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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
SAIONARA DA GRAÇA FREITAS DOS SANTOS
AVALIAÇÃO DO ESTUDO NUTRICIONAL DE PACIENTES SUBMETIDOS À
TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CRICIÚMA, JUNHO DE 2008
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2
SAIONARA DA GRAÇA FREITAS DOS SANTOS
AVALIAÇÃO DO ESTUDO NUTRICIONAL DE PACIENTES SUBMETIDOS À
TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde da Universidade
do Extremo Sul Catarinense para a obtenção do
título de Mestre em Ciências da Saúde.
Área de Concentração: Biomedicina
Orientador:
Prof. Dr. Marcos Marques da Silva Paula
Co-orientador: Felipe Dal-Pizzol
CRICIÚMA, JUNHO DE 2008
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3
Dedico essa obra:
Aos anjos que me ajudaram a voar até aqui.
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai Dioclides e minha mãe Virgínia Olinda (in memorian) por tudo o que me
ensinaram, e tenho certeza que onde estão, continuam a ensinar e são pra mim duas estrelas
que iluminam meu caminho.
Ao meu orientador Dr. Marcos Marques da Silva Paula, pela sua solicitude e o
carinho com que me recebeu como orientanda. Obrigada por ter acreditado no meu trabalho.
Ao meu co-orientador, Dr. Felipe Dal-Pizzol, pela sua paciência e boa vontade, pela
dedicação ao me ensinar.
Ao meu marido Hiran, que sempre com muito amor me ajudou a vencer e entendeu
todos os momentos que estive ausente.
Aos meus filhos Flávio e Vinícius, pela compreensão e pelas longas viagens que
fizemos juntos pela BR 101.
À minha filha Hiranara pelas palavras carinhosas, sempre a dizer que tudo dará certo.
À minha estagiária Priscila Schein pela dedicação e empenho na coleta de dados.
5
“O alimento nutre o corpo, assim como a poesia nutre a
alma”.
(Saionara)
6
RESUMO
Pacientes hospitalizados têm requerimentos nutricionais especiais em função da
desnutrição e de desequilíbrios metabólicos impostos pela doença. A alimentação enteral tem
um importante papel na evolução do paciente crítico para repor proteínas, energia, minerais e
vitaminas, adequadas ao paciente que não está recebendo alimentação por via oral. O
presente estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de pacientes submetidos a
terapia de nutrição enteral. A avaliação nutricional de pacientes foi feita a partir de dados
antropométricos. Elaborou-se um instrumento para coleta de dados contendo informações
referentes a: idade, altura, sexo, peso ideal (PI), circunferência do braço (CB), prega cutânea
tricipital (PCT), circunferência muscular do braço (CMB), e circunferência muscular do
braço percentual (CMBperc). Os dados antropométricos foram coletados a cada 10 dias. A
albumina foi medida no momento da avaliação nutricional, repetida em um período de 14-20
dias. O score APACHE II foi calculado nas primeiras 24 horas de internação. Foram
avaliados os dias de alimentação enteral em que o paciente recebeu dieta por sonda naso
entérica. O estudo foi realizado em dois hospitais, na cidade de Criciúma SC e na cidade de
Sapiranga - RS. Dados coletados foram tratados estatisticamente e considerados significativos
para p < 0,05. Os resultados sugerem que variáveis como: idade, sexo, dados antropométricos
e albumina, não são significativamente importantes para o desfecho do paciente. Entretanto,
pacientes que receberam suporte nutricional por tempos inferiores a 75% do período total de
internação, apresentaram maior índice de óbito em relação ao grupo submetido a terapia
nutricional enteral por tempo superior a 75%. Estes resultados sugerem que o tempo de
alimentação enteral foi importante no desfecho de paciente crítico, isto é, pacientes que foram
à óbito e pacientes que sobreviveram.
Palavras chaves: Avaliação nutricional, desnutrição, terapia nutricional enteral,
paciente crítico.
7
ABSTRACT
Patients, has special nutritional requirements according to the malnutrition and
imbalances metabolic imposed by the disease. The enteral nutrition has an important role in
the evolution of the patient critical to restore protein, energy, minerals, and vitamins,
appropriate to the patient, who is not receiving food orally. This study aimed to assess the
nutritional status of patients undergoing therapy, enteral nutrition. Used to with the nutritional
assessment methodology by anthropometric data, was draft an instrument for collecting data
with information such as age, height, sex, ideal weight, arm’s circumference, triceps skin folt,
muscle circumference of arm, and muscle circumference of the arm percentage. The data
collection anthropometric was repeated in 10 days, the albumin requested at the time of
assessment nutritional and repeated in a period de 14 -20 days, the APACCHE II score, was
calculated in the first 24 hours of hospitalization. Was analyzed the days the days of enteral
nutrition that patient received during the period who was hospitalized in as intensive care
unit. Statistical analysis of the variables was performed by applying the T test, and results
were considered statically significant at the level of (p<0,005) the results showed that
collecting data such as age, sex, anthropometric data, collection of albumin showed no
significantly important to the outcome, but patients who had the enteral nutrition therapy
suspended for time exceeding 75 percent, had a higher rate of death regarding patients,
maintained that the enteral nutrition therapy during time than 75 percent , so this study
suggests that in the time of enteral nutrition in the critically ill patients is important in the
outcome of the two groups studied, patient who goes to death in patients who survive.
Key words: nutritional assessment, malnutrition, enteral nutrition therapy, patient critical.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Traçado gráfico correspondente ao desfecho do paciente em função da idade ....... 31
Figura 2. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função do número de dias de
uso de terapia nutricional enteral............................................................................................. 32
Figura 3. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da tomada de prega
cutânea triciptal........................................................................................................................ 32
Figura 4. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da tomada de prega
cutânea triciptal........................................................................................................................ 34
Figura 5. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da circunferência do
braço (cb1)............................................................................................................................... 34
Figura 6. Traçado gráfico referente ao desfecho do paciente em função da circunferência do
braço (2)................................................................................................................................... 35
Figura 7. Traçado gráfico correspondente ao desfecho em relação à circunferência muscular
do braço (1).............................................................................................................................. 36
Figura 8. Traçado gráfico correspondente ao desfecho em relação à circunferência muscular
do braço (2).............................................................................................................................. 37
Figura 9. Traçado gráfico relativo ao desfecho em relação a circunferência muscular do braço
percentual (1)........................................................................................................................... 37
Figura 10. Traçado gráfico relativo ao desfecho em relação à circunferência muscular do
braço percentual (2)................................................................................................................. 38
Figura 11. Traçado gráfico para o desfecho em função da albumina 1................................... 39
Figura12. Traçado gráfico para o desfecho em função da albumina 2.................................... 40
Figura 13. Traçado gráfico correspondente ao desfecho do paciente em função do score
APACHE II ............................................................................................................................. 41
Figura 14. Curva de sobrevivência de Kaplan-Meire, correspondente ao óbito em função do
tempo de internação................................................................................................................. 44
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Índice de Massa Corporal (IMC) desejável segundo a idade .................................. 25
Tabela 2. Estado nutricional segundo a circunferência muscular do braço............................. 26
Tabela 3. Estado nutricional segundo a circunferência do braço ............................................ 27
Tabela 4. Estado nutricional segundo a prega cutânea tricipital ............................................. 27
Tabela 5. Valores simplificados de Blackburn........................................................................ 27
Tabela 6. Dados relativos ao desfecho do paciente em função da idade................................. 30
Tabela 7. Dados relativos ao desfecho de dias de terapia nutricional enteral ......................... 31
Tabela 8: Dados relativos ao desfecho prega cutânea triciptal (1).......................................... 32
Tabela 9. Dados relativos ao desfecho prega cutânea triciptal (2) .......................................... 33
Tabela 10. Dados relativos ao desfecho circunferência do braço (1)...................................... 34
Tabela 11. Dados relativos ao desfecho circunferência do braço (2)...................................... 35
