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Foram encontrados 41 poemas a respeito da “morte do meu”
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. O eu
poético procura atenuar a difícil dor gerada pela perda do outro através de um
processo de catarse, no qual a expressão de sua dor é o recurso depurador.
Verificou-se três formas de expressá-la – a) a elevação da morte à heroicização, b)
a purificação da lembrança do morto afirmando somente suas características
positivas e c) a crença em uma agradável destinação pós-morte para o ente
perdido –, porém todas elas permeiam a mesma intenção: a de perpetuação do
morto na memória, coletiva ou individual.
3.3.2 A purgação da morte
Purgar uma morte significa extirpar dela tudo o que for impuro à
consciência dos vivos: o pecado, as más recordações, a visão da decomposição, o
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1) “`A Sentidíssima morte do Senhor Major Carlos Miguel de Lima”[5], 2) “No Cenotáfio de D.
Luísa de França Arcanjo Ferreira”[51], 3) “Epicédio”[28], 4) “Visões”: ‘I – Prodígio, II – A Cruz,
III – Passatempo, IV – O Presbítero, V – A Morte’[73], 5) “A Vila Maldita, Cidade de Deus”[70],
6) “Canto Inaugural (À memória do Cônego Januário da Cunha Barbosa)”[19], 7) “Se se Morre de
Amor!”[63], 8) “Nênia à Morte Sentidíssima do Sereníssimo Príncipe Imperial o Senhor D. Pedro
(À Sua Majestade o Imperador)”[50], 9) “Sobre o Túmulo de um Menino”[64], 10) “À Morte
Prematura (Da Ilma. D. ....)”[4], 11) “Velhice e Mocidade”[69], 12) “I-Juca-Pirama”[39], 13)
“Deprecação”[21], 14) “Canção do Tamoio”[16], 15) “Virgem Morta”[71], 16) “Um Cadáver de
Poeta”[14], 17) “ Ao meu Amigo J. F. Moreira no Dia do Enterro do seu Irmão”[9], 18) “Agonia
do Calvário”[6], 19) “Anjinho”[8], 20) “À Morte de Afonso de A. Coutinho Messeder”[2], 21)
“No Túmulo dum Menino”[54]; 22) “Aos Túmulos”[10], 23) “A Morte no Claustro”: ‘Por ocasião
da Morte do Venerando Ancião, Frei Manoel da Piedade Borba’[48], 24) “Canto Fúnebre Recitado
na Ocasião de Sepultar-se o Cadáver do meu Amigo Luís da França Rebouças a 16 de abril de
1853”[18], 25) “Poema fúnebre dedicado a meu Irmão Frei Henrique de Santa Rosa Ribeiro”: ‘Por
Ocasião da Morte de seu Irmão Raimundo Álvares Ribeiro, (Sucedida a 23 de abril de 1853)’[60],
26) “Nênia à Filha de S. Vicente de Paulo, falecida na cidade de Mariana”[49], 27) “Os Dous
Cadáveres”: ‘aos manes do venerando ancião – o Dr. Fr. José de Santa Escolástica e Oliveira,
falecido a 22 de março, e do meu jovem amigo Fr. Henrique de Santa Rosa Ribeiro, falecido a 24
do mesmo mês’[25], 28) “Ai!”: ‘Pelo falecimento do venerando ancião – Frei Marcelino do
Coração de Jesus, acontecido em junho de 1854 no Mosteiro do Rio de Janeiro’[7], 29) “Mais um
Túmulo”: ‘Pelo falecimento do venerando ancião – Frei José de São Bento Damásio, a 10 de
setembro de 1854)’[41], 30) “A morte de Garret”[3], 31) “O Suicídio”: ‘Canção de Béranger sobre
a Morte dos Jovens Escousse e Augusto Lebras, em Fevereiro de 1832’[67]; 32) “Cântico do
Calvário”: ‘À memória de meu filho morto a 11 de dezembro de 1863’[17], 33) “Elegia”[27], 34)
“Oração Fúnebre”[55], 35) “O Escravo”[30], 36) “Pesadelo”: ‘IV A Entrevista no Túmulo, V Os
Dois Cadáveres’[25], 37) “Fatalidade”[34], 38) “Epitáfio”: ‘Para um Túmulo de Mãe’[29], 39) “A
Visão dos Mortos”[72], 40) “Mater Dolorosa”[42], 41) “A Órfã na Sepultura”[56].