B e I também utilizam grandes extensões do rio, o que está associado
ao desenvolvimento, de maneira secundária, de passeios de barco e caiaque,
respectivamente (Anexo 2). Já o empreendimento A, mesmo tendo a flutuação como
principal atividade, utiliza apenas 300m do rio Formoso para a visitação pública. Isso
ocorre porque a maior parte do passeio é desenvolvida no rio Sucuri, tributário do rio
Formoso com cerca de 2000m de extensão cuja foz está inserida na área do referido
empreendimento. Assim, o passeio se inicia no rio Sucuri, a 1600m da foz, e termina no
rio Formoso, totalizando um percurso de cerca de 1900m.
os balneários demandam as menores extensões do rio para uso do visitante.
Por outro lado, essas atividades são as que mais concentram visitantes por trecho de rio
utilizado e, consequentemente, tendem a concentrar os impactos nos trechos visitados.
Esses empreendimentos também promovem grandes alterações no rio e em sua zona
ribeirinha, com a implantação de estrutura para facilitar a visitação pública. Os maiores
graus de ocupação da barranca (em relação à extensão total do rio utilizada - %) e da
mata ribeirinha (em relação à extensão total da zona ribeirinha ocupada - %) estão
relacionados a esses empreendimentos. A ocupação da barranca varia de 0,3%, no
empreendimento M (passeio de bote), a 100 %, no empreendimento H (balneário),
enquanto a ocupação da mata ribeirinha considerada extremamente inadequada varia de
4,8%, no empreendimento P (hotel fazenda), a 100% no empreendimento O (balneário)
(Anexo 3).
Destaca-se, ainda, a baixa capacidade dos balneários em desviar a concentração
de visitantes do ambiente aquático. Isso ocorre porque esses empreendimentos se
baseiam na oferta, ao visitante, do contato intenso e prolongado com o ambiente aquático
e, portanto, não investem na diversificação e promoção das atividades fora do rio. Assim,
mesmo quando existam no empreendimento atividades baseadas fora do ambiente
aquático (Anexo 2), de maneira geral, elas são pouco atraentes ao visitante. Dentre os
empreendimentos que desenvolvem o balneário, apenas o G exibe alta capacidade de
desviar a concentração de visitantes do ambiente aquático (Anexo 3). Isso está
associado ao fato da principal atividade desenvolvida nesse local estar baseada na zona
ribeirinha e não no rio, o arvorismo.
4. Caracterização da visita e dos visitantes dos empreendimentos de turismo ao
longo do rio Formoso
4.1. Caracterização geral da visita ao longo do rio Formoso
Desde 1995, a visita aos atrativos de turismo de Bonito é controlada pela
Prefeitura Municipal, através de um sistema de voucher único (BONITO, 1995). O
voucher é um tipo de ingresso individual que deve ser adquirido pelos visitantes nas
agências de turismo e que dá direito de acesso aos atrativos e passeios do município. É
emitido às agências de turismo em blocos numerados pela Secretaria de Turismo de
Bonito. Como a cada visita é emitido um novo voucher numerado e datado e como os
dados são computados e plotados semanalmente, é posvel se conhecer o total de
visitas semanais aos atrativos do município. O intervalo semanal mantido no
planilhamento dos dados deve ser levado em consideração pelo leitor na interpretação
dos gráficos, uma vez que os valores plotados referem-se ao período da semana
imediatamente anterior.
A partir desse controle, verifica-se que a visitação aos atrativos de turismo de
Bonito se distribui de maneira bastante irregular ao longo do ano (Figura 12), se
concentrando principalmente nos períodos de rias e feriados prolongados, o que pode
ser visualizado com maior clareza quando se analisa os dados de apenas um ano, como
exemplificado na Figura 13. Esse padrão de distribuição temporal da visitação é comum
em regiões e cidades reconhecidas como destinos turísticos, a exemplo do que ocorre
em outras áreas naturais visitadas do Brasil (TAKAHASHI, 1998, ROBIM 1999,
SCHIAVETTI, 2003) e do exterior (JIM, 1989, OSEMEOBO, 1989).
Figura 12. Evolução das visitas semanais aos empreendimentos de turismo no município de Bonito no
período de 1996 a 2006 (Fonte: ISSQN/Bonito, MS).
Em Bonito, nos feriados prolongados a visitação diária é ainda mais concentrada
quando comparada ao período de férias. Isso se deve ao menor número de dias
disponíveis para o visitante realizar suas atividades de lazer, levando à ocorrência de
picos de visitas aos atrativos em intervalos de 2 a 4 dias. Esse comportamento sazonal
da visitação traz importantes implicações ao manejo das áreas naturais visitadas, uma
vez que os impactos tendem a se concentrar sobre os componentes bióticos e abióticos
do meio durante as temporadas. Assim, podemos assumir que os sistemas ambientais
visitados sofrem com efeitos “agudos” e “crônicos” da visitação pública, relacionados aos
impactos concentrados nos picos de temporada e aqueles provocados pela visitação
distribuída ao longo do ano, respectivamente. Essas diferenças não podem ser
negligenciadas em programas que visem conhecer e manejar os efeitos da visitação
pública sobre os ambientes naturais da região.
Figura 13. Evolução das visitas semanais aos empreendimentos de turismo no município de Bonito no
ano de 2005 (Fonte: ISSQN/Bonito, MS).
Foi entrevistado um total de 364 visitantes do rio Formoso no período de carnaval
(25 a 28/02/06), o que permitiu traçarmos as características da visitação e dos visitantes
que elegeram esse atrativo natural como destino durante o referido feriado.
Dos entrevistados, 38,1% estavam visitando Bonito pela primeira vez e 51,4%
disseram retornar pelo menos 3 vezes ao ano (Figura 14), sendo que 53,6% pretendiam
permanecer no município por até 7 dias (Figura 15) e 45,3% viajavam em grupos de 2 a 4
pessoas (Figura 16). A alta freqüência de retorno ao município, aliada a uma
permanência prolongada dos visitantes na localidade, pode ser explicada pela
procedência destes, uma vez que a grande maioria dos respondentes é proveniente de
localidades próximas, no pprio estado (63,1%), com destaque para Campo Grande,
onde residiam 29,9% dos entrevistados, enquanto apenas 1,4% era formado por
bonitenses. Dos demais, 35,2% residiam em outros estados, dos quais os paulistas e
paranaenses representavam, 19,5% e 7,4 %, respectivamente, e apenas 1,7% eram
procedentes do exterior (Figura 17).
Ficou evidente a baixa procura dos munícipes pelos atrativos de Bonito, ao menos
durante a alta temporada, o que serve como parâmetro para alertar o poder público da
necessidade de se implementar políticas que promovam um maior envolvimento da
população local com o uso público das áreas naturais. Por outro lado, predominou um
alto índice de visitantes provindos de outros municípios sul-matogrossenses. Como Mato
Grosso do Sul não possui tradição em festas de carnaval, é comum que nesse feriado as
pessoas busquem localidades onde possam desenvolver atividades de veraneio, cenário
em que Bonito se destaca atraindo um grande número de pessoas de municípios
próximos. Takahashi (1987) também verificou que a maioria dos visitantes que
freqüentavam áreas de recreação ao ar livre, ao longo da Estrada da Graciosa/PR,
residia em localidades próximas.
38,1%
51,4%
8,1%
2,5%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Mais de 6 vezes
ao ano
Até 6 vezes ao
ano
Até 3 vezes ao
ano
1ª vez
Figura 14. Freqüência com que os entrevistados visitam Bonito.
A grande maioria dos entrevistados (78,4%) apontou algum tipo de atividade na
água como a principal desenvolvida por eles durante a visita a Bonito, com destaque para
nadar e tomar banho, com 36% de preferência, enquanto praticar esportes fora d’água foi
apontada como preferida por apenas 0,3% dos visitantes (Figura 18). A preferência dos
visitantes por atividades relacionadas ao meio aquático já era esperada, tendo em vista a
demanda já constatada para esses ambientes no Planalto da Bodoquena. Soma-se a
isso o fato da pesquisa ter sido realizada integralmente em empreendimentos situados às
margens de um dos ecossistemas aquáticos mais visitados da região, o rio Formoso. A
preferência atribuída a nadar e tomar banho pode estar relacionada ao fato da maioria
dos visitantes se concentrar em balneários, aliada ao menor custo dessa atividade frente
às demais opções.
5,0%
53,6%
31,8%
5,6%
3,9%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Mais de 7 dias
Até 7 dias
3 dias
2 dias
1dia
Figura 15. Tempo de permanência dos visitantes entrevistados em Bonito.
14,3%
37,4%
45,3%
3,0%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
Mais de 10
pessoas
5 a 10 pessoas
2 a 4 pessoas
Está sozinho
Figura 16. Distribuição dos visitantes entrevistados por tamanho de grupo de viagem.
1,7%
8,3%
7,4%
19,5%
31,8%
29,9%
1,4%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Exterior
Outros estados
Paraná
o Paulo
Interior de MS
Campo Grande
Bonito
Figura 17. Procedência dos visitantes entrevistados.
0,3%
2,5%
3,6%
5,6%
7,8%
13,1%
15,1%
15,9%
36,0%
0% 10% 20% 30% 40%
Esportes fora d'água
Outros
Mergulhar c/ cilindro
Visitar cavernas
Esportes na água
Acampar
Flutuão
Apreciar a paisagem
Nadar
Figura 18. Principais atividades desenvolvidas pelos visitantes durante visita a Bonito.
Quanto às características dos visitantes, houve participação praticamente
eqüitativa dos dois gêneros dentre os entrevistados (Figura 19), sendo que a grande
maioria (50,4%) possui de 20 a 30 anos (Figura 20), 64% está ao menos cursando o
ensino superior (Figura 21), 52,4 % possui renda mensal de no mínimo R$ 2000,00 e
apenas 2,2% ganha menos de R$ 500,00 ao mês (Figura 22).
51,1%
48,9%
10% 20% 30% 40% 50%
Masculino
Feminino
Figura 19. Distribuição dos visitantes entrevistados por gênero
4,2%
13,6%
26,6%
50,4%
5,0%
0,3%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Mais de 50 anos
40 a 50 anos
30 a 40 anos
20 a 30 anos
15 a 20 anos
10 a 15 anos
Figura 20. Faixa etária dos visitantes entrevistados
9,9%
31,6%
22,5%
26,6%
3,3%
4,4%
1,6%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Pós graduado
Ensino superior completo
Cursando ensino superior
grau completo
grau incompleto
grau completo
grau incompleto
Figura 21. Grau de escolaridade dos visitantes entrevistados
18,2%
34,2%
27,7%
17,7%
2,2%
0% 10% 20% 30% 40%
Mais de R$ 5000
De R$ 2000 a R$
5000
De R$ 1000 a R$
2000
De R$ 500 a R$
1000
Até R$ 500
Figura 22. Faixa de renda familiar dos visitantes entrevistados
A partir dos descritores de perfil obtidos para os visitantes, pode-se verificar que
estes são, na sua maioria, jovens de classe média, com bom nível de escolaridade e que
se organizam em grupos mistos de homens e mulheres para viajar. Esse perfil reflete a
busca dos jovens de bom poder aquisitivo, que consequentemente apresentam bom nível
de escolaridade, por atividades em área naturais fora de sua cidade de origem nos
períodos de feriados prolongados. Situação semelhante foi verificada em outras áreas
naturais estudadas em períodos de feriados (TAKAHASHI, 1987, BONTEMPO, 1994;
TAKAHASHI, 1998, ROBIM, 1999).
4.2. Características da visita, características e percepção ambiental dos
visitantes e sua relação com os empreendimentos estudados
Através do cruzamento das informações sobre as características da visita e dos
visitantes com os locais estudados, verifica-se que grande parte dos empreendimentos
estava sendo visitada pela primeira vez, pela maioria dos entrevistados (Anexo 4.1).
Entretanto, nos empreendimentos que desenvolvem o balneário como principal atividade,
a maioria dos visitantes afirmou visitar o local toda vez que vem à Bonito. Isso destaca a
preferência dos visitantes por esta atividade, com a conseqüente concentração dos
impactos nestes locais. Como discutido, provavelmente isso está relacionado ao baixo
custo de acesso e permanência nestes locais, os quais concentram o maior número de
visitantes com menor renda dentre os entrevistados (Anexo 4.7). O fato dos balneários
apresentarem, via de regra, pouca ou nenhuma restrição à utilização dos recursos
naturais durante a visita também pode ser um fator determinante no retorno do visitante a
estes locais no período de carnaval e, provavelmente, em outros feriados. Todos os
balneários apresentaram elevado número de visitantes que consideram a atividade nadar
como a principal desenvolvida por eles durante a visita.
