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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DO “PLAYBACK THEATRE
COMO UM RECURSO PARA TREINAMENTO
Antonio Vitorino Cardoso Neto
Florianópolis – SC
2007
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II
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DO “PLAYBACK THEATRE
COMO UM RECURSO PARA TREINAMENTO
Antonio Vitorino Cardoso Neto
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Universidade
Federal de Santa Catarina, como parte dos
requisitos para obtenção do título de mestre, sob
orientação do prof. Dr. Sílvio Paulo Botomé.
Florianópolis – SC
2007
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III
Antonio Vitorino Cardoso Neto
Avaliação do processo de Playback Theatre como um recurso para treinamento
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no
Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Curso de Mestrado, Centro de Filosofia e
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis, 28 de fevereiro de 2007
Prof. Dr. Sílvio Paulo Botomé
Departamento de Psicologia, UFSC
Profª. Drª. Olga Mitsue Kubo
Departamento de Psicologia, UFSC
Profª. Drª. Ilza Zenker Leme Joly
Departamento de Psicologia, UFSCar
IV
“Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E
para estas duas vidas, um léxico só não é
suficiente.Em outras palavras, gostaria de ser um
crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria
de ser um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem."
João Guimarães Rosa
V
“Gracias a la vida, que me ha dado tanto."
Violeta Parra
Ao PAI ETERNO
Pais Silvio, Carlos e Thomas
pela acolhida, orientação e incentivo
Ao FILHO ETERNO – André
pelo amor e compreensão
Aos Filhos pacientes, alunos e platéias
Rinaldo
As MÃES
de ontem e de sempre
Aos IRMÃOS e IRMÃS - AMIGOS
Grupo de Playback, Ana, Ligia, Sônia, Regina,
Bia
Aos Céus e Terra
todos os Santos e Orixás
A todos que não cabem aqui
que não esqueci
Gracias!
VI
SUMÁRIO
Lista de Figuras e Tabelas..................................................................................................................IX
Resumo...............................................................................................................................................XI
Abstract ......................................................................................................................................XII
1 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DO PLAYBACK THEATRE COMO UM RECURSO PARA
TREINAMENTO...................................................................................................................... 1
1.1 Playback Theatre, caracterização preliminar.................................................................. 2
1.2 Playback Theatre, origens e relações com o psicodrama ............................................... 7
1.3 Playback Theatre, treinamento e avaliação de treinamento........................................... 12
1.4 Proposta de avaliação do Playback Theatre por meio dos conceitos da Análise do
Comportamento............................................................................................................... 17
2 – MÉTODO: UM PROCEDIMENTO PARA AVALIAR O PROCESSO DE PLAYBACK THEATRE
2.1 Sujeitos............................................................................................................................ 23
2.2 Situação e ambiente......................................................................................................... 25
a) contexto organizacional......................................................................... 25
b) contexto físico.......................................................................................25
c) procedimento usual do Playback Theatre.............................................29
2.3 Equipamentos e Materiais............................................................................................... 30
a) Para registro de observação direta......................................................... 30
b) Para registro de depoimentos dos participantes.....................................30
2.4 Procedimentos................................................................................................................. 30
2.4.1 De escolha dos sujeitos................................................................................ 30
a) De escolha da organização....................................................................30
b) De escolha dos participantes.................................................................31
c) De escolha do grupo de Playback Theatre............................................31
2.4.2 Contato com os participantes....................................................................... 31
2.4.3 Da coleta de dados....................................................................................... 32
a) Por meio da observação direta - filmagem............................................ 32
b) Por meio de depoimento dos participantes............................................32
2.4.4 De registro de dados.................................................................................. ..32
a) Por meio da filmagem...........................................................................33
b) Por meio do Protocolo de Observação..................................................33
c) Por meio de questionário.......................................................................33
2.5 Organização, análise e interpretação .............................................................................. 34
VII
3 PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA: SITUAÇÃO PROFISSIONAL E PESSOAL INICIAL NA
ORGANIZAÇÃO Y................................................................................................................ 35
3.1 Relato original da funcionária sobre sua situação pessoal e profissional na organização Y
........................................................................................................................................ 36
3.2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição pessoal e profissional na organização Y.......................................................... 37
3.3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre sua
condição pessoal e profissional na organização Y realizado pelos atores do Playback
Theatre............................................................................................................................ 41
3.4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação pela funcionária a partir de seu
relato original realizada pelos atores do Playback Theatre sobre sua condição pessoal e
profissional na organização Y......................................................................................... 44
3.5 Comentários dos participantes relativos às descobertas que fizeram a respeito da condição
pessoal e profissional de funcionária na organização Y a partir do relato da funcionária e
da encenação realizada pelos atores de Playback Theatre a respeito dessa condição.... 48
4 PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA: MUDANÇAS PROFISSIONAIS, ORGANIZACIONAIS
E PESSOAIS, OS CONFLITOS DECORRENTES DESSAS MUDANÇAS E SEU PROCESSO DE
RESOLUÇÃO.............................................................................................................. 52
4.1 Relato original da funcionária sobre suas condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução......................................................................................................................... 52
4.2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre suas
condições de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes
dessas mudanças e seu processo de resolução................................................................ 55
4.3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre
condições de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes
dessas mudanças e seu processo de resolução................................................................ 64
4.4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada
pelos atores do Playback Theatre................................................................................... 67
4.5 Comentários dos participantes relativos às descobertas que fizeram a respeito da condição
de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas
mudanças e seu processo de resolução a partir do relato da funcionária e da encenação
realizada pelos atores de Playback Theatre.................................................................... 74
5 PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA: CONSOLIDAR MUDANÇAS: CONSTRUÇÃO
(APRENDIZAGEM) DE NOVOS COMPORTAMENTOS PROFISSIONAIS
(ORGANIZACIONAIS) E PESSOAIS.................................................................................... 77
5.1 Relato original da funcionária sobre sua situação de consolidar as mudanças e construir
novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais................................ 77
5.2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais...................................................................... 79
VIII
5.3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre sua
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais realizados pelos atores do Playback Theatre
........................................................................................................................................ 82
5.4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre consolidar mudanças e a aprendizagem de
novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais, realizado pelos atores
do Playback Theatre....................................................................................................... 87
5.5 Comentários dos participantes relativos às descobertas que fizeram a respeito da condição
de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais
(organizacionais) e pessoais a partir do relato da funcionária e da encenação realizada
pelos atores de Playback Theatre a respeito dessa condição.......................................... 95
6 INTERPRETAÇÕES GERAIS E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PLAYBACK
THEATRE............................................................................................................................... 100
6.1 Avaliação do Playback Theatre sob a perspectiva dos participantes..............................100
6.2 Avaliação do Playback Theatre sob a perspectiva da Análise do Comportamento.........111
7 – REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 119
APÊNDICES
Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................................ 122
Apêndice B – Questionário de comentários dos participantes.......................................................... 124
Apêndice C – Exemplo de Tabela utilizada no Protocolo de Observação......................................... 125
Apêndice D – Relato Inicial do Sujeito.............................................................................................. 127
ANEXO
ANEXO A – Descrição cursiva da atividade – Protocolo de Observação......................................... 129
IX
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 Diagrama do esquema geral da disposição física de um grupo de Playback
Theatre e da platéia, numa apresentação ........................................................ 06
Figura 2 Diagrama de equivalência de situação real de atuação e situação artificial de ensino
....................................................................................................................... 21
Figura 3 Esquema gráfico do ambiente e da localização dos participantes da atividade
de Playback Theatre ........................................................................................... 28
Figura 4: Diagrama dos componentes de um comportamento eleito como objetivo
de ensino.................................................................................................... ..... 110
Figura 5 Diagrama dos componentes do comportamento de liderar como objetivo
de ensino ............................................................................................................. 111
Figura 6: Diagrama de equivalência de situação real de atuação e situação artificial
de ambiente de ensino..................................................................................... 112
Figura 7 Diagrama da situação de ensino aprendizagem na atividade de Playback Theatre 113
Figura 8 : Diagrama das diversas possibilidades de relações entre os componentes
do comportamento............................................................................................ 114
Tabela 1.1 Quadro de especificação dos três componentes constituintes da definição de
comportamento................................................................................................... 18
Tabela 1.2 Quadro de descrição dos componentes de um comportamento exemplo ..,....... 19
Tabela 1.3 Quadro de exemplo de uma cadeia de comportamentos...................................... 20
Tabela 1.4 Quadro de exemplo de uma cadeia de comportamentos do processo de
Playback Theatre.................................................................................................. 21
Tabela 2.1 Quadro de caracterização dos sujeitos participante funcionários da empresa
contratante............................................................................................................. 23
Tabela 2.2 Quadro de caracterização dos sujeitos componentes do grupo de Playback
Theatre.................................................................................................................. 24
Tabela 3.1 Relato original da funcionária a respeito de sua condição pessoal e profissional
na organização Y.................................................................................................. 36
Tabela 3.2 Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato
sobre sua condição pessoal e profissional na organização Y.............................. 38
Tabela 3.3 Descrição original da encenação dos prováveis comportamentos da funcionária
a partir de seu relato sobre sua condição na organização Y realizado pelos atores
do Playback Theatre............................................................................................ 42
Tabela 3.4 Quadro dos comportamentos da funcionária representados na encenação do
Playback Theatre a partir de seu relato sobre sua situação na organização Y..... 45
Tabela 3.5 Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre a o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação à condição pessoal e profissional de funcionária
na organização Y................................................................................................... 49
Tabela 4.1 Relato original da funcionária sobre suas condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução............................................................................................................... 53
Tabela 4.2a Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre
condição de mudança profissional....................................................................... 56
Tabela 4.2b Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre
mudança organizacional........................................................................................ 58
Tabela 4.2c Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre os
conflitos decorrentes de mudanças profissionais, organizacionais e seu processo de
resolução............................................................................................................ 61
X
Tabela 4.3 Descrição original da encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de
seu relato sobre mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos
decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada pelos atores do
Playback Theatre.................................................................................................. 65
Tabela 4.4 Quadro dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada
pelos atores do Playback Theatre.................................................................. 68
Tabela 4.5 Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação às condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução da funcionária na organização Y .................................................... 75
Tabela 5.1 Relato original da funcionária sobre suas condições de consolidar mudanças e a
aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais............................................................................................................. 78
Tabela 5.2 Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais......................................................... 80
Tabela 5.3a Descrição original da encenação (cena de ingresso na organização X) dos prováveis
comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre suas condições de consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizado pelos atores do Playback
Theatre................................................................................................................. 83
Tabela 5.3b Descrição original da encenação (cena após quatro anos na organização X) dos prováveis
comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre suas condições de consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizado pelos atores do Playback
Theatre........................................................................................................ 85
Tabela 5.4a Quadro dos comportamentos apresentados na encenação (de ingresso na organização X)
dos comportamentos da funcionária a partir de seu relato original sobre consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizada pelos atores do Playback
Theatre........................................................................................................ 91
Tabela 5.4b Quadro dos comportamentos apresentados na encenação (após quatro anos na
organização X) dos comportamentos da funcionária a partir de seu relato original sobre
consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais
(organizacionais) e pessoais, realizada pelos atores do Playback
Theatre........................................................................................................ 93
Tabela 5.5 Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre a o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação à condição de consolidar mudanças e a
aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais....................................................................................................... 97
Tabela 6.1 Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos
participantes sobre a o que descobriam na atividade de Playback Theatre
realizada....................................................................................................... 102
Tabela 6.2 Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos
participantes sobre o que fariam diferente após a atividade de Playback Theatre
realizada...................................................................................................... 105
Tabela 6.3 Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos
participantes sobre a o que consideram (avaliam) a respeito da atividade de Playback
Theatre realizada......................................................................................... 108
XI
RESUMO
Nas organizações as condições de mudanças e exigências de um mercado globalizado têm
provocado a utilização cada vez mais freqüente de processos de aprendizagem, chamados genericamente
de treinamento, que visam melhorar o desempenho de seus empregados. Verificar em que medida essas
aprendizagens ocorrem e quais os resultados são obtidos tornou-se uma necessidade para as organizações
e também para os profissionais que trabalham e estudam esses fenômenos. A pesquisa sobre a avaliação
do processo de Playback Theatre
1
utilizado como recurso para treinamento, vem contribuir para o estudo
de processos de aprendizagens e tem como objetivo identificar as variáveis que o compõem, o modo
como essas variáveis interferem no processo e quais resultados proporcionam aos seus participantes
treinandos. O método utilizado para coleta de dados foi o da observação direta filmagem de uma
atividade de Playback Theatre, e por meio de questionário respondido pelos participantes um dia após a
atividade. No exame e interpretação dos dados foram utilizados conceitos da Análise do Comportamento.
Os resultados da análise demonstraram que o processo de Playback Theatre é complexo e envolve
comportamentos de diversas naturezas. Tais comportamentos vão desde a participação de elementos da
platéia narrando histórias para serem encenadas pelo grupo, as encenações dessas histórias, que são
enfatizadas pela música e sonoplastia, e finalizam com a avaliação por parte dos participantes sobre a
percepção do que foi narrado e encenado dessas histórias. Todos esses processos são constituídos por
variáveis presentes na situação ambiente cujo principal aspecto são os comportamentos de todos os
envolvidos: diretor, atores, músicos e participantes de Playback Theatre (incluindo o narrador
protagonista). Esses comportamentos estabelecem um processo de interação e interdependência do qual
os possíveis resultados são conseqüentes dessas interações de comportamentos (por exemplo: narrar,
encenar, avaliar, entre outros). As conclusões indicam que o Playback Theatre, quando utilizado como
um recurso para treinamento, é capaz de produzir aprendizagens num grau de equivalência a situações
reais muito próximas da artificialidade, nas quais é possível identificar aspectos ou comportamentos
importantes para serem desenvolvidos pelos participantes. Desta forma, sua utilização pode ser
recomendada para o início de processos de aprendizagens de comportamentos de natureza mais
complexas e mais próximas da realidade do aprendiz. Destaca-se também a importância da ampliação
desse estudo e sua comparação com processos semelhantes, e da necessidade de uma formação para os
psicólogos que desenvolvem atividades como as do Playback Theatre ou similares, para que possam ter
mais precisão no uso de recursos e alcances dos objetivos de aprendizagem no qual os processos de
interação de comportamentos sejam os constituintes principais.
Palavras-chaves: Playback Theatre, aprendizagem, psicodrama, análise comportamental, avaliação de
treinamento.
1
O Playback Theatre foi criado por Jonathan Fox e é definido por Moysés Aguiar como uma modalidade de psicodrama. A
utilização pública desse termo tem reserva de direito aos grupos filiados ao International Playback Theatre Network – IPTN.
XII
ABSTRACT
In the organizations the conditions of changes and requirements of a global market have
provoked a more frequent use of learning processes, generically refered as training methods,
with the objective to improve the performance of their employees. To verify how these learnings
processes are occurring and what are the results also became a necessity to organizations and
professionals who work and study these phenomena. The research on the evaluation of the
process of Playback Theatre used as a training resource comes to contribute for the study of
learnings processes and has as objective to identify the variables involved, the way these variable
intervene in the process and which results provide to its participants. In the present study the
method of data collection was direct comment - filming of an activity of Playback Theatre, and
by a questionnaire answered by the participants one day after the activity. In the examination and
interpretation of the data concepts like the Analysis of Behavior had been used. The results of the
analysis demonstrate that the process of Playback Theatre is complex and involves behaviors of
several natures. Such behaviors englobe the participation of elements of the auditorium telling
histories to be performed by the group, the stages of these histories, that are emphasized by
music and sounds, and finish with the evaluation by the participants on the perception of what
was told and performed. All these processes are constituted by variable that exists in the
surrounding situation whose main aspect is the behaviors of everyone involved: director, actors,
musicians and participants of Playback Theatre (including the narrative protagonist). These
behaviors establish a process of interaction and interdependence in which the possible results are
given by these behavior interactions (for example: to tell, to stage, to evaluate, among others).
The conclusions indicate that the Playback Theatre, when used as a training resource, is capable
to produce learnings that are able to compared with the real situations very closed to an artificial
way, in which it is possible to identify important aspects to be developed by participants. In such
a way, its use can be recommended for the beginning of learnings processes in behaviors of more
complex nature and next to the apprentice reality. The importance of magnifying this study and
its comparison with similar processes, and the necessity of a formation for the psychologists who
develop activities as of the Playback Theatre or similars, so they can have a better use of the
resources and reach of the learning objectives in which the processes of behaviors interaction are
the main constituent, are also distinguished.
Keywords: Playback Theatre, learning, psychodrama, behavior analysis, training evaluation.
1
1
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DO PLAYBACK THEATRE COMO UM RECURSO
PARA TREINAMENTO
“Hoje em cartaz: Você! Em: Histórias de sua vida!”. Essa primeira frase poderia ter sido
retirada de um aviso colocado à frente de uma porta de auditório, indicando uma atividade de
Playback Theatre em um treinamento a ser realizado em alguma organização. As empresas têm
procurado utilizar formas de treinamento criativas e inovadoras, e nesse sentido o Playback
Theatre tem sido solicitado e, de certa forma, ampliado o campo de atuação para psicólogos nos
chamados treinamentos comportamentais. O Playback Theatre é um termo que em sua tradução
poderia ser definido como “teatro de ver de novo” ou “teatro de reprise”. Nas publicações
brasileiras (Salas, 2000, Aguiar, 1998), por dificuldades de precisão, o termo Playback Theatre
não foi traduzido. Tal dificuldade também é notada em relação à sua conceituação, pois pode ser
compreendido como uma técnica de psicodrama, como uma modalidade de teatro espontâneo
(Aguiar, 1998), ou ainda, como um processo complexo, o qual, segundo Fox (1999), perpassa
pelas fronteiras da Arte, da Psicologia e da Educação. Playback Theatre é também um termo
com registro de propriedade
2
, que pode ser utilizado mediante autorização. Essas
peculiaridades e diferentes compreensões têm dificultado o seu entendimento. Constitui-se de
um processo que envolve teatro, comportamento e aprendizagem; é de natureza complexa e um
desafio para sua compreensão. Diante disso, é relevante investigar o Playback Theatre,
identificar quais variáveis o compõem, como podem interferir e que resultados produzem para
aqueles que dele participam. Por meio de um processo de avaliação, realizado com controle
metodológico, é possível produzir conhecimentos que auxiliem a responder que benefícios ou
malefícios esse processo proporciona aos seus participantes, quais aspectos devem ser levados
em consideração durante seu desenvolvimento e que podem influenciar nos seus resultados e
quais cuidados os psicólogos (ou outros profissionais) deverão ter ao utilizá-lo como recurso em
treinamento organizacional. Conhecer em maior precisão o Playback Theatre pode, também,
contribuir para as organizações poderem conhecer melhor seu possível alcance em termos de
aprendizagens e de investimentos, bem como auxiliar a produção de novos conhecimentos da
Psicologia das Organizações e da Aprendizagem.
2
Registro concedido por meio do IPTN – International Playback Theatre Network, pelo qual só os grupos afiliados
é que podem utilizar o termo Playback Theatre
Excluído:
2
1. 1 Playback Theatre, apresentação e caracterização preliminar
Os estudos sobre Playback Theatre encontrados na literatura parecem indicar limitações
relacionadas à sua divulgação e conhecimento no âmbito científico e profissional, tanto que,
especificamente sobre o Playback Theatre, existe, em tradução para o português até o momento,
o livro de Salas (2000), no qual uma descrição sobre seus procedimentos e exemplos de
atividades. Em inglês, junto ao IPTN (International Playback Theatre Network) existem duas
publicações além da de Salas: Fox (2003) e Fox e Dauber (1999). É possível que outras
publicações ou estudos existam sobre o tema, os quais não puderam ser localizados. É possível
observar, no entanto, que o Playback Theatre é um processo com poucos estudos e publicações.
Essas publicações examinam principalmente aspectos de aplicação do Playback Theatre, seus
procedimentos e algumas possibilidades de resultados de sua utilização principalmente em
escolas e pequenas comunidades.
O Playback Theatre teve origem a partir das pesquisas de Johnathan Fox (Fox e Dauber,
1999) sobre processos rituais em comunidades aborígines, dramatizações sem roteiros e
processos de narração de histórias étnicas. Sob essas influências, Fox criou em 1973 nos Estados
Unidos, um grupo de teatro denominado It’s All Grace que realizava suas apresentações, a
exemplo das sociedades aborígines, com base no improviso e na narração de histórias locais e
pessoais. Neste mesmo ano Fox conheceu Zerka Moreno (psicodramatista, viúva de Jacob Levy
Moreno criador do Psicodrama) e acabou sendo influenciado pelos conceitos do “Teatro da
Espontaneidade” de Moreno (no qual os atores são autores da dramaturgia e toda a encenação é
feita com base na improvisação) e passou a aplicar conceitos do psicodrama em seu grupo de
teatro. Um ano e meio depois nascia o que se denominou Playback Theatre. Em 1980 Fox com
seu grupo realizaram apresentações na Austrália e Nova Zelândia, dando origem a quatro grupos
locais. Em meados dos anos 1980, surgiam grupos na Suíça, Alemanha, Inglaterra, Rússia,
Hungria, Finlândia, Itália, França, Argentina e Brasil.
Identificando a necessidade de difundir o Playback Theatre Fox (Fox e Dauber,1999)
criou em 1990 nos Estados Unidos, o International Playback Theatre Network – IPTN, entidade
que congrega grupos de Playback Theatre e incentiva seus membros a trocar experiências e
informações. Em seu site estão disponíveis alguns artigos sobre formas de aplicações do
Playback Theatre. É possível destacar os artigos de Platander (1997) e Zankay (1997), os quais
3
relacionam o Playback Theatre com teorias psicológicas. Esses autores descrevem aspectos
psicológicos e possíveis resultados obtidos por meio do Playback Theatre, tais como, senso de
pertencimento a uma determinada comunidade, o efeito reparatório que as representações podem
ter para as pessoas que participam de uma sessão direcionada a utilização clínica. Apesar da
pouca literatura, a quantidade de grupos de Playback Theatre tem aumentado, assim como sua
utilização por psicólogos, tanto no campo de trabalho da Psicologia Organizacional quanto no da
Clínica, Social e Comunitária. Isso pode ser constatado a partir do aumento da quantidade de
grupos filiados ao IPTN (132 em fevereiro de 2007). Diante disso, é possível perceber uma
prática profissional em expansão de uso e aplicação e que carece, no entanto, com pouca
pesquisa científica a respeito.
O Playback Theatre é realizado por meio da utilização de recursos teatrais, cujos aspectos
principais são: a encenação, a mímica e a música, incluindo nessa a sonoplastia. Seu objetivo é
encenar uma história narrada por um elemento da platéia, com auxílio de um grupo de atores, um
diretor e um músico. A função do diretor é entrar em contato com a platéia, informando que o
teatro a ser realizado será feito com base nas histórias narradas por eles próprios. Os atores estão
disponíveis para interpretar qualquer personagem dessas histórias, e o músico irá compor a
ambientação sonora, tanto fazendo a sonoplastia (sons correspondentes às cenas, como, por
exemplo som de chuva) como também cantar canções com temas relacionados às histórias
narradas.
O procedimento usual de uma atividade de Playback Theatre, baseado em Salas (2000) e
na experiência do pesquisador, é comporto por 3 partes, (1) abertura, ou aquecimento, (2)
narração e dramatização de histórias e (3) encerramento, com compartilhamento de sentimentos
ou comentários. Na abertura o diretor faz a apresentação do trabalho explicando como funciona o
Playback Theatre que é baseado na improvisação da dramatização de histórias narradas pela
platéia. Em seguida o grupo faz uma auto apresentação: cada ator se dirige ao centro do palco e
realiza uma mímica corporal sobre sua condição pessoal naquele momento (exemplo: estou triste
por causa de... e faz sua mímica) e fica parado congelando a mímica como uma estatua (o que é
chamado de escultura). Cada ator realiza sua escultura e quando o último ator termina sua
mímica, as esculturas são desmanchadas e os atores voltam para os fundos do palco. O músico
faz sua apresentação por meio de uma canção ou relatando sua como está se sentindo naquele
4
momento e os atores fazem uma escultura demonstrando corporalmente o estado de espírito do
músico. Em seguida, o diretor faz o mesmo e os atores realizam a escultura sobre os sentimentos
do diretor. Ao terminar a escultura o diretor, ele agradece aos atores e pergunta à platéia como
ela está se sentindo? Normalmente algumas pessoas respondem e com base nessas respostas os
atores fazem novas esculturas. Em seguida, o diretor inicia a segunda fase do Playback Theatre,
ele comenta que eles estão falando um pouco de si e pergunta se alguém gostaria de contar
uma história, para vê-la sendo encenada. Alguns segundos de silêncio, mas logo aparece um
elemento da platéia que começa a narrar uma história sua para o diretor. Esse processo de
narração e de perguntas que o diretor faz ao narrador é chamado de entrevista. Durante essa
entrevista o narrador escolhe os atores que irão desempenhar os personagens da sua história,
inclusive aquele que representará a si mesmo. Terminada a história o diretor passa as instruções
aos atores de como deverá ser a encenação. Em seguida os atores passam a encenar. Aqueles
atores que não estão escalados” como personagens, ficam fora do palco, mas de prontidão caso
o diretor necessite deles, o que raramente acontece. Enquanto os atores compõem na frente do
público seus personagens no camarim (colocando roupas e adereços), o músico, canta de
improviso uma canção que considera relacionada ao tema da história. Assim que os atores se
dirigem ao palco, o músico termina sua canção e inicia o processo de sonoplastia das cenas.
Terminada a encenação, o diretor pergunta ao narrador se ele está satisfeito com o que viu ou se
gostaria de que houvesse alguma mudança na encenação, se quiser alguma mudança os atores
refazem a cena incluindo novos elementos da história. Normalmente as encenações são
satisfatórias e a atividade segue com a escolha de um novo narrador e uma nova encenação. Ao
final de cerca de uma hora e meia de dramatizações o diretor não pede mais histórias e passa
para o encerramento, perguntando a platéia como está se sentido e o que as pessoas descobriram
durante a atividade. A partir de depoimentos de participantes da platéia são feitas pelos atores
novas esculturas e o diretor encerra a atividade fazendo um comentário geral sobre todas as
histórias.
É possível observar que o Playback Theatre é ao mesmo tempo um procedimento, pois
possui uma série de atividades, e um processo de que se espera determinados resultados, no caso
do treinamento a aprendizagem. Ele também é utilizado como um recurso em atividades de
psicologia clínica, comunitárias e social. É possível observar que a noção de treinamento em
organizações tem se afastado da de adestramento de habilidades, e tem se aproximado mais de
um processo de ensino, principalmente na era globalizada. Almeida (2004) destaca as
5
características atuais das organizações e das exigências sobre os trabalhadores, bem como da
necessidade das atividades de desenvolvimento de pessoas (antigo departamento de pessoal, ou
setor de treinamento das empresas) proporcionarem estímulos para que o trabalhador possua uma
capacidade crítica e de autonomia diante de sua condição de trabalho e em seu desempenho
profissional.
Os objetivos de um treinamento por meio do processo de Playback Theatre poderão
variar conforme as necessidades da organização, como, por exemplo, promover a integração de
equipes, a obtenção de metas, o reconhecimento pessoal do funcionário, entre outras. Diferente
da maioria das modalidades de treinamento em que os “conteúdos” e atividades a serem
ministradas são previamente estabelecidas e detalhadas pelo instrutor no plano de ensino do
treinamento, no Playback Theatre a preparação se de forma diferente, ocorrendo
semelhantemente a uma partida de futebol, onde se conhecem as regras, mas cujo resultado é
desconhecido. Sabe-se a princípio que ocorrerão dramatizações de situações, emoções ou
experiências de pessoas da platéia, mas não são conhecidas quais (por exemplo: situações de
medo, de tristeza, de alegria, entre outras). Desse modo, uma complexidade de interações
envolvidas no processo que é necessário identificar.
Para ampliar a compreensão, ainda que de maneira esquemática e simplificada, do
Playback Theatre e de sua estrutura e funcionamento, a ilustração da Figura 1 pode ser útil. Nela
está indicada a disposição física que a equipe de Playback Theatre deve obedecer. No canto
inferior esquerdo do palco ficam o diretor e uma cadeira para o narrador. No centro, onde é
demarcada a área para encenação, ficam dispostos de três a cinco atores. No canto direito do
palco fica o músico. Na platéia os participantes, que são convidados durante o processo pelo
diretor para ocupar a cadeira do narrador e contar suas experiências. Aquele que aceita o convite
terá sua história representada e os demais assistem as encenações. Essa disposição é parte da
estrutura do Playback Theatre, desenvolvida por Fox e descrita por Salas (2000).
6
palco
Figura 1: diagrama do esquema geral da disposição física de um grupo de Playback Theatre e da
platéia, numa apresentação.
A descrição de parte de uma apresentação de Playback Theatre, auxiliada pelo esquema
da Figura 1, poderá auxiliar na “visualização” ou caracterização, ainda que preliminar, de como
ocorrem os processos de interação entre os elementos do grupo de profissionais e a platéia. A
atividade de Playback Theatre relatada a seguir ocorreu como um dos eventos do Congresso
Paranaense de Recursos Humanos de 2003. O objetivo do trabalho de Playback Theatre foi
estimular comportamentos de vencer desafios. O tema escolhido pela organização do Congresso
e para o cartaz foi “Vitórias e Conquistas”. A equipe de Playback Theatre foi composta por sete
elementos: cinco atores, um músico e um diretor. A platéia teve como participantes
aproximadamente duzentos profissionais da área de Recursos Humanos.
O diretor inicia o processo com sua equipe no palco. Após a apresentação da equipe e da
audição de uma música, o diretor convida a platéia a participar perguntando quem estaria
disposto a narrar uma história ou situação própria que se relacione com o tema “vitórias e
conquistas”. Uma mulher levanta e se dirige à cadeira do narrador. Ela conta que, naquele
momento, estar ali no congresso foi uma vitória. Sua origem foi humilde, teve infância e
adolescência muito sofridas e, em razão de privações financeiras, o pode ter uma festa de
aniversário de quinze anos. Ela foi obrigada a começar a trabalhar cedo e enfrentou dificuldades
para conseguir estudar e “se formar” (sic). Conta que estava ansiosa para comemorar seu
próximo aniversário de cinqüenta e um anos, pois estaria em condições de “conquistar” sua festa
perdida. Após ouvir sua história, o diretor pede a ela que escolha uma das atrizes do palco para a
representar. Ela indica uma das componentes e, em seguida, a história é encenada da seguinte
área de
encenação
atores
platéia
músico
diretor
Cadeira do
narrador
7
forma: Cena 1: ela, aos 15 anos em casa, chorando por não ter a festa; Cena 2: ela trabalhando
arduamente por mais de 20 anos numa empresa para conquistar uma posição financeira estável e
poder estar no congresso; Cena 3: ela naquele momento, contando sua história para mais de 200
pessoas. Após a apresentação da última cena, com ela ainda sentada na cadeira do narrador, o
diretor pede para que toda a platéia cante “Parabéns pra você” em sua homenagem. O clima foi
de muita emoção para todos. A mulher retorna para seu lugar na platéia, terminando assim a
primeira história desta apresentação.
Tão logo a narradora senta e a platéia silencia, o diretor pergunta a todos que lição pode
ser retirada do que foi narrado e encenado. As pessoas comentam que na história foram
observados comportamentos de frustração, reação frente à frustração, determinação, coragem,
ousadia, perseverança etc. e que esses comportamentos são responsáveis por conduzir as pessoas
às vitórias e conquistas pessoais e profissionais. Finalizada essa história e os comentários, o
diretor segue o processo do Playback Theatre com mais histórias e comentários até que, após
aproximadamente uma hora e meia de apresentação, é encerrado o processo.
1.2 Playback Theatre, origens e relações com o psicodrama
No final da década de 1980 o Playback Theatre foi introduzido no Brasil. Porém,
somente a partir da década de 1990 com sua utilização por psicólogos psicodramatistas, começou
a ter maior representatividade, propiciando o surgimento de vários grupos, principalmente na
cidade de São Paulo, e passando a integrar o “constructo” teórico do Psicodrama como uma
modalidade de Teatro Espontâneo. Aguiar (1998) classifica o Playback Theatre como uma das
modalidades de psicodrama por utilizar seu princípio básico: a dramatização improvisada de
histórias pessoais. Porém, no psicodrama via-de-regra o autor da história é o próprio ator da
encenação e no Playback Theatre via-de-regra o autor assiste sua história sendo representada por
um grupo de atores (chamados por Fox de playbackers). também no Playback Theatre a
inclusão do músico para compor a sonoplastia e incluir peças musicais, com canções cuja
temática se relacionem com a história encenada. No entanto, Fox (Fox e Dauber, 1999) afirma
que os aspectos conceituais de espontaneidade, criatividade e de empatia utilizados no
Psicodrama foram a base para o desenvolvimento do Playback Theatre.
8
Uma possibilidade de avaliação do processo de Playback Theatre é a comparação de seus
aspectos constituintes com processos que lhe sejam semelhantes ou que comem suas bases
conceituais. O Psicodrama é a base conceitual dos aspectos psicológicos sobre os quais o
processo de Playback Theatre é estruturado. Em sua experimentação com teatro de improviso ou
teatro da espontaneidade, Moreno (1987, 1999, 2003) constatou que as dramatizações de
situações já vividas ou imaginadas são capazes de provocar mudanças de comportamentos nas
pessoas que as representam. Entre uma das conclusões de suas investigações está a descoberta
dos efeitos terapêuticos das dramatizações, as quais deram origem às teorias e técnicas do
Psicodrama. Por efeito terapêutico Moreno se referia à capacidade de produzir mudanças de
comportamento naqueles que realizavam dramatizações. O exemplo elucidado por Moreno é o
caso “Bárbara”, uma mulher que trocou seu comportamento agressivo com relação ao marido
por um comportamento afável e cortês após participar das atividades de teatro espontâneo
desenvolvidos por Moreno. Moreno (1999, 2003) sob influência de sua formação em medicina e
psiquiatria, ao examinar de que forma essas mudanças de comportamentos puderam ocorrer
acabou por desenvolver a teoria denominada de socionomia. O psicodrama se refere a parte desta
teoria correspondente aos processos práticos de intervenção ou tratamento de pessoas que
desejam mudar seus comportamentos. Moreno demonstrou que a pessoa ao dramatizar
novamente suas história poderia responder de uma forma diferente à mesma situação, liberando
sua espontaneidade e realizando uma “catarse-de-integração”, onde as emoções e pensamentos
poderiam ser compreendidos de uma forma diferente diante de uma situação similar
(dramatizada) a vivida (trauma ou conflito passado), sendo esse o efeito terapêutico ou de cura.
De forma parecida, na década de 1970, Fox (2003) realizou experiências com uso de
técnicas e recursos teatrais, que denominou inicialmente de non script theatre, ou seja, teatro
realizado com base em relatos verbais espontâneos. Ao desenvolver suas pesquisas, Fox
observou o efeito do que chamou de “transformador”, no qual a pessoa, após narrar sua história e
assistir à dramatização do que narrou, mudava a sua percepção sob o fato relatado, por poder ser
observado à distância, tanto temporal quanto emocional, proporcionando uma “transformação”
na sua compreensão a respeito da situação e de si mesmo. Fox agregou à representação teatral de
histórias narradas pela platéia, a execução de músicas e, mais, possibilitou que o narrador após
ver a sua história representada, podesse pedir, caso desejasse, que ela fosse re-apresentada com
outro final. O exemplo dessa possibilidade foi utilizado em um treinamento de Playback Theatre
com professores em uma escola privada, os quais narravam suas dificuldades com os alunos, e as
situações (comportamentos) foram se alterando, desde um final no qual o aluno era expulso da
9
sala de aula, até um final em que esse aluno e seu professor chegassem a um acordo sobre a
situação vivida. Fox, nessa nova forma, identificou o efeito reparador que o processo de
Playback Theatre poderia proporcionar aos participantes. No entanto, o que Fox denomina de
“transformador” e “reparador” ou Moreno de “catarse de integração”, não seriam processos de
aprendizagem, ou modificação de comportamentos? Como esses efeitos poderiam ser aplicados
em situações de aprendizagem em organizações?
Uma pesquisa de Moreno, relatada por Fox (2002), apresenta um estudo da aplicação do
psicodrama numa organização industrial. Nesse estudo, que compara a utilização de cnicas
dramáticas com técnicas de entrevista para a solução de problemas de interação social e de
adaptação a ambientes de trabalho, os resultados demonstram que a utilização do método do
psicodrama comparado com a técnica de entrevista resultou na ampliação da compreensão das
situações de interação social nas quais os sujeitos participavam. E, nessa mesma pesquisa,
Moreno indicou a importância de estudar os processos de interação das pessoas em organizações
por meio do psicodrama. Um dos aspectos que Moreno (2003) identifica como responsáveis por
esses resultados é que na dramatização do psicodrama está presente o que denominou de
princípio da espontaneidade e criatividade, definido como a capacidade do indivíduo de
responder de forma diferente a situações antigas ou de responder adequadamente a novas
situações a ele apresentadas. Moreno indica que, quando na dramatização de situações de
interações sociais que já ocorreram ou que já foram vividas pela pessoa, ela pode agir ou
responder de forma diferente, criando novas possibilidades de comportamentos. Esse mesmo
pressuposto da espontaneidade e criatividade, ou capacidade de responder de forma diferente a
uma situação já vivida, segundo Fox (2005), estaria também presente no Playback Theatre, pela
observação privilegiada de “se ver” representado por um ator, e observar com maior precisão a si
mesmo.
O psicodrama tem, segundo Moreno (2003), entre suas técnicas básicas, o role-play ou
jogo de papéis, que corresponde à dramatização de situações. A utilização do role-play,
inicialmente utilizada apenas no psicodrama clínico, ampliou sua aplicação, sendo utilizado para
o treinamento na indústria americana, a partir do período da Segunda Guerra (Shaw, 1967). A
necessidade de treinar pessoas em situações similares às situações reais, mas sem os riscos que
ela oferece, trouxe resultados satisfatórios para o bom desempenho no cargo de diversos
profissionais. Desde então, sua utilização como recurso de treinamento passou a integrar os
chamados handbooks ou manuais” de treinamento e desenvolvimento de pessoal, como os de
10
Boog (2001), de Graig (1967), de Elgood (1987), de Stammers e Patrick (1978). Tais “manuais”
objetivam informar sobre procedimentos e técnicas de treinamento, porém, neles descrições
de procedimentos semelhantes, mas com nomes diferentes como role-playing, dramatização,
jogos comportamentais, jogos de empresa, simulações encenadas, psicodrama aplicado, entre
outros, que acabam por gerar uma confusão de concepções. O role-play é a técnica básica de
todos estes procedimentos e sua tradução literal é jogo de papéis, isto é, o equivalente a encenar
ou representar. Assim, nos treinamentos de vendas, por exemplo, o funcionário vendedor simula
uma situação na qual desempenha o papel de vendedor diante de um cliente fictício
(representado por outra pessoa). Para esse mesmo procedimento há a definição de dramatização,
de jogos de empresa, ou de psicodrama aplicado, conforme a preferência do autor. Além disso, o
que a maioria desses manuais traz são descrições de procedimentos e indicações de como devem
ser os procedimentos para sua aplicação. No entanto, não descrevem como eles produzem os
resultados indicados e se realmente eles são capazes de gerar aquilo que está prescrito no
manual. O mesmo parece acontecer em relação ao Playback Theatre. Um exame detalhado deste
processo poderá contribuir na produção de conhecimentos que delimitem com maior precisão
conceitos e definições.
O psicodrama, além de ser utilizado com freqüência em atividades de treinamento em
organizações, esrelacionado ao ensino regular, d sorayolay
11
uma situação mais relaxada e lúdica do que a situação real e isso ser um aspecto facilitador de
aprendizagens. O Playback Theatre propicia condições semelhantes às identificadas na pesquisa
de Kaufman, onde as situações encenadas (simuladas) possibilitam a ampliação da percepção
sobre comportamentos. Os aspectos lúdicos e caricatos que as encenações podem elucidar
constituem outro ponto de vista semelhante e que também pode ser facilitador de aprendizagens.
Resultados de aprendizagem com a utilização de recursos do psicodrama, além dos
caracterizados no role-playing, pela similaridade das situações simuladas com as reais e pelo
aspecto dico, também podem estar presentes no processo de Playback Theatre. Os trabalhos e
investigações de Diniz (1995) e Romaña (1985 e 1996) sobre a utilização do psicodrama no
ensino geral indicam a obtenção dos seguintes resultados para os alunos: (1) possibilita maior
concentração na atividade de ensino, (2) favorece o interesse e motivação para o trabalho em
execução, (3) facilita a memorização dos conteúdos, (4) facilita a rapidez do raciocínio, (5)
provoca a possibilidade de verbalizações e expressão corporal, (6) desenvolve o pensamento
reflexivo, (7) possibilita maior compreensão do comportamento do outro, (8) propicia o
desenvolvimento de comportamentos de cooperação, (9) favorece a autoconfiança. Essas
conclusões provêm de suas observações e de análises da aplicação do psicodrama em situações
de ensino e por meio de avaliações de reação ou opinativas. Nos estudos os autores parecem
12
1.3 Playback Theatre, treinamento e avaliação de treinamento
Segundo Abbad e Borges-Andrade (2004) o termo treinamento passou por diversas
definições e redefinições ao longo do tempo, que o deixou impreciso e gerou confusões na
literatura. Conceituado, inicialmente, para definir o processo de ensino-aprendizagem de
habilidades ou capacidades específicas, geralmente comportamentos motores, necessários para o
desempenho de uma determinada função, por exemplo para treinamento de motoristas de
empilhadeira. Uma outra acepção do termo é confundi-lo com Instrução, isto é uma parte do
processo de aprendizagem. Porém, o termo Treinamento acabou sendo considerado como
sinônimo de atividade de qualquer processo de ensino-aprendizagem que ocorre em organizações
para seus funcionários e em relação a qualquer tipo de habilidade ou competência que seu cargo
ou função requer. O seu uso também é empregado para designar a área ou departamento da
empresa responsável pelos processos aprendizagem. No entanto, é em seu sentido genérico, que
se refere a qualquer atividade de aprendizagem realizada no âmbito de organizações, que será
utilizado nessa pesquisa.
Com o conceito de aprendizagem há a mesma situação encontrada com relação ao
treinamento. Conforme Abbad e Borges-Andrade (2004, p. 238) é possível compreender a
aprendizagem, de forma geral, como “referência a mudanças que ocorrem no comportamento do
indivíduo, não resultante unicamente da maturação (passagem do tempo, às fases da vida), mas
de sua interação com o contexto”. Para esses autores os conhecimentos da Psicologia sobre
aprendizagem podem ser classificados em duas grandes “linhas”, ou concepção conceitual: a
comportamental e a cognitivista. A teoria comportamental, também denominada de behaviorista
ou teoria S-R, é compreendida pela ênfase na mudança de comportamento (R- resposta de um
organismo), que se estabelece de forma relativamente duradoura como um produto da interação
com o seu ambiente (S). para a teoria cognitivista esta relação entre ambiente e resposta,
possibilita ao organismo “apreender” ou adquirir algo (O) como produto dessa interação do
organismo com o meio. Esse algo (O) pode ser descrito sob três aspectos cognitivos:
conhecimento, habilidades e atitudes CHAs que podem ser inferidos a partir das próprias
mudanças de comportamento. É possível notar que, embora sejam diferentes, essas abordagens
dão ênfase à aprendizagem como um processo de mudança de comportamentos.
13
É possível estabelecer que uma ação deliberada, intencional, planejada e executada
(freqüentemente estabelecida por uma pessoa ou professor) com fins de mudanças de
comportamento é uma atividade que visa a aprendizagem (de outra pessoa ou aluno). Essas ações
são entendidas como de ensinar ou educar, que, de acordo com Minicucci (1995), podem se
referir à definição de treinamento desde que ocorram como ações planejadas e executadas que
visam a aprendizagem (de um funcionário) dentro de uma organização. Diante disso é possível
compreender que o termo treinamento também se refere a um processo de ensinar e aprender.
Dessa forma, é possível compreender que o estudo do Playback Theatre como um recurso para
treinamento está se referindo a um processo de aprendizagem e, como tal, é passível de
verificação.
A necessidade da avaliação de resultados de treinamentos é verificada desde as primeiras
décadas do século XX, acompanhando o próprio desenvolvimento do campo de trabalho de
treinamento. Treinamento pode ser considerado como um processo de aprendizagem na medida
em que ele é realizado para ensinar algo às pessoas. Para Hamblin, o treinamento (1978) pode
ser definido como qualquer tipo de experiência destinada a ensinar algo que será útil para o
desempenho de uma pessoa no exercício profissional. Essa conceituação, embora genérica,
fornece indicativos para a investigação de processos de ensinar pessoas em situações específicas
de trabalho ou com objetivos únicos. Todavia o termo experiência é muito amplo, o que por um
lado abrange vários procedimentos e, de outro, dificulta dizer o que pode ou não ser considerado
uma experiência. Parece que o autor indica como constituintes de sua definição a
intencionalidade ou objetivo e os procedimentos ou experiências para o atendimento de
objetivos. Quando as empresas contratam o Playback Theatre como recurso de treinamento estão
almejando algo específico como, por exemplo, um treinamento para motivar os empregados a
aumentar o desempenho nas suas funções. E, ao contratar o Playback Theatre, almejam que
comportamentos (dos funcionários participantes) sejam mudados (melhorando o desempenho).
Mas que tipo de experiência é essa que o Playback Theatre proporciona e que processos de
interação estão presentes no processo capazes de resultar em aprendizagem? Para compreender
de forma precisa o que ocorre quando o Playback Theatre é utilizado em treinamento é
necessário discriminar como ele interage com seus participantes e que tipo de respostas pode
produzir ou elucidar nos mesmos.
A necessidade da realização de pesquisas sobre a caracterização de processos de
treinamento é identificada por Abbad, Pilati e Pantoja (2003) quando analisam a produção de
14
pesquisas sobre treinamento. A pesquisa teve como fonte de informações e análise as
publicações de artigos, teses e pesquisas sobre treinamento, durante o período de 1998 a 2003.
Os autores constatam que foi dada pouca ênfase, pelos pesquisadores, ao estudo de
características do treinamento. Suas conclusões estão baseadas no número reduzido de pesquisas
que incluíram essas variáveis em suas análises, tanto na literatura brasileira, quanto na
estrangeira. Um exame do processo de Playback Theatre que leve em conta sua caracterização e
que identifique e demonstre como ele funciona poderá produzir conhecimentos que auxiliem a
preencher a lacuna identificada por essa pesquisa.
Como características do treinamento Abbad, Pilati & Pantoja (2003) compreendem a
identificação do treinamento com relação (1) às estratégias e procedimentos instrucionais
utilizados, (2) aos objetivos do treinamento, (3) à proximidade ou semelhanças com situações
reais de trabalho que o treinamento pode proporcionar. Nesse sentido, o processo de Playback
Theatre pode, de acordo com essas categorias, ser caracterizado como um treinamento que
utiliza recursos de dramatização. No entanto, os objetivos estariam relacionados às necessidades
da empresa solicitante e não como algo que o próprio Playback Theatre objetive como uma
característica sua, como, por exemplo, um treinamento em um navio para evacuação no caso de
incêndio. E o grau de similaridade à realidade vai depender do quanto as histórias narradas se
assemelhem ao tema do treinamento, sendo então esses dois últimos itens variáveis que não estão
diretamente ligadas às características do Playback Theatre, muito embora possam interferir nos
seus resultados.
De acordo com Zanelli (2002) o termo organizações possui inúmeras definições, porém é
possível compreendê-lo de uma forma ampla como um sistema social orientado para a
consecução de objetivos comuns. Esse sistema social é entendido como o processo de interações
de indivíduos, grupos e sub-grupos, reunidos de forma concreta em setores, unidades, filiais,
entre outros, que realizam atividades planejadas e organizadas por meio de funções e hierarquias
(trabalho) e que constituem as organizações (empresas, escolas, associações de bairro, etc). Ao
analisar processos de aprendizagem em contextos organizacionais, Bastos, Gondim e Loiola
(2004 p. 223), analisam a “importância de serem criados mecanismos que permitam trocas de
vivências entre pessoas e grupos, pois, somente desse modo a aprendizagem em âmbito
individual poderá ser compartilhada”. Nessa concepção, o Playback Theatre pode ser entendido
como um processo de aprendizagem individual e organizacional. E, por ser um processo no qual
15
uma equipe interage com um grupo de treinandos, pode ser caracterizado como um processo de
troca ou de interações. Todavia, ainda não é possível identificar com precisão de que modo e em
que grau o Playback Theatre é capaz de promover interações e processos de troca de
experiências individuais e organizacionais ou o que pode ser considerado aprendizagem em
contextos organizacionais.
Uma outra possibilidade de compreensão do processo de Playback Theatre é compara-lo
com treinamentos que possuam características semelhantes. Um exemplo de modalidade
semelhante a ele é a do Teatro Organizacional, desenvolvida por Schreyögg (2002). O Teatro
Organizacional é uma peça de teatro montada por uma equipe e apresentada aos funcionários,
cujo enredo é baseado nas rotinas de trabalho da organização. A equipe do Teatro
Organizacional é contratada pela organização que identifica uma situação problema que deverá
ser representada para os funcionários. A equipe estuda previamente essas situações vividas pela
empresa e cria uma peça teatral para retratá-la, que no treinamento, será vista pelos funcionários.
Segundo Schreyögg, o fato dos funcionários assistirem a encenações de situações semelhantes às
que vivenciam no seu cotidiano, possibilita “se verem” nos próprios erros – o que é chamado por
ele de observação de segunda ordem – e esse é um fator que pode auxiliar os funcionários (1) no
desenvolvimento de comportamentos favoráveis para a implantação de mudanças
organizacionais e, (2) para mudanças de comportamentos que melhorem o desempenho dos
próprios funcionários em suas funções. A possibilidade de um funcionário poder assistir a um
ator que representa o papel de um funcionário que faz as suas mesmas tarefas possibilita a
identificação de comportamentos semelhantes ao seu, é como ver a si mesmo. Com esse
processo, o funcionário é capaz de ampliar sua percepção sobre seus comportamentos e isso,
para Schreyögg, é a base para aprendizagem no “Teatro Organizacional”. De modo análogo,
esses processos de “ver a si mesmo” e ampliar a percepção sobre comportamentos ocorrem no
Playback Theatre.
Um outro exemplo da utilização de treinamentos com características semelhantes às do
Playback Theatre pode ser visto a partir da pesquisa de Almeida (2004), que estudou o uso de
jogos dramáticos e dramatizações em uma organização pública da área de tecnologia, para
investigar os comportamentos profissionais de seus empregados, em relação ao que
consideravam ser necessário fazer para manter sua empregabilidade, visto que o ambiente no
qual estavam inseridos caracterizava-se por competitividade e estava sujeito a rápidas mudanças.
Nessa pesquisa, foi realizado um programa de treinamento cujo o objetivo foi verificar a
16
percepção dos funciorios sobre a necessidade de buscar o aperfeiçoamento profissional
continuamente, em razão de que ele (empregado) está diante de um mercado de trabalho,
conforme Almeida, com poucas oportunidades, instável e incerto. A partir da análise dos
procedimentos de dramatizações aplicados, a autora pôde concluir que o uso de jogos dramáticos
é eficaz no desenvolvimento de comportamentos criativos e inovadores, de acordo com
exigências do mercado de trabalho no início do culo XXI. Concluiu também que aspectos
como a espontaneidade, criatividade, desenvolvimento de comportamentos interpessoais como
trabalhar em equipe e respeitar as opiniões divergentes são comportamentos que podem ser
percebidos no treinamento por meio dos jogos dramáticos. Muito embora, a pesquisa se referia
uma situação específica, os procedimentos de avaliação e os resultados encontrados indicam que
os Jogos dramáticos são eficazes para conscientizar sobre a necessidade de aquisição e mudanças
de comportamentos. Poderia o Playback Theatre produzir os mesmos resultados? E de que
modo?
O contexto organizacional atual, descrito por Almeida (2004), indica que “no mundo do
trabalho” uma exigência crescente para que os funcionários apresentem um desempenho (ou
performance, como denomina a autora) de alta competitividade, no qual as competências
individuais possam estar sendo utilizadas ao máximo para garantir condições de competição no
mercado de trabalho. Essa condição, conforme a autora, está presente tanto para nos indivíduos
quanto nas organizações. Caso isso não ocorra, riscos para a garantia do emprego ou renda
para os trabalhadores e também para a sobrevivência das organizações. O treinamento como
recurso nesse contexto e como processo de aprendizagem, assume um papel fundamental.
Principalmente como uma possibilidade de adequar os níveis de “performance” a condições de
competitividade humanizadas.
Uma forma de analisar processos de aprendizagem em organizações é por meio do
desenvolvimento de medidas em avaliação de treinamento, que são utilizadas para avaliar e
identificar os resultados de uma aprendizagem. Um estudo sobre a produção de conhecimentos
na área de avaliação de treinamento foi realizado por Abbad, Pilatti e Pantoja (2003) por meio da
pesquisa sobre a quantidade de pesquisas realizadas sobre o tema até determinada data, que é
denominado de estado da arte”, indicou a necessidade de promover avanços e aprofundar os
conhecimentos sobre a avaliação de treinamentos. Tal necessidade também é identificada por
Borges-Andrade (2002, p.41), quando destaca que a avaliação de treinamento deve levar em
conta também as analises metodológicas de construção de medidas em avaliação de treinamento.
17
Esses autores têm desenvolvido pesquisas sobre avaliação de treinamento e a elaboração de
modelos de procedimentos de avaliação, que buscam avaliar todas as etapas de um processo de
treinamento. Os estudos desses autores parecem mais preocupados em desenvolver, testar e
validar modelos de avaliação de treinamento do que em caracterizar tipos de treinamento. O que
parece demonstrar a relevância de que estudos de caracterização são importantes para contribuir
com avanços de conhecimentos em relação às atividades de treinamento e aprendizagem
organizacional.
Ao investigar treinamentos, ou processos de aprendizagem em contexto organizacional
Abbad e Borges-Andrade (2004, p. 238) enfatizam que o processo de aprendizagem é “um
processo psicológico, com ampla variedade de definições e conceitos, os quais dão bases para a
compreensão desse fenômeno que, contudo, ainda necessita ser aprimorado para responder
precisamente como as pessoas aprendem em determinadas situações”. Responder a como as
pessoas aprendem por meio do processo de Playback Theatre é produzir conhecimento sobre
esse processo psicológico chamado de aprendizagem. Com isso as descobertas que uma
investigação possa trazer sobre o Playback Theatre poderá estar contribuindo diretamente para
uma ampliação da compreensão de aspectos de aprendizagem presentes nesse processo.
1.4 Proposta de avaliação do Playback Theatre por meio dos conceitos da Análise do
Comportamento
A escolha de um processo de avaliação não pode ser feita ao acaso, são necessários
critérios que a justifiquem, ou que sejam condizentes com a natureza do objeto que se que
avaliar. O Playback Theatre é um processo comportamental constituído por uma série ou
“cadeia” de comportamentos (ações), que envolvem (relacionam) desde o diretor, o grupo de
atores, músico, protagonistas e a pd-3.85048(m)15.4463()(e)-3)-137.329(d)3.73523701( )-270.473(p)3.7329(d)3.73523701( )-3( )-40.4966(p)-8.36881(a)8.2535029(s)1.6711(t)-0.393027c(n)-8.368( )l
18
mais profunda de um fenômeno como o Playback Theatre, no qual o elemento constitutivo é o
comportamento das pessoas em um ambiente específico. A noção de comportamento
apresentado por Botomé é compreendida de forma dinâmica como a relação entre aquilo que o
organismo faz e o ambiente no qual ele faz, como mostra o esquema abaixo, na Tabela 1.1,
citado por Botomé (2001, p. 29)
Tabela 1.1
Quadro de especificação dos três componentes constituintes da definição do
comportamento
Situação
(ambiente)
Ação
Conseqüência
(ambiente)
O que acontece antes
ou junto da ação de um
organismo
Aquilo que um
organismo faz
O que acontece depois
da ação de um organismo
A primeira coluna da Tabela 1.1 diz respeito à situação ambiente presente antes ou que
acontece junto à ação de um organismo sua resposta, também denominada de situação
antecedente. A segunda coluna diz respeito à resposta ou ação do organismo em relação ao
ambiente. E a terceira coluna corresponde às conseqüências do que acontece no ambiente após a
ação de um organismo.
Para exemplificar a Tabela 1.2 está descrito um exemplo de um comportamento de
“amassar um copo plástico”.
Tabela 1.2
Quadro de descrição dos componentes de um comportamento exemplo
Situação
(ambiente)
Ação
Conseqüência
(ambiente)
O que acontece antes ou junto da
ação de um organismo
Aquilo que um organismo faz O que acontece depois da ação
de um organismo
Copo plástico
Amassar
Copo plástico amassado
19
A Tabela 1.2 ilustra um exemplo de comportamento de amassar um copo, e deixa claro
que só ó possível ter um comportamento de “amassar” se todas as partes constituintes ou
elementos desses comportamentos estiverem presentes. Caso a conseqüência não seja um copo
amassado, não houve o comportamento de amassar, e também caso não haja uma situação
antecedente - copo, não haveria o comportamento de amassar e ter a conseqüência do copo
amassado. A noção de comportamento é a relação dinâmica entre todos os seus elementos
antecedentes, a ação do organismo e suas conseqüências. A esse comportamento é possível
incluir outros comportamentos, antecedentes e conseqüentes, formando uma cadeia, como
mostra a Tabela 1.3.
Tabela 1.3
Quadro de exemplo de uma cadeia de comportamentos
Situação Ação Conseqüência
1
Copo
plástico
Colocar café
no copo
Copo com
café
Situação Ação Conseqüência
2
Copo com
café
Beber o café
do copo
Café tomado
Copo vazio
Situação Ação Conseqüência
3
Copo plástico
Amassar o
copo
Copo amassado
O exemplo da Tabela 1.3 destaca a relação dinâmica entre os componentes de um
comportamento de beber café em um copo plástico e sua relação com o comportamento de
amassar o copo plástico, na qual é possível identificar que uma situação conseqüente passa a ser
antecedente para outro comportamento. É possível a partir dessa descrição imaginar uma
seqüência de comportamentos, por exemplo que na linha 3 da Figura 1.3 o comportamento de
amassar um copo plástico seja antecedente a um comportamento de jogar o copo no lixo, assim
temos uma cadeia de comportamentos.
No caso do estudo dos componentes ou comportamento que compõe o processo de
Playback Theatre, a utilização desses conceitos é fundamental para que se possa entender os
comportamentos em interação que ocorrem nesse processo conforme demonstra a Tabela 1.4.
20
Tabela 1.4
Quadro de exemplo de uma cadeia de comportamentos do processo de Playback Theatre
1 Comportamento do Diretor
2 Comportamento da assistência
3 Comportamento do Diretor
4 Comportamento dos atores
Na Tabela 1.4 está descrita parte dos comportamentos do Diretor que é antecedente para
o comportamento da assistência, que por sua vez torna-se antecedente para o comportamento do
Diretor, que pode ser um comportamento antecedente para os atores.
ainda mais um aspecto importante decorrente do estudo da ação de uma pessoa sobre
outra que pode auxiliar no estudo do Playback Theatre à luz dos conceitos da Análise do
Comportamento, que é a noção de objetivo de ensino (treinamento) como um objetivo
comportamental, seja ele de produzir um comportamento novo, ou aperfeiçoa-lo ou extingui-lo,
dependendo do objetivo ou necessidade previamente estabelecido. O professor (instrutor) é
alguém que produz uma ação, comportamento (falar sobre, explicar, demonstrar, etc) em relação
a um aluno , com o objetivo de que ele produza determinado comportamento (falar sobre,
compreender, demonstrar, etc), ou seja o processo ensino-aprendizagem é um processo
comportamental. Dessa forma, mais uma razão para a utilização com propriedade dos princípios
da Análise Comportamental, no estudo do Playback Theatre visto que ele é utilizado como um
instrumento de treinamento (ensino).
Se um comportamento é a relação entre (1) uma situação antecedente (2) a resposta de
um organismo e (3) as conseqüências ambientais, a modificação de qualquer um desses
componentes modificará esse comportamento. Se o ensino é produzir um determinado
comportamento (objetivo), o processo para obter tal comportamento é promover modificações
necessárias nos seus componentes para que o comportamento seja produzido. Em outras palavras
o professor deve estabelecer condições facilitadoras (manipular os elementos constituintes do
comportamento) para que o aluno apresente o comportamento desejado ou do objetivo
estabelecido.
21
Ainda para uma compreensão mais precisa sobre o comportamento-objetivo, é necessário
um segundo passo, que é identificar as características, os aspectos constituintes do
comportamento. Normalmente um comportamento requer uma classe, ou conjunto de outras
ações (comportamento intermediários) que o compõe. Para que se obtenha clareza e precisão
sobre p comportamento-objetivo proposto o professor (ou instrutor) deve ter um grau de
visibilidade mais abrangente sobre as características que compõe esses elementos. No caso em
exame poderia se investigar sobre quais são as características dos vendedores, o que vendem,
para quem , em que condições? Esses são alguns dos aspectos necessários para identificar ou
discriminar as condições da situação ou realidade antecedente. Com relação à ação de liderar é
necessário ter com clareza ou identificar em que consiste essa ão, como mandar fazer, cobrar
resultados, incentivar, motivar, etc. E os resultados se estendem a todos os componentes
caracterizados, tais como: vendas realizadas, condições de prazo atendidas, vendedores
motivados, tarefas executadas, etc. Toda essa somatória, agora mais complexa, deve ser
identificada pelo professor e faz parte dos objetivos de ensino.
Além dessas tarefas, o professor ou instrutor para alcançar seu objetivo, ou seja,
possibilitar que o aluno apresente o comportamento proposto deve estabelecer condições
facilitadoras para que ele seja capaz de apresentar o comportamento desejado, no caso em
questão o de liderar. Normalmente essas condições facilitadoras são condições artificiais, criadas
ou desenvolvidas para aproximar o aluno da realidade do comportamento em graus variados ou
gradientes de equivalência a realidade. Isso pode ficar mais visível com o exemplo do diagrama
da Figura 2.
Ambiente Real -
Situação ão Conseqüência
REALIDADE
GRADIENTES DE EQUIVALÊNCIA
ARTIFICIAL
Ambiente de Ensino ou Aprendizagem
Condição Facilitadora
(situação artificial)
Ação do Aprendiz
(situação de treino)
Conseqüência planejada
(sinalização artificial do efeito)
Figura 2 – diagrama de equivalência de situação real de atuação e situação artificial de ambiente
de ensino.
22
Na Figura 5 está descrito na parte superior cada um dos componentes do comportamento
objetivo (situação, ação e conseqüência) característico da situação de realidade que se deseja ser
o objetivo de ensino ou comportamento a ser adquirido. E na parte inferior as situações artificiais
de ensino que procura reproduzir de forma semelhantes características de todos os componentes
do comportamento. Quanto maior o grau de semelhança, mais equivalente será o
comportamento, e quanto menor, mais análogo, conforme Popham & Baker (1976), cabendo ao
professor planejar suas atividades de ensino estabelecendo parâmetros de proximidades.
Diante do entendimento de que o Playback Theatre é um instrumento de ensino e é
composto por várias ações (comportamentos) dirigidos aos participantes, é possível e adequado
realizar a sua análise por meio do estudo ou discriminação dos elementos que o compõe
utilizados os conceitos da Análise do Comportamento. É possível também, classifica-lo como
um recurso ou técnica de ensino utilizado em treinamento (ensino em organizações) e como tal
foi identificado a necessidade de ampliar as pesquisas sobre avaliação de treinamentos. Há ainda
sua relação com uma modalidade de psicodrama. Desta forma, ao se pesquisar o Playback
Theatre esta se avaliando uma técnica de ensino, um recurso para treinamento e uma modalidade
de psicodrama. Em todas essas classificações ou aplicações o objetivo é o mesmo: dramatizar
histórias, cujo cartaz pode ser Você!
23
2
MÉTODO: PROCEDIMENTO PARA AVALIAR O PROCESSO DE PLAYBACK
THEATRE
2.1 Sujeitos
Os 17 sujeitos participantes eram funcionários da organização na qual ocorreu o
treinamento sobre liderança cuja atividade de Playback Theatre foi parte integrante.