Tabela 12. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço (1) ...................... 35
Tabela 13. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço (2) ...................... 36
Tabela 14. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço percentual (1)..... 37
Tabela 15. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço percentual (2)..... 38
Tabela 16. Dados relativos ao desfecho de albuminal............................................................. 39
Tabela 17. Dados relativos ao desfecho de albumina 2........................................................... 40
Tabela 18. Dados relativos ao desfecho de APACHE II......................................................... 41
Tabela 19. Dados relativos ao desfecho do sexo..................................................................... 42
Tabela 20. Dados relativos ao desfecho da parada de terapia nutricional Enteral .................. 43
Tabela 21. Dados relativos ao desfecho da redução de albumina ........................................... 43
10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A - Altura
CB - Circunferência do Braço
CMB – Circunferência Muscular do Braço
I - Idade
IMC - Índice de Massa Corporal
PCT - Prega Cutânea Tricipital
PI - Peso Ideal
TNE - Terapia de Nutrição Enteral
UTI - Unidade de Terapia Intensiva
VET - Valor Energético Total
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................12
1.1 Visão geral........................................................................................................................ 12
1.1.1 A quem se destina uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ........................................ 12
1.2 Terapia nutricional em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ..................................... 13
1.2.1 Conceito de terapia nutricional enteral........................................................................... 13
1.2.2 Importância da terapia nutricional no paciente grave..................................................... 13
1.3 Metabolismo do paciente gravemente enfermo ............................................................ 14
1.4 Desnutrição no paciente gravemente enfermo.............................................................. 16
1.5 Avaliação nutricional ...................................................................................................... 17
1.6 Antropometria ................................................................................................................. 18
1.7 Terapia nutricional.......................................................................................................... 19
1.8 Marcador bioquímico de desnutrição............................................................................ 20
1.9 APACHE II (Acute Physiological and Chronic Health Evaluation) ......................... 21
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 22
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 22
2.2 Objetivos Específicos....................................................................................................... 22
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 23
3.1 Principais procedimentos metodológicos ...................................................................... 23
3.1.2 Critérios de exclusão e inclusão ..................................................................................... 23
3.1.3 Tamanho da amostra....................................................................................................... 23
3.1.4 Tempo de segmento........................................................................................................ 23
3.1.5 Dados antropométricos................................................................................................... 24
3.2 Dados relativos à Terapia Nutricional Enteral (TNE)................................................. 28
3.3 Análises estatísticas ......................................................................................................... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÂO ....................................................................................... 30
5 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 46
ANEXOS ................................................................................................................................ 51
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 Visão geral
1.1.1 A quem se destina uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
Desde 1950 a terapia intensiva é considerada uma forma reconhecida de tratamento,
apresentando mudanças consideráveis até hoje. A introdução de novos tratamentos, o aumento
da expectativa de vida e o crescimento das doenças crônicas que em determinado momento
necessitam de cuidados intensivos, são alguns dos fatores que determinam as rápidas
mudanças dessa especialidade (COSTA et al., 1999).
Por se tratar de um paciente em estado crítico de saúde, não significa ser um paciente
terminal. Esta é uma unidade de internação transitória que tem como objetivo centralizar
pacientes em estado grave e o critério para internação é o grau de dependência do paciente.
(LORE, 2003).
Em 1971, foi inaugurada a primeira unidade de terapia intensiva (UTI) do Brasil, no
Hospital Sírio-Libanês, sendo considerada o berço de unidades congêneres em outras
instituições (SCHHETTINO et al., 2006).
Atualmente, vem ocorrendo um aumento importante no número de pacientes idosos
submetidos à internação hospitalar, mantidos em casas de repouso ou atendidos em regime
ambulatorial, cujo estado nutricional é fundamental por ser considerado crítico. Assim, é
fundamental que as alterações próprias do envelhecimento sejam diferenciadas dos sinais
clínicos de desnutrição o mais precocemente possível. (MARCHINI; FERRIOLI;
MORIGUTI, 1998).
13
1.2 Terapia nutricional em unidade de Terapia Intensiva
1.2.1 Conceito de Terapia Nutricional Enteral
Terapia de nutrição enteral (TNE) é um conjunto de procedimentos terapêuticos para
manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de nutrição enteral.
(WAITZBERG, 2004). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução da
Diretoria Colegiada 63, 2000, nutrição enteral é constituída de alimentos para fins
especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de
composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas
ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusivamente ou parcialmente para substituir
ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese
ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
1.2.2 Importância da Terapia Nutricional no Paciente Grave
Conforme Vannuchi et al. (1998), a terapia nutricional é peça fundamental nos
cuidados dispensados ao paciente crítico, devido as evidências que comprovam que o estado
nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica.
O emprego de nutrição enteral tem demonstrado ser o método mais efetivo e
econômico para nutrir enfermos graves. Existem evidências experimentais e algumas clínicas
que permitem afirmar que a nutrição enteral é mais benéfica que a nutrição parenteral, para
preservar melhor a função da barreira do intestino, a resposta imunitária local. Devido à
14
precocidade com que se produzem as trocas da barreira intestinal, parece lógico administrar
nutrientes intra-luminal o quanto antes. (MOSELEY, 1997).
Estudos clínicos têm demonstrado que a nutrição enteral precoce, administrada nas
primeiras 48 horas de ingresso, diminui a incidência de infecção hospitalar (MOSELEY,
1997).
O alimento independente da cultura do indivíduo e da época vivida é um fator
essencial e indispensável à manutenção e a ordem da saúde. Sua importância está associada à
sua capacidade de fornecer ao corpo humano nutrientes necessários ao seu sustento. Para o
equilíbrio harmônico desta tarefa é fundamental a sua ingestão em quantidade e qualidade
adequadas de modo que funções específicas como a plástica, a reguladora e a energética
sejam satisfeitas, mantendo assim a integridade estrutural e funcional do organismo. No
entanto esta integridade pode ser alterada, em casos de um ou mais nutrientes, com
conseqüente deficiência do estado nutricional e necessidade de suplementação (MOURA,
2002). A terapêutica nutricional desempenha papel importante na promoção da saúde,
prevenção da doença e no cuidado geral, tanto em situações clínicas como em cirurgias
(MOSELEY, 1997).
1.3 Metabolismo do paciente gravemente enfermo
A abordagem nutricional dos pacientes críticos é um dos grandes desafios da
nutrição clínica. A resposta metabólica mediada pela cascata endócrina e inflamatória torna
estes pacientes resistentes à insulina, predispondo-os à hiperglicemia; nem sempre toleram a
administração de todo o aporte programado pela via enteral, por apresentarem gastroparesia,
vômitos, distensão abdominal ou diarréia (DREYER, 2003).
15
O estresse e o jejum são grandes colaboradores para a degradação da proteína
corporal. Um jejum simples, não associado ao estresse, faz com que o organismo degrade a
gordura para o fornecimento de substrato energético, devido à diminuição da utilização de
glicose. O jejum acompanhado de estresse metabólico ou semi-desnutrição faz com que as
catecolaminas inibam a liberação de insulina e então, sua ação periférica é antagonista pela
atividade glicocorticóide. Como resultado verifica-se o aumento da gliconeogênese, utilizando
aminoácidos como substrato. Se os aminoácidos não forem fornecidos em quantidade
suficiente de fontes exógenas, estes serão adquiridos através do turnover proteíco da massa
corpórea (HEIR et al., 1985).
A privação protéico-calórica pode ocorrer por uma oferta inadequada associada a um
aumento das necessidades, por acréscimo diminuído ou por perdas aumentadas
(PINCHOFSKY; KAMINSKY, 1985).
