Descontaminação das brocas odontológicas X contaminação microbiana
Dos 99 (90,0%) consultórios que esterilizavam as brocas odontológicas,
32 (29,0%) apresentaram detecção microbiana no teste de esterilidade. Em
contrapartida, dos 11 (10,0%) que não esterilizavam as brocas evidenciou-se o
desenvolvimento microbiano em apenas três (2,7%).
Convém enfatizar os métodos de descontaminação utilizados pelos oito
(7,3%) consultórios que apesar de não esterilizarem as brocas não
apresentaram detecção microbiana no teste de esterilidade. Na etapa de
lavagem, observou-se o uso de: detergente enzimático (0,9%), saponáceos
(0,9%) e detergente comum (5,4%) associados à esponja de espuma (0,9%),
esponja ou pincel de aço (2,7%) e escova plástica (3,6%). Após a limpeza, os
oito (7,3%) consultórios imergiam as brocas em produtos químicos por
períodos de tempo variáveis. Destaca-se que dois (1,8%) consultórios não
secavam as brocas antes de imergir na solução. Deste modo, três (2,7%)
imergiam as brocas em álcool a 70% por até 6 horas, três (2,7%) em solução a
base de quaternário de amônio a 0,2% até o momento do uso, e dois (1,8%)
em glutaraldeído a 2%, sendo que um (0,9%) mantinha as brocas imersas por
40 minutos e outro (0,9%) até o momento do uso. Observou-se, ainda, que,
sete (6.4%) não realizavam o último enxágüe para remoção do desinfetante,
somente secavam as brocas e as guardavam nos broqueiros ou as utilizavam
diretamente nos clientes.
Quanto aos métodos de descontaminação utilizados pelos 35
consultórios que apresentaram desenvolvimento microbiano no teste de
esterilidade (Figura 2), observou-se, em relação a este quantitativo (n= 35),
que: 32 (91,4%) consultórios submetiam as brocas a um método de
esterilização, sendo 27 (77,1%) em estufa de Pasteur, quatro (11,4%) em
autoclave a vapor e um (2,9%) em glutaraldeído a 2%. Dos três (8,6%) que não
esterilizavam as brocas, observou-se que um (2,9%), após a limpeza com
detergente comum, armazenava-as em broqueiro com tampa, juntamente com
algumas pastilhas de paraformaldeído; e em dois (5,7%) consultórios realizava-
se a desinfecção por meio de imersão das brocas em álcool a 70% por 15