Tabela 2.1
Quadro de caracterização dos sujeitos participante funcionários da empresa contratante
Participantes
Idade (anos)
Sexo Escolaridade Cargo ocupado na empresa
P1 28 F 3º Grau Monitora de produtividade
P2 40 M 3º Grau Supervisor de contas
P3 34 F 3º Grau Analista de RH Pleno
P4 29 F Cursando 3ºG. Assistente depto. pessoal
P5 34 F 3º Grau Assistente Administrativo
P6 31 F 3º Grau Supervisor de contas
P7 34 F 3º Grau Supervisor de telemarketing
P8 24 F 3º Grau Assistente administrativo
P9 41 F 3º Grau Supervisora
P10 39 M 3º Grau Gerente
P11 50 F 2º Grau Supervisora
P12 42 M 2º Grau Supervisor
P13 34 M 2º Grau Encarregado de Expedição
P14 31 F 3º Grau (pós) Analista de Recursos Humanos
P15 39 M 3º Grau (pós) Gerente comercial
P16 37 M 3º Grau Técnico de suporte
P17 37 F 3º G. incompl. Supervisora
24
Na Tabela 2.1 estão descritas as características dos sujeitos participantes da pesquisa,
referentes à identificação obtida pela letra P, seguida de um número que corresponde à
localização do participante conforme o diagrama correspondente a Figura 2. Na segunda coluna
estão descritas as idades dos participantes, expressas em anos. Na terceira coluna estão descritas
as informações sobre gênero a que cada participante pertence. Na quarta coluna está descrito o
grau de escolaridade atuais de cada participante. Na quinta coluna estão descritos os cargos
ocupados na organização por cada participante.
Todos os participantes, com exceção de P3, nunca haviam participado de uma atividade
de Playback Theatre.
Tabela 2.2
Quadro de caracterização dos sujeitos componentes do grupo de Playback Theatre
Componentes
Idade (anos)
Sexo
Escolaridade Função
Diretor 47 M 3º Grau Diretor
A1 38 F 3º Grau Atriz
A2 34 F 3º Grau Atriz
A3 29 M Grau Ator
A4 24 F 3º Grau incompleto Atriz
A5 34 F 3º Grau Atriz
M 53 M Grau sico
Na Tabela 2.2 estão descritas as características dos sujeitos componentes do grupo de
Playback Theatre. Na primeira coluna estão identificados os componentes ou integrantes do
grupo. Na segunda coluna estão descritas as idades dos integrantes. Na terceira coluna estão
descritos os dados referentes a gênero. Na quarta coluna estão descritos os dados de
escolaridade. E na quinta coluna estão descritos os dados referentes a função dos componentes.
25
2.2 Situação e ambiente
a) Contexto organizacional – caracterização da empresa contratante
A organização contratante da atividade de Playback Theatre foi uma empresa de grande
porte que atua na área de transporte rodoviário e aéreo de encomendas especiais e urgentes,
atendendo todas as cidades brasileiras com uma frota de 500 caminhões e convênios com
empresas de transporte aéreo. Contava com cerca de 2.000 funcionários. Sua matriz localiza-se
numa capital da região sudeste do Brasil, e possui filial em mais outras dez capitais, Curitiba
uma delas, onde foi realizada a atividade de Playback Theatre.
A atividade de Playback Theatre foi contratada pela empresa para fazer parte de um
treinamento sobre Liderança. A empresa estava desenvolvendo um programa de treinamento
sobre liderança composto de um encontro mensal de 4 horas, com a duração de cerca de 8 meses.
Normalmente realizado na última sexta-feira do mês das 14:00 às 18:00 horas. Para o terceiro
encontro desse programa foi contratado o grupo de Playback Theatre para realizar sua atividade
no período das 16:00 às 18:00 horas. O treinamento transcorreu no dia 25 de agosto de 2005. A
sua primeira parte foi ministrada pela psicóloga da empresa e terminou às 16:30 horas. Em
seguida foi realizado um lanche e às 16:50 horas é que os participantes se dirigiram para a sala
de treinamento para a atividade de Playback Theatre. Havendo um atraso de cerca de uma hora.,
e isso fez com que o músico integrante do grupo de profissionais do Playback Theatre tivesse
que sair antes do rmino da apresentação em função de compromisso assumido anteriormente.
O fato foi comunicado aos participantes durante a atividade.
b) Contexto físico
A sala que a empresa contratante utiliza para ministrar treinamentos ficava localizada no
mezanino do refeitório da empresa e é utilizada para cursos e reuniões. Por sua vez o refeitório
está localizado no pátio interno da empresa, na junção do muro traseiro com o muro da lateral,
em oposição ao portão de entrada. Distante cerca de 20 metros do barracão da empresa. Possui
uma área de 24,5 m², medindo 3,5m x 7,0m. Possui duas janelas: uma janela na parede dos
fundos (d), que para o pátio da empresa, medindo cerca de 1,50m de largura por 1,30m de
altura, estando a cerca de 90 cm do chão, e com persiana vertical fechada. A outra janela
encontra-se na parede (a) onde está localizada a porta, medindo cerca de 5,80m de comprimento
26
por 1,10 de altura, estando a cerca de 90 com do chão, que para a parte interna do refeitório.
A porta e a parede (a) são de divisória de painéis tipo eucatex” em estrutura de alumínio. As
demais paredes são de alvenaria com tijolos à vista, pintadas de branco. Na parede oposta (c)
dois quadros, um medindo cerca de 50 com por 70cm, e outro com cerca de 70cm por 1,00. Na
parede (b) à direita da porta e ao fundo do palco, há um aparelho de ar condicionado, medindo
cerca de 50cm por 70cm, a uma altura de 1,80m do chão. O chão da sala é de lajota cerâmica de
cor cinza claro. A sala contém os seguintes móveis e objetos: 19 cadeiras, sendo 17 para os
participantes, uma para o diretor e outra para o músico; as cadeiras dos participantes estão
dispostas em duas linhas perpendiculares as paredes (a) e (c). Na linha da frente do palco estão
dispostas 8 cadeias (P1 a P8), entre as duas linhas uma cadeira (P9) e na outra linha de
cadeiras há mais 8 (P10 a P17). Há uma mesa (1), localizada próxima do canto entre a parede (c)
e (b), a qual foi utilizada para colocar o material do “camarim”, tanto em sua superfície quanto
na parte de baixo; um cabideiro (2), próximo à parede (b), com panos e roupas, inclusive
embaixo junto ao chão ficaram alguns panos; atrás do cabideiro está pendurado na parede (b) um
cartaz da empresa, que fica quase que totalmente coberto pelo cabideiro; um suporte para cartaz
do grupo e um extintor de incêndio (3), estão juntos a parede (b) e a cerca de 20cm da porta.
O “camarim” refere-se aos adereços dispostos na mesa e no cabideiro e constitui-se de
lenços, bijuterias (colares, brincos, anéis etc), bolsas, óculos de sol e de grau, perucas, chapéus,
bonés, gravatas, estojos de maquiagem, ferramentas diversas (chaves de fenda, alicates, etc),
utensílios domésticos, livros, pastas, jaleco, estetoscópio, estojo de primeiros socorros, roupas
diversas (casacos, blusas, calças, paletós, vestidos etc. ), cortes de tecido de cerca de 2 metros, e
outros materiais diversos, que poderão ser usados por qualquer ator para compor e vestir os
personagens indicados pela assistência.
A iluminação da sala é obtida por meio de 6 conjuntos de lâmpadas fluorescentes e pelas
janelas quando de dia, sendo as condições de luminosidade da sala adequadas para a realização
da atividade. No entanto, para a filmagem da atividade foi utilizado duas “spots” de 150w, cada,
muito embora a sensibilidade da câmera fosse suficiente para uma filmagem em condições de
baixa luminosidade. A temperatura ambiente estava em torno de 24 graus, não havendo queixas
de desconforto por parte dos participantes. Como a sala não possui um estrado para que pudesse
ser utilizado como palco, o mesmo foi demarcado por meio da colagem de fita crepe de cor
creme (largura de 1 cm) no chão, delimitando uma área de aproximadamente 9m². Os
participantes da primeira fila de cadeiras (P1 a P9) possuíam visibilidade total, os da segunda
27
(P10 a P17) não possuíam visibilidade do chão da linha de delimitação na frente do palco, a
partir de aproximadamente 30 cm acima do solo, o que dificultou a visibilidade para identificar a
delimitação do palco, mas sem prejuízo para ver as encenações (que ocorreram com os atores em
pé). A acústica da sala era adequada ao seu tamanho e mero de pessoas, não havendo
necessidade da utilização de microfones. A sala está localizada de certa forma isolada da área de
trabalho da empresa (20 m) e por localizar-se no andar superior (mezanino) do refeitório, o único
acesso é por meio de uma escada exclusiva, isso assegurou condições de privacidade adequadas
ao trabalho.
Os sujeitos foram identificados, conforme ilustra a Figura 3, de acordo com sua
localização nas cadeiras por meio de letra número do participante, desde - P1- ao participante
número 1, até P17. Os atores também são identificados por meio de letra e número do A1 ao A5.
O diretor pela letra D e o músico pela letra M, conforme mostra a figura 2.2, na página seguinte.
No fundo da sala, após a segunda fila de participantes, posicionou-se o cameraman, tendo
visibilidade plena do palco e executou a filmagem sem atrapalhar ou chamar a atenção dos
participantes.
28
c
d
b
3
a
Figura 3. Esquema gráfico do ambiente e da localização dos participantes da atividade
Legendas:
– paredes: a,b,c,d
- janelas
- participantes sentados em cadeira
- atores de Playback
- músico
- Diretor
- câmera man
- câmera
- spot de iluminação
- persiana
- porta
- área do palco
- ar condicionado
- cartaz com suporte
- quadros na parede
1 – mesa
2 – cabideiro
3. - extintor de incêndio
Mesa – camarim (1)
Cabideiro (2)
Área de
Palco
P1
P10
P9
P11
P8
P7
P12 P6
P13 P5
P14
P4
P15
P3
P2
P16
P17
A5
A4
A3
A2
A1
29
c) Procedimento usual do Playback Theatre
Uma atividade de Playback Theatre consiste em disponibilizar um grupo de cerca de 3 a 5
atores, um músico e um diretor para encenar histórias contadas por uma assistência. Alguns
grupos de Playback Theatre acrescentam a essa estrutura algumas performances teatrais. É
comum que a essa atividade essencial (contar e encenar histórias) alguns grupos realizem
performances como: esculturas de sentimentos, encenam pequenas histórias dos próprios atores,
executam canções, mímicas, entre outras, como uma abertura, antes de pedir que a platéia narre
suas histórias, ou como forma de encerramento, após as encenações das histórias da platéia.
Deste modo o procedimento usual do Playback Theatre é ter uma abertura, as encenações e um
encerramento.
O grupo que realizou esta atividade iniciou sua atividade com uma canção executada pelo
músico (imagine de John Lenon), a qual foi solicitada pela empresa, pois fazia parte do conteúdo
do treinamento iniciado às 14:00 horas daquele dia. Em seguida forma realizadas esculturas de
sentimentos de todos os integrantes do grupo e passou-se para a narração e encenação das
histórias da platéia. Ao final, como encerramento, foi realizada uma nova escultura de
sentimentos com os sentimentos da platéia.
O procedimento de contar história para ser encenado ocorre com o convite do Diretor à
platéia, indagando quem gostaria de contar uma história e vê-la encenada. A pessoa que se
disponibiliza é considerada o narrador ou protagonista e é entrevistada pelo Diretor. Essa
entrevista é curta e têm o objetivo de delimitar os personagens principais da história, que são
escolhidos pelo protagonista entre os atores do grupo, o cenário (onde ela se passa) e o enredo
(acontecimentos). De posse dessas informações o Diretor organiza essa história em concepções
teatrais (atos de dramatização) e informa aos atores como a história deverá ser encenada.
Os atores, com as informações ouvidas da narração do protagonista e com as instruções do
diretor, partem para a caracterização dos personagens e imediatamente iniciam a encenação, sem
se comunicarem um com o outro, pois o objetivo é atuar da forma mais espontânea
(improvisada) possível, não mantendo a essência (enredo ou mensagem da história) da
história, mas ampliando suas nuances.
30
2.3 Equipamentos e materiais
a) Para registro das observações diretas
Foram utilizados os seguintes equipamentos: duas filmadoras, com capacidade para
filmar em condições de baixa luminosidade, sem necessidade de iluminação especial, e com
sistema de gravação de áudio que não necessitasse a utilização de microfones. No caso foram
utilizadas duas câmeras Sony HDR FX-1, dois tripés para as filmadoras, dois refletores de
150W, 12 discos de DVDs, de 60 minutos cada, um monitor de TV para a observação e análise
dos filmes e um aparelho de DVD player.
b) Para registro de depoimentos dos participantes
Os sujeitos receberam um questionário (Apêndice B) para responderem, um dia após a
realização da atividade. Para isso foram necessários recursos de papel, caneta, tinta de
impressora e canetas.
2.4 Procedimentos
2.4.1 De escolha dos sujeitos
a) De escolha da organização
Foram registradas as atividades de Playback Theatre ocorridas durante o período de agosto a
setembro de 2005 das quais o grupo de Playback Theatre participou. Foram 3 apresentações em
empresas diferentes, porém com a utilização dos mesmos procedimentos. Em razão do excessivo
número de horas de filmagem e da necessidade de limitar o estudo a um caso, visto que os
procedimentos foram idênticos, foi escolhida o da empresa de transporte , devido a ter sido a
última a ser filmada e apresentou um melhor ângulo de filmagem, facilitando a análise. Foram
tomados os cuidados pertinentes para manter a identificação da organização e dos participantes
em sigilo por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido . (Apêndice B)
31
b) De escolha dos participantes
A indicação dos participantes ficou a cargo da organização-contratante, pelo qual o Playback
Theatre foi contratado. E na ocasião da contratação a empresa e todos participantes aceitaram
participar da pesquisa.
c) De escolha do grupo de Playback Theatre
Para facilitar e garantir a exeqüibilidade da pesquisa, tanto em relação a custos, quanto em
relação a proporcionar com que a pesquisa fosse realizada dentro do prazo previsto, o grupo de
Playback Theatre foi o qual o pesquisador exercia a função de diretor. Foi solicitado também a
anuência de todos os participantes: atores e músico, por meio do preenchimento do TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), inclusive para o cameraman que
realizou a filmagem.
2.4.2 De contato com os sujeitos
A organização interessada em treinamento com Playback Theatre fez contato com o
diretor do grupo de Playback Theatre por meio de uma reunião com a presença da psicóloga da
empresa e de dois de seus diretores, na qual foi explicado o procedimento da atividade e da
pesquisa.
A escolha e contato inicial com os sujeitos participantes do treinamento foram de
responsabilidade da organização, que ficou de informar sobre o caráter de pesquisa que também
a atividade teria. Novamente no dia da atividade, antes de seu inicio o Diretor informou
novamente sobre a pesquisa, as filmagens, o sigilo e o estudo, sendo lhes facultado a recusa em
aceitar participar. Todos aceitaram participar. Ao final da sessão de Playback Theatre foram
distribuídos questionários para os participantes responderem individualmente e que foram
recolhidos na semana seguinte pelo pesquisador.
32
2.4.3 De coleta de dados
a) Por meio de observação direta
A filmagem foi realizada por uma pessoa contratada para esse fim. Um filmadora foi
posicionada com o foco para o palco de forma a não interferir na visibilidade da platéia, e outra
filmadora foi posicionada com o foco para a platéia de participantes. Depois as atividades de
Playback Theatre filmadas foram observadas e descritas de forma cursiva (Descrição no Anexo),
tal procedimento facilitou a fidedignidade e precisão da descrição pela possibilidade de ver
repetidamente as cenas gravadas. Essas descrições constituíram um Protocolo contendo Tabelas
(exemplo no Apêndice C) onde foram observados os comportamentos do diretor, dos atores, do
músico e dos participantes (inclusive narrador).
O cameraman posicionou uma câmera fixa em direção a platéia, na qual todas as pessoas
podiam ser observadas e outra câmera na qual ele operava acompanhando as ações do diretor,
atores, músicos e narrador. Desta forma, o registro dos dados foram captados simultaneamente
por duas câmeras, sendo possível analisar, como por exemplo, a encenação da história e a reação
da platéia.
A filmagem foi realizada durante toda a atividade de Playback Theatre, contando com a
parte da abertura, a narração e encenação de duas histórias e o encerramento. Para a descrição
cursiva e exame foi escolhida uma história aleatoriamente. A duração total da filmagem foi de 53
minutos. Não foi realizado teste de fidedignidade com outro observador do filme, no entanto, o
filme foi vista várias vezes pelo pesquisador, pelos filmes das duas câmeras durante a construção
da descrição e das tabelas de observação.
b) Por meio dos depoimentos dos participantes
Os sujeitos receberam um questionário (Apêndice B) para responderem, um dia após a
realização da atividade. Foram orientados para responder livremente, não tendo obrigatoriedade,
de caso não desejassem de completá-lo, mas deveriam entregar ao menos com os dados de
identificação.
33
2. 4.4 De registro de dados
a) Por meio de equipamentos de filmagem
Foram gravados dois DVDs, um com as imagens da platéia e outro com as imagens do
grupo de Playback Theatre e de sua interação. Também foi realizada a mixagem dos dois DVDs
em uma versão editada.
b) Por meio de descrição cursiva de observação da atividade filmada
A observação do filme da atividade selecionada foi feita por meio de descrição cursiva A
utilização desse procedimento foi para garantir que o pesquisador que foi também diretor do
grupo pudesse realizar o seu trabalho sem interferências ou possibilidades manipulação das
variáveis, assegurando condições de realização de uma atividade de Playback Theatre usual.
Foram realizadas tabelas com os itens de observação (Apêndice C) o que constitui parte do que
se tornou o Protocolo de Observação, (em Anexo) composto pela descrição e as tabelas.
c) Por meio de Questionário
Os questionários foram entregues aos participantes após a atividade de Playback Theatre
ser finalizada. O pesquisador informou que o questionário poderia ser respondido no dia
subseqüente e seriam recolhidos no próximo dia, ou seja dois dias após a realização da atividade.
Nem todos os participantes entregaram os questionários na forma combinada, sendo necessário
realizar mais algumas solicitações, que foram realizadas por três semanas consecutivas a
realização do evento.
As questões do questionário estão disponíveis no Apêndice B, e são de natureza genérica,
estando livre o funcionário para escrever da forma que melhor lhe conviesse.
34
2. 5 Organização, análise e interpretação dos dados
A organização dos dados coletados por meio do registro de imagens da observação direta
da filmagem, foi descrito cursivamente e observadas várias vezes visualmente, e foram
organizados em duas partes: (1) sobre a narração da história, e (2) sobre encenação da história
narrada. Para cada uma delas foram construídas tabelas para descrever as classes de
comportamentos identificados nas mesmas, isso é uma para os comportamentos narrados e outra
para os comportamentos encenados e que serviram de base para sua análise e interpretação,
sendo então, ao todo quatro categorias. No processo de análise e interpretação também foram
construídas tabelas com referência os conceitos de Botomé (2001) sobre a noção de
comportamento.
35
3
PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA: SITUAÇÃO PROFISSIONAL E PESSOAL
INICIAL NA ORGANIZAÇÃO Y
A atividade de Playback Th.85048(b)0bate
36
3.1 Relato original da funcionária sobre sua situação pessoal e profissional na organização
Y
O relato original da funcionária que se dispôs a contar sua história ao diretor para ser
encenada está transcrita parcialmente na Tabela 3.1. Foram suprimidas partes do seu relato
referentes às perguntas e interferências do diretor e aspectos que não diziam respeito ou não se
relacionavam diretamente com a sua situação profissional na empresa Y.
Tabela 3.1
Relato original da funcionária a respeito de sua condição pessoal e profissional na
organização Y
“...Eu vim da empresa Y, trabalhava na área administrativa...(1)”.
Porque na empresa Y, por exemplo, chegou uma época antes da privatização (2), que não conseguia ser
mais promovida (3), não é. Não tinha mais concursos internos naquela época. l3)norse urnsa ea nr c3), .
37
Os aspectos relacionados a seus anseios pessoais são observados quando menciona que
quando houve a opção da empresa X e (a possibilidade) de crescer tanto financeiramente como
profissionalmente” (6). Isso evidencia que ela tinha necessidade de crescer em rendimentos e na
profissão, com uma justificativa para tal, pois destaca que “Era recém formada e eu queria mais
para mim.” (9). É perceptível que sua saída da empresa Y, assinalada na sua primeira frase
“...Eu vim da empresa Y, trabalhava na área administrativa...(1)”, apresentou resistência ou
questionamentos por parte dos seus colegas a partir de sua afirmação “e todo mundo: como você
vai sair da empresa Y?! (7) Uma empresa, não é... Você é concursada (8) e tal”.
Em seu relato a funcionária chama a atenção para quatro aspectos distintos: sua condição
de trabalho, a caracterização da empresa Y, suas aspirações ou anseios pessoais e profissionais e
a reação dos seus colegas diante de sua intenção, expectativa ou necessidade de sair da empresa
Y.
3. 2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição pessoal e profissional na organização Y
A Tabela 3.2 foi construída a partir da concepção de comportamento como um fenômeno
que se constitui pelas relações entre (1) os aspectos constituintes de uma dada situação, (2) as
características da resposta de um organismo apresentada perante essa situação e (3) as
conseqüências ou decorrências dessa ação sobre o meio. Do relato feito pelo sujeito, foi derivado
o que provavelmente estava ocorrendo no seu contexto de trabalho. A Tabela 3.2 está composta
por quatro colunas, na qual a primeira se refere ao número seqüencial dos comportamentos
derivados a partir do relato do sujeito e as demais correspondem a cada um dos aspectos
constitutivos dos prováveis comportamentos a partir do relato examinado na Tabela 1.1: (1)
Situação ou antecedentes a resposta, (2) Classe de respostas e (3) Conseqüências. As linhas
horizontais separando as unidades de comportamento na Tabela 1.2 correspondem a separações
das possíveis unidades de classes ou conjuntos de comportamentos provavelmente apresentados
pela funcionária, deduzidos a partir dos dados de seu relato original, indicado parcialmente na
Tabela 3.1, sobre sua condição pessoal e profissional na empresa Y.
38
As classes de comportamentos apresentadas na Tabela 3.2 estão estruturadas em uma
seqüência de forma a restituir uma possível cronologia dos fatos relatados pela funcionária
originalmente, conforme apresentados na Tabela 1.1.
Tabela 3.2
Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição pessoal e profissional na organização Y
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Funcionária concursada
da empresa Y
- Situação de trabalho na
área administrativa da
empresa Y
- Realizar trabalhos
administrativos de acordo com
as normas da empresa Y
- Segurança e estabilidade de emprego
-Trabalho administrativo realizado de forma
adequada
- segurança no desempenho dos trabalhos
- motivação satisfatória
- realização pessoal e profissional
satisfatória
2 - Tipo de atividades de tra-
balho conhecidas
- Relacionamento com
colegas de trabalho
adequado
- Executar rotinas de trabalho
com facilidade e precisão, de
acordo com as normas da em-
presa
- interagir social e profissio-
nalmente com os colegas de
trabalho de modo adequado
- Rotinas de trabalho identificadas e
realizadas com facilidade e precisão
- Segurança e conforto social no
relacionamento social e profissional com
seus colegas de trabalho
3 - Empresa inicia processo
de privatização
- Identificar e analisar
prováveis situações de
mudanças organizacionais a
partir do início do processo de
privatização da empresa Y
- Possibilidade de extinção da segurança do
emprego identificados e analisados
- Possibilidade de alterações nas rotinas de
trabalho identificados e analisados
- Possibilidade de alterações nos
relacionamentos com os colegas de trabalho
identificados e analisados
4 - Situação de privatização
da empresa Y com a
impossibilidade de
promoções e crescimento
profissional
- Constatar condições de
impossibilidade de promoções
e crescimento profissional
- Condições de impossibilidade de
crescimento e promoção profissional
constatados
- possibilidade de baixa motivação para
permanecer na empresa Y
5 - Situação conclusão de
curso superior
- Desejar atuar como
profissional de nível superior
- desejo de atuar como profissional de curso
superior identificado
6 - Necessidade de
crescimento pessoal
- Sentir-se impossibilitada
obter crescimento profissional
na empresa Y
- Constatada a impossibilidade de atender
sua necessidade de crescimento profissional
na empresa Y
- insatisfação profissional com relação às
condições de progresso na empresa Y
7 - Possibilidade de opção de
emprego pela empresa X
- Considerar para si a
possibilidade de emprego na
empresa X
- Possibilidade de emprego na empresa X
considerado
- Prospecção da realização de suas
necessidades por meio do ingresso futuro na
empresa X
8 - Situação de crítica por
parte de colegas de
trabalho diante da
possibilidade de sair da
empresa Y
- Ouvir e identificar as críticas
dos colegas de trabalho
- Críticas de colegas identificadas e ouvidas
- situação de desconforto e insatisfação
diante das condições de trabalho na empresa
Y
- críticas de seus colegas por sua
possibilidade de optar pela empresa X
39
Na Tabela 3.2 são observadas oito prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação à sua condição na empresa Y. Todas derivadas com base em seu relato original. Na
linha 1 a situação inicial diz respeito à condição da funcionária concursada da empresa Y,
trabalhando na área administrativa. Suas respostas diante dessa situação são de realizar as suas
tarefas de acordo com as normas da empresa. As conseqüências de suas respostas em interação
com a situação antecedente o: segurança e estabilidade de emprego, ter o seu trabalho
administrativo realizado de forma adequada, ter segurança em relação ao desempenho de suas
atividades, com alguma satisfação e realização pessoal pelo trabalho profissional e
reconhecimento que obtém.
Na linha 2 são observados como situação antecedente à condição da funcionária ter suas
atividades de trabalho conhecidas e um bom relacionamento com seus colegas de trabalho. As
suas respostas diante dessa situação são de executar as rotinas de trabalho com facilidade e
precisão, fxecordoecom149.37029(d)3.73376(a)-3.85048(137.3048(o)-8.370225(f)18.295(o)-20.4743(r)-5.91314(m)15.4448(a)-3.6.789(m149.3702i)-0.391549(d)3.7337648(137.3048( )-64.7047(e)-15.9545(m)27.5589( )-113.121(r)6.190915(s)1.66963(s-8.36881(e)-3.73523e(d)3.7337648(137.3048( )-173.641(d)-8.36881(e)-37.3048i)-0.3936 T8l)]TJ225(a)-3.85048(n)3.73523(t)n)15.8393(á)8.253579(d)3.73376(e)-3.8504i )-101.017(t)-0.3930279(m149.37025(s)1.6696( )-52819376(i)11.711(c)-15.9545(i)11.711(a)-3.85048((a)-3.85048(m)15.4463(e)-3.85048(u)-8.36881((d)-8.36881(e)-37.3048( )-185.745(c)-3.85048(o)-8.36881(m)37.3048t)-0.393027(o)-8.36881(s149.3702( )-101.017(c)8.25357(o)-8.36881(l)11.711(e)-12.4971(n)15.8393(a)-3.85048(s)-3.73523( )-173.641(d)-173.641(e)8.2535736 T8l)TJ-206.037 -17.16 Td[(t)-0.393027(r)-5.91314(a)8.2036(u)-8.37029(a)-3.84974(l)-0.39302( )-52.600(e)-33.84221(a)8.25357(d)-4.24277(a)-15.9337(o)-8.37029()-3.84974(n)3.73376(d)3.73376(o)-15.95457(z)8.25357(a)8.25357.565 0 Td[(e)8.2543(t)-0.393027(u)15.83784(n)3.73376(d)3.73376(o)-8.36881(.)-15.9545( )-10165357(s)1.6711(.)-15.9545( )-76.8087(c)8.25357(o)-8.3702(b)-8.37029(s)1.6719( )7.91964ü( )7.919649(ü)15.8393(ê-0.3930276(i)11.711(c)-15.9545(i)11.711(o)-8.36881(s-15.9545( )-209.953(d)3.73523(a)-33.825(l)-0.393027(i)-0.385048(u)-8.36881((d)-8.3688564)]TJ215.282 0 Td[7(u)3.73228(a)-3.85048(s)1.66963(ã)8.25357(o)-15.9545e(o)3.73523(i)-12.497-17.16 Td[(t)-0.393027(d)-8.36881(e)-33.825(3(d)3.73523(a)-15.95457(s)1.66963(s)1.66963(i)-0.391549(t)-0.39.953(d)3.735233(a)8.25357(ç)-3.85048(ã)8.25357(o)-15.9545e(o)3.73523(a)-15.95457(s)1.6696uo)-8.36881(n)15.8393(o)-8.36881(s-33.825((p)-8.36881(r)6.19091(e))1.66968(s)1.66963(p)3.73523(o)-8.36881(s)-18.0172(i)-0.39302(o)-8.36881(s-15.9545( )-64.7047(s)1.66963(ã)8.25357(om)3.34073()-22.5385( )564)TJ-212.281 -17.04 Td[((d)-4.24277t)-0.3930279(m-3.84974( )-185.745()-3.85048(n)3.73974(t)-0.393113(n4(a)8.2036(u)-5.913(a)-3.84974(s-15.93371(a)8.25357(d)-20.474(o)-8.36586(s)-10.4329(t)-0.393027(r)6.19091b)-0.391549(d)3.73376(a)-3.84974(l)-0.39302( ã)8.25357(o)-8.37029l)-0.393027e)8.25357(d)3.73376(e)-15.9545(n)3.73376(t)-0.393113(fe)-3.85048(r)6.19091(( )-185.7454(v)3.73376(a)8.25357(d))3.73376(a)-3.85048(-15.9545e(o)3.73523(a)-15.951029(a)8.2543(d)-8.36881(e)-3.850484(u)3.73376(a)-3.85048(s-3.85029( )-113.121(r)6.19091(e)-3.85048(a)-3.85048(l)2.53193.36)]TJ215z(r)6.19091(e)-3.850487(e)8.25357(rs)1.6711( )-52.6006(c)8.85048(o)-8.36881(m-3.84925(e)-3.84974(f)3.73376(a)-3.85274(c)-3.85048(i)-0.393027(l)-0.393027(i)11.711(d)-8.36881(a)8.25357(d))3.73523(a)-15.9545(d)-8.36881(e)-15.9545( )-597.283(p)3.73526(h)3.73376(e)i)11.711(c)-15.95( )-64.7047()-185.745(c)-3.85048(a)-15.9545(,-15.9545(c)-3.85048b)-0.385048(u)-125.225(t)11.711(e)-3.85048(r)-15.9545( )-101.017(s)-10.4344(e)-597.28u )-597.283(p)3.73526(r)6.19091(a)-3.85048(n)-8.37151(ç)8.25357(a)-15.9545(d)-173.641(e)8.2535193.36)TJ-206.037 -17.04 Td[(c)-3.84974(e)-15.954f )-185.745(r)6..25431(o)3.73523(r)-15.9545(i)173376(o)-8.37029(e)-3.849745(i)173376(e)-3.84974(c)-15.9545(i)11.711(a)-3.85048(l)--8.36881( )-76.8087(n)3.73376(a)-8.368819(m)15.4448(i)-0.39302to)-8.36881(l)11.711(e)-3.85048(r)6.19091(a)-3.85048(ç)8.25357(ã)-3.85048(o)-8.36881( )-597.284(c)8.25357(o)-8.37029(m-8.36881(b)-8.37029s)1.66963(e)-3.3702(b)-101.029(,)-15.9543(e)8.2535774(c)8.2543lu)-125.225(t)11.711g(a)8.25357(d)a de
40
impossibilidade de promoção profissional, o que acarreta uma disposição fraca em relação a
permanecer na empresa.
É observado na linha 5 que a situação pessoal da funcionária é alterada pela condição de
estar recém formada. Uma de suas reações a partir dessa situação é de ter expectativas para atuar
como uma profissional de nível superior. A conseqüência é o reconhecimento ou identificação de
que almeja (deseja, quer, pretende, espera poder...) trabalhar como profissional de curso superior.
Ainda em relação a sua condição pessoal na linha 6, combinada com a da linha 5, a
funcionária se defronta com o que poderia ser chamado de expectativa ou desejo de crescimento
pessoal Diante dessa expectativa, sua resposta é sentir-se impossibilitada (identifica baixa
probabilidade) de crescer profissionalmente na empresa Y. E essa interação entre situação e a
resposta, tem como conseqüências, além da constatação ou configuração dessa impossibilidade,
a antecipação de insatisfação profissional se permanecer na empresa Y. Dessa forma, parece
constatar estar sem possibilidades de atender sua necessidade de crescimento pessoal, pelo fato
de não haver mais promoções (identificados na análise da linha 4).
A classe de comportamentos caracterizada na linha 7 indica que a situação apresentada
diz respeito à existência da possibilidade da funcionária optar por outro emprego na empresa X.
A sua resposta é considerar a possibilidade desse novo emprego e de sair da empresa Y. A
conseqüência é a aceitação da possibilidade de sair da empresa Y e a prospecção (mesmo que
inicialmente apenas imaginária e por meio de conversas especulativas) de que no seu novo
emprego na empresa X poderá realizar suas necessidades.
Os dados referentes aos comportamentos da funcionária na linha 8 indicam que há
críticas por parte de seus colegas de trabalho diante da possibilidade dela vir a sair da empresa Y.
A sua resposta é de ouvir e identificar essas críticas. As conseqüências prováveis o a
identificação das mesmas e uma situação de desconforto e insatisfação diante das condições de
trabalho na empresa Y e das críticas de seus colegas por ter a intenção de sair da empresa Y e ir
trabalhar na empresa X.
É possível observar na Tabela 3.2 que dois conjuntos de classes de comportamentos
apresentados pela funcionária diante das situações descritas. O primeiro refere-se às condições
de adequação ao trabalho na empresa Y (linha 1 e 2) e mostram que os prováveis
41
comportamentos da funcionária na empresa Y transcorrem de modo adequado e adaptado em
relação ao seu desempenho profissional, sua forma de interagir social e profissionalmente com
colegas e com o seu grau de satisfação e motivação pessoal e profissional em relação a alguns
aspectos da vida profissional (segurança, estabilidades, experiência, baixo risco).
O segundo conjunto de classes de comportamentos (linha 3 a 8) abrange situações de
mudanças enfrentadas pela funcionária, as quais são: a privatização da empresa Y, sua conclusão
de um Curso Superior, suas necessidades pessoais de crescimento, possibilidade de emprego na
empresa X e a situação de críticas de seus colegas de trabalhão. Todas essa situações indicam
resultar para a funcionária uma situação de desconforto e insatisfação diante das condições de
trabalho na empresa Y e também com relação às críticas de seus colegas por sua possibilidade de
optar pela empresa X.
3. 3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre
sua condição pessoal e profissional na organização Y realizado pelos atores do Playback
Theatre
A encenação da história da funcionária foi realizada pelos atores do Playback Theatre
escolhidos pela mesma, durante sua narração ao diretor. A partir da encenação o sujeito narrador
é considerado o protagonista da história e os demais personagens serão os coadjuvantes ou
antagonistas, conforme diagrama apresentado na Introdução (página 6).
A encenação teve início com a entrada no palco da atriz representando a protagonista A1
(Jorgete). O cenário ou situação onde a cena transcorreu representava o local de trabalho da
protagonista, a empresa Y onde trabalhava. Os demais atores antagonistas A2 (amiga 1) e A4
(amiga 2) foram entrando em cena à medida que ela transcorreu.
A Tabela 3.3 apresenta a descrição das cenas que se referem exclusivamente à situação da
funcionária na organização Y conforme a interpretação dos atores, que tiveram como base o
relato da funcionária e as indicações do diretor. Foram suprimidas, dessa Tabela 1.3, algumas
cenas que não possuíam relação direta com as condições da funcionária na empresa Y, ou
quando essas cenas (não referentes à organização Y) estão descritas estarão com a função de
auxiliar o entendimento da cena, não sendo objeto de análise nesse momento.
42
Tabela 3.3
Descrição original da encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de
seu relato sobre sua condição na organização Y realizado pelos atores do Playback Theatre
(0’44’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: Quer ver oh...movimenta os dedos da mão
como se tivesse contando (1) Você já ganha, já pode comer, se vestir, e pagar suas contas!... E é só!
(0’48’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1) diz: (2) Você não está me ajudando a decidir
sair! A1 (Jorgete) coloca a mão na cintura, olha para A2 (amiga 1).
(0’52’’) A2 (amiga 1) com as mãos dadas na altura do peito, olha para A1 (Jorgete) diz: (3) mas...mas...
mas, menina eu quero que você fique na empresa Y
(0’57’’) A1 (Jorgete) olha em direção ao teto diz: (4) Eu sei, mas veja, você o consegue me
escutar! Expressão de raiva. (5) Eu to dividida, meu coração (Poe a mão no coração) está partido,
porque trocar aqui seguro? caminha em direção a parede c olha em direção a platéia abre os braços
diz: Vocês sabem como que é segurança!?... para, vira em direção a A2 (amiga 1)
(1’42’’) A4 (amiga 2) segurando um chapéu de crochê caminha em direção a A1 (Jorgete), diz: Olha que
lindo que eu estou fazendo de crochê.
(1’43’’) A1 (Jorgete) e A2 (amiga 1) olham em direção a A4 (amiga 2).
(1’45’’) A4 (amiga 2) olha em direção ao chapéu, diz: (6) É eu não tenho muito que fazer durante o dia
aí... passa os dedos no chapéu, como mostrando ... Comecei a fazer crochê!
(1’52’’) A1 (Jorgete) olha em direção ao chapéu, diz: (7) Ai oh, vendo oh... Eu não agüento
isso!...Eu quero uma coisa diferente. Gente isso é complicado! olha para a platéia, vira
caminha em direção a parede a.
Os dados apresentados na Tabela 3.3 estão sinalizados com o tempo em que ocorre o
diálogo ou descrição das cenas e diálogos entre parênteses e foram negritadas e numeradas sete
frases que destacam a condição da funcionária na organização Y.
O primeiro destaque é a afirmação de sua colega de trabalho A2 (amiga 1) que diz: Você
ganha, pode comer, se vestir, e pagar suas contas!... E é só!”, a qual indica que a
funcionária possui uma condição de renda estável e que com tal condição lhe é possível garantir
o sustento de forma adequada e evidência ainda um questionamento se isso já não seria o
suficiente (e é ), como se indagasse para que mais? Fica visível nessa afirmativa a posição de
que a colega de trabalho enaltece as condições de estabilidade e segurança tidas na organização
Y, bem como sua crítica em relação aos questionamentos da funcionária protagonista, indicando
que esses seriam injustificados.
É observado que a funcionária A1 (Jorgete) em resposta a verbalização da colega afirma
“Você não está me ajudando a decidir sair!”, está se referindo as suas condições pessoais, suas
dúvidas ou ansiedades e expectativas em relação a sair ou não da organização Y, e não faz
referência as condições de estabilidade e de segurança apresentados por sua colega de trabalho.
43
O fato de a funcionária estar priorizando suas dúvidas e necessidade de tomar uma
decisão fica ainda mais visível quando sua colega, acrescenta que além das questões do ponto de
vista de renda e segurança de trabalho, também um aspecto afetivo a ser levado em conta.
Observamos isso quando afirma claramente que deseja que a funcionária permaneça na
organização Y ao dizer mas menina, eu quero que você fique na empresa Y”, enunciando os
laços de amizade também deveriam ser levados em conta pela funcionária. Ela, a funcionária, é
capaz de reconhecer esses laços afetivos (“Eu sei, mas veja, você não consegue me escutar!”),
todavia insiste em que não está sendo compreendida, e que está “dividida”, em dúvidas entre
permanecer ou sair da organização Y.
Ao mesmo tempo em que a funcionária percebe que é querida pelas colegas, também
demonstra que sabe o que seja segurança de renda e estabilidade de emprego, mas demonstra
questionar a visão da sua colega sobre segurança quando afirma “pro que trocar aqui segura?
Vocês sabem o que é segurança?”, indicando que isso poderia ser questionado também.
A situação de estabilidade na organização Y é acentuada quando outra colega de trabalho
entra em cena fazendo crochê e afirma a É eu não tenho muito que fazer durante o dia aí...
Comecei a fazer crochê!”, o que revela aspectos da estabilidade relacionada à improdutividade e
baixa realização profissional, também presentes na organização Y. Esse fato propicia a evidencia
ainda mais forte das an(”)-12.8909u i da funccodadsda-10.4344( )-125.225(n)3.73523(a)-3.85047(d)-8.3688(s)-10.4344( )-137.32( )-52.6006(e)-3.8504(e)-3.85048( )-149.433(q)-8.36881(u-3.85048(r)-5..3702x(p)-20.4729i)-12.4971()-113.121(a)-3.8504( )-4.18441(E)-6.30616(s)-10.4344(s-3.85048(a)-3.85048( )-113.121(d0.390072(a)-15.954o(o)-8.36881()6.19091(i)-0.3930223(a)8.25357(d)-8.36881(e)-3.8504l(e)8.25357(s)-10.43298(g)-8.37029(u)3.73227(d)-8.3688(e)-3.85048( )-149.433(q)-8.36881(u)-3.85048(m)3.91964(q)-8.36881(a)-15.9545( )20.023j(e)8.25357(s)-10.432945(i)23.8151(a)8.25357( )250]TJ(r)-5.91314( )7.9189(e)-3.85048( )-125.223(t)7036(t)-0.3930274(m)15.4448)-0.393027(i)-0.39302(i)-0.393027(e)8.25357(l)-0.39304(a)-3.84974(ç)8.25357(ã-3.850488(m)3.34073( )-52.600681(i)11.711(e)-3.85048( )-125.223(t)11.711(r)6.19091(a)-28.3925(r)-5.9132(o)-8.37025(n)15.8378(d)-8.37029(h)-8.37029( )-125.225(“)4-0.366/R21 9.91968 Tf4A968 Tf1763(q)3.73523(u)--8.370291968 Tf102(o)-8.37027(h)3.73376(o)-8.37029(e)-3.850á(n)15.8378(d)-8.37029v(f)6.19091(a)-15.9545(z)8.25357(e)-35.9545(n)15.8393(d-8.3702919)-0.393027(e)8.2535í)-0.393027(.-0.39302.(h)3.73376(o)-8.37029()6.19091(“)-0.786054(E-3.85048(u)-20.4729( )-101.017(n)-8.36881(ã)3.850483(u)-20.47(l)-0.39302ü(m)3.91964(q)-8.36885(p)3.73523(o)-8.36881(n)-8.36881(t8.370294(m)15.4448(a)-3..85048(e)-3.8504(p)-20.471(a)-20.472(.-0.39302.(h)3.73376(.-0.39302(.)-4.18441(“)-0.786054(E-3.85048(o)-8.36881()-88.92.761/R7 9.91968 Tf49. )-88.9127(t)-0.786054(E-3.85048(r)-5.91314( 68 Tf102.178 0786054(E-3.85048(s)-10.4344( )-137.32 -17.04 Td[(20.377483(u)-20.477( )-28.392)-262734221( )250]TJ)-0.393027(e)8.25357(fo)-8.37029(r)-5.9.4448 )-88.9448( )-125.226(c( )7.9189(e)-3.850( )-125.226.(x)3.7337681( )-88.9127(Y)11.318(”4)-8.46/R21 9.9)(s)1.66963(e)-5.91314(a)-3.393027(d)3.73523(a)-3.85048( )-16.2885(m)1.67036( )-379.418(g)15.8393(o)-8.368818(m)3.34073( )-52.6006[(b)3.73376(a))-8.37029(r)-5.9131(o)-8.36881J-203.756 -17.04 Td[(v)3.73376(i)-12.4972()-28.3925(q)-8.3702l(q)3.73523(u)--113.121(o)-8.37029( m)3.34073( )-52.600681(i3.73376(e)-3.85048( )-88.9127(s)-1448(p)-8.370293(r)-5.91314(g)3.73521(a)-15.954ie)-3.850( )-0.393027(d)3.7352(i)-0.393027(d)3.73523(a)8.253578(g)15.8393(o)-8.368818()-149.433(q)-8.3688( )-76.8087((a)8.25357(ç)8.253574(g)3.7352(a)-15.954o()-88.92.161/R7 9.94(f)6.19091(o)-3.85048(c)-3.8503(d)3.73523(a)-3.850481(u)-8.36881(e)8.25357(a)-3.85048(ç)-385048( )-113.121(,)-4.18441( )-125.224(m)15.4448(a)-3..85047(d)3.73523(a))-12.4971(m)27.5503(a)-3.850481(u)-8.3688(s)13.7737( )-125.225()-3.85048(o)-8.3705(m)15.4463(a)-3.85041968 Tf49.7083 0 Td[(e)3.735231(u)-8.3688(s)13.7737(“)-0.786054((i)23.81555.50525357( )250]T( )-125.226(c)-3.84974(e)-3.85048(s)-43(1(e)-15.9545(n)15.8378(d)-15.9538(a)-3.84974( )-125.2225(c)8.25357(r)-64.7054(m)15.4448()-0.393027(i)-0.393027(o)-8.3702l(q)3.73523(u)--3.85048(h)-8.37029( )-125.225(“)-3.6497/R7 9.9G 68 Tf102(q)-8.36885(p)3..9189(e)-8.36881( )-125.225u)--3.85048 -17.04 Td[(v)3.7331(i)-0.39302)15.8378(d)-15.9875(Y)-4.24351( )-8.36881(o)-8.36881( )-71.017(c )-101.017()-71.017(r)-5.913147(n)3.73376a)-15.9545()-71.0177(e)-3.85048p)-20.471(a)-20.47281( )-88.9127(Y)11.318(”108.542/R9 9.)(968 T347(Y)11.318(”)-86191/R9 9.91968 T77(Y)11.318(”)-48198/R7 9.919m)15.4463(b)-8.36881(-8.36881( )-4.18441(p)-8.37029l(e)8.25357(s)-10.43297(z)-3.85048(a)8.25357(ç)-3.85048( )-3.85048aY)-4.24351( )-8.368818(m)3.91964(q)-8.36881(u)-8.36881(n)15.83d(g)3.73523(a)-3.85048 -17.04 Td( )-8.36881s(d)3.73523( )-125.224(m)15.4448((c)-3.85048(e)-3.85048(o)-8.36881( )-3.85048( ))-3.85048(ê)8.25357( )8.25357(ç)-3.85048( )-3.850489(s)13.7737( )-16.2885(d)-3.85048(o)-8.368815.197 0 Td[(o)3.73523(r)-5.91314()-8.36881( )-125.2(r)6.18796(i)-0.39302(z)-3.84974(a)-3.84974(-0.786054((i)23.811910]TJ25357( )250]T7(o)-8.3686(.-0.39849746.08 Td16( )-5596Tj-351.92 -17.04 Td[( )-2703.39( )]É.)-4.18441-17.16 Td[p(e)-3.85048p)-2.5488()-3.849745(v)3.73376(i)-12.4972(s)1.6711(í)-0.393027(v)3.73523(u)-)-3.85048(m)15.44485( )20.0237(s)-10.4346(h)-8.37029((s)-10.4344(t)34073( )-52.6006(c)-3.85048(e))-3.8504n(s)1.6711(í)o)-8.3705(m)1.7331(i-5.91314(e)-15.954(d)-8.36881(e)-3.85048( ))-113.121(a-3.85048( e)-15.954a)-15.9545(l)-0.25357(ã)-3.85048(os)1.6711(í)o)-8.3705(m)1689785(e)8.25357(s)-10.432976(d)-8.37029)-0.393027(d)3.73523(a)-3.85048(d)3.7352381(n)3.73523(a)8.25357(d)3.735238(s)13.7737( )-125.226(h)-8.37029(e)8.25357n(m)15.446159u
3(a)-3.85048(-3.85048(e)-3.85048( )-88.9127(o)-8.37029( )7.919648(g)3.73376(u)3.73254(r)-5.91314(a)-1448r)--4.24351( )sdg f4(o)-8.37029(f)6.19091((a-10.4344( )]TJ2131(z)-3.85048()-8.36881( )-71167 -17-52.6006i)-0.393027(oa)8.25357(d)3333668(o)-8.368815.197 0 Td[(m)15.4 Tf39)-8.36881(u)]TJ2134(g)3.73523(a)-3.85048(n)6.18796(i)-0.39302(z)-3.84974(a)-3.84974(-0.786054())-8593707(o)-8.3702())]TJ217.-0.393027(a(d)3.73523(a)-3.8504 )alé-3.85048(o)-8.368817(d)-8.3688(e)-8.36881(d)-8.36881(a)8.25357(d)33336688( )]TJ220.806 0 Td[(e)-15.9á sé-3.85048(a)macmaliq(i)23.8151 Tf39
44
3. 4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação pela funcionária a partir
de seu relato original realizada pelos atores do Playback Theatre sobre sua condição pessoal
e profissional na organização Y.
A Tabela 3.4 foi construída a partir da concepção de comportamento como um fenômeno
que se constitui pelas relações entre (1) os aspectos constituintes de uma dada situação, (2) as
características da resposta de um organismo apresentada perante essa situação e (3) as
conseqüências ou decorrências dessa ação sobre o meio. Dos comportamentos apresentados pelo
ator que representa o sujeito (a funcionária protagonista), foi derivado o que provavelmente
estava ocorrendo no seu contexto de trabalho. A Tabela 3.4 está composta por quatro colunas, na
qual a primeira se refere ao número seqüencial dos comportamentos derivados a partir das cenas
do sujeito e as demais correspondem a cada um dos aspectos constitutivos dos prováveis
comportamentos. As demais colunas da Tabela 3.4 referem-se: (1) Situação ou antecedentes a
resposta, (2) Classe de respostas e (3) Conseqüências. As linhas horizontais separam as unidades
de comportamento na Tabela 3.4 e correspondem a separações das possíveis unidades de classes
ou conjuntos de comportamentos apresentados pela funcionária, deduzidos a partir das cenas
realizadas pelos atores, descritos parcialmente na Tabela 1.4, sobre sua condição pessoal e
profissional na organização Y.
Para facilitar a discriminação dos componentes da Tabela 3.4 foram utilizados tipos de
letras diferentes. O texto com caracteres normais correspondem à descrição dos comportamentos
motores, os comportamentos verbais estão destacados em itálico e, o tipo cursivo é utilizado para
destacar possíveis estados emocionais ou psicológicos apresentados pelos sujeitos nas
encenações.
45
Tabela 3.4
Quadro dos comportamentos da funcionária representados na encenação do Playback
Theatre a partir de seu relato sobre sua situação na organização Y
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 A2 [amiga 1] olha em direção
a A1 [Jorgete] diz: Quer ver
oh... Você ganha, pode
comer, se vestir, e pagar suas
contas!... e é só!
(enfatiza e é só, como se dissesse:
para que mais?)
Platéia olha em direção a A1
e A2
A1 [Jorgete] olha em direção a A2
[amiga 1], coloca a o na cintura e diz:
Você não está me ajudando a deci
dir a
sair!
Angústia em relação à tomada de decisão.
Percebe que a amiga não a está ajudando a
decidir
A2 [amiga 1] diz: Mas...mas...
mas, (gagueja), menina eu
quero que vofique aqui na
empresa Y
A1 reconhece que a amiga não
a esta ajudando
Voz tensa e com sinais de
inconformismo pela amiga indicar
querer sair.
Clima de tensão entre A1 e A2
Platéia olha em direção a A1 e
A2
2 A2 [amiga 1] diz: Mas...mas...
mas (gagueja), menina eu
quero que você fique aqui na
empresa Y
A1 reconhece que a amiga
não a esta ajudando
Voz tensa e com sinais de
inconformismo pela amiga indicar
querer sair.
Clima de tensão entre A1 e A2
Platéia olha em direção a A1
e A2
A1 [Jorgete] olha em direção ao teto .
Diz, em tom mais alto: Eu sei, mas veja,
você não consegue me escutar!!
Identifica que a amiga quer que permaneça na
empresa Y
Identifica que a amiga não a está escutando
Demonstra pelo tom da diz um sentimento de
raiva por não ser ouvida
-ampliado os sinais de clima
de tensão e antagonismo entre
A1 e A2
platéia atenta a A1 e A2
3
clima de tensão e
antagonismo entre A1 e A2
platéia atenta a A1 e A2
A1 tensa e dividida entre ficar
ou sair da empresa Y
A2 olha em direção a A1
A1 [Jorgete] Põe a mão no coração. Diz:
Eu to dividida! Meu coração ta partido.
A1 [Jorgete] caminha em direção a
parede ‘c’, para, vira, olha em direção a
platéia abre os braços, Diz: Porque
trocar aqui seguro?...
Mostra sua angústia e com a movimentação
corporal e gestual a dúvida e a tensão
emocional para a tomada de decisão
A1 [Jorgete] parada, olha em direção a
platéia com os braços abertos, diz: Vocês
sabem como que é segurança?
Põe os braços ao longo do corpo, olha
para platéia. (como fazendo uma pausa e ao
mesmo tempo esperando uma resposta)
ampliado os sinais de
antagonismo de A1 entre sair e
ficar na empresa Y
platéia atenta a A1 e A2
A2 olha em direção a A1
Amplia sinais de solicitação de
ajuda e participação da platéia
Platéia em silêncio, olha em
direção a A1
4 A4 [amiga 2] parada ao lado
de A2 [amiga 1], diz: Olha
que lindo que eu estou
fazendo de crochê. Indicando
o chapéu nas suas mãos. É
que eu não tenho muito que
fazer durante o dia...
comecei a fazer crochê.
Platéia olha em direção a A1,
A2 e A4
A1 [Jorgete] olha em direção a A4
[amiga 2], olha em direção ao chapéu,
diz: Aí oh! Ta vendo, oh... Eu não
agüento isso, eu quero uma coisa
diferente... Gente isso é complicado!
(com expressão de inconformada)
A2 [amiga 1] olha em
direção a A4 [amiga 2]
(continua a fazer crochê)
Platéia olha em direção a A1,
A2 e A4
46
Na Tabela 3.4 são observados quatro prováveis conjuntos ou classes de comportamentos
da funcionária em relação à sua condição na empresa Y. Todas derivadas a partir da encenação
da atriz de Playback Theatre A1, a qual está representado o papel da funcionária protagonista,
com base no relato original da sua história e a partir das orientações do diretor, que indicou que a
primeira cena ou ato transcorra nas dependências da organização Y, onde a funcionária
trabalhava. Os atores A2 e A4 representam suas colegas de trabalho. A maioria das classes de
comportamentos apresentada na Tabela 1.4 diz respeito aos processos de interação social entre a
protagonista e suas colegas de trabalho. E em todas as situações apresentadas estão presentes a
participação da platéia com o olhar em direção ao palco.
Na linha 1 a situação inicial é constituída pela por A2 (amiga l) que olha em direção a
protagonista A1 (Jorgete) e verbaliza “você ganha, pode comer, se vestir e pagar suas
contas e é só!”, de forma clara e objetiva a colega de trabalho evidencia para a funcionária
protagonista que as condições de trabalho obtidas na organização Y são suficientes para lhe
garantir segurança, renda e sustentação. O tom emocional da verbalização enfatiza uma
inconformidade, como que questionando a funcionária sobre o que mais ainda poderia querer,
se possui o suficiente? A resposta da funcionária protagonista diante dessa interação e
indagação é de expressar por meio da queixa verbal de que não está sendo ajudada a decidir
sair”. Fica visível que sua preocupação está relacionada à tomada de decisão em sair da
organização Y e não com os aspectos de segurança obtidos nessa organização verbalizados pela
amiga. As conseqüências são o reconhecimento de que a amiga não a esta ajudando como deseja
(a sair) e há, também, visível a demonstração de um estado emocional de ansiedade em relação a
sua necessidade de tomar esta possível decisão, que é percebido pela entonação de sua na voz,
em tom de irritação. Por sua vez, as conseqüências para a colega de trabalho são de expressar seu
desejo para que a protagonista permaneça na empresa (eu quero que você fique aqui na
empresa!) . É possível notar que a colega de trabalho apresenta a funcionária dois motivos ou
justificativas para ela permanecer na empresa Y: segurança de rendimentos e de que ela é uma
pessoa querida. uma argumentação racional e outra afetiva em favor da permanência da
funcionária na empresa. É visível que um desentendimento entre a funcionária e sua colega
de trabalho com relação ao foco da situação, o que resulta gera um grau de tensão e ansiedade
para a protagonista.
47
Na linha 2 a situação inicial corresponde exatamente às conseqüências da situação
anterior, formando uma ligação entre um e outro conjunto de respostas de forma a constituir uma
cadeia de comportamentos. Desse modo, a situação conseqüente que corresponde à
argumentação da colega de trabalho para que a funcionária fique, o clima de tensão formado
entre ambas e a ansiedade da funcionária protagonista constituem a situação inicial ou
antecedente dessa classe de comportamentos (linha2). A resposta apresentada pela protagonista
a esta situação é de reconhecer que sua colega gosta dela, a qual é indicada em sua verbalização
(Eu sei), mas expressa que além disso, não está sendo entendida pela colega, destacando que
este fato seria mais importante para si (mas veja, você não consegue me escutar!) esse aspecto
também é observado pela ênfase que no tom de sua voz quando verbaliza, denotando um
sentimento de raiva por não ser ouvida. As conseqüências são a ampliação do clima de tensão e
antagonismo presentes entre a colega de trabalho e a funcionária protagonista, mesmo existindo
o reconhecimento de que se é desejado afetivamente, porém isso não aparece como relevante
para a protagonista.
Na linha 3, seqüencialmente a linha dois, a resposta da protagonista (em relação ao clima
de tensão e desentendimento entre ela e sua colega de trabalho) é de expressar verbalmente qual
é natureza específica de sua ansiedade relativa a sua dúvida entre ficar ou sair da organização Y
(Eu estou dividida) e não questões relacionadas a segurança ou de laços afetivos com colegas de
trabalho. Acrescenta, também, que questiona sobre a validade do sentido de segurança que esse
emprego oferece. Isso é visível quando olha em direção a platéia e pergunta: “Vocês sabem
como que é segurança?”, como esperando uma resposta ou a ajuda que a colega de trabalho não
a está oferecendo. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e as respostas da
funcionária são da ampliação dos sinais de tensão e antagonismo existente entre ela e sua colega,
pois indica que foco de sua atenção ou preocupação está relacionado para seu processo de
decisão do que para questões de estrutura da organização (estável e segura) ou por questões de
ordem afetiva (ser desejada como colega). também como conseqüência a possível ampliação
do grau de atenção da platéia, não pelo clima de antagonismo existente entre protagonista e
colega de trabalho estar mais visível, como também pelo fato da protagonista lançar uma
pergunta diretamente ao público, como que pedindo uma reflexão conjunta ou ajuda, cujo
resultado possível é ampliar o grau de atenção da platéia.
Na linha 4 a situação antecedente é constituída pela entrada em cena de uma nova
personagem A4 (amiga 2), que está em pé ao lado da outra colega de trabalho (amiga 1) fazendo
48
crochê e que verbaliza, na forma de justificativa, que sua atividade (fazer crochê) ocorre porque
“não tenho muito o quê fazer durante o dia... então comecei a fazer crochê”, indicando que as
atividades de trabalho desenvolvidas na organização Y, não são suficientes para ocupar toda a
carga horária, gerando tempo ocioso ou livre para os empregados. As respostas da funcionária
são relativas a identificar que essa atividade de fazer croc em horário de trabalho é
incompatível com o seu desejo ou expectativa de emprego (Eu não agüento isso), o que é
enfatizado por meio de sua expressão facial de inconformada, como sendo uma atitude não
profissional. A protagonista identifica que a situação pela qual está passando é de natureza
complexa (Isso é complicado!) e está relacionada a sua condição pessoal ou capacidade para
tomar decisões, e indica claramente que deseja uma coisa diferente”, que anseia por mudanças
em sua vida.
A encenação evidenciou com maior ênfase os aspectos relacionados à situação pessoal da
protagonista: dúvida, antagonismo com colegas de trabalho, não saber se permanece ou sai da
organização Y, complexidade de lidar com processos de decisão e escolha e o desejo de algo
diferente são aspectos relevantes para si que estão mais visíveis. Em relação às condições da
organização é possível constatar que é de uma organização estável, segura e com atividades
laborativas pouco intensas, resultando em períodos de ócio para seus funcionários e que poderia
até o momento ter sido satisfatória para a funcionária protagonista, mas não o está mais sendo.
3. 5 Comentários dos participantes relativos às descobertas que fizeram a respeito da
condição pessoal e profissional de funcionária na organização Y a partir do relato da
funcionária e da encenação realizada pelos atores de Playback Theatre a respeito dessa
condição
A Tabela 3.5 foi construída com base nas respostas dos participantes às perguntas de um
questionário (em apêndice), respondido pelos participantes um dia após a realização da atividade
de Playback Theatre. Como as histórias narradas e encenadas pelo processo de Playback Theatre
são conhecidas somente no momento da própria execução da atividade é inadequado ou pouco
útil realizar um questionário que aborde questões relativas às histórias de vida das pessoas. Por
isso foi elaborado um questionário, com questões gerais sobre o que aconteceu na atividade de
Playback Theatre, que serviu de base para a elaboração dessa Tabela.
49
Os dados da Tabela 3.5 estão distribuídos em três colunas. A primeira diz respeito a
classes de respostas construídas a partir dos comentários dos participantes. O nome de cada
classe está destacado em negrito e abaixo estão descritos alguns comentários considerados
relevantes pelos participantes em relação aquela classe de resposta. Na segunda coluna está
identificada a quantidade de participantes que citaram as respectivas respostas. Na terceira
coluna estão citadas as percentagens de respostas dadas em relação ao total de participantes
referentes a cada classe de respostas.
Tabela 3.5
Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre a o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação à condição pessoal e profissional de funcionária na
organização Y
CLASSES OU
CATEGORIAS
EXEMPLOS DE COMENTÁRIOS
QUANT.
DE
RESPOSTAS
PERCENT
DE
RESPOSTAS
CONHECER
HISTÓRIA
PESSOAS DOS
COLEGAS
- A divulgação da experiência de um único
indivíduo para os demais colaboradores
8 50%
IDENTIFICAÇÃO
COM
SITUAÇÕES
APRESENTADAS
- Identificamos situações comuns vividas
- Todos temos a nossa história
- Vendo acontecer, entendemos que somos iguais
8 50%
ASPECTOS
EMOCIONAIS
- Emoções ou sofrimentos que eu passei, outras
pessoas também passaram
5 31,25%
SITUAÇÕES DE
TRABALHO
SEMELHANTES
- Isso também aconteceu no início da área
comercial
- Há momentos em que precisamos, em contato
com clientes, sermos quase atores para conseguir
convencê-los
- Nas situações representadas ocorreram
semelhanças com coisas que já aconteceram
comigo, nessa empresa ou em outra
- Nas dificuldades encontradas por despreparo na
execução do trabalho
4 25%
TOTAL
(10) 25
50
Observação: vários dos participantes apresentaram mais de uma resposta e, por isso, os números não
correspondem à quantidade total de sujeitos participantes e respondentes, inclusive nas percentagens.
A Tabela 3.5 estão descritos quatro classes de respostas de comentários construídos a
partir da elaboração de informações dadas pelos participantes sobre a atividade de Playback
Theatre realizada. Em cada conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas
semelhantes. A ordem das linhas da Tabela 3.5 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a
partir daquela classe de respostas de comentários com maior número de ocorrências, e finalizar
com a menor.
Na primeira linha da Tabela 3.5 estão descritas as classes de respostas de comentários que
obteve citação de metade (50%) dos participantes, que destacaram a possibilidade de conhecer a
história de um colega de trabalho como algo relevante. O comentário adicional enfatiza a
oportunidade de poder divulgar uma experiência pessoal para todos os participantes da atividade
(colegas de organização). É possível observar que para 50% dos participantes, poder conhecer
em mais detalhes aspectos sobre a vida dos colegas é um aspecto notado com uma percentagem
alta.
Também com a indicação de metade (50%) dos participantes as classes de respostas dos
comentários citados são referentes à identificação dos mesmos com as situações apresentadas, no
entanto, nos comentários espontâneos não são descritas quais situações foram identificadas. É
possível verificar que as verbalizações correspondem a aspectos comuns ou rotineiros
(Identificamos situações comuns vividas) da vida dos participantes.
51
Na Tabela 3.5 é possível notar que, entre os aspectos de descobertas feitas pelos
participantes, são identificados, por um lado, a oportunidade de socializar ou conhecer a história
de um colega e, por outro, as identificações e semelhanças associadas as suas próprias vidas no
que diz respeito a situações gerais, emocionais ou de trabalho.
52
4
PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE MUDANÇAS PROFISSIONAIS,
ORGANIZACIONAIS E PESSOAIS, OS CONFLITOS DECORRENTES DESSAS
MUDANÇAS E SEU PROCESSO DE RESOLUÇÃO
A partir dos dados observados na atividade relacionados à narração ou relato da história
pelo protagonista estão descritos e serviram de base para a construção da Tabela de
comportamentos possíveis, cujo objetivo é identificar os diversos componentes ou variáveis
presentes no processo. Isso es baseado em relação ao sujeito (narrador protagonista da
história), às encenações da referida história realizada pelos atores de Playback Theatre, cujo
tema é sobre mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas
mudanças e seu processo de resolução
4.1 Relato original da funcionária sobre suas condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução
O relato original da funcionária está transcrito parcialmente na Tabela 4.1. Foram
suprimidas partes do seu relato referentes a aspectos que não diziam respeito ou não se
relacionavam diretamente com as suas condições de mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução.
53
Tabela 4.1
Relato original da funcionária sobre suas condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução
Diretor pergunta O quê que te fez sair da organização “Y”?