A seqüela do jejum longo inclui desnutrição protéico-calórica e redução da
imunidade. O consumo da proteína muscular persistente leva ao catabolismo do diafragma,
de músculos intercostais e do miocárdio. Entre implicações clínicas estão relacionadas a
alterações da mecânica ventilatória, com fadiga e insuficiência respiratória e com
expectoração insuficiente (DAVID et al., 2001).
A nutrição enteral é indicada para pacientes com o trato gastrointestinal funcionante,
cuja ingestão oral é insuficiente para satisfazer as estimativas necessárias (ALISSON, 2000).
A ausência de alimentos durante períodos curtos de tempo, produz em animais de
experimentação alterações características da estrutura intestinal, com uma diminuição da
altura das vilosidades da mucosa, uma hipoplasia das mesmas e uma diminuição do conteúdo
de DNA, junto com alterações da função da atividade enzimática das vilosidades e a secreção
de IgA. Estas lesões se revertem quando se instala a infusão de alimentos no intestino
(NAKANO et al., 2007).
16
1.4 Desnutrição no paciente gravemente enfermo
Risco nutricional refere-se ao estado de baixa ingestão, perda ou metabolismo
aumentado. Pode ocorrer lentamente, associado à doença crônica ou aporte insuficiente de
nutrientes, ou rapidamente, em virtude de patologia aguda. A resposta normal ao jejum resulta
na utilização de glicogênio hepático. Após 24 horas, com a reserva de glicogênio esgotada,
ocorre lipólise que alcança parcialmente a necessidade de glicose. A mobilização de
aminoácidos, a partir de músculo esquelético, permite gliconeogênese complementar e a
síntese protéica pelo fígado (DAVID et al., 2001).
A desnutrição é causada por um desequilíbrio no balanço entre ingestão e
necessidades. A ingestão de uma dieta suficiente para atingir ou exceder as necessidades de
um indivíduo irá manter a composição corporal e funções metabólicas normais. Existirá o
desequilíbrio quando a ingestão diminuir, os requerimentos aumentarem ou quando a
utilização estiver alterada. Quando desequilíbrio o metabolismo se altera, ocorrendo a
perda de tecido corporal. As alterações metabólicas em relação à deficiência protéica e
energética ocorrem em horas e dias de redução de ingestão de nutrientes (dependendo da
severidade) levando às mudanças antropométricas. Assim, a desnutrição e suas conseqüências
são reconhecidas pela ingestão inadequada, alterações funcionais e bioquímicas, e
conseqüentes efeitos antropométricos (SHILS, 2007).
Desnutrição pode ser considerada como um estado de deficiência energética, protéica
ou de qualquer outro nutriente específico, que implique em alteração mensurável de função
corporal, associada a uma pior evolução da doença e que seja especificamente reversível pela
terapia nutricional (ALISON, 2000).
No ambiente hospitalar, desnutrição seria mais bem descrita como processo contínuo
que se desencadeia com a ingestão inadequada de nutrientes em relação as suas necessidades
17
e progride através de uma seqüência de alterações funcionais que precedem as alterações na
composição corporal (ALISON, 2000).
A desnutrição pode afetar adversamente a evolução clínica de pacientes
hospitalizados, aumentando o tempo de permanência hospitalar, a incidência de infecções e
complicações pós-operatórias e a mortalidade. Sabe-se também que a desnutrição protéico-
energética está associada ao retardo na cicatrização de feridas (GRANT; THULOW, 1981).
1.5 Avaliação nutricional
A avaliação nutricional consiste em um conjunto de métodos que procura mensurar e
comparar com valores considerados normais à composição corporal e bioquímica do paciente
(BAXTER, CARNEVAULI, WAITZBERG, 2007).
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios
nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na recuperação
e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo (CUPPARI, 2005).
A influência da nutrição na saúde do indivíduo é medida pela avaliação do estado
nutricional que expressa o quanto as necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo
atendidas (HOOG, MAHN, ESCOTT. KRAUSE, 1998).
A avaliação do estado nutricional é importante para o diagnóstico da desnutrição,
principalmente nas fases iniciais ou ainda quando há dúvidas na interpretação de dados
subjetivos. Para avaliação do estado nutricional de idosos, utilizam-se parâmetros como:
história clínica, dietética, exames laboratoriais e medidas antropométricas, para que se possa,
efetivamente, chegar a um diagnóstico com segurança (CHAPMAN, HAM, PEALMAN,
1996).
18
A avaliação nutricional deve ser uma das primeiras etapas na abordagem do paciente.
A depleção de nutrientes e, em conseqüência, a perda das funções celulares são achados
comuns em doenças agudas ou crônicas. Avaliar um paciente sob o aspecto nutricional
significa: identificar a desnutrição, quantificar o risco de o paciente desenvolver complicações
secundárias a desnutrição (DAVID et al., 2001).
A avaliação do estado nutricional visa identificar os pacientes em risco nutricional,
promover suporte nutricional adequado e monitorar sua evolução (LEE, 1996).
1.6 Antropometria
Medidas antropométricas são técnicas não invasivas que oferecem informações ou
estimativas da composição corporal, muscular e reservas de gordura. Essas medidas incluem
peso, altura, circunferências e pregas cutâneas. As medidas antropométricas podem ser usadas
para monitorar, intervenções e servem para detectar nutrição avançada, especialmente
proteíca e calórica (WAITZBERG, 2004).
As medidas antropométricas mais utilizadas são o peso, altura, circunferências e
pregas cutâneas (VANNUCCHI, UNAMUN, MARCHIINI, 1996).
Uma diminuição acentuada das medidas antropométricas e bioquímicas caracteriza
os casos de nutrição protéica e calórica, além de comprometimento imunológico
importante. Nesses casos, uma deficiência global de ingestão de nutrientes. A nutrição
específica se caracteriza pela deficiência isolada ou múltipla de vitaminas, de minerais ou de
oligoelementos. Pode ocorrer isolada ou associada à má nutrição calórica e/ou protéica
(MARCHINI, FERRIOLI e MORIGUTI, 1998).
A antropometria tem sido usada para avaliar o tamanho e as proporções dos
segmentos corporais, por meio de equações que estimam a composição corporal. Os testes
19
antropométricos são válidos para situações de campo e clínicos, porque possuem baixo custo
e são relativamente fáceis de serem aplicados. Sua validade dependerá da habilidade e prática
do avaliador (HEYWARD, STOLARCZYK, 2000).
1.7 Terapia nutricional
O objetivo da terapia nutricional é suprir as necessidades energéticas de pacientes em
estado crítico, pois a rápida cicatrização de feridas e a recuperação da massa corpórea magra
são prejudicadas, caso o paciente tenha um balanço negativo de energia. Quando as
necessidades de energia não são supridas, o paciente tem que fazer uso de suas reservas de
tecido, incluindo os músculos ou outros órgãos, para suprir tais necessidades. O gasto de
energia corpórea total pode aumentar em 15 100% acima das necessidades basais
(GOTTSCHLICH, ALEXANDER, BOWER, 1990).
A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é um conjunto de procedimentos terapêuticos
empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de nutrição
enteral. É o fornecimento para a luz do trato gastrintestinal, de dietas ou formulações
nutricionais, introduzidas pela boca, sondas nasoenterais ou ostomias (SHENKIN, 1997).
Nos últimas décadas, a nutrição enteral tem sido largamente utilizada por
proporcionar grandes benefícios aos pacientes. As técnicas para implementação da nutrição
enteral, formulações dietéticas especializadas cada vez mais sofisticadas e de fácil preparo,
contribuíram muito para incrementar o uso da terapia nutricional enteral (CAMPOS,
JOHNSSON et al., 2006).
Estudos atuais demonstram que pacientes em estado crítico, que recebam calorias
adequadas durante todo o seu processo de recuperação, têm menos complicações e taxas de
sobrevivência mais elevadas (ANNIS, 1991).