Os balneários concentraram a maioria de visitantes com menos de trinta anos,
menor escolaridade (não possui ensino superior) e organizados em grupos de mais de
cinco pessoas. A alta concentração de visitantes jovens com menor escolaridade, bem
como de grandes grupos nestes locais, pode estar contribuindo com a maior ocorrência
de impactos ambientais sobre os ambientes naturais visitados, uma vez que visitantes
com esse perfil tendem a ser mais ativos e apresentarem interação mais intensa com o
meio.
O tempo de permanência dos visitantes em cada local também esteve relacionado
à principal atividade desenvolvida pelos empreendimentos. Nos locais onde as atividades
demandam menos tempo para serem executadas como flutuação e bóia-cross, a maioria
dos visitantes permanecem até meio dia, enquanto que nos locais que oferecem estadia
(hotéis fazenda e camping), a permanência predominante é de três a sete dias. nos
balneários a maioria dos visitantes afirmou permanecer o dia todo (Anexo 4.2). A curta
duração da visita nos empreendimentos de flutuação e bóia-cross pode contribuir para
dispersar o impacto nesses locais.
Os visitantes com menor grau de exigência ambiental quanto aos impactos
decorrentes da visitação pública no meio são, principalmente, aqueles que freqüentam os
balneários, com exigência ambiental baixa ou média (Anexo 5.10 e Figura 23). Um
empreendimento que desenvolve principalmente bóia-cross (empreendimento M) e outro
no qual a principal atividade é o banho (empreendimento N) também apresentaram
visitantes cujo grau de exigência ambiental é apenas médio. Saltar no rio foi a
interferência menos percebida pelos entrevistados em geral, para o qual foi verificado
baixo grau de exigência ambiental dos visitantes em praticamente todos os
empreendimentos. Tocar o fundo do rio com os pés e subir ou deslizar sobre as tufas
calcárias tiveram baixa importância para os entrevistados de todos os balneários. Pisar
sobre pequenas plantas na margem e promover o som alto também tiveram baixa
importância em quase a totalidade dos balneários.
77,2
69 ,2
6 5,4
69 ,8
8 7,2
83 ,3
9 1,7
57,2
92 ,6
6 6 ,2
76 ,5
4 8 ,9
77,2
8 6 ,7
6 3,2
78 ,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
(%)
Figura 23. Grau de exincia ambiental dos visitantes (%) em relação aos impactos provocados pela
visitação pública no rio Formoso ao longo dos empreendimentos estudados
Para o comportamento de deixar o lixo fora da lixeira, a exigência ambiental dos
visitantes foi bastante elevada em todos os empreendimentos, se enquadrando como
muito alta em praticamente todos os locais. Apenas no empreendimento D (balneário) a
exigência ambiental dos visitantes foi considerada menor que nos demais locais, mesmo
assim se enquadrando na categoria Alta exigência (Anexos 5.10),o que pode ter
contribuído com a reduzida concentração de resíduos sólidos nos empreendimentos
avaliados ao longo do rio Formoso (Tabela 10), evidenciando uma posvel relação entre
o perfil e a percepção ambiental do visitante e o tipo e grau de impacto ambiental
impresso nas áreas visitadas.
Os empreendimentos cujos visitantes exibiram o maior grau de exigência
ambiental têm suas principais atividades de visitação baseadas fora do ambiente
aquático (Anexo 5.10). Os impactos sobre tufas calcárias foram os menos tolerados pelos
visitantes desses locais.
5. Caracterização dos impactos ambientais do uso público no rio Formoso
através do emprego de variáveis físicas e biológicas
5.1. Condições abióticas da água e do sedimento
Os resultados das variáveis abióticas descritoras das condições da água e do
sedimento encontram-se sumariados nos Anexos 6 e 7, respectivamente.
No caso das condições da água, as variáveis de maior peso foram fósforo total (P
total) e transparência da água (F1 - 84,3% de explicação) e condutividade elétrica e
concentração de sólidos suspensos (F2 - 14,98% de explicação) para o grupo de
balneários; P total e condutividade elétrica (F1 - 76,36% de explicação e F2 - 18,98% de
explicação) para o grupo de passeios de barco, bote e bóia-cross; condutividade elétrica
e transparência da água (F1 - 81,42% de explicação) e P total e transpancia da água
(F2 - 16,54% de explicação) para o grupo de banho e flutuação (Tabela 1). No gfico de
ordenação dessas variáveis e estações de amostragem, não ficaram evidentes
diferenças entre os pontos de impacto e controle em nenhum dos grupos de estações
analisados (Figuras 24, 26 e 28). Todavia, ocorreram distinções entre as estações de
amostragem, evidenciando alterações espaciais ao longo do rio no valor das variáveis
medidas. A ordenação espacial foi mais marcante para os grupos de balneários e banho
e flutuação.
Para as condições abióticas do sedimento, textura granulométrica fina e folhedo
foram as variáveis com maior peso (F1 e F2) para todos os grupos de estações (Tabela
2). Os eixos F1 e F2 explicaram respectivamente 97,97% e 1,98%, no grupo de
balneários; 71,92% e 25,36%, no grupo de passeios de barco, bote e bóia-cross e
57,63% e 41,14% no grupo de banho e flutuação. Essas variáveis também atuaram
distinguindo os pontos de impacto dos pontos controle em todos os grupos, conforme
verificado na ordenação dos dados (Figuras 25, 27 e 29). Entretanto, essa distinção ficou
pouco evidente para a estação E, no grupo de passeio de barco, bote e bóia-cross e para
as estações A e N, no grupo de banho e flutuação.
Quanto à regularidade na diferença dos valores das variáveis abióticas descritoras
das condições da água e do sedimento nos pontos de impacto em relação aos
respectivos pontos controle, profundidade e transparência da água variaram
negativamente e sólidos suspensos variaram positivamente em 100% das estações de
balneários. No grupo de passeios de barco, bote e bóia-cross, nenhuma variável exibiu
regularidade de variação, enquanto no grupo de banho e flutuação, apenas profundidade
variou regularmente (negativamente) em 100% das estações (Tabela 3).
Dentre as variáveis do sedimento, 100% das estações de balneário exibiram
variação regular (negativamente) para todas as variáveis medidas. A concentração de
folhedo também variou negativamente em 80% das estações de amostragem, tanto para
o grupo de passeios de barco, bote e bóia-cross quanto para o grupo de banho e
flutuação (Tabela 4).
Figura 24. Ordenação através da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas da água no grupo de balneários
Figura 25. Ordenação através da Alise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas do sedimento no grupo de balneários.
Profund
transp
Sol
temp
pH
Cond
OD
Oleos
P
N
Dc
Di
Fc
Fi
Gc
Gi
Hc
Hi
Oc
Oi
-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
Component 1
-30
-24
-18
-12
-6
0
6
12
18
Component 2
Profund
Folhedo
MO
Pk
N%
TGF
Dc
Di
Fc
Fi
Gc
Gi
Hc
Hi
Oc
Oi
-64 -48 -32 -16 0 16 32
Component 1
-8
-4
0
4
8
12
16
20
Component 2
Figura 26. Ordenação através da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas da água no grupo de empreendimentos de passeio de barco, bote e
bóia-cross.
Figura 27. Ordenação através da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas do sedimento no grupo de empreendimentos de passeio de barco, bote
e bóia-cross.
Profund
Folhedo
MO
Pk
N%
TGF
Bc
Bi
Ec
Ei
Jc
Ji
Lc
Li
Mc
Mi
-48 -32 -16 0 16 32 48 64
Component 1
-40
-32
-24
-16
-8
0
8
16
24
Component 2
Profund
transp
Sol
temp
pH
Cond
OD
Oleos
P
N
Bc
Bi
Ec
Ei
Jc
Ji
Lc
Li
Mc
Mi
-30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5
Component 1
-4,8
-3,2
-1,6
0
1,6
3,2
4,8
6,4
Component 2
Figura 28. Ordenação através da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas da água no grupo de empreendimentos de banho e flutuação.
Figura 29. Ordenação através da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras
das condições abióticas do sedimento no grupo de empreendimentos de banho e flutuão.
Tabela 1. Sumário dos resultados da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras das
condições abióticas da água nos três grupos de empreendimentos estudados.
Profund
Folhedo
MO
Pk
N%
TGF
Ac
Ai
Cc
Ci
Ic
Ii
Nc
Ni
Pc
Pi
-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0
Component 1
-190
-180
-170
-160
-150
-140
-130
-120
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Component 2
Profund
transp
Sol
temp
pH
Cond
OD
Oleos
P
N
Ac
Ai
Cc
Ci
Ic
Ii
Nc
Ni
Pc
Pi
-220 -210 -200 -190 -180 -170
Component 1
40
50
60
70
Component 2
Grupos de estações e fatores de explicação
Balneário Barco, bote e bóia-cross
Banho e flutuação
Variáveis
F 1 F2 F 1 F2 F1 F2
Profundidade 0,00 0,00 0,01 -0,07 0,01 0,00
Transparência
-0,05
0,09 0,11 0,25 -0,07
0,23
Sólidos suspensos 0,02
-0,03
-0,05 -0,08 0,04 -0,05
Temperatura 0,00 0,00 -0,05 -0,21 0,04 -0,01
pH 0,00 -0,01 -0,02 -0,04 0,02 0,01
Condutividade 0,00
-0,99 0,50 0,76 -0,98
-0,16
Oxigênio dissolvido 0,00 -0,01 -0,06 -0,20 0,04 0,01
Óleos e graxas -0,01 -0,03 0,03 0,11 0,00 0,08
P total
1,00
0,01
-0,86 0,51
0,15
-0,96
N total 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,00
% de explicação 84,33 14,98 76,36 18,98 81,42 16,54
Tabela 2. Sumário dos resultados da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis descritoras das
condões abióticas do sedimento nos três grupos de empreendimentos estudados.
Grupos de estações e fatores de explicação
Balneário Barco, bote e bóia-cross
Banho e flutuação
Variáveis
F 1 F2 F 1 F2 F1 F2
Profundidade -0,01 0,00 0,01 -0,02 0,01 -0,01
Folhedo
-0,87 -0,50 0,85 0,53 0,95 -0,29
Matéria orgânica fina -0,08 0,14 -0,01 -0,08 0,10 -0,10
P total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
N total -0,02 0,01 0,03 0,00 0,01 -0,03
Textura granulométrica
fina
-0,49 0,85 0,53 -0,85 -0,30 -0,95
% de explicação 97,97 1,98 71,92 25,36 57,63 41,14
Tabela 3. Variação das diferenças entre os pontos de impacto e controle para os valores das variáveis
descritoras das condições abióticas da água nos três grupos de empreendimentos estudados.
Tabela 4. Variação das diferenças entre os pontos de impacto e controle para os valores das variáveis
descritoras das condições abióticas do sedimento nos três grupos de empreendimentos
estudados.
Variáveis
Grupos de
estações
Estações
Prof. Transp Sol Temp pH Cond. OD Oleos P N
D - -
+ + 0 - + 0 + -
F - -
+ + + - + - + -
G - -
+ + 0 - 0 0 - -
H - -
+ + 0 + - + + +
Balneários
O - -
+ - 0 0 - 0 + -
B
+ + - 0 0 + 0 0 - 0
E
+ + - + - + - - - +
J - 0 0 0 - + 0 - + +
L
- - + - 0 - - 0 + +
Passeios de
barco, bote
e bóia-cross
M
- - + 0 + + - - + -
A
- + - 0 + 0 - - - +
C
- - + - + - - + + +
I
- - + - + 0 + 0 - -
N
- - - + 0 - + 0 + 0
Banho e
flutuação
P
- 0 0 - - + + - + +
+: variação positiva - indica que no ponto de impacto a variável apresentou valores maiores que no respectivo ponto
controle
-: variação negativa - indica que no ponto de impacto a variável apresentou valores menores que no respectivo ponto
controle
0: ausência de variação - indica que a variável apresentou valores iguais no ponto de impacto e seu respectivo ponto
controle
5.2. Macroinvertebrados bentônicos
Os resultados das variáveis descritoras da estrutura de comunidades obtidas para
os macroinvertebrados bentônicos coletados nos diferentes pontos estudados encontram-
se sumariados nos Anexos 8 e 9, respectivamente.
Os resultados obtidos a partir da Análise de Correspondência para a abundância
total dos táxons evidenciaram uma leve ordenação entre os táxons 5, 10, 18, 30 e 33
(Chironomidae, Ephemeroptera 1, Gomphidae, Oligochaeta e Ostracoda) e os pontos de
impactos dos balneários D, F e G (Di, Fi e Gi) (Figura 30).