“Foi... Novos desafios... Porque na Y, por exemplo, chegou uma época antes da privatização, que não
conseguia ser mais promovida, não é... Não tinha mais concursos internos naquela época, então eu
estava estacionada, não é... E quando houve a opção da organização X e... de crescer tanto
financeiramente como profissionalmente, não é...”
“Eu vim e na época assim... e todo mundo... como você vai sair da organização Y?! Uma organização,
não é... Você é concursada e tal... Mas assim... Eu tinha esta necessidade, não é... Era recém formada e
eu queria mais para mim.”
Então tanto o desafio dessa questão de ser vendedora, como o desafio de conquistar uma região... Para
mim além do medo, não é...
Houve também uma oportunidade.
Diretor pergunta: E como é que você acha que venceu esse medo?
“Acho que aceitando, não é... Indo... Aceitando o desafio... Indo e buscando ... E é claro, sem dúvidas
há as pessoas envolvidas, ... que me ajudaram”
Na Tabela 4.1 é possível observar as verbalizações da funcionária para responder as
perguntas do diretor obtidas durante a entrevista da narração de sua história. Para destacar os
aspectos de sua narrativa que dizem respeito a suas condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução
estão em negrito frases ou palavras que se relacionam a essas situações.
São observadas na Tabela 4.1 verbalizações da funcionária que dizem respeito as suas
respostas a duas perguntas feitas pelo diretor. A primeira frase de sua resposta é verbalizar que
sua saída foi por “novos desafios”, fica visível que para a funcionária outros ou novos objetivos,
estão nas causas que atribui a sua mudança organizacional. Indica, também, ser esse motivo de
natureza pessoal. Ao complementar sua frase a funcionária verbaliza que as condições de
promoção e ascensão profissional estão impossibilitadas (não tinha mais concursos internos) o
que destaca os motivos de natureza de mudanças organizacionais.
54
Outro aspecto observado sobre situações de mudança pessoal e profissional é a condição
de estar “recém formada”, e verbaliza seu desejo de ascensão pessoal e profissional “queria
mais para mim”, fica visível que a condição de obter uma graduação de nível superior é algo de
valor para si e se relaciona a um novo projeto de vida (desafios) almejado. É possível notar sua
ambição e projeção quando verbaliza que necessita crescer tanto financeiramente como
profissionalmente”, e indica também que as condições financeiras presentes na organização Y
estão insatisfatórias para a realização de suas expectativas imaginadas ou almejadas.
É observado um conflito entre suas aspirações pessoais e as possibilidades da
organização Y em supri-las, e que a oportunidade de trabalho, “a opção pela organização X”
(atual) é uma possibilidade de resolução, por meio da mudança de organização. Outro conflito
também é mostrado pela verbalização da funcionária a respeito das opiniões contrárias dos seus
colegas de trabalho (como você vai sair? Você é concursada, e tal...)
É notado que o aspecto pessoal (eu tinha essa necessidade, querer mais para si) são
destacados pela funcionária como relevantes no seu processo de resolução dos conflitos. Fica
visível que ela identifica um estado emocional de medo diante dessas condições.
É observado a partir da informação de que a funcionária sente medo o Diretor verbaliza a
segunda pergunta: como é que venceu esse medo?. A resposta da funcionária para superar esse
estado de medo, evidencia que o seu comportamento pessoal é destacado, por uma atitude de
enfrentamento, transformando-o num objetivo (desafio) a ser vencido. (aceitando, aceitando o
desafio, indo e buscando).
55
4. 2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre suas
condições de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes
dessas mudanças e seu processo de resolução
Foram construídas três tabelas para a análise dos prováveis comportamentos da
funcionária a parir de seu relato sobre (1) mudança profissional Tabela 4.2a, (2) mudança
organizacional e pessoal– Tabela 4.2b, e (3) processo de resolução de conflitos decorrentes das
56
Tabela 4.2a
Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre
condição de mudança profissional
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Recém formada em
Administração
- Almejar sucesso aplicando seus
novos conhecimentos em
Administração
- Sucesso imaginado na aplicação dos
novos conhecimentos obtidos com a
graduação
2 - Imaginação e expectativa de
sucesso na aplicação de novos
conhecimentos como graduada
- Identificar a expectativa para a
aplicação imediata de seus novos
conhecimentos profissionalmente
- Alta expectativa (ansiedade) para o
uso de seus novos conhecimentos
profissionalmente como graduada e
de forma imediata profissionalmente
identificada
3
- Alta expectativa (ansiedade) para
o uso de seus novos conhecimentos
profissionalmente como graduada e
de forma imediata profissionalmente
- Imaginar no seu futuro
profissional a aplicação de seus
novos conhecimentos
profissionalmente
- Possibilidade de ampliação da
ansiedade diante do que imagina a
respeito de seu futuro profissional.
- Imaginar possibilidades de
aplicação de seus novos
conhecimentos em situações
profissionais presentes e futuras
4 - Ansiedade diante do que
imagina a respeito de seu
presente e futuro profissional
como graduada
- Prospectar situações e condições
de aplicação de seus
conhecimentos como formada na
organização Y.
- Prospecções de aplicação de seus
conhecimentos na organização Y
realizados
- Ansiedade diante do que imagina a
respeito de seu futuro profissional na
organização Y
5 - Ansiedade diante do que
imagina a respeito de seu
futuro profissional na
organização Y
- Identificar dificuldades de
aplicação de seus novos
conhecimentos como formada na
organização Y.
- Dificuldades identificadas para a
possível aplicação de seus novos
conhecimentos na organização Y
realizados
- estado de insatisfação pessoal diante
das dificuldades de atuar como
profissional graduada
6 - Identificação de dificuldades
para a possível aplicação de
seus novos conhecimentos na
organização Y realizados
- estado de insatisfação pessoal
diante das dificuldades de atuar
como profissional graduada
- Identificar necessidade obter
maior realização pessoal
- Identificada necessidade de obter
maior realização pessoal
- ampliação do sentimento de
insatisfação pessoal diante das
condições atuais na organização Y.
Na Tabela 4.2a são observadas seis prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação à sua condição de mudança profissional. Todas derivadas com base em seu relato
original. Na linha 1 a situação inicial diz respeito à condição da funcionária ter concluído curso
superior recentemente. Suas respostas diante dessa situação são almejar sucesso (pessoal e
profissional) aplicando seus novos conhecimentos. As conseqüências de suas respostas em
interação com a situação antecedente são ter o sucesso imaginado na aplicação dos novos
conhecimentos obtidos com a recém conclusão do curso de graduação.
Na linha 2 são observados como situação antecedente à imaginação e expectativa da
funcionária sobre a obtenção de sucesso na aplicação de novos conhecimentos como graduada.
57
As suas respostas diante dessa situação são de identificar essas expectativas para a aplicação
imediata de seus novos conhecimentos adquiridos profissionalmente. A conseqüência da
interação entre a situação antecedente e suas respostas são ter alta expectativa (ansiedade) para o
uso de seus novos conhecimentos profissionalmente como graduada e de forma imediata
profissionalmente identificada.
Na linha 3 é possível notar que a situação antecedente corresponde à situação
conseqüente da linha 2, isto é, um estado de alta expectativa (ansiedade) da funcionária para o
uso de seus novos conhecimentos profissionalmente como graduada e de forma imediata
profissionalmente. A sua resposta a essa situação é de imaginar (projetar) no seu futuro
profissional a aplicação de seus novos conhecimentos profissionalmente. E têm como
conseqüências à possibilidade de ampliação da ansiedade diante do que imagina a respeito de
seu futuro profissional com a aplicação de seus novos conhecimentos em situações profissionais
presentes e futuras.
Na linha 4 é observado como situação antecedente à ansiedade da funcionária diante do
que imagina sobre seu futuro profissional como graduada. A resposta da funcionária à situação
anterior é de prospectar situações e condições de aplicação de seus conhecimentos como formada
na organização Y. As conseqüências para a funcionária são a realização da prospecção de
situações de aplicação dos novos conhecimentos como formada na organização Y e a ansiedade
diante dessa sua prospecção ou imaginação.
Na linha 5, é notado que a situação antecedente de ansiedade diante do que imagina a
respeito de seu futuro profissional na organização Y, tem como resposta da funcionária
identificar dificuldades de aplicação de seus novos conhecimentos como formada na organização
Y. As conseqüências da interação da situação antecedente com a resposta da funcionária são de
obter a identificação de dificuldades para a possível aplicação de seus novos conhecimentos na
organização Y e apresentar um estado de insatisfação pessoal diante dessas dificuldades.
Na linha 6 é observado o comportamento da funcionária diante da situação antecedente
de ter identificado as dificuldades de aplicação de seus novos conhecimentos como graduada na
organização Y e seu estado de insatisfação pessoal. A sua resposta é de identificação de sua
necessidade de maior realização pessoal. Como conseqüência dessa interação fica visível uma
ampliação de seu estado de insatisfação pessoal.
58
A Tabela 4.2a mostra a partir da seqüência de respostas prováveis da funcionária, com
base em seu relato original, que após a sua condição de graduada em um curso superior um
visível estado de insatisfação, um grau de ansiedade pela aplicação imediata de seus novos
conhecimentos, a identificação das dificuldades encontradas na organização Y para tal e tem
como conseqüência à condição de insatisfação pessoal pela necessidade que possui de uma maior
realização pessoal.
Tabela 4.2b
Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre
mudança organizacional
Situação Classes de respostas Conseqüências
1
- Organização Y está em processo de
privatização
- Obter informações sobre as mudanças
na organização Y
- Informações sobre mudanças na
organização Y obtidas
- necessidade de obter mais
informações sobre as possíveis
alterações organizacionais e
profissionais, a curto, médio e longo
prazo.
- ansiedade frente à nova situação
(privatização) e sua situação
profissional (ascensão)
2 - Obtenção de mais
informações sobre as alterações
estruturais e administrativas na
organização Y
- Clima de insegurança entre os
funcionários da organização
diante das novas alterações
administrativas
- Conversar com colegas de
trabalho sobre as alterações
estruturais e administrativas da
organização Y
- Conversas com colegas da
organização sobre as mudanças
realizadas
- Identificação de opiniões diversas
dos funcionários sobre suas condições
profissionais e da organização
- ampliação da ansiedade frente à
nova situação (privatização) e sua
situação profissional (ascensão)
3 - Opiniões dos colegas da
organização sobre as mudanças
realizadas
- ansiedade mais intensa frente
à nova situação (privatização) e
sua situação profissional
(ascensão)
- Avaliar as opiniões dos colegas
sobre as mudanças na
organização Y
- Opiniões de colegas avaliadas
- Observa que parte dos colegas fica
propensa a querer sair da organização
e outros a permanecer
- identificação de um clima de
desconforto (insegurança) para os
funcionários diante das mudanças na
organização Y
4 - Observa que parte dos colegas
fica propensa a querer sair da
organização e outros a
permanecer
- clima de desconforto
(insegurança) para os
funcionários diante das
mudanças na organização Y
- Avaliar aspectos de seu próprio
desconforto profissional e diante
das conseqüências das mudanças
na organização Y
- Avaliados aspectos de seu
desconforto profissional diante das
mudanças na organização Y
- Identificada impossibilidade de
ascensão profissional na organização
Y
- Identificado em si um estado de
desconforto (descontentamento) em
relação a sua permanência na
organização Y sem condições de
ascensão.
Na Tabela 4.2b são observadas quatro prováveis classes de comportamentos da
funcionária em relação mudança organizacional. Todas derivadas com base em seu relato
59
original. Na linha 1 a situação antecedente inicial diz respeito à condição da Organização Y estar
em processo de privatização. Sua resposta diante dessa situação é de obter informações sobre as
mudanças na organização Y. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e sua
resposta são a obtenção de informações sobre mudanças na organização Y, a identificação da
necessidade da funcionária obter mais informações sobre as possíveis alterações organizacionais
e profissionais, a curto, médio e longo prazo e a instalação de um estado de ansiedade frente à
nova situação (privatização) e diante de sua situação profissional (necessidade de ascensão).
Na linha 2 é observado como situação antecedente à obtenção de mais informações sobre
alterações estruturais e administrativas na organização Y e a existência de um clima de
insegurança entre seus funcionários diante das novas alterações. A resposta da funcionária para
essa situação é de conversar com colegas de trabalho sobre as alterações estruturais e
administrativas da organização Y. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e
sua resposta são ter identificada às opiniões de colegas, a observação de que parte deles ficam
propensos a querer sair da organização e outros a permanecer, e a identificação de um clima de
desconforto (insegurança) para os funcionários diante das mudanças na organização Y.
Na linha 3 são observadas como situação antecedente às opiniões dos colegas de trabalho
sobre as mudanças na organização Y e a existência de uma ansiedade mais intensa da funcionária
frente à nova situação (privatização) e sua situação profissional (ascensão). A sua resposta a essa
situação é de avaliar as opiniões dos colegas sobre as mudanças na organização Y. As
conseqüências são a realização da avaliação das opiniões dos colegas a respeito das mudanças na
organização Y, a observação de que parte dos colegas está propensa a sair da organização Y e
outros a permanecer, e a identificação de um clima de desconforto (insegurança) para os
funcionários diante dessas mudanças. É visível que a condição de mudança na organização afeta
a todos os funcionários, ocasionado um clima de incertezas a respeito de suas condições
profissionais a partir dessas mudanças.
60
Na linha 4 são observados como situação antecedente que parte dos funcionários ficam
propensos a permanecer na organização Y e parte a querer sair, e que um clima de
desconforto (insegurança) entre os mesmos diante das mudanças na organização. A resposta da
funcionária é de avaliar aspectos de seu próprio desconforto profissional e diante das
conseqüências das mudanças na organização Y. Como conseqüência é visível que a funcionária
ao avaliar seu desconforto diante de mudança organizacional identifica a impossibilidade de
ascensão profissional na organização Y e também identifica em si um estado de desconforto
(descontentamento, desmotivação) em relação a sua permanência na organização Y diante das
condições apresentadas.
Na Tabela 4.2b é mostrado de forma visível que os prováveis comportamentos da
funcionária diante da situação de mudança organizacional privatização da organização Y, a
qual mostra um comportamento insatisfação em relação às condições de trabalho organização Y
suficiente para que almeje não mais permanecer a mesma, pela impossibilidade de ascensão
profissional ser incompatível com suas necessidades e expectativas.
61
Tabela 4.2c
Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre os
conflitos decorrentes de mudanças profissionais, organizacionais e seu processo de
resolução
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Oportunidade de trabalho na
organização X
- Identificar aspectos em
relação à possibilidade de
trabalho na organização X
- Possibilidade de trabalho em outra
organização como vendedora e
profissional graduada identificada
- Ansiedade em relação à possibilidade
de trabalho na organização X
2 - Estado de ansiedade diante da
possibilidade de trabalho em outra
organização como vendedora graduada
- Necessidade de decidir entre
permanecer ou sair da organização Y
- Identificar dificuldades de
escolher e decidir entre sair
ou permanecer na
organização Y
- Dificuldades de escolha e tomar
decisão em relação a sair da
organização identificada.
- identificada necessidade de conversar
com colegas sobre suas dúvidas
3 - Reconhecimento da sua dificuldade
para tomar decisão em relação a sair
da organização Y
- Necessidade de conversar com
colegas sobre suas dúvidas diante da
decisão de sair
- Comentar com colegas de
trabalho sobre suas
dificuldades, ansiedades e
intenções para sair do
emprego na organização Y
- Identificada possibilidade de ser
criticada e/ou incentivada por seus
colegas de trabalho da organização Y
- Situação de ansiedade vivida
4 - Ansiedade diante da possibilidade de
sair da organização Y
- Situação de ser criticada por seus
colegas de trabalho da organização Y
- Ouvir críticas dos colegas
quando comenta que tem a
intenção de sair da
organização Y
- Comportar-se de forma
agitada, tipicamente de quem
está ansioso
- Identifica que é criticada
(desaprovada) por seus colegas de
trabalho em razão de ser concursada e
querer sair da organização Y
- Situação de ansiedade acentuada e
vivida
5 - Situação de crítica (desaprovação)
por parte de colegas da organização Y
por ser concursada e querer sair da
organização Y
- Avaliar a relevância das
críticas
- Criticas recebida por colegas em
relação a sua intenção de sair do
emprego na organização Y avaliadas
- seleciona e descarta as críticas
desnecessárias ou irrelevantes
- observa insegurança diante da
situação de tomada de decisão
6 - Situação de insegurança diante da
tomada de decisão
- Críticas dos colegas de trabalho
selecionadas
- Avaliar suas necessidades
pessoais em relação às
críticas quanto a sua intenção
de saída da organização Y
- Necessidades pessoais avaliadas em
relação às críticas recebidas por querer
sair da organização Y
- identificação que almeja ascensão
pessoal e profissional
identificação que as condições de
trabalho na organização Y não
oferecem condições para o que almeja
7 - Avaliados aspectos pessoais
profissionais de ascensão profissional
e realização pessoal na organização Y
- necessidade de tomar decisão em
relação à permanência na organização
Y ou saída para ingressar na
organização X
- Concluir que aspectos são
relevantes para tomar sua
decisão
- Juízo (conclusão) sobre a relevância
de suas necessidades pessoais estarem
acima das críticas dos colegas e das
condições de trabalho na organização Y
- conclusão pela necessidade de sair da
organização Y
8 - Identificado o que considera o
melhor para si
- Necessidade de tomada de decisão
em relação à permanência ou saída em
busca de um novo emprego
- Concluir pela necessidade
de sair da organização Y
- Decisão tomada de aceitar a
oportunidade de trabalho na
organização X
62
Na Tabela 4.2c o observadas dez prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação aos conflitos decorrentes de mudanças profissionais, organizacionais e seu processo
de resolução. Todas derivadas com base em seu relato original.
Na linha 1 é observado que a situação antecedente inicial diz respeito oportunidade de
trabalho na organização X. Sua resposta diante dessa situação é de identificar a possibilidade de
trabalho na organização X. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e sua
resposta são a possibilidade de trabalho em outra organização como vendedora e profissional
graduada identificada e sua ansiedade em relação a essa possibilidade de trabalho na organização
X.
Na linha 2 é observado que os prováveis comportamentos da funcionária diante da
situação antecedente de possibilidade de trabalhar como vendedora graduada na organização X e
a necessidade de decidir entre permanecer ou sair da organização Y. A sua resposta a essa
situação é de identificar dificuldade para escolher e decidir entre sair ou permanecer na
organização Y. As conseqüências são a identificação da sua dificuldade de escolher e tomar
decisão em relação a sair da organização Y e identifica a necessidade de conversar com colegas
sobre suas dúvidas.
Na linha 3 é observado como situação antecedente o reconhecimento de que possui
dificuldade para tomar decisão de sair da organização Y e apresenta a necessidade de conversar
com colegas sobre suas dúvidas em relação a sua possível saída. A resposta da funcionária é de
comentar com colegas de trabalho sobre suas dificuldades, ansiedades e intenções para sair do
emprego na organização Y. As conseqüências são a identificação da possibilidade de ser
criticada ou incentivada por seus colegas de trabalho na organização da organização Y e a
presença de um estado emocional de ansiedade vivido diante dessa situação.
Na linha 4 é observado que a situação antecedente corresponde a ansiedade da
funcionária diante da possibilidade de sair da organização Y e a condição de ser criticada por
isso pelos seus colegas de trabalho. As suas respostas diante dessa situação são de ouvir as
críticas dos colegas quando comenta que tem a intenção de sair da organização e de comportar-se
de forma agitada, tipicamente de quem está ansioso. As conseqüências da interação entre a
situação antecedente e sua resposta são de identificação de que é criticada (desaprovada) por
parte de colegas de trabalho em razão de ser uma funcionária concursada e querer sair da
63
organização Y, e de acentuar seu estado de ansiedade. Em resposta a essa condição, a qual se
torna antecedente a sua próxima resposta, como pode ser observado na linha 5, a resposta da
funcionária é de avaliar a relevância das críticas recebidas pelas colegas de trabalho. As
conseqüências são ter as críticas recebidas por colegas em relação a sua intenção de sair do
emprego na organização Y avaliadas, e selecionadas àquelas que são relevantes e descartadas as
desnecessárias e irrelevantes, e constata que está insegura para tomada de decisão.
É observado, na linha 6, que a situação antecedente é da funcionária ter as críticas dos
colegas de trabalho em relação a sua saída da organização Y selecionadas e de estar insegura
diante da tomada de decisão. A sua resposta a essa situação é de avaliar suas necessidades
pessoais em relação às críticas quanto a sua intenção de saída da organização Y. As
conseqüências são ter avaliado suas necessidades pessoais em relação às críticas recebidas por
colegas em relação a querer sair da organização Y, e identificado que almeja ascensão pessoal e
profissional e que as condições de trabalho na organização Y não oferecem condições para tal.
Com a situação antecedente de ter avaliado os aspectos pessoais e profissionais de
ascensão profissional e realização pessoal na organização Y e, a necessidade de tomar decisão
em relação a sair da organização Y. É observado na linha 7 que sua resposta é a essa situação é
de concluir que aspectos são relevantes para a sua tomada de decisão. As conseqüências são a
formação de juízo (conclusão) sobre a relevância de suas necessidades pessoais estarem acima
das críticas dos colegas e das condições de trabalho na organização Y e a conclusão pela
necessidade de sair da organização Y.
Na linha 8 é observado como situação antecedente à condição da funcionária ter
identificado o que considera o melhor para si, diante de suas expectativas pessoais e profissionais
e suas possibilidades de realização, e sua necessidade de tomada de decisão em relação à
permanência ou saída em busca de um novo emprego. A resposta da funcionária é de concluir
pela necessidade de sair da organização Y. A conseqüência é a decisão para aceitar a
oportunidade (proposta) de trabalho na organização X.
As classes de comportamentos mostradas na Tabela 4.2c mostram os comportamentos
prováveis da funcionária diante da impossibilidade de progressão profissional na organização em
relação as suas aspirações pessoais e profissionais de ambicionar trabalhar como profissional
graduada e obter realização pessoal e crescimento financeiro e profissional. Frente a essa
condição de conflito, entre divergências de interesses (pessoais, profissionais) e possibilidades
64
(organizacionais), fica visível que a resolução que a funcionária apresenta é a de sair da
organização Y e ingressar na organização X.
A Tabela 4.2c também mostra algumas das classes de comportamentos intermediários
necessários para a resolução de seu conflito. Entre eles é possível destacar os comportamentos de
identificar (interesses e possibilidades), avaliar (críticas, oportunidades, estados emocionais),
discriminar (aspectos relevantes) e concluir (com base em critérios que considerados relevantes)
que ação (ou decisão) realizar.
4.3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre
condições de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes
dessas mudanças e seu processo de resolução
A encenação da história da funcionária foi realizada pelos atores do Playback Theatre
escolhidos pela mesma, durante sua narração ao diretor. A partir da encenação o sujeito narrador
é considerado o protagonista da história e os demais personagens serão os coadjuvantes ou
antagonistas, conforme diagrama apresentado na introdução.
A encenação teve início com a entrada no palco da atriz representando a protagonista A1
(Jorgete). O cenário ou situação onde a cena transcorreu representava o local de trabalho da
protagonista, a empresa Y onde trabalhava. Os demais atores antagonistas A2 (amiga 1) e A4
(amiga 2) forma entrando em cena à medida que ela transcorreu.
A Tabela 4.3 apresenta a descrição das cenas de representação da funcionária pelos atores
de Playback Theatre que se referem a condições de mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução. A interpretação
dos atores teve como base o relato da funcionária e as indicações do diretor. Foram suprimidas,
dessa Tabela 4.3, algumas cenas que não possuíam re
65
Tabela 4.3
Descrição original da encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de
seu relato sobre mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os conflitos
decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada pelos atores do
Playback Theatre
(0’00’’) A1 (Jorgete) diz: Eu estou pensando tanto, não consigo dormir direito. Essa história de
privatização... Ai meu Jesus Cristinho!(suspira)
(0’14’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Você é louca Jorgete, fique aqui.
A1 (Jorgete) diz: Mas eu não to saindo, eu to dividida, minha angústia, gente! (olha em direção a
platéia) eu to dividida, eu me sinto angustiada...Gente, é meu emprego!
(0’22’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Você é louca!
(0’23’’) A1 (Jorgete) diz: ... Eu não disse que estou saindo, eu to...Eu to... Eu to matutando gente.
(0’27’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) gira a mão em volta de sua cabeça (em sinal de
loucura).
(0’31’’) A1 (Jorgete) diz: Mas veja, são coisas novas. Eu gosto de coisas novas. mas eu também gosto
desse lado, entendeu...
(0’44’’) A2 (amiga 1) diz: Você já ganha, já pode comer, se vestir, e pagar suas contas!... E é só!
(0’48’’) A1 (Jorgete) diz: Você não está me ajudando a decidir sair!
(0’52’’) A2 (amiga 1) diz: mas...mas... mas, menina eu quero que você fique na empresa Y
(1’15’’) A1 (Jorgete) diz: Eu quero ir, quero ir para uma coisa nova...Putz..mas um “cagaço”!
Platéia ri.
(1’21) A1 (Jorgete) diz: Entende? Eu quero...Mas eu não quero... Platéia ri.
(1’23’’) A1 (Jorgete) diz: Ai gente, vocês não ficam assim também? Quando tem que tomar uma
decisão difícil. É difícil, não é? Puxa vida!
(1’33’’) A2 (amiga 1) diz: É!... Pode não dar certo...
(1’34’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: Mas olha... Vamos exorcizar esses medos aí... Eu sei
que isso vai passar, eu sempre meti a cara, qual é?
(1’42’’) A4 (amiga 2) diz: Olha que lindo que eu estou fazendo de crochê. É eu não tenho muito que fazer
durante o dia aí... Comecei a fazer crochê.
(1’52’’) A1 (Jorgete) olha em direção ao chapéu, diz: Ai oh, ta vendo oh... olha para a platéia, vira
caminha em direção a parede a. A1 (Jorgete) diz: ...eu não agüento isso, eu quero uma coisa diferente...
para e vira olhando em direção a A4 (amiga 2) e A2 (amiga 1).
(2’00’’) A1 (Jorgete) diz: Gente isso é complicado.
(2’02’’) A1 (Jorgete) diz (para a amiga 2) : Você acabou de me ajudar a decidir, eu não vou ficar aqui.
Eu não vou! Eu não quero!
A2 (amiga 1) diz: Ela é louca.
(2’11’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A4 (Luiza), diz: não, não é isso, é lindo o seu chapéu. Olha o seu
chapéu é maravilhoso. Você tem uma mão maravilhosa, mas eu não quero isso pra minha vida. Eu não
quero, não quero! Diminui a volume da voz, diz: não quero, não... e sai de cena.
Os dados apresentados na Tabela 4.3 estão sinalizados com o tempo em que ocorre o
diálogo ou descrição das cenas entre parênteses e foram negritadas frases que destacam a
condição da funcionária de insatisfação pessoal, desconforto profissional e mudança de
organização ou seu processo de decisão.
66
O primeiro destaque é a afirmação de sua colega da funcionária protagonista A1 (Jorgete)
que diz: Eu estou pensando tanto, não consigo dormir direito. Essa história de privatização!”,
a qual fica visível que a condição pessoal da funcionária é de um nível de preocupação, com as
mudanças da organização privatização a ponto de afetar suas condições de sono normal. A
sua verbalização em tom de suspiro Ai meu Jesus..” , acentua a indicação de que essofrendo
com essa situação.
É visível também o sofrimento da funcionária por sua afirmação verbal de que se sente
angustiada” e “dividida”, o que pode ser observado com a indicação de que está vivendo uma
situação de conflito entre permanecer ou sair da organização Y (eu quero, mas eu não quero).
A necessidade da funcionária para definir ou escolher entre permanecer na organização Y
ou sair é entendida pela mesma como um processo difícil e que resulta um estado de ansiedade e
sofrimento pessoal. Sua verbalização: Ai gente, vocês não ficam assim também? Quando tem
que tomar uma decisão difícil. É difícil, não é? Puxa vida!” deixa evidente sua dificuldade e
sofrimento. Além disso é uma situação que lhe acarreta insegurança e medo (Putz, mas um
cagaço!).
Fica visível que os comportamentos e verbalizações de suas colegas de trabalho
evidenciam que são contra a saída da funcionária da organização Y. É possível observar a
pressão que suas colegas fazem para que permaneça na organização, tanto por suas tentativas
apresentadas na forma de argumentação racional (renda suficiente), emocional (gostar), e na
forma de ameaças indicando a possibilidade de fracasso caso venha sair, o que é observado pela
verbalização da amiga 1 para a protagonista de que ... pode não dar certo.
É possível observar que a reação da funcionária protagonista diante das ameaças de
fracasso, dúvida, ansiedade e medo para tomar a decisão de sair da organização Y é de
enfrentamento desse medo. Isso fica visível quando verbaliza, olhando para a platéia, como uma
forma de auto-afirmação, “Vai exorcizar esses medos. Eu sei que isso vai passar, eu sempre meti
a cara, qual é?”, evidenciando que impõe, para si mesma, um desafio a ser vencido novamente.
É visível que a decisão em sair da organização Y pela funcionária protagonista tem a
colaboração do comportamento observado da amiga 2 (fazendo crochê). É observado que ao
constatar tal atitude a funcionária a rejeita (eu não agüento isso, eu quero uma coisa nova) e
67
indica que sua necessidade pessoal por coisas novas é o que deseja. É observado que a
funcionária reconhece a ajuda da amiga quando verbaliza para ela que acabou de me ajudar a
decidir. Eu não vou ficar aqui. Eu não quero”.
4.4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada
pelos atores do Playback Theatre
A Tabela 4.4 foi construída a partir da concepção de comportamento como um fenômeno
que se constitui pelas relações entre (1) os aspectos constituintes de uma dada situação, (2) as
características da resposta de um organismo apresentada perante essa situação e (3) as
conseqüências ou decorrências dessa ação sobre o meio. Dos comportamentos apresentados pelo
ator que representa o sujeito (a funcionária protagonista), foi derivado o que provavelmente
estava ocorrendo no seu contexto de trabalho. A Tabela 4.4 está composta por quatro colunas, na
qual a primeira se refere ao número seqüencial dos comportamentos derivados a partir dos
comportamentos em cenas do sujeito e as demais correspondem a cada um dos aspectos
constitutivos dos prováveis comportamentos. As demais colunas da Tabela 4.4 referem-se: (1)
Situação ou antecedentes a resposta, (2) Classe de respostas e (3) Conseqüências. As linhas
horizontais separam as unidades de comportamento e correspondem a separações das possíveis
unidades de classes ou conjuntos de comportamentos apresentados pela funcionária, deduzidos a
partir das cenas realizadas pelos atores, descritos parcialmente na Tabela 4.4, sobre sua condição
pessoal e profissional na organização Y.
Para facilitar a discriminação dos componentes da Tabela 4.4 foram utilizados tipos de
letras diferentes. O texto com caracteres normais correspondem à descrição dos comportamentos
motores, os comportamentos verbais estão destacados em itálico e, o tipo cursivo é utilizado para
destacar possíveis estados emocionais ou psicológicos apresentados pelos sujeitos nas
encenações.
68
Tabela 4.4
Quadro dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre mudanças profissionais, organizacionais e
pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução realizada
pelos atores do Playback Theatre
N
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Platéia em silencio olha em
direção ao palco.
- A1 [Jorgete] em pé, no
centro do palco, parada de frente
para o público diz: Eu estou
pensando tanto, não consigo
dormir direito. Essa história de
privatização... Ai meu Jesus
Cristinho!
- Preocupação com a situação de
privatização da empresa Y
- A2 [amiga 1] entra no palco,
caminha em direção a A1, para,
olha em direção a A1, diz: Você
é louca Jorgete, fique aqui!
- Platéia olha em direção a A1
e A2
2 - (A1) - Preocupada com a
situação de privatização da
empresa Y
- A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete], diz:
Você é louca Jorgete, fique
aqui!
- Platéia olha em direção a
A1 e A2
- A1 [Jorgete] diz: Mas eu
não to saindo, eu to dividida...
Minha angústia... gente eu to
dividida, eu me sinto
angustiada...gente é meu
emprego...
- A1 [Jorgete] olha em
direção a platéia
- Angústia e dúvida em relação a
permanecer na empresa Y
- A2 [amiga 1] olha para a
platéia, gira a mão em volta de
sua cabeça, em sinal de que A1
está louca.
- Platéia olha em direção a A1
e A2
3 - A1 – Constatado que
também gostaria de sair da
empresa Y apesar de gostar
dela
- A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete] diz:
Quer ver oh... Você já ganha,
já pode comer, se vestir, e
pagar suas contas!... e é só!
- (enfatiza e é só, como se
dissesse: para que mais?)
- Platéia olha em direção a
A1 e A2
- A1 [Jorgete] olha em
direção a A2 [amiga 1], coloca a
mão na cintura e diz: Você não
está me ajudando a decidir a
sair!
- Angústia em relação à tomada de
decisão. Percebe que a amiga não a
está ajudando a decidir
- A2 [amiga 1] diz:
Mas...mas... mas, (gagueja),
menina eu quero que você fique
aqui na empresa Y
- Voz tensa e com sinais de
inconformismo pela amiga indicar
querer sair.
- Platéia olha em direção a A1
e A2
4 - A2 [amiga 1] diz:
Mas...mas... mas (gagueja),
menina eu quero que você fique
aqui na empresa Y
- Voz tensa e com sinais de
inconformismo pela amiga indicar
querer sair.
- Platéia olha em direção a
A1 e A2
- A1 [Jorgete] olha em
direção ao teto . Diz, em tom
mais alto: Eu sei, mas veja, você
não consegue me escutar!!
- Identifica que a amiga quer que
permaneça na empresa Y
- Identifica que a amiga não a está
escutando
- - Demonstra pelo tom da diz
um sentimento de raiva por não
ser ouvida
- ampliado os sinais de clima
de tensão e antagonismo entre
A1 e A2
- - platéia atenta a A1 e A2
5 - clima de tensão e
antagonismo entre A1 e A2
- A1 [Jorgete] Põe a mão no
coração. Diz: Eu to dividida!
Meu coração ta partido.
- ampliado os sinais de
antagonismo entre A1 e A2
- platéia atenta a A1 e A2
69
- platéia atenta a A1 e A2 - A1 [Jorgete] caminha em
direção a parede ‘c’, para, vira,
olha em direção a platéia abre os
braços, Diz: Porque trocar aqui
seguro?...
- Vocês sabem como que é
segurança?
- Indicando em gestos corporais ser
algo relacionado à acomodação.
- Mostra sua angústia com a
movimentação corporal e gestual
expressa dúvida e a tensão emocional
para a tomada de decisão
-
- A2 olha em direção a A1
6 - clima de tensão e
antagonismo entre A1 e A2
mais elevado
- platéia atenta a A1 e A2
- A2 olha em direção a A1
- A1 [Jorgete] para, vira em
direção a A2. Diz: Taí,i eu já sei
o que é...
- Verbaliza com expressão
conclusiva
- A1 [Jorgete] para em
silencio sem completar a frase.
- Amplia clima de expectativa
para a platéia diante de uma
eminente solução do dilema
- Platéia em silêncio, olha em
direção a A1
- A2 [amiga 1] olha em
direção a platéia movimenta a
cabeça de forma afirmativa e
aguarda A1 completar a frase
- (como se todos esperassem o
pronunciamento de A1)
7 - A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete]
- Expressa corporalmente
expectativa em relação a que A1 fale
- Platéia olha em direção a
A1
- A1 [Jorgete] com a mão na
cabeça, diz: Putz...mas dá um
“cagaço”!
- Põe a mão na cintura
- A1 [Jorgete] olha em
direção a Platéia, diz: Puta
merda!
- A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete]
- Expressa corporalmente
expectativa em relação a que A1 fale
- Platéia ri
8 - A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete]
- Expressa corporalmente
expectativa em relação a que A1 fale
- Platéia ri
- A1 [Jorgete] vira a cabeça
em direção a A2 [amiga 1], vira
em direção a platéia diz:
Entende? Eu quero, mas eu não
quero... (enfatizando sua dúvida) Ai
gente, vocês não ficam assim
também?
- Movimenta a cabeça de
forma afirmativa (pedindo
confirmação da platéia) pausa e
diz: Quando tem que tomar uma
decisão difícil. É difícil, não é?
Puxa vida! (em tom conclusivo)
- Platéia olha em direção a A1
- A2 [amiga 1] olha em
direção a A1 [Jorgete],
movimenta a cabeça de forma
afirmativa e diz: Ééé´... mas
pode não dar certo...
- (com certa intenção de dúvida)
- clipa
70
0 palco: A4 [amiga 2] caminha
em direção ao centro do palco,
fica parada, segurando um
chapéu de crochê na mão.
- A4 [amiga 2] parada ao
lado de A2 [amiga 1], diz: Olha
que lindo que eu estou fazendo
de crochê. Indicando o chapéu
nas suas mãos. É que eu não
tenho muito o que fazer durante
o dia...Aí comecei a fazer
crochê.
- Platéia olha em direção a
A1, A2 e A4
- clima de expectativa com
relação à comunicação da
decisão por A1
direção a A4 [amiga 2], olha em
direção ao chapéu, diz: Aí oh! Ta
vendo, oh... ...Eu não agüento
isso, eu quero uma coisa
diferente... Gente isso é
complicado!
- (com expressão de inconformada)
direção a A4 [amiga 2] (continua
a fazer crochê)
- Platéia olha em direção a
A1, A2 e A4
- clima de expectativa com
relação à comunicação da
decisão por A1
1
1
- A2 e A4 paradas, olham
para A1 [Jorgete]
- Platéia olha em direção a
A1, A2 e A4
- [Jorgete] Diz: Você acabou
de me ajudar a decidir: eu não
vou ficar aqui! Eu não vou. Eu
não quero!
- (com expressão firme e
conclusiva)
- A2 [amiga 1] olha em
direção a A4 [amiga 1], (com
expressão de não ligue) diz: Ela é
louca!
- A2 [amiga 1] parada, olha
em direção a A1.
- Platéia olha em direção a
A1, A2 e A4
1
2
- A2 e A4 surpreendidas com
a resposta de A1
- A1 [Jorgete] se afasta de A4
[Luiza], caminhando de costas
em direção a parede ‘a’, diz: Eu
não quero! Abre os braços. Olha
em direção a A4 [Luiza].
Diminuindo o volume da voz,
caminha pelo fundo do palco em
direção a parede ‘c’. Diz: Não
quero, não quero... Não quero...
- (como repetindo para si mesma)
- A1 [Jorgete] sai do palco
Na Tabela 4.4 são observados doze conjuntos ou classes de comportamentos da
funcionária em relação à condição de mudanças profissionais, organizacionais e pessoais, os
conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de resolução. Todas derivadas a partir da
encenação da atriz de Playback Theatre A1, a qual está representado o papel do sujeito
funcionária protagonista, com base no relato original da sua história e a partir das orientações do
diretor, o qual indicou que a primeira cena ou ato transcorra nas dependências da organização Y,
onde a funcionária trabalhava. Os atores A2 e A4 representam suas colegas de trabalho. A
maioria das classes de comportamentos apresentada na Tabela 4.4 diz respeito aos processos de
interação social entre a protagonista e colegas de trabalho. E em todas as situações apresentadas
estão presentes a participação da platéia com o olhar em direção ao palco.
71
É observado na Tabela 4.4, linha 1, que a situação antecedente inicial é constituída pela
platéia olhando em direção ao palco. A resposta da funcionária é verbalizar, (em pé, no centro do
palco, parada de frente para o público) Eu estou pensando tanto, não consigo dormir direito.
Essa história de privatização... Ai meu Jesus Cristinho!”, o que evidencia sua preocupação com
a situação de privatização da organização Y . As conseqüências são a entrada no palco de A2,
personagem que representa uma colega de trabalho (amiga1), que verbaliza: “Você está Louca?
Fique aqui.”. é observado com esta frase que A2 (amiga1) demonstra seu desejo para que a
funcionária permaneça na organização e indica que a possibilidade de sair da organização Y é
compreendida por A2 (amiga 1) como um ato de “loucura”, irracional ou inadequado. Essa
mesma classe de comportamentos é também observada na linha 2, da Tabela 4.4, mostrada na
forma dos gestos de A2, em sinal de loucura, a discordância em relação ao comportamento do
sujeito.
Na linha 3 da Tabela 4.4 é possível observar que a situação antecedente é a verbalização
da colega de trabalho (amiga 1) apresentando dados sobre as condições de renda obtidas pela
funcionária na organização Y serem suficientes para seu sustento. A resposta da funcionária a
essa situação antecedente é de verbalizar que não está sendo auxiliada a “decidir sair”. As
conseqüências da interação entre a situação antecedente e a resposta da funcionária é a amiga
verbalizar que quer a sua permanecia na organização Y. É observado que nesse processo de
interação dos personagens, há um antagonismo, a protagonista funcionária mostra expectativa
em relação a sair da organização Y e a amiga uma expectativa para que ela fique. Esse clima de
antagonismo entre posições diferentes dos personagens é intensificado, como observado na linha
4, que mostra a repetição desses comportamentos.
É observado na linha 5 como situação antecedente o clima de antagonismo entre a
funcionária e amiga em relação a sua possibilidade de sair da organização Y. A resposta da
funcionária é verbalizar sua dúvida em decidir, evidencia que isso a esta afetando
emocionalmente (“meu coração está partido”), e questiona a condição de renda e sustento
obtido na organização Y, em referencia as verbalizações da sua colega de trabalho (amiga 1)
observado na linha 3. A funcionária verbaliza “Vocês sabem como que é segurança?”, e mostra
por meio de indicações gestuais que pode significa um aspecto relacionado à estagnação
profissional. As conseqüências são a permanência do clima de antagonismo entre a funcionária e
amiga 1.
72
Na linha 6 é observado como situação antecedente o clima de tensão e antagonismo entre
a funcionária e a colega de trabalho (amiga 1) mais elevado e a sua colega de trabalho a olhar
para a funcionária. A resposta da funcionária a essa situação antecedente é verbalizar “Ta í, eu
sei...”, com expressão conclusiva que havia definida ou decidida sua situação de permanecer
ou sair da organização Y, e não conclui a frase. As conseqüências são sua colega de trabalho
(amiga 1) expressar uma possível pergunta “já sabe o quê?”, ou “qual é sua decisão”, por meio
de movimentos corporais e gestos. É visível que tais comportamentos resultam em ampliar a
expectativa em saber a conclusão chegou a funcionária. A platéia olha em direção ao palco em
silêncio.
Na linha seguinte (7) a situação antecedente corresponde à colega de trabalho
expressando corporalmente que aguarda com expectativa que a funcionária complete a sua frase.
A resposta da funcionária a essa situação é de expressar receio pela verbalização “Putz, mas
um cagaço! Puta merda!” . A conseqüência da interação entre a situação antecedente e a
resposta da funcionária é a platéia rir e sua colega de trabalho permanecer, como na situação
antecedente, a olhar para a funcionária aguardando a sua decisão. É observado que um clima
de suspense ocasionado pela não expressão clara da decisão da funcionária e ao mesmo tempo
uma situação de comicidade pelo uso de linguagem rústica e palavra por parte da protagonista
funcionária.
É observado que na linha 8 uma continuidade da situação ou comportamentos
apresentados na anterior. A resposta da funcionária é expressar sua dúvida e dificuldade em
decidir ao verbalizar “Eu quero, mas não quero... tomar uma decisão difícil, é difícil, não é.
Puxa vida!”. A conseqüência é sua colega verbalizar é, mas pode não dar certo”. Fica visível
que sua colega de trabalho considera que a funcionária já tomou uma decisão, e que pode estar
errada. É possível observar que está suposição de que a funcionária já tem uma resposta, segundo
sua colega, também na linha um, quando a acusa de louca.
É observado na linha 9 como situação antecedente à condição de dúvida da colega de
trabalho em relação à decisão supostamente tomada pela funcionária, e o clima de expectativa
diante de sua comunicação de qual decisão tomou. A resposta da funcionária é de expressar
73
verbalmente sobre a necessidade de afastar ou retirar os seus medos, verbalizando isso de modo
a indicar que está falando para si mesma, num tom auto-imposto de um desafio “vamos
exorcizar esses medos. Eu sempre meti a cara, qual é?”. A conseqüência é do clima de
expectativa pelo anúncio da decisão da funcionária permanecer.
Na seqüência (linha 9) como situação antecedente à entrada em cena de outro
personagem, a segunda colega de trabalho A4 (amiga 2), que está fazendo crochê e considera sua
atitude de ter essa atividade durante o horário de trabalho justificável (é que não aã fesfprtud fp e mx 3.e ra53-3.859702-815.9545( )-40538(t)1.9545( )7p37029(r)6.19091(á)8.711(a)-3.8525357( )]TJ92885(q)3.73573.6ec4-294.682(d)-8.329(.7d)-0.393027(c)73376(c)-3.85048(i)11.711(o)-8.36.37029( )7.91964(d)3..85048(i)1á.91314(a)8.25357( )-185048( )-258.369(é)-3.829(.7d)-258.369(é)-3.829(.7d41.6711(s)1.6711(a)-15.95048(o)-.91964(a)-3.8829(.7d)-393027( )-282.575982-0.393027(v)u3523(o)-294.682(d)-ç91964(a)-3ã36881(m)15.4448(o)-8.8829(.7d)-é92885(q)3.73573.6e)-3.85048( )-282.578(o)-8.329(.7d)-3.73376(h)3.73Td[(2)304711(r)6.1.85048(r)--8.36881(a)-3.85048( )]n85048( )250]TJ-215..25357( 35(-85048(b)-25357(q)-8.36881(ü)33.859702498.36881(m)15.4448(o)-8.37029(6333.8597024981.67258(s)13.7737(q)-80.4729( )-40.4966(d)-70.473(q)-8.359702498v3523(o)-25.91314(a)8.25357( )-1b85048( )250]TJ-215.-0.393027(n)3.73376(h)3.5.9545(n)1258.369(é)-3.829(.7d)-.73523(e)8.25523(o)-25.9964(a)-3.88273.6e)-é.6006(m)15.2 -17.1f85.0083 0 Td[-23 BT6)-3.84974(t)-8.25357(a)-8.2543(r)-5.6.2885(A)1m.84974( )-.25426(l)-011.711(z)-3.85048(a)-.2543(r)-5.917029(i)-0.7029(r)6.15068 Tf22.5728 0 Td[510299511(r)6.1”.18441(n)-8.3684264)-40.4966(a)-3.8584264e ae oa-.36881(m)15.4448(o)-8.37029(6333.8684264)-40.11( )-258.369(q)-80.457(q)-8.36881(ü)33.2 -17.16186.586xrc la
74
Em todos os conjuntos de classes de comportamentos da funcionária descritos na Tabela
4.4, construídos a partir da encenação, é possível observar que estão relacionados ao processo de
resolução de conflitos decorrentes da situação de mudança organizacional, oposição de opiniões
75
Tabela 4.5
Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre a o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação às condições de mudanças profissionais,
organizacionais e pessoais, os conflitos decorrentes dessas mudanças e seu processo de
resolução da funcionária na organização Y
CLASSES OU
CATEGORIAS
EXEMPLOS DE COMENTÁRIOS
QUANT.
DE
RESPOSTAS
PERCENT
DE
RESPOSTAS
IDENTIFICAÇÃO
COM
SITUAÇÕES DE
“DESAFIO”
APRESENTADAS
- o desafio profissional que todos passamos no dia-
a-dia
- força de vontade em enfrentar riscos
- acreditar no novo
enfrentar novos desafios é difícil, mas nos faz ficar
mais fortes
- vontade de vencer (desafios)
- quando buscamos atingir objetivos
11 68,75%
SITUAÇÕES DE
TRABALHO
SEMELHANTES
- quando passamos por momentos difíceis e
decisivos
- na análise de atitudes e solução de problemas ou
situações
- quando buscamos atingir nossos objetivos
(vendas)
8 50%
ASPECTOS
EMOCIONAIS
- Medo da realidade
- enfrentar os medos
- quando o medo nos dificulta tomar decisões
- nossas angústias
- um mesclado de sentimentos (lembrança, culpas,
angustia,alegrias)
- bom humor
- indecisão e insegurança para transpor obstáculos
6 37,50%
TOTAL
(15) 25
Observação: vários dos participantes apresentaram mais de uma resposta e, por isso, os números não
correspondem à quantidade total de sujeitos participantes e respondentes, inclusive nas percentagens.
A Tabela 4.5 estão descritos três classes de respostas de comentários construídos a partir
da elaboração de informações dadas pelos participantes sobre a atividade de Playback Theatre
realizada. Em cada conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas
semelhantes. A ordem das linhas da Tabela 4.5 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a
partir daquela classe de respostas de comentários com maior número de ocorrências, e finalizar
com a menor.
76
Na primeira linha da Tabela 4.5 estão descritas as classes de respostas de comentários que
obteve citação de mais de dois terços (68,75%) dos participantes, que destacaram a identificação
com situações de “desafios” como algo relevante. Os comentários adicionais enfatizam a
presença de condições difíceis, obstáculos a serem transpostos são aspectos semelhantes aos
encontrados nas suas condições de trabalho, e também destacam aspectos relacionados a
comportamentos de enfrentamento (vencer, ter força de vontade, acreditar) são relacionados a
essa situação de desafios. É visível que o termo desafio, verbalizado pela funcionária, e
descritos pelos participantes é um aspecto destacado com uma percentagem alta.
Com a indicação de metade (50%) dos participantes as classes de respostas dos
comentários citados são referentes à identificação dos mesmos com as situações de trabalho
apresentadas, no entanto, nos comentários espontâneos não são descritas quais situações foram
identificadas. É possível verificar que as verbalizações correspondem a aspectos relacionados à
tomada de decisão, busca de soluções de problemas e atendimento de metas ou objetivos de
trabalho (vendas) relacionados a características das funções dos participantes (supervisores de
vendas).
Para 37,25% dos participantes o destaque é para os aspectos emocionais identificados no
relato e na encenação da história da funcionária. São destacados como aspectos relevantes
estados emocionais, principalmente o de medo, destacado por 3 participantes o que corresponde
à metade de todos os comentários dessa classe de resposta. Outros aspectos emocionais
destacados pelos participantes o os relacionados à ansiedade e insegurança (angústia) e dois
aspectos relacionados a estados emocionais mais gratificantes como o bom humor e alegrias.
77
5
PROTAGONIZAÇÃO DA HISTÓRIA: CONSOLIDAR MUDANÇAS: CONSTRUÇÃO
(APRENDIZAGEM) DE NOVOS COMPORTAMENTOS PROFISSIONAIS
(ORGANIZACIONAIS) E PESSOAIS
A partir dos dados observados na atividade relacionados à narração ou relato da história
pelo protagonista estão descritos e serviram de base para a construção da Tabela de
comportamentos possíveis, cujo objetivo é identificar os diversos componentes ou variáveis
presentes no processo. Isso es baseado em relação ao sujeito (narrador protagonista da
história), às encenações da referida história realizada pelos atores de Playback Theatre, cujo
tema é consolidar mudanças: construção (aprendizagem) de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais.
5.1 Relato original da funcionária sobre sua situação de consolidar as mudanças e construir
novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais
O relato original da funcionária está transcrito parcialmente na Tabela 5.1. Foram
suprimidas partes do seu relato referentes a aspectos que não diziam respeito ou não se
relacionavam diretamente com as suas condições de consolidar mudanças e a aprendizagem de
novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais.
78
Tabela 5.1
Relato original da funcionária sobre suas condições de consolidar mudanças e a
aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais
Eu tenho 10 anos praticamente de X (organização X), mas quando eu cheguei na empresa... Eu comecei
na área de vendas, mas (1) eu não conhecia nada disso, muito menos de transporte. Então (2) foi um
desafio muito grande para mim na época. Eu (3) fiquei seis meses trabalhando externo muna
determinada região.
E na época foi me colocado um desafio, um em seguida do outro, que seria (4) vender encomendas
somente do aéreo. E três meses depois me deram (5) uma região que estava inativa, para eu estar
buscando, conquistando essa região, que seria a “cidade industrial”.
Para mim (6) foi uma sensação de medo, porque eu era muito nova na área de vendas... Muito nova,
não é. (7) Não tinha também experiência nem na área de transportes. E houve um desafio para eu estar
buscando conquistar uma região.”
Então para mim foi um desafio. Nem sabia que existia transporte... Não...(8) não tinha esta visão... nem
idéia do que era feito num tipo de serviço como o de transporte.
Então tanto o desafio dessa (9) questão de ser vendedora, como o desafio de conquistar uma região...
Para mim além do medo, não é...
Diretor pergunta: E como é que você acha que venceu esse medo?
“Acho que aceitando, não é... Indo... (10) Aceitando o desafio... Indo e buscando ... E é claro, sem
dúvidas (a ajuda) (11) das pessoas envolvidas, não é...”
“Não, foi só a grande mudança, não é? (12) Uma mudança muito grande, pessoal e profissional.”
E por um bom tempo, uma boa época, (13) eu fiquei como a melhor vendedora de todos os
vendedores... Passado o período de dois anos de maior faturamento na cidade industrial... e eu (14)
fiquei assim pelo menos uns 4 anos com o maior faturamento da filial dentro da cidade industrial...”
Na Tabela 5.1 é possível observar que são destacados em negritos quatorze aspectos de
sua narrativa que dizem respeito às suas condições de consolidação de mudanças e aprendizagem
de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais.
Os primeiros destaques são as verbalizações da funcionária sobre o seu desconhecimento
a respeito das atividades de seu cargo ou função (9) “questão de ser vendedora”, da organização
(1) “muito menos de transporte”, e da necessidade de executar suas atividades fora do escritório
da organização, em locais (3) externos e em determinadas regiões”. É observado que são todas
referencias a situações novas para a funcionária, decorrentes de seu ingresso na organização X
(consolidação de mudanças).
É possível observar que as novas condições de trabalho da funcionária em razão de sua
inexperiência (7) e de que (8) não tinha essa visão, nem idéia do que era feito num tipo de
serviço como o de transporte”, resultavam para si um estado emocional de insegurança,
verbalizado como (6) uma sensação de medo”, a qual corresponde a aspectos pessoais que
estão em processo de mudança. Fica visível que o seu comportamento é de enfrentar essas
79
condições de temor e insegurança (10) Aceitando o desafio... Indo e buscando”, isso é com um
comportamento ativo e objetivo. É observado, também, que para que a funcionária possa ter seus
objetivos atingidos ela contou com a colaboração e ajuda de colegas de trabalho (11) das
pessoas envolvidas”.
Fica visível na Tabela 5.1 que essas mudanças são consideradas pela funcionária como de
grande alcance e abrangentes de seus aspectos (12) pessoal e profissional”. E que vão se
consolidando ao longo do tempo, com a aprendizagem dos comportamentos de uma vendedora
de sucesso, como destaca em sua verbalização de que (13) fiquei como a melhor vendedora,
(14) pelo menos uns 4 anos”.
5. 2 Análise dos prováveis comportamentos da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais
A Tabela 5.2 foi construída a partir da concepção de comportamento como um fenômeno
conforme descrição nos capítulos anteriores. Do relato feito pelo sujeito, foi derivado o que
provavelmente estava ocorrendo no seu contexto de trabalho em relação às condições de
consolidação de mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais
(organizacionais) e pessoais.
A Tabela 5.2 está composta por quatro colunas, na qual a primeira se refere ao número
seqüencial dos comportamentos derivados a partir do relato do sujeito e as demais correspondem
a cada um dos aspectos constitutivos dos prováveis comportamentos a partir do relato examinado
na Tabela 3.2 sobre a noção de comportamento. As linhas horizontais separando as unidades de
comportamento na Tabela 5.2 correspondem a separações das possíveis unidades de classes ou
conjuntos de comportamentos provavelmente apresentados pela funcionária, deduzidos a partir
dos dados de seu relato original, indicado parcialmente na Tabela 5.1, sobre sua condição de
consolidação de mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais
(organizacionais) e pessoais.
As classes de comportamentos apresentadas na Tabela 5.2 estão estruturadas em uma
seqüência de forma a restituir uma possível cronologia dos fatos relatados pela funcionária
originalmente, conforme apresentados na Tabela 5.1.
80
Tabela 5.2
Quadro dos comportamentos prováveis da funcionária a partir do seu relato sobre sua
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais
N Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Oportunidade de ingresso
na organização X como
vendedora de nível superior
- aceitar trabalhar na
organização X
- Novo emprego obtido
- Reação com medo de ter feito
a escolha errada
2 - permanência no novo
emprego – organização X
- Situação de insegurança
(medo) diante de possível
fracasso no desempenho de
suas funções
- aceitar o medo de
possível fracasso como
processo natural da situação
- aceitação do medo de possível
fracasso no desempenho como
processo natural da situação
- identificada necessidade de
obtenção de mais conhecimentos
sobre suas atividades e a da
organização
3 - Desconhecimento geral
sobre aspectos organizacionais
e profissionais
- buscar informações
sobre aspectos
organizacionais e
profissionais
- informações sobre aspectos
organizacionais e profissionais
obtidos
4 - Desconhecimento dos
colegas de trabalho na
organização X
- conhecer colegas de
trabalho da organização X
- colegas de trabalho da
organização X conhecidos
5 - Desconhecimento de
atribuições específicas de sua
função (vendas e de
transporte)
- conhecer atribuições
específicas de sua função
- conhecimento sobre a área de
vendas e transporte (atribuições)
obtidos
6 - Desconhecimento das
rotinas de seu trabalho na
organização X
- - Conhecer rotinas de
seu trabalho da organização
X
- rotinas de seu trabalho da
organização X conhecidas
- executar os procedimentos de
vendas
- sensação de medo e
insegurança diminuídos
7 - Possibilidade de ajuda de
pessoas envolvidas (colegas
no novo emprego ajudando-a)
- receber os apoios
necessários dos colegas
- Apoio de colegas recebidos
- sensação de estar mais segura
- implantação das orientações
recebidas na execução de seu
trabalho
8 - adaptação às rotinas de
trabalho
- executar de suas
atividades de vendas forma
adequada
- trabalho executado de forma
adequada e precisa
- sensação de satisfação pessoal
e realização profissional
9 - Possibilidade de
crescimento pessoal e
profissional na nova
organização X
- Ambicionar por
progresso pessoal e
profissional
- Trabalho executado com
dedicação e empenho.
10 - Possibilidade de
reconhecimento de seu
desempenho profissional
- Persistir no exercício do
trabalho com qualidade,
precisão e empenho
- Reconhecimento profissional
obtido
- Motivação e satisfação
pessoal e profissional obtidos
- Crescimento pessoal e
profissional obtido.
81
Na Tabela 5.2 são observadas dez prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação à sua condição na empresa Y. Todas derivadas com base em seu relato original. Na
linha 1 a situação inicial diz respeito à oportunidade de ingresso da funcionária na organização
X, no cargo de vendedora de nível superior. Sua resposta diante dessa situação é de aceitar
trabalhar na organização como vendedora de nível superior. As conseqüências de suas respostas
em interação com a situação antecedente são ter o novo emprego obtido e apresentar reação de
medo por ter realizado a escolha errada.
Na linha 2 é observado como situação à permanência no emprego da funcionária e seu
estado de insegurança (medo) diante de possível fracasso no desempenho de suas funções. A sua
resposta é de aceitar o medo de possível fracasso como processo natural da situação. As
conseqüências da interação da situação antecedente e a resposta da funcionária são aceitação do
medo de possível fracasso no desempenho como processo natural da situação e a identificação da
sua necessidade de obter mais informações sobre suas atividades e a organização.
Nas linhas 3, 4, 5, e 6 estão descritas como situações antecedentes o desconhecimento da
funcionária em relação aos (3) aspectos organizacionais e profissionais, (4) colegas de trabalho,
(5) atribuições específicas de seu cargo (vendas e transporte) e (6) sobre suas rotinas de
trabalho. As respostas a essas condições antecedentes são da funcionária buscar as informações e
conhecimentos respectivos. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e as
respostas da funcionária são ter esses conhecimentos obtidos, passar a executar os procedimentos
de vendas e ter seu estado emocional de medo e insegurança diminuídos.
Na linha 7 é observado como situação à possibilidade da funcionária receber ajuda dos
seus colegas de trabalho. As suas respostas a essa situação antecedente são de receber os apoios
necessários dos colegas, ter sua reação emocional de sentir-se mais segura no emprego e ter
implantado as orientações recebidas pelos colegas na execução de suas atividades.
Na linha 8 é observado como situação a antecedente a adaptação da funcionária às rotinas
de trabalho na organização X. Sua resposta a essa situação é de executar suas atividades de
vendas de forma adequada. As conseqüências da interação entre a situação antecedente e a
resposta da funcionária são ter o trabalho executado de forma adequada e precisa e de apresentar
satisfação pessoal e realização profissional
82
Na linha 9 é observado como situação antecedente à possibilidade da funcionária obter
crescimento pessoal e profissional na organização X. A sua resposta a essa situação é de
ambicionar o progresso pessoal e profissional. As conseqüências da interação entre da situação
antecedente e sua resposta é de ter dedicação e empenho diante do trabalho realizado.
Na linha 10 a situação antecedente é de possibilidade de reconhecimento de seu
desempenho profissional. A resposta da funcionária é de persistir na execução de suas atividades
com empenho, dedicação e qualidade. As conseqüências da interação entre a situação anterior e a
resposta da funcionária são ter obtidos o reconhecimento e crescimento profissional e sentir-se
satisfeita e motivada pessoal e profissionalmente.
5. 3 Encenação dos prováveis comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre
sua condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais realizados pelos atores do Playback Theatre
A encenação dessa parte de história da funcionária corresponde ao Segundo Ato, que está
dividido em duas partes. A primeira diz respeito ao seu ingresso na organização X, em seguida é
feito um intervalo indicando que a funcionária regressará no dia seguinte para trabalhar. Durante
essa pausa o diretor pergunta a funcionária como ela gostaria que, em seguida, terminasse a
encenação de sua história e ela narra a condição de haver recebido o reconhecimento de melhor
vendedora por quatro anos seguidos. A segunda parte da encenação corresponde à situação da
funcionária quatro anos após seu ingresso. Ambas as cenas foram realizadas pelos atores do
83
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais.
Tabela 5.3a
Descrição original da encenação (cena de ingresso na organização X) dos prováveis
comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre suas condições de consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizado pelos atores do Playback Theatre
- A3 chefe diz: ... (1) eu quero alguém aqui na empresa que queira novos desafios e me disseram que
você ta querendo sair da empresa Y, que é por concurso público...
- A1 (Jorgete) diz: Já saí.
- A3 chefe diz: Ah...já saiu? saiu até, então...é bem isso que eu queria. Uma pessoa aberta para
novos desafios. Você está aberta para novos desafios?
- A5 colega diz: Você é perfeita! Tem um olhar assim... de quem está em busca novas perspectivas, de
desafios...
- A1 (Jorgete) diz: (2) É eu gosto de desafios mesmo. Eu tenho uma garra, eu luto mesmo...olha não
tenho preguiça de nada... batalho mesmo! Eu vou fazer... o que é mesmo que eu vou fazer aqui?.
- A3 chefe diz: (3) Eu tenho uma oportunidade bem legal para você. A cidade industrial é aqui
pertinho... Você entende de transporte?
- A1 (Jorgete) diz: (4) transporte? (indica que não sabe direito o que é).
- A3 chefe diz: Mas tudo bem. (5) Não é uma coisa é... difícil. Veja só.....cidade industrial, têm
bastante empresários, tem bastante empresa,... é um mercado assim...
- A5 colega diz: (6) deixe, eu vou mostrando para ela...sabe, meu amor, querida, olha, a gente vai
passar pela a empresa... você vai ter uns dias de adaptação...
- A1 (Jorgete) olha em direção a A5 colega (Janice), diz: (7) Ai que bom!
- A5 colega, diz: ...(8) vai conhecer os funcionários, entendeu? ...vai ver o que é um transporte! Que
é o nosso “metiê”.
- A1 (Jorgete) diz: (9) Parece que isso aqui é maior do que imaginava...
- A5 colega diz: (10) É, mas tudo vai dar certo. Não se preocupe. Você está com medo?
- A1 (Jorgete) diz: receio, receio é muito mais bonito de falar do que medo, não é?(11) Eu estou com
receio. Olha em direção a platéia. Platéia ri.
- A1 (Jorgete) (12) Eu não sei muito que vou fazer, mas eu estou como muita disponibilidade para,
para ...de...(gagueja) ...de-sen-vol-ver! Platéia ri. A1 (Jorgete) olha em direção a platéia.
- A5 colega diz: Então, você pode contar comigo, pode contar comigo em todos os momentos, a gente
vai trabalhar tudo junto.
- A1 (Jorgete) diz: Ai que bom...
- A5 colega diz: (13) Então olha, a gente vai marcar, amanhã você está aqui e a gente vai passa na
empresa. Vamos conhecer e olha não se preocupe que tudo vai dar certo, está bom?!.
- A1 (Jorgete) diz: Ai que bom! Então ta, muito obrigada, muito obrigada!
Despedem-se com a indicação que no dia seguinte A1 começa a trabalhar , saem do palco.