20
A terapia nutricional tem tido grande impacto na evolução do paciente grave. Sua
escolha e manuseio, no entanto, têm sido alvo de dúvidas e erros freqüentes, principalmente
no paciente crítico. A escolha da terapia nutricional a ser realizada, bem como sua via de
administração deve levar em conta o quadro clínico e as condições gerais do paciente. A via
ora/enteral de oferta de nutrientes é a preferível. Portanto, sempre que possível deve-se
utilizar o trato gastrintestinal (CORTES, 2003).
As conseqüências da privação de nutrientes se manifestam de forma tardia, ao
contrário, por exemplo, dos efeitos de uma oferta inadequada de oxigênio. Isso pode explicar
porque, embora haja consenso sobre sua importância na abordagem terapêutica do paciente
gravemente enfermo, a terapia nutricional (TN) é, às vezes negligenciada nas UTIs
(GRIFFITHS, 1997).
1.8 Marcador bioquímico de desnutrição
A albumina tem a característica de se ligar a muitos compostos orgânicos, sendo por
isso, considerada uma proteína transportadora ou carreadora. Diariamente, o fígado sintetiza
cerca de 200 mg/kg de albumina, que é transportada para outros tecidos, onde é hidrolizada
em aminoácidos livres para a incorporação em outras proteínas (SHILS. et al.2007).
A albumina é uma das variáveis mais freqüentemente utilizadas nos índices
prognósticos. Numerosos estudos têm demonstrado uma associação entre hipoalbuminemia e
complicações em pacientes hospitalizados (BARTONI et al., 2001).
Baker et al. (1982), identificaram três problemas fundamentais no uso da albumina
sérica como uma medida objetiva do estado nutricional, são elas:
21
1) Dificuldade, ou até mesmo, impossibilidade em separar os efeitos de deficiência
de ingestão protéica dos efeitos mediados por enfermidades ou complicações subjacentes que
afetam a desnutrição, o catabolismo ou a síntese de albumina;
2) O longo período de vida média da albumina, que tem como conseqüência uma
resposta lenta à depleção protéica, o que reduz a extensão da queda nos seus níveis séricos.
3) As faixas de normalidade estabelecidas para populações saudáveis expõem as
mesmas ao risco de diagnóstico equivocado, que os limites inferiores propostos o
adequados, permitindo que indivíduos com desnutrição estabelecida apresentem valores
séricos de albumina dentro de intervalos estabelecidos como normais.
1.9 APACHE II (Acute Physiological and Chronic Health Evaluation)
O APACHE II foi introduzido por Knaus et al. em 1985, sendo um sistema
amplamente usado para avaliar a gravidade dos pacientes em terapia intensiva (KNAUS et al.,
1985).
Os índices de gravidade têm como objetivo principal a descrição quantitativa do grau
de disfunção orgânica de paciente gravemente enfermo. A gravidade é traduzida em valor
numérico a partir das alterações clínicas e laboratoriais existentes ou do tipo/número de
procedimentos utilizados, permitindo a avaliação de desempenho da UTI, encontram-se
sistemas padronizados e aceitos internacionalmente pela comunidade científica para predição
da mortalidade, como a APACHE - Acute Physiology and Chronic Healh Evolution (KNAUS
et al., 1981).
22
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar o desfecho de pacientes internados em UTI submetidos à terapia com
nutrição enteral.
2.2 Objetivo Específico
Determinar os dados antropométricos destes pacientes e avaliar seus índices de
desnutrição;
Empregar albumina como marcador bioquímico de desnutrição;
Avaliar a influência do tempo de uso da alimentação enteral em paciente grave
e sua co-relação com a mortalidade.
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Principais procedimentos metodológicos
3.1.1 Questões éticas
O estudo teve duração de seis meses (junho de 2007 a dezembro de 2007), sendo
aprovado previamente pelo Comitê de Ética da Universidade do Extremo Sul Catarinense
Santa Catarina e mediante termo de consentimento livre e esclarecido dos participantes
(APÊNCIDE A).
3.1.2 Critérios de exclusão e inclusão
Foram excluídos do estudo, pacientes com síndrome nefrótica, câncer e hepatopatia;
os demais pacientes que concordaram em participar deste estudo, conforme estabelecido no
consentimento livre e esclarecido, foram incluídos no estudo de avaliação do estado
nutricional.
3.1.3 Tamanho da amostra
Participaram do estudo 134 pacientes de ambos os sexos, com diagnósticos diversos
de internação na UTI.
3.1.4 Tempo de segmento
24
Os pacientes foram observados durante o período que estiveram internados em UTI,
fazendo uso de terapia de nutrição enteral.
3.1.5 Dados antropométricos
Todos os pacientes estudados foram submetidos a protocolo de avaliação nutricional.
Este contém a descrição de dados necessários para realizar a avaliação nutricional dos
pacientes internados. Além dos dados antropométricos, empregou-se como marcador
bioquímico de desnutrição, os níveis de albumina sérica. Isto se deve ao fato da albumina
sérica ser um marcador de baixo custo para as instituições que sediaram o estudo. O
prontuário contém padronização para cálculos de necessidades energéticas por meio de dados
obtidos. Garcia (2002) relata que protocolos são necessários para operacionalização do
atendimento nutricional, ou seja, delineiam algumas situações para que se mantenham
assegurados a organização e método de atendimento em cada instituição (APÊNCIDE B).
Para avaliação nutricional foram utilizados os seguintes métodos:
a) Coleta de peso: por este refletir a massa metabolicamente ativa; mas pelo fato do
paciente estar internado em uma UTI, ser de estado crítico e os hospitais que permitiram o
estudo não disporem de balança leito, e não haver familiares presentes no momento da
avaliação, não foi colhido o peso referido. Na ausência dessas informações e também pelo
fato do paciente encontrar-se acamado em estado crítico, não ouve condições de tomar-se a
PSE (prega cutânea subescapular) para colher o peso estimado, pois para esta tomada o
paciente necessita ficar em decúbito lateral, o que no caso não foi possível, devido ao
monitoramento contínuo e na ausência destas condições foi usado o PI, corrigido pelo IMC de
acordo com a faixa etária.
25
Para Bray (1987), as evidências de órgãos de prevenção e tratamento do sobrepeso
advogam para ambos os sexos, valores desejados de 19 24 kg/m² para sujeitos entre 19 e 24
anos de idade e 20 25 kg/m² para aqueles entre 25 34 anos. Depois, os limites desejáveis
devem se elevar ligeiramente com a idade nas mulheres, porém não nos homens (Tabela 1).
Tabela 1. Índice de Massa Corporal (IMC) desejável segundo a idade.
Grupo etário (anos) : Índice de Massa Corporal ( kg/m²)
19 - 24 19 – 24
25 - 34 20 – 25
35 - 44 21 – 26
45 - 54 22 – 27
55 - 64 23 – 28
>65 24 – 29
Fonte: Bray,George A.,1987.