Para os grupos de passeios de barco, bote e bóia-cross e banho e flutuação não
se evidenciou ordenação entre a densidade total dos táxons e os pontos de controle ou
impacto (Figuras 31 e 32). Entretanto, é possível observar uma leve tendência de
associação entre os pontos de impacto e os de controle nas estações E e M, no grupo de
Variáveis
Grupos de
estações
Estações
Folhedo MO P N TGF
D
- - - - -
F
- - - - -
G
- - - - -
H
- - - - -
Balneários
O
- - - - -
B
- + + + -
E
- - 0 - +
J
0 + + + +
L
- + - - -
Passeios de
barco, bote e
bóia-cross
M
- - - - -
A
- - - - -
C
- - - + +
I
- - - - +
N
0 + + + +
Banho e
flutuação
P - - - - +
passeio de barco, bote e bóia-cross e nas estações A e C, no grupo de banho e
flutuação.
Através da Análise de Variância (ANOVA) dois critérios, considerando métricas
descritoras da estrutura de comunidades para os macroinvertebrados bentônicos,
verificou-se que os balneários apresentaram diferenças significativas (p<0,05) de riqueza
e índice de diversidade taxonômica entre os pontos de impacto e controle das estações
amostradas. O grupo de banho e flutuação também exibiu diferença significativa entre
impacto e controle, porém apenas para a métrica riqueza taxonômica (Tabela 6).
Assim como as variáveis abióticas, as variáveis bticas também exibiram
variação espacial através da ANOVA. Verificou-se diferenças significativas (p<0,05) de
riqueza e diversidade taxonômica entre as estações de amostragem tanto do grupo de
passeios de barco, bote e bóia-cross quanto do grupo de banho e flutuação (Tabela 6).
A diferença significativa entre impacto e controle ficou bem evidente para o grupo
de balneários, enquanto a diferença entre estações de amostragem ficou mais evidente
para os demais grupos. Essas diferenças foram expressas sempre para os descritores
riqueza ou índice de diversidade taxonômica, enquanto que os dados de abundancia de
indivíduos não apresentaram diferença significativa nas situações analisadas (Tabela 6).
Quanto à regularidade na diferença dos valores das variáveis bióticas nos pontos
de impacto em relação aos respectivos pontos controle, riqueza taxonômica e índice de
diversidade taxonômica exibiram variação negativa em ao menos 80% das estações, nos
três grupos de estações considerados. Nenhuma dessas variáveis exibiu variação
positiva. A variável abundância de indivíduos, entretanto, não manteve regularidade de
variação em nenhum dos três grupos (Tabela 7).
Figura 30. Ordenação através de Análise de Correspondência dos táxons de macroinvertebrados
bentônicos e pontos de controle e impacto no grupo de balneários. Códigos e respectivas
identidades dos táxons na Tabela 3.
Figura 31. Ordenação através de Análise de Correspondência dos táxons de macroinvertebrados
bentônicos e pontos de controle e impacto no grupo de grupo de empreendimentos de passeio
de barco, bote e bóia-cross. Códigos e respectivas identidades dos táxons na Tabela 3.
Dc
Di
Fc
Fi
Gc
Gi
Hc
Oc
Oi
1
2
3
4
5
9
10
12
13
14
15
17
18
19
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
-0,05 -0,04 -0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04
Axis 1
-0,06
-0,05
-0,04
-0,03
-0,02
-0,01
0
0,01
0,02
0,03
Axis 2
Bc
Bi
Ec
Ei
Jc
Ji
Lc
Li
Mc
Mi
2
4
5
6
8
9
10
11
12
15
16
17
18
19
2021
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
-0,05 -0,04 -0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03
Axis 1
-0,04
-0,03
-0,02
-0,01
0
0,01
0,02
0,03
Axis 2
Figura 32. Ordenação através de Análise de Correspondência dos táxons de macroinvertebrados
bentônicos e pontos de controle e impacto no grupo de grupo de empreendimentos de banho e
flutuação. Códigos e respectivas identidades dos táxons na Tabela 5.
Tabela 5. Lista de táxons coletados nos diferentes estações de coleta ao longo do Rio Formoso, Bonito, MS,
com seus respectivos códigos numéricos.
Taxon Código Taxon Código
Colembolla 1 Odonata
Coleoptera Coenagrionidae 17
Elmidae 2 Gomphidae 18
Dytiscidae 3 Libellulidae 19
Diptera Trichoptera
Ceratopogonidae 4 Calamoceratidae 20
Chironomidae 5 Trichoptera 1 21
Simuliidae 6 Helicopsychidae 22
Tipulidae 7 Hydroptilidae 23
Ephemeroptera Leptoceridae 24
Baetidae 8 Polycentropodidae 25
Caenidae 9 Philopotamidae 26
Ephemeroptera 1 10 Gastropoda 27
Ephemeroptera 2 11 Bivalvia 28
Leptophlebiidae 12 Hirudinea 29
Polymitarcyidae 13 Oligochaeta 30
Ephemeroptera 3 14 Tuberllaria 31
Trichorythidae 15 Decapoda 32
Lepidoptera Ostracoda 33
Pyralidae 16
Ac
Ai
Cc
Ci
Ic
Ii
Nc
Ni
Pc
Pi
2
4
5
7
8
9
10
12
13
15
16
17
18
19
20
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
33
-0,048 -0,036 -0,024 -0,012 0 0,012 0,024 0,036
Axis 1
-0,036
-0,024
-0,012
0
0,012
0,024
0,036
0,048
Axis 2
Tabela 6. Resultados da Análise de Variância dois critérios para a riqueza de xons, abunncia total e
valores de índice de diversidade de Shannon como variáveis dependentes e pontos controle e
impacto como tratamentos e estações de amostragem como blocos.
Grupo de
estações
Variáveis
Fontes de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F p
Tratamentos
1 108,90 108,90 9,77 0,04
Blocos 4 132,60 33,15 2,97 0,16
Riqueza
Erro 4 44,60 11,15
Tratamentos 1 207152,69 207152,69 0,92 0,61
Blocos 4 2981444,90 745361,24 3,32 0,14
Abundância
Erro 4 897772,86 224443,21
Tratamentos 1 2,63 2,63 9,52 0,04
Blocos 4 3,72 0,93 3,36 0,13
Balneários
Índice de
diversidade
Erro 4 1,11 0,28
Tratamentos 1 22,50 22,50 5,63 0,08
Blocos 4 324,40 81,10 20,28 0,01
Riqueza
Erro 4 16,00 4,00
Tratamentos 1 718947,69 718947,69 1,32 0,32
Blocos 4 2898673,20 724668,30 1,33 0,39 Abundância
Erro 4 2177303,20 544325,79
Tratamentos 1 0,19 0,19 2,68 0,18
Blocos 4 11,41 2,85 40,18 0,00
Passeios de
barco, bote
e bóia-cross
Índice de
Diversidade
Erro 4 0,28 0,07
Tratamentos 1 14,40 14,40 96,00 0,00
Blocos 4 68,60 17,15
114,3
3
0,00
Riqueza
Erro 4 0,60 0,15
Tratamentos 1 599064,79 599064,79 1,73 0,26
Blocos 4 2344300,10 586075,03 1,70 0,31
Abundância
Erro 4 1382621,50 345655,39
Tratamentos 1 0,33 0,33 3,80 0,12
Blocos 4 6,07 1,52 17,38 0,01
Banho e
flutuação
Índice de
Diversidade
Erro 4 0,35 0,09
Tabela 7. Variação das diferenças entre os pontos de impacto e controle para os valores das variáveis
descritoras da estrutura de comunidades para os macroinvertebrados bentônicos nos três grupos
de empreendimentos estudados.
+: variação positiva - indica que no ponto de impacto a variável apresentou valores maiores que no respectivo ponto
controle
-: variação negativa - indica que no ponto de impacto a variável apresentou valores menores que no respectivo ponto
controle
0: ausência de variação - indica que a variável apresentou valores iguais no ponto de impacto e seu respectivo ponto
controle
Variáveis
Grupos
de
estações
Estações
Riqueza Abundância Índice de diversidade
D
- - -
F
- + -
G
0 - -
H
- - -
Balneários
O
- - -
B
0 - 0
E
- - -
J
- + -
L
- - -
Passeios de
barco, bote e
bóia-cróss
M
- - -
A
- - -
C - - -
I - - -
N - - -
Banho e
flutuação
P - + -
5.3. Estrutura física do ecossistema
Os grupos de balneários e banho e flutuação exibiram os maiores valores do
Índice de Alteração da Estrutura Física de Ecossistemas (IAEFE) (Figuras 33 e 34). Essa
situação se repetiu para os valores de todos os descritores que compuseram o IAEFE,
com exceção de tufas calcárias, cujos maiores valores de alteração foram medidos para
o grupo de passeio de barco, bote e bóia-cross (Figura 34). Os valores do IAEFE e dos
descritores de alteração exibiram grande variação entre as estações de amostragem em
todos os grupos de estações estudados (Figura 33 e Tabela 8).
0
50
100
150
200
D F G H O B E J L M A C I N P
Balneários Passeio de barco, bote e bóia-
cross
Banho e flutuação
Figura 33. Índice de Alteração da Estrutura Física de Ecossistemas (IAEFE) medida nos três grupos de
estações de amostragem.
Figura 34. Participação dos três grupos de empreendimentos nos valores totais medidos para os
descritores de alteração da estrutura física de ecossistemas e para o IAEFE.
Tabela 8. Resultados da avaliação visual para composição do Índice de Alteração da Estrutura Física de
Ecossistemas (IAEFE) nos três grupos de estações estudadas.
Grupos de
Estações
Estaçõ
es
Diversidade e
estabilidade
de substratos
de fundo
Estabilidad
e das tufas
calcárias
Estabilidad
e das
barrancas
Acessos
secundário
s ao rio
Presença
de
resíduos
sólidos
nas
margens
IAEFE
D 137 20 52 5 1 215
F 73 13 70 8 1 165
G 13 0 0 0 0 13
H 109 10 59 7 3 188
Balneários
O 19 3 92 8 3 125
B 36 * 8 2 0 46
E 34 53 3 3 1 94
J 16 60 7 2 0 31
L 14 50 68 7 1 92
Passeios de
barco, bote
e bóia-
cross
M 13 50 35 3 1 62
A 76 * 31 4 0 111
C 35 28 18 4 1 86
I 14 10 142 10 1 177
N 24 22 156 14 10 226
Banho e
flutuação
P 7 * 16 2 0 25
* não há ocorrência de tufas calcárias na estação de amostragem
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Substratos
Tufas
Barrancas
Acessos
Resíduos Sól.
IAEFE
Balneários
Passeio de barco, bote e bóia-cros
Banho e flutuação
5.4. Seleção de indicadores
Na seleção de indicadores, apenas no grupo de balneários foram verificadas
variáveis descritoras das condições da água que atenderam ao menos 50% da
pontuação máxima de importância (importância 15). Essas variáveis foram
profundidade, transparência e sólidos suspensos, com 23, 23 e 21 pontos de importância,
respectivamente (Tabela 9).
A baixa importância das variáveis abióticas da água na distinção dos impactos da
visitação pública sobre o rio Formoso ficou evidente nas análises de PCA (Figuras 24, 26
e 28), através da quais não se verificou distinções entre pontos de impacto e controle nos
três dos grupos de estações. Através dessas análises ficou evidente que as variações
que ocorrem ao longo do rio Formoso, ou seja, entre as estações amostradas, se
sobressaíram em relação às variações impacto versus controle. Em outros trabalhos
realizados em ambientes aquáticos visitados, as variáveis físicas e químicas da água
refletiram muito mais as condições naturais do ambiente, as características da bacia de
drenagem e outras condições ambientais, do que os efeitos da visitação pública sobre o
ecossistema aquático propriamente dito (MAGRO et al., 2001; OENNING, 2003;
DOMINGOS, 2002; QUEIROZ, 2006).
Dentre as estações estudadas, os balneários envolvem atividades que provocam
o maior grau de movimentação da água e contato com o fundo do ambiente por parte do
visitante. Essas interferências resultam na ressuspensão dos sedimentos, com
conseqüente aumento na concentrão de sólidos suspensos e redução na transparência
da água. Em função das características inerentes à atividade, os balneários estão
localizados em trechos do rio com baixa profundidade da coluna dágua, o que facilita o
contínuo deslocamento do visitante em contato com o fundo do ecossistema, acelerando
a ressuspensão dos sedimentos, os quais já são naturalmente pouco consolidados
devido às características geológicas da região (ver item 2.1). Nesse caso, a variável
profundidade da água reflete, então, as condições naturais do sistema e não os impactos
da visitação pública. Essa variável pode, inclusive, facilitar e potencializar as alterações
provocadas sobre a concentração de sólidos suspensos e transparência da água.