Termina a cena
Na Tabela 5.3a é possível observar os diálogos do sujeito funcionária, na organização X,
com seus novos colegas de trabalho. Para destacar os aspectos relevantes que dizem respeito às
suas condições de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais estão em negrito e numeradas treze frases.
84
É observado na frase (1) o estabelecimento da possibilidade de sua mudança
organizacional pela necessidade, ou oportunidade de vaga, existente na organização X. O perfil
ou comportamento destacado como necessário eu quero alguém que queira novos desafios”,
são compatíveis aos apresentados pela funcionária ao verbalizar (2) possuir mais algumas outras
características ou qualidades, tais como eu tenho garra, luto, não tenho preguiça”. É visível,
por estas verbalizações, que estão sendo priorizados aspectos de características pessoais
necessários para o preenchimento da vaga.
Em relação aos aspectos organizacionais, como o negócio da organização (transporte de
encomendas), são postos a seguir. Isso fica visível quando o chefe verbaliza que possui uma
oportunidade de trabalho para a funcionária (3) “na cidade industrial. (e pergunta) Você entende
de transporte?”. A resposta da funcionária (4) indica não saber direito o que é transporte. É
observado que o fato dela não saber é considerado pelo chefe como um aspecto não tão
importante, ou de fácil solução, pois verbaliza que (5) “não é uma coisa difícil” e passa a
informar-lhe mais a respeito, ajudando-a conhecer melhor a organização X.
É observado que o comportamento de auxílio e ajuda são mostrados, também, pela sua
nova colega de trabalho, quando interrompe as explicações (6) do chefe e passa a orientar a
funcionária. A resposta da funcionária é de mostrar alívio e satisfação (7), pela atenção que está
recendo e continua a receber (8).
É notado que à medida que a funcionária recebe as informações sobre a organização
mostra que sua expectativa anterior era menor ou não possui a dimensão que agora está obtendo,
isso é visível quando verbaliza (9) “...isso aqui é maior do que imaginava”. A atitude de ajuda
da nova colega de trabalho mostra perceber o que a sua futura colega de trabalho está pensando e
sentido, pois mostra uma atitude de compreensão dos sentimentos da funcionária e procura
diminuir sua ansiedade, isso fica perceptível quando verbaliza (10) É, mas tudo vai dar certo.
Não se preocupe. Você está com medo?. A atitude de reconhecimento da funcionária em admitir
que está com medo ou como verbaliza (11) “receio”, confirmam o estado de entendimento que
está ocorrendo entre os dois personagens.
É observado que a funcionária confirma seu desconhecimento a respeito de suas futuras
atividades na organização e afirma sua disponibilidade para trabalhar e buscar o crescimento
pessoal e profissional (12). A resposta recebida da sua nova colega de trabalho, indica a
85
aceitação dessas condições e são acrescidas de que a condição de ajuda permanecerá e que (13)
“Então, olha, a gente vai marcar, amanhã você está aqui e a gente vai passa na empresa. Vamos
conhecer e olha não se preocupe que tudo vai dar certo”. O que fica perceptível que a
contratação ou ingresso da funcionária está estabelecido.
Tabela 5.3b
Descrição original da encenação (cena após quatro anos na organização X) dos prováveis
comportamentos da funcionária a partir de seu relato sobre suas condições de consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizado pelos atores do Playback Theatre
- A1 (Jorgete) diz: Ai gente... (1) Como foi importante acreditar que eu conseguia...Eu ia conseguir...
Puxa, (2) eu não sabia nada quando cheguei aqui, meu Deus do céu!... Mas (3) como eu aprendi aqui.
Mas foi graças a minha perseverança também!
- A5 colega diz: Jorgete! Se lembra, eu te falei? Olha quando eu ponho o olho numa pessoa, não
adianta.. (4) .eu falei que ia dar certo... Quatro anos no topo! Melhor vendedora...
- A1 (Jorgete) diz: imagina... (5) vocês também foram responsáveis...
- A3 chefe caminha em direção a A1 (Jorgete).
- A1 (Jorgete) diz: sim, (6) sozinha não ia conseguir nada. Vocês confiaram em mim... u pude
contar com vocês, gente... vocês também merecem este prêmio, também merecem parabéns...
- A3 chefe diz: ...esse quarto ano consecutivo de melhor vendedora.(7) esse bolinho que a gente
preparou aqui (aponta em direção a sua frente) é para você.
- A1 (Jorgete) sorri.
- A1 (Jorgete) diz: (8) Ah, mas valeu a pena! Eu vendi, consegui, não foi?!
- A5 colega abraça A1 (Jorgete), diz: (9) P-A-R-A-B-É-N-S !!!
Platéia aplaude. Atores agradecem.
Na Tabela 5.3b é possível observar os diálogos do sujeito funcionária, na organização X,
com seus novos colegas de trabalho. Para destacar os aspectos relevantes que dizem respeito às
suas condições de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais estão em negrito e numeradas nove frases.
Os primeiros três destaques correspondem a aspectos da verbalização da funcionária, que
mostra estar fazendo uma análise ou balanço” de sua trajetória na organização X, numa forma
de solilóquio, ou seja de “falar consigo mesma”. É observado que destaca características ou
qualidades pessoais, tais como (1) “acreditar que conseguia”, e sua (3) “perseverança”, que
seriam em seu julgamento responsáveis pela sua permanência na organização X, visto que ela
não possui as condições de estabilidade do emprego anterior. E mostra, também, que percorreu
86
um longo processo de aprendizagem quando afirma que (2) “não sabia nada quando cheguei
aqui” e que essas aprendizagens foram em grande quantidade (3) “como eu aprendi aqui” , o
que indica que as condições desejadas de assumir desafios, de ultrapassar dificuldades forma
realizadas com sucesso.
O reconhecimento de sua capacidade e esforço é observado quando sua colega de
trabalho, ao ouvir a verbalização da funcionária, confirma suas observações sobre as capacidades
da funcionária quando verbaliza (4) “eu falei que ia dar certo”, e mostra que ela obtém sucesso
profissional por estar (4) “quatro anos no topo! Melhor vendedora”.
É observado que a funcionária também apresenta uma atitude de reconhecimento aos seus
colegas quando verbaliza que (5) “vocês também foram responsáveis” e (6) sozinha não ia
conseguir nada. Vocês confiaram em mim. Eu pude contar com vocês.”. Fica visível que esse
mútuo reconhecimento, da existência de entrosamento e trabalho em equipe entre os colegas de
trabalho na organização X estão presentes no decorrer desses quatro anos.
O clima de colaboração e de compartilhar conquistas é observado pelo comportamento do
chefe quando realiza uma homenagem para a funcionária por suas conquistas profissionais. Isso
é perceptível por sua atitude de comemoração e congraçamento com a realização de uma
pequena confraternização para a funcionária (7) “esse bolinho que a gente preparou aqui, é para
você”. Fato esse, que traz novamente o reconhecimento dos esforços pela própria funcionária (8)
“mas valeu a pena! Eu vendi, eu consegui”, e por seus colegas de trabalho (9) que a
parabenizam.
87
5. 4 Análise dos comportamentos apresentados na encenação dos comportamentos da
funcionária a partir de seu relato original sobre consolidar mudanças e a aprendizagem de
novos comportamentos profissionais (organizacionais) e pessoais, realizado pelos atores do
Playback Theatre
As Tabelas 5.4a e 5.4b foram construídas a partir da concepção de comportamento
utilizados nas Tabelas 3.2, 3.4, 4.2 e 4.4. Dos comportamentos apresentados pelo ator que
representa o sujeito (a funcionária protagonista), foi derivado o que provavelmente estava
ocorrendo no seu contexto de trabalho. As Tabelas 5.4a e 5.4b estão compostas por quatro
colunas, na qual a primeira se refere ao número seqüencial dos comportamentos derivados a
partir dos comportamentos em cenas do sujeito e as demais correspondem a cada um dos
aspectos constitutivos dos prováveis comportamentos. As demais colunas referem-se: (1)
Situação ou antecedentes a resposta, (2) Classe de respostas e (3) Conseqüências. As linhas
horizontais separam as unidades de comportamento e correspondem a separações das possíveis
unidades de classes ou conjuntos de comportamentos apresentados pela funcionária, deduzidos a
partir das cenas realizadas pelos atores, descritos parcialmente nas Tabelas 3.4a e 3.4b, sobre
sua condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais
(organizacionais) e pessoais.
Para facilitar a discriminação dos componentes das Tabelas 5.4a e 5.4b foram utilizados
tipos de letras diferentes. O texto com caracteres normais correspondem à descrição dos
comportamentos motores, os comportamentos verbais estão destacados em itálico e, o tipo
cursivo é utilizado para destacar possíveis estados emocionais ou psicológicos apresentados pelos
sujeitos nas encenações.
88
Tabela 5.4a
89
difícil. Veja só, cidade industrial,
têm bastante empresários, tem
bastante empresa,... é um mercado
assim...
- Em tom calmo e explicativo
vou fazer?
- - expressando certa ansiedade
seu braço, diz: Não se incomode!
- Com expressão de calma e
compreensão para com A1
7
- A5 (colega) segurando o braço
de A1[Jorgete], diz: Não se
incomode! Meu amor, querida,
olha, a gente vai passar pela a
empresa. Você vai ter uns dias de
adaptação...
- Com expressão de calma e
compreensão para com A1
- Olha em direção a A5
(colega)segura em sua mão.
Caminha de braço dado com A5 em
direção à frente do palco.
- Diz: Ah que bom!
- Com expressão de tranqüilidade
- A5 (colega)para de caminhar,
olha em direção a A1 [Jorgete],
também parada, diz: ... Você vai
conhecer os funcionários,
entendeu? Conhecer os patrões, os
chefes, as coordenações... Vai ver o
que é um t-r-a-n-s-p-o-r-t-e ! Que é
o nosso “metiê”.
8
- A5 (colega)para de caminhar,
olha em direção a A1 [Jorgete],
também parada, diz: ... Você vai
conhecer os funcionários,
entendeu? Conhecer os patrões, os
chefes, as coordenações... Vai ver o
que é um t-r-a-n-s-p-o-r-t-e ! Que é
o nosso “metiê”..
- A1 [Jorgete] movimenta a
cabeça de forma afirmativa, olha
em direção a A5 [Janice]
- Diz: Parece que isso aqui é
maior do que imaginava...
- A5 (colega)puxa A1 [Jorgete]
pelo braço. Caminham em direção a
parede ‘a’, para volta-se para a
platéia e diz: É, mas tudo vai dar
certo. Não se preocupe!
9
- A5 (colega) parada, olha em
direção a A1 [Jorgete] diz: Você
está com medo?
- A1 [Jorgete] para de caminhar,
olha em direção a platéia, diz: Não,
eu não estou. Eu estou... assim
como é que diz um nome melhor
para medo, que o pessoal sempre
diz. É... Receio, receio!
- Platéia ri
- A5 (colega) olha em direção a
A1 [Jorgete], diz A5 (colega) diz:
Receio
- Fala junto com a protagonista.
1
0
- A5 (colega) olha em direção
A1 [Jorgete] diz: Então, você pode
contar comigo, pode contar comigo
em todos os momentos. A gente vai
trabalhar tudo junto.
- A1 [Jorgete] olha em direção a
A5 (colega)diz: Ai que bom... Eu
não sei muito o quê vou fazer, mas
eu estou como muita
disponibilidade para ...de......de-
sen-vol-ver!
- Expressa gaguejando e com alívio e
mais calma
- A5 (colega) olha em direção a
A1 [Jorgete] diz: Eu já passei por
isso, sabe? Eu já entrei numa
empresa... Eu já fui nova aqui
dentro também.
1
1
- A5 (colega) olha em direção a
A1 [Jorgete] diz: Então olha, a
gente vai marcar, amanhã você está
aqui e a gente vai passa na
empresa. Vamos conhecer e olha
não se preocupe que tudo vai dar
certo, tá bom?!
- A1 [Jorgete] diz: Muito
obrigada! Muito obrigada!
- Expressão de satisfação,
contentamento e gratidão
- A5 (colega) beija A1 [Jorgete]
1
2
- A5 (colega) beija A1 [Jorgete] - A1 [Jorgete] abraça e beija A5
[colega].
- A1 e A5 saem do palco
abraçadas
- FIM DO 2º ATO
Na Tabela 5.4ao observadas doze prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação à sua condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais. Todas derivadas a partir da encenação da atriz de
Playback Theatre A1, a qual está representado o papel da funcionária protagonista, com base no
relato original da sua história e a partir das orientações do diretor, que indicou que a segunda
cena ou ato transcorra nas dependências da organização X, onde a funcionária ingressaria. Os
90
atores A3 e A5 estão representando, respectivamente, seu chefe e uma colega de trabalho da
organização X. A maioria das classes de comportamentos apresentadas na Tabela 3.4a diz
respeito aos processos de interação social entre a protagonista e esses personagens. E em todas as
situações estão presentes a participação da platéia com o olhar em direção ao palco.
É observado na Tabela 5.4a, linha 1, que a situação antecedente é constituída pela
verbalização de A3 chefe sobre a necessidade da contratação de uma nova funcionária que
“queira novos desafios” , o que evidencia ser esta característica relevante para a organização X .
A resposta do sujeito funcionária é de confirmar possuir essas característica e indicar que saiu
do emprego anterior na organização Y, mostrando expressão de orgulho por isso. As
conseqüências da interação entre a situação antecedente e a resposta da funcionária são de A3
chefe confirmar para a funcionária que “é bem isso que queria, uma pessoa aberta a novos
desafios”, reafirmando a importância dessa característica..
A relevância da característica de enfrentar, buscar, querer “desafios”, também é destacada
por sua colega A5, como é possível observar como situação antecedente na linha 2, quando
verbaliza “Você é perfeita, tem um olhar de quem está em busca de novos desafios”. A resposta
da funcionária é de confirmar possuir essa característica e acrescentar que possui garra, que
não tenho preguiça de nada, luto e batalha mesmo”, expressando isso com um orgulho de si. As
conseqüências da interação entre a situação antecedente e a resposta da funcionária é o riso da
platéia e os estado de satisfação da funcionária por possuir tais qualidades. Fica visível que o que
está sendo evidenciado são aspectos do chamado perfil de um determinado cargo, e que nesse
caso a funcionária traz a mostra.
Na linha 3 é observado como situação antecedente o comportamento da colega de
trabalho sussurrando para chefe, dando a entender que a funcionária é uma boa opção para a
contratação. A resposta da funcionária é indagar sobre as atividades que deve realizar na
organização X (o que mesmo eu vou fazer aqui?). A conseqüência é o chefe lhe verbalizar “Eu
tenho uma idéia legal para você. Está disposta a arregaçar as mangas?”, e essa conseqüência se
constitui como uma situação antecedente para a funcionária, como observado na linha 4. A sua
resposta é confirmar que está disposta e que entende ser isso como “um desafio”. As
91
conseqüências da interação entre a situação antecedente e a resposta da funcioria são a
expressão de concordância da sua colega de trabalho e a proposição por parte do chefe para a
funcionária de uma “oportunidade de trabalho na cidade industrial”. Fica visível que a
funcionaria está preenchendo os requisitos requeridos para o cargo.
Na linha 5 a situação antecedente é constituída pela pergunta do chefe a respeito de mais
um quesito: Você entende de transporte?” A resposta da funcionária é de responder
afirmativamente com movimentos corporais, e expressar insegurança. As conseqüências são o
chefe lhe reafirmar a verbalização do termo em tom de obviedade, criando um certo clima de
tensão, por não poder preencher esse quesito.
Na linha 6 é observado que a situação antecedente corresponde ao chefe buscando
minimizar a importância do desconhecimento sobre transporte por parte da funcionária (Mas
tudo bem. Não é uma coisa difícil) e segue completando informações sobre o trabalho e a
organização. A resposta da funcionária é expressar certa ansiedade sobre qual serão suas
atribuições (o que quê vou fazer?). As conseqüências são a intervenção da colega de trabalho,
que em tom de calma e preocupação pede para a funcionária não se preocupar. Fica visível que a
92
Na linha 9 é observado como situação antecedente corresponde a verbalização da colega
para a funcionária: “Você está com medo?”. A resposta da funcionária é verbalizar que se trata
de “receio”, que no seu entender minimiza a sua intensidade. As conseqüências são o riso da
platéia e ao mesmo tempo a sua colega de trabalho repete a palavra “receio” junto com a
protagonista. O que fica perceptível uma sintonia entre as duas personagens.
Na linha 10 é observado como situação antecedente à colega de trabalho verbalizando
que a funcionária pode contar com ela e que “A gente vai trabalhar tudo junto”. A resposta da
funcionária é de expressar contentamento e que percebe que mesmo não tendo conhecimentos
suficientes (em transporte) es disponível para o crescimento profissional e verbaliza sua
disponibilidade “para (se) desenvolver”. As conseqüências são a sua colega verbalizar que
havia passado por situação semelhante, quando do ingresso em um novo trabalho, e na própria
organização X “Eu fui nova aqui dentro também”. O que deixa visível uma condição de
solidariedade e compreensão, e que as condições de ingresso da funciona´ria são favoráveis.
Na linha 11 é observado como situação antecedente à verbalização da colega de trabalho
indicando que amanhã você está aqui e a gente vai passa na empresa. Vamos conhecer e olha
não se preocupe que tudo vai dar certo, está bom?!”, o que indica aceitação plena da funcionária
como empregada na organização X, e o tom de credibilidade no seu potencial. A resposta da
funcionária é expressar satisfação, contentamento e gratidão pela verbalização de “muito
obrigada”. As conseqüências são a colega de trabalho abraçar a funcionária que tem como
decorrência o que é observado na linha 12, como resposta à funcionária abraçar e beijar a colega
e ambas saem abraçadas do palco finalizando o ato dessa encenação.
93
Tabela 5.4b
Quadro dos comportamentos apresentados na encenação (após quatro anos na organização
X) dos comportamentos da funcionária a partir de seu relato original sobre consolidar
mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos profissionais (organizacionais) e
pessoais, realizada pelos atores do Playback Theatre
N
Situação Classes de respostas Conseqüências
1 - Platéia olha em direção ao
palco
- A1 [Jorgete] parada no centro
do palco, diz: Ai gente.....como foi
importante eu acreditar que eu
conseguia Eu ia conseguir... Puxa,
eu não sabia nada quando eu
cheguei aqui, meu Deus do céu! ...
Mas como eu aprendi aqui. Mas foi
graças a minha perseverança
também!
A5 (colega) entra no palco, caminha em
direção a A1 [Jorgete] e escuta o está
dizendo
2 - A5 (colega) diz: Jorgete, se
lembra que eu te falei!
- A1 [Jorgete] vira em direção a
A5 [Colega] diz: É verdade...você
tinha razão, você tinha razão...
- - com expressão de gratidão e
reconhecimento
- A5 [Colega] para na frente de
A1 [Jorgete] diz: Olha quando eu
ponho o olho numa pessoa, não
adianta...
- Eu falei que ia dar certo...
Quatro anos no topo! Melhor
vendedora...
3 - A3 [Chefe] caminha em
direção a A1 [Jorgete].e para ao
lado de A5, olha em direção a A1
- A1 [Jorgete] movimenta a
cabeça de forma afirmativa, olha
em direção a A5 [Colega] e A3
[Chefe] diz: Imagina?!...Vocês
também foram responsáveis...
- A5 [Colega] olha em direção a
A1 [Jorgete] diz: Mas você que é
vencedora...
A3 [Chefe] olha em direção a A1, com
expressão de alegria.
4 - A5 [Colega] e A3 [Chefe]
parados, olham em direção a A1
- A1 [Jorgete] olha em direção a
A3 [Chefe], e em direção a A5
[Colega]. diz: Sim, mas sozinha não
ia conseguir nada.
- A5 [Colega] movimenta a cabeça de
forma afirmativa. diz: Claro...com
certeza, mas...
5 - A5 [Colega] e A3 [Chefe]
parados, olham em direção a A1
- - com certa expectativa em
relação à funcionária
- A1 [Jorgete] olha em direção a
A3 [Chefe] e a A5 [Colega]
- diz: Vocês confiaram em
mim...eu pude contar com vocês,
gente...
- Gente vocês também merecem
este prêmio, também merecem
parabéns...
- A3 [Chefe] olha em direção a A1
[Jorgete], diz: Justamente sobre isso que
eu vim conversar contigo... A gente ta
preparando um bolinho aqui na nossa
salinha. Aqui, eu quero que você venha
para a gente comemorar...Este é o quarto
ano consecutivo de melhor vendedora..
6 - A5 [Colega] parada olha em
direção a A1 [Jorgete] diz: Que
legal!
- A1 [Jorgete] olha em direção a
A5[Colega] , sorri
- - com expressão de contentamento
- A3 [Chefe] olha em direção a
A1 [Jorgete] diz: Esse bolinho que
a gente preparou aqui é para você.
- Aponta em direção a sua frente
indicando o bolinho.
7 - - A5 [Colega] abraça A1
[Jorgete]. A5 [Colega] diz:
PARABÉNS !!!
- A1 [Jorgete] olha em direção a
A5 [Colega] diz: Ah, mas valeu a
pena! Eu vendi, consegui, não foi?!
- - expressão de alegria e
contentamento pela vitória
- A5 [Colega] abraça A1
[Jorgete].
- Todos cantam Parabéns
- - Platéia aplaude
Na Tabela 5.4b são observadas sete prováveis classes de comportamentos da funcionária
em relação à sua condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais. Todas derivadas a partir da encenação da atriz de
94
Playback Theatre A1, a qual está representado o papel da funcionária protagonista, com base no
relato original da sua história e a partir das orientações do diretor, que indicou que a segunda
cena ou ato transcorra nas dependências da organização X, após quatro anos de ingresso da
funcionária. Os atores A3 e A5 estão representando, respectivamente, seu chefe e uma colega de
trabalho da organização X. A maioria das classes de comportamentos apresentadas na Tabela
3.4b diz respeito aos processos de interação social entre a protagonista e esses personagens. E em
todas as situações estão presentes a participação da platéia com o olhar em direção ao palco.
Na linha 1 é observado como situação inicial à platéia olhando em direção ao palco. A
resposta de funcionária é verbalizar sobre aspectos que considera importante em relação a seus
próprios comportamentos, tais como acreditar que ia conseguir” e manter “a perseverança”
diante do enfrentamento de uma situação desconhecida, a qual destaca que aprendeu muito. È
visível que está fazendo um tipo de reflexão e análise sobre sua trajetória de trabalho na
organização X e que evidencia aspectos de suas características pessoais para justiçar sua
permanência na organização. A conseqüência é a sua colega de trabalho ouvir suas
verbalizações, como que acompanhando suas palavras.
Na linha 2 é visto como situação antecedente à reação da sua colega em relação ao que
ouvira e verbaliza: “Você se lembra do que lhe falei”, o que evidencia uma referencia ao
passado, reforçando a idéia de que a protagonista expressa-se sua trajetória. A resposta da
funciona´ria é de concordar com sua colega, expressando um sentimento de gratidão e
reconhecimento quando verbaliza: “é votinha razão”. As conseqüências o a sua colega
responder na forma de justificativa, que estava certa ao contratá-la, pois quando põe o olho
numa pessoa, não adianta”, seu julgamento estava correto, e induz que isso está correto em
função do sucesso obtido pela funcionária: “Quatro anos no topo! Melhor funcionária!”.
Na seqüência, na linha 3, a situação antecedente se constitui da entra no palco do chefe
que se dirige à funcionária. A sua resposta é de dividir sua conquista, indicando que não era
totalmente responsável por ela, verbaliza: “Imagina, vocês também forma responsáveis....”. A
conseqüência é obter parte de sua colega a afirmação de que ela é a vencedora”, o que fica
visível que o mérito é atribuído à funcionária.
95
Na linha 4 a situação antecedente é constituída com o chefe e a colega de trabalho
olhando em direção a funcionária, como que aguardando seu pronunciamento, com certa
expectativa. A resposta da funcionária é verbalizar que seus colegas também são merecedores
tanto quanto ela, e que “também merecem parabéns”, como uma forma de compartilhar sua
conquista. As conseqüências são o seu chefe indicar-lhe que está sendo homenageada “com um
bolinhopara comemorar quarto ano consecutivo como melhor vendedora”.I Fica visível que o
reconhecimento ou o mérito está sendo atribuído exclusivamente a funcionária.
Na linha 6 é observado como situação o contentamento de sua colega de trabalho em
relação à funcionária ser considerada a melhor vendedora e verbaliza “Que legal!”. A sua
resposta é de reconhecimento e justifica que seu trabalho valeu a pena, verbaliza “Eu vendi,
consegui, não foi?” , o que pode ser observado como um destaque para o seu desempenho
profissional (vendedora) capaz de cumprir metas e objetivos (desafios). As conseqüências são
receber um abraço da colega, enquanto todos cantam parabéns, sendo encerrada a encenação sob
aplausos.
5. 5 Comentários dos participantes relativos às descobertas que fizeram a respeito da
condição de consolidar mudanças e a aprendizagem de novos comportamentos
profissionais (organizacionais) e pessoais a partir do relato da funcionária e da encenação
realizada pelos atores de Playback Theatre a respeito dessa condição
A Tabela 5.5 foi construída com base nas respostas dos participantes às perguntas de um
questionário (em apêndice), respondido pelos participantes um dia após a realização da atividade
de Playback Theatre. Como as histórias narradas e encenadas pelo processo de Playback Theatre
são conhecidas somente no momento da própria execução da atividade é inadequado ou pouco
útil realizar um questionário que aborde questões relativas às histórias de vida das pessoas. Por
96
isso foi elaborado um questionário, com questões gerais sobre o que aconteceu na atividade de
Playback Theatre, que serviu de base para a elaboração dessa Tabela.
Os dados da Tabela 5.5 estão distribuídos em três colunas. A primeira diz respeito a
classes de respostas construídas a partir dos comentários dos participantes. O nome de cada
classe está destacado em negrito e abaixo estão descritos alguns comentários considerados
relevantes pelos participantes em relação aquela classe de resposta. Na segunda coluna está
identificada a quantidade de participantes que citaram as respectivas respostas. Na terceira
coluna estão citadas as percentagens de respostas dadas em relação ao total de participantes
referentes a cada classe de respostas.
97
Tabela 5.5
Distribuição da quantidade de ocorrências e de percentuais de classes de respostas
extraídas dos comentários dos participantes sobre a o que descobriam na atividade de
Playback Theatre realizada, em relação à condição de consolidar mudanças e a
98
A Tabela 5.5 estão descritos quatro classes de respostas de comentários construídos a
partir da elaboração de informações dadas pelos participantes sobre a atividade de Playback
Theatre realizada. Em cada conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas
semelhantes. A ordem das linhas da Tabela 5.5 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a
partir daquela classe de respostas de comentários com maior número de ocorrências, e finalizar
com a menor.
Na primeira linha da Tabela 5.5 estão descritas as classes de respostas de comentários que
obteve citação de doze (75%) dos participantes, que destacaram as situações de relacionamento
com colegas de trabalho como algo relevante. Os comentários adicionais obtiveram quatorze
citações e enfatizam aspectos a cooperação, integração e união de equipes, a interdependência
entre todos e o respeito e cuidado que se de ter no relacionamento com o outro. . É possível
observar que este agrupamento é um aspecto notado com a maior percentagem da tabela, e
também o que obteve o maior número de comentários espontâneos (treze), o que fica visível à
alta importância dos aspectos relacionados ao relacionamento dada pelos participantes.
Na segunda linha da Tabela 5.5 está descrito o agrupamento de classes de respostas de
comentários referentes às situações de comportamento profissional que obteve a citação de dez
(62,50%) participantes. Esse agrupamento obteve doze citações de comentários espontâneos por
parte dos participantes que destacaram os comportamentos de acreditar ou confiar (em si e no
outro), perseverar ou persistir (ter vontade, determinação), enfrentar dificuldades, fazer o melhor,
avaliar melhor as situações e encontrar a solução em nós mesmos, são considerados relevantes. É
possível perceber a importância desse agrupamento pelo alto índica de respostas e citações que
obteve.
Na terceira linha da Tabela 5.5 estão descritas as classes de respostas de comentários que
obteve citação de cinco (31,25%) dos participantes, que destacaram os aspectos emocionais
como relevantes. Nos comentários espontâneos uma citação para o medo e as demais citam
alegria, divertido e entusiasmante ou emocionante. O que mostra uma percepção maior para
sentimentos considerados “mais leves” ou agradáveis, sendo considerados como relevantes para
os participantes.
99
Na quarta linha da Tabela 5.5 estão descritos as classes de respostas de comentários que
100
6
INTERPRETAÇÕES GERAIS E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PLAYBACK
THEATRE
Compreender um novo processo como o de Playback Theatre requer uma pesquisa
cuidadosa em razão de: primeiro pela escassez de pesquisas e estudos, segundo, por sua
divulgação como uma técnica profissional estar ocorrendo de forma mais dirigida a profissionais
que se dedicam principalmente ao exercício exclusivamente profissional, estando de certa forma
distante da Academia e de processos de pesquisas formais. Outro fator a interferir nesse processo
é que mesmo fora do país o Playback Theatre é considerado um processo recente, mesmo
existindo desde 1985, e os estudos encontrados sobre ele estão mais preocupados em divulgar
como que ele é feito, e menos preocupados em seus efeitos ou resultados. A primeira
possibilidade para avaliar o Playback Theatre pode ser obtida por meio da avaliação daqueles
que desse processo participaram, que experimentaram seus efeitos. A segunda possibilidade de
avaliação é dada pela análise feita a partir dos conceitos da Análise do Comportamento.
6.1 Avaliação do Playback Theatre sob a perspectiva dos participantes
Com base nos comentários obtidos por questionário dos participantes do treinamento
realizado com Playback Theatre foram construídas três Tabelas. A primeira Tabela 6.1 destaca
101
aspectos relacionados à percepção dos participantes a respeito do que puderam identificar e
destacar em relação a comportamentos profissionais observados no protagonista da história, e a
que tipo de situação ou condição profissional ou organizacional se insere. Na segunda Tabela 6.2
estão descritos os comentários referentes à pergunta sobre o que fariam diferente após a
atividade, o que aprenderam, que tipo de comportamento observavam que necessita de mudança
ou aperfeiçoamento? E a Tabela 6.3 se refere aos comentários de avaliação sobre o Playback
Theatre, como foi percebido pelos participantes.
Os dados das Tabelas 6.1, 6.2 e 6,3 estão distribuídos em cinco colunas. A primeira diz
respeito a classes de respostas construídas a partir dos comentários dos participantes. O nome de
cada classe está destacado em negrito e abaixo estão descritos os comentários realizados pelos
participantes em relação aquela classe de resposta. Na segunda coluna estão descritos os
comentários. Na terceira coluna estão citadas as quantidades de comentários dados em relação a
cada classe de respostas. Na quarta coluna estão descritas as quantidades de participantes
respondentes. E a quinta coluna ao percentual de participantes respondentes em relação aquele
item.
Os comentários estão descritos conforme escritos nos questionários, no qual o
emprego de palavras diferentes para significados semelhantes, que são de uso comum nessa
organização e fazem parte de seu código. O exemplo disso é considerar como equivalente
“aceitar” desafios e “enfrentar” desafios, ambos são usados no mesmo sentido de uma ação ativa
diante de obstáculos ou dificuldade para ultrapassá-lo. Dessa forma, na descrição das tabelas
serão considerados pelo seu sentido.
A Tabela 6.1 foi construída com base nas respostas dos participantes às perguntas de um
questionário (em apêndice), respondido um dia após a realização da atividade de Playback
Theatre. Foram organizados agrupamentos de classes de resposta a partir dos comentários
espontâneos descritos nos questionários.
102
Tabela 6.1
Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos
participantes sobre a o que descobriam na atividade de Playback Theatre realizada
CLASSES OU
CATEGORIAS
COMENTÁRIOS
QUANT.
DE
COMEN-
TÁRIOS
QUANT.
DE
RESPOS
TAS
PERCEN
T.
DE
RESPOS
TAS
COMPORTA-
MENTOS
PROFISSIONAIS
IDENTIFICADO
NO SUJEITO
PROTAGONISTA
- perseverança
- acreditar em você
mesmo
- aceitar desafios
- enfrentar o medo
- poder (ter capacidade)
- procurar o melhor no
que se propõe a fazer
- identificar o medo que
pode dificultar ou
impedir o atingimento de
metas
- motivação
- coragem
- querer saber mais
- transpor obstáculos
(saber)
- angústias
- frustrações
- não desanimar
- ser otimista
- vitórias
- mostrar o lado humano
- depende de nós
- superar limites
- espontaneidade
- bom humor
- todos temos uma história
de luta
- ir a buscas de seus
objetivos
23 16 100%
SITUAÇÕES
PROFISSIONAIS
E
ORGANIZACION
AIS
IDENTIFICADAS
- semelhanças com o dia-
a-dia
- proporciona uma visão
mais crítica de
determinadas atitudes e
situações
- auto-avaliação
- semelhanças com a
função de vendedor
- reflexão (avaliar)
- falta de conhecimento
quando se entra na
empresa
- analisar as situações
melhor
- visão estratégia, sua falta
no início e a necessidade
de desenvolve-la
- visão sistêmica
9 16 100%
SITUAÇÕES DE
RELACIONAME
NTO
INTERPESSOAL
(EQUIPE DE
TRABALHO)
- valorizar o trabalho em equipe
- compreender a importância do outro
- pudemos ver que somos uma equipe
- relação de confiança
- união e cooperação
- como instruir uma equipe
- saber cobrar do outro e dar o retorno solicitado
(chefiar, liderar)
7 8 50%
TOTAL
39 - -
Observação: Na coluna de quantidade de comentários, vários dos participantes apresentaram mais de um
comentário, por isso, os números não correspondem à quantidade total de sujeitos participantes e
respondentes.
103
Na Tabela 6.1 estão descritos três classes de respostas de comentários construídos a partir
da elaboração de informações dadas pelos participantes sobre a atividade de Playback Theatre
realizada. Em cada conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas
semelhantes. A ordem das linhas da Tabela 6.1 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a
partir daquela classe de respostas de comentários com maior número de ocorrências, e finalizar
com a menor.
Na primeira linha da Tabela 6.1 estão descritas as classes de resposta referentes ao
comportamento profissional observado no protagonista (funcionária) da história. É observado
que todos (100%) dos participantes responderam em referência a esse item, e são citados de vinte
e três comentários. Nos comentários fica visível a predominância de tipos de comportamentos
ativos (pelo uso freqüente de palavras como, coragem, persistir, enfrentar) que indicam
dinamismo e capacidade de agir como relevantes. Fica visível que a possibilidade de ouvir e ver
encenados (conhecer) a história (comportamentos) de uma colega de trabalho, por meio da
narração e encenação do Playback Theatre, proporciona a identificação de vários
comportamentos do sujeito, e que os destaques dados pelos participantes a esses comportamentos
estão diretamente relacionados ao tema profissional e do treinamento (aspectos de liderança).
Na linha 2 estão descritas as classes de resposta referentes à identificação de situações
profissionais e organizacionais. É observado que todos (100%) dos participantes citam aspectos
relacionados a essa classe de resposta, e são descritos nove comentários espontâneos. É
observado que, tanto o índice de respostas, quanto à natureza dos comentários destacam como
relevantes à possibilidade do Playback Theatre de ampliar a percepção sobre situações
relacionadas ao trabalho (visão sistêmica, ver melhor a situação, situações semelhantes) e são
considerados como relevantes para os participantes.
Na linha 3 estão descritas as classes de resposta relacionadas a situações de
relacionamento interpessoal (trabalho em equipe). É observado que metade (50%) dos
participantes citaram esse aspecto como relevante, e obtém sete citações de comentários. O
destaque é dado pela valorização do trabalho em equipe, da possibilidade de confiar e cooperar, e
da necessidade de aperfeiçoar (saber liderar) essas relações reconhecidas como presentes
(pudermos ver que somos uma equipe).
104
Os dados presentes nessa Tabela 6.1 evidenciam que o processo de Playback Theatre, por
meio de suas técnicas e procedimentos foi capaz, para todos os participantes, de proporcionar
maior visibilidade a comportamentos considerados desejáveis para um profissional, e também de
evidenciar situações organizacionais presentes no dia-a-dia dos participantes. E dentre esses 16
respondentes a metade (50%) deles acrescentou a importância das situações de relacionamento
interpessoais como destaques. Outros comentários diferentes dessas categorias não foram
registrados.
Fica visível que os participantes puderam perceber, identificar e m(s)1c.2885(p)3.73523(a)8.3.849(d)-8.37029(i)s dam
105
Tabela 6.2
Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos
participantes sobre o que fariam diferente após a atividade de Playback Theatre realizada
CLASSES OU
CATEGORIAS
COMENTÁRIOS
QUANT.
DE
COMENT.
QUANT.
DE
RESP.
PERC.
(%)
DE
RESP.
PROPOSTAS
DE
MUDANÇAS
DE
COMPORTA
MENTOS
EM
RELAÇÃO A
SI MESMO
- prestar a atenção nos pensamentos negativos
- enfrentar mais os problemas
- observar mais
- ter menos medo do desconhecido
- não se desesperar com algum problema (ter mais calma)
- me analisar mais (estou fazendo) para verificar se a forma
como estou conduzindo as coisas estão corretas
- devemos fazer o melhor na nossa vida, só temos uma
- me posicionar melhor
- não ficar esperando, sentado
- lutar com mais forças
- não desistir nunca (persistir)
- acreditar na nossa capacidade de realização de objetivos
- sair da rotina
- comunicar-se de várias maneiras
- visualizar todas as possibilidades de solução e escolher a
melhor
- ter mais sensibilidade, mais intensidade
- muitas vezes não praticamos o que aprendemos, é preciso
mudar isso
- saber cair e depois levantar
- praticar mais o que aprendemos
18 12 75,00
PROPOSTAS
DE
MUDANÇAS
DE
COMPORAT
MENTOS EM
RELAÇÃO
AOS
COLEGAS DE
TRABALHO
- procurara conhecer melhor meus colegas de equipe, saber
suas histórias antes de julga-lo
- contar com a ajuda das pessoas que nos cercam e estão
dispostas a nos ajudar
- como tratar as pessoas que trabalham comigo
- confiar mais nas competências das pessoas
- saber cobrar e elogiar meus colegas
- observar mais as pessoas para saber como lidar com elas,
perceber suas reações à determinada situação
- mais união e cooperação
- administrar melhor as pessoas
8 9 56,25
PROPOSTAS
DE
MUDANÇAS
EM
RELAÇÃO A
SITUAÇÕES
DE
TRABALHO
- ter uma visão mais ampla das situações
- colocar mais sensibilidade e sentimentos integrados na
organização
- nossas atitudes refletem em toda empresa
- ter mais confiança na empresa
- mudar as rotinas
5 5 31,25
TOTAL 31 - -
Observação: Na coluna de quantidade de comentários, vários dos participantes apresentaram mais de um
comentário, por isso, os números não correspondem à quantidade total de sujeitos participantes e
respondentes.
106
Na Tabela 6.2 estão descritos três classes de respostas de comentários construídos a partir
da pergunta o que você faria diferente após a atividade de Playback Theatre respondida pelos
participantes. Em cada conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas
semelhantes. A ordem das linhas da Tabela 6.2 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a
partir daquela classe de respostas de comentários com maior número de ocorrências, e finalizar
com a menor.
Na primeira linha da Tabela 6.2 estão descritas as classes de respostas de comentários que
obteve citação de doze (75%) dos participantes referentes propostas de mudanças de
comportamentos em relação a si mesmo. São descritos dezoito comentários. Nos comentários
fica visível a predominância de tipos de comportamentos que visam o seu aperfeiçoamento (a
palavra mais foi usada com freqüência, como observar mais, enfrentar mais, analisar mais). A
natureza dos comportamentos é ativa (pelo uso lutar, não desistir, fazer o melhor) que indicam
dinamismo e capacidade de agir como relevantes. É observado que essa classe foi a que obtém a
maior quantidade de comentários. Fica visível que para os participantes foi possível estabelecer
uma relação entre os comportamentos observados no sujeito e os seus próprios comportamentos.
Na linha 2 estão descritas as classes de resposta referentes propostas de mudanças de
comportamentos em relação aos colegas de trabalho e obteve a citação de nove (56,25%) dos
participantes, e estão descritos oito comentários. É observado que os comentários destacam
como relevantes à possibilidade de melhorar as relações com os colegas, confiando mais,
aceitando a ajuda, reconhecendo mais o outro. Fica visível que aspectos relacionados a
relacionamento com colegas é considerado relevantes para os participantes, e que estão
relacionados também a atitudes ou comportamentos que dependem da sua própria ação, nesse
caso em relação ao outro que devem ser melhorados ou desenvolvidos.
Na linha 3 estão descritas as classes de resposta relacionadas a propostas de mudanças em
relação ao trabalho e obteve cinco citações (31,25%) por parte dos participantes, e estão
descritos cinco comentários. É observado que o destaque é para aspectos relacionados a possuir
uma visão mais ampla das situações de trabalho e permitir (colocar) que aspectos relacionados à
sensibilidade e aos sentimentos sejam integrados à organização. É observado que o sentido dado
a esses comentários é de aquisição (ter, colocar), como se necessitassem serem aprendidos, o que
é um indicativo de falta ou necessidade observada pelos participantes.
107
É possível notar que os aspectos relacionados a si mesmos, pelos participantes, são os de
maior relevância. Os aspectos pessoais e comportamentais, também foram os de maior índice na
Tabela 6.1, relacionados aos comportamentos do sujeito protagonista. Nas duas Tabelas (6.1 e
6.2) é perceptível que os comportamentos são parecidos e todos traduzem a necessidade de
dinamismo e pró-atividade. É possível perceber, também, que esta relação entre esses itens das
duas Tabelas, se dá pela maior ocorrência de comentários.
O estabelecimento desta relação entre os comportamentos de uma outra pessoa e a
própria é decorrente de processos de identificação,
108
Tabela 6.3
Distribuição da quantidade de ocorrências de classes de respostas de comentários dos participantes
sobre a o que consideram (avaliam) a respeito da atividade de Playback Theatre realizada
CLASSES OU
CATEGORIAS
COMENTÁRIOS
QUANT.
DE
COMEN-
TÁRIOS
QUANT.
DE
RESPOSTAS
PERC.
DE
RESPOSTA
S
POSSIBI-
LIDADE DE
ANÁLISE DE
SITUAÇÕES
- é possível trabalhar assuntos difíceis de forma agradável
- relação arte/foco no treinamento – objetividade no assunto
- proporciona uma visão melhor e mais crítica das situações
- identificação com a realidade
- ter uma visão mais ampla das situações
- capacidade de recriar situações reais para a análise de atitudes e situações
para solução de problemas
- possibilita os participantes “enxergarem” de forma ampla toda a questão
- que é possível falar de coisas reais, não apenas teóricas
- quando nos enxergamos, temos mais possibilidade de ver nossos erros e
acertar da próxima vez
- oportunidade de ver e rever
- dramatização de algo real
- nossas atitudes refletem em toda empresa
12 16 100%
SOBRE O
PROCESSO
DO
PLAYBACK
THEATRE
- criatividade
- é um instrumento poderoso para se trabalhar nas organizações
- que o teatro pode agregar muito num treinamento
- é possível aprender de maneira diferente
- improviso
- inovadora
- facilidade com que se entende o que é transmitido
- nova maneira de aprender
- rapidez de raciocínio
- maneira exclusiva de passar a mensagem sobre liderança
- transparência como os fatos são apresentados
- facilidade para entender
12 16 100%
POSSIBILI-
DADE DE
ENVOLVI-
MENTO
EMOCIONAL
- é uma ótima ferramenta para trabalhar o desenvolvimento de equipes,
podendo explorar mais as histórias, colocando em evidencia a sensibilidade
- o melhor treinamento é quando mexe com a emoção das pessoas
- envolve muito os participantes, nos aproximou mais
- respeita todas as questões humanas
- trata com sensibilidade e respeito às questões do ser humano
- aprender se divertindo
- vendo ‘acontecer’ percebemos que somos todos iguais
- a sensibilidade é um grande potencial e pode ser mais explorado,
potencializado e posto em prática
- envolvimento co a história
- mostra que todos os líderes têm essência humana e nesse sentido somos todos
iguais
- colocar mais sensibilidade e sentimentos integrados na organização
- o melhor treinamento é quando mexe com as emoções, com este
12 9 56,25%
- tempo da atividade foi curto (querer mais)
9 9 56,25%
ASPECTOS
NEGATIVOS
- não houve nada negativo
7 7 43,75%
SOBRE O
GRUPO DE
PLAYBACK
THEATRE
- maneira como os atores captam e interpretam a personalidade dos
personagens é muito realista
- sensibilidade dos atores, talento
- emoção que é transmitida pelos atores e a música
- organização e disponibilidade de todos
- o respeito e empatia
- a forma como foi conduzido
- facilidade de comunicação
- proximidade com o público
- integração da equipe, sincronismo
9 5 31,25%
TOTAL
61 - -
Observação: Na coluna de quantidade de comentários, vários dos participantes apresentaram mais de um
comentário, por isso, os números não correspondem à quantidade total de sujeitos participantes e
respondentes.
109
Na Tabela 6.3 estão descritos cinco classes de respostas de comentários sobre a
consideração (avaliação) dos participantes sobre o processo de Playback Theatre. Em cada
conjunto ou classe de comentários um nome que agrupa respostas semelhantes. A ordem das
linhas da Tabela 6.3 foram estabelecidas tendo como critério iniciar a partir daquela classe de
respostas de comentários com maior quantidade de participantes respondentes, e finalizar com a
menor.
Na linha 1 estão descritas as classes de respostas referentes à possibilidade do Playback
Theatre propiciar a análise de situações (relacionadas à profissão e organização) e obteve a
citação de todos (100%) dos participantes e estão descritos doze comentários. Nos comentários
fica visível a predominância de que o Playback Theatre favorece uma identificação com
situações reais, possibilita de ampliação da percepção sobre os acontecimentos e situações
(enxergar melhor) e a “tratar assuntos difíceis de forma agradável”, podendo manter a
objetividade (foco). Fica visível o alcance ou capacidade do Playback Theatre em destacar
situações profissionais e discriminá-las de forma a proporcionar uma análise ou conhecimento
sobre essas situações de uma forma mais aprofundada.
Na linha 2 estão descritos os comentários relacionados ao processo do Playback Theatre,
que na avaliação dos participantes obteve citação por parte de todos (100%), com doze
descrições de comentários espontâneos. É observado como aspectos destacados pelos
participantes a “criatividade, improviso, inovação e a forma como é tratado (narrado,
encenado e comentado) o tema do treinamento, como características relevantes do processo de
Playback Theatre. Fica visível que os participantes o avaliam como “um instrumento poderoso”
(eficaz) para treinamento em organizações e da possibilidade de uma aprendizagem ser realizada
de uma forma diferente da usual.
Na terceira linha a classe de resposta de comentários corresponde à possibilidade do
Playback Theatre proporcionar o envolvimento emocional dos participantes e obteve citação de
9 (56,25%) dos participantes, com doze comentários espontâneos. Os destaques dos comentários
são relativos a sensibilidade, a essência humana”, que “mexe com as emoções das pessoas”.
Fica visível que este aspecto emocional é algo que se destaca no Playback Theatre e, é
considerado com algo positivo e que possibilita perceber a igualdade ou senso de pertencimento
as mesmas condições humanas observadas no sujeito e nos participantes.
110
Na linha 4 estão descritos os comentários referentes à pergunta do questionário sobre que
aspectos negativos os participantes consideravam existir no Playback Theatre. Esse item também
foi respondido por todos os 16 (100%) dos participantes, sendo identificados dois tipos de
respostas, as quais são consideradas em separado. A primeira citada por 9 (56,25%) dos
participantes descreve que o tempo da atividade foi curto, porém indicam por outro lado, que
gostam o suficiente para desejar o seu prolongamento, o que fica visível que o processo de
Playback Theatre é percebido como positivo. É observado que mesmo os que não citaram esse
“aspecto negativo”, descrevem que não houve nada de negativo na atividade. Dessa forma, é
possível observar que todos os participantes não observam algum aspectos negativos no processo
de Playback Theatre.
Na linha 5 a classe de respostas sobre o grupo de Playback Theatre, obteve a citação de
cinco (31,25%) participantes, com nove comentários espontâneos. É observado que os destaques
dados pelos participantes se referem à sensibilidade dos atores, o respeito e a empatia, a
capacidade de aproximação e comunicação com os participantes como relevantes. Fica visível
que a permissão de expressar emoções abrangem desde as observadas no personagem
(características da história), passam pelas criadas pelo clima de respeito e cordialidade do grupo
e estão presentes também na música, como citada por alguns.
Diante desses dados e evidencias é possível concluir que o processo de Playback Theatre
pelos participantes foi eficaz para favorecer a discriminação de comportamentos e situações,
tanto para aqueles que são sujeitos (narram e vem sua história ser encenada) quanto para os que
participam observando na platéia.
111
6.2 Avaliação do Playback Theatre sob a perspectiva da Análise do Comportamento
Verificar se os resultados identificados pelos participantes são validos ou não vai
depender da sua identificação como os objetivos propostos pela aprendizagem, em outras
palavras do objetivo de ensino, e no caso em questão do ensino (treinamento) por meio do
processo do Playback Theatre.
Sob a perspectiva da Análise do Comportamento os objetivos de ensino são
compreendidos como um(s) comportamento(s) que se deseja que o aprendiz (treinando, aluno,
etc) seja capaz de produzir após a realização do processo ensino-aprendizagem. Para tanto, é
necessário, inicialmente, ter em foco, a noção do que seja um comportamento.
A noção de comportamento, aqui utilizada, tem como base nos estudos de Botomé (2001)
que o compreende como uma relação entre a ação de um organismo e o ambiente, no qual o
ambiente corresponde ao que acontece antes (situação antecedente) e ao que acontece depois da
ação de um organismo (situação conseqüente), já representada pela na Tabela . 1.1.
A Tabela 1.1 mostra que o comportamento é uma relação entre três elementos: (1)
Situação, que se refere ao que acontece antes ou junto da ação de um organismo, a (2) Ação do
organismo, aquilo que ele faz, e (3) a Conseqüência, o que acontece depois da ação de um
organismo. Desta forma, fica descartada a noção mais (mal) divulgada, e simplista de que o
comportamento é apenas uma resposta de um organismo.
Voltando a condição de que um objetivo de ensino é estabelecido por um
comportamento-objetivo, e estando a conceituação de comportamento mais clara, é possível
estabelecer as bases para a análise do processo de Playback Theatre como um processo de
ensino.
O objetivo da contratação do Playback Theatre foi o Treinamento de Liderança, que de
modo usual é assim denominado pelas organizações (apesar de muitas possuírem psicólogos)
realizam seus contratos e treinamentos. A necessidade passa a ser o de transformar esse objetivo
112
geral, de senso comum, para um objetivo de ensino comportamental, ou seja identificá-lo como
um comportamento, o comportamento de liderar.
Para o processo de identificação, discriminação ou entendimento mais visível das
características de um comportamento, que como vimos não é algo simplista, é necessário tomar
alguns cuidados, ou realizar alguns procedimentos. Como visto acima (Figura 6.1) o
comportamento, qualquer um, o ocorre no vácuo, ele se insere num ambiente ou situação,
então o primeiro passo é determinar ou identificar em que situação ocorre o comportamento de
liderar na organização contratante. A organização é uma empresa de transporte de encomendas
aéreas e rodoviárias, na qual os participantes (organismos) são os supervisores de vendas dessa
organização, e a situação conseqüente é o resultado de que estejam aptos ou capacitados para
liderar.
Botomé (1981) compreende como necessário para o estabelecimento de um objetivo de
ensino, ou comportamento-objetivo a distinção do ambiente de trabalho ou atuação, conforme o
diagrama descrito na Figura 4 representa.
Situação de trabalho ou de atuação
Características
específicas da
situação que exige
a ação da pessoa
(ou profissional)
Características
específicas da ação
que a pessoa (ou o
profissional) deve
apresentar perante
a situação
Efeito específico
que deve ser
obtido pela ação
da pessoa (ou
profissional)
Componentes de um comportamento eleito como objetivo de ensino
Figura 4: diagrama dos componentes de um comportamento eleito como objetivo de ensino
Na Figura 4 está descrito o ambiente ou situação de trabalho ou atuação, o qual é
composto por três elementos. O que corresponde à situação antecedente ou características
específicas da situação que exige a ão da pessoa (ou profissional), que se relaciona à ação, ou
características da ação que a pessoa (ou profissional) deve apresentar perante a situação, e se
relaciona ao que é conseqüente ou efeito específico que deve ser obtido pela ação da pessoa.
113
A transposição desse diagrama para a situação de treinamento do Playback Theatre na
organização X, pode ser representada conforma a Figura 5.
Organização X – Atuação dos supervisores de vendas
Situação Ação Conseqüência
Vendedores
subalternos
Liderar
Vendedores
subalternos
liderados
Componentes de um comportamento eleito como objetivo de ensino
Figura 5: diagrama dos componentes do comportamento de liderar como objetivo de ensino
Na Figura 5 está descrito o ambiente ou situação de trabalho na Organização X com os
(sujeitos) participantes do treinamento supervisores de vendas. A situação antecedente
corresponde aos vendedores subalternos aos supervisores. A ação (dos sujeitos) é de liderar e as
conseqüências são ter os vendedores subalternos liderados. Todos esses três componentes
correspondem ao comportamento de liderar objetivo de ensino, enquadrados na situação em
exame.
Ainda para uma compreensão mais precisa sobre o comportamento-objetivo, é necessário
um segundo passo, que é identificar as características, os aspectos constituintes do
comportamento. Normalmente um comportamento requer uma classe, ou conjunto de outras
ações (comportamento intermediários) que o compõe. Para que se obtenha clareza e precisão
sobre p comportamento-objetivo proposto o professor (ou instrutor) deve ter um grau de
visibilidade mais abrangente sobre as características que compõe esses elementos. No caso em
exame poderia se investigar sobre quais são as características dos vendedores, o que vendem,
para quem , em que condições? Esses são alguns dos aspectos necessários para identificar ou
discriminar as condições da situação ou realidade antecedente. Com relação à ação de liderar é
necessário ter com clareza ou identificar em que consiste essa ão, como mandar fazer, cobrar
resultados, incentivar, motivar, etc. E os resultados se estendem a todos os componentes
caracterizados, tais como: vendas realizadas, condições de prazo atendidas, vendedores
motivados, tarefas executadas, etc. Toda essa somatória, agora mais complexa, deve ser
identificada pelo professor e faz parte dos objetivos de ensino.
114
Além dessas tarefas, o professor ou instrutor para alcançar seu objetivo, ou seja,
possibilitar que o aluno apresente o comportamento proposto, deve estabelecer condições
facilitadoras para que ele seja capaz de apresentar o comportamento desejado, no caso em
questão o de liderar. Normalmente essas condições facilitadoras são condições artificiais, criadas
ou desenvolvidas para aproximar o aluno da realidade do comportamento em graus variados ou
gradientes de equivalência a realidade. Isso pode ficar mais visível com o diagrama da Figura 6.
Organização X – Atuação dos supervisores de vendas
Situação Ação Conseqüência
Vendedores
subalternos
Liderar
Vendedores subalternos
liderados
REALIDADE
GRADIENTES DE EQUIVALÊNCIA
ARTIFICIAL
Ambiente de Ensino ou Aprendizagem
Condição
Facilitadora
(situação artificial)
Ação do Aprendiz
(situação de
treino)
Conseqüência planejada
(sinalização artificial do
efeito)
Figura 6 diagrama de equivalência de situação real de atuação e situação artificial de ambiente de
ensino.
Na Figura 5 está descrito na parte superior cada um dos componentes do comportamento
objetivo (situação, ação e conseqüência) característico da situação de realidade da organização. E
na parte inferior as situações artificiais de ensino que procura reproduzir de forma semelhantes
características de todos os componentes do comportamento. Quanto maior o grau de semelhança,
mais equivalente será o comportamento, e quanto menor, mais análogo, conforme Popham &
Baker (1976), cabendo ao professor planejar suas atividades de ensino estabelecendo parâmetros
de proximidades.
No caso em análise do Playback Theatre é observado no diagrama da Figura 7 um
determinado grau de equivalência apresentado.
115
Ambiente ou Situação de Playback Theatre
Condição
Facilitadora
- Histórias sobre
liderança
Ações dos
participantes
- Narrar histórias
de liderança
- Ouvir história de
liderança
- Observar
encenação de
história de
liderança
Conseqüência planejada
- histórias de liderança
narradas
- histórias de liderança
ouvidas
- história de liderança
encenada observada
Figura 7 – diagrama da situação de ensino aprendizagem na atividade de Playback Theatre
Na Figura 7 é observado que as condições facilitadoras corresponde às histórias (narradas
ou encenadas), no caso em análise a consigna ou pedido do Diretor foi sobre histórias que
abordassem o tema de liderança (comportamento de liderar). As ações dos sujeitos participantes
são de narrar a história (no caso do protagonista) e de ouvir e observar as histórias encenadas
(todos). As conseqüências planejadas são de ter as histórias narradas, ouvidas e encenadas.
O Playback Theatre, diferentemente de outras técnicas de dramatização do psicodrama,
não tem como regra o participante encenar suas ou outras histórias, para isso em sua estrutura
conta com atores para o desempenho dos papéis necessários. É uma diferença, que ao mesmo
tempo marca sua identidade (característica do Playback Theatre), também delimita um
determinado grau possível de equivalência.
A noção de comportamento auxilia a observar que entre as relações dinâmicas dos seus
componentes, há diversas possibilidades de relações entre eles. Até agora os exemplos utilizados,
referiram a condições em que a resposta do organismo foi estabelecida com um peso maior
(quase em função) da relação da situação antecedente. Há casos em que um organismo pode agir
em função de uma situação conseqüente. Por exemplo, quero comprar um carro, meu
comportamento é de guardar dinheiro (fazer uma poupança). O diagrama da Figura 8 representa
as diversas possibilidades das relações entre os elementos do comportamento se estabelecer.
116
Situação
Ação
Conseqüência
Figura 8 : diagrama das diversas possibilidades de relações entre os componentes do
comportamento
Na Figura 8 é observada a configuração dinâmica da relação entre os componentes do
comportamento. E a multiplicidade de possibilidade de identificação ou caracterização de
comportamentos pela análise desses processos (flechas) de relação.
Para a elaboração de um plano de aprendizagem que leve em conta objetivos
comportamentais o conhecimento, identificação e caracterização das relações existentes entre os
componentes devem ser conhecidas. No caso do Playback Theatre, cabe ao Diretor essa função,
e isso constitui uma das variáveis que podem interferir no processo de Playback Theatre e seus
resultados. Um diretor que possui maior clareza sobre os objetivos de ensino, poderá criar
condições facilitadoras mais apropriadas, o ao menos estará mais capacitado para tal.
Uma outra variável presente no processo de Playback Theatre é a condição de que ele é realizado
por meio da ação (comportamento) dos participantes de narrar histórias e observar as
encenações. Tal como um professor, também pode requerer que de seu aluno, por exemplo o
comportamento de escrever. No caso em exame o Diretor deverá criar condições facilitadoras
para a produção desses comportamentos, por meio da interação social estabelecida entre ele
(Diretor) e os participantes. E aqui lembramos que o processo de interação social possui a
mesma estrutura dos elementos constituintes do comportamento.
Outras relações de interação social também estão presentes no processo de Playback
Theatre. As relações entre Diretor e atores, atores entre si, músico com atores, diretor e platéia,
comportamentos (histórias) narrados e suas relações com as encenadas, poderiam ser
consideradas as mais visíveis e que, novamente, devem ser lidadas (identificadas, discriminadas,
117
sofrer processos de intervenção e etc.) pelo Diretor antes e durante o processo de Playback
Theatre que constituem variáveis que interferem no seu processo e resultados.
Em resumo, fica visível a complexidade de variáveis que estão presentes no processo de
Playback Theatre e que todas se relacionam à noção de comportamento e de objetivos de ensino
aqui analisadas, que vão desde as condições ambientais (situação da organização, sujeitos, local
de realização, etc.), o estabelecimento do comportamento objetivo, até as variáveis que ocorrem
durante o processo de realização do Playback Theatre, isso é todos os comportamentos dos
sujeitos envolvidos (Diretor, atores, músico, participantes, narrador), constituem variáveis que
constituem e interferem no seu processo e na produção de seus efeitos ou resultados.
Ainda é necessário, para concluirmos a análise, examinar quais os elementos
conseqüentes ou resultados que o Playback Theatre pode produzir.
Foi analisado que o processo de Playback Theatre tem como objetivo que o sujeito tenha
como uma das No caso em exame diz respeito à observação de comportamentos de liderar. Isso
fica visível quando são observados os dados da Tabela 6.1, na qual eles destacaram diversas
características de comportamentos no protagonista, como persistir, vontade de vencer, enfrentar
desafios e outros que seriam característicos da classe de comportamentos de liderar. Os
participantes também, na mesma Tabela 6.1 observaram diversas características identificadas
com suas situações de trabalho e de relacionamento em grupo (equipe) pertinentes a condição em
que o líder está sujeito.
Fica claro que o comportamento desejado de “observar as histórias” é mais complexo do
que simplesmente ver. Ele implica no exercício de uma série de outros comportamentos como
discriminar, comparar, analisar, tanto os comportamentos observados, como os comportamentos
que eles próprios apresentam, como um processo de auto-análise ou ato-percepção. Desse modo,
conseguiram identificar, aspectos ou comportamentos em si que necessitam, desejam ou se
propõe a mudar ou melhorar. É o que mostra a Tabela 6.2, na classe de resposta referente a
proposições de mudanças, em si ou para si mesmo, para com o outro (colegas) e com relação às
situações de trabalho.
Diante dessas observações fica visível o modo como o Playback Theatre proporciona
relações entre os elementos dos comportamentos dos participantes em relação ao
118
comportamento-objetivo. Seu alcance ou grau de equivalência com a realidade pode não ser tão
próximo, mas ele auxilia a deixar mais visível para os aprendizes aspectos básicos constituintes
ou característicos do comportamento final desejado. Em sua medida de alcance e possibilidades
se mostrou eficaz, e foi reconhecido por todos (Tabela 6.3) como um instrumento capaz de trazer
situações profissionais com bases na realidade e de forma a “trabalhar temas difíceis de uma
forma agradável”.
Fica visível, também que produzir esses resultados pode ser um objetivo de ensino
importante para o início de um processo mais complexo de aprendizagens, pois produz nos
sujeitos a reflexão sobre os seus comportamentos e a necessidade de aperfeiçoa-los ou de
adquirir outros repertórios que não possui, motivando-os para um novo processo de
aprendizagem.
E sob o ponto de vista de quem é responsável por promover ou realizar o processo de
Playback Theatre fica visível à necessidade de sua preparação e conhecimentos sobre o
comportamento humano. E nesse sentido é preciso sempre estar atento para a qualidade na
preparação dos psicólogos atuais e futuros, para que os mesmos possam lidar com fenômenos da
mesma complexidade ou maiores de forma eficiente e eficaz, pois não importa em que situação
ele aplique seus conhecimentos, seja em organizações, seja em clínicas ou em comunidades, ele
está sempre trabalhando no desenvolvimento de ser humano, sempre lidando com
comportamentos.
É sempre útil esclarecer que os resultados aqui obtidos têm seu alcance delimitado pelas
próprias características da pesquisa, no entanto podem ser um ponto de partida para outros
estudos, não apenas sobre o processo de Playback Theatre. Como também de outras formas de
ensino com características semelhantes, e continuar a criar histórias, de vida e de aprendizagem,
como disse o diretor ao final da atividade aqui relatada:
“Muito obrigado pelas grandes histórias. Muito obrigado pela aprendizagem. Acho que
todos, inclusive a gente não vai esquecer essas histórias, elas foram vividas e sentidas. São
reais!
Obrigado!”
119
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APÊNDICES
122
Apêndice A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Este documento tem como finalidade prestar esclarecimentos acerca da pesquisa que
será realizada como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre, por Antonio
Vitorino Cardoso Neto, aluno do curso de pós-graduação em Psicologia, da Universidade
Federal de Santa Catarina. O título da pesquisa é: Avaliação do processo de Playback
Theatre como recurso para treinamento”. O orientador da pesquisa é o professor Dr. Sílvio
Paulo Botomé.
A preocupação com avaliação de treinamento faz parte de programas e agendas de
pesquisa de cientistas no país e fora dele. Por meio da análise do processo de Playback
Theatre, referente a sua utilização como recurso em treinamentos, poderão ser produzidos
conhecimentos que auxiliem nos estudos de avaliação de treinamento e de processos de
aprendizagem em organizações. O processo de Playback Theatre tem como característica
principal o uso de recursos de dramatização para sua realização e é uma modalidade de
treinamento utilizada por psicólogos.
O atual estágio das pesquisas sobre avaliação de treinamento indica a necessidade e
relevância da produção de conhecimentos científicos sobre características de treinamentos.
Caracterizar é poder responder a quais variáveis estão presentes, de que maneira interferem
no processo de Playback Theatre e que resultados proporciona.