O cálculo do PI (OMS, 1997) foi efetuado de acordo com a equação seguinte: PI =
IMC x A²
b) Cálculo da altura: A estatura não é um dado comumente obtido no momento da
internação hospitalar e, por vezes desconhecido pelo próprio paciente. Nestes casos a estatura
deverá ser aferida durante a realização da avaliação nutricional. Entretanto condições
especiais que impedem esta medida por meios convencionais (CHUMLEA et al.,1987). No
presente estudo foi utilizado o método alternativo pela altura do joelho. Este método é
indicado principalmente para utilização em idosos por meio da seguinte equação
(CHUMLEA et al., 1985):
Homens: [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm )]
Mulheres: [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]
Quando não foi possível determinar a altura pela fórmula da altura do joelho, usou-se
o método pela extensão dos braços. Os braços devem ficar estendidos, formando um ângulo
26
de 90º com o corpo. Mede-se a distância entre o dedo médio da mão, utilizando-se uma fita
métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo
(CUPARRI, 2005).
c) Coleta de CB (circunferência do braço). Esta medida representa a soma das áreas
constituídas pelos tecidos ósseos, muscular e gorduras do braço. Para sua obtenção o braço à
ser avaliado deve estar flexionado em direção ao tórax formando um ângulo de 90º,
localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e o olécramo, contornar o braço com a
fita métrica flexível no ponto marcado de forma ajustada, evitando compressão na pele ou
folga (CUPARI, 2005). Foi utilizada fita métrica flexível com precisão de 0,1 cm.
d) Coleta da PCT (Prega cutânea triciptal). É a mais rotineiramente utilizada na
prática clínica. Estima as reservas gordurosas do tecido subcutâneo (CUPARI, 2005). Para a
coleta utilizou-se adipômetro da marca SANNY para aferição da PCT (Prega Cutânea
Triciptal) e o resultado foi expresso em milímetros (mm).
e) Coleta de CMB (circunferência muscular do braço). Este parâmetro avalia
reservas de tecido muscular (sem correção da área óssea). É obtida a partir dos valores da CB
e da PCT (BLACKBURN et al., 1977), onde:
CMB = CB (cm) - (0, 314 x PCT mm)
Adequação da CMB (%) = CMB (cm) % = CMB percentil 50 x 100
Os valores comparativos em percentuais para o estado nutricional de acordo com a
CMB são apresentados na tabela 2:
Tabela 2: Estado nutricional segundo a circunferência muscular do braço.
Desnutrição (%)
Estado Nutricional
Grave Moderada Leve
Eutrofia
(%)
Circunferência Muscular do Braço
< 70
70 a 80
80 a 90
90
Fonte: adaptado de Blackburn, G.L. & Thornton,P.A, 1979.
27
Para o cálculo do percentual (%) de avaliação foi usado CMB%, foram usadas como
parâmetros em percentual (%) para pacientes que apresentaram estados de eutrofia à
obesidade (Tabelas 3 e 4).
Tabela 3. Estado nutricional segundo a circunferência do braço.
Desnutrição(%) Eutrofia (%) Sobrepeso (%) Obesidade(%)
Estado Nutricional
Grave Moderada Leve
< 70 70 a 80 80 a 110 90 a 110 110 a 120 > 120
Fonte: Blackburn, G.L. e Thomton, PA, 1979.
Tabela 4. Estado nutricional segundo a prega cutânea tricipital .
Desnutrição(%) Eutrofia (%) Sobrepeso (%) Obesidade(%)
Estado Nutricional
Grave Moderada Leve
< 70 70 a 80 80 a 90 90 a 110 110 a 120 > 120
Fonte: Blackburn, G.L. e Thomton, PA, 1979.
Na Tabela 5 são apresentados os valores simplificados de Blackburn et al., (1977)
(percentil 50), os quais foram utilizados para estimar dados antropométricos obtenção de
resultados.
Tabela 5. Valores simplificados de Blackburn.
Homens(mm) Mulheres(mm)
Prega cutânea do triceps 12,5 16,5
Circunferência do braço 29,3 28,5
Circunferência muscular do braço 25,3 23,2
O cálculo das necessidades energéticas foram calculados usando-se a equação de
Harris Benedict (1919), ajustada para Fator Atividade (FA) confinado ao leito = 1,2, Fator
Circunferência do braço
Prega cutânea tricipital
28
Injúria (FI) considerado de acordo com a enfermidade (ver fator injúria para enfermidade
no apêndice E).
Esta equação estima o gasto de energia basal, que se assemelha ao gasto de energia
de um paciente em jejum; em repouso e em ambiente termicamente neutro (CASEMIRO,
2002).
Equação de Harris Benedict (1919):
GEB = Homens: 66 + (13,7 x PI) + ( 5x A (cm) – ( 6,8 x I)
Mulheres: 655 + (9,5 x PI) + ( 1,8 x A (cm) – ( 4,7 x I)
Após calcular o GEB (gasto energético basal, determinou-se o VET (valor
energético total) da seguinte equação:
VET = GEB x FA x FI
Com o VET calculado, obteve-se as calorias necessárias adequadas ao fator
atividade(FA) e ao fator injúrua (FI).
3.2 Dados relativos à Terapia Nutricional Enteral (TNE)
A TNE foi distribuída para ser oferecida em 16 horas por dia, com pausa gástrica à
noite entre 01h00min 09h00min da manhã. Todos os pacientes receberam dieta enteral
industrializada em sistema fechado, por bomba de infusão com gotejamento contínuo,
calculados de acordo com as necessidades para o valor energético total. As dietas oferecidas
foram Resource Diabetic - Laboratório Novartis Biociências, para pacientes com Diabetes
Mellitus e hiperglicêmicos, Hiper Diet Multi Fiber - Laboratório Support, para pacientes
com requerimentos nutricionais de dietoterapia normoprotéica e normocalórica.Hiper Diet
Energy Plus dieta nutricionalmente completa, hipercalórica e hiperprotéica ideal para
necessidades elevadas e ou/ restrição hídrica Laboratório Support.
29
Diariamente foi verificada a digestibilidade, tolerância, e acompanhamento de
volume de infusão, registrados em história diária de aceitação da dieta ou motivo do jejum
(APÊNDICE C), nesta ficha também registrou-se o score APACHE Acute Physiology and
Chronic Healh Evolution, por ser um método adequado para avaliar a severidade da patologia
de um paciente internado em UTI.
3.3 Análises estatísticas
Os pacientes foram avaliados nas primeiras 48 de internação na UTI, e esta avaliação
repetiu-se de 10 em 10 dias, até alta à unidade. A albumina foi solicitada na internação e
repetida em alguns pacientes que permaneceram internados durante o período de meia vida da
mesma, que é de 14 a 20 dias.
Para auxiliar a coleta, foi elaborada uma ficha de controle de avaliação de resultados,
(APÊNDICE D) o que permitiu a comparação de dados de parâmetros antropométricos, a fim
de estimar o grau de nutrição do paciente.
Dos 134 pacientes que participaram do estudo 47,01% foram à óbito e 52,98 %
permaneceram vivos, do n total de pacientes 63 pertenciam ao sexo feminino e 71 do sexo
masculino, com uma média de idade de 56 anos para o grupo de óbito e 58 anos para o grupo
dos pacientes que permaneceram vivos. Os dados foram obtidos através do teste T, os demais
dados estatísticos seguem-se no capítulo de resultados e discussão.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os principais resultados
correspondentes a avaliação nutricional de 134 pacientes internados em UTI e submetidos a
TNE, cujo objetivo foi avaliar a influência da terapia nutricional no desfecho destes pacientes
críticos.
A avaliação do estado nutricional possibilita identificar os pacientes com risco
grande de apresentar complicações associadas ao estado nutricional e, com isto, promover
uma terapia nutricional adequada, além de monitorar a eficácia da intervenção dietoterápica
(ACUÑA, CRUZ, 2004).
Para tanto, os pacientes foram divididos em dois grupos, a saber: o grupo 1,
constituído por 63 pacientes que foram a óbito e o grupo 2, com 71 pacientes que
permaneceram vivos.
A idade média do grupo 1 foi de 56 anos e para o grupo 2, 58 anos, com desvio
padrão de 17,37 e 12,86, respectivamente. Verifica-se que não há diferença estatística entre os
dois grupos em relação à idade do paciente, isto é, o desfecho do paciente independe da idade,
como podemos observar na tabela 6 e na Figura 1.
Tabela 6. Dados relativos ao desfecho do paciente em função da idade.
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Idade Óbito 63 (47,01%) 56,46 17,37 0,397
Vivo 71 (52,98%) 58,69 12,86
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
óbito vivo
Idade (anos)
Desfecho
Figura 1. Traçado gráfico correspondente ao desfecho do paciente em função da idade.