Tabela 9. Seleção de indicadores de impactos da visitação pública a partir da análise das variáveis
descritoras das condições abióticas da água nos três grupos de empreendimentos estudados, conforme
critérios apresentados no item 2.5.
Grupos de
Empreendimentos
Variáveis
Distinção
Regularidade
Complementaridade
Representatividade
Custo
Praticidade
Importância
Profundidade 5 3 5 5 5
23
Transparência 5 3 5 5 5
23
Sólidos suspensos 5 3 5 3 5 21
Temperatura
pH
Condutividade
Oxigênio dissolvido
Óleos e graxas
P total
Balneários
N total
Profundidade
Transparência
Sólidos suspensos
Temperatura
pH
Condutividade
Oxigênio dissolvido
Óleos e graxas
P total
Passeios de barco,
bote e bóia-cross
N total
Profundidade 5 5
Transparência
Sólidos suspensos
Temperatura
pH
Condutividade
Oxigênio dissolvido
Óleos e graxas
P total
Banho e flutuação
N total
Devido ao fluxo dos cursos d’água, as variáveis lidos suspensos e
transparência da água indicam alterações momentâneas nas condições da água.
Adicionalmente, no caso dos ecossistemas inseridos no Planalto da Bodoquena os
carbonatos presentes em alta concentração atuam promovendo a rápida floculação e
sedimentação dos lidos suspensos (ver item 2.1), aumentando a transparência da
água. Assim, essas variáveis respondem com eficiência apenas às interferências mais
pronunciadas e contínuas que atingem o sedimento de fundo. Por isso, não são boas
indicadoras para os impactos provocados por passeios de barco, bote e bóia-cross e
banho e flutuação. Nessas atividades, a ressuspensão de sedimentos, quando ocorre, se
de forma pontual e descontínua, a exemplo da provocada pelo pisoteio do fundo no
momento do embarque nos botes, em dois dos três empreendimentos que realizam esse
passeio.
Como transparência da água e sólidos suspensos apresentaram alta correlação
linear (-0,95122, p<0,05), é recomendável a adoção da primeira como indicador dos
impactos da visitação sobre o compartimento água nos balneários, uma vez que esta
variável exibiu a maior pontuação de importância. Nos demais grupos de
estações/empreendimentos, nenhuma variável dentre as avaliadas atuaria de maneira
satisfatória como indicadora dos impactos da visitação pública sobre as condições
abióticas da água.
Dentre as variáveis descritoras das condições do sedimento, apenas fósforo total
(P total) não obteve pontuação de importância 15 para o grupo de balneários, sendo
que as maiores pontuações foram exibidas pelas variáveis folhedo e textura
granulométrica fina (Tabela 10). Como folhedo apresentou alta correlação linear com
todas as demais variáveis pontuadas (correlação de 0,91475 com matéria orgânica;
0,59814 com fósforo total; 0,98111 com nitrogênio total e 0,94816 com textura
granulométrica fina, sendo p<0,05) e apresenta baixo custo e praticidade de obtenção e
interpretação, foi selecionada como melhor variável indicadora dos impactos da visitação
pública sobre as condições abióticas do sedimento em balneários.
Nos demais grupos, folhedo também se destacou, sendo a única variável a atingir
a pontuação mínima (Tabela 10). Apesar de textura granulométrica fina ter distinguido os
pontos de impacto nas análises de PCA (Figuras, 25, 27 e 29), a variação de seus
valores apresentou regularidade apenas para balneários (Tabelas 4 e 10). Assim, folhedo
representa o melhor indicador abiótico do compartimento sedimento também para os
demais grupos de estações.
Tabela 10. Seleção de indicadores de impactos da visitação pública a partir da análise das variáveis
descritoras das condições abióticas do sedimento nos três grupos de empreendimentos estudados, conforme
critérios apresentados no item 2.5.
Grupos de
Empreendimentos
Variáveis
Distinção
Regularidade
Complementaridade
Representatividade
Custo
Praticidade
Importância
Folhedo 5 5 4 3 5 5
23
Matéria orgânica fina 5 4 2 3 5 15
P total 5 1 1 3 5 14
N total 5 3 3 3 5 16
Balneário
Textura granulométrica fina 3 5 4 3 3 5
19
Folhedo 5 4 5 5
19
Matéria orgânica fina -
P total -
N total -
Passeios de
barco, bote
e bóia-cross
Textura granulométrica fina 3 -
Folhedo 5 4 5 5
19
Matéria orgânica fina 3 5 -
P total 3 5 -
N total 3 5 -
Banho e
flutuação
Textura granulométrica fina 2 3 5 -
A elevada pontuação e, principalmente, a regularidade na variação das variáveis
no grupo de balneários destaca a sensibilidade das condições abióticas do sedimento às
alterações provocadas pela visitação pública nesse tipo de empreendimento. Assim como
verificado para algumas variáveis abióticas da água, as condições abióticas do sedimento
distinguiram de maneira mais clara o alto grau de interferência do visitante sobre o
compartimento de fundo nos trechos do rio Formoso utilizados pelos balneários. O
pisoteio e movimentação intensa ocasionados por essa atividade promovem a
desagregação do sedimento e a conseqüente ressuspensão e carreamento do folhedo,
matéria orgânica fina e textura granulométrica fina. Por constituírem substratos leves e
inconsistentes, esses materiais estão mais susceptíveis à desagregação mecânica e ao
transporte rio abaixo pela ação hidrológica (CHRISTOFOLETTI, 1981). De acordo com
Beschta (1996), o transporte desses sólidos é influenciado tanto pela velocidade da água
como pela turbulência do sistema. As formas de nutrientes (P total e N total), como estão
associados principalmente à reservatórios de matéria orgânica (MEYBECK, 1982), são
indiretamente afetados pela desagregação e deslocamento da matéria orgânica fina e
folhedo.
A elevada distinção e regularidade na variação dos valores de folhedo, com as
menores concentrações nos pontos de impacto, está relacionada á sua dinâmica nos
cursos d’água. Esse tipo de substrato geralmente se acumula em pontos ou zonas
específicas do ecossistema formando “pacotes” de folhas pressionadas pela corrente
contra troncos ou rochas, ou depositadas em regiões de menor energia hidráulica, como
locais de remansos (HYNES, 1970; KEMP, et al, 2000). A turbulência adicional
provocada pelas atividades de banho e flutuação e passeios de barco, bote e ia-cross
não são tão conspícuas quanto o pisoteio que ocorre nos balneários, mas são suficientes
para desacomodar e deslocar esses “pacotes” de folhas, reduzindo sua concentração nas
áreas visitadas.
Dentre as variáveis descritoras da estrutura de comunidades aplicadas para
macroinvertebrados bentônicos, riqueza e índice de diversidade taxonômica atingiram a
pontuação mínima nos três grupos de empreendimentos, enquanto densidade de
organismos não obteve pontuação nos grupos (Tabela 11). Novamente, a distinção entre
os pontos de impacto e controle foi verificada apenas para balneários (Figuras, 25, 27 e
29 e Tabela 11), resultado da maior interferência da visitação pública nos trechos do rio
em que se desenvolvem esses empreendimentos. Riqueza e índice de diversidade
taxonômica exibiram alta correlação linear em todos os grupos de empreendimentos
(p<0,05), indicando que bastaria selecionar uma dessas variáveis como indicadora do
impacto sobre os macroinvertebrados bentônicos. Dentre estas, riqueza seria
teoricamente mais simples, uma vez que deve, obrigatoriamente, ser previamente
analisada para se compor o índice de diversidade (PIELOU, 1977). Entretanto, uma vez
obtido os valores de riqueza, o esforço adicional para se obter o índice de diversidade é
insignificante, o que na prática justifica a adoção de ambas as variáveis como indicadoras
de impacto.
Ressalta-se que a abordagem taxonômica em nível de família deve ser
considerada como o mínimo necessário no emprego de macroinvertebrados bentônicos
como indicadores de impactos da visitação pública em ecossistemas aquáticos.
Avaliações ambientais considerando esse nível taxonômico podem mascarar informações
importantes sobre os ecossistemas avaliados. Análises futuras, comparando respostas
de diferentes níveis taxonômicos, são necessárias para se conhecer a viabilidade de
abordagens mais refinadas em programas de monitoramento ambiental na região.
Tabela 11. Seleção de indicadores de impactos da visitação pública a partir da análise das variáveis
descritoras da estrutura de comunidades obtidas para os macroinvertebrados bentônicos considerando os
três grupos de empreendimentos estudados, conforme critérios apresentados no item 2.5.
Grupos de
Empreendimentos
Variáveis
Distinção
Regularidade
Complementaridade
Representatividade
Custo
Praticidade
Importância
Riqueza 5 4 3 5 3 2 22
Abundância
Balneário
Índice de diversidade 5 5 3 5 3 2
23
Riqueza 4 3 5 3 2 17
Abundância
Passeios de
barco, bote e
bóia-cross
Índice de diversidade 4 3 5 3 2 17
Riqueza 5 5 3 5 3 2
23
Abundância
Banho e
flutuação
Índice de diversidade 5 3 5 3 2 18
O fato da abundância de organismos não ter evidenciado os impactos da
visitação, nem mesmo nos balneários, pode estar relacionado ao nível de identificação
taxonômica adotado. Se os organismos fossem identificados até o nível de espécie,
talvez as diferenças de densidades ficassem mais evidentes entre os pontos impacto e
controle. Em um estudo realizado em uma região de nascentes visitada por turistas no
Death Valley National Park, Califórnia, EUA, enfocando-se uma espécie de molusco
(Assiminea infima), comprovou-se que o macroinvertebrado teve sua abundância
negativamente afetada pelo pisoteio dos visitantes (SADA, 2001).
As respostas exibidas pelos macroinvertebrados bentônicos aos impactos da
visitação pública podem ser resultado tanto do efeito direto do pisoteio quanto da
desestruturação e simplificação do substrato de fundo. De acordo com Minshall (1984),
Hynes (1970) e Richardson (1992), existe uma forte relação entre a riqueza de
macroinvertebrados e a estrutura e composição do substrato, de forma que quanto maior
a riqueza e disponibilidade de texturas granulométricas grossas, especialmente de
origem orgânica, maior a riqueza de organismos. De maneira geral, a simplificação do
ambiente leva à simplificação da biota. Isso pode ocorrer pela redução na disponibilidade
de refúgios, alimentos ou ambos.
O efeito negativo da ação mecânica das pessoas sobre as estruturas do
sedimento e da comunidade bentônica foi evidenciado por Bervian, Medina-Jr e Roque
(2007), em trabalho realizado em um trecho do rio Formoso (mesmo ecossistema
avaliado no presente estudo). Através de uma abordagem experimental, os autores
verificaram que a movimentação da água e o pisoteio do fundo promovem a
ressuspensão e deriva tanto de folhedo quanto de invertebrados bentônicos.
As diferentes variáveis empregadas na avaliação da integridade física de
ecossistemas e na geração do IAEFE descrevem condições de componentes ambientais
específicos, sendo, portanto, complementares. Além disso, todas exibiram regularidade
na resposta ao impacto, são de baixo custo e de aplicação bastante prática. Devido à
essas características e à importância e aplicabilidade das informações geradas por essas
variáveis para a gestão das áreas visitadas, todas foram consideradas potenciais
indicadoras para se avaliar e monitorar os impactos da visitação pública nos três grupos
de empreendimentos estudados. Esse conjunto de variáveis deve ser considerado como
o mínimo necessário para se avaliar as condições físicas dos ecossistemas visitados.
A importância do emprego de variáveis descritoras das condições qualitativas do
meio cresceu nas últimas décadas. Diversos trabalhos abordam a adaptação e aplicação
de protocolos de avaliação da estrutura física de ecossistemas no reconhecimento e
monitoramento de ecossistemas aquáticos continentais (RANKIN, 1989, PLAFKIN et al.,
1989; HANNAFORD et al., 1997; HALL et al., 1999; BARBOUR et al., 1999; CALLISTO et
al., 2002; CASATI, 2003).
O IAEFE forneceu uma visão sintética das condições da estrutura física dos
ecossistemas, evidenciando os maiores índices de alteração nos trechos do rio onde se
desenvolvem atividades com maior grau de contato do visitante com o meio balneários
e banho e flutuação (Figura 32). Entretanto, a alta discrepância verificada nos valores do
IAEFE nas diferentes estações de coleta para os três grupos de estações, refletiu
certamente a grande variação nos valores das variáveis adotadas. Dessa forma, é
recomendável que, adicionalmente à interpretação do IAEFE, se efetue sempre uma
análise individualizada das respostas das variáveis que o compuseram. Isso garantiria ao
gestor respostas complementares sobre as condições do ecossistema avaliado.