Os objetivos da pesquisa são:
Identificar as variáveis que compõem o processo de Playback Theatre.
Identificar de que forma essas variáveis interferem no processo de Playback
Theatre.
Identificar que resultados o processo de Playback Theatre pode proporcionar
aos participantes quando utilizado em treinamento.
As respostas produzidas por meio dessa avaliação poderão produzir conhecimentos
que indiquem benefícios ou malefícios que esse processo proporciona aos funcionários, às
organizações e à atuação profissional, quando utilizado como recurso em treinamento.
Conhecer em maior profundidade o fenômeno Playback Theatre pode contribuir para a
melhoria de processos e investimentos organizacionais, como também para a ampliação do
conhecimento na área da Psicologia das Organizações e da Aprendizagem.
A pesquisa será realizada com um grupo de profissionais de Playback Theatre, cujas
atividades ocorram em três organizações que venham a contratar o treinamento com Playback
Theatre durante o período da coleta de dados (de agosto a setembro de 2005). A pesquisa terá
caráter de pesquisa-participante, pois o pesquisador estará participando do treinamento, e para
assegurar a fidedignidade dos dados, os registros serão realizados por meio de filmagem das
sessões de Playback Theatre.
Quando da contratação do treinamento pela organização o pesquisador realizará
contato com o responsável pela empresa e explicará sobre a natureza da pesquisa. A empresa
contratante poderá recusar participar da pesquisa sem prejuízo para a atividade de
treinamento. Nesse caso o pesquisador buscará outra empresa ou organização que concorde
com a realização da pesquisa e assine esse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -
TCLE. Sedo aceita a participação o pesquisador aplicará um roteiro semi-estruturado de
entrevista, a ser preenchido pelo mesmo, sobre a organização contratante. Esses registros
123
serão sigilosos e não haverá a identificação da organização nem do responsável pelas
informações.
No caso da aceitação por parte da organização o pesquisador agendará um horário
para explicar aos participantes do treinamento sobre a pesquisa e obter a concordância no
TCLE. Os participantes poderão recusar a participação da pesquisa sem necessidade de
justificativa e sem prejuízo a organização ou ao treinamento. Havendo um número mínimo de
dez pessoas que concordem em participar do treinamento, ele será realizado com esse grupo
para a pesquisa. E será realizado outro treinamento com o grupo que não aceitar participar da
pesquisa, sem haver prejuízo para os participantes e a organização.
A sessão de Playback Theatre será filmada integralmente, por profissional contratado
pelo pesquisador para este fim e o mesmo estará sujeito esse TCLE, mantendo a identidade da
organização e dos participantes em sigilo.
Após a realização da sessão de Playback Theatre os participantes receberão um
questionário para preencher e devolver ao pesquisador, sendo que o mesmo será utilizado
como fonte de dados para análise e o mesmo não conterá identificação de nome. Aos
participantes será facultada a opção de recusar a responder sem necessidade de justificativa.
Os materiais da pesquisa: anotações de entrevista, filmes e questionários ficarão de
posse do pesquisador guardado em sua residência por cinco anos. O acesso a esse material
será restrito ao pesquisador e ao seu orientador de pesquisa.
Os procedimentos utilizados na pesquisa, o Playback Theatre, não oferece riscos ou
desconforto físico ou mental para os participantes.
Quaisquer dúvidas que os participantes ou as organizações possuam com relação à
pesquisa poderão solicitar esclarecimentos ao pesquisador em qualquer momento da coleta de
dados. E poderão entrar em contato com ele pelo telefone (41) 9104 5234, ou pelo e-mail
vitorinocardoso@yahoo.com.br.
Os dados coletados serão registrados, analisados e interpretados e comporão a
dissertação de mestrado, que será apresentada para análise e parecer de uma banca de
professores. Não constarão dos anexos ou apêndices da dissertação materiais (questionários,
por exemplo) que identifiquem nome dos participantes ou organização.
Os resultados da pesquisa, favoráveis ou não, poderão ser organizados para
apresentação e publicação em eventos científicos, nacionais ou internacionais, ou em outros
meios, desde que as identificações dos participantes e das organizações sejam resguardadas.
Com base em todas as informações registradas nesse documento, declaro que li e
compreendi o que será feito nessa pesquisa de “Avaliação do processo de Playback Theatre
como um recurso para treinamento” e declaro que concordo em participar da mesma por livre e
espontânea vontade.
Participante – (nome completo e RG): ________________________________________
Assinatura: ________________________________________
Local e data: _______________________________________
124
APÊNCIDE B
Modelo de Questionário
1) Cite três aspectos que você mais gostou do treinamento com o Playback Theatre?
2) Cite três aspectos que você menos gostou do treinamento com o Playback Theatre?
3) Que reações você destaca (mais fortes) que o Playback Theatre lhe provocou?
4) Em que momentos da apresentação elas (as reações) ocorreram?
5) Houve alguma experiência sua que lhe passou pela cabeça durante a sessão do Playback?
Qual?
6) O que você identifica que pode ter impedido você de contar essa experiência?
7) O que você identifica que poderia ter facilitado você a contar essa experiência?
8) Em que situações de seu trabalho10.4329(e)8-11.4 Td( )Tj/R21 9.91968 36881(r)1.66963( )7.91964(e)-15.9545(s)1.66963(s)13.7737(a)-8.36881( )-4.18441(e)8.25357(x)-3.85048(p)3.73523(e)-3.85048(r)-10.4344(i)11.714(ê)8.25357(n)-8.36881(c)-3.85048(i)11.711(a)3.73523(?)-20.4758( )]TJ/R7 9.91968 Tf-200.754 -11.4 Td( )Tj/R21 9.919Qoõ ucont) 48(ê)-3.85048( )7.(s)1.66963( )7.91964()-8228(a)-8.36881(s)-1.6711(i)11027(l)-0.39sis ealco ck Tislasree 23(t)11.60376 0 Td[(E)-6.3061? batsõ oudt 4024?93027(t)11.711(g)3.73376(u)-8.38(õ029(L11.711(d)3.73376(e)-3.85048(n)-8.37029(t)-115249))6.68(s)1.6711( )7.91964(d)3.723.2075-15.9545( )7.91964(s)-10.432.958098(s)1.6711(e)-3.85048(n)3.73376(ta)3.73376(i)(m).73549(s)-10.029())333]TJR21 9.91968(s)-10.57(o)-8.36881(r)-10.4344(r)13.7-8.36881( )7.91964(c)es4 Td( )Tj/-10.4344(.711(a4(c)5048(p)3.733.048(03.8g Td( )Tj/Td( )Tjn3376(o)3.7.91964(a)z11.714(ê)8Td( )Tj85 -11.4 Td57(o)-8.3688176(o)3.7,8.37177( ).711(a4(c)5048(p)3.73.711(a)-8.36881(d)3.73523(o)-8.36]9(l)11.77.91964(c)v7( )]TJ/R7 .25323(e)02(s)-8 Tfê-8(c)-3.85048(i)11.711(a)3.7352.3(s)-8 Tfh)7.91 Td( )Tj/R21 523(e)-3.8q7 9.91968 721968 Tf6.60376 0 T8471 0 Td( )Tj/R5õ282)-8.36881(?)-8.031d[(6)-8.37029())333]TJTj/R21 9.91968 Tf6.7.91 Td( )Tj/R21 277(u)-8.37029(e)-3.84911.52 Td( 515(r)13.7741968 Tf6.a)-8.37029(ç)8.2543(õ)(l)-0.3981(c)8.25357(k)-)7.9196?)-20.4758( )]TJ/R7 9.91968 029())333]TJ/R35 9.9bE?a êncie e i? Qh pe es? P968 Tf-208.799 -23(n)-8.36881(t)11.7Td[(O)-16.3411(g)3.73376(u)-8.37025õ402448(õ)3.737(u)3.73376(a)-8.37029(ç)-3.85048(õ)3.73371152498(s)1.6711( )7.91964(d)3.723.2075-15.9545( )7.91964(s)-10.432.958098(s)1.67143( )7.91964(()6.19091(m)-4.24351(-20.474cã5048(r)1.6711(i)118(n)3.733764(36881( )7.91964(p)-.311.4 Tdá8.-11)3.733.048( )7.9-4.18736(()18.295(a))-66963(e)-3.85048(i)115(r).25357(r)1.6711(a)-8.p200.754 0 Td[(c)-3.85048(ê)-3.048(i)11.711(a)3(t)-0.393027(e)8 e c
125
APÊNDICE - C
Exemplo de Tabela utilizado no Protocolo de Observação
Registros dos comportamentos do diretor, narrador, participantes, atores e músico durante a narração da história pelo participante P9
Comportamentos do diretor Comportamentos do narrador
P9
Comportamentos dos
participantes
Comportamentos dos atores /
músico
Observações
Tempo em
que o
Fenômeno
ocorre
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
0’00
Diretor em pé
olha em
direção a P9
e movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa
0’01 diz: Eu tenho
10 anos
praticamente
de X
[empresa],
Sentada,
olha
em direção
ao diretor,
fala.
P1, P2, P3,
P4, P5, P6,
P11, P12,
P13, P14,
P15, P16
126
mas quando
eu cheguei na
empresa... Eu
comecei na
área de
vendas, mas
eu não
conhecia
nada disso,
muito menos
de transporte.
Movimenta
a cabeça de
forma
negativa,
como
reforçando
suas palavras
viram a
cabeça para
a esquerda
em direção a
P9. P8 vira a
cabeça à
direita em
direção a P9.
P7 olha em
direção ao
diretor a sua
frente. P10
olha em
direção a sua
frente P9.
APENDICE D Relato Inicial do Sujeito
A protagonista relatou a sua história, contando com a intervenção do diretor, do seguinte
modo: Eu tenho 10 anos praticamente de X
3
, mas quando eu cheguei na empresa... Eu
comecei na área de vendas, mas eu não conhecia nada disso, muito menos de transporte.
Então foi um desafio muito grande para mim na época. Eu fiquei seis meses trabalhando
externo muna determinada região.”
Diretor pede a narradora que escolha um dos atores para a representar, e é escolhido A... E em
seguida a narradora segue falando: E na época foi me colocado um desafio, um em seguida
do outro, que seria vender encomendas somente do aéreo. E três meses depois me deram uma
região que estava inativa, para eu estar buscando, conquistando essa região, que seria a
“cidade industrial”.”
“Para mim foi uma sensação de medo, porque eu era muito nova na área de vendas... Muito
nova, não é. Não tinha também experiência nem na área de transportes. E houve um desafio
para eu estar buscando conquistar uma região.”
“Então para mim foi um desafio. Eu vim da empresa Y, trabalhava na área administrativa.
Nem sabia que existia transporte... Não...não tinha esta visão... nem idéia do que era feito
num tipo de serviço como o de transporte.”
Diretor pergunta O quê que te fez sair da “Y”?
“Foi... Novos desafios... Porque na Y, por exemplo, chegou uma época antes da privatização,
que não conseguia ser mais promovida, não é... Não tinha mais concursos internos naquela
época, então eu estava estacionada, não é... E quando houve a opção da empresa X e... de
você crescer tanto financeiramente como profissionalmente, não é...”
“Eu vim e na época assim... e todo mundo... como você vai sair da empresa Y?! Uma
empresa, não é... Você é concursada e tal... Mas assim... Eu tinha esta necessidade, não é...
Era recém formada e eu queria mais para mim.”
“Então tanto o desafio dessa questão de ser vendedora, como o desafio de conquistar uma
região... Para mim além do medo, não é...”
“Houve também uma oportunidade.
Diretor pergunta: E como é que você acha que venceu esse medo?
“Acho que aceitando, não é... Indo... Aceitando o desafio... Indo e buscando ... E é claro, sem
dúvidas as pessoas envolvidas, não é...”
Diretor pede para que a narradora escolha os atores para representarem estas pessoas, que são
os personagens da Janice e do Marcos, interpretados por A e A respectivamente.
Diretor pergunta: Alguma situação específica que você passou, que você gostaria de nos
contar, ou a gente pode criar?
Narradora responde: Bom... Naquela época não houve nenhuma situação assim...que criou
alguma coisa...”
“Não, foi só a grande mudança, não é? Uma mudança muito grande, pessoal e profissional.”
Então o diretor encerra a entrevista, e inicia as instruções para os atores encenarem a história
da narradora.
Após o segundo ato o diretor, realiza uma segunda pergunta a narradora: Jorgete, como é que
você acha que termina a história?
Narradora responde: É um bom tempo, uma boa época, eu fiquei como a melhor vendedora
de todos os vendedores... Passado o período de dois anos de maior faturamento na cidade
industrial... e eu fiquei assim pelo menos uns 4 anos com o maior faturamento da filial dentro
da cidade industrial...”
O diretor passa a dar novas instruções aos atores para a encenação final.
3
os nomes da empresa, instituições ou pessoas foram substituídos por nomes fictícios ou letras.
129
ANEXO A
DESCRIÇÃO CURSIVA DA ATIVIDADE DE Playback Theatre
Protocolo de observação
130
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO
1. Nome do observador: Antonio Vitorino Cardoso Neto
2. Objetivo da observação: coleta de dados de comportamentos dos sujeitos diante da
atividade de Playback Theatre.
3. Data da filmagem: 25/08/2005
4. Horário da atividade – início: 16:50 - término: 17:43 Duração: 53 minutos
5. Diagrama da situação
c
d
b
3
a
Legendas:
– paredes: a,b,c,d
- janelas
- participantes sentados em cadeira
- atores de playback
- músico
- diretor
Mesa – camarim (1)
131
- câmera man
- câmera
- spot de iluminação
- persiana
- porta
- área do palco
- ar condicionado
- cartaz com suporte
- quadros na parede
1 – mesa
2 – cabideiro
- extintor de incêndio
6. Descrição do ambiente físico
A sala de treinamento fica localizada no mezanino do refeitório da empresa e é
utilizada para cursos e reuniões. Possui uma área de 24,5 m², medindo 3,5m x 7,0m. Possui
duas janelas: uma janela na parede dos fundos (d), que para o pátio da empresa, medindo
cerca de 1,50m de largura por 1,30m de altura, estando a cerca de 90 cm do chão, e com
persiana vertical fechada. A outra janela encontra-se na parede (a) onde eslocalizada a
porta, medindo cerca de 5,80m de comprimento por 1,10 de altura, estando a cerca de 90 com
do chão, que para a parte interna do refeitório. A porta e a parede (a) são de divisória de
painéis tipo “eucatex” em estrutura de alumínio. As demais paredes são de alvenaria com
tijolos à vista, pintadas de branco. Na parede oposta (c) há dois quadros, um medindo cerca de
50 com por 70cm, e outro com cerca de 70cm por 1,00. Na parede (b) à direita da porta e ao
fundo do palco, há um aparelho de ar condicionado, medindo cerca de 50cm por 70cm, a uma
altura de 1,80m do chão. O chão da sala é de lajota cerâmica de cor cinza claro. A sala contém
os seguintes móveis e objetos: 19 cadeiras, sendo 17 para os participantes, uma para o diretor
e outra para o músico; as cadeiras dos participantes estão dispostas em duas linhas
perpendiculares as paredes (a) e (c). Na linha da frente do palco estão dispostas 8 cadeias (P1
a P8), entre as duas linhas uma cadeira (P9) e na outra linha de cadeiras mais 8 (P10 a
P17). uma mesa (1), localizada próxima do canto entre a parede (c) e (b), a qual foi
utilizada para colocar o material do camarim, tanto em sua superfície quanto na parte de
baixo; um cabideiro (2), próximo à parede (b), com panos e roupas, inclusive embaixo junto
3
132
ao chão ficaram alguns panos; atrás do cabideiro está pendurado na parede (b) um cartaz da
empresa, que fica quase que totalmente coberto pelo cabideiro; um suporte para cartaz do
grupo e um extintor de incêndio (3), estão juntos a parede (b) e a cerca de 20cm da porta. A
iluminação da sala conta com dois conjuntos de luz fria”, cada um com quatro lâmpadas de
40w, e teve dois “spots” de 150w, colocados em suportes direcionados para a área do palco. A
área do palco esdemarcada com fita crepe. Os atores ficam em pé, olhando em direção à
platéia, na área delimitada como A1, A2, A3, A4 e A5, dentro da área do palco, próximo
cerca de 30 cm da parede (b).
7. Relato do ambiente social
O treinamento com o Playback Theatre foi contratado pela empresa para fazer parte de
um treinamento sobre Liderança. O treinamento transcorreu no dia 25 de agosto de 2005,
tendo início às 14:00 horas. A primeira parte foi ministrada pela psicóloga da empresa e
terminou às 16:30 horas. Em seguida foi realizado um lanche e às 16:50 horas teve início a
atividade de Playback Theatre. O grupo de participantes do treinamento são funcionários da
organização que ocupam cargos de supervisores e chefias. No treinamento com o Playback
Theatre participaram também a psicóloga e mais dois diretores da empresa. A atividade de
Playback Theatre estava prevista para iniciar às 16:00 horas. Houve um atraso de 50 minutos,
e isso fez com que o músico integrante do grupo de profissionais do Playback Theatre tivesse
que sair antes do rmino da apresentação em função de compromisso assumido
anteriormente. O fato foi comunicado ao grupo durante a atividade. Os sujeitos são
identificados de acordo com sua localização nas cadeias por meio de números P1 ao P17.
8. Descrição dos sujeitos observados
Participantes
Idade (anos)
Sexo
Escolaridade Cargo
P1 28 F 3º Grau Monitora de produtividade
P2 40 M 3º Grau Supervisor de contas
P3 34 F 3º Grau Analista de RH Pleno
P4 29 F Cursando 3ºG. Assistente depto. pessoal
P5 34 F 3º Grau Assistente Administrativo
P6 31 F 3º Grau Supervisor de contas
133
P7 34 F 3º Grau Supervisor de telemarketing
P8 24 F 3º Grau Assistente administrativo
P9 41 F 3º Grau Supervisora
P10 39 M 3º Grau Gerente
P11 50 F 2º Grau Supervisora
P12 42 M 2º Grau Supervisor
P13 34 M 2º Grau Encarregado de Expedição
P14 31 F 3º Grau (pós) Analista de Recursos Humanos
P15 39 M 3º Grau (pós) Gerente comercial
P16 37 M 3º Grau Técnico de suporte
P17 37 F 3º G. incompl. Supervisora
9. Técnica de registro utilizada
Observação cursiva
10. Registro propriamente dito
Situação 1: Apresentação da atividade pelo diretor:
Todos os participantes sentados nas cadeiras, músico e atores em suas posições.
Diretor em , olhando para a platéia, fala: Tranqüilos agora satisfeitos. (sorri). Hoje é
uma maratona, um dia bem especial para todos nós. A atividade que vamos ter agora chama-
se Playback Theatre. É uma modalidade de treinamento que usa o processo do teatro
interativo. Vocês vão fazer parte contando histórias e nós vamos estar à disposição para
encarnar qualquer personagem das histórias de vocês. Vamos ver!”.
A duração da situação 1 é de cerca de 40 segundos.
Respostas:
P1 localizado ao lado da parede (a), tendo a sua frente o músico e atrás o participante P17,
ao seu lado direito está a parede (a) e ao seu lado esquerdo o participante P2. Atrás de si esta
sentada P17.
134
Respostas de P1
P1 sentada, olha em direção ao diretor, enquanto diretor fala: “tranqüilos,
satisfeitos” P1 sorri. Platéia sorri. P1 movimenta sua boca, com movimentos “tipo mascando e
limpando os dentes” passando a língua entre a parte externa dos dentes, a gengiva e a parte
interna da bochecha, de boca fechada. Olha em direção ao Diretor. Para os movimentos
bucais. Diretor diz: “... e nós vamos estar à disposição para encarnar qualquer personagem das
histórias de vocês”. P1 diz: “Que legal!”. Sorri. Olha em direção a P2. Sorri. P2 olha em
direção a P1. P1 olha em direção a P3. Sorri. P3 olha em direção a P1. P3 fala. P1 sorri. P1
olha em direção ao palco. Música começa a tocar.
P2 - Sentado na cadeia P2, tendo ao seu lado esquerdo P1 e ao seu lado direto P3 e atrás de si
P16 e o palco a sua frente.
Respostas de P2
P2 sentado, olha em direção ao diretor. Movimenta a cabeça em direção ao palco. Olha
em direção ao diretor. Diretor fala: “tranqüilos, agora já todo mundo satisfeitos” P2 sorri.
Movimenta a cabeça em direção ao palco. Olha em direção ao diretor. P1 diz: “que legal”.
Sorri em direção a P1. P2 olha em direção a P1, sorri. Diretor (37) diz: “vamos ver”. Olha em
direção a P3. Sorri. Música começa a tocar.
P3 - Sentada na cadeia P3, tendo ao seu lado esquerdo P2 e ao seu lado direto P4. Atrás de si
P13, e o palco a sua frente.
Resposta de P3
P3 sentada de pernas cruzadas (perna direita sobre a esquerda). Olha em direção a P5.
Olha em direção ao diretor. Mãos cruzadas sobre as pernas. O diretor diz: “tranqüilos,
satisfeitos”. P3 sorri. Olha em direção a P5. Descruza as pernas. Movimenta suas costas para
frente. Descruza as pernas. Coloca as duas mãos sobre as pernas, uma em cada. Movimenta
suas costas para trás. Movimenta suas mãos sobre as coxas no sentido do quadril para os pés.
Encosta suas costas no encosto da cadeira. Cruza suas pernas (perna esquerda sobre direita).
Cruza as mãos sobre as pernas. Olha em direção ao diretor. Coça as mãos. Olha em direção do
135
palco. Olha para o diretor. Olha em direção a P4. Olha para em direção ao diretor. Passa a
mão esquerda na perna direita, sentido cima para baixo (como alisando o tecido). Olha para
baixo. Movimenta as costas para frente e para baixo (se abaixa). Arruma a barra da calça e a
meia do esquerdo. Diretor diz: “Vocês vão fazer parte contando histórias e s vamos
estar à disposição para encarnar qualquer personagem das histórias de vocês”. P3 segura o
tênis e olha em direção a P1. Sorri em direção a P1. Movimenta a cabeça, com gesto de
afirmação. Verbaliza em direção a P1. Sorri. Olha em direção a P4. Sorri. Olha em direção ao
músico. Sorrindo. Música começa a tocar.
P4 - Sentada de pernas cruzadas (direta sobre a esquerda), ao lado de P3 (a sua esquerda) e P5
a sua direita. P14 atrás de sua cadeira e o palco a sua frente.
Resposta de P4
P4 sentada, pernas cruzadas, olha em direção ao palco. Olha em direção a P3. Olha em
direção ao diretor. Coloca sua mão esquerda sobre a face direita. Faz movimentos da mão
sobre o rosto (como coçando a bochecha direita e o nariz). Tira a mão do rosto. Cruza os
barcos sobre a perna. Olha em direção ao diretor. Olha em direção a P5. Olha em direção ao
diretor. Olha em direção ao músico.
P5 - Sentada ao lado de P4, a sua esquerda e P6 a sua direita, com P13 atrás, e o palco em sua
frente.
Resposta de P5
P5 sentada de pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, mãos cruzadas sobre as
pernas. Olha em direção a P4. Olha em direção ao diretor. O diretor diz: “tranqüilos, já
satisfeitos”. P5 sorri. Platéia sorri. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “Vamos ver!”.
Olha em direção ao músico.
P6 - Sentada ao lado de P5 a sua esquerda e P7 a sua direita. Atrás de si P13 e a sua frente o
palco.
136
Resposta de P6
P6 sentada de pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, mãos cruzadas sobre as
pernas. Olha em direção ao diretor. O diretor diz: “tranqüilos, satisfeitos”. P6 sorri. Platéia
sorri. Movimenta a cabeça (ajeitando o cabelo). Olha em direção ao diretor. Movimenta sua
mão até a boca e tira da boca (coça os lábios). Olha em direção ao diretor. Diretor diz:
“Vamos ver!”. Olha em direção ao músico.
P7 - Sentada ao lado de P6 a sua esquerda e P8 a sua direita. Atrás de si P11 e a sua frente o
palco.
Resposta de P7
P7 sentada de pernas cruzadas, direita sobre a esquerda. P7 movimenta a cabeça em
direção a porta e depois em direção ao diretor. Olha em direção ao diretor. Levanta o bico do
sapato, deixando o salto tocando o chão em movimentos de sobe e desce. (2’ cada
movimento). Movimenta a cabeça para o lado, olhando em direção ao diretor (como exercício
de alongamento). Diretor diz: “Vamos ver!”. P7 olha em direção ao músico.
P8 - Sentada ao lado de P7 e da parede (d), atrás de si P9 e a sua frente o diretor.
Resposta de P8
P8 sentada com os braços cruzados na altura do busto e recostada na parede (c). Olha
em direção ao diretor. O diretor fala. Olha em direção ao músico. Olha em direção ao diretor.
Diretor diz: “vamos ver!”. Olha para o músico.
P9 - Sentada junto à parede (c), tendo a frente P8 e atrás de si P10.
Resposta de P9
P9 sentada, olha em direção ao diretor. Diretor fala. Diretor diz: “vamos ver!”. Olha
em direção ao músico.
137
P10 – Sentado ao lado da parede (c), tendo a sua frente P9 e P8.
Resposta de P10
P10 sentado e de braços cruzados. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “tranqüilos,
satisfeitos”. P10 sorri. Platéia sorri. Diretor fala. Olha em direção ao diretor. Diretor diz:
“vamos ver!”. Olha em direção ao músico.
P11 - Sentada, tendo P10 a sua esquerda e P13 a sua direita. A sua frente P7.
Resposta de P11
P11 sentada, olha em direção ao diretor. Diretor diz: “tranqüilos, já satisfeitos”. P11
sorri. Platéia sorri. Diretor fala. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “... qualquer
personagem das histórias de vocês”. P11 olha em direção de P3, P2, P1 e músico. Diretor
diz:“vamos ver!”. Olha em direção ao diretor. Música começa tocar. Olha em direção ao
músico.
P12 - Sentado, tendo ao seu lado esquerdo P11 e ao direito P13. A sua frente P5 e P6.
Resposta de P12
P12 sentado, olha em direção ao diretor. Diretor diz: “tranqüilos, satisfeitos”. P12
sorri. Platéia sorri. Movimenta a cabeça de forma afirmativa. Movimenta o tronco para frente.
Diretor fala. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “vamos ver!”. Olha em direção ao
músico.
P13 - Sentado, ao seu lado direito esta P14, e ao esquerdo P12. A sua frente P4 e P5.
Resposta de P13
P13 sentado, olha em direção ao diretor. Diretor diz: “hoje é uma maratona”. P13 olha
em direção a P14. Movimenta o tronco para frente e para trás. Olha em direção ao diretor.
138
Movimenta o tronco para frente. Diretor fala. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “vamos
ver!”. Olha em direção ao diretor. (Música inicia). Olha em direção ao músico.
P14 - Localizada atrás de P3, tendo a seu lado esquerdo P13 e ao direito P15.
Resposta de P14
P14 movimenta-se em direção a cadeira. Diretor fala: “satisfeitos”. Participantes riem.
P14 senta na cadeira. P14 olha em direção a P13. P14 olha em direção ao diretor. Diretor
diz:atividade de “Playback Theatre”. P14 olha em direção ao músico (canto com P1, P2) Olha
em direção ao palco. Olha em direção ao diretor. Diretor diz: “qualquer personagem!”. P1
diz:“que legal” P14 olha em direção a P1. P14 olha em direção a P17. P14 coloca a mão na
boca, (em forma de concha para falar) Olha em direção a P17. (Música inicia).P14 verbaliza
em direção a P17. P14 olha em direção ao músico.
P15 - Sentado, tendo ao seu lado esquerdo P14 e ao direito P16. A sua gente P3.
Resposta de P15
P15 sentado, olha em direção a P14. P14 senta. Diretor fala: “satisfeitos”. Olha em
direção ao diretor. P15 sorri. Participantes riem. P15 olha em direção a P14. P15 Olha em
direção ao diretor. Coloca seu braço esquerdo no espaldar da cadeira de P14. (por 2’). Tira o
braço da cadeira. Cruza os braços sobre a perna. Olha em direção ao diretor. Diretor fala.
Diretor diz: “qualquer personagem!”. P1 diz:“que legal”. P15 olha em direção a P1. P15 sorri.
Olha em direção do músico.
P16 - Sentado, tendo ao lado direito P17 e ao lado esquerdo P15. A sua frente P2.
Resposta de P16
P16 sentado. Olha em direção ao músico. Diretor começa a falar. Olha em direção ao
diretor. Diretor fala: “satisfeitos”. P16 sorri. Participantes sorriem. Olha em direção ao diretor.
139
Diretor fala. Diretor diz: “qualquer personagem!”. P1 diz:“que legal”. P16 olha em direção a
P1. P16 sorri. Olha em direção ao palco. P16 cruza os braços. (música inicia)
P17 - Sentada ao lado da parede (a) ao seu lado esquerdo, tendo no seu lado direito P16 na
sua frente P1.
Resposta de P17
P17 sentada. Olha em direção ao diretor. Diretor fala: “satisfeitos”. P17 sorri. Platéia
sorri. Abaixa e levanta a cabeça. Olha em direção ao diretor. Diretor fala. Diretor diz:
“qualquer personagem!”. P1 diz:“que legal”. P17 olha em direção a P1. P17 sorri. Olha em
direção ao músico. Música começa a tocar.
11. Esquema de Registro
Situação 1: Apresentação da atividade pelo diretor:
Todos os participantes sentados nas cadeiras, músico e atores em suas posições.
Diretor em pé, olhando em direção a platéia, fala: Tranqüilos agora já satisfeitos. (sorri).
Hoje é uma maratona, um dia bem especial para todos nós. A atividade que vamos ter agora
chama-se Playback Theatre, é uma modalidade de treinamento que usa o processo do teatro
interativo. Vocês vão fazer parte contando histórias e nós vamos estar à disposição para
encarnar qualquer personagem das histórias de vocês. Vamos ver!”.
Fenômeno que
ocorre (situação)
Apresentação da
atividade pelo
diretor: tempo
total 40’’
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
1. (segundos)
Diretor em pé,
próximo uns 50 cm
da parede (c),
posicionado em
frente aos P7 e P8,
olha em direção ao
Todos sentados,
com exceção de
P14, que está em
pé frente a sua
cadeira
140
público
1.1 diretor fala:
“Tranqüilos, já
satisfeitos” e sorri.
(referindo-se ao
lanche que eles
acabaram de fazer
antes de entrar na
sala)
- P3 olha em
direção a P4
- P4 olha em
direção a P3
- P8 movimenta a
cabeça em gesto
afirmativo
- P14 senta, olha
em direção a P15
Sorriem: P1, P2,
P3, P5, P6, P7,
P10, P11, P12,
P15, P16, P17.
1.2 Diretor fala:
“hoje é uma
maratona, um dia
especial para todos
nós.”
-P2 movimenta a
cabeça em direção
ao músico e vira
em direção ao
diretor.
-P3 - olha em
direção a P5.
Descruza as
pernas. Movimenta
suas costas para
frente. Descruza as
pernas. Coloca as
duas mãos sobre as
pernas, uma em
cada. Movimenta
suas costas para
trás. Movimenta
suas mãos sobre as
coxas no sentido
do quadril para os
pés. Encosta suas
costas no encosto
da cadeira. Cruza
suas pernas (perna
esquerda sobre
direita).
- P13 olha em
direção a P14.
- P15 olha em
direção a P14. P15
Olha em direção
ao diretor. Coloca
seu braço esquerdo
no espaldar da
cadeira de P14.
(por 2’). Tira o
braço da cadeira
de P14. Cruza os
braços sobre a
perna. Olha em
141
direção ao diretor.
1.3 Diretor explica
a atividade, diz: A
atividade que
vamos ter agora
chama-se Playback
Theatre, é uma
modalidade de
treinamento que
usa o processo do
teatro interativo.
Vocês vão fazer
parte contando
histórias e nós
vamos estar à
disposição para
encarnar qualquer
personagem das
histórias de vocês.
P1 – (quando o
diretor acaba
de falar) diz:
Que legal”
- P1 olha em
direção a P2.
- P2 olha em
direção a P1
- P3 – olha em
direção a P1
- P14 olha em
direção a P1
- P3 movimenta a
cabeça em gesto
de afirmação
- P1 sorri em
direção a P2 e P3
- P3 sorri em
direção a P1
- P2 sorri
1.4 Diretor
diz:“vamos ver”:
Situação 2: Música de abertura
Músico sentado ao lado da parede (a), a cerca de 1 metro da porta, tendo a sua frente P1 e trás
de si a parede de divisória com vidro e o suporte da iluminação do “spot”. Canta e olha em
direção da platéia, movimenta sua cabeça da esquerda para direita, enquanto toca e canta,
olhando em direção a todos os participantes. Termina de cantar, olha em direção aos atores.
Para de tocar.
Música de abertura: músico executa Imaginede John Lehnon, sentado olhando em direção
da platéia. Duração: 1’ (minuto) e 45’’ (segundos) início: 0’40’’ até 2’25’’
Respostas
P1 sentada, sorrindo, olhando em direção ao diretor. Músico inicia os acordes. P1 olha em
direção ao músico (2º acorde). Músico inicia canto. P1 olha para trás em direção a P14 e vira-
se para frente olhando em direção a P3. (P3 vira-se para trás). P1 olha em direção ao músico.
Músico canta. P1 olha em direção a P3. (P3 puxa sua cadeira em direção a P2). P1 olha em
direção ao músico. P1 movimenta sua cabeça para baixo. Músico canta segunda estrofe. P1
olha em direção ao diretor. (P13 tira foto com flash). P1 olha em direção a parede (c). P1
142
aponta em direção a parede (c) e fala com P2. P2 olha em direção a P1 e vira-se em direção a
parede (c). P1 sorri. P2 sorri. P1 olha em direção ao músico. Músico canta. P1 vira e olha em
direção a janela da parede (a) e vira-se em direção do músico. Olha em direção ao músico. P1
movimenta a cabeça de cima para baixo, acompanhando a melodia. P1 sorri. Músico finaliza a
canção. (músico inicia os acordes finais e olha em direção dos atores). P1 olha em direção a
P2. P1 faz movimento de bater palmas (som muito baixo). P1 olha em direção a P3 e P4. P1
olha em direção do palco.
P2 sentado, mãos cruzadas sobre as pernas, olhando em direção a P3. Músico inicia os
acodes da música. P3 fala olhando em direção a P2 e P1. P2 vira-se em direção a P1 e vira-se
novamente em direção a P3. P2 coloca sua mão esquerda em frente a sua boca e tosse. P2
cruza os braços sobre a perna. Olha em direção ao músico. Músico começa a cantar. P2 vira-
se em direção do diretor. P3 arruma-se na cadeira. Pe olha para trás em direção a P14. (p14
fala com P3). P2 olha em direção a P3. P2 olha em direção do palco. P2 olha em direção a
P13. (P13 pega a máquina fotográfica de P14). P2 olha em direção ao palco. P2 olha para
baixo e olha em direção do músico. P1 aponta em direção a parede (c) e fala olhando em
direção de P2. P2 olha em direção a parede (c). P1 vira-se em direção a P1. Movimenta a
cabeça em movimento para cima. P2 aproxima o ouvido em direção a P1. P1 fala em direção
ao ouvido de P2. P2 movimenta a cabeça para frente e vira-se em direção a parede (c). P2
vira-se em direção a P1. P2 movimenta a cabeça em gesto afirmativo. P2 sorri. P2 olha em
direção do palco. Músico canta. P2 olha em direção do músico. Músico olha em direção do
palco. P2 olha em direção do palco.
P3 sentada, de pernas cruzadas (esquerda sobre a direita), mãos cruzadas sobre as pernas,
olhando em direção a P1. P1 sorri. P3 sorri. Músico inicia os acordes. P3 fala olhando em
direção a P1. P3 vira a cabeça para a esquerda e direita e olha em direção a P1 e sorri. P3 vira
a cabeça em direção ao diretor e vira em direção ao músico. P3 ajeita o cabelo com a mão
esquerda. P3 olha em direção ao músico. Músico canta. P3 com as mãos sobre as pernas,
movimenta os dedos da mão esquerda nos dedos da mão direita. P3 movimenta-se para frente
e para trás, (ajeitando-se na cadeira). P3 olha em direção a P4. P4 fala olhando em direção a
P3. P3 arruma sua blusa e olha em direção a P4. P3 movimenta a cabeça. Olha para trás em
direção a P14. P3 fala com P14. P3 vira-se para frente olha em direção ao músico. P3 passa
sua mão sobre a blusa, olhando em direção ao músico. P3 vira-se em direção a P14. P3 vira-se
em direção ao músico. P3 afasta sua cadeira em direção a P2. P3 olha para trás em direção a
143
P14. P3 vira-se para frente olha em direção do músico. (P14 entrega a máquina fotográfica
para P13). P3 olha em direção ao palco. P3 coça o nariz. Pc olha em direção do palco. P3
sorri. P3 coloca e tira sua mão na boca. P3 olha em direção do diretor. P3 olha para baixo em
direção a sua perna. P3 movimenta sua mão sobre sua perna. P3 cruza os braços, olha em
direção do palco. P3 movimenta seus s no ritmo da música. P3 olha em direção a P4. (P4 e
P5 conversam). P3 olha em direção do músico. Músico olha em direção do palco. P3 olha em
direção ao músico e em direção do palco.
P4 – sentada com as pernas cruzadas, esquerda sobre a direita, mãos cruzadas sobre as pernas,
olha em direção do músico. Músico inicia os acordes. P3 olha em direção a P1. P4 olha em
direção a P3. P4 olha em direção do músico. P4 movimenta os pés no ritmo da melodia.
Músico canta a melodia. P4 fecha mais sua blusa e cruza os braços sobre a barriga. P4 vira-se
em direção a P3 e fala. P4 movimenta sua cabeça em direção ao diretor e vira em direção do
músico. P4 movimenta seus pés no ritmo da música e movimenta os dedos da mão, olhando
em direção do músico. Músico canta. P4 olha em direção do palco. (p13 tira foto). P4 olha em
direção a P1. P1 olha em direção a P4. P4 olha em direção do músico. Músico canta. P4
movimenta os pés no ritmo da música. P4 movimenta a cabeça no ritmo da música. P4 olha
em direção a P5. P5 olha em direção a P4. P4 vira-se em direção do músico. P4 vira-se em
direção a P5. P4 fala em direção a P5. P4 vira-se em direção do músico. P4 sorri. P4 olha em
direção do músico. P4 coloca a mão na frente da boca e tosse. P4 cruza os braços. Músico
termina de cantar e olha em direção do palco. P4 olha em direção do palco.
P5 – sentada com as pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, mãos cruzadas sobre as pernas,
olha em direção ao sico. Músico inicia os acordes. P5 olha em direção ao diretor e vira-se
em direção a P1. P5 olha em direção ao músico. (0,30’’) Olha em direção a P4 e vira-se em
direção ao músico. (1’18’’) P4 olha em direção a P5. P5 olha em direção a P4 e sorri e olha
em direção ao músico. (1’27’’) P4 vira em direção a P5 e fala. P5 movimenta sua cabeça, de
forma lateral, aproximando o ouvido direito em direção a cabeça de P4. P5 olha em direção a
P4 e sorri. P4 olha em direção ao músico. P5 olha em direção ao músico. Músico termina de
cantar e tocar.
P6 sentada com as pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, mãos cruzadas sobre as
pernas, olha em direção ao músico. Músico inicia os acordes. P6 olha em direção ao diretor e
vira olhando em direção ao músico. (0’10’’) P6 movimenta seu tronco para frente e olha em
144
direção a P1. P6 movimenta seu tronco para trás. P6 encosta seu tronco no espaldar da
cadeira. P6 olha em direção ao músico. (0’57’’) P6 olha em direção ao chão de seus pés.
(1’24’’) P6 olha em direção ao músico. (1’33’’) Olha em direção para baixo em direção a seus
braços. P6 cruza os braços na altura/sobre o peito. P6 olha em direção a seus pés. (1’44’’). P6
olha em direção ao músico.
P7 – sentada com as pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, mãos cruzadas sobre as pernas,
olha em direção ao músico. Músico inicia os acordes. Músico canta. Músico termina de
cantar. P6 olha em direção ao músico.
P8 – sentada coma as pernas cruzadas, direita sobre a esquerda, braços cruzados sobre o peito,
ombro esquerdo encostado na parede “c”. Músico inicia os acordes. P8 tosse com a mão sobre
a boca. P8 olha em direção ao diretor. P8 olha em direção ao músico. Músico canta. (1’30’’)
P8 cruza os barcos sobre a perna. Músico para de cantar. P8 olha em direção ao músico.
P9 – sentada, costas encostada na parede “c”, olha em direção ao músico. Músico inicia
os acordes. P9 movimenta a cabeça. P9 olha em direção ao músico. Músico toca e canta.
Músico para de cantar e tocar. P9 olha em direção ao palco.
P10 sentado, olha em direção ao músico. Músico inicia os acordes. P10 olha em direção ao
músico. (0’57’’) P10 movimenta o tronco para frente e para trás. (1’16’’) P10 movimenta a
cabeça para trás olhando em direção ao músico. (1’35’’) Movimenta sua cadeira para frente
(cerca de 1 a 2 cm). P11 olha em direção a P10. P10 olha em direção a P11. P11 olha em
direção ao músico. P10 olha em direção ao músico. Músico para de cantar e tocar. P10 olha
em direção ao músico.
P11 sentada, olha em direção ao músico. sico inicia os acordes. P11 olha em direção ao
músico. Músico canta. P11 olha em direção ao músico. (0’43’’). P4 movimenta corpo para
frente e para trás. P11 olha em direção a P4. P11 olha em direção ao músico. (1’35’’)
Movimenta sua cadeira para frente (cerca de 1 a 2 cm). P11 olha em direção a P10. P10 olha
em direção a P11. P11 olha em direção ao músico. Músico para de tocar e cantar. P11 olha em
direção ao músico.
145
P12 sentado, olha em direção ao músico. Músico inicia os acordes. P12 olha em direção ao
músico. Músico toca e canta. (0’24’’) P12 cruza os braços. P12 olha em direção ao músico.
(0’34’’) P 12 olha em direção ao diretor. (0’44’’) P12 olha em direção ao músico. (0’46’’)
P12 olha em direção ao diretor. (1’20’’) P12 olha em direção ao músico. (1’37’’) P12 passa a
mão esquerda sobre seu rosto. P12 coça o nariz. P12 segura sua mão esquerda sobre o queijo e
olha para músico. Músico para de tocar e cantar. P12 com a mão no queixo olha em direção
ao palco.
P13 sentado, olha em direção ao diretor. Músico i.69162(s)-403( )-70.3412(e)11729( )-70.3412(n) ndiç Pde.z. P12 olha em dir-403( )-8(ç)5.01403(ã)5.01403(o)-10.17671541(c)7477(a)-6.85048(o)1.69162( )250]TJ-220.083 -17.4 Td[(m)6.80703(ú)1.6909(s17.52 Td -17.52 Td(.)0.845332( )]TJ17.4 TL( )'17.)-10.172(h)13.55618(ã)5.01258vah e cca mu -11.0708( )-58.33577(o)1.69017(b)-10.1743(r)12.6582(e.)0.84581( )0.847243(a)-6.85193seção m queha em dir o’49(u)1.69162(e)-6.8508(o)-10.1729( )0.84581((s)9.33577(o)1.6916.01( )-22.8832(P)-1.63t(q)-10.17á( )-82.2057(o)1.690172( )-82.2057(o)1.69017832(P)-1.63u(2)1.69162( )-82.2057(o)1.6916( )-82.2057(e)-6.85048(m)18.6715( )-94.0703(e)-6.85043( )-58.4782(n)13.5532(a)5.01403(r)-11.070812.6582(’)0.)1.69164ão01403(ã)-6.8( )-46.6127(–)-10.1736( )-58.03(a)-6.8506(e)-6.851g(2)-10.1736( )-22.883165.0125u(2)-10.1(h)13.5561( )-58.33577(o)88.9Td(h)13.5561á ãaã of(s)9.33577(ee)5.01258( )-82.2058(ã)5.01258gm s M oicoo toã et t). p2
146
P15 movimenta a cabeça para esquerda e direita. P15 olha em direção ao músico. Músico para
de tocar e cantar. P15 olha em direção ao músico.
P16 sentado, braços cruzados sobre o peito, olha em direção ao músico. Músico inicia os
acordes. P3 se movimenta na cadeira. P16 olha em direção a P3. P16 olha em direção ao
músico. P3 fala com P4. P16 olha em direção a P3 e P4. P16 olha em direção ao músico. P16
olha em direção ao seu colo. P3 e P4 se movimentam. P16 olha em direção a P3 e P4. P3
afasta sua cadeira para a sua direita. P16 olha em direção a P3. P3 coça o queixo com a mão.
P16 olha em direção a P3. P16 movimenta o tronco para frente e para trás. P13 tira foto e
entrega máquina para P14. P16 olha em direção a P14. P16 olha em direção ao músico.
(1’22’’) P16 coça a cabeça. Músico toca. P16 olha em direção ao músico. Músico para de
tocar e cantar. P16 olha em direção ao músico.
P17 – sentada, olha em direção ao músico. Músico inicia os acordes. P17 movimenta o tronco
para frente e vira a cabeça em direção a P14. P7 movimenta o tronco para trás e vira a cabeça
em direção ao músico. (0’27’’) P1 vira para trás olhando e falando em direção a P17. P17
movimenta a cabeça com sinal de concordância. P17 movimenta o tronco para frente e olha
em direção a P14. P14 olha em direção a P17. P17 sorri, olha em direção a P1 e P14. P17 olha
em direção ao músico. P13 tira foto. P17 olha em direção a P13. P17 olha em direção ao
músico e cruza os braços sobre o peito. (1’30’’) P17 vira a cabeça em direção a janela e em
direção ao músico. P17 olha em direção ao músico. (1’35’’) P17 coça o nariz e olha em
direção ao músico. Músico para de tocar e cantar. P17 olha em direção ao músico.
Fenômeno que
ocorre (situação):
Execução da
Música
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
2. 1 acordes iniciais
da música.
P3 fala em
direção a P1
P3 olha em direção
a P1
P1 olha em direção
a P3
P3 movimenta a
cabeça em sentido
de afirmação
P2 olha em direção
a P1
P2 olha em direção
a P3
P2 tosse com a
P3 sorri em
direção a P1
P1 sorri em
direção a P3
147
mão em frente à
boca
2.2 Músico começa
a cantar
Todos olham em
direção ao músico,
com exceção de P1
e P3 que olham em
direção ao palco
5’’ de música P3 e P4 se
movimentam na
cadeira, cruzam as
pernas e encostam
as costas no
acento. Olham em
direção do músico.
27’’de música P14 fala em
direção a P3
P3 fala
olhando em
direção a P14
P14 movimenta-se
para frente e toca
em P3
P3 vira para trás
em direção a P14
que está atrás de si
P14 movimenta-se
para frente em
direção a P3
P3 e P14 olham
em direção do
músico
P2 olha em direção
a P14
39’’ P3 movimenta sua
cadeira para sua
esquerda.
P4 movimenta seu
pé direito no ritmo
da melodia
P13 estende seus
braços em direção
a P14
P13 pega máquina
fotográfica.
P14 olha em
direção a P13.
P14 olha em
direção ao músico
54’’ P13 sentado, tira
foto de músico
58’’ P3 olha em direção
do diretor
P13 entrega a
máquina
fotográfica para
149
sua expressão, fazendo sua escultura corporal. Os atores posicionam-se um próximo ao outro,
com as expressões congeladas, até que o último execute a sua escultura. Ao formar-se esse
conjunto de escultura de cada ator, um a um sai da posição imóvel, falam seu nome e
retornam a posição inicial.
Comportamento dos atores:
Parte 1: Escultura dos atores a partir da música.
Música toca. Atores estão alinhados, lado a lado, cada um em sua posição, com os
braços para trás, no fundo do palco, a cerca de 10 cm de cada um, olham em direção da
platéia. A1 está a uns 20 cm de distância de A2, segura um óculos nas mãos, olhando em
direção do diretor. A2 olha em direção do músico.
Música para. A1 está um segurando os óculos, olhando em direção ao diretor. A2
olhando em direção ao sico. A2 olha em direção a A1. A1 olha em direção a A2. A2
abaixa a cabeça. A5 movimenta-se em direção ao centro do palco. A5 diz: Imagino um
mundo melhor”... (coloca sua mão esquerda sobre a boca, olha em direção ao teto, retira a
mão da boca e coloca sobre a lateral esquerda do queixo) “... mas a onde está um mundo
melhor?” Com a cabeça para baixo, mão segurando o queixo, movimenta-se para a sua
direita. Movimenta seu braço direito, estendendo- para frente num gesto de interrogação.
Músico toca acordes para acompanhar o movimento. Movimenta seu corpo em direção ao
solo. Com expressão de interrogação no rosto verbaliza: Onde é que ele está?”. A5 Ajoelha-
se. A5 movimenta a cabeça em expressão de negativa. Músico para de tocar. Silêncio. A1
com a cabeça baixa, com a mão colocada sobre o pescoço, segurando os óculos com a mão
direita, caminha em direção a A5. A1 caminha no palco até colocar ao lado direito de A5, e
diz: O que será que cada um de s esta fazendo por esse mundo melhor?”. A1 vira-se em
direção ao músico e caminha segurando a mão na garganta e olhando para os óculos, diz: “Eu
fico pensando: quanta impotência, como eu me sinto impotente, que eu posso fazer tão
pouco” (olha em direção a platéia, movimenta as duas mãos para cima e para baixo, na frente
de seu corpo). A5 abaixa a cabeça. A1 para a cerca de 40 cm do lado esquerdo de A5 e diz: “E
a impotência é uma sensação muito, muito ruim de sentir... (movimenta a cabeça para um
lado e para outro, segura com as duas mãos os óculos em frente ao seu corpo, com em posição
de oração) ... e eu gostaria de fazer mais, mas eu não consigo, (pausa) e isso me entristece.
(abaixa a cabeça). Musico toca um acorde. A2 caminha com a cabeça baixa, braço para trás,
em direção a A5. A2 posiciona-se atrás de A5, que está ajoelhado de cabeça baixa, e diz: um
150
dia eu lembro que a Elisabete falou. (Musico para de tocar: silêncio). Que ouviu numa
palestra, que serve como uma reflexão para todo mundo: o que a gente esta fazendo com a
nossa única vida. A2 movimenta-se em direção a A1, para. A1 diz: Acho que é importante a
gente pensar. Todo mundo.” A2 coloca sua mão direita sobre a cabeça, com o dedo indicador
apontado para sua cabeça, a qual abaixa e inclina em direção ao dedo indicador. Músico toca
acordes acompanhando o movimento de A2. A4 movimenta-se, com as mãos para trás, em
direção do centro do palco. A4 diz: Imagine que você consegue”. A4 para ao lado de A2 e
atrás de A5. A4 diz: É uma frase que eu escuto há muito tempo, principalmente em filme
americano”. A4 olha em direção da platéia e diz: E não é bem assim, não é só imagina que
você pode. Mas começa assim pela imaginação”. A4 movimenta a cabeça para a esquerda e
direita em direção à platéia e diz: Começa-se pelo desejo e daí com trabalho”. A4 ergue as
mangas da sua camiseta e movimenta a cabeça em expressão afirmativa. A4 diz: “Com
trabalho a gente consegue”. A4 movimenta os braços para os lados e para cima até a altura
do peito e diz: É começar”. A4 movimenta a cabeça para cima e para baixo em gesto
afirmativo. Fecha os braços em direção ao corpo. Olha para frente em direção a platéia. A3
movimenta-se em direção a A1, ao seu lado esquerdo diz: Sabe às vezes eu to meio
desanimado, meio assim Ah! Querendo largar as coisas. A3 movimenta os braços para frente
do seu corpo e movimenta as mãos para cima e para baixo na altura do peito e diz: Ficar
meditando sobre as coisas. A3 caminha em direção a A5, gesticula as mãos para cima e para
baixo, na altura de seu tronco e diz: Mas quando ouço uma música dessas e me sobre um
negocinho assim... A3 movimenta seu braço esquerdo para baixo esticando-o e o move para
trás de seu tronco, ao mesmo tempo, movimenta seu braço direito para cima de sua cabeça
esticando-o e o move para trás de seu tronco. A3 movimenta ambos os braços no sentido de
que o braço que está no alto, vai para cima e o braço que está esticado para baixo, vai para
baixo, como se houvesse uma linha imaginária entre as duas mãos, a segurar e puxar um fio
imaginário. (como uma mímica, de que está esticando um fio) A3 movimenta seu tronco para
cima e estica e abaixa a ponta dos pés. A3 diz: Aquele que puxa um fiozinho, aquele arrepio,
que deixa os pelos assim em pé. A3 aponta com a mão direita o braço esquerdo e diz: Não sei
uma coisa meio... Emite um som iiizzzzzzzzzz A3 abre os braços a sua frente e para os lados
em direção a A5. A3 para o movimento dos braços e fica com os braços abertos na altura do
seu tronco, olha em direção a A5. A3 faz uma expressão facial, abre a boca e mostrando os
dentes, emite um som, (como uma expressão de que vai assustar ou agarrar algo a sua frente)
com essa expressão, olha para a platéia. A3 diz: Sente isso? Um pouquinho”. A3 para nessa
posição. Músico toca acordes que acompanham o movimento. A3 movimenta a cabeça em
151
gesto afirmativo olha em direção ao diretor. A3 fica imobilizado, cabeça em ângulo de 45º,
olhando em direção ao diretor, braços abertos. Músico para de tocar. Silêncio. A4 sai da
imobilidade, movimenta-se de costas em direção ao fundo do palco. A4 para. A5, levanta-se e
diz: Liz
(*)
, vira-se e caminha em direção ao fundo do palco. A3 diz: André”
(*)
e
movimenta-se em direção ao fundo do palco. A1 diz: Elisabete
(*)
e caminha em direção ao
fundo do palco. A2 diz: Nanda
(*)
e movimenta-se em direção ao fundo do palco. A4 do
fundo do palco, diz: “Mara”
(*)
. Atores ficam lado a lado no fundo do palco. Em posição de
sentido, com exceção de A1 que segura os ósculos.
Comportamento dos participantes durante a execução da escultura fluída da música de
abertura
Participantes sentados olham em direção ao palco.
Ator A5 movimenta-se em direção ao centro do palco. A5 faz sua escultura. Músico toca
acordes. A5 diz: Onde será que ele esta? P17 movimenta a cabeça em direção ao palco.
Músico toca. A1 fala A1 diz: O que será que cada um de nós esta fazendo por esse mundo
melhor?”. P17 movimenta a cabeça da esquerda para a direita, olhando em direção ao palco.
(0’39’’) P3 movimenta a cabeça, em gesto de arrumar o cabelo.
(0’52’’) P16 coça a barba com a mão direita. P16 põe a mão direita sobre o colo.
(0’53’’) P7 descruza as pernas. Movimenta o tronco para frente e para trás. Cruza a perna
direta sobre a esquerda. Olha em direção ao palco.
(1’29’’) P7 coça o nariz. P7 olha em direção ao palco.
(1’35’’) P2 tosse com as mãos sobre a boca. Cruza os braços. Olha em direção ao palco.
(2’006’’) A3 diz: Não sei uma coisa meio... Emite um som “zzzzzzzzzz”. P1, P2, P3, P5, P6,
P15, P16 sorriem. P3 movimenta a cabeça em gesto afirmativo. P1 movimenta seu tronco para
frente e para trás. P1 empurra a cadeira cerca de 2 cm para frente.
(2’32’’) Atores dizem seus nomes. P14 movimenta seu tronco da esquerda para a direita,
olhando em direção ao palco.
Atores voltam para o fundo do palco.
(*)
Nomes fictícios para resguardar identidade dos integrantes do grupo
152
Esquema de registro de comportamentos da Situação 3 Atores realizam “escultura fluída”:
Fenômeno que
ocorre (situação):
Escultura fluída
sobre a música
executada
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
Participantes
sentados olham em
direção ao palco
Ator A5
movimenta-se em
direção ao centro
do palco. A5 faz
sua escultura.
Músico toca
acordes. A5 diz:
onde será que ele
esta? (0’25’’)
P17 movimenta a
cabeça em direção
ao palco
(0’39’’) A1 fala:
quanta impotência
P3 movimenta a
cabeça, em gesto
de arrumar o
cabelo
(0’52’’) A2
caminha em
direção ao centro
do palco
P16 coça a barba
com a mão direita.
P16 põe a mão
direita sobre o colo
(0’53’’) A2 para no
centro do palco
P7 descruza as
pernas. Movimenta
o tronco para
frente e para trás.
Cruza a perna
direta sobre a
esquerda. Olha em
direção ao palco
(1’29’’) A4 fala: e
não é bem assim
P7 coça o nariz. P7
olha em direção ao
palco.
(1’35’’) A4 fala:
mas começa...
P2 tosse com as
mãos sobre a boca.
Cruza os braços.
Olha em direção
ao palco.
(2’006’’) A3 diz:
Não sei uma coisa
meio... Emite um
som zzzzzzzzzz.
P3 movimenta a
cabeça em gesto
afirmativo. P1
movimenta seu
P1, P2, P3, P5,
P6, P15, P16
sorriem.
153
tronco para frente
e para trás. P1
empurra a cadeira
cerca de 2 cm para
frente.
(2’32’’) Atores
dizem seus nomes.
P14 movimenta
seu tronco da
esquerda para a
direita, olhando
em direção ao
palco.
Atores voltam para
o fundo do palco
Participantes
sentados olham em
direção ao palco
Parte 2: escultura dos atores a partir da fala do músico.
Músico sentado e segurando o violão, diz: Eu sou o Tel. Essa música, essa música, a
me marcou desde a época que ela saiu... Movimenta as mãos sobre a cabeça, como
penteando os cabelos em movimentos para trás da cabeça. Pena que a humanidade assim
tem motivos pra não imaginar é para deixar de imaginar (olha em direção a platéia) para
passar para a ação... (olha em direção ao palco), mas infelizmente continua imaginando”.
Olha em direção aos atores. Diretor diz: Vamos ver!”.
Comportamento dos participantes durante a fala do músico
Músico diz: essa música...” Participantes sentados olham em direção ao músico. P14
coloca e tira a mão esquerda sobre o cabelo. Olha em direção ao músico. P2 tosse com a mão
na boca. Olha para o músico. Músico diz: “...para imaginar... é... deixar de imaginar”. P2
passa a mão no rosto. Olha em direção ao músico.
Esquema de registro de comportamentos da Situação 3 Atores realizam “escultura fluída” a
partir da fala do músico:
Fenômeno que
ocorre (situação):
Fala do músico
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
Músico diz: “essa
música...”
Participantes
sentados olham em
direção ao músico.
154
P14 coloca e tira a
mão esquerda
sobre o cabelo.
Olha em direção
ao músico.
P2 tosse com a
mão na boca. Olha
para o músico
Músico diz:
“...para imaginar...
é... para deixar de
imaginar”.
P2 passa a mão
no rosto. Olha em
direção ao
músico.
Diretor diz: “Vamos ver!”
Comportamento dos participantes durante a fala do diretor
Participantes olham em direção ao diretor.
Comportamento dos atores na representação da escultura fluída da fala do músico (tempo total
33’’):
Atores caminham em direção ao centro do palco. A3 caminha olhando em direção ao
teto, com as mãos sobre os ouvidos. A3 coça a cabeça, olha para baixo. A1 caminha reto em
direção a platéia, coloca as duas mãos tapando as orelhas, suspira e se agacha. A5 movimenta-
se em direção a parede (a) (0’02’’) A5 coloca o dedo na boca e diz: um mundo melhor?! A1,
passa por trás de A3 e A2 e fica atrás de A1, com a mão esquerda sobre o coração. (0’07’’)
A2 com as mãos cruzadas para trás diz: que trabalho que dá, que difícil, que coisa!”. A2
abaixa a cabeça olhando em direção a A1. (0’12’’) A3 se agacha com a mão esquerda sob o
queixo diz: queria ficar no lado do sonho, é mais cil.” A5 movimenta-se em direção a
A4, com a mão esquerda sobre o coração, para e inclina-se em direção a A4. A5 olha em
direção a A4 e diz: “aqui dentro (0’17’’) A5 bate sua mão sobre o coração e diz: está
melhor”. (0’24’’)A2 olha em direção a A4 diz: Vai ficar imaginando?”. A4 com a mão
direita no ouvido direito, olhando em direção a A5 e A2 diz: Como fazer?” A3 agachado
suspira. Todos parados. Diretor diz: Obrigado! Os atores movimentação em direção ao
fundo do palco e param em seus lugares.
155
Comportamento dos participantes durante a representa da escultura fluída da fala do músico:
Participantes sentados olham em direção ao palco. Atores se movimentam. P2 está o dedo
indicador estendido em frente sua boca, com o dedo polegar sobre o queixo e os demais
dobrados no sentido da palma da mão. (como num gesto de silêncio). P2 Olha em direção aos
atores. Atores param de se movimentar.Participantes olham em direção ao palco.
Comportamento dos participantes durante a fala do músico:
Fenômeno que
ocorre (situação):
Escultura fluída
dos atores diante
da fala do músico
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
Atores se
movimentam em
direção ao centro
do palco
Participantes
sentados olham em
direção ao palco.
P2 está o dedo
indicador
estendido em
frente sua boca,
com o dedo
polegar sobre o
queixo e os demais
dobrados no
sentido da palma
da mão. (como
num gesto de
silêncio). P2 Olha
em direção aos
atores.
Atores param de se
movimentar
Parte 3: escultura a partir da fala do diretor.
Comportamento do diretor (fala do diretor 2’17’’):
Diretor levanta da cadeira, olha em direção a platéia, coloca os braços para trás, diz:
Meu nome é Antonio, e pode parecer um pouco estranho como é que começa um
treinamento... meio deprimido, meio... chocado. Mas um pouco disso: essa música e as
sensações de vocês... Diretor, enquanto fala, olha em direção dos atores e volta a olhar em
156
direção a platéia ... me passo que é a nossa reação diante do primeiro desafio. Quando a
gente é posto numa situação inesperada, difícil. A gente sempre acha que não vai dar conta
que não vai ser capaz... Diretor, enquanto fala, com o antebraço dobrado, movimenta sua mão
direita para cima e para baixo, com a palma da mão para cima estendendo e contraindo os
dedos em forma de concha, (gesticulando como dando “força às palavras”). Diretor olha para
os participantes a sua esquerda e direita, enquanto fala ... que aquilo é muito para a gente.
Quantos de nós não viveu isso? Diretor olha em direção a platéia. A cada desafio esse
friozinho... Diretor olha em direção aos atores e volta a olhar em direção a platéia ... o
medo da impotência, da imaginação. E o nosso sonho ... é que sem ele a gente não consegue
fazer nada. Esse é o nosso primeiro momento. Diretor, enquanto fala movimenta sua mão
direita, fechando-a e abrindo-a (como dando ênfase as palavras) Mas eu acho que tem um
outro momento que a gente começa a reconhecer as nossas próprias possibilidades. Os
nossos próprios desafios vão nos mostrando os caminhos. Para isso, a gente precisa
enfrentar, interagir, que é o nosso próximo passo. Como é que a gente vai encarar esse
desafio hoje de contar histórias sobre lideranças, sobre situações onde a gente tem que ver o
mundo sistemicamente. Não o mundo do todo, o mundo global, mas o nosso mundo do
trabalho. O nosso mundo dentro das organizações, dentro do nosso setor e dentro de nossos
colegas de nossa interação. Quantos desafios, a gente não imaginou serem impossíveis, mas
que a gente ultrapassou? Então com uma sensação de muita vontade de desafiar e
concretizar a nossa imaginação é o que essa música me trouxe. Vamos ver! Olha em direção
aos atores e senta.
Comportamento dos atores durante a representação da escultura fluída da fala do diretor:
(0’00’’) Músico inicia os acordes. Atores se movimentam em direção ao centro do
palco. A5 da o primeiro passo e suspira. A2 um passo na forma de um salto para frente,
como se estivesse pulando corda. A1 movimenta-se de cabeça baixa. A5 olha em direção a A4
e A3. (0’03’’) A2 pula e sorri. A1 agacha-se. (0’06’’) A4 diz: que medo!”. A3 movimenta-se
em direção a platéia e volta para o centro do palco. A1 levanta-se e sorri, movimenta-se
passando por trás de A2 e vai em direção a A4. (0’11’’) A3 olha em direção a A4 e diz:
medo, mas... (movimenta as mãos e olha para A4) que frio na barriga”. A3 para na frente de
A4, A3, A1 e A2, agacha-se de cócoras e diz: construindo olha aqui” (olha para o solo e
bate com a palma das mãos o chão) olha aqui oh, com os pés no chão”. As atrizes se
aproximam uma ao lado da outra, com A3 à frente, olham com sorriso para o chão onde A3
bate. (0’16’’) A3 diz: um de cada vez, vá!” A4 movimenta-se ao lado de (0’20’’) A3 e
157
olhando para o chão bate o e diz: com o no chão. (0’24’’) A3 diz: isso!”. A1 diz:
olha ! A2 e A5 olham para baixo. A5 diz: que legal!. A3 agachado, A4, A5, A2 e A1
aproximam-se de A3, uma ao lado da outra. (0’27’’) A4 pega na mão de A3, diz: Me ajuda
me um apoio aqui. Sozinho é mais difícil”. A3 segura a mão de A4. A4, A1, A5 e A2, se
abraçam. (0’31’’) Atores abraçados sorriem e olham em direção ao diretor.
