Quanto à admissão nas instituições universitárias, ela depende, na quase to-
talidade das províncias canadenses, da obtenção de um diploma de estudos se-
cundários. Aqui, ainda, Quebec é um caso particular, no qual os estudantes
que desejam ter acesso á universidade devem, primeiro, terminar os dois anos
do programa de ensino geral do CEGEP.
En passant, mencionamos que os programas de primeiro ciclo (bacharela-
do) duram de 3 a 5 anos, de acordo com o diploma de entrada e a natureza do
bacharelado procurado (quer dizer, geral ou especializado). Quanto aos progra-
mas de mestrado, é preciso, para ser aceito, ter obtido o bacharelado especia-
lizado ou o equivalente.
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Ressaltamos de novo que - como já o fizemos - a maioria das universidades
recebe subvenções dos governos federal e provinciais. Assim, a distinção quase
sempre feita entre "universidades públicas" e "universidades privadas" não
faz mais sentido hoje, como antes da Segunda Guerra Mundial.
Para fazer do desenvolvimento das nossas instituições universitárias uma
curta história, mencionamos simplesmente alguns fatos importantes. Em pri-
meiro lugar, ressaltamos que os primeiros estabelecimentos universitários
(ou pós-secundários) foram criados, no Canadá, sob o modelo de estabeleci-
mentos europeus. Assim, por exemplo, o Seminário de Quebec, fundado em
1663, permitiu o surgimento, pelo lado francês, da Universidade Lavai em
1852. Do lado inglês, o mais antigo estabelecimento é o King's College que
abriu suas portas em Windsor, Nova Escócia, em 1789.
Em segundo lugar, pode-se ressaltar o fato de que as mudanças importan-
tes ocorreram nos estabelecimentos universitários (particularmente os de lín^
gua inglesa), principalmente a partir de meados do século XVIII. Com efeito,
em 1867, Quebec tinha três universidades e mais 700 colégios clássicos (todos
confessionais e ministrando um tipo de ensino humanista), os estabelecimen-
tos de língua inglesa, relativamente mais numerosos, se orientavam mais pelo
ensino prático, científico e rigorosamente não-confessional.
Com o povoamento das províncias do oeste canadense (Manitoba, Saska-
tchewan, Alberta e Colômbia Britânica) no início do século XX, o Canadá
se dotou finalmente de instituições universitárias públicas. Estas instituições
provinciais ofereciam, então, não somente os programas tradicionais (Teolo-
gia, Direito e Medicina), mas também novos cursos (Engenharia, Agricultura,
Ciências Florestais, Odontologia, Educação, etc).
Em terceiro lugar, convém notar que após a Primeira Guerra Mundial, o
Canadá conheceu uma expansão das suas universidades. Assim, por exemplo,
em 1939, havia no país 28 instituições universitárias, e a maior, a Universida-
de de Toronto, já contava com mais de 7.000 estudantes em tempo integral.
Como se observa no anuário do Canadá, este contava, nesta época, com cerca
de 40.000 estudantes ou seja, cerca de 5% da população com idade de 28 a 24
anos.
Em quarto lugar, convém referir-se ao desenvolvimento acelerado das uni-
versidades, amortecido pela Segunda Guerra Mundial. Nos anos que se segui-
ram à guerra (de 1944 a 1951), de fato, mais de 50.000 ex-militares deveriam
se inscrever nas universidades em decorrência da outorga de subvenções pelo
Governo Federal, o que faria mais do que dobrar os efetivos de estudantes.
Ora, são precisamente os lugares deixados vagos por estes "veteranos", no
final de seus estudos, que contribuíram para a primeira "crise" universitária e
levaram o governo federal a adiar sua intervenção no meio universitário.
Conhece-se o que se seguiu. Graças, em parte, à ajuda federal, a expansão
do setor universitário continuou durante os anos 50 e tornou-se particular-