A padronizão do IAEFE, com valores variando de 0 a 100, por exemplo, como
recomendado por Rufino (2002), poderia torná-lo uma ferramenta mais aplicável ao
monitoramento das condições aceitáveis das áreas visitadas, pois facilitaria
comparações. O gestor teria informações mais claras do quanto as condições do local
estão próximas ou distantes do aceitável.
De maneira geral, o pisoteio do fundo e a movimentação da água foram as
interferências mais determinantes nas alterações ambientais provocadas pela visitação
pública no rio Formoso. Quanto maior o grau dessas interferências, mais nítida a
resposta nos compartimentos analisados, de forma que as variáveis abióticas do
sedimento e os macroinvertebrados bentônicos respondem mais prontamente ao
impacto, enquanto as variáveis abióticas da água respondem secundariamente aos
impactos impressos no sedimento. Além disso, o sedimento, os macroinvertebrados
bentônicos e o IAEFE apresentam a propriedade de armazenar informações ao longo de
uma escala temporal, enquanto a água reflete apenas os impactos momentâneos
(McCARTHY & SHUGART, 1990; LENAT & BARBOUR, 1994; ALBA-TERCEDOR, 1996;
HANNAFORD et al., 1997; BARBOUR et. al., 1999; CALLISTO, MORETTI, GOULART,
2001; SOUZA, 2001; CALLISTO et al, 2002). Pode-se assumir, então, que os efeitos
crônicos são mais apropriadamente acessados através dos primeiros, enquanto a água
responde mais apropriadamente aos efeitos agudos no sistema, o que torna os
compartimentos complementares em uma análise global. Dessa forma, o emprego de
indicadores que representem os diferentes compartimentos é indispensável para se
acessar informações sobre a distribuição, intensidade, e dimensão temporal dos impactos
da visitação pública no rio Formoso.
Considerando-se os critérios adotados de seleção, as variáveis transparência da
água, folhedo, riqueza e diversidade taxonômica e IAEFE, incluindo as variáveis que
compõem o referido índice, integram um conjunto adequado de indicadores para se
avaliar e monitorar os impactos da visitação pública no rio Formoso. Apesar da
transparência da água ter sido selecionada apenas para balneários, é recomendável que,
pelo princípio da precaução, também seja incluída como indicadora para os demais
grupos de empreendimentos, tendo em vista seu baixo custo e praticidade de aplicação,
além da possibilidade de responder a alterações momentâneas no ambiente.
Essas variáveis selecionadas são boas candidatas para compor um sistema
regional de monitoramento da visitação pública, podendo ser empregadas por técnicos de
nível médio, desde que treinados. Adicionalmente, são de baixo custo, relacionam-se
diretamente ao uso público e podem responder ao manejo nas condições de uso,
características recomendadas para indicadores serem incluídos em programas de
monitoramento e manejo de uso público em áreas naturais, conforme estudos de Graefe
(1990), Krumpe (2000) e Manning (2000).
6. Conclusões e recomendações
1. Cerca de 1/3 de todos os empreendimentos turísticos rurais registrados em
órgãos oficiais do Mato Grosso do Sul encontra-se instalado na região do Planalto
da Bodoquena. Destes, 80,3% concentra-se no município de Bonito. Ficou
evidente, portanto, a importância da região para a atividade turística no estado e a
necessidade de implementação de políticas voltadas ao desenvolvimento de
outros pólos de turismo e à diversificação dos destinos no próprio Planalto da
Bodoquena, como estratégia para reduzir a pressão ali concentrada,
especificamente no município de Bonito;
2. É patente a falta de preocupação com a gestão ambiental dos empreendimentos
de turismo instalados no Planalto da Bodoquena, tendo em vista que menos de
50% destes estão operando com licença ambiental. A conscientização dos
empreendedores e usuários e a efetiva responsabilização do poder público pela
proteção dos recursos naturais enquanto bem comum é uma necessidade
iminente;
3. Os ecossistemas aquáticos são os principais atrativos visitados no Planalto da
Bodoquena e são os atrativos naturais com a maior demanda de exploração por
parte dos empreendimentos instalados na região (66,6%). A grande maioria dos
visitantes entrevistados ao longo do rio Formoso (78,4%) apontou algum tipo de
atividade nos ecossistemas aquáticos como a principal desenvolvida por eles
durante a visita a Bonito. Essas informações, associadas ao escasso
conhecimento científico sobre os ecossistemas aquáticos da região e a
biodiversidade por eles suportada, evidenciam a urgência de se implementar
estratégias voltadas à proteção e exploração racional desses ecossistemas;
4. Ficou evidente, através de algumas variáveis descritoras das condições abióticas
da água e do sedimento e da abundância de macroinvertebrados bentônicos, que
em determinadas situações as variações espaciais nas condições ambientais são
mais proeminentes que as variações entre os pontos de impacto e controle.
Estudos com maior número de repetições, envolvendo os diferentes grupos de
empreendimentos e incluindo a abordagem experimental poderão fornecer
importantes respostas sobre os fatores naturais que podem interferir nas
respostas da condições ambientais aos efeitos da visitação, potencializando ou
minimizando as alterações;
5. O presente estudo demonstra a pouca efetividade dos programas de
monitoramento de impactos da visitação pública em ecossistemas aquáticos no
estado de Mato Grosso do Sul, uma vez que estes estão baseados nas variáveis
classicamente empregadas na avaliação de qualidade da água como temperatura,
pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica e nutrientes. Essas variáveis foram
as menos efetivas na distinção dos impactos da visitação pública no rio Formoso
e, provavelmente, tal incoerência se repita para outros estados brasileiros;
6. De maneira geral, os balneários exibiram os maiores veis de impacto em todos
os compartimentos analisados, evidenciando que a movimentação da água e o
pisoteio do fundo são as interferências da visitação pública mais pronunciadas
sobre o rio Formoso. Essas atividades também são as que mais concentram
visitantes por trecho de rio utilizado, retêm o visitante por mais tempo em
atividade no local, apresentam os maiores graus de ocupação da barranca e da
mata ribeirinha e possuem baixa capacidade em desviar a concentração de
visitantes do ambiente aquático. Os balneários somam, portanto, o maior conjunto
de características impactantes dentre os empreendimentos de visitação pública
instalados no rio Formoso;
7. Os visitantes dos balneários exibiram o menor grau de exigência ambiental sendo
que os comportamentos de saltar no rio e deixar lixo fora da lixeira receberam o
maior e menor grau de importância por parte dos visitantes em geral. De maneira
geral, as áreas mais impactadas recebem os visitantes com menos exigência
ambiental;
8. O Índice de Alteração da Estrutura Física de Ecossistemas (IAEFE) mostrou-se
uma importante ferramenta na avaliação de impactos da visitação pública no rio
Formoso, uma vez que destaca alterações no ecossistema que não seriam
evidenciadas através de variáveis classicamente empregadas em monitoramentos
de ecossistemas aquáticos. O refinamento e validação de protocolos de avaliação
qualitativa aplicado aos ecossistemas da região é indispensável para a
implementação de programas de monitoramento e gestão das áreas naturais
visitadas;
9. O conjunto de indicadores selecionados como mais aplicáveis à avaliação e
monitoramento dos impactos da visitação blica no rio Formoso inclui a
transparência da água, folhedo, riqueza e diversidade taxonômica de
macroinvertebrados, além do IAEFE. Essas variáveis foram selecionadas a partir
de uma análise dos padrões globais de alterações impressas pelos
empreendimentos instalados ao longo do rio Formoso e as diferentes atividades
neles desenvolvidas. Cada empreendimento apresentou uma ou outra
peculiaridade, as quais poderiam ser exploradas com maior profundidade
futuramente, caso se pretenda analisar os impactos enfocando os
empreendimentos individualmente;
10. Além de atenderem aos critérios técnicos de regularidade, complementaridade,
representatividade, baixo custo e praticidade, todos os indicadores selecionados
são diretamente relacionados ao uso público e podem responder ao manejo nas
condições de uso, condições desejáveis para aplicação na gestão do uso público
em áreas naturais. A partir desses indicadores e dos dados obtidos para o perfil e
exigência ambiental do visitante, pode se conduzir estudos visando ao
estabelecimento das condições naturais mínimas aceitáveis (padrões para os
indicadores de impacto) e à elaboração de campanhas de conduta consciente na
visitação aos ecossistemas aquáticos do Planalto da Bodoquena;
11. Infelizmente, não foi possível estabelecer um paralelo entre os impactos da
visitação pública no rio Formoso e os de outras localidades, devido à escassez de
estudos sobre essa temática em ecossistemas aquáticos continentais. Os estudos
relacionados à visitação pública em ambientes aquáticos são ainda incipientes e
estão voltados principalmente para ecossistemas marinhos. Isso demonstra,
dentre outros aspectos, a importância de estudos como os desenvolvidos no
presente trabalho para se ampliar os conhecimentos científicos sobre a visitação
pública em áreas naturais e, ao mesmo tempo, produzir informações de aplicação
prática à gestão ambiental dessas áreas. Apesar dos ecossistemas aquáticos
continentais serem os atrativos naturais mais requeridos pelo uso público, estes
têm sido os mais negligenciados com respeito a estudos técnico-científicos em
áreas naturais sujeitas à visitação.
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ANEXOS
Anexo 1. Questionário aplicado para avaliar as características da visita e
características e preferência ambiental dos visitantes.
ESTE QUESTIONÁRIO FAZ PARTE DE UMA PESQUISA SOBRE A VISITAÇÃO
PÚBLICA NO RIO FORMOSO PARA SUBSIDIAR UM GERENCIAMENTO ADEQUADO
DO LOCAL.
PODEMOS CONTAR COM SUA COLABORAÇÃO?
Local: ________________________________________ Data: _______/_______/________
1. Com que freqüência visita Bonito?
( )1ª vez ( )Até 3 vezes ao ano ( ) Até 6 vezes ao ano ( ) Mais de 6 vezes ao ano
2. Quanto tempo pretende permanecer em Bonito?
( )1 dia ( ) 2 dias ( ) 3 dias ( ) até 7dias ( ) Mais de 10 dias
3. Quais atividades você realiza em Bonito?
( ) Acampa ( ) Pratica esportes fora d’água (vôo livre, cavalgada, mountain bike, etc)
( ) Visita cavernas ( ) Mergulha com cilindro ( ) Pratica flutuação ( ) Nada/toma banho de
rio ( ) Aprecia a paisagem ( ) Pratica esportes na água (bote, bóia-cross, outros)
4. Qual destas atividades você considera a principal?
________________________________
5. Quanto tempo pretende permanecer neste(a) __________________________?
(Balneário, camping, hotel, ousada, passeio)
( ) Até meio dia ( ) o dia todo ( ) 2 dias ( ) 3 dias ( ) Até 7 dias ( ) Mais de 3 dias
6. Com que freqüência visita este (a)_________________________ ? (Balneário, camping,
hotel , pousada, passeio)
( ) primeira vez ( )Toda vez que vem a Bonito ( ) Quase todas as vezes que a vem a Bonito
( ) Algumas das vezes que vem a Bonito
7. Qual a principal atividade realizada por você neste(a)___________________? (Balneário,
camping, hotel, ousada, passeio)________________________
8. Tamanho do grupo:
( ) Está sozinho ( ) 2 a 4 pessoas ( ) 5 a 10 pessoas ( ) Mais de 10 pessoas
9.Grau de escolaridade:
( ) 1° grau incompleto ( ) 1° grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2° grau completo
( ) Cursando ensino superior ( ) Ensino superior completo ( ) Pós-graduado
10. Local de residência:
Cidade:____________________________Estado:______________País:_______________
11. Idade:
( ) 10 a 15 ( ) 15 a 20 ( ) 20 a 30 ( ) 30 a 40 ( ) 40 a 50 ( ) mais de 50
12. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
13. Sua renda familiar em R$ é de:
( ) menos de 250 ( ) 250 a 500 ( ) 500 a 1000 ( ) 1000 a 2000 ( ) 2000 a 5000 ( ) mais de
5000
14. Quanto você gasta em média por dia em Bonito ( R$)?
( ) menos de 50 ( ) 50 a 100 ( ) 100 a 200 ( ) 200 a 300 ( ) 300 a 500 ( ) 500 a1000
( ) mais de 1000
15. O que você faz com o lixo que produz?
( ) deixa no local onde está ( ) deposita na lixeira ( ) não produz lixo
16. Para você:
TIPO DE AÇÃO
Não
causa
impacto
Causa
pouco
impacto
Causa
muito
impacto
1. Saltar no rio
2. Retirar a vegetação ou outro material do fundo do rio
3. Entrar na água usando protetor solar, bronzeador ou
hidratante
5. Tocar o fundo do rio com os pés
6. Subir ou deslizar sobre as tufas calcárias (“cachoeiras”)
7. Deixar lixo fora das lixeiras
8. Pisar sobre pequenas plantas na margem do rio
9. Abrir trilhas na margem do rio
10. Som alto
Anexo 2. Atividades desenvolvidas pelos empreendimentos estudados
x: no rio; +: na APP; : fora da APP; +: parte na APP e parte fora da APP
pe: principal atividade no empreendimento; pr: principal atividade no rio; pp: principal atividade no empreendimento e no rio
Outros: prática de esportes com bola, jogos de mesa, descanso em área de convivência, lanchonete/restaurante ou bares
Atividades desenvolvidas
Estação Empr.