(0’33’’) Diretor diz: Obrigado! Atores movimentam-se em direção ao fundo do palco.
Comportamento dos participantes durante a representação dos atores da escultura fluída da
fala do diretor:
0’00’’. Participantes olham em direção ao palco.
Escultura do diretor: 0’20’’ A3 diz: no chão!. P11 e P12 erguem o tronco e movimentam a
cabeça para frente olhando em direção a A3.
Interação do diretor com a platéia
0’42’’ Diretor olha em direção a platéia, diz: Que sensação isso causou em vocês?
P5 diz: segurança, P7, diz: união, apoio. P9 diz: solidariedade, confiança.
158
Esquema de registro de comportamentos da Situação 3: Atores realizam “escultura fluída” sobre a fala do diretor:
Comportamentos do grupo de Playback Theatre Comportamentos dos Participantes
Tempo e
Fenômeno
que ocorre
(situação)
Escultura
fluída da fala
do diretor
Respostas verbais
dos Atores
Respostas
motoras dos
Atores
Expressões
Faciais dos
Atores
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
(0’00’’) A5 da o primeiro
passo e suspira.
Músico inicia os
acordes. Atores se
movimentam em
direção ao centro
do palco. A2 da
pula para frente,
como se estivesse
pulando corda. A1
movimenta-se des Ppyeçra b-5.88873(d)10.4737(av)10.4737(i)x-5.88873(p)10.4737(as)10.7317(.)5.88873( )-5.88873(A5-1.16254(1)10.4737( )250]TJ12.o0.650531(u)-0.650531(l)h-5.88873(d)-0.650517(e)10.1016( )-17.0143(em-17.0607e)-1.02401( )-17.0143(d)v)10.4737(i)frçaoda
15
9
A1 levanta-se e
sorri. Movimenta-
se passando por
trás de A2 e anda
em direção a A4.
0’11’’ A3 olha em direção
a A4 e diz: “medo,
mas... (movimenta
as mãos sobre a
barriga, olha para
A4 e diz: que frio na
barriga”. A3 para
na frente de A4, A3,
A1 e A2, agacha-se
de cócoras e diz:
“...construindo olha
aqui”. A3 olha para
o solo e bate com a
palma das mãos o
chão e diz: “olha
aqui oh, com os pés
no chão”.
A3 olha em
direção a A4 e diz:
medo mas... A3
movimenta as
mãos sobre a
barriga, olha para
A4 e diz: que frio
na barriga”. A3
para na frente de
A4, A3, A1 e A2,
agacha-se de
cócoras e diz:
construindo olha
aqui” A3 olha
para o solo e bate
com a palma das
mãos o chão)
olha aqui oh, com
os pés no chão”.
As atrizes se
aproximam uma ao
lado da outra, com
A3 à frente, olham
com sorriso para o
chão onde A3 bate.
0’’16’’ A3 diz: “um de cada
vez, vá!”
A4 movimenta-se
ao lado de
160
0’20’’ A3 e olhando para o
chão bate o pé e diz:
com o pé no chão”.
A3 e olhando para
o chão bate o pé e
diz: “com o pé no
chão”.
P11 e P12
erguem o
tronco e
movimentam a
cabeça para
frente olhando
em direção a
A3.
0’24’’ A3 diz: “isso!”. A1
diz: olha ! A2 e A5
olham para baixo.
A5 diz: que legal!.
A2 e A5 olham
para baixo. A3
agachado, A4, A5,
A2 e A1
aproximam-se de
A3, uma ao lado
da outra.
0’27’’ A4 pega na mão de
A3, diz: “Me ajuda
me dá um apoio
aqui. Sozinho é mais
difícil”.
A3 segura a mão
de A4. A4, A1, A5
e A2, se abraçam.
0’31’’ Atores abraçados
sorriem e olham
em direção ao
diretor.
Atores abraçados
sorriem e olham
em direção ao
diretor.
0’33’’ Diretor
diz: Obrigado
Atores levantam e
caminham para
seus lugares
161
Interação do diretor com a platéia após a representação das esculturas fluídas
Comportamentos do grupo de Playback Theatre Comportamentos dos Participantes
Tempo e
Fenômeno
que ocorre
(situação)
Fala do
diretor
Respostas verbais
dos Atores
Respostas
motoras dos
Atores
Expressões
Faciais dos
Atores
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
Diretor diz: que
sensação isso
causou em vocês?
P5 diz:
segurança, P7,
diz: união,
apoio. P9 diz:
solidariedade,
confiança.
Observação: durante toda esta parte da atividade, denominada de escultura fluída, os participantes olham em direção ao palco,
enquanto os atores faziam as esculturas e o músico produzia os acordes de acompanhamento dos movimentos dos atores.
162
Situação 4. Atores realizam “carrossel de emoções” – tempo total 0’55’’.
Para expressar as emoções dos participantes provocadas pela atividade de escultura
fluída o diretor solicita ao grupo a execução da técnica de “carrossel de emoções”.
Atores alinhados, no fundo do palco, olham de frente para a platéia. Diretor levanta de sua
cadeira olha em direção a platéia e diz: Que sensação isso causou em vocês? Essas. (aponta
com as mãos em direção ao grupo de atores). P5 diz: Segurança. P7 diz: União, apoio. P9 diz:
Solidariedade, confiança.
Diretor diz: OK! Olha para o grupo de atores diz: Vamos ver essas sensações “em carrossel”!
Comportamentos dos atores durante a representação do “carrossel de emoções”:
(0’00’’) A5 caminha em direção ao centro do palco. Músico começa a tocar. A4 caminha em
direção ao centro do palco. A2 caminha em direção a A5. A5 para no centro do palco,
olhando em direção a platéia. A2 e A3 viram em direção ao fundo do palco. A5, A4 e A1 dão
as mãos. A2, e A3 dão as mãos. A2 segura na mão de A1. A3 segura na mão de A5. Atores
formam um círculo de mãos dadas, tendo A5 no centro do palco à frente da platéia. A5 tem ao
seu lado direito A4, ao seu lado esquerdo Ao lado esquerdo de A4 está A3. Ao lado esquerdo
de A3 esta A2. Ao lado esquerdo de A2 esta A1. A1 de mãos dadas a A2 ficam de frente aos
fundos do palco, com as costas para A4, A5 e A1.
(0’07’’) A5, no centro e de frente para a platéia, diz: Segurança!. A5 caminha dois passos em
direção a sua direita. Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita.
(0’09’’) A1 para no centro do palco, de frente para a platéia e diz: Não tem a menor graça em
viver sozinho, não é?! A1 caminha dois passos em direção a sua direita. Demais atores
caminham dois passos em direção a sua direita. A2 para de frente a platéia, olha em direção a
platéia.
(0’13’’) A2 diz: Eu não faço nada sozinha. A2 caminha dois passos em direção a sua direita.
Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita. A3 para de frente para a
platéia.
(0’17’’) A3 diz: Vamos junto pessoal, é a equipe. Vamos!. A3 caminha dois passos em
direção a sua direita. Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita. A4 para
de frente para a platéia.
163
(0’22’’) A4 diz: Minha equipe. Eu faço parte dessa equipe. Isso é importante. A4 movimenta
a cabeça em forma afirmativa. A4 caminha dois passos em direção a sua direita. Demais
atores caminham dois passos em direção a sua direita. A5 para de frente para a platéia.
(0’28’’) A5 diz: Apoio. A5 movimenta a cabeça em forma afirmativa. A5 caminha dois passos
em direção a sua direita. Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita. A1
para de frente para a platéia.
(0’32’’) A1 diz: Em grupo eu me sinto mais forte!. A1 caminha dois passos em direção a sua
direita. Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita. A2 para de frente para
a platéia.
(0’36’’) A2 diz: Se eu não sou sozinha no mundo, é porque eu preciso dos outros. A2
movimenta a cabeça em forma afirmativa. A2 caminha dois passos em direção a sua direita.
Demais atores caminham dois passos em direção a sua direita. A3 para de frente para a
platéia.
(0’41’’) A3 diz: Assim para ir pra frente. A3 movimenta a cabeça em forma afirmativa.
A3 diz: Sozinho não ia dar. A3 caminha dois passos em direção a sua direita. Demais atores
caminham dois passos em direção a sua direita. A4 para de frente para a platéia.
(0’46’’) A4 diz: Mesmo com medo eu consigo. Tendo um apoio eu consigo. A4 olha para suas
mãos dadas a A5 e A3. A4 movimenta as mãos para cima e para baixo. A4 caminha dois
passo em direção a sua direita.
(0’50) A5 para de frente ao público. Atores desfazem as mãos dadas. Atores caminham em
direção ao fundo do palco.
(0’54’’) Atores ficam enfileirados, lado a lado, olham para frente em direção a platéia.
(0’55’’) Músico para de tocar.
Comportamento dos participantes durante a apresentação do “carrossel de emoções”:
Participantes olham em direção ao palco.
(0’17’’) [A3 fala] P2 sorri. P3 mexe a cabeça de forma brusca e rápida para a esquerda e
direita.
(0’22) [A4 fala] P13 tosse com a mão em frente a sua boca.
(0’28’’) [A1 fala] P6 coloca sua mão direita sobre o queixo. P10 movimenta o tronco para
frente e para trás.
165
Esquema de registro dos comportamentos do grupo de Playback Theatre e dos participantes durante a atividade de “Carrossel de emoções”:
Comportamentos do grupo de Playback Theatre Comportamentos dos Participantes
Tempo” Respostas
verbais dos
Atores
Respostas motoras
dos Atores
Expressões
Faciais dos
Atores
Respostas
verbais dos
Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
0’00’’ Atores formam o
círculo do carrossel.
Participantes
olham em direção
ao palco.
0’17’’ A3 diz: Vamos
junto pessoal, é a
equipe. Vamos!.
P3 mexe a
cabeça de forma
brusca e rápida
para a esquerda
e direita.
P2 sorri.
0’22’’ A4 diz: Minha
equipe. Eu faço
parte dessa equipe.
Isso é importante.
A4 movimenta a
cabeça em forma
afirmativa.
P13 tosse com a
mão em frente a
sua boca
0’28’’ A5 diz: Apoio. A5 movimenta a
cabeça em forma
afirmativa.
P6 coloca sua
mão direita
sobre o queixo.
P10 movimenta
o tronco para
frente e para
trás.
166
Situação 5: Contagem de História
Preparação:
O diretor em pé, na frente de sua cadeira, olha em direção a platéia e fala. Atores enfileirados,
lado a lado, no fundo do palco, olham em direção a platéia. Músico sentado olha em direção
ao diretor. Participantes olham em direção ao diretor.
Fala do diretor (introdução) (1’49’’)
(0’00’’) Diretor em pé com as mãos para trás, diz: Peguei um pedacinho do finalzinho de
vocês – falando dos trabalhos. [diretor está fazendo referência à atividade que os participantes
estavam tendo antes do início do Playback Theatre]. Diretor em pé, braço esquerdo para trás,
braços direito ao longo do corpo, movimenta o antebraço e as mãos, mostra com os dedos o
sinal de pedaço e movimenta o braço direito para trás.
(0’04’’) Diretor, olha para platéia, diz: Acho que ninguém ia consegui concluir com a
criatividade que apareceu ali...(diretor estende o braço direito para frente (ali) e volta a
colocá-lo nas suas costas.) ... se houvesse a colaboração, o apoio, a união...
(0’16’’ diretor movimenta a cabeça de forma afirmativa, continua a dizer: ... a segurança e a
confiança um no outro. Já estão demonstrando é...
(0’22’’) diretor coloca a mão esquerda no bolso da calça, movimenta o braços direito para
frente e gesticula com a mão direita com os dedos estendidos em forma de concha para cima,
[dando ênfase a sua fala] ... isso de uma forma prática no exercício que foi feito.
(0’27’’) diretor movimenta as duas mão na frente de seu tronco e vota a por as mãos para trás,
diz: A todo o momento a gente está sempre lidando com situações de liderança. Diretor
coloca a mão sobre o queixo, continua a dizer: Não só na organização... Diretor aponta com a
mão direita para baixo, continua a dizer: ... mas na nossa vida. Quem não foi líder foi
liderado.
(0’41’’) diretor movimenta a mão direita, em frente ao seu tronco, apontando em direção ao
seu lado esquerdo e em seguida em direção ao seu lado direito, diz: Quem não foi chefe é
chefiado. Desde pequeno a gente vai passando por esses papéis, ...
(0’52’’) Diretor movimenta a mão direita, em frente ao seu tronco, para frente e para trás
rapidamente, (de forma a indicar “passagem”) diz: ... de exercer influência sobre outra pessoa
167
(0’56’’) diretor movimenta a mão pra frente (como indicando uma pessoa à frente), diz: ... e
de ser influenciado por outra. Diretor movimenta a mão para trás (como indicando a si
mesmo), diz: O exercício da nossa tarde, do nosso trabalho...
(0’59’’) Diretor movimenta a mão direita para baixo, (como indicando aqui), continua a dizer:
... é contar histórias...
(1’02’’) diretor movimenta a mão para frente em direção a platéia, continua a dizer: ... que
envolvam esses aspectos de ser liderado e de ser líder.
(1’09’’) Diretor movimenta as mãos na frente de seu tronco para frente e para trás, (indicando
“isso” ou “aquilo”), diz: Histórias de vida que vocês passaram, que pode ser dessa empresa...
(1’15’’) Diretor gesticula com a mão, (indicando a platéia) continua a dizer: ... de outra
empresa, pode ser da escola, da infância. Nós estamos aptos a assumir qualquer
personagem...
(1’20’’) Diretor olha em direção aos atores e aponta a mão em direção aos atores, diz: ... de
histórias que envolvam liderança. Que sejam tristes,...
(1’28’’) Diretor aponta com as mão (“aqui” e “ali”) ... alegres, cômicas, trágicas, a que vocês
queiram dividir com o nosso grupo para a gente poder aprender um pouco...
(1’40’’) Diretor movimenta a cabeça de forma afirmativa, continua dizer: ... mais sobre a
união, a equipe e o trabalho de coordenação.
(1’49’’) Diretor olha em direção a platéia, movimenta a cabeça para cima e para baixo, em
gesto afirmativo, e diz: Quem gostaria de contar uma historinha? Diretor olha para a platéia
e sorri.
Platéia em silêncio olha em direção ao diretor. (0’9’’ de silêncio)
(1’58’’) Platéia ri.
Comportamento dos participantes durante a fala do diretor:
(0’00’’) Participantes, em silêncio, olham em direção ao diretor.
(0’02’’) P2 sentado, mãos cruzadas sobre suas coxas, pés juntos sob a cadeira, movimenta os
pés afastando-os e juntando-os sob a cadeira, olha em direção ao diretor.
(0’03’’) P4 sentada de braços cruzados, movimenta os dedos da esquerda, fricciona o polegar
contra o indicador e contrai e expande os outros artelhos contra a mão. (movimento contínuo
até 0’40’’)
168
(0’04’’) P3 de perna cruzada, direita sobre a esquerda, descruza as pernas, cruza a esquerda
sobre a direita, movimenta seu tronco para sua esquerda (ângulo de cerca de 30° em relação a
cadeira), olha em direção ao diretor.
(0’15’’) P10 vira a cabeça em direção ao músico e vira em direção ao diretor.
(0’17’’) P16 tosse, com a mão sobre a boca, olha em direção ao diretor.
(0’30’’) P2 tosse. Movimenta a cabeça em direção a P14 e vira em direção ao diretor.
(0’40’’) P4 descruza os braços, fica de mãos dadas sobre o colo, olha em direção ao músico.
(0’41) P16 olha em direção a seus pés e volta a olhar em direção ao diretor.
(1’04’’) P1 movimenta a cabeça para a esquerda e para a direita, olha em direção ao diretor.
(1’42’’) P2 tosse com a mão sobre a boca. Olha em direção ao diretor.
(1’49’’) P2 olha em direção a P13, sorri.
(1’53’’) P2 olha em direção ao palco.
(1’57’’) P3 olha em direção a P7. P14 olha em direção ao músico.
(2’00’’) P1 olha em direção a P14. P15 olha em direção a P14 e P17. P17 olha em direção a
P15. Participantes movimentam seus troncos para frente, para trás, para os lados nas cadeiras,
(como se ajeitando, para sentar em melhor posição).
(2’03’’) Participantes riem. Quebram o silêncio de 9’’, movimentam-se nas cadeiras.
(2’04’’) P11 diz: Calma gente! Um de cada vez, ta! Participantes sorriem, movimentam o
corpo, olham em direção a P11.
(2’09’’) P9 ergue o braço direito para cima e diz: Eu posso contar. Participantes olham em
direção a P9, param de sorrir, silenciam.
169
Esquema de registro dos comportamentos do diretor e dos participantes durante a fala de introdução do diretor para a narração de histórias.
Comportamentos do diretor Comportamentos dos Participantes
Tempo e
Fenômeno que
ocorre
(situação) fala
do diretor
Respostas verbais do
diretor
Respostas motoras
do diretor
Expressões
Faciais do diretor
Respostas verbais
dos Participantes
Respostas
motoras dos
Participantes
Expressões
Faciais dos
Participantes
Observações:
0’00’’ Peguei um pedacinho
do finalzinho de vocês
– falando dos
trabalhos.
Diretor em pé, braço
esquerdo para trás,
braços direito ao
longo do corpo,
movimenta o
antebraço e as mãos,
mostra com os dedos
o sinal de pedaço e
movimenta o braço
direito para trás.
Participantes, em
silêncio, olham
em direção ao
diretor.
0’02’’ P2 sentado, mãos
cruzadas sobre
suas coxas, pés
juntos sob a
cadeira,
movimenta os
pés afastando-os
e juntando-os sob
a cadeira, olha
em direção ao
diretor.
0’03’’ P4 sentada de
braços cruzados,
movimenta os
dedos da
esquerda,
170
fricciona o
polegar contra o
indicador e
contrai e expande
os outros artelhos
contra a mão.
(movimento
contínuo até
0’40’’)
0’04’’ Acho que ninguém ia
consegui concluir com
a criatividade que
apareceu ali, se
houvesse a
colaboração, o apoio,
a união,...
Diretor, olha para
platéia e fala.
Diretor estende o
braço direito para
frente (ali) e volta a
colocá-lo nas suas
costas.
P3 de perna
cruzada, direita
sobre a esquerda,
descruza as
pernas, cruza a
esquerda sobre a
direita.
Movimenta seu
tronco para sua
esquerda (ângulo
de cerca de 30°
em relação a
cadeira), olha em
direção ao
diretor.
0’15’’
(0’15’’) P10 vira
a cabeça em
direção ao
músico e vira em
direção ao
diretor.
0’16’’ ...a segurança e a
confiança um no
outro. Já estão
demonstrando é...
Diretor movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
171
0’17’’ P16 tosse, com a
mão sobre a
boca, olha em
direção ao
diretor.
(0’22’’)
... isso de uma forma
prática no exercício
que foi feito.
Coloca a mão
esquerda no bolso da
calça, movimenta o
braços direito para
frente e gesticula
com a mão direita
com os dedos
estendidos em forma
de concha para
cima, (dando ênfase
a sua fala)
0’27’’
A todo o momento a
gente está sempre
lidando com situações
de liderança.
Não só na
organização, mas na
nossa vida.
Quem já não foi líder
já foi liderado.
Movimenta as duas
mãos na frente de
seu tronco e vota a
por as mãos para
trás.
Coloca a mão sobre
o queixo.
Aponta com a mão
direita para baixo.
0’30’’ P2 tosse.
Movimenta a
cabeça em
direção a P14 e
vira em direção
ao diretor.
0’40’’ P4 descruza os
172
braços, fica de
mãos dadas sobre
o colo, olha em
direção ao
músico.
0’41’’
Quem não foi chefe é
chefiado.
Desde pequeno a
gente vai passando
por esses papéis...
movimenta a mão
direita, em frente ao
seu tronco,
apontando em
direção ao seu lado
esquerdo e em
seguida em direção
ao seu lado direito
P16 olha em
direção a seus
pés e volta a
olhar em direção
ao diretor.
(0’52’’)
... de exercer
influência sobre outra
pessoa...
movimenta a mão
direita, em frente ao
seu tronco, para
frente e para trás
rapidamente, de
forma a indicar
“passagem”.
1’02’’
... que envolvam esses
aspectos de ser
liderado e de ser líder.
Movimenta a mão
para frente em
direção a platéia.
Movimenta as mãos
na frente de seu
tronco para frente e
para trás, indicando
“isso” ou “aquilo”
1’04’’.
P1 movimenta a
cabeça para a
esquerda e para a
direita.
1’09’’
Histórias de vida que
vocês passaram, que
173
pode ser dessa
empresa,
1’15’’
de outra empresa,
pode ser da escola, da
infância. Nós estamos
aptos a assumir
qualquer personagem
(1’15’’) gesticula
com a mão,
indicando a platéia
Olha em direção aos
atores e aponta a
mão em direção aos
atores.
1’20’’
de histórias que
envolvam liderança.
Que sejam tristes...
olha em direção a
platéia.
1’28’’ ... alegres, cômicas,
trágicas, a que vocês
queiram dividir com o
nosso grupo para a
gente poder aprender
um pouco...
Aponta com as mão
“aqui” e “ali”
1’40’’ ... mais sobre a união,
a equipe e o trabalho
de coordenação.
Movimenta a cabeça
de forma afirmativa
1’42’’
P2 tosse com a
mão sobre a
boca. Olha em
direção ao
diretor.
1’49’’
Quem gostaria de
contar uma
historinha? Diretor
olha para a platéia e
sorri.
Olha em direção a
platéia, movimenta a
cabeça para cima e
para baixo, em gesto
afirmativo, Diretor
olha para a platéia e
sorri.
P2 olha em
direção a P13,
sorri.
1’53’’ P2 olha em
174
direção ao palco.
1’57’’
P3 olha em
direção a P7. P14
olha em direção
ao músico.
2’00’’
P1 olha em
direção a P14.
P15 olha em
direção a P14 e
P17. P17 olha em
direção a P15.
Participantes se
movimentam em
suas cadeiras.
2’03’’
Participantes
quebram o
silêncio de 9’’
riem,
movimentam-se
nas suas cadeiras.
2’04’’
11 diz: Calma
gente! Um de cada
vez, ta?!
Participantes
sorriem,
movimentam o
corpo, olham em
direção a P11.
2’09’’
P9 diz: Eu posso
contar.
P9 ergue o braço
direito para cima
e fala.
Participantes
olham em direção
a P9 e silenciam.
175
Narração da história por P9:
Diretor em pé olha em direção a P9 e movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(0’01’’) P9 sentada, olha em direção ao diretor, diz: Eu tenho 10 anos praticamente de X
4
[empresa], mas quando eu cheguei na empresa... Eu comecei na área de vendas, mas eu não
conhecia nada disso, muito menos de transporte. P9 movimenta a cabeça de forma negativa,
como reforçando suas palavras.
(0’13) P9 diz: Então foi um desafio muito grande para mim na época. Eu fiquei seis meses
trabalhando externo muna determinada região.
(0’25) Diretor, olha em direção a P9, diz: Qual o seu nome? P9 diz: Jorgete.
(0’27) Diretor, olha em direção a P9, diz: Escolha uma das atrizes para ser a Jorgete. Diretor
aponta para o palco em direção ao grupo de atores.
(0’32’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Quem você acha que pode representar você?
(0’33’’) P9 olha em direção ao palco, diz: Hummm... Deixe eu ver... Pode ser a... Elisabete
(A1)
(0’36’’) A1 caminha um passo a frente e diz: Ivonete? Participantes riem.
(0’39’’) Diretor, olha em direção a platéia, diz: Não se preocupem em errar os nomes, não
tem problema, o importante é a história.
(0’41’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: E na época foi me colocado um desafio, um em
seguida do outro, que seria vender “encomendas” somente do aéreo. E três meses depois me
deram uma região que estava inativa, para eu estar buscando, conquistando essa região, que
seria a “cidade industrial”.
(1‘02’’) Diretor, olha em direção a P9, movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: hum,
hum.
(1’03’’) P9 movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção ao diretor e diz: Para
mim foi uma sensação de medo, porque eu era muito nova na área de vendas... P9 movimenta
a cabeça de forma afirmativa, continua a dizer: ... Muito nova, né... não tinha também
experiência nem na área de transportes. E houve um desafio para eu estar buscando
conquistar uma região.
(1’’14’’) Diretor olha em direção a P9, movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz:
hum,hum.
(1’15’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: Então para mim foi um desafio. P9 movimenta a
cabeça de forma afirmativa.
4
os nomes da empresa, instituições ou pessoas serão substituídos por nomes fictícios ou letras.
176
(1’17’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Da onde foi que você veio, antes de trabalhar
aqui?
(1’’19) P9olha em direção ao diretor, diz: Eu vim da empresa Y, trabalhava na área
administrativa.
(1’22’’) Diretor olha em direção a P9, diz: hum, hum, nada com área de vendas. Diretor
movimenta os braços para fora e para dentro do corpo, (em gesto de “nada”), olha em direção
a P9.
(1’25’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: Não, nem sabia que existia transporte... P9
movimenta a cabeça de forma negativa.
(1’27’’) Diretor olha em direção a P9, diz: hum, hum, Diretor movimenta a cabeça de forma
afirmativa.
(1’28’’) P9 diz: Não...não tinha esta visão... P9 levanta a mão esquerda com o indicador
esticado e movimenta de forma circular na altura de seus olhos, (indicando “essa visão”),
continua a dizer: ...nem idéia do que era feito num tipo de serviço como o de transporte. P9
coloca o dedo indicador na boca, olha em direção ao diretor.
(1’35’’) Diretor olha em direção a P9 e diz: E o quê que te fez sair da “Y”, é empresa Y, não
é?
(1’38’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: É Y. P9 movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(1’40’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Da empresa Y para a empresa X.
(1’43’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: É... Foi... Novos desafios... Porque na Y, por
exemplo, chegou uma época antes da privatização, que não conseguia ser mais promovida,
né...
(1’54’’) Diretor olha em direção a P9, movimenta a cabeça de forma afirmativa
(1’55’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: ...
177
Você é concursada e tal... P9 movimenta as mãos para frente e para trás na altura do peito,
movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(2’10’’) Diretor olha em direção a P9, diz: hum, hum... Diretor movimenta a cabeça de forma
afirmativa.
(2’11’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: ... Mas assim... Eu tinha esta necessidade, né...
Era recém formada e eu queria mais para mim.
(2’18’’) Diretor olha em direção a P9, movimenta a cabeça de forma afirmativa
(2’18) P9 olha em direção ao diretor, diz: Então tanto o desafio dessa questão de ser
vendedora, como o desafio de conquistar uma região... Para mim além do medo, ... P9
movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(2’30’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Hum, hum... Diretor movimenta a cabeça de forma
afirmativa.
(2’30) P9 olha em direção ao diretor, diz: ... Houve também uma oportunidade. P9 movimenta
a cabeça de forma afirmativa.
(2’31’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Hum, hum... Diretor movimenta a cabeça de forma
afirmativa.
(2’32) Diretor diz: E como é que você acha que venceu esse medo?
(2’33’’) P9 olha em direção ao diretor, fica em silêncio.
(2’35’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: Acho que aceitando, né... Indo... Aceitando o
desafio... Indo e buscando ... E é claro, sem dúvidas as pessoas envolvidas, né...
(2’49’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Quem você poderia escolher para representar
essas pessoas envolvidas? Diretor movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção
a P9.
(2’51’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: Que estão aqui? P9 olha em direção a platéia,
movimenta as os girando de forma a indicar os colegas da platéia, diz: Ou ali? P9 aponta
com a mão direita em direção aos atores no palco.
(2’54’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Ali. Diretor movimenta a cabeça e as mãos em
direção aos atores no palco.
(2’55’’) P9 olha em direção ao palco.
(2’57’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Pode até ser uma pessoa fictícia que represente
esse papel de colaboração...
(3’02’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: Eu tenho duas pessoas. O Marcos, que era meu
supervisor direto, o qual me colocou esta proposta. Que pode ser... P9 aponta o dedo em
direção ao ator A3.
178
(3’10) A3 da um passo a sua frente
(3’10’’) Diretor olha em direção a P9, diz: O André
(3’11’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: É o And
(3’12’’) Diretor olha em direção a P9, diz: Hum, hum
(3’13’’) P9 olha em direção ao diretor, diz: ... E mais uma pessoa que não está mais na
179
os seus desafios, os seus medos de vir para uma área do transporte aéreo, que ela não
conhecia. E ela vai vencendo esta situação com a ajuda da Janice e do Marcos. Tranqüilo?
(5’00’’) Atores olham em direção ao diretor, movimentam a cabeça de forma afirmativa.
(5’01) Diretor olha em direção aos atores e diz: Vamos ver!
(5’02’’) Atores caminham em direção ao camarim.
(5’02’’) Participantes olham em direção aos atores.
(5’04’’) Músico toca acordes, atores A1, A2, A3 e A5 no camarim, colocam acessórios e
vestimentas. A4 em ao lado do cabideiro olha em direção a platéia. [Caracterização dos
Personagens].
(5’05) Diretor senta na sua cadeia, olha em direção a platéia.
(5’26) Músico toca e canta [caçador de mim].
(6’00) Diretor olha em direção ao músico. Olha em direção a platéia.
(6’15) A1 e A2 caminham em direção ao palco.
Comportamento dos participantes durante a narração da história por P9:
(0’01’’) P1, P2, P3, P4, P5, P6, P11, P12, P13, P14, P15, P16 viram a cabeça para a esquerda
em direção a P9. P8 vira a cabeça à direita em direção a P9. P7 olha em direção ao diretor a
sua frente. P10 olha em direção a sua frente P9. P9 fala.
(0’06’’) P5 cruza os braços sobre o peito. P6, P7 olham em direção a sua frente, o palco.
(0’10’’) P3 coça a cabeça.
(0’25’’) Diretor pergunta. P1, P2, P5, P6, P7, P8, P16 olham em direção ao diretor.
(0’27’’) P9 responde. P1, P2, P5, P6, P7, P8, P16 olham em direção a P9.
(0’33’) P9 diz: Eu acho que a... Participantes olham em direção ao palco.
(0’40’’) A1 diz: Ivonete? Platéia ri.
(0’41’’) P9 diz: ... e na época... Participantes olham em direção a P9.
(0’44’’) P2 olha em direção ao palco.
(0’50’’) P2 olha em direção a P9.
(0’52’’) P2 movimenta o tronco para frente e para trás. Olha em direção a P9.
(1’00’’) P3 vira o tronco em direção a P9. Olha em direção a P9.
(1’11’’) P15 descruza e cruza os braços sobre o peito.
(1’’14’’) P5 passa a mão no cabelo.
(1’45’’) P9 diz: na empresa T... P6 coloca a mão na testa e abaixa a cabeça.
180
(1’46’’) P2 olha em direção ao chão a sua frente, estica as pernas para frente. Movimenta as
pernas para trás.
(2’41’’) P2 olha em direção a P9.
(3’09’’) P1 olha em direção ao palco. P17 passa a mão no cabelo. P16 olha em direção ao
palco.
(3’18’’) P2, P3, P4 P5 P6, P7, P8, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16 olham em direção ao
palco.
(3’29’’) P1,P2, P4, P5 , P8, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16, P17, olham em direção a P9.
(3’31’’) P1, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16, P17 olham em direção
ao palco.
(3’ 34’’) P1, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16, P17 olham em
direção a P9.
(4’04’’) Diretor diz: nos vamos ver a hist... P1, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9, P10, P11, P12,
P13, P14, P15, P16, P17 olham em direção ao diretor. P2 olha em direção ao palco.
(4’06’’) P2 olha em direção ao diretor.
(5’01’’) Participantes olham em direção ao palco.
(5’02’’) Músico começa a tocar. P14 bate no ombro de P3. P3 vira para trás olha em direção a
P14. P2 olha em direção a P14. P14 entrega uma máquina fotográfica para P3. P15 olha em
direção a P14. P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16, P17
olham em direção ao camarim [atores se caracterizam como personagens da história].
(5’20’’) P3 coloca a maquina fotográfica em frente a seu rosto.
(5’23’’) Músico canta. P1, P17, olham em direção ao músico.
(5’45’’) P4 olha em direção a P3. P3 com a maquina fotográfica em frente ao seu rosto.
(5’53’’) P4 fala com P3. P3 tira a máquina da frente do rosto, coloca no seu colo, olha em
direção a P4. P3 fala com P4.
(5’54’’) P3 olha em direção a P1. P1 olha em direção a P3. P3 olha em direção a P4. P4 fala
com P3.
(5’59’’) P4 olha em direção ao camarim. P3 olha em direção a máquina fotográfica em sua
mão. P1 olha em direção ao camarim.
(6’00’’) P3 movimenta o tronco para frente e vira a cabeça para a esquerda em direção a
parece c. P7 olha em direção a P3. P7 movimenta as mãos girando-as uma sobre a outra e fala
com P3. A1 entra no palco, diz:... Participantes olham em direção ao palco.
181
Esquema de registro dos comportamentos do diretor, do narrador, dos participantes e do grupo de Playback Theatre durante a entrevista de
narração de histórias.
Comportamentos do diretor Comportamentos do narrador
P9
Comportamentos dos
participantes
Comportamentos dos atores /
músico
Observações
Tempo em que o
Fenômeno
ocorre
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
0’00 Diretor em pé
olha em direção
a P9 e
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
0’01 diz: Eu tenho 10
anos
praticamente de
X
5
[empresa],
mas quando eu
cheguei na
empresa... Eu
comecei na área
de vendas, mas
eu não conhecia
nada disso, muito
menos de
transporte.
Sentada, olha
em direção ao
diretor, fala.
Movimenta a
cabeça de forma
negativa, como
reforçando suas
palavras
P1, P2, P3, P4,
P5, P6, P11,
P12, P13, P14,
P15, P16 viram
a cabeça para a
esquerda em
direção a P9. P8
vira a cabeça à
direita em
direção a P9. P7
olha em direção
ao diretor a sua
frente. P10 olha
em direção a
sua frente P9.
0’06’’ P5 cruza os
braços sobre o
peito. P6, P7
olham em
direção a sua
frente, o palco.
5
os nomes da empresa, instituições ou pessoas serão substituídos por nomes fictícios ou letras.
182
0’10’’ P3 coça a
cabeça.
0’13’’
diz: Então foi
um desafio muito
grande para mim
na época. Eu
fiquei seis meses
trabalhando
externo muna
determinada
região.
0’25’’ Diretor, diz:
Qual o seu
nome? P9 diz:
Jorgete.
Diretor, olha em
direção a P9,fala
P1, P2, P5, P6,
P7, P8, P16
olham em
direção ao
diretor
0’26’’ P9 diz: Jorgete. Olha em direção
ao diretor
P1, P2, P5, P6,
P7, P8, P16
olham em
direção a P9
0’27 Diretor diz:
Escolha uma das
atrizes para ser a
Jorgete.
Diretor, olha em
direção a P9,
fala.
Diretor aponta
para o palco em
direção ao grupo
de atores.
032’’ Diretor diz:
Quem você acha
que pode
representar
você?
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
0’33’’ P9 diz: Eu acho
que a...
Participantes
olham em
direção ao palco
0’34’’ P9 diz:
Hummm... Deixe
eu ver... Pode ser
a... Elisabete
(A1)
(0’33’’) P9 olha
em direção ao
palco,fala
183
0’36’’ A1 caminha um
passo a frente.
0’37’’ A1 diz: Ivonete?
0’38’’ Participantes
riem.
0’39’’ Diretor diz: Não
se preocupem em
errar os nomes,
não tem
problema, o
importante é a
história.
Diretor, olha em
direção a
platéia, fala.
0’41’’ P9 diz: E na
época foi me
colocado um
desafio, um em
seguida do outro,
que seria vender
“encomendas”
somente do
aéreo. E três
meses depois me
deram uma
região que estava
inativa, para eu
estar buscando,
conquistando
essa região, que
seria a “cidade
industrial”.
(0’41’’) P9 olha
em direção ao
diretor, fala.
Participantes
olham em
direção a P9
0’44’’ P2 olha em
direção ao
palco.
0’50’’ P2 olha em
direção a P9.
0’52’’ P2 movimenta o
tronco para
frente e para
trás. Olha em
direção a P9.
184
1’00’’ P3 vira o tronco
em direção a P9.
Olha em direção
a P9.
1’02’’ Diretor diz:
hum, hum.
Diretor, olha em
direção a P9,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
1’03’’ P9 diz: Para
mim foi uma
sensação de
medo, porque eu
era muito nova
na área de
vendas...
Muito nova, né...
Não tinha
também
experiência nem
na área de
transportes. E
houve um
desafio para eu
estar buscando
conquistar uma
região.
P9 movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção ao
diretor, fala
P9 movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala
1’11’’ P15 descruza e
cruza os braços
sobre o peito.
1’14’’ Diretor diz:
hum,hum.
Diretor olha em
direção a P9,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala.
P5 passa a mão
no cabelo.
1’15’’ P diz: Então
para mim foi um
desafio.
P9 olha em
direção ao
diretor, fala,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
1’17’’ Diretor diz: Da Diretor olha em
185
onde foi que você
veio, antes de
trabalhar aqui?
direção a P9,
fala.
1’19’’ P9 diz: Eu vim
da empresa Y,
trabalhava na
área
administrativa.
P9olha em
direção ao
diretor, fala.
1’22’’
Diretor diz:
hum, hum, nada
com área de
vendas.
Diretor olha em
direção a P9,
fala.Diretor
movimenta os
braços para fora
e para dentro do
corpo, (em gesto
de “nada”), olha
em direção a P9.
1’25’’
P9 diz: Não, nem
sabia que existia
transporte...
P9 olha em
direção ao
diretor, fala. P9
movimenta a
cabeça de forma
negativa.
1’27’’
Diretor diz:
hum, hum,
Diretor olha em
direção a P9,
fala. Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
1’28’’
P9 diz: Não...não
tinha esta visão...
...nem idéia do
que era feito
num tipo de
serviço como o
de transporte
P9 fala.
P9 levanta a
mão esquerda
com o indicador
esticado e
movimenta de
forma circular
na altura de
seus olhos,
(indicando “essa
visão”),
continua a falar.
P9 coloca o
dedo indicador
186
na boca, olha
em direção ao
diretor.
1’35’’ Diretor diz: E o
quê que te fez
sair da “Y”, é
empresa Y, não
é?
(1’35’’) Diretor
olha em direção
a P9 e fala.
1’38’’
P9 diz: É Y.
P9 olha em
direção ao
diretor, diz: É
Y. P9
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P6 coloca a mão
na testa e
abaixa a cabeça.
1’40’’
Diretor diz: Da
empresa Y para a
empresa X.
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
P2 olha em
direção ao chão
a sua frente,
estica as pernas
para frente.
Movimenta as
pernas para
trás.
1’43’’
P9 diz: É... Foi...
Novos desafios...
Porque na Y, por
exemplo, chegou
uma época antes
da privatização,
que não
conseguia ser
mais promovida,
né...
(1’43’’) P9 olha
em direção ao
diretor, fala.
1’54’’
Diretor olha em
direção a P9,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
1’55’’
P9diz: ... Não
tinha mais
concursos
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
187
internos naquela
época, então eu
estava
estacionada, né
...
P9 movimenta a
cabeça de forma
positiva, olha
em direção ao
diretor.
1’59’’
Diretor olha em
direção a P9,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
2’00’’
P9 diz: ... E
quando houve a
opção da
empresa X e... de
você crescer
tanto
financeiramente
como
profissionalment
e, né...
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
P9 movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa.
2’05 (2’05’’) Diretor
olha em direção
a P9, diz: Hum,
hum... Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
(2’05’’) Diretor
olha em direção
a P9, diz: Hum,
hum... Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
P9 diz: ... Eu vim
e na época
assim... todo
mundo... como
você vai sair da
empresa Y! Uma
empresa, né...
Você é
concursada e
tal...
P9 olha em
direção ao
diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala.
P9 movimenta
as mãos para
frente e para
trás na altura
do peito,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
2’10’’
Diretor diz:
hum, hum...
Diretor olha em
direção a P9,
fala. Diretor
movimenta a
188
cabeça de forma
afirmativa
2’11’’ P9 diz: ... Mas
assim... Eu tinha
esta necessidade,
né... Era recém
formada e eu
queria mais para
mim...
2’18’’
Diretor olha em
direção a P9,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P9 diz: Então
tanto o desafio
dessa questão de
ser vendedora,
como o desafio
de conquistar
uma região...
Para mim além
do medo, né ...
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
P9 movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
2’30’’
Diretor diz:
Hum, hum...
Diretor olha em
direção a P9,
fala. Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P9 diz: ... Houve
também uma
oportunidade.
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
P9 movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
2’31’’ Diretor diz:
Hum, hum...
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
2’32’’
Diretor diz: E
como é que você
acha que venceu
esse medo?
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
2’33’’
P9 olha em
direção ao
diretor, fica em
silêncio.
2’35’’ P9 diz: Acho que
aceitando, né...
Indo... Aceitando
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
189
o desafio... Indo
e buscando ... E é
claro, sem
dúvidas as
pessoas
envolvidas, né...
2’41’’ P2 olha em
direção a P9.
2’49’’
Diretor diz:
Quem você
poderia escolher
para representar
essas pessoas
envolvidas?
(2’49’’) Diretor
olha em direção
a P9, fala.
Diretor
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção a P9.
2’51’’
P9 diz: Que
estão aqui?
Ou ali?.
P9 olha em
direção ao
diretor, diz:
Que estão aqui?
P9 olha em
direção a
platéia,
movimenta as
mãos girando de
forma a indicar
os colegas da
platéia, diz: Ou
ali? P9 aponta
com a mão
direita em
direção aos
atores no palco.
2’54’’
Diretor diz: Ali.
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
Diretor
movimenta a
cabeça e as mãos
em direção aos
atores no palco.
2’55’’
P9 olha em
direção ao
190
palco.
2’57’’ Diretor diz:
Pode até ser uma
pessoa fictícia
que represente
esse papel de
colaboração...
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
3’02’’
P9 diz: Eu tenho
duas pessoas. O
Marcos, que era
meu supervisor
direto, o qual me
colocou esta
proposta. Que
pode ser...
(3’02’’) P9 olha
em direção ao
diretor, fala...
P9 aponta o
dedo em direção
ao ator A3.
3’09’’ P1 olha em
direção ao
palco. P17 passa
a mão no
cabelo. P16 olha
em direção ao
palco.
3’10’’ Diretor olha em
direção a P9,
diz: O André.
P2, P3, P4 P5
P6, P7, P8, P10,
P11, P12, P13,
P14, P15, P16
olham em
direção ao
palco.
A3 da um passo
a sua frente.
3’11’’ P9 diz: É o
André
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
3’12’’
Diretor olha em
direção a P9,
diz: Hum, hum
3’13’’ P9 diz: ... E mais
uma pessoa que
não está mais na
empresa.
Inclusive eu a vi
ontem. É a
Janice que foi
minha assistente
P9 olha em
direção ao
diretor, fala.
P1,P2, P4, P5 ,
P8, P10, P11,
P12, P13, P14,
P15, P16, P17,
olham em
direção a P9.
191
de vendas.
3’22’’
Diretor diz:
Quem pode ser a
Janice?
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
Diretor aponta a
mão direita em
direção aos
atores no palco.
3’24’’
P9 olha em
direção aos
atores, aponta a
mão direita em
direção a A5.
A5 dá um passo
a sua frente.
3’25’’ Diretor diz:
Então temos a
Janice... E
Marcos... E lá...
A Jorgete.
Diretor olha em
direção aos
atores, fala.
Diretor ponta a
mão direita em
direção a A5,
fala.
Diretor aponta
em direção a A3,
fala.
Diretor olha em
direção a A1,
fala.
P1, P3, P4, P5,
P6, P7, P8, P10,
P11, P12, P13,
P14, P15, P16,
P17 olham em
direção ao
palco.
A1 diz: Janice.
A3 diz: Marcos.
A5 diz: Jorgete.
Atores olham
em direção a
platéia.
3’33’’
Diretor diz:
Jorgete, com
“ete” também.
Diretor, olha em
direção a
platéia, fala.
Participantes
riem.
Participantes
riem.
3’35’’
Diretor diz:
Alguma situação
específica que
você passou, que
você gostaria de
nos contar, ou a
gente pode criar?
Diretor olha em
direção a P9 e
fala.
3’46’’
P9 olha em
direção ao
diretor em
silêncio.
3’48’’
P9 diz: Bom...
Naquela época
P9 olha em
direção ao
P1, P3, P4, P5,
P6, P7, P8, P10,
192
não houve
nenhuma
situação
assim...que criou
alguma coisa...
diretor e fala.
P11, P12, P13,
P14, P15, P16,
P17 olham em
direção a P9.
3’54’’
Diretor diz:
hum, .hum
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
3’57’’
P9 diz: ... Não,
foi só a grande
mudança, né?
Uma mudança
muito grande,
pessoal e
profissional
P9 olha em
direção ao
diretor e fala.
4’02’’
Diretor olha em
direção a P9 e
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
4’03’’
P9 olha em
direção ao
diretor e
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
Diretor diz: Ok!
Diretor diz: Nós
vamos ver a
história da
Jorgete em três
momentos. O
primeiro
momento ela na
empresa Y,
trabalhando
numa empresa
estatal, que
começa a passar
por um processo
de pressão
(4’04’’) Diretor
olha em direção
a P9 fala.
Diretor olha em
direção aos
atores, fala.
P1, P3, P4, P5,
P6, P7, P8, P9,
P10, P11, P12,
P13, P14, P15,
P16, P17 olham
em direção ao
diretor. P2 olha
em direção ao
palco
P2 olha em
direção ao
193
interna porque
vai ser
privatizada. E
algumas pessoas
começam a ver
outras
oportunidades,
como a Jorgete
que não quer
ficar sempre na
mesma. E outras
criticam ela por
estar deixando
uma situação
estável e segura.
Diretor olha
para P9 e olha
em direção aos
atores.
diretor.
4’40’’ Diretor diz: Essa
é a primeira
situação. A
segunda situação
ela aceita esta
proposta de vir
trabalhar na
empresa X, e vem
e começa a
enfrentar os seus
desafios, os seus
medos de vir
para uma área
do transporte
aéreo, que ela
não conhecia. E
ela vai vencendo
esta situação
com a ajuda da
Janice e do
Marcos.
Tranqüilo?
Diretor olha em
direção aos
atores e fala.
5’00’’
Atores olham
em direção ao
diretor,
movimentam a
cabeça de forma
afirmativa.
194
5’01’’
Diretor diz:
Vamos ver!
Diretor olha em
direção aos
atores e fala.
Participantes
olham em
direção aos
atores.
Atores
caminham em
direção ao
camarim.
5’02’’
Participantes
olham em
direção aos
atores.
Atores
caminham em
direção ao
camarim.
5’04’’
P14 bate no
ombro de P3. P3
vira para trás
olha em direção
a P14. P2 olha
em direção a
P14. P14
entrega uma
máquina
fotográfica para
P3. P15 olha em
direção a P14.
P1, P2, P3, P4,
P5, P6, P7, P8,
P9, P10, P11,
P12, P13, P14,
P15, P16, P17
olham em
direção ao
camarim.
Músico toca
acordes, atores
A1, A2, A3 e A5
no camarim,
colocam
acessórios e
vestimentas. A4
em pé ao lado
do cabideiro
olha em direção
a platéia.
[Caracterização
dos
Personagens].
5’05’’
Diretor senta na
sua cadeia, olha
em direção a
platéia
5’20’’
P3 coloca a
maquina
fotográfica na
frente de seu
rosto.
5’23’’
P1, P17 olham
em direção ao
músico.
Músico toca e
canta [caçador
de mim]
5’45’’
P4 olha em
direção a P3. P3
segura a
195
maquina na
frente de seu
rosto.
5’53’’
P4 fala com P3.
P3 tira a
maquina da
frente do seu
rosto, segura no
colo, olha em
direção a P4. P3
fala com P4.
5’54’’
P3 olha em
direção a P1. P1
olha em direção
a P3. P3 olha
em direção a P4.
P4 olha em
direção a P3,
fala.
5’59’’
P4 para de
falar, olha em
direção ao
camarim. P3
olha em direção
a maquina
fotográfica em
sua mão.
6’00’’
Diretor olha em
direção ao
músico. Olha em
direção a
platéia.
6’11’’
P3 movimenta o
tronco para
frente e vira a
cabeça para a
esquerda em
direção a parece
c. P7 olha em
direção a P3. P7
movimenta as
mãos girando-as
uma sobre a
A1 e A2
caminham em
direção ao
palco.
196
outra e fala com
P3. A1 entra no
palco, diz:...
Participantes
olham em
direção ao palco
197
Situação 6: Dramatização de histórias
História 1
Primeira parte
(0’00’’) A1 (Jorgete) para no palco, em posição de frente a P4, em pé, segura uma pasta na
mão esquerda, coça a cabeça com a mão direita, diz: Eu estou pensando tanto, o consigo
dormir direito. A1 coça o pescoço com a mão direita. Essa história de privatização... Ai meu
Jesus Cristinho!!! Suspira, coça a cabeça, põe a mão direita na cintura.
(0’00’’) A2 (amiga 1) para ao lado direito de A1 (Jorgete), a cerca de dois passos atrás de A1
(Jorgete).
(0’08’’) A5 (Janice) e A3 (Marcos) saem da área do camarim e caminham lentamente no
fundo do palco em direção a porta.
(0’14’’) A2 (amiga 1) caminha em direção a A1 (Jorgete), olha em direção a A1 (Jorgete),
diz: Você é louca Jorgete, fique aqui. (MOC) A1 (Jorgete) diz: Mas eu não to saindo, eu to
dividida, minha angústia, gente (olha em direção a platéia) eu to dividida, eu me sinto
angustiada...Gente é meu emprego...
(0’22’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Você é louca!
(0’23’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1), movimenta a cabeça em direção à
esquerda e direita, diz: ... Eu não disse que estou saindo, eu to...Eu to... Eu to matutando
gente. A1 (Jorgete) aponta para a cabeça com o dedo direito.
(0’27’’) A2 (amiga 1) gira a mão em volta de sua cabeça, em sinal de loucura.
(0’28’’) A1 (Jorgete) diz: Que é isso!. Segura a pasta com as duas mãos, olha em direção ao
teto.
(0’29’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: Entre em férias! Pensando o que?
(0’31’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1), diz: Mas veja, são coisas novas. Eu
gosto de coisas novas.
(0’36’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: Imagina, não se estressa... Isso é
maior stress...
(0’37’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1) diz: é verdade,
(0’38’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: retrai... A1 (Jorgete) olha em
direção a A2 diz: eu também gosto desse lado, entendeu...
(0’41’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: então...
(0’42’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1) diz: eu gosto também disso...
198
(0’44’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: que vê oh...movimenta os dedos da
mão como se tivesse contando você já ganha, já pode comer, se vestir, e pagar suas
contas!... E é só!
(0’48’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A2 (amiga 1) diz: você não está me ajudando a
decidir sair! A1 (Jorgete) coloca a mão na cintura, olha para A2 (amiga 1).
(0’52’’) A2 (amiga 1) com as mão dadas na altura do peito, olha para A1 (Jorgete) diz:
mas...mas... mas, menina eu quero que você fique na empresa Y
(0’57’’) A1 (Jorgete) olha em direção ao teto diz: eu sei mas veja, vonão consegue me
escutar! Expressão de raiva. Eu to dividida, meu coração (Poe a mão no coração) ta partido
porque troca aqui seguro, caminha em direção a parede c olha em direção a platéia abre os
braços diz: vocês sabem como que é segurança... para vira em direção a A1 (Jorgete) ... ta ali
eu sei o que é... (1’14’’) A2 (amiga 1) olha em direção a platéia movimenta a cabeça de
forma afirmativa.
(1’15’’) A1 (Jorgete) para olha em direção a platéia diz: quero ir, quero ir para uma coisa
nova...Põe a mão na cabeça diz: (1’19)... Putz...Mas dá um “cagaço”! Põe a mão na cintura.
Platéia ri.
(1’20’’) A1 (Jorgete) olha em direção a Platéia, diz: Puta merda! Platéia ri.
(1’21) A1 (Jorgete) vira a cabeça em direção a A2 (amiga 1) e vira em direção a platéia diz:
Entende eu quero...Mas eu não quero... Platéia ri.
(1’23’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia e diz: ai gente, vocês não ficam assim
também? Movimenta a cabeça de forma afirmativa. Quando tem que toma uma decisão
difícil. È difícil não é? Puxa vida !!! Movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em
direção a platéia.
(1’33’’) A2 (amiga 1) olha em direção a A1 (Jorgete), movimenta a cabeça de forma
afirmativa e diz: Ééé... Pode não dar certo...
(1’34’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: Mas olha... Vamos exorcizar esses medos
aí... Eu sei que vai passar mesmo eu sempre meti a cara qual é?
(1’42’’) A4 (amiga 2) segurando um chapéu caminha em direção a A1 (Jorgete), diz: Olha
que lindo que eu estou fazendo de crochê.
(1’43’’) A1 (Jorgete) e A2 (amiga 1) olham em direção a A4 (amiga 2).
(1’44’’) A2 (amiga 1) olha em direção ao chapéu e diz: Ai que graça!
(1’45’’) A4 (amiga 2) olha em direção ao chapéu, diz: É eu não tenho muito que fazer durante
o dia aí... passa os dedos no chapéu, como mostrando ... Comecei a fazer crochê.
199
(1’52’’) A1 (Jorgete) olha em direção ao chapéu, diz: Ai oh, ta vendo oh... olha para a platéia,
vira caminha em direção a parede a. A1 (Jorgete) diz: ...eu não agüento isso, eu quero uma
coisa diferente... para e vira olhando em direção a A4 (amiga 2) e A2 (amiga 1).
(1’56) A2 (amiga 1) caminha em direção a A4 (amiga 2) e pega o chapéu. A2 (amiga 1)
caminha em direção a A2 (amiga 1) e A4 (amiga 2).
(1’59’’) A4 (amiga 2) olha em direção a A2 (amiga 1), diz: você acha que para vender?
A2 (amiga 1) olha em direção ao chapéu, diz: eu acho.
(2’00’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A4 (amiga 2), diz: gente isso é complicado.
(2’02’’) A1 (Jorgete) estica o braço direito em direção a A4 (amiga 2), toca no ombro de A4
(amiga 2), diz: como é que é o teu nome, o teu nome?... A4 (amiga 2) diz: Luiza! A1 (Jorgete)
diz: você acabou de me ajudar a decidir, eu não vou ficar aqui. Eu não vou! Eu não quero.
A2 (amiga 1) olha em direção a A4 (Luiza), diz: ela é louca, movimenta a cabeça, com
expressão de não ligue. A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, abre os braços. A4 (Luiza)
olha em direção a A2 (amiga) diz: Não tem jeito.
(2’10’’) A4 (Luiza) com o chapéu na mão, olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Você não
gostou do meu chapéu?
(2’11’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A4 (Luiza), diz: não, não é isso, é lindo o seu
chapéu. Olha o seu chapéu é maravilhoso. Você tem uma mão maravilhosa, mas eu o
quero isso pra minha vida. A1 (Jorgete) se afasta de A4 (Luiza), caminhando de costas em
direção a parede a, diz: Eu não quero. Abre os braços. Olha em direção a A4 (Luiza). Diz:
Não quero, não quero. Diminui a volume da voz: não quero... caminha pelo fundo do palco
em direção a parede c,.
(2’19) A2 (amiga 1) olha em direção a A4 (Luiza) movimenta os ombros para cima e para
baixo, em sinal de “não entendi”. A4 (Luiza) olha em direção a A2 (amiga 1) movimenta os
ombros para cima e para baixo, em sinal de não entendi”, diz: Não tem jeito!. A2 (amiga 1)
olha em direção a A4 (Luiza), movimenta as mãos junto a cabeça, em sinal de louca”. A1
(Jorgete) caminha por trás de A2 (amiga 1) e A4 (Luiza) e para no camarim.
(2’22’’) A4 (amiga 2) olha para a platéia, com o chapéu na mão, diz: bonitinho né? Platéia ri.
A4 (amiga 2) e A2 (amiga 1) viram e caminham em direção ao camarim.
Comportamento dos participantes durante a apresentação do primeiro ato.
(0’00’’) Participantes olham em direção ao palco.
200
(0’07’’) P4 olha em direção a P9. P5 olha em direção a P4. P5 fala, olhando em direção a P4.
P4 e P5 sorriem, olham em direção ao palco.
(0’08’’) P3 olha em direção a P4 e P5. P3 olha em direção ao palco.
(0’21’’) P15 olha em direção a P9, vira, olha em direção ao palco. A2, diz. Você é louca.
(0’27’’) P3 coloca a maquina fotográfica na frente do rosto.
(0’38’’) P3 coloca a máquina fotográfica sobre o seu colo.
(0’48’’) P3 olha em direção ao palco sorri.
(o’52’’) P1, P2, P3, P4, P5, P17, P16, P15, sorriem.
(1’19’’) A1 diz: ...cagaço... Platéia ri. P3, P4 e P15 movimentam o tronco na cadeira para
frente e para trás.
(1’20’’) P1, rindo vira para trás, olha em direção a P15, vira para frente, olha em direção ao
palco. P2 coloca a mão na frente da boca. Ri.
(1’23’’) A1, diz: vocês ficam assim também...P1 olha em direção a P2, toca no braço de P2.
P2 olha em direção a P1. P1 movimenta a cabeça de forma afirmativa. P1, P2 riem. P1 e P2
olham em direção ao palco. P3 olha em direção ao camarim.
(1’34’’) A4 entra no palco diz: olha que lindo... P1 movimenta o tronco para trás, vira a
cabeça em direção a P9, sorri. P1 vira para frente, olha em direção ao palco. Sorri.
(1’42’’) A4 diz: ...crochê... P3 vira em direção a P4. Toca no ombro de P4. P4 vira em direção
a P3, ri. P3 e P4 movimentam a cabeça de forma afirmativa.
(1’49’’) P17 coça a cabeça.
(1’56’’) P7 coloca sua mão esquerda no colo de P8. P8 olha em direção de P7. P7 e P8 riem,
olham em direção ao palco.
(2’10’’) P3, P4, P5, P14, P16, P17 olham em direção a P9, sorriem, olham em direção ao
palco. P8 movimenta o tronco para frente e para trás. P8 ri.
(2’11’’) P5 movimenta seu ombro em direção a P4, estende o braço, toca no ombro de P4 com
as mãos, olha em direção a P4, ri. P4 olha em direção a P5. P4 e P5 riem, movimentam o
tronco em direção a P6 e P7. P4 e P5 riem, olham em direção ao palco.
(2’19’’) Participantes olham em direção ao palco. ri.
(2’22’’) Atores caminham em direção ao camarim. Músico toca.
201
Esquema de registro dos comportamentos do diretor, dos participantes e do grupo de Playback Theatre durante a dramatização da
história de P9 – Primeiro Ato.
6
Primeiro Ato
Comportamentos Ator A1
– [Jorgete]
Comportamentos Ator A2
– [amiga 1]
Comportamentos Ator A5
– [Janice]
Comportamentos Ator A3
– [Marcos]
Comportamentos Ator A4
– [amiga 2 – Luiza]
Comportamentos
Participantes
Outros
comporta-
mentos /
Observações
Tempo
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
0’00’’
A1
[Jorgete]
diz: Eu
estou
pensando
tanto, não
consigo
dormir
direito.
Essa
história de
privatização
... Ai meu
Jesus
Cristinho
!!!
A1
[Jorgete]
para no
palco, em
posição de
frente a P4,
em pé,
segura uma
pasta na
mão
esquerda,
coça a
cabeça com
a mão
direita,
fala.
A1 coça o
pescoço
com a mão
direita.
Suspira,
coça a
cabeça, põe
a mão
A2 [amiga
1] para a
cerca de
dois passos
atrás do
lado direito
de A1
(Jorgete)
Participant
es olham
em direção
ao palco.
6
O nome ou papel dos personagens que os atores estão representando estão entre colchetes.
202
direita na
cintura.
0’07’’
P4 olha em
direção a
P9. P5 olha
em direção
a P4. P5
fala, olha
em direção
a P4. P4 e
P5 sorriem,
olham em
direção ao
palco.
P4 olha em
direção a
P9.
0’08’’
A5 [Janice]
sai da área
do camarim
e caminha
lentamente
no fundo do
palco em
direção a
porta.
A3
[Marcos]
sai da área
do camarim
e caminha
lentamente
no fundo do
palco em
direção a
porta.
P3 olha em
direção a
P4 e P5,
olha em
direção ao
palco.
0’14’’
A1
[Jorgete]
diz: Mas eu
não to
saindo, eu
to dividida,
minha
angústia,
gente eu to
A1
A2 [amiga
1] diz a A1
[Jorgete],
diz: Você é
louca
Jorgete,
fique aqui!
A2 [amiga
1] caminha
em direção
a A1
[Jorgete],
olha em
direção a
A1
[Jorgete],
fala
P15 olha
em direção
a P9, vira
olha em
direção ao
palco.
Observação
do
narrador.
203
dividida, eu
me sinto
angustiada..
.gente é
meu
emprego...
[Jorgete]
olha em
direção a
platéia.
0’27’’
A2 [amiga
1] gira a
mão em
volta de sua
cabeça, em
sinal de
loucura.
P3 coloca a
maquina
fotográfica
na frente de
seu rosto.
0’28’’
A1
[Jorgete]
diz: Que é
isso!.
A1
[Jorgete]
segura a
pasta com
as duas
mãos, olha
em direção
ao teto.
0’29’’
A2 [amiga
1] diz:
Entre em
férias!
Pensando o
quê?
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A1
[Jorgete]
0’31’’
A1
[Jorgete]
diz: Mas
veja, são
coisas
novas. Eu
gosto de
coisas
novas.
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A2 [amiga
1], fala.
0’36’’ A2 [amiga
1] diz:
Imagina,
não se
[0’36’’] A2
[amiga 1]
olha em
direção a
204
estressa...
isso é
maior
stress...
A1
[Jorgete]
fala.
0’37’’
A1
[Jorgete]
diz: É
verdade.
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A2 [amiga
1] fala.
0’38’’
A1
[Jorgete]
diz: eu
também
gosto desse
lado,
entendeu...
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A2 fala.
A2 [amiga
1] diz:
retrai...
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A1
[Jorgete]
fala.
P3 coloca a
maquina
fotográfica
no seu colo.
0’41’’
A2 [amiga
1] diz:
então...
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A1
[Jorgete]
fala.
0’42’’
A1
[Jorgete]
diz: eu
gosto
também
disso...
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A2 [amiga
1] fala.
0’44’’
A2 [amiga
1] diz: quer
ver oh...
você já
ganha, já
pode comer,
se vestir, e
pagar suas
contas!... e
é só!
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A1
[Jorgete]
fala.
A2
movimenta
os dedos da
mão como
se tivesse
contando.
0’48’’
A1 A1
P3 olha em
205
[Jorgete]
diz: você
não está me
ajudando a
decidir sair!
[Jorgete]
olha em
direção a
A2 [amiga
1] fala.
A1
[Jorgete]
coloca a
mão na
cintura,
olha para
A2 [amiga
1].
direção ao
palco, sorri.
206
vocês sabem
como que é
segurança.
Ta ali eu já
sei o que
é...
A1 para,
vira em
direção a
A2.
1’14’’
A2 [amiga
1] olha em
direção a
platéia
movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa.
1’15’’
A1
[Jorgete]
diz: quero
ir, quero ir
para uma
coisa nova:
A1
[Jorgete]
para olha
em direção
a platéia
fala, põe a
mão na
cabeça diz:
1’19’’
A1
[Jorgete]
diz:
Putz...mas
dá um
cagaço!!!
A1
[Jorgete]
com a mão
na cabeça
fala.
Põe a mão
na cintura.
Participant
es riem. P3,
P4, P15
movimenta
m o tronco
para frente
e para trás,
enquanto
riem.
1’20’’
A1
[Jorgete]
diz: Puta
merda! .
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
Platéia,
fala.
Participant
es riem.
P1, rindo
vira para
trás, olha
em direção
a P15, vira
para frente
olha em
207
direção ao
palco.
1’21’’
A1
[Jorgete]
diz:
Entende eu
quero...
mas eu não
quero..
A1
[Jorgete]
vira a
cabeça em
direção a
A2 [amiga
1] e vira em
direção a
platéia fala.
Participant
es riem. P2
coloca a
mão na
gente da
boca, ri.
1’23’’
A1
[Jorgete]
diz: Ai
gente, vocês
não ficam
assim
também?
Quando tem
que toma
uma decisão
difícil. È
difícil não
é? Puxa
vida !