Em relação aos dias de uso de terapia nutricional enteral (diastne), também não foi
observada diferença estatisticamente significativa entre o tempo de TNE e o desfecho dos
pacientes. Na tabela 7 e a figura 5Como pode-se observar o tempo médio de TNE foi de 11
dias para ambos os grupos.
Tabela 7. Dados relativos ao desfecho de dias de terapia nutricional enteral.
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Diastne Óbito 63 (47,01%) 11,31 5,56 0,911
Vivo 71 (52,08%) 11,21 5,37
32
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
óbito vivo
Desfecho
Tempo de nutrição enteral (dias)
Figura 2. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função do número de dias de uso de terapia
nutricional enteral.
Quanto ao desfecho de tomada de prega cutânea triciptal 1, que representa a
avaliação (pct1) foi observado uma diferença estatisticamente significante entre o grupo de
óbito para o grupo de vivo (Tabela 8; Figura 3).
Tabela 8: Dados relativos ao desfecho prega cutânea triciptal (1).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Pct1 Óbito 63 (47,01%) 12,26 6,24 0,029
Vivo 71 (52,98%) 14,53 5,52
0
5
10
15
20
25
óbito vivo
Desfecho
Prega cutânea triciptal 1 (cm)
Figura 3. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da tomada de prega cutânea triciptal 1.
33
Os dados referentes à segunda tomada de prega cutânea tricipital (pct2) são
apresentados na tabela 9 e no traçado gráfico da figura 4. Verificou-se diferença entre o grupo
de óbito para o grupo de vivos, percebendo-se medidas estatisticamente significantes para os
pacientes que sobreviveram (grupo vivos). Sugere-se a presença de edema. Segundo Krause et
al. (1984), o edema nutricional acompanha invariavelmente períodos de fome crônica,
desaparecendo rapidamente com a ingestão suficiente de alimentos de boa qualidade.
Juntamente com a desnutrição geral, a carência protéica parece ser o fator importante na
produção da síndrome. A restrição severa de proteínas e calorias na dieta pode levar ao uso de
proteínas estruturais como combustível. Se for prolongado, um grande déficit protéico pode
ocorrer num organismo a hipoproteinemia e edema. Nos casos mais brandos, o edema
geralmente é confinado aos membros inferiores, mas quando a condição é mais severa, ele se
estende por todas as partes do corpo. Para Brito e Dreyer (2003), a tomada de prega cutânea
triciptal avalia reserva de gordura corporal. Em algumas situações como em presença de
edema estas medidas não são fidedignas.
Tabela 9. Dados relativos ao desfecho prega cutânea triciptal (2).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Pct2 Óbito 36 (39,56%) 15,11 8,11 0,03
Vivo 55 (60,45%) 11,00 4,62
34
0
5
10
15
20
25
óbito vivo
Desfecho
Prega cutânea triciptal 2 (cm)
*
Figura 4. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da tomada de prega cutânea triciptal 2.
Os dados relacionados à medida de circunferência do braço (cb1) para ambos os
grupos são apresentados na tabela 10 e no traçado gráfico da figura 5. Os resultados não
apresentaram significância estatística.
Tabela 10. Dados relativos ao desfecho circunferência do braço (1).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Cb1 Óbito 63 (47,01%) 26,52 4,22 0,137
Vivo 71 (52,98%) 27,56 3,12
24
25
26
27
28
29
30
31
32
óbito vivo
Desfecho
Circunferência do bro 1 (cm)
Figura 5. Traçado gráfico relativo ao desfecho do paciente em função da circunferência do braço (cb1).
35
Quanto ao desfecho da segunda tomada de circunferência do braço (cb2) para um n
de 91 pacientes, não foi observado diferença estatística para o desfecho, conforme dados
apresentados na tabela 11 e no traçado gráfico da figura 6.
Tabela 11. Dados relativos ao desfecho circunferência do braço (2).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Cb2
Óbito 36
(39,56%)
26,88 5,58 0,338
Vivo 55
(60,45%)
26,00 3,22
0
5
10
15
20
25
30
35
óbito vivo
Desfecho
Circunferência do braço 2 (cm)
Figura 6. Traçado gráfico referente ao desfecho do paciente em função da circunferência do braço 2.
Com relação ao desfecho para circunferência muscular do braço (cmb1), não houve
significância entre os dois grupos. Os dados são apresentados na tabela 12 e no traçado
gráfico da figura 7.
Tabela 12. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço (1).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Cmb1
Óbito 63
(47,01%)
22,61 3,27 0,513
Vivo 71
(52,98%)
22,97 3,11
36
20
21
22
23
24
25
26
27
óbito vivo
Desfecho
Circunferência muscular do braço 1 (cm)
Figura 7. Traçado gráfico correspondente ao desfecho em relação à circunferência muscular do braço (1).
O grupo de n de 91 pacientes não apresentou significância estatística para
circunferência muscular do braço 2 (cmb2), para ambos os grupos. Esses dados podem ser
observados na tabela 13 e no traçado gráfico da figura 8.
Tabela 13. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço (2).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Cmb2
Óbito 36
(39,56%)
22,03 3,60 0,505
Vivo 55
(60,45%)
22,47 2,63
37
20
21
22
23
24
25
26
óbito vivo
Desfecho
Circunferência muscular do braço 2 (cm)
Figura 8. Traçado gráfico correspondente ao desfecho em relação à circunferência muscular do braço (2).
Os dados relacionados aos dois grupos de óbito e vivos no desfecho de
circunferência muscular do braço percentual (cmbperc1), não apresentaram significância
estatística. Esses resultados são apresentados na tabela 14 e no traçado gráfico da Figura 9.
Tabela 14. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço percentual (1).
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Cmbperc1
Óbito 63
(47,01%)
91,85 14,81 0,331
Vivo 71
(52,98%)
93,97 10,21
80
85
90
95
100
105
110
óbito vivo
Desfecho
Circunferência musc. do bro 1 (%)
Figura 9. Traçado gráfico relativo ao desfecho em relação a circunferência muscular do braço percentual (1).
38
A circunferência muscular do braço percentual (cmbperc2) mostra que no desfecho
com um n de 91 pacientes, não foi observado diferença estatística entre os grupos de óbito e
vivos. Esses dados são apresentados na tabela 15 e no traçado gráfico da figura 10.
Tabela 15. Dados relativos ao desfecho circunferência muscular do braço percentual (2).
Desfecho n Média Desvio p
Cmbperc2 Óbito 36 (39,56%) 91,77 18,37 0,934
Vivo 55 (60,43%) 91,54 8,46
0
20
40
60
80
100
120
óbito vivo
Desfecho
Circunferência musc. do braço 2 (%)
Figura 10. Traçado gráfico relativo ao desfecho em relação à circunferência muscular do braço percentual (2).
Com relação ao grupo dos pacientes que permaneceram vivos, uma diferença
estatisticamente significante para o grupo que não sobreviveu, quanto à significância da
albumina, no momento da internação do paciente (Tabela 16; Figura 1). Conforme Rackley
(2006), o fato de a albumina ter uma vida média de 14 a 20 dias e uma distribuição grande no
organismo (4 a 5 mg/kg) faz com que ela responda lentamente as alterações nas reservas
viscerais, tornando-se um marcador tardio de desnutrição.
Dentre as proteínas de transporte presentes no plasma, a albumina tem sido a mais
freqüentemente utilizada na avaliação do estado nutricional. Segundo alguns autores, a
albuminemia reflete as reservas protéicas viscerais, das proteínas somáticas, representadas
39
pela massa protéica muscular esquelética. Assim, pode haver queda das primeiras, enquanto
que as reservas somáticas permanecem dentro dos limites normais. Isto ilustra a grande
sensibilidade da ntese de albumina ao conteúdo protéico da dieta (VANNUCCHI et al.,
1996).