Estadia
Camping
Caminhada
Cavalgada
Arvorismo
Mergulho
Flutuação
Banho
Balneário
Passeio de
barco/caiaque
Bóia-crós
Passeio de bote
Outros
A
A
+
x
pp
x
+
B
B
+
pe
x
pr
C1
+
x
x
pp
x
C
C2
+
x
x
pp
x
+
D
D
+
x
x
x
pp
+
E
E
+
x
x
x
x
pp
F
F
+
+
x
x
x
pp
G
G
+ +
pe
x
x
pr
H
H
+
x
x
pp
I
I
+
pe
+
x
pr
x
+
J
J
+
x
x
pp
L
L
+
x
x
pp
M
M
+
x
x
pp
+
N
N
+
x
pp
x
x
+
O
O
+
x
x
pp
+
P
P
pe
+
x
pr
x
Total
5 2 14 6 1 4 6 15 6 2 1 5 14
Freqüência das atividades
31,2 12,5 87,5 37,5 6,2 25,0 37,5 93,7 37,5 12,5 6,2 31,2 87,5
Anexo 3. Descritores da estrutura e funcionamento dos empreendimentos de turismo inseridos nas estações de amostragem
I – irregular; MI – muito irregular; EI extremamente irregular
Principal atividade
Uso do rio e sua
zona ribeirinha
(m)
Ocupação da mata ribeirinha
(m)
Capacidade em desviar a
concentração de visitantes do
ambiente aquático
Estação Empr.
No
empreendimento
No rio
Zona
ribeirinh
Rio
Ocupação da
barranca
(m)
I MI EI
A
A
Flutuação
Flutuação
400
300
24
340
15
45
Alta
B
B
Balneário em lago
Passeio de barco
800
800
9
770
30
-
Alta
C1
Flutuação Flutuação 3000 3000 27 3000 - - Alta
C
C2
Flutuação
Flutuação
2000
2000
30
2000
-
-
Alta
D
D
Balneário
Balnrio
300
300
179
80
-
220
Baixa
E
E
Bóia
-
crós
Bóia
-
crós
2000
1000
39
2000
-
-
Alta
F
F
Balneário
Balnrio
420
330
154
380
-
60
Baixa
G
G
Arvorismo Balneário 80 30 5 80 - - Alta
H
H
Balneário Balnrio 290 155 203
-
55 235 Baixa
I
I
Hospedagem
Banho
1200
2000
56
1120
-
80
Alta
J
J
Bote
Bote
300
7000
220
210
-
90
Baixa
L
L
Bote
Bote
150
6500
42
80
30
40
Baixa
M
M
Bote Bote 150 6000 18 42 - 8 Média
N
N
Banho Banho 1000 700 79 - 440 560 Baixa
O
O
Balneário
Balnrio
80
40
13
-
-
80
Baixa
P
P
Hospedagem Banho 250 500 3 210 - 10 Alta
Anexo 4. Quadros-síntese das características da visita e dos visitantes nos empreendimentos de turismo estudados ao longo do rio
Formoso
Anexo 4.1. Freqüência em que o visitante visita o lugar x estação de amostragem
Estações de amostragem
Freqüência de visita
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Primeira vez 100% 20,6 80,0% 100% 10,0% 87,5% 25,0% 100% 20,0% 25,0% 81,8% 76,8% 57,1% 22,7% 22,2% 14,3%
Toda vez que vem a
Bonito
0,0% 61,5% 0,0% 0,0% 68,2% 0,0% 50,0% 0,0% 60,0% 0,0% 9,0% 15,4% 0,0% 6,8% 66,6% 57,1%
Quase todas as vezes que
vem a Bonito
0,0% 7,1% 0,0% 0,0% 13,6% 6,25% 25,0% 0,0% 15,0% 0,0% 9,0% 0,0% 0,0% 6,8% 0,0% 14,3%
Algumas das vezes que
vem a Bonito
0,0% 10,7% 20,0% 0,0% 8,2% 6,25% 0,0% 0,0% 5,0% 75,5% 50,0% 7,7% 42,8% 50,0% 1,11% 14,3%
o pretende retornar 0,0% 0,0% 0,0% 33,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 25,5% 0,0% 0,0% 0,0% 13,7% 0,0% 0,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.2. Tempo de permanência no local x estão de amostragem
Estação de amostragem
Tempo de
permanência
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Até o meio dia 100% 0,0% 60,0% 68,4% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 36,4% 38,5% 28,6% 34,9% 0,0% 0,0%
O dia todo 0,0% 85,3% 20,0% 26,3% 49,3% 31,3% 9,1% 100% 75,0% 0,0% 54,5% 53,8% 0,0% 58,1% 11,1% 0,0%
2 dias 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,4% 0,0% 0,0% 0,0% 15,0% 0,0% 9,1% 7,7% 0,0% 0,0% 0,0% 71,4%
3 dias 0,0% 8,8% 0,0% 0,0% 16,4% 6,3% 27,3% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 57,1% 4,7% 44,4% 14,3%
Até 7 dias 0,0% 5,9% 20,0% 5,3% 32,2% 12,5% 63,6% 0,0% 5,0% 50,0% 0,0% 0,0% 14,3% 2,3% 44,4% 14,3%
Mais de 7 dias 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.3. Tamanho do grupo de viagem x estação de amostragem
Estação de amostragem
Tamanho do
grupo
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Está sozinho 0,0% 0,0% 20,0% 10,5% 2,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 18,2% 0,0% 14,3% 0,0% 0,0% 0,0%
2 a 4 pessoas
66,7% 50,0% 70,0% 47,4% 40,0% 68,8% 33,3% 66,7% 20,0% 75,0% 54,5% 71,4% 71,4% 34,1% 33,3% 85,7%
5 a 10
pessoas
33,3% 47,1% 10,0% 42,1% 45,5% 12,5% 58,3% 33,3% 45,0% 25,0% 18,2% 7,1% 0,0% 34,1% 22,2% 14,3%
Mais de 10
pessoas
0,0% 2,9% 0,0% 0,0% 11,7% 18,8% 8,3% 0,0% 35,0% 0,0% 9,1% 21,4% 14,3% 31,8% 44,4% 0,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.4. Atividade considerada como principal x estação de amostragem
Estação de amostragem
Atividade
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Nadar 12,5% 100% 11,1% 0,0% 78,6% 0,0% 75,0% 0,0% 84,2% 75,0% 0,0% 0,0% 42,9% 61,4% 22,2% 28,6%
Acampar 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 13,6% 0,0% 25,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 22,2% 0,0%
Várias 0,0% 0,0% 11,1% 5,6% 6,4% 0,0% 0,0% 0,0% 10,5% 0,0% 9,1% 21,4% 0,0% 25,0% 44,4% 14,3%
Apreciar a paisagem 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,4% 0,0% 0,0% 0,0% 5,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 6,8% 11,1% 42,9%
Esportes na água 0,0% 0,0% 0,0% 22,2% 0,0% 100% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 90,9% 78,6% 57,1% 4,5% 0,0% 14,3%
Mergulhar com cilindro 0,0% 0,0% 22,2% 5,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,3% 0,0% 0,0%
Flutuação 87,5% 0,0% 55,6% 61,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 25,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Esportes fora da água 0,0% 0,0% 0,0% 5,6% 0,0% 0,0% 0,0% 100% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Esportes fora da água 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 33,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.5. Faixa etária dos visitantes x estação de amostragem
Estações de amostragem
Faixa etária
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
10 a 15 anos
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,3% 0,0% 0,0%
15 a 20 anos
0,0% 0,0% 0,0% 10,5% 4,9% 0,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 18,2% 0,0% 0,0%
20 a 30 anos
50,0% 26,5% 30,0% 47,4% 66,0% 62,5% 58,3% 66,7% 55,0% 0,0% 9,1% 7,7% 57,1% 43,2% 66,7% 14,3%
30 a 40 anos
0,0% 50,0% 40,0% 21,1% 21,5% 25,0% 25,0% 33,3% 25,0% 50,0% 72,7% 61,5% 14,3% 11,4% 0,0% 42,9%
40 a 50 anos
25,0% 17,6% 20,0% 10,5% 6,3% 12,5% 16,7% 0,0% 15,0% 50,0% 9,1% 30,8% 28,6% 18,2% 22,2% 28,6%
mais de 50
anos
25,0% 5,9% 10,0% 10,5% 1,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 9,1% 0,0% 0,0% 6,8% 11,1% 14,3%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.6. Grau de escolaridade do visitante x estação de amostragem
Estações de amostragem
Escolaridade
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
1º grau
imcompleto
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,4% 6,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,5% 11,1% 0,0%
1º grau
completo
11,1% 8,8% 0,0% 0,0% 2,8% 0,0% 0,0% 0,0% 10,0% 0,0% 18,2% 14,3% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0%
2º grau
incompleto
0,0% 5,9% 0,0% 0,0% 4,1% 6,3% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,3% 11,1% 0,0%
2º grau
completo
11,1% 50,0% 20,0% 15,8% 29,0% 25,0% 16,7% 0,0% 25,0% 0,0% 18,2% 28,6% 0,0% 29,5% 11,1% 14,3%
Cursando
ensino
0,0% 20,6% 0,0% 15,8% 30,3% 6,3% 25,0% 33,3% 20,0% 0,0% 0,0% 0,0% 28,6% 31,8% 33,3% 0,0%
Ensino
superior
55,6% 14,7% 70,0% 47,4% 26,9% 31,3% 41,7% 33,3% 35,0% 50,0% 45,5% 42,9% 57,1% 15,9% 33,3% 71,4%
Pós-graduado 22,2% 0,0% 10,0% 21,1% 5,5% 25,0% 16,7% 33,3% 5,0% 50,0% 18,2% 14,3% 14,3% 11,4% 0,0% 14,3%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 4.7. Faixa de renda familiar dos visitantes x estação de amostragem
Estações de amostragem
Faixa de
renda
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
De R$250 a
R$500
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,1% 0,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,1% 0,0%
De R$500 a
R$1000
0,0% 29,4% 0,0% 5,3% 31,7% 0,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,6% 11,1% 0,0%
De R$1000 a
R$2000
22,2% 26,5% 20,0% 21,1% 34,5% 12,5% 58,3% 0,0% 35,0% 0,0% 18,2% 21,4% 14,3% 18,6% 44,4% 0,0%
De R$2000 a
R$5000
66,7% 35,3% 60,0% 31,6% 26,9% 68,8% 41,7% 100% 30,0% 50,0% 54,5% 57,1% 28,6% 16,3% 33,3% 28,6%
Mais de
R$5000
11,1% 8,8% 20,0% 42,1% 2,8% 18,8% 0,0% 0,0% 25,0% 50,0% 27,3% 21,4% 57,1% 53,5% 0,0% 71,4%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Anexo 5. Quadros-síntese da percepção e grau de exigência ambiental dos visitantes em relação aos impactos provocados pela visitação
pública nos empreendimentos de turismo estudados ao longo do rio Formoso
Anexo 5.1. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de saltar no rio x estão de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Não causa
impacto
33,3% 50,0% 30,0% 11,1% 66,9% 25,0% 41,7% 0,0% 55,0% 25,0% 18,2% 7,1% 28,6% 36,4% 22,2% 14,3%
Causa pouco
impacto
22,2% 41,2% 40,0% 44,4% 29,7% 62,5% 41,7% 100% 40,0% 25,0% 63,6% 78,6% 71,4% 40,9% 55,6% 71,4%
Causa muito
impacto
44,4% 8,8% 30,0% 44,4% 3,4% 12,5% 16,7% 0,0% 5,0% 50,0% 18,2% 14,3% 0,0% 22,7% 22,2% 14,3%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
111 59 100 133,2 37 88 75 100 50 125 100 107 71 86 100 100
Nível de exigência
ambiental (%)
56 30 50 67 19 44 38 50 25 63 50 54 36 43 50 50
Anexo 5.2. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de tocar o fundo do rio com os pés x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Não causa
impacto
11,1% 38,2% 10,0% 0,0% 49,0% 18,8% 16,7% 0,0% 55,0% 0,0% 9,1% 7,7% 42,9% 51,2% 33,3% 28,6%
Causa pouco
impacto
33,3% 44,1% 40,0% 55,6% 42,1% 50,0% 50,0% 33,3% 35,0% 0,0% 45,5% 23,1% 14,3% 25,6% 44,4% 28,6%