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
platéia e
fala.
Movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa.
A1
movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa,
olha em
direção a
platéia.
P1 olha em
direção a
P2, toca no
braço de
P2. P2 olha
em direção
a P1. P1
movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa.
P1, P2
riem. P1 e
P2 olham
em direção
ao palco.
P3 olha em
direção ao
camarim.
Expressão
de
concordânc
ia dos
participant
es em
relação ao
dito por A1.
1’33’’
A2 [amiga
1] diz: Éé´...
pode não
dar certo...
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A1
[Jorgete],
movimenta
a cabeça de
forma
afirmativa
e fala.
P5 olha em
direção a
P6 e vira a
cabeça em
direção ao
palco.
1’34’’
A1 A1
A4 entra no P1 Observação
208
[Jorgete]
diz: mas
olha...
vamos
exorcizar
esses medos
aí... eu sei
que vai
passar
mesmo eu
sempre meti
a cara qual
é?
[Jorgete]
olha em
direção a
platéia,
fala.
palco,
segurando
um chapéu
na mão.
movimenta
o tronco
para trás,
vira a
cabeça em
direção a
P9, sorri.
P1 vira
para frente,
olha em
direção ao
palco, sorri.
do
narrador.
1’42’’
A4 [amiga
2] diz: Olha
que lindo
que eu estou
fazendo de
crochê.
A4 [amiga
2]
segurando
um chapéu
caminha
em direção
a A1
[Jorgete],
fala.
P3 vira em
direção a
P4, toca no
ombro de
P4. P4 vira
em direção
a P3, sorri.
P3 e P4
movimenta
m a cabeça
de forma
afirmativa.
Expressão
de
concordânc
ia.
1’43’’
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A4 [amiga
2].
A2 [amiga
1] olham
em direção
a A4 [amiga
2].
1’44’’
A2 [amiga
1] diz: ai
que graça!
A2 [amiga
1] olha em
direção ao
chapéu na
mão de A4,
fala.
1’45’’
A4 [amiga
2] diz: é eu
não tenho
muito que
fazer
A4 [amiga
2] olha em
direção ao
chapéu,
fala.
P17 coça a
cabeça.
209
durante o
dia aí...
... comecei a
fazer
crochê.
A4 passa
os dedos no
chapéu,
como
mostrando
o crochê.
1’52’’ A1
[Jorgete]
diz: Ai oh,
ta vendo
oh...
: ...eu não
agüento
isso, eu
quero uma
coisa
diferente...
A1
[Jorgete]
olha em
direção ao
chapéu,
fala.
A1 olha
para a
platéia, vira
caminha
em direção
a parede a.
A1
[Jorgete]
Fala.
A1 para e
vira
olhando em
direção a
A4 [amiga
2] e A2
[amiga 1].
P7 coloca
sua mão
esquerda
no colo de
P8. P8 vira
em direção
a P7. P7 e
P8 riem,
viram,
olham em
direção ao
palco.
P3, P4, P5,
P14, P16,
P17, olham
em direção
a P9,
sorriem,
olham em
direção ao
palco.
Expressão
de
concordânc
ia.
Observação
de P9
1’56’’
A2 [amiga
1] caminha
em direção
a A4 [amiga
2] e pega o
chapéu. A4
[amiga 2]
P8
movimenta
o corpo
para frente
e para trás,
ri.
1’59’’
A4 [amiga
2] diz: você
A4 [amiga
2] olha em
210
A2 [amiga
1] diz: eu
acho.
A2 [amiga
1] olha em
direção ao
chapéu,
fala.
acha que dá
para
vender?
direção a
A2 [amiga
1], diz: você
acha que dá
para
vender?
2’00’’
A1
[Jorgete]
diz: gente
isso é
complicado.
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A4 [amiga
2], fala.
P4, P5
olham em
direção a
P6
movimenta
m a cabeça
de forma
afirmativa.
2’02’’
A1
[Jorgete]
diz: Como é
que é o teu
nome, o teu
nome?...
A1
[Jorgete]
diz: você
acabou de
me ajudar a
decidir, eu
não vou
ficar aqui.
Eu não vou!
Eu não
quero.
A1
[Jorgete]
estica o
braço
direito em
direção a
A4 [amiga
2], toca no
ombro de
A4 [amiga
2], fala.
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
platéia,
abre os
braços.
A2 [amiga
1] diz: ela é
louca!
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A4 [Luiza],
A4 [amiga
2] diz:
Luiza!
A4 [amiga
2] olha em
direção a
A1.
211
fala [com
expressão
de não
ligue]
A4 [Luiza]
diz: Não
tem jeito.
A4 [Luiza]
olha em
direção a
A2 [amiga
1] fala.
2’10’’
A4 [Luiza]
diz: Você
não gostou
do meu
chapéu?
A4 [Luiza]
com o
chapéu na
mão, olha
em direção
a A1
[Jorgete],
fala.
2’11’’ A1
[Jorgete]
diz: Não,
não é isso, é
lindo o seu
chapéu.
Olha o seu
chapéu é
maravilhoso
. Você tem
uma mão
maravilhosa
, mas eu
não quero
isso pra
minha vida.
A1 diz: Eu
não quero.
A1
[Jorgete]
olha em
direção a
A4 [Luiza],
fala.
A1
[Jorgete] se
afasta de
A4 [Luiza],
caminhand
o de costas
em direção
a parede a,
fala.
Abre os
P5
movimenta
seu ombro
em direção
a P4,
estende o
braço, toca
no ombro
de P4 com
as mãos,
olha em
direção a
P4, sorri.
P4 olha em
direção a
P5, sorri.P4
e P5 olham
em direção
a P6 e P7.
P4 e P5
riem, olham
em direção
ao palco.
212
A1 diz: Não
quero, não
quero...
não quero...
braços.
Olha em
direção a
A4 [Luiza].
Fala
diminuindo
o volume da
voz,
caminha
pelo fundo
do palco em
direção a
parede c,.
2’19’’
A1
[Jorgete]
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A4 [Luiza]
movimenta
os ombros
para cima e
para baixo,
[em sinal de
“não
entendi”].
A2 [amiga
1] olha em
direção a
A4 [Luiza],
movimenta
as mãos
junto a
cabeça, em
sinal de
“louca”.
A4 [Luiza]
diz: Não
tem jeito!.
A4 [Luiza]
olha em
direção a
A2 [amiga
1]
movimenta
os ombros
para cima e
para baixo,
[em sinal de
“não
entendi”].
Participant
es riem.
213
caminha
por trás de
A2 [amiga
1] e A4
[Luiza] e
para no
camarim.
2’22’’
A2 [amiga
1] vira e
caminham
em direção
ao
camarim.
A4 [Luiza]
diz:
Bonitinho
né?
A4 [Luiza]
olha para a
platéia, com
o chapéu na
mão, fala.
A4 caminha
em direção
ao
camarim.
Participant
es sorriem.
214
Segundo ato
(0’00’’) Músico toca acordes de Travessia
(0’06’’) A3 (Marcos) parado na frente da porta, abotoa o paletó.
(0’07’’) A3 (Marcos) caminha em direção ao centro do palco, abotoa o paletó. Olha em
direção ao camarim. Vira em direção ao músico, diz: Puxa vida! To precisando de mais gente
na área de vendas. Arruma a gravata.
(0’13’’) A5 (Janice) parada em frente à porta.
(0’14’’) A3 (Marcos) caminha em direção ao músico, diz: uma área do setor industrial lá que
eu ainda quero, que a gente não entrou...P4 olha em direção a P5, ri. P5 olha em direção a P4,
ri. A3 (Marcos), diz: ... preciso recuperar este mercado... A3 (Marcos) vira em direção ao
camarim, olha em direção ao fundo do palco. A3 (Marcos) diz: ... preciso contrata alguém
para me ajudar. A3 (Marcos) para, olha em direção a platéia, arruma a gravata.
(0’25’’) A5 (Janice) com a mão esquerda na orelha esquerda, caminha em direção ao centro
do palco.
(0’26’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), diz: olha assim não ta dando, não ta
dando. A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice). A5 (Janice) diz: eu não agüento mais. É
muito pouca gente pra fazer tanta coisa. A5 (Janice) suspira e caminha em direção ao
camarim.
(0’35’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice) diz: sabe que é isso que eu estava
pensando. P3 fotografa os atores. Eu to precisando de uma pessoa ágil... A5 (Janice) para,
vira em direção a A3 (Marcos), põe as mãos na cintura. A3 (Marcos) olha em direção a A5
(Janice) diz: que vai pegara essa área da cidade industrial, aqui do lado, pertinho a gente...
(0’37’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), com a mão esquerda na cintura, diz: mas
que bomba heim? que bomba você quer passar heim? Platéia ri. P4 olha em direção a P5. P5
olha em direção a P4. P4 e P5 olham em direção ao palco. A5 (Janice) com as duas mãos na
cintura, olha em direção a A3 (Marcos), diz: porque que você acha que está descoberto até
agora?
(0’51’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice), diz: Então, eu preciso saber como
fica...é preciso uma pessoa que aceite novos desafios... A5 (Janice) diz: Olhaaa... A3
(Marcos) continua dizer: ...pois aqui na cidade industrial não tem ninguém que cuide do
transporte aéreo...
215
(0’55’’) A1 (Jorgete), caminha em direção ao centro do palco. A5 (Janice) olha em direção a
A1 (Jorgete). A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete). A5 (Janice) diz: Oi! Você é...
aquela menina nova, a...
(1’02’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: eu? Nova? Obrigada... sorri. Platéia sorri.
(1’04’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: Jorgete, é isso Jorgete.
(1’07’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: é essa. A3 (Marcos) caminha em
direção a A1 (Jorgete). A3 (Marcos) estende a mão para a A1 (Jorgete). A1 (Jorgete) estende
a mão para A3 (Marcos). A1 (Jorgete) e A3 (Marcos) se cumprimentam e sorriem. A3
(Marcos) diz: tudo bom? A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(1’13’’) A5 olha em direção a A1 (Jorgete), diz: tudo bem Jorgete, eu sou Janice. A1
(Jorgete) e A5 (Janice) se cumprimentam.
(1’16’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: Oi Janice! Ééé... então... sorri. A1
(Jorgete) movimenta a cabeça, expressão de “vergonha”, movimenta as sobrancelhas para
cima e para baixo, sorri.
(1’17’’) Platéia sorri.
(1’20’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: então, Janice é nossa supervisora
de vendas, ta. Olha em direção a A5 (Janice). A3 (Marcos) diz: você foi... uma das pessoas
que ligou para gente aqui... Nós estamos justamente precisando de alguém... como você
assim. Alguém que...
(1’35’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: Como eu?
(1’36’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: isso...sabe o que... A1 (Jorgete)
olha em direção a platéia, diz: é verdade! Movimenta a cabeça de forma afirmativa. A5
(Janice) olha em direção a A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa, sorri.
(1’38’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ... eu quero alguém aqui na
empresa que queira novos desafios e me disseram que vota querendo sair da empresa Y,
que é por concurso público...A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos).
(1’45’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: saí. A5 (Janice) olha em direção
a A1 (Jorgete).
(1’46’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Ah...já saiu? A1 (Jorgete)
movimenta a cabeça de forma afirmativa. A5 olha (Janice) em direção a A1 (Jorgete),
movimenta a cabeça de forma afirmativa, sorri. A3 (Marcos) diz: Já saiu até, então...é bem
isso que eu queria. Uma pessoa aberta para novos desafios. Você está aberta para novos
desafios?
216
(1’55’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Você é perfeita! Tem um olhar
assim...né, de quem está em busca novas perspectivas, de desafios... A1 (Jorgete) olha em
direção a platéia, movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: hum, hum...
(2’00) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: é eu gosto de desafios mesmo. Eu
tenho uma garra. A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: eu luto mesmo...olha não tenho
preguiça de nada... batalho mesmo! A1 (Jorgete) bate uma mão junto a outra, enfatizando o
batalho. A1 (Jorgete) diz: por isso que eu to mais ausente... eu não saí oficialmente demas
meu coração já saiu de lá ...A3 (Marcos) e A5 (Janice) trocam de lugar.
(2’15’’) A5 (Janice) coloca a mão esquerda em concha sobre o ouvido de A3 (Marcos), como
quem vai sussurrar, vira em direção ao lado oposto a A3 (Marcos), aponta o dedo em direção
ao teto, movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(2’20’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: eu vou fazer... o que é mesmo que eu vou
fazer aqui...
(2’21’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice) diz: Aquela, aquela vaga. A5 (Janice)
movimenta a cabeça de forma afirmativa. A3 (Marcos) vira em direção a A1 (Jorgete), diz: eu
tenho uma idéia muito legal pra você.
(2’23’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: opa!
(2’24’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: está disposta a “arregaça as
mangas”...
(2’25’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), sorri, diz: Ah... mas com certeza! A1
(Jorgete) arregaça as mangas da sua blusa, diz: ...Desafio... Desafio... Movimenta a cabeça de
forma afirmativa, diz: Então Olha em direção a A3 (Marcos).
(2’26’’) A3 (Marcos) olha em direção ao cabideiro, diz: vamos começar, vamos começar...
vou tirar meu paletó aqui e... tira o paletó, caminha em direção ao cabideiro. A5 (Janice) com
a mão no queixo olha em direção a A1 (Jorgete). A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos),
arregaça as mangas da blusa. A1 (Jorgete) diz: então...
(2’31’’) A3 (Marcos) coloca o paletó no chão ao lado do cabideiro. A1 (Jorgete) olha em
direção a A3 (Marcos), movimenta os braços, flexionando-os de punhos fechados, diz: é
parece que a gente vai para o “ringe” sorri, olha em direção a platéia. Platéia sorri.
(2’34’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), arregaça as mangas, diz: não, não,
não... é arregaça as mangas mesmo, ta. Eu tenho uma oportunidade bem legal para você. A
cidade industrial é aqui pertinho... A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos) diz: hum,
hum... em movimento afirmativo com a cabeça. A5 com a mão direita aberta sobre peito, olha
em direção a A1 (Jorgete).
217
(2’43’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ... mercado que a gente não está
atuando...que a gente precisa dar uma mexida... sacode as mãos
(2’48’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos) diz: ah desde o inicio eu trabalhei na
administração...movimenta a cabeça de forma afirmativa
(2’51’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), movimenta a mão direita, para baixo e
para cima, estalando os dedos (num gesto de “isso mesmo”), sorri.
(2’52’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: você entende de transporte?
(2’53’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), abre a boca, para. (silêncio)
(2’54’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), mãos juntas sobre o peito, diz:
transporte?A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), cruza os braços.
(2’55’’) A3 olha em direção a A1 (Jorgete), movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz:
transporte.
(2’56’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos) diz: ... transporte ... (baixinho )... Claro
... movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção a platéia.
(3’00’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: mas tudo bem. Não é uma coisa é...
difícil. Veja só... A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: é...
(3’03’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ...cidade industrial, tem bastante
empresário, tem bastante empresa,... é um mercado assim... A5 (Janice) braços cruzados,
olha em direção a A1 (Jorgete).
(3’07’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: tem que pega um transporte para ir
até lá?!... Platéia sorri.
(3’14’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete) diz: ...ééé... a nossa empresa...
(3’15’’) A5 caminha em direção a A3 (Marcos), para ao lado de A3 (Marcos), diz: deixe,
depois que passar uns dias ... eu vou, eu vou sabe articulado...A1 (Jorgete) olha em direção a
A5 (Janice). A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete) e A3 (Marcos), diz: ... eu vou
mostrando para ela...sabe...movimenta as mãos, girando uma sobre a outra como um
carrossel, expressão de “deixa passar”. A3 (Marcos) diz, Jóia.
(3’24’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: o quê que eu vou fazer?
(3’25’’) A5 (Janice) caminha em direção a A1 (Jorgete), pega no seu braço, diz: não se
incomode!
(3’26’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: como não? Platéia sorri. Mas eu quero
me incomodar.
(3’28’’) A3 (Marcos) caminha em direção a parede a. passa atrás de A5 (Janice), vira em
direção ao camarim.
218
(3’29’’) A5 (Janice) segura a mão de A1 (Jorgete) diz: meu amor, querida, olha, a gente vai
passar pela a empresa... A5 (Janice) e A1 (Jorgete) de braços dados, caminham em direção à
frente do palco. A5 (Janice) diz: você vai ter uns dias de adaptação...
(3’37’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: ai que bom!
(3’38’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ... conhecer os funcionários,
entendeu? A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção a A5
(Janice).
(3’40’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ...conhecer os patrões, os chefes, as
coordenações... A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção a A5
(Janice), sorri.
(3’46’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ...vai ver o que é um t-r-a-n-s-p-o-r-
t-e ! A5 (Janice) olha em direção ao rosto de A1 (Jorgete). A1 (Jorgete) movimenta a cabeça
de forma afirmativa. A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: ... Que é o nosso
“metiê”. A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: parece que isso aqui é
maior do que imaginava...
(3’51’’) A5 (Janice) puxa A1 (Jorgete) pelo braço. Caminham em direção a parede “a”. A5
(Janice) diz: é, mas tudo vai dar certo. Não se preocupe. Você está com medo?
(3’56’’) A1 (Jorgete) olha em direção a platéia, diz: não, eu não to, eu to assim como é que
fala um nome melhor para medo, que o pessoal sempre fala...é receio! A5 (Janice) olha em
direção a A1 (Jorgete), diz, junto com A5 (Janice): Receio! A1 (Jorgete) repete e movimenta a
cabeça de forma afirmativa.
(4’03’’) A5 (Janice) e A1 (Jorgete) de braços dados, caminham, passo a passo, no centro do
palco em direção à esquerda, param. A5 (Janice) diz: é eu estou acostuma a lidar com pessoas
medrosas...
(4’03’’) A1 (Jorgete) concomitante a A5 (Janice), diz: receio, receio é muito mais bonito de
falar do que medo, né? Eu to com receio. Olha em direção a platéia.
(4’10’’) A5 (Janice) e A1 (Jorgete) de braços dados, caminham, passo a passo, no centro do
palco em direção à direita, param, A5 (Janice) diz: mas não se preocupe, Margarete, tudo vai
dar certo.
(4’15’’) A1 (Jorgete) diz Bernadete? É Jorgete. Platéia ri. Olha em direção ao teto e sorri.
Olha em direção a platéia.
(4’19’’) A5 (Janice) diz: Ah desculpe, Jorgete.
(4’21’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice) diz: eu to tão nervosa que errei meu
próprio nome.
219
(4’23’’) A5 (Janice) olha em direção A1 (Jorgete), diz: até eu estou emocionada de ter uma
colega de trabalho assim...de seu nível.
(4’30’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: Ah obrigada! Eu não sei muito o que
vou fazer, mas eu estou como muita disponibilidade para, para ...de... A1 (Jorgete) se
engasga, diz: ...de-sen-vol-ver! Platéia ri. A1 (Jorgete) olha em direção a platéia.
(4’40’’) A5 (Janice) olha em direção A1 (Jorgete). A1 (Jorgete) olha em direção a A5
(Janice), A5 (Janice) diz: Então, você pode contar comigo, pode contar comigo em todos os
momentos, a gente vai trabalhar tudo junto.
(4’44’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice) diz: Ai que bom...
(4’45’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: eu passei por isso, eu passei
por isso, sabe. Eu entrei numa empresa, eu fui nova aqui dentro também...movimenta a
cabeça de forma afirmativa.
(4’50’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: que bom você falar isso, isso me
acalma, como é bom você falar isso para mim, claro... movimenta a cabeça de forma
afirmativa.
(4’55’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: não se preocupe, vai tudo dar certo.
(4’59’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5, diz: Ai que bom, então ta! Coloca e tira a mão no
ombro de A5 (Janice).
(5’00) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: não se preocupe, vai tudo dar certo.
A1 (Jorgete) suspira.
(5’01’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: então olha, a gente vai marcar,
amanhã você está aqui...A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa. A5 (Janice)
diz: ...e a gente vai passa na empresa, vamos conhecer e olha não se preocupe que tudo vai
dar certo, ta bom! A5 (Janice) estica a mão em direção a A1 (Jorgete).
(5’10’’) A1 (Jorgete) diz: muito obrigada, muito obrigada!A1 (Jorgete) abraça e beija A5
(Janice). A5 (Janice) beija A1 (Jorgete).
(5’17’’) A1 (Jorgete) vira e caminha em direção ao camarim. A5 (Janice) vira e caminha em
direção a porta. Músico toca.
(5’18’’) A3 (Marcos) caminha em direção a A5 (Janice), diz: Janice! A5 (Janice) para, vira e
olha em direção a A3 (Marcos). A3 (Marcos) diz: Que tal a moça? Será que ela dá... pra
coisa?
(5’23’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), diz: olha...Movimenta os ombros para
cima e abre os braços, com expressão de “não sei”. Platéia ri.
220
(5’24’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice), diz: será que ela vai conseguir
bancar?...
(5’29’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), diz: eu acho que a gente não tem outra
opção... Platéia ri. A gente deve tentar...
(5’33’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice), diz: a gente nunca colocou ninguém
para essa área lá, hem?!
(5’37’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), diz: então, olha...ela me passou uma
coisa assim de liderança, eu gostei do jeito dela.
(5’41’’) A3 (Marcos) movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha para A5 (Janice), diz:
vamos investir nela, então.
(5’37’’) A5 (Janice) olha em direção a A3 (Marcos), diz: eu gostei do jeito dela, né. Tantas
pessoas já passaram aqui, e a gente né...A3 (Marcos) estala os dedos, diz: eu tenho intuição.
Eu tenho. Pode deixar.
(5’45’’) A3 (Marcos) olha em direção a A5 (Janice), diz: ta disposta né. Conto com você. A3
(Marcos) aponta para A5 (Janice), caminha em direção a porta. Para, olha em direção ao
diretor.
Intervenção do diretor
(0’00’’) Diretor diz: Esta Ok. A3 e A5 param e olham em direção ao diretor. Diretor olha em
direção a P9, diz: Jorgete, como é que você acha que termina a história?
(0’07’) P9 sentada olha em direção ao diretor, diz: é... um bom tempo, uma boa época, eu
fiquei como a melhor vendedora de todos os vendedores...passado o período de dois anos de
maior faturamento na cidade industrial... e eu fiquei assim pelo menos uns 4 anos com o
maior faturamento da filial dentro da cidade industrial...
(0’26’’) diretor diz: hum, hum... então termina você recebendo os parabéns por ter sido a
melhor vendedora por dois anos...pode ser assim? P3 olha em direção ao diretor, diz: 4 anos!
(0’27’’) diretor olha em direção a platéia diz: Quatro anos?!... é modéstia, né? Platéia ri.
(0’36’’) P9 diz: como povo diz, mas assim vai!
(0’42’’) diretor olha em direção a platéia diz: então vamos terminar a cena... com o Marcos e
a Janice dando os parabéns para a Margarete... Platéia e atores riem. Diretor rindo,
diz:...Jorgete.
221
Comportamento da platéia durante o segundo ato.
(0’00’’) A3 entra no palco. P3 com a maquina fotográfica na frente do rosto.
(0’01’’) P8 vira para trás. P10 e P11 movimentam o tronco para frente em direção a P8. P12
olha em direção a P11. P4 olha em direção a P10 e P11. P8, P10 e P11 falam.
(0’07’’) A3 diz: ...Puxa vida... P3 coloca a máquina fotográfica no colo, olha em direção ao
palco. P10, P11 e P8 movimentam o tronco no sentido de sentar de forma correta na cadeira,
olham em direção ao palco.
(0’12’’) A3 diz: setor industrial... P5 olha em direção a P4, ri, abaixa e levanta a cabeça. P4
olha em direção a P5, ri. P4 e P5 olham em direção ao palco.
(0’28’’) A3 diz: pessoa ágil... P4 olha em direção a P, vira olha em direção ao palco.
(0’36’’) A5 diz: que bomba...P1 e P15 viram a cabeça em direção a P9, viram em direção ao
palco. Platéia ri.
(1’42’’) P12 olha em direção a P9, olha em direção ao palco.
(2’36’’) A3 diz: você entende de transporte... P2 vira a cabeça em direção a P3. P3 vira a
cabeça em direção a P2. P2 e P3, sorriem e olham em direção ao palco.
(2’45’’) A1 diz: claro. P3 e P4 movimentam a cabeça de forma afirmativa.
(2’50’’) P3 coloca a maquina fotográfica na frente do rosto.
(2’55’’) A1 fala, e gente pega transporte... Platéia ri. P4 olha em direção a P9. P3 dispara o
flash. P4 olha em direção ao palco.
(3’09’’) A5 diz: não se incomode... Platéia ri. P3 olha em direção a P9, vira em direção ao
palco. P16 olha em direção a P15. P15 olha em direção a P16. P15 e P16 movimentam a
cabeça de forma afirmativa. P5 e p16 olham em direção ao palco.
(3’15’’) A5 diz: a gente vai passar pela empresa... P4 olha em direção a P9, vira em direção
ao palco.
(3’28’’) A5 diz: trans-por-te... P5 ri.
(3’46’’) A1 e A5 dizem: receio. P15 vira em direção a P14. P14 vira em direção a P15. P15
coloca a mão na frente do rosto. P14 e P15 movimentam a cabeça, olham em direção a
platéia.
(3’57’’) A5 diz: tudo vai dar certo... Platéia ri.
(4’22’’) A5 diz: a gente vai trabalhar...P2 vira em direção a P1, coloca a mão na frente da
boca, fala. P1 olha em direção a P2, movimenta a cabeça de forma afirmativa. P1 e P2
sorriem. P3 olha em direção a P2. P2 olha em direção a P3, fala. P2 e P3 movimentam a
cabeça, sorriem. P1, P2 e P3 olham em direção ao palco.
222
(4’26’’) A5 diz: eu passei por isso... P5 olha em direção a P4, toca no braço de P4,
movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção ao palco.
(4’32’’) A5 diz: fui nova... P3 diz: fui nova, sorri, olha em direção a P4. P4 olha em
direção a P3. P3 e P4 olham em direção ao palco.
(4’33’’) P2 olha em direção a P1. P1 olha em direção a P2. P1 fala. P2 fala, movimenta a mão
para cima e para baixo. P1 e P2 olham em direção ao palco.
(4’48’’) A5 diz: ... vamos conhecer... P3 olha em direção a P2. P3 fala e olha em direção a P2.
P2 olha em direção a P3. P1 olha em direção a P2 e P3. P2 sorri, vira a cabeça em direção a
P9, vira em direção ao palco. P2 olha em direção ao palco. P1 olha em direção ao palco.
(5’01’’) A3 diz: será que ela dá para a coisa? ... Platéia ri. P4 olha em direção a P9, vira em
direção ao palco.
(5’07’’) A5 diz: não tem outra opção... Platéia ri. P1, P12, P15, P16 viram a cabeça em
direção a P9, olham em direção ao palco.
(5’27’’) A3 diz: conto com você... P3 sorri.
Intervenção do diretor
(0’07’’) P2, P3, P4, P10, P11, P12, P13, P14, P15, P16, P17 olham em direção a P9.
(0’04’’) P3 olha em direção ao diretor diz: 4 anos!
(0’19’’) Diretor diz: Margarete... Músico diz: Jorgete. Platéia ri. Diretor ri, diz: Jorgete. P3,
P4, P5, P11, P15 viram em direção a P9, olham em direção ao palco.
223
Esquema de registro dos comportamentos do diretor, dos participantes e do grupo de Playback Theatre durante a dramatização da
história de P9 – Segundo Ato.
Comportamentos Ator A1 – [Jorgete] Comportamentos Ator A5 – [Janice] Comportamentos Ator A3 – [Marcos] Comportamento dos participantes Outros comporta-
mentos / Observações
224
A3 [Marcos] diz:
Puxa vida! To
precisando de
mais gente na
área de vendas.
Arruma a
gravata.
palco.
0’13’’
A5 [Janice]
parada em frente
à porta
0’14’’
A3 [Marcos] diz:
uma área do setor
industrial lá que
eu ainda quero,
que a gente não
entrou...
A3 [Marcos], diz:
... preciso
recuperar este
mercado...
A3 [Marcos] diz:
... preciso
contrata alguém
para me ajudar.
A3 [Marcos]
caminha em
direção ao
músico, fala.
A3 [Marcos] vira
em direção ao
camarim, olha
em direção ao
fundo do palco.
A3 [Marcos]
para, olha em
direção a platéia,
arruma a
gravata.
P5 olha em
direção a P4, ri,
abaixa e levanta
a cabeça. P4 olha
em direção a P5,
ri. P4 e P5 olham
em direção ao
palco.
0’25’’
A5 [Janice] com
a mão esquerda
na orelha
esquerda,
caminha em
direção ao centro
do palco.
0’26’’ A5 [Janice] diz:
olha assim não ta
dando, não ta
dando.
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
225
A5 [Janice] diz:
eu não agüento
mais. É muito
pouca gente pra
fazer tanta coisa.
A5 [Janice]
suspira e
caminha em
direção ao
camarim.
[Janice].
035’’
.
A5 [Janice] para,
vira em direção a
A3 [Marcos] põe
as mãos na
cintura.
A3 [Marcos] diz:
sabe que é isso
que eu estava
pensando.
Eu to precisando
de uma pessoa
ágil...
A3 [Marcos] diz:
Quem vai pegar
essa área da
cidade industrial,
aqui do lado,
pertinho da
gente...
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice] fala.
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice] fala.
P3 fotografa os
atores.
P4 olha em
direção a P3, vira
olha em direção
ao palco
0’37’’
A5 [Janice] diz:
Mas que bomba
heim? que bomba
você quer passar
heim?
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos], com a
mão esquerda na
cintura, fala.
A5 [Janice] com
as duas mãos na
cintura, olha em
direção a A3.
A3 [Marcos],
diz: porque que
você acha que
está descoberto
até agora?
A3 [Marcos] diz:
porque que você
acha que está
descoberto até
agora?
Platéia ri. P4
olha em direção a
P5. P5 olha em
direção a P4. P4
e P5 olham em
direção ao palco.
P1 e P15 viram a
cabeça em
direção a P9,
viram em direção
ao palco. Platéia
ri.
Observação de P9.
226
0’51’’
A5 [Janice] diz:
Olhaaa...
A3 [Marcos] diz:
então, eu preciso
saber como
fica...é preciso
uma pessoa que
aceite novos
desafios...
A3 [Marcos]
continua a dizer:
...pois aqui na
cidade industrial
não tem ninguém
que cuide do
transporte aéreo...
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
0’55’’
A1 [Jorgete],
caminha em
direção ao centro
do palco.
A5 [Janice] diz:
Oi! Você é...
aquela menina
nova, a...
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete].
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete].
1’02’’
A1 [Jorgete] diz:
Eu? Nova?
Obrigada...
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia, fala.
sorri.
Participantes
sorriem.
1’04
A5 [Janice] diz:
Jorgete, é isso
Jorgete!
A5 [Janice] olha
em direção a A1
fala.
1’07’’
A3 [Marcos] diz:
é essa.
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
A3 [Marcos]
caminha em
direção a A1,
estende a mão
227
.
.
A1 [Jorgete]
estende a mão
para A3
[Marcos].
A1 [Jorgete]
cumprimenta
com a mão A3,
sorri.
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A3 [Marcos] diz:
Tudo bom?
para a A1
[Jorgete].
A3 [Marcos]
cumprimenta
com as mãos a
A1, sorri.
1’13’’
A1 [Jorgete]
cumprimenta
com as mãos a
A5.
A5 [Jorgete] diz:
Tudo bem
Jorgete? Eu sou
Janice.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
A5 [Janice]
cumprimenta
com as mãos a
A1.
1’16’’
A1 diz: Oi
Janice! Ééé...
então...
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia, fala.
Sorri.
Movimenta a
cabeça,
expressão de
“vergonha”,
movimenta as
sobrancelhas
para cima e para
baixo, sorri.
Participantes
riem.
1’20’’
A3 [Marcos]
diz: então, Janice
A3 [Marcos]
olha em direção a
228
é nossa
supervisora de
vendas, ta.
A3 [Marcos] diz:
você foi... uma
das pessoas que
ligou para a gente
aqui... Nós
estamos
justamente
precisando de
alguém como
você, assim.
Alguém que...
A5 [Janice] fala.
Olha em direção
a A1 [Jorgete]
fala.
1’35’’
A1 [Jorgete] diz:
Como eu?
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
1’36’’
A1 [Jorgete] diz:
é verdade!
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia, fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, sorri.
A3 [Marcos] diz:
Isso... sabe o
que...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
1’38’’
A3 [Marcos] diz:
... Eu quero
alguém aqui na
empresa que
queira novos
desafios e me
disseram que você
ta querendo sair
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
229
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos]
da empresa Y,
que é por
concurso
público...
1’45’’
A1 [Jorgete] diz:
Já saí.
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete].
P12 olha em
direção a P9,
olha em direção
ao palco.
Observação de P9.
1’46’’
. A3 [Marcos]
diz: Já saiu até,
então...é bem isso
que eu queria.
Uma pessoa
aberta para novos
desafios. Você
está aberta para
novos desafios?
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
A5 olha [Janice]
em direção a A1
[Jorgete],
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, sorri.
A3 [Marcos] diz:
Ah...já saiu?
A3 [Marcos] diz:
Já saiu até,
então...é bem isso
que eu queria.
Uma pessoa
aberta para novos
desafios. Você
está aberta para
novos desafios?
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
1’55’’
A1 [Jorgete] diz:
hum, hum...
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
230
Eu tenho uma
garra.
A1 [Jorgete] diz:
Eu luto
mesmo...olha não
tenho preguiça de
nada... batalho
mesmo!
A1 [Jorgete] diz:
por isso que eu to
mais ausente... eu
não saí
oficialmente de lá
mas meu coração
já saiu de lá ...
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia,
Bate uma mão
junto à outra,
enfatizando o
batalho.
[Marcos] [Janice]
2’15’’
A5 [Janice]
coloca a mão
esquerda em
concha sobre o
ouvido de A3
[Marcos], como
quem vai
sussurrar, vira
em direção ao
lado oposto a A3
[Marcos], aponta
o dedo em
direção ao teto,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
2’20’’
A1 [Jorgete] diz:
Eu vou fazer... o
que é mesmo que
eu vou fazer
aqui?
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia, fala.
2’21’’
A3 [Marcos] diz:
Aquela, aquela
vaga.
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice] fala.
231
A5 [Janice]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A3 [Marcos] diz:
eu tenho uma
idéia muito legal
pra você.
A3 [Marcos] vira
em direção a A1
[Jorgete], fala.
2’23’’
A1 [Jorgete] diz:
Opa!
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
2’24’’
A3 [Marcos] diz:
Está disposta a
“arregaça as
mangas”...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
2’25’’ A1 [Jorgete] diz:
Ah... mas com
certeza!
Desafio...
Desafio...
Então?!
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], sorri,
fala. Arregaça as
mangas da sua
blusa.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção a A3
[Marcos].
2’26’’
A1 [Jorgete]
diz: Então...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos],
arregaça as
mangas da blusa.
Fala.
A5 [Janice] com
a mão no queixo
olha em direção a
A1 [Jorgete].
A3 [Marcos] diz:
Vamos começar,
vamos começar...
vou tirar meu
paletó aqui e...
A3 [Marcos] olha
em direção ao
cabideiro, fala.
Tira o paletó,
caminha em
direção ao
cabideiro.
2’34’’
A3 [Marcos] diz:
Não, não, não... é
arregaça as
mangas mesmo,
ta. Eu tenho uma
oportunidade bem
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete],
arregaça as
mangas, fala.
232
A1 [Jorgete] diz:
hum, hum...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos] fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A5 com a mão
direita aberta
sobre peito, olha
em direção a A1
[Jorgete].
legal para você. A
cidade industrial
é aqui pertinho...
2’43’' A3 [Marcos]
diz:... mercado
que a gente não
está atuando...
que a gente
precisa dar uma
mexida...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
Sacode as mãos
(indicando a
mexida)
2’48’’
A1 [Jorgete] diz:
Ah... desde o
inicio eu
trabalhei na
administração...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos] fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa
2’51’’
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete],
movimenta a
mão direita, para
baixo e para
cima, estalando
os dedos (num
gesto de “isso
mesmo”), sorri.
2’52’’ A3 [Marcos] diz:
você entende de
transporte?
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
P2 vira a cabeça
em direção a P3.
P3 vira a cabeça
em direção a P2.
P2, P3 sorriem,
olham em
Cumplicidade.
233
direção ao palco.
2’53’’
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], abre a
boca, para de
boca
aberta.Fecha a
boca. (silêncio)
2’54’’
A1 [Jorgete] diz:
Transporte?
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], mãos
juntas sobre o
peito, fala.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], cruza
os braços.
2’55’’
A3 [Marcos] diz:
Transporte!
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete],
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala.
2’56’’
A1 [Jorgete] diz:
Transporte ...
(baixinho)...
Claro ...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos] fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção a
platéia.
P3, P4
movimentam a
cabeça de forma
afirmativa.
Concordância.
3’00’’
A1 [Jorgete] diz:
É...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
A3 [Marcos] diz:
mas tudo bem.
Não é uma coisa
é... difícil. Veja
só...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
P3 coloca
maquina
fotográfica na
frente de seu
rosto.
3’03’’
A5 [Janice]
braços cruzados,
olha em direção a
A1 [Jorgete].
A3 [Marcos] diz:
...cidade
industrial, tem
bastante
empresário, tem
bastante
empresa,... é um
mercado assim...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
234
3’07’’
A1 [Jorgete] diz:
Tem que pega um
transporte para ir
até lá?!...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
Participantes
riem.
P4 olha em
direção a P9. P3
dispara o flash
da maquina. P4
olha em direção
ao palco.
Observação de P9.
3’14’’
A3 [Marcos] diz:
...ééé... a nossa
empresa...
A3 [Marcos] olha
em direção a A1
[Jorgete] fala.
3’15’’
A1 [Jorgete] olha
em direção a
A5 [Janice].
A5 diz: deixe,
depois que passar
uns dias ... eu
vou, eu vou sabe
articulado...
A5 caminha em
direção a A3
[Marcos], para
ao lado de A3
[Marcos], fala.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete]
A3 [Marcos], diz:
... eu vou
mostrando para
ela...sabe...
... Jóia.
A3 [Marcos],
fala, movimenta
as mãos, girando
uma sobre a
outra como um
carrossel,
expressão de
“deixa passar”.
3’24’’
A1 [Jorgete] diz:
O quê que eu vou
fazer?
A1 [Jorgete] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
3’25’’
A5 [Janice] diz:
Não se incomode!
A5 [Janice]
caminha em
direção a A1
[Jorgete], pega
no seu braço,
fala.
Participantes
riem.
3’26’’
A1 [Jorgete] diz:
Como não?
Mas eu quero me
incomodar.
A1 [Jorgete] olha
em direção a
platéia, fala.
Participantes
riem.
P3 olha em
direção a P9, vira
em direção ao
palco. P16 olha
Observação de P9.
Concordância
235
em direção a
P15. p15 olha em
direção a p16.
P15 e P16
movimentam a
cabeça de forma
afirmativa. P15 e
p16 olham em
direção ao palco.
3’28’’
A3 [Marcos]
caminha em
direção a parede
‘a’. passa atrás
de A5 [Janice],
vira em direção
ao camarim.
3’29’’
A1 [Jorgete]
Olha em direção
a A5 [Janice]
segura em sua
mão.
Caminha de
braço dado com
A5 em direção à
frente do palco.
A5 [Janice] diz:
Meu amor,
querida, olha, a
gente vai passar
pela a empresa...
A5 [Janice] diz:
você vai ter uns
dias de
adaptação...
A5 [Janice]
segura a mão de
A1 [Jorgete] fala.
A5 [Janice]
caminha de
braços dados
com A1
[Jorgete]
P4 olha em
direção a P9,
olha em direção
ao palco.
Observação de P9.
3’37’’
A1 [Jorgete] diz:
ai que bom!
A1 [Jorgete]
caminha, olha
em direção a A5
[Janice], fala
3’38’’
A1 [Jorgete]
para de
caminhar,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção a A5
A5 [Janice] diz:
... conhecer os
funcionários,
entendeu?
A5 [Janice] para
de caminhar,
olha em direção a
A1 [Jorgete],
fala.
236
[Janice].
3’40’’
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção a A5
[Janice], sorri.
A5 [Janice] diz:...
conhecer os
patrões, os chefes,
as coordenações...
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
3’46’’
A1 [Jorgete] diz:
parece que isso
aqui é maior do
que imaginava...
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala.
A5 [Janice] diz:
...Vai ver o que é
um t-r-a-n-s-p-o-
r-t-e !
... Que é o nosso
“metiê”.
A5 [Janice] fala,
olha em direção a
A1 [Jorgete]
Olha em direção
a A1 [Jorgete],
fala.
P5 ri.
3’51’’
A1 [jorgete]
caminha de
braço dado a A5,
em direção a
parede “a”.
A5 [Janice] diz:
É, mas tudo vai
dar certo. Não se
preocupe. Você
está com medo?
A5 [Janice] puxa
A1 [Jorgete] pelo
braço.
Caminham em
direção a parede
“a”.
Participantes
riem.
3’56’’
A1 [Jorgete] diz:
não, eu não to, eu
to assim como é
que fala um nome
melhor para
medo, que o
pessoal sempre
fala...
A1 [Jorgete]
para de
caminhar, olha
em direção a
platéia, fala.
A5 [Janice] para
de caminhar vira
em direção a
platéia.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], diz
fala.
P15 vira a cabeça
em direção a
P14. P14 olha em
direção a P15.
P15, ri, põe a
mão na frente da
boca. P15 tira a
mão da frente da
boca. P14 e P15
olham em
direção ao palco.
Concordância.
237
É... Receio!.
Receio!
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
A5 [Janice] diz:
Receio!
A1 e A5 falam
juntos: Receio!
4’03’’
A1 [Jorgete] diz:
receio, receio é
muito mais bonito
de falar do que
medo, né? Eu to
com receio.
A1 [Jorgete] de
braços dados
com A5 [Janice]
caminham dois
passos em
direção a parede
“a”, param.
Olha em direção
a platéia.
A5 [Janice] diz:
É, eu estou
acostuma a lidar
com pessoas
medrosas...
É receio...
A5 [Janice] de
braços dados
com A1 [Jorgete]
caminham dois
passos em
direção a parede
“a”, param.
A1 e A5 falam
juntos: Receio.
4’10’’
A1 [Jorgete] de
braços dados
com A5 [Janice]
caminham dois
passos em
direção a parede
“c”, param.
A5 [Janice] diz:
Mas não se
preocupe,
Margarete, tudo
vai dar certo.
A5 [Janice] de
braços dados
com A1 [Jorgete]
caminham dois
passos em
direção a parede
“c”, param.
Participantes
riem
4’15’’
A1 [Jorgete] diz
Bernadete? É
Jorgete.
A1 [Jorgete] fala,
olha em direção
ao teto e sorri.
Olha em direção
a platéia.
Participantes
riem.
4’19’’ A5 [Janice] diz:
AAhhh...
desculpe, Jorgete.
A5 [Janice] olha
em direção a
A1[Jorgete]
4’21’’
A1 [Jorgete] diz:
Eu to tão nervosa
que errei meu
A1 [Jorgete] olha
em direção a A5
fala.
238
próprio nome.
4’23’’
A5 [Janice] diz:
Até eu estou
emocionada de
ter uma colega de
trabalho
assim...de seu
nível.
A5 [Janice] olha
em direção A1,
fala.
4’30’’
A1 [Jorgete] diz:
Ah obrigada! Eu
não sei muito o
que vou fazer,
mas eu estou
como muita
disponibilidade
para,
para ...de......de-
sen-vol-ver!
A1 [Jorgete] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
engasga-se,
gagueja., olha em
direção a platéia.
Participantes
riem
Do gaguejar de A1
239
4’45’’
A5 [Janice] diz:
eu já passei por
isso, eu já passei
por isso, sabe. Eu
já entrei numa
empresa.
Eu já fui nova
aqui dentro
também.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P5 olha em
direção a P4,
toca no braço de
P4, movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
em direção ao
palco.
P3 sorri, olha em
direção a P4. P4
olha em direção a
P3. P3 e P4
olham em
direção ao palco.
4’50’’
A1 [Jorgete] diz:
que bom você
falar isso, isso me
acalma, como é
bom você falar
isso para mim,
claro...
A1 [Jorgete] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P2 olha em
direção a P1. P1
olha em direção a
P2. P1 fala. P2
fala, movimenta
a mão para cima
e para baixo. P1
e P2 olham em
direção ao palco.
4’55’’
A5 [Janice] diz:
não se preocupe,
vai tudo dar certo.
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
4’59’’
A1 [Jorgete] diz:
Ai que bom,
então ta!
A1 [Jorgete] olha
em direção a A5,
fala. Coloca e
tira a mão no
ombro de A5
[Janice].
5’00’’
A5 [Janice] diz:
não se preocupe,
vai tudo dar certo.
A1 [Jorgete]
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
Suspira.
5’01’’
A5 [Janice] diz:
então olha, a
gente vai marcar,
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
P3 olha em
direção a P2. P3
fala, olha em
Observação de P9.
Cumplicidade?
240
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
amanhã você está
aqui...
...e a gente vai
passa na empresa,
vamos conhecer e
olha não se
preocupe que
tudo vai dar certo,
ta bom!
A5 [Janice] estica
a mão em direção
a A1 [Jorgete].
direção a P2.
P2 olha em
direção a P3.
P1 olha em
direção a P2 e
P3.
P2 sorri, vira a
cabeça em
direção a P9, vira
em direção ao
palco.
P1, P2 olham em
direção ao palco.
5’10’’
A1 [Jorgete] diz:
Muito obrigada,
muito obrigada!
A1 [Jorgete]
abraça e beija A5
[Janice].
A5 [Janice] beija
A1 [Jorgete].
5’17’’
A1 [Jorgete] vira
e caminha em
direção ao
camarim.
A5 [Janice] vira e
caminha em
direção a porta.
Músico toca.
5’18’’
A5 [Janice] para,
vira e olha em
direção a A3
[Marcos].
A3 [Marcos] diz:
Janice!
A3 [Marcos] diz:
Que tal a moça?
Será que ela dá...
dá pra coisa?
A3 [Marcos]
caminha em
direção a A5
[Janice], fala,
para, olha em
direção a A5.
Participantes
riem.
P4 olha em
direção a P9,
olha em direção
ao palco.
Observação de P9.
5’23’’
A5 [Janice] diz:
olha...
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos], fala,
Participantes
241
Movimenta os
ombros para
cima e abre os
braços, com
expressão de
“não sei”.
riem.
5’24’’
A3 [Marcos] diz:
Será que ela vai
conseguir
bancar?...
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
5’29’’
A5 [Janice] diz:
Eu acho que a
gente não tem
outra opção...
A gente deve
tentar...
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
Participantes
riem.
P1, P12, P15, P16
olham em
direção a P9,
olham em
direção ao palco.
Observação de P9.
5’33’’
A3 [Marcos] diz:
A gente nunca
colocou ninguém
para essa área lá,
heim?!
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
5’37’’
A5 [Janice] , diz:
Então, olha...
Ela me passou
uma coisa assim...
De liderança. Eu
gostei do jeito
dela.
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos], fala.
5’41’’
A3 [Marcos] diz:
Vamos investir
nela, então.
A3 [Marcos]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, olha
para A5 [Janice],
fala
5’43’’ A5 [Janice] diz:
eu gostei do jeito
A5 [Janice] olha
em direção a A3
242
dela, né. Tantas
pessoas já
passaram aqui, e
a gente né...
[Marcos], fala.
A3 [Marcos] diz:
Eu tenho
intuição. Eu
tenho. Pode
deixar.
A3 [Marcos]
estala os dedos,
fala.
5’45’’
A3 [Marcos] diz:
Esta disposta né.
Conto com você.
Parada olha em
direção ao
diretor
A3 [Marcos] olha
em direção a A5
[Janice], fala.
Aponta para A5
[Janice],
caminha em
direção a porta.
Para.e olha em
direção ao
diretor
P3 sorri.
Diretor diz: OK!
243
Registro de comportamentos da Intervenção do Diretor
Comportamentos do Diretor Comportamentos do narrador [P9] Comportamentos dos Atores /
Músico
Comportamentos dos participantes Outros comporta-
mentos /
Observações
Tempo
Respostas verbais
Respostas
motoras
Respostas verbais
Respostas
motoras
Respostas verbais
Respostas
motoras
Respostas verbais
Respostas
motoras
0’00’’
Diretor diz: Esta
Ok.
Diretor diz:
Jorgete, como é
que você acha
que termina a
história?
Diretor olha em
direção ao palco.
Fala.
Diretor olha em
direção a P9,
fala.
A3 e A5 param e
olham em
direção ao
diretor.
0’07’’
P9 diz: é... um
bom tempo, uma
boa época, eu
fiquei como a
melhor
vendedora de
todos os
vendedores...pass
ado o período de
dois anos de
maior
faturamento na
cidade
industrial... e eu
fiquei assim pelo
menos uns 4
anos com o
maior
faturamento da
filial dentro da
cidade
industrial...
P9 sentada olha
em direção ao
diretor, fala.
P2, P3, P4, P10,
P11, P12, P13,
P14, P15, P16,
P17 olham em
direção a P9.
244
0’26’’
Diretor diz:
hum, hum...
então termina
você recebendo
os parabéns por
ter sido a melhor
vendedora por
dois anos...pode
ser assim?
Diretor olha em
direção a P9
P3 diz: 4 anos!
P3 olha em
direção ao
diretor
0’36’’ Diretor diz:
Quatro anos?!...
é modéstia, né?
Diretor olha em
direção a
platéia, fala.
Participantes
riem.
0’39’’’’
P9 diz: Como o
povo diz: mas
assim vai!
P9 olha em
direção ao
diretor.
0’42’’
Diretor diz:
Então vamos
terminar a
cena... com o
Marcos e a
Janice dando os
parabéns para a
Margarete...
Diretor diz:...
Jorgete!
Diretor olha em
direção a platéia
fala...
Diretor ri,
Fala.
P9 ri.
Músico diz:
Jorgete.
Atores riem.
Participantes
riem.
P3, P4, P5, P11,
P15 olham em
direção a P9,
olham em
direção ao palco.
Observação de P9.
245
Terceiro momento ou terceiro Ato
(6’47’’) Palco: A1 (Jorgete) caminha do camarim em direção ao centro do palco. A3 (Marcos)
arruma o paletó no fundo do palco. A5 no fundo do palco caminha em direção a A3 (Marcos).
(6’48’’) A1 (Jorgete) caminha, diz: Ai gente...segura as mãos na altura do ombro. ...Como foi
importante eu acreditar que eu conseguia...bate a uma mão contra a outra. A3 (Marcos) e A5
(Janice) caminham em direção ao camarim. A1 (Jorgete) diz: ...Eu ia conseguir... para, e a
mão direita na testa, olha em direção a platéia diz: ...puxa eu não sabia nada quando eu
cheguei aqui, meu Deus do céu! ...Mas como eu aprendi aqui. A5 (Janice) caminha em
direção a A1 (Jorgete). A1 (Jorgete) coloca os braços na cintura, olha em direção a platéia,
diz: mas foi graças a minha perseverança também!
(7’08’’) A5 (Janice) para atrás de A1 (Jorgete), diz: Jorgeeete, se lembra que eu te falei.
(7’09’’) A1 (Jorgete) vira em direção a A5 (Janice) diz: é verdade...você tinha razão, você
tinha razão...
(7’10’’) A5 (Janice) para na frente de A1 (Jorgete), diz: olha quando eu ponho o olho numa
pessoa, ao adianta...eu falei que vai dar certo... Quatro anos no topo! Melhor vendedora...
(7’25’’) A1 (Jorgete) movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: imagina...vocês também
foram responsáveis... A3 (Marcos) caminha em direção a A1 (Jorgete).
(7’29’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: mas você que é vencedor... A3
(Marcos) para a cerca de um metro de A1 (Jorgete), olha em direção a A1 (Jorgete).
(7’31’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos), diz: sim, mas sozinha não ia conseguir
nada. A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice).
(7’32’’) A5 (Janice) movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: claro...com certeza, mas...
(7’34’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos) e a A5 (Janice) diz: vocês confiaram em
mim...eu pude contar com vocês, gente...olha em direção a platéia, diz: gente vocês também
merecem este prêmio, também merecem parabéns...
(7’44’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: justamente sobre isso que eu vim
conversar contigo... A1 (Jorgete) e A5 (Janice) olham em direção a A3 (Marcos). A3
(Marcos) diz: ...a gente ta preparando um bolinho aqui, da nossa salinha aqui, eu quero que
você venha para a gente comemorar...A1 (Jorgete) abaixa a cabeça, coloca a mão sobre a
testa. A3 (Marcos) diz: ...esse quarto ano consecutivo de melhor vendedora. A5 (Janice) olha
em direção a A1 (Jorgete) diz: que legal!
246
(7’58’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: esse bolinho que a gente preparou
aqui (aponta em direção a sua frente) é para você. A1 (Jorgete) olha em direção a A3
(Marcos) e sorri.
(8’00’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: deixa eu te falar uma coisa...você
era a pessoa mais complicada que nós tínhamos...
(8’06’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), coloca as mãos na cintura, diz: Ohhh!!!
(8’10’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: e eu vou te contar outra...A1
(Jorgete) olha em direção a A3 (Marcos). A3 (Marcos) diz: ... a gente nunca tinha vendido
transporte aéreo lá...
(8’16’’) A3 (Marcos) olha em direção a A1 (Jorgete) e A5 (Janice), diz: Oh...eu fui lograda!
Oh...
(8’18’’) A5 (Janice) olha em direção a A1 (Jorgete), diz: Não, não...imagina...Platéia ri. ...
não vá por este caminho...
(8’22’’) A1 (Jorgete) olha em direção a A5 (Janice), diz: Ah, mas valeu a pena! Eu vendi,
consegui, não foi?!
(8’26’’) A5 (Janice) abraça A1 (Jorgete), diz: P-A-R-A-B-É-N-S !!!
(8’28’’) Diretor diz: todo mundo dando os parabéns para a Jorgete! Platéia e atores
aplaudem. Atores caminham para o camarim.
(8’37’’) P9 aplaudindo, diz: obrigada.
(8’40’’) Diretor olha em direção a P9, diz: obrigado pela história. P9 diz: eu que agradeço.
Comportamento da platéia durante o terceiro ato
(6’48’’) A1 diz: Eu acreditava que conseguia... P4 movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(7’44’’) A3 diz: Comemorar este 4 ano... P2, P3 olham em direção ao palco, sorriem.
(8’16’’) A1 diz: ...fui lograda. Platéia ri. P2, P15, olham em direção a P9, olham em direção
ao palco.
(8’22’’) P2 olha em direção a P3, sorri. P3 olha em direção a P2, sorri. P2, P3 olham em
direção ao palco.
(8’ 28’’) Diretor diz: todo mundo dando os parabéns para a Jorgete. Platéia aplaude. P2, P4,
P5, P7, P11, P12, P15, P16, P17 olham em direção a P9, aplaudem. P1, P3, P6, olham em
direção ao palco, aplaudem.
247
Esquema de registro dos comportamentos do diretor, dos participantes e do grupo de Playback Theatre durante a dramatização da
história de P9 - Terceiro Ato.
Terceiro Ato
Comportamentos Ator A1
[Jorgete]
Comportamentos Ator A5 – [Janice] Comportamentos Ator A3 – [Marcos]
Comportamento dos participantes Outros comporta-
mentos /
Observações
Tempo
Respostas verbais
Respostas
motoras
Respostas verbais
Respostas motoras
Respostas verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
6’47’’
A1 [Jorgete]
caminha do
camarim em
direção ao
centro do palco.
A5 no fundo do
palco caminha
em direção a A3
[Marcos]
A3 [Marcos]
arruma o paletó
no fundo do
palco.
6’48’’
A1 [Jorgete] diz:
Ai gente...como
foi importante eu
acreditar que eu
conseguia.
Eu ia
conseguir...:
...puxa eu não
sabia nada
quando eu
cheguei aqui,
meu Deus do céu!
...Mas como eu
aprendi aqui.
A1 diz: Mas foi
graças a minha
perseverança
também!
A1 [Jorgete]
caminha, fala,
segura as mãos
na altura do
ombro.
Bate a uma
mão contra a
outra. Para, põe
a mão direita
na testa, olha
em direção a
platéia fala.
A1 [Jorgete]
coloca os braços
na cintura, olha
em direção a
platéia, fala.
1 A5 [Janice]
caminha em
direção ao
camarim.
A5 [Janice]
caminha em
direção a A1
[Jorgete].
A3 [Marcos]
caminha em
direção ao
camarim.
P4 movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa.
Concordância.
7’08’’
A5 [Janice] para A5 [Janice] para
248
atrás de A1
[Jorgete], diz:
Jorgeeete, se
lembra que eu te
falei.
atrás de A1
[Jorgete], diz:
Jorgeeete, se
lembra que eu te
falei.
7’09’’
A1 [Jorgete] diz:
é verdade...você
tinha razão, você
tinha razão...
A1 [Jorgete]
vira em direção
a A5 [Janice]
fala.
7’10’’
A5 [Janice] diz:
Olha quando eu
ponho o olho
numa pessoa, ao
adianta...eu falei
que vai dar
certo... Quatro
anos no topo!
Melhor
vendedora...
A5 [Janice] para
na frente de A1
[Jorgete], fala.
7’25’’
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, diz:
imagina...vocês
também foram
responsáveis...
A1 [Jorgete]
movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa, fala.
A3 [Marcos]
caminha em
direção a A1
[Jorgete].
7’29’’
A5 [Janice] diz:
mas você que é
vencedor...
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
A3 [Marcos]
para a cerca de
um metro de A1
[Jorgete], olha
em direção a A1
[Jorgete].
7’31’’
A1 [Jorgete] diz:
Sim, mas sozinha
não ia conseguir
nada. A1
[Jorgete] olha em
direção a A5
[Janice].
A1 [Jorgete]
olha em direção
a A3 [Marcos],
fala.
Olha em
direção a A5
[Janice].
7’32’’
A5 [Janice] diz:
Claro...com
certeza, mas...
A5 [Janice] fala,
movimenta a
cabeça de forma
249
afirmativa.
7’34’’
A1 [Jorgete] diz:
Vocês confiaram
em mim...eu pude
contar com vocês,
gente...
Gente vocês
também merecem
este prêmio,
também merecem
parabéns.
A1 [Jorgete]
olha em direção
a A3 [Marcos] e
a A5 [Janice]
fala.
Olha em
direção a
platéia, fala.
7’44’’ (7’44’’)
A1 [Jorgete]
olha em direção
a A3 [Marcos].
A1 [Jorgete]
abaixa a
cabeça, coloca a
mão sobre a
testa
A5 [Janice] diz:
Que legal!
A5 [Janice] olha
em direção a A3
[Marcos]
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete] fala.
A3 [Marcos]
olha em direção
a A1 [Jorgete],
diz: justamente
sobre isso que eu
vim conversar
contigo...
A3 [Marcos] diz:
...a gente ta
preparando um
bolinho aqui, da
nossa salinha
aqui, eu quero
que você venha
para a gente
comemorar...
...Este é o quarto
ano consecutivo
de melhor
vendedora
A3 [Marcos]
olha em direção
a A1 [Jorgete],
diz: justamente
sobre isso que eu
vim conversar
contigo...
P2, P3 sorriem.
Concordância.
7’58’’
A3 [Marcos] diz:
Esse bolinho que
a gente preparou
A3 [Marcos]
olha em direção
a A1 [Jorgete],
25
0
A1 [Jorgete]
olha em direção
a A3 [Marcos] ,
sorri.
aqui é para
você.
fala, Aponta em
direção a sua
frente.
8’00’’
A5 [Janice] diz:
Deixa eu te falar
uma coisa...você
era a pessoa mais
complicada que
nós tínhamos...
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
8’06’’
A1 [Jorgete] diz:
Ohhh!!!
(8’06’’) A1
[Jorgete] olha
em direção a
A5 [Janice],
coloca as mãos
na cintura, fala.
8’10’’ A1 [Jorgete]
olha em direção
a A3 [Marcos].
A3 [Marcos] diz:
E eu vou te
contar outra...
... a gente nunca
tinha vendido
transporte aéreo
lá...
A3 [Marcos]
olha em direção
a A1 [Jorgete],
fala.
8’16’’
A1 [Jorgete] diz:
Oh!
Eu fui lograda!
Oh.!
Olha em
direção a
platéia.
Participantes
riem.
8’18’’
A5 [Janice] diz:
Não,
não...imagina...
Não vá por este
caminho...
A5 [Janice] olha
em direção a A1
[Jorgete], fala.
Participantes
riem.
8’22’’ A1 [Jorgete] diz:
Ah, mas valeu a
pena! Eu vendi,
consegui, não
foi?!
A1 [Jorgete]
olha em direção
a A5 [Janice],
fala.
P2 olha em
direção a P3,
sorri. P3 olha
em direção a
P2, sorri. P2,P3
olham em
direção ao
251
palco.
8’26’’
A5 [Janice] diz:
P-A-R-A-B-É-N-
S !!!
A5 [Janice]
abraça A1
[Jorgete].
8’28’’
Participantes
aplaudem.
P2, P4, P5, P7,
P11, P12, P15,
P16, P17 olham
em direção a
P9, aplaudem.
Diretor diz: todo
mundo dando os
parabéns para a
Jorgete!
Atores aplaudem.
Observação de
P9.
8’37’’
P9 diz:
Obrigada.
P9 aplaude.
8’40’’
P9 diz: Eu que
agradeço.
Diretor olha em
direção a P9, diz:
obrigado pela
história
252
Informação do Diretor
O diretor olha em direção a platéia diz: Nós temos uma pequena mudança que vamos ter que
fazer é a... ausência do sico. Olha em direção ao músico.Ele vai ter que se ausentar...
daqui a ... olha em direção ao seu relógio de pulso...está em cima da hora...olha em direção a
platéia...já tinha outro compromisso, tão aguardando em outro teatro...
(9’09’’) Músico diz: na verdade a gente tinha que começar às quatro horas e eu me
comprometi às seis... mas eu queria terminar dizendo assim... Levanta da cadeira, com o
violão na mão, caminha em direção ao centro do palco, para vira, olha em direção a platéia,
diz: ... que todo esse nosso trabalho, esse trabalho que vocês estão fazendo de Liderança com
capacidade de enfrentar novos desafios...e tenham certeza, novidades é uma questão de
opção, né. que a vida da gente é feita de opções. E eu infelizmente hoje to pendendo em
duas opções e...mas quero dizer que o trabalho aqui hoje vai ser fantástico. deu para ver
pela primeira história que vocês estão super aquecidos. E eu vou embora com o coração
meio apertado. Ta bom gente...então...
(9’45’’) diretor olha em direção ao músico, diz: que tal tocar uma sica antes de
ir...Diretor senta.
(9’47’’) Músico, com o violão na mão, olha em direção ao diretor, diz É... a então, vou tocar
nossa velha... musico olha em direção a platéia e toca e canta chamei porque te amo”
(Gilberto Gil)
(‘0’58’’) Músico termina, sai pela porta. Platéia aplaude.
Comportamento da platéia durante fala do diretor:
(8’24’’) Participantes olham em direção ao diretor.
(8’32’’) Diretor diz músico vai ter que se ausentar... Participantes olham em direção ao
músico. Diretor diz: daqui... olha em direção ao diretor.
(8’38’’) Músico diz: na verdade ... Participantes olham em direção ao músico. P3 movimenta
a cabeça de forma afirmativa.
(9’16’’) diretor diz: da para cantar uma música... P2, P4, P5, P6 viram a cabeça em direção
ao diretor, viram em direção ao músico.
(9’39’’) P3 coloca a maquina fotográfica na frente do rosto.
(9’55’’) P3 dispara o flash da máquina, coloca a máquina no colo, olha em direção a máquina.
(10’10’’) P3 olha em direção ao músico.
(10’30’’) Músico diz: obrigado. Platéia aplaude.
253
Situação 6: Dramatização de histórias
História 2
Narração da história 2
(0’00’’) Diretor levanta, olha em direção a platéia, diz: faz parte da vida a gente lida com
isso... como a vida as histórias continuam, quem tem uma história para contar...Olha em
direção a Platéia...
(0’09’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: vou contar minha história, você pediu uma
história, não é? Eu trabalhei na aqui na empresa X durante dois anos, eu saí, por opção.
Ai depois, eu fui cuidar da minha própria empresa e depois... até chegar aqui, estou a 7 anos
novamente. E eu comecei no comercial, também para mim era tudo muito novo, pois vinha de
uma área administrativa e eu comecei desde o início, coleta de currículo, galgando aí alguns
degraus... Diretor diz: hum, hum. P7 diz: eu recebi uma proposta para a vendas internas e
uns dias depois o gerente... é... visualizou em mim uma futura vendedora externa. Eu fiquei
super empolgada com esta novidade...
(0’46’’) Diretor, olha em direção a P7, diz: escolhe alguém...(olha em direção aos atores no
fundo do palco) ...para representar você.
