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Com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, houve uma
mudança nos hábitos e formas de concepção do espaço urbano; o ajardinamento foi uma
novidade introduzida. Nas novas áreas residenciais da capital do Império habitavam os
barões da Corte, os quais viviam em casas modernas, isoladas nos lotes, apalacetadas e em
meio de amplos jardins. Assim, o jardim, que era pequeno e restrito, sem tratamento
específico, assumiu o papel de elemento valorizador da residência (MACEDO, 1999).
Com o passar do tempo, houve um aumento da população no centro urbano,
principalmente entre 1950 (36% urbana e 64% rural) e 1980 (68% urbana e 32% rural);
com isso, a elevação nos valores dos lotes e conseqüentemente, redução nas áreas
particulares das casas destinadas ao ajardinamento. Por outro lado, observa-se um
crescimento na demanda por trabalhos em paisagismo. Porém, já no final do século XX,
apesar do grande número de paisagistas trabalhando no Brasil, são raras as possibilidades
de formação profissional dedicada ao paisagismo e, na maioria das vezes, os profissionais
atuantes são autodidatas (MACEDO, 1999; ZUIN, 2002).
Como resultado do despreparo de muitos, percebe-se que são criados jardins de
maneira inadequada, os quais estão condenados à descaracterização, degeneração ou ao
desaparecimento em curto espaço de tempo. Isto é causado pelo posicionamento
impróprio de espécies, onde as características de desenvolvimento favoráveis à planta não
são oferecidas, o que resulta em exemplares mal desenvolvidos e suscetíveis ao ataque de
pragas e doenças (BARBOSA, 1989).
Para que isto não ocorra, o paisagista deve estar devidamente capacitado. Deve,
ainda, contar com profissionais qualificados para realizar a implantação e manutenção do
jardim, que são etapas decisivas para se obter sucesso com o passar do tempo do projeto.
Neste contexto se insere a jardinagem, que pode ser definida como um conjunto de
técnicas utilizadas para realizar a implantação e manutenção de jardins. Para exercer
corretamente a profissão de jardineiro, é necessário ter conhecimentos básicos de solos,
plantio e propagação de plantas, controle de pragas e doenças, podas, irrigação, além de ser
imprescindível o gosto pela atividade. A qualidade final de um projeto de paisagismo que
inclua vegetação, é determinada pela prática correta da jardinagem.
Atualmente, porém, é muito difícil encontrar profissionais qualificados para exercer
a função de jardineiros de forma adequada, devido à falta de cursos profissionalizantes
amplamente acessíveis nesta área da atividade humana. Ainda, tem-se carência e difícil
acesso à literatura referente às técnicas culturais empregadas na implantação e manutenção
de jardins. As informações existentes são, muitas vezes, imprecisas e inviáveis na prática, ou