Causa muito
impacto
55,6% 17,6% 50,0% 44,4% 9,0% 31,3% 33,3% 66,7% 10,0% 100% 45,5% 69,2% 42,9% 23,3% 22,2% 42,9%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
145 79 140 144 60 113 117 167 55 200 137 162 100 72 89 114
Nível de exigência
ambiental (%)
73 40 70 72 30 57 59 84 28 100 69 81 50 36 45 57
Anexo 5.3. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de retirar vegetação ou outro material do fundo do rio x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa impacto 0,0% 5,9% 0,0% 5,3% 15,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 6,8% 11,1% 0,0%
Causa pouco
impacto
11,1% 38,2% 10,0% 21,1% 53,8% 12,5% 58,3% 0,0% 40,0% 0,0% 9,1% 14,3% 28,6% 13,6% 22,2% 14,3%
Causa muito
impacto
88,9% 55,9% 90,0% 73,7% 30,3% 87,5% 41,7% 100% 60,0% 100% 90,9% 85,7% 71,4% 79,5% 66,7% 85,7%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência ambiental
189 150 190 169 114 188 142 200 160 200 191 186 171 173 156 186
Nível de exigência
ambiental (%)
95 75 95 85 57 94 71 100 80 100 96 93 86 87 78 93
Anexo 5.4. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de entrar na água usando protetor solar, bronzeador, hidratante x estação de
amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
Não causa
impacto
11,1% 20,6% 0,0% 0,0% 10,3% 0,0% 0,0% 0,0% 10,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 15,9% 11,1% 0,0%
Causa pouco
impacto
11,1% 35,3% 10,0% 31,6% 27,6% 6,3% 33,3% 0,0% 40,0% 0,0% 9,1% 14,3% 42,9% 20,5% 33,3% 57,1%
Causa muito
impacto
77,8% 44,1% 90,0% 68,4% 62,1% 93,8% 66,7% 100% 50,0% 100% 90,9% 85,7% 57,1% 63,6% 55,6% 42,9%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
167 124 190 168 152 194 167 200 140 200 191 186 157 148 145 143
Nível de exigência
ambiental (%)
84 62 95 84 76 97 84 100 70 100 96 93 79 74 73 72
Anexo 5.5. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de subir ou deslizar sobre as tufas calcárias x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa impacto 0,0% 32,4% 0,0% 10,5% 55,2% 12,5% 41,7% 0,0% 50,0% 0,0% 18,2% 0,0% 28,6% 25,0% 33,3% 16,7%
Causa pouco
impacto
33,3% 29,4% 30,0% 52,6% 28,3% 43,8% 33,3% 0,0% 30,0% 0,0% 18,2% 28,6% 28,6% 47,7% 33,3% 33,3%
Causa muito impacto
66,7% 38,2% 70,0% 36,8% 16,6% 43,8% 25,0% 100% 20,0% 100% 63,6% 71,4% 42,9% 27,3% 33,3% 50,0%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exincia ambiental
167 106 170 126 62 131 83 200 70 200 145 171 114 102 100 133
Nível de exigência
ambiental (%)
84 53 85 63 31 66 42 100 35 100 73 86 57 51 50 67
Anexo 5.6. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de deixar lixo fora da lixeira x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa impacto
0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Causa pouco
impacto
0,0% 2,9% 0,0% 15,8% 15,9% 12,5% 16,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 14,3% 0,0% 7,0% 0,0% 0,0%
Causa muito
impacto
100% 97,1% 100% 84,2% 80,7% 87,5% 83,3% 100% 100% 100% 100% 85,7% 100% 93,0% 100% 100%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
200 197 200 184 177 188 183 200 200 200 200 186 200 193 200 200
Nível de exigência
ambiental (%)
100 99 100 92 89 94 92 100 100 100 100 93 100 97 100 100
Anexo 5.7. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de pisar sobre pequenas plantas na margem x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa
impacto
0,0% 38,2% 0,0% 0,0% 33,6% 0,0% 8,3% 0,0% 10,0% 0,0% 27,3% 0,0% 0,0% 15,9% 11,1% 14,3%
Causa pouco
impacto
55,6% 29,4% 20,0% 47,4% 46,9% 81,3% 50,0% 0,0% 55,0% 50,0% 0,0% 21,4% 57,1% 43,2% 44,4% 28,6%
Causa
muito
impacto
44,4% 32,4% 80,0% 52,6% 19,6% 18,8% 41,7% 100% 35,0% 50,0% 72,7% 78,6% 42,9% 40,9% 44,4% 57,1%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
144 94 180 153 86 119 133 200 125 150 145 179 143 125 133 143
Nível de
exigência
72 47 90 77 43 60 67 100 63 75 73 90 72 63 67 72
Anexo 5.8. Percepção dos visitantes quanto ao impacto de abrir trilhas na margem do rio x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa impacto
22,2% 0,0% 0,0% 11,1% 9,7% 0,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 14,3%
Causa pouco
impacto
0,0% 5,9% 0,0% 27,8% 40,0% 18,8% 33,3% 0,0% 25,0% 25,0% 9,1% 7,1% 14,3% 27,3% 22,2% 0,0%
Causa muito
impacto
77,8% 94,1% 100% 61,1% 50,3% 81,3% 66,7% 100% 70,0% 75,0% 90,9% 92,9% 85,7% 72,7% 77,8% 85,7%
Total
100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência
ambiental
156 194 200 150 141 181 167 200 165 175 191 193 186 173 178 171
Nível de exigência
ambiental (%)
78 97 100 75 71 91 84 100 83 88 96 97 93 87 89 86
Anexo 5.9. Percepção dos visitantes quanto ao impacto do som alto x estação de amostragem
Estações de amostragem
Percepção
A B C1 C2 D E F G H I J L M N O P
o causa impacto
33,3% 14,7% 0,0% 10,5% 66,9% 0,0% 25,0% 0,0% 55,0% 0,0% 0,0% 0,0% 28,6% 36,4% 11,1% 0,0%
Causa pouco
impacto
0,0% 35,3% 10,0% 15,8% 13,8% 25,0% 25,0% 0,0% 25,0% 0,0% 0,0% 0,0% 28,6% 22,7% 33,3% 0,0%
Causa muito impacto
66,7% 50,0% 90,0% 73,7% 19,3% 75,0% 50,0% 100% 20,0% 100% 100% 100% 42,9% 40,9% 55,6% 100%
Total
100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Pontuação de
exigência ambiental
133 135 190 163 52 175 125 200 65 200 200 200 114 105 145 200
Nível de exigência
ambiental (%)
67 68 95 82 26 88 63 100 33 100 100 100 57 53 73 100
Anexo 5.10. Pontuação total do grau de exigência ambiental (%) em relação à exigência ambiental máxima para cada atividade impactante
por empreendimento estudado
Percepção
Estações de amostragem
A
B
C1
C2
D
E
F
G
H
I
J
L
M
N
O
P
1. Saltar no rio
56
30
50
67
19
44
38
50
25
63
50
54
36
43
50
50
2. Tocar o fundo com os pés
73
40
70
72
30
57
59
84
28
100
69
81
50
36
45
57
3.
Retirar material do fundo
95
75
95
85
57
94
71
100
80
100
96
93
86
87
78
93
4. Entrar na água c/ protetor,
84
62
95
84
76
97
84
100
70
100
96
93
79
74
73
72
5. Subir ou deslizar sobre as tufas
84
53
85
63
31
66
42
100
35
100
73
8
6
57
51
50
67
6. Deixar lixo fora da lixeira
100
99
100
92
89
94
92
100
100
100
100
93
100
97
100
100
7. Pisar sobre pequenas plantas
72
47
90
77
43
60
67
100
63
75
73
90
72
63
67
72
8. Abrir trilhas na margem
78
97
100
75
71
91
84
100
83
88
9
6
97
93
87
89
86
9. Som alto
67
68
95
82
26
88
63
100
33
100
100
100
57
53
73
100
Pontuação total*
1412
1138
1560
1324
881
1377
1192
1667
1030
1650
1500
1570
1256
1177
1246
1390
% da pontuação máxima total
78,4
63,2
86,7
73,6
48,9
76,5
66,2
92,6
57,2
91
,7
83,3
87,2
69,8
65,4
69,2
77,2
Categorias de exigência
A
M
A
M
MB
A
M
MA
M
MA
A
A
M
M
M
M
*Pontuação máxima total: 1800 (grau de exigência ambiental máxima possível de ser atingida)
**Categorias de exigência ambiental: 35 % - Muito baixa (MB); 36-50% - Baixa (B); 51-75% - Média (M); 76-90% - Alta (A); 90% - Muito alta (MA)
Anexo 6. Indicadores das condições da água medidos nas estações de amostragem, considerando pontos em áreas controle (c) e áreas
impactadas (i)
Estações
Pontos
Profu
ndidade máxima
média/estação
(m)
Profundidade máxima
média/ponto
(m)
Transparência (m)
Sólidos Suspensos
(mg. 1)
Temperatura (ºC)
pH
Condutividade
elétrica (µS.cm-1)
O. D. (mg.L-1)
Óleos e graxas (mg/L)
P – total (µg/L)
N – total (mg/L)
Coliformes Fecais
(NMP/100Ml)
Ac
1,0
6,8
1,3
23,7
7,1
233
4,8
4
11,93
0,28
345
A
Ai
1,2
0,8 7,8 0,9 23,7 7,2 233 4,4 3 11,2 0,51 158
Bc
1,3
8,0
0,9
23,2
7,3
205
4,2
4
12,51
0,28
158
B
Bi
1,4
1,4
8,3
0,7
23,2
7,3
209
4,2
4
10,4
0,28
275
Cc
2,5
12,8
0,3
25,7
7,8
208
7,0
3
8,6
0,28
41
C
Ci
2,5
2,3
11,6
0,4
25,6
7,9
202
6,9
4
8,8
0,42
20
Dc
1,8 11,6 0,4 25,2 7,9 201 6,7 2 9,4 0,37 52
D
Di
2,2
1,4 3,9 2,7 25,6 7,9 200 7,0 2 14,0 0,28 160
Ec
1,8
4,5
2,4
25,6
7,9
200
7,0
2
10,8
0,33
41
E
Ei
2,5
1,9
6,8
1,3
25,7
7,6
201
6,5
< 2
5,7
0,47
86
Fc
1,8 5,2 1,9 25,8 7,9 218 6,7 3 9,23 0,28 85,0
F
Fi
3,6
1,3
3,0
3,0
26,0
8,0
215
7,0
< 2
14,63
0,09
350,0
Gc
1,5 5,4 1,9 25,9 7,8 189,2 6,3 < 2 27,77 0,33 <10
G
Gi
1,9
1,4 5,2 2,1 25,9 7,8 187,6 6,3 < 2 21,78 0,05 86
Hc
1,5
5,3
1,8
25,4
8,0
216
7,0
< 2
6,72
0,37
31
H
Hi
2,0
1,3
2,1
3,5
25,4
8,0
219
6,4
4
10,39
0,51
63
Ic
2,0 5,1 1,7 25,7 7,4 222 6,3 < 2 25,84 0,37 41
I
Ii
3,5
1,5 4,8 1,9 25,5 8,0 222 6,9 < 2 10,15 0,23 146
Anexo 6. Continuação...
Estações
Pontos
Profundidade máxima
média/estação
(m)
Profundidade máxima
média/ponto
(m)
Transparência (m)
Sólidos Suspensos
(mg. 1)
Temperatura (ºC)
pH
Condutividade
elétrica (µS.cm-1)
O. D. (mg.L-1)
Óleos e graxas (mg/L)
P – total (µg/L)
N – total (mg/L)
Coliformes Fecais
(NMP/100Ml)
Jc
4,1
5,0
1,7
26,4
8,1
202
6,5
4
7,30
0,28
98
J
Ji
4,5
4,0
5,0
1,7
26,4
8,0
203
6,5
3
12,32
0,33
31
Lc
2,4 4,8 1,8 26,2 8,0 204 6,84 < 2 6,72 0,05 30
L
Li
4,0
1,7 3,0 2,7 25,8 8,0 197,5 6,3 < 2 9,34 0,33 20
Mc
2,6
4,8
1,7
26,3
8,0
191,2
7,3
3
17,15
0,42
30
M
Mi
4,0
1,7
3,4
2,8
26,3
8,2
193,8
7,0
< 2
31,63
0,33
41
Nc
2,6 3,3 2,8 26,0 8,0 206 6,2 < 2 21,01 0,28 10
N
Ni
4,0
2,4
2,9
2,7
26,3
8,0
202
6,8
< 2
27,96
0,28
30
Oc
1,7 2,9 2,6 25,9 8,0 211 7,2 < 2 77,59 0,37 20
O
Oi
3,5
1,2
1,8
3,7
25,7
8,0
211
6,98
< 2
78,94
0,33
31
Pc
1,7
2,5
3,4
26,7
8,2
177,7
7,34
4
7,88
0,37
20
P
Pc
3,5
1,6
2,5
3,4
26,1
8,0
179,1
7,6
< 2
31,24
0,42
52
Anexo 7. Indicadores das condições do sedimento medidos nas estações de amostragem, considerando pontos em áreas controle (c) e
áreas impactadas (i)
Estações Pontos
Profundidade
máxima
média/estação
(m)
Profundidade
máxima
média/ponto
(m)
Folhedo
(%)
Mat. orgânica
fina
(%)
P total
(mg/Kg)
N total
(%)
Texturas Gran.