(0’50’’) P7 aponta em direção a A5. A5 dá um passo a frente.
(0’51’’) Diretor olha em direção a P7, diz: a Liz. P7 diz: a Liz.
(0’52’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: Fiquei super empolgada com a nova situação, era
um novo desafio em minha vida. E fui com a cara e a coragem. Até então na época a gente
não visitava clientes externos era só atendimento interno. E uma história que aconteceu, fazia
aproximadamente dois meses que estava na parte externa, e eu fui visitar um cliente. Eu fui
cheia de gás, cheia de amor para dar, né... e era o Sr Romeu...da empresa Z
(1’19’’) Diretor olha em direção a P7, diz: escolhe alguém para ser o Sr. Romeu. Diretor olha
em direção ao palco.
(1’20’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: pode ser o André (A3). A3 dá um passo a frente.
Diretor olha em direção a P7.
(1’21’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: então, o Sr. Romeu. Eu cheguei e me
surpreendi. Ele, assim “p” da cara, “insatisfeitíssimo”, cheio de reclamações, mas não
deixou eu nem falar, nem dialogar com ele. Eu disse: Bom dia Sr. Romeu. Não deu outra, ele
começou a disparar, disparar, a falar da situação dele... e não me deixava falar e
simplesmente me deixou falar sozinha e saiu. Eu me senti assim a pior das vendedoras,
254
porque eu não consegui argumentar com ele, eu o consegui saber assim qual que era o
motivo de tanta insatisfação. Até porque na época eu era tão... acho que nova para aquela
função e, euo me preparei para aquela visita. Uma coisa eu aprendi dessa situação: cada
vez que um vendedor externo vai visitar um cliente, tem que se preparar... saber o que está
acontecendo. Só que para mim era...eu nunca tinha feito aquela função e eu saí dela entrei no
meu carro e comecei a chorar. Chorei, chorei, chore, chorei... porque me senti muito mal na
situação, não consegui reverter, não consegui argumentar nada. vim para cá, e pensei
será que eu sou realmente capaz de, ... de vencer esse desafio? Porque para mim, assim
financeiramente ta sendo bom, o crescimento pessoal também ta sendo muito bom, e aquilo
mexeu muito comigo. Porque até então não tinha passado por uma situação como essa. Mas
ta, passou... Uns 4 meses depois o meu gerente de vendas me ligou e disse para eu retornar
lá. E eu retornei lá. E pensei “Ai meu Deus vai acontecer aquilo novamente, ele vai me
enxotar de novamente...” E foi muito o contrário. Eu cheguei lá, e daí o quê que
aconteceu... Antes eu cheguei aqui na empresa, pedi para a assistente levantar o que tinha
acontecido com ele, dar um retorno para ele e para ela por telefone do que aconteceu. A
falha não tinha sido nossa, tinha sido dele. Era uma questão de prazo de entrega, mas ele
achou que a gente tinha que entregar em 24 horas, mas esse prazo a gente não tinha para
aquela região. E ela então, passou essa informação para ele, assim como ele foi
extremamente grosso com ela, que é uma característica dele, aí... eu voltei depois de um
certo tempo. Ele me tratou superbem. Sentei, não toquei no assunto que aconteceu.
Conversamos sobre uma nova tabela, uma nova proposta e desde então ele o fala com
ninguém, quer falar comigo. Hoje eu sou supervisora de telemarketing e ele assim...liga
para e ele não fala, até a Diana minha monitora sempre acompanha isso...então, ele
quer falar comigo. E ele é uma pessoa assim: “Marli eu quero isso!” e desliga o telefone. É o
jeito dele, você não muda, a pessoa é assim... Mas para mim, como eu o tinha nunca
passado por aquela situação antes, nem por telefone, muito menos pessoalmente... Para mim
assim, me abalou bastante, mas eu cresci muito com isso, por que eu tirei algumas lições
dessa situação.
(4’03’’) Diretor levanta, olha em direção a P7, vira em direção aos atores, diz: Legal, uma
história... grande... Platéia sorri... é, para começar, com é seu nome? P7 diz: Marli. Diretor
diz: A Marli ainda na administração ou vendas internas até que ela aceita o desfio para as
vendas externas. E aí tem que atender o Sr. Romeu. Aí chega lá ela é meio que escorraçara...
Platéia ri. P7 diz: Isso, é o termo. Diretor ri, diz: é esse é o tema. E isso abala muito ela.
Naquele momento ela chora, ela fica se questionando de tudo (olha em direção a P7, vira em
255
direção aos atores) mas ao mesmo tempo ela consegue força para continuar, aque pelo
próprio Sr. Romeu ela é reconhecida. E a história termina aí, esta OK? (olha em direção aos
atores)
(4’21’’) A5 olha em direção ao diretor, diz: posso perguntar?
(4’22’’) Diretor olha em direção a A5, diz: pode
(4’23’’) A5 olha em direção a P7, diz: quem te convidou para fazer o externo?
(4’28’’) P7 olha em direção a A5, diz: foi o gerente, o gerente que eu tinha, o gerente da
filial, que assim, foi alguém que me ensinou muito, me acompanhou em muitas visitas. Foi
uma pessoa que mais me ajudou muito.
(4’41’’) Diretor olha em direção a P7, diz: você acha importante tê-lo na história?
(4’43’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: pode ser... não, não há necessidade.
(4’49’’) Diretor olha em direção a P7, diz: OK! Diretor vira em direção aos atores, diz:
Tranqüilos?! Ok, vamos ver!
Comportamento da platéia durante a narração da história 2.
(0’03’’) Diretor diz: faz parte ... Participantes olham em direção ao diretor.
(0’07’’) “cameraman” caminha no meio da platéia em direção ao palco.
(0’09’’) P7 fala: Eu vou contar... P17, P16,P15,P14, P12, P11,P10,P4,P5 Olham em direção a
P7. Cameraman caminhando passa ao lado de P3. P1 olha em direção ao palco. P2 abaixa a
cabeça em direção ao seu colo. P3 olha em direção a câmera fotográfica em seu colo.
(0’14’’) P2, P3 olham em direção a P7.
(0’20’’) P1 olha em direção a P7. P4 olha em direção ao palco e vira a cabeça em direção a P7
(0’24’’) P2 olha em direção a P1, sorri, vira a cabeça em direção a P7.
(0’45’’) P7 diz: pode ser a... Participantes olham em direção ao palco.
(0’48’’) P7 diz: hum,hum... Participantes olham em direção a P7.
(1’30’’) cameraman caminha em direção ao fundo da sala. P2. P3, P5 olham em direção ao
cameraman.
(1’33’’) P2, P3, P5 olham em direção a P7.
(1’38’’) P2 passa a mão no rosto, olha em direção a P1. P1 olha em direção a P2. P3 olha em
direção a P1 e P2. P2 fala com P1.
(1’41’’) P2 levanta da cadeira. Caminha em direção a porta. P2 e P3 olham em direção a P7.
P2 sai da sala.
(3’35’’) diretor diz: legal, uma história... Participantes olham em direção ao diretor.
256
(3’38’’) P1 senta na sus cadeira, olha em direção ao diretor.
(4’25’’) P7 diz: foi o gerente... Participantes olham em direção a P7.
(4’44’’) Diretor diz: ok... Participantes olham em direção ao diretor.
Atores se arrumam no camarim
(5’11’’) P5 olha em direção a P4, fala. P4 olha em direção a P5. P4 e P5 falam.
(5’12’’) A4 esbarra na cadeira do diretor.
(5’13’’) diretor caminha em direção a parece a. Para na frente de P2. Cameraman levanta a
mão. Diretor caminha em direção a parede b. P2 olha em direção ao diretor. Diretor acende a
luz. Diretor caminha em direção a platéia. Para a cerca de 1 metro na frente de P2, olha em
direção ao camarim. P2 olha em direção ao camarim.
(5’33’’) Diretor caminha em direção a cadeira do músico. P2 olha em direção ao diretor,
movimenta as mãos como se tocasse violão, sorri. Diretor olha em direção a P2, sorri, senta,
olha em direção ao camarim. P2 olha em direção ao camarim.
(5’40’’) P2 vira a cabeça para trás, vira em direção a P1, sorri, olha em direção ao palco.
(5’40’’) A5 caminha em direção ao centro do palco.
257
Dramatização da História 2
(0’00’’) A5 (Marli) com uma prancheta nas mãos, olha em direção a prancheta, caminha em
direção ao centro do palco, diz: Ai meu Deus do céu... tanta coisa para fazer hoje...
(0’05’’) A3 caminha no fundo do palco em direção a porta. A5 (Marli) para, manuseia as
folhas de papel da prancheta, olha em direção a prancheta, diz: ...ai, ai...suspira, vira as folhas
de papel, olha em direção as folhas.
(0’15’’) A5 (Marli) coloca a mão direita sobre o peito, diz: ainda bem que são meus últimos
dias aqui de internas...mas eu estou tão angustiada de ir fazer vendas externas...será que eu
vou conseguir?... A5 (Marli) olha em direção ao teto.
(0’22’’) A5 (Marli) suspira, segura a prancheta com as duas mãos, olha em direção a parede c,
da um passo a frente, para, diz: ...ai, será que vai dar certo. Eu nunca fiz isso...movimenta os
ombros para cima e para baixo, diz: Bom, tem que dar certo, né... fazer o quê... Olha em
direção a prancheta.
(0’36’’) A5 (Marli) vira em direção ao fundo do palco, diz: ...Então ta, ... Eu vou fazer...
Então, ta...
(0’41’’) A5 (Marli) vira em direção a parece c, caminha em direção a parece c, com o braço
esquerdo segura a prancheta, diz: eu acho que vou fazer o seguinte...A5 (Marli) coloca a mão
na cabeça, diz: ai meu Deus! Estou tão perdida, amanhã começa...amanhã eu tenho que
fazer já uma visita.
(0’51’’) A5 (Marli) coloca a mão a boca, diz: como é que é o nome dele? Sr.Romeu...caminha
em direção a parede a, vira, diz: ai eu to tão euforia... caminha em direção a parede c.
(1’01’’) A5 (Marli) olha em direção ao fundo do palco, diz: então ta... Ai... (suspira)... o quê
que eu preciso levar... A3 sai da frente da porta, entra no palco, caminha em direção a parede
“c”.
(1’02’’) A5 (Marli) vira em direção a platéia, diz: ...eu preciso levar a pasta, a caneta...
coloca a mão no peito, caminha para a esquerda e a direita, diz: Ai meu Deus...ai...Platéia ri.
(1’11’’) A5 (Marli) caminha para o fundo do palco, vira caminha para frente do palco, bate a
mão sobre a prancheta, diz: Ai que legal!... mas, ai que medo... Bom, vamos lá. Vamos, né!
(1’25’’) A5 (Marli) caminha para a direita do palco, para em frente a P3, vira em direção a
parede c, diz: vamos lá então. Que Deus me abençoe. Vira e caminha em direção ao fundo do
palco.
(1’30’’) A5 (Marli) para olha em direção a prancheta, caminha em direção a parede c,
259
(2’31’’) A2 cabeça baixa, fala no ouvido de A5 (Marli), diz: você vai saí da empresa... Platéia
ri. Você não vai dar certo assim... Platéia ri.
(2’37’’) A5 (Marli) chora, dá um passo a frente. A2 (voz) um passo a frente, cabeça baixa,
fala no ouvido de A5 (Marli), diz: Viu!
(2’39’’) A5 (Marli) coloca a prancheta em frente ao rosto, chora, abaixa a cabeça. Platéia ri.
(2’42’’) A2 (voz) olha em direção a A5 (Marli), diz: você bem que sabia, né?
(2’44’) A5 (Marli) diz, chorando: eu não sabia de nada, ninguém me falou nada. Pega um
lenço de seu pescoço, passa no nariz
(2’50’’) A2 (voz) cabeça baixa, diz: sabia sim!
(2’52’’) A5 (Marli) passa o lenço no nariz, inspira profundamente, diz: não sabia...
(2’53’’) A2 (voz) cabeça baixa, diz: tem que fica lá dentro da empresa bonitinha...
(2’54’’) A5 (Marli) movimenta a cabeça para cima e para baixo, diz: minha primeira visita...
passa o lenço no nariz, diz: como é que eu vou voltar para a empresa agora... passa o lenço
nos olhos, cabeça baixa.
(2’55’’) A2 (voz) cabeça baixa, diz: Nem volte! Movimenta a cabeça de forma negativa.
Platéia ri.
(3’00’’) A5 (Marli) movimenta a cabeça de forma negativa, diz: Não vou voltar... não quero
voltar... Platéia ri.
(3’06’’) A2 (voz) cabeça baixa, diz: Vá para casa! Platéia ri.
(3’10’’) A5 (Marli) cabeça baixa diz: é vou para casa...
(3’12’’) A2 (voz) cabeça baixa diz: Acabou!
(3’13’’) A5 (Marli) cabeça baixa, movimenta o lenço para a direta e esquerda diz: é acabou!
Movimenta a cabeça de forma negativa, diz: acabou tudo, acabou tudo... chora. Platéia ri.
(3’19’’) A5 (Marli) olha em direção a A2 (voz), diz: ninguém me falou nada...o que foi que
aconteceu?
(3’22’’) A2 (voz) olha em direção a A5 (Marli), diz: tua carreira está acabada! Platéia ri.
(3’24’’) A5 (Marli) abaixa a cabeça, chora, diz: Ta acabada...chora. Platéia ri.
(3’29’’) A5 (Marli) passa o lenço no nariz, diz: Mas eu nem comeceiiii...chora. Platéia ri.
(3’34’’) A5 (Marli) suspira, diz: mas que desgraçado...Chora. Platéia ri.
(3’39’’) A1 entra no palco, caminha em direção a A5 (Marli), para na frente de A5 (Marli),
diz: mas o que aconteceu? Segura na mão de A5 (Marli).
(3’40’’) A5 (Marli) segura na mão de A1, olha em direção a A1, balbucia. um passo a
frente. A2 (voz) dá um passo a frente, fica atrás de A5 (Marli).
260
(3’43’’) A1 segurando a mão de A5 (Marli), diz: eu tava vendo você chorar sozinha... o que é
isso?
(3’43’’) A5 (Marli) olha em direção a A1, diz: aiii... chora. Platéia ri.
(3’49’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: Você não é nada disso, você é ótima!
Movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(3’53’’) A5 (Marli) movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: Eu sou ótima...
(3’55’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: deve ter achado um grosso, você falou
com um grosso não é?
(3’57’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: É um cavalo mesmo! Platéia ri.
(3’59’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), abraça A5 (Marli), diz: Então, eu sei que
você está chorando...mas sério... pare com isso...
(4’04’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), chorando, diz: mas gente, ele me tratou
muito mal. Eu não consigo fazer as coisas. Eu não consigo! Joga a prancheta no chão, diz:
Eu não vou mais, eu não vou!
(4’10’’) A2 (voz) cabeça baixa, fala no ouvido de A5 (Marli): Você vai ser mandada embora!
(4’11’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: venha aqui. A1 (colega) estende a
mão na direção de A5 (Marli), segura no ombro de A5 (Marli), diz: Você não vai ser
mandada embora! Ta bom! A1 (colega) caminha em direção ao camarim, sai do palco.
(4’14’’) A1 (colega) de frente para A5 (Marli), segura com as duas mãos os braços de A5
(Marli), sacode os braços de A5 (Marli) e diz: Eeeiii...Ta certo. Agora respire! A1 (colega)
para de sacudir A5 (Marli), com as mãos nos braços, olha em direção a A5 (Marli), diz: Isso...
você é capaz, sim. Movimenta a cabeça de forma afirmativa. A5 (Marli) sem chorar, olha em
direção a A1 (colega)
(4’25’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: O cara falou que você é perfeita para
isso.
(4’26’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: Mas o quê que aconteceu lá? Ele me
soltou os cachorros... O quê que aconteceu? Eu fui fazer uma visita eu mal comecei a falar
com ele, ele já começou a soltar os cachorros em cima de mim. Eu não sei o quê que
aconteceu?
(4’37’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: Ele é louco de uma vez... ou sei lá...
não sei...de repente está impotente... Sei lá!... sei lá o que aconteceu...
(4’45’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: sabe o quê que eu estava pensando
uma coisa agora...
(4’48’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: hum...
261
(4’49’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: ...eu nem levantei a ficha deste
homem. Eu nem fui atrás, nem nada...
(4’53’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: Então... A5 (Marli) olha em direção a
A1 (colega) diz: Eu fui sem saber de nada... A1 (colega) diz: Também se você soubesse, você
não ia falar com um cavalo assim, não é? Platéia ri.
(4’59’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: ...Meu Deus do céu, mas eu não fui
nem preparada para ir... Amarra o lenço no pescoço
(5’01’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: puxa...
(5’02’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: ...eu estava tão empolgada... pega a
prancheta do chão, olha em direção a A1 (colega)
(5’05’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: paciência, a gente o pode acertas
todas... você fez a sua parte. Você fez...
(5’09’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: mas...
(5’10’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: você fez a sua parte. Pronto. A1
(colega) abraça A5 (Marli). A1 (colega) e A5 (Marli) caminham em direção ao camarim. A1
(colega), caminhando, olha em direção a A5 (Marli), diz: Gente, vamos lá, é assim mesmo. A
vida é assim...
(5’19’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: não pra ser assim, tinha que ser
melhor...
(5’21’’) A1 (colega) olha em direção a A5, diz: mas você é melhor! A1 (colega) faz uma
expressão facial de que a outra pessoa é que é “louca”
(5’25’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: você me ajuda a levantar o arquivo
dele. Saber o quê que aconteceu... A1 (colega) diz: Claro! A5 (Marli) e A1 (colega)
caminham em direção ao camarim, saem do palco.
(5’38’’) A5 (Marli) e A1 (colega) trocam adereços no camarim. Participantes olham em
direção ao camarim.
Segundo Ato
(6’16’’) A5 (Marli) com a prancheta na mão entra no palco, caminha em direção a porta, vira
em frente ao cartaz em direção ao centro do palco, suspira, diz: Sabe o que eu estava
pensando agora... Olha... O Sr Romeu... Que lavada. Não consigo esquecer aquilo.
Movimenta a cabeça de forma negativa. Platéia ri. A5 (Marli) olha em direção a prancheta,
diz: mas vamos lá, né...suspira, diz: sei lá, né...bom, pelo menos ele não deixou de ser cliente.
262
A5 (Marli) folheia os papéis na prancheta, diz: ele disse que vai me ligar...sei lá...ai,
ai...suspira.
(7’02’’) A1 (colega) entra no palco, caminha em direção a A5 (Marli), para trás de A5
(Marli).
(7’03’’) A3 (Sr. Romeu) entra no palco, para, com o telefone no ouvido diz: Me liga com a
empresa X, por favor. A sim... Pede para a falar com a Marli...
(7’14’’) A1 (colega) com a mão no ouvido, diz: alô...
(7’15’’) A3 (Sr. Romeu) diz: Alô, a Marli por favor...
(7’19’’) A1 (colega) com a mão no ouvido, diz: Ah, um pouquinho. A1 (colega) vira em
direção a A5 (Marli), põe a mão no ombro de A5 (Marli), diz: Marli, o moço quer falar com
você, não é comigo.
(7’22’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: quem é, heim?
(7’23’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: Não é comigo.com a mão no ouvido,
diz: por favor quem é, quem quer falar com a Marli?
(7’26’’) A3 (Sr. Romeu) diz: É o Romeu, chame a Marli.
(7’27’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), movimenta as mãos, (expressão de susto e
surpresa) diz: É o cavalo! Platéia ri.
(7’29’’) A5 (Marli) olha em direção a A1(colega), suspira, diz: ohhhh... caem papeis da
prancheta no chão, A5 (Marli) vira em direção a A1 (colega). A1 (colega) coloca as mãos na
boca, movimenta a cabeça de forma afirmativa. A5 (Marli) vira em direção a platéia, abre a
boca, diz: ohhh... A5 (Marli) vira em direção a A1 (colega).
(7’40’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: é ele... A5 (Marli) estende a mão em
direção a A1 (colega), movimenta a mão de forma negativa.
(7’49’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: Eu falei. Ele quer você. Quer falar
com você!
(7’50’’) A5 (Marli) põe a mão no ouvido, diz: Alô...alô...vira em direção a platéia.
(7’52’’) A3 (Sr. Romeu) com a mão no ouvido, diz: Marli...
(7’53’’) A5 (Marli) com a mão no ouvido, diz: tudo bem?...
(7’54’’) A3 (Sr. Romeu) com a mão no ouvido, diz: é o seguinte, eu preciso que você
transporte para mim uma carga. Eu preciso que passe aqui amanhã de manhã, às oito horas
da manhã. É para Porto Alegre. Ta.
(8’04’’) A5 (Marli) diz: sim... sim Sr. A3 (Sr. Romeu) diz: E da próxima vez, atende ao
telefone mais rápido. Ta, obrigado, tchau. A3 (Sr. Romeu) desliga o telefone, sai do palco.
263
(8’07’’) A5 (Marli) com a mão no ouvido, expressão de sorriso. Olha em direção ao telefone.
Estende o telefone a sua frente, diz: de nada...Platéia ri.
(8’13’’) A5 (Marli) vira em direção a A1 (colega). A1 (colega) olha em direção ao telefone,
diz: escutei de nada, rim (som como relinchando)... Platéia ri. A1 (colega) diz: Ele relinchou
muito? Olha em direção a A5 (Marli). Platéia ri.
(8’17’’) A5 (Marli) olha em direção a A1 (colega), diz: Sabe o que é, ele pediu transporte
para amanhã... A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli) (com expressão de surpresa)
(8’28’’) A5 (Marli) olha em direção a platéia diz: acho que ele é doido... vira em direção a A1
(colega)
(8’29’’) A1 (colega) olha em direção a A5 (Marli), diz: eu falei para você que ele era...bate os
braços na lateral do corpo.
(8’30’’) A1 (colega) e A5 (Marli) caminham em direção a parede “c”. A1 (colega) diz: Isso
mesmo... A5 (Marli) sorri.
(8’31’’) Diretor diz: Solilóquio da Marli.
(8’32’’) A5 (Marli) para, olha em direção a platéia, diz: Gente, mas eu aprendi uma lição.
Movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: Eu nunca mais vou conversar com um cliente
sem saber tudo, tudo, tudo, tudo... Ai que alívio ele ter me procurado...Põe a mão no peito.
Olha para a platéia, diz: eu não sou tão ruim assim... tira a mão do peito, diz: afinal de contas
o erro foi dele, não foi meu. E antes de saber que o erro era dele eu já me sentia uma merda...
Movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: eu aprendi, nunca mais eu vou fazer
julgamento de mim mesma, sem antes consultar a ficha deste cliente.
(9’17’’) Diretor diz: Obrigado. Platéia aplaude.
(9’24’’) Diretor levanta da cadeira do músico, caminha em direção a parede c. Para ao lado de
sua cadeira, olha para a platéia. (9’30’’)
Comportamento da platéia durante a dramatização da história 2
(0’00’’) Participantes olham em direção ao palco.
(0’36’’) A5 diz: então ta... P15 sorri.
(0’41’’) A5 diz: ai meu Deus do céu... P2, P3, sorriem. P4 olha em direção a P7.
(0’51’’) A5 diz: Sr. Romeu... P2 sorri.
(1’25’’) A5 diz: que Deus abençoe... P15 olha em direção a P16, vira a cabeça em direção a
P14. P14 vira a cabeça em direção a P15, fala. P14 e P15 olham em direção ao palco.
264
(1’43’’) A3 diz: que merda de serviço... P1, ri. P2, P3, P4, 15 olham em direção a P7, riem,
viram as cabeças em direção ao palco. P2 passa a mão no rosto, ri.
(1’51’’) A3 diz: louco da vida... P2 com a mão no rosto, movimenta os ombros para cima e
para baixo de rir, olha em direção a P7.
(2’00’’) A3 diz: ...boteco... P1 ri, bate as mãos na perna, movimenta a cabeça para trás e para
frente.
(2’04’’) P2 olha em direção a P1, movimenta a cabeça de forma afirmativa, com a mão
cobrindo a boca, fala, ri. P1 olha em direção a P2, diz: ham,ham ri. P1,P2 olham em direção
ao palco.
(2’23’’) A3 diz: passe bem! P5 movimenta o tronco para frente e para trás, ri, movimenta seu
ombro direito em direção a P4, toca em P4, afasta o ombro, olha em direção a P4. P4 olha em
direção a P5 ri. Platéia ri. P3 ri, olha em direção a P4.
(2’31’’) A2 diz você não vai dar certo assim... Platéia ri. P2, P4, P5, P15 P11, P15
movimentam o tronco para frente e para trás, rindo.
(2’39’’) A5 chora. P7 vira em direção a P6, fala. P6 vira em direção a P7. P7 pega na mão de
P6, movimenta a cabeça de forma afirmativa, ri. P6 e P7 olham em direção ao palco.
(2’52’’) P2, rindo vira a cabeça em direção a P7, vira a cabeça em direção ao palco, põe a
mão na barriga, ri.
(2’53’’) A2 diz: ficar na empresa... P4 olha em direção a P7, olha em direção ao palco. P2
olha em direção a P1, ri. P1 olha em direção a P2, ri. P1, P2 olham em direção ao palco.
(2’55’’) A2 diz: nem volte! Platéia ri. P2, P3, P4 olham em direção a P7. P7 com a mão no
rosto ri. Participantes olham em direção ao palco.
(3’22’’) A2 diz: tua carreira está acabada... Platéia ri. P3, P4 olham em direção a P7, olham
em direção ao palco. P1, P2, P4, P5, P8, P10, P11, riem e movimentam o tronco para frente e
para trás.
(3’29’’) P7 ri, passa a mão no cabelo, olha em direção a P8, vira em direção ao palco.
(3’34’’) A5 diz: ... desgraçado... Platéia ri. P1 rindo, movimenta o tronco para frente, bate as
mãos na perna, movimenta o tronco para trás. P4, P5 rindo, movimentam o tronco para frente
e para trás.
(3’43’’) A5 chora. Platéia ri.
(3’57’’) A5 diz: um cavalo... Platéia ri. P4 olha em direção a P7, olha em direção ao palco.
(5’10’’) P2 vira a cabeça em direção a P7, coça a perna, vira em direção ao palco.
(5’25’’) P3 olha em direção a P7, vira olha em direção ao palco.
(5’38’’) Participantes olham em direção ao camarim.
265
(5’40’’) Atores no camarim. P7 vira em direção a P6, fala. P6 vira em direção a P7,
movimenta a cabeça de forma afirmativa. P6 e P7 olham em direção ao camarim.
(6’07’’) Participantes olham em direção ao palco.
(6’16’’) A5 diz: sabe o que eu tava pensando... P3 vira a cabeça em direção a P4, toca com a
mão no braço de P4. P4 vira em direção a P3. P3 fala, coloca a mão no rosto. P4 vira em
direção a P7. P3 olha em direção a P7. P3 e P4 olham em direção ao palco.
(6’24’’) A5 diz: ... Não consigo esquecer... P2 coloca a mão na frente do rosto ri, olha em
direção ao palco.
(7’03’’) A3 diz: me liga com... P1 olha em direção a P3. P3 olha em direção a P1 fala, vira em
direção a P4. P4 olha em direção a P3, sorri. P1,P2 P3 olham em direção ao palco.
(7’15’’) A3 diz: chame a Marli. P7 ri, coça a cabeça, olha em direção a P5. P5 olha em
direção a P7. P7 movimenta a cabeça de forma afirmativa.
(7’27’’) A1 diz: Cavalo! Platéia ri. P5 olha em direção a P7. P2, P11, P15, riem e
movimentam o tronco para frente e para trás, olham em direção ao palco.
(7’40’’) Platéia ri. P5 ri, movimenta o corpo para frente e para trás.
(7’52’’) A3 diz Marli... P5 olha em direção a P7, vira em direção ao palco.
(8’04’’) A3 diz: tende o telefone mais rápido. Platéia ri. P2 ri com a mão na boca, movimenta
o tronco para frente e para trás. P5, P15, P16 viram a cabeça em direção a P7, vira a cabeça
em direção ao palco.
(8’31’’) diretor diz: solilóquio ... P2 olha em direção ao diretor, olha em direção ao palco.
(8’32’’) A5 diz: nunca mais ... P5 olha em direção a P7, olha em direção ao palco.
(8’50’’) A5 diz: me senti uma merda... P2 ri, movimenta o tronco para frente e para trás, olha
em direção a P1, vira, olha em direção ao palco.
(9’03’’) Diretor diz: Obrigado. Participantes olham para o palco, aplaudem.
(9’09’’) Diretor levanta, caminha em direção a sua cadeira. Participantes olham em direção ao
diretor.
267
Esquema de registro dos comportamentos do diretor, dos participantes e do grupo de Playback Theatre durante a dramatização da
história de P7.
Primeiro Ato.
Comportamentos
Ator A5 – [Marli]
Comportamentos
Ator A3 – [Sr. Romeu]
Comportamentos
Ator A2 [voz]
Comportamentos
Ator A1 [colega]
Comportamentos Participantes Outros
comporta-
mentos /
Observações
Tempo
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
Respostas
verbais
Respostas
motoras
0’00’’
A5 [Marli]
diz: Ai meu
Deus do céu...
tanta coisa
para fazer
hoje...
A5 [Marli]
com uma
prancheta nas
mãos, olha em
direção a
prancheta,
caminha em
direção ao
centro do
palco, fala.
Participantes
olham em
direção ao
palco.
0’05’’
A5 [Marli]
diz: ...Ai, ai...
A5 [Marli]
para,
manuseia as
folhas de
papel da
prancheta em
sua mão, olha
em direção a
prancheta,
fala.
Suspira, vira
a folha de
papel, olha
em direção as
folhas.
A3 [Sr.
Romeu]
caminha no
fundo do
palco em
direção a
porta.
0’15’’
A5 [Marli] A5 [Marli]
268
diz: Ainda
bem que são
meus últimos
dias aqui de
internas...mas
eu estou tão
angustiada de
ir fazer vendas
externas...será
que eu vou
conseguir
coloca a mão
direita sobre
o peito, fala.
Olha em
direção ao
teto.
0’22’’
A5 [Marli],
diz: Ai, será
que vai dar
certo. Eu
nunca fiz
isso...
Bom, tem que
dar certo, né...
fazer o quê?
A5 [Marli]
suspira,
segura a
prancheta
com as duas
mãos, olha em
direção a
parede c, da
um passo a
frente, para,
fala.
Movimenta os
ombros para
cima e para
baixo, fala.
Olha em
direção a
prancheta.
0’36’’
A5 [Marli]
diz:... Então
ta, né... Eu
vou fazer...
Então ta...
A5 [Marli]
vira em
direção ao
fundo do
palco,fala.
0’41’’
A5 [Marli]
diz: Eu acho
que vou fazer
o seguinte...
A5 [Marli]
vira em
direção a
parece c,
269
Ai meu Deus!
Estou tão
perdida,
amanhã
começa...ama
nhã eu já
tenho que
fazer já uma
visita.
caminha em
direção a
parece c, com
o braço
esquerdo
segura a
prancheta,
fala.
Coloca a mão
na cabeça,
fala.
P2, P3,
sorriem
0’51’’
A5 [Marli],
diz: como é
que é o nome
dele?
Sr.Romeu
Ai eu estou
tão euforia...
A5 [Marli]
coloca a mão
a boca, fala.
Caminha em
direção a
parede a,
vira, fala,
caminha em
direção a
parede “c”.
P2 sorri.
1’01’’
A5 [Marli]
diz: Então
ta... Ai...
(suspira)... o
quê que eu
preciso levar...
A5 [Marli]
olha em
direção ao
fundo do
palco, fala.
A3 [Sr.
Romeu] sai
da frente da
porta, entra
no palco,
caminha em
direção a
parede “c”.
P15 sorri.
1’02’’
A5 [Marli]
diz: Eu
preciso levar a
pasta, a
caneta...
Ai meu
Deus...ai
A5 [Marli]
vira em
direção a
platéia, fala.
coloca a mão
no peito,
caminha para
a esquerda e a
direita, fala.
Participantes
riem.
P4 olha em
direção a P7,
270
vira em
direção ao
palco.
Observação
de P7
1’11’’
A5 [Marli]
diz: Ai que
legal!... mas,
ai que medo...
Bom, vamos
lá. Vamos, né!
A5 [Marli]
caminha para
o fundo do
palco, vira
caminha para
a frente do
palco, bate a
mão sobre a
prancheta,
fala.
1’25’’
A5 [Marli]
diz: Vamos lá
então.
Que Deus me
abençoe.
A5 [Marli]
caminha para
a direita do
palco, para
em frente a
P3, vira em
direção a
parede “c”.
Vira e
caminha em
direção ao
fundo do
palco.
P15 olha em
direção a P16,
vira a cabeça
em direção a
P14. P14 vira
a cabeça em
direção a P15,
fala. P14 e
P15 olham em
direção ao
palco.
1’30’’
A5 [Marli]
para olha em
direção a
prancheta,
caminha em
direção a
parede c,
1’35’’
A5 [Marli]
diz: Com
licença.
A5 [Marli]
para ao lado
de A3 [Sr.
Romeu], fala.
A3 [Sr.
Romeu] em
pé ao lado do
camarim.
1’36’’ A3 [Sr.
Romeu] diz:
Pois não?
A3 [Sr.
Romeu] olha
em direção a
A5 [Marli],
271
fala.
1’37’’
A5 [Marli]
diz: É o Sr.
Romeu?
A5 [Marli]
olha em
direção a A3
[Sr. Romeu],
fala.
1’38’’
A5 [Marli]
diz: Eu sou
Marli.
A5 [Marli]
olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
fala.
Estende a
mão direita
em direção a
A3 [Sr.
Romeu].
A3 [Sr.
Romeu] diz:
Sim.
A3 [Sr.
Romeu] olha
em direção a
A5 [Marli],
fala.
1’39’’
A3 [Sr.
Romeu] diz:
Da empresa X?
A3 [Sr.
Romeu]
estende a mão
em direção a
A5 [Marli],
cumprimenta,
A5. diz: Da
empresa X!
1’40’’
A5 [Marli]
diz: Isso, o Sr
estava me
esperando?.
A5 [Marli]
cumprimenta
A3, com as
mãos, fala.
1’43’’
A5 [Marli]
diz: eu liguei
para o
Senhor.
A5 [Marli]
olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
A3 [Sr.
Romeu] diz:
Estava, estava
sim. Que bom
que você veio.
A MERDA
desse serviço de
A3 [Sr.
Romeu]
retira a mão
do
cumprimento,
olha em
direção a a5
[Marli] fala.
P1, ri. P2, P3,
P4, 15 olham
em direção a
P7, riem,
viram as
cabeças em
A3 fala ao
mesmo tempo
em que A5,
sem ouvir o
que A5 diz.
Observação
de P7.
272
Abaixa a
cabeça.
Olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
abre a boca
como quem
vai falar.
Olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
murmura,
sem conseguir
ser ouvida
vocês... (voz
alta. )
Vocês não
cumprem
prazos...
: ... Eu fico
louco da vida
com isso abre
os braços é...o
quê que vocês
tem...
(gritando)
Vocês fazem o
que?
Transporte ou
vocês querem
abrir um
boteco na
esquina.
Boteco na
esquina até
para abrir tem
que ter prazo,
né?
Porque se eu
vou num
boteco da
esquina, se em
cinco minutos
não me servem
um café eu vou
me embora...
Bate o
telefone na
mesa do
camarim,
olha em
direção a A5
[Marli], grita,
olha para o
teto, olha em
direção a A5
[Marli].
direção ao
palco.
P2 passa a
mão no rosto,
ri.
Participantes
riem.
P2 ri com a
mão no rosto,
movimenta os
ombros para
cima e para
baixo (de rir),
olha em
direção a P7.
P1 ri, bate as
mãos na
perna,
movimenta a
cabeça para
trás e para
frente.
P2 olha em
direção a P1,
movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa,
com a mão
Observação
de P7.
273
cobrindo a
boca, fala, ri.
P1 olha em
direção a P2,
diz: ham,ham
ri. P1,P2
olham em
direção ao
palco.
Concordância
.
2’11’’
A5 [Marli]
diz (em voz
baixa): Mas
Seu Romeu o
que foi que
aconteceu...
A5 [Marli]
olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
fala.
2’13’’
A3 [Sr.
Romeu] diz:
Olha você volta
lá pra sua
empresa,
desculpe o que
vou dizer, eu
to pouco me
lixando. Você
se resolva,
porque do jeito
que está não dá
para
continuar...
A3 [Sr.
Romeu] olha
em direção a
A5 [Marli]
fala.
2’22’’
A5 [Marli]
diz: Mas...
Olha em
direção a A3
[Sr. Romeu]
2’23’’
A5 [Marli]
estende a
mão. (dando
A3 [Sr.
Romeu] diz:
Passe bem!
A3 [Sr.
Romeu] olha
em direção a
A5 [Marli],
estende a mão
e fala.
Vira,
P5 ri,
movimenta o
tronco para
frente e para
trás,
movimenta
seu ombro
274
adeus)
caminha em
direção ao
camarim, sai
do palco.
direito em
direção a P4,
toca em P4,
afasta o
ombro, olha
em direção a
P4. P4 olha
em direção a
P5 ri.
Participantes
riem.
P3 ri, olha em
direção a P4.
2’24’’
A5 [Marli]
parada, olha
em direção ao
camarim.
(expressão
facial de boca
aberta,
paralisada).
Participantes
riem.
2’29’’
A5 [Marli]
chora.
A2 [voz]
entra no
palco, vestida
com um
manto preto,
para trás de
A5 [Marli].
Participantes
riem.
2’31’’
A2[voz] diz:
você vai sair
da empresa...
Não vai dar
certo assim...
A2 [voz]
cabeça baixa,
fala no
ouvido de A5
Participantes
riem.
P2, P4, P5,
P15 P11, P15
movimentam
o tronco para
frente e para
trás, rindo
2’37’’
A5 [Marli]
chora, dá um
A2 [voz] diz:
Viu!
A2 [voz] dá
um passo a
frente, cabeça
baixa, fala no
275
passo a
frente.
ouvido de A5
[Marli]
2’39’’
A5 [Marli]
coloca a
prancheta em
frente ao
rosto, chora
(em voz alta,)
abaixa a
cabeça.
Participantes
riem
P7 vira em
direção a P6,
fala. P6 vira
em direção a
P7. P7 pega
na mão de P6,
movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa, ri.
P6 e P7
olham em
direção ao
palco.
Concordância
do narrador.
2’42’’
A2 [voz] diz:
Você bem que
sabia, né?
A2 [voz] olha
em direção a
A5 [Marli]
fala.
2’44’’
A5 [Marli]
diz,
chorando:
Eu não sabia
de nada,
ninguém me
falou nada.
A5 [Marli]
fala ,
chorando.
Pega um
lenço de seu
pescoço,
passa no
nariz.
2’50’’
A2 [voz] diz:
Sabia sim!
A2 [voz]
olhando para
baixo, fala.
2’52’’
A5 [Marli]
diz: Não, não
sabia...
A5 [Marli]
passa o lenço
no nariz,
inspira
profundamen
te, fala.
P2, rindo vira
a cabeça em
direção a P7,
vira a cabeça
em direção ao
palco, põe a
Observação
de P7
276
mão na
barriga, ri.
2’53’’
A2 [voz] diz:
Tem que ficar
lá dentro da
empresa.
Bonitinha...
A2 [voz]
cabeça baixa,
fala.
P4 olha em
direção a P7,
olha em
direção ao
palco. P2
olha em
direção a P1,
ri. P1 olha em
direção a P2,
ri. P1, P2
olham em
direção ao
palco.
Observação
de P7
2’54’’ A5 [Marli]
diz: Minha
primeira
visita...
Como é que
eu vou voltar
para a
empresa
agora.
A5 [Marli]
movimenta a
cabeça para
cima e para
baixo, fala.
Passa o lenço
no nariz, fala
Passa o lenço
nos olhos,
cabeça baixa.
2’55’’
A2 [voz] diz:
Nem volte!
A2 [voz]
cabeça baixa,
fala.
Movimenta a
cabeça de
forma
negativa.
Participantes
riem.
P2, P3, P4
olham em
direção a P7.
P7 com a mão
no rosto ri.
Participantes
olham em
direção ao
palco
Observação
de P7.
3’00’’
A5 [Marli]
diz: Não vou
voltar... não
quero voltar...
A5 [Marli]
movimenta a
cabeça de
forma
Participantes
riem
277
negativa, fala.
3’06’’
A2 [voz], diz:
Vá para casa!
A2 [voz]
cabeça baixa,
fala.
Participantes
riem
3’19
A5 [Marli]
diz: É... vou
para casa...
A5 [Marli]
cabeça baixa
fala.
3’12 A2 [voz] diz:
Acabou!
A2 [voz]
cabeça baixa
fala.
2’13’’
A5 [Marli]
diz:
É acabou!
Acabou tudo,
acabou tudo...
chora.
A5 [Marli]
cabeça baixa,
movimenta o
lenço para a
direta e
esquerda ,
fala.
Movimenta a
cabeça de
forma
negativa, fala.
Chora em voz
alta.
Participantes
riem
Choro
caricatural.
3’19 A5 [Marli]
diz: Ninguém
me falou
nada...o que
foi que
aconteceu?
A5 [Marli]
olha em
direção a A2
[voz], fala.
3’22
A2 [voz] diz:
Tua carreira
está acabada!
A2 [voz] olha
em direção a
A5 [Marli],
fala.
Participantes
riem
P3, P4 olham
em direção a
P7, olham em
direção ao
palco. P1, P2,
P4, P5, P8,
P10, P11,
riem e
movimentam
Observação
de P7.
278
o tronco para
frente e para
trás.
3’24’’
A5 [Marli],
diz: Ta
acabada...
(chora).
A5 [Marli]
movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa,
fala. Abaixa a
cabeça, chora.
Participantes
riem
P7 ri, passa a
mão no
cabelo, olha
em direção a
P8, vira em
direção ao
palco.
3’29’’ A5 [Marli]
diz: Mas eu
nem
comeceiiii...
(chora).
A5 [Marli]
passa o lenço
no nariz, fala,
chora.
Participantes
riem
3’34’’
A5 [Marli]
suspira, diz:
Mais que
desgraçado!(c
hora).
A5 [Marli]
suspira, olha
em direção da
platéia,
(chora alto)
Participantes
riem
P1 rindo,
movimenta o
tronco para
frente, bate as
mãos na
perna,
movimenta o
tronco para
trás. P4, P5
rindo,
movimentam
o tronco para
frente e para
trás, olham
em direção ao
palco.
3’39’’
A1 [colega]
diz:
Mas o que
aconteceu?
A1 [colega]
entra no
palco,
caminha em
direção a A5,
para na
frente de A5
[Marli], fala.
279
Segura na
mão de A5
[Marli].
3’40’’
A5 [Marli]
segura na
mão de A1,
olha em
direção a A1
[colega],
balbucia.
Dá um passo
a frente.
A2 [voz] dá
um passo a
frente, fica
atrás de A5
[Marli].
3’43’’
A5 [Marli]
diz: Aaaiiii...
(chora.)
A5 [Marli]
olha em
direção a A1,
fala. Chora
em voz alta.
A1 [colega]
diz: Eu tava
vendo você
chorar
sozinha... o
que é isso?
A1
[colega]segur
a na mão de
A5 [Marli],
fala.
Participantes
riem.
3’49’’
A1 (colega)
diz: Você não
é nada disso,
você é ótima!.
A1 (colega)
olha em
direção a A5
[Marli], fala.
Movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa.
3’53’’
A5 [Marli]
diz: Eu sou
ótima...
A5 [Marli]
movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa,
fala.
3’55’’
A1 [colega]
diz: Deve ter
achado um
grosso, você
falou com um
grosso não é?
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli], fala.
3’57’’ A5 [Marli]
diz: É um
A5 [Marli]
olha em
Participantes
riem.
Observação
de P7.
280
cavalo
mesmo!
direção a A1
(colega), fala.
P4 olha em
direção a P7,
olha em
direção ao
palco
3’59’’
A5 deixa-se
abraçar por
A1.
A1 [colega]
diz: Então, eu
sei que você
está
chorando...ma
s sério... pare
com isso...
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli],
abraça A5
fala.
4’04’’ A5 [Marli]
chorando,
diz: Mas
gente, ele me
tratou muito
mal. Eu não
consigo fazer
as coisas. Eu
não consigo!
Eu não vou
mais, eu não
vou!
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega),
chorando,
fala.
Joga a
prancheta no
chão.
4’10’’ A2 [voz] diz:
Você vai ser
mandada
embora!
A2 [voz]
cabeça baixa,
fala no
ouvido de A5
[Marli].
4’11’’
A1 [colega]
diz: Venha
aqui.
Você não vai
ser mandada
embora! Ta
bom!
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli], fala.
Estende a
mão na
direção de A5
281
[Marli],
segura no
ombro de A5,
fala.
Caminha em
direção ao
camarim, sai
do palco.
4’14’’
A5 [Marli], é
sacudida por
A1, para de
chorar, olha
em direção a
A1 [colega].
A1 [colega]
diz:
Eeeiii...Ta
certo. Agora
respire!
Isso... você é
capaz, sim.
Movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa.
A1 [colega]
de frente
para A5
[Marli],
segura com as
duas mãos os
braços de A5,
sacode os
braços de A5
fala.
Para de
sacudir A5
[Marli], com
as mãos nos
braços, olha
em direção a
A5 [Marli],
fala.
Movimenta a
cabeça de
forma
afirmativa.
4’25’’
A1 [colega]
diz:
O cara falou
que você é
perfeita para
isso!
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli]
4’26’’
A5 [Marli]
diz: mas o quê
que aconteceu
lá... Ele me
soltou os
cachorros... O
quê que
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega), fala.
282
aconteceu, eu
fui fazer uma
visita eu mal
comecei a
falar com ele,
ele já começou
a soltar os
cachorros em
cima de mim.
Eu não sei o
quê que
aconteceu!
4’37’’ A1 [colega]
diz: Ele é
louco de uma
vez... ou sei
lá... não
sei...de
repente está
impotente...
Sei lá!... sei lá
o que
aconteceu...
(4’37’’) A1
[colega] olha
em direção a
A5 [Marli],
fala.
4’45’’
A5 [Marli] ,
diz: sabe o
quê que eu
estava
pensando uma
coisa agora...
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega).
4’48’’ A1 [colega]
diz: hum...
(4’48’’) A1
[colega] olha
em direção a
A5 [Marli]
4’49’’
A5 [Marli]
diz: ...eu nem
levantei a
ficha deste
homem. Eu
nem fui atrás,
nem nada...
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega)
283
4’53’’
A5 [Marli]
diz: Eu fui
sem saber de
nada...
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
[colega]
A1 [colega]
diz: Então...
Também se
você soubesse,
você não ia
falar com um
cavalo assim,
não é?
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli], fala.
Participantes
riem.
4’59’’
A5 [Marli]
diz: ...Meu
Deus do céu,
mas eu não
fui nem
preparada
para ir...
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega), fala.
Amarra o
lenço no
pescoço
5’01’’
A1 [colega]
diz: Puxa!
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli]
5’02’’
A5 [Marli]
diz: ...Eu
estava tão
empolgada...
A5 [Marli]
olha em
direção a
A1.fala.Pega
a prancheta
do chão,.
5’05’’
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega)
A1 [colega]
diz:
Paciência, a
gente não
pode acertar
todas... você
fez a sua
parte. Você
fez...
5’09’’ A5 [Marli]
diz: Mas...
A5 [Marli]
olha em
284
direção a A1
(colega)
5’10’’
A5 [Mar1i] é
abraçada por
A1 [colega]
caminham em
direção ao
camarim.
A1 [colega]
diz:
Você fez a sua
parte. Pronto.
Gente, vamos
lá, é assim
mesmo. A vida
é assim...
A1 [colega]
olha em
direção a A5
[Marli]
A1 [colega]
abraça A5
[Marli] e
caminham em
direção ao
camarim.
A1
caminhando,
olha em
direção a A5
[Marli], fala.
P2 vira a
cabeça em
direção a P7,
coça a perna,
vira em
direção ao
palco.
Observação
de P7.
5’19’’
A5 [Marli]
diz: Não dá
pra ser assim,
tinha que ser
melhor...
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega), fala.
5’21’’
A1 [colega]
diz: Mas você
é melhor!
A1 [colega]
olha em
direção a fala,
faz uma
expressão
facial de que
a outra
pessoa é que é
“louca”.
5’25’’
A5 [Marli]
diz: Você me
ajuda a
levantar o
arquivo dele.
Saber o quê
que
A5 [Marli]
olha em
direção a A1
(colega), fala.
A5 [Marli] e
A1 [colega]
P3 olha em
direção a P7,
vira olha em
direção ao
palco.
Observação
de P7.
285
aconteceu...
A1 [colega]
caminham em
direção ao
camarim,
saem do
palco.
diz: Claro! A5 [Marli] e
A1 [colega]
286
A5 [Marli] diz:
Sabe o que eu
estava pensando
agora... Olha... O
Sr Romeu... Que
lavada. Não
consigo esquecer
aquilo.
Mas vamos lá,
né...(suspira), Sei
lá, né...bom, pelo
menos ele não
deixou de ser
cliente.
Ele disse que vai
me ligar...sei
lá...ai,ai...
em direção a
porta, vira em
frente ao cartaz
em direção ao
centro do palco,
suspira, fala.
Movimenta a
cabeça de forma
negativa. Olha
em direção a
prancheta, fala,
suspira, folheia
os papéis na
prancheta, fala.
Suspira.
em direção a P4,
toca com a mão
no braço de P4.
P4 vira em
direção a P3. P3
fala, coloca a
mão no rosto. P4
vira em direção a
P7. P3 olha em
direção a P7. P3
e P4 olham em
direção ao palco
Participantes
riem
.
P2 coloca a mão
na frente do
rosto ri, olha em
direção ao palco.
7’02’’
A1 [colega] entra
no palco,
caminha em
direção a A5
[Marli], para
trás de A5
[Marli].
7’03’’
A3 [Sr. Romeu]
diz: Me liga com a
empresa X, por
favor. A sim... Pede
para a falar com a
Marli...
A3 [Sr. Romeu]
entra no palco,
para, com a mão
no ouvido,
indicando
telefone, fala.
P1 olha em
direção a P3. P3
olha em direção
a P1 fala, vira
em direção a P4.
P4 olha em
direção a P3,
sorri. P1,P2 P3
olham em
direção ao palco.
Interação entre
participantes.
7’14’’
A1 [colega] diz:
Alô...
A1 [colega] com
a mão no ouvido,
(indicando
telefone) fala.
287
7’15’’
A3 [Sr. Romeu]
diz: Alô,chame a
Marli...
A3 [Sr. Romeu]
fala, olha em
direção a platéia.
P7 ri, coça a
cabeça, olha em
direção a P5. P5
olha em direção
a P7. P7
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
Comportamento
de P7.
288
Oooohhh...
ohhhh... caem
papeis da
prancheta no
chão, vira em
direção a A1
[colega].
Vira em direção
a platéia, abre a
boca, suspira,
vira em direção a
A1 [colega].
A1 [colega]
coloca as mãos
na boca,
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
7’40’’
A5
[Marli]estende a
mão em direção
a A1 [colega],
movimenta a
mão de forma
negativa.
A1 [colega] diz:
É ele!.
A1 [colega] olha
em direção a A5
[Marli]
Participantes
riem
7’49’’
A1 [colega] diz:
Eu já falei. Ele
quer você. Quer
falar com você!
A1 [colega] olha
em direção a A5
[Marli]
7’50’’
A5 [Marli] diz:
Alô...alô...
A5 [Marli] põe a
mão no ouvido,
indicando
telefone, olha em
direção a platéia,
fala.
7’52’’
A3 [Sr. Romeu]
diz: Marli...
A3 [Sr. Romeu]
com a mão no
ouvido,
indicando
telefone, fala.
P5 olha em
direção a P7,
vira em direção
ao palco.
Observação de
P7
7’53
A5 [Marli] diz:
Tudo bem?...
A5 [Marli] com a
mão no ouvido.
7’54’’
A3 [Sr. Romeu]
diz:
É o seguinte, eu
289
preciso que você
transporte para
mim uma carga.
Eu preciso que
passe aqui amanhã
de manhã, às oito
horas da manhã. É
para Porto Alegre.
Ta!
8’04’’
A5 [Marli] diz:
Sim... sim Sr.
A3 [Sr. Romeu]
diz: E da próxima
vez, atende ao
telefone mais
rápido. Ta,
obrigado, tchau!
A3 [Sr. Romeu]
fala.
Desliga o
telefone, sai do
palco.
Participantes
riem.
P2 ri com a mão
na boca,
movimenta o
tronco para
frente e para
trás. P5, P15,
P16 viram a
cabeça em
direção a P7,
vira a cabeça em
direção ao palco.
Observação de
P7
8’07’’
A5 [Marli]
diz: De nada.(?).
A5 [Marli] com a
mão no ouvido,
expressão de
sorriso. Olha em
direção ao
telefone. Estende
o telefone a sua
frente, fala.
Participantes
riem
8’13’’
A5 [Marli] vira
em direção a A1
[colega].
A1 [colega] diz:
Escutei de nada?,
rimmm (som
como
relinchando)...
Ele relinchou
muito?
A1 [colega] olha
em direção ao
telefone, fala.
Olha em direção
a A5 [Marli].
Participantes
riem
8’17’’
A5 [Marli] diz:
Sabe o que é, ele
A5 [Marli] olha
em direção a A1
[colega], fala.
290
pediu?
Transporte para
amanhã...
A1 [colega] olha
em direção a A5
[Marli] (com
expressão de
surpresa)
8’28’’
A5 [Marli] diz:
Acho que ele é
doido...
A5 [Marli] olha
em direção a
platéia fala.
Vira em direção
a A1 [colega]
8’29’’
A1 [colega] diz:
Eu falei para
você que ele era...
A1 [colega] olha
em direção a A5
[Marli], fala.
Levanta e abaixa
os braços na
lateral do corpo.
8’30’’
A1 [colega] e
caminha em
direção a parede
“c”.
A5 [Marli] sorri.
A1 [colega]
diz: Isso mesmo...
A1 [colega]
caminha em
direção a parede
“c”. Fala
movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
8’31’’
P2 olha em
direção ao
diretor, olha em
direção ao palco.
Diretor diz:
solilóquio da
Marli.
8’32’’
A5 [Marli]
diz:
Gente, mas eu
aprendi uma
lição.
Eu nunca mais
vou conversar
com um cliente
sem saber tudo,
tudo, tudo, tudo...
Ai que alívio ele
ter me
A5 [Marli] para,
olha em direção
a platéia, fala.
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa, fala.
P5 olha em
direção a P7,
olha em direção
ao palco.
Observação de
P7.
291
procurado...
Eu não sou tão
ruim assim,
afinal de contas o
erro foi dele, não
foi meu. E antes
de saber que o
erro era dele eu já
me sentia uma
merda...
Eu aprendi,
nunca mais eu
vou fazer
julgamento de
mim mesma, sem
antes consultar a
ficha deste cliente
Olha para a
platéia,
Movimenta a
cabeça de forma
afirmativa.
P2 ri, movimenta
o tronco para
frente e para
trás, olha em
direção a P1,
vira, olha em
direção ao palco.
9’17’’
A5 agradece os
aplausos.
A3 agradece os
aplausos.
A1 agradece os
aplausos.
Participantes
olham em
direção ao palco.
Aplaudem
Diretor diz:
Obrigado.
Situação 7: Comentários / Sharing
(0’00’’) Atores, parados, lado a lado no fundo do palco. Diretor olha em direção a platéia, diz:
Ok, nós temos o problema do horário. Contamos duas histórias...
(0’09’’) P3 olha em direção ao diretor, movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em
direção ao braço de P2. P2 olha para seu braço, mostra o relógio para P3. P2 e P3 olham em
direção ao diretor.
Diretor continua dizendo: ... e eu gostaria de refletir um pouco sobre o qque a gente pode
aprender com a história da Jorgete e com a história da Marli que se relacionam com o que a
gente estava discutindo, com o que vocês estavam discutindo sobre liderança, visão sistêmica,
visão estratégica. O que estas histórias podem nos ensinar com relação a isso? (Pausa 6’’)
(0’42’’) P1 olha em direção ao diretor, diz: Acho que principalmente a perseverança, vo
acreditar em você mesmo. As duas histórias mostraram isso. P13, P14, P15 olham em direção
a P1. P1 diz: A da Jorgete, que aceitou um desafio, nunca tinha vendido transporte, meteu a
cara e foi e vendeu, e se tornou uma das melhores vendedoras. E a Marli que também
levou do início um tapão, assim... P1 ri, P7 olha em direção a P1. P2, P3, P4, P5, P6,
olham em direção a P7 ... do Sr. Romeu que todo mundo conhece, e que deu a volta por cima.
E acabou até hoje, ele liga e pergunta da Marli, até hoje... ri... não sei quanto tempo faz2874(t)5.11ã( )]TJ/R7 10.1198 6’-160.372 -17.52 Td[(o)-10.1736(l)-6.74837(h)13.5554(a)-6.5048(4.)0.84554(a)-6.8512(m)18.67158 T448.4775(d)-10.1774(t)5.11686(r)-11.0708(e)5.05193(ç)5.01258(ã)5.01258(o)-10.17458 T444.0187(a)-6.85198(4.)0.0187(P)-1.61057(d)1.65 st81(.)0.84581(.)250]TJ/R7 10.11978J2211.918 0 Td8(4.)0.1686(r)-11.7491(i)5.11543(,)-11.0182olheem4.direção4.e4.P7.4.P74.diz: stempo.
293
(1’47’’) Diretor olha em direção a platéia, diz: hum,hum...movimenta de forma positiva a
cabeça.
(1’48’’) P5 olha em direção ao diretor, diz: depende de você. Se você quer encarar esse
sofrimento ou fugir.
(2’00’’) Diretor olha em direção a platéia, diz: hum,hum. Acho que esta é a grande lição que
tanto a Jorgete quanto a Marli nos trazem: dependia delas. De elas terem uma visão
sistêmica, delas se dedicarem, perseverarem...é passar até por uma aprendizagem, um
sofrimento e ir galgando as coisas pela perseverança, pela força de vontade, que tiveram e
que liderassem a si mesmas. (2’23’’) P7 olha em direção ao diretor, movimenta a cabeça de
forma afirmativa. Diretor continua dizendo: Vocês foram as grandes líderes de vocês mesmas,
porque não adianta nada a gente aprender um monte de teoria sobre liderança, se a gente
não ser o nosso próprio líder, do nosso próprio mundo. E a grande lição que a Jorgete e a
Marli nos trazem é essa liderança interna. Mesmo com as dificuldades, com as barreiras,
com um não... lutar e continuar dona de sua cabeça. Muito obrigado pelas grandes histórias.
Muito obrigado pela aprendizagem. Acho que todos, inclusive a gente não vai esquecer
dessas duas histórias, elas foram vividas e sentidas. São reais. Obrigado.
(3’29’’) um passo para sua esquerda, olha em direção a P3, diz: nós também queremos
agradecer a empresa X pela oportunidade da gente fazer esse trabalho. Pena que é pouco, a
vontade é de que fosse mais, mas estamos com o impeditivo do horário. Se agente continuar,
vai ficar mais complicado, é muito melhor a gente parar aqui, e absorver o conteúdo tão
intenso e tão bonito que a gente conseguiu compartilhar e construir neste dia. Qual que é a
sensação de vocês neste momento de fechar com uma imagem... O que a gente viveu no dia de
hoje, com essa apresentação?
(4’26’’) P7 olha em direção ao diretor, diz: Crescimento profissional...
(4’28’’) P4 olha em direção ao diretor, diz: Vontade de continuar...
(4’29’’) P3 olha em direção ao diretor diz: Partilha.
(4’32’’) Diretor olha em direção a P5, diz: crescimento, motivação... P4 olha em direção ao
diretor, movimenta a cabeça de forma afirmativa, diz: motivação. Diretor continua dizendo:
partilha...
(4’36’’) Diretor olha em direção aos atores, diz: vamos ver!
Imagem Fluída dos sentimentos da platéia ao final da apresentação
294
(4’38’’ 0’00’’) Atores estão alinhados, lado a lado, cada um em sua posição, com os braços
para trás, no fundo do palco, a cerca de 10 cm de cada um, olham em direção da platéia.
Atores caminham em direção ao centro do palco. A5 para no centro do palco, ajoelha. A2 olha
em direção a A5, para, diz: Olhe...A3 caminha em direção a A4, passa por trás de A4. A1 olha
em direção a A5. A3, diz: ...sabe o que eu pensava sobre esse negócio de liderança? É
manda, manda, manda...A3 passa a frente de A4, ajoelha ao lado de A5, olha em direção a
A2. A1 olha em direção a A2. A2, diz: ...Não é! Nossa!
(0’11’’) A1 olha em direção a A2, diz: Não é mesmo. A3 levanta, olha em direção a A2,
caminha em direção a A1. A4 caminha em direção a A2.
(0’13’’) A2 olha em direção a platéia, movimenta a cabeça para direita e para esquerda, diz:
Nossa, eu to de “cara”... Eu to!
(0’14’’) A3 para atrás de A1. A4 para entre A2 e A1. A2 olha em direção a A3. A3, olha em
direção a A2, diz: ela cresceu, não é? A3, olha em direção a A5 e vira em direção a A2 e A4.
(0’18’’) A2, olha em direção a platéia, diz: Nossa...olha em direção a A1, diz: não sei nem
quantos metros eu tenho agora... A2 fica na ponta dos pés, levantado e abaixando o corpo,
para cima e para baixo. A2 para olha em direção a A1 e A3.
(0’22’’) A1 olha em direção a A2, diz: e juntos...não precisa mandar, não é... Firmeza sim,
mas não precisa mandar. A1 olha em direção a A5. A2 olha em direção a A1, diz: lógico...
A5 ajoelhada olha em direção a A1.
(0’28’’) A5 olha em direção a platéia. A3, A1, A4 e A2, um ao lado do outro, estendem os
braços em direção a A5. A5 segura nos braços de A3,A1.A4 e A2. Olham em direção a
platéia.
(0’36’’) Diretor caminha ao lado dos atores, olha para a platéia, diz: Obrigado, gente. Diretor
curva o tronco para frente. Platéia aplaude. Atores enfileirados em pé, olham para a platéia e
aplaudem.
P3 tira foto do grupo.
Comportamento da platéia durante a imagem fluída de encerramento
(0’00’’) Participantes olham em direção ao palco.
(0’08’’) A2 diz: mandar, mandar... P2, P3, P13, P17 sorriem.
(0’15’’) A3 diz: cresceu né! P2, P3 sorriem.
(0’22’’) P17 inclina a cabeça em direção a P16, fala, olha em direção a platéia. P16 inclina a
cabeça em direção a P16, olha em direção a platéia.
295
(0’36’’) Diretor diz obrigado. Platéia aplaude. P3 fotografa.
(0’49’’) Diretor em ao lado de A5, olha em direção a A5. A5 olha em direção ao diretor,
diz: Então ta, né! Platéia ri, olha em direção ao diretor. Diretor olha em direção a platéia, diz:
É...Desculpem então o tempo curto. Queria agradecer aos M...(diretores) ri, a P3, pela
oportunidade da gente estar trabalhando tão pioneiramente com este tipo de trabalho, quanto
vocês com este treinamento, que acho que teve uma grande afinidade, da gente querer aceitar
desafios, de inovação, que é um pouco do nosso grupo. E pedir a colaboração de vocês, que
este tipo de trabalho está servindo para uma pesquisa de Mestrado em Psicologia
Organizacional, que tem aquele questionário para vocês responderem amanhã, que vai
ajudar a gente a aperfeiçoar cada vez mais este instrumento. Se for possível. Eu agradeço
esta parceria. Que a gente possa trabalhar cada vez mais juntos, trazendo coisas cada vez
mais novas, e vocês também, aprendendo de uma forma... sem ver o tempo passar, mas tão
importante, tão fundamental que não se esquece. Obrigado.
(2’03’’) P10 olha em direção ao diretor, diz: eu gostaria de em nome da empresa X... P2, P3,
P4, P13, P17 olham em direção a P10. P10 continua dizendo:... agradecer ao trabalho de
vocês. Este trabalho é interessante porque ele mostra a nossa realidade, algo que a gente não
consegue ver porque a gente não se enxerga desta forma. É um trabalho muito interessante,
gostaria de deixar as portas abertas para vocês. A gente tem...nós estamos...o treinamento é
uma área que está precisando muito na empresa e um trabalho do Playback acho que seria
bem interessante. Participantes olham em direção ao palco. P10 continua dizendo... Agradeço
o trabalho de vocês, mesmo, é muito bom. Acho que agregou bastante para a gente e ...
(2’42’’) Diretor olha em direção a P10, diz: Todos nós estamos de parabéns. Ousamos,
juntos! P3 movimenta a cabeça de forma afirmativa, olha em direção ao palco. Grupo
aplaude. Platéia aplaude. (2’56’’)
Fim da apresentação.
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