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Das investigações que analisam a questão da formação de professores
emergem duas tendências.
Uma primeira, que analisa experiências específicas de formação de
professores, dando ênfase à participação dos professores, sua percepção dos
objetivos da atuação em EJA, a relação da formação com o fracasso escolar
(MENIN, 1994) e a formação em serviço (PRADA, 1995; SOUZA, 1995; CHRISTOV,
1992; TOLEDO, 1998). Uma segunda tendência aponta caminhos para uma boa
formação de professores que atuam em EJA: superar a separação entre a teoria e a
prática (PICONEZ, 1995); combinar docência com pesquisa (PICONEZ, 1995);
identificar no adulto-educando suas características bio-psico-sociais (GIUBILEI,
1993), considerando serem estas subsídios para o desenvolvimento de uma
proposta de trabalho adequada à sua natureza (LOUREIRO, 1996; CALVO
HERNANDEZ, 1991; OLIVEIRA, 1994) (HADDAD, 2000, p. 22).
Com relação aos referenciais teóricos utilizados nas pesquisas, tanto as
pesquisas que abordaram práticas dos professores de EJA
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, assim como aquelas
que trataram da formação de professores utilizam-se, na sua maioria, de abordagens
do levantamento histórico
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da Educação Popular e da Educação de Jovens e
Adultos no Brasil.
Além desses, as pesquisas situam também nos seus referenciais teóricos
autores marxistas nas análises históricas de conjuntura e estrutura: Karl Marx
(TALAVERA, 1994; MACHADO, 1990); Friedrich Engels; Karel Kosik (MACHADO,
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Na análise da questão da prática do professor os principais autores levantados por Haddad são:
Paulo Freire, nas pesquisas de Christov (1992), Calvo Hernandez (1991); Menin (1994); Prada
(1995); Telles (1998); Talavera (1994), Almeida (1988), Abrantes (1991); Cruz (1994); Guidelli (1996)
e Campos (1998). Enrique Pichon-Riviere é referência de Cruz (1994), Acacia Kuenzer de Coltro
(1994) e Carlos R. Brandão de Menin (1994), Prada (1995) e Talavera, (1994). Dermeval Saviani é
outro pesquisador bastante referenciado (PICONEZ, 1995; TALAVERA, 1994; MACHADO, 1990;
ABRANTES, 1991), Menga Lüdke (CALVO HERNANDEZ, 1991; MENIN: 1994; PICONEZ, 1995),
Marli André (PICONEZ, 1995) e António Nóvoa (CAMPOS, 1998).
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Tais pesquisas foram desenvolvidas com base em autores como Celso de Rui Beisiegel (TELLES,
1998; TALAVERA, 1994; COLTRO, 1994; GUIDELLI, 1996), Hugo Lovisolo (GIUBILEI, 1993), Vanilda
Pereira Paiva (CALVO HERNANDES, 1991; GIUBILEI, 1993; ALMEIDA, 1994; COLTRO, 1994;
CRUZ, 1994; GUIDELLI, 1996), Luis Eduardo Wanderlei (ALMEIDA, 1988), Laurinda R.Almeida
(COLTRO, 1994), Jorge Nagle (COLTRO, 1994), Marilia Sposito (Telles, 1998; COLTRO, 1994),
Pedro Demo (MACHADO, 1990), Celia Pezzolo Carvalho (MENIN,1994; MACHADO, 1990; COLTRO,
1994), Sergio Fiker (MENIN, 1994), Carlos Rodrigues Brandão (GIUBILEI, 1993; SOUZA, 1995;
ALMEIDA, 1988; TALAVERA, 1994), Rosa Maria Torres (CHRISTOV, 1992; GUIDELLI, 1996), Sergio
Haddad (CALVO HERNANDES, 1991; TELLES, 1998; GUIDELLI, 1996), Gaetana Maria Jovino Di
Rocco (CRUZ, 1994). Essas [...] pesquisas fazem, em geral, referências ao histórico da EJA
destacando os equívocos presentes nesta modalidade de ensino desde sua concepção original como
educação compensatória, supletiva e de caráter emergencial (HADDAD, 2000, 22).