Fina
(%)
Texturas Gran.
Grossa
(%)
Ac
-
Barra do
0,9
30
3,60
0,534
0,98
53,00
47,0
A
Ai
-
Barra do
1,2
0,7
10
0,80
0,300
0,20
12,5
87,5
Bc
-
Praia da
1,6 50 11,0 0,0990 2,94 46,30 53,7
B
Bi
-
Praia da
1,4
1,3
20
19,80
0,1200
5,55
35,70
64,3
Cc
-
Bonito
2,5
70
20,20
0,0900
0,19
48,70
51,3
C
Ci
-
Bonito
2,5
2,3
30
5,80
0,0740
1,79
79,50
20,5
Dc
-
1,7 80 10,40 0,0480 2,18 54,40 45,6
D
Di
-
2,2
1,3 10 1,80 0,0380 0,57 5,80 94,2
Ec
-
Hotel
1,7
50
2,60
0,0480
0,73
14,90
85,1
E
Ei
-
Hotel
2,5
1,5
40
2,40
0,0480
0,69
24,70
75,3
Fc
-
1,8
90
7,20
0,0560
2,15
47,80
52,2
F
Fi
-
Balneário
3,6
1,1
10
1,00
0,0430
0,25
3,90
96,1
Gc
-
Ibirapê
1,20 30 3,20 0,0450 0,73 23,10 76,9
G
Gi
-
Ibirapê
1,9
0,90 10 1,20 0,0420 0,41 13,90 86,1
Hc
-
1,10
40
2,20
0,0540
0,77
12,50
87,5
H
Hi
-
2,0
1,0
10
1,40
0,
0520
0,29
3,60
96,4
Ic
-
Hotel Stª
1,9
90
12,40
0,0800
2,95
68,20
31,8
I
Ii
-
Hotel Stª
3,5
1,8
40
7,00
0,0560
1,56
73,20
26,8
Anexo 7. Continuão...
Estações
Pontos
Profundidade
máxima
média/estação
(m)
Profundidade
máxima
média/ponto
(m)
Folhedo
(%)
Mat. orgânica
fina
(%)
P total
(mg/Kg)
N total
(%)
Texturas Gran.
Fina
(%)
Texturas Gran.
Grossa
(%)
Jc
-
Faz. Ilha
4,5
50
6,00
0,0540
1,56
42,80
57,2
J
Ji
-
Faz. Ilha
4,5
4,1
50
7,40
0,0690
1,81
77,10
22,9
Lc
-
Estância
2,0 100 2,20 0,1070 4,68 68,10 31,9
L
Li
-
Estância
4,0
1,4 10 2,40 0,0680 0,43 56,30 43,7
Mc
-
Hotel
2,2
20
3,20
0,0680
1,22
43,60
91,0
M
Mi
-
Hotel
4,0
1,6
10
2,20
0,0600
0,60
9,
00
56,4
Nc
-
Ilha do
2,80 70 4,00 0,1430 0,28 12,90 87,1
N
Ni
-
Ilha do
4,0
2,60 70 4,80 0,1550 1,13 51,10 48,9
Oc
-
1,6 70 5,60 0,0660 1,67 35,20 64,8
O
Oi
-
Camping
3,5
1,1 10 1,80 0,0520 0,25 5,10 94,9
Pc
-
Hotel
1,8
90
8,60
0,1550
2,06
32,10
67,9
P
Pi
-
Hotel
3,5
1,8
30
4,80
0,0720
1,22
75,90
24,1
Anexo 8. tricas descritoras da estrutura de comunidades (abundância, riqueza e Índice de Diversidade de Shanon) obtidos para os
macroinvertebrados bentônicos considerando pontos em áreas controle (c) e áreas impactadas (i) ao longo do rio Formoso.
Estações Pontos
Profundidade
máxima
média/estação
(m)
Profundidade máxima
média/ponto
(m)
Riqueza taxonômica
(nº taxa)
Abundância
(nºind./m
2
)
Índice de Diversidade
de Shanon-Wiener
(Bits)
Ac
-
Barra do Sucuri
0,9 13 947,77 3,05
A
Ai
-
Barra do Sucuri
1,2
0,7
11
818,30
2,85
Bc
-
Praia da Figueira
1,6
8
780,38
2,29
B
Bi
-
Praia da Figueira
1,4
1,3 8 613,40 2,29
Cc
-
Bonito Aventur
a
2,5
13
454,59
3,22
C
Ci
-
Bonito Aventura
2,5
2,3 10 234,90 2,92
Dc
-
Balneário Municipal
1,7
11
545,54
1,79
D
Di
-
Balneário Municipal
2,2
1,3
4
121,40
1,65
Ec
-
Hotel Cabanas
1,7 20 613,55 3,70
E
Ei
-
Hotel Cabanas
2,5
1,5 14 348,40 3,21
Fc
-
Balneário do Gordo
1,8
20
1393,85
3,30
F
Fi
-
Balneário do Gordo
3,6
1,1
7
1803,01
1,62
Gc
-
Ibirapê
1,20
4
242,40
1,91
G
Gi
-
Ibirapê
1,9
0,90
4
234,80
1,51
Hc
-
Balneário do Sol
1,10 8 1363,70 1,11
H
Hi
-
Balneário do Sol
2,0
1,0 0 0 0
Ic
-
Hotel Stª Esmeralda
1,9
6
2189,45
1,14
I
Ii
-
Hotel Stª Esmeralda
3,5
1,8
4
469,68
1,27
Jc
-
Faz. Ilha Bonita
4,5
6
204,52
1,99
J
Ji
-
Faz. Ilha Bonita
4,5
4,1 4 386,35 1,31
Anexo 8. Continuação...
Estações
Pontos
Profundidade
máxima
média/estação
(m)
Profundidade máxima
média/ponto
(m)
Riqueza taxonômica
(nº taxa)
Abundância
(nºind./m2)
Índice de Diversidade
de Shanon-Wiener
(Bits)
Lc
-
Estância do Araçá
2,0
17
2810,51
2,35
L
Li
-
Estância do Araçá
4,0
1,4
11
431,78
2,58
Mc
-
Hotel Faz.
2,2 2 83,40 0,44
M
Mi
-
Hotel Faz.
4,0
1,6 1 30,30 0
Nc
-
Ilha do Padre
2,80
11
2212,09
2,73
N
Ni
-
Ilha do Padre
4,0
2,60
9
1363,58
2,29
Oc
-
Camping Poliana
1,6
7
90,87
2,52
O
Oi
-
Camping Poliana
3,5
1,1
2
37,87
0,72
Pc
-
Hotel Formoso
1,8 9 659,01 1,91
P
Pi
-
Hotel Formoso
3,5
1,8 6 1128,87 0,90
Anexo 9. Abundância dos diferentes táxons de macroinvertebrados bentônicos (nºind./m2) coletados nos pontos controle (c) e
de impacto (i) ao longo do rio Formoso.
ABUNDÂNCIA/PONTO (ind.m
2
)
A B C D E F G H I J L M N O P
TAXON
C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I
INSECTA
Colembolla
7,6
Coleoptera
Elmidae
30,3 30,3 22,7 7,6 15,2 7,6 7,6 15,2 181,8 7,6 7,6
Dytiscidae
45,5
Diptera
Ceratopogonidae
15,15
7,57 60,6 83,3 30,3 30,3 53,03 60,6 7,57
Chironomidae
265,2
303,0
166,7
287,9
113,6 53,0 22,8 60,7 106,1
98,5 522,7 651,5 60,6 83,3 272,7 1681,9 15,2 98,5 204,5
1659,1 204,5 75,8
30,3 606,1 90,9 30,3 363,6
98,5
Simulidae
15,2
Tipulidae
15,2
Ephemeroptera
Baetidae
15,2 7,6 83,3 22,7 121,2
7,6 7,6 30,3
Caenidae
7,6 22,7 60,6 7,6 45,5
Ephemeridae
68,2 53,0 15,2 424,2
Heptogeniidae
60,6
Leptoplhebidae
37,9 45,5 22,7 15,2 15,2 7,6 7,6
Polymitarcydae
7,6 90,9 68,2 212,1
Siphonuridae
7,6
Tricorythidae
7,6 15,2 53,0 15,2 15,2
Lepdoptera
Pyralidae
30,3 60,6 15,15
60,6
Odonata
Coenagrionidae
7,6 15,15
7,6 90,9 60,6
Gomphidae
60,6 45,5 30,3 37,9 37,9 30,3 30,3 37,9 7,6 53,0 22,7 15,2 45,5 53,0 7,6 75,8 15,2 60,6 60,6 7,6 7,6 7,6
Libellulidae
15,2 15,2 15,2 7,6 22,7 30,3 30,3 7,6 7,6
Tricoptera
Calamoceratidae
22,7 7,6
Cestoceridae
7,6
Helicopshydae
7,6 166,7
7,6
Anexo 9. Continuação...
ABUNDÂNCIA/PONTO (ind.m
2
)
A B C D E F G H I J L M N O P
TAXON
C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I C I
Hydropilidae
15,2 15,2
Leptoceridae
15,2 7,6 15,2 15,2 7,6 60,6 7,6 15,2 30,3 7,6 7,6
Polycentropodidae
7,6 75,8 30,3 68,2 22,7 30,3 60,6
Phylopotamidae
68,2 53 15,2 7,6 7,6 7,6 30,3
GASTROPODA
90,9 121,2
318,2
37,9 60,6 7,6 7,6 7,6 45,5 7,6 83,3 1053,0
333,3 333,3
15,2 197,0 30,3 7,6 212,1 666,7 7,6 30,3 181,8
60,6
BIVALVIA
68,8 60,6 60,6 30,3 37,9 7,6 60,6 7,6 151,5 181,8 212,1 22,7 7,6
HIRUDINEA
60,6 75,8 15,2 7,6 53,0 7,6 106,1 7,6 30,3
OLIGOCHAETA
250,0
68,2 22,7 151,5
15,2 22,7 386,3
37,9 22,7 7,6 151,5 939,4 60,6 121,2
53,0 60,6 159,1
219,7 45,5 606,1 30,3 7,6 37,9 878,8
TURBELLARIA
7,6 7,6 7,6 22,7 15,2
MALACOSTRACA
Decapoda
7,6
7,57 7,57 15,15 22,72
OSTRACODA
30,3 7,6 37,9 30,3 7,6 22,7 22,7 7,6 30,3 75,8
Anexo 10. Grau de impacto à integridade dos habitats naturais do rio Formoso avaliado nas estações de amostragem
Estações Identificação
Diversidade e
estabilidade de
substratos de fundo
Estabilidade das
tufas calcárias
Estabilidade das
barrancas
Acessos
secundários ao rio
Presença de
resíduos
lidos nas
margens
Total
A
Barra do Sucuri
76 * 31
4 0 111
B
Praia da Figueira
36
*
8
2
0
46
C
Bonito Aventura
35
28
18
4
1
86
D
Balneário Municipal
137
20
52
5
1
215
E
Hotel Cabanas
34
53
3
3
1
94
F
Balneário do Gord
o
73
13
70
8
1
165
G
Ibirapê
13
0
0
0
0
13
H
Balneário do Sol
109
10
59
7
3
188
I
Hotel Stª Esmeralda 14 10 142 10 1 177
J
Faz. Ilha Bonita 16 60 7 2 0 31
L
Estância do Araçá 14 50 68 7 1 92
M
H. Faz. Cachoeira
13
50
35
3
1
62
N
Ilha do Pad
re
24
22
156
14
10
226
O
Camping Poliana
19
3
92
8
3
125
P
Hotel Formoso
7
*
16
2
0
25
* não há ocorrência de tufas calcárias na estação de amostragem
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