Tabela 16. Dados relativos ao desfecho de albumina1.
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Albumina1
Óbito 59
(50%)
2,18 0,35 0,040
Vivo 59
(50%)
2,36 0,56
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
óbito vivo
Desfecho
Albumina 1
*
Figura 11. Traçado gráfico para o desfecho em função da albumina 1.
O principal fator da baixa sensibilidade da albumina no diagnóstico da fase aguda da
dificiência protéica calórica, talvez seja a sua meia vida biológica relativamente longa (20
dias), podendo transcorrer várias semanas para que ocorra uma resposta às variações na
ingestão dietético-protéica (VANNUCCHI et al., 1996). A tabela 17, juntamente com o
traçado gráfico da figura 12, apresenta o desfecho da segunda tomada de albumina, percebe-se
que não houve diferença estatística para os dois grupos.
40
Tabela 17. Dados relativos ao desfecho de albumina 2.
Desfecho
n
Média
Desvio
p
Albumina2
Óbito 19
(43,19%)
2,06 0,38 0,718
Vivo 25
(56,81%)
2,02 0,34
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
óbito vivo
Desfecho
Albumina 2
Figura 12. Traçado gráfico para o desfecho em função da albumina 2.
A desempenho de cada UTI precisa ser observada no contexto dos cuidados médicos,
assim como pela instituição que faz parte. Mecanismos de avaliação do tratamento intensivo
foram desenvolvidos, sendo reconhecidos mundialmente pela literatura científica. Esses
métodos são chamados de índices de prognóstico. Estes podem ser usados independentemente
ou associados com outras classificações. Estimativas do grau de gravidade e previsão da
evolução dos pacientes críticos, têm aplicações relevantes que permitem a avaliação da
eficácia, análise dos custos e benefício do tratamento, permitindo tomar decisões de quando
iniciar, manter ou interromper os cuidados intensivos (COSTA et al.,1999).
Existem vários tipos e sistemas de índices prognósticos em terapia intensiva. O
APACHE II foi introduzido por Knaus et al. (1985), sendo um sistema amplamente usado
para avaliar a gravidade dos pacientes em tratamento intensivo (NAKANO et al., 2007). A
41
tabela 18 e o traçado gráfico da figura 13 apresentam a análise do APACHE II o desfecho de
pacientes teve importante significância estatística para um n de 92 pacientes.
Tabela 18. Dados relativos ao desfecho de APACHE II.
Desfecho
n
Média
Desvio
p
APACHE II
Óbito 42
(45,65%)
17,30 4,97 >0,0001
Vivo 50
(54,34%)
13,40 5,24
0
5
10
15
20
25
óbito vivo
Desfecho
Apache II
Figura 13. Traçado gráfico correspondente ao desfecho do paciente em função do score APACHE II.
No sentido de verificar se influência ou relação entre o sexo de um n de 134
pacientes com desfecho de óbito feminino 28, óbito masculino 35, somando um total de 63
óbitos, e do grupo de pacientes que permaneceram vivos, femininos 35 e masculinos 36,
somando um total de 71, percebeu-se que não houve diferença significativa estatisticamente
para o sexo. Os dados desta análise são apresentados na tabela 19.
42
Tabela 19. Dados relativos ao desfecho do sexo.
Desfecho Óbito Vivo Total p
Sexo Feminino 28 (44,44%) 35 (49,29%) 63
Masculino 35 (55,55%) 36 (50,70%) 71 0,606
Total 63 71 134
A tabela 20 apresenta dados quanto ao desfecho da parada de terapia de nutrição
enteral (paradatne), observou-se que o paciente que recebeu alimentação por tempo menor
que 75% , teve um total maior de óbito, para o grupo que recebeu alimentação por tempo
superior a 75%, com significância de 0,007, o que nos sugere que os dias de terapia
nutricional enteral são importantes para a sobrevivência.. A morte do paciente pode ser devida
não propriamente à doença de base, mas sim a desnutrição (que muitas vezes, não aparece no
diagnóstico médico) e à hospitalização prolongada, que pode culminar em infecções
hospitalares de repetição e outras intercorrências (VANNUCCHI, et al., 1998). Pouca atenção
tem sido dada à alimentação do paciente hospitalizado, apesar da preocupação com ao aspecto
nutricional. A preocupação com a alimentação hospitalar infelizmente não se compara à
intensa produção científica sobre o impacto da hospitalização no estado nutricional e sobre
suporte nutricional (GARCIA, 2006) É necessária a identificação de pacientes de risco
nutricional, utilizando-se rotineiramente um conjunto e indicadores como modelo de
diagnostico nutricional, pois, diagnósticos e tratamentos precoces podem evitar, em muitos
casos, longos períodos de internação e complicações (GAINO et al., 2007).
43
Tabela 20. Dados relativos ao desfecho da parada de terapia nutricional Enteral.
Desfecho
Óbito Vivo Total p
Paradatne <25 39
(61,90%)
59
(83,09%)
98
>25 24
(38,09%)
12
(16,90%)
36
0,007
Total 63 71 134
Quanto a redução de albumina da primeira, para a segunda solicitação, obedecendo
ao período de meia vida da mesma que fica em torno de 14-20 dias não houve significância
estatística para os dois grupos em relação a redução ou aumento da mesma. Esses resultados
são apresentados na tabela 21.
Tabela 21. Dados relativos ao desfecho da redução de albumina.
Desfecho
Óbito Vivo Total p
Redalbumina Redução 15 (71,42%) 13 (52%) 28 0,232
Aumento 6 (28,57%) 12 (42%) 18 0,232
Total 21 25 46
A curva de Kaplan-Meier correspondente ao óbito em função do tempo de
internação, realiza o desempenho de sobrevivência. Em ensaios clínicos, o investigador
interessa-se pelo tempo que os participantes de um estudo apresentam um evento específico,
este geralmente é um resultado clínico como a morte. Os participantes serão seguidos, no
início de um determinado ponto de partida, bem como será registrado o tempo necessário para
o evento de interesse ocorrer. A curva de Kaplan-Meier é o método mais comum de descrever
características de sobrevivência (GAINO et al., 2007).
44
O traçado gráfico da Figura 14 corresponde ao óbito em função do tempo de
internação. O perfil mostra que os pacientes que tiveram a alimentação TNE suspensa por
tempo menor 75% tiveram maior índice de óbito em relação aos pacientes que mantiveram a
TNE durante tempo superior a 75%. Observa-se pelo perfil da curva que esta diferença é mais
acentuada a partir do 10º dia de internação. Para os pacientes com parada de TNE menor que
75%, a cum survival permanece em 60% passa a ser mais acentuada.
Figura 14. Curva de sobrevivência de Kaplan-Meire, correspondente ao óbito em função do tempo de
internação.
5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00
tempoobto
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Cum Survival
parada2
<25
>25
<25-censored
>25-censored
Survival Functions
45
5 CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou-se útil para identificar a importância da terapia nutricional
enteral para o paciente grave, com base nos resultados obtidos, concluiu-se que a ingestão de
alimentos em pacientes ingressados em unidade de terapia intensiva deve fazer parte de uma
estrutura terapêutica para minimizar co-morbidades e mortalidades, pois o estudo demonstrou
que pacientes que tiveram a dieta suspensa por tempo menor que 75% , apresentaram maior
índice de óbito, em relação aos pacientes que mantiveram a terapia nutricional enteral durante
um período superior a 75%, sugerindo que a nutrição no paciente grave poderá resultar numa
melhor evolução da doença de base, com maior sobrevida.
46
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51
ANEXOS
52
ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido
Este estudo pretende identificar o grau de nutrição dos pacientes internados na Unidade de terapia
Intensiva durante o período que fizerem uso da Terapia de Nutrição Enteral . O resultado deste estudo permitirá
uma reflexão sobre o tema e o trabalho que vem sendo desenvolvido com estes pacientes com o objetivo de
buscar soluções mais eficazes para evitar desnutrição em pacientes graves.
Pelo presente termo de consentimento livre e esclarecido, declaro que autorizo a minha participação
neste projeto de pesquisa, pois fui informado, de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de
constrangimento e coerção, dos objetivos e da justificativa da pesquisa.
Fui igualmente informado:
Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento.
Da liberdade de retirara o consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo, sem
que isto traga prejuízo a continuação do meu cuidado e tratamento.
Da garantia que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações
obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa;
Vai ser coletado sangue, para determinar marcador bioquímico de desnutrição,sendo que este não vai
trazer danos ou dor ao paciente.
De que se existirem gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa.
O pesquisador responsável por este projeto de pesquisa é Saionara da Graça Freitas dos Santos –
Mestranda em Ciências da Saúde de Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, tendo como
orientador o professor Dr. Marcos Marques da Silva Paula e co-orientador professor Dr. Felipe Dal-Pizzol,
tendo este documento sido revisado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa desta Instituição em
13/06/2007.
Sapiranga, / /
___________________________________________
Paciente voluntário
___________________________________________
Responsável legal
_________________________________________________
Saionara da Graça Freitas dos Santos ( responsável pelo presente)
Consentimento
Observação: o presente documento é baseado no item IV das diretrizes e Normas Regulamentadoras para a
pesquisa em Saúde, do conselho Nacional de (Resolução 196/96), este será assinado em duas vias de igual teor,
ficando uma via em poder do paciente ou seu representante legal e outra com o pesquisador responsável.
53
ANEXO B - Protocolo de avaliação nutricional
Obesidade grave 130%
Obesidade moderada 121 – 130 %
Obesidade leve 110 – 121 %
Normalidade 91 – 110 %
Magreza leve 81 – 90 %
Magreza moderada 60 – 80 %
Magreza grave < 60 %
TABELA DE MONITORAMENTO DE EXAMES LABORATORIAIS
Data
Albumina
Índice de Massa Corporal (IMC) desejável segundo a idade:
Grupo etário (anos) IMC ( kg/m²)
19 - 24 19 – 24
25 - 34 20 – 25
35 – 44 21 – 26
45 – 54 27 – 27
55 – 64 23 – 28
>65 24 – 29
IMC = P/A
2
IMC = _____________ PI : _____________
Nome:____________________________________________________________________
Idade:____________________Unidade:___________________Leito:_________________
Data de Internação:____/____/____
Data de início SNE:____/____/____
ANTROPOMETRIA
ALTURA:___________cm PI:_______________Kg PA:_________________Kg
IMC:____________Kg/m
2
CB:____________
PCT:_________________
CMB:________________ CMB%:___________
54
ANEXO B - ...continuação
Cálculo de altura:
Homens = [64,19 – (0,04 x idade) +( 2,02 x altura do joelho em cm)]
Mullher = [84,88 – (0,24 x idade) +( 1,83 x altura do joelho em cm)]
Ou pela extensão dos braços: ______________________________
Cálculo do GEB
Homens: 66 + (13,7 x PI ) + (5 x A (cm) – ( 6,8 x I )
Mulheres: 655 + ( 9,5 x PI) + ( 1,8 x A (cm) – ( 4,7 x I )
GEB=_____________________________________________________________
VCT = GEB X FA X FI
Fator atividade (FA): Confinado no leito = 1,2
Fora do leito = 1,3 a 1,6
55
ANEXO B - ...continuação
Fator injúria (FI)
Enfermidades com perdas de nutrientes: síndrome de absorção, diarréia crônica,
enterites, DM descopensado, síndrome nefrótica, icterícia obstrutiva, cirrose hepática
compensada, ICC, IR c/ DM descompensada, HAS = 1,1
Cirurgias
Pequena: ( sem abertura da cavidade abdominal) = 1,2
Média: ( com abertura da cavidade abdominal) = 1,3
Grande: ( com abertura da cavidade abdominal e c/ + de um procedimento) = 1,4
Enfermidades hipermetabólicas:
IRC c/ DM s/ hemodiálise = 1,2
Enfermidades inflamatórias, artrite, LES, câncer, hepatite alcoólica, enfermidades
respiratórias, hipertireoidismo, IRA e IRC, IRC com hemodiálise e DM, AVC = 1,3
Cirrose descompensada, SIDA, desnutrição, pancreatite aguda e crônica = 1,4
Trauma esquelético: Infecções:
Leve: 1,3 Leve: 1,2
Moderado: 1,5 Moderado: 1,4
Grave: 1,8 Grave: 1,6
Enfermidades com hipermetabolismo + perda de nutrientes:
Septicemia grave = 1,6
56
ANEXO B - ...continuação
Queimaduras:
30 a 50 % SC = 1,8
50 a 70 % SC = 2,0
70 a 90 % SC = 2,
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA
DIETA:____________________________________
( ) Polimérica
( ) Padrão
( ) Semi-especialista
( ) Especializada
Densidade Calórica: ___________________________Kcal/ml
Volume Total/dia: _____________________________ml
_____________________________ml/h
VET: ________________________________________Kcal
AVALIAÇÃO:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
____________________
57
ANEXO C - História diária de aceitação da dieta ou motivo do jejum.
Consulta ao prontuário médico/enfermagem/nutrição
Paciente:...............................................................................Idade:....................
Leito:............ Data de internação: ...../...../...... Cirurgia:....................................
Diagnóstico: .......................................................................................................
Data de início da TNE: ...../...../..... VET ideal: ...............VET tolerado:
.....................................................................................................................
Via da TNE: SNE SNG SOG Jejunostomia gastrostomia
Volume de infusão prescrito dia: ,,,,,,,,,,,,,,,,,,ml/dia
Volume de infusão prescrito hora: .................ml/hora
Apache II Score: ...................................
Data: .............../............./...............
História diária de aceitação da dieta ou motivo de jejum
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________
58
ANEXO D - Ficha de controle de avaliação de resultado.
Nome Idade
Unidade Leito
Data da internação /
/
Data de início SNE /
/
1ª avaliação data /
/
2ª avaliação data /
/
3ª avaliação data
/ /
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Altura Altura Altura
IMC IMC IMC
Pct Pct Pct
PI PI PI
CB CB CB
CMB CMB CMB
CMB % CMB % CMB %
Albumina Albumina Albumina
Conduta
Conduta
Conduta
59
ANEXO E – FATOR INJÚRIA PARA ENFERMIDADES
Fator injúria para enfermidades:
a)enfermidades com perdas de nutrientes: síndrome de absorção, diarréia
crônica, enteritas, DM descopensado, icterícia obstrutiva,ICC, IR c/ DM descompensada,
HAS = 1,1
Cirurgias
Pequena : (sem abertura da cavidade abdominal) – 1,2
Média: (com abertura da cavidade abdominal) – 1,3
Grande: (com abertura da cavidade abdominal e c/ + de um procedimento) – 1,4.
c) Enfermidades hipermetabólicas:
Enfermidades inflamatórias, artrite, LES, câncer, enfermidades respiratórias ,DM, AVC =
1,3
SIDA, desnutrição = 1,4
d)Trauma esquelético: e) Infecções:
Leve: 1,3 Leve: 1,2
Moderado: 1,5 moderado: 1,4
Grave: 1,8 grave: 1,6
f) enfermidades com hipermetabolismo + perda de nutrientes: septicemia grave: 1,6
g) queimaduras:
30 a 50 % SC – 1,8
50 a 70 % SC – 2,0
70 a 90 % SC – 2,2 Fonte: Adaptação de Harris Benedict.,